busa mackenzie micellazzo - da busca e apreensão na alienação fiduciária

Upload: neokalango

Post on 10-Feb-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    1/598

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    2/598

    DA BUSCAE

    APREENSONA

    ALIENAO

    FIDUCIRIA

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    3/598

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    4/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 3

    Busa Mackenzie Michellazzo

    DABUSCAE

    APREENSO

    NAALIENAOFIDUCIRIA

    Teoria, Legislao, Jurisprudncia e Prtica

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    5/598

    Copiright by Busa Mackenzie Michellazzo

    Copiright by Lawbook Editora

    Capa:Pmela Bianca

    Produo:Law Book

    Edio Digital - ano 2000

    Proibida a reproduo total ou parcial desta obra sempermisso expressa do editor. (Lei n 9.610, de 19.02.98)

    Todos os direitos reservados

    LawbooK EditoraAvenida Santo Amaro n 2886 - BrooklinCEP 04556-200 - So Paulo - SPFone/fax (011) 535-2053

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    6/598

    Esta obra dedicada ao

    Prof. Dr. Cssio Murilo Schiavo.

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    7/598

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    8/598

    Sumrio

    Da busca e apreenso na alienao fiduciria ....................... 11Do saldo devedor ...............................................................21Terceiros de boa-f ............................................................ 23Certificado de registro ........................................................ 25Busca e apreenso converso em ao de depsito ......... 27Depositrio infiel ................................................................ 29Priso do devedor alienante ................................................ 31Legislao ......................................................................... 41

    DECRETO-LEI N 911, DE 1 DE OUTUBRO DE 1969Altera a redao do art. 66, da Lei n 4.728, de 14 de julhode 1965, estabelece normas de processo sobre alienao

    fiduciria e d outras providncias. ................................. 43LEI N 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997Dispe sobre o Sistema de Financiamento Imobilirio, insti-

    tui a alienao fiduciria de coisa imvel e d outras provi-

    dncias. ............................................................................ 48CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DOBRASIL ............................................................................ 64LEI N 5.869, DE 11 DE JANEIRO DE 1973Institui o Cdigo de Processo Civil..................................65Julgados Selecionados ........................................................69

    Ementrio Alfabtico ........................................................ 515Prtica ............................................................................. 547Bibliografia ...................................................................... 589ndice Alfabtico .............................................................. 591

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    9/598

    Busa Mackenzie M ichel lazzo

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    10/598

    Da Busca e Apreenso na A l ienao F iducir ia

    TEORIA

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    11/598

    10 Busa Mackenzie M ichel lazzo

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    12/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 11

    DA BUSCA E APREENSO NAALIENAO FIDUCIRIA

    Existem a ao de busca e apreenso doCdigo Processo Civil, que pode ser utilizada pelo

    particular, que atinge no apenas as coisas mveis esemoventes, mas tambm as pessoas, consistindo

    na busca, na procura e na apreenso, deteno dacoisa ou pessoa e como consta no art. 178, II, nose interrompe pelas frias; e a ao de busca eapreenso prevista no Decreto-Lei n 911, de 1de outubro de 1969, que trata dos bens gravadoscom alienao fiduciria em garantia, cuja utilizao

    privativa das instituies financeiras e dosconsrcios, que aqui o objeto de nossa preocupa-o.

    As partes na alienao fiduciria, recebem de-nominaes vrias, tais como o credor, que anomenclatura usual, tambm chamado de pro-prietrio fiducirio no caso do art. 1, 3, 4,5 e 6; art. 2 caput; art. 3caput e 5; art. 7 nico, de devedor, designado como

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    13/598

    12 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    alienante, no art. 1caput; art. 6, ou deve-dor alienante, art. 7; e em doutrina devedorfiduciante, todos do Decreto-Lei n 911/69.

    As instituies financeiras e bancrias podemutilizar-se da alienao fiduciria para garantia de

    seus financiamentos. preciso ainda que estas es-tejam em situao regular junto ao Banco Centraldo Brasil, sob pena de extino de liminar do pro-cesso, portanto exige-se prova de seu registro.

    Em consrcio, admissvel a utilizao da alie-

    nao fiduciria em garantia em suas operaes,desde que estejam em consonncia da Lei 5.768/71; aplicada as normas da alienao fiduciria paravenda de bens durveis, porm h entendimentosde que a alienao fiduciria pode tambm ser feita

    por qualquer particular.

    Objeto que j integrava patrimnio do devedorpode ser dado em garantia par a contrato de aliena-o fiduciria.

    Em caso de simulao bilateral em negcio demtuo, com suposto de alienao fiduciria de beminexistente, declara-se a nulidade deste, com a sub-sistncia do emprstimo, sem ofensa ao princpiodo art. 104 do Cdigo Civil (STJ-RT 677/233).

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    14/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 13

    Os elementos do contrato de alienaofiduciria em garantia so os do art. 66 da Lei4.728/65, redao do Dec. lei 911/69, entre os quaisno se acha a exigncia de assinaturas de duas tes-temunhas. O registro do ttulo somente de exigir-se para lhe emprestar validade em relao aterceiros (STJ-3 Turma, REsp 25.757-1-MG, rel.Min. Dias Trindade, j. 14.9.92, deram provimento,v.u., DJU 13.10.92, p. 17.696, 1 col., em.).

    Bens fungveis e consumveis no podem ser

    alienados fiduciariamente, pois so comerciveis,tais como: bens que compem estoque da devedo-ra, mercadorias comerciveis tais como sapatos,

    bolsas, sandlias e bens fungveis destinados in-dstria da empresa devedora.

    Se a coisa fungvel no ganhar foros deinfungibilidade pela vontade das partes contratan-tes, o seu depsito se apresenta juridicamentecomo irregular, fazendo incidir as regrasconcernentes ao mtuo, aplicando-se, via deconseqncia, o disposto no art. 1.280 do CC

    (RSTJ 12/404 e STJ-RF 308/119).

    CHIANG DE GOMES traz que:

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    15/598

    14 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    Tem-se dito que a primeira garantia real conhecida

    dos romanos foi a fidcia (ERBE, Die Fiduzia, ps. 2-3,apud Da Alienao Fiduciria em Garantia, MOREIRAALVES, Forense, 2 edio, p. 1), entretanto, por umaquesto de incompatibilidade com a poca, cedeu-se ao

    penhor, instituto mais largamente usado, e que, por sua vez,atendia satisfatoriamente aos anseios da sociedade, a pardas demais garantias existentes no sistema jurdico romano,

    que sejam, a hipoteca e a anticrese, restando, pois,incontroverso que a preocupao era a de garantir-se opagamento do dbito ao credor.

    Quer dizer, o que se pretendia, era, para facilitar aobteno do crdito, em contrapartida, sem que seonerasse o devedor, se alcanasse uma garantia eficiente,evitando assim, ficasse ele, por causa da garantia dada,

    impossibilitado de pagar o que devia em decorrncia da noutilizao do bem para gerar riqueza (posse e propriedadeem mos do credor), e, mesmo de usufru-lo.

    Alienao fiduciria em garantia, resulta, como j seest a ver, da aspirao de novas garantias reais para a

    proteo ao crdito, visto que, aquelas trazidas pela

    codificao civil, porque enfraquecidas e de mais difcilexecuo, desafiava um instituto mais prtico, mais eficien-te e mais simples, o que no existia no ordenamento brasi-leiro, mesmo porque - o que assinala MOREIRAALVES, ib. - passou desapercebido no Pas o negcio

    jurdico fiducirio e o negcio jurdico indireto, cuidadospelos luminares germnicos e italianos.

    Uma coisa certa, o advento da industrializao fezcom que se avultasse o problema, ou seja, de forma mais

    preemente, exigiu a proteo ao crdito, um instituto ade-quado aos tempos modernos - diz-se - para facilitar suaconcesso, dar efetiva e real garantia ao credor, ao mesmo

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    16/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 15

    tempo em que no desapossava o devedor, com o que lhe

    assegurava o uso e gozo da coisa, proporcionando-lhe usu-fru-la para deleite, e mesmo e principalmente, para obterrecursos necessrio ao pagamento de seu dbito.

    Dessa forma, registra a alienao fiduciria em ga-rantia, todas essas vantagens, caracterizando-se pelo nodesapossamento da coisa, ou seja, ao devedor reserva-se a

    posse direta, e ao credor a indireta face propriedade re-solvel que lhe concedida, e nesse passo, fica esse asalvo das investidas dos credores daquele, visto que, adespeito de deter a posse imediata da coisa, essa no lhe

    pertence, ao tempo em que, quele, reserva-se a faculdadede vender o bem e pagar-se, restituindo o saldo casoexistente.

    Sua introduo no sistema jurdico brasileiro se deu aotravs o art. 66 da Lei 4.728, de 14 de julho de 1965, tendose instaurado, via de conseqncia, grande celeuma emtorno da ao adequada para obter-se a execuo da pro-

    priedade fiduciria, e isto porque, rezava o 2 do art. 66dessa lei, que, o instrumento de alienao fiduciria trans-fere o domnio da coisa alienada, independentemente da

    sua tradio, continuando o devedor a possu-la em nomedo adquirente (grifei), segundo as condies do contrato ecom as responsabilidades de depositrio, o que resultavano entendimento de que, cabvel seria a reintegratria, ouem decorrncia do 8 do citado artigo, que se encontravavazado nos seguintes termos: o proprietrio fiducirio ouaquele que comprar a coisa, poder reivindic-la (grifei) dodevedor ou de terceiros, no caso do 5 deste artigo, a

    reivindicatria, e at mesmo, a ao de imisso, porqueraciocinava-se, a despeito do contrato o credor no entrarana osse da coisa, que permanecia com o devedor.

    Somente com a edio do DL. 911/69, que se paci-

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    17/598

    16 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    ficou o assunto, visto ter sido, por esse, alterada a redao

    daquele artigo, registrando-o, desta feita, com aexplicitao de que o contrato de alienao fiduciria emgarantia transfere ao credor o domnio resolvel do bem,tornando-se o alienante ou devedor, possuidor direto edepositrio com todas as responsabilidades e encargos quelhe incumbem de acordo com a lei civil e penal, pois, comoconseqncia da nova redao restou inequvoco o desdo-

    bramento da posse: o credor possuidor indireto, e o devedorpossuidor direto,... independentemente da tradioefetiva do bem, do que restou eleita a busca e apreensocomo remdio jurdico ao credor para recuperar a possedireta, a despeito de o STJ admitir tambm o uso da ao

    possessria, p. ex., REsp. 20.168-1-RJ.

    Ficou estabelecido, tambm, inequivocamente, que, o

    devedor, por esse contrato, torna-se depositrio legal, res-ponsabilizando-se civilmente, face redao encontrada noart. 4 da lei susa: se o bem alienado fiduciariamente nofor encontrado ou no se achar na posse do devedor, ocredor poder intentar ao de depsito, na forma previstano Ttulo XII, Livro IV, do CPC, significando dizer, que, oencargo de depositrio, se mal cumprido, enseja a priso

    civil do devedor, isto em funo da adaptao advinda daLei 6.071, de 03 de julho de 1974, que o submeteu ao CPC/73, j que ao tempo do decreto-lei mencionado vigia o cdi-go de 1939.

    Mas, nada mudou. Apenas, a adaptao ao artigo ettulo mencionados na construo original, mesmo porque,na atual codificao a ao de depsito obedece aos mes-

    mos princpios adotados naquele cdigo, realando-se apena privativa de liberdade como medida coercitiva a bemdo credor para reaver a posse direta da coisa.

    A CF/67 observou a seguinte redao no 170, art.

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    18/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 17

    153: no haver priso civil por dvida, multa ou custas, salvo

    o caso de depositrio infiel ou do responsvel peloinadimplemento de obrigao alimentar, na forma da lei, prin-cpio totalmente reproduzido na atual Carta Poltica, incisoLXII, art. 5, com as acomodaes de estilo, ou seja, emambas, a pena de priso civil destinada ao depositrio infiel,alis, esse, o sustentculo maior da fiduciae - ressalte-se.

    Assim, estabelecidas as hiptese da priso civil, esta-belecido ficou, via de conseqncia, que, por dvida, dequalquer espcie, no se a pode cometer ao devedor; elavai contra o depositrio infiel e resulta de sentena judicial

    proferida nas aes de depsito, e, como a legislao afacultou ao credor fiducirio, seu uso generalizou-se vistada priso constitucional, mesmo porque, no se distinguia odepsito na alienao fiduciria em garantia com os

    depsitos institudos pelo Cdigo Civil, servindo garantia,inclusive, os bens fungveis, at que o STJ, inobstante o queassinalava a doutrina, p. ex., PAULO RESTIFFE NETO(Garantia Fiduciria, Ed. RT, 2 ed., p. 42), excepcionoua respeito.

    Assim porque, se esse lecionava afirmando ser inefi-

    caz a alienao de coisa fungvel, o que fazia escola, comose colhe do magistrio de LUIZ AUGUSTO BECK DASILVA (Alienao Fiduciria em Garantia, Ed., forense,2 edio, n 21), MOREIRA ALVES (Da AlienaoFiduciria em Garantia, Ed. Saraiva, 1973, p. 105),ORLANDO GOMES (Alienao Fiduciria em Garan-tia, Ed. RT, 2 edio, p. 55), o STJ referendando oentendimento do STF, manteve-se firme quanto garantia

    atravs da coisa fungvel, e a exceo atrs referida pren-de-se impossibilidade, em sendo o bem fungvel ecomercivel, REsp. 6.566 (in REVISTA JURDICA, 174/45) e REsp. 2.431, alis, o que encontrou sustentao emADROALDO FURTADO FABRCIO - sempre lembrado- como segue: Assim, v-se que no possvel a alienao

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    19/598

    18 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    fiduciria de bens fungveis, ou seja, de bens que integram

    estoques que necessitam ser gerados para produzir lu-cros... (Revista Ajuris 40/9).

    Pois bem, firmando-se o entendimento no sentido deque incompatvel com o instituto a coisa fungvel ecomercivel, tem-se como incontroversa a possvelgarantia atravs os bens que integram o patrimnio do

    devedor, o que se encontra enxumado na Smula 28 doSTJ, entretanto, sem a correspondente pena de priso nahiptese de infidelidade como est delineado nos REsp.14.938, 30.682-0 e 7.943, cumprindo observar, quanto

    persistncia de dvida nesse sentido, que resulta ela da nomeno na aludida smula do complemento indispensvel:desde que no fungvel e comercivel, ou seja, podeconstituir garantia da alienao bens j integrantes do

    patrimnio do devedor (por isso mesmo no adquirido como produto do financiamento), desde que no fungveis ecomerciveis.

    Pelo exposto tem-se, por primeiro, a impossibilidadede constituir-se a alienao com garantia de coisa fungvele comercivel; segundo, a possibilidade na hiptese de

    estar a coisa j integrada ao patrimnio do devedor, mas,nessa vertente, repita-se, sem direito imposio da penade priso ao depositrio faltoso, e assim, no porque o bem

    j lhe pertence, e/ou porque tenha sido adquirido comproduto que no o resultante do financiamento celebrado,mas, certamente, porque a cominao constitui ampliaodos casos constitucionalmente admitidos (Art. 5, LXVII).

    Demais disso, contempla-se o surgimento no mbitodo STJ, da excluso da pena de priso nas aes de depsi-to contra o devedor fiducirio, tornando irrelevante aorigem e espcie da garantia dada (REsp. 3.363-0, 7.943,30.682-0, 3.909, 14.938, 6.566 e 2.320 (in REVISTA

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    20/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 19

    JURDICA, 171/92)), assim porque, essa Corte considera

    atpico o depsito na alienao fiduciria, institudo porequiparao para reforo s garantias em favor doscredores, ou seja, fico de depsito, do que se extrai: a)

    priso na eventualidade de depsito clssico; 2)inexistncia de previso constitucional para a prisodecorrente da alienao fiduciria; 3) impossibilidade de

    priso por dvidas, como tal considerada a resultante da

    ao de depsito fundada na fiduciae, alis, o que irradia-sede forma unssona, p. ex.: Excluso, todavia, dacominao de priso civil, no essencial natureza mesmada ao de depsito e excluda do permissivo do art. 5,LXVII, da CF, que pertine to-somente aos depsitosclssicos, previstos no Cdigo Civil, sem possveisampliaes que ponham em risco a liberdade dos devedo-res em geral (REsp. 7.943, o grifo no pertence ao

    original); Excluso da cominao de priso do devedor,porquanto ampliativa dos casos constitucionalmente admiti-dos (REsp. 14.938, idem); No lcita, alis, em casostais a priso civil, porque se depsito houvesse seriadepsito irregular, sujeito s regras do mtuo, invivel oretrocesso aos tempos pristinos da execuo por coaocorporal (REsp. 6.566, idem).

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    21/598

    20 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    ______________________________________________________________

    1 Chiang de Gomes, Advogado. Matria publicada na RJ n 218, pg. 135)

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    22/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 21

    DO SALDO DEVEDOR

    O saldo devedor constitui ttulo executivo, po-rm, no deve ser cobrado em ao de busca eapreenso, mas em outra ao.

    O fiador e o avalista podem ser tambm exe-cutados pelo saldo devedor, mesmo que a coisatenha sido vendida judicialmente sem sua prvianotificao.

    Mesmo existindo execuo contra o devedor

    principal, na ao de depsito, nada impedia oajuizamento da ao de execuo do saldo deve-dor contra o garante, em processo autnomo,feita a ressalva quanto necessidade de denunciaro recebimento neste ou naquele procedimento,

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    23/598

    22 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    como se tem permitido em hiptese assemelhada(execuo contra avalista de firma em regime deconcordata e habilitao no procedimento especi-al) (RT 604/111).

    Aps efetuada a busca e apreenso, o credorpode pedir o desentranhamento do ttulo para co-brana em ao apropriada.

    CDC 53 -caput: Nos contratos de compra evenda de mveis ou imveis mediante pagamentoem prestaes, bem como nas alienaes

    fiducirias em garantia, consideram-se nulas de ple-no direito as clusulas que estabeleam a perdatotal das prestaes pagas em benefcio do credorque, em razo do inadimplemento, pleitear aresoluo do contrato e a retomada do produtoalienado.

    O segundo depsito nulo, no autorizando,por isso, ao de depsito (RTJ94/1.253).

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    24/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 23

    TERCEIROS DE BOA-F

    No prevalece contra terceiros de boa-f, emcompra e venda, se o contrato no foi transcritoRegistro de Ttulos e Documentos.

    A terceiro adquirente de boa-f no oponvela alienao fiduciria no anotada no Certificado deRegistro do veculo automotor. Para ser oponvel,a alienao deve constar no documento expedido

    pelo departamento de trnsito e tambm no ofcio

    de ttulos e documentos.

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    25/598

    24 Busa Mackenzie M ichel lazzo

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    26/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 25

    CERTIFICADO DE REGISTRO

    necessrio em alienao fiduciria, o registroduplo, pois os contratos devem ser registrados nodomiclio das partes contratantes, quando forem

    diversos, devem ser registrados nos respectivosofcios.

    A alienao fiduciria de aeronave vale contraterceiros se registrado o respectivo instrumento noRegistro de Ttulos e Documentos, independente

    de anotao no Registro Aeronutico Brasileiro(STF-Pleno, RTJ92/221).

    A alienao fiduciria, tratando-se de veculo

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    27/598

    26 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    automotor, h de ser consignada no respectivo cer-tificado de registro, como determina o 10, do art.66, da Lei 4.728/65. No basta o arquivamento noRegistro de Ttulos e Documentos, ao contrrio doque sucede com outros bens Smula 92 do STJ.(RSTJ 34/436).

    Quanto a responsabilidade nos acidentes detrnsito, temos que No constitui fundamento su-ficiente, a acarretar, para o alienante, a responsabili-dade por danos resultantes de acidente de trnsito,a simples omisso do registro da venda do veculo,

    junto repartio de trnsito e ao cartrio de ttu-

    los, quando comprovado que a alienao efetiva-mente ocorreu antes do acidente e que o motoristado automvel no era preposto do alienante(RTJ126/1.170).

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    28/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 27

    BUSCA E APREENSO CONVERSO EMAO DE DEPSITO

    Se o bem alienado fiduciariamente no for en-contrado ou no se achar na posse do devedor, ocredor poder requerer a converso do pedido de

    busca e apreenso, nos mesmos autos, em ao dedepsito, na forma prevista no Cap. II, do Ttulo I,do Livro IV, do Cdigo de Processo Civil.

    Na petio em que se pleiteia a converso deuma demanda em outra no precisa repetir o que se

    contm na inicial da busca e apreenso. Deve, en-tretanto, ser formulado pedido adequado ao dedepsito, obedecido o que, a propsito, determinaa lei processual, onde deve conter todos os requisi-tos da inicial desta ao, sob pena de extino do

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    29/598

    28 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    processo, exigindo-se ainda a citao do ru.

    Na ao de depsito, admite-se que o alienanteseja pessoa jurdica e em caso de infidelidade, res-

    ponde seus representantes legais.

    Em caso de falncia, no cabe ao de depsi-to contra devedor fiduciante, pois este j no tem a

    posse e administrao da massa.

    O devedor, aps a citao para ao de dep-sito, no poder mais purgar a mora, sendo

    possvel apenas quando satisfeitas as condies doart. 3 1, que diz: art. 3 o proprietriofiducirio ou credor poder requerer contradevedor ou terceiro a busca e apreenso do bemalienado fiduciariamente, a qual ser concedidaliminarmente, desde que comprovada a mora ou o

    inadimplemento do devedor . E no 1 Despa-chada a inicial e executada a liminar, o ru ser cita-do para, em trs dias , apresentar contestao ou,se j tiver pago 40% (quarenta por cento) do preofinanciado, requerer a purgao da mora.

    Entre a busca e apreenso e ao de depsitoexiste conexo na alienao fiduciria, cabendoagravo contra a deciso que denega a converso do

    pedido de busca e apreenso em ao de depsito .

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    30/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 29

    DEPOSITRIO INFIEL

    O Cdigo de Processo Civil em seus artigos901 a 906, trata da ao de depsito, onde em seuartigo 904 Julgada procedente a ao, ordenar o

    juiz a expedio de mandado para a entrega emvinte e quatro (24) horas, da coisa ou equivalenteem dinheiro e em seu pargrafo nico: No sendocumprido o mandado, o juiz decretar a priso dodepositrio infiel.

    Aqui, o equivalente em dinheiro significa o sal-do devedor em aberto.

    A priso cessar quando a coisa for

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    31/598

    30 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    encontrada ou entregue voluntariamente pelodevedor.

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    32/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 31

    PRISO DO DEVEDOR ALIENANTE

    No caso de veculo roubado ou se o bem alie-nado fiduciariamente for furtado, o devedor no

    pode ser considerado depositrio infiel, da, a ilegi-timidade do decreto de priso civil.

    O furto h de se considerar caso de fora maior,exonerando o devedor da responsabilidade comodepositrio, assim, eximindo-o da conduta infiel, po-

    rm, no exclui sua responsabilidade pelo dbito.

    O Supremo Tribunal Federal decidiu que constitucional a priso de devedor alienante se noentregar o bem alienado fiduciariamente, em seo

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    33/598

    32 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    em 23.11.95, mas existem outros julgados contra apriso no admitindo a priso do devedor fiducirioem tempo algum., principalmente nas hipteses deos bens que j estavam no patrimnio do devedor eque, portanto, no foram adquiridos com o produtodo financiamento, e de coisa fungvel e ouconsumvel.

    Pelo fato de o contratante ser pessoa jurdica

    no impede a priso de seu representante legal, po-

    rm , os representantes legais no respondem com

    sua liberdade pessoal por negcios que regular-

    m ente, exercem em nom e da sociedade. Tambm, a

    dvida quanto ao diretor da r ao qual o decreto

    atingiria no bastante para determ inar a improce-

    dncia da ao de depsito.

    Priso civil do devedor fiducirio: Vedando o

    art. 53 da Lei n. 8.078/90 a perda total das presta-

    es pagas, o depsito do equivalente em dinheiro,

    para fins de elidir a priso civil, dever

    corresponder ao percentual das prestaes

    impagas. Tratando-se de consrcio e j tendo sido

    pago o valor correspondente a 24% do bem , deve

    tal percentual ser excludo do depsito elisivo.

    Apelo improvido (JTAERGS 81/345).

    Alienao fiduciria. Priso civil. Concede-se

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    34/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 33

    mandado de segurana para dar efeito suspensivo aagravo de instrumento interposto de deciso

    judicial que imps ao devedor o pagamento dadvida sob pena de priso civil (STJ-4 Turma,RMS 4.062-3-SP, rel. Min. Ruy Rosado, j. 27.9.94,deram provimento, v.u., DJU 31.10.94, p. 29.499,1 col., em.).

    mngua de pedido expresso na inicial daao de depsito, no pode o juiz decretar a prisodo devedor que no restitui a coisa alienadafiduciariamente (RT 498/161).

    Quanto possibilidade de priso do devedor,na alienao fiduciria de coisa fungvel, Depsi-to. Coisas fungveis. O depsito irregular no seconfunde com o mtuo, tendo cada um finalidadesespecficas. Aplicam-se-lhe, entretanto, as regrasdeste, no sendo possvel o uso da ao de dep-sito para obter o cumprimento da obrigao de de-volver as coisas depositadas, cuja propriedadetransferiu-se ao depositrio. O adimplemento daobrigao de devolver o equivalente h de buscar-se em ao ordinria, no se podendo pretender a

    priso do depositrio(RSTJ 24/322)

    CHIANG DE GOMES leciona que:

    O que se extrai dos excertos acima que, a ao de

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    35/598

    34 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    depsito com cominao de priso ao depositrio, somente

    naqueles casos em que o depositrio recebe a coisa paraguardar, conservar e restituir, o que, induvidosamente, no o caso da alienao fiduciria, onde o depositrio retm acoisa em funo da compra a prestao, e com nimo dedefinitividade.

    Quando a norma constitucional contemplou com a

    pena de priso o depositrio infiel, o que ocorreu somenteatravs a CF/46 (art. 141, 32), seguiu os preceitos dasCartas anteriores, despeito - veja bem - de nessas, inexistira contemplao expressa, o que se deseja dizer que, aConstituio do Imprio (1891) previa exceo do flagran-te delito, a incomportabilidade da priso, seno depois da

    pronncia, salvos os casos determinados em lei, e medianteordem escrita da autoridade competente, o que foi mantido

    com a reforma constitucional de 1926, tambm nasConstituies de 1934 e a de 1937.

    Quer dizer, embora os tratadistas da poca, com rele-vo para o grande BARBALHO e CARLOSMAXIMILIANO, no descessem possibilidade da prisodo depositrio infiel nos casos enumerados pelo Cdigo Ci-

    vil que entrou em vigor em 1916, deve-se subentender quea tradio de nosso direito a da priso, conquanto, se at1946 as constituies no a previam expressamente,ressalvagem, no entanto, sua possibilidade nos casos deter-minados em lei, e o Cdigo Civil, atravs o art. 1.287, adeterminava, o mesmo acontecendo com o Cd.Comercial (1850), art. 294.

    A questo, a nvel constitucional, tomou corpo apenascom a Carta de 1946, conquanto dispunha expressamentesobre a impossibilidade da priso por dvidas, multa ou cus-tas, exceto o caso do depositrio infiel e o deinadimplemento de obrigao alimentar, i.e., aquilo que an-

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    36/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 35

    tes resultava da lgica jurdica - lgica perfeita j que o

    constituinte a autorizava - agora vinha expresso, e, se porum lado os comentaristas primeiros no adentraram mais afundo sobre a impossibilidade da priso por dvidas e sobrea priso do depositrio infiel, bem como do alimentante, istodecorreu, repita-se, pela falta de previso expressa, o que,no entanto, no desfigura o princpio coordenador aqui ali-nhavado.

    que, assinala CARLOS MAXIMILIANO, Comen-trios CF de 1946, a priso por dvidas desapareceu, hmuito tempo, do Direito Positivo dos povos cultos; poisseria desumano privar algum da liberdade, por no terdinheiro, como aconteceu a DICKENS, na Inglaterra, e foia tortura de BALZAC, em Frana, ou seja, todos os cdi-gos modernos, dentre os quais se inclui o nosso, no a

    admite; enseja-a para o depositrio e o alimentante noscasos de faltas espontaneamente assumidas.

    Ora, se a priso civil ao depositrio infiel resulta datradio de nosso direito, igualmente, dele resulta, a impos-sibilidade no caso de dvidas, constituindo essa imposio,hoje, apenas referncia histrica. Mas, se na primeira ver-

    tente o legislador a previu, e naquela oportunidade apenaspara os casos contemplados pela legislaoinfraconstitucional, assim o Cdigo Civil, referia-se ele,inequivocadamente, aos depsitos tradicionais, aquele emque, segundo a redao do art. 1.265, consistia no ato dealgum entregar a outrem um objeto mvel para guard-loe o devolver quando solicitado.

    Pois bem, diante disso, tem-se como correto o enten-dimento sufragado pelo STJ, assim porque, o depsito naalienao fiduciria no se coaduna com o tipo previsto nacodificao substantiva, vez que o depositrio no recebe o

    bem com a finalidade de guard-lo, mas, recebe-o porque

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    37/598

    36 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    pretende adquiri-lo; a tradio, que caracteriza e

    aperfeioa o ato ainda que provisrio, se consuma.

    Busca-se a devoluo do bem, no porque paraguard-lo o recebera o depositrio, mas, como forma decoao para recebimento da dvida, o que, at a no temmais fortes implicaes, mesmo porque, o contrato de alie-nao representa, na verdade, uma promessa de venda e

    compra, atravs do qual, tanto que quitado o preo, consoli-da-se a propriedade a bem do promissrio e, nada maisjusto se diante do inadimplemento contratual, com a resci-so consumada, se busque a posse do bem. A questoassume relevo quando se adentra ao de depsito,conquanto, nesta hiptese, j no se trata mais de simplesapoderamento do bem face a resciso operada, mas, deimpor-se ao inadimplente-fiducirio a priso civil porque

    no pagou a dvida.

    Poder-se- alegar que a priso no se destina a com-pelir ao pagamento da dvida, que se destina isto sim, a forara restituio do bem. No h fundamento nesse raciocnio.A ao de depsito, como prevista no art. 4 do DL. 911/65,embora seja a mesma para os depsitos do Cdigo Civil -

    artigo 904, CPC -, no tem como pressuposto seno o tipohistrico adotado pelo constituinte, com o significado doutri-nrio e o conjunto de caractersticas que o constituinte teveem considerao ao elaborar o preceito da priso civil(JOS RAUL GAVIO DE ALMEIDA, RT, 563/42), eesse no visa o pagamento, tanto que resulta inequvoco daSeo I do Captulo IV do citado Cdigo Civil a preocupaodo legislador em assegurar ao depositante a devoluo do

    bem depositado, o que sobressai expressamente atravs daregra do art. 1.273.

    A ao de depsito com a cominao de prisocorresponde aos institutos da codificao substantiva se

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    38/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 37

    contenta apenas com a coisa depositada; o pagamento de

    seu equivalente forma eleita para no deixar esvaziar opedido de prestao jurisdicional, o que no ocorre nafiduciae, cujo objetivo o recebimento da dvida, pois, umavez paga ela, a apreenso do objeto alienado torna-se pre-

    judicada, e se apreendido ele devolvido ao contratante-fiducirio de forma definitiva.

    Conclui-se que, a priso mesmo por dvida, sendodespropositado falar que se destina ela a forar arestituio da coisa depositada, e ningum - assinala o jcitado ADROALDO FURTADO FABRCIO (RJTJRS128/256) - livre de comprometer a sua liberdade fsica attulo de garantia patrimonial, o que encontra ressonnciano STJ, segundo o REsp. 2.320 e a autorizada palavra doMinistro ATHOS CARNEIRO, aqui tomados como

    paradgma: ... (referendar a priso) estar-se- placitando,pura e simplesmente, a priso por dvidas, emsurpreendente retrocesso aos tempos mais primevos dodireito, romano, ao nexum a manus injectio.

    BARBOSA MOREIRA diz que reconhecer lei ordi-nria a possibilidade de equiparar outras situaes, substan-

    cialmente diversas, do depositrio infiel, para o fim detornar aplicvel a priso civil, equivale a esvaziar a garantiaconstitucional..., assim porque, a CF quando a prev para odepositrio infiel tem em vista apenas o significado que res-salta do art. 1.287 do C. Civil, e emenda o il. comentarista,para evitar a eiva de inconstitucionalidade, portanto, o art.66, caput, da Lei 4.728, de 14/07/65, com a redao dada

    pelo art. 1 do DL. 911, h de ter interpretao restritiva,

    subentendendo-se, aps a expresso todas as responsabili-dades e encargos que lhe incumbem de acordo com a lei civile penal, a clusula salvo a priso civil (RSTJ 23/378).

    No se nega, possa o legislador criar novos casos de

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    39/598

    38 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    depsito, em face do seu podere legiferante , d-lo JOS

    RAUL GAVIO DE ALMEIDA, idem, no pode sujeit-los priso civil, sob pena de descaracterizar o tipoconceitual do constituinte. que as leis restritivas dos di-reitos, liberdades e garantias no podem diminuir a exten-so e o alcance do contedo essencial dos preceitos consti-tucionais, no podem subverter as normas constitucionais,transformando as restries em regra, redundando, pratica-

    mente, na sua supresso.Por tudo isto, concluir pelo no cabimento da pena

    restritiva ao depositrio infiel, como conseqncia do con-trato de alienao, tarefa acadmica, pois, duas mculaso justificam, que sejam, a atipicidade do depsito,conquanto no se insere no contexto previsto peloconstituinte, bem como, em virtude de constituir cominao

    pelo no pagamento de dvida.

    Bem, se incabvel a priso civil do devedor-alienantena ao de depsito que resulta da busca e apreenso inefi-caz, de perguntar-se a respeito da viabilidade daquelasem essa cominao. A palavra ficam com o il. Des. e

    jurista ADROALDO FURTADO FABRCIO (Coment.

    ao CPC, Ed. Forense, 2 edio, vol. VIII, t. III, p. 181,n 152): lcito ao autor pedir a cominao de priso se-gundo o 1, trata-se de faculdade, e a omisso de seuexerccio pelo autor no desnatura a ao de depsito, nema faz cair sob o rito ordinrio. O sistema do Cdigo pe aescolha do autor, sempre sob o rito dos artigos 901 e 906,ao de depsito com ou sem a cominao de priso aodepositrio infiel, o que referendado por OVDIO

    BAPTISTA MARTINS: a cominao de pena de prisono essencial ao depsito... (ProcedimentosEspeciais, Ed. Aide, edio de 1989, p. 110, n 48).

    A despeito da possibilidade da ao sem essa

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    40/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 39

    cominao, a prejudicialidade bate s portas do instituto de

    alienao fiduciria, porquanto, se ineficaz a busca e apre-enso, e ao de depsito sem a cominao prevista nascetotalmente debilitada, o que no deixa de ser assustador

    para as instituies acostumadas a trabalhar dentro do prin-cpio que se alterou; que a possibilidade da priso erafator que levava devedores a honrar as obrigaesassumidas e que de outra forma no o fariam.

    O direcionamento jurdico da questo, repercute, noh dvida, de forma incisiva no campo negocial, eis que, aadoo da fidcia, visou, como dito alhures, proporcionarum maior benefcio ao devedor atravs a posse direta queexerce sobre a coisa, paralelamente rapidez, simplicidadee baixo custo de sua instituio, atendendo, desta forma,aos anseios consumistas de uma sociedade cada vez mais

    exigente, o que, agora, tende, inegavelmente, a retrair-se.

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    41/598

    40 Busa Mackenzie M ichel lazzo

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    42/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia

    LEGISLAO

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    43/598

    42 Busa Mackenzie M ichel lazzo

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    44/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 43

    Alienao FiduciriaDECRETO-LEI N 911, DE 1 DE OUTUBRO DE 1969

    (DOU 03.10.69)

    Altera a redao do art. 66, da Lei n 4.728, de 14 de

    julho de 1965, estabelece normas de processo sobre aliena-

    o fiduciria e d outras providncias

    Os Ministros da Marinha de Guerra, do Exrcito e da

    Aeronutica Militar, usando das atribuies que lhes confere oart. 1 do Ato Institucional n 12, de 31 de agosto de 1969,combinado com o 1 do art. 2 do Ato Institucional n 5, de13 de dezembro de 1968, decretam:

    Art. 1. O art. 66, da Lei n 4.728, de 14 de julho de1965, passa a ter a seguinte redao:

    Art. 66. A alienao fiduciria em garantia transfere aocredor o domnio resolvel e a posse indireta da coisa mvelalienada, independentemente da tradio efetiva do bem, tor-nando-se o alienante ou devedor em possuidor direto e deposi-trio com todas as responsabilidades e encargos que lhe incum-bem de acordo com a lei civil e penal.

    1. A alienao fiduciria somente se prova por escrito eseu instrumento, pblico ou particular, qualquer que seja o seuvalor, ser obrigatoriamente arquivado, por cpia oumicrofilme, no Registro de Ttulos e Documentos do domicliodo credor, sob pena de no valer contra terceiros, e conter,alm de outros dados, os seguintes:

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    45/598

    44 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    a) o total da dvida ou sua estimativa;

    b) o local e a data do pagamento;c) a taxa de juros, as comisses cuja cobrana for permiti-

    da e, eventualmente, a clusula penal e a estipulao decorreo monetria, com indicao dos ndices aplicveis;

    d) a descrio do bem objeto da alienao fiduciria e oselementos indispensveis sua identificao.

    2. Se, na data do instrumento de alienao fiduciria, o

    devedor ainda no for proprietrio da coisa objeto do contrato,o domnio fiducirio desta se transferir ao credor no momentoda aquisio da propriedade pelo devedor, independentementede qualquer formalidade posterior.

    3. Se a coisa alienada em garantia no se identifica pornmeros, marcas e sinais indicados no instrumento de alienaofiduciria, cabe ao proprietrio fiducirio o nus da prova,

    conta terceiros, da identidade dos bens do seu domnio que seencontram em poder do devedor. 4. No caso de inadimplemento da obrigao garantida,

    o proprietrio fiducirio pode vender a coisa a terceiros eaplicar o preo da venda no pagamento do seu crdito e dasdespesas decorrentes da cobrana, entregando ao devedor osaldo porventura apurado, se houver.

    5. Se o preo da venda da coisa no bastar para pagaro crdito do proprietrio fiducirio e despesas, na forma dopargrafo anterior, o devedor continuar pessoalmenteobrigado a pagar o saldo devedor apurado.

    6. nula a clusula que autoriza o proprietrio fiducirioa ficar coma coisa alienada em garantia, se a dvida no for pagano seu vencimento.

    7. Aplica-se alienao fiduciria em garantia o dispostonos arts. 758, 762, 763 e 803 do Cdigo Civil, no que couber. 8. O devedor que alienar, ou der em garantia a

    terceiros, coisa que j alienara fiduciariamente em garantia,ficar sujeito pena prevista no art. 171, 2, inciso I, do

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    46/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 45

    Cdigo Penal.

    9. No se aplica alienao fiduciria o disposto no art.1.279 do Cdigo Civil.

    10. A alienao fiduciria em garantia de veculoautomotor dever, para fins probatrios, constar do Certificadode Registro, a que se refere o art. 52 do Cdigo Nacional deTrnsito.

    Nota: O Cdigo Nacional de Trnsito foi institudo pelaLei n 5.108, de 21.09.66. Atualmente Cdigo de TrnsitoBrasileiro, Lei n 9.503, de 23.09.97

    Art. 2. No caso de inadimplemento ou mora nas obriga-es contratuais garantidas mediante alienao fiduciria, o pro-prietrio fiducirio ou credor poder vender a coisa a terceirosindependentemente de leilo, hasta pblica, avaliao prvia ouqualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposioexpressa em contrrio prevista no contrato, devendo aplicar opreo da venda no pagamento de seu crdito e das despesasdecorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver.

    1. O crdito a que se refere o presente artigo abrange oprincipal, juros e comisses, alm das taxas, clusula penal ecorreo monetria, quando expressamente convencionados

    pelas partes. 2. A mora decorrer do simples vencimento do prazopara pagamento o poder ser comprovada por carta registradaexpedida por intermdio de Cartrio de Ttulos e Documentosou pelo protesto do ttulo, a critrio do credor.

    3. A mora e o inadimplemento de obrigaescontratuais garantidas por alienao fiduciria, ou a ocorrncia

    legal ou convencional de algum dos casos de antecipao devencimento da dvida facultaro ao credor considerar, de plenodireito, vencidas todas as obrigaes contratuais,independentemente de aviso ou notificao judicial ouextrajudicial.

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    47/598

    46 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    Art. 3. O proprietrio fiducirio ou credor poder requerer

    contra o devedor ou terceiro a busca e apreenso do bem aliena-do fiduciariamente, a qual ser concedida liminarmente, desdeque comprovada a mora ou o inadimplemento do devedor.

    1. Despachada a inicial e executada a liminar, o ru sercitado para, em trs dias, apresentar contestao ou, se j tiverpago 40% (quarenta por cento) do preo financiado, requerer apurgao da mora.

    2. Na contestao s se poder alegar o pagamento dodbito vencido ou o cumprimento das obrigaes contratuais.

    3. Requerida a purgao da mora tempestivamente, o juizmarcar data para o pagamento, que dever ser feito em prazono superior a dez dias, remetendo, outrossim, os autos ao conta-dor para clculo do dbito existente, na forma do art. 2 e seu 1.

    4. Contestado ou no o pedido e no purgada a mora,o juiz dar sentena de plano em cinco dias, aps o decurso doprazo de defesa, independentemente da avaliao do bem.

    5. A sentena, de que cabe apelao, apenas, no efeitodevolutivo, no impedir a venda extrajudicial do bem alienadofiduciariamente e consolidar a propriedade e a posse plena e

    exclusiva nas mos do proprietrio fiducirio. Preferida pelocredor a venda judicial, aplicar-se- o disposto nos arts. 1.113a 1.119 do Cdigo de Processo Civil. (Redao dada pela Lein 6.014, de 27.12.73).

    6. A busca e apreenso prevista no presente artigoconstitui processo autnomo e independente de qualquer pro-cedimento posterior.

    Art. 4. Se o bem alienado fiduciariamente no for encon-trado ou no se achar na posse do devedor, o credor poderrequerer a converso do pedido de busca e apreenso, nosmesmos autos, em ao de depsito, na forma prevista no Ca-ptulo II, do Ttulo I, do Livro IV, do Cdigo de Processo Civil.

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    48/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 47

    (Redao dada pela Lei n 6.071, de 03.07.74).

    Art. 5. Se o credor preferir recorrer ao executiva ou,se for o caso, ao executivo fiscal, sero penhorados, a critriodo autor da ao, bens do devedor quantos bastem para asse-gurar a execuo.

    Pargrafo nico. No se aplica alienao fiduciria odisposto nos incisos VI e VIII do art. 649 do Cdigo de Pro-cesso Civil. (Redao dada pela Lei n 6.071, de 03.07.74).

    Art. 6. O avalista, fiador ou terceiro interessado que pa-gar a dvida do alienante ou devedor, se sub-rogar, de plenodireito, no crdito e na garantia constituda pela alienaofiduciria.

    Art. 7. Na falncia do devedor alienante, fica asseguradoao credor ou proprietrio fiducirio o direito de pedir, na formaprevista na lei, a restituio do bem alienado fiduciariamente.

    Pargrafo nico. Efetivada a restituio, o proprietriofiducirio agir na forma prevista neste decreto-lei.

    Art. 8. O Conselho Nacional de Trnsito, no prazo mxi-mo de 60 dias, a contar da vigncia do presente decreto-lei,expedir normas regulamentares relativas alienao fiduciriade veculos automotores.

    Art. 9. O presente decreto-lei entrar em vigor na datade sua publicao, aplicando-se, desde logo, aos processos emcurso, revogadas as disposies em contrrio.

    Braslia, 1 de outubro de 1969; 148 da Independncia e81 da Repblica

    AUGUSTO HAMANN RADEMAKER GRUNEWALDAURLIO DE LYRA TAVARES

    MRCIO DE SOUZA MELLOLus Antnio da Gama e SilvaAntnio Delfim Netto.

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    49/598

    48 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    LEI N 9.514, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1997(DOU 21.11.1997, ret. DOU 24.11.1997)

    Dispe sobre o Sistema de Financiamento Imobilirio,

    institui a alienao fiduciria de coisa imvel e d outras

    providncias.

    O PRESIDENTE DA REPBLICAFao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanci-

    ono a seguinte Lei:CAPTULO I

    Do Sistema de Financiamento ImobilirioSEO I

    Da finalidadeArt. 1. O Sistema de Fibnanciamento Imobilirio - SFItem por finalidade promover o financiamento imobilirio em ge-ral, segundo condies compatveis com as da formao dosfundos respectivos.

    SEO IIDas entidades

    Art. 2. Podero operar no SFI as caixas econmicas, osbancos comerciais, os bancos de investimento, os bancos comcarteira de crdito imobilirio, as sociedades de crdito imobili-rio, as associaes de poupana e emprstimos, ascompanhias hipotecrias e, a critrio do Conselho Monetrio

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    50/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 49

    Nacional - CMN, outras entidades.

    Art. 3. As companhias securitizadoras de crditos imobi-lirios, instituies no financeiras constitudas sob a forma desociedade por aes, tero por finalidade a aquisio esecuritizao desses crditos e a emisso e colocao, no mer-cado financeiro, de Certificados de Recebveis Imobilirios, po-dendo emitir outros ttulos de crdito, realizar negcios e prestarservios compatveis com as suas atividades.

    Pargrafo nico. O Conselho Monetrio Nacional - CMNpoder fixar condies para o funcionamento das companhiasde que trata este artigo.

    SEO IIIDo financiamento imobilirio

    Art. 4. As operaes de financiamento imobilirio em ge-ral sero livremente efetuadas pelas entidades autorizadas aoperar no SFI, segundo condies de mercado e observadas asprescries legais.

    Pargrafo nico. Nas operaes de que trata este artigo,podero ser empregados recursos provenientes da captaonos mercados financeiros e de valores mobilirios, de acordocom a legislao pertinente.

    Art. 5. As operaes de financiamento imobilirio em ge-ral, no mbito do SFI, sero livremente pactuadas pelas partes,observadas as seguintes condies essenciais:

    I - reposio integral do valor emprestado e respectivoreajuste;

    II - remunerao do capital emprestado s taxasconvencionadas no contrato;

    III - capitalizao dos juros;IV - contratao, pelos tomadores de financiamento, deseguros contra os riscos de morte e invalidez permanente.

    1. As partes podero estabelecer os critrios do reajus-te de que trata o inciso I, observada a legislao vigente.

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    51/598

    50 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    2. As operaes de comercializao de imveis, com

    pagamento parcelado, de arrendamento mercantil de imveis ede financiamento imobilirio em geral, podero ser pactuadasnas mesmas condies permitidas para as entidades autorizadasa operar no SFI, observados, quanto a eventual reajuste, osmesmos ndices e a mesma periodicidade de incidncia e co-brana.

    3. Na alienao de unidades em edificao sob oregime da Lei n 4.591, de 16 de dezembro de 1964, a critriodo adquirente e mediante informao obrigatria doincorporador, poder ser contratado seguro que garanta oressarcimento ao adquirente das quantias por este pagas, nahiptese de inadimplemento do incorporador ou construtorquanto entrega da obra.

    SEO IVDo Certificado de Recebveis Imobilirios

    Art. 6. O Certificado de Recebveis Imobilirios - CRI ttulo de crdito nominativo, de livre negociao, lastreado emcrditos imobilirios e constitui promessa de pagamento em di-nheiro.

    Pargrafo nico. O CRI de emisso exclusiva das com-

    panhias securitizadoras.Art. 7. O CRI ter as seguintes caractersticas:I - nome da companhia emitente;II - nmero de ordem, local e data de emisso;III - denominao Certificado de Recebveis Imobilirios;IV - forma escritural;V - nome do titular;

    VI - valor nominal;VII - data de pagamento ou, se emitido para pagamentoparcelado, discriminao dos valores e das datas de pagamentodas diversas parcelas;

    VIII - taxa de juros, fixa ou flutuante, e datas de sua

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    52/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 51

    exigibilidade, admitida a capitalizao;

    IX - clusula de reajuste, observada a legislao pertinente;X - lugar de pagamento;XI - identificao do Termo de Securitizao de Crditos

    que lhe tenha dado origem. 1. O registro e a negociao do CRI far-se-o por meio

    de sistemas centralizados de custdia e liquidao financeira ede ttulos privados.

    2. O CRI poder ter, conforme dispuser o Termo deSecuritizao de Crditos, garantia flutuante, que lhe assegurarprivilgio geral sobre o ativo da companhia securitizadora, masno impedir a negociao dos bens que compem esse ativo.

    SEO VDa securitizao de crditos imobilirios

    Art. 8. A securitizao de crditos imobilirios a opera-o pela qual tais crditos so expressamente vinculados emisso de uma srie de ttulos de crdito, mediante Termo deSecuritizao de Crditos, lavrado por uma companhiasecuritizadora, do qual constaro os seguintes elementos:

    I - a identificao do devedor e o valor nominal de cadacrdito que lastreie a emisso, com a individuao do imvel a

    que esteja vinculado e indicao do Cartrio de Registro deImveis em que esteja registrado respectiva matrcula, bemcomo o nmero do registro do ato pelo qual o crdito foicedido;

    II - a identificao dos ttulos emitidos;III - a constituio de outras garantias de resgate dos

    ttulos da srie emitida, se for o caso.

    Pargrafo nico. Ser permitida a securitizao decrditos oriundos da alienao de unidades em edificao, sobregime de incorporao nos moldes da Lei n 4.591, de 16 dedezembro de 1964.

    SEO VI

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    53/598

    52 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    Do regime fiducirio

    Art. 9. A companhia securitizadora poder instituir regimefiducirio sobre crditos imobilirios, a fim de lastrear a emissode Certificados de Recebveis Imobilirios, sendo agentefiducirio uma instituio financeira ou companhia autorizadapara esse fim pelo BACEN e beneficirios os adquirentes dosttulos lastreados nos recebveis objeto desse regime.

    Art. 10. O regime fiducirio ser institudo mediante de-clarao unilateral da companhia securitizadora no contexto doTermo de Securitizao de Crditos, que, alm de conter oselementos de que trata o art. 8, submeter-se- s seguintescondies:

    I - a constituio do regime fiducirio sobre os crditosque lastreiem a emisso;

    II - a constituio de patrimnio separado, integrado pelatotalidade dos crditos submetidos ao regime fiducirio quelastreiem a emisso;

    III - a afetao dos crditos como lastro da emisso darespectiva srie de ttulos;

    IV - a nomeao do agente fiducirio, com a definio deseus deveres, responsabilidades e remunerao, bem como as

    hipteses, condies e forma de sua destituio ou substituioe as demais condies de sua atuao;V - a forma de liquidao do patrimnio separado.Pargrafo nico. O Termo de Securitizao de Crditos,

    em que seja institudo o regime fiducirio, ser averbado nosRegistros de Imveis em que estejam matriculados os respecti-vos imveis.

    Art. 11. Os crditos objeto do regime fiducirio:I - constituem patrimnio separado, que no se confundecom o da companhia securitizadora;

    II - manter-se-o apartados do patrimnio da companhiasecuritizadora at que se complete o resgate de todos os ttulos

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    54/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 53

    da srie a que estejam afetados;

    III - destinam-se exclusivamente liquidao dos ttulos aque estiverem afetados, bem como ao pagamento dos respecti-vos custos da administrao e de obrigaes fiscais;

    IV - esto isentos de qualquer ao ou execuo peloscredores da companhia securitizadora;

    V - no so passveis de constituio de garantias ou deexcusso por quaisquer dos credores da companhiasecuritizadora, por mais privilegiados que sejam;

    VI - s respondero pelas obrigaes inerentes aos ttulosa ele afetados.

    1. No Termo de Securitizao de Crditos, poder serconferido aos beneficirios e demais credores do patrimnioseparado, se este se tornar insuficiente, o direito de haveremseus crditos contra o patrimnio da companhia securitizadora.

    2. Uma vez assegurado o direito de que trata o par-grafo anterior, a companhia securitizadora, sempre que severificar insuficincia do patrimnio separado, promover arespectiva recomposio, mediante aditivo ao Termo deSecuritizao de Crditos, nele incluindo outros crditosimobilirios, com observncia dos requisitos previstos nesta

    seo. 3. A realizao dos direitos dos beneficirios limitar-se-aos crditos imobilirios integrantes do patrimnio separado, sal-vo se tiverem sido constitudas garantias adicionais por terceiros.

    Art. 12. Institudo o regime fiducirio, incumbir compa-nhia securitizadora administrar cada patrimnio separado, man-ter registros contbeis independentes em relao a cada um

    deles e elaborar e publicar as respectivas demonstraes finan-ceiras.Pargrafo nico. A totalidade do patrimnio da companhia

    securitizadora responder pelos prejuzos que esta causar pordescumprimento de disposio legal ou regulamentar, por negli-

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    55/598

    54 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    gncia ou administrao temerria ou, ainda, por desvio da fina-

    lidade do patrimnio separado.Art. 13. Ao agente fiducirio so conferidos poderes ge-

    rais de representao da comunho dos beneficirios, inclusiveos de receber e dar quitao, incumbindo-lhe:

    I - zelar pela proteo dos direitos e interesses dosbeneficirios, acompanhando a atuao da companhiasecuritizadora na administrao do patrimnio separado;

    II - adotar as medidas judiciais ou extrajudiciais necessri-as defesa dos interesses dos beneficirios, bem como reali-zao dos crditos afetados ao patrimnio separado, caso acompanhia securitizadora no o faa;

    III - exercer, na hiptese de insolvncia da companhiasecuritizadora, a administrao do patrimnio separado;

    IV - promover, na forma em que dispuser o Termo deSecuritizao de Crditos, a liquidao do patrimnioseparado;

    V - executar os demais encargos que lhe forem atribudosno Termo de Securitizao de Crditos.

    1. O agente fiducirio responder pelos prejuzos quecausar por descumprimento de disposio legal ou

    regulamentar, por negligncia ou administrao temerria. 2. Aplicam-se ao agente fiducirio os mesmosrequisitos e incompatibilidades impostos pelo art. 66 da Lei n6.404, de 15 de dezembro de 1976.

    Art. 14. A insuficincia dos bens do patrimnio separadono dar causa declarao de sua quebra, cabendo, nessahiptese, ao agente fiducirio convocar assemblia geral dos

    beneficirios para deliberar sobre as normas de administraoou liquidao do patrimnio separado. 1. Na hiptese de que trata este artigo, a assemblia

    geral estar legitimada a adotar qualquer medida pertinente administrao ou liquidao do patrimnio separado, inclusive a

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    56/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 55

    transferncia dos bens e direitos dele integrantes para outra en-

    tidade que opere no SFI, a forma de liquidao do patrimnio ea nomeao do liquidante.

    2. A assemblia geral, convocada mediante edital publi-cado por trs vezes, com antecedncia de vinte dias, em jornalde grande circulao na praa em que tiver sido feita a emissodos ttulos, instalar-se-, em primeira convocao, com a pre-sena de beneficirios que representem, pelo menos, doisteros do valor global dos ttulos e, em segunda convocao,com a presena de beneficirios que representem, pelo menos,dois teros do valor global dos ttulos e, em segundaconvocao, com qualquer nmero, sendo vlidas asdeliberaes tomadas pela maioria absoluta desse capital.

    Art. 15. No caso de insolvncia da companhiasecuratizadora, o agente fiducirio assumir imediatamente acustdia e administrao dos crditos imobilirios integrantesdo patrimnio separado e convocar a assemblia geral dosbeneficirios para deliberar sobre a forma de administrao,observados os requisitos estabelecidos no 2 do art. 14.

    Pargrafo nico. A insolvncia da companhiasecuritizadora no afetar os patrimnios separados que tenha

    constitudo.Art. 16. Extinguir-se- o regime fiducirio de que trataesta seo pelo implemento das condies a que estejasubmetido, na conformidade do Termo de Securitizao deCrditos que o tenha institudo.

    1. Uma vez satisfeitos os crditos dos beneficirios eextinto o regime fiducirio, o Agente Fiducirio fornecer, no

    prazo de trs dias teis, companhia securitizadora, termo dequitao, que servir para baixa, nos competentes Registros deImveis, da averbao que tenha institudo o regime fiducirio.

    2. A baixa de que trata o pargrafo anterior importarna reintegrao ao patrimnio comum da companhia

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    57/598

    56 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    securitizadora dos recebveis imobilirios que sobejarem.

    SEO VIIIDas garantias

    Art. 17. As operaes de financiamento imobilirio emgeral podero ser garantidas por:

    I - hipoteca;II - cesso fiduciria de direitos creditrios decorrentes de

    contratos de alienao de imveis;III - cauo de direitos creditrios ou aquisitivos decor-

    rentes de contrato de venda ou promessa de venda de imveis;IV - alienao fiduciria de coisa imvel. 1. As garantias a que se referem os incisos II, III e IV

    deste artigo constituem direito real sobre os respectivosobjetos.

    2. Aplicam-se cauo dos direitos creditrios a que serefere o inciso III deste artigo as disposies dos arts. 789 a795 do Cdigo Civil.

    3. As operaes do SFI que envolvam locaopodero ser garantidas suplementarmente por anticrese.

    Art. 18. O contrato de cesso fiduciria em garantia operaa transferncia ao credor da titularidade dos crditos cedidos,

    at a liquidao da dvida garantida, e conter, alm de outroselementos, os seguintes:I - o total da dvida ou sua estimativa;II - o local, a data e a forma de pagamento;III - a taxa de juros;IV - a identificao dos direitos creditrios objeto da ces-

    so fiduciria.

    Art. 19. Ao credor fiducirio compete o direito de:I - conservar e recuperar a posse dos ttulos representati-vos dos crditos cedidos, contra qualquer detentor, inclusive oprprio cedente;

    II - promover a intimao dos devedores que no paguem

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    58/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 57

    ao cedente, enquanto durar a cesso fiduciria;

    III - usar das aes, recursos e execues, judiciais eextrajudiciais, para receber os crditos cedidos e exercer osdemais direitos conferidos ao cedente no contrato de alienaodo imvel;

    IV - receber diretamente dos devedores os crditos cedi-dos fiduciariamente.

    1. As importncias recebidas na forma do inciso IVdeste artigo, depois de deduzidas as despesas de cobrana e deadministrao, sero creditadas ao devedor cedente, na opera-o objeto da cesso fiduciria, at final liquidao da dvida eencargos, responsabilizando-se o credor fiducirio perante ocedente, como depositrio, pelo que receber alm do que estelhe devia.

    2. Se as importncias recebidas, a que se refere o par-grafo anterior, no bastarem para o pagamento integral dadvida e seus encargos, bem como das despesas de cobrana ede administrao daqueles crditos, o devedor continuarobrigado a resgatar o saldo remanescente nas condiesconvencionadas no contrato.

    Art. 20. Na hiptese de falncia do devedor cedente e se

    no tiver havido a tradio dos ttulos representativos dos crdi-tos cedidos fiduciariamente, ficar assegurada ao cessionriofiducirio a restituio na forma da legislao pertinente.

    Pargrafo nico. Efetivada a restituio, prosseguir ocessionrio fiducirio no exerccio de seus direitos na forma dodisposto nesta seo.

    Art. 21. So suscetveis de cauo, desde que

    transmissveis, os direitos aquisitivos sobre imvel, ainda que emconstruo. 1. O instrumento da cauo, a que se refere este artigo,

    indicar o valor do dbito e dos encargos e identificar o imvelcujos direitos aquisitivos so caucionados.

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    59/598

    58 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    2. Referindo-se a cauo a direitos aquisitivos de pro-

    messa de compra e venda cujo preo ainda no tenha sidointegralizado, poder o credor caucionrio, sobrevindo a morado promissrio comprador, promover a execuo do seucrdito ou efetivar, sob protesto, o pagamento do saldo depromessa.

    3. Se, nos termos do disposto no pargrafo anterior, ocredor efetuar o pagamento, o valor pago, com todos os seusacessrios e eventuais penalidades, ser adicionado dvidagarantida pela cauo, ressalvado ao credor o direito de execu-tar desde logo o devedor, inclusive pela parcela da dvida assimacrescida.

    CAPTULO IIDa Alienao Fiduciria de Coisa Imvel

    Art. 22. A alienao fiduciria regulada por esta Lei onegcio jurdico pelo qual o devedor, ou fiduciante, com o es-copo de garantia, contrata a transferncia ao credor, oufiducirio, da propriedade resolvel de coisa imvel.

    Pargrafo nico. A alienao fiduciria poder ser contra-tada por pessoa fsica ou jurdica, podendo ter como objetoimvel concludo ou em construo, no sendo privativa das

    entidades que operam no SFI.Art. 23. Constitui-se a propriedade fiduciria de coisaimvel mediante registro, no competente Registro de Imveis,do contrato que lhe serve de ttulo.

    Pargrafo nico. Com a constituio da propriedadefiduciria, d-se o desdobramento da posse, tornando-se ofiduciante possuidor direto e o fiducirio possuir indireto da coi-

    sa imvel.Art. 24. O contrato que serve de ttulo ao negciofiducirio conter:

    I - o valor do principal da dvida;II - o prazo e as condies de reposio do emprstimo

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    60/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 59

    ou do crdito do fiducirio;

    III - a taxa de juros e os encargos incidentes;IV - a clusula de constituio da propriedade fiduciria,

    com a descrio do imvel objeto da alienao fiduciria e aindicao do ttulo e modo de aquisio;

    V - a clusula assegurando ao fiduciante, enquantoadimplente, livre utilizao, por sua conta e risco, do imvelobjeto da alienao fiduciria;

    VI - a indicao, para efeito de venda em pblico leilo,do valor do imvel e dos critrios para a respectiva reviso;

    VII - a clusula dispondo sobre os procedimentos de quetrata o art. 27.

    Art. 25. Com o pagamento da dvida e seus encargos,resolve-se, nos termos deste artigo, a propriedade fiduciria doimvel.

    1 No prazo de trinta dias, a contar da data deliquidao da dvida, o fiducirio fornecer o respectivo termode quitao ao fiduciante, sob pena de multa em favor deste,equivalente a meio por cento ao ms, ou frao, sobre o valordo contrato.

    2. vista do termo de quitao de que trata o

    pargrafo anterior, o oficial do competente Registro de Imveisefetuar o cancelamento do registro da propriedade fiduciria.Art. 26. Vencida e no paga, no todo ou em parte, a

    dvida e constitudo em mora o fiduciante, consolidar-se-, nostermos deste artigo, a propriedade do imvel em nome dofiducirio.

    1. Para os fins do disposto neste artigo, o fiduciante, ou

    seu representante legal ou procurador regularmente constitudo,ser intimado, a requerimento do fiducirio, pelo oficial do com-petente Registro de Imveis, a satisfazer, no prazo de quinzedias, a prestao vencida e as que se vencerem at a data dopagamento, os juros convencionais, as penalidades e os demais

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    61/598

    60 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    encargos contratuais, os encargos legais, inclusive tributos, as

    contribuies condominiais imputveis ao imvel, alm das des-pesas de cobrana e de intimao.

    2. O contrato definir o prazo de carncia aps o qualser expedida a intimao.

    3. A intimao far-se- pessoalmente ao fiduciante, ouao seu representante legal ou ao seu procurador regularmenteconstitudo, podendo ser promovida, por solicitao do oficialdo Registro de Imveis, por oficiais de Registro de Ttulos eDocumentos da comarca da situao do imvel ou do domicliode quem deva receb-la, ou pelo correio, com aviso de recebi-mento.

    4. Quando o fiduciante, ou seu representante legal ouprocurador regularmente constitudo se encontrar em outro lo-cal, incerto e no sabido, o oficial certificar o fato, cabendo,ento, ao oficial do competente Registro de Imveis promovera intimao por edital, publicado por trs dias, pelo menos, emum dos jornais de maior circulao local ou noutro de comarcade fcil acesso, se no local no houver imprensa diria.

    5. Purgada a mora no Registro de Imveis,convalescer o contrato de alienao fiduciria.

    6. O oficial do Registro de Imveis, nos trs dias se-guintes purgao da mora, entregar ao fiducirio asimportncias recebidas, deduzidas as despesas de cobrana ede intimao.

    7. Decorrido o prazo de que trata o 1, sem apurgao da mora, o oficial do competente Registro de Imveis,certificando este fato, promover, vista da prova do

    pagamento, pelo fiducirio, do imposto de transmisso intervivos, o registro, na matrcula do imvel, da consolidao dapropriedade em nome do fiducirio.

    Art. 27. Uma vez consolidada a propriedade em seunome, o fiducirio, no prazo de trinta dias, contados da data do

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    62/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 61

    registro de que trata o 7 do artigo anterior, promover

    pblico leilo para a alienao do imvel. 1. Se, no primeiro pblico leilo, o maior lance

    oferecido for inferior ao valor do imvel, estipulado na forma doinciso VI do art. 24, ser realizado o segundo leilo, nos quinzedias seguintes.

    2. No segundo leilo, ser aceito o maior lance ofereci-do, desde que igual ou superior ao valor da dvida, das despe-sas, dos prmios de seguro, dos encargos legais, inclusive tribu-tos, e das contribuies condominiais.

    3. Para os fins do disposto neste artigo, entende-se por:I - dvida: o saldo devedor da operao de alienao

    fiduciria, na data do leilo, nele includos os juros convencio-nais, as penalidades e os demais encargos contratuais;

    II - despesas: a soma das importncias correspondentesaos encargos e custas de intimao e as necessrias realizaodo pblico leilo, nestas compreendidas as relativas aos annci-os e comisso do leiloeiro.

    4. Nos cinco dias que se seguirem venda do imvel noleilo, o credor entregar ao devedor a importncia quesobejar, considerando-se nela compreendido o valor da

    indenizao de benfeitorias, depois de deduzidos os valores dadvida e das despesas e encargos de que tratam os 2 e 3,fato esse que importar em recproca quitao, no seaplicando o disposto na parte final do art. 516 do Cdigo Civil.

    5. Se, no segundo leilo, o maior lance oferecido no forigual ou superior ao valor referido no 2, considerar-se- extintaa dvida e exonerado o credor da obrigao de que trata o 4.

    6. Na hiptese de que trata o pargrafo anterior, ocredor, no prazo de cinco dias a contar da data do segundo leilo,dar ao devedor quitao da dvida, mediante termo prprio.

    Art. 28. A cesso do crdito objeto da alienao fiduciriaimplicar a transferncia, ao cessionrio, de todos os direitos e

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    63/598

    62 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    obrigaes inerentes propriedade fiduciria em garantia.

    Art. 29. O fiduciante, com anuncia expressa dofiducirio, poder transmitir os direitos de que seja titular sobreo imvel objeto da alienao fiduciria em garantia, assumindoo adquirente as respectivas obrigaes.

    Art. 30. assegurada ao fiducirio, seu cessionrio ou su-cessores, inclusive o adquirente do imvel por fora do pblicoleilo de que tratam os 1 e 2 do art. 27, a reintegrao naposse do imvel, que ser concedida liminarmente, para desocu-pao em sessenta dias, desde que comprovada, na forma dodisposto no art. 26, a consolidao da propriedade em seu nome.

    Art. 31. O fiador ou terceiro interessado que pagar a dvi-da ficar sub-rogado, de pleno direito, no crdito e na proprie-dade fiduciria.

    Art. 32.Na hiptese de insolvncia do fiduciante, fica as-segurada ao fiducirio a restituio do imvel alienadofiduciariamente, na forma da legislao pertinente.

    Art. 33. Aplicam-se propriedade fiduciria, no que cou-ber, as disposies dos arts. 647 e 648 do Cdigo Civil.

    CAPTULO IIIDisposies Gerais e Finais

    Art. 34. Os contratos relativos ao financiamento imobili-

    rio em geral podero estipular que litgios ou controvrsias entreas partes sejam dirimidos mediante arbitragem, nos termos dodisposto na Lei n 9.307, de 24 de setembro de 1996.

    Art. 35. Nas cesses de crdito a que aludem os arts. 3,18 e 28, dispensada a notificao do devedor.

    Art. 36. Nos contratos de venda de imveis a prazo, in-clusive alienao fiduciria, de arrendamento mercantil de

    imveis, de financiamento imobilirio em geral e nos ttulos deque tratam os arts. 6, 7 e 8, admitir-se-, respeitada alegislao pertinente, a estipulao de clusula de reajuste e dascondies e critrios de sua aplicao.

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    64/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 63

    Art. 37. s operaes de arrendamento mercantil de im-

    veis no se aplica a legislao pertinente locao de imveisresidenciais, no residenciais ou comerciais.

    Art. 38. Os contratos resultantes da aplicao desta Lei,quando celebrados com pessoa fsica, beneficiria final da ope-rao, podero ser formalizados por instrumento particular, nose lhe aplicando a norma do art. 134, II, do Cdigo Civil.

    Art. 39. s operaes de financiamento imobilirio em

    geral a que se refere esta Lei:I - no se aplicam as disposies da Lei n 4.380, de 21

    de agosto de 1964, e as demais disposies legais referentes aoSistema Financeiro da Habitao - SFH;

    II - aplicam-se as disposies dos arts. 29 a 41 do Decre-to-lei n 70, de 21 de novembro de 1966.

    Art. 40. Os incisos I e II do art. 167 da Lei n 6.015, de

    31 de dezembro de 1973, passam a vigorar acrescidos, respec-tivamente, dos seguintes itens:

    Art.167.I - 35) da alienao fiduciria em garantia de coisa imvel.II- 17) do Termo de Securitizao de crditos imobilirios,

    quando submetidos a regime fiducirio.

    Art. 41. O Ministro de Estado da Fazenda poderexpedir as instrues que se fizerem necessrias execuo dodisposto nesta Lei.

    Art. 42. Esta Lei entra em vigor na data de suapublicao.

    Braslia, 20 de novembro de 1997; 176 daIndependncia e 109 da Repblica.

    FERNANDO HENRIQUE CARDOSOPedro MalanAntonio Kandir

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    65/598

    64 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DOBRASIL

    .......................Art. 139. Na vigncia do estado de stio decretado com

    fundamento no art. 137, I, s podero ser tomadas contra aspessoas as seguintes medidas:

    .......................

    V - busca e apreenso em domiclio;......................

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    66/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 65

    LEI N 5.869, DE 11 DE JANEIRO DE 1973Institui o Cdigo de Processo Civil

    ..........................

    Art. 173. Durante as frias e nos feriados no sepraticaro atos processuais. Excetuam-se:I - a produo antecipada de provas (art. 846);II - a citao, a fim de evitar o perecimento de direito, e

    bem assim o arresto, o seqestro, a penhora, a arrecadao, abusca e apreenso, o depsito, a priso, a separao decorpos, a abertura de testamento, os embargos de terceiro, a

    nunciao de obra nova e outros atos anlogos.Pargrafo nico. O prazo para a resposta do ru s come-ar a correr no primeiro dia til seguinte ao feriado ou s frias.

    ..........................Art. 461. Na ao que tenha por objeto o cumprimento

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    67/598

    66 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    de obrigao de fazer ou no fazer, o juiz conceder a tutela

    especfica da obrigao ou, se procedente o pedido,determinar providncias que assegurem o resultado prticoequivalente ao do adimplemento.

    ................... 5. Para a efetivao da tutela especfica ou para a ob-

    teno do resultado prtico equivalente, poder o juiz, de ofcioou a requerimento, determinar as medidas necessrias, taiscomo a busca e apreenso, remoo de pessoas e coisas,desfazimento de obras, impedimento de atividade nociva, almda requisio de fora policial. (Redao dada ao artigo pelaLei n 8.952, de 13.12.94)

    ............................Art. 625. No sendo a coisa entregue ou depositada, nem

    admitidos embargos suspensivos da execuo, expedir-se-,em favor do credor, mandado de imisso na posse ou de buscae apreenso, conforme se tratar de imvel ou de mvel(Redao dada pela Lei n 5.925/73).

    ...........................Art. 738. O devedor oferecer os embargos no prazo de

    dez dias, contados: (Redao dada ao caput e inciso I pela

    Lei n 8.953 de 13.12.94)I - da juntada aos autos da prova da intimao dapenhora;

    II - do termo de depsito (art. 622);III - da juntada aos autos do mandado de imisso na pos-

    se, ou de busca e apreenso, na execuo para a entrega decoisa (art. 625);

    IV - da juntada aos autos do mandado de citao, naexecuo das obrigaes de fazer ou de no fazer.

    ...........................SEO IV

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    68/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 67

    DA BUSCA E APREENSO

    Art. 839. O juiz pode decretar a busca e apreenso depessoas ou de coisas.

    Art. 840. Na petio inicial expor o requerente as razesjustificativas da medida e da cincia de estar a pessoa ou a coisano lugar designado.

    Art. 841. A justificao prvia far-se- em segredo dejustia, se for indispensvel. Provado quanto baste o alegado,expedir-se- o mandado que conter:

    I - a indicao da casa ou do lugar em que deve efetuar-sea diligncia;

    II - a descrio da pessoa ou da coisa procurada e odestino a lhe dar;

    III - a assinatura do juiz, de quem emanar a ordem.

    Art. 842. O mandado ser cumprido por dois oficiais dejustia, um dos quais o ler ao morador, intimando-o a abrir asportas.

    1. No atendidos, os oficiais de justia arrombaro asportas externas, bem como as internas e quaisquer mveis ondepresumam que esteja oculta a pessoa ou a coisa procurada.

    2. Os oficiais de justia far-se-o acompanhar de duas

    testemunhas. 3. Tratando-se de direito autoral ou direito conexo do

    artista, intrprete ou executante, produtores de fonogramas eorganismos de radiodifuso, o juiz designar, para acompanha-rem os oficiais de justia, dois peritos aos quais incumbir con-firmar a ocorrncia da violao antes de ser efetivada aapreenso.

    Art. 843. Finda a diligncia, lavraro os oficiais de justiaauto circunstanciado, assinando-o com as testemunhas.

    ..............................Art. 905. Sem prejuzo do depsito ou da priso do ru,

    lcito ao autor promover a busca e apreenso da coisa. Se estafor encontrada ou entregue voluntariamente pelo ru, cessar apriso e ser devolvido o equivalente em dinheiro.

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    69/598

    68 Busa Mackenzie M ichel lazzo

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    70/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia

    JULGADOSSELECIONADOS

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    71/598

    70 Busa Mackenzie M ichel lazzo

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    72/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 71

    Txi - Mora do devedor - Financiamento pela CaixaEconmica Federal - Consignao em pagamento - Per-manncia do bem em poder do financiado - Possibilidade -

    Recurso especial no conhecido.(JSTJ e TRF - Volume 108 - Pgina 223)RECURSO ESPECIAL N. 130.985 - PE (97.0031928-8)Terceira Turma (DJ, 30.03.1998)Relator: Exmo Sr. Ministro Waldemar ZveiterRecorrente: Caixa Econmica Federal - CEFRecorrido: Elion Semeo de Azevedo

    Advogados: Drs. Maria Cleide Galvo Dornelas e outrose Jos de Assis Braz e outrosEMENTA: - AGRAVO DE INSTRUMENTO. TXI.

    MORA DO DEVEDOR. BUSCA E APREENSO.CONSIGNATRIA EM PAGAMENTO. PERMANNCIADO BEM COM O DEVEDOR.

    I - Busca e apreenso de txi financiado pela Caixa Eco-

    nmica Federal. Concomitncia de aes de consignao empagamento e de busca e apreenso, correndo em Juzo.II - Permanncia do bem em poder do financiado como

    meio de prover seu sustento e de sua famlia, assim como depossibilitar recursos para cumprimento das obrigaes assumi-das no financiamento.

    III - Recurso no conhecido.

    ACRDOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs.

    Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justia, naconformidade dos votos e das notas taquigrficas a seguir, porunanimidade, no conhecer do recurso especial. Participaram

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    73/598

    72 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    do julgamento os Srs. Ministros Menezes Direito, Costa Leite,

    Nilson Naves e Eduardo Ribeiro.Custas, como de lei.Braslia, 3 de fevereiro de 1998 (data do julgamento).Ministro COSTA LEITE, Presidente - Ministro

    WALDEMAR ZVEITER, Relator.RELATRIOO EXMO. SR. MINISTRO WALDEMAR ZVEITER: -

    Cuida-se de Ao de Busca e Apreenso de veculo, alienadofiduciariamente a Decreto-lei n. 911/69, art. 3.

    Aforada a Ao, requereu liminarmente a Autora, CaixaEconmica Federal, a apreenso do bem automotor (txi).

    Concedida a liminar, agrava de instrumento o Ru e, cas-sada essa liminar, deu-se provimento ao Agravo, em deciso,assim ementada (fls. 42):

    AGRAVO DE INSTRUMENTO. TXI. MORA DODEVEDOR. DEFERIMENTO DE LIMINAR DE BUSCA EAPREENSO. PRINCPIOS DO CONTRADITRIO EDA AMPLA DEFESA. CUNHO SATISFATIVO DALIMINAR.

    I - No de bom alvitre determinar a busca e apreenso

    de bem alienado fiduciariamente, ainda quando em mora odevedor, sem que o mesmo tenha tido a oportunidade deapresentar sua defesa, o que constitui violao ao princpio dodevido processo legal, agasalhado na Constituio Federal de1988.

    II - Correlao de aes de consignao em pagamento ede busca e apreenso havidas no mesmo Juzo singular.

    III - A concesso da liminar de busca e apreenso doveculo alienado, possui carter satisfativo, expressamente proi-bido pelo art. 1, 3 da Lei n. 8.437/92, e pode acarretar aprivao do financiado, do nico meio de subsistncia seu e desua famlia.IV - Agravo provido.

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    74/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 73

    Irresignada, apresenta a Caixa Econmica Federal, Especi-

    al (art. 105, III, a e c), onde aponta que o decisum teriaferido o art. 3 do Decreto-lei n. 911/69 e dissentido da exegeseque alguns precedentes colacionados versam sobre o tema - fls.45.

    Na instncia de origem (fls. 57), deferiu-se oprocessamento do apelo pela dissidncia interpretativa, postoque comprovados os requisitos de sua admissibilidade.

    o relatrio.VOTOEMENTA: - AGRAVO DE INSTRUMENTO. TXI.

    MORA DO DEVEDOR. BUSCA E APREENSO.CONSIGNATRIA EM PAGAMENTO. PERMANNCIADO BEM COM O DEVEDOR.

    I - Busca e apreenso de txi financiado pela Caixa Eco-

    nmica Federal. Concomitncia de aes de consignao empagamento e de busca e apreenso, correndo em Juzo.

    II - Permanncia do bem em poder do financiado comomeio de prover seu sustento e de sua famlia, assim como depossibilitar recursos para cumprimento das obrigaes assumi-das no financiamento.

    III - Recurso no conhecido.

    O EXMO. SR. MINISTRO WALDEMAR ZVEITER(Relator): - As judiciosas razes do eminente Relator foramassim deduzidas (fls. 38/39):

    Penso haver motivos para se prover o presente agravo,no obstante as louvveis consideraes arroladas pelo ilustreMagistrado singular em seu despacho. Portanto, merece reformaa douta deciso impugnada pelos fundamentos aqui esposados.

    Verifico que no foi dada oportunidade ao agravante, naao de busca e apreenso, de apresentar sua defesa, o queconstitui flagrante violao ao devido processo legalconsagrado em nossa Constituio Federal de 1988.

    No me parece de bom proceder determinar, ainda que

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    75/598

    74 Busa Mackenzie M ichel lazzo

    em mora o devedor, a busca e apreenso do bem alienado

    fiduciariamente, sem que ao mesmo seja oferecida a chance decontestar os fatos alegados pela requerente (CEF).

    Em existindo, na espcie, duas aes correlatas, aconsignatria em pagamento, ajuizada pelo agravante, e a de bus-ca e apreenso, interposta pela agravada, salutar deciso finalque se tenha cautela para que se permita que o bem em juzo, nocaso o veculo txi, permanea na situao originria e prestandoos servios a ela destinados pelo contrato a que se vincula.

    Observa-se que em sua ao autnoma (a de busca eapreenso) a CEF pretendeu, atravs do deferimento daliminar, a satisfao do dbito.

    Assim, com a busca e apreenso do bem alienado, esgo-tar-se-ia o objeto daquela demanda antes mesmo do seu incio,privando-se o agravante de um bem que pode constituir o nicomeio de sobrevivncia seu e de sua famlia, inclusive para buscarrecursos necessrios ao financiamento de sua defesa e mesmoos meios para saldar suas obrigaes.

    Explicitando mais claramente: o indeferimento da liminarde busca e apreenso do bem, pouco ou nenhum prejuzo acar-retaria agravada - CEF, que, em sendo vitoriosa na demanda,

    teria a restituio do bem alienado fiduciariamente.O mesmo no se pode dizer do agravante caso tenha oseu veculo apreendido. O prejuzo que tal ato lhe ser, semdvida, muito mais danoso, pois antes mesmo de ser declaradovencedor ou vencido aps o julgamento da ao que contra sifoi proposta, ter sofrido, antecipadamente, a sua punio.

    O Egrgio Plenrio desta Corte Regional j se pronunciou,

    em deciso unnime, sobre o tema qui versado, conformeementa que registro:AGRAVO REGIMENTAL. LIMINAR QUE DETER-

    MINA EFEITO SUSPENSIVO A AGRAVO DE INSTRU-MENTO.

  • 7/22/2019 Busa Mackenzie Micellazzo - Da Busca e Apreenso na Alienao Fiduciria

    76/598

    Da Busca e Apreenso na Al ienao F iducir ia 75

    I - Busca e apreenso de txi financiado pela Caixa Eco-

    nmica Federal. Concomitncia de aes de consignao empagamento e de busca e apreenso correndo em Juzo.

    II - Permanncia da coisa (txi) em poder do financiado,no s por ser o nico meio de manuteno de si mesmo e desua famlia, alm de sua explorao facilitar a aquisio demeios para cumprimento das obrigaes assumidas.

    III - Situao provisria at deciso final das demandas.IV - Agravo Regimental improvido (AgRg no MS n.

    47.868/PE, Rel. Juiz JOS DELGADO).O apelo merece reexame pela divergncia pretoriana.Sem razo, porm, a Caixa Econmica recorrente.A tese jurdica acolhida pelo aresto recorrido, da lavra do

    eminente Min. JOS DELGADO, quando pontificava naqueleColegiado Regional (TRF - PE), escorreita e encontra resso-nncia tambm em julgados da Terceira Turma, como o AGA n.124.618/PR, de minha relatoria, assim ementado:

    AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO REGI-MENTAL. ALIENAO FIDUCIRIA. BUSCA E APRE-ENSO. PERMANNCIA DOS BENS COM O DEVE-DOR. MATRIA DE PROVA.

    I - Maquinrio indispensvel atividade da empresa deve-dora, apreendido em ao de busca e apreenso, pode perma-necer na posse da R. Tal desiderato no ofende dispositivosdo Decreto-lei n. 911/69.

    II - Tal fundamento requer reavaliao de fatos sobera