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Contratos EletrônicosPós-Graduação em Direito do Consumidor – Aulas n. 17
Contratos em Espécie: Contrato Eletrônico
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Direito Eletrônico
• O Direito Eletrônico é o estudo das leis que regulam toda e qualquer
relação jurídica na qual os meios eletrônicos sejam fatores primários,
gerando obrigações para os contraentes. Conceito elaborado pelo Prof. Joseval
Viana
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O Direito Eletrônicopode ser considerado umaciência autônoma?
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A natureza jurídica do Direito Eletrônico deverá ser determinada deacordo com a sua aplicação na esfera do Direito Privado ou na do DireitoPúblico.
Qual é a natureza jurídica do DireitoEletrônico?
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Contrato Eletrônico
• O contrato eletrônico é uma modalidade de negócio à distância, efetivando-se
via Internet por meio de instrumento eletrônico no qual está consignado a
vontade das partes contratantes.
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• O usuário da Internet é aquele que adquire ou utiliza produtos ou
serviço dos “sites” [fornecedores] como destinatário final.
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Algumas espécies de contratos eletrônicos
• Proposta de negócio via e-mail
• Home shopping (telecompras)
• Empréstimos bancários no caixa eletrônico
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Questões sobre o contrato eletrônico
• Como proteger o consumidor da Internet e aprimorar a relação deconsumo no fornecimento virtual de produtos ou serviços?
• Qual a validade de uma oferta numa page web?
• Quais os efeitos jurídicos e qual a eficácia probante dos contratoseletrônicos?
• Quando e onde se tem por concluído esse tipo de contrato?
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• Pode-se afirmar, inicialmente, que o contrato virtual opera-se entre o
titular do estabelecimento virtual e o internauta, mediante
transmissão eletrônica de dados.
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Requisitos do contrato eletrônico• Requisito subjetivo: manifestação de vontade de duas ou mais
pessoas capazes civilmente para a efetivação do ato negocial
desde que não apresente vícios de consentimento e sociais.
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OBSERVAÇÃO• A provedora do acesso (agente interveniente –
consumidor/fornecedor) não são contratantes, visto que
tem por responsabilidade a organização dos meios físicos e
logísticos, a fim de possibilitar a comunicação entre o
computador do usuário e a rede mundial de computadores.
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Assim decidindo [inseriu no polo passivo da demanda o
provedor], o acórdão recorrido destoou do entendimento do Superior
Tribunal de Justiça, no sentido de que "o provedor de buscas de produtos
que não realiza qualquer intermediação entre consumidor e vendedor
não pode ser responsabilizado por qualquer vício da mercadoria ou
inadimplemento contratual" (Resp 1.444.008/RS, Relatora Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 25.10.2016, DJe
9.11.2016).
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Requisitos Objetivos – Artigo 104 do Código Civil
A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz (requisito subjetivo)
II - objeto lícito, possível, determinado ou
determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
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• Capacidade genérica: medida da personalidade
• Capacidade específica: legitimidade
• Consequência jurídica da inobservância dessas capacidades: Nulidade
do negócio jurídico
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• Objeto do contrato: idôneo; lícito; não proibido pelo Direito e pela Moral.
• Possível: jurídica e financeiramente.
• Determinado ou determinável: elementos mínimos de individualização que
lhe permitam caracterizá-lo.
• Forma prescrita ou não defesa em lei: obediência aos requisitos da lei,
quando o contrato indicar seus requisitos mínimos.
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• Se a lei exigir forma especial: deve ser observada a
forma especial.
• Se a lei proibir uma forma: o negócio não pode ser feito
dessa forma.
• Se a lei não exigir forma: a forma é livre.
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• Agente capaz (Capacidade civil)
O negócio jurídico realizado pelo absolutamenteincapaz sem a devida representação será nulo –Artigo 166 do CC.
Realizado pelo relativamente incapaz semassistência será anulável – Artigo 171, inciso I, doCC.
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• Objeto lícito
O objeto lícito está em conformidade com a lei. Será nulo se oobjeto for ilícito – Art. 166 do CC.
Exemplo: compra e venda de coisa roubada
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• Objeto possível
Objeto possível, física ou juridicamente. Se o ato negocial
contiver prestação impossível (vender herança de pessoa viva –
art. 426 do CC – deverá ser declarado nulo, de acordo com os
arts. 104, II e 166, II, ambos do CC.
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• Objeto determinado ou determinável
Em outras palavras, o objeto deve ser
suscetível de determinação (gênero e quantidade)
sob pena de nulidade absoluta. Arts. 166, inc. II e 243
do CC)
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• Forma prescrita ou não defesa em lei
Às vezes será imprescindível seguir
determinada forma de manifestação de vontade ao se
praticar ato negocial dirigido à aquisição, ao resguardo,
à modificação ou extinção de relações jurídicas.
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• Forma prescrita ou não defesa em lei
• A forma prescrita é aquela que está indicada na lei como
deve ser feita. Exemplo: a escritura pública de compra e
venda de imóvel. (Artigo 108 do Código Civil)
• Em outras palavras, a forma prescrita em lei é aquela
descrita, escrita, determinada na lei.
• A forma prescrita em lei é também denominada de
Forma Especial.
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• Forma prescrita ou não defesa em lei
• Forma não devesa em lei: forma não proibida,
não vedada por lei. Exemplo: compra e venda de
veículo.
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Requisito Formal
• Exige-se o uso do computador ou qualquer outro meio
eletrônico na sua formação, ficando registrado todos os
dados dos negócios jurídicos.
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• DECRETO Nº 7.962, DE 15 DE MARÇO DE 2013
• Vigência
• Objetivo do Decreto n. 7.962/2013: regulamenta a
Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, para
dispor sobre a contratação no comércio eletrônico.
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O contrato eletrônico deverá conter:
a) Informações claras a respeito do produto, serviço e do
fornecedor.
b) Atendimento facilitado ao consumidor.
c) Respeito ao direito de arrependimento. (Artigo 49 doCDC)
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Art. 49 do Código de Defesa do Consumidor
O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de
sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre
que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento
previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título,
durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato,
monetariamente atualizados.
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Os “sites” ou “meios eletrônicos” devem disponibilizar as seguintes
informações:
a) Nome empresarial e número de inscrição do fornecedor, quando houver,
no Cadastro Nacional de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional de
Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda.
b) Endereço físico e eletrônico, e demais informações necessárias para sua
localização e contato.
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c) Características essenciais do produto ou do serviço,
incluídos os riscos à saúde e à segurança dos
consumidores (Artigo 4º do Código de Defesa do
Consumidor)
d) Condições integrais da oferta, incluídas modalidades de
pagamento, disponibilidade, forma e prazo da execução do
serviço ou da entrega ou disponibilização do produto.
e) Informações claras e ostensivas a respeito de quaisquer
restrições à fruição da oferta.
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Os “sites” ou meios eletrônicos utilizados para ofertas
de compras coletivas deverão conter também:
a)quantidade mínima de consumidores para a efetivação do
contrato;
b)prazo para utilização da oferta pelo consumidor; e
c)identificação do fornecedor responsável pelo sítio
eletrônico e do fornecedor do produto ou serviço ofertado.
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O fornecedor, para garantir o atendimento facilitado ao
consumidor no comércio eletrônico, deverá:
a) Apresentar sumário do contrato antes da contratação,
com as informações necessárias ao pleno exercício de
direito de escolha do consumidor, enfatizadas as
cláusulas que limitam direitos.
b) Fornecer ferramentas eficazes ao consumidor para
identificação e correta imediata de erros ocorridos nas
etapas anteriores à finalização da contratação.
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c)Confirmar imediatamente o recebimento da aceitação da
oferta.
d)Disponibilizar o contrato ao consumidor em meio que
permita sua conservação e reprodução, imediatamente após
a contratação.
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d) Manter serviço adequado e eficaz de atendimento em meio eletrônico, que
possibilite ao consumidor a resolução de demandas referentes a informação,
dúvida, reclamação, suspensão ou cancelamento do contrato.
e) Confirmar imediatamente o recebimento d as demandas do consumidor
referidas no inciso , pelo mesmo meio empregado pelo consumidor ; e
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f) Utilizar mecanismos de segurança eficazes para
pagamento e para tratamento de dados do consumidor.
Observação: a manifestação do fornecedor às demandas
do consumidor (vide inciso V) deverão ser encaminhadas
em até cinco dias ao consumidor.
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• O fornecedor deve informar, de forma clara e ostensiva,
os meios adequados e eficazes para o exercício do direito
de arrependimento pelo consumidor.
• O consumidor poderá exercer seu direito de
arrependimento pela mesma ferramenta utilizada para a
contratação, sem prejuízo de outros meios
disponibilizados.
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O exercício do direito de arrependimento implica a
rescisão dos contratos acessórios, sem qualquer ônus para
o consumidor.
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O exercício do direito de arrependimento será
comunicado imediatamente pelo fornecedor à instituição
financeira ou à administradora do cartão de crédito ou
similar, para que:
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a) A transação não seja lançada na fatura do consumidor.
b) Seja efetivado o estorno do valor, caso o lançamento na
fatura já tenha sido realizado.
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ATENÇÃO:
O fornecedor deve enviar ao consumidor confirmação
imediata do recebimento da manifestação de
arrependimento.
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OBSERVAÇÃO:
As contratações no comércio eletrônico deverão
observar o cumprimento das condições da oferta, com a
entrega dos produtos e serviços contratados, observados
prazos, quantidade, qualidade e adequação.
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O contrato de eletrônico é título
executivo judicial?
Vamos à resposta.
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ESTUDO DE CASO
• RESP 1.495.920-DF
• RECURSO ESPECIAL Nº 1.495.920 - DF
• RELATOR : MINISTRO PAULO DE TARSO SANSEVERINO
• RECORRENTE : FUNDAÇÃO DOS ECONOMIÁRIOS FEDERAIS FUNCEF
• RECORRIDO : EMERSON MARTINELI RODIGUERO
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
• Controvérsia acerca da condição de título executivo extrajudicial de
contrato eletrônico de mútuo celebrado sem a assinatura de duas
testemunhas.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
• O rol de títulos executivos extrajudiciais, previsto na legislação federal
em "numerus clausus", deve ser interpretado restritivamente, em
conformidade com a orientação tranquila da jurisprudência desta
Corte Superior.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
• Art. 784 do Código de Processo Civil
• São títulos executivos extrajudiciais:
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
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