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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 6 CONTROLE BIOLOGICO E QUÍMICO DE NEMATÓIDES EM CANADEACÚCAR Rita de Cássia Lima Mazzuchelli 1 ; Fabio Fernando de Araújo 2 . 1Engenheira Agrônoma, Mestranda do Curso de PósGraduação em Agronomia da UNOESTE. 2 – Eng. Agrônomo Professor Doutor – UNOESTE. Email: [email protected]. RESUMO O objetivo do presente trabalho é de avaliar a aplicação de Bacillus subtilis como controle biológico de nematoides em canadeaçúcar (variedades SP813250 e RB867515) comparando com o controle químico convencional (Carbofuran). O experimento está sendo conduzido na Usina Alto Alegre – Unidade Floresta – Presidente Prudente, em uma área com histórico de infestação de nematoides, no município de Caiabu. Encontrouse em média 280 nematoides a cada 100g de solo, sendo 180 do gênero Meloidogyne, 100 do gênero Pratylenchus. Os tratamentos foram controle, Bacillus subtilis AP3 aplicados no sulco de plantio, Bacillus subtilis AP3 aplicados trinta dias após o plantio e tratamento químico com carbofuran no sulco de plantio. O delineamento empregado foi de blocos ao acaso com cinco repetições. O controle biológico de nematoides através da aplicação de Bacillus subtilis no momento do plantio da canadeaçúcar proporcionou controle de nematoides de maneira semelhante ao controle químico com Carbofuran. Palavraschave: Controle biológico; controle químico; fitonematóides. INTRODUÇÃO A canadeaçúcar (Saccharum spp.) é uma das culturas mais importantes no cenário nacional, devido ser a matériaprima utilizada pela indústria sucroalcooleira para a produção de seus dois principais produtos o açúcar e o álcool (BENETT et al., 2011). Já foram encontradas mais de 275 espécies de nematoides parasitos de plantas, filiadas a, pelo menos, 48 gêneros em raízes e no solo da rizosfera da canadeaçúcar (DINARDOMIRANDA et al., 1996). Além do dano causado pela utilização de nutrientes das plantas os nematoides do gênero Meloidogyne acarretam grandes danos ao sistema radicular, estes parasitos injetam toxinas resultando em deformações “galhas”, tornandoo o mal desenvolvido e pouco eficiente, consequentemente podem ocorrer reduções na produtividade da área agrícola (MOURA et al., 1999; DINARDOMIRANDA, 2005). Os nematoides do gênero Pratylenchus penetram e saem livremente das raízes, já que não há nenhuma fase ou estágio que possa ser denominado infestante. Eles penetram as raízes, nutremse das células causando lesões pequenas, mas que aumentam gradualmente. Os mesmos acarretam aberturas nas raízes, onde penetram fungos e bactérias patogênicas. Estes nematoides Colloquium Agrariae, vol. 8, n. Especial, jul–dez, 2012

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012  6

CONTROLE BIOLOGICO E QUÍMICO DE NEMATÓIDES EM CANA‐DE‐ACÚCAR   

Rita de Cássia Lima Mazzuchelli1; Fabio Fernando de Araújo2.  

1‐ Engenheira Agrônoma, Mestranda do Curso de Pós‐Graduação em Agronomia da UNOESTE. 2 – Eng. Agrônomo Professor Doutor – UNOESTE. E‐mail: [email protected]

  RESUMO O  objetivo  do  presente  trabalho  é  de  avaliar  a  aplicação  de  Bacillus  subtilis  como  controle biológico  de  nematoides  em  cana‐de‐açúcar  (variedades  SP81‐3250  e  RB867515)  comparando com o controle químico convencional (Carbofuran). O experimento está sendo conduzido na Usina Alto Alegre – Unidade Floresta – Presidente Prudente, em uma área com histórico de  infestação de nematoides, no município de Caiabu. Encontrou‐se em média 280 nematoides a cada 100g de solo,  sendo  180  do  gênero Meloidogyne,  100  do  gênero  Pratylenchus.  Os  tratamentos  foram controle, Bacillus subtilis AP‐3 aplicados no sulco de plantio, Bacillus subtilis AP‐3 aplicados trinta dias após o plantio e  tratamento químico  com  carbofuran no  sulco de plantio. O delineamento empregado  foi  de  blocos  ao  acaso  com  cinco  repetições. O  controle  biológico  de  nematoides através da aplicação de Bacillus subtilis no momento do plantio da cana‐de‐açúcar proporcionou controle de nematoides de maneira semelhante ao controle químico com Carbofuran. Palavras‐chave: Controle biológico; controle químico; fitonematóides.  

 

INTRODUÇÃO 

A  cana‐de‐açúcar  (Saccharum  spp.)  é  uma  das  culturas  mais  importantes  no  cenário 

nacional, devido ser a matéria‐prima utilizada pela  indústria sucroalcooleira para a produção de 

seus dois principais produtos o açúcar e o álcool (BENETT et al., 2011). 

Já foram encontradas mais de 275 espécies de nematoides parasitos de plantas, filiadas a, 

pelo menos, 48 gêneros em raízes e no solo da rizosfera da cana‐de‐açúcar (DINARDO‐MIRANDA 

et al., 1996). 

Além do dano causado pela utilização de nutrientes das plantas os nematoides do gênero 

Meloidogyne  acarretam  grandes  danos  ao  sistema  radicular,  estes  parasitos  injetam  toxinas 

resultando  em  deformações  “galhas”,  tornando‐o  o  mal  desenvolvido  e  pouco  eficiente, 

consequentemente  podem  ocorrer  reduções  na  produtividade  da  área  agrícola  (MOURA  et  al., 

1999; DINARDO‐MIRANDA, 2005).   

Os nematoides do gênero Pratylenchus penetram e saem livremente das raízes, já que não 

há  nenhuma  fase  ou  estágio  que  possa  ser  denominado  infestante.  Eles  penetram  as  raízes, 

nutrem‐se das células causando lesões pequenas, mas que aumentam gradualmente. Os mesmos 

acarretam aberturas nas raízes, onde penetram fungos e bactérias patogênicas. Estes nematoides 

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abandonam  o  sistema  radicular  quando  encontram  condições  desfavoráveis, migrando  para  o 

solo.  (LORDELLO, 1986). 

A aplicação de nematicidas diminui o número de nematoides, contribuindo assim para um 

melhor desenvolvimento das plantas,  aumentando  a  sua produtividade na ordem de 15% para 

variedades  suscetíveis  (DINARDO‐MIRANDA  et  al.,  1995),  porém  a  utilização  de  nematicidas 

químicos nem  sempre  têm  sido  satisfatórias, evidenciando  assim necessidades de pesquisas na 

área  (BARROS,  et  al.,  2000).  Dinardo‐Miranda  et  al.  (1995)  concluíram  que  a  utilização  do 

nematicida do grupo químico do carbofurano  resultou em evidente  redução das populações de 

nematoides nas raízes, resultando em incrementos significativos na produção.  

Dentre as bactérias envolvidas na supressividade de patógenos nos solos Bacillus subtilis é 

a mais estudada (BETTIOL et al., 2009). Em experimento em casa de vegetação Cardozo e Araújo 

(2009)  observou  que  a  utilização  de  Bacillus  subtilis  promoveu  o  crescimento  das  plantas  e  a 

redução de nematoides do gênero Meloidogyne em cana‐de‐açúcar.  

O  objetivo  do  presente  trabalho  foi  o  de  avaliar  a  aplicação  de  Bacillus  subtilis  como 

controle  biológico  de  nematoides  em  cana‐de‐açúcar  (variedades  SP81‐3250  e  RB867515) 

comparando com o controle químico convencional (Carbofuran).  

  

METODOLOGIA 

O  experimento  foi  desenvolvido  na  Usina  Alto  Alegre  –  Unidade  Floresta  –  Presidente 

Prudente, em uma área com histórico de infestação de nematoides, no município de Caiabu a uma 

latitude 22º00'44" sul e a uma longitude 51º14'08" oeste, a uma altitude de 520 metros. 

Foram  retiradas  amostras  de  solo  e  encaminhadas  ao  laboratório  de Microbiologia  da 

Unoeste para identificação de espécies de fitonematoides e contagem populacional. Encontrou‐se 

em média 280 nematoides a cada 100g de solo, sendo 180 do gênero Meloidogyne, 100 do gênero 

Pratylenchus. 

Foi utilizada no experimento a estirpe AP‐3 de Bacillus subtilis, descrita como produtora de 

antibióticos e promotora de crescimento de plantas (ARAUJO et al., 2005) a qual foi multiplicada 

no  laboratório de Microbiologia da Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE, por  sete dias, a 

28°C em meio sólido de ágar nutriente. Após este período as células foram raspadas e transferidas 

para  100 mL  de  água  esterilizada  a  qual  foi  agitada  com  objetivo  da  completa  dissolução  da 

bactéria, formando uma suspensão homogênea com concentração aproximada de 1,0 x 109 células 

por mL.  

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Foram utilizadas no experimento duas variedades de cana‐de‐açúcar susceptíveis a ação de 

nematoides,  SP  81‐3250  e  RB  867515  (MARIN,  2012).  A  aplicação  do  controle  biológico  foi 

efetivado com quatro  tratamentos: controle, Bacillus subtilis AP‐3 aplicados no sulco de plantio, 

Bacillus  subtilis  AP‐3  aplicados  trinta  dias  após  o  plantio.  Como  referência  de  controle  de 

nematoides foi também efetivado o tratamento químico com carbofuran no sulco de plantio. 

A suspensão de células bacterianas  (100 mL) obtida anteriormente  foi dissolvida em 12,5 

litros de água, aplicando‐se 0,250 litros para 10 metros lineares de sulco de plantio. O tratamento 

químico com carbofuran foi realizado dissolvendo 0,6 litros do produto comercial, em 18 litros de 

água, aplicando 0,360 litros para 10 metros lineares de sulco de plantio. 

O  delineamento  empregado  foi  de  blocos  ao  acaso  com  cinco  repetições.  Cada  parcela 

possuía 6 metros de largura, por 10 metros de comprimento com cinco sulcos espaçados a 1,5 m. 

Considerando  três  sulcos  centrais  de  cada  parcela,  para  as  avaliações,  para  tentar minimizar  o 

efeito da bordadura. A área total para cada variedade possui 62 metros de comprimento por 31,5 

metros de largura.   

Para o plantio da  cana‐de‐açúcar,  foram distribuídos nos  sulcos dois  colmos,  cruzando a 

ponta de um colmo com o pé do outro, proporcionando uma distribuição de 17 a 20 gemas por 

metro linear de sulco. As mudas de cana depositadas no fundo do sulco foram cortadas em toletes 

com 2 a 3 gemas, aplicados os tratamentos e após o recobrimento de solo com máquina. 

Aos 90 dias após o plantio foi realizada coleta de amostras em três pontos de cada parcela, 

constituindo  em  uma  amostra  composta  de  solo  e  raízes  para  análise  da  população  de 

nematoides. A  extração  dos  nematoides  das  raízes  foi  realizada  em  alíquotas  de  20  g  de  cada 

amostra pela técnica de COOLEN & D’HERDE (1972), efetuada imediatamente após as coletas. Os 

nematoides do solo foram extraídos de alíquotas de 100 cm3 pela técnica de JENKINS (1964). Após 

será realizada a contagem com auxílio da câmara de Peters, no microscópio óptico, para análise de 

nematoides dos gêneros Meloidogyne e Pratylenchus.  

Os dados obtidos foram analisados estatisticamente pelo programa SISVAR, sendo utilizado 

o teste Skott‐Knott a 5% para comparação das médias. 

 

RESULTADOS 

A  população  de  nematoides  do  gênero Meloidogyne  aos  90  dias  nos  tratamentos 

com Carbofuran e a rizobactéria aplicada no momento do plantio diferiram significativamente em 

relação ao  tratamento com a  rizobactéria aplicada após 30 dias do plantio e do controle para a 

variedade SP81‐3250, o controle proporcionado pelo tratamento com carbofuran e a rizobactéria 

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aplicada no plantio proporcionaram uma redução de 50% no número de nematoides nas raízes. 

Para  a  variedade  RB867515  todos  os  tratamentos  realizados  diferiram  significativamente  do 

controle, apresentando uma redução no número de nematoides em torno de 47% referentes ao 

controle (Tabela 1).  

Os  nematoides  do  gênero  Pratylenchus  apresentaram  os  menores  valores  populacionais  na 

avaliação realizada aos 90 dias nos tratamentos com carbofuran, rizobactéria aplicada no sulco no 

momento do plantio, seguidos pela aplicação da rizobactéria aos 30 dias na pós‐emergência, já o 

controle  apresentou  os  maiores  valores  populacionais  em  ambas  as  variedades  utilizadas  no 

experimento  (Tabela 1). Na variedade SP81‐3250 os  tratamentos com carbofuran e  rizobactéria 

aplicada no momento do plantio diminuíram a  infestação de Pratylenchus na ordem de 55% em 

relação  ao  controle. Para  a  variedade RB867515 os  tratamentos  com  carbofuran e  rizobactéria 

aplicada no sulco de plantio proporcionaram redução de 57% para o tratamento controle. 

 

Tabela 1: Número de nematoides do gênero Meloidogyne e Pratylenchus encontrados no solo aos 

90 dias após o plantio do experimento referente às variedades SP81‐3250 e RB867515. 

  Meloidogyne spp.  Pratylenchus spp. 

  SP81‐3250  RB867515  SP81‐3250  RB867515 

Tratamentos  Formas ativas em 100 cm3 de solo 

Carbofuran  112,0 b1  128,0 b  240,0 c  240,0 c Rizobactéria no sulco de plantio  144,0 b  144,0 b  272,0 c  224,0 c Rizobactéria em pós‐emergência  224,0 a  160,0 b  400,0 b  336,0 b Controle  288,0 a  272,0 a  576,0 a  544,0 a 

1. Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste Scott‐Knott (5%). 

 

Os tratamentos com carbofuran, e rizobactéria aplicada no sulco no momento do plantio, e 

na  pós‐emergência  apresentaram  os menores  valores  populacionais  de  nematoides  do  gênero 

Meloidogyne nas raízes em relação ao controle na variedade SP81‐3250, diminuindo a  infestação 

nas raízes em torno de 37%. Para a variedade RB867515 os menores valores populacionais foram 

encontrados para o tratamento com carbofuran e a rizobactéria aplicada no momento do plantio, 

que reduziram em 40% o número de nematoides nas raízes comparadas ao controle (Tabela 2). 

Para  os  nematoides  do  gênero  Pratylenchus  sua  população  nas  raízes  das  plantas  não 

apresentaram  diferenças  nos  tratamentos,  inclusive  ambas  as  variedades  utilizadas  no 

experimento (Tabela 2). 

 

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TABELA 2: Número de nematoides do gênero Meloidogyne e Pratylenchus encontrados nas raízes 

aos  90  dias  após  o  plantio  do  experimento  referente  às  variedades  SP81‐3250  e 

RB867515. 

  Meloidogyne spp.  Pratylenchus spp. 

  SP81‐3250  RB867515  SP81‐3250  RB867515 

Tratamentos  Formas ativas em 50 g de raízes 

Carbofuran  276,0 b1  204,0 b  240,0 a1  204,0 a Rizobactéria no sulco de plantio  312,0 b  300,0 b  240,0 a  264,0 a Rizobactéria em pós‐emergência  360,0 b  346,0 a  276,0 a  252,0 a Controle  504,0 a  420,0 a  312,0 a  288,0 a 

1. Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste Scott‐Knott (5%). 

 

DISCUSSÃO 

Os  resultados  obtidos  no  estudo  evidenciam  um  controle  de  nematoides  através  da 

aplicação  de  Bacillus  subtilis,  o  que  demonstra  que  a  produção  de  substâncias  tóxicas  ou 

repelentes  realizadas  por  rizobactérias  podem  desestimular  a  penetração  ou  alimentação  de 

nematoides  (FREITAS, 2001). Conforme o  constatado por Silveira  (2001) as  rizobactérias podem 

atuar  na  infectividade,  virulência  e  agressividade  do  patógeno,  e  também  nos  processos  de 

infecção, desenvolvimento de sintomas e reprodução. Este fato foi evidenciado por Araújo et al. 

(2002)  que  constatou  que  a  utilização  de  Bacillus  subtilis  afeta  a  orientação  dos  nematoides, 

reduzindo  a migração  para  a  raiz,  já  que  o B.  subtilis  interfere  na  produção  de  exsudados  das 

raízes, que servem como orientação para nematoides, alterando assim a reprodução e orientação 

do parasita em direção as raízes, diminuindo a sua população.  

A  aplicação  do  nematicida  Carbofuran  também  reduziu  a  população  de  nematoides  no 

experimento,  efeito  semelhante  foi  observado  por  Dinardo‐Miranda  e  Fracasso  (2010)  que 

constataram que a aplicação do nematicida Carbofuran  reduziu a população de nematoides dos 

gêneros Meloidogyne e Pratylenchus em avaliação realizada aos 90 dias após o plantio de cana‐de‐

açúcar.  

 

CONCLUSÃO 

O controle biológico de nematoides através da aplicação de Bacillus subtilis no momento 

do plantio da  cana‐de‐açúcar proporcionou  controle de nematoides de maneira  semelhante  ao 

controle químico com Carbofuran. 

 

 

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Meloidogyne  incognita Raça  1  e  Pratylenchus  zeae  em  cinco  variedades de  cana‐de‐açúcar no 

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