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    SENAI-RJ Automao

    FIRJAN

    CIRJ

    SESI

    SENAI

    IEL

    CONTROLEAUTOMTICO DE

    PROCESSOTeoria

    verso preliminar

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    FIRJAN

    CIRJ

    SESI

    SENAI

    IEL

    CONTROLEAUTOMTICO DE

    PROCESSOTeoria

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    Federao das Indstrias do Estado do Rio de Janeiro FIRJANEduardo Eugenio Gouva VieiraPresidente

    Diretoria Operacional CorporativaAugusto Csar Franco de AlencarDiretor

    Diretor Regional do SENAI-RJFernando Sampaio Alves GuimaresDiretor

    Diretoria de Educao

    Andra Marinho de Souza FrancoDiretora

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    5/101

    SENAI-RJ

    Rio de Janeiro

    2006

    FIRJAN

    CIRJ

    SESI

    SENAI

    IEL

    CONTROLEAUTOMTICO DE

    PROCESSOTeoria

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    6SENAI-RJ

    FICHA TCNICA

    Gerncia de Educao Profissional - SENAI-RJ Luis Roberto Arruda

    Gerncia de Produto Carlos de Mello Rodrigues Coelho

    Produo Editorial Vera Regina Costa AbreuElaborao de Contedo Alexandre Gonalves do Nascimento

    Luciano Santos de Oliveira

    Reviso Tcnica/Atualizao zio Zerbone

    Reviso Pedaggica Neise Freitas da Silva

    Reviso Gramatical Maria ngela Calvo

    Reviso Editorial Rita Godoy

    Colaborao Bruno Souza GomesAndr Luis Campos Vieira

    Projeto Grfico Artae Design & Criao

    Editorao Conexo Gravat

    Edio revista das apostilas Introduo instrumentao: sistemas de transmisso. Rio de

    Janeiro: SENAI-DR/RJ - STE, 1990; Controle automtico de processo. Rio de Janeiro: SENAI-

    DR/RJ - STE, 1990.

    SENAI-RJ

    GEP - Gerncia de Educao Profissional

    Rua Mariz e Barros, 678 - Tijuca

    20270-903 - Rio de Janeiro - RJ

    Tel.: (21) 2587-1121

    Fax: (21) 2254-2884

    [email protected]

    http://www.rj.senai.br

    Controle automtico de processo: teoria

    2006

    SENAI-RJ Rio de JaneiroDiretoria de Educao

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    SENAI-RJ 7

    Prezado aluno,Quando voc resolveu fazer um curso em nossa instituio, talvez no soubesse que, desse

    momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educao profissional do pas:

    o SENAI. H mais de sessenta anos, estamos construindo uma histria de educao voltada

    para o desenvolvimento tecnolgico da indstria brasileira e da formao profissional de jovense adultos.

    Devido s mudanas ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador no pode continuar

    com uma viso restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigir de voc, alm do domnio

    do contedo tcnico de sua profisso, competncias que lhe permitam decidir com autonomia,

    proatividade, capacidade de anlise, soluo de problemas, avaliao de resultados e propostas

    de mudanas no processo do trabalho. Voc dever estar preparado para o exerccio de papis

    flexveis e polivalentes, assim como para a cooperao e a interao, o trabalho em equipe e o

    comprometimento com os resultados. Soma-se, ainda, que a produo constante de novos

    conhecimentos e tecnologias exigir de voc a atualizao contnua de seus conhecimentos

    profissionais, evidenciando a necessidade de uma formao consistente que lhe proporcione

    maior adaptabilidade e instrumentos essenciais auto-aprendizagem.

    Essa nova dinmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educao

    se organizem de forma flexvel e gil, motivos esses que levaram o SENAI a criar uma estrutura

    educacional, com o propsito de atender s novas necessidades da indstria, estabelecendo

    uma formao flexvel e modularizada.

    Essa formao flexvel tornar possvel a voc, aluno do sistema, voltar e dar continuidade

    sua educao, criando seu prprio percurso. Alm de toda a infra-estrutura necessria ao seu

    desenvolvimento, voc poder contar com o apoio tcnico-pedaggico da equipe de educao

    dessa escola do SENAI para orient-lo em seu trajeto.

    Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar cidados.

    Seja bem-vindo!

    Andra Marinho de Souza Franco

    Diretora de Educao

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    Sumrio

    1

    2

    APRESENTAO ...............................................................11

    UMA PALAVRA INICIAL....................................................13

    SISTEMAS DE TRANSMISSO...........................................17

    Histrico sobre sistemas de transmisso ........................ 19

    Classificao dos transmissores ..................................... 21

    Quanto aplicao ............................................................... 21

    Quanto ao funcionamento ..................................................... 21

    Sinais padronizados ..................................................... 27

    Funcionamento dos transmissores ................................. 29

    Praticando................................................................... 33

    CONTROLE AUTOMTICO DE PROCESSO .........................35

    Consideraes iniciais cobre o controle automtico .......... 37

    Processo .................................................................... 39

    Variveis de um processo ...................................................... 39

    Tipos de controle ......................................................... 41

    Controle manual ................................................................... 41

    Controle automtico ............................................................. 42

    Tipos de processo ........................................................ 43

    Processo contnuo ................................................................ 43

    Processo em batelada........................................................... 44

    Principais problemas para o controle de processos ........... 44

    Capacitncia ......................................................................... 45

    Resistncia ........................................................................... 45

    Tempo morto ........................................................................ 46

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    10SENAI-RJ

    Processo monocapacitivo ...................................................... 47

    Processo bicapacitivo ............................................................ 48

    Processo multicapacitivo ........................................................ 49Elementos bsicos de uma malha de controle ................. 50

    Sistema de medio ..............................................................51

    Controlador .......................................................................... 52

    Modos de controle ....................................................... 54

    Controle de duas posies .................................................... 55

    Controle proporcional ........................................................... 57

    Controle proporcional + integral (PI) ...................................... 64

    Controle proporcional + derivativo (PD) .................................. 68Controle proporcional + integral + derivativo (PID) ................. 72

    Sistemas de controle.................................................... 75

    Controle feed forward (controle antecipativo) .......................... 75

    Controle split range(faixa dividida) ........................................ 77

    Controle em cascata ............................................................. 78

    Controle de razo (ratio control) ............................................79

    Controle override (controle seletivo) ....................................... 81

    Controle de limites cruzados ................................................. 82

    Resposta grfica de um sistema de controle ........................... 83

    Ajustes dos controladores automticos (otimizao ou sintonia) .. 86

    Tecnologias afins ao controle de processo ....................... 91

    CLP ......................................................................................92

    SDCD e redes de comunicao ...............................................96

    Profibus ................................................................................101

    Praticando................................................................... 103

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .....................................105

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    SENAI-RJ 11

    Apresentao

    SENAI-RJ 11

    Controle Automtico de Processo Apresentao

    A dinmica social dos tempos de globalizao exige dos profissionais atualizao constante.Mesmo as reas tecnolgicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo

    desafios renovados a cada dia, e tendo como conseqncia para a educao a necessidade de

    encontrar novas e rpidas respostas.

    Nesse cenrio, impe-se a educao continuada, exigindo que os profissionais busquem

    atualizao constante durante toda a sua vida e os docentes e alunos do SENAI/RJ incluem-se

    nessas novas demandas sociais.

    preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educao

    profissional, as condies que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e

    aprender, favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros

    aspectos, ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente .

    Considerando estas questes, o objetivo deste material propiciar aos tcnicos, que j

    atuam ou pretendem trabalhar na rea de instrumentao, conhecimentos e atualizao sobre

    o controle automtico de processo, que ferramenta fundamental operao adequada dos

    processos industriais tanto do ponto de vista da produo, envolvendo quantidade e qualidade,

    quanto do ponto de vista da segurana.

    Por isso, tratamos de dois temas tericos essenciais no estudo do controle automtico de

    processo.Considerando que todo processo produtivo tem um sistema de monitorao, apresentamos

    no primeiro captulo conhecimentos sobre telemetria, que a tcnica de transportarmos

    medies obtidas no processo para um instrumento receptor, localizado a curta distncia.

    J no segundo, abordamos o controle automtico de processo de forma conceitual,

    abrangendo essencialmente os modos e os principais sistemas de controle.

    Ressaltamos que, para obter xito neste estudo, necessrio ter domnio sobre vrios

    conhecimentos, especialmente aqueles relativos medio de presso, de nvel, de vazo e

    temperatura, assim como classificao dos principais tipos de instrumento.

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    12SENAI-RJ

    Temos a certeza de que, com a orientao do docente e o apoio deste material, que apresenta

    os assuntos em linguagem simples e ilustrados com figuras e tabelas, voc vai ampliar ainda

    mais sua formao profissional quanto instrumentao industrial e seus sistemas de controle.

    Mas seu sucesso depende de dedicao e muito estudo.

    Siga em frente e bom estudo!

    Controle Automtico de Processo Apresentao

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    SENAI-RJ 13

    Uma palavra inicial

    SENAI-RJ 13

    Controle Automtico de Processo Uma Palavra Inicial

    Meio ambiente...

    Sade e segurana no trabalho...

    O que que ns temos a ver com isso?

    Antes de iniciarmos o estudo deste material, h dois pontos que merecem destaque: a

    relao entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questo da sade e segurana no

    trabalho.

    As indstrias e os negcios so a base da economia moderna. Produzem os bens e serviosnecessrios, e do acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades, precisam

    usar recursos e matrias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqentemente

    decorrem do tipo de indstria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como

    produz.

    preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos

    sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que sobra de

    volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessrios para produzir

    bens, altera-se o equilbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos

    naturais que no so renovveis ou, quando o so, tm sua renovao prejudicada pela velocidadeda extrao, superior capacidade da natureza para se recompor. necessrio fazer planos de

    curto e longo prazo, para diminuir os impactos que o processo produtivo causa na natureza.

    Alm disso, as indstrias precisam se preocupar com a recomposio da paisagem e ter em

    mente a sade dos seus trabalhadores e da populao que vive ao seu redor.

    Com o crescimento da industrializao e a sua concentrao em determinadas reas, o

    problema da poluio aumentou e se intensificou. A questo da poluio do ar e da gua

    bastante complexa, pois as emisses poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande

    regio, dependendo dos ventos, do curso da gua e das demais condies ambientais, tornando

    difcil localizar, com preciso, a origem do problema. No entanto, importante repetir que,

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    14SENAI-RJ

    Controle Automtico de Processo Uma Palavra Inicial

    14SENAI-RJ

    quando as indstrias depositam no solo os resduos, quando lanam efluentes sem tratamento

    em rios, lagoas e demais corpos hdricos, causam danos ao meio ambiente.

    O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contnua acumulao de lixo mostram a

    falha bsica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matrias-primas

    atravs de processos de produo desperdiadores e que produzem subprodutos txicos.

    Fabricam-se produtos de utilidade limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos

    aterros. Produzir, consumir e dispensar bens desta forma, obviamente, no sustentvel.

    Enquanto os resduos naturais (que no podem, propriamente, ser chamados de lixo)

    so absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resduos deixados pelas indstrias

    no tem aproveitamento para qualquer espcie de organismo vivo e, para alguns, pode at ser

    fatal. O meio ambiente pode absorver resduos, redistribu-los e transform-los. Mas, da mesma

    forma que a Terra possui uma capacidade limitada de produzir recursos renovveis, suacapacidade de receber resduos tambm restrita, e a de receber resduos txicos praticamente

    no existe.

    Ganha fora, atualmente, a idia de que as empresas devem ter procedimentos ticos que

    considerem a preservao do ambiente como uma parte de sua misso. Isto quer dizer que se

    devem adotar prticas voltadas para tal preocupao, introduzindo processos que reduzam o

    uso de matrias-primas e energia, diminuam os resduos e impeam a poluio.

    Cada indstria tem suas prprias caractersticas. Mas j sabemos que a conservao de

    recursos importante. Deve haver crescente preocupao com a qualidade, durabilidade,

    possibilidade de conserto e vida til dos produtos.As empresas precisam no s continuar reduzindo a poluio, como tambm buscar novas

    formas de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a poluio, o lixo, o uso de matrias-

    primas. Reciclar e conservar energia so atitudes essenciais no mundo contemporneo.

    difcil ter uma viso nica que seja til para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios

    diferentes e pode se beneficiar de sua prpria viso de futuro. Ao olhar para o futuro, ns (o

    pblico, as empresas, as cidades e as naes) podemos decidir quais alternativas so mais

    desejveis e trabalhar com elas.

    Infelizmente, tanto os indivduos quanto as instituies s mudaro as suas prticas quando

    acreditarem que seu novo comportamento lhes trar benefcios sejam estes financeiros, para

    sua reputao ou para sua segurana.

    A mudana nos hbitos no uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de

    pessoas bem-informadas a favor de bens e servios sustentveis. A tarefa criar condies que

    melhorem a capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e servios de

    forma sustentvel.

    Alm dos impactos causados na natureza, diversos so os malefcios sade humana

    provocados pela poluio do ar, dos rios e mares, assim como so inerentes aos processos

    produtivos alguns riscos sade e segurana do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho

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    SENAI-RJ 15

    Controle Automtico de Processo Uma Palavra Inicial

    SENAI-RJ 15

    uma questo que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as conseqncias

    acabam afetando a todos.

    De um lado, necessrio que os trabalhadores adotem um comportamento seguro no

    trabalho, usando os equipamentos de proteo individual e coletiva; de outro, cabe aos

    empregadores prover a empresa com esses equipamentos, orientar quanto ao seu uso, fiscalizar

    as condies da cadeia produtiva e a adequao dos equipamentos de proteo.

    A reduo do nmero de acidentes s ser possvel medida que cada um trabalhador,

    patro e governo assuma, em todas as situaes, atitudes preventivas, capazes de resguardar

    a segurana de todos.

    Deve-se considerar, tambm, que cada indstria possui um sistema produtivo prprio, e,

    portanto, necessrio analis-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o

    meio ambiente, sobre a sade e os riscos que o sistema oferece segurana dos trabalhadores,propondo alternativas que possam levar melhoria de condies de vida para todos.

    Da conscientizao, partimos para a ao: cresce, cada vez mais, o nmero de pases,

    empresas e indivduos que, j estando conscientizados acerca dessas questes, vm

    desenvolvendo aes que contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa sade.

    Mas, isso ainda no suficiente... faz-se preciso ampliar tais aes, e a educao um valioso

    recurso que pode e deve ser usado em tal direo. Assim, iniciamos este material conversando

    com voc sobre o meio ambiente, a sade e a segurana no trabalho, lembrando que, no exerccio

    profissional dirio, voc deve agir de forma harmoniosa com o ambiente, zelando tambm pela

    segurana e sade de todos no trabalho.Tente responder pergunta que inicia este texto: Meio ambiente, sade e segurana no

    trabalho o que que eu tenho a ver com isso? Depois, partir para a ao. Cada um de ns

    responsvel. Vamos fazer a nossa parte?

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    1

    Nesta seo...

    Histrico sobre sistemas de transmisso

    Classificao dos transmissores

    Sinais padronizados

    Funcionamento dos transmissores

    Praticando

    Sistemas de transmisso

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    SENAI-RJ 19

    Controle Automtico de Processo Sistemas de Transmisso

    Histrico sobre sistemasde transmisso

    Para que melhor possamos compreender as modernas tcnicas de transmisso, interes-

    sante que nos reportemos a algumas dcadas, quando ainda no haviam surgido os primeiros

    transmissores, o que somente ocorreu na dcada de 1940. Antes, a leitura dos valores de cada

    varivel do processo era feita apenas no prprio local, mediante instrumentos como

    manmetros, termmetros, visores de nvel etc.

    Essa situao pode ser demonstrada por meio do seguinte exemplo: suponhamos uma

    fabrica que disponha de quatro tanques (TQ1, TQ2, TQ3 e TQ4) para armazenamento de um

    determinado lquido. Na Figura 1, observamos as localizaes dos tanques.

    Fig. 1

    TQ1

    TQ3

    TQ2

    TQ4

    REA TOTALDA FBRICA

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    20SENAI-RJ

    Controle Automtico de Processo Sistemas de Transmisso

    Considerando-se a importncia da monitorao do nvel de cada tanque e sabendo-se da

    inexistncia de transmissores, surge a necessidade da instalao de visores de nveis em cada

    reservatrio. Quando o operador da unidade desejasse saber a quantidade estocada em cada

    tanque, deveria locomover-se at prximo a eles.

    Com o uso dos transmissores, todo esse trabalho de locomoo pde ser evitado, elimi-

    nando grande deslocamento por parte do operador.

    Os transmissores so instrumentos capazes de medir a varivel do processo e transmitir

    um sinal proporcional a essa varivel a distncia.

    Utilizando o exemplo j citado, imaginemos a mesma fbrica com transmissores instalados

    em cada tanque. Essa inovao permitir a centralizao das informaes, no caso, do nvel de

    cada tanque.

    O local para o qual ir convergir a informao referente ao nvel de cada reservatriodenomina-se Sala de Controle.

    Veja, na Figura 2, a planta da fbrica j com a incluso de modificao.

    Com a incluso de uma Sala de Controle, ou simplesmente um Painel de Controle, o

    trabalho de monitorao de estoque de lquido da fbrica torna-se, sem dvida, mais eficiente.

    Essa centralizao de informaes foi a grande contribuio dos transmissores para a

    automao dos processos.

    Embora sua funo principal no tenha sido alterada, os transmissores vm sofrendo um

    acelerado processo de modernizao nas ltimas dcadas, originando diferentes tipos, com

    funes cada vez mais aprimoradas.

    TQ1

    TQ3

    TQ2

    TQ4

    SALA DECONTROLE

    Fig. 2

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    SENAI-RJ 21

    Controle Automtico de Processo Sistemas de Transmisso

    Classificao dos

    transmissores

    Podem-se classificar os transmissores com base em dois critrios: quanto aplicao e

    quanto ao funcionamento.

    Quanto aplicao

    Considerando-se a sua aplicao, os transmissores classificam-se de acordo com o tipo da

    varivel medida. Assim, tm-se transmissores de presso, de nvel, de temperatura e outros.

    Em razo do grande nmero de variveis a serem medidas, existe no mercado uma infinidade

    de tipos e modelos diferentes de transmissores, o que inviabiliza qualquer anlise mais profunda

    neste momento.

    Quanto ao funcionamentoA classificao dos transmissores de acordo com o seu funcionamento bem mais

    delimitada do que a anterior. Dentro desse critrio poderemos ter, basicamente, trs tipos de

    transmissores: pneumticos, eletrnicos e microprocessados.

    Transmissores pneumticos

    Estes foram os primeiros tipos de transmissores usados industrialmente. Do incio da

    dcada de 1940 at hoje, os transmissores pneumticos so utilizados.O funcionamento bsico deste instrumento consiste em converter o sinal de varivel

    medida como presso, nvel, temperatura etc. em um sinal de sada pneumtico, proporcional

    ao valor de varivel medida.

    A seguir, apresentamos, esquematicamente, alguns exemplos de transmissores

    pneumticos.

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    22SENAI-RJ

    Controle Automtico de Processo Sistemas de Transmisso

    20psi

    3 a 15psi

    P1

    P2

    H+

    L-

    Fluxo

    Transmissor tipo d/p Cell

    Fig. 3

    Transmissor de presso diferencial

    Transmissor de temperatura

    Para indicador oumecansmo detransmisso

    Fig. 4

    Vlvula de

    retenoMercrio

    Amortecedor

    P1

    P2

    p

    20psi

    3 a 15psi

    B

    M

    A R

    D

    E

    C

    Fig. 5

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    20/101

    SENAI-RJ 23

    Controle Automtico de Processo Sistemas de Transmisso

    Transmissor de nvel

    Transmissor de densidade

    Transmissor de presso

    Fig. 6

    20psi

    3 a 15psiBocal

    PalhetaFole

    Detalhe dofolePresso

    R

    Tubo deBourdon

    b

    a

    Fig. 7

    Fig. 8

    Reguladorde vazo

    Indicador nolocal

    20psi

    Escala dedensidade

    MercrioIndicador a distncia

    Nvelconstante

    Rel piloto

    Rel piloto

    P

    Sinal de sada

    20psi

    Barra detorso

    A

    B

    C

    DE

    F

    G

    H

    S

    M

    Z

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    21/101

    24SENAI-RJ

    Controle Automtico de Processo Sistemas de Transmisso

    O boosterrecebe um sinal de entrada fraco, mas transforma-o num sinal de sada ampliado,com uma fonte de alimentao.

    Esse dispositivo funciona da seguinte maneira:

    Correspondendo a um aumento de presso do sinal de entrada, a membrana fecha o

    escape para a atmosfera, pela vlvula esfrica do ar de alimentao, o que faz aumentar o

    sinal de sada.

    Correspondendo a uma diminuio do sinal de entrada, a vlvula esfrica abre-se,

    deixando escapar maior quantidade do ar de alimentao, o que faz o sinal de sada

    diminuir.

    Quando a distncia entre o transmissor e o receptor muito grande ou se quer uma resposta

    rpida no receptor, emprega-se um dispositivo chamado boosterou amplificador de sinal,mostrado na Figura 9.

    Observao

    Importante

    Apesar de possurem um custo mais elevado, estes transmissores apresentam a grande

    vantagem de no provocar risco de exploso, quando instalados em reas perigosas, sujeitas a

    exploses.

    Fig. 9

    Membranasde borracha

    Sinal de sada(P

    2)

    Sinal de entrada (P1)

    Alimentao

    Atmosfera

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    22/101

    SENAI-RJ 25

    Controle Automtico de Processo Sistemas de Transmisso

    Transmissores eletrnicos

    Com o advento da microeletrnica e a crescente confiabilidade dos componentes

    eletrnicos, os primeiros transmissores eletrnicos puderam ser construdos.Esse tipo de transmissor emite um sinal eltrico proporcional varivel medida.

    Na Figura 10, pode-se observar um transmissor eletrnico de presso.

    No exemplo observado na Figura 10, o transmissor de presso (PT) envia um sinal eltrico,proporcional presso da linha.

    Os transmissores eletrnicos permitem o envio de sinais a distncias muito superiores s

    conseguidas com transmissores pneumticos.

    Na Figura 11, vemos um transmissor eletrnico de presso.

    Transmissor de presso HART LD 301

    Fig. 11

    Sinal de sada eltrico

    P T

    Fig. 10

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    Controle Automtico de Processo Sistemas de Transmisso

    Transmissores microprocessados

    Com a crescente informatizao dos sistemas de instrumentao, surgem, no incio dos

    anos 1980, os primeiros transmissores microprocessados, ou, como normalmente soconhecidos, transmissores inteligentes.

    Na verdade, esse instrumento diferencia-se do transmissor eletrnico convencional pelo

    maior nmero de funes que pode executar.

    O fato de possuir um microprocessador d ao transmissor inteligente a condio de executar

    tarefas tais como linearizao e armazenamento de dados.

    importante salientar que o sinal eltrico de sada idntico ao do transmissor eletrnico

    convencional.

    Para exemplificarmos uma aplicao desse tipo de transmissor, Figuras 12 e 13, suponhamos

    um vaso de formato cilndrico, colocado na horizontal, no qual se deseja medir o nvel com umtransmissor de presso hidrosttica.

    Como se pode observar na Figura 13, o nvel medido no vaso indicado por um indicador

    de nvel (LI), instalado no painel. Mas, apesar de conhecermos o nvel do reservatrio, se

    desejssemos, tambm, uma informao sobre o volume, esta no seria obtida de forma imediata,

    pois a relao NVEL x VOLUME, nesse caso, no linear.

    Vaso no qual se deseja medir o nvel

    Fig. 13

    Fig. 12

    Transmissor instalado

    LT LI

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    Controle Automtico de Processo Sistemas de Transmisso

    Na anlise da Figura 14, observa-se que, exceo dos pontos 50% e 100%, nos demais

    valores no h coincidncia entre o percentual de nvel e o percentual de volume.

    Em outras palavras, quando o nvel indicado LI fosse de 50%, o operador saberia de imediato

    que o volume do lquido contido no vaso era de 50%. Mas, se o valor do nvel fosse outro, 70%,

    por exemplo, seria necessrio efetuar alguns clculos para conhecer o volume.Essa dificuldade para a obteno do percentual do volume, no exemplo citado,

    solucionada com a utilizao de um transmissor microprocessado. Esse instrumento teria

    condies de gerar um sinal linear, em funo do volume.

    Esse foi apenas um exemplo de aplicao. Na verdade, os transmissores microprocessados

    podem executar muitas outras funes. importante ressaltar que existem transmissores micro-

    processados para outras variveis, tais como temperatura, vazo etc.

    Sinais padronizados

    Independentemente do tipo de transmissor em questo, este sempre atuar enviando um

    sinal proporcional varivel medida. Esse sinal poder variar, dependendo da grandeza e do

    tipo de transmissor.

    No caso dos transmissores pneumticos, o sinal considerado padro no mercado brasileiro

    o de 3 a 15psi; em instrumentos mais antigos, ou importados, podem-se encontrar outras

    faixas, tais como: 3 a 27psi, 6 a 30psi etc.

    Observe, na Figura 14, o grfico que define a funo NVEL x VOLUME do exemplo citado.

    Fig. 14

    LT LI

    % VOLUME

    % NVEL

    100

    50

    0 50 100

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    Controle Automtico de Processo Sistemas de Transmisso

    No sistema mtrico, a faixa de 3 a 15psi expressa com 0,2 a 1 bar, e so praticamente

    equivalentes.

    Nos transmissores eletrnicos, independentemente de serem microprocessados ou no,

    o sinal considerado padro o de 4 a 20mAcc ou 1 a 5Vcc.

    Em escala bem mais reduzida, aparecem outras faixas, tais como: 0 a 20mA, 10 a 50mA etc.

    Como se pode perceber, na maioria das faixas utilizadas e, notadamente, nas faixas

    padronizadas (3-15psi e 4-20mA), o nvel mnimo de sinal no zero. Dizemos que existe um

    zero vivo.

    O zero vivo adotado no nvel mnimo oferece a vantagem de podermos detectar avarias

    (descalibrao ou rompimento do cabo), quando o sinal de entrada for 0%.

    Seja o sinal eletrnico ou pneumtico, a relao com a varivel medida sempre linear.

    Assim sendo, torna-se muito fcil correlacionar o sinal enviado pelo transmissor com o valor davarivel. Observe o exemplo a seguir.

    Exemplo: determinar o valor da temperatura no interior de um vaso cujo transmissor de

    temperatura pneumtico e est enviando um sinal de 10,2psi.

    Dados: Range: -10 a 50C

    Sinal padro: 3 a 15psi

    1. Comparando-se as duas faixas, tem-se:

    2. Interpolando-se os valores, tem-se:

    15 - 3 50 - (-10)

    10,2 - 3 t - (-10)

    12 60

    7,2 t + 10

    12 (t + 10) = 60 x 7,2

    5t = 60 x 7,2 - 10

    12 1

    t= 5 x 7,2 - 10

    t= 36 - 10

    t= 260C

    10,2

    psi C15

    3

    50

    t

    -10

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    Controle Automtico de Processo Sistemas de Transmisso

    Funcionamento dos

    transmissores

    Apesar de existirem vrios fabricantes, o funcionamento bsico da maioria dos trans-

    missores encontrados no mercado semelhante.

    Assim sendo, descreveremos, a seguir, o funcionamento de um transmissor pneumtico e

    de um transmissor eletrnico.

    O funcionamento do transmissor microprocessado no transparente nossa percepo,uma vez que as principais funes desse instrumento so executadas pelo microprocessador

    (circuito integrado).

    Observe o esquema de um transmissor pneumtico:

    Fig. 15

    Transmissor pneumtico de presso

    Ajuste de faixaRestrio

    Suprimento

    Amplificador pneumtico

    Fole de realimentao

    Sada de sinal

    Bico-palheta

    Barra de realimentao

    Ajuste de zero

    Clula de presso

    Entrada de sinal

    Diafragma

    Barra de fora

    Ponto A

    100%

    0%

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    Controle Automtico de Processo Sistemas de Transmisso

    Verifique o seu funcionamento:

    O sinal aplicado na clula de presso transmite o movimento barra de fora, por meio do

    diafragma.

    Esta, por sua vez, encontra-se pivotada no ponto A e tender a aproximar mais o conjunto

    bico-palheta, de acordo com a intensidade do sinal aplicado (quanto maior for o sinal de

    entrada, maior ser a proximidade do conjunto bico-palheta).

    A maior proximidade do conjunto bico-palheta resultar numa contrapresso maior.

    Esse aumento da contrapresso ser amplificado no amplificador pneumtico, que enviar

    um sinal diretamente proporcional ao aumento, ao mesmo tempo para a sada de sinal e

    para o fole de realimentao.

    A fora produzida no fole de realimentao provocar um deslocamento da barra de rea-limentao e, conseqentemente, do ponto A.

    O deslocamento do ponto A impedir que a palheta feche totalmente o bico (realimentao

    negativa).

    A maioria dos transmissores eletrnicos de presso fabricados atualmente no Brasil tem

    como sensor a clula capacitiva. Assim sendo, apresentamos, a seguir, uma descrio desse

    tipo de sensor.

    A presso do processo transmitida para um diafragma sensor no centro da clula, por

    meio de um diafragma isolador cheio de leo de silicone. O diafragma sensor funciona como

    uma mola que se move em resposta presso diferencial sobre ele. O deslocamento do diafragma

    sensor (um movimento mximo de 0,01mm) proporcional ao diferencial de presso. A posio

    Fig. 16

    Clula capacitativa (diferencial e absoluta)

    Fios

    Isolao rgida

    Placas docapacitador

    Diafragmasensor

    leo desilicone

    Diafragmaisolador

    Selagens

    Isolamento rgido

    Placas do capacitador

    Diafragma sensor

    Fios

    leo de silicone

    SelagensDiafragma isolador

    Cmara de referncia (evacuada)

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    Controle Automtico de Processo Sistemas de Transmisso

    do diafragma sensor detectada pelas placas do capacitor de ambos os lados dele. A capacitncia

    diferencial entre o diafragma sensor e as placas do capacitor eletricamente convertida em um

    sinal de 4 a 20mA ou 10 a 50mA.

    A montagem da clula capacitiva (sensor) com a unidade eletrnica d origem ao

    transmissor eletrnico de presso.

    O funcionamento do sensor capacitivo de presso baseado nos seguintes conceitos:

    P = K C1 C2

    C1+ C2

    P = presso do processo

    K = constante

    C1= capacitncia entre o lado de alta presso e o elemento sensor

    C2 = capacitncia entre o lado de baixa presso e o elemento sensor

    I DIF = F . Vpp(C1- C2)

    I DIF = a diferena na corrente de C1- C

    2

    Vpp

    = tenso de oscilao (pico a pico)

    F = freqncia de oscilao

    F . Vpp=I REF

    C1+ C2

    I REF = fonte de corrente constante

    Assim:

    I DIF = C1- C2 I REF P = constante x I DIF

    C1+ C2

    Observao

    A clula capacitiva tambm utilizada no transmissor microprocessado de presso.

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    Controle Automtico de Processo Sistemas de Transmisso

    O diagrama de blocos da Figura 17 ilustra a operao do sistema.

    O sensor ativado por um oscilador de 32pHz - 30Vpp, no modelo de 4 a 20mA. O sinal do

    sensor passa, a seguir, por um demodulador, que consiste numa ponte de diodos, cujo sinal DC

    pulsante de sada aplicado aos enrolamentos do transformador, servindo como referncia

    para o amplificador que controla o oscilador.A corrente Dc, atravs dos enrolamentos do transformador, proporcional presso, de

    acordo com a equao 2.

    A ponte de diodos e um termistor de compensao de temperatura esto localizados no

    interior do mdulo sensor.

    O ajuste de linearidade um SHUNT de corrente ajustado por meio de um trimpot(sada

    de 4 a 20mA) ou de um capacitor varivel trimmer(sada de 10 a 50mA). Permite uma correo

    programada que eleva a tenso pico a pico do oscilador, para compensar a no-lineariedade de

    1 ordem da capacitncia, em funo da presso.

    O oscilador tem a sua freqncia determinada pela capacitncia do elemento sensor e

    pela indutncia dos enrolamentos do transformador.

    Por conseqncia, a freqncia varia em torno de um valor nominal de 32pHz (50pHz para

    o modelo de 10 a 50mA).

    O amplificador de controle do oscilador controla, mediante uma realimentao, a voltagem

    que alimenta o oscilador, de acordo com a equao 3.

    Um regulador de tenso garante uma alimentao perfeitamente estabilizada para os

    amplificadores de controle do oscilador e de controle da corrente.

    Os componentes de ajuste de zero (um potencimetro e uma malha resistiva) desenvolvemuma corrente que adicionada corrente do sensor.

    Fig. 17

    Teste

    SENSOR

    CONTROLEDA CORRENTE

    DEMODULADOR DETECTOR DECORRENTE

    LIMITADORDE

    CORRENTE

    REGULADORDE TENSOAmplificador

    de controle dooscilador

    OSCILADORAmplificador de controle da corrente

    +sinal

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    SENAI-RJ 33

    Controle Automtico de Processo Sistemas de Transmisso

    Por meio de uma chave, podemos selecionar resistores que acrescentam um valor fixo de

    corrente de zero, para permitir maiores valores de supresso ou elevao (chave disponvel

    apenas na opo 4 a 20mA).

    O ajuste do span feito por intermdio de um potencimetro que determina a quantidade

    de corrente realimentada para a entrada do amplificador de controle. Esse amplificador aciona

    os transistores de controle da corrente de sada.

    O detector de corrente realimentada para a entrada de um sinal corresponde soma da

    corrente de zero e da corrente varivel do sensor.

    Praticando

    1. Com o surgimento dos transmissores, qual foi a grande contribuio dada para a rea

    de controle de processos?

    2. Cite uma vantagem do transmissor eletrnico em relao ao pneumtico.

    3. Descreva a diferena entre um transmissor microprocessado e o transmissor eletrnico.

    4. Como tambm conhecido o transmissor microprocessado?

    5. Faa um resumo do transmissor eletrnico de presso (tipo clula capacitiva), incluindo

    um diagrama de blocos do seu circuito.

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    2

    Nesta seo...

    Consideraes iniciais sobre o controle automtico

    Processo

    Tipos de controle

    Tipos de processo

    Principais problemas para o controle de processo

    Elementos bsicos de uma malha de controle

    Modos de controle

    Sistemas de controle

    Tecnologias afins ao controle de processo

    Praticando

    Referncias bibliogrficas

    Controle automtico de

    processo

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    SENAI-RJ 37

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Consideraes iniciais sobreo controle automtico

    Para bem compreender o funcionamento de um controle automtico, basta observar como

    agiria uma pessoa se tivesse que controlar manualmente uma varivel.

    Temos um exemplo bastante familiar em nossa vida diria. Quando tomamos banho de

    chuveiro e temos a nossa disposio gua quente e gua fria, fazemos uma verdadeira regulagem.

    Operando com as duas torneiras, procuramos dar gua a temperatura que desejamos. O que

    acontece que nosso corpo age com um medidor de temperatura. O nosso crebro confronta a

    temperatura que desejamos com a medida e comanda, por intermdio de nossas mos, a maior

    ou menor abertura das torneiras.

    O controle automtico tem representado um papel vital no avano da engenharia e da

    cincia. Alm de sua extrema importncia em sistemas de veculos espaciais, msseis guiados,

    pilotagem de avies, robtica e outros mais, o controle automtico tornou-se uma parte

    importante e integral dos modernos processos industriais e de fabricao.

    Uma v que os avanos na teoria e na prtica de controle automtico propiciam os meios

    para se atingir desempenho timo de sistemas dinmicos, melhoria na produtividade, alvio no

    trabalho enfadonho de muitas operaes manuais e repetitivas de rotina; fundamental quetcnicos, engenheiros e cientistas tenham um bom entendimento neste campo.

    O primeiro trabalho significativo em controle automtico foi o de James Watt, no sculo X VIII,

    que construiu um controlador centrfugo para controle de velocidade de uma mquina a vapor.

    Atualmente, como os computadores tm-se tornado mais baratos e mais compactos, eles

    so usados como parte integrante destes sistemas de controle.

    Antes de iniciar o estudo do contedo desta unidade, importante conhecer abreviaturas

    que so comumente usadas na rea de controle de processos, como vemos na tabela a seguir.

    Podem-se obter combinaes possveis, de acordo com o funcionamento dos dispositivos

    automticos.

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    38SENAI-RJ

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Tabela 1*

    *Tabela tirada da ISA (Sociedade de Instrumentao da Amrica).

    LETRA 1 LETRA

    varivel medida do

    processo

    2 LETRA

    funo do aparelho

    3 LETRA

    funo adicional do

    aparelho

    A

    C

    D

    E

    FG

    I

    L

    Alarme Alarme

    MP

    P

    R

    S

    T

    V

    W

    Condutibilidade

    Densidade

    Vazo (fow)

    Nvel (level)

    Umidade (moisture)

    Presso

    Velocidade (speed)

    Temperatura

    Viscosidade

    Peso (weight)

    Controlador

    Elemento (Primrio)

    Visor (glass)

    Indicador

    Registrador

    Segurana

    Bainha (well)

    Controlador

    Segurana

    Vlvura

    Controlador

    RegistradorTemperatura1

    2

    3

    T R C

    Visor

    Nvel1

    2

    L G

    IndicadorVazo1

    2

    F I

    Segurana

    Presso1

    2

    P S V

    Vlvula3

    Exemplos

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    SENAI-RJ 39

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Processo

    O Merrian Webster Dicionary define um processo como sendo uma operao ou

    desenvolvimento natural que evolui progressivamente, caracterizado por uma srie de

    mudanas de modo relativamente fixo e conduzindo a um resultado ou finalidade particulares.

    Podemos, tambm, definir processo de uma maneira bem simples, como sendo uma com-

    binao de recursos humanos e/ou materiais utilizados para fabricar ou modificar um produto.

    Exemplo: processo de troca trmica (trocador de calor) (Figura 1).

    Variveis de um processo

    Variveis so grandes medidas, manuseadas e controladas, com o objetivo de manter o

    processo em perfeito funcionamento.

    As variveis clssicas envolvidas nos processos industriais so: presso, temperatura, vazo

    e nvel. Essas so as variveis mais comuns que aparecem dentro do conceito da instrumentao,

    embora, por similar idade de tratamento, outras variveis, tais como densidade, PH, viscosidade,

    umidade etc., tambm faam parte das variveis medidas e controladas pela instrumentao.Estas variveis podem ser controladas ou manipuladas.

    Varivel controlada

    a varivel que est submetida ao controle, ou seja, aquela que se deseja controlar.

    tambm chamada de varivel do processo.

    Varivel manipulada

    a varivel manuseada com o objetivo de se manter a varivel controlada dentro de valoresdesejados.

    Produto frio

    Vapor

    Produto quente

    T

    T I

    Fig. 1

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    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Faixa de medida (range)

    o conjunto de valores da varivel medida/controlada, que est compreendido

    dentro dos limites superior e inferior de capacidade de medio, transmisso ou controle

    do instrumento.

    Alcance (span)

    a diferena algbrica entre os valores superior e inferior da faixa de medida (range)

    do instrumento.

    Preciso (accuracy) a tolerncia de medio ou transmisso do instrumento.

    Histerese (hysteresis)

    Diferena mxima que se observa nos valores indicados pelo instrumento, para um

    valor qualquer da faixa de medida, quando a varivel percorre toda a escala, tanto no

    sentido crescente quanto no decrescente.

    Ganho

    Representa o valor resultante do quociente entre a troca de mudana na sada e a

    taxa de mudana na entrada que causou.

    Controlar um processo

    o ato de manter as variveis do processo dentro de certas condies preestabelecidas.

    Ponto de ajuste (set point) ou valor desejado

    o valor ajustado no controlador, no qual se deseja manter a varivel controlada.

    Desvio (erro)

    a diferena entre o valor do ponto de ajuste e o valor medido da varivel controlada. De

    forma genrica, erro a diferena entre o valor lido ou transmitido e o valor real da varivel

    medida.

    Distrbios de processo

    qualquer alterao no processo que venha a modificar o valor da varivel controlada.

    Estes distrbios so tambm conhecidos como mudana de carga.

    TerminologiaPara facilitar o entendimento do contedo desta unidade, apresentamos

    alguns termos mais usados dentro da rea de controle de processos.

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    SENAI-RJ 41

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Tipos de controle

    Na rea de processos, temos dois tipos de controle: o manual e o automtico.

    Para que haja controle, as seguintes funes so obedecidas: medio, comparao e

    correo. Por isso, essas trs funes so denominadas funes bsicas do controle.

    Controle manual

    o controle realizado por meio da interveno humana.

    Na Figura 2, temos um exemplo de controle manual, em que as funes bsicas do controle

    so desenvolvidas.

    Medio

    O operador verifica a temperatura do produto quente.

    Comparao

    O operador compara o valor obtido na medio com o valor em que essa temperatura deve

    ser mantida.

    Entrada dagua fria

    Fig. 2

    Correo

    Entrada devapor

    Ciclo fechadode regulao

    Tomada deimpulso

    Sada de guaquente

    Computao ecomparao

    Processo

    Regulador

    Feedback

    condensado

    Vlvula de vapor

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    42SENAI-RJ

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Correo

    Se for detectado um desvio, o operador procede correo necessria, abrindo ou fechando

    mais a vlvula de vapor.

    Controle automtico

    o controle realizado mediante instrumentos. Nesse caso, o controle independe da

    interveno humana. Observe as Figuras 3 e 4.

    Vejamos o desenvolvimento das funes bsicas do controle automtico.

    Produto frio

    Produto quente

    TIC

    Fig. 3

    Fig. 4

    Processo

    Entrada degua fria

    Presso de ar3 a 15psi

    Motorpneumtico

    Elemento final

    Vlvula de vapor

    Fora auxiliar

    Tubo deBourdon

    Tubo capilar

    Rel piloto

    20psi alimentao de ar

    Sada degua quente

    Restrio

    Sinal do

    regulador

    Amplificadorde fora

    Bulbo do termmetro

    Elemento primrio

    Sinal

    deerro

    Elementoreceptor

    Feedback

    Bocal e palheta

    Detetor de erro

    Boto deajuste do

    Valor desejado

    Entrada devapor

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    SENAI-RJ 43

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Medio

    O elemento primrio mede a temperatura do produto quente e, por meio do transmissor,

    que transforma o valor medido em sinal padronizado, envia-o para o controlador.

    Comparao

    O controlador de temperatura, ao receber o sinal, realiza uma comparao desse sinal com

    o ponto de ajuste.

    Correo

    Caso exista desvio, o controlador emite um sinal de correo para a vlvula.

    Tipos de processo

    Processo contnuo

    Um processo dito contnuo quando a matria-prima percorre os equipamentos e, nesse

    percurso, efetuado sobre ela o processo.

    A Figura 3, mostrada anteriormente, um exemplo de processo contnuo, visto que o produto

    frio entra no processo, troca calor com o vapor e sai como produto quente, de maneira contnua.

    A Figura 5 mostra a produo de vapor de uma caldeira.

    Fig. 5 Esquema bsico de uma caldeira aquatubular

    Vapor saturado

    Refratrios

    Tubulo

    superior

    Chamin

    gua

    Combustvel

    Queimador

    Tubuloinferior

    Valorsaturado

    gua gua

    Vapor superaquecidocom temperatura epresso constante

    Dessuperaquecedor

    Ventilador detiragem forada

    Gases dacombusto

    Ar decombusto

    gua

    LV

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    44SENAI-RJ

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Processo em batelada

    Diferente do processo contnuo, em quesempre h um fluxo de massa, no processo em

    batelada uma poro discreta da matria sofre

    todo o ciclo de processamento, desde o seu esta-

    do inicial at ser considerada produto acabado,

    quando, ento, substituda por outra, e todo o

    ciclo recomea.

    A Figura 6 representa a produo de massa

    de chocolate.

    Etapas:

    introduzir o produto A, B e C;

    aquecer a mistura por duas horas, mis-

    turando continuamente; e

    escoar o produto final para dar incio

    nova batelada.

    Observao

    O processo em batelada recebe tambm o nome de processo descontnuo.

    Principais problemas para o

    controle de processos

    Se tomarmos como exemplo um tanque que armazena um volume de lquido, quando

    submetido a uma variao brusca na vazo de entrada (normalmente chamada de variao em

    degrau), temos como resposta uma variao diferente de um degrau (exponencial), devido

    resistncia e capacitncia do sistema.

    Fig. 6 Tanque de mistura

    M

    valor

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    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Os processos tm caractersticas que atrasam as mudanas nos valores das variveis e,

    conseqentemente, dificultam a ao de controle. Essas caractersticas esto sempre presentes,

    ou seja, so inerentes aos processos. So elas:

    capacitncia;

    resistncia; e

    tempo morto.

    Capacitncia

    So as partes do processo que tm a capacidade de armazenar energia ou material.

    Em um trocador de calor, as paredes das serpentinas e o produto no tanque podem

    armazenar energia calorfica. Essa propriedade de armazenamento de energia d a essas

    capacitncias a habilidade de atrasar uma mudana. Por exemplo, se a temperatura de entrada

    do vapor aumentar, ser preciso um certo tempo para que mais energia seja adicionada ao

    produto no tanque, a fim de elev-lo a uma nova temperatura.

    Resistncia

    So as partes do processo que resistem a uma transferncia de energia ou material entre

    capacitncia.

    Usando novamente o exemplo do trocador de calor, as paredes da serpentina, que obstruem

    a vazo do vapor e o efeito isolante das pelculas de vapor e produto de cada lado dela, resistem

    Veja a figura a seguir.

    Fig. 7 Resposta do nvel de um tanque a uma variao de degrauna vazo de entrada

    Vazo de entrada

    Nvel

    TempoVazo de sada

    h2

    h1

    h2

    h1

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    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    a uma transferncia de energia calorfica entre o

    vapor na serpentina e o produto do lado externo

    desta.

    O efeito combinado de alimentar uma

    capacitncia por meio de uma resistncia

    produz atrasos de tempo na transferncia de

    energia entre capacitncias. Tais atrasos de

    tempo provocados por resistncia e capacitn-

    cia (R-C) so freqentemente chamados atrasos

    de capacitncia ou atrasos de transferncia.

    A Figura 8 mostra a comparao das res-

    postas de um termopar colocado diretamente nacorrente de processo e com o mesmo termopar

    inserido em um poo termomtrico de ao inox.

    Nota-se que o poo de proteo funciona como

    uma resistncia transferncia de calor, retardando a resposta do conjunto de deteco.

    Tempo morto

    Tempo morto, tambm chamado de tempo de transporte, aquele verificado entre a

    ocorrncia de uma alterao no processo e a sua percepo pelo elemento sensor.

    So tpicos nos sistemas de medio e controle de temperatura. A Figura 9 apresenta um

    sistema de controle que s comea a responder aps decorrido um certo intervalo de tempo

    denominado tempo morto.

    Fig. 8 Resposta de um termoparcom e sem poo de proteo

    Termopar nu

    Tempo

    Termopar em poode ao inox

    Temperatura

    Fig. 9 Sistema de controle de temperatura com tempo morto

    Fluido quente

    Sensor de temperatura

    Tempo mortoVapor

    Fluido frio

    TIC

    d

    T T

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    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Um resumo dos trs tipos de atrasos (capacitncia, resistncia e tempo morto) aqui

    abordados pode ser ilustrado no sistema de controle da Figura 10.

    Os processos tambm podem ser classificados em:

    monocapacitivo;

    bicapacitivo; e

    multicacacitivo.

    Os processos so geralmente analisados em funo da sua curva de reao, ou seja, a reao

    da variveis do processo provocadas por mudanas de cargas, em condio de no- controle.

    Na discusso que se segue, o processo representado na Figura 11 pode se encontrar em condio

    estvel. mostrado o efeito de mudanas bruscas em degrau na alimentao e o respectivo

    comportamento de sada.

    Processo monocapacitivo

    O trocador de calor da Figura 1, apresentada no incio desta seo, pode ser considerado,

    aproximadamente, como um processo monocapacitivo, j que a capacitncia calorfica da

    serpentina quase insignificante, quando comparada com a capacitncia do produto no tanque.

    Assim, nessa suposio, o processo se comporta como monocapacitivo.

    Fig. 10 Trocador de calor Atrasos na deteco, na transmisso e tempo morto

    Atraso nadeteco

    gua

    Atraso

    Transm./Controlador

    Atrasos devidosao processo

    Tempo morto

    Sala de controle

    TIC

    Fluido processo

    Sada

    Fluido processo

    Entrada

    Atraso na resposta doatuador

    Atraso na transmisso

    Controlador/Vlvula

    TT

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    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Curva de reao de processo monocapacitivo

    A Figura 11 mostra as curvas de reao em condio de no-controle, que se seguem a uma

    mudana brusca na carga de alimentao causada pelo aumento de abertura da vlvula devapor no tempo zero.

    Processo bicapacitivo

    Suponhamos, agora, que a parede da serpentina de aquecimento da Figura 1

    suficientemente grande para ter uma capacitncia calorfica que significativa quando com-

    parada com a capacitncia do produto no tanque. Nesse caso, o processo pode ser considerado

    de duas capacitncias. Assim, a resistncia entre elas a resistncia transferncia de calor

    oferecida pelas paredes da serpentina e pelas pelculas isolantes nas suas faces interna e externa.

    Curva de reao de processo bicapacitivo

    Note que cada curva indica como a

    temperatura comea a aumentar exatamente ao

    mesmo tempo em que a carga mudada; esse

    aumento da temperatura cada vez mais lento,

    at chegar ao novo valor de estado estvel.

    A resposta completa da temperatura mais

    atrasada no tempo quando a capacitncia de ar-

    mazenamento de cada processo maior. Esteexemplo mostra como a capacitncia calorfica

    do produto no tanque e a resistncia ao fluxo de

    calor atrasam o aumento da temperatura. Esse

    retardo o atraso de capacitncia.

    A Figura 12 mostra as curvas de reao emcondies de no-controle que se seguem a uma

    mudana brusca de carga de alimentao,

    causada pelo aumento de abertura da vlvula de

    vapor no tempo t0.

    A comparao das Figuras 11 e 12 ilustra

    uma diferena significativa entre os processos

    de capacitncia simples e de duas capacitncias.

    Aqui, a temperatura, em vez de mudar ime-

    diatamente, comea a subir de forma vagarosa;

    t0

    t1

    t2

    t3

    Fig. 12

    Temp.produto

    sada

    Atraso menor

    Atraso maior

    TempoT0

    Capacitnciamenor

    Capacitnciamaior

    Temperatura

    T

    T0

    t0

    t1

    t2

    t3

    Tempo

    Fig. 11

    T

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    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    depois, mais rapidamente; a seguir, mais devagar; finalmente, reequilibra-se gradativamente

    em um novo valor de estado estvel.

    Essa curva de reao em forma de S caracterstica dos processos de duas capacitncias. A

    resistncia transferncia de energia entre a capacitncia calorfica da serpentina e do produto

    causa esse retardo, ou seja, atraso de capacitncia, na temperatura.

    A Figura 12 mostra que a temperatura atingir seu valor final num tempo tanto maior,

    quanto maior for o atraso de capacitncia do processo.

    Processo multicapacitivo

    Embora muitos processos tenham mais de duas capacitncias, o comportamento deste

    processo similar ao do bicapacitivo, mostrado na Figura 12. Assim sendo, essas curvas de

    reao podem ser consideradas tpicas para todos os processos (que no tenham tempo morto)

    com duas ou mais capacitncias.

    Efeito do tempo morto nas curvas dereao do processo

    t0

    t1

    t2

    t3

    Temperatura

    Com tempo morto

    T0

    Tempo

    Tempo morto

    Sem tempo morto

    Fig. 13

    Observao

    O trocador de calor da Figura 1 terum tempo morto considervel, se o

    elemento sensor de temperatura for

    deslocado para um ponto afastado do

    tanque, isto , ser necessrio mais tem-

    po para levar a mudana de temperatura

    at esse novo ponto.

    A Figura 13 mostra o efeito do tempo

    morto em um processo bicapacitivo (ou

    multicapacitivo).

    Note que a curva de reao simplesmente deslocada no eixo dos tempos do valor do tempo

    morto. A adio do tempo morto no muda a forma ou o tamanho das curvas de reao.

    T

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    50SENAI-RJ

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Elementos bsicos de uma

    malha de controle

    Entende-se como malha de controle um conjunto de instrumentos e equipamentos que,

    interligados, tem a finalidade de supervisionar e/ou controlar uma ou mais variveis do processo.

    Se a informao sobre a varivel controlada no utilizada para ajustar quaisquer das

    variveis de entrada, visando compensar as alteraes que ocorrem nas variveis do processo,

    estaremos diante de um sistema de malha aberta.

    Nas Figuras 14 e 15 so apresentados dois sistemas: sistema de malha aberta e sistema de

    malha fechada.

    Fig. 14

    Processo tpico de troca de calor em malha aberta

    Fluido aquecido

    Fluido a seraquecido

    Condensado

    Vapor

    Fig. 15

    Processo tpico de troca de calor em malha fechada utilizando controle manual

    Fluido aquecido

    Fluido a seraquecido

    Condensado

    Vapor

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    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Ponto de

    ajuste

    Condensado

    Fluido aquecido

    VaporFluido a ser

    aquecido

    TRC

    TT

    TY

    O diagrama em blocos, a seguir, mostra as passagens de sinais entre os principais elementos

    de uma malha de controle.

    Sistema de medio

    O sistema de medio em uma malha de controle constitudo basicamente de: elemento

    primrio, transdutor e sistema de transmisso.

    Ele de suma importncia, pois da medida correta depende um controle satisfatrio.

    Processo tpico de troca de calor utilizando controle automtico

    Fig. 17

    Distrbios

    Elemento final

    de controleModos decontrole

    Erro Correo

    Controlador

    Setpoint

    + _Processo

    Sistema demedioVarivel medida

    Varivelcontrolada

    Varivelmanipulada

    Fig. 16

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    52SENAI-RJ

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Controlador

    o instrumento destinado a manter a varivel controlada dentro de valorespredeterminados. Ele reage ao desvio entre a varivel controlada (varivel medida) e o ponto de

    ajuste (set point), produzindo uma sada (correo).

    Na Figura 17, o bloco controlador tem um sinal positivo no lado do ponto de ajuste e um

    sinal negativo no lado da varivel. Temos, entretanto, a possibilidade de fazer o controlador

    funcionar com o conjunto de sinais opostos, mediante um simples chaveamento. Esse

    chaveamento nos possibilita transform-lo em controlador de ao direta ou controlador de

    ao reversa (inversa) para atender as necessidades do processo.

    A Figura 18 apresenta um controlador na sua forma convencional.

    Controlador de ao direta

    Recebe este nome porque, supondo-se o ponto de ajuste constante, se a varivel controlada

    tender a subir, o sinal de entrada do bloco modo de controle tender a subir, e a sada (correo)

    idem.Portanto, diz-se que um controlador

    de ao direta, quando um aumento de

    sinal da varivel controlada provoca um

    aumento no seu sinal de sada. Observe a

    Figura 19.

    SPVP

    VM A/ML/R

    Fig. 18

    SP:VP:VM:SP:P:I:D:A/M:L/R:

    VALOR DESEJADOVARIVEL DE PROCESSOVARIVEL MANIPULADAVALOR DESEJADOAO PROPORCIONALAO INTEGRALAO DERIVATIVAAUTOMTICO/MANUALLOCAL/REMOTO

    P

    I

    D

    Fig. 19 Controlador de ao direta

    Controlador

    SadaS.p.

    Vc

    Modo decontrole+

    _

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    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Controlador de ao reversa

    Supondo-se o ponto de ajuste constante, se a varivel controlada tende a subir, o sinal de

    entrada da caixa modo de controle tender a descer, e a sada idem.Portanto, diz-se que um controlador de ao reversa, quando um aumento no sinal da

    varivel controlada provoca uma diminuio no seu sinal de sada, como mostra a Figura 20.

    Elemento final de controle

    um dispositivo acionado pela sada do controlador e que atua numa varivel manipulada.

    Em geral, uma vlvula de controle; eventualmente, pode ser um motor, um contato eltrico,

    uma vlvula solenide, uma bomba etc.

    Uma vlvula de controle pode ser construda de modo que se abra quando h um aumento

    do sinal pneumtico, sendo, ento, chamada vlvula ar abre, ou de modo que se feche quando

    h um aumento do sinal pneumtico, sendo chamada ar fecha.

    O sistema de controle de um reator, por meio de uma camisa pela qual circula gua, permite

    atender este tipo de dispositivo. Veja a Figura 21.

    Fig. 20 Controlador de ao reversa

    S.p.

    Vc

    Modo decontrole+_

    Fig. 21 Controle de temperatura - Resfriamento de um reator qumico

    Vlvula: falha abertaControlador: ao inversa

    Alimentao

    gua (fria)

    gua (quente)

    Produto

    TIC

    TT

    Reator exotrmico

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    54SENAI-RJ

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Conjunto controlador x vlvula de controle

    Apresentadas as aes do controlador e da vlvula de controle, devemos pesquisar o

    conjunto de associao, para que consigamos alcanar o controle pretendido.Deve ser considerada a situao de segurana para a qual o sistema tem de evoluir, no caso

    de falta de energia. Por exemplo, se a vlvula ar abre, na ausncia de ar comprimido ela se

    fechar; por isso, ela tambm chamada falha fecha. Sendo a vlvula ar fecha, na ausncia de

    ar comprimido ela se abrir; por isso, tambm chamada falha abre.

    Modos de controle

    Modo de controle, tambm chamado ao de controle, a maneira pela qual um

    controlador responde a um desvio da varivel controlada.Os instrumentos de controle industrial so geralmente fabricados para produzir os seguintes

    modos de controle:

    duas posies;

    proporcional;

    proporcional + integral (PI);

    proporcional + derivativo (PD); e

    proporcional + integral + derivativo (PID).

    Cada modo de controle tem suas vantagens e limitaes caractersticas.

    Fig. 22

    ar para fechar ar para abrir

    a b

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    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Independentemente do seu modo de controle, o controlador poder ser

    de ao direta ou ao reversa.

    Controle de duas posies

    De todas as aes de controle, a ao em duas posies a mais simples e tambm a de

    menor custo; por isso, extremamente utilizada tanto em sistemas de controle industrial como

    domstico.

    Neste modo de controle, o elemento final de controle movido a uma velocidade

    relativamente alta, entre duas posies prefixadas. Visto que essas duas posies do elemento

    final de controle so, em geral, totalmente aberto ou totalmente fechado, este modo chamado

    controle ON-OFF(liga-desliga).

    A Figura 23 ilustra um processo cujo controle de temperatura feito por controle liga-

    desliga.

    Fig. 23 Controle de temperatura com vapor atuado por vlvula solenide

    Vapor

    TIC

    S

    Quando a temperatura est no ponto de ajuste (set point) ou acima deste, o contato est

    fechado e a vlvula tambm. Quando a temperatura est abaixo do ponto de ajuste, o contato

    est aberto e a vlvula idem.

    A Figura 24 mostra as correes de posio da vlvula quando a temperatura varia acima e

    abaixo do ponto de ajuste.

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    56SENAI-RJ

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Controle de duas posies com zona diferencial

    uma variante comum do controle de duas posies. Aqui, o elemento final de controle

    movido rapidamente de sua primeira posio para a segunda, quando a varivel controlada

    atinge um valor prefixado, e s poder retornar sua primeira posio depois que a varivel

    Observao

    Nota-se que esse controle de duas posies no pode promover uma correo exata. Sua

    correo maior ou menor que a exata. No existe, ento, nenhuma condio de equilbrio

    entre as energias de entrada e de sada; conseqentemente, a varivel controlada ir oscilar

    para cima e para baixo do ponto de ajuste.

    Fig. 24

    t

    t

    AberturaVlv.

    Ponto deajuste

    100%

    0%

    Temp.

    Fig. 25

    ProcessoVapor Sada

    Bourdon

    Rel

    controlada tiver passado por meio de uma

    faixa de valores (zona diferencial) e atingido

    um segundo valor tambm prefixado.

    Pode-se ajustar a zona diferencial de

    acordo com a necessidade do processo.

    A Figura 25 mostra o exemplo tpico de

    um controle de duas posies com zona

    diferencial.

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    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Fig. 26

    t

    t

    AberturaVlv.

    Ponto deajuste

    100%

    0%

    Temp. Contato de alta

    Zonadiferencial

    Contato de baixa

    A Figura 26 mostra as correes da posio da vlvula quando a temperatura passa pela

    zona diferencial. Nota-se que nenhuma ao da vlvula ocorre quando a varivel est dentro da

    zona diferencial. Observe a Figura 26.

    Observao

    1. Como vemos, no controle de duas posies, a sada muda de uma condio fixa para outra,o que geralmente provoca correes maiores que o necessrio, resultando numa oscilao

    contnua da varivel controlada. Por isso, o seu uso fica restrito a processos que apresentam

    grande capacitncia ou a processos em que a oscilao no seja prejudicial.

    2. Em razo de suas caractersticas, o controle de duas posies muito utilizado em sistemas

    de segurana.

    Controle proporcional

    Em processos que no permitam a aplicao do controle de duas posies, costuma-se

    recorrer ao controle proporcional, cuja amplitude de correo proporcional amplitude do

    desvio. Nesse caso, o elemento final de controle se move para uma determinada posio, para

    cada valor do desvio.

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    58SENAI-RJ

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Fig. 27

    LIC

    Qe

    Qs

    LT

    A equao que representa esta ao de controle pode ser descrita como:

    m (t) = Kc. e (t) + b

    onde:

    m (t) = sinal de sada do controlador;

    Kc= ganho proporcional;

    e (t) = erro (SP - varivel medida); e

    b = constante (sada do controlador quando o erro zero), ou sada em modo manual do

    controlador.

    Para exemplo, suponhamos o controle de nvel mostrado na Figura 27, a seguir.

    Vamos estudar qualitativamente o desempenho do sistema de controle, ao utilizarmos o

    controlador proporcional no exemplo da Figura 27. As Figuras 28 e 29, mostradas a seguir,

    auxiliaro o nosso estudo.

    Inicialmente, vamos supor que o nvel est estabilizado em 1,5 metro (ponto de ajuste) e a

    vlvula est com 50% de abertura. O sistema est equilibrado, ou seja, a vazo de entrada (Qe)

    igual vazo de sada (Qs).Suponhamos agora que, num tempo to, h um distrbio tipo degrau na sada do sistema,

    ou seja, a vazo de sada Qs passou para Qs +Q.

    O nvel comea a descer, mas a informao chega ao controlador, que comea, ento, a dar

    correo proporcional ao erro, abrindo a vlvula. Observando a Figura 28, comeamos a andar

    sobre a reta, de A para B.

    No tempo t1, conseguimos vencer o efeito do acrscimoQ. Neste momento, temos o

    menor valor do nvel e a correo mximaQ (passamos para o ponto B da Figura 28), no

    necessariamente chegando posio extrema toda aberta. Portanto, temos o sistema

    estabilizado num novo valor de nvel, e Qe +Q = Qs +Q.

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    SENAI-RJ 59

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Fig. 29

    Qs

    t

    QeQ

    h

    Qe,Qs

    Qe=Qs

    to

    t1

    to

    t1

    OffsetSet point

    t

    Fig. 28

    Ponto de ajuste

    Toda Aberta

    TodaFechada

    100

    50

    0

    0,5 VC (Nvel h, em metros)1 1,5 2 2,5

    B

    A

    offset

    Sc %

    Erro de regime (offset)

    Fig. 30

    Observando as Figuras 28 e 29, notamos

    que, aps atingida a nova situao de equilbrio,

    o nvel se estabilizou num ponto fora do ponto

    de ajuste, ou seja, notamos a presena de um

    desvio. Esse desvio chamado erro de regime

    (offset)e uma caracterstica inevitvel do

    controlador proporcional. Veja a Figura 30.

    Variao decarga

    (distrbio)

    Varivelcontrolada

    Tempo

    Offset

    Valor desejado

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    60SENAI-RJ

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Reduo de erro de regime

    Observando a Figura 28, podemos notar que, quanto maior a inclinao da reta, menor

    ser o erro de regime. Veja a Figura 31.

    Isso possvel, desde que se altere o ajuste do controlador proporcional (faixa proporcional

    ou ganho, que ser visto adiante). Cabe ressaltar, entretanto, que vamos obter uma reduo do

    erro de regime, e no a eliminao dele.

    Eliminao do erro de regime

    Como artifcio da eliminao do erro de regime em controladores de modo apenas pro-

    porcional, lana-se mo do reajuste manual (resetmanual).

    O procedimento abrir a malha de controle, ou seja, passar o controlador de automtico

    para manual (o instrumento apresenta tal recurso) e, manualmente, alterar a sada do

    controlador. No caso em estudo, aumentar a sada do controlador; conseqentemente, abrindomais a vlvula, at que o nvel retorne ao ponto de ajuste, quando, ento, ainda de forma manual,

    fazemos a vlvula voltar abertura que proporciona a vazo Qe +Q, para, finalmente, passar

    o controlador posio automtico.

    Com esse procedimento, trazemos a varivel controlada de volta ao ponto de ajuste,

    eliminando, assim, o erro de regime.

    Uma outra maneira de se eliminar o erro de regime mediante mudanas do set point

    (ponto de ajuste) ajustado no controlador, at que a varivel controlada retorne ao valor desejado.

    Fig. 31

    Ponto de ajuste

    0,5 1 1,5 2 2,5

    0

    50

    100

    V C

    Sc%

    A

    BC

    Erro deregime 2

    Erro deregime 1

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    SENAI-RJ 61

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Faixa proporcional (banda proporcional)

    Faixa proporcional pode ser definida como sendo a variao percentual da varivel

    controlada, necessria para provocar o curso completo (desde totalmente aberta at totalmentefechada) do elemento final de controle.

    A faixa proporcional , normalmente, expressa em percentagem.

    A Figura 32 mostra que, para causar o curso completo da vlvula (desde totalmente aberta

    at totalmente fechada), necessria uma mudana na varivel controlada, no caso nvel, de

    1 metro.

    Portanto, a faixa proporcional ser de 1 metro em 2 metros, ou seja, 50%, pois:

    FP = 2m 1m = 1m

    =0,5 = 50%

    2,5m 0,5m 2m

    Pode-se obter, tambm, a faixa proporcional a partir da percentagem dos valores. No caso:

    FP = 75% 25% = 50%

    Para solidificarmos o conceito de faixa proporcional, veremos um outro exemplo.

    Se a faixa completa de um instrumento de 200C e preciso uma mudana de temperatura

    de 50C para causar o curso completo da vlvula, a faixa proporcional ser de 50C em 200C, ou

    seja, 25%.

    A faixa proporcional pode variar de um valor menor que 1% at um valor maior que 200%.

    A Figura 33 mostra a relao entre a posio da vlvula e a varivel controlada, para vrios

    valores de faixa proporcional.

    Fig. 32

    Ponto de ajuste

    Toda Aberta

    TodaFechada

    100%

    0%

    0,5 V C1 1,5 2 2,5

    Sc

    0% 25% 50% 75% 100%

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    62SENAI-RJ

    Controle Automtico de Processo - Controle Automtico de Processo

    Observao

    Note que, quando a faixa proporcional for superior a 100%, o curso completo da vlvula

    no ser promovido.

    Ganho (sensibilidade)

    Um outro conceito para expressar a proporcionalidade o ganho, tambm conhecidocomo sensibilidade.

    Ganho ou sensibilidade do instrumento a relao entre a variao de sada e a variao de

    entrada (variao da varivel controlada), como mostra a expresso abaixo:

    K = s

    e

    Quanto maior for o ganho, maior a variao de sada do instrumento para a mesma variaoda varivel. Em outras palavras, o instrumento reagir tanto mais fortemente quanto maior for

    o seu ganho.

    Matematicamente, o ganho recproco da faixa proporcional, ou seja:

    K = 100%

    FP (%)

    Os instrumentos de controle possuem o ajuste de proporcionalidade expresso em ganho

    ou expresso em faixa proporcional.

    Note que, quanto menor for a faixa proporcional ajustada, maior ser o ganho, e vice-versa.

    Fig. 33 Varivel controlada Percentagem da escala

    10 20 30 40 50

    0%20%50%

    200%

    100%

    60 70 80 90 100

    10

    20

    30

    50

    60

    70

    80

    100

    40

    90

    0

    500%

    Abertura

    da

    vlvula

    em

    percentagem

    onde:

    K = ganho;

    s = variao de sada; e

    e = variao de entrada.

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    SENAI-RJ 63

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    Anlise grfica da resposta deum controlador proporcional

    A atuao do modo de controle proporcional depende da amplitude do desvio, e no do

    tempo de durao dele. Portanto, a sada do controlador proporcional no varia enquanto o

    desvio permanece fixo; ela s variar quando o desvio variar.

    Observao

    A Figura 34 mostra a resposta grfica deum controlador proporcional de ao direta

    a um desvio tipo degrau, em malha aberta.

    Inicialmente, a varivel est coinci-

    dente com o ponto de ajuste, e a sada do

    controlador So.No instante tofoi introduzido um desvio

    de amplitude E. Note que o controlador sofre

    uma variao na sada igual a KE. A partir da,

    a sada do controlador permanece constante,visto que o desvio se mantm fixo em E e o

    sistema est em malha aberta.Fig. 34

    Influncia do ajuste da faixa proporcional

    (ou do ganho)

    O ajuste indevido da faixa proporcional pode provocar oscilaes violentas ou, ento,

    respostas lentas demais.

    A Figura 35 mostra a resposta grfica da varivel controlada em funo do ajuste da faixa

    proporcional, aps introduzido um erro no sistema, em malha fechada.

    Fig. 35

    Vlvulacontrolada

    Ponto de ajuste

    Tempo

    FP mdia FP pequena FP grande

    Varivel

    Ponto de ajuste

    Tempo

    Sada

    E

    tO

    to

    So

    KE

    Tempo

    {

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    64SENAI-RJ

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    Controle proporcional + integral(PI)

    Enquanto a sada do modo proporcional proporcional ao desvio, a sada do modo integral

    funo da integral do desvio, ou seja, a velocidade de correo proporcional ao desvio.

    Temos a o melhor dos dois modos de controle: o modo proporcional, que corrige os errosinstantaneamente, e o integral, que se encarrega de eliminar, ao longo do tempo, o erro de

    regime caracterstico do modo proporcional.

    Neste controlador, o modo integral executa automaticamente o reajuste manual que o

    operador faria para eliminar o erro de regime. Por isso, ele tambm chamado controlador

    proporcional com reajuste automtico ou controlador proporcional com resetautomtico.

    No controle proporcional + integral, o movimento da vlvula funo da amplitude e da

    durao do desvio da varivel, enquanto no proporcional funo apenas da amplitude desse

    desvio. Em conseqncia, em vez de termos uma posio especfica da vlvula para cada valor

    do desvio, o proporcional + integral pode determinar a estabilizao da vlvula em qualquer

    Cabe ressaltar que, medida que a faixa proporcional diminuda, o erro de regime tambm

    diminui, mas as oscilaes e o tempo para estabilizao aumentam. Caso se utilize uma faixa

    proporcional excessivamente pequena, o processo poder tornar-se instvel.

    1. O modo proporcional um meio poderoso de estabilizao, capaz de uma larga faixa de

    aplicao, mas que tem a caracterstica indesejvel do erro de regime.

    2. De uma maneira geral, o controlador proporcional pode ser empregado em quase todo

    tipo de processo, bastando que esse processo seja tolerante ao erro de regime.

    3. No dever ser usado quando a faixa proporcional tiver que ser grande (caso do controle

    de vazo), ou quando houver distrbios freqentes.

    Observao

    Note que, quando diminui a faixa proporcional (aumento do ganho), o

    erro de regime tambm diminui, e o sistema responde mais rapidamente s

    variaes. Podemos, ento, concluir que a faixa proporcional deve ser ajustada

    no menor valor (ou ganho no maior valor) que o processo permitir.

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    Fig. 36 Exemplo tpico de um controlador com aes P e I pneumtico

    Tempo integral

    Valor setado

    Valor medido

    Volumeintegral

    C

    Alimentao

    Sada

    Ti=R C

    Realimentao

    Vlvula derestrio(integral)

    R

    Realimentaointegral

    Ps

    Pr

    Pr

    PR

    Pn

    P

    Po

    posio, desde totalmente aberta at totalmente fechada, para um determinado valor da

    medio. A vlvula continuamente posicionada, conforme seja necessrio, para manter a

    varivel no ponto de ajuste.

    Apresentamos a seguir o esquema bsico de um controlador P + I.

    O modo integral normalmente utilizado em conjunto com o modo proporcional(controlador PI), pois a velocidade de resposta do modo integral sozinho muito lenta, e seu

    tempo de estabilizao muito longo.

    Anlise grfica da resposta de um controladorproporcional + integral

    A Figura 37 mostra a resposta grfica de um controlador PI, de ao direta, a um desvio tipo

    degrau, em malha aberta.

    Fig. 37

    Tempo

    Varivel

    Ponto de ajusteE

    to

    Sada

    Componente integral

    Componente proporcional

    Tempoto

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    66SENAI-RJ

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    Fig. 38

    Tempo

    Sada

    SA

    KE

    KE

    to

    t1

    No instante to foi introduzido um desvio de amplitude E. O modo proporcional varia a

    sada de KE no momento em que surge o desvio, ficando constante a partir da, uma vez que o

    desvio se mantm fixo.

    A sada do modo integral no varia instantaneamente com o surgimento do desvio, mas o

    fato de o desvio ser diferente de zero faz com que a sada do modo integral varie medida que o

    tempo vai passando, e essa variao s ir cessar quando o desvio voltar a zero. Como o desvio

    constante, a sada da componente integral ser uma rampa.

    V-se, ento, que o modo proporcional ser mais efetivo do que o integral na resposta a

    rpidas variaes do processo.

    Tempo integralEnquanto o modo proporcional descrito pelo ganho K, o modo integral descrito pelo

    tempo integral (reset time) Tt1, e que pode ser ajustado por meio do boto existente no

    controlador.

    Conforme mostrado na Figura 37, simulando-se, num instante to,um desvio tipo degrau

    de amplitude E, em malha aberta, a sada do controlador PI ter o aspecto da Figura 38.

    No instante to, a sada sofre instantaneamente uma variao igual a KE, devida somente ao

    modo proporcional. A partir desse instante, a sada passa a aumentar, graas ao modo integral.

    Repare que, no instante t1, o modo integral ter variado a sua sada no mesmo valor da variao

    do modo proporcional.

    Pode-se definir, portanto, tempo integral como sendo o tempo necessrio para que o

    modo integral produza uma variao na sada igual quela produzida pelo modo proporcional.

    O tempo integral (Ti) usualmente expresso em minutos ou minutos por repetio (MPR).

    O tempo integral tambm chamado tempo de reajuste, ou, ainda, tempo por repetio.

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    Taxa de reajuste

    Em alguns controladores, o ajuste do modo integral expresso em repeties por minuto

    (RPM). Esse termo, chamado taxa de reajuste, representa o nmero de vezes que o modo integral

    produz uma variao na sada igual quela produzida pelo modo proporcional, no tempo de 1

    minuto.

    A taxa de reajuste tambm chamada de taxa de reset ou, ainda, velocidade de reajuste.

    Matematicamente definida como o inverso de Ti, ou seja, 1 .

    Ti

    Assim, na Figura 38, apresentada anteriormente, se Tifor, por exemplo, de 30 segundos, ou

    seja, 1/2 minuto, teremos a taxa de reajuste de 2 repeties/minuto.

    Cabe ressaltar que, quanto maior for o valor da taxa de reajuste, mais rpida ser a correo

    devida ao modo integral.

    Equao caracterstica do controlador proporcional+ integral

    S = So + K E + 1 Edt

    Ti

    Quanto menor for o valor do tempo integral, mais rpida ser a

    correo devida ao modo integral.

    Onde:

    S = sinal de sada do controlador

    So= sinal de sada para desvio nulo

    K = ganho

    E = desvio ou erro

    Ti= tempo integral

    Note que, alm da correo devida ao modo proporcional, temos agora uma correo

    adicional, que faz aumentar ou diminuir o sinal de sada, durante todo o tempo em que existir

    algum erro.

    A existncia da ao integral no garante que o processo se encontre estvel mas, sim,

    que no haver erro de regime quando o processo atingir um estado estvel.

    t

    o

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    Observao

    1. O controlador PI tem dois parmetros de ajuste: ganho (ou faixa proporcional) e taxa de rea-

    juste (ou tempo integral), ambos ajustveis por botes existentes no instrumento.

    2. Da mesma maneira que no caso do modo proporcional, existe o perigo de oscilaes quando o

    modo integral exagerado. Isso significa que, com a taxa de reajuste muito alta, a vlvula se

    movimentar mais rapidamente que a medio e o processo oscilar, aumentando o tempo de

    estabilizao. Por outro lado, com uma taxa de reajuste muito baixa, a varivel no retornar

    ao ponto de ajuste com rapidez suficiente, ou seja, a varivel fica muito tempo fora do ponto de

    ajuste.

    3. O modo integral aumenta a tendncia a oscilar do sistema de controle. Por isso, ele deve ser

    corretamente ajustado, para que se possa obter um controle preciso com o menor tempo de

    estabilizao.

    4. O efeito desestabilizador do modo integral normalmente neutralizado, usando-se um ganho

    levemente menor do que o que seria possvel utilizar com um controlador puramente

    proporcional. Dessa forma, o PI assegura a estabilidade da malha de controle sem erro de regime.

    5. Geralmente o controlador PI pode ser utilizado par