contributos para um plano estratégico de animação turística para o concelho de baião...

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Escola EB 2.3/S de Baião Curso Profissional de Técnicos de Turismo Ambiental e Rural Prova de Aptidão Profissional Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B) Daniela Azevedo Maria João Pinto Rute Teixeira Susana Carvalheira Baião / 2010

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Prova de Aptidão Profissional dos alunos Daniela, Maria João, Rute e Susana, realizada no âmbito do Curso Profissional de Técnicos de Turismo Ambiental e Rural (2010), orientada pelo professor Fernando Matos.

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Escola EB 2.3/S de Baião

Curso Profissional de Técnicos de Turismo Ambiental e Rural

Prova de Aptidão Profissional

Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho

de Baião (P.E.A.T.B)

Daniela Azevedo

Maria João Pinto

Rute Teixeira

Susana Carvalheira

Baião / 2010

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Escola EB 2.3/S de Baião

Curso Profissional de Técnicos de Turismo Ambiental e Rural

Prova de Aptidão Profissional

Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho

de Baião (P.E.A.T.B)

Esta Prova de Aptidão Profissional foi realizada no âmbito do Curso Profissional de Técnicos de Turismo

Ambiental e Rural, orientada pelo professor Fernando Matos Rodrigues, pelas alunas Daniela Azevedo,

Maria João Pinto, Rute Teixeira e Susana Carvalheira.

Baião / 2010

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Índice

1 – Resumo…………………………………………………………………………………….7

1.2 – Abstract …………………………………………………………………………8

2 – Introduçao …………………………………………………………………………………9

3 – Objectivos deste estudo ………………………………………………………………...10

4 –Metodologia de Suporte ao Desenvolvimento do Estudo ……...…………………….12

5- Enquadramento Territorial de Baião ……………………………………………………15

6– Território de Suporte ao P.E.A.T.B. ………………………………………………….. 16

6.1 –Estruturação do Território

6.1.1 – Sistema Urbano ……………………………………………………….18

6.1.2 – Acessibilidades e Transportes …………………………………….…20

6.1.3 – Ambiente e Recusos Naturais …………………………………....…23

6.1.4 – Cultura ……………………………………………………………....…26

6.1.5 – Turismo ………………………………………………………………...28

7– Análise da Oferta e da Procura Turística

7.1 – A Oferta Turística ……………………………………………………………...30

7.2 – Atractivos Turísticos …………………………………………………………...33

7.3 – Enquadramento Territorial de Marco de Canaveses ……………………....36

7.4 – Oferta de Alojamento Turístico Regional – Marco de Canaveses …….....37

7.5 –Enquadramento Territorial de Amarante …………………………………….38

7.6 – Oferta de Alojamento Turístico Regional - Amarante …………………..….39

7.7 – Oferta de Alojamento Turístico Local ………………………….…….……. .41

7.8 – A Procura Turística ……………………………………………………..… …43

7.9 – Marketing em Turismo ………………………………………………….….…45

7.9.1 – Os Desafios de Marketing únicos na Indústria Turística …....…..47

7.9.2 – Planos de Marketing………………………………………………...48

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7.9.2.1 – A Análise Ambiental ………………………….………………….50

7.9.2.2 – A Análise Competitiva ………………..……………………..…..50

7.9.2.3 – A Análise das Tendências de Mercado ………………..……..51

7.9.2.4 –Metas e Objectivos Estratégicos ………………………..……..51

7.9.2.5 – Planos de Acção …………………………………………..…….52

8 – Turismo Sustentável e Meio Ambiente

8.1 –Desenvolvimento Sustentável ……………………………..………………..53

8.2 – Sustentabilidade do Turismo …………………………….…………………54

8.2.1 – Limites e Capacidade de Carga………………….………………..54

8.3 – Sustentabilidade como uma Estratégia ………………….…………….....57

9 – Análise e Tipificação da Animação Turística

9.1 – A Animação Turística ……………………………………………………….58

9.2 –Oferta de Animação Turística Regional - Amarante ……………………...59

9.3 – Oferta de Animação Turística Local ……………………………………….60

10– Classificação dos Recursos Turísticos ………………………………………………61

Capítulo II

2 -PLANO ESTRATÉGICO DE ANIMAÇÃO TURÍSTICA PARA O CONCELHO DE

BAIÃO - P.E.A.T.B.

2.1 – Principios Orientadores……………………………………………………………...72

2.2 – Objectivos

2.2.1 – Objectivos Gerais ..…………………………………………………73

2.2.2 – Objectivos Específicos ……………………………………………74

3–Planeamento do Turismo

3.1 – Necessidade de Planeamento da Actividade Turística ………….75

3.2 – Importância do Planeamento …………………………………………..76

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4–Aspectos Básicos sobre Planeamento

4.1 – Conceitos ........................................................................................ 78

4.2 – A Prática.......................................................................................... 79

4.2.1 –Planeamento ......................................................................... 82

4.3 – O Processo ..................................................................................... 84

5– O Processo de Planeamento no Desenvolvimento Turiístico ................................. 87

5.1 –Reconhecimento e Preparaçao do Estudo ....................................... 89

5.2 –Estabelecimento de Objectivos ou Metas para a Estratégia ............. 89

5.3 – Pesquisa sobre Dados Existentes ................................................... 90

5.4 – Implementação de Novas Pequisas ................................................ 90

5.5 – Análise ............................................................................................ 91

5.5.1 –Avaliação do Potencial Turístico ........................................... 91

5.6 – Análise de Mercado ......................................................................... 91

5.6.1 - Planeamento e Desenvolvimento ........................................ 91

5.6.2 – Avaliação de Impacto .......................................................... 91

5.6.3– Política de Acção e Formulação de Planos ........................... 92

5.7– Recomendações ............................................................................... 92

5.8 – Implementaçao do Plano .................................................................. 92

5.9 – Monitorização e Reformulação ......................................................... 93

6– Planeamento do Desenvolvimento do Turismo: quando não dá certo .................... 94

6.1– Fracasso do Plano no Estágio do Projecto ........................................ 94

7– Planeamento do Turismo a Nível Local

7.1– O Turismo e o Município ................................................................... 96

7.2– O Papel do Turismo no Âmbito Municipal .......................................... 98

7.3– Organização do Turismo no Âmbito Municipal ................................ 100

8– Estrutura de um Plano Municipal de Desenvolvimento Turístico ......................... 103

8.1– Elementos Essenciais na Elaboração de um Plano Municipal de Turismo

8.1.1– O Diagnóstico ............................................................................ 103

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8.1.2– Prognóstico ................................................................................ 106

8.1.3– Propostas ................................................................................... 107

8.1.4–Implementação do Plano Municipal de Desenvolvimento Turístico

................................................................................................................................. 107

8.1.5– Avaliação Contínua .................................................................... 107

8.2 – Estrutura e Conteúdo de um Plano Municipal de Desenvolvimento

Turístico .................................................................................................................... 108

9– Análise SWOT ..................................................................................................... 109

9.1 – Análise SWOT aplicada ao Concelho de Baião ................................... 112

10 - Alguns Contributos para uma Programação Turística Sustentável e

Alternativa……………………………………………………………………………………115

11 - Apêndice……………………………………………………….………………………117

11.1 - Apêndice Documental………………………………….…………………..117

11.2 - Apêndice Fotográfico…………………………………….………………...147

12 - Bibliografia………………………………………………………….…………………..166

13 - Netgrafia…………………………………………………………….…………………..167

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1 - Resumo

O nosso trabalho consiste num plano estratégico de animação turística,

incidindo em diversas áreas como o planeamento, a organização e programação

turística.

O turismo está a tornar-se numa força que cresce cada vez mais em

importância na economia mundial constituindo assim, uma forma de desenvolvimento

económico. Esta actividade torna-se num tipo de indústria, que tem exigências e

impactos. Dar uma resposta a essas mesmas exigências, minimizando os impactos

negativos e recebendo as recompensas, formam as metas básicas do planeamento

turístico.

O planeamento tem como intenção, estabelecer condições favoráveis para

alcançar os objectivos propostos, devendo ordenar as acções do homem sobre o

território.

Este planeamento deve ser feito através de uma análise, que evidencie os

pontos fortes e fracos, as oportunidades e as ameaças do meio ambiente, com a

intenção de estabelecer objectivos, estratégias e acções que aumentem a

competitividade, neste caso, a nível turístico.

Neste sentido, o planeamento torna-se numa peça particularmente importante

para o desenvolvimento turístico.

Palavras - Chave: Planeamento, Programação, Ordenamento Turístico no Concelho de Baião

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1.1 - Abstract

Our work consists on a strategic plan of tourist animation, giving emphasis to

different areas such as tourism planning, organization and programming.

Tourism is becoming a force that is growing increasingly in importance in the

global economy thus constituting a form of economic development. This activity

becomes a kind of industry, which has requirements and impacts. To give a response

to those requirements, minimizing the negative impacts and getting the rewards, form

the basic goals of tourism planning.

The intention of this is to establish favourable conditions for achieving the settled se

objectives and should guide the man's actions on the territory.

This planning must be done through an analysis showing the strengths and

weaknesses, opportunities and threats to the environment, with the intention of

establishing objectives, strategies and actions to increase competitiveness, in a tourism

level.

In this sense, planning becomes a particularly important part of tourism development.

Key – Words: Planning, Programming, Tourist Planning in Baião

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2 - Introdução

Este trabalho, realizado no âmbito do Curso Profissional de Técnicos de

Turismo Ambiental e Rural, tem como principal objectivo contribuir para a

discussão e implementação no concelho de Baião de uma estratégia de

animação e programação de desenvolvimento turístico.

Esta avaliação – diagnóstico do produto turístico de Baião contrasta com

inúmeras possibilidades de diversificação da oferta turística presente na análise

das potencialidades e dos recursos naturais e culturais, que embora existentes

não são efectivamente utilizados.

Também é igualmente objectivo deste relatório / instrumento potenciar

mecanismos que através da introdução de novos produtos no mercado da

oferta turística, permitam ampliar o volume de oportunidades de negócio e

incentivar o circuito económico local, promovendo e detectando novas

oportunidades de negócio.

Neste sentido, considera-se pertinente abordar as questões relacionadas

com o território de suporte ao P.E.A.T.B, nomeadamente nas questões

ambientais, económicas, sociais e turísticas.

Pretende-se também, de forma simples, fazer uma análise de nível local

e regional, no que diz respeito à oferta e procura turística, à animação turística,

sendo esta, um agente multiplicador da economia que gera mecanismos de

ampliação do tecido empresarial e da renda turística, assumindo assim a

condição de produto de excelência.

No fundo, este relatório, enquadrado no âmbito legal e curricular do

Curso de Turismo, pretende ser uma resposta a uma necessidade de

conclusão do nosso curso, mas também é uma oportunidade para estudarmos

e reflectirmos sobre a nossa terra – Baião, enquanto naturais e residentes em

Baião.

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3 - Objectivos deste Estudo

Pretende-se com a análise realizada no concelho de Baião, “dotar” o

concelho de uma “estratégia” integrada no desenvolvimento turístico.

O objectivo deste trabalho é definir e contribuir para uma estratégia

integrada de desenvolvimento, em que seja possível fazer o cruzamento de

potencialidades existentes em todo o território a três níveis: espaço rural,

natural e urbano. Elaborando, assim, um plano de acção que promova o

desenvolvimento turístico e social da região de forma integrada e sustentada

(Martinez, 2000).

Pretende-se definir qual o plano mais ajustado para Baião, que mobilize

o sector em torno de um objectivo que permita:

o Definir uma estratégia para o turismo;

o Definir Baião enquanto destino turístico;

o Aumentar a atractividade de Baião;

o Melhorar a experiencia dos visitantes (aumentando a frequência e tempo

de estada, bem como o seu gasto médio);

o Melhorar a qualidade de vida dos residentes;

o Atenuar o despovoamento no concelho;

o Fomentar um maior rendimento familiar, atendendo a uma diminuição da

falta de postos de trabalho;

o Potenciar o desenvolvimento local sustentável;

o Preservar e recuperar a paisagem rural/natural, o que implica dinheiro e

conhecimento, estabelecendo sinergias/ parcerias;

o A projecção da imagem concelhia, como região, com um bom património

ambiental, paisagístico e cultural;

o Melhorar as acessibilidades;

o Incentivar o turismo Rural e de habitação;

o Promover os produtos naturais;1

1 Por exemplo: o vinho, doçaria, artesanato e gastronomia.

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Figura 1 -Desenvolvimento turístico no espaço rural: contribuição – preservação, in Martinez e Monzonís, 2000, 12.

Estes quatro elementos (economia, cultura, sociedade e meio ambiente),

devem envolver o turismo nas áreas rurais com uma importância redobrada,

enriquecendo o desenvolvimento da actividade turística, fazendo com que os

recursos existentes se tornem um atractivo à procura do meio rural.2

2 Cfr. CHOU, José Walter Teles; ANDRADE, José Roberto de Lima (2006), Intervenção arquitectónica e

produto turístico, in Caderno Virtual de Turismo vol.6 nº4, pp.31 e ss.

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4. Metodologia de Suporte ao Desenvolvimento do Estudo

Na realização deste estudo segue um conjunto de teorias, métodos e

conceitos próprios das ciências sociais. A utilização de regras e métodos

científicos visa uma aproximação objectiva e racional ao estudo de caso.

Existem duas áreas de conhecimento, o conhecimento vulgar e o

cientifico.

Quando se fala de conhecimento vulgar, faz-se referência a um

conhecimento que tem como fontes a autoridade, o bom senso, a tradição, ou

seja, trata-se de um conhecimento de senso comum.

Em contrapartida, o conhecimento científico exige um trabalho metódico

e sistemático, assente em critérios sistemáticos e objectivados.

O método, é uma característica fundamental de qualquer ciência, para

que seja reconhecida como tal.

Qualquer trabalho de investigação utiliza técnicas e métodos de

investigação específica para que seja possível responder às dúvidas e

questões colocadas pelo investigador.3

A metodologia implica que o processo de investigação seja faseado

pelas seguintes etapas: formulação do problema, definição da metodologia,

recolha de dados, análise de dados e conclusões, caso seja possível.

O método indutivo é feito através da observação objectiva e sistemática,

da experimentação para confirmar os factos de observações particulares.

O método dedutivo exige uma formulação do problema a partir da

interpretação dos fenómenos sociais, partindo frequentemente do geral para o

particular.

Existem também, duas técnicas que são utilizadas para que se consiga

obter resultados que nos levem à construção do conhecimento, sendo elas as

técnicas documentais e as técnicas não – documentais.

3 ALMEIDA, João Ferreira de; PINTO, José Madureira (1990) A Investigação nas Ciências Sociais. Lisboa,

Editorial Presença.

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As documentais têm como base a procura de elementos em diversos

tipos de documentos, que poderá englobar desde documentos escritos a

registos audiovisuais e estatísticos, etc.

Por sua vez, das técnicas não – documentais fazem parte: a observação

participante, a experimentação e observação não participante, ou seja, os

testes, as medidas de atitude e opiniões, o inquérito, o questionário e a

entrevista que pode ser clínica, em profundidade ou centrada, formal e

informal.

As técnicas não – documentais têm por base a observação, sendo assim

necessário que o investigador “abandone” o seu ambiente de trabalho e que

passe a fazer parte da situação social que deseja estudar, que não é o caso.

Pelo menos em parte, claro que tivemos que abandonar a sala de aula e partir

para o terreno, falar, ouvir, observar, registar e anotar.

Na observação – participação, o investigador participa e integra o grupo

quase ao ponto de se fazer esquecer como observador.

Na participação – observação, a acção do investigador é diferente pois

este nem sempre consegue ser aceite no grupo.

A observação não – participante implica que haja uma distância entre o

investigador e o objecto de análise.

O inquérito por questionário é utilizado quando se investiga um amplo

conjunto de indivíduos precisando assim, de preparar todas as questões que

deseja que sejam abordadas para que consiga desta forma recolher o máximo

de informação.

A entrevista é uma técnica de recolha de informações, sendo necessária

a elaboração de um questionário, para que a linguagem se ajuste ao

entrevistador, para que não sejam criadas condições que possam de qualquer

forma impedir o diálogo.

Distinguem-se assim vários tipos de entrevistas: a entrevista não

estruturada ou livre, a entrevista estruturada ou directa e a entrevista semi –

estruturada ou semi – directiva.

Na entrevista não estruturada ou livre é dada à pessoa entrevistada,

liberdade total.

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A entrevista estruturada tem por finalidade obter o maior número de

informações estandardizadas, sendo as perguntas idênticas e fechadas, onde o

entrevistador não dá uma resposta mais aprofundada.

Na entrevista semi – estruturada ou semi – directiva é dada liberdade ao

entrevistador, dando-lhes temo para responder.

No que diz respeito aos testes, estes são técnicas complementares que

permitem obter mais informações acerca dos casos a estudar.

Neste contexto a metodologia, passa inicialmente pela análise do

território, desde os recursos turísticos, ou seja, alojamento, restauração,

animação, património, ruralidade e natureza. Assim, a análise do território

permite que seja definido um zonamento, em função de necessidades de

intervenção no concelho.

No nosso trabalho, privilegiam a observação não participante, centrada

num olhar distanciado que nos possibilita uma maior objectividade e rigor na

análise e na recolha de dados, sem nunca perder a noção de que também

somos actores activos, integrados na estrutura social e cultural de Baião. O

facto de sermos naturais de Baião e de residirmos aqui, também pode ser e é,

uma vantagem para a realização da nossa prova.

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5 - Enquadramento Territorial de Baião

O concelho de Baião está integrado na região norte, que

por sua vez faz parte da sub-região do Tâmega, com uma área

territorial de 176km² e com uma população residente de 21 152

habitantes em 2006. O concelho é composto por vinte

freguesias, sendo Campelo o centro da vila.

O município é limitado a norte pelo município de

Amarante, a leste por Peso da Régua e Mesão Frio, a sul por

Resende e Cinfães e a oeste pelo Marco de Canaveses.

O território concelhio encontra-se estruturado em termos

de acessibilidades rodoviárias por dois eixos principais, a

Estrada Nacional 101 ligando Amarante ao Peso da Régua,

fazendo ligação ao IP4, estabelecendo ligação entre o litoral (a

cidade do Porto e a sua respectiva área Metropolitana e a região

das terras altas de Trás-os-Montes, especialmente a cidade

universitária de Vila Real), o segundo eixo estruturante é a

estrada Nacional 321 e 321-1, que estabelece a ligação entre

a Cidade do Marco de Canaveses e a Vila de Baião.

Figura 2 – Mapa do

enquadramento de Baião

em Portugal

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6– Território de Suporte ao P.E.A.T.B

Os lugares no espaço rural português constituem um dos fenómenos

sócio–antropológico mais complexos e profundos da nossa identidade cultural.

Os sistemas culturais actuam e interagem sobre a organização e construção do

espaço de forma a gravar nele um conjunto poliédrico de marcas sociais no seu

territorium, funcionam como esteios de memória colectiva, motores de

idiossincrasia sócio–cultural do lugar no espaço rural (Cfr. Matos Rodrigues,

1997).

O lugar perde identidade em prol de um conjunto de ideias plásticas e

redutoras que promovem uma imagem industrial de marketing publicitário e de

“paraíso rural”. O lugar torna-se cada vez mais fantasmagórico, quer isto dizer

que o local é completamente penetrado e modelado por influências sociais

muito distantes. O espaço, enquanto fenómeno social participa na organização

de uma arquitectura de lugar, no qual a paisagem rural nos aparece como fruto

de um casamento entre a terra e o homem (cf. Bernard Charbonneau: 1990,

46-7, 74-5).

A natureza social do lugar é composta por diversos elementos que

participam na formação e estruturação do próprio locus: o território, o ambiente

natural, o espaço, a técnica, a cosmologia, a temporalidade, etc.

O lugar tem assim uma escala própria.

O espaço habitado, construído e vivido no seio da intimidade afectiva e

familiar do lugar, contribui para forjar uma película socializadora dos homens

deste lugar em relação aos homens de fora do lugar. O lugar habitado funciona

como motor de produção e representação das identidades locais.

O espaço festivo do lugar representa uma das isotopias do sagrado

neste espaço rural em transformação e decadência acelerada, motivada pela

desvalorização do lugar e do seu património construído e arquitectónico, de tal

forma que os lugares do sagrado são marcas identificativas do espaço social

rural (Matos Rodrigues, Idem).

O espaço social construído do lugar na ruralidade é extremamente

carregado de significância e de metáfora sócio – religiosa.

Page 17: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

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A festa é para estas gentes rurais, uma ocasião socialmente autorizada

de manifestação de sentimentos que normalmente reprimimos ou

descuidamos.

O lugar habitado funciona como “casulo” de produção e representação

das identidades locais, enquanto marcas etno – históricas e formas

substantivadas do seu quotidiano festivo – religioso. Através destes momentos

festivos e dos seus rituais, os homens do campo estabelecem uma anamnese

recordativa das grandes acções divinas ou heróicas do tempo primordial.

A construção da identidade dos lugares no espaço rural, aparece

relacionada com um conjunto de particularidades locais e regionais. A

formação social do lugar no espaço rural, implica naturalmente o

desenvolvimento de um património cultural: como por exemplo, o património

construído e arquitectónico, que contribui para o aparecimento de uma

identidade do sitio enquanto produto social, económico, cultural e ecológico –

ambiental da dinâmica do lugar.

A identidade e o património dos lugares da ruralidade, encontra-se

perante uma sistemática e selvagem uniformização e banalização espacial

motivada pela especulação imobiliária, própria de uma sociedade de consumo

capitalista.

Nestes lugares rurais, verdadeiros palácios de memória, produtos de

uma cultura milenar, o lugar é essencialmente lugar de memória.

O lugar aparece-nos, como um triângulo cultural dinâmico, composto

pelos seguintes elementos: espaço, tempo e sociedade.

O espaço social é composto por um conjunto de elementos materiais e

espirituais que contribuem para a definição de um complexo território de

sociabilidade como entidades territorialmente diferenciadas.4

4 Cfr. Rodrigues, Fernando Matos (1997) “ A dimensão poliédrica do espaço rural” in Cadernos ESAP (Fernando Matos Rodrigues, Director) Porto, ESAP, vol. I, pp 53 e ss.

Page 18: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

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6.1 - Estruturação do território

6.1.1 - Sistema urbano

O sistema urbano do espaço territorial do Entre Douro e Tâmega é

constituído por um conjunto de aglomerados que podem ser hierarquizados da

seguinte forma:

Figura 3 – Área de Influencia da Área Metropolitana do Porto, in Movimentos Pendulares e Organização do Território

Metropolitano.

Nível 1: eixo cidade de Amarante/cidade do Marco de Canaveses,

correspondente aos centros urbanos com maior carácter urbano e

dinamismo económico e que apresentam significativa capacidade de

atracção, de carácter supra – municipal, no território envolvente;

Nível 2: vilas sedes do concelho/Baião, Celorico de Basto, Cinfães,

Resende e Mondim de Basto) que, pela concentração de equipamentos

Page 19: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

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públicos, empresas de serviços e comércio apresentam capacidade de

atracção especialmente no território municipal;

Nível 3: outras vilas (especialmente Vila Meã, Sta. Marinha do Zêzere,

Arco de Baúlhe e Alpendurada) que detêm um relativo grau de

urbanidade dentro do contexto municipal e apresentam capacidade de

atracção que ultrapassa a freguesia;

Nível 4: outros aglomerados populacionais, onde se incluem as sedes

de freguesias e outros aglomerados, que desempenham alguns serviços

e possuem estabelecimentos comerciais, principalmente de comercio

diário;

De salientar que, muito embora o eixo da cidade de Amarante/cidade do

Marco de Canaveses se situem no nível 1 no contexto do EDT, tal facto não foi

considerado suficiente para que fosse classificada como “cidade média” no

contexto nacional, pelo despacho nº 55/94, de 27 de Maio.

Com a melhoria das acessibilidades, decorrentes da construção do IP4,

tem-se verificado um elevado acréscimo de movimentos pendulares com a

Área Metropolitana do Porto (AMP), principalmente a partir de Amarante e do

Marco de Canaveses. Em termos perspectivos esta tendência irá acentuar-se,

estendendo-se a centros urbanos de nível 2, com especial destaque para

Celorico de Basto que começa agora a beneficiar da ligação directa à Via do

Tâmega. No médio prazo outros centros de nível 2 e de nível 3 poderão ver o

encurtamento das respectivas distâncias/tempo à AMP se forem concretizadas

os prolongamentos dessas vias.

Por último, as dificuldades em matéria de acessibilidades internas têm

favorecido a geração dos fluxos entre municípios do EDT, do carácter intra –

regional, seja para satisfação de algumas necessidades individuais seja para

relações empresariais, o que prejudica a coesão interna e a articulação inter-

municipal.5

5 Cfr. PACTO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ENTRE DOURO E TÂMEGA. Ruralidade, Lazer e Cultura.

Agência de Desenvolvimento Regional de Entre Douro e Tâmega, 2001.

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6.1.2 - Acessibilidades e Transportes

O transporte é o coração do turismo. É o vínculo entre a casa, o destino,

a hospedagem, o atractivo e todas as outras dimensões de viagem turística. A

sua eficiência, o seu conforto e a sua segurança determinam, em grande parte,

a qualidade da experiência turística. Em muitos casos, o seu custo abrange a

maior parte das despesas totais de um turista.

Há uma relação directa entre os avanços nos transportes e o

crescimento do sector turístico. O automóvel e o avião, sobretudo, tornaram as

viagens acessíveis a um segmento cada vez maior da população mundial. À

medida que cresce a procura por viagens, a capacidade dos transportes torna-

se um factor de incentivo ou desânimo à expansão da indústria do turismo.

Para muitos destinos, as limitações impostas pelos transportes e sua infra -

estrutura, como os aeroportos e estradas constituem o maior obstáculo ao

crescimento. No caso de os destinos serem ilhas, o acesso por ar e mar é uma

condição essencial para o desenvolvimento do turismo. Sem esse acesso,

haverá uma actividade turística mínima ou completamente nula.6

No caso da região do EDT, as acessibilidades regionais, durante muitos

anos, foram asseguradas fundamentalmente pelos caminhos-de-ferro através

da linha do Douro e da Linha do Tâmega e pela Estrada Nacional nº 15, que

faz ligação Porto/Vila Real. Já na década de 90, os investimentos municipais

realizados em infra - estruturas rodoviárias e o encerramento da Linha do

Tâmega entre Amarante e Arco de Baúlhe fizeram alterar substancialmente os

canais viários preferenciais para a realização de deslocações inter – regionais

e, simultaneamente, diminuindo as distancias aos principais centros urbanos da

região Norte.

Actualmente, o principal eixo rodoviário é o IP4, que percorre o EDT de

forma transversal, fazendo a ligação entre o Porto, Vila Real e Bragança. Os

concelhos directamente beneficiados por esta via são Amarante e Marco de

6 Cfr. GEE, Y. Chuck, FAYOS- SOLÁ, Eduardo (Org.) (2003) Turismo Internacional, Uma perspectiva global,

2º edição. Bookman, pp.43.

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21

Canaveses que estão a distâncias/tempo na ordem dos 20/40 minutos das

AMP e de Vila Real.7

De facto estando em grande medida assegurada ou prevista a curto

prazo a concretização das principais vias que asseguram as ligações com o

exterior, encontra-se ainda por assegurar bons eixos de ligação inter –

municipal que permitam reforçar as trocas e movimentos no interior da região

do EDT e, consequentemente, a coesão interna deste espaço do Norte de

Portugal. Neste contexto, assume particular destaque:

O prolongamento da via do Tâmega (para Norte até Arco do Baúlhe,

cujo projecto se encontra em reformulação, e ara Sul até Marco de

Canaveses);

A ligação de Mondim de Basto à Via do Tâmega;

A construção da EN 321-2, que ligará a Ponte da Ermida à variante è EN

211 (actualmente em construção), e que, por seu turno, ligado ao IP4;

A ligação da Ponte da Ermida ao IP3 pela variante à EN 222-2

/Resende/Bigorne);

Ligação de Cinfães através da variante à EN – 222, fazendo-se o

atravessamento do Douro por uma nova ponte na Pala ou pela

Barragem do Carrapatelo.

Tais ligações permitem, simultaneamente, aproximar do IP4 os concelhos

mais excêntricos do EDT e, portanto, com maiores dificuldades de interligação

regional.

Por outro lado, a perspectiva de electrificação da Linha do Douro até ao

Marco de Canaveses levará, no médio prazo, a que o comboio constitua um

modo de transporte bastante mais competitivo do que actualmente, em matéria

de transporte de pessoas e de mercadorias. De facto, a beneficiação da linha,

incluindo a respectiva sinalização e supressão da generalidade das passagens

de nível, permite que as ligações entre Marco de Canaveses e o Porto se

7 Cfr. Movimentos Pendulares e Organização do Território Metropolitano: Área Metropolitana de

Lisboa/Área Metropolitana do Porto (1991-2001). Lisboa, INE, Ministério das Obras Públicas, Transportes e Habitação, 2003, pp. 79 – 92. Neste estudo concluiu-se que a AMP, em termos líquidos, permaneceu um espaço de recepção de trabalhadores e estudantes (com 15 ou mais anos) de outras regiões do país. Reforçou-se a importância dos movimentos interconcelhios e intraconcelhios, apesar de ter diminuído continuaram predominantes, p.80

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22

realizem em cerca de uma hora, com frequência de dois comboios por hora nos

períodos de maior fluxo de passageiros. Julga-se, ainda, pertinente ponderar a

eventual beneficiação e electrificação desta linha entre o Marco de Canaveses

e a Régua.

O desenvolvimento do projecto de navegabilidade do Douro tem permitido o

fortalecimento do transporte fluvial, cujos resultados já se começaram a sentir

com especial ênfase nas actividades de lazer do turismo e, sobretudo, no

transporte de granitos, abundantemente explorados na região.

Nesta matéria, os investimentos realizados na construção e beneficiação de

cais8 e ancoradouros têm-se revelado importantes, situação que importa

reforçar, devendo, ainda, garantir-se uma maior estabilidade da barra do

Douro. Para além disso, é também importante melhorar as ligações várias

entre Alpendurada e Entre – os – Rios, facilitando assim o transporte de

granitos para o cais da Sardoura.9

8 Como por exemplo, o cais da Pala, Cais da Ermida, etc.

9 Cfr. PACTO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ENTRE DOURO E TÂMEGA. Ruralidade, Lazer e Cultura.

Agência de Desenvolvimento Regional de Entre Douro e Tâmega, 2001.

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23

6.1.3 - Ambiente e Recursos Naturais

A configuração do território é marcada pela existência dos seguintes

elementos:

- Os vales encaixados onde correm os rios Douro e Tâmega, que constituem

factor de barreira e simultaneamente de agregação entre o conjunto de

municípios envolvidos;

- O complexo montanhoso Alvão/Marão, que define o limite Oeste deste

conjunto de concelhos;

- As serras da Cabreira e do Barroso, que constituem o limite Norte;

- As serras de Montemuro e de Bigorne, que constituem o limite Sul.

Assim, a paisagem pela diversidade e pela riqueza resultantes não só

das condições naturais hidro - geomorfológicas, mas também pela existência

de solos “artificiais” onde, tradicionalmente, se têm praticado sistemas

agrícolas policulturais, com recurso à mão-de-obra intensiva à generalização

da pecuária.

As unidades paisagísticas existentes podem ser sintetizadas em:

Paisagem de policultura, marcada por explorações agrícolas de

dimensões variáveis;

Paisagem marcada pela presença de vinha;

Paisagem denominada pela presença de floresta;

Paisagem dominada pela presença de pastagens e culturas forrageiras,

onde a presença de animais surge ocasionalmente na forma de

rebanhos, manadas, etc.

Para além disso, o património natural inclui outros motivos de interesse

como seja a existência de vários locais de caça, pesca e praias fluviais. Em

Mondim de Basto destaca-se, ainda, a existência do Parque Natural do Alvão.

Regista-se também, a existência de património construído de elevado e

singular valor que enriquecem a paisagem, nomeadamente núcleos históricos

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(na cidade de Amarante, na cidade do Marco de Canaveses, na aldeia do

Castelo de Arnóia), igrejas românicas, as Obras do Fidalgo (Marco de

Canaveses), alguns conventos (em Ancede, Alpendurada e Vila Boa do Bispo),

bem como núcleos rurais razoavelmente bem preservados.

Todavia, a diversidade do património natural e do património cultural

existente constitui uma potencialidade ainda pouco explorada, nomeadamente

na vertente turística e na sua relação com as actividades ligadas à natureza e

ao desporto.10

Compreende-se que, na situação de antagonismo Ambiente/Homem que se

acentuou com este novo modo de vida, se tenham traçado caminhos cada vez

mais divergentes e conflituosos entre os interesses do homem e os do meio

ambiente.

O ambiente não pode ser reduzido a uma questão de poluição, de ruído,

resíduos sólidos, esgotos e de abastecimento de águas.

O ambiente deve ser encarado em toda a sua complexidade e o homem ao

perseguir o seu ideal de uma melhor qualidade de vida tem de compreender

que só potenciando e valorizando (social, biológica, cultural, ambiental), pode

chegar a um desenvolvimento equilibrado conduzindo a uma maior valia da

natureza e do próprio ser humano (Rodrigues; Pedrosa: 1994).

Se de facto entendermos o ordenamento do território como um conjunto de

acções localizadas num dado espaço, visando realizar uma optimização da sua

utilização, então não podemos esquecer que este espaço possui uma

dimensão física. Assim o ordenamento do território tem como base o

conhecimento das formas de relevo e das características climáticas,

hidrológicas e bio - geográficas da região.11

A resposta às questões ambientais dificilmente se pode fazer de uma forma

individualista, ela deve complementar toda uma serie de factores integrados

num quadro sistemático. De facto R. PASSET (1989) lembra que o

10

Cfr. PACTO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ENTRE DOURO E TÂMEGA. Ruralidade, Lazer e Cultura. Agência de Desenvolvimento Regional de Entre Douro e Tâmega, 2001. 11

Cfr. PEDROSA, Fantina Tedim (1997), “O Povoamento no Contexto da Base Geográfica de Referenciação Espacial. Reflexão Geoográfica” in Revista Cadernos ESAP (Fernando Matos Rodrigues, Diret.) Porto, Edições CESAP, pp.15 – 29. A autora elabora um estudo de síntese sobre alguns lugares do concelho de Baião (como por exemplo, Matos, Ribadouro, Portela), na base geográfica de referenciação espacial.

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25

desenvolvimento económico actual não pode ser passado sem ter em conta o

ambiente, nomeadamente a uma escala mundial e considera que a economia

terá de ser, pelo menos tridimensional, já que terá de se inscrever num

contexto social, cultural e natural.

Deste modo o homem possui um estatuto especial, uma vez que é

interveniente muito activo na evolução actual de qualquer paisagem, podendo a

sua acção modificar o ritmo e o modo de actuação dos processos

morfogenéticos.12

12

Cfr. Pedrosa, A. Sousa (1997) “Geografia Física, Ambiente e Ordenamento do Território – que perspectivas” in Cadernos ESAP (Fernando Matos, Director) Porto, ESAP, pp. 9 e ss.

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26

6.1.4 - Cultura

O EDT é uma região particularmente carenciada no que diz respeito a

equipamentos culturais. Verifica-se, por exemplo, que não está em

funcionamento qualquer biblioteca da Rede de Leitura Publica, apesar de

existirem duas candidaturas aprovadas (Amarante e Celorico de Basto) e três

autarquias que apresentaram candidaturas (Cabeceiras de Basto, Mondim de

Basto e Marco de Canaveses) ao Instituto Português do Livro e da Biblioteca.

No entanto, os concelhos de Cabeceiras de Basto e Mondim de Basto têm

bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian e os de Amarante e

Marco de Canaveses têm, Bibliotecas Municipais.

Quanto aos arquivos municipais, as câmaras de Amarante e Celorico de

Basto celebram, no âmbito do Programa de Apoio à Rede de Arquivos

Municipais, acordos em 1999 com o Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do

Tombo, podendo, a este propósito, constituir os exemplos a seguir. De

destacar o Arquivo Municipal de Amarante, com um acervo documental, que

vai do séc. XV ao séc. XX.

Em matéria de espaços museológicos destaca-se, devido à sua

dimensão regional, o Museu Amadeo de Sousa Cardoso em Amarante,

existindo à escala municipal, os museus de Marco de Canaveses e Baião

(ligados sobretudo ao património arqueológico). A este propósito é importante,

ainda, referir a existência do Núcleo Museológico Ferroviário do Arco do Baúlhe

(apesar de se encontrar desactivado) e do projecto, a desenvolver pela Câmara

de Resende em articulação com o Museu de Lamego, do Núcleo Museológico

de Etnografia e Arqueologia.

No que ao património diz respeito, os vestígios arqueológicos de

diferentes períodos constituem um valioso património cultural dos concelhos de

Amarante, Marco de Canaveses, Baião, Cinfães e Resende. Em todos estes

concelhos foram e/ou estão a ser realizados trabalhos, em alguns casos

financiados pelo RONORTE, de investigação, conservação e divulgação desse

património. Tem neste contexto, um papel muito especial a Escola Profissional

de Arqueologia do Freixo em Marco de Canaveses pela importância, como pólo

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27

de oferta de emprego na área cultural e assistente de conservação do

património).

O património natural, de extrema riqueza em todo este espaço

geográfico (Parque Natural do Alvão, serras da Cabreira, do Marão, da

Aboboreira e de Montemuro, enquadrados pelo rio Tâmega e Douro), aliado ao

património rural, ao artesanato e às tradições culturais constituem um “acervo”

único para a orientação integrada na área da ecomuseologia.

No património construído com valor arquitectónico, para além dos

solares (sobretudo em Basto), existe um conjunto de edifícios associados a

figuras lustres (casa de Eça de Queirós em Baião, Casa de Serpa Pinto em

Cinfães, Casa de Teixeira de Pascoaes em Amarante) e monumentos de valor

histórico, em que se destacam o convento de S. Gonçalo em Amarante, o

Castelo de Arnóia em Celorico de Basto e o Mosteiro de S. Miguel de Refojos

em Cabeceiras de Basto, bem como o Mosteiro de Ancede, uma fábrica

monástica do séc. XVI – XVII – XVIII, e o caso do mosteiro beneditino de

Ermelo, em ruína avançada após incêndio nas décadas de 40 e 80. Este vasto

património poderá integrar roteiros que atravessam ou são contíguos ao Entre

Douro e Tâmega (caminhos de Santiago, Cister, etc.), potenciem a sua

valorização e divulgação.13

13

Cfr. PACTO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ENTRE DOURO E TÂMEGA. Ruralidade, Lazer e Cultura. Agência de Desenvolvimento do Entre Douro e Tâmega, 2001.

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28

6.1.5 – Turismo

A actividade turística no EDT caracteriza-se por duas realidades

distintas: por um lado, a hotelaria tradicional conhece um período menos

favorável; por outro lado, a hotelaria não tradicional e o alojamento rural

conhecem uma fase de grande afirmação.

Enquanto este espaço, no tocante ao alojamento tradicional, tem perdido

capacidade de oferta, sem melhorar os índices de ocupação, relativamente ao

alojamento rural (e não tradicional) capacidade de oferta tem aumentado

significativamente. O sub-dimensionamento dos estabelecimentos hoteleiros do

EDT reflecte-se negativamente na capacidade de atracção e retenção de fluxos

turísticos tradicionais. Por outro lado, a oferta hoteleira está também muito

dependente de estabelecimentos menos qualificados, penalizadores das taxas

de ocupação e dos índices de utilização dos activos ao serviço.

Quanto aos outros tipos de alojamento, em especial o TER14, o tipo de

clientela defende-os melhor do problema da falta de dimensão. Por outro lado,

o emprego intensivo do pessoal ao serviço da actividade pode afectar a

qualidade dos serviços prestados na hotelaria tradicional.

Estes problemas estruturais, todavia, não escamoteiam o facto de o

turismo do Entre Douro e Tâmega ser um sector de criação de riqueza

crescente, que globalmente tem vindo a evoluir de forma favorável.

O dinamismo do sector do turismo no espaço do Entre Douro e Tâmega

é também perceptível na evolução do número de licenças concedidas para a

construção/ampliação/transformação/restauro de novos estabelecimentos

comerciais, de restauração e hoteleiros entre 1991 e 1995. Esta evolução não

é tão forte, porém, como as das NUT II Norte e NUT III Tâmega, com a

excepção das licenças para a transformação e para o restauro

(nomeadamente, em comparação com o espaço Tâmega) de estabelecimentos

turísticos. Apesar de tudo, estes últimos dados indicam alguma capacidade de

auto – regeneração do tecido empresarial ligado ao turismo no EDT.

14

TER – Turismo em Espaço Rural

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A actividade turística do Entre Douro e Tâmega tem evoluído com um

relativo dinamismo, malgrado a persistência de certos estrangulamentos

estruturais oportunamente referidos. Em todo o caso, a dinâmica de

crescimento de modalidades de alojamento emergentes (com destaque para o

alojamento rural) indica que este espaço tem conseguido, para segmentos de

procura alternativa e de proximidade, rentabilizar o seu potencial turístico. Por

outro lado, o sector demonstrou ter capacidade de auto-regeneração. Assim, o

actual modelo de desenvolvimento do turismo no Entre Douro e Tâmega surge

muito dependente, por um lado, do aproveitamento de novos segmentos da

procura, explorando o potencial de crescimento dos seus produtos específicos

e, por outro lado, da própria evolução da estrutura económica e empresarial do

sector, quer em termos humanos, quer financeiros e organizacionais.

Apesar destes entraves, o EDT possui um enorme potencial para o

desenvolvimento de um produto turístico compósito, multifacetado e atractivo,

cujo consumo sustentável pode revestir-se de um inegável poder reprodutor na

economia local e na oferta de emprego. Malgrado a limitada extensão territorial

do EDT, a concentração de um conjunto heterogéneo, complexo e acessível de

recursos de interesse natural, patrimonial e antropológico (cultura popular,

religiosidade, gastronomia e artesanato, entre outros) é potencialmente muito

atractiva, sobretudo para os fluxos turísticos da proximidade e alternativos para

o chamado turismo de massas.

Por outro lado, a região tem-se dotado de um conjunto de equipamentos

de animação turística diversificado e apelativo, todavia não massificado,

reforçando a sua atractividade ao nível dos mercados de proximidade e

condições de retenção dos fluxos turísticos ao nível dos mercados não

tradicionais e alternativos. Ora, a força destas dinâmicas de oferta estará a

sustentar o crescimento de modalidades de alojamento novas, como o

alojamento não tradicional, o campismo e o TER.15

15

Cfr. PACTO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ENTRE DOURO E TÂMEGA. Ruralidade, Lazer e Cultura. Agência de Desenvolvimento do Entre Douro e Tâmega, 2001.

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30

7. Análise da Oferta e da Procura Turística

7.1 - A Oferta Turística

Existem dificuldades em delinear claramente os contornos da oferta

turística, por um lado existe uma multiplicidade de motivações que estão na

origem das deslocações, as necessidades peculiares das necessidades dos

viajantes, coexistem consumos que satisfazem simultaneamente necessidades

turísticas e não turísticas e também coexistem consumos que incidem sobre

bens ou serviços produzidos, exclusivamente em função das necessidades dos

residentes.

A oferta turística é constituída por todos os elementos que contribuem

para a satisfação das necessidades de ordem psíquica, física e cultural que

estão na origem das motivações dos turistas (Baptista,1990).

O critério definidor da oferta turística é o da utilização pelos visitantes, ou

seja, tudo quanto faça parte dos seus consumos, imaginários e desejos.

Geralmente, considera-se que a oferta turística engloba todos os

serviços que sejam adquiridos pelos visitantes, mesmo que tenham sido

produzidos com o fim de satisfazer a procura dos residentes.

A oferta turística de um destino, seja um país, uma região ou uma

localidade é sempre constituída por um vasto conjunto de elementos, mais ou

menos diversificados. Todo o destino terá que possuir uma oferta constituída

por um número mínimo de componentes sem os quais não poderá dar

satisfação a procura.

São os seguintes as componentes da oferta turística:

Recursos turísticos, constituídos pelos recursos naturais e recursos

criados pelo homem. Os elementos do meio natural, só pelo facto de

existirem não são um recurso, é necessária uma intervenção do homem

qualquer que seja a sua natureza e dimensão, que lhe atribua a

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31

capacidade de satisfazer as necessidades. Segundo a OMT16, os

recursos turísticos são constituídos por todos os bens e serviços que por

intermédio da mão humana, tornam possível a actividade turística e

satisfazem as necessidades da procura;

Infra – estruturas;

Equipamentos – o equipamento turístico trata-se das estruturas criadas

especificamente para corresponder à procura turística, constituindo-se

como “oferta derivada” (os equipamentos criados pelo homem,

constituem-se principalmente para explorar os “recursos turísticos), em

sentido restrito: equipamentos de alojamento e restauração e

equipamentos complementares de distracção e organização;

Acessibilidades e transportes;

Hospitalidade e acolhimento – o acolhimento não integra apenas a

hospitalidade mas também todas as disposições e facilidades que

garantam a informação e a melhoria das condições de recepção aos

visitantes, que dão origem à criação de um variado conjunto de serviços.

O acolhimento é um elemento essencial da oferta na medida em que

influencia decisivamente a concepção dos equipamentos, dos serviços

de animação e da atmosfera de toda a actividade turística.

Características da oferta turística:

Carácter endógeno;

Imobilidade temporal e espacial;

Rigidez relativamente às exigências e alterações da procura turística;

Esgotamento da produção no acto do consumo;

Os equipamentos e instalações turísticas não podem produzir para

armazenamento e venda posterior;

Os bens e serviços produzidos não podem ser transportados para serem

consumidos noutro local.

16

OMT – Organização Mundial do Turismo. Ver por exemplo Turismo Internacional. Uma perspectiva global. Especialmente a PARTE 2: COMPONENTE E SERVIÇOS DE VIAGENS E TURISMO, pp. 43 a 93.

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32

Uma localidade para que possa ser considerada turística deve preencher três

condições prévias e necessárias:

1. Deve ser atraente

2. Deve ser acessível

3. Deve permitir uma estadia

A oferta turística pode ser classificada em:

Oferta turística de atracção – constituída por todos os elementos ou

factores de origem natural ou criados pelo homem que dão resposta às

motivações turísticas, originando uma deslocação;

Oferta turística de recepção – conjunto dos equipamentos, bens e

serviços que permitem a permanência no local visitado e satisfazem

necessidades decorrentes dessa permanência;

Oferta turística de fixação ou retenção – constituída por todos os

elementos que, contendo ou não motivos de atracção contribuem para

aumentar a permanência dos visitantes ou torná-la mais agradável;

Oferta turística de animação – todos os elementos criados pelo

homem susceptíveis de satisfazer as necessidades de recreio ou de

ocupação de tempos livres;

Oferta turística de deslocação – constituída pelo conjunto de infra -

estruturas, equipamentos e serviços que permitem a deslocação dos

turistas.

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7.2 - Atractivos Turísticos

Para Alexandre Turatti de Rose (2002) os atractivos turísticos variam de

acordo com a natureza cultural e social do turista, ou seja, o que podemos

considerar como um atractivo pode não ter o mesmo significado para pessoas

diferentes. Deste modo os atractivos estão relacionados com as motivações de

viagem e a avaliação que os visitantes fazem desses elementos. Para este

autor o atractivo turístico “possui, via de regra, maior valor quando mais

acentuado for seu carácter diferencial. O turista procura sempre aquilo que é

diferente de seu quotidiano. Assim aquele atractivo único sem outros

semelhantes possui maior valor para turista” (Rose, 2002:47e ss.)

Este autor apresenta a seguinte classificação e tipificação de atractivos

turísticos: naturais e culturais. A partir dos quadros de tipificação de atractivos

turísticos de Turatti de Rose (2002) desenvolvemos uma análise sobre os

atractivos turísticos para o concelho de Baião.

Quadro I - Tipo e subtipo de atractivos naturais

Tipo Subtipo

Montanhas Serras (Aboboreira, Matos, Marão)17

Vales

Hidrografia Rios (Douro) Ribeiras (Ovil, Teixeira,

Zêzere) praias fluviais (praia fluvial de

Ovil e praia fluvial de Prenhô)

Áreas de caça e pesca Serra da Aboboreira (montaria ao javali)

rio Douro.

Nota: este quadro segue a metodologia de Turatti de Rose (2002:48)

17

Estas Serras são constituídas por um conjunto de nichos de valor acrescentado na área de turismo, especialmente um complexo e singular património ambiental natural e cultural que necessita urgentemente de intervenção na área da infra-estruturação turística.

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Quadro II - Tipo e subtipo de atractivos culturais

Tipo Subtipo

Arquitectura Civil (Casa da ruína/Arquitecto Souto

Moura) religiosa (Mosteiro de Ancede,

Igreja de Teixeira) funerária (arte tumular)

militar, ruínas.

Sítios Históricos e científicos (complexo

arqueológico de Aboboreira).

Estabelecimentos de cultura e lazer Fundação Eça de Queiroz, Museus (não

tem), bibliotecas (não tem), arquivos (não

tem).

Manifestações populares Festas, comemorações religiosas, feiras,

e comemorações cívicas, gastronomia

tradicional (feira do Fumeiro e do Anho

Assado).

Realizações Técnicas Exploração agrícola, pastoril, industrial.

Acontecimentos Programados Congressos e convenções (não tem),

Feiras e exposições (Feira do Livro),

Realizações Desportivas, Culturais e

Sociais.

Este autor sobre a avaliação dos atractivos naturais e culturais

estabelece uma metodologia de hierarquização dos atractivos, apresentando

quatro tipos de hierarquia:

Hierarquia 4 – Atractivos excepcionais e de grande significado para o

mercado do turístico internacional. Ex: Rio Douro

Hierarquia 3-Atractivos com aspectos excepcionais para o país, capaz

de motivar visitantes nacionais. Ex: Douro, Cidades e Vilas com

património histórico

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Hierarquia 2- atractivo capaz de interessar visitantes de longa distancia,

mas que se encontra na localidade por outros motivos. Ex: Arquitectura

religiosa, Museus regionais (Museu do Douro, Museu da Diocese de

Lamego, Museu Amadeo Sousa Cardoso), cidade Romana de

Tongobriga, Igreja de Stª. Maria do Marco de Canaveses.

Hierarquia 1- atractivos sem méritos suficientes para ser considerado

nas hierarquias anteriores, mas que faz parte do património turístico da

localidade. Ex: O parque Arqueológico da Aboboreira.

Quando estamos a programar e a planificar activos turísticos (naturais e

culturais) temos que ter em linha de consideração a estrutura turística a nível

local regional e nacional. As infra-estruturas turísticas, e a sua qualificação são

elemento estruturante e estruturador da implementação da actividade turística

segundo Alexandre Turatti de Rose,” a infra-estrutura é uma pré-condição para

o desenvolvimento turístico. Itens como acessos, saneamento, energia,

comunicações, vias urbanas de circulação e capacitação de recursos humanos,

são imprescindíveis para que se possa desenvolver a actividade em sua

plenitude” (2002:49).

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36

7.3 - Enquadramento Territorial de Marco de Canaveses

O concelho de Marco de Canaveses fica situado no

distrito do Porto, em plena região Duriense,

compreendendo uma área de 202km², pela qual se

distribuem trinta e uma freguesias, e uma população de 55

275 habitantes (2008).

Os seus limites são estabelecidos pelos concelhos

de Amarante (a norte), de Baião (a este), de Cinfães e

Castelo de Paiva (a sul) e de Penafiel (a oeste).

Nascida num relevo instável a cidade tem como

porta principal o Rio Tâmega. É servida de bons acessos

rodoviários, através da A4 e por ligações ferroviárias.

No que diz respeito ao turismo, Marco de Canaveses

tem um destino e uma vocação marcados pelos rios que o

delimitam: o Douro e o Tâmega. As albufeiras artificiais do

Carrapatelo (Douro) e a do Torrão (Tâmega) prestam-se à

prática de desportos náuticos.

Na arqueologia, um dos locais que merece destaque

é a cidade de Tongobriga, uma importante povoação

romana, cujo auge foi o séc. II d. C., situada junto à

principal via romana que a partir do séc. I d. C. ligava as

cidades de Bracara Augusta (Braga) a Emerita Augusta

(Mérida).

O artesanato e a gastronomia são outros tesouros

desta terra, que integra a Rota dos Vinhos Verdes.

Figura 4 – Mapa do

enquadramento de Marco

de Canaveses em

Portugal

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37

7.4 – Oferta de Alojamento Turístico Regional – Marco de Canaveses

Quadro III – Alojamento Turístico de Marco de Canaveses

Fonte: http://www.cm-amarante.pt/

Tipologia Número Nome Localização Número de Camas/quartos

Casas de Turismo de Habitação e Casas de Turismo Rural

15

Casa da Quintã Lugar da Quintã, Folhada

- 4 quartos - 5 camas

Casa da Ribeira Rua das Caldas de Canaveses, Sobretâmega

- 8 quartos

Casa das Vendas Lugar das Vendas, Tabuado

- 3 quartos - 3 camas

Casa de Gondomil Lugar de Vila Cete, Alpendurada e Matos

- 2 quartos - 3 camas

Casa do Impossível Lugar da Granja, Penhalonga

- 3 quartos

Casa do Serdeiredo Pires, Penha Longa - Capacidade para 16 pessoas

Quinta de Várzea de Cima

Travessa da Várzea, Tabuado

- 6 quartos - 11 camas

Quinta do Mosteirô Mosteirô, Sande - 6 quartos - 8 camas

Quinta de S. Romão do Passal

Lugar do Passal, Paredes de Viadores

- 1 quarto - 2 camas

Quinta do Cão Lugar do Cão, S. Lourenço do Douro

- 7 quartos - 10 camas

Quinta do Crasto Travessa Pedro da Linhaça, Manhuncelos

- 3 quartos

Solar da Carvalhosa Rua Fundo de Vila, Banho e Carvalhosa

- 19 quartos

Torre de Nevões Rua Manuel Montenegro Machado, Tabuado

- 5 quartos, 80 camas, 5 bungalows e 5 casas de pedra

Casa de Vila Nova Vila Nova, Sande - 4 quartos

Residencial 1 Residencial Nantilde

Rua Manuel Pereira Soares, Tuías

- 28 quartos - 45 camas

Hotel 1 Hotel Convento de Alpendurada***

Lugar do Mosteirô, Alpendurada e Matos

- 37 quartos, 2 suites e 16 casas

Pensão 2 Pensão Quinta dos Agros

Quinta dos Agros, Sande

- 9 quartos - 26 camas

Pensão Residencial do Marco

Rua Dr. Francisco Sá Carneiro

- 28 quartos - 35 camas

Pousadas da Juventude

0

Page 38: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

38

7.5 - Enquadramento Territorial de Amarante

Amarante é uma cidade portuguesa pertencente ao

distrito do Porto, região norte e sub-região do Tâmega.

Compreende uma área total de 301,4km² de área e 61 582

habitantes (2008), estando subdividido em quarenta

freguesias.

O município é limitado a norte pelo município de

Celorico de Basto, a nordeste por Mondim de Basto, a leste

por Vila Real e por Santa Marta de Penaguião, a sul por

Baião, Marco de Canaveses e Penafiel, oeste por Lousada

e a noroeste por Felgueiras.

As principais actividades económicas do concelho

são a construção civil, a transformação de madeiras, o

pequeno comércio, a indústria e a agricultura, presente em

todas as freguesias, onde se destaca a produção de vinhos

verdes.

Por outro lado, o turismo é um sector com fortes

potencialidades, dadas as características ambientais e

patrimoniais do concelho. Amarante está

indissociavelmente ao Rio Tâmega e às Serras do Marão e

da Aboboreira.

Na cidade, pode dizer-se que o edifício que

sobressai é o Convento de S. Gonçalo dos séculos

XVI/XVII, implantado no centro histórico de Amarante, junto

à ponte de S. Gonçalo, classificada como Monumento

Nacional desde 1910, sobre o Rio Tâmega.

O centro histórico reúne um conjunto de edifícios e

monumentos dos quais se destacam as igrejas de S. Pedro

e S. Domingos, o Solar dos Magalhães (séc. XVIII) e a

Casa da Cerca.

Figura 5 – Mapa do

enquadramento de

Amarante em Portugal

Page 39: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

39

7.6 – Oferta de Alojamento Turístico Regional – Amarante

Quadro IV – Alojamento Turístico de Amarante

Tipologia Número Nome Localização Número de camas/

quartos

Casas de

Turismo de

Habitação e

Casas de

Turismo

Rural

9

Casa de Pascoaes S. João de

Gatão

- 4 quartos - 8 camas

Casa da Levada Travanca do

Monte, Bustelo

- 3 quartos

- 6 camas

Casa do Carvalhal Carvalhal, Sta.

Maria de

Jazente

- 8 quartos

- 16 camas

Casa da Pedra Lugar da Pedra,

Vila Chã do

Marão

- 4 quartos

- 8 camas

Casa da Abobadela Abobadela - 4 quartos

- 8 camas

Quinta de Carcavelos Mancelos - 6 quartos

- 16 camas

Quinta do Queirão Queirão,

Travanca

- 5 quartos

- 10 camas

Quinta de Ribas Vila Chã - 5 quartos

Quinta de S. Faustino de

Fridão

São Faustino,

Fridão

- 6 quartos

-11 camas

Casas de

Campo

1 Casa de Infesta S. Simão de

Gouveia

- 3 quartos

- 5 camas

Hotel

3

Hotel Amaranto ***

Rua Acácio

Lino, 351

- 1 suite - 7 quartos triplos -11 quartos com cama de casal - 16 quartos com 2 camas twins

Hotel Navarras *** Rua António

Cândido

- 58 quartos

Page 40: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

40

Hotel Casa da Calçada

Relaix & Chateaux ****

Largo do Paço,

6

-13 quartos executivos

-13 quartos de luxo -3 suites executivas -1 suite presidencial

Residencial

1

Residencial Zé da

Calçada

Rua 31 de

Janeiro

- 6 quartos

Albergaria 1 Albergaria Dona

Margarita ****

Rua Cândido

dos Reis

- 22 quartos

Pousada 1 Pousada de S. Gonçalo Curva do

Lancete,

Ansiães

- 15 quartos

Parque de

Campismo

1 Peneda da Rainha São Gonçalo ----------

Fonte: http://www.amarante.pt/turismo/

Page 41: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

41

7.7– Oferta de Alojamento Turístico Local

Quadro V – Alojamento Turístico de Baião

Tipologia Número Nome Localização Número de camas

Casas de

Turismo de

Habitação e

Casas de

Turismo

Rural

12

Casa da Cochêca -Casa da Porta de Cochêca

Mesquinhata - 3 quartos - 4 quartos

Casa das Feitorias

Tresouras

2 apartamentos: -1 com quarto duplo com cozinha -1 com quarto duplo com Kitchenette

Casa da Lavandeira

Ancede

- 3 quartos duplos - 4 quartos de casal

Casa do Silvério

Santa Cruz do Douro

- 3 quartos - 1 suite

Casa da Torre: - Casa do Laranjal - Casa da Eira - Casa da Calçada

Ribadouro

- 3 quartos - 2 quartos - 1 quarto

Casa da Viombra

Ancede

- 3 quartos

Quinta da Ermida

Santa Marinha do Zêzere

- 10 quartos

Quinta do Ervedal

Santa Marinha do Zêzere

- 8 quartos

Quinta de Guimarães

Santa Marinha do Zêzere

- 6 quartos - 1 apartamento T1

O Casarão

Santa Marinha do Zêzere

- 5 quartos

Quinta de Marnotos

Gestaçô

- 2 apartamentos

Quinta das Quintãs

S. Tomé de Covelas

- 3 quartos duplos com 2 camas individuais - 3 quartos duplos com cama de casal - 2 apartamentos com quarto duplo

Hotel 1 Douro Palace Hotel Resort & SPA ****

Santa Cruz do Douro 60 quartos: -36 twin -23 duplos -1 suite

Pensão

1

Pensão Borges

Campelo

14 quartos: -7 quartos com cama de casal -7 quartos duplos

Page 42: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

42

Pousadas da

Juventude

1 Casa da Juventude e Desporto de Baião

São João de Ovil - 3 camaratas com 65 camas

Parques de

Campismo

1 Parque de Campismo do Fojo

18

Ancede/ Ribadouro -------------------

Fonte: http://www.cm-baiao.pt/

18

O parque de campismo do Fojo, situado na freguesia de Ancede numa das vertentes do rio Douro, encontra-se encerrado por decisão municipal. Considera-se todavia, que é uma das infra – estruturas de turismo local que merece ser reactivada pela sua exclusividade na região quer pela sua localização, pois estabelece a ligação entre a zona Douro e o alto das montanhas. Nesta vertente do Douro, existem um conjunto de activos culturais e patrimoniais, que infra - estruturados e equipados de acordo com as necessidades locais e regionais podem funcionar como eixos de valor acrescentado no segmento turístico de cultura, lazer e ciência. Neste sentido, é de todo fundamental estabelecer a relação entre estes activos a cota baixa (ribeirinha/Douro) a meia-encosta (Ancede e Gôve) com a valorização do Mosteiro de Ancede, as Casas Senhoriais e a Vila, enquanto núcleo central do concelho, com a instalação de equipamentos museográficos e hoteleiros, apostando na valorização do espaço público sem barreiras, por exemplo jardins, praças, esplanadas e novos equipamentos culturais, fortalecendo assim a imagem urbana de Campelo no contexto da sua centralidade.

Page 43: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

43

7.8 – A Procura Turística

Do ponto de vista económico a expressão “procura turística”, traduz as

diversas quantidades de bens e serviços que os visitantes residentes e não

residentes, adquirem num determinado momento. A procura turística é o

conjunto de bens e serviços que as pessoas que se deslocam em qualidade de

visitantes adquirem para realizar as suas viagens, expressas em termos de

quantidades.

Podemos considerar dois grandes grupos de procura turística: efectiva e

potencial.

A procura efectiva é constituída pelo número de pessoas que num

determinado período participa na actividade turística, ou seja, que viaja por

razões turísticas; enquanto a procura potencial é a parte da população que

num determinado momento, não viaja por qualquer motivo mas que tem

condições para viajar no futuro quando se verifiquem alterações das situações

que, no período considerado impediram a realização da viagem.

Características fundamentais da procura turística:

a) Crescimento constante – registam-se períodos de aceleração das

taxas de crescimento da procura internacional como também se

registaram afrouxamentos significativos, mas a tendência geral foi

sempre a de crescimento;

b) Heterogeneidade – as razoes que levam as pessoas a viajar, são

extremamente diversificadas. As pessoas tanto viajam por motivos de

carácter pessoal, motivos sociais, profissionais e/ou familiares e por

muitos outros. Na actualidade, os motivos das viagens são

necessariamente mais variados, havendo necessidade de maior número

de produtos para lhe dar satisfação;

c) Concentração – no tempo – a nível de cada destino a procura

concentra-se em poucos meses do ano, durante os quais se verificam

Page 44: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

44

fluxos turísticos mais elevados, conduzindo ao fenómeno sazonalidade.

Na generalidade dos destinos turísticos a distribuição da procura ao

longo do ano é muito desigual conduzindo a períodos de grande procura

e períodos de reduzida procura; no espaço - a procura turística também

é muito concentrada no espaço, quer do ponto de vista das origens quer

do ponto de vista dos destinos;

d) Atractivos – a procura turística continua a ser fortemente concentrada

em atractivos. O mar, as montanhas e as grandes cidades, onde se

situam os principais centros culturais, concentram atractivos mais

procurados pelos turistas e é para aí que se dirigem as correntes

turísticas mais fortes.

Page 45: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

45

7.9 - Marketing em Turismo

As características de serviço do turismo19

O sector turístico dedica-se basicamente, à venda de serviços (uma

estadia num hotel, uma viagem de avião), e não a um produto (carro, vestuário

ou livros). Portanto, entender as características únicas dos serviços é

importante para a compreensão de como esses serviços são comercializados.

Participação dos clientes:

Em turismo, o cliente participa na produção do serviço. Os passeios

organizados, nos quais o fornecimento e o consumo dos serviços guiados

ocorrem em simultâneo, são um bom exemplo. Quanto maior for a interacção

entre o guia turístico e o visitante, melhor será o serviço.

A qualidade perecível:

Os serviços não podem ser armazenados ou mantidos em stock. Um

avião que saia do aeroporto com lugares vagos nunca poderá vendê-los,

perdendo definitivamente esse lucro.

Conveniência:

Os serviços em geral, devem ser prestados onde e quando o cliente

quer (ou precisa), em horários e locais convenientes.

19

Cfr. DE ROSE, Alexandre Turatti (2002) Turismo: Planejamento e Marketing. Aplicação da Matriz de Portfólio Para Destinações Turística. São Paulo, Editora Manole, Ltda.

Page 46: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

46

Mão – de – obra:

A produção de serviços tende a ser uma mão – de – obra intensiva.

Como existe uma interacção face a face entre o prestador do serviço e o

cliente, há uma maior necessidade de funcionários. Um hotel, deve ter um

quadro de funcionários suficiente, pronto para trabalhar em cada ponto de

contacto com os clientes, como o check – in, a portaria, o restaurante entre

outros.

Intangibilidade:

Os serviços não são objectos que possam ser facilmente avaliados para

determinar se os padrões de produção foram alcançados. O mesmo serviço

pode ser avaliado de diferente forma por dois clientes, se tiverem expectativas

diferentes.

Page 47: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

47

7.9.1 – Os Desafios de Marketing únicos na Indústria Turística

Além daqueles enfrentados por todas as empresas de serviços, o

turismo tem algumas características singulares que criam desafios adicionais

de marketing:

Dificuldade de mudar:

A oferta de serviços turísticos não pode ser transformada rapidamente

em respostas às mudanças da procura. Por exemplo, é necessário muito

tempo e dinheiro para desenvolver um resort, construir um hotel ou organizar

um sistema de transportes. Uma vez construídos, é complexo modificar a sua

capacidade.

Elasticidade:

A procura turística é altamente elástica. Isto quer dizer que uma

mudança mínima nos preços ou na disponibilidade financeira dos turistas vai

resultar numa alteração da procura.

O turismo, também tende a ser sazonal, sendo afectado por uma série

de factores subjectivos, como as preferências. Além disso, os serviços

turísticos costumam ser considerados pelo cliente como intercambiáveis entre

um fornecedor e o outro.

Divisão de serviços:

O próprio produto turístico é uma combinação de muitos serviços

distintos. Cada viagem inclui vários deles, como transporte, hospedagem,

refeições, passeios, aluguer de carros, todos prestados por empresas

diferentes. Uma má experiência em qualquer deles pode afectar a satisfação

do cliente, com a viagem como um todo.

Page 48: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

48

7.9. 2 - Planos de Marketing

Antes de desenvolver qualquer actividade de marketing, é fundamental

elaborar um plano de marketing. É importante que os planos para destinos

turísticos sejam diferenciados dos produtos e serviços turísticos. Mesmo

tratando-se de órgãos públicos dedicados ao turismo nacional, e não de uma

empresa particular, a elaboração de um plano de marketing será benéfica. Com

a concorrência cada vez maior na indústria turística, à medida que novos

destinos são desenvolvidos, aqueles que contam com planos de marketing vão

ter um desempenho superior às que não os têm.

Os planos de marketing podem ser estratégicos, operacionais ou incluir

ambos os componentes. Os planos estratégicos focalizam basicamente

questões de longo prazo (três a cinco anos), de missão geral, metas e

objectivos. Os planos operacionais concentram-se nas etapas específicas a

serem cumpridas para atingir as metas estratégicas no curto prazo (geralmente

um ano). O plano de marketing deve dar apoio ao plano estratégico geral da

organização.

Quadro VI - Comparação entre os tipos de media mais importantes

Media Vantagens Desvantagens

Jornais Flexibilidade de tempo; ampla

cobertura de mercado; alta

credibilidade.

Má qualidade visual; vida

curta; pouca audiência

secundária (leitores além do

comprador).

Revistas Alta selectividade de

mercado; grande

credibilidade e prestígio; alta

qualidade visual; longa vida;

alta audiência secundária.

Baixa flexibilidade de tempo;

infrequência de publicação.

Televisão Alto impacto visual; alta

selectividade geográfica; alto

Alto custo; alto nível de ruído;

tempo de exposição curto;

baixa selectividade de

Page 49: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

49

alcance. mercado.

Rádio Alta selectividade de

mercado; baixo custo total.

Percepção apenas auditiva

que gera menos atenção;

exposição fugaz.

Outdoor Alta frequência; baixo custo. Sem selectividade de

mercado alem da geográfica;

limitações criativas;

exposição muito breve.

Page 50: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

50

7.9.2.1 - A Análise Ambiental

O turismo é altamente sensível às mudanças no cenário empresarial, de

forma que no inicio do processo de planeamento, deve-se realizar uma análise

dos principais factores deste cenário. Embora o plano de marketing não possa

prever todos os eventos possíveis, uma análise cuidada vai identificar as

actuais condições, apontar mudanças esperadas e indicar como os desafios

identificados serão enfrentados. Uma avaliação minuciosa dos factores

ambientais importantes a seguir, auxiliará na identificação de novos segmentos

de mercado bem como na preparação para mudanças previstas.

Factores sociais, como violência, doenças e mudanças

demográficas podem ter impactos importantes sobre um destino e

as empresas ali localizadas. Esses factores, bem como a sua

importância variam de acordo com a localização geográfica.

Factores políticos, como a legislação que regulamenta os jogos

em casinos, estabilidade política de um país, também são de

grande importância;

Factores económicos, como mudanças em taxas de juros, taxas

de câmbio internacionais e empresas também afectam o turismo.

O sector da hospedagem é especialmente sensível a mudanças

nos ciclos económicos.

7.9.2.2 - A Análise Competitiva

Independentemente do plano de marketing, envolver um destino como

um todo ou uma única empresa, uma análise abrangente sobre a concorrência

é necessária para desenvolver um plano efectivo, devendo incluir a

comparação de atributos físicos, como o clima, número de quartos de hotel

disponíveis, atractivos, quantidade e tipo de restaurantes disponíveis. Contudo,

Page 51: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

51

a análise completa deve ir além desses itens, considerando os elementos

intangíveis do processo turístico.

7.9.9.3 - A Análise das Tendências de Mercado

As tendências de mercado estão intimamente ligadas aos elementos

revelados na análise dos principais factores ambientais e da concorrência. Há

muitas fontes de informação disponíveis, incluindo dados públicos de câmaras

de comércio, universidades, governos, etc. Entre os factores importantes estão:

Tendências relacionadas com os visitantes, tais como, duração da

estadia, padrões de gastos, meio de transporte e perfis

demográficos.

Tendências da concorrência, em termos da identificação e

localização dos principais concorrentes, serviços e produtos

oferecidos, além da avaliação do sucesso dos concorrentes.

Tendências no sector, como mudanças planeadas pelos serviços

de transporte para o local, novas construções de impacto, como

hotéis, shopping centers, atracções ou centros de convenções e

novas tecnologias que estejam a ser desenvolvidas.

7.9.2.4 - Metas e Objectivos Estratégicos

As metas e objectivos estratégicos do plano de marketing irão guiar o

desenvolvimento de todos os outros factores, devendo dar sustentação para a

missão, metas e objectivos gerais da organização como um todo. As áreas que

Page 52: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

52

costumam ser focalizadas nos planos de marketing para destinos turísticos

são:

Aumento no número de empregos;

Melhoria na balança de pagamentos;

Preservação do património cultural e do ambiente natural;

Fortalecimento da posição competitiva frente a outros destinos;

Aumento do número de visitantes, duração da estadia e lucros, a

partir de actividades turísticas;

Os objectivos devem ser bastante específicos, indicando alvos

quantitativos e limites de tempo, tais como um aumento percentual de emprego

durante os próximos três anos.

Isto possibilita que os resultados sejam avaliados durante a duração do

plano e se desenvolvem medidas correctivas, caso necessário.

7.9.2.5 - Planos de Acção

Uma vez que os objectivos estejam claros e os mercados – alvo

seleccionados, os planos de acção podem desenvolver-se devendo ser o mais

específicos possível e incluir cada segmento do mix de mercado na sua relação

com o objectivo determinado. O plano também deve indicar o responsável por

cada acção, bem como os fundos necessários e a sua fonte.20

20

Cfr. OMT (2003), Turismo Internacional. Uma Perspectiva Global, 2ºedição, Porto Alegre, Bookman.

Page 53: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

53

8- Turismo Sustentável e Meio Ambiente

8.1 - Desenvolvimento Sustentável

Nos últimos anos, o desenvolvimento sustentável tem sido apresentado

como uma nova abordagem para a forma como as comunidades pensam sobre

o seu padrão de vida, a igualdade social e a manutenção de recursos naturais.

Os princípios centrais de sustentabilidade são:

A sustentabilidade ecológica garante que o desenvolvimento seja

compatível com a manutenção dos processos ecológicos essenciais, da

diversidade biológica e dos recursos biológicos.

A sustentabilidade social e cultural garante que o desenvolvimento

aumente o controlo das pessoas sobre as suas próprias vidas, seja

compatível com a cultura e valores dos povos que afecta e mantenha e

fortaleça a identidade da comunidade.

A sustentabilidade económica assegura que o desenvolvimento seja

economicamente eficiente e que os recursos sejam geridos de forma a

poder sustentar gerações futuras.

Page 54: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

54

8.2 - Sustentabilidade do Turismo

O turismo não é uma actividade que se enquadre facilmente num

conceito de sustentabilidade. O turismo internacional, por exemplo, envolve

grandes componentes de transporte, misturas culturais e competição feroz por

recursos. O exame de cada aspecto da sustentabilidade com respeito à

actividade e ao desenvolvimento do turismo resulta num quadro deprimente.

8.2.1- Limites e Capacidade de Carga

O facto de a actividade turística causar impactos sobre os aspectos

socais, culturais, ambientais e económicos de um destino traz algumas

implicações para a sustentabilidade. Mesmo com uma actividade de turismo

mais esclarecida ou mais ambientalmente amigável, existirão limites além dos

quais os impactos negativos facilmente ultrapassam as vantagens económicas.

Seria irreal pressupor que os impactos possam ser eliminados, assim, o

volume de turistas e o tipo de actividade que eles praticam terão implicação

directa na sustentabilidade. Pressupondo-se que existem impactos positivos e

negativos associados ao turismo e que os efeitos líquidos provavelmente

diminuirão conforme o volume do turismo cresça, existirão certos limites além

dos quais os turistas adicionais irão criar impactos inaceitáveis (económica,

ambiental ou socialmente).

A superação desses limites provavelmente irá afectar todas as faces do

desenvolvimento do turismo. Por exemplo, exceder:

Os limites físicos limitam o volume dos fluxos de turistas e expõe os

turistas a riscos de segurança pessoal;

Page 55: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

55

Os limites ambientais também limitam os fluxos de turistas devido à

criação de problemas secundários, como risco de segurança pessoal ou

perda de atractividade do destino;

Limites sociais e culturais geram ressentimento e conflito contra os

turistas, a partir da população anfitriã;

Limites de fluxo de turistas afecta os níveis de satisfação dos turistas e

faz com que estes procurem um melhor produto noutro local;

Limites económicos resultam em má alocação de recursos e factores de

produção.

A principal dificuldade com que nos estamos a deparar é a definição de

limites. Assim como nas definições de sustentabilidade, a definição desses

limites e da capacidade de carga decorrente é uma tarefa difícil.

A capacidade de carga tem sido definida como “o número máximo de

pessoas que pode usar um terreno sem uma inaceitável alteração no ambiente

físico e sem um inaceitável declínio na qualidade da experiência tida pelos

visitantes” (Mathieson e Wall, 1982).

A seguinte figura, esboça o processo pelo qual a capacidade de carga é

influenciada e pode ser medida. O diagrama mostra os grandes grupos de

factores que determinam a capacidade de carga ao longo das diferentes

plataformas que podem influenciar a magnitude e direcção dos impactos e daí

a capacidade de carga.

Page 56: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

56

Quadro VII – Os determinantes da capacidade de carga21

Nota: Este quadro apresenta-nos um conjunto de itens a ter em conta na gestão dos segmentos turísticos que se

relacionam com a herança cultural, o ambiente, a estrutura social e os recursos endógenos, assim a avaliação dos

impactos negativos ou positivos da pratica turística, em função da capacidade de carga que cada lugar ou espaço de

uso da pratica turística.

21

Ver COOPER, Chris; et. alli. (2007) Turismo. Principios e Práticas. Porto Alegre, Bookman, pp.279. Este quadro (esboça o processo pelo qual a capacidade de carga é influenciada e pode ser medida. O diagrama mostra os grandes grupos de factores que determinam a capacidade de carga ao longo das diferentes plataformas que podem influenciar a magnitude e direcção dos impactos e daí a capacidade de carga.

Page 57: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

57

8.3 - Sustentabilidade como uma Estratégia

Apesar das dificuldades envolvidas na tentativa de encontrar uma

definição aceitável para a sustentabilidade, que tenha um valor prático, e dos

enormes problemas na tentativa de medir factores cruciais como a capacidade

de carga de um destino existe uma luz ao fundo do túnel. A sustentabilidade,

antes de mais nada, também envolve um processo de reconhecimento e

responsabilidade: reconhecimento que os recursos utilizados para elaborar os

produtos turísticos são caros e vulneráveis; já a responsabilidade no uso

inteligente desses recursos recai sobre todos os interessados, desde os

governos e planeadores, ao sector que presta os serviços, até os turistas e

moradores locais, os quais coexistem temporariamente dentro do destino.

Uma estratégia sustentável deve envolver todos os interessados no

planeamento do turismo. A participação dos residentes locais é tão difícil de

alcançar na prática como a tentativa de fazer com que o sector se comporte de

um modo mais compreensivo e ambiental.

A sustentabilidade económica para o turismo exige planeamento através

de todos os sectores económicos. A formação de redes de parceiros no sector

poderia ser um caminho para se alcançar tal sustentabilidade, mas é

improvável que isso ocorra, dada a competitividade da indústria do turismo.

A sustentabilidade ambiental no turismo exige grande consciência e

conhecimento de impactos e das maneiras da transposição destes dentro do

mercado económico. As consequências ambientais indirectas das actividades

devem ser incluídas no cálculo dos seus preços de mercado, mas deve ser

reconhecido que os sistemas ambientais e sociais mudam ao longo do tempo

como uma consequência natural do desenvolvimento e que essas mudanças

precisam de ser acomodadas.22

22

Cfr. CHOOPER, et. alli.(2007), Turismo: Princípios e Práticas, 3ªedição, Porto Alegre, Bookman.

Page 58: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

58

9 - Análise e Tipificação da Animação Turística

9.1 – Animação Turística

Todas as actividades que visam contribuir para melhorar ou aumentar as

condições de atracção, constituir um meio para a ocupação dos tempos livres

dos visitantes, ou para a satisfação das necessidades e experiencias

decorrentes da sua permanência no local visitado.23

Animação turística:

Sector de grande importância para o turismo;

Acrescenta valor à cadeia de valor produto turístico. Porque?

Pode aumentar a competitividade dos destinos turísticos. Porque?

A animação é considerada um produtor de serviços. Porque?

Sector que pode actuar para atingir um dos principais objectivos de

muitos destinos: aumento da estada média do turista.

Animação turística?

Actividades e serviços prestados a turistas, que visem o complemento

da oferta primária (alojamento, restauração, viagens, etc.), actividades

estas, que podem ser lúdicas, culturais, desportivas, ambientais. Estas

actividades, por norma incidem sobre os recursos de determinadas

regiões e devem contribuir para o desenvolvimento das mesmas.

Sector de actuação composto por um conjunto de actividades que

permitem ao turista usufruir de forma mais plena uma determinada

experiencia turística, concedendo aos destinos de maior sucesso e

vitalidade. É um trabalho que leva simultaneamente à interpretação do

espaço envolvente e ao desenvolvimento de actividades físicas e

intelectuais que provocam um aumento da satisfação do turista.

23

Cfr. SANTOS; Luís Delfim; TERRASÊCA, Rui (1998) O Sector do Turismo no Norte de Portugal. Porto, Edições Afrontamento

Page 59: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

59

9.2 – Oferta de Animação Turística Regional – Amarante

Quadro VIII – Animação Turística de Amarante

Freguesia Designação Data

Amarante S. Gonçalo 1ºfim de semana de Junho

Ansiães Senhora da Moreira 1ª Quinzena de Agosto

Gatão Senhora do Vau 15 Agosto

Freixo de Cima Senhora do Leite 1º Fim-de-semana de Setembro

Telões S. Brás 1º Fim-de-semana de Fevereiro

Gondar Santo Amaro 2º Fim-de-semana de Fevereiro

Gatão e Várzea S. João 24/25 de Junho

Oliveira S. Paio 26 Junho

Aboim, Ataíde e Canidelo S. Pedro 29 Junho

Amarante S. Veríssimo 3º Domingo de Julho

Figueiró S. Tiago 3º Domingo de Julho

Gouveia Nossa Senhora do Campo 4º Domingo de Julho

Freixo de Baixo Festa do Divino Salvador 1º Fim-de-semana de Agosto

Carneiro S. Martinho 1º Fim-de-semana de Agosto

Gondar Santa Maria 1º Fim-de-semana de Agosto

Telões Santa Ana 1º Fim-de-semana de Agosto

Vila Caiz Senhora da Graça 1º Fim-de-semana de Agosto

Figueiró Sagrado Coração de Jesus

2º Domingo Agosto

Gatão Senhora da Assunção 13, 14 e 15 Agosto

Abobadela e Fregim Santa Maria 13, 14 e 15 de Agosto

Candemil Senhora do Remédio Penúltimo Domingo

Real S. Raimundo Penúltimo Domingo

S. Gens Nossa Senhora do Leite 6, 7 e 8 de Setembro

Page 60: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

60

9.3 – Oferta de Animação Turística local

Quadro IX – Animação Turística de Baião

Freguesia Designação Data Ancede Sr.ª de Ao Pé da Cruz 2º Domingo de Julho

Ancede Sr.ª das Boas Novas 2º Domingo de Agosto

Ancede S. Domingos 2º Domingo de Setembro

Campelo S. Bartolomeu 24 Agosto

Campelo Santo António 13 Junho

Covelas S. Tomé 1º Domingo de Julho

Frende S. João do Castelo 24 Junho

Frende Santa Maria 7 Outubro

Gestaçô S. João 24 Junho

Gestaçô Sr.ª da Graça 15 Agosto

Gôve Santa Maria 15 Agosto

Gôve Sr.ª do Loureiro 1º Domingo de Julho

Grilo Santa Maria 15 Agosto

Grilo Sr.ª do Loureiro 1º Domingo de Julho

Loivos do Monte S. Paio 26 Junho

Loivos do Monte Santa Comba 20 Junho

Loivos da Ribeira Santa Maria Madalena 22 Julho

Loivos da Ribeira Sr.ª da Lapinha 15 Agosto

Mesquinhata S. Tiago 25 Julho

Ovil Santo António 13 Junho

Ovil S. João 24 Junho

Ovil S. Pedro 29 Junho

Ovil S. Tiago 25 Julho

Ovil Sr.ª da Guia 1º Domingo de Agosto

Ribadouro Santo António 13 Junho

Santa Cruz do Douro Sr.ª do Martírio 40 dias após a Páscoa

Santa Cruz do Douro Sr.ª da Ajuda 1º Domingo de Setembro

Santa Leocádia Festa do Verão 1º Domingo de Agosto

Santa Leocádia Santa Leocádia 9 Dezembro

Santa Leocádia S. Brás 9 Fevereiro

Santa Marinha do Zêzere Santa Marinha 18 Julho

Santa Marinha do Zêzere S. Brás

Santa Marinha do Zêzere Sr.ª do Socorro 1º Domingo de Setembro

Santa Marinha do Zêzere Santa Eufémia

Teixeira S. Pedro 29 Junho

Teixeira Sr.ª do Mourão 2º Domingo após o S. Pedro

Teixeiró Sr.ª do Socorro 40 dias após a Páscoa

Tresouras S. Miguel 29 Setembro

Valadares S. Tiago 25 Julho

Viariz S. Faustino 13 Agosto

Page 61: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

61

10- Classificação dos Recursos Turísticos

1. Património Construído, Monumental e Arqueológico

1.1 – Arqueológico

1.2 – Edificado

2. Museus e Património artístico

2.1 – Museus

3. Artesanato

3.1 – Produção

3.2 – Comercialização

4. Grupos de Folclore

5. Festas e Romarias, Manifestações populares

5.1 – Festas e Romarias

5.2 – Feiras e Mercados

5.3 – Festivais de Folclore

6. Gastronomia

7. Animação Cultural

7.1 – Eventos

7.2 – Equipamentos

8. Animação Desportiva

8.1 – Equipamentos

8.2 – Agentes

9. Infra – estruturas Turísticas

9.1 – Alojamento

9.2 – Restauração

9.3 – Campismo

Page 62: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

62

10. Operadores e Agentes de Promoção Turística

10.1 – Postos de Turismo

11. Ambiente Rural

11.1 – Produtores/Engarrafadores de vinho – viticultura

12. Recursos Naturais, Ambientais e Paisagísticos

12.1 – Rios

12.2 – Montanhas, Serras e Vales

12.3 – Praias Fluviais

12.4 – Locais de Pesca

13. Actividades e Congressos

13.1 – Auditórios

14. Percursos, Circuitos e Roteiros

Page 63: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

63

Os quadros que se seguem dão a conhecer a organização dos recursos

turísticos existentes no concelho de Baião

1. Património construído, Monumental e Arqueológico 1.1 – Arqueológico

Freguesia Designação do Recurso

Gove Castro de Cruito

S. João de Ovil Dólmen de Chã de Parada

S. João de Ovil Mamoas de Chã de Parada

S. João de Ovil Mamoas de Meninos do Castro

S. João de Ovil Mamoas do Monte da Oliveira

s. João de Ovil Mamoa do Outeiro de Ante

Santa Marinha do Zêzere Castro do Barreiro

1.2 – Edificado

Freguesia Designação do Recurso

Ancede Igreja Paroquial

Ancede Igreja Velha de Ancede

Ancede Convento de Ermelo

Ancede Mosteiro de Santo André

Ancede Capela de S. Domingos

Ancede Capela Nossa Senhora do Bom Despacho

Ancede Capela de Santo António

Ancede Capela da Senhora das Boas Novas

Ancede Capela da Senhora ao Pé da Cruz

Ancede Casa de Penalva

Campelo Igreja Paroquial de Baião

Campelo Casa de Penaventosa

Campelo Casa de Freixieiro

Campelo Casa de Pinheiro

Campelo Capela de S. Brás

Campelo Casa de Arrabalde

Campelo Capela de Santo António

Campelo Capela de S. Sebastião

S. Tomé de Covelas Igreja Paroquial de S. Tomé de Covelas

S. Tomé de Covelas Casa de Gonçalo de Labazim

S. Tomé de Covelas Quinta das Quintãs

S. Tomé de Covelas Casa das Casinhas

S. Tomé de Covelas Casa do Outeiro

S. Tomé de Covelas Casa da Torre de Gem

Frende Capela de S. João

Gestaçô Capela de Nossa Senhora da Graça

Gestaçô Quinta do Ferro

Gestaçô Igreja Paroquial

Gove Igreja de Santa Maria do Gove

Gove Capela de Sant´Ana

Page 64: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

64

Gove Ponte do Avenal

Grilo Igreja de S. João Baptista

Grilo Casa de Vilamoura

Grilo Capela de Nossa Senhora do Loureiro

Loivos do Monte Igreja de S. Paio

Loivos do Monte Capela de Santa Comba de Telões

Loivos do Monte Casa de Arcouce

Loivos do Monte Casa de Cruzeiro

Loivos da Ribeira Pelourinho

Loivos da Ribeira Quinta do Paço

Loivos da Ribeira Quinta da Ribeira

Loivos da Ribeira Igreja de Santa Maria Madalena

Loivos da Ribeira Capela de Nossa Senhora da Saúde

Loivos da Ribeira Capela de Nossa Senhora da Lapinha

Mesquinhata Igreja de São Tiago

Mesquinhata Casa da Cochêca

S. João de Ovil Igreja Paroquial de S. João de Ovil

S. João de Ovil Casa de Chavães

S. João de Ovil Capela de S. Pedro

S. João de Ovil Capela de S. António

S. João de Ovil Capela de Nossa Senhora da Guia

S. João de Ovil Capela de Santiago

Ribadouro Igreja de Porto Manso

Ribadouro Torre de Porto Manso (Casa da Eira)

Ribadouro Ponte Ferroviária da Pala

Ribadouro Ponte Ferroviária de Porto Manso

Santa Cruz do Douro Igreja de Santa Cruz

Santa Cruz do Douro Casa da Coelheira

Santa Cruz do Douro Casa de S. João do Abelhal

Santa Cruz do Douro Casa da Capela de Lazarim

Santa Cruz do Douro Casa do Gondarinho

Santa Cruz do Douro Casa do Ladeiro

Santa Cruz do Douro Casa de Cedofeita

Santa Cruz do Douro Casa de Agrelos

Santa Cruz do Douro Casa da Torre do Cabeção

Santa Cruz do Douro Casa da Vila Nova (Tormes)

Santa Cruz do Douro Capela de Nossa Senhora do Martírio

Santa Cruz do Douro Capela de Nossa Senhora do Calvário

Santa Cruz do Douro Capela de Nossa Senhora da Ajuda

Santa Cruz do Douro Capela de Nossa Senhora dos Desamparados

Santa Leocádia Igreja Paroquial de Santa Leocádia

Santa Leocádia Quinta do Paço

Santa Leocádia Casa de Balde

Santa Leocádia Casa da Roupeira

Santa Leocádia Casa das Quartas

Santa Leocádia Casa do Miradouro

Santa Leocádia Casa da Lage

Santa Leocádia Capela de S. Jorge

Santa Marinha do Zêzere Casa da Ermida

Santa Marinha do Zêzere Casa da Granja

Santa Marinha do Zêzere Casa do Fundo Lugar (S. Pedro)

Santa Marinha do Zêzere Casas Novas

Santa Marinha do Zêzere Casa de Entre Águas

Page 65: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

65

2. Museus e Património Artístico 2.1 – Museus

Freguesia Designação do Recurso

Campelo Museu Municipal de Baião

3. Artesanato 3.1 – Produção

Freguesia Designação do Recurso

Ancede Trabalhos em cantaria

Covelas Cestaria

Frende Cestas de Piorna

Gestaçô Bengalas de Gestaçô

Gestaçô Mãos de guarda-chuva

Gestaçô Tecelagem

Gestaçô Funilaria

Mesquinhata Ferraria

Santa Marinha do Zêzere Igreja Matriz de Santa Marinha do Zêzere

Santa Marinha do Zêzere Casa de Travanca

Santa Marinha do Zêzere Quinta do Ervedal

Santa Marinha do Zêzere Capela de S. Brás

Santa Marinha do Zêzere Capela de Santa Eufémia

Santa Marinha do Zêzere Capela da Senhora do Socorro

Teixeira Pelourinho da Teixeira

Teixeira Capela de Nossa Senhora dos Remédios

Teixeira Igreja Paroquial

Teixeiró Igreja Paroquial

Teixeiró Capela de Nossa Senhora do Socorro

Teixeiró Quinta do Paço

Tresouras Igreja Paroquial

Tresouras Casa do Espinhal

Tresouras Casa da Cancela

Valadares Igreja Matriz de Valadares

Valadares Casa do Terreiro

Valadares Casa da Forca

Valadares Capela de Diagares

Valadares Igreja Matriz de Valadares

Viariz Igreja Paroquial

Viariz Alminhas do Outeiro

Viariz Capela de S. Faustino

Viariz Penedo dos Cornudos

Page 66: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

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3.2 – Comercialização

Freguesia Designação do Recurso

Campelo Dólmen

Campelo Posto de Turismo

Gestaçô Casa das Bengalas

4. Grupos de Folclore

Freguesia Designação do recurso

Ancede Rancho Folclórico de Ancede

Campelo Rancho Folclórico de Baião

Frende As Cesteiras de Frende

Gestaçô Rancho Folclórico Danças e Cantares

Santa Cruz do Douro Rancho Folclórico da Associação Cultural e Recreativa de Santa cruz do Douro

Valadares Rancho Folclórico “As ceifeiras de Valadares”

5. Festas e Romarias, Manifestações Populares

5.1 – Festas e Romarias Freguesia Designação do recurso

Campelo S. Bartolomeu

Campelo Nossa Senhora da Guia

Campelo S. Brás

Frende São João de Castelo

Frende Santa Maria de Frende

Gestaçô Senhora da Graça

Gestaçô São João

Gestaçô Nossa Senhora do Alívio

Gestaçô S. Miguel

Grilo São João Baptista

Grilo Senhora do Loureiro

Loivos da Ribeira Senhora da Lapinha

Loivos da Ribeira Santa Maria Madalena

Mesquinhata São Tiago

Teixeira São Pedro

Teixeiró Nossa Senhora do Socorro

Tresouras São Miguel

Valadares São Tiago

Viariz São Tiago

Viariz São Faustino

Viariz Santíssimo Sacramento

Viariz Senhora do Amparo

Page 67: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

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5.2 – Feiras e Mercados

Freguesia Designação do recurso

Ancede Feira de Ancede

Campelo Feira do Tijelinho

Gestaçô Feira de Nossa Senhora da Graça

Santra Marinha do Zêzere Feira de Santa Marinha

Tresouras Feira de Tresouras

5.3– Festivais de Folclore

Freguesia Designação do Recurso

Campelo Festival Folclórico de Baião

Santa Cruz do Douro Festival Internacional de Ranchos

6 – Gastronomia

Freguesia Designação do Recurso

Campelo Anho assado e arroz do forno

Campelo Fumeiro

Gestaçô Bazulaque

Mesquinhata Cavacas de Mesquinhata

Santa Cruz do Douro Arroz de Favas

Santa Cruz do Douro Caldo de Galinha

Teixeira Doce da Teixeira

Valadares Sopa Doce

Valadares Torresmada

7. Animação Cultural 7.1 – Eventos

Freguesia Designação do Recurso

Campelo Feira do Fumeiro e do Cozido à Portuguesa

Campelo Feiro do Anho Assado e do Arroz do Forno

Campelo Concentração Motard

S. João de Ovil Festa da Juventude (Byonritmos)

Page 68: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

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7.2 – Equipamentos

Freguesia Designação do Recurso

Campelo Biblioteca Municipal de Baião

Campelo Auditório Municipal de Baião

S. João de Ovil Casa da Juventude e Desporto de Baião

Gestaçô Casa das Bengalas de Gestaçô

Santa Cruz do Douro Fundação Eça de Queirós

8 – Animação Desportiva 8.1 - Equipamentos

Freguesia Designação do Recurso

Campelo Pavilhão Multiusos de Baião

Campelo Piscina Municipal de Baião

Campelo Campo de Futebol do Prenhô

8.2 – Agentes

Freguesia Designação do Recurso Ancede Associação Desportiva de Ancede

Campelo Associação Desportiva de Baião

Santa Cruz do Douro Associação Desportiva de Santa Cruz do Douro

Santa Marinha do Zêzere Futebol Clube Zezerênse

9. Infra – estruturas turísticas 9.1 – Alojamento

Freguesia Designação do recurso

Ancede Casa da Lavandeira

Ancede Casa da Viombra

Campelo Pensão Borges

Gestaçô Quinta de Marnotos

Mesquinhata Casa da Cochêca

Ribadouro Casa da Torre

S. João de Ovil Casa da Juventude e Desporto de Baião

S. Tomé de Covelas Quinta das Quintãs

Santa Cruz do Douro Douro Palace Hotel Resort & SPA

Santa Marinha do Zêzere Quinta da Ermida

Santa Marinha do Zêzere Quinta do Ervedal

Santa Marinha do Zêzere Quinta de Guimarães

Santa Marinha do Zêzere O Casarão

Tresouras Casa das Feitorias

Page 69: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

69

9.2 – Restauração

Freguesia Designação do recurso

Ancede Restaurante O Famoso

Ancede Restaurante O Vasconcelos

Ancede Restaurante O Brasão

Campelo Restaurante Fonte Nova

Campelo Restaurante A Flor de Baião

Campelo Restaurante Pensão Borges

Campelo Restaurante O Assador da Vila

Campelo Restaurante O Avô Salvador

Campelo Restaurante O Pinto

Campelo Pizzaria Primavera

Campelo Pizzaria Tentacione

Gove Restaurante O Almocreve

Gove Restaurante A Tapada

Loivos do Monte Retiro das Noveleiras

Ribadouro Churrasqueira da Azenha

Santa Cruz do Douro Casa do Lavrador

Santa Marinha do Zêzere Restaurante O Cruzeiro

Santa Marinha do Zêzere Restaurante Barriga Farta

Santa Marinha do Zêzere Restaurante O Camponês

Santa Marinha do Zêzere Restaurante O Ideal

Santa Marinha do Zêzere Restaurante A Princesa do Zêzere

Santa Marinha do Zêzere Restaurante Monte Rebel

10. Operadores e Agentes de Promoção Turística 10.1 – Posto de Turismo

Freguesia Designação do recurso

Campelo Posto de Turismo

9.3 – Campismo

Freguesia Designação do recurso

Ancede Parque de Campismo do Fojo

11 – Ambiente Rural 11.1– Produtores/Engarrafadores de vinho - viticultura

Freguesia Designação do recurso

Gôve Adega Cooperativa de Baião

Gestaçô Quinta do Ferro

Gestaçô Quinta da Quebrada

Santa Cruz do Douro Encosta D’Aregos

Santa Cruz do Douro Fundação Eça de Queirós

Page 70: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

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12. Recursos Naturais, Ambientais e Paisagísticos 12.1- Rios

Freguesia Designação do recurso

Loivos do Monte Rio Ovil

Teixeira Rio Teixeira

Viariz Rio Zêzere

Sória (Espanha) Rio Douro

12.2 – Montanhas, Serras e Vales

Freguesia Designação do recurso

S. João de Ovil Serra da Aboboreira

S. João de Ovil Serra de Matos

Teixeira Serra do Marão

12.3 – Praias fluviais

Freguesia Designação do recurso

Campelo Praia Fluvial do Prenhô

S. João de Ovil Praia Fluvial de Ovil

12.4 – Locais de Pesca

Freguesia Designação do recurso

Campelo Rio Ovil

Ribadouro Pala

Santa Cruz do Douro Aregos

Santa Cruz do Douro Quinta do Porto Ferrado

Santa Cruz do Douro Quinta de Moninho

Santa Leocádia Casa da Lage

Santa Marinha do Zêzere Casa das Corujeiras

Santa Marinha do Zêzere Sociedade Agrícola e Comercial do Zêzere, LDA

S. Tomé de Covelas Quinta das Quintãs

Viariz Casa da Mó

Valadares Casa das Hortas

Tresouras Casa da Cancela

Page 71: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

71

13. Actividades e Congressos 13.1 – Auditórios

Freguesia Designação do Recurso

Campelo Auditório Municipal de Baião

14. Percursos, Circuitos e Roteiros

Freguesia Designação do Recurso

Ancede Roteiro Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho

Page 72: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

72

Capítulo II

2 - Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião

(P.E.A.T.B)

2.1 -Princípios Orientadores

O plano estratégico de animação turística para o concelho de Baião

24(PEATB), é um instrumento de ordenamento turístico -territorial que pretende

estruturar os modelos e as práticas de animação turística, tendo por maior

razão a qualidade do produto turístico e a qualificação da oferta turística local.

Essa qualificação alicerça-se nas potencialidades e nos recursos

turísticos de base endógena, procurando-se com este projecto introduzir novas

dinâmicas de complementaridade no quadro de oferta turística.

Pretende-se com este plano garantir uma efectiva sustentabilidade na

oferta do produto de animação turística assegurando que este se estruture

como um elemento referencial nas dinâmicas da procura e da oferta turística

local, ao nível dos mercados nacional e internacional.

24

Um dos problemas do concelho de Baião é a absoluta ausência de planos municipais na área do planeamento, organização e programação turística. Em relação aos PMOT (Planos Municipais de Ordenamento do Território à escala municipal), o concelho não tem ainda instruído a revisão do PDM, não há qualquer referência para a elaboração de um Plano Estratégico Concelhio, bem como não existe nenhuma carta municipal para o turismo. Consideramos ser esta, uma das falhas estruturantes condicionadora de todo o nicho turístico local.

Page 73: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

73

2.2 - Objectivos

2.2.1 - Objectivos Gerais

De uma forma geral pretende-se com este plano:

Definir estratégias e modelos operacionais de animação para o

desenvolvimento turístico do concelho;

Elaborar modelos programáticos de animação turística que sejam

exequíveis tendo por base a estrutura empresarial local;

Conceber, desenvolver e aplicar conteúdos de animação turística de

pequenas e médias dimensões;

Desenvolver metodologias de qualificação dos instrumentos e promoção

e informação turística para o concelho de Baião;

Page 74: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

74

2.2.2 - Objectivos Específicos

São objectivos específicos deste plano:

Ampliar e diversificar o produto turístico;

Apresentar modelos de inovação na forma de produtos e actividades

turísticas;

Ampliar a sustentabilidade da procura turística;

Ampliar o tempo médio de permanência;

Reduzir a sazonalidade turística;

Criar condições para uma maior fidelização e consequente retorno do

cliente;

Inovar o sistema de promoção;

Promover e reforçar os produtos locais associados à gastronomia e ao

artesanato;

Promover as infra – estruturas e equipamentos destinados às

actividades de turismo natural e cultural.

Page 75: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

75

3- Planeamento do Turismo25

3.1- Necessidade de Planeamento da Actividade Turística

Os impactos negativos que podem ser causados pelo turismo, remetem

à necessidade de planeamento desta actividade.

O turismo assume um novo papel no desenvolvimento, devido à

modificação das expectativas da sociedade em função das mudanças

estruturais no processo produtivo, que ocorrem em função da revolução

científica – tecnológica. Uma das principais consequências sociais dessas

mudanças é o aumento do tempo livre nas sociedades de modo geral.

O ser humano, que durante o século XIX e XX dedicou o seu tempo de

vida ao trabalho, que tem vindo a ser substituído por máquinas e robôs, passou

a dispor de menos horas de trabalho, e com o aumento do livre surge a

necessidade de preenchê-lo com actividades que alimentem a necessidade de

conhecimento, do desenvolvimento do espírito, da recreação e divertimento

entre outras, preenchidas principalmente pelo turismo.

Contudo, não existe um planeamento perfeito; ao contrário todo o

produto de planeamento deve ser revisto periodicamente, pois a realidade está

permanentemente em mudança, e devem ser consideradas novas variáveis,

novas situações, novos arranjos, e assim por diante.26

25

Cfr. Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro. Resolução de Conselho de Ministros nº139/2003 de 31 de Julho e da Resolução de Conselho de Ministros nº5/2004 de 15 de Janeiro. Ver também Fernando Matos Rodrigues, Turismo, 2004, pp.102-103. 26

Cfr. DIAS, Reinaldo (2003), PLANEJAMENTO DO TURISMO – Política e Desenvolvimento do Turismo no Brasil. São Paulo, Editora Atlas.

Page 76: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

76

3.2- Importância do Planeamento27

O planeamento assume-se como uma ferramenta importante para tornar

o sector turístico um factor decisivo no desenvolvimento em todos os níveis:

local, regional ou nacional.

Como as tendências da actividade turística estão a mudar, o turismo

caracterizado pelo consumo de massa, essencialmente o turismo de sol e

praia, está a ser substituído por um turismo alternativo, com uma procura cada

vez mais segmentada e exigente, em que a oferta é cada vez mais

especializada e competitiva.

As mudanças que se intensificaram no final do século XX, e que

permitiram um aumento do tempo livre, levaram a um aumento da procura de

actividades recreativas e de lazer, incluindo aqui o turismo.

O aumento do tempo livre, gera novas necessidades humanas, que o

turismo pode satisfazer na sua maior parte como: conhecer novos lugares,

usos e costumes, a história da evolução do homem, o descanso, a prática de

desportos ao ar livre, entre outras.

O turismo hoje, apresenta cada vez mais, uma maior diversificação da

oferta, e cada vez mais se consolidam os grupos homogéneos (terceira idade,

eco turistas, turismo rural etc.), que configuram uma procura diferente e um

mercado cada vez mais diversificado. Esta é uma realidade que deve ser tida

em conta em qualquer planeamento turístico: identificar os segmentos

específicos que poderão ser trabalhados com a oferta de produtos específicos,

que atendam às necessidades e aos desejos de uma procura localizada.

Sendo o turismo um consumidor intensivo do território, é necessário

planear o seu desenvolvimento numa óptica que aponte quais os objectivos

económicos que se deseja alcançar, quais os espaços que devem ser

protegidos e qual a identidade que será adquirida ou fortalecida.

27

Cfr. Portugal. Plano de Desenvolvimento Regional 2000-2006. Lisboa, Ministério do Planeamento, 1999. O Plano de Desenvolvimento Regional (PDR) considera que o desenvolvimento sustentável que se perspectiva para o próximo século apoia-se simultaneamente na prosperidade económica e na equidade social e ambiental. A relação entre estas componentes não pode ser encarada como fonte de conflitos mas antes como um compromisso potenciador de novas soluções para a realização da coesão económica e social. O Plano de Desenvolvimento Regional assume três domínios proprietários de intervenção – o potencial humano, as actividades produtivas e a valorização do território.

Page 77: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

77

O património natural e cultural está integrado no território, e portanto,

qualquer iniciativa de desenvolvimento deve contemplar uma utilização racional

dos recursos dentro de uma perspectiva de desenvolvimento sustentável.

Tendo em conta o uso do espaço, o planeamento constitui uma técnica de uso

imprescindível pelas administrações públicas municipais que apostam no

desenvolvimento do turismo.

O planeamento é necessário, porque o território é um elemento básico

do desenvolvimento turístico, pois abriga recursos ambientais e culturais dos

destinos turísticos, além de ser o espaço físico destinado à instalação de infra-

estruturas e de equipamentos que irão dar resposta ao fluxo de visitantes. Por

outro lado, o turismo manifesta-se como uma actividade económica que

condiciona a organização do território, pois utiliza-o, consome-o e transforma-o,

o que coloca o turismo como sendo um dos principais agentes de destruição

dos recursos em que se apoia.

O uso do território pela actividade turística e a fragilidade dos recursos,

dos quais depende o turismo para a sua continuidade, justificam por si só a

necessidade de se recorrer à técnica de planeamento como forma de garantir

um desenvolvimento turístico sustentável.

Outro aspecto relevante, é a necessidade de integração do planeamento

turístico com outros instrumentos de organização do território municipal –

planos directores, planos sectoriais, zonamento, lei de uso do solo, etc. –

tornando-se um planeamento integrado e integrador de outras actividades –

comerciais, artesanais, culturais (preservação do património), transportes etc.,

com os quais o turismo mantém uma relação interdependente no espaço

considerado.

Em suma, podemos afirmar que o planeamento é uma condição

necessária, mas não suficiente para conduzir a actividade turística; é

fundamental incluir a perspectiva da sustentabilidade da actividade em todas as

suas dimensões (sociocultural, económica e ambiental), para que o

desenvolvimento se dê, contemplando todos os sectores da sociedade.28

28

Cfr. DIAS, Reinaldo (2003), PLANEJAMENTO DO TURISMO – Política e Desenvolvimento do Turismo no Brasil. São Paulo, Editora Atlas.

Page 78: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

78

4 - Aspectos Básicos sobre Planeamento

4.1 - Conceitos

Existem várias formas de se definir planeamento, sendo que todas elas

remetem à organização do futuro. Na realidade, trata-se de orientar a

actividade presente para determinado futuro, partindo-se sempre do

pressuposto de que existem várias alternativas possíveis.

Em termos gerais, pode-se afirmar que o planeamento procura definir e

alcançar objectivos para o futuro, de tal maneira que as transformações que

ocorrem nas sociedades não sejam determinadas por circunstâncias fortuitas

ou externas, mas como resultado de decisões e propósitos gerados por um

conjunto de pessoas determinadas.

A simples adaptação à realidade de planos elaborados sem nenhum

planeamento estratégico, não é planeamento, é pura improvisação. Os assim

chamados “pacotes económicos”, rotulados muitas vezes de planos, são o

melhor exemplo disso, não passam na sua maior parte de tentativas de

adequação de uma política sem rumo predefinido.29

29

Cfr. DIAS, Reinaldo (2003), PLANEJAMENTO DO TURISMO – Política e Desenvolvimento do Turismo no Brasil. São Paulo, Editora Atlas.

Page 79: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

79

4.2 - A Prática

O nosso trabalho insere-se nesta necessidade de estabelecer uma

metodologia que faça uma ponte entre os segmentos turísticos e a prática do

planeamento, da organização e da programação, tendo em vista, a oferta de

activos turísticos que não coloquem em causa os valores da sustentabilidade

ambiental, natural e cultural do património local e regional.

Neste sentido, planeamento e a avaliação integrada e participativa de

projectos, deve ser a razão e a essência da programação turística, de forma

transdisciplinar ouvindo os parceiros e as instituições que residem na região e

no local da nossa futura acção turística. Claro que podemos ter uma prática e

uma abordagem convencional no planeamento turístico, «de cima para baixo»

(top-down), ou então aplicarmos as propostas de modelos «de baixo para

cima» (bottom-up). Segundo alguns autores (Schiefer, 2006) estamos perante

uma forma de intervenção, orientada por uma visão no estratégica30. Todo o

planeamento tem implicações sociais, e como tal, tem que ter a participação de

outros actores sociais, outras organizações, outros grupos-alvos. Torna-se

vital, uma articulação entre planeamento estratégico e planeamento

operacional. Desta maneira, o planeamento estratégico – configura o

enquadramento e as linhas de orientação do planeamento operacional. É a

visão estratégica a médio e longo prazo que orienta a intervenção que se

materializa no planeamento operacional (Idem: 24-28). Os autores defendem,

que na abordagem participativa, não se pode negligenciar essa relação, isto é,

a «metodologia participativa de projecto remete-nos para um maior

envolvimento dos diferentes actores no processo de desenho e gestão de

projectos» (Idem, 2006:24-25). Pelo facto de qualquer projecto ver envolvido

um conjunto diversificado de actores, de interesses, de cumplicidades, de

perspectivas e aspirações, é normal que no processo de desenho e gestão de

projectos esta multiplicidade de perspectivas nem sempre é fácil de conciliar.

Mas, aqui reside a sua riqueza e grandiosidade.

30

Cfr. Schiefer, Ulrich; et. al. (2006) Método Aplicado de Planeamento e Avaliação. Estoril, Principia, pp.23 e ss.

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80

Estes autores (SCHIEFER, et. alli.) definem como processo participativo

do «MAPA - Projectos», os seguintes elementos:

-O Grupo-Alvo: composto pelas pessoas que devem beneficiar

directamente desse serviço, isto é, são os utilizadores do projecto;

- A Paisagem Organizacional: é composta por diferentes

organizações, instituições e grupos sociais, cada um dos quais possui a sua

própria perspectiva31.

- O Projecto: está situado dentro da organização e olha o mundo

com o intuito de procurar recursos que lhe permitam atingir um objectivo geral32

- A Organização: olha para o projecto como uma das suas

actividades regulares ou extraordinárias. Ele é integrado num enquadramento

mais vasto. A organização precisa de deixar espaço de manobra suficiente

para que o projecto funcione de acordo com os mecanismos participativos em

que o «MAPA – Projectos» se baseia. Significa que a responsabilidade da

organização é transferida para o gestor de projecto assim que os resultados

esperados sejam definidos e o orçamento para a sua concretização aprovado.

Estamos na presença, de uma espécie de projectos de intervenção

social (bem diferentes dos projectos de investimentos), que associam

normalmente algum tipo de inputs do grupo-alvo, e as expectativas desse

mesmo grupo na influência do projecto. Deste modo, a metodologia de projecto

tem sido, nas últimas décadas, o paradigma dominante na intervenção social e

31

Segundo Ulrich Schiefer, et al., o «MAPA-Projectos» tem “estas perspectivas em conta durante os workshops de planeamento e avaliação através do convite que endereça aos representantes de organizações particularmente importantes para que participem nesses workshops, através da condução de estudos específicos, quando necessário, e da utilização do conhecimento dos participantes sobre essas perspectivas e esses interesses. Desta forma, é possível localizar potenciais parceiros e potenciais oponentes, com o intuito de transformar as suas perspectivas potencialmente contraditórias num recurso valioso para o projecto” (2006:26-27). 32

Não podemos também esquecer a importância dos interesses dos “outros actores ou organizações com que é necessário estabelecer alguma forma de colaboração, de modo a satisfazer os dois principais conjuntos de interesses, incluindo as organizações que fornecem recursos ou serviços contratualizados, grupos sociais que interagem com o grupo-alvo e que são afectados por qualquer mudança no mesmo e organizações e instituições que actuam no mesmo campo ou que competem com o projecto pelos mesmos recursos, financeiros ou outros” (Idem, 2006:26).

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81

territorial para o desenvolvimento. Esta constatação é comprovada quando se

encara as práticas de intervenção no território, quer quando se tem em conta

as políticas de desenvolvimento nacionais, regionais e locais.

Aliás, como referem os autores (Schiefer, et al.,2006) que no que diz

respeito à gestão de projectos (planeamento estratégico e planeamento

operacional) deve-se cultivar uma cultura de projecto, de organização e de

programação. De forma, a ser possível um planeamento que projecte num

tempo limitado ou num tempo médio-longo. Deste modo, o planeamento

operacional diz respeito aos esforços para atingir objectivos limitados com

recursos limitados num período de tempo limitado. O planeamento estratégico

diz respeito aos objectivos de longo prazo que não podem ser planeados da

mesma forma que os projectos. Assim, o planeamento estratégico requer uma

visão de longo prazo que é suficientemente flexível para acomodar mudanças

tácticas que comprometem o objectivo geral de longo prazo englobado na visão

(2006:33 e ss.). Todavia, o «projecto» deve constituir uma manobra táctica

dentro da estratégia de longo prazo. Pode ser integrado num quadro mais

abrangente, mas deve ser planeado com muito mais precisão tendo em conta

os seus limites. Estes limites dizem respeito à definição do objectivo geral, da

para atingir esse objectivo geral.

Em suma, qualquer organização e instituição possui uma visão

estratégica, explícita ou implícita, tenha sido planeada ou não.

Deste modo, os projectos devem ser compatíveis tanto com o

planeamento estratégico como com a cultura de uma organização.

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82

4.2.1- Planeamento

O processo de planeamento caminha do diagnóstico de uma situação

concreta para a clarificação dos objectivos gerais dum projecto e, por fim, até à

identificação das actividades concretas que se espera conduzam à

concretização desses objectivos. Por exemplo, o estado português no PNPOT

apresenta as linhas programáticas do planeamento nacional, definindo este

planeamento como um instrumento legal fundamental para «reforçar a coesão

nacional, através do combate às assimetrias regionais, da valorização dos

recursos endógenos, em particular dos ambientais e culturais, da consolidação

das vantagens competitivas de cada região e do fomento das relações de

interacção e de solidariedade inter-regional»33.

No fundo, o «planeamento, na sua forma mais primitiva, é o processo

de relacionamento intuitivo e avulso dos homens com o mundo, por muito

simples que seja essa relação, e exprime-se através da configuração das

estruturas sócio-territoriais: na sua vertente física e de super-estrutura jurídica

e económica que regulamenta os direitos de uso, apropriação, ocupação e

utilização», bem como, associado ao planeamento está o conceito de plano –

enquanto «instrumento de apoio à decisão e à acção de uma instituição à qual

sejam reconhecidas atribuições, competências e meios para realizar os

objectivos que o informam». No fundo, «os planos, mais do que regras, devem

apresentar soluções para os problemas que se equacionam no seu domínio de

intervenção, devendo a sua componente regulamentar orientar-se para o

estímulo e apoio ao desenvolvimento, contribuindo para as realizações

necessárias ao bem-estar das populações». Assim, os planos devem-se

afirmar, essencialmente como «propostas de acções de melhoramento das

estruturas territoriais» (Pardal; Lobo; Correia, 2000:1-5).

Sendo o planeamento uma actividade que se destina a desenvolver um

certo tipo de trabalho para obter resultados previamente escolhidos, este

possui algumas características, que podemos destacar:

33

Cfr. Programa Nacional da política de Ordenamento do Território. Relatório. 2ª Versão, Fevereiro 2005. Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Lisboa, 2005. Ver também, Ordenamento do Território E Desenvolvimento Urbano. Visão do Quadriénio (1995-1999). Ministério do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território. Lisboa, 2001.

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83

a) Em relação ao tempo, a acção do planeamento volta-se sempre para o

futuro. O presente e o passado devem ser considerados como pontos de

referência;

b) Tem como objectivo orientar a transformação da realidade presente, em

rumos pré – determinados;

c) As necessidades e os problemas são os factores que geram o

planeamento; quanto maior o numero ou a seriedade dos problemas

mais necessário se torna o planeamento;

d) Implica a existência de um sujeito ou agente do planeamento;

e) As informações ou dados, são fundamentais para se elaborar o

planeamento;

f) Os instrumentos do planeamento são os planos, programas e

projectos;

g) Implica a escolha de caminhos ou acções diversas;

h) As acções a serem empreendidas para atingir o objectivo proposto têm

uma sequência lógica e são realizadas de uma forma organizada.34

34

Cfr. DIAS, Reinaldo (2003), PLANEJAMENTO DO TURISMO – Política e Desenvolvimento do Turismo no Brasil. São Paulo, Editora Atlas.

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84

4.3 - O Processo

Qualquer que seja o modelo de planeamento, pressupõe uma certa

racionalidade da acção, isto é, a possibilidade de prever a realidade futura e

portanto alterá-la.

O sucesso ou fracasso do planeamento está ligado em grande parte à

escolha das variáveis. Algumas variáveis que devem ser sempre consideradas

são: a organização administrativa, o planeamento financeiro e orçamento,

o grau de influência das instituições e a situação política, entre outras.

No entanto, as condições de sucesso estão mais ligadas a factores

externos ao planeamento, e que na realidade condicionam a sua execução.

Entre os mais importantes estão, primeiro, o facto de que deve haver um apoio

inequívoco da comunidade (verifica-se, essa situação com a importância do

Grupo-Alvo, já mencionado no MAPA - Projectos) que precisa de estar

convencida da sua necessidade e, segundo, a estrutura politica que deve

incentivar a sua aplicação.

A. Elementos básicos

Para efectivamente se implementar um processo de planeamento, são

necessárias condições favoráveis, em termos institucionais (apoio

político e participação tanto popular quanto dos órgãos do governo e

fundamentação jurídica), administrativos (necessidade de organização

para formular e coordenar a execução dos planos de desenvolvimento) e

técnicos (informações estatísticas precisas e confiáveis e pessoal

técnico eficiente e capacitado).

Resumidamente, os elementos básicos do processo de planeamento

são:

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85

I. O agente do planeamento35: o sucesso depende, de certa forma,

de uma correcta condução do processo, sendo necessário que os

agentes do planeamento possuam um conhecimento e uma

experiência adequada.

II. A comunidade receptora: os agentes e a comunidade receptora

devem ter um conhecimento completo dos seus interesses e das

suas aspirações;

III. A previsão: refere-se á antecipação das variáveis que se podem

manifestar futuramente. Deve-se encontrar essas variáveis e

identificar se são ou não controláveis;

IV. A informação: trata-se de um elemento chave para reduzir a

incerteza. Assim, uma maior informação sobre a variável (ex.

custos) menor será a incerteza sobre o comportamento da

mesma;

V. Os objectivos: funcionam como guias no processo, pois as

actividades de planeamento orientam-se no sentido de alcançá-

los;

VI. Os meios: recursos de todo o tipo (humanos, financeiros etc.);

VII. Os prazos: são os períodos dentro dos quais se devem

desenvolver determinadas tarefas e também o lapso de tempo

existente para atingir objectivos;

VIII. A coordenação: é indispensável para que haja uma sequência

lógica das actividades. À medida que aumenta a coordenação,

diminuem os custos do processo.

IX. A eficiência: elemento do qual se obterá uma escala de valores

para medir as vantagens e desvantagens de cada actividade.

X. A decisão: é referente à escolha permanente das opções que se

apresentam, gerando efeitos que se transferem ao futuro.

Para que o planeamento se realize de uma forma completa, estes elementos

têm de actuar em conjunto e nunca de uma forma isolada.

35

Tanto pode ser uma pessoa como um conjunto de pessoas, que tem por função elaborar o plano e muitas das vezes executá-lo.

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86

B. As fases mais gerais do processo de planeamento

Na elaboração de qualquer plano, o ponto de partida é o diagnóstico.

Uma vez feito o diagnóstico, o plano propriamente dito é um prognóstico sobre

o comportamento futuro do que se está a planear.

Podemos dividir o processo de planeamento em três fases genéricas: a

decisão de planear, o conteúdo do plano e a implementação do plano36.

A implementação do plano é essencialmente política, pois depende da

relação entre as forças no momento da sua aplicação.

O conteúdo do plano, é a parte mais técnica, onde são examinadas as

variáveis e se propõem medidas para a sua implementação em função da

escolha de futuros cenários possíveis.

C. Detalhando o processo em fases mais específicas

Podemos dividir o trabalho de planeamento em etapas ou fases

sucessivas mais específicas, que de modo geral sempre incluem as seguintes:

levantamento da situação (o diagnostico), análise do que será planeado,

elaboração e implementação do plano.

No diagnóstico, incluem-se certos procedimentos, tais como: recolha de

dados, análise das informações obtidas e da situação actual.

Em seguida, procede-se à análise do que será planeado, procurando

identificar as alternativas possíveis, formulando hipóteses e propondo

diferentes modelos de desenvolvimento.

Depois, procede-se à elaboração do plano propriamente dito, onde

estarão os critérios e as directrizes gerais do desenvolvimento.

A última fase do planeamento, e que na verdade nunca termina – pois

deve dar lugar a outra – é a implementação do plano.37

36

Cfr. Pardal; et. al., Idem, pp.6 e ss. 37

Cfr. DIAS, Reinaldo (2003), PLANEJAMENTO DO TURISMO – Política e Desenvolvimento do Turismo no Brasil. São Paulo, Editora Atlas.

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87

5 - O Processo de Planeamento no Desenvolvimento Turístico

O processo de planeamento está relacionado com a organização de

futuros eventos para atingir objectivos específicos38.

Planeamento e desenvolvimento integrados são uma forma de

planeamento abrangente, isso porque integra todas as formas de planeamento

– económico, físico, social e cultural. O planeamento não deve ser visto como

um conceito estático: este deve tentar produzir a melhor estratégia num mundo

de influências internas e externas que estão em constante mudança, com uma

dose de flexibilidade e de adaptabilidade a futuros cenários.

Existe uma geografia do turismo, que pretende desenvolver activos e

descobrir novos segmentos turísticos locais, regionais e nacionais. Esta forma

de organizar e de programar estes novos segmentos turísticos, está integrada

num processo de planeamento do desenvolvimento turístico à escala local e

regional. Que passam pelas estratégias para o desenvolvimento do turismo

rural, com a implementação e valorização do Turismo no Espaço Rural (TER).

a partir deste Programa Nacional de Turismo no Espaço Rural, valorizam-se os

vectores turísticos: espaço, paisagem e cultura. Produtos turísticos de pequena

e média escala, uma espécie de segmento de proximidade, que pretende levar

o turista para uma lógica de consumo turístico mais sustentável e mais

ecológico, isto é, um turismo que minimize os impactos negativos no ambiente,

na natureza e no património.

Estamos, perante uma proposta turística que visa contribuir para um

desenvolvimento sustentável, a partir de uma nova filosofia de programar e de

planear o turismo em função do desenvolvimento local e regional. Para

Rodrigues (2000: 99 e ss.) o «turismo como desafio ao desenvolvimento

contempla o lugar, ou seja, pensa o desenvolvimento à microescala,

38

Ver por exemplo, PORTUGAL. QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO NACIONAL 2007-2013. Este documento consubstancia a proposta de enquadramento para a aplicação da política comunitária de coesão económica e social em Portugal no período de 2007-2013. De referir a AGENDA PARA A VALORIZAÇÃO DO TERRITÓRIO, bem como os Programas Operacionais. Refira-se ainda as políticas públicas de desenvolvimento conducentes a uma Coesão Territorial, desde a Qualificação das Cidades e do Território.

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88

ressaltando a vocação dos lugares», bem como evidencia a importância do

planeamento turístico e o ordenamento territorial enquanto instrumentos

eficazes na conservação e qualificação do espaço local e regional – estrutura

turística por excelência.

Ainda que o planeamento, como um conceito dinâmico, possa assumir

uma série de formas, há uma estrutura coerente que pode ser aplicada ao

processo de planeamento. Como por exemplo:

Quadro X – Os estágios principais do processo de planeamento

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89

5.1- Reconhecimento e Preparação do Estudo

O reconhecimento e preparação do estudo estão relacionados com o

reconhecimento pelas autoridades (governo), iniciativa privada e comunidade

local, de que o turismo é uma opção desejável de desenvolvimento. O facto de

se reconhecer a necessidade de uma estratégia é importante, e é um indicador

de que o governo e as pessoas estão conscientes da complexidade do turismo

e da necessidade de coordenação.

5.2- Estabelecimento de Objectivos ou Metas para a Estratégia

Alguns dos objectivos principais que geralmente são encontrados em

planos de desenvolvimento do turismo são em seguida expostos:

Desenvolver um sector turístico que, em todos os aspectos e em todos

os níveis, seja de alta qualidade, mesmo que não necessariamente de

alto custo;

Encorajar o uso do turismo, tanto para o intercâmbio cultural quanto para

o económico;

Distribuir os benefícios económicos do turismo o mais amplamente

possível e para a maior parte da comunidade anfitriã;

Preservar os recursos naturais e culturais como parte do

desenvolvimento do turismo;

Atrair turistas com alto padrão de despesas;

Aumentar oportunidades de emprego;

É importante que os objectivos estabelecidos no plano de desenvolvimento

sejam claros, não – ambíguo, não – conflituosos e alcançáveis. Se os

objectivos forem vagos e/ou conflituosos, o plano de desenvolvimento do

turismo estará condenado ao fracasso.

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90

5.3- Pesquisa sobre Dados Existentes

Antes de iniciar a colecta de dados, é importante desenvolver uma

procura de informações já existentes. Ainda que possa ser óbvio, existem

muitos casos em que os dados cruciais para o planeamento do

desenvolvimento do turismo, são colectados e mantidos por sectores do

governo que não são expressamente ligados ao processo de planeamento.

5.4 - Implementação de Novas Pesquisas

Depois de conhecidos os dados existentes e o alcance dos objectivos de

planeamento tenha sido estabelecido, as lacunas de informação podem ser

preenchidas pela colecta de dados primários. Os requisitos de dados são

bastante amplos e incluem:

Características padrões de viagens dos turistas;

Inventário de atractivos turísticos;

Inventário de instalações de hotelaria;

Inventário de outras instalações turísticas;

Estrutura económica – todos os sectores;

Indicadores ambientais;

Características socioculturais;

Investimento e capital disponível – todos os sectores;

Organização do sector público e privado;

Todos estes factores são avaliados tanto em relação ao seu estado actual,

quanto ao seu estado projectado dentro da escala do tempo do plano de

desenvolvimento.

Page 91: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

91

5.5 Análise

.5.1 -Avaliação do Potencial Turístico

Essa área de análise examina o stock potencial e existente de recursos,

as formas pelas quais podem ser desenvolvidos e os prováveis limites desse

desenvolvimento. A avaliação de potencial também deve incluir um exame da

infra – estrutura, para que se determine se é necessário um maior

investimento.

5.6 -Análise de Mercado

A análise de mercado realizada durante o planeamento do

desenvolvimento do turismo tem, às vezes, um alcance pequeno demais para

ser de uso ideal. Entre as questões iniciais que precisam ser abordadas, estão

as tendências de mercado globais e regionais e as tendências do próprio país,

por tipo de actividade turística.

5.6.1 - Planeamento e Desenvolvimento

Uma questão fundamental a ser estudada sob esse título é a

programação das fases do plano de desenvolvimento, ara garantir uma

implementação de sucesso. A secção de análise engloba todas as questões,

como o número de empregados estrangeiros, a estratégia de marketing a ser

adoptada, os incentivos a investimentos, as estruturas organizacionais e os

programas de qualificação.

5.6.2 - Avaliação de Impacto

As avaliações de impactos devem ser muito abrangentes, cobrindo

questões como os efeitos prováveis que o desenvolvimento terá sobre a

comunidade local e o meio ambiente, as implicações económicas e as

prováveis taxas de retorno económico. A integração das avaliações de

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92

impactos económicos, ambientais e socioculturais é um avanço fundamental

nas ferramentas de planeamento do turismo.

5.6.3 -Política de Acção e Formulação de Planos

Os resultados das análises da pesquisa de dados provavelmente não

proporcionarão uma solução única, e tenderão a seguir uma série de

possibilidades para estratégias de desenvolvimento. O processo a partir daqui

formula esboços de planos com base em cada opção de politica derivada das

análises.

5.7 - Recomendações

O plano preferido e seleccionado com base nas análises, é submetido

pela equipa de planeamento às autoridades, juntamente com recomendações

relacionadas aos métodos ideais para desenvolver o turismo no destino e, ao

fazê-lo, atingir objectivos do plano. Durante o processo de discussões, o plano

final de desenvolvimento é formulado.

5.8 - Implementação do Plano

Os métodos de implementação do plano de desenvolvimento serão

avaliados durante a maioria dos estágios da sua construção. No momento em

que se atinge esse estágio de implementação, todos os controlos necessários

de legislação e regulamentação terão sido colocados em funcionamento.

Durante o estágio de implementação, uma atenção especial deverá ser dada à

organização das fases do plano, e o caminho da análise crítica terá resultado

áreas que poderão ser motivo de preocupação.

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93

5.9 -Monitorização e Reformulação

Uma vez implementado o plano de desenvolvimento, ele deverá ser

monitorizado de perto para detectar quaisquer desvios que possam ocorrer no

caminho projectado para o desenvolvimento. Factores internos e externos

poderão influenciar o desempenho da estratégia e é importante que os

sistemas de monitorização capacitem os pesquisadores a estas mudanças

relevantes. Mesmo assim, o plano de turismo provavelmente enfrentará factos

inconcebíveis, diante dos quais a equipa de pesquisadores e os formuladores

de políticas terão que confiar na intuição.39

39

Cfr. CHOOPER, Chris; FLETCHER, John; FYALL, Alan; GILBERT, David; WANHILL, Stephen (2007), Turismo: Princípios e Práticas, 3ªedição, Porto Alegre, Bookman

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94

6 - Planeamento do Desenvolvimento do Turismo: quando não dá certo

Até mesmo os planos mais bem preparados podem ser derrubados ou

fracassar devido a eventos inesperados. A gestão de desastres é um elemento

importante no planeamento dos dias actuais, e o turismo está sujeito a uma

ampla gama de desastres, incluindo terramotos, furacões, epidemias de

doenças contagiosas e actos de terrorismo. Muitos planos de desenvolvimento

do turismo acabam por fracassar nos mais variados graus. Dado o facto de que

tais planos operam num ambiente que muda constantemente por causa de

forças que agem fora do controlo das autoridades e muitas vezes fora da área

geografia do destino, talvez isto não seja uma surpresa.

6.1 - Fracasso do Plano no Estágio de Projecto

Muitos planos de desenvolvimento do turismo que fracassam, fazem-no

porque no estágio de projecto seguem não mais do que a formulação básica do

desenvolvimento do turismo. Tendo em conta o plano básico do

desenvolvimento do turismo presente na figura 8, pode-se dizer que um plano

assim estruturado irá oferecer uma base geral para investimentos estaduais ou

municipais/locais e, auxiliará a guiar e a avaliar as propostas dos

empreendedores privados.

Um dos riscos de se elaborar planos de desenvolvimento com o

objectivo de procurar investimento financeiro é que uma visão míope de lucros

e perdas pode fazer com que os planeadores deixem de lado algumas das

questões fundamentais envolvidas. Isso poderá muito bem resultar num plano

que fracasse tanto financeiramente quanto estruturalmente.

Esse plano de desenvolvimento não leva em consideração o impacto do

turismo na comunidade hospedeira, no meio ambiente e na economia. Os

projectos são avaliados apenas sobre uma base financeira (contabilidade de

lucros e perdas) e não levam em conta os custos e os benefícios sociais.

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Coloca-se muita ênfase no desenvolvimento económico, ou seja,

desenvolvimento do turismo baseado na oferta, sem a adequada consideração

dos retornos de investimento de capital e efeitos sobre o mercado.40

Quadro XI – Plano de desenvolvimento do turismo básico

40

Cfr. CHOOPER, Chris; FLETCHER, John; FYALL, Alan; GILBERT, David; WANHILL, Stephen (2007), Turismo: Princípios e Práticas, 3ªedição, Porto Alegre, Bookman

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96

7 - Planeamento do Turismo a Nível Local

7.1- O Turismo e o Município

O turismo é uma actividade económica que todo o ano, mobiliza

milhões de pessoas. Em consequência gera grandes impactos económicos,

socioculturais e ambientais nas comunidades receptoras, que reflectem em

profundidade sobre o nível local onde concretamente se desenvolve a

actividade. As localidades arcam com os custos e recebem os benefícios e os

problemas provocados pela actividade.

A vinculação do local e do global é claramente percebida no turismo,

pois quando se fala de fluxos turísticos internacionais, os impactos que se

observam ocorrem, essencialmente, no nível local, onde se localizam os

atractivos que estão sob o controlo territorial de alguma administração local.

O município sob esse prisma assume um papel fundamental no

desenvolvimento turístico, pois cada lugar possui características únicas que o

diferenciam.

Do ponto de vista económico, o turista gasta dinheiro no município,

principalmente: em compras diversas, transporte, alojamento e consumo de

alimentos e bebidas, entre outras coisas. Cada um desses gastos reflecte em

diversos sectores da economia, beneficiando directa ou indirectamente um

número significativo de pessoas, activando o mercado, gerando trabalho e

empregos diversos.

Dada a sua importância, o município deve exercer o papel de orientador

da actividade turística local, articulando com os demais sectores da sociedade

– empresários, sociedade civil organizada, empresários da área do turismo etc.

– a politica de turismo local, que pode ser concretizada através de um plano de

desenvolvimento turístico.

Existem várias funções que o município não deve deixar de exercer, de

entre as quais:

a. Acompanhar o desenvolvimento da actividade turística,

efectuando a contagem dos fluxos turísticos recebidos e o

controlo da qualidade dos bens e serviços oferecidos;

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97

b. Monitorização do estado dos atractivos turísticos naturais e

culturais, providenciando que estes sejam utilizados de forma

racional;

c. Promover o município em diferentes mercados estrategicamente

escolhidos (nacionais e regionais);

d. Incentivar parcerias entre os empresários turísticos e outros

comerciantes locais;

e. Obter e fornecer informação permanente e actualizada sobre a

actividade turística regional, nacional e internacional;

f. Intervir directa ou indirectamente para a realização de obras de

infra – estruturas que contribuam para o turismo como , a

melhoria dos acessos, rotas, pontes, serviços básicos(água

potável, saneamento, energia eléctrica etc,).41

41

Cfr. DIAS, Reinaldo (2003), PLANEJAMENTO DO TURISMO – Política e Desenvolvimento do Turismo no Brasil. São Paulo, Editora Atlas.

Page 98: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

98

7.2 - O Papel do Turismo no Desenvolvimento Municipal

O turismo, apresenta características específicas, que o diferencia de

outras actividades económicas, sendo uma delas, o facto de que deve ser

consumida no local a matéria – prima que o sustenta. Nesse sentido, é uma

actividade que tem uma dupla face, pois ao mesmo tempo em que o espaço é

produtivo, também é um espaço de consumo.

Neste sentido, pode-se fazer uma dupla leitura do papel do turismo no

município, que apresenta oportunidades e riscos.

As oportunidades que o desenvolvimento turístico apresenta são:

aumento dos lucros, criação de novos postos de trabalho, incremento de

actividades de protecção ambiental e cultural, ressurgimento de festas

tradicionais etc.

Contudo, também existem factores de risco que devem ser

consideradas, pois o turismo exerce uma enorme capacidade de transformação

das estruturas territoriais, pois implica uma super exploração do património

natural e cultural no contexto dos modelos de desenvolvimento turístico

marcados pela improvisação e sobretudo pela cultura do curto prazo.

No turismo é fundamental a relação entre o local e o global pois quando

uma família decide o destino das suas férias, estará a intervir directamente

num determinado local que sofrerá alterações (sociais, culturais, económicas e

ambientais) em função dessa decisão. Dependerá do planeamento que foi

feito, para o acolhimento dos visitantes e da perspectiva que se tem, mantê-los

como propagadores das qualidades do local e, averiguar se as modificações

implícitas no local serão ou não positivas.

Para obter vantagens, devemos destacar as grandes tendências que

afectam a procura, a oferta, a promoção e a comercialização do produto

turístico.

Pelo lado da procura podemos destacar cinco tendências:

Aumento da consciência ambiental;

Consumidores mais exigentes quanto à qualidade;

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99

Maior interesse na diversidade cultural;

Maior mobilidade dos turistas nos destinos tradicionais;

Aumento do interesse pelas práticas mais activas de lazer.

Pelo lado da oferta, devem-se destacar as seguintes tendências:

Evitar a padronização dos produtos turísticos;

Adoptar padrões de qualidade nos estabelecimentos que

recebem os turistas;

Ampliar a diversidade de produtos oferecidos;

Integração paisagística ambiental das instalações

turísticas.

De acordo com Gomez (2002), uma das principais estratégias turísticas,

na escala municipal, deveria ser a de conceber que o seu território e o meio

ambiente são o capital fixo do seu desenvolvimento turístico. A conservação da

natureza não é um custo para a comunidade local, mas sim uma vantagem

turística, já que essa é uma das procuras mais oferecidas pela maior parte dos

segmentos do mercado turístico internacional. A primeira estratégia municipal a

adoptar no âmbito turístico, deve ser reunir esforços na protecção e no fomento

do meio ambiente local, como fórmula de atracção turística.42

42

Em relação ao património ambiental e natural, o concelho de Baião não está integrado na Rede NATURA 2000, não existem biótipos classificados de interesse regional, nacional e europeu o que levanta alguns problemas na preservação e valorização dos recursos naturais e ambientais existentes no concelho. Outro dos problemas existentes vem mencionado e tipificado nos instrumentos de planeamento à escala nacional, a ausência de massa crítica na área ambiental e ecológica. De referir, aliás, que no concelho não existe movimento associativo de relevância na área do ambiente e da ecologia. Facto que explica, de certa forma, a fraca identidade concelhia na identificação dos seus activos culturais, ambientais e naturais.

Page 100: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

100

7.3 - Organização do Turismo no Âmbito Municipal

Muitas das medidas adoptadas no âmbito municipal, que num primeiro

momento podem não ter nada a ver com turismo, na realidade podem gerar

indirectamente potencial turístico. A criação de um lugar agradável para os

seus próprios habitantes, organizando os espaços públicos – ruas, praças,

avenidas -, regulamentando de forma adequada os espaços ocupados pelas

residências, indústrias, comércio, bens culturais, gera potencial turístico.

A conservação do património histórico, a manutenção dos recursos

naturais e a organização de informação correcta ao público do significado

desses lugares, provocarão procura turística.

Da mesma maneira, ocorre com muitas politicas de promoção cultural,

feiras, teatros, museus, actividades de lazer, parques, jardins, etc., que

primeiramente destinados aos próprios habitantes, podem converter-se em

focos de atracção de visitantes de fora do município.

Além dessas medidas, os municípios podem adoptar outras medidas,

relacionadas com o desenvolvimento do turismo, entre as quais podemos

destacar:

Estabelecer um planeamento para o desenvolvimento da actividade

turística, tendo e consideração a capacidade de suporte, os prováveis

impactos causados pelo turismo na economia, no ambiente e na cultura

local, nas infra – estrutuas existentes e nos recursos disponíveis;

O município deve assumir a liderança do processo de desenvolvimento

turístico local, estabelecer estratégias junto dos operadores, agentes e

empresários que actuam na actividade turística no âmbito municipal.

Deve ser criado um Conselho Municipal, fórum legítimo de discussões

sobre os rumos do turismo no município;

Articular com a iniciativa privada o desenvolvimento turístico. Muitas

vezes, a ânsia de obter um retorno para o capital investido, leva os

Page 101: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

101

empresários a não perceber que podem estar a destruir a fonte de lucro.

As administrações municipais devem intervir no sentido de melhorar a

qualidade e a competitividade, numa perspectiva de sustentabilidade;

Promover o município como destino turístico, junto dos mercados

emissores, tanto nacionais quanto internacionais. O município é o factor

que mais atrai as correntes turísticas, por ser o depositário dos recursos,

e onde se estabelece por parte do visitante, o vínculo com a localidade

onde se hospeda, onde obtém o atendimento das suas necessidades,

etc. a potencialização da imagem do município, onde se encontram os

atractivos turísticos é provavelmente, a politica de promoção mais

adequada.

Finalmente, o ponto fundamental, o apoio ao turista. Os municípios

independentemente das medidas adoptadas pelo sector privado devem

ter uma politica própria de atendimento do fluxo turístico. Entre estas

estão: colocar placas de sinalização em todos os locais públicos com

informação relevante, promover junto das escolas cursos e campanhas

de esclarecimento do papel do turismo e do turista no desenvolvimento

do município e desenvolver campanhas de esclarecimento e informação.

Estas sugestões são importantes para o inicio de um processo de

desenvolvimento turístico, no entanto, há outras medidas mais especificas que

podem ser consideradas como necessárias em qualquer plano turístico, entre

os quais:

Promoção da imagem do município;

Criação de novos produtos turísticos. A criação de novos produtos é

uma combinação de técnica e criatividade e que envolve a exploração

de um amplo leque de possibilidades;

A comercialização. É outro aspecto importante que envolve descontos

como promoção de vendas, em dias específicos, para determinados

grupos ou, para um conjunto de actividades. O trabalho de informação

Page 102: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

102

no local é um factor importante e, deve ser ampliado e localizado em

cada ponto turístico com informações detalhadas e que possibilitem uma

maior interacção do turista com o atractivo. No entanto, não basta a

informação, há que se dar atenção à qualidade desta;

Prioridade na qualidade da prestação dos serviços. Entre outras acções

estão: a procura da excelência na prestação dos serviços; aprioridade

na atenção do cliente turista; o desenvolvimento de cursos; seminários

com a participação dos empregados dos restaurantes, hotéis e outras

empresas que dependem da procura turística, no sentido de

melhoramento do atendimento; e a manutenção de um levantamento

permanente da satisfação do consumidor;

A importância dos eventos periódicos, pois estes criam um importante

efeito turístico. Não se trata somente de captar eventos, as também de

criá-los numa perspectiva criativa de activação de uma potencial

procura;

Reorientação do comercio, que deve ser orientado para atender o

turista, tanto na diversificação dos produtos, com o aumento da

singularidade, como na qualidade do atendimento no que diz respeito à

hospitalidade. É necessário saber encontrar uma marca identitária, que

pode ser a predominância de determinados produtos de

comercialização, a fachada das lojas, a concentração de determinados

produtos alimentares etc.

Melhorar os equipamentos culturais. O aumento da procura do lazer

pode ser satisfeito com actividades culturais como, exposições, teatros,

recitais, shows, sessões de jazz, etc.

Page 103: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

103

8 - Estrutura de um Plano Municipal de Desenvolvimento Turístico

Há vários tipos de abordagens para a elaboração de um Plano Municipal

de Turismo, que dependerão da equipa responsável pelo planeamento. Quanto

mais multidisciplinar for a equipa, melhor elaborado será o planeamento.

Um modelo apresentado, terá sempre a “marca” pertencente a quem o

elaborou, e se fosse feito por outro, certamente seria apresentado de outra

forma.

De um modo geral, os elementos fundamentais de um plano são: o

diagnóstico (caracterização geral do município; descrição e classificação da

oferta; descrição e classificação da procura; avaliação), o prognóstico; as

propostas; a implantação e a avaliação continuada.

8.1 - Elementos Essências na Elaboração de um Plano Municipal de

Turismo

8.1.1 - O Diagnóstico

A primeira tarefa na elaboração de um plano de desenvolvimento, de

qualquer tipo, é a elaboração de um diagnóstico.

O diagnóstico, na realidade, é o pilar fundamental no processo de

planeamento, compreendendo algumas fases, que podem ser:

A) Avaliação socioeconómica e territorial do Município

O município deve ser perfeitamente caracterizado e identificável. A

localização e a caracterização geográfica, a população, a economia local são

alguns dos aspectos a serem considerados.

Page 104: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

104

Aspectos demográficos e económicos: população e a sua

distribuição por grupos de idade, sexo, ocupação, etc.

Aspectos institucionais: a estrutura administrativa pública,

relação económica e fiscal com os governos municipais;

órgãos públicos relacionados com o turismo e a sua

representação no município.

Aspectos históricos: datas importantes na história

municipal; factos históricos relevantes, papel do município

na história regional e nacional; figuras representativas no

cenário nacional nascidas ou que viveram no município.

Aspectos territoriais: a localização geográfica; os limites; os

recursos hídricos; a vegetação; o clima; distribuição

espacial da população do município.

A infra-estrutura social: infra-estrutura viária; numero e

estado das instituições de ensino e de saúde; rede de

esgotos; abastecimento de água; rede eléctrica;

comunicações; transportes, etc.

B) Descrição e classificação da oferta turística

É aqui onde se identifica e avalia o potencial turístico do município com

descrição e classificação dos: recursos turísticos; infra-estruturas e serviços

básicos.

Recursos turísticos:

o Factor determinante para o desenvolvimento da actividade

turística;

o Motivam o indivíduo a viajar;

o Fornecem as condições mínimas para que se estruture

uma oferta turística;

Page 105: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

105

Eventos existentes e programados:

o Um evento planeado e organizado com o objectivo de atrair

um público específico constitui um importante atractivo;

o Um evento realizado pode apresentar uma potencial

procura que, só não acontece por não existir um

planeamento e organização adequados e que o minimize,

atraindo assim uma maior quantidade de visitantes;

Infra-estrutura e serviços básicos

o Permitem que o turista se desloque entre o seu lugar de

origem e o destino, e oferecem as condições adequadas

para a satisfação das suas necessidades;

o Compreende as comunicações, transportes, o ciclo

hidrológico (água potável, serviços de esgoto,…),

qualidade de organização do território;

o O perfeito funcionamento destes elementos contribui para o

aumento do fluxo de visitantes e para melhorar a qualidade

de vida da comunidade receptora.

C) Descrição e Classificação da Procura

Para conhecer a procura turística, deve-se ter em conta quatro aspectos

básicos:

1. Não existe uma única procura turística, os turistas respondem

a motivações diferentes, em função da idade, local de origem,

faixa social, etc., exigindo uma procura segmentada que deve

ser sempre tida em consideração.

Page 106: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

106

2. A procura turística, é elástica e de uma forma geral muito

sensível a qualquer estimulo que afecte positiva ou

negativamente um destino turístico.

3. No conjunto da população que reside no país pode-se

contabilizar uma procura real, que é a que viaja para os

destinos turísticos, no entanto, também existe uma procura

potencial, que poderia viajar e que não o faz por algum motivo

que pode ser temporário.

4. As tendências, gostos e motivações dos turistas estão a

mudar. Não se tem apenas o interesse de visitar uma

localidade para a conhecer, mas também para participar de

forma a existir uma maior integração com a comunidade local.

D) Avaliação

A avaliação pode ser considerada a etapa inicial da elaboração do plano,

pois é com aparte dessa avaliação que se identificarão os problemas e qual a

evolução provável do quadro em função dos dados disponíveis.

8.1.2 - Prognóstico

Depois do diagnóstico feito, pode-se estabelecer qual o rumo que será

tomado pelo desenvolvimento turístico. O prognóstico deve proteger uma

imagem para o futuro.

Se a projecção não for aquela desejada pela comunidade, estabelece-se em

linhas gerais qual seria a meta alcançada. Depois de estabelecidos os

objectivos, discutem-se propostas que são avaliadas da mesma forma,

fazendo-se um prognóstico de como se desenvolverá o turismo caso sejam

implantadas as proposições feitas.

Page 107: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

107

8.1.3– Propostas

Após serem avaliados os caminhos possíveis em função das acções

realizadas no presente, chega-se à fase de descartar as propostas que não são

viáveis e seleccionar aquela que atende aos objectivos que se deseja alcançar.

8.1.4- Implantação do Plano Municipal de Desenvolvimento Turístico

A fase de implantação do Plano é a operacionalização dos programas e

projectos previstos, de acordo com as directrizes estabelecidas pelo plano.

A fase de implantação +e onde se verifica a real dimensão da

participação ao longo do processo de elaboração do planeamento.

8.1.5 - Avaliação Contínua

Esta é a última etapa do processo. Muitas das projecções incluídas no

plano, podem ser modificadas em função da dinâmica do turismo, e para que

se façam correctamente as alterações no plano original proposto é necessário

que os agentes do processo sejam alimentados com o fluxo permanente de

informações seguras, para que sejam tomadas decisões.

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8.2 - Estrutura e Conteúdo de um Plano Municipal de Desenvolvimento

Turístico

O planeamento pode ter várias foras de ser realizado, num maior ou

menor numero de etapas que dependerão sempre da equipa técnica

constituída para implementá-lo.

Desse modo, qualquer proposta que apresente a estrutura e o conteúdo

de um plano é só uma das alternativas possíveis e trata-se de uma escolha

realizada entre várias possibilidades. No entanto, há elementos que se tornam

essenciais como:

O diagnóstico participativo e o prognóstico do sector turístico;

Definição de uma imagem objectiva para o turismo da localidade;

Identificação dos objectivos para o desenvolvimento do turismo na

comunidade;

Formulação de uma estratégia de desenvolvimento para o turismo para

a comunidade;

Preparação de programas e projectos do Plano de Desenvolvimento

Turístico;

Identificação das fontes de financiamento;

Controlo e avaliação do cumprimento do plano.

Estes tópicos podem tornar-se num resumo para o estabelecimento de um

documento final para uma proposta de desenvolvimento turístico de uma

localidade – o Plano.

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109

9 - Análise SWOT

Após uma breve análise do contexto que envolve o município de Baião,

são apresentados os pontos fortes e fracos do mesmo, de forma a

conseguirmos interliga-los com as oportunidades e as ameaças que existam ou

que possam vir a existir interna e externa. Esta análise é feita através do

modelo SWOT (Strenghts – os pontos fortes internos da organização;

Weaknesses – os pontos fracos internos da organização; Opportunities – as

oportunidades externas que possam surgir; Threats – as ameaças externas

enfrentadas pela organização)43.

David C. Watt (2002:83-84) apresenta um esquema metodológico, a

partir de uma matriz baseada na Analise Swot, em função dos pontos fortes,

dos pontos fracos, das oportunidades, das ameaças a oferta turística. O autor

apresenta, de forma simplificada uma grelha de conteúdos tipificados que nos

permite avaliar da possibilidade de implementação de activos/segmentos

turísticos em contextos locais e regionais. Assim, apresenta como:

Pontos fortes

- Capacidade de equipa

- Conhecimento especializado e experiencia

- Reputação local

- Apoio político

- Entusiasmo e compromisso

Pontos fracos

- Estrutura de transporte de má qualidade

- Recursos financeiros limitados

- Imagem pública negativa

- Falta de qualificação para a gestão

43

Cfr.Watt, David C.(2007) Gestão de Eventos em Lazer e Turismo. O autor no capítulo 5 sobre Marketing (pp.78 -94) descreve-nos as vantagens da Analise swot aplicada ao estudo de segmentos turísticos em contextos locais.

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Oportunidades

- Aumento da divulgação entre o público

- Desenvolvimento de parcerias

- Retornos financeiros

- Mudança de atitudes

- Oferta de novas possibilidades

Ameaças

- Falta de apoio comercial

- Concorrência de promoções semelhantes

- Tendências económicas

- Mudanças nas prioridades de financiamento

O objectivo deste modelo é identificar e analisar o alcance da actual

orientação estratégica, em especial dos seus pontos fortes e fracos, no que diz

respeito à capacidade de lidar com mudanças que possam ocorrer no meio

envolvente do Município.

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111

Figura 9 – A Análise SWOT44

Nota: A análise SWOT é uma das técnicas mais utilizadas em investigação social, quer na elaboração de

diagnósticos, quer em análise organizacional ou elaboração de planos.

44

In SCHIFER, Ulrich (2006) Método Aplicado de Planeamento e Avaliação, pp. 139 – 140.

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112

9.1 - Analise SWOT aplicada ao Concelho de Baião

Quadro XII

Pontos Fortes Pontos Fracos

- Paisagem única;

- Riqueza cultural e antropológica;

- Património natural e paisagístico, expresso

na sua qualidade e diversidade de recursos

naturais;

- Gastronomia de qualidade;

- Forte tradição agrícola;

- Riqueza etnográfica;

- Proximidade a grandes centros urbanos,

nomeadamente os pertencentes à Área

Metropolitana do Porto;

- Os produtos regionais; vinhos verdes,

artesanato, gastronomia;

- As aldeias rurais, como Currais e

Mafômedes, etc;

- Existência de espaços com fortes

potencialidades para o desenvolvimento do

TER;

- Grande frente de água no Rio Douro

(referencia à exclusividade de Ribadouro até

à ponte de Mosteirô)45

;

- A linha do Douro com várias estações no

concelho de Baião;

- A Fundação Eça de Queirós;

- A Casa de Chavães (com a Pousada da

Juventude);

- O Pavilhão Multiusos;

- A Piscina Municipal;

- O Auditório Municipal;

- População envelhecida;

- Baixos níveis de escolaridade;

- Pouca sinalização turística;

- Incapacidade de fixação dos visitantes;

- Insuficiente capacidade de alojamento de

qualidade no centro do Concelho;

- Falta de recursos humanos qualificados;

- Falta de elites urbanas;

- Encerramento das Piscinas Municipais;

- Falta de passeios pedonais;

- Falta de investimento na zona de montanha;

- De uma forma geral não existe organização e

qualificação da oferta turística;

-Falta de uma estratégia de desenvolvimento de

todo o concelho de forma equilibrada;

- Falta de visibilidade do actual posto de turismo

da sede do concelho;

- Deficiência ao nível de estabelecimentos

culturais e outros de apoio à actividade turística

(não existe um museu municipal que funcione

como uma ancora de referência cultural da sede

do concelho) ;

- Deficiência a nível da oferta complementar de

animação turística, entre elas a organização de

eventos culturais, locais de venda de artesanato

e produtos regionais;

-Aldeias rurais com algum estado de

envelhecimento e ruína sem infra-estruturação

para actividade turística;

45

A frente de água da Pala permite a construção de um equipamento âncora de dimensão regional, que possibilite a valorização do Rio Douro (a grande auto-estrada turística internacional que liga a cidade do Porto a Espanha). Esta estrutura se devidamente infra - estruturada permite estabelecer uma relação de maior aproveitamento de todo este segmento turístico, conectando as cotas baixas/ do turismo ribeirinho com os segmentos dos vales e da montanha. Através da construção de um equipamento público, com uma plataforma flutuante na margem e Rio Douro, possibilitando a construção de tanques piscinas, bares, esplanadas, comércio de artesanato, lojas de vinhos, discotecas. Recreando uma espécie de strep (tripa) urbana ao longo da qual se organizava um passeio alegre de grande interacção social

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- O Mosteiro de Âncede;

- As Casas de Turismo Rural;

- O Albergue de Almofrela;

- O Douro Palace Resort & SPA;

- O Parque de Campismo do Fojo;

- Os cais no Douro (Ermida e Pala);

- O corredor ecológico do Rio Ovil;

- O complexo arqueológico da Aboboreira;

-Debilidade e abandono do sector agro - florestal

- Ausência de infra- estruturas (abastecimento

de agua, rede de esgotos, transporte urbano,

circulação interna)

-Equipamento e serviços insuficientes (saúde

publica e privada)

-Ausência de instrumentos de planeamento local

na área de turismo (carta local de turismo

inexistente), Plano Director Municipal ainda por

rever ausência de plano estratégico concelhio)

-Recursos hídricos e naturais sem plano de

monitorização de qualidade de água e ambiente

- Estado de abandono dos monumentos locais

de interesse nacional (Mosteiro de Ancede,

Mosteiro de Ermelo séc. XIII/XIV, Calvários

Barrocos);

-Ausência de recursos humanos para o turismo

Oportunidades Ameaças

- Criação de uma estratégia comercial e

turística;

- Criação de novos produtos turísticos;

- Criar e fortalecer canais de distribuição de

produtos artesanais;

- Requalificação do património edificado;

-Ordenar e valorizar o património natural e

ambiental;

- A fabricação de uma imagem de grande

atractividade e competitividade;

- Abrandamento da dinâmica industrial e

comercial;

- Aumento do desemprego;

- Perda de competitividade relativamente a

destinos/regiões concorrenciais, com a mesma

tipologia de oferta;

- Envelhecimento populacional e continuo

processo de desertificação;

- Persistência dos principais problemas de

condicionamento, ao nível de infra estruturas,

ordenamento paisagístico e de qualidade

ambiental.

- A construção em baixa densidade que levou o

concelho para um urbanismo difuso,

fragmentado e insustentável do ponto de vista

da construção de infra-estruturas, tais como

saneamento, acessibilidades e equipamentos

sociais, conduziu ao enfraquecimento da

estrutura urbana, económica e social da vila de

Baião (Campelo).

-Aparecimento de duas vilas (Santa Marinha do

Zêzere e Ancede) que desequilibraram de forma

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assimétrica a identidade urbana do concelho

conduzindo a duplicação de equipamentos

públicos um encargo económico difícil de

sustentar.

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10 - Alguns Contributos para uma Programação Turística Sustentável e

Alternativa

Na continuidade deste Relatório consideramos como estratégia

fundamental para alavancar a prática e oferta turística no concelho de Baião, a

estruturação e respectiva infra-estruturação de um complexo turístico que

tenha como eixos o Rio Douro (com a sua frente de água), a partir dos cais da

Ermida e Pala, com o apoio das infra -estrutura macroeconómicas da linha do

douro. Subindo as cotas para a Vertente do Concelho, salientando os activos

do Parque de Campismo do Fojo associados ao Mosteiro de Ancede.

Quadro XIII

Programação para área do Património e do Ambiente

Programação para a área de Lazer

- Caminhadas;

- Roteiros históricos;

- Passeios ecológicos;

- Canoagem;

- Concertos de água (Pala);

- Competições, torneios e apresentações

desportivas;

- Visitas a instituições e propriedades;

- Locais de interesse arqueológico e

patrimonial (Serra da Aboboreira),

associando ao nicho turístico

conhecimento, ciência e formação.

- Turismo Enológico/ quintas agrícolas de

produção vinícola;

- Apresentações artísticas;

- Exposições artísticas;

- Festivais de Musica;

- Feiras profissionais;

- Festa de rua;

- Exposições;

- Seminários educativos;

A programação turística no concelho de Baião deve se estruturar em

função destes três vectores/ segmentos turísticos: ambiente, natureza e

conhecimento. A actividade turística deve-se estruturar em função destes

vectores numa lógica de desenvolvimento endógeno. A implementação e

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116

qualificação da actividade turística no concelho de Baião depende da existência

de recursos humanos altamente qualificados, de parcerias criativas e

inteligentes, recursos financeiros sustentáveis, uma politica de marketing para

promoção da imagem local. È necessário a valorização da centralidade urbana

da vila de Baião com um programa e um plano urbanístico que associem

centralidade, densidade e qualidade de vida. Alargando o perímetro urbano da

vila a partir do modelo de cidade ecológica que projecte novos valores, novos

hábitos e novas praticas de vivencia social.

Evitando o plano inclinado da actualidade, que dispersa os recursos, os

meios e os financiamentos pelos outros pólos urbanos (Ancêde –Gôve; Santa

Marinha do Zêzere) na nossa opinião o pólo de Santa Marinha do Zêzere e de

Ancêde Gôve funciona como uma espécie de fantasia urbana que permite aos

políticos locais dispersar o que já esta desfragmentado.

Consideramos importante a implementação de programas de

valorização territorial como por exemplo, os programas recentes como o

Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE) e a

Rede de Serviços Comunitários de Proximidade. Estas iniciativas reflectem a

preocupação do governo em preservar as paisagens e a biodiversidade,

patrimónios distintivos de Portugal, e em promover o desenvolvimento

sustentável. Esta politica de incentivos e apoios está endossada nos três

grandes Programas Operacionais Temáticos (“Valorização Territorial” para os

projectos de transportes, ambiente e desenvolvimento urbano; “Potencial

Humano” a fim de promover as competências e qualificações; e “Factores de

Competitividade” a fim de relançar a inovação e modernização da economia)46

46

Ver por exemplo: Estudos Territoriais da OCDE. Portugal, 2008, pp.20 a 24.

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117

11 - Apêndice

11.1Apêndice Documental

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BAIÃO

CURSO PROFISSIONAL DE TURISMO

BAIÃO

Exmo. Sr. Presidente da Câmara de Baião

Dr. José Luís Carneiro

Câmara Municipal de Baião

Exmo. Sr. Presidente, os alunos do Curso Profissional de Técnicos de Turismo

Ambiental e Rural da Escola Secundária de Baião, vêm por este meio solicitar a V.

Ex.ª, um questionário no âmbito da realização de uma Prova de Aptidão Profissional.

Cordialmente,

(os alunos do Curso Profissional de Turismo)

P.S. O questionário encontra-se em anexo.

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BAIÃO

CURSO PROFISSIONAL DE TURISMO

1 – O que poderá descrever sobre a evolução turística no concelho de Baião e região do EDT?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

2- Quais as infra - estruturas turísticas existentes no concelho de Baião?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

3 - O que se tem feito para alavancar o turismo?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

4 - Quais têm sido as maiores dificuldades que um presidente encontra para conseguir

implementar os projectos turísticos?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

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_____________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

5 - Que balanço faz até agora do turismo em Baião?

_____________________________________________________________________________________

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_____________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

6 - Quais as actividades e eventos que se realizam ou que se poderão vir a realizar?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

7 - Que projectos e ideias existem para o futuro?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

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__________________________________________________________________________________

8 - Em relação às condições de vida da população acha que o turismo pode dar algum

contributo nesse aspecto?

_____________________________________________________________________________________

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_____________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

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9 - Com a evolução da sua actividade houve criação de postos de trabalho? E haverá no

futuro?

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_____________________________________________________________________________________

10 - Que contributos concretos poderá dar o concelho no que respeita à revitalização

económica e social?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

11 - Do seu ponto de vista qual será o maior desafio que o turismo irá enfrentar no futuro?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

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1 – O que poderá descrever sobre a evolução turística no concelho de

Baião e região do EDT?

A evolução que o município de Baião tem registado neste domínio é

positiva, porque se tem verificado uma aposta continuada nos sectores do

Turismo em Espaço Rural e da Hotelaria, com realce para a abertura do

primeiro Hotel do concelho, em Julho de 2008.

Sentimos que o território se tornou cada vez mais atractivo e mais

visitado, muito por força da associação ao Douro, mas também devido à

valorização e á dinamização de diversos pontos de interesse turístico como a

Fundação Eça de Queiroz, o Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho do

Mosteiro de Santo André de Ancede, o Campo Arqueológico da Serra da

Aboboreira e a Casa das Bengalas de Gestaçô.

Fizemos um esforço nesse sentido, porque temos a convicção de que o

território concelhio deve dispor de vários ponkmtos de interesse, que permitam

que o turista circule e permaneça o máximo de tempo possível entre nós.

Temos, igualmente, a percepção de que o território funciona cada vez

mais “em rede”, ou seja: as pessoas visitam Baião mas contactam também

com Amarante, Marco de Canaveses ou Resende, o que permite que

permaneçam mais tempo na região do Baixo Tâmega e do Douro Sul.

1- – Quais as infra – estruturas turísticas existentes no concelho de

Baião?

O concelho dispõe de diversas infra – estruturas relacionadas com o

turismo, o recreio e o lazer. Destaco, entre outras, espaços da

responsabilidade da autarquia ou pontos de interesse turístico, como o Posto

de Turismo de Baião, a Casa das Bengalas de Gestaçô, o Cais de Atracagem

para embarcações da Pala (Ribadouro) e de Aregos (Santa Cruz do Douro), o

Parque Verde de Baião (Campelo), o Mosteiro de Santo André de Ancede, o

Museu Municipal, as aldeias típicas ou o Campo Arqueológico da Aboboreira.

Mas podem ser, ainda, referidos outros espaços como o Centro de

Promoção do Biscoito da Teixeira, a Casa do Lavrador (Santa Cruz do Douro),

o Douro Palace Hotel (Santa Cruz do Douro) ou as diferentes unidades de

Turismo em Espaço Rural. De entre doze concelhos vizinhos, que compunham

a antiga região de Turismo da Serra do Marão, Baião é mesmo o município

Page 123: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

123

com mais oferta de Turismo em Espaço Rural, dispondo de mais de uma

dezena de espaços desta natureza.

2- – O que se tem feito para alavancar o turismo?

Em primeiro lugar quisemos unir os factores endógenos e os recursos

patrimoniais, turísticos e ambientais do território debaixo da denominação

“Baião – Vida Natural”. Dessa forma pretendeu-se associar o concelho ao bem

– estar, à qualidade ambiental e á natureza.

Em termos concretos a aposta tem passado pela qualificação e

valorização do território – através de um investimento no espaço público, nas

acessibilidades, nas redes de água e saneamento e na sinalização -, porque só

com um território apelativo e qualificado podemos ser competitivos e atractivos

para os turistas e para os investidores.

Através da nossa acção junto dos decisores políticos foi possível incluir

Baião no Pólo Integrado de Turismo do Douro (PIT-Douro), que proporciona

benefícios e apoios a investidores nesta área.

Foi também feita uma aposta na promoção do município em certames

nacionais e internacionais como a Bolsa de Turismo de Lisboa, ou o Turismo

da Galiza, associando-o sempre ao Rio Douro, que é um elemento de

projecção a nível internacional, mas também à natureza e ao bem – estar. A

este aspecto pode ser associada a promoção de Baião na imprensa, mas

também na Área Metropolitana do Porto, nomeadamente através da colocação

de cartazes.

Empenhamo-nos, igualmente, na qualificação dos cidadãos em áreas

ligadas ao turismo e à restauração, como sejam empregado de mesa, cozinha,

recepção ou hotelaria. Ao todo, entre finais de 2005 e meados de 2009 só em

acções de formação nas quais a autarquia esteve envolvida foram 127

cidadãos baionenses que melhoraram as suas qualificações.

Salientamos de igual modo a dinamização de dois grandes eventos

gastronómicos que visam promover os produtos locais: a Feira do Fumeiro e do

Cozido à Portuguesa e o Festival do Anho Assado e do Arroz do Forno.

Associados a estes eventos surgem outros produtos locais, como o Biscoito da

Teixeira, os vinhos verdes ou o Sumo de Laranja da Pala.

Page 124: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

124

Na senda da promoção da gastronomia, termino por mencionar a

iniciativa Sinfonia de Sabores, promovida em conjunto com a Associação

Empresarial de Baião e as Câmaras de Resende e Cinfães. Esta iniciativa

possibilitou a criação de merchandising e de produtos promocionais comuns

aos três municípios e patente nas unidades de restauração locais. Bem como a

promoção, conjunta, dos vinhos dos três concelhos no Cais de Gaia, em Vila

Nova de Gaia, durante um – fim – de – semana.

Desenvolvemos, ainda, uma gama de produtos de merchandising

própria do município, com quatro linhas distintas: porcelana da Vista Alegre;

uma linha artesanal; uma linha da marca Atlantis; e finalmente uma linha com

produtos de estanho. Estes produtos vão desde elementos decorativos,

passando por postais e vídeos promocionais e terminando em suportes de

transporte para as famosas Bengalas de Gestaçô. Pretendemos que os

visitantes possam levar um pouco de Baião consigo para casa.

Por último: criamos materiais de promoção e divulgação tanto do

Mosteiro de Ancede e do seu Centro Interpretativo, como roteiros/guias do

património das serras e do Rio Douro. Estes materiais servem para

contextualizar a realidade local e levar o turista a percorrer os pontos de maior

interesse do município. Os trabalhos possuem grande qualidade fotográfica e

de conteúdos.

3- – Quais têm sido as maiores dificuldades que um presidente encontra

para conseguir implementar os projectos turísticos?

Por vezes sentimos a dificuldade de associar os diferentes agentes

turísticos públicos e privados e dessa forma articular toda a oferta que existe a

nível local e regional com a oferta de eventos e actividades locais. Acredito que

faz falta ao território uma entidade, seja ela pública ou privada, que se dedique

a este trabalho de operador turístico. Seria, de certa forma, a última peça da

engrenagem.

Page 125: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

125

4- – Que balanço faz até agora do turismo em Baião?

O balanço é positivo, como já tive a oportunidade de mencionar, porque

pelos contactos que estabelecemos com os agentes de restauração e da

hotelaria conseguimos percepcionar um aumento de visitantes no território.

Temos, também, a noção de que a imagem externa do município e a sua

notoriedade têm vindo a melhorar.

6– Quais as actividades e eventos que se realizam ou poderão vir a

realizar?

Actualmente podemos destacar três grandes momentos que ao longo do

ano dinamizam a actividade turística e que são: a Feira do Fumeiro e do

Cozido à Portuguesa (Março), o Festival do Anho Assado e do Arroz do Forno

(Julho) e as Festas Concelhias de S. Bartolomeu (Agosto).

Para o futuro temos previsto, entre outros rojectos, a dinamização e

animação dos Centros Cívicos das freguesias e a realização de uma grande

iniciativa de promoção dos vinhos verdes de Baião associada às colheitas.

7 – Em relação às condições de vida da população acha que o turismo

pode dar algum contributo nesse aspecto? Com a evolução da sua

actividade houve criação de postos de trabalho? E haverá no futuro? Que

contributos poderá dar o concelho no que respeita à revitalização

económica e social?

O turismo representa já um papel muito relevante no campo económico

e social a empregar, directamente, dezenas de pessoas e ao dinamizar

indirectamente vários sectores da actividade como a restauração, o comércio e

os serviços. Saliento ainda o efeito indutor que a actividade turística tem sobre

várias produções locais – as carnes, os vinhos, o artesanato, etc. – e que se

repercute igualmente na criação de postos de trabalho e de riqueza.

No futuro perspectiva-se que a construção do Grand Douro Hotel Marina

& SPA represente um investimento de 12 milhões de euros. Trata-se de uma

unidade de cinco estrelas, localizada na Pala, em Ribadouro, com 70 quartos e

que vai criar 60 postos de trabalho.

O contributo que o turismo pode proporcionar para a revitalização

económica e social do município, decorre, em primeiro lugar, da criação de

Page 126: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

126

postos de trabalho e de oportunidades de emprego. Outro contributo positivo

reflecte-se na imagem do município que é visto como um local aprazível e que

merece a pena ser visitado, visto que a dinamização do turismo corresponde

ao acto de potenciar o melhor que cada município encerra em si.

Por outro lado, o município de Baião destacou-se no âmbito das

candidaturas ao Programa de Valorização de Recursos Endógenos

(PROVERE). As candidaturas apresentadas abrangem áreas como o Turismo

em Espaço Rural, a restauração, o Turismo Activo e de Aventura ou dos

produtos locais. Está prevista a criação de 87 postos de trabalho e o

investimento de 34 milhões de euros.

5- - Do seu ponto de vista qual será o maior desafio que o turismo irá

enfrentar no futuro?

Creio que o grande desafio que se nos coloca, enquanto município e

região, é o de tirar partido do elemento turístico “Douro”. Durante muitos anos o

Douro era apenas visto como o trajecto entre o Porto e Vila Nova de Gaia e a

Régua. E isto vale tanto para o caminho-de-ferro como ara o transporte fluvial.

Criamos uma estrutura de atracagem de embarcações nas proximidades do

Douro Palace Hotel e propomo-nos ampliar o cais de atracagem da Pala,

transformando-o em marina, que sirva de apoio ao novo hotel. É com este tipo

de investimento que pretendemos qualificar o nosso potencial turístico e tirar

partido da riqueza que é dispor de quase 30 quilómetros de Douro.

No caso de Aregos há ainda uma dimensão de travessia de barcos para

a outra margem, que permitirá que os passageiros cheguem a Caldas de

Aregos (Resende) muito rapidamente. Trata-se da recuperação de uma antiga

tradição, associada às travessias das barcas, que não só permitirá aproximar

as populações como potenciar ainda mais o turismo. Do lado de lá temos as

termas e uma piscina; do lado de Baião temos o Douro Palace Hotel ou a

Fundação Eça de Queiróz. Estamos a falar de sinergias de cooperação.

Page 127: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

127

Escola EB 2.3/S de Baião

Curso Profissional de Técnicos de Turismo Ambiental e Rural

Questionário de Turismo

Idade: <20 20-30 30 - 40 >40

Sexo: Masculino Profissão: _______________________

Feminino

1 – O que é para si o turismo?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

2 – Quais considera serem as principais características do concelho enquanto destino

turístico?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

3- Enumere os produtos turísticos que na sua opinião, dever-se-ia apostar no concelho

no que respeita a acções de promoção e divulgação?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Page 128: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

128

4 – Pensando no turismo, quais os grandes problemas do concelho?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

5 – Na sua opinião o que é que Baião necessita para se desenvolver em termos

turísticos?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

6 – Em relação ao posto de turismo, acha que este reúne a informação necessária

para satisfazer os pedidos dos turistas?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

7 – Do seu ponto de vista, acha que o turismo trouxe alguns benefícios para o

comércio?

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129

Escola EB 2.3/S de Baião

Curso Profissional de Técnicos de Turismo Ambiental e Rural

Questionário de Turismo

Idade: <20 x 20-30 30 - 40 >40

Sexo: x Masculino Profissão: Engº Civil

Feminino

1 – O que é para si o turismo?

O turismo é uma das indústrias mais importantes, devendo ser tratado como tal, ou

seja, necessita de uma política de promoção cuidada. É sem dúvida uma excelente

forma de potencializar os produtos nacionais, através de recursos qualificados e

certificados que ajudam a dinamizar a economia e naturalmente o crescimento de

cada Pais.

2 – Quais considera serem as principais características do concelho enquanto destino

turístico?

Sem dúvida que o Concelho de Baião se caracteriza por um turismo rural,

desenvolvido de forma a combater uma certa interioridade. Nos últimos anos temos

assistido a um aumento da oferta turística no nosso concelho, complementada com

diversas actividades relacionadas com o vinho. Considero o turismo rural

importantíssimo na divulgação da nossa vasta carta de vinhos, por isso as casas com

Page 130: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

130

maior história na Viticultura apostam neste tipo de actividades de modo a cativar um

público, que embora reduzido, é especialista, ajudando na propagação da marca.

3- Enumere os produtos turísticos que na sua opinião, dever-se-ia apostar no concelho

no que respeita a acções de promoção e divulgação?

Tal como referi, considero a promoção dos vinhos, complementada pela Gastronomia

da nossa região, essencial e suficiente para a expansão da marca.

4 – Pensando no turismo, quais os grandes problemas do concelho?

Considero que o grande entrave está relacionado com as acessibilidades. É com

grande agrado que assisto ao esforço progressivo que as autarquias têm efectuado de

modo a combater esta lacuna, muito embora ainda sejam necessárias muitas

melhorias.

5 – Na sua opinião o que é que Baião necessita para se desenvolver em termos

turísticos?

É essencial manter a estratégia que temos vindo a seguir. Apostar num turismo

selectivo, mas de qualidade. Creio que isso será fundamental para um crescimento

sustentável do nosso turismo.

6 – Em relação ao posto de turismo, acha que este reúne a informação necessária

para satisfazer os pedidos dos turistas?

Pela experiência que tenho, são raros os turistas efectuam os contactos directamente

com as casas ou restaurantes Baionenses. Julgo que é necessária uma participação

mais activa do posto de turismo concelhio, contribuindo para a divulgação dos

produtos.

Page 131: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

131

Escola EB 2.3/S de Baião

Curso Profissional de Técnicos de Turismo Ambiental e Rural

Questionário de Turismo

Idade: <20 20-30 30 - 40 x >40

Sexo: Masculino Profissão: Trabalhador independente

x Feminino

1 – O que é para si o turismo?

É a forma de divulgar os produtos da região e atrair a visita de novas pessoas

(turistas).

2 – Quais considera serem as principais características do concelho enquanto destino

turístico?

Dólmen, Casa Eça de Queirós, Convento de Ancede, Casa de Chavães.

3- Enumere os produtos turísticos que na sua opinião, dever-se-ia apostar no concelho

no que respeita a acções de promoção e divulgação?

Bengalas de Gestaçô, Gastronomia, Caça divulgada e protegida.

4 – Pensando no turismo, quais os grandes problemas do concelho?

É ainda ser um concelho longe dos grandes meios e não haver investimento que faça

rentabilizar o turismo.

Page 132: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

132

5 – Na sua opinião o que é que Baião necessita para se desenvolver em termos

turísticos?

Investimentos externos financeiros e meios humanos qualificados.

6 – Em relação ao posto de turismo, acha que este reúne a informação necessária

para satisfazer os pedidos dos turistas?

Ainda não está suficientemente divulgado.

7 – Do seu ponto de vista, acha que o turismo trouxe alguns benefícios para o

comércio?

O turismo ainda não está suficientemente desenvolvido, pelo que não atrai público

para atrair público para que possa investir no comércio.

Page 133: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

133

Escola EB 2.3/S de Baião

Curso Profissional de Técnicos de Turismo Ambiental e Rural

Questionário de Turismo

Idade: <20 20-30 30 - 40 x >40

Sexo: x Masculino Profissão: Comerciante

Feminino

1 – O que é para si o turismo?

Turismo, viajar, lazer, cultura. Passar os dias da melhor forma, que são tão poucos os

que cá andamos.

2 – Quais considera serem as principais características do concelho enquanto destino

turístico?

As paisagens, o sossego e a nossa gastronomia.

3- Enumere os produtos turísticos que na sua opinião, dever-se-ia apostar no concelho

no que respeita a acções de promoção e divulgação?

Arqueologia, artesanato, Rio Douro..

4 – Pensando no turismo, quais os grandes problemas do concelho?

Não termos um bom hotel aqui no centro da vila.

Page 134: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

134

5 – Na sua opinião o que é que Baião necessita para se desenvolver em termos

turísticos?

Muita divulgação do que temos e criar condições para acolher os turistas.

6 – Em relação ao posto de turismo, acha que este reúne a informação necessária

para satisfazer os pedidos dos turistas?

Sim.

7 – Do seu ponto de vista, acha que o turismo trouxe alguns benefícios para o

comércio?

Como o turismo é tão pouco os benefícios são poucos ou quase nenhuns aqui pelo

menos no centro.

Page 135: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

135

Escola EB 2.3/S de Baião

Curso Profissional de Técnicos de Turismo Ambiental e Rural

Questionário de Turismo

Idade: <20 20-30 30 - 40 x >40

Sexo: x Masculino Profissão: Comerciante

Feminino

1 – O que é para si o turismo?

O turismo como “procura” é uma forma de busca do conhecimento de lazer uma

maneira a apetecível de aliviar o stress, como “oferta” mostrar as potencialidades.

2 – Quais considera serem as principais características do concelho enquanto destino

turístico?

A beleza, a tranquilidade das paisagens com as suas aldeias tradicionais, solares,

capelas, um pouco por todo o concelho, os dólmens as festas e claro, gastronomia..

3- Enumere os produtos turísticos que na sua opinião, dever-se-ia apostar no concelho

no que respeita a acções de promoção e divulgação?

Baião deveria apostar mais para promover o artesanato o vinho, a gastronomia,

deveria arranjar melhor espaço destinado ao turismo e divulgar mais a história do

concelho.

Page 136: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

136

4 – Pensando no turismo, quais os grandes problemas do concelho?

A divulgação nem sempre chega ao público como força apesar das boas vias. Baião

não tem ainda infra estruturas para receber o turismo em força.

5 – Na sua opinião o que é que Baião necessita para se desenvolver em termos

turísticos?

Divulgação suficiente em mais áreas.

Só muitas vezes conhecido pelo S. Bartolomeu e pelo vinho.

Infra estruturas a nível de hotéis e residenciais.

6 – Em relação ao posto de turismo, acha que este reúne a informação necessária

para satisfazer os pedidos dos turistas?

Não. A impressão que o turista tem é que Baião não mostra a força daquilo que é. O

Posto é pobre e promove pouco.

7 – Do seu ponto de vista, acha que o turismo trouxe alguns benefícios para o

comércio?

Os benefícios são muito poucos, quase nulos porque o turismo é pobre “muito pobre”.

Page 137: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

137

Escola EB 2.3/S de Baião

Curso Profissional de Técnicos de Turismo Ambiental e Rural

Questionário de Turismo

Idade: <20 20-30 30 - 40 x >40

Sexo: x Masculino Profissão: Comerciante

Feminino

1 – O que é para si o turismo?

É a forma de chamar as pessoas para verem o que de diferente oferecemos para seu

deleito.

2 – Quais considera serem as principais características do concelho enquanto destino

turístico?

Será o mundo rural com as competentes inerências.

3- Enumere os produtos turísticos que na sua opinião, dever-se-ia apostar no concelho

no que respeita a acções de promoção e divulgação?

Aproveitar aldeias abandonadas, reparando-as para utilização de turistas em passeios

ou féria. Criar um circuito para utilização de veículos turísticos, envolvendo a Serra da

Aboboreira imagens do Rio Ovil. Repovoar a serra com animais selvagens já

desaparecidos como lobos, raposas, veados e águias devidamente enquadrados.

Page 138: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

138

4 – Pensando no turismo, quais os grandes problemas do concelho?

Falta de infra estruras atrás referidas e, às vezes visão curta de responsáveis.

5 – Na sua opinião o que é que Baião necessita para se desenvolver em termos

turísticos?

Em primeiro lugar as infra estruturas referidas e depois sensibilizar a população para

preservar o que de diferente oferecemos.

6 – Em relação ao posto de turismo, acha que este reúne a informação necessária

para satisfazer os pedidos dos turistas?

Não se me afigura que nas condições actuais possa servir com qualidade o fim em

vista.

7 – Do seu ponto de vista, acha que o turismo trouxe alguns benefícios para o

comércio?

A presença de turistas é uma mais-valia económica que beneficia todos os sectores,

incluindo o comércio.

Page 139: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

139

Escola EB 2.3/S de Baião

Curso Profissional de Técnicos de Turismo Ambiental e Rural

Questionário de Turismo

Idade: <20 20-30 30 - 40 x >40

Sexo: x Masculino Profissão: Funcionário Público

Feminino

1 – O que é para si o turismo?

É uma actividade que serve para desenvolver a nossa terra e mostrar aos outros o que

dela tem de bom.

2 – Quais considera serem as principais características do concelho enquanto destino

turístico?

A serra, arqueologia, a viticultura, as feiras quinzenais, as feiras gastronómicas, as

estas concelhias e o Rio Douro.

3- Enumere os produtos turísticos que na sua opinião, dever-se-ia apostar no concelho

no que respeita a acções de promoção e divulgação?

Desportos ao ar livre, prova de vinhos, bem como outras atracções, que divulguem o

nosso concelho, tais como, Festa da laranja, quintas turísticas com vindimas,

desfolhadas, criação de linhas etc…

Page 140: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

140

4 – Pensando no turismo, quais os grandes problemas do concelho?

Está pouco desenvolvido, tem muito poucos pontos atractivos.

5 – Na sua opinião o que é que Baião necessita para se desenvolver em termos

turísticos?

Baião precisa de muita coisa, mas falando sobre a minha freguesia, que é Campelo,

entre outros pólos de atracção, era necessário recuperar o lugar de Currais e o

Outeiro.

6 – Em relação ao posto de turismo, acha que este reúne a informação necessária

para satisfazer os pedidos dos turistas?

Não. Tem pouca informação e ao fim de semana está encerrado.

7 – Do seu ponto de vista, acha que o turismo trouxe alguns benefícios para o

comércio?

Não. Porque quase nada foi feito pelo turismo em Baião.

Page 141: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

141

Escola EB 2.3/S de Baião

Curso Profissional de Técnicos de Turismo Ambiental e Rural

Questionário de Turismo

Idade: x <20 20-30 30 - 40 >40

Sexo: Masculino Profissão: Estudante

X Feminino

1 – O que é para si o turismo?

É uma forma de conhecer uma certa região e os seus valores tradicionais.

2 – Quais considera serem as principais características do concelho enquanto destino

turístico?

Os dólmens e as visitas sobre o Rio Douro.

3- Enumere os produtos turísticos que na sua opinião, dever-se-ia apostar no concelho

no que respeita a acções de promoção e divulgação?

As bengalas de Gestaçô, as cestas de Frende, o bolo da Teixeira e o desporto

regional deviam ser mais promovidos.

4 – Pensando no turismo, quais os grandes problemas do concelho?

Falta de actividades para jovens.

Page 142: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

142

5 – Na sua opinião o que é que Baião necessita para se desenvolver em termos

turísticos?

De mais divulgação da região.

6 – Em relação ao posto de turismo, acha que este reúne a informação necessária

para satisfazer os pedidos dos turistas?

Sim.

7 – Do seu ponto de vista, acha que o turismo trouxe alguns benefícios para o

comércio?

Sim.

Page 143: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

143

Escola EB 2.3/S de Baião

Curso Profissional de Técnicos de Turismo Ambiental e Rural

Questionário de Turismo

Idade: <20 20-30 x 30 - 40 >40

Sexo: x Masculino Profissão: Professor

Feminino

1 – O que é para si o turismo?

Considero turismo como um conceito de lazer, bem-estar e satisfação conseguido com

a deslocação a meios deslumbrantes.

2 – Quais considera serem as principais características do concelho enquanto destino

turístico?

As principais características do concelho baseia-se na oferta de um ambiente natural,

tranquilo, acolhedor e com sabores a descobrir. Apresenta locais magníficos desde a

montanha até ao rio.

Relativamente próximo do centro urbano do Porto, bastam 40 minutos para aceder a

este local.

Page 144: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

144

3- Enumere os produtos turísticos que na sua opinião, dever-se-ia apostar no concelho

no que respeita a acções de promoção e divulgação?

O concelho deveria apostar mais na produção de produtos tradicionais, atendendo à

sua excelência, divulgando com mais actividades, quer dentro do concelho quer fora.

4 – Pensando no turismo, quais os grandes problemas do concelho?

O concelho ainda apresenta alguns problemas para resolver, nomeadamente no

aumento dos transportes eficientes dentro do concelho, mais condições de

acolhimento turístico, actividades paralelas às já existentes e aumento do intercâmbio

entre as entidades governamentais e as populações concelhias de forma a aumentar o

seu potencial económico.

5 – Na sua opinião o que é que Baião necessita para se desenvolver em termos

turísticos?

O concelho necessita de mais pontos turísticos, e desenvolver as potencialidades que

possui, quer a nível de infra-estruturas habitacionais, condições de apoio aos turistas e

acessos a pontos de interesse e sua divulgação.

6 – Em relação ao posto de turismo, acha que este reúne a informação necessária

para satisfazer os pedidos dos turistas?

Penso que sim, no entanto pode ser feito ainda mais na divulgação quer a nível interno

quer a nível externo.

7 – Do seu ponto de vista, acha que o turismo trouxe alguns benefícios para o

comércio?

É obvio que o turismo trouxe alguns benefícios para o comércio, mas é possível fazer

mais criando meios para fazer chegar os produtos da terra junto dos turistas, assim

como serviços e com isso cativar um público cada vez mais exigente.

Page 145: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

145

Escola EB 2.3/S de Baião

Curso Profissional de Técnicos de Turismo Ambiental e Rural

Questionário de Turismo

Idade: <20 20-30 30 - 40 x >40

Sexo: Masculino Profissão: Técnica de Biblioteca e Documentação

x Feminino

1 – O que é para si o turismo?

Para mim o turismo é uma actividade de podemos fazer sem ser em trabalho mas com

a finalidade de lazer, por algum período de tempo.

2 – Quais considera serem as principais características do concelho enquanto destino

turístico?

O nosso concelho é um concelho com lindas paisagens e rico em ofertas turísticas,

pena não estarem mais aproveitadas, no entanto, penso que estamos bem em turismo

de habitação.

3- Enumere os produtos turísticos que na sua opinião, dever-se-ia apostar no concelho

no que respeita a acções de promoção e divulgação?

A presença de Eça de Queirós em Baião deveria ser mais sublinhada. Porque não

fazer um íman como se fez para os dólmens: um livro aberto por exemplo: e de 1 lado

a dizer “Eça de Queirós” e o título “A Cidade e as Serras” e de outro uma frase dele

sobre Baião.

Page 146: Contributos para um Plano Estratégico de Animação Turística para o Concelho de Baião (P.E.A.T.B)

146

4 – Pensando no turismo, quais os grandes problemas do concelho?

Melhores acessibilidades para as zonas dos produtos turísticos nomeadamente para a

Serra da Aboboreira por ex.

5 – Na sua opinião o que é que Baião necessita para se desenvolver em termos

turísticos?

Divulgar mais o nosso concelho fora do nosso país. Apostar mais na publicidade e no

marketing de imagem.

6 – Em relação ao posto de turismo, acha que este reúne a informação necessária

para satisfazer os pedidos dos turistas?

Penso que no nosso posto de turismo deveria haver uma pessoa com bons

conhecimentos de línguas, sobretudo inglês e francês. Também penso que o posto de

turismo está um pouco despido.

7 – Do seu ponto de vista, acha que o turismo trouxe alguns benefícios para o

comércio?

Até ao momento acho que não porque só há bem pouco tempo é que o turismo em

Baião tem sido incentivado com a construção do “Douro Palace Hotel” por exemplo.

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11.2 - Apêndice Fotográfico

Figura 10 – Casa de Penaventosa, Campelo

Figura 11 – Capela de Nossa Senhora da Graça, Gestaçô

Figura 12 – Igreja Paroquial de Gestaçô

Figura 13 – Quinta do Ferro, Gestaçô

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Figura 16 - Igreja Paroquial do Grilo

Figura 14 – Quinta da Ermida, Santa Marinha do Zêzere

Figura 15 – Douro Palace Hotel Resort & SPA, Stª Cruz do Douro

Figura 17 – Casa da Juventude de Baião

Figura 18 – Praia Fluvial do Prenhô

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Figura 19 – Pavilhão Multiusos de Baião

Figura 20 – Piscina Municipal de Baião

Figura 21 – Auditório Municipal de Baião

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12 -Bibliografia

-Pacto para o Desenvolvimento do Entre Douro e Tâmega (Março de 2001).

Agência de Desenvolvimento Regional do Entre Douro e Tâmega.

-DIAS, Reinaldo (2003), Planejamento do Turismo – Politica e Desenvolvimento

do Turismo no Brasil. São Paulo, Editora Atlas.

-JENKINS, Carson L.; LICKORISH, Leonard J. (2000), Introdução ao Turismo.

Rio de Janeiro, Editora Campus.

-CARRILHO, Maria José; LEMOS, J. Bernardo; RODRIGUES, Ana Paula

(2003), Movimentos Pendulares e Organização do Território Metropolitano:

Área metropolitana de Lisboa, Área metropolitana do Porto. Lisboa, INE.

-STOCKLER, Carla (coord.) (2006), Encontros Culturais do Baixo Tâmega.

PATRIMÒNIO. ACTAS, 1ªedição, Câmara Municipal de Baião.

-CHOU, José Walter Teles; ANDRADE, José Roberto de Lima (2006)

Intervenção Arquitectónica e produto turístico, in Caderno Virtual de Turismo,

vol.6 nº4.

-ROSE, Alexandre Turatti (2002), Turismo, Planejamento e Marketing,

1ªedição, Manole.

-WATT, David C.(2004), Gestão de Eventos em Lazer e Turismo, Bookman.

-CUNHA, Licínio (2006), Economia e Política do Turismo, Editorial Verbo.

- OMT (2003), Turismo Internacional. Uma Perspectiva Global, 2ºedição, Porto

Alegre, Bookman.

-CHOOPER, Chris; et. alli; (2007) Turismo: Princípios e Práticas, 3ªedição,

Porto Alegre, Bookman.

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13 - Netgrafia

http://www.cm-baiao.pt/

http://www.cm-marco-canaveses.pt/

http://www.cm-amarante.pt/

http://www.amarante.pt/turismo/

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