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1 CONTRIBUIÇÕES DA PERCEPÇÃO GEOGRÁFICA E DO SERVIÇO SOCIAL PARA A EXTENSÃO RURAL INOVADORA NO ASSENTAMENTO FAZENDA ESPERANÇA – RONDONÓPOLIS - MATO GROSSO José Adolfo Iriam Sturza 1 Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT/Campus Rondonópolis [email protected] Iolanda Lopes de Oliveira 2 Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT/Campus Rondonópolis [email protected] Heli Heros Teodoro de Assunção 3 Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT/Campus Rondonópolis [email protected] Maristela Moscato Sturza 4 Faculdade Anhanguera – Uniderp. Polo de Rondonópolis [email protected] Roney da Cruz Barbosa 5 Universidade Federal de Mato Grosso –UFMT/ Campus Rondonópolis [email protected] Resumo O artigo apresenta contribuições teóricas, conceituais e metodológicas, levantadas à luz da geografia e aplicadas aos estudos e atividades de extensão rural em assentamentos rurais. A metodologia contemplou: pesquisa bibliográfica, pesquisa on line, trabalho de campo, diagnóstico rápido participativo (DRP) e outras atividades dentro do Projeto Parceria de Fibra: ações para inclusão social, geração de renda e implantação de sistema de produção da bananicultura com práticas agroecológicas no Assentamento Fazenda Esperança, Município de Rondonópolis – MT. Palavras-chave: Assentamento Rural. Extensão Rural. Lugar. Paisagem. Serviço Social. Introdução A crise ecológica atual apresenta-se mais intensa e grave nos países emergentes como é o caso do Brasil, que também necessita de maior desenvolvimento rural, social e econômico. É sabido que os recursos naturais, no caso brasileiro são intensamente explorados, especialmente pelo setor agrícola, tanto pelo agronegócio empresarial como pela agricultura familiar, foco desta pesquisa no âmbito dos assentamentos rurais. O desenvolvimento rural sustentável e um novo modelo de desenvolvimento para o espaço rural brasileiro necessitam de um suporte teórico indispensável à compreensão da complexidade das interações socioeconômicas com o meio ambiente. A

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Page 1: contribuições da percepção geográfica e do serviço social para a

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CONTRIBUIÇÕES DA PERCEPÇÃO GEOGRÁFICA E DO SERVIÇO SOCIAL PARA A EXTENSÃO RURAL INOVADORA NO ASSENTAMENTO FAZENDA

ESPERANÇA – RONDONÓPOLIS - MATO GROSSO

José Adolfo Iriam Sturza1 Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT/Campus Rondonópolis

[email protected]

Iolanda Lopes de Oliveira2 Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT/Campus Rondonópolis

[email protected]

Heli Heros Teodoro de Assunção3 Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT/Campus Rondonópolis

[email protected]

Maristela Moscato Sturza4 Faculdade Anhanguera – Uniderp. Polo de Rondonópolis

[email protected]

Roney da Cruz Barbosa5 Universidade Federal de Mato Grosso –UFMT/ Campus Rondonópolis

[email protected]

Resumo

O artigo apresenta contribuições teóricas, conceituais e metodológicas, levantadas à luz da geografia e aplicadas aos estudos e atividades de extensão rural em assentamentos rurais. A metodologia contemplou: pesquisa bibliográfica, pesquisa on line, trabalho de campo, diagnóstico rápido participativo (DRP) e outras atividades dentro do Projeto Parceria de Fibra: ações para inclusão social, geração de renda e implantação de sistema de produção da bananicultura com práticas agroecológicas no Assentamento Fazenda Esperança, Município de Rondonópolis – MT.

Palavras-chave: Assentamento Rural. Extensão Rural. Lugar. Paisagem. Serviço Social.

Introdução

A crise ecológica atual apresenta-se mais intensa e grave nos países emergentes como é

o caso do Brasil, que também necessita de maior desenvolvimento rural, social e

econômico. É sabido que os recursos naturais, no caso brasileiro são intensamente

explorados, especialmente pelo setor agrícola, tanto pelo agronegócio empresarial como

pela agricultura familiar, foco desta pesquisa no âmbito dos assentamentos rurais.

O desenvolvimento rural sustentável e um novo modelo de desenvolvimento para o

espaço rural brasileiro necessitam de um suporte teórico indispensável à compreensão

da complexidade das interações socioeconômicas com o meio ambiente. A

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racionalidade técnica e econômica que imperam nas relações socioambientais deve

abranger uma nova racionalidade ambiental (Leff, 2001) que propicie o equilíbrio entre

o desenvolvimento econômico e a exploração dos recursos naturais.

As dimensões do envolvimento entre mente e natureza podem ser: experiencial,

analítica e valorativa (Soulé in Wilson, 1997, p. 594). Sabemos que a aceleração dos

tempos e a compressão espacial (Harvey, 1999) do mundo pós-moderno restringem as

relações entre a pessoa e o ambiente geralmente a uma dimensão analítica utilitarista e

pragmática. Isto provoca uma avaliação parcial e pouco valorativa dos recursos naturais

(Santos, 2000), o desconhecimento das potencialidades, pois vivemos um tempo de

sensibilidade obstruída e baixo nível de consciência dos fenômenos e fatos.

No Brasil, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE,

2009) revelam que para uma população rural total de 30,7 milhões de pessoas, 16,5

milhões de pessoas (54% do total) foram classificadas como pobres (renda familiar per

capita mensal de até ½ salário-mínimo). Deste grupo, 8.1 milhões de pessoas são

classificadas como extremamente pobres (renda familiar per capita mensal de até ¼

salário-mínimo). A elevada concentração espacial da pobreza no Brasil é retratada por

53% dos pobres rurais e 70% das pessoas extremamente pobres, concentrados na

Região Nordeste. Somando-se as regiões Nordeste e Norte chega-se a 66% do total de

pessoas pobres domiciliadas no meio rural, e 81% dos extremamente pobres. Alagoas é

a unidade da federação com o maior número de pobres, seguida pelo estado do

Maranhão.

A agricultura familiar brasileira é responsável, em grande parte, pela produção de

alimentos consumidos pela população, diversidade de cultivos, maior produtividade de

vários segmentos e maior número de empregos que o agronegócio. No Brasil, a

agricultura familiar absorvia, em 2006, 13 milhões de pessoas (78,8% do total da mão

de obra no campo), segundo o Censo Agropecuário de 2006/MDA/IBGE/UFF, com o

mínimo de capital, tecnologia e pouco conhecimento formal (Campolin, 2005).

O Município de Rondonópolis apresenta vários assentamentos que enfrentam sérios

obstáculos de ordem socioambiental e que precisam ser analisadas sob a luz de alguns

conceitos da geografia e outras ciências. A degradação dos recursos naturais, produto do

uso inadequado, e a falta de conservação são processos da chamada crise ecológica.

Neste sentido, o Cerrado é um dos biomas mais devastados e já apresenta o fenômeno

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do topocídio, isto é, o aniquilamento ou desaparecimento dos lugares, comprovado por

Sturza (2005).

O artigo representa uma revisão conceitual e metodológica de conceitos geográficos,

como lugar e paisagem, com vistas à aplicação em metodologias participativas e estudos

de extensão rural em assentamentos rurais. A extensão rural também é discutida num

momento em que as demandas sociais e econômicas pressionam o governo para maior

investimento em Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER). O texto é finalizado

com algumas informações sobre pesquisa no Assentamento Fazenda Esperança, no

Município de Rondonópolis.

O objetivo geral do texto é contribuir para o desenvolvimento rural sustentável,

conhecimento e conservação dos recursos naturais, a partir da discussão teórica e

conceitual de lugar e paisagem; análise sucinta da extensão rural com inovação e

atividades multidisciplinares de extensão tecnológica oferecida aos agricultores de

assentamento rurais.

A percepção geográfica: contribuições conceituais para análise dos assentamentos

rurais

O processo de percepção está fundado na observação seletiva, ou seja, na escolha de

alguns elementos em desfavor de outros. A percepção e a análise das paisagens

possibilitam uma visão crítica do homem em seu ambiente e do espaço construído pelo

homem na interface da globalização e da individualidade. (Sturza, 1999, p. 34).

A percepção é um processo dialético que absorve sujeito (homem) e objeto (lugar),

filtrando as relações entre ambos, e as interfaces objetivas e subjetivas, expressas ou

obscurecidas, entre a globalização e a individualidade. As percepções, as vivências e a

memória dos indivíduos e grupos sociais são elementos importantes na constituição do

saber geográfico enquanto a produção do espaço geográfico e da paisagem se faz a

partir do imaginário social. (STURZA, 2005)

As pesquisas no campo da percepção e cognição em geografia investigam as

aspirações, decisões e ações individuais e coletivas, que os homens desenvolvem em

relação ao ambiente em que vivem – lugares e paisagens – e devem ser avaliadas sob

análise criteriosa das preferências, percepções, atitudes, valores e imagens elaborados

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pela mente humana. Os conceitos lugar e seus correlatos, topofilia, topofobia e

topocídio e não-lugar, adquirem grande importância na discussão e tomada de

consciência para um novo padrão de relacionamento entre o homem e lugar. É este

último o verdadeiro palco das paixões humanas que, por meio da ação comunicativa,

“são responsáveis pelas diversas manifestações de espontaneidade e da criatividade”.

(SANTOS, 1996, p. 258)

Alguns conceitos geográficos mostram-se adequados à investigação da temática ligada

aos estudos de assentamentos rurais e à Extensão Rural. A paisagem é um conceito

integrador já explorado por alguns autores (Bertrand, 1971 e Sturza, 1999). Os estudos

de percepção na geografia podem contribuir na pesquisa e ensino em extensão rural,

principalmente na discussão de conceitos como: lugar (Tuan, 1980 e Sturza, 2005) e

topocídio do cerrado (Sturza, 2010). As relações entre território, lugar e identidade

devem ser analisadas, especialmente hoje quando se discute a identidade territorial e

indicações geográficas. A pesquisa geográfica tem muito a colaborar na discussão do

desenvolvimento rural sustentável, agricultura familiar e assentamentos rurais.

Diferentes concepções de paisagem podem ser encontradas. Numa visão de conjunto ele

é: uma “combinação dinâmica, dialética e instável de elementos físicos, biológicos e

antrópicos” (BERTRAND, 1971, p.02) um onjunto de elementos do domínio natural,

humano, social ou econômico articulado (CHRISTOFOLETTI, 1982). Sob a luz do

estruturalismo é o “resultado da interação entre a estrutura geoecológica e a estrutura

socioeconômica” (VILÀS, 1992, p. 137). Numa visão dialética é o “campo de batalhas

de processos econômicos, sociais e biológicos contraditórios que resultam na

deteriorização paisagística” (LEITE, 1994, p. 94).

Sturza (1999) entende que paisagem é conceito operacional, pois conjuga “elementos

naturais e tecnificados, socioeconômicos e culturais”, conceito esse que permite uma

dimensão analítica do espaço. A análise das “inter-relações básicas entre os elementos

naturais e socioeconômicos da paisagem possibilitam um diagnóstico das condições

naturais do potencial ecológico e exploração biológica” (STURZA, 1999. p. 96), bem

como a avaliação das interferências da ação antrópica sobre ela. Os reflexos dos modos

de produção estão incrustados na paisagem, evidenciados em suas formas, espaços,

tempos e lugares distintos.

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O lugar é outro conceito geográfico importante para o entendimento da própria

paisagem e do espaço. Bachelard (2000), privilegiando a matriz fenomenológica,

salienta que a “alma ou espírito do lugar” está oculto no espaço vivenciado e que para

conhecê-la é necessário perceber e avaliar as atitudes da sociedade em relação ao meio

ambiente. Somente esta atividade perceptiva poderá mostrar ao homem o sentido de

lugar e contribuir para a construção deste. Então, torna-se evidente a importância do

conhecimento da maneira como a sociedade percebe o meio ambiente para qualquer

entendimento que se almeje sobre a construção do lugar.

A manutenção de valores comuns e das práticas culturais que se perpetuam no

cotidiano, depende das relações interpessoais que ocorrem nos lugares e demanda

decisões que, em muito diferem de decisões de caráter em uma macroescala. Harvey

(1999) acredita ser extremamente relevante o contexto de lugar e a ação, os quais não

podem ser avaliados a não ser a partir de um caminho particular de análise que vai do

lugar ao espaço e volta ao lugar. A análise do lugar identifica uma tensão ou confusão

entre definição e experiência, a primeira relacionada às atividades de abstração e

cognição e, a segunda, mais ligada à experiência humana de percepção, atitudes e

valores, portanto, afetiva e emocional. Lugar sempre foi um conceito-chave discutido no

cerne da Geografia, porém sob o espectro de diversas abordagens e olhares específicos

que não conseguem mostrar a sua amplitude resultante da multiplicidade de

interconexões entre o homem e o ambiente. (STURZA, 2011, p. 69).

É imprescindível pensar-se a identidade do lugar simultaneamente à reflexão acerca do

indivíduo que habita e constrói este lugar, uma vez que a sociedade é produto dos

lugares. Para Boaventura de Souza Santos (1999), vive-se uma (re) contextualização das

identidades que necessita de um esforço analítico e teórico para compreender as práticas

ou comportamentos que conformam tanto as situações sociais como o lugar. A perda de

nossa identidade inicia-se com a perda do lugar, esse estreito espaço de afetividades

entre pessoas e natureza. O lugar resumiu-se (em parte) à nossa casa, em relação à qual

nem sabemos embelezar, tratar do lixo, trocar afeto e dialogar com os familiares.

Carlos (1996, p. 17-18) considera o lugar a base da reprodução da vida, podendo ser

entendido na tríade habitante-identidade-lugar, pois o homem vivencia os lugares na

cidade onde habita, locomove-se, trabalha, passeia, reúne-se. Assim, pode-se buscar o

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entendimento do lugar nas ações mais triviais e familiares por meio da leitura sobre o

viver e o habitar onde se descortina o mundo.

Sturza (2002) explana que o modelo econômico produzido pela ordem global impôs um

cotidiano de vida no qual o homem preocupa-se apenas em produzir e manter os moldes

de produção (reprodução). Para tanto o espaço é conquistado por meio da técnica, do

capital e do trabalho e fica à mercê do capitalismo. O espaço adquiriu um valor de

mercadoria, e a prática social alicerçada nas interfaces da globalização e individualidade

facilita a reprodução da desigualdade social e acumulação capitalista. O vivido perdeu

seu sentido no cotidiano e com ele os lugares são mais desconstruídos do que

construídos. O lugar necessita ser (re) significado no bojo de interferências das rápidas

mudanças e das interfaces entre globalização e individualidade. Aqui o lugar é produto

das relações de produção, resgatando-se as ideias marxistas e de uma visão crítica do

espaço.

Numa visão neomarxista Massey caracteriza no livro Space, place and gender (1996, p.

235) as interferências econômicas, políticas e culturais dos processos mundiais ou

globais nos lugares, especialmente a partir das novas tecnologias responsáveis pelas

rápidas conexões das redes e pelos fluxos de capital e informação. Todavia, o lugar não

pode ser visto como “algo passivo e sítio de nostalgia que se opõe ao progresso e à

história”, mas algo que por si mesmo e na vontade individual e coletiva reconheça sua

identidade nos processos e relações internas e com o exterior.

Visto algumas concepções epistemológicas para aplicação dos conceitos paisagem e

lugar nos estudos de assentamentos rurais, é importante também abordar a Extensão

Rural como processo amplo que leva informação, tecnologia e conhecimentos ao meio

rural.

Extensão Rural: da percepção à inovação

A pesquisa e a extensão universitária ainda carregam a carga e a responsabilidade de

oferecer o conhecimento básico, teórico, conceitual e metodológico de conteúdos e

temas da Extensão Rural. A situação que ainda perdura no âmbito acadêmico

(graduação e pós-graduação) contribui para a manutenção do status quo de uma

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educação mais informal da Extensão Rural, criticada como [...] uma prática educativa

assistencialista, interventora e contribuidora para a dominação. (PORTILHO, 1999, p.

04). Assim, alunos e os próprios agricultores “assistidos” nas atividades de Extensão

Rural não podem ser considerados sujeitos da/na produção do conhecimento. Freire

(1977), na clássica obra Extensão ou comunicação, comenta que o conhecimento [...]

reclama a reflexão crítica de cada um sobre o ato de conhecer, pelo qual se reconhece

conhecendo e, ao reconhecer-se, percebe o “como” de seu conhecer e os

condicionamentos a que está submetido seu ato. (p. 27).

No âmbito da Extensão Rural pública tivemos no Brasil várias fases: a primeira

chamada “humanismo assistencialista” (Rodrigues, 1997); a segunda, conhecida como

“difusionismo produtivista” sob o paradigma rogeriano (Rogers, 1995; Fernandes e

Botelho, 2006) e a terceira, do “humanismo crítico”, fundamentado nas ideias de Paulo

Freire. Assim, os serviços de extensão abrangeram desde o atendimento sanitário e

saúde rural, passando por um período de produtivismo imposto pela Revolução Verde e

pela fase humanista libertadora freiriana.

Segundo Schimitz (2002), no que se refere ao serviço de extensão rural, podemos

indicar a existência de seis etapas: modelo clássico (1948-1956); modelo difusionista-

inovador (1956-1967 ); modelo de transferência de tecnologia (1968-1978); o “repensar

da extensão rural” (1979- 1991) e a fase de discussão e experimentação (a partir de

1996).

Christoplos (2010) apud FAO (2012, p. 01) define extensão de forma mais ampla como:

[...] los sistemas que han de facilitar el acceso a los agricultores, sus organizaciones y otros agentes del mercado a conocimientos, tecnologías e información; fomentar su interacción con asociados en la investigación, la enseñanza, la agroindustria y otras instituciones pertinentes; coadyuvar en el diseño de prácticas y habilidades técnicas, de gestión y organización. (Christoplos, 2010 apud FAO, 2011, p. 01).

A Extensão rural pode ser entendida como o conjunto de sistemas e serviços

empregados para que se alcance o desenvolvimento rural, através de um fortalecimento

das competências nas áreas produtivo-alimentares, econômica e socioambiental (FAO,

2011). A combinação clássica de transferência e informação, experimentação e

assistência técnica deve incorporar o processo comunicacional não apenas valorizando

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as tecnologias de informação e comunicação (TICs), mas o campo subjetivo, imaginário

e ideário humano. O espaço social é ainda pouco explorado pelos profissionais das

ciências sociais e humanas (ex. geógrafos) e sociais aplicadas (ex. assistente social e

psicólogo) e que devem integrar os estudos em e de Extensão Rural.

De acordo com Anjos (2003), o espaço rural tornou-se pluriativo, de modo que as

famílias combinam usualmente rendas agrícolas e nãoagrícolas, através de atividades

realizadas dentro e fora das propriedades agrícolas. Esse mecanismo de adaptação das

explorações familiares, segundo o autor, demonstra a crescente dificuldade de

reprodução no marco estrito e exclusivo da atividade agrícola e das rendas que esta

permite obter. Por outro lado, a pluriatividade demarca uma nova concepção do rural,

configurando-o não mais num espaço exclusivamente agrário (Graziano da Silva, Del

Grossi & Campanhola, 2002).

A complexidade do rural no Brasil exige uma extensão rural que contemple as

peculariedades técnicas (o espaço tecnológico), ambientais (o espaço natural,

principalmente solo e água) e socioculturais (o espaço vivido). Apesar da participação

de diversos profissionais na extensão rural, a mudança de atitudes e adoção de novas

tecnologias por parte do produtor é algo desafiante. As ciências humanas e sociais

podem contribuir ainda mais com as mudanças no meio rural brasileiro, tão exigidas

pela demanda de alimentos, melhor qualidade de vida e racionalidade ambiental (Leff,

2001), para que os recursos naturais sejam adequadamente explorados e sustentáveis.

A Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER) preconiza uma

prática extensionista que seja descentralizada e apoiada por um modelo agronômico

emergente denominado agroecológico (Caporal e Costabeber, 2007). A Extensão Rural

Agroecológica é definida como

[...] o processo de intervenção de caráter educativo e transformador, baseado em metodologias de investigação-ação participante que permitam o desenvolvimento de uma prática social mediante a qual os sujeitos do processo buscam a construção e sistematização de conhecimentos que os leve a incidir conscientemente sobre a realidade. Ela tem o objetivo de alcançar um modelo de desenvolvimento socialmente eqüitativo e ambientalmente sustentável, adotando os princípios teóricos da Agroecologia como critério para o desenvolvimento e seleção das soluções mais adequadas e compatíveis com as condições específicas de cada agroecossistema e do sistema cultural das pessoas envolvidas no seu manejo. (Caporal e Costabeber, 2000, p.33).

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A extensão rural agroecológica necessita da inter- e multidisciplinaridade e do diálogo

de saberes para a construção de um conhecimento capaz de satisfazer as grandes

demandas do campo, da produção e, principalmente, do agricultor que é o centro do

processo. Durante muito tempo pensou-se que apenas a produção é o centro das

atenções na extensão rural, negligenciando-se o agricultor, especialmente no contexto

psicológico. Hoje, mais do que nunca é exigida uma função mediadora na articulação

entre o agricultor e o extensionista.

Nesta função de mediação existem, segundo Simões (2004), determinantes que

motivam e orientam o indivíduo para sua inserção na trama social do desenvolvimento.

O indivíduo é agente de vários campos de atividade, portador de interesses particulares

situados socialmente, que o conduzem a se posicionar estrategicamente. Para o autor:

[...] a prática da mediação pode ser também entendida como a faculdade de desenvolver nos atores a capacidade de questionar suas práticas e ações cotidianas e de refletirem sobre suas próprias experiências no momento em que elas mesmas se elaboram, visando construir novas representações e assim produzir e ser responsável pelas suas próprias histórias, de colocar suas existências como condição de historicidade ( SIMÕES, 2004 p. 3).

A pesquisa qualitativa preenche uma lacuna deixada pela pesquisa convencional, que

não consegue abarcar as informações cognitivas, afetivas, emocionais e simbólicas

oriundas da rica experiência entre a pessoa e o lugar. Essa experiência deve ser avaliada

sob a análise das preferências, percepções, atitudes, valores e imagens, cujas

informações potencializam as discussões e a tomada de consciência para uma nova

conduta na interação entre o homem e seu mundo vivido. ( Sturza, 2006).

O Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), como instrumento metodológico de

extensão rural, tem sido a principal ferramenta utilizada no trabalho de planejamento

das atividades. Consiste em um processo intensivo, sistemático e semiestruturado,

realizado por uma equipe de animadores na comunidade rural. Os métodos

participativos evitam a imposição externa de valores e medidas atribuída aos demais

enfoques, por meio do envolvimento direto das pessoas na conceituação e medida da

sua própria condição. Na origem desses métodos está a chamada “avaliação rural

participativa” definida como um conjunto de abordagens e métodos que permitem as

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pessoas do local compartilhar, fortalecer e analisar seu conhecimento da vida e das

condições para planejar e agir. (Chambers, 1994)

A extensão rural exige novas concepções metodológicas, sem desprezar as inúmeras

metodologias existentes, mas para isso é necessário um novo olhar, um novo arranjo dos

métodos e técnicas já consolidadas. Sem uma nova percepção não há inovação. Segundo

o Banco Mundial apud Kelles – Viitanen (2005) um sistema de inovação agrícola

compreende o fluxo de conhecimento e colaboração, experimentação e implementação;

capacidade de adaptação e adoção de inovações e oferta efetiva de conhecimentos.

Todavia o processo de inovação tecnológica seguiu sempre o caminho pesquisa –

conhecimento – transferência – adoção – difusão. (Ison e Russell, 2000, p. 19).

Na reestruturação de uma extensão rural pública e de qualidade será importante a

contribuição científica para a pesquisa, inovação e desenvolvimento de outras ciências e

profissionais. Como já salientado, a geografia pode contribuir como os conceitos

apresentados acima, assim como o Serviço Social e o trabalho do assistente social.

A dinâmica social e os movimentos sociais que dão origem ao assentamento rural

sinalizam a natureza e a complexidade das questões sociais presentes no cotidiano deste

espaço rico em vivências, dilemas e necessidades. Posto isso, é inquestionável a

importância do trabalho de assistentes sociais em assentamentos rurais. Atualmente não

temos muitos profissionais do Serviço Social trabalhando no meio rural e poderíamos

questionar: qual é o olhar profissional do Serviço Social para o rural? Qual é o olhar que

a realidade e a população camponesa demandam para o Serviço Social? Sob um olhar

que considera os “Direitos Humanos, o que se poderia ver, ouvir, refletir e fazer?

No meio rural as ações e intervenções do Assistente Social é importante, pois [...]

incidem no campo do conhecimento, dos valores, dos comportamentos, da cultura,

produzindo efeitos reais na vida dos sujeitos. (Iamamoto, 1999 apud, LIMA, 2004,

p.02). A intervenção do assistente social é importante nos programas sociais para

efetivação dos direitos sociais contribuindo para os serviços de assistência técnica e

extensão rural. Até certo tempo havia a ideia restrita de que no meio rural a assistência

técnica e extensão rural era apenas uma atuação no setor econômico, na produção

agrícola. Ainda hoje profissionais de ATER ligados à área técnica (agrônomos,

engenheiros agrícolas, técnicos agrícolas, veterinários) prevalecem nos cargos das

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empresas de ATER, mas as demandas já são sentidas por profissionais de outras áreas,

como por exemplo, assistente social, médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros.

As manifestações cotidianas, fruto da Reforma Agrária e presente nos assentamentos

rurais, exigem a presença do Serviço Social e sua prática. De acordo com Iamamoto

(2007, p. 28):

[...] apreender a questão social é também captar as múltiplas formas de pressão social, de invenção, e de re-invenção da vida construída no cotidiano, pois é no presente que estão recriadas formas novas de viver, que apontam um futuro que está sendo germinado.

O assentamento rural é um campo profícuo para a intervenção do (a) assistente social no

que se refere ao acompanhamento das ações de uma política pública, notadamente nos

processos avaliativo das questões sociais. Entende-se que a intervenção do assistente

social é imprescindível para os programas sociais e a efetivação dos direitos sociais

(Gois e Coelho, 2009).

Os assistentes sociais têm uma função mediadora no dia a dia da prática social. Para

Neves (1998) o mediador seria “[...] o agente mobilizador da mudança de

comportamento e visões de mundo [...] e de qualificação positiva das práticas sociais

dos agricultores familiares”. (Neves, 1998, p. 149). Os mediadores se legitimam e são

legitimados a partir de seu saber, do conhecimento científico. São “agentes de

desenvolvimento” e sua função seria interpretar as necessidades dos grupos, promover

um diálogo entre o “agente externo” e os “subalternos”.

Freire (2002) aponta que:

No momento em que um assistente social, por exemplo, se reconhece como o “agente da mudança”, dificilmente perceberá essa obviedade: que se seu empenho é educativo-libertador, os homens com quem trabalha não podem ser objetos de sua ação. São, ao contrário, tão agentes da mudança quanto ele. A não ser assim, ao vivenciar o sentido da frase, não fará outra coisa a não ser conduzir, manipular, domesticar. E, se reconhece os demais como agentes da mudança, tanto como ele próprio, já não é o agente desta e a frase perde o sentido. (Freire, 2002, p. 44 )

O Serviço Social tem um papel e um espaço importante a conquistar para que contribua

efetivamente nos caminhos apontados acima e minimize os conflitos sociais do meio

rural brasileiro tão conturbado e complexo.

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Extensão rural no Assentamento Fazenda Esperança em Rondonópolis – MT

Os dados apresentados aqui se referem ao Projeto de pesquisa-extensão voltado à

agricultura familiar que envolve a participação dos agricultores e agricultoras do

Assentamento Fazenda Esperança e alunos da turma do Ensino de Jovens e Adultos, do

próprio Assentamento, no Município de Rondonópolis, Mato Grosso. É uma

contribuição com duas linhas de pesquisa que são: técnicas de manejo em sistemas de

produção de base ecológica, apropriada ao Bioma Cerrado e processos artesanais que

gerem novas fontes de renda e agregue valor à produção das unidades familiares.

O Assentamento Fazenda Esperança possui uma área de 1.585,5 hectares e está

localizado às margens da Rodovia MT-270, sentido Rondonópolis-Guiratinga, próximo

ao Distrito de Nova Galiléia e distante a 30 km de Rondonópolis. Geograficamente, é

uma área de topografia ondulada, sem córregos permanentes e solos rasos que

dificultam a exploração agrícola. Os solos predominantes são do grupo argissolos,

podzólicos latossolos e cambissolos associados. A população é de aproximadamente

151 famílias, filiadas a 05 (cinco) associações com dificuldades relativas ao

associativismo e desinteresse das lideranças.

O Diagnóstico Rápido Participativo realizado em 2011 apontou que a metade (55,80%)

da população tem idade entre 15 e 59 anos, indicando ao mesmo tempo uma grande

parcela e população não economicamente ativa (17,90% de jovens e 26,30% de idosos).

(Gráficos 1)

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Gráfico 1 – Idade dos moradores do Assentamento Fazenda Esperança.

Fonte: Dados do DRP (2011).

O Gráfico 2 mostra que a metade das famílias possui de 1 a 2 pessoas (57,70%), um

quarto, de 3 a 4 pessoas (26,50%) e apenas 15,80%, com mais de quatro pessoas,

indicando claramente um pequeno número de crianças.

Gráfico 2 – Número de pessoas nas famílias do Assentamento Fazenda Esperança.

Fonte: Dados do DRP (2011).

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Os dados do Gráfico 2 retratam a predominância de casais jovens ainda sem filhos, uma

expressiva presença de idosos aposentados que percebem aposentadoria, senda esta uma

fonte importante da renda familiar não agrícola. As limitações para geração e ampliação

da renda familiar no assentamento são muito grandes, pois o sistema de produção

predominante é frágil baseado no leite, produção de mandioca e agroindústria

incipiente.

Algumas atividades de Extensão Rural já foram executadas dentro do projeto de

pesquisa no Assentamento Fazenda Esperança:

Curso de Oficinas de Artesanato com a Fibra da Bananeira (pseudocaule) junto a

50 participantes (alunos do EJA, agricultores e agricultoras).

Atividades educativas (palestras, caminhadas, dia de campo, etc.) com leitura da

paisagem e construção do Perfil Paisagístico do Assentamento junto a 100

agricultores (alunos do EJA e outros agricultores/agricultoras).

Homeopatia de solos em 20 propriedades experimentais, escolhidas como

Unidades Experimentais de produção (UEP).

Plantio de bananeira em 50 propriedades com correção de solo por calagem.

Melhoramento da fertilidade dos solos com adubação verde (crotalária, feijão

guandu e feijão de porco) em 35 propriedades.

O Projeto valoriza a autorregulação dos agroecossistemas como forma de atingir a

sustentabilidade e a agroecologia, na importância dos parâmetros agronômicos e

ecológicos, como também das questões socioeconômicas. Ele resgata o fato de que a

agricultura, além de ser um processo ecológico, é um processo social, ou seja, o

desenvolvimento tecnológico deve estar inserido num processo amplo onde é

instrumento para um desenvolvimento rural que atenda às demandas sociais e

econômicas. (STURZA et al, 2011).

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Conclusões

Consideramos importante frisar três pontos ao final deste artigo: os conceitos paisagem

e lugar para estudos de extensão rural; a importância do Serviço Social em

assentamento rurais e as informações do projeto de pesquisa no Assentamento Fazenda

Esperança.

Os conceitos paisagem e lugar podem auxiliar na investigação e estudos com

assentamentos rurais, pois o conhecimento atual exige informações inter-relacionadas,

numa perspectiva holística que inclua a complexidade das relações e inter-relações entre

ambiente e sociedade. O conceito paisagem possibilita uma visão integradora dos

componentes físico-naturais, biológicos, antrópicos e econômicos. A degradação

ambiental e social dos assentamentos rurais pode ser melhor analisada com aplicação do

conceito paisagem e propiciar melhor gestão dos recursos naturais e capital social. O

conceito lugar resgata as relações íntimas e de afetividade que possibilita a criação da

identidade do lugar, um novo enraizamento da pessoa no assentamento e de valorização

dos recursos naturais e culturais. Através de entrevistas e metodologia participativas o

lugar pode ser explorado na percepção, experiência e cognição dos assentados e conduz

a produção de sentidos, significados, emoções, sentimentos, atitudes e outras

informações que harmoniza as relações entre a pessoa e o ambiente dentro dos

assentamentos.

O Serviço Social tem papel importante a contribuir nas pesquisas em assentamentos

rurais. A interdisciplinaridade desponta como uma possibilidade, porém, está longe de

ser entendida pela via do diálogo. O que se observa é que a extensão rural busca agregar

saberes de áreas distintas, a fim de formar profissionais que deem conta de diferentes

necessidades. No entanto, o compartilhamento do seu campo de atuação com

profissionais de diferentes áreas, que não as tradicionais, ainda não são uma realidade

na extensão rural pública.

As diversas atividades do Projeto possibilitaram resultados positivos para os

beneficiários, pesquisadores, extensionistas e a infraestrutura do Campus Universitário

de Rondonópolis, pois foram contemplados com equipamentos, o Laboratório de

Geoprocessamento e de Botânica do Campus Universitário de Rondonópolis. O grupo

de artesanato teve produção e apresentação de trabalhos em eventos científicos. Para os

beneficiários trouxe os seguintes impactos:

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Impactos tecnológicos: Novas técnicas de artesanato foram desenvolvidas, com

produção de peças diferenciadas. A técnica da homeopatia tem se mostrado eficaz e

necessita aprofundamento investigatório.

Impactos econômicos: A comercialização de peças gerou renda para muitas famílias.

Impactos sociais: o crescimento individual e convívio social, resultado da interação

entre os participantes nas oficinas de artesanato, cursos, palestras, com valorização das

peças e dos artesãos nas exposições. As atividades do projeto proporcionaram também

aumento da autoestima e melhoria das condições de saúde, principalmente quanto ao

problema da depressão dos assentados.

Impactos ambientais: Procurou-se desenvolver a conscientização em relação à

importância do respeito ao meio ambiente, da produção com recursos naturais de forma

sustentável, assim como com o aproveitamento de materiais reciclados.

Em síntese, os conceitos aqui elencados no âmbito da geografia, as discussões da

Extensão Rural e do Serviço Social e alguns resultados da pesquisa no Assentamento

Fazenda Esperança, encorajam-nos a acreditar que a contribuição do artigo pode ensejar

novas práticas inovadoras de extensão rural.

Notas 1Professor do Departamento de Geografia/ICHS/UFMT. Bolsista de Produtividade DT-2 do CNPq. Líder do Grupo de Pesquisa Estudos da Paisagem e Agricultura Familiar – GEPAF/UFMT. 2 Bolsista VIC. Aluna de Geografia/ICHS/UFMT. 3 Bolsista de Extensão. Aluno de Engenharia Agrícola e Ambiental/ICAT/UFMT. 4 Voluntária. Aluna de Serviço Social. Faculdade Anhanguera - Uniderp. Rondonópolis/MT. 5 Voluntário. Aluno de Engenharia Agrícola e Ambiental/ICAT/UFMT..

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