control micro

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Introdução Editar O controle microbiano iniciou-se há cem anos e faz-se importante não só na área médica, mas também na indústria alimentícia, por exemplo. O controle de microorganismos pode prevenir e controlar doenças, evitar contaminação de água e do ambiente, além de evitar a decomposição dos alimentos.Estas ações são feitas por meio de agentes físicos e químicos, matando ou retirando todos os microorganismos (esterelização) ou apenas diminuindo o número destes e inibindo o crescimento(desinfecção). Tratamentos que provocam a morte dos microorganismos possuem o sufixo – cida (morte), como germicida, fungicida,viricida dentre outros.Já os tratamentos que inibem o crescimento e multiplicação possuem o sufixo – stase ou –stático (parar ou diminuir).Como exemplo temos a bacteriostase. Fatores de influência na efetividade do controle microbiano Editar -> Natureza dos microorganismos a serem desinfetados( presença de endósporos são mais resistentes, células jovens são mais suscetíveis) ; -> Número da população-alvo: quanto maior o número de microorganismos, maior o tempo necessário para atingir o resultado desejado; -> Tipo e concentração do agente: grandes concentrações de determinado agente são mais eficientes que concentrações menores; -> Tempo de exposição: a exposição mínima determinada pela OMS é de 30 minutos para ação; -> Temperatura de exposição: altas temperaturas resultam em maior eficiência; -> Condições do ambiente: a presença de matéria orgânica pode impedir a ação dos antimicrobianos químicos. Ações dos agentes de controle microbiano Editar

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Introdução Editar

O controle microbiano iniciou-se há cem anos e faz-se importante não só na área médica, mas

também na indústria alimentícia, por exemplo.

O controle de microorganismos pode prevenir e controlar doenças, evitar contaminação de água e

do ambiente, além de evitar a decomposição dos alimentos.Estas ações são feitas por meio de

agentes físicos e químicos, matando ou retirando todos os microorganismos (esterelização) ou

apenas diminuindo o número destes e inibindo o crescimento(desinfecção).

Tratamentos que provocam a morte dos microorganismos possuem o sufixo –cida (morte), como

germicida, fungicida,viricida dentre outros.Já os tratamentos que inibem o crescimento e

multiplicação possuem o sufixo –stase ou –stático (parar ou diminuir).Como exemplo temos a

bacteriostase.

Fatores de influência na efetividade do controle microbianoEditar

-> Natureza dos microorganismos a serem desinfetados( presença de endósporos são mais

resistentes, células jovens são mais suscetíveis) ;

-> Número da população-alvo: quanto maior o número de microorganismos, maior o tempo

necessário para atingir o resultado desejado;

-> Tipo e concentração do agente: grandes concentrações de determinado agente são mais

eficientes que concentrações menores;

-> Tempo de exposição: a exposição mínima determinada pela OMS é de 30 minutos para ação;

-> Temperatura de exposição: altas temperaturas resultam em maior eficiência;

-> Condições do ambiente: a presença de matéria orgânica  pode impedir a ação dos

antimicrobianos químicos. 

Ações dos agentes de controle microbiano Editar

-> Atuam na membrana citoplasmática: provoca lesões na membrana com conseqüente

extravasamento citoplasmático e morte celular.

-> Causam danos às proteínas e ácidos nucléicos: as proteínas são desnaturadas pelo calor ou

produtos químicos  e os ácidos nucléicos são lesados por radiação, calor ou substâncias químicas

também, não podendo se replicar nem atuar no metabolismo celular, sendo letal para célula.

Processos de controle microbiano: Editar

1) Desinfecção: método que mata todos ou reduz os patógenos  no estado vegetativo presentes

em superfícies  de materiais inanimados.Quando a desinfecção é realizada  em tecido vivo, é

denominada ASSEPSIA.Não é considerado esterilizante pela baixa eficácia sobre formas

esporulantes.É dividida em níveis eficiência  desinfectiva:

- Nível alto: elimina a forma vegetativa e esporulada, além dos vírus.São utilizados em geral na

área hospitalar para itens que não resistem aos processos de esterilização, como alguns tipos de

endoscópios e instrumentos cirúrgicos com plástico.Esta desinfecção é mais eficaz se houver uma

limpeza, reduzindo a matéria orgânica presente no local antes da aplicação do desinfetante.

Exemplos: tratamento com calor úmido, peróxido de hidrogênio, ácido paracético, glutaraldeído e

compostos de cloro.

- Nível intermediário: são aplicados em locais onde não há possível contaminação por esporos de

bactérias ou outros microorganismos resistentes.Pode ter boa ação dependendo da concentração

do agente e da exposição em M. tuberculosis, alguns vírus como HBV , e fungos.

Exemplos:alcoóis, compostos iodóforos e compostos fenólicos.

- Nível baixo:são usados em materiais que não entram em contato com superfícies estéreis, não

necessitando de desinfecção mais severa, como estetoscópios e eletrodos de

eletrocardiograma.Pode destruir bactérias na forma vegetativa, alguns vírus e fungos.

Exemplos:álcool etílico,álcool isopropílico, hipoclorito de sódio e fenólicos.

A degerminação e a sanitização são modificações da desinfecção.

Fonte:http://blog.einstein.br/post.aspx?id=368Adicionada por Andressa Coiradas

- Degerminação: eliminação parcial ou redução de microorganismos (exceto endósporos) de

determinada região por ação quimiomecânica.Exemplo: limpeza de uma região da pele antes da

aplicação de uma injeção.

- Sanitização: redução de microorganismos a níveis seguros de saúde pública, tornando mínima a

chance de transmissão de doenças entre os usuários de um mesmo objeto.

Exemplo: na lavagem de copos em restaurantes, depois da limpeza com água e sabão é feita a

imersão em desinfetante químico.

2) Esterilização: destruição total dos microorganismos, mesmo nas formas mais resistentes, sendo

um processo absoluto.Pode ser realizada por meio de esterilizantes físicos, químicos, ou vapor de

gás.

Ex: calor seco,ácido peracético e vapores de peróxido de hidrogênio.

Métodos físicos de controle microbiano Editar

1) Calor seco:Pode se dividir em flambagem, incineração e ar quente (estufas).É essencial a

observação 

Autoclave. Fonte:http://www.billcasselman.com/wording_room/clavis_c.htm

Adicionada porAndressa Coiradas

No binomio tempo nesse processo. E usado na esterificacao de vidros, alcas de platina, e no caso da inceracao acontece a destruicao do mocroorganismo e do prouduto. Seu mecanismo de acao e por oxidacao de todo o material, podendo torno-lo cinzas.

2) Calor úmido: o método de fervura (100⁰C), pela temperatura relativamente baixa, mata todas as

formas vegetativas  de microorganismos, mas as formas esporuladas podem resistir.Porém, o vapor

d’água sob pressão na autoclave (temperatura de 121⁰C por 15 minutos), é eficaz para

esterilização, por desnaturar as proteínas microbianas.A eficiência deste tipo de esterilização é

verificado com inclusões de esporos de Bacillus stearothermophilus.

3) Pasteurização:consiste no aquecimento até dada temperatura e brusco resfriamento do

produto.Muito utilizado na indústria de laticínios, este tratamento tem nome de pasteurização por

alta temperatura e curto tempo (HTST – high-temperature,short-time), sendo 72⁰C por 15 segundos

no processo .Reduz o número de microorganismos, mas não assegura uma esterilização,

necessitando de refrigeração para conservação.

Para esterilização do leite, é feito o tratamento de temperatura ultra-elevada (ultra-high temperature,

UHT), sendo método distinto da pasteurização.Nele, em menos de 5 segundos a temperatura do

leite sobe de 74⁰C para 140⁰C e retorna para 74⁰C, não necessitando de refrigeração para

conservação.

4) Filtração:é feita pela passagem de gases ou soluções  através de filtros, com poros bem

pequenos, que podem reter microorganismos, como bactérias e fungos, mas deixa passar  a

maioria dos vírus.É utilizado em salas de hospitais como o HEPA(High-efficiency particulate air).

5) Refrigeração e congelamento: reduzem as reações químicas e podem causar alterações de

proteínas.Depende da intensidade da aplicação e do microorganismo para eficácia.Tem efeito

bacteriostático e é utilizado na conservação de alimentos.

6) Ressecamento: leva à interrupção do metabolismo para alguns microorganismos vegetativos, o

que não se aplica para formas esporuladas.Também possui efeito bacteriostático e conserva

alimentos.

7) Radiação ionizante: possui comprimento de onda curto, é utilizado principalmente na ionização

da água, por exemplo, gerando radicais superóxidos que reagem com DNA, dentre outros

componentes celulares orgânicos, destruindo ou inativando os microorganismos.Esta esterilização é

utilizada em materiais como seringas plásticas e cateteres.

8) Radiação não-ionizante: tem comprimento de onda mais longo, sendo mais absorvida pelo

DNA, alterando a replicação deste no momento da reprodução através da formação de dímeros e

pode ser exemplificada pela luz UV.É utilizada nos centros cirúrgicos para controle de

microorganismos do ar.As desvantagens deste método é o baixo poder de penetração, só

eliminando patógenos na superfície de materiais a serem esterilizados e as queimaduras que

podem ocorrer devido a efeitos deletérios que tem sobre os olhos e pele.

Métodos químicos de controle microbiano Editar

1) Biguanidas (clorexidine) : liga-se à parede celular pelos grupos fostatos e depois à membrana

citoplasmática, lesionando-a e provocando extravasamento citoplasmático. É dito bacteriostático

(0,5%) e bactericida  ( concentrações elevadas de até 4%), porém, não é esporicida.Possui baixa

toxicidade e grande afinidade com pele e mucosas.É usado na prevenção de doenças orais e

assepsia da pele, por exemplo.

2) Alcoóis: são bactericidas nas formas vegetativas dos microorganismos, causando a

desnaturação de proteínas e a solubilização lipídica.O álcool etílico é o anti-séptico mais

empregado, sendo a solução 70% mais eficaz que a absoluta, já que na ausência de água (no caso,

o álcool isopropílico - 92,8%), o tempo de contato com o patógeno será reduzido devido a rápida

evaporação, não garantindo tempo necessário para sua função. O álcool etílico é utilizado para

desinfectar termômetros e em aplicações de injeção e  em punções como anti-séptico.

Propriedades e a indicação do uso dos desinfetantes na prática da desinfecção. Fonte:http://www.fmvz.unesp.br/paulodomingues/graduacao/aula5-texto.pdf

Adicionada por Andressa Coiradas

3) Halogênios (Iodo e Cloro): o Iodo é muito utilizado como tintura na prática cirúrgica, sendo

bactericida, fungicida e esporicida. Este,precipita as proteínas e oxida as enzimas essenciais.Os

compostos de cloro são germicidas, sendo agentes oxidantes e inibidores de grande parte das

enzimas celulares, tendo como exemplo o ácido hipocloroso.

4) Sabões e detergentes:

- Aniônicos: importantes na remoção de maneira mecânica dos microorganismos através da

esfregação, não sendo tóxicos nem corrosivos e possuindo ação rápida.

- Catiônicos (sais quaternários de amônio): são bactericidas fortes contra bactérias Gram positivas,

sendo também fungicidas, amebimicidas e viricidas contra vírus envelopados.Agem afetando a

membrana plasmática, alterando a permeabilidade da célula com conseqüente perda de

constituintes citoplasmáticos importantes como o potássio.Usado como anti-séptico para pele e

instrumentos objetos de borracha.

5) Ácidos orgânicos: inibidores do crescimento de bolores (ação não relacionada à acidez).

6) Aldeídos: ocasiona desnaturação protéica, sendo utilizado para desinfecção de equipamentos

médicos.

Exemplo:Glutaraldeído e formaldeído.

7) Esterilizantes gasosos: provocam inativação enzimática por desnaturação de proteínas, com

atividade esterilizante lenta.

Exemplo:óxido de etileno, para esterilização de instrumentos cirúrgicos.

8) Peroxigênios: possuem ação oxidante, atuando sobre os anaeróbios sensíveis à oxigênio.

Exemplo: água oxigenada, utilizada para limpeza de ferimentos profundos.

9) Antibióticos: inibem a síntese de DNA e da parede celular,atuam na membrana celular

desorganizando e levando a saída de componentes citoplasmáticos resultando em morte da célula

bacteriana.

Referências bibliográficas Editar

ALTERTHUM, F.; TRABULSI, L. R. Microbiologia. 4ª ed. São Paulo: Atheneu, 2004.

TORTORA, G. J.; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. 6ª ed. Porto Alegre: Ed. Artmed, 2000.

MURRAY P. R.; ROSENTHAL K. S.; KOBAYASHI G. S.; PFALLER M. A.; Microbiologia médica. 5ª

ed.Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

COIRADAS, A. O. Anotação da aula da Disciplina de Microbiologia e Parasitologia. UNIVILLE.

04/04/2013

Controle Microbiano. Disponível em: <http://www.uff.br/labac/CONTROLE_MICROBIANO.pdf>.

eAcesso em: 16/04/2013