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COOPEROESTE - Julho de 2012 GRITO DA TERRA NO RÁDIO Ouça todos os sábados o programa Grito da Terra, da Cooperoeste/Terra Viva, nas seguintes rádios e horários: -Rádio Cedro FM, de São José do Cedro( 90,7): 13h10 -Rádio Peperi AM, de São Miguel do Oeste (1370) : 13h25 -Rádio Atalaia AM, de Campo Erê (850): 13h 30 *Obs: esporadicamente os programas podem começar alguns minutos antes ou depois do horário previsto. Pág. 04 Stedile: ‘‘Três projetos estão em disputa para a América Latina’’ Pág. 07 Cooperoeste/Terra Viva completa 16 anos Pág. 06 Palavra da Direção:Presidente da Cooperoeste/ Terra Viva, Celestino Persch, avalia primeiro semestre do ano Pág. 03 Pág. 04 Pág. 05 Equipe Técnica e Veterinária da Cooperoeste repassa dicas de cuidados com o gado leiteiro no inverno Começam preparativos para o 6º Congresso Nacional do MST Assentado usa criatividade para enfrentar futuras estiagens

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COOPEROESTE - Julho de 2012

GRITO DA TERRA NO RÁDIO

Ouça todos os sábados o programa Grito da Terra, da Cooperoeste/Terra Viva, nas seguintes rádios e horários:-Rádio Cedro FM, de São José do Cedro( 90,7): 13h10-Rádio Peperi AM, de São Miguel do Oeste (1370) : 13h25-Rádio Atalaia AM, de Campo Erê (850): 13h 30

*Obs: esporadicamente os programas podem começar alguns minutos antes ou depois do horário previsto.

Pág. 04

Stedile: ‘‘Três projetos estão em disputa para a América Latina’’

Pág. 07

C o o p e ro e ste / Te r ra V i va completa 16 anos

Pág. 06

Palavra da Direção:Presidente da Cooperoeste/ Terra Viva, Celestino Persch, avalia primeiro semestre do ano

Pág. 03

Pág. 04

Pág. 05

Equipe Técnica e Veterinária da Cooperoeste repassa dicas de cuidados com o gado leiteiro no inverno

Começam preparativos para o 6º Congresso Nacional do MST

Assentado usa criatividade para enfrentar futuras estiagens

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COOPEROESTE - Julho de 2012

PARA REFLETIR

PARA RIR

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas!Quando se vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é Natal...Quando se vê, já terminou o ano... Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. Quando se vê passaram 50 anos! Agora é tarde demais para ser reprovado... Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho

a casca dourada e inútil das horas... Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo... E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

*Mário Quintana

Eram três irmãos: o Pum, o Calaboca, e o Respeito. O Pum cometeu um crime e foi preso e o Calaboca e o Respeito foram soltá-lo da cadeia.O Respeito tinha medo da delegacia e então ficou na esquina e o Calaboca entrou. O delegado logo perguntou:- Qual é o seu nome:- Calaboca.- Uai. Cadê o Respeito?- Ficou na esquina. - O que você veio fazer aqui?- Soltar o Pum.

DEZESSEIS ANOS (E A LUTA CONTINUA) Dia 20 de julho a Cooperativa Regional de Comercialização do Extremo Oeste (Cooperoeste) completou 16 anos. E apesar de 2012 estar sendo um dos piores anos para as indústrias dos setores lácteos, como o leitor poderá conferir na página 03 (Palavra da Direção), nós, da Cooperoeste, temos motivos para comemorar. Afinal, quem diria que parte daquelas pessoas desacreditadas e, principalmente, 'discriminadas', lá dos idos de 1985, quando ocorreram as primeiras ocupações de terra na região, hoje seriam responsáveis pela segunda maior indústria de São Miguel do Oeste que, somente em 2011, gerou mais de R$ 10 milhões de impostos? Dinheiro, diga-se, que retorna em beneficio da população através dos mais variados tipos de obras. Já passamos por diversas dificuldades, todas superadas, e, com certeza e união, não só venceremos mais essa batalha como cresceremos ainda mais, fazendo jus ao que somos: 'o maior e melhor exemplo de produção de alimentos da reforma agrária no Brasil'. Mas, infelizmente, julho nos trouxe tristeza com a

morte de nosso colega, o motorista José Arnaldo Ludwig, ou simplesmente Arnaldo, como todos os chamavam. Trabalhador, competente e carismático era admirado por todos. Ele morreu dia 27, aos 57 anos de idade (mais informações na página 04). Ainda, nesta edição, descobrimos uma espécie de 'professor Pardal' que mora no Assentamento 21 de Novembro, em São José do Cedro. Além de um fio, que fica no acesso à propriedade e que, se puxado, serve como se fosse uma 'campainha' para alertar que não há ninguém em casa e, por isso, o visitante tem que ter cuidado com os cachorros, ele inventou – e economizou – um modelo de armazenagem de água para se precaver com futuras estiagens, utilizando tijolos, areia, cimento e ferro. O amigo leitor também poderá conferir uma entrevista com João Pedro Stedile, realizada pelo MST e enviada aos grandes meios de comunicação do país que se recusaram em publicá-la. Problema deles. Nós, a exemplo dos que defendem a justiça social, a publicaremos. Outras informações também fazem parte desta edição. Desejamos a todos uma ótima leitura.

Patricia DielRoger Brunetto

MATRIZ

Filial 01

“Entrego minha produção de leite à Cooperoeste há 15 anos. Sou bem correspondido em todos os

sentidos. A empresa é ótima e não pretendo trocar. Também realiza campanhas. Inclusive, na última, a de 15 anos da cooperativa, minha esposa ganhou um Uno zero km. Minha família vive muito bem

comercializando com a Cooperoeste”.

*Agostinho Kosinski, morador do Assentamento Papuã II, em Abelardo Luz.

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AVALIAÇÃO DO PRIMEIRO SEMESTRE Este ano, pelo menos até agora, está sendo difícil em termos de

comercialização do produto industrializado. Percebemos que as demais empresas do setor passam pelas mesmas dificuldades. Isso está ocorrendo em função de o mercado não comportar o custo da matéria prima e o custo da industrialização das fábricas. Por isso 2012 está sendo difícil para as indústrias de produtos lácteos. A nível de produtor também ocorreram pequenas quedas, mas não tão drásticas quanto à venda do produto industrializado.

PERCENTUAL DE PERDAS Comparando este período com o mesmo do ano passado a indústria

está recebendo 20 centavos a menos por litro de leite vendido. Bem abaixo do valor praticado no ano passado. Se a comparação for feita com 2009, a perda chega a 40 centavos por litro. A diferença é muito grande.

FATORES São vários os fatores que causaram a situação. Um deles é a forte

concorrência. Muitas empresas do setor se instalaram na região. Isso pode até ser bom ao agricultor. Mas não para a indústria que não tem como pagar os aumentos solicitados pelos produtores neste período, já que o mercado não comporta. Outra situação é a importação do leite, principalmente da Argentina e do Uruguai, que têm valores bem abaixo com os praticados no Brasil. Acredito que essas seriam as duas principais causas de estarmos recebendo menos pelo litro do leite em comparação a anos anteriores.

EXPECTATIVA PARA O SEGUNDO SEMESTRE Não temos uma expectativa concreta. Tudo vai depender do governo

federal intervir não só nas importações, mas, também, na alta carga tributária

do setor. O governo precisa fazer alguma coisa. Se ele ajudar as empresas nesses dois fatores, seria uma boa contribuição para o setor.

PREÇOS AOS PRODUTORES Dizer que o preço pago ao produtor vai baixar ou aumentar é um risco.

Na atual conjuntura não se pode dizer nada. Nós queremos, e até apostamos, que o valor do litro de leite longa vida vendido aumente, pois ninguém mais está aguentando. A situação é crítica. O atua momento para o setor é um dos mais difíceis - ou até o mais difícil - dos últimos anos.

AÇÕES PARA REVERTER À SITUAÇÃO Desde abril diretores das empresas do segmento realizaram diversas

audiências públicas, além de reuniões com o governo que sabe de todos os problemas. O problema é que não se sensibiliza para tomar as medidas necessárias para que consigamos, pelo menos, amenizar a situação. Até agora ficou só nas promessas. Inclusive, nos próximos dias, integrantes do Conselho Paritário Produtores/Indústrias do Leite (Conseleite) se reunirão para debater quais as medidas que serão adotadas para negociar com o governo, semelhante o que fizeram os suinocultores. Acreditamos que chegará um momento que todas as indústrias do setor vão se unir para resolver o problema.

PREÇO NOS SUPERMERCADOS Também estamos enfrentando problemas com vár ios

supermercadistas que estão exagerando na margem de lucro na venda ao consumidor. Se comparado o que paga para a indústria e o que cobra, quando o leite está nas gôndolas, há supermercados obtendo uma margem muito elevada de lucro. Isso também precisa ser revisto. Não é possível o produtor obter pouco rendimento, a fábrica trabalhar com prejuízo e o lucro ficar com os mercados e supermercados.

16 ANOS DA COOPEROESTE No dia 20 de julho a Cooperoeste/Terra Viva completou 16 anos. No

entanto, para nós que estamos acompanhamos essa bonita trajetória deste o início parece que se passaram apenas três, quatro anos. Em nome da direção da cooperativa parabenizamos os associados que lá, em 1996, tiveram essa iniciativa de fundar a Cooperoeste. Foi uma ideia brilhante. O sucesso é visível. Também parabenizamos os associados que estiveram e estão envolvidos no seu crescimento que se deu em função da contribuição do cooperado. Agradecemos todas as famílias, assentadas ou não, que comercializam com a gente. Todas estão envolvidas nesse grande projeto que cresce a cada ano. Portanto, mais uma vez, parabéns a todos os associados, em especial aqueles que apostaram na fundação da cooperativa. Dezesseis anos passaram e vamos continuar essa luta que já faz parte de nosso dia-a-dia para que a Cooperoeste cresça cada vez mais. Muito obrigado a todos.

COOPEROESTE - Julho de 2012

*Palavra da DireçãoCelestino Persch, presidente da Cooperoeste/Terra Viva

ATENÇÃO PRODUTOR PARA OS CONTATOS PARA ATENDIMENTOS VETERINÁRIOS Atendimento veterinário para São Miguele região: horário comercial de segunda a sexta-feira: Agropecuária (49) 3622-1646ou 3621-1733.

Fora do horário comercial, sábados e do-mingos: Cooperoeste/Terra Viva pelonúmero (49) 3631-0229.

Atendimento veterinário para Abelardo Luz e região: horário comercial de segunda a sexta-feira:Mercado 8833-9185. Posto de resfriamento 8833-8642.

Fora do horário comercial, sábados e domingos, em sistema de plantão: Paulo 8833-8651 ou Osório 8833-8649.

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COOPEROESTE - Julho de 2012

LUTO: Morre caminhoneiro da Cooperoeste/Terra Viva

Com o frio, o produtor de leite tem que ter certos cuidados com os animais. De acordo com o agrônomo e coordenador da equipe técnica da Cooperoeste/Terra Viva, Dyoi Vergutz, um dos principais pontos está relacionado à alimentação.

Conforme ele, as pastagens de azevem e aveia são muito 'moles' e têm pouca fibra, passando rapidamente pelo sistema digestivo da vaca que não consegue absolver. Ele recomenda que os agricultores, junto com o pasto, forneçam um pouco mais de fibra e sal mineral de qualidade. Cita, ainda, a silagem, mesmo que neste ano, por causa da seca, a qualidade não seja das melhores.

Vergutz menciona, também, o feno que é rico em fibras. “Nesta época o ideal seria que o produtor tivesse feno não apenas para tratar as novilhas, mas, também, às vacas de leite”, enfatiza. “A silagem, mesmo sendo picadas em partículas menores, também ajuda em relação a fibras”, acrescenta.

Em relação ao fornecimento de ração, o agrônomo diz que é importante - desde que for de forma moderada - para não aumentar os custos da produção. “O produtor tem que fazer a coisa certa. Ou seja: diminuir os custos sem, entretanto, comprometer a saúde dos animais e, conquentemente, a qualidade do leite. E isso é plenamente possível”, assegura.

“Hoje, em nossa região, no Estado, no Brasil e até em outros países muito se fala em uma possível crise do leite”, menciona. Por isso, no entender do agrônomo, os produtores têm de estar preparados e a melhor forma é diminuir os custos.

Direção, funcionários e a s s o c i a d o s d a Cooperoeste/Terra Viva, além dos inúmeros amigos e da família ainda estão consternados com a m o r t e d o m o t o r i s t a d a cooperativa, José Arnaldo Ludwig, conhecido por Arnaldo, ocorrida no dia 27, em Maravilha. Arnaldo teria parado num posto de combustível, próximo à b a r r e i r a d a g r e v e d o s caminhoneiros, e subido no tanque do caminhão, quando caiu e bateu a cabeça. A princípio essa seria a causa da morte. No entanto, há informações que o motorista teria sido ferido com

pedrada arremessada por alguém que participava do movimento grevista dos caminheiros, no trevo de Pinhalzinho. A Polícia investiga o caso. José Arnaldo Ludwig trabalhava a aproximadamente cinco anos na Cooperoeste. Ele tinha 57 anos de idade e deixa a esposa, Claci, e os filhos Vanderlei e Sidnei.

MENSAGEM AO ARNALDO A morte é uma mudança de vestimenta. A alma, que estava vestida de

sombra, vai ser vestida de luz. Na morte o homem fica sendo imortal. A vida é o poder que tem o corpo de manter a alma sobre a terra, pelo peso que faz nela. A morte é uma continuação. Para além das sombras, estende-se o brilho da eternidade.

As almas passam de uma esfera para outra, tornam-se cada vez mais luz. Aproximam-se cada vez mais e mais de Deus. O ponto de reunião é o infinito onde, um dia, reencontraremos o grande amigo, companheiro e parceiro Arnaldo que, como muitos entes que partiram, foi um exemplo de dignidade, honestidade, hombridade e muitos outros atributos. Obrigado por tudo Arnaldo.

Uma mensagem da direção, funcionários, colaboradores, motoristas e associados da Cooperoeste e Cooptraesc.

Equipe técnica e veterinária da Cooperoeste repassa dicas de cuidados com o gado leiteiro no inverno

Seu Arnaldo com a família

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COOPEROESTE - Julho de 2012

A última - e uma das piores - estiagem que assolou o Extremo Oeste fez muitos agricultores se precaverem para enfrentar futuras secas. Um exemplo, criativo e barato, pode ser constatado na propriedade de Paulinho Barrete, no Assentamento 21 de Novembro, em São José do Cedro. Ele construiu com tijolos, cimento, areia e ferro dois reservatórios de água. Um fica numa fonte. O outro, semelhante a uma piscina, está localizado ao lado da casa. O objetivo é armazenar água, semelhante ao sistema de uma cisterna.

Seu Barrete explica que a água do depósito da vertente, que é cercada por árvores e vegetações, segue, por meio de canos, até o reservatório construído ao lado da residência que, por sua vez, abastece a estrebaria. O procedimento faz com que não haja desperdícios. E o principal: a água não fica parada. Além disso, quando chove, as calhas despejam a água no reservatório.

EXPERIÊNCIA INÉDITA O assentado não sabe dizer de como teve a inspiração e garante

que a experiência, pelo menos na região, é inédita. “Eu fiz a planta. Quem as construiu foi o meu cunhado, que é pedreiro”, salienta. Os dois reservatórios, juntos, têm capacidade de armazenar até 17 mil litros de água.

CUSTOS O assentado garante que a 'invenção' funciona e gastou menos

dinheiro do que se fosse investir numa cisterna ou outro método de armazenamento. Apesar de não estarem totalmente concluídos, já

foram feitos vários testes e nenhum problema, como vazamentos, foi identificado. “Ao todo gastei R$ 1,2 mil. Já uma cisterna custa em torno de R$ 2 mil, sem contar os equipamentos que também precisam ser comprados e a mão de obra”, compara.

VISITAS A criatividade do assentado despertou a curiosidade de muita

gente. Ele revela que constantemente é visitado. “Nós plantamos fumo e até os instrutores da fumageira tiraram fotografias, pois consideram a ideia muito interessante. Além disso, vários agricultores vêm até aqui para conhecer. Um deles, inclusive, anunciou que fará o mesmo na propriedade dele”, revela Paulinho, sem esconder sua satisfação. E aconselha: “Quem fizer o mesmo não se arrependerá”.

PROTEÇÃO DOS RESERVATÓRIOS Barrete aguarda uma equipe da Vigilância Sanitária para

orientá-lo sobre a forma mais adequada para proteger os dois depósitos. Ele acredita que serão necessárias tampas e sombrites duplos para evitar que folhas de árvores e insetos caiam na água.

Para fechar a entrevista, em tom de brincadeira, pergunto: E se demorar para acontecerem outras estiagens? “Aí vamos aproveitar esta, do lado da casa, como se fosse uma piscina”, responde, de forma descontraída, o criativo produtor de leite que sempre comercializou sua produção com a Cooperoeste/Terra Viva.

Criatividade para enfrentar futuras estiagens

VALOR DO LEITEValores do leite projetados para julho cujo pagamento ocorre em meados de agosto, conforme o Conseleite.

-Leite acima do padrão: 0,7628- Leite padrão: 0,6633-Leite abaixo do padrão: 0,6030*Valores em reais para o leite na propriedade, com o Funrural incluso e sem o frete.

Reservatório da vertente, em meio a vegetação

Reservatório ‘tipo piscina’ ao lado da casa do assentado

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Dia 20 de julho a Cooperativa Regional de Comercialização do Extremo Oeste, a Cooperoeste, fabricante dos produtos lácteos Terra Viva, completou 16 anos. A cooperativa iniciou com 182 sócios. Cada um cedeu o valor equivalente a cinco sacas de milho por família. Também foram investidos recursos do Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária. O objetivo era a produção do leite longa vida.

A pedra fundamental foi lançada em setembro de 1997, onde hoje se localiza a indústria, em Linha Bela Vista das Flores. A produção iniciou em janeiro de 1999. No começo a indústria tinha apenas uma máquina e envasava 30 mil litros por dia.

Atualmente a empresa tem cinco máquinas com capacidade de produção de 15 milhões de litros por mês. São produzidos aproximadamente 15 produtos, comercializados em vários estados do Brasil. Conta com mais de 700 cooperados.

A Cooperoeste emprega diretamente 280 funcionários e inúmeros de forma indireta. É a segunda maior empresa do município. Somente no ano passado gerou 10 milhões de reais em impostos. Tributos, estes, que retornam à população em forma de obras e bem-feitorias. A meta é crescer ainda mais com o lançamento de outros produtos como leite condensado, leite em pó, leite longa vida em embalagem sache (uma novidade no mercado), e produtos deslactolosados. Até o final do ano, além das atuais, haverá outros tipos de embalagens para o leite longa vida. Nesses 16 anos, a nossa história foi e continuará pautada pelo compromisso social, no fortalecimento da agricultura familiar e na contribuição com o desenvolvimento regional, além da geração de emprego e renda. A Cooperoeste/Terra Viva é o maior exemplo de reforma agrária no Brasil em relação à industrialização de alimentos.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra já está trabalhando na organização do 6° Congresso Nacional do MST, em julho de 2013. O encontro acontece a cada cinco anos. “O objetivo no próximo ano é o de avaliar este período histórico que estamos vivendo e analisar a questão agrária no Brasil”, informa o integrante estadual e nacional do MST, Álvaro Santin. Ele acrescenta que também serão definidos os rumos do movimento para os próximos cinco anos. Segundo ele, atualmente o MST está trabalhando na organização, a nível nacional, do evento.

De acordo com Santin, todos os assentamentos serão visitados, numa espécie de mutirão, para discutir e avaliar em que estágio está à questão do agronegócio e que ações serão adotadas para combatê-lo. “Por causa deste modelo está havendo uma 'internacionalização' das terras brasileiras que são compradas pelo capital estrangeiro que, por sua vez, as transformam principalmente em monos-cultivo de cana de açúcar e soja”, relata. Por outro lado, conforme com o representante do MST, não há avanços na reforma agrária.

REUNIÕES NOS ASSENTAMENTOS Uma agenda está sendo elaborada com os dias das reuniões nos

assentamentos. “Nestes encontros, é importante a participação de todos, pois iremos avaliar a situação de cada comunidade”, enfatiza. “Chegaremos a cada assentamento, em cada núcleo para debater quais são nossos problemas e desafios, além de saber o que queremos para o futuro”, complementa.

CADA BRASILEIRO CONSOME CINCO LITROS DE AGROTÓXICO POR ANOPara Santin, é preciso analisar sobre qual o tipo de agricultura será

necessário criar no Brasil para a produção de alimentos saudáveis nos assentamentos. “Temos que repensar o uso da terra e, principalmente, a utilização abusiva de agrotóxicos”, opina, mencionando que, em média, por ano, cada brasileiro ingere cinco litros de veneno. “Que tipo de alimento está chegando à mesa do consumidor urbano e rural?”, questiona.

MODELO DIFERENCIADO Álvaro Santin diz que o MST defende um modelo de agricultura orgânico,

que não utilize veneno. Conforme ele, há alternativas para se produzir comida mais saudável. “Inclusive há experiências bem sucedidas em vários de nossos assentamentos que produzem de forma diversificada e não são reféns do agronegócio”, expõe. “Além de apontarmos os problemas que os agrotóxicos causam, estamos nos desafiando a construir um modelo que preserve a terra, o meio- ambiente, a água e possibilite que a população consuma alimentos saudáveis”, salienta o representante do MST, acrescentando que, atualmente, no Brasil são detectados 600 mil casos de cânceres por ano e a principal causa é o agrotóxico, tanto para quem aplica nas lavouras quanto para quem se alimenta de produtos cultivados com excesso de herbicidas.

COOPEROESTE - Julho de 2012

Cooperoeste/Terra Viva completa 16 anos

Começam preparativos para 6° Congresso Nacional do MST

Álvaro Santin esteve na Cooperoeste/Terra Viva repassando informações sobre o congresso

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COOPEROESTE - Julho de 2012

CONJUNTURA DA AMÉRICA LATINAA América Latina está vivendo uma conjuntura positiva para a classe

trabalhadora em geral, pois saímos da hegemonia total dos Estados Unidos e do neoliberalismo com a eleição de diversos governos progressistas em todo o continente. E, agora, há uma disputa permanente do futuro do continente ao redor de três projetos ou propostas.

O primeiro é a retomada da ofensiva dos Estados Unidos, que quer recolonizar a região e transformá-la apenas em fornecedora de matérias primas e energia para ter lucro máximo para suas empresas que por aqui operam. Há um segundo projeto que defende uma integração continental, sem os americanos, mas ainda nos marcos dos interesses das empresas capitalistas. E há um terceiro projeto, que nós chamamos de ALBA (Alternativa Bolivariana Para a América), que se propõe a fazer uma integração econômica, política e cultural, que juntasse governos progressistas com as organizações populares.

Essas três propostas se enfrentam todos os dias em todos os espaços. A cada eleição presidencial, haverá candidatos dos três projetos. A vitoria de [Fernando] Lugo (presidente deposto do Paraguai), fortalecia o projeto dois e três, e representava um alento para a região do Cone Sul, pois derrotou as oligarquias paraguaias depois de 60 anos de ditadura do partido colorado. Eles tentaram derrubá-lo em 23 outros processos de impeachment e somente conseguiram derrubá-lo agora, quando os serviços de inteligencia e os interesses econômicos dos Estados Unidos se envolveram e ajudaram a preparar esse golpe de estado, que teve uma unidade impressionante em termos econômicos, políticos e midiáticos.

MOVIMENTOS SOCIAISOs movimentos sociais, no sentido genérico, que envolve todas as formas de

organização da classe trabalhadora — desde o movimento sindical, popular, até a luta por moradia, por saúde, de luta pela terra e etc –, devem continuar com sua missão histórica que é organizar o povo para que ele lute por melhores condições de vida, pela defesa de seus interesses e por um novo projeto de sociedade. Os movimentos têm um papel fundamental, pois sem a organização popular na base e sem consciência de classe, não será possível fazer mudanças estruturais na sociedade e nem institucionais nos espaços do poder Legislativo e Executivo quando elegermos nossos representantes.

ASSENTAMENTOS DA REFORMA AGRÁRIAHá uma situação da condição humana que faz com que em qualquer novo

espaço, território, assentamento, condomínio ou bairro, nem todas as pessoas se adaptem. A FAO (organização das Nações Unidas) tem um estudo que aponta que em qualquer mudança de moradia, há uma desistência média de 15% das pessoas, inclusive nos edifícios de luxo!

Nos assentamentos do MST, e também nos novos edifícios dos bairros da cidade, tem desistências, trocas, mudanças, que, portanto, são naturais que ocorram. No caso do MST, as desistências são maiores na região amazônica, aonde às vezes não tem estrada, escola, nenhum atendimento de saúde, e aí as famílias não aguentam e desistem. Aqui na região Sul e Sudeste, acontece um movimento inverso. Há algumas desistências, mas o número de novas pessoas que vão morar no assentamento é maior do que a desistência, porque as famílias levam os parentes para morar no mesmo lote.

Nós lutamos e conseguimos colocar na Constituição que, no caso da reforma agrária, a família camponesa recebe apenas um título de concessão de uso familiar. Em nome da mulher e do homem. E eles não podem vender. Portanto, mesmo quando há desistências, o que acontece são trocas de lotes, ou, no máximo, o desistente vende as benfeitorias que fez como a casa, animais e repassa o lote pro Incra colocar outra família.

SOCIALISMONão só é possível como é necessário. O Socialismo é uma proposta da classe

trabalhadora para construir uma sociedade mais justa e igualitária, aonde todos tenham direitos e oportunidades iguais, e aonde a riqueza seja distribuída de acordo com o trabalho de cada um. No fundo, todas as pessoas de boa vontade defendem esse sonho, ainda que não tenham claro como será. Portanto, as sociedades do futuro serão socialistas. O capitalismo é o modelo do passado, da exploração, da concentração de riqueza, da desigualdade social, da humilhação. E por mais que a burguesia, alguns exploradores e seus porta-vozes na mídia e na sociedade achem que vai ser eterno, um dia vai desmoronar. Disso não tenham duvidas.

MSTO MST tem um papel histórico de seguir organizando de forma autônoma os

pobres do campo, que lutam por terra, por trabalho, por melhores condições de vida. Infelizmente o agronegócio, que está mancomunado com o poder econômico, de quem é sócio, com os meios de comunicação, criaram uma ilusão na sociedade brasileira de que o agronegócio é a solução. E escondem que ele aumenta a produtividade expulsando milhares de trabalhadores, usando venenos de forma intensiva, que transformou o Brasil no país que mais usa venenos e que tem alimentos mais contaminados no mundo. E isso gera câncer em 400 mil pessoas por ano no Brasil. Ou seja, o agronegócio dá lucro, produz, mas para meia duzia de fazendeiros e empresas transnacionais.

Por outro lado, nós temos quatro milhões de famílias camponesas, pobres, sem terra, sem trabalho, muitos morando nas periferias das cidades do interior. Nós temos 10 milhões de analfabetos no interior do país. Nós temos cinco milhões de famílias que vivem no interior e que dependem do Bolsa Família para comer. Então nós temos muito trabalho pela frente. Organizar os pobres do campo. Está difícil, mas continuaremos incansáveis o nosso trabalho até que a classe trabalhadora como um todo se dê conta das mudanças necessárias no país, e possamos debater um novo projeto pro país, como fizemos, a partir das lutas sociais da região do ABC, na década de 79 a 89.

Nós precisamos de uma reforma agrária que comece na distribuição de terras, mas que organize cooperativas de produção para instalar agroindústrias nos assentamentos e no interior. Porque é isso que aumenta a renda e tira da pobreza. Uma reforma agrária que adote a matriz tecnológica da agroecologia e produza alimentos sadios, sem veneno, e sem alterar o equilíbrio do meio ambiente. Uma reforma agrária que distribua educação. Portanto, teríamos que instalar mais escolas fundamentais e de ensino médio em todo interior, para criar alternativas para a juventude e levar o conhecimento pro interior. Nos últimos 20 anos, foram fechadas –repito, fechadas!– 25 mil escolas no meio rural. Nós precisamos abrir escolas e não fechar. Por isso nossa luta ficou mais difícil e demorada, porque agora temos que lutar pelo desenvolvimento agrícola e derrotar o agronegócio. O agronegócio é o modelo do lucro, do capital. Nós queremos uma reforma agrária popular, de outro tipo.

João Pedro Stedile, o coordenador do MST*Do site do MST

*Entrevista do Mês

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COOPEROESTE - Julho de 2012

Confira as ofertas da Casa Agropecuária para o mês de Julho!

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