cooperaÇÃo judiciÁria na Área penal e civil no espaÇo da ue

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COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA EM MATÉRIA CIVIL E PENAL Docente: Profº Drº Joaquim Cabrita Discentes: Lucília Simões - Aluna nº 20091861 Maria da Glória Bárbara - Aluna nº 20095083 Fabiana - Aluna nº 2009

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Page 1: COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA NA ÁREA PENAL E CIVIL NO ESPAÇO DA UE

COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA EM MATÉRIA CIVIL E PENAL

Docente:

Profº Drº Joaquim Cabrita

Discentes:

Lucília Simões - Aluna nº 20091861Maria da Glória Bárbara - Aluna nº 20095083Fabiana - Aluna nº 2009

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Cooperação Judiciária em Matéria Civil e Penal 2010

1. INDICE

2. - INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4

3. - CONSTRUÇÃO DA COOPERAÇÃO JUDICIAL À LUZ DOS TRATADOS

CONSTITUTIVOS……………………………………………………………………... 5

4.- A COOPERAÇÃO JUDICIAL EM MATÉRIA PENAL ………………………… 6

4.1- 6

7.- .......................................................................7

8.- ........................ 8

8.1- .................... 10

9.- .............. 10

9.1- …….………11

9.2- O Postulado do Equilíbrio ……........................................................................ 11

10.- OS DEZ PRINCIPIOS DA ECONOMIA. . …………………………….………..12

11.- DIVISÃO DO ESTUDO DA ECONOMIA. …………………………………….15

11.1-A Microeconomia ……………………………………………………………….... 15

11.2- A Macroeconomia ………………………………….….……………..…….……. 16

12.- DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO ………………………………..……….16

13.- ECONOMIA INTERNACIONAL ……................................................................. 16

14.- CONCLUSÃO........................................................................................................... 17

15.- BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 18

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Cooperação Judiciária em Matéria Civil e Penal 2010

2. RESUMO

Palavras Chave:

………………………….

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Cooperação Judiciária em Matéria Civil e Penal 2010

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa oferecer um panorama relativo à Cooperação Judiciária em

Matéria Civil e Penal na União Europeia reflectindo os seus traços mais destacáveis desde

a sua génese até ao momento actual no âmbito do Tratado de Lisboa.

Desde o Acto Único Europeu de 1987, que consagrou no Tratado de Roma o conceito de

uma Comunidade Europeia sem fronteiras, que se tem vindo a impor a ideia de um "espaço

judiciário europeu".

Partindo de tais ideias, consideramos oportuno dividir este trabalho em vários tópicos.

Dessa forma, após a Introdução, o segundo tópico tem por objectivo identificar quais

foram as origens comunitárias da cooperação judiciária penal e civil. Seguidamente

faremos uma abordagem sobre a cooperação judiciária no espaço judiciário europeu. Logo

em seguida, referir-nos-emos à competência prejudicial do Tribunal de Justiça, a pedido

dos tribunais dos Estados-membros, quando aplicam o Direito Comunitário. Concluiremos

o trabalho com uma série de considerações finais.

II. CONSTRUÇÃO DA COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA EUROPEIA À LUZ DOSTRATADOS CONSTITUTIVOS

O nº 2 do artigo 3º do Tratado da União Europeia (doravante TUE) estabelece como

objectivo da União Europeia “proporcionar aos seus cidadãos um espaço de liberdade,

segurança e justiça sem fronteiras internas, em que seja assegurada a livre circulação de

pessoas, em conjugação com medidas adequadas em matéria de controlos na fronteira

externa, de asilo e emigração, bem como de prevenção da criminalidade e combate a este

fenómeno”. Neste espaço de liberdade, segurança e justiça convergem, de um lado, a

cooperação judiciária em matéria civil e, de outro, a cooperação policial e judiciária em

matéria penal.

Retrocedendo o olhar para o processo de convergência europeia percebemos que, no

início, o Tratado da Comunidade Económica Europeia, assinado em Roma em 25 de

Março de 1957, não previa a cooperação judiciária entre os Estados membros já que os

seus objectivos se centravam fundamentalmente em campos estritamente económicos.

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Cooperação Judiciária em Matéria Civil e Penal 2010

Foi o Tratado de Amesterdão que, pela primeira vez, introduziu, entre os objectivos

que a União Europeia devia perseguir, o de manter e desenvolver a União como um espaço

de liberdade, segurança e justiça. O Tratado de Amesterdão entrou em vigor a 01/05/1999.

Antes da entrada em vigor do Tratado de Amesterdão os Estados membros apenas estavam

habilitados a celebrar convenções internacionais tendo adoptado a Convenção de Bruxelas

sobre competência judicial e reconhecimento de decisões judiciais em matéria civil e

comercial, de 27 de Setembro de 1968.

A cooperação judiciária em matéria penal antes do Tratado de Amesterdão:

Os primeiros actos em matéria de cooperação judiciária penal foram elaborados no quadro

do Conselho da Europa (Convenções de 1957, relativa à Extradição, e de 1959, sobre o

Auxílio Judiciário Mútuo em Matéria Penal). Após a integração daquele domínio no

Tratado de Maastricht, estes instrumentos foram completados por Convenções da União

Europeia, tais como a de 1995, relativa ao Processo Simplificado de Extradição, assente na

Convenção de 1957, e a de 1996, relativa à Extradição entre os Estados-Membros da

União, que completa as Convenções de 1957, relativa à Extradição, e a de 1977, relativa à

repressão do terrorismo, alargando o âmbito de aplicação do processo de extradição.

Em 1996, foi lançado um projecto de Convenção relativa à cooperação entre as

autoridades competentes para a aplicação da lei, para completar a Convenção do Conselho

da Europa de 1959, alargar a cooperação entre as autoridades judiciárias e modernizar os

métodos existentes.

Em matéria de fraude e corrupção na União Europeia, foram adoptados instrumentos

específicos: a Convenção relativa à Protecção dos Interesses Financeiros das Comunidades

Europeias, de 1995, e a Convenção de 1997 relativa à Luta contra a Corrupção em que

estejam implicados Funcionários das Comunidades Europeias ou dos Estados-Membros da

União Europeia.

Além destes instrumentos jurídicos, o Conselho Europeu de Amesterdão aprovou, em

Junho de 1997, um programa de acção de luta contra a criminalidade organizada que

contém trinta recomendações destinadas a promover uma cooperação prática e,

eventualmente, a aproximação de determinadas disposições legais nacionais.

O Tratado de Bruxelas (da União Ocidental) foi assinado em 17 de Março de 1948 entre

Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, França e Reino Unido. A partir daí, abriu-se o

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Cooperação Judiciária em Matéria Civil e Penal 2010

caminho para a criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que

trabalha em missões de Gestão de Crises.

O Tratado de Bruxelas representou a primeira de todas as tentativas para organizar os

estados da Europa ocidental no pós-segunda Guerra Mundial. Sem surpresas, este passo na

integração acontece mais ao nível da segurança e defesa do que no plano político

estratégico. O Tratado previu assim uma cláusula de assistência militar mútua no caso de

um dos membros ser atacado. Os países signatários foram os primeiros a aderir à primeira

iniciativa de construção europeia e viriam mais tarde a tornar-se na União da Europa

Ocidental, organização que chega aos dias de hoje, embora sem qualquer relevância

política. Pela Convenção de Bruxelas de 1968 os Estados Membros aderentes decidem dar

execução ao disposto no artigo 220º do referido Tratado, por força do qual se obrigaram a

assegurar a simplificação das formalidades a que se encontram subordinados o

reconhecimento e a execução recíprocos das decisões judiciais, bem como em reforçar na

Comunidade a protecção jurídica das pessoas estabelecidas no seu território, considerando

que, para esse fim, é necessário determinar a competência dos seus órgãos jurisdicionais na

ordem internacional, facilitar o reconhecimento e instaurar um processo rápido que garanta

a execução das decisões, bem como dos actos autênticos e das transacções judiciais, no

âmbito de matéria civil e matéria comercial independentemente da jurisdição, com

excepção das matérias fiscais, aduaneiras e administrativas (Jornal Oficial nº C 027 de

26/01/1998 p. 0001 – 0027)

A entrada em vigor do Tratado da União Europeia ou Tratado de Maastricht, em

Novembro de 1993, constituiu um marco fundamental na cooperação nos domínios da

Justiça e dos Assuntos Internos. Foi a partir desta data que esta cooperação se passou a

fazer no quadro institucional da União Europeia. A cooperação no domínio da Justiça e

dos Assuntos Internos passou a formar aquilo que se convencionou chamar o III pilar da

construção europeia.

As áreas de intervenção previstas pelo Tratado de Maastricht:

O Tratado definia nove áreas de interesse comum. As três primeiras diziam respeito à

entrada e permanência de cidadãos de países terceiros na União, incluindo a política de

asilo e a luta contra a imigração e o trabalho clandestinos. A quarta era a luta contra a

toxicodependência e a quinta, a luta contra a fraude de dimensão internacional. As outras

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quatro áreas tinham um carácter mais global e diziam respeito à cooperação judiciária em

matéria civil, à cooperação judiciária em matéria penal, à cooperação alfandegária, à

cooperação policial com vista à prevenção e à luta contra o terrorismo, o tráfico de droga e

outras formas graves de criminalidade internacional.

O papel do Tribunal de Justiça no quadro do III Pilar:

O Tribunal de Justiça tinha também um papel reduzido visto que as suas competências de

apreciação da legalidade dos actos e de interpretação dependiam das declarações dos

Estados Membros.  

O Tratado de Amesterdão e as alterações operadas no âmbito da cooperação nos

domínios JAI:

O Tratado de Amesterdão modificou o Tratado da União Europeia (TUE) e o Tratado da

Comunidade Europeia (TCE) e entrou em vigor em 1999. Procedeu à “comunitarização”,

isto é, à passagem do III para o I pilar, das matérias relativas à livre circulação de pessoas,

ao asilo e à imigração bem como da cooperação judiciária em matéria civil. Por outras

palavras, estas matérias deixaram de ser reguladas pelo TUE e passaram a reger-se pelas

disposições do TCE. Esta passagem implicou que se passasse a aplicar o método

comunitário que se caracteriza pelo monopólio do direito de iniciativa da Comissão; pelo

recurso geral à votação por maioria qualificada no Conselho; pelo papel activo do PE no

processo de decisão e do Tribunal de Justiça na interpretação do direito comunitário. Isso

teve como resultados, entre outros, certas convenções internacionais celebradas

anteriormente entre os Estados-membros serem transformadas em instrumentos de

integração comunitária como ocorreu, por exemplo, com a Convenção de Bruxelas sobre

competência judicial e reconhecimento de decisões judiciais em matéria civil e comercial,

de 27 de Setembro de 1968; a Convenção relativa aos Processos de Insolvência, de 23 de

Novembro de 1995; a Convenção sobre Transmissão e Intimação de documentos judiciais

e extrajudiciais em matéria civil e comercial, de 26 de Maio de 1997, e, por último, a

Convenção relativa à competência judicial, ao reconhecimento e à execução de decisões

judiciais em matéria matrimonial, de 28 de Maio de 1998. Após a comunitarização do

Direito Internacional Privado, todos eles adoptaram a forma de regulamentos comunitários

adoptados pelo Conselho, transformando-se respectivamente no Regulamento n.44/2001

do Conselho, de 22 de Dezembro de 2000, relativo à competência judicial, ao

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reconhecimento e à execução de decisões judiciais em matéria civil e comercial; o

Regulamento n. 1346/2000 do Conselho, de 20 de Maio de 2000, sobre processos de

insolvência; o Regulamento n. 1348/2000 do Conselho, de 29 de Maio de 2000, relativo à

intimação e à transmissão dentro de Estados membros de documentos judiciais e

extrajudiciais em matéria civil ou comercial e o Regulamento n. 2201/2003 do Conselho,

de 27 de Novembro de 2003, relativo à competência, ao reconhecimento e à execução de

decisões judiciais em matéria matrimonial e de responsabilidade parental no qual se revoga

o anterior Regulamento n. 1347/2000

O plano de acção aprovado em Dezembro de 1998 para a aplicação das disposições do

Tratado de Amesterdão enunciava como objectivo principal da cooperação judiciária em

matéria civil e a melhoria da colaboração entre as autoridades dos Estados-Membros no

sentido de facilitar a vida dos cidadãos europeus, cuja mobilidade é encorajada pela livre

circulação. O Conselho Europeu de Tampere frisou que os cidadãos só podem usufruir da

liberdade num verdadeiro espaço de Justiça, em que todos possam recorrer aos tribunais e

às autoridades de qualquer Estado Membro com a mesma facilidade com que o fariam no

seu próprio país. O Conselho Europeu aprovou o princípio do reconhecimento mútuo das

decisões judiciárias, que se deverá tornar na pedra de toque da cooperação judiciária. O

Conselho Europeu salientou igualmente a necessidade de maior convergência no domínio

do direito civil e, em particular, a necessidade de facilitar a cooperação judiciária nos

processos transfronteiriços.

No final de Maio do ano 2000, o Conselho adoptou Regulamentos que representam um

progresso considerável nos três domínios seguintes: processos de insolvência;

competência, reconhecimento e execução de decisões em matéria matrimonial e de

regulação do poder paternal em relação a filhos comuns do casal; citação e notificação dos

actos judiciais e extrajudiciais em matérias civil e comercial nos Estados Membros.

Depois do Tratado de Amesterdão

Esta última iniciativa antecipou a entrada em vigor do Tratado de Amesterdão. O Tratado

põe em destaque, no novo Título VI do Tratado da União Europeia ("Disposições relativas

à cooperação policial e judiciária em matéria penal"), a importância da luta contra a

criminalidade organizada. Prevê a aproximação das legislações nacionais relativas às

infracções penais e às sanções aplicáveis nos domínios da criminalidade organizada, do

terrorismo e do tráfico de droga.

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Cooperação Judiciária em Matéria Civil e Penal 2010

O plano de acção de Dezembro de 1998 preconiza o reforço da cooperação judiciária, a

aproximação das normas de direito, tal como previsto no novo Tratado, e a procura de

soluções para determinados problemas de carácter transversal (protecção de dados,

paraísos fiscais, prevenção da criminalidade, apoio à vítima, pacto de pré-adesão para o

combate à criminalidade organizada nos países da Europa Central e Oriental).

O Conselho Europeu de Tampere declarou-se firmemente decidido a intensificar o

combate às formas graves de criminalidade organizada e transnacional, tendo,

nomeadamente, salientado a necessidade de uma maior prevenção e de um reforço da

cooperação a nível da União.

Os esforços tendentes a obter um acordo relativo a definições, incriminações e sanções

comuns em matéria de direito penal deverão incidir, numa primeira fase, num número

restrito de sectores de particular importância, tais como o crime financeiro, o tráfico de

droga, o tráfico de seres humanos, a criminalidade que se socorre de tecnologias de ponta e

o crime lesivo do ambiente. O Conselho Europeu frisou, por último, a necessidade de

acções específicas de combate ao branqueamento de capitais.

Foram criados programas de intercâmbio e de formação, tais como os programas Grotius,

destinado aos profissionais da Justiça (1996-2000), e Falcone, para os responsáveis pela

acção contra a criminalidade organizada (1998-2002). Estes programas facultam um

melhor conhecimento mútuo dos sistemas judiciais dos Estados-Membros, propiciando

ainda melhor informação e cooperação entre os profissionais envolvidos.

Em Maio de 2000, o Conselho adoptou a Convenção relativa ao Auxílio Judiciário Mútuo

- proposta pela Comissão em 1996 - que visa melhorar os procedimentos entre Estados-

Membros. A Convenção foi imediatamente assinada por todos os Estados-Membros.

O Conselho exprimiu igualmente o seu acordo de princípio quanto à criação de uma

Unidade Provisória de Cooperação Judiciária (Eurojust), a qual terá por missão melhorar a

cooperação entre as autoridades nacionais competentes em matéria de crimes graves, em

particular de criminalidade organizada, quando se encontrem implicados dois ou mais

Estados Membros. Foi também estabelecido um acordo de princípio quanto a uma

Directiva destinada a reforçar a legislação comunitária tendente a combater o

branqueamento de capitais.

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Cooperação Judiciária em Matéria Civil e Penal 2010

A evolução da cooperação nos domínios JAI:

 

Com a entrada e vigor, a 1 de Dezembro de 2009, do Tratado de Lisboa houve lugar a

novas implicações para a cooperação no domínio das políticas do espaço de liberdade, de

segurança e de justiça (nova designação da JAI). A que merece maior destaque é, sem

dúvida, a que decorre da extinção do III pilar e a sujeição das matérias que dele faziam

parte ao método comunitário, previsto no Título V “ O Espaço de Liberdade, Segurança e

Justiça “, artº 67º ao artº 89º do TFUE. Com efeito, na nova arquitectura legal da União, as

matérias relativas à cooperação judiciária em matéria penal e à cooperação policial passam

a ser reguladas, integralmente, pelo Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia

(TFUE que substitui o Tratado da Comunidade Europeia).

A COOPERAÇÃO JUDICIAL EM MATÉRIA PENAL

A eliminação das fronteiras internas da Comunidade desencadeou, como efeito negativo, o

aumento e desenvolvimento da delinquência transnacional. Esse dado foi o factor

determinante que contribuiu para forjar a convicção, nos órgãos comunitários e nos

próprios Estados Membros, de criar dispositivos de cooperação judiciária penal

encarregados de salvaguardar a segurança e os direitos fundamentais dos cidadãos,

evitando a impunidade dos prevaricadores. A génese do processo de construção orgânica

da citada cooperação judiciária foi criada pela Acção Comum 96/227/JAI, de 22 de Abril

1996, correspondendo a um marco de intercâmbio de magistrados de ligação que permita

melhorar a cooperação judiciária entre os Estados Membros da União Europeia. Esse

marco de intercâmbio abrange conjuntamente o âmbito civil e penal. Assim sendo, o

aparecimento de novos problemas vinculados à evolução e intensificação do processo de

convergência europeia impulsionou a criação de organismos de cooperação judiciária

especializados que pudessem articular os processos convenientes para dar respostas a esses

problemas. Nessa conjuntura, caberia destacar a criação da Rede Judiciária Europeia

mediante a Acção Comum 98/428/ JAI, de 29 de Junho de 1998, adoptada pelo Conselho

com base no artº 3º do TUE e, posteriormente, a criação da Eurojust para reforçar a luta

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contra as formas graves de delinquência por meio da decisão n. 2002/187/JAI do

Conselho, de 28 de Fevereiro de 2002.

Rede judiciária europeia em matéria penal (RJE)

A rede judiciária europeia (RJE) em matéria penal é um instrumento destinado a facilitar o

auxílio judiciário no quadro da luta contra a criminalidade transnacional. O seu

fundamento reside numa acção comum adoptada pelo Conselho em 29 de Junho de 1998.

A rede judiciária é composta por pontos de contacto que ficam à disposição das

autoridades judiciárias locais e das autoridades judiciárias dos outros Estados-Membros

para lhes permitir estabelecer contactos recíprocos directos. Estes pontos de contacto

fornecem igualmente as informações jurídicas e práticas necessárias para ajudar as

autoridades em causa a estabelecer, de forma eficaz, um pedido de cooperação judiciária.

Com base no estabelecido no artigo 2º da Acção Comum 1998, formam parte da Rede

Penal:

a) as autoridades centrais responsáveis pela cooperação judiciária internacional, as

autoridades judiciárias ou outras autoridades competentes que tiverem responsabilidades

específicas no âmbito da cooperação internacional;

b) um ou mais pontos de contacto designados por cada Estado-membro;

c) os magistrados de ligação; e

d) um ponto de contacto designado pela Comissão para as áreas que forem da sua

competência.

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Num verdadeiro espaço europeu de justiça, os particulares e as empresas devem ser livres de exercer plenamente os seus direitos. O objectivo principal da cooperação judiciária em matéria civil consiste em estabelecer uma colaboração mais estreita entre as autoridades dos Estados-Membros, a fim de se ultrapassar eventuais obstáculos resultantes das incompatibilidades entre os diferentes sistemas judiciários e administrativos (reconhecimento mútuo e execução das decisões, acesso à justiça e harmonização das legislações nacionais).

A partir de 1993, o Tratado de Maastricht (TUE) passou a integrar no Título VI a cooperação judiciária em matéria civil. O Tratado de Amesterdão, ao transferir o domínio da cooperação judiciária em matéria civil para o Título IV do Tratado CE (novo artigo 65.º), comunitarizou-o e incluiu-o no espaço de liberdade, de segurança e de justiça (ELSJ). No entanto, esta comunitarização continua a ser parcial durante um período transitório de cinco anos (artigo 67.º TCE), dado que a Comissão partilha o seu direito de iniciativa com os Estados-Membros, o Parlamento Europeu apenas é consultado e o Conselho delibera por unanimidade.

Até ao Tratado de Amesterdão, a cooperação judiciária em matéria civil assumiu essencialmente a forma de convenções. Graças à «comunitarização» deste domínio, a maior parte das convenções foi modernizada e transformada em regulamentos, passando, assim, o Tribunal de Justiça a dispor de competência para proceder à sua interpretação.

O Conselho Europeu de Tampere (Outubro de 1999) elevou o princípio do reconhecimento mútuo das decisões judiciais a verdadeira «pedra angular» da cooperação judiciária tanto em matéria civil como penal na União.

Com a entrada em vigor do Tratado de Nice, em Fevereiro de 2003, o processo de decisão previsto pelo artigo 67.º foi substituído pela votação por maioria qualificada e pelo processo de co-decisão no âmbito da cooperação judiciária em matéria civil, salvo no que respeita ao direito da família.

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Alto Representante para os Negócios Estrangeiros

A introdução deste novo cargo é uma das principais inovações do Tratado de Lisboa. O

Alto Representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança será, em

simultâneo, representante do Conselho Europeu e vice-presidente da Comissão Europeia,

mais direccionado para a pasta dos Negócios Estrangeiros.

Este novo cargo pretende trazer mais coerência à política externa da União Europeia. Será

o novo mandatário para a Política Externa de Segurança Comum (PESC), conduzirá as

acções de defesa da UE e será responsável por representar a União na cena internacional

no que se refere à PESC.

O actual Alto Representante para a PESC, Javier Solana, deverá ocupar, pelo menos

durante os primeiros anos, a nova posição.

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Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias

COMUNICADO DE IMPRENSA n° 104/09 Luxemburgo, 30 de Novembro de 2009

O Tratado de Lisboa e o Tribunal de Justiça da União Europeia

O Tratado de Lisboa, assinado em 13 de Dezembro de 2007, pelos 27 chefes de Estado ou de Governo dos Estados-Membros da União, entra em vigor em 1 de Dezembro de 2009. Altera os dois tratados fundamentais que são o Tratado da União Europeia (TUE) e o Tratado que institui a Comunidade Europeia, passando este último a ser designado como “Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia “ (TFUE)

O Tratado de Lisboa introduz alterações quanto à organização e às competências do Tribunal de Justiça da União Europeia.

A. Alterações introduzidas na organização da instituição e na nomeação dos seus Membros

A União Europeia, agora dotada de personalidade jurídica, substitui-se à Comunidade Europeia. Assim, com o Tratado de Lisboa, a estrutura em pilares desaparece e a União dispõe de um novo quadro institucional. Em consequência, à semelhança das instituições que mudam de denominação, todo o sistema jurisdicional da União adopta o nome de Tribunal de Justiça da União Europeia , composto por três jurisdições: o Tribunal de Justiça, o Tribunal Geral e o Tribunal da Função Pública.

No que respeita à criação de tribunais especializados, embora o Tratado de Lisboa retome as disposições existentes, prevê no entanto certas alterações quanto às modalidades da sua criação, isto é, de futuro são criados segundo o processo legislativo ordinário (ou seja, em co-decisão por maioria qualificada) e não por unanimidade, como anteriormente.

Resulta do Tratado de Lisboa que um pedido de alteração do Estatuto do Tribunal de Justiça da União Europeia é considerado um “projecto de acto legislativo” e deve ser sujeito ao processo legislativo ordinário. Em contrapartida, o estatuto dos juízes e dos advogados-gerais e o regime linguístico do Tribunal de Justiça continuam sujeitos à regra da unanimidade.

No que respeita às modalidades de nomeação dos Membros da instituição, o Tratado de Lisboa retoma as disposições existentes, na medida em que os juízes são nomeados de comum acordo pelos Governos dos Estados-Membros por seis anos, mas a partir de agora após consulta de um comité encarregado de dar um parecer sobre a adequação dos candidatos ao exercício das funções de juiz e de advogado-geral no Tribunal de Justiça e no Tribunal Geral.

Este comité é composto por sete pessoas escolhidas de entre antigos membros das duas jurisdições, membros dos tribunais supremos nacionais e juristas de reconhecida competência, um dos quais será proposto pelo Parlamento Europeu. Decidindo por iniciativa do Presidente do Tribunal de Justiça, o Conselho adopta as decisões sobre as regras de funcionamento desse comité e sobre a designação dos seus membros.

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Apenas subsiste a Comunidade Europeia da Energia Atómica ou “Euratom” (Protocolo n.° 1 que altera os Protocolos anexados ao Tratado da União Europeia, ao Tratado que institui a Comunidade Europeia e/ou ao Tratado que institui a Comunidade Europeia da Energia Atómica).

Artigo 19.° TUE.

O Estatuto do Tribunal de Justiça da União Europeia figura no Protocolo n.° 3. Protocolo n.° 2 relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade.

Quanto aos advogados-gerais, uma declaração prevê que é possível aumentar o seu número de 8 para 11 a pedido do Tribunal de Justiça.

B. Alterações relativas às competências do Tribunal de Justiça da União Europeia

– Domínios

A estrutura em pilares introduzida pelo Tratado de Maastricht desaparece. Assim sendo, a competência do Tribunal de Justiça da União Europeia estende-se ao direito da União Europeia, a menos que os Tratados disponham de outra forma.

O Tribunal de Justiça adquire, pois, competência prejudicial genérica no domínio do espaço de liberdade, de segurança e de justiça devido ao desaparecimento dos pilares e à supressão, pelo Tratado de Lisboa, dos artigos 35.°UE e 68.°CE que previam restrições à competência do Tribunal de Justiça.

Em primeiro lugar, no que respeita à cooperação policial e judiciária em matéria penal , a competência do Tribunal de Justiça para decidir a título prejudicial torna-se obrigatória e já não está subordinada a uma declaração de cada Estado-Membro que reconheça essa competência e indique os órgãos jurisdicionais nacionais que lhe podem submeter questões. Com o Tratado de Lisboa, o domínio da polícia e da justiça penal torna-se direito comum e todos os órgãos jurisdicionais podem recorrer ao Tribunal de Justiça. No entanto, disposições transitórias prevêem que esta plena competência só seja aplicável cinco anos após a entrada em vigor do Tratado.

Em segundo lugar, no que respeita aos vistos, ao asilo, à imigração e às outras políticas relativas à circulação das pessoas (nomeadamente a cooperação judiciária em matéria civil, o reconhecimento e a execução das decisões) todos os órgãos jurisdicionais podem agora recorrer ao Tribunal de Justiça – e não apenas os órgãos jurisdicionais superiores –, que é doravante competente para se pronunciar sobre medidas de ordem pública no âmbito de controlos transfronteiriços. Por conseguinte, o Tribunal de Justiça dispõe de uma competência de direito comum neste domínio a partir da entrada em vigor do Tratado de Lisboa.

Declaração n.° 38 ad artigo 252.° do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia sobre o número de advogados-gerais do Tribunal de Justiça.

Artigo 19.° TUE.

Antigo Título VI do Tratado UE.

Protocolo n.° 36, artigo 10.°, das disposições transitórias. Prevê-se que, a título transitório, as competências do Tribunal de Justiça permanecerão inalteradas quanto aos actos

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adoptados no domínio da cooperação policial e judiciária antes da entrada em vigor do Tratado de Lisboa. Esta disposição transitória deixará de produzir efeitos cinco anos após a data de entrada em vigor do Tratado.

Antigo Título IV do Tratado CE. Por outro lado, o artigo 6.°, n.° 2, TUE precisa que “[a] União adere à Convenção Europeia para a Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais. Essa adesão não altera as competências da União, tal como definidas nos Tratados.” O Protocolo n.° 8 indica que o acordo de adesão deve precisar nomeadamente “[a]s regras específicas da eventual participação da União nas instâncias de controlo da Convenção Europeia [e] […] os mecanismos necessários para assegurar que os recursos interpostos por Estados terceiros e os recursos interpostos por indivíduos sejam dirigidos correctamente contra os Estados-Membros e/ou a União, conforme o caso”. Esta adesão “não afect[a] as suas competências nem as atribuições das suas instituições”.

Artigo 6.°, n.° 1, TUE.

Embora o conceito de pilar desapareça com o Tratado de Lisboa, a Política Externa e de Segurança Comum (PESC), por força do Título V do Tratado EU, continua sujeita a regras particulares e a procedimentos específicos. Assim, o Tribunal de Justiça não é competente para fiscalizar estas disposições nem os actos adoptados com base nelas, salvo duas excepções, a saber: 1) é competente para controlar a delimitação entre as competências da União e a PESC, cuja execução não deve afectar o exercício das competências da União nem as atribuições das instituições para o exercício das competências exclusivas e partilhadas da União; 2) é competente para conhecer dos recursos de anulação contra as decisões que estabeleçam medidas restritivas contra pessoas singulares ou colectivas, adoptadas pelo Conselho, no âmbito, por exemplo, da luta contra o terrorismo (congelamento de bens).

– Processos

O processo prejudicial é alargado aos actos adoptados pelos órgãos e organismos da União, que são assim incorporados no direito da União, que o Tribunal de Justiça pode interpretar e cuja validade pode fiscalizar a pedido dos juízes nacionais, a fim de lhes permitir, por exemplo, verificar a conformidade da sua legislação nacional com esse direito.

O Tratado de Lisboa introduz uma disposição segundo a qual o Tribunal de Justiça, se uma questão prejudicial for suscitada num processo pendente em qualquer órgão jurisdicional nacional relativamente a uma pessoa que se encontre detida, decide com a maior brevidade possível. Faz-se assim referência no próprio texto do Tratado à tramitação prejudicial urgente (TPU), que entrou em vigor em 1 de Maio de 2008, e que se aplica ao espaço de liberdade, de segurança e de justiça ( CP12/08 ).

O Tratado de Lisboa torna extensiva a fiscalização do Tribunal de Justiça aos actos do Conselho Europeu, o qual foi considerado pelo Tratado como uma instituição de pleno direito. Por força de novas disposições pode, a pedido do Estado-Membro em causa, pronunciar-se sobre a legalidade de um acto adoptado pelo Conselho Europeu ou pelo Conselho quando se identifique um risco manifesto de violação grave por esse Estado-Membro de certos valores (respeito pela dignidade humana, respeito pelos direitos do Homem, etc.).

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Do mesmo modo, a instituição é competente para conhecer dos recursos interpostos pelo Tribunal de Contas, pelo Banco Central Europeu e, a partir de agora, pelo Comité das Regiões com o objectivo de salvaguardar as respectivas prerrogativas.

Protocolo n.° 30 anexo ao TFUE relativa à aplicação da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia à Polónia e ao Reino Unido. Conclusões do Conselho Europeu de 20 e 30 de Outubro de 2009 indicam que o Protocolo n.° 30 se aplica à República Checa (Doc. 15265/09 CONCL 3).

Este recurso deve ser interposto no prazo de um mês a contar da referida constatação e o Tribunal de Justiça deve decidir no prazo de um mês a contar da data do pedido.

O Tratado de Lisboa flexibiliza os requisitos de admissibilidade dos recursos interpostos pelos particulares (pessoas singulares ou colectivas) das decisões das instituições, órgãos e organismos da União. Os particulares podem interpor recurso de actos regulamentares que lhes digam directamente respeito e não necessitem de medidas de execução. Assim, os particulares já não têm de demonstrar que esses actos lhes dizem individualmente respeito.

No quadro do controlo do respeito do princípio da subsidiariedade, um Estado-Membro pode submeter ao Tribunal de Justiça um recurso de anulação de um acto legislativo por violação do princípio da subsidiariedade, interposto por um parlamento nacional ou por uma das suas câmaras. O recurso deve ser formalmente apresentado pelo Governo de um Estado mas pode também ser simplesmente “transmitido” por esse Governo, sendo o verdadeiro autor do recurso o parlamento nacional ou uma das suas câmaras. Do mesmo modo, o Comité das Regiões pode invocar a violação desse princípio, quanto a actos sobre os quais a sua consulta é obrigatória.

O Tratado de Lisboa acelera, por outro lado, o mecanismo das sanções pecuniárias (quantia fixa e/ou sanção pecuniária compulsória) em caso de não execução de um acórdão que declara um incumprimento . Permite também ao Tribunal de Justiça aplicar, desde o primeiro acórdão que declara o incumprimento, sanções pecuniárias em caso de não comunicação à Comissão das medidas nacionais de transposição de uma directiva.

Por fim, a Comissão, após um período de cinco anos, pode interpor acções por incumprimento no que respeita às medidas relativas à cooperação policial e judiciária em matéria penal adoptadas antes da entrada em vigor do Tratado de Lisboa.

Artigo 263.° TFUE.

O Tratado de Maastricht introduziu o princípio da subsidiariedade. O artigo 5.° do Tratado CE define-o nestes termos: “Em virtude do princípio da subsidiariedade, nos domínios que não sejam da sua competência exclusiva, a União intervém apenas se e na medida em que os objectivos da acção considerada não possam ser suficientemente alcançados pelos Estados-Membros […], podendo contudo, devido às dimensões ou aos efeitos da acção considerada, ser mais bem alcançados ao nível da União”. Outro princípio lhe está estreitamente associado, o princípio da proporcionalidade, segundo o qual, “[…]a acção da União não deve […] exceder o necessário para alcançar os objectivos dos Tratados”.

Artigo 260.° TFUE.

Idem.

Resulta do Protocolo n.° 36, artigo 10.°, n.° 1, que tais acções são possíveis a partir do termo do prazo de cinco anos após a entrada em vigor do Tratado de Lisboa.

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Documento não oficial, para uso exclusivo dos órgãos de informação, que não envolve a responsabilidade do Tribunal de Justiça.

Contacto Imprensa: Agnès López Gay (+352) 4303 3667º (+352) 4303 3667

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CONVENÇÃO DE BRUXELAS

Relativa à competência judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil e comercial.

PREÂMBULO

AS ALTAS PARTES CONTRATANTES NA PRESENTE CONVENÇÃO

DETERMINADAS em fortalecer, nos seus territórios, a protecção jurídica das pessoas neles estabelecidas,

CONSIDERANDO que para o efeito se torna necessário determinar a competência dos respectivos tribunais na ordem internacional, facilitar o reconhecimento e instituir um processo rápido que garanta a execução das decisões, dos actos autênticos e das transacções judiciais,

CONSCIENTES dos laços que as unem, consagrados no domínio económico pelos acordos de comércio livre celebrados entre a Comunidade Económica Europeia e alguns Estados membros da Associação Europeia de Comércio Livre,

TOMANDO EM CONSIDERAÇÃO:

— a Convenção de Bruxelas, de 27 de Setembro de 1968, relativa à competência judiciária e à execução de decisões em matéria civil e comercial, alterada pelos Actos de Adesão relativos aos sucessivos alargamentos da União Europeia;

— a Convenção de Lugano, de 16 de Setembro de 1988, relativa à competência judiciária e à execução de decisões em matéria civil e comercial, que alarga a aplicação das disposições da Convenção de Bruxelas de 1968 a alguns Estados membros da Associação Europeia de Comércio Livre;

— o Regulamento (CE) n.o 44/2001 do Conselho, de 22 de Dezembro de 2000, relativo à competência judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil e comercial, que substituiu a Convenção de Bruxelas acima mencionada;

— o Acordo entre a Comunidade Europeia e o Reino da Dinamarca relativo à competência judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil e comercial, assinado em Bruxelas em 19 de Outubro de 2005,

PERSUADIDAS de que a extensão dos princípios estabelecidos no Regulamento (CE) n.o 44/2001 às partes contratantes no presente instrumento reforçará a cooperação judiciária e económica,

DESEJOSAS de assegurar uma interpretação tão uniforme quanto possível deste instrumento,

DECIDIRAM, com este espírito, celebrar a presente convenção e

ACORDARAM NO SEGUINTE:

TÍTULO I

ÂMBITO DE APLICAÇÃO

Artigo 1.o

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1. A presente convenção aplica-se em matéria civil e comercial e independentemente da natureza da jurisdição. Não abrange, nomeadamente, as matérias fiscais, aduaneiras e administrativas.

2. São excluídos da sua aplicação:

a) O estado e a capacidade das pessoas singulares, os regimes matrimoniais, os testamentos e as sucessões;

21.12.2007 PT Jornal Oficial da União Europeia L 339/3

b) As falências, as concordatas e outros processos análogos;

c) A segurança social;

d) A arbitragem.

3. Para efeitos da presente convenção, entende-se por «Estado vinculado pela presente convenção», qualquer.

Estado que seja parte contratante na presente convenção ou Estado-Membro da Comunidade Europeia. Pode também significar a Comunidade Europeia.

TÍTULO II

COMPETÊNCIA

SECÇÃO 1

Disposições gerais

Artigo 2.o

1. Sem prejuízo do disposto na presente convenção, as pessoas domiciliadas no território de um Estado vinculado pela presente convenção devem ser demandadas, independentemente da sua nacionalidade, perante os tribunais desse Estado.

2. As pessoas que não possuam a nacionalidade do Estado vinculado pela presente convenção em que estão domiciliadas ficam sujeitas nesse Estado às regras de competência aplicáveis aos nacionais.

Artigo 3.o

1. As pessoas domiciliadas no território de um Estado vinculado pela presente convenção só podem ser demandadas perante os tribunais de outro Estado vinculado pela presente convenção por força das regras enunciadas nas secções 2 a 7 do presente título.

2. Contra elas não podem ser invocadas, nomeadamente, as regras de competência nacionais constantes do anexo I.

Artigo 4.o

1. Se o requerido não tiver domicílio no território de um Estado vinculado pela presente convenção, a competência será regulada em cada Estado vinculado pela presente convenção pela lei desse Estado, sem prejuízo da aplicação do disposto nos artigos 22º e 23º.

2. Qualquer pessoa, independentemente da sua nacionalidade, com domicílio no território de um Estado vinculado pela presente convenção pode, tal como os nacionais, invocar contra esse requerido.

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CONVENÇÃO DE ROMACONVENÇÃO SOBRE A LEI APLICÁVEL ÀS OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS, ABERTA À ASSINATURA EM ROMA EM 19 DE JUNHO DE 1980.

Matéria Civil e Comercial: União Europeia

Enquadramento

Sendo a livre circulação de pessoas reconhecida como um dos elementos principais do mercado interno, o espaço judicial europeu é uma consequência do desenvolvimento natural da Comunidade Europeia como espaço sem fronteiras. A consagração legal desta realidade na União Europeia, aparece claramente assumida pela primeira vez, no Tratado de Maastricht que fixa no seu Título VI a cooperação judicial como questão do interesse comum dos Estados membros. O Tratado de Amesterdão viria em seguida criar um novo título, designado " vistos, asilo, imigração e outras políticas relativas à livre circulação de pessoas" (Título IV do Tratado de Amesterdão). Este novo título, impõe a progressiva criação de um espaço de liberdade, segurança e justiça na UE, estabelecido, nomeadamente, através da cooperação judiciária em matéria civil ( Art.61º-ali. C) do T. A.) e estabelece , desde logo, os objectivos a atingir com estas medidas de cooperação judiciária com incidência transfronteiriça ( Art. 65º T. A.). O Tratado de Amesterdão assume, assim, a cooperação judicial civil como indispensável à realização da livre circulação de pessoas e consagra como objectivo do Espaço Judicial Europeu a melhoria e simplificação de matérias jurídicas essenciais a essa livre circulação. As matérias abrangidas por esta melhoria e simplificação estão contidas no citado Art. 65º, sendo a citação e notificação de actos judiciais e extrajudiciais, a cooperação em matéria de prova, o reconhecimento e execução das decisões judiciais e extrajudiciais em matéria civil e comercial, a promoção da compatibilidade das normas de conflitos de leis e de jurisdição dos vários Estados-membros e a eliminação de obstáculos à boa tramitação de acções cíveis.

Instrumentos

Primordialmente, a cooperação judicial civil traduziu-se na produção de instrumentos internacionais, dos quais se destacam:

Convenção de Bruxelas (também denominada Bruxelas I ) de 24 de Setembro de 1968

Relativa à competência judiciária e à execução de decisões em matéria civil e comercial, a qual foi ratificada inicialmente pelos seis Estados fundadores da CEE e entrou em vigor em 1 de Fevereiro de 1973. Esta Convenção sofreu modificações introduzidas por quatro Convenções de Adesão, consequência da entrada de novos Estados-membrosnas comunidades: a Convenção de 9 de Outubro de 1978, relativa à adesão da Dinamarca, da Irlanda e do Reino Unido; a Convenção de 25 de Outubro de 1982, relativa à adesão da Grécia; a Convenção de 26 de Maio de 1989, assinada em San Sebastian, relativa à adesão de Espanha e de Portugual; e a Convenção de 29 de Novembro de 1996, relativa à adesão da Áustria, Finlândia e Suécia.

A Convenção de Bruxelas foi ainda completada pelo Protocolo relativo à interpretação pelo Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias de 30 de Junho de 1971, cujo texto

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sofreu alterações com as Convenções de Adesão de novos Estados em 1978, 1982, 1989 e 1996.

A Convenção de Adesão de Portugal e Espanha a Bruxelas I, juntamente com o protocolo atrás identificado, foi aprovada para ratificação pela Resolução da Assembleia da República nº 34/91, de 24 de Abril e ratificada pelo Decreto do Presidente da República nº 52/91, de 30 de Outubro. Até ao momento, ratificaram a Convenção de San Sebastian os países seguintes, indicando-se as, respectivas datas de entradas em vigor: França, Países Baixos e Espanha (91/02/01), Reino Unido (91/12/01), Luxemburgo (92/02/01), Itália (92/05/01), Grécia e Portugal (92/07/01), Irlanda (93/12/01) e Alemanha (94/12/01).

Portugal ratificou a Convenção de adesão da Áustria, Finlândia e Suécia, tendo entrado em vigor em 1 de Outubro de 1999.

Pode consultar-se uma versão consolidada, não oficial, desta Convenção, no J.O.C, 027, de 26-01-1998, p.1-27. Esta versão consolidada não leva ainda em conta a comunicação efectuada por Portugal, em 2000, conforme ao artigo VI do Protocolo de 27 de Setembro de 1968, anexo à Convenção de Bruxelas.

Convenção de Lugano de 16 de Setembro de 1988

Relativa à competência judiciária e à execução de decisões em matéria civil e comercial, a qual foi aprovada para ratificação pela Resolução da Assembleia da República nº 33/91, de 24 de Abril e ratificada pelo Decreto do Presidente da República nº51/91, de 30 de Outubro. A Convenção de Lugano foi celebrada com o espírito de promover a extensão dos princípios já adoptados na Convenção de Bruxelas também aos Estados-membrosda EFTA.

Até ao momento, ratificaram esta Convenção os países seguintes, indicando-se as respectivas datas de entrada em vigor : Países Baixos e França (92/01/01), Luxemburgo (92/02/01), Reino Unido (92/05/01), Portugal (92/07/01), Suíça e Itália (92/12/07), Suécia (93/01/01), Noruega (93/02/02), Finlândia (93/07/01), Irlanda (93/12/01), Espanha (94/11/01), Alemanha (95/03/01), Islândia e Áustria (96/03/01), Dinamarca (96/09/01),Grécia (97/09/01), Bélgica (97/10/01) e Polónia (99/11/01).

Convenção de Roma de 19 de Junho de 1980

Sobre a lei aplicável às obrigações contratuais, foi aberta à assinatura em 19 de Junho de 1980 e entrou em vigor em 1 de Abril de1991.

Esta Convenção sofreu alterações, introduzidas pela adesão de novos Estados às Comunidades, respectivamente, através da Convenção de 10 de Abril de 1984 relativa à adesão da Grécia, da Convenção de 18 de Maio de 1992 relativa à adesão de Espanha e Portugal e da Convenção de 29 de Novembro de 1996 relativa à adesão da Áustria, Finlândia e Suécia.

Em 19 de Dezembro de 1988, foram elaborados o Primeiro e Segundo Protocolos Relativos à Interpretação do Tribunal de Justiça das CE a esta Convenção, mas ainda não entraram em vigor por não estarem preenchidos os requisitos neles enunciados. Estes protocolos foram no entanto ratificados por Portugal aquando da ratificação da convenção.

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A Convenção de Adesão de Portugal e Espanha à Convenção de Roma, foi aprovada para ratificação pela Resolução da Assembleia da República nº 3/94, de 4 de Novembro e ratificada pelo Decreto do Presidente da República nº1/94, de 3 de Fevereiro. Até ao momento, esta Convenção de Adesão de Portugal e Espanha foi ratificada pelos países seguintes, indicando-se as respectivas datas de entrada em vigor: Países Baixos e Espanha (93/09/01), Itália (94/03/01), Portugal (94/09/01), Alemanha 01/09/95), França (95/12/01), Luxemburgo (97/04/01), Reino Unido (97/12/01), Bélgica (98/06/01) e Grécia (99/05/01).

Além das Convenções atrás referidas, outras foram já celebradas, embora se encontrem algumas num estádio menos avançado e algumas outras tenham sido prejudicadas, nomeadamente, pela criação de instrumentos comunitários sobre as mesmas matérias. Não obstante, identificam-se estes outros instrumentos internacionais:

Convenção sobre o reconhecimento mútuo das sociedades e pessoas morais de 29 de Fevereiro de 1968

A qual foi assinada em 29 de Fevereiro de 1968, mas até agora poucos Estados a ratificaram (sendo que Portugal não ratificou), não tendo entrado em vigor.

Convenção relativa à supressão da legalização de actos nos Estados-membros das Comunidades Europeias de 25 de Maio de 1987

A qual foi assinada em 25 de Maio de 1987, mas apenas foi ratificada por 5 dos Estados membros, não se contando entre estes Portugal.

Convenção sobre a simplificação de procedimentos relativos à cobrança de alimentos de 6 de Novembro de 1990

A qual foi assinada em 6 de Novembro de 1990, mas apenas ratificada por 3 Estados, não se encontrando entre eles Portugal. Esta Convenção só entrou em vigor em Itália.

Convenção relativa aos processos de insolvência de 23 de Novembro de 1995

A qual foi assinada em 23 de Novembro de 1995, mas que não entrou em vigor por falta de assinatura de um dos Estados membros.

Convenção estabelecida com base no Art. K3 do Tratado da UE, relativa à citação e à notificação dos actos judiciais e extrajudiciais em matérias civil e comercial nos Estados-membros da União Europeia, de 26 de Maio de 1997

A qual foi assinada em 26 de Maio de 1997 e que até Fevereiro de 2000, apenas havia sido ratificada pela Espanha.

Relatório explicativo

Protocolo elaborado com base no artigo K.3 do Tratado da União Europeia, relativo à interpretação pelo Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias da Convenção relativa à citação e à notificação dos actos judiciais e extrajudiciais em matérias civil e comercial nos Estados-membros da União Europeia

Convenção estabelecida com base no artigo K.3 do Tratado da União Europeia, relativa à competência, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria matrimonial (também denominada Bruxelas II), de 28 de Maio de 1998

Assinada em 28 de Maio de 1998, mas ainda não objecto de ratificação pelos Estados membros.

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Na mesma data, foi ainda estabelecido, com base no Art. K3 do Tratado da U.E., o Protocolo relativo à interpretação pelo Tribunal de Justiça da Convenção atrás identificada (Bruxelas II), cuja ratificação pelos Estados também ainda não se iniciou.

Em consequência dos novos objectivos trazidos pelo Tratado de Amesterdão, assiste-se actualmente a uma comunitarização dos temas respeitantes à cooperação judicial em matéria civil que se traduz na adopção de regulamentos e directivas, mesmo em matérias cobertas pelas convenções atrás mencionadas. Destacamos alguns destes actos comunitários recentemente adoptados:

Regulamento (CE) nº 1346/2000 do Conselho, de 29 de Maio de 2000, relativo aos processos de insolvência (JO L 160 de 30/6/2000);

Regulamento (CE) n.º 603/2005 do Conselho de 12 de Abril de 2005 que altera as listas dos processos de insolvência, dos processos de liquidação e dos síndicos dos anexos A, B e C do Regulamento (CE) n.º 1346/2000 relativo aos processos de insolvência (JO L 100 de 20/04/2005)

Regulamento (CE) n.º 694/2006 do Conselho de 27 de Abril de 2006 que altera as listas dos processos de insolvência, dos processos de liquidação e dos síndicos dos anexos A, B e C do Regulamento (CE) n.º 1346/2000 relativo aos processos de insolvência (JO L 121, de 6/05/2006)

Regulamento (CE) nº 1347/2000 do Conselho, de 29 de Maio de 2000, relativo à competência, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria matrimonial e de regulação do poder paternal em relação a filhos menores (JO L 160 de 30/6/2000);

Regulamento (CE) n.º 2201/2003 do Conselho de 27 de Novembro de 2003 relativo à competência, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria matrimonial e em matéria de responsabilidade parental e que revoga o Regulamento (CE) n.º 1347/2000 (JO L 338, de 23/12/2003)

Regulamento (CE) n.º 2116/2004 do Conselho de 2 de Dezembro de 2004 que altera o Regulamento (CE) n.o 2201/2003 relativo à competência, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria matrimonial e em matéria de responsabilidade parental, e que revoga o Regulamento (CE) n.o 1347/2000, em relação aos tratados com a Santa Sé (JO L 367 de 14/12/2004)

Regulamento (CE) nº 1348/2000 do Conselho, de 29 de Maio de 2000, relativo à citação e à notificação dos actos judiciais e extrajudiciais em matéria civil e comercial nos Estados Membros (JO L 160 de 30/6/2000);

Comunicações dos Estados-Membros em conformidade com o disposto no artigo 23.º do Regulamento (CE) n.º 1348/2000 do Conselho, de 29 de Maio de 2000, relativo à citação e à notificação dos actos judiciais e extrajudiciais em matérias civil e comercial nos Estados-Membros (2001/C 151/04)

Rectificação à primeira actualização das comunicações dos Estados-Membros ("Jornal Oficial das Comunidades Europeias" C 202 de 18 de Julho de 2001) (2001/C 282/10)

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Comunicação da Comissão (2001/C 282/02) Jornal Oficial nº C 282 de 06/10/2001 p. 0002 - 0002 (1)

Decisão do Conselho 2005/794/CE de 20 de Setembro de 2005: Relativa à assinatura em nome da Comunidade, do Acordo entre a Comunidade Europeia e o Reino da Dinamarca relativo à citação e à notificação dos actos judiciais e extrajudiciais em matéria civil e comercial (ié relativo ao Reg.CE 1348/2000) (JO. L300 de 17/11/2005)

Informação do Conselho sobre a data da entrada em vigor do Acordo entre a Comunidade Europeia e o Reino da Dinamarca relativo à citação e à notificação dos actos judiciais e extrajudiciais em matérias civil e comercial (JO. L94/70 de 04/04/2007).

Decisão da Comissão (2001/781/CE) Estabelece um manual de entidades requeridas e um glossário de actos que podem ser objecto de citação ou notificação. Jornal Oficial nº L 298, de 2001-11-15, P.1

Rectificação à Decisão 2001/781/CE da Comissão, de 25 de Setembro de 2001. Estabelece um manual de entidades requeridas e um glossário de actos que podem ser objecto de citação ou de notificação ao abrigo do Regulamento (CE) n.º 1348/2000 do Conselho relativo à citação e à notificação dos actos judiciais e extrajudiciais em matérias civil e comercial nos Estados-Membros (JO L 31 de 1/02/2002)

Decisão da Comissão de 3 de Abril de 2002 Altera a Decisão 2001/781/CE, que estabelece um manual de entidades requeridas e um glossário de actos que podem ser objecto de citação ou de notificação ao abrigo do Regulamento (CE) n.º 1348/2000 do Conselho relativo à citação e à notificação dos actos judiciais e extrajudiciais em matérias civil e comercial nos Estados-Membros (JO L125 de 13/05/2002)

Decisão da Comissão 2007/500/CE:Altera a Decisão 2001/781/CE que estabelece um manual de entidades requeridas e um glossário de actos que podem ser objecto de citação ou de notificação ao abrigo do Regulamento (CE) nº 1348/2000 do Conselho relativo à citação e notificação dos actos judiciais e extrajudiciais em matéria civil e comercial nos Estados Membros (notificada com o nº C (2007) 3365) - (JO. L185 de 17/07/2007).

Regulamento (CE) nº 44/2001 do Conselho, de 22 de Dezembro de 2000 relativo à competência judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil e comercial (JO L 12 de 16/1/2001).

Rectificação ao Regulamento (CE) n.º 44/2001 do Conselho, de 22 de Dezembro de 2000, relativo à competência judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil e comercial (JO L 307 de 24/11/2001)

Decisão do Conselho (2005/790/CE) de 20 de Setembro de 2005: Relativa à assinatura em nome da Comunidade, do Acordo entre a Comunidade Europeia e o Reino da Dinamarca relativo à competência judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil e comercial (JO. L299 de 16/11/2005).

Regulamento (CE) n.º 1206/2001 do Conselho de 28 de Maio de 2001 relativo à cooperação entre os tribunais dos Estados-Membros no domínio da obtenção de provas em matéria civil ou comercial (JO L 174 de 27/06/2001)

Regulamento (CE) n.º 1496/2002 da Comissão de 21 de Agosto de 2002 que altera o anexo I (regras de competência referidas no n.º 2 do artigo 3.º e no n.º 2 do artigo 4.º) e o anexo II (lista dos tribunais e das autoridades competentes) do Regulamento (CE)

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Cooperação Judiciária em Matéria Civil e Penal 2010

n.º 44/2001 do Conselho, relativo à competência judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil e comercial (JO L 225 de 22/08/2002)

Regulamento (CE) n.º 2245/2004 da Comissão de 27 de Dezembro de 2004 que altera os anexos I, II, III e IV do Regulamento (CE) n.o 44/2001 do Conselho relativo à competência judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil e comercial (JO L 381 de 28/12/2004)

Perspectivas

O Conselho e a Comissão definiram, em 1998, um calendário de medidas a adoptar, num período de 2 a 5 anos, a fim de dar execução às disposições do Tratado de Amesterdão no campo da cooperação judicial civil, o qual embora não tenha tido um cumprimento rigoroso, permitiu porém avançar com medidas concretas. A curto prazo de 2 anos, as medidas previstas eram: a revisão das Convenções de Bruxelas (I), Lugano e Roma, bem como a criação de uma rede judicial europeia seguindo o modelo da já existente em matéria penal. A médio prazo de 5 anos, destaca-se o propósito de criar instrumentos jurídicos em matéria de divórcio e regimes matrimoniais, em matéria de sucessões e em matéria de compatibilização dos processos civis. Destaca-se finalmente, um esforço de recenseamento das regras de processo civil com implicações transfronteiriças, a criação de medidas para o reforço da cooperação dos Tribunais na obtenção de prova e o desenvolvimento de meios de resolução alternativa de litígios, através de práticas não judiciais, como a mediação, a conciliação e a arbitragem.

Regulamento (CE) n.º 743/2002 do Conselho de 25 de Abril de 2002 que cria um quadro geral comunitário de actividades para facilitar a cooperação judiciária em matéria civil (JO L 115 de 1/05/2002)

Regulamento (CE) n.º 805/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho de 21 de Abril de 2004 que cria o título executivo europeu para créditos não contestados (JO L143 de 30/04/2004)

Regulamento (CE) nº 1896/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro de 2006 que cria um procedimento europeu de injunção de pagamento (JO. L399 de 30/12/2006)

Regulamento (CE) nº 861/2007 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de Julho de 2007, que estabelece um processo europeu para as acções de pequeno montante (JO. L199 de 31/07/2007)

Regulamento (CE) nº 864/2007 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de Julho de 2007, relativo à lei aplicável às obrigações extracontratuais ("Roma II") (JO. L199 de 31/07/2007)

4 - Outras Informações

Para obtenção de informação mais detalhada, aconselha-se a consulta dos seguintes sites:

Eur-Lex (o Direito da União Europeia) Base de dados SCAD

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Cooperação Judiciária em Matéria Civil e Penal 2010

Cooperação nos domínios da Justiça e dos Assuntos Internos (JAI)

TÍTULO I Âmbito de aplicação

Artigo 1ºÂmbito de aplicação

1- O disposto na presente Convenção é aplicado às obrigações contratuais nas situações que impliquem um conflito de leis.

2- Não se aplica: a) Ao Estado e à capacidade das pessoas singulares, sem prejuízo do artigo

11; b) Às obrigações contratuais relativas a;

Testamentos e sucessões por morte; Regimes de bens no matrimónio; Direitos e deveres decorrentes de relações de família, de parentesco, de casamento ou de afinidade, incluindo obrigações alimentares relativamente aos filhos nascidos fora do casamento;

c) Às obrigações decorrentes de letras, cheques, livranças, bem como de outros títulos negociáveis, na medida em que as obrigações surgidas desses outros títulos resultem do seu carácter negociável;

d) Às Convenções de arbitragem e de eleição do foro; e) Às questões respeitantes ao direito das sociedades, associações e pessoas

colectivas, tais como a constituição, a capacidade jurídica, o funcionamento interno e a dissolução das sociedades, associações e pessoas colectivas, bem como a responsabilidade pessoal legal dos associados e dos órgãos relativamente às dívidas da sociedade, associação ou pessoa colectiva;

f) À questão de saber se um intermediário pode vincular, em relação a terceiros, a pessoa por conta da qual pretende agir, ou se um órgão de uma sociedade, de uma associação ou de uma pessoa colectiva pode vincular, em relação a terceiros, essa sociedade, associação ou pessoa colectiva;

g) À constituição de trusts e às relações entre os constituintes, trustees e os beneficiários;

h) À prova e ao processo, sem prejuízo do artigo 14.º 3- O disposto na presente Convenção não se aplica a contratos de seguro que

cubram riscos situados nos territórios dos Estados membros da Comunidade Económica Europeia. Para determinar se um risco se situa nestes territórios, o tribunal aplicará a sua lei interna.

4- O número anterior não se aplica aos contratos de resseguro.Artigo 2.º

Carácter universal A lei designada nos termos da presente Convenção é aplicável, mesmo que essa lei

seja de um Estado não Contratante. …………….

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REGULAMENTO (CE) N.° 5932008 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO, de 17 de Junho de 2008.

Sobre a lei aplicável às obrigações contratuais (Roma I) (4) Em 30 de Novembro de 2000, o Conselho aprovou um programa conjunto da Comissão e do Conselho de medidas destinadas a aplicar o princípio do reconhecimento mútuo das decisões em matéria civil e comercial (3). Esse programa aponta as medidas de harmonização das normas de conflitos de leis como medidas que contribuem para facilitar o reconhecimento mútuo das decisões judiciais.O Programa da Haia (4), aprovado pelo Conselho Europeu em 5 de Novembro de 2004, apela à prossecução activa dos trabalhos sobre normas de conflitos de leis no que respeita às obrigações contratuais («Roma 1»).(5).(') JO C 318 de 23.12.2006, p. 56. (Z) Parecer do Parlamento Europeu de 29 de Novembro de 2007 (ainda não publicado no jornal Oficial) e Decisão do Conselho de 5 de Junho de 2008. (3) J0 C 12 de 15.1.2001, p. 1. (4) JO C 53 de 3.3.2005, p. 1. Jornal Oficial da União Europeia 4.7.2008.……….

18. TRANSPOSIÇÃO PARA O DIREITO PORTUGUÊS

“ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Lei n.º 14/2008 de 12 de Março

Proíbe e sanciona a discriminação em função do sexo no acesso a bens e serviços e seu

fornecimento, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2004/113/CE,

do Conselho, de 13 de Dezembro

Diário da República, 1.ª série — N.º 51 — 12 de Março de 2008”

A transposição das Directivas emanadas da UE para o Ordenamento Jurídico Português

resulta do estatuído no nº 4 do art.º 8º da Constituição da República Portuguesa.

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Cooperação Judiciária em Matéria Civil e Penal 2010

19. CONCLUSÃO

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Cooperação Judiciária em Matéria Civil e Penal 2010

. BIBLIOGRAFIA

[1]. Henriques, Miguel Gorjão (2008), Direito Comunitário, Edições Almedina, S.A. 15

Edição,

[2]. Campos, João Mota e Campos, João Luiz Mota (2007), Manual de Direito

Comunitário, 3ª Edição, Coimbra Editora,

[3]. Henriques, Miguel Gorjão (2009), Tratado de Nice, Edições Almedina, S.A. 5 Edição,

[4]. Henriques, Miguel Gorjão (2009), Tratado de Lisboa, Edições Almedina, S.A. 2

Edição,

[5]. Constituição da República Portuguesa (2007), Edições Almedina, S.A. 2 Edição,

[6]. http://bookshop.europa.eu

[7]. http://www.tratadolisboa.eu

[8]. http://www.eurocid.pt/pls/wsd/docs/F12142/000033916.pdf

[9]. http://ec.europa.eu/publications/maps/index_pt.htm

[10].

http://europa.eu/legislation_summaries/human_rights/fundamental_rights_within_Europea

n_union/index_pt.htm

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