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Cia do concurseiro – [email protected] 25) GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS E GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Desde o final dos anos de 1980, iniciou-se um processo geral de mudanças institucionais, repercutindo em vários setores econômicos, nos serviços públicos concedidos e nos diferentes níveis da Federação. Essas transformações comportam, entre outras características, a emergência de um novo “modelo” de gestão ambiental, e dos recursos hídricos em particular. Sinteticamente, podemos considerar que esse “modelo” está criando importantes pressões na agenda jurídico-administrativa e exigindo um reposicionamento das diversas organizações4 envolvidas na gestão dos recursos hídricos, bem como uma adaptação de suas respectivas práticas. Observa-se, em decorrência das mudanças institucionais, um duplo movimento: de um lado, o Estado concentra-se nas atividades de regulação da exploração dos recursos e dos serviços concedidos para garantir um “ambiente” competitivo; do outro, verifica-se a reestruturação das várias organizações, públicas e privadas, que assumem novos objetivos e estratégias como respostas aos ajustes do novo ambiente regulatório. Não se trata, de modo algum, de uma adaptação natural, mas, ao contrário, de um processo constante de ajustes que interferem na própria institucionalidade. Em outros termos, não há uma adaptação passiva por parte das organizações aos mecanismos de regulação, há, nesse caso, uma ação organizada que permite a aproximação entre concorrência e restrição, autonomia dos

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Cia do concurseiro – [email protected]

25) GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS E GESTÃO INTEGRADA DE

RESÍDUOS SÓLIDOS.

Desde o final dos anos de 1980, iniciou-se um processo geral de mudanças

institucionais, repercutindo em vários setores econômicos, nos serviços

públicos concedidos e nos diferentes níveis da Federação. Essas

transformações comportam, entre outras características, a emergência de um

novo “modelo” de gestão ambiental, e dos recursos hídricos em particular.

Sinteticamente, podemos considerar que esse “modelo” está criando

importantes pressões na agenda jurídico-administrativa e exigindo um

reposicionamento das diversas organizações4 envolvidas na gestão dos

recursos hídricos, bem como uma adaptação de suas respectivas práticas.

Observa-se, em decorrência das mudanças institucionais, um duplo

movimento: de um lado, o Estado concentra-se nas atividades de regulação da

exploração dos recursos e dos serviços concedidos para garantir um

“ambiente” competitivo; do outro, verifica-se a reestruturação das várias

organizações, públicas e privadas, que assumem novos objetivos e estratégias

como respostas aos ajustes do novo ambiente regulatório. Não se trata, de

modo algum, de uma adaptação natural, mas, ao contrário, de um processo

constante de ajustes que interferem na própria institucionalidade. Em outros

termos, não há uma adaptação passiva por parte das organizações aos

mecanismos de regulação, há, nesse caso, uma ação organizada que permite

a aproximação entre concorrência e restrição, autonomia dos agentes e

interdependência estratégica (Crozier e Friedberg. 1977; Friedberg, 1997) face

às mudanças institucionais.

É possível, assim, observar, a partir desse ponto de vista, que a criação de

uma nova institucionalidade transforma situações tidas como estáveis em

situações de incerteza. Nesse contexto, todo o tipo de organização tenta

reduzir o grau de incerteza de modo a assegurar a continuidade de suas

atividades, pressupondo, portanto, práticas e estratégias que acabam por

interferir no ambiente institucional. Não é, pois, difícil supor que essa operação

se faça com conflitos, resistências impondo um processo de negociação. Cabe

Lembrar que não se trata exclusivamente da reformulação de regras e normas

que estruturam a interação entre os agentes, mas igualmente dos instrumentos

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que lhe dão suporte. No que diz respeito à gestão dos recursos hídricos, essa

situação é particularmente sensível. Disputas em torno da outorga, cobrança

pelo uso da água, uso compartilhado do recurso, preservação das fontes são

algumas das questões às quais as organizações estão confrontadas.

Essas considerações suscitam a indagação sobre a possibilidade de

estabelecer, no processo de gestão ambiental - esta última compreendida

como campo estruturado por práticas e estratégias dos diferentes agentes

(Pires do Rio e Galvão, 1996), instrumentos que permitam desvelar os

interesses dos agentes. Admite-se uma resposta afirmativa e propõe-se um

conjunto de procedimentos que possam auxiliar os comitês de bacia a

confrontar diagnósticos e assumir um papel ativo no processo de gestão.

Considera-se que o plano de bacia não constitui em si uma meta a ser

alcançada, ao contrário, trata-se de um instrumento para orientar

investimentos; e como tal, requer princípios metodológicos que possam balizar

sua coordenação.

1. A natureza das mudanças na gestão dos recursos hídricos

Em trabalhos anteriores (Pires do Rio e Peixoto, 2001, Pires do Rio, Peixoto e

Moura, 2001 e 2002; Pires do Rio e Egler, 2003) discutiu-se as alterações no

modelo de regulação dos recursos hídricos e a emergência de novas

institucionalidades no Brasil. Nesses trabalhos, salientou-se o contexto dessas

mudanças, a articulação com o novo papel do Estado e, de modo particular, as

questões sobre a gestão deste recurso a partir da aprovação da Política

Nacional de Recursos Hídricos. Sobre este último ponto, algumas

especificidades referentes ao arranjo institucional e às organizações dele

decorrentes foram consideradas relevantes. A primeira delas reside no fato de

que a Agência Nacional de Águas (ANA) não possui a atribuição de regular a

prestação dos serviços, como ocorre nos casos da telefonia, energia elétrica ou

transporte. Esse é um elemento fundamental para o entendimento da natureza

das ações do ente regulador, uma vez que a regulação e fiscalização dos

serviços de abastecimento e saneamento é atribuição de órgãos estaduais e

municipais. Dessa forma, a ANA tem por atribuição fundamental regular o uso

compartilhado dos recursos hídricos, por meio das diretrizes delineadas na

PNRH. Em outros termos, compete à ANA supervisionar, controlar e avaliar as

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ações e atividades decorrentes do cumprimento da legislação federal, além de

disciplinar, em caráter normativo, a implementação, a operacionalização, o

controle e a avaliação dos instrumentos da PNRH no território nacional. Suas

principais ações de fiscalização dos usos dos recursos hídricos ocorrem,

portanto, apenas em corpos de água de domínio da União, bem como a

outorga de direito de uso dos mesmos recursos e a arrecadação, distribuição e

aplicação das receitas auferidas por intermédio da cobrança pelo seu uso

(Pires do Rio e Moura, 2003).

A segunda especificidade no modelo de gestão dos recursos hídricos

relaciona-se à imposição de um recorte espacial específico para as atividades

de gestão e, conseqüentemente, definição das regras que regulam o uso do

recurso. Assim, na própria PNRH definiu-se que bacia hidrográfica constitui a

unidade para implantação de sua gestão. Ao institucionalizar a bacia de

drenagem, a PNRH “criou uma nova arena para diversificadas alianças

intervenientes na gestão territorial e ambiental das quais os recursos hídricos

fazem parte” (Pires do Rio e Peixoto, 2001). Dito de outro modo, a bacia

hidrográfica perde seu conteúdo de substrato natural para assumir importância

como entidade na qual se manifestam os conflitos e torna-se, portanto,

construção política (Pires do Rio e Moura, 2003).

Cabe, nesse ponto, ampliar a argumentação sobre a escolha dessa unidade

natural para fins de gestão. A bacia hidrográfica não comporta, pois, a

naturalidade sob a qual nos é apresentada. Sua função é, assim, “distorcida”,

isto é, de área elementar para compreensão dos processos de drenagem

torna-se espaço institucional caracterizado pela existência de uma organização

cuja ação tem implicações econômicas e políticas. O espaço institucional é

aberto, evolutivo e não pode ser delimitado em termos de linhas naturais, tal

como pressupõe a bacia hidrográfica e como alguns autores a têm

considerado.

O modelo francês, no qual a PNRH se inspira e que baseia-se na construção

de um sistema nacional no qual as ações e os instrumentos de regulação são

concebidos para serem aplicados em bacias hidrográficas, revela que a adoção

de tal unidade como base para a implantação de organizações que compõem o

arranjo institucional para a gestão dos recursos hídricos, como por exemplo as

Agências de Água, não pode ser compreendida como um simples acaso. Em

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sua origem, as bacias hidrográficas e as agências de água guardam estreita

relação com a constituição de monopólios regionais explorados por grandes

companhias de água e saneamento e uma disputa pelo controle das bacias

com maior densidade de usuários de grande porte (Barraqué, 2000).

Um exame cuidadoso, na bibliografia relacionada ao modelo nacional de

gestão de águas, revela uma tendência em se considerar a bacia hidrográfica

como um elemento facilitador da articulação entre agentes e, também, capaz

de induzir a amenização ou, ainda, a resolução dos conflitos. Ver exemplo em,

Salati et al. (1999).

Além disso, o PNRH definiu também que a água é um bem público, podendo

ser de domínio da União ou dos Estados. Notou-se, igualmente, uma tendência

à descentralização, empreendida pela necessidade de criação de instrumentos

e organizações nos níveis estaduais para estabelecerem o conjunto de regras

sobre os corpos d’água de domínio estadual. Em síntese, o arranjo institucional

proposto pelo Sistema Nacional de Recursos Hídricos busca traduzir um

sistema estruturado que inclui a criação de espaços participativos na forma de

Comitês de Bacias.

Instâncias Atribuições Atores Envolvidos Escala de Atuação

Articular o planejamento dos recursos hídricos, arbitrar conflitos.

Representantes dos níveis federal e estadual, usuários e organizações civis

com atuação no gerenciamento ou no uso dos recursos hídricos.

Nacional

Organizar, implantar e gerir o SNRH, definir e fiscalizar condições de operação

de reservatórios, garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos

(órgão técnico) Nacional

Prestar apoio técnico, administrativo e financeiro ao CNRH, coordenar a

elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos.

(órgão técnico) Nacional

Conselhos Estaduais

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Promover debate sobre recursos hídricos, arbitrar conflitos, estabelecer

cobrança pelo uso do recurso.

Entidades públicas e privadas, correspondentes às do CNRH e representantes

municipais Estadual

Comitês de Bacias

Discutir sobre o uso múltiplo da água, outorga e cobrança do uso,

enquadramento dos corpos d’água, desenvolver ações para melhoria ambiental

Representantes dos níveis federal, estadual e municipal, usuários e

organizações civis cujos territórios se situem, ainda que parcialmente, em suas

áreas de atuação Estadual.

Agências de Águas∗ Cobrar pelo uso dos recursos, gerir os recursos oriundos desta cobrança,

constituindo, de fato, secretarias executivas dos Comitês.

(órgão técnico) Regional/ Local

Consórcios Intermunicipais

Implantar políticas públicas para a gestão dos recursos hídricos

Prefeituras, Associações de Usuários, órgãos de pesquisa e estudo.

Regional/ Local∗ Instâncias inexistentes antes da Lei 9433/97. Fonte: Modificado de ANEEL,

1999; Pires do Rio e Peixoto, 2001.

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), a Agência Nacional de

Águas (ANA) e as Agências de Água constituem as principais inovações desse

sistema. No que diz respeito às atribuições de cada instância, observa-se a

separação das atividades executivas das atividades de planejamento. Ponto

importante, na medida em que a proposta de uma gestão, tal como a

compreendemos, pressupõe a aproximação dessas duas atividades.

Integrando este sistema na qualidade de autarquia, a ANA, aprovada em junho

de 2000, atua em todo o território nacional e funciona de modo relativamente

independente ao CNRH. Tal fato constitui um elemento que conduzirá a um

processo inverso, de centralização, apoiado na figura da dominialidade da

União para cursos d’água interestaduais.

As principais funções de um Comitê são: racionalizar o uso, a quantidade de

água disponível para cada categoria de consumidor, financiar projetos de

saneamento, de educação ambiental, e apoiar e prestar assistência aos

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municípios integrantes de uma mesma bacia no que tange à gestão dos

recursos hídricos. Além disso, constitui o fórum de negociação para solucionar

os conflitos entre usuários de uma mesma bacia. Evidencia-se, desse modo, a

ampliação do quadro da gestão que inclui interações entre um leque variado de

agentes.

Chama atenção ainda o sistema nacional incorporar instâncias como os

consórcios de municípios. Como figura jurídica, os consórcios são constituídos,

de um modo geral, em torno de um problema específico, comum aos

municípios participantes. Vários exemplos podem ser mencionados para

ilustrar a formação desses consórcios. Essa estrutura consiste em uma forma

de cooperação e associação entre entes federativos do mesmo nível de

governo, através de uma organização operacional, sem caráter deliberativo,

com objetivos voltados para a solução de problemas comuns, de modo a

racionalizar os custos para os municípios participantes que, a priori, dividem

igualmente a responsabilidade pela implantação e operação do consórcio

(Fontes, 2001). À diferença dos comitês de bacias, os consórcios de municípios

não constituem esferas de decisão supra municipais.

Não obstante a característica assinalada há, no que diz respeito às bacias

hidrográficas, a transformação de consórcios em outras formas de organização

que, no entanto, permanecem com a denominação de consórcio. Este é o

caso, por exemplo do Consórcio Intermunicipal para Recuperação Ambiental

das Bacias dos rios Santa Maria.

Há, no estado do Rio de Janeiro, dois consórcios intermunicipais, na região dos

Lagos, formados em todo de questões referentes aos serviços de água e

esgoto. Um deles é constituído pelos municípios de Araruama, Saquarema e

Silva Jardim que concederam, de forma conjunta, os serviços mencionados à

concessionária privada Águas de Jurtunaíba; o outro, formado por Arraial do

Cabo (somente serviços de abastecimento de água), Búzios, Cabo Frio, Iguaba

e São Pedro da Aldeia transferiram os serviços à Prolagos. Nestes exemplos,

os municípios uniram-se não para prestar o serviço diretamente, mas para

facilitar o processo de concessão. (Pires do Rio e Sales, 2003).

Vitória e Jucu, Espírito Santo, criado em 1991. Além do governo estadual que

passa a atuar através da Secretaria de Meio Ambiente, agentes como a

Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN) e da Companhia

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Espírito Santo Centrais Elétricas S.A. (Escelsa), foram incluídas empresas do

porte da CVRD e da Companhia Siderúrgica de Tubarão (Rangel et al s/data).

Nesse caso, a incorporação do governo do estado em 1994 sinaliza, no nosso

entender, uma ampliação do âmbito das decisões a serem tomadas. Observa-

se neste exemplo a inclusão de representantes de níveis hierárquicos

diferentes, bem como agentes econômicos que têm uma lógica de atuação

bastante distinta daquela dos municípios. Essa mudança não se reduz à uma

formalidade, ao contrário, ela é substantiva.

Por fim, esse novo sistema de gestão dos recursos hídricos, consubstanciado

na lei 9433, insere uma nova escala de gestão, porém, não perde o aspecto

setorial enraizado nas políticas, planos e programas. A contradição reside no

fato de que a regulação como coordenação, estabilidade para as relações

sociais, vem sendo continuamente reduzida à regulação econômica (preço e

volume) e, por conseguinte, compreendida como restrição pela maior parte dos

agentes. É nessa escala, no entanto, que se configuram os padrões de controle

sobre o recurso hídrico bem como as coalisões entre agentes. Dito de outro

modo, o que está em disputa é o modo como os elementos são transformados

em recursos, o que implica na definição dos mecanismos de apropriação e de

acesso.

Os planos de gestão de bacias

A Lei 9.433/97 em seu Art. 7º define os planos de gestão de bacias como

"Planos de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o

período de implantação de seus programas e projetos". Essa definição implica

em seletividade e simultaneidade. Ao estabelecer um horizonte de longo prazo

impõe-se a seleção do que é hoje prioritário e que deve estar presente em

vários lugares no futuro. Esse procedimento consiste em reduzir as

indeterminações do futuro a partir de uma ideia do presente. Este ponto é

importante na medida em que tais planos buscam na descentralização e

participação da sociedade civil uma legitimidade para as ações que irão

estruturar o futuro.

Essa discussão foge aos objetivos deste trabalho. Lembra-se apenas que a

regulação econômica é em geral apontada como limitação à liberdade de

atuação dos agentes econômicos.

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Função das diretrizes estabelecidas; f) critérios para cobrança pelo uso; g)

definição de áreas de proteção. Verifica-se, assim, que, na forma da lei, os

planos permanecem no campo de uma ação externa à dinâmica social, mesmo

considerando a possibilidade de participação das comunidades em dois

momentos: no levantamento de informações e na apresentação do plano para

discussão.

As etapas e as atividades correspondentes para a elaboração dos planos de

recursos hídricos (Quadro 2) foram regulamentadas pela Resolução nº 17

(maio de 2001) do CNRH. Nesse sentido, conforme enunciado no artigo 8º, os

planos devem ser constituídos por diagnósticos e prognósticos, nos quais

devem ser observados itens como a avaliação quantitativa e qualitativa da

disponibilidade hídrica da bacia hidrográfica, de forma a subsidiar o

gerenciamento dos recursos hídricos, em especial o enquadramento dos

corpos de água, as prioridades para outorga de direito de uso e a definição de

diretrizes e critérios para a cobrança.

Além disso, na etapa do diagnóstico e prognóstico, os planos devem conter

avaliações do quadro atual e potencial de demanda hídrica da bacia, em

função da análise das necessidades relativas aos diferentes usos setoriais e

das perspectivas de evolução dessas demandas, estimadas com base na

análise das políticas, planos ou intenções setoriais de uso, controle,

conservação e proteção dos recursos hídricos.

Finalizando essa etapa, o plano deve possuir em seu corpo, a avaliação

ambiental e sócio-econômica da bacia, identificando e integrando os elementos

básicos que permitirão a compreensão da estrutura de organização da

sociedade e a identificação dos atores e segmentos setoriais estratégicos, os

quais deverão ser envolvidos no processo de mobilização social para a

elaboração do Plano e na gestão dos recursos hídricos.

A elaboração de alternativas de compatibilização é um aspecto implícito no

quadro, mas que é definido de maneira explícita pela Resolução nº 17, como

conteúdo mínimo do plano, devendo considerar os seguintes aspectos:

prioridades de uso dos recursos hídricos; disponibilidades e demandas hídricas

da bacia, associando alternativas de intervenção e de mitigação dos

problemas, de forma a serem estabelecidos os possíveis cenários; e

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alternativas técnicas e institucionais para articulação dos interesses internos

com os externos à bacia, visando minimizar possíveis conflitos de interesse.

Avaliação dos recursos hídricos

Levantamento e análise de séries fluviométricas e balanço hídrico.

Definição de metas Estabelecimento de metas para o gerenciamento de

recursos hídricos.

Implementação de ações Programas, projetos e estudos para realização de

investimentos voltados para o gerenciamento da água na bacia.

Grupos de gestão Acompanhamento dos planos, avaliação de relatórios,

organização das audiências públicas.

No estabelecimento das metas, estratégias, programas e projetos, deverá ser

incorporado o elenco de ações necessárias à sua implementação, visando

minimizar os problemas relacionados aos recursos hídricos superficiais e

subterrâneos, otimizando o seu uso múltiplo e integrado, compreendendo os

seguintes tópicos: a identificação de prioridades das ações, possíveis órgãos

ou entidades executoras ou intervenientes, avaliação de custos, fontes de

recursos e estabelecimento de prazos de execução; propostas para adequação

e/ou estruturação do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos da

bacia; um programa para a implementação dos instrumentos de gestão

previstos na Lei nº 9.433, de 1997. No caso do último item, devem ser

considerados os limites e critérios de outorga para os usos dos recursos

hídricos, as diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso da água, a proposta

de enquadramento dos corpos d'água, a sistemática de implementação do

Sistema de Informações da bacia e ações de educação ambiental consoantes

com a Política Nacional de Educação Ambiental, estabelecida pela Lei nº

9.795, de 27 de abril de 1999.

A participação da sociedade nas etapas de elaboração do Plano dar-se-á por

meio de consultas públicas, encontros técnicos e oficinas de trabalho, de modo

a possibilitar a discussão de alternativas, fortalecendo a interação entre a

equipe técnica, usuários de água, órgãos de governo e sociedade civil, de

forma a incorporar contribuições ao Plano. Nota-se, mais uma vez, que o

caráter técnico impõe-se aos mecanismos de participação da sociedade civil.

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Além disso, o papel desta na elaboração do plano restringe-se, conforme a

ideia anterior explicita, à atuação secundária.

Há ainda que se considerar o fato de que, apesar da composição dos comitês

objetivarem maior equilíbrio e simetria entre os agentes na gestão da água, o

peso político e econômico de alguns deles reforça a assimetria e,

conseqüentemente, viabiliza alianças que intervêm na orientação dos

investimentos que são objeto do plano. Conforme veremos adiante, os agentes

estão em permanente interação, o que confere ao processo de gestão um

caráter dinâmico, político e menos técnico do que se pensa ter.

O questionamento aqui reside na legitimidade de alguns agentes e do próprio

comitê em conduzir a elaboração dos planos. Isso decorre do fato de que os

planos devem ser elaborados pelas Agências de Bacia, órgãos técnicos

vinculados aos comitês, cabendo a estes a supervisão e aprovação dos

mesmos. Por fim, outro ponto destacável é o estágio atual de elaboração dos

planos de recursos hídricos no Brasil. A maioria das bacias hidrográficas de

domínio da União não possui planos. A exceção se faz para bacias que têm

funcionado como experiências-piloto, como as dos rios Paraíba do Sul e São

Francisco, na implementação dos instrumentos da PNRH. Nestas bacias,

entretanto, observa-se que os planos ainda estão sendo discutidos de forma

bastante preliminar e privilegiando aspectos técnicos.

Algumas questões metodológicas

A preocupação operacional com a realização de planos de bacia é

considerada, pelos diferentes agentes públicos, como necessidade cada vez

mais premente em virtude dos sucessivos problemas de contaminação e de

escassez relativa de recursos hídricos: trata-se, nesse caso, da utilização de

um instrumento que tenta principalmente orientar investimentos como

respostas para uma decisão tomada a priori. Se concebemos a gestão como

processo, as respostas às situações emergenciais, de riscos ou de conflitos

pressupõem uma análise continuada da ação das organizações mais

diretamente envolvidas nos usos dos recursos.

Uma situação emergencial é caracterizada pela ocorrência de um evento não

previsível. As inundações são em geral assim classificadas, possuindo,

portanto, uma localização precisa. As situações de risco (ou a maneira como

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são percebidas) não possuem necessariamente uma localização precisa. A

definição de uma situação de risco comporta disputas científicas sobre causas

e efeitos sinérgicos entre um número considerável de variáveis. Envolve,

portanto, disponibilidade de informação e a elaboração de projeções. Os

conflitos existem independentemente das situações anteriores e podem

assumir maior expressividade quando o quadro é agravado pela ocorrência de

eventos de grande magnitude ou quando ações voluntárias ou involuntárias

interferem na quantidade, na qualidade ou na estabilidade de modo de acesso

ao recurso.

A delimitação do problema e sua localização

Na elaboração do diagnóstico do estado atual dos recursos hídricos a proposta

inicia-se com a delimitação do problema e sua localização. Esse ponto de

partida, nos parece, é diferente das análises do tipo ADR (alternative dispute

resolution) típicas da década de 1980 que, por sua vez, apresentavam-se como

alternativas ao modelo decide informa-justifica (Priscoli, 1999). Iniciar pela

delimitação do problema implica em considerar a existência de conflitos

anteriores a qualquer tentativa de implementação de um plano de bacia.

Partir da delimitação do problema implica considerar que um plano de bacia

será concebido numa relação espaço-tempo. Cabe lembrar que nesse ponto há

um deslocamento de ordem metodológica. Quando nos referimos aos conflitos

opera-se um deslocamento da análise para um contexto distinto daquele

proposto pela lei. Como foi anteriormente assinalado, os planos de bacia

partem do diagnóstico a partir de temas isolados tentando estabelecer uma

interação “homem-natureza”. Identificar os conflitos significa partir das

interações sociais ou, dito de um modo mais direto, deslocar a análise para um

contexto de interações entre organizações. Em decorrência desse

deslocamento evidenciam-se as características de ordem estrutural: o acesso

aos recursos. No caso particular do acesso à água potável, por exemplo, as

desigualdades segundo o nível de renda da população constituem um

problema de natureza estrutural, que necessita, entretanto, assumir maior

representatividade nos diagnósticos e planos de bacia. Além disso, os conflitos

de uso estão intrinsecamente ligados aos investimentos anteriores que

comandaram a apropriação do recurso.

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Nesse sentido, alguns pontos precisam ser mapeados: a) delimitação, em

escala compatível, dos problemas ou conflitos de uso dos recursos hídricos

compartilhados; b) delimitação de abrangência espacial de manifestação do

problema/conflito (toda a bacia; apenas numa porção da bacia; em uma sub-

bacia, etc); c) caracterizar as áreas de ocorrência segundo sua localização:

zonas limítrofes, alto, médio, baixo curso; d) caracterizar as áreas de

ocorrência segundo a densidade de ocupação e o uso do solo; e) identificar e

mapear os tipos de usos dos recursos hídricos.

Natureza do Conflito

Tipo de Uso Áreas de Maior Vulnerabilidade irrigação versus energia elétrica

médio curso irrigação versus abastecimento urbano contato rural-urbana

industrial versus abastecimento urbano zonas densamente ocupadas

Quantitativa energia elétrica versus transporte médio e baixo cursos mineração

versus abastecimento urbano zonas de contato mineração versus pesca zonas

de contato indústria versus abastecimento urbano zonas densamente

ocupadas.

Qualitativa agricultura versus abastecimento urbano zonas de contato Fonte :

Adaptado de Pires do Rio e Moura, 2003

Em que pese o grau de generalidade que o quadro acima apresenta, é possível

observar que o cruzamento das informações requer um raciocínio geográfico.

Os conflitos entre irrigação e energia elétrica que ocorrem, por exemplo no

médio São Francisco, explicam-se pelo fato das áreas irrigadas estarem a

montante da geração de energia elétrica, pois o volume de água desviado para

a irrigação diminui substancialmente, em períodos de seca, a capacidade de

geração das usinas hidroelétricas situadas a jusante.

Quando identificamos zonas de contato, é necessário ter claro que os

problemas não se limitam a esta área. Utiliza-se zona de contato para chamar

a atenção para os conflitos sujeitos aos efeitos de proximidade. É evidente que

acidentes como aquele que aconteceu na bacia do Rio Pomba-Muriaé têm

conseqüências muito além do entorno do local de lançamento de efluentes com

elevado potencial de contaminação. Esse ponto é fundamental, pois isso exige

o levantamento de informações e de articulação para a adoção de medidas

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tanto preventivas quanto contingenciais cujo raio de abrangência é

extremamente variável.

Explícitas ou não, as disputas pelo acesso aos recursos hídricos envolvem

valores e projeções de interesse público distintos. Enquanto os modelos do tipo

decide-informa justifica e ADR pressupõem a assistência neutra de quem

decide, informa e possui uma projeção do futuro, a elaboração de planos de

gestão traz, em sua essência, a negociação como base para redução dos

custos da gestão. Nesse sentido, é forçoso reconhecer uma tensão entre o

técnico e o político. Le Moigne e Ténière (1998) chamam a atenção para a

sociedade não-técnica como aquela que se distingue pela capacidade de

resolução política (relação de forças e negociação) e econômica (distribuição

de responsabilidades e identificação de prioridades), indicando, por esta via, a

transferência para o campo político das modalidades de utilização do recurso, a

quantidade destinada aos diferentes usos e os critérios de qualidade. Esse

pressuposto requer, no processo de tomada de decisão, a delimitação clara do

problema.

Identificação das Organizações e suas estratégias

Os conflitos não existem sem sujeitos. Nesse sentido, todos os conflitos

decorrem da ação das organizações e, portanto, a gestão dos recursos hídricos

implica no processo de negociação entre as distintas formas de organização.

Os conflitos ocorrem por suas estratégias e práticas e mesmo que não tenham

objetivos claramente definidos, sua ação contém sentido específico (Crozier e

Friedberg. 1977; Friedberg, 1997). Os traços que diferenciam as organizações

podem ser resumidos do seguinte modo: a) lógica de atuação; b) estrutura

organizacional; c) comprometimento com o ambiente; d) redes formais e

informais de comunicação.

Na gestão dos recursos hídricos o conjunto de organizações envolvidas é

extremamente variável de lugar para lugar. Planos e projetos de grande vulto

podem exercer efeitos mobilizadores entre organizações com objetivos

distintos. Uma identificação tem, portanto, a função de relacionar a natureza do

conflito à ação das organizações que estarão, pelo menos no curto prazo,

mobilizadas por disputas. Nesse sentido, considera-se que os principais pontos

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a serem evidenciados podem ser agrupados em itens que englobam desde a

denominação até a construção de cenários.

GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Mostra que o sistema de gestão integrada, além de ser o caminho conseqüente

para a melhoria do manejo dos resíduos sólidos urbanos, também é capaz de

otimizar a viabilidade de comercialização de Reduções Certificadas de

Emissões com habilitação ao MDL. Esse caminho consolida uma oportunidade

para a sustentabilidade ambiental, social e econômica dos sistemas de gestão

de resíduos sólidos nos municípios.

Conceito, planejamento e oportunidades.

Descreve e analisa os objetivos do Protocolo de Quioto e do Mecanismo de

Desenvolvimento Limpo, incluindo o detalhamento das etapas de um projeto,

especificando as metodologias de cálculo de créditos de carbono relacionadas

à gestão de resíduos sólidos existentes e as aprovadas, os modelos

institucionais adequados para o projeto e os investimentos e custos estimados

para a sua implementação. Apresenta ainda as estratégias para a viabilização

de projetos, os riscos, as vantagens e os benefícios ambientais, sociais e

econômicos.

Redução de emissões na disposição final

Apresenta a forma mais adequada para a disposição final de resíduos sólidos

urbanos: os aterros sanitários. Descreve as normas existentes, os

procedimentos para o licenciamento ambiental, os elementos de projetos

exigidos, o monitoramento ambiental e geotécnico dos sistemas de disposição

final de resíduos sólidos, e a remediação dos lixões. Trata ainda do biogás de

aterros e dos modelos mais empregados nas metodologias de projetos

aplicados ao MDL.

Agregando valor social e ambiental

Aborda as oportunidades sociais que se abrem para catadores de materiais

recicláveis e para a população residente no entorno dos locais de disposição

final, a partir de projetos sobre resíduos sólidos no âmbito do MDL. Além disso,

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apresenta as contribuições para o desenvolvimento sustentável do país

hospedeiro em que os projetos serão implementados e sua convergência com

outras agendas e compromissos internacionais.

Diretrizes para a elaboração de propostas de projetos

Apresenta o conjunto de conhecimentos gerais necessários para a elaboração

de propostas de projeto em função de oportunidades visualizadas junto a

entidades financiadoras. Oferece ainda informações sobre a elaboração de

projetos na área de resíduos sólidos urbanos com vistas à redução da emissão

de gases de efeito estufa no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.

A situação do manejo de resíduos sólidos no país é preocupante,

principalmente no que diz respeito à questão da disposição final, uma vez que

63,6% dos municípios brasileiros utilizam lixões como forma de disposição dos

resíduos sólidos urbanos, 18,4% utiliza aterros controlados e 13,8% dispõem

os resíduos em aterros sanitários.

Providências urgentes têm que ser tomadas para reverter esse quadro, e a

necessidade de mudança de conceitos e formas de tratar o assunto é premente

para que sejam alcançados melhores resultados no manejo dos resíduos

sólidos urbanos, principalmente na disposição final, segmento em que os

dados são mais aflitivos.

Uma das dificuldades existentes no trato Pesquisa Nacional de Saneamento

Básico (PNSB/IBGE), de 2000.

do problema está no fato de que os resíduos sólidos apresentam um problema

particular, pois percorrem um longo caminho – geração, descarte, coleta,

tratamento e disposição final – e envolvem diversos atores, de modo que o

tratamento meramente técnico tem apresentado resultados pouco animadores.

Outra dificuldade são os recursos envolvidos, pois devido ao aumento

considerável na produção per capita de resíduos e à aglomeração urbana

acelerada que vem se verificando em nossas cidades, são necessários

investimentos vultosos para a aquisição de equipamentos, treinamento,

capacitação, controle e custeio de todo o sistema de manejo de resíduos

sólidos.

De natureza complexa, o problema deixa de ser simplesmente uma questão de

gerenciamento técnico para inserir-se em um processo orgânico de gestão

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participativa, dentro do conceito de gestão integrada de resíduos sólidos. A

gestão que se propõe envolve a articulação com os diversos níveis de poder

existentes e com os representantes da sociedade civil nas negociações para a

formulação e implementação de políticas públicas, programas e projetos.

No que diz respeito a recursos, um instrumento fundamental para o setor vem

da implementação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), prevista

pelo artigo 12 do Protocolo de Quioto, e da viabilização do comércio de

emissões, que estabelece um mercado de compra e venda do “direito de emitir

gases de efeito estufa”.

Chamados de “créditos de carbono”, esses créditos podem ser conseguidos

com a disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos, contribuindo para

diminuir a emissão de biogás tanto pela desativação dos lixões quanto pela

implantação de aterros sanitários, com o conseqüente tratamento dos gases

produzidos pela decomposição da matéria orgânica dos resíduos sólidos.

Finalmente, outro importante elemento no processo de reversão do quadro

relativo aos resíduos sólidos é a Lei no 1.145, de 05/01/07, que estabeleceu

diretrizes nacionais para o saneamento básico, representando um marco

histórico no setor e oferecendo respaldo legal consistente para a melhoria do

manejo dos resíduos sólidos no país.

O conceito é o da integração dos diversos atores, de forma a estabelecer e

aprimorar o processo de gestão dos resíduos sólidos, englobando todas as

condicionantes envolvidas no processo e possibilitando um desenvolvimento

uniforme e harmônico entre todos os interessados, de forma a atingir os

objetivos propostos, adequados às necessidades e características de cada

comunidade.

Contempla os aspectos institucionais, administrativos, financeiros, ambientais,

sociais e técnico-operacionais. Significa mais do que o gerenciamento técnico-

operacional do serviço de limpeza. Extrapola os limites da administração

pública, considera o aspecto social como parte integrante do processo e tem

como ponto forte a participação não apenas do primeiro setor (o setor público),

mas também do segundo (o setor privado) e do terceiro setor (as organizações

não-governamentais), que se envolvem no processo desde a fase dedicada a

pensar o modelo de intervenção e a estabelecer a estratégia de atuação,

passando pela forma de execução e de implementação dos controles.

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O conceito de gestão integrada trabalha na própria gênese do processo e o

envolve como um todo. Não é simplesmente um projeto, mas um processo, e,

como tal, deve ser entendido e conduzido de forma integrada, tendo como

pano de fundo e razão dos trabalhos, nesse caso, os resíduos sólidos e suas

diversas implicações. Deve definir estratégias, ações e procedimentos que

busquem o consumo responsável, a minimização da geração de resíduos e a

promoção do trabalho dentro de princípios que orientem para um

gerenciamento adequado e sustentável, com a participação dos diversos

segmentos da sociedade, de forma articulada.

A Gestão Integrada de Resíduos Sólidos pode ser entendida como a maneira

de “conceber, implementar e administrar sistemas de manejo de resíduos

sólidos urbanos, considerando uma ampla participação dos setores da

sociedade e tendo como perspectiva o desenvolvimento sustentável”.

Esse sistema deve considerar a ampla participação e intercooperação de todos

os representantes da sociedade, do primeiro, segundo e terceiros setores,

assim exemplificados: governo central; governo local; setor formal; setor

privado; ONGs; setor informal; catadores; comunidade; todos geradores e

responsáveis pelos resíduos.

Deve ser baseada em princípios que possibilitem sua elaboração e

implantação, garantindo um desenvolvimento sustentável ao sistema.

O conceito de desenvolvimento sustentável – “aquele que satisfaz as

necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras

gerações satisfazerem suas próprias necessidades” – apareceu pela primeira

vez durante o desenvolvimento dos trabalhos da Comissão Brutland,

preparatória da ECO-92. O tema ganhou importante espaço nas

representações sociais, sinalizando para a necessidade de articulações

baseadas numa política ambiental e para a importância de haver regras e

limites para a exploração dos recursos naturais. ONU. Nosso Futuro Comum,

1991, p.46

O modelo de gestão integrada de resíduos sólidos pode ser entendido como

“um conjunto de referências político – estratégicas, institucionais, legais,

financeiras, sociais e ambientais capaz de orientar a organização do setor”.

São elementos indispensáveis na composição de um modelo de gestão:

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Reconhecimento dos diversos agentes sociais envolvidos, identificando os

papéis por eles desempenhados e promovendo sua articulação; integração dos

aspectos técnicos, ambientais, sociais, institucionais e políticos para assegurar

a sustentabilidade; consolidação da base legal necessária e dos mecanismos

que viabilizem a implementação das leis;

3O MODELO DE GESTÃO INTEGRADA E A SUSTENTABILIDADE DO

PROCESSO mecanismos de financiamento para a auto sustentabilidade das

estruturas de gestão e do gerenciamento; informação à sociedade,

empreendida tanto pelo poder público quanto pelos setores produtivos

envolvidos, para que haja controle social; sistema de planejamento integrado,

orientando a implementação das políticas públicas para o setor (Lima, 2001).

A elaboração e implementação de um Sistema de Gestão Integrada são um

processo renovador e duradouro, que deve ser internalizado pelos

participantes.

A fase inicial é a elaboração do Plano de Gestão Integrada de Resíduos

Sólidos (PGIRS), que deve privilegiar a gestão participativa com os diversos

setores da administração pública e da sociedade, para garantir que o plano

respeite as características, os hábitos e a cultura dos moradores. A

participação de todos os segmentos da sociedade faz com que o plano seja de

todos e permita a implantação e manutenção de um sistema sustentável que

atenda de fato às demandas da comunidade.

A sustentabilidade do processo está assentada no atendimento às dimensões

ecológica, ambiental, cultural, demográfica, social, institucional, política,

econômica, legal e ética. A relação destas dimensões com a elaboração e

implementação do plano de gestão e com a garantia da continuidade e da

qualidade do sistema de gestão integrada que se deseja, é descrita a seguir,

juntamente com algumas ações práticas que ajudam a garantir a

sustentabilidade do processo.

ECOLÓGICA: é a base física do processo de crescimento e tem como objetivo

conservar e usar racionalmente os recursos naturais.

AMBIENTAL: considera a capacidade de suporte dos ecossistemas de

absorver ou se recuperar da degradação causada pela ação antrópica e busca

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o equilíbrio entre as taxas de geração de resíduos e a recuperação da base

natural de recursos.

É necessária uma preocupação constante com o aperfeiçoamento das matrizes

de produção e de consumo.

Na matriz de produção, devem ser buscadas a melhoria da qualidade dos

produtos e a otimização das embalagens, visando diminuir a quantidade de

materiais desnecessários agregados na cadeia produtiva.

Na matriz de consumo, os usuários podem fazer uma grande diferença,

tratando e se relacionando com seus resíduos de forma responsável. Essa

atuação passa por um consumo com viés ecológico, privilegiando produtos

com selo verde ou selo social, que tragam garantia de pouca ou nenhuma

geração de resíduos, com embalagens retornáveis e recicláveis.

Finalmente, não se deve – e nem se pode – esquecer-se da necessidade de

uma disposição adequada dos resíduos gerados.

Ações práticas na implementação do plano para a garantia da sustentabilidade:

• universalização da cobertura dos serviços de manejo de resíduos sólidos;

• seleção de áreas adequadas para a implantação de aterros sanitários;

• elaboração de projetos para a captação de recursos para construção de

aterros sanitários;

• licenciamento de projetos junto aos órgãos ambientais competentes;

• início da construção de aterros sanitários;

• obediência dos projetos à linha da eco-eficiência.

CULTURAL: engloba a diversidade de culturas e valores, fazendo referência

às minorias e grupos culturalmente vulneráveis, cuidando da sua preservação e

inserção no mercado de trabalho.

O processo participativo, solicitando, incentivando e garantindo a participação

dos setores da sociedade organizada na discussão dos problemas, no

estabelecimento de diretrizes, no posicionamento a respeito dos assuntos

envolvidos e na elaboração e execução dos projetos de interesse geral,

movimenta e resgata valores da cultura local. Isso, facilita o entendimento e a

integração entre os diversos componentes, tornando mais confortável a

participação popular no processo como um todo.

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Ações práticas na implementação do plano para a garantia da

sustentabilidade:

• levantamento dos aspectos culturais da população;

• elaboração de projetos para resgatar e divulgar os aspectos culturais;

• adequação dos projetos aos aspectos culturais e aos hábitos locais;

DEMOGRÁFICA: geração de condições básicas para que os projetos atendam

satisfatoriamente ao crescimento demográfico e à evolução da geração de

resíduos sólidos.

A taxa de crescimento da população da região, o incremento da urbanização e

os hábitos dos habitantes devem ser considerados no planejamento dos

serviços públicos de manejo dos resíduos sólidos, visando ao aumento da

qualidade e da produtividade dos serviços prestados, para atender às

demandas atuais e futuras da população.

Ações práticas na implementação do plano para a garantia da

sustentabilidade:

• levantamento dos dados demográficos existentes e confrontação com a

realidade local;

• levantamento do histórico de crescimento da população por área;

• levantamento do histórico de crescimento da geração per capita de resíduos

sólidos;

• levantamento dos vetores de crescimento locais;

• utilização dos dados e informações conseguidos na elaboração dos projetos;

• cuidado para que o projeto atenda às necessidades da população no tempo

projetado.

SOCIAL: implantação de políticas de distribuição de riquezas e rendas e

contribuição para a redução e eliminação dos níveis de exclusão e de

desigualdade social, mediante a elaboração de atividades voltadas para a

sensibilização e informação da sociedade civil.

A disponibilização de informações, técnicas e instrumentos adequados para

estimular e operacionalizar os sistemas nos quais se inserem os catadores

contribui para fomentar, de forma ambientalmente saudável, a reciclagem dos

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resíduos, e pode ajudar a reverter os níveis de exclusão e de desigualdade

social nesse segmento.

Ações práticas na implementação do plano para a garantia da sustentabilidade:

• criação de uma associação ou cooperativa de catadores;

• implantação de sistema de coleta seletiva;

• participação cada vez mais intensa da população na busca de melhorias para

a cidade, introduzindo o controle social;

• demonstração do interesse na implementação de sistemas de beneficiamento

de materiais recicláveis, para gerar trabalho e renda aos catadores e dar maior

sustentação às organizações de catadores;

• implementação de projetos de arte que utilizem materiais recicláveis, inclusive

com a realização de oficina para capacitação de pessoal;

• comprometimento da comunidade na manutenção de limpeza da cidade;

• participação da população na implementação do PGIRS.

INSTITUCIONAL: promoção de mudança da cultura institucional vigente, que

normalmente é voltada apenas para os aspectos técnicos, de forma a que esta

englobe em seu planejamento e execução as variáveis sociais, ambientais e

econômicas.

Ações práticas na implementação do plano para a garantia da sustentabilidade:

• criação de órgão específico para tratar do manejo dos resíduos sólidos;

• capacitação de equipe e apresentação de projetos de interesse do setor para

órgãos de financiamento visando a obtenção de recursos;

• assinatura de convênios de cooperação técnica entre a prefeitura e entidades

técnicas e científicas;

• divulgação intensiva das ações e do progresso do plano;

• implantação de ações educativas e melhorias operacionais norteadas pelo

PGIRS.

POLÍTICA: estabelecimento de uma ampla participação social, com ênfase na

necessidade da responsabilidade compartilhada e adoção de instrumentos

para o fortalecimento dos mecanismos democráticos, de modo a que os

diversos setores da sociedade envolvidos tenham conhecimento, sejam

ouvidos e participem do processo.

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Ações práticas na implementação do plano para a garantia da sustentabilidade:

• implantação de sistema de coleta seletiva; do PGIRS, com a participação dos

diversos setores da sociedade civil;

• compromisso do prefeito, do secretariado e da equipe de coordenação do

PGIRS em assegurar que o processo participativo ocorra desde a fase de

elaboração do PGIRS e que haja continuidade na implementação das ações do

plano;

• assinatura de convênios de cooperação técnica entre a prefeitura e entidades

técnicas e científicas;

• demonstração do interesse na implementação de sistemas de beneficiamento

de materiais recicláveis, para gerar trabalho e renda aos catadores e dar maior

sustentação às organizações de catadores;

• incremento do uso de equipamentos de proteção individual pelos

trabalhadores;

• divulgação intensiva das ações e do progresso do plano;

ECONÔMICA: valoração econômica dos recursos naturais que são utilizados

como insumos na produção, ênfase na substituição de matérias primas por

outras que sejam mais adequadas à preservação do meio ambiente e na

eficiência energética dos processos e do (re)aproveitamento dos resíduos,

adaptando os padrões de produção e de consumo às necessidades

ambientais, sociais e econômicas.

A forma de entendimento e condução da questão econômico-ambiental passa

por um acentuado processo de mudança. No começo da atuação dos órgãos

de controle ambiental, vivia-se o paradigma do comando-e-controle, entendido

como “regulações governamentais que definem normas de desempenho para

as tecnologias e produtos e estabelecem normas e padrões para efluentes e

emissões”, configurando uma atuação e ação bipolares. Hoje o conceito é da

tri-polaridade, que envolve a participação do primeiro, segundo e terceiro

setores (governo, iniciativa privada e sociedade civil, respectivamente) nas

discussões e ações relacionadas à questão ambiental.

Ações práticas na implementação do plano para a garantia da sustentabilidade:

• definição de orçamento municipal para o setor de resíduos sólidos;

• criação e implementação de uma taxa de coleta de resíduos sólidos;

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• utilização responsável dos recursos captados / recebidos.

ÉTICA: reconhecimento de que no almejado equilíbrio ecológico está em jogo

algo mais do que um padrão duradouro de organização da sociedade, ou seja,

a vida dos demais seres e da própria espécie humana (gerações futuras).

O que se espera de uma organização, seja ela empresa privada, não

governamental ou instituição pública, é que contribua para a construção de

uma sociedade mais justa e ambientalmente sustentável.

Nesse campo, executivos municipais, legisladores, gerentes técnicos,

empreendedores e empresários têm o poder de iniciar e assegurar grandes

mudanças em nossa sociedade por meio da busca de oportunidades rentáveis

aliadas à criatividade, persistência e sinergia com outros empreendedores.

LEGAL: o atendimento aos dispositivos legais existentes é fundamental, bem

como o estabelecimento de uma regulação adequada do setor.

O Ministério Público, instituição que vem se notabilizando pelo trabalho

interessado no equacionamento dos problemas relacionados ao manejo

inadequado dos resíduos, principalmente no que diz respeito à erradicação dos

lixões, à retirada de crianças e adolescentes do trabalho em lixões e à luta pela

implantação de uma disposição final adequada, é um aliado valioso e deve ser

considerado na implantação de um sistema de gestão integrada de resíduos.

Ações práticas na implementação do plano para a garantia da sustentabilidade:

• definição e implementação de lei de resíduos sólidos;

• criação e implementação de um regulamento de manejo de resíduos sólidos;

• elaboração e implementação de legislação para a inclusão social dos

catadores;

• elaboração e implementação de legislação facilitadora de beneficiamento de

materiais recicláveis e de uso de materiais reciclados;

A questão legal, dada a sua importância para a implantação, manutenção e

sustentabilidade dos sistemas de gestão integrada, com ênfase na parte

relacionada ao tratamento e disposição final dos resíduos, é tratada em

detalhes no item a seguir.

É fundamental planejar e implementar as formas de constituição de serviços

mais adequadas, do ponto de vista legal, para suprir com qualidade as

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necessidades locais, pensando sempre na melhor relação custo-benefício. A

Constituição Federal de 1988 trata dessa questão no artigo 175, que diz:

“Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de

concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços

públicos”.

A prestação do serviço público deve ser objeto de regulação, compreendendo

todo e qualquer ato, normativo ou não, que discipline ou organize determinado

serviço público, incluindo suas características, padrões de qualidade, impactos

socioambientais, bem como os direitos e obrigações dos cidadãos, dos

usuários e dos responsáveis por sua oferta e prestação, e a política e o sistema

de cobrança, inclusive a fixação, reajuste e revisão do valor de tarifas e outros

preços públicos.

Deve ser objeto também de fiscalização, envolvendo todas as atividades de

acompanhamento, monitoramento, controle, avaliação e de aplicação de

penalidades exercidas pelo titular do serviço público, inclusive por entidades de

sua administração indireta ou por entidades conveniadas, e pelos cidadãos e

usuários, no sentido de garantir a utilização, efetiva ou potencial, do serviço

público de forma permanente por parte do órgão ou entidade de direito público

titular dos serviços.

Com o objetivo de prestar um serviço de Baseado no trabalho “O Mecanismo

de Desenvolvimento Limpo nos empreendimentos de resíduos sólidos urbanos

e o impacto do Projeto de Lei 5.296/05”, de Manesco, Ramires, Perez, Azevedo

Marques Advocacia qualidade com a melhor relação custo benefício, deve ser

considerada a possibilidade de administração integrada entre municípios,

envolvendo todos os serviços ou apenas a coleta, o tratamento ou a disposição

final. A implantação e operação de aterro sanitário é a solução mais fácil de ser

viabilizada, pois além de atender diretamente aos interesses dos municípios

envolvidos, geralmente apresenta maior economia de escala, traz mais

vantagens aos parceiros e apresenta resultados mais significativos do ponto de

vista da gestão integrada nos moldes indicados neste trabalho.

A Constituição Federal de 1988 também trata dessa questão no artigo 241,

cuja redação dada pela Emenda Constitucional no 19, de 1998, diz que “A

União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de

lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes

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federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a

transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais

à continuidade dos serviços transferidos”, o que é tratado na Lei Federal no

1.1074.

Em geral, os empreendimentos de limpeza de logradouros, coleta e disposição

final de resíduos sólidos urbanos – esta última envolvendo a construção,

regularização, desativação e recuperação de aterros sanitários ou lixões –

podem ser executados pelo próprio Poder Público das seguintes formas: direta;

ou indireta, a qual é concretizada pela via da delegação, abrangendo a

delegação legal e a contratual. Sem prejuízo dessas formas de execução dos

serviços, o Poder Público poderá adotar, ainda, a gestão associada.

26) PROTEÇÃO AMBIENTAL.

Noções sobre Proteção Ambiental

1. O HOMEM E SUA INTERAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE

1.1. Introdução

As tradições das diferentes culturas, sempre desempenharam o seu papel

quanto ao comportamento humano em relação ao ambiente. O homem

ocidental com seu dogma cristão judaico, segundo o qual, ao contrário de

outras criaturas foi feito à imagem e semelhança de Deus, tendo, portanto o

direito de dominar o mundo.

“As plantas foram criadas por causa dos animais e os animais por causa do

homem” (Aristóteles, 350 a. C). Esta premissa grega da Antigüidade reforça a

noção do mundo destinado ao homem.

A concepção do mundo para os índios americanos que viam na natureza

virgem símbolos do mundo espiritual, na antiga China, determinados aspectos

da terra eram interpretados como manifestações do ser cósmico, a noção

Budista do consumo, sendo o máximo de felicidade com o mínimo de consumo,

contrastando com o pensamento ocidental que prega o aumento de consumo

para um “viver melhor”.

”O homem como elemento da natureza constitui uma noção relativamente

recente no pensamento ocidental, em parte como conseqüência do

darwinismo, que não o descrevia senão como outra forma de vida sobre a

terra”. Alterações prejudiciais ao ambiente, resultantes das atividades

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humanas, acabaram por acarretar na concepção “ecológica”, na qual o homem

não passa de um elemento como outro qualquer do ecossistema geográfico.

Estas abordagens, no entanto, não são necessariamente certas ou erradas,

mas todas elas afetaram vigorosamente como o homem procurou moldar o

ambiente que o cerca. No passado estas diferenças teriam interesse

puramente acadêmico, mas hoje a relação do homem com o meio está

chegando a uma situação crítica, na medida em que as mudanças por ele

processadas talvez se tornem irreversíveis. O homem deixou de ser mero

integrante do ecossistema em que vive, para se tornar cada vez mais um

elemento afastado do meio físico e biológico. “Quando se tornar capaz de

fabricar ou sintetizar alimentos de matérias inorgânicas – perspectiva que não é

improvável -, um vínculo basilar, o do homem com a terra viva, estará rompido”.

Figura 1 – Reação do homem ao ambiente natural

“A teoria segundo a qual as condições naturais governam o comportamento do

homem e até mesmo aspectos do seu caráter chama-se determinismo ou

casualidade”. Esta ideia antiquada de que o homem deve ser controlado pela

natureza e se adaptar a ela, se contrapõe com a noção do possibilismo que diz;

o homem não é um ser passivo e se conformar com os caprichos da natureza e

deve dessa forma prosperar e agir sobre o meio e a modificá-lo, dentro de

limites naturais de espaço e de possibilidades de desenvolvimento.

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É impossível explicar as decisões e atividades humanas com base apenas nas

limitações ambientais. Se assim fosse, uma determinada fábrica para ser

instalada, deveria ser determinada sua localização pela proximidade de

matéria-prima e energia e admitindo a existência de um mercado. Na realidade,

fatores econômicos, sociais e políticos, ou mesmo à vontade do empresário,

têm, no mínimo, importância igual. No entanto, a espécie humana ainda está

sujeita a natureza, a escassez de peixes em determinado local em virtude de

mudanças na temperatura das correntes em determinado ano, as secas no

Sudão e Etiópia, etc.

Ao contrário, há exemplos do homem dominando a natureza, como uma área

urbana em Phoenix, no Arizona nos Estados Unidos, construída no deserto,

através de recursos de irrigação. Nos arredores da cidade, cultiva-se algodão,

frutas e tâmaras, num verdadeiro oásis, são exemplos de interação homem-

ambiente, demonstrando a variedade do domínio do homem sobre a natureza e

vice-versa.

Há sempre desastres noticiados pela imprensa todos os anos em diversas

partes do mundo. “Em certa medida, o esforço que se requer para a obtenção

de um dado retorno é proporcional ao grau de submissão às condições naturais

– contrariar a natureza das coisas” exige mais esforço. As aplicações de

tecnologia ultramoderna têm de ser estudadas com o maior dos cuidados, a fim

de que sejam adequadas ao meio ambiente e não tragam mais prejuízo do que

benefício à população.

Em certos casos, o homem é subjugado pela natureza e aceita suas limitações,

como as áreas áridas, regiões tórridas e desérticas do planeta. É a natureza

dominando o homem.

1.3. Níveis de Interferência

De fato, como vimos à manipulação do meio pelo homem, vai do controle

quase total do ambiente, como uma casa com calefação ou ar condicionado, e

diversos aparelhos, até uma influência mínima sobre o meio físico (indígenas

da Austrália).

A distribuição do homem sobre a superfície da terra está desigualmente

distribuída. Devemos observar que o homem distribuiu-se na terra em larga

escala, basicamente em áreas de potencial agrícola ou florestal e também em

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regiões temperadas e quentes. Devemos atentar também que, as áreas

cobertas de gelo, as subárticas os desertos, densidade demográfica baixa ou

zero. Vale lembrar que a ausência física do homem em determinada área, não

significa que sua influência não está presente. Alterações nos oceanos, no

clima, efeito estufa, etc. podem afetar a terra como um todo.

1.4. Sistemas Naturais

A terra pode ser considerada como um enorme sistema, porém ela pode

também ser dividia em inúmeros subsistemas como:

• Atmosférico;

• Continental ou litosférico;

Noções sobre Proteção Ambiental • Aquático ou hidrosférico.

É na zona de interação desses subsistemas que ocorre a vida (biosfera).

Portanto, a Terra funciona como uma inter-relação de sistemas, todos

parcialmente independentes, mas fortemente vinculados entre si. A intervenção

humana não pode afetar de maneira significativa a atividade dos sistemas em

escala global, como o sistema atmosférico, mas os sistemas de ordem inferior,

principalmente aqueles que envolvem seres vivos (ecossistemas), são bastante

vulneráveis as ações do homem.

Os exemplos abaixo são de subsistemas nos quais houve um percentual de

intervenção do homem, e conseqüentemente alteração do atual sistema.

• Ciclo do Nitrogênio Algumas causas: - Introdução pelo homem de fontes

artificiais;

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- Volume de nitrogênio oriundo de fontes industriais. Um dos efeitos desse

fenômeno é o crescimento excessivo de algas.

• Ciclo do Fósforo Algumas causas: - Encurtamento, pelo homem, da escala

em que o ciclo do fósforo se manifesta;

- Exploração de substâncias naturais ricas em fosfato

- Uso de fosfato mineral como fertilizantes e a fabricação de detergentes. Os

resíduos de detergentes são lançados indiscriminadamente em corpos d’água;

- Lançamento de elevadas cargas de fosfato oriundo dos esgotos vindo a

contaminar sistemas hídricos.

• Ciclo do Mercúrio Algumas causas: - Este metal apresenta-se em pequeninas

quantidades nos sistemas naturais;

- Uso em larga escala para fins industriais;

- Na extração do ouro sendo lançados em rios, vindo a contaminar organismos

marinhos e conseqüentemente ao homem.

1.5. Impactos sobre os meios físicos

1.5.1. Os Solos

Fatores como clima, materiais de origem, topografia, a biota e o tempo

determinam um equilíbrio dinâmico com os solos. Qualquer alteração nesses

mecanismos reverterá ao solo.

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De modo consciente ou não, são exemplos de como o homem modifica os

solos:

1.5.2. Plantas e Animais

A grande mudança na relação do homem e os demais seres vivos ocorreram

com a transição dos hábitos humanos da “caça e coleta” para a da “agricultura,

domesticação”.

Introduções pelo homem de espécies vegetais quando de suas migrações pelo

planeta, deve-se ao fato de serem importantes fontes de alimentos, ou seja,

aonde ele ia, levava aquelas espécies conhecidas para o ambiente

desconhecido.

Animais e insetos muitas vezes foram introduzidos acidentalmente,

transportados por barcos e sementes trazidas com a roupa, etc.

Modificações profundas nos ecossistemas animais, através de desmatamentos

ocasionando transformações no habitat de várias espécies inclusive

promovendo a extinção de insetos, construção de represas para obtenção de

energia hidroelétrica acarretando paralisação da desova de trutas, etc.

1.6. Efeitos na Atmosfera, água, formas de relevo e nos oceanos.

1.6.1. Atmosfera.

A – Alterações microclimáticas:

A construção de um edifício busca obter abrigo criando um clima artificial

inteiramente controlado. Este edifício modifica muitos parâmetros climáticos

ainda que em pequena escala. No entanto, imagine uma grande cidade com

centenas de milhares de edifícios modernos, convertendo em calor a radiação

solar que entra e modificando o padrão do fluxo de ventos nas vizinhanças.

Deste modo estas construções funcionam como ilhas de calor como uma célula

de convecção própria de ar quente ascendente.

B – Alterações mesoclimáticas:

Mudanças no uso da terra nas áreas rurais afetam o clima por centenas ou

milhares de quilômetros quadrados. Os efeitos se fazem maiores junto ao chão,

mas as condições atmosféricas são alteradas numa abóbada de 30 a100

metros de altura daquele ponto.

Queimadas em solos, prática bastante comum, alteram a zona protetora da

vegetação, aumentando a temperatura do solo e ainda a média de temperatura

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de dia e de noite em mais de 10° C. o gradiente térmico aumenta 10

centímetros mais baixos da atmosfera, cerca de 2° positivos.

A falta de árvores, por exemplo, afeta a velocidade do vento, aumenta a

infiltração da água da chuva no solo e em longo prazo, alterará a evolução do

solo (maior lixiviação), e daí a vegetação e novamente, portanto o microclima.

C – Alterações macroclimáticas:

O caso do deserto de Rajputana na fronteira entre o Paquistão e a Índia onde

numa área de cerca de 30 mil quilômetros quadrados, trata-se de um exemplo

extremo de desertificação. Deve-se em grande parte a intensa criação de

cabras que através dos anos acabou com a vegetação baixa existente. Com

isso, a poeira em suspensão na atmosfera faz que este deserto seja mais

poeirento do mundo, ultrapassando os valores de partículas em suspensão no

ar, de muitas cidades industrializadas. Estas partículas de pó fazem decrescer

a quantidade de radiação solar incidente promovendo o rebaixamento da

temperatura na superfície da terra. Por sua vez, isso reduz o volume do ar

elevado por convecção, possível fonte de chuvas.

1.6.2. Água

“Pode-se dizer que a água doce é o mais importante recurso da humanidade,

individualmente considerado”. Setenta por cento do corpo humano é composto

de água, o que a torna vital para nossa sobrevivência.

Especialistas afirmam que é muito mais difícil suportar a sede que a fome. Por

que eu devo me preocupar, afinal, não basta abrir a torneira para ter água?

Normalmente, não temos consciência da importância da água. Somente nos

períodos de estiagem, quando falta água nas nossas casas, lembramos, um

tanto nervoso, que dependemos da água para as mais variadas atividades

domésticas. E, com paciência, temos que esperar. Dificilmente alguém se

pergunta quanto consome de água por mês; a maior parte das pessoas

somente paga a conta no banco. Essa inconsciência pode ser explicada pelo

fato de vivermos em regiões onde a oferta de água é bastante satisfatória.

Os moradores do Sertão, no Nordeste Brasileiro, provavelmente atribuem um

valor bem diferente à água. Em todo o mundo, com exceção da Europa, a

principal utilização da água está na agricultura. Ela é usada na irrigação de

cultura e criação de animais. Em algumas áreas da Ásia, o consumo de água

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na atividade agropecuária chega a ser dez vezes maior que na produção

industrial.

Durante muito tempo, pensou-se que a água, ao circular na natureza, seria

capaz de eliminar todos os seus poluentes e seria um bem infinito, assim os

esgoto industriais e domésticos eram despejados, sem tratamento, nos rios.

Mas, atualmente, a água é concebida pelos especialistas como um recurso

renovável, porém finito, já que a poluição e o uso dos recursos hídricos têm

aumentado tanto, que não permitem a reposição na velocidade necessária ao

consumo.

Numa escala mundial, é o que inibe a expansão da agricultura e

conseqüentemente o povoamento das vastas regiões do planeta. Já em uma

escala local, os recursos hídricos determinam a localização de certas

industriais, como a geração de energia; antigamente, o estabelecimento de

povoações estava em relação estreita com a localização de rios e fontes.

As tecnologias desenvolvidas pelo homem como a construção de represas,

desvios de rios, drenagem de terras, extração de água subterrânea e até

rebocamento de icebergs, interferem no ciclo hidrológico.

O movimento da água entre os continentes, oceanos e a atmosfera é chamado

de ciclo hidrológico. Na atmosfera, o vapor da água em forma de nuvens pode

ser transformado em chuva, neve ou granizo, dependendo das condições do

clima. Essa transformação provoca o que se chama de precipitação. A

precipitação ocorre sobre a superfície do planeta, tanto nos continentes como

nos oceanos.

Nos continentes, uma parte das precipitações é devolvida para a atmosfera,

graças à evaporação, outra parte acaba desaguando nos oceanos depois de

percorrer os caminhos recortados pelos rios. Os oceanos, portanto recebem

água de duas fontes: das precipitações e do desaguamento dos rios, e perdem

pela evaporação. Na atmosfera, o excesso de vapor sobre os oceanos é

transportado para os continentes, em sentido inverso ao desaguamento.

Abaixo a representação do ciclo hidrológico, mostrando grandes e pequenos

pontos da interferência humana.

1.6.3. Formas de Relevo

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As alterações introduzidas no relevo podem ser conseqüências deliberada ou

inadvertida de qualquer outra atividade. Na construção de rodovias e ferrovias,

vales artificiais ou a deposição de sedimentos nos estuários dos rios devido à

erosão do solo carregada pêlos rios, depressões

1.6.4. Oceanos

Os oceanos perfazem sete décimos da superfície do globo. O que se sabe é a

importância dos oceanos no controle dos fluxos globais de energia e no

ambiente geral do planeta. Todos os oceanos estão ligados entre si e as únicas

barreiras são na verdade, as diferenças de salinidade e temperatura. Os

oceanos são considerados a lata de lixo do mundo.

2. A POLÍTICA E A GESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL

2.1 Evolução

Um dos mais importantes movimentos sociais dos últimos anos, promovendo

significantes transformações no comportamento da sociedade e na

organização política econômica, foi chamada “revolução ambiental”. Com

raízes no final do século XIX, a questão ambiental emergiu após a Segunda

Guerra mundial, promovendo importantes mudanças na visão do mundo. Pela

primeira vez a humanidade percebeu que os recursos naturais são finitos e que

seu uso incorreto pode representar o fim de sua própria existência. Com o

surgimento da consciência ambiental, a ciência e a tecnologia passaram a ser

questionadas.

A exploração dos recursos naturais, o desbravamento do território, o

saneamento rural, a educação sanitária e os embates entre os interesses

econômicos externos, os conservacionistas que defendiam a proteção da

natureza através da exploração controlada como a Fundação Brasileira de

Conservação da Natureza (FBCN), e os nacionalistas que defendiam a

exploração pelos brasileiros como a Campanha Nacional de Defesa e

Desenvolvimento da Amazônia (CNDDA), eram os temas dominantes.

2.1.1. Histórico

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É possível identificar pelo menos três tipos de políticas ambientais: as

regulatórias, as estruturadoras e as indutoras de comportamento.

• Políticas Regulatórias – Dizem á elaboração de legislação específica para

estabelecer ou regulamentar as normas e regras do uso e acesso ao ambiente

natural, bem como à criação de aparatos institucionais que o garantam o

cumprimento da lei.

• Políticas Estruturadoras – intervenção direta do poder público ou de

organismos não governamentais na proteção ao meio ambiente (ex: unidade

de conservação).

• Políticas Indutoras – referem-se a ações que objetivam influenciar o

comportamento de indivíduos ou grupos sociais. (ex: linhas especiais de

financiamento ou de políticas fiscais e tributárias.

Foi somente no século X que a preocupação com o meio ambiente resultou, no

Brasil, na elaboração e implementação de políticas públicas com caráter

marcadamente ambiental, especialmente a partir da década de setenta,

quando a percepção da degradação ambiental aumenta onde os efeitos podem

ser irreversíveis e catastróficos.

27) ESTUDOS E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS.

A AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL-AIA é um instrumento da Política

Nacional do Meio Ambiente, de grande importância para a gestão institucional

de planos, programas e projetos, em nível federal, estadual e municipal.

A Política Nacional do Meio Ambiente, instituída pela Lei 6.938/81, tem por

objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental

propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento

sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da

dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:

I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o

meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado

e protegido, tendo em vista o uso coletivo;

I-racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; I-planejamento e

fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV-proteção dos ecossistemas,

com a preservação de áreas representativas; V-controle e zoneamento das

atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

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VI-incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso

racional e a proteção dos recursos ambientais;

VII-acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

VIII-recuperação de áreas degradadas; IX-proteção de áreas ameaçadas de

degradação;

X-educação ambiental a todos os níveis de ensino, incluindo a educação da

comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio

ambiente.

Para a consecução desse objetivo, a Lei 6.938/81 prevê a Avaliação de

Impacto Ambiental - AIA e uma série de outros instrumentos complementares e

inter-relacionados, como por exemplo:

•o licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente

poluidoras, que exige a elaboração de EIA/RIMA e/ou de outros documentos

técnicos, os quais constituem instrumentos básicos de implementação da AIA;

•o zoneamento ambiental, o estabelecimento de padrões de qualidade

ambiental e a criação de unidades de conservação, que condicionam e

orientam a elaboração de estudos de impacto ambiental e de outros

documentos técnicos necessários ao licenciamento ambiental;

•os Cadastros Técnicos, os Relatórios de Qualidade Ambiental, as penalidades

disciplinares ou compensatórias, os incentivos à produção, a instalação de

equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria

da qualidade ambiental, que facilitam ou condicionam a condução do processo

de AIA em suas diferentes fases.

1.1.2Instrumentos legais de implementação da AIA: EIA/RIMA e/ou outros

documentos técnicos necessários ao Licenciamento Ambiental (PCA, RCA,

PRAD, etc.)

1.1.2.1O Estudo de Impacto Ambiental-EIA e seu respectivo Relatório de

Impacto Ambiental-RIMA

O Estudo de Impacto Ambiental foi introduzido no sistema normativo brasileiro,

via Lei 6.803/80, no seu artigo 10, § 3º, que tornou obrigatória a apresentação

de “estudos especiais de alternativas e de avaliações de impacto” para a

localização de pólos petroquímicos, cloro químicos, carbo químicos e

instalações nucleares.

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Posteriormente, a Resolução CONAMA 001/86 estabeleceu a exigência de

elaboração de Estudo de Impacto Ambiental-EIA e respectivo Relatório de

Impacto Ambiental-RIMA para o licenciamento de diversas atividades

modificadoras do meio ambiente, bem como as diretrizes e atividades técnicas

para sua execução.

De acordo com essa Resolução, o EIA/RIMA deve ser realizado por equipe

multidisciplinar habilitada, não dependente direta ou indiretamente do

proponente do projeto e que será responsável tecnicamente pelos resultados

apresentados (art. 7º).

Os custos referentes à realização do EIA/RIMA correrão à conta do proponente

(art. 8º).

O artigo 2º define que o EIA/RIMA deve ser submetido à aprovação do órgão

estadual competente e, em caráter supletivo, do Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-IBAMA. A este cabe, também,

a aprovação do EIA/RIMA para o licenciamento de atividades modificadoras do

meio ambiente que, por lei, seja de competência federal.

Os artigos 10 e 1 estabelecem os procedimentos para manifestação de forma

conclusiva do órgão estadual competente ou do IBAMA ou, quando couber, do

Município, sobre o RIMA apresentado. Sempre que julgarem necessário, esses

órgãos realizarão Audiência Pública para informar sobre o projeto e seus

impactos ambientais e discutir o RIMA.

A Constituição Federal de 1988, finalmente, fixou, através de seu artigo 225,

inciso IV, a obrigatoriedade do Poder Público exigir o Estudo Prévio de Impacto

Ambiental para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de

significativa degradação do meio ambiente, despontando como a primeira

Carta Magna do planeta a inscrever a obrigatoriedade do estudo de impacto no

âmbito constitucional.

1.1.2.2. Outros documentos técnicos necessários ao Licenciamento

Ambiental: o Plano de Controle Ambiental, o Relatório de Controle Ambiental e

o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas

• O Plano de Controle Ambiental-PCA

O Plano de Controle Ambiental é exigido pela Resolução CONAMA 009/90

para concessão de Licença de Instalação-LI de atividade de extração mineral

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de todas as classes previstas no Decreto-Lei 227/67. O PCA é uma exigência

adicional ao EIA/RIMA apresentado na fase anterior (Licença Prévia-LP).

O PCA tem sido exigido por alguns órgãos estaduais de meio ambiente

também para o licenciamento de outros tipos de atividade.

• Relatório de Controle Ambiental-RCA

O Relatório de Controle Ambiental é exigido pela Resolução CONAMA 010/90,

na hipótese de dispensa do EIA/RIMA, para a obtenção de Licença Prévia-LP

de atividade de extração mineral da Classe I, prevista no Decreto-Lei 227/67.

Deve ser elaborado de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo órgão

ambiental competente.

O RCA tem sido exigido por alguns órgãos de meio ambiente também para o

licenciamento de outros tipos de atividade.

• Plano de Recuperação de Áreas Degradadas-PRAD

O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas tem sido utilizado para a

recomposição de áreas degradadas pela atividade de mineração. É elaborado

de acordo com as diretrizes fixadas pela NBR 13030, da Associação Brasileira

de Normas Técnicas, e outras normas pertinentes. Não há diretrizes para

outros tipos de atividade.

1.2. ORIGENS DA AIA E TENDÊNCIAS MUNDIAIS DE SUA APLICAÇÃO

A institucionalização da AIA, no Brasil e em diversos países, guiou-se pela

experiência americana, face a grande efetividade que os Estudos de Impacto

Ambiental demonstraram no sistema legal da “common law” dos Estados

Unidos.

Em 1969, os Estados Unidos aprovaram o “National Environmental Policy Act-

NEPA”, que corresponde, no Brasil, à Política Nacional do Meio Ambiente. O

NEPA instituiu a execução de Avaliação de Impacto Ambiental interdisciplinar

para projetos, planos e programas e para propostas legislativas de intervenção

no meio ambiente. O documento que apresenta o resultado dos estudos

produzidos pela AIA recebeu o nome de Declaração de Impacto Ambiental

(“Environmental Impact Statement-EIS.”) O EIS mostrou-se um instrumento

eficiente, principalmente no que se refere à participação da sociedade civil nas

tomadas de decisão pelos órgãos ambientais, via Audiências Públicas.

Seguramente, o grau de educação e politização, esclarecimento e

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conscientização da sociedade americana foram fatores determinantes para a

efetividade do instrumento.

Ao liderarem o processo de institucionalização da AIA como instrumento de

gestão ambiental, especialmente a partir da realização da Conferência das

Nações Unidas para o Meio Ambiente, em 1972, em Estocolmo, as empresas,

centros de pesquisa e universidades dos países desenvolvidos propiciaram o

florescimento de uma ampla literatura especializada sobre AIA e EIA/RIMA.

Essa produção reorientou a definição de metas, o planejamento, o processo

decisório e a operacionalização de políticas de desenvolvimento e intervenções

econômicas, antes orientadas por parâmetros exclusivamente econômico

financeiros.

O processo de consolidação institucional da aplicação da AIA, em nível

mundial, ocorreu nos anos 80, gerando um avanço na discussão acerca de sua

concepção, fases de execução, atores sociais envolvidos e inserção no

processo de tomada de decisão. Esse avanço tem como denominador comum

a ampliação do caráter participativo da AIA, com a inserção do público em

diferentes fases do processo de avaliação e uma maior transparência e

efetividade da ação administrativa.

Diferentemente dos países desenvolvidos, que implantaram a AIA em resposta

a pressões sociais e ao avanço da consciência ambientalista, no Brasil ela foi

adotada, principalmente, por exigência dos organismos multilaterais de

financiamento (Banco Interamericano de Desenvolvimento-BID e Banco

Mundial-BIRD).

Essas exigências ocorreram tanto em função das repercussões internacionais

dos impactos ambientais causados pelos grandes projetos de desenvolvimento

implantados na década de 70, como dos desdobramentos da Conferência de

Estocolmo, em 1972, que recomendou aos países, de um modo geral, a

inclusão da AIA no processo de planejamento e decisão de planos, programas

e projetos de desenvolvimento.

Em razão dessas exigências internacionais, alguns projetos desenvolvidos em

fins da década de 70 e início dos anos 80 e financiados pelo BIRD e pelo BID

foram submetidos a estudos ambientais, dentre eles: as usinas hidrelétricas de

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Sobradinho, na Bahia, e de Tucuruí, no Pará; e o terminal porto-ferroviário

Ponta da Madeira, no Maranhão, ponto de exportação do minério extraído pela

CVRD, na Serra do Carajás. No entanto, os estudos foram realizados segundo

as normas das agências internacionais, já que o Brasil ainda não dispunha de

normas ambientais próprias.

A partir de então, foram surgindo outras experiências e a Avaliação de Impacto

Ambiental foi aos poucos ganhando conteúdo legal e administrativo, até

culminar com a aprovação da Resolução CONAMA 001/86.

Após a aprovação da Resolução CONAMA 001/86, seguiu-se um período de

incertezas e de adaptação por parte dos órgãos de meio ambiente existentes.

Tal fato foi atribuído à falta de tradição de planejamento em nosso País, às

diferenças regionais na edição de leis complementares à Resolução, a

problemas de interpretação da legislação federal e à falta de definição de

atribuições e competências em nível dos órgãos ambientais. Esse período foi

marcado por intensa mobilização, busca de informações e intercâmbio em

torno do funcionamento do processo de AIA no País. Foram realizados

diversos eventos nos quais foram definidos os seguintes requisitos básicos

para a operacionalização da AIA no Brasil:

•criar procedimentos de licenciamento ambiental específicos, conforme os tipos

de atividades;

•treinar equipes multidisciplinares na elaboração de EIA/RIMA;

•treinar pessoal dos órgãos de meio ambiente para analisar os casos de AIA no

País;

•gerar instruções e guias específicos para conduzir os diferentes tipos de

estudos, de acordo com as características dos projetos propostos.

Passados mais de 8 anos da institucionalização da AIA no Brasil, pode-se

constatar que o EIA/RIMA tem auxiliado os órgãos de meio ambiente na

tomada de decisão quanto à concessão de licenças ambientais e servido como

instrumento de negociação entre os agentes envolvidos nos projetos propostos.

Todavia, os EIA/RIMA têm contribuído muito pouco para aperfeiçoar a

concepção dos projetos propostos e para a gestão ambiental no seu todo.

1.4.DEMANDAS DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

NA ÁREA DA AMAZÔNIA, PANTANAL E CERRADO.

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No que se refere à aplicação da legislação, de um modo geral, constata-se que

a Resolução CONAMA 00l/86 é a referência básica para os processos de

licenciamento ambiental, nos estados que integram a Amazônia, Pantanal e

Cerrado. A maioria dos órgãos estaduais de meio ambiente utiliza o texto

daquela Resolução como roteiro de trabalho. Há, no entanto, estados que

buscaram adequar as exigências federais às realidades regionais, através de

portarias, instruções normativas e, até mesmo, de leis estaduais específicas.

Para transformar a AIA em um instrumento mais eficiente e eficaz de controle

da qualidade ambiental, na área da Amazônia, Pantanal e Cerrado, necessita-

se de:

•um conhecimento mais aprofundado dos instrumentos legais orientadores da

AIA por parte dos órgãos estaduais, com o objetivo de identificar suas

possibilidades práticas de aplicação e as necessidades de revisão

(complementações e/ou mudanças);

•uma estrutura institucional mais descentralizada, que propicie a adoção de

princípios da gestão participativa. Isso implica, por exemplo, no fortalecimento

dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente (CONSEMAS) e na criação de

Conselhos Municipais de Meio Ambiente, com poder deliberativo e normativo

sobre as questões afetas ao licenciamento ambiental, em nível regional e/ou

municipal;

Impacto Ambiental e documentos semelhantes e para a concessão e

renovação de licenças ambientais;

•a estruturação dos órgãos estaduais de meio ambiente para desempenhar as

tarefas de sistematizar, armazenar e divulgar informações ambientais;

•o aparelhamento dos laboratórios de análise, inclusive integrando-os a outros

laboratórios, para dar suporte às atividades de monitoramento ambiental;

•a definição de política de desenvolvimento de recursos humanos e de plano de

cargos e salários, para adequar os quadros de pessoal às atribuições do

OEMA, especialmente no que se refere à condução de processos de Avaliação

de Impacto Ambiental.

28) UNIDADES DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL.

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A fauna e a flora, os rios, os mares, as montanhas. Cada um dos elementos da

natureza tem um papel a desempenhar. E para que isso ocorra é preciso haver

equilíbrio.

Muitos povos e civilizações reconheceram, ao longo da história, a necessidade

de proteger áreas naturais com características especiais, por motivos os mais

diversos: estas áreas podiam estar associadas a mitos, fatos históricos

marcantes e à proteção de fontes de água, caça, plantas medicinais e outros

recursos naturais.

Com o passar do tempo, muitas áreas naturais foram sendo destruídas para

dar lugar à ocupação humana. Animais e plantas foram eliminados, alguns

desapareceram e outros, até os dias atuais, ainda correm risco de extinção.

Nosso país é considerado megabiodiverso. Aqui se encontra uma grande

variedade de espécies da fauna e da flora, compondo importantes

ecossistemas que nos proporcionam um dos melhores climas do mundo, água

pura e em grande quantidade, terras férteis e paisagens paradisíacas.

Este é o nosso maior privilégio, esta é a nossa herança: temos uma natureza

que nos oferece todos os recursos de que precisamos para viver bem. E essa

herança deve ser protegida.

O governo brasileiro protege as áreas naturais por meio de Unidades de

Conservação (UC) - estratégia extremamente eficaz para a manutenção dos

recursos naturais em longo prazo.

Para atingir esse objetivo de forma efetiva e eficiente, foi instituído o Sistema

Nacional de Conservação da Natureza (SNUC), com a promulgação da Lei nº

9.985, de 18 de julho de 2000. A Lei do SNUC representou grandes avanços à

criação e gestão das UC nas três esferas de governo (federal, estadual e

municipal), pois ele possibilita uma visão de conjunto das áreas naturais a

serem preservadas. Além disso, estabeleceu mecanismos que regulamentam a

participação da sociedade na gestão das UC, potencializando a relação entre o

Estado, os cidadãos e o meio ambiente.

Há 10 anos, o SNUC faz valer nosso direito ao meio ambiente ecologicamente

equilibrado para presentes e futuras gerações, por meio da implantação e

consolidação de unidades de conservação.

O que são Unidades de Conservação – Unidade de Conservação (UC) é a

denominação dada pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da

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Natureza (SNUC) (Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000) às áreas naturais

passíveis de proteção por suas características especiais. São "espaços

territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com

características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público,

com objetivos de conservação e limites definidos, sob-regime especial de

administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção da lei" (art.

1º, I).

As UCs têm a função de salvaguardar a representatividade de porções

significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e

ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o

patrimônio biológico existente. Além disso, garantem às populações

tradicionais o uso sustentável dos recursos naturais de forma racional e ainda

propiciam às comunidades do entorno o desenvolvimento de atividades

econômicas sustentáveis.

Uma marcha de bilhões de anos de evolução culminou num planeta capaz de

sustentar vida em vários sistemas ecológicos. Estes ecossistemas, foram (e

são) a base para o desenvolvimento e continuada evolução das mais variadas

espécies existentes, sejam bacterianas, vegetais ou animais. A existência do

meio ambiente, portanto, é condição indissociável à vida. E, como a própria

vida, um direito fundamental a todo o ser humano.

No Brasil, este direito fundamental é garantido aos cidadãos pela Constituição

Federal de 1988 no art. 225: "Todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de

defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações."

Mas apenas reconhecer o direito não é suficiente. É preciso que haja

instrumento para que se possa concretizá-lo. Assim a Constituição impõe ao

Poder Público o dever de "definir, em todas as unidades da Federação,

espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos,

sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada

qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem

sua proteção". Este comando foi atendido, enfim, com a promulgação da Lei nº

9.985, de 18 de julho de 2000 e do Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002

que, respectivamente, cria e regula o SNUC.

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Sendo a proteção do meio ambiente uma competência que concorre a todas as

esferas do Poder Público, à iniciativa privada e toda sociedade civil, coube ao

SNUC disponibilizar a estes entes os mecanismos legais para a criação e a

gestão de UCs (no caso dos entes federados e da iniciativa privada) e para

participação na administração e regulação do sistema (no caso da sociedade

civil), possibilitando assim o desenvolvimento de estratégias conjuntas para as

áreas naturais a serem preservadas e a potencialização da relação entre o

Estado, os cidadãos e o meio ambiente.

As unidades de conservação da esfera federal do governo são administradas

pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Nas

esferas estadual e municipal, por meio dos Sistemas Estaduais e Municipais de

Unidades de Conservação.

O SNUC agrupa as unidades de conservação em dois grupos, de acordo com

seus objetivos de manejo e tipos de uso: Proteção Integral e Uso Sustentável.

As Unidades de Proteção Integral têm como principal objetivo preservar a

natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, ou

seja, aquele que não envolve consumo, coleta ou dano aos recursos naturais:

recreação em contato com a natureza, turismo ecológico, pesquisa científica,

educação e interpretação ambiental, entre outras. As Unidades de Uso

Sustentável, por sua vez, têm como objetivo compatibilizar a conservação da

natureza com o uso sustentável dos recursos, conciliando a presença humana

nas áreas protegidas. Nesse grupo, atividades que envolvem coleta e uso dos

recursos naturais são permitidas, desde que praticadas de uma forma a manter

constantes os recursos ambientais renováveis e processos ecológicos.

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da unidade.

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Segundo a legislação vigente, as UCs são criadas por meio de ato do Poder

Público (Poder Executivo e Poder Legislativo) após a realização de estudos

técnicos da importância ecológica dos espaços propostos e, quando

necessário, consulta à população.

Estas áreas estão sujeitas a normas e regras especiais e só podem ser

alteradas e/ou reduzidas mediante lei específica. Entretanto, em 2012, uma

Medida Provisória que previa a redefinição de limites de sete UCs na Amazônia

foi sancionada pela presidente e transformada em Lei Federal. Isso abre um

precedente perigoso para a conservação no país, pois o instrumento elencado

pelo legislador originário foi a lei ordinária que, por possuir, tramitação

legislativa mais longa, atende à exigência original de manifestações populares

e consultas públicas.

29) MONITORAMENTO AMBIENTAL.

Monitoramento ambiental

Monitoramento ambiental (português brasileiro) ou Monitorização Ambiental

(português europeu) consiste num conjunto de observações e medições de

parâmetros ambientais, de modo continuo ou frequente, podendo ser usada

para controle ou alarme.

Micro-Escala

A monitorização será em micro-escala quando se pretende monitorizar e

acompanhar um ou vários parâmetros localizados num contexto geográfico

pequeno e limitado, tal como o controlo de emissões gasosas à saída de uma

fábrica.

Em termos de micro-escala, a monitorização ambiental é geralmente usada

para controle de emissões poluentes, sejam elas gasosas ou liquidas. Através

de medições frequentes, verificam-se a conformidade ou não com os requisitos

legais e/ou operacionais.

Macro-Escala

É considerada em macro-escala nos casos de uma área geográfica vasta,

como o controle da qualidade das águas de um lago, ou a evolução de um

determinado equilíbrio entre espécies numa zona protegida.

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A monitorização ambiental no quadro de uma gestão equilibrada e adaptativa

permite avaliar se a evolução decorre de modo equilibrado, para que se possa

corrigir situações de potencial risco ou desequilíbrio.

Assim, ao fornecer informações sobre o estado do ambiente, quer sejam

relativamente a um dado momento ou referentes a sua evolução com o tempo,

torna-se um importante instrumento para tomadas de decisão no âmbito do

desenvolvimento sustentável.

MONITORAÇÃO AMBIENTAL PERMANENTE

Para garantir que a operação Central Nuclear de Angra não liberasse nenhum

material radiativo para o meio ambiente, a Eletrobras Eletronuclear

desenvolveu um permanente e rigoroso programa de monitoração. Este

trabalho começou em 1978, quatro anos antes da entrada em operação da

primeira usina nuclear brasileira, e foi chamado de programa pré-operacional.

Nessa época foi criado o Laboratório de Monitoração Ambiental. Sua missão

inicial era realizar um vasto diagnóstico ambiental na área do entorno da futura

central nuclear. Esse trabalho incluiu a medição dos níveis de radioatividade

que estavam naturalmente presentes em diversos materiais. Essas matrizes

foram escolhidas em função de sua abundância na região e de sua importância

no cotidiano dos moradores locais. Elas incluem diversos tipos de amostras

coletadas tanto em ambiente marinho quanto terrestre. Também são recolhidas

periodicamente amostras de água de chuva e de partículas do ar retidas em

filtros próprios.

As amostras são coletadas e analisadas regularmente desde antes do início da

entrada em operação de Angra 1 em 1982. Isto permite que os técnicos da

Eletrobras Eletronuclear possam comparar os dados obtidos nestes mais de

trinta anos de monitoração.

O controle de qualidade das análises é realizado através de programas de

intercomparação mantidos pela Agência Internacional de Energia Atômica, pela

Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e pelo Instituto de

Radioproteção e Dosimetria, da Comissão Nacional de Energia Nuclear.

O foco do monitoramento ambiental é a coleta, registro e acompanhamento de

informações sobre substâncias ou outros indicadores representativos.

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O Planejamento De Atividades De Monitoramento Ambiental Envolve:

A definição dos indicadores/ parâmetros a serem avaliados;

A metodologia e os meios a utilizar;

O local da amostragem ou de coleta;

A frequência da obtenção de dados.

O Monitoramento ambiental oferece conhecimento e informações básicas para

avaliar a presença de contaminantes, para compreender os sistemas

ambientais e para dar suporte a politicas de gestão, desta forma, os resultados

do monitoramento ambiental vão subsidiar:

medidas de planejamento, medidas de controle, medidas de recuperação,

medidas de preservação e medidas de conservação.