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1-i PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL 10^ VARA FEDERAL DECISÃO NO 03 /2017 PROCESSO NO 37559-15.2017.4,01.3400 CLASSE: 15.202 - MEDIDA CAUTELAR JUSTIÇA FEDERAL- DF 10:" Víira Pr Fís. Rubrica Á• PCTT 096.01.003 1) BREVE RELATÓRIO Trata-se de medida cautelar destinada a subsidiar as investigações realizadas no âmbito do IPL 1453/2013-4/SR/DPF/DF, no qual se apura a suposta prática de delitos envolvendo os administradores do POSTALIS, dentre outros, em face dos diversos investimentos tidos como fracassados realizados nos últimos anos, cujos prejuízos causaram impactos muito negativos no resultado geral do fundo de pensão, com a geração de sucessivos déficits comprometedores da capacidade de custeio dos planos programados de benefícios dos empregados dos Correios, resultando no estabelecimento de contribuições extraordinárias a serem pagas pelos participantes do POSTALIS e da ECT. Em representação conjunta, o agente do Ministério Público Federal eo Delegado de Polícia Federal postulam pelo afastamento do sigilo bancário e fiscal das pessoas físicas e jurídicas elencadas às fis. 81/85-v de acordo com os seguintes investimentos realizados pelo POSTALIS, denominados de "casos": Caso FIP ETB; Caso MUDAR MASTER II; Caso CANABRAVA. Também requerem a concessão de busca e apreensão em relação às diversas pessoas físicas e jurídicas apontadas às fís. 86/90; ea condução coercitiva das pessoas físicas relacionadas aos fatos, com

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Page 1: Público Federal e o Delegado de Polícia Federal postulam pelo · 3) medida cautelar de busca e apreensÃo IMo que tange ao pedido de autorização para a realização de busca e

1-i

PODER JUDICIÁRIOSEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

10^ VARA FEDERAL

DECISÃO NO 03 /2017PROCESSO NO 37559-15.2017.4,01.3400CLASSE: 15.202 - MEDIDA CAUTELAR

JUSTIÇA FEDERAL- DF10:" Víira

Pr

Fís.

Rubrica Á•

PCTT 096.01.003

1) BREVE RELATÓRIO

Trata-se de medida cautelar destinada a subsidiar as

investigações realizadas no âmbito do IPL n® 1453/2013-4/SR/DPF/DF, no

qual se apura a suposta prática de delitos envolvendo os administradores

do POSTALIS, dentre outros, em face dos diversos investimentos tidos

como fracassados realizados nos últimos anos, cujos prejuízos causaram

impactos muito negativos no resultado geral do fundo de pensão, com a

geração de sucessivos déficits comprometedores da capacidade decusteio dos planos programados de benefícios dos empregados dos

Correios, resultando no estabelecimento de contribuições extraordinárias

a serem pagas pelos participantes do POSTALIS e da ECT.

Em representação conjunta, o agente do Ministério

Público Federal e o Delegado de Polícia Federal postulam peloafastamento do sigilo bancário e fiscal das pessoas físicas e jurídicaselencadas às fis. 81/85-v de acordo com os seguintes investimentos

realizados pelo POSTALIS, denominados de "casos": Caso FIP ETB; CasoMUDAR MASTER II; Caso CANABRAVA.

Também requerem a concessão de busca e apreensãoem relação às diversas pessoas físicas e jurídicas apontadas às fís. 86/90;e a condução coercitiva das pessoas físicas relacionadas aos fatos, com

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JUSTIÇA FEDcR/U. - DF1Q:® Vara

Pr.PODER JUDICIÁRIO p. <v i 2SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL -10^ VARA —

Rubftca A

exceção de JOSÉ CTVRLOS LOPES XAVIER DE OLIVEIRA, em relação aoqual postulam a decretação da prisão preventiva.

Feito este breve relato, passo aos fundamentos da

decisão.

2) FUNDAMENTOS GERAIS

De acordo com os autos escritos e a mídia juntada, as

investigações até então realizadas pela Polícia Federal com apoio do

Ministério Público tiveram como suporte probatório inicial o Relatório Final

da CPMI dos Fundos de Pensão, os relatórios de fiscalização/autos de

infração realizados pela Superintendência Nacional da Previdência

Complementar (PREVIC) e os resultados da auditoria especial conduzida

pela própria ECJ. Os elementos probatórios apontam para a existência de

um possível esquema ilícito voltado para o desvio de recursos do

POSTALIS, tendo como beneficiários os administradores do referido fundo

de pensão e terceiros, como as instituições financeiras que administraram

e garantiram os investimentos, em especial a BNY MELLON do Brasil (BNY

MELLON SERVIÇOS FINANCEIROS DTVM).

Dentre os investimentos danosos apontados pela CPMI

dos Fundos de Pensão, pela PREVIC e pela auditoria dos Correios, estão

detalhados na presente representação três deles, administrados pela

carteira própria do POSTALIS, de responsabilidade dos administradores e

dirigentes estatutários do fundo de pensão, mas sujeitos ao veto da

Controiadoria Fiduciária exercida pelo BNY MELLON SERVIÇOS

FINANCEIROS DTVN S/A, denominados de "casos" ETB, MUDAR MASTER

II e CANABRAVA.

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JUSTIÇA FEDERAL •DF1Q.® Vsr»

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Tais investimentos estão relacionados à aquisição de

títulos de emissão privada (debênture e CCI) e de cotas de fundos de

investimento e participações (FIP) de empresas cujos ativos passaram

por avaliações econômico-financeiras irreais e tecnicamente irregulares,

notadamente pela BAKET TILLY BRASIL, SR RATING, LF RATIING e APIS

CONSULTORIA EAVALIAÇÕES LTDA.

O Caso FIP ETB refere-se a um investimento de

aproximadamente R$ 223,4 milhões pelos administradores da carteira

própria do POSTALIS no ELETRONIC TRADING BRAZIL FUNDO DE

INVESTIMENTOS EM PARTICIPAÇÕES (FIP ETB), a partir de 2010,quantia que até hoje não foi resgatada e que, de acordo com o MPF e a

autoridade policial, é bastante improvável que seja. Isto porque, dentre

outras irregularidades, foi constatado que a empresa destinatária final

dos Investimentos (MARCO POLO LATIN AMÉRICA S/A, posteriormente

denominada ATG AMÉRICAS TRADING GROUP S/A) não chegou aimplementar o PROJETO DA NOVA BOLSA, como previsto; o processo de

desinvestimento não foi iniciado na época devida; e o patrimônio líquidoda empresa investida, que representa o patrimônio da FIP ETB, era de

apenas R$ 69,1 milhões em 31 de dezembro de 2013, valor bem abaixo

do que foi investido pelo fundo de pensão dos Correios (R$ 223,4milhões).

O Caso MUDAR MASTER II diz respeito à aquisição de

três Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI) da MUDAR MASTER II

PARTICIPAÇÕES S/A pelo POSTALIS, no valor total de R$ 109,8 milhões,com base em relatórios superficiais elaborados por JOÃO CARLOS PENNA

ESTEVES, analista de investimento e membro do Comitê de

Investimentos do POSTALIS; pela SR RATING; e pela Bocater, Camargo,Costa e Silva Advogados.

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JUSTIÇA FEDERi-vL - DF10.' Vara

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Pis.

Rubrica

Segundo a representação, com base nas provas

juntadas, as referidas cédulas não tinham garantias reais, tendo sido

lastreadas em debêntures emitidas por empresas do mesmo grupo (AGM

PARTICIPAÇÕES LTDA, controlado por AUGUSTO MARTINEZ ALMEIDA)que apresentaram diversas incongruências, como o fato da MUDAR SPE

MASTER EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/A não se encontrar

registrada na CVM à época da emissão de debêntures e da MUDAR

MASTER II PARTICIPAÇÕES S/A não ter desembolsado qualquer valor

para a aquisição das debêntures.

Além disso, segundo o Auto de Infração da PREVIC, a

MUDAR MASTER II se tornou inadimplente logo a partir de setembro de

2011 e, mesmo após essa inadimplência, o POSTALIS adquiriu mais R$

25 milhões de CCI da referida empresa, referente à terceira emissão,

indicando falha ou má-fé dos envolvidos, dentre eles os agentes

fiduciários PLANNER TRUSTEE DTVM LTDA e a LIMINE TRUST SERVIÇOS

FIDUCIÁRIOS LTDA, que aparentemente deixaram de zelar pelosinteresses dos titulares das CCI, especialmente aqueles concernentes à

verificação das garantias prestadas nas operações.

O Caso CANABRAVA, terceiro investimento tido como

fracassado, retrata um suposto esquema montado por LUDOVICO

TAVARES GIANNATTASIO, fundador do GRUPO CANABRAVA, para atrair

para as suas empresas investimentos provenientes de fundos de pensão,

como o POSTALIS.

Das irregularidades verificadas envolvendo recursos do

POSTALIS, estão detalhadas as que se referem ao processo decisório

conduzido por seus administradores na aplicação de R$ 190 milhões, em

2011, no FIP BIOENERGIA e na compra de debêntures emitidas pela

CANABRAVA ENERGÉÜCA S/A e pela CANABRAVA AGRÍCOLA S/A, que

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JUSTIÇA FEDERAÍ. •DrJ10." Vsra

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Rubnca 2envolvem os administradores das empresas investidas, os agentes

fiduciários, as empresas de avaliação de risco, gestores do FIP e,

principalmente, diretores do fundo de pensão e membros de seu Comitê

de Investimentos.

Além de avaliações econômíco-financeiras

superdimensionadas dos ativos das empresas Investidas, destacam-se as

transações de compra e venda de títulos emitidos pelas empresas do

mesmo GRUPO CANABRAVA com características de operações "ida e

volta", típicas de casos de lavagem de dinheiro.

3) MEDIDA CAUTELAR DE BUSCA E APREENSÃO

IMo que tange ao pedido de autorização para a

realização de busca e apreensão nos endereços das pessoas físicas e

jurídicas indicadas na representação de fis. 03/91, verifico restar

devidamente demonstrada a ocorrência de fundadas razões autorizando a

realização da medida para colher elementos/provas relacionados aos

desastrosos investimentos feitos pelo Fundo de Pensão dos Correios, nos

termos do art. 240 do Código de Processo Penal.

Os fatos relatados pela autoridade policial e pelo

Ministério Público Federal são graves e demonstram indícios de quealguns dos investigados são prováveis integrantes de uma organização

criminosa responsável pelo desvio de vultosas quantias do POSTALIS,

onerando os contribuintes do fundo de pensão e a Empresa Brasileira de

Correios e Telégrafos, que estão arcando com contribuições

extraordinárias para ajudar a cobrir o "rombo" causado pelos

investimentos em comento.

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Entendo presentes assim os requisitos da Medida

Cauteiar de Busca e Apreensão: o pericuium in mora, centrado na

necessidade de se buscar provas nas sedes ou filiais das pessoas jurídicas

envolvidas com os Casos FIP ETB, MUDAR MASTER II e CANABRAVA, em

que se aponta ter havido açodada e dolosa autorização de investimentos

do POSTALIS, descrevendo todos os trâmites da retirada de recursos do

Fundo mediante a prática de crime contra o sistema financeiro e lavagem

de capitais, entre outros; e a plausibilidade jurídica, conforme as

considerações supra, que mostram a existência de delitos graves e o

modus operandi dos investigados, tanto dos administradores do

POSTALIS quanto das empresas envolvidas na realização dos negócios,

sendo imperiosa a medida para se recolher documentos que possam,

somados a outros, demonstrar o possível desvio dos recursos do Fundo

de Pensão dos Correios, as simulações apontadas e a participação de

cada investigado nos fatos.

A relação dos investigados e das empresas apontadas

pela Autoridade Policial e pelo Ministério Público Federal com os citados

investimentos está bem circunscrita nos autos, seguindo, abaixo, uma

breve síntese de sua atuação/envolvimento.

ALEXE] PREDTECHENSKY, ADILSON FLORENCIO DA

COSTA, RICARDO OLIVEIRA AZEVEDO, JOSÉ CARLOS RODRIGUES

SOUZA, MÔNICA CHISTINA CALDEIRA NUNES e JOÃO CARLOS PENNA

ESTEVES integravam a administração do POSTALIS, tendo sido

provavelmente os responsáveis, simultaneamente ou não, pela

autorização dos investimentos em comento. O primeiro na qualidade de

Diretor Presidente, o segundo de Diretor Financeiro e os quatro últimos

como membros do Comitê de Investimentos (COMIN).

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Rubrica/

Relativamente a JOÃO CARLOS PENNA ESTEVES e

FÁBIO RICARDO MOTTA DE LA PLATA, analistas de investimentos do

POSTALIS, destaca-se o fato de terem emitido relatórios técnicos falhos

que deram suporte à aquisição das Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI)

da. MUDAR MASTER II, de cotas do FIP BIOENERGIA (Caso CANABRAVA)

e/ou de debêntures da CANABRAVA ENERGÉnCA S/A.

EDÉSIO GOMES CORDEIRO, Gerente Jurídico doPOSTALIS, elaborou uma nota técnica sobre a contratação da BNY

MELLON previamente à solicitação do Diretor Financeiro do POSTALIS,

que serviu de base para a efetivação do pernicioso contrato com a

referida instituição, uma das principais responsáveis pelos prejuízos

causados ao Fundo de Pensão.

ARTHUR MÁRIO PINHEIRO MACHADO, MARTINFERNANDO COHEN, FRANCISCO GURGEL DO AMARAL VALENTE,

EVANDRO VERAN ESTEVES DE CAMPOS e PATRÍCIA BITTENCOURT

compõem o quadro societário da ATG AMÉRICAS TRADING GROUP S/A,que sucedeu a MARCO POLO LATIN AMÉRICA S/A, empreendimento esteque foi conduzido no Brasil pela empresa MARCO POLO NETWORK

INCORPORATION em parceria com os dois primeiros investigados, que,

por sua vez, criaram o FIP ETB, que recebeu vários investimentos

irregulares do POSTALIS, no valor total de R$ 223,4 milhões.

ARTHUR MÁRIO PINHEIRO MACHADO possui/possuíavínculos societários com JOSÉ CARLOS LOPES XAVIER DE OLIVEIRA,então presidente do BNY MELLON DO BRASIL, instituição que prestou

serviços de administração e controladoria fiduciária ao POSTALIS à época

dos fatos e permitiu a realização da maior parte dos investimentos

fracassados do Fundo objeto das investigações.

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A BNY MELLON DO BRASIL, presidida por JOSÉ CARLOS

LOPES XAVIER DE OLIVEIRA, possuía como diretores ALBERTO ELIAS

ASSAYAG ROCHA, CARLOS MANUEL DE OLVEIRA PINTO PEREIRA e

MARCELO PEREIRA DA SILVA, todos afastados pela BNY MELLON

INTERNACIONAL após os diversos casos verificados pela CPI DOS

FUNDOS DE PENSÃO, consubstanciados nos vários investimentos

desastrosos realizados com recursos do POSTALIS.

A PU\NNER TRUSTEEE DTVM LTDA e a LIMINE TRUST

SERVIÇOS FIDUCIÁRIOS LTDA, em que são sócias da última NÍVEAMARIA YOSHIDA e NATÁLIA LOBATO ESTEVES, foram os agentesfiduciários envolvidos nas operações referentes ao Caso MUDAR MASTER

II.

As empresas VICTRIX PARTNERS S/A, VCTX

BROKERAGE S/A, XMASSETO PARTICIPAÇÕES S/A, XTRATEGUS

PARTICIPAÇÕES LTDA, XNICE PARTICIPAÇÕES S/A, RO PARTICIPAÇÕESSPE, RISK OFFICE S/A, ALUBAM PARTICIPAÇÕES S/A, ATS BRASIL S/A,

AMÉRICAS CLEARING SYSTEM S/A, BRIDGE ADMINISTRADORA DE

RECURSOS LTDA, XVIC PARTICIPAÇÕES LTDA, GENEVE INVESTIMENTOS

LTDA, AMAN PARTICIPAÇÕES SPE S/A e ARENA HOLDING S/A fazemparte da holding AMÉRICAS TRADING GROUP S/A ou de alguma formaestão vinculadas a ARTHUR MÁRIO PINHEIRO MACHADO, sendo citadascomo beneficiárias de recursos desviados do POSTALIS ou empresas que

serviram de mecanismo para facilitar tais práticas.

ALESSANDRO LABER é um dos sócios da BRIDGE

ADMINISTRADORA DE RECURSOS LTDA, que, por sua vez, é uma das

sócias da empresa LTT PARTICIPAÇÕES S/A, sendo que, em ambas, JOSÉLOPES XAVIER DE OLIVEIRA e ARTHUR MÁRIO PINHEIRO MACHADO

figuram como dirigentes/acionistas.

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MARCOS DE AGUIAR JACOBSEM e DEBORAH FARIDE

BOGORICIN são apontados como sócios da RISK OFFICE S/A, empresa

integrante da holding AMÉRICAS TRADING GROUP S/A, controlada porARTHUR MÁRIO PINHEIRO MACHADO.

PATRÍCIA BITTENCOURT DE ALMEIDA IRIARTE figura,ainda, como acionista da ALUBAM PARTICIPAÇÕES S/A, empresa em que

MILTON DE OLIVIERA LYRA FILHO e SYLVIA ALMEIDA LEAL COSTA DE

CAMPOS foram nomeados como membros do seu Conselho de

Administração.

MILTON DE OLIVEIRA LYRA FILHO é, ainda, tido como

possível elo entre ARTHUR PINHIERO MACHADO e políticos vinculados ao

POSTALIS, visto que, após tornar-se membro do Conselho de

Administração da AMÉRICAS TRADING GROUP e da ALUBAM

PARTICIPAÇÕES S/A, tais instituições foram beneficiadas cominvestimentos da ordem de milhões de reais do POSTALIS, inclusive

mediante negociação com o BNY MELLON.

A BAKER TILLY BRASIL LTDA, a SR RATING, a APSIS

CONSULTORIA E AVALIAÇÕES LTDA e a LF RATING foram as empresascontratadas pelo POSTALIS para fazer a avaliação econômico-financeira

de alguns dos empreendimentos, muito provavelmente para dar uma

aparência de legalidade aos papéis comprados pelo fundo de pensão.

Como responsáveis pelos relatórios de ratíng emitidos

pelas referidas empresas, de avaliação econômico-financeira, estão

MARCO TÚLIO FIORESE, da BAKER TILLY BRASIL LTDA; PAULO RABELLODE CASTRO, SHEILA SIROTA VON O. GAUL, JOSÉ VALTER MARTINS DE

ALMEIDA e ROBSON MAKOTO SATO, da SR Rating; e JOEL SANTANNA

JÚNIOR e RODRIGO FERREIRA PIRES RODRIGES, da LF RANTING.

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As empresas CANABRAVA AGRÍCOLA SA, PORTOPAR

PARTICIPAÇÕES S/A, ÁLCOOL QUÍMICA CANABRAVA SA., CANABRAVABIOENERGIA PARTICIPAÇÕES S.A., USINA VALE DO ITABAPOANA LTDA,

CAMPOS EMPREENDIMENTOS AGROPECUÁRIOS S/A, CANABRAVA

BIOENERGIA QUISSAMA S.A., CANABRAVA ENERGÉTICA S/A,

CANABRAVA BIOENERGIA BOM JESUS DO ITABAPOANA S.A., GOYTAGAS

ENERGIA S.A. e USINA SOBRASIL S.A. compõem o Grupo CANABRAVA,

fundado por LUDOVICO TAVARES GIANNATTASIO para atrair

investimentos de fundos de pensão, como o POSTALIS, como de fato o

fez, mediante diversas irregularidades.

Aiém de LUDOVICO TAVARES, fazem parte dos quadros

societários das empresas do Grupo CANABRAVA, citadas acima, VANIA

TAVARES GIANNATTASIO ALEXIM, LUIZ HENRIQUE SANCHES, ANTÔNIO

LUIS DE MELLO E SOUZA, JOSÉ ELIEZER VALENTE COSTA, PRISCILAASSIS SCHUELER DE CARVALHO e RICARDO ANDRADE MAGRO,

conforme explicitado no quadro de fis. 41-v/42.

O FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO ASM

BRASIL CARBONO (FIM ASM BRASIL CARBONO) foi constituído pelo BNY

MELLON, possuía em sua carteira de ativos debêntures emitidas por

empresas do GRUPO CANABRAVA e tinha, inicialmente, como único

cotista o POSTALIS.

A COMPANHIA BRASILEIRA DE AÇÚCAR E ÁLCOOL

(CBAA), que se encontrava em recuperação judicial, vendeu a USINA

SOBRASIL para o FIP BIOENERGIA, que, possuindo recursos do

POSTALIS, pagou um valor que não correspondia ao que estava

adquirindo.

AAPSIS CONSULTORIA EAVALIAÇÕES LTDA, contratada

pela ASM ADMINISTRADORA DE RECURSOS S/A, provavelmente

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superavaliou os ativos que constituíam o patrimônio da FIP BIOENERGIA,

com indícios de que a finaiidade desse procedimento foi propiciar o

desvio de recursos do POSTALIS, entidade que investiu no aiudido fundo

R$ 190 miihões.

Do quadro das empresas do GRUPO AGM, controiado

por AUGUSTO MARTINEZ DE ALMEIDA, estariam diretamente vincuiadas

às fraudes envoivendo a venda de CCI da MUDAR MASTER II

PARTICIPAÇÕES S/A para o POSTALIS, no valor total de R$ 109,8miihões, a AGM PARTICIPAÇÕES LTDA, MUDAR PARTICIPAÇÕES S/A,

CONSTRUTORA MUDAR LTDA, MUDAR NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS LTDA,MUDAR INCORPORAÇÕES IMOBILIÁRIAS S/A, MUDAR SPE MASTER

EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S/A, MUDAR MASTER IIPARTICIPAÇÕES S/A, MUDAR SPE MASTER III EMPREENDIMENTOS E

PARTICIPAÇÕES S/A, que têm como dirigentes/acionistas, além deAUGUSTO MARTINEZ e da AGM PARTICIPAÇÕES LTDA, MARIA ANGELA

CEZAR DE ANDRADE MARTINEZ DE ALMEIDA, GUSTAVO JOSÉ DA COSTA

POPPE, NATASHA ALEXANDRA DE OLIVEIRA JAVOSKI, CARLOS

HENRIQUE VIEIRA GIULIASSE, GUSTAVO GUSMÃO VIANA, JOSÉ MARIO

ROGEDO CAMPOS, RONIZE DE CASTRO AMARAL e PAULO ROBERTO

CASSOLI MAZZALI, conforme descrito às fis. 40/40-v.

Entretanto, embora haja pedido de busca e apreensão,

não encontro fundamento suficiente na representação que justifique aMedida Cautelar de busca e apreensão voltada contra as pessoas de

MARCELO DUARTE (XVIC/ALUBAM) E MARLENCIE PEREIRA PESSOA

(XVIC/ALUBAM), de modo que denego o pedido de busca contra esses

dois alvos.

Dessa forma, evidenciado o envolvimento de tais

empresas e pessoas a ela relacionadas (com exceção da ausência da

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JUSTIÇA FEDn??AL -r-- ]1Q.® Vara \

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necessidade dessa medida contra MARLENCIE PEREIRA PESSOA e

MARCELO DUARTE), nos investimentos irregulares do POSTALIS, a busca

e apreensão requerida há de ser deferida por ser medida necessária na

atual fase das investigações, que busca provas documentais e outros

elementos que possivelmente estão em poder somente das pessoas

acima citadas.

4) QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO E FISCAL

Dos fatos descritos e conforme os fundamentos acima

delineados, considero haver indícios da prática dos crimes de gestão

fraudulenta/temerária, lavagem de dinheiro e organização criminosa,

sendo indispensável e essencial para as investigações a quebra do sigilo

bancário e fiscal das pessoas físicas e jurídicas que se apontam como

envolvidas, inclusive as pessoas que direta ou indiretamente possam ter

recebido repasses ou transferências indevidas provenientes das

operações financeiras citadas. Tudo a fim de verificar o destino dado aos

recursos que, neste juízo delibatório, entende-se que tenham sido

sorrateira e dolosamente desviados do fundo de pensão dos Correios -

POSTALIS, em prejuízo dos inumeráveis beneficiários.

As quebras de sigilo bancário e fiscal devem envolver e

abranger as pessoas nominadas na representação, relacionadas às

condutas nela especificadas e as pessoas citadas na representação que

com os investigados se relacionaram, o que se torna imprescindívei para

se conhecer da participação, ou não, de cada uma no /ter das operações

prejudiciais ao POSTALIS.

Embora não se tenha declinado fundamento específico e

suficiente na Representação que justifique a Medida Cautelar de busca e

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JUSTIÇA FEDERAJ. - DF10:® Vara

Pr.

Fte.

Rubflca

apreensão nos endereços dos alvos MARCELO DUARTE (XVIC/ALUBAM) e

MARLENCIE PEREIRA PESSOA (XVIC/ALUBAM), na hipótese de quebra de

sigilo a autoridade Policial Federal e o Ministério Público Federal apontam

que ambos fazem parte da ALUBAM, empresa envolvida em um dos

investimentos danosos e até agora tido como criminoso, em detrimento

do POSTALIS, razão pela ambos os nomes devem ser incluídos na

presente medida de quebra que, menos invasiva do que a busca e

apreensão, tem por escopo a colheita de provas essenciais com esteio no

princípio da verdade real.

Considerando, ainda, que os requeridos ALEXB

PREDTECHENSKY, RICARDO OLIVEIRA AZEVEDEO e ADILSON

FLORÊNCIO DA COSTA já foram alvo de medidas constritivas deferidas

por este Juízo nos autos da Medida Cautelar n® 30137-88.2017.4.01.3400

(quebra dos sigilos bancário e fiscal - período de 01/01/2010 a

31/12/2016), autorizo o compartilhamento das informações delas

resultantes com a presente investigação, e restrinjo a presente quebra de

sigilo bancário e fiscal em desfavor dos aludidos investigados (ALEXEJ

PREDTECHENSKY, RICARDO OLIVEIRA AZEVEDEO e ADILSON

FLORÊNCIO DA COSTA) ao período de 01/01/2017 a 31/08/2017.

5) PRISÃO PREVENTIVA

Nos termos do art. 312 do Código de Processo Penal, a

prisão preventiva tem lugar quando necessária para a garantia da ordem

pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou

para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da

existência do crime e indícios suficientes de autoria, e, no caso de crime

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PODER JUDICIÁRIOSEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL - 10^VARA

JUSTIÇA FEDERAL. DF•ÍO.' Vara

Pr. „

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Rubrica

contra o sistema financeiro, quando caracterizada a magnitude da lesão

decorrente do delito.

É dever do Juiz decretar tais medidas se estiverem

presentes os pressupostos do fumus comissi deUcti e do pericuium

Ubertatis, ou seja, a comprovação da existência de crime e de indícios

suficientes de sua autoria, bem como o efetivo risco que a liberdade do

agente possa criar à garantia da ordem pública, da ordem econômica, da

conveniência da instrução criminal ou à aplicação da lei penal (artigo 312

do Código de Processo Penal), levando em conta, ainda, a magnitude da

lesão causada (art. 30 da Lei n. 7.492/86).

No presente caso, verifico a priori que pelo menos um

dos investigados demonstra decisiva atuação nos Casos FIP ETB e

CANABRAVA, com participação intensa e ativa nas operações reputadas

criminosas e nos desvios de recursos, além de significante atuação na

organização criminosa, sendo figura essencial para que os apontados

delitos fossem cometidos tranqüila, dolosa e impunemente pelos

inescrupulosos administradores do POSTALIS, por ele próprio e pelos

demais envolvidos nos aludidos investimentos.

Trata-se de JOSÉ CARLOS LOPES XAVIER DE OLIVEIRA,

apontado como um dos principais responsáveis pelas operações

irregulares realizadas pelo POSTALIS, visto que, na qualidade de

presidente do BNY MELLON DO BRASIL, que prestou serviços de

administração e controladoria fiduciária ao aludido fundo de pensão, não

cumpriu com sua obrigação e com a mínima ética na prestação de seus

serviços, pois permitiu, possivelmente com dolo, a realização dos

investimentos ou até mesmo fomentou-os, em benefício de empresas

como as controladas/vinculadas a ARTHUR MÁRIO PINHEIRO MACHADO,

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justtçaTíBbr^o. •br]IQ.^Vara t

Pr,

com quem possui/possuía vínculos societários e de quem provavelmente

recebeu, de forma dissimulada, valores a título de propina.

Não há que se perder de vista que o grupo BNY

MELLON foi contratado pelo POSTALIS por possuir experiência na

condução das estratégias voltadas para a promoção de resultados e

proteção dos investimentos, não sendo crível que pudesse aceitar

investimentos evidentemente ruinosos, como os dos casos FIP ETB e

CANABRAVA, com geração de prejuízos milionários ao Fundo de Pensão

dos servidores dos Correios, o que já entremostra a atuação voluntária e

insidiosa de JOSÉ CARLOS LOPES XAVIER DE OLIVEIRA, presidente daBNY MELLON DO BRASIL, nas irregularidades em comento.

Veja-se, ainda, que o POSTALIS, ao tempo em que a

instituição financeira BNY MELLON DO BRASIL controlava os

investimentos realizados pelos administradores de sua carteira própria

(gestão interna), aplicou em empresas também geridas e administradas

pelo próprio GRUPO BNY MELLON, em valores superestimados, o que

reforça sobremaneira as suspeitas de fraudes e a existência de uma

verdadeira organização criminosa que buscou desviar recursos do aludido

Fundo de Pensão.

No caso, restou explícita a existência de condutas

delituosas e suficientes indícios da participação de JOSÉ CARLOS LOPES

XAVIER DE OLIVEIRA, bem como o efetivo risco que a liberdade do

referido agente pode causar à garantia da ordem econômica e da ordem

pública.

Efetivo risco à garantia da ordem pública porque se

trata de administrador experiente, com expertise em questões do

mercado financeiro, além de vasto conhecimento e influência para

concretizar inúmeras outras operações fraudulentas, havendo, inclusive,

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JUSTIÇA FEDERAL - D»10:^ Vara

Pr.

Rubrrca

indícios de que ocultou e desviou valores provenientes das operações dos

casos acima tratados, dos investimentos do POSTALIS, que se delineiam

como ilícitos. Além disso, com a deflagração da operação a sua prisão

impedirá a ocultação de bens provenientes de condutas Ilícitas e a

eliminação de provas que somente ele possui.

A propósito, o Supremo Tribunal Federal assentou o

entendimento de que é legítima a prisão cautelar para resguardar a

ordem pública quando evidenciada a necessidade de se interromper ou

diminuir a atuação de integrantes de organização criminosa, o que se

aplica ao caso, por se tratar de pessoa influente no mercado financeiro e

à frente, direta ou indiretamente, da empresa BNY MELLON, cominfluência sobre seus administradores, bem como sobre as demais

empresas das quais tinha o dever de controlar, inclusive com o veto, e

administrar diretamente.

Também é evidente a magnitude da lesão ao FUNDO

POSTALIS, que, segundo informações, atualmente é bastante deficitário,em decorrência das condutas delineadas nos autos, que compreendem a

participação, omissão e ação, decisiva de JOSÉ CARLOS LOPES XAVIER

DE OLIVEIRA, como administrador do Banco BNY MELLON, e que

culminaram em prejuízos irreparáveis ou de difícil reparação ao referido

Fundo, dado o prejuízo multimilionário causado com os investimentos do

POSTALIS nos fundos e empresas referidos nos Casos FIP ETB, da ordemde R$ 223,4 milhões (valores até hoje não resgatados e dados como

perdidos); MUDAR MASTER II (CCI), no valor de R$ 109,8 milhões,incluindo um aporte de mais 25 milhões do POSTALIS, apesar da

inadimplência; e CANABRAVA, em 2011, investimento quase perdido deR$ 190 milhões, que, assim como o caso FIP ETB, teve como

administrador a BNY MELLON. Resta evidente aqui a magnitude da lesão

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JUSTIÇA FEDER/ii. -10;' Vara \

Pr.

f-te. <^0 17

Rubrica

que, por si só, é capaz de levar à decretação da prisão preventiva (art. 30

da Lei n. 7.492/86), como reconheço, e, somados aos outros requisitos

do art. 312 do CPP, tornam mais concreta e presente a necessidade dessa

medida provisória de cerceamento da liberdade do investigado.

Ademais, está bem assentado na representação

policial/ministerial que o BNY MELLON cobrava do POSTALIS exorbitantes

taxas de administração (tipo guarda chuva) e, como administrador e

controlador das operações, JOSÉ LOPES XAVIER DE OLIVEIRA, por outrolado, indevida e criminosamente se tornou sócio de ARTHUR MÁRIO

PINHEIRO MACHADO na empresa LTT Participações S/A, empresa

também sócia da BRIDGE ADMINISTRADORA DE RECURSOS LTDA, de

JOSÉ LOPES XAVIER DE OLIVEIRA, tendo havido, segundo o COAF,transferências de recursos vultosos da empresa ATG, de ARTHUR

PINHEIRO MACHADO, para JOSÉ LOPES XAVIER DE OLIVEIRA, numamescla de Interesses conflitantes, uma vez que, como Presidente à época

dos fatos da BNY MELLON, contratada pela POSTALIS, não poderia ter

sociedade nem receber recursos de ARTHUR PINHEIRO, por ser este o

criador do FIP ETB, no qual o POSTALIS investiu mais de duzentos e

trinta milhões de reais, havendo neste ponto indícios fortes de desvios de

recursos do Fundo, lavagem de dinheiro que perdura até a atualidade.

Conforme acrescentam o Delegado de Polícia Federal

LUIZ FLÁVIO ZAMPRONHA e o Procurador da República IVAN CLÁUDIOMARX na presente representação:

"Através do RIF/COAF n. 24.216 (relatório de

Inteligência financeira), foi informado que a empresa BRIDGE

ADMINSTRADORA DE RECURSOS LTDA da quai JOSÉ CARLOS LOPES

XAVIER DE OLIVEIRA é o presidente, recebeu entre 15/05/2015 a

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fjUSflÇÃ - DF10.® Vara

Pr.

Fte idà-TRubrica.

15/09/2015 nove TEDs que totalizaram R$ 19.296.375 miihõeÉ', das

empresas ATG AMÉRICAS, GENEVE INVESTIMENTOS (ambas de

ARTHUR), além da empresa GENEVE INVESTIMENTOS (também de

ARTHUR) ter feito transferências no montante de cinqüenta e cinco

milhões para a ALUBAM, que por sua vez foram repassados para a

empresa BRIDGE, de JOSÉ CARLOS mais de vinte milhões de reais, tendo

sido ele próprio, apenas uma sem contar as outras operações, sido

beneficiário em setecentos mil reais dé transferência da GENEVE

INVESTIMENTOS, esta última também de ARTHUR PINHEIRO.

Subsistem os indícios de que os negócios escusos

decorrentes, provavelmente, de saldos, acertos e encontro de contas

entre JOSÉ CARLOS LOPES XAVIER DE OLIVEIRA e ARTHUR PINHEIRO

MACHADO continuam a ocorrer na atualidade em decorrência da prática

havida em 2015, ficando patente, também por este motivo, que a prisão

de JOSÉ CARLOS XAVIER é necessária e fundamental no presenteinstante (o que valeria até mesmo para ARTHUR MÁRIO PINHEIRO

MACHADO, em face dos argumentos superpostos).

6) CONDUÇÃO COERCITIVA

Também se faz importante e necessária, no contexto do

pedido, a decretação da Medida Cautelar inominada condução coercitiva

das pessoas listadas às fis. 90/90-v, inclusive as pessoas de Marcelo

Duarte e Marlencie Pereira Pessoa, uma vez que se trata de medida

destinada à colheita imediata da prova oral de todas as pessoas

envolvidas, sejam ligadas ao POSTALIS, sejam ligadas às empresas

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UÜS-fIÇA- F£Dr;íií>« . DF

Pr.

Fte, SSJlRubrica Ja

19

relacionadas com os Investimentos, tais como dirigentes, entre as outras

citadas, acionistas, administradores, sócios das empresas e grupos ATG,

ALUBAM, BRIDGE, BAKEER TILLY, BNY MELLON, AGM PARTICIPAÇÕES,

MUDAR PARTICIPAÇÕES, CONSTRUTORA MUDAR, MUDAR NEGÓCIOS

IMOBILIÁRIOS, MUDAR INCORPORAÇÕES, MUDAR SPE MASTER, SR

RATING, LIMINE TRUST, GRUPO CANABRAVA, CB AGRÍCOLA, PORTOPAR,

ÁLCOOL QUÍMICA e CB BIONERGIA.

Desse modo, a condução coercitiva deve atingir todas as

pessoas relacionadas à época dos fatos com ãs empresas investigadas e

seus representantes, sócios ou administradores, que devem acompanhar

a autoridade policial após (ou concomitante) o cumprimento dos

mandados de busca e apreensão para a colheita de declarações acerca

dos fatos, pois a demora na oitiva dessas pessoas pode trazer prejuízos

para as investigações ou até mesmo dificultar a localização de todos os

investigados e outros elementos de prova, facilitando a combinação de

versões, os ajustes ou atuações para esconderijos de documentos ou

produtos dos crimes que possivelmente ainda se encontram em poder de

diversas pessoas.

7) DISPOSITIVO

Por todo o exposto, DEFIRO, com ressalvas, os

pedidos de quebra de sigilo bancário e fiscal, busca e apreensão,

condução coercitiva e prisão preventiva requeridos pela autoridade

policial e pelo Ministério Público Federal.

Ordeno as Medidas Cautelares de:

7.1) AFASTAMENTO DO SIGILO BANCÁRIO e

AFASTAMENTO DO SIGILO FISCAL:

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A) Caso FIP ETB

JUSTIÇA FEDEI^AL • DF1Q.®Vara

Pr...

Fte.

Rubnca

20

Nome CPF/CNPJ Período1 ALEXa PREDTECHENSKY

(Postalis)

001.342.968-00 10/01/2017 a

31/08/2017

2 RICARDO OLIVEIRA AZEVEDO

(Postalis)

471.567.401-72 1O/01/2017 a

31/08/2017

3 ADILSON FLORENCIO DA COSTA

(Postalis)

359.351.621-72 1O/01/2017 a

31/08/2017

4 JOSE CARLOS RODRIGUES SOUSA

(Postalis)

184.722.491-15 lo/01/2010a

31/08/2017

5 MONICA CHRISTINA CALDEIRA

NUNES (Postalis)

313.855.241-20 1O/01/2010 a

31/08/2017

6 ARTHUR MARIO PINHEIRO

MACHADO (Grupo ATG)

009.075.467-06 1O/01/2010 a

31/08/2017

7 MARTIN FERNANDO COHEN

(Grupo ATG)

053.954.147-89 lo/01/2010a

31/08/2017

8 FRANCISCO GURGEL DO AMARAL

VALENTE (Grupo ATG)

109.482.807-60 10/01/2010 a

31/08/2017

9 EVANDRO VERAN ESTEVES DE

CAMPOS (Grupo ATG)

601.445.726-72 1O/01/2010 a

31/08/2017

10 patrícia BITTENCOURT DE

ALMEIDA IRIARTE (Alubam)

090.611.967-79 1O/01/2010 a

31/08/2017

11 MILTON DE OLIVEIRA LYRA FILHO

(Alubam)

911.781.507-04 1O/01/2010 a

31/08/2017

12 MARCELO DUARTE

(XVIC /ALUBAM)

688.187.187-20 1O/01/2010 a

31/08/2017

13 MARLENCIE PEREIRA PESSOA 636.145.882-20 1O/01/2010 a

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JUSTIÇA FEDERM. - DF10.® Vara

Pr,

Rubróa J±.

21

(XVIC /ALUBAM) 31/08/2017

14 SYLVIA ALMEIDA LEAL COSTA DE

CAMPOS (Alubam)

088.893.087-96 1O/01/2010 a

31/08/2017

15 ALESSANDRO LABER

(Bridge Ltda)

009.586.377-09 10/01/2010 a

31/08/2017

16 MARCOS DE AGUIAR JACOBSEN

(Risk Office)

030.376.497-04 1O/01/2010 a

31/08/2017

17 DEBORAH FARIDE BOGORICIN

(Risk Office)

781.643.467-72 10/01/2010 a

31/08/2017

18 VICTRIX PARTNERS S/A 12.052.120/0001-11 1O/01/2010 a

31/08/2017

19 ATG AMÉRICAS TRADING GROUP

S/A

10.828.610/0001-31 1O/01/2010 a

31/08/2017

20 MARCO POLO NETWORK INC. 09.514.914/0001-45 1O/01/2010 a

31/08/2017

21 MARCO POLO LATIN AMÉRICA S/A 10.828.610/0001-31 1O/01/2010 a

31/08/2017

22 BAKER TILLY BRASIL GESTÃO

EMPRESARIAL LTDA

08.580.575/0001-32 1O/01/2010 a

31/08/2017

23 MARCO TÚLIO FIORESE

(Baker Tilly)

120.686.338-25 1O/01/2010 a

31/08/2017

24 VCTX BROKERAGE S/A 13.512.812/0001-68 1O/01/2010 a

31/08/2017

25 XMASSETO PARTICIPAÇÕES S/A 14.265.207/0001-00 1O/01/2010 a

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JUSTIÇA FEDElí^J. -Df]1Q.®Vara

Pr.

Pte. i -Vo

Rubrk:a jí22

31/08/2017

26 XSTRATEGUS PARTICIPAÇÕESLTDA

14.372.206/0001-57 10/01/2010 a

31/08/2017

27 XNICE PARTICIPAÇÕES S/A 17.426.229/0001-95 10/01/2010 a

31/08/2017

28 RO PARTICIPAÇÕES SPE 14.329.420/0001-20 1O/01/2010 a

31/08/2017

29 RISK OFFICE S/A 03.132.889/0001-59 1O/01/2010 a

31/08/2017

30 ALUBAM PARTICIPAÇÕES S/A 14.327.122/0001-00 1O/01/2010 a

31/08/2017

31 ATS BRASIL S/A 16.822.923/0001-69 1O/01/2010 a

31/08/2017

32 AMÉRICAS CLEARING SYSTEM S/A 19.157.090/0001-57 1O/01/2010 a

31/08/2017

33 BRIDGE ADMINISTRADORA DE

RECURSOS LTDA

11.010.779/0001-70 lo/01/2010a

31/08/2017

34 XVIC PARTICIPAÇÕES LTDA 14.468.499-0001-70 1O/01/2010 a

31/08/2017

35 GENEVE INVESTIMENTOS LTDA 17.311.420/0001-91 1O/01/2010 a

31/08/2017

36 AMAN PARTICIPAÇÕES SPE S/A 19.165.656/0001-92 1O/01/2010 a

31/08/2017

37 ARENA HOLDING S/A 19.165.656/0001-92 1O/01/2010 a

31/08/2017

38 LTT PARTICIPAÇÕES S/A 19.154.976/0001-47 1O/01/2010 a

31/08/2017

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7u.VnçATEDE?iM--DF10.^ Vara

Fte. ^ ^

Rubrica

39 BNY MELLON SERVIÇOS

FINANCEIROS DTVM S/A

02.201.501/0001-61 P/01/2010 a

31/08/2017

40 BNY MELLON ADMINISTRAÇÃO DE

ATIVOS LTDA

05.236.848/0001-38 10/01/2010 a

31/08/2017

41 JOSE CARLOS LOPES XAVIER DE

OLIVEIRA

(Bny Mellon - Bridge Ltda)

003.888.737-10 1O/01/2010 a

31/08/2017

42 ALBERTO ELIAS ASSAYAG ROCHA

(BNY Mellon)

018.639.577-90 1O/01/2010 a

31/08/2017

43 CARLOS MANUEL DE OLIVEIRA

PINTO PEREIRA (BNY Mellon)

718.136.407-34 10/01/2010 a

31/08/2017

44 MARCELO PEREIRA DA SILVA

(BNY Mellon)

966.331.587-34 1O/01/2010 a

31/08/2017

B) Caso Mudar Master II

Nome CPF/CNPJ Período1 ALEXEJ PREDTECHENSKY (Postalis) 001.342.968-00 1O/01/2017

a

31/08/2017

2 RICARDO OLIVEIRA AZEVEDO

(Postalis)

471.567.401-72 1O/01/2017

a

31/08/2017

3 ADILSON FLORENCIO DA COSTA

(Postalis)

359.351.621-72 1O/01/2017

a

31/08/2017

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3üHça féderãT^10/ Vara l

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4 JOSÉ CARLOS RODRIGUES SOUSA

(Postalis)

184.722.491-15 10/01/2010

a

31/08/2017

5 JOÃO CARLOS PENNA ESTEVES

(Postalis)

453.536.546-68 1O/01/2010

a

31/08/2017

6 MONICA CHRISTINA CALDEIRA NUNES

(Postalis)

313.855.241-20 10/01/2010

a

31/08/2017

7 AGM PARTICIPAÇÕES LTDA 7476802000111 1O/01/2010

a

31/08/2017

8 MUDAR PARTICIPAÇÕES S/A 09.340.655/0001-83 1O/01/2010

a

31/08/2017

9 CONSTRUTORA MUDAR LTDA 09.335.569/0001-82 1O/01/2010

a

31/08/2017

10 MUDAR NEGOCIOS IMOBILIÁRIOS

LTDA

09.335.566/0001-49 1O/01/2010

a

31/08/2017

11 MUDAR INCORPORACOES

IMOBILIÁRIAS S/A06.299.134/0001-31 1O/01/2010

a

31/08/2017

12 MUDAR SPE MASTER

EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOSS/A

12.356.050/0001-95 1O/01/2010

a

31/08/2017

13 MUDAR MASTER II PARTICIPAÇÕES

S/A12.604.121/0001-21 1O/01/2010

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a

31/08/2017

14 MUDAR SPE MASTER III

EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕESS/A

13.259.260/0001-28 10/01/2010

a

31/08/2017

15 AUGUSTO MARTINEZ ALMEIDA

(AGM Participações)

744.225.377-68 10/01/2010

a

31/08/2017

16 MARIGA ANGELA CEZAR DE ANDRADE

MARTINEZ DE ALMEIDA

(AGM Participações)

741.645.037-34 1O/01/2010

a

31/08/2017

17 GUSTAVO JOSE DA COSTA POPPE

(Mudar Participações S/A)

010.832.417-61 1O/01/2010

a

31/08/2017

18 NATASCHA ALEXANDRA DE OLIVEIRA

JAVOSKI (Construtora Mudar)

072.027.197-54 1O/01/2010

a

31/08/2017

19 CARLOS HENRIQUE VIEIRA GIULIASSE

(Mudar Negócios Imobiliários)

006.057.267-10 1O/01/2010

a

31/08/2017

20 GUSTAVO GUSMÃO VIANNA

(Mudar Incorporações)

907.484.336-00 1O/01/2010

a

31/08/2017

21 JOSE MARIO ROGEDO CAMPOS

(Mudar Incorporações)

828.780.806-53 1O/01/2010

a

31/08/2017

22 RONIZE DE CASTRO AMARAL

(Mudar Incorporações)

957.040.276-87 1O/01/2010

a

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jÜStíÇA^fnOESÁl. -DFI^ 10.-'Vir;. \

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Rubrica /' '26

31/08/2017

23 PAULO ROBERTO CASSOU MAZZALI

(Mudar SPE Master)

163.007.848-43 10/01/2010

a

31/08/2017

24SR RATING

68.814.433/0001-14 1O/01/2010

a

31/08/2017

25 PLANNER TRUSTEE DTVM LIDA 670.303.950/0001-

46

1O/01/2010

a

31/08/2017

26 LIMINE TRUST SERVIÇOS

FIDUCIÁRIOS LTDA

09.413.273/0001-32 1O/01/2010

a

31/08/2017

27 PAULO RABELLO DE CASTRO

(SR Rating)

202.955.617-34 1O/01/2010

a

31/08/2017

28 SHEILA SIROTA VON 0. GAUL

(SR Rating)

161.140.437-15 1O/01/2010

a

31/08/2017

29 JOSE VALTER MARTINS DE ALMEIDA

(SR Rating)

636.413.307-00 1O/01/2010

a

31/08/2017

30 ROBSON MAKOTO SATO

(SR Rating)

290.142.118-05 1O/01/2010

a

31/08/2017

31 nívea MARIA YOSHIDA

(Limine Trust)

270.550.798-10 1O/01/2010

a

31/08/2017

Page 27: Público Federal e o Delegado de Polícia Federal postulam pelo · 3) medida cautelar de busca e apreensÃo IMo que tange ao pedido de autorização para a realização de busca e

y

PODER JUDICIÁRIO

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL -10^ VARA

0'SsTlÇAFED£.rí^-J--DFl

Pr. 27

Fte. 1^0

32 NATÁLIA LOBATO ESTEVES 322.261.318-41 10/01/2010

(Limine Trust) a

31/08/2017

C) Caso Canabrava

Nome CPF/CNPJ Período1 ALEXEJ PREDTECHENSKY

(Postalis)

001.342.968-00 10/01/2017 a

31/08/2017

2 RICARDO OLIVEIRA AZEVEDO

(Postalis)

471.567.401-72 10/01/2017 a

31/08/2017

3 ADILSON FLORENCIO DA COSTA

(Postalis)

359.351.621-72 1O/01/2017 a

31/08/2017

4 JOSE CARLOS RODRIGUES SOUSA

(Postalis)

184.722.491-15 1O/01/2010 a

31/08/2017

5 JOÃO CARLOS PENNA ESTEVES

(Postalis)

453.536.546-68 1O/01/2010 a

31/08/2017

6 MONICA CHRISTINA CALDEIRA

NUNES(Postalls)

313.855.241-20 1O/01/2010 a

31/08/2017

7 FÁBIO RICARDO MOTTA DE LA PLATA

(Postalis - analista de investimento)

381.701.241-15 1O/01/2010 a

31/08/2017

8 EDESIO GOMES CORDEIRO

(Postalis - gerente jurídico)

032.418.663-00 1O/01/2010 a

31/08/2017

8 CANABRAVA AGRÍCOLA S.A. 12.475.957/0001-

73

1O/01/2010 a

31/08/2017

9 PORTOPAR PARTICIPAÇÕES S/A 73.40.609/0001-59 1O/01/2010 a

31/08/2017

10 ÁLCOOL química CANABRAVA S.A. 56.27.254/0001-58 1O/01/2010 a

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PODER JUDICIÁRIOSEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL -10= VARA

ffisfrÇA?fc"DèS?^- -Drlj 10.' j

Pr.

Fte.

PnKripa IK-

28

31/08/2017

11 CANABRAVA BIOENERGIA

PARTICIPAÇÕES S.A.14.444.841/0001-

00

lo/01/2010a

31/08/2017

12 USINA VALE DO ITABAPOANA LTDA 11.277.102/0001-

75

10/01/2010 a

31/08/2017

13 CAMPOS EMPREENDIMENTOS

AGROPECUÁRIOS S/A85.96.859/0001-17 10/01/2010 a

31/08/2017

14 CANABRAVA BIOENERGIA QUISSAMÃS.A.

12.029.800/0001-

14

1O/01/2010 a

31/08/2017

15 CANABRAVA ENERGEHCA S/A 11.235.729/0001-

63

1O/01/2010 a

31/08/2017

16 CANABRAVA BIOENERGIA BOM JESUS

DO ITABAPOANA S.A.12.029.825/0001-

18

1O/01/2010 a

31/08/2017

17 GOYTAGAS ENERGIA S.A. 13.22.5087/0001-

47

1O/01/2010 a

31/08/2017

18 USINA SOBRASIL S.A 15.695.664/0001-

90

1O/01/2010 a

31/08/2017

20 APSIS CONSULTORIA EAVALIAÇÕESLTDA

08.681.365/0001-

30

1O/01/2010 a

31/08/2017

21 ARTIS GESTORA DE RECURSOS S/A(antiga ASM Asset Management)

04.248.117/0001-

40

1O/01/2010 a

31/08/2017

22 COMPANHIA BRASILEIRA DE AÇÚCAREÁLCOOL (CBAA)

02.995.097/0001-

45

1O/01/2010 a

31/08/2017

23 LUDOVICO TAVARES GIANNATTASIO

(Grupo Canabrava - CB)093.319.567-20 1O/01/2010 a

31/08/2017

23 ANTONIO LUIS DE MELLO E SOUZA

(Grupo Canabrava")837.668.477-91 1O/01/2010 a

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PODER JUDICIÁRIO

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL - 10^ VARA

fjaSTrÕAFHDéRAi--DF|1 1Q.^ Vara • ;

Pf--

Fte.

Rubnca

29

31/08/2017

24 VANIA TAVARES GIANNATTASIO

ALEXIM

(CB Agrícola)

013.752.617-20 10/01/2010 a

31/08/2017

25 LUIZ HENRIQUE SANCHES(Portopar)

365.389.657-68 1O/01/2010 a

31/08/2017

26 JOSE ELIEZER VALENTE COSTA

(Álcool Química)207.977.614-20 1O/01/2010 a

31/08/2017

27 PRISCILA ASSIS SCHUELER DE

CARVALHO

(CB Bioenerqia)

033.959.827-18 1O/01/2010 a

31/08/2017

28 RICARDO ANDRADE MAGRO

(Bioenergia Quissamã)213.709.518-17 1O/01/2010 a

31/08/2017

30 BRASIL CARBONO MULTIMERCADO

FUNDO DE INVESTIMENTO

10.309.762/0001-

28

1O/01/2010 a

31/08/2017

28 LF RATING 20.793.064/0001- 1O/01/2010 a

ARGUS CLASSIFICADORA DE RISCO

DE CRÉDITO LTDA02 31/08/2017

29 JOEL SANT'ANA JÚNIOR(LF Rating)

389.500.307-72 lo/01/2010a

31/08/2017

30 RODRIGO FERREIRA PIRES

RODRIGUES

(LF Ratinq)

006.622.127-70 1O/01/2010 a

31/08/2017

No caso do afastamento do sigilo fiscal deve a Receita

Federal do Brasil encaminhar, dentro de 30 (trinta) dias, cópia de suas

Declarações de Ajuste Anual de Pessoa Física, Declarações de

Informações Econômico-Fiscal de Pessoa Jurídica e Declarações de

Isenção, em papel e meio magnético modelo Accessl4, dos anos-

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PODER JUDICIÁRIOSEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL - 10® VARA

fjUSTlÇAFEDER/U.-DFjr 10®Vara \

Pr.

Fte.

iLRubrica,

30

calendário referentes aos períodos indicados, bem como o Dossiê

Integrado, com todas as bases de dados para a Pessoa Física (Extrato

DW, Cadastro CPF, Ação Fiscal, Cadin, CC5 Entradas, CC5 Saídas, CNPJ,

Coleta, Conta Corrente PF, Compras DIPJ Terceiros, DAI, DCPMF, Derc,

Dimob, Dirf, DIRPF, DOI, ITR, Rendimentos DIPJ, Rendimentos Recebidos

PF, Siafi, Sinal, Sipade, Vendas DIPJ Terceiros), e para a pessoa jurídica

(Extrato DW, IPI DW, Cadastro CNPJ, Ação Fiscal, Cadin, CC5 Entradas,

CC5 Saídas, Compras DCTF/DCP Terceiros, Coleta, Conta Corrente PJ,

DCTF, DCPMF, Dacon, Derc, Dimob, DIPJ, Dirf, Doações, DOI,ITR,

Movimentação de Selos, Rendimentos Recebidos de PF, Siafi, Sinal,

Sipade, Vendas DIPJ Terceiros).

Faz-se a ressalva quanto ao período de quebra do sigilo

bancário e fiscal de ALEXEJ PREDTECHENSKY, RICARDO OLIVEIRA

AZEVEDO e ADILSON FLORÊNCIO DA COSTA (em relação aos quais

defiro o compartilhamento para estes autos de provas de outros

procedimentos em que a Medida de Quebra já foi DEFERIDA).

7-2) MEDIDA DE BUSCA E APREENSÃO (pedido

deferido parcialmente) em relação às pessoas físicas e jurídicas

relacionadas às fis. 86/90, ligadas diretamente ou indiretamente às

empresas envolvidas com os investimentos, exceto com relação a

MARCELO DUARTE e MARLENCIE PEREIRA PESSOA (medida denegada),

cujos endereços serão informados pela autoridade policial.

7.3) DECRETAÇÃO DA MEDIDA DE CONDUÇÃO

COERCITIVA em desfavor de: 1) ALEXEJ PREDTECHENSKY (Postalis);

2) RICARDO OLIVEIRA AZEVEDO (Postalis); 3) ADILSON FLORÊNCIO DA

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PODER JUDICIÁRIO

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL - 10^VARA

irtüSTlÇA FcDERAi.• DF10/ Vüfa

RubrêaII II • •••

COSTA (Postalis); 4) MÔNICA CHRISTINA CALDEIRA NUNES (Postalis);

5) JOSÉ CARLOS RODRIGUES SOUSA (Postalis); 6) JOÃO CARLOS

PENNA ESTEVES (Postalis); 7) FÁBIO RICARCO MOITA DE LA PLATA

(Postalis); 8) EDÉSIO GOMES CORDEIRO (Postalis); 9) ARTHUR MÁRIO

PINHEIRO MACHADO (Grupo ATG); 10) MARTIN FERNANDO COHEN

(Grupo ATG); 11) FRANCISCO GURGEL DO AMARAL VALENTE (Grupo

ATG); 12) PATRÍCIA BITTENCOURT DE ALMEIDA IRIARTE (Alubam); 13)MILTON DE OLIVEIRA LYRA FILHO (Alubam); 14) SYLVIA ALMEIDA LEAL

COSTA DE CAMPOS (Alubam); 15) ALESSANDRO LABER (Bridge Ltda);

16) MARCOS DE AGUIAR JACOBSEN (Risk Office); 17) DEBORAH

FARIDE BOGORICIN (Risk Office); 18) MARCO TÚLIO FIORESE (Baker

Tiily); 19) ALBERTO ELIAS ASSAYAG ROCHA (BNY Meilon); 20) CARLOS

MANUEL DE OLIVEIRA PINTO PEREIRA (BNY Meilon); 21) MARCELO

PEREIRA DA SILVA (BNY Meilon); 22) AUGUSTO MARTINEZ ALMEIDA

(AGM Participações); 23) MARIGA ÂNGELA CEZAR DE ANDRADE

MARTINEZ DE ALMEIDA (AGM Participações); 24) GUSTAVO JOSÉ DA

COSTA POPPE (Mudar Participações S/A); 25) NATASCHA ALEXANDRA DE

OLIVEIRA JAVOSKI (Construtora Mudar), CARLOS HENRIQUE VIEIRA

GIULIASSE (Mudar Negócios Imobiliários); 26) GUSTAVO GUSMÃO

VIANNA (Mudar Incorporações); 27) JOSE MARIO ROGEDO CAMPOS

(Mudar Incorporações); 28) RONIZE DE CASTRO AMARAL (Mudar

Incorporações); 29) PAULO ROBERTO CASSOLI MAZZALI (Mudar SPE

Master); 30) PAULO RABELLO DE CASTRO (SR Rating); 31) SHEILA

SIROTA VON O. GAUL (SR Rating); 32) JOSÉ VALTER MARTINS DE

ALMEIDA (SR Rating); 33) ROBSON MAKOTO SATO (SR Rating); 34)

nívea MARIA YOSHIDA (Limine Trust); 35) NATÁLIA LOBATO ESTEVES

(Limine Trust); 36) LUDOVICO TAVARES GIANNATTASIO (Grupo

Canabrava - CB); 37) ANTÔNIO LUIS DE MELLO E SOUZA (Grupo

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PODER JUDICIÁRIOSEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL - 10® VARA

[justiça FEDERÃí. -DF' 10." Vara

"Fr. ^

Fte. ,

Rubrica jLl

Canabrava); 38) VANIA TAVARES GIANNATTASIO ALEXIM (CB Agrícola);

39) LUIZ HENRIQUE SANCHES (Portopar); 40) JOSE ELIEZER VALENTE

COSTA (Álcool Química); 41) PRISCILA ASSIS SCHUELER DE CARVALHO

(CB Bloenergia); 42) RICARDO ANDRADE MAGRO (Bioenergia

Quissamã); 43) MARCELO DUARTE (XVIC/ALUBAM); 44) MARLENCIE

PEREIRA PESSOA (XVIC/ALUBAM); 45) JOEL SANT'ANA JÚNIOR (LF

Rating) e; 46) RODRIGO FERREIRA PIRES RODRIGUES (LF Rating).

7.4) DECRETAÇÃO da PRISÃO PREVENTIVA de JOSÉ

CARLOS LOPES XAVIER DE OLIVEIRA, nos termos do art. 312 do CPP e

do art. 30 da Lei n. 7.492/86. Expeça-se o respectivo Mandado de Prisão.

Oficiem-se, nos termos requeridos.

Expeçam-se os mandados de condução coercitiva

individualmente.

Os mandados de busca e apreensão serão expedidos

após a confirmação dos endereços, a serem informados no prazo de 10

dias, e deverão ser entregues diretamente ao Delegado de Polícia Federal

requerente.

A busca e apreensão deve ser realizada de forma

seletiva, de modo que sejam apreendidos apenas os elementos de prova

relativos aos fatos sob investigação.

Cabe à Autoridade Policial observar os mandamentos

contidos nos artigos 245, 246, 247, 248 e 249 do Código de Processo

Penal. \/

Page 33: Público Federal e o Delegado de Polícia Federal postulam pelo · 3) medida cautelar de busca e apreensÃo IMo que tange ao pedido de autorização para a realização de busca e

r

PODER JUDICIÁRIOSEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL -10® VARA

j[iSTÍçÃ?E0ERAi--t>^^10:®Vara

Pr.

Fte.

RubrKa

i33

Autorizo, também, a busca pessoal dos suspeitos, desde

que haja indícios de que estejam portando algum objeto ou documento

relacionado com a investigação.

A presente investigação deve tramitar em SEGREDO. '

DE JUSTIÇA até o cumprimento total das medidas restritivas, nos termos

da Súmula Vinculante n^ 14 do STF.• '.I

Dê-se ciência aos requerentes das Medidas.

Brasília, 06 de novembro çi 017.

VALLISNEY/0E

Juiz Federal

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^ BECEBIUHENTOA03j£de_jLL de^QIRecebi estes au^^s.. ^ fiGnnV.

kâr, lavrei este termo.Do que, para co

05^antoi,.tQ*WSH$

.oJ

CERTIDÃO

;às ^^ : V(2.11S do dia ^0 l / / / l\CERTinCO que,

( )Advogado(a)

( ) Senhor(a)

DO INTEIRO TEOR dofayDE^ÇHO/DECfâÃO/SENTENÇA cpor meio do telefone ( O I ) y.jtermos da lei. Dou fé.

CIENTIFIQUEI o(a):

^ -OAB/ n.'k/k. -RG/CPF

de fls. ,que se deu por intimado nos

•.^REMESSA .Aos_JO_de__^_J de2ÚJ_^da Secretaria da 10" 'vb.-a, nesta cida-

fevrrâ autos

ccnsíar, íav