contemporaneu - arquitetura contemporânea #02
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Nesta segunda edição a revista Contemporaneu apresenta o escritório croata 3LHD, que une bom humor e criatividade em seus projetos de diferentes escalas. Os espanhóis do ACXT, os australianos do Grant Amon Achitects e os argentinos do BAK Arquitectos são alguns dos escritórios presentes nesta edição.TRANSCRIPT
#02
projeto de concurso
estante concursoseditorial
especial arquiteto
concursos agendaurbano projetos de estudantes
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edito
rial
Internet, arquitetura e supermercado.
29 anos atrás Bernard Tschumi discute programa e desfaz a ideia de arquitetura enquanto ilustração em Arquitetura e Limites III. Há 20 anos não se vislumbrava a possibilidade de obter, em segundos, informação de qualquer parte do mundo, de qualquer coisa. Imagens em tempo real do CityLife, em Milão. Agora!
A Iugoslávia acabava, a Croácia renascia. 1994: surge o 3LHD. 3 Lefthanders and a Hard Disk: somente um dos 4 sócios tolera com-putadores. Guerra com a Sérvia, nada de livros, economia estagnada. A internet como formação, e-mails para fabricante suíço... Memorial Bridge.
Supermercado tirolês é mecenas, o mundo agradece. Era digital. E continua sendo: IBM em Timişoara, piauienses na Angola. Iraquiana, japonês e polonês-americano na Itália. Contemporaneu no Brasil. La-tim. Espanha, Argentina, Romênia. Estonianos na Lituânia. Antes, am-bos, URSS. Noruega, Austrália e Canadá. IDHs altos, respeito pelo local, pelo presente e pelo passado. Reaproveitamento com vistas ao futuro. Concreto aparente, superadobe, resort luxuoso, habitação popular. Dife-rentes culturas, propostas distintas.
Um punhado delas aqui. É só escolher e colocar no carrinho. Não precisa passar no caixa.
Equipe Contemporaneu
8 | contemporaneu #02
Editor Chefe: Gabriel VespucciDiretora de Arte: Francis GraeffFotógrafos desta edição: Damir Fabijanic, Iñigo Bujedo, Shai Gil,
Gustavo Sosa Pinilla, Ovidiu Micsa, Marko Huttunen, Kaido Haagen, Kim
Müller, Peter Bennetts, Lukas Schaller, Paul Ott, Thomas Jantscher, Günter R.
Wett, Simon Rainer.Agradecimento: Andres Ojari, Bindya Lad, Diorella Fortunati, Djalma Lima,
Elina Tenho, Kara Finlay, Kristine Øksendal, Lucas Felício Costa, Mladena Žarković, Natalia Glez. Matrelle, Nuno Diogo Lopes Serrão Soares da Costa,
Ovidiu Micsa.
Ano 01Edição #02
Capa: Polyclinic STArquiteto: 3LHD
Para dúvidas, sugestões, críticas, entre em contato com a Contempo-raneu - arquitetura contemporânea pelo email:[email protected]
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esta
nte
10 | contemporaneu #02
Compilada com a colaboração do próprio arquiteto, esta monografia, de autoria de Philip Jodidio, expõe a carreira de Shigeru Ban desde a abertura de seu escritório em 1985, após trabalhar para Arata Iso-zaki e receber o diploma de arquiteto pela Cooper Union School of Architecture, em Nova Iorque. Além de excelente arquiteto, Ban utiliza de maneira original materias pouco convencionais para estru-turar seus projetos para refugiados de catástrofes naturais como em Kobe e Nova Orleans. São 464 páginas que abordam todas as obras do arquiteto de 1985 até 2010.
Shigeru Ban, Complete Works
1985-2010Philip Jodidio
Taschen
Com 45 estudos de renovações contemporâneas e mais de 1000 fotografias coloridas, funcionali-dade e estética se reúnem neste completo livro de referências. Renovated Houses in Style conta ainda com plantas baixas, croquis e comentários dos arquitetos responsáveis pelos projetos. Esta obra é um importante guia de referência e inspiração para todos profissionais interessados nos últimos conceitos e tendências em renovação de edifícios.
Sistemas arquitetônicos contemporâneos apresenta uma nova visão da arquitetura contem-porânea – desde o início do século XX até o início do século XXI. Tomando como ponto de partida a crise do objeto arquitetônico isolado, enfatiza especialmente as relações entre os ed-ifícios e os valores do espaço público por eles definido. Baseando−se no conceito de sistema, reescreve a história recente da arquitetura segundo a capacidade dessa de desenvolver formas que se adaptem melhor ao contexto. Os exemplos estudados neste livro situam−se na escala comum entre a arquitetura, o urbanismo e a paisagem, naquele âmbito em que a arquitetura configura a cidade, e as obras nele analisadas são de autoria de arquitetos reconhecidos por sua postura intelectual, humanista e contextualizada.
Sistemas arquitetônicos contemporâneosJosep Maria MontanerEditorial Gustavo Gili
Renovated Houses in Style
Roberto BotturaLINKS BOOKS
contemporaneu #02 | 11
Com 45 estudos de renovações contemporâneas e mais de 1000 fotografias coloridas, funcionali-dade e estética se reúnem neste completo livro de referências. Renovated Houses in Style conta ainda com plantas baixas, croquis e comentários dos arquitetos responsáveis pelos projetos. Esta obra é um importante guia de referência e inspiração para todos profissionais interessados nos últimos conceitos e tendências em renovação de edifícios.
1000 páginas com 1000 projetos que vão do Canadá à Argentina, passando por projetos da América do Sul, Norte, Central e Caribe e pelos novos arquitetos que estão definindo a arquitetura contemporânea do continente americano. Nomes como Oscar Niemeyer, Daniel Libeskind, Alejandro Aravena fazem parte desta seleção que mostra projetos tanto em grandes cidades quanto em locais isolados. No livro também estão presentes informações de todos os projetos com nome do escritório e site, ano em que foi termi-nada a construção, tipologia e localização.
Sistemas arquitetônicos contemporâneos apresenta uma nova visão da arquitetura contem-porânea – desde o início do século XX até o início do século XXI. Tomando como ponto de partida a crise do objeto arquitetônico isolado, enfatiza especialmente as relações entre os ed-ifícios e os valores do espaço público por eles definido. Baseando−se no conceito de sistema, reescreve a história recente da arquitetura segundo a capacidade dessa de desenvolver formas que se adaptem melhor ao contexto. Os exemplos estudados neste livro situam−se na escala comum entre a arquitetura, o urbanismo e a paisagem, naquele âmbito em que a arquitetura configura a cidade, e as obras nele analisadas são de autoria de arquitetos reconhecidos por sua postura intelectual, humanista e contextualizada.
Renovated Houses in Style
Roberto BotturaLINKS BOOKS
1000 x Architecture of the Americas
Verlagshaus Braun
12 | contemporaneu #02
Brasil
Architectour - Seminário Internacional de Arquitetura para a Cul-tura e o Turismo15, 16 e 17/09/2010Gramado – Rio Grande do Sul
Mundo
12a Bienal de Arquitetura de Veneza29/08/2010 a 21/11/2010Veneza – Itália
4a Trienal de Arquitetura de Oslo22/09/2010 a 01/10/2010Oslo – Noruega
Congresso Internacional de Arquitetura Latinoamericana06, 07 e 08/10/2010Rosário – Argentina
Bienal Iberoamericana de Arquitectura y Urbanismo11 a 17/10/2010 Medellín - Colômbia
Trienal de Arquitectura de Lisboa14/10/2010 a 16/01/2011Lisboa – Portugal
Interieur 201015 a 24/10/2010Kortrijk - Bélgica
agenda
contemporaneu #02 | 13
Divulgue um evento ou concurso: envie e-mail para [email protected]
Estudantes
Concurso CBCA 2010Inscrições até 30/07/2010
World Architecture Festival - Student CompetitionInscrições até 31/07/2010
Archiprix International 2011Inscrições até 01/08/2010
Arquitetos
Making Space 2010Inscrições até 08/08/2010
Royal Parks Foundation Drinking FountainEnvio do material até 22/09/2010
Arquitetos e Estudantes
FORMCitiesInscrições até: 15/08/2010
Playable10: International Design CompetitionInscrições até 01/10/2010
2o Prêmio Suvinil de InovaçãoInscrições até 10/10/2010
concursos
3LHDFotos: Damir Fabijanic
Centre Zamet: localizado na cidade de Rijeka, Croácia,
o programa engloba 13 lojas, biblioteca,
ginásio de handebol e praça pública.
16 | contemporaneu #02
O edifício conecta, através de seu espaço público, os diferentes níveis da topografia acidentada de seu entorno.A utilização dos elementos arquitetônicos em fita no sentido norte-sul delimitam os espaços públicos e privados. As duas primeiras fitas abri-gam os espaços comerciais, a terceira, a biblioteca e o volume maior, o ginásio e o café.
contemporaneu #02 | 17
3LHD
Estilistas, fotógrafos, cineastas, arquitetos. O que eles tem em comum? Para o escritório croata 3LHD, a colaboração entre os diver-sos campos das artes tem condu-zido a reconhecimento e inúmeros prêmios para o estúdio que, em 16 anos de trabalho, já ganhou mais de 10 concursos nacionais e inter-nacionais e possui uma extensa lista de segundos e terceiros lugares. Além da grande participação nos concursos, o escritório está entre o seleto grupo de arquitetos com a oportunidade de realizar grandes obras arquitetônicas e urbanísticas, a exemplo do complexo esportivo e cultural Centre Zamet, de 16.830 m2 e o projeto Riva Split, de mais de 14.000 m2, às margens do Mediter-râneo.
Os 51 mil azulejos que formam a cobertura do
centro mostram a in-teração dos arquitetos com outros profissio-
nais, utilizando padrões gráficos como estampa
para a edificação, e a influência da paisagem
natural croata, com a releitura das pedras
gromača, comuns na região.
18 | contemporaneu #02
A relação dos sócios Sasa Begovic, Marko Dabrovic, Tanja Grozdanic e Silvije Novak, que representam a nova geração da arquitetura cro-ata, começou após receberem o primeiro lugar em uma competição em Zagreb, quando três estudantes de arquitetura e um arquiteto ti-veram a necessidade de registrar o escritório. O nome 3LHD surgiu de uma brincadeira entre os sócios: significa 3 Lefthanders and a Hard Disk [três canhotos e um disco rígi-do], já que três dos sócios são ca-nhotos e um apenas tinha paciência para mexer em computadores. Isso em meados de 1994, data da for-mação do escritório.Preocupados com a ligação entre obra e entorno, todos os projetos são discutidos pelos quatro sócios e seus colaboradores -ora fotógra-fos, ora designers gráficos, esti-listas, engenheiros- e a partir daí concebem o projeto de edificação enquanto experiência visual e sen-sorial.Suas influências são nitidamente as riquezas naturais da paisagem cro-ata, além de filósofos como Manuel DeLanda e a própria história de seu país.
O ginásio de handebol, projetado para ser um espaço flexível, possui 2380 acentos retráteis. Para treinos, em que não é necessário a arquibancada, ela é escondida nas paredes dando lugar a duas quadras no sentido transversal. Para as competições, os acentos são expostos e utiliza-se a quadra principal, no sentido longitudinal. O espaço possui também área de imprensa, sala de reuniões, vestiários, auditório.
3LHD
20 | contemporaneu #02
Planta Baixa Pavimento Térreo
Planta Baixa Primeiro Pavimento
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3LHD
Corte Longitudinal
Corte Transversal
Fachada Oeste
22 | contemporaneu #02
Polyclinic ST: fruto do concurso para cons-trução do centro médico em Split, Croácia, o projeto recebeu primeiro lugar utilizando o programa de necessidades ver-ticalmente, com áreas públicas no térreo e primeiro pavimento, clínica e administração nos cinco pavimentos superiores e estaciona-mento no subsolo.
contemporaneu #02 | 23
3LHD
Por se tratar de um país que vi-veu, recentemente, longo período de guerra, os arquitetos do 3LHD afirmam que a única maneira -en-quanto estudantes e em início da carreira profissional- para obter informações sobre o mundo da ar-quitetura era através da internet, pela dificuldade de se conseguir livros. A internet, mesmo incipien-te, não só possibilitou conhecer a
arquitetura mundial feita durante a década de noventa, mas tam-bém o contato com fornecedores de outros países. Desta forma, in-clusive, foi possível a construção de um de seus primeiros e mais importantes projetos, o Memorial Bridge, já que a única forma de enviar os desenhos técnicos ao fabricante da estrutura de aço, na Suíça, era por e-mail.
A fachada recebe um invólucro composto por faixas horizontais que tem função de prote-ger a edificação contra o sol, dar privacidade e, ao mesmo tempo, permitie que os espa-ços internos recebam iluminação natural.
contemporaneu #02 | 27
3LHD
A arquitetura e o urbanismo são tão importantes para os sócios do es-critório quanto o design de interiores. Eles consideram inseparáveis os três níveis de escala no processo proje-tual, dependentes um do outro para completar o todo. Além disso, acredi-tam que no futuro, pelo aumento do preço dos imóveis e a escassez de terrenos, o papel do arquiteto será o de transformar espaços já construí-dos, aumentando a necessidade de pensar sobre o interior dos espaços.Enquanto o futuro não chega, es-peramos que o escritório continue com seus projetos multidisciplinares e inspiradores para os arquitetos de hoje.
O projeto para o centro desportivo da cidade de Bale, Croá-cia, enfrentou como principal desafio conectar a construção contemporânea com o entorno, repleto de edificações históricas em uma cidade predominantemente agrícola de 1000 habitantes.
A inspiração para o projeto veio do kažun, um refúgio construído
com pedras e utilizados por pastores para se refugiarem das altas
temperaturas do verão.O ginásia serve tanto para a escola ao qual
está conectado quanto para a população local, que possui acesso pela
via pública.
30 | contemporaneu #02
Planta Baixa Pavimento Térreo
Corte Longitudinal
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3LHD
Planta Baixa Primeiro Pavimento
Corte Transversal
Loja da rede em Wenns, Áustria, projetada por Astrid Tschapeller e Rainer Köberl.
Luka
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halle
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A rede de supermercados que investiu em tipologias
diferentes em cada loja.
MPreis
O que você conhece de arquitetura comercial? Grande parte das marcas possuem padrões tanto gráficos como arquitetônicos para sua identificação imediata. Seguindo essa linha de ra-ciocínio, a rede austríaca de supermer-cados MPreis fez o oposto e, a partir da década de oitenta, começou a se dis-tinguir das demais por utilizar projetos arquitetônicos únicos em cada unidade da rede.Criada em meados da década de 20, em Innsbruck, a primeira mercearia da aus-tríaca Therese Mölk foi gradativamente dando espaço para lojas maiores até que, em 1974, foi fundado o primeiro
supermercado da MPreis, sob a direção dos netos da sra. Mölk, com inovações na forma de comprar, hoje já consagra-das, como o fato de cada pessoa circu-lar com um carrinho e escolher os seus produtos sem mais ter que pedir para um funcionário atrás de um balcão. Sem seguir estratégias comerciais, a terceira geração da família no negócio chamou o arquiteto, Heinz Planatscher, para construir algumas novas unidades da rede. Com a amizade construída en-tre o arquiteto e os donos da empresa, Planatscher inspirou a rede a investir em espaços arquitetônicos qualificados.
comercialG
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MPreis
A geometria rígida e a grande quantidade de vidro utilizado no
projeto de Dominique Perrault, foi inspirada na fábrica de cristais
Swarovski, que fica próxima ao supermer-
cado, em Wattens.
Thomas Jantscher
O edifício em Telfs, projetado por Peter Lorenz, é determinado por uma fita contínua e painéis de vidro.
38 | contemporaneu #02
comercial“No início os arquitetos geralmente se recusavam a projetar supermercados, consideravam um trabalho inferior. Após a inspiração do sr. Planatscher começamos a trabalhar com jovens ar-quitetos locais. Agora é o contrário, os arquitetos nos procuram para ofe recer as suas ideias com a esperança de rea-lizar um projeto conosco”, afirmou Han-sjörg Mölk.De arquitetos mundialmente famosos, como o francês Dominique Perrault, a locais, como Peter Lorenz, todos tra-balham em conjunto com a equipe da Mpreis para desenvolver os proje-tos das novas unidades, tendo como diretrizes principais as grandes abertu-ras, iluminação natural, espaços aber-tos, pé-direito alto. O reconhecimento pelo zelo arquite-tônico da empresa veio a partir de 1993, com prêmios nacionais e inter-nacionais, mas o que firmou a relação arquitetônica da empresa foi o convite de representar a Áustria na Bienal de Veneza de 2004.A rede de supermercados concentra a maioria de suas lojas no Tirol, apropri-ando-se da paisagem dos alpes tirole-ses e conformando seus projetos com o terreno para tirar maior proveito da vista e criando um espaço não só de compras, mas espaços agradáveis de convivência e contemplação.
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MPreis
“Hoje, as pessoas no Tirol pensam no Mpreis quando passam por um edifício em constução, cheio de madeira, vi-dro, etc. Nós não colocamos um car-taz anunciando que ali será uma loja Mpreis. As pessoas ficam curiosas e nos associam com projetos modernos e diversificados. Todas as lojas são dife-rentes uma das outras, mas tem uma coisa em comum: o cubo vermelho, a logomarca da nossa empresa”, comple-tou Hansjörg Mölk.
Página ao lado:Acima: MPreis Bahnhof,
projeto de Rainer Köberl. Meio: MPreis Achenkirch, projeto
de Giner & Wuch-erer. Abaixo: MPreis Niederndorf, projeto
de Peter Lorenz. Nesta página: MPreis Matrei in Osttirol, projeto de Hans Peter Machné.
Paul Ott
Imagens: cortesia de MPreis
CityLifeMilão, Itália
urbano
Milão, capital mundial da moda e co-ração financeiro italiano, cidade que um dia foi capital do Império Roma-no do Ocidente e também do reinado de Napoleão, completará, até 2014, um dos maiores projetos de renova-ções urbanas da Europa.Já com as obras avançadas, em um tempo total de construção de 7 anos, Arata Isozaki, Daniel Libeskind e Zaha Hadid são os arquitetos
Museu de Arte Contemporânea
contemporaneu #02 | 43
CityLife
responsáveis pelo projeto do City-Life, um empreendimento que está sendo construído sobre 255 mil me-tros quadrados da antiga área de ex-posições da Feira de Milão.O antigo sítio da famosa Feira de Milão -desocupado em 2005, quando da inauguração do novo pavilhão para o evento na vizinha Rho- rece-beu esforços desde 2003 a fim de evitar o abandono e transformar essa imensa área, próxima ao centro da capital da região da Lombardia.A primeira etapa consistiu em um concurso entre 8 consórcios de em-presas européias que contavam com arquitetos como Norman Foster, Rem Koolhaas, Antonio Citterio, Renzo Piano, do qual foi declarado vence-dor, em julho de 2004, o CityLife, uma associação de 5 empresas da construção civil italiana com pro-jeto dos renomados arquitetos Arata Isozaki, Daniel Libeskind e Zaha Hadid.O projeto vencedor propôs a cons-trução de mais de 117 mil metros quadrados para comércio, 18 mil para serviços e 153 mil para área residencial, dividida em 1.125 apar-tamentos. Além de novos edifícios, a proposta incluia a recuperação
Residências Hadid
Residências Hadid
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CityLife
01 - Il Curvo - Projetada por Daniel Libeskind, a torre possuirá 170 me-tros de altura.
02 - Il Dritto - Projeto de Arata Iso-zaki, possuirá 220 metros de altura.
03 - Lo Storto - Projeto de Zaha Ha-did, possuirá 190 metros de altura.
04 - Museu de Arte Contemporânea - Projeto de Daniel Libeskind, terá 8.000 m2.
05 - Palazzo delle Scintille - Espaço cultural e recreacional para crianças e adolescentes.
06 - Residências Hadid - 7 blocos de 5 a 13 pavimentos.
07 - Residências Libeskind - 9 blocos de 4 a 13 pavimentos.
08 - Parque público - será o terceiro maior da cidade, com 160.000 m2.
urbano
do Pavilhão 3 da antiga feira e sua transformação em espaço cultural e recreativo para crianças e adolescen-tes.As três torres serão marcos visuais para a cidade, cada uma assinada por um dos arquitetos, sendo a projetada pelo japonês Arata Isozaki a maior da Itália, com 220 metros de altura. A nova centralidade possuirá o ter-ceiro mais extenso parque público da cidade, com 160 mil metros quadra-dos, e incluirá o Museu de Arte Con-
Nesta página: Perspectiva do parque público, Museu de Arte Contemporânea e as torres comerciais. Página ao lado: Acima: Il Dritto, de Arata Iso-zaki. Centro: Lo Storto, de Zaha Hadid. Abaixo: Il Curvo, de Daniel Libeskind.
contemporaneu #02 | 47
CityLife
temporânea, ambos projetados pelo polonês-americano Daniel Libeskind.Hadid e Libeskind também assinam a autoria dos blocos residenciais, com detalhes interessantes e tipologias inusitadas. Nenhum automóvel será visível, pois todas as 7 mil vagas de estacionamento serão subterrâneas, transformando o parque em um local sem carros e podendo ser acessado a partir de três estações de metrô. Um delas no coração do espaço, junto ao setor de serviços criado para dar maior autonomia aos moradores e trabalhadores da nova área de Milão.Apesar de não haver grande conexão entre os blocos residenciais, as torres de escritórios e o museu, o CityLife entrará na animada rota de arquitetu-ra contemporânea da cidade, que já conta com obras conhecidas de Mas-similiano Fuksas, Dominique Perrault e Mario Botta.
Acompanhe a obra em tempo real.
Imagens: cortesia de CityLife
envie projetos, projetos de estudantes, desenhos, artigos, fotografias para a
Contemporaneu.
projetos
Casa JDBAK ArquitectosMar Azul, Argentina
Fotos: Gustavo Sosa Pinilla
54 | contemporaneu #02
149 m2
Uma construção rápida, com custos controlados, de baixa manutenção e integrada à paisagem. Tais exigências foram respondidas pelo escritório ar-gentino BAK Arquitectos com a casa JD, inaugurada em 2009 e localizada em Mar Azul, a 100 quilômetros ao norte de Mar del Plata, Argentina. A intenção de utilizar o mínimo de re-cursos materiais e formais é, antes de uma opção estética, um princípio ético de utilização mais racional dos diversos meios disponíveis, segundo
os arquitetos. E a incorporação à paisagem é de forma a pertencer a ela, sem domesticar a realidade exis-tente.O baixo orçamento disponível e a necessidade de acelerar o tempo de execução, aqui, foram fatores de-cisivos nas decisões estético-cons-trutivas. A proteção térmica entre a primavera ao outono [por ser uma casa de veraneio], a resistência à água, a baixa manutenção futura e a expressividade, são os requisitos
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149 m2
responsáveis pela escolha do con-creto aparente como predominante na residência. O concreto, ao lado do vidro, obedece às solicitações formais, estruturais, funcionais e de manutenção. Há também a madeira, apenas no deck externo e degraus da escada que acessa a casa. Exceto cadeiras, sofás e camas, o mobiliário também é de concreto.Foi evitado qualquer tipo de paisagis-mo, não somente para a conveniên-cia de não conservá-lo, mas também para não criar áreas contrastantes com as características naturais da paisagem do privilegiado ambien-te. O terreno de 20m x 30m tem grande inclinação e possui mais de 30 pinheiros de grande porte. Tem a peculiaridade de estar bem acima do nível da rua, o que passa a ser vantagem pela privacidade e a possi-bilidade de se prever grandes abertu-ras. A desvantagem foi a dificuldade em se resolver o acesso ao terreno. Foi solicitada pelos clientes uma residência com utilização em grande parte do ano, com dois quartos e dois banheiros [sendo uma suíte] e uma área social grande o suficiente para constituir espaços para dife-rentes usos, para as situações de
contemporaneu #02 | 57
Casa JD
receber muitos hóspedes. A cozinha deveria ser integrada na área social e a área total construída não pode-ria exceder os 150 m2. O resultado formal é bastante interessante, po-dendo-se destacar a existência de três meios-níveis [quarto inferior, área social e suíte], a falta de peitoris nos decks e varandas, o quarto semi-enterrado e a continuidade espacial estimulada pelos elementos fixos internos de concreto [criado-mudo e guarda-corpo que viram bancos].
contemporaneu #02 | 61
Casa JD
A proposta de habitação foi conce-bida como dois prismas puros, lo-calizados em uma clareira entre as árvores, que se cruzam em ângulos retos. Todas as áreas da área social estão ligadas através de grandes aberturas para os terraços com decks de madeira. No centro da planta, a intersecção dos dois prismas cria um espaço de pé direito duplo, onde está a escada. O entorno penetra na casa visualmente, no caso das jane-las altas horizontais, junto ao teto, e materialmente, de forma radical, quando os pinheiros existentes per-furam certos ambientes.
Término da Construção: 2009Área construída: 149 m2
Área do terreno: 600 m2
Arquitetos: María Victoria Besonías, Luciano Kruk
62 | contemporaneu #02
149 m2
Planta Baixa Pavimento Térreo
Planta Baixa Subsolo
contemporaneu #02 | 63
Casa JD
Corte Transversal
Corte Longitudinal
Corte Transversal
Dubbeldam Design Architects Toronto, Canadá
Fotos: Shai Gil
Residência em Cabbagetown
Um desafio típico em Toronto: al-terar e atualizar edifícios residenciais existentes preservando, obrigatoria-mente, o caráter histórico típico da arquitetura vitoriana na paisagem urbana. Cabbagetown é uma das maiores áreas contínuas e conser-vadas de habitação vitoriana na América. É lá que se encontra esta casa geminada de 125 anos de exis-tência, objeto de estudo e interven-ção do Dubbeldam Design Architects até 2008, data do término das obras.
214 m2
O projeto de reforma resultou numa bem-sucedida valorização do imó-vel. Basicamente operou-se sobre os principais imperativos além da preservação da fachada principal. Melhorar a iluminação e ventilação [são comuns no estilo vitoriano am-bientes escuros e que beiram a insa-lubridade] e ampliar e modernizar a residência, tudo a custos reduzidos, eram as prioridades dos contratantes do escritório canadense.
Dois foram os procedimentos mais evidentes. Primeiramente, a de-molição dos fundos da edificação -parte que não é protegida pelos órgãos locais de preservação do patrimônio- para dar lugar a um anexo visivelmente contemporâneo, todo envidraçado na orientação sul, intensificando a entrada de sol nos meses de inverno. De relevância semelhante é a adição de um ter-ceiro pavimento, que ocupa quase
contemporaneu #02 | 69
Residência em Cabbagetown
a totalidade do perímetro da casa. Interessante notar como o terceiro andar não prejudica a face principal da fachada, sendo invisível aos olhos do pedestre. A casa ganha em área e conforto ambiental com os novos complementos. Além disso, são eliminados corre-dores e divisões internas da parte antiga com o intuito de aumentar a fluidez, para a circulação das pes-soas e do ar. Isso sem falar no ganho de luminosidade, com uma clarabóia central acima da nova escadaria, agora vazada. A clarabóia, além de promover mais luz natural, também responde por uma importante perda de calor, se aberta. O pavimento a mais permitiu a criação de uma biblioteca e uma sala mais íntima no andar intermediário, que garantiu grandes áreas integradas. Revertido o enclausuramento e man-tida a pele vitoriana, a [enfim] con-fortável e saudável residência atende às normas patrimoniais, agrada aos defensores do aspecto histórico-arquitetônico -representado pela fachada conservada- e estimula os entusiastas do diálogo entre antigo e atual, de maneira simples, elegante e nada ostentatória.
70 | contemporaneu #02
214 m2
Término da Construção: 2008Área construída: 214 m2
Arquitetos: Dubbeldam Design Architects
contemporaneu #02 | 71
Residência em Cabbagetown
Grant Amon ArchitectsMount Beauty, AustráliaFotos: Peter Bennetts
Svarmisk Resort & Spa
contemporaneu #02 | 75
Svarmisk Resort & Spa
Este inusitado conjunto de edifica-ções de dois pavimentos faz par-te do Svarmisk Resort & Spa, um complexo voltado ao ecoturismo com inspiração escandinava locali-zado na pequena cidade de Mount Beauty, no sudeste da Austrália, entre Camberra e Melbourne. Con-ta hoje com seis apartamentos de 1, 2 ou 3 quartos, em 2 ou 3 an-
dares.Construído em 2007, os arquitetos buscaram interferir minimamente no local. Foram reutilizados con-creto e tijolos triturados para os muros de contenção e a madeira de pisos, paredes e forros do resort foi reaproveitada dos edifícios que ali existiam.
900 m2
Para evitar o desperdício de e-nergia elétrica, os apartamentos -voltados para o norte- possuem grandes janelas que permitem a entrada de luz natural durante o dia e, aliado com ventilação cruza-da e isolamento eficiente, dispen-sam a utilização de climatizadores durante a maior parte do ano. O paisagismo e a arquitetura res-peitam cuidadosamente o relevo natural, as árvores exóticas e indí-
genas e os contornos da floresta. A expressividade dos edifícios chama a atenção pela grande quantidade de aberturas, assimetria, mis-tura de materiais e cores, ângu-los fortes, pilares fora do prumo. Curiosamente, em planta baixa os projetos são bastante regulares. Todos os edifícios do resort pos-suem sistema de captação de água pluvial para utilização em vasos sanitários e jardins.
80 | contemporaneu #02
900 m2
O prédio isolado sinaliza a entrada do resort. Trata-se de um centro de acolhimento com serviços. É solto do terreno e seu programa define para o térreo as funções de recep-ção, foyer, café e loja. No pavimen-to superior um apartamento com terraço para o gerente, que pode ser convertido em uma unidade de serviços de saúde. A recepção é acessada através de uma pequena ponte sobre o riacho que cruza o terreno.
Término da Construção: 2007Área construída: 900 m2
Arquitetos: Grant Amon, Grant Dixon, Beth CourtneyOrçamento: Slatterys AustraliaConsultor Energia Elétrica: Canville HoldingsConsultor Ambiental: Third EcologyPaisagismo: Land Design Partner-shipConsultor Estrutura: FelicettiPlanejamento: Urban Edge Con-sultantsDesign Gráfico: Chimera Design
contemporaneu #02 | 81
Svarmisk Resort & Spa
82 | contemporaneu #02
900 m2
Implantação
contemporaneu #02 | 83
Svarmisk Resort & Spa
Fachada Oeste
Fachada Norte
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900 m2
Planta Baixa Pavimento Térreo
contemporaneu #02 | 85
Svarmisk Resort & Spa
Planta Baixa Primeiro Pavimento
3+1 architectsVilnius, Lituânia
Fotos: Kaido Haagen
Embaixada Estoniana em Vilnius
1312 m2
contemporaneu #02 | 89
Embaixada Estoniana em Vilnius
Um concurso de arquitetura propi-ciou a construção deste edifício duplamente pioneiro. Além de ser a primeira embaixada da Estô-nia desde sua independência [em 1991], é o primeiro edifício em Vilnius, capital da Lituânia, espe-cialmente concebido para ser uma embaixada – até a 2ª Guerra Mun-dial, a capital lituana era Kaunas. Com cerca de 600 mil habitantes, Vilnius é a maior cidade do país e foi notícia em 2008 por conta de outro concurso: o novo Guggen-heim Hermitage Museum, vencido pela iraquiana Zaha Hadid.
A escandinávia tem um importante papel no processo de constituição da arquitetura da Estônia, casa do 3+1 Architects, escritório vencedor do projeto da embaixada. A geo-grafia ajuda a entender o motivo: Helsinki fica a menos de 100 km da capital Tallinn. Ainda nas primeiras décadas do século 20, os finlande-ses Armas Lindgren e Eliel Saarinen realizaram importantes projetos no mais setentrional dos três países bálticos. A sobriedade e o fun-cionalismo modernos do também finlandês Alvar Aalto e do dina-marquês Arne Jacobsen, porém,
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1312 m2
exerceram a mais forte influência na arquitetura estoniana, a partir dos anos 60. O que se percebe na atualidade é a união desta marca nórdica com elementos locais.O projeto vencedor, de 1996, des-taca-se por aspectos simbólicos e pela organização dos espaços inter-nos, dispostos em sete meios-níveis [o edifício tem três andares e meio de altura]. Cada meio-nível possui uma função distinta, o que facilita a fluidez, o reconhecimento e a circu-lação - evitando corredores. Do cor-po principal é projetado um volume
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Embaixada Estoniana em Vilnius
de um andar e meio que abriga o salão principal e outras atividades de serviço. O deslocamento dos pi-sos é refletido no desalinhamento das aberturas - do centro em di-reção às extremidades. A fachada principal é revestida com placas de calcário cuidadosamente modula-das em relação às janelas.O material da fachada, aliás, evoca dois elementos de tradição estonia-na. O calcário, ao lado da madeira, são historicamente usados no país, sendo o primeiro em edificações urbanas e fortificações e o segundo largamente utilizado como refe-rência ao antigo rehetare [barn-dwelling ou celeiro-moradia] do campo. Além disso, a pedra cinza apresenta tons da centáurea-azul, a flor-símbolo da Estônia [cuja re-presentação já foi, inclusive, bani-da durante a ocupação soviética] que empresta sua cor à listra supe-rior da bandeira, acima da branca e da preta.Seu envoltório simples, com tiran-tes de aço estruturando as pare-des de vidro leitoso, resguarda o interior optando por exibir apenas os eventos internos através da ob-servação do acender e apagar das luzes. Esse caráter defensivo é
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característico de uma embaixada, pelas suas demandas de segu-rança. Mesmo com tal restrição e além do seu significado político, o prédio intensifica a presença da Es-tônia na Lituânia - já indicada pela proximidade física e pela intensa negociação de itens como veícu-los, alimentos preparados, bebidas, fumo, maquinaria e metais. Na vi-rada do milênio, porém, a terra onde nasceu Louis I. Kahn passa-va a exportar também arquitetura contemporânea.
Projeto: 1996-1997Término da Construção: 1998Área: 1312 m2
Arquitetos: Markus Kaasik, Andres Ojari, Ilmar Valdur, Inga Raukas.
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Embaixada Estoniana em Vilnius
94 | contemporaneu | julho 2010
1312 m2
Planta Baixa Pavimento Térreo
Planta Baixa Primeiro Pavimento
contemporaneu #02 | 95
Embaixada Estoniana em Vilnius
Corte Transversal
Corte Longitudinal
ACXTBarakaldo, EspanhaFotos: Iñigo Bujedo
contemporaneu #02 | 97
46 Habitações Sociais
46 Habitações Sociais
Assim como a vizinha Bilbao, a cidade de Barakaldo, na Espanha, está in-vestindo em projetos arquitetônicos para requalificar áreas que ficaram abandonadas pela falência de diver-sas empresas após a crise industrial da década de 80.A siderúrgica AHV, em 1996, que chegou a atingir a posição de maior empresa espanhola, é um desses exemplos. Barakaldo decidiu revi-talizar o terreno de uma das antigas sedes da empresa, à beira do rio Ibaizabal, e transformá-la em área residencial, comercial e criar um parque público com ampla área es-portiva.
Dentre os edifícios residenciais, destaca-se o projeto do escritório es-panhol ACXT, agraciado com primei-ro lugar no concurso de anteprojeto para habitações sociais, promovido pelo Governo Basco.O edifício, separado em dois volumes a partir do primeiro pavimento, pos-sui 4 circulações verticais indepen-dentes, sendo três para o bloco lo-calizado na parte leste do terreno e uma para o bloco localizado a oeste, que possui seis unidades habitacio-nais acessíveis a portadores de ne-cessidades especiais.
7597 m2
Construção: 2004 - 2007Área: 7.597 m2
Arquitetos: Ana Morón + Javier Pérez Uribarri.
46 Habitações Sociais
A forma proposta com dois blocos alinhados nas extremidades do terre-no, pouco usual, apresenta inúmeras vantagens em relação aos edifícios com apenas uma torre central, pois, desta forma, todos os 40 aparta-mentos do bloco maior possuem aberturas para leste e oeste, ge-rando boa iluminação natural e cir-culação cruzada de ar. Para tornar os blocos independentes, há um jardim seco entre eles, apenas com alguns canteiros com árvores para garantir a privacidade dos apartamentos que dão acesso direto ao pátio.Os dois volumes são revestidos em painéis de concreto, sendo o menor em preto, para dar continuidade à base da edificação que se estende por todo o terreno e abriga as 4 en-tradas mais o espaço comercial. O segundo bloco foi revestido na cor verde, para um diálogo com as ár-vores da praça, e as fachadas sul e leste são revestidas com sistema de isolamento Coteterm.
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46 Habitações Sociais
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7597 m2
Planta Baixa Subsolo 2
Planta Baixa Subsolo 1
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46 Habitações Sociais
Planta Baixa Primeiro Pavimento
Planta Baixa Sexto Pavimento
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7597 m2
Fachada Oeste
Corte Transversal
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46 Habitações Sociais
Fachada Norte
Corte Transversal
City Business CentreAndreescu & Gaivoronski Associated ArchitectsTimişoara, RomêniaFotos: Ovidiu Micsa
108 | contemporaneu | julho 2010
10500 m2
Timişoara é uma cidade com cer-ca de 320 mil habitantes, no ex-tremo ocidental do território ro-meno, próxima das fronteiras com Hungria e Sérvia. É considerada a porta de entrada da Romênia para a Europa Ocidental. Em uma área degradada, próxima ao centro an-tigo, que está este centro de negó-cios, o City Business Centre, pro-jetado pelo escritório Andreescu & Gaivoronski Associated Architects. Os dois edifícios de escritórios já concluídos são a primeira e segun-da fase de um conjunto de cinco edifícios, que substituem, passo a passo, a indústria têxtil existente em um terreno de 14 mil metros quadrados. O terceiro edifício está em obras e o conjunto é previsto para 2012. Funcionam no em-preendimento o braço regional de algumas firmas multinacionais, como Microsoft România SRL, IBM, PricewaterhouseCoopers, Vodafone Romania e RBS Bank.A configuração dos ambientes é simples, caracterizada por uma sobreposição de camadas funcio-nais: subsolo com estacionamento e espaços técnicos, piso térreo e mezanino dedicados a serviços de
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10500 m2
varejo e cinco andares para es-critórios. O mezanino define um componente dominante horizontal que integra o todo com terraços verdes transitáveis sobre ele. Com duas peles, a fachada permite um espaço entre elas para o acesso à manutenção. Vidro, mármore e madeira composta predominam no interior.A gestão e o controle das perdas de energia é exemplificada na au-tomação dos brises da fachada através de um sistema inteligente, o BMS [Building Management Systems], que coordena o fecha-
mento e a abertura das lâminas de vidro de acordo com aspectos meteorológicos, tudo através de sensores. A estrutura é modulada por vigas de aço e pilares mis-tos, permitindo vãos de 11 me-tros, que tornam o espaço interno mais flexível. Os pilares mistos são aqueles que combinam um ou mais perfis de aço com o revestimento ou o preenchimento de concreto. A combinação dos dois materiais em pilares mistos propicia além da proteção ao fogo e à corrosão, o aumento da resistência do pilar.
City Business Centre
Término da Construção: 2008Área: 10500 m2
Arquiteto: Andreescu & GaivoronskiEstrutura: H.I. STRUCT Engenharia Hidráulica e Aquecimento: Daro Proiect e AGASIEngenharia Elétrica: CAPABILGerenciamento da obra: SCHNEIDER ELEC-TRIC ROMANIA e IMSAT CUADRIPOL
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10500 m2
Planta Baixa Segundo Pavimento
Implantação
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City Business Centre
Planta Baixa Terceiro Pavimento
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City Business Centre
Universidade Østfold em HaldenReiulf Ramstad Architects
Remmen in Halden, NoruegaFotos: Kim Müller
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28000 m2
No outono de 2005, a Universidade Østfold mudou-se para suas novas instalações em Halden, Noruega. Para isso, foi necessário um plano de ampliação e renovação das insta-lações existentes. Ficou a cargo do escritório norueguês Reiulf Rams-tad Arkitekter [RRA] o projeto ar-quitetônico que promoveu uma es-treita integração entre o novo e o atual, sublinhando o contraste entre
seus volumes usando prismas geo-métricos simples e material diferente nas fachadas do novo bloco central.Dimensionada para 3 mil estudantes, a escola consiste nas faculdades de Ciências Sociais e Línguas Es-trangeiras, Ciências da Computação e Faculdade de Educação. O edifício remodelado foi construído na década de 70 e exigiu uma reforma con-siderável e imediata para atender
Universidade Østfold em Halden
às necessidades futuras da escola expondo seus espaços internos co-muns, tratados como pequenas ágo-ras.Pairando sobre os outros edifícios de tijolos, na direção leste-oeste, um volume revestido de madeira abriga, entre outras funções, as sa-las de aula. Poderia ser visto como um edifício solto e independente do todo, mas é justamente o elemento de articulação, a coluna vertebral de todo o complexo, devassável inter-
namente.A escolha cuidadosa de materiais contrabalanceia cores e materiais quentes, como a madeira e o tijolo, com concreto e vidro. As múltiplas aberturas nas fachadas envidraçadas não prejudicam a eficiência energé-tica dos edifícios, mas, ao contrário, reduzem a necessidade de luz arti-ficial.Formado na Itália em 1991, Reiulf Ramstad é o proprietário e principal diretor do RRA, estabelecido como
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empresa em 1995. A filosofia de trabalho do escritório, percebida na Universidade Østfold, visa eviden-ciar as tensões entre global e local, natural e artificial, espaço real e vir-tual e entre a imobilidade e a mu-dança, acomodando a diversidade e o tempo no espaço arquitetônico. Ao mesmo tempo normatizado e flexível, permite muitas formas de organizar circulação, zonas e ativi-dades. E acomoda o espírito inquieto da sociedade humana, característica fundamental do ambiente acadêmico e da própria arquitetura.
Universidade Østfold em Halden
126 | contemporaneu #02
28000 m2
Projeto: 1998-2002 Construção: 2004-2006Área: 28000 m2
Arquiteto: Reiulf Ramstad Archi-tectsEngenheiro Estrutural: Dr Techn. Kristoffer ApelandEngenheiro Mecânico: Erichsen & Horgen engineeringEngenharia Eletricista: Støltun EngineeringInterior: Reiulf Ramstad ArchitectsPaisagismo: Multiconsult 13.3 landscaping
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Universidade Østfold em Halden
Planta Baixa Pavimento Térreo
projetos de estudantes
projetos de estudantes
Nome: Nuno Diogo Lopes Serrão Soares da Costaemail: [email protected]: Porto, Portugal
Disciplina: Projecto IPeríodo: 8o e 9o
Instituição de ensino: Universi-dade Lusíada do Porto
projetos de estudantes
Centro de Cirurgia de Ambulatório de Espinho
contemporaneu #02 | 133
Nuno Diogo Lopes Serrão Soares da Costa
Implantação
Organograma
134 | contemporaneu #02
projetos de estudantes
Planta Baixa Primeiro Pavimento
Planta Baixa Segundo Pavimento
Planta Baixa Quarto Pavimento
Planta Baixa Quinto Pavimento
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Planta Baixa Terceiro Pavimento
Planta Baixa Sexto Pavimento
Nuno Diogo Lopes Serrão Soares da Costa
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projetos de estudantes
Corte Longitudinal
Corte Transversal
Fachada Rua 39
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Nuno Diogo Lopes Serrão Soares da Costa
projetos de estudantes
Nome: Lucas Felício Costaemail: [email protected]: Goiânia, Goiás
Disciplina: Projeto de Arquitetura IIIProfessores: Dra. Ludmila Rodrigues de Morais e Ms. Lucas JordanoInstituição de ensino: Universi-dade Estadual de Goiás
CAU360° Conselho de Arquitetura e Urbanismo – GOIÁS
contemporaneu #02 | 139
Lucas Felício Costa
Implantação
140 | contemporaneu #02
projetos de estudantes
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Lucas Felício Costa
142 | contemporaneu #02
projetos de estudantes
Planta Baixa Primeiro Pavimento
contemporaneu #02 | 143
Planta Baixa Quarto Pavimento
Lucas Felício Costa
144 | contemporaneu #02
projetos de estudantes
Corte AA
Corte BB
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Corte CC
Fachada Noroeste
Lucas Felício Costa
projeto de concurso
projeto de concurso
148 | contemporaneu | julho 2010
concurso
A House in Luanda
A proposta do escritório piauiense Lima Mourão - Arquitetura, Urban-ismo e Design, sediado em Tere-sina, para o concurso internacional A House in Luanda – Patio and Pa-vilion, segue as exigências do cer-tame, destaca-se pela simplicidade e pelo baixo custo e baseia-se em preceitos de sustentabilidade.Promovido pela Trienal de Arquite-tura de Lisboa em conjunto com a Trienal de Luanda, o concurso tem por objetivo selecionar a melhor
proposta de habitação unifamiliar com pátio, capaz de abrigar famí-lias em situação de grande carên-cia compostas de 7 a 9 pessoas [pais, 3 a 5 filhos e 2 avós]. Deve levar em conta as características locais e adaptar-se a terreno plano na periferia de Luanda. Em termos quantitativos, há as seguintes limi-tações: área construída de 100 m2, em lote de 250 m2 e com o custo máximo de 25 mil euros. Capital da Angola, Luanda é a terceira maior
Lima Mourão - Arquitetura, Urbanismo e DesignLuanda, Angola
contemporaneu #02 | 149
A House in Luanda
cidade lusófona do mundo -atrás apenas de São Paulo e Rio- e sofre pelo intenso processo de explosão demográfica e seus consequentes problemas de mobilidade e déficit habitacional.Um trecho do regulamento diz as-sim: “Pretende-se que seja criado um modelo replicável que traduza a especificidade social, econômica e cultural de Luanda, querendo que este modelo ‘faça tecido urbano’, utilizando sistemas, práticas e ma-teriais correntes da arquitetura lo-cal. O sistema de construção deve privilegiar a lógica de sustentabi-lidade, podendo considerar-se a construção em etapas ou mesmo o recurso à auto-construção por parte dos seus futuros moradores, desejando-se uma atitude pro-spectiva associada a uma compo-nente evolutiva do modelo”. É proposto o sistema de mutirão dada a simplicidade construtiva das técnicas adotadas, Os fecha-mentos e as fundações são em superadobe, tecnologia criada nos anos 80 pelo iraniano radi-cado na Califórnia Nader Khalili, extremamente econômica devido ao aproveitamento da terra pro-veniente do próprio local como matéria primordial da construção.
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Resulta também em rapidez cons-trutiva e conforto térmico. Aliados ao superadobe foram propostos sistemas sustentáveis para uso e gerenciamento sistêmico de água, esgoto e produção de orgânicos como o canteiro biosséptico (fossa de bananeiras) e a captação de água de chuva para irrigação de jardim cultivável, visando econo-mia nos meses de chuva (de mar-ço a junho).O programa resume-se a estar com varanda de entrada integrada à cozinha, área de serviço, 4 quar-tos e banheiro, circulação lateral externa e jardim interno -também tido como área de ampliação fu-tura, e recuo lateral no acesso principal, permitindo a posterior integração de uma garagem, co-mércio ou outro uso. São ofereci-das possibilidades de crescimento [mais cômodos, garagem, loja], da associação de duas ou até quatro unidades habitacionais, formando um grande pátio interno e de al-teração de uso [por exemplo, um centro comercial no qual cada cô-modo se torna um ponto comercial
e todos são acessados pelo pátio interno, uma área de integração arborizada].A adaptação ao clima local, quente e seco, com pouca umidade, é re-fletida na saída de ar quente por cima da cobertura do corredor ex-terno, na ventilação cruzada dos ambientes e na permeabilidade do solo. Os arquitetos estimam o custo em 60% do exigido no con-curso, seria cerca de R$ 470,00 o metro quadrado.
A House in Luanda
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concurso
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Corte Longitudinal
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A House in Luanda
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01 - Sala de Estar02 - Cozinha03 - Área de Serviço04 - Dormitório05 - Banheiro06 - Canteiro Biosséptico07 - Pátio Interno
Ar Quente
Ventilação Natural
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Contemporaneu.