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14/7/2011 1 Fé e Razão 2º anos

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14/7/2011 1Fé e Razão

2º anos

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Fé e RazãoIntrodução

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Da antiguidade, passando pela Idade Média e alcançando a Idade Contemporânea, fé e razão é um tema bastante controverso.

Por quê?

Mas o que é a fé?

E a razão?

Podemos conciliar fé e razão?

Como?

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Fé e RazãoConceito

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Do latim fides. O termo é empregado em muitas acepções que poderiam ser divididas em profanas e religiosas. No sentido profano, significa dar crédito na existência do fato, fazer bom juízo sobre alguém, expressar sinceridade no modo de agir etc. Quando o testemunho no qual se baseia a confiança absoluta é a revelação divina, fala-se de Fé no seu sentido religioso. A Fé, neste sentido, não é um ato irracional.  Com efeito, o espírito humano só pode aderir incondicionalmente a um objeto quando possui a certeza de que é verdadeiro. (Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo)

Significa a faculdade de "bem julgar". Tem relação com o raciocínio discursivo. É conhecimento natural enquanto oposto ao conhecimento revelado, objeto da fé.

Razão

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Fé e RazãoHistórico

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Há duas correntes de pensamento que se cruzam: cristianismocristianismo e filosofiafilosofia gregagrega. Na antiguidade clássica grega prevalecia a filosofia e o pensamento, calcado na razão.

Na Idade Média prevaleceu a teologia, que é a fé na revelaçãofé na revelação. A filosofia era considerada a ancilla theologiae (“serva da teologia”). Embora os medievais fossem mais teólogos do que filósofos, eles se esforçaram muito para encontrar uma síntese entre a fé e a razão.

No final da Idade Média, este equilíbrio se rompe e a filosofia torna-se independente da fé e da revelação. É o aparecimento do iluminismoiluminismo, em que tudo deveria ser explicado à luz da razãorazão. É nessa época que surgem as ciências e o método teórico-experimental.

Pascal, mesmo sendo homem de ciência, se rebelara contra a suprema autonomia da ciênciaciência. Para ele, embora a ciência tenha um poder extraordinário, ela não é capaz de explicar a origem do Espírito e do Universo.  

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Fé e RazãoFé Religiosa

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Fé religiosaFé religiosa é a crença nos dogmasdogmas das diversas religiões. A fé católica é a crença nos dogmas estabelecidos pela Igreja católica.

Nesse caso, a fé pode ser fé pode ser cega ou raciocinada. cega ou raciocinada. Há um dogma, por exemplo, o da “Santíssima Trindade”. Podemos crer cegamente, ou raciocinar em cima dele. A fé cega, não examinando nada, aceita tanto o falso quanto o verdadeiro.

Como a maioria das religiões pretende estar de posse da verdade, convém verificar se os seus dogmas tendem para a verdade ou para o erro.

Paulo resumiu as características fundamentais da fé religiosa nos seguintes termos: “Fé é a garantia das coisas esperadas e a prova das que não se veem” (Hebr., II, 1)  

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Fé e RazãoFé Humana

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De acordo com a teologia, a féfé é um assentimento da inteligência, motivado na autoridade alheia: se essa autoridade é humana, a fé chama-se humana.

De acordo com o

Espiritismo, a fé fé humanahumana é caracterizada pela aplicação de nossas faculdades às necessidades terrestres.

Um exemploUm exemplo: o homem de gênio que persegue a realização de alguma grande empresa triunfa se tem fé, porque sente em si que pode e deve alcançar, e essa certeza lhe dá uma força imensa.

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Fé e RazãoFé Divina

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A A fé é divinafé é divina quando aplicamos as nossas faculdades às aspirações celestes e futuras. Ela diz respeito à crença, à adoração de um ente superior.

Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, explica-nos que embora queiramos separar didaticamente a fé humana da fé divina, ela é ao mesmo tempo humana e divina, pois a nossa confiança em algo não está separada da confiança em Deus.

Isto simplesmente porque a féfé, em primeiro lugar, é

inatainata. Somente depois é que se torna humana, cega, raciocinada, religiosa. (1984, cap. XIX, item 12)

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Fé e RazãoRazão: Inversão de Valores

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Na antiguidade, a razãorazão estava aliada ao raciocínio, à dialética, no sentido de se buscar a verdade das coisas.

Se ela tivesse seguido o seu curso normal, teríamos o ser humano voltado para Deus e não para matéria, como vemos hoje. Endeusamos a razão Endeusamos a razão e não o raciocínio, a inteligência, a consciência, o autoconhecimento.

A razão humana razão humana deveria ser aplicada para formar o homem integral, o homem cósmico e não o homem-máquina, o homem-técnica, desprovido de valores morais superiores.  

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Fé e RazãoIluminismo

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O iluminismoiluminismo francês está centrado em Voltaire, Montesquieu e Rousseau, entre outros.

Apesar das diferenças de abordagem de cada pensador, há pelo menos dois pontos em comum:

confiança na confiança na razão e repúdio razão e repúdio à religião. à religião.

Immanuel Kant (1724-1804) é o representante máximo do iluminismo alemão. O iluminismo kantiano é a saída dos homens do estado de minoridade devido a eles mesmos. A minoridade é a incapacidade de utilizar o próprio intelecto sem a orientação de outro. O sapere aude! kantiano tornou-se o lema do iluminismo.

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Fé e RazãoRazão e Ciência

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A razãorazão suspeitava de tudo.

Para a comprovação dos fatos, precisava de provas, de fórmulas matemáticas. Daí, o aparecimento das diversas ciênciasciências, cujo conhecimento, que se tornava específico, ia cada vez mais se desmembrando do tronco comum da filosofia.

O método teórico-método teórico-experimentalexperimental, em todos os campos do saber, prepara a revolução industrial. É de se notar que a revolução científica, que nasce com o renascimento, foi uma revolução do saber; a que nasce com a revolução industrial, é uma revolução da energia.

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Fé e RazãoSanto Agostinho e Santo Tomás de Aquino

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Fé, Razão e Revelação Fé, Razão e Revelação são os pontos fundamentais de suas teorias.

Santo Agostinho Santo Agostinho demonstra claramente sua vocação filosófica na medida em que, ao lado da fé na revelação, deseja ardentemente penetrar e compreender com a razão o conteúdo da mesma.

Santo Tomás Santo Tomás consegue, por seu turno, estabelecer o perfeito equilíbrio nas relações entre a Fé e a Razão, a teologia e a filosofia, distinguindo-as mas não as separando necessariamente. Ambas, com efeito, podem tratar do mesmo objeto: Deus, por exemplo. Contudo, a filosofia utiliza as luzes da razão natural, ao passo que a teologia se vale das luzes da razão divina manifestada na revelação.

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Fé e RazãoFides et Ratio

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Para o papa João Paulo IIJoão Paulo II, em sua décima segunda Encíclica,

Fides et Ratio, de 14 de setembro de 1998, féfé e e razãorazão constituem as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade.

Segundo o seu ponto de vista, foi Deus quem colocou no coração do ser humano o desejo de conhecer a verdade.

Para provar a sua tese, faz uma síntese das inter-relações entre filosofia, ciência e religião.

Conclui que nem a ciênciaciência e nem a razãorazão (filosofia)

podem prescindir da féfé, sob pena de se desviarem da própria verdade.

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Fé e RazãoRazão, Fé e Espiritismo

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Para o Espiritismo, Razão e Fé Razão e Fé pertencem à essência da natureza humana.

São potênciaspotências que se atualizam no decurso das existências.

Parte do geral indiferenciado (reino mineral) para a diferenciação progressiva (reino vegetal, animal e hominal), buscando, sempre, a perfeição. A Razão e a Fé estão centradas no eixo, que é a Vontade. Esta, por sua vez, assenta-se no Livre-Arbítrio, princípio de liberdade, sem o qual a Razão de nada serviria e a Fé não teria sentido. (Pires, 1983, p. 47)

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Fé e RazãoConclusão

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A fé, direcionada pela razão, encaminha-nos para a atualização do nosso ser.

Para a realização de nossas tarefas, creiamos em nossas próprias forças.

Não nos esqueçamos, contudo, de pedir humildemente o beneplácito do divino amigo.

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Fé e RazãoBibliografia Consultada

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ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Rio de Janeiro: M.E.C., 1967.KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.PIRES, J. H.. Introdução à Filosofia Espírita. 1.ed., São Paulo, Paideia, 1983.

Texto em HTML

http://www.sergiobiagigregorio.com.br/filosofia/fe-e-razao.htm