contestação ação de busca e apreensão

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  • 8/10/2019 Contestao Ao de Busca e Apreenso

    1/22

    XC L NTSSIMO S NHOR DOUTOR JUIZ D

    DIR ITO DA 3 VARA CV L DA COMARCA D

    LUCAS DO RIO V RD /MT

    CART R D URGNCIA / P DIDO D

    R CONSID RAO D LIMINAR

    Autos n

    Cdigo:

    XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, j qualificada nos autos da ao de busca e

    apreenso em epgrafe, por sua procuradora que ao final assina, vem respeitosamente

    honrosa presena de Vossa Excelncia, apresentar

    CONTESTAO A AO DE BUSCA E APREENSO

    Em face de BANCO BRAD SCO FINANCIAM NTOS, em

    conformidade com o que disp!e o art" #$% do &'&, bem como o artigo (), * () do

    +ecretolei n) $--./$ e demais dispositivos que convergem mat0ria, corroborados com

    os substratos fticos e de direito a seguir alinhavados1

  • 8/10/2019 Contestao Ao de Busca e Apreenso

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    ! DA JUSTIA GRATUITA

    Em virtude de a 2equerida ser de condio pobre, no

    podendo demandar em ju3o sem preju3o de seu sustento e de sua famlia, REQUERo

    Benefcio da Assistncia Judiciria Gratuita, na forma das leis n") -"4/4.54 e %"--5.6(,

    artigo -6 da lei 5"567.%4 e artigo 5), inciso 899:V da &;"

    "! PR LIMINARM NT

    "! D# $%&'#(#')%(*+#,-. $# .(# 0

    C#(12'*# $% #,-.

    < cedio na doutrina e jurisprudncia ptria que a caracteri3ao

    da mora do devedor 0 pressuposto processualpara a interposio da ao cautelar de

    busca e apreenso" =eno, vejamos1

    AGRAVO DE INSTRUMENTO - BUSCA E APREENSO - LIMINAR -AJUIZAMENTO DE AO REVISIONAL - INAPTIDO PARA ELIDIR AMORA - COMPROVAO DA MORA - PRESSUPOSTOPROCESSUAL - AUSNCIA - EXTINO DO FEITO SEMRESOLUO DO MRITO. O sim!"s #$%im"'() *" #+,) "isi)'#!*" /)'(#() ',) )ss%i ) /)'*,) *" *"s/##/("i # m)# *)*""*) "0 ) /)'s"1%2'/i#0 im"*i # /)'/"ss,) *" !imi'# *"3%s/# " #""'s,) %m# "& ""'/4i*)s )s "1%isi()s *"s(#. Acomprovao da mora do devedor na ao de busca e apreensoconsiste no apenas em requisito para a liminar, mas efetivo

    pressuposto de desenvolvimento vlido e regular do processo

    cuja ausncia enseja a extino do feito sem resoluo do mrito.(!"#$ " A%& ')*'+*-*' #$ , elator& /edro 0ernardes,1ata de !ulgamento& **232*'3, 45maras 46veis 2 78 49#AA4:;232*'3?.56.'.7.

    APELAAO C8VEL. AAO DE BUSCA E APREENSAO. EXTINAODO PROCESSO SEM RESOLUAO DE MRITO0 NOS TERMOS DO

    ART. 9:;0I0 DO CPC. @A 4#/;ABA 1A #A.

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    BANC

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    das opera!8es de cr1dito, em especial, as taxas praticadas na por pessoas fsicas nos

    financia$entos de #eculos, praticadas ms a ms"

    + anlise de tal tabela, denotase que em ABR(94352a taxa

    m0dia de juros praticada no mercado era de 5;.;4< a=a=, enquanto o contrato firmado

    entre as partes prev a ausi#a ta0a de "urosde 4;.2>< a=a 6CE'7"

    Bra Excelncia, a taxa de juros imposta pela 2equerente

    2equerida 0 ;.>4

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    'ortanto, por fora do disposto nos artigos233. e 4F. ,(do

    &Fdigo de 'rocesso &ivil, deve o presente processe ser e0tinto se$ a resolu!/o do

    $1rito, bem como reconsideradaa medida liminar concedida 2equerente"

    3! DO XAM DO MRITO

    3!! D. C.2)(#).

    Em (4 de bril de #4-(, a 2equerida firmou junto a 2equerente

    C+?'RA'+ %E H(?A?C(A*E?'+ %E BE?& E+U &ER,(+& E* GARA?'(A %E

    A9(E?AD+ H(%UC(IR(A %E BE?& *,E(& GanexoH na importIncia total de RK

    4>=3>;.L 6#inte e -uatro $il e -uarenta e no#e reais e setenta e cinco centa#os7

    valor total financiado, para a aquisio do veculo descrito na exordial, que na

    oportunidade custou 2J (("444,44 Gtrinta e trs mil reaisH"

    'ara aquisio do mencionado veculo, a 2equerida

    desembolsou a importIncia de 2J -4"444,44 Gde3 mil reaisH como valor de entrada, e

    financiou junto 2equerente o valor de 2J #("444,44 Gvinte e trs mil reaisH. que somado

    ao valor da tarifa de cadastro 6RK >L3.337. tarifa de a#alia!/o do e$ 6RK 4>L.337 e

    (+H 6RK 2M;.L7. perfa o #alor total de RK 4>=3>;.L 6#inte e -uatro $il e -uarenta e

    no#e reais e setenta e cinco centa#os7correspondente a aproximadamente 4.M

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    &ontudo, frisamos que a 2equerida possui a oa inten!/o de

    -uitar sua d#ida frente N Re-uerente , desde que Oa"a u$a negocia!/o "usta e

    e-uilirada entre as partes=

    3!"! D# 45(6#,-. $# .(# % $#

    7*84.&&*9*:*$#$% $# '.4.&*,-. $% #'.($.

    &onforme declinado acima, a Re-uerida te$ a oa inten!/o de

    -uitar sua d#idafrente 2equerente, tanto que chegou at0 a emitir a guia de purgao

    da mora GanexoH, por0m, naquela oportunidade ainda no havia conseguido o recurso

    necessrio para efetuar o pagamento"

    @odavia, exigir a purgao da mora, se$ o direito de contestP

    lo, pode ser considerado uma for$a de repress/o econ$ica legal, estabelecendo

    uma desigualdade na rela!/o processual, uma ve3 que protege apenas um dos pFlos

    do processo, mesmo que a legislao possibilite ao devedor a restituio em caso de

    pagamento a maior Grt" (), *7) do +ec" 8ei $--./$, com redao dada pela 8ei -4"$(-,

    de #447H"

    purga da mora ser sempre privil0gio de poucos, contrariandoo princpio da oaPf1 contratual, i$pedindo a possiilidade do inadi$plente e$

    cu$prir a sua origa!/o ou at1 negociar o d1ito" &om isso, o credor det0m todos os

    meios mais danosos e severos para obrigar o devedor a cumprir com sua parte do

    contrato, sob as penas de perder o bem, como de fato aconteceu"

    no ser efetuando o pagamento da purgao da mora,

    nenhuma outra oportunidade de negociao da dvida fora apresentada 2equerida"'assado o pequeno pra3o para que a 2equerida pagasse pela purgao da mora, nada

    mais pode fa3er antes que o bem fosse retirado de sua posse"

    &orroborando essa linha de raciocnio, h inclusive

    entendimentos jurisprudenciais que consideram abusivas e at0 mesmo inconstitucional o

    modo como as medidas liminares so concedidas nestes casos" =eno, vejamos1

    LIMINAR DE BUSCA E APREENSO. INCONSTITUCIONALIDADE EILEGALIDADE DO ART. Y0 Y0 DO DECRETO-LEI :.

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    ALTERAO INTRODUZIDA PELA LEI Q.Q. ' " A alteraointroduHida pela =ei '.7+', de *.>.3, ao art. +M do 1ecreto"=ei7''27, fere, frontalmente, o devido processo legal (art. -M, =;, da4G?, o direito de propriedade (art. -M, =;%, da 4G?, alm de outrasnormas constitucionais e infraconstitucionais, pois, instituiu a

    possibilidade da perda do patrimRnio do devedor, sem qualquermanifestao judicial. 9 - D"ss" m)*)0 # /)'/"ss,) *# !imi'# *"3%s/# " #""'s,) = m"*i*# ("m"@i#0 #i'*# m#is )1%" ) "?"i*)D"/"()-L"i "mi(" #) *""*) %6#+,) *# m)#. - A"!) *#/"*)# )i*) #/i#!m"'(" ## 1%" # #+,) *" 3%s/# " #""'s,)("'4# )ss"6%im"'(). (Apelao 46vel nM '7*37+*"'>.*''.>.'+.*3, '+8 45mara 46vel do !#$, el. GranciscoSupidloTsUi. j. *.'.*'*, /ubl. '.*.*'*?.

    &onsubstanciado em tais argumentos, cumprenos salientar e

    demonstrar -u/o ausi#a 1 a coran!a efetuada pela Re-uerente"

    Veja Excelncia, que o valor oferecido pela 2equerente para

    purgar a mora 0 de RK 42=;FM.FM, enquanto que, se a 2equerida quisesse liquidar seu

    contrato, o valor seria aproximadamente de RK 5=M>F.2, segundo um clculo de

    antecipao e liquidao de contrato que apresentamos ane0o, simulando a antecipao

    das parcelas e levando em considerao os padr!es que as prFprias financeiras utili3am

    em casos de liquidao antecipada"

    Bra Excelncia, como j salientamos, a 2equerida 0 boa

    pagadora, possui a boa inteno de liquidar sua dvida frente 2equerente, se viu nessa

    situao de encarar uma cobrana judicial por motivos alheios a sua vontade, todavia,

    no seria justo que a 2equerida fosse submetida abusividade da cobrana feita pela

    2equerente na presente demanda" =em falar na abusividade da >cobrana no perodo

    normal do contrato?, j demonstrado alhures"

    Dos termos em que tal cobrana vem sendo reali3ada, resta

    e#idente o dese-uilrio econ$ico do contrato, configurando a abusividade na

    maneira de cobrar da 2equerente"

    'ortanto, REQUERseja ofertada 2equerida nova oportunidade

    de negociao do saldo devedor de seu contrato, de modo justo e equilibrado entre as

    partes"

  • 8/10/2019 Contestao Ao de Busca e Apreenso

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    3!3! D# 4.&&*9*:*$#$% $# $*&'5&&-. $#

    #95&*;*$#$% $#& ':>"E/, el. #in. Antonio 4arlosGerreira, julgado em '+2''2*'*.56.'.7.

    +esta feita, desde j esclarecida tal questo, passamos a expor

    detalhadamente s irregularidades constantes no contrato de adeso firmado entre as

    partes"

    3!=! D# #$%&*;*$#$% '.2)(#)5#: % &%5&

    %>%*).& ?5(@$*'.&

    doutrina e a jurisprudncia, em unssono, atribuem aos

    negFcios celebrados entre a 2equerida e a 2equerente o carter de contrato de adeso

    por excelncia"

    @al modalidade de contrato obviamente subtrai a uma das partes

    contratantes, qual seja a aderente, praticamente toda e qualquer manifestao da livre

  • 8/10/2019 Contestao Ao de Busca e Apreenso

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    autonomia na vontade de contratar, constrangendo reali3ao de negFcio jurdico sem

    maiores questionamentos"

    ;eli3mente, o +ireito reserva grande proteo parte

    aderente.consumidora, cuja expresso de vontade 0 limitada concordIncia quanto s

    clusulas previamente estabelecidas"

    legislao ptria disciplina os contratos de adeso,

    especificamente no &Fdigo de +efesa do &onsumidor, estabelecendo normas que

    cobem a usura e banem o anatocismo" =e no vejamos1

    Art. -3 "C)'(#() *" #*"s,) = #1%"!" /%$#s /!@%s%!#s ("'4#m si*)#)#*#s "!# #%()i*#*" /)m"("'(" )% "s(#3"!"/i*#s%'i!#("#!m"'(" "!) ?)'"/"*) *" )*%()s )% s"i+)s0 s"m 1%" )/)'s%mi*) )ss# *is/%(i )% m)*i?i/# s%3s(#'/i#!m"'(" s"%/)'("*).

    Dos contratos de adeso, a supresso da autonomia da vontade

    0 inconteste" ssim o sustenta o eminente magistrado rnaldo 2i33ardo, em sua obra

    &ontratos de &r0dito Kancrio, Ed" 2@, #L ed", p" -6, que to bem interpretou a posio

    desfavorvel em que se encontram aqueles que, como a 2equerida, celebraram contatos

    de adeso junto ao banco, i' "3is1

    Os i's(%m"'()s s,) im"ss)s " %'i?)m"s ## ()*)s )s /!i"'("s0*"i>#'*) #"'#s #!6%'s /!#)s ## ) ""'/4im"'()0 *"s(i'#*)s #)')m"0 ?i>#+,) *) #&)0 *) #!) m%(%#*)0 *)s $%)s0 *#s /)miss"s" "'#!i*#*"s.

    ssim, tais contratos contm inMmeras clusulas redigidas pr0via

    e antecipadamente, com nenhuma percepo e entendimento delas por parte do

    aderente Gi' /#s%, 2equeridaH"

    Efetivamente, os contratos bancrios no representam nature3a

    sinalagmtico, porquanto no h vlida manifestao ou livre consentimento por parte do

    aderente com relao ao suposto conteMdo jurdico, pretensamente, convencionado com

    o credor"

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    do &Fdigo &ivil, o qual apresenta uma regra geral de interpretao dos negFcios

    jurdicos1

    Art. ''*.N#s *"/!##+"s *" )'(#*" s" #("'*"@ m#is i'("'+,)

    '"!#s /)'s%3s(#'/i#*# *) 1%" #) s"'(i*) !i("#! *# !i'6%#6"m.

    Nuando a 2equerida celebrou, com a 2equerente, o contrato,

    acreditou serem corretos os encargos financeiros que lhe estavam sendo exigidos, certa

    de que a 2equerente o fa3ia em fases estritamente legais" ;oi, por0m, indu3ido em erro e

    em virtude disso vem sustentando uma dvida muito superior as suas posses e com juros

    abusivos"

    < este o caso tpico de ") $%is, que, afetando a manifestao

    de vontade, tradu3se em vcio do consentimento" ?/o usca a Re-uerida se e#adir ao

    cu$pri$ento de sua parte na a#en!a. usca. apenas. pela autoria!/o -ue a

    prpria lei lOe confere. corrigir o e0cesso. urdidos na supress/o de sua autono$ia

    #olita#a=

    B que se pretende nesta lide, em suma, 0 a re#is/o de todos os#alores o"eto da rela!/o "urdica entre as partes. para -ue se e0purgue$ os

    encargos ilegais. a -uais-uer ttulos. de sorte -ue a Re-uerida pague a Re-uerente

    apenas o -ue lOe for real e legal$ente de#ido. de confor$idade co$ a legisla!/o

    especfica=

    Verdade 0 que as contrapresta!es embutem taxas de juros e

    encargos elevadssimos, tanto pelos ndices quanto pelo clculo composto"

    usura em todas as suas modalidades, no apenas 0

    enfaticamente repudiada, como 0 punida e enquadrada dentre os crimes contra a

    economia popular G+ecreto n) ##"/#/.((H, se no vejamos1

    Art. 3M " )i3i*) /)'(# $%)s *)s $%)s "s(# )i3i+,) ',)/)m""'*" # #/%m%!#+,) *" $%)s "'/i*)s #)s s#!*)s !1%i*)s "m/)'(#-/)"'(" *" #') # #').

  • 8/10/2019 Contestao Ao de Busca e Apreenso

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    B anatocismo 0 condenado em unssono por nossos tribunais,

    como bem mostra a jurisprudncia abaixo colacionada, simples exemplo Gdentre outrasH

    de um caudal de decis!es convergentes e meridiana1

    APELAO C8VEL. REVISIONAL DE CONTRATO BANC"6"s" *) #(. *)

    "6#mi'4) /)'s%m"is(#. I'i#3i!i*#*" *# i'/i*2'/i# *) #(. ;K *)/*i6) /ii! #) /#s) *"3#(i*) ')s #%()s. A%()i+,) *" m)*i?i/#+,)*#s /!@%s%!#s /)'(#(%#is "!# ?!">i3i!i+,) *) #/(# s%'( s"#'*#.Pi'/i) *) *i@!)6) *#s ?)'("s. A!i/#+,) *) #(. : Y0 i'/is) 0 *)

    "6#mi'4) /)'s%m"is(#. J%)s "m%'"#(i)s /)'(#(#*)s.I'#!i/#3i!i*#*" *) #(. 90 Y0 *# /#(# *# im#"#. N)m#"'1%#'() i6"'(" 1%" ',) )ss%# "?i/@/i# !"'#. I'">is(2'/i# *" !"i/)m!"m"'(# "6%!#m"'(#'*) # m#(=i#. Sm%!# i'/%!#'(" ; *)

    ">/"!s) "(i). L"i *# %s%#. Sm%!# : *) STF. A!i/#+,) *# !"i '..:. C)m"(2'/i# *) /)'s"!4) m)'"(@i) '#/i)'#!.emunerao dos juros estremada ao percentual praticado pelomercado em operao anloga. I'("!i62'/i# *) "'%'/i#*) I *) 6%)*" /m##s *" *i"i() /)m"/i#! *"s(" #"#6) " sm%!# K9 *#/)(" *# /i*#*#'i#. %mposio da taxa mdia de mercado comolimite ao encargo, por se revestir da objetividade, transparncia econfiana exig6veis. 4aso concreto em que os percentuaisavenados superam o teto publicado pelo 0A4 E4 *''.7)777"> (A4X1K?,

  • 8/10/2019 Contestao Ao de Busca e Apreenso

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    alcance do constrito" Pilita, pois, em favor da 2equerida a presun!/o de -ue

    desconOecia o conteSdo lesi#o do contrato N 1poca e$ -ue foi celerado , operase

    de plano a in#ers/o do nus da pro#a"

    inverso do Onus da prova expressamente prevista em lei

    ocorre tamb0m por fora da qualidade de consumidor de servio de que se revestem a

    2equerida, nos moldes da 8ei n) 6"4%6.$4, i' "3is^

    art. M. S,) *i"i()s 3@si/)s *) /)'s%mi*)^

    5...7

    iii - # ?#/i!i(#+,) *# *"?"s# *" s"%s *i"i()s0 i'/!%si" /)m # i'"s,)

    *) '%s *# )#0 # s"% ?#)0 ') )/"ss) /ii!0 1%#'*)0 # /i(=i) *)$%i&0 ?) ")ssmi! # #!"6#+,) )% 1%#'*) ?) "!" 4i)ss%?i/i"'("0s"6%i'*) #s "6#s )*i'@i#s *" ">"i2'/i#s.

    art. -'. S,) '%!#s *" !"') *i"i()0 "'(" )%(#s0 #s /!@%s%!#s/)'(#(%#is "!#(i#s #) ?)'"/im"'() *" )*%()s " s"i+)s 1%"^

    5...7

    i - "s(#3"!"+#m i'"s,) *) '%s *# )# "m "$%&) *)/)'s%mi*).

    'or tudo que se expOs, concluise pela ilegalidade das clusulascontratuais leoninas e abusivas, cujo adimplemento ensejaria a 2equerente execrvel

    enriquecimento sem causa"

    3!! D#& '.9(#2,#& *2$%;*$#& %

    #95&*;#&

    :ndubitvel que no presente caso que a relao entre as partes 0

    tpica rela!/o de consu$o, pois ambas se amoldam nos termos dos artigos #)GconsumidorH e () GfornecedorH do &Fdigo de +efesa do &onsumidor"

    'ois bem, as partes se obrigam atrav0s de contrato de

    financiamento direto a consumidora, ora 2equerida, ou seja, contrato de adeso

    conforme j alhures mencionado"

  • 8/10/2019 Contestao Ao de Busca e Apreenso

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    'osto isso, se fa3 necessria a aplicao do cFdigo

    consumeirista para regular a relao dando e-uilrio entre as partes para -ue n/o

    Oa"a pre"uo ao consu$idor. parte Oipossuficiente nos ter$os do C%C"

    Dotase que do presente contrato, G'roposta de ;inanciamento

    de Kens e.ou =ervios Q'essoa ;sica ane0oH a 2equerente embutiu no valor

    financiado1 tarifa de cadastro 6RK >L3.337. tarifa de a#alia!/o do e$ 6RK 4>L.337 e

    (+H 6RK 2M;.L7. perfaendo o #alor total RK 5=3M>.L 6$il e oitenta e -uatro reais e

    setenta e cinco centa#os7, de maneira que tais taxas e tarifas so inseridas no contrato

    se$ o conOeci$ento do consu$idorno que tange a sua utilidade e finalidade, at0

    porque estas taxas e tarifas" est/o inclusas no presente contrato atra#1s do "urosauferido pela institui!/o financeira, acarretando o pagamento em duplicidade dos

    valores mencionados"

    demais Excelncia, a primeiro modo, tal montante pode at0

    parecer irrisFrio perto do valor do contrato, ou se analisado friamente sua diluio na

    quantidade de parcelas" Entretanto, ao considerar a elevada taxa de juros aplicada ao

    contrato em questo, denotase ento ta$anOo 1 o pre"uo da 2equerida com a

    cobrana indevida de tais taxas" =em contar ainda, o fato de no poder discutir a

    contratao de tais servios, j que tratase de um contrato de adeso"

    +esta feita, a falta de informao clara e objetiva por parte da

    financeira, fere o direito pre#isto no art= FT. inciso ((( do C%C, ou seja, 1 direito do

    consu$idor a infor$a!/o ade-uada e clara sore os diferentes produtos e

    ser#i!os colocados N sua disposi!/o=

    inda, no obriga o consumidor os contratos que regulam a

    relao de consumo se o instrumento for redigido de forma a dificultar a compreenso de

    seu sentido e alcance, disposio do art= >F do C%C"

    +e mais a mais, n/o O o -ue se falar e$ origa!/o do

    consu$idor ao paga$ento dessas tarifas e ta0as , ve3 que os custos da opera!/o

    financeira0 de responsabilidade da instituio e no de quem contrata, pois os valores

    so revertidos em proveito da financeira e no do consumidor"

  • 8/10/2019 Contestao Ao de Busca e Apreenso

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    &onsubstanciando todo o exposto, no 0 diferente o

    entendimento da jurisprudncia, vejamos1

    CIVIL. AO REVISIONAL DE CONTRATO DE FINANCIAMENTO DE

    VE8CULO. INSTITUIO FINANCEIRA0 TAXA DE ABERTURA DECRDITO0 TARIFA DE EMISSO DE CARN. 5...7 %nexiste, do pontode vista jur6dico, causa que legitime a cobrana de taxa deabertura de crdito (A4? e da tarifa de emisso de carn (

  • 8/10/2019 Contestao Ao de Busca e Apreenso

    17/22

    ausi#o. constituindo #antage$ $anifesta$ente e0cessi#a ao fornecedor. -ue "

    est sendo re$unerado pela totalidade do ser#i!o=

    +iante do exposto, REQUERseja declarada indevida tais taxas

    de servios, " elencados, sobre o montante total financiado, com a declara!/o de

    nulidade das clusulas correspondentes, declarando assim se"a$ as $es$as

    e0tirpadas do clculo do financia$ento, com os acr0scimos de juros capitali3ados,

    declarandoPse a ilegalidade da coran!a efeti#ada dos #alores especificados supra"

    inda, tendo em vista que referidos valores cobrados foram

    diludos em cada parcela do financiamento, e indevidamente pagos mensalmente pelo

    autor em cada prestao, REQUERseja a r0 condenada N repeti!/o do ind1itosobre

    o #alor inde#ido corado e$ cada parcela, tendo em vista as parcelas j quitadas pela

    2equerida"

    3!! D# '#4*)#:*+#,-. %2: $% ?5(.&

    % $. #2#).'*&.

    Dos termos contratado, a 2equerida financiou o valor de 2J

    #7"47$,%5 Gvinte e quatro mil e quarenta e nove reais e setenta e cinco centavosH,parcelado em 76 Gquarenta e oitoH parcelas de 2J %%5,6- Gsetecentos e setenta e cincoreais e oitenta e um centavosH, incidente de juros de -,$#R ao ms"

    Bcorre que se o referido financiamento fosse utili3ado o m0todolinear ponderado 6Gauss7, para efeito de comparao, considerando no valor financiadoas ilegais cobranas, resultaria uma parcela de RK FFL.5;Gseiscentos e sessenta e cincoreais e de3enove centavosH, o que evidencia a utili3ao do sistema de amorti3aofrancs 6taela rice7 acarretando a capitalia!/o do "uros, sendo certo que a

    2equerida paga a $ais por parcelao valor de RK 553.F4Gcento e de3 reais e sessentae seis centavosH totali3ando a importIncia de 2J 5"(4$,%/ Gcinco mil tre3entos e novereais e setenta e seis centavosH a mais no total do financiado" 6taela de$onstrati#aane0a7"

    Bbservase da tabela em anexo que resta configurada acapitalia!/o dos "uros na aplica!/o do Vanatocis$oW quando utili3ado o sistema deamorti3ao francs Gtabela priceH e que se aplicada tabela >Sauss? o valor dasparcelas so menores"

    =obre o tema, inclusive, h muito tempo j havia se posicionadoa =uprema &orte atrav0s da =Mmula -#-" I' "3is1

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    E\mula '*' EG [ "*#*# # /#i(#!i+,) *" $%)s0 #i'*# 1%"">"ss#m"'(" /)'"'/i)'#*#. 56i?) ')ss)7.

    'ara melhor compreenso de tamanha abusividade na cobranados juros pela 2equerente, basta observar o valor a mais pelo qual a 2equerida iria

    pagar pelo seu carro"

    B valor atual de mercado do referido veculo 0 de RK 23=525.33Gtrinta mil cento e trinta e um reaisH, conforme demonstrativo da tabela ;:'E ane0a='oisbem, nos termos em que o contrato foi firmado, a 2equerida pagaria ao final o valor totalde RK >=42M.MM 6-uarenta e sete $il duentos e trinta e oito reais e oitenta e oitocenta#os7considerando as parcelas avenadas e o valor pago de entrada no momentoda assinatura do contrato G2J -4"444,44H"

    Bra Excelncia, observe que a 2equerida tomou por empr0stimo,inicialmente 2J #("444,44, e que ao final, pagaria um total de 2J 7%"#(6,66, pouco maisque o doro 6RK 4>=42M.MM7do valor financiadoC

    'ortanto, 1 induit#el -ue a coran!a de "uros 1ECE&&(,A*E?'E ausi#a neste caso, situao proveniente do m0todo deamorti3ao escolhido pela 2equerente Gtabela '2:&EH, a qual beneficia a prtica doanatocis$o, prtica vedada pelos @ribunais"

    3!! D# *4.&&*9*:*$#$% $# '.9(#2,#

    #2)%'*4#$# $#& 4(%&)#,E%& ;*2'%2$#&

    B entendimento jurisprudencial vem tomando posicionamento

    contrrio ao vencimento antecipado das parcelas vincendas em caso de inadimplemento

    contratual" =eno, vejamos recente deciso proferida pelo @ribunal de Austia do 2io

    Srande do =ul1

    APELAO C8VEL. ALIENAO FIDUCI

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    ')s "'/#6)s "is()s ## # ')m#!i*#*" /)'(#(%#!0 # (%("!##'("/i#*# *"" s" ")6#*#. APELO PARCIALMENTE PROVIDO.5A"!#+,) C"! NY ;QQK;9;0 D=/im# %#(# Cm## C"!0Ti3%'#! *" J%s(i+# *) RS0 R"!#()^ R)3"() S3##(i0 J%!6#*) "m

    9Q9Q7. (!"E " A4& )->7)-+*) E , elator& oberto

    Ebravati, 1ata de !ulgamento& *3232*'3, 1cima Cuarta 45mara46vel, 1ata de /ublicao& 1irio da !ustia do dia )2-2*'3?.

    8ei 64%6.$4 G&+&H em diversos dispositivos legais

    ampara o consumidor contra clusulas que estabeleam presta!es desproporcionais

    Gart= FT. ,H, determinando harmoni3ao dos interesses dos participantes das rela!es de

    consumo e compatibili3ao da proteo ao consumidor, com base na boaf0 e equilbrio

    das rela!es entre consumidores e fornecedores Gart= LT.(((H"

    +esta monta, sendo inegvel a aplicabilidade do &+& ao caso,

    n/o O -ue se falar e$ #enci$ento antecipado das presta!8es #incendas do

    contrato, pelo que desde j REQUERpela improcedncia do feito"

    3!! D# #5&12'*# $% $%&'.2). $.&

    ?5(.& '.((%&4.2$%2)%& & 4(%&)#,E%& ;*2'%2$#&

    dmitindose, por hipFtese, que este r" Au3o no acolha o item

    anterior, se fa3 necessria a anlise do presente tFpico"

    o ser celebrado o contrato, estipulouse uma taxa de jurosmensal" partir desse ponto, calculouse a prestao fixa vigente durante o transcursodo financiamento"

    Entretanto, a legislao 0 clara quanto a concesso de descontono que tange a liquidao antecipada de dvidas, por fora do artigo 5=>4F do CC4334"=eno, vejamos1

    Art. '3* [ N#s 4i("s"s *) #(i6) #'("i)0 *" "'/im"'()#'("/i#*) *# *i*#0 ',) s" /)m""'*"m )s $%)s /)"s)'*"'("s#) ("m) #i'*# ',) *"/)i*).

    +esta forma, se os juros esto includos no ttulo, devem ser

    dedu3idos de acordo com a taxa convencionada, ou seja, os juros devidos tosomente

    at0 que o capital volte ao seu proprietrio ou fique extinta a dvida, no se

    compreendendo no vencimento antecipado, como ocorreu i' /#s%, os juros

    correspondentes s presta!es futuras, ainda no decorridas"

  • 8/10/2019 Contestao Ao de Busca e Apreenso

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    *! @endo em vista a boa inteno da 2equerida em saldar sua dvida, se"a

    oportuniada no#a oportunidade de renegocia!/o da d#ida e$

    co$o co$posi!/o de acordoT

    **! =eja aplicado a presente as normas do Cdigo de %efesa do

    Consu$idorT

    ***! &e"a$ declaradas inde#idas as ta0as de ser#i!os cobradas pela

    2equerente conforme tpico2=F, com a devida declara!/o de nulidade

    das clusulas correspondentes, bem como a

    de#olu!/oco$pensa!/o dos valores j pagos e consequente

    atuali3ao monetria, ve3 que tais taxas foram diludas nas parcelas j

    quitadas pela 2equeridaT

    *;! =eja acolhido o pleito pela re#is/o do $1todo de capitalia!/o de

    "uros, conforme tpico 2=, ve3 que restou comprovada a ilegalidade no

    m0todo utili3ado pela 2equeridaT Bu, entendendo Vossa Excelncia pela

    necessidade de reali3ao de percia contil, desde j se re-uerT

    ;! &e"a declarada in#lida a clusula contratual que versa sobre o

    #enci$ento antecipado das parcelas #incendasT

    ;*! &aso no seja este o entendimento de Vossa Excelncia, re-uer pelo

    desconto dos "uros correspondentes ao tempo ainda decorrido do

    financiamento por fora do artigo -7#/ do &Fdigo &ivilT

    ;**! 'rotesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito

    admitidos, em especial a percia contila fim da verificao da ilegal

    capitali3ao dos juros aplicadosT

    @ermos em que,

    guarda deferimento"

    8ucas do 2io VerdeP@, -6 de setembro de #4-7"

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    ADVOGADO

    OAB

    %+CU*E?'+& A?EA%+&:

    +oc 4- Q 'rocuraoT

    +oc 4# Q +eclarao de hipossuficinciaT

    +oc 4( Q +ocumentos de identificaoT

    +oc 47 Q &ontratoT

    +oc 45 Q Suia de recolhimento de purgao da moraT

    +oc 4/ Q +emonstrativo de clculo de antecipao de parcelasT

    +oc 4% Q @abela ;:'ET

    +oc 46 Q +emonstrativo de taxa m0dia de juros em opera!es de cr0dito

    GK&EDHT

    +oc 4$ Q 'lanilha comparativa de m0todos de amorti3ao G'2:&ExS==HT