contribuições da percepção geográfica e do serviço social para a
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CONTRIBUIÇÕES DA PERCEPÇÃO GEOGRÁFICA E DO SERVIÇO SOCIAL PARA A EXTENSÃO RURAL INOVADORA NO ASSENTAMENTO FAZENDA
ESPERANÇA – RONDONÓPOLIS - MATO GROSSO
José Adolfo Iriam Sturza1 Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT/Campus Rondonópolis
Iolanda Lopes de Oliveira2 Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT/Campus Rondonópolis
Heli Heros Teodoro de Assunção3 Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT/Campus Rondonópolis
Maristela Moscato Sturza4 Faculdade Anhanguera – Uniderp. Polo de Rondonópolis
Roney da Cruz Barbosa5 Universidade Federal de Mato Grosso –UFMT/ Campus Rondonópolis
Resumo
O artigo apresenta contribuições teóricas, conceituais e metodológicas, levantadas à luz da geografia e aplicadas aos estudos e atividades de extensão rural em assentamentos rurais. A metodologia contemplou: pesquisa bibliográfica, pesquisa on line, trabalho de campo, diagnóstico rápido participativo (DRP) e outras atividades dentro do Projeto Parceria de Fibra: ações para inclusão social, geração de renda e implantação de sistema de produção da bananicultura com práticas agroecológicas no Assentamento Fazenda Esperança, Município de Rondonópolis – MT.
Palavras-chave: Assentamento Rural. Extensão Rural. Lugar. Paisagem. Serviço Social.
Introdução
A crise ecológica atual apresenta-se mais intensa e grave nos países emergentes como é
o caso do Brasil, que também necessita de maior desenvolvimento rural, social e
econômico. É sabido que os recursos naturais, no caso brasileiro são intensamente
explorados, especialmente pelo setor agrícola, tanto pelo agronegócio empresarial como
pela agricultura familiar, foco desta pesquisa no âmbito dos assentamentos rurais.
O desenvolvimento rural sustentável e um novo modelo de desenvolvimento para o
espaço rural brasileiro necessitam de um suporte teórico indispensável à compreensão
da complexidade das interações socioeconômicas com o meio ambiente. A
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racionalidade técnica e econômica que imperam nas relações socioambientais deve
abranger uma nova racionalidade ambiental (Leff, 2001) que propicie o equilíbrio entre
o desenvolvimento econômico e a exploração dos recursos naturais.
As dimensões do envolvimento entre mente e natureza podem ser: experiencial,
analítica e valorativa (Soulé in Wilson, 1997, p. 594). Sabemos que a aceleração dos
tempos e a compressão espacial (Harvey, 1999) do mundo pós-moderno restringem as
relações entre a pessoa e o ambiente geralmente a uma dimensão analítica utilitarista e
pragmática. Isto provoca uma avaliação parcial e pouco valorativa dos recursos naturais
(Santos, 2000), o desconhecimento das potencialidades, pois vivemos um tempo de
sensibilidade obstruída e baixo nível de consciência dos fenômenos e fatos.
No Brasil, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE,
2009) revelam que para uma população rural total de 30,7 milhões de pessoas, 16,5
milhões de pessoas (54% do total) foram classificadas como pobres (renda familiar per
capita mensal de até ½ salário-mínimo). Deste grupo, 8.1 milhões de pessoas são
classificadas como extremamente pobres (renda familiar per capita mensal de até ¼
salário-mínimo). A elevada concentração espacial da pobreza no Brasil é retratada por
53% dos pobres rurais e 70% das pessoas extremamente pobres, concentrados na
Região Nordeste. Somando-se as regiões Nordeste e Norte chega-se a 66% do total de
pessoas pobres domiciliadas no meio rural, e 81% dos extremamente pobres. Alagoas é
a unidade da federação com o maior número de pobres, seguida pelo estado do
Maranhão.
A agricultura familiar brasileira é responsável, em grande parte, pela produção de
alimentos consumidos pela população, diversidade de cultivos, maior produtividade de
vários segmentos e maior número de empregos que o agronegócio. No Brasil, a
agricultura familiar absorvia, em 2006, 13 milhões de pessoas (78,8% do total da mão
de obra no campo), segundo o Censo Agropecuário de 2006/MDA/IBGE/UFF, com o
mínimo de capital, tecnologia e pouco conhecimento formal (Campolin, 2005).
O Município de Rondonópolis apresenta vários assentamentos que enfrentam sérios
obstáculos de ordem socioambiental e que precisam ser analisadas sob a luz de alguns
conceitos da geografia e outras ciências. A degradação dos recursos naturais, produto do
uso inadequado, e a falta de conservação são processos da chamada crise ecológica.
Neste sentido, o Cerrado é um dos biomas mais devastados e já apresenta o fenômeno
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do topocídio, isto é, o aniquilamento ou desaparecimento dos lugares, comprovado por
Sturza (2005).
O artigo representa uma revisão conceitual e metodológica de conceitos geográficos,
como lugar e paisagem, com vistas à aplicação em metodologias participativas e estudos
de extensão rural em assentamentos rurais. A extensão rural também é discutida num
momento em que as demandas sociais e econômicas pressionam o governo para maior
investimento em Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER). O texto é finalizado
com algumas informações sobre pesquisa no Assentamento Fazenda Esperança, no
Município de Rondonópolis.
O objetivo geral do texto é contribuir para o desenvolvimento rural sustentável,
conhecimento e conservação dos recursos naturais, a partir da discussão teórica e
conceitual de lugar e paisagem; análise sucinta da extensão rural com inovação e
atividades multidisciplinares de extensão tecnológica oferecida aos agricultores de
assentamento rurais.
A percepção geográfica: contribuições conceituais para análise dos assentamentos
rurais
O processo de percepção está fundado na observação seletiva, ou seja, na escolha de
alguns elementos em desfavor de outros. A percepção e a análise das paisagens
possibilitam uma visão crítica do homem em seu ambiente e do espaço construído pelo
homem na interface da globalização e da individualidade. (Sturza, 1999, p. 34).
A percepção é um processo dialético que absorve sujeito (homem) e objeto (lugar),
filtrando as relações entre ambos, e as interfaces objetivas e subjetivas, expressas ou
obscurecidas, entre a globalização e a individualidade. As percepções, as vivências e a
memória dos indivíduos e grupos sociais são elementos importantes na constituição do
saber geográfico enquanto a produção do espaço geográfico e da paisagem se faz a
partir do imaginário social. (STURZA, 2005)
As pesquisas no campo da percepção e cognição em geografia investigam as
aspirações, decisões e ações individuais e coletivas, que os homens desenvolvem em
relação ao ambiente em que vivem – lugares e paisagens – e devem ser avaliadas sob
análise criteriosa das preferências, percepções, atitudes, valores e imagens elaborados
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pela mente humana. Os conceitos lugar e seus correlatos, topofilia, topofobia e
topocídio e não-lugar, adquirem grande importância na discussão e tomada de
consciência para um novo padrão de relacionamento entre o homem e lugar. É este
último o verdadeiro palco das paixões humanas que, por meio da ação comunicativa,
“são responsáveis pelas diversas manifestações de espontaneidade e da criatividade”.
(SANTOS, 1996, p. 258)
Alguns conceitos geográficos mostram-se adequados à investigação da temática ligada
aos estudos de assentamentos rurais e à Extensão Rural. A paisagem é um conceito
integrador já explorado por alguns autores (Bertrand, 1971 e Sturza, 1999). Os estudos
de percepção na geografia podem contribuir na pesquisa e ensino em extensão rural,
principalmente na discussão de conceitos como: lugar (Tuan, 1980 e Sturza, 2005) e
topocídio do cerrado (Sturza, 2010). As relações entre território, lugar e identidade
devem ser analisadas, especialmente hoje quando se discute a identidade territorial e
indicações geográficas. A pesquisa geográfica tem muito a colaborar na discussão do
desenvolvimento rural sustentável, agricultura familiar e assentamentos rurais.
Diferentes concepções de paisagem podem ser encontradas. Numa visão de conjunto ele
é: uma “combinação dinâmica, dialética e instável de elementos físicos, biológicos e
antrópicos” (BERTRAND, 1971, p.02) um onjunto de elementos do domínio natural,
humano, social ou econômico articulado (CHRISTOFOLETTI, 1982). Sob a luz do
estruturalismo é o “resultado da interação entre a estrutura geoecológica e a estrutura
socioeconômica” (VILÀS, 1992, p. 137). Numa visão dialética é o “campo de batalhas
de processos econômicos, sociais e biológicos contraditórios que resultam na
deteriorização paisagística” (LEITE, 1994, p. 94).
Sturza (1999) entende que paisagem é conceito operacional, pois conjuga “elementos
naturais e tecnificados, socioeconômicos e culturais”, conceito esse que permite uma
dimensão analítica do espaço. A análise das “inter-relações básicas entre os elementos
naturais e socioeconômicos da paisagem possibilitam um diagnóstico das condições
naturais do potencial ecológico e exploração biológica” (STURZA, 1999. p. 96), bem
como a avaliação das interferências da ação antrópica sobre ela. Os reflexos dos modos
de produção estão incrustados na paisagem, evidenciados em suas formas, espaços,
tempos e lugares distintos.
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O lugar é outro conceito geográfico importante para o entendimento da própria
paisagem e do espaço. Bachelard (2000), privilegiando a matriz fenomenológica,
salienta que a “alma ou espírito do lugar” está oculto no espaço vivenciado e que para
conhecê-la é necessário perceber e avaliar as atitudes da sociedade em relação ao meio
ambiente. Somente esta atividade perceptiva poderá mostrar ao homem o sentido de
lugar e contribuir para a construção deste. Então, torna-se evidente a importância do
conhecimento da maneira como a sociedade percebe o meio ambiente para qualquer
entendimento que se almeje sobre a construção do lugar.
A manutenção de valores comuns e das práticas culturais que se perpetuam no
cotidiano, depende das relações interpessoais que ocorrem nos lugares e demanda
decisões que, em muito diferem de decisões de caráter em uma macroescala. Harvey
(1999) acredita ser extremamente relevante o contexto de lugar e a ação, os quais não
podem ser avaliados a não ser a partir de um caminho particular de análise que vai do
lugar ao espaço e volta ao lugar. A análise do lugar identifica uma tensão ou confusão
entre definição e experiência, a primeira relacionada às atividades de abstração e
cognição e, a segunda, mais ligada à experiência humana de percepção, atitudes e
valores, portanto, afetiva e emocional. Lugar sempre foi um conceito-chave discutido no
cerne da Geografia, porém sob o espectro de diversas abordagens e olhares específicos
que não conseguem mostrar a sua amplitude resultante da multiplicidade de
interconexões entre o homem e o ambiente. (STURZA, 2011, p. 69).
É imprescindível pensar-se a identidade do lugar simultaneamente à reflexão acerca do
indivíduo que habita e constrói este lugar, uma vez que a sociedade é produto dos
lugares. Para Boaventura de Souza Santos (1999), vive-se uma (re) contextualização das
identidades que necessita de um esforço analítico e teórico para compreender as práticas
ou comportamentos que conformam tanto as situações sociais como o lugar. A perda de
nossa identidade inicia-se com a perda do lugar, esse estreito espaço de afetividades
entre pessoas e natureza. O lugar resumiu-se (em parte) à nossa casa, em relação à qual
nem sabemos embelezar, tratar do lixo, trocar afeto e dialogar com os familiares.
Carlos (1996, p. 17-18) considera o lugar a base da reprodução da vida, podendo ser
entendido na tríade habitante-identidade-lugar, pois o homem vivencia os lugares na
cidade onde habita, locomove-se, trabalha, passeia, reúne-se. Assim, pode-se buscar o
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entendimento do lugar nas ações mais triviais e familiares por meio da leitura sobre o
viver e o habitar onde se descortina o mundo.
Sturza (2002) explana que o modelo econômico produzido pela ordem global impôs um
cotidiano de vida no qual o homem preocupa-se apenas em produzir e manter os moldes
de produção (reprodução). Para tanto o espaço é conquistado por meio da técnica, do
capital e do trabalho e fica à mercê do capitalismo. O espaço adquiriu um valor de
mercadoria, e a prática social alicerçada nas interfaces da globalização e individualidade
facilita a reprodução da desigualdade social e acumulação capitalista. O vivido perdeu
seu sentido no cotidiano e com ele os lugares são mais desconstruídos do que
construídos. O lugar necessita ser (re) significado no bojo de interferências das rápidas
mudanças e das interfaces entre globalização e individualidade. Aqui o lugar é produto
das relações de produção, resgatando-se as ideias marxistas e de uma visão crítica do
espaço.
Numa visão neomarxista Massey caracteriza no livro Space, place and gender (1996, p.
235) as interferências econômicas, políticas e culturais dos processos mundiais ou
globais nos lugares, especialmente a partir das novas tecnologias responsáveis pelas
rápidas conexões das redes e pelos fluxos de capital e informação. Todavia, o lugar não
pode ser visto como “algo passivo e sítio de nostalgia que se opõe ao progresso e à
história”, mas algo que por si mesmo e na vontade individual e coletiva reconheça sua
identidade nos processos e relações internas e com o exterior.
Visto algumas concepções epistemológicas para aplicação dos conceitos paisagem e
lugar nos estudos de assentamentos rurais, é importante também abordar a Extensão
Rural como processo amplo que leva informação, tecnologia e conhecimentos ao meio
rural.
Extensão Rural: da percepção à inovação
A pesquisa e a extensão universitária ainda carregam a carga e a responsabilidade de
oferecer o conhecimento básico, teórico, conceitual e metodológico de conteúdos e
temas da Extensão Rural. A situação que ainda perdura no âmbito acadêmico
(graduação e pós-graduação) contribui para a manutenção do status quo de uma
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educação mais informal da Extensão Rural, criticada como [...] uma prática educativa
assistencialista, interventora e contribuidora para a dominação. (PORTILHO, 1999, p.
04). Assim, alunos e os próprios agricultores “assistidos” nas atividades de Extensão
Rural não podem ser considerados sujeitos da/na produção do conhecimento. Freire
(1977), na clássica obra Extensão ou comunicação, comenta que o conhecimento [...]
reclama a reflexão crítica de cada um sobre o ato de conhecer, pelo qual se reconhece
conhecendo e, ao reconhecer-se, percebe o “como” de seu conhecer e os
condicionamentos a que está submetido seu ato. (p. 27).
No âmbito da Extensão Rural pública tivemos no Brasil várias fases: a primeira
chamada “humanismo assistencialista” (Rodrigues, 1997); a segunda, conhecida como
“difusionismo produtivista” sob o paradigma rogeriano (Rogers, 1995; Fernandes e
Botelho, 2006) e a terceira, do “humanismo crítico”, fundamentado nas ideias de Paulo
Freire. Assim, os serviços de extensão abrangeram desde o atendimento sanitário e
saúde rural, passando por um período de produtivismo imposto pela Revolução Verde e
pela fase humanista libertadora freiriana.
Segundo Schimitz (2002), no que se refere ao serviço de extensão rural, podemos
indicar a existência de seis etapas: modelo clássico (1948-1956); modelo difusionista-
inovador (1956-1967 ); modelo de transferência de tecnologia (1968-1978); o “repensar
da extensão rural” (1979- 1991) e a fase de discussão e experimentação (a partir de
1996).
Christoplos (2010) apud FAO (2012, p. 01) define extensão de forma mais ampla como:
[...] los sistemas que han de facilitar el acceso a los agricultores, sus organizaciones y otros agentes del mercado a conocimientos, tecnologías e información; fomentar su interacción con asociados en la investigación, la enseñanza, la agroindustria y otras instituciones pertinentes; coadyuvar en el diseño de prácticas y habilidades técnicas, de gestión y organización. (Christoplos, 2010 apud FAO, 2011, p. 01).
A Extensão rural pode ser entendida como o conjunto de sistemas e serviços
empregados para que se alcance o desenvolvimento rural, através de um fortalecimento
das competências nas áreas produtivo-alimentares, econômica e socioambiental (FAO,
2011). A combinação clássica de transferência e informação, experimentação e
assistência técnica deve incorporar o processo comunicacional não apenas valorizando
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as tecnologias de informação e comunicação (TICs), mas o campo subjetivo, imaginário
e ideário humano. O espaço social é ainda pouco explorado pelos profissionais das
ciências sociais e humanas (ex. geógrafos) e sociais aplicadas (ex. assistente social e
psicólogo) e que devem integrar os estudos em e de Extensão Rural.
De acordo com Anjos (2003), o espaço rural tornou-se pluriativo, de modo que as
famílias combinam usualmente rendas agrícolas e nãoagrícolas, através de atividades
realizadas dentro e fora das propriedades agrícolas. Esse mecanismo de adaptação das
explorações familiares, segundo o autor, demonstra a crescente dificuldade de
reprodução no marco estrito e exclusivo da atividade agrícola e das rendas que esta
permite obter. Por outro lado, a pluriatividade demarca uma nova concepção do rural,
configurando-o não mais num espaço exclusivamente agrário (Graziano da Silva, Del
Grossi & Campanhola, 2002).
A complexidade do rural no Brasil exige uma extensão rural que contemple as
peculariedades técnicas (o espaço tecnológico), ambientais (o espaço natural,
principalmente solo e água) e socioculturais (o espaço vivido). Apesar da participação
de diversos profissionais na extensão rural, a mudança de atitudes e adoção de novas
tecnologias por parte do produtor é algo desafiante. As ciências humanas e sociais
podem contribuir ainda mais com as mudanças no meio rural brasileiro, tão exigidas
pela demanda de alimentos, melhor qualidade de vida e racionalidade ambiental (Leff,
2001), para que os recursos naturais sejam adequadamente explorados e sustentáveis.
A Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER) preconiza uma
prática extensionista que seja descentralizada e apoiada por um modelo agronômico
emergente denominado agroecológico (Caporal e Costabeber, 2007). A Extensão Rural
Agroecológica é definida como
[...] o processo de intervenção de caráter educativo e transformador, baseado em metodologias de investigação-ação participante que permitam o desenvolvimento de uma prática social mediante a qual os sujeitos do processo buscam a construção e sistematização de conhecimentos que os leve a incidir conscientemente sobre a realidade. Ela tem o objetivo de alcançar um modelo de desenvolvimento socialmente eqüitativo e ambientalmente sustentável, adotando os princípios teóricos da Agroecologia como critério para o desenvolvimento e seleção das soluções mais adequadas e compatíveis com as condições específicas de cada agroecossistema e do sistema cultural das pessoas envolvidas no seu manejo. (Caporal e Costabeber, 2000, p.33).
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A extensão rural agroecológica necessita da inter- e multidisciplinaridade e do diálogo
de saberes para a construção de um conhecimento capaz de satisfazer as grandes
demandas do campo, da produção e, principalmente, do agricultor que é o centro do
processo. Durante muito tempo pensou-se que apenas a produção é o centro das
atenções na extensão rural, negligenciando-se o agricultor, especialmente no contexto
psicológico. Hoje, mais do que nunca é exigida uma função mediadora na articulação
entre o agricultor e o extensionista.
Nesta função de mediação existem, segundo Simões (2004), determinantes que
motivam e orientam o indivíduo para sua inserção na trama social do desenvolvimento.
O indivíduo é agente de vários campos de atividade, portador de interesses particulares
situados socialmente, que o conduzem a se posicionar estrategicamente. Para o autor:
[...] a prática da mediação pode ser também entendida como a faculdade de desenvolver nos atores a capacidade de questionar suas práticas e ações cotidianas e de refletirem sobre suas próprias experiências no momento em que elas mesmas se elaboram, visando construir novas representações e assim produzir e ser responsável pelas suas próprias histórias, de colocar suas existências como condição de historicidade ( SIMÕES, 2004 p. 3).
A pesquisa qualitativa preenche uma lacuna deixada pela pesquisa convencional, que
não consegue abarcar as informações cognitivas, afetivas, emocionais e simbólicas
oriundas da rica experiência entre a pessoa e o lugar. Essa experiência deve ser avaliada
sob a análise das preferências, percepções, atitudes, valores e imagens, cujas
informações potencializam as discussões e a tomada de consciência para uma nova
conduta na interação entre o homem e seu mundo vivido. ( Sturza, 2006).
O Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), como instrumento metodológico de
extensão rural, tem sido a principal ferramenta utilizada no trabalho de planejamento
das atividades. Consiste em um processo intensivo, sistemático e semiestruturado,
realizado por uma equipe de animadores na comunidade rural. Os métodos
participativos evitam a imposição externa de valores e medidas atribuída aos demais
enfoques, por meio do envolvimento direto das pessoas na conceituação e medida da
sua própria condição. Na origem desses métodos está a chamada “avaliação rural
participativa” definida como um conjunto de abordagens e métodos que permitem as
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pessoas do local compartilhar, fortalecer e analisar seu conhecimento da vida e das
condições para planejar e agir. (Chambers, 1994)
A extensão rural exige novas concepções metodológicas, sem desprezar as inúmeras
metodologias existentes, mas para isso é necessário um novo olhar, um novo arranjo dos
métodos e técnicas já consolidadas. Sem uma nova percepção não há inovação. Segundo
o Banco Mundial apud Kelles – Viitanen (2005) um sistema de inovação agrícola
compreende o fluxo de conhecimento e colaboração, experimentação e implementação;
capacidade de adaptação e adoção de inovações e oferta efetiva de conhecimentos.
Todavia o processo de inovação tecnológica seguiu sempre o caminho pesquisa –
conhecimento – transferência – adoção – difusão. (Ison e Russell, 2000, p. 19).
Na reestruturação de uma extensão rural pública e de qualidade será importante a
contribuição científica para a pesquisa, inovação e desenvolvimento de outras ciências e
profissionais. Como já salientado, a geografia pode contribuir como os conceitos
apresentados acima, assim como o Serviço Social e o trabalho do assistente social.
A dinâmica social e os movimentos sociais que dão origem ao assentamento rural
sinalizam a natureza e a complexidade das questões sociais presentes no cotidiano deste
espaço rico em vivências, dilemas e necessidades. Posto isso, é inquestionável a
importância do trabalho de assistentes sociais em assentamentos rurais. Atualmente não
temos muitos profissionais do Serviço Social trabalhando no meio rural e poderíamos
questionar: qual é o olhar profissional do Serviço Social para o rural? Qual é o olhar que
a realidade e a população camponesa demandam para o Serviço Social? Sob um olhar
que considera os “Direitos Humanos, o que se poderia ver, ouvir, refletir e fazer?
No meio rural as ações e intervenções do Assistente Social é importante, pois [...]
incidem no campo do conhecimento, dos valores, dos comportamentos, da cultura,
produzindo efeitos reais na vida dos sujeitos. (Iamamoto, 1999 apud, LIMA, 2004,
p.02). A intervenção do assistente social é importante nos programas sociais para
efetivação dos direitos sociais contribuindo para os serviços de assistência técnica e
extensão rural. Até certo tempo havia a ideia restrita de que no meio rural a assistência
técnica e extensão rural era apenas uma atuação no setor econômico, na produção
agrícola. Ainda hoje profissionais de ATER ligados à área técnica (agrônomos,
engenheiros agrícolas, técnicos agrícolas, veterinários) prevalecem nos cargos das
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empresas de ATER, mas as demandas já são sentidas por profissionais de outras áreas,
como por exemplo, assistente social, médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros.
As manifestações cotidianas, fruto da Reforma Agrária e presente nos assentamentos
rurais, exigem a presença do Serviço Social e sua prática. De acordo com Iamamoto
(2007, p. 28):
[...] apreender a questão social é também captar as múltiplas formas de pressão social, de invenção, e de re-invenção da vida construída no cotidiano, pois é no presente que estão recriadas formas novas de viver, que apontam um futuro que está sendo germinado.
O assentamento rural é um campo profícuo para a intervenção do (a) assistente social no
que se refere ao acompanhamento das ações de uma política pública, notadamente nos
processos avaliativo das questões sociais. Entende-se que a intervenção do assistente
social é imprescindível para os programas sociais e a efetivação dos direitos sociais
(Gois e Coelho, 2009).
Os assistentes sociais têm uma função mediadora no dia a dia da prática social. Para
Neves (1998) o mediador seria “[...] o agente mobilizador da mudança de
comportamento e visões de mundo [...] e de qualificação positiva das práticas sociais
dos agricultores familiares”. (Neves, 1998, p. 149). Os mediadores se legitimam e são
legitimados a partir de seu saber, do conhecimento científico. São “agentes de
desenvolvimento” e sua função seria interpretar as necessidades dos grupos, promover
um diálogo entre o “agente externo” e os “subalternos”.
Freire (2002) aponta que:
No momento em que um assistente social, por exemplo, se reconhece como o “agente da mudança”, dificilmente perceberá essa obviedade: que se seu empenho é educativo-libertador, os homens com quem trabalha não podem ser objetos de sua ação. São, ao contrário, tão agentes da mudança quanto ele. A não ser assim, ao vivenciar o sentido da frase, não fará outra coisa a não ser conduzir, manipular, domesticar. E, se reconhece os demais como agentes da mudança, tanto como ele próprio, já não é o agente desta e a frase perde o sentido. (Freire, 2002, p. 44 )
O Serviço Social tem um papel e um espaço importante a conquistar para que contribua
efetivamente nos caminhos apontados acima e minimize os conflitos sociais do meio
rural brasileiro tão conturbado e complexo.
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Extensão rural no Assentamento Fazenda Esperança em Rondonópolis – MT
Os dados apresentados aqui se referem ao Projeto de pesquisa-extensão voltado à
agricultura familiar que envolve a participação dos agricultores e agricultoras do
Assentamento Fazenda Esperança e alunos da turma do Ensino de Jovens e Adultos, do
próprio Assentamento, no Município de Rondonópolis, Mato Grosso. É uma
contribuição com duas linhas de pesquisa que são: técnicas de manejo em sistemas de
produção de base ecológica, apropriada ao Bioma Cerrado e processos artesanais que
gerem novas fontes de renda e agregue valor à produção das unidades familiares.
O Assentamento Fazenda Esperança possui uma área de 1.585,5 hectares e está
localizado às margens da Rodovia MT-270, sentido Rondonópolis-Guiratinga, próximo
ao Distrito de Nova Galiléia e distante a 30 km de Rondonópolis. Geograficamente, é
uma área de topografia ondulada, sem córregos permanentes e solos rasos que
dificultam a exploração agrícola. Os solos predominantes são do grupo argissolos,
podzólicos latossolos e cambissolos associados. A população é de aproximadamente
151 famílias, filiadas a 05 (cinco) associações com dificuldades relativas ao
associativismo e desinteresse das lideranças.
O Diagnóstico Rápido Participativo realizado em 2011 apontou que a metade (55,80%)
da população tem idade entre 15 e 59 anos, indicando ao mesmo tempo uma grande
parcela e população não economicamente ativa (17,90% de jovens e 26,30% de idosos).
(Gráficos 1)
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Gráfico 1 – Idade dos moradores do Assentamento Fazenda Esperança.
Fonte: Dados do DRP (2011).
O Gráfico 2 mostra que a metade das famílias possui de 1 a 2 pessoas (57,70%), um
quarto, de 3 a 4 pessoas (26,50%) e apenas 15,80%, com mais de quatro pessoas,
indicando claramente um pequeno número de crianças.
Gráfico 2 – Número de pessoas nas famílias do Assentamento Fazenda Esperança.
Fonte: Dados do DRP (2011).
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Os dados do Gráfico 2 retratam a predominância de casais jovens ainda sem filhos, uma
expressiva presença de idosos aposentados que percebem aposentadoria, senda esta uma
fonte importante da renda familiar não agrícola. As limitações para geração e ampliação
da renda familiar no assentamento são muito grandes, pois o sistema de produção
predominante é frágil baseado no leite, produção de mandioca e agroindústria
incipiente.
Algumas atividades de Extensão Rural já foram executadas dentro do projeto de
pesquisa no Assentamento Fazenda Esperança:
Curso de Oficinas de Artesanato com a Fibra da Bananeira (pseudocaule) junto a
50 participantes (alunos do EJA, agricultores e agricultoras).
Atividades educativas (palestras, caminhadas, dia de campo, etc.) com leitura da
paisagem e construção do Perfil Paisagístico do Assentamento junto a 100
agricultores (alunos do EJA e outros agricultores/agricultoras).
Homeopatia de solos em 20 propriedades experimentais, escolhidas como
Unidades Experimentais de produção (UEP).
Plantio de bananeira em 50 propriedades com correção de solo por calagem.
Melhoramento da fertilidade dos solos com adubação verde (crotalária, feijão
guandu e feijão de porco) em 35 propriedades.
O Projeto valoriza a autorregulação dos agroecossistemas como forma de atingir a
sustentabilidade e a agroecologia, na importância dos parâmetros agronômicos e
ecológicos, como também das questões socioeconômicas. Ele resgata o fato de que a
agricultura, além de ser um processo ecológico, é um processo social, ou seja, o
desenvolvimento tecnológico deve estar inserido num processo amplo onde é
instrumento para um desenvolvimento rural que atenda às demandas sociais e
econômicas. (STURZA et al, 2011).
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Conclusões
Consideramos importante frisar três pontos ao final deste artigo: os conceitos paisagem
e lugar para estudos de extensão rural; a importância do Serviço Social em
assentamento rurais e as informações do projeto de pesquisa no Assentamento Fazenda
Esperança.
Os conceitos paisagem e lugar podem auxiliar na investigação e estudos com
assentamentos rurais, pois o conhecimento atual exige informações inter-relacionadas,
numa perspectiva holística que inclua a complexidade das relações e inter-relações entre
ambiente e sociedade. O conceito paisagem possibilita uma visão integradora dos
componentes físico-naturais, biológicos, antrópicos e econômicos. A degradação
ambiental e social dos assentamentos rurais pode ser melhor analisada com aplicação do
conceito paisagem e propiciar melhor gestão dos recursos naturais e capital social. O
conceito lugar resgata as relações íntimas e de afetividade que possibilita a criação da
identidade do lugar, um novo enraizamento da pessoa no assentamento e de valorização
dos recursos naturais e culturais. Através de entrevistas e metodologia participativas o
lugar pode ser explorado na percepção, experiência e cognição dos assentados e conduz
a produção de sentidos, significados, emoções, sentimentos, atitudes e outras
informações que harmoniza as relações entre a pessoa e o ambiente dentro dos
assentamentos.
O Serviço Social tem papel importante a contribuir nas pesquisas em assentamentos
rurais. A interdisciplinaridade desponta como uma possibilidade, porém, está longe de
ser entendida pela via do diálogo. O que se observa é que a extensão rural busca agregar
saberes de áreas distintas, a fim de formar profissionais que deem conta de diferentes
necessidades. No entanto, o compartilhamento do seu campo de atuação com
profissionais de diferentes áreas, que não as tradicionais, ainda não são uma realidade
na extensão rural pública.
As diversas atividades do Projeto possibilitaram resultados positivos para os
beneficiários, pesquisadores, extensionistas e a infraestrutura do Campus Universitário
de Rondonópolis, pois foram contemplados com equipamentos, o Laboratório de
Geoprocessamento e de Botânica do Campus Universitário de Rondonópolis. O grupo
de artesanato teve produção e apresentação de trabalhos em eventos científicos. Para os
beneficiários trouxe os seguintes impactos:
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Impactos tecnológicos: Novas técnicas de artesanato foram desenvolvidas, com
produção de peças diferenciadas. A técnica da homeopatia tem se mostrado eficaz e
necessita aprofundamento investigatório.
Impactos econômicos: A comercialização de peças gerou renda para muitas famílias.
Impactos sociais: o crescimento individual e convívio social, resultado da interação
entre os participantes nas oficinas de artesanato, cursos, palestras, com valorização das
peças e dos artesãos nas exposições. As atividades do projeto proporcionaram também
aumento da autoestima e melhoria das condições de saúde, principalmente quanto ao
problema da depressão dos assentados.
Impactos ambientais: Procurou-se desenvolver a conscientização em relação à
importância do respeito ao meio ambiente, da produção com recursos naturais de forma
sustentável, assim como com o aproveitamento de materiais reciclados.
Em síntese, os conceitos aqui elencados no âmbito da geografia, as discussões da
Extensão Rural e do Serviço Social e alguns resultados da pesquisa no Assentamento
Fazenda Esperança, encorajam-nos a acreditar que a contribuição do artigo pode ensejar
novas práticas inovadoras de extensão rural.
Notas 1Professor do Departamento de Geografia/ICHS/UFMT. Bolsista de Produtividade DT-2 do CNPq. Líder do Grupo de Pesquisa Estudos da Paisagem e Agricultura Familiar – GEPAF/UFMT. 2 Bolsista VIC. Aluna de Geografia/ICHS/UFMT. 3 Bolsista de Extensão. Aluno de Engenharia Agrícola e Ambiental/ICAT/UFMT. 4 Voluntária. Aluna de Serviço Social. Faculdade Anhanguera - Uniderp. Rondonópolis/MT. 5 Voluntário. Aluno de Engenharia Agrícola e Ambiental/ICAT/UFMT..
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