arquitetura contemporânea e o espírito do tempo: a tecnologia no limite da razão
TRANSCRIPT
-
7/24/2019 Arquitetura contempornea e o esprito do tempo: A Tecnologia No Limite Da Razo
1/21
UNIVERSIDADE DE SO PAULO
INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
BRUNA MARIA BIAGIONI - 5909256
Arquitetura contempornea e o esprito o tempo!
A tecnologia no limite da razo
"#o $ar%os22&''&'5
a Via Lctea foi secularizada
Walter Benjamin
-
7/24/2019 Arquitetura contempornea e o esprito do tempo: A Tecnologia No Limite Da Razo
2/21
1. O esprito do tempo
Apesar e ser e(iente a ine)ist*ncia e uma +omo,eneiae orma%a.so%uta/ que sintetie um eterminao peroo +ist1rico/ i(ersos
iscursos/ consonantes ou n#o/ inicam que seria poss(e% recon+ecer um
conunto e e)press3es e e ormas +e,em4nicas ca.(eis e serem
associaas e)press#o a poca em que oram prouias7 A partir essa
+ip1tese/ seria poss(e% ormu%ar %eituras a respeito e um momento
+ist1rico e eterminaa socieae atra(s e seu re8e)o no moo e
construir e e moicar o espa:o7
A pa%a(ra a%em# Zeitgeistpoe ser compreenia como ;o esprito o
tempo< ou ;esprito a pocae,e%/ Zeitgeist aqui%o que
;caracteria o presente como uma transi:#o que se consome na consci*ncia
a ace%era:#o e na e)pectati(a a +etero,eneiae o uturo< ?>AB@RMA"/
'990/ p7 '0-''7
i%m C%usser/ em outro conte)to/ eene uma re%a:#o ine)tricD(e% entre
o +omem e a prou:#o e seus arteatos7 =ara o %1soo a esi,na:#o Homo
faberenota a capaciae a espcie +umana em criar D.ricas/ %u,ar one
o +omem prou e one ocorre o processo e prou:#o o pr1prio +omem7
@%e su,ere que/ ;aque%e que ina,a so.re o nosso passao e(eria
concentrar-se na esca(a:#o e runas as D.ricas7 @ quem se interessa por
nosso tempo e(eria em primeiro %u,ar ana%isar criticamente as D.ricasatuais
-
7/24/2019 Arquitetura contempornea e o esprito do tempo: A Tecnologia No Limite Da Razo
3/21
atra(s isso e%e re%aciona a prou:#o o pr1prio sueito ao moe%o e
prou:#o no qua% e%e estD +istoricamente inserio7
;O +omem pr-+ist1rico/ a Iae a =era ascaa/ n#oespecica(a %u,ares para a.rica:#o/ prouia em qua%quer%u,ar7 Huano entram em o,o as erramentas/ torna-senecessDrio e%imitar espa:os no muno para a a.rica:#o ?7777@sses espa:os e a.rica:#o s#o crcu%os cuo centro seencontra no +omem em crcu%os e)c*ntricos %oca%iam-se suaserramentas/ que/ por sua (e s#o roeaas pe%a naturea7erica-se essa arquitetura a.ri% praticamente urante toa a+ist1ria a +umaniae7 $om a in(en:#o as mDquinas/ essaarquitetura tem que muar/ ?7777 JD que a mDquina e(e estarsituaa no meio/ e(io ao ato e urar mais e e ter maior(a%or que o +omem/ a arquitetura +umana terD e se su.meter arquitetura as mDquinas< ?CU""@R/ 20'E/ p7E9-K07
La% pensamento e)prime um o%+ar so.re a socieae a partir o espa:o ea prou:#o materia% entro e uma sequ*ncia tempora%7 No entanto/ a
pr1pria ieia e tempo resu%tao e uma constru:#o socia% que se a%tera
ao %on,o a +ist1ria7 ;Fierentes pocas cu%turais t*m ierentes ormas e
com.inar essas coorenaas espa:o-tempo7 >ar(e contrasta o
orenamento raciona% o espa:o e o tempo a I%ustra:#o ?com seu senso
re,u%ar e orem/ simetria e equi%.rio com as rompias e ra,mentaas
coorenaas espa:o-tempo os mo(imentos moernistas o na% o scu%o
I e incio o scu%o A/ '99/ p7P07"e,uno =eter @isenman/ ese a Anti,uiae at a Iae Mia o
conceito e Qmo(imento pro,ressi(o o tempo ine)istia7 ;A arte n#o se
ustica(a em un:#o o passao ou o uturo/ e%a era ineD(e% e intempora%7
Na Grcia anti,a/ o temp%o e o eus eram i*nticos/ e a arquitetura era
i(ina e natura%< ?'9K/ p72E7 A arquitetura ,re,a era c%Dssica pois n#o
poeria ser simu%aa ou representaa/ e%a apenas e)istia7
Coi somente no scu%o que sur,iu o conceito e uma ori,em
tempora%/ o que possi.i%itou a compreens#o o processo e muan:a
+ist1rica/ e que tam.m te(e como consequ*ncia a pera a no:#o cc%ica
o tempo Qeterno/ em un:#o a no:#o e passao e uturo a partir a
postu%a:#o e um ponto e ori,em7 No scu%o I/ ta% processo oi
entenio como ia%tico/ e unto com os conceitos e causa e eeito
enraiaos no presente conso%iou-se a no:#o eZeitgeist7
=ara @isenman o mo(imento moerno n#o a%can:ou uma ruptura
comp%eta com a +ist1ria conorme pretenia/ ao contrDrio isso/ e%a
representou uma continuiae na e(o%u:#o oZeitgeist7 ;Ironicamente/ ao
2
-
7/24/2019 Arquitetura contempornea e o esprito do tempo: A Tecnologia No Limite Da Razo
4/21
in(ocar o esprito a poca em (e e a.o%ir a +ist1ria/ a arquitetura
moerna n#o e mais o que continuar a,ino como Qparteira a orma
+istoricamente si,nicati(a< ?'9K/ p72E97 Fesse moo/ a reerencia a
arquitetura moerna eita ao peroo c%Dssico aceneu uma contrai:#o aos
princpios e uni(ersa%iae e e eterniae que %+e eram caractersticos/ e
isso apenas o conuiu para um conunto e preer*ncias estticas
contrDrias que%as +e,em4nicas no momento +ist1rico imeiatamente
anterior7
;O na% o scu%o / com sua a(a%ia:#o retrospecti(a omoernismo enquanto +ist1ria/ +erou naa menos que orecon+ecimento e que uma arquitetura c%Dssica ou reerencia%n#o tin+a mais a capaciae e e)pressar o seu tempo como
eterno7 @ a i%us1ria eterniae o presente tra consi,o apercep:#o a naturea temporalo passao7 S por isso que arepresenta:#o e umZeitgeistsempre en(o%(e uma simu%a:#o/o que poe ser o.ser(ao no uso c%Dssico a repeti:#o e umtempo passao para in(ocar o intempora% como e)press#o eum tempo presente7 Fessa maneira/ no ar,umento o Zeitgeistsempre +a(erD um parao)o inconessD(e%/ a simu%a:#o ointempora% pe%a repeti:#o o tempora%< ?@I"@NMAN/ '9K/p72K07
Apesar o iscurso e @isenman estar unamentao em um
maniesto a(or e um rompimento eniti(o com a +ist1ria/ sua
a.ora,em .astante coerente e esc%areceora so.re a contrai:#o interna
a moerniae a respeito o esprito o tempo7 A premissa moerna a
e)press#o Zeitgeist oi conso%iaa muito em un:#o a necessiae e
atacar a prou:#o arquitet4nica e +istoricismos/ a%e,ano que um proeto
construo ;ora e seu tempo< poeria constituir um a%so +ist1rico/ capa
e conunir o o.ser(aor7 Mas seu eeito mais pun,ente/ maior que a
pr1pria inten:#o orma%/ oi a constru:#o e uma innita emana pe%a
no(iae7
O termo (an,uara/ ap%icao aos mo(imentos artsticos/ representa/
ustamente/ um conunto e a:3es e inten:3es que prouem a ruptura os
moe%os pr-esta.e%ecios/ atra(s a eterna .usca pe%o no(o/ a(an:ano
as ronteiras o e)perimenta%ismo7 O moo e prou:#o a moerniae/
ruto a re(o%u:#o inustria%/ oi o a,ente eterminante para a constitui:#o
essa no(a raciona%iae que .usca(a a transorma:#o o muno atra(s
a ci*ncia e a ra#o7
E
-
7/24/2019 Arquitetura contempornea e o esprito do tempo: A Tecnologia No Limite Da Razo
5/21
Apesar e manter seu (ncu%o com a continuiae +ist1rica/ o
mo(imento moerno inquestiona(e%mente pro(ocou um prouno
es%ocamento na compreens#o o processo +ist1rico/ o que oi .ruta%mente
transormaor no sentio e criar uma no(a sensi.i%iae7 =ara Bauman/
;e ato/ a moerniae / ta%(e mais que qua%quer outra coisa/ a +ist1ria
o tempo! a moerniae o tempo em que o tempo tem uma +ist1riaar(e/ '99/ p7 2K07
@ssa no:#o e inter-re%a:#o e espa:o e o tempo/ como (em seno
retrataa/ um princpio unamenta% para a compreens#o o con8ito que
sur,e no processo e orma:#o a sensi.i%iae o sueito p1s-moerno em
meio aos recursos tecno%1,icos7 @%a consiste na impossi.i%iae e or,aniar
o passao e o uturo enquanto uma e)peri*ncia coerente e si,nicati(a7
Jameson a.ora o conceito e esquiorenia e)posto por acan para
usticar esse ma% estar/ perce.io so. orma e um amontoao e
si,nicaos istintos e n#o re%acionaos/ uma comp%eta ra,menta:#o a
raciona%iae7 ;$om a ruptura a caeia e si,nica:#o/ o esquior*nico se
reu e)peri*ncia os puros si,nicantes materiais/ ou/ em outras
pa%a(ras/ a uma srie e puros presentes/ n#o re%acionaos no tempo