contabilidade missagia e velter

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PONTO DOS CONCURSOS – CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE GERAL INTRODUTÓRIA – PROFESSORES MISSAGIA E VELTER www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 0: TRIBUTOS INCIDENTES NAS OPERAÇÕES COM MERCADORIAS Olá pessoal. Hoje falaremos sobre um tema do qual muitos alunos não gostam, mas o estudo dele é fundamental para que possamos encarar de frente qualquer prova de contabilidade. Trata-se da influência e do tratamento contábil a ser dado aos tributos quando as empresas compram ou vendem mercadorias. Podemos assim chamar: “Os Tributos nas Operações com Mercadorias”, ou “Os Tributos nas Compras e Vendas de Mercadorias”. Muitos alunos costumam dizer: - “Pôxa, professor, agora que eu consegui aprender a fazer os lançamentos de compra e de venda de mercadorias, agora que eu consegui fazer um monte de exercícios pra calcular a DRE você vem com essa de tributo pra me atrapalhar?”. Bom, nesse caso não tem jeito. É a vida, meus caros. Ainda bem que vocês já sabem efetuar os lançamentos de compra e venda de mercadorias sem envolver tributos. Porém, nesse momento, a matéria tem de avançar. Mas não desanimem. Se você aprendeu bem como são feitos os lançamentos referentes a compras e vendas de mercadorias, sabe contabilizar estoques por todos os métodos e calcular o lucro bruto, será muito mais tranqüilo trabalhar com os impostos, OK? Além do mais, esse assunto é um dos que mais tem caído nas provas (essa tática é

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PONTO DOS CONCURSOS – CURSOS ON-LINE – CONTABILIDADE GERAL INTRODUTÓRIA – PROFESSORES MISSAGIA E VELTER

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AULA 0: TRIBUTOS INCIDENTES NAS OPERAÇÕES

COM MERCADORIAS

Olá pessoal. Hoje falaremos sobre um tema do qual muitos

alunos não gostam, mas o estudo dele é fundamental para que

possamos encarar de frente qualquer prova de contabilidade.

Trata-se da influência e do tratamento contábil a ser dado aos

tributos quando as empresas compram ou vendem mercadorias.

Podemos assim chamar: “Os Tributos nas Operações com

Mercadorias”, ou “Os Tributos nas Compras e Vendas de

Mercadorias”.

Muitos alunos costumam dizer: - “Pôxa, professor, agora que

eu consegui aprender a fazer os lançamentos de compra e de

venda de mercadorias, agora que eu consegui fazer um monte de

exercícios pra calcular a DRE você vem com essa de tributo pra me

atrapalhar?”.

Bom, nesse caso não tem jeito. É a vida, meus caros. Ainda

bem que vocês já sabem efetuar os lançamentos de compra e

venda de mercadorias sem envolver tributos. Porém, nesse

momento, a matéria tem de avançar. Mas não desanimem. Se

você aprendeu bem como são feitos os lançamentos referentes a

compras e vendas de mercadorias, sabe contabilizar estoques por

todos os métodos e calcular o lucro bruto, será muito mais

tranqüilo trabalhar com os impostos, OK? Além do mais, esse

assunto é um dos que mais tem caído nas provas (essa tática é

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ótima; nesse momento, o professor vê vários alunos que estavam

dispersos, pensando na vida, se ajeitarem na cadeira e pegarem a

caneta pra anotar...). Então vamos lá.

1. INTRODUÇÃO

Quando uma empresa adquire ou vende produtos e

mercadorias, tributos estão incidindo sobre estas operações.

Inúmeros são os efeitos jurídicos desse fato. Na Contabilidade,

devemos nos preocupar basicamente em proceder ao lançamento

correto no momento do registro de tais operações. Pra isso,

devemos conhecer um mínimo de cada um dos tributos, como o

fato gerador, os contribuintes, a base de cálculo e algumas regras

de incidência. Atenção! Ninguém precisa decorar alíquota de

tributo para a prova, certo?

No Brasil, sabemos que são muitos os tributos e

contribuições incidentes sobre operações de compra e venda de

mercadorias. Cada um possui um tratamento contábil específico,

dada a sua natureza. Incidem basicamente, os seguintes

tributos/contribuições:

TRIBUTOS INCIDENTES NAS COMPRAS E VENDAS

a) ICMS (Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços)

b) IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)

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c) ISS (Imposto sobre Serviços)

d) II (Imposto de Importação)

e) IE (Imposto de Exportação)

f) PIS (Contribuição para o Programa de

Integração Social)

g) COFINS (Contribuição para o Financiamento da

Seguridade Social)

h) CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio

Econômico)

Uma mesma operação de compra e venda gerará

lançamentos tanto na empresa adquirente quanto na vendedora.

Pra facilitar o aprendizado, costumamos separar os lançamentos

em cada uma delas. Vamos iniciar pelos registros na empresa que

está vendendo o produto, mercadoria ou serviço, ou seja, a

empresa vendedora, ou simplesmente o vendedor.

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2. TRIBUTOS SOBRE VENDAS

Conforme aprendemos nas aulas anteriores, para a

obtenção da RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA, ou simplesmente

RECEITA LÍQUIDA (RL), devem ser aplicadas diversas deduções à

RECEITA BRUTA (RB). Os tributos1 influenciam de maneira distinta

a receita líquida (RL) da empresa. Para a obtenção da mesma,

devem ser aplicadas as seguintes deduções:

RECEITA BRUTA

(-) Descontos Incondicionais Concedidos

(-) Impostos Incidentes sobre Vendas

(-) Devoluções de Vendas

(-) Abatimentos sobre Vendas

(=) RECEITA LÍQUIDA (RL)

Portanto, reparem que os tributos incidentes sobre vendas

consistem de uma das deduções legais da receita bruta para se

chegar à receita líquida de vendas. Mas atenção! Não são todos os

tributos que são deduzidos da receita bruta. Nem todos os tributos

incidentes sobre vendas são abatidos da receita bruta para a

1 No estudo da Contabilidade, o termo imposto muitas vezes é utilizado em lugar de tributo. Sabemos do Direito Tributário que, na realidade, imposto é um dos tipos de tributo. Além dos impostos, são tributos também as taxas, as contribuições de melhoria, os empréstimos compulsórios e as contribuições previstas no art. 149. As duas últimas modalidades, embora não mencionadas no art 5° do CTN, ao serem incluídas no capítulo do Sistema Tributário Nacional da CF/88, tornaram-se tributos, existindo posicionamento , já consolidado, do STF nesse sentido . O fato é que para o nosso estudo de Contabilidade para concurso isso não faz diferença. Essa discussão o aluno deve levar para a aula de Direito Tributário.

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obtenção da receita líquida. O IPI, por exemplo, não está nessa

lista. Vamos analisar cada tributo separadamente, e começaremos

exatamente pelo IPI.

2.1. IPI

O IPI, ou imposto sobre produtos industrializados, é

regido pelo Decreto nº 4.544/2002 (Regulamento do IPI). Pessoal,

lembrando mais uma vez, as definições e normas tributárias serão

abordadas nessa aula somente no que interessar à Contabilidade.

IPI

Incidência Contribuinte

Produtos industrializados,

nacionais ou estrangeiros.

empresa industrial ou a ela

equiparada, além do importador

de produtos industrializados.

Quando da saída de um produto de uma indústria, a nota

fiscal emitida pelo vendedor (fabricante) indica o valor do produto

e o valor do IPI sobre este incidente, sendo o total da nota a soma

do valor do produto com o valor do IPI. Por este motivo, dizemos

que o IPI é considerado um imposto calculado “por fora” do

preço, ou seja, o valor total da nota fiscal será o valor da

mercadoria somado ao valor do IPI.

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Como o contribuinte do IPI é o industrial que der saída ao

produto, ou seja, vendedor, o valor do imposto não será

considerado como receita bruta para este. Assim que realizada a

operação, a empresa vendedora deverá contabilizar o tributo como

uma OBRIGAÇÃO (Passivo), devendo repassá-lo aos cofres

públicos posteriormente. Reparem que não está ocorrendo

DESPESA para o vendedor com relação ao IPI a pagar, pois quem

de fato suportará o encargo do tributo será o comprador, que

pagará ao vendedor, além do valor da mercadoria, o valor

correspondente ao IPI. Dessa forma, os registros relativos ao IPI

se darão exclusivamente por meio de contas patrimoniais. Achou

complicado? Vamos então a um exemplo que vai clarear tudo.

Exemplo 1: Considere que a empresa MEIAS FINAS

LTDA, fabricante de vestuários, vendeu à empresa COMERCIAL

ATACA TUDO LTDA 500 pares de meias esportivas, em

21/07/2004, com pagamento em cheque, ao preço unitário de R$

2,00 cada par. Considere, para efeitos didáticos, que tal produto

não sofre incidência de ICMS ou outros tributos e que a alíquota do

IPI para o mesmo é de 5%.

Resolução:

Para corretamente contabilizarmos as operações com

mercadorias, é fundamental a elaboração de uma nota fiscal

simplificada, onde constem informações como: quantidade, valor

unitário, valor total, tributos e descontos. Isso porque, uma vez

elaborada a nota, ficará muito fácil dela se extrair o lançamento

contábil.

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NOTA FISCAL

Contribuinte: MEIAS FINAS LTDA 21/05/2004

Qtde Descrição Preço

Unitário

(R$)

Total

500 Pares de meias esportivas 2,00 1.000,00

(+) IPI 5% Base de

Cálculo

R$ 1.000,00 50,00

Total da Nota 1.050,00

ICMS – Isento

Lembrem-se de que o IPI é calculado “por fora” do valor

da mercadoria, que é R$ 1.000,00. Assim, a esses R$ 1.000,00

devem ser acrescidos os 5% de IPI, ou seja, R$ 50,00 (5% x R$

1.000,00), fazendo com que o total da nota chegue a R$ 1.050,00.

Esse é o valor total a ser pago pelo adquirente.

Para procedermos ao lançamento na empresa MEIAS

FINAS LTDA, que é a vendedora, vamos por partes:

1) Valor a receber pela venda

O comprador terá de pagar R$ 1.050,00 por essa

operação, que é o valor total da nota. Não interessa que uma

parte seja para recolher o IPI. É como se ele (comprador) emitisse

um cheque de R$ 1.000,00 para pagar a mercadoria e desse outro

cheque de R$ 50,00 ao vendedor para que este recolhesse o

tributo junto aos cofres públicos. Na verdade, sabemos que não

funciona dessa forma, e o comprador emite um único cheque de

R$ 1.050,00 referente à operação como um todo. Esse valor será

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então contabilizado a débito da conta Caixa pela empresa

vendedora (reparem que debitamos a conta caixa, pois a venda foi

efetuada à vista. A conta Bancos conta Movimento será debitada

somente por ocasião do depósito deste cheque para compensação

bancária. O débito poderia ser realizado diretamente na conta

Bancos caso a compradora depositasse o valor diretamente na

conta da vendedora). Para saber quanto a empresa irá receber,

basta observar o valor total da nota fiscal, que corresponde

exatamente aos R$ 1.050,00.

2) Valor do IPI

O IPI é uma obrigação para o vendedor, pois ele recebeu

do comprador o valor relativo ao imposto e o deve recolher aos

cofres do Erário. Assim, a firma MEIAS FINAS LTDA assumiu uma

obrigação, ou seja, de recolher R$ 50,00 de IPI junto ao governo

federal. Sabemos que obrigação é conta de Passivo, portanto a

empresa deve registrar, concomitantemente ao recebimento dos

R$ 1.050,00 referentes à venda, um CRÉDITO no Passivo no valor

de R$ 50,00. Essa conta de passivo pode se chamar IPI a Pagar ou

IPI a Recolher. A empresa poderia ainda utilizar o sistema de conta

única, quando utilizaria a conta IPI Conta-Corrente, a ser visto

mais adiante.

3) Receita de Venda

Será lançado pela empresa MEIAS FINAS LTDA como

RECEITA DE VENDAS a diferença entre os R$ 1.050,00 recebidos

pela operação e os R$ 50,00 relativos ao IPI. Isso porque o IPI não

pertence à empresa vendedora. Reparem que esta atuou como

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agente arrecadador do tributo, ficando com a obrigação de

recolher R$ 50,00 ao governo. Portanto, esse valor não entra

como RECEITA para a empresa, nem como DESPESA, já que o

encargo foi suportado pelo comprador, que pagou efetivamente R$

1.050,00. Essa é a sistemática de um imposto calculado “por fora”.

Assim, serão lançados R$ 1.000,00 diretamente à conta Receita de

Vendas da firma vendedora.

O lançamento na empresa MEIAS FINAS LTDA. ficará:

Natureza Contas grupo Valor

Débito: Caixa (AC) 1.050,00

Crédito: Receita de Vendas (R) 1.000,00

Crédito: IPI a Pagar (PC) 50,00

Legenda:

AC – Ativo Circulante

R – Receita

PC – Passivo Circulante

Reparem que utilizamos um lançamento de segunda

fórmula para registrar o fato contábil, ou seja, debitamos uma

conta e creditamos duas.

O mesmo lançamento poderia ser apresentado ainda da

seguinte maneira (muito utilizado pela ESAF):

CAIXA

a DIVERSOS

a Vendas de Mercadorias ou Produtos

a IPI a Recolher ou IPI a Pagar

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Pessoal, ainda temos muito a conversar sobre IPI (IPI

sobre as compras, valor do IPI no caso de descontos incondicionais

e abatimentos, fretes cobrados pela vendedora etc.) e os demais

tributos incidentes sobre as operações de compra e venda de

mercadorias. Isto que vocês viram foi apenas uma pequena

amostra (parte de uma aula) do que apresentaremos no curso de

Contabilidade Geral Introdutória. Contamos com a presença de

todos vocês, pois queremos ver o nome de todos na lista dos

aprovados o mais breve possível!!!

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AULA 1: CONCEITOS INTRODUTÓRIOS

Caros alunos virtuais,

É chegada a hora de mostrarmos a cara e dizermos porque estamos aqui.

A tarefa de ensinar contabilidade por meio eletrônico é, certamente, uma das tarefas mais árduas a que nos prepusemos. Demonstrar de forma clara e objetiva os passos que devem ser seguidos na escrituração de fatos contábeis e todos as suas facetas é um desafio a enfrentar, no final do qual, esperamos, que os vitoriosos sejam todos vocês.

Normalmente no primeiro dia de aula fazemos todas aquelas recomendações indispensáveis ao bom andamento do curso. No entanto, no presente caso, entendemos que a maioria delas seja dispensável, salvo as seguintes, com ênfase ao item 3:

1 – Considerando que a contabilidade não é uma matéria exatamente fácil, é necessário que se dê uma dedicação toda especial no seu estudo;

2 – Os exercícios propostos devem ser realizados pelo aluno. Por meio deles ele vai fixando a matéria e quando chegar no final do curso ele estará com todo o conteúdo na “muringa”; e

3 – Não será desculpado nenhum aluno que se esqueça de nos convidar para a festa da aprovação no concurso!!!

Em assim procedendo, temos a certeza de que não será a contabilidade que irá atrapalhar a aprovação de todos vocês, mas repetimos: o empenho de vocês deve ser perseverante ao máximo, pois não se consegue aprovação em um concurso, cujo cargo remunere de R$ 4.000,00 a R$ 8.000,00 ou mais por mês, sem muito esforço e sacrifício!!!

Já chega de blá, blá, blá e vamos ao que interessa, começando pelo início, ou seja, pelo conceito de contabilidade.

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1. CONCEITO DE CONTABILIDADE

Antes de vermos o conceito de contabilidade, propriamente dito, devemos saber porque existe a contabilidade ou porque surgiu a contabilidade.

- A contabilidade surgiu da necessidade de controlar o patrimônio das pessoas (entidades).

Todos fazemos, indistintamente, algum tipo de contabilidade, pois quando recebemos o nosso salário nos obrigamos a fazer as contas para verificar se a "grana" será suficiente para o aluguel, água, luz, telefone, condomínio, “o curso”, entre outros compromissos, estamos de certa forma fazendo uma contabilidade, de forma desordenada, é verdade, mas estamos a fazer contabilidade.

Agora imaginem se as empresas fizerem a sua contabilidade da forma como nós fazemos! Seria o caos, pois ninguém se entenderia. As informações registradas por uma empresa não seriam entendidas por quase ninguém, a não quem fez os registros.

Para evitar que cada pessoa registre as suas contas ao bel prazer, foi necessário adotar certas regras a fim de uniformizar esse procedimento. Essa necessidade foi o ponto de partida do surgimento da contabilidade.

Por enquanto já sabemos que a contabilidade veio para controlar o patrimônio, registrando-o de forma organizada, seguindo uma metodologia para que as pessoas nela interessadas possam extrair as informações que lhes interessam.

Assim, a contabilidade, na qualidade de ciência econômico-administrativa se ocupa no estudo dos aspectos inerentes ao controle, registro e orientação/divulgação. Neste contexto, durante o 1º congresso brasileiro de contabilidade ocorrido no Rio de Janeiro, em 1924, foi formulado o seguinte conceito para contabilidade:

“A Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativos à administração econômica.”

Por fim, a contabilidade ainda pode ser conceituada conforme segue:

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“Ciência econômico-administrativa que utiliza metodologia própria para registrar, analisar e controlar os aspectos relativos ao patrimônio das entidades, com o objetivo de fornecer informações aos agentes interessados para subsidiar a tomada de decisões”.

O assunto apareceu em prova da seguinte forma: 1. (ESAF/TTN–1992/SP) O Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade,

realizado na cidade do Rio de Janeiro, de 17 a 27 de agosto de 1924, formulou um conceito oficial de CONTABILIDADE. Assinale a opção que indica esse conceito oficial.

a) Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio do ponto de vista econômico e financeiro, observando seus aspectos quantitativo e específico e as variações por ele sofridas.

b) Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativas à Administração Econômica.

c) Contabilidade é a metodologia especial concebida para captar, registrar, reunir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente.

d) Contabilidade é a arte de registrar todas as transações de uma companhia, que possam ser expressas em termos monetários, e de informar os reflexos dessas transações na situação econômico-financeira dessa companhia.

e) Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante registro, demonstração expositiva, confirmação, análise e interpretação dos fatos nele ocorridos.

2. OBJETIVOS DA CONTABILIDADE

O principal objetivo da contabilidade é fornecer informações sobre o patrimônio que ela controla aos seus usuários.

Com base nessas informações os usuários podem tomar decisões. Desta forma, o administrador de uma empresa, de posse das informações fornecidas pela contabilidade, pode avaliar a situação de sua empresa, constatar a ocorrência de lucro ou prejuízo e pode redirecionar os rumos da entidade.

Assim, o objetivo da contabilidade é efetuar os registros de todos os fatos patrimoniais para possibilitar um controle efetivo deste, de modo que os usuários possam tomar decisões a partir das informações obtidas. Ou dito de outra forma, poder-se-ia dizer que o objetivo da contabilidade é permitir o estudo e o controle dos fatos contábeis decorrentes da administração do patrimônio das empresas ou entidades econômico-administrativas.

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3. OBJETO

O objeto de estuda da contabilidade é o patrimônio das aziendas. Entende-se por patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações e aziendas são as entidades com ou sem fim lucrativo. Entidades com fins lucrativos são as empresas, ao passo que sem fins lucrativos são os entes públicos, as associações, as entidades de classe, etc.

Desta forma, o objeto de estudo da contabilidade é o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a qualquer entidade, seja ela pública ou privada e ainda com fins lucrativos ou não.

4. CAMPO DE APLICAÇÃO

Se atentarmos ao objeto da contabilidade e ao conceito, fica fácil para delimitar o seu campo de atuação ou campo de aplicação, visto que esta é aplicada a todas as entidades que possuem um patrimônio a ser controlado, ou seja a contabilidade se aplica às aziendas, que são entidades econômico-administrativas.

Entidades econômico-administrativas são as entidades que reúnem pessoas, patrimônio, ação administrativa e finalidade estabelecida.

As finalidades das entidades podem ser econômicas (visam o lucro como as empresas comerciais e indústrias), socioeconômicas (buscam superávit a reverter em benefício de seus filiados como cooperativas e entidades de classe) e entidades com fins sociais, que é caso das entidades públicas como a União, os Estados e os Municípios.

O assunto apareceu em prova da seguinte forma: 2. (ESAF/TTN–1994/vespertino) “... o patrimônio, que a Contabilidade

estuda e controla, registrando todas as ocorrências nele verificadas.”

“... estudar e controlar o patrimônio, para fornecer informações sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.”

As proposições indicam, respectivamente:

a) o objeto e a finalidade da Contabilidade;

b) a finalidade e o conceito da Contabilidade;

c) o campo de aplicação e o objeto da Contabilidade;

d) o campo de aplicação e o conceito de Contabilidade;

e) a finalidade e as técnicas contábeis da Contabilidade.

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5. USUÁRIOS

Todos nós somos, de certa forma, usuários da contabilidade. Alguns possuem interesse direto por estarem ligados à administração de uma empresa (são os usuários internos), ao passo que outros possuem interesse indireto como os acionistas minoritários, os investidores, os empregados ou mesmo o fisco (são os usuários externos).

O assunto apareceu em prova da seguinte forma: 3. (MEMORIAL/SP/99) O objetivo da utilização da informação contábil pelo

FISCO é:

a) avaliação da informação para tomada de decisões;

b) verificação da liquidez da sociedade;

c) comprovação dos dividendos distribuídos;

d) tributação das atividades da empresa;

e) n.d.a.

6. FUNÇÕES DA CONTABILIDADE

A função da contabilidade é econômico-administrativa.

A função administrativa consiste em controlar o patrimônio das entidades ao passo que a função econômica está voltada à apuração do resultado ou rédito (lucro ou prejuízo).

7. TÉCNICAS CONTÁBEIS

A contabilidade é uma ciência e tem por objetivo o registro dos fatos contábeis, o controle do patrimônio e gerar informações úteis aos seus usuários. Para que possa alcançar esses objetivos são utilizadas as técnicas da escrituração, das demonstrações contábeis, da análise das demonstrações contábeis ou de balanço e da auditoria.

7.1. ESCRITURAÇÃO

É a técnica contábil que se encarrega do registro dos fatos que alteram o patrimônio de uma entidade, vale dizer, toda vez que ocorrer alguma alteração nos bens, direitos e obrigações de uma entidade, essas alterações devem ser registradas por meio da técnica de escrituração.

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Assim, as alterações devem ser registradas tão logo se tenha conhecimento de sua ocorrência, resultando, assim, que a escrituração estará posta em ordem cronológica de dia, mês e ano.

A técnica de escrituração encontra capitulação legal por meio do artigo 177 da Lei no 6.404/1976 (Lei das S.A.) e pela Lei nº 10.406/2002 (novo Código Civil).

Segundo o dispositivo da Lei das S.A., a escrituração das empresas deve manter registros permanentes em obediência à legislação comercial, aos preceitos da referida Lei e aos princípios contábeis geralmente aceitos.

O assunto apareceu em prova da seguinte forma: 4. (CONTROLADADORIA/2000) Os fatos contábeis provocam modificações

na estrutura do patrimônio e o seu registro deverá ser feito de maneira cronológica, selecionando-os em grupos homogêneos e evidenciando seus aspectos qualitativos e quantitativos. Isso caracteriza a Técnica Contábil de:

a) controle;

b) planejamento;

c) auditoria;

d) escrituração;

e) demonstrações contábeis.

7.2. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A técnica das demonstrações contábeis está voltada à elaboração de relatórios resumidos apresentando a situação patrimonial em determinada data (Balanço Patrimonial), a demonstração do resultado do exercício, as fontes ou origens de recursos e suas aplicações, a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados além de outros demonstrativos.

As demonstrações contábeis obrigatórias, segundo a Lei no 6.404/1976 (Lei das S/A.), são:

• BALANÇO PATRIMONIAL

• DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

• DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

• DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

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Oportunamente (no curso de contabilidade intermediária)

estudaremos, detalhadamente, cada uma dessas demonstrações. Cabe esclarecer que, conforme disposto no § 2º do art. 186 da Lei das S/A, a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados fica dispensada se a empresa elaborar a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, que incluirá aquela. Então, se aparecer na prova como demonstração obrigatória a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e não estiver presente uma alternativa que contemple a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, a resposta a ser assinalada é a que contemple a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido!

7.3. AUDITORIA

A contabilidade, já o dissemos, é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro das mutações patrimoniais.

Essas operações estão sujeitas a erros e falhas. Para evitar que esses erros e falhas persistam, a própria contabilidade está sujeita a um determinado controle que é exercido pela técnica de auditoria. Assim, auditoria é a técnica contábil que tem por objetivo a verificação ou revisão de registros, demonstrações e procedimentos adotados para a escrituração, e das demonstrações contábeis.

A auditoria é dividida em duas áreas: A auditoria interna e a auditoria externa ou independente. A auditoria interna abrange a auditoria de gestão e contábil e possui o objetivo de verificar a adequação dos registros contábeis e a prevenção de fraudes e erros e emitir um relatório para a administração. A auditoria externa ou independente tem por objetivo analisar as demonstrações financeiras ou contábeis para verificar a sua adequação quanto às práticas contábeis adotadas no Brasil a fim de emitir um parecer sobre as mesmas que será publicada juntamente com as demonstrações contábeis.

7.4. ANÁLISE DE BALANÇO

A análise de balanço ou análise das demonstrações contábeis ou financeiras é a técnica que utiliza métodos e processos científicos ou estatísticos, decompondo as demonstrações ou

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comparando-as com demonstrações de outros períodos, interpretando os dados obtidos a fim de obter informações analíticas, ou seja, mais detalhadas, com o objetivo de avaliar a situação patrimonial e financeira da empresa como, por exemplo, a capacidade de pagamento a curto prazo, rentabilidade, garantia de capitais de terceiros, índice de liquidez, etc.

É oportuno que chamemos a atenção ao fato de que a Auditoria e a Análise de Balanços, a par de serem técnicas contábeis são, também, especializações ou ramos da Contabilidade.

O assunto apareceu em prova da seguinte forma: 5. (TFC/ESAF/96) Decomposição, comparação e interpretação dos

demonstrativos do estado patrimonial e do resultado econômico de uma entidade é:

a) função econômica da Contabilidade;

b) objeto da Contabilidade;

c) técnica contábil chamada Análise de Balanços;

d) finalidade da Contabilidade;

e) função administrativa da Contabilidade.

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Agora que vocês já estão cheios de conceitos e se ainda tiverem “saco” para seguir em frente na busca da aprovação, resolvam os seguintes exercícios propostos, cujos gabaritos serão apresentados no final da próxima aula.

6. Hodiernamente, uma das principais finalidades da Contabilidade é a

de:

a) apurar a base de cálculo do Imposto de Renda;

b) cumprir exigências da Legislação Comercial;

c) refinar a linguagem e os procedimentos adotados no controle do patrimônio;

d) constituir instrumento essencial nas funções de planejamento e controle das aziendas;

e) apurar o valor dos dividendos dos investidores.

7. O uso da informação contábil pode ser catalogado de várias formas, porém a mais importante é:

a) controle e mensuração;

b) análise e escrituração;

c) previsão e registros contábeis;

d) econômica e administrativa;

e) política e auditoria.

8. Com relação à Contabilidade, pode-se afirmar:

a) As entidades públicas estão fora do rol dos interessados na informação contábil.

b) A contabilidade visa, em última análise, a fornecer informações úteis acerca da gestão econômico-administrativa da azienda.

c) Uma das grandes vantagens da informação contábil é que por meio dela se obtém a estrutura política de uma S.A.

d) O objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades, por isso a sua finalidade é controlar a riqueza dos sócios de uma empresa.

e) A contabilidade se comunica com os interessados da informação contábil por meio da imprensa escrita e, em face de sua complexidade, não pode ser utilizado outro meio de comunicação.

9. Assinale a opção incorreta.

a) A Contabilidade registra apenas os fenômenos econômicos que afetam as empresas, desde que afetam o Imposto de Renda.

b) Agentes fiscais, gerentes de bancos, clientes, fornecedores, acionistas, administradores e investidores têm interesse na informação contábil.

c) Avaliar as decisões e o planejamento, auxiliar o controle e determinar o rédito de período são objetivos (fins) da Contabilidade.

d) O objeto de estudo da Contabilidade é o patrimônio das aziendas.

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e) O campo de aplicação da Contabilidade abrange qualquer tipo de pessoa física ou jurídica, com finalidades lucrativas ou não, que tenha necessidade de exercer atividades econômicas para alcançar suas finalidades, desde que possua um patrimônio.

10. Quanto à Contabilidade como um todo, analise e julgue os itens abaixo.

1) É o único meio utilizado para o planejamento eficaz de uma empresa.

2) As leis que disciplinam sua eficácia são veiculadas pelo Conselho Federal de Contabilidade.

3) Rédito é sinônimo de resultado e este pode ser positivo ou negativo, conforme lucro ou prejuízo.

4) Um bom controle evita perda de tempo e dinheiro.

5) Gestão é aplicada às aziendas para obtenção de rédito positivo, enquanto que Administração está voltada para réditos beneficentes.

11. É/são objeto(s) da Contabilidade:

a) os bens, direito e situação líquida;

b) o conjunto dos haveres, direitos e obrigações;

c) o controle da entidade;

d) o conjunto de bens, direitos e obrigações;

e) a evidenciação do patrimônio, para que os bancos possam emprestar dinheiro às entidades.

12. O campo de aplicação e o objeto da Contabilidade:

a) confundem-se;

b) são distintos, pois o primeiro é o patrimônio e o segundo é a azienda;

c) podem ser dissociados, pois o primeiro independe da existência do segundo;

d) são distintos, pois o primeiro é a azienda e o segundo é o patrimônio;

e) são a identificação das receitas e a apuração do resultado.

13. A função econômica da Contabilidade é: a) apurar lucro ou prejuízo; b) controlar o patrimônio; c) evitar erros e fraudes; d) efetuar o registro dos fatos contábeis; e) verificar a autenticidade das operações.

14. Assinale a alternativa correta. a) Os elementos essenciais da azienda são patrimônio, administração e

Contabilidade b) A função principal da Contabilidade é organizar o orçamento da empresa.

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c) O objeto da Contabilidade é o patrimônio, que ela estuda e pratica, registrando as ocorrências que lhe afetam a estrutura qualitativa.

d) Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de registro, de auditoria e de coordenação dos atos da administração econômica.

e) O campo de atuação e o objeto da Contabilidade são distintos um do outro, pois o primeiro é a azienda e o segundo é o patrimônio.

15. A palavra AZIENDA é comumente usada na Contabilidade como sinônimo de fazenda, na acepção de:

a) conjunto de bens e haveres;

b) mercadorias;

c) finanças públicas;

d) grande propriedade rural;

e) patrimônio, considerado juntamente com a pessoa que tem sobre ele poderes de administração e disponibilidade.

16. As demonstrações financeiras obrigatórias são:

a) Balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, demonstração das origens e aplicações de recursos.

b) Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados e demonstração do resultado do exercício.

c) Demonstração do resultado do exercício e demonstração das origens e aplicações de recursos.

d) Demonstração das origens e aplicações de recursos.

e) Balanço Patrimonial, Demonstração do Fluxo de Caixa, Demonstração do Valor Agregado e Demonstração do Resultado do Exercício.

17. Para alcançar os seus objetivos a Contabilidade utiliza certas técnicas. São elas:

a) escrituração, planejamento, coordenação e controle;

b) escrituração, balanços, inventários e orçamentos;

c) contabilização, auditoria, controle e análise de balanços;

d) auditoria, análise de balanços, planejamento e controle;

e) auditoria, escrituração, análise de balanços e demonstrações.

18. Além de serem técnicas contábeis, são também considerados ramos da Contabilidade:

a) a auditoria e a análise de balanço;

b) a fiscalização e a auditoria;

c) o planejamento e a análise de balanço;

d) o controle e a auditoria;

e) a meteorologia e a escrituração.

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19. Julgue os itens abaixo e assinale o correto.

a) A função econômica da Contabilidade é a obtenção de fluxo de caixa, isto é, rédito positivo.

b) O interesse dos acionistas na Contabilidade da entidade está voltado mais à liquidez e ao fluxo de pagamentos dos dividendos.

c) Um empregado de qualquer entidade não tem interesse na Contabilidade da mesma se estiver recebendo o seu salário em dia.

d) Empresa que paga seus tributos normalmente não desperta interesse do fisco em sua Contabilidade.

e) As técnicas contábeis são: escrituração, balancete, demonstrações contábeis e aziendas.

E daí, acharam fácil?!

Se por acaso haja alguma dúvida, por favor nos escrevam. Teremos a maior satisfação em dirimir as dúvidas de todos vocês. Ademais, o fato de terem dúvidas já é um bom começo, é sinal de que está havendo esforço para a compreensão do assunto!!!

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Já é hora de seguirmos em frente, de falarmos algo sobre a constituição das empresas e, neste particular, sabemos que uma empresa começa sua atividade pelo registro do contrato social ou do estatuto na junta comercial.

Nesse contrato social ou estatuto estará apresentado o valor do capital social com que a empresa irá buscar os seus objetivos sociais. Entretanto, a expressão capital assume diversas outras conotações as quais passaremos a estudar.

O ESTUDO DO CAPITAL

No edital de abertura do concurso para AFRF 2003, relativo ao conteúdo programático da disciplina de contabilidade, no item 4 consta que: “4. Conceitos de capital: (social ou nominal, próprio, de terceiros, total à disposição da entidade, capital realizado e a realizar e autorizado). Diferença entre capital e patrimônio.”. Já para o concurso de TRF, o edital traz no item 3 de contabilidade a cobrança da “Diferenciação entre Capital e Patrimônio”.

Outro ponto que é cobrado para o concurso do AFRF é o constante no item 1.2 “Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações).”. Desta forma, sempre que pertinente ao assunto, durante as nossas aulas não mediremos esforços em mencionar e transcrever os dispositivos da referida lei, pois muitas questões de prova são dela extraídas de forma literal!!!

Com relação ao capita, é de ressaltar que o assunto não é cobrado pela Esaf de forma direta em uma questão específica, porém o domínio da matéria é fundamental, pois em meio as questões aparecem contas envolvendo os conceitos do conteúdo programático e o seu desconhecimento será fatal ao candidato! Já nas provas elaboradas pelo CESPE o assunto é cobrado de forma mais enfática e específica, sendo que, para aqueles pretendentes a uma vaga em prova elaborada por esta instituição, devem se ater com mais atenção a este tópico.

Em sendo assim, vamos explicar cada um dos itens do edital dos concursos passados em relação ao capital.

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1. CAPITAL SOCIAL OU CAPITAL NOMINAL OU CAPITAL SUBSCRITO

Uma empresa para funcionar necessita de recursos financeiros a fim de fazer face aos diversos gastos que decorrem de suas operações naturais como, por exemplo, a aquisição de mercadorias, o pagamento de despesas gerais (aluguel, salários, água, luz, telefone etc.), aquisição de móveis e utensílios, máquinas, veículos e outros.

Desta forma, quando duas ou mais pessoas planejam fundar uma empresa elas pensam no valor dos recursos necessários para tocar o negócio e chegam a uma determinada quantia. A essa quantia chamamos de capital social.

As empresas são formalmente constituídas por meio de contrato social ou de estatuto, que rege toda a funcionalidade da entidade, bem como a estrutura jurídica. Esse contrato social ou estatuto deve mencionar, entre outros aspectos, o valor do capital social com que a sociedade irá buscar os seus objetivos.

O contrato social ou o estatuto deve ser devidamente registrado no “Registro do Comércio”, cujo papel está a cargo das Juntas Comerciais em cada Estado da Federação.

Por exemplo: Ana, Bernardo e Carlos resolvem fundar a empresa ABC, cujo objetivo comercial é a fabricação e comercialização de tranqüilizantes para concurseiros estressados que, segundo pesquisa, teria mercado garantido. Após intensos estudos e análises chegam a conclusão que necessitam de R$ 300.000,00 para tocar o negócio. É bem verdade que esse valor não será necessário logo no início das atividades, pois planejam começar a produção em escala limitada no primeiro ano e a partir do segundo ano, quando estiverem dominando a técnica de produção, ampliar sua atividade produtiva e comercial. Desta forma, elaboram o contrato social de constituição da empresa ABC e fizeram inserir nele que o capital social será de R$ 300.000,00, sendo que cada um dos três sócios se comprometeu a entregar, no ato da constituição da empresa, a quantia de R$ 50.000,00 e após um ano de atividade entregar mais R$ 50.000,00.

Percebam que no contrato social da empresa ABC consta que o valor do capital social será de R$ 300.000,00, porém na fase inicial das atividades a empresa terá apenas a quantia de R$ 150.000,00.

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Ao valor de R$ 300.000,00, constante no contrato social, chamamos de capital social ou capital nominal ou capital subscrito, pois é o valor que está escrito no contrato social e os sócios Ana, Bernardo e Carlos se comprometeram a entregar à sociedade. Assim, as expressões capital social, capital nominal e capital subscrito se constituem em sinônimos.

Assim, capital subscrito, capital nominal ou capital social é o valor pelo qual os sócios ou acionistas de uma empresa comprometem-se a entregar na formação de uma sociedade.

1.1. DISPOSIÇÕES NA LEI Nº 6.404/76

Consta expressamente no edital do concurso passado do AFRF a Lei nº 6.404/76. Não é por menos, pois esta lei é talvez um dos poucos dispositivos legais que tratam de contabilidade de forma exaustiva. É verdade que a lei é dirigida às sociedades anônimas, mas os seus preceitos são aplicáveis às demais sociedades no que seja pertinente.

Tanto as provas elaboradas pela Esaf quanto as do CESPE costumam cobrar conteúdos expressos nesta lei. Assim, não tem outro jeito a não ser vermos os seus dispositivos e estudá-los exaustivamente!!!

A lei, já no artigo 1º, estabelece que o capital social das sociedades anônimas será dividido em ações e determina a responsabilidade dos acionistas, limitando-a a integralização das ações subscritas. Assim, um acionista comum, que não exerça poder de comando na empresa, responde apenas pelo valor das ações que subscrever e quando estas estiverem totalmente integralizadas, acaba a sua responsabilidade e fica a espera do resultado da companhia a fim de receber dividendos e juros sobre o capital aplicado.

Conforme já frisamos antes, o ato constitutivo deve determinar o valor do capital social. A lei, em seu art. 5º, dispõe que o estatuto da companhia fixará o valor do capital social, que deverá ser expresso em moeda nacional.

O capital social pode ser alterado (aumentado ou diminuído), porém, segundo o art. 6º da lei, esta alteração há de observar certos requisitos que estão insculpidos em diversos dispositivos por ela emanados e também deve ser observado o que dispuser o estatuto a respeito.

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Nos artigos 7º ao 10, a lei determina os modos de formação do capital social. Vejamos os dispositivos e os comentários pertinentes:

Art. 7o O capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.

Perceba que não é somente em dinheiro que pode ser realizado o capital social. Podem os sócios ou acionistas entregar quaisquer bens e direitos, desde que sejam passíveis de serem avaliados em dinheiro.

Avaliação

Art. 8º A avaliação dos bens será feita por 3 (três) peritos ou por empresa especializada, nomeados em assembléia-geral dos subscritores, convocada pela imprensa e presidida por um dos fundadores, instalando-se em primeira convocação com a presença de subscritores que representem metade, pelo menos, do capital social, e em segunda convocação com qualquer número.

A disposição deste artigo é aplicável no caso de integralização do capital em bens e direitos de qualquer natureza passível de avaliação em dinheiro. A avaliação compete a 3 peritos ou empresa especializados em avaliação, segundo o tipo de bens ou direitos que estão sendo utilizados na realização de capital. Desta forma, se determinada pessoa integralizar seu capital social com uma máquina, é provável necessário que os peritos encarregados da avaliação sejam engenheiros mecânicos ou possuam amplo conhecimento sobre o funcionamento dessa máquina.

§ 1º Os peritos ou a empresa avaliadora deverão apresentar laudo fundamentado, com a indicação dos critérios de avaliação e dos elementos de comparação adotados e instruído com os documentos relativos aos bens avaliados, e estarão presentes à assembléia que conhecer do laudo, a fim de prestarem as informações que lhes forem solicitadas.

§ 2º Se o subscritor aceitar o valor aprovado pela assembléia, os bens incorporar-se-ão ao patrimônio da companhia, competindo aos primeiros diretores cumprir as formalidades necessárias à respectiva transmissão.

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A incumbência dos peritos ou da empresa especializada em avaliação é a de fornecer um laudo onde deve constar o valor do bem e sua vida útil remanescente para futuras depreciações.

§ 3º Se a assembléia não aprovar a avaliação, ou o subscritor não aceitar a avaliação aprovada, ficará sem efeito o projeto de constituição da companhia.

§ 4º Os bens não poderão ser incorporados ao patrimônio da companhia por valor acima do que lhes tiver dado o subscritor.

Este § 4º está limitando o valor do bem a ser dado em realização de capital ao valor constante no laudo de avaliação. Vejam que a proibição é no sentido de que não poderá ser adotado valor maior, porém o subscritor pode oferecer o bem por valor inferior ao do constante no laudo, pois, neste momento, se estará diante de um ato negocial e o subscritor dispõe do bem e pode atribuir-lhe qualquer valor, desde que dentro dos limites estabelecidos no laudo. A integralização do capital social com bens funciona como se a empresa comprasse o bem do subscritor e este, com o dinheiro recebido, integraliza suas ações ou quotas de capital social.

§ 6º Os avaliadores e o subscritor responderão perante a companhia, os acionistas e terceiros, pelos danos que lhes causarem por culpa ou dolo na avaliação dos bens, sem prejuízo da responsabilidade penal em que tenham incorrido; no caso de bens em condomínio, a responsabilidade dos subscritores é solidária.

Transferência dos Bens

Art. 9º Na falta de declaração expressa em contrário, os bens transferem-se à companhia a título de propriedade.

Responsabilidade do Subscritor

Art. 10. A responsabilidade civil dos subscritores ou acionistas que contribuírem com bens para a formação do capital social será idêntica à do vendedor.

Parágrafo único. Quando a entrada consistir em crédito, o subscritor ou acionista responderá pela solvência do devedor.

O disposto neste parágrafo único diz respeito à integralização do capital social, pelo subscritor, com utilização de títulos de crédito que ele possui contra terceiros. No caso de os

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terceiros não honrarem o compromisso representado pelo título, o acionista terá de fazê-lo, pois a responsabilidade pela integralização do capital social é dele. Vejam que não se trata aqui de um negócio jurídico condicional ou resolutório, pois o negócio (integralização do capital social) está realizado desde logo. Trata-se de responsabilidade pessoal do acionista em responder pelo valor do título.

No artigo 6º a lei fez reservas à alteração do capital social estipulando que é obrigatória a observância dos dispositivos por ela tratados. No capítulo XIV, por meio dos artigos 166 a 174, a lei regulamenta a aliteração do capital social. Veremos um a um desses artigos e, quando cabível, faremos o comentário pertinente:

Art. 166. O capital social pode ser aumentado:

I – por deliberação da assembléia-geral ordinária, para correção da expressão monetária do seu valor (artigo 167);

Salienta-se que a correção monetária foi extinta do nosso ordenamento jurídico desde 1º/01/1996. Logo este inciso não possui mais aplicação.

II – por deliberação da assembléia-geral ou do conselho de administração, observado o que a respeito dispuser o estatuto, nos casos de emissão de ações dentro do limite autorizado no estatuto (artigo 168);

Este inciso trata do aumento do capital social, sem que seja necessário a alteração do estatuto ou do contrato social, pois já há autorização neste sentido e esta autorização deve estar presente no estatuto. A única coisa a fazer, se deliberado o aumento do capital social, é a averbação da alteração junto à junta comercial no prazo de 30 dias.

III – por conversão, em ações, de debêntures ou parte beneficiárias e pelo exercício de direitos conferidos por bônus de subscrição, ou de opção de compra de ações;

Debêntures e Partes Beneficiárias são títulos característicos de sociedades anônimas e representam direitos de seus detentores contra a empresa, vale dizer, representam obrigações da empresa e podem ser conversíveis em ações. De forma simplificada, com relação à conversão em ações de debêntures e partes beneficiárias, podemos imaginar que a empresa paga aos seus detentores o valor devido e estes, com o dinheiro recebido, compram ações da empresa.

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IV – por deliberação da assembléia-geral extraordinária convocada para decidir sobre reforma do estatuto social, no caso de inexistir autorização de aumento, ou de estar a mesma esgotada.

§ 1º Dentro dos 30 (trinta) dias subseqüentes à efetivação do aumento, a companhia requererá ao registro do comércio a sua averbação, nos casos dos números I a III, ou o arquivamento da ata da assembléia de reforma do estatuto, no caso do número IV.

§ 2o O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá, salvo nos casos do número III, ser obrigatoriamente ouvido antes da deliberação sobre o aumento de capital.

Art. 167. A reserva de capital constituída por ocasião do balanço de encerramento do exercício social e resultante da correção monetária do capital realizado (artigo 182, § 2o) será capitalizada por deliberação da assembléia-geral ordinária que aprovar o balanço.

§ 1o Na companhia aberta, a capitalização prevista neste artigo será feita sem modificação do número de ações emitidas e com aumento do valor nominal das ações, se for o caso.

§ 2o A companhia poderá deixar de capitalizar o saldo da reserva correspondente às frações de centavo do valor nominal das ações, ou, se não tiverem valor nominal, à fração inferior a 1% (um por cento) do capital social.

§ 3o Se a companhia tiver ações com e sem valor nominal, a correção do capital correspondente às ações com valor nominal será feita separadamente, sendo a reserva resultante capitalizada em benefício dessas ações.

Este art. 167 praticamente não possui mais aplicação em face da extinção da correção monetária após 31 de dezembro de 1995.

O aumento do capital social mediante utilização do capital autorizado se encontra disciplinado no art. 168:

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Art. 168. O estatuto pode conter autorização para aumento do capital social independentemente de reforma estatutária.

§ 1o A autorização deverá especificar:

a) o limite de aumento, em valor do capital ou em número de ações, e as espécies e classes das ações que poderão ser emitidas;

b) o órgão competente para deliberar sobre as emissões, que poderá ser a assembléia-geral ou o conselho de administração;

c) as condições a que estiverem sujeitas as emissões;

d) os casos ou as condições em que os acionistas terão direito de preferência para subscrição, ou de inexistência desse direito (artigo 172).

§ 2o O limite de autorização, quando fixado em valor do capital social, será anualmente corrigido pela assembléia-geral ordinária, com base nos mesmos índices adotados na correção do capital social.

§ 3o O estatuto pode prever que a companhia, dentro do limite de capital autorizado, e de acordo com plano aprovado pela assembléia-geral, outorgue opção de compra de ações a seus administradores ou empregados, ou a pessoas naturais que prestem serviços à companhia ou a sociedade sob seu controle.

Uma outra forma de aumento do capital social é por meio da utilização de lucros ou de reservas. A Lei, no art. 169, chama esta operação de capitalização de lucros e reservas. Vejamos:

Art. 169. O aumento mediante capitalização de lucros ou de reservas importará alteração do valor nominal das ações ou distribuições das ações novas, correspondentes ao aumento, entre acionistas, na proporção do número de ações que possuírem.

§ 1o Na companhia com ações sem valor nominal, a capitalização de lucros ou de reservas poderá ser efetivada sem modificação do número de ações.

§ 2o Às ações distribuídas de acordo com este artigo se estenderão, salvo cláusula em contrário dos instrumentos que os tenham constituído, o usufruto, o fideicomisso, a inalienabilidade e a incomunicabilidade

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que porventura gravarem as ações de que elas forem derivadas.

§ 3o As ações que não puderem ser atribuídas por inteiro a cada acionista serão vendidas em bolsa, dividindo-se o produto da venda, proporcionalmente, pelos titulares das frações; antes da venda, a companhia fixará prazo não inferior a 30 (trinta) dias, durante o qual os acionistas poderão transferir as frações de ação.

A última forma de aumento do capital social, prevista na lei, está insculpida no art. 170. Essa forma consiste em aumento do capital social mediante a emissão e subscrição de novas ações. Vejamos o dispositivo:

Art. 170. Depois de realizados 3/4 (três quartos), no mínimo, do capital social, a companhia pode aumentá-lo mediante subscrição pública ou particular de ações.

§ 1o O preço de emissão deverá ser fixado, sem diluição injustificada da participação dos antigos acionistas, ainda que tenham direito de preferência para subscrevê-las, tendo em vista, alternativa ou conjuntamente: (Redação dada pela Lei no 9.457, de 5.5.1997.)

I – a perspectiva de rentabilidade da companhia; (Inciso incluído pela Lei no 9.457, de 5.5.1997.)

II – o valor do patrimônio líquido da ação; (Inciso incluído pela Lei no 9.457, de 5.5.1997.)

III – a cotação de suas ações em Bolsa de Valores ou no mercado de balcão organizado, admitido ágio ou deságio em função das condições do mercado. (Inciso incluído pela Lei no 9.457, de 5.5.1997.)

§ 2o A assembléia-geral, quando for de sua competência deliberar sobre o aumento, poderá delegar ao conselho de administração a fixação do preço de emissão de ações a serem distribuídas no mercado.

§ 3o A subscrição de ações para realização em bens será sempre procedida com observância do disposto no artigo 8o, e a ela se aplicará o disposto nos §§ 2o e 3o do artigo 98.

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§ 4o As entradas e as prestações da realização das ações poderão ser recebidas pela companhia independentemente de depósito bancário.

§ 5o No aumento de capital observar-se-á, se mediante subscrição pública, o disposto no artigo 82, e se mediante subscrição particular, o que a respeito for deliberado pela assembléia-geral ou pelo conselho de administração, conforme dispuser o estatuto.

§ 6o Ao aumento de capital aplica-se, no que couber, o disposto sobre a constituição da companhia, exceto na parte final do § 2o do artigo 82.

§ 7o A proposta de aumento do capital deverá esclarecer qual o critério adotado, nos termos do § 1o deste artigo, justificando pormenorizadamente os aspectos econômicos que determinaram a sua escolha. (Parágrafo incluído pela Lei no 9.457, de 5.5.1997.)

Os arts. 171 e 172, da Lei tratam do direito de preferência na subscrição de capital social, bem como da exclusão desse direito de preferência. Vejamos os dispositivos. Porém, antes, salienta-se que o assunto não é cobrado em todas as provas, mas ele é cobrado de forma bastante incisiva nas provas elaboradas pelo CESPE.

Direito de Preferência

Art. 171. Na proporção do número de ações que possuírem, os acionistas terão preferência para a subscrição do aumento de capital.

§ 1º Se o capital for dividido em ações de diversas espécies ou classes e o aumento for feito por omissão de mais de uma espécie ou classe, observar-se-ão as seguintes normas:

a) no caso de aumento, na mesma proporção, do número de ações de todas as espécies e classes existentes, cada acionista exercerá o direito de preferência sobre ações idênticas às de que for possuidor;

b) se as ações emitidas forem de espécies e classes existentes, mas importarem alteração das respectivas proporções no capital social, a preferência será exercida sobre ações de espécies e classes idênticas às de que

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forem possuidores os acionistas, somente se estendendo às demais se aquelas forem insuficientes para lhes assegurar, no capital aumentado, a mesma proporção que tinham no capital antes do aumento;

c) se houver emissão de ações de espécie ou classe diversa das existentes, cada acionista exercerá a preferência, na proporção do número de ações que possuir, sobre ações de todas as espécies e classes do aumento.

§ 2º No aumento mediante capitalização de créditos ou subscrição em bens, será sempre assegurado aos acionistas o direito de preferência e, se for o caso, as importâncias por eles pagas serão entregues ao titular do crédito a ser capitalizado ou do bem a ser incorporado.

§ 3º Os acionistas terão direito de preferência para subscrição das emissões de debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e partes beneficiárias conversíveis em ações emitidas para alienação onerosa; mas na conversão desses títulos em ações, ou na outorga e no exercício de opção de compra de ações, não haverá direito de preferência.

§ 4º O estatuto ou a assembléia-geral fixará prazo de decadência, não inferior a 30 (trinta) dias, para o exercício do direito de preferência.

§ 5º No usufruto e no fideicomisso, o direito de preferência, quando não exercido pelo acionista até 10 (dez) dias antes do vencimento do prazo, poderá sê-lo pelo usufrutuário ou fideicomissário.

§ 6º O acionista poderá ceder seu direito de preferência.

§ 7º Na companhia aberta, o órgão que deliberar sobre a emissão mediante subscrição particular deverá dispor sobre as sobras de valores mobiliários não subscritos, podendo:

a) mandar vendê-las em bolsa, em benefício da companhia; ou

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b) rateá-las, na proporção dos valores subscritos, entre os acionistas que tiverem pedido, no boletim ou lista de subscrição, reserva de sobras; nesse caso, a condição constará dos boletins e listas de subscrição e o saldo não rateado será vendido em bolsa, nos termos da alínea anterior.

§ 8° Na companhia fechada, será obrigatório o rateio previsto na alínea b do § 7º, podendo o saldo, se houver, ser subscrito por terceiros, de acordo com os critérios estabelecidos pela assembléia-geral ou pelos órgãos da administração.

Exclusão do Direito de Preferência

Art. 172. O estatuto da companhia aberta que contiver autorização para o aumento do capital pode prever a emissão, sem direito de preferência para os antigos acionistas, ou com redução do prazo de que trata o § 4º do art. 171, de ações e debêntures conversíveis em ações, ou bônus de subscrição, cuja colocação seja feita mediante: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001.)

I – venda em bolsa de valores ou subscrição pública; ou

II – permuta por ações, em oferta pública de aquisição de controle, nos termos dos arts. 257 e 263.

Parágrafo único. O estatuto da companhia, ainda que fechada, pode excluir o direito de preferência para subscrição de ações nos termos de lei especial sobre incentivos fiscais.

A Lei prevê que em certas circunstâncias pode haver a diminuição do capital social. As circunstâncias delineadas na Lei para a redução do capital estão presentes nos arts. 173 e 174 e se constituem em casos de compensação de prejuízos acumulados ou quando o capital registrado for considerado excessivo à finalidade do objetivo social. São os seguintes os dizeres da lei:

Redução

Art. 173. A assembléia-geral poderá deliberar a redução do capital social se houver perda, até o montante dos prejuízos acumulados, ou se julgá-lo excessivo.

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§ 1o A proposta de redução do capital social, quando de iniciativa dos administradores, não poderá ser submetida à deliberação da assembléia-geral sem o parecer do conselho fiscal, se em funcionamento.

§ 2o A partir da deliberação de redução ficarão suspensos os direitos correspondentes às ações cujos certificados tenham sido emitidos, até que sejam apresentados à companhia para substituição.

Oposição dos Credores

Art. 174. Ressalvado o disposto nos artigos 45 e 107, a redução do capital social com restituição aos acionistas de parte do valor das ações, ou pela diminuição do valor destas, quando não integralizadas, à importância das entradas, só se tornará efetiva 60 (sessenta) dias após a publicação da ata da assembléia-geral que a tiver deliberado.

§ 1o Durante o prazo previsto neste artigo, os credores quirografários por títulos anteriores à data da publicação da ata poderão, mediante notificação, de que se dará ciência ao registro do comércio da sede da companhia, opor-se à redução do capital; decairão desse direito os credores que o não exercerem dentro do prazo.

§ 2o Findo o prazo, a ata da assembléia-geral que houver deliberado à redução poderá ser arquivada se não tiver havido oposição ou, se tiver havido oposição de algum credor, desde que feita a prova do pagamento do seu crédito ou do depósito judicial da importância respectiva.

§ 3o Se houver em circulação debêntures emitidas pela companhia, a redução do capital, nos casos previstos neste artigo, não poderá ser efetivada sem prévia aprovação pela maioria dos debenturistas, reunidos em assembléia especial.

Agora, após estudo exaustivo sobre o capital social, estamos aptos a definir, com razoável precisão, o que vem a ser capital social.

Capital social representa o aporte de recursos que os sócios ou acionistas entregam à entidade, como investimento inicial.

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Pode, também, estar representado por reservas de capital e de lucros gerados pela entidade, que estejam formalmente incorporadas. Nesta hipótese, é necessário que haja alteração do contrato ou estatuto social, pois o capital social só pode ser alterado, mediante alteração dos atos constitutivos da entidade e devidamente registrado no “Registro do Comércio” a cargo das juntas comerciais dos Estados da Federação.

1.2. FORMAS DE CONTABILIZAÇÃO

1.2.1. NA SUBSCRIÇÃO

Considerando que os três sócios da empresa ABC participarão de forma igual na empresa, isto é, cada um participará com R$ 100.000,00 na formação do capital social e considerando que a empresa será do tipo de Sociedade por quotas de responsabilidade limitada, então a subscrição (o compromisso assumido pelos sócios) do capital social será assim escriturada1:

Quotistas conta Capital a Realizar

a Capital Social

Pela subscrição do capital social R$ 300.000,00

1.2.2. NA INTEGRALIZAÇÃO OU REALIZAÇÃO

Consoante disposição da Lei nº 6.404/76, o capital social pode ser integralizado em dinheiro, em títulos (direito de crédito) e em bens (móveis, veículos, imóveis, máquinas, etc.). Admitindo que cada um dos sócios da empresa ABC integralize a sua parcela imediata com recursos em dinheiro, títulos a receber e bens, teríamos as seguintes situações:

a) realização do capital em dinheiro: Caixa a Quotistas capital a realizar Pela integralização de capital social R$ 50.000,00

1 As formas de escrituração serão detalhadas em aulas futuras e quando as estudaremos recomendamos a volta a este tópico para uma análise mais apurada dos aspectos que envolvem a escrituração do capital social. No momento, somente a título ilustrativo, podemos dizer que as contas do ativo e de despesa são geralmente debitadas ao passo que as contas de passivo e de receitas são, de regra, creditadas. Segundo a Lei nº 6.404/76, as contas do ativo, que são aquelas que representam os bens e os direitos, são classificadas em ativo circulante, ativo realizável a longo prazo e ativo permanente e as contas de passivo, são as que representam as obrigações para com terceiros (passivo exigível – circulante e exigível a longo prazo), resultado de exercícios futuros e patrimônio líquido. A conta representativa de capital social está incluída entre as contas do patrimônio líquido.

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b) realização do capital com títulos diversos Títulos a receber a Quotistas capital a realizar

Pela integralização de capital social R$ 50.000,00

c) realização do capital com bens Veículos a capital a realizar Pela integralização de capital social R$ 50.000,00

Percebam que nos dois primeiros lançamentos utilizamos a conta “Quotistas capital a realizar” e na última apenas a conta “capital a realizar”. Ambos os lançamentos referem-se ao mesmo fato e, salienta-se, em questões de prova a conta utilizada para receber o crédito, geralmente, é a forma reduzida, isto é, capital a realizar ou capital a integralizar.

Notem que após essa integralização, que soma R$ 150.000,00, ainda restam R$ 150.000,00 de capital a integralizar, que é a diferença entre o capital subscrito e o integralizado.

1.2.3. NO BALANÇO PATRIMONIAL

A conta capital social é uma conta do grupo do Patrimônio Líquido e deve discriminar o capital subscrito e por dedução a parcela a integralizar. Logo, no caso da empresa ABC Ltda, teríamos a seguinte situação após a integralização parcial:

Balanço Patrimonial da empresa ABC Ltda. 1. ATIVO 2. PASSIVO

1.1. circulante

Caixa R$ 50.000,00

Títulos a receber R$ 50.000,00

2.1. circulante

1.2. realizável a longo prazo 2.2. exigível a longo prazo

1.3. permanente

1.3.1. investimentos

1.3.2. imobilizado

Veículos R$ 50.000,00

1.3.3. diferido

2.3. resultado de exercícios futros

Patrimônio líquido:

Capital social R$ 300.000,00

(-)Capital a realizar (R$ 150.000,00)

Total R$ 150.000,00 Total R$ 150.000,00

Percebam que o ativo representa as aplicações de recursos e o passivo representa as origens de recursos.

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1.2.4. NO AUMENTO DE CAPITAL SOCIAL COM UTILIZAÇÃO DE RESERVAS DE LUCROS, DE CAPITAL E DE LUCROS ACUMULADOS.

O aumento do capital social mediante a utilização de lucros e reservas constitui-se em forma de realização de capital sem que haja alteração do valor do Patrimônio Líquido. A sua capitalização consiste em debitar a conta de onde vem o recurso em contrapartida à conta creditada será a conta que registra o capital social, conforme a seguir demonstrado:

Reservas de Capital

a Capital social

ou

Reservas de Lucros

a Capital Social

ou

Lucros Acumulados

a Capital Social

Chama-se a atenção ao fato de que as reservas e os lucros não podem ser utilizados para integralização de capital subscrito pelos sócios ou acionistas, pois neste caso a integralização se constitui em obrigação pessoal dessas pessoas e não pode ser suprida pela utilização, direta, de resultados obtidos pela empresa que são de todos os sócios. O que pode acontecer é que os sócios façam retiradas de lucros e reservas acumuladas e com esse valor integralizar o valor do capital subscrito.

O assunto apareceu em prova da seguinte forma:

20. (ICMS/MS/2000) A empresa Concursus Ltda. efetuou um débito, no total de R$ 100,00, em uma conta de ativo. Simultaneamente registrou um crédito de igual montante em uma conta do patrimônio líquido. Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela que melhor representa essa transação . a) Venda de um imóvel. b) Aquisição de um veículo, por meio de operação de leasing. c) Financiamento a curto prazo. d) Aumento do capital social, com integralização de numerário.

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21. (MEMÓRIA/1999–SP) É correto afirmar que os recursos investidos pelos proprietários, serão classificadas no seguinte grupo: a) passivo circulante; b) passivo exigível a longo prazo; c) resultados de exercícios futuros; d) patrimônio líquido; e) n.d.a. 22. (AFPS/CESPE–Unb/2001) O aumento do capital social com reservas de capital, sem emissão de novas ações, dá-se com um lançamento, a crédito, das reservas de capital a serem utilizadas, em contrapartida de um débito na conta de capital social. Assinale (C) ou (E).

2. CAPITAL REALIZADO, INTEGRALIZADO OU CONTÁBIL

Conforme vimos no exemplo do item anterior, os sócios da empresa ABC não entregaram de imediato todo o valor a que se comprometeram na formação do capital social, isto é, eles não integralizaram todo o capital social no ato da constituição da empresa. Houve a integralização de apenas uma parte do capital social.

Assim, capital integralizado é a quantia do capital social ou capital nominal ou capital subscrito que efetivamente foi entregue pelos sócios ou acionistas para a empresa.

Em que pese termos apresentado um exemplo em que os sócios integralizaram apenas uma parte do capital social no ato da constituição da empresa, salienta-se que em outros casos ele pode ser igual ao capital nominal ou subscrito, quando os subscritores já o integralizaram por inteiro.

Cabe esclarecer que capital integralizado, capital realizado e capital contábil são expressões que possuem o mesmo significado e representam a diferença entre o valor do capital nominal e a parcela ainda não integralizada ou não entregue pelos sócios ou acionistas.

Desta forma, tomando por base o capital social da empresa ABC, teríamos a seguinte situação:

Capital nominal R$ 300.000,00

Capital integralizado R$ 150.000,00

Capital a Integralizar R$ 150.000,00

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Considerando que capital realizado ou integralizado e capital contábil são expressões sinônimas e que esse valor representa a diferença entre o valor do capital subscrito e o capital a integralizar, podemos apresentar o capital contábil do seguinte modo:

Capital nominal R$ 300.000,00

( - ) Capital a integralizar R$ 150.000,00

= Capital contábil R$ 150.000,00

A Lei 6.404/76, no art. 182, assevera-nos que “a conta capital social discriminará o montante subscrito, e por dedução, a parcela ainda não realizada”.

O assunto apareceu em prova da seguinte forma:

23. (Unb/CESPE–STM/99) No balanço patrimonial de uma sociedade por ações, a conta do capital social discriminará, entre os elementos do patrimônio líquido, o montante: a) das disponibilidades; b) das reservas de capital; c) subscrito e, por dedução, a parcela ainda não-realizada; d) de ações emitidas; e) subscrito apenas pelo acionista controlador.

3. CAPITAL A INTEGRALIZAR OU A REALIZAR

Conforme já demonstramos nos exemplos dos itens anteriores, capital a realizar ou a integralizar representa a diferença entre o capital subscrito e o capital integralizado e constata-se a sua presença quando os sócios ou acionistas de uma empresa não integralizam (entregaram) o total do capital que subscreveram ou se comprometeram a entregar à empresa.

Salientamos que a integralização do capital a integralizar deve ser efetuada com ingresso de recursos dos sócios, não podendo estes utilizar reservas de qualquer espécie ou lucros acumulados, pois representa obrigação pessoal dos subscritores. Se admitíssemos a integralização do capital social com utilização das reservas ou lucros poderia haver prejuízo aos sócios ou acionistas que integralizaram por completo o seu capital!!!

4. CAPITAL AUTORIZADO

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É uma figura meramente jurídica, que não traz reflexos contábeis (mas o desconhecimento deste fato pode trazer complicações ao concursando na hora da prova). A previsão legal desta figura jurídica está no art. 168 da Lei no 6.404/76 (Lei das S.A.) e é um instituto próprio de sociedades anônimas de capital aberto (que são as empresas que negociam suas ações no mercado de valores mobiliários, isto é, negociam suas ações na bolsa de valores).

Este instituto autoriza que a diretoria da empresa aumente o capital social até o limite autorizado, sem que seja necessário convocar uma assembléia geral para deliberar sobre o assunto e sem que seja necessário efetuar alteração no estatuto, pois o fato de haver autorização para o aumento do capital social, bem como o seu valor, deve estar expresso no estatuto social da sociedade anônima.

Já vimos o que dispõe a respeito o art. 168 da lei das S.A. a respeito.

5. CAPITAL DE TERCEIROS

A expressão capital assume, além de capital social, outros significados. Um desses significados diz respeito a recursos equivalentes a valores monetários (dinheiro ou cujo valor nele se possa exprimir). Assim, capital de terceiros são os recursos que vêm de terceiros por meio de empréstimos, investimentos e outros valores que representam obrigações da empresa para com aquelas pessoas ou empresas. Esses valores estarão apresentados no Balanço Patrimonial em contas do passivo exigível (conforme veremos nas próximas aulas).

Percebam que se a empresa toma dinheiro emprestado de algum banco, por exemplo, ela o deixará depositado no mesmo banco ou o levará para a empresa e o deixará dentro do cofre, ficando os recursos em caixa ou, ainda, poderá utilizá-lo para o pagamento de outras obrigações ou na compra de algum bem. Em qualquer uma das hipóteses, diz-se que a empresa aplicou esse dinheiro, mesmo que o valor continue depositado na conta do banco. Então, o termo aplicação de recursos aqui empregado possui conotação diferente daquela a que estamos acostumados, ou seja, não se trata, essencialmente, de uma aplicação financeira do tipo que rende juros, se bem que esta também é considerada uma aplicação de recursos na mesma acepção aqui empregada.

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É prudente frisarmos que o recurso vindo dos sócios, na formação do capital social, não representa obrigação da empresa para com os sócios ou, dito de forma mais apropriada, não constitui obrigação exigível, pois são recursos que os sócios entregam para a entidade com o fim de executar o objeto social, vale dizer, os sócios ou acionistas não fazem um empréstimo para a sociedade, mas um investimento com objetivos econômicos.

Também são considerados recursos vindos de terceiros os resultados de exercícios futuros e as receitas em geral. Salienta-se que, com relação a estes, não existe obrigação para empresa, logo não são exigíveis. A propósito das receitas, após a apuração do resultado, elas serão incorporadas ao Balanço Patrimonial por meio do Patrimônio Líquido (Lucros ou Prejuízos Acumulados e/ou Reservas de Lucros).

6. CAPITAL PRÓPRIO

A contabilidade é regida por princípios que devem ser observados na sua escrituração e na elaboração das demonstrações financeiras extraídas a partir da escrituração. Um desses princípios é o Princípio da Entidade, o qual afirma a autonomia patrimonial, isto é, o patrimônio da empresa deve ser considerado como sendo “o patrimônio” da empresa e não deve se confundir com o patrimônio dos seus sócios, que possuem um patrimônio particular e, também, autônomo.

Assim, retomando o exemplo da empresa ABC, uma vez que os sócios Ana, Bernardo e Carlos entregaram os valores relativos à integralização do capital social, este passará a ser de propriedade da empresa ABC e os seus sócios não mais poderão dispor dele, em função da autonomia patrimonial preconizada pelo princípio da entidade.

Para definir, adequadamente, o que vem a ser capital próprio, devemos conceituar, antes, o patrimônio.

Em contabilidade, patrimônio representa o conjunto de bens, direitos e obrigações.

As empresas podem apresentar diversas situações na composição patrimonial, isto é, a soma dos bens mais os direitos pode ser maior do que a soma das obrigações. Acontecendo esta situação, diz-se que a empresa apresenta patrimônio líquido positivo. Em outras circunstâncias, a soma dos bens e direitos pode ser igual a soma das obrigações (capital de terceiros), quando o patrimônio líquido será nulo. E, em casos mais extremos, o valor das

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obrigações pode ser maior do que o valor da soma dos bens com os direitos, quando teremos patrimônio líquido negativo.

Então, patrimônio líquido representa a diferença entre a soma dos bens com os direitos e as obrigações (bens + direitos – obrigações), cujo valor pode ser positivo, nulo ou negativo, conforme a estrutura patrimonial da empresa.

Capital próprio, em face ao disposto pelo Princípio da Entidade, equivale ao patrimônio líquido, pois é a parcela dos bens e direitos, deduzida da parcela das obrigações, que pertence, efetivamente, à entidade.

Conforme veremos em aulas futuras e no curso de contabilidade intermediária, o patrimônio líquido ou capital próprio pode ser formado pelas contas do capital social, as reservas de capital, as reservas de lucros, as reservas de reavaliação e os lucros ou prejuízos acumulados.

Assim, há duas formas de apurar o valor do capital próprio: uma deles é por meio da diferença entre a soma dos bens e direitos e o valor das obrigações; a outra é efetuar a soma algébrica das contas que o representam, conforme citado no parágrafo anterior.

Ressalte-se que para apurar o valor do patrimônio líquido durante a realização de provas somos obrigados a adotar ou uma ou outra forma ou, ainda, tanto uma quanto outra forma, em função dos elementos apresentados na questão. Mas, quando adotarmos a forma de apuração do capital próprio utilizando as contas que o representam, devemos ter o cuidado de considerar a possibilidade de existência de contas que diminuem o patrimônio líquido. Estas contas que diminuem a situação líquida (outra designação de capital próprio ou patrimônio líquido) são: a conta do capital a integralizar ou realizar, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

O assunto apareceu em prova da seguinte forma:

24. (TRT–4ª/ANAL. JUD./2001) O capital subscrito e realizado pelo titular, sócio ou acionista é considerado capital próprio, em virtude do princípio ou da convenção: a) do conservadorismo; b) da continuidade; c) da entidade; d) da realização das receitas; e) da objetividade.

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7. CAPITAL TOTAL À DISPOSIÇÃO DA ENTIDADE OU CAPITAL EM GIRO

Agora que já sabemos o que é capital de terceiros e capital próprio fica fácil de entender o que significa o capital total à disposição da entidade ou o capital em giro.

Partindo daquela idéia de capital representa os recursos em dinheiro ou cujo valor nele se possa exprimir ou valores expressos em moeda que estão à disposição da entidade, podemos dizer que capital total à disposição da empresa é a soma do capital próprio e o capital de terceiros.

O capital, nessa acepção, pode ser entendido como sendo os recursos que estão à disposição de uma empresa. Esses recursos serão alocados ou aplicados em contas representativas de bens, direitos ou despesas. Desta forma, podemos dizer que o capital total à disposição da entidade representa a soma de todas as origens de recursos que estão à disposição da entidade e que estão aplicadas em bens e direitos da empresa.

Avançando um pouco em nosso estudo, sem exaurir o assunto, pois ele será objeto de estudo em momento mais oportuno, podemos dizer que dentro da sistemática contábil, para fins de Balanço Patrimonial, o conjunto dos bens e direitos é chamado de ativo total e à soma das obrigações com o valor de resultado de exercícios futuros e do patrimônio líquido chamamos de passivo total.

Desta forma, o passivo total representa o valor dos recursos à disposição da entidade (total das origens), ao passo que o ativo total representa o valor das aplicações dos recursos (total das aplicações).

O valor do ativo total, que representa as aplicações dos recursos, é também denominado de Patrimônio Bruto.

O passivo exigível, que representa as obrigações para com terceiros, recebe a designação de passivo real, pois representa o passivo que realmente é exigível.

Desta forma, em termos de expressão monetária, as seguintes designações possuem o mesmo valor:

• passivo total • ativo total • patrimônio bruto • total das origens • total das aplicações

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• capital total à disposição da entidade

Assim, o capital total à disposição da entidade é o capital que está em giro na empresa.

8. DIFERENCIAÇÃO DE CAPITAL E PATRIMÔNIO

Pelo que já estudamos nos pontos anteriores, fica fácil de perceber a diferença entre capital e patrimônio, pois este é constituído pelo conjunto de todos os bens, direitos e obrigações de uma entidade ao passo que o capital social representa uma parcela desse patrimônio.

É verdade que em outra acepção dividimos o capital em capital próprio e capital de terceiros. Mesmo neste contexto o capital representa uma parcela do patrimônio. Também chamamos o ativo (bens + direitos) de capital aplicado ou total das aplicações de recursos (capital).

Em qualquer acepção que tomemos o termo “capital” ele representa uma parcela do patrimônio. Assim, podemos dizer que patrimônio é gênero do qual as diversas formas de capital são espécies.

9. CAPITAL DE GIRO

Para Antônio Lopes de Sá2, capital de giro é sinônimo de capital circulante ou de capital de trabalho. Essas expressões indicam a parte do patrimônio que sofre constante movimentação nas empresas, tais como as disponibilidades e os valores realizáveis, distinguindo-se entre estes os créditos, os estoques e os investimentos. São excluídos, portanto, os capitais permanentes (ativo fixo ou imobilizado, investimentos permanentes) e o ativo pendente, que compreende valores contingentes como, por exemplo, despesas do exercício seguinte e despesas pré-operacionais.

Esse assunto tem sido cobra em questões da ESAF, com a conotação de ser o capital de giro o próprio ativo circulante (aquele que compreende as disponibilidades, o realizável no curso do exercício social subseqüente e as despesas do exercício seguinte ou despesas antecipadas). É prudente assinalar desde já que não devemos confundir o capital de giro com as expressões capital 2 Sá, Antonio Lopes de, 1927 – Dicionário de contabilidade ?ª Lopes de Sá, Ana M. Lopes de Sá. – 9. Ed, ver. E ampl. – São Paulo: Atlas, 1994.

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circulante líquido ou capital de giro líquido, pois estas representam o ativo circulante menos o passivo circulante, isto é, os bens e direitos de curto prazo menos as obrigações de curto prazo (valores realizáveis no curso do exercício social seguinte e as obrigações exigíveis durante o exercício social seguinte).

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

25. “A” e “B” constituíram a empresa comercial A & B Ltda., com capital de R$ 20.000,00, dividido em parte iguais. “A” integralizou em dinheiro R$ 5.000,00 e “B” integralizou em imóveis a totalidade do capital por ele subscrito. Depois dessas operações, o capital social realizado, o capital de terceiros e o capital próprio da empresa tinham, respectivamente, os valores de R$:

a) 20.000,00 15.000,00 5.000,00;

b) 20.000,00 ZERO 20.000,00;

c) 15.000,00 ZERO 15.000,00;

d) 15.000,00 15.000,00 ZERO;

e) 20.000,00 5.000,00 15.000,00.

26. (ICMS/MS/2000) A empresa Firma Ltda. tem registrado, na conta lucros acumulados, o montante de R$ 10.000,00, e na conta capital social, a cifra de R$ 100.000,00. Em 3 de janeiro de 2000, foi decidido um aumento da conta capital social, mediante a utilização do total contabilizado na conta lucros acumulados. Assinale a alternativa abaixo que melhor reflete essa operação.

a) Somente diminuição do patrimônio líquido.

b) Aumento do passivo e/ou diminuição do ativo.

c) Não há nem aumento, nem diminuição no patrimônio líquido.

d) Somente aumento do patrimônio líquido.

27. (TRF/ESAF/2000) Se determinada empresa decide aumentar o próprio capital com o aproveitamento das reservas existentes, terá que contabilizar esse fato administrativo da forma seguinte: a) Capital social a Reservas; b) Capital a integralizar a Reservas; c) Capital a integralizar a Capital social; d) Reservas a Capital social; e) Reservas a Capital a integralizar.

28. (TÉC. CONTR. INTERNO) O balancete de verificação da Cia. Delta apresentava a seguinte posição em reais:

Contas Saldo 30.11.t1 Saldo 01.12.t1

Máquinas 8.500,00 8.500,00

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Caixa 18.000,00 18.000,00

Receita serviços 48.700,00 58.700,00

Capital 80.000,00 130.000,00

Depreciação acumulada 1.700,00 1.700,00

Serviços de terceiros 6.300,00 6.300,00

Lucros/prejuízos acumul. 14.200,00 -

Material consumo (estoque) 15.000,00 15.000,00

Terrenos 30.000,00 30.000,00

Bancos c/mov. 62.300,00 62.300,00

Reservas de lucro 7.000,00 -

Contas a pagar 9.700,00 9.700,00

Custos dos serviços 21.200,00 21.200,00

Clientes - 10.000,00

Veículos - 28.800,00

A estrutura de capital da empresa foi alterada. Os novos recursos, investidos na estrutura patrimonial pelos sócios foram de:

a) R$ 21.200,00;

b) R$ 28.800,00;

c) R$ 38.800,00;

d) R$ 50.000,00;

e) R$ 60.000,00.

29. Considerando: CP = capital próprio; CTe = capital de terceiros; CN = capital nominal; CTO = capital total à disposição da empresa; PL = patrimônio líquido; SLp = situação líquida positiva e A = ativo, pode-se afirmar que CTO é igual a:

a) CP + CTe = SLp; d) A (-) SLP;

b) A + CTe; e) CP + CTe + CN.

c) CP + CTe;

30. (TÉC. CONTR. INTERNO) A estrutura de capital da empresa Alagoas é representada por capital próprio, mais passivo real. O volume de capital próprio excedeu o investimento no ativo fixo no ANO II. Ao se admitir que não ocorreu, no ativo fixo, nenhuma modificação e que o capital circulante próprio passou a ser positivo no ANO II, poderemos justificar esse fato em função: a) do lucro no exercício/ prêmio na emissão de debêntures/distribuição de

dividendos; b) da reavaliação do ativo/ subscrição e integralização de capital/redução por

distribuição de dividendos; c) do resultado positivo no exercício/ redução por distribuição de

dividendos/doação e subvenções para investimentos recebidos; d) da reavaliação do ativo/ subscrição e integralização de capital/prejuízo do

exercício;

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e) do lucro no exercício/ subscrição e integralização de capital/ prêmio recebido na emissão de debêntures.

31. (PREFEITURA DE NATAL–RN–2001/ESAF) A firma Celta & Cia. Ltda. aplicou seu capital inicial da seguinte forma: 40% em máquinas compradas, à vista, por R$ 3.500,00, uma nota promissória emitida por um de seus sócios, no valor de R$ 3.000,00 e o restante em moeda corrente do país.

Em seguida essa empresa: – comprou mercadorias da Casa São Benedito, conforme nota fiscal

no 2.315. O preço de compra foi de R$ 3.000,00. A Casa São Benedito obteve lucro de 20% nessa transação. A Celta pagou entrada de 20%, assinando duplicata pelo valor restante;

– vendeu mercadorias por R$ 1.900,00, conforme notas fiscais de

nos 002 a 049, recebendo como entrada apenas 40% do total; – pagou impostos e taxas, no valor de R$ 400,00; – registrou salários e respectivos encargos, no valor bruto de R$

900,00, para pagamento no mês seguinte; – registrou a baixa do estoque, no valor de R$ 1.300,00, referente ao

custo das vendas. Ao final da gestão acima transcrita, a empresa terá apurado:

a) capital aplicado de R$ 8.750,00; b) capital próprio de R$ 8.050,00; c) capital alheio de R$ 3.780,00; d) rédito bruto de R$ 700,00; e) rédito líquido de R$ 600,00.

32. (AFRF/2002/ESAF) A Companhia Capcap de Negócios apresenta os seguintes valores relacionados ao capital próprio:

Capital autorizado R$ 100.000,00

Capital subscrito R$ 90.000,00

Capital integralizado R$ 70.000,00

Lucros acumulados R$ 20.000,00

Reserva de ágio na venda de ações R$ 19.000,00

Reserva para contingências R$ 17.000,00

Reserva de correção monetária R$ 16.000,00

Reservas estatutárias R$ 15.000,00

Reservas para investimento R$ 14.000,00

Reserva legal R$ 13.000,00

Reserva de reavaliação R$ 12.000,00

Agrupando corretamente os títulos acima, encontraremos:

a) capital social no valor de R$ 100.000,00;

b) capital a realizar no valor de R$ 30.000,00;

c) reservas de lucros no valor de R$ 59.000,00;

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d) reservas de capital no valor de R$ 47.000,00;

e) patrimônio líquido no valor de R$ 216.000,00.

Na próxima aula apresentaremos o gabarito das questões propostas. Sabemos que algumas questões são um pouco avançadas em face do conteúdo apresentado. Por isso, pedimos que não se estressem, pois no decorrer das aulas nós veremos o assunto pertinente a essas questões.

Por hoje ficamos por aqui e não se esqueçam de nos escrever para dirimir qualquer dúvida que por ventura possa ter surgido, porém antes dêem uma olhado no fórum, pois a dúvida de vocês pode ser a dúvida dos colegas e ela já pode ter sido respondida.

Desejamos a todos um produtivo estudo e muita paz!!!

Até a próxima aula com um abraço e agradecimento dos professores Velter e Missagia que esperam a presença de todos na aula 2.

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AULA 2: O PATRIMÔNIO

Agora que já estudamos os conceitos iniciais sobre contabilidade e os modos de formação do capital social, estamos aptos a estudar o patrimônio das entidades (aziendas) que, enfim, é o objeto da contabilidade.

Comecemos de uma forma bastante teórica para, à medida da assimilação dos conceitos, passarmos a expor o assunto por meio de exemplos práticos.

O PATRIMÔNIO

1. CONCEITO

O patrimônio é estudado por muitas ciências e para cada uma delas ele possui um significado próprio. Para a maioria destas ciências o patrimônio representa “bens de família”, “fazenda”, “herança paterna”, ou “riqueza”. Talvez você também possua esta concepção de patrimônio.

Para a Contabilidade, entretanto, o patrimônio possui uma conotação com amplitude maior representando o conjunto de bens, direitos e obrigações.

O objeto de estudo da contabilidade, conforme já vimos na aula passada, é o patrimônio das entidades. Logo, a contabilidade estuda todos os bens, direitos e obrigações vinculados a uma entidade, independentemente de ela possuir fins lucrativos ou não.

Conforme já visto, uma das principais finalidades da Contabilidade é fornecer informações úteis aos seus usuários e demais pessoas que possam ter algum interesse na situação econômico-financeira da entidade. Para que isto seja possível, é necessário que registremos todos os fatos que alterem a movimentação do patrimônio (bens, direitos e obrigações) de uma entidade, quer qualitativa ou quantitativamente.

As alterações do patrimônio ocorrem em conseqüência de operações comerciais próprias das empresas como as compras, as vendas, os pagamentos, os recebimentos, os investimentos, a

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formação de capital social etc.

A Contabilidade possui regramento pela Lei n° 6.404/1976 (Lei das S.A.), pelo Código Civil, por Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), pela Comissão de Valores Mobiliários e por outras entidades dependendo do ramo de atuação ou de sua atividade.

Com pertinência sobre o assunto patrimônio, exercendo sua competência normativa, o CFC, por meio da RESOLUÇÃO CFC no 774/94, estabelece:

1.2. O Patrimônio, objeto da Contabilidade

O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência, tanto nas ciências formais quanto nas factuais, das quais fazem parte as ciências sociais. Na Contabilidade, o objeto é sempre o PATRIMÔNIO de uma Entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e de obrigações para com terceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir o lucro. O essencial é que o patrimônio disponha de autonomia em relação aos demais patrimônios existentes, o que significa que a Entidade dele pode dispor livremente, claro que nos limites estabelecidos pela ordem jurídica e, sob certo aspecto, da racionalidade econômica e administrativa.

O Patrimônio também é objeto de outras ciências sociais – por exemplo, da Economia, da Administração e do Direito – que, entretanto, o estudam sob ângulos diversos daquele da Contabilidade, que o estuda nos seus aspectos quantitativos e qualitativos. A Contabilidade busca, primordialmente, apreender, no sentido mais amplo possível, e entender as mutações sofridas pelo Patrimônio, tendo em mira, muitas vezes, uma visão prospectiva de possíveis variações. As mutações tanto podem decorrer da ação do homem quanto, embora quase sempre secundariamente, dos efeitos da natureza sobre o Patrimônio.

Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a natureza dos elementos que o compõem, como dinheiro,

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valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias etc.

A delimitação qualitativa desce, em verdade, até o grau de particularização que permita a perfeita compreensão do componente patrimonial. Assim, quando falamos em “máquinas”, ainda estamos a empregar um substantivo coletivo, cuja expressão poderá ser de muita utilidade, em determinadas análises.

Mas a Contabilidade, quando aplicada a um patrimônio particular, não se limitará às “máquinas” como categoria, mas se ocupará de cada máquina em particular, na sua condição do componente patrimonial, de forma que não possa ser confundida com qualquer outra máquina, mesmo de tipo idêntico.

O atributo quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em valores, o que demanda que a Contabilidade assuma posição sobre o que seja “Valor”, porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente variados.

Do Patrimônio deriva o conceito de Patrimônio Líquido, mediante a equação considerada como básica na Contabilidade:

(Bens + Direitos) – (Obrigações) = Patrimônio Líquido

Quando o resultado da equação é negativo, convenciona-se denominá-lo de “Passivo a Descoberto”.

O Patrimônio Líquido não é uma dívida da Entidade para com seus sócios ou acionistas, pois estes não emprestam recursos para que ela possa ter vida própria, mas, sim, os entregam, para que com eles forme o Patrimônio da Entidade.

O conhecimento que a Contabilidade tem do seu objeto está em constante desenvolvimento, como, aliás, ocorre nas demais ciências em relação aos respectivos objetos. Por esta razão, deve-se aceitar como natural o fato da existência de possíveis componentes do patrimônio cuja apreensão ou avaliação se apresenta difícil ou inviável em determinado momento.

Se vocês leram atentamente o dispositivo normativo

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emanado pelo CFC, então já não podem mais ter dúvida de que o patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade.

Já falamos muito em “entidade” e acreditamos que nem todos tenham a exata percepção do seu significado e antes que alguns fiquem imaginando que estamos falando de seres espirituais, devemos deixar muito claro que aqui tratamos apenas de seres materiais, ou seja, a expressão entidade é utilizada para designar uma pessoa, uma empresa, um ente público que possua um patrimônio a ser controlado e/ou administrado.

Seguindo na análise do ato normativo do CFC, percebe-se, ainda, que o patrimônio das entidades é autônomo em relação aos demais patrimônios, isto é, o patrimônio da entidade não pode ser confundido com o patrimônio de seus sócios ou acionistas, podendo a entidade dispor dele livremente, em face de possuir personalidade jurídica própria e distinta da personalidade de seus instituidores.

Em que pese haver outras ciências que têm como seu objeto o patrimônio, à Contabilidade ele interessa sob o aspecto qualitativo e quantitativo.

Entende-se por aspecto qualitativo a natureza de seus elementos, como dinheiro em caixa, valores a receber e valores a pagar expressos monetariamente (moeda), máquinas, estoques de materiais ou mercadorias, participações societárias etc.

O nível de particularização e de individualização é de fundamental importância para a análise qualitativa de cada componente patrimonial. Assim, se uma empresa possuir valores elevados de despesas pagas antecipadamente e elevados valores de despesas pré-operacionais, que devem ser classificadas no ativo (bens e direitos), o patrimônio desta empresa, em termos qualitativos é inferior ao de outra empresa que possua valores idênticos de bens e direitos sem essas rubricas ou, na melhor das hipóteses, poderíamos dizer que o patrimônio desta empresa é de qualidade duvidosa.

Desta forma, é função da contabilidade acompanhar individualmente cada um dos elementos patrimoniais para que estes reflitam qualitativamente a sua composição e se possa analisá-los adequadamente.

Já o aspecto quantitativo quer dizer a expressão monetária dos componentes patrimoniais, isto é, os valores em dinheiro. É de salientar que o aspecto monetário não é exatamente

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objetivo, pois a valoração depende de empresa para empresa, isto é, pode um determinado bem ser considerado completamente obsoleto a determinada empresa e ser de extrema utilidade para outra, quando para esta ultima terá valor econômico superior ao da primeira.

Para as empresas, cuja finalidade é a obtenção de resultado econômico positivo, o interesse do aspecto valorativo ou monetário se sobrepõe ao aspecto qualitativo. Para estas, os bens servem de meio à consecução dos objetivos sociais na produção de resultados, quer diretamente, quer por meio de investimentos em outras empresas, quando então produzirão resultados acessórios. Assim, se determinada empresa vender mercadorias ao preço de custo, ela apenas trocou mercadorias por dinheiro e houve tão somente uma variação qualitativa no Patrimônio. Porém, se houver uma venda de mercadorias com lucro ou prejuízo, então a variação terá sido qualitativa e quantitativa, pois trocou bens de venda por dinheiro ou direitos com ágio ou volta.

O controle do patrimônio das entidades representa a função administrativa da Contabilidade e, para que o controle seja eficaz, deve prever os aspectos qualitativos e quantitativos nos registros dos fatos contábeis.

Assim, estamos aptos a apresentar uma definição para o patrimônio.

PATRIMÔNIO

É o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculadas a uma determinada entidade, com ou sem fins lucrativos, utilizados na consecução de seus objetivos.

Um aspecto interessante que pode ser extraído dessa definição de patrimônio diz respeito às partes que o compõem, ou seja, os bens e direitos de um lado e as obrigações de outro. Por enquanto podemos estabelecer que o patrimônio envolve uma parte “positiva” (representado pelos bens e direitos) e outra “negativa” (representado pelas obrigações). Denota-se que o patrimônio, aqui para a contabilidade, possui significado diverso daquele atribuído por outras ciências, abarcando, além dos bens também os direitos e as obrigações. Desta forma, caros alunos, tenham cautela quando emitirem algum comentário sobre a grandeza patrimonial de determinada pessoa, pois, em que pese ela possuir muitos bens

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como carros, imóveis, máquinas e dinheiro em banco, estes bens podem estar comprometidos por dívidas a serem pagas a terceiros.

Analisando o patrimônio sob esse prisma (parte positiva e parte negativa), somos forçados a estabelecer uma equação, qual seja, “bens + direitos” – “obrigações” = Patrimônio Líquido.

Percebam que apareceu mais uma faceta da contabilidade, o Patrimônio Líquido (PL). O estudo do patrimônio das entidades empresariais tem no Patrimônio Líquido o ponto culminante, visto os objetivos deste tipo societário ser a obtenção de resultados positivos e de estes serem representados pelo PL. Daí resulta que a maioria das análises de viabilidade da empresa serem aplicadas sobre o PL.

O Patrimônio Líquido recebe, ainda, as designações de Situação líquida, Capital Próprio ou Riqueza Própria, estas duas últimas designações derivadas da autonomia patrimonial onde a expressão própria (o) possui a conotação da empresa ou entidade.

Pela própria definição de patrimônio, que compreende os bens, direitos e obrigações, podem resultar três situações distintas de Patrimônio Líquido, conforme os bens + direitos sejam superiores, iguais ou inferiores às obrigações.

Quando a soma dos bens mais direitos for superior à soma das obrigações, teremos Patrimônio Líquido “positivo” ou situação líquida positiva e para determinadas entidades situação líquida superavitária.

Quando o resultado da equação for nulo, teremos a chamada situação líquida nula ou a inexistência de capital próprio.

Quando a soma dos bens mais direitos for inferior à soma das obrigações (resultado da equação negativo), o Patrimônio Líquido será negativo o que configura o chamado “Passivo a Descoberto”.

Não obstante as empresas terem o seu início com a entrega de recursos por parte de seus sócios ou acionistas, na formação do capital social, o patrimônio destas empresas deve ser considerado autônomo em relação ao patrimônio dos seus instituidores, pois com sua criação fizeram surgir uma nova pessoa – “a Pessoa Jurídica”. Desta forma, como os sócios ou acionistas não fizeram um empréstimo à sociedade, mas entregaram recursos a esta para que atingisse os objetivos de sua criação, o Patrimônio Líquido não é uma dívida da Entidade para com aqueles instituidores. Analisando a questão sob o aspecto da formação do Patrimônio Líquido positivo, chega-se à conclusão que ele representa o excesso da parte positiva

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sobre a parte negativa do patrimônio, logo não poderia representar obrigação visto que obrigações representam parte negativa do patrimônio.

Embora as variações patrimoniais qualitativas não representam alterações na situação líquida, ressalte-se que tanto as alterações patrimoniais qualitativas quanto as quantitativas devem ser registradas pela Contabilidade.

PATRIMÔNIO

ASPECTO QUALITATIVO COMPONENTES

ASPECTO QUANTITATIVO EXPRESSÃO MONETÁRIA

Conforme enfatizamos no início desta aula, ela está sendo bastante teórica. Por enquanto seguimos nesta linha, mas não se desesperem que logo, logo partiremos a parte prática!!!

É bastante improvável que seja cobrado em provas de concursos o conceito de aspectos qualitativos ou quantitativos, entretanto, para provas de concursos, o assunto começa a ter relevância no momento em que nos deparamos com os fatos contábeis, pois, a partir da análise do aspecto patrimonial, podemos definir se em dado fato contábil ocorreu uma receita, uma despesa ou ambas, ou, ainda, uma mera permuta entre elementos patrimoniais, vale dizer, se houve apenas uma variação patrimonial qualitativa. O assunto fatos contábeis terá o devido destaque noutra aula de nosso curso.

Para finalizar esta parte conceitual sobre o patrimônio das entidades, cabe tecer um breve comentário sobre a sua evolução o que traz como conseqüência certa dificuldade no domínio imediato de sua avaliação e entendimento. Por isso, caros alunos, diante de tais circunstâncias não se estressem, pois a vida é assim mesmo. As mudanças precisam ser assimiladas aos poucos. O que compete a nossa parte, faremos sempre o possível para apresentá-las tão logo elas surjam!!!

1.1. BENS

As coisas são gênero dos quais bens são espécies.

Os bens são coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico e que podem servir de objeto de uma relação jurídica. É

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nesta acepção que os bens interessam à contabilidade.

CLASSIFICAÇÃO DOS BENS

Um mesmo bem pode enquadrar-se em várias categorias, desde que tenha múltiplos caracteres.

Ex: a moeda é móvel e conversível; o rio é imóvel, público e fora do comércio, por mais que suas águas se movam constantemente.

a) Bens em si mesmo considerados

1. Bens corpóreos e incorpóreos

Bens corpóreos – são coisas que têm existência material, como uma casa, um livro. Possuem corpo próprio.

Bens incorpóreos – são aqueles que não têm existência tangível e como existência patrimonial representam os direitos que as empresas detêm sobre a propriedade intelectual, comercial ou industrial.

2. Bens imóveis e móveis

Bens imóveis – são aqueles que não se podem transportar, sem destruição, de um lugar para outro.

Bens móveis – os que sem deterioração, na substância ou na forma, podem ser transportados de um lugar para outro, por força própria ou estranha, como os semoventes, mercadorias, etc.

Os bens imóveis, por sua vez, classificam-se em:

Imóveis por natureza como terrenos ou fazendas.

Imóveis por acessão física artificial como, por exemplo, os prédios.

Os bens móveis, por sua vez, classificam-se em:

Móveis por natureza – Ex.: semoventes (cobras, lagartos, bois, cavalos etc.).

Móveis por antecipação – a vontade humana mobiliza bens imóveis, em função da finalidade econômica. P. Ex.: árvores, frutos, pedras e metais, aderentes ao imóvel, são imóveis; separados para

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fins humanos, tornam-se móveis. P. ex.: são móveis por antecipação árvores cortadas e convertidas em lenha.

3. Bens fungíveis e infungíveis (trocáveis ou não trocáveis)

São fungíveis os móveis que podem e infungíveis os que não podem, substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.

Apesar da fungibilidade ou infungibilidade decorrer da natureza da coisa, pode ocorrer dos contratos tornarem infungíveis coisas fungíveis. P. Ex.: quando se empresta a alguém moeda, cesta de frutas, etc. para serem utilizados numa exposição ou ornamentação, com a obrigação de serem restituídos, sem que possam ser substituídos por outros da mesma espécie.

Em regra, a fungibilidade é própria dos bens móveis e a infungibilidade dos imóveis. Entretanto, há móveis que são infungíveis, como p. ex.: o cavalo de corrida Faraó.

4. Bens consumíveis e inconsumíveis

Consumíveis – os que terminam logo no primeiro uso, havendo imediata destruição de sua substância caso em que se tem a consuntibilidade natural. Ex.: a famosa “camisinha”.

Inconsumíveis – os que podem ser usados continuamente, possibilitando que se retire todas as suas utilidades sem se atingir a sua integridade. Coisas inconsumíveis podem se tornar consumíveis se destinadas à alienação. P. Ex.: uma roupa é inconsumível, porque não se consome com o primeiro uso, mas nas lojas, colocada à venda, se torna consumível, pois se pretende fazer com que ela desapareça do acervo em que se integra.

Como se vê, a consuntibilidade não decorre da natureza do bem, mas de sua destinação econômico-jurídica, sendo que a vontade humana pode influenciar sobre a consuntibilidade, pois pode tornar inconsumível coisa consumível, como se dá quando alguém empresta frutas para uma exibição, devendo estas ser devolvidas, permanecendo então não consumíveis até a sua devolução, ou ainda, tornar consumível algo que é inconsumível, como um livro exposto à venda em uma livraria.

Não há que se confundir a fungibilidade com a

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consuntibilidade, uma vez que pode haver bem consumível que seja infungível. Ex.: manuscritos de uma obra de um autor célebre colocados à venda.

5. Bens divisíveis e indivisíveis

Divisíveis – os que puderem ser fracionados em partes homogêneos e distintas, sem alteração das qualidades essenciais ao todo, e sem desvalorização, formando um todo perfeito. Ex.: um saco de café.

Indivisíveis – os que se divididos perdem a sua essência. Ex.: um cavalo vivo;

b) Bens reciprocamente considerados

1. Coisa principal e acessória

Coisa principal – é a que existe por si, exercendo a sua função e finalidade, independentemente de outra. Ex.: o solo

Coisa acessória – é a que supõe, para existir, uma principal. Ex.: as benfeitorias.

Resumindo, pode-se dizer que:

As coisas são gênero dos quais bens são espécies. Os bens são coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico e que podem servir de objeto de uma relação jurídica.

Para a contabilidade, há, ainda, outras classificações como os bens de venda (mercadorias), bens de renda (para aluguel), bens fixos (utilizados na atividade da empresa).

1.2. DIREITOS

Direitos representam os créditos da empresa para com terceiros. São valores que a empresa tem a receber de terceiros ou valores de propriedade da entidade que se encontram em posse de terceiros, decorrentes ou não da atividade principal ou

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operacional da entidade.

Os direitos se apresentam, geralmente, sob a forma de títulos e documentos, tais como duplicatas a receber, cheques pré-datados a sacar, adiantamentos a empregados, tributos a recuperar (ICMS a Recuperar, IPI a Recuperar, PIS a Recuperar, Cofins a Recuperar, Imposto de Renda a Restituir etc.), adiantamentos a fornecedores, empréstimos concedidos, vendas a faturar e notas promissórias.

Dentro da categoria dos direitos, alguns merecem destaque especial em face de suas particularidades, especialmente os títulos de crédito. São eles:

Duplicata: Um dos pecados mais comuns cometidos pelos estudantes incipientes na disciplina diz respeito ao estabelecimento da responsabilidade do emitente de um título de crédito. No que concerne à duplicata, ela é um título de crédito, exclusivamente comercial decorrente de operações de venda de mercadorias e/ou prestação de serviços, vinculado a estas operações e é emitido pelo credor (vendedor ou prestador de serviço). Numa operação deste tipo, o vendedor emite a fatura comercial, contendo a relação das mercadorias negociadas e servindo como prova da concretização do negócio. É comum a emissão de um segundo documento relativo à venda, a duplicata, que possui força de execução (judicial) e é transferível a terceiros por endosso1. Para que a dívida seja reconhecida pelo devedor, é necessário que este assine a duplicata. Esta assinatura chama-se aceite. Portanto, as duplicatas emitidas por uma empresa são direitos (créditos) seus junto aos clientes, enquanto que as duplicatas aceitas pela empresa representam obrigações (débitos) para com terceiros. Atentem-se ao fato de que os direitos são créditos da empresa e as obrigações são débitos da empresa, o que não deve ser confundido com as contas representativas dos créditos e débitos que possuem, respectivamente, natureza devedora e credora, conforme veremos na aula relativa às contas.

Nota promissória: É um título de crédito que pode ser emitido por qualquer pessoa, não possuindo nenhuma vinculação com a causa que gerou o crédito2. Percebe-se que não se trata de título exclusivo de atividade comercial. O emitente do título é o devedor, pois se constitui em promessa de pagamento. Também possui força executiva e é endossável. Não há necessidade de aceite 1 O endossante se torna, no endosso, responsável solidário pelo adimplemento da obrigação. 2 Pelo fato de a nota promissória não possuir vinculação com o fato que gerou o seu crédito, ela é muito utilizada como promessa de pagamento decorrente de atividades ilícitas, como as dívidas de jogo.

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na nota promissória, uma vez que a própria emissão do título já equivale ao reconhecimento da dívida. Portanto, as notas promissórias emitidas pela empresa representam obrigações, enquanto as notas promissórias recebidas pela mesma (aceitas) são créditos junto a terceiros (direitos).

Cheque: Os cheques não são títulos de crédito. O cheque é, por definição legal (lei do cheque), uma ordem de pagamento à vista contra a conta-corrente do emissor, que deve ser paga pelo banco no momento de sua apresentação. Todavia, é largamente adotada no comércio a prática de realizar compras e vendas mediante cheque pré-datado, ou seja, sob o compromisso de somente ser apresentado ao banco sacado em determinada data posterior. Não existe na legislação Pátria previsão legal para o cheque pré-datado, embora haja julgado pelo STJ no sentido de que o comerciante deva honrar o compromisso de somente apresentá-lo ao banco sacado na data aprazada. Sendo assim, os cheques pré-datados recebidos pela empresa, em que pese serem ordem de pagamento à vista e caso a empresa considera honrar o contrato de pré-datado, geram uma promessa de pagamento futuro, ou seja, são direitos da empresa e desta forma ele deve ser contabilizado. No mesmo sentido, os cheques pré-datados emitidos pela empresa equivalem a obrigações assumidas com terceiros quando estes honrarem a disposição de pré-datado.

Em face do exposto acima, e por uma questão de prudência, o reconhecimento das obrigações decorrentes da emissão de cheques pré-datados somente deve ser efetuado se a empresa emissora não possuir, na data da emissão do cheque, fundos suficientes no banco para cobrir o cheque.

Sabemos que não é o momento apropriado para demonstrarmos os lançamentos contábeis pertinentes ao assunto pelo fato de não termos visto lançamentos contábeis, mas como a ocasião faz o ladrão, não nos resta outra saída a não ser mostrarmos esses lançamentos agora. Então, pode ocorrer que vocês tenham que rever estes lançamentos após termos visto as aulas relativas aos lançamentos contábeis e a teoria das contas para o perfeito entendimento (não se estressem!!! O estresse é o maior inimigo do estudante. O assunto será visto oportunamente).

Assim, se uma empresa efetuar compras de mercadorias e efetuar o pagamento com cheques pré-datados, recomenda-se os seguintes procedimentos nos lançamentos contábeis:

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Pelo registro da compra efetuada:

D - Estoque ou Ativo Imobilizado

C - Fornecedores

Pelo pagamento ao fornecedor, com cheque pré-datado:

a) se houver fundos suficientes no banco sacado:

D - Fornecedores

C - Bancos conta movimento

b) se não houver fundos suficientes no banco sacado:

D - Fornecedores

C - Cheques a Pagar

c) quando for providenciado fundo suficiente para a cobertura do cheque:

D - Cheques a Pagar

C - Bancos conta movimento

1.3. OBRIGAÇÕES

Conforme já vimos, as obrigações representam a parte negativa do patrimônio, pelo menos no que concerne à equação patrimonial. São valores que a empresa deve pagar a terceiros. São as dívidas ou compromissos de qualquer natureza, assumidos perante terceiros, ou por bens de terceiros que se encontram em posse da entidade, sobre os quais esta possui uma responsabilidade, quer pela devolução (empréstimo), quer pela indenização ou pelo pagamento ou pela obrigação de entregar um bem em contrapartida de haver recebido um adiantamento em dinheiro. Exemplos: contas a pagar, fornecedores, financiamentos bancários, impostos a recolher, impostos a pagar, adiantamento de clientes, receitas antecipadas para entrega futura de bens etc. Estas são as obrigações propriamente ditas ou exigíveis (contraídas com terceiros), independentemente do prazo de vencimento.

As obrigações, considerando-se a autonomia patrimonial e

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dentro de uma concepção econômica, recebem a designação de Capital de Terceiros ou Capital Alheio.

2. COMPONENTES PATRIMONIAIS E A REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO

Os componentes patrimoniais Já foram estudados de forma exaustiva nos tópicos anteriores e vimos que o patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade. Vimos também que entidade, para fins contábeis, é qualquer ente que possua um patrimônio a ser controlado como, por exemplo, um órgão público e as empresas. No nosso estudo nos ateremos às entidades com fins lucrativos, ou seja, as empresas comerciais, industriais e prestadoras de serviços.

Assim, de posse dos conhecimentos acima, podemos seguir no nosso estudo incrementando os conhecimentos aos poucos.

Ao conjunto dos bens e direitos ou créditos de uma entidade, que representa, em tese, à parte positiva do patrimônio chamamos de ATIVO. Às obrigações, que constituem, teoricamente, a parte negativa do patrimônio de uma entidade, chamamos de PASSIVO EXIGÍVEL ou, simplesmente, de PASSIVO.

Para Lopes de Sá3 o ATIVO representa um fundo de valores integrantes por investimentos ou aplicações do patrimônio ou do capital das empresas.

No balanço patrimonial o Ativo aparece sempre do lado esquerdo e aparecerá subdividido em Ativo Circulante (AC), Ativo Realizável – Longo Prazo (ARLP) e Ativo Permanente (AP).

Ainda para Lopes de Sá, o PASSIVO é a parte do balanço que representa as fontes ou proveniências dos valores que se acham espalhados do Ativo. São as origens dos recursos.

No balanço patrimonial, o passivo estará assim composto: Passivo Circulante (PC), Passivo Exigível a Longo Prazo (PELP), Resultado de Exercícios Futuros (REF) e Patrimônio Líquido (PL).

Percebam que o patrimônio líquido aparece no passivo, assim como os Resultados de exercícios futuros, mas não representam obrigações da empresa. Este assunto será devidamente estudado no momento oportuno, dentro do curso de Contabilidade Intermediária.

3 Antonio Lopes de Sá, Dicionário de Contabilidade, ed. Atlas, 9ª edição.

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O Balanço Patrimonial é estruturado de forma padronizada e apresentado, para publicação, em forma de tabela de duas colunas. Assim, os componentes patrimoniais são dispostos na demonstração contábil chamada balanço patrimonial, de forma simplificada, num gráfico em forma de “T”, como segue:

PATRIMÔNIO PATRIMÔNIO

Bens

+

Direitos

Obrigações ou

ATIVO PASSIVO

Ou

PATRIMÔNIO ATIVO PASSIVO

Ativo Circulante

Ativo Realizável Longo Prazo

Ativo Permanente

Passivo Circulante

Passivo Exigível Longo Prazo

Resultado de Exercícios Futuros

Patrimônio Líquido

Se conseguirmos gravar, por enquanto, que os bens e direitos figuram no lado esquerdo e que as obrigações e o patrimônio líquido figuram no lado direito do gráfico, então já temos um avanço considerável.

Conforme se denota do gráfico acima, a Contabilidade atribui um nome a cada um dos lados do gráfico, em forma de “T”, chamando de ATIVO o conjunto de direitos e bens que formam o conjunto de elementos positivos da entidade, sempre situados no lado esquerdo do gráfico. O conjunto de bens e direitos, ou seja, o Ativo, representa a aplicações dos recursos provenientes de investimentos dos sócios ou acionistas e de recursos de terceiros representados por dívidas ou resultados.

No lado direito do gráfico são inscritas as obrigações com terceiros (Passivo Exigível), os resultados de exercícios futuros e o patrimônio líquido. Ao conjunto assim formado chamamos de PASSIVO, que é representam as origens de recursos aplicados no ativo. Devemos fazer uma advertência neste momento, pois em

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muitas situações nos apresentam o passivo como sendo apenas o passivo exigível.

Este assunto será aprofundado no decorrer de nossas aulas tanto na contabilidade introdutória, quanto no curso de contabilidade intermediária.

Por enquanto vamos tecendo alguns comentários sobre a apresentação gráfica do patrimônio. Neste sentido, percebam que no lado direito aparece, também, o PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL), que corresponde à diferença entre ATIVO e PASSIVO EXIGÍVEL. O Patrimônio Líquido é denominado também de investimento próprio, por alguns autores, ou capital próprio e até mesmo de situação líquida. O fato de o Patrimônio Líquido, em que pese não ser propriamente uma obrigação, figurar no lado direito é explicado por alguns autores com o argumento de que no lado direito estão as obrigações com terceiros (é o passivo propriamente dito ou passivo exigível – PE), e as obrigações da entidade para com os sócios (patrimônio líquido – PL), sendo que este último não é exigível. Percebam que os resultados de exercícios futuros também não representam passivo exigível, por mais que figure no passivo.

O Patrimônio Líquido é composto pela conta representativa do Capital Social, cujo assunto já estudamos, e também por reservas e lucros. Representa, pois, o valor investido pelos sócios na empresa. É o capital da empresa e os resultados (positivos ou negativos) gerados pela sua atividade. Conforme visto, de certa forma é considerado uma obrigação, porém não é exigível como são as obrigações para com terceiros. O princípio fundamental de contabilidade da entidade revela que o PL é o capital próprio da entidade.

O passivo exigível é também chamado por alguns autores de PASSIVO REAL.

Quando queremos nos referir a ambos os tipos de obrigações (com os sócios e com terceiros), podemos utilizar também o termo PASSIVO TOTAL, compreendendo o PASSIVO EXIGÍVEL e o PATRIMÔNIO LÍQUIDO. O PASSIVO da empresa equivale às origens de recursos. Assim:

PASSIVO TOTAL = PASSIVO EXIGÍVEL + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

A composição do patrimônio líquido é estruturada por três

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grupos básicos:

• capital;

• reservas;

• lucros ou prejuízos acumulados.

O capital, conforme vimos na aula anterior, representa a importância que os sócios ou acionistas entregaram à sociedade, bem como as importâncias geradas por esta entidade e que estejam formalmente incorporadas ao mesmo. Lucros ou prejuízos acumulados representam o resultado da própria evolução da entidade que ainda não tiveram uma destinação. As reservas podem ser também de três tipos: Reservas de capital, as reservas de reavaliação e as reservas de lucros. Estas últimas representam uma parcela da destinação do resultado e são subdivididas em 06 (seis) categorias distintas. Estes assuntos serão tratados mais adiante, juntamente com as reservas no curso de contabilidade intermediária.

Chamamos mais uma vez a atenção aos futuros funcionários públicos para o fato de o termo PASSIVO ser normalmente utilizado para representar as obrigações com terceiros (passivo exigível), ou seja, usam-se as expressões PASSIVO e PASSIVO EXIGÍVEL como sinônimas e nesta situação o patrimônio ficaria assim representado:

PATRIMÔNIO

Bens

+

Direitos

Passivo Exigível

REF

Patrimônio Líquido

3. EQUAÇÃO PATRIMONIAL

Por equação entendemos uma expressão matemática. A equação patrimonial é uma expressão do tipo x – y = z, onde x é representado pelo ativo, y pelo passivo exigível e z pelo patrimônio líquido. Podemos então escrever esta equação como sendo:

A – Pe = PL

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Desta forma, podemos definir o patrimônio líquido como sendo a diferença entre o ativo e o passivo exigível e, como já vimos, recebe também as denominações de situação líquida ou capital próprio ou, ainda, por alguns autores, de investimento próprio, por representar a parte do patrimônio que efetivamente pertence à entidade, pois o restante dos bens e direitos estará comprometido por obrigações com terceiros, chamando-se a estes de bens de terceiros ou capital de terceiros ou capital alheio.

Diante de tudo o que já dissemos, e considerando a equação patrimonial, temos que os bens, os direitos e as obrigações, aliados ao patrimônio líquido, devem satisfazer a equação apresentada a seguir:

Patrimônio líquido = Bens + Direitos – Obrigações

Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo

Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido

Devemos deixar muito claro que, quando a equação patrimonial for apresentada pela forma acima, o passivo (P) utilizado na fórmula representa o passivo exigível, ou seja, ativo menos passivo é igual ao patrimônio líquido, ou ativo menos o passivo exigível é igual ao patrimônio líquido.

Partindo do conceito da EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO (A – P = PL), verifica-se a possibilidade de o Patrimônio Líquido assumir diversas situações distintas, dependendo do valor das somas do ATIVO e do PASSIVO EXIGÍVEL.

Analisaremos, a seguir, cada uma das situações possíveis que podem resultar do confronto entre o ativo e o passivo exigível.

1a) Situação Líquida Positiva, Favorável ou Superavitária – ocorre esta situação quando o valor do ativo (bens e direitos) for superior ao valor do passivo exigível (obrigações com terceiros), ou, em forma matemática, quando A > P; como resultado dessa situação teremos sempre o patrimônio líquido com valor maior do que zero (PL > 0). É a situação desejada por todas as empresas.

Exemplo:

Determinada empresa apresenta os seguintes valores para seus bens, direitos e obrigações:

Bens: Dinheiro em caixa = R$ 500,00

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Mercadorias para Revenda = R$ 3.000,00 Veículos = R$ 4.000,00 Móveis e utensílios = R$ 1.500,00 Imóveis = R$ 6.000,00

Direitos: Duplicatas a Receber = R$ 1.800,00 Impostos a Recuperar = R$ 1.200,00 Adiantamento a Fornecedores = R$ 2.000,00

Obrigações: Notas Promissórias emitidas = R$ 1.700,00 Impostos a Pagar = R$ 2.300,00 Salários a Pagar = R$ 1.500,00 Fornecedores = R$ 2.500

Pede-se apurar o valor do Patrimônio Líquido e representar a situação resultando no Balanço Patrimonial.

SOLUÇÃO:

Percebam que o valor da soma dos bens resulta em R$ 15.000,00. Dos direitos em R$ 5.000,00. Das obrigações em R$ 8.000,00.

Como os bens + direitos representam o ativo, temos que o valor deste é de R$ 20.000,00 e o passivo exigível é representado pelas obrigações, ele vale R$ 8.000,00.

Assim, o Patrimônio Líquido terá o valor de R$ 12.000,00 ( R$ 20.000,00 – R$ 8.000,00).

A representação gráfica da situação patrimonial desta empresa ficará da seguinte forma:

PATRIMÔNIO (valores em R$)

ATIVO PASSIVO

Caixa 500,00 Impostos a Pagar 2.300,00

Duplicatas a Receber 1.800,00 Salários a Pagar 1.500,00

Impostos a Recuperar 1.200,00 Fornecedores 2.500,00

Adiantamentos a Fornecedores 2.000,00 Promissórias 1.700,00

Mercadorias 3.000,00

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Veículos 4.000,00 Patrimônio Líquido 12.000,00

Móveis e Utensílios 1.500,00

Imóveis 6.000,00

Total Ativo 20.000,00 Total Passivo 20.000,00

É fácil perceber que o total do Passivo é composto pelo Passivo exigível + Patrimônio Líquido. Também podemos perceber que o total do Ativo (lado esquerdo) no valor de R$ 20.000,00 coincide com o valor do total do Passivo (lado direito). Não são meras coincidências estas situações, elas são decorrentes ou a confirmação da equação fundamental do patrimônio (A = P + PL).

Salientamos mais uma vez que o fato de o Patrimônio Líquido estar representado no lado direito (no lado do passivo) não nos autoriza deduzir que ele representa uma obrigação, pois ele poderá aparecer do lado do ativo em determinadas condições. Devemos concluir, isto sim, que ele aparece no lado do passivo (direito) ou do ativo (esquerdo) por duas razões: uma é para fechar a equação fundamental do patrimônio; a outra é que a soma das origens de recursos deve ser igual a soma das aplicações de recursos.

Quando a situação líquida da empresa é positiva, como no caso do exemplo apresentado, ela possui condições de liquidar todas as suas obrigações para com terceiros. Para que isto aconteça é necessário apenas que a empresa promova a venda de bens ou providencie a cobrança de seus direitos.

Se a empresa do nosso exemplo receber todos os seus direitos e providenciar a venda de todos os seus bens, mesmo que a preço de custo, ela terá uma sobra de R$ 12.000,00, que corresponde exatamente ao valor do Patrimônio Líquido. Essa situação quer dizer que o passivo encontra cobertura no ativo, ou seja, o ativo é suficiente para saldar o passivo.

Graficamente, a situação de patrimônio líquido positivo pode ser representada da seguinte forma:

E a equação é: P

A = P + PL A

PL

A – P = PL

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Assim, teremos Situação Líquida positiva sempre que o ativo for maior do que o passivo exigível. A situação líquida positiva pode ser, em termos relativos, algo maior que 0% até 100% do ativo. Quando o Patrimônio Líquido for 100% positivo teremos o que se chama de Situação Líquida Plena ou Propriedade Total dos Ativos. Esta situação ocorre somente se o passivo for nulo, ou seja, em situação de ausência de obrigações. Em termos práticos esta situação é mais comum de ocorrer no início das atividades da empresa e no término de suas atividades, após o pagamento de todas as dívidas e antes da partilha das sobras entre os sócios.

Ex.: A = 100; P = 0 => PL = 100 – 0 = 100

Ativo Passivo

Bens e Direitos 100 Obrigações 0

Patrimônio Líquido 100

Total 100 Total 100

A representação gráfica neste caso fica assim:

E a equação é:

A = PL A PL

2a) Situação Líquida Negativa, Desfavorável, Deficitária ou Passivo a Descoberto – Esta situação, nos dias atuais, ocorre com uma razoável quantidade de empresas, pois representa a condição de o ativo ser menor que o passivo exigível (A < P), ou seja, quando as obrigações da empresa forem maiores do que a soma dos bens e direitos. Teremos como conseqüência um patrimônio líquido negativo ou menor que zero (PL < 0).

Ex.: A = 100; P = 150 => PL = 100 – 150 = -50

Ativo Passivo

Bens e Direitos 100 Obrigações 150

Patrimônio Líquido (50)

Total 100 Total 100

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Reparem que apresentamos o patrimônio líquido, cujo valor é negativo de 50, entre parênteses no lado do passivo. Nestas situações, o patrimônio líquido aparece entre parênteses ou no lado do ativo. Se ele for colocado junto com o passivo, devemos colocá-lo entre parênteses, e não com sinal de menos. Esta situação também é conhecida como capital próprio negativo ou passivo a descoberto.

Lembramos que a situação acima poderia ser representada com o PL no lado esquerdo, conforme determina o CFC (Conselho Federal de Contabilidade), que, por meio da Resolução nº 847/99, ao proceder alterações na NBC T 3, enunciou: “3.2.2.13 – No caso do Patrimônio Líquido ser negativo, será demonstrado após o Ativo, e seu valor final denominado de Passivo a Descoberto.”.

A representação gráfica fica assim:

E a equação é: A

A + PL = P

PL

P

A – P = (PL)

A situação é conhecida por passivo a descoberto porque o passivo exigível não encontra cobertura no ativo, ou seja, se a empresa vender todos os bens e apurar todos os direitos, mesmo assim, ela não consegue pagar (cobrir) todas as obrigações.

Em termos relativos, a pior situação desfavorável é a Situação de Inexistência de Ativos, isto é, o passivo está 100% descoberto. Esta situação ocorre quando a empresa já vendeu todos os bens e apurou todos os direitos, efetuou o pagamento de algumas obrigações com o resultados dos bens e direitos, mas sobram dívidas e não há mais bens e direitos que os garantam. Diz-se que nesta situação é impossível a recuperação da empresa. Ela está falida ou “quebrada”.

Ex.: A = 0; P = 100 => PL = 0 – 100 = -100

Ativo Passivo

Bens e Direitos 0 Obrigações 100

Patrimônio Líquido (100)

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Total 0 Total 0

A representação gráfica neste caso fica assim:

E a equação é:

P = PL PL P

3a) Situação Líquida Nula ou Compensada ou Equilíbrio Aparente ou ausência de capital próprio – Esta situação ocorre quando a soma dos bens com os direitos resulta em valor igual ao valor das obrigações, isto é, a soma do ativo é igual a soma do passivo exigível (A = P). Em decorrência da equação patrimonial, o patrimônio líquido será nulo (PL = 0).

Ex.: A = 100; P = 100 => PL = 100 – 100 = ZERO

Ativo Passivo

Bens e Direitos 100 Obrigações 100

Patrimônio Líquido 0

Total 100 Total 100

A representação gráfica fica assim:

E a equação é:

A = P A P

4. O RESULTADO (RÉDITO)

Sabemos que à Contabilidade são conferidas diversas funções. Uma dessas funções da contabilidade é a econômica, ou seja, apurar o resultado que uma entidade (azienda) obteve em determinado período. Quando falamos em resultado econômico devemos ter sempre em mente o confronto de receitas e despesas do período considerado. Quando as receitas forem maiores que as despesas teremos uma situação superavitária, ou seja, teremos lucro. Nos casos em que as despesas superam as receitas, o resultado será deficitário, isto, estaremos diante de uma situação de prejuízo.

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Neste momento alguns de vocês devem estar se olhando e dizendo que o Velter e o Missagia estão malucos, pois estão falando que o resultado é o confronto entre receitas e despesas, sem se quer ter mencionado o que são receitas e despesas!!! Não se apavorem!!! Tudo tem a sua hora. Por hora, vamos a alguns conceitos e exemplos de receitas e despesas e, em momento oportuno, o assunto será aprofundado!!!

4.1. RECEITAS

A receita corresponde, em geral, às vendas de mercadorias, produtos ou prestações de serviços. Ela é refletida no balanço patrimonial através da entrada de dinheiro no Caixa/Bancos (venda à vista) ou entrada em forma de direitos a receber (venda a prazo) – Duplicatas a Receber.

Percebe-se que as receitas (contas de resultado) não aparecem no balanço patrimonial. Elas são a ele incorporados em forma de resultado via conta de lucros ou prejuízos acumulados.

Nas operações com mercadorias ou na prestação de serviços nos deparamos com a receita de vendas que recebe a denominação de receita bruta.

Na receita bruta não se incluem os impostos não cumulativo cobrados, destacadamente, do comprador ou contratante, dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário (ICMS, IPI e o PIS e a Cofins não-cumulativos).

A receita líquida de vendas e de prestação de serviços será a receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos concedidos incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas.

Os juros, o desconto, o lucro na operação de reporte4 e os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa, ganhos pela empresa, serão incluídos no lucro operacional e, quando derivados de operações ou títulos com vencimento posterior ao encerramento do período de apuração, poderão ser rateados pelos períodos a que competirem, isto é, observar-se-á o regime de competência da ocorrência dos fatos geradores.

Na determinação do lucro operacional deverão ser incluídas, de acordo com o regime de competência, as contrapartidas das

4 Reporte: operação de bolsa pela qual o especulador, jogando na alta, readquire, a termo, os títulos que acaba de vender à vista. Nas operações de bolsa, consiste em diferença entre a cotação à vista e a cotação a termo de certos valores quando esta é superior àquela.

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variações monetárias, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis, por disposição legal ou contratual, dos direitos de crédito do contribuinte, assim como os ganhos cambiais e monetários realizados no pagamento de obrigações. Desta forma, as variações monetárias são consideradas receitas ou despesas financeiras, conforme sejam ativas ou passivas, respectivamente.

Podemos, ainda, definir receitas como sendo as variações patrimoniais que provocam aumento da situação líquida. Neste contexto, podemos ter receita sempre que houver aumento do ativo sem que haja, também, aumento do correspondente passivo; O desaparecimento total ou parcial de um passivo sem que haja a correspondente diminuição do ativo. Este assunto será apresentado com mais detalhes quando veremos os princípios de contabilidade.

Exemplo1: A empresa vende mercadorias à vista para um cliente. Com isso, haverá uma entrada de dinheiro no caixa da empresa, que corresponde a um bem (dinheiro). Há, então, um aumento no ativo que teve como origem uma receita gerada pela venda de um produto ou mercadoria. É o que chamamos de receita de vendas.

Exemplo 2: A empresa recebe o perdão de uma dívida para com um fornecedor. Neste caso, haverá uma redução do passivo exigível (obrigações com terceiros), oriunda do perdão da dívida. Também é considerada uma receita, pois a empresa ficou mais rica, isto é, aumentou a sua situação líquida.

4.2. DESPESAS

Despesa é todo o sacrifício ou todo esforço da pessoa jurídica para obter uma receita (o consumo de bens e serviços com o objetivo de obter receitas é um sacrifício, um esforço para a empresa). Ela é refletida no balanço através de uma redução do Caixa/Bancos (quando é paga a vista) ou mediante um aumento de uma dívida (passivo, quando a despesa é incorrida, mas não paga). A despesa pode, ainda, originar-se de outras reduções de ativo, além do Caixa, como é o caso do desgaste de máquinas e equipamentos de uso, através dos encargos de depreciação, entre outras.

Para a legislação do Imposto de Renda, as despesas não computadas nos custos e que sejam necessárias à atividade da empresa, bem como à manutenção da respectiva fonte produtora devem ser classificadas como despesas operacionais.Para esses fins,

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devemos entender como necessárias às despesas pagas ou incorridas para a realização das transações ou operações exigidas pela atividade da empresa.

Assim, despesas são gastos incorridos para a obtenção de receitas. Podem diminuir o Ativo ou aumentar o passivo exigível, mas sempre reduzem a situação líquida ou o patrimônio líquido.

Exemplo1: A empresa paga salários a seus funcionários em dinheiro. Com isso, houve uma redução no ativo correspondente à saída de dinheiro do caixa, decorrente dos salários do mês. É o que chamamos de despesas de salários.

Concluímos, portanto, que as receitas e as despesas alteram o patrimônio líquido. Porém, elas não são apresentadas expressamente no balanço patrimonial. Elas são a ele incorporadas por meio do patrimônio líquido, na conta representativa de lucros ou prejuízos acumulados.

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Dentre as situações patrimoniais abaixo, marque a que representa o pior estado patrimonial.

a) Ativo = 820,00 Passivo = 790,00. b) Bens = 380,00 Direitos = 120,00 Obrigações = 520,00. c) Ativo = 80,00. PL = 0,00 d) Passivo = 1.200,00. PL = 10,00 e) Passivo = 30,00. Ativo = 50,00

2. Assinale a opção correta. a) As receitas deduzidas das despesas produzem o que chamamos de

resultado. Este será incorporado ao balanço patrimonial, via lucros ou prejuízos acumulados. Assim, as receitas decorrentes do desaparecimento de um ativo sem o correspondente passivo vão aumentar o PL.

b) Nas associações sem fins lucrativos, não há necessidade de se contabilizarem receitas e despesas.

c) Podemos, de uma forma matemática e em determinada situação, expressar a equação patrimonial como sendo: bens + direitos – obrigações – capital social + despesas – receitas = 0.

d) As receitas pertencem ao ativo e as despesas pertencem ao passivo. e) As contas de receita são da mesma natureza que as contas de ativo,

pois ambas aumentam o PL. 3. Sabemos que uma empresa tem passivo a descoberto quando o

seu patrimônio é representado pela seguinte equação: a) ativo = passivo; b) ativo = passivo – situação líquida; c) ativo = passivo + situação líquida; d) ativo = passivo + capital próprio; e) ativo = passivo – capital de terceiros.

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4. A situação patrimonial em que os recursos aplicados no ativo são originários, parte de riqueza própria e parte de capital de terceiros, é representada pela equação:

a) A = PL, portanto P = zero; b) A = P, portanto PL = zero; c) A > P, portanto PL > zero; d) A < P, portanto PL < zero; e) P = (-) PL, portanto A = zero. Importante: PL = patrimônio líquido; A = ativo; P = passivo exigível (não inclui o PL)

5. (TFC/1996–ESAF) Entre as situações patrimoniais abaixo

relacionadas, marque a opção que indica maior percentual de riqueza própria:

a) P=SL e SL<A; b) A>SL e SL>P; Legenda: c) A=SL e SL>P; A = ativo d) SL<P e P<A; P = passivo exigível e) A=P e P>SL; SL = situação líquida

6. (ESAF/TFC–SFC/97) Indique a equação patrimonial que

configure passivo a descoberto. a) A = PE. b) PE = A + SL. Legenda: c) A = PE + SL. A = ativo d) SL = A – PE. PE= passivo exigível e) PE = A – SL. SL= situação líquida

7. Quando A < P, sendo A o ativo e P o passivo exigível, teremos: a) inexistência de dívida; b) inexistência de ativo; c) passivo a descoberto; d) passivo menor que bens e direitos; e) situação superavitária.

8. Numa situação patrimonial, o ATIVO, em nenhuma hipótese,

poderá ser: a) maior do que o passivo exigível; b) menor do que o passivo exigível; c) maior do que a situação líquida; d) menor do que a situação líquida; e) maior do que o capital dos proprietários.

9. O patrimônio líquido de uma empresa não pode ser: a) maior do que o ativo; b) menor do que o passivo exigível; c) menor do que o ativo; d) maior do que o passivo exigível; e) igual ao Passivo exigível.

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10. Assinale a opção incorreta. a) O patrimônio líquido equivale aos bens e direitos da empresa. b) O patrimônio é composto pelo conjunto de bens, direitos e obrigações. c) Chama-se de ativo o conjunto de bens e direitos e de passivo exigível

ao conjunto das obrigações com terceiros. d) Azienda tem correlação com fazenda, uma vez que ambos consideram

um patrimônio sob ação (gestão) do homem. e) Apurar resultado é função econômica da Contabilidade e, nas

sociedades comerciais, o objetivo é um rédito positivo.

11. Abaixo são dadas diversas situações patrimoniais. Assinale a que indica a pior situação econômica da empresa.

a) Situação líquida igual a zero. b) Situação líquida igual ao ativo. c) Situação líquida igual ao passivo exigível. d) Situação líquida positiva, mas menor que o passivo exigível. e) Passivo exigível maior do que o ativo.

12. Assinale a alternativa que indica situação patrimonial

inconcebível. a) Situação líquida igual ao ativo. b) Situação líquida maior do que o ativo. c) Situação líquida menor do que o ativo. d) Situação líquida maior do que o passivo exigível. e) Situação líquida menor do que o passivo exigível.

13. Não são considerados bens sob o ponto de vista econômico: a) semoventes; d) águas do mar; b) frutos pendentes; e) uma marca de empresa. c) animais no pasto;

14. Na maioria das empresas comerciais, o ativo suplanta o passivo

(obrigações). Assim, a representação mais comum do patrimônio de uma empresa comercial assume a forma:

a) passivo + ativo = patrimônio líquido; b) ativo + patrimônio líquido = passivo; c) ativo = passivo + patrimônio líquido; d) ativo permanente + ativo circulante = passivo; e) ativo + situação líquida = passivo.

15. Diz-se que a situação líquida é negativa quando o ativo total é: a) maior que o passivo total; b) maior que o passivo exigível; c) igual à soma do passivo circulante com o passivo exigível a longo

prazo; d) igual ao passivo exigível;

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e) menor que o passivo exigível.

16. Assinale a alternativa correta. a) Patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações. b) Os bens se dividem em tangíveis e intangíveis. c) As alternativas A e B estão corretas. d) Patrimônio é um conjunto de bens. e)Os direitos podem ser corpóreos e incorpóreos.

17. Assinale a única alternativa correta. a) Direitos representam valores a receber, por vendas a prazo. b) Obrigações representam dívidas ou compromissos perante terceiros. c) Resultado é a diferença entre o valor das receitas e o valor das

despesas. d) A pessoa física ou natural é o ser humano (o homem ou a mulher),

enquanto pessoa jurídica é o ser de existência abstrata que nasce da reunião de duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas.

e) Todas as alternativas estão corretas.

18. Marque a opção incorreta. a) A ocorrência de despesas acarreta, em tese, redução de PL. b) A ocorrência de receita acarreta, em tese, aumento de PL. c) Situação líquida é expressão equivalente a patrimônio líquido. d) O patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações. e) Todas estão incorretas.

19. Haverá passivo a descoberto, se o passivo exigível for: a) menor do que o patrimônio líquido; b) maior do que o patrimônio líquido; c) menor do que o ativo; d) maior do que o ativo; e) maior do que o ativo circulante.

20. Se o passivo exigível de uma empresa é de R$ 19.650,00 e o

patrimônio líquido de R$ 9.850,00, o valor do seu capital próprio será de:

a) R$ 29.500,00; d) R$ 9.850,00; b) ZERO; e) R$ 19.650,00. c) R$ 9.800,00;

21. Um examinador, ao preparar uma questão para prova, não se

deu conta de que colocara alternativas que, embora diferentemente redigidas, tinham a mesma significação conceitual. A questão estava assim formulada:

Surge o passivo a descoberto quando: 1) o valor do ativo excede o valor do passivo;

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2) o valor do passivo é menor que o valor do ativo; 3) o valor do ativo é menor que o valor do passivo; 4) os bens e direitos superam as obrigações; 5) a situação líquida tem valor negativo. As alternativas com significação idêntica, são as de no: a) 1/2/4 e 3/5; b) 1/3 e 2/5; c) 1/2/3 e 4/5; d) 1/2 e 4/5; e) 1/3/5 e 2/4.

22. (ESAF/FISCAL–FORTALEZA/98) Na representação gráfica do

estado patrimonial de uma entidade, coloca-se normalmente o ativo no lado esquerdo e o passivo exigível e o patrimônio líquido no lado direito. Às vezes, entretanto, o patrimônio líquido aparece do lado esquerdo. Isso ocorre quando:

a) não há passivo exigível; b) o passivo exigível é maior do que o patrimônio líquido; c) o ativo é maior do que o patrimônio líquido; d) o passivo exigível é maior do que o ativo; e) o ativo é maior do que o passivo exigível.

23. Assinale a opção incorreta. a) A ocorrência de um desfalque de caixa é um evento que afeta o

patrimônio, diminuindo o ativo e, conseqüentemente, a situação líquida, pois não altera o passivo.

b) O resultado da empresa equivale ao total das receitas menos o total das despesas.

c) A situação em que as obrigações suplantam os bens e direitos é conhecida por passivo a descoberto.

d) Os capitais próprios, no balanço patrimonial, são classificados dentro do passivo total, no grupo do PL.

e) O patrimônio líquido contempla apenas os lucros acumulados da empresa.

24. (Agente–ICMS–PI/2001) Identifique a situação em que se caracteriza a existência de passivo a descoberto (sendo A = ativo, PE = passivo exigível e PL = patrimônio líquido).

a) A – PE = PL. d) A = PE + PL. b) A + PL = PE. e) A = PE. c) A – PL = PE.

25. No momento da constituição de uma empresa, seus sócios

entregaram o valor de $100.000,00 a esta, logo utilizados para adquirir mercadorias e um imóvel para a sede, nos valores de $10.000,00 e $30.000,00, respectivamente. Além disso, a

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empresa comprou um veículo de $20.000,00, totalmente financiado. Sendo assim, monte a equação patrimonial e assinale a opção incorreta.

a) O ativo total vale $160.000,00. b) O capital alheio vale $20.000,00. c) O capital próprio vale $100.000,00. d) O capital nominal vale $100.000,00. e) A situação líquida neste momento é positiva.

26. Assinale a opção incorreta: a) A Contabilidade não é aplicada no serviço público. b) Rédito é o resultado da atividade econômica. c) A maioria dos aspectos da Lei das S.A. relativos à Contabilidade aplica-

se tanto às sociedades por ações quanto às em companhias limitadas. d) Período administrativo é, em regra, o período de um ano. e) As sociedades comerciais distinguem-se das associações porque

aquelas buscam um rédito econômico.

27. Dentre os itens abaixo, assinale aquele que não representa uma assertiva verdadeira.

a) A Contabilidade é uma ciência que possui princípios próprios, cujo fundamento reside na valoração econômica dos bens.

b) Durante o exercício social, a empresa realiza suas atividades. Ao final de cada exercício, deve elaborar demonstrações que evidenciam a sua situação patrimonial e financeira.

c) Ao final do exercício social, a empresa deverá obrigatoriamente elaborar o seu demonstrativo de fluxo de caixa.

d) O passivo exigível da sociedade equivale ao capital de terceiros. e) O capital próprio poderá ser superior, inferior ou até igual ao capital

alheio.

28. Quando o ativo é menor que o passivo exigível, dizemos que: a) o capital próprio é positivo; b) os bens e direitos da empresa são suficientes para cobrir as dívidas

com terceiros; c) a empresa possui lucros acumulados; d) os direitos da empresa são maiores que as obrigações; e) a situação líquida é deficitária, ou seja, passivo a descoberto.

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GABARITO AULA 01

1. B 8. B 15. E 22. E 29. C

2. A 9. A 16. A 23. C 30. E

3. D 10. EECCE 17. E 24. C 31. B

4. D 11. D 18. A 25. C 32. C

5. C 12. D 19. B 26. C

6. D 13. A 20. D 27. D

7. D 14. E 21. D 28. B

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AULA 3: ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

Dando continuidade ao estudo do PATRIMÔNIO, agora já em nossa terceira aula, apresentaremos mais alguns aspectos que geralmente são cobrados em provas de concursos ou que são necessários à perfeita compreensão dos demais tópicos contábeis.

Na aula passada chegamos a estudar até o item 4, relativo a conceituação de resultado. Portanto, seguiremos adotando a numeração empregada, partindo do item 5.

5. ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

Já vimos, exaustivamente e de certa forma repetitivamente, que na representação gráfica do patrimônio o lado direito contém os recursos originários dos sócios da empresa (capital, lucros acumulados e reservas), ou seja, o PATRIMÔNIO LÍQUIDO, bem como os recursos oriundos de terceiros, que equivalem ao PASSIVO EXIGÍVEL, além dos resultados de exercícios futuros. Estes elementos correspondem às ORIGENS DE RECURSOS da empresa (capital próprio e capital alheio).

Os recursos vindos do capital próprio ou do capital de terceiros são destinados pela empresa na aquisição de bens e direitos, que representam as aplicações daqueles recursos. Por isso, diz-se que os recursos destinados à aquisição de bens e direitos, enfim o ativo da empresa, corresponde às APLICAÇÕES DE RECURSOS da empresa. Desta forma, de acordo com a equação do patrimônio, o total das origens será sempre igual ao total das aplicações. Esquematicamente:

PASSIVO EXIGÍVEL + REF

Capital de terceiros ORIGENS DE RECURSOS

PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital próprio

APLICAÇÕES DE

RECURSOS ATIVO

ORIGENS = APLICAÇÕES

OU

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A = P exigível + REF + PL

Exemplo: Uma empresa possui capital alheio no valor de $6.000,00. Sabendo que este corresponde a 40% do total de recursos à disposição da empresa, calcule o valor dos recursos aplicados e o patrimônio líquido.

Resolução:

O capital alheio ou de terceiros equivale ao passivo (P). Já o total de recursos à disposição da empresa é o capital de terceiros (P) somado ao capital próprio (PL) que, pela equação fundamental do patrimônio (A = P + PL), é igual ao ativo (A), que equivale ao total de recursos aplicados. Assim:

P = $ 6.000; P = 40% x A

6.000 = 40% x A

A = 6.000 / 0,4 = $15.000

Como A = 15.000, então: A = P + PL

15.000 = 6.000 + PL

PL = 15.000 – 6.000 = 9.000

R: PL = $9.000,00 e A = $15.000,00

6. DEFINIÇÕES IMPORTANTES

6.1. ATIVO REAL

Ativo, como já afirmamos em outro momento, representa a parte positiva do patrimônio por ser constituído do conjunto de bens e direitos de uma entidade. Ocorre que nem todos os bens e direitos representam, efetivamente, parte positiva. Temos como exemplo o ativo diferido que é composto por despesas pré-operacionais e dificilmente será convertido em dinheiro. É justamente neste contexto que surge o conceito de ativo real que representa o conjunto de bens e direitos suscetíveis de venda ou de realização (em dinheiro), embora não possuam essa finalidade, ou, ainda, o conjunto de bens e direitos transformáveis na forma mais líquida ou que já constituem esta própria forma. Assim, não fazem parte do ativo real aquelas compensações ainda não efetivamente realizáveis, tais como despesas do exercício seguinte ou despesas pré-operacionais.

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6.2. ATIVO FIXO

A expressão “fixo” nos dá a conotação de permanente ou imobilizado. Desta forma, o ativo fixo equivale a parte do ativo que está representada pelos bens de uso, vale dizer, é o ativo imobilizado. Com relação à liquidez desses bens e direitos podemos dizer que, geralmente, ela é muito baixa, visto que as empresas possuem suas especificidades e dentro deste contexto os bens do imobilizado de uma empresa podem não interessar a maioria das demais empresas, interessando apenas às empresas que possuem o mesmo ramo de atividade.

Ressalte-se que os bens e direitos do ativo permanente, em especial os do imobilizado, não possuem a característica de realização, isto é, não é intenção da empresa a sua alienação, embora sejam passiveis de alienação.

Integram o ativo fixo as contas representativas de bens móveis e imóveis, tangíveis e intangíveis, como máquinas e equipamentos, prédios, marcas e patentes, entre outros.

Com relação ao volume do ativo fixo, geralmente, as empresas industriais possuem um valor mais elevado do que estabelecimentos comerciais, o que leva a concluir que, em termos relativos, essas empresas têm um percentual maior de seu capital aplicado no ativo permanente, como também é chamado.

O ativo fixo recebe, ainda, a designação de ativo de raiz ou bens de raiz, devido a sua fixação na empresa.

6.3. CRÉDITOS E DÉBITOS – UM ENFOQUE ECONÔMICO

Em termos econômicos, crédito representa um direito da entidade para com terceiros, ou seja, representam bens da entidade que se encontram na posse de terceiras pessoas, quer por financiamento, originando os créditos de financiamento, quer por atividades inerentes ao funcionamento da entidade, ocasionando os créditos de funcionamento.

Débitos representam dívidas ou as obrigações da empresa para com terceiros, quer pela contratação de empréstimos financeiros, quando os denominamos de débitos de financiamento, quer por débitos decorrentes das atividades normais da empresa, os operacionais, quando são chamados de débitos de funcionamento.

6.3.1. CRÉDITOS DE FINANCIAMENTO

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As empresas comerciais, em sua maioria, possuem como objeto social a comercialização de mercadorias, produtos ou a prestação de serviços. Entretanto, podem, em determinadas condições, efetuar empréstimos o que gera um crédito da empresa. A esses créditos chamamos de créditos de financiamento por serem derivados de financiamentos ou empréstimos, fugindo do objeto social.

Assim, podemos definir que os créditos de financiamento são os direitos da empresa derivados de operações de empréstimos.

Os créditos de financiamento são oriundos de operações anormais, por isso são classificados no ativo realizável a longo prazo.

Ressalte-se que nas empresas operadoras no mercado financeiro, como instituições financeiras, nas quais essas operações são normais, esses créditos serão chamados de créditos de funcionamento, pois serão decorrentes de suas atividades operacionais.

6.3.2. CRÉDITOS DE FUNCIONAMENTO

Por créditos de funcionamento entendemos aqueles créditos decorrentes das operações normais das entidades comerciais, atreladas ao seu objeto social, como, por exemplo, as vendas a prazo ou adiantamento a fornecedores. Geralmente são encontrados no ativo circulante, sendo assim de curto prazo. Entretanto, podem aparecer no ativo realizável a longo prazo, pois as empresas podem efetuar vendas ou prestar serviços para recebimento após o final do exercício social seguinte.

Assim, para classificar corretamente os créditos em resultantes do funcionamento ou resultantes de financiamentos devemos atentar ao objeto social da empresa.

6.3.3. DÉBITOS DE FINANCIAMENTO

Os recursos vindos dos sócios ou acionistas e os recursos gerados pela atividade operacional, na forma de lucro, podem ser, muitas vezes, insuficientes para fazer face às obrigações assumidas ou mesmo para a implementação de projetos e programas de expansão. Quando isto ocorre, a empresa possui algumas alternativas como aumentar o capital social com a arrecadação de novos recursos vindos dos sócios ou simplesmente buscar esses recursos nas instituições financeiras. Caso a empresa opte pela

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última alternativa, estaremos diante dos chamados débitos de financiamento.

Assim, podemos dizer que os débitos de financiamento representam o passivo exigível das empresas advindo da contratação de empréstimos financeiros e que são decorrentes de situações anormais às atividades da entidade.

Em termos práticos, as situações que normalmente ensejam dívidas dessa natureza são a assunção de hipotecas, os empréstimos bancários, o desconto de títulos (promissórias) etc.

6.3.4. DÉBITOS DE FUNCIONAMENTO

Representam os débitos decorrentes das operações normais da empresa. São as dívidas decorrentes da aquisição de mercadorias a prazo, de impostos incidentes sobre vendas, de salários a pagar, de contribuições a pagar ou a recolher e de outras obrigações normais da empresa.

Assim, os débitos de funcionamento são as dívidas da entidade decorrentes de operações normais de sua gestão, visto que representam operações de troca e não o ingresso de novos valores financeiros vindos de terceiros.

Os débitos de funcionamento representam as aquisições a prazo de mercadorias, tributos, salários e outros bens que são necessários ao funcionamento normal da entidade e, geralmente, são classificados no passivo circulante, dadas as suas características. Porém, podem aparecer no passivo exigível a longo prazo.

6.4. PASSIVO REAL

O passivo, como já sabemos, representa o lado direito do gráfico patrimonial e é composto pelas contas do passivo circulante, do passivo exigível a longo prazo, dos resultados de exercícios futuros e das contas representativas do patrimônio líquido.

Denota-se que o passivo é composto por capitais de terceiros (as obrigações) e por capitais próprios.

Neste contexto é que se insere o conceito de passivo real que representa o passivo exigível, ou seja, o passivo circulante e o passivo exigível a longo prazo.

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6.5. PATRIMÔNIO BRUTO

Patrimônio bruto, na linguagem contábil, representa o conceito de patrimônio para outras ciências, ou seja, patrimônio bruto representa o conjunto de bens e direitos de uma entidade o que equivale ao ativo total. Como o ativo total é igual ao passivo total, pode-se dizer que o passivo total é, também, igual ao patrimônio bruto.

6.6. EMPRESA

Fran Martins, estudioso do direito comercial, define empresa como sendo um organismo econômico, isto é, assenta-se em uma organização fundada em princípios técnicos e leis econômicas. Objetivamente considerada, apresenta-se como uma combinação de elementos pessoais e reais, colocados em função de um resultado econômico, e realizada em vista de um intento especulativo de uma pessoa, que se chama empresário. Como criação de atividade organizativa do empresário e como fruto de sua idéia, a empresa é necessariamente oferecida à sua pessoa, dele recebendo os impulsos para o seu eficiente funcionamento.

De modo sintético, podemos dizer que empresa representa a atividade econômica organizada, cujo empresário é o organizador e gestor.

Portanto, sua maior diferença em relação à azienda é que a empresa preocupa-se com a atividade econômica, enquanto a azienda preocupa-se em gerir um patrimônio que nem sempre representa uma atividade econômica. A propósito, azienda é denominação mais abrangente, compreendendo as instituições e as empresas, conforme visto antes.

Pode-se dizer, ainda, que azienda é gênero da qual empresa é espécie.

6.6.1. EMPRESÁRIO

Empresário é uma designação moderna do que se chamava outrora de comerciante. O atual Código Civil (Lei no 10.406/2002) traz o conceito de empresário no art. 966 e no art. 967 traz a obrigação de sua inscrição na junta comercial. Vejamos os dois artigos deste diploma legal que vieram inovar o nosso ordenamento jurídico:

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Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços.

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial) da respectiva sede, antes do início de sua atividade.

6.6.2. FIRMA INDIVIDUAL

O conceito de firma refere-se ao nome empresarial. Assim, se uma pessoa física quiser exercer a atividade de empresário isoladamente, constitui o que se chama de firma individual, por meio do Registro da Declaração de Constituição da empresa na Junta Comercial. Assim, por exemplo, José Manoel Torres resolve abrir um frigorífico na cidade de Vitória (ES). Para tanto, deverá registrar uma Declaração na Junta Comercial. O nome escolhido é José Manoel Torres Frigoríficos. Assim, o empresário José Manoel atua sob a firma José Manoel Torres Frigoríficos.

6.6.3. SOCIEDADE

Sociedade nos lembra a associação de duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas para a consecução de um objetivo comum. Sociedade vem a ser a junção de duas ou mais pessoas, com intuito de continuidade, para a execução de um objeto social. O assunto está disciplinado pelo Novo Código Civil da seguinte forma:

Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.

Este mesmo diploma legal define dois tipos de sociedade:

a) sociedades empresariais: aquelas que têm por objeto o exercício próprio da atividade de empresário sujeito a registro. Devem ser registradas no Registro Público das Empresas Mercantis, a cargo das Juntas Comerciais;

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b) sociedades simples: as demais. Devem ser registradas no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. As sociedades simples, antes designadas sociedades civis, reúnem pessoas que exercem profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística (art. 966, parágrafo único da Lei no 10.406/2002 – Código Civil). Nesta situação, estariam todas as sociedades de profissões regulamentadas, como as sociedades de advogados, médicos, dentistas, agrônomos, contabilistas, economistas, as sociedades educacionais sem fins lucrativos, os partidos políticos, as cooperativas etc.

6.6.3.1. SOCIEDADE POR AÇÕES

As sociedades se dividem em sociedades de pessoas e em sociedades de capital.

Nas sociedades de pessoas o importante são as pessoas que se sobrepõem ao capital, isto é, se um dos sócios quiser se retirar da sociedade ela poderá se extinguir ou este sócio retirante será obrigado a oferecer suas quotas aos demais sócios.

Sociedades de capital são aquelas que a identificação das pessoas é relevante, pois o que interessa é o capital com que ele possa contribuir para a sociedade.

A sociedade por ações é uma típica sociedade de capital, conhecida por sociedade anônima ou S.A., cujo capital é dividido em ações (títulos representativos de cotas-parte do capital) e a responsabilidade dos acionistas (proprietários das ações) é limitada a integralização de sua parte ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Pode ter seus títulos negociados no mercado de valores mobiliários (companhia aberta) ou não (companhia fechada). As sociedades por ações são sempre consideradas sociedades empresariais, dentro do novo conceito do Código Civil e são regidas pela Lei nº 6.404/76. Vejamos o que diz o Código Civil sobre outros aspectos da referida forma societária:

Art. 1.088. Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir.

Art. 1.089. A sociedade anônima rege-se por lei especial, aplicando-se-lhe, nos casos omissos, as disposições deste Código.

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6.6.3.2. SOCIEDADE POR COTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA

A sociedade por quotas de responsabilidade limitada se caracteriza, essencialmente, por ser uma sociedade de pessoas, apesar de haver casos em que possa ser caracterizada como sociedade de capital.

Assim, a sociedade por cotas de responsabilidade limitada é a empresa cujo capital é dividido em partes iguais (cotas), onde os sócios (cotistas) possuem responsabilidade limitada ao capital social, vale dizer, os sócios devem integralizar o capital social. Em caso de falência, os sócios respondem solidariamente pela parcela do capital não-realizado (capital a integralizar) dentro de 5 anos de sua constituição. Vejam o que diz o Novo Código Civil (Lei no 10.406/2002) a respeito:

Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade simples.

Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima.

...

Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio.

§ 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade.

§ 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.

6.6.4. LEI DAS S.A.

É a Lei no 6.404/76, e suas alterações posteriores, que regula a atividade das sociedades por ações. Porém, muitos de seus dispositivos (aqueles relativos a procedimentos contábeis e outros não-específicos sobre as ações) são aplicáveis a todo tipo de sociedade, inclusive às sociedades por cotas de responsabilidade limitada.

O seu domínio é fundamental para o aprendizado da Contabilidade, particularmente o Capítulo XV (Exercício Social e

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Demonstrações Financeiras), que se encontra inserido nos tópicos correspondentes deste livro, representados pelos artigos 166 ao 205.

6.7. CAPITAL PRÓPRIO

O princípio contábil da Entidade afirma a autonomia patrimonial, delimitando o patrimônio da empresa do patrimônio de seus sócios ou acionistas.

Como o patrimônio da empresa é autônomo em relação aos demais patrimônios existentes no universo, o excesso de bens e direitos sobre as obrigações constitui no patrimônio líquido o que equivale ao capital que efetivamente pertence à Entidade.

Desta forma, podemos dizer que capital próprio corresponde ao total do patrimônio líquido (PL). São os recursos originários dos sócios e os rendimentos auferidos na atividade empresarial. É o que se chama também de capital efetivo, compreendendo o capital nominal mais as reservas acumuladas.

Por mais que figura dentro do passivo, o capital próprio somente constitui uma obrigação exigível da empresa em caso de extinção da mesma ou retirada de sócio.

6.8. CAPITAL SOCIAL OU CAPITAL NOMINAL

Em nossa aula 1 estudamos exaustivamente os conceitos envolvendo capital. De forma resumida podemos dizer que ele representa o investimento realizado pelos sócios junto à empresa, caracterizado pelo aporte de dinheiro ou outros bens, que se faz junto à sociedade, com o objetivo de receber uma parcela dos lucros obtidos por ela. Trata-se do valor registrado em nome da sociedade no órgão competente. Se for uma sociedade empresária, na Junta Comercial do Estado; se for uma sociedade simples, no Cartório de Registro de Títulos e Documentos. Pode ainda ser chamado de capital registrado ou capital declarado. O capital nominal somente poderá ser alterado nos casos previstos na Lei das S.A. (art.166).

6.9. CAPITAL SUBSCRITO

É o valor pelo qual os sócios comprometem-se, perante a empresa, no momento da assinatura do contrato social (Ltda.) ou na subscrição das ações (S.A.). Com isso, os sócios obrigam-se a

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entregar (realizar) em dinheiro ou em bens o valor subscrito. Corresponde ao capital social da empresa (conceito anterior).

6.10. CAPITAL REALIZADO (INTEGRALIZADO)

Representa a parcela do capital social ou capital subscrito pelos sócios e que foi efetivamente entregue por estes à sociedade, tanto em dinheiro quanto em bens ou direitos.

6.11. CAPITAL A REALIZAR (A INTEGRALIZAR)

É a parcela do capital subscrito pelos sócios ou acionistas que ainda não foi entregue à empresa. Sua aferição é efetuada pela subtração do capital social (subscrito) e o capital realizado. Diz-se que esta ainda não foi integralizada ou realizada.

Conforme consta no artigo 182 da Lei no 6.404/76, no balanço patrimonial, “a conta do Capital Social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada”.

6.12. CAPITAL AUTORIZADO

Capital autorizado é uma figura jurídica prevista no artigo 168 da lei das sociedades anônimas e não representa efeitos contábeis.

É um valor previsto no estatuto da empresa até o qual o capital social pode ser elevado, sem a necessidade de anuência da Assembléia e sem efetuar reforma estatutária (art.168).

A lei permite a todas as companhias a previsão em seus estatutos a autorização para aumento de capital social. A parcela deste capital autorizado que encontra colocação, ou seja, sócios que subscrevam as ações ou cotas, corresponde ao capital social subscrito. Já a parcela do capital autorizado que não encontrou sócios, ou seja, que não está em circulação, recebe o nome de capital social não-subscrito, portanto sem reflexo contábil.

Assim, o capital autorizado, enquanto tal, constitui figura meramente jurídica, não trazendo reflexos contábeis, isto é, não merece registro contábil. Aparece no Estatuto e, portanto, está registrado na Junta Comercial, mas não aparece no Balanço Patrimonial.

6.13. CAPITAL DE TERCEIROS OU CAPITAL ALHEIO

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Conforme já vimos, os recursos aplicados na atividade empresarial podem vir de recursos próprios ou de recursos de terceiros. Quando os recursos são originados do patrimônio de terceiras pessoas a empresa assume obrigações.

Assim, consoante o princípio da entidade, as parcelas de recursos obtidas de fontes externas à empresa são chamadas de capital de terceiros ou capital alheio. Corresponde às dívidas da empresa com terceiros. É o passivo exigível (P).

6.14. CAPITAL TOTAL OU CAPITAL À DISPOSIÇÃO DA EMPRESA

É o conjunto de todos os valores disponíveis (fontes ou origens de recursos) para a empresa em um determinado momento. É a soma do capital próprio (PL) com o capital de terceiros (P) e de Resultados de Exercícios Futuros. Assim:

CT = P exigível + REF + PL

O capital total (CT) corresponde, então, ao total do ativo,

pois A = P + PL (equação fundamental do patrimônio).

6.15. EXERCÍCIO SOCIAL

O exercício social é também chamado de período administrativo ou período contábil, e representa o período de tempo correspondente ao conjunto de operações e outros eventos, realizados pela companhia ou empresa, e seus efeitos patrimoniais em que, ao seu final, a direção da entidade elaborará e divulgará os relatórios contábeis (demonstrações contábeis). Este período poderá coincidir ou não com o ano civil, conforme dispuser em seus atos constitutivos e pela observância da legislação fiscal.

A Lei das S.A. estabelece, em seu art. 175, que o exercício social terá a duração de 1 (um) ano e, ao cabo deste, a diretoria fará elaborar as demonstrações financeiras (contábeis):

Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no estatuto.

Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa.

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Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

...

O fato de a lei estabelecer que a duração do exercício social terá a duração de um ano não impede que as empresas elaborem demonstrativos mensais, trimestrais ou semestrais, para melhor atender as suas necessidades gerenciais e as exigências do fisco. Portanto, não devemos confundir a legislação societária com a legislação fiscal.

Salienta-se, ainda, que é atribuição do estatuto ou do contrato social estabelecer a data do término do exercício social, sendo que no início das atividades, ou em casos de alteração dos atos constitutivos ou término das atividades empresariais, a duração poderá ser menor que 1 (um) ano.

6.16. PERÍODO CONTÁBIL

Para o Fisco Federal (Receita e INSS), o que importa é o período de apuração do tributo, que poderá ser mensal, trimestral ou anual, conforme a situação do contribuinte. Segundo a Lei no 8.541/92, o período contábil da empresa pode, perfeitamente, ser diferente do período-base do imposto sobre a renda. Porém, o mais usual é o empresário fazer coincidir o período de apuração contábil com o período de apuração dos tributos, pelo seu próprio interesse e comodidade.

Não devemos, entretanto, confundir período de apuração do tributo, que poderá ser mensal, trimestral ou anual, com período de pagamento. O pagamento do imposto sobre a renda da pessoa jurídica pode ser mensal ou trimestral, conforme o critério utilizado (lucro estimado, presumido ou real), e as contribuições previdenciárias, parte patronal, são devidas mensalmente, tomando por base a folha de salários.

O período de existência de uma entidade deve estar, sempre, previsto nos atos constitutivos. O mais comum, entretanto, é que a pessoa jurídica tenha duração ilimitada. Todavia, dependendo da atividade a ser explorada, algumas empresas têm sua existência predeterminada.

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O resultado exato de uma empresa comercial, portanto, somente poderá ser apurado no final de sua vida, após a venda de todo seu ativo e o pagamento de suas obrigações para com terceiros (passivo). O resultado do empreendimento, durante a sua existência, será medido pela diferença entre o patrimônio líquido apurado, no final da sua vida, e o patrimônio líquido inicial, o da constituição.

No entanto, os acionistas ou sócios e o governo precisam saber como está indo o empreendimento. Os primeiros, a fim de verificar o retorno do capital investido para, se for o caso, tomar decisões para correção ou redefinição de rumos da entidade. O segundo, para poder cobrar os tributos devidos. Em função desses interesses, o resultado das operações desenvolvidas pela empresa deve ser informado em intervalos regulares de tempo, podendo ser anual, semestral, trimestral ou mensal.

Assim, a Contabilidade registra e resume todas as mudanças no patrimônio líquido que ocorrem durante o período escolhido e apresenta o resultado obtido.

O período contábil determinado pelos acionistas/sócios, no contrato social ou estatuto, pode ser de um ano ou de intervalos menores. Apesar de a Lei no 6.404 dizer-nos, pelo art. 175, que o exercício social terá a duração de 1 (um) ano, na verdade ela nos quis informar que ele será de, no máximo, um ano, ou melhor, que pelo menos ao final de cada ano de atividade a companhia é obrigada a elaborar suas demonstrações financeiras.

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. (CESPE/TCU–1996) Pertence ao conjunto de contas do passivo a conta denominada:

1. fornecedores; 2. obrigações fiscais; 3. duplicatas a receber; 4. títulos a pagar; 5. benfeitorias em propriedades de terceiros. 2. (ESAF/TRF-2000) Considerando as regras fundamentais da

digrafia contábil, que determina o registro da aplicação dos recursos simultaneamente e em valores iguais às respectivas origens, temos como correta a seguinte equação contábil geral:

a) ativo = passivo + capital social + despesas – receitas; b) ativo + receitas = capital social + despesas + passivo; c) ativo – passivo = capital social + receitas + despesas; d) ativo + capital social + receitas = passivo + despesas; e) ativo + despesas = capital social + receitas + passivo.

3. Com relação ao patrimônio, julgue os seguintes itens. 1) Patrimônio bruto é igual ao capital aplicado. 2) Patrimônio líquido negativo quer dizer passivo a descoberto, que

ocorre somente se a empresa possuir prejuízos acumulados. 3) O patrimônio deve ser autônomo, não podendo ser compartilhado por

diversas empresas, pois do contrário teríamos diversos patrimônios autônomos, segundo o princípio da entidade.

4) Patrimônio líquido menor em decorrência de diminuições de ativos, legalmente previstas, satisfaz a correta aplicação do princípio da prudência.

5) O ativo realizável a longo prazo e o passivo exigível a longo prazo não podem existir em um patrimônio, cuja entidade tem o seu término previsto no final do exercício social em curso.

4. (TFC/ESAF/96) Em relação ao patrimônio bruto e ao patrimônio líquido de uma entidade, todas os afirmações abaixo são verdadeiras, exceto:

a) o patrimônio bruto nunca pode ser inferior ao patrimônio líquido; b) o patrimônio bruto e o patrimônio líquido não podem ter valor

negativo;

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c) o patrimônio bruto e o patrimônio líquido podem ter valor inferior ao das obrigações da entidade;

d) o soma dos bens e direitos a receber de uma entidade constitui o seu patrimônio bruto, enquanto o patrimônio líquido é constituído desses mesmos bens e direitos, menos as obrigações;

e) o patrimônio bruto pode ter valor igual ao patrimônio líquido.

5. Assinale a opção incorreta. a) Os investimentos efetuados pelos proprietários em troca de ações,

quotas e outras participações são fontes de PL. b) Definimos patrimônio líquido, situação líquida ou capital próprio como

sendo a diferença entre o valor do ativo e do passivo de uma entidade, em determinado momento e circunstância.

c) Os lucros acumulados na entidade são fontes (adicionais) de financiamento.

d) O capital de terceiros corresponde aos investimentos feitos na empresa, com recursos proveniente de terceiros.

e) O capital próprio equivale ao ativo total.

6. Num balanço patrimonial, o capital próprio da empresa é representado pelo saldo:

a) do grupo de contas do patrimônio líquido; b) do grupo de contas do ativo; c) da conta caixa; d) das contas caixa e bancos; e) da conta capital.

7. (ESAF/AFRF–2001) José Henrique resolveu medir

contabilmente um dia de sua vida, começando do “nada” patrimonial.

De manhã cedo, nada tinha. Vestiu o traje novo (calça, camisa, sapatos etc.), comprado por R$ 105,00, mas que sua mãe lhe deu de presente. Em seguida, tomou R$ 30,00 emprestados de seu pai, comprou o jornal por R$ 1,20, tomou o ônibus pagando R$ 1,80 de passagem. Chegando ao CONIC, comprou fiado, por R$ 50,00, várias caixas de bombons e chicletes e passou a vendê-los no calçadão. No fim do dia, cansado, tomou uma refeição de R$ 12,00, mas só pagou R$ 10,00, conseguindo um desconto de R$ 2,00. Contou o dinheiro e viu que vendera metade dos bombons e chicletes por R$ 40,00.

Com base nessas informações, podemos ver que, no fim do dia, José Henrique possui um “capital próprio” no valor de:

a) R$ 120,00;

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b) R$ 189,00; c) R$ 2,00; d) R$ 187,00; e) R$ 107,00.

8. O patrimônio de determinada empresa, em dois momentos

sucessivos, apresentava-se da seguinte maneira: 1º momento Dinheiro

Bens de venda Obrigações com terceiros Bens de uso Capital próprio

$ 10,00 $ 50,00 $ 40,00 $ 20,00 $ 40,00

2º momento Dinheiro Bens de venda Direitos Obrigações com terceiros Bens de uso Capital próprio

$ 13,00 $ 40,00 $ 5,00 $ 40,00 $ 20,00 $ 38,00

O fato ocorrido foi: a) venda de mercadoria à vista e a prazo; b) venda de mercadoria à vista e a prazo, com prejuízo; c) venda de mercadorias à vista e a prazo, com lucro; d) aplicação de recursos próprios com prejuízo; e) compra de mercadorias para revenda.

9. Quanto ao que são dívidas, julgue os seguintes itens. 1) Débitos de funcionamento, quando decorrentes de operações normais

da empresa. 2) Créditos de terceiros junto à nossa empresa. 3) Débitos de financiamentos, quando são oriundas de empréstimos

contraídos. 4) Compõem o patrimônio líquido. 5) Compõem o passivo exigível.

10. O patrimônio de uma empresa, em um determinado momento,

está representado por numerário (R$ 70,00), bens de venda (R$ 80,00), débitos de funcionamento (R$ 120,00), bens de uso (R$ 230,00), débitos de financiamento (R$ 140,00), bens de renda (R$ 70,00) e créditos de funcionamento (R$ 130,00). Seu patrimônio líquido é de:

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a) R$ 230,00; d) R$ 580,00; b) R$ 70,00; e) R$ 320,00. c) R$ 340,00;

11. “É o valor até onde o capital da empresa pode ser elevado sem

a necessidade de alteração estatutária”. Este conceito refere-se a:

a) capital nominal; d) capital próprio; b) capital a realizar; e) capital de terceiros. c) capital autorizado;

12. Considere os dados abaixo: Capital nominal = $100.000,00 Capital integralizado = $80.000,00 Capital próprio = $130.000,00 Ativo total = $350.000,00 Assinale a opção incorreta. a) O capital a realizar vale $20.000,00. b) O capital de terceiros vale $220.000,00. c) O patrimônio líquido vale $ 130.000,00. d) O capital autorizado vale $150.000,00. e) As origens de terceiros superam as origens dos sócios em $90.000,00.

13. Supondo que o ativo da empresa corresponde ao triplo do seu

capital próprio e que as obrigações com terceiros valem $100.000,00, e ainda que o capital social da empresa é de $80.000,00, assinale a opção correta.

a) O ativo vale $50.000,00. b) A empresa está em situação de passivo a descoberto. c) O patrimônio líquido é igual a $80.000,00. d) Os prejuízos acumulados totalizam $30.000,00. e) Os lucros acumulados equivalem a $50.000,00.

14. No passivo exigível, constam: a) capital social; b) dívidas de terceiros com a empresa; c) dinheiro em caixa e valores a pagar; d) impostos a pagar e empréstimos tomados; e) dinheiro no banco, salários a pagar e dinheiro em caixa.

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15. O patrimônio de uma empresa está assim dividido: os bens valem $250, os empréstimos concedidos, $300, as dívidas com terceiros valem $200 e o capital social é de $150. Podemos afirmar que há:

a) lucros acumulados de $550; b) capital próprio de $200; c) lucros acumulados de $200; d) capital próprio de $550; e) prejuízos acumulados de $200.

16. Assinale a opção incorreta. a) O patrimônio bruto equivale à soma do capital de terceiros com o

capital próprio. b) Capital a realizar é a parcela do capital social ainda não entregue pelos

sócios, podendo ser em dinheiro ou em bens. c) O patrimônio líquido da empresa contempla o capital próprio, os lucros

acumulados e as reservas. d) Bens tangíveis e intangíveis pertencem ao ativo. e) Capital próprio e capital de terceiros são origens de recursos,

respectivamente, dos sócios e de terceiros.

17. Considerando a nova ordem jurídica implementada pela Lei nº 10.406/2002 (Código Civil), no que pertine às sociedades, julgue os itens seguintes.

1. Sociedades empresariais têm por objeto o exercício de atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços.

2. Sociedades simples são as sociedades de pessoas que exercem profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística.

3. Tanto as sociedades empresariais quanto as sociedades simples e a firma individual devem ter seus atos constitutivos registrados no Registro Público das Empresas Mercantis, a cargo das Juntas Comerciais, antes do início de sua atividade.

4. Nas sociedades por cotas de responsabilidade limitada os acionistas respondem solidariamente pela integralização do capital social.

5. As sociedades anônimas são regidas por lei especial e, de forma supletiva, em casos de omissão dessa lei especial, pelas disposições do Código Civil.

GABARITO AULA 02

1. B 7.C 13. D 19. D 25. A

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2. C 8. D 14. C 20. D 26. A

3. B 9. A 15. E 21. A 27. C

4. C 10. A 16. C 22. D 28. E

5. C 11. C 17. E 23. E

6. B 12. B 18. E 24. B

GABARITO AULA 03

1. CCECE 5. E 9. CCCEC 13. D 17. CCEEC

2. E 6. A 10. E 14. D

3. CCCCC 7. E 11. C 15. C

4. B 8. B 12. D 16. C

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Em face dos diversos pedidos, apresentamos a resolução das questões de nº 28, 30, 31 e 32 da aula 01.

28. (TÉC. CONTR. INTERNO) O balancete de verificação da Cia. Delta

apresentava a seguinte posição em reais:

Contas Saldo 30.11.t1 Saldo 01.12.t1

Máquinas 8.500,00 8.500,00

Caixa 18.000,00 18.000,00

Receita serviços 48.700,00 58.700,00

Capital 80.000,00 130.000,00

Depreciação acumulada 1.700,00 1.700,00

Serviços de terceiros 6.300,00 6.300,00

Lucros/prejuízos acumul. 14.200,00 -

Material consumo (estoque) 15.000,00 15.000,00

Terrenos 30.000,00 30.000,00

Bancos c/mov. 62.300,00 62.300,00

Reservas de lucro 7.000,00 -

Contas a pagar 9.700,00 9.700,00

Custos dos serviços 21.200,00 21.200,00

Clientes - 10.000,00

Veículos - 28.800,00

A estrutura de capital da empresa foi alterada. Os novos recursos, investidos na estrutura patrimonial pelos sócios foram de:

a) R$ 21.200,00;

b) R$ 28.800,00;

c) R$ 38.800,00;

d) R$ 50.000,00;

e) R$ 60.000,00.

Como havíamos alertado, alguns exercícios são de resolução um pouco avançada em face do conteúdo apresentado, porém é sempre bom darmos uma “forçadinha” em nosso estudo, já que as provas são elaboradas desta forma!

Resolução:

Analisando as contas dos dois exercícios, percebemos que o capital social aumentou em R% 50.000,00 (de R$ 80.000,00 para R$ 130.000,00).

Percebemos, ainda, que a conta Lucros/Prejuízos acumulados apresentava saldo de R$ 14.200,00, em 30.11.t1 e saldo zero em, 01.01.t1. Isto quer dizer que esse valor foi incorporado ao capital social.

Outro fato a ser analisado é que havia reservas de lucros no valor de R$ 7.000,00, em 30.11.t1 e em 01.12.t1 o saldo é zero, logo houve, também, a incorporação deste valor ao capital social.

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Assim, o aumento do capital, no valor de R$ 50.000,00, ocorreu com recursos vindo de Lucros Acumulados (R$ 14.200,00), Reservas de Lucros (R$ 7.000,00) e recursos vindos dos sócios (R$ 28.800,00).

A resposta correta é a letra “b”.

30. (TÉC. CONTR. INTERNO) A estrutura de capital da empresa Alagoas é representada por capital próprio, mais passivo real. O volume de capital próprio excedeu o investimento no ativo fixo no ANO II. Ao se admitir que não ocorreu, no ativo fixo, nenhuma modificação e que o capital circulante próprio passou a ser positivo no ANO II, poderemos justificar esse fato em função: a) do lucro no exercício/ prêmio na emissão de debêntures/distribuição de

dividendos; b) da reavaliação do ativo/ subscrição e integralização de capital/redução por

distribuição de dividendos; c) do resultado positivo no exercício/ redução por distribuição de

dividendos/doação e subvenções para investimentos recebidos; d) da reavaliação do ativo/ subscrição e integralização de capital/prejuízo do

exercício; e) do lucro no exercício/ subscrição e integralização de capital/ prêmio

recebido na emissão de debêntures.

No enunciado da questão nos é informado que a estrutura do capital da empresa é representada por capital próprio mais passivo real. Isto nos revela que a estrutura patrimonial da empresa é composta por bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido.

Outra informação que nos é apresentada é que o capital próprio excedeu o ativo permanente no ano II e que não houve alteração no ativo permanente e ainda que o capital circulante próprio passou a ser positivo. Capital circulante próprio é representado pela diferença entre ativo circulante e passivo circulante.

Deduzimos destas informações que o capital circulante líquido no ano I era nulo ou negativo. Assim, em números poderíamos ter a seguinte situação no ano I e no ano II:

Ativo Passivo Ativo Passivo

Ac = 100 PC = 100 AC = 200 PC = 100

AP = 100 PL = 100 PL = 100 PL = 200

Total = 200 Total = 200

⇒ Total = 300 Total = 300

Analisando a situação apresentada, verificamos que houve aumento do PL e do AC na mesma proporção. Isto pode ocorrer por diversos fatores como, por exemplo, aumento de capital social com integralização, colocação de debêntures e ações por valor superior ao valor de face e por auferimento de resultado positivo em suas operações (lucro).

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Assim, a resposta correta é a letra “e”.

31. (PREFEITURA DE NATAL–RN–2001/ESAF) A firma Celta & Cia. Ltda. aplicou seu capital inicial da seguinte forma: 40% em máquinas compradas, à vista, por R$ 3.500,00, uma nota promissória emitida por um de seus sócios, no valor de R$ 3.000,00 e o restante em moeda corrente do país.

Em seguida essa empresa: – comprou mercadorias da Casa São Benedito, conforme nota fiscal

no 2.315. O preço de compra foi de R$ 3.000,00. A Casa São Benedito obteve lucro de 20% nessa transação. A Celta pagou entrada de 20%, assinando duplicata pelo valor restante;

– vendeu mercadorias por R$ 1.900,00, conforme notas fiscais de

nos 002 a 049, recebendo como entrada apenas 40% do total; – pagou impostos e taxas, no valor de R$ 400,00; – registrou salários e respectivos encargos, no valor bruto de R$

900,00, para pagamento no mês seguinte; – registrou a baixa do estoque, no valor de R$ 1.300,00, referente ao

custo das vendas. Ao final da gestão acima transcrita, a empresa terá apurado:

a) capital aplicado de R$ 8.750,00; b) capital próprio de R$ 8.050,00; c) capital alheio de R$ 3.780,00; d) rédito bruto de R$ 700,00; e) rédito líquido de R$ 600,00.

A primeira situação a ser resolvida é quantificar o capital inicial da empresa Celta & Cia Ltda.

Temos a informação de que 40% desse capital foi integralizado com máquinas no valor de R$ 3.500. A partir desses dados podemos apurar o valor do capital inicial:

40% = R$ 3.500,00

100% = X

X = 100 x 3.500,00 / 40 = R$ 8.750,00.

Então o capital inicial foi de R$ 8.750,00, que foi aplicado da seguinte forma:

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Ativo Passivo

Caixa = 2.250,00

Tit. A receber = 3.000,00

Máquinas = 3.500,00

Capital Social = 8.750,00

Total = 8.750,00 Total = 8.750,00

Em seguida a empresa comprou mercadorias pelo valor de R$ 3.000,00, cujos recursos foram originados parte do caixa (R$ 600,00) e parte de fornecedores (R$ 2.400,00), passando a estrutura patrimonial para a seguinte forma:

Ativo Passivo

Caixa = 1.650,00

Mercadorias = 3.000,00

Tit. A receber = 3.000,00

Máquinas = 3.500,00

Fornecedores = 2.400,00

Capital Social = 8.750,00

Total = 11.150,00 Total = 11.150,00

Percebam que houve a origem de capital externo (de terceiros) no valor de R$ 2.400,00 e que a esta altura o total do capital aplicado é de R$ 11.150,00.

Em seguida fez a venda de mercadorias pelo valor de R$ 1.900,00, cujo custo foi de R$ 1.300,00, sendo que a venda foi parte à vista (40% de R$ 1.900,00 = R$ 760,00) e o resto a prazo ( 60% de 1.900,00 = R$ 1.140,00), de onde resulta um lucro de R$ 600,00. Assim, a estrutura patrimonial, após esses fatos será:

Ativo Passivo

Caixa = 2.410,00

Clientes = 1.140,00

Mercadorias = 1.700,00

Tit. A receber = 3.000,00

Máquinas = 3.500,00

Fornecedores = 2.400,00

Capital Social = 8.750,00

Lucros Acumulados = 600,00

Total = 11.750,00 Total = 11.750,00

Percebam que o Patrimônio Líquido, agora, é de R$ 9.350,00!

Ainda tivemos as despesas de Impostos no valor de R$ 400,00 e reconheceu despesas de salários no valor de R$ 900,00. As despesas tendem a diminuir o Patrimônio Líquido, pois diminuem o resultado. Assim, Esses dois fatos diminuem o patrimônio Líquido em R$ 1.300,00, ficando este com o valor de R$ 8.050,00.

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Outro aspecto a considerar é que os impostos foram pagos e os salários foram somente reconhecidos, aparecendo estes no PC como obrigações. Desta forma, sem considerar as contrapartidas dos lançamentos, a estrutura patrimonial final da empresa CELTA será:

Ativo Passivo

Caixa = 2.010,00

Clientes = 1.140,00

Mercadorias = 1.700,00

Tit. A receber = 3.000,00

Máquinas = 3.500,00

Fornecedores = 2.400,00

Salários a Pagar = 900,00

Capital Social = 8.750,00

Prejuízos Acumulados = (700,00)

Total = 11.350,00 Total = 11.350,00

As contas do Capital Social e Prejuízos Acumulados formam o Patrimônio Líquido ou Capital Próprio, cujo valor é de R$ 8.050,00. Logo, a resposta correta é a letra “b”.

Analisando as demais alternativas:

Letra “a”: O capital aplicado representa o ativo total, isto é, o valor pé de R$ 11.350,00.

Letra “c”: O capital alheio é de R$ 3.300,00 (Fornecedores 2.400 e Salários a pagar de 900).

Letra “d” e “e”: Redito é resultado. O resultado é obtido pelo confronto das receitas e das despesas, cujo resultado líquido está representado pela conta Prejuízos acumulados de R$ 700,00, isto é, o resultado dessas operações foi um prejuízo de R$ 700,00.

32. (AFRF/2002/ESAF) A Companhia Capcap de Negócios apresenta os seguintes valores relacionados ao capital próprio:

Capital autorizado R$ 100.000,00

Capital subscrito R$ 90.000,00

Capital integralizado R$ 70.000,00

Lucros acumulados R$ 20.000,00

Reserva de ágio na venda de ações R$ 19.000,00

Reserva para contingências R$ 17.000,00

Reserva de correção monetária R$ 16.000,00

Reservas estatutárias R$ 15.000,00

Reservas para investimento R$ 14.000,00

Reserva legal R$ 13.000,00

Reserva de reavaliação R$ 12.000,00

Agrupando corretamente os títulos acima, encontraremos:

a) capital social no valor de R$ 100.000,00;

b) capital a realizar no valor de R$ 30.000,00;

c) reservas de lucros no valor de R$ 59.000,00;

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d) reservas de capital no valor de R$ 47.000,00;

e) patrimônio líquido no valor de R$ 216.000,00.

O objetivo de termos inserido esta questão nesta aula foi para que vocês fixassem os conceitos de capital e não confundissem capital autorizado com capital social, além de saberem que capital autorizado não gera registros ou efeitos contábeis, isto é, não aparece como elemento do patrimônio líquido.

Na letra “a” diz que o capital social é de R$ 100.000,00. Isto não condiz com os ensinamentos apresentados, pois capital social é sinônimo de capital subscrito ou capital nominal.

Na letra “b” diz que o capital realizado é de R$ 30.000,00. Isto não é verdade, pois o capital a realizar constitui a diferença entre o capital subscrito e o capital integralizado, cujo valor é de R$ 20.000,00.

Se vocês chegaram a estas conclusões, então estão de parabéns, visto que os assuntos das demais alternativas ainda não foram vistos!

Letra “c”: As reservas de lucro são:

Reserva legal, Reserva estatutária (que pode ser para investimento e outras finalidades), Reserva para Contingências, Reserva de Retenção de Lucros (que também pode ser para investimentos), Reserva de Lucros a Realizar e Reserva Especial para dividendo não distribuído.

Assim, temos que as reservas de lucros são no valor de:

Reserva para contingências R$ 17.000,00

Reservas estatutárias R$ 15.000,00

Reservas para investimento R$ 14.000,00

Reserva legal R$ 13.000,00

Total R$ 59.000,00

Letra “d”: As reservas de Capital são:

Reserva de ágio, Prêmio na emissão de debêntures, produto na alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição, doações e subvenções para investimento e reserva de correção monetária do capital social.

Assim, o valor dessas reservas será:

Reserva de ágio na venda de ações R$ 19.000,00

Reserva de correção monetária R$ 16.000,00

Total R$ 35.000,00

Letra “e”: O patrimônio Líquido é formado por capital social, diminuído do capital a realizar, reservas de capital, reservas de lucros, reserva de reavaliação e lucros ou prejuízos acumulados. Desta forma, o seu valor será:

Capital integralizado R$ 70.000,00

Lucros acumulados R$ 20.000,00

Reserva de ágio na venda de ações R$ 19.000,00

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Reserva para contingências R$ 17.000,00

Reserva de correção monetária R$ 16.000,00

Reservas estatutárias R$ 15.000,00

Reservas para investimento R$ 14.000,00

Reserva legal R$ 13.000,00

Reserva de reavaliação R$ 12.000,00

Total R$ 196.000,00

Bom estudo a todos e até a próxima sema com mais outra aula.

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AULA 4: OS PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE

Muitas vezes os alunos presenciais nos perguntam se é necessário estudar toda essa teoria que ronda a contabilidade e nós respondemos que sim e justificamos a nossa resposta com questões de provas, tanto da Esaf quanto do Cespe.

Há alunos que pensam que a contabilidade se resume a fazer “razonetes” e balanços, no entanto, se não houver um embasamento teórico substancial, eles acabam pecando nas provas por desconhecimento das teorias. Ademais, toda contabilidade está alicerçada nos princípios que, em suma, é teoria.

Portanto, não há outro jeito senão aturar mais esta aula teórica. Mas prometemos que na próxima aula começaremos a parte “prática” quando falaremos de contas.

1. INTRODUÇÃO

As instituições que elaboram as provas de concursos necessitam embasar as questões com textos legais para não haver a anulação de questões.

Nesta aula talvez não esgotemos o assunto “Princípios de Contabilidade” e sempre que se apresentar alguma situação nova estaremos fazendo referencia ao princípio contábil envolvido.

Os princípios de contabilidade foram veiculados pela Resolução nº 750 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Porém, antes de adentrarmos nos preceitos emanados pelo CFC, vamos abordar outros preceitos, de cunho legal, que versam sobre a sua observância.

O Código Civil (Lei nº 10.406/2002), que revogou toda a parte primeira do Código Comercial (Lei no 556/1850), que tratava sobre as sociedades comerciais e suas obrigações, estabelece que:

Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.

...

§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970.

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Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis.

...

Art. 1.184.

§2o Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária.

...

Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados.

A Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das S.A.), em seu art. 177, por seu turno, estabelece que:

Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.

...

§ 3o As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, e serão obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na mesma comissão.

§ 4o As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados. [grifamos]

Outro órgão interveniente na conceituação teórica ou no disciplinamento da contabilidade é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Com relação aos atos por ela emitidos interessanos, de momento, a DELIBERAÇÃO CVM no 29, de 05 de fevereiro de 1986,

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que estabelece diversos conceitos que devem ser observados pelos concurseiros. Esta Deliberação pode ser encontrada na íntegra no endereço eletrônico da CVM (www.cvm.gov.br).

Dentre os atos normativos ou legais que precisamos saber para os concursos, certamente o mais importante, é o que veicula os Princípios Fundamentais de Contabilidade. Os princípios de contabilidade foram publicados pela Resolução CFC no 750/93, de 29 de dezembro de 1993. Um ano após a edição desse ato normativo, o CFC entendeu necessário explicitar os princípios de contabilidade o que gerou a emissão da RESOLUÇÃO CFC no 774, de 16 de dezembro de 1994, publicada no Diário Oficial da União, em 18 de janeiro de 1995, aprovando o Apêndice à Resolução sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade.

Novamente chamamos a atenção de todos vocês para a importância do tema que estamos estudando, pois ele tem sido cobrado constantemente nas últimas provas!!!

2. CONSIDERAÇÕES GERAIS

A essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade está representada pelos princípios fundamentais de Contabilidade.

Os princípios fundamentais de Contabilidade devem ser aplicados a todos os patrimônios, independentemente do tipo de entidade a que pertençam (empresa, órgão público ou entidade sem fins lucrativos). O que importa é que se confira uma autonomia ao patrimônio, distinguindo-o dos demais patrimônios existentes no universo.

Para todos os fatos que envolvem mutações no patrimônio de uma entidade há no mínimo um princípios fundamental de contabilidade envolvido, daí que podemos dizer que eles possuem o atributo da universalidade.

Todos os princípios possuem a mesma importância à contabilidade, não havendo uma hierarquia formal entre entre eles.

Desta forma, nos procedimentos que trazem mutações no patrimônio, as informações somente terão utilidade para tomada de decisões se tivevem sido observados os princípios fundamentais de contabilidade.

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3. OBJETIVOS DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE

O objetivo principal dos princípios fundamentais de contabilidade é a uniformização das informações contábeis.

Desta forma, é possível a análise das demonstrações financeiras em bases comparativas, podendo elas ser confrontadas com outras empresas ou, ainda, com as demonstrações de períodos anteriores da própria empresa.

4. DOS PRINCÍPIOS

Conforme já falamos no início de nossa aula, o CFC editou a RESOLUÇÃO CFC no 774, de 16 de dezembro de 1994 que aprova o Apêndice à Resolução sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade.

A partir desse momento, em função da importância e da objetividade, veremos esse apêndice na íntegra.

INTRODUÇÃO AO APÊNDICE

Os Princípios Fundamentais de Contabilidade, aprovados pela Resolução CFC no 750/93, de 29 de dezembro de 1993, requerem, para o seu amplo entendimento pelos usuários da informação contábil e para a perfeita compreensão pelos profissionais da Contabilidade, um grau de detalhamento que não é possível abranger nos próprios enunciados.

O Apêndice aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, contendo comentários sobre o conteúdo dos enunciados, é uma forma adequada de melhor compreensão sobre tão importante assunto.

O objetivo, portanto, é explicitar e toda explicitação é simples esclarecimento.

4.1. A CONTABILIDADE COMO CONHECIMENTO

4.1.1. A CONTABILIDADE COMO CIÊNCIA SOCIAL

A Contabilidade possui objeto próprio – o Patrimônio das Entidades – e consiste em conhecimentos obtidos por metodologia racional, com as condições de generalidade, certeza e busca das causas, em nível qualitativo semelhante às demais ciências socais.

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A Resolução alicerça-se na premissa de que a Contabilidade é uma Ciência Social com plena fundamentação epistemológica. Por conseqüência, todas as demais classificações – método, conjunto de procedimentos, técnica, sistema, arte, para citarmos as mais correntes – referem-se a simples facetas ou aspectos da Contabilidade, usualmente concernentes à sua aplicação prática, na solução de questões concretas.

4.1.2. O PATRIMÔNIO OBJETO DA CONTABILIDADE

O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência, tanto nas ciências formais quanto nas factuais, das quais fazem parte as ciências sociais. Na Contabilidade, o objeto é sempre o PATRIMÔNIO de uma entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e de obrigações para com terceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir o lucro. O essencial é que o patrimônio disponha de autonomia em relação aos demais patrimônios existentes, o que significa que a entidade dele pode dispor livremente, claro que nos limites estabelecidos pela ordem jurídica e, sob certo aspecto, da racionalidade econômica e administrativa.

O patrimônio também é objeto de outras ciências sociais (por exemplo, da Economia, da Administração e do Direito) que, entretanto, o estudam sob ângulos diversos daquele da Contabilidade, que se volta para os seus aspectos quantitativos e qualitativos. A Contabilidade busca, primordialmente, apreender, no sentido mais amplo possível, e entender as mutações sofridas pelo patrimônio, tendo em mira, muitas vezes, uma visão prospectiva de possíveis variações. As mutações tanto podem decorrer da ação do homem quanto, embora quase sempre secundariamente, dos efeitos da natureza sobre o patrimônio.

Por aspecto qualitativo do patrimônio, entende-se a natureza dos elementos que o compõem, como dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias etc.

A delimitação qualitativa desce, em verdade, até o grau de particularização que permita a perfeita compreensão do componente patrimonial. Assim, quando falamos em “máquinas”, ainda estamos a empregar um substantivo coletivo, cuja expressão poderá ser de muita utilidade, em determinadas análises.

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Mas a Contabilidade, quando aplicada a um patrimônio particular, não se limitará às “máquinas” como categoria, mas se ocupará de cada máquina em particular, na sua condição do componente patrimonial, de forma que não possa ser confundida com qualquer outra máquina, mesmo de tipo idêntico.

O atributo quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em valores, o que demanda que a Contabilidade assuma posição sobre o que seja valor, porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente variados.

Do patrimônio deriva o conceito de patrimônio líquido, mediante a equação considerada como básica na Contabilidade:

(Bens + Direitos) – (Obrigações) = Patrimônio Líquido

Quando o resultado da equação é negativo, convenciona-se denominá-lo de passivo a descoberto.

O patrimônio líquido não é uma dívida da entidade para com seus sócios ou acionistas, pois estes não emprestam recursos para que ela possa ter vida própria, mas, sim, entregam-nos, para que com eles forme o patrimônio da entidade.

O conhecimento que a Contabilidade tem do seu objeto está em constante desenvolvimento, como, aliás, ocorre nas demais ciências em relação aos respectivos objetos. Por esta razão, deve-se aceitar como natural a existência de possíveis componentes do patrimônio, cuja apreensão ou avaliação apresente-se difícil ou inviável em determinado momento.

4.1.3. OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE

Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam o núcleo central da própria Contabilidade, na sua condição de ciência social, sendo a ela inerentes. Os princípios constituem sempre as vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância. No caso da Contabilidade, presente seu objeto, seus princípios fundamentais valem para todos os patrimônios, independentemente das entidades a que pertençam, as finalidades para as quais são usados, a forma jurídica da qual estão revestidos, sua localização, expressividade e quaisquer outros qualificativos, desde que gozem da condição de autonomia em relação aos demais patrimônios existentes.

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Nos princípios científicos, jamais pode haver hierarquização formal, dado que eles são os elementos predominantes na constituição de um corpo orgânico, proposições que se colocam no início de uma dedução, e são deduzidos de outras dentro do sistema. Nas ciências sociais, os princípios colocam-se como axiomas, premissas universais e verdadeiras, assim admitidas sem necessidade de demonstração, ultrapassando, pois, a condição de simples conceitos.

O atributo da universalidade permite concluir que os princípios não exigiriam adjetivação, pois sempre, por definição, referem-se à Ciência da Contabilidade no seu todo. Dessa forma, o qualificativo “fundamentais” visa, tão-somente, a enfatizar sua magna condição. Esta igualmente elimina a possibilidade de existência de princípios identificados, nos seus enunciados, com técnicas ou procedimentos específicos, com o resultado obtido na aplicação dos princípios propriamente ditos a um patrimônio particularizado. Assim, não podem existir princípios relativos aos registros, às demonstrações ou à terminologia contábeis, mas somente ao objeto desta, o patrimônio. Os princípios, na condição de verdades primeiras de uma ciência, jamais serão diretivas de natureza operacional, característica essencial das normas – expressões de direito positivo, que a partir dos princípios, estabelecem ordenamentos sobre o “como fazer”, isto é, técnicas, procedimentos, métodos, critérios etc., tanto nos aspectos substantivos, quanto nos formais. Dessa maneira, alcança-se um todo organicamente integrado, em que, com base nas verdades gerais, se chega ao detalhe aplicado, mantidas a harmonia e a coerência do conjunto.

Os princípios simplesmente são e, portanto, preexistem às normas, fundamentando e justificando a ação, enquanto aquelas a dirigem na prática. No caso brasileiro, os princípios estão obrigatoriamente presentes na formulação das Normas Brasileiras de Contabilidade, verdadeiros pilares do sistema de normas, que estabelecerá regras sobre a apreensão, o registro, o relato, a demonstração e a análise das variações sofridas pelo patrimônio, buscando descobrir suas causas, de forma a possibilitar a feitura de prospeções sobre a entidade, e não podem tais princípios ser alvo de qualquer restrição na sua observância.

Os princípios refletem o estágio em que se encontra a Ciência da Contabilidade, isto é, a essência dos conhecimentos, doutrinas e teorias que contam com o respaldo da maioria dos estudiosos da Contabilidade. É evidente que, em muitos aspectos, não há como se falar em unanimidade de entendimento, mas até em

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desacordo sobre muitos temas teórico-doutrinários. Temos uma única ciência, mas diversas doutrinas. Entretanto, cumpre ressaltar que tal situação também ocorre nas demais ciências sociais e, muitas vezes, até mesmo nas ciências ditas exatas.

Em termos de conteúdo, os princípios dizem respeito à caracterização da entidade e do patrimônio, à avaliação dos componentes deste e ao reconhecimento das mutações e dos seus efeitos diante do patrimônio líquido. Como os princípios alcançam o patrimônio na sua globalidade, sua observância nos procedimentos aplicados resultará automaticamente em informações de utilidade para decisões sobre situações concretas. Esta é a razão pela qual os objetivos pragmáticos da Contabilidade são caracterizados pela palavra “informação”.

4.1.4. DOS OBJETIVOS DA CONTABILIDADE

A existência de objetivos específicos não é essencial à caracterização de uma ciência, pois, caso o fosse, inexistiria a ciência “pura”, aquela que se concentra, tão-somente, no seu objeto. Aliás, na própria área contábil, encontramos muitos pesquisadores cuja obra não apresenta qualquer escopo pragmático, concentrando-se na Contabilidade como ciência. De qualquer forma, como já vimos, não há qualquer dificuldade na delimitação dos objetivos da Contabilidade no terreno científico, a partir do seu objeto, que é o patrimônio, por estarem concentrados na correta representação deste e nas causas das suas mutações.

O objetivo científico da Contabilidade manifesta-se na correta apresentação do patrimônio e na apreensão e análise das causas de suas mutações. Já sob a ótica pragmática, a aplicação da Contabilidade a uma entidade particularizada busca prover os usuários com informações sobre aspectos de natureza econômica, financeira e física do patrimônio da entidade e suas mutações, o que compreende registros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos, expressos sob a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros meios.

O tema, tão claro no quadrante científico, comporta comentários mais minuciosos, quando direcionado aos objetivos concretos perseguidos na aplicação da Contabilidade a uma entidade em particular. Adentramos, no caso, o terreno operacional, regulado pelas normas. Assim, ouve-se, com freqüência, dizer que um dos objetivos da Contabilidade é o acompanhamento da evolução econômica e financeira de uma entidade. No caso, o adjetivo “econômico” é empregado para designar o processo de formação de

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resultado, isto é, as mutações quantitativo-qualitativas do patrimônio, as que alteram o valor do patrimônio líquido, para mais ou para menos, correntemente conhecidas como receitas e despesas. Já os aspectos qualificados como financeiros concernem, em última instância, aos fluxos de caixa.

Cumpre também ressaltar que, na realização do objetivo central da Contabilidade, defrontamo-nos, muitas vezes, com situações nas quais os aspectos jurídico-formais das transações ainda não estão completa ou suficientemente dilucidados. Nesses casos, deve-se considerar o efeito mais provável das mutações sobre o patrimônio, quantitativa e qualitativamente, concedendo-se prevalência à substância das transações.

4.1.5. DAS INFORMAÇÕES GERADAS PELA CONTABILIDADE

De forma geral, no âmbito dos profissionais e usuários da Contabilidade, os objetivos desta, quando aplicada a uma entidade particularizada, são identificados com a geração de informações, a serem utilizadas por determinados usuários em decisões que buscam a realização de interesses e objetivos próprios. A precisão das informações demandadas pelos usuários é o próprio desenvolvimento de aplicações práticas da Contabilidade, dependendo, sempre, da observância dos seus princípios, cuja aplicação à solução de situações concretas deverá considerar o contexto econômico, tecnológico, institucional e social em que os procedimentos serão aplicados.

Isso significa, com grande freqüência, o uso de projeções sobre os contextos em causa, o que muitos denominam de visão prospectiva nas aplicações contábeis.

As informações quantitativas que a Contabilidade produz, quando aplicadas a uma entidade, devem possibilitar a quem delas faz uso avaliar a situação e as tendências desta, com o menor grau de dificuldade possível. Devem, pois, permitir ao usuário, como partícipe do mundo econômico:

– observar e avaliar o comportamento;

– comparar seus resultados com os de outros períodos ou entidades;

– avaliar seus resultados à luz dos objetivos estabelecidos;

– projetar seu futuro nos marcos políticos, sociais e econômicos em que se insere.

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Tudo isso, para que o usuário possa planejar suas próprias operações.

Os requisitos referidos levam à conclusão de que deve haver consistência nos procedimentos que a entidade utiliza, em diferentes períodos e, tanto quanto possível, também entre entidades distintas que pertençam a um mesmo mercado, de forma que o usuário possa extrair tendências quanto à vida de uma entidade e à sua posição em face das demais entidades ou mesmo do mercado como um todo. Tal desiderato é extremamente incentivado pelo sistema formal de normas, cuja coerência estrutural é garantida pela observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, estabelecendo-se, pois, o necessário elo de ligação entre a Ciência da Contabilidade e seus ordenamentos aplicados. Evidentemente, o preceito em análise, conhecido por “consistência”, não constitui Princípio de Contabilidade, mas regra técnico-comportamental. Tanto isso é verdade que procedimentos aplicados, mesmo fixados como norma, podem ser alterados em função das necessidades dos usuários ou mesmo da qualidade dos resultados da sua aplicação, enquanto que os princípios que os fundamentam permanecem inalterados.

4.1.6. DOS USUÁRIOS DA CONTABILIDADE

Os usuários tanto podem ser internos como externos e, mais ainda, com interesses diversificados, razão pela qual as informações geradas pela entidade devem ser amplas, fidedignas e, pelo menos, suficientes para a avaliação da sua situação patrimonial e das mutações sofridas pelo seu patrimônio, permitindo a realização de inferências sobre o seu futuro.

Os usuários internos incluem os administradores de todos os níveis, que comumente se valem de informações mais aprofundadas e específicas acerca da entidade, notadamente aquelas relativas ao seu ciclo operacional. Já os usuários externos concentram suas atenções, de forma geral, em aspectos mais genéricos, expressos nas demonstrações contábeis.

Em países com um ativo mercado de capitais, assume importância ímpar a existência de informações corretas, oportunas, suficientes e inteligíveis sobre o patrimônio das entidades e suas mutações, com vista à adequada avaliação de riscos e oportunidades por parte dos investidores, sempre interessados na segurança dos seus investimentos e em retornos compensadores em relação às demais aplicações. A qualidade dessas informações deve ser assegurada pelo sistema de normas alicerçado nos Princípios

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Fundamentais, o que torna a Contabilidade um verdadeiro catalisador do mercado de ações.

O tema é vital e, por conseqüência, deve-se manter vigilância sobre o grau em que os objetivos gerais da Contabilidade, aplicada a uma atividade particularizada, estão sendo alcançados. O entendimento das informações pelos próprios usuários pode levá-los à conclusão da necessidade de valerem-se dos trabalhos de profissionais da Contabilidade.

5. COMENTÁRIOS AOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE

A Resolução CFC no 750/93 dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, elencando-os em seu art. 3o e conceituando-os nos seus artigos, de 4o a 10.

Os princípios de contabilidade são em número de 07 (sete) e para sua memorização poder utilizar da seguinte expressão: PRECOCA (que representas as iniciais de cada um dos princípios).

Prudência

Regirtro pelo valor original

Entidade

Continuidade

Oportunidade

Competência

Atualização monetária

5.1. O PRINCÍPIO DA ENTIDADE

Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de

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patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.

A autonomia patrimonial

A autonomia patrimonial é o cerne deste princípio e surge em conseqüência da personalidade jurídica que a entidade adquire. Assim, se constituída uma empresa ou uma pessoa jurídica com qualquer finalidade e se a ele for conferido um patrimônio, este a ela pertence, ou seja, ele será autônomo em relação a todos os outros patrimônios existentes, pertencendo a uma entidade.

Desta forma, o patrimônio de uma entidade nunca pode confundir-se com os patrimônios dos seus sócios ou proprietários.

Assim, o conceito de entidade abrange pessoa física, as sociedade mesmo que não estejam revestidas de personalidade jurídica, as instituições ou um conjunto de pessoas, tais como:

– famílias; – empresas; – governos, nas diferentes esferas do poder; – sociedades beneficentes, religiosas, culturais, esportivas,

de lazer, técnicas; – sociedades cooperativas; – fundos de investimento e outras modalidades afins.

Em função da autonomia patrimonial a entidade exerce o poder sobre o seu patrimônio, assegurando-se-lhe o direito de exigir os haveres de terceiros ou de exercer o direito de propriedade.

A autonomia patrimonial deve fundar-se na propriedade para que os demais princípios fundamentais tenham sentido. Do contrário os princípios estariam se referindo a um universo não delimitado.

As empresas podem possuir filiais, departamentos ou outras subdivisões e nem por isso perde a autonomia patrimonial.

No caso de haver a transferência de parte do patrimônio para outra entidade ou a versão de parte do patrimônio, como é o caso da cisão, surgirá um novo patrimônio autônomo, pertencente a outra entidade.

Ressaltamos que o fato de se dividir a empresa em departamentos ou unidades fabris ou mesmo em áreas de custos e de orçamento, não significam a criação de novas entidades, precisamente pela ausência de autonomia patrimonial, pois

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estaremos apenas fazendo controles divisionais, que são úteis sob a ótica administrativa.

Da soma ou da agregação de patrimônios

A dinâmica da gestão e organização empresarial é notável. Uma empresa pode ser sócia de outra empresa, inclusive com a maioria do capital votante daquela outra empresa, quando a sociedade investidora será chamada de controladora. Mesmo nessa condição as duas empresas mantêm a sua autonomia patrimonial. Assim, as somas e agregações de patrimônios de diferentes entidades não resultam em nova entidade. Ressaltamos que a empresa controladora deve elaborar demonstrações contábeis consolidadas, porém o patrimônio consolidado não representa patrimônio de nova entidade.

Para ilustrar o fato do controle e da demonstração consolidade imaginemos uma família onde, além do casal, há três filhos. Se cada um dos filhos possuir um patrimônio e formos medir o patrimônio da família estaremos fazendo uma consolidação dos patrimônios membros dessa família, mas não estaremos criando um novo patrimônio.

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma: 1. O Código Civil conceitua as pessoas em naturais ou físicas e

jurídicas. Estas são uma criação abstrata da lei. Sobre o assunto, marque a assertiva correta, com relação à Contabilidade.

a) Por ser a pessoa jurídica uma criação abstrata da lei, não há nenhuma implicação, antes o contrário, de se misturar as contas particulares com as da pessoa jurídica.

b) Do princípio da entidade, que é um dos princípios fundamentais da Contabilidade, infere-se que os bens particulares não se confundem com os bens da entidade, que é formada pelo conjunto de bens dos particulares, mas a recíproca não é verdadeira.

c) O administrador deve ter soberania, em função do princípio da autonomia da entidade, sobre seu patrimônio, não importando a forma como gere seus negócios.

d) A entidade, que é dos sócios, rege-se pelo contrato social ou estatuto, conforme o caso, e este pode, expressamente, autorizar os administradores (diretores e gerentes) a usar recursos da sociedade (como, por exemplo, veículos) em atividades particulares.

e) Eventuais saldos de balanço podem ser rateados entre os diretores da área financeira e contábil, se assim os estatutos, expressamente, permitirem-no.

2. Quanto aos bens de uma empresa, assinale a opção incorreta.

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a) Devem ser relacionados de forma distinta dos de seus sócios. b) Constituem uma entidade autônoma de seus titulares. c) A azienda não deve ser confundida com o patrimônio dos particulares, visto a

gestão ser dos particulares, e estes devem, sempre que a empresa necessitar e pelo princípio da continuidade, socorrê-la economicamente ou com bens.

d) A Contabilidade tem como objetivo o controle, o planejamento e o rédito, para salvaguardar bens e direitos, entre outros.

e) A tributação envolve a transferência de patrimônio dos particulares (bens numerários) aos cofres públicos, decorrendo daí, entre outras, uma necessidade do conhecimento de Contabilidade dos servidores de órgãos arrecadadores, ou seja, envolve patrimônio, que é o objeto da Contabilidade.

Assinale Certo (C) ou Errado (E) nas questões de número 3 a 5.

3. A existência de duas entidades sob controle comum, ainda que consolidem suas demonstrações contábeis, não afeta o princípio da entidade, mantendo-se as respectivas autonomias patrimoniais.

4. O patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, mas em uma unidade de natureza econômico-contábil.

5. Na aplicação dos princípios fundamentais de Contabilidade a situações concretas, a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.

6. (CVM/ESAF/ANALISTA–2001) O procedimento de segregar o patrimônio da empresa avaliada do patrimônio de seus sócios está fundamentado no conceito da:

a) entidade; d) materialidade;

b) identidade; e) relatividade.

c) prudência;

7. (TÉC. CONTAB/CONTROLADORIA–99) Ao analisar a formação e a estrutura patrimonial, é correto afirmar que:

a) o ativo representa bens e direitos, que são elementos negativos na estrutura do patrimônio;

b) o complexo de bens, materiais ou não, direitos, ações, posse e tudo o mais que pertença a uma pessoa ou empresa e seja suscetível de apreciação econômica, denomina-se patrimônio;

c) a pessoa jurídica é a unidade jurídica resultante de um agrupamento humano organizado, estável, objetivando fins de utilidade pública ou privada, inteiramente distinta dos indivíduos que a compõem, capaz de possuir, exercitar direitos e contrair obrigações;

d) a conta que representa o investimento dos sócios é a conta caixa;

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e) no ativo, registramos somente os bens tangíveis que são representados, por exemplo, por marcas e patentes.

8. (ESAF/FISCAL–FORTALEZA/98) Jorge Trapalhão é comerciante

(revenda de produtos veterinários) e fazendeiro. Apesar de a fazenda não estar incorporada ao patrimônio da firma comercial, ele não faz distinção dos fatos decorrentes de sua dupla atividade, na escrituração do estabelecimento comercial, em que pese utilizar normalmente empregados e produtos de um em outro estabelecimento.

O procedimento de Jorge Trapalhão, analisado sob o aspecto contábil, está:

a) correto, porque Jorge Trapalhão é pessoa física, uma vez que, de acordo com o Código Civil, a pessoa jurídica não pode ser formada de um único indivíduo;

b) incorreto, porque contraria o princípio contábil da competência; c) correto, porque, qualquer que seja o seu sistema de escrituração, o resultado

de suas atividades reverter-se-á totalmente em seu benefício; d) incorreto, porque contraria o princípio contábil da entidade; e) correto, porque, apesar de misturá-los, ele não omite nem adultera os fatos

contábeis decorrentes de sua dupla atividade.

9. (ANALISTA/JUD–CONTADOR/99) A autonomia patrimonial, fulcro do princípio da entidade, objetiva especificamente estabelecer que:

a) não seja confundido o patrimônio da entidade com o de seus sócios; b) a Contabilidade deve individualizar um patrimônio particular no universo dos

patrimônios; c) o patrimônio caracteriza-se como o objeto da Contabilidade; d) o patrimônio pertence a uma pessoa, a um conjunto de pessoas, a uma

sociedade ou a uma instituição de qualquer natureza; e) a soma de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade.

5.2. O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.

§ 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível.

§ 2º A observância do princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA por efeito de relacionar-se diretamente à quantificação dos

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componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de se constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado.

Aspectos conceituais

As condições em que se desenvolverão as atividade da entidade interferem de forma qualitativa e quantitativa do patrimônio. Neste contexto, se a empresa suspender suas atividades a utilidade de determinados ativos pode ser alterada, com a perda, até mesmo integral, de seu valor. Outro fato que pode gerar efeitos semelhantes é a queda no nível de ocupação.

Essas modificações podem ocorrer por diversas causas, sendo as principais:

a) mudanças de política governamental, como, por exemplo, na área cambial, influenciando diretamente o volume das exportações de determinados ramos econômicos, com efeito direto nos níveis de produção de determinadas entidades;

b) modificações na conjuntura econômica que provoquem alterações na amplitude do mercado em que atua a entidade.

Exemplo neste sentido é a queda de poder aquisitivo da população, que provoca redução no consumo de bens, o que, por sua vez, resulta na redução do grau de ocupação de muitas entidades;

c) problemas internos das próprias entidades, consubstan-ciados em envelhecimento tecnológico dos seus processos ou produtos, superação mercadológica destes, exigência de proteção ambiental, falta de capital, falta de liquidez, incapacidade administrativa, distensões entre os controladores da entidade e outras causas quaisquer que levem a entidade a perder suas condições de competitividade, sendo gradativamente alijada do mercado;

d) causas naturais ou fortuitas que afetem a manutenção da entidade no mercado, tais como inundações, incêndios, ausência de materiais primários por quebras de safras.

A completa cessação das atividades da empresa se constitui na situação-limite na aplicação do princípio da continuidade. A

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limitação ou cessação da vida da entidade afeta determinados ativos. Por exemplo: 1) o ativo diferido deve ser baixado como despesas, pois não poderão ser absovidos pelas atividades operacionais; 2) os estoques, as ferramentas ou máquinas, podem ter seu valor modificado substancialmente. Por outro lado, o passivo pode ser afetado pela cessação da entidade, podendo ocorrer que a obrigação tenha de ser satisfeita antecipadamente se não houve a devida observação da data limite de duração da entidade.

Nos casos em que há modificação no volume de operações, de forma a afetar o valor de alguns componentes patrimoniais, é obrigatório o ao ajuste destes, de maneira a ficarem registrados por valores líquidos de realização, ou seja mediante as devidas provisões.

Os princípios estão intimamente ligados uns aos outros, sendo que é difícil a ocorrência de um fato em que se aplique apenas um princípio. O princípio da continuidade, à semelhança do da prudência, está intimamente ligado ao da competência, formando-se uma espécie de trilogia. A razão é simples: a continuidade, como já vimos, diz respeito diretamente ao valor econômico dos bens, ou seja, ao fato de um ativo manter-se nesta condição ou transformar-se, total ou parcialmente, em despesa. Mas a continuidade também alcança a representação quantitativa e qualitativa do patrimônio de outras maneiras, especialmente quando há previsão de encerramento das atividades da entidade, com o vencimento antecipado ou o surgimento de exigibilidades. Nesta última circunstância, sua ligação será com o princípio da oportunidade.

O Princípio da Continuidade e a “entidade em marcha”

A denominação princípio da continuidade, como também a de “entidade em marcha”, ou going concern, é encontrada em muitos sistemas de normas no exterior e na literatura contábil estrangeira. Embora o princípio da continuidade também parta do pressuposto de que a entidade deva concretizar seus objetivos continuamente – o que nem sempre significa a geração de riqueza no sentido material –, não se fundamenta na idéia de entidade em movimento.

O motivo é extremamente singelo, pois uma entidade com suas atividades reduzidas ou suspensas temporariamente continuará a ser objeto da Contabilidade enquanto dispuser de patrimônio. Isso permanece verdade no caso de a entidade suspender definitivamente suas atividades. O que haverá, tão-somente, é a

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reapreciação dos componentes patrimoniais, quantitativa e qualitativamente, precisamente em razão dos difames do princípio da continuidade. A normalidade ou não das operações, bem como a vida limitada ou indeterminada, não alcançam o objeto da Contabilidade, o patrimônio, mas, tão-somente, sua composição e valor, isto é, a delimitação quantitativa e qualitativa dos bens, dos direitos e das obrigações.

O próprio uso da receita como parâmetro na formação de juízo sobre a situação de normalidade da entidade, embora válido na maioria das entidades, não pode ser universal, pois, em muitas delas, a razão de ser não é a receita, tampouco o resultado.

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma: 10. (ANALISTA/JUD–CONTADOR/99) O princípio da continuidade

objetiva afirmar que a entidade: a) é susceptível de descontinuidade; b) tem a composição de seu patrimônio afetada, na descontinuidade de suas

atividades; c) tem seu patrimônio afetado, segundo as condições prováveis em que se

possam desenvolver suas operações; d) pode ter a utilidade de alguns de seus ativos afetada, na suspensão de suas

atividades; e) na sua aplicação, tem como situação-limite a completa cessação de suas

atividades.

Assinale Certo (C) ou Errado (E) nas questões de número 11 a 22.

11. A suspensão das atividades de uma entidade pode provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral, de seu valor.

12. O princípio da continuidade aplica-se tanto à cessação integral quanto parcial das atividades de uma entidade, bem como em relação ao grau de utilização de suas instalações, com reflexos no nível de produção.

13. A denominação princípio da continuidade, como também a entidade em marcha, ou going concern, é encontrada em muitos sistemas de normas no exterior e também na literatura contábil estrangeira. Embora tal princípio também parta do pressuposto de que a entidade deva concretizar seus objetivos continuamente – o que nem sempre significa a geração de riqueza no sentido material –, não se fundamenta na idéia da entidade em movimento.

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14. A continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da entidade tiver prazo determinado, previsto ou previsível.

15. Como resultado da observância do princípio da oportunidade, o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da entidade, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

16. Como resultado da observância do principio da oportunidade, o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, referindo-se apenas aos aspectos monetários.

17. Como resultado da observância do princípio da oportunidade, o registro das variações patrimoniais não deve ser feito na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência, mesmo que tecnicamente estimável.

18. O registro das variações patrimoniais, mesmo que tecnicamente

estimável, deve ser feito apenas quando existir total certeza de sua ocorrência.

19. Conforme o princípio do registro pelo valor original, uma vez integrado ao patrimônio, o bem, o direito ou a obrigação não poderá ter alterado seu valor intrínseco, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais.

20. Do princípio do registro pelo valor original resulta que a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes.

21. A continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos.

22. A avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de saída, considerando-se como tais os resultantes do consenso com agentes externos ou que sejam impostos por estes.

5.3. O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

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Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

Parágrafo único. Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:

I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;

II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários;

III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da Entidade em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

Aspectos conceituais.

O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE exige a apreensão, o registro e o relato de todas as variações sofridas pelo patrimônio de uma entidade, no momento em que elas ocorrerem. Cumprido tal preceito, chega-se ao acervo máximo de dados primários sobre o patrimônio, fonte de todos os relatos, demonstrações e análises posteriores, ou seja, o princípio da oportunidade é a base indispensável à fidedignidade das informações sobre o patrimônio da entidade, relativas a um determinado período e com o emprego de quaisquer procedimentos técnicos. É o fundamento daquilo que muitos sistemas de normas denominam de “representação fiel” pela informação ou seja, que esta espelhe com precisão e objetividade as transações e os eventos que concentre. Tal atributo é, outrossim, exigível em qualquer circunstância, a começar sempre nos registros contábeis, embora as normas tendam a enfatizá-lo nas demonstrações contábeis.

O princípio da oportunidade deve ser observado, como já foi dito, sempre que haja variação patrimonial, cujas origens principais são, de forma geral, as seguintes:

a) transações realizadas com outras entidades, formalizadas mediante acordo de vontades, independentemente da forma ou da documentação de suporte, como compra ou venda de bens e serviços;

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b) eventos de origem externa, de ocorrência alheia à vontade da administração, mas com efeitos sobre o patrimônio, como modificações nas taxas de câmbio, quebras de clientes, efeitos de catástrofes naturais, imposições tributárias etc.;

c) movimentos internos que modificam predominantemente a estrutura qualitativa do patrimônio, como a transformação de materiais em produtos semifabricados ou destes em produtos prontos, mas também a estrutura quantitativo-qualitativa, como no sucateamento de bens inservíveis.

O princípio da oportunidade abarca dois aspectos distintos, mas complementares: a integridade e a tempestividade, razão pela qual muitos autores preferem denominá-lo Princípio da Universalidade.

O princípio da oportunidade tem sido confundido, algumas vezes, com o da competência, embora os dois apresentem conteúdos manifestamente diversos. Na oportunidade, o objetivo está na completeza da apreensão das variações, do seu oportuno reconhecimento, enquanto, na competência, o fulcro está na qualificação das variações diante do patrimônio líquido, isto é, na decisão sobre se estas o alteram ou não pela ocorrência de receitas ou despesas. Em síntese, no primeiro caso, temos o conhecimento da variação, e, na competência, a determinação de sua natureza.

A integridade das variações

A integridade diz respeito à necessidade de as variações serem reconhecidas na sua totalidade, isto é, sem qualquer falta ou excesso.

Concentre, pois, à completeza da apreensão, que não admite a exclusão de quaisquer variações monetariamente quantificáveis. Como as variações incluem elementos quantitativos e qualitativos, bem como os aspectos físicos pertinentes, e ainda que a avaliação é regida por princípios próprios, a integridade diz respeito fundamentalmente às variações em si. Tal fato não elimina a necessidade do reconhecimento destas, mesmo nos casos em que não há certeza definitiva da sua ocorrência, mas somente alto grau de possibilidade. Bons exemplos neste sentido fornecem as depreciações, pois a vida útil de um bem será sempre uma hipótese, mais ou menos fundada tecnicamente, porquanto dependente de diversos fatores de ocorrência aleatória. Naturalmente, pressupõe-se

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que, na hipótese do uso de estimativas, estas tenham fundamentação estatística e econômica suficientes.

A tempestividade do registro

A tempestividade obriga que as variações sejam registradas no momento em que ocorrerem, mesmo na hipótese de alguma incerteza, na forma relatada no item anterior. Sem o registro, no momento da ocorrência, ficarão incompletos os registros sobre o patrimônio até aquele momento, e, em decorrência, insuficientes quaisquer demonstrações ou relatos, e falseadas as conclusões, os diagnósticos e os prognósticos.

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

23. Com relação aos princípios fundamentais de Contabilidade, assinale a

alternativa incorreta. a) Pelo princípio da oportunidade, devem se contabilizar de imediato e de forma

integral os fatos que estejam tecnicamente estimados, mesmo que exista somente razoável certeza de sua ocorrência.

b) Os registros contábeis, pelo princípio da oportunidade, compreendem os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários.

c) A observância do princípio da oportunidade é indispensável à correta aplicação do princípio da competência.

d) A continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível, ou em decorrência de passivo a descoberto.

e) A análise de balanço, quando utilizado mais de um período, deve ter os efeitos externos (inflação, por exemplo) eliminados, presenciando-se neste momento o princípio da atualização monetária.

5.4. O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da Entidade.

Parágrafo único. Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:

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I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes;

II – uma vez integrados no patrimônio, o bem, o direito ou a obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;

III – o valor original será mantido, enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste;

IV – os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada;

V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.

Os elementos essenciais do Princípio

O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL ordena que os componentes do patrimônio tenham seu registro inicial efetuado pelos valores ocorridos na data das transações havidas com o mundo exterior à entidade, estabelecendo, pois, a viga-mestra da avaliação patrimonial: a determinação do valor monetário de um componente do patrimônio.

Ao adotar a idéia de que a avaliação deva ser realizada com fundamento no valor de entrada, o princípio consagra o uso dos valores monetários decorrentes do consenso entre os agentes econômicos externos e a entidade – contabilmente, outras entidades, ou da imposição destes. Não importa, pois, se o preço resultou de livre negociação em condições de razoável igualdade entre as partes, ou de imposição de uma delas, em vista da sua posição de superioridade, como é o caso dos tributos.

Pressupõe-se que o valor de troca, aquele decorrente da transação, configure o valor econômico dos ativos no momento da sua ocorrência. Naturalmente, se, com o passar do tempo, houver a modificação do valor em causa, seja por que razão for, os ajustes serão realizados, mas ao abrigo do princípio da competência, da

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oportunidade e da prudência. Os ajustes somente serão para menos, em razão da essência do próprio princípio.

A rigorosa observância do princípio em comentário é do mais alto interesse da sociedade como um todo e, especificamente, do mercado de capitais, por resultar na unificação da metodologia de avaliação, fator essencial na compatibilidade dos dados, dos relatos e das demonstrações contábeis e, conseqüentemente, na qualidade da informação gerada, impossibilitando critérios alternativos de avaliação.

No caso de doações recebidas pela entidade, também existe a transação com o mundo exterior e, mais ainda, com efeito quantitativo e qualitativo sobre o patrimônio. Como a doação resulta em inegável aumento do patrimônio líquido, cabe o registro pelo valor efetivo da coisa recebida, no momento do recebimento, segundo o valor de mercado. Mantém-se, no caso, intocado o princípio em exame, com a única diferença em relação às situações usuais: uma das partes envolvidas – caso daquela representativa do mundo externo – abre mão da contraprestação, que se transforma em aumento do patrimônio líquido da entidade recebedora da doação. Acessoriamente, pode-se lembrar que o fato de o ativo ter-se originado de doação não repercute na sua capacidade futura de contribuir para a realização dos objetivos da entidade.

A expressão em moeda nacional

A expressão do valor dos componentes patrimoniais em moeda nacional decorre da necessidade de homogeneização quantitativa do registro do patrimônio e das suas mutações, a fim de se obter a necessária compatibilidade e possibilitarem-se agrupamentos de valores. Ademais, este aspecto particular, no âmbito do princípio do registro pelo valor original, visa a afirmar a prevalência da moeda do país e, conseqüentemente, o registro somente nela. O corolário é o de que quaisquer transações em moeda estrangeira devem ser transformadas em moeda nacional, no momento do seu registro.

A manutenção dos valores originais nas variações internas

O princípio em análise, como não poderia ser diferente, em termos lógicos, mantém-se plenamente nas variações patrimoniais que ocorrem no interior da entidade, quando acontece a agregação ou a decomposição de valores. Os agregados de valores – cuja expressão mais usual são os estoques de produtos semifabricados e

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prontos, os serviços em andamento ou terminados, as culturas em formação etc. – representam, quantitativamente, o somatório de inúmeras variações patrimoniais qualitativas, formando conjuntos de valores constituídos com base em valores atinentes a insumos de materiais, depreciações, mão-de-obra, encargos sociais, energia, serviços de terceiros, tributos e outros, classes de insumos que, em verdade, configuram a consumação de ativos, como estoques, equipamentos ou, diretamente, recursos pecuniários. Os agregados são, pois, ativos resultantes da transformação de outros ativos, e, em alguns casos, deixam logo tal condição, como aqueles referentes a funções como as de administração geral, comercialização no país, exportação e outras.

A formação dos agregados implica o uso de decomposições, como acontece no caso das depreciações geradas por uma máquina em particular: a transação com o mundo exterior resultou na ativação da máquina, mas a consumação desta dar-se-á gradativamente, ao longo do tempo, mediante as depreciações. Todavia, estas, mesmo quando relatadas a um espaço curto de tempo – um mês, por hipótese –, normalmente são alocadas a diversos componentes do patrimônio, como, por exemplo, aos diferentes produtos em elaboração.

Os fatos mencionados comprovam a importância do princípio em exame na Contabilidade aplicada à área de custos, por constituir-se na diretiva principal de avaliação das variações que ocorrem no ciclo operacional interno das entidades, em que não existe a criação de valores, mas a simples redistribuição daqueles originais.

Finalmente, cabe ressaltar que os valores originais devem ser ajustados, segundo a sua perda de valor econômico. Porém, mesmo tal ajuste não implica, em essência, modificação do valor original.

5.5. O PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA

Art. 8º Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

Parágrafo único. São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA:

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I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;

II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais (art. 7o), é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por conseqüência, o do Patrimônio Líquido;

III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente, o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.

Por pertinente, cabe acrescer que o CFC editou a Resolução no 900/01, que dispõe sobre a aplicação do Princípio da Atualização Monetária. Devido à sua importância, transcrevemo-la a seguir:

RESOLUÇÃO CFC nº 900/01

Dispõe sobre a aplicação do Princípio da Atualização Monetária.

Art. 1º – A aplicação do “Princípio da Atualização Monetária” é compulsória quando a inflação acumulada no triênio for de 100% ou mais;

Parágrafo único – A inflação acumulada será calculada com base no Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM), apurado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas, por sua aceitação geral e reconhecimento por organismos nacionais e internacionais;

Art. 2º – A aplicação compulsória do “Princípio da Atualização Monetária” deverá ser amplamente divulgada nas notas explicativas às demonstrações contábeis;

Art. 3º – Quando a taxa inflacionária acumulada no triênio for inferior a 100%, a aplicação do Princípio da Atualização Monetária somente poderá ocorrer em demonstrações contábeis de natureza complementar às demonstrações de natureza corrente, derivadas da escrituração contábil regular.

Parágrafo 1º – No caso da existência das ditas demonstrações complementares, a atualização deverá ser evidenciada nas respectivas notas explicativas, incluindo a indicação da taxa inflacionária empregada.

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Parágrafo 2º – A Atualização Monetária, neste caso, não originará nenhum registro contábil.

Art. 4º – Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Aspectos conceituais

O PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA existe em função do fato de que a moeda – embora universalmente aceita como medida de valor – não representa unidade constante de poder aquisitivo. Por conseqüência, sua expressão formal deve ser ajustada, a fim de que permaneçam substantivamente corretos – isto é, segundo as transações originais – os valores dos componentes patrimoniais e, via de decorrência, o patrimônio líquido. Como se observa, o princípio em causa constitui seguimento lógico daquele do registro pelo valor original, pois preceitua o ajuste formal dos valores fixados segundo este, buscando a manutenção da substância original, sem que isso implique qualquer modalidade de reavaliação.

Em diversas oportunidades, no passado, o princípio foi denominado de “correção monetária”, expressão inadequada, pois ele não estabelece qualquer “correção” de valor, apenas atualiza o que, em tese, não deveria ter variado: o poder aquisitivo da moeda.

Esta é, aliás, a razão pela qual o princípio, quando aplicado à prática, manifesta-se por meio de índice que expressa a modificação da capacidade geral de compra da moeda, e não da variação particular do preço de um bem determinado.

O princípio diz respeito, dada sua condição de universalidade, a todos os componentes patrimoniais e suas mutações, e não somente às demonstrações contábeis, que representam apenas uma das modalidades de expressão concreta da Contabilidade, aplicada a uma entidade em particular. Mas, como as demonstrações contábeis são, em geral, a forma mais usual de comunicação entre a Entidade e o usuário, as normas contábeis alicerçadas no princípio em exame contêm sempre ordenamentos sobre como deve ser realizado o ajuste, o indexador utilizado e a periodicidade de aplicação.

Dos indexadores da atualização

A atualização monetária deve ser realizada mediante o emprego de meios – indexadores, moedas referenciais, reais ou não

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– que reflitam a variação apontada por índice geral de preços da economia brasileira. A utilização de um único parâmetro de caráter geral e de modo uniforme por todas as entidades é indispensável, a fim de que sejam possíveis comparações válidas entre elas. O uso de indexador único, embora indispensável, não resolve inteiramente o problema da atualização monetária, pois não alcança a questão da fidedignidade de que se reveste o dito indexador, na expressão do poder aquisitivo da moeda. Todavia, no caso, não se trata de questão atinente aos princípios contábeis, mas de problema pertencente à Ciência Econômica, no campo teórico-doutrinário, e à política, em termos aplicados.

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

Assinale Certo (C) ou Errado (E) na questão a seguir.

24. A aplicação do princípio da atualização monetária possibilita a recomposição do valor original de todos os componentes patrimoniais das entidades, e de suas variações, por meio de índices específicos de preços.

5.6. O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

Art. 9o As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

§ 1o O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.

§ 2o O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.

§ 3o As receitas consideram-se realizadas:

I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente

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pertencentes à Entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros;

IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.

§ 4o Consideram-se incorridas as despesas:

I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro;

II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

As variações patrimoniais e o Princípio da Competência

A compreensão do cerne do PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA está diretamente ligada ao entendimento das variações patrimoniais e sua natureza. Nestas, encontramos duas grandes classes: a daquelas que somente modificam a qualidade ou a natureza dos componentes patrimoniais, sem repercutirem no montante do patrimônio líquido, e a das que o modificam. As primeiras são denominadas de qualitativas, ou permutativas, enquanto as segundas são chamadas de quantitativas, ou modificativas. Cumpre salientar que estas últimas sempre implicam a existência de alterações qualitativas no patrimônio, a fim de que permaneça inalterado o equilíbrio patrimonial.

A competência é o princípio que estabelece quando um determinado componente deixa de integrar o patrimônio, para transformar-se em elemento modificador do patrimônio líquido. Da confrontação entre o valor final dos aumentos do patrimônio líquido – usualmente denominados receitas – e das suas diminuições – normalmente chamadas de despesas –, emerge o conceito de resultado do período: positivo, se as receitas forem maiores do que as despesas; negativo, quando ocorrer o contrário.

Observa-se que o princípio da competência não está relacionado a recebimentos ou pagamentos, mas com o reconhecimento das receitas geradas e das despesas incorridas no

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período. Mesmo com desvinculação temporal das receitas e despesas, respectivamente do recebimento e do desembolso, a longo prazo ocorre a equalização entre os valores do resultado contábil e o fluxo de caixa derivado das receitas e despesas, em razão dos princípios referentes à avaliação dos componentes patrimoniais.

Quando existem receitas e despesas pertencentes a um exercício anterior, que nele deixarem de ser consideradas por qualquer razão, os competentes ajustes devem ser realizados no exercício em que se evidenciou a omissão, não se computando os efeitos na apuração do resultado do exercício em que o registro foi efetuado.

O princípio da competência é aplicado a situações concretas altamente variadas, pois são muito diferenciadas as transações que ocorrem nas entidades, em função dos objetivos destas. Por esta razão, é a competência o princípio que tende a suscitar o maior número de dúvidas na atividade profissional dos contabilistas e dos estudantes de contabilidade para os mais diversos fins. Cabe, entretanto, sublinhar que tal fato não resulta em posição de supremacia hierárquica em relação aos demais princípios, pois o status de todos é o mesmo, precisamente pela sua condição científica. Entretanto, por ser o princípio que trata da ocorrência das receitas e das despesas, é ele que desperta maior interesse aos concursandos.

Alguns comentários sobre as despesas

As despesas, na maioria das vezes, representam consumação de ativos, que tanto podem ter sido pagos em períodos passados, no próprio período, ou ainda vir a ser pagos no futuro. De outra parte, não é necessário que o desaparecimento do ativo seja integral, pois muitas vezes a consumação é somente parcial, como no caso das depreciações ou nas perdas de parte do valor de um componente patrimonial do ativo, por aplicação do princípio da prudência à prática, de que nenhum ativo pode permanecer avaliado por valor superior ao de sua recuperação por alienação ou utilização nas operações em caráter corrente. Mas a despesa também pode decorrer do surgimento de uma exigibilidade, sem a concomitante geração de um bem ou de um direito, como acontece, por exemplo, nos juros moratórios e nas multas de qualquer natureza.

Entre as despesas do tipo em referência, localizam-se também as que se contrapõem a determinada receita, como é o caso dos custos diretos com vendas, nos quais se incluem

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comissões, impostos, taxas e, até, royalties. A aplicação correta da competência exige mesmo que se provisionem, com base em fundamentação estatística, certas despesas por ocorrer, mas indiscutivelmente ligadas à venda em análise, como as despesas futuras com garantias assumidas em relação a produtos.

Nos casos de entidades em períodos pré-operacionais, no seu todo ou em algum setor, os custos incorridos são ativados, para se transformarem posteriormente em despesas, quando da geração das receitas, mediante depreciação ou amortização. Tal circunstância está igualmente presente em projetos de pesquisa e desenvolvimento de produtos – muito freqüentes nas indústrias químicas e farmacêuticas, bem como naquelas que empregam alta tecnologia – quando a amortização dos custos ativados é feita, segundo a vida mercadológica estimada dos produtos ligados às citadas pesquisas e aos projetos.

Alguns detalhes sobre as receitas e seu reconhecimento

A receita é considerada realizada no momento em que há a venda de bens e direitos da entidade – entendida a palavra bem em sentido amplo, incluindo toda sorte de mercadoria, produtos, serviços, inclusive equipamentos e imóveis –, com a transferência da sua propriedade para terceiros, efetuando estes o pagamento em dinheiro ou assumindo compromisso firme de fazê-lo num prazo qualquer. Normalmente, a transação é formalizada mediante a emissão de nota fiscal ou documento equivalente, em que conste a quantificação e a formalização do valor de venda, pressupostamente o valor de mercado da coisa ou do serviço. Embora esta seja a forma mais usual de geração de receita, também há uma segunda possibilidade, materializada na extinção parcial ou total de uma exigibilidade, como no caso do perdão de multa fiscal, da anistia total ou parcial de uma dívida, da eliminação de passivo pelo desaparecimento do credor, pelo ganho de causa em ação em que se discutia uma dívida ou o seu montante, já devidamente provisionado, ou outras circunstâncias semelhantes. Finalmente, há ainda uma terceira possibilidade: a de geração de novos ativos sem a interveniência de terceiros, como ocorre correntemente no setor pecuário, quando do nascimento de novos animais. A última possibilidade está também representada pela geração de receitas por doações recebidas, já comentada anteriormente.

Mas as diversas fontes de receitas citadas no parágrafo anterior representam a negativa do reconhecimento da formação destas por valorização dos ativos, porque, na sua essência, o

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conceito de receita está indissoluvelmente ligado à existência de transação com terceiros, exceção feita à situação referida no final do parágrafo anterior, na qual ela existe, mas de forma indireta. Ademais, aceitar-se que, por exemplo, a valorização de estoques significaria o reconhecimento de aumento do patrimônio líquido, quando sequer há certeza de que a venda a realizar-se e, mais ainda, por valor consentâneo àquele da reavaliação, configura-se manifesta afronta ao princípio da prudência. Aliás, as valorizações internas trariam no seu bojo sempre um convite à especulação e, conseqüentemente, ao desrespeito a esse princípio.

A receita de serviços deve ser reconhecida de forma proporcional aos serviços efetivamente prestados. Em alguns casos, os princípios contratados prevêem cláusulas normativas sobre o reconhecimento oficial dos serviços prestados e da receita correspondente. Exemplo neste sentido oferecem as empresas de consultoria, nas quais a cobrança dos trabalhos é feita segundo as horas-homem de serviços prestados, durante, por exemplo, um mês, embora os mesmos possam prolongar-se por muitos meses ou, até, por prazo indeterminado. O importante, nestes casos, é a existência de unidade homogênea de medição formalizada contratualmente, além, evidentemente, da medição propriamente dita. As unidades físicas mais comuns estão relacionadas com tempo – principalmente tempo-homem e tempo-máquina –, embora possa ser qualquer outra, como metros cúbicos por tipo de material escavado, metros lineares de avanço na perfuração de poços artesianos, e outros.

Nas entidades em que a produção demanda largo espaço de tempo, deve ocorrer o reconhecimento gradativo da receita, proporcionalmente ao avanço da obra, quando ocorre a satisfação concomitante dos seguintes requisitos:

– o preço do produto é estabelecido mediante contrato, inclusive quanto à correção dos preços, quando houver;

– não há riscos maiores de descumprimento do contrato, tanto de parte do vendedor, quanto do comprador;

– existe estimativa, tecnicamente sustentada, dos custos a serem incorridos.

Assim, no caso de obras de engenharia, em que usualmente estão presentes os três requisitos nos contratos de fornecimento, o reconhecimento da receita não deve ser postergado até o momento da entrega da obra, pois o procedimento redundaria num quadro irreal da formação do resultado, em termos cronológicos. O caminho correto está na proporcionalização da receita aos esforços

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despendidos, usualmente expressos por custos – reais ou estimados – ou etapas vencidas.

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

25. Pelo princípio da competência, as receitas devem ser reconhecidas:

a) pelo surgimento de um ativo, em contrapartida de um passivo de igual valor;

b) pelo recebimento antecipado de clientes, por conta de entrega futura de bens e/ou serviços;

c) pelo recebimento, em doação, de uma máquina que vai ser utilizada na atividade fabril da empresa, mas que já se encontrava totalmente depreciada pela entidade doadora;

d) nas transações com terceiros, quando estes efetivarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura da propriedade de bens anteriormente pertencentes a entidade, quer pela fruição de serviços por eles prestados;

e) pela geração natural de novos passivos, independentemente da intervenção de terceiros.

26. Ainda com relação ao princípio da competência, julgue os itens abaixo e assinale a alternativa correta.

a) A despesa considera-se ocorrida sempre que desaparecer um ativo.

b) O surgimento natural de novos passivos é considerado como sendo uma despesa.

c) Considera-se incorrida a despesa no recebimento de clientes, com desconto.

d) Nas transações com terceiros, só se consideram incorridas as despesas, no momento do pagamento.

e) Sempre que se dá algum desconto, mesmo que incondicional, considera-se incorrida uma despesa.

27. Julgue os itens abaixo e assinale a opção incorreta. a) O patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações. b) Quando uma empresa ganha uma receita, aumenta o seu ativo e o PL. c) A ocorrência de uma despesa acarreta a diminuição das disponibilidades. d) Entende-se como “receita diferida” uma receita recebida e ainda não-ganha. e) O fato gerador de uma receita de serviço enquadra-se, normalmente, de

maneira mais adequada, ao período da execução do serviço.

Assinale Certo (C) ou Errado (E) nas questões do número 28 a 30. 28. De acordo com o princípio da competência, considera-se realizada

uma despesa quando da extinção, parcial ou total, de um passivo,

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qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior.

29. A receita de serviços deve sempre ser reconhecida de forma proporcional ao recebimento das parcelas contratuais.

30. Constitui receita, segundo o princípio da competência, o cancelamento de uma dívida originada em exercício anterior, que seria apurada no exercício corrente e provisionada em contrapartida a ajuste de exercícios anteriores.

31. (MPOG/ESAF/2000) Na aplicação dos princípios fundamentais de Contabilidade, é correto afirmar que:

a) havendo completa cessação das atividades da entidade, os valores diferidos não poderão mais ser convertidos em despesas;

b) as variações patrimoniais não são reconhecidas quando não há certeza definitiva de sua ocorrência;

c) no recebimento de doação pela entidade, o registro deve ser feito pelo valor de mercado;

d) a utilização da moeda do país nos registros contábeis assegura a representação de unidade constante de poder aquisitivo;

e) a apropriação de receitas e despesas é vinculada ao recebimento de numerário ou ao desembolso de caixa.

32. (INSS/CESPE–97) De acordo com o princípio da competência, as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se relacionarem, independentemente de recebimento e pagamento. Em conformidade com esse conceito, as receitas devem ser reconhecidas:

1. nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura da propriedade de bens anteriormente pertencentes à entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

2. quando da extinção, parcial ou total, de um ativo, qualquer que seja o motivo, sem desaparecimento concomitante de um passivo de valor igual ou menor;

3. pela geração natural de novos passivos, independentemente da intervenção de terceiros;

4. pelo recebimento efetivo de doações destinadas à cobertura de despesas administrativas;

5. pelo recebimento antecipado de clientes, por conta de entrega futura de bens e/ou serviços.

33. (MIC/ESAF/98) O Chefe pediu ao contador uma conciliação dos resultados do mês de março, para saber se a firma andava com os pagamentos em dia. Na conciliação, o contador apurou que havia:

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juros de fevereiro, pagos em março, no valor de R$ 1.000,00; aluguel de março, ainda não pago, no valor de R$ 2.000,00; conta relativa ao consumo de energia elétrica em março, paga no

mesmo mês, no valor de R$ 3.000,00; aluguel relativo ao mês de abril, já pago antecipadamente no mês de

março, no valor de R$ 4.000,00; juros ganhos no mês de março, mas ainda não recebidos, no valor de

R$ 4.000,00; receitas recebidas em março, por serviços que só serão realizados no

mês de abril, no valor de R$ 3.000,00; juros relativos ao mês de março, recebidos no próprio mês, no valor

de R$ 2.000,00; e comissões ganhas em fevereiro, mas recebidas apenas no mês de

março, no valor de R$ 1.000,00. O contador fez o trabalho e informou ao Chefe que, de acordo com o

princípio contábil da competência, o resultado apurado no mês de março foi:

a) um prejuízo de R$ 2.000,00; d) um lucro de R$ 1.000,00; b) um prejuízo de R$ 1.000,00; e) um lucro de R$ 2.000,00. c) um resultado nulo ou igual a zero;

34. (ESAF/AFC–STN/2000) Uma empresa que contabiliza suas operações pelo regime de caixa, quando as comparar com o princípio da competência, para fins de balanço, vai verificar que as despesas incorridas, mas não pagas no exercício, provocaram:

a) um passivo menor que o real e um lucro maior que o real;

b) um passivo maior que o real e um lucro menor que o real;

c) um ativo maior que o real e um lucro maior que o real;

d) um ativo maior que o real e um lucro menor que o real;

e) um ativo maior que o real e um passivo menor que o real.

35. (TRT–4a/ANAL. JUD./2001) É registro que caracteriza regime de competência, o relativo ao:

a) da compra de mercadorias à vista;

b) do pagamento de duplicata pela compra de veículo a prazo;

c) da venda de mercadoria à vista;

d) do pagamento de uma despesa;

e) de uma despesa a pagar.

Assinale Certo (C) ou Errado (E) nas questões de número 36 a 38.

36. As receitas consideram-se realizadas nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem o compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à entidade vendedora, quer pela fruição de serviços por esta prestados.

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37. A despesa é considerada incorrida pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

38. Os juros de uma aplicação financeira de longo prazo, com taxa pré-fixada, devem ser contabilizados, em cada período, apenas pelos valores ganhos, realizados no período, a débito do ativo de aplicação, em contrapartida da conta de receita financeira, não se reconhecendo como ativo real o valor futuro da aplicação.

39. (ESAF–CVM/2001) A Companhia de Reparos S.A. tem exercício social coincidente com o ano civil. Em dezembro de 2000, prestou serviços a uma indústria (conserto de máquinas), cobrando-lhe R$ 10.000,00, dos quais recebeu, contra recibo, dez por cento. Em janeiro de 2001, faturou o restante, dividindo o pagamento em 18 (dezoito) parcelas mensais e sucessivas de igual valor, vencendo a primeira delas em

31.01.01. De acordo com a Lei no 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações), a Companhia deve assim apropriar a receita:

a) R$ 10.000,00, em 2000;

b) R$ 1.000,00, em 2000, e R$ 9.000,00, em 2001;

c) R$ 10.000,00, em 2001;

d) R$ 1.000,00, em 2000; R$ 6.000,00, em 2001; e R$ 3.000,00, em 2002;

e) R$ 7.000,00, em 2001, e R$ 3.000,00, em 2002.

5.7. O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.

§ 1o O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio Líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

§ 2o Observado o disposto no art. 7o, o Princípio da Prudência somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da Competência.

§ 3o A aplicação do Princípio da Prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

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Aspectos conceituais

A aplicação do PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA – de forma a obter-se o menor patrimônio líquido, dentre aqueles possíveis diante de procedimentos alternativos de avaliação – está restrita às variações patrimoniais posteriores às transações originais com o mundo exterior, uma vez que estas deverão decorrer de consenso com os agentes econômicos externos ou da imposição destes. Esta é a razão pela qual a aplicação do princípio da prudência ocorrerá concomitantemente com a do princípio da competência, conforme assinalado no parágrafo 2o, quando resultará, sempre, variação patrimonial quantitativa negativa, isto é, redutora do patrimônio líquido.

A prudência deve ser observada quando, existindo um ativo ou um passivo já escriturados por determinados valores, segundo os princípios do registro pelo valor original e da atualização monetária surge dúvida sobre, ainda, a correção deles. Havendo formas alternativas de se calcularem os novos valores, deve-se optar sempre pelo que for menor do que o inicial, no caso de ativos, e maior, no caso de componentes patrimoniais integrantes do passivo.

Naturalmente, é necessário que as alternativas mencionadas configurem, pelo menos à primeira vista, hipóteses igualmente razoáveis.

A provisão para créditos de liquidação duvidosa constitui exemplo da aplicação do princípio da prudência, pois sua constituição determina o ajuste, para menos, de valor decorrente de transações com o mundo exterior, das duplicatas ou de contas a receber. A escolha não está no reconhecimento ou não da provisão, indispensável sempre que houver risco de não-recebimento de alguma parcela, mas, sim, no cálculo do seu montante.

Cabe observar que o atributo da incerteza, à vista no exemplo referido no parágrafo anterior, está presente, com grande freqüência, nas situações concretas que demandam a observância do princípio da Prudência. Em procedimentos institucionalizados, por exemplo, em relação aos métodos de avaliação de estoques, o princípio da prudência, raramente, encontra aplicação.

No reconhecimento de exigibilidades, o princípio da prudência envolve sempre o elemento incerteza em algum grau, pois, havendo certeza, cabe, simplesmente, o reconhecimento delas, segundo o princípio da oportunidade.

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Para melhor entendimento da aplicação do princípio da prudência, cumpre lembrar que:

– os custos ativados devem ser considerados como despesa, no período em que ficar caracterizada a impossibilidade de eles contribuírem para a realização dos objetivos operacionais da entidade;

– todos os custos relacionados à venda, inclusive aqueles de publicidade, mesmo que institucional, devem ser classificados como despesas;

– os encargos financeiros decorrentes do financiamento de ativos de longa maturação devem ser ativados no período pré-operacional, com amortização a partir do momento em que o ativo entrar em operação.

Dos limites da aplicação do princípio

A aplicação do princípio da prudência não deve levar a excessos, a situações classificáveis como manipulações de resultado, com a conseqüente criação de reservas ocultas. Pelo contrário, deve constituir garantia de inexistência de valores artificiais, de interesse de determinadas pessoas, especialmente administradores e controladores, aspecto muito importante nas Entidades integrantes do mercado de capitais.

O comentário inserido no parágrafo anterior ressalta a grande relevância das normas concernentes à aplicação da prudência, com vista a impedir-se a prevalência de juízos puramente pessoais ou de outros interesses.

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

40. (ESAF/Set/94) Assinale a opção com texto incorreto.

a) O princípio da prudência impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis, diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

b) O uso da moeda do país na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.

c) O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.

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d) O desaparecimento, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, e o surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo, consideram-se, respectivamente, despesa incorrida e receita realizada.

e) A atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente, o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional, em um dado período.

41. A escrituração, as demonstrações financeiras ou contábeis, a

auditoria e a análise de balanço são técnicas contábeis e, dentre elas, a auditoria e a análise de balanço são também especializações da Contabilidade. A Contabilidade resume-se, basicamente, naquelas quatro técnicas; no entanto, para que elas sejam corretamente aplicadas, há de se observarem os princípios fundamentais de Contabilidade. Neste particular, assinale a assertiva correta.

a) Todos os custos relacionados à venda no período de apuração do resultado devem ser classificados como despesa operacional quando decorrerem de operações normais da entidade, o que satisfaz plenamente aos princípios da competência, oportunidade e prudência.

b) O registro pelo valor original é imperativo à correta contabilização, decorre do fato que não pode haver nenhuma alteração desses valores, sendo portanto incompatíveis entre si o princípio do registro pelo valor original e o princípio da prudência.

c) Pelo princípio da prudência, devem-se classificar como despesa os custos de aquisição de imobilizado, de valor médio, que seja utilizado em somente três exercícios sociais, para diminuir a carga tributária de imediato, diminuindo, conseqüentemente, o PL.

d) O princípio da continuidade tem relevância fundamental na Contabilidade e toda sua essência está na distribuição de lucros, ou não, aos diretores.

e) Pelo princípio da prudência, devemos contabilizar os estoques pelo valor de realização, isto é, com o percentual de lucro embutido no preço de venda, quando estas estivem com razoável certeza.

42. Marque Certo (C) ou Errado (E), conforme o caso. 1) A Contabilidade preocupa-se com fatos economicamente valorizáveis.

2) Pelo princípio da prudência, deve-se registrar, dentre duas situações igualmente válidas, a que resultar no menor PL.

3) Em decorrência do princípio da competência, considera-se receita do exercício social atual o recebimento de aluguéis adiantados.

4) Uma empresa que possui um passivo maior que o ativo não possui patrimônio.

5) O patrimônio de uma entidade filantrópica não carece de contabilização, pois não possui proprietários nem sócios.

43. Assinale a opção incorreta.

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a) A Contabilidade utiliza-se de meios para atingir sua finalidade. Como técnicas contábeis, podemos citar: escrituração, demonstrações financeiras ou contábeis, auditoria e análise de balanço.

b) Princípios contábeis são preceitos fundamentais em que se baseiam a doutrina e a técnica contábil.

c) Os estoques devem ser avaliados pelo custo ou mercado, dos dois o menor. A afirmação satisfaz o princípio da prudência.

d) Uma empresa tem em estoque determinada mercadoria, cujo custo de aquisição é de R$ 450,00. O seu valor de mercado, à data do balanço, é de R$ 380,00. O responsável pela Contabilidade resolveu, conhecedor dos princípios de Contabilidade que é e baseado no princípio da prudência, registrar uma provisão de R$ 70,00 para ajustar ao valor de mercado.

e) Os princípios fundamentais de Contabilidade vigentes no Brasil, que são em número de sete, a saber: o da entidade; o da continuidade; o da oportunidade; o do registro pelo valor original; o da atualização monetária; o da competência e o da prudência, estão legalmente formalizados por lei federal elaborada pelo Conselho Federal de Contabilidade.

44. Os princípios fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional brasileiros. Concernem, pois, à Contabilidade, no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. Com base nesse assunto, julgue os itens a seguir.

1. O patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, mas em uma unidade de natureza econômico-contábil.

2. Como resultado da observância do princípio da oportunidade, o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, referindo-se apenas aos aspectos monetários.

3. Do princípio do registro pelo valor original, resulta que a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes.

4. O princípio da prudência impõe a escolha da hipótese da qual resulte maior patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis, diante dos demais princípios fundamentais de contabilidade.

5. A denominação princípio da continuidade, como também a entidade em marcha, ou going concern, é encontrada em muitos sistemas de normas no exterior e também na literatura contábil estrangeira. Embora tal princípio também parta do pressuposto de que a entidade deva concretizar seus objetivos continuamente – o que nem sempre significa a geração de riqueza

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no sentido material –, não se fundamenta na idéia da entidade em movimento.

45. Acerca dos princípios de Contabilidade, julgue os itens seguintes.

1. A autonomia da entidade é o pressuposto principal do princípio da entidade.

2. A data da ocorrência do fato gerador de uma venda deve ser considerada como a data da ocorrência da receita e despesa, mesmo que o comprador seja um caloteiro e não pague as prestações, caso a venda seja a prazo.

3. A constituição de provisão para ajuste ao valor de mercado é prática correta pela observância do princípio da prudência.

4. Ações em tesouraria são contas devedoras, que figuram no passivo, retificando o mesmo.

5. Dividendos a pagar é uma correta aplicação do princípio da competência, e deve ser classificada no passivo circulante, por representar uma obrigação da companhia para com os acionistas da mesma.

Nas questões 46 e 47, assinale C ou E.

46. A aplicação do princípio da prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devam ser feitas estimativas que envolvam incertezas de grau variável.

47. O principio da prudência impõe a escolha da hipótese da qual resulte maior patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis, diante dos demais princípios fundamentais de Contabilidade.

48. (TCU/CESPE–1996) De acordo com a Resolução CFC no 750, de 29 de dezembro de 1993, é considerado princípio de Contabilidade o princípio:

1. da entidade;

2. da objetividade;

3. da oportunidade;

4. da materialidade;

5. do registro pelo valor original.

49. (INSS/CESPE–97) O princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior para os do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Em consonância com esse princípio:

1. os custos devem ser considerados como despesa, no período em que ficar caracterizada a impossibilidade de eles contribuírem para a realização dos objetivos operacionais da entidade;

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2. todos os custos relacionados à venda no período de apuração do resultado devem ser classificados como despesa;

3. os encargos financeiros decorrentes do financiamento de ativos de longa maturação devem ser ativados no período pré-operacional, com amortização a partir do momento em que o ativo entrar em operação;

4. os custos relevantes de aquisição de ativo imobilizado são suscetíveis de apropriação para despesa, visando a reduzir a carga tributária;

5. é passível de contabilização como ativo o direito relativo a questão judicial, com possibilidade apenas remota de ganho.

50. (TEC/CEF/2000) Com relação aos princípios contábeis, julgue o item a seguir.

1) O princípio da prudência impõe a escolha da hipótese da qual resulte maior patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis, diante dos demais princípios fundamentais de Contabilidade.

51. (BACEN/CESPE/97) O princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo, e do maior para os do passivo, sempre que se apresentem opções igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Com base nessa afirmação, julgue os itens abaixo.

1) A Contabilidade deve manter um comportamento prudente e reconhecer as despesas, mesmo antes que surja o fato gerador, sempre que se puder prever um acréscimo do passivo.

2) O princípio da prudência impõe a escolha da hipótese da qual resulte um menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis, diante dos demais princípios fundamentais da Contabilidade.

3) O princípio da prudência somente se aplica às mutações posteriores, constituindo ordenamento indispensável à correta aplicação do princípio da competência.

4) A aplicação do princípio da prudência ganha ênfase quando, para a definição dos valores relativos às variações patrimoniais, forem feitas estimativas que envolvam incertezas de grau variável.

5) O princípio da prudência é perfeitamente coerente com o registro no ativo de depósitos judiciais relativos a processos, cuja probabilidade de sucesso é remota, sem que haja lançamento de provisão para contingência correspondente no passivo.

52. Marque a opção incorreta. a) O pagamento antecipado de aluguel deve ser registrado como despesa, no

exercício social do efetivo pagamento pela correta observância do princípio da prudência.

b) O fato de um AFRF ou um AFPS vasculhar ou devassar a Contabilidade de uma empresa não fere o princípio da entidade.

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c) O fato de uma empresa, que trabalha com vendedores externos, adiantar a estes certa quantia para prováveis despesas de viagem, e não contabilizar esses valores como despesa, no ato do adiantamento, não estará infringindo o princípio da prudência.

d) A provisão do imposto de renda é uma decorrência do princípio da competência.

e) O rédito deve ser apurado, pelo menos, ao final de cada exercício social, devendo este ser feito com a extensão correta dos fatos efetivamente ocorridos naquele período.

53. (TÉC. CONTR–INTERNO) Devemos adotar o princípio da prudência sempre que se apresentem opções igualmente válidas para quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

A adoção deste princípio tem por objetivo:

a) não proporcionar variação no patrimônio líquido;

b) representar o ativo pelo maior valor;

c) proporcionar menor valor para o resultado;

d) representar o passivo pelo menor valor;

e) proporcionar maior valor no resultado do exercício.

54. (MEMÓRIA/1999–SP) São princípios fundamentais de Contabilidade, reconhecidos pelas Normas Brasileiras de Contabilidade:

I – o da ENTIDADE; II – o da CONTINUIDADE; III – o da OPORTUNIDADE; IV – o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; V – o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; VI – o da COMPETÊNCIA; e VII – o da PRUDÊNCIA. a) As afirmativas I e II estão corretas.

b) As afirmativas I, II, III estão corretas.

c) As afirmativas IV, V, VI, e VII estão corretas.

d) Todas as opções estão corretas.

e) N.d.a.

55. (INSS/CESPE–98) A Resolução CFC n.0 750, de 29 de dezembro de 1993, estabeleceu os princípios fundamentais de Contabilidade aplicáveis às sociedades brasileiras. A respeito desse assunto, julgue os itens seguintes.

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1) Na aplicação dos princípios fundamentais de Contabilidade a situações concretas, a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.

2) Como resultado da observância do princípio da oportunidade, o registro das variações patrimoniais não deve ser feito na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência, mesmo que tecnicamente estimável.

3) A continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos.

4) Conforme o princípio do registro pelo valor original, uma vez integrado ao patrimônio, o bem, o direito ou a obrigação não poderá ter alterado seu valor intrínseco, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais.

5) O princípio da prudência não se aplica somente às mutações posteriores.

56. (CESPE/TCU–1995) Os princípios fundamentais de Contabilidade

estão consubstanciados na Resolução no 750, de 1993, do Conselho Federal de Contabilidade, que, posteriormente, editou um apêndice destinado a um maior esclarecimento de seu conteúdo e abrangência. Com base no exposto, julgue os itens a seguir.

1) Os princípios, ao contrário das normas, devido à diversidade das entidades e à evolução contínua do ambiente econômico, são adotados segundo as concepções teórico-doutrinárias dos profissionais da Contabilidade.

2) A existência de duas entidades sob controle comum, ainda que consolidem suas demonstrações contábeis, não afeta o princípio da entidade, mantendo-se as respectivas autonomias patrimoniais.

3) O princípio da continuidade aplica-se tanto à cessação integral quanto parcial das atividades de uma entidade, bem como em relação ao grau de utilização de suas instalações, com reflexos no nível de produção.

4) A aplicação do princípio da atualização monetária possibilita a recomposição do valor original de todos os componentes patrimoniais das entidades, e de suas variações, por meio de índices específicos de preços.

5) Constitui receita, segundo o princípio da competência, o cancelamento de uma dívida originada em exercício anterior, que seria apurada no exercício corrente e provisionada em contrapartida a ajuste de exercícios anteriores.

57. (CESPE/TCU–1998) Os princípios fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e das teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional brasileiros. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. Relativamente a esse assunto, julgue os itens a seguir.

1) De acordo com o princípio da competência, considera-se realizada uma despesa quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior.

2) A aplicação do princípio da prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, forem feitas estimativas que envolvam incertezas de grau variável.

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3) Como resultado da observância do princípio da oportunidade, o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da entidade, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

4) A receita de serviços deve sempre ser reconhecida de forma proporcional ao recebimento das parcelas contratuais.

5) A suspensão das atividades de uma entidade pode provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral, de seu valor.

58. (Auditor–ICMS–PI/2001) De acordo com os princípios fundamentais de Contabilidade adotados pelo Conselho Federal de Contabilidade:

a) com a desindexação da economia, tornou-se inaplicável a atualização monetária dos valores contábeis, em virtude de não mais haver alteração do poder aquisitivo da moeda nacional;

b) a doação, por ser recebida sem custo para a empresa donatária, pode ser registrada por valor simbólico, dispensados controles contábeis;

c) o custo histórico, pela sua objetividade, preserva o valor original e, portanto, os valores intrínsecos dos bens, direitos e obrigações integrados ao patrimônio;

d) a utilização de indexadores específicos para cada tipo de empresa, em época de inflação elevada, é o meio adequado para assegurar a comparabilidade entre as diversas empresas. razão de perda julgada provável;

e) o registro pelo valor original pressupõe que o valor de realização da transação configura o valor econômico dos ativos no momento da sua ocorrência.

59. Correlacione as assertivas abaixo, identificando a alternativa que contenha a seqüência correta, com relação aos princípios contábeis.

1) Deve-se adotar o menor valor para os componentes do Ativo e o maior valor para os componentes do Passivo, sempre que houver alternativas possíveis e válidas.

2) O patrimônio de uma entidade não se confunde com o de seus sócios.

3) As receitas e despesas devem ser incluídas na apuração do resultado no período em que ocorrerem, independentemente do seu recebimento ou pagamento, respectivamente.

4) O tempo de duração de uma entidade deve ser levado em conta quando da classificação dos itens patrimoniais e de sua avaliação qualitativa.

5) As variações patrimoniais devem ser reconhecidas em sua totalidade, sem qualquer falta ou excesso, no momento de sua ocorrência, mesmo na hipótese de alguma incerteza.

6) Os componentes patrimoniais devem ser registrados pelos valores originais das transações havidas com o mundo exterior à entidade, expressos em valor presente, na moeda do país da entidade.

( ) Princípio da continuidade.

( ) Princípio da oportunidade.

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( ) Princípio da competência.

( ) Princípio da prudência.

( ) Princípio da entidade.

( ) Princípio do registro pelo valor original.

a) 4-5-2-1-3-6;

b) 4-5-3-1-2-6;

c) 5-3-2-1-4-6;

d) 6-2-5-4-1-3;

e) 3-6-2-4-1-5.

60. (AFRF/2002–B) Abaixo estão cinco assertivas relacionadas com os princípios fundamentais de Contabilidade. Assinale a opção que expressa uma afirmação verdadeira.

a) A observância dos princípios fundamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão, mas não constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade.

b) O princípio da entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, exceto no caso de sociedade ou instituição, cujo patrimônio pode confundir-se com o dos sócios ou proprietários.

c) Da observância do princípio da oportunidade resulta que o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da entidade, em um período de tempo determinado.

d) A apropriação antecipada das prováveis perdas futuras, antes conhecida como convenção do conservadorismo, hoje é determinada pelo princípio da competência.

e) A observância do princípio da continuidade não influencia a aplicação do princípio da competência, pois o valor econômico dos ativos e dos passivos já contabilizados não se altera em função do tempo.

61. (SERPRO/2001–ESAF) A Resolução CFC no 750/93 estabeleceu como princípios fundamentais de Contabilidade, os princípios da:

a) oportunidade e da materialidade;

b) prudência e da objetividade;

c) competência e da oportunidade;

d) consistência e da previsibilidade;

e) provisionalidade e da universalidade.

6. TEORIAS CONTÁBEIS

Não poderíamos terminar o assunto sem trazer algumas pinceladas sobre as Teorias que norteiam a Contabilidade.

O professor e doutor em Contabilidade, Antonio Lopes de Sá, em sua obra Princípios Fundamentais de Contabilidade, 3a

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edição, pondera que o critério hoje aceito pela maioria dos grandes expoentes da Contabilidade é o de que os Princípios devem apoiar-se em Doutrinas e Teorias, enquanto as Normas devem apoiar-se em Princípios.

Desta forma, segundo ele, cada princípio está atrelado a uma ou algumas teorias, conforme segue:

PRINCÍPIO TEORIA

ENTIDADE E

CONTINUIDADE Teoria das Aziendas

OPORTUNIDADE Teoria do Fenômeno Patrimonial

VALOR ORIGINAL E

ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA Teoria do Valor

COMPETÊNCIA Teoria do Redito

PRUDÊNCIA Teoria da Invulnerabilidade (risco)

Teoria da Capitalização (das Reservas)

7. AS CONVENÇÕES CONTÁBEIS Os princípios devem ser rigorosamente seguidos e

complementados por CONVENÇÕES, que são, na verdade, restrições estabelecidas pela doutrina aos princípios contábeis. Os princípios indicam os vários caminhos a seguir. Já as convenções fornecem subsídios para a determinação da direção a ser seguida, dentre aquelas permitidas, de acordo com os PRINCÍPIOS. Enunciaremos a seguir as CONVENÇÕES (ou qualificações). Tais enunciações serão apenas indicativas e terão menos peso que os princípios.

7.1. CONVENÇÃO DA UNIFORMIDADE (OU DA CONSISTÊNCIA) Um determinado procedimento contábil que é adotado não

deve ser constantemente alterado, para não prejudicar a comparação do histórico de registros. Desta forma, os usuários das demonstrações contábeis terão possibilidade de delinear a sua tendência com menor grau de dificuldade possível. Deve haver a maior seqüência possível de exercícios consecutivos, com a utilização dos mesmos procedimentos de avaliação. Isto não significa que, ocorridas mudanças no contexto, a Contabilidade, com o objetivo de não alterar a seqüência, deva manter a situação anterior. Qualquer mudança de procedimentos deve ser suficientemente explicitada nas Notas Explicativas às demonstrações.

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7.2. CONVENÇÃO DA MATERIALIDADE

Os fatos devem ser registrados quando materiais e relevantes em relação ao patrimônio, e em ocasião oportuna. Um determinado atributo pode ser pequeno em sua materialidade, porém importante quanto aos efeitos que possa causar. Fatos materiais são aqueles que, se não processados, afetam a qualidade e a confiabilidade do sistema. Já do ponto de vista do usuário, é material aquele valor que, se evidenciado incorretamente, poderia levá-lo a cometer erros de avaliação em seu trabalho.

O contador deve avaliar a influência da informação à luz da relação custo-benefício, levando em conta aspectos internos do sistema contábil. Numa entidade em que as metas sejam globais e estabelecidas em termos amplos, a preocupação deve se manter na correta evidenciação de tais metas. Outras entidades, por sua vez, podem ter a administração voltada para o detalhe, o que leva à necessidade de adaptação do sistema contábil ao estilo gerencial. Ex.: registrar grupos de despesas e não, pequenas despesas.

7.3. CONVENÇÃO DA OBJETIVIDADE Entre um critério subjetivo de valor, mesmo que confiável,

e outro objetivo, a Contabilidade deverá adotar SEMPRE o mais objetivo, entendido como aquele que possa ser comprovado por documentos e critérios objetivos. Em seguida, deve-se optar pelos critérios que possam ser corroborados por consenso de pessoas qualificadas da profissão, reunidas em comitês de pesquisa, ou em entidades que tenham autoridades sobre princípios contábeis, embora às vezes não seja muito simples separar a qualidade do material pesquisado das convicções pessoais do pesquisador.

Quanto à questão do consenso de experts sobre determinado assunto, mesmo que não seja suportado por evidenciações objetivas, acabam por se tornar critérios objetivos por representar um processo de percepção por parte de um grupo respeitado da profissão.

7.4. CONVENÇÃO DO CONSERVADORISMO Dentre os vários conjuntos possíveis para avaliação do

patrimônio igualmente válidos, segundo os princípios contábeis fundamentais, escolhe-se aquele que apresentar o menor valor para o ativo e o maior para o passivo. Equivale ao princípio da PRUDÊNCIA. Assim, entre as várias disciplinas que avaliam a entidade, a Contabilidade é a que tende a apresentar o menor valor para a entidade como um todo. Esse entendimento não deve ser desvirtuado e utilizado para manipulação de resultados, mas sim compreendido como um cuidado a ser tomado com os excessos de entusiasmo e de valorizações precipitadas, por parte dos administradores.

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O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

62. As convenções contábeis, subsidiariamente aos princípios contábeis, definem com maior precisão os métodos e critérios a serem adotados na Ciência Contábil. Correlacione as assertivas abaixo, identificando a alternativa que contenha a seqüência correta. 1) Os fatos devem ser registrados, quando relevantes em relação ao

patrimônio e na ocasião oportuna.

2) Entre os critérios possíveis, a Contabilidade deve adotar sempre o critério mais objetivo.

3) O procedimento contábil adotado não deverá ser mudado com freqüência. Sendo uniforme, evitam-se prejuízos na comparação de séries históricas de registros.

( ) Convenção da Consistência. ( ) Convenção da Objetividade. ( ) Convenção da Materialidade. a) 3-2-1; d) 2-1-3; b) 2-3-1; e) 1-2-3. c) 3-1-2;

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GABARITO AULA 04

1 – B 14 – C 27 – C 40 – D 53 – C

2 – C 15 – C 28 – E 41 – A 54 – D

3 – C 16 – E 29 – E 42 – CCEEE 55 – CECCE

4 – C 17 – E 30 – E 43 – E 56 – ECCEE

5 - C 18 – E 31 – C 44 – CECEC 57 – ECCEC

6 – A 19 – C 32 – CEECE 45 – CCCCC 58 – C

7 – C 20 – C 33 – D 46 – C 59 – B

8 – D 21 – C 34 – A 47 – E 60 – C

9 – B 22 – E 35 – E 48 – CECEC 61 – C

10 – C 23 – D 36 – C 49 – CCCEE 62 - A

11 – C 24 – E 37 – E 50 – E

12 – C 25 – C 38 – C 51 – ECCCE

13 - C 26 - C 39 - A 52 – A

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AULA 5: AS CONTAS

A partir da aula de hoje adentraremos em aspectos mais práticos da contabilidade, pois começaremos a falar de contas que são os lugares onde os elementos patrimoniais são registrados.

Até aqui vimos alguns conceitos inerentes à contabilidade, cujo entendimento deve estar claro para a perfeita compreensão dos assuntos que se seguem.

Para nós, professores deste curso, é fundamental que todos estejam sintonizados no conteúdo e que todos estejam entendendo a matéria, pois do contrário o tempo gasto na preparação das aulas terá sido em vão. A nossa recompensa será a aprovação de vocês!!!

AS CONTAS

1. CONTA – NOÇÃO PRELIMINAR

Segundo nos ensina o Professor Antônio Lopes de Sá, a conta é o instrumento de registro que tem por finalidade reunir fatos contábeis da mesma natureza, sendo aberta para encerrar os valores de realização passada, presente ou futura, e recebendo um título que a identifica.

Conta é título utilizado para designar um bem, um direito, uma obrigação, uma despesa ou uma receita. Assim, se alguém que se dedica ao ramo de comercialização de frutas terá, entre outras, as seguintes contas, com suas respectivas quantidades expressas em valores: laranjas R$ 200,00; pêras R$ 120,00; abacaxis R$ 70,00.

Conta é o local onde vamos registrar ou alocar os fatos de igual natureza. Então, teremos uma conta para registrar o dinheiro da empresa, outra para registrar os depósitos bancários, outra para designar os veículos e assim por diante. Portanto, a quantidade de contas que se pode encontrar na Contabilidade de uma empresa é enorme e varia de entidade para entidade. Desta

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forma, contas são grupos de elementos semelhantes utilizadas para registrar as ocorrências que, de alguma forma, afetaram o patrimônio da empresa.

O estudo das Teorias das Contas é fundamental para que possamos entender de forma rápida a mecânica envolvida nas contas, visto que a dificuldade para entender contabilidade reside, em muitos casos, no entendimento do funcionamento das contas, isto é, quando e por que motivo as contas são debitadas ou creditadas.

2. TEORIAS DAS CONTAS

As principais teorias sobre contas, que merecem destaque, são:

• Teoria Personalista.

• Teoria Materialista.

• Teoria Patrimonialista.

2.1. TEORIA PERSONALISTA

Esta teoria é extremamente importante para entendermos o funcionamento das contas. Por esta teoria se atribuía às pessoas a responsabilidade para cada conta. Assim, por exemplo, o dinheiro da empresa ficava nas mãos de uma pessoa que se chamava de “o caixa”. Quando o caixa recebia dinheiro da empresa, ele passava a ser devedor, isto é, se debitava o caixa pelo valor que ele recebeu. Por outro lado, quando o caixa fazia algum pagamento ele recebia um crédito, isto é, se creditava o caixa.

Segundo a teoria personalista, que atribuía às pessoas a responsabilidade pelos bens, direitos e obrigações, as contas representavam pessoas que mantinham com a empresa alguma relação, quer pela guarda dos bens, quer porque deviam à empresa ou porque estas pessoas tinham valores a receber da empresa, isto é, eram credoras da empresa.

Não queremos atropelar o nosso estudo, por isso deixaremos os conceitos de débito e crédito para uma fase posterior. Mas, em que pese a falta desses conceitos, já podemos

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estabelecer que as contas representativas de bens e direitos possuem saldo devedor e são debitadas quando aumentam de valor, pois as pessoas responsáveis pelos bens e direitos da entidade deviam a esta. As contas representativas de obrigações da entidade indicavam créditos dos terceiros para com esta, por isso possuem saldo credor e são creditadas quando aumentam de valor.

Assim, por esta teoria, as contas representam pessoas que são responsáveis por determinados bens e/ou direitos, ou as que são detentoras do direito a crédito perante a entidade.

Estão conseguindo compreender o porquê da conta caixa, que é um bem da entidade, ser debitada quando aumenta o seu valor?!!!

Essa teoria classifica as contas em dois grandes grupos, a saber:

1 - Contas dos agentes;

2 - Contas dos proprietários.

As contas dos agentes, por sua vez são subdivididas em contas dos agentes consignatários e contas dos agentes correspondentes. Vejamos cada tipo separadamente:

a) CONTAS DOS AGENTES CONSIGNATÁRIOS: essas contas representam os bens da empresa que estão sob a guarda (consignação) de pessoas. Conforme essa teoria, existem pessoas que recebem em consignação os bens da entidade, sobre os quais são responsáveis e, portanto, os devedores, devendo prestar conta dos bens ou valores assim recebidos (notem que, como veremos, as contas representativas de bens são de natureza devedora). É importante que tenhamos esta idéia de que os bens são entregues a pessoas donde surge o débito destas pessoas para com a entidade. Numa faze posterior substituiremos as pessoas por contas, mas continuaremos a ter essa idéia de terceiros em relação à entidade.

b) CONTAS DOS AGENTES CORRESPONDENTES: agentes correspondentes dá conotação de terceiras pessoas, de fora da empresa, que mantêm relações com a entidade.

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Representavam, pois, os direitos da entidade e as obrigações da entidade com terceiras pessoas, ou seja, os correspondentes são os devedores e os credores da empresa. Os devedores da empresa são debitados quando aumentam seus débitos e creditados quando essas diminuem. Os credores da empresa são creditados quando aumenta o seu crédito e debitados quando este diminui.

c) CONTAS DOS PROPRIETÁRIOS: são as contas do patrimônio líquido e suas variações, inclusive as receitas e as despesas, por interferirem diretamente no patrimônio líquido. São as contas que pertencem ao proprietário ou que representam o capital próprio e a possibilidade de alterá-lo.

2.2. TEORIA MATERIALISTA

Conforme o próprio nome nos diz, essas contas representavam uma relação com a materialidade, ou seja, só devem existir enquanto os elementos materiais por ela representados na entidade também existirem. Por essa teoria as contas são classificadas nos seguintes grupos:

a) CONTAS INTEGRAIS: São as contas que representam os bens, os direitos e as obrigações (com terceiros), ou seja, ativo e passivo exigível.

b) CONTAS DIFERENCIAIS: compreendem as contas representativas de receitas, despesas e patrimônio líquido. Percebam que, se comparado com a teoria personalista, as contas diferenciais equivalem as contas dos proprietários.

As duas teorias apresentadas até o momento estão em desuso, mas precisamos conhecê-las em face de serem cobradas em provas e porque elas nos dão uma orientação sobre o funcionamento do débito e do crédito!!!

2.3. TEORIA PATRIMONIALISTA

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Na contabilidade contemporânea utilizamos esta teoria que classifica as contas em dois grandes grupos:

a) CONTAS PATRIMONIAIS: são as contas que representam os bens, direitos, obrigações e a situação líquida das entidades, ou seja: ativo, passivo e patrimônio líquido. É de ressaltar que as contas patrimoniais possuem vida indeterminada, permanecendo com o seu saldo no momento das demonstrações, sendo que o saldo final de um exercício representa o saldo inicial da mesma conta no exercício seguinte.

b) CONTAS DE RESULTADO: são as contas que modificam o patrimônio líquido e estão representadas pelas receitas e pelas despesas. No final de cada exercício estas contas terão seu saldo transferido para a conta de apuração do resultado, sendo que no exercício seguinte elas começam com saldo zero.

Analisando as três teorias, ora expostas, temos que:

I – A conta capital, como as demais contas de patrimônio líquido, é:

• conta dos proprietários, segundo a Teoria Personalista;

• conta diferencial, segundo a Teoria Materialista;

• conta patrimonial, segundo a Teoria Patrimonialista.

II – A conta despesas de salários, como as demais contas de resultado, é:

• conta dos proprietários, segundo a Teoria Personalista;

• conta diferencial, segundo a Teoria Materialista;

• conta de resultado, segundo a Teoria Patrimonialista.

ATENÇÃO

A diferença existente entre as contas diferenciais e as contas de resultado é a seguinte: enquanto as contas de resultado são formadas apenas pelas receitas e despesas, as contas diferenciais incluem, também, o patrimônio líquido.

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Resumindo, temos:

contas dos agentes consignatários (bens)

contas dos agentes correspondentes (direitos e obrigações) Teoria

Personalista contas dos proprietários (receitas, despesas e patrimônio líquido)

contas integrais (bens, direitos e obrigações) Teoria

Materialista contas diferenciais (receitas, despesas e patrimônio líquido)

contas patrimoniais (bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido) Teoria

Patrimonialista contas de resultado (receitas e despesas)

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

1. Segundo a Teoria Personalista, as contas são classificadas em:

a) contas integrais e contas diferenciais;

b) contas dos proprietários e contas de agentes consignatários e contas dos agentes correspondentes;

c) contas dos proprietários e contas dos agentes secundários;

d) contas patrimoniais e contas de resultado;

e) contas patrimoniais, contas de agentes consignatários e contas de agentes correspondentes.

2. Quanto à classificação da conta impostos a recolher, pode-se dizer que ela é uma conta:

a) integral, de saldo credor;

b) integral, de saldo devedor;

c) patrimonial, de saldo devedor;

d) diferencial, de saldo credor;

e) diferencial, de saldo devedor.

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3. Marque a alternativa correta.

I. Na Teoria Personalista, as contas são classificadas em: contas do proprietário, contas dos agentes consignatários e contas dos agentes correspondentes (terceiros).

II. Na Teoria Patrimonialista, as contas são classificadas em: contas patrimoniais e contas de resultado.

III. Na Teoria Materialista, as contas são classificadas em: contas integrais e contas diferenciais.

a) todas as afirmativas estão incorretas;

b) apenas a afirmativa II está incorreta;

c) nenhuma afirmativa está incorreta;

d) apenas a afirmativa I está correta.

4. As contas de despesas e de receitas, assim como as contas de patrimônio líquido, são:

a) contas de resultado;

b) contas do proprietário;

c) contas diferenciais;

d) “b” e “c” estão corretas.

5. Qual o tipo de conta que contempla somente as contas de ativo e de passivo exigível?

a) Contas de resultado.

b) Contas do proprietário.

c) Contas diferenciais.

d) Contas dos agentes correspondentes.

e) Contas integrais.

6. As contas dos agentes correspondentes compreendem:

a) direitos e obrigações com terceiros, mas não obrigações com os sócios;

b) somente obrigações;

c) obrigações com sócios e com terceiros;

d) bens e direitos;

e) receitas e despesas.

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7. Marque a opção incorreta.

a) Contas do proprietário equivalem ao capital próprio.

b) Contas dos agentes consignatários compreendem bens tangíveis e intangíveis.

c) Receitas e despesas são contas de resultado.

d) Contas integrais equivalem às contas patrimoniais, mais as contas de resultado.

e) Contas de patrimônio líquido são do proprietário, diferenciais e patrimoniais.

8. (AFC/2002 ESAF) – Abaixo está uma relação de contas constantes

do Plano de Contas, elaborado para a empresa Sol de Março – ME. Caixa Clientes Mercadorias Juros passivos Fornecedores Capital social Títulos a pagar Aluguéis ativos Seguros a vencer Prêmios de seguros Móveis e utensílios Ações de coligadas Lucros acumulados Impostos a recolher Material de consumo Reservas de reavaliação Receitas de comissões a vencer Observando-se as contas acima, sob o prisma das escolas

doutrinárias da Contabilidade, que formularam as conhecidas Teorias das Contas, podem ser identificadas na relação:

a) 3 contas de agentes consignatários; b) 4 contas de agentes correspondentes; c) 5 contas de resultado; d) 6 contas diferenciais; e) 11 contas patrimoniais.

9. (BRDES/ANALISTA/2001) – Segundo a Teoria Materialista, as

contas são classificadas em: a) agentes consignatários e agentes correspondentes; b) agentes consignatários e proprietários; c) agentes consignatários e patrimoniais; d) integrais e diferenciais; e) patrimoniais e de resultado.

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10. (SERPRO/2001–ESAF) – O estudo lítero-expositivo da Ciência Contábil estabeleceu diversas teorias doutrinárias como forma de classificar os componentes do sistema contábil, condensando esses estudos nas chamadas Teorias das Contas.

Entre estas Teorias das Contas, existe uma denominada Teoria Personalista, que classifica os componentes do sistema contábil em:

a) contas patrimoniais e contas diferenciais; b) contas integrais e contas patrimoniais; c) contas integrais e contas de resultado; d) contas de agentes consignatários e contas de proprietários; e) contas de agentes e contas de proprietários.

11. Segundo a Teoria Personalista, as contas são classificadas em: a) contas integrais e contas diferenciais; b) contas dos proprietários, contas de agentes, sendo estas últimas

subdivididas em contas dos agentes consignatários e contas dos agentes correspondentes;

c) contas dos proprietários e contas dos agentes secundários; d) contas patrimoniais e contas de resultado; e) contas patrimoniais, contas de agentes consignatários e contas de agentes

correspondentes. 12. (TRF/2000) Os títulos que estão relacionados abaixo, em ordem

alfabética, constam do Plano de Contas da empresa S.A. Mera & Simples.

Ações de coligadas Ações em tesouraria Capital a integralizar Capital social Depósito bancário Despesas antecipadas Duplicatas descontadas Duplicatas a pagar Duplicatas a receber Empréstimos bancários Estoque de mercadorias Receitas antecipadas Venda de mercadorias Observando-se a relação acima, podemos dizer que ela contém: a) 01 conta de passivo, 05 contas de ativo e 07 contas de patrimônio líquido; b) 02 contas integrais credoras, 05 contas integrais devedoras e 06 contas

diferenciais; c) 03 contas de resultado e 10 contas patrimoniais; d) 06 contas de saldos credores e 07 contas de saldos devedores; e) 03 contas de agente consignatário, 04 contas de agente correspondente e

06 contas do proprietário.

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13. Acerca do capital social, marque a assertiva correta. a) É um componente do patrimônio líquido da entidade e representa os

recursos iniciais que seus sócios ou acionistas colocam à disposição da mesma.

b) É um componente do patrimônio líquido da entidade e representa os recursos iniciais que seus sócios ou acionistas colocam à disposição da mesma, podendo também estar representado por recursos adicionais, oriundos dos mesmos ou novos sócios ou acionistas.

c) É um componente do patrimônio líquido da entidade e representa os recursos iniciais que seus sócios ou acionistas colocam à disposição desta, podendo também estar representado por recursos adicionais, oriundos dos mesmos ou novos sócios ou acionistas, ou de parcela de recursos gerados pela entidade e formalmente a ela integrados.

d) Só pode ser alterado, quando houver a retirada ou o ingresso de um novo sócio ou acionista.

e) É uma conta típica do que chamamos de conta unilateral; por esta razão, uma vez constituída, não pode, em hipótese alguma, ter reduzido o seu valor, sendo que, para as situações em que se faz necessária a sua alteração, esta deve ser efetivada nas contas de reserva de capital.

3. AS CONTAS

Para controlar o patrimônio e fornecer informações úteis e confiáveis, a Contabilidade precisa registrar todos os fatos que ocorrem na entidade, utilizando-se das CONTAS. As contas podem ser abertas para quantidades monetárias ou não-monetárias. O que é imprescindível para que se origine uma conta é a existência do fato patrimonial.

Segundo o Professor Antonio Lopes de Sá, “conta é o instrumento de registro que tem por finalidade reunir fatos contábeis da mesma natureza, sendo aberta para encerrar os valores de realização passada, presente e futura, recebendo um título que a identifica”.

3.1. CONTA ANALÍTICA

É a conta que expressa a existência de vários fatos. Assim temos, por exemplo, a conta fretes, que pode ser movimentada por ocasião da avaliação de compras, vendas, despesas gerais e outras.

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Outros exemplos: salários, almoxarifado, seguros, viagens etc.

No plano de contas teríamos:

BANCOS (conta sintética)

– BANCO DO BRASIL S.A. (conta analítica)

– BANCO ITAÚ S.A. (conta analítica)

– BANCO BRADESCO S.A. (conta analítica)

A conta analítica pode, portanto, ser entendida como sendo aquela que representa a análise de outra ou outras contas. É um tipo de conta mais específica, enquanto a sintética é um tipo de conta mais genérica. A conta analítica pode ser utilizada na análise de diversas contas sintéticas como, por exemplo, a conta fretes que pode servir ou ser utilizada na análise de compras e vendas.

3.2. CONTA SINTÉTICA

Conforme já se pôde aprender pela conceituação de conta analítica, a conta sintética é aquela que envolve uma série de outras contas correlatas. A conta sintética pode ser entendida como sendo o gênero do qual temos várias espécies de outras contas correlatas. Assim, podemos ter, por exemplo, as seguintes contas no plano de contas:

CONTA SINTÉTICA CONTAS ANALÍTICAS

BANCOS Banco Itaú Banco do Brasil Banco Bradesco

FORNECEDORES Aço-Minas S.A. Rioverde S.A. Boaventura S.A.

CLIENTES Pedro de Tal João da Silva Maria das Graças

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Por oportuno, salientamos que o Balanço Patrimonial representa a situação estática (é um demonstrativo sintético) do patrimônio da entidade em dado momento. È como se fosse uma fotografia que reproduz a situação em dado instante e, consoante a dinâmica patrimonial, em momento seguinte esta situação já pode ter sido alterada.

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

14 Assinale a única alternativa com a correspondência incorreta:

a) BANCOS – sintética;

b) CLIENTES – analítica;

c) BANCO DO BRASIL – analítica;

d) MINERADORA SOL – analítica;

e) FORNECEDORES – sintética. 15. A conta ADIANTAMENTOS DE CLIENTES é classificada como:

a) patrimonial ativa, sintética;

b) patrimonial passiva, sintética;

c) patrimonial passiva, analítica;

d) patrimonial ativa, analítica;

e) de resultado, sintética.

16. Assinale a opção correta.

a) O balanço patrimonial representa a situação analítica, demonstrando a igualdade dentre os valores ativos, passivos e o do patrimônio líquido.

b) O passivo, segundo a Lei no 6.404/76, é composto pelo circulante, exigível a longo prazo, resultado de exercícios futuros e capital social.

c) As contas de resultado serão evidenciadas no balanço patrimonial sob a forma de lucros ou prejuízos acumulados, sendo por isso consideradas analíticas.

d) Resultado de exercícios futuros é um componente do passivo, mas não representa, em hipótese alguma, obrigação para com terceiros.

e) As empresas com passivo a descoberto, passivo maior que o ativo, não possuem patrimônio.

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17. O registro de débitos e créditos de mesma natureza, identificados por um título que qualifica um componente do patrimônio chama-se:

a) Diário; b) Conta; c) Razão; d) Balancete; e) Plano de contas.

4. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS CONTAS (ELEMENTOS MÍNIMOS)

Nos registros contábeis utilizamos diversos livros e formas de evidenciação. Uma das formas de evidenciação é a individualizada por conta, isto é, cada uma das contas terá um espaço próprio pelo qual podemos observar toda a evolução do componente patrimonial representado por esta conta. Todavia, estes registros não são efetuados ao bel prazer de quem detém a responsabilidade de fazê-lo, pois hão de ser efetuados em ordem cronologia e em livro próprio, chamado de RAZÃO.

Por mais que falamos que os registros serão efetuados no livro RAZÃO, é comum que este livro seja substituído por fichas, as chamadas fichas do Razão, sendo utilizada uma ficha para cada uma das contas.

Hodiernamente, estes registros são realizados por processo computadorizado.

Nas fichas do Razão, a conta possui como elementos necessários o valor do débito, o valor do crédito, o valor do saldo, o histórico, o título e a data da movimentação. Estes elementos podem ser representados, graficamente, como se demonstra a seguir:

NOME (Título): CÓDIGO: DATA HISTÓRICO

DÉBITO CRÉDITO SALDO D/C

Exemplo: Supondo que a conta CAIXA possuísse saldo inicial de R$ 500,00 e que a empresa efetuou um pagamento de

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salário, no dia 10/01, no valor de R$ 300,00, então a ficha do Razão estará representada da seguinte forma:

NOME (Título): CAIXA CÓDIGO: 1.1.1.01 DATA 01/01 10/01

HISTÓRICO Saldo inicial Pagamento de salário

DÉBITO 500,00

CRÉDITO

300,00

SALDO 500,00 200,00

D/C D D

Didaticamente, na solução de problemas e de questões de provas, usamos o modelo de conta resumida ou simplificada, chamado de RAZONETE ou conta em “T”, sendo débitos e créditos convenções como a seguir, e o saldo assim classificado:

SALDO CREDOR Total dos créditos > Total dos débitos

SALDO DEVEDOR Total dos créditos < Total dos débitos

SALDO NULO Total dos créditos = Total dos débitos

Outros exemplos (valores hipotéticos): TÍTULO DA CONTA

CAIXA FORNECEDORES 800,00 500,00 750,00 1.500,00

1.000,00 500,00 2.000,00

DÉBITOS CRÉDITOS

1.800,00 500,00 1.250,00 3.500,00 1.300,00 2.250,00 Saldo = débitos –

créditos ↓ ↓

Saldo Devedor

Saldo Credor

5. FUNCIONAMENTO DAS CONTAS

Um aspecto fundamental que precisamos saber é o relativo ao funcionamento das contas. Já vimos pela teoria Personalista que as contas representativas de bens e direitos possuem saldo devedor e as que representam obrigações possuem saldo credor, assim como as do Patrimônio Líquido.

Este funcionamento pode ser explicado ainda pela teoria dos recursos, pela qual as origens de recursos são creditadas e as

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aplicações são debitadas. Assim, ao registrarmos um fato contábil, devemos observar dois aspectos:

a) a aplicação de recursos da entidade, por convenção contábil chamada DÉBITO;

b) a origem dos recursos aplicados, por convenção contábil chamada CRÉDITO.

Exemplo: compra de um veículo à vista.

O débito ocorrerá na conta veículos onde estão sendo aplicados os recursos da entidade.

O crédito ocorrerá na conta caixa ou bancos conta movimento de onde se originam os recursos.

Reparem que se o veículo tivesse sido comprado a prazo, os recursos teriam vindos de terceiros e nesse caso faríamos um crédito em conta representativa de terceiros como, por exemplo, financiamentos ou títulos a pagar.

Ainda por convenção contábil, como as contas no RAZÃO possuem dois lados (esquerdo e direito do gráfico em “T”), dependendo da natureza do saldo da conta, os aumentos de valor podem ser registrados num lado e as reduções no outro. Porém, em qualquer caso, as origens serão sempre creditadas e as aplicações sempre debitadas.

• DEBITAR a conta significa lançar valores no lado esquerdo do razonete.

• CREDITAR a conta significa lançar valores no lado direito do razonete.

Atenção!

Esta relação de débitos do lado esquerdo e créditos do lado direito é válida apenas para a conta, porém não é válido para o balanço patrimonial (pelo menos não na íntegra), pois temos as chamadas contas retificadoras ou redutoras (veremos adiante), que funcionam de forma inversa em relação aos lados do balanço.

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5.1. CONTAS DO ATIVO E DESPESAS

Por representarem os investimentos da entidade (bens e direitos) e seus gastos (despesas), isto é, por representarem as aplicações dos recursos, estas contas têm obrigatoriamente natureza devedora, apresentando sempre saldos devedores ou nulos (exceto as contas retificadoras do ativo que possuem saldo credor). Assim, os aumentos de valor dos bens e direitos serão registrados por meio de débitos e as reduções por créditos.

Lembremos da teoria personalista, onde falamos que a conta caixa representa uma terceira pessoa que possui a guarda do dinheiro da empresa. Assim, quando esta pessoa recebe dinheiro que é da empresa ela será debitada e quando ela faz algum pagamento em favor da empresa ela receberá um crédito, isto é, será creditada pela quantia que ela repassou à empresa.

CONTAS DE ATIVO OU DESPESA

Todo aumento de ativo ou de despesa deve ser lançado no lado esquerdo, ou seja, DEBITA-SE a conta.

DÉBITOS CRÉDITOS

AUMENTOS REDUÇÕES Toda diminuição de ativo ou de despesa deve ser lançado no lado direito, ou seja, CREDITA-SE a conta.

5.2. CONTAS DO PASSIVO, PATRIMÔNIO LÍQUIDO E RECEITAS

As fontes ou origens de recursos da empresa estão representados, no Balanço Patrimonial, pelas contas do passivo exigível, pelos resultados de exercícios futuros e pelas contas do Patrimônio Líquido. As contas de receita também representam origens de recursos provenientes de terceiros, mas não representam obrigações. Representam recursos que tendem a aumentar o Patrimônio Líquido, pois no seu confronto com as despesas (apuração do resultado), pode gerar lucro e este é incorporado ao Patrimônio Líquido via conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Assim, as contas destes grupos, por representarem as fontes de recursos da entidade, que podem ser provenientes de terceiros (passivo), de sócios ou acionistas (patrimônio líquido) ou

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de suas próprias atividades (receitas), elas têm obrigatoriamente natureza credora, apresentando sempre saldos credores ou nulos e, assim, os aumentos de valor virão através de créditos e as diminuições por débitos. Ressaltamos, todavia, a existência de contas retificadoras de passivo e de Patrimônio Líquido que, por suposto, possuem saldo devedor.

CONTAS DE PASSIVO, PL, RECEITAS

Todo aumento de passivo, PL ou receita deve ser lançado no lado direito, ou seja, CREDITA-SE a conta.

DÉBITOS CRÉDITOS

DIMINUIÇÕES AUMENTOS Toda diminuição de passivo, PL ou receita

deve ser lançada no lado esquerdo, ou seja, DEBITA-SE a conta.

5.3. CONTAS RETIFICADORAS

A contabilidade deve ser pautada pelos princípios. Temos por exemplo o princípio do registro pelo valor original que assevera que os bens, direitos e obrigações devem ser registrados pelos valores resultantes do consenso com o mundo exterior ou por valores por eles impostos. Assim, em decorrência deste princípio, os bens, uma vez integrados ao patrimônio da entidade, não podem ter o seu valor intrínseco alterado.

Acontece que determinados bens sofrem desgaste pela ação da natureza, por obsolescência ou pelo uso e não seria justo, em função do princípio da prudência, que esses bens fossem avaliados, em etapas futuras, pelos valores de entrada, requerendo que façamos os ajustes necessários em função da diminuição do valor decorrente deste desgaste. Estes ajustes são efetuados por meio de contas retificadoras, de forma que o valor original permanecerá inalterado.

Assim, por exemplo, se uma empresa adquiriu um veículo no mês de janeiro pelo valor de R$ 30.000,00 e for apurar o seu Balanço no dia 31/12 do mesmo ano, ela deve considerar, na avaliação desse veículo, a perda ocorrida por obsolescência, pelo uso ou por ação da natureza. A essa perda se dá o nome de depreciação. A depreciação para veículos é geralmente de 20% ao ano. Desta forma, esse veículo deverá ser avaliado no final do

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período por apenas R$ 24.000,00 o que causa uma redução do ativo. Essa redução do ativo, consoante o princípio da competência, representa uma despesa. No balanço o fato ficará registrado da seguinte forma:

Veículos R$ 30.000,00

(-) Depreciação Acumulada de Veículos (R$ 6.000,00)

Isto fará com que o valor contábil de veículos seja de R$ 24.000,00, que é o seu valor após um ano de uso. O assunto relativo a ajustes, que não são poucos, será tratado no curso de contabilidade intermediária.

De forma genérica e para conhecermos o funcionamento dessas contas que são sempre patrimoniais, por representarem retificações (reduções) de seus grupos (ativo, passivo e patrimônio líquido), funcionam de forma inversa ao funcionamento das demais contas desses grupos. Assim, as contas retificadoras de ativo são de natureza credora, aumentando-se o seu saldo mediante crédito.

Os exemplos mais característicos de contas dessa natureza são as contas que representam provisão para devedores duvidosos, provisão para ajuste ao valor de mercado, provisão para perdas de investimento, amortização acumulada, depreciação acumulada, exaustão acumulada etc.

De modo contrário às contas retificadoras de ativo, as contas retificadoras de passivo e de patrimônio líquido são de natureza devedora, devendo ser debitadas, quando aumentam seu saldo, e creditadas, quando se extinguem ou diminuem seu saldo.

Como exemplo dessas contas, podemos citar a conta que registra os encargos financeiros a transcorrer, as despesas no resultado de exercícios futuros, ações em tesouraria, que retifica o patrimônio líquido assim como prejuízos acumulados. Entretanto, uma das contas retificadoras mais importantes é a conta capital a realizar ou capital a integralizar, que retifica a conta capital social no patrimônio líquido, por isso tem saldo devedor.

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5.4. RESUMO DO FUNCIONAMENTO DAS CONTAS

Tudo o que falamos sobre o funcionamento das contas, de forma sintética, pode ser resumido pelo quadro a seguir, que deve ser memorizado para o perfeito entendimento do assunto, visto que o tema é constantemente cobrado em questões de concursos. Assim, caso alguém não tenha entendido o funcionamento das contas será, para nós, uma satisfação em dirimir quaisquer dúvidas. Vejamos o quadro resumo:

CONTAS PARA

AUMENTAR PARA

DIMINUIR SALDO

ATIVO DEBITAR CREDITAR DEVEDOR PASSIVO CREDITAR DEBITAR CREDOR

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

CREDITAR DEBITAR CREDOR

DESPESAS DEBITAR CREDITAR DEVEDOR RECEITAS CREDITAR DEBITAR CREDOR

RETIFICADORA DE ATIVO

CREDITAR DEBITAR CREDOR

RETIFICADORA DE PASSIVO

DEBITAR CREDITAR DEVEDOR

6. OS GRUPOS E AS FUNÇÕES DAS CONTAS

Consoante a teoria patrimonialista as contas são classificadas em contas patrimoniais e contas de resultado. As contas de resultado são as contas representativas de receitas e de despesas e não há uma divisão em grupos. As contas patrimoniais, representativas de bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido são as contas que são informadas no Balanço Patrimonial e devem ser agrupadas de acordo com o estatuído pela Lei nº 6.404/76, para elaboração do BALANÇO PATRIMONIAL, que será estudado no curso de contabilidade intermediária, porém daremos uma amostra da estrutura dos grupos e do Balanço no item 9 desta aula.

Por ora, apresentaremos os grupos aos quais vamos relacionar um mínimo de contas básicas para que vocês possam

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trabalhar com os principais lançamentos e, a medida em que sejam necessários outros esclarecimentos, faremos novos comentários.

ATIVO

Caixa registra operações de recebimentos e pagamentos em dinheiro, assim como cheques recebidos no escritório da empresa;

Bancos Conta Movimento

registra operações de depósitos, saques e compensações de cheques efetuados em conta-corrente da empresa;

Duplicatas a Receber

(Clientes)

registra as vendas a prazo e as liquidações efetuadas pelos clientes da empresa;

Duplicatas Descontadas

registra as duplicatas apresentadas pela empresa a um banco para receber o valor antecipado (conta retificadora);

Veículos registra aquisições e baixas de veículos pertencentes à empresa;

Depreciação Acumulada

registra a perda de valor do bem físico, decorrente de ação da natureza, desgaste ou obsolescência (conta retificadora – saldo credor).

PASSIVO

Duplicatas a Pagar

(Fornecedores)

registra as dívidas da empresa decorrentes de compras a prazo;

Salários a Pagar registra as obrigações de pagamentos de salários aos empregados;

Provisão para IR registra o valor da obrigação estimada ou calculada do imposto de renda referente a um ano-base, a ser pago no exercício seguinte;

Empréstimos Bancários

registra as dívidas da empresa decorrentes de empréstimos contraídos junto a instituições financeiras.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social é a principal conta do grupo, pois registra o investimento efetuado pelos sócios;

Capital a Realizar

indica a parcela do capital subscrito ainda não integralizada (entregue) pelos sócios à empresa (conta retificadora – saldo devedor);

Lucros ou Prejuízos

Acumulados

resultados (positivos ou negativos) de períodos anteriores, ainda não destinados pela empresa. Se for positivo, é conta credora (lucros acumulados); caso contrário, vira conta devedora (prejuízos acumulados);

Reservas valores que excedem o capital social e que, a princípio, não são distribuídos aos sócios como dividendos. Podem ser de lucros, de capital ou de reavaliação.

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6.1. CONTAS PATRIMONIAIS

Conforme já falamos, as contas patrimoniais são as que integram o balanço patrimonial e estão representadas nos grupos do ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO. O balanço patrimonial representa uma situação estática do patrimônio da entidade em dado momento, como no exemplo hipotético a seguir:

PATRIMÔNIO Ativo Passivo

Caixa Bancos Estoques Duplicatas a receber Móveis e utensílios Veículos

2.000,00 11.500,00 20.000,00 17.500,00 51.000,00

12.000,00 17.000,00 29.000,00

Duplicatas a pagar Empréstimos bancários Patrimônio Líquido Capital social Lucros acumulados

15.700,00 17.000,00 32.700,00

20.000,00 27.300,00 47.300,00

Total 80.000,00 Total 80.000,00

Ou ainda:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO (Lado dos saldos devedores)

PASSIVO Patrimônio Líquido

(Lado dos saldos credores)

Como exceção, aparecem as contas retificadoras do ativo, que seguem funcionamento idêntico ao das contas do passivo (possuem saldo credor), e as contas retificadoras do passivo e de patrimônio líquido, que seguem funcionamento idêntico ao das contas do ativo (possuem saldo devedor), conforme exemplo a seguir. O saldo das contas retificadoras é representado no balanço entre parênteses, da seguinte forma:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital social 2.000,00

(-) Capital a realizar (500,00) 1.500,00

Isto significa que o capital já realizado da empresa é de

$1.500,00.

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O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma: 18. Assinale a alternativa que contém apenas contas de resultado.

a) Despesas de juros – juros a vencer – receitas de juros.

b) Custo das mercadorias vendidas – vendas de mercadorias – compras de mercadorias.

c) Encargos de depreciação – depreciação acumulada – encargos de exaustão.

d) Despesas de pessoal – despesas de salários – salários a pagar.

e) ICMS a recolher – ICMS a recuperar – despesas de ICMS.

19. Assinale a alternativa que contenha exclusivamente contas de resultado.

a) Compras de mercadorias – ICMS incidente s/ vendas – vendas.

b) Encargos de depreciação – depreciação acumulada de veículos – receitas de comissões.

c) Despesas gerais – despesas pré-operacionais – despesas bancárias.

d) Juros a vencer – juros obtidos – despesas de juros.

e) Despesas de salários – salários a pagar – encargos sociais.

20. O patrimônio líquido de uma empresa, num determinado balanço

patrimonial, era representado unicamente por duas contas: capital social (que registrava o capital subscrito, totalmente integralizado) – R$ 1.000,00 e prejuízos acumulados – R$ 150,00. Pode-se, assim, afirmar, com segurança, que a empresa, na data do balanço, possuía:

a) mais direitos do que obrigações; b) mais obrigações do que direitos; c) situação líquida positiva; d) situação líquida negativa; e) capital próprio inferior ao capital de terceiros. 21. O pagamento, através de cheque, de uma obrigação contraída pela

compra de mercadorias a prazo é um fato administrativo que afeta o patrimônio da forma seguinte:

a) aumenta o ativo e diminui o passivo; b) diminui o patrimônio líquido e aumenta o ativo; c) diminui o ativo e diminui o passivo; d) aumenta o passivo e aumenta o ativo; e) diminui o ativo e diminui o patrimônio líquido.

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22. Se o patrimônio líquido de uma empresa tem valor negativo, duas

contas, pelo menos, obrigatoriamente, integram-no. São elas: a) capital subscrito e capital a integralizar; b) prejuízos acumulados e capital a integralizar; c) capital subscrito e prejuízos acumulados; d) reservas para contingências e capital subscrito; e) prejuízos acumulados e reservas para contingências.

7. ESCRITURAÇÃO

A escrituração é a técnica contábil responsável pela função de registrar todos os fatos administrativos que alterem o patrimônio das entidades econômico-administrativas, quer qualitativamente ou quantitativamente, visando ao controle do patrimônio, à apuração dos resultados dos exercícios sociais e à prestação de informações aos diversos usuários da informação contábil, ou seja, a escrituração é a base dos relatórios contábeis, que são, em última análise, os meios de comunicação da entidade com o mundo exterior ou interessados na informação contábil.

A propósito de escrituração, o art. 177 da Lei nº 6.404/76, estabelece que:

Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. § 1º As demonstrações financeiras do exercício em que houver modificação de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e ressaltar esses efeitos. § 2º A companhia observará em registros auxiliares, sem modificação da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem a elaboração de outras demonstrações financeiras. § 3º As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, e serão obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na mesma comissão. § 4º As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados.

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Ao registro de um fato contábil chamamos lançamento. Este é efetuado em livros contábeis próprios como o Diário, Razão, Caixa, Duplicatas a receber etc. Ao conjunto de registros ou lançamentos é que chamamos escrituração. Assim:

ESCRITURAÇÃO Registro dos fatos que alteram o patrimônio. É feita através dos lançamentos.

LANÇAMENTO É a prática da escrituração; efetuado nos livros contábeis.

Lembre-se de que a escrituração é técnica e não deve ser confundida com a Contabilidade, que é ciência; tampouco deve ser confundida com lançamento, que é o ato de escriturar, efetuado pelo método das partidas dobradas, que é apenas um método de escrituração!!!

Portanto, reprise-se: a escrituração é posta em prática pelo ato do lançamento, segundo o método das partidas dobradas, para atender a função registro, insculpida no conceito da Ciência Contabilidade. Assim, temos uma hierarquia descendente de amplitude de conceitos, começando pela Contabilidade (ciência), em seguida a escrituração (técnica) e o lançamento/registro (método de escrituração “partidas dobradas”).

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma: 23. (ESAF/TTN–1994/matutino) “A escrituração da companhia será

mantida em registros(_____), com obediência aos preceitos da legislação (_____) e desta Lei e aos princípios de Contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.”

Completam corretamente o art. 177 da Lei no 6404/76, que trata da escrituração, retrotranscrito com 02 (duas) omissões, as palavras:

a) permanentes e tributária; b) confiáveis e comercial; c) individualizados e comercial; d) permanentes e comercial; e) contábeis e fiscal.

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7.1. MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS

Antes de adentrarmos no estudo do método das partidas dobradas é necessário frisar que o entendimento deste tema é de suma importância, pois a Contabilidade, ou melhor, o lançamento contábil gira em torno deste método.

Em contabilidade, o termo partida, significa o registro de um fato ou de vários fatos patrimoniais em forma contábil, caracterizando-se a conta, o histórico, os valores e a data em que se verificou o fato. Desta forma, temos que o termo partida é sinônimo de lançamento, quer no LIVRO DIÁRIO, quer no LIVRO RAZÃO.

O fundamento deste método consiste em movimentarem-se, sempre, pelo menos duas contas, ou seja, se efetuarmos um débito em uma ou mais contas, devemos efetuar um crédito, de valor equivalente, em uma ou mais contas, de maneira que a soma dos débitos efetuados em um dado período seja igual à soma dos créditos efetuados no mesmo período.

Simplificando, em decorrência da aplicação deste método, temos os seguintes corolários:

a) não há débito sem o correspondente crédito;

b) a soma dos débitos será sempre igual à soma dos créditos;

c) a soma dos saldos devedores será igual à soma dos saldos credores; e

d) as origens dos recursos (financiamentos) serão iguais às aplicações (investimentos).

7.2. O REGISTRO NO LIVRO RAZÃO

Já sabemos que no LIVRO RAZÃO as CONTAS são registradas individualmente e podemos verificar a movimentação ocorrida em cada uma delas. Essa movimentação é feita por meio de LANÇAMENTOS contábeis que constituem o registro dos fatos contábeis nos respectivos livros.

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Sabemos, também, que o registro no LIVRO RAZÃO é feito com indicação da data, do histórico, do valor do débito ou crédito, do saldo e se ele é devedor ou credor. Porém, doravante, apresentaremos exemplos de registros com uso da forma simplificada desse registro, ou seja, utilizaremos os razonetes ou as contas em “T” para fazermos os registros de RAZÃO.

Vejamos, a seguir, alguns exemplos. 1)Contratação de um empréstimo bancário, no valor de

R$ 100.000,00, cujo valor do empréstimo foi depositado no banco.

BANCOS CONTA

MOVIMENTO EMPRÉSTIMOS

BANCÁRIOS 100.000,00 100.000,00

ATIVO AUMENTO

PASSIVO AUMENTO

COM DÉBITO COM CRÉDITO 2)Compra de um terreno, pago com a emissão de um

cheque no valor de R$ 30.000,00.

IMÓVEIS BANCOS C/MOVIMENTO 30.000,00 100.000,00 30.000,00

↓ ATIVO

AUMENTO COM DÉBITO

70.000,00 ↓

saldo

↓ ATIVO

DIMINUIÇÃO POR CRÉDITO

3) Prestação de serviços, no valor de R$ 6.500,00, sendo

R$ 2.500,00 pagos à vista e o restante com prazo de 30 (trinta) dias.

CAIXA CLIENTES PRESTAÇÃO DE

SERVIÇOS 2.500,00 4.000,00 6.500,00

↓ ATIVO

AUMENTO POR

DÉBITO

↓ ATIVO

AUMENTO POR DÉBITO

↓ RECEITA AUMENTO

POR CRÉDITO

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Percebam que em cada um dos fatos foram feitos registros em pelo menos duas contas, demonstrando as aplicações dos recursos e suas respectivas origens, ou seja, as aplicações foram debitadas (no lado direito dos razonetes) e as origens foram creditadas (no lado esquerdo do razonete). No caso do exemplo 1 a origem veio de financiamentos bancários, cujos valores forma aplicados em depósitos bancários; no exemplo 2 os recursos utilizados foram originados da conta bancária e foram aplicados na aquisição de terreno; e no exemplo 3 os recursos tiveram origem externa, de prestação de serviços, e foram aplicados, parte no caixa e parte com financiamento próprio aos clientes, já que o serviço foi prestado parte a prazo.

7.3. CONTAS DE RESULTADO

O balanço patrimonial representa uma situação estática. As contas de resultado, ao contrário das contas patrimoniais, representam a situação dinâmica da entidade, ou seja, as contas que alteram o patrimônio líquido, como por exemplo:

CUSTOS E DESPESAS RECEITAS Custo das mercadorias vendidas

20.000,00 Venda de mercadorias

50.000,00

Impostos e contribuições 3.025,00 Descontos obtidos 1.200,00 Salários 1.200,00 Juros ativos 700,00 Juros passivos 675,00 Total 24.900,00 Total 51.900,00

RESULTADO DO EXERCÍCIO

[Receitas – Custos/Despesas] = 51.900,00 - 24.900,00 = 27.000,00 (Lucro)

Assim:

CONTAS PATRIMONIAIS CONTAS DE RESULTADO

Situação estática Situação dinâmica Balanço patrimonial Demonstração do resultado do

exercício

8. EXEMPLO PRÁTICO

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Após cada uma das operações a seguir, faremos a representação gráfica do patrimônio da empresa Alfa e Beta.

a) Início das atividades da empresa com capital social registrado no valor de $ 2.000,00, totalmente integralizado em dinheiro.

ATIVO PASSIVO

Caixa 2.000

Passivo exigível Patrimônio líquido

Capital social 2.000 TOTAL 2.000 TOTAL 2.000 b) Pagamento à vista de $ 100,00, referente a instalações

para a empresa.

ATIVO PASSIVO Caixa 1.900 Instalações 100

Passivo exigível Patrimônio líquido

Capital social 2.000 TOTAL 2.000 TOTAL 2.000 c) Compra à vista de mesas, cadeiras e máquinas de

calcular, no valor de $200,00.

ATIVO PASSIVO Caixa 1.700 Instalações 100

Passivo exigível Patrimônio líquido

Móveis e utensílios 200 Capital social 2.000 TOTAL 2.000 TOTAL 2.000 d) Compra de mercadorias a prazo, no valor de $2.000,00,

pagando $200 no ato.

ATIVO PASSIVO Caixa 1.500 Passivo exigível

Instalações 100 Fornecedores 1.800 Móveis e utensílios 200 Patrimônio líquido Mercadorias 2.000 Capital social 2.000 TOTAL 3.800 TOTAL 3.800

Obs.: Reparem que o total do ativo deve ser sempre igual ao total do passivo. Esta conclusão é obtida pela aplicação da

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equação fundamental do patrimônio e do método das partidas dobradas.

e) Abertura de conta-corrente no Banco do Estudante S.A.,

com depósito inicial de $500,00.

ATIVO PASSIVO Caixa 1.000 Passivo exigível

Bancos conta movimento 500 Fornecedores 1.800 Móveis e utensílios 200 Patrimônio líquido Mercadorias 2.000 Capital social 2.000 Instalações 100 TOTAL 3.800 TOTAL 3.800

f) Empréstimo obtido junto ao Banco do Estudante S.A.,

no valor de $8.000,00, o qual é imediatamente creditado em C/C, para pagamento em 90 dias, sem juros ou correção monetária.

ATIVO PASSIVO

Caixa 1.000 Passivo exigível

Bancos conta movimento 8.500 Empréstimos bancários 8.000 Móveis e utensílios 200 Fornecedores 1.800 Mercadorias 2.000 Patrimônio líquido Instalações 100 Capital social 2.000 TOTAL 11.800 TOTAL 11.800

g) Compra de um automóvel a prazo, no valor de $6.000,

dando no ato um cheque de $1.000,00 e assinando uma Nota Promissória pelo valor restante para pagamento em 60 dias.

ATIVO PASSIVO

Caixa 1.000 Passivo exigível

Bancos conta movimento 7.500 Empréstimos bancários 8.000 Veículos 6.000 Títulos a pagar 5.000 Móveis e utensílios 200 Fornecedores 1.800 Mercadorias 2.000 Patrimônio líquido Instalações 100 Capital social 2.000 TOTAL 16.800 TOTAL 16.800

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Após as operações acima em que não consideramos a ocorrência de contas de resultado, chegamos aos seguintes valores:

Total do ativo 16.800 Total do passivo 16.800 Patrimônio líquido 2.000 Capital próprio 2.000 Capital de terceiros 14.800 Patrimônio bruto 16.800

9. ESTRUTURA BÁSICA DO BALANÇO PATRIMONIAL, CONFORME A LEI Nº 6.404/76

Embora este aula tenha por objetivo fornecer conceitos básicos e introdutórios sobre contas e sua estrutura, funções e funcionamento, entendemos oportuno, desde já, apresentar a estrutura do Balanço Patrimonial segundo a Lei nº 6.404/1976, para que nós nos familiarizemos com a estrutura legal desta demonstração contábil, pois em todos os concursos públicos esse conhecimento é largamente exigido, e nada melhor que começar, desde já, a usar os conceitos legais do balanço patrimonial, embora de forma básica.

Balanço Patrimonial, encerrado em 31.12.20X1, da Empresa ALPHA 1. ATIVO 2. PASSIVO

1.1. Ativo circulante 2.1 Passivo circulante 1.1.1.Disponibilidades 2.2 Passivo exigível a longo prazo 1.1.2.Direitos realizáveis no exercício subseqüente

2.3 Resultado de exercícios futuros

1.1.3.Despesas do exercício seguinte 2.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.2. Ativo realizável a longo prazo 2.4.1 Capital social 1.3 Ativo permanente 1.3.1 Investimentos

(-) Capital a integralizar 2.4.2 Reservas de capital

1.3.2 Imobilizado 2.4.3 Reservas de lucros 1.3.2 Diferido 2.4.4 Reserva de reavaliação 2.4.5 Lucros ou prejuízos acumulados

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1) ATIVO – O grupo do ativo é subdividido formando três subgrupos e estes também são subdivididos do seguinte modo, cujas principais contas representativas de cada subdivisão podem ser visualizadas no elenco de contas que apresentaremos no item seguinte.

a) Ativo circulante – disponibilidades, valores a receber e/ou a realizar de curto prazo e despesas do exercício social seguinte.

b) Ativo realizável a longo prazo – direitos realizáveis após o término do exercício social seguinte, assim como empréstimos, vendas e adiantamentos efetuados pela empresa a sócios, empresas coligadas, empresas controladas, que não constituam operações usuais da empresa.

c) Ativo permanente – a inclusão neste grupo depende da intenção que a empresa tenha de permanecer com o bem ao adquiri-lo. Os bens e direitos lançados no ativo permanente não possuem a característica de realização, isto é, a empresa não possui a intenção de realizar esses bens e direitos em dinheiro, ou seja, não pretende vender esses bens e direitos, embora possam ser vendidos e transformados em dinheiro ou realizados. O ativo permanente é subdividido em:

c.1) Investimentos – são as aplicações de recursos em participações permanentes em outras sociedades e direitos não-classificáveis no ativo circulante e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia.

c.2) Imobilizado – os investimentos (aplicações) de recursos em bens ou direitos utilizados na manutenção da atividade principal da empresa, tais como: máquinas, móveis e utensílios, prédios, veículos etc.

c.3) Diferido – são os valores aplicados em gastos que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social. Por este motivo, de acordo com o princípio da competência, não se classificam como despesas, mas sim como ativo. A sua apropriação como despesa se dará pelo processo de

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amortização a partir do momento em que os resultados forem se realizando.

2) PASSIVO – são as obrigações da empresa para com terceiros e para com os seus proprietários, sendo que aquelas são exigíveis e estas não são exigíveis.

a) Passivo circulante – são as origens de recursos reapresentadas por dívidas de curto prazo, ou seja, vencíveis até o final do exercício seguinte, isto é, são as obrigações exigíveis a curto prazo.

b) Passivo exigível a longo prazo – são os recursos originados cujas obrigações de devolução ou pagamento possuem vencimento após o final do exercício seguinte. As letras “a” e “b” constituem o que chamamos de passivo exigível ou, por alguns autores, de passivo real.

c) Resultados de exercícios futuros – são os recursos originados de terceiros e que já se incorporaram ao patrimônio da entidade, porém os valores são registrados no passivo tendo em vista que o fato gerador das receitas ainda não ocorreu. Assim, não representam obrigação da entidade para com terceiros e não podem ser considerados PL em face do princípio da competência, mas são resultados da empresa sobre as quais não pesa nenhuma responsabilidade futura.

d) Patrimônio líquido – representa, conforme vimos no princípio da entidade, o capital próprio da empresa. São os recursos originados dos sócios investimentos realizados pelos sócios na empresa e pelos resultados obtidos pela empresa no desempenho de suas atividades.

Obs.: Vale lembrar que o termo PASSIVO, acima referido como o lado direito do balanço patrimonial, englobando o circulante, exigível a longo prazo, resultado de exercícios futuros e patrimônio líquido, é utilizado em muitas situações (principalmente em provas de concursos) como referência apenas ao PASSIVO EXIGÍVEL (circulante + exigível a longo prazo). Portanto, todo cuidado é pouco, pois o passivo exigível, na maioria das vezes, é chamado simplesmente de PASSIVO.

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O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma: 24. O passivo real corresponde a: a) capital próprio; b) resultados de exercícios futuros; c) patrimônio líquido; d) capital alheio; e) capital nominal.

25. Uma empresa comercial e prestadora de serviços, num

determinado período, realizou as operações abaixo mencionadas, todas devidamente contabilizadas:

1 – pagou antecipadamente, em dinheiro, uma duplicata de seu aceite no valor de R$ 100.000,00, para gozar do desconto de 2%;

2 – emitiu nota fiscal-fatura, relativa à prestação de serviços, no valor de R$ 250.000,00, a 30 (trinta) dias de prazo;

3 – adquiriu material de consumo no valor de R$ 10.000,00, pagos em dinheiro, apropriando-o ao resultado do exercício;

4 – recebeu aviso bancário, comunicando que uma duplicata de sua emissão, no valor de R$ 50.000,00, descontada no Banco, foi liquidada pelo sacado;

5 – emitiu cheque no valor de R$ 200.000,00, sacando o dinheiro em seguida;

6 – fez empréstimo em dinheiro a um sócio, no valor de R$ 300.000,00;

7 – pagou aos empregados, em dinheiro, salários do exercício anterior, no valor de R$ 250.000,00, já apropriados como despesa operacional do exercício a que se referem.

Se o saldo de CAIXA, depois das operações acima citadas, passou a ser de R$ 60.000,00, antes delas era de:

a) R$ 268.000,00; d) R$ 658.000,00; b) R$ 468.000,00; e) R$ 718.000,00. c) R$ 518.000,00;

10. PLANO DE CONTAS

Cada empresa possui um ramo de atividade e alguma peculiaridade que a diferencia das demais em alguns ou em muitos aspectos (ex: construção civil, instituições financeiras, governo, sociedade civil ou comercial, imobiliárias, empresas de grande ou pequeno porte, entidade de educação, empresa agropecuária, empresa prestadora de serviço etc.). Para que a Contabilidade possa ser útil a todo e qualquer tipo e porte de entidade é que

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existe o plano de contas que deve ser adequado a cada tipo de empresa.

O plano de contas de uma empresa é, portanto, o planejamento da escrituração contábil, ou seja, o conjunto de contas utilizadas por ela, de acordo com suas características e necessidades, agrupadas de acordo com o balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício (Lei nº 6.404/76).

O plano de contas não deve ser inflexível, mas sim permitir alterações ao longo do tempo, de acordo com a evolução da empresa e da própria sociedade ou do país a que ela esteja vinculada. Esta flexibilidade é a capacidade de o plano de contas poder absorver novas contas durante o exercício social. Isto se faz necessário porque, muitas vezes, ocorrem fatos não-previstos por ocasião da elaboração do plano de contas, tais como: criação de novos tributos, lançamento de novos produtos, venda de mercadorias oriundas de uma nova representação etc.

A maioria das empresas não trabalha com um plano de contas na acepção técnica da palavra. Usa apenas um elenco de contas. A diferença entre um e outro reside no fato de que o plano de contas, além de apresentar a relação das contas (elenco), mostra a função e o funcionamento destas (itens já vistos por nós). O elenco de contas só exibe a relação das contas a serem movimentadas.

A função de uma conta é registrar e controlar, de forma ordenada, os fatos administrativos pertinentes. O funcionamento é a própria movimentação da conta, ou seja, quando esta deverá ser debitada ou creditada.

Exemplo: Conta caixa.

Função: registrar e controlar as entradas e saídas de numerários.

Funcionamento: debitada pelas entradas e creditada pelas saídas de numerário.

O elenco de contas vem, geralmente, precedido de numeração, sendo que:

1)o ativo está representado pelo nº 1;

2)o ativo circulante, pelo nº 11;

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3)o disponível, pelo nº 111. São os primeiros graus das contas. Como 4º grau, vêm as contas sintéticas, representadas pelos dois dígitos seguintes 01, 02, 03..., 99, e no 5º grau encontram-se as contas analíticas, representadas pelos quatro dígitos seguintes 0001, 0002, 0003,..., 9999.

Contas analíticas são as que não podem ser desdobradas, pois são as individuais. Contas sintéticas são as que representam coletivos ou várias contas analíticas, como clientes, por exemplo. Para as demais contas, aplica-se o mesmo critério, assim:

a) passivo e patrimônio líquido são representados pelo nº 2;

b) contas de despesas pertencem ao grupo nº 3;

c) contas de receitas, pelo grupo nº 4; e

d) contas de apuração, pelo grupo nº 5.

Dessa forma, os elementos essenciais de um plano de contas são:

• um elenco de contas;

• seu funcionamento;

• suas funções.

Não apresentaremos aquela lista exaustiva de contas, que muitos decoram, pois não é o nome da conta que vai nos dizer qual é a função e o funcionamento da mesma, pois a terminologia adotada muda de empresa para empresa, de uma banca elaboradora de provas para outra e até de concurso para concurso. Nesse particular, o melhor é entendermos a função e o funcionamento de determinada conta, para podermos classificá-la, por exemplo, em receita ou despesa. Além disso, ou melhor, para praticar isso, é só ver e resolver os exercícios apresentados. O elenco resumido de contas enumerado a seguir serve para o aluno tomar conhecimento de algumas contas que aparecerão em exercícios. Porém, o estudante iniciante não terá condições de compreender imediatamente o significado e a utilização de todas as contas e grupos nele citados, mas faz-se necessária a sua exposição neste momento para que, à medida que os conceitos e

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operações forem sendo explicitados, o concursando possa associar a utilização da conta ao grupo a que ela pertence.

10.1. ELENCO DE CONTAS RESUMIDO

Segue uma lista de contas que compõem um exemplo fictício de um elenco de contas de uma empresa.

ATIVO

ATIVO CIRCULANTE

DISPONÍVEL Caixa Bancos conta movimento Aplicações financeiras de liquidez imediata Numerário em trânsito

REALIZÁVEL NO CURSO DO EXERCÍCIO SOCIAL SEGUINTE Duplicatas a receber (clientes) (-) Duplicatas descontadas (-) Provisão para devedores duvidosos Contas a receber Aplicações financeiras de curto prazo Promissórias a receber Ações de outras empresas (Valores Mobiliários) Adiantamento/empréstimos a empregados Impostos a recuperar Adiantamento a fornecedores Estoques de matéria-prima Estoques de produtos em elaboração Estoques de produtos acabados Estoque de matérias de expediente Estoque de materiais de consumo Mercadorias para revenda (-) Provisão para ajuste ao valor de mercado Imóveis para venda Ouro – Ativo financeiro

DESPESAS ANTECIPADAS Seguros a vencer Juros a vencer ou juros passivos a vencer Aluguéis a vencer ou aluguéis passivos a vencer Despesas antecipadas ou do exercício seguinte

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Créditos de longo prazo (-) Duplicatas descontadas Impostos a recuperar

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Incentivos fiscais Empréstimos a coligadas Empréstimos a acionistas ou diretores Despesas antecipadas de exercício posterior ao seguinte Seguros a vencer de longo prazo Aluguéis a vencer de longo prazo Juros a vencer de longo prazo Ouro – Ativo financeiro realizável a longo prazo ATIVO PERMANENTE

Investimentos Ações permanentes de outras empresas Participações em coligadas e/ou controladas Avaliadas pelo custo de aquisição Avaliadas pelo patrimônio líquido (-) Provisão para perda em investimento Ágio de investimentos (-) Deságio de investimentos Imóveis para renda (aluguel) Imóveis parados (não-alugados) Obras de arte Imobilizado Móveis e utensílios (-) Depreciação acumulada de móveis e utensílios Máquinas e equipamentos (-) Depreciação acumulada de máquinas Imóveis de uso (-) Depreciação acumulada de imóveis Veículos de uso (-) Depreciação acumulada de veículos Terrenos Marcas e patentes Fundo de comércio (-) Amortização acumulada Florestas e minas destinadas à exploração (-) Exaustão acumulada Direitos de exploração de marca (franquia) (-) Amortização acumulada Diferido Despesas pré-operacionais Despesas com remodelação ou reestruturação Despesas com pesquisas científicas Juros pagos aos sócios no período pré-operacional (-) Amortização acumulada de despesas pré-operacionais PASSIVO

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CIRCULANTE Duplicatas a pagar (fornecedores) Contas a pagar Impostos a pagar (a recolher) Juros a pagar Salários a pagar Dividendos a pagar Provisão para férias Notas Promissórias descontadas (-) Encargos financeiros a transcorrer Provisão para 13o salário Empréstimos bancários Receitas antecipadas do exercício seguinte Aluguéis ativos a vencer Juros ativos a vencer Faturamento antecipado Provisão para imposto de renda

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Títulos a pagar (LP) Financiamentos a pagar (LP) (-) Encargos financeiros a transcorrer (LP)

RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS Receitas de exercícios futuros (-) Custos de exercícios futuros

PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social (-) Capital a realizar ou a integralizar Lucros acumulados OU (-) Prejuízos acumulados Reservas de capital Reserva de ágio na emissão de ações Reserva de doações e subvenções para investimento Reserva de prêmio na emissão de debêntures

Reserva de produto na alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição

Reserva de correção monetária do capital realizado Reservas de lucros

Reserva legal Reserva de lucros a realizar Reserva para contingência Reserva estatutária Retenção de lucros Reserva de reavaliação Reserva especial de dividendo não distribuído

(-) Ações em tesouraria (-) Quotas liberadas (-) Dividendos antecipados

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CONTAS DE RESULTADO

RECEITAS Receita de vendas à vista Receita de vendas a prazo Receita de prestação de serviços Receita de aluguéis Ganho na venda de imóveis Juros ativos Descontos financeiros obtidos Variações cambiais ativas Superveniências ativas Insubsistências passivas Reversão de despesas Reversão de provisões Outras receitas DESPESAS Salários Honorários Alimentação do trabalhador PIS sobre outras receitas operacionais COFINS sobre outras receitas operacionais Provisões Encargos de deprecisção, amortização e exaustão Férias

13o salário Juros passivos Fretes sobre vendas Comissões a vendedores Taxas bancárias Descontos financeiros concedidos Variações cambiais passivas Superveniências passivas Insubsistências ativas Pró-labores Impostos e taxas Descontos passivos concedidos Contribuições previdenciárias Aluguéis passivos Fretes e carretos Despesas com provisões Perdas por perecimento ou obsolescência Outras despesas

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CUSTOS Custos das mercadorias vendidas Custos dos produtos vendidos Custos dos serviços prestados E permitido o uso de códigos de números ou de

abreviaturas, desde que constem de livro próprio, revestidos das formalidades estabelecidas em lei.

Desta forma, um elenco de contas codificado seria:

CÓDIGOS TÍTULOS

1. ATIVO

1.1. ATIVO CIRCULANTE

1.1.1 Disponibilidades

1.1.1.1. Caixa geral

1.1.1.1.1. Caixa fábrica

1.1.1.1.2. Caixa filial Y

1.1.1.2. Bancos conta movimento

1.1.1.2.1. Banco da Soneca S.A.

1.1.1.2.2. Banco da Praça S.A.

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma: 26. (FISCAL/ICMS–MS/2000) Assinale, dentre as alternativas

abaixo, aquela que melhor demonstre o resultado da liquidação de uma obrigação de curto prazo.

a)Diminuição do patrimônio líquido, do passivo de curto prazo e aumento do ativo.

b)Aumento do ativo e diminuição do passivo. c)Diminuição do ativo, do passivo e aumento do patrimônio líquido. d)Diminuição do ativo e do passivo.

27. 1 – Empréstimos bancários; 2 – Caixa; 3 – Promissórias a receber; 4 – ICMS a pagar; 5 – Instalações; 6 – Fornecedores; 7 – Equipamentos;

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8 – Mercadorias em estoque; 9 – Nota promissória de sua emissão; 10 – Receitas de vendas; 11 – Salários a pagar; 12 – Terrenos. Levando-se em conta os dados fornecidos, assinale a opção que

indica, pelos números de ordem, exclusivamente, contas que se classificam no ativo.

a) 1 – 3 – 4 e 5. d) 1 – 2 – 6 e 8. b) 2 – 3 e 12. e) Todas estão corretas. c) 1 – 9 e 12.

28. Integram o ativo do balanço patrimonial, dentre outras, as seguintes contas:

a) clientes, despesas a vencer, imóveis e mercadorias;

b) caixa, fornecedores, mercadorias e contas a receber;

c) veículos, despesas de juros, bancos c/movimento e imóveis;

d) caixa, bancos c/movimento, veículos e capital social;

e) contas a receber, máquinas e equipamentos, caixa e receitas a vencer.

29. Assinale a alternativa que contém apenas contas do proprietário,

de acordo com a Teoria Personalista das Contas.

a) Juros ativos, caixa e despesas diversas.

b) Capital social, comissões ativas e lucros acumulados.

c) Comissões passivas, mercadorias e receitas diversas.

d) Descontos ativos, juros passivos e salários a pagar.

e) Juros passivos, capital social e veículos.

30. Dentre as contas do ativo, destacam-se:

a) empréstimos de diretores, estoques de mercadorias, duplicatas a receber, máquinas;

b) adiantamento a fornecedores, duplicatas a pagar, máquinas;

c) empréstimos de diretores, adiantamentos a fornecedores, máquinas;

d) empréstimos a diretores, benfeitorias em imóveis de terceiros, máquinas, instalações;

e) adiantamento a empregados, adiantamento a fornecedores, adiantamento de diretores.

31. De acordo com a Lei nº 6.404/76, as contas seguros a vencer e

provisão para Imposto de Renda são classificadas, respectivamente, no:

a) ativo diferido e passivo exigível;

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b) resultado do exercício e ativo circulante;

c) ativo circulante e resultado do exercício;

d) ativo diferido e passivo circulante;

e) ativo circulante e passivo circulante.

32. Em relação às contas classificadas no ativo, num balanço patrimonial, é correto afirmar que:

a) todas elas devem ter saldo devedor;

b) representam os bens, direitos e obrigações da empresa;

c) têm normalmente saldo devedor; algumas, porém, podem apresentar-se com saldo credor;

d) registram as fontes de recursos utilizados pela empresa para a realização de suas atividades;

e) devem ser dispostas em ordem crescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados.

33. Indique o único título contábil que se classifica no ativo permanente.

a) Títulos de renda fixa;

b) Bens não de uso próprio;

c) Material em estoque;

d) Almoxarifado – material de consumo;

e) Financiamentos rurais.

34. A RESERVA PARA CONTINGÊNCIAS é uma:

a) reserva de capital;

b) reserva de reavaliação;

c) reserva de lucros;

d) conta do passivo circulante;

e) conta do ativo circulante.

35. A conta ações em tesouraria é classificada, no BALANÇO PATRIMONIAL, no grupo de contas denominado:

a) ativo realizável a longo prazo;

b) patrimônio líquido;

c) ativo permanente – investimentos;

d) passivo circulante;

e) ativo permanente – imobilizado.

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36. Quanto ao patrimônio líquido nulo, podemos afirmar que:

a) o capital próprio é igual ao capital de terceiros;

b) o passivo é menor que os direitos;

c) o valor dos bens é igual ao valor das obrigações;

d) inexistem bens e direitos na entidade, porém as obrigações são maiores que zero;

e) o ativo total é igual ao passivo exigível, mais os resultados de exercícios futuros.

37. São contas de natureza retificadora do passivo total:

a) capital a integralizar / provisão para participação de partes beneficiárias/ações em tesouraria;

b) ações em tesouraria / provisão de 13o salário/ provisão para créditos de liquidação duvidosa;

c) provisão para férias / ações em tesouraria/capital a integralizar;

d) prejuízos acumulados / ações em tesouraria / capital a integralizar;

e) provisão para participações e gratificações de administradores / capital a integralizar / ações em tesouraria.

38. Os elementos que devem compor um plano de contas são:

a) elenco de contas, função e funcionamento destas contas;

b) elenco de contas, ordenado em contas patrimoniais, contas de resultado e contas de compensação;

c) elenco das contas e a que grupo elas pertencem, indicando os códigos;

d) a sua natureza, a sua finalidade e a sua versatilidade;

e) a estrutura, conforme são inseridas no balanço patrimonial.

39. O patrimônio de MONTE & CIA. é composto dos seguintes

elementos: mercadorias – R$ 1.000,00; duplicatas de sua emissão (até 90 dias) – R$ 100,00; dinheiro R$ 50,00; duplicatas de seu aceite (até 60 dias) – R$ 200,00; móveis para uso – R$ 30,00; nota promissória de sua emissão (180 dias) – R$ 100,00. O ativo circulante é de R$:

a) 900,00; d) 1.200,00; b) 1.100,00; e) 1.250,00. c) 1.150,00;

40. (TÉC. CONTAB/CONTROLADORIA–99) São contas patrimoniais de

natureza credora: a) ICMS a recolher / duplicatas a pagar / prejuízos acumulados / fundo de

garantia a recolher; b) provisão para férias / provisão para crédito de liquidação duvidosa /

depreciação acumulada / salários a pagar;

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c) duplicatas descontadas / reservas de lucro / capital a integralizar / contas a receber;

d) fornecedores / amortização acumulada / títulos a pagar / adiantamento de férias;

e) salários a pagar / credores por financiamento / reservas de lucro / amortização.

41. Considere uma empresa que obteve as seguintes origens de

recursos: $800,00, do capital dos sócios; $200,00, de financiamentos bancários; e $350,00, através de suas próprias operações. Suas aplicações foram as seguintes: $550,00, em imóveis; $280,00, em mercadorias; $300,00, em investimentos financeiros; e o restante em despesas de salários e aluguel. Desta forma, a empresa ainda tem um patrimônio bruto e um patrimônio líquido, respectivamente, de:

a) $1.130,00 e $930,00; d) $1.350,00 e $1.130,00; b) $1.130,00 e $200,00; e) $1.130,00 e $800,00. c) $930,00 e $1.130,00; 42. A empresa XPTO S.A. possui, em determinado momento, o seguinte

patrimônio (em R$): dinheiro – 250,00; mercadorias – 800,00; imóveis de uso – 500,00; dívidas para com terceiros – 400,00; imóveis de aluguel – 200,00; direitos – 100,00. Seu patrimônio líquido é de (em R$):

a) 1.450,00; d) 2.000,00; b) 1.400,00; e) n.d.a. c) 1.850,00; 43. Que tipos de lançamentos aumentam os saldos das contas do

patrimônio líquido, ativo e passivo, respectivamente: a) crédito, débito e crédito; b) débito, débito e crédito; c) crédito, crédito e débito; d) crédito, crédito e débito; e) crédito, crédito e crédito.

44. Quais das contas abaixo possuem saldos devedores?

a) Caixa e honorários a pagar.

b) Capital social e impostos a recolher.

c) Juros passivos e contas a pagar.

d) Capital a realizar e duplicatas a receber.

e) Bancos conta movimento e aluguéis a pagar.

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45. A relação abaixo contém: Capital social; Capital a realizar; Despesas com multas; Bancos conta movimento; Clientes; Receita de juros; Salários; Aluguéis a pagar; Contas a receber; Lucros acumulados.

a) quatro contas patrimoniais e seis de resultado, sendo cinco de saldo devedor e cinco de saldo credor;

b) cinco contas patrimoniais e cinco de resultado, sendo cinco de saldo devedor e cinco de saldo credor;

c) seis contas patrimoniais e quatro de resultado, sendo seis de saldo devedor e quatro de saldo credor;

d) cinco contas patrimoniais e cinco de resultado, sendo quatro de saldo devedor e seis de saldo credor;

e) sete contas patrimoniais e três de resultado, sendo seis contas de saldo devedor e quatro de saldo credor.

46. Assinale a alternativa correta.

a) Todas as contas de patrimônio líquido têm saldo credor.

b) As contas do patrimônio líquido aumentam sempre por débito.

c) As contas de resultado somente aumentam de saldo por crédito.

d) As contas do ativo aumentam por crédito.

e) As contas do passivo exigível diminuem através de débito.

47. Quais das contas não são de ativo circulante?

a) Empréstimos da empresa para coligadas.

b) Caixa e bancos.

c) Imóveis para venda, produtos, matérias-primas e aplicações financeiras.

d) Duplicatas a receber no exercício seguinte.

e) Adiantamento a fornecedores, bancos e clientes, a curto prazo.

48. Quais das contas não são de ativo circulante?

a) Despesas antecipadas.

b) Ações em tesouraria.

c) Títulos e valores mobiliários para venda no exercício social seguinte.

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d) Títulos de liquidez imediata.

e) Depósitos em poupança, mercadorias e caixa.

49. O ativo permanente subdivide-se em:

a) investimento, imobilizado e circulante;

b) investimento, imobilizado e realizável;

c) imobilizado, diferido e circulante;

d) investimento, imobilizado e diferido;

e) imobilizado, diferido e realizado.

50. Que tipos de contas são classificadas no ativo circulante?

a) O capital próprio, as exigibilidades e as despesas diferidas.

b) As disponibilidades, as realizações do exercício seguinte e as despesas do exercício seguinte.

c) As disponibilidades e as realizações do exercício seguinte.

d) As disponibilidades apenas.

e) Somente as contas de liquidez imediata.

51. Os direitos realizáveis, após o término do exercício seguinte, são classificados no:

a) ativo circulante;

b) realizável a longo prazo;

c) permanente-imobilizado;

d) exigível a longo prazo;

e) ativo permanente investimento.

52. Impostos a serem pagos no exercício seguinte aparecem no:

a) passivo circulante;

b) passivo exigível a longo prazo;

c) resultado de exercícios futuros;

d) ativo circulante;

e) patrimônio líquido, como redutoras deste grupo.

53. Onde se classificam os empréstimos de curto prazo, tomados junto aos sócios e diretores da empresa?

a) Passivo circulante.

b) Patrimônio líquido.

c) Exigível a longo prazo.

d) Realizável a longo prazo.

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e) Resultado de exercícios futuros.

54. Reservas, lucros não-distribuídos e o capital social são classificados no:

a) ativo circulante;

b) exigível a longo prazo;

c) ativo permanente;

d) patrimônio líquido;

e) patrimônio líquido, como reserva de capital.

55. No ativo encontram-se:

a) bens;

b) direitos de curto e longo prazo;

c) aplicações financeiras;

d) todas as alternativas acima;

e) nenhuma das alternativas anteriores.

56. O capital próprio compreende o:

a) passivo total; d) ativo total;

b) passivo real; e) ativo real.

c) patrimônio líquido;

57. Assinale a afirmativa incorreta.

a) Contas representam elementos patrimoniais e seus valores em um determinado momento inicial, suas variações sofridas no período e sua posição final.

b) O registro de débitos e créditos da mesma natureza, identificados por um título que qualifica um componente do patrimônio denomina-se conta.

c) O livro onde são encontradas as contas individualizadas, assim como os lançamentos nelas efetuados e o seu saldo, é o livro DIÁRIO.

d) A representação gráfica da conta, simplificada para uso didático, ou para facilitar levantamentos sumários, é denominada razonete ou conta em “T” e representa os registros no Razão.

e) Um plano de contas deve possuir, pelo menos, um elenco de contas, a função destas contas e o funcionamentos das mesmas.

58. São contas que representam despesas:

a) multas, impostos e salários;

b) salários a pagar e aluguéis a pagar;

c) juros passivos e juros a pagar;

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d) “a” e “c” estão corretas;

e) dividendos a pagar.

59. A conta aluguéis representa:

a) conta de ativo;

b) conta de passivo;

c) conta de despesa;

d) pode ser uma receita, se for aluguel recebido, ou despesa, se for pago;

e) só pode ser conta de receita.

60. Correlacione as colunas.

1 – Somente contas ativas.

2 – Somente contas passivas.

3 – Somente contas patrimoniais.

4 – Somente contas diferenciais.

5 – Somente contas com saldos devedores.

( ) Duplicatas a pagar, credores, ordenados a pagar, impostos a recolher, provisão para o Imposto de Renda.

( ) Imóveis, caixa, fornecedores, credores, ordenados a pagar.

( ) Móveis e utensílios, caixa, bancos c/movimento, adiantamentos a fornecedores.

( ) Vendas, salários, capital social, encargos tributários, multas.

( ) Salários, caixa, despesas de aluguel, móveis e utensílios, adiantamentos a fornecedores.

a) 1, 2, 3, 4, 5; d) 3, 1, 4, 5, 2;

b) 2, 3, 4, 1, 5; e) 4, 5, 2, 1, 3.

c) 2, 3, 1, 4, 5;

61. De acordo com o método das partidas dobradas:

a) não há débito sem crédito;

b) a soma dos créditos é igual à soma dos débitos;

c) o somatório dos saldos devedores e credores é igual a qualquer momento;

d) da sua aplicação, resulta que, no balanço patrimonial, o ativo seja igual ao passivo;

e) todas as afirmativas estão corretas.

62. Assinale a opção que contenha exclusivamente contas retificadoras.

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a) Encargos de depreciação – depreciação acumulada de veículos – provisão para férias.

b) Depreciação acumulada de veículos – provisão para perdas prováveis em investimentos – duplicatas descontadas.

c) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – provisão para ajustes ao

valor de mercado – provisão para 13o salário.

d) Duplicatas descontadas – provisão para créditos de liquidação duvidosa – provisão para férias.

e) Ações em tesouraria – provisão para ajustes ao valor de mercado – encargos de depreciação.

63. Assinale a alternativa que contém os três grupos de reservas que compõem o patrimônio líquido.

a) Reservas de investimentos, reservas estatutárias e reservas de lucros.

b) Reservas legais, reservas de reavaliação e reserva de lucros.

c) Reservas de lucros a realizar, reservas de lucros e reservas de reavaliação.

d) Reservas de capital, reservas de reavaliação e reservas de lucros.

e) Reservas de contingência, reservas de capital e reservas de lucros.

64. Os grupos de contas que compõem o ativo no balanço patrimonial

são: a) circulante, exigível a longo prazo e permanente; b) circulante, exigível a longo prazo, resultado de exercícios futuros e

permanente; c) circulante, realizável a longo prazo e permanente; d) circulante, realizável a longo prazo, resultado de exercícios futuros e

permanente; e) circulante, realizável a longo prazo e investimentos.

65. Em conformidade com a Lei no 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações), classificam-se no mesmo subgrupo as contas:

a) encargos de depreciação de veículos e depreciação acumulada de veículos; b) provisão para perdas prováveis na realização de investimentos e provisão

para créditos de liquidação duvidosa; c) juros a vencer e juros a acionistas na fase de implantação; d) provisão par perdas prováveis da realização de investimentos e

depreciação acumulada de veículos; e) duplicatas descontadas e duplicatas a pagar. 66. Dentre as seguintes, a conta retificadora que integra o patrimônio

líquido é a de:

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a) lucros acumulados; b) ações em tesouraria; c) reserva de correção de capital realizado; d) capital realizado; e) reserva de avaliação;

67. De acordo com a Lei no 6.404/76, as contas seguros a vencer no exercício social subseqüente e provisão para imposto de renda curto prazo são classificadas, respectivamente, no:

a) ativo diferido e passivo exigível; b) resultado do exercício e ativo circulante; c) ativo circulante e resultado do exercício; d) ativo diferido e passivo circulante; e) ativo circulante e passivo circulante.

68. A Cia. PENDENTE decidiu que o prédio de sua propriedade, localizado à Rua MARCONDES, 280, será alugado, pois não serve mais como sede da sua filial de roupas para crianças. Após a locação realizada, tal imóvel será classificado no grupo de contas do:

a) ativo permanente – investimento;

b) ativo permanente – imobilizado;

c) ativo permanente – diferido;

d) realizável a longo prazo;

e) ativo circulante.

69. O ATIVO PERMANENTE abrange os subgrupos de contas:

a) investimentos, imobilizado e diferido;

b) valores mobiliários, ativo intangível e ativo de funcionamento;

c) pré-operacionais, ativo tangível e ativo fixo;

d) prédios, veículos e móveis e utensílios;

e) ativo depreciável, ativo amortizável e ativo exaurível.

70. Balanço patrimonial é a representação:

a) das variações positivas e negativas do patrimônio, evidenciando a variação sofrida por sua situação líquida;

b) da receita e despesa previstas para determinado período;

c) do movimento de numerário em determinado período;

d) sintética dos elementos que formam o patrimônio, evidenciando a equação existente entre os capitais obtidos e os aplicados no complexo patrimonial;

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e) das variações positivas e negativas do patrimônio, evidenciando o resultado econômico do exercício.

71. (TFC/1996–ESAF) Pedro e Paulo constituíram uma empresa para explorar o comércio de gêneros alimentícios. Subscreveram capital de 100.000,00, integralizado em 20%. Para a integralização, os sócios fizeram empréstimo bancário, individualmente. A empresa adquiriu bens de uso, no valor de 30.000,00, utilizando para pagamento os recursos oriundos da integralização do capital e títulos de crédito, emitidos em favor dos vendedores. Adquiriu, ainda, a prazo, mercadorias para revenda, no valor de 20.000,00. Assim sendo, o capital próprio da nova sociedade é de:

a) zero; d) 50.000,00;

b) 20.000,00; e) 100.000,00.

c) 30.000,00;

72. (ESAF/TTN–1992/SP) Quanto ao seu mecanismo de débito e

crédito, é certo afirmar que as contas:

a) do passivo são debitadas quando obrigações assumidas são liquidadas;

b) do patrimônio líquido são debitadas quando se lhes incorpora a correção monetária do exercício;

c) de despesa são debitadas em contrapartida com conta específica, para apuração do resultado do exercício;

d) do ativo são debitadas quando há saída de bens ou direitos no patrimônio;

e) de receita são debitadas, porque concorrem para o aumento do patrimônio líquido.

73. Numa escrituração contábil, o saldo da conta caixa, em

determinado momento, era de R$ 50.000,00 (devedor). Posteriormente, o contabilista equivocou-se ao fazer um lançamento, debitando a conta que deveria ser creditada e creditando a que deveria ser debitada, provocando com isso um “estouro de caixa”. Tal lançamento pode referir-se a:

a) compra à vista de mercadorias, no valor de R$ 60.000,00;

b) pagamento de duplicata, no valor de R$ 60.000,00;

c) recebimento de crédito, no valor de R$ 50.000,00;

d) emissão de cheque, no valor de R$ 60.000,00 para reforço do numerário em caixa;

e) depósito bancário, no valor de R$ 60.000,00.

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74. (PREFEITURA DE NATAL–RN–2001/ESAF) – O contador da firma Alfa Limitada ME criou os seguintes títulos, para complementar seu plano de contas:

Despesas de aluguel Aluguéis a receber Aluguéis a pagar Aluguéis ativos Aluguéis passivos Aluguéis ativos a vencer (valores recebidos antecipadamente, sem

hipótese de reembolso) Aluguéis passivos a vencer Prêmios de seguros Seguros a vencer Seguros a pagar Impostos e taxas Impostos a recolher Impostos a recuperar Salários Ao codificar as contas acima no plano de contas, o contador

classificou, corretamente: a) sete contas de resultado; b) seis contas patrimoniais; c) seis contas de despesas; d) quatro contas de passivo circulante; e) quatro contas de ativo circulante.

75. (PREFEITURA DE NATAL–RN–2001/ESAF) – A firma Amoreiras S/A

tem um plano de contas corretamente implantado, com uma classificação adequada à elaboração das demonstrações financeiras. Quando a investidora comprou, com a intenção de logo revender, um lote de 0,5% das ações do Banco do Brasil e outro lote de 11% das ações dos Supermercados do Sol S/A, o contador precisou criar os títulos “Valores mobiliários – Ações Banco do Brasil” e “Ações de coligadas – Supermercados do Sol”. Assinale a classificação correta para as citadas contas “Valores mobiliários – Ações Banco do Brasil” e “Ações de coligadas – Supermercados do Sol”, respectivamente.

a) Ativo circulante e ativo realizável a longo prazo. b) Ativo permanente – investimentos e ativo permanente – investimentos. c) Ativo realizável a longo prazo e ativo permanente – investimentos. d) Ativo permanente – investimentos e ativo circulante. e) Ativo circulante e ativo permanente – investimentos.

76. (ATE/MS/2001–ESAF) – Folheando o Plano de Contas utilizado na Empresa Berilo S/A, destacamos os seguintes títulos, pendentes de classificação:

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Título das contas 01 – Ações de coligadas 02 – Ações em tesouraria 03 – Bancos c/movimento 04 – Capital a integralizar 05 – Capital social 06 – Clientes 07 – Despesas antecipadas 08 – Duplicatas a pagar 09 – Duplicatas descontadas 10 – Empréstimos bancários 11 – Mercadorias em estoque 12 – Receitas antecipadas 13 – Venda de mercadorias

Analisando os títulos acima, indique, entre as opções abaixo, aquela que contém a informação classificatória verdadeira.

a) Todas as contas acima são patrimoniais e devem figurar no balanço patrimonial.

b) Sete das contas acima apresentam saldos devedores e seis apresentam saldos credores.

c) Das contas acima, três são integrais credoras, três são de resultado e duas são retificadoras.

d) A relação acima contém três contas de resultado, cinco contas de saldos devedores e cinco contas de saldos credores.

e) A relação acima contém três contas retificadoras, duas contas de passivo e uma conta de resultado.

77. (ATE/MS/2001–ESAF) – As contas e saldos listados a seguir foram extraídos, entre outras contas, do livro Razão da Cia. Comercindústria, no último dia do exercício social:

Contas (em ordem alfabética) saldos(R$) Ações de coligadas 100,00 Aluguéis a pagar 150,00 Aluguéis a receber 200,00 Caixa 250,00 Capital a integralizar 300,00 Capital social 950,00 Clientes 900,00 Duplicatas aceitas 850,00 Duplicatas emitidas 800,00 Fornecedores 750,00 Juros ativos 700,00 Juros passivos 650,00 Máquinas e equipamentos 600,00

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Materiais 550,00 Mercadorias 500,00 Notas promissórias aceitas 450,00 Notas promissórias emitidas 400,00 Receitas a receber 350,00 Receitas a vencer 300,00

Considerando, exclusivamente, as contas acima listadas, podemos verificar que os saldos devedores e os créditos da empresa estão nelas evidenciados, respectivamente, pelos valores de:

a) R$ 5.650,00 e R$ 4.100,00;

b) R$ 2.700,00 e R$ 3.800,00;

c) R$ 2.900,00 e R$ 4.200,00;

d) R$ 5.300,00 e R$ 4.450,00;

e) R$ 5.650,00 e R$ 3.000,00.

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GABARITO AULA 05

1 – B 17 – B 33 – B 49 – D 65 – D

2 – A 18 – B 34 – C 50 – B 66 – B

3 – C 19 – A 35 – B 51 – B 67 – E

4 – D 20 – C 36 – E 52 – A 68 – A

5 – E 21 – C 37 – D 53 – A 69 – A

6 – A 22 – C 38 – A 54 – D 70 – D

7 – D 23 – D 39 – C 55 – D 71 – B

8 – D 24 – D 40 – D 56 – C 72 – A

9 – D 25 – C 41 – A 57 – C 73 – D

10 – E 26 – D 42 – A 58 – A 74 – E

11 – B 27 – B 43 – A 59 – D 75 – E

12 – D 28 – A 44 – D 60 – C 76 – B

13 – C 29 – B 45 – E 61 – E 77 – E

14 – B 30 – D 46 – E 62 – B

15 – B 31 – E 47 – A 63 – D

16 – D 32 – C 48 – B 64 – C

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AULA 6: O LANÇAMENTO CONTÁBIL

Hoje estamos chegando na metade do nosso curso e pelo que temos acompanhado pelas perguntas de vocês, há muita gente boa na “sala”, gente, cujo nome, certamente estará na lista dos aprovados. Isto nos deixa extremamente gratificados!!!

Mas, para alcançarem este objetivo, é necessário seguir em frente e agora o assunto é o lançamento contábil.

Vejam que começamos pelos aspectos conceituais da contabilidade, depois vimos as contas e agora apresentaremos o modo de registrar os fatos contábeis. Estamos apenas começando a tratar da primeira técnica contábil, que é a escrituração.

O LANÇAMENTO CONTÁBIL

Lançamento, em Contabilidade, representa o registro de um fato que afeta o patrimônio da empresa, de forma qualitativa ou quantitativa, ou seja, um FATO CONTÁBIL.

O lançamento é representado pela partida, que em contabilidade significa a expressão contábil que apresenta o fato pelo registro.

Os principais requisitos de um lançamento são a integridade, a clareza, a exatidão e a propriedade descritiva e intitulativa.

Os lançamentos podem ser analíticos ou sintéticos. Os lançamentos analíticos são aqueles feitos com riqueza de detalhes ao passo que o lançamento sintético é aquele em que não há detalhes de análise.

Como os lançamentos registram os fatos contábeis é necessário que façamos um estudo sobre o que sejam os fatos contábeis.

1. ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS

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Nas empresas, durante a sua existência, são praticados muitos atos administrativos que, de uma ou de outra forma, afetam a entidade, quer no seu potencial de gerar maior capacidade operacional, quer na estrutura patrimonial.

Dentro dessa acepção, os atos administrativos são classificados e atos administrativos propriamente dito e fatos administrativos ou fatos contábeis.

Atos Administrativos: são aqueles atos praticados pela gestão da empresa no intuito de organização e estruturação. Eles não provocam alterações no patrimônio da entidade, portanto não interessam à Contabilidade. São exemplos deste tipo de ato: elaboração de parecer, advertência a funcionário, marcação de reuniões, planejamento estratégico etc.

Fatos Administrativos (ou Fatos Contábeis): são os fatos que provocam alterações nos elementos do patrimônio ou do resultado. São os fatos que interessam à Contabilidade, portanto nosso estudo concentra-se neste tipo de fato. Como exemplos podemos citar a aquisição de mercadorias, o pagamento de salários, o aumento do capital social, a contratação de um empréstimo etc.

1.1. FATO ADMINISTRATIVO (CONTÁBIL)

Pelo que foi exposto, fato administrativo é qualquer acontecimento que traz reflexos no patrimônio, alterando-o na sua qualidade e/ou na sua quantidade. Interessante frisar que os fatos que alteram o patrimônio quantitativamente também o alteram em sua qualidade. A análise dos fatos contábeis deve ser feita tendo em mente as alterações que eles provocam no patrimônio líquido. Com relação às alterações no patrimônio líquido que os fatos contábeis podem provocar, eles são classificados em FATOS PERMUTATIVOS, FATOS MODIFICATIVOS e FATOS MISTOS.

1.2. FATOS PERMUTATIVOS OU COMPENSATIVOS

Fatos contábeis permutativos são aqueles que não provocam alterações quantitativas no valor do PATRIMÔNIO LÍQUIDO. Nessa espécie de fatos contábeis há apenas permutas entre os elementos patrimoniais ATIVOS e/ou PASSIVOS.

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Percebam que nesses fatos há alterações no patrimônio da entidade, porém estas alterações no patrimônio são apenas qualitativas.

Vejamos alguns exemplos de fatos permutativos:

a) compra de mercadorias, à vista (há a troca de bens por bens, isto é, mercadorias por moeda, tudo dentro do ATIVO);

b) compra de mercadorias, a prazo (há somente a troca de bens por obrigações, isto é, mercadorias por duplicatas a pagar ou fornecedores, ou seja, só movimenta ATIVO e PASSIVO);

OBS. No ato de compra de mercadorias não pode haver resultado (receita ou despesa), mesmo na hipótese de ter recebido um desconto, o que ocasionará a diminuição do custo e não um lucro. A esse respeito vejam a seguinte historinha: “A mulher chega em casa e diz – Amor, olha só: comprei essa bolsa que custa R$ 500,00 e paguei apenas R$ 400,00. Ganhei R$ 100,00 nessa compra”. Percebam que ela não ganhou absolutamente nada. Ela deixou de gastar R$ 100,00, isto é, ela diminuiu o custo de aquisição. Agora, se ela fosse vender aquela bolsa por R$ 700,00, ela terá ganho R$ 200,00 se não tivesse obtido o desconto e R$ 300,00, considerando o desconto. Percebe-se que se ela fez uma compra com desconto ela poderá ganhar mais por ocasião da venda, no entanto, no momento da compra nada ganhou!!!

c) recebimento em dinheiro de uma duplicata (há somente a troca de bens por direito, isto é, de moeda por duplicatas a receber);

d) aumento do capital por incorporação de lucros (há somente a troca de patrimônio líquido por patrimônio líquido, isto é, reservas de lucros por capital);

e) venda de mercadorias ou qualquer bem pelo preço de custo (há somente a troca bens por bens, isto é, mercadorias por moeda);

f) pagamento de uma obrigação, sem acréscimo ou desconto (há somente a troca de bem por obrigação, isto é, desaparece uma obrigação e um bem de igual valor não alterando o valor do patrimônio líquido).

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Obs.: Lembre-se do princípio da competência (pagamento de salários, aluguéis, juros etc. no mês seguinte ao da competência da despesa é obrigação, pois as despesas devem ser apropriadas ao resultado do mês da ocorrência do fato gerador. Assim, esses pagamentos representam apenas fatos permutativos).

1.3. FATOS MODIFICATIVOS

Como os fatos são analisados e classificados segundo os efeitos que provocam no patrimônio líquido, os fatos modificativos são aqueles que provocam alterações no valor do patrimônio líquido, ou seja, são as alterações quantitativas do patrimônio líquido. Os fatos modificativos também alteram a qualidade do patrimônio, porém não provocam permuta entre elementos patrimoniais ou entre contas patrimoniais.

As modificações no patrimônio líquido podem ser aumentativas ou diminutivas. São aumentativos os fatos que provocam aumento no patrimônio líquido e diminutivos aqueles que provocam diminuição no patrimônio líquido.

Os fatos modificativos envolvem, geralmente, uma conta de resultado e uma conta patrimonial. Pode ocorrer que sejam envolvidas mais de uma conta patrimonial, sem haver, no entanto, permuta entre as contas patrimoniais.

A título de exemplo podemos apresentar os seguintes fatos:

Fatos modificativos aumentativos:

a) Recebimento de aluguel no dia do seu vencimento relativo a imóvel da entidade (há uma receita e movimentação positiva no caixa, lembrando que as receitas aumentam o PL).

b) Recebimento de juros na data da ocorrência do seu fato gerador (ocorre uma receita e aumento no caixa/bancos, aumentando o patrimônio líquido).

c) Aumento de capital com recursos dos sócios ou acionistas (há o aumento de caixa/bancos/bens e aumento do patrimônio líquido. Vejam que o aumento ou integralização do capital pode ser feito em dinheiro,

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bens e direitos ou em ambos e nesse caso movimentamos o patrimônio líquido em contrapartida de diversas contas do ativo, sem que haja permuta entre esses elementos do ativo).

d) Recebimento à vista de serviços prestados (ocorre um aumento na conta caixa/bancos e ocorre uma receita, o que faz aumentar o patrimônio líquido).

e) Conversão de uma obrigação em capital social (há uma redução de passivo sem o correspondente ativo, vale dizer, uma receita e o conseqüente aumento do patrimônio líquido).

Fatos modificativos diminutivos:

a) Pagamento de despesa de salários dentro do mês do trabalho realizado (ocorre a diminuição de caixa/bancos e uma despesa, lembrando que despesas geram reduções no PL).

b) Apropriação (reconhecimento, lançamento) de despesas (salários, aluguéis, juros, impostos etc.). Isto ocorre quando a despesa ocorre e elas não são liquidadas no ato, fazendo surgir um passivo. Conforme vimos no princípio da competência, pelo surgimento de um passivo sem o correspondente ativo, considera-se ocorrida uma despesa.

c) Despesas financeiras pagas ao banco ou o seu reconhecimento (percebam que a despesa isolada paga ou assumida constitui fato modificativo; já o pagamento de uma obrigação com juros constitui fato misto, como veremos a seguir).

d) Distribuição de lucros aos sócios ou acionistas (ocorre a diminuição de caixa/bancos e do patrimônio líquido, visto que dividendos são pagos a partir da conta de Lucros Acumulados ou outras contas do Patrimônio Líquido).

e) Retirada de um sócio da sociedade com bens da empresa (ocorre, igualmente, a redução de ativo e do patrimônio líquido. Veja que é a situação inversa do que ocorre no caso da integralização ou do aumento do capital).

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Lembrem-se: Para que um fato contábil seja considerado modificativo, é condição essencial que não haja permuta de elementos patrimoniais, pois, se houver, o fato será ou permutativo ou misto, mas jamais modificativo.

1.4. FATOS MISTOS

São aqueles fatos em que ocorre uma permuta de elementos patrimoniais e também há alteração do patrimônio líquido, isto é, são as mutações patrimoniais que combinam fatos permutativos com fatos modificativos. Por isso podem ser aumentativos ou diminutivos. Estamos diante de fato dessa natureza quando há alterações qualitativas e quantitativas do patrimônio.

Para ilustrar esse tipo de fatos, podemos citar os seguintes exemplos:

Fatos mistos aumentativos

a) Venda de mercadorias e quaisquer bens do ativo, com lucro (ocorre a diminuição de mercadoria em estoque ou bens do ativo e a entrada de recursos no caixa ou o aumento de disponibilidades ou contas a receber, o que constitui um fato permutativo até o valor da igualdade, porém a troca não é equânime, isto é, as disponibilidades ou duplicatas a receber aumentam com valor maior do que o valor das mercadorias ou os bens que saem do ativo, ocasionando um aumento do patrimônio líquido através do lucro).

b) Recebimento de títulos com acréscimo de juros (também ocorre uma permuta entre caixa/bancos com duplicatas a receber, porém em valor maior, o que representa aumento do patrimônio líquido, pois ocorre uma receita, conforme vimos no princípio da competência, ou seja, há o surgimento de um ativo independentemente da intervenção de terceiros).

c) Pagamento de duplicatas, com desconto (é o caso de haver receita, pela conceituação do art. 9o dos princípios de contabilidade, e também uma permuta, isto é, há redução de passivo e de ativo, porém este

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último em menor valor, ou ainda, há o desaparecimento de um passivo sem o correspondente ativo).

Fatos mistos diminutivos

As situações que fazem surgir fatos mistos diminutivos representam o oposto das que fazem surgir os fatos mistos aumentativos:

a) Venda de mercadorias e quaisquer bens do ativo, com prejuízo (há a permuta de mercadorias e caixa, porém com diminuição do patrimônio líquido, pois houve uma despesa).

b) Pagamento de uma duplicata com juros (é o caso de pagamento da duplicata, fato permutativo, com despesas de juros).

c) Recebimento de duplicatas, com desconto (é o caso de diminuição de ativo, ou seja, despesa, por meio de permuta).

Atenção!!!

Percebam que se a receita ou despesa do fato permutativo for o sujeito da oração na pergunta, então o fato será modificativo. Exemplos:

O lucro obtido na venda de mercadoria = fato modificativo aumentativo;

O juro pago na liquidação de uma dívida = fato modificativo diminutivo.

1.5. EXEMPLO PRÁTICO

Considere as operações abaixo:

1) Compra de veículo à vista, no valor de $10.000,00. Suponha que o patrimônio da empresa estava assim representado, antes do fato:

ATIVO PASSIVO Caixa 100.000 Máquinas 50.000

Passivo exigível Títulos a pagar 30.000

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Patrimônio líquido Capital 120.000

TOTAL 150.000 TOTAL 150.000

O fato administrativo acima (compra de veículo) gerou o lançamento abaixo no livro Razão. Veja os razonetes:

CAIXA VEÍCULOS

(SA) 100.000

10.000 (1)

(1) 10.000

90.000

(SA) = Saldo anterior

Podemos observar que o débito na conta de veículos gerou um aumento de $ 10.000 no ativo, enquanto que o crédito de $10.000 no caixa gerou uma redução de $10.000 também no ativo. Portanto, o valor do ativo permaneceu inalterado, assim como o do PL, por isso o fato é PERMUTATIVO. Ficou assim o patrimônio, após a transação:

ATIVO PASSIVO Caixa 90.000 Veículos 10.000 Máquinas 50.000

Passivo exigível Títulos a pagar 30.000 Patrimônio líquido Capital 120.000

TOTAL 150.000 TOTAL 150.000

2) Recebimento, em dinheiro, de uma receita de aluguel no valor de $ 5.000,00. Este fato gera o seguinte lançamento no Razão:

CAIXA RECEITA DE ALUGUEL

(SA) 90.000 (2) 5.000

5.000 (2)

95.000

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O patrimônio fica assim após a transação:

ATIVO PASSIVO Caixa 95.000 Veículos 10.000 Máquinas 50.000

Passivo exigível Títulos a pagar 30.000 Patrimônio líquido Capital 120.000 Lucros 5.000

TOTAL 155.000 TOTAL 155.000

Reparem que o patrimônio líquido aumentou de $ 120.000,00 para $ 125.000,00, após o fato. Portanto, este foi um FATO MODIFICATIVO AUMENTATIVO. Daí podemos concluir que o simples recebimento de um RECEITA (isoladamente) gera um fato modificativo aumentativo. Caso se tratasse do pagamento de uma DESPESA (também isoladamente), teríamos um fato modificativo diminutivo.

3) Pagamento de um título, em dinheiro, no valor de $ 20.000, mais juros de $ 5.000,00. O lançamento seria:

CAIXA TÍTULOS A PAGAR DESPESA DE JUROS

(SA) 95.000 25.000 (3) (3) 20.000 30.000 (SA) (3) 5.000

70.000 10.000

O Patrimônio ficaria assim após a transação:

ATIVO PASSIVO Caixa 70.000 Veículos 10.000 Máquinas 50.000

Passivo exigível Títulos a pagar 10.000 Patrimônio líquido Capital 120.000

TOTAL 130.000 TOTAL 130.000

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Este fato administrativo é a combinação de um fato permutativo (pois há permuta de elementos patrimoniais – caixa e títulos a pagar) com um fato modificativo (pagamento de despesa de juros). Sendo assim, este é um FATO MISTO DIMINUTIVO. Repare que houve uma despesa de juros no valor de $5.000, portanto o lucro foi reduzido em $5.000 e ficou com o valor nulo, reduzindo, pois, o PL em $5.000,00.

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma: 1. (AGENTE TRIBUTÀRIO ESTADUAL – ATE – MS-ESAF-2001) – O fato

contábil decorrente da quitação ou liquidação de um crédito de curto prazo causa no patrimônio o seguinte efeito:

a) diminuição do ativo disponível e do passivo circulante; b) aumento do ativo disponível e do passivo circulante; c) diminuição e aumento no passivo circulante, simultaneamente; d) diminuição e aumento no ativo circulante, simultaneamente; e) não haverá alterações, pois o fato é permutativo. 2. (TÉC. CONTAB/CONTROLADORIA–99) Quando há o aumento do

capital com utilização de lucros acumulados e reservas, observa-se que:

a) haverá aumento no capital próprio; b) não há variação no capital próprio; c) haverá a diminuição no capital próprio; d) haverá aumento no passivo e diminuição no patrimônio líquido; e) haverá a diminuição no passivo e aumento no patrimônio líquido.

3. (ESAF/TTN–1994/vespertino) – Assinale a opção incorreta. a) O princípio fundamental do Método das Partidas Dobradas é o de que não

há devedor sem credor e vice-versa, correspondendo a cada débito, invariavelmente, um crédito de igual valor.

b) O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa ou a uma entidade.

c) No balanço patrimonial, o total do ativo é sempre igual ao do passivo. d) No lançamento, a data e o histórico exercem função histórica. e) Método de escrituração é a forma de registrar os fatos administrativos. 4. (ESAF/TRF–2000) Abaixo são apresentadas cinco afirmativas.

Escolha, entre elas, a única que não expressa inteiramente a verdade.

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a) O pagamento, em cheque bancário, do valor de uma duplicata, acrescido de encargos de juros e de mora, deve ser contabilizado em lançamento de terceira fórmula.

b) Quando o extrato bancário de uma empresa apresenta saldo credor, o valor desse saldo passa a representar um passivo na estrutura patrimonial.

c) A aquisição de máquinas, parte para alugar e parte para revender, com entrada em dinheiro e aceite de títulos pelo valor restante, caracteriza um fato administrativo permutativo.

d) Recebimento de duplicata em cheque é um fato permutativo. e) Venda de um veículo de uso a prazo, por valor acima do valor contábil,

caracteriza fato misto aumentativo. 5. A venda à vista, por R$ 2.000,00, de mercadorias adquiridas a

prazo, por R$ 1.600,00, representa fato: a) modificativo, porque modificou tanto o ativo quanto o passivo; b) permutativo, porque permutou mercadorias adquiridas a prazo por

dinheiro; c) modificativo, porque as mercadorias foram convertidas em dinheiro; d) permutativo, porque houve diminuição do saldo da conta mercadorias e

aumento do passivo; e) misto, porque modificou o ativo (com permuta de caixa e mercadorias) e a

situação líquida. 6. Aumenta o patrimônio líquido: a) pagamento de salários; b) recebimento de duplicatas a receber; c) recebimento de duplicatas com juros; d) pagamento de obrigações em dinheiro; e) compra, à vista, de móveis e utensílios com desconto. 7. Numa empresa, o recebimento de juros (sobre adiantamento feito

a empregado), sem o recebimento do principal correspondente, é um fato contábil:

a) misto aumentativo; b) modificativo aumentativo; c) permutativo; d) misto diminutivo; e) modificativo diminutivo. 8. No pagamento de uma obrigação tributária, já registrada em seu

passivo, a empresa ultrapassou o prazo de vencimento, tendo que resgatá-la com os respectivos acréscimos legais cabíveis. Essa operação caracteriza-se como um fato contábil:

a) permutativo; d) modificativo aumentativo; b) misto diminutivo; e) modificativo diminutivo. c) misto aumentativo;

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9. A emissão de cheque, no valor de R$ 1.000,00, para pagamento de uma duplicata, com juros de 25%, representa:

a) fato permutativo; b) fato modificativo aumentativo; c) fato modificativo diminutivo; d) fato misto aumentativo; e) fato misto diminutivo. 10. (AGERS/RS/98) Considere a representação gráfica do patrimônio,

em R$, em dois momentos. “ANTES” ATIVO PASSIVO E P. LÍQUIDO Caixa 50 Fornecedores 20 Mercadorias 20 Credores 100 Imobilizado 150 Capital social 100 220 220 “DEPOIS” ATIVO PASSIVO E P. LÍQUIDO Caixa 50 Fornecedores 20 Clientes 10 Credores 100 Mercadorias 15 Patrimônio líquido 105 Imobilizado 150 225 225

Pode-se afirmar que o fato contábil ocorrido entre “ANTES” e “DEPOIS” é um fato:

a) misto aumentativo; d) modificativo aumentativo; b) permutativo; e) modificativo diminutivo. c) misto diminutivo; 11. (MTB–CESPE–UNB/94) A operação que caracteriza um fato contábil

permutativo é o(a): a) execução de serviços a terceiros, para pagamento a prazo; b) recebimento de doação, por uma empresa estatal; c) aumento de capital, com a utilização de lucros acumulados e de reservas

legais; d) apuração do resultado de correção monetária de ativo permanente e do

patrimônio líquido; e) aumento de capital, com nova subscrição dos sócios. 12. (ESAF/TFC–1996) Ocorre um fato contábil modificativo

aumentativo: a) na prestação remunerada de serviço; b) no recebimento de duplicata julgada incobrável, mas ainda não baixada; c) na alienação de mercadorias a prazo, com incidência de juros de mora; d) na permuta de bens do ativo, com recebimento de troco em dinheiro; e) na realização de capital subscrito.

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13. (PF/PERITO/1993) Determinada empresa decidiu aumentar o seu capital, utilizando-se, para isso, de recursos de lucros obtidos em exercícios anteriores. Essa decisão caracteriza-se como um:

a) fato contábil modificativo; b) fato contábil permutativo; c) fato contábil misto; d) ato administrativo.

2. LIVROS EMPRESARIAIS

Os fatos contábeis devem ser escriturados em livros próprios. Assim, o empresário, seja ele pessoa física ou pessoa jurídica, qualquer que seja o seu ramo de atividade, deve escriturar os fatos contábeis nos livros obrigatórios.

Constitui exceção a essa obrigatoriedade o titular de pequena empresa, o chamado microempresário e o empresário de pequeno porte, pois o Código Civil, Lei nº 10.406/2002, art. 1.179, § 2º, o exonerou dessa atribuição.

A escrituração contábil, conforme já se pode observar, não poderá ser efetuada de qualquer forma, pois isto dificultaria a compreensão e interpretação dos registros por terceiras pessoas. Certas regras devem ser observadas na escrituração dos fatos contábeis, tais como: a escrituração deve ser mantida em registros permanentes; em idioma e moeda nacionais; observância de critérios uniformes no tempo; devem ser observados os dispositivos legais pertinentes aos fatos contábeis; e, sobretudo, deve-se observar princípios contábeis aceitos.

Devemos dissociar a escrituração comercial da comercial, pois uma está atrelada à legislação comercial e outra à legislação fiscal. Muitas vezes a legislação fiscal obriga os empresários a determinados atos a que são obrigados pela legislação comercial. Neste particular, o regulamento do Imposto de Renda obriga todas as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real1 a manter escrituração em livros adequados. Já para as demais pessoas jurídicas praticamente há uma dispensa de escrituração, desde que mantenham livro caixa e livro de registro de inventário, dispensado o pequeno contribuinte, definido em regulamentos. 1 Lucro real é um lucro fiscal que parte do resultado do período fazendo a este alguns ajustes, quer por adições, exclusões e compensações, obrigadas ou admitidas pela legislação fiscal.. As pessoas jurídicas são tributadas pelo Imposto de Renda pelo lucro real, presumido ou arbitrado, além do Simples, que é uma forma simplificada de tributação aplicada às microempresas e empresas de pequeno porte.

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Uma das grandes vantagens de a empresa manter escrituração contábil adequada, comprovada por documentos hábeis e idôneos e mantida com observância das disposições legais é que ela faz prova a favor do empresário em caso de litígio judicial.

O empresário faz a escrituração de muitos livros que são exigidos por lei, entretanto ele registra outros que lhe são úteis pelas informações e forma de escrituração. Desta forma, há livros empresariais de escrituração obrigatória e outros de escrituração facultativa, de acordo com a legislação comercial, hoje abrangida pelo Código Civil. Além destes, o empresário é obrigado a escriturar outros livros, por força da legislação trabalhista, tributária ou previdenciária.

Os livros obrigatórios são todos aqueles exigidos por leis específicas, como a comercial, fiscal ou societária. Ex.: Diário, Registro de Ações, de Debêntures, Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) etc.

Livros facultativos são aqueles mantidos para defesa dos interesses das entidades ou para dar maior clareza aos registros dos livros obrigatórios. Ex.: Caixa, Contas-Correntes etc. Além destes livros, o empresário poderá criar novos instrumentos de registro contábil, ou seja, novos livros empresariais facultativos, de acordo com as suas necessidades administrativas, gerenciais e de controle.

Quanto à importância, os livros empresariais podem ser principais ou auxiliares.

Livros principais são aqueles que apresentam todas as informações sobre a empresa, porém são geralmente sintéticos ou não se prestam para uma análise detalhada da situação patrimonial. Ex.: Diário e Razão.

Já os livros auxiliares oferecem informações mais específicas (analíticas) sobre uma ou mais contas, complementando os livros principais. Sua ausência não importa sanção alguma ao empresário quando possua os livros principais adequadamente registrados. Ex.: Caixa e Contas-Correntes.

Existem muitas outras classificações dos livros empresariais, merecendo o nosso destaque ainda a que subdivide os livros em comuns (Diário), cuja escrituração é imposta a todos

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os empresários; e em especiais (livro de Registro de Ações Nominativas), que são aqueles que interessam apenas para algumas categorias de empresários.

O livro RAZÃO, no que tange à legislação fiscal, passou a ser obrigatório a partir do ano-calendário de 1992, com a Lei nº 8.383/91 para as empresas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro real. O livro Caixa, para as empresas tributadas pelo lucro presumido, uma das formas de tributação do imposto de renda; e também para as empresas optantes pelo SlMPLES, quando inexiste Contabilidade completa ou quando o contribuinte não queira manter escrituração completa. Ademais, pela importância e utilidade do livro RAZÃO, a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) nº 563/83 obriga a sua escrituração no exercício das atividades do contabilista.

As microempresas e empresas de pequeno porte que optarem pelo sistema SIMPLES de tributação podem manter uma escrituração contábil específica, simplificada se assim o desejarem, utilizando apenas dois livros: o Livro Caixa e o Registro de Inventário (Lei nº 9.317/96, art. 7º).

O novo Código Civil (Lei nº 10.406/2002) revogou toda a parte primeira do Código Comercial (Lei nº 556/1850), incluídos os artigos que tratavam da escrituração. Assim, conforme o Código Civil (art. 1.179), o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de Contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.

2.1. LIVROS PRINCIPAIS DE ESCRITURAÇÃO: CARACTERÍSTICAS

2.1.1. LIVRO DIÁRIO

Conforme o Código Civil, além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas, no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados

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no Registro Público de Empresas Mercantis. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o empresário ou a sociedade empresária, que poderá fazer autenticar livros não-obrigatórios.

A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens.

No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa. Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de trinta dias, relativamente a contas, cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação.

Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária. O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis especiais, e indicará, distintamente, o ativo e o passivo. O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e perdas acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, na forma da lei especial, no caso a Lei nº 6.404/76 (Lei das S.A.).

O empresário ou a sociedade empresária que adotar o sistema de fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro Balancetes Diários e Balanços, observadas as mesmas formalidades extrínsecas exigidas para aquele.

O livro Balancetes Diários e Balanços será escriturado de modo que registre:

I – a posição diária de cada uma das contas ou títulos contábeis, pelo respectivo saldo, em forma de balancetes diários;

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II – o balanço patrimonial e o de resultado econômico, no encerramento do exercício.

Com base na escrituração contábil feita no livro Diário, é apurado o lucro líquido do período-base (lucro contábil). A partir do lucro líquido, já então por meio do Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), obtém-se o lucro real, base de cálculo do Imposto de Renda das pessoas jurídicas tributadas por essa forma.

Na forma comum de livro, o Diário deve ser encadernado com folhas numeradas seqüencialmente (tipograficamente, em se tratando de livro, e mecânica ou tipograficamente, no caso de folhas contínuas), onde serão registrados os fatos contábeis por meio de lançamentos dia a dia, lembrando sempre que as demonstrações financeiras serão transcritas nesse livro ao final do período contábil, completando-se com as assinaturas do contabilista e do titular ou representante legal da entidade.

Nas empresas que utilizam a escrituração informatizada ou mecanizada, as demonstrações financeiras, tais como balanço patrimonial e demais apresentações contábeis, serão transcritas em livro próprio, autenticado no órgão de registro competente (Juntas Comerciais), salvo se as demonstrações constarem das fichas e/ou folhas contínuas e forem levado a registro, contendo os devidos termos de abertura e encerramento, quando então substitui perfeitamente o livro Diário.

Quando as entidades utilizarem computação eletrônica como meio de escrituração, as fichas deverão ser numeradas automaticamente pelo programa e, no final do período contábil, o livro deverá ser encadernado.

Os livros regularmente escriturados possuem eficácia probatória, ao passo que, por serem equiparados a documentos públicos, sujeitam o empresário a penas mais graves no caso de falsificação. Vê-se. Portanto, que a escrituração regular faz prova a favor do empresário ao passo que a escrituração eivada de vícios faz prova contra o empresário.

O livro Diário deverá conter termos de abertura e encerramento e ser autenticado no órgão competente (Juntas Comerciais para o empresário e as sociedades empresárias; Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, para as sociedades simples). Tendo em vista o exposto, podemos resumir as formalidades exigíveis para o livro diário, assim como para os

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demais livros empresariais obrigatórios, que podem ser EXTRÍNSECAS ou INTRÍNSECAS.

Intrínsecos são os requisitos pertinentes à técnica contábil, isto é, à forma de escriturar os fatos contábeis; extrínsecos são os requisitos relativos à segurança dos livros e sua apresentação.

FORMALIDADES EXTRÍNSECAS

FORMALIDADES INTRÍNSECAS

–Encadernado com páginas numeradas.

– Registrado no órgão competente.

– Termos de Abertura e Encerramento.

– Ordem cronológica.

– Não são permitidos borrões, rasuras ou emendas.

– Não são permitidos espaços em branco e ocupação de margens ou entrelinhas.

– Método uniforme de escrituração.

2.1.2. LIVRO DE REGISTRO DE DUPLICATAS

No livro de Registro de Duplicatas, registram-se as vendas em prazos superiores a 30 (trinta) dias. A pessoa jurídica deverá, por exigência da Lei nº 5.474, de 18/07/68, escriturar cronologicamente todas as duplicatas emitidas, com número de ordem, data e valor das faturas originais, data da expedição, nome e domicílio do comprador, anotações de reforma, prorrogação e outras circunstâncias. É, neste caso, considerado um livro especial.

Pode ser utilizado para escrituração resumida do livro Diário, sendo assim considerado livro auxiliar de escrituração comercial, desde que devidamente autenticado na repartição competente.

2.1.3. LIVRO REGISTRO DE INVENTÁRIO

Destina-se ao registro de inventários de mercadorias, matérias-primas, material secundário, produtos acabados, produtos em processo de fabricação, embalagens, combustíveis e

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lubrificantes, material de expediente etc., existentes em estoque no encerramento do período-base.

As pessoas jurídicas poderão criar modelos próprios, contendo fichas numeradas que satisfaçam as necessidades de seu negócio, podendo ainda utilizar outros livros exigidos por outras leis fiscais, bem como livros, fichas, formulários contínuos, que substituam o livro de Registro de Inventário, devendo ser registrados e autenticados pelas Juntas Comerciais (Sociedades Empresárias), Cartório do Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou pela Secretaria da Receita Federal – SRF (agências, inspetorias, delegacias).

2.1.4. LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL (LALUR)

Conforme visto anteriormente, o lucro líquido do exercício, obtido pela Contabilidade através da demonstração do resultado do exercício, é o chamado lucro contábil. Este é apenas o ponto de partida para a obtenção da base de cálculo do imposto de renda das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real.

O Decreto-lei nº 1.598/77 criou o LALUR para que nele fosse lançado o lucro líquido do período-base, efetuados os devidos ajustes e apurada a demonstração do lucro real. Tudo isso na parte A. Além disso, destina-se também a manter os registros de controle de prejuízos fiscais a compensar em períodos-base subseqüentes, do lucro inflacionário a realizar, da depreciação acelerada incentivada, da exaustão mineral com base na receita bruta, bem como dos demais valores que devam influenciar a determinação do lucro real de períodos-base futuros e que não constem da escrituração comercial. Esses controles são efetuados na parte B do LALUR, que funciona como se fosse um livro razão, visto que controla cada uma das contas individualmente. Tem como outra função manter os registros de controle dos valores excedentes a serem utilizados no cálculo das deduções nos períodos-base subseqüentes, dos dispêndios com programa de alimentação do trabalhador, vale-transporte e outros previstos no regulamento do imposto de renda.

As empresas que apuram o lucro real mensal, opcionalmente, utilizarão o LALUR para transcrição das demonstrações dos resultados, balanços ou balancetes mensais de suspensão.

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O LALUR deve ser escriturado por todas as pessoas jurídicas contribuintes do imposto de renda, tributadas com base no lucro reais, inclusive filiais, sucursais ou representantes de pessoas jurídicas domiciliadas no exterior, firmas individuais e cooperativas que realizem negócios com não-cooperados.

Quanto à escrituração, as pessoas jurídicas poderão utilizar-se de processo eletrônico de dados, desde que observem as normas da Lei nº 8.218/91, art. 18. Na primeira e na última folha, deverão constar, respectivamente, Termo de Abertura e Termo de Encerramento, identificação do contribuinte, sendo dispensável a autenticação por qualquer órgão.

2.1.5. LIVRO RAZÃO

As contas registram as variações sofridas pelo patrimônio e seus componentes (ativo, passivo e patrimônio líquido), possibilitando assim a elaboração das demonstrações financeiras. O livro contábil que contempla as contas e suas movimentações é o livro Razão pelo fato de ser um livro sistemático. A sua escrituração deve ser individualizada em uma folha ou ficha para cada conta (à exceção da escrituração por computador) e os lançamentos obedecem à ordem cronológica das operações. Está dispensado de registro ou autenticação nos órgãos competentes.

O livro Razão é, por excelência, um livro sistemático, no qual são controladas as movimentações sofridas de cada conta individualmente. A escrituração básica é realizada no livro Diário, sendo os registros de débitos e créditos transcritos para o Razão. O livro Razão é considerado livro facultativo pela legislação comercial, tendo sido tornado obrigatório para as empresas tributadas com base no lucro real, pelas Leis nº 8.218/91 e nº 8.383/91, portanto sob amparo da legislação fiscal. Passou a ser de escrituração obrigatória e permanente após a Resolução CFC nº 563/83.

Comparando os dois principais livros da Contabilidade, podemos observar que no livro RAZÃO acompanhamos as alterações ocorridas nas conta, ISOLADAMENTE, evidenciando sempre o saldo de cada uma delas. Já o livro DIÁRIO registra o fato completo, indicando as modificações sofridas por todas as contas envolvidas em um determinado lançamento.

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2.2. PRINCIPAIS LIVROS SOCIETÁRIOS (LEI Nº 6.404/1976)

São os livros obrigatórios para as sociedades anônimas (S.A.). A Lei no 6.404/1976, em seu art. 100, estabelece que são obrigatórios os seguinte livros:

Art. 100. A companhia deve ter, além dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes, revestidos das mesmas formalidades legais:

I – o livro de Registro de Ações Nominativas, para inscrição, anotação ou averbação: (Redação dada pela Lei no 9.457, de 05/05/1997.)

a) do nome do acionista e do número das suas ações;

b) das entradas ou prestações de capital realizado;

c) das conversões de ações, de uma em outra espécie ou classe; (Redação dada pela Lei no 9.457, de 05/05/1997.)

d) do resgate, reembolso e amortização das ações, ou de sua aquisição pela companhia;

e) das mutações operadas pela alienação ou transferência de ações;

f) do penhor, usufruto, fideicomisso, da alienação fiduciária em garantia ou de qualquer ônus que grave as ações ou obste sua negociação.

II – o livro de Transferência de Ações Nominativas, para lançamento dos termos de transferência, que deverão ser assinados pelo cedente e pelo cessionário ou seus legítimos representantes;

III – o livro de Registro de Partes Beneficiárias Nominativas e o de Transferência de Partes Beneficiárias Nominativas, se tiverem sido emitidas, observando-se, em ambos, no que couber, o disposto nos números I e II deste artigo;

IV – o livro de Atas das Assembléias Gerais; (Redação dada pela Lei no 9.457, de 05/05/1997.)

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V – o livro de Presença dos Acionistas; (Redação dada pela Lei no 9.457, de 05/05/1997.)

VI – os livros de Atas das Reuniões do Conselho de Administração, se houver, e de Atas das Reuniões de Diretoria; (Redação dada pela Lei no 9.457, de 05/05/1997.)

VII – o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal. (Redação dada pela Lei no 9.457, de 05/05/1997.)

§ 1o A qualquer pessoa, desde que se destinem a defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal ou dos acionistas ou do mercado de valores mobiliários, serão dadas certidões dos assentamentos constantes dos livros mencionados nos incisos I a III, e por elas a companhia poderá cobrar o custo do serviço, cabendo, do indeferimento do pedido por parte da companhia, recurso à Comissão de Valores Mobiliários. (Redação dada pela Lei no 9.457, de 05/05/1997.)

§ 2o Nas companhias abertas, os livros referidos nos incisos I a III do caput deste artigo poderão ser substituídos, observadas as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, por registros mecanizados ou eletrônicos. (Redação dada pela Lei no 9.457, de 05/05/1997.)

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova

da seguinte forma:

14. (AFRF/2002/ESAF) – Assinale, abaixo, a opção que não se enquadra no complemento da frase:

“A companhia deve ter, além dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes, revestidos das mesmas formalidades legais:

a) Livro de Registro de Ações Ordinárias”. b) Livro de Atas das Assembléias-Gerais”. c) Livro de Presença de Acionistas”. d) Livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal”.

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e) Livro de Transferência de Ações Nominativas”. 15. Caracterizam o livro Diário todos os atributos abaixo, exceto: a) registro de todos os fatos administrativos que afetam o patrimônio; b) registro no órgão competente; c) ordem cronológica de escrituração; d) faculdade de escrituração em partidas mensais; e) obrigatoriedade. 16. A escrituração do livro Diário, com as operações registradas em

rigorosa ordem cronológica de dia, mês e ano, atende a uma: a) formalidade extrínseca prevista para os livros obrigatórios; b) exigência de natureza contratual; c) formalidade intrínseca prevista para os livros facultativos; d) formalidade extrínseca prevista para os livros facultativos; e) formalidade intrínseca prevista para os livros obrigatórios. 17. Quanto à classificação dos livros contábeis, pode-se dizer que o

Razão é um livro: a) obrigatório, sistemático e principal; b) obrigatório, cronológico e principal; c) facultativo, sistemático e principal; d) obrigatório, sistemático e auxiliar; e) facultativo, cronológico e principal. 18. É considerada formalidade intrínseca do livro Diário a: a) identificação da firma ou sociedade, cujas operações são nele registradas; b) escrituração das operações em ordem cronológica; c) sua encadernação; d) numeração tipográfica de suas folhas; e) assinatura dos termos de abertura e de encerramento. 19. (TRT–4a/ANAL. JUD./2001) Indicar todas e cada uma das

operações da entidade, na medida e ordem em que ocorrem, assim como as alterações qualitativas e quantitativas por elas produzidas nos recursos aplicados e nas origens destes recursos constitui função do:

a) Razão; b) Diário; c) Balanço Patrimonial; d) Doar; e) Fluxo de Caixa. 20. Qual o livro indicado, quando se deseja saber o saldo de uma

conta? a) Diário. d) Razão. b) Registro de Duplicatas. e) LALUR. c) Registro de Inventário.

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21. Assinale a alternativa falsa. a) As empresas tributadas pelo SIMPLES não precisam escriturar o livro

Diário. b) O livro Registro de Duplicatas somente é obrigatório para empresas que

vendem a prazo superior a 30 (trinta) dias. c) O Razão é considerado um livro auxiliar. d) Um registro incorreto no Diário não pode ser riscado nem emendado. e) O LALUR é obrigatório para todas as empresas tributadas com base no

lucro real.

3. A ESCRITURAÇÃO NOS LIVROS E O LANÇAMENTO CONTÁBIL

As entidades devem adotar certas formalidades na escrituração dos fatos contábeis, como, por exemplo, a manutenção de um sistema de escrituração uniforme dos seus atos e fatos administrativos, por meio de processo manual, mecanizado ou eletrônico.

A escrituração deve ser executada em idioma e moeda corrente nacionais, em forma contábil, em ordem cronológica de dia, mês e ano, com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens, com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos e a prática de atos administrativos.

O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de Contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. É dispensado de proceder a escrituração o pequeno empresário, definido no Código Civil (Lei nº 10.206, art. 970).

O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados. Cabe acrescentar que a decadência de alguns tributos é de 10 anos (PIS, Cofins e CSLL).

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O Diário e o Razão constituem os registros permanentes da entidade. Os registros auxiliares, quando adotados, devem obedecer aos preceitos gerais da escrituração contábil, observadas as peculiaridades da sua função.

Quando o Diário e o Razão forem elaborados por processo que utilize fichas ou folhas soltas, deverá ser adotado o registro Balancetes Diários e Balanços. Porém, no caso de a entidade adotar para sua escrituração contábil o processo eletrônico, os formulários contínuos, numerados mecânica ou tipograficamente, serão destacados e encadernados em forma de livro. Satisfeita essa formalidade, o livro Diário será registrado no Registro Público competente, de acordo com a legislação vigente.

Assim, chama-se escrituração à técnica contábil utilizada para o registro dos fatos contábeis ocorridos na entidade.

São utilizados os seguintes processos:

• manual (escrituração manuscrita);

• maquinizado (efetuada em máquina de escrever comum);

• mecanizado (efetuada em máquina de Contabilidade apropriada ao processo de escrituração);

• eletrônico (com utilização de computador).

Qualquer que seja o processo, a escrituração utiliza:

– Partidas de Diário.

– Partidas de Razão (Razonete).

3.1. PARTIDAS DE DIÁRIO

Os fatos devem ser registrados no livro Diário em ordem estritamente cronológica de dia, mês e ano, com a seguinte forma de apresentação:

• data da ocorrência;

• conta devedora (e/ou código de identificação);

• conta credora (e/ou código de identificação), precedida da preposição “a”, quando manual, ou deslocada para a direita;

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• histórico do fato em língua nacional, com identificação do documento comprobatório;

• valor em moeda nacional.

Exemplo:

Brasília, 06 de dezembro de 2004 111.02 Bancos c/ movimento Banco do Brasil S.A. 111.01 a Caixa Pela abertura de n/ conta no 221-00, com depósito conforme recibo no 6969 50 000 00

3.2. PARTIDAS DE RAZÃO

As partidas de Diário devem ser transportadas para o livro Razão, que é um livro sistemático, porque destina uma página para cada conta, retratando os saldos das contas, enquanto que, no Diário, aparecem apenas os valores lançados a débito e a crédito das contas respectivas, em ordem cronológica, não permitindo conhecer-se o volume de operações registradas em cada conta.

Exemplo:

Conta : Bancos c/ movimento Código: 111.02 Subconta: Banco do Brasil S/A Código: 111.02.002

DATA CONTRA-PARTIDA

HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO

06.12.2004 111.01.001 P/ Abertura de n/ conta no 221-00, com depósito conf. recibo no 6969

50.000,00

Para registrar os fatos contábeis, a Contabilidade adota,

universalmente, o MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS.

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4. PARTIDAS DOBRADAS

Partida dobrada é o método de registro onde para um ou mais débitos há sempre um ou mais créditos de mesmo valor. É também conhecido por partida digráfica, pois o método baseia-se no princípio da contraposição de valores. A essência do método das partidas dobradas consiste no fato de que um registro a débito em uma ou mais contas (aplicação de recursos) deve corresponder a um crédito do mesmo valor (origem dos recursos) em uma ou mais contas, de tal maneira que a soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados, ou seja:

NÃO HA DÉBITO SEM CRÉDITO CORRESPONDENTE

SOMA DOS DÉBITOS = SOMA DOS CRÉDITOS

APLICAÇÕES = ORIGENS

O sistema compreende não apenas o princípio de que a todo débito corresponde a um crédito, mas também reúne certas exigências como, por exemplo:

a) a conta devedora é sempre inscrita em primeiro lugar e a credora, em segundo;

b) a conta devedora sempre ocupa as colunas da esquerda e a credora, as da direita;

c) de uma forma mais conservadora, à qual a ESAF associa-se, a conta credora deve estar antecedida da preposição ou expressão “a”;

d) o livro Razão é o que agrupa as contas sempre com lançamentos de débito e crédito;

e) as somas dos valores do débito no Razão devem ser sempre iguais às somas dos valores do crédito no mesmo livro;

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f) o Razão é o livro principal do qual se levanta o balancete, peça que é ponto de partida para a apuração do resultado do exercício e o levantamento do balanço;

g) o livro Diário é o que reúne os fatos em ordem cronológica e todos os fatos nele transcritos devem ser passados, também, para o livro Razão;

h)o balanço, equilibrando débitos e créditos, é o ápice do processo, evidenciando o patrimônio de forma estática;

i) no lançamento, debita-se a aplicação e credita-se a origem do recurso.

Se considerarmos a questão pelo seu rigor técnico e científico, a partida dobrada aparecerá como único método verdadeiro e útil, posto que evidencia as causas e os efeitos dos fenômenos patrimoniais. Por essa razão, é aceito e usado há quase seis séculos. É o procedimento (método) contábil por excelência para o registro dos fatos.

Relembrando os efeitos do DÉBITO e do CRÉDITO nos diversos tipos de contas:

CONTAS PARA

AUMENTAR PARA

DIMINUIR SALDO

ATIVO DEBITAR CREDITAR DEVEDOR

PASSIVO CREDITAR DEBITAR CREDOR

PATRIMÔNIO LÍQUIDO CREDITAR DEBITAR CREDOR

DESPESAS DEBITAR CREDITAR DEVEDOR

RECEITAS CREDITAR DEBITAR CREDOR

RETIFICADORA DE ATIVO CREDITAR DEBITAR CREDOR

RETIFICADORA DE PASSIVO DEBITAR CREDITAR DEVEDOR

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma: 22. (TRF/2002/ESAF) – Entre as formalidades extrínsecas e

intrínsecas dos Livros de Escrituração, destacamos as abaixo indicadas, exceto:

a) termos de abertura e de encerramento; b) registro na Junta Comercial (autenticação); c) numeração tipográfica e seqüencial das folhas; d) escrituração em ordem cronológica de dia, mês e ano; e) existência de emendas, rasuras e espaço em branco.

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23. (TRF/2000/ESAF) – Considerando as regras fundamentais da

digrafia contábil, que determina o registro da aplicação dos recursos simultaneamente e em valores iguais às respectivas origens, temos como correta a seguinte equação contábil geral:

a) ativo = passivo + capital social + despesas – receitas; b) ativo + receitas = capital social + despesas + passivo; c) ativo – passivo = capital social + receitas + despesas; d) ativo + capital social + receitas = passivo + despesas; e) ativo + despesas = capital social + receitas + passivo. 24. Em relação ao texto abaixo, assinale a afirmativa falsa. O princípio basilar do método das partidas dobradas – não há

débito sem crédito correspondente – permite que se chegue às seguintes conclusões:

a) a soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos; b) a soma dos saldos devedores é sempre igual à soma dos saldos credores; c) a soma das despesas (débito) é sempre igual à soma das receitas

(crédito); d) a um débito ou a mais de um débito, numa ou mais contas, deve

corresponder um crédito equivalente em uma ou mais contas; e) o total do ativo será sempre igual à soma do passivo exigível com o

patrimônio líquido.

25. (SERPRO/2001–ESAF) – Apresentamos abaixo cinco igualdades literais que, se expressas com avaliação em moeda nacional, podem demonstrar a equação fundamental do patrimônio e a representação gráfica de seus estados, em dado momento.

01. ATIVO menos SITUAÇÃO LÍQUIDA é igual a ZERO. 02. ATIVO menos PASSIVO é igual a ZERO. 03. ATIVO menos PASSIVO menos SITUAÇÃO LÍQUIDA é igual a

ZERO. 04. ATIVO menos PASSIVO mais SITUAÇÃO LÍQUIDA é igual a

ZERO. 05. ATIVO mais PASSIVO menos SITUAÇÃO LÍQUIDA é igual a

ZERO. Observando as igualdades acima, podemos afirmar que a hipótese

de número: a) 01 é impossível de ocorrer na prática; b) 02 representa o melhor estado patrimonial; c) 03 representa o pior estado patrimonial; d) 04 representa estado patrimonial pré-falimentar; e) 05 ocorre, quando da criação e registro da empresa.

26. (AFRF/2002/ESAF) – Da leitura atenta dos balanços gerais da Cia.

Emile, levantados em 31/12/01 para publicação, e dos relatórios que os acompanham, podemos observar informações corretas que indicam a existência de:

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Capital de giro, no valor de R$ 2.000,00 Capital social, no valor de R$ 5.000,00 Capital fixo, no valor de R$ 6.000,00 Capital alheio, no valor de R$ 5.000,00 Capital autorizado, no valor de R$ 5.500,00 Capital a realizar, no valor de R$ 1.500,00 Capital investido, no valor de R$ 8.000,00 Capital integralizado, no valor de R$ 3.500,00 Lucros acumulados, no valor de R$ 500,00 Prejuízo líquido do exercício, no valor de R$ 1.000,00 A partir das observações acima, podemos dizer que o valor do

capital próprio da Cia. Emile é de: a) R$ 5.500,00; b) R$ 5.000,00; c) R$ 4.000,00; d) R$ 3.500,00; e) R$ 3.000,00. 27. (AFRF/2002/ESAF) – A empresa Carnes & Frutas S/A, em 30 de

agosto de 2000, obteve um financiamento em 05 (cinco) parcelas semestrais iguais de R$ 3.000,00 e repassou, por R$ 20.000,00, uma de suas máquinas, dividindo o crédito em 10 (dez) parcelas bimestrais.

Todos os encargos foram embutidos nas respectivas parcelas e não se verificou nenhum atraso nas quitações.

Devedores e credores admitem compensar débitos e créditos dessas operações em 2002, mas só o farão à época própria, cabendo à empresa dar ou receber a quitação restante.

Em decorrência desses fatos, se observarmos o balanço de fim de exercício, elaborado com data de 31/12/00, certamente vamos encontrar:

a) valores a receber a curto prazo, R$ 16.000,00; b) valores a receber a longo prazo, R$ 4.000,00; c) valores a pagar a curto prazo, R$ 7.000,00; d) valores a pagar a longo prazo, R$ 13.000,00; e) saldo a compensar a longo prazo, R$ 2.000,00; 28. (SEFA/PA – 2002/ESAF) Assinale a opção correta. a) Todo acréscimo de valor em contas do ativo corresponde,

necessariamente, a um decréscimo de valor em contas do passivo. b) Um decréscimo no valor de contas do ativo corresponde, necessariamente,

a um acréscimo de valor em contas do passivo. c) Um acréscimo no valor de uma conta do ativo corresponde,

necessariamente, a um acréscimo de valor em conta do passivo ou do patrimônio líquido.

d) A um decréscimo no valor total do ativo corresponde, necessariamente, um acréscimo no valor de uma, ou mais, contas do passivo ou do patrimônio líquido.

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e) Um acréscimo no valor total do ativo não corresponde, necessariamente, a um acréscimo no valor do patrimônio líquido.

29. (SERPRO/2001–ESAF) – Na nossa Mini Microempresa, apuramos

que o aluguel de R$ 180,00, vencido em janeiro/00, fora pago em dezembro/99; que, em dezembro/99, foram recebidos juros de R$ 150,00, que só venciam em janeiro/00; que os salários de dezembro/99, no valor de R$ 200,00, só foram pagos em janeiro/00; e que, também em dezembro/99, foram prestados serviços no valor de R$ 310,00, para recebimento apenas no mês seguinte.

Estes fatos haviam sido contabilizados no exercício de 1999, segundo as regras do regime contábil de caixa. No entanto, a lei determina que, para fins de balanço, deve ser utilizado o regime contábil de competência, uma vez que se trata de um princípio fundamental de Contabilidade.

A modificação contábil do regime de caixa para o de competência, neste caso particular, vai provocar um dos seguintes efeitos na apuração final do resultado do exercício de 1999. Assinale a resposta certa.

a) O rédito terá decréscimo de R$ 30,00. b) O rédito será um prejuízo de R$ 30,00. c) O rédito terá acréscimo de R$ 80,00. d) O rédito será um lucro de R$ 80,00. e) O rédito será um lucro de R$ 110,00.

GABARITO AULA 06

1 – D 7 – B 13 – B 19 – B 25 – D

2 – B 8 – B 14 – A 20 – D 26 – E

3 – E 9 – E 15 – D 21 – C 27 – B

4 – B 10 A 16 – E 22 – E 28 – E

5 – E 11 – C 17 – A 23 – E 29 – E

6 – C 12 – A 18 – B 24 – C

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AULA 7: ELEMENTOS ESSENCIAIS DO LANÇAMENTO Dando seguimento ao assunto tratado na aula anterior,

comecemos, hoje, do item 5 que trata dos elementos essenciais do lançamento. O assunto tratado nessa aula é muito importante e, portanto, freqüentemente cobrado em provas de concursos.

5. ELEMENTOS ESSENCIAIS DO LANÇAMENTO

Os fatos contábeis precisam, de alguma forma, ser registrados. Esses registros hão de seguir regras uniformes para que os usuários da contabilidade possam analisá-los adequadamente. O registro dos fatos contábeis recebe a denominação de lançamento que é efetuado nos livros Diário e Razão.

O lançamento deve conter, para sua correta aplicação, alguns elementos essenciais, que são os do quadro a seguir:

LANÇAMENTO

• Local e data do registro • Conta(s) debitada(s) • Conta(s) creditada(s) • Histórico da operação • Valor da operação

Obs.: Conforme vimos na aula anterior, o livro Diário se caracteriza como sendo um livro cronológico. Também o Razão possui esta característica, se bem de forma individualizada por conta. Desta forma, a data é elemento extremamente essencial, haja vista o aspecto histórico da escrituração, ao passo que o local, segundo alguns autores, é irrelevante, pois já faria parte dos elementos constitutivos da própria empresa.

5.1. PROCEDIMENTOS (PASSOS) DO LANÇAMENTO

Afinal, ocorrendo um fato contábil numa empresa ou se nos for apresentado um fato contábil numa questão de prova, como devemos proceder para efetuar o lançamento?

Inicialmente devemos dizer que o lançamento deve ser efetuado de forma correta para que a contabilidade reflita a real situação patrimonial da empresa. No que concerne à pergunta, para efetivar-se um lançamento, devemos seguir, seqüencialmente, alguns passos conforme apresentados nos exemplos a seguir. Com o tempo, o estudante executará esses passos de

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forma automática. Mas, por ora, é interessante que eles sejam seguidos passo a passo.

FATO 1: pagamento, em dinheiro, de duplicatas aos fornecedores, no valor de R$ 76.000,00.

1º Passo – devemos identificar as contas envolvidas no fato.

Como o pagamento é em dinheiro, uma das contas envolvidas é a conta Caixa. A outra conta a ser movimentada é a conta Duplicatas a Pagar ou Fornecedores. Assim, as contas envolvidas no lançamento do FATO 1 são:

Caixa e Duplicatas a Pagar ou Fornecedores

2º Passo – devemos identificar os grupos a que pertencem as contas envolvidas no fato contábil:

A conta Caixa é conta do ativo.

A conta Duplicatas a Pagar ou Fornecedores é conta do passivo.

3º Passo – devemos identificar o efeito sobre o saldo das contas envolvidas:

Com o pagamento houve diminuição do saldo da conta Caixa, pois sai dinheiro do caixa.

A conta Duplicatas a Pagar ou Fornecedores, com o pagamento de duplicatas, diminui o seu saldo.

4o Passo – devemos consultar o quadro-resumo do mecanismo de débito e crédito ou funcionamento das contas, visto na aula anterior, de acordo com o método das partidas dobradas:

A conta Caixa, que é do ativo, diminuiu o seu saldo, logo esta conta será creditada, pois as contas de saldo devedor do ativo diminuem o saldo mediante crédito.

A conta Duplicatas a Pagar ou Fornecedores é conta do passivo. Com o pagamento de duplicatas esta conta diminuiu seu saldo. Como as contas do passivo diminuem o saldo mediante débito, esta conta deve ser debitada.

É hora de relembrar o legado da Teoria Personalista, onde vimos que a “pessoa que cuida do dinheiro da empresa”, ou seja, a conta caixa possui um débito de determinado valor para com a empresa, isto é, do saldo desta conta. Feito este pagamento a conta Caixa passará a ser menos devedora em R$ 76.000,00, uma vez que o dinheiro saiu do caixa da empresa para o pagamento de Duplicatas a Pagar. Por isso devemos creditar o caixa em R$ 76.000,00.

Por outro lado, os “fornecedores”, ou seja, a conta Duplicatas a Pagar ou Fornecedores, que possuíam um crédito para com a empresa, passaram a ter um crédito menor em R$ 76.000,00, logo o saldo dessa conta diminuirá em R$ 76.000,00. Como o crédito dos fornecedores diminui em R$ 76.000,00 e por esta conta ser do passivo, ela será debitada.

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Em termos de origem e aplicação de recursos, podemos dizer que os recursos utilizados para o pagamento da Duplica teve origem da conta Caixa da empresa, por isso a creditamos. Por outro lado, os recursos originados no Caixa foram aplicados na conta Duplicatas a Pagar.

Feitas essas observações, podemos ir ao 5º passo que consiste em fazer o lançamento, propriamente dito, lembrando que a(s) conta(s) devedora(s) deve ser escrita(s) em 1º lugar e a(s) credora(s) em 2º lugar.

LANÇAMENTOS:

1 - No Diário:

Florianópolis, 13 de dezembro de 2004.

Duplicatas a Pagar ou Fornecedores

a Caixa

Pelo pagamento, nesta data, da duplicata nº 01 R$ 76.000,00

Esse mesmo lançamento poderia ser apresentado da seguinte forma:

Florianópolis, 13 de dezembro de 2004.

D - Duplicatas a Pagar ou Fornecedores

C - Caixa

Pelo pagamento, nesta data, da duplicata nº 01 R$ 76.000,00

Percebam que no primeiro lançamento a conta creditada aparece precedida da preposição “a”, que significa a crédito de. Na segunda forma a conta devedora está precedida de “D” e a conta creditada de “C”, que representam, respectivamente, débito e crédito.

Nas questões de provas, especialmente as da Esaf, geralmente é adotada a primeira forma. E de forma simplificada, como segue:

Duplicatas a Pagar ou Fornecedores

a Caixa R$ 76.000,00

ou

D – Bancos c/ movimento 76.000,00

C – Caixa 76.000,00

2 - No Razão, supondo que a conta Duplicatas a Pagar ou Fornecedores tivesse um saldo de R$ 120.000,00 e que a conta Caixa estivesse com saldo R$ 80.000,00, teremos:

CAIXA FORNECEDORES (SA) 80.000,00

76.000,00 (1)

(1) 76.000,00

120.000,00 (SA)

4.000,00 ⇐ SALDO ⇒ 44.000,00

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O fato contábil (ou administrativo) acima é um fato permutativo, pois apenas permutou elementos patrimoniais (Caixa e Fornecedores), sem ter afetado o patrimônio líquido.

FATO 2: depósito em dinheiro em conta corrente bancária, no valor de R$ 22.000,00.

1º Passo – identificar as contas a serem utilizadas:

Caixa e bancos c/ movimento

Obs.: Todo depósito bancário feito pela entidade deve sair da conta Caixa.

2º Passo – identificar os grupos a que pertencem:

Caixa ⇒ ativo

Bancos c/ movimento ⇒ ativo

3º Passo – identificar o efeito sobre o saldo das contas:

Caixa ⇒ ativo ⇒ saldo diminuirá, pois sai dinheiro do caixa

Bancos c/movimento ⇒ ativo ⇒ saldo aumentará, pois haverá entrada de recursos.

4º Passo – utilizar o quadro-resumo do mecanismo de débito e crédito, de acordo com o método das partidas dobradas:

Caixa ⇒ ativo ⇒ saldo diminuirá ⇒ crédito

Bancos c/movimento ⇒ ativo ⇒ saldo aumentará ⇒ débito

5º Passo – Efetuar o LANÇAMENTO:

1 - No Diário:

Canoas, 13 de dezembro de 2004.

Bancos c/ movimento

a Caixa

Pelo depósito efetuado nesta data R$ 22.000,00

A forma simplificada do lançamento seria:

D – Bancos c/ movimento 22.000,00

C – Caixa 22.000,00

2 - No Razão, supondo que a conta corrente (Banco) tivesse saldo zerado e o caixa estivesse com saldo R$ 80.000,00:

CAIXA BANCOS C/ MOVIMENTO

(SA) 80.000,00 22.000,00 (1)

(1) 22.000,00

58.000,00 ⇐ SALDO ⇒ 22.000,00

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FATO 3: em 13 de dezembro de 2004, foram compradas duas máquinas de calcular, a prazo, por R$ 50,00, aceitando-se uma duplicata com vencimento para 30/01/2005, de acordo com a nota fiscal nº 00543, da Loja da Esquina Ltda.

1º Passo – identificar as contas a serem utilizadas:

Móveis e utensílios e Duplicatas a pagar

2º Passo – identificar os grupos a que pertencem:

Móveis e utensílios ⇒ ativo (A)

Duplicatas a pagar ⇒ passivo (P)

3º e 4º Passos – identificar o efeito sobre o saldo das contas e qual é a conta debitada e a creditada:

Móveis e utensílios ⇒ ativo ⇒ saldo aumentará ⇒ débito

Duplicatas a pagar ⇒ passivo ⇒ saldo aumentará ⇒ crédito

A conta MÓVEIS E UTENSÍLIOS é de ATIVO, representando bens da empresa. Quando adquiridos novos móveis, aumenta de valor. Lembrem-se da Teoria Personalista, onde a “pessoa”, ou seja, a conta MÓVEIS E UTENSÍLIOS passou a ser “mais” devedora da empresa em R$ 50,00.

Por outro lado, a “pessoa”, ou seja, a conta DUPLICATAS A PAGAR, passou a ser “mais” credora da empresa em R$ 50,00.

5º Passo - LANÇAMENTO:

1 - No Diário:

Salvador, 13 de dezembro de 2004.

Móveis e utensílios

a Duplicatas a pagar

Nota fiscal no 00543, Loja da Esquina Ltda. R$ 50,00

A forma simplificada do lançamento seria:

D – Móveis e utensílios (A) R$ 50,00

C – Duplicatas a pagar (P) R$ 50,00

Este fato também é permutativo, pois não alterou o PL.

FATO 4: receita de serviços prestados, em 12/12/2004, no valor de R$ 60.000,00, a prazo (60 dias).

1º Passo – identificar as contas a serem utilizadas:

Clientes ou Duplicatas a Receber e receita de serviços

2º Passo – identificar os grupos a que pertencem:

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Clientes ⇒ ativo

Receita de serviços ⇒ receita

3º e 4º Passos – identificar o efeito sobre o saldo das contas e informar as contas debitadas e creditadas:

Clientes ⇒ ativo ⇒ saldo aumentará ⇒ débito, pois a empresa está adquirindo um direito. É a aplicação do recurso

Receita de serviços ⇒ receita ⇒ saldo aumentará ⇒ crédito, pois as receitas provocam aumento no patrimônio líquido, e este por sua vez aumenta com crédito. É a origem do recurso.

5º Passo - LANÇAMENTO:

1 - No Diário:

Fortaleza, 12 de dezembro de 2004.

Clientes

a Receita de serviços

Pela prestação do serviço de consultoria R$ 60.000,00

A forma simplificada do lançamento seria:

D – Clientes 60.000,00

C – Receita de serviços 60.000,00

Este lançamento envolve uma conta de receita e uma conta de ativo. Sendo assim, proporciona um aumento de PL de R$ 60.000,00, pois as receitas geram aumentos no PL. Por isso, este é um fato modificativo aumentativo.

FATO 5: subscrição de capital, efetuada pelos sócios, equivalente a 100.000 ações de valor nominal R$ 1,00 cada uma, tendo os mesmos integralizado no ato R$ 70.000,00, em dinheiro.

Este lançamento é especialmente importante, pois representa o compromisso dos sócios da empresa em entregar o valor de R$100.000,00 para compor o capital. Na verdade, temos 02 (dois) lançamentos que podem ser conjugados em um só: o de subscrição das ações, e o de integralização do capital.

Pela subscrição das 100.000 ações de R$ 1,00 (1):

D – Capital a realizar 100.000,00

C – Capital social 100.000,00

Pela integralização dos R$ 70.000,00 em dinheiro (2):

D – Caixa 70.000,00

C – Capital a realizar 70.000,00

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CAIXA CAPITAL A REALIZAR CAPITAL SOCIAL

(2) 70.000,00

(1) 100.000,00 70.000,00 (2)

100.000,00 (1)

70.000,00 30.000,00 100.000,00

Lembre-se de que a conta capital a realizar é retificadora de PL e possui saldo devedor, representando a parcela do capital ainda não entregue pelos sócios à empresa. Após o registro do fato, o patrimônio líquido ficará assim representado:

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital social 100.000,00

(-) Capital a realizar (30.000,00) 70.000,00

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

1. (ESAF/MPOG/2001) Caracteriza fato contábil misto diminutivo a operação representada pelo lançamento:

a) D

C C

Fornecedores Banco conta movimento Abatimentos sobre compras;

b) D C C

Caixa Duplicatas a receber Receitas financeiras;

c) D C C C

Veículos - novos Caixa Títulos a pagar Veículos – antigos;

d) D C

Empréstimos de sócios Capital a integralizar;

e) D D C

Empréstimos bancários Encargos financeiros sobre dívidas repactuadas Títulos a pagar.

2. CAIXA

a JUROS R$ 100,00

O lançamento acima, apresentado de forma sintética, é exemplo de fato contábil:

a) modificativo aumentativo;

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b) modificativo diminutivo;

c) permutativo ativo;

d) misto ou composto;

e) permutativo passivo.

3. O lançamento contábil

Contas a receber

a Receita de juros

serve para registrar corretamente uma operação que:

a) afeta a situação líquida da empresa, porque há apropriação de novas receitas;

b) não afeta a situação líquida da empresa, porque não há o efetivo recebimento dos juros;

c) não afeta a situação líquida da empresa, porque há o surgimento de novos direitos;

d) não afeta o patrimônio da empresa, porque o fato é apenas permutativo;

e) afeta o patrimônio da empresa, porque há aumento do valor do ativo e do passivo.

4. Assinale a alternativa que contém a assertiva correta.

a) Salários a pagar é conta de despesa, pois representa a parte dos salários que ainda não foi paga.

b) Fornecedores tem saldo credor, porque representa um débito da empresa e um crédito de terceiros.

c) Clientes tem saldo devedor, porque representa um débito da empresa.

d) Fornecedores representa uma dívida da empresa, por isso é uma conta de saldo devedor.

e) Clientes representa um direito da empresa, por isso é uma conta de saldo credor.

5. Em relação às contas de resultado, pode-se afirmar que:

a) uma despesa, paga à vista, provoca uma redução de ativo e um aumento de passivo;

b) uma despesa, paga à vista, provoca uma redução no ativo e na situação líquida;

c) uma receita, recebida à vista, provoca um aumento de ativo e uma redução de passivo;

d) uma receita, recebida à vista, provoca um aumento no ativo e na situação líquida;

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e) as alternativas b e d estão corretas.

6. Os saldos das contas caixa e bancos, no dia 01/05/97, eram,

respectivamente, de R$ 70.000,00 e R$ 740.000,00. Sabendo-se que, no período: foram feitos saques em conta corrente bancária, no valor de R$

580,000,00, em dinheiro; foram feitos depósitos bancários no montante de R$ 500.000,00; não foram feitos outros créditos na conta caixa; no dia 31/05/97, o saldo da conta caixa era de R$ 150.000,00. Pode-se afirmar que os valores: total de débitos à conta caixa e

saldo da conta bancos eram, em 31/05/97, respectivamente, de: a) R$ 70.000,00 e R$ 660.000,00; b) R$ 150.000,00 e R$ 660.000,00; c) R$ 500.000,00 e R$ 500.000,00; d) R$ 580,000,00 e R$ 660.000,00; e) R$ 580.000,00 e R$ 500.000,00.

7. A emissão de um cheque, no valor de R$ 500,00, para pagamento de uma duplicata, com juros de 25%, deve receber o seguinte lançamento contábil:

a) Diversos

a Bancos c/movimento

Duplicatas a pagar 400,00

Juros passivos 100,00 500,00;

b) Duplicatas a pagar

a Diversos

a Bancos c/movimento 500,00

a Despesas de juros 100,00 600,00;

c) Diversos

a Bancos c/movimento

Duplicatas a pagar 500,00

Despesas de juros 125,00 625,00;

d) Bancos c/movimento

a Diversos

a Duplicatas

a Pagar 400,00

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a Juros passivos 100,00 500,00;

e) Diversos

a Duplicatas

a Pagar bancos c/movimento 500,00

Despesas de juros 100,00 600,00.

8. Os livros contábeis não podem ser rasurados, riscados ou

apagados. Neste sentido, sempre que ocorrem erros nos lançamentos contábeis, é necessária a aplicação de técnicas que permitam a correção dos mesmos. Correlacione as assertivas abaixo, identificando a alternativa que contenha a seqüência correta, em relação às formas de corrigir os erros na escrituração contábil.

1 – Todos os elementos do lançamento estão corretos, exceto o valor que está a maior.

2 – Todos os elementos do lançamento estão corretos, exceto o valor que está a menor.

3 – Aconta correta a ser debitada foi trocada por outra conta de mesma natureza.

4 – Tanto as contas debitadas e quanto as creditadas estão incorretas. ( ) Corrige-se por um lançamento de estorno parcial do valor

lançado a maior. ( ) Corrige-se por um novo lançamento complementar de valor. ( ) Corrige-se por um lançamento de estorno do valor total,

procedendo-se a um novo lançamento com a utilização correta das contas.

( ) Corrige-se por um lançamento de transferência de valor da conta incorreta para conta correta.

a) 1 – 2 – 3 – 4; d) 2 – 1 – 3 – 4; b) 1 – 2 – 4 – 3; e) 3 – 4 – 2 – 1. c) 2 – 1 – 4 – 3;

9. Após o preenchimento correto da 2a coluna abaixo, assinale a alternativa que corresponde aos respectivos números dos

parênteses da 1a coluna.

1a coluna: 1. Integralização em dinheiro do capital social subscrito. 2. Subscrição do capital social. 3. Realização do capital social em bens.

2a coluna:

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( ) Capital social a realizar a Capital social ( ) Caixa a Capital social a realizar ( ) Capital a realizar a Caixa ( ) Diversos a Capital a realizar Veículos Imóveis ( ) Caixa a Capital social

a) 2, 1, 3, –, –; d) 2, 3, –, 1, –;

b) 1, 2, –, 3, –; e) –, 3, 2, –, 1.

c) 2, 1, –, 3, –;

10. Que lançamento representa um empréstimo concedido, em cheque, por nota promissória?

a) Nota promissória a receber

a Bancos;

b) Duplicatas a pagar

a Bancos;

c) Bancos

a Nota promissória a pagar;

d) Caixa

a Nota promissória a receber.

11. Determinado cliente pagou duplicata de seu aceite, no valor R$

50.000,00, adicionada de juros de mora de R$ 2.000,00. Assinale a opção que contém o lançamento contábil, na empresa emitente da duplicata, considerando-se que sua liquidação foi feita através de cobrança bancária. a) Diversos a Duplicatas a receber 52.000,00 Bancos 50.000,00 Receita de juros 2.000,00; b) Bancos 52.000,00 a Diversos a Duplicatas a receber 50.000,00 a Receita de juros 2.000,00; c) Bancos 52.000,00 a Duplicatas a receber 52.000,00 d) Diversos

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a Bancos 52.000,00 Duplicatas a pagar 50.000,00 Juros passivos 2.000,00; e) Bancos 52.000,00 a Diversos a Duplicatas a pagar 50.000,00 a Juros passivos 2.000,00.

5.2. FÓRMULAS DE LANÇAMENTO

Na contabilidade usamos quatro fórmulas para o registro dos fatos contábeis, a saber:

1ª FÓRMULA: Esta é a forma mais usual de se efetuar um lançamento contábil, em razão do processo de escrituração eletrônico (com a utilização de computadores). Um lançamento de primeira fórmula consiste em se efetuar um débito e um crédito.

D C 1 1 = 11

Veja que esta fórmula pode ser entendida como sendo a “fórmula

11”, isto considerando que em primeiro lugar vem a conta devedora e depois a conta credora.

Exemplo:

Registro de receita de serviços a prazo, pelo valor de R$ 125.000,00.

Vitória (ES), 18 de dezembro de 2004. Clientes a Receita de serviços Pela prestação do serviço de consultoria R$ 125.000,00

2ª FÓRMULA: Por esta modalidade de lançamento temos uma conta debitada e mais de uma conta creditada.

Exemplo: compra de um veículo, em 15 de dezembro de 2004, por R$ 22.000,00, conforme nota fiscal nº 12020, de Comércio e Importação de Veículos Ltda., sendo R$ 8.000,00, através do cheque nº 345, e R$ 14.000,00 pelo aceite de uma duplicata com 30 (trinta) dias de prazo, nº 0123.

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CONTAS GRUPO Efeito no Saldo

D/C

Veículos Ativo Aumenta Débito Bancos c/movimento Ativo Diminui Crédito Duplicatas a pagar Passivo Aumenta Crédito

LANÇAMENTO:

Selbach (RS), 15 de dezembro de 2004. Veículos a Diversos Nota fiscal nº 12020, de Comércio e Import. de Veículos Ltda., como segue:

a Bancos c/ movimento n/ cheque no 345 R$ 8.000,00

a Duplicatas a pagar duplicata no 0123. R$ 14.000,00 R$ 22.000,00

Reparem que apareceu a palavra “Diversos” após a letra “a”, indicando que há mais de uma conta sendo creditada. Usualmente, esse lançamento aparecerá de forma simplificada:

Veículos a Diversos a Bancos c/ movimento 8.000,00 a Duplicatas a pagar 14.000,00 22.000,00

Ou ainda:

D – Veículos 22.000,00 C – Bancos c/ movimento 8.000,00 C – Duplicatas a pagar 14.000,00

Trata-se de um fato permutativo, pois contempla apenas contas patrimoniais de ativo e passivo, que não afetam o PL.

D C 1 2 = 12

É o lançamento de “fórmula 12”.

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3ª FÓRMULA: é o lançamento com mais de uma conta debitada e apenas uma conta creditada.

Exemplo: pagamento a fornecedores de mercadorias, em dinheiro, no valor de R$ 3.000,00, acrescido de juros de 10%, por atraso no pagamento.

CONTAS GRUPO Efeito no Saldo

D/C

Duplicatas a pagar Passivo Diminui Débito Caixa Ativo Diminui Crédito Juros passivos Despesa Aumenta Débito

LANÇAMENTO:

Dourados (MS), 12 de dezembro de 2004. Diversos a CAIXA p/ nosso pagamento de DUPLICATAS A PAGAR

Duplicata no 002, de Atacadista de Alimentos Ltda. R$ 3.000,00 JUROS PASSIVOS Pelo atraso no pagamento R$ 300,00 R$ 3.300,00

Agora, a palavra “Diversos” aparece em primeiro lugar, indicando que há mais de uma conta sendo debitada. Usualmente, esse lançamento aparecerá de forma simplificada:

Diversos a Caixa Duplicatas a pagar 3.000,00 Juros passivos 300,00 3.300,00

Ou ainda:

D – Duplicatas a pagar 3.000,00 D – Juros passivos 300,00 C – Caixa 3.300,00

D C 2 1 = 21

Temos aí o lançamento de “fórmula 21”.

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Este é um exemplo de fato misto diminutivo, pois houve permuta de elementos patrimoniais (caixa e duplicatas a pagar) e uma despesa de juros, que reduz o PL. É como se houvesse 02 (dois) lançamentos de 1ª fórmula, sendo um equivalente ao fato permutativo e outro equivalente ao fato modificativo diminutivo, a saber:

D – Duplicatas a pagar 3.000,00 C – Caixa 3.000,00 D – Juros passivos 300,00 C – Caixa 300,00

4ª FÓRMULA: É o caso em que há mais de uma conta debitada e mais de uma conta creditada.

Exemplo: A empresa comprou, na Loja Vento Norte Ltda., através da nota fiscal nº 502, uma geladeira para uso, no valor de R$ 1.500,00, e uma moto, no valor de R$ 4.500,00, tendo sido pagos, como entrada, R$ 500,00 em dinheiro, e o restante dividido em 10 (dez) duplicatas de R$ 550,00.

CONTAS GRUPO Efeito no Saldo D/C Móveis e utensílios Ativo Aumenta Débito Veículos Ativo Aumenta Débito Caixa Ativo Diminui Crédito Duplicatas a pagar Passivo Aumenta Crédito

LANÇAMENTO:

Fortaleza (CE), 16 de dezembro de 2004. Diversos a Diversos Nossa compra conforme nota fiscal no 502, de Loja Vento Norte Ltda., a

saber: MÓVEIS E UTENSÍLIOS Valor referente a uma geladeira R$ 1.500,00 VEÍCULOS Valor referente a uma moto R$ 4.500,00 R$ 6.000,00 a CAIXA pago em dinheiro R$ 500,00 a DUPLICATAS A PAGAR R$ 5.500,00 R$ 6.000,00

D C 2 2 = 22

É o lançamento de “fórmula 22”.

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Trata-se de um fato permutativo, pois não houve modificação do PL.

Obs.: Para memorizar as fórmulas de lançamento, associe-os da seguinte forma:

1ª fórmula 11 2ª fórmula 12 3ª fórmula 21 4ª fórmula 22

Perceba que as fórmulas são crescentes (11, 12, 21, 22).

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

12. Num livro DIÁRIO, foram feitos 02 (dois) lançamentos, sendo o 1o

com várias contas debitadas e apenas uma creditada, e o 2o ,com uma conta debitada e várias creditadas.

Constata-se, do exposto, terem sido utilizados lançamentos, respectivamente, de:

a) 1a e 4a fórmulas; d) 1a e 2a fórmulas;

b) 3a e 2a fórmulas; e) 3a e 4a fórmulas.

c) 2a e 3a fórmulas;

13. O lançamento de terceira fórmula, no Livro Diário, assume a

seguinte forma: a) Local e data d) Local e data Conta devedora Diversos a Diversos a Conta credora Histórico e valor; Histórico e valor; b) Local e data e) Local e data Diversos Conta devedora a Conta devedora a Conta credora Histórico e valor Histórico e valor. c) Local e data Conta credora a Diversos Histórico e valor;

14. O método das partidas dobradas utiliza, nos lançamentos:

a) uma fórmula; b) duas fórmulas; c) três fórmulas; d) quatro fórmulas; e) n.d.a.

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15. Observe: Diversos a Caixa 110.000,00 Financiamentos bancários 100.000,00 Juros passivos 10.000,00 A inscrição acima representa, no Método das Partidas Dobradas,

lançamento de : a) segunda fórmula; b) terceira fórmula; c) quarta fórmula; d) pagamento de financiamento bancário, com acréscimo de juros; e) as alternativas b e d estão corretas.

16. Para o registro contábil do pagamento de uma duplicata, com desconto, feito num único lançamento (partida de Diário), usam-se: a) uma conta devedora e uma credora; b) duas contas devedoras e duas credoras; c) duas contas devedoras e uma credora; d) uma conta devedora e duas credoras; e) três contas devedoras e uma credora.

17. A compra de equipamento para uso da própria empresa, pagando-se uma entrada em dinheiro e aceitando-se duplicatas pelo valor restante, será contabilizada através de um único lançamento de: a) segunda fórmula; d) terceira fórmula; b) primeira fórmula; e) quarta fórmula. c) fórmula simples;

18. O lançamento de segunda fórmula é aquele composto de: a) uma conta a débito e uma a crédito; b) uma conta a débito e duas ou mais contas a crédito; c) duas ou mais contas a débito e uma só conta a crédito; d) duas ou mais contas a débito e duas ou mais contas a crédito; e) histórico e valor da operação.

19. Registra contabilmente o aumento das obrigações da empresa o lançamento: a) Despesas de seguros a Seguros a vencer; b) Provisão para créditos de liquidação duvidosa

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a Clientes; c) Adiantamentos a fornecedores a Caixa; d) Impostos incidentes sobre vendas – ICMS a ICMS a recolher; e) Duplicatas descontadas a Duplicatas a receber.

20. (ESAF/TTN–1994/vespertino)

Recife, 13 de julho de 1994

D – Duplicatas a pagar

Valor da duplicata no 73/94, da SETEX S.A., substituída por

Uma nota promissória vencível em 13/09/94.R$ 700,00

D – Juros passivos 4% sobre valor da duplicata 73/94 da SETES S.A.

substituída por nota promissória vencível em 13/09/94. R$ 28,00

C – Notas promissórias a pagar

Nosso aceite de nota promissória em favor da SETEX S.A.,

vencível em 13/09/94, emitida em substituição à duplicata

No 73, vencida hoje, mais juros de 2% ao mês.R$ 728,00 R$ 728,00

Obs.: A situação líquida da empresa que efetuou o lançamento continuou, após o mesmo, positiva.

O lançamento contábil transcrito (feito no livro Diário):

a) observou o método das partidas simples, a função histórica e a função monetária;

b) é de segunda fórmula e reduziu a situação líquida;

c) é de terceira fórmula e reduziu a situação líquida;

d) é de segunda fórmula e aumentou a situação líquida;

e) observou o Método das Partidas Dobradas e aumentou a situação líquida.

21. (SEFA/PA – 2002/ESAF) Nos lançamentos contábeis, as partidas são denominadas de:

a) terceira fórmula, quando são debitadas duas contas e creditada uma conta;

b) segunda fórmula, quando são debitadas duas contas e creditada uma conta;

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c) segunda fórmula, quando são debitadas duas contas e creditadas duas contas;

d) terceira fórmula, quando são creditadas duas contas e debitada uma conta;

e) terceira fórmula, quando são debitadas duas contas e creditadas duas contas.

22. Na entrega de numerários pelos sócios à empresa, para a

integralização do capital social, teremos o seguinte lançamento: a) a débito em conta do ativo e a crédito em conta do passivo; b) a débito em conta do passivo e a crédito em conta do patrimônio

líquido; c) a débito em conta do passivo e a crédito em conta do ativo; d) a débito em conta do ativo e a crédito em conta do patrimônio líquido; e) a débito em conta do patrimônio líquido e a crédito em conta do ativo.

23. (ESAF/TTN–97) Na conferência física do dinheiro depositado em

cofre, verificou-se que havia ali R$ 300,00, enquanto que o saldo contábil da conta caixa era de R$ 400,00. Justificou-se a divergência, com a seguinte constatação:

a) houve omissão de escrituração de vendas, no valor de R$ 100,00;

b) uma nota de compra de R$ 50,00 foi escriturada como sendo de venda;

c) um adiantamento salarial de R$ 100,00 foi escriturado duas vezes;

d) um cheque emitido para suprimento de caixa, do valor de R$ 100,00, não foi escriturado;

e) houve omissão de escrituração de compras, no valor de R$ 50,00.

6. ERROS DE ESCRITURAÇÃO

O livro Diário não pode conter rasuradas, emendas ou borrões. A correção de um registro realizado com erro na escrituração contábil das entidades deve ser feita por meio de lançamento de retificação. Independentemente da modalidade de correção adotada, o histórico do lançamento deverá precisar o motivo da retificação, a data e a localização do lançamento de origem, isto é, deve fazer menção ao lançamento original. Os lançamentos realizados fora da época devida deverão consignar, nos seus históricos, as datas efetivas das ocorrências e a razão do atraso. As formas de retificação recomendadas para a correção dos erros de escrituração são o estorno, a transferência e a complementação.

Estorno: consiste em efetuar lançamento inverso àquele feito de forma errada, anulando-o, desta forma, totalmente.

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Transferência: é aquele que promove a regularização de conta indevidamente debitada ou creditada, através da transposição do valor para a conta adequada.

Complementação: é o lançamento efetuado com a utilização das mesmas contas do lançamento original, porém com um valor extra a ser contabilizado.

A crescente utilização do processo de escrituração eletrônico, ao permitir que toda uma escrituração seja refeita em pouco tempo, alterando-se os lançamentos equivocados antes da emissão do Diário definitivo, vem tornando desnecessários os lançamentos de estorno ou complementares, muito utilizados nos outros processos de escrituração. Isso é o que ocorre na prática contábil contemporânea. Porém, em provas de concursos, esse assunto costuma a ser cobrado, conforme antes exposto e a seguir exemplificado.

6.1. VALOR CONTABILIZADO A MENOR

FATO: Venda de mercadorias pelo valor de R$5.000,00.

LANÇAMENTO CORRETO:

Petrópolis, 13 de dezembro de 2004. CAIXA a RECEITA DE VENDAS Pelo recebimento refer. à nota fiscal no 1.412

R$ 5.000,00

LANÇAMENTO EFETUADO NO DIÁRIO:

Petrópolis, 13 de dezembro de 2004. CAIXA a RECEITA DE VENDAS Pelo recebimento refer. à nota fiscal no 1.412

R$ 500,00

Reparem que foi lançado o valor de R$500,00, quando o correto seria R$5.000,00. Assim, como as contas foram registradas corretamente, basta efetuar um lançamento complementar, como abaixo:

CORREÇÃO:

Petrópolis, 13 de dezembro de 2004. CAIXA a RECEITA DE VENDAS Complemento de lançamento efetuado em

30.06.20X1, por valor lançado a menor

R$ 4.500,00

É interessante que o aluno registre os lançamentos no livro Razão e verifique que, após o lançamento de correção, os saldos das contas seriam os mesmos, caso o lançamento tivesse sido efetuado corretamente desde o início.

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6.2. VALOR CONTABILIZADO A MAIOR

FATO: Compra de mercadorias pelo valor de R$10.000,00, em dinheiro.

LANÇAMENTO CORRETO:

Petrópolis, 13 de dezembro de 2004. COMPRAS a CAIXA Pelo pagamento de compras referente à nota

fiscal no 202, da Cia. FMW

R$ 10.000,00 LANÇAMENTO EFETUADO NO DIÁRIO:

Petrópolis, 13 de dezembro de 2004. COMPRAS a CAIXA Pelo pagamento de compras referente à nota

fiscal no 202, da Cia. FMW

R$ 12.000,00 Percebam que agora foi lançado o valor de R$12.000,00, quando o

correto seriam R$10.000,00. Assim, como as contas foram registradas corretamente, basta efetuar um lançamento de estorno parcial, como abaixo:

CORREÇÃO:

Petrópolis, 13 de dezembro de 2004. CAIXA a COMPRAS Estorno parcial do lançamento efetuado em

30.06.20X1, da Cia. FMW, referente à nota fiscal no 202, por valor lançado a maior

R$ 2.000,00

Sugerimos, novamente, que o concursando faça os lançamentos de Razão para verificar os saldos das contas.

6.3. INVERSÃO DE CONTAS

FATO: Compra de veículos à vista, pelo valor de R$25.000,00.

LANÇAMENTO CORRETO:

Anápolis, 13 de dezembro de 2004.

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VEÍCULOS a CAIXA Pela nossa aquisição do veículo X, Chassi Z,

conforme nota fiscal no 5.782, da Cia. de Veículos Ltda.

R$ 25.000,00

LANÇAMENTO EFETUADO NO DIÁRIO:

Anápolis, 13 de dezembro de 2004. CAIXA a VEÍCULOS Pela nossa aquisição do veículo X, Chassi Z,

conforme nota fiscal no 5.782, da Cia. de Veículos Ltda.

R$ 25.000,00

Neste caso, houve inversão das contas no concernente ao débito e crédito. Assim, há que se estornar o lançamento feito de forma incorreta, para depois registrar o lançamento correto.

CORREÇÃO:

Anápolis, 13 de dezembro de 2004. VEÍCULOS a CAIXA Estorno do lançamento efetuado em

30.06.20X1, referente à aquisição de veículo

R$ 25.000,00 VEÍCULOS a CAIXA Pela nossa aquisição do veículo X, Chassi Z,

conforme nota fiscal no 5.782, da Cia. De Veículos Ltda.

R$ 25.000,00

6.4. TROCA DE CONTAS

FATO: Compra de mercadorias à vista, no valor de R$2.500,00.

LANÇAMENTO CORRETO:

Brasília, 13 de dezembro de 2004. COMPRAS a CAIXA Referente às nossas compras, à vista

R$ 2.500,00

LANÇAMENTO EFETUADO NO DIÁRIO:

Brasília, 13 de dezembro de 2004. COMPRAS a FORNECEDORES Referente às nossas compras, à vista

R$ 2.500,00

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Foi lançada a crédito a conta fornecedores, quando o correto seria

creditar a conta caixa. Assim, devemos efetuar um lançamento de transferência do valor para a conta correta (caixa).

CORREÇÃO:

Brasília, 13 de dezembro de 2004. FORNECEDORES a CAIXA Valor indevidamente creditado à primeira

conta, que ora regularizamos

R$ 2.500,00

Além dos erros apresentados, podem ocorrer outros, cuja correção será efetuada da seguinte forma:

• erro no histórico, descoberto a tempo, com o uso de ressalvas como a palavra DIGO;

• omissão de lançamento, fazendo o lançamento o mais rápido possível, mencionando no histórico a data em que o fato ocorreu;

• duplicidade de lançamento, pelo estorno do último lançamento.

Sempre é bom frisar que qualquer lançamento errado pode ser estornado totalmente e efetuado um novo lançamento em seguida. Porém, para efeito de concursos, devemos estar atentos aos lançamentos de estorno parcial, transferência e complementação.

Assim, percebemos que, embora os lançamentos devam ser feitos em rigorosa ordem cronológica, há de se observarem os princípios de Contabilidade e, sobremodo, o objetivo da evidenciação (priorizar a essência ao invés da forma). Dessa forma, quando se constata que determinado fato foi omitido, ele deve ser registrado, mesmo fora dessa ordem cronológica, pois mais vale um registro que não esteja estritamente em ordem cronológica, do que a omissão pura e simples de determinado fato.

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma: 24. (ESAF/AFTN–1994/março) Lançamentos (só contas e valores): 1) Comissões sobre vendas a Bancos conta movimento $ 500,00 2) Bancos conta movimento a Duplicatas a receber $ 800,00 3) Bancos conta movimento a Receita de aluguéis de equipamentos$ 60,00 4) Obrigações fiscais

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a Bancos conta movimento $ 200,00 5) Bancos conta movimento a Fundo de comércios adquirido $ 5.000,00 Os lançamentos acima, apresentados de forma simplificada, não se

referem a estornos, retificações, transferências, complementações ou venda de direitos.

Assim sendo, está errado, em função da natureza e finalidade das contas envolvidas, o registro contábil de número: a) 1; d) 4; b) 2; e) 5. c) 3;

7. DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DAS FILIAIS

A empresa que tiver filial, agência, sucursal ou assemelhada, e que optar por sistema de escrituração descentralizado, deverá possuir registros contábeis na escrituração-matriz que permitam a identificação das transações de cada uma dessas unidades. A escrituração de todas as unidades deverá integrar um único sistema contábil, com a observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade, em especial o da entidade.

O grau de detalhamento dos registros contábeis ficará a critério da entidade. Entretanto, deve haver um detalhamento suficiente para evidenciar todos os fatos relevantes ocorridos. As contas recíprocas, relativas às transações entre matriz e unidades, bem como as contas recíprocas das unidades ou filiais, devem ser eliminadas quando da elaboração das demonstrações contábeis, pois, do contrário, teríamos, por ocasião da consolidação das demonstrações, a duplicidade de valores.

Em respeito ao princípio da entidade, as despesas e receitas que não possam ser atribuídas às unidades serão registradas na matriz. O rateio de despesas e receitas, da matriz para as unidades, ficará a critério da administração da entidade. Ressalte-se que, em assim procedendo, não se estará violando o princípio da entidade, pois os valores deste modo rateados constarão do demonstrativo consolidado da matriz.

8. BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

À relação ordenada do saldo das contas do Razão chamamos de balancete de verificação. O balancete deve apresentar uma coluna para os saldos devedores e outra, para os saldos credores.

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Chamamos atenção ao fato de que no balancete as contas são ordenadas segundo a natureza de seus saldos. Assim, as contas retificadoras do ativo apresentam seus saldos na coluna dos créditos e as contas retificadoras do passivo terão seus saldos apresentados na coluna dos débitos.

Como conseqüência da correta aplicação do método das partidas dobradas, a soma dos saldos devedores e a soma do saldos credores, no balancete, devem apresentar valores iguais.

MODELO DE FORMULÁRIO DE BALANCETE SALDO INICIAL MOVIMENTO SALDO FINAL No CONTA

DEVEDOR CREDOR DÉBITOS CRÉDITOS DEVEDOR CREDOR

TOTAIS

Para exemplificar, vamos supor uma série de eventos ocorridos em uma entidade:

1. investimento inicial em dinheiro: R$ 20.000,00;

2. compra de um veículo a prazo: R$ 12.000,00;

3. compra de mercadorias à vista: R$ 3.000,00;

4. depósito no Banco do Brasil: R$ 15.000,00;

5. venda de mercadorias à vista: R$ 2.500,00;

6. depósito no Banco do Brasil: R$ 2.000,00;

7. compra de mercadorias com pagamento em cheque: R$ 4.000,00;

8. pagamento de despesa com aluguel em cheque: R$ 500,00.

LANÇAMENTOS CONTÁBEIS:

1. CAIXA a CAPITAL SOCIAL p/ capital integralizar em dinheiro

R$ 20.000,00

2. VEÍCULOS a DUPLICATAS A PAGAR p/ compra de um veículo a prazo

R$ 12.000,00

3. COMPRAS a CAIXA N/ pagamento

R$ 3.000,00

4. BANCOS C/ MOVIMENTO a CAIXA N/ depósito no Banco do Brasil

R$ 15.000,00

5. CAIXA

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a VENDAS N/ recebimento

R$ 2.500,00

6. BANCOS C/ MOVIMENTO a CAIXA N/ depósito no Banco do Brasil

R$ 2.000,00

7. COMPRAS a BANCOS C/ MOVIMENTO pagamento em cheque

R$ 4.000,00

8. ALUGUÉIS a BANCOS C/ MOVIMENTO pagamento em cheque

R$ 500,00

RAZONETES

CAIXA BANCOS C/MOVIMENTO VEÍCULOS (1)20.000,00 (5)2.500,00

3.000,00 (3) 115.000,00 (4) 2.000,00 (6)

(4) 15.000,00 (6) 2.000,00

4.000,00 (7) 500,00 (8)

(2)12.000,00

22.500, 00 20.000,00 17.000,00 4.500,00 2.500,00 12.500,00

DUPLICATAS A PAGAR CAPITAL SOCIAL VENDAS 12.000,00 (2) 20.000,00 (1) 2.500,00 (5)

COMPRAS ALUGUÉIS

(3) 3.000,00 (7) 4.000,00

(8) 500,00

7.000,00

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO:

MOVIMENTO SALDO CONTAS DÉBITO CRÉDITO DEVEDOR CREDOR

CAIXA 22.500,00 20.000,00 2.500,00 BANCOS C/ MOVIMENTO 17.000,00 4.500,00 12.500,00 VEÍCULOS 12.000,00 12.000,00 DUPLICATAS A PAGAR 12.000,00 12.000,00 CAPITAL SOCIAL 20.000,00 20.000,00 VENDAS 2.500,00 2.500,00 COMPRAS 7.000,00 7.000,00 ALUGUÉIS 500,00 500,00

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TOTAL 59.000,00 59.000,00 34.500,00 34.500,00

Em concursos, o balancete nos é apresentado com apenas a coluna dos saldos finais das contas e em muitos casos sem distinguir débitos e créditos, cuja tarefa fica a cargo do candidato.

Forma de balancete simplificado:

SALDO CONTAS DEVEDOR CREDOR

CAIXA 2.500,00 BANCOS C/ MOVIMENTO 12.500,00 VEÍCULOS 12.000,00 DUPLICATAS A PAGAR 12.000,00 CAPITAL SOCIAL 20.000,00 VENDAS 2.500,00 COMPRAS 7.000,00 ALUGUÉIS 500,00 TOTAL 34.500,00 34.500,00

Forma de apresentação de “balancete” ou elenco de contas nas provas da Esaf.

CONTAS SALDOS

CAIXA 2.500,00 BANCOS C/ MOVIMENTO 12.500,00 VEÍCULOS 12.000,00 DUPLICATAS A PAGAR 12.000,00 CAPITAL SOCIAL 20.000,00 VENDAS 2.500,00 COMPRAS 7.000,00 ALUGUÉIS 500,00

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma:

25. (ESAF/TFC/2001) Os procedimentos contábeis utilizados no método das partidas dobradas exigem que se registrem os investimentos da atividade em contrapartida com as respectivas fontes de financiamento, formando-se, com isso, um fundo de valores positivos e negativos que se contrapõem. Desse modo, quando é elaborado um balancete de verificação no fim de determinado período, o fundo de valores positivos, do ponto de vista contábil, estará representado pela soma:

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a) dos bens, dos direitos e das despesas;

b) dos bens e dos direitos; c) dos bens, dos direitos e das receitas; d) do ativo e do patrimônio líquido; e) do patrimônio líquido.

26. O balancete de verificação do Razão tem como principal finalidade:

a) demonstrar o crédito apurado; b) demonstrar a exatidão da equação do patrimônio; c) evidenciar o patrimônio líquido da entidade;

d) colocar em destaque o ativo líquido da entidade;

e) relacionar as contas, de acordo com seus respectivos saldos, e verificar a igualdade entre a soma dos saldos devedores e credores.

9. PROCESSO CONTÁBIL

A documentação contábil é a base do processo contábil. Entende-se por documentação contábil todos os documentos, livros, papéis e registros que dão sustentação à escrituração contábil.

A documentação que dá sustentação à contabilidade deve ser idônea e hábil, isto é, deve estar revestida das características intrínsecas ou extrínsecas essenciais, definidas na legislação, na técnica contábil ou aceitas pelos “usos e costumes”.

Essa documentação pode ter origem interna ou externa. Será interna quando gerada na própria entidade (notas fiscais emitidas pela própria empresa) e, externa, quando proveniente de terceiros (notas de compras). Em ambos os casos, a entidade é obrigada a mantê-la em boa ordem e guardá-la, enquanto não-prescritos os efeitos que dela podem decorrer.

Como o objetivo da Contabilidade é a evidenciação da situação patrimonial da entidade e esta é veiculada pelas demonstrações contábeis, ao final de um certo período de tempo (exercício social), apresentamos, a seguir, uma seqüência de rotinas e procedimentos chamada de ciclo ou processo contábil.

9.1. FASES DO CICLO CONTÁBIL

1ª: análise dos documentos que constituem os elementos de comprovação da ocorrência dos fatos contábeis;

2ª: registro dos fatos contábeis no livro Diário, pelo método das partidas dobradas;

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3ª: transposição para o Razão dos lançamentos do Diário, separando-os por contas;

4ª: elaboração do balancete de verificação para averiguar a igualdade entre os valores debitados e valores creditados, ou dos saldos devedores e credores;

5ª: elaboração dos lançamentos de ajustes, provisões, depreciações etc., seguidos de encerramento das contas de resultado, para apuração do resultado do período;

6ª: elaboração dos lançamentos de destinação do resultado apurado, seguido do levantamento de novo balancete de verificação, ajustado para balanço;

7ª: preparação e transcrição no livro Diário dos principais relatórios contábeis, sendo básicos o BALANÇO PATRIMONIAL e a DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO.

9.2. PERÍODO CONTÁBIL (EXERCÍCIO SOCIAL)

Consoante a Lei nº 6.404/76, o exercício social deverá ter a duração de um ano e o término deve estar expresso no estatuto. No entanto, normalmente, o exercício social tem duração de um ano e coincide com o ano-calendário, embora não seja esta a disposição da lei.

Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I – balanço patrimonial;

II – demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

III – demonstração do resultado do exercício; e

IV – demonstração das origens e aplicações de recursos

Já com relação à legislação fiscal, a Lei nº 9.430/96, estabelece que o exercício social pode ser trimestral, a fim de atender opção na apuração dos tributos e contribuições federais, isto é, para as pessoas obrigadas ao lucro real.

9.3. RESULTADO DO PERÍODO (RÉDITO)

A função econômica da Contabilidade é apurar o resultado, sendo que a Lei nº 6.404/76 (Lei das S/A) determina que a apuração seja feita através da demonstração do resultado do exercício, que é a apresentação ordenada e segmentada de todas as receitas, custos e despesas ocorridos no exercício social da empresa.

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9.4. ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO

Uma das grandes diferenças entre as contas de resultado e as contas patrimoniais consiste no fato de que as contas de resultado terão seu saldo “zerado” ao final de cada exercício social, ao passo que as contas patrimoniais preservam o saldo do final de um período que será o saldo de abertura do exercício seguinte.

É importante frisar, neste momento, que os ajustes de exercícios anteriores não podem ser confundidos com o resultado do exercício atual, pois aqueles devem ser levados diretamente à conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados e jamais na apuração do resultado do exercício.

O encerramento das contas de resultado, será efetuado através dos seguintes lançamentos:

a) as contas de receitas são debitadas, transferindo-se seus saldos para crédito da conta resultado do exercício.

b) as contas de custos e despesas são creditadas, transferindo-se seus saldos para débito da conta “Resultado do exercício”.

Os lançamentos de encerramento devem ser efetuados no livro Diário e transpostos para o Razão.

9.5. APURAÇÃO SIMPLIFICADA DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Nesta apuração simplificada desconsideremos a existência do governo (tributos) e da outros aspectos como a distribuição de lucro, cujos assuntos serão vistos em aulas futuras. Sendo assim, considere o seguinte balancete de verificação:

SALDOS CONTAS DEVEDOR CREDOR

1. CAIXA 2. BANCOS C/ MOVIMENTO 3. DUPLICATAS A RECEBER 4. ESTOQUE MATERIAL DE EXPEDIENTE 5. MÓVEIS E UTENSÍLIOS 6. DUPLICATAS A PAGAR 7. CAPITAL SOCIAL 8. RECEITAS DE SERVIÇOS 9. IMPOSTOS FATURADOS – ISS 10. SALÁRIOS 11. ÁGUA, LUZ e TELEFONE 12. MATERIAL CONSUMIDO 13. ALUGUÉIS

13.200,00 127.000,00 30.000,00 10.312,00 25.000,00

1.488,00 32.000,00 6.400,00

28.400,00 12.000,00

28. 100, 00 90. 000,00 167.700,00

TOTAIS 285.800,00 285.800,00

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10. LANÇAMENTOS DE ENCERRAMENTO

1. RESULTADO DO EXERCÍCIO

a DIVERSOS

Transferência dos saldos das seguintes contas, para encerramento.

a Impostos faturados – ISS 1.488,00

a Salários 32.000,00

a Água, luz e telefone 6.400,00

a Material consumido 28.400,00

a Aluguéis. 12.000,00 80.288,00

2. RECEITA DE SERVIÇOS

a RESULTADO DO EXERCÍCIO

Transferência de saldo,

para encerramento das receitas.167.700,00

RESULTADO DO EXERCÍCIO (1) 80.288,00 167.700,00 (2)

87.412,00

10.1. LANÇAMENTO DE DESTINAÇÃO DO RESULTADO

Após computarmos o resultado do exercício, devemos, em primeiro lugar, transferir este valor para a conta patrimonial lucros ou prejuízos acumulados (LPA), encerrando também a conta transitória resultado do exercício.

Lançamento de transferência para LPA

3. RESULTADO DO EXERCÍCIO

a LUCROS ACUMULADOS 87.412,00

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10.2. ENCERRAMENTO DE RESULTADOS E DESTINAÇÃO DO LUCRO

Receitas de Serviços Impostos Faturados - ISS

Salários

(2) 167.700,00 167.700,00 1.488,00

1.488,00 (1) 32.000,00

32.000,00 (1)

Água, Luz e Telefone Material de Consumo Aluguéis

6.400,00

6.400,00 (1) 28.400,00

28.400,00 (1) 12.000,00

12.000,00 (1)

Resultado do Exercício Lucros Acumulados (1) 80.288,00 167.700,00 (2) 87.412,00 (3) (3) 87.412,00 87.412,00

Reparem que, após a apuração do resultado do exercício e transferência para LPA, todas as contas de resultado passaram a ter saldo zero, visto que estas não aparecem no balanço patrimonial, que contempla apenas contas patrimoniais.

10.3 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

RECEITA BRUTA DE SERVIÇOS 167.700,00 (-) IMPOSTOS INCIDENTES – ISS (1.488,00) (1.488,00) (=) RECEITA LÍQUIDA 166.212,00 (-) SALÁRIOS (32.000,00) (-) ÁGUA, LUZ E TELEFONE (6.400,00) (-) MATERIAL CONSUMIDO (28.400,00) (-) ALUGUÉIS (12.000,00) (78.800,00) (78.800,00) (=) RESULTADO DO EXERCÍCIO 87.412,00

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10.4 BALANÇO PATRIMONIAL

Balanço patrimonial em 31.12.20x1

ATIVO PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE Caixa 13.200,00 Duplicatas a pagar 28.100,00 Bancos c/movimento 127.000,00 Duplicatas a receber 30.000,00 PATRIMÔNIO

LÍQUIDO

Estoques 10.312,00 Capital social 90.000,00 180.512,00 Lucros acumulados 87.412,00 177.412,00 PERMANENTE Móveis e utensílios 25.000,00 TOTAL 205.512,00 TOTAL 205.512,00

O assunto apareceu ou pode aparecer em prova da seguinte forma: 27. A empresa Delmiro Campos e Cia. Ltda. devolveu a um cliente, em

dinheiro, a quantia de R$ 27.000,00, recebida a maior quando da liquidação de duplicata mercantil por ela emitida. O registro contábil do fato feito, acertadamente, a débito da conta: a) duplicatas a pagar; d) despesas com restituições; b) caixa; e) devolução de vendas. c) duplicatas a receber;

28. (ESAF/TTN–1994/vespertino) – Itens Título Estorno Ativo Data da operação Saldo Situação líquida Valor do débito Valor do crédito Local Os elementos essenciais da conta, constantes dos itens

relacionados, são em número de: a) quatro; d) seis; b) oito; e) sete. c) cinco;

29. (CESPE/STM/SUPERIOR/99) Uma empresa que possua um saldo

inicial de contas a receber de vendas a prazo de RS 1.000,00, que realize vendas a prazo no exercício social subseqüente, no valor de R$ 15.000,00, e receba, de vendas a prazo, no mesmo período, a

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importância de R$ 14.500,00, apresentará, no fim do exercício, um saldo de contas a receber de:

a) R$ 1.000,00; d) R$ 1.500,00;

b) R$ 1.200,00; e) R$ 2.000,00.

c) R$ 1.300,00;

30. Tendo em vista que as contas podem receber lançamentos de débito e de crédito, pode-se afirmar que os lançamentos:

a) a crédito de conta de despesas representam um aumento em seu saldo;

b) a débito da conta de resultado do exercício representam transferência das contas de despesas ou custos;

c) a débito da conta de despesas representam transferência de saldo para apuração de resultado do exercício;

d) a débito da conta de resultado do exercício representam transferência das contas de receitas;

e) a crédito da conta de receitas representam transferência de saldo para apuração de resultado do exercício.

31. No levantamento de balanço para apuração do resultado do período base, as contas de:

a) custos e despesas são debitadas em contrapartida de uma conta transitória de resultado;

b) receitas são creditadas em contrapartida de uma conta transitória de resultado;

c) custos e despesas são creditadas em contrapartida de uma conta transitória de resultado;

d) receitas são creditadas em contrapartida de conta de lucros ou prejuízos acumulados;

e) receitas são creditadas e as de despesas e custos são debitadas em contrapartida de uma conta transitória de resultado.

32. Considere o lançamento abaixo:

Lucros ou prejuízos acumulados

a Resultado do exercício

Esse lançamento destina-se ao seguinte registro:

a) encerramento das contas de despesas na apuração do resultado do exercício;

b) encerramento das contas de receitas na apuração do resultado do exercício;

c) transferência para lucros ou prejuízos acumulados do lucro apurado do exercício;

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d) transferência para lucros ou prejuízos acumulados do prejuízo apurado no exercício;

e) correção monetária dos lucros ou prejuízos acumulados dentro da sistemática da correção monetária do balanço.

33. (ESAF/TFC–SFC/97) Aponte o lançamento contábil que enseje variação do patrimônio líquido.

a) Reserva de lucros a realizar a lucros acumulados.

b) Reserva legal a capital.

c) Prejuízos acumulados a resultado do exercício.

d) Lucros acumulados a reserva para contingências.

e) Capital a prejuízos acumulados.

34. (Unb–CESPE/STF–Analista/99) A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo. Tendo havido modificação de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes no resultado do período, a companhia tem o dever de:

a) alterar a sua escrita, revertendo os registros, pois não pode haver mudança de método ou critério contábil;

b) excluir os seus efeitos da base de cálculo dos dividendos a serem distribuídos;

c) oferecer a diferença à tributação, caso tenha ocorrido acréscimo de resultado;

d) retificar o valor do patrimônio líquido no balanço patrimonial, passando a demonstrar a situação sem esses efeitos e com eles em todos os exercícios sociais subseqüentes;

e) indicá-la em nota explicativa e ressaltar esses efeitos.

35. (TÉC. CONTAB/CONTROLADORIA–99) Ao liquidar uma dívida da empresa:

a) o seu débito diminuirá;

b) a sua dívida aumentará;

c) o seu crédito aumentará;

d) o seu débito permanecerá inalterado;

e) o seu crédito diminuirá.

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GABARITO AULA 07

1 – E 8 – B 15 – E 22 – D 29 – D

2 – A 9 – C 16 – D 23 – B 30 – B

3 – A 10 – A 17 – A 24 – E 31 – C

4 – B 11 – B 18 – B 25 – A 32 – D

5 – E 12 – B 19 – D 26 – E 33 – C

6 – D 13 – D 20 – C 27 – C 34 – E

7 – A 14 – D 21 – A 28 – C 35 – A

Resolução da questão 35 da aula 05.

25. Uma empresa comercial e prestadora de serviços, num

determinado período, realizou as operações abaixo mencionadas, todas devidamente contabilizadas:

1 – pagou antecipadamente, em dinheiro, uma duplicata de seu aceite no valor de R$ 100.000,00, para gozar do desconto de 2%;

2 – emitiu nota fiscal-fatura, relativa à prestação de serviços, no valor de R$ 250.000,00, a 30 (trinta) dias de prazo;

3 – adquiriu material de consumo no valor de R$ 10.000,00, pagos em dinheiro, apropriando-o ao resultado do exercício;

4 – recebeu aviso bancário, comunicando que uma duplicata de sua emissão, no valor de R$ 50.000,00, descontada no Banco, foi liquidada pelo sacado;

5 – emitiu cheque no valor de R$ 200.000,00, sacando o dinheiro em seguida;

6 – fez empréstimo em dinheiro a um sócio, no valor de R$ 300.000,00;

7 – pagou aos empregados, em dinheiro, salários do exercício anterior, no valor de R$ 250.000,00, já apropriados como despesa operacional do exercício a que se referem.

Se o saldo de CAIXA, depois das operações acima citadas, passou a ser de R$ 60.000,00, antes delas era de:

a) R$ 268.000,00; d) R$ 658.000,00; b) R$ 468.000,00; e) R$ 718.000,00. c) R$ 518.000,00;

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RESOLUÇÂO: Apresentamos os fatos pela numeração que os antecedem.

Fatos CAIXA Saldo Inicial X 1 98.000,00 3 10.000,00 5 200.000,00 6 300.000,00 7 250.000,00 Somas 200.000,00* 658.000,00 Saldo final 60.000,00

*Reparem que ao valor de R$ 200.000,00 devemos adicionar o valor

do saldo inicial. O saldo final (de R$ 60.000,00) é obtido pela diferença de (200.000

+X) – 658.000,00. Então: 60.000,00 = 200.000 + X – 658.000 X = 658.000 + 60.000 – 200.000 X = 518.000,00

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AULA 8: OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

Olá, pessoal, hoje iniciaremos um assunto de grande importância em termos de concursos na área fiscal. Vamos abordar o tratamento contábil aplicado quando a empresa realiza “Operações com Mercadorias”, ou seja, quando compra, vende, devolve, paga recebe desconto, destaca tributos, compensa tributos etc.

1. NOÇÕES GERAIS

O assunto é fundamental, pois as operações com mercadorias normalmente constituem-se na atividade principal em grande parte das empresas comerciais, atualmente conhecidas por sociedades empresárias, de acordo com o Novo Código Civil. O fisco, por sua vez, também observa estas operações de perto, visto que incidem diversos tributos em tais transações.

O termo mercadoria pode ser definido como sendo aquilo que é adquirido com a finalidade de revenda. Já o vocábulo produto, genericamente, se refere aos bens fabricados pela empresa.

Para o empresário (comerciante), a contabilidade é uma ferramenta importante para auxiliá-lo a calcular o seu lucro nessas operações, ou seja, o Resultado com Mercadorias (RCM). Agora pensemos um pouco. Como se obtém o lucro de quem vende algo? Ora, isso é fácil: é igual ao preço que ele vendeu menos o preço que ele pagou. Só isso??? É só isso mesmo!!!!!

Então chamaremos o preço pago pela mercadoria de CMV (Custo das Mercadorias Vendidas). Trata-se de uma conta de custo. É como se fosse uma conta de despesa (vai para o resultado), mas se refere somente ao preço do bem adquirido para revenda. Por isso é considerada como custo.

Já o preço recebido pela venda será contabilizado em uma conta de receita chamada Receita de Vendas (V). A conta mercadorias é uma das mais antigas contas utilizadas pelos comerciantes, a fim de registrar as operações mercantis. Para inscrever operações com mercadorias, utilizamos três grupos básicos de contas, a serem vistos a seguir.

E as mercadorias que a empresa adquiriu que não foram vendidas ainda? Ora, essas ficam no estoque da empresa. Por isso,

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utilizaremos a conta Estoques de Mercadorias ou Mercadorias para revenda, ou simplesmente Estoques. É uma conta patrimonial, do ativo circulante.

Assim, já temos três contas básicas para trabalhar:

CMV – CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (Conta de resultado)

V – VENDA DE MERCADORIAS (Conta de resultado)

ESTOQUES

Nas operações de compra e venda de mercadorias, durante o exercício social, basicamente o que o comerciante quer saber é o resultado obtido, que pode ser de lucro ou prejuízo, a que chamamos Resultado com Mercadorias (RCM) ou Lucro Operacional Bruto (LB), onde:

RCM = V – CMV

Reparem que, no fundo, essa fórmula nada mais é do que a velha e boa “RECEITA MENOS DESPESA”.

Agora o problema do comerciante se resume em calcular V e CMV. O V (total de vendas) é fácil. Basta ele somar as vendas do período, utilizando os documentos de venda, como notas fiscais ou faturas comerciais. A tarefa mais complicada, então, é a determinação do custo das mercadorias vendidas (CMV).

O cálculo do CMV não é tão simples, uma vez que as empresas vendem diversos produtos e, no momento da revenda, dispõem de mercadorias em estoque que foram, possivelmente, adquiridas a preços distintos, em momentos distintos, com ou sem desconto, e ainda de fornecedores diversos.

As empresas então têm de solucionar a questão do CMV. As de pequeno porte costumam calcular o custo das mercadorias vendidas apenas no final do período. Para isso devem proceder à contagem física do estoque existente ao final do período (inventário). Quando se faz esse tipo de procedimento, atribui-se o nome de INVENTÁRIO PERIÓDICO ao sistema de controle de estoques.

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As empresas maiores costumam controlar seus estoques de forma mais precisa, dependendo do tipo de mercadoria com que trabalham, por meio de um sistema que contabiliza o custo de cada saída de mercadoria, ou seja, o custo de cada lote de mercadoria vendida. É o que se chama de INVENTÁRIO PERMANENTE. Analisaremos ambos os sistemas de controle de estoque a seguir.

2. INVENTÁRIO PERIÓDICO

No sistema de inventário periódico os lançamentos à conta patrimonial de estoques são efetuados somente no final de um período (que pode ser mensal, trimestral ou anual), por ocasião do inventário físico. Assim, somente após a contagem de estoques é que se pode calcular o CMV, para em seguida apurar-se o resultado com mercadorias (RCM). Por esse motivo, diz-se que, no sistema de inventário periódico, o valor do estoque é apurado de forma extra-contábil.

Com relação à conta de Estoques (ou Mercadorias), o sistema de inventário periódico pode operar sob a forma de conta mista ou conta desdobrada (mais comum).

2.1. MERCADORIAS CONTA MISTA

Esse método não é muito utilizado hoje em dia, mas sabem como é, em termos de concurso, de vez em quando aparece em alguma questão. E aí, meus caros, é o que se costuma dizer, não dá pra errar questão fácil! Se o assunto é tranqüilo, por que não perder um tempinho a mais pra absorvê-lo? Vale a pena. Então vamos lá.

Nesse método utiliza-se somente uma conta, qual seja, a conta MERCADORIAS, onde serão contabilizadas diretamente as compras, as vendas e o estoque inicial. A conta funciona da seguinte forma:

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CONTA MISTA MERCADORIAS

DÉBITOS CRÉDITOS

Estoque Inicial

Compras

Devolução de Vendas

Vendas

Devolução de Compras

Saldo Devedor Saldo Credor

Essa conta pode possuir saldo credor ou devedor ao final do período. Como se trata de inventário periódico, vimos que, para a obtenção do resultado com mercadorias (RCM), teremos de apurar o estoque físico primeiro ao final do período (EF).

Assim, no método CONTA MISTA, considerando o saldo credor ou devedor da conta mercadorias após a contabilização do estoque inicial, compras e vendas, temos que:

RCM = EF + SALDO CREDOR

RCM = EF – SALDO DEVEDOR

Caso haja impostos ou contribuições incidentes sobre as vendas (ICMS, PIS, COFINS), assunto que será visto mais adiante, o RCM será obtido pela fórmula:

RCM = EF + SALDO CREDOR – Imp. s/v

RCM = EF – SALDO DEVEDOR – Imp. s/v

Exemplo: Considerando os dados abaixo, efetue os lançamentos à conta mista MERCADORIAS e calcule o resultado com mercadorias (RCM):

(1) Estoque inicial (EI) = $2.000,00;

(2) Compras do período (C) = $4.500,00;

(3) Vendas do período (V) = $8.000,00;

(4) Estoque final (EF) = $800,00.

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Lançamentos na conta mista MERCADORIAS:

MERCADORIAS

(1) 2.000,00(2) 4.500,00

8.000,00 (3)

6.500,00 8.000,00 1.500,00

Reparem que omitimos as contrapartidas do lançamento, referentes à forma de pagamento ou de recebimento, ou seja, os lançamentos às contas CAIXA, FORNECEDORES, CLIENTES etc.

Assim, vimos o saldo da conta mista MERCADORIAS ficou CREDOR no valor de R$ 1.500,00. Utilizando a fórmula, o RCM é:

RCM = EF + SALDO CREDOR

RCM = $800 + $1.500,00 = $2.300,00

Ao final do período-base, a empresa deve realizar ainda um lançamento para “atualizar” o saldo da conta MERCADORIAS, apurado em inventário físico. Ora, se o valor do estoque final é de R$ 800,00, significa que o saldo da conta MERCADORIAS deve ficar em R$ 800,00, devedor. Como seu saldo era de R$ 1.500,00, credor, para chegarmos aos R$ 800,00 devedor devemos DEBITAR R$ 2.300,00. A contrapartida será exatamente na conta RCM. Aliás, a fórmula vista acima surge em função deste lançamento. Vejam:

D – MERCADORIAS 2.300,00

C – RCM 2.300,00

Os razonetes ficariam assim:

MERCADORIAS RCM

(4) 2.300,00 1.500,00 2.300,00 (4)

(EF) 800,00

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2.2. CONTA MERCADORIAS DESDOBRADA

O sistema de conta desdobrada também utiliza o inventário periódico, portanto, os lançamentos na conta mercadorias-estoque são efetuados apenas quando as mercadorias são fisicamente inventariadas. Durante o intervalo entre os encerramentos de período NÃO são feitos registros a débito e a crédito na conta de estoque. Ela só sofre movimentação quando se faz o inventário físico. Vale lembrar que o estoque final de um período equivale ao estoque inicial do período subseqüente.

Desta forma, o método pressupõe a adoção de 03 (três) contas básicas (compras, vendas e estoques).

2.2.1. COMPRAS (C)

Registra a DÉBITO as aquisições efetuadas pela empresa. No encerramento do período, deverá ser CREDITADA quando seu saldo é transferido à conta de custo das mercadorias vendidas (CMV). Percebe-se, pelo exposto, que a conta mercadorias-compras (como também é conhecida) é conta de resultado, transitória.

Além do preço pago pela mercadoria, há alguns fatores que afetam o custo para empresa da aquisição do produto, tais como os fretes, os seguros, as despesas de armazenagem, os materiais de embalagens, as despesas de conferência, as comissões a agentes de compras etc. Quando suportados pela adquirente, devem integrar o valor das compras, ou seja, devem ser somados às compras, fazendo parte, em última análise, do custo das mercadorias vendidas (CMV). Esses acréscimos podem ser contabilizados diretamente à conta Compras, ou de forma mais precisa, em contas separadas, como Frete sobre Compras, Comissões de Compra e outras, cujos saldos deverão ser posteriormente adicionados ao valor das compras para contabilização do CMV.

Vale observar o art. 183, inciso II, da Lei 6.404/76, que estabelece que o custo de produção ou de aquisição deve compreender todos os gastos realizados para a obtenção de um produto ou de uma mercadoria.

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2.2.2. MERCADORIAS-ESTOQUE (OU ESTOQUE DE MERCADORIAS)

Essa é a conta patrimonial, do ativo circulante, que representa o valor dos estoques de mercadorias. Lembramos que no inventário periódico ela será atualizada somente ao final de cada período, quando da contagem física. No início do exercício seguinte, apresenta como saldo (estoque inicial – EI) devedor o valor das mercadorias existentes no final do exercício anterior.

2.2.3. VENDAS (V)

É a conta que representa a receita com a venda de mercadorias (ou mesmo de serviços). É conta de resultado. Registra todas as vendas de mercadorias e/ou produtos, sejam elas realizadas à vista ou a prazo. É o que se chama de Vendas Brutas. A cada venda essa conta será CREDITADA. Ao final do período, será encerrada, como todas as contas de resultado, por meio de lançamento a DÉBITO, em contrapartida a CRÉDITO na conta RCM.

Sendo assim, no inventário periódico são utilizadas 02 (duas) fórmulas básicas:

RCM = V – CMV

CMV = EI + C – EF

A primeira se refere à apuração do resultado bruto, já vista anteriormente. Com relação ao CMV, basta utilizar um pouco o raciocínio para compreender a fórmula acima. Vejam, apurado o estoque físico ao final do período (EF), o custo da mercadoria vendida (CMV), ou seja, tudo aquilo que a empresa deu saída (vendeu), é igual ao que a empresa possuía disponível para venda naquele período (EI + C), ou seja, o que ela já tinha no início (EI), mais o que foi adquirido posteriormente (C), tudo isso deduzido do que restou em estoque (EF). Resumido, o custo do que saiu é igual ao que eu tinha pra vender menos o que NÃO foi vendido. Daí

CMV = EI + C – EF

É isso!

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Exemplo: Vamos supor que a empresa Comércio Total S/A tivesse em seu estoque no início do mês de agosto mercadorias no valor de $ 15.000,00. A conta caixa possuía saldo devedor de $ 25.000,00. Dadas as operações abaixo, faça os devidos lançamentos nos livros Diário e Razão, considerando que as transações foram à vista e que a empresa utiliza o sistema de conta desdobrada do inventário periódico:

1) 03/08: aquisição de mercadorias para estoque, no valor de $ 12.000,00;

2) 05/08: venda de mercadorias, no valor de $ 8.000,00;

3)12/08: venda, no valor de $ 13.000,00;

4)18/08: nova compra de mercadorias, agora no valor de $ 10.000,00;

5) 25/08: venda, no valor de $ 7.000,00;

6) 31/08: ao final do mês, realizou-se a contagem física dos estoques existentes, tendo sido constatada a existência de mercadorias, no valor de $ 18.000,00. Nesta data, a empresa apurou o resultado bruto (RCM).

Obs.: Neste exemplo, serão desconsideradas as incidências tributárias.

A seguir, os registros contábeis pertinentes às operações com mercadorias e à apuração do RCM.

Registros no Diário:

1) Como o sistema é de conta desdobrada, basta debitar a conta de resultado Compras e creditar a conta de disponibilidades (no caso Caixa, já que a compra foi à vista). Vejam que a conta Mercadorias não é movimentada nesse momento.

03/08 D Compras 12.000,00 C Caixa 12.000,00

2) o lançamento referente à contabilização da receita de venda será igual nos sistemas de inventário periódico e permanente. A diferença é que no periódico não há a baixa no estoque no momento da venda, portanto contabiliza-se apenas a receita e a entrada do dinheiro no caixa da empresa.

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05/08 D Caixa 8.000,00 C Vendas 8.000,00

3)

12/08 D Caixa 13.000,00 C Vendas 13.000,00

4)

18/08 D Compras 10.000,00 C Caixa 10.000,00

5)

25/08 D Caixa 7.000,00 C Vendas 7.000,00

A seguir, faremos os lançamentos referentes aos ajustes finais do período, necessários à apuração do CMV, do RCM, e ao registro do estoque final.

31/08 – Ajustes Finais 6) Lembrem-se: A fórmula do CMV é CMV = EI + C – EF. Então, primeiramente devemos transferir o estoque inicial (EI) para a conta CMV:

D CMV 15.000,00 C Mercadorias (estoque inicial) 15.000,00

7) Da mesma forma, devemos, transferir também o valor de Compras para o CMV. Vejam no razonete que as compras totalizaram $ 22.000,00

D CMV 22.000,00 C Compras 22.000,00

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8) Agora, dada a apuração física do estoque no valor de $ 18.000,00, este valor deve ser lançado à conta Mercadorias (débito), em contrapartida a um crédito no CMV, em função da fórmula (CMV = EI + C – EF)

D Mercadorias (contagem física) 18.000,00 C CMV 18.000,00 9) Para calcularmos o RCM (V – CMV), é preciso lançar na conta RCM a débito o valor do CMV, e na conta CMV a contrapartida a crédito, encerrando-a

D RCM 19.000,00 C CMV 19.000,00 10) Por fim, encerramos a conta de Vendas (se lembram? Encerramento das contas de despesas e de receitas ao final do exercício?), lançando a débito contra um crédito no RCM

D Vendas 28.000,00 C RCM 28.000,00

Registros no Razão:

Mercadorias Caixa (SI) 15.000 15.000 (6) (SI) 25.000 12.000 (1) (8) EF 18.000 (2) 8.000 10.000 (4) (3) 13.000 (5) 7.000 53.000 22.000

31.000

COMPRAS VENDAS (1) 12.000 (4) 10.000

8.000 (2) 13.000 (3)

22.000 22.000 (7) 7.000 (5) (10) 28.000 28.000

CMV RCM (6) 15.000 18.000 (8) (9) 19.000 28.000 (10) (7) 22.000 9.000 37.000 18.000 19.000 19.000 (9)

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Ao final dos lançamentos acima, apurou-se o lucro bruto (resultado com mercadorias) no período no valor de:

RCM = V – CMV

RCM = 28.000 – 19.000 = 9.000,00

Vamos agora resolver uma questão de prova de concurso bastante pertinente ao assunto:

EXERCÍCIO RESOLVIDO 8-1:

(TFC/2000) – A Comercial S.A. T. Elite apresentava os saldos abaixo, em primeiro de maio:

Caixa 1.500,00 Mercadorias 1.300,00 Clientes 1.000,00 Capital social 4.200,00 Fornecedores 1.800,00 Móveis e utensílios 2.200,00

Durante o mês, a empresa realizou as seguintes operações:

• comprou a prazo 400 unidades de mercadorias, a R$ 5,00 cada uma;

• vendeu a prazo 300 unidades dessa mercadoria, a R$ 6,00 cada uma;

• pagou dívidas de R$ 1.000,00, com juros de 10%; e • recebeu direitos de R$ 800,00, com desconto de 10%. Considerando que o estoque inicial continha 260 unidades, e que as mercadorias são isentas de tributação, essa empresa, sem realizar nenhum outro negócio, apresentará em 31 de maio:

a) lucro bruto de R$ 1.800,00; b) lucro líquido R$ 300,00; c) estoque final de R$ 1.500,00; d) patrimônio bruto deR$ 6.000,00; e) patrimônio líquido deR$ 4.320,00.

Resolução:

Reparem que a questão não falou se o inventário é periódico ou permanente. E nem precisava, já que houve apenas uma operação de compra e uma operação de venda. A quantidade em estoque inicial foi fornecida (260 unidades), portanto, é possível chegar ao estoque final pelas fórmulas. Então vamos ver os lançamentos referentes às transações de compra e de venda:

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1) Compra a prazo: 400 unid X $5,00 = $2.000,00

Vamos supor que é inventário periódico. Na verdade, dava pra resolver a questão de duas maneiras. Aqui vamos considerar os lançamentos como se fosse inventário periódico. Na aquisição de mercadorias, utiliza-se a conta Compras. Então o lançamento fica:

D – Compras 2.000C – Fornecedores 2.000

2) Venda a prazo. Na venda, como estamos trabalhando com inventário periódico, o lançamento será apenas o reconhecimento do direito (débito em Clientes) contra a receita de vendas:

Preço de venda: 300 X $6,00 = $1.800,00

D – Clientes 1.800C – Vendas 1.800

3) Pagamento de dívida com juros. Esse tipo de lançamento nada tem a ver com as operações com mercadorias. Foram vistos em aulas anteriores, se lembram? A dívida é de R$ 1.000,00 (débito em Fornecedores), mas com juros de 10%, (despesa de juros), a empresa terá de desembolsar R$ 1.100,00 (crédito no caixa):

D – Fornecedores 1.000D – Juros passivos 100C – Caixa 1.100

4) Recebimento de direitos com desconto. Agora a empresa concede desconto (financeiro) no recebimento de duplicatas de clientes, incorrendo em despesa de R$ 80,00 e recebendo apenas R$ 720 (débito em Caixa):

D – Descontos concedidos 80D – Caixa 720C – Clientes 800

Razonetes

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CAIXA SI 1500 1100 (3) (4) 720 2220 1100 1120

CLIENTES FORNECEDORES

SI 1000 1800 SI (2) 1800 800 (4) (3) 1000 2000 (1) 2800 800 1000 3800 2000 2800

A quantidade em estoque inicial era de 260. Como o saldo

da conta Mercadorias era de R$ 1.300,00, o custo unitário das mercadorias armazenadas em estoque era de R$ 5,00 ($ 1.300,00 / 260). Foram compradas 400 unidades (a R$ 5,00 cada) e vendidas 300. Então, a quantidade restante no estoque final foi de:

CMV = EI + C – EF

300 = 260 + 400 – EF

EF = 260 + 400 – 300 = 360 unidades

Reparem que utilizamos a fórmula do CMV para unidades. Isso é possível e perfeitamente válido!

Como o valor unitário das compras (R$ 5,00) foi o mesmo das mercadorias do estoque inicial, então o estoque final permanece com o mesmo valor unitário de R$ 5,00. Teremos então para o EF:

EF = 360 x R$ 5,00 = R$ 1.800,00

O CMV então é:

CMV = EI + C – EF

CMV = 1.300 + 2.000 – 1.800 = 1.500,00

Agora vamos elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício e o Balanço para verificar qual a alternativa correta:

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Demonstração do Resultado do Exercício

Vendas 1.800(-) CMV (1.500)(=) Lucro bruto (RCM) 300(-) Descontos financeiros (80)(-) Juros passivos (100)(=) Lucro líquido 120

Balanço Final

Ativo Passivo Caixa 1.120 Fornecedores 2.800Clientes 2.000 Patrimônio Líquido Mercadorias 1.800 Capital 4.200Móveis e utensílios 2.200 Lucros 120Total 7.120 Total 7.120

Patrimônio líquido = 4.200 + 120 = 4.320.

RESPOSTA: LETRA E

Pessoal, por hoje é isso aí. Ainda teremos mais três aulas de operações com mercadorias, e a idéia é que os conceitos iniciais aqui abordados sejam totalmente assimilados antes de se prosseguir com o inventário permanente, os descontos, as devoluções, e principalmente, os tributos. Selecionamos neste tópico, para não confundir o aluno, apenas questões básicas, que envolvam somente o que foi visto até agora. Resolvam os exercícios e tenham um excelente estudo!

Um grande abraço!

Velter e Missagia

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. (ESAF/TTN–1994/vespertino) – O lucro bruto na empresa comercial é contabilizado como RCM – resultado com mercadorias. A equação base para encontrar o RCM é a seguinte: a) RCM = vendas – estoque Inicial – compras + estoque final; b) RCM = vendas – estoques; c) RCM = vendas – estoques + compras; d) RCM = estoques inicial + compras – estoque final; e) RCM = vendas – estoques inicial + compras – estoque final.

2. O saldo da conta mercadorias, utilizada para registro dos estoques, das entradas e das saídas de mercadorias, apresentava-se credor, no valor de R$ 430,00.

Sabendo-se que o inventário indica a existência de estoques de R$ 270,00, pode-se afirmar que o resultado com mercadorias foi de: a) R$ 160,00 de lucro; d) R$ 430,00 de prejuízo; b) R$ 160,00 de prejuízo; e) R$ 700,00 de lucro. c) R$ 270,00 de lucro;

3. Na empresa Casa das Tintas Ltda., a conta mista MERCADORIAS apresentou, no balancete levantado em 31/12/82 para fins de apuração do resultado do exercício, um saldo devedor de R$ 820.000,00, no qual estavam computadas vendas no valor de R$ 2.900.000,00. O resultado bruto com mercadorias (RCM), sabendo-se que a avaliação do estoque final de mercadorias para revenda importou em R$ 280.000,00, foi um: a) lucro de R$ 540.000,00; d) lucro de R$ 1.800.000,00; b) prejuízo de R$ 540.000,00; e) prejuízo de R$ 1.100.000,00. c) lucro de R$ 2.360.000,00;

4. Mercadorias, usada como conta mista por uma empresa, apresentou, no balancete de verificação de final de exercício, saldo credor de R$ 10.000,00. O inventário físico apontou estoque de R$ 2.000,00. Sabendo-se que a margem de lucro bruto (fixa) é de 30% sobre o valor das vendas, conclui-se que o valor das mesmas, no período, foi de R$: a) 10.000,00; d) 30.000,00; b) 12.000,00; e) 40.000,00. c) 24.000,00;

5. (ESAF/TTN–1994/vespertino) – O Razão da conta mercadorias, contabilizado no método conta mista, apresentava Cr$ 450.000,00 na coluna débito e Cr$ 325.000,00 na coluna crédito. Sabendo-se que o valor das mercadorias existentes no final do período é de Cr$ 235.000,00, é correto afirmar que o lucro obtido nas vendas foi de: a) Cr$ 110.000,00; d) Cr$ 235.000,00; b) Cr$ 125.000,00; e) Cr$ 215.000,00. c) Cr$ 360.000,00;

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6. (FISCAL ICMS/MS–2000) Quando as vendas de uma empresa são realizadas sem um controle concomitante e paralelo do estoque de mercadorias, indique qual dos sistemas abaixo está sendo utilizado para calcular o custo das mercadorias vendidas. a) Sistema de inventário permanente. b) Sistema de inventário de preço justo. c) Sistema de inventário periódico. d) Sistema de inventário de fluxo alternado.

7. (ESAF/FISCAL–FORTALEZA/98) A subavaliação de estoques no final do exercício: a) reduz o lucro bruto do exercício findo e do exercício seguinte; b) reduz o lucro bruto do exercício findo, mas não afeta o resultado do exercício seguinte; c) aumenta o lucro bruto do exercício findo e do exercício seguinte; d) aumenta o lucro bruto do exercício findo e reduz o do exercício seguinte; e) reduz o lucro bruto do exercício findo e aumenta o do exercício seguinte.

8. (FISCAL/ICMS/MS–2000) A exatidão nos inventários é muito importante, podendo-se mesmo concluir que dela depende diretamente a precisão do balanço patrimonial e da demonstração de resultado do exercício. Assinale a alternativa correta mais apropriada que justifique essa afirmação. a) Quando o inventário final estiver superestimado, o lucro líquido será subestimado. b) Quando o inventário final estiver subestimado, o lucro líquido será superestimado. c) Quando o inventário inicial estiver subestimado, o lucro líquido será superestimado. d) Quando o inventário inicial estiver subestimado, o lucro líquido será subestimado.

9. (FISCAL ICMS/MS–2000) Indique, dentre as alternativas abaixo, aquela que melhor caracteriza o sistema de inventário permanente. a) Sempre que houver o controle do estoque de mercadorias de forma contínua, dando-se baixa

acumulada e anual pelo total das vendas, utilizando como base o preço de mercado dessas mercadorias vendidas.

b) Sempre que não houver o controle do estoque de mercadorias de forma não-contínua, dando-se baixa acumulada e anual pelo total das vendas, utilizando como base o preço de mercado dessas mercadorias vendidas.

c) Sempre que houver o controle do estoque de mercadorias de forma contínua, dando-se baixa, em cada venda, pelo custo dessas mercadoria vendidas.

d) Sempre que houver o controle do estoque de mercadorias de forma não-contínua, paralela e concomitante, dando-se baixa do total transacionado pelo custo dessas mercadorias vendidas.

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10. (ESAF/TFC–1996) O resultado com mercadorias de uma empresa foi positivo nos exercícios de 1994 e 1995. No final do exercício de 1994, ela procedeu uma subavaliação de estoques. O procedimento: a) diminuiu o lucro de 1994 e aumentou o de 1995; b) não teve repercussão no resultado dos exercícios de 1994 e 1995; c) aumentou o lucro de 1994 e diminuiu o de 1995; d) diminuiu os lucros de 1994 e 1995; e) diminuiu o lucro de 1994 e não teve repercussão no resultado de l995.

11. (ESAF/AFRF–2001) Assinale a opção correta, levando em conta os seguintes dados:

Histórico Quantidades Valor total Estoque inicial 120 1.200Compras 400 5.040Estoque final 20 240

O resultado operacional é de 2.000. Desconsidere impostos incidentes sobre compras e vendas.

a) A receita bruta de vendas é de 8.240. b) O custo unitário das compras é de 12,60. c) A receita líquida de vendas é de 8.240. d) O custo de mercadorias vendidas é de 6.240. e) O custo unitário das compras é de 12,00.

12. (ESAF/AFTN–1989) Observe a seguinte operação, isenta de impostos: vendas de mercadorias a prazo, com entrada e prejuízo: preço de venda R$ 6.000,00 entrada 20% do preço prejuízo 30% do preço A empresa realizou a venda. Para registrá-la, deixando certo o saldo da conta mercadorias,

deverá lançar débitos e créditos como segue: a) Débito de caixa R$ 1.200,00 Débito de clientes R$ 4.800,00 Débito de RCM R$ 1.800,00 Crédito de mercadorias R$ 7.800,00; b) Débito de caixa R$ 1.200,00 Débito de clientes R$ 4.800,00 Débito de mercadorias R$ 4.200,00 Crédito de RCM R$ 1.800,00; c) Débito de caixa R$ 1.200,00

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Débito de clientes R$ 4.800,00 Créditos de mercadorias R$ 6.000,00; d) Débito de caixa R$ 1.200,00 Débito de mercadorias R$ 4.800,00 Crédito de RCM R$ 1.800,00 Crédito de clientes R$ 4.200,00; e) Débito de caixa R$ 1.200,00 Débito de clientes R$ 3.000,00 Débito de RCM R$ 1.800,00 Crédito de mercadorias R$ 6.000,00.

13. (AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL – ATE – MS–ESAF/2001) – O chapeleiro Sr. Francisco de Paula, fabricante dos chapéus Frapa, está planejando uma promoção de vendas, em que possa oferecer a todos os clientes um desconto-padrão de 20%, mas precisa obter uma margem bruta sobre vendas também de 20%. Sabendo-se que o custo unitário dos chapéus é de R$ 80,00, qual será o preço bruto a ser marcado para cada unidade? a) R$ 112,00. b) R$ 115,20. c) R$ 120,00. d) R$ 125,00. e) R$ 133,20.

GABARITO AULA 08

1.A 8.C

2.E 9.C

3.B 10.A

4.E 11.B

5.A 12.A

6.C 13.D

7.E

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AULA 9: O INVENTÁRIO PERMANENTE Olá, pessoal, hoje daremos continuidade ao nosso estudo

das “Operações com Mercadorias”. Veremos o inventário permanente e os métodos de avaliação de estoque (PEPS, UEPS, Média móvel, Média Fixa e Margem de Lucro), porém ainda sem os fatores que alteram as compras e vendas (descontos, abatimentos, devoluções e impostos incidentes).

4. O INVENTÁRIO PERMANENTE

Nesse sistema de controle de estoque, mais utilizado por médias e grandes empresas, há um controle gerencial mais efetivo, pois os lançamentos são efetuados de forma contínua ou permanente. Normalmente, os registros são feitos em fichas de controle de estoque (uma para cada tipo de produto ou mercadoria), fazendo-se o lançamento na conta de estoques a débito, na aquisição de mercadorias, e lançamento a crédito, pela saída de mercadorias do estoque.

Todas as entradas (compras e devoluções de vendas) e saídas de estoque (vendas e devoluções de compras) são registradas no instante da transação, de forma a que se conheça sempre o total das compras, o CMV, o estoque final e o resultado com mercadorias (RCM), para cada operação e também por período. Essa é a grande diferença com relação ao inventário periódico, que, por não contemplar registro imediato das baixas de estoque, exige uma contagem física das mercadorias estocadas para apuração do EF e, conseqüentemente, do CMV e do RCM.

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Estabelecendo um pequeno comparativo, teremos:

Inventário Permanente Inventário Periódico

Registro da baixa do estoque a cada saída

Não se registra a baixa do estoque

A conta de ativo Mercadorias é movimentada a cada saída ou entrada de mercadorias em estoque

As transações com mercadorias movimentam contas de resultado (Compras e Vendas), enquanto a conta Mercadorias só é atualizada ao final do período

Não é fundamental o inventário físico

A apuração do CMV e do RCM dependem de contagem física para quantificação do estoque final

A conta Mercadorias registra sempre o valor do estoque atual

Não há como saber o valor do estoque sem contagem física

Para a baixa do estoque utiliza-se um dos métodos de avaliação de estoque (PEPS, UEPS, Custo Médio Ponderado, Média Fixa)

Para apuração do valor do estoque final após a contagem utiliza-se, normalamente, o custo unitário das últimas entradas

Assim, no lançamento contábil de aquisição de mercadorias, se adotado o sistema de inventário permanente, as aquisições são lançadas na conta mercadorias-estoque (ativo), ao passo que, se adotado o sistema de inventário periódico, a conta a ser movimentada para registrar a aquisição de mercadorias deve ser a conta mercadorias-compras (conta de resultado).

O sistema de inventário permanente também pressupõe a utilização de 03 (três) contas básicas:

Mercadorias-estoque ou estoques ou mercadorias: é conta patrimonial, representativa dos estoques. É debitada nas aquisições (ou devoluções de vendas) e creditada nas saídas (vendas ou devoluções de compras). Seu saldo apresentará SEMPRE o valor dos estoques naquele momento. Não se utiliza a conta compras.

CMV (custo das mercadorias vendidas): é conta de resultado (despesa/custo), debitada pelo valor do custo de cada

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venda, ao invés de ser debitada somente ao final do período, como no inventário periódico.

Vendas (V): é conta de resultado (receita). O seu funcionamento é o mesmo, qualquer que seja o sistema de custeamento adotado pela empresa. É creditada pelo valor vendido (valor bruto). Também é conhecida como receita de vendas.

Resumidamente, o registro contábil das operações no inventário permanente se dará da seguinte forma:

a) Nas aquisições de mercadorias:

Estoques

a Caixa / bancos / fornecedores

b) Nas vendas – como o sistema é de inventário permanente, além de registrar a receita de vendas, deve-se contabilizar também a baixa do estoque, por um valor apurado de acordo com critério de avaliação utilizado (PEPS, UEPS, Média) Assim:

b.1) Preço de venda (não é lançado na ficha de estoque)

Caixa / bancos / clientes

a Receita de vendas

b.2) Preço de custo (a ser registrado na coluna de saídas da ficha de estoque, obtido por um dos processos de avaliação de estoque.)

CMV

a Estoques

4.1. AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES

Visando controlar a movimentação de seus estoques, por meio do sistema de inventário permanente, as empresas utilizam métodos (ou critérios) de avaliação de estoques, dentre os quais destacamos:

a) Preço específico;

b) PEPS (FIFO);

c) UEPS (LIFO);

d) Média ponderada móvel (custo médio ponderado);

e) Preço de venda menos margem de lucro;

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f) Média ponderada fixa.

4.1.1. PREÇO ESPECÍFICO

Esse método de avaliação na verdade é o mais simples de todos. Consiste em atribuir-se o custo individualmente a cada bem adquirido pela empresa, de tal forma que, no momento da sua venda, se saiba exatamente qual é o custo daquele item específico, e aí se consiga calcular o RCM. É como se cada bem tivesse uma etiqueta informando o seu custo. No momento em que saísse do estoque para revenda, ficaria fácil saber o CMV, e conseqüentemente o RCM.

Isso aí é tranqüilo, quando se fala de uma pequena quantidade de itens. Se aplica bem a uma loja que venda alguns quadros e obras de arte, ou a uma revendedora de automóveis, que tenham condição de registrar o preço individualmente de cada item adquirido. Bom, agora imaginem um bar que venda 1.000 latinhas de cerveja por dia. Essas latas foram adquiridas a diversos preços. Não há como saber quanto custou cada uma. É claro que ficaria difícil aplicar o preço específico numa situação dessa.

Vamos ver um exemplo para o caso de uma revendedora de automóveis. No início do mês de dezembro ela possuía 01 automóvel do modelo M1, adquirido a um custo de $10.000,00, e outro automóvel do modelo M2, que fora adquirido por $17.000,00. Seu saldo em caixa era de $55.000,00.

Durante o mês, a empresa realizou as seguintes transações, todas à vista:

05/12: aquisição de 01 veículo modelo M3, ao preço de $15.000,00 (1);

10/12: venda do veículo M2, por $19.000,00 (2 e 3);

15/12: venda do veículo M3, ao preço de $14.000,00 (4 e 5);

31/12: apuração do resultado bruto (6 e 7).

Registros no Diário:

A compra é registrada a débito na conta de estoques (ativo)

05/12 D Mercadorias 15.000,00 C Caixa 15.000,00

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O veículo M2 fora adquirido por $17.000,00, sendo então “baixado” do estoque por este valor. Na operação de venda por $ 19.000,00 houve um lucro de $ 2.000,00.

10/12 D Caixa 19.000,00 C Vendas 19.000,00 D CMV 17.000,00 C Mercadorias 17.000,00

O veículo M3 fora adquirido por $15.000,00, sendo então “baixado” do estoque por este valor. Na operação de venda por $14.000,00 houve um prejuízo de $ 1.000,00.

23/04 D Caixa 14.000,00 C Vendas 14.000,00 D CMV 15.000,00 C Mercadorias 15.000,00 Transferência do custo (CMV) e da receita de vendas para o resultado. 30/04 D RCM 32.000,00 C CMV 32.000,00 D Vendas 33.000,00 C RCM 33.000,00

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Registros no Razão:

Mercadorias Caixa

(SI) 27.000 (1) 15.000

17.000 (3) 15.000 (5)

(SI) 55.000(2) 19.000(4) 14.000

15.000 (1)

42.000 32.000 88.000 15.000 10.000 73.000

CMV Vendas (3) 17.000 (5) 15.000

19.000 (2) 14.000 (4)

32.000 32.000 (9) (6) 33.000 33.000

RCM

(7) 32.000 33.000 (6) 1.000

Considerando que nas operações de venda houve lucro de $2.000,00 na primeira e prejuízo de $1.000,00 na segunda, o resultado do período não poderia ser diferente: lucro de $1.000,00.

4.1.2 MÉTODO PEPS OU FIFO

Agora vamos analisar esse método que tem nome parecido com nome de refrigerante. É um tema do qual normalmente os alunos têm um certo medo. Mas é super tranqüilo, mesmo. Por isso, optamos por analisar primeiramente os métodos PEPS, UEPS e Custo Médio sem qualquer influência de fatores como descontos, devoluções e tributos. Só depois, quando bem entendido o esquema das fichas de estoque, aí sim passaremos adiante, OK?

Bom, imaginem um revendedor de cervejas e refrigerantes, um bar. Ele compra várias caixas de bebida praticamente todos os dias, e os preços vão variando, aumentando ou diminuindo (já que hoje em dia a inflação não é TÃO galopante). A unidade da latinha de cerveja pode sair a R$ 0,92 num dia, R$ 0,93 no outro, e R$ 0,90 no outro, e assim por diante. No momento da venda de uma lata, ou de dez latas, como ele saberá quando custou aquela ou aquelas latinhas de cerveja? A resposta é: NÃO SABERÁ. Isso mesmo! Não saberá! Então como calcular o custo, que é o que queremos? Não se esqueçam disso: o nosso objetivo é calcular o CUSTO do que está sendo vendido (CMV).

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Para calcular o custo, inventaram-se métodos que realizam uma estimativa, uma aproximação, quando é inviável a utilização do método do preço específico (visto anteriormente). O primeiro deles é o método PEPS, que significa “O PRIMEIRO A ENTRAR É O PRIMEIRO A SAIR”, ou FIFO (“FIRST IN, FIRST OUT”). Ora, trata-se de uma FILA, não é mesmo? Quando você é o primeiro a chegar na fila do INSS, ou do banco, você será (ou deveria ser) o primeiro a ser atendido, não é assim?.

Na contabilidade é a mesma coisa. Os primeiros lotes a serem adquiridos serão os primeiros que a empresa “baixará” do estoque. Nesse método, então, permanecem no estoque as mercadorias adquiridas por último. Lembrem-se sempre: Isso tudo é apenas tratamento contábil! No estoque físico as latinha de cerveja estão todas misturadas e não há como saber qual entrou antes ou depois.

Como conseqüência, o método PEPS produzirá os seguintes efeitos:

– quando os preços da economia forem crescentes, ou seja, quando há inflação, os últimos preços são os maiores, que são os das mercadorias que serão baixadas por último, permanecendo em estoque. Já o custo será o menor possível, se comparado com os outros métodos, pois sairão primeiro as mercadorias mais antigas, que são as mais baratas, gerando um maior resultado (lucro);

– quando não há inflação, se os preços ficam constantes, os métodos gerarão os mesmos valores para estoque final, CMV e RCM;

– se há queda de preços (deflação), o método PEPS registrará no estoque final os menores valores. O custo, por sua vez, será MAIOR em relação aos demais métodos (por conta da saída das mercadorias mais antigas, que são as mais caras). Isso ocasionará lucro menor.

Para controlar entrada e saída de mercadorias nos métodos PEPS, UEPS e Média móvel, as empresas se utilizam de fichas de controle de estoque, como esta abaixo:

Ficha de Controle de Estoque

Mercadorias:

Entradas Saídas Saldo Data

Quant. Preço Unitário

Preço Total Quant. Preço

Unitário Preço Total Quant. Preço

Unitário Preço Total

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Vamos finalmente estudar um exemplo, que servirá para os três métodos.

Exemplo: A firma GARANTE-TUDO, que é revendedora de cerâmicas para piso, realizou diversas operações de compra e de venda ao longo do mês de maio. Seu estoque inicial em 01/08 do piso de 30 x 30 cm, modelo k-3, era de 100 caixas, ao custo unitário de R$ 30,00 cada. O saldo devedor na conta caixa era de R$ 4.500,00. Nesse mês, a empresa realizou as seguintes operações, à vista, relativas ao piso acima referido (modelo k-3):

• 05/08: aquisição de 50 caixas a R$ 40,00 cada;

• 08/08: venda de 120 caixas a R$ 70,00 cada;

• 18/08: compra de 40 caixas a R$ 60,00 cada;

• 25/08: venda de 20 caixas, a R$ 80,00 cada.

Bom, vamos analisar separadamente o efeito de cada uma das transações:

O estoque inicial deve ser assim lançado na ficha de controle de estoques:

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,00

A primeira transação foi:

• 05/08: aquisição de 50 caixas a R$ 40,00 cada;

Devemos lançar o valor da compra na coluna de “entradas”, repetindo o valor na coluna “saldo”:

Ficha de Controle de Estoque (Método PEPS):

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Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30 Entradas Saídas Saldo Data

Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total EI 100 30,00 3.000,0005/08 50 40,00 2.000,00 100

5030,0040,00

3.000,00 2.000,00

O lançamento referente à compra foi (1):

D – MERCADORIAS R$ 2.000,00

C – CAIXA R$ 2.000,00

• 08/08: venda de 120 caixas a R$ 70,00 cada;

No momento da venda é que se caracteriza de fato o método de avaliação de estoques. Como o método é o PEPS, devemos “baixar” do estoque as mercadorias mais antigas. Assim, serão baixadas 100 caixas do primeiro lote (o do estoque inicial), e mais 20 caixas do segundo lote (o adquirido em 05/08).

Atenção! O valor a ser lançado na coluna “saídas” é o valor de CUSTO (o que estava registrado na ficha de estoques), e que é diferente para cada lote!!!! Sendo assim, o custo total da venda foi de R$ 1.100,00. Não tem nada a ver com a receita de venda. A receita de venda foi de 120 x R$ 70,00 = R$ 8.400,00. Vejam a ficha: Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,0005/08 50 40,00 2.000,00 100

5030,0040,00

3.000,00 2.000,00

08/08 100 20

30,0040,00

3.000,00800,00

30 40,00 1.200,00

O lançamento referente à venda foi:

Pela venda (2):

D – CAIXA R$ 8.400,00

C – VENDAS R$ 8.400,00

Pelo custo (3) (baixa do estoque):

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D – CMV R$ 3.800,00

C – MERCADORIAS R$ 3.800,00

• 18/08: compra de 40 caixas a R$ 60,00 cada;

Assim como no lançamento do dia 05/08, o valor da compra será lançado na coluna “entradas”.

O valor da compra é 40 x R$ 60,00 = R$ 2.400,00

O lançamento da compra é (4):

D – MERCADORIAS R$ 2.400,00

C – CAIXA R$ 2.400,00

A ficha de estoque ficará:

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,0005/08 50 40,00 2.000,00 100

5030,0040,00

3.000,00 2.000,00

08/08 100 20

30,0040,00

3.000,00800,00

30 40,00 1.200,00

18/08 40 60,00 2.400,00 3040

40,0060,00

1.200,002.400,00

• 25/08: venda de 20 caixas, a R$ 80,00 cada.

Pelo método PEPS serão baixadas 20 caixas do lote mais antigo (custo unitário de R$ 40,00).

Na coluna “saídas”, lançaremos o valor de CUSTO (o que estava registrado na ficha de estoques), que é R$ 40,00 por unidade. O custo total da venda foi de 20 x R$ 40,00 = R$ 800,00. A receita de venda foi de 20 x R$ 80,00 = R$ 1.600,00. Vejam a ficha:

O lançamento referente à venda foi:

Pela venda (5):

D – CAIXA R$ 1.600,00

C – VENDAS R$ 1.600,00

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Pelo custo (6) (baixa do estoque):

D – CMV R$ 800,00

C – MERCADORIAS R$ 800,00

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,0005/08 50 40,00 2.000,00 100

5030,0040,00

3.000,00 2.000,00

08/08 100 20

30,0040,00

3.000,00800,00

30 40,00 1.200,00

18/08 40 60,00 2.400,00 3040

40,0060,00

1.200,002.400,00

25/08 20 40,00 800,00 1040

40,0060,00

400,002.400,00

4.400,00 CMV 4.600,00 ESTOQUE FINAL

2.800,00

Aqui valem alguns comentários finais:

1)O estoque inicial aparece na primeira linha;

2)O estoque final aparece na última linha, na coluna dos saldos;

3)O total das compras (líquidas) é o somatório da coluna de entradas;

4)O total da coluna de saídas equivale ao CMV;

5)Nas compras debita-se a conta MERCADORIAS, e nas vendas credita-se a conta MERCADORIAS;

6)Veremos adiante que as devoluções de compras são lançadas com sinal invertido na coluna de entradas e as devoluções de vendas são lançadas com sinal invertido na coluna de saídas;

7)as vendas saem pelo custo, não importando, para fins de controle de estoque, o valor do preço de venda, pois este é controlado em outra conta, como já visto.

Vamos conferir o valor do CMV pela fórmula:

CMV = EI + C – EF

CMV = 3.000,00 + 4.400,00 – 2.800,00

CMV = 4.600,00

Os lançamentos no RAZÃO ficaram assim:

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Registros no Razão:

Mercadorias Vendas (SI) 3.000,00 (1) 2.000,00 (4) 2.400,00

3.800,00 (3) 800,00 (6)

8.400,00 (2) 1.600,00 (5)

7.400,00 4.600,00 (8) 10.000,00 10.000,00 2.600,00

Caixa

(SI) 4.500,00 (2) 8.400,00 (5) 1.600,00

2.000,00 (1) 2.400,00 (4)

14.500,00 4.400,00 10.100,00

Pessoal, é claro que, com a prática, vocês vão realizar este tipo de exercício com muito mais facilidade, rapidez, e agilidade. Mas, no início, tem que ser assim, mesmo, passo a passo.

4.1.3 MÉTODO UEPS OU LIFO

O método UEPS significa “O ÚLTIMO A ENTRAR É O PRIMEIRO A SAIR”, ou LIFO (“LAST IN, FIRST OUT”). Isso equivale a uma “pilha de coisas”, como jornal velho, por exemplo. Você vai guardando os jornais velhos um em cima do outro. Se você precisar de um jornal, vai acabar pegando o de cima, ou seja, o último que entrou no estoque, enquanto que o primeiro a ser estocado só sairá de lá quando não houver outro jornal no estoque a não ser ele mesmo. Compreenderam?

Como conseqüência, ao contrário do método PEPS, o método UEPS produzirá os seguintes efeitos:

– quando os preços da economia forem crescentes, ou seja, quando há inflação, os últimos preços são os maiores, que são os

CMV (3) 3.800,00 (6) 800,00

4.600,00 4.600,00 (7)

RCM (7) 4.600,00 10.000,00 (8)

5.400,00

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das mercadorias que serão baixadas primeiro. Já o custo será o MAIOR possível, se comparado com os outros métodos, pois sairão primeiro as mercadorias mais RECENTES, que são as mais CARAS, gerando um MENOR resultado (lucro). Esse método NÃO é aceito pela legislação do IR;

– quando não há inflação, se os preços ficam constantes, os métodos gerarão os mesmos valores para estoque final, CMV e RCM;

– se há queda de preços (deflação), o método UEPS registrará no estoque final os MAIORES valores. O custo, por sua vez, será MENOR em relação aos demais métodos (por conta da saída das mercadorias mais RECENTES, que são as mais BARATAS). Isso ocasionará lucro MAIOR.

Vamos ver a contabilização das transações do mesmo exemplo utilizado para o método PEPS.

Vamos analisar separadamente o efeito de cada uma das transações. Lembramos que as compras terão tratamento idêntico em todos os métodos. O que varia é o registro da SAÍDA da mercadoria do estoque:

A primeira transação foi:

• 05/08: aquisição de 50 caixas a R$ 40,00 cada;

Devemos lançar o valor da compra na coluna de “entradas”, repetindo o valor na coluna “saldo”:

Ficha de Controle de Estoque (Método UEPS):

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,0005/08 50 40,00 2.000,00 100

5030,0040,00

3.000,00 2.000,00

O lançamento referente à compra foi (1):

D – MERCADORIAS R$ 2.000,00

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C – CAIXA R$ 2.000,00

• 08/08: venda de 120 caixas a R$ 70,00 cada;

Como o método é o UEPS agora, devemos “baixar” do estoque as mercadorias mais recentes. Assim, serão baixadas as 50 caixas do segundo lote (o da compra), e mais 70 caixas do primeiro lote (o do estoque inicial).

Vejam a ficha:

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,0005/08 50 40,00 2.000,00 100

5030,0040,00

3.000,00 2.000,00

08/08 50 70

40,0030,00

2.000,002.100,00

30 30,00 900,00

A receita de venda foi de 120 x R$ 70,00 = R$ 8.400,00. É a mesma em qualquer método.

O lançamento referente à venda foi:

Pela venda (2):

D – CAIXA R$ 8.400,00

C – VENDAS R$ 8.400,00

Pelo custo (3) (baixa do estoque):

D – CMV R$ 4.100,00

C – MERCADORIAS R$ 4.100,00

• 18/08: compra de 40 caixas a R$ 60,00 cada;

Assim como no lançamento do dia 05/08, o valor da compra será lançado na coluna “entradas”.

O valor da compra é 40 x R$ 60,00 = R$ 2.400,00

O lançamento da compra é (4):

D – MERCADORIAS R$ 2.400,00

C – CAIXA R$ 2.400,00

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A ficha de estoque ficará:

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,0005/08 50 40,00 2.000,00 100

5030,0040,00

3.000,00 2.000,00

08/08 50 70

40,0030,00

2.000,002.100,00

30 30,00 900,00

18/08 40 60,00 2.400,00 3040

30,0060,00

900,002.400,00

• 25/08: venda de 20 caixas, a R$ 80,00 cada.

Pelo método UEPS serão baixadas 20 caixas do lote mais recente (custo unitário de R$ 60,00).

Na coluna “saídas”, lançaremos o valor de CUSTO (o que estava registrado na ficha de estoques), que é R$ 60,00 por unidade. O custo total da venda foi de 20 x R$ 60,00 = R$ 1.200,00. A receita de venda foi de 20 x R$ 80,00 = R$ 1.600,00. Vejam a ficha:

O lançamento referente à venda foi:

Pela venda (5):

D – CAIXA R$ 1.600,00

C – VENDAS R$ 1.600,00

Pelo custo (6) (baixa do estoque):

D – CMV R$ 1.200,00

C – MERCADORIAS R$ 1.200,00

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,0005/08 50 40,00 2.000,00 100

5030,0040,00

3.000,00 2.000,00

08/08 50 70

40,0030,00

2.000,002.100,00

30 30,00 900,00

18/08 40 60,00 2.400,00 3040

30,0060,00

900,002.400,00

25/08 20 60,00 1.200,00 3020

30,0060,00

900,001.200,00

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4.400,00 CMV 5.300,00 ESTOQUE FINAL

2.100,00

Vamos conferir o valor do CMV pela fórmula:

CMV = EI + C – EF

CMV = 3.000,00 + 4.400,00 – 2.100,00

CMV = 5.300,00

Os lançamentos no RAZÃO ficaram assim:

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Registros no Razão:

Mercadorias Vendas (SI) .000,00 (1) 2.000,00 (4) 2.400,00

4.100,00 (3)1.200,00 (6)

8.400,00 (2) 1.600,00 (5)

7.400,00 5.300,00 (8) 10.000,00 10.000,00 2.100,00

Caixa

(SI) 4.500,00 (2) 8.400,00 (5) 1.600,00

2.000,00 (1) 2.400,00 (4)

14.500,00 4.400,00 10.100,00

4.1.4. MÉDIA PONDERADA MÓVEL OU CUSTO MÉDIO PONDERADO (MPM OU CMP)

Nesse método, a cada unidade comprada com preço diferente do constante do estoque, o custo unitário do estoque deve ser recalculado. Evitam-se assim os valores extremos que ocorrem ao se avaliar pelo PEPS ou pelo UEPS.

No momento da venda, basta dar saída à mercadoria pelo custo unitário dos itens em estoque. Para calcular o custo médio do estoque, basta dividir o valor total estocado (o que já tinha mais o que entrou), pela quantidade de mercadorias. Vale lembrar que nesse método é necessária a realização de arredondamentos. Refazendo o mesmo exemplo anterior, utilizado em PEPS e UEPS, e efetuando os arredondamentos, temos:

A primeira transação foi:

• 05/08: aquisição de 50 caixas a R$ 40,00 cada;

CMV (3) 4.100,00 (6) 1.200,00

5.300,00 5.300,00 (7)

RCM (7) 5.300,00 10.000,00 (8)

4.700,00

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Devemos lançar o valor da compra na coluna de “entradas”, porem, ao registrar o valor na coluna “saldo”, devemos recalcular o custo unitário médio das mercadorias em estoque:

Custo Médio = Valor Total / Qtde Mercadorias

Custo Médio = (2.000,00 + 3.000,00) / 150 = R$ 33,33 (aprox.)

Ficha de Controle de Estoque (Método PMP):

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,0005/08 50 40,00 2.000,00 150 33,33 5.000,00

O lançamento referente à compra foi (1):

D – MERCADORIAS R$ 2.000,00

C – CAIXA R$ 2.000,00

• 08/08: venda de 120 caixas a R$ 70,00 cada;

Como o método é o PMP agora, devemos “baixar” do estoque as mercadorias pelo custo médio (R$ 33,33).

Vejam a ficha:

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,0005/08 50 40,00 2.000,00 150 33,33 5.000,00 08/08 120 33,33 4.000,00 30 33,33 1.000,00

A receita de venda foi de 120 x R$ 70,00 = R$ 8.400,00. É a mesma em qualquer método.

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O lançamento referente à venda foi:

Pela venda (2):

D – CAIXA R$ 8.400,00

C – VENDAS R$ 8.400,00

Pelo custo (3) (baixa do estoque):

D – CMV R$ 4.000,00

C – MERCADORIAS R$ 4.000,00

• 18/08: compra de 40 caixas a R$ 60,00 cada;

Assim como no lançamento do dia 05/08, o valor da compra será lançado na coluna “entradas”.

O valor da compra é 40 x R$ 60,00 = R$ 2.400,00

O lançamento da compra é (4):

D – MERCADORIAS R$ 2.400,00

C – CAIXA R$ 2.400,00

Recalculando o custo médio:

Custo Médio = Valor Total / Qtde Mercadorias

Custo Médio = (1.000,00 + 2.400,00) / 70 = R$ 48,57 (aprox.)

A ficha de estoque ficará:

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,0005/08 50 40,00 2.000,00 150 33,33 5.000,00 08/08 120 33,33 4.000,00 30 33,33 1.000,0018/08 40 60,00 2.400,00 70 48,57 3.400,00

• 25/08: venda de 20 caixas, a R$ 80,00 cada.

Pelo método PMP serão baixadas 20 caixas pelo valor do custo médio (R$ 48,57).

Na coluna “saídas”, lançaremos o valor de CUSTO (o que estava registrado na ficha de estoques), que é R$ 48,57 por

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unidade. O custo total da venda foi de 20 x R$ 48,57 = R$ 971,42. A receita de venda foi de 20 x R$ 80,00 = R$ 1.600,00. Vejam a ficha:

O lançamento referente à venda foi:

Pela venda (5):

D – CAIXA R$ 1.600,00

C – VENDAS R$ 1.600,00

Pelo custo (6) (baixa do estoque):

D – CMV R$ 971,42

C – MERCADORIAS R$ 971,42

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,0005/08 50 40,00 2.000,00 150 33,33 5.000,00 08/08 120 33,33 4.000,00 30 33,33 1.000,0018/08 40 60,00 2.400,00 70 48,57 3.400,0025/08 20 48,57 971,42 50 48,57 2.428,58

4.400,00 CMV 4.971,42 ESTOQUE FINAL

2.428,58

Vamos conferir o valor do CMV pela fórmula:

CMV = EI + C – EF

CMV = 3.000,00 + 4.400,00 – 2.428,58

CMV = 4.971,42

Os lançamentos no RAZÃO ficaram assim:

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Registros no Razão:

Mercadorias Vendas (SI) 3.000,00 (1) 2.000,00 (4) 2.400,00

4.000,00 (3)971,42 (6)

8.400,00 (2) 1.600,00 (5)

7.400,00 4.971,42 (8) 10.000,00 10.000,00 2.428,58

Caixa

(SI) 4.500,00 (2) 8.400,00 (5) 1.600,00

2.000,00 (1) 2.400,00 (4)

14.500,00 4.400,00 10.100,00

Sendo assim, em uma economia com preços crescente (o que é quase sempre o caso), a comparação dos três métodos será:

PEPS ⇒ menor custo ⇒ maior lucro ⇒ aceito pelo IR

UEPS ⇒ maior custo ⇒ menor lucro ⇒ não-aceito pelo IR

MPM ⇒ custo médio ⇒ lucro médio ⇒ aceito pelo IR

Por outro lado, em uma economia com preços decrescentes, a comparação dos três métodos será:

PEPS ⇒ maior custo ⇒ menor lucro ⇒ aceito pelo IR

UEPS ⇒ menor custo ⇒ maior lucro ⇒ não-aceito pelo IR

MPM ⇒ custo médio ⇒ lucro médio ⇒ aceito pelo IR

CMV (3) 4.100,00 (6) 971,42

4.971,42 4.971,42 (7)

RCM (7) 4.971,42 10.000,00 (8)

5.028,58

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4.1.5. MÉDIA PONDERADA FIXA (MPF)

Pessoal, esse método da média fixa na verdade é o mais fácil de TODOS!!! Consiste em consolidar todas as vendas do período como se fosse uma só, atribuindo-se ao custo de saída das mercadorias (o custo das mercadorias vendidas – CMV) o valor do custo médio das entradas, considerando sempre o estoque inicial.

Para calcularmos o custo médio das entradas, basta efetuarmos uma média ponderada simples dos valores de todas as aquisições e mais o estoque inicial (NÃO SE ESQUEÇAM DO ESTOQUE INICIAL !!!!! AÍ ESTÁ A GRANDE PEGADINHA DESSE MÉTODO !!!!).

Então, vamos agora refazer o mesmo exemplo utilizando o método da Média Fixa. A utilização da tabela (ficha de estoque), no caso da média fixa, é só pra facilitar a visualização do método, mas não é necessária. Basta fazer os cálculos da média.

Mercadorias: Caixas de Piso 30 x 30

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

EI 100 30,00 3.000,00 100 30,00 3.000,0005/08 50 40,00 2.000,00 15008/08 120 3018/08 40 60,00 2.400,00 7025/08 20 50

190 38,95 7.400,00 140 38,95 5.453,00 50 38,95 1.947,50

Cálculos

O valor do custo médio (fixo), foi obtido pela divisão do total em valor de mercadorias disponíveis para venda no período (estoque inicial + compras) pela quantidade. Assim:

Custo Médio Unitário = 7.400 / 190 = R$ 38,95

OBS: Não reparem nos valores quebrados, pois na prova certamente aparecerão exemplos mais simples. Aqui, o que importa é compreender o método.

O custo das mercadorias vendidas (CMV), de um total de 140 (120 + 20) referente às duas vendas, de 08/08 e de 25/08, é

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obtido multiplicando-se a quantidade (140) pelo custo médio (R$ 38,95). Assim:

CMV = 140 * R$ 38,95 = R$ 5.453,00

O estoque final (EF) pode ser obtido de duas formas:

a) multiplicando-se a quantidade restante em estoque (50) pelo custo médio:

EF = 50 x R$ 38,95 = R$ 1.947,00 (c/arredondamento) OU

b) pela fórmula do CMV:

CMV = EI + C – EF

5.453,00 = 3.000 + 4.400 – EF

EF = 7.400,00 – 5.453,00 = R$ 1.947,00

O valor da receita de vendas é sempre o mesmo para todos os métodos (Lembrem-se disso!!! O que mude é o valor dos CUSTOS!!!!!). Assim:

V = R$ 10.000,00 (obtido anteriormente)

Como o CMV foi R$ 5.453,00, o RCM foi de:

RCM = V – CMV

RCM = 10.000,00 – 5.453,00 = R$ 4.547,00

OBS: Nesse caso, o lucro foi menor apurando-se o custo pela média fixa, quando comparado à média móvel. Porém, isso nem sempre será verdade, pois o custo calculado pela média móvel depende dos valores em estoque no momento das vendas (e isso varia sempre), o que não ocorre na média fixa, quando utilizamos um valor consolidado para o custo, como se fosse uma só saída no período.

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4.1.6. MÉTODO DO VAREJO

O método do varejo é também conhecido popularmente como “preço de venda menos margem de lucro”. É também um dos critérios de avaliação de estoques aceitos pela aceitos pela legislação tributária, conforme previsão do art. 2º da Lei nº 7. 959/89 e tem aparecido de vez em quando em questões de prova (inclusive aplicadas pela ESAF), como foi o caso da prova de Controlador do TCE-ES/2001, atormentando os candidatos não preparados. Na verdade é um método simples, também.

Pessoal, isoladamente, tudo é simples, não é mesmo! O problema é quando junta tudo na cabeça e ainda tem a pressão da prova. Por isso, o negócio é relaxar, e fazer uma questão por vez, abstraindo-se do resto.

Bom, voltando ao método do varejo, trata-se de atribuir uma margem de lucro para determinado produto, uma vez que o controle por fichas de estoque poder-se-ia tornar muito oneroso para a empresa, dada a grande quantidade de mercadorias que são adquiridas e vendidas por dia (alto giro de estoque).

Assim, uma margem de lucro é atribuída a cada produto. Normalmente, essa margem é aplicada ao preço de custo, mas há que se ter cuidado. Se a questão falar em margem de lucro sobre o preço de venda, não vamos brigar com a prova não é mesmo?

O estoque final é avaliado quantitativamente, por contagem física ou por controles permanentes, pelo seu preço de venda multiplicado pelo quociente (índice) de custo/varejo. Isto nada mais é do que uma “regra de três”. Para a obtenção do quociente, necessitamos dos valores dos estoques disponíveis (inicial + compras) a preços de custo e de venda.

Exemplo:

Margem de lucro = 25%;

A empresa então marcará o preço do produto para venda, partindo do custo de aquisição, somando o lucro esperado em cada departamento.

Suponha que o custo unitário da mercadoria tenha sido de R$ 10,00. Para saber o preço de venda, deve-se aplicar a margem de lucro ao preço de custo.

Preço de venda = $10,00 x 1,25 = $12,50.

Se, ao final do período contábil, o estoque desta mercadoria fosse de 200 unidades, o valor da venda esperada seria 200 x $12,50 = $2.500,00.

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Então o valor do custo total das 200 unidades seria fornecido pela seguinte regra de três:

125%........ correspondem a $2.500,00

100%........ correspondem a X

X = $2.000,00..., que é o valor do estoque final de tal mercadoria, ou seja, o custo das mercadorias que estão no estoque.

Atenção: caso fosse citado a margem de lucro como sendo de 25% sobre o preço de venda, então o cálculo seria:

Margem de lucro (ML) = PREÇO DE VENDA (PV) – PREÇO DE CUSTO (PC)

ML = 0,25 X PV

PV = ML + PC

Então: ML = 0,25 X (ML + PC)

PC = R$ 10,00

ML = 0,25 X (ML + 10,00)

ML = 0,25 ML + 2,50

0,75 ML = 2,50

ML = R$ 3,33

Assim, considerando a margem de lucro de 25% aplicada sobre o preço de venda, sendo o preço de custo igual a R$ 10,00, o preço de venda (PV) seria de:

PV = PC + ML = 10,00 + 3,33 = R$ 13,33

O comum é a margem de lucro ser aplicada ao preço de custo. Mas isso não é uma verdade absoluta. Tem que prestar atenção ao enunciado pra saber se a margem de lucro está sendo aplicada sobre o preço de custo ou sobre o preço de venda.

EXERCÍCIO RESOLVIDO (TCE-ES/2001):

Uma empresa apurou 30 (trinta) unidades em seu estoque, por contagem física ao final do período, a um preço de venda de $1.200,00. Tendo em vista o método do varejo e as informações abaixo, calcule o valor do CMV e do estoque final.

Preço de Custo Preço de Venda Estoque inicial $300,00 $800,00Compras $500,00Vendas $400,00

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Resolução:

Conforme vimos acima, o fundamental é sabermos qual a margem de lucro que está sendo utilizada.

Avaliando-se tudo pelo preço de venda, e aplicando-se a equação do CMV, teríamos:

CMV = EI + C – EF

Porém, cuidado! O preço a ser atribuído é o preço de venda! Então trabalharemos com os seguintes valores

CMV = $ 400 (avaliado a preço de venda)

EI = $ 800 (avaliado a preço de venda)

EF = $ 1200 (avaliado a preço de venda)

ASSIM:

400,00 = 800,00 + C – 1.200,00

C = $800,00 (COMPRAS a preço de venda)

Comparando o estoque disponível para venda a preços de custo e venda:

Preço de Custo Preço de Venda Estoque inicial $300,00 $800,00Compras $500,00 $800,00Disponível p/venda $800,00 $1.600,00

A margem de lucro será então de:

MLI = $1.600,00 / $800,00 = 2 (100%)

Para obtermos os valores de CMV e EF, temos que aplicar a margem (dividir) aos respectivos valores de venda. Assim:

CMV = $400,00 / 2 = $200,00

EF = $1.200,00 / 2 = $600,00

Bom, pessoal, por hoje é isso. Vimos o inventário permanente e todos métodos de avaliação de estoque que têm sido cobrados em prova. Lembramos que optamos por ensinar bem os inventários periódico e permanente, com todos os métodos, para somente em seguida, nas 2 próximas aulas, começarmos a tratar dos elementos que afetam as compras e as vendas, como descontos, devoluções,

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abatimentos e tributos. Para isso, precisamos que vocês tenham uma boa base no que já foi visto até aqui. Por isso, façam os exercícios abaixo, e vamos em frente, sem medo de ser feliz!

Um abraço e até a próxima!!!!

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EXERCÍCIOS AULA 9

1. No sistema de inventário permanente, a escrituração contábil pode ser conferida com os

assentamentos das fichas de controle de estoque. O saldo da conta custo das mercadorias vendidas, por exemplo, deve corresponder, na ficha de controle de estoque, à soma da coluna de: a) entradas mais a de saldos; b) saídas mais a de saldos; c) entradas; d) saídas; e) saldos.

2. (ESAF/TCU–1999) Utilizando corretamente os critérios técnicos e legais de avaliação patrimonial, a empresa que não mantiver sistema de custo integrado e coordenado com o restante da escrituração, o chamado controle permanente, deverá avaliar o custo de seus estoques de bens de vendas, utilizando uma das opções abaixo. Assinale-a. a) Ao custo das primeiras entradas. b) Ao custo das últimas entradas. c) Ao preço de custo médio ponderado. d) Ao preço de custo médio ponderado ou a PEPS, opcionalmente. e) Ao preço de custo médio ponderado, ou a PEPS ou a UEPS, opcionalmente.

3. Numa situação de economia inflacionária, uma empresa que utilizou o critério de avaliação de estoques denominado de PEPS, no início, e o UEPS, no encerramento do exercício social, se não fizer os ajustes necessários, provocará: a) aumento do CMV (custo das mercadorias vendidas); b) aumento do valor do estoque final de mercadorias; c) aumento do RCM (resultado com mercadorias); d) redução do valor do estoque inicial de mercadorias; e) redução do valor das vendas efetuadas durante o exercício social.

4. Foram feitas as seguintes aquisições do produto A: 31/01/1996 – 30 unidades, a R$ 10,00 cada uma; 15/02/1996 – 25 unidades, a R$ 10,00 cada uma; 28/02/1996 – 25 unidades, a R$ 12,00 cada uma; 15/03/1996 – 20 unidades, a R$ 15,00 cada uma. Sabendo-se que: 1. não existia estoque inicial; 2. em 10.03.x6, foram vendidas 60 unidades, ao preço de R$ 20,00 cada uma; 3. foi desconsiderado o destaque do ICMS; pode-se afirmar que o inventário, após a aquisição do dia 15/03/1996, avaliado pelo custo

médio ponderado, é de:

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a) R$ 400,00; d) R$ 600,00; b) R$ 512,50; e) R$ 800,00. c) R$ 540,00;

5. (ESAF/TTN–98) Na primeira semana de abril de 1998, uma empresa comercial realizou o seguinte movimento de compra e venda de mercadorias:

02/04/98 – compra, a prazo, de 400 unidades de mercadorias, pelo valor total de R$ 5.200,00;

03/04/98 – venda, a prazo, de 500 unidades de mercadorias, pelo valor total de R$ 6.000,00; 04/04/98 – compra, à vista, de 400 unidades de mercadorias, ao preço unitário de R$ 15,00; 05/04/98 – venda, à vista, de 200 unidades de mercadorias, ao preço unitário de R$ 18,00.

– O estoque final dessas mercadorias, em 31 de março de 1998, era de 200 unidades, avaliadas ao custo unitário de R$ 10,00.

– A empresa em questão mantém controle permanente de estoques e avalia-o pelo método do custo médio ponderado.

– As compras e as vendas dessas mercadorias estão isentas de tributação. Com base nessas informações, podemos afirmar que:

a) o custo total das vendas do dia 03 de abril foi de R$ 5.900,00; b) o estoque final existente, após a venda do dia 05 de abril, é de 300 unidades, ao custo médio

unitário de R$ 14,40; c) o lucro bruto total das operações exemplificadas alcançou a cifra de R$ 3.900,00; d) ao todo, nesta semana, foram vendidas 700 unidades de mercadorias, ao custo médio unitário

de R$ 13,20; e) o lucro bruto alcançado nas vendas do dia 05 de abril foi de R$ 3,00, por unidade.

6. (ESAF/MPOG/2001) Durante o período, a empresa realizou, seqüencialmente, as seguintes operações com mercadorias: A – aquisição de 10 unidades, a $ 5,00 cada uma; B – aquisição de 10 unidades, a $ 8,50 cada uma; C – venda de 15 unidades, a $ 10,00 cada uma; D – aquisição de 5 unidades, a $ 10,00 cada uma.

O estoque inicial era de 5 unidades, a $ 3,00 cada uma. O estoque final era de: a) $ 150,00, pelo critério PEPS, no sistema de inventário periódico; b) $ 107,50, pelo critério PEPS, no sistema de inventário permanente; c) $ 110,00, pelo critério da média ponderada móvel; d) $ 90,00, pelo critério UEPS, no sistema de inventário periódico; e) $ 65,00, pelo critério UEPS, no sistema de inventário permanente; PEPS – primeiro a entrar, primeiro a sair; UEPS – último a entrar, primeiro a sair.

7. (AGERS/RS/98) Considere uma economia com inflação constante, embora pequena, e um estoque com movimentação mensal de compras e baixas.

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Entre os valores abaixo, qual se refere a estoques avaliados pelo método PEPS, admitindo que, dos valores restantes, um seja UEPS, outro CMU e os demais não se refiram a estoques? a) R$ 30,00. d) R$ 498,00. b) R$ 40,00. e) R$ 500,00. c) R$ 495,00.

8. (ESAF/TTN–1994/vespertino) – Na movimentação de mercadorias controladas por ficha de estoque, podemos afirmar corretamente que: a) o estoque final avaliado a preço médio é maior que o mesmo estoque avaliado a PEPS, num

período de preços crescentes (inflacionário); b) o estoque final avaliado a PEPS tem o valor das últimas entradas; c) o estoque final avaliado a UEPS tem o valor das últimas entradas; d) o estoque final tem o valor das compras, menos o valor das vendas; e) o estoque final avaliado a preço médio é menor que o mesmo estoque avaliado a UEPS, num

período de preços crescentes (inflacionário).

9. (FISCAL/ICMS/SC–1998) Suponha uma empresa comercial situada em um país, onde os preços das mercadorias que adquire para revender sempre decrescem a cada nova compra que ela efetua. Suponha que, ao longo de determinado período, tal empresa efetuou diversas compras e diversas vendas, intercaladamente. Tendo em vista o cenário descrito, pode-se afirmar que: a) se a empresa adotar o método PEPS, os valores do estoque final e do custo das mercadorias

vendidas serão, respectivamente, menor e maior do que se adotar o método UEPS; b) se a empresa adotar o método PEPS, os valores do estoque final e do custo das mercadorias

vendidas serão, respectivamente, maior e menor do que se adotar o método UEPS; c) se a empresa adotar o método UEPS, os valores do estoque final e do custo das mercadorias

vendidas serão, respectivamente, menor e maior do que se adotar o método PEPS; d) se a empresa adotar o método PEPS, os valores do estoque final e do custo das mercadorias

vendidas serão, respectivamente, maior e igual do que se adotar o método UEPS; e) se a empresa adotar o método UEPS, os valores do estoque final e do custo das mercadorias

vendidas serão, respectivamente, maior e igual do que se adotar o método PEPS.

10. (ESAF/AFTN–1989) No mês de outubro, a firma Omar Telo de Barros realizou a seguinte movimentação de compras e vendas, da única mercadoria com que trabalha e que é isenta de ICMS: • Estoque em 01.10: 2.200 unidades, ao custo unitário de R$ 0,50. • Vendas em 05.10: 1.000 unidades, ao preço unitário de R$ 0,95. • Compras em 10.10: 2.000 unidades, ao custo unitário de R$ 0,90. • Vendas em 30.10: 1.400 unidades, ao preço unitário de R$ 0,95.

Com estas operações, a empresa apresentará, na Contabilidade, um estoque final de mercadorias e um lucro operacional bruto (RCM), respectivamente, de: a) R$ 900,00 e R$ 280,00, se adotar o critério de avaliação UEPS; b) R$ 900,00 e R$ 280,00, se adotar o critério de avaliação PEPS; c) R$ 1.242,00 e R$ 622,00, se adotar o critério de avaliação preço médio; d) R$ 1.620,00 e R$ 1.000,00, se adotar o critério de avaliação UEPS;

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e) R$ 1.620,00 e R$ 1.000,00, se adotar o critério de avaliação PEPS.

11. (ESAF/CVM/2001) Resumo das operações realizadas, durante o exercício social de 2000, pela Cia. Sol Nascente, com o produto A.

Data Histórico Quant. Valor unitário Valor total 01.01.00 Estoque inicial 10 10,00 100,00 20.01.00 Aquisição 20 7,00 140,00 05.03.00 Venda 5 12,00 60,00 15.04.00 Venda 10 11,00 110,00 06.06.00 Aquisição 10 12,00 120,00 09.08.00 Venda 5 14,00 70,00 20.12.00 Venda 18 15,00 270,00

O estoque final do produto foi avaliado em R$ 22,00. Conclui-se, do exposto, que o critério de avaliação de estoques usado foi o (a):

a) PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair); b) UEPS (último a entrar, primeiro a sair); c) média ponderada móvel; d) média simples dos preços relativos às aquisições efetuadas durante o exercício; e) preço específico.

12. Num regime de economia inflacionária, o custo das mercadorias vendidas será menor, se usado, para avaliação do estoque final de mercadorias, o sistema denominado de: a) PEPS; d) valor de mercado; b) UEPS; e) valor corrente. c) média ponderada móvel;

13. Uma empresa que possuía 100 unidades de mercadorias, compradas a R$ 2,00 cada uma, e compra 150 unidades, a R$ 3,00 cada uma, vende 200 unidades, a R$ 2,50 cada uma, compra mais 50 unidades, a R$ 3,50 cada uma. Nessa ordem de datas, terá, ao fim do período, um estoque de mercadorias no valor de: a) R$ 325,00, se trabalhar com o critério UEPS; b) R$ 325,00, se trabalhar com o critério PEPS; c) R$ 200,00, se trabalhar com o critério PEPS; d) R$ 200,00, se trabalhar com o critério UEPS; e) R$ 275,00, se trabalhar com o critério preço médio.

14. (ANALISTACOMEX/ESAF/98) As empresas que adotam o sistema PEPS avaliam seus estoques considerando o custo: a) das primeiras entradas;

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b) das últimas entradas; c) médio ponderado das entradas; d) das primeiras saídas; e) das últimas saídas.

15. (ESAF/MPOG–2001) Em economias nas quais a flutuação de preços ocorra de forma constante, o critério de apreçamento de estoques, que resultará em valores de estoque final mais próximos dos preços praticados no mercado, é: a) último que entra primeiro que sai; b) média ponderada móvel; c) média ponderada fixa; d) primeiro que entra último que sai; e) primeiro que entra primeiro que sai.

16. (FISCAL–ICMS/MS–2000) Em período de alta generalizada de preços (inflação), o método de custeio que permite manter o valor dos estoques mais próximos do preço de custo corrente é o: a) do custo específico; b) do preço médio ponderado; c) do PEPS (FIFO) primeiro que entra, primeiro que sai; d) do UEPS (LIFO) último que entra, primeiro que sai.

17. (Esaf – TRF/2002-2) A firma Pétrea Ltda. promoveu o movimento de entradas e saídas de

mercadorias, isentas de tributação, na forma como segue:

- existência anterior de 1.000 unidades ao custo unitário de R$ 20,00; - compra a vista de 1.500 unidades ao preço unitário de R$ 30,00; - venda a vista de 2.000 unidades ao preço unitário de R$ 25,00; - compra a prazo de 500 unidades ao preço unitário de R$ 35,00.

Nessa ordem, no fim do período considerado, a empresa terá um estoque de mercadorias no valor

de

a) R$ 27.500,00 se trabalhar com o critério Preço Médio. b) R$ 27.500,00 se trabalhar com o critério UEPS. c) R$ 30.500,00 se trabalhar com o critério PEPS. d) R$ 20.000,00 se trabalhar com o critério PEPS. e) R$ 20.000,00 se trabalhar com o critério UEPS.

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18. (Esaf – FORTALEZA/2003) Considere as seguintes informações: O preço de mercado tende a diminuir, ou seja, o preço dos produtos repostos tem sido sempre menor que os adquiridos anteriormente;

O estoque inicial apresentava um valor de R$ 300,00, correspondente a 100 unidades do seu único produto para venda;

No mês foram adquiridas mais 100 unidades ao preço unitário de R$ 2,50 e outras 100 unidades ao preço unitário de R$ 2,00; e

Foram vendidas 250 unidades, no mesmo período. Baseando-se nos princípios fundamentais de contabilidade, e nas informações acima, informe a opção correta que indica o melhor método a ser utilizado na apuração do estoque final.

a) Preço de compra original b) Preço individual c) Preço Médio Ponderado d) Primeiro a entrar, primeiro a sair e) Último a entrar, primeiro a sair

19. (Esaf – FORTALEZA/2003) A empresa Reparadora Elétrica Ltda., que conserta

eletrodomésticos, no mês atual possui as seguintes informações: Estoque inicial da peça QT era de 100 peças a um custo unitário de R$ 2,00; As compras, no mês, montaram em 150 peças a um custo unitário de R$ 2,50; Foram aplicadas 160 peças em reparos de eletrodomésticos. Considerando o método de avaliação dos estoques denominado Custo Médio Ponderado, indique o Custo do Material Aplicado, que irá compor o Custo dos Serviços, assinalando a opção correta.

a) R$ 320,00 b) R$ 328,00 c) R$ 360,00 d) R$ 368,00 e) R$ 400,00

GABARITO AULA 09

1.D 8.B 15.E

2.B 9.A 16.C

3.A 10.E 17.A

4.B 11.E 18.D

5.B 12.A 19.D

6.C 13.B

7.E 14.B

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AULA 10: FATORES QUE ALTERAM AS COMPRAS E VENDAS

Olá, pessoal. Nas aulas 08 e 09 demos os primeiros

passos com esse assunto tão importante que é “Operações com

Mercadorias”. Vimos os tipos de inventário (permanente e

periódico), e os métodos de avaliação de estoque (PEPS, UEPS,

Média móvel, Média Fixa e Margem de Lucro).

Porém, pra facilitar o estudo, não falamos ainda sobre os

fatores que alteram as compras e as vendas (descontos,

abatimentos, devoluções e impostos incidentes), que afetarão,

sobremaneira, os lançamentos contábeis referentes às transações.

É exatamente isso que veremos na aula de hoje.

5. FATORES QUE ALTERAM AS COMPRAS E VENDAS

As operações de compra e venda de mercadorias podem

contemplar certas características, ou fatores, que alteram os

lançamentos a serem efetuados tanto do ponto de vista do

comprador quanto do vendedor. São eles:

a) adicionais (fretes, seguros, comissões)

b) descontos (condicionais e incondicionais)

c) abatimentos

d) devoluções e cancelamento de vendas

e) tributos incidentes

5.1. FATORES QUE ALTERAM AS COMPRAS

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Quando compramos determinada mercadoria ou produto,

como por exemplo, uma geladeira, precisamos saber se a loja nos

entregará o produto em casa ou se teremos de arcar com o

transporte. E isso pode representar uma tremenda diferença para

o comprador no momento de fechar o negócio. O que interessa,

pra quem está comprando, é o valor a ser desembolsado. Assim,

se a geladeira custa R$ 2.500,00, mas a loja não entrega em casa,

terei de providenciar uma transportadora. Se ela me cobrar R$

100,00 pra levar o produto até o meu apartamento, o custo total

pra mim saiu R$ 2.600,00, não é mesmo?

Para as empresas, não é diferente. Esse custo total do

produto recebe o nome de custo de aquisição, e a Lei no

6.404/1976 determina, em seu art. 183, inciso II, que as

mercadorias devem ser avaliadas pelo custo de aquisição ou

produção, conforme a seguir transcrito:

Critérios de Avaliação do Ativo

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:

(...)

II – os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; [grifo nosso.]

Lembrem-se de que o princípio da competência reza que

as despesas devem ser lançadas quando incorridas. Nessa linha,

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os gastos com fretes, seguros, armazenagens, que são inerentes

às mercadorias, devem ser considerados custos de aquisição ou

produção e, portanto, integrar o valor a ser levado a estoques de

mercadorias. Isso, é claro, se o custo foi suportado pelo

comprador! Suponhamos no exemplo anterior da geladeira, se o

preço da mercadoria fosse mesmo de R$ 2.500,00, e o custo de

R$ 100,00 referente ao transporte até o estabelecimento do

adquirente fosse arcado pelo vendedor, certamente que os R$

100,00 NÃO seriam lançados no estoque do comprador. O custo

pra ele sairia por R$ 2.500,00, e seria esse o valor a ser lançado

na conta Compras (se inventário periódico), ou na conta Estoques

(se inventário permanente).

Além do frete, do seguro e da corretagem, outros fatores

influenciam o custo das compras, de maneira que terá de ser

calculado o valor das COMPRAS LÍQUIDAS (CL), para ser lançado

na fórmula do CMV. Veremos detalhadamente que os impostos

incidentes nas transações de compra e venda podem ser

recuperáveis (não cumulativos). Isso quer dizer que a empresa

adquirente poderá registrar o valor do tributo incidente na compra

de mercadorias como um DIREITO (Ativo Circulante), e não como

um CUSTO. Nesse caso, o valor do imposto recuperável incidente

na operação deverá ser excluído do cálculo das COMPRAS

LÍQUIDAS.

Os valores que a empresa adquirente consegue de

desconto (incondicional) na operação também não integrarão o

custo, portanto não irão compor o valor das COMPRAS LÍQUIDAS.

Da mesma forma, as devoluções de compras e as vendas

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canceladas NÃO integrarão o CMV, devendo ser expurgadas. Os

lançamentos referentes a cada uma dessas operações serão vistos

logo a seguir. Por hora, de acordo com o que falamos até aqui,

podemos elaborar a seguinte fórmula para cálculo das compras

líquidas.

Compras brutas (CB) + Fretes, seguros, armazenagem, comissões etc.

- Impostos recuperáveis

- Descontos incondicionais ou comerciais

- Devoluções e abatimentos

= Compras líquidas (CL)

Obs.:

1) Normalmente, quando se fala em compras brutas, já está

excluído o valor correspondente aos tributos recuperáveis

(não-cumulativos), já que estes últimos não são considerados

como custo para o comprador (como é o caso de ICMS, PIS e

COFINS). O importante é saber que o valor dos tributos

recuperáveis NÃO entra no cálculo das compras líquidas.

2) No Sistema de Inventário Permanente, que utiliza fichas

de controle de estoque e contabiliza o CMV a cada operação

de venda, o custo estará permanentemente atualizado na

conta MERCADORIAS-ESTOQUES, já pelo valor da compra

líquida. Por outro lado, considerando-se o método da conta

desdobrada e o Sistema de Inventário Periódico, a conta

CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (CMV) precisará de

diversas contas analíticas que contemplem todos os fatores

que afetam compras, a saber:

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ELENCO DE CONTAS – INVENTÁRIO PERIÓDICO SALDO COMPRAS BRUTAS ou COMPRAS FRETES E SEGUROS S/ COMPRAS IMPOSTOS A RECUPERAR (ATIVO) CONTAS RETIFICADORAS (-) DEVOLUÇÕES DE COMPRAS (-) DESCONTOS INCONDICIONAIS E ABATIMENTOS S/ COMPRAS

DEVEDOR DEVEDOR DEVEDOR

CREDOR CREDOR

Algumas empresas, mesmo no sistema de inventário

periódico, não utilizam contas do tipo Descontos sobre compras,

ou Fretes e Seguros sobre compras, lançando os valores

correspondentes diretamente à conta Compras, sem que esse

procedimento altere o cálculo do CMV.

Após o cálculo das compras líquidas (CL), com a utilização

da fórmula acima, o custo das mercadorias vendidas passará a ser

obtido pela fórmula:

CMV = EI + CL – EF

Onde: EI=estoque inicial e EF=estoque final

Salienta-se que a conta impostos a recuperar,

diferentemente das demais acima, é conta de ativo.

5.2. FATORES QUE ALTERAM AS VENDAS

Assim como o valor das compras brutas foi substituído

pelo valor das compras líquidas na fórmula do CMV, a receita de

vendas (ou receita operacional bruta de vendas) também será

afetada pelos impostos (tributos) incidentes sobre as vendas e

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pelos descontos incondicionais, devoluções e abatimentos,

ocorridos durante as operações mercantis, levando ao cálculo da

receita líquida de vendas, ou vendas líquidas, ou receita líquida

(RL).

O lucro operacional bruto (ou resultado com mercadorias

– RCM) passará a ser obtido pela fórmula:

RCM = RL – CMV

Mas como calcular o valor da receita líquida (RL)? Ora, de

forma análoga, vamos descontar os valores que a empresa

vendedora recebeu pela venda, mas que, de alguma forma, foram

(ou terão de ser) devolvidos ao adquirente ou recolhidos aos

cofres públicos (como é o caso dos tributos incidentes sobre as

vendas que estão incluídos no valor da mercadoria, como é o caso

de ICMS, PIS e COFINS). A receita líquida será assim obtida:

Receita bruta de vendas (RB) (-) Devoluções e abatimentos s/ vendas (-) Descontos incondicionais s/ vendas (-) Impostos incidentes s/ vendas (=) Receita líquida de vendas (RL)

Esses três fatores acima (descontos, devoluções e

impostos sobre vendas) são considerados como Deduções de

Vendas. Vejamos as contas relacionadas com as operações de

venda:

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ELENCO DE CONTAS SALDO VENDAS DE MERCADORIAS CONTAS RETIFICADORAS (-) DEVOLUÇÕES DE VENDAS (-) ABATIMENTOS S/VENDAS (-) DESCONTOS INCONDICIONAIS S/ VENDAS (-) IMPOSTOS INCIDENTES S/ VENDAS (-) ICMS S/ VENDAS (-) PIS S/ VENDAS (-) COFINS S/ VENDAS

CREDOR DEVEDOR DEVEDOR DEVEDOR DEVEDOR DEVEDOR DEVEDOR DEVEDOR

Considerando que, para a obtenção da RECEITA LÍQUIDA

DE VENDAS devemos descontar as Deduções de Vendas, podemos,

neste momento, analisar a primeira parte da demonstração do

resultado do exercício (DRE), que contempla os itens acima:

Demonstração do Resultado do Exercício

RECEITA BRUTA DE VENDAS (RB) (-) Deduções:

Impostos s/vendas (ICMS,ISS,PIS,COFINS,IE) Devoluções de vendas Vendas Canceladas Descontos comerciais concedidos Abatimentos concedidos

(=) RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS (RL) (-) CMV (=) Lucro operacional bruto (RCM) (-) Despesas operacionais (+) Receitas operacionais (=) Lucro operacional líquido Continua....

5.3. DESCONTOS

Trata-se de uma prática tão antiga quanto o próprio

comércio a concessão de descontos ou reduções sobre o preço das

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mercadorias negociadas. Eles podem ser concedidos a clientes

preferenciais ou pela quantidade de mercadorias negociadas, em

função da má qualidade dos produtos adquiridos, ou, ainda, em

razão de antecipação do prazo de pagamento. Essas operações

levarão a tratamentos contábeis distintos. Nesse sentido, em

função da motivação dos descontos, veremos que estes podem ser

financeiros (condicionais) ou comerciais (incondicionais).

5.3.1. DESCONTOS FINANCEIROS (OU CONDICIONAIS)

Quando uma determinada mercadoria é adquirida a prazo,

é emitida uma fatura para pagamento na data do vencimento.

Muitas vezes, é comum a menção na fatura de que, caso o

pagamento seja efetuado ANTES do vencimento, ou mesmo até o

vencimento, será concedida uma redução no preço a ser pago.

Isso é o que se chama de desconto financeiro.

Reparem que a utilização ou não do desconto não

influenciará na transação da compra/venda da mercadoria. Por

isso o valor do desconto financeiro não aparece na nota fiscal.

Esses descontos são chamados de condicionais porque só serão

concedidos se for atendida a condição de pagamento do valor até

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uma determinada data. É uma espécie de prêmio concedido pelo

pagamento antecipado ou até o vencimento da obrigação.

Importantíssimo ressaltar que esses descontos são

apenas indicados na fatura comercial e, por ocorrerem após a

concretização da operação mercantil, não são apurados no custo

das mercadorias vendidas (CMV). Sendo assim, não alteram em

nada o resultado com mercadorias (RCM). Como são considerados

como receita operacional financeira (para que recebe o desconto),

e despesa operacional financeira (para quem concede o desconto),

afetam o resultado operacional líquido do exercício.

Exemplo: Em 10/08/20X4, A sociedade comercial

VENDE-TUDO acertou a venda de 150 mesas de escritório, ao

valor unitário de R$ 80,00 cada uma, para a empresa COMPRA-

TUDO. A adquirente aceitou a duplicata com vencimento em

30/09/20X4. Porém, havia uma observação no documento de que,

caso o pagamento fosse efetuado até 10/09/20X4, seria concedido

um desconto de 10%. No dia 10/09/20X4, a empresa COMPRA-

TUDO efetuou o pagamento da duplicata com o desconto

concedido. Faça os lançamentos correspondentes nas empresas

compradora e vendedora.

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Resolução:

Nota Fiscal de Venda

150 mesas a R$ 80,00 ......................... R$ 12.000,00

No momento da venda, foram realizados os seguintes lançamentos:

Lançamento no vendedor em 10/08/20X4: D – DUPLICATAS A RECEBER R$ 12.000,00 C – RECEITA DE VENDAS R$ 12.000,00 Lançamento no comprador em 10/08/20X4: D – COMPRAS R$ 12.000,00 C – DUPLICATAS A PAGAR R$ 12.000,00

O valor do desconto foi de:

10% x R$ 12.000,00 = R$ 1.200,00

No momento do pagamento da duplicata, em 10/09/20X4, os lançamentos serão os seguintes:

Lançamento no vendedor em 10/09/20X4: D – BANCOS C/MOVIMENTO R$ 10.800,00 D – DESCONTOS FINANCEIROS CONCEDIDOS R$ 1.200,00 C – DUPLICATAS A RECEBER R$ 12.000,00 Lançamento no comprador em 10/09/20X4: D – DUPLICATAS A PAGAR R$ 12.000,00 C – DESCONTOS FINANCEIROS OBTIDOS R$ 1.200,00 C – BANCOS C/MOVIMENTO R$ 10.800,00 Lembramos que a conta Descontos Financeiros

Concedidos (ou Descontos Condicionais Concedidos) será uma

despesa financeira (operacional), enquanto que a conta

Descontos Financeiros Obtidos (ou Descontos Condicionais

Concedidos) será uma receita financeira (operacional).

5.3.2. DESCONTOS COMERCIAIS (OU INCONDICIONAIS)

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Agora vamos ver um tipo de desconto que cai muito na

prova. Imagine que você chega numa farmácia, pede um remédio,

e quando vê o preço, é aquela coisa exorbitante (normal, né?), por

exemplo, R$ 420,00. Aí você se desespera, dá aquela chorada, e o

balconista te dá um refresco: - “Fica tranqüilo, nós te damos um

descontinho de 2% (tudo isso??)”. Bom, então você decide que

vale a pena, e faz o cheque de apenas R$ 411,60, já que o cara foi

super-camarada contigo e te fez uma redução no preço de R$

8,40.

Bom, reparem que a transação fica concluída nesse

momento, com o desconto. É o que se chama de desconto

comercial, ou desconto incondicional, ou desconto

promocional. É aquele desconto que já vem na nota fiscal. Pode

também a nota já ser emitida pelo valor reduzido (R$ 411,60, no

exemplo), sem qualquer menção ao desconto, o que daria no

mesmo. Isso é até mais comum, porém o comerciante fica sem o

controle do montante em descontos que está concedendo.

Esse tipo de desconto não está condicionado a nenhum

evento futuro (como antecipação de pagamento, por exemplo). É

muito utilizado para clientes preferenciais, ou devido a uma grande

quantidade adquirida, ou ainda eventuais promoções, ou ainda o

chamado desconto de balcão.

O seu tratamento contábil é bem diferente do desconto

financeiro. O vendedor deve lançá-lo como dedução da receita

bruta com vendas. Isso quer dizer que afetará o resultado com

mercadorias (ou lucro bruto) do vendedor. Já o comprador o

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registrará como uma redução no custo da compra, afetando

(reduzindo) o CMV.

Conforme já comentamos, ou a nota já sai com o valor

reduzido, ou o desconto comercial é lançado na própria nota. Caso

seja adotada essa segunda opção, serão utilizadas as seguintes

contas, considerando o ponto de vista do comprador e do

vendedor:

Desconto incondicional s/compras Desconto incondicional s/vendas Desconto obtido Desconto concedido Conta retificadora de compras Conta retificadora de vendas Saldo credor Saldo devedor

Estabelecendo um paralelo entre descontos financeiros e comerciais:

DESCONTOS COMERCIAIS DESCONTOS FINANCEIROS Constam da nota fiscal Não constam da nota fiscal Independem de evento futuro Dependem de evento futuro Alteram o RCM Não alteram o RCM Obtidos Concedidos Obtidos Concedidos Redutora de Custo Dedução de Vendas Receita Financeira Despesa Financeira

Lembramos que, com relação aos fatores que alteram as

compras e vendas, não somente os descontos, há uma diferença

no tratamento contábil caso o inventário seja periódico ou

permanente, com relação às contas utilizadas:

a) Inventário Periódico: utilizam-se as contas

descontos incondicionais obtidos, frete

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sobre compras, devoluções de compras e

outras.

b) Inventário permanente: utiliza-se somente a

conta patrimonial Estoque de mercadorias (ou

simplesmente Estoques, ou ainda,

Mercadorias), que será lançada pelo valor

líquido da operação, já considerando fretes

sobre compras, descontos obtidos e devoluções

de compras, pois este é o valor que irá para a

ficha de controle de estoque.

Exemplo: Em 20/11/20X4, o revendedor de pneus “RODA

PRESA” adquiriu 100 pneus do tipo “A”, pagando em dinheiro, ao

preço unitário de R$ 80,00 cada um, com isenção de tributos.

Devido à grande quantidade adquirida, o fornecedor “ABC”

concedeu um desconto de 10%.

NOTA FISCAL

Contribuinte: ABC 20/11/20X4

Qtde Descrição Preço

Unitário

(R$)

Total

100 Pneus tipo “A” 80,00 8.000,00

(-) Desconto Comercial 10% (-) 800,00

Total da Nota 7.200,00

ICMS – Isento

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O lançamento na empresa ABC (vendedor) ficará:

Débito: Caixa (AC) 7.200,00

Débito: Descontos Comerciais Concedidos (dV) 800,00

Crédito: Receita de Vendas (R) 8.000,00

Legenda:

AC – Ativo Circulante

R – Receita

dV – Conta de dedução de vendas

Reparem que tudo fica mais fácil quando elaboramos

antes a nota fiscal. O lançamento sai direto. O valor que entra na

conta Bancos, Caixa, ou Clientes será sempre o total da nota. É

claro que não precisa ficar fazendo bonitinho ou com regüinha na

hora da prova, mas um bom rascunho é fundamental.

Interessante fazermos também o lançamento no

comprador. Caso este utilize o inventário periódico ficará:

Débito: Compras (C) 8.000,00

Crédito: Descontos Comerciais Obtidos (dC) 800,00

Crédito: Caixa (AC) 7.200,00

Legenda:

AC – Ativo Circulante

C – Conta de Custo (de resultado)

dC – Conta redutora de Custo (Dedução de Custos)

Quando for calculado o valor das “Compras Líquidas”,

teremos:

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CL = CB – Descontos Incondicionais Obtidos

CL = 8.000,00 – 800,00 = 7.200,00

Caso a empresa adquirente utilizasse o inventário

permanente, o lançamento seria:

Débito: Estoques (AC) 7.200,00

Crédito: Caixa (AC) 7.200,00

O valor lançado como custo (R$ 7.200,00) seria o mesmo

para os 2 métodos.

5.3.3. ABATIMENTOS (SOBRE COMPRAS OU VENDAS)

Imagine agora que você acabou de adquirir aquele sofá

dos seus sonhos, de couro branco tratado, ao preço de R$

5.700,00. Porém, ao receber a mercadoria em sua residência, você

repara que há um pequeno defeito na lateral do produto, pouco

visível, mas pra quem pagou R$ 5.700,00 é um defeito e tanto! Aí

você liga pra loja e diz que vai devolver o sofá, pois o mesmo não

está em perfeito estado, como deve ser toda mercadoria nova. O

gerente da loja, do outro lado da linha, te oferece então uma

redução de R$ 100,00 no preço pra você ficar com o produto, ao

invés de devolvê-lo. Você aceita a proposta. Como já havia pago

tudo em dinheiro, dois dias depois você dá uma passadinha na loja

e pega os R$ 100,00 conforme prometido pelo gerente. Isso é o

que se chama de abatimento no preço.

Os abatimentos são reduções no preço concedidas após a

operação de compra e venda, ou seja, após a emissão da nota

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fiscal, porém são decorrentes da mesma. Podem ser decorrentes

de mau atendimento a um pedido, divergência em qualidade ou

quantidade entre a entrega e o pedido ou por outro motivo. Assim,

não afetam o valor dos tributos já lançados na nota fiscal.

Os abatimentos são concedidos pelo vendedor, com o

objetivo de evitar devoluções de mercadorias. Podem incidir sobre

compras ou sobre vendas, dependendo, é óbvio, da empresa na

qual se estiver efetuando o lançamento, se a vendedora ou a

compradora.

Exemplo: Vamos utilizar o exemplo acima imaginando

que o adquirente é uma pessoa jurídica, a empresa REVENDE-

TUDO, e o vendedor é a loja ATACADÃO DE GRIFE.

A nota fiscal foi emitida pelo valor de R$ 5.700,00.

Supondo a utilização de inventário periódico pela firma vendedora,

o lançamento na mesma foi:

Débito: Caixa (AC) 5.700,00

Crédito: Receita de Vendas (R) 5.700,00

Já a empresa adquirente, caso utilize também o inventário

periódico, faria o seguinte lançamento:

Débito: Compras 5.700,00

Crédito: Caixa 5.700,00

No momento em que for concedido o abatimento, ou seja,

entregues os R$ 100,00, o registro no vendedor será:

Débito: Abatimento sobre Vendas 100,00

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Crédito: Caixa 100,00

Já o registro no comprador será:

Débito: Caixa (AC) 100,00

Crédito: Abatimento sobre compras 100,00

Como a conta Abatimento sobre vendas é uma dedução

da receita bruta, a receita líquida do vendedor ficará em:

Receita Bruta..................... R$ 5.700,00

(-) Abatimento s/vendas.........R$ 100,00

(=) Receita Líquida..............R$ 5.600,00

Por outro lado, a empresa adquirente vai ter o seu CMV

reduzido em R$ 100,00, uma vez que o valor das compras brutas

foi deduzido de R$ 100,00, resultando em R$ 5.600,00 para as

compras líquidas.

5.4. DEVOLUÇÕES DE MERCADORIAS

Pessoal, essa é fácil. Quando vocês compram algo que

lhes é entregue fora dos padrões ou com defeito, o que se faz?

Devolve, ora! De repente, o vendedor vai tentar oferecer um

abatimento, conforme já visto. Se você não aceitar, tem o direito

de devolver o produto. Essa devolução pode ser total ou parcial,

acompanhada de nota fiscal de devolução. O fato deve ser

contabilizado, tanto na empresa vendedora quanto na empresa

compradora. Vamos analisar então como devem ser lançados

esses fatos na contabilidade das empresas, sempre lembrando

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que, por enquanto, não estamos considerando a influencia dos

tributos nas operações com mercadorias. Isso será objeto de

estudo na aula 11.

5.4.1. DEVOLUÇÕES DE VENDAS

Do ponto de vista do vendedor, uma devolução de venda

é como uma venda que não existiu, ou seja, aquele valor outrora

registrado como receita de vendas deve ser deduzido para cálculo

do lucro bruto. Há uma diferença sutil entre uma venda cancelada,

quando a mercadoria não teria sido entregue ao comprador, e a

devolução de venda, quando o adquirente entrega o produto de

volta ao comprador. Para efeito do nosso estudo de contabilidade

geral, consideram-se idênticos os efeitos de uma venda cancelada

e de uma devolução de vendas.

Assim, na apuração do resultado do exercício, as vendas

canceladas e as devoluções de vendas devem entrar como

redutoras da receita bruta de vendas. É utilizada para isso

uma conta própria, denominada devolução de vendas, de saldo

devedor, redutora da receita bruta de vendas.

Exemplo: Considerem que a empresa LUCRO CERTO

efetuou uma venda para a empresa TABAJARA de dez mil enfeites

de madeira, ao preço unitário de R$ 2,00 cada, conforme pedido.

Suponha que o vendedor utilize o inventário permanente e que

esse lote estivesse registrado a um custo unitário de R$ 0,80.

Dois dias depois, o comprador quis devolver 500 enfeites,

que alegou estarem riscados. Faça os lançamentos no comprador e

no vendedor.

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Resolução

Primeiramente, vamos elaborar a nota fiscal de venda e o

lançamento referente à transação original.

Nota Fiscal 10.000. x R$ 2,00 R$ 20.000,00

Total da NF R$ 20.000,00

Lançamentos em LUCR CERTO (vendedor)

CMV a Estoques 8.000,00

Caixa a Vendas 20.000,00

Reparem que a devolução se refere a 5% do total (500 /

10.000). É interessante, nos casos de devolução, aplicar o

percentual que esta sendo devolvido ao valor da venda e inverter

os débitos com os créditos. Assim, o lançamento sairá

automaticamente, lembrando que, ao invés de debitar a conta de

receita bruta de vendas abre-se uma conta para as devoluções

de vendas, que é uma conta de despesa, redutora da receita

bruta.

Lançamento da devolução:

Estoques a CMV 400,00 (5% de $ 8.000,00)

Devolução de vendas a Caixa 1.000,00 (5% de $ 20.000,00)

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Por enquanto está bem simples, mas o objetivo é esse

mesmo. Posteriormente, quando forem analisadas operações

envolvendo tributos, utilizaremos exatamente o mesmo raciocínio

de inversão do lançamento da operação original.

Atenção!!! A devolução não é um estorno! É uma nova

operação, vinculada à primeira. O lançamento assemelha-se ao

estorno. Porém, enquanto o estorno anula, total ou parcialmente,

o lançamento original, a devolução é contabilizada em conta

própria, fazendo parte inclusive da Demonstração do Resultado do

Exercício, como conta redutora da Receita Bruta de Vendas.

5.4.2. DEVOLUÇÕES DE COMPRAS

Do ponto de vista do comprador, quando há uma

devolução, o custo do produto que foi devolvido deve ser excluído

do CMV. Por esse motivo, no cálculo das compras líquidas as

devoluções de compras entram com sinal negativo. Vamos

relembrar a forma de obtenção das compras líquidas:

Compras brutas (CB) + Fretes, seguros, armazenagem, comissões etc.

- Impostos recuperáveis

- Descontos incondicionais ou comerciais

- Devoluções e abatimentos

= Compras líquidas (CL)

A conta Devolução de Compras terá, portanto, saldo

credor, por ser uma conta redutora de custo (CMV), cujo saldo é

devedor.

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Caso a empresa compradora contabilize o inventário

permanente, não utilizará a conta Devolução de Compras. O

lançamento da devolução, nesse caso, seria efetuado a crédito

diretamente na conta estoques.

No mesmo exemplo anterior, a empresa adquirente

(TABAJARA), caso utilize o inventário periódico faria o seguinte

lançamento, na compra das mercadorias:

Lançamento da compra em TABAJARA:

Compras a Caixa 20.000,00

No momento da devolução, o comprador registraria:

Pela devolução de compra em TABAJARA:

Caixa a Devolução de compras 1.000,00

Reparem que o valor da compra líquida ficaria em R$

19.000,00 (R$ 20.000,00 – R$ 1.000,00). Caso a empresa

utilizasse o sistema de inventário permanente, deveria efetuar os

seguintes lançamentos:

Lançamento da compra: Estoques a Caixa 20.000,00

Pela devolução: Caixa a Estoques 1.000,00

EXERCÍCIO RESOLVIDO 10-1

Dados os saldos das contas da empresa Cama Mesa e Banho Ltda., em 31/12/99, calcule o resultado com mercadorias (RCM) e o custo das mercadorias vendidas (CMV) no período.

$

Vendas brutas 6000

Estoque, em 01/01/99 500

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Compras 1500

Descontos financeiros obtidos 300

Abatimentos s/compras 50

Vendas anuladas do período 200

Devolução de compras 150

Fretes pagos sobre compras ao transportador 300

Fretes sobre vendas 250

Estoque, em 31/12/99 200

Descontos Incondicionais obtidos s/compras 350

Fornecedores 1550

Abatimentos concedidos sobre vendas 100

Seguros sobre compras 150

Como o objetivo consiste em calcular o CMV e o RCM, devemos observar a fórmula do RCM (lucro bruto), que é:

RCM = VL – CMV

Onde VL = Vendas Líquidas (ou Receita Líquida de Vendas), cuja fórmula é:

Cálculo da Receita Líquida (vendas líquidas) Receita bruta (RB) 6000

(-) Vendas anuladas (200)

(-) Abatimentos concedidos (100)

(=) Receita líquida (RL) 5700

Já a fórmula do CMV é: CMV = EI + CL – EF Onde CL = Compras Líquidas Sendo assim, devemos partir para o cálculo das compras líquidas. Cálculo das Compras Líquidas

Compras brutas 1500

(-) Descontos incond. obtidos s/compras (350)

(-) Devolução de compras (150)

(-) Abatimento s/compras (50)

(+) Frete sobre compras 300

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(+) Seguro sobre compras 150

(=) Compras líquidas (CL) 1400

Por fim, basta substituir nas fórmulas que chegaremos ao CMV e ao RCM:

Cálculo do custo das mercadorias vendidas:

CMV = EI + CL – EF

CMV = 500 + 1400 – 200 = 1700

Cálculo do resultado com mercadorias (RCM) = lucro bruto

RCM = VL – CMV = 5700 – 1700 = 4000.

EXERCÍCIO RESOLVIDO 10-2

(AFRF/98) – A nossa empresa identificou seu estoque de mercadorias em 2 mil unidades, avaliadas ao custo médio unitário de R$ 60,00. Logo após, promoveu uma venda de 1.500 unidades, à vista, por R$ 150.000,00, numa operação isenta de tributação. O comprador, todavia, mostrando-se insatisfeito com a transação, devolveu 20% da compra e ainda conseguiu obter um abatimento de 10% no preço. Feita a renegociação e refeitos os registros cabíveis, a nossa empresa mantém um estoque de mercadorias assim formado:

a) 500 unidades a R$ 54,00 = R$ 27.000,00;

b) 800 unidades a R$ 54,00 = R$ 43.200,00;

c) 500 unidades a R$ 60,00 = R$ 30.000,00;

d) 800 unidades a R$ 60,00 = R$ 48.000,00;

e) 800 unidades a R$ 90,00 = R$ 72.000,00.

Resolução:

Ficha de Controle de Estoque – custo médio

Para resolver essa questão, podemos utilizar a ficha de controle de estoque, apesar de termos apenas o estoque inicial, uma venda, uma devolução de venda e um abatimento sobre vendas. O detalhe interessante é que o enunciado falou em “devolução de compra”, porém sabemos que o que se está analisando é uma devolução de venda. Sendo assim, a maior dificuldade da questão seria registrar a devolução e o abatimento.

A devolução de venda entra com sinal negativo na coluna de saídas, pois é como se a saída anterior tivesse sido anulada (total ou parcialmente). Já o abatimento concedido sobre vendas não influencia o valor do estoque, mas sim o valor da receita líquida de vendas. Relembrando, são redutores da receita bruta de vendas:

– impostos sobre vendas (ICMS, PIS, CONFINS, IE);

– descontos incondicionais concedidos;

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– abatimento s/ vendas;

– devoluções de vendas.

A ficha de controle de estoque então ficará:

Operação Entradas Saídas Saldo

QTD V.U. V.T. QTD V.U. V.T. QTD V.U. V.T.

Saldo inicial 2.000 60,00 120.000,00

Venda 1500 60,00 90.000,00 500 60,00 30.000,00

Devolução da venda

(300) 60,00 (18.000,00) 800 60,00 48.000,00

TOTAL CMV 72.000,00 EF 48.000,00

RESPOSTA: LETRA D

Bom, pessoal, agora vamos ao trabalho para resolver os exercícios a seguir:

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EXERCÍCIOS – AULA 10

01 - (CESPE-PF-Escrivão-Nac-2004) Assinale Certo ou Errado. O registro da venda de mercadorias, segundo o critério de controle de estoques periódico, não contemplará, no ato da venda, a apuração do custo da mercadoria vendida (CMV). 02 - (CESPE-PF-Escrivão-Nac-2004) Assinale Certo ou Errado. Ao devolver mercadoria adquirida para revenda, cujo controle é permanente, a empresa reduzirá seu ativo e mercadorias em estoque e aumentará seu ativo circulante — quando já tiver pago a mercadoria — ou reduzirá seu passivo circulante — se não tiver pago a mercadoria. 03 - (CESPE-PF-Escrivão-Nac-2004) Assinale Certo ou Errado. O desconto financeiro, concedido pela empresa, ocorre no momento da venda. 04 - (CESPE-PF-Escrivão-Nac-2004) Assinale Certo ou Errado. Ao registrar a venda de mercadorias à vista, segundo o regime de competência, a empresa acrescentará o valor da venda em suas receitas e aumentará o seu ativo. Ao apurar o custo da mercadoria que foi vendida, a empresa registrará um decréscimo em seu ativo e um decréscimo no resultado do exercício. Se o mesmo fato for registrado segundo o regime de caixa, então o valor do custo da mercadoria vendida só será apurado ao final do período. 05 - (CESPE-PF-Agente-Nac-2004) Assinale Certo ou Errado. Ao se conceder abatimento sobre vendas, a quantidade de mercadorias para revenda, em estoque, não sofrerá alterações. 06 - (CESPE-PF-Agente-Nac-2004) Assinale Certo ou Errado. O desconto comercial concedido pela empresa ocorre no momento do pagamento. 07 - (CESPE-PF-Agente-Nac-2004) Assinale Certo ou Errado. A aquisição de mercadorias para revenda a prazo não representará redução no resultado do exercício. 08 - (CESPE-PF-Agente-Nac-2004) Assinale Certo ou Errado. O registro de devoluções de mercadorias adquiridas à vista para revenda não afetará o saldo do ativo total. 09 - (CESPE-PF-Agente-Nac-2004) Assinale Certo ou Errado. No regime de caixa para registro de venda de mercadorias, a empresa reconhece o valor correspondente à venda no momento em que esta ocorre, independentemente da forma de pagamento. 10 - (CESPE-PF-Agente-Nac-2004) Assinale Certo ou Errado. Na venda de mercadorias, a despesa com fretes deve integrar o custo da mercadoria vendida. 11. (AFTN/ESAF/96) A CIA. AMAZÔNIA compra, a prazo, lotes de um determinado

produto na seguinte ordem:

LOTE DATA AQUISIÇÃO

QUANTIDADES PREÇO UNITÁRIO

A 04.01.X1 500 $ 400.00 B 20.01.X1 1.000 $ 450,00 C 27.01.X1 2.000 $ 520,00

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Considerando ainda que: I – sobre as compras do lote A, foram pagos fretes no valor de $ 20, por unidade

transportada em 05.01.X1; II – devolução, em 21.01.X1, de 200 unidades do lote B; III – sobre as compras do lote C, foi concedido um abatimento no valor de $ 118.400, em

28.01.X1; IV – no mês foram consumidas: 1.200 unidades, em 23.01.X1, e 2.000 unidades, em

30.01.X1. Com base nestes dados, pode-se afirmar que o valor dos estoques consumidos, de acordo

com a média ponderada fixa foi de: a) $ 1.445.626,38; d) $ 1.446.400,00; b) $ 1.570.000,00; e) $ 1.445.520,00. c) $ 1.449.600,00;

12. Deduzindo da receita bruta de vendas os impostos incidentes sobre as vendas, os

abatimentos concedidos incondicionalmente e as vendas canceladas, obtém-se: a) o lucro operacional bruto; b) o lucro bruto; c) o lucro operacional líquido; d) a receita líquida das vendas; e) o resultado líquido em vendas.

13. (FISCAL/ICMS–MS/2000) Assinale a alternativa mais apropriada para expressar o resultado líquido do período. a) Vendas menos custo das mercadorias vendidas. b) Resultado com mercadorias menos outras receitas, mais outras despesas. c) Vendas brutas menos devoluções, mais tributos, menos resultado bruto. d) Resultado com mercadorias mais outras receitas, menos outras despesas.

14. (FISCAL/ICMS–MS/2000) A Indústria de Calçados Phoenix Ltda. concede um desconto financeiro de 3% (três por cento) para os clientes que anteciparem o pagamento de seus títulos do dia 30 de janeiro de 2000, para o dia 25 do mesmo mês e ano. Caso algum cliente decida aproveitar o desconto concedido, pagando adiantadamente dentro do prazo estipulado, indique qual é o melhor procedimento contábil a ser considerado pela Indústria de Calçados Phoenix Ltda. a) Proceder uma redução do valor da venda, proporcional ao desconto concedido. b) Tratar o desconto concedido como despesas financeiras. c) Tratar o desconto concedido como despesas de vendas. d) Tratar o desconto concedido como descontos comerciais.

15. (FISCAL ICMS/MS–2000) Assinale, dentre as alternativas abaixo, o registro contábil que melhor reflete a transação proposta. a) No dia 1o de dezembro de 19X1, a Companhia ABC comprou mercadorias, à vista, no

montante de R$650,00: débito = caixa R$650,00 / crédito = compras R$650,00.

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b) No dia 2 de dezembro de 19X1, a Companhia ABC vendeu mercadorias, a prazo, no montante de R$800,00. Houve um desconto comercial nesta venda, proporcional à quantidade vendida. O valor normal da venda seria de R$860,00.(Desconsidere o lançamento referente ao desconto): débito = clientes R$800,00 / crédito = vendas R$800,00.

c) No dia 5 de dezembro de 19X1, houve uma devolução parcial das vendas efetuadas no dia 2 de dezembro, no montante de R$120,00: débito = clientes R$120,00 / crédito = devolução de vendas R$120,00.

d) No dia 6 de dezembro de 19X1, a Companhia ABC comprou mais mercadorias, a prazo, no montante de R$800,00: débito = fornecedores R$800,00 / crédito = compras R$800,00.

16. (TRT–4a/ANAL. JUD./2001) O lucro bruto do período, em R$ (milhões), considerando as

mercadorias inventariadas de 70 e os seguintes saldos de contas apresentados no fim de um período de apuração, é:

Mercadorias estoque 40 Compras 1 460 Vendas 2 000 Impostos sobre vendas 140 Descontos financeiros em pagamentos 40

a) 290; b) 360; c) 390; d) 430; e) 460.

17. (AGERS/RS/98) Considere os dados relativos a mercadorias. Compras do período 80 Vendas do período 140 Estoque inicial 4 Estoque final 2 Devolução de compras 2 Devolução de vendas 5 A partir desses dados, desconsiderando efeitos tributários, pode-se afirmar que, no

período, o total de mercadorias disponíveis para venda, o custo das mercadorias vendidas e o resultado das vendas foram, respectivamente: a) 82 96 e 59; b) 84 78 e 62; c) 82 80 e 55; d) 78 71 e 67; e) 135 80 e 55.

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18. (ESAF/CVM/PLANEJAMENTO–2001) Após realizar a primeira operação de venda do

exercício, na qual obteve receita bruta de vendas de R$ 1.000,00, com um CMV (custo das mercadorias vendidas) de R$ 600,00, a empresa Arfe Ltda. aceitou devolução parcial das mercadorias vendidas, cujo valor de R$ 200,00 foi creditado ao cliente. As mercadorias recebidas foram devolvidas ao fornecedor, que foi debitado pelo valor de R$ 100,00.

Considerando que essa mercadoria estava isenta de impostos, podemos dizer que a operação rendeu à Arfe um lucro bruto de: a) R$ 80,00; b) R$ 100,00; c) R$ 200,00; d) R$ 300,00; e) R$ 320,00.

19. (FISCAL ICMS/MS–2000) A Companhia Perfeita Ltda. efetuou uma venda de

mercadoria que possuía em estoque, à vista, no montante de R$ 100,00, concedendo um desconto de 10% (dez por cento) na nota fiscal. A mercadoria vendida havia custado R$ 50,00 para a Companhia Perfeita. Assinale a alternativa que melhor reflete os lançamentos contábeis dessa operação (CMV = custo das mercadorias vendidas). a) Débitos = CMV R$50,00 / caixa R$90,00 / descontos concedidos R$10,00 créditos = vendas R$100,00 / estoque de mercadorias R$50,00. b) Débitos = CMV R$50,00 / caixa R$90,00 créditos = vendas R$100,00 / estoque de mercadorias R$50,00 / descontos concedidos

R$10,00. c) Débitos = estoque de mercadorias R$50,00 / vendas R$100,00 créditos = CMV R$50,00 / caixa R$90,00 / descontos concedidos R$10,00. d) Débitos = CMV R$50,00 / caixa R$100,00 créditos = vendas R$100,00 / estoque de mercadorias R$50,00.

20. (FISCAL ICMS/MS–2000) O cálculo do custo das mercadorias vendidas (CMV) é obtido, regra geral, mediante o emprego de uma das alternativas abaixo relacionadas. Assinale aquela que melhor reflete a equação do custo das mercadorias vendidas. a) Estoque inicial mais compras, menos deduções de compras, mais deduções de venda, mais

estoque final. b) Estoque inicial mais compras, menos deduções de compras, mais estoque final. c) Estoque inicial menos compras, menos deduções de compras, menos estoque final. d) Estoque inicial mais compras, menos deduções de compras, menos estoque final.

21. (ESAF/AFTN–1994/setemb.) A empresa Delta devia à empresa Gama duplicatas no valor

de R$ 100,00. Para liquidar a dívida, devolveu a mercadoria comprada, acrescendo 6% de juros a serem pagos em 60 dias. O registro, de forma simplificada, na contabilidade de Gama, é: a) Diversos

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a Diversos Mercadorias 100,00 Juros a receber 6,00 106,00 a Duplicatas a receber 100,00 a Juros ativos 6,00 106,00; b) Mercadorias a Diversos a Duplicatas a pagar 100,00 a Juros a pagar 6,00 106,00; c) Diversos a Mercadorias Duplicatas a pagar 100,00 Juros a pagar 6,00 106,00; d) Diversos a Mercadorias Duplicatas a receber 100,00 Juros a receber 6,00 106,00; e) Mercadorias a Diversos a Duplicatas a receber 100,00 a Juros a receber 6,00 106,00.

GABARITO AULA 10

1 – C 8 – C 15 – B

2 – C 9 – E 16 – D

3 – E 10 – E 17 – C

4 – C 11 – D 18 – D

5 – C 12 – D 19 – A

6 – E 13 – D 20 – D

7 – C 14 – B 21 – A

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CONTABILIDADE GERAL INTRODUTÓRIA

AULA 11: TRIBUTOS INCIDENTES NAS OPERAÇÕES COM

MERCADORIAS

Pessoal, o início da aula de hoje foi o tema da aula

demonstrativa disponibilizada para todos no site. Portanto,

primeiramente vocês verão uma repetição do que está na aula

demonstrativa, para em seguida complementarmos a aula, de

acordo com a seqüência da matéria, fechando o assunto

“Operações com Mercadorias” nessa aula, OK?

Hoje falaremos sobre um tema do qual muitos alunos não

gostam muito. Trata-se da influência e do tratamento contábil a

ser dado aos tributos quando as empresas compram ou vendem

mercadorias. Podemos assim chamar: “Os Tributos nas

Operações com Mercadorias”, ou “Os Tributos nas Compras

e Vendas de Mercadorias”.

Mas por quê os muitos alunos não gostam do tema? Ora, eles

costumam dizer: - “Pôxa, professor, agora que eu consegui

aprender a fazer os lançamentos de compra e de venda de

mercadorias, agora que eu consegui fazer um monte de exercícios

pra calcular a DRE você vem com essa de tributo pra me

atrapalhar?”.

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Bom, nesse caso não tem jeito. É a vida, meus caros. Ainda

bem que vocês já sabem efetuar os lançamentos de compra e

venda de mercadorias sem envolver tributos. Nesse momento a

matéria tem que avançar. Mas não desanimem. Se você aprendeu

bem como são feitos os lançamentos referentes a compras e

venda de mercadorias, sabe contabilizar estoques por todos os

métodos e calcular o lucro bruto, será muito mais tranqüilo

trabalhar com os impostos, OK? Além do mais, esse assunto é um

dos que mais tem caído nas provas (essa tática é ótima; nesse

momento, o professor vê vários alunos que estavam dispersos,

pensando na vida, se ajeitarem na cadeira e pegarem a caneta pra

anotar...). Então vamos lá.

5.5 TRIBUTOS INCIDENTES NAS OPERAÇÕES COM

MERCADORIAS

Quando uma empresa adquire ou vende produtos e

mercadorias, tributos estão incidindo sobre estas operações.

Inúmeros são os efeitos jurídicos desse fato. Na Contabilidade,

devemos nos preocupar basicamente em proceder ao lançamento

correto no momento do registro de tais operações. Pra isso,

devemos conhecer um mínimo de cada um dos tributos, como o

fato gerador, os contribuintes, a base de cálculo e algumas regras

de incidência. Atenção! Ninguém precisa decorar alíquota de

tributo para a prova, certo?

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No Brasil, sabemos que são muitos os tributos e

contribuições incidentes sobre operações de compra e venda de

mercadorias. Cada um possui um tratamento contábil específico,

dada a sua natureza. Incidem basicamente, os seguintes

tributos/contribuições:

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TRIBUTOS INCIDENTES NAS COMPRAS E VENDAS

a) ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e

Serviços)

b) IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)

c) ISS (Imposto sobre Serviços)

d) II (Imposto de Importação)

e) IE (Imposto de Exportação)

f) PIS (Contribuição para o Programa de Integração

Social)

g) COFINS (Contribuição para o Financiamento da

Seguridade Social)

h) CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio

Econômico)

Uma mesma operação de compra e venda gerará

lançamentos tanto na empresa adquirente quanto na vendedora.

Pra facilitar o aprendizado, costumamos separar os lançamentos

em cada uma delas. Vamos iniciar pelos registros na empresa que

está vendendo o produto, mercadoria ou serviço, ou seja, a

empresa vendedora, ou simplesmente o vendedor.

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5.5.1. TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE VENDAS

Conforme aprendemos nas aulas anteriores, para a

obtenção da RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA, ou simplesmente

RECEITA LÍQUIDA (RL), devem ser aplicadas diversas deduções à

RECEITA BRUTA (RB). Os tributos1 influenciam de maneira distinta

a receita líquida (RL) da empresa. Para a obtenção da mesma,

devem ser aplicadas as seguintes deduções:

RECEITA BRUTA

(-) Descontos Incondicionais Concedidos

(-) Impostos Incidentes sobre Vendas

(-) Devoluções de Vendas

(-) Abatimentos sobre Vendas

(=) RECEITA LÍQUIDA (RL)

Portanto, reparem que os tributos incidentes sobre vendas

consistem em uma das deduções legais da receita bruta para se

chegar à receita líquida de vendas. Mas atenção! Não são todos os

tributos que são deduzidos da receita bruta. Nem todos os tributos

incidentes sobre vendas são abatidos da receita bruta para a 1 No estudo da Contabilidade, o termo imposto muitas vezes é utilizado em lugar de tributo. Sabemos do Direito Tributário que, na realidade, imposto é um dos tipos de tributo. Além dos impostos, são tributos também as taxas, as contribuições de melhoria, os empréstimos compulsórios e as contribuições previstas no art. 149. As duas últimas modalidades, embora não mencionadas no art 5° do CTN, ao serem incluídas no capítulo do Sistema Tributário Nacional da CF/88, tornaram-se tributos, existindo posicionamento, já consolidado, do STF nesse sentido . O fato é que para o nosso estudo de Contabilidade para concurso isso não faz diferença. Essa discussão o aluno deve levar para a aula de Direito Tributário.

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obtenção da receita líquida. O IPI, por exemplo, não está nessa

lista. Vamos analisar cada tributo separadamente, e começaremos

exatamente pelo IPI.

5.5.1.1. IPI

O IPI, ou imposto sobre produtos industrializados, é

regido pelo Decreto nº 4.544/2002 (Regulamento do IPI). Pessoal,

lembrando mais uma vez, as definições e normas tributárias serão

abordadas nessa aula somente no que interessar à Contabilidade.

Vejam a esquema resumido desse tributo:

IPI

Incidência Contribuinte

Produtos industrializados,

nacionais ou estrangeiros.

Empresa industrial ou a ela

equiparada, além do importador

de produtos industrializados.

Quando da saída de um produto de uma indústria, a nota

fiscal emitida pelo vendedor (fabricante) indica de forma

padronizada o valor nominal da venda (receita bruta) e o valor do

IPI sobre este incidente, sendo o total da nota, a ser recebido do

comprador, a soma do valor do produto com o valor do IPI. Por

este motivo, dizemos que o IPI é considerado um imposto

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calculado “por fora” do preço, ou seja, o valor total da nota

fiscal será o valor da mercadoria somado ao valor do IPI.

Como o contribuinte do IPI é o industrial que der saída ao

produto, ou seja, vendedor, o valor do imposto não será

considerado como receita bruta para este. Esta regra é oriunda do

próprio Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99). Assim que

realizada a operação, a empresa vendedora deverá contabilizar o

tributo como uma OBRIGAÇÃO (Passivo), devendo repassá-lo aos

cofres públicos posteriormente. O industrial, nesse caso, funciona

como mero agente arrecadador do tributo, já que em suas vendas

cobra em separado do adquirente o IPI. Reparem que não está

ocorrendo DESPESA para o vendedor com relação ao IPI a pagar,

pois quem de fato suportará o encargo do tributo será o

comprador, que pagará ao vendedor, além do valor da mercadoria,

o valor correspondente ao IPI. Dessa forma, os registros relativos

ao IPI se darão exclusivamente por meio de contas patrimoniais.

Achou complicado? Vamos então a um exemplo que vai clarear

tudo.

Exemplo 1: Considere que a empresa MEIAS FINAS

LTDA, fabricante de vestuários, vendeu à empresa COMERCIAL

ATACA TUDO LTDA 500 pares de meias esportivas, em

21/05/2004, com pagamento em cheque, ao preço unitário de R$

2,00 cada par. Considere, para efeitos didáticos, que tal produto

não sofre incidência de ICMS nem de PIS e COFINS, e que a

alíquota do IPI para o mesmo é de 5%.

Resolução:

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Para corretamente contabilizarmos as operações com

mercadorias, é fundamental a elaboração de uma nota fiscal

simplificada, onde constem informações como: quantidade, valor

unitário, valor total, tributos e descontos. Isso porque, uma vez

elaborada a nota, ficará muito fácil dela se extrair o lançamento

contábil.

NOTA FISCAL

Contribuinte: MEIAS FINAS LTDA 21/05/2004

Qtde Descrição Preço

Unitário

(R$)

Total

500 Pares de meias esportivas 2,00 1.000,00

(+) IPI 5% Base de

Cálculo

R$ 1.000,00 50,00

Total da Nota 1.050,00

ICMS – Isento

Lembrem-se de que o IPI é calculado “por fora” do valor

da mercadoria, que é R$ 1.000,00. Assim, a esses R$ 1.000,00

devem ser acrescidos os 5% de IPI, ou seja, R$ 50,00 (5% x R$

1.000,00), fazendo com que o total da nota chegue a R$ 1.050,00.

Esse é o valor total a ser pago pelo adquirente.

Para procedermos ao lançamento na empresa MEIAS

FINAS LTDA, que é a vendedora, vamos por partes:

1) Valor a receber pela venda

O comprador terá de pagar R$ 1.050,00 por essa

operação, que é o valor total da nota. Não interessa que uma

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parte seja para recolher o IPI. É como se ele (comprador) emitisse

um cheque de R$ 1.000,00 para pagar a mercadoria e desse outro

cheque de R$ 50,00 ao vendedor para que este recolhesse o

tributo junto aos cofres públicos. Na verdade, sabemos que não

funciona dessa forma, e o comprador emite um único cheque de

R$ 1.050,00 referente à operação como um todo. Esse valor será

então contabilizado a débito da conta Bancos Conta Movimento

pela empresa vendedora, devido à entrada de dinheiro em conta

corrente (ou diretamente no Caixa). Para saber quanto a empresa

irá receber, basta observar o valor total da nota fiscal, que

corresponde exatamente aos R$ 1.050,00.

2) Valor do IPI

O IPI é uma obrigação para o vendedor. Assim, a firma

MEIAS FINAS LTDA assumiu uma obrigação, qual seja, de recolher

R$ 50,00 de IPI junto ao governo federal. Sabemos que obrigação

é conta de Passivo, portanto a empresa deve registrar,

concomitantemente ao recebimento dos R$ 1.050,00 referentes à

venda, um CRÉDITO no Passivo no valor de R$ 50,00. Essa conta

de passivo pode se chamar IPI a Pagar ou IPI a Recolher. A

empresa poderia ainda utilizar o sistema de conta única, quando

utilizaria a conta IPI Conta-Corrente, a ser visto mais adiante.

3) Receita de Venda

Será lançado pela empresa MEIAS FINAS LTDA como

RECEITA DE VENDAS a diferença entre os R$ 1.050,00 recebidos

pela operação e os R$ 50,00 relativos ao IPI. Isso porque o IPI não

pertence à empresa vendedora. Reparem que esta atuou como

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agente arrecadador do tributo, ficando com a obrigação de

recolher R$ 50,00 ao governo. Portanto, esse valor não entra

como RECEITA para a empresa, nem como DESPESA, já que o

encargo foi suportado pelo comprador, que pagou efetivamente R$

1.050,00. O IPI, apurado desta forma, que é a adotada pela ESAF,

nem aparecerá na Demonstração do Resultado do Exercício. Essa é

a sistemática de um imposto calculado “por fora”. Assim, serão

lançados R$ 1.000,00 diretamente à conta Receita de Vendas da

firma vendedora.

O lançamento na empresa MEIAS FINAS LTDA. ficará:

Débito: Bancos Conta Movimento (AC) 1.050,00

Crédito: Receita de Vendas (R) 1.000,00

Crédito: IPI a Pagar (PC) 50,00

Legenda:

AC – Ativo Circulante

R – Receita

PC – Passivo Circulante

Vamos agora resolver esse exercício de uma outra forma,

não muito comum em provas da ESAF, mas que pode aparecer por

aí.

Reparem que o IPI não aparecerá na Demonstração do

Resultado do Exercício, pois segundo a legislação fiscal o mesmo

não faz parte da receita bruta. Porém, algumas empresas utilizam

a conta Faturamento Bruto, que engloba o IPI, assim como uma

conta IPI Faturado. O faturamento bruto deduzido do IPI faturado

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seria igual à Receita Bruta de Vendas. Mas essa não tem sido a

sistemática utilizada pela ESAF. .

O lançamento na empresa MEIAS FINAS LTDA. ficará:

Débito: Bancos Conta Movimento 1.050,00

Débito: IPI Faturado 50,00

Crédito: IPI a Recolher 50,00

Crédito: Faturamento Bruto 1.050,00

A conta Faturamento Bruto não aparecerá no

Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE), pois, para a

legislação fiscal (RIR/99), o IPI não faz parte da receita bruta.

Porém, algumas empresas utilizam a conta Faturamento Bruto,

que engloba o IPI, assim como uma conta IPI Faturado. O

faturamento bruto deduzido do IPI faturado seria igual à Receita

Bruta de Vendas, ponto de partida da DRE. Fiquem atentos,

portanto. Se por acaso aparecer na prova Faturamento Bruto e IPI

Faturado basta deduzir um do outro que se chegará à receita

bruta.

5.5.1.2. ICMS

O ICMS, ou imposto sobre circulação de mercadorias

e serviços de telecomunicação e transportes interestaduais

e intermunicipais, tem suas normas gerais definidas pela Lei

Complementar 87/96 e alterações .

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A característica essencial deste imposto é o fato de ele ser

calculado “por dentro”. Isso quer dizer que o ICMS está incluso

no valor da nota fiscal de venda, ou seja, no valor da nota existe

uma parcela de imposto integrante do preço. A Constituição

Federal de 1988, no art. 155, inciso XII, alínea “j” estabelece que:

compete a lei complementar fixar a base de cálculo, de modo que

o montante do imposto a integre, também na importação do

exterior de bem, mercadoria ou serviço.

Assim, o montante do imposto integra a sua própria base

de cálculo. No momento da venda, o contribuinte deve reconhecer

a sua incidência, registrando simultaneamente uma DESPESA e

uma OBRIGAÇÃO de recolher o tributo aos cofres públicos. A nota

fiscal emitida pelo vendedor deverá destacar a parcela

correspondente ao ICMS, bem como a alíquota aplicada.

O tratamento contábil dado ao ICMS e ao IPI nas vendas

é inteiramente diferente. Vejam alguns comparativos:

a) o ICMS é “por dentro do preço”, fazendo parte da

receita bruta de vendas e exigindo um lançamento em conta

redutora de vendas (ICMS SOBRE VENDAS), devendo ser deduzido

da receita bruta na DRE;

b) o IPI é “por fora do preço”, e não exige lançamento em

conta de resultado (não vai para a DRE), pois não é considerado

despesa, devendo ser contabilizado somente em conta patrimonial.

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Exemplo 1: Empresa VENDE-TUDO vende 1.000 caixas

de DVD-R a R$ 20,00 cada, em dinheiro, com destaque de ICMS

incidente à alíquota de 20%.

Nota Fiscal de Venda

NOTA FISCAL

Contribuinte: VENDE-TUDO 10/01/2005

Qtde Descrição Preço

Unitário

(R$)

Total

1.000 Caixas de DVD-R c/10 unid. 20,00 20.000,00

Total da Nota 20.000,00

ICMS

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

20.000,00 20% 4.000,00

Tranqüilo, né? Feita a nota fiscal, é mole!!! Basta lembrar

que o total da nota é o valor a pagar/receber e lançar contra

Caixa, Bancos ou Clientes. Se não houver desconto comercial, o

valor da receita de vendas é igual ao valor a receber. Depois, o

ideal é fazer o lançamento do ICMS separado para não confundir.

Lançamentos (no vendedor): D – Caixa (AC) 20.000,00 C – Vendas à vista (R) 20.000,00

D – ICMS sobre vendas (D) 4.000,00 C – ICMS a recolher (PC) 4.000,00

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Agora vamos complicar um pouco, com um exemplo com

IPI e ICMS.

Exemplo 2: A empresa FABRIKA-TUDO vende para um

revendedor à vista, em dinheiro, 200 kg de ácido ascórbico a R$

5,00 o quilograma, com incidência de ICMS à alíquota de 20% e

de IPI de 5%, não havendo incidência de PIS nem de COFINS.

Nota Fiscal de Venda

NOTA FISCAL

Contribuinte: FABRIKA-TUDO 10/01/2005

Qtde Descrição Preço

Unitário

(R$)

Total

200 kg Ácido Ascórbico 5,00 1.000,00

(+) IPI 5% Base de

Cálculo

R$ 1.000,00 50,00

Total da Nota 1.050,00

ICMS

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

1.000,00 20% 200,00

Observaram que o IPI não está na base de cálculo do

ICMS? Essa regra advém do artigo 155, §2º, inciso XI da

Constituição Federal, nos casos em que a operação configure fato

gerador dos dois tributos e a mercadoria vendida seja destinada à

comercialização ou industrialização. Portanto, pode-se inferir

que, quando a mercadoria for destinada a uso ou consumo do

adquirente, o valor da parcela do IPI passará a integrar a base de

cálculo do ICMS .

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Lançamentos (no vendedor):

D – Caixa (AC) 1.000,00

C – Vendas a vista (R) 1.050,00

C – IPI a recolher (PC) 50,00

D – ICMS sobre vendas (D) 200,00

C – ICMS a recolher (PC) 200,00

5.5.1.3. PIS E COFINS SOBRE FATURAMENTO

Além dos tributos citados anteriormente, incidem ainda

sobre o faturamento das empresas a Contribuição para

Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e os Programas de

Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público

(PIS/PASEP). Ambas são contribuições sociais que também estão

incluídas no preço das mercadorias e dos serviços vendidos. Dessa

forma, seu cálculo e contabilização assemelham-se ao do ICMS, ou

seja, “por dentro”.

Uma das grandes alterações recentes na contabilização

dessas espécies tributárias, após a mini-reforma tributária iniciada

no segundo mandato do Presidente Fernando Henrique, foi que

passaram a ter incidência não cumulativa para as empresas

tributadas pelo lucro real no IR, assunto que será visto logo a

seguir, quando tratarmos da tributação das compras. As regras de

incidência e de não-cumulatividade do PIS estão consolidadas na

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Lei 10.637/2002 e alterações posteriores, enquanto que a COFINS

é atualmente regulada pela Lei 10.833/2003 e alterações

posteriores.

Considera-se como fato gerador das contribuições PIS e

COFINS a totalidade das receitas auferidas pela empresa,

independentemente da atividade exercida pela pessoa jurídica e da

classificação contábil adotada para sua escrituração. É claro que a

Lei impõe algumas exceções.

São inúmeras as regras de incidência e não incidência

destas contribuições. Para o estudo da Contabilidade Geral para

Concursos - Introdutória, objetivo deste curso, limitaremos a

abrangência às principais regras de incidência e lançamentos

efetuados nas entidades adquirente e vendedora.

A base de cálculo do PIS/PASEP e da COFINS, devidas

pelas pessoas jurídicas de direito privado, será o seu

faturamento, correspondendo este à receita bruta. Conforme já

comentado, para efeito destas contribuições, entende-se por

receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa

jurídica, compreendendo inclusive as receitas financeiras, sendo

irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação

contábil adotada para as receitas.

Podemos destacar as seguintes receitas que devem ser

excluídas da base de cálculo destas contribuições:

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- as vendas canceladas;

- os descontos incondicionais concedidos;

- o IPI;

- o ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou

prestador dos serviços na condição de substituto

tributário;

- as reversões de provisões operacionais e recuperações

de créditos baixados como perda, que não representem

ingresso de novas receitas;

- o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo

método da equivalência patrimonial;

- os lucros e dividendos derivados de investimentos

avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido

computados como receita;

- a receita decorrente da venda de bens do ativo

permanente.

Contabilização:

É importante que na contabilização destas contribuições

tenhamos todo o cuidado com a natureza da receita sobre a qual

estão incidindo as mesmas, visto que estas podem se caracterizar

como deduções da receita bruta ou como despesas operacionais.

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Quando a incidência se der sobre o valor de vendas de

mercadorias, produtos e serviços, PIS e COFINS incidentes se

constituirão em deduções da receita bruta. Quando a sua

incidência se der sobre as demais receitas operacionais, tais como

receitas financeiras e aluguéis, devem ser contabilizadas na forma

de outras despesas operacionais, por se correlacionarem às

receitas desta natureza.

Atenção: Vale ressaltar ainda que a ESAF costuma adotar o

critério de classificar as contribuições PIS e COFINS

sempre em deduções da receita bruta, independentemente

de estas terem incidido sobre uma receita de venda de

mercadorias ou sobre uma receita financeira .

Exemplo 1: a empresa industrial GAMA vende um lote de

1.000 cadeiras a um custo unitário de R$ 20,00 cada, para o

revendedor BETA, sendo IPI de 10%, PIS/PASEP de 1,65%,

COFINS de 7,6% e ICMS de 20%.

Resolução: Primeiramente, vamos lembrar que o IPI não

integra a base de cálculo do ICMS quando a mercadoria é

destinada à comercialização!!! Isso já foi visto!!! Está na

Constituição Federal, artigo 155, §2º, inciso XI. Assim, a nota

fiscal de venda ficará:

Nota Fiscal de Venda

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NOTA FISCAL

Contribuinte: GAMA 10/01/2005

Qtde Descrição Preço

Unitário

(R$)

Total

1.000 Cadeiras 20,00 20.000,00

(+) IPI 10% Base de

Cálculo

R$ 20.000,00 2.000,00

Total da Nota 22.000,00

ICMS

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

20.000,00 20% 4.000,00

Agora vamos ao cálculo separado do PIS e da COFINS, cujas

alíquotas não cumulativas são de 1,65% e 7,6%, respectivamente.

Pela legislação dessas contribuições (Lei 9.718/98 e alterações

posteriores), o IPI também não compõe a base de cálculo do

PIS e da COFINS nas operações de venda.

Valor do PIS = 1,65% x R$ 20.000,00 = R$ 330,00

Valor da COFINS = 7,6% x R$ 20.000,00 = R$ 1.520,00

Assim como o ICMS, PIS e COFINS também estão inclusas

no preço da mercadoria, isto é, são calculadas por dentro. Isso

quer dizer que, na sua contabilização, serão debitadas contas de

despesa (PIS sobre vendas e COFINS sobre vendas), em

contrapartida às obrigações de recolhimento das mesmas (PIS a

recolher e COFINS a recolher). É bastante interessante proceder

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aos lançamentos separadamente para cada tributo, para facilitar.

Os lançamentos na empresa Gama ficarão assim:

Lançamentos (no vendedor):

D – Caixa (AC) 22.000,00 C – Vendas à vista (R) 20.000,00 C – IPI a recolher (PC) 2.000,00 D – ICMS sobre vendas (D) 4.000,00 C – ICMS a recolher (PC) 4.000,00

D – PIS sobre vendas (D) 330,00 C – PIS a recolher (PC) 330,00

D – COFINS sobre vendas (D) 1.520,00 C – COFINS a recolher (PC) 1.520,00

5.5.2 TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE COMPRAS

A sistemática tributária brasileira permite a compensação do

tributo que for pago na compra de produtos ou serviços pelas

empresas adquirentes com os valores a recolher devidos pela

venda de produtos e/ou serviços. Esse procedimento está previsto

na própria Constituição Federal, que determina que o ICMS e o IPI

sejam não-cumulativos. Com a minireforma tributária, também

passaram a ser não cumulativas (regra geral) as contribuições PIS

e COFINS. Assim, as empresas que forem contribuintes dos

impostos, ressalvadas as exceções, não os considerarão como

custo nas aquisições e devem registrar os valores pagos,

referentes a estes tributos, em seu ativo, como impostos a

recuperar, no ativo circulante ou no realizável a longo prazo. A

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esse procedimento dá-se o nome de crédito de impostos, ou

compensação tributária.

5.5.2.1. TRIBUTOS RECUPERÁVEIS

Então chamamos estes tributos não cumulativos de

recuperáveis, ou seja, aqueles cujo valor a pagar são abatidos, em

cada operação, do montante de impostos pagos nas etapas

anteriores.

O ICMS é recuperável nas compras de mercadorias para

revenda, matérias-primas destinadas a industrialização, prestação

de serviços de transporte, e ainda na compra de bens para o ativo

permanente (a partir da Lei Complementar no 99/99) e outras. Em

princípio, não é recuperável nas aquisições de bens para consumo,

mas também há exceções previstas na Lei 87/96, introduzidas

pelas alterações posteriores.

O ICMS não poderá ser recuperado caso os bens sejam

adquiridos para o consumo final da entidade. Nesse caso a

empresa não deverá fazer o registro de impostos a recuperar, à

exceção do disposto na Lei Complementar nº 99/99, que passou a

permitir o crédito de ICMS nas aquisições para o ativo

permanente.

Então como registrar esses tributos pagos na aquisição de

mercadorias, senão no ativo circulante, no caso de não serem

recuperáveis? Bom, os impostos suportados na aquisição de

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mercadorias, quando não-recuperáveis, deverão integrar o

custo. É o caso do imposto de importação sobre mercadorias

adquiridas no exterior. Esse imposto sempre irá a estoque na

aquisição, devido à sua própria natureza, ou seja, é custo para a

empresa adquirente.

Vamos dar uma olhada agora na Lei das S.A., cujo artigo 183,

inciso II, afirma que os estoques de uma empresa comercial

devem ser avaliados pelo custo de aquisição, nele incluídos os

gastos com transportes, seguros, embalagens e os tributos não-

recuperáveis, tais como ICMS, PIS, COFINS, IPI, Imposto de

Importação e IOF, quando incidente sobre as operações de

câmbio. Conclusão mais uma vez, pelo processo de repetição: o

ICMS não vai a estoque, assim como o IPI, tampouco PIS e

COFINS, se forem recuperáveis, bem como outros tributos, quando

puderem ser abatidos ou compensados em operações posteriores,

ou seja, quando forem não-cumulativos (recuperável é sinônimo

de não cumulativo).

Vale ressaltar que só pode utilizar crédito de tributo, ou seja,

recuperá-lo, as empresas que forem contribuintes dos mesmos.

Assim, no caso de compras de mercadorias e matérias-primas por

empresas contribuintes do IPI (industrial ou equiparado a

industrial), desde que o produto seja utilizado como insumo pelo

adquirente, é preciso dar ao imposto tratamento idêntico ao dado

ao ICMS nos registros das compras, já que ambos são não-

cumulativos, devendo ser despojados dos estoques e deduzidos

das compras brutas, como já visto anteriormente. Se a empresa

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for, por exemplo, uma revendedora, não será contribuinte do IPI.

Nesse caso deverá considerar o imposto (IPI) como custo,

levando-o à estoque.

Assim como o ICMS, o IPI é um imposto não-cumulativo,

devendo o tributo pago na aquisição de matérias-primas ou

insumos para fabricação ser compensado com o devido na

venda dos produtos. No entanto, é necessário observar que são

contribuintes deste imposto apenas o importador de produtos

industrializados, as indústrias e os estabelecimentos a ela

equiparados. Por este motivo, o tributo será recuperável apenas

para os adquirentes que sejam contribuintes. Nos demais casos, o

IPI será parte integrante do custo das mercadorias.

Exemplo 1: A industrial MATERIAL LEVE adquire 3.000 sacos

de cimento, para uso em seu processo produtivo, ao valor unitário

de R$ 5,00 cada saco, sendo pagamento à vista, IPI de 10% e

ICMS de 17%, com isenção de PIS e COFINS.

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Nota Fiscal de Venda

NOTA FISCAL

Contribuinte: MATERIAL LEVE 10/01/2005

Qtde Descrição Preço

Unitário

(R$)

Total

3.000 Sacos de cimento 5,00 15.000,00

(+) IPI 10% Base de

Cálculo

R$ 15.000,00 1.500,00

Total da Nota 16.500,00

ICMS

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

15.000,00 17% 2.550,00

Supondo que o adquirente utilize o sistema permanente

de controle de estoque, o lançamento será:

Lançamentos (no comprador):

D – Estoques – Matéria Prima (AC) 12.450,00 D – IPI a Recuperar (AC) 1.500,00 C – ICMS a Recuperar (AC) 2.550,00 C – Caixa (AC) 16.500,00

Viram como é simples? Comecem pelo total da nota, que é o

valor a pagar, portanto o valor creditado de Caixa (ou Bancos ou

Fornecedores, se for o caso). Depois, é só lançar a débito os

valores dos tributos recuperáveis. Finalmente, basta subtrair do

total da nota (R$ 16.500,00) os valores dos tributos recuperáveis

(R$ 1.500,00 e R$ 2.550,00). O que sobrar (R$ 12.450,00) é

custo, ou seja, irá para a conta Estoques (se for inventário

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permanente), ou para a conta Compras (se for inventário

periódico). É o que se chama de valor líquido da mercadoria.

Ao final dos períodos de apuração de cada tributo,

deverão ser comparados os saldos das contas ICMS a recolher com

ICMS a recuperar, e IPI a recolher com IPI a recuperar. Caso o

valor a pagar seja maior, a empresa deverá recolher a diferença.

Caso seja menor, ficará como direito para o período de apuração

seguinte.

Pode aparecer em provas também o sistema de conta

única (ICMS conta corrente ou ICMS C/C). Essa conta será lançada

a débito pelos valores pagos nas mercadorias adquiridas, e a

crédito, pelo valor de imposto devido nas operações de vendas. Ao

final do período, se o saldo da conta ICMS C/C for devedor, será

uma conta de ativo e significa que a empresa terá imposto a

recuperar no futuro. Caso seja de saldo credor, indica que a conta

é de passivo e configura a existência de imposto a recolher. Essa

sistemática pode ser utilizada também pára os demais tributos

recuperáveis, como IPI, PIS e COFINS.

Exemplo 2: A empresa industrial GAMA adquire para sua

produção 200.000 metros de tecido diretamente da fábrica ao

valor unitário de R$ 0,5 o metro. Sabe-se que incidiram na

operação IPI de 10%, PIS/PASEP de 1,65%, COFINS de 7,6% e

ICMS de 20%.

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Resolução: O IPI neste caso também é recuperável, pois

o produto está sendo adquirido para utilização na produção, por

uma indústria, que é contribuinte do IPI. Além disso, não integra a

base de cálculo do ICMS, pois já aprendemos que isso só ocorreria

quando a compra fosse destinada a consumo da empresa, ou seja

quando o produto adquirido não for destinado à

comercialização ou industrialização (Constituição Federal,

artigo 155, §2º, inciso XI, e Lei Complementar 87/96 e alterações

posteriores).

O IPI recuperável também não integra a base de cálculo

do PIS e da COFINS, por força das legislações das contribuições e

normas reguladoras (IN/SRF 247/2002, art. 66, §3º e IN/SRF

404/2004, art 8º, §3º, inciso I). Assim:

Nota Fiscal de Venda

NOTA FISCAL

Contribuinte: GAMA 10/01/2005

Qtde Descrição Preço Unitário

(R$)

Total

200.000 mts Tecido 0,5 100.000,00

(+) IPI 10% Base de

Cálculo

R$ 100.000,00 10.000,00

Total da Nota 110.000,00

ICMS

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

100.000,00 20% 20.000,00

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PIS e COFINS deverão ter cálculo separado:

Valor do PIS a recuperar = 1,65% x R$ 100.000,00 = R$

1.650,00

Valor da COFINS a recuperar = 7,6% x R$ 100.000,00 =

R$ 7.600,00

Lançamentos (no comprador):

D – Mercadorias – Compras 70.750,00 D – IPI a Recuperar (AC) 10.000,00 D – ICMS a Recuperar (AC) 20.000,00 D – PIS a Recuperar (AC) 1.650,00 D – COFINS a Recuperar (AC) 7.600,00 C – Fornecedores (PC) 110.000,00

Pessoal, a sistemática será sempre a mesma: creditar o

valor total da nota em Caixa, Fornecedores ou Bancos, debitar os

tributos recuperáveis, e finalmente, debitar a conta

representativa de estoques pelo valor líquido da

mercadoria, que no caso foi de R$ 70.750,00.

5.5.2.2. TRIBUTOS NÃO RECUPERÁVEIS

De acordo com a legislação de cada uma das espécies

tributárias, há casos nos quais o valor pago na aquisição de

produtos, serviços ou mercadorias não poderá ser compensado

com os valores devidos pelas vendas, isto é, os tributos não

serão recuperáveis.

O ICMS não é recuperável por empresas não contribuintes do

imposto, tais como as prestadoras de serviços, tributadas pelo ISS

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(imposto sobre serviços de qualquer natureza). Além disso, em

princípio, não é recuperável para aquisições de mercadorias para

consumo e para o ativo permanente. Porém, a Lei Complementar

87/96 e alterações posteriores (LC 99/99 e LC 102/00)

estabeleceram a possibilidade de compensação do tributo quando

da aquisição de bens destinados ao ativo permanente da empresa.

A legislação do PIS e da COFINS, por sua vez (Leis

10.637/2002, 10.833/2003 e alterações posteriores), prevê a não

cumulatividade das contribuições para as empresas tributadas

com base no lucro real. As alíquotas não cumulativas, para a

maioria dos produtos, são de 1,65% para o PIS, e de 7,6% para a

COFINS. Quando forem cumulativas, as contribuições incidirão às

alíquotas de 0,65% para o PIS, e de 3% para a COFINS. A

legislação também permite a utilização de créditos na aquisição de

máquinas e equipamentos para utilização na fabricação de

produtos destinados à venda e a outros bens incorporados ao ativo

imobilizado.

O IPI será recuperável somente nas aquisições de insumos

para fabricação de produtos por empresas industriais, ou

equiparadas a industriais, por serem contribuintes do imposto.

Assim, quando uma indústria compra de outra indústria, pode

recuperar o IPI. Quando uma empresa comercial compra produtos

diretamente da fábrica, não poderá compensar o IPI. Nesse caso,

o tributo será registrado como custo para a empresa adquirente.

Exemplo 1: A empresa comercial DELTA adquire para

revenda 1.250 espelhos retrovisores para automóvel, direto da

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fábrica, no valor unitário de R$ 80,00 cada. Sabe-se que incidiram

na operação IPI de 10%, PIS/PASEP de 1,65%, COFINS de 7,6% e

ICMS de 20%.

Resolução: nesse exemplo o IPI não é recuperável, pois

o produto está sendo adquirido por uma empresa comercial, não

contribuinte do imposto. Além disso, por ser uma aquisição para

revenda, o IPI não integra a base de cálculo do ICMS. Porém,

o IPI não recuperável passa a integrar o cálculo das contribuições

PIS e COFINS a recuperar, por força das legislações das

contribuições e normas reguladoras (IN/SRF 247/2002, art. 66,

§3º e IN/SRF 404/2004, art 8º, §3º, inciso I). Assim:

Nota Fiscal de Venda

NOTA FISCAL

Contribuinte: DELTA 10/01/2005

Qtde Descrição Preço Unitário

(R$)

Total

1.250 Espelhos 80,00 100.000,00

(+) IPI 10% Base de

Cálculo

R$ 100.000,00 10.000,00

Total da Nota 110.000,00

ICMS

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

100.000,00 20% 20.000,00

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Valor do PIS a recuperar = 1,65% x R$ 110.000,00 = R$

1.815,00

Valor da COFINS a recuperar = 7,6% x R$ 110.000,00 =

R$ 8.360,00

Lançamentos (no comprador):

D – Mercadorias – Compras 79.825,00 D – ICMS a Recuperar (AC) 20.000,00 D – PIS a Recuperar (AC) 1.815,00 D – COFINS a Recuperar (AC) 8.360,00 C – Fornecedores (PC) 110.000,00

5.5.3. DESCONTOS INCONDICIONAIS E

ABATIMENTOS COM IMPOSTOS

Os descontos incondicionais, aqueles concedidos pelo

vendedor em função da quantidade adquirida ou da fidelidade do

cliente, acabam por influenciar a base de cálculo dos tributos

incidentes nas operações com mercadorias (ICMS, IPI, PIS e

COFINS).

A base de cálculo do ICMS não contempla o valor do desconto,

portanto será o valor total da nota menos o IPI.

Já o IPI, por força do Regulamento do IPI (Decreto

4.544/2002), apresenta como base de cálculo o preço de tabela do

produto, qual seja, o valor total da nota somado ao desconto

incondicional concedido. É como se a tributação do IPI ignorasse o

desconto incondicional concedido, considerando como base de

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cálculo o valor da mercadoria como se não houvesse o desconto (é

o que chamamos de valor cheio).

Portanto, o IPI incide sobre o valor total da operação, que

compreende o preço do produto, mais o frete e demais despesas

acessórias, cobradas pelo contribuinte ao comprador. Os descontos

não podem ser deduzidos da base de cálculo do IPI. Já o ICMS

incide sobre o valor bruto, menos o desconto incondicional

concedido.

A base de cálculo do PIS e da COFINS também não contempla

os descontos incondicionais concedidos, as vendas canceladas, e o

IPI.

Exemplo 1: A empresa industrial Alfa vende, à vista, para a

Comercial Beta, 10 (dez) móveis, no valor de R$ 800,00 cada,

sobre o qual foi concedido desconto comercial de 10%. Houve

incidência de ICMS de 20% e IPI de 5%. Suponha isenção de PIS e

de COFINS.

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Nota Fiscal de Venda

NOTA FISCAL

Contribuinte: ALFA 10/01/2005

Qtde Descrição Preço Unitário

(R$)

Total

10 Móveis 800,00 8.000,00

(-) Desconto 10% 800,00

(+) IPI 5% Base de

Cálculo

R$ 8.000,00 400,00

Total da Nota 7.600,00

ICMS

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

7.200,00 20% 1.440,00

Agora veremos os lançamentos do ponto de vista do

comprador e do vendedor. Lembramos que os descontos

incondicionais podem ser registrados em contas separadas ou não.

No caso de não serem utilizadas contas à parte, o seu valor é

simplesmente deduzido do valor que será lançado ao estoque.

Lançamentos (no vendedor):

D – Caixa (AC) 7.600,00 D – Descontos Comerciais Concedidos 800,00 C – Vendas à vista 8.000,00 C – IPI a Recolher (PC) 400,00 D – Despesas com ICMS (D) 1.440,00 C – ICMS a Recolher (PC) 1.440,00

Lançamentos (no comprador):

D – Mercadorias – Compras 6.960,00 D – ICMS a Recuperar (AC) 1.440,00 C – Descontos sobre Compras 800,00 C – Caixa (AC) 7.600,00

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A conta Descontos sobre Compras será uma conta de saldo

credor, retificadora de Compras, deduzindo o valor das compras

brutas para a obtenção das compras líquidas.

5.5.4. DEVOLUÇÕES COM IMPOSTOS

Já vimos que eventualmente pode ocorrer de uma

determinada mercadoria ter de ser devolvida pelo cliente, por

estar em desacordo com o pedido ou mesmo por possuir algum

defeito. Analisaremos a seguir o tratamento contábil e fiscal a ser

aplicado quando ocorrer a devolução, tanto do ponto de vista do

comprador quanto do vendedor.

5.5.4.1. DEVOLUÇÕES DE COMPRAS

O adquirente que efetuar uma devolução do produto

comprado deve registrar o fato no Livro de Registro de Saídas,

havendo inclusive incidência de imposto na operação (ou perda do

direito de compensar imposto futuro). O lançamento será

exatamente conforme visto na aula anterior, quando não havia

incidência de tributos. Agora veremos que, na operação de

devolução, todos os valores devem ser estornados, inclusive os

impostos incidentes. Mantém-se a mesma regra de efetuar um

lançamento inverso. Isso quer dizer que a devolução de uma

compra que gerou crédito de determinado imposto (ex: ICMS)

deve ser registrada por meio do estorno (parcial ou total) desse

crédito, correspondendo a uma redução no valor do tributo a

compensar.

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Exemplo 1: A empresa comercial COMPRA-CERTA adquire

diretamente do fabricante FABRIKA E VENDE LTDA, para revenda,

100 aparelhos de DVD, à vista, ao preço unitário de R$ 1.000,00

cada (ICMS=20%; IPI=5%; PIS = 1,65%; COFINS = 7,6%).

Alegando problemas técnicos, decide devolver 02 (duas) unidades

ao vendedor.

Nota Fiscal de Venda

NOTA FISCAL

Contribuinte: FABRICA E VENDE

LTDA

10/01/2005

Qtde Descrição Preço Unitário

(R$)

Total

100 DVD 1.000,00 100.000,00

(+) IPI 5% Base de

Cálculo

R$ 100.000,00 5.000,00

Total da Nota 105.000,00

ICMS DESTACADO

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

100.000,00 20% 20.000,00

O IPI não é recuperável, pois a empresa adquirente é um

revendedor. Por isso ele entra como custo para a mesma. Como

ele não é recuperável, compõe a base de cálculo do PIS e da

COFINS não cumulativas, por força das legislações das

contribuições.

Os valores do PIS e da COFINS serão:

PIS = 1,65% x R$ 105.000,00 = R$ 1.732,00 (aprox.)

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COFINS = 7,6% X R$ 105.000,00 = R$ 7.980,00

O lançamento na empresa adquirente será:

Lançamento da compra (no comprador):

D – Mercadorias – Compras 75.288,00 D – PIS a Recuperar (AC) 1.732,00 D – COFINS a Recuperar (AC) 7.980,00 D – ICMS a Recuperar (AC) 20.000,00 C – Caixa (AC) 105.000,00

Para registrar a devolução de 2 aparelhos, o comprador

deverá emitir uma nota fiscal de devolução, que conterá as

seguintes informações:

Nota Fiscal de Devolução

NOTA FISCAL DE DEVOLUÇÃO

Contribuinte: COMPRA-CERTA 10/01/2005

Qtde Descrição Preço Unitário

(R$)

Total

02 DVD 1.000,00 2.000,00

(+) IPI 5% Base de

Cálculo

R$ 2.000,00 100,00

Total da Nota 2.100,00

ICMS DESTACADO

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

2.000,00 20% 400,00

PIS = 1,65% x R$ 2.100,00 = R$ 35,00 (aprox.)

COFINS = 7,6% X R$ 2.100,00 = R$ 160,00 (aprox.)

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Lançamento da devolução (no comprador):

D – Caixa (AC) 2.100,00 C – PIS a Recuperar (AC) 35,00 C – COFINS a Recuperar (AC) 160,00 C – ICMS a Recuperar (AC) 400,00 C – Devolução de Compras 1.505,00

Para chegarmos ao lançamento acima, basta inverter os

débitos com os créditos do lançamento original e aplicar o

percentual de devolução (duas devoluções em um total de 100 =

2%).

5.5.4.2. DEVOLUÇÕES DE VENDAS COM IMPOSTOS

Assim como o comprador registra uma saída de mercadoria

quando procede a uma devolução, para o vendedor essa devolução

representa uma entrada de mercadorias, a ser registrada no

Livro de Registro de Entradas, havendo o direito a recuperar o

imposto correspondente, uma vez que uma entrada equivale a

uma compra, em termos tributários.

Exemplo 1: A empresa industrial Tudo Faz Ltda. vende, a

prazo, 10 (dez) unidades de DVD, a R$ 600,00 cada, tendo

concedido um desconto de R$ 500,00 no total da nota fiscal, em

função da quantidade adquirida. Dois dias depois, o comprador

devolveu uma unidade, pois alegou que não havia encomendado

10 unidades, mas apenas 9. Considere IPI=10%, ICMS=20% e

isenção de PIS e COFINS.

Resolução: Esse exemplo poderia complicar um pouco, por

ser uma devolução de uma compra e venda onde incidiram

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tributos e ainda houve um desconto. Porém, se vocês aprenderam

bem a sistemática da devolução (a de inverter o lançamento e

aplicar um percentual), não há problema algum em utilizá-la

mesmo com todos esses fatores.

Nota Fiscal de Venda

NOTA FISCAL

Contribuinte: Tudo Faz Ltda 10/01/2005

Qtde Descrição Preço Unitário

(R$)

Total

10 DVD 600,00 6.000,00

(-) Desconto 500,00

(+) IPI 10% Base de

Cálculo

R$ 6.000,00 600,00

Total da Nota 6.100,00

ICMS DESTACADO

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

5.500,00 20% 1.100,00

Vejam como é fácil montar o lançamento: primeiro a

conta Clientes (ou Caixa ou Bancos) deve ser debitada pelo valor

da nota (o total a receber), que no caso é R$ 6.100,00. Depois,

debite a conta Descontos Incondicionais Concedidos (redutora de

vendas) pelo valor do desconto (R$ 500,00), que está na nota. O

IPI também sai direto da nota (R$ 600,00). Pronto!!! Basta somar

os débitos (R$ 6.100,00 + R$ R$ 500,00 = R$ 6.600,00) para

descobrir o valor da receita de vendas, que é obtido pela dedução

dos R$ 600,00 do IPI do total de R$ 6.600,00 a ser creditado

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creditado, resultando em R$ 6.000,00 para receita de vendas.

Fácil, não?

E o ICMS? Bom, esse é mais fácil ainda. Basta fazer o

lançamento separadamente, a débito da conta ICMS sobre vendas

(ou Despesas com ICMS), e a crédito da obrigação de pagar o

imposto (ICMS a Recolher), sempre pelo valor constante da nota

fiscal. O mesmo procedimento deve ser adotado para PIS,

COFINS, e qualquer outro tributo cujo valor esteja incluído no

preço da mercadoria (impostos calculados “por dentro”).

Lançamentos da venda (no vendedor):

D – Clientes (AC) 6.100,00 D – Descontos Incondicionais Concedidos 500,00 C – Receita de Vendas (R) 6.000,00 C – IPI a Recolher (PC) 600,00 D – ICMS sobre vendas (D) 1.100,00 C – ICMS a Recolher (PC) 1.100,00

Já na devolução, basta aplicarmos o percentual de 10% e

inverter os lançamentos, já que das 10 unidades vendidas, uma

está sendo devolvida. O lançamento seria:

Lançamentos da devolução (no vendedor):

D – IPI a Recolher (AC) 60,00 D – Devolução de Vendas 600,00 C – Descontos Incondicionais Concedidos 50,00 C – Clientes (AC) 610,00 D – ICMS a Recolher (AC) 110,00 C – ICMS sobre vendas (D) 110,00

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Nos lançamentos das devoluções, com relação aos tributos, ao

invés de debitarmos a conta IPI a Recolher, o que gerou uma

redução no imposto a pagar, poderíamos ter debitado a conta IPI a

Recuperar, representando um aumento no crédito do imposto. Ao

final do período, o comparativo entre os valores a pagar e a

compensar seriam exatamente os mesmos. Raciocínio idêntico

poderia ter sido aplicado com relação ao ICMS, PIS ou COFINS.

Caso a empresa utilize a sistemática da conta única (ICMS C/C, IPI

C/C), só haveria mesmo uma conta para debitar ou creditar, e aí o

controle fica ainda mais fácil.

5.6. EXERCÍCIO RESOLVIDO SOBRE O INVENTÁRIO

PERMANENTE COM IMPOSTOS

Agora vamos analisar, com calma, como elaborar uma ficha de

controle de estoques quando há descontos, devoluções e tributos

incidentes nas operações.

EXERCÍCIO RESOLVIDO 1:

A Comercial Escritório Ltda., que revende artigos para

escritórios comerciais, apura seus resultados mensalmente,

utilizando controle permanente de estoque. Considere os fatos

ocorridos durante o mês de janeiro de 2004, sendo o controle

PEPS, ICMS=20% e IPI=10%. Calcule o estoque final, o CMV e o

RCM do período, sabendo que todas as operações foram a prazo. A

elaboração dos razonetes deverá ser feita pelo aluno, como

exercício:

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1 – Estoque inicial, em 01/01/2004: 50 (cinqüenta) unidades,

a $20,00 cada, líquidos de impostos.

Bom, aqui basta lançar o estoque na coluna de saldos,

totalizando $ 1.000,00.

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - PEPS MERCADORIA: ARQUIVOS PARA ESCRITÓRIO

DATA HISTÓ-RICO

ENTRADAS SAÍDAS SALDO

janeiro Qtd. P.Unit. Total Qtde. P.Unit. Total Qtd. P.Unit. Total

01 Estoque inicial

- - - - - - 50 20,00 1.000,00

2 – Compra, em 12/01/2004, direto da fábrica, de 40

(quarenta) unidades, a $25,00 cada, diretamente da indústria,

com desconto comercial de 5%.

Nota Fiscal de Venda

NOTA FISCAL

Contribuinte: Fabricante Ltda 12/01/2004

Qtde Descrição Preço Unitário

(R$)

Total

40 artigos 25,00 1.000,00

(-) Desconto 5% 50,00

(+) IPI 10% Base de

Cálculo

R$ 1.000,00 100,00

Total da Nota 1.050,00

ICMS DESTACADO

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

950,00 20% 190,00

Lançamentos (no comprador):

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D – Estoques 860,00 D – ICMS C/C 190,00 C – Fornecedores (PC) 1.050,00

Reparem que, quando o inventário é periódico, não se utiliza a

conta Descontos Incondicionais Obtidos, ou Descontos sobre

Compras. O valor debitado à conta Estoques já é reduzido do

desconto, por isso ele ficou em $ 860,00 (valor líquido). A ficha de

estoques ficará:

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - PEPS MERCADORIA: ARQUIVOS PARA ESCRITÓRIO

DATA HISTÓ-RICO

ENTRADAS SAÍDAS SALDO

janeiro Qtd. P.Unit. Total Qtde. P.Unit. Total Qtd. P.Unit. Total

01 Estoque inicial

- - - - - - 50 20,00 1.000,00

12 Compra 40 21,50 860,00 - - - 50 40

20,00 21,50

1.000,00 860,00

1.860,00

3 – Devolução de 10 (dez) unidades adquiridas no dia

12/01/2004.

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Nota Fiscal de Devolução

NOTA FISCAL

Contribuinte: Comercial Escritório

Ltda

13/01/2004

Qtde Descrição Preço Unitário

(R$)

Total

10 artigos 25,00 250,00

(-) Desconto 5% 12,50

(+) IPI 10% Base de

Cálculo

R$ 250,00 25,00

Total da Nota 262,50

ICMS DESTACADO

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

237,50 20% 47,50

Lançamento da devolução (no comprador):

D – Fornecedores (PC) 262,50 C – ICMS C/C 47,50 C – Estoques (AC) 215,00

Interessante verificar que registro de uma devolução de

compras deve ser efetuado na coluna de “Entradas”, na ficha de

estoques, porém com o sinal invertido. Isso nos dará, ao final do

período, o valor das Compras Líquidas pela totalização da coluna

de “Entradas”.

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FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - PEPS MERCADORIA: ARQUIVOS PARA ESCRITÓRIO

DATA HISTÓ-RICO

ENTRADAS SAÍDAS SALDO

janeiro Qtd. P.Unit. Total Qtde. P.Unit. Total Qtd. P.Unit. Total

01 Estoque inicial

- - - - - - 50 20,00 1.000,00

12 Compra 40 21,50 860,00 - - - 50 40

20,00 21,50

1.000,00 860,00

1.860,00 13 Devol.

Compra (10) 21,50 (215,00) - - - 50

30

20,00 21,50

1.000,00 645,00

1.645,00

4 – Venda, a prazo de 30 (trinta) dias, em 15/01/2004, de 15

unidades, a $30,00 cada, concedendo desconto financeiro de 10%,

caso o cliente pague a fatura até 30/01/2004.

Nota Fiscal de Venda

NOTA FISCAL

Contribuinte: Comercial Escritório

Ltda

15/01/2004

Qtde Descrição Preço Unitário

(R$)

Total

15 artigos 30,00 450,00

Total da Nota 450,00

ICMS DESTACADO

Base Tributável Alíquota Valor a Destacar

450,00 20% 90,00

Pessoal, cuidado com a pegadinha!!! Não caiam nessa! O

desconto financeiro não aparece na Nota Fiscal! É desconto por

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antecipação de prazo de pagamento, condicionado a evento futuro.

Assim, não impõe qualquer registro na ficha de controle de

estoques.

Cuidado também com o IPI! Como se trata de uma empresa

comercial, não há incidência desse imposto.

Como o critério de avaliação é o PEPS, as 15 unidades a

serem baixadas do estoque serão do lote de 50 (o mais antigo),

cujo valor unitário é de $ 20,00. Assim, o CMV referente a essa

venda será de:

15 x $20,00 = $ 300,00

Lançamentos da venda (no vendedor):

D – Clientes (AC) 450,00 C – Receita de Vendas (R) 450,00 D – ICMS sobre vendas (D) 90,00 C – ICMS C/C 90,00 D – CMV 300,00 C – Estoques (AC) 300,00

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A ficha de estoque ficará:

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - PEPS MERCADORIA: ARQUIVOS PARA ESCRITÓRIO

DATA HISTÓ-RICO

ENTRADAS SAÍDAS SALDO

janeiro Qtd. P.Unit. Total Qtde. P.Unit. Total Qtd. P.Unit. Total

01 Estoque inicial

- - - - - - 50 20,00 1.000,00

12 Compra 40 21,50 860,00 - - - 50 40

20,00 21,50

1.000,00 860,00

1.860,00 13 Devol.

Compra (10) 21,50 (215,00) - - - 50

30

20,00 21,50

1.000,00 645,00

1.645,00 15 Venda - - - 15 20,00 300,00 35

30 20,00 21,50

700,00 645,00

1.345,00

5 – Em 20/01/2004, o cliente devolveu 05 unidades adquiridas

em 15/01/2004 e ainda conseguiu um abatimento de $10,00 nas

mercadorias restantes.

Utilizando a técnica da inversão, devemos realizar um

lançamento inverso ao da operação 4 (trocando débito com

crédito), para registrar a devolução. O índice de devolução é de

5/15 = 1/3, portanto todos os valores devem ser divididos por

três.

O abatimento sobre vendas deve ser lançado separadamente,

para não confundir.

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Lançamentos da devolução (no vendedor):

D – Devolução de Vendas 150,00 C – Clientes (AC) 610,00 D – ICMS C/C 30,00 C – ICMS sobre vendas (D) 30,00 D – Estoques (AC) 100,00 C – CMV 100,00

O abatimento será registrado na Comercial Escritório Ltda

(vendedora) da seguinte forma:

D – Abatimento sobre Vendas 10,00 C – Clientes (AC) 10,00

O abatimento sobre vendas não influenciará em nada a ficha

de controle de estoques, tampouco o valor dos tributos a recolher,

pois estes são calculados sempre pelas notas fiscais de venda e de

devolução, onde não consta o valor do abatimento concedido. Esse

valor entrará na DRE da empresa vendedora como Dedução da

Receita de Vendas.

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A ficha de estoque final então ficará:

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - PEPS MERCADORIA: ARQUIVOS PARA ESCRITÓRIO

DATA HISTÓ-RICO

ENTRADAS SAÍDAS SALDO

janeiro Qtd. P.Unit. Total Qtde. P.Unit. Total Qtd. P.Unit. Total

01 Estoque inicial

- - - - - - 50 20,00 1.000,00

12 Compra 40 21,50 860,00 - - - 50 40

20,00 21,50

1.000,00 860,00

1.860,00 13 Devol.

Compra (10) 21,50 (215,00) - - - 50

30

20,00 21,50

1.000,00 645,00

1.645,00 15 Venda - - - 15 20,00 300,00 35

30 20,00 21,50

700,00 645,00

1.345,00 20 Devol.

Venda (5) 20,00 (100,00) 40

30

20,00 21,50

800,00 645,00

1.445,00

TOTAIS 645,00 200,00 1.445,00

Demonstração do Resultado do Exercício

Receita Bruta de Vendas 450,00

(-) Devolução de vendas (150,00)

(-) Abatimento s/vendas (10,00)

(-) ICMS s/vendas (60,00)

(=) Receita operacional líquida 230,00

(-) CMV (200,00)

(=) Lucro bruto (RCM) 30,00

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Pessoal, essa foi a última aula teórica do curso. A

próxima será uma aula de revisão com base em resolução de

exercícios propostos aos alunos durante o curso. Alguns alunos já

manifestaram interesse na resolução de determinadas questões.

Faremos o possível para resolver o máximo possível de exercícios,

dentro do tempo equivalente a uma aula.

Até a próxima, e tenham um excelente estudo e uma

excelente semana. Façam os exercícios a seguir:

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EXERCÍCIOS – AULA 11 01 - (CESPE-PF-Agente-Nac-2004) Assinale Certo ou Errado. Ao registrar a aquisição de mercadorias para revenda, no caso de incidência de IPI e ICMS, a empresa não incorpora o valor do ICMS na conta estoque de mercadorias para revenda. 02 - (CESPE-PF-Agente-Nac-2004) Assinale Certo ou Errado. O registro do IPI em uma empresa que transforma a matéria processada em produto acabado representará um direito, no momento da venda do produto final, e um dever, no momento em que a empresa adquirir a matéria processada. Assim, o diferencial a ser recolhido aos cofres públicos será apurado em função do valor agregado ao produto. 03 - (CESPE-PF-Agente-Reg-2004) Assinale Certo ou Errado. Ao se adquirir mercadorias a prazo, com incidência de ICMS, o registro deverá ser efetuado da seguinte maneira: D mercadorias C ICMS a recuperar C caixa 04 - (CESPE-PF-Agente-Reg-2004). Assinale Certo ou Errado. O ICMS a recuperar representa um crédito tributário e será debitado no ativo, quando a empresa adquirir mercadorias para revenda com incidência de ICMS. 05 - (CESPE-PF-Agente-Reg-2004). Assinale Certo ou Errado. Um lote de mercadorias adquirido para revenda por R$ 15.800,00 com incidência de ICMS a 17%, ao ser vendido, no mesmo local de aquisição, por R$ 20.000,00, gera recolhimento de ICMS da ordem de R$ 714,00. Tal recolhimento fundamenta-se na utilização do crédito tributário. 06 - (CESPE-PF-Escrivão-Reg-2004). Assinale Certo ou Errado. Na situação de venda de mercadoria, adquirida diretamente da indústria, ao consumidor final o registro de aquisição proporciona o crédito tributário do IPI. 07 - (CESPE-PF-Escrivão-Reg-2004). Assinale Certo ou Errado. O registro de aquisição de mercadorias para revenda à vista em que haja a incidência de ICMS e IPI será: D mercadorias para revenda D ICMS sobre compras C IPI sobre compras C caixa 08 - (CESPE-PF-Escrivão-Reg-2004). Assinale Certo ou Errado. Quando o valor do ICMS a recolher for superior ao valor do ICMS a recuperar, o diferencial obtido entre o ICMS a recolher e o ICMS a recuperar será registrado no ativo. 09. (Esaf - AFRF/2002-2) Apurando custos e estoques a cada mês, a empresa Yagoara

S/A processou os cálculos do mês de dezembro de 2001 a partir dos seguintes dados:

Estoque inicial avaliado em R$ 22.000,00.

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Compras de mil unidades ao preço unitário de R$ 25,00. Vendas de 720 unidades ao preço unitário de R$ 50,00. IPI sobre compras a 8%. ICMS sobre compras a 12%. ICMS sobre vendas a 17%. Devolução de vendas no valor de R$ 6.000,00. Estoques avaliados pelo critério PEPS. Estoque inicial mensurado em 1.100,00 unidades. Todas as operações do período foram realizadas a prazo. Com fulcro nos dados e informações acima, o cálculo correto dos custos vai indicar um estoque final no valor de:

a) R$ 36.000,00 b) R$ 34.000,00 c) R$ 33.000,00 d) R$ 31.600,00 e) R$ 30.000,00

10. (Esaf - AFRF/2002-2) A Nossa Loja de Departamentos Ltda. avalia seus estoques utilizando uma variante do método do preço específico. As mercadorias adquiridas recebem etiquetas com o preço de venda, formado a partir do custo unitário com acréscimo de percentual fixo como margem de lucro. A empresa em epígrafe fixou a margem de lucro em 25% sobre o preço de venda, tendo em vista que pagará 12% de ICMS para cada unidade vendida. No período considerado, o movimento físico constou de estoque inicial de 1.000

unidades, compras de 1.500 unidades e vendas de 2.000 unidades.

A receita bruta de vendas alcançou o valor de R$ 200.000,00. Não houve devoluções, abatimentos ou vendas canceladas. Com base nas informações acima, pode-se dizer que o estoque final, nesse período, alcançou o montante de

a) R$ 50.000,00 b) R$ 44.000,00 c) R$ 40.000,00 d) R$ 37.500,00 e) R$ 31.500,00

11. (Esaf - AFRF/2003) A empresa Comércio Losso Ltda. renovou o seu estoque de mercadorias, que estava a zero em 20 de agosto, adquirindo 100 unidades ao custo unitário de R$ 3,80 e mais 200 unidades a R$ 4,80, dia 29/08. Durante o mês de setembro, a empresa vendeu: 100 unidades no dia 03; 80 unidades no dia 10; e 120 unidades no dia 25. No mesmo mês, a empresa comprou: 50 unidades no dia 05 e mais 140 unidades no dia 15. As aquisições de setembro foram realizadas ao custo unitário de R$ 5,00 e não sofreram nenhuma tributação.

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As vendas de setembro foram realizadas ao preço unitário de R$ 8,00, sofrendo tributação de ICMS a 12%. Com base, exclusivamente, nos dados apresentados, podemos dizer que o estoque de mercadorias, em 30 de setembro, terá o valor de:

a) R$ 660,00, se for avaliado pelo critério PEPS. b) R$ 660,00, se for avaliado pelo critério UEPS. c) R$ 760,00, se for avaliado pelo critério Preço Médio. d) R$ 794,20, se for avaliado pelo critério Preço Médio. e) R$ 950,00, se for avaliado pelo critério PEPS. 12. (Esaf - AFRF/2003) A empresa Comércio Industrial Ltda. comprou 250 latas de tinta

ao custo unitário de R$ 120,00, tributadas com IPI de 5% e ICMS de 12%. Pagou entrada de 20% e aceitou duas duplicatas mensais de igual valor. A tinta adquirida foi contabilizada conforme sua natureza contábil funcional, com a seguinte destinação: 50 latas para consumo interno; 100 latas para revender; e 100 latas para usar como matéria-prima. Após efetuar o competente lançamento contábil, é correto afirmar que, com essa operação, os estoques da empresa sofreram aumento no valor de

a) R$ 31.500,00 b) R$ 30.000,00 c) R$ 28.020,00 d) R$ 27.900,00 e) R$ 26.500,00 13. (ESAF/TFC–SFC/97) Uma empresa efetuou a venda de um lote de mercadorias, a prazo,

pelo valor de 10.000,00. Sobre a venda incidiu ICMS de 17%. A mercadoria foi devolvida pelo comprador, havendo, portanto, o cancelamento da venda.

O cancelamento foi registrado contabilmente pela empresa vendedora, que usou corretamente o seguinte lançamento: Contas Débito Crédito a) vendas canceladas 8.300 notas fiscais a faturar 8.300; b) vendas canceladas 10.000 notas fiscais a faturar 10.000; c) vendas canceladas 10.000 ICMS a recolher 1.700 notas fiscais a faturar 10.000 impostos incidentes s/ vendas 1.700; d) vendas canceladas 8.300 ICMS a recolher 1.700 notas fiscais a faturar 10.000; e) vendas canceladas 8.300 impostos incid. s/ vendas 1.700 notas fiscais a faturar 8.300 ICMS a recolher 1.700.

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14. (AFTN–1991) A Cia. Comercial, que é contribuinte do ICMS, mas não é do IPI, comprou à vista, para revender, 200 liquidificadores, ao preço unitário de R$ 300,00, com incidência de IPI, à alíquota de 20% e de ICMS, à alíquota de 17%. Para registrar a operação, o contador deverá fazer o seguinte lançamento:

a) Diversos

a Caixa

Mercadorias R$ 49.800,00

C/C de ICMS R$ 10.200,00 R$ 60.000,00;

b) Diversos

a Caixa

Mercadorias R$ 37.800,00

C/C de IPI R$ 12.000,00

C/C de ICMS R$ 10.200,00 R$ 60.000,00;

c) Diversos

a Caixa

Mercadorias R$ 60.000,00

C/C de IPI R$ 12.000,00 R$ 72.000,00;

d) Diversos

a Caixa

Mercadorias R$ 72.000,00

C/C de ICMS R$ 10.200,00 R$ 82.200,00;

e) Diversos

a Caixa

Mercadorias R$ 61.800,00

C/C de ICMS R$ 10.200,00 R$ 72.000,00.

15. A Companhia Alpha adquiriu matérias-primas para serem utilizadas na industrialização de seus produtos, cuja nota fiscal continha os seguintes dados:

Valor das matérias-primas R$ 1.000 IPI R$ 200 Valor total da nota fiscal R$ 1.200 ICMS destacado na nota fiscal R$ 170

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Sabendo-se que o IPI e o ICMS são impostos recuperáveis para a empresa, assinale a alternativa que contém o valor que poderá ser computado no custo das referidas matérias-primas. a) R$ 630. d) R$ 1.170. b) R$ 830. e) R$ 1.200. c) R$ 1.030.

16. A Casa dos Televisores Ltda., que utiliza contas patrimoniais distintas para contabilizar o ICMS das compras e o ICMS das vendas, devolveu mercadorias adquiridas a prazo, para revenda, em razão de estarem fora das especificações do pedido de compra.

O valor do ICMS incidente sobre a devolução foi, por ocasião do registro contábil do fato, creditado à conta: a) ICMS a recuperar; b) ICMS sobre vendas; c) ICMS a creditar; d) clientes; e) resultado do exercício.

17. (ANALISTA COMEX/ESAF/98) A Industrial & Cia. emitiu a seguinte nota fiscal de

venda a prazo de um lote de produtos: 200 marretas de bater pneus, tamanho médio,

a R$ 8,00, cada uma R$ 1.600,00 Despesa com o transporte e seguro do produto

até a loja do comprador R$ 50,00 IPI (imposto s/produtos industrializados) R$ 165,00 Total da nota fiscal R$ 1.815,00 ICMS (já incluído no preço) R$ 245,00 O comprador dessa mercadoria, a empresa Comercial Ltda., adota o sistema de

inventário permanente e mandou fazer a contabilização dessa partida de compra, através do seguinte lançamento contábil, que está correto: a) Estoque de mercadorias a Fornecedores 1.815,00; b) Diversos a Fornecedores Estoque de mercadorias 1.355,00 Contas correntes – ICMS 245,00 Contas correntes – IPI 165,00 Despesa de frete 50,00 1.815,00; c) Diversos a Fornecedores Estoque de mercadorias 1.570,00 Contas correntes – ICMS 245,00 1.815,00;

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d) Diversos a Fornecedores Estoque de mercadorias 1.405,00 Contas correntes – ICMS 245,00 Contas correntes – IPI 165,00 1.815,00; e) Diversos a Fornecedores Compra de mercadorias 1.570,00 Contas correntes – ICMS 245,00 1.815,00.

18. (ESAF/SUSEP/2001) Em 25 de janeiro, a nossa empresa adquiriu a prazo, para revender, um lote de 500 itens industrializados, com tributação de ICMS a 12% e de IPI a 4%. O preço de venda praticado pela indústria vendedora e aceito por nós foi de R$ 30,00, a unidade. Na operação, foram emitidas duplicatas, que aceitamos devidamente. A nossa Contabilidade é informatizada, utilizando um sistema que só admite lançamentos contábeis de primeira fórmula, de modo que, para contabilizar a operação acima citada, foram necessários os três lançamentos abaixo. Assinale a opção correta. a) Mercadorias a Duplicatas a pagar pelo preço de compra 15.000,00 ICMS a recuperar a Duplicatas a pagar pelo valor do ICMS s/ a compra 1.800,00 IPI a recuperar a Duplicatas a pagar pelo valor do IPI s/ a compra 600,00. b) Mercadorias a Duplicatas a pagar pelo preço de compra 13.200,00 ICMS a recuperar a Mercadorias pelo valor do ICMS s/ a compra 1.800,00 Mercadorias a Duplicatas a pagar pelo valor do IPI s/ a compra 600,00. c) Mercadorias a Duplicatas a pagar pelo preço de compra 13.200,00 Mercadorias a ICMS a recuperar pelo valor do ICMS s/ a compra 1.800,00 Mercadorias a IPI a recolher pelo valor do IPI s/ a compra 600,00.

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d) Mercadorias a Duplicatas a pagar pelo preço de compra 15.000,00 ICMS a recuperar a Mercadorias pelo valor do ICMS s/ a compra 1.800,00 Mercadorias a Duplicatas a pagar pelo valor do IPI s/ a compra 600,00. e) Mercadorias a Duplicatas a pagar pelo preço de compra 15.000,00 ICMS a recuperar a Mercadorias pelo valor do ICMS s/ a compra 1.800,00 IPI a recuperar a Mercadorias pelo valor do IPI s/ a compra 600,00.

19. (ESAF/AFTN–1989) A Cia. Comercial Sagitário adquiriu para revenda, em 08/11/88, em primeira negociação, 20 (vinte) máquinas de calcular ATLAS, sendo:

preço unitário: R$ 100,00; condições de pagamento: 50% em 08/12/88 e o restante em 09/01/89; alíquota de ICMS: 10% (dez por cento). No período entre a data de recebimento da referida mercadoria e 31/12/88, fez as

seguintes operações: I – vendeu 10 (dez) unidades, ao preço unitário de R$ 120,00; II – devolveu 2 (duas) unidades, em 31/12/88, por defeito de fabricação, sendo a nota de

débito correspondente acatada pelo FORNECEDOR, em 20/12/88; III – pagou no vencimento, sem qualquer abatimento, a primeira duplicata (50% do

valor da compra); IV – transferiu para uso próprio, em 31/12/88, no Departamento de Contabilidade, uma

unidade. Em decorrência, o valor do ESTOQUE FINAL dessa mercadoria, no balanço

patrimonial de 31/12/88, importou em: a) R$ 600,00; b) R$ 720,00; c) R$ 810,00; d) R$ 700,00; e) R$ 630,00.

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20. (AFTN/ESAF/98) Determinada empresa industrial vendeu 2.000 unidades de um produto, ao preço unitário de R$ 120,00, com frete de R$ 3.000,00 por conta do vendedor. O vendedor concedeu, na nota fiscal, um desconto de R$ 2.500,00 e, ainda, um desconto de R$ 2.000,00 no pagamento da duplicata, vencível a 30 (trinta) dias.

Sabendo-se que: – o custo dos produtos vendidos é de R$ 120.000,00; – foram pagas: outras despesas com vendas de R$ 2.600,00; salários de vendedores de R$ 3.500,00; – a transação estava sujeita a: Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços de R$ 2.400,00; Imposto sobre Produtos Industrializados de R$ 2.100,00; Programa de Integração Social (PIS) – faturamento de R$ 500,00; Contribuição Social sobre o Faturamento (COFINS) de R$ 1.000,00; podemos afirmar que a receita líquida de vendas do produto é de: a) R$ 231.500,00; d) R$ 233.600,00; b) R$ 229.500,00; e) R$ 231.600,00. c) R$ 228.600,00;

GABARITO AULA 11

1 – C 8 - E 15 – B

2 – C 9 - D 16 - A

3 – E 10 - C 17 – C

4 – C 11 - E 18 - D

5 – E 12 - C 19 - E

6 – E 13 – C 20 - D

7 – E 14 - E

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AULA 12 - EXERCÍCIOS

Olá, pessoal. Conforme definido no início do curso, essa

última aula será para resolução dos exercícios que geraram

dúvidas ao longo do curso. Isso porque o espaço do fórum é

reservado para dúvidas mais pontuais. Como muitas questões

de contabilidade exigem o desenvolvimento em quadros ou

tabelas, achamos por bem separar uma aula inteira para isso.

Assim, esperamos que, com mais essa aula, o aluno

fique, de fato, iniciado no mundo da Contabilidade para

concursos, o que foi o nosso objetivo ao longo dessa

empreitada.

Sem mais delongas, vamos ao trabalho, lembrando que

a maioria dos exercícios selecionados para resolução foi

escolhida por vocês mesmos.

Aula 06 Questão 26 da Aula 06 26. (AFRF/2002/ESAF) – Da leitura atenta dos balanços gerais da

Cia. Emile, levantados em 31/12/01 para publicação, e dos relatórios que os acompanham, podemos observar informações corretas que indicam a existência de:

Capital de giro, no valor de R$ 2.000,00 Capital social, no valor de R$ 5.000,00 Capital fixo, no valor de R$ 6.000,00 Capital alheio, no valor de R$ 5.000,00 Capital autorizado, no valor de R$ 5.500,00 Capital a realizar, no valor de R$ 1.500,00 Capital investido, no valor de R$ 8.000,00 Capital integralizado, no valor de R$ 3.500,00 Lucros acumulados, no valor de R$ 500,00 Prejuízo líquido do exercício, no valor de R$ 1.000,00 A partir das observações acima, podemos dizer que o valor do

capital próprio da Cia. Emile é de:

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a) R$ 5.500,00; b) R$ 5.000,00; c) R$ 4.000,00; d) R$ 3.500,00; e) R$ 3.000,00. Resolução: Podemos solucionar essa questão de 2 formas:

1ª forma: Pela equação fundamental do patrimônio (ATIVO – PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO), sendo:

Capital investido = Ativo Total = R$ 8.000,00 Capital Alheio = Passivo = R$ 5.000,00 PL = ATIVO – PASSIVO = 8.000,00 – 5.000,00 = 3.000,00 Resposta: Letra E 2ª forma: Pela soma dos componentes do PL. O art. 182 da Lei nº 6.404/76, em seu § 2º, estabelece que:

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. ... § 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado.

Dessa forma, o valor contábil do capital eqüivale ao capital integralizado, portanto o valor do capital social no valor de R$ 5.000,00 e do capital a integralizar não são elementos necessários à solução deste problema.

A questão solicita o capital próprio, que em última análise representa o valor do PL, o qual apuramos pelo uso das seguintes contas:

Capital Integralizado no valor de R$ 3.500,00 Lucros Acumulados no valor de R$ 500,00 Prejuízo Líquido do Exercício no valor de (R$ 1.000,00)

Total R$ 3.000,00

A alternativa correta é letra “e”.

Questão 29 da Aula 06 29. (SERPRO/2001–ESAF) – Na nossa Mini Microempresa, apuramos

que o aluguel de R$ 180,00, vencido em janeiro/00, fora pago em dezembro/99; que, em dezembro/99, foram recebidos juros de R$ 150,00, que só venciam em janeiro/00; que os salários de dezembro/99, no valor de R$ 200,00, só foram pagos em janeiro/00; e que, também em dezembro/99, foram prestados serviços no valor de R$ 310,00, para recebimento apenas no mês seguinte.

Estes fatos haviam sido contabilizados no exercício de 1999, segundo as regras do regime contábil de caixa. No entanto, a lei

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determina que, para fins de balanço, deve ser utilizado o regime contábil de competência, uma vez que se trata de um princípio fundamental de Contabilidade.

A modificação contábil do regime de caixa para o de competência, neste caso particular, vai provocar um dos seguintes efeitos na apuração final do resultado do exercício de 1999. Assinale a resposta certa.

a) O rédito terá decréscimo de R$ 30,00. b) O rédito será um prejuízo de R$ 30,00. c) O rédito terá acréscimo de R$ 80,00. d) O rédito será um lucro de R$ 80,00. e) O rédito será um lucro de R$ 110,00. Resolução:

Apuração do resultado de 1999, segundo o regime de CAIXA: Contas Despesas Receitas Aluguel 180,00 Recebimento de juros 150,00 Somas 180,00 150,00 Resultado = PREJUÍZO 30,00 Apuração do resultado de 1999, segundo o regime de COMPETÊNCIA: Contas Despesas Receitas Salários 200,00 Serviços prestados 310,00 Somas 200,00 310,00 Resultado = LUCRO 110,00 Alteração no resultado: Regimes Prejuízo Lucro Caixa 30,00 Competência 110,00 Somas 30,00 110,00 Resultado modificado 80,00 Vimos que o resultado (redito) pelo regime de competência foi um LUCRO de R$ 110,00,

portanto a resposta é a letra E. O acréscimo no redito no regime de competência, em relação ao regime de caixa é de R$ 140,00 [R$ 110,00 – (- R$ 30,00)], por isso a letra “D” está errada.

A resposta correta é a letra “E”. Questão 07 da Aula 07

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7. A emissão de um cheque, no valor de R$ 500,00, para pagamento de uma duplicata, com juros de 25%, deve receber o seguinte lançamento contábil:

a) Diversos

a Bancos c/movimento

Duplicatas a pagar 400,00

Juros passivos 100,00 500,00;

b) Duplicatas a pagar

a Diversos

a Bancos c/movimento 500,00

a Despesas de juros 100,00 600,00;

c) Diversos

a Bancos c/movimento

Duplicatas a pagar 500,00

Despesas de juros 125,00 625,00;

d) Bancos c/movimento

a Diversos

a Duplicatas

a Pagar 400,00

a Juros passivos 100,00 500,00;

e) Diversos

a Duplicatas

a Pagar bancos c/movimento 500,00

Despesas de juros 100,00 600,00.

Resolução:

O pagamento da duplicata implica lançamento a débito na conta de passivo DUPLICATAS A PAGAR, para anular a obrigação (quitar a dívida) da empresa com seu credor, pelo valor correspondente do título (R$ 400,00).

Os juros pagos pelo atraso consistem em DESPESA para a empresa, portanto geram um lançamento a débito na conta JUROS PASSIVOS (ou DESPESA DE JUROS), no valor correspondente (R$ 100,00)

A emissão de cheque implica lançamento a crédito na conta BANCOS CONTA MOVIMENTO, pelo valor total que está saindo da conta (R$ 400,00 + R$ 100,00 = R$ 500,00).

Assim, o lançamento fica:

D – JUROS PASSIVOS 100,00

D – DUPLICATAS A PAGAR 400,00

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C – BANCOS C/MOVIMENTO 500,00

Resposta: Letra A

Questão 19 da Aula 07

19. Registra contabilmente o aumento das obrigações da empresa o

lançamento: a) Despesas de seguros a Seguros a vencer; b) Provisão para créditos de liquidação duvidosa a Clientes; c) Adiantamentos a fornecedores a Caixa; d) Impostos incidentes sobre vendas – ICMS a ICMS a recolher; e) Duplicatas descontadas a Duplicatas a receber.

Resolução:

Essa é simples. Pra saber qual o lançamento que registra aumento de obrigações, teremos de ver a conta que está sendo creditada. Só há aumento de obrigações quando se credita uma conta de passivo. Assim, a única alternativa que contém um crédito em conta de passivo é a letra “D”. O lançamento

Impostos incidentes sobre vendas – ICMS a ICMS a recolher;

representa o reconhecimento da incidência do ICMS nas operações de venda de mercadorias e/ou serviços, sendo debitada a DESPESA (ICMS s/VENDAS) e creditada a obrigação (ICMS A RECOLHER).

Resposta:Letra D

Questão 23 da aula 07

23. (ESAF/TTN–97) Na conferência física do dinheiro depositado em cofre, verificou-se que havia ali R$ 300,00, enquanto que o saldo contábil da conta caixa era de R$ 400,00. Justificou-se a divergência, com a seguinte constatação:

a) houve omissão de escrituração de vendas, no valor de R$ 100,00;

b) uma nota de compra de R$ 50,00 foi escriturada como sendo de venda;

c) um adiantamento salarial de R$ 100,00 foi escriturado duas vezes;

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d) um cheque emitido para suprimento de caixa, do valor de R$ 100,00, não foi escriturado;

e) houve omissão de escrituração de compras, no valor de R$ 50,00. Resolução: Verifica-se que o saldo de CAIXA era maior do que o dinheiro existente. Havia, portanto, um “furo” de caixa de R$ 100,00. Temos de encontrar uma alternativa que represente um débito incorreto na conta CAIXA de R$ 100,00, ou a omissão de um lançamento a crédito de R$ 100,00, ou as duas coisas no valor de R$ 50,00. Vamos a elas:

a) (Errada) A omissão de escrituração de vendas de R$ 100,00 significa que não foi DEBITADA a conta CAIXA em R$ 100,00 como deveria ter sido.

b) (Correta) A nota de compra de R$ 50,00 escriturada como nota de venda significa que houve omissão de lançamento a crédito de R$ 50,00 pela compra e registro de débito indevido pela venda de R$ 50,00. Isso gerou a diferença de R$ 100,00 de saldo devedor a maior na conta CAIXA.

c) (Errada) O adiantamento salarial de R$ 100,00 registrado 2 vezes significa que foi CREDITADA indevidamente a conta CAIXA em R$ 100,00.

d) (Errada) O suprimento de caixa de R$ 100,00 não escriturado significa que houve omissão de débito na conta CAIXA.

e) (Errada) Omissão de escrituração de compras de R$ 50,00 significa omissão de crédito em CAIXA, mas só no valor de R$ 50,00, portanto também não foi isso que gerou a diferença de R$ 100,00.

Resposta: Letra B Questão 27 da Aula 07 27. A empresa Delmiro Campos e Cia. Ltda. devolveu a um cliente,

em dinheiro, a quantia de R$ 27.000,00, recebida a maior quando da liquidação de duplicata mercantil por ela emitida. O registro contábil do fato feito, acertadamente, a débito da conta: a) duplicatas a pagar; d) despesas com restituições; b) caixa; e) devolução de vendas. c) duplicatas a receber;

Resolução:

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A liquidação, em dinheiro, da duplicata mercantil emitida pela empresa se dá pelo lançamento: D – Caixa C – Duplicatas a Receber A devolução de valor recebido a maior se dá pelo estorno parcial do lançamento, ou seja: D – Duplicatas a Receber C – Caixa Não se esqueçam: saída de dinheiro do CAIXA é CRÉDITO na conta CAIXA. Resposta: Letra C Questão 04 da aula 09 4. Foram feitas as seguintes aquisições do produto A: 31/01/1996 – 30 unidades, a R$ 10,00 cada uma; 15/02/1996 – 25 unidades, a R$ 10,00 cada uma; 28/02/1996 – 25 unidades, a R$ 12,00 cada uma; 15/03/1996 – 20 unidades, a R$ 15,00 cada uma. Sabendo-se que: 1. não existia estoque inicial; 2. em 10.03.96, foram vendidas 60 unidades, ao preço de R$ 20,00 cada uma; 3. foi desconsiderado o destaque do ICMS; pode-se afirmar que o inventário, após a aquisição do dia 15/03/1996, avaliado pelo

custo médio ponderado, é de: a) R$ 400,00; d) R$ 600,00; b) R$ 512,50; e) R$ 800,00. c) R$ 540,00;

Resolução:

Como não havia estoque inicial, registraremos a primeira aquisição na ficha. Lembramos que o enunciado deve ser lido até o fim antes de iniciarmos a resolução. O que está perguntando é o valor do inventário (estoque final), portanto não precisamos nos preocupar com os lançamentos, só com a ficha. Reparem que só houve uma venda, no dia 10/03/96,

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portanto após as três primeiras aquisições. Vamos uma por uma. A primeira transação foi:

• 31/01: aquisição de 30 unidades a R$ 10,00 cada;

Devemos lançar o valor da compra na coluna de “entradas”, repetindo o valor na coluna “saldo”:

Ficha de Controle de Estoque (Método PMP):

Método: Custo Médio Ponderado

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

31/01/96 30 10,00 300,00 30 10,00 300,00

• 15/02: aquisição de 25 unidades a R$ 10,00 cada;

Novamente, devemos lançar o valor da compra na coluna de “entradas”. Para a obtenção do saldo, como o método é o custo médio, devemos somar os valores das compras (R$ 250,00 + R$ 300,00 = R$ 550,00), e dividir pela quantidade total em estoque (30 + 25 = 55). Assim, o custo unitário fica: R$ 550,00 / 55 = R$ 10,00:

Ficha de Controle de Estoque (Método PMP):

Método: Custo Médio Ponderado

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

31/01/96 30 10,00 300,00 30 10,00 300,00 15/02/96 25 10,00 250,00 55 10,00 550,00

• 28/02: aquisição de 25 unidades a R$ 12,00 cada;

Novamente, devemos lançar o valor da compra na coluna de “entradas”. Para a obtenção do saldo, como o método é o custo médio, devemos somar os valores das compras (R$ 250,00 + R$ 300,00 = R$ 550,00), e dividir pela quantidade total em estoque (30 + 25 = 55). Assim, o custo unitário fica: R$ 550,00 / 55 = R$ 10,00:

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Ficha de Controle de Estoque (Método PEPS):

Método: Custo Médio Ponderado

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

31/01/96 30 10,00 300,00 30 10,00 300,00 15/02/96 25 10,00 250,00 55 10,00 550,00 28/02/96 25 12,00 300,00 80 10,63 850,00

• 10/03: venda de 60 unidades, a R$ 20,00 cada.

No momento da venda é que se caracteriza de fato o método de avaliação de estoques. Como o método é o PMP, devemos “baixar” do estoque as mercadorias pelo custo médio (R$ 10,63).

Atenção! O valor a ser lançado na coluna “saídas” é o valor de CUSTO (o que estava registrado na ficha de estoques. Sendo assim, o custo total da venda foi de R$ 637,80 (R$ 60 x R$ 10,63). Não tem nada a ver com o valor de venda. A receita de venda foi de 60 x R$ 20,00 = R$ 1.200,00. Vejam a ficha:

Método: Custo Médio Ponderado

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

31/01/96 30 10,00 300,00 30 10,00 300,00 15/02/96 25 10,00 250,00 55 10,00 550,00 28/02/96 25 12,00 300,00 80 10,63 850,00 10/03/96 60 10,63 637,80 20 10,63 212,60

• 15/03: compra de 20 unidades a R$ 15,00 cada;

Assim como nos demais lançamentos das compras, o valor da compra será lançado na coluna “entradas”.

O valor da compra é 20 x R$ 15,00 = R$ 300,00

A ficha de estoque ficará:

Método: Custo Médio Ponderado

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

31/01/96 30 10,00 300,00 30 10,00 300,00 15/02/96 25 10,00 250,00 55 10,00 550,00 28/02/96 25 12,00 300,00 80 10,63 850,00 10/03/96 60 10,63 637,80 20 10,63 212,60 15/03/96 20 15,00 300,00 40 12,80 512,60

Estoque Final 512,60

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Vejam que a resposta da letra B assinala R$ 512,50, ao invés de R$ 512,60, conforme obtivemos. Isso não é problema algum, pra vocês. É uma questão de arredondamento. Ademais, as outras respostas são muito distantes do valor calculado.

• Resposta: Letra B Questao 05 da aula 09 5. (ESAF/TTN–98) Na primeira semana de abril de 1998, uma empresa comercial

realizou o seguinte movimento de compra e venda de mercadorias: 02/04/98 – compra, a prazo, de 400 unidades de mercadorias, pelo valor total de R$

5.200,00; 03/04/98 – venda, a prazo, de 500 unidades de mercadorias, pelo valor total de R$

6.000,00; 04/04/98 – compra, à vista, de 400 unidades de mercadorias, ao preço unitário de R$

15,00; 05/04/98 – venda, à vista, de 200 unidades de mercadorias, ao preço unitário de R$

18,00. – O estoque final dessas mercadorias, em 31 de março de 1998, era de 200

unidades, avaliadas ao custo unitário de R$ 10,00. – A empresa em questão mantém controle permanente de estoques e avalia-o pelo

método do custo médio ponderado. – As compras e as vendas dessas mercadorias estão isentas de tributação.

Com base nessas informações, podemos afirmar que: a) o custo total das vendas do dia 03 de abril foi de R$ 5.900,00; b) o estoque final existente, após a venda do dia 05 de abril, é de 300 unidades, ao custo

médio unitário de R$ 14,40; c) o lucro bruto total das operações exemplificadas alcançou a cifra de R$ 3.900,00; d) ao todo, nesta semana, foram vendidas 700 unidades de mercadorias, ao custo médio

unitário de R$ 13,20; e) o lucro bruto alcançado nas vendas do dia 05 de abril foi de R$ 3,00, por unidade.

Resolução:

Trata-se de uma questão clássica de controle de estoque pelo inventário permanente. Vejam que há a facilidade de não haver incidência de tributos. O primeiro detalhe do enunciado é que foi falado em “estoque final” em 31/03/1998. Ora, ninguém vai cair nessa, né? Apesar de ter falado “estoque final”, é claro que, pra nós, se trata do estoque inicial, uma vez que o período a ser analisado é a primeira semana de abril, portanto o valor do estoque em 31/03/1998 é exatamente o estoque inicial, OK? Basta lançá-lo na coluna “Saldos” na Ficha de Estoque, na primeira linha, pelo custo unitário de R$ 10,00.

Em seguida, passemos às operações de compra e venda de mercadorias,

alocando-os na ficha de estoque, pelo custo médio, lembrando que, por exemplo, após a

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compra de 02/04, ficamos com o total de R$ 7.200,00 em estoque (R$ 2.000,00 + R$ 5.200,00). Aí basta dividir R$ 7.200,00 por 600 unidades para obtermos o custo unitário médio após a primeira compra, e assim por diante.

Não se esqueçam de que, nas vendas, como a de 03/04, a saída de estoque é dada

pelo custo unitário registrado na coluna “Saldos”, que era de R$ 12,00. O preço de venda será utilizado para contabilizar a receita de vendas, conforme se vê nos lançamentos abaixo.

Ficha de controle de Estoques (Custo Médio)

Data Entradas Saídas Saldos QTD VU V.T. QTD V.U. V.T. QTD V.U. V.T.

31/3/98 200 10,00 2.000,00 02/4/98 400 13,00 5.200,00 600 12,00 7.200,00 03/4/98 500 12,00 6.000,00 100 12,00 1.200,00 04/4/98 400 15,00 6.000,00 500 14,40 7.200,00 05/4/98 200 14,40 2.880,00 300 14,40 4.320,00 CMV 8.880,00 EF 4.320,00

Só com os valores obtidos pela ficha já conseguiríamos chegar na resposta da letra B (EF = 300 unidades x R$ 14,40). Mas vamos aos lançamentos para verificar as demais alternativas: Lançamentos 02/04/98 D - Estoques 5.200 C - Fornecedores 5.200 03/04/98 D - Clientes 6.000 C - Vendas 6.000 D - CMV 6.000 C - Estoques 6.000

Obs.: Foi coincidência o fato de as mercadorias estarem sendo vendidas pelo mesmo preço do custo médio (lucro na operação igual a zero) 04/04/98 D - Estoques 6.000 C - Caixa 6.000

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05/04/98 D - Caixa 3.600 C - Vendas 3.600 D - CMV 2.880 C - Estoque 2.880 O aluno deve elaborar os razonetes como exercício. Analisando as alternativas: a) (Errada) O CMV das vendas do dia 03/04/98 foi de $ 6.000,00. b) (Correta) Esta é a correta conforme a ficha de estoques (EF = 300 x $ 14,40 = $ 4.320,00) c) (Errada) Lucro Bruto = Vendas - CMV

Vendas = 3.600 + 6.000 = 9.600 LB = 9.600 – 8.880,00 = $720,00

d) (Errada) foram vendidas: 500 unid. x $ 12,00 = $ 6.000 (CMV) 200 unid. x $ 14,40 = $ 2.880 (CMV) Total = 700 unid. $ 8.880 Se fossemos calcular a média daria $8.880,00 / 700 = $ 12,69

e) (Errada) Nas vendas do dia 05/04/98 o lucro bruto foi de: LB = V - CMV LB = 3.600 - 2.800 = $ 720,00 Lucro por unidade = $720,00 /200 = $3,60 por unidade

Resposta: Letra B Questão 6 da Aula 9 (Para todos os métodos) 6. (ESAF/MPOG/2001) Durante o período, a empresa realizou, seqüencialmente, as

seguintes operações com mercadorias: A – aquisição de 10 unidades, a $ 5,00 cada uma; B – aquisição de 10 unidades, a $ 8,50 cada uma; C – venda de 15 unidades, a $ 10,00 cada uma; D – aquisição de 5 unidades, a $ 10,00 cada uma.

O estoque inicial era de 5 unidades, a $ 3,00 cada uma. O estoque final era de: a) $ 150,00, pelo critério PEPS, no sistema de inventário periódico; b) $ 107,50, pelo critério PEPS, no sistema de inventário permanente; c) $ 110,00, pelo critério da média ponderada móvel; d) $ 90,00, pelo critério UEPS, no sistema de inventário periódico; e) $ 65,00, pelo critério UEPS, no sistema de inventário permanente; PEPS – primeiro a entrar, primeiro a sair; UEPS – último a entrar, primeiro a sair.

Resolução:

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Mais uma questão de inventário permanente sem tributos. Não há o que inventar nesse

tipo de questão. O problema é que elas costumam ser trabalhosas, ainda mais que as alternativas informam os valores por todos os métodos. Assim, trabalharemos aqui com os três critérios de avaliação, para apurar o estoque final: PEPS, UEPS e MPM.

Pelo método PEPS consideram-se vendidos os produtos adquiridos há mais tempo. Isso faz com que permaneçam em estoque os valores das aquisições mais recentes.

Pelo método UEPS, a situação se inverte, isto é, consideram-se vendidas as aquisições mais recentes, permanecendo em estoque as aquisições mais antigas.

Pelo método da MPM, o custo das mercadorias vendidas é obtido pelo preço médio das aquisições anteriores à venda.

Começaremos a análise pelo método PEPS, embora, em questões de prova, aconselhemos o inicio pela MPM, pelo fato de representar, aproximadamente, a média entre o PEPS e o UEPS. Com isso, podemos eliminar alguma alternativa, visto que, em uma economia de elevação de preços, o estoque final, se avaliado pelo método PEPS, tende a ser MAIOR do que se fosse avaliado pelo método UEPS.

Nessa resolução, não utilizaremos as famosas fichas de estoque, no intuito de levá-los à utilização de uma alternativa mais ágil, que lhes poderá ser útil no momento da prova, por economizar tempo. Porém, o aluno deve resolver também pela ficha, para praticar.

Pelo método PEPS, como houve apenas uma venda de 15 unidades, devemos considerar vendido o estoque inicial (5 unidades) e a aquisição A (10 unidades). Assim, resta no estoque final o seguinte valor:

B – 10 u x $ 8,50 = 85,00 D - 5 u x $ 10,0 = 50,00 Estoque final = 135,00

Ressalte-se, ainda, por pertinente, que as saídas ou vendas devem ser feitas pelo valor de entrada (compras ou estoque) e não pelo valor de venda. O fato de utilizar o sistema de inventário periódico ou permanente não altera o valor do estoque final no método PEPS. A propósito, se utilizado o sistema de inventário periódico só se pode avaliar o estoque final pelo método PEPS.

Como o estoque final apurado pelo método PEPS é de $135,00, podemos eliminar as alternativas “a” e “b”.

Pelo método UEPS, encontramos a seguinte situação:

As 15 unidades vendidas são:

10 unidades de B e 5 unidades de A. Restam, portanto, em estoque: O estoque inicial (5 x 3,00) = $15,00 5 unidades de A (5 x 5,00) = $25,00 5 unidades de D (5 x 10,00) = $50,00 Estoque final = $90,00

Atenção! Conforme já frisado, no sistema de inventário periódico, admite-se apenas o uso do método PEPS. Com isso eliminamos as alternativas “d” e “e”.

Pelo método da MPM o valor do estoque final pode ser assim obtido: Ei - 5u x $3,0 = $ 15,00 A- 10u x $5,0 = $ 50,00 B-10u x $8,5 = $ 85,00 total = 25u x ? = $ 150,00

Obtemos o Custo Médio Unitário pela divisão de $ 150,00 por 25u, o que resulta em $ 6,0/u. Assim:

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25 u x $ 6,0 = $ 150,00 - 15 u x $ 6,0 = $ 90,00 = 10u x $ 6,0 = $ 60,00 + 5 u x $ 10,0 = $ 50,00 Total = $ 110,00

A alternativa correta é a letra “c”. Não se esqueçam de refazer o exercício pelo método tradicional, para comparar e aprender

mais uma forma para ajudá-los na hora da prova. Questão 10 da Aula 09 10. (ESAF/AFTN–1989) No mês de outubro, a firma Omar Telo de Barros realizou a

seguinte movimentação de compras e vendas, da única mercadoria com que trabalha e que é isenta de ICMS: • Estoque em 01.10: 2.200 unidades, ao custo unitário de R$ 0,50. • Vendas em 05.10: 1.000 unidades, ao preço unitário de R$ 0,95. • Compras em 10.10: 2.000 unidades, ao custo unitário de R$ 0,90. • Vendas em 30.10: 1.400 unidades, ao preço unitário de R$ 0,95.

Com estas operações, a empresa apresentará, na Contabilidade, um estoque final de mercadorias e um lucro operacional bruto (RCM), respectivamente, de: a) R$ 900,00 e R$ 280,00, se adotar o critério de avaliação UEPS; b) R$ 900,00 e R$ 280,00, se adotar o critério de avaliação PEPS; c) R$ 1.242,00 e R$ 622,00, se adotar o critério de avaliação preço médio; d) R$ 1.620,00 e R$ 1.000,00, se adotar o critério de avaliação UEPS; e) R$ 1.620,00 e R$ 1.000,00, se adotar o critério de avaliação PEPS.

Resolução:

A receita de vendas para qualquer método é a mesma, qual seja: V = (1.000 x R$ 0,95) + (1.400 x R$ 0,95) = R$ 2.280,00 Vamos à resolução pelo método PEPS Cia Omar Telo – Método PEPS

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

01/10 2.200 0,50 1.100,00 05/10 1.000 0,50 500,00 1.200 0,50 600,00 10/10 2.000 0,90 1.800,00 1.200

2.0000,500,90

600,00 1.800,00

30/10 1.200 200

0,500,90

600,00180,00

1.800 0,90 1.620,00

1.800,00 CMV 1.280,00 ESTOQUE FINAL

1.620,00

O RCM será:

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RCM = V – CMV = 2.280,00 – 1.280,00 = 1.000,00 Resposta: Letra E Pelo método da média móvel (PMP), ficaria: Cia Omar Telo – Método PEPS

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

01/10 2.200 0,50 1.100,00 05/10 1.000 0,50 500,00 1.200 0,50 600,00 10/10 2.000 0,90 1.800,00 3.200 0,75 2.400,00 30/10 1.400 0,75 1.050,00 1.800 0,75 1.350,00

1.800,00 CMV 1.550,00 ESTOQUE FINAL

1.350,00

O RCM será: RCM = V – CMV = 2.280,00 – 1.550,00 = 730,00

Pelo método da Média Fixa (MPF), ficaria: Cia Omar Telo – Método MPF

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

01/10 2.200 0,50 1.100,00 2.200 05/10 1.000 1.200 10/10 2.000 0,90 1.800,00 3.200 30/10 1.400 1.800

4.400 0,66 2.900,00 2.400 0,66 1.584,00 1.800 0,66 1.188,00

O RCM será: RCM = V – CMV = 2.280,00 – 1.584,00 = 696,00

Assim, também não poderia ser a letra “C”.

Questão 11 da aula 09 11. (ESAF/CVM/2001) Resumo das operações realizadas, durante o exercício social de

2000, pela Cia. Sol Nascente, com o produto A.

Data Histórico Quant. Valor unitário Valor total 01.01.00 Estoque inicial 10 10,00 100,00 20.01.00 Aquisição 20 7,00 140,00

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05.03.00 Venda 5 12,00 60,00 15.04.00 Venda 10 11,00 110,00 06.06.00 Aquisição 10 12,00 120,00 09.08.00 Venda 5 14,00 70,00 20.12.00 Venda 18 15,00 270,00

O estoque final do produto foi avaliado em R$ 22,00. Conclui-se, do exposto, que o critério de avaliação de estoques usado foi o (a):

a) PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair); b) UEPS (último a entrar, primeiro a sair); c) média ponderada móvel; d) média simples dos preços relativos às aquisições efetuadas durante o exercício; e) preço específico.

Resolução Essa questão foi um verdadeiro massacre contra os pobres candidatos. Isso porque, na

tentativa de chegar à resposta certa, o normal (e a única forma) é escolher um método e testar pra ver se chega na resposta cujo estoque final daria R$ 22,00. Porém, veremos que não chegaremos a nenhuma das 4 primeiras alternativas (PEPS, UEPS, PMP e Média Fixa). Aí então, só sobrará o método do preço específico, que não dá pra calcular sem a individualização dos preços.

Então vamos ver as fichas de estoque para os 4 principais métodos (alternativas a a d)

Cia Sol Nascente – Método PEPS

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

01/01/00 10 10,00 100,00 20/01/00 20 7,00 140,00 10

2010,00

7,00100,00 140,00

05/03/00 5 10,00 50,00 520

10,007,00

50,00 140,00

15/04/00 5 5

10,007,00

50,0035,00

15 7,00 105,00

06/06/00 10 12,00 120,00 1510

7,0012,00

105,00 120,00

09/08/00 5 7,00 35,00 1010

7,0012,00

70,00 120,00

20/12/00 10 8

7,0012,00

70,0096,00

2 12,00 24,00

260,00 CMV 336,00 ESTOQUE FINAL

24,00

Agora o método UEPS: Cia Sol Nascente – Método UEPS

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

01/01/00 10 10,00 100,00 20/01/00 20 7,00 140,00 10

2010,00

7,00100,00 140,00

05/03/00 5 7,00 35,00 1015

10,007,00

100,00 105,00

15/04/00 10 7,00 70,00 105

10,007,00

100,00 35,00

06/06/00 10 12,00 120,00 10 10,00 100,00

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510

7,0012,00

35,00 120,00

09/08/00 5 12,00 60,00 1055

10,007,00

12,00

100,00 35,00 60,00

20/12/00 5 5 8

12,007,00

10,00

60,0035,0080,00

2 10,00 20,00

260,00 CMV 340,00 ESTOQUE FINAL

20,00

Agora o método PMP (Média Móvel): Cia Sol Nascente – Método PMP

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

01/01/00 10 10,00 100,00 20/01/00 20 7,00 140,00 30 8,00 240,00 05/03/00 5 8,00 40,00 25 8,00 200,00 15/04/00 10 8,00 80,00 15 8,00 120,00 06/06/00 10 12,00 120,00 25 9,60 240,00 09/08/00 5 9,60 48,00 20 9,60 192,00 20/12/00 18 9,60 172,80 2 9,60 19,20

260,00 CMV 340,80 ESTOQUE FINAL

19,20

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Agora o método MPF (Média Fixa): Cia Sol Nascente – Método PMP

Entradas / EI Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

01/01/00 10 10,00 100,00 10 20/01/00 20 7,00 140,00 30 05/03/00 5 25 15/04/00 10 15 06/06/00 10 12,00 120,00 25 09/08/00 5 20 20/12/00 18 2

40 9,00 360,00 38 9,00 342,00 2 9,00 18,00

Um aspecto interessante é que, nessa questão, não havia tendência inflacionária nem deflacionária, por isso os valores obtidos pelos métodos não seguiram a linha de sempre. Como não obtivemos sucesso por nenhum dos 4 métodos tradicionais, a resposta a ser marcada é mesmo a alternativa E. Reparem que, para calcular o estoque e o CMV pelo preço específico, teríamos de saber exatamente quais as unidades que estavam sendo vendidas. Resposta: Letra E Questão 19 da AULA 09 19. (Esaf – FORTALEZA/2003) A empresa Reparadora Elétrica Ltda., que conserta

eletrodomésticos, no mês atual possui as seguintes informações: - Estoque inicial da peça QT era de 100 peças a um custo unitário de R$ 2,00; - As compras, no mês, montaram em 150 peças a um custo unitário de R$ 2,50; - Foram aplicadas 160 peças em reparos de eletrodomésticos. Considerando o método de avaliação dos estoques denominado Custo Médio Ponderado, indique o Custo do Material Aplicado, que irá compor o Custo dos Serviços, assinalando a opção correta.

a) R$ 320,00 b) R$ 328,00 c) R$ 360,00 d) R$ 368,00 e) R$ 400,00

Resolução: A dificuldade dessa questão é que, ao invés de a empresa ser uma revendedora, trata-se de uma prestadora de serviços. Porém, o cálculo do Custo do Material Aplicado (equivalente ao CMV) não será diferente do que estamos acostumados com o CMV. Basta considerar as aplicações de peças em reparos como se fossem “saídas” de mercadorias do estoque (e de fato são). Assim, a ficha de estoque ficará:

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Cia Reparadora – Método PMP

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

100 2,00 200,00 150 2,50 375,00 250 2,30 575,00 160 2,30 368,00 90 2,30 207,00

375,00 Custo do Material Aplicado

368,00 ESTOQUE FINAL

207,00

Resposta: Letra D AULA 10 Questão 11 da Aula 10 11. (AFTN/ESAF/96) A CIA. AMAZÔNIA compra, a prazo, lotes de um determinado

produto na seguinte ordem:

LOTE DATA AQUISIÇÃO

QUANTIDADES PREÇO UNITÁRIO

A 04.01.X1 500 $ 400.00 B 20.01.X1 1.000 $ 450,00 C 27.01.X1 2.000 $ 520,00

Considerando ainda que:

I – sobre as compras do lote A, foram pagos fretes no valor de $ 20, por unidade transportada em 05.01.X1;

II – devolução, em 21.01.X1, de 200 unidades do lote B; III – sobre as compras do lote C, foi concedido um abatimento no valor de $ 118.400,

em 28.01.X1; IV – no mês foram consumidas: 1.200 unidades, em 23.01.X1, e 2.000 unidades, em

30.01.X1. Com base nestes dados, pode-se afirmar que o valor dos estoques consumidos, de

acordo com a média ponderada fixa foi de: a) $ 1.445.626,38; d) $ 1.446.400,00; b) $ 1.570.000,00; e) $ 1.445.520,00. c) $ 1.449.600,00;

Resolução:

O valor dos estoques consumidos, de acordo com o método da média fixa, deve ser calculado como se houvesse uma só venda (consumo) no mês por um valor unitário médio obtido pela divisão entre o valor das mercadorias disponíveis p/ venda e sua quantidade. Assim:

Lote Data Qtd Valor Valor total A 4/1/x1 500 400,00 200.000,00Frete (A) 5/1/x1 500 20,00 10.000,00B 20/1/1 1.000 450,00 450,000,00devolução (B) 21/1/x1 (200) 450,00 (90.000,00)

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C 27/1/x1 2.000 520,00 1.040.000,00Abatimento (C) 28/1/x1 (118.400,00)Total 1.491.600,00

A quantidade adquirida totalizou:

Lote A 500 Lote B 800 Lote C 2.000 Total 3.300

O custo unitário (média fixa) foi de: Custo unitário = $ 1.491.600,00/3.300 = $ 452,00

A quantidade vendida (consumida) foi de:

23/1 1.200 30/1 2.000

Total 3.200

Assim, o custo das mercadorias consumidas foi de: 3.200 x $ 452,00 = $ 1.446.400,00

OBS.: O método da média fixa não considera as datas em que as

mercadorias foram adquiridas ou consumidas dentro do período, diferentemente do que ocorre com a média móvel. Resposta: Letra D Questão 15 da Aula 10 15. (FISCAL ICMS/MS–2000) Assinale, dentre as alternativas abaixo, o registro contábil

que melhor reflete a transação proposta. a) No dia 1o de dezembro de 19X1, a Companhia ABC comprou mercadorias, à vista, no

montante de R$650,00: débito = caixa R$650,00 / crédito = compras R$650,00. b) No dia 2 de dezembro de 19X1, a Companhia ABC vendeu mercadorias, a prazo, no

montante de R$800,00. Houve um desconto comercial nesta venda, proporcional à quantidade vendida. O valor normal da venda seria de R$860,00.(Desconsidere o lançamento referente ao desconto): débito = clientes R$800,00 / crédito = vendas R$800,00.

c) No dia 5 de dezembro de 19X1, houve uma devolução parcial das vendas efetuadas no dia 2 de dezembro, no montante de R$120,00: débito = clientes R$120,00 / crédito = devolução de vendas R$120,00.

d) No dia 6 de dezembro de 19X1, a Companhia ABC comprou mais mercadorias, a prazo, no montante de R$800,00: débito = fornecedores R$800,00 / crédito = compras R$800,00.

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Resolução: Vamos ver o que está errado em cada uma das alternativas:

a) (Errada) O correto seria: débito = compras R$650,00 / crédito = caixa R$650,00. b) (Correta) A empresa registrou o valor da venda já com o desconto. Isso é muito comum

e está correto. Também poderia ser: débito = clientes R$800,00 / débito = descontos comerciais concedidos R$ 60,00 / crédito = vendas R$860,00. O valor da receita líquida seria o mesmo (R$ 800,00)

c) (Errada) O correto seria: débito = devolução de vendas R$120,00 / crédito = clientes R$120,00.

d) (Errada) O correto seria: débito = compras R$800,00 / crédito = fornecedores R$800,00.

Resposta: Letra B Questão 16 da Aula 10 16. (TRT–4a/ANAL. JUD./2001) O lucro bruto do período, em R$ (milhões),

considerando as mercadorias inventariadas de 70 e os seguintes saldos de contas apresentados no fim de um período de apuração, é:

Mercadorias estoque 40 Compras 1 460 Vendas 2 000 Impostos sobre vendas 140 Descontos financeiros em pagamentos 40

a) 290; b) 360; c) 390; d) 430; e) 460. Resolução: O que se chama de mercadorias inventariadas é o valor apurado

do ESTOQUE FINAL (EF), que totalizou 70. O saldo de Mercadorias em Estoque é o valor do ESTOQUE

INICIAL (EI), uma vez que ainda não houve os lançamentos de apuração do resultado.

Os descontos financeiros em pagamentos NÃO entram no cálculo da receita líquida, pois são DESPESAS FINANCEIRAS (OPERACIONAIS).

Assim, utilizaremos as fórmulas:

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CMV = EI + C – EF CMV = 40 + 1460 – 70 = 1430 Cálculo da Receita Líquida (RL) RL = RB – Imp s/v – Dev. Vendas – Abat/Desc. Incond RL = 2000 – 140 = 1860 Cálculo do RCM RCM = RL – CMV RCM = 1860 – 1430 = 430 Resposta: Letra D Questão 18 da Aula 10

18. (ESAF/CVM/PLANEJAMENTO–2001) Após realizar a primeira operação de venda do exercício, na qual obteve receita bruta de vendas de R$ 1.000,00, com um CMV (custo das mercadorias vendidas) de R$ 600,00, a empresa Arfe Ltda. aceitou devolução parcial das mercadorias vendidas, cujo valor de R$ 200,00 foi creditado ao cliente. As mercadorias recebidas foram devolvidas ao fornecedor, que foi debitado pelo valor de R$ 100,00.

Considerando que essa mercadoria estava isenta de impostos, podemos dizer que a operação rendeu à Arfe um lucro bruto de: a) R$ 80,00; b) R$ 100,00; c) R$ 200,00; d) R$ 300,00; e) R$ 320,00. Resolução: O valor das vendas brutas foi de R$ 1.000,00, no entanto houve

devolução de vendas no valor de R$ 200,00. Desta forma, as vendas líquidas alcançaram R$ 800,00.

O CMV inicial foi de R$ 600,00. A devolução ensejou um registro de débito a fornecedores pelo valor de R$ 100,00, e um registro a crédito de Devoluções de Compras de R$ 100,00. Logo, o custo da mercadoria devolvida foi de R$ 100,00. Assim, o CMV final foi de apenas R$ 500,00.

Considerando que o valor das vendas líquidas foi de R$ 800,00 e que o CMV liquido foi de R$ 500,00, então o Lucro Bruto foi de R$ 300,00.

Resposta: Letra D Questão 21 da Aula 10

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21. (ESAF/AFTN–1994/setemb.) A empresa Delta devia à empresa Gama duplicatas no

valor de R$ 100,00. Para liquidar a dívida, devolveu a mercadoria comprada, acrescendo 6% de juros a serem pagos em 60 dias. O registro, de forma simplificada, na contabilidade de Gama, é: a) Diversos a Diversos Mercadorias 100,00 Juros a receber 6,00 106,00 a Duplicatas a receber 100,00 a Juros ativos 6,00 106,00; b) Mercadorias a Diversos a Duplicatas a pagar 100,00 a Juros a pagar 6,00 106,00; c) Diversos a Mercadorias Duplicatas a pagar 100,00 Juros a pagar 6,00 106,00; d) Diversos a Mercadorias Duplicatas a receber 100,00 Juros a receber 6,00 106,00; e) Mercadorias a Diversos a Duplicatas a receber 100,00 a Juros a receber 6,00 106,00.

Resolução:

A empresa Gama, da qual se quer o registro contábil da devolução e dos juros, originalmente VENDEU mercadorias a prazo para a empresa DELTA, por isso esta ficou devendo pagamento de duplicatas àquela.

Assim, vamos por partes: A devolução da mercadoria, no valor de R$ 100,00, para Gama,

representa entrada de estoques, portanto DÉBITO na conta Mercadorias no valor de R$ 100,00.

A duplicata deverá ser baixada, já que a mercadoria foi devolvida, sendo necessário um CRÉDITO na conta Duplicatas a Receber.

A empresa Gama fará jus ao recebimento de juros pelo atraso no pagamento (CRÉDITO em Juros Ativos), porém só receberá esse valor em 60 dias, devendo DEBITAR a conta de ativo Juros a Receber.

Após as informações acima, o lançamento em Gama ficará: D – Juros a Receber 6,00 D – Mercadorias 100,00

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C – Duplicatas a Receber 100,00 C – Juros Ativos 6,00

Resposta: Letra A Questão 09 da Aula 11 09. (Esaf - AFRF/2002-2) Apurando custos e estoques a cada mês, a empresa

Yagoara S/A processou os cálculos do mês de dezembro de 2001 a partir dos seguintes dados:

Estoque inicial avaliado em R$ 22.000,00.

Compras de mil unidades ao preço unitário de R$ 25,00. Vendas de 720 unidades ao preço unitário de R$ 50,00. IPI sobre compras a 8%. ICMS sobre compras a 12%. ICMS sobre vendas a 17%. Devolução de vendas no valor de R$ 6.000,00. Estoques avaliados pelo critério PEPS. Estoque inicial mensurado em 1.100,00 unidades. Todas as operações do período foram realizadas a prazo. Com fulcro nos dados e informações acima, o cálculo correto dos custos vai indicar um estoque final no valor de:

a) R$ 36.000,00 b) R$ 34.000,00 c) R$ 33.000,00 d) R$ 31.600,00 e) R$ 30.000,00

Resolução:

A melhor e mais segura maneira de resolvermos a questão é pela ficha de estoque.

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Cia Yagoara – Método PEPS

Entradas Saídas Saldo Data Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total Quant. P. Unit. P. Total

1.100 20,00 22.000,00 1.000 24,00 24.000,00 1.100

1.00020,00 24,00

22.000,00 24.000,00

720 20,00 14.400,00 3801.000

20,00 24,00

7.600,00 24.000,00

(120) 20,00 (2.400,00) 5001.000

20,00 24,00

10.000,00 24.000,00

1.800,00 CMV 12.000,00 ESTOQUE FINAL 34.000,00

Comentários importantes:

1) Como o enunciado não falou em IPI sobre vendas, vamos supor que se trata de uma empresa comercial, portanto a mesma não recupera o IPI nas compras;

2) O valor do estoque fornecido, no caso o estoque inicial de R$ 22.000,00, é sempre líquido.

3) Compra de 1.000 unidades a R$ 25,00 cada

Cálculo do valor líquido da mercadoria

1.000 unidades x R$ 25,00 25.000,00

+ IPI 8% 2.000,00

Total da Nota 27.000,00

(-) ICMS Recuperável 12% x R$ 25.000,00 (3.000,00)

(=) Valor Líquido 24.000,00

4) A devolução de vendas de R$ 6.000,00 é pelo valor de venda (R$ 50,00), portanto se refere a 120 unidades (R$ 6.000,00 / R$ 50,00). O custo da mercadoria devolvida deve ser o mesmo da mercadoria vendida, ou seja, R$ 20,00 por unidade.

Resposta: Letra B

Questão 10 da Aula 11

10. (Esaf - AFRF/2002-2) A Nossa Loja de Departamentos Ltda. avalia seus estoques utilizando uma variante do método do preço específico. As mercadorias adquiridas recebem etiquetas com o preço de venda, formado a partir do custo unitário com acréscimo de percentual fixo como margem de lucro. A empresa em epígrafe fixou a margem de lucro em 25% sobre o preço de venda, tendo em vista que pagará 12% de ICMS para cada unidade vendida. No período considerado, o movimento físico constou de estoque inicial de 1.000

unidades, compras de 1.500 unidades e vendas de 2.000 unidades.

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A receita bruta de vendas alcançou o valor de R$ 200.000,00. Não houve devoluções, abatimentos ou vendas canceladas. Com base nas informações acima, pode-se dizer que o estoque final, nesse período, alcançou o montante de

a) R$ 50.000,00 b) R$ 44.000,00 c) R$ 40.000,00 d) R$ 37.500,00 e) R$ 31.500,00

Resolução:

O problema desta questão foi a confusão no enunciado, pois primeiro diz que o preço de venda é formado a partir do preço de custo e depois nos é dito que a empresa fixou a margem de lucro sobre o preço de venda.

Isto faz surgir uma dúvida quanto ao valor ao qual se aplica a margem de lucro. Pelo gabarito oficial, o percentual de 25% se aplica ao custo, mas pelo enunciado poderíamos sim interpretar que se aplica ao preço de venda.

Primeiramente calculemos a quantidade do estoque final. Para isto basta utilizar a fórmula do CMV, porém com as quantidades (CMV=EI + C - EF):

2.000 = 1.000 + 1.500 - EF

EF = 500

Preço de Venda = R$ 200.000,00 / 2.000 = R$ 100,00

Assim:

Custo Unitário x 1,25 = R$100,00

Custo unitário = R$ 100,00 / 1,25 = R$ 80,00

Estoque Final = R$ 80,00 x 500 = R$ 40.000,00

Resposta: Letra C (Gabarito Oficial)

OBS: Caso a margem de lucro fosse aplicada ao preço de venda o cálculo correto seria:

Custo unitário = R$ 100,00 x 0,75 = R$ 75,00

Estoque Final = 500 x R$ 75,00 = R$ 37.500,00, e a resposta seria letra D.

Questão 12 da Aula 11

12- (ESAF/AFRF/2003) A empresa Comércio Industrial Ltda. comprou 250 latas de tinta ao custo

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unitário de R$ 120,00, tributadas com IPI de 5% e ICMS de 12%. Pagou entrada de 20% e aceitou duas duplicatas mensais de igual valor.

A tinta adquirida foi contabilizada conforme sua natureza contábil funcional, com a seguinte destinação:

50 latas para consumo interno;

100 latas para revender; e

100 latas para usar como matéria-prima.

Após efetuar o competente lançamento contábil, é correto afirmar que, com essa operação, os estoques da empresa sofreram aumento no valor de

a) R$ 31.500,00

b) R$ 30.000,00

c) R$ 28.020,00

d) R$ 27.900,00

e) R$ 26.500,00

RESOLUÇÃO:

Esta questão versa sobre operações com mercadorias. Para solucioná-la devemos saber que o ICMS está sempre embutido no valor da compra. Além disso, o ICMS será recuperado no caso de as mercadorias serem destinadas para revenda e para estoque de matérias primas, não sendo recuperado no caso de as mercadorias serem destinadas para consumo próprio (a LC 87/96 c/ alterações posteriores prevê a recuperação do ICMS pago sobre mercadorias destinadas a consumo a partir de 2007).

O IPI somente será recuperado no caso de as mercadorias serem destinadas para estoque de matérias primas. O IPI não faz parte do valor da compra, devendo, por isso, ser adicionado por fora.

Desta forma, o valor final de aquisição de cada unidade é de 126,00 (120 + 5%).

IPI por unidade = R$ 6,00

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ICMS p/un. = R$ 14,40 (12% de 120,00)

Temos, portanto, 3 situações:

1) Consumo (Não recupera nem IPI nem ICMS):

Custo Unitário = 126,00

50 latas para consumo interno x 126,00 = R$ 6.300,00

2) Revenda (Recupera ICMS, mas não IPI)

Custo Unitário = 126,00 – R$ 14,40 = 111,60

100 latas para revender x 111,60 = R$ 11.160,00

3) Insumo (Recupera IPI e ICMS)

Custo unitário = 126,00 – 6,00 – 14,40 = R$ 105,60

100 latas para MP x 105,60 = R$ 10.560,00

Com isso, o estoque aumentará:

Total = 6.300,00 + 11.160,00 + 10.560,00 = R$ 28.020,00. Logo a resposta correta é a letra “c”.

Questão 14 da Aula 11

14. (AFTN–1991) A Cia. Comercial, que é contribuinte do ICMS, mas não é do IPI, comprou à vista, para revender, 200 liquidificadores, ao preço unitário de R$ 300,00, com incidência de IPI, à alíquota de 20% e de ICMS, à alíquota de 17%. Para registrar a operação, o contador deverá fazer o seguinte lançamento:

a) Diversos

a Caixa

Mercadorias R$ 49.800,00

C/C de ICMS R$ 10.200,00 R$ 60.000,00;

b) Diversos

a Caixa

Mercadorias R$ 37.800,00

C/C de IPI R$ 12.000,00

C/C de ICMS R$ 10.200,00 R$ 60.000,00;

c) Diversos

a Caixa

Mercadorias R$ 60.000,00

C/C de IPI R$ 12.000,00 R$ 72.000,00;

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d) Diversos

a Caixa

Mercadorias R$ 72.000,00

C/C de ICMS R$ 10.200,00 R$ 82.200,00;

e) Diversos

a Caixa

Mercadorias R$ 61.800,00

C/C de ICMS R$ 10.200,00 R$ 72.000,00.

Resolução:

Como todo exercício deste tipo, devemos montar um resumo da nota fiscal, para que possamos apurar o valor líquido da mercadoria que irá a estoque. Assim:

Cálculo do valor líquido da mercadoria

200 un. x R$ 300,00 60.000,00

+ IPI 20% 12.000,00

Total da Nota 72.000,00

(-) ICMS 17% x R$ 60.000,00 (10.200,00)

Valor Líquido 61.800,00

Como a empresa é comercial, portanto não contribuinte do IPI, não poderá recuperá-lo. Assim, somente o ICMS será recuperável, lançado em conta de ativo (ICMS C/C ou ICMS a Recuperar). O valor líquido (R$ 61.800,00) irá a estoques.

Lançamento:

D – Mercadorias 61.800,00

D – ICMS C/C 10.200,00

C - Caixa 72.000,00

Resposta: Letra E

Questão 18 da Aula 11

18. (ESAF/SUSEP/2001) Em 25 de janeiro, a nossa empresa adquiriu a prazo, para revender, um lote de 500 itens industrializados, com tributação de ICMS a 12% e de

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IPI a 4%. O preço de venda praticado pela indústria vendedora e aceito por nós foi de R$ 30,00, a unidade. Na operação, foram emitidas duplicatas, que aceitamos devidamente. A nossa Contabilidade é informatizada, utilizando um sistema que só admite lançamentos contábeis de primeira fórmula, de modo que, para contabilizar a operação acima citada, foram necessários os três lançamentos abaixo. Assinale a opção correta. a) Mercadorias a Duplicatas a pagar pelo preço de compra 15.000,00 ICMS a recuperar a Duplicatas a pagar pelo valor do ICMS s/ a compra 1.800,00 IPI a recuperar a Duplicatas a pagar pelo valor do IPI s/ a compra 600,00. b) Mercadorias a Duplicatas a pagar pelo preço de compra 13.200,00 ICMS a recuperar a Mercadorias pelo valor do ICMS s/ a compra 1.800,00 Mercadorias a Duplicatas a pagar pelo valor do IPI s/ a compra 600,00. c) Mercadorias a Duplicatas a pagar pelo preço de compra 13.200,00 Mercadorias a ICMS a recuperar pelo valor do ICMS s/ a compra 1.800,00 Mercadorias a IPI a recolher pelo valor do IPI s/ a compra 600,00. d) Mercadorias a Duplicatas a pagar pelo preço de compra 15.000,00 ICMS a recuperar a Mercadorias pelo valor do ICMS s/ a compra 1.800,00 Mercadorias a Duplicatas a pagar pelo valor do IPI s/ a compra 600,00. e) Mercadorias a Duplicatas a pagar pelo preço de compra 15.000,00 ICMS a recuperar a Mercadorias pelo valor do ICMS s/ a compra 1.800,00

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IPI a recuperar a Mercadorias pelo valor do IPI s/ a compra 600,00.

Resolução:

Vamos a nossa tradicional nota fiscal, para que possamos apurar o valor líquido da mercadoria que irá a estoque. Assim:

Cálculo do valor líquido da mercadoria

500 um. x R$ 300,00 15.000,00

+ IPI 4% 600,00

Total da Nota 15.600,00

(-) ICMS 12% x R$ 15.000,00 (1.800,00)

Valor Líquido 13.800,00

Como a aquisição é para revenda, o IPI não será recuperável. Assim, somente o ICMS será recuperável, lançado em conta de ativo (ICMS C/C ou ICMS a Recuperar). O valor líquido (R$ 13.800) irá a estoques.

Se não houvesse o detalhe da questão que a empresa só utiliza lançamentos de 1ª fórmula, o lançamento seria:

D – Mercadorias 13.800,00

D – ICMS C/C 1.800,00

C - Caixa 15.600,00

Para contabilizarmos somente com lançamentos de 1ª fórmula, devemos registrar os tributos separadamente, de acordo com o tratamento contábil de cada um (ICMS recuperável e IPI não recuperável).

1º) Registro da entrada em estoque pelo valor bruto, sem considerar nenhum dos tributos:

D – Mercadorias 15.000,00

C – Duplicatas a Pagar 15.000,00

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2º) Registro do ICMS recuperável – como o ICMS está incluso (“por dentro”) no valor da mercadoria, devemos subtrair seu valor do estoque, por ser o imposto recuperável:

D – ICMS C/C 1.800,00

C – Mercadorias 1.800,00

3º) Registro do IPI não recuperável – como o IPI é calculado “por fora” e integra o valor total da nota, deve ser lançado em contrapartida à obrigação de efetuar o pagamento:

D – Mercadorias 600,00

C – Duplicatas a Pagar 600,00

A resposta fica então a letra “D”

Questão 20 da Aula 11

20. (AFTN/ESAF/98) Determinada empresa industrial vendeu 2.000 unidades de um produto, ao preço unitário de R$ 120,00, com frete de R$ 3.000,00 por conta do vendedor. O vendedor concedeu, na nota fiscal, um desconto de R$ 2.500,00 e, ainda, um desconto de R$ 2.000,00 no pagamento da duplicata, vencível a 30 (trinta) dias.

Sabendo-se que: – o custo dos produtos vendidos é de R$ 120.000,00; – foram pagas: outras despesas com vendas de R$ 2.600,00; salários de vendedores de R$ 3.500,00; – a transação estava sujeita a: Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços de R$ 2.400,00; Imposto sobre Produtos Industrializados de R$ 2.100,00; Programa de Integração Social (PIS) – faturamento de R$ 500,00; Contribuição Social sobre o Faturamento (COFINS) de R$ 1.000,00; podemos afirmar que a receita líquida de vendas do produto é de: a) R$ 231.500,00; d) R$ 233.600,00; b) R$ 229.500,00; e) R$ 231.600,00. c) R$ 228.600,00;

Resolução: Sabemos que, para obtenção da Receita Líquida de vendas, devemos deduzir da Receita

Bruta:

- impostos s/ vendas (ICMS, PIS, CONFINS, IE, ISS); - descontos incondicionais e abatimentos concedidos;

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- devolução de vendas.

NOTA FISCAL

2000 unid. x $ 120,00 $ 240.000,00

(+) IPI $ 2.100,00

(-) Desconto Comercial ($ 2.500,00)

TOTAL NF $ 239.600,00

ICMS destacado = $ 2.400,00

Obs.:

1) o frete de $ 3.000,00 foi pago pelo vendedor, não sendo portanto, considerado custo para comprador, e sim "despesa de vendas" (operacional) para o vendedor; 2) o desconto de $ 2.000,00 é financeiro.

Assim a DRE do vendedor fica:

vendas brutas 240.000

(-) ICMS + PIS + CONFINS (3.900)

(-) descontos Comerciais (2.500)

(=) receita Líquida 233.600

Resposta: Letra D

Pessoal, essa foi a nossa última aula. Esperamos, de fato, que tenham gostado e, principalmente, que tenham aprendido os passos iniciais e como se virar em exercícios de contabilidade para concursos sobre os tópicos aqui abordados.

Aproveitamos para informar que, na seqüência, ofereceremos o curso de contabilidade intermediária, englobando os tópicos não abordados no curso básico, inclusive com a revisão de alguns pontos, “fechando” totalmente a disciplina Contabilidade Geral para concursos, como tem sido cobrada até aqui nas provas. Será dado um belo desconto aos ex-alunos de Contabilidade Introdutória, para que não percam a seqüência da matéria. Confiram com a LuBSB!

Muitíssimo obrigado, desculpem nossas falhas, e tenham um excelente estudo! É hora de arregaçar as mangas, refazer todos os exercícios e ficar tinindo no assunto.

Grande abraço!

Velter e Missagia