coordenação de arte edição de arte...

98

Upload: lamminh

Post on 07-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

São Paulo, 1ª- edição 2014

Portuguesaensino médio

organizadoraedições smObra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edições SM.

língua

comPetênciasEnEm

SPP_VU_LP_CAD_COMPETENCIAS_001A002_INICIAIS.indd 1 2/26/14 3:13 PM

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Ser protagonista : português : competências ENEM : ensino médio, volume único / obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edições SM. — 1. ed. — São Paulo : Edições SM, 2014. — (Coleção ser protagonista)

Bibliografia. ISBN 978-85-418-0378-6 (aluno) ISBN 978-85-418-0379-3 (professor)

1. ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio2. Português (Ensino médio) I. Série.

14-00653 CDD-469.07

Índices para catálogo sistemático:1. Português : Ensino médio 469.07 1ª edição, 2014

Ser Protagonista Língua Portuguesa – Competências ENEM © Edições SM Ltda. Todos os direitos reservados

Direção editorial Juliane Matsubara Barroso

Gerência editorial Angelo Stefanovits

Gerência de processos editoriais Rosimeire Tada da Cunha

Colaboração Daniel Gomes da Fonseca

Coordenação de edição Ana Paula Landi, Cláudia Carvalho Neves

Edição Cristiane Escolástico Siniscalchi

Assistência administrativa editorial Alzira Aparecida Bertholim Meana, Camila de Lima Cunha, Fernanda Fortunato, Flávia Romancini Rossi Chaluppe, Silvana Siqueira

Preparação e revisão Cláudia Rodrigues do Espírito Santo (Coord.), Izilda de Oliveira Pereira, Rosinei Aparecida Rodrigues Araujo, Valéria Cristina Borsanelli

Coordenação de design Erika Tiemi Yamauchi Asato

Coordenação de Arte Ulisses Pires

Edição de Arte Melissa Steiner Rocha Antunes

Projeto gráfico Erika Tiemi Yamauchi Asato

Capa Alysson Ribeiro, Erika Tiemi Yamauchi Asato, Adilson Casarotti

Iconografia Priscila Ferraz (Coord.), Bianca Fanelli

Tratamento de imagem Robson Mereu

Editoração eletrônica [sic] comunicação

Fabricação Alexander Maeda

Impressão

Edições SM Ltda.Rua Tenente Lycurgo Lopes da Cruz, 55Água Branca 05036-120 São Paulo SP BrasilTel. 11 [email protected]

SPP_VU_LP_CAD_COMPETENCIAS_001A002_INICIAIS.indd 2 2/26/14 3:13 PM

3

Apresentação

Este livro, complementar à coleção Ser Protagonista, contém aproxi-

madamente cem questões elaboradas segundo o modelo das competên-

cias e habilidades, introduzido no universo educacional pioneiramente

pelo Enem e depois adotado por muitos vestibulares do país. A maioria

das questões é do próprio Enem; as demais foram elaboradas pela equi-

pe editorial de Edições SM.

O volume proporciona prática mais do que suficiente para dar ao

aluno o domínio das estratégias de resolução adequadas. Além disso,

ao evidenciar o binômio competência-habilidade explorado em cada

questão, contribui para que ele adquira mais consciência do processo

de aprendizagem e, consequentemente, mais autonomia.

Antes de começar a resolver as questões, recomenda-se a leitura da

seção Para conhecer o Enem, que fornece informações detalhadas sobre

a história do Enem e apresenta a matriz de competências e habilidades

de cada área do conhecimento.

Edições SM

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_003A013.indd 3 28/02/14 10:24

4

Conheça seu livro

48

C8-H25

40. (SM) Leia a letra de Cuitelinho (nome dado a beija-flor em algumas regiões do Brasil), música brasileira com origem no folclore do Pantanal de Mato Grosso.

Cheguei na beira do porto

Onde as ondas se espáia

As garça dá meia-volta

E senta na beira da praia

E o cuitelinho não gosta

Que o botão de rosa caia, ai, ai, ai

Aí quando eu vim de minha terra

Despedi da parentaia

Eu entrei no Mato Grosso

Dei em terras paraguaia

Lá tinha revolução

Enfrentei fortes bataia, ai, ai, ai

A tua saudade corta

Como aço de navaia

O coração fica aflito

Bate uma, a outra faia

Os óio se enche d'água

Que até a vista se atrapaia, ai, ai, ai

Folclore brasileiro, recolhido por Paulo Vanzolini. Disponível em: <http://letras.mus.br/pena-branca-e-xavantinho/48101/>. Acesso em: 18 fev. 2014.

A letra dessa canção é um exemplo de riqueza da variante popular da língua. As alternativas abaixo apontam caracte-rísticas típicas dessa variante, exceto,

a) a regência do verbo “chegar” em “cheguei na beira do porto”.

b) a ausência de concordância verbal em “as ondas se espáia”.

c) a falta de concordância nominal em “as garça” e “fortes bataia”.

d) a troca do som “-lh-” pelo som “-i-”, que ocorre em “espaia”, “faia”, “bataia” e “óio”.

e) o emprego do presente do subjuntivo no verso “Que o botão de rosa caia”.

40. Alternativa ea) ERRADA – Segundo a variante culta, o verbo “chegar”, no contexto, exige preposição “a”: “cheguei à beira do porto”.b) ERRADA – Flexionando o verbo para que ha-ja concordância, segundo a variante culta, te-ríamos: “as ondas se espalham”.c) ERRADA – Flexionando os substantivos, para que houvesse concordância nominal, teríamos: “as garças” e “fortes batalhas”.d) ERRADA – Efetivamente ocorre a troca do som “-lh-” por “-i-” nas palavras citadas; essa é uma característica da variante popular.e) CERTA – O emprego do presente do subjun-tivo no verso “Que o botão de rosa caia” se-gue a variante culta da língua, não é típico da variante popular.

competênciasEnEm

portuguesaensino médio

língua

1 5 2 9 6 9

organizadoraedições smObra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edições SM.

competênciasEnEm

SP CADERNO COMPETENCIAS POR VU LP E15 CAPA.indd 1 2/10/14 9:35 AM

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

31

C4-H12

21. (Enem)

BarDi, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.

Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte influên-cia do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadi-nho. Profundamente religiosa, sua obra revela

a) liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação.

b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.

c) simplicidade, demonstrando compromisso com a contem-plação do divino.

d) personalidade, modelando uma imagem sacra com fei-ções populares.

e) singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.

Rub

ens

Cha

ves/

Puls

ar Im

agen

s

21. Alternativa dAs obras de Aleijadinho são marcadas por for-te apelo religioso e seguem a tradição da es-cultura sacra europeia, contudo, o escultor apresentava como singularidade as feições de suas esculturas, modeladas com base no as-pecto das pessoas do povo.

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

49

C6-H18

41. (SM) Leia a tira abaixo, de Adão Iturrusgarai.

iTUrrUsGarai, Adão. Disponível em: <http://adao.blog.uol.com.br>. Acesso em: 13 mar. 2012.

Para a estruturação da tira, o autor valeu-se da combinação de duas figuras de linguagem: a __________ do louva-a-deus e o __________ existente em um louva-a-deus ser ateu. Assinale a alternativa que preencha, respectivamente, a primeira e se-gunda lacunas acima:

a) ironia/hipérbato d) hipérbole/eufemismo

b) personificação/paradoxo e) zoomorfização/polissíndeto

c) antítese/pleonasmo

C6-H20

42. (Enem)

Entre ideia e tecnologia

O grande conceito por trás do Museu da Língua é apre-sentar o idioma como algo vivo e fundamental para o en-tendimento do que é ser brasileiro. Se nada nos define com clareza, a forma como falamos o português nas mais diversas situações cotidianas é talvez a melhor expressão da brasilidade.

sCarDOVEli, E. Revista Língua Portuguesa, São Paulo, Segmento, ano II, n. 6, 2006.

O texto propõe uma reflexão acerca da língua portuguesa, ressaltando para o leitor a

a) inauguração do museu e o grande investimento em cultu-ra no país.

b) importância da língua para a construção da identidade nacional.

c) afetividade tão comum ao brasileiro, retratada através da língua.

d) relação entre o idioma e as políticas públicas na área de cultura.

e) diversidade étnica e linguística existente no território nacional.

Adã

o Itu

rrus

gara

i/Arc

evo

do a

rtis

ta

41. Alternativa ba) ERRADA – Ironia é sugerir o contrário do que as palavras parecem exprimir; hipérbato é a inversão da ordem dos termos da oração.b) CERTA – Na tira ocorre a personificação do louva-a-deus, ou seja, a atribuição de caracte-rísticas humanas a ele (tal como a capacidade de ser ateu). Além disso, a tira explora o para-doxo, a contradição, que haveria caso um “louva-a-deus” fosse ateu, ou seja, negasse a existência de Deus.c) ERRADA – Antítese é o uso de palavras que têm sentido oposto; pleonasmo é uma espécie de redundância usada para enfatizar uma ideia.d) ERRADA – Hipérbole é um exagero; eufemis-mo é a atenuação de algo grosseiro.e) ERRADA – Zoomorfização ou animalização é a atribuição de características animais a seres hu-manos; polissíndeto é a repetição de conjunções.

42. Alternativa bO trecho “a forma como falamos o português nas mais diversas situações cotidianas é tal-vez a melhor expressão da brasilidade” aponta a língua como provável fator principal para a construção da identidade nacional. O texto não faz referência à inauguração do Museu da Língua nem às políticas públicas na área de cultura. Também não há referência às varia-ções regionais; o foco está nas variações mo-tivadas pelas “diversas situações cotidianas”.

Apresenta questões selecionadas das provas

do Enem e também questões inéditas,

desenvolvidas com base na Matriz de Referência do Enem (identificadas

pela sigla SM).

Todas as questões trazem a indicação da competência e da habilidade que está sendo trabalhada.

Este espaço é destinado a resoluções de exercícios e anotações.

O Ser Protagonista Competências Enem possibilita um trabalho sistemático e contínuo com as principais habilidades exigidas pelo Enem.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_003A013.indd 4 28/02/14 10:25

sumário

5

Para conhecer o Enem 6

� Uma breve história do Enem 6

O contexto, a análise e a reflexão interdisciplinar 8

Os eixos cognitivos 9

Competências e habilidades 10

As áreas de conhecimento 10

� Ser Protagonista Competências Enem 13

� Atividades 14

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_003A013.indd 5 28/02/14 10:25

6

Para conhecer o enem

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tornou-se o exame mais importante realizado pelos alunos que concluem a formação básica. Sem dúvida, essa avaliação ganhou destaque nos últimos anos, na medida em que é, atualmente, a principal for-ma de ingresso no Ensino Superior público e, em grande medida, também no Ensino Superior privado.

Por conta disso, em 2013, a edição do Enem teve mais de 7 milhões de candidatos inscritos. O objetivo de quem faz o exame no contexto atual é, fundamentalmente, in-gressar no Ensino Superior. As informações disponíveis neste material foram elaboradas no sentido de auxiliá-lo nessa tarefa.

Uma breve história do EnemA primeira edição do Enem é de 1998. As características daquela avaliação eram di-

ferentes da atual. Apesar de poucas mudanças pedagógicas, há muitas diferenças no que diz respeito à estrutura do exame.

Em 1998, a prova tinha 63 questões com uma proposta interdisciplinar e mais uma redação, realizada em apenas um dia. Muito diferente do formato atual, no qual as pro-vas são divididas em quatro áreas do conhecimento – Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e Códigos e Matemática e suas respectivas tecnologias – e mais a redação. Além disso, com 180 questões, a prova ficou muito maior e mais abrangente, exigindo maior capacidade de organização e concentração dos candidatos em dois dias de aplicação.

É importante compreender os sentidos dessas mudanças e os seus significados. Em suma, é relevante esclarecer por que e como o Enem se tornou o exame mais importan-te do país.

Em meados da década de 1990, uma proposta de reforma no sistema educacional brasileiro foi finalmente posta em prática com a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei n. 9 394/1996).

A nova lei apresentava uma proposta, inovadora à época, de organização da chamada educação básica, incluindo nela o Ensino Médio, como última etapa dessa formação. No artigo 35, a lei apresentava os objetivos gerais do Ensino Médio:

O Ensino Médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades:

I — a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II — a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;

III — o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV — a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos pro-dutivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.Brasil. Presidência da República. Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n. 9 394, de 20 de dezembro de 1996). Brasília, DF, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 11 fev. 2014.

Assim, o Ensino Médio se tornava parte integrante da formação básica dos estudantes brasileiros e seu papel seria a continuação dos estudos, a preparação para o mundo do trabalho e da cidadania, o desenvolvimento dos valores humanos e éticos e a formação básica no que tangem aos aspectos científicos e tecnológicos.

Tentava-se, assim, aproximar a educação brasileira das questões contemporâneas, do-tá-la de capacidade para enfrentar os dilemas do mundo rápido, tecnológico e globaliza-do que começava a se solidificar naquele momento.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_003A013.indd 6 28/02/14 10:25

7

Nesse caminho, pouco mais de dois anos depois, o Ministério da Educação apresen-tou ao país os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. A proposta de elaborar um currículo baseado em competências e habilidades, sustentados na organi-zação de eixo cognitivos e em áreas de conhecimento, foi a estrutura básica dos Parâme-tros e a característica fundamental do modelo pedagógico que se tentava implementar no país a partir de então.

A preocupação era, novamente, dotar os educandos de uma formação adequada para o novo mundo tecnológico, de mudanças rápidas que exigem adaptação quase instan-tânea a realidades que nem bem se cristalizam já estão sendo transformadas. Por isso, a ideia de organizar o currículo a partir de competências que garantam a atuação do indi-víduo numa nova realidade social, econômica e política:

A revolução tecnológica, por usa vez, cria novas formas de socialização, processos de produção e, até mesmo, novas definições de identidade individual e coletiva. Diante desse mundo globalizado, que apresenta múltiplos desafios para o homem, a educação surge como uma utopia necessária indispensável à humanidade na sua construção da paz, da liberdade e da justiça social. [...]

Considerando-se tal contexto, buscou-se construir novas alternativas de organiza-ção curricular para o Ensino Médio comprometidas, de um lado, com o novo significado do trabalho no contexto da globalização e, de outro, com o sujeito ativo, a pessoa hu-mana que se apropriará desses conhecimentos para se aprimorar, como tal, no mundo do trabalho e na prática social. Há, portanto, necessidade de se romper com modelos tradicionais, para se alcancem os objetivos propostos para o Ensino Médio.Brasil. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999. p. 25.

Foi com base nesses documentos e na visão que eles carregam sobre o significado da educação da última etapa da formação básica, isto é, uma educação voltada para a cida-dania no contexto de um país e um mundo em constante transformação, que o Enem foi pensado como um exame de avaliação do Ensino Médio brasileiro.

Em 1998, na sua primeira versão, o Enem pretendia dar subsídios para a avaliação do desempenho geral dos alunos ao final da educação básica, buscando aferir o nível de desenvolvimento das habilidades e das competências propostas na LDB e nos Parâmetros Curriculares Nacionais.

O exame tornava-se, assim, uma ferramenta de avaliação que os próprios estudan-tes poderiam utilizar para analisar sua formação geral e, conforme indicavam os do-cumentos que sustentaram sua criação, como uma forma alternativa para processos de seleção para novas modalidades de ensino após a formação básica e mesmo para o mundo do trabalho.

Inscrições para o Sistema de Seleção Unificada – SiSU na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em 2012.

Nei

dson

Mor

eira

/OIM

P/D

.A P

ress

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_003A013.indd 7 28/02/14 10:25

8

Para conhecer o enem

Ao longo dos anos, o número de inscritos foi crescendo, chegando à casa dos milhões desde 2001, e a prova passou a ser utilizada em vários processos seletivos de universida-des públicas e privadas. Essa transformação tem um momento decisivo no ano de 2004, quando o governo federal criou o Programa Universidade para Todos (ProUni) – onde alunos de baixa renda, oriundos da escola pública ou bolsistas integrais de escolas priva-das, podem cursar o Ensino Superior privado com bolsas de 100% ou 50%.

Nesse momento, quando várias escolas de nível superior privado aderiram ao ProUni, o Enem ganhou uma dimensão gigantesca, com mais de três milhões de inscri-tos em 2005.

Em 2009, com a criação do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), no qual a maio-ria das vagas nas universidades federais é disputada pelos candidatos que realizaram o Enem numa plataforma virtual, o exame do Enem passou por uma profunda reformula-ção. Desde então, a avaliação se realiza em dois dias, no último fim de semana do mês de outubro, com 180 questões e uma redação.

A forma de pontuação também mudou. Inspirado no sistema estadunidense, o Minis-tério da Educação implementou a Teoria de Resposta ao Item (TRI), na qual cada ques-tão passa por classificações de dificuldade e complexidade e a pontuação varia de acor-do com essa classificação, as consideradas mais difíceis recebem uma pontuação maior que as consideradas mais fáceis. Além disso, é possível, segundo a TRI, verificar possíveis “chutes”, caso o candidato acerte questões difíceis e erre as fáceis sobre assuntos pareci-dos. Assim, desde então, provas de anos diferentes podem ser comparadas e os resulta-dos do Enem podem ser analisados globalmente.

Com a adesão de mais de 80% das universidades federais ao SiSU e com quase 200 mil bolsas oferecidas em universidades privadas pelo ProUni, o Enem se tornou o exame mais importante do país. Além de avaliar o desempenho dos alunos, ele passou a ser de-cisivo para o ingresso nas escolas de Ensino Superior em todo o país.

 O contexto, a análise e a reflexão interdisciplinarDesde sua primeira formulação, o Enem sempre se apoiou na proposta de ser uma

prova interdisciplinar. Desde 2009, no entanto, o exame mantém a interdisciplinari-dade, mas dentro das áreas de conhecimento. Assim, a interdisciplinaridade se reali-za entre as disciplinas das quatro grandes áreas: Linguagens e Códigos, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza.

Em geral, as questões exigem dos candidatos capacidade de análise e reflexão sobre contextos. Procura-se, portanto, estabelecer a relação entre o conhecimento adquirido e a realidade cotidiana que nos cerca, abordando as múltiplas facetas da vida social, desde aspectos culturais até os tecnoló-gico e científico.

As capacidades de leitura e de inter-pretação, nas suas diversas modalidades – textos, documentos, gráficos, tabelas, charges, obras de arte, estruturas arquite-tônicas, etc. –, são elementos centrais da proposta pedagógica do exame. O domí-nio dessas competências se aplica a toda a prova, na medida em que não há, no Enem, questões que exijam apenas me-morização. Na verdade, elas exigem capa-cidade de análise crítica a partir da leitura e da interpretação de situações-problema apresentadas.

Aar

onA

mat

/iSto

ckph

oto/

Thin

ksto

ck/G

etty

Imag

es

Imag

e S

ourc

e/Th

inks

tock

/Get

ty Im

ages

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_003A013.indd 8 28/02/14 10:25

9

Portanto, em geral, o Enem apresenta diferenças de estilo e proposta pedagógica quando comparado aos vestibulares tradicionais. Entretanto, isso não quer dizer que a prova não exija uma boa formação no Ensino Médio. Ao contrário, esta é essencial para que o desempenho seja satisfatório, já que o exame procura valorizar todo o conheci-mento obtido e relacionado ao cotidiano. Além disso, verifica-se, nos últimos anos, uma aproximação dos vestibulares à proposta do Enem, tornando-os mais reflexivos e críti-cos, em detrimento do caráter memorizador que algumas provas apresentavam anterior-mente, o que vem exigindo também uma reformulação dos currículos e das propostas pedagógicas das escolas.

Dessa forma, não se trata de analisar se o Enem é mais fácil ou mais difícil que os exa-mes vestibulares tradicionais, mas de compreender as suas características e se preparar para realizar a prova da melhor maneira possível.

 Os eixos cognitivosO Enem está estruturado em torno de eixos cognitivos. Eles são a base para todas as

áreas do conhecimento e se referem, essencialmente, aos domínios básicos que os candi-datos devem ter para enfrentar, compreender e resolver as questões que a prova apresen-ta. Mas, principalmente, são as referências básicas do que precisamos dominar para atuar na realidade social, política, econômica, cultural e tecnológica que nos cerca.

A Matriz de Referência do Enem apresenta os cinco eixos cognitivos:

I. Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.

II. Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico--geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.

III. Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e en-frentar situações-problema.

IV. Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em dife-rentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.

V. Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

Brasil. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Matriz de Referência para o Enem. Brasília, 2009. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=310+enen.br>. Acesso em: 12 fev. 2014.

Conforme podemos perceber pela leitura atenta, os eixos cognitivos são essenciais para a compreensão, o diagnóstico e a ação diante de qualquer situação que se apresen-te a nós. A ideia é que, dominando esses eixos, os candidatos sejam capazes de solucio-nar os desafios colocados diante deles nas provas e na vida. Assim, propõe-se um exa-me que valorize aspectos da vida real, apresentando problemas para que os candidatos demonstrem capacidade de compreensão e diagnóstico, de encarar a situação, analisan-do seu contexto, de construir argumentação em torno do desafio para, por fim, elaborar uma proposta de ação.

Os eixos cognitivos, chamados, até o Enem 2008, de competências gerais, são a es-trutura básica do exame, o sustentáculo pedagógico que dá sentido à prova, na medida em que garante a ela uma coerência, já que todos os desafios apresentados na avaliação têm de se fundamentar nesses eixos.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_003A013.indd 9 28/02/14 10:25

10

Para conhecer o enem

 Competências e habilidadesAs diversas áreas do conhecimento possuem as suas competências e habilidades espe-

cíficas, que procuram evidenciar as características das abordagens de cada uma das áreas. Mas afinal, qual a diferença entre competência e habilidade? O que elas significam?

A base para a elaboração da matriz de referência do Enem são os Parâmetros Curri-culares Nacionais para o Ensino Médio. Vejamos, então, como ali se apresenta a ideia de competência:

De que competências se está falando? Da capacidade de abstração, do desenvol-vimento do pensamento sistêmico, ao contrário da compreensão parcial e fragmen-tada dos fenômenos, da criatividade, da curiosidade, da capacidade de pensar múl-tiplas alternativas para a solução de um problema, ou seja, do desenvolvimento do pensamento divergente, da capacidade de trabalhar em equipe, da disposição para procurar e aceitar críticas, da disposição para o risco, do desenvolvimento do pensa-mento crítico, do saber comunicar-se, da capacidade de buscar conhecimento. Estas são competências que devem estar presentes na esfera social, cultural, nas atividades políticas e sociais como um todo, e que são condições para o exercício da cidadania num contexto democrático.Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999. p. 24.

Ora, as competências são entendidas como mecanismos fundamentais para a com-preensão do mundo e atuação nele, isto é, o saber fazer, conhecer, viver e ser. Não basta o domínio dos conteúdos, mas é necessário aplicá-lo ao contexto em que se encontra. Isso é competência: a capacidade de contextualizar o saber, ou seja, comparar, classificar, analisar, discutir, descrever, opinar, julgar, fazer generalizações, analogias e diagnósticos.

As habilidades são as ferramentas que podemos dispor para desenvolver competên-cias. Logo, para saber fazer, conhecer, viver e ser, precisamos de instrumentais que nos conduzam para que a ação se torne eficaz. As habilidades são esses instrumentais que, manejados, possibilitam atingir os objetivos e desenvolver a competência.

Podemos concluir, portanto, que no Exame Nacional do Ensino Médio o conteúdo que aprendemos na escola deve ser utilizado como instrumento de vivência e de apli-cabilidade real, por isso a necessidade de desenvolver competências e habilidades que permitam isso. Assim, os diferentes conteúdos das diversas áreas do conhecimento estão presentes na prova, mas de forma estrategicamente pensada e aplicada a situações da realidade social, política, econômica, cultural, científica e tecnológica.

 As áreas de conhecimento

Linguagens, Códigos e suas TecnologiasAs competências e habilidades para a área de linguagens e códigos envolvem as dis-

ciplinas de Língua Portuguesa, Língua Estrangeira e Arte. Elas se referem à relação entre a comunicação e expressão nas suas diferentes formas e a capacidade de leitura do mun-do a partir delas.

Nessa área é importante que se atente para os mecanismos e as relações das tecnologias de comunicação com a vida social. As diferentes formas de linguagem devem ser exploradas como recursos do conhecimento do mundo, aplicado à realidade social. Além disso, perceber a relação entre comunicação, cultura e identidade, sendo a arte uma das formas de expressão mais importante desses valores culturais e de identidade.

Por fim, o Enem exigirá do candidato capacidade de relacionar os aspectos simbóli-cos da comunicação e da arte, bem como os impactos da tecnologia nas diversas formas de aplicação da linguagem, com a vida social.

As competências e habilidades da área são as seguintes:

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_003A013.indd 10 28/02/14 10:25

11

Competência de área 1Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola,

no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida.

H1Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação.

H2Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais.

H3Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social desses sistemas.

H4Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação.

Competência de área 2Conhecer e usar língua(s) estrangeira(s) moderna(s) como instrumento

de acesso a informações e a outras culturas e grupos sociais.

H5 Associar vocábulos e expressões de um texto em LEM ao seu tema.

H6Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar as possibilidades de acesso a informações, tecnologias e culturas.

H7Relacionar um texto em LEM, as estruturas linguísticas, sua função e seu uso social.

H8Reconhecer a importância da produção cultural em LEM como representação da diversidade cultural e linguística.

Competência de área 3Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a

própria vida, integradora social e formadora da identidade.

H9Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social.

H10Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades sinestésicas.

H11Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para diferentes indivíduos.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_003A013.indd 11 28/02/14 10:25

12

Para conhecer o enem

Competência de área 4Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação

e integrador da organização do mundo e da própria identidade.

H12Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais.

H13Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos.

H14Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e étnicos.

Competência de área 5Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura

das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.

H15Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.

H16Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.

H17Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.

Competência de área 6Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como

meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.

H18Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.

H19Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução.

H20Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional.

Competência de área 7Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas

manifestações específicas.

H21Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos.

H22 Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.

H23Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público-alvo, pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.

H24Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_003A013.indd 12 28/02/14 10:25

13

Competência de área 8Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade.

H25Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.

H26 Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.

H27Reconhecer os usos da norma-padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de comunicação.

Competência de área 9Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias

da comunicação e da informação na sua vida pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos

científicos, às linguagens que lhes dão suporte, às demais tecnologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem solucionar.

H28Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação.

H29Identificar pela análise de suas linguagens as tecnologias da comunicação e informação.

H30Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento que elas produzem.

Brasil. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Matriz de referência para o Enem. Brasília, 2009. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=310+enen.br>. Acesso em: 12 fev. 2014.

Para obter mais informações sobre o Enem, consulte <http://portal.inep.gov.br/web/enem>. Acesso em: 27 fev. 2014.

Ser Protagonista Competências EnemDesde sua formulação, os livros da coleção Ser Protagonista concebem a educação

com base nos referenciais das competências e habilidades a serem desenvolvidas em cada uma das áreas do conhecimento. Os exercícios elaborados para os livros procuram traba-lhar esses elementos, destacando-se na contextualização e no propósito de envolver pro-blemas da multifacetada realidade da sociedade atual.

A intenção é ampliar esse olhar, apresentando um material adicional no qual o pro-pósito da coleção é ainda mais aprofundado. Neste caderno, você tem acesso a um material específico, focado no desenvolvimento dos eixos cognitivos e nas competên-cias e habilidades do Enem. O objetivo é complementar e fortalecer o projeto pedagó-gico da coleção Ser Protagonista, com a intenção de fortalecer ainda mais a proposta pedagógica praticada.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_003A013.indd 13 28/02/14 12:15

14

Atividades

C5-H17

1. (Enem)

Texto I

Onde está a honestidade?Você tem palacete reluzenteTem joias e criados à vontadeSem ter nenhuma herança ou parenteSó anda de automóvel na cidade...

E o povo pergunta com maldade:Onde está a honestidade?Onde está a honestidade?

O seu dinheiro nasce de repenteE embora não se saiba se é verdadeVocê acha nas ruas diariamenteAnéis, dinheiro e felicidade...

Vassoura dos salões da sociedadeQue varre o que encontrar em sua frentePromove festivais de caridadeEm nome de qualquer defunto ausente...

Rosa, N. Disponível em: <http://www.mpbnet.com.br>. Acesso em: abr. 2010.

Texto II

Um vulto da história da música popular brasileira, reconhecido nacionalmente, é Noel Rosa. Ele nasceu em 1910, no Rio de Janeiro; portanto, se estivesse vivo, estaria completando 100 anos. Mas faleceu aos 26 anos de idade, vítima de tuberculose, deixando um acervo de grande valor para o patrimônio cultural brasileiro. Muitas de suas letras representam a sociedade contemporânea, como se tivessem sido escritas no século XXI.

Disponível em: <http://www.mpbnet.com.br>. Acesso em: abr. 2010.

Um texto pertencente ao patrimônio literário-cultural brasi-leiro é atualizável, na medida em que ele se refere a valores e situações de um povo. A atualidade da canção Onde está a honestidade?, de Noel Rosa, evidencia-se por meio

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 14 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

15

a) da ironia, ao se referir ao enriquecimento de origem duvi-dosa de alguns.

b) da crítica aos ricos que possuem joias, mas não têm herança.

c) da maldade do povo a perguntar sobre a honestidade.

d) do privilégio de alguns em clamar pela honestidade.

e) da insistência em promover eventos beneficentes.

C5-H15

2. (Enem)

Olá! Negro

Os netos de teus mulatos e de teus cafuzose a quarta e a quinta gerações de teu sangue sofredortentarão apagar a tua cor!E as gerações dessas gerações quando apagarema tua tatuagem execranda,não apagarão de suas almas, a tua alma, negro!Pai-João, Mãe-negra, Fulô, Zumbi,negro-fujão, negro cativo, negro rebelde negro cabinda, negro congo, negro ioruba, negro que [foste para o algodão de USA para os canaviais do Brasil, para o tronco, para o colar [de ferro, para a cangade todos os senhores do mundo;eu melhor compreendo agora os teus bluesnesta hora triste da raça branca, negro!Olá, Negro! Olá, Negro! A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro!

Lima, J. Obras completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958 (fragmento).

O conflito de gerações e de grupos étnicos reproduz, na visão do eu lírico, um contexto social assinalado por

a) modernização dos modos de produção e consequente en-riquecimento dos brancos.

b) preservação da memória ancestral e resistência negra à apatia cultural dos brancos.

c) superação dos costumes antigos por meio da incorpora-ção de valores dos colonizados.

d) nivelamento social de descendentes de escravos e de se-nhores pela condição de pobreza.

e) antagonismo entre grupos de trabalhadores e lacunas de hereditariedade.

1. Alternativa aNa canção de Noel Rosa, o eu lírico contrapõe a riqueza de um sujeito (“Você tem palacete reluzente/ Tem joias e criados à vontade”) à origem obscura dos bens, revelando ironia ao afirmar, por exemplo, que “o seu dinheiro nas-ce de repente”. A denúncia do enriquecimento ilícito garante a atualidade do texto.

2. Alternativa bO eu lírico afirma que a preservação da herança cultural dos negros está assegurada, ainda que descendentes desejem apagá-la (“tentarão apa-gar a tua cor!” 3 “não apagarão de suas almas, a tua alma, negro!”). A cultura ancestral, mar-cada pelo sofrimento e apresentada na imagem do blues, sobrepõe-se à apatia da civilização branca.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 15 27/02/14 17:38

16

C7-H24

3. (Enem)

Até quando?Não adianta olhar pro céu

Com muita fé e pouca luta

Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer

E muita greve, você pode, você deve, pode crer

Não adianta olhar pro chão

Virar a cara pra não ver

Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus

Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!

GabRieL, o PensadoR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo). Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).

As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto

a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.

b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.

c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.

d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.

e) originalidade, pela concisão da linguagem.

C6-H18

4. (Enem)

Manta que costura causos e histórias no seio de uma família serve de metáfora da memória em obra escrita por autora portuguesa

O que poderia valer mais do que a manta para aquela família? Quadros de pintores famosos? Joias de rainha? Palácios? Uma manta feita de centenas de retalhos de roupas velhas aquecia os pés das crianças e a memória da avó, que a cada quadrado apontado por seus netos resgatava de suas lembranças uma história. Histórias fantasiosas como a do vestido com um bolso que abriga-va um gnomo comedor de biscoitos; histórias de traqui-nagem como a do calção transformado em farrapos no dia em que o menino, que gostava de andar de bicicleta de olhos fechados, quebrou o braço; histórias de sauda-des, como o avental que carregou uma carta por mais de um mês... Muitas histórias formavam aquela manta. Os protagonistas eram pessoas da família, um tio, uma tia, o avô, a bisavó, ela mesma, os antigos donos das roupas.

3. Alternativa da) ERRADA – Embora a letra apresente caráter atual, não são identificados termos específicos da linguagem utilizada na internet.b) ERRADA – Há caráter apelativo, pela exorta-ção ao leitor para tomar certas atitudes, mas esta não se expressa, predominantemente, por meio de metáforas. c) ERRADA – Ainda que algumas expressões possam ser consideradas gírias, como “pode crer” e “se liga aí”, não se pode afirmar que existe um tom de diálogo, já que o eu lírico pretende atuar sobre o leitor para convencê-lo de suas ideias.d) CERTA – A letra da música de Gabriel, o Pensador é marcada pela linguagem simples e por formas coloquiais de expressão, como exemplifica “pra fazer” ou “te botaram numa cruz”, que resultam em um texto de grande espontaneidade.e) ERRADA – O texto apresenta repetição de uma ideia central, por isso, não se pode falar em concisão.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 16 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

17

Um dia, a avó morreu, e as tias passaram a disputar a manta, todas a queriam, mais do que aos quadros, joias e palácios deixados por ela. Felizmente, as tias consegui-ram chegar a um acordo, e a manta passou a ficar cada mês na casa de uma delas. E os retalhos, à medida que iam se acabando, eram substituídos por outros retalhos, e novas e antigas histórias foram sendo incorporadas à manta mais valiosa do mundo.

Lasevicius, A. Língua Portuguesa, São Paulo, n. 76, 2012 (adaptado).

A autora descreve a importância da manta para aquela famí-lia, ao verbalizar que “novas e antigas histórias foram sendo incorporadas à manta mais valiosa do mundo”. Essa valori-zação evidencia-se pela

a) oposição entre os objetos de valor, como joias, palácios e quadros, e a velha manta.

b) descrição detalhada dos aspectos físicos da manta, como cor e tamanho dos retalhos.

c) valorização da manta como objeto de herança familiar disputado por todos.

d) comparação entre a manta que protege do frio e a manta que aquecia os pés das crianças.

e) correlação entre os retalhos da manta e as muitas histó-rias de tradição oral que os formavam.

C4-H14

5. (SM) Observe a imagem.

Gia

nluc

a C

urti/

Shu

tter

stoc

k

4. Alternativa eSegundo o texto, os vários retalhos que com-punham a manta representavam recordações das histórias de vida de vários membros de uma família, transmitidas aos membros mais jovens por narrativas orais dos mais velhos.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 17 27/02/14 17:38

18

A foto da página anterior registra a manifestação de uma im-portante expressão cultural brasileira que mistura arte mar-cial, esporte, cultura popular e música, e teve papel histórico de relevo na resistência dos escravos. Trata-se de

a) bumba meu boi

b) capoeira

c) frevo

d) maracatu

e) samba

C4-H12

6. (SM) Observe os grafites.

Figura 1 Figura 2

Os grafites acima foram criados por Banksy – artista de rua britânico de reputação internacional – em Bethlehem, Pales-tina. Assinale a alternativa correta sobre eles:

a) Ambos tecem crítica às manifestações que têm ocorrido em diversas cidades do mundo.

b) Os dois se opõem aos conflitos armados existentes no Afeganistão e na Síria.

c) As figuras 1 e 2 alcançam seu efeito artístico por meio da criação de cenas inusitadas que, ao surpreender o tran-seunte, podem levá-lo à reflexão.

d) Enquanto a primeira figura se volta para uma questão ti-picamente Palestina, a segunda se volta para uma temáti-ca universal.

e) A figura 2 é uma crítica à postura insensível de algumas crianças.

Jelle

vd

Wol

f/S

hutt

erst

ock

Jelle

vd

Wol

f/S

hutt

erst

ock

5. Alternativa bA imagem destaca a vestimenta típica, os ins-trumentos musicais (entre os quais, o berim-bau) e os movimentos típicos da capoeira, que também pode ser reconhecida na descrição apresentada no enunciado, que se refere à re-lação entre essa manifestação popular e a cul-tura africana.

6. Alternativa ca) ERRADA – Os dois grafites associam-se à ideia de pacifismo e não se referem direta-mente às manifestações.b) ERRADA – Nenhum dos grafites refere-se es-pecificamente a um conflito armado.c) CERTA – Ambas as figuras alcançam seu efeito artístico por meio de cenas não usuais, inesperadas. Ao se deparar com a figura 1, o observador é levado a questionar a natureza da ação de rebeldia e o porquê de se introdu-zir flores, elemento associado à beleza e à vi-da, no lugar de um explosivo, algo associado à destruição e à morte. Ao se deparar com a imagem de uma menina revistando um policial, o observador pode ser levado a questionar a natureza da repressão policial existente em di-versos lugares do mundo.d) ERRADA – Nenhuma das figuras se reporta a questões tipicamente palestinas.e) ERRADA – O segundo grafite não contém uma crítica às crianças. A inversão de papéis leva à reflexão sobre a atividade desempenha-da por policiais.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 18 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

19

C6-H18

7. (Enem)

A divaVamos ao teatro, Maria José?

Quem me dera,

desmanchei em rosca quinze kilos de farinha

tou podre. Outro dia a gente vamos

Falou meio triste, culpada,

e um pouco alegre por recusar com orgulho

TEATRO! Disse no espelho.

TEATRO! Mais alto, desgrenhada.

TEATRO! E os cacos voaram

sem nenhum aplauso.

Perfeita.

PRado, A. Oráculos de maio. São Paulo: Siciliano, 1999.

Os diferentes gêneros textuais desempenham funções sociais diversas reconhecidas pelo leitor com base em suas caracte-rísticas específicas, bem como na situação comunicativa em que ele é produzido. Assim, o texto A diva

a) narra um fato real vivido por Maria José.

b) surpreende o leitor pelo seu efeito poético.

c) relata uma experiência teatral profissional.

d) descreve uma ação típica de uma mulher sonhadora.

e) defende um ponto de vista relativo ao exercício teatral.

C5-H15

8. (Enem)

QuerôDELEGADO – Então desce ele. Vê o que arrancam des-

se sacana.

SARARÁ – Só que tem um porém. Ele é menor.

DELEGADO – Então vai com jeito. Depois a gente en-trega pro juiz.

(Luz apaga no delegado e acende no repórter, que se dirige ao público.)

REPÓRTER – E o Querô foi espremido, empilhado, es-magado de corpo e alma num cubículo imundo, com ou-tros meninos. Meninos todos espremidos, empilhados, esmagados de corpo e alma, alucinados pelos seus deses-

7. Alternativa ba) ERRADA – O poema constrói um contexto fictício, sem referência a uma experiência bio-gráfica de uma mulher.b) CERTA – "A diva" é um poema narrativo em que uma mulher comum imagina-se no lugar de uma artista de teatro (diva), imitando sua atuação dramática. Os recursos empregados na composição do texto buscam o estranha-mento pela contraposição entre um universo familiar, marcado pela linguagem popular (“tou podre”) e pelas ações cotidianas, e o universo grandioso do teatro, indicado pela impostação da voz e pelos gestos grandiloquentes. Com tais recursos, o poema constrói uma realidade psicológica intensa, surpreendendo o leitor por seu efeito poético.c) ERRADA – A personagem apenas imitou situa-ções típicas do teatro.d) ERRADA – Não se pode afirmar que exista um caráter típico na ação desempenhada.e) ERRADA – O poema não é argumentativo. A simulação de cena da personagem é um meio para explorar a dimensão psicológica de uma mulher.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 19 27/02/14 17:38

20

peros, cegados por muitas aflições. Muitos meninos, com seus desesperos e seus ódios, empilhados, espremidos, esmagados de corpo e alma no imundo cubículo do refor-matório. E foi lá que o Querô cresceu.

maRcos, P. Melhor teatro. São Paulo: Global, 2003 (fragmento).

No discurso do repórter, a repetição causa um efeito de sen-tido de intensificação, construindo a ideia de

a) opressão física e moral, que gera rancor nos meninos.

b) repressão policial e social, que gera apatia nos meninos.

c) polêmica judicial e midiática, que gera confusão entre os meninos.

d) concepção educacional e carcerária, que gera comoção nos meninos.

e) informação crítica e jornalística, que gera indignação en-tre os meninos.

C4-H13

9. (Enem)

Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática. Oriunda dos salões franceses, depois difundida por toda a Europa.

No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante a presença de um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as fi-gurações diversas que os dançadores desenvolvem. Ob-serva-se a constância das seguintes marcações: “Tour”, “En avant”, “Chez des dames”, Chez des cheveliê”, “Ces-tinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a chuva”, “Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc.

No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, o francês aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a música ao vivo, além do aspecto de competição, que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por ór-gãos de turismo.

cascudo, L. C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos, 1976.

As diversas formas de dança são demonstrações da di-versidade cultural do nosso país. Entre elas, a quadrilha é considerada uma dança folclórica por

8. Alternativa aO trecho da peça Querô, de Plínio Marcos, vol-ta sua atenção à violência da polícia e da so-ciedade no tratamento dos meninos aprisiona-dos. Ao repetir palavras e expressões, a fala do repórter intensifica a condição de humilha-ção dos garotos (“com seus desesperos e seus ódios”), sugerindo ser a geradora do rancor que ostentam.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 20 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

21

a) possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar uma nação ou região.

b) abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de uma mesma nação.

c) apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo, também, considerada dança-espetáculo.

d) necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem.

e) acontecer em salões e festas e ser influenciada por diver-sos gêneros musicais.

C4-H13

10. (SM) Zilda Cotrim, em O lúdico na obra de Abraham Palatnik, reflete sobre o movimento e o lúdico em obras de arte con-temporâneas. Ao tratar da sugestão de movimento na histó-ria da arte, a autora afirma que

As artes plásticas foram sempre consideradas artes es-paciais constituídas por objetos estáticos. Porém, em to-dos os tempos, a necessidade dos artistas de introduzirem o movimento na estética de seus trabalhos pode ser nota-da: nas pinturas de animais da pré-história, na arte grega, nas transformações pictóricas dos renascentistas ou nos efeitos de ilusão ótica nos azulejos das catedrais. A neces-sidade da introdução do movimento numa obra de arte pode estar relacionada com a busca de maior “vida” para aquilo que o artista propôs exprimir. Com o advento da arte moderna, muitos artistas apropriaram-se de inventos tecnológicos para alcançar seus objetivos estéticos: reló-gios, caixas de música, teclados, cinema e motores.

cotRim, Zilda Tereza. O lúdico na obra de Abraham Palatnik. São Paulo: Annablume, 2012. p. 37-38.

Segundo a autora, a inovação que artistas modernos impri-miram no tratamento dado ao movimento em suas obras foi

a) o modo de introduzi-lo, uma vez que já há sua presença desde as pinturas rupestres.

b) a iniciativa de introduzi-lo na estética de seus trabalhos.

c) o desprezo por ele e pelo lúdico como elementos artísti-cos ultrapassados, próprios de estéticas anteriores.

d) a negação da tecnologia como meio de criação, devido à degradação que foi consequência da primeira revolu-ção industrial.

e) o apreço por ele, embora o uso de recursos tecnológicos seja visto com desconfiança.

9. Alternativa bAs danças folclóricas revelam tradições e cos-tumes regionais. O texto evidencia essa natu-reza com o exemplo da quadrilha dançada no contexto urbano do Rio de Janeiro, que aban-dona elementos tradicionais, como as marca-ções em francês aportuguesadas, e inova em alguns aspectos, como nas figurações. O texto não se refere a uma origem vinculada ao âmbi-to religioso nem a aspectos referentes ao con-texto ou técnica de apresentação.

10. Alternativa aa) CERTA – A especificidade da arte moderna não é a sugestão de movimento que, segundo a autora, existe desde as pinturas rupestres, nas cavernas, e mantém-se na história da arte. Para ela, a especificidade está nos meios de que os artistas se servem, com a apropriação de inventos tecnológicos.b) ERRADA – A iniciativa de introduzir o movi-mento não é uma peculiaridade da arte mo-derna, uma vez que já se dava desde as pintu-ras de animais na pré-história.c) ERRADA – O texto trata da valorização do movimento, e não do desprezo dele.d) ERRADA – O texto aponta a incorporação de novas técnicas ao fazer artístico com o uso da tecnologia, e não sua negação.e) ERRADA – Não se menciona desconfiança com relação ao uso de recursos tecnológicos.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 21 27/02/14 17:38

22

C5-H15

11. (Enem)

Mesmo tendo a trajetória do movimento interrompi-da com a prisão de seus dois líderes, o tropicalismo não deixou de cumprir seu papel de vanguarda na música po-pular brasileira. A partir da década de 70 do século passa-do, em lugar do produto musical de exportação de nível internacional prometido pelos baianos com a “retomada da linha evolutória”, instituiu-se nos meios de comunica-ção e na indústria do lazer uma nova era musical.

tinhoRão, J. R. Pequena história da música popular: da modinha ao tropicalismo. São Paulo: Art, 1986 (adaptado).

A nova era musical mencionada no texto evidencia um gênero que incorporou a cultura de massa e se adequou à realidade brasilei-ra. Esse gênero está representado pela obra cujo trecho da letra é

a) A estrela d’alva / No céu desponta / E a lua anda tonta / Com tamanho esplendor. (As pastorinhas, Noel Rosa e João de Barro)

b) Hoje / Eu quero a rosa mais linda que houver / Quero a primeira estrela que vier / Para enfeitar a noite do meu bem. (A noite do meu bem, Dolores Duran)

c) No rancho fundo / Bem pra lá do fim do mundo / Onde a dor e a saudade / Contam coisas da cidade. (No rancho fundo, Ary Barroso e Lamartine Babo)

d) Baby Baby / Não adianta chamar / Quando alguém está perdi-do / Procurando se encontrar. (Ovelha negra, Rita Lee)

e) Pois há menos peixinhos a nadar no mar / Do que os beiji-nhos que eu darei / Na sua boca. (Chega de saudade, Tom Jobim e Vinicius de Moraes)

C4-H12

12. (Enem)

KuczynsKieGo, P. Ilustração, 2008. Disponível em: <http://capu.pl>. Acesso em: 3 ago. 2012.

Paw

el K

uczy

nski

11. Alternativa dO texto refere-se ao fim da Tropicália, com a prisão de seus líderes, e à importância que o movimento alcançou na cultura nacional. A canção que pode ser associada a ele é “Ovelha negra”, de Rita Lee. As demais são produções anteriores à década de 1970.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 22 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

23

O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para

a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.

b) estabelecer uma postura proativa da sociedade.

c) provocar a reflexão sobre essa realidade.

d) propor alternativas para solucionar esse problema.

e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.

C4-H12

13. (Enem)

(Tradução da placa: “Não me esqueçam quando eu for um nome importante.”)

nazaReth, P. Mercado de Artes / Mercado de Bananas. Miami Art Basel, EUA, 2011. Disponível em: <www.40forever.com.br>. Acesso em: 31 jul. 2012.

A contemporaneidade identificada na performance/instala-ção do artista mineiro Paulo Nazareth reside principalmente na forma como ele

a) resgata conhecidas referências do modernismo mineiro.

b) utiliza técnicas e suportes tradicionais na construção das formas.

c) articula questões de identidade, território e códigos de linguagens.

d) imita o papel das celebridades no mundo contemporâneo.

e) camufla o aspecto plástico e a composição visual de sua montagem.

Paul

o N

azar

eth/

Ace

rvo

do A

rtis

ta

12. Alternativa cNessa obra, Pawla Kuczynskiego procura pro-vocar a reflexão sobre o trabalho infantil e as diferenças socioeconômicas. Para isso, contra-põe a imagem de duas crianças, remetendo a dois universos: à esquerda, destaca a criança que trabalha, mostrando-a em situação de es-forço desproporcional; à direita, mostra a criança em situação lúdica. Como recurso, o artista se valeu do espelhamento: ambos os meninos seguram cordas que puxam veículos.

13. Alternativa ca) ERRADA – Não há referência ao Modernismo mineiro. O autor vale-se de signos originais na composição de seu trabalho.b) ERRADA – O fato de ser uma perfomance e o espaço cênico (uso de tabuleta supostamente improvisada, presença de um veículo cheia de bananas, etc.) evidenciam a recusa de supor-tes e técnicas artísticas tradicionais. c) CERTA – Ao se colocar ao lado de um veículo em que se vendem bananas – o “mercado de bananas” a que se refere o título da obra – e fazer referência, em sua tabuleta, ao valor do artista, Paulo Nazareth discute o papel do ar-tista e sua submissão ao mercado da arte, cujas práticas questiona.d) ERRADA – A ideia de glamour cerca as cele-bridades contemporâneas, destoando, portan-to, da imagem apresentada. e) ERRADA – Embora construindo um espaço cênico que imita o cotidiano de alguns grupos sociais, a obra revela intencionalidade na dis-posição de seus elementos com fins estéticos.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 23 27/02/14 17:38

24

C4-H12

14. (Enem)

Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediária entre si e o público a representa-ção. A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação. A peça teatral é, pois, uma composição literá-ria destinada à apresentação por atores em um palco, atuando e dialogando entre si. O texto dramático é complementado pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui uma estrutura específica, caracteriza-da: 1) pela presença de personagens que devem estar ligados com lógica uns aos outros e à ação; 2) pela ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens encadeadas à unidade do efeito e segundo uma ordem composta de exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que é o con-junto de circunstâncias físicas, sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua interpretação real por meio da representação.

coutinho, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973 (adaptado).

Considerando o texto e analisando os elementos que consti-tuem um espetáculo teatral, conclui-se quea) a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fe-

nômeno de ordem individual, pois não é possível sua con-cepção de forma coletiva.

b) o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebido e construído pelo cenógrafo de modo autônomo e inde-pendente do tema da peça e do trabalho interpretativo dos atores.

c) o texto cênico pode originar-se dos mais variados gêne-ros textuais, como contos, lendas, romances, poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, en-tre outros.

d) o corpo do ator na cena tem pouca importância na comu-nicação teatral, visto que o mais importante é a expressão verbal, base da comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até os dias atuais.

e) a iluminação e o som de um espetáculo cênico indepen-dem do processo de produção/recepção do espetáculo tea tral, já que se trata de linguagens artísticas diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral.

14. Alternativa ca) ERRADA – Nada no texto permite concluir que o espetáculo dramático resulta de uma ação individual. Ele envolve diversos profissio-nais, como autor (ou autores), atores, cenó-grafos, diretores, iluminadores, etc.b), e) ERRADAS – Em um espetáculo teatral, o cenário, bem como os recursos de iluminação e som, são fundamentais para criar a realidade a ser instaurada diante do público, por isso, devem dialogar intimamente entre si, com o tema da peça e com as ações interpretadas pelos atores. c) CERTA – Embora a informação apresentada não decorra da leitura do texto, pode-se con-cluir que a alternativa está certa, porque o texto teatral pode ter como base produções de outros gêneros.d) ERRADA – Nem o texto nem o conhecimento sobre o teatro permitem afirmar que a expres-são verbal suplanta a expressão do corpo do ator.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 24 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

25

C5-H16

15. (SM) Leia as duas primeiras estrofes de uma cantiga portu-guesa medieval, composta por Pero da Ponte em meados do século XIII.

Se eu pudesse desamara quem me sempre desamou, e pudess’ algum mal buscara quem me sempre mal buscou!Assim me vingaria eu, [se eu pudesse coita dar [a quem me sempre coita deu.

Mas se não posso eu enganarmeu coração, que m’enganou,por quanto me faz desejara quem me nunca desejou.E por isto não durmo eu, [porque não posso coita dar [a quem me sempre coita deu.

Disponível em: <http://pt.wikisource.org/wiki/Se_eu_podesse_desamar>. Acesso em: 10 nov. 2013 (adaptado).

Sobre as estrofes acima, assinale a alternativa correta:

a) As duas estrofes são idênticas, pelo número de versos, às duas estrofes iniciais dos sonetos.

b) Seu tema é a coita de amor, ou seja, o sofrimento amoroso causado por um amor não correspondido.

c) As duas estrofes são parte de uma cantiga de escárnio, uma vez que o sentimento de vingança transforma o con-junto em uma sátira.

d) As estrofes pertencem a uma cantiga de maldizer, apesar da ausência da linguagem obscena, típica dessas cantigas.

e) O eu lírico explicitamente feminino se dirige ao amigo para convencê-lo a retornar.

C5-H15

16. (Enem) O Arlequim, o Pierrô, a Brighella ou a Colombina são personagens típicos de grupos teatrais da Commedia dell’art, que, há anos, encontram-se presentes em marchi-nhas e fantasias de carnaval. Esses grupos teatrais seguiam, de cidade em cidade, com faces e disfarces, fazendo suas críticas, declarando seu amor por todas as belas jovens e,

15. Alternativa ba) ERRADA – As duas estrofes iniciais do sone-to são quartetos (estrofes de quatro versos) e não septilhas, como aparece nessa canção.b) CERTA – O tema da cantiga, com presença marcante nas duas estrofes apresentadas, é o da “coita amorosa” (sofrimento amoroso), central nas cantigas de amor. Embora um co-nhecimento anterior da escola literária facili-tasse seu reconhecimento, o próprio texto contém elementos que explicitam a problemá-tica do amor não correspondido: “não posso eu enganar/ meu coração, que m’enganou,/ por quanto me faz desejar/ a quem me nunca desejou”.c) ERRADA – As estrofes não possuem uma das principais características de uma cantiga de escárnio: “a intenção ofensiva”. Embora o eu lírico cogite “coita dar” a quem sempre “coita deu”, ele revela sua completa incapacidade de vencer o sentimento amoroso, o que o impede de tomar qualquer atitude de vingança.d) ERRADA – As estrofes não podem ser canti-gas de maldizer porque não contam com “a in-tenção ofensiva” comum também às cantigas de escárnio. Além disso, também não contam com a linguagem de caráter obsceno, típico dessas cantigas.e) ERRADA – Nada nos versos indica a existên-cia específica de um eu lírico feminino.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 25 27/02/14 17:38

26

ao final da apresentação, despediam-se do público com mú-sicas e poesias. A intenção desses atores era expressar sua mensagem voltada para a

a) crença na dignidade do clero e na divisão entre o mundo real e o espiritual.

b) ideologia de luta social que coloca o homem no centro do processo histórico.

c) crença na espiritualidade e na busca incansável pela jus-tiça social dos feudos.

d) ideia de anarquia expressa pelos trovadores iluministas do início do século XVI.

e) ideologia humanista com cenas centradas no homem, na mulher e no cotidiano.

C5-H15

17. (SM) Na estrofe abaixo, que conclui o Auto da barca do In-ferno, de Gil Vicente, o Anjo se dirige a quatro cavaleiros da Ordem de Cristo.

ANJO: Ó cavaleiros de Deus,

A vós estou esperando;

Que morrestes pelejando

Por Cristo, Senhor dos céus.

Sois livres de todo o mal,

Santos por certo sem falha;

Que quem morre em tal batalha

Merece paz eternal.

vicente, Gil. Obras. Porto: Lello & Irmão, 1965. p. 247.

Da leitura do texto acima, depreende-se que são prestigia-dos valores

a) ateus, já que a religiosidade é algo secundário, sem ter valor efetivo para a personagem.

b) cristãos, como se evidencia nos versos “Que morrestes pelejando/ Por Cristo, Senhor dos céus”.

c) judaicos, como fica evidente quando o anjo afirma “Ó ca-valeiros de Deus,/ A vós estou esperando”.

d) islâmicos, embora a passagem seja uma defesa do cris-tianismo.

e) budistas, expressos na ideia de paz eterna, mencionada no último verso.

16. Alternativa eA Commedia dell’art desenvolveu-se a partir do século XV, no período do Humanismo, quan-do o modo de pensamento medieval, de cunho teocêntrico, cedia espaço ao pensamento re-nascentista, de cunho antropocêntrico. Em ce-nas improvisadas, os atores representavam si-tuações comuns, como cenas de ciúmes ou adultério, ou diálogos que evidenciavam as manias próprias do povo da região.

17. Alternativa ba) ERRADA – A religiosidade cumpre papel fun-damental na peça como um todo e na estrofe em particular. Isso fica evidente, no conjunto da peça, pela relação que anjo e diabo estabe-lecem com as personagens, e na estrofe apre-sentada, pelo elogio do anjo aos cavaleiros da Ordem de Cristo.b) CERTA – A estrofe citada explicita o quanto o teatro de Gil Vicente incorpora e defende va-lores cristãos. Nela, o anjo considera livres de “todo o mal” e “sem falha” cavaleiros da Ordem de Cristo, que morreram em defesa do cristianismo. c), d), e) ERRADAS – A estrofe e o auto como um todo defendem valores do cristianismo, e não do judaísmo, do islamismo ou do budismo.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 26 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

27

C7-H22

18. (Enem)

LXXVIII (Camões, 1525?-1580)Leda serenidade deleitosa,

Que representa em terra um paraíso;

Entre rubis e perlas doce riso;

Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa;

Presença moderada e graciosa,

Onde ensinando estão despejo e siso

Que se pode por arte e por aviso,

Como por natureza, ser fermosa;

Fala de quem a morte e a vida pende,

Rara, suave; enfim, Senhora, vossa;

Repouso nela alegre e comedido:

Estas as armas são com que me rende

E me cativa Amor; mas não que possa

Despojar-me da glória de rendido.

camões, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.

sanzio, R. (1483-1520). A mulher com o unicórnio. Roma, Galleria Borghese. Disponível em: <www.arquipelagos.pt>. Acesso em: 29 fev. 2012.

San

zio,

R. (

1483

-152

0), A

Mul

her

com

o U

nicó

rnio

. Rom

a, G

alle

ria B

orgh

ese

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 27 27/02/14 17:38

28

A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas lingua-gens artísticas diferentes, participaram do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos

a) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos usados no poema.

b) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pes-soal e na variação de atitudes da mulher, evidenciadas pelos adjetivos do poema.

c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema.

d) desprezarem o conceito medieval da idealização da mu-lher como base da produção artística, evidenciado pelos adjetivos usados no poema.

e) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, evidenciados pela ex-pressão da moça e pelos adjetivos do poema.

C7-H22

19. (Enem)

ecKhout, A. Índio Tapuia (1610-1666). Disponível em: <http://www.diaadia.pr.gov.br>. Acesso em: 9 jul. 2009.

18. Alternativa ca) ERRADA – Não se pode atribuir realismo à pintura de um animal mitológico nem a uma descrição que supervaloriza a beleza da amada.b) ERRADA – Os enfeites mencionados devem ser entendidos metaforicamente. Os rubis e as perlas (“pérolas”) remetem aos lábios e den-tes, e o ouro, aos cabelos que caem sobre a pele rosada. c) CERTA – O eu lírico destaca a serenidade da personagem, caracterizada pela “serenidade deleitosa” e pela “presença moderada e gra-ciosa”, enquanto o quadro destaca o equilíbrio e a proporcionalidade, que se estendem da postura da moça para o espaço ao fundo.d) ERRADA – Mantém-se a idealização da mu-lher, embora a postura assumida pelo eu lírico seja diversa: substitui-se a coita de amor pelo discurso contido de exaltação das virtudes. e) ERRADA – Tanto o poema quanto a expres-são revelam serenidade e não tumulto interior.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 28 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

29

A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos.

Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto.

caminha, P. V. A carta. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 12 ago. 2009.

Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de Caminha, conclui-se que

a) ambos se identificam pelas características estéticas mar-cantes, como tristeza e melancolia, do movimento român-tico das artes plásticas.

b) o artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto, representan-do-o de maneira realista, ao passo que o texto é apenas fantasioso.

c) a pintura e o texto têm uma característica em comum, que é representar o habitante das terras que sofreriam proces-so colonizador.

d) o texto e a pintura são baseados no contraste entre a cul-tura europeia e a cultura indígena.

e) há forte direcionamento religioso no texto e na pintura, uma vez que o índio representado é objeto da catequiza-ção jesuítica.

C7-H22

20. (Enem)

Texto I

Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos tão bem-dispos-tos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.

castRo, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).

19. Alternativa ca) ERRADA – Os textos não apresentam traços que possam ser associados à melancolia ou à tristeza; apresentam uma descrição física dos indígenas. Além disso, são anteriores ao período do Romantismo.b) ERRADA – Ambos os textos procuram ser fieis aos objetos retratados; não se pode atri-buir caráter “fantasioso” ao segundo.c) CERTA – Tanto a pintura quanto o texto es-tão representando a figura do indígena que ocupava as terras que seriam colonizadas pe-los europeus.d) ERRADA – Ao expor a nudez como “vergo-nha”, o texto de Caminha revela uma avaliação de comportamento que evidencia contraste entre a cultura europeia e a indígena. Isso, contudo, não pode ser visto na pintura de Eckhout.e) ERRADA – A questão religiosa não pode ser observada nos textos em análise.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 29 27/02/14 17:38

30

Texto II

PoRtinaRi, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 3 169 cm. Disponível em: <www.portinari.org.br>. Acesso em: 12 jun. 2013.

Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a che-gada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, cons-tata-se que

a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária.

b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma lin-guagem moderna.

c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.

d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes – verbal e não verbal –, cumprem a mesma função so-cial e artística.

e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de gru-pos étnicos diferentes, produzidas em um mesmo momen-tos histórico, retratando a colonização.

Rep

rodu

ção

auto

rizad

a po

r Jo

ão C

andi

do P

ortin

ari/R

evis

ta O

Cru

zeiro

.

20. Alternativa ca) ERRADA – Ainda que tenha certo valor esté-tico, a carta de Caminha tem por objetivo cen-tral o relato da descoberta das novas terras e a transmissão de informações sobre a nature-za e o povo que a habitavam.b) ERRADA – Portinari foi um dos principais ar-tistas do Modernismo, propondo uma arte que desafiava a tradição acadêmica.c) CERTA – A carta de Caminha destaca a visão otimista do colonizador, evidenciada, por exemplo, na informação de que trocaram suas armas por outros objetos, revelando, portanto, a aceitação da chegada dos portugueses; já a pintura de Portinari revela a inquietação dos indígenas diante dos desconhecidos.d) ERRADA – Há divergência do ponto de vista social e artístico. A carta de Caminha tem o objetivo de informar sobre a nova terra; sua qualidade estética não decorreu de seu objeti-vo principal. A pintura de Portinari apresenta uma releitura crítica da história do Brasil e pri-vilegia recursos estéticos de construção.e) ERRADA – As obras foram, obviamente, pro-duzidas em tempos históricos diferentes: a carta foi escrita no início do século XVI e a pintura produzida no século XX.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 30 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

31

C4-H12

21. (Enem)

baRdi, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.

Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte influên-cia do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadi-nho. Profundamente religiosa, sua obra revela

a) liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação.

b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de Minas Gerais.

c) simplicidade, demonstrando compromisso com a contem-plação do divino.

d) personalidade, modelando uma imagem sacra com fei-ções populares.

e) singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.

Rub

ens

Cha

ves/

Puls

ar Im

agen

s

21. Alternativa dAs obras de Aleijadinho são marcadas por for-te apelo religioso e seguem a tradição da es-cultura sacra europeia, contudo, o escultor apresentava como singularidade as feições de suas esculturas, modeladas com base no as-pecto das pessoas do povo.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 31 27/02/14 17:38

32

C5-H15

22. (SM) O nacionalismo é um importante elemento da literatu-ra romântica. Nas alternativas abaixo, há estrofes de famo-sos poetas românticos brasileiros. Assinale aquela em que é mais evidente a presença de valores nacionalistas:

a) Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores.

(Gonçalves Dias)

b) Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria,

Se eu morresse amanhã!

(Álvares de Azevedo)

c) Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais!

(Casimiro de Abreu)

d) Não, não é louco. O espírito somente É que quebrou-lhe um elo da matéria. Pensa melhor que vós, pensa mais livre, Aproxima-se mais à essência etérea.

(Junqueira Freire)

e) Era um sonho dantesco... O tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho,

Em sangue a se banhar.

Tinir de ferros... estalar do açoite... Legiões de homens negros como a noite,

Horrendos a dançar...

(Castro Alves)

22. Alternativa aa) CORRETA – A estrofe de Gonçalves Dias, extraída da "Canção do exílio", apresenta valo-res nacionalistas, como se percebe por meio da valorização dos elementos naturais nacionais: “Nosso céu tem mais estrelas,/ Nossas várzeas têm mais flores,/ Nossos bosques têm mais vida” (partes desses versos foram incluídos na letra do Hino Nacional). Sobre as demais alternativas:b) ERRADA – Os versos de Álvares de Azevedo são exemplos do ultrarromantismo, típico da segunda geração romântica.c) ERRADA – Os versos de Casimiro de Abreu têm como tema o saudosismo com relação à infância.d) ERRADA – Os versos de Junqueira Freire têm como tema a loucura.e) ERRADA – Os versos de Castro Alves são crí-ticos à escravidão e tratam do navio negreiro.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 32 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

33

C5-H16

23. (Enem)

Capítulo IIIUm criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, en-

quanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os me-tais que amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que era matéria de preço, e assim se explica este par de figuras que aqui está na sala: um Mefis-tófeles e um Fausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a bandeja, – primor de argentaria, execução fina e acabada. O criado esperava teso e sério. Era espanhol; e não foi sem resistência que Rubião o aceitou das mãos de Cristiano; por mais que lhe dissesse que estava acostumado aos seus crioulos de Minas, e não queria línguas estrangeiras em casa, o amigo Palha insistiu, demonstrando-lhe a necessi-dade de ter criados brancos. Rubião cedeu com pena. O seu bom pajem, que ele queria por na sala, como um pedaço da província, nem o pode deixar na cozinha, onde reinava um francês, Jean; foi degradado a outros serviços.

machado de assis. Quincas Borba. In: Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993. v. 1 (fragmento).

Quincas Borba situa-se entre as obras-primas do autor e da lite-ratura brasileira. No fragmento apresentado, a peculiaridade do texto que garante a universalização de sua abordagem reside

a) no conflito entre o passado pobre e o presente rico, que simboliza o triunfo da aparência sobre a essência.

b) no sentimento de nostalgia do passado devido à substitui-ção da mão de obra escrava pela dos imigrantes.

c) na referência a Fausto e Mefistófeles, que representam o desejo de eternização de Rubião.

d) na admiração dos metais por parte de Rubião, que meta-foricamente representam a durabilidade dos bens produ-zidos pelo trabalho.

e) na resistência de Rubião aos criados estrangeiros, que re-produz o sentimento de xenofobia.

C5-H15

24. (Enem)

Quincas Borba mal podia encobrir a satisfação do triunfo. Tinha uma asa de frango no prato, e trincava-a com filosófica serenidade. Eu fiz-lhe ainda algumas

23. Alternativa aa) CERTA – No trecho, Quincas Borba, por influência de Cristiano Palha, é levado a se afastar de sua origem provinciana para corres-ponder à imagem que se espera de alguém que alcançou uma posição social elevada. Esse é um dos aspectos que garante a universaliza-ção da abordagem no romance Quincas Borba. b) ERRADA – A nostalgia do passado não deri-va, propriamente, da mudança da mão de obra. Esta aparece como um dos elementos que re-metem ao passado provinciano de que Rubião sente saudades.c) ERRADA – As figuras de Fausto e Mefistófeles não estão apresentadas em seu valor simbólico; aparecem como objetos feitos em bronze, que atestam a riqueza de Rubião aos que frequentam sua residência.d) ERRADA – Rubião não admira os metais por sua durabilidade ou referência ao trabalho; a preferência pela bandeja de prata mostra o gosto pela execução artesanal.e) ERRADA – Rubião não apresenta xenofobia; sua preferência por criados nacionais atrela--se às lembranças de um passado familiar na província, o qual é obrigado a abandonar para inserir-se no grupo dos homens ricos do cen-tro do país.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 33 27/02/14 17:38

34

objeções, mas tão frouxas, que ele não gastou muito tem-po em destruí-las.

— Para entender bem o meu sistema, concluiu ele, im-porta não esquecer nunca o princípio universal, repartido e resumido em cada homem. Olha: a guerra, que parece uma calamidade, é uma operação conveniente, como se dissésse-mos o estalar dos dedos de Humanitas; a fome (e ele chupava filosoficamente a asa do frango), a fome é uma prova a que a Humanitas submete a própria víscera. Mas eu não quero outro documento da sublimidade do meu sistema, senão este mesmo frango. Nutriu-se de milho, que foi plantado por um africano, suponhamos, importado de Angola. Nas-ceu esse africano, cresceu, foi vendido; um navio o trouxe, um navio construído de madeira cortada no mato por dez ou doze homens, levado por velas, que oito ou dez homens teceram, sem contar a cordoalha e outras partes do aparelho náutico. Assim, este frango, que eu almocei agora mesmo, é o resultado de uma multidão de esforços e lutas, executadas com o único fim de dar mate ao meu apetite.

machado de assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Civilização Brasiliense, 1975.

A filosofia de Quincas Borba — a Humanitas — contém prin-cípios que, conforme a explanação do personagem, conside-ram a cooperação entre as pessoas uma forma de

a) lutar pelo bem da coletividade.

b) atender a interesses pessoais.

c) erradicar a desigualdade social.

d) minimizar as diferenças individuais.

e) estabelecer vínculos sociais profundos.

C5-H15

25. (SM) No texto abaixo, crônica publicada dias após a abolição da escravidão, em 1888, Machado inventa um narrador hipo-tético, que teria se antecipado ao 13 de maio, libertando seu escravo antes da emancipação geral.

[...] toda a história desta lei de 13 de maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, [...] tratei de alforriar um molecote que tinha, pessoa dos seus dezoito anos, mais ou menos. [...] chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza:

— Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que...

24. Alternativa bPara explicar a Brás Cubas a filosofia da Humanitas, Quincas Borba valeu-se do caso do frango, que pôde consumir graças a um processo de produção que envolveu o esforço e mesmo o sofrimento de inúmeras pessoas. Essa exposição evidencia que os princípios da Humanitas mos-tram a cooperação como um processo que visa atender a interesses pessoais.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 34 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

35

— Oh! meu senhô! fico.— ... Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. [...]— Artura não qué dizê nada, não, senhô...— Pequeno ordenado, repito, uns seis mil-réis,* mas

é de grão em grão que a galinha enche o papo. Tu vales muito mais que uma galinha.

— Eu vaio um galo, sim, senhô.Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que

lhe dei no dia seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. [...] Tudo compreendeu meu bom Pancrácio; daí para cá, tenho-lhe despedido alguns pon-tapés, um ou outro puxão de orelhas, e chamo-lhe besta quando lhe não chamo filho do diabo [...]

* segundo nota de John Gledson, esse valor correspon-dia ao preço de duas camisas.

machado de assis. Bons dias! & notas semanais. São Paulo: Globo, 1997. p. 12-13 (Obras Completas).

Machado retrata a abolição como um processo quea) havia sido concluído com êxito, pois os ex-escravos es-

tavam efetivamente livres das coações sofridas anterior-mente.

b) poderia não alterar completamente a situação dos ex- -escravos.

c) tornava os trabalhadores ainda mais indolentes do que o habitual.

d) privou de mão de obra os proprietários.e) estimulava o crescimento da violência sofrida pelos tra-

balhadores.

C7-H22

26. (SM) Leia o texto.

De noite fui ao teatro. Representava-se justamente  Otelo, que eu não vira nem lera nunca; sabia apenas o as-sunto, e estimei a coincidência. Vi as grandes raivas do mouro, por causa de um lenço – um simples lenço! –, e aqui dou matéria à meditação dos psicólogos deste e de outros continentes, pois não me pude furtar à observação de que um lenço bastou a acender os ciúmes de Otelo e compor a mais sublime tragédia deste mundo. Os lenços perderam--se, hoje são precisos os próprios lençóis; alguma vez nem lençóis há, e valem só as camisas. Tais eram as ideias que me iam passando pela cabeça, vagas e turvas, à medida que o mouro rolava convulso, e Iago destilava a sua calúnia.

25. Alternativa ba) ERRADA – A crônica de Machado não focali-za o êxito da abolição, mas sim a continuidade das condições de vida dos negros.b) CERTA – A crônica aponta que, para Machado, a abolição poderia não significar uma ampla e imediata mudança na vida dos trabalhadores. O texto apresenta um elemento de continuidade, a permanência da violência física e a manutenção dos trabalhadores em condições precárias de existência, dada a re-muneração muito baixa.c) ERRADA – Não há base para afirmar que Pancrácio trabalhara com menos vontade do que antes ou que fosse preguiçoso antes.d) ERRADA – Pancrácio permanece servindo ao narrador, ou seja, a crônica não menciona a falta de mão de obra.e) ERRADA – Ainda que o trecho da crônica não mencione o uso da violência antes da li-bertação de Pancrácio, sabe-se que essa era uma prática comum, que, segundo a crônica, permanece a despeito da abolição.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 35 27/02/14 17:38

36

[...] O último ato mostrou-me que não eu, mas Capitu devia morrer. Ouvi as súplicas de Desdêmona, as suas palavras amorosas e puras, e a fúria do mouro, e a morte que este lhe deu entre aplausos frenéticos do público.

— E era inocente — vinha eu dizendo rua abaixo –; que faria o público, se ela deveras fosse culpada, tão cul-pada como Capitu?

machado de assis. Dom Casmurro. São Paulo: Ática, 2006. p. 170-171 (Série Bom Livro).

No trecho acima, do romance Dom Casmurro, Machado de Assis estabelece intertextualidade com a tragédia Otelo, de William Shakespeare. Releia o trecho e assinale a alternativa que aponta um dos elementos comuns às obras de Shakespeare e Machado:

a) as duas obras apresentam adultérios cometidos com a co-nivência da sociedade, que ajuda o casal adúltero a man-ter ocultos seus encontros.

b) ambos os protagonistas, Otelo e Bento Santiago, conside-ram-se vítimas de adultério.

c) nas duas narrativas, um lenço, perdido por acaso pelas heroínas, desempenha papel fundamental para a precipi-tação do desfecho.

d) Iago e Pádua desempenham, nas respectivas obras, o pa-pel de maledicentes que despertam o ciúme de seus amos.

e) as protagonistas da história, Capitu e Desdêmona, traíram seus maridos, no entanto, não podemos considerar que as punições são justas, já que elas têm o direito de amar quem bem entendem.

C5-H16

27. (Enem)

Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se con-centrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cava-quinho de Porfiro, acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E segui-ram-se outras notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soa-vam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torren-te, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; eram ais convulsos, chorados em frenesi de

26. Alternativa ba) ERRADA – Em Otelo, não ocorre adultério; em Dom Casmurro, há um grande debate sobre a ocorrência ou não do adultério. De qualquer forma, não há, no romance, nenhuma conivên-cia social.b) CERTA – É possível inferir que tanto Otelo quanto Bento Santiago consideram-se vítimas de adultério. Segundo o texto, Otelo assassina Desdêmona por ciúme, embora ela fosse ino-cente, ou seja, Otelo é movido pela suspeita de que fora traído. Bento também se julga traído, uma vez que, para ele, a diferença entre Desdêmona e Capitu é que Capitu efetivamen-te havia cometido adultério.c) ERRADA – Só um lenço desempenha papel importante na peça de Shakespeare.d) ERRADA – Iago desempenha papel de male-dicente que desperta o ciúme de Otelo, mas Pádua, que é pai de Capitu, não cumpre papel semelhante.e) ERRADA – Desdêmona não traiu Otelo, o que é possível perceber lendo o trecho de Machado. Sobre Capitu, a tendência mais forte na contemporaneidade é a dúvida com relação à ocorrência do adultério.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 36 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

37

amor: música feita de beijos e soluços gostosos; carícia de fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo.

azevedo, A. O cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento).

No romance O cortiço (1890), de Aluízio Azevedo, as perso-nagens são observadas como elementos coletivos caracteri-zados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre brasileiros e portu-gueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois

a) destaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas.

b) exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do português inexpressivo.

c) mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português.

d) destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tristeza dos portugueses.

e) atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instru-mentos musicais.

C5-H16

28. (Enem)

Cárcere das almasAh! Toda a alma num cárcere anda presa,

Soluçando nas trevas, entre as grades

Do calabouço olhando imensidades,

Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza

Quando a alma entre grilhões as liberdades

Sonha e, sonhando, as imortalidades

Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas

Nas prisões colossais e abandonadas,

Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,

que chaveiro do Céu possui as chaves

para abrir-vos as portas do Mistério?!

cRuz e sousa, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura/Fundação Banco do Brasil, 1993.

27. Alternativa ca) ERRADA – A referência aos dois músicos não é suficiente para revelar o confronto entre os grupos.b) ERRADA – Não há referência aos cenários do Brasil e de Portugal.c) CERTA – O trecho opõe o fado português e o chorado baiano: enquanto aquele é nostálgico e harmonioso, tendendo a entristecer os ou-vintes, este é sensual. Tanto portugueses quanto brasileiros são envolvidos pela música crioula, abandonando a música estrangeira.d) ERRADA – A tristeza dos portugueses tem como elemento de contraposição a sensualida-de brasileira e não o sentimentalismo.e) ERRADA – Não há referência ao uso dos ins-trumentos pelos portugueses, logo, não se po-de identificar uma comparação.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 37 27/02/14 17:38

38

Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema Cárcere das almas de Cruz e Sousa, são

a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos.

b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista.

c) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais.

d) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade so-cial expressa em imagens poéticas inovadoras.

e) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano.

C5-H16

29. (Enem)

Mal secretoSe a cólera que espuma, a dor que mora

N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,

Tudo o que punge, tudo o que devora

O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse, o espírito que chora,

Ver através da máscara da face,

Quanta gente, talvez, que inveja agora

Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo

Guarda um atroz, recôndito inimigo,

Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,

Cuja ventura única consiste

Em parecer aos outros venturosa!

coRReia, R. In: PatRiota, M. Para compreender Raimundo Correia. Brasília: Alhambra, 1995.

Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e ra-cionalidade na condução temática, o soneto de Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Na concepção do eu lírico, esse julgamento revela que

28. Alternativa ca) ERRADA – Ao contrário do que afirma a al-ternativa, o poema vale-se de linguagem sofis-ticada e ambígua, típica do Simbolismo. b) ERRADA – O tema do poema é a morte como possibilidade de libertação da alma, e não o nacionalismo expresso em tom intimista.c) CERTA – A forma de soneto, com versos de-cassílabos e rimas regulares, confirma a refe-rência ao refinamento estético. A universalida-de do tema é provada pela alusão ao desejo de libertação do mundo material e ascensão ao plano dos espíritos.d) ERRADA – Não há qualquer referência à rea-lidade social do período; o incômodo do eu líri-co com o plano material não está circunscrito a situações do contexto histórico em que se insere.e) ERRADA – O tema da morte com a espiritua-lização não pode ser considerado cotidiano. Além disso, o poema organiza-se em forma fi-xa (soneto), com métrica regular (versos de-cassílabos) e rígido esquema de rimas.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 38 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

39

a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada.

b) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando com-partilhado por um grupo social.

c) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças neutraliza o sentimento de inveja.

d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar--se do próximo.

e) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício no-civo ao convívio social.

C5-H15

30. (Enem)

Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absor-via e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fos-sem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das coisas do tupi, do folk-lore, das suas tentativas agríco-las... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!

O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricul-tura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decep-ções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisionei-ros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decep-ção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções.

A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete.

baRReto, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 8 nov. 2011.

O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911. No fragmento destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas patrió-ticas evidencia que

a) a dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país.

29. Alternativa aa) CERTA – O eu lírico afirma que os indivíduos ocultam seu sofrimento e vestem uma másca-ra para se apresentar socialmente. Muitos se esforçam para aparentar felicidade, tendo por objetivo único construir uma imagem de su-cesso diante do outro, como sugere a estrofe final.b) ERRADA – O eu lírico acusa os homens de dissimularem suas dores, ocultando-as do gru-po social, incapaz de se solidarizar com uma condição individual de vulnerabilidade.c), d) ERRADAS – Segundo o poema, os indiví-duos preocupam-se em construir uma imagem de felicidade perante o grupo social, não mos-trando nenhuma disposição para um convívio mais verdadeiro ou solidário.e) ERRADA – O texto não fala em “transfigura-ção” (“transformação”), mas em “dissimula-ção”. Esta tem sido colocada como regra que permite o convívio social.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 39 27/02/14 17:38

40

b) a curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de prosperidade e democracia que o personagem encontra no contexto republicano.

c) a construção de uma pátria a partir de elementos míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica.

d) a propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção e desistência de Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em seu gabinete.

e) a certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola in-condicional faz parte de um projeto ideológico salvacio-nista, tal como foi difundido na época do autor.

C5-H16

31. (SM) Leia o poema abaixo, de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa.

O Universo não é uma ideia minha.

A minha ideia do Universo é que é uma ideia minha.

A noite não anoitece pelos meus olhos,

A minha ideia da noite é que anoitece pelos meus olhos.

Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos

A noite anoitece concretamente

E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso.

caeiRo, Alberto. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2001. p. 238.

No poema acima, de reflexão aparentada à filosofia, o eu lí-rico propõe que

a) toda a realidade é uma construção subjetiva, sem o “eu” não haveria realidade.

b) não existe realidade, existe somente uma construção in-dividual que tratamos como realidade, como se eviden-cia no verso: “A minha ideia da noite é que anoitece pelos meus olhos”.

c) em versos como “A noite anoitece”, subjaz a mensagem de que os seres humanos são impotentes diante da reali-dade, uma vez que são capazes de intervir efetivamente.

d) os elementos da natureza exteriores ao homem consti-tuem a única realidade de fato.

e) existe um mundo concreto, independente de considera-ções subjetivas e individuais a respeito dele.

30. Alternativa c a) ERRADA – Policarpo, próximo do final da vi-da, repensa sua trajetória e percebe que seus estudos foram inúteis e que impossibilitaram uma visão real do Brasil e de seu povo.b) ERRADA – A obra de Lima Barreto critica o contexto republicano pela ausência de demo-cracia; Policarpo Quaresma conclui que a pá-tria que imaginara se converteu em um “fan-tasma no silêncio do seu quarto”. c) CERTA – Policarpo Quaresma, no final de sua vida, passa a considerar como inutilidades os ideais que defendeu em nome de construir um Brasil melhor: o uso do tupi como forma de resgatar a real identidade brasileira; o esforço para a produção agrícola em terras menos fér-teis do que se alardeava; e a crença na cordia-lidade do brasileiro, contrariada pela observa-ção dos homens nas revoltas do período.d) ERRADA – Policarpo enfrentou as zombarias dos colegas quando se dispôs a seguir a cultu-ra indígena, mas isso não o levou a se resguar-dar em um gabinete. Ao longo da vida, procu-rou efetivar outras ações para beneficiar o Brasil e, no final dela, foi preso por ter sido considerado um traidor da pátria. e) ERRADA – O romance destaca a dificuldade em cultivar terras que não eram “ferazes” (“férteis”, “fecundas”).

31. Alternativa ea) ERRADA – A afirmação contradiz o poema, uma vez que subordina a existência da realida-de ao eu.b) ERRADA – A afirmação contradiz o poema porque nega a existência da realidade.c) ERRADA – O eu lírico sugere que a realidade independe dele, como indica o verso “A noite não anoitece pelos meus olhos”, mas não dis-cute a questão da potência ou impotência para interferir na ordem das coisas. Além disso, a afirmação apresenta incoerência devido ao uso inadequado da relação lógica, marcada pela expressão de causa “uma vez que”. d) ERRADA – O poema afirma que a realidade não é uma construção subjetiva, sem negar que as individualidades humanas façam parte da realidade.e) CERTA – Um dos elementos centrais do con-teúdo do poema está em demonstrar, por meio de um conjunto de imagens, o princípio geral de que “O Universo não é uma ideia minha”, ou seja, não é uma ideia do eu lírico. O Universo existe independentemente, o que não impede o eu lírico de criar uma ideia do Universo: “A minha ideia do Universo é que é uma ideia minha”. Daí a resposta ser a alter-nativa que afirma a existência de um mundo concreto, independente de considerações sub-jetivas e individuais.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 40 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

41

C4-H13

32. (Enem)

Picasso, P. Les demoiselles d’Avignon. Nova York, 1907.

O quadro Les demoiselles d’Avignon (1907), de Pablo Picasso, repre-senta o rompimento com a estética clássica e a revolução da arte no início do século XX. Essa nova tendência se caracteriza pela

a) pintura de modelos em planos irregulares.

b) mulher como temática central da obra.

c) cena representada por vários modelos.

d) oposição entre tons claros e escuros.

e) nudez explorada como objeto de arte.

C5-H16

33. (Enem)

museu da LínGua PoRtuGuesa. Oswald de Andrade: o culpado de tudo. 27 set. 2011 a 29 jan. 2012. São Paulo: Prol Gráfica, 2012.

(c) S

ucce

ssio

n Pa

blo

Pic

asso

, (20

14),

"As

Sen

horit

as d

e A

vign

on",

1907

. M

useu

de

Art

e M

oder

na, N

ova

Iorq

ue, L

icen

ciad

o po

r AU

TVIS

, Bra

sil,

(201

4)

32. Alternativa aO quadro de Picasso é um exemplo de Cubismo, vanguarda que representava as par-tes de um objeto no mesmo plano. Para os ar-tistas de vanguarda, a representação do mun-do passava a não ter compromisso com a imi-tação do real. As demais características men-cionadas fazem parte da tradição artística, não contendo aspectos estéticos revolucioná-rios.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 41 27/02/14 17:38

42

O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasi-lidade está relacionada ao futebol. Quanto à questão da iden-tidade nacional, as anotações em torno dos versos constituem

a) direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de da-dos histórico-culturais.

b) forma clássica da construção poética brasileira.

c) rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol.

d) intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de lei-tura poética.

e) lembretes de palavras tipicamente brasileiras substituti-vas das originais.

C4-H13

34. (SM) Observe o quadro Abaporu, em tupi “homem que come gente”, produzido por Tarsila do Amaral, em 1928, e atual-mente exposto no Museu de Arte Latino-Americana de Bue-nos Aires (MALBA).

O quadro de Tarsila do Amaral insere-se no movimento an-tropofágico (Primeira fase do Modernismo brasileiro).

a) por seu caráter nacionalista e ufanista, de elogio acrítico do país.

b) ao revelar influência do Cubismo do pintor Pablo Picasso.

c) ao assimilar elementos estéticos das vanguardas euro-peias, submetendo-os a uma reelaboração crítica em fun-ção da realidade nacional.

d) ao optar pelas linhas curvas como princípio organizacional.

e) ao inserir em sua pintura o cacto, elemento da paisagem nacional que já fora valorizado na poesia modernista de Manuel Bandeira.

Tars

ila d

o A

mar

al. C

oleç

ão p

artic

ular

, Bue

nos

Aire

s

33. Alternativa aO eu lírico associa os placares de vitórias obti-das pelo time do Clube Paulistano em jogos contra equipes estrangeiras como forma de imposição do Brasil sobre a Europa. Deve-se reconhecer o tom jocoso que preside a apre-sentação do Brasil como “país do futebol”, o qual remete às propostas de revisão crítica da identidade brasileira apresentadas por Oswald de Andrade desde os primeiros tempos do Modernismo.

34. Alternativa ca) ERRADA – O Ufanismo não é uma caracterís-tica da tela Abaporu nem da Antropofagia, que pressupunham uma revisão crítica da realidade nacional.b) ERRADA – Tarsila do Amaral estudou com al-guns mestres do Cubismo, mas não foi uma se-guidora dos princípios dessa vanguarda, utili-zando apenas alguns de seus princípios. Nesse quadro, aproxima-se dela pela simplificação das formas. Além disso, não se pode mencio-nar o Cubismo como elemento definidor do movimento antropofágico.c) CERTA – O movimento antropofágico não era tributário de um nacionalismo ufanista, mas de um nacionalismo crítico. Propunha a incorpo-ração de elementos estéticos estrangeiros por meio da “deglutição” crítica, em que a reela-boração em função da realidade nacional leva-va a uma estética singular, distante das cópias servis. O quadro realiza esse propósito na me-dida em que incorpora elementos das vanguar-das europeias (como parte da simplicidade das formas cubistas, por exemplo), submetendo-os a uma organização ímpar, voltada para a reali-dade nacional.d) ERRADA – O uso desse recurso estético não é suficiente para justificar a inserção de Tarsila do Amaral no movimento antropofágico.e) ERRADA – A presença do cacto como elemen-to cênico não é suficiente para justificar a in-serção de Tarsila no movimento antropofágico.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 42 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

43

C5-H15

35. (SM) Leia a dedicatória do livro Pauliceia desvairada, de Má-rio de Andrade.

A Mário de Andrade

Mestre querido.Nas muitas horas breves que me fizestes ganhara vosso lado dizíeis da vossa confiança pela artelivre e sincera... Não de mim, mas de vossa experiência recebi a coragem da minha Verdadee o orgulho do meu ideal.Permiti-me que ora vos oferte este livro que de vós me veio. [...]Mas não sei, Mestre, si me perdoareis a distânciamediada entre estes poemas e vossas altíssimaslições... Recebei no vosso perdão o esforçodo escolhido por vós para único discípulo;daquele que neste momento de martírio muitoa medo inda vos chama o seu Guia, o seu Mestre,o seu Senhor.

Mário de Andrade14 de dezembro de 1921São Paulo

andRade, Mário de. Poesias completas. São Paulo: Livraria Martins, 1966. p. 11.

Assinale a alternativa correta sobre o texto acima:

a) Embora não pareça em um primeiro momento, o uso de “Guia”, “Mestre” e “Senhor” indica que Mário se dirige a seus grandes mestres, os poetas parnasianos.

b) A interpelação na segunda pessoa do plural (“vós”), forma cerimoniosa, reflete a linguagem pedante e formal do mo-dernismo brasileiro.

c) O estilo deliberadamente formal e afetado se deve à ironia de Mário de Andrade, que pretende expressar que, na verdade, não tinha “Guia”, nem “Mestre”, nem “Senhor”.

d) O uso de diversos coloquialismos e vulgarismos tem como objetivo caracterizar a classe social do enunciador, o pró-prio Mário de Andrade.

e) O trecho ilustra como o autor era contrário ao uso de ex-pressões da variante popular da linguagem na literatura.

35. Alternativa ca) ERRADA – O uso de “Guia”, “Mestre” e “Senhor” é irônico, porque Mário de Andrade não teve os poetas parnasianos como grandes mestres.b) ERRADA – A linguagem formal e um tanto quanto pedante do poema faz parte do artifí-cio irônico e não caracteriza o modernismo brasileiro como um todo, nem a produção de Mário de Andrade em particular.c) CERTA – O discurso irônico da dedicatória evidencia uma postura antiacadêmica, de re-jeição a padrões e a escolas literárias anterio-res. Ao se colocar como mestre e discípulo de si mesmo, Mário de Andrade manifesta que, na verdade, não tem “Mestre”, “Guia” ou “Senhor”.d) ERRADA – O trecho não apresenta coloquia-lismos e vulgarismos.e) ERRADA – Mário de Andrade defendia a in-corporação da linguagem popular à literatura. Essa ideia era compartilhada por diversos es-critores do modernismo brasileiro.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 43 27/02/14 17:38

44

C5-H15

36. (Enem)

No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil havia duas literaturas independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, re-giões segundo ele muito diferentes por formação históri-ca, composição étnica, costumes, modismos linguísticos etc. Por isso, deu aos romances regionais que publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um escritor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com bas-tante engenho que no Brasil há, em verdade, literaturas setoriais diversas, refletindo as características locais.

candido, A. A nova narrativa. In: A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 2003.

Com relação à valorização, no romance regionalista brasilei-ro, do homem e da paisagem de determinadas regiões nacio-nais, sabe-se que

a) o romance do Sul do Brasil se caracteriza pela temática es-sencialmente urbana, colocando em relevo a formação do homem por meio da mescla de características locais e dos aspectos culturais trazidos de fora pela imigração europeia.

b) José de Alencar, representante, sobretudo, do romance ur-bano, retrata a temática da urbanização das cidades bra-sileiras e das relações conflituosas entre as raças.

c) o romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentuado rea-lismo no uso do vocabulário, pelo temário local, expressan-do a vida do homem em face da natureza agreste, e assume frequentemente o ponto de vista dos menos favorecidos.

d) a literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis, põe em relevo a formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso, as raízes africanas e in-dígenas que caracterizam o nosso povo.

e) Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são romancistas das décadas de 30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a problemática do homem ur-bano em confronto com a modernização do país promovi-da pelo Estado Novo.

C5-H16

37. (Enem)

Quem é pobre, pouco se apega, é um giro-o-giro no vago dos gerais, que nem os pássaros de rios e lagoas.

36. Alternativa ca) ERRADA – O romance do Sul do Brasil não foca essencialmente o espaço urbano. Vários deles retomam a história da formação da re-gião, centrando-se no espaço rural. b) ERRADA – Os romances de José de Alencar são urbanos, regionais, indianistas e históri-cos. Nos romances urbanos, o foco está na abordagem de comportamentos sociais, sobre-tudo da elite. Não há abordagem de conflitos entre raças.c) CERTA – O romance do Nordeste tem como foco as questões que afligem o homem co-mum, principalmente os menos favorecidos, em sua relação com a natureza hostil do ser-tão. Os autores denunciam as relações sociais e a ausência do Estado, em textos desprovidos de idealismo. d) ERRADA – A literatura de Machado de Assis, embora aponte para o contexto da época, pro-cura o universalismo. O autor enfatiza os com-portamentos humanos, sem os atrelar a dis-cussões específicas sobre a formação cultural do brasileiro.e) ERRADA – Simões Lopes Neto é um autor da passagem do século XIX para o XX. Além disso, o foco dos demais autores mencionados não é, necessariamente ou predominantemente, o homem urbano, mas sim o morador de áreas periféricas, que enfrenta dificuldades criadas pelas desigualdades regionais.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 44 27/02/14 17:38

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

45

O senhor vê: o Zé-Zim, o melhor meeiro meu aqui, ri-sonho e habilidoso. Pergunto: — Zé-Zim, por que é que você não cria galinhas-d’angola, como todo o mundo o faz? — Quero criar nada não... — me deu resposta: — Eu gosto muito de mudar... [...] Belo um dia, ele tora. Ninguém discrepa. Eu, tantas, mesmo digo. Eu dou pro-teção. [...] Essa não faltou também à minha mãe, quando eu era menino, no sertãozinho de minha terra. [...] Gen-te melhor do lugar eram todos dessa família Guedes, Ji-dião Guedes; quando saíram de lá, nos trouxeram junto, minha mãe e eu. Ficamos existindo em território baixio da Sirga, da outra banda, ali onde o de – janeiro vai no São Francisco, o senhor sabe.

GuimaRães Rosa, J. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: José Olympio (fragmento).

Na passagem citada, Riobaldo expõe uma situação decorren-te de uma desigualdade social típica das áreas rurais brasi-leiras marcadas pela concentração de terras e pela relação de dependência entre agregados e fazendeiros. No texto, destaca-se essa relação porque o personagem-narrador

a) relata a seu interlocutor a história de Zé-Zim, demonstran-do sua pouca disposição em ajudar seus agregados, uma vez que superou essa condição graças à sua força de trabalho.

b) descreve o processo de transformação de um meeiro — es-pécie de agregado — em proprietário de terra.

c) denuncia a falta de compromisso e a desocupação dos moradores, que pouco se envolvem no trabalho da terra.

d) mostra como a condição material da vida do sertanejo é dificultada pela sua dupla condição de homem livre e, ao mesmo tempo, dependente.

e) mantém o distanciamento narrativo condizente com sua posição social, de proprietário de terras.

C5-H16

38. (Enem)

Texto IO meu nome é Severino,

não tenho outro de pia.

Como há muitos Severinos,

que é santo de romaria,

deram então de me chamar

Severino de Maria

37. Alternativa da) ERRADA – O interlocutor sugere que dá pro-teção a seu meeiro Zé-Zim, assim como sua mãe e ele próprio recebeu, em tempos passa-dos, da família Guedes.b) ERRADA – O texto evidencia que Zé-Zim não está interessado em firmar-se como proprietá-rio, estabilizando-se em uma atividade econô-mica. Prefere a possibilidade de mudança: “Eu gosto muito de mudar...”c) ERRADA – Embora Zé-Zim não se dedique à produção na terra, os demais habitantes do lo-cal o fazem, como verificamos em “[...] por que é que você não cria galinhas-d’angola, co-mo todo o mundo o faz?”.d) CERTA – O texto aponta para a desigualdade social e concentração de terras, colocando o sertanejo como um homem livre, porém de-pendente da proteção de um fazendeiro, como é o caso de Zé-Zim ou mesmo da família de Riobaldo no passado, mostrando uma condição que perdura.e) ERRADA – Não há distanciamento; o narra-dor Riobaldo mostra afetividade por Zé-Zim, quando, por exemplo, diz ser seu “melhor meeiro” ou o caracteriza como “risonho” e “habilidoso”. Além disso, existe uma analogia entre a condição de Zé-Zim e de sua própria mãe, o que mostra certa simpatia.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_014A045.indd 45 27/02/14 17:38

46

como há muitos Severinos

com mães chamadas Maria,

fiquei sendo o da Maria,

do finado Zacarias,

mas isso ainda diz pouco:

há muitos na freguesia,

por causa de um coronel

que se chamou Zacarias

e que foi o mais antigo

senhor desta sesmaria.

Como então dizer quem fala

ora a Vossas Senhorias?

Melo Neto, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994 (fragmento).

Texto IIJoão Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, transfe-

re-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A autoapresentação do personagem, na fala inicial do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define, menos se individua-liza, pois seus traços biográficos são sempre partilhados por outros homens.

SecchiN, A. C. João Cabral: a poesia do menos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999 (fragmento).

Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto I) e na análise crítica (Texto II), observa-se que a relação entre o texto poético e o contexto social a que ele faz referência aponta para um problema social expresso literariamente pela pergunta “Como então dizer quem fala / ora a Vossas Senhorias?”. A resposta à pergunta expressa no poema é dada por meio da

a) descrição minuciosa dos traços biográficos personagem- -narrador.

b) construção da figura do retirante nordestino como um ho-mem resignado com a sua situação.

c) representação, na figura do personagem-narrador, de ou-tros Severinos que compartilham sua condição.

d) apresentação do personagem-narrador como uma proje-ção do próprio poeta, em sua crise existencial.

e) descrição de Severino, que, apesar de humilde, orgulha- -se de ser descendente do coronel Zacarias.

38. Alternativa ca) ERRADA – No trecho, há referência apenas ao processo de nomeação, que aponta para a generalização e não para a minúcia.b) ERRADA – Ao questionar a maneira de se apresentar, Severino mostra consciência de sua condição social, estendida a tantos outros, sugerindo certo incômodo e não resignação.c) CERTA – No texto selecionado, a persona-gem Severino se apresenta a partir de traços que são comuns a outras pessoas que parti-lham sua condição social: possui um nome co-mum e uma identificação relacionada aos pais, cujos nomes também são comuns a muitos nordestinos. Além disso, o nome do pai marca a subserviência comum a tantos: recebeu o nome de um fazendeiro importante do local. A questão evidencia que ele não tem uma identi-dade própria com a qual se apresentar aos in-terlocutores, mostrando-se mais um entre vá-rios outros iguais.d) ERRADA – Nada no texto permite afirmar que o personagem-narrador é uma projeção do poeta, nem identificar no discurso uma “crise existencial”. O questionamento tem base na questão social.e) ERRADA – Severino não descende do coro-nel Zacarias; seu pai recebeu esse nome em homenagem a um antigo senhor da sesmaria.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 46 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

47

C5-H16

39. (Enem)

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.

[...]

Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré--pré-história já havia os monstros apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.

Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual – há dois anos e meio venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde saberei. Como que es-tou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida – porque preciso registrar os fa-tos antecedentes.

liSpector, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (fragmento).

A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a tra-jetória literária de Clarice Lispector, culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador

a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica dis-tante, sendo indiferente aos fatos e às personagens.

b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram aos eventos que a compõem.

c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existen-ciais e sobre a construção do discurso.

d) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para escolher as palavras exatas.

e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e me-tafísica, incomuns na narrativa de ficção.

39. Alternativa cO narrador do trecho, Rodrigo S. M., de A hora da estrela, não se limita a narrar os fatos. Ele reflete sobre questões existenciais, como mos-tra o trecho “Pensar é um ato. Sentir é um fa-to.”, bem como sobre a própria escrita, como evidencia “Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever.”. Nota-se sua inquietação diante da matéria nar-rativa.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 47 27/02/14 17:40

48

C8-H25

40. (SM) Leia a letra de Cuitelinho (nome dado a beija-flor em algumas regiões do Brasil), música brasileira com origem no folclore do Pantanal de Mato Grosso.

Cheguei na beira do porto

Onde as ondas se espáia

As garça dá meia-volta

E senta na beira da praia

E o cuitelinho não gosta

Que o botão de rosa caia, ai, ai, ai

Aí quando eu vim de minha terra

Despedi da parentaia

Eu entrei no Mato Grosso

Dei em terras paraguaia

Lá tinha revolução

Enfrentei fortes bataia, ai, ai, ai

A tua saudade corta

Como aço de navaia

O coração fica aflito

Bate uma, a outra faia

Os óio se enche d'água

Que até a vista se atrapaia, ai, ai, ai

Folclore brasileiro, recolhido por Paulo Vanzolini. Disponível em: <http://letras.mus.br/pena-branca-e-xavantinho/48101/>. Acesso em: 18 fev. 2014.

A letra dessa canção é um exemplo de riqueza da variante popular da língua. As alternativas abaixo apontam caracte-rísticas típicas dessa variante, exceto,

a) a regência do verbo “chegar” em “cheguei na beira do porto”.

b) a ausência de concordância verbal em “as ondas se espáia”.

c) a falta de concordância nominal em “as garça” e “fortes bataia”.

d) a troca do som “-lh-” pelo som “-i-”, que ocorre em “espaia”, “faia”, “bataia” e “óio”.

e) o emprego do presente do subjuntivo no verso “Que o botão de rosa caia”.

40. Alternativa ea) ERRADA – Segundo a variante culta, o verbo “chegar”, no contexto, exige preposição “a”: “cheguei à beira do porto”.b) ERRADA – Flexionando o verbo para que ha-ja concordância, segundo a variante culta, te-ríamos: “as ondas se espalham”.c) ERRADA – Flexionando os substantivos, para que houvesse concordância nominal, teríamos: “as garças” e “fortes batalhas”.d) ERRADA – Efetivamente ocorre a troca do som “-lh-” por “-i-” nas palavras citadas; essa é uma característica da variante popular.e) CERTA – O emprego do presente do subjun-tivo no verso “Que o botão de rosa caia” se-gue a variante culta da língua, não é típico da variante popular.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 48 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

49

C6-H18

41. (SM) Leia a tira abaixo, de Adão Iturrusgarai.

iturruSgarai, Adão. Disponível em: <http://adao.blog.uol.com.br>. Acesso em: 13 mar. 2012.

Para a estruturação da tira, o autor valeu-se da combinação de duas figuras de linguagem: a __________ do louva-a-deus e o __________ existente em um louva-a-deus ser ateu. Assinale a alternativa que preencha, respectivamente, a primeira e se-gunda lacunas acima:

a) ironia/hipérbato d) hipérbole/eufemismo

b) personificação/paradoxo e) zoomorfização/polissíndeto

c) antítese/pleonasmo

C6-H20

42. (Enem)

Entre ideia e tecnologia

O grande conceito por trás do Museu da Língua é apre-sentar o idioma como algo vivo e fundamental para o en-tendimento do que é ser brasileiro. Se nada nos define com clareza, a forma como falamos o português nas mais diversas situações cotidianas é talvez a melhor expressão da brasilidade.

Scardoveli, E. Revista Língua Portuguesa, São Paulo, Segmento, ano II, n. 6, 2006.

O texto propõe uma reflexão acerca da língua portuguesa, ressaltando para o leitor a

a) inauguração do museu e o grande investimento em cultu-ra no país.

b) importância da língua para a construção da identidade nacional.

c) afetividade tão comum ao brasileiro, retratada através da língua.

d) relação entre o idioma e as políticas públicas na área de cultura.

e) diversidade étnica e linguística existente no território nacional.

Adã

o Itu

rrus

gara

i/Arc

evo

do a

rtis

ta

41. Alternativa ba) ERRADA – Ironia é sugerir o contrário do que as palavras parecem exprimir; hipérbato é a inversão da ordem dos termos da oração.b) CERTA – Na tira ocorre a personificação do louva-a-deus, ou seja, a atribuição de caracte-rísticas humanas a ele (tal como a capacidade de ser ateu). Além disso, a tira explora o para-doxo, a contradição, que haveria caso um “louva-a-deus” fosse ateu, ou seja, negasse a existência de Deus.c) ERRADA – Antítese é o uso de palavras que têm sentido oposto; pleonasmo é uma espécie de redundância usada para enfatizar uma ideia.d) ERRADA – Hipérbole é um exagero; eufemis-mo é a atenuação de algo grosseiro.e) ERRADA – Zoomorfização ou animalização é a atribuição de características animais a seres hu-manos; polissíndeto é a repetição de conjunções.

42. Alternativa bO trecho “a forma como falamos o português nas mais diversas situações cotidianas é tal-vez a melhor expressão da brasilidade” aponta a língua como provável fator principal para a construção da identidade nacional. O texto não faz referência à inauguração do Museu da Língua nem às políticas públicas na área de cultura. Também não há referência às varia-ções regionais; o foco está nas variações mo-tivadas pelas “diversas situações cotidianas”.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 49 27/02/14 17:40

50

C8-H25

43. (Enem)

Futebol: “A rebeldia é que muda o mundo”Conheça a história de Afonsinho, o primeiro jogador do

futebol brasileiro a derrotar a cartolagem e a conquistar o Passe Livre, há exatos 40 anos

Pelé estava se aposentando pra valer pela primeira vez, então com a camisa do Santos (porque depois voltaria a atuar pelo New York Cosmos, dos Estados Unidos), em 1972, quando foi questionado se, finalmente, sentia-se um homem livre. O Rei respondeu sem titubear:

— Homem livre no futebol só conheço um: o Afon-sinho. Este sim pode dizer, usando as suas palavras, que deu o grito de independência ou morte. Ninguém mais. O resto é conversa.

Apesar de suas declarações serem motivo de chacota por parte da mídia futebolística e até dos torcedores bra-sileiros, o Atleta do Século acertou. E provavelmente acer-taria novamente hoje.

Pela admiração por um de seus colegas de clube daque-le ano. Pelo reconhecimento do caráter e personalidade de um dos jogadores mais contestadores do futebol na-cional. E principalmente em razão da história de luta – e vitória – de Afonsinho sobre os cartolas.

aNdreucci, R. Disponível em: <http://carosamigos.terra.com.br>. Acesso em: 19 ago. 2011.

O autor utiliza marcas linguísticas que dão ao texto um cará-ter informal. Uma dessas marcas é identificada em:

a) “[...] o Atleta do Século acertou.”

b) “O Rei respondeu sem titubear [...].”

c) “E provavelmente acertaria novamente hoje.”

d) “Pelé estava se aposentando pra valer pela primeira vez [...].”

e) “Pela admiração por um de seus colegas de clube daquele ano.”

C8-H26

44. (Enem)

Há certos usos consagrados na fala, e até mesmo na escrita, que, a depender do estrato social e do nível de escolaridade do falante, são, sem dúvida, previsíveis.

43. Alternativa d“Pra valer” é uma expressão popular e marca o caráter informal do texto. Em um registro marcado pela formalidade, seria substituída por “definitivamente”, “realmente”.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 50 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

51

Ocorrem até mesmo em falantes que dominam a varie-dade padrão, pois, na verdade, revelam tendências exis-tentes na língua em seu processo de mudança que não podem ser bloqueadas em nome de um “ideal linguísti-co” que estaria representado pelas regras da gramáti-ca normativa. Usos como ter por haver em construções existenciais (tem muitos livros na estante), o do pronome objeto na posição de sujeito (para mim fazer o trabalho) a não concordância das passivas com se (aluga-se casas) são indícios da existência, não de uma norma única, mas de uma pluralidade de normas, entendida, mais uma vez, norma como conjunto de hábitos linguísticos, sem impli-car juízo de valor.

Callou, D. Gramática, variação e normas. In: Vieira, S. R.; Brandão, S. (Org.). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento).

Considerando a reflexão trazida no texto a respeito da multi-plicidade do discurso, verifica-se que

a) estudantes que não conhecem as diferenças entre língua escrita e língua falada empregam, indistintamente, usos aceitos na conversa com amigos quando vão elaborar um texto escrito.

b) falantes que dominam a variedade padrão do português do Brasil demonstram usos que confirmam a diferença en-tre a norma idealizada e a efetivamente praticada, mesmo por falantes mais escolarizados.

c) moradores de diversas regiões do país que enfrentam di-ficuldades ao se expressar na escrita revelam a constante modificação das regras de emprego de pronomes e os ca-sos especiais de concordância.

d) pessoas que se julgam no direito de contrariar a gramá-tica ensinada na escola gostam de apresentar usos não aceitos socialmente para esconderem seu desconheci-mento da norma-padrão.

e) usuários que desvendam os mistérios e sutilezas da lín-gua portuguesa empregam formas do verbo ter quando, na verdade, deveriam usar formas do verbo haver, contra-riando as regras gramaticais.

C6-H20

45. (Enem)

Quando os portugueses se instalaram no Brasil, o país era povoado de índios. Importaram, depois, da África,

44. Alternativa ba) ERRADA – O texto não faz referência às di-ferenças entre língua falada e língua escrita e à presença de marcas de uma na outra.b) CERTA – A reflexão apresentada no texto tem como tema a pluralidade de normas da língua portuguesa, mostrando que, na prática, mesmo os falantes que dominam a norma- -padrão apresentam usos que desviam do “ideal linguístico”, uma vez que a língua está sempre em evolução e, portanto, comporta alterações constantes. Portanto, não se deve considerar a existência de uma única língua certa, que seria a “norma”, ladeada por línguas erradas, mas sim pensar a norma como “conjunto de hábitos linguísticos”.c) ERRADA – O texto não faz referência às va-riações linguísticas promovidas por questões regionais, nem a uma dificuldade de determi-nados falantes de acompanhar mudanças nos hábitos linguísticos.d) ERRADA – O texto sugere que mesmo os que dominam a norma-padrão realizam usos da língua que se distanciam do “ideal linguístico”. Isso não decorre de desconhecimento da norma-padrão, mas das próprias alterações vistas na língua em seu processo contínuo de mudança.e) ERRADA – A referência ao uso do verbo “ter” no lugar de “haver” exemplifica mudanças nos hábitos linguísticos dos falantes em geral; não há crítica a usuários que o empregam.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 51 28/02/14 12:14

52

grande número de escravos. O Português, o Índio e o Ne-gro constituem, durante o período colonial, as três bases da população brasileira. Mas no que se refere à cultura, a contribuição do Português foi de longe a mais notada.

Durante muito tempo o português e o tupi viveram lado a lado como línguas de comunicação. Era o tupi que utiliza-vam os bandeirantes nas suas expedições. Em 1694, dizia o padre Antônio Vieira que “as famílias dos portugueses e índios em São Paulo estão tão ligadas hoje umas com as ou-tras, que as mulheres e os filhos se criam mística e domes-ticamente, e a língua que nas ditas famílias se fala é a dos Índios, e a portuguesa a vão os meninos aprender à escola”.

teySSier, P. História da língua portuguesa. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1984 (adaptado).

A identidade de uma nação está diretamente ligada à cultura de seu povo. O texto mostra que, no período colonial brasilei-ro, o Português, o Índio e o Negro formaram a base da popu-lação e que o patrimônio linguístico brasileiro é resultado da

a) contribuição dos índios na escolarização dos brasileiros.

b) diferença entre as línguas dos colonizadores e as dos in-dígenas.

c) importância do Padre Antônio Vieira para a literatura de língua portuguesa.

d) origem das diferenças entre a língua portuguesa e as lín-guas tupi.

e) interação pacífica no uso da língua portuguesa e da lín-gua tupi.

C8-H25

46. (Enem)

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mer-cado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronún-cia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos

45. Alternativa ea) ERRADA – Segundo o texto, a escola ensina a língua portuguesa (“e a [língua] portuguesa a vão os meninos aprender à escola”).b) ERRADA – O texto informa que os coloniza-dores se valiam da língua dos índios e não que havia uma diferença ou separação.c) ERRADA – O texto refere-se, apenas, a uma observação de Vieira acerca do uso da língua no Brasil; não há alusão a seu papel na literatura.d) ERRADA – Não se pode concluir que o patri-mônio linguístico nacional seria o causador da diferenciação entre a língua portuguesa e as línguas tupi.e) CERTA – Segundo o texto, no período colo-nial, boa parte da população brasileira usava tanto a língua portuguesa quanto o tupi, como evidencia o uso deste pelos bandeirantes ou sua presença nas casas, cabendo à escola o ensino do português, conforme observação do Padre Vieira. Portanto, a “interação pacífica no uso da língua portuguesa e da língua tupi” resultou no patrimônio linguístico brasileiro.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 52 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

53

um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – car-navau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de S. Paulo, 9 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação lin-guística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se

a) na fonologia.

b) no uso do léxico.

c) no grau de formalidade.

d) na organização sintática.

e) na estruturação morfológica.

C8-H25

47. (Enem)

BrowNe, C. Hagar, o horrível. Jornal O Globo, Segundo Caderno, 20 fev. 2009.

A linguagem da tirinha revela

a) o uso de expressões linguísticas e vocabulário próprios de épocas antigas.

b) o uso de expressões linguísticas inseridas no registro mais formal da língua.

c) o caráter coloquial expresso pelo uso do tempo verbal no segundo quadrinho.

d) o uso de um vocabulário específico para situações comu-nicativas de emergência.

e) a intenção comunicativa dos personagens: a de estabele-cer a hierarquia entre eles.

C8-H26

48. (Enem)

Motivadas ou não historicamente, normas prestigia-das ou estigmatizadas pela comunidade sobrepõem-se

2013

Kin

g Fe

atur

es S

yndi

cate

/Ipre

ss

46. Alternativa aA escritora Raquel de Queiroz refere-se às di-ferentes maneiras de se pronunciar as pala-vras conforme as regiões do país. Observações sobre o som são próprias da Fonologia.

47. Alternativa cO uso coloquial da linguagem se evidencia pelo uso de um verbo no pretérito imperfeito do in-dicativo quando, pelo caráter de hipótese da comunicação, deveria aparecer, conforme a norma culta, um verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo (tivesse consertado).

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 53 27/02/14 17:40

54

ao longo do território, seja numa relação de oposição, seja de complementaridade, sem, contudo, anular a interseção de usos que configuram uma norma nacional distinta da do português europeu. Ao focalizar essa questão, que opõe não só as normas do português de Portugal às normas do por-tuguês brasileiro, mas também as chamadas normas cultas locais às populares ou vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas normas se consolidaram em diferentes momentos da nossa história e que só a partir do século XVIII se pode começar a pensar na bifurcação das variantes continentais, ora em consequência de mudanças ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em ambos os territórios.

callou, D. Gramática, variação e normas. In: vieira, S. R.; BraNdão, S. (Org.). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).

O português do Brasil não é uma língua uniforme. A varia-ção linguística é um fênomeno natural ao qual todas as lín-guas estão sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra que as normas podem ser aprovadas ou con-denadas socialmente, chamando a atenção do leitor para a

a) desconsideração da existência das normas populares pe-los falantes da norma culta.

b) difusão do português de Portugal em todas as regiões do Brasil só a partir do século XVIII.

c) existência de usos da língua que caracterizam uma norma nacional do Brasil, distinta da de Portugal.

d) inexistência de normas cultas locais e populares ou verná-culas em um determinado país.

e) necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos frequen-tes de uma língua devem ser aceitos.

C8-H26

49. (Enem)

Não tem tradução[...]

Lá no morro, se eu fizer uma falseta

A Risoleta desiste logo do francês e do inglês

A gíria que o nosso morro criou

Bem cedo a cidade aceitou e usou

[...]

Essa gente hoje em dia que tem mania de

[exibição

48. Alternativa ca) ERRADA – O texto refere-se à existência de diferenças entre as normas populares e as normas cultas, mas não atrela isso às varieda-des linguísticas.b) ERRADA – O texto afirma que as diferenças entre o português de Portugal e do Brasil se consolidaram a partir do século XVIII, e não que o português de Portugal se difundiu neste período.c) CERTA – Ao tratar do fenômeno da variação linguística, o texto enfatiza a formação de uma norma própria do Brasil, que, com o tem-po, foi se distinguindo da norma de Portugal.d) ERRADA – O texto afirma a existência de vá-rias normas em um país, espelhando o ambien-te culto e também o popular.e) ERRADA – O texto trata da língua em evolu-ção e, portanto, não repudia os usos que vão se tornando frequentes em uma língua a des-peito de uma norma ideal.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 54 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

55

Não entende que o samba não tem tradução

[no idioma francês

Tudo aquilo que o malandro pronuncia

Com voz macia é brasileiro, já passou de

[português

Amor lá no morro é amor pra chuchu

As rimas do samba não são I love you

E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny

Só pode ser conversa de telefone

roSa, N. In: SoBral, João J. V. A tradução dos bambas. Revista Língua Portuguesa, São Paulo, Segmento, ano 4, n. 54, abr. 2010 (fragmento).

As canções de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila Isa-bel, apesar de revelarem uma aguçada preocupação do artis-ta com seu tempo e com as mudanças político-culturais no Brasil, no início dos anos 1920, ainda são modernas. Nesse fragmento do samba “Não tem tradução”, por meio do recur-so da metalinguagem, o poeta propõe

a) incorporar novos costumes de origem francesa e america-na, juntamente com vocábulos estrangeiros.

b) respeitar e preservar o português padrão como forma de fortalecimento do idioma do Brasil.

c) valorizar a fala popular brasileira como patrimônio lin-guístico e forma legítima de identidade nacional.

d) mudar os valores sociais vigentes à época, com o advento do novo e quente ritmo da música popular brasileira.

e) ironizar a malandragem carioca, aculturada pela invasão de valores étnicos de sociedades mais desenvolvidas.

C8-H25

50. (Enem)

DúvidaDois compadres viajavam de carro por uma estrada de

fazenda quando um bicho cruzou a frente do carro. Um dos compadres falou:

— Passou um largato ali!

O outro perguntou:

— Lagarto ou largato?

O primeiro respondeu:

— Num sei não, o bicho passou muito rápido.

Piadas coloridas. Rio de Janeiro: Gênero, 2006.

49. Alternativa ca) ERRADA – O texto critica o uso de outros idiomas, como sugere em “E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny/ Só pode ser conver-sa de telefone”. b) ERRADA – O texto valoriza a fala popular, como mostram os versos “A gíria que o nosso morro criou/ Bem cedo a cidade aceitou e usou”.c) CERTA – O texto procura legitimar a identi-dade nacional, valorizando o uso local da lín-gua portuguesa, como sugere “Tudo aquilo que o malandro pronuncia/ Com voz macia é brasi-leiro, já passou de português”.d) ERRADA – O texto aborda questões culturais, com foco no registro popular, e não sociais.e) ERRADA – O texto apresenta uma visão posi-tiva da malandragem carioca, destacando o va-lor de sua cultura, expressa, principalmente, em sua música.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 55 27/02/14 17:40

56

Na piada, a quebra de expectativa contribui para produzir o efeito de humor. Esse efeito ocorre porque um dos personagens

a) reconhece a espécie do animal avistado.

b) tem dúvida sobre a pronúncia do nome do réptil.

c) desconsidera o conteúdo linguístico da pergunta.

d) constata o fato de um bicho cruzar a frente do carro.

e) apresenta duas possibilidades de sentido para a mesma palavra.

C8-H26

51. (Enem)

Mandioca – mais um presente da AmazôniaAipim, castelinha, macaxeira, maniva, maniveira. As de-

signações da Manihot utilissima podem variar de região, no Brasil, mas uma delas deve ser levada em conta em todo o território nacional: pão-de-pobre – e por motivos óbvios.

Rica em fécula, a mandioca – uma planta rústica e nati-va da Amazônia disseminada no mundo inteiro, especial-mente pelos colonizadores portugueses – é a base de sus-tento de muitos brasileiros e o único alimento disponível para mais de 600 milhões de pessoas em vários pontos do planeta, e em particular em algumas regiões da África.

O melhor do Globo Rural, fev. 2005 (fragmento).

De acordo com o texto, há no Brasil uma variedade de nomes para a Manihot utilissima, nome científico da mandioca. Esse fenômeno revela que

a) existem variedades regionais para nomear uma mesma espécie de planta.

b) mandioca é nome específico para a espécie existente na região amazônica.

c) “pão-de-pobre” é designação específica para a planta da região amazônica.

d) os nomes designam espécies diferentes da planta, confor-me a região.

e) a planta é nomeada conforme as particularidades que apresenta.

C6-H18

52. (SM) Leia o texto.

Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de “ditabranda”? Quando se

50. Alternativa cO humor da piada é construído pela quebra de expectativa, ocorrida na fala em que uma das personagens, não percebendo que seu interlo-cutor questiona, em tom de brincadeira, sua pronúncia da palavra “lagarto”, responde con-siderando que esta pode ter dois sentidos di-ferentes. Portanto, a desconsideração do con-teúdo linguístico da pergunta (forma de pro-núncia) é responsável pelo humor.

51. Alternativa aa) CERTA – Os vários nomes da mandioca mos-tram que o mesmo objeto pode ser nomeado de formas diferentes em distintas regiões do país. Trata-se do fenômeno da variação geográfica. b), d), e) ERRADAS – Segundo o texto, as dife-rentes nomeações não estão atreladas a espé-cies diversas ou a particularidades da planta, mas sim às regiões em que é consumida. c) ERRADA – O nome “pão-de-pobre” tem a ver com o fato de a mandioca ser consumida em vários lugares do mundo, sendo base de sus-tento de milhões de pessoas em áreas mais carentes.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 56 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

57

trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar “im-portâncias” e estatísticas. Pelo mesmo critério do edito-rial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi “doce”, se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senza-la – que horror!

BeNevideS, Maria Victoria Benevides. Professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/artigos/1459744>. Acesso em: 10 nov. 2013.

O trecho acima é um comentário ao editorial publicado no jornal Folha de S.Paulo no dia 17 de fevereiro de 2009, em que se qualificava a ditadura militar brasileira (1964-1985) como “ditabranda”. Assinale a alternativa correta:

a) O emprego do neologismo “ditabranda” demonstra que o léxico utilizado em uma mensagem serve à interpretação da realidade.

b) Em “que horror!”, não ocorre a expressão de um juízo de valor.

c) A autora considera que a escravidão brasileira foi doce, uma vez que havia laços íntimos entre casa-grande e senzala.

d) A infâmia denunciada no comentário é o desprezo às esta-tísticas capazes de estabelecer a medida da dignidade de cada um.

e) A autora se posiciona contrariamente ao emprego da ex-pressão “ditabranda”, embora considere que aqui a di-tadura tenha sido mais leve do que em outros países latino-americanos, como Argentina e Chile.

C6-H25

53. (SM) Leia algumas estrofes de uma canção popular portu-guesa intitulada “Já não quero ser casado”, recolhida por F. P. Nogueira em 1888.

[...]

Acordar sobressaltado

Ao chorar d’algum nenê,

Perguntar quem está, quem é,

Julgando que está roubado...

Já não quero ser casado.

Ver-se um homem obrigado,

A recolher com as galinhas,

52. Alternativa aa) CERTA – A linguagem serve à organização cognitiva da realidade, de modo que o vocabu-lário empregado aponta para uma interpreta-ção da realidade, de seus fenômenos culturais e episódios históricos. No caso, o neologismo (nova palavra) “ditabranda”, segundo o co-mentário, serve à atenuação das violências perpetradas durante a ditadura militar brasi-leira (1964-1985).b) ERRADA – Em “que horror!”, há a expressão de um juízo de valor crítico ao uso de “dita-branda” e às considerações de que a escravi-dão brasileira tenha sido “doce”.c) ERRADA – A autora se contrapõe tanto à ideia de que a escravidão brasileira foi doce quanto à opinião de que a ditadura foi amena no Brasil. As duas noções são comparadas pa-ra expressar o mesmo repúdio.d) ERRADA – O comentário considera que a dignidade de cada um não pode ser submetida a comparações estatísticas e de importância.e) ERRADA – A autora se posiciona contra a ideia de que a ditadura brasileira tenha sido mais branda que a de outros países. Para ela, quando se trata da violação de direitos huma-nos, não há cabimento em tecer comparações.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 57 27/02/14 17:40

58

Ir p’ra casa, ouvir zanguinhas

Ser pela esposa seringado;

Já não quero ser casado.

[...]

Já não quero ser casado,

Quem me dera dormir só,

Se filhos tiver um dia,

Dou a criá-los à avó.

Dou a criá-los à avó.

Disponível em: <http://purl.pt/742>. Acesso em: 11 nov. 2013.

O termo “seringado”, na segunda estrofe, aparece em uma acepção informal, muito incomum no português brasileiro do século XXI. O contexto, no entanto, pode ajudar a perceber que “seringado” foi empregado com o sentido de

a) importunado d) fisicamente agredido

b) atacado com seringas e) amado

c) elogiado

C7-H21

54. (SM) Leia o texto.

Minha aparência faz sucesso, não posso deixar de fri-sar. Possuo design arredondado. Recebo muitos elogios por minhas curvas. Tenho a melhor relação capacidade por altura. [...] Meu sistema Frost Free cuida do degelo. Venho com Bar Expert no freezer. A bebida entra quente e eu a devolvo gelada. [...] Com meu compartimento ex-trafrio, faço maravilhas. Resfrio rapidamente tudo o que você colocar lá. Venho ainda com porta-garrafas, espaço para latas, gavetão de legumes, cesto para ovos, fruteira e mais. Sou todo perfeito, por dentro e por fora.

Disponível em: <http://loja.brastemp.com.br/produto/detalhes.aspx?pc=664&cc=39&sc=726&fc=0&vc=0&nm=geladeira+brastemp+ative!+frost+free+-+403+litros+-+(outlet)&cache=s>. Acesso em: 1o abr. 2013.

O texto acima pertence ao gênero anúncio, embora haja nele uma característica incomum ao gênero, trata-se de

a) uma forte incoerência entre “possuo design arredondado” e o exibicionismo de “sou todo perfeito, por dentro e por fora”.

b) frequente omissão do sujeito, que o torna vago, com pro-blemas de coesão.

53. Alternativa aO Dicionário eletrônico Houaiss da língua por-tuguesa registra a acepção informal da palavra “seringar”: “molestar (alguém) com conversa desagradável, assunto sem interesse; importu-nar, enfadar, apoquentar”. Para compreender o texto, não é necessário, no entanto, conhe-cer previamente o significado da palavra. O próprio contexto permite deduzir seu sentido, já que ser seringado está associado a aborre-cimentos, como recolher-se cedo e ouvir “zan-guinhas” da esposa, além de motivá-lo a não querer ser casado. A palavra não comporta um sentido positivo, como indicam as alternativas “c” e “e”, já que ser seringado pela esposa é um dos motivos que faz o eu da canção não desejar o matrimônio. Também não se refere a incômodos físicos, já que a estrofe em que a palavra aparece só menciona aborrecimentos como recolher-se cedo ou ouvir “zanguinhas”.

54. Alternativa da) ERRADA – Não existe contraste entre “for-mas arredondadas” e exibicionismo.b) ERRADA – O emprego do sujeito elíptico ou oculto não torna o texto vago nem lhe confere problemas de coesão. Fica sempre claro que as características referidas pertencem ao re-frigerador.c) ERRADA – As diversas características enume-radas interessam aos possíveis compradores do produto porque explicitam suas qualidades.d) CERTA – Em anúncios, é muito comum a pre-dominância da função conativa ou apelativa da linguagem. Diversos slogans publicitários que marcaram época enfatizavam essa função; é o caso de “Compre Baton”, “Não esqueça a mi-nha Caloi” ou “Vem pra Caixa você também”. O texto base da questão, no entanto, é inco-mum, já que nele a função emotiva ou expres-siva da linguagem também tem grande desta-que, com a primeira pessoa do singular “Eu” fazendo referência a um refrigerador, como se um objeto inanimado pudesse apresentar sub-jetividade.e) ERRADA – O uso de estrangeirismos não é incomum em anúncios, além disso, “extrafrio” não é estrangeirismo.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 58 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

59

c) enumeração de características do produto que não inte-ressam a quem vai adquiri-lo, o que é um grande proble-ma de estrutura.

d) destaque à função emotiva ou expressiva da linguagem, com o uso da primeira pessoa do singular, marca de sub-jetividade, para representar um ser inanimado.

e) uso de estrangeirismos, como “Frost Free”, “Bar Expert” ou “extrafrio”.

C6-H19

55. (Enem)

É água que não acaba maisDados preliminares divulgados por pesquisadores da

Universidade Federal do Pará (UFPA) apontaram o Aquí-fero Alter do Chão como o maior depósito de água potá-vel do planeta. Com volume estimado em 86 000 quilô-metros cúbicos de água doce, a reserva subterrânea está localizada sob os estados do Amazonas, Pará e Amapá. “Essa quantidade de água seria suficiente para abastecer a população mundial durante 500 anos”, diz Milton Matta, geólogo da UFPA. Em termos comparativos, Alter do Chão tem quase o dobro do volume de água do Aquífero Guarani (com 45 000 quilômetros cúbicos). Até então, Guarani era a maior reserva subterrânea do mundo, dis-tribuída por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Época, n. 623, 26 abr. 2010.

Essa notícia, publicada em uma revista de grande circulação, apresenta resultados de uma pesquisa científica realizada por uma universidade brasileira. Nessa situação específica de comunicação, a função referencial da linguagem predomi-na, porque o autor do texto prioriza

a) as suas opiniões, baseadas em fatos.

b) os aspectos objetivos e precisos.

c) os elementos de persuasão do leitor.

d) os elementos estéticos na construção do texto.

e) os aspectos subjetivos da mencionada pesquisa.

C6-H19

56. (Enem)

Lusofoniarapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; meni-

na; (Brasil), meretriz.

55. Alternativa ba) ERRADA – A ênfase na opinião traria o pre-domínio da função emotiva ou expressiva e re-duziria a objetividade esperada em textos que divulgam resultados de pesquisas científicas.b) CERTA – O predomínio da função referencial associado ao estilo objetivo e preciso é o mais adequado para a veiculação de resultados de uma pesquisa científica.c) ERRADA – A ênfase na persuasão do leitor resultaria no predomínio da função conativa ou apelativa.d) ERRADA – O destaque dos elementos estéti-cos está ligado à função poética da linguagem, cujo foco está no trabalho com a mensagem.e) ERRADA – Uma pesquisa científica procura eliminar ou reduzir ao mínimo os aspectos subjetivos, típicos da função expressiva ou emotiva da linguagem.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 59 27/02/14 17:40

60

Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada no café, em frente da chávena de café, enquanto alisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever este poema sobre essa rapariga porque, no brasil, a palavra rapariga não quer dizer o que ela diz em portugal. Então, terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café, a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga que alisa os cabelos com a mão, num café de lisboa, não fique estragada para sempre quando este poema [ atravessar oatlântico para desembarcar no rio de janeiro. E isto [tudosem pensar em áfrica, porque aí lá terei de escrever sobre a moça do café, para evitar o tom demasiado continental da rapariga, que é uma palavra que já me está a pôr com dores de cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queria era escrever um poema sobre a rapariga do café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a escrever um poema sobre aquele café onde nenhuma [rapariga se pode sentar à mesa porque só servem café ao balcão.

Júdice, N. Matéria do poema. Lisboa: D. Quixote, 2008.

O texto traz em relevo as funções metalinguística e poética. Seu caráter metalinguístico justifica-se pela a) discussão da dificuldade de se fazer arte inovadora no

mundo contemporâneo. b) defesa do movimento artístico da pós-modernidade, típi-

co do século XX. c) abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta

para assuntos rotineiros. d) tematização do fazer artístico, pela discussão do ato de

construção da própria obra. e) valorização do efeito de estranhamento causado no públi-

co, o que faz a obra ser reconhecida.

C6-H19

57. (Enem)

Pequeno concerto que virou cançãoNão, não há por que mentir ou esconder

A dor que foi maior do que é capaz meu coração

56. Alternativa dA função metalinguística é caracterizada pela referência da linguagem à própria linguagem ou, por extensão, da obra à sua própria cons-trução. No poema, o eu lírico remete ao ato de escrever (“escrevo um poema sobre a rapari-ga”) com foco em suas escolhas lexicais (uso da palavra “rapariga”).

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 60 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

61

Não, nem há por que seguir cantando só para explicar

Não vai nunca entender de amor quem nunca

[soube amar

Ah, eu vou voltar pra mim

Seguir sozinho assim

Até me consumir ou consumir toda essa dor

Até sentir de novo o coração capaz de amor

vaNdré, G. Disponível em: <http://www.letras.terra.com.br>. Acesso em: 29 jun. 2011.

Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da fun-ção poética da linguagem, que é percebida na elaboração artística e criativa da mensagem, por meio de combinações sonoras e rítmicas. Pela análise do texto, entretanto, perce-be-se, também, a presença marcante da função emotiva ou expressiva, por meio da qual o emissor

a) imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus sentimentos.

b) transmite informações objetivas sobre o tema de que tra-ta a canção.

c) busca persuadir o receptor da canção a adotar um certo comportamento.

d) procura explicar a própria linguagem que utiliza para construir a canção.

e) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da mensagem veiculada.

C6-H19

58. (Enem)

A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se de-senvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos me-canismos que regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações.

duarte, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Predomina no texto a função da linguagem

a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em rela-ção à ecologia.

b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação.

57. Alternativa aa) CERTA – O poema transmite, no plano do conteúdo, o sofrimento amoroso do eu lírico, portanto, a canção está repleta de marcas de sentimentos pessoais.b) ERRADA – O tema do “amor” não é tratado objetivamente, por meio, por exemplo, de uma conceituação. O eu lírico expressa uma atitude pessoal e emotiva diante dele.c) ERRADA – A canção não exorta o receptor a tomar uma determinada atitude; pode-se con-ceber que se trata de um desabafo, cujo pri-meiro receptor seria o próprio eu lírico. d) ERRADA – Não há tendência à metalingua-gem, pois o receptor não faz referência aos recursos utilizados para compor a canção; to-da a ênfase está no conteúdo: a confissão do sentimento.e) ERRADA – A canção deve ser lida como um desabafo, marcado pela espontaneidade; não há elementos que verifiquem a manutenção do canal aberto, como faria um texto marcado pela função fática.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 61 27/02/14 17:40

62

c) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem.

d) conativa, porque o texto procura orientar comportamen-tos do leitor.

e) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais.

C6-H18

59. (Enem)

Casados e independentesUm novo levantamento do IBGE mostra que o número

de casamentos entre pessoas na faixa dos 60 anos cresce, desde 2003, a um ritmo 60% maior que o observado na população brasileira como um todo...

Aumento no número de casamentos (entre 2003 e 2008)

Entre pessoas acima dos 60

Na população brasileira

44% 28%

... e um fator determinante é que cada vez mais pes-soas nessa idade estão no mercado de trabalho, o que lhes garante a independência financeira necessária para o matrimônio.

Fontes: IBGE e Organização Internacional do Trabalho (OIT). *Com base no último dado disponível, de 2008. Veja, São Paulo, 21 abr. 2010 (adaptado).

Os gráficos expõem dados estatísticos por meio de lingua-gem verbal e não verbal. No texto, o uso desse recurso

a) exemplifica o aumento da expectativa de vida da população.

b) explica o crescimento da confiança na instituição do ca-samento.

c) mostra que a população brasileira aumentou nos últimos cinco anos.

População com mais de 60 anos no mercado de trabalho

Em 2003

31% 38%Hoje*

58. Alternativa eO texto conceitua a biosfera e descreve suas subdivisões, portanto, predomina a função re-ferencial, que está centrada no referente e atende à necessidade de organização de tex-tos objetivos.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 62 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

63

d) indica que as taxas de casamento e emprego cresceram na mesma proporção.

e) sintetiza o crescente número de casamentos e de ocupa-ção no mercado de trabalho.

C7-H21

60. (SM) Observe o cartaz.

Compartilhe vida doe sangue

O cartaz acima, da campanha do Dia Mundial de Doação de Sangue, promovida pela Organização Mundial de Saúde, tem como tema “compartilhe vida, doe sangue”. Nele, o apelo ao leitor se baseia na associação entre texto verbal e não verbal, que sugere que

a) a campanha é muito fraca, por usar recursos não verbais semelhantes aos de anúncios de produtos e apresentar um slogan que faz referência ao compartilhamento reali-zado via Facebook.

b) todos devemos doar sangue, embora seu slogan se opo-nha ao que os desenhos representam.

c) uma gota de sangue não é nada.

d) se compartilha vida ao doar sangue, como se percebe pela gota formada de figuras menores, com pessoas em diver-sas atividades distintas.

e) as pessoas deveriam cessar todas as suas atividades costu-meiras, como dançar, correr, jogar futebol, andar de skate, entre outras, para ir doar sangue.

59. Alternativa eOs gráficos apresentam o tratamento estatísti-co de duas informações: o aumento no número de casamentos na faixa dos 60 anos e a por-centagem de pessoas desta faixa no mercado de trabalho. Embora o texto aponte uma rela-ção entre os dados, os números não apresen-tam proporcionalidade.

60. Alternativa da) ERRADA – A aproximação de anúncios de produtos e a referência à ideia de comparti-lhamento tão comuns no Facebook são recur-sos que ampliam a familiaridade com o tema e contribuem para a conquista do leitor.b) ERRADA – O desenho não se opõe ao slogan. Ele destaca cenas que mostram vida e, por isso, reforçam a ideia de que o doador es-tá contribuindo para a manutenção da vida.c) ERRADA – Ao criar uma gota de sangue composta de seres humanos em diversas ativi-dades, o anúncio quer mostrar que uma gota de sangue vale mais do que parece.d) CERTA – O slogan da campanha propõe que se compartilha vida ao doar sangue, ou seja, ela apresenta o ato de doar sangue como equivalente ao de compartilhar vida. O dese-nho confirma a ideia de que sangue é vida, já que é formado das diversas atividades realiza-das pelos seres humanos ao longo da vida.e) ERRADA – A referência a tais atividades no desenho da gota tem a intenção de mostrar que a doação de sangue favorece a vida. Não há a sugestão de que as atividades devam ser interrompidas para a doação de sangue.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 63 27/02/14 17:40

64

C7-H21

61. (Enem)

Disponível em: <http://orion-oblog.blogspot.com.br>. Acesso em: 6 jun. 2012 (adaptado).

O cartaz aborda a questão do aquecimento global. A relação entre os recursos verbais e não verbais nessa propaganda re-vela que

a) o discurso ambientalista propõe formas radicais de resol-ver os problemas climáticos.

b) a preservação da vida na Terra depende de ações de des-salinização da água marinha.

c) a acomodação da topografia terrestre desencadeia o na-tural degelo das calotas polares.

d) o descongelamento das calotas polares diminui a quanti-dade de água doce potável do mundo.

e) a agressão ao planeta é dependente da posição assumida pelo homem frente aos problemas ambientais.

61. Alternativa eA imagem do globo terrestre em uma gota d’água que pinga de uma ponta de gelo remete ao aquecimento global, também sugerido pelo verbo “derreter”. A referência ao sistema de conjugação verbal envolve as figuras do pro-dutor do texto ("eu") e do leitor ("tu" e "vo-cê") no processo de derretimento, apontando a responsabilidade do homem no processo de aquecimento do planeta. A pergunta dirigida ao leitor confirma essa implicação.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 64 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

65

C6-H18

62. (SM) Observe a charge.

Na charge acima, a crítica se deve à contradição

a) entre o uso de roupas sociais e as intenções pérfidas da comissão.

b) gerada pela enumeração de grupos tão díspares quanto “negros”, “índios”, “mulheres” e “homossexuais”.

c) entre a universalidade dos direitos humanos e a atitude discriminatória com relação a “negros”, “índios”, “mulhe-res” e “homossexuais”.

d) entre a ação de trabalhar e uma comissão de deputados.

e) entre as expressões faciais frias e a atitude de convidar parcelas da população a manifestarem-se.

C7-H23

63. (Enem)

Disponível em: <www.filosofia.com.br>. Acesso em: 30 abr. 2010.

Ang

eli/F

olha

pres

s

62. Alternativa ca) ERRADA – O uso de roupas sociais remete aos grupos de poder e, portanto, não há oposi-ção à ideia de intenções pérfidas. A crítica é construída a partir desse reconhecimento.b) ERRADA – Embora diferentes, os grupos ci-tados são considerados “minorias” e se igua-lam pela discriminação que sofrem.c) CERTA – Ao ler que se trata de uma “nova comissão dos direitos humanos”, o leitor cria a expectativa de que essa comissão irá traba-lhar em prol do respeito aos direitos humanos, que são universais, ou seja, dizem respeito a qualquer indivíduo, independentemente de orientação sexual, sexo, raça ou origem. No entanto, a comissão pede que determinados setores da sociedade se manifestem ou “ca-lem-se para sempre”, explicitando que suas opiniões e reivindicações não serão ouvidas após a abertura dos trabalhos. Nesse momen-to, ela está excluindo esses setores da socie-dade, o que contradiz os objetivos universalis-tas, de inclusão de todos, que compõem o cer-ne dos direitos humanos.d) ERRADA – Não há contradição entre ser de-putado e trabalhar, embora não seja incomum a visão preconceituosa de que parlamentares não trabalham.e) ERRADA – As expressões frias são compatí-veis com o convite a que parcelas da popula-ção se manifestem antes da abertura dos tra-balhos ou calem-se para sempre.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 65 27/02/14 17:40

66

Pelas características da linguagem visual e pelas escolhas vocabulares, pode-se entender que o texto possibilita a re-flexão sobre uma problemática contemporânea ao

a) criticar o transporte rodoviário brasileiro, em razão da grande quantidade de caminhões nas estradas.

b) ironizar a dificuldade de locomoção no trânsito urbano, devida ao grande fluxo de veículos.

c) expor a questão do movimento como um problema exis-tente desde tempos antigos, conforme frase citada.

d) restringir os problemas de tráfego a veículos particulares, defendendo, como solução, o transporte público.

e) propor a ampliação de vias nas estradas, detalhando o es-paço exíguo ocupado pelos veículos nas ruas.

C1-H3

64. (Enem)

grupo eScolar de palMeiraS. Redações de Maria Anna de Biase e J. B. Pereira sobre a Bandeira Nacional. Palmeiras (SP), 18 nov. 1911. Acervo APESP. Coleção DAESP. C10279. Disponível em: <www.arquivoestado.sp.gov.br>. Acesso em: 15 maio 2013.

O documento foi retirado de uma exposição on-line de ma-nuscritos do estado de São Paulo do início do século XX. Quanto à relevância social para o leitor da atualidade, o texto

a) funciona como veículo de transmissão de valores patrióti-cos próprios do período em que foi escrito.

b) cumpre uma função instrucional de ensinar regras de comportamento em eventos cívicos.

63. Alternativa ba) ERRADA – Não se pode concluir que a ironia esteja na crítica ao uso de um tipo específico de veículo, já que a imagem mostra carros particulares e caminhões.b) CERTA – O texto cria uma ironia ao aplicar a teoria de Parmênides ao contexto contempo-râneo, em que a ideia de ausência de movi-mento estaria relacionada aos problemas de mobilidade urbana.c) ERRADA – As observações de Parmênides sobre movimento referem-se a outro contexto, tendo sido aproximada deste apenas para construção da ironia.d) ERRADA – A imagem mostra, além de veícu-los particulares, também os caminhões.e) ERRADA – Não há crítica ao tamanho das estradas, visto que está representada uma es-trada grande, com várias faixas.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 66 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

67

c) deixa subentendida a ideia de que o brasileiro preserva as riquezas naturais do país.

d) argumenta em favor da construção de uma nação com igualdade de direitos.

e) apresenta uma metodologia de ensino restrita a uma de-terminada época.

C3-H9

65. (SM) A linguagem corporal apresenta possibilidades infini-tas de expressão. Isso se dá não só pela variedade de ges-tos, mas também porque “um mesmo gesto adquire signifi-cados diferentes conforme a intenção de quem o realiza e a situação em que ocorre” (Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física). Levando isso em consideração, observe as imagens abaixo.

Imagem 1 Imagem 2

O gesto de erguer os braços, nas duas circunstâncias, mani-festa disposições

a) idênticas, já que ambos os grupos fotografados se ale-gram do espírito de coletividade criado.

b) semelhantes, o que é confirmado pelas roupas utilizadas pelas pessoas em cada uma das imagens.

c) semelhantes, já que as diferenças existentes se devem a divergências culturais que precisam ser respeitadas.

d) distintas, uma vez que, na imagem 1, as pessoas preten-dem manifestar alegria pela atividade de lazer desempe-nhada e, na outra, estão mais próximas a um protesto, a uma demonstração de insatisfação.

e) opostas, já que, na imagem 1, o conjunto de pessoas está em uma situação de treinamento esportivo e, na imagem 2, em um momento de louvação religiosa.

Can

dyB

ox Im

ages

/Shu

tter

stoc

k

Rup

a G

hosh

/Ala

my/

Glo

wim

ages

64. Alternativa aa) CERTA – O texto tem como objetivo descre-ver a bandeira brasileira e revela os valores patrióticos e ufanistas que marcavam a educa-ção no início do século XX, período da República Velha.b) ERRADA – O texto apenas descreve a bandei-ra nacional; não há indicações de comportamen-tos a serem observados em eventos cívicos.c) ERRADA – O documento associa as cores da bandeira a seus significados; apenas nesse contexto pode-se entender uma referência às riquezas naturais. d) ERRADA – Nenhum elemento do texto per-mite concluir que a referência ao Brasil tem como objetivo propor a igualdade de direitos.e) ERRADA – A análise de símbolos nacionais faz parte de metodologias de várias épocas, cabendo, todavia, diferentes objetivos a essa prática.

65. Alternativa da) ERRADA – O semblante sério do segundo grupo invalida a afirmação de alegria.b) ERRADA – Evidentemente, as roupas diferen-ciam o contexto vivido pelos dois grupos.c) ERRADA – É correto apontar diferenças cul-turais, evidentes, por exemplo, na vestimenta das mulheres em oposição ao uso de roupas de banho. Todavia, não se pode indicar semelhan-ça entre os gestos, devido aos diferentes con-textos.d) CERTA – As fotos demonstram que gestos semelhantes podem expressar disposições completamente diferentes. Na primeira, erguer os braços serve à manifestação de alegria de pessoas envolvidas em uma atividade de lazer. Os sorrisos, as vestes, o cenário são elemen-tos que confirmam essa disposição. Já na se-gunda, as pessoas não parecem satisfeitas, es-tão sérias, algumas têm o semblante carrega-do, elementos que as aproximam de um grupo em protesto.e) ERRADA – A afirmação de que o grupo da primeira foto está em um treinamento esporti-vo é invalidada pelas roupas utilizadas.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 67 27/02/14 17:40

68

C3-H10

66. (Enem)

Texto I

É evidente que a vitamina D é importante – mas como obtê-la? Realmente, a vitamina D pode ser produzida na-turalmente pela exposição à luz do sol, mas ela também existe em alguns alimentos comuns. Entretanto, como fonte dessa vitamina, certos alimentos são melhores do que outros. Alguns possuem uma quantidade significa-tiva de vitamina D, naturalmente, e são alimentos que talvez você não queira exagerar: manteiga, nata, gema de ovo e fígado.

Disponível em: <http://saude.hsw.uol.com.br>. Acesso em: 31 jul. 2012.

Texto II

Todos nós sabemos que a vitamina D (colecalciferol) é crucial para sua saúde. Mas a vitamina D é realmente uma vitamina? Está presente nas comidas que os huma-nos normalmente consomem? Embora exista em algum percentual na gordura do peixe, a vitamina D não está em nossas dietas, a não ser que os humanos artificialmente incrementem um produto alimentar, como o leite enri-quecido com vitamina D. A natureza planejou que você a produzisse em sua pele, e não a colocasse direto em sua boca. Então, seria a vitamina D realmente uma vitamina?

Disponível em: <www.umaoutravisao.com.br>. Acesso em: 31 jul. 2012.

Frequentemente circulam na mídia textos de divulgação científica que apresentam informações divergentes sobre um mesmo tema. Comparando os dois textos, constata-se que o texto II contrapõe-se ao I quando

a) comprova cientificamente que a vitamina D não é uma vi-tamina.

b) demonstra a verdadeira importância da vitamina D para a saúde.

c) enfatiza que a vitamina D é mais comumente produzida pelo corpo que absorvida por meio de alimentos.

d) afirma que a vitamina D existe na gordura dos peixes e no leite, não em seus derivados.

e) levanta a possibilidade de o corpo humano produzir arti-ficialmente a vitamina D.

66. Alternativa ca) ERRADA – Apenas sugere que, dadas as suas características, a vitamina D poderia não ser, propriamente, uma vitamina, já que sua aquisi-ção depende pouco do consumo de alimentos.b) ERRADA – O texto II afirma a importância da vitamina D, mas não a justifica.c) CERTA – O trecho “A natureza planejou que você a produzisse em sua pele, e não a colo-casse direto em sua boca” evidencia que a aquisição de vitamina D depende menos do consumo de certos alimentos e mais da expo-sição ao sol. d) ERRADA – O texto afirma existir vitamina D na gordura dos peixes e em produtos artificial-mente enriquecidos com ela, inclusive o leite. Não há referência aos derivados de leite.e) ERRADA – O texto menciona alimentos arti-ficialmente enriquecidos com vitamina D; o corpo a produziria pela exposição ao sol.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 68 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

69

C3-H11

67. (Enem) Leia o texto.

Imagem corporal é um construto multifacetado que une desde a percepção até as atitudes das pessoas so-bre seu próprio corpo e compreende o conceito que cada pessoa tem de seu corpo e a sua representação mental. A deficiência física e a construção negativa da imagem corporal podem fazer com que o autoconceito do indi-víduo também fique negativo, ampliando valores estig-matizantes, preconceituosos e que reforçam sentimen-tos de inferioridade, baixa autoestima, exclusão social e depressão. A prática regular de exercício físico, além de propiciar a reabilitação, oferece benefícios para a saúde com vantagens fisiológicas (prevenção e redução de efei-tos de doenças como diabetes, hipertensão, cardiopatia e osteoporose) e vantagens psicossociais (redução de es-tresse, melhora na autoestima e na imagem corporal). [...] O presente estudo teve o objetivo de verificar se [...] alterações na imagem corporal têm relação com a práti-ca esportiva por pessoas com deficiência física. Foram avaliados 22 atletas praticantes de basquete sobre rodas [...] e 22 deficientes físicos não atletas. [...] Os resulta-dos apontaram menor distúrbio da imagem corporal [...] para os participantes atletas praticantes de basquete so-bre rodas quando comparados com os participantes com deficiência física não praticantes de esporte. cuBa, Bruna Wahasugui. Imagem corporal de pessoas com deficiência física atletas e não atletas. Rio Claro: Unesp, 2008. p. IV. Disponível em: <http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/tcc/brc/3141/2008/cuba_bw_tcc_rcla.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2013.

O texto acima é um resumo do trabalho de conclusão do cur-so de Educação Física. Nele, afirma-se que

a) houve menor distúrbio da imagem corporal entre os par-ticipantes da pesquisa que praticavam basquete, quando comparados com pessoas sem deficiência física não pra-ticantes do esporte.

b) há indícios de que a prática de esportes não diminui a presença de distúrbio da imagem corporal.

c) a prática regular de exercícios físicos traz vantagens fisiológicas, como a prevenção de doenças sexual-mente transmissíveis, diabetes, hipertensão, cardio-patia e osteoporose.

67. Alternativa ea) ERRADA – A pesquisa não contemplou pes-soas não portadoras de deficiência física.b) ERRADA – A pesquisa apontou exatamente o oposto: a prática de exercícios físicos diminui a presença de distúrbio da imagem corporal.c) ERRADA – A prática de exercícios físicos le-va a diversas vantagens, entre elas, no entan-to, não consta a prevenção de doenças sexual-mente transmissíveis.d) ERRADA – A prática regular de exercícios fí-sicos realmente propicia a redução do estres-se, melhora a autoestima e a imagem corporal, mas essas não são vantagens fisiológicas, são vantagens psicossociais.e) CERTA – No início do resumo, Bruna Cuba salienta as más consequências da construção negativa da imagem corporal: os sentimentos de inferioridade, a baixa autoestima, a exclu-são social e a depressão encontram-se entre esses reflexos.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 69 27/02/14 17:40

70

d) a prática regular de exercícios físicos propicia a redução do estresse, melhora a autoestima e a imagem corporal, o que constituem vantagens fisiológicas.

e) sentimentos de inferioridade, baixa autoestima, exclusão social e depressão intensificam-se com a construção ne-gativa da imagem corporal.

C3-H9

68. (Enem)

O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consen-tidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferen-te da “vida quotidiana”.

huiziNga, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 2004.

Segundo o texto, o jogo comporta a possibilidade de fruição. Do ponto de vista das práticas corporais, essa fruição se es-tabelece por meio do(a)

a) fixação de táticas, que define a padronização para maior alcance popular.

b) competitividade, que impulsiona o interesse pelo sucesso.

c) refinamento técnico, que gera resultados satisfatórios.

d) caráter lúdico, que permite experiências inusitadas.

e) uso tecnológico, que amplia as opções de lazer.

C3-H10

69. (Enem)

Adolescentes: mais altos, gordos e preguiçosos

A oferta de produtos industrializados e a falta de tempo têm sua parcela de responsabilidade no aumento da silhueta dos jovens. “Os nossos hábitos alimentares, de modo geral, mudaram muito”, observa Vivian Ellin-ger, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinolo-gia e Metabologia (SBEM), no Rio de Janeiro. Pesquisas mostram que, aqui no Brasil, estamos exagerando no sal e no açúcar, além de tomar pouco leite e comer menos frutas e feijão.

68. Alternativa dSegundo o texto, o jogo possibilita “um senti-mento de tensão e de alegria” e “uma cons-ciência de ser diferente da ‘vida quotidiana’”, portanto, oferece experiências novas (“inusi-tadas”) e prazerosas, garantidas por seu “ca-ráter lúdico”.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 70 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

71

Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula, surge como marca da nova geração: a preguiça, “Cem por cento das meninas que par-ticipam do Programa não praticavam nenhum esporte”, revela a psicóloga Cristina Freire, que monitora o desen-volvimento emocional das voluntárias.

Você provavelmente já sabe quais são as consequên-cias de uma rotina sedentária e cheia de gordura. “E não é novidade que os obesos têm uma sobrevida menor”, acredita Claudia Cozer, endocrinologista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Me-tabólica. Mas, se há cinco anos os estudos projetavam um futuro sombrio para os jovens, no cenário atual as doen-ças que viriam na velhice já são parte da rotina deles. “Os adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e diabe-tes”, exemplifica Claudia.

deSgualdo, P. Revista Saúde. Disponível em: <http://saude.abril.com.br>. Acesso em: 28 jul. 2012 (adaptado).

Sobre a relação entre os hábitos da população adolescente e as suas condições de saúde, as informações apresentadas no texto indicam que

a) a falta de atividade física somada a uma alimentação nu-tricionalmente desequilibrada constituem fatores rela-cionados ao aparecimento de doenças crônicas entre os adolescentes.

b) a diminuição do consumo de alimentos fontes de carboi-dratos combinada com um maior consumo de alimentos ricos em proteínas contribuíram para o aumento da obe-sidade entre os adolescentes.

c) a maior participação dos alimentos industrializados e gordurosos na dieta da população adolescente tem torna-do escasso o consumo de sais e açúcares, o que prejudica o equilíbrio metabólico.

d) a ocorrência de casos de hipertensão e diabetes entre os adolescentes advém das condições de alimentação, en-quanto na população adulta os fatores hereditários são preponderantes.

e) a prática regular de atividade física é um importante fa-tor de controle da diabetes entre a população adoles-cente, por provocar um constante aumento da pressão arterial sistólica.

69. Alternativa aa) CERTA – O texto afirma que os adolescentes não praticam atividades esportivas e possuem uma alimentação desequilibrada, com excesso de sal e gordura e falta de leite, carnes e fei-jão, o que os leva a desenvolver doenças crô-nicas.b) ERRADA – A obesidade ocorre por alto con-sumo de carboidratos e baixo consumo de fon-tes de proteína.c) ERRADA – Os sais e açúcares são componen-tes presentes em produtos industrializados.d) ERRADA – O texto atribui a hipertensão e a diabetes desenvolvidas tanto por adolescentes quanto por adultos à alimentação desequilibra-da e ao sedentarismo.e) ERRADA – O texto não faz referência à ma-neira como a prática esportiva atua para favo-recer o controle da diabetes.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 71 27/02/14 17:40

72

C6-H18

70. (SM) Veja a charge abaixo, publicada por Ângelo Agostini, em setembro de 1887.

agoStiNi, Ângelo. Revista Ilustrada, set. 1887. Disponível em: <http://www.bulevoador.com.br/2010/05/13-de-maio/>. Acesso em: 18 fev. 2014.

A imagem é acompanhada da legenda: “Enquanto no Par-lamento só se discursa e nada se resolve, os pretinhos ras-pam-se com toda ligeireza. Os fazendeiros não conseguem segurá-los”. Assinale a alternativa correta:

a) O sufixo diminutivo em “os pretinhos raspam-se” funcio-na como um desqualificador, o que configura preconceito por parte do criador da legenda.

b) As palavras “nada” e “toda” são exemplos de um jargão tí-pico do jornalismo e das artes-visuais.

c) No contexto, “ligeireza” é termo empregado em sentido conotativo e é usado para descrever como os escravos fu-giam do trabalho.

d) “Raspar-se” é uma maneira coloquial de expressar a ideia de “desviar”.

e) Em “Os fazendeiros não conseguem segurá-los”, o prono-me sublinhado representa “fazendeiros”.

C6-H18

71. (SM) Leia o cartaz abaixo, da campanha Crack Destrói, rea-lizada pelo Instituto Minas Pela Paz (IMPP), com o apoio do Tribunal de Justiça e do Conselho Estadual de Políticas Sobre Drogas (Conead-MG).

Disponível em: <http://mercograff.wordpress.com/2011/08/03/mercograff-apoia-campanha-contra-uso-do-crack/>. Acesso em: 18 fev. 2014.

70. Alternativa aa) CERTA – O sufixo diminutivo “-inho” em “pretinhos”, no contexto, transmite um juízo de valor negativo, por meio dele desqualifi-cam-se e desdenham-se os escravos que dei-xavam as fazendas, em busca de liberdade. A iniciativa de marginalizar esses escravos é uma atitude preconceituosa.b) ERRADA – As palavras “nada” e “toda” não fazem parte do jargão jornalístico ou das artes visuais, seu uso é generalizado na língua.c) ERRADA – “Ligeireza” não foi empregado em sentido conotativo (figurado), mas em sen-tido denotativo (literal). Além disso, o termo é usado para descrever como os escravos fu-giam do cativeiro, e não do trabalho.d) ERRADA – “Raspar-se” é empregado, colo-quialmente, com o significado de “fugir”, “sair correndo”, “escafeder-se”. e) ERRADA – O pronome representa “preti-nhos”.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 72 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

73

Assinale a alternativa correta:a) Em “construa um caminho sem pedras”, o verbo no modo

subjuntivo serve para criar um apelo contra as drogas.b) Caso a publicidade quisesse dar mais destaque à palavra

“famílias”, atribuindo a ela o papel de sujeito sem mudar o sentido da frase, a frase deveria estar na voz passiva: Famílias essa pedra despedaça.

c) O apagamento do objeto direto em “Crack destrói” serve ao propósito de minimizar o potencial destrutivo do crack.

d) O porta-retratos de vidro estilhaçado é uma figuração da ideia de que o crack destrói famílias.

e) O potencial destrutivo do crack é dimensionado erronea-mente, já que ele prejudica exclusivamente o indivíduo que o consome.

C1-H1

72. (SM) Leia o seguinte diálogo, realizado via Facebook, e res-ponda à questão abaixo.

Maria: Feliz dia do índio pra você que fala: pra mim fazerJoão: óóóia o preconceito com as línguas ergativo-ab-

solutivas! hã! Mas eu curti.Maria: HahahhH sabia que ia aparecer um letrista fa-

lando algo do tipo!Maria: você ainda é letrista?João: aehiuehaehu Maria, acho que eu me emburo-

cratizei. neste momento, tem 3 livros em cima da minha estante: um de contabilidade geral, um de contabilidade pública e outro de direito constitucional. ficar adulto e precisar de pagar a conta da cemig é osso.

Diálogo entre usuários anônimos citados por Renise Cristina Santos. O virtual e o real: a língua do Facebook na escola. Anais do SIELP, volume 2, n. 1. Uberlândia: EDUFU, 2012. p. 8.

Disponível em: <http://www.ileel.ufu.br/anaisdosielp/pt/arquivos/sielp2012/450.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2014.

Uma das características da linguagem utilizada no Facebook é a constante presença de neologismos. No contexto acima, o neologismo “emburocratizar-se” significa

a) tornar-se um funcionário público que atende em reparti-ção, lida diretamente com o público e realiza trâmites ad-ministrativos.

b) “emburrecer”, uma vez que o enunciador passou a desem-penhar tarefas destituídas de importância.

c) defender o uso do pronome oblíquo “mim” como sujeito.

71. Alternativa da) ERRADA – Em “construa um caminho sem pedras”, o verbo está no modo imperativo.b) ERRADA – Em “famílias essa pedra despeda-ça”, o sujeito continua sendo “essa pedra” e a oração permanece na voz ativa. Para levar fa-mílias à posição de sujeito, sem alterar o sen-tido da oração, seria necessário passá-la para a voz passiva: “Famílias são despedaçadas por essa pedra”.c) ERRADA – Ao afirmar que o “crack destrói” e não especificar o quê (ou seja, ao apagar o objeto), não se minimiza o potencial destrutivo do crack, embora fique a cargo do leitor imagi-nar o que o crack destrói.d) CERTA – A campanha associa a imagem de um porta-retratos com o vidro estilhaçado à frase “Essa pedra despedaça famílias”. Nesse contexto, sugere-se que as três pessoas cuja foto se encontra no porta-retratos compõem uma família que foi despedaçada por uma “pedra”. Ou seja, a pedra que estilhaçou o porta-retratos figura a ideia de que a pedra de crack despedaça famílias.e) ERRADA – A peça publicitária foi construída para mostrar o contrário do que está na alter-nativa: quando o crack afeta um de seus mem-bros, toda a família sofre.

72. Alternativa ea) ERRADA – Nada nas falas de João indica que o processo de “emburocratização” por que pas-sou tenha ligação com assumir um cargo admi-nistrativo no serviço público, lidar com o público ou atender em repartição; ele passou a ter con-tato com obras relativas a esse universo.b) ERRADA – A palavra “emburocratizar” tem como radical “burocr-”, presente em palavras como burocracia, burocrata e desburocratizar; não se trata, portanto, de palavra da família etimológica de “emburrecer”, que tem como radical “burr-“. Além disso, o enunciador não considera as atividades advindas da necessidade de pagar as contas como algo destituído de importância.c) ERRADA – O termo “emburocratizar” não está relacionado com a discussão sobre o uso de “mim” como sujeito; relaciona-se à maneira como João analisa sua atual ocupação.d) ERRADA – Não se pode atribuir à palavra “emburocratização” especificamente à leitura de obras da área de contabilidade. Se fossem manuais de outras áreas, como economia, en-genharia ou matemática, o efeito seria seme-lhante.e) CERTA – João afirma que se “emburocrati-zou” no momento em que deixou de ser “le-trista” e passou a dedicar-se a algo capaz de atender sua necessidade prática, advinda da passagem à vida adulta, de ganhar a vida, figu-rada no ato pagar a conta de energia elétrica.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 73 27/02/14 17:40

74

d) assimilar valores exclusivos da contabilidade.

e) privilegiar atividades ligadas à necessidade de sustentar--se, em detrimento de atividades criativas, mas destituí-das de um imperativo prático.

C9-H28

73. (Enem)

O sociólogo espanhol Manuel Castells sustenta que “a comunicação de valores e a mobilização em torno do sentido são fundamentais. Os movimentos culturais (en-tendidos como movimentos que têm como objetivo de-fender ou propor modos próprios de vida e sentido) cons-troem-se em torno de sistemas de comunicação – essen-cialmente a internet e os meios de comunicação – porque esta é a principal via que esses movimentos encontram para chegar àquelas pessoas que podem eventualmente partilhar os seus valores, e a partir daqui atuar na consci-ência da sociedade no seu conjunto”.

Disponível em: <www.compolitica.org>. Acesso em: 2 mar. 2012 (adaptado).

Em 2011, após uma forte mobilização popular via redes so-ciais, houve a queda do governo de Hosni Mubarak no Egito. Esse evento ratifica o argumento de que

a) a internet atribui verdadeiros valores culturais aos seus usuários.

b) a consciência das sociedades foi estabelecida com o ad-vento da internet.

c) a revolução tecnológica tem como principal objetivo a de-posição de governantes antidemocráticos.

d) os recursos tecnológicos estão a serviço dos opressores e do fortalecimento de suas práticas políticas.

e) os sistemas de comunicação são mecanismos importan-tes, de adesão e compartilhamento de valores sociais.

C9-H28

74. (SM) Leia a tira.

Cac

o G

alha

rdo/

Ace

rvo

do a

rtis

ta

73. Alternativa eO texto, em especial no trecho “Os movimen-tos culturais (entendidos como movimentos que têm como objetivo defender ou propor modos próprios de vida e sentido) constroem--se em torno de sistemas de comunicação”, evidencia que o desenvolvimento da internet e dos meios de comunicação contribui para que ideias sejam expostas e partilhadas, levando um grande número de pessoas a se constituí-rem como grupo. A deposição do ditador Mubarak, no Egito, exemplifica um caso em que os sistemas de comunicação favoreceram a mobilização popular.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 74 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

75

Na tira da página anterior, Caco Galhardo estiliza uma briga de casal como se as pessoas envolvidas tivessem superpode-res. Assinale o comentário correto:

a) A incompreensão expressa na frase “que é isso?” indica que tudo não passa de um mal-entendido.

b) A palavra “zwing!” é exemplo do uso da aliteração para criar efeitos sonoros.

c) A tira demonstra possíveis consequências da diminuição da privacidade gerada pelas redes sociais.

d) A tira indica que relacionamentos amorosos estão a salvo de interferências de relacionamentos virtuais.

e) A tira revela a verdadeira face das redes sociais: incapa-zes de gerar uma troca autêntica de conhecimento, ser-vem basicamente para o desequilíbrio da família e de relacionamentos estáveis.

C1-H4

75. (Enem)

Para Carr, internet atua no comércio da distraçãoAutor de "A Geração Superficial" analisa a influência da tec-

nologia na mente

O jornalista americano Nicholas Carr acredita que a internet não estimula a inteligência de ninguém. O autor explica descobertas científicas sobre o funcionamento do cérebro humano e teoriza sobre a influência da internet em nossa forma de pensar.

Para ele, a rede torna o raciocínio de quem navega mais raso, além de fragmentar a atenção de seus usuários.

Mais: Carr afirma que há empresas obtendo lucro com a recente fragilidade de nossa atenção. “Quanto mais tempo passamos on-line e quanto mais rápido passamos de uma informação para a outra, mais dinheiro as empre-sas de internet fazem”, avalia.

“Essas empresas estão no comércio da distração e são experts em nos manter cada vez mais famintos por infor-mação fragmentada em partes pequenas. É claro que elas têm interesse em nos estimular e tirar vantagem da nossa compulsão por tecnologia.”

Roxo, E. Folha de S.Paulo, 18 fev. 2012 (adaptado).

A crítica do jornalista norte-americano que justifica o título do texto é a de que a internet

74. Alternativa ca) ERRADA – A frase “que é isso?” manifesta que a personagem, em um primeiro momento, não sabe qual é a causa da agressão sofrida, mas não nos permite concluir que tudo não passou de um mal-entendido.b) ERRADA – A palavra “zwing!” é exemplo de onomatopeia, e não de aliteração.c) CERTA – A diminuição da privacidade gerada pelas redes sociais tem sido alvo de debates na sociedade. A briga de casal gerada por uma informação obtida por meio do Facebook de-monstra uma consequência desse aumento da exposição do indivíduo.d) ERRADA – A tira indica o oposto: relaciona-mentos amorosos são vulneráveis a interfe-rências provindas das redes sociais.e) ERRADA – Nada na tira nos permite concluir que as redes sociais sejam incapazes de gerar uma troca autêntica de conhecimento.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 75 27/02/14 17:40

76

a) mantém os usuários cada vez menos preocupados com a qualidade da informação.

b) torna o raciocínio de quem navega mais raso, além de fragmentar a atenção de seus usuários.

c) desestimula a inteligência, de acordo com descobertas científicas sobre o cérebro.

d) influencia nossa forma de pensar com a superficialidade dos meios eletrônicos.

e) garante a empresas a obtenção de mais lucro com a recen-te fragilidade de nossa atenção.

C1-H4

76. (SM) As redes sociais são amplamente conhecidas por sua capacidade de aproximar indivíduos e permitir-lhes com-partilhar experiências e conhecimentos. Essa capacidade, por vezes, serve à disseminação de preconceitos. Juliana Teixeira, no artigo “As patroas sobre as empregadas: dis-cursos classistas e saudosistas das relações de escravidão”, analisa discursos de empregadores de trabalhadores do-mésticos em uma comunidade do Orkut cujo nome é “Víti-mas de Empregada Doméstica”. Segundo Teixeira, muitos discursos revelam “implícito clamor e até mesmo um sau-dosismo em relação à natureza das relações de trabalho” escravistas. É o caso do texto abaixo, postado por um em-pregador anônimo.

“vão por mim. É regra... vc tem que escravizar e ser bem má... eu faço isso e não me arrependo... gosto de pe-gar no sítio para morar na senzala (quer dizer na minha casa rsss)... quando começam ficar meio espertinhas des-carto..... nunca mais sofri.... elas que sofram trabalhando 14 a 16 horas por dia...” Disponível em: <http://oidiotafeliz.blogspot.com.br/2011/02/voce-tem-que-escravizar-e-ser-bem-ma.html>. Acesso em: 10 nov. 2013.

Assinale a alternativa em que esteja presente, respectiva-mente, um apelo em favor da escravidão, com o predomínio da função conativa da linguagem, seguido da manifestação de prazer em escravizar, com o predomínio da função expres-siva da linguagem:

a) vc tem que escravizar e ser bem má...; gosto de pegar no sítio para morar na senzala.

b) nunca mais sofri; gosto de pegar no sítio para morar na senzala.

c) nunca mais sofri; vão por mim.

75. Alternativa eO texto defende a ideia de que a internet leva a um raciocínio mais raso e fragmentado, porque estimula a leitura superficial e desatenta, como sugerem as alternativas “a”, “b”, “c” e “d”. O título, todavia, tem como base outra informa-ção: há empresas que lucram com esse tipo de raciocínio estimulado pela internet, como afir-ma o trecho “há empresas obtendo lucro com a recente fragilidade de nossa atenção”.

76. Alternativa aa) CERTA – Em “vc tem que escravizar e ser bem má”, há um apelo direto e explícito à es-cravização, com o predomínio da função cona-tiva ou apelativa da linguagem. Em “gosto de pegar no sítio para morar na senzala”, há a manifestação do prazer em escravizar, pela presença do verbo “gosto” e do substantivo “senzala”, com o predomínio da função emoti-va ou expressiva da linguagem (também mar-cado pelo emprego da primeira pessoa do sin-gular).b) ERRADA – Predomina a função emotiva ou expressiva da linguagem em ambas as expres-sões.c) ERRADA – Na primeira expressão, predomina a função emotiva ou expressiva e, na segunda, a apelativa ou conativa.d) ERRADA – Em “elas que sofram trabalhando 14 a 16 horas por dia”, há o predomínio da fun-ção emotiva ou expressiva, em conjunto com a função referencial; em “você tem que escravi-zar e ser bem má”, há o predomínio da função apelativa ou conativa.e) ERRADA – “quer dizer na minha casa rsss”, há o predomínio da função referencial da lin-guagem, junto à função emotiva ou expressiva (“rsss”); em “vão por mim”, é preponderante a função apelativa ou conativa de linguagem.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 76 27/02/14 17:40

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

77

d) elas que sofram trabalhando 14 a 16 horas por dia; você tem que escravizar e ser bem má.

e) quer dizer na minha casa rsss...; vão por mim.

C9-H30

77. (Enem)

O bit na galáxia de Gutenberg

Neste século, a escrita divide terreno com diversos meios de comunicação. Essa questão nos faz pensar na necessidade da “imbricação, na coexistência e interpre-tação recíproca dos diversos circuitos de produção e di-fusão do saber...”.

É necessário relativizar nossa postura frente às mo-dernas tecnologias, principalmente à informática. Ela é um campo novidativo, sem dúvida, mas suas bases estão nos modelos informativos anteriores, inclusive, na tradi-ção oral e na capacidade natural de simular mentalmente os acontecimentos do mundo e antecipar as consequên-cias de nossos atos. A impressão é a matriz que deflagrou todo esse processo comunicacional eletrônico. Enfatizo, assim, o parentesco que há entre o computador e os ou-tros meios de comunicação, principalmente a escrita, uma visão da informática como um “desdobramento da-quilo que a produção literária impressa e, anteriormente, a tradição oral já traziam consigo”.

Neitzel, L. C. Disponível em: <www.geocities.com>. Acesso em: 1o ago. 2012 (adaptado).

Ao tecer considerações sobre as tecnologias da contempora-neidade e os meios de comunicação do passado, esse texto concebe que a escrita contribui para uma evolução das no-vas tecnologias por

a) se desenvolver paralelamente nos meios tradicionais de comunicação e informação.

b) cumprir função essencial na contemporaneidade por meio das impressões em papel.

c) realizar transição relevante da tradição oral para o pro-gresso das sociedades humanas.

d) oferecer melhoria sistemática do padrão de vida e do de-senvolvimento social humano.

e) fornecer base essencial para o progresso das tecnologias de comunicação e informação.

77. Alternativa eO texto afirma que “a impressão é a matriz que deflagrou todo esse processo comunica-cional eletrônico”, portanto, deve-se entender que a escrita constitui-se como base essencial para o progresso das tecnologias de comunica-ção e informação.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_046A077.indd 77 27/02/14 17:40

78

C9-H28

78. (SM) Leia o texto.

Este é o último post do Blog do Pannunzio. Escrevo de-pois de semanas de reflexão e com a alma arrasada [...]. Meu objetivo era compor um espaço de manifestação pessoal e de reflexão política. Jamais aceitei oferta de pa-trocínio [...] por achar que compromissos comerciais po-deriam conspurcar sua essência.

Ocorre que [...] manter uma página eletrônica inde-pendente significa enfrentar dificuldades [...]. Refiro-me às empreitadas judiciais que têm como objetivo calar jornalistas que não se submetem a grupos políticos, ou a grupos de interesse que terminaram por transformar a blogosfera numa cruzada de mercenários virtuais. [...] Do nascimento do blog para cá, passei a responder a uma enxurrada de processos [...]. Alinho entre os algozes o deputado estadual mato-grossense José Geraldo Riva, o maior ficha-suja do País; [e] uma quadrilha paranaense de traficantes de trabalhadores [...].

Ocorre que o simples fato de ter que constituir um ad-vogado e arcar com o ônus financeiro da defesa já repre-senta um castigo severo para quem vive exclusivamente de fontes lícitas de financiamento, como é o meu caso. E é isso o que me leva à decisão de paralisar o Blog.

Pannunzio, F. Disponível em: <http://www.pannunzio.com.br/>. Acesso em: 26 set. 2012.

O texto acima mostra que a liberdade de expressão de blogueiros independentes, que não contam com oferta de patrocínio,

a) pode ser limitada por demandas judiciais, pelos custos que acarretam, quando são feridos interesses de grupos ou indivíduos poderosos.

b) depende do êxito em rebater os argumentos de mercená-rios virtuais.

c) não encontra limites, já que a técnica lhe permite divulgar em todos os países do mundo em que não há censura.

d) encontra censura prévia no Brasil, embora o país seja con-siderado democrático.

e) na prática é inexistente, dadas as ameaças à segurança que o jornalista recebeu e que o obrigam a encerrar seu blog.

78. Alternativa aa) CERTA – Pannunzio informa que está encer-rando seu blog devido à incapacidade de arcar com as custas das diversas demandas judiciais que grupos poderosos, como traficantes de trabalhadores, movem contra ele.b) ERRADA – O problema revelado por Pannunzio não é de natureza textual ou argu-mentativa; é de natureza jurídica.c) ERRADA – O texto aponta limites à liberdade de expressão de blogueiros independentes, que não têm recursos para sustentar diversas empreitadas judiciais.d) ERRADA – Não há no texto nenhuma refe-rência à censura prévia. A censura resulta da dificuldade em manter em funcionamento um blog crítico.e) ERRADA – O autor não menciona ameaças a sua segurança ou a sua integridade física.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 78 27/02/14 17:41

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

79

C1-H4

79. (Enem)

Cury, C. Disponível em: <http://tirasnacionais.blogspot.com>. Acesso em: 13 nov. 2011.

A tirinha denota a postura assumida por seu produtor frente ao uso social da tecnologia para fins de interação e de infor-mação. Tal posicionamento é expresso, de forma argumenta-tiva, por meio de uma atitude

a) crítica, expressa pelas ironias.

b) resignada, expressa pelas enumerações.

c) indignada, expressa pelos discursos diretos.

d) agressiva, expressa pela contra-argumentação.

e) alienada, expressa pela negação da realidade.

C9-H28

80. (SM)

Novas tecnologias geralmente causam apreensão. A própria invenção da escrita, um dispositivo tecnológico, gerou temor, pois poderia enfraquecer a mente, os livros substituiriam o pensamento, o conhecimento. No entan-to, hoje, os livros estimulam os pensamentos e são impor-tantes aliados no processo de ensino e aprendizagem. A inserção da mídia televisiva, como fonte de aprendizagem e de formação, não exclui outras práticas comunicativas utilizadas pela escola. Ao contrário, valoriza elementos culturais que o aluno já possui.

Governo do Estado do Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes para o uso de tecnologias educacionais. Série Cadernos Temáticos. p. 28. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/cadernos_tematicos/diretrizes_uso_tecnologia.pdf>. Acesso em: 29 jan. 2014.

O trecho acima trata da introdução da mídia televisiva nas salas de aula, como ferramenta pedagógica. Assinale a alter-nativa correta:

Cae

tano

Cur

y/w

ww

.teo

eom

inim

undo

.com

.br

79. Alternativa aC. Cury, autor da tira, critica, ironicamente, a maneira como a tecnologia tem sido utilizada, valendo-se da oposição entre as ideias apre-sentadas no quadro superior e os comporta-mentos mostrados nas imagens.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 79 27/02/14 17:41

80

a) O uso do futuro do pretérito, em “poderia enfraquecer a mente, os livros substituiriam”, faz com que essas ações sejam tomadas como fatos certos e inevitáveis.

b) Valorizar elementos culturais que os alunos já possuem não é objetivo da escola, mas sim apresentar novos ele-mentos culturais.

c) A mídia televisiva não é uma tecnologia nova, razão pela qual o enunciador se equivoca em todo o parágrafo.

d) O enunciador defende que a inserção da mídia televisiva na sala de aula pode, como a invenção da escrita, causar temor, porém é válida.

e) O uso de “no entanto” em “No entanto, hoje, os livros esti-mulam” está incorreto, uma vez que não há, entre as ideias, a relação de oposição que essa conjunção expressa.

C1-H1

81. (SM)

Dánie de Jesus realizou um estudo sobre a comunidade do Orkut intitulada “Salvem nossa língua portuguesa”. Para os criadores dessa comunidade, desvios ortográfi-cos tais como “sinosite” ou “conhecidência” constituem “crimes hediondos” que ameaçam a língua portuguesa da “morte”. Sobre isso, D. de Jesus afirma:

“Essa concepção tem suas raízes ideológicas no mito da unidade linguística. Aqueles que a defendem acre-ditam que existe apenas uma norma – a norma-padrão – que deve ser utilizada e respeitada, ou seja, para eles vivemos em mundo sob a égide da homogeneidade, da transparência e da não contradição. Essa atitude parece requerer dos leitores desses enunciados uma opção úni-ca de sentido, temos apenas uma verdade: uma língua--padrão que nos orienta e nos governa.”

Jesus, Dánie Marcelo de. Eu amo a língua portuguesa!: o discurso de usuários do Orkut. Polifonia, Cuiabá, EDUFMT, n. 17, p. 239-253, 2009. Disponível em: <http://cpd1.ufmt.br/meel/arquivos/artigos/318.pdf>. Acesso em: 29 jan. 2014.

Ao afirmar que, para os criadores da comunidade “Salvem nossa língua portuguesa”, existe apenas uma norma, D. de Je-sus deixa pressuposto que, em sua opinião,

a) a norma-padrão deixou de ter importância em um contex-to de globalização.

b) para outras pessoas, existem outras normas, o que leva à superação da ideia de homogeneidade linguística.

80. Alternativa da) ERRADA – O uso do futuro do pretérito, no contexto, faz com que as ações sejam tomadas como hipóteses que não se confirmaram na prática, e não como fatos certos e inevitáveis.b) ERRADA – O texto defende a valorização dos elementos culturais que os alunos já possuem.c) ERRADA – Se comparada com a invenção da escrita, por exemplo, a mídia televisiva é uma tecnologia novíssima, principalmente por ape-nas mais recentemente terem se ampliado as condições tecnológicas para introduzi-la em sala de aula como ferramenta de ensino.d) CERTA – O enunciador compara a invenção da escrita à inserção da mídia televisiva em sala de aula: ambas causam temor, em suas épocas, mas são tecnologias que facilitam o aprendizado; por isso são válidas.e) ERRADA – O uso de “no entanto”, conjunção adversativa que inicia uma oração coordenada adversativa, está correto, uma vez que indica a oposição entre o que se imaginava que iria acontecer (os livros substituírem o pensamen-to) e o que aconteceu (os livros estimulam o pensamento).

81. Alternativa ba) ERRADA – Não há no texto a insinuação de que a norma-padrão é desimportante na atua-lidade.b) CERTA – Ao afirmar que para os criadores da comunidade “Salvem nossa língua portu-guesa” existe apenas uma norma, Dánie deixa implícito que, para outras pessoas, inclusive para ela, haveria mais de uma norma. Essa concepção contraria o mito da unidade linguís-tica e as concepções de que a língua é homo-gênea, transparente e isenta de contradições.c) ERRADA – O autor é favorável à existência das variações internas e à multiplicidade.d) ERRADA – Em nenhum momento o texto su-gere que os princípios enumerados na alterna-tiva tenham alguma validade, seja nacional ou internacional.e) ERRADA – A passagem deixa implícito que outros grupos opõem-se à existência da unida-de linguística defendida pelos membros da re-ferida comunidade do Orkut.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 80 27/02/14 17:41

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

81

c) a língua portuguesa não deveria sofrer variações internas, mas seu uso em diferentes regiões do planeta acaba pro-duzindo essas variações.

d) os princípios da não contradição, da transparência e da homogeneidade têm um alcance limitado, estritamente nacional.

e) para outros grupos, a unidade linguística é uma meta no-bre, mas inalcançável.

C1-H4

82. (Enem)

O que a internet esconde de vocêSites de busca manipulam resultados. Redes sociais decidem

quem vai ser seu amigo – e descartam as pessoas sem avisar. E, para cada site que você pode acessar, há 400 outros invisíveis. Prepare-se para conhecer o lado oculto da internet.

Gravatá, A. Superinteressante. São Paulo, ed. 297, nov. 2011 (adaptado).

Analisando-se as informações verbais e a imagem associada a uma cabeça humana, compreende-se que a venda

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 81 27/02/14 17:41

82

a) representa a amplitude de informações que compõem a internet, às quais temos acesso em redes sociais e sites de busca.

b) faz uma denúncia quanto às informações que são omiti-das dos usuários da rede, sendo empregada no sentido conotativo.

c) diz respeito a um buraco negro digital, onde estão es-condidas as informações buscadas pelo usuário nos sites que acessa.

d) está associada a um conjunto de restrições sociais pre-sentes na vida daqueles que estão sempre conectados à internet.

e) remete às bases de dados da web, protegidas por senhas ou assinaturas e às quais o navegador não tem acesso.

C1-H4

83. (Enem)

O que é bullying virtual ou cyberbullying?É o bullying que ocorre em meios eletrônicos, com

mensagens difamatórias ou ameaçadoras circulando por e-mails, sites, blogs (os diários virtuais), redes sociais e ce-lulares. É quase uma extensão do que dizem e fazem na escola, mas com o agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara a cara.

Dessa forma, o anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os efeitos podem ser tão graves ou piores. “O autor, assim como o alvo, tem dificul-dade de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos”, explica Luciene Tognetta, doutora em Psi-cologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br>. Acesso em: 3 ago. 2012 (adaptado).

Segundo o texto, com as tecnologias de informação e comu-nicação, a prática do bullying ganha novas nuances de per-versidade e é potencializada pelo fato de

a) atingir um grupo maior de espectadores.

b) dificultar a identificação do agressor incógnito.

c) impedir a retomada de valores consolidados pela vítima.

d) possibilitar a participação de um número maior de autores.

e) proporcionar o uso de uma variedade de ferramentas da internet.

83. Alternativa bSegundo o texto, a perversidade da prática do bullying é potencializada pela dificuldade em identificar o agressor, como aparece nos tre-chos “o agravante de que as pessoas envolvi-das não estão cara a cara” e “o anonimato po-de aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças”. O número de autores e espec-tadores e o uso de ferramentas próprias da in-ternet não foram contemplados no texto.

82. Alternativa bA imagem da venda representa a “cegueira” a que o usuário da rede se submete devido à manipulação das informações que se tornam disponíveis.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 82 27/02/14 17:41

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

83

C1-H4

84. (Enem)

Novas tecnologias

Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exalta-ção das novas tecnologias, principalmente aquelas ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequen-tes como “o futuro já chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conexão total com o mundo” “fetichizam” novos produ-tos, transformando-os em objetos do desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro” tão festejado.

Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso, ou de um aparelho capi-talista controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de dúvida. Entretanto, desenvolvemos uma relação simbiótica de dependência mútua com os veículos de comunicação, que se estreita a cada imagem compar-tilhada e a cada dossiê pessoal transformado em objeto público de entretenimento.

Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, por espontâ-nea vontade, a esta relação sadomasoquista com as es-truturas midiáticas, na qual tanto controlamos quanto somos controlados.

samPaio, A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br>. Acesso em: 1o mar. 2013 (adaptado).

Ao escrever um artigo de opinião, o produtor precisa criar uma base de orientação linguística que permita alcançar os leitores e convencê-los com relação ao ponto de vista defen-dido. Diante disso, nesse texto, a escolha das formas verbais em destaque objetiva

a) criar relação de subordinação entre leitor e autor, já que ambos usam as novas tecnologias.

b) enfatizar a probabilidade de que toda população brasilei-ra esteja aprisionada às novas tecnologias.

c) indicar, de forma clara, o ponto de vista de que hoje as pessoas são controladas pelas novas tecnologias.

d) tornar o leitor copartícipe do ponto de vista de que ele manipula as novas tecnologias e por elas é manipulado.

e) demonstrar ao leitor sua parcela de responsabilidade por deixar que as novas tecnologias controlem as pessoas.

84. Alternativa dO emprego de formas verbais na 1a pessoa do plural inclui o leitor no ponto de vista defendido pelo autor, que é expresso a partir de um “nós”. Portanto, o leitor se torna um copartícipe.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 83 27/02/14 17:41

84

C9-H30

85. (Enem)

O hipertexto permite – ou, de certo modo, em alguns casos, até mesmo exige – a participação de diversos auto-res na sua construção, a redefinição dos papéis de autor e leitor e a revisão dos modelos tradicionais de leitura e de escrita. Por seu enorme potencial para se estabelecerem conexões, ele facilita o desenvolvimento de trabalhos co-letivamente, o estabelecimento da comunicação e a aqui-sição de informação de maneira cooperativa.

Embora haja quem identifique o hipertexto exclusiva-mente com os textos eletrônicos, produzidos em deter-minado tipo de meio ou de tecnologia, ele não deve ser limitado a isso, já que consiste numa forma organizacio-nal que tanto pode ser concebida para o papel como para os ambientes digitais. É claro que o texto virtual permite concretizar certos aspectos que, no papel, são pratica-mente inviáveis: a conexão imediata, a comparação de trechos de textos na mesma tela, o “mergulho” nos diver-sos aprofundamentos de um tema, como se o texto tives-se camadas, dimensões ou planos.

ramal, A. C. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Considerando-se a linguagem específica de cada sistema de comunicação, como rádio, jornal, TV, internet, segundo o tex-to, a hipertextualidade configura-se como um(a)

a) elemento originário dos textos eletrônicos.

b) conexão imediata e reduzida ao texto digital.

c) novo modo de leitura e de organização da escrita.

d) estratégia de manutenção do papel do leitor com perfil definido.

e) modelo de leitura baseado nas informações da superfície do texto.

C8-H25

86. (SM) Leia o texto abaixo, em que Millôr Fernandes dá voz a um homem “predestinado”.

Pois é; eu não saio dessa: nasci em Titicaca, cresci em Meridan, estudei em Boston, vivi em Chicago, namorei com a Cocô Chanel. E agora sou redator do Cruzeiro.

Fernandes, Millôr. In: Sérgio Augusto e Jaguar (Org.). O melhor do Pasquim. Rio de Janeiro: Desiderata, 2006. p. 147.

85. Alternativa ca), b) ERRADAS – Segundo o texto, não é certo associar o hipertexto apenas ao ambiente digi-tal, pois essa forma organizacional também é compatível com o papel, ainda que com certas limitações. c) CERTA – O texto afirma que o hipertexto im-põe um novo modo de leitura e de organização da escrita, exigindo “a redefinição dos papéis de autor e de leitor”, podendo ser o resultado de uma operação coletiva. d) ERRADA – O hipertexto coloca o leitor em outra posição diante da leitura, responsabili-zando-o também pela construção do discurso devido à possibilidade de múltiplas conexões.e) ERRADA – Ao contrário do que anuncia a al-ternativa, o hipertexto possibilita o aprofunda-mento de um tema de interesse.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 84 27/02/14 17:41

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

85

Assinale a alternativa correta:

a) “Titicaca”, “Meridan”, “Boston”, “Chicago”, “Cocô Chanel” e “Cruzeiro” são adjetivos que qualificam o predestinado.

b) o efeito de humor é gerado exclusivamente pela pro-gressão existente entre os verbos “nascer”, “crescer”, “estudar”, “viver”, “namorar”, que traduzem diferentes etapas da vida.

c) a ausência do pronome “eu” antes da maioria dos verbos torna o texto ambíguo.

d) ao afirmar que não sai “dessa”, o pronome “essa” equiva-le a “aqui” e representa “Titicaca”, o lugar onde o predes-tinado nasceu.

e) o efeito de humor se deve, principalmente, à enumeração de substantivos próprios cuja sonoridade é semelhante à de diversas palavras que significam “fezes” ou algo rela-cionado a elas.

C8-H25

87. (SM) Leia o trecho da crônica “Um novo ABC”, em que Graci-liano Ramos trata da cartilha de alfabetização com que teve contato em sua infância.

O que ofereciam (...) à nossa curiosidade infantil eram conceitos idiotas: “Fala pouco e bem: ter-te-ão por al-guém.” Ter-te-ão! Esse Terteão para mim era um homem, e nunca pude compreender o que ele fazia na última pá-gina do odioso folheto. Éramos realmente uns pirralhos bastante desgraçados.

ramos, Graciliano. Linhas tortas: obra póstuma. Rio de Janeiro: Record, 1984. p. 174.

O trecho permite concluir que

a) o uso da ênclise em “Ter-te-ão”, colocação de palavras pouco usual no português coloquial brasileiro, dificultou a compreensão da frase.

b) a escrita “Terteão” (sem hífens e com inicial maiúscula) expressa a personificação da curiosidade infantil.

c) a postura crítica à cartilha se manifesta no uso dos adjeti-vos “infantil”, “idiotas”, “odioso” e “desgraçados”.

d) ao afirmar que a cartilha ensinava conceitos idiotas, o au-tor desqualifica o conteúdo da frase “Fala pouco e bem: ter-te-ão por alguém”.

e) apesar de criticar a cartilha usada na época, o autor faz um balanço positivo de sua experiência escolar.

86. Alternativa ea) ERRADA – As palavras citadas na alternativa não são adjetivos e sim substantivos.b) ERRADA – Embora a progressão mencionada colabore para criar o efeito de humor, esse efeito não se deve exclusivamente a ela.c) ERRADA – A ausência do pronome “eu” não torna o texto ambíguo, em todos os casos está implícito que o sujeito é “eu”.d) ERRADA – Ao afirmar que não sai “dessa”, o predestinado afirma que não sai de uma si-tuação ruim, e o pronome representa a ideia genérica de “fezes” que é construída ao longo do texto, por meio da enumeração de substan-tivos próprios.e) CERTA – O efeito de humor do texto consis-te em que o predestinado está fadado a não sair de uma situação ruim, figurativizada por substantivos próprios cuja sonoridade recorda à de palavras que significam “fezes” (Titicaca, Meridan, Boston) Cocô, ou algo relacionado a elas (Chicago, Cruzeiro).

87. Alternativa da) ERRADA – Em “ter-te-ão” não há ênclise, e sim mesóclise.b) ERRADA – A escrita “Terteão” não é a per-sonificação da curiosidade infantil, mas uma expressão de que a mesóclise é uma constru-ção tão excêntrica e tão difícil de compreen-der, que o menino tendia a considerar que “ter-te-ão” era uma pessoa.c) ERRADA – “Idiotas”, “odioso” e “desgraça-dos” realmente são adjetivos que manifestam postura crítica com relação à cartilha e ao processo de alfabetização, mas “infantil” qua-lifica “curiosidade” e não é empregado com intenção crítica.d) CERTA – No início do texto, Graciliano Ramos afirma que o que era oferecido à curio-sidade das crianças eram conceitos idiotas e exemplifica com a frase “Fala pouco e bem: ter-te-ão por alguém”. Ou seja, a crítica não se resume somente à forma da frase, mais es-pecificamente ao uso da mesóclise, raro no português do Brasil, mas também a seu conteúdo.e) ERRADA – O trecho não traz nenhuma quali-ficação positiva da experiência escolar.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 85 27/02/14 17:41

86

C8-H25

88. (SM) O texto abaixo trata do poeta Mário Quintana. Leia-o para responder à questão.

Ele tinha que o maior chato é o “chato perguntativo”. E apesar de toda a admiração que nutria pelas mulheres, às vezes nem elas escapavam dessa classificação. Carlos Ne-jar se lembra do dia em que ambos foram a Bento Gonçal-ves para autografar seus livros e conversar com estudan-tes. No pergunta daqui, pergunta dali, uma universitária, bonita e espevitada, não resistiu e quis saber:

— Mário, por que não te casaste?

Deu uma de suas respostas feitas:

— Porque as mulheres são muito perguntadeiras.

FonseCa, J. Horas bolas – o humor de Mário Quintana. Porto Alegre: L&PM, 2009. p. 82.

A estudante dirige-se a Mário Quintana na segunda pessoa do singular. Usando a terceira pessoa do singular e manten-do o sentido da frase, teríamos:

a) Mário, por que tu não te casaste?

b) Mário, por que não a casou?

c) Mário, por que não se casou?

d) Mário, por que ele não se casou?

e) Mário, por que não casou consigo?

C6-H18

89. (Enem)

Na verdade, o que se chama genericamente de índios é um grupo de mais de trezentos povos que, juntos, falam mais de 180 línguas diferentes. Cada um desses povos possui diferentes histórias, lendas, tradições, conceitos e olhares sobre a vida, sobre a liberdade, sobre o tempo e sobre a natureza. Em comum, tais comunidades apre-sentam a profunda comunhão com o ambiente em que vivem, o respeito em relação aos indivíduos mais velhos, a preocupação com as futuras gerações, e o senso de que a felicidade individual depende do êxito do grupo. Para eles, o sucesso é resultado de uma construção coletiva.

Estas ideias, partilhadas pelos povos indígenas, são in-dispensáveis para construir qualquer noção moderna de civilização. Os verdadeiros representantes do atraso no

88. Alternativa ca) ERRADA – A frase continua na segunda pes-soa do singular.b) ERRADA – Embora o verbo e o pronome es-tejam na terceira pessoa do singular, houve mudança de sentido uma vez que o pronome “a” não é reflexivo.c) CERTA – Substituindo a segunda pessoa do singular (tu), pela terceira (você), teríamos de passar o verbo que está no pretérito perfeito do indicativo para a terceira pessoa do singu-lar (casou) e usar o pronome reflexivo (se): Mário, por que não se casou?d) ERRADA – Embora o verbo e os pronomes estejam na terceira pessoa do singular, houve mudança de sentido com a inserção de “ele”. Com isso, a frase deixaria de referir-se a Mário Quintana.e) ERRADA – O uso do reflexivo “consigo” da-ria à pergunta um sentido absurdo, de questio-nar por que Mário Quintana não quisera casar consigo mesmo.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 86 27/02/14 17:41

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

87

nosso país não são os índios, mas aqueles que se pautam por visões preconceituosas e ultrapassadas de “progresso”.

azzi, R. As razões de ser guarani-kaiowá. Disponível em: <www.outraspalavras.net>. Acesso em: 7 dez. 2012.

Considerando-se as informações abordadas no texto, ao ini-ciá-lo com a expressão “Na verdade”, o autor tem como ob-jetivo principal

a) expor as características comuns entre os povos indígenas no Brasil e suas ideias modernas e civilizadas.

b) trazer uma abordagem inédita sobre os povos indíge-nas no Brasil e, assim, ser reconhecido como especia-lista no assunto.

c) mostrar os povos indígenas vivendo em comunhão com a natureza, e, por isso, sugerir que se deve respeitar o meio ambiente e esses povos.

d) usar a conhecida oposição entre moderno e antigo como uma forma de respeitar a maneira ultrapassada como vi-vem os povos indígenas em diferentes regiões do Brasil.

e) apresentar informações pouco divulgadas a respeito dos in-dígenas no Brasil, para defender o caráter desses povos como civilizações, em contraposição a visões preconcebidas.

C8-H27

90. (Enem)

verissimo, L. F. As cobras. In: Se Deus existe, que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 1997.

O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto, em vez de pronome oblíquo. De acordo com a norma-padrão da língua, esse uso é inadequado, pois

a) contraria o uso previsto para o registro oral da língua.

b) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto.

c) gera inadequação na concordância com o verbo.

d) gera ambiguidade na leitura do texto.

e) apresenta dupla marcação de sujeito.

©

by

Luis

Fer

nand

o Ve

rissi

mo

89. Alternativa eA expressão “na verdade” tem função corre-tiva ou explicativa. Nesse caso, introduz o texto porque as informações a serem apre-sentadas contrariam o senso comum de que os povos indígenas estão presos ao passado e correspondem à noção de “atraso”. O pon-to de vista defendido fundamenta-se em in-formações pouco divulgadas a respeito dos povos indígenas brasileiros.

90. Alternativa bConforme a norma culta formal, os pronomes pessoais do caso reto marcam a função sintáti-ca de sujeito, enquanto os pronomes pessoais oblíquos a de objeto. Na frase “Vamos arrasar eles”, houve uma inversão deste uso, com o pronome reto “eles” funcionando como objeto direto do verbo “arrasar”. Na norma culta, a fa-la seria reescrita assim: vamos arrasá-los.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 87 27/02/14 17:41

88

C6-H18

91. (Enem)

Gripado, penso entre espirros em como a palavra gri-pe nos chegou após uma série de contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disse-minou pela Europa, além do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o italiano influenza e o francês grippe. O primeiro era um termo derivado do latim medie-val influentia, que significava “influência dos astros sobre os homens”. O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse refe-rência ao modo violento como o vírus se apossa do orga-nismo infectado.

rodriGues, S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.

Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus ele-mentos. Nesse texto, a coesão é construída predominante-mente pela retomada de um termo por outro e pelo uso da elipse. O fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é:

a) “[...] a palavra gripe nos chegou após uma série de contá-gios entre línguas.”

b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe [...].”

c) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influen-tia, que significava ‘influência dos astros sobre os homens’.”

d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper [...].”

e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.”

C8-H27

92. (SM) No trecho abaixo, Brás Cubas nos narra o encontro com Prudêncio, ex-escravo de seu pai que, uma vez libertado, ad-quirira seu próprio escravo. Na cena abaixo, Prudêncio agre-dia esse escravo.

[...] perguntei-lhe se aquele preto era escravo dele.

— É, sim, nhonhô.

— Fez-te alguma cousa?

— É um vadio e um bêbado muito grande. Ainda hoje deixei ele na quitanda, enquanto eu ia lá embaixo na cida-de, e ele deixou a quitanda para ir na venda beber.

— Está bom, perdoa-lhe — disse eu.

91. Alternativa e“A forma nominal do verbo gripper” é o sujeito do verbo “fazer” no último período, estando elíptica.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 88 27/02/14 17:41

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

89

— Pois não, nhonhô. Nhonhô manda, não pede. Entra para casa, bêbado.

maChado de assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001. p. 169-170 (Edição comentada e anotada por Antônio Medina Rodrigues).

No trecho acima, Machado de Assis contraria a norma-padrão da língua para caracterizar a coloquialidade da fala de uma de suas personagens. Esse desvio da norma pode ser obser-vado na construção:

a) “entra para casa, bêbado”, pela inadequação do vocativo “bêbado” à circunstância.

b) “enquanto eu ia lá embaixo na cidade”, uma vez que o pronome “eu” não pode desempenhar o papel de sujeito.

c) “fez-te alguma cousa”, pelo erro ortográfico na escrita da palavra “coisa”.

d) “ainda hoje deixei ele na quitanda”, pelo uso do pronome do caso reto “ele” com a função de objeto direto.

e) “fez-te alguma cousa”, pelo uso inadequado do pronome de segunda pessoa do singular.

C6-H18

93. (Enem)

Disponível em: <http://clubedamafalda.blogspot.com.br>. Acesso em: 21 set. 2011.

Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora para o efeito de humor está indicado pelo(a)

a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao final.

b) uso de conjunção aditiva, que cria uma relação de causa e efeito entre as ações.

c) retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele atribuídos.

©

Joa

quín

Sal

vado

r La

vado

(Qu

ino

)

92. Alternativa da) ERRADA – A palavra “bêbado” não é inade-quada, visto que, segundo a personagem, seu escravo abandonou o trabalho para beber.b) ERRADA – É próprio do pronome “eu” de-sempenhar o papel de sujeito.c) ERRADA – A palavra “cousa” está correta-mente grafada e é uma variação da palavra “coisa” (o mesmo acontece em outros casos: “loura/loira”, “ouro/oiro” e “vassoura/vassoi-ra”, por exemplo).d) CERTA – Em “ainda hoje deixei ele na qui-tanda”, há um desvio da norma segundo a qual o pronome do caso reto “ele” não é adequado ao papel sintático de objeto direto. Para res-peitar a norma, deveria ser usado o pronome oblíquo “o”: ainda hoje o deixei na quitanda.e) ERRADA – O pronome pessoal oblíquo “te” faz referência ao interlocutor, exercendo cor-retamente a função de objeto direto do verbo.

93. Alternativa aa) CERTA – A conjunção adversativa “mas” es-tabelece uma relação de oposição, portanto, cria a expectativa de que a personagem vá se contrapor à afirmação da preguiça apresenta-da na primeira oração. Todavia, na continuidade do período, ele transforma a ideia de respeito que a maternidade impõe em argumento para reforçar a ideia inicial. O humor é criado por essa quebra de expectativa.b) ERRADA – “Mas” é uma conjunção adversativa.c) ERRADA – Não há ambiguidade no uso de “mãe”. A ideia de respeito que impõe foi mantida na retomada, permitindo a construção do humor.d) ERRADA – O pronome pessoal oblíquo “la” é uma marca da norma culta, muitas vezes subs-tituído pelo pronome pessoal “ela” (respeitar ela) na linguagem coloquial. Todavia, não se pode atribuir o humor a essa troca isolada.e) ERRADA – A relação entre as orações é ad-versativa e não aditiva.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 89 27/02/14 17:41

90

d) utilização da forma pronominal “la”, que reflete um trata-mento formal do filho em relação à “mãe”.

e) repetição da forma verbal “é”, que reforça a relação de adição existente entre as orações.

C6-H18

94. (Enem)

Browne, D. Folha de S.Paulo, 13 ago. 2011.

As palavras e as expressões são mediadoras dos sentidos produzidos nos textos. Na fala de Hagar, a expressão “é como se” ajuda a conduzir o conteúdo enunciado para o campo da

a) conformidade, pois as condições meteorológicas eviden-ciam um acontecimento ruim.

b) reflexibilidade, pois o personagem se refere aos tubarões usando um pronome reflexivo.

c) condicionalidade, pois a atenção dos personagens é a condição necessária para a sua sobrevivência.

d) possibilidade, pois a proximidade dos tubarões leva à su-posição do perigo iminente para os homens.

e) impessoalidade, pois o personagem usa a terceira pessoa para expressar o distanciamento dos fatos.

C6-H18

95. (SM) Leia o texto.

“Apenas aqueles que querem enganar os povos e go-vernar em interesse próprio podem querer mantê-los na ignorância; porque quanto mais instruídos forem os po-vos, mais sentirão a necessidade das leis.”

PerFetti, Francesco. Napoleão: aforismos, máximas e pensamentos. Trad. Annie Paulette Marie Cambè. Rio de Janeiro: Newton Compton Brasil, 1996. p. 31-32.

Na reflexão acima, ao afirmar “porque quanto mais instruí-dos forem os povos, mais sentirão a necessidade das leis”,

© 2

014

Kin

g Fe

atur

es S

yndi

cate

/ipre

ss

94. Alternativa dA expressão “é como se” introduz a ideia de dúvida, possibilidade, reforçada pelo uso da forma verbal “soubessem” no modo subjunti-vo. O humor da tira é construído pela oposição entre a ingenuidade ou desatenção de Hagar, marcada por essa dúvida sobre o significado da ação dos tubarões, e seu entorno, com o barco encalhado no rochedo e uma tempesta-de se aproximando, sinais inequívocos de que enfrentarão dificuldades.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 90 27/02/14 17:41

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

91

Napoleão vale-se de um(a) _______, pois o conector “porque” insere um(a) _______.

a) tese / ressalva d) tese / justificativa

b) introdução / explicação e) argumento / explicação

c) argumento / ressalva

C6-H18

96. (Enem)

Art. 2o Considera-se criança, para os efeitos desta lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. [...]

Art 3o A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, asse-gurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o de-senvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

Art 4o É dever da família, da comunidade, da socie-dade em geral e do poder público assegurar, com ab-soluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comu-nitária. [...]

Brasil. Lei n. 8 069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em: <www.planalto.gov.br> (fragmento).

Para cumprir sua função social, o Estatuto da Criança e do Adolescente apresenta características próprias desse gênero quanto ao uso da língua e quanto à composição textual. En-tre essas características, destaca-se o emprego de

a) repetição vocabular para facilitar o entendimento.

b) palavras e construções que evitem ambiguidade.

c) expressões informais para apresentar os direitos.

d) frases na ordem direta para apresentar as informações mais relevantes.

e) exemplificações que auxiliem a compreensão dos concei-tos formulados.

95. Alternativa ea) ERRADA – O trecho selecionado não é uma “tese”, ou seja, uma “proposição que se apre-senta ou expõe para ser defendida em caso de contestação”. Aproxima-se a uma tese a pro-posição inicial “Apenas aqueles que querem enganar os povos e governar em interesse próprio podem querer mantê-los na ignorân-cia”, mas não o trecho selecionado na questão e sobre o qual se pergunta. E não se trata de uma ressalva, um raciocínio lógico de caráter concessivo (normalmente introduzido por co-nectores concessivos: embora, ainda que, mesmo que, conquanto, apesar de).b) ERRADA – Embora se trate de uma explica-ção, a alternativa está incorreta porque o tre-cho selecionado não é uma “introdução”, ou seja, parte inicial do texto, em que se apre-senta sua temática. c) ERRADA – Apesar de ser um “argumento”, o trecho não contém uma ressalva (ver comen-tário à alternativa “a”).d) ERRADA – A alternativa é incorreta porque não se trata de uma “tese” (ver comentário à alternativa “a”). Está correto o fato de se tra-tar de uma justificativa.e) CERTA – Ao afirmar “porque quanto mais instruídos forem os povos, mais sentirão a ne-cessidade das leis”, Napoleão vale-se de um argumento cuja finalidade é explicar sua pro-posição de que só governantes mal-intencio-nados têm interesse em manter a população na ignorância. Ou seja, indiretamente ele afir-ma que governantes honestos não têm por que temer a instrução universal. Para isso, Napoleão vale-se de uma oração coordenada explicativa, que introduz uma justificativa ou explicação.

96. Alternativa ba) ERRADA – O Estatuto, assim como outros gêneros da esfera legal, tem caráter conciso, limitando-se à enunciação das regras que visa regular.b) CERTA – O Estatuto é um gênero da esfera legal, voltado à apresentação de códigos ou regulamentos de conduta. Por seu caráter ins-trutivo, deve estar livre de ambiguidades, per-mitindo ao leitor compreender integralmente as ideias apresentadas.c) ERRADA – Como outros gêneros da esfera legal, o Estatuto é marcado por alto grau de formalidade.d) ERRADA – A ordem das frases é indiferente; sua escolha decorre do nível de clareza obtido pela ordem direta ou indireta.e) ERRADA – O Estatuto limita-se à enunciação das regras, não cabendo a ele o detalhamento de conceitos a partir de exemplos.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 91 27/02/14 17:41

92

C6-H18

97. (Enem)

Folha de S.Paulo, 5 ago. 2011 (adaptado).

Um leitor interessado nas decisões governamentais escreve uma carta para o jornal que publicou o edital, concordando com a resolução sintetizada no Edital da Secretaria de Cultu-ra. Uma frase adequada para expressar sua concordância é:

a) Que sábia iniciativa! Os prédios em péssimo estado de conservação devem ser derrubados.

b) Até que enfim! Os edificios localizados nesse trecho des-caracterizam o conjunto arquitetônico da Rua Augusta.

c) Parabéns! O poder público precisa mostrar sua força como guardião das tradições dos moradores locais.

d) Justa decisão! O governo dá mais um passo rumo à elimi-nação do problema da falta de moradias populares.

e) Congratulações! O patrimônio histórico da cidade merece todo empenho para ser preservado.

C7-H21

98. (Enem)

Cartaz afixado nas bibliotecas centrais e setoriais da Universidade Federal de Goiás (UFG), 2011.

97. Alternativa e“Tombamento” é um ato administrativo reali-zado pelo Poder Público com a finalidade de preservar bens de valor histórico, arquitetôni-co, cultural e ambiental, impedindo sua des-truição ou descaracterização. Logo, o enuncia-do que melhor expressa a concordância em re-lação à ação descrita no edital é “Congratulações! O patrimônio histórico da ci-dade merece todo empenho para ser preserva-do”. As frases apresentadas nas alternativas “a”, “b” e “d” revelam a compreensão do ter-mo “tombamento” em seu sentido mais co-mum, como “derrubada”, estando, consequen-temente, incorretas. A alternativa “c” sugere compreensão do conceito, porém, não de sua aplicação no contexto, que prevê preservação de patrimônio físico e não cultural.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 92 27/02/14 17:41

Cad

erno

de

com

petê

ncia

s

93

Considerando-se a finalidade comunicativa comum do gêne-ro e o contexto específico do Sistema de Biblioteca da UFG, esse cartaz tem função predominantemente

a) socializadora, contribuindo para a popularização da arte.

b) sedutora, considerando a leitura como uma obra de arte.

c) estética, propiciando uma apreciação despretensiosa da obra.

d) educativa, orientando o comportamento de usuários de um serviço.

e) contemplativa, evidenciando a importância de artistas in-ternacionais.

98. Alternativa dO gênero “cartaz” está comumente associado a objetivos informativos ou instrutivos. Nesse car-taz, a UFG recorre a uma conhecida obra de Salvador Dali para ensinar os usuários da biblio-teca a cumprir o prazo de devolução dos livros.

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 93 27/02/14 17:41

94

Gab

arit

o 1. a

2. b

3. d

4. e

5. b

6. c

7. b

8. a

9. b

10. a

11. d

12. c

13. c

14. c

15. b

16. e

17. b

18. c

19. c

20. c

21. d

22. a

23. a

24. b

25. b

26. b

27. c

28. c

29. a

30. c

31. e

32. a

33. a

34. c

35. c

36. c

37. d

38. c

39. c

40. e

41. b

42. b

43. d

44. b

45. e

46. a

47. c

48. c

49. c

50. c

51. a

52. a

53. a

54. d

55. b

56. d

57. a

58. e

59. e

60. d

61. e

62. c

63. b

64. a

65. d

66. c

67. e

68. d

69. a

70. a

71. d

72. e

73. e

74. c

75. e

76. a

77. e

78. a

79. a

80. d

81. b

82. b

83. b

84. d

85. c

86. e

87. d

88. c

89. e

90. b

91. e

92. d

93. a

94. d

95. e

96. b

97. e

98. d

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 94 28/02/14 15:04

95

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 95 27/02/14 17:41

96

SPLP_VU_LA_CAD_COMPETENCIAS_078A096.indd 96 27/02/14 17:41