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09/03/2003 - Avaliação de Investimentos - parte I AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS 1 – INTRODUÇÃO O art. 179, inciso III, da Lei nº 6.404/1976 determina que as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa, devem ser classificadas no grupo do Ativo Permanente no subgrupo Investimento. Neste momento cabe uma ressalva no concernente à classificação das contas devido à certa confusão gerada em torno da correta classificação do investimento em ouro. Pertinente ao assunto, pronunciou-se a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio do item 4 do Parecer de Orientação nº 18, de 18 de janeiro de 1990 (PO nº 18/90), dizendo que: “4. APLICAÇÕES EM OURO Classificáveis, junto às empresas que não tenham por objeto social a sua comercialização ou industrialização, como Ativo Circulante ou Realizável a Longo Prazo. Tal tipo de aplicação deverá ser avaliada pelo custo de aquisição atualizado monetariamente pelo BTN fiscal de final do período ou pelo valor de mercado, dos dois o menor, devendo, quando for o caso, ser constituída provisão para ajuste ao valor de mercado. Entende-se por: - custo de aquisição: o preço pago na compra do ouro e constante do documento representativo da transação em bolsa ou emitido por empresa habilitada ao comércio do metal, acrescido da corretagem, emolumentos e taxas efetivamente devidos pelo comprador; - valor de mercado: a média aritmética ponderada das cotações diárias, ocorridas durante o pregão da bolsa do país em que se verificar o maior volume de negociações, no dia do encerramento do exercício social ou, se nesse dia não houver pregão, no dia do último pregão anterior.”. Portanto, resta claro que os investimentos em ouro devem ser classificados ou no ativo circulante ou no ativo realizável a longo prazo. Já nas empresas que possuem como objeto social a sua comercialização ou industrialização a classificação do ouro será, sempre, no ativo circulante em estoques de mercadorias ou matérias primas. Por seu turno a avaliação dos investimentos dessa natureza deve seguir a orientação contida no art. 183, inciso I da lei societária, isto é, os investimentos em Valores Mobiliários não permanentes devem ser avaliados pelo custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor. É de ressaltar ainda que o ajuste ao valor de mercado é efetuado por meio de provisão para ajuste ao valor de mercado.

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09/03/2003 - Avaliação de Investimentos - parte I

AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS 1 – INTRODUÇÃO O art. 179, inciso III, da Lei nº 6.404/1976 determina que as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa, devem ser classificadas no grupo do Ativo Permanente no subgrupo Investimento. Neste momento cabe uma ressalva no concernente à classificação das contas devido à certa confusão gerada em torno da correta classificação do investimento em ouro. Pertinente ao assunto, pronunciou-se a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio do item 4 do Parecer de Orientação nº 18, de 18 de janeiro de 1990 (PO nº 18/90), dizendo que: “4. APLICAÇÕES EM OURO Classificáveis, junto às empresas que não tenham por objeto social a sua comercialização ou industrialização, como Ativo Circulante ou Realizável a Longo Prazo. Tal tipo de aplicação deverá ser avaliada pelo custo de aquisição atualizado monetariamente pelo BTN fiscal de final do período ou pelo valor de mercado, dos dois o menor, devendo, quando for o caso, ser constituída provisão para ajuste ao valor de mercado. Entende-se por: - custo de aquisição: o preço pago na compra do ouro e constante do documento representativo da transação em bolsa ou emitido por empresa habilitada ao comércio do metal, acrescido da corretagem, emolumentos e taxas efetivamente devidos pelo comprador; - valor de mercado: a média aritmética ponderada das cotações diárias, ocorridas durante o pregão da bolsa do país em que se verificar o maior volume de negociações, no dia do encerramento do exercício social ou, se nesse dia não houver pregão, no dia do último pregão anterior.”. Portanto, resta claro que os investimentos em ouro devem ser classificados ou no ativo circulante ou no ativo realizável a longo prazo. Já nas empresas que possuem como objeto social a sua comercialização ou industrialização a classificação do ouro será, sempre, no ativo circulante em estoques de mercadorias ou matérias primas. Por seu turno a avaliação dos investimentos dessa natureza deve seguir a orientação contida no art. 183, inciso I da lei societária, isto é, os investimentos em Valores Mobiliários não permanentes devem ser avaliados pelo custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor. É de ressaltar ainda que o ajuste ao valor de mercado é efetuado por meio de provisão para ajuste ao valor de mercado.

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Em face da extinção da Correção Monetária, esses investimentos não estão mais sujeitos a essa prática . Assim, para enfatizar o que se disse acima, os investimentos em ouro devem ser classificados no ativo circulante ou no ativo realizável a longo prazo e serão avaliados pelo custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor, sendo que o ajuste ao valor de mercado é feito por meio de provisão própria. Outros investimentos temporários em valores mobiliários devem seguir a sorte do investimento em ouro, tanto no concernente à classificação quanto no de sua avaliação. Veja a seguir se você entendeu o conteúdo apresentado até aqui. 1 - (ESAF/AFTN-96) Segundo o texto da Lei Societária, os direitos e títulos de crédito não classificáveis como Investimentos Permanentes devem ser avaliados pelo: a) Custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor b) Valor de reposição ou valor de mercado, dos dois o menor c) Valor de realização ou pelo custo histórico, dos dois o menor d) Custo de aquisição deduzidas as despesas para realização e) Valor corrigido de realização ou valor reposição corrigido 2 - (ESAF/AFTN-98) De acordo com a Lei 6.404/76 os investimentos, classificados como temporários, deverão ser avaliados pelo a) valor presente do fluxo de caixa futuro b) custo histórico de aquisição c) valor de realização futura d) valor de reposição e) custo de aquisição ou mercado, dos dois o menor 3 - (ESAF/AFTN-96) As ações adquiridas no mercado de balcão poderão ser classificadas como: a) Ativo permanente desde que não ocorra flutuação de preços durante 2 exercícios subsequentes b) Ativo circulante desde que ocorra flutuação de preços e a intenção seja de tornar-se acionista da entidade c) Realizável a longo prazo desde que não ocorra flutuação de preços durante 2 exercícios subsequentes d) Ativo permanente desde que a aquisição não seja efetuada com a intenção de participar da sociedade e) Ativo circulante desde que a aquisição seja efetuada com a intenção de não participar da sociedade 4 - (ESAF/AFRF-2001) Os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo Circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa, segundo o texto da Lei 6.404/76, são classificados como: a) Disponibilidades b) Contas a Receber c) Investimentos

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d) Imobilizados e) Diferido 5 - (ESAF/AFRF-2001) O critério da avaliação contábil a ser aplicado aos títulos de crédito, e a quaisquer valores mobiliários não classificados como Investimentos Permanentes é: a) Custo ou mercado dos dois o menor b) Custo histórico como base de valor c) Custo corrente ou o de reposição d) Custo de Realização acrescido dos rendimentos e) Custo original como base de valor 6 - (ESAF/AFRF-2001) Aplicações em Investimentos Temporários que apresentem características de liquidez imediata são classificadas no Ativo como: a) Valores Realizáveis b) Investimentos c) Não Circulante d) Permanente e) Disponível 7 - AFRF-2002-2 A avaliação de valores mobiliários, não classificados como investimentos, estabelecida no artigo 183 da Lei 6.404/76, utiliza como base os critérios contábeis a) do denominador comum monetário. b) da convenção de consistência. c) do custo histórico e da materialidade. d) do custo ou mercado, dos dois o menor. e) da prudência e do custo de oportunidade. 8 - AFRF-2002-2 No final de 2000, a Cia. Quartzo apura o resultado do exercício e provisiona 1.000.000 de reais como dividendos devidos a seus acionistas. A Cia. Cristal, que possui uma participação societária não relevante nessa empresa, ao registrar os dividendos a que tem direito, credita a conta: a) Reservas de Capital b) Receitas de Dividendos c) Participações Societárias d) Resultados de Exercícios Futuros e) Valores a Receber Por hoje é isso. Em um próximo encontro darei continuidade a esse assunto, sem no entanto antes resolver alguns exercícios que estão me pedindo por email. Obrigado e um grande abraço a todos!!!

10/03/2003 - Avaliação de investimentos - parte II

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AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS I – INTRODUÇÃO 1 – ASPECTOS INICIAIS Uma administração empresarial eficiente envolve, entre outros aspectos, o gerenciamento dos recursos financeiros de modo a otimizá-los. Isto se deve ao fato de os recursos financeiros representarem, geralmente, o fator de produção mais escasso e em conseqüência o mais caro, principalmente em nosso País onde se praticam taxas de juros elevadíssimas. Diante de tal situação o administrador moderno deve buscar a melhor solução de rentabilidade para os recursos de sua empresa, alocando-os no objeto social de sua entidade, aí incluídos os estoques de mercadorias e matérias-primas, vendas a prazo e Ativo Permanente – Imobilizado. Se, porém, a entidade apresentar riqueza própria em excesso ou excesso de disponibilidades, mesmo que temporários, deverá aplicá-los em investimentos que, dependendo da natureza e freqüência dessas sobras, podem ser temporários ou permanentes, pois deixar esses recursos parados é desperdício inadmissível e indicativo de administração deficiente. Por estes aspectos apresentados é que as empresas, mesmo que não seja seu objeto social principal, aplicam os excessos de recursos, temporários ou permanentes, em investimentos que podem assumir natureza diversa, porém sempre objetivando melhor alocação de recursos e buscando rentabilidade que é, em última análise, o objeto de qualquer empreendimento empresarial. 2 – ALGUMAS DEFINIÇÕES BÁSICAS, PORÉM FUNDAMENTAIS Títulos de Crédito – Quando falamos de títulos de crédito vêm a tona aqueles papéis emitidos por entidades financeiras como: Letras de Câmbio, Certificado de Depósito Bancário e outros. Porém, o conceito de títulos de crédito é mais abrangente, envolvendo, também, os títulos emitidos por entidades não financeiras como: Debêntures, Notas Promissórias e as Duplicatas. Todos são emitidos com finalidade de captar recursos no mercado financeiro ou de financiar as atividades da entidade. Todos esses papéis possuem prazo de vencimento e, explicitamente ou implicitamente, rendem juros que podem ser pré fixados ou pós fixados. Valores Mobiliários – Representam os títulos e papéis emitidos por entidades financeiras e outras entidades comerciais. Constituem-se de frações de um patrimônio como as ações e quotas ou de direitos sobre a participação patrimonial de um entidade como bônus de subscrição ou partes beneficiárias. Aplicações financeiras – As aplicações financeiras se caracterizam pela alocação de recursos em títulos e papéis de natureza monetária,

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constituindo-se em direito ou títulos de crédito. Esses direitos ou títulos de crédito se apresentam com prazo de vencimento e taxas de rentabilidade pré ou pós fixados. São exemplos representativos de direitos ou títulos dessa natureza: - Certificados de Depósito Bancários - Caderneta de Poupança - Debêntures conversíveis ou não em ações - Depósitos a prazo fixo Investimentos – Diferentemente das aplicações financeiras, os investimentos se caracterizam mais por alocações de recursos em bens de natureza não monetária. São as aplicações em valores mobiliários que não possuem prazo de vencimento e tampouco taxa de rendimento predeterminados. Também são considerados investimentos as alocações de recursos em papéis de natureza monetária representados por direitos ou títulos de crédito. Os exemplos mais clássicos de alocações dessa natureza são: - Ações adquiridas ou cotadas em bolsa de valores - Ações adquiridas no mercado de balcão - Quotas de capital - Investimentos em ouro - Fundo de ações 3 – CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL DOS INVESTIMENTOS O art. 179, inciso III, da Lei nº 6.404/1976 determina que as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa, devem ser classificadas no grupo do Ativo Permanente no subgrupo Investimento. Neste momento cabe uma ressalva no concernente à classificação das contas devido à certa confusão gerada em torno da correta classificação do investimento em ouro. Com pertinência ao assunto, pronunciou-se a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio do item 4 do Parecer de Orientação nº 18, de 18 de janeiro de 1990 (PO nº 18/90), dizendo que: “4. APLICAÇÕES EM OURO Classificáveis, junto às empresas que não tenham por objeto social a sua comercialização ou industrialização, como Ativo Circulante ou Realizável a Longo Prazo. Tal tipo de aplicação deverá ser avaliada pelo custo de aquisição atualizado monetariamente pelo BTN fiscal de final do período ou pelo valor de mercado, dos dois o menor, devendo, quando for o caso, ser constituída provisão para ajuste ao valor de mercado. Entende-se por: - custo de aquisição: o preço pago na compra do ouro e constante do

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documento representativo da transação em bolsa ou emitido por empresa habilitada ao comércio do metal, acrescido da corretagem, emolumentos e taxas efetivamente devidos pelo comprador; - valor de mercado: a média aritmética ponderada das cotações diárias, ocorridas durante o pregão da bolsa do país em que se verificar o maior volume de negociações, no dia do encerramento do exercício social ou, se nesse dia não houver pregão, no dia do último pregão anterior.”. Portanto, resta claro que os investimentos em ouro devem ser classificados ou no ativo circulante ou no ativo realizável a longo prazo. Já nas empresas que possuem como objeto social a sua comercialização ou industrialização a classificação do ouro será, sempre, no ativo circulante em estoques de mercadorias ou matérias-primas. Por seu turno, a avaliação dos investimentos dessa natureza deve seguir a orientação contida no art. 183, inciso I da lei societária, isto é, os investimentos em Valores Mobiliários não permanentes devem ser avaliados pelo custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor. É de ressaltar ainda que o ajuste ao valor de mercado é efetuado por meio de provisão para ajuste ao valor de mercado. Em face da extinção da Correção Monetária, esses investimentos não estão mais sujeitos a essa prática . Assim, para enfatizar o que se disse acima, os investimentos em ouro devem ser classificados no ativo circulante ou no ativo realizável a longo prazo e serão avaliados pelo custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor, sendo que o ajuste ao valor de mercado é feito por meio de provisão própria. Outros investimentos temporários em Valores Mobiliários devem seguir a sorte do investimento em ouro, tanto no concernente à classificação quanto no de sua avaliação. Vejamos a íntegra do art. 179 da Lei nº 6.404/76, que dispõe sobre a classificação do ativo, aí incluídos os investimentos: Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou

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comercial; V - no ativo diferido: as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder o início das operações sociais. Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. Dessa forma, teremos as seguintes classificações para investimentos: 1 – Aplicações financeiras de liquidez imediata, como os Fundos de Renda Fixa, devem ser classificados no Ativo Circulante Disponível e avaliados pelo custo de aquisição mais rendimentos incorridos; 2 – Aplicações financeiras com liquidez até o final do exercício seguinte, como os Certificados de Depósito Bancários e as Debêntures, devem ser classificados no Ativo Circulante, em Aplicações Temporárias e devem ser avaliados pelo custo de aquisição mais rendimentos auferidos; 3 – Aplicações financeiras com liquidez após o final do exercício seguinte, como os Certificados de Depósito Bancários e as Debêntures, devem ser classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo, em Aplicações Temporárias e devem ser avaliados pelo custo de aquisição mais rendimentos ganhos; 4 – O Estoque em Ouro com liquidez imediata ou não, como por exemplo as operações de compra e venda de ouro, devem ser classificadas no ativo circulante ou ativo realizável a longo prazo e devem ser avaliados pelo custo de aquisição e ajustados por provisão para desvalorização quando o valor de mercado for menor; 5 – Participações Societárias com intenção de realização até o final do exercício social subseqüente, como as ações e quotas de outras sociedades comerciais, devem ser classificados como Ativo Circulante em subgrupo de Investimentos Temporários, cuja avaliação deve ser pelo custo de aquisição ajustado por provisão para valor de mercado quando este for menor; 6 – Participações Societárias com intenção de realização após o final do exercício social subseqüente, como ações e quotas de outras sociedades, devem ser classificadas no Ativo Realizável a Longo Prazo e avaliadas pelo custo de aquisição ou ajustado para o valor de mercado quando este for menor; 7 – Participações societárias em sociedades não controlados e cujo investimento não seja relevante, mas com intenção de permanência, como ações ou quotas de outras empresas, devem ser classificadas no Ativo Permanente Investimentos e avaliados pelo Custo de Aquisição ajustado por provisão para perdas permanentes; 8 – Participações Societárias em empresas controladas ou em coligas e equiparadas a coligadas quando o investimento é relevante e se exerça influência na administração ou cujo investimento representa 20% ou mais

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do capital social da investida, com intenção de permanência, como ações e quotas de sociedades controladas e coligadas ou equiparadas a coligadas, devem ser classificadas no Ativo Permanente Investimento e avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial (MEP); 9 – Outros ativos com intenção de permanência, como obras de arte, terrenos, edifícios não de uso, devem ser classificados no Ativo Permanente Investimento e avaliados pelo custo de aquisição e ajustados por provisão para perdas permanentes. Após essa rápida explanação, você já esta apto a resolver algumas questões de provas que apareceram sobre o assunto nos últimos concursos. Então confira se você entendeu o conteúdo apresentado até aqui. (ESAF/AFTN-96) Segundo o texto da Lei Societária, os direitos e títulos de crédito não classificáveis como Investimentos Permanentes devem ser avaliados pelo: a) Custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor b) Valor de reposição ou valor de mercado, dos dois o menor c) Valor de realização ou pelo custo histórico, dos dois o menor d) Custo de aquisição deduzidas as despesas para realização e) Valor corrigido de realização ou valor reposição corrigido (ESAF/AFTN-98) De acordo com a Lei 6.404/76 os investimentos, classificados como temporários, deverão ser avaliados pelo a) valor presente do fluxo de caixa futuro b) custo histórico de aquisição c) valor de realização futura d) valor de reposição e) custo de aquisição ou mercado, dos dois o menor (ESAF/AFTN-96) As ações adquiridas no mercado de balcão poderão ser classificadas como: a) Ativo permanente desde que não ocorra flutuação de preços durante 2 exercícios subsequentes b) Ativo circulante desde que ocorra flutuação de preços e a intenção seja de tornar-se acionista da entidade c) Realizável a longo prazo desde que não ocorra flutuação de preços durante 2 exercícios subsequentes d) Ativo permanente desde que a aquisição não seja efetuada com a intenção de participar da sociedade e) Ativo circulante desde que a aquisição seja efetuada com a intenção de não participar da sociedade (ESAF/AFRF-2001) Os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo Circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa, segundo o texto da Lei 6.404/76, são classificados como: a) Disponibilidades b) Contas a Receber c) Investimentos d) Imobilizados

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e) Diferido (ESAF/AFRF-2001) O critério da avaliação contábil a ser aplicado aos títulos de crédito, e a quaisquer valores mobiliários não classificados como Investimentos Permanentes é: a) Custo ou mercado dos dois o menor b) Custo histórico como base de valor c) Custo corrente ou o de reposição d) Custo de Realização acrescido dos rendimentos e) Custo original como base de valor (ESAF/AFRF-2001) Aplicações em Investimentos Temporários que apresentem características de liquidez imediata são classificadas no Ativo como: a) Valores Realizáveis b) Investimentos c) Não Circulante d) Permanente e) Disponível AFRF-2002-2 A avaliação de valores mobiliários, não classificados como investimentos, estabelecida no artigo 183 da Lei 6.404/76, utiliza como base os critérios contábeis a) do denominador comum monetário. b) da convenção de consistência. c) do custo histórico e da materialidade. d) do custo ou mercado, dos dois o menor. e) da prudência e do custo de oportunidade. AFRF-2002-2 No final de 2000, a Cia. Quartzo apura o resultado do exercício e provisiona 1.000.000 de reais como dividendos devidos a seus acionistas. A Cia. Cristal, que possui uma participação societária não relevante nessa empresa, ao registrar os dividendos a que tem direito, credita a conta: a) Reservas de Capital b) Receitas de Dividendos c) Participações Societárias d) Resultados de Exercícios Futuros e) Valores a Receber Com estas explanações você já tem uma idéia razoável do assunto. Sigo no próximo ponto. Um forte abraço a todos!!!

13/03/2003 - Investimentos III

II – INVESTIMENTOS PERMANENTES 1 – CONCEITO: Os investimentos permanentes são as aplicações de recursos em participações no capital social de outras sociedades e em direitos em qualquer natureza não classificáveis no ativo realizável (circulante e longo

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prazo) e que não se destinem à manutenção da atividade da empresa. O caráter que os distingue dos investimentos temporários é exatamente a intenção de permanência. Esta intenção é normalmente manifestada no momento da aquisição do investimento, porém ela pode ser manifestada em momento posterior, materializado pelo simples registro no grupo do Ativo Permanente no subgrupo Investimento. O subgrupo Investimentos apresenta, geralmente, a seguinte estrutura: PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS - Participações Permanentes em Outras Sociedades – Método de Custo; - Participações Permanentes em Outras Sociedades – Método da Equivalência Patrimonial; - Ágio na aquisição de Investimento Relevante; - (-) Deságio na aquisição de Investimento Relevante; - (-) Provisão para Perdas em Investimentos Permanentes; - Participação em Fundos de Investimentos, em Incentivos Fiscais, Empreendimentos em Parceria – Sociedades sem Personalidade Jurídica. DEMAIS INVESTIMENTOS PERMANENTES - Obras de Arte; - Imóveis (que não sejam utilizados na consecução do objeto social); - (-) Provisão para Perdas em Investimentos Permanentes; - (-) Depreciação Acumulada 2 – CRITÉRIOS LEGAIS Consoante dispõe o art. 179 da Lei nº 6.404/76, inciso III, tais direitos devem ser classificados: Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: ... III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; Da inteligência do dispositivo legal subtrai-se que são dois os tipos de investimentos que devem ser classificados no subgrupo de Investimentos,

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ou seja, as Participações Permanentes em outras Sociedades e Outros Investimentos Permanentes. As Participações Permanentes em Outras Sociedades são aquelas participações no Capital Social das outras sociedades, representadas por ações e quotas. Para que sejam considerados nesse subgrupo esses investimentos devem ter a característica de permanente e devem estar aplicados na formação de capital de outras sociedades. Portanto, excetuam-se desse conceito os investimentos de natureza temporária e puramente especulativos. As Participações Societárias Permanentes em outras Sociedades podem ser de natureza Voluntária ou serem decorrentes de Incentivos Fiscais. Os Voluntários são realizados pelas empresas considerando-se a coligada ou controlada como se fosse uma extensão das atividades da própria empresa investidora. Os decorrentes de Incentivos Fiscais têm origem por destinação de parcela do Imposto de Renda devido em projetos como: FINOR (Fundo de Investimentos do Nordeste) e FINAM (Fundo de Investimento da Amazônia). 3 – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO O art. 183, inciso III da Lei nº 6.404/76, estabelece a forma de avaliação dos investimentos permanentes no capital de outras sociedades, sendo este o tipo de investimento que interessa ao nosso estudo no momento. Vejamos a letra do texto legal: “Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: ... III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; ... .” Da leitura do texto legal, depreende-se que são duas as formas de avaliação das Participações Permanentes em outras Sociedades. Uma delas, sendo inclusive a regra geral, é a avaliação dos investimentos pelo custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor. A outra forma de avaliação dessas participações é a encontrada nos arts. 248 a 250 da lei societária, que representa a avaliação pelo Método da Equivalência Patrimonial (MEP). O uso de uma ou de outra forma de avaliação das Participações Societárias no Capital de outras Empresas não constitui liberalidade da avaliadora. O MEP só pode ser utilizada nos casos expressamente determinados. Nos demais casos é obrigatório o uso do Método do Custo. O MEP, conforme disposto nos arts. 248 a 250, regulamentados pela Instrução CVM nº 247/96, é usado para avaliação dos investimentos em

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controladas e os investimentos relevantes sob cuja administração se exerça influência ou represente mais de 20% do capital social em coligadas e o Método do Custo é usado para avaliação dos investimentos em outras sociedades, ou seja, sociedades que não são coligadas nem controladas ou que, sendo coligadas, o investimento não seja relevante para a investidora ou não exerce influência ou é menor do que 20% do capital social. Por hoje é isso. Em próximo ponto seguiremos no assunto. Um forte abraço a todos e até lá!!!

26/03/2003 - Questão 17 do AFRF 2002-2

17- Em 31 de dezembro de 2001 o Patrimônio Líquido da S/A Empresa Distribuidora apresentava a composição seguinte, em ordem alfabética: Capital a Integralizar R$ 60.000,00 Capital Social R$ 548.000,00 Lucros Acumulados R$ 17.000,00 Outras Reservas de Lucro R$ 80.000,00 Reservas de Capital R$ 40.000,00 Reserva Legal R$ 25.000,00 No mesmo exercício a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados no exercício de 2001 apresentou os seguintes componentes, exceto a reserva legal: Ajuste credor do saldo inicial R$ 2.700,00 Dividendos Propostos R$ 30.000,00 Lucro Líquido do Exercício R$ 140.000,00 Reservas de Contingências R$ 8.000,00 Reservas Estatutárias R$ 4.000,00 Reservas de Lucros a Realizar R$ 5.000,00 Reversão de Reservas R$ 2.000,00 Saldo Inicial – Prejuízos Acumulados R$ 77.700,00 Considerando, exclusivamente, os dados fornecidos, podemos dizer que a parcela de lucro destinada à constituição da Reserva Legal no exercício foi de a) R$ 7.000,00 b) R$ 4.600,00 c) R$ 3.250,00 d) R$ 3.115,00 e) R$ 3.000,00 A luz do art. 193 da Lei nº 6.404/76, e com base nos dados fornecidos, o valor que deveria ter sido constituído como reserva legal é de R$ 7.000,00. Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social. § 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social. § 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o

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capital. Porém, não é isso que se está pedindo. Pede-se o valor que foi constituído e não o valor que deveria ter sido constituído. Percebeu a diferença? Então vamos buscar esse valor. O valor do lucro destinado para a formação das reservas deve ser demonstrado no Demonstrativo de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Esse demonstrativo deve seguir a estrutura proposta pelo art. 186 da Lei nº 6.404/76: Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará: I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial; II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. § 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes. § 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia.

Saldo inicial (77.700,00) Ajustes de exercícios anteriores

2.700,00 Saldo inicial ajustado (75.000,00) Reversão de Reservas 2.000,00 Lucro Líquido 140.000,00 Saldo antes das destinações 67.000,00 Dividendos Propostos (30.000,00) Reserva de Contingências (8.000,00) Reserva Estatutária (4.000,00) Reserva de Lucros a Realizar (5.000,00) Reserva Legal ( ? ) Saldo Final 17.000,00*

* Veja que o valor do saldo final foi informado como componente do Patrimônio Líquido no final do período. O valor correspondente a Reserva Legal ( ? ) será obtido por diferença. Os valores do lucro que foram destinados somam R$ 47.000,00. Portanto resta antes de destinar a Reserva Legal o valor de R$ 20.000,00 (R$ 67.000,00 – R$ 47.000,00). Para obtermos o saldo de R$ 17.000,00, será necessário destinar R$

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3.000,00 a título de Reserva Legal. Por hoje é só, um abraço a todos e até a próxima!!!

27/03/2003 - AFRF 2002-2 - questões 03 e 07

Atendendo a diversas solicitações de visitantes deste site e pelo fato de ser este o ponto 100 (cem), apresento a resolução das questões 03 e 07 do AFRF 2002-2. Confiram!!! 03- A propósito da composição do patrimônio líquido, abaixo são apresentadas cinco assertivas, sendo quatro incorretas. Assinale a opção que contém a afirmativa certa. a) A conta Capital Social deverá ser apresentada no balanço discriminando o montante do capital autorizado, deduzindo a parcela do capital ainda não realizado (Capital a Integralizar), de forma a demonstrar o valor líquido do capital social. b) Todas as contas originadas da distribuição do resultado final do exercício, constituídas pela apropriação de lucros, deverão ser classificadas como reservas de lucros. c) Serão classificados como reservas de reavaliação os aumentos de valor atribuídos pela empresa a elementos do ativo em virtude de novas avaliações, desde que sejam aprovados pela Assembléia Geral aqueles que não forem embasados em laudo pericial. d) Deverão ser classificadas como reserva de capital, agrupadas ou separadamente, entre outras, as doações e subvenções recebidas, quando destinadas a investimentos, e os prêmios pagos na emissão de debêntures. e) A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados registrará os resultados positivos que ficaram retidos para pagamento futuro de dividendos, ou os resultados negativos que não puderam ser compensados no exercício. Para responder a essa questão buscarei ajuda da Lei nº 6.404/76. Estabelece este dispositivo legal, no art. 182, que: Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; c) o prêmio recebido na emissão de debêntures; d) as doações e as subvenções para investimento. § 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. § 3° Serão classificadas como reservas de reavaliação as contrapartidas de aumentos de valor atribuídos a elementos do ativo em virtude de novas avaliações com base em laudo nos termos do artigo 8º, aprovado pela assembléia-geral. § 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia.

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§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. Do caput da norma acima se depreende que a assertiva “a” está errada, pois deve discriminar o montante subscrito e não o autorizado. Pela leitura do § 4º, chega-se à conclusão que a assertiva “b” está correta, pois a apropriação do resultado deve ficar no PL em contas de reserva. O que não for apropriado, como dividendos, evidentemente, não constará em reservas de lucros. O § 3º dá embasamento à assertiva “c”. A reavaliação deve, sempre, ser embasada por laudo de avaliação elaborado nos termos do art. 8º. A assertiva “d” encontra sua base legal no § 1º. Percebe-se que não existe a hipótese de prêmios pagos na emissão de debêntures. O que consta no dispositivo são os prêmios recebidos na emissão de debêntures. O inciso II, do art. 202 da mesma lei determina que os dividendos que não forem distribuídos devem ser classificados em Reserva de Lucros a Realizar. Desta forma, a assertiva “e” está errada, pois afirma que esse valor ira para Lucros ou Prejuízos Acumulados. 07- Abaixo são apresentadas cinco assertivas. Quatro delas são verdadeiras. Assinale a opção que contém a afirmativa incorreta. a) Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto de Renda. b) O prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucro e pelas reservas de capital, nessa ordem. c) Lucro líquido do exercício é o resultado do exercício que remanescer depois de deduzidas as participações estatuárias. d) A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos. e) A proposta para formação da reserva de contingências deverá indicar a causa da perda prevista e justificar a constituição da reserva. Sobre o assunto cobrado na questão, apresento a seguir todos os dispositivos pertinentes da Lei nº 6.404/76: Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda. Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. ... Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado do exercício que

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remanescer depois de deduzidas as participações de que trata o artigo 190. ... Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para: I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único); II - resgate, reembolso ou compra de ações; III - resgate de partes beneficiárias; IV - incorporação ao capital social; V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada (artigo 17, § 5º). Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos. ... Art. 195. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. § 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar, com as razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva. § 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda. Na assertiva “a” é afirmado o que diz o caput do art. 189, portanto ela está correta. Convém frisar que a lei usa a expressão “resultado do exercício”. Devemos entendê-la como sendo o resultado antes das participações e do imposto de renda. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. Portanto a assertiva “b” está incorreta porque não são as reservas de capital e sim a Reserva Legal que será absorvida pelo prejuízo do exercício. O art. 191 foi praticamente transcrito na alternativa “c”, que está correta. As reservas de capital somente podem ser utilizadas conforme estabelecido no art. 200. Dentre as hipóteses ali elencadas se encontra o resgate de partes beneficiárias, logo a alternativa "d" está correta. O art. 195 responde a assertiva de letra “e” que está correta. Por hoje fico por aqui, noutro dia volto com mais AFRF 2002-2. Um abraço a todos e até lá!!!

28/03/2003 - Inestimentos - parte IV

6 – MÉTODO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO Utiliza-se este método de avaliação de participação societária na forma de ações ou quotas em sociedades que não sejam coligadas ou controladas, bem como os investimentos em sociedades coligadas, desde que não sejam relevantes individualmente ou no seu conjunto e sobre cuja administração

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não se exerça influência. A lei das Sociedades Anônimas conceitua investimentos relevantes, sociedades coligadas e controladas, cujo estudo faremos no tópico em que trataremos da avaliação de investimentos pelo Método da Equivalência Patrimonial. Porém, pode-se dizer, por hora, que são avaliados pelo método do custo de aquisição quase todos os investimentos em que a participação for inferior a 20% do capital social realizado na sociedade investida. Na adoção deste método, a entidade investidora registra e avalia os investimentos pelo custo de aquisição deduzidos de provisão para perdas, conforme dispõe o art. 183, III, da Lei, ressalvando que essa provisão é necessária para se obter o valor de mercado, visto que o critério é custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor. Os lucros ou dividendos que cabem à investidora, por este método, devem ser registrados como receita operacional no momento em que a empresa investida os distribuir ou provisionar, não se fazendo, na empresa investidora, qualquer alteração no valor do investimento efetuado com base no custo de aquisição. ATENÇÃO!!! Desta forma, por este método de avaliação de investimentos, o aumento do Patrimônio Líquido na investida, pela geração de lucros ou reservas, mesmo a reserva por reavaliação de ativos, não deve se traduzir em alteração na participação societária da investidora. Porém, a redução do PL da investida há de ser registrado pela sociedade investidora sob a forma de provisão para perdas, quando esta redução ou perda estiver comprovada como permanente. 6.1 - CUSTO DE AQUISIÇÃO Por tudo o quanto já vimos, podemos estabelecer que custo de aquisição representa o valor líquido e efetivo despendido na operação de participação societária. Assim, o custo de aquisição engloba os valores relativos a: Valor aplicado na formação de capital para constituição de nova sociedade; Valor despendido na aquisição ou subscrição de novas ações ou quotas por aumento de capital, inclusive ágio; Montante pago pela compra de ações de terceiros, inclusive ágio ou deságio; Valor pago a título de corretagem. Para consolidar o estudo, buscamos o auxílio de exemplos práticos a fim de

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registrarmos a operação de aquisição: EXEMPLO 1: A Companhia Tambaqui, com boa situação financeira, resolveu aplicar parcela de seus recursos, de forma permanente, na empresa Tucunaré Ltda., cujo capital social é de R$ 20.000,00, representado por 20.000 quotas. A aquisição, à vista, da Cia Tambaqui se limitou a 1.500 quotas ao custo unitário de R$ 1,10, isto é, com ágio de R$ 0,10 por quota e mais uma taxa de corretagem de R$ 50,00. Esse fato deverá ser lançado pela Cia Tambaqui da seguinte forma: Investimento na empresa Tucunaré Ltda. a Caixa/Bancos R$ 1.700,00 Veja que o valor despendido a título de ágio foi integrado ao valor do investimento, bem como o foi o valor da corretagem. EXEMPLO 2: A Cia Salmão adquiriu da Cia Truta 500 ações, pagando, à vista, o montante de R$ 5.000,00. O capital da Cia Truta é composto por 6.000 ações, com valor individual de R$ 10,00. Desta forma, o lançamento contábil da operação, na Cia Salmão, será: Investimento na Cia Truta a Caixa/Bancos R$ 5.000,00 EXEMPLO 3: A Cia Pica Pau adquiriu da Cia Colibri a quantia de 9.000 ações pelo preço de R$ 8.000,00. O capital da Cia Colibri é de R$ 100.000,00, representado por 100.000 ações. Houve, portanto, um deságio na operação de R$ 1.000,00 . O lançamento contábil na Cia Pica Pau será: Investimentos na Cia Colibri a Caixa/Bancos R$ 8.000,00 Perceba que o valor do deságio não foi considerado, sendo registrado o valor líquido do investimento. Portanto, para investimentos que serão avaliados pelo método do custo, todos os gastos realizados para sua aquisição integrarão o valor do investimento, não se fazendo o destaque do ágio ou do deságio quando existirem. 6.2 - PROVISÃO PARA PERDAS

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Conforme disposição da lei societária, os investimentos avaliados pelo Método do Custo de Aquisição, devem ser registrados pelo custo, deduzidos de provisão para perdas e corrigidos monetariamente. Corroboram com esse dispositivo os Princípios Contábeis da Prudência, Registro pelo Valor Original, Oportunidade, Atualização Monetária e Competência. Por pertinente, cabe ressaltar que “esta provisão é indedutível” para fins de Imposto de Renda a partir de 01 de janeiro de 1996, por força do disposto na lei nº 9.249/1995. Entretanto, como o objetivo da contabilidade é mais amplo, não se restringindo aos preceitos da legislação fiscal, essa provisão há de ser constituída quando houver perdas prováveis na realização do valor do investimento, desde que essas perdas sejam comprovadas como permanentes consoante previsão na lei societária. Dessa forma, quando houver redução no Patrimônio Líquido da sociedade investida, decorrente de resultados negativos, o valor patrimonial das ações sofrerá redução e esta deverá ser registrada na sociedade investidora. Supondo que a Cia Investemal seja detentora de ações da Cia Falidos, adquiridos e registrados em seu patrimônio pelo custo de R$ 10.000,00 e que as ações da Cia Falidos estão desvalorizadas e trazem um reflexo para a investidora no valor de R$ 800,00, o lançamento contábil pertinente será o seguinte: Perdas na participação societária a Provisão para Perdas em Participação Societária R$ 800,00 Por se caracterizar em perda de capital, o valor da perda na participação societária é uma despesa não operacional e a provisão é conta retificadora de Ativo Permanente – Investimento. Portanto, no Balanço Patrimonial o fato ficará registrado no Ativo Permanente – Investimento, do seguinte modo: Ativo Permanente Investimentos Ações na Cia Falidos 10.000,00 (-) Provisão para perdas (800,00) 6.3 - DIVIDENDOS RECEBIDOS OU DECLARADOS No Balanço Patrimonial de qualquer empresa deve estar designada a destinação do lucro do exercício, quer no Patrimônio Líquido, sob a forma de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Reservas, quer no Passivo, sob a forma de Dividendos a Pagar ou Dividendos Propostos. Desta forma, a sociedade investidora deve providenciar na obtenção dessa informação junto a sociedade investida, a fim de efetuar o devido lançamento se se tratar de distribuição de dividendo ou lucro ou proposição de distribuição. Em se tratando de distribuição de lucro pela investida, mediante registro no

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passivo (dividendos a pagar), a investidora deverá reconhecer esse direito com o correspondente registro no ativo circulante ou realizável a longo prazo em conta própria de "Dividendos a Receber" com contrapartida em conta de receita operacional, "Receita de Dividendos". Os registros contábeis serão os seguintes: 1 - Pelo reconhecimento do direito ao dividendo: Dividendos a Receber a Receita de Dividendos R$ 2.000,00 2 – Pelo efetivo recebimento do dividendo: Caixa/Bancos a Dividendos a Receber R$ 2.000,00 Perceba que a sociedade investida deve comunicar à sociedade investidora desse seu direito ao dividendo. Caso a sociedade investidora não seja informada desse direito, reconhecerá o dividendo somente pelo efetivo recebimento, dispensando-se, assim, o primeiro lançamento por desconhecimento do fato e o dividendo será contabilizado pelo seu recebimento conforme o regime de caixa da seguinte forma. Caixa/Bancos a Receita de Dividendos R$ 2.000,00 Nota-se, assim, que os dividendos são sempre considerados receita operacional na empresa investidora, ao passo que as perdas são consideradas despesa não operacional. Atenção! Outro aspecto a analisar é o caso em que a investidora recebe dividendo quando a aquisição do investimento conta com menos de 6 (seis) meses. Entende-se, pela análise da legislação (art. 380 do RIR/99, transcrito a seguir), que nessa hipótese a investidora adquiriu, além da participação, o direito ao dividendo, ou seja, o dividendo já era devido ao tempo da transação ou aquisição do investimento. Assim, por ocasião do recebimento do dividendo, nessas condições, ele não será considerado receita operacional, mas uma redução do próprio investimento. Art. 380. Os lucros ou dividendos recebidos pela pessoa jurídica, em decorrência de participação societária avaliada pelo custo de aquisição, adquirida até seis meses antes da data da respectiva percepção, serão registrados pelo contribuinte como diminuição do valor do custo e não influenciarão as contas de resultado (Decreto-lei nº 2.072, de 1983, art. 2º).

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O lançamento desse fato será contabilizado da seguinte forma: Caixa/Bancos a Investimentos Permanentes a Investimentos na Cia ZETA R$ 1.000,00 Gabarito de Investimentos parte I 1=A; 2=E; 3=E; 4=C; 5=A; 6=E; 7=D; 8=B Por hoje é somente isso, mas tem mais no próximo ponto. Um grande abraço a todos e bons estudos. Sem guerra!!!

07/04/2003 - Investimentos - parte V

6.4 – ASPECTOS FISCAIS Os dividendos recebidos pela investidora são receitas operacionais e não são tributadas pelo imposto de renda, portanto podem ser excluídos do lucro contábil para a apuração do lucro real (lucro fiscal = base de cálculo do imposto de renda). Não são dedutíveis para fins de apuração do lucro real as provisões para perdas prováveis. Por isso devem ser adicionados ao lucro contábil para fins de apuração do lucro real. Os ganhos apurados na alienação da participação societária são tributáveis pelo imposto de renda ao passo que as perdas são passíveis de dedução da base de cálculo do imposto de renda. 6.5 – ASPECTOS LEGAIS E CONTÁBEIS Observando o critério de ordem decrescente do grau de liquidez estabelecido no art. 178, § 1º, a lei societária insere os Investimentos Permanentes no primeiro subgrupo do Ativo Permanente, ao passo que o art. 179, da mesma lei determina quais contas devem integrar este subgrupo investimentos. Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. §1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:... c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido. ... Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:... III – em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;

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No art. 188 da lei societária, que trata da elaboração da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), nos é apresentada a seguinte norma: Art. 188. A demonstração das origens e aplicações de recursos indicará as modificações na posição financeira da companhia, discriminando: I – as origens dos recursos, agrupadas em:... c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado; II – as aplicações de recursos, agrupadas em: a) dividendos distribuídos; ... c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido; No que pertine a avaliação desses investimentos, encontramos amparo legal no inciso III do art. 183. Este dispositivo estabelece que os investimentos devem ser avaliados pelo custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor. Vejamos: Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: ... III – os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos arts. 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas beneficiárias; Portanto, em relação às participações societárias permanentes, a lei estabelece dois critérios de avaliação: Pelo custo de aquisição – Método de Custo Pelo valor do patrimônio líquido – Método da Equivalência Patrimonial O Método do Custo é o que estamos finalizando. O Método da Equivalência Patrimonial será visto no ponto seguinte. Conforme disposto nos arts. 592 a 594 do Decreto nº 3.000/1990 - Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99), as empresas tributadas com base no lucro real poderão optar por aplicações em incentivos fiscais, com parte do Imposto de Renda devido: “Opção na Declaração Art. 592. A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá optar pela aplicação de parcelas do imposto de renda devido, nos termos do disposto neste Capítulo, em incentivos fiscais especificados nos arts. 609, 611 e 613 (Decreto-lei nº 1.376, de 12 de dezembro de 1974, art. 1º).

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Art. 593. O valor do imposto recolhido na forma dos arts. 454 e 455, mantidas as demais disposições sobre a matéria, integrará o cálculo dos incentivos fiscais destinados ao FINOR, FINAM e FUNRES (Lei nº 8.541, de 1992, art. 11). Art. 594. Os incentivos a que se refere este Capítulo não se aplicam aos impostos devidos por lançamento de ofício ou suplementar, observado ainda o disposto no § 11 do art. 394 (Lei nº 4.239, de 1963, art. 18, § 5º, alínea "a", e Decreto-lei nº 756, de 1969, art. 1º, § 6º).”

09/04/2003 - Questão 10 do AFC-2000

Apresento a resolução da questão 10 do concurso para AFC/2000. Trata-se literalmente de uma pisada na bola pela Esaf, pois misturou o resultado do exercício em questão com o prejuízo de exercícios anteriores na apuração do resultado. 10- A Assembléia Geral Ordinária da firma Confecções Madagascar S.A aprovou proposta de distribuição de lucros apresentada pela Diretoria, nos seguintes termos: 5% para formação de reserva legal; 10% para pagamento de participação à diretoria; 20% para formação de reserva estatutária; 25% para pagamento de dividendo mínimo obrigatório; 30% para pagamento do imposto de renda e o restante para crédito em lucros acumulados. Observações: A conta lucros ou prejuízos acumulados já tinha saldo devedor de R$ 5.000,00. O crédito do período antes de qualquer destinação foi um lucro líquido de R$ 45.000,00. Com fulcro nessas informações, pode-se afirmar que, no encerramento do exercício de que se trata, foi contabilizado o valor de a)R$ 1.260,00 em Reserva Legal b)R$ 3.200,00 em Participações da Diretoria a Pagar c)R$ 5.600,00 em Reservas Estatutárias d)R$ 7.235,00 em Dividendos a Pagar e)R$ 11.600,00 em Provisão para Imposto de Renda A reserva legal, nos termos do art. 193 da Lei nº 6.404/76, deve ser calculada a base de 5% sobre o lucro líquido do exercício. Desta forma, devemos calcular o Lucro Líquido do Exercício. Por mais que esteja definido que o Lucro Líquido é de R$ 45.000,00 antes de qualquer destinação, devemos entender que esse valor não representa o Lucro Líquido do Exercício, visto que deve ser excluída a provisão para o IR e da participação dos administradores. Demonstração do Resultado do Exercício - DRE

Demonstração do Resultado do Exercício - DRE ... ... Lucro antes do Imposto de Renda 45.000,00

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(-) Provisão para Imposto de Renda * (12.000,00) Lucro após IR 33.000,00 (-) Participação de Administradores ** (2.800,00) = Lucro Líquido do Exercício (LLE) 30.200,00

· No cálculo da provisão para o Imposto de Renda, por mais que não tenha sido informado, foram deduzidos os prejuízos de exercícios anteriores, o que não é correto pela legislação aplicável. Portanto a base de cálculo foi de R$ 40.000,00. · Na determinação da participação dos administradores foi deduzido da base de cálculo o valor do prejuízo acumulado. Portanto a base de cálculo foi de R$ 28.000,00. · Observe que após o cálculo da participação dos administradores teríamos uma base de cálculo para calcular a participação das partes beneficiárias no valor de R$ 25.200,00. A reserva legal calculada sobre o LLE será de R$ 1.510,00. Não há resposta que contemple esse valor. A resposta apresentada foi de R$ 1.260,00. Vejam que pisada na bola da Esaf. Ela calculou a reserva legal sobre o valor que sobrou da base de cálculo da participação dos administradores, isto é, ela aplicou os 5% sobre o valor de R$ 25.200,00. Isto é incrível!!! Acabou por misturar o resultado do exercício com os prejuízos acumulados de exercícios anteriores, além de considerar compensado todo prejuízo de exercícios anteriores para fins de Imposto de Renda!!! Assim, a vida de concursando fica mais difícil!!! Um abraço a todos e até a próxima!!!

14/04/2003 - Questão 20 do AFRF-2002-2

20- A Cia. Comercial de Marcas apresentou os seguintes demonstrativos contábeis:

Balanço Patrimonial 2000 2001 A t i v o Caixa

Duplicatas a Receber

Provisão Devedores Duvidosos

R$ 2.000,00

R$ 28.800,00

R$ 800,00

R$ 10.600,00

R$ 18.600,00

R$

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Terrenos

Veículos

Depreciação Acumulada

R$ 6.000,00

R$ 4.200,00

R$ 200,00

600,00

R$ 9.600,00

R$ 7.000,00

R$ 400,00

P a s s i v o

Circulante

Contas a Pagar

Provisão para Imposto de Renda

R$ 8.000,00

R$ 1.000,00

R$ 14.000,00

R$ 1.200,00

Longo Prazo Empréstimos R$ 10.000,00 R$

4.000,00 Patrimônio Líquido Capital Social

Lucros Acumulados

R$ 14.000,00

R$ 7.000,00

R$ 14.000,00

R$ 3.400,00

Demonstração do Resultado do Exercício de 2001 Receitas de Serviços

Despesas Administrativas

Despesas Financeiras

Devedores Duvidosos

Depreciação

Provisão para Imposto de Renda

R$ 70.000,00

R$ 54.000,00

R$ 6.000,00

R$ 600,00

R$ 200,00

R$ 1.200,00

Ao elaborar a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR, a empresa em questão deverá apresentar a) Origens de recursos no valor de R$ 8.000,00. b) Redução de Capital Circulante Líquido no valor de R$ 7.600,00. c) Aumento de Capital Circulante Líquido no valor de R$ 15.800,00.

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d) Aplicação de Recursos no valor de R$ 20.200,00. e) Capital Circulante Líquido no valor de R$ 23.800,00. Segundo o texto da Lei nº 6.404/1976, art. 188, a demonstração das origens e aplicações de recursos é um demonstrativo financeiro e deverá discriminar: Art. 188. A demonstração das origens e aplicações de recursos indicará as modificações na posição financeira da companhia, discriminando: I - as origens dos recursos, agrupadas em: a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros; b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital; c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado. II - as aplicações de recursos, agrupadas em: a) dividendos distribuídos; b) aquisição de direitos do ativo imobilizado; c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido; d) redução do passivo exigível a longo prazo. III - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações, representando aumento ou redução do capital circulante líquido; IV - os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício. Desta forma, segundo este dispositivo e no contexto da questão apresentada, são origens de recursos: 1 – Lucro Líquido do Exercício R$ 8.000,00 2 – Depreciação R$ 200,00 TOTAL DAS ORIGENS R$ 8.200,00 As aplicações de recursos são: 1 – Aumento de terrenos R$ 3.600,00 2 – Aumento de veículos R$ 2.800,00 3 – Diminuição empréstimos LP R$ 6.000,00 4 – Diminuição de Lucros Acumulados R$ 3.600,00 TOTAL DAS APLICAÇÕES R$ 16.000,00 Desta forma, a variação do CCL foi de R$ (7.800,00). No entanto não há resposta com esses valores. Existe, entretanto, uma forma de se calcular a variação do capital circulante líquido considerando-se apenas as contas do ativo circulante e do passivo circulante. Assim, vamos a ela:

Ac Pc CCL 2001 28.600 15.200 13.400 2000 30.000 9.000 21.000

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Variação (1.400) 6.200 (7.600)

Percebe-se que encontramos uma resposta, ou seja a variação do capital circulante líquido foi negativa em R$ 7.600,00. Porém, segundo o texto da lei, as Origens – Aplicações de recursos deve expressar a variação do CCL, o neste caso não se confirmou. O fato se deve a um equívoco da Esaf no balanço de 2001, pois se somarmos o lucro do exercício ao PL , o balanço não fechará. Ressalte-se que a questão não foi anulada, mas deveria ter sido, pois poderia levar o concursando a se ater demais na sua resolução. Por hoje é só. Até a próxima com aquele abraço forte a todos e desejo bons estudos nesse feriadão que está se aproximando!!!

23/04/2003 - TRF 2002-2

08- Em primeiro de outubro de 2001, a Ameriflores Ltda. adquiriu um veículo usado por R$ 23.000,00, pagando 60% a vista. O carro fora comprado novo pelo ora vendedor pela quantia de R$ 27.000,00, há um ano e meio, e contabilizado com valor residual de R$ 12.000,00. A depreciação considera a previsão normal do fisco para a vida útil de veículos (cinco anos). Em 31 de dezembro do mesmo ano, em relação ao referido veículo, pode-se afirmar que a) a conta Depreciação Acumulada desse veículo terá saldo de R$ 5.650,00. b) o valor contábil do veículo, no comprador, é de R$ 22.450,00. c) a operação de compra deu ao vendedor um lucro de R$ 4.100,00. d) a operação de compra deu ao vendedor uma perda de R$ 500,00. e) o valor contábil do veículo, no comprador, é de R$ 21.850,00. Nos é informado que o custo de aquisição do veículo foi pelo valor de R$ 23.000,00. O custo de aquisição original e a depreciação passada, no presente exemplo, não devem ser considerados pelo fato de que foi fornecido o novo prazo de depreciação que é de 5 anos, cujo valor a depreciar é o custo de aquisição na empresa adquirente. O período de depreciação a ser considerado é de 03 meses de um total de 60 meses. Então, a depreciação acumulada será de: R$ 23.000,00 / 60 meses x 3 meses = R$ 1.150,00. Dessa forma, o valor contábil líquido será o custo de aquisição menos depreciação acumulada do período, isto é, será de R$ 21.850,00 (R$ 23.000,00 – R$ 1.150,00). Portanto a resposta correta é a letra “e”. 09- A firma Pétrea Ltda. promoveu o movimento de entradas e saídas de mercadorias, isentas de tributação, na forma como segue:

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· existência anterior de 1.000 unidades ao custo unitário de R$ 20,00; · compra a vista de 1.500 unidades ao preço unitário de R$ 30,00; · venda a vista de 2.000 unidades ao preço unitário de R$ 25,00; · compra a prazo de 500 unidades ao preço unitário de R$ 35,00. Nessa ordem, no fim do período considerado, a empresa terá um estoque de mercadorias no valor de a) R$ 27.500,00 se trabalhar com o critério Preço Médio. b) R$ 27.500,00 se trabalhar com o critério UEPS. c) R$ 30.500,00 se trabalhar com o critério PEPS. d) R$ 20.000,00 se trabalhar com o critério PEPS. e) R$ 20.000,00 se trabalhar com o critério UEPS. Considerando que os fatos ocorreram na ordem como foram apresentados, para qualquer critério de avaliação restam em estoque todas as mercadorias adquiridas no último lote mais 500 unidades das existências anteriores ou da primeira compra, dependendo do critério de avaliação adotado. Assim, se considerarmos o critério do Preço Médio, o custo unitário após a primeira compra é de R$ 26,00. Considerando que foram vendidas 2.000 unidades, restam em estoque 500 unidades a esse custo de R$ 26,00. Desta forma, por este critério de avaliação, temos um estoque final de R$ 30.500,00 (500 x R$ 26,00 + 500 x R$ 35,00). Se o critério adotado fosse o UEPS, o valor em estoque após a venda seriam 500 unidades ao custo de R$ 20,00, totalizando R$ 10.000,00. Somando a esse valor a última aquisição, teremos um estoque final de R$ 27.500,00. Se o critério utilizado for o PEPS, então o valor do estoque após a venda será de R$ 15.000 (500 x R$ 30,00). O valor do estoque final será, então, de R$ 32.500,00 (R$ 15.000,00 + R$ 17.500,00). A resposta correta deve ser portanto a letra “b”. É importante frisar que a banca examinadora divulgou no gabarito preliminar a letra “c” como sendo a resposta correta e não houve alteração do gabarito por ocasião da divulgação do resultado final. Por hoje é só. Até a próxima com um imenso abraço a todos!!!

25/04/2003 - Contabilidade avançada - 5 questões do AFTN-98

Responda às questões 1 a 5, utilizando os dados do enunciado a seguir: Em 10 de janeiro de 19x8, a Cia. Alfa pagou R$ 700.000 por 100.000 ações que representavam 30% das ações da Cia. Beta. O ágio pago pela Cia. Alfa será amortizado em 10 anos. Em 31 de dezembro de 19x8, a Cia. Beta apresentou um lucro do exercício 19x8 de R$ 300.000. Em 10 de julho de 19x8, a empresa Beta pagou, em caixa, dividendos de R$ 100.000. A Cia. Alfa exerce significativa influência sobre a Cia. Beta e avalia seus investimentos pelo método da equivalência patrimonial. O valor apurado como Lucros e Prejuízos de Participações em outras Sociedades reportado pela Cia. Alfa foi de R$ 80.000 em 31.12.19x8.

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1) (AFTN-98-Esaf) O valor do ágio pago por Alfa, por ocasião da aquisição das ações da Cia. Beta, foi de a) R$ 100.000,00 b) R$ 30.000,00 c) R$ 90.000,00 d) R$ 80.000,00 e) R$ 60.000,00 2) (AFTN-98-Esaf) Ao final do exercício de 19x8, o valor apurado na aplicação da Equivalência Patrimonial foi de a) R$ 30.000,00 b) R$ 60.000,00 c) R$ 100.000,00 d) R$ 80.000,00 e) R$ 90.000,00 3) (AFTN-98-Esaf) O valor registrado na Conta Participações Permanentes em Outras Sociedades pela Cia. Alfa foi de a) R$ 700.000,00 b) R$ 300.000,00 c) R$ 600.000,00 d) R$ 900.000,00 e) R$ 800.000,00 4) (AFTN-98-Esaf) O valor nominal unitário das ações adquiridas da Cia. Beta foi de a) R$ 8,00 b) R$ 9,00

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c) R$ 2,00 d) R$ 6,00 e) R$ 3,00 5) (AFTN-98-Esaf) O valor do ágio amortizado, ao final do exercício de 19x8, pela Cia. Alfa foi de a) R$ 10.000,00 b) R$ 90.000,00 c) R$ 70.000,00 d) R$ 30.000,00 e) R$ 60.000,00 As questões devem ser respondidas com base nas seguintes premissas, extraídas do enunciado e da legislação de regência (Instrução CVM nº 247/96): 1 – O valor pago , de R$ 700.000,00, compreende a parcela relativa ao investimento propriamente Ito e ao ágio pago na aquisição deste investimento; 2 – O ágio e o deságio, quando for o caso de sua existência, devem ser registrados segregadamente em relação ao investimento. O ágio em conta de saldo devedor no ativo, logo abaixo do investimento pertinente; o deságio em conta credora (retificadora) do ativo, também logo abaixo do investimento a que se refere; 3 – Tanto o ágio quanto o deságio devem estar fundamentados economicamente. Há duas hipóteses com fundamento econômico previstos na legislação: 1) em virtude do valor de mercado dos bens na sociedade investida e, 2) por rentabilidade futura; 4 – O ágio ou deságio constituído por rentabilidade futura deve ser amortizado em prazo máximo de dez anos, fato que coincide como disposto no enunciado. Desta forma, o ágio do exercício em questão deverá ser amortizado a uma taxa anual de 10%; 5 – O investimento foi adquirido em 1º de janeiro de 19X8, isto é, após ter sido efetuado o balanço de 19X7, o qual abarca o resultado daquele exercício social assim como a sua destinação;

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6 – O dividendo distribuído pela sociedade investida se refere ao resultado do exercício findo em 19X7, portanto pertence aos acionistas daquela época, isto é, a sociedade investidora não faz jus a esse dividendo; 7 – O percentual da participação no capital social da sociedade investidora na sociedade investida é de 30%; 8 – Se a sociedade investidora é dona de 30% do capital da sociedade investida, ela é dona, também, de 30% do patrimônio líquido da sociedade investida; 9 – Quando a sociedade investida apurou o resultado de R$ 300.000,00, a sociedade investidora, pelo fato de ser detentora de 30% do capital daquela, deve reconhecer o seu direito na participação deste resultado, em decorrência da aplicação da equivalência patrimonial, pelo valor de R$ 90.000,00; 10 – A contrapartida da amortização do ágio é uma despesa; 11 – O valor apurado como lucros ou prejuízos de participação em outras sociedades reportado pela Cia Alfa foi de R$ 80.000,00 em 31/12/19X9. 12 – Veja que o lucro de Alfa foi menor em R$ 10.000,00 , em relação ao resultado da equivalência patrimonial. Este fato se deve a amortização do ágio no valor de R$ 10.000,00. 13 – Se o ágio é amortizado à razão de 10% ao ano, então R$ 10.000,00 representa 10%, logo o total do ágio pago na aquisição do investimento foi de R$ 100.000,00 e o valor do investimento foi de R$ 600.000,00; Desta forma, as cinco questões estão resolvidas, senão vejamos: 1) O valor do ágio pago foi de R$ 100.000,00 2) O valor apurado na aplicação da equivalência patrimonial foi de R$ 90.000,00 3) O valor registrado como participação societária, pela aquisição do investimento foi de R$ 600.000,00 4) O valor de cada ação foi de R$ 6,00 (R$ 600.000,00 / 100.000 ações) 5) O valor do ágio amortizado foi de R$ 10.000,00. Por hoje é só. Até a próxima, com um enorme abraço a todos e bons estudos!!!

05/05/2003 - AFRF-2002-2 Questão 18

18- A empresa Companhia Especial de Comércio, em 31.12.01, apresenta o seguinte patrimônio líquido:

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Capital Social R$ 200.000,00 Reservas de Capital R$ 30.000,00 Reserva Legal R$ 40.000,00 Reservas Estatutárias R$ 90.000,00 Reserva de Lucros a Realizar R$ 55.000,00 Lucros Acumulados R$ 25.000,00 A empresa verificou que não houve a contabilização da reserva para uma contingência prevista no valor de R$ 20.000,00, o que se faria com parcela dos lucros do exercício, ora acumulados. Examinando-se o fato e as circunstâncias, à luz dos preceitos legais, pode-se dizer que a empresa a) pode contabilizar a reserva de contingências no valor total de R$ 20.000,00, mesmo ultrapassando o capital social, pois a reserva de contingências está fora do referido limite. b) não pode contabilizar a reserva de contingências, pois o saldo das reservas de lucros já ultrapassa 30% do capital social. c) não pode contabilizar a reserva de contingências. Ao contrário, deve deliberar a distribuição de dividendos ou o aumento do capital, com o excesso de reservas já verificado. d) pode contabilizar, no máximo, R$ 15.000,00 para a reserva de contingências, para que o saldo das reservas de lucros não ultrapasse o capital social. e) não pode contabilizar a reserva de contingências, pois o saldo das reservas já ultrapassa o capital social. Consoante o disposto no art. 199 da Lei nº 6.404/76, as reservas de lucros não podem exceder o valor do capital social. Porém, o mesmo dispositivo excetua a reserva para contingência e a reserva e a reserva de lucros a realizar. Sabemos, também, que o limite da reserva de legal é de 20% do capital social. Assim, esta reserva possui limite próprio. Desta forma, as reservas de lucros, a rigor, que devem guardar o limite estatuído no dispositivo legal são a reserva estatutária e a reserva de retenção de lucros. A Reserva para contingências está afeta a nenhum limite. Há porém a necessidade de sua contituição ser justificada por alguma contingência. Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para

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contingências e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social; atingido esse limite, a assembléia deliberará sobre a aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social, ou na distribuição de dividendos. Resta, portanto, como resposta correta a letra “A”. Por hoje é só, até a próxima com mais algum assunto interessante. Um forte e caloroso abraço a todos!!!

12/05/2003 - Questões 1 e 2 do concurso SEFA - Para

01- Assinale a opção correta. As despesas de fretes a) e seguros pagas na aquisição de mercadorias para revenda devem ser classificadas como custo de aquisição de mercadorias. b) e seguros pagas na aquisição de mercadorias para revenda devem ser classificadas como despesas comerciais. c) não pagas, devem ser classificadas no ativo diferido. d) pagas na entrega de mercadorias vendidas devem ser classificadas como custo de mercadorias vendidas. e) pagas na venda de mercadorias não alteram o resultado operacional. De início, deve-se informar aos concursandos que a terminologia empregada na formulação das questões não condiz, necessariamente, com a terminologia mais adequada tecnicamente. É ocaso da questão em tela, pois no enunciado fala em despesas quando deveria ser utilizada a expressão gastos ou desembolsos. Faço este comentário introdutório em face da resposta apresentada pela banca examinadora como sendo a resposta correta. Analisando as alternativas apresentadas, tem-se que na alternativa “a” nos é afirmado que “as despesas de fretes e seguros pagas na aquisição de mercadorias para revenda devem ser classificadas como custo de aquisição de mercadorias.”. Salvo essa impropriedade técnica já frisada, a questão se apresenta como correta, pois os gastos ou dispêndios ou ainda os valores pagos a título de frete e seguros na aquisição de mercadorias devem integrar o custo de aquisição de mercadorias. Portanto não são despesas. São valores que devem ser ativados em estoque de mercadorias para revenda. A propósito, integram o custo de aquisição de mercadorias, insumos e de quaisquer bens que serão ativados, todos os gastos necessários à obtenção desses bens. Com relação a alternativa “b”, o erro consiste precisamente no fato de a alternativa “a” estar correta, ou seja, não se tratam de despesas, mas de custos. Para a alternativa “c”, cabe esclarecer que qualquer obrigação não paga é classificada no passivo, seja ela de curto prazo (circulante), seja de longo prazo (PELP).

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No que diz respeito a alternativa “d” é de destacar que as despesas pagas na entrega de mercadorias vendidas se constituem em despesas operacionais. Jamais custo. A principal característica de custo é que ele é ativado (levado ao ativo). A alternativa “e” aproveita o comentário da alternativa “d”, ou seja, como se trata de despesa operacional, afeta este. Assim, com a ressalva já apontada, se afigura como correta somente a alternativa “a”. 02- Assinale a opção correta. a) Os investimentos de terceiros na sociedade são fontes do Patrimônio Líquido. b) Quando o valor do Passivo é inferior ao valor do Ativo, fica caracterizada uma Situação Líquida negativa. c) A conta de Duplicatas Descontadas representa obrigação da empresa junto a bancos e é classificada como Passivo Circulante. d) Para que seja melhor evidenciada a situação da empresa os bens do Ativo devem ser avaliados pelo critério de valor de mercado. e) Em situações particulares o valor do Passivo pode ser superior ao valor do Ativo. Os investimentos de terceiros na sociedade são fontes de recursos, cujos valores podem estar aplicados no ativo circulante, realizável a longo prazo ou permanente. Vejam que os recursos advindos de investimentos de terceiros representas obrigações da sociedade para com eles, devendo ser classificados no passivo. Desta forma, a alternativa “a” está errada. A situação líquido ou patrimônio Líquido pode ser nulo, positivo ou negativo. Será nulo quando o passivo for igual ao ativo. Esta situação é também chamada de inexistência ou ausência de capital próprio. A situação líquida positiva ocorre quando o ativo é maior do que o passivo. Temos neste caso a existência de capital próprio ou riqueza própria. Uma situação líquida negativa ocorre quando o passivo for maior do que a ativo. Esta situação é chamada, também, de passivo a descoberto. É chamada de passivo a descoberto porque o passivo não encontra cobertura nos elementos do ativo ou, dito de outra forma, o ativo não é suficiente para cobrir o passivo, isto é, os bens mais os direitos não bastam para satisfazer as obrigações. Assim, a alternativa “b” esta errada. Sobre a alternativa “c” já fiz um comentário neste site, onde afirmei que no caso de duplicatas descontadas, os obrigados a satisfazer as obrigações, no banco, são os clientes. Porém, de forma subsidiária, a empresa assumia a responsabilidade pela sua satisfação. Isto é assim, porque a empresa terá que resgatar essas duplicatas caso os clientes não o façam. Quanto ao aspecto da classificação desta conta, duplicatas descontadas, não resta nenhuma dúvida que ela deve ser classificada no ativo circulante funcionando como conta redutora da conta duplicatas a receber ou clientes.

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Assim, na essência a conta duplicatas descontadas não representa uma obrigação, não havendo o porquê de ser classificada no passivo, logo a alternativa “c” está errada.

Quanto a avaliação dos elementos do ativo, o art. 183 da Lei nº 6.404/76, dispõe que para a maioria dos ativos, salvo os do permanente, o critério utilizado é o custo de aquisição ou valor de mercado se este for menor. Quando o valor de mercado for inferior ao custo de aquisição, há de se efetuar provisão para ajustá-lo ao valor de mercado. Outro aspecto que deve ser considerado diz respeito ao Princípio do Registro pelo valor original, pois segundo este princípio, os bens direitos e obrigações não poderão ter alterados os valores intrínsecos, isto é, devem permanecer com o custo de aquisição enquanto permanecerem na entidade (salvo no caso da avaliação pelo Método da Equivalência Patrimonial). Desta forma, não existe a possibilidade de se avaliar os ativos, sempre, aos valores de mercado. Em outro caso que os ativos poderiam ser avaliados a valores de mercado é quando se faz a reavaliação de ativos. No entanto, a CVM restringe a aplicação deste processo somente aos bens tangíveis do imobilizado. Assim, a alternativa “d” esta errada. e) Em situações particulares o valor do Passivo pode ser superior ao valor do Ativo. A situação do passivo a descoberto, cuja análise já fizemos, afigura-se na hipótese de o passivo ser superior ao ativo, o que é perfeitamente possível de ocorrer com as empresas. Logo a alternativa correta é a letra “e”. Por hoje é isso. Desejo a todos bons estudo e até a próxima!

19/05/2003 - TRF 2002-2 - Questão 03

03- O Mercado de Artesanato Local mantém conta corrente no Banco da Terra S/A. Em 31 de agosto recebeu o extrato do mês com saldo credor de R$ 38.800,00. Como o livro razão apresentava na conta Bancos c/Movimento um saldo devedor de R$ 24.000,00, a empresa mandou fazer uma conciliação. Os dados colhidos para conciliação constaram dos seguintes fatos: 1. um cheque de R$ 600,00, recebido de clientes e depositado em 20.08, foi devolvido por insuficiência de fundos; 2. três cheques de R$ 1.200,00, 5.500,00 e 2.000,00, emitidos para pagamentos a terceiros, não foram apresentados; 3. um cheque de R$ 700,00 foi debitado ao Mercado, por engano do banco; 4. um depósito de R$ 200,00 foi erroneamente creditado a outro correntista; 5. uma cobrança de duplicatas, emitidas pelo Mercado, no valor de R$ 8.000,00 fora feita pelo banco, mas não houve emissão de aviso a tempo;

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6. no extrato aparecem despesas bancárias de R$ 400,00, ainda não contabilizadas pelo Mercado. Após analisar todos esses fatos, o Contador comunicou à administração que a conta Bancos c/ Movimento deverá ir a balanço com o saldo de a) R$ 16.400,00 b) R$ 23.300,00 c) R$ 31.000,00 d) R$ 38.800,00 e) R$ 46.600,00 Para a resolução desta questão podemos partir do saldo contábil da conta Bancos c/ movimento ou tomar como referência o extrato bancário. Em ambas as situações devem ser efetuados ajustes aos respectivos saldos. Inicialmente devemos entender os dados fornecidos. Comecemos pelos saldos apresentados para a conta Bancos c/ Movimento: O saldo credor de R$ 38.800,00 do extrato bancário quer dizer que a empresa possuía depósitos naquele valor, ou seja, saldo positivo; O saldo devedor de R$ 24.000,00 do razão também quer dizer que a empresa possui saldo positivo no banco. Veja-se que na apresentação do extrato o saldo é credor e pelo razão o saldo é devedor. Isto é assim porque pelo extrato a empresa é uma conta do Banco, logo possui crédito. Pelo razão, o banco é uma conta da empresa e por isso é devedor, ou seja, o banco deve para a empresa e a empresa tem crédito do banco. Quanto aos demais fatos apresentados, vejamos como interferem nos saldos: 1. um cheque de R$ 600,00, recebido de clientes e depositado em 20.08, foi devolvido por insuficiência de fundos Este fato contábil está evidenciado no extrato bancário, mas não está devidamente registrado na conta bancos do livro razão. Assim, o saldo contábil deve ser diminuído nesse valor. 2. três cheques de R$ 1.200,00, 5.500,00 e 2.000,00, emitidos para pagamentos a terceiros, não foram apresentados; O fato de não terem sido apresentados os cheques faz com que o saldo pelo extrato bancário seja maior do que o saldo do razão. Desta forma, devemos diminuir o saldo do extrato em R$ 8.700,00.

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3. um cheque de R$ 700,00 foi debitado ao Mercado, por engano do banco; Para correção desse erro do banco basta que se estorne o lançamento desse valor, isto é, devemos somar o valor do cheque ao saldo do extrato. Vejam que este fato não interferiu no saldo contábil. 4. um depósito de R$ 200,00 foi erroneamente creditado a outro correntista; Este fato igualmente não afeta o saldo contábil, mas deve ser somado ao saldo do extrato para que o erro seja corrigido. 5. uma cobrança de duplicatas, emitidas pelo Mercado, no valor de R$ 8.000,00 fora feita pelo banco, mas não houve emissão de aviso a tempo; Este fato, ao contrário dos anteriores, interfere exclusivamente no saldo contábil, aumentando-o neste valor. 6. no extrato aparecem despesas bancárias de R$ 400,00, ainda não contabilizadas pelo Mercado. As despesas bancárias já constam no extrato bancário. Mas ainda não foram contabilizadas pela empresa. Desta forma, elas diminuem o saldo contábil.

Conta Bancos C/ Movimento:

Contábil Extrato do Banco (SI) 24.000,00

38.800,00 (SI)

600,00 (1) (2) 8.700,00 700,00 (3) 200,00 (4) (5) 8.000,00

400,00 (6) 32.000,00 1.000,00 somas 8.700,00 39.700,00 31.000,00 saldos 31.000,00

Vejam que os saldos, tanto contábil quanto do extrato são idênticos, o que confirma a resposta do gabarito oficial, ou seja, a resposta correta é a letra "c". Por hoje é só, até a próxima com um imenso abraço a todos!!!

26/05/2003 - Resolução de duas questões enviadas por visitante

1 - Ao calcular o dividendo mínimo obrigatório, uma Sociedade Anônima, cujo estatuto era omisso quanto a distribuição de dividendos, distribuiu ao

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final do exercício social de 19X8 o valor mínimo estabelecido no artigo 202 da lei 6404/76. Sabendo-se que coube a cada uma das 500.000 ações em que o Capital Social da companhia estava dividido a importância de 0,20 UM e que a empresa teve prejuízo no referido exercício de 50.000,00 UM. Assinale a opção que contem o valor da reversão da reserva para contingência do exercício sabendo-se que foi o triplo da reversão da reserva de lucros a realizar. a) 37.500,00 UM b) 112.5000,00 UM c) 100.000,00 UM d) 62.500,00 UM e) 187.500,00 UM Nos foi informado que houve a distribuição de dividendo de 0,20 UM por ação. O total de ações é de 500.000, logo, hove a distribuição de 100.000 UM a título de dividendo, num exercício em que tivemos prejuízo contábil. Consoante o art. 202 da Lei nº 6.404/76, quando o estatuto for omisso quanto ao percentual do dividendo, este deve ser de 50% do lucro ajustado pelas seguintes rubricas: Lucro líquido do exercício ou prejuízo do exercício - Constituição de reserva para contingências + Reversão de reserva para contingências de exercícios anteriores - Reserva de Lucros a Realizar * + Reversão de Reservas de Lucros a Realizar* Como no caso não houve constituição de reservas para contingências e de lucros a realizar, mas somente a reversão e o valor da reserva de contingências é de 3 vezes o valor da reserva de lucros a realizar, teremos a seguinte equação na solução do problema: 3X + X – 50.000 = 200.000 Onde X será o valor da reserva de lucros a realizar; 50.000 é o valor do prejuízo; e 200.000 é o valor do lucro ajustado, pois a metade dele é de 100.000 (dividendo). Desta forma, chegaremos ao valor de 62.500 para a reserva de lucros a

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realizar. A reserva para contingências é triplo desse valor, ou seja, 187.500 UM. *Obs. Com o advento Lei nº 10.3003/01, que alterou a lei 6.404/76, a reserva de lucros a realizar é constituída diretamente do valor do dividendo obrigatório e não há mais a reversão dessa reserva, pois quando o lucro for realizado ele será somado ao primeiro dividendo declarado. 2- Uma empresa vendeu um bem de seu ativo permanente pelo valor de R$ 300.000,00, a ser recebido em 20 prestações mensais de R$ 15.000,00, a partir de novembro de X3. O valor contábil do bem vendido era de R$ 240.000,00. A opção que contem o lucro a realizar relativo a operação, considerado no balanço patrimonial de 31/12/x3, e o ganho de capital do exercício, é: a) R$ 16.000,00 e R$ 32.000,00; b) R$ 18.000,00 e R$ 60.000,00; c) R$ 42.000,00 e R$ 18.000,00; d) R$ 24.000,00 e R$ 19.000,00; e) R$ 18.000,00 e R$ 42.000,00; Com observância do princípio da competência, a receita deve ser reconhecida no período em que ela é gerada. Neste caso a receita foi de R$ 300.000,00, ao passo que o custo era de R$ 240.000,00, o que gerou um ganho de R$ 60.000,00 no exercício. Quanto ao lucro a realizar, também pela sistemática adotada antes da alteração da Lei nº 6.404/76, só deve ser considerado nessa rubrica o valor que se realizará após o término do exercício social subseqüente, isto é, somente consideraremos o lucro a realizar embutido nas prestações que serão recebidas no ano de X5. Como são 20 prestações e a primeira se vence em novembro de X3, teremos no exercício de X3 o vencimento de duas prestações, no exercício de X4 12 prestações e no exercício de X5 mais 6 prestações. O lucro embutido nestas últimas é que se considera lucros a realizar. Com o lucro é de R$ 60.000,00 e as prestações são 20, temos um lucro de R$ 3.000,00 em cada prestação, logo o lucro a realizar é de R$ 18.000,00. Desta forma, a opção correta é a letra “B”. Por hoje é só. Até a próxima com mais algumas questões interessantes!!!

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Um grande abraço a todos e bons estudos.

05/06/2003 - SEFA - Pará - 2002 - questão 03

03- Nos lançamentos contábeis, as partidas são denominadas de a) terceira fórmula, quando são debitadas duas contas e creditada uma conta. b) segunda fórmula, quando são debitadas duas contas e creditada uma conta. c) segunda fórmula, quando são debitadas duas contas e creditadas duas contas. d) terceira fórmula, quando são creditadas duas contas e debitada uma conta. e) terceira fórmula, quando são debitadas duas contas e creditadas duas contas. A questão versa sobre fórmulas de lançamento. É de ressaltar que, em contabilidade, partida representa lançamento. Para efetuarmos os registros contábeis nos valemos de quatro fórmulas. Nos lançamentos contábeis escrevemos, sempre, primeiro a conta devedora ou debitada e depois a conta credora ou a conta creditada. Assim, as fórmulas de lançamento podem ser expressas do seguinte modo: 1ª FÓRMULA: É o lançamento efetuado com uma conta debitada e uma conta creditada, mais usada atualmente, em razão do processo de escrituração eletrônico (com a utilização de computadores).

D C 1 1 = 11

Vejam que esta fórmula pode ser entendida, par ajudar na memorização, como sendo a fórmula 11. FATO: em 30 de junho de 2001, foram compradas duas máquinas de calcular, a prazo, por R$ 30,00, aceitando-se uma duplicata com vencimento para 30.07.2001, de acordo com a nota fiscal n° 00543 da Loja da Esquina Ltda. As contas movimentadas serão: Móveis e Utensílios - Ativo - Saldo Aumentará - Débito Duplicatas a Pagar - Passivo - Saldo Aumentará - Crédito LANÇAMENTO: Selbach (RS), 30 de junho de 2001. Móveis e Utensílios a Duplicatas a Pagar Nota fiscal n° 00543, Loja da Esquina Ltda. R$ 30,00

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2ª FÓRMULA: Esse lançamento se caracteriza por termos uma conta debitada e mais de uma conta creditada. FATO: compra de um veículo, em 30 de junho de 2001, por R$ 22.000,00 conforme nota fiscal n° 12020 de Comércio e Importação de Veículos Ltda., sendo R$ 8.000,00 através do cheque n° 345 e R$ 14.000,00 pelo aceite de uma duplicata com 30 dias de prazo, n° 0123. Veículos - Ativo - Saldo Aumentará - Débito Bancos c/Movimento - Ativo - Saldo Diminuirá - Crédito Duplicatas a Pagar - Passivo - Saldo Aumentará - Crédito LANÇAMENTO: Selbach (RS), 30 de junho de 2001. Veículos a Diversos Nota fiscal n° 12020, de Comércio e Import. de Veículos Ltda., como segue: a Bancos c/ Movimento n/ cheque n° 345 R$ 8.000,00 a Duplicatas a Pagar duplicata n° 0123. R$ 14.000,00 R$ 22.000,00 Usualmente esse lançamento aparecerá de forma simplificada: Veículos a Diversos a Bancos c/ movimento 8.000,00 a Duplicatas a pagar 14.000,00 22.000,00

D C 1 2 = 12

3ª FÓRMULA: Teremos o lançamento de terceira fórmula quando mais de uma conta é debitada e apenas uma conta é creditada. FATO: pagamento a fornecedores de mercadorias, em dinheiro, no valor de R$ 3.000,00, acrescido de juros de 10% por atraso no pagamento. Duplicatas a Pagar - Passivo - Saldo Diminuirá - Débito Caixa - Ativo - Saldo Diminuirá - Crédito Juros Passivos - Despesa - Saldo Aumentará – Débito LANÇAMENTO: Selbach (RS), 30 de junho de 2001. Diversos

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a CAIXA p/ nosso pagamento de DUPLICATAS A PAGAR Duplicata n° 002 de Atacadista de Alimentos Ltda. R$ 3.000,00 JUROS PASSIVOS Juros incorridos pelo atraso no pagamento R$ 300,00 R$ 3.300,00

D C 2 1 = 21

4ª FÓRMULA: Por fim o lançamento de quarta fórmula é caracterizado pelo registro do fato contábil em que mais de uma conta é debitada e mais de uma conta é creditada. FATO: comprou-se, na Loja Vento Norte Ltda., através da nota fiscal n° 502, uma geladeira para uso da empresa no valor de R$ 1.500,00 e uma moto, no valor de R$ 4.500,00, tendo sido pago, como entrada R$ 500,00 em dinheiro e o restante dividido em dez duplicatas de R$ 550,00. Móveis e Utensílios - Ativo - Saldo Aumentará - Débito Veículos - Ativo - Saldo Aumentará - Débito Caixa - Ativo - Saldo Diminuirá - Crédito Duplicatas a Pagar - Passivo - Saldo Aumentará - Crédito LANÇAMENTO: Selbach (RS), 30 de junho de 2001. Diversos a Diversos N/ compra conforme nota fiscal n° 502, de Loja Pólo Vento Ltda., a saber: MÓVEIS E UTENSÍLIOS Valor referente a uma geladeira R$ 1.500,00 VEÍCULOS Valor referente a uma moto R$ 4.500,00 R$ 6.000,00 a CAIXA pago em dinheiro. R$ 500,00 a DUPLICATAS A PAGAR R$ 5.500,00 R$ 6.000,00

D C 2 2 = 22

Assim, a resposta correta é a letra “a”, pois nela se afirma que teremos o lançamento de terceira fórmula, quando são debitadas duas contas e creditada uma conta.

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Por hoje fico nesse exercício. Bons estudos e um forte abraço a todos e até a próxima!!!

13/06/2003 - SEFA - Pará - Questões 04 e 05

São mais duas questões teóricas de um concurso realizado pela Esaf. Vale a pena conferir, pois alguns detalhes podem ser cobrados no próximo concurso!

04- Assinale a opção correta. a) Todo acréscimo de valor em contas do Ativo corresponde, necessariamente, a um decréscimo de valor em contas do Passivo. b) Um decréscimo no valor de contas do Ativo corresponde, necessariamente, a um acréscimo de valor em contas do Passivo. c) Um acréscimo no valor de uma conta do Ativo corresponde, necessariamente, a um acréscimo de valor em conta do Passivo ou do Patrimônio Líquido. d) A um decréscimo no valor total do Ativo corresponde, necessariamente, um acréscimo no valor de uma, ou mais, contas do Passivo ou do Patrimônio Líquido. e) Um acréscimo no valor total do Ativo não corresponde, necessariamente, a um acréscimo no valor do Patrimônio Líquido. A resposta correta é a letra “e”. Para resolver esta questão temos que ter em mente que: 1 – Um acréscimo nos elementos do ativo pode gerar um decréscimo em outros elementos do ativo, como, por exemplo, a compra de mercadorias com pagamento à vista; 2 – Um acréscimo nos elementos do ativo pode representar um acréscimo nos elementos do passivo como, por exemplo, a aquisição de mercadorias a prazo; 3 – Um acréscimo nos elementos do ativo pode representar um aumento no Patrimônio Líquido como, por exemplo, a subscrição com integralização de capital social; 4 - Um decréscimo nos elementos do ativo pode representar um decréscimo de elementos do passivo como, por exemplo, o pagamento de uma obrigação na data do seu vencimento; 5 – um decréscimo nos elementos do ativo pode representar um decréscimo de elementos do Patrimônio Líquido como, por exemplo, o pagamento de uma despesa não provisionada; 6 – Um decréscimo nos elementos do ativo pode representar um decréscimo nos elementos do passivo e do Patrimônio Líquido como, por exemplo, o pagamento de uma obrigação com juros;

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7 – Um decréscimo de um elemento do ativo pode ocasionar um decréscimo de outros elementos do ativo e um aumento no Patrimônio Líquido como, por exemplo, o pagamento de obrigações com desconto; 8 – Um decréscimo de elementos do passivo pode representar um aumento do Patrimônio Líquido como, por exemplo, o perdão de uma dívida. Assim, vimos algumas hipóteses que podem surgir comem decorrência da variação de valores dos componentes patrimoniais. É de ressaltar que em momento algum se afirmou que um acréscimo ou um decréscimo em determinado elemento geraria, necessariamente, um reflexo neste ou naquele elemento. Sempre se cogita na hipótese, ou seja, pode ser este o reflexo ou aquele o reflexo. Assim, a única alternativa que contempla esse espírito é a de letra “e”, pois pode haver outras hipóteses conforme visto acima. 05- Indique a opção incorreta. a) A manutenção de um sistema de controle permanente de estoques é admitida para efeito de apuração dos resultados do exercício. b) A escrituração do livro Diário pode ser substituída pela escrituração obrigatória do livro Razão. c) A avaliação dos estoques pelo método do custo médio ponderado é aceita para efeito de apuração dos resultados do exercício. d) Os créditos de impossível realização devem ser expurgados do Ativo. e) A perda de valor dos recursos minerais explorados deve ser reconhecida através de registro em contas de exaustão. Com relação a alternativa “a”, é de se dizer que a manutenção de um sistema de controle permanente de estoques é recomendável. Entretanto, pode haver o controle periódico dos estoques. A afirmação é verdadeira. A escrituração do livro diário, segundo a legislação comercial, é obrigatória para todas as empresas. Portanto, não pode haver substituição deste livro pelo razão. Logo a afirmação é falsa, sendo esta a resposta correta. Qualquer método de avaliação, observado o princípio da uniformidade, é aceito para apuração do resultado. É de se observar, entretanto, que nos casos em que não há controle permanente só é possível a adoção do método PEPS. A afirmação da letra “c” é verdadeira. O princípio da materialidade impõe a adoção do disposto na letra “d”, isto é, os bens que não são passíveis de realização devem ser baixados do ativo. A afirmação é verdadeira. A exaustão é o processe de exaurimento, de esgotamento ou de desaparecimento. Os recursos minerais não são renováveis, logo, na medida do seu uso, eles serão exauridos. Assim, a letra “e” é verdadeira. Por hoje é isso. Bons estudos e um forte abraço a todos e até a próxima!!!

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16/06/2003 - Contabilidade - realização das receitas.

Prezado Professor, Em primeiro lugar, gostaria de dar os parabéns pelas aulas neste site e, em especial, por sua didática, que torna a Contabilidade Geral menos complicada para iniciantes, como eu. Aproveitando, seria possível esclarecer por que a entrada de recursos no Ativo, proveniente de prestação de serviços, ou de juros, significa uma receita e ao mesmo tempo é errado dizer que o aumento do Ativo caracteriza uma receita? Desde já agradeço. Abraços, F. C.

Aproveito para agradecer a confiança que depositastes em mim e dizer que são esses gestos que nos dão forças para continuarmos trabalhando com afinco e dedicação. Mas, vamos direto a tua pergunta, sem rodeios. Os incisos I a IV do § 3º do art. 9º da RESOLUÇÃO CFC nº 750, de 1993 que trata dos princípios fundamentais de contabilidade, estabelecem que: Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. § 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE. § 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. § 3º As receitas consideram-se realizadas: I - nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à Entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados; II - quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; III - pela geração natural de novos ativos independentemente da

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intervenção de terceiros; IV - no recebimento efetivo de doações e subvenções. § 4º Consideram-se incorridas as despesas: I - quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro; II - pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; III - pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. Veja que o inciso I trata das receitas oriundas de vendas de bens e de serviços. É óbvio que as contrapartidas dessas receitas serão contas do ativo, aumentando-º O inciso II trata dos descontos obtidos no pagamento de obrigações registradas no passivo, ou mesmo o perdão de uma dívida. Atenção! Não é qualquer desconto em qualquer pagamento. Há de ser um desconto obtido pelo pagamento de uma obrigação (dívida) registrada no passivo. O inciso III trata do aumento de ativos sem que ocorra aumento de passivo. Dá-se como exemplo dessa operação o nascimento de bezerros em uma atividade agropecuária. O inciso IV, por fim, diz que o recebimento de doações é uma receita. Aqui há de se fazer uma nova ressalva, pois as doações e subvenções para investimento são consideradas reservas de capital, mas só as doações e subvenções para “investimento”. Desta forma, para concluir, perceba que os aumentos do ativo decorrentes do recebimento de juros (receita) tendem a aumentar o Patrimônio Líquido, assim como as reduções do passivo sem o correspondente ativo também tendem a aumentar o Patrimônio Líquido. Desta forma, quando estamos diante de fatos que tendem a aumentar o Patrimônio Líquido devemos encará-los como receita e de forma contrária, isto é, os fatos que tendem a diminuir o PL caracterizam despesas. Por isso, nem todos os aumentos do ativo são receitas, pois, por exemplo, uma compra de mercadoria a prazo gera o aumento do ativo e do passivo na mesma proporção, não havendo sequer a possibilidade de se aumentar o PL. Em função disso, não havendo porquê se falar em receita nesse caso. Por mais que muitos professores e autores de contabildade não dêem a devida atenção aos princípios fundamentais de contabilidade ou os colocam no final, como apêndice, coisa que ninguém lerá, prefiro, em minhas aulas, comentar o assunto desde o primeiro encontro e em todas as aulas falar sobre eles, pois é por meio dos princípios que saberemos, por exemplo, quando ocorrem as receitas e as despesas.

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Acredito que respondi a tua dúvida e se isso não foi suficiente, torne a escrever. Um abraço. É isso pessoal, posso demorar, mas de regra respondo aos emails. Um abraço a todos e bons estudo!!!

27/06/2003 - Contabilidade - Reserva Legal

A constituição da Reserva Legal tem suscitado polêmicas quanto a dedução ou não dos prejuízos acumulados. Diante da legislação de regência, no meu modo de entender, não cabe a dedução dos prejuízos acumulados de exercícios anteriores para apurar o lucro líquido do exercício, que é a base de cálculo da reserva legal. Vejamos o que dispõe a Lei nº 6.404, de 30 de outubro de 1976, pertinente ao assunto. CAPÍTULO XVI Lucro, Reservas e Dividendos SEÇÃO I Lucro Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda. Parágrafo único. O prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. Participações Art. 190. As participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente calculada. Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das participações dos administradores e das partes beneficiárias o disposto nos parágrafos do artigo 201. Lucro Líquido Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado do exercício que

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remanescer depois de deduzidas as participações de que trata o artigo 190. Proposta de Destinação do Lucro Art. 192. Juntamente com as demonstrações financeiras do exercício, os órgãos da administração da companhia apresentarão à assembléia-geral ordinária, observado o disposto nos artigos 193 a 203 e no estatuto, proposta sobre a destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício. SEÇÃO II Reservas e Retenção de Lucros Reserva Legal Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social. § 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social. § 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital. Observa-se, pelo disposto no caput do art. 193, que do lucro líquido do exercício, antes de qualquer outra destinação, 5% serão destinados à formação da reserva legal. A definição do que vem a ser LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO nos é fornecida pelo art. 191, ou seja, é o “Resultado do Exercício” que remanescer após a dedução das participações. Outra questão que deve ser suscitada diz respeito a terminologia adotada pelo legislador. No art. 189 o legislador estabelece que antes de qualquer PARTICIPAÇÃO, referindo-se, por óbvio, ao resultado do exercício antes de deduzir o imposto de renda e das participações do time da DEAPF (Debenturistas, Empregados, Administradores, Partes beneficiárias e Fundo de assistência dos empregados). As reservas e dividendos são DESTINAÇÔES do lucro líquido, não podendo ser confundidas com participações antes referidas. A rigor, participa-se do resultado. Do lucro são destinados dividendos. Portanto, a limitação inscrita no art. 189, qual seja a de deduzir primeiramente o prejuízo acumulado e o imposto sobre a renda, é válida somente para se estabelecer as participações do time da DEAFP. Ademais, a norma quando fala em DESTINAÇÃO do Lucro Líquido do Exercício, está se referindo ao resultado do exercício após as participações e não a conta de lucros acumulados, pois se forem deduzidos os prejuízos acumulados

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antes de se efetuar as destinações, teremos o lucro acumulado antes das destinações. Devemos atentar, ainda, ao espírito da constituição da reserva legal, disposto no parágrafo 2º do art. 193. Segundo esse dispositivo a reserva legal tem por finalidade assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos acumulados e aumentar o capital. Resta claro que a constituição da reserva legal é obrigatória e deve ser constituída antes de deduzir prejuízos acumulados. Se fossemos querer compensar prejuízos com a reserva legal a ser constituída, teríamos que, primeiramente, utilizar, consoante o disposto no parágrafo único do art. 189, as demais reservas de lucros já constituídas, para depois utilizar os saldos da reserva legal e o valor que seria constituído a partir do lucro líquido do exercício. Portanto, ratifico as afirmações feitas no ponto 104: A Esaf pisou na bola. Por hoje é isso. Um abraço a todos e bons estudos!!!

01/07/2003 - Contabilidade - prova da prefeitura de Recife

O concurso para contador de Recife é o primeiro sinal de vida da Esaf neste ano. Por isso vale a pena conferir procedimentos que ela está adotando na elaboração das questões. Percebe-se que o estilo mudou da prova mudou um pouco, o que leva a crer que mudaram as pessoas que a elaboraram. Resta saber se será assim doravante!!! Nesta primeira análise darei ênfase a três questões que considero de grau de dificuldade mais elevado, ou porque há aquelas famosas “cascas de banana” no caminho ou porque as questões foram, no meu entender, mal elaboradas. A primeira questão a analisar é a de nº 59. 59- Considerando a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos abaixo apresentada, o valor total das origens de recursos no período deve ser calculado em:

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) do Exercício encerrado em 31/12/2002 Itens Valores em R$

mil Lucro líquido do exercício 55.000 Despesas de Depreciação e amortização

72.000

Desp. var. cambial de passivo exig. Longo prazo

12.000

Receita de variação cambial de realiz. 4.000

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A longo prazo Aumento do passivo exigível a longo prazo

50.000

Aumento do ativo realizável a longo prazo

15.000

Emissão de novas ações com ágio 40.000 Dividendos declarados 30.000 Aquisição de ações permanentes (investimentos)

20.000

Aquisição de ativo imobilizado 200.000 Compra de ações próprias para tesouraria

12.000

Total de origens Total de aplicações Variação do capital circ. líquido

a) R$ 213.000 b) R$ 221.000 c) R$ 225.000 d) R$ 229.000 e) R$ 237.000 A questão trata da DOAR. Nos é solicitado o total das origens de recursos do período. Já tive a oportunidade de esclarecer neste espaço que as origens de recursos representam, além do resultado do exercício, todos os aumentos de passivo que não seja o circulante (Exigível a Longo Prazo, REF e PL) e a diminuição do ativo não circulante (Realizável a Longo Prazo e Permanente), ao passo que as aplicações de recursos representam toda diminuição do passivo não circulante e o aumento do ativo não circulante. Partindo do Lucro Líquido do Exercício, devemos ter o cuidado de efetuar os ajustes necessários para expurgar as receitas e despesas nele considerados que não representam, efetivamente, origens e aplicações de recursos. É o caso de despesas de depreciação, amortização e exaustão, despesas de variação cambial de passivo exigível a longo prazo, variação de resultados de exercícios futuros, receita de variação cambial de realização a longo prazo que podem ter sido considerados na DRE, mas não representam aumento ou diminuição do Capital Circulante Líquido. Desta forma, na questão sob análise, são origens de recursos: Lucro Líquido do Exercício R$ 55.000 ( + ) Despesas de depreciação e amortização R$ 72.000

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( + ) Desp. Var. cambial de passivo exíg. Longo prazo R$ 12.000 ( - ) Receita de variação cambial de realiz. A longo prazo R$ (4.000) ( + ) Aumento do passivo exigível a longo prazo R$ 50.000 ( + ) Emissão de novas ações com ágio R$ 40.000 TOTAL DAS ORIGENS R$ 225.000 Portanto a resposta correta é a letra “c”. 66 – Fazendo os lançamentos abaixo, a variação dos valores do ativo será de:

LANÇAMENTOS HISTÓRICO VALOR R$ 1 – apropriação de despesa de depreciação do mês

2 – compra de mercadorias a vista

3 – custo das mercadorias vendidas

4 – despesas administrativas a prazo

5 – despesas comerciais a prazo

6 – despesas tributárias a pagar

7 – outras despesas a prazo

8 – pagamento de contas a pagar

9 – recebimento de contas

10 – venda de mercadorias a prazo

2.000,00

10.000,00

12.000,00

4.000,00

6.000,00

1.000,00

2.000,00

20.000,00

25.000,00

30.000,00

a) R$ 29.000,00 b) R$ (29.000,00) c) R$ 19.000,00 d) R$ (19.000,00)

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e) R$ 6.000,00 Analisando os itens apresentados, constata-se que: 1 – apropriação de despesa de depreciação do mês A contrapartida dessa apropriação será a conta depreciação acumulada que diminui o ativo. 2 – compra de mercadorias a vista A análise deste item depende do controle de estoques que a entidade adota. Caso seja o controle permanente, então estamos diante dum fato contábil permutativo entre elementos do próprio ativo, logo ele não provoca alteração desse grupo de contas. Se o controle de estoque é periódico, então ele afeta o ativo, diminuindo as disponibilidades. Porém, se as compras fossem a prazo, então aumentaria o ativo quando adotado controle permanente de estoques. 3 – custo das mercadorias vendidas Este item somente altera o ativo, diminuindo-o, se houver controle permanente de estoques. 4 – despesas administrativas a prazo Entendo que foram realizadas despesas a prazo, logo o fato não altera o ativo, visto que o lançamento envolve despesas administrativas a despesas a pagar. 5 – despesas comerciais a prazo Idem item anterior. 6 – despesas tributárias a pagar Idem item anterior. 7 – outras despesas a prazo Idem item anterior. 8 – pagamento de contas a pagar Este fato diminui o ativo pela saída de recursos em disponibilidades. 9 – recebimento de contas Resta saber se o recebimento de contas foi de contas a receber ou de contas cujos fatos geradores ocorreram durante o período em questão. Se forem contas surgidas no período, então o fato altera o ativo, aumentando-o. Caso as contas já existiam no início do período então o ativo não sofrerá

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alteração. Considero mais apropriada a hipótese de considerar os recebimentos de contas que já existissem no início do período, desta forma o fato não altera o ativo. 10 – venda de mercadorias a prazo As vendas a prazo têm como contrapartida contas do ativo (circulante ou longo prazo), logo há um aumento do ativo. Assim, conforme a análise acima e considerando o controle permanente de estoques, teremos que o ativo diminuiu em R$ (4.000,00):

Alteração no ativo Aumento Diminuição 1 – apropriação de despesa de depreciação do mês

3 – custo das mercadorias vendidas

8 – pagamento de contas a pagar

10 – venda de mercadorias a prazo

30.000,00

2.000,00

12.000,00

20.000,00

Total 30.000,00 34.000 (4.000,00)

Desta forma, devo entender que a banca se equivocou. Talvez quisesse considerar as compras de mercadorias a prazo. Neste caso, a resposta seria a letra “e”, conforme gabarito preliminar fornecido pela banca. Assim, no meu entender a questão deve ser anulada!!! 68- Numa operação de tomada de empréstimo por uma empresa junto a um banco comercial, no valor de R$ 100.000,00, para pagamento após três meses, com desconto inicial de juros de R$ 10.000,00, o valor desse encargo financeiro deve ser lançado, no momento do registro do ingresso da importância líquida na conta Bancos conta Movimento, como a) despesa do mês. b) ativo diferido. c) resultado de exercícios futuros. d) juros a incorrer, retificando o passivo de empréstimo. e) lucros acumulados. Considerando que os juros, sobre os quais a entidade já assumiu o compromisso de efetuar o pagamento, ainda não foram incorridos, segundo

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o regime de competência, eles não representam, ainda, obrigação. Passarão a ser obrigação à medida que for ocorrendo o fato gerador, quando então devem ser reconhecidos como despesa. Desta forma, o valor do empréstimo foi, efetivamente, de R$ 90.000,00 no dia da contratação e os juros (futuros) deverão ser reconhecidos pelo uso desse empréstimo. Logo, o valor registrado no passivo de R$ 100.000,00 não representa obrigação no dia da contratação e, sim, uma perspectiva de obrigação. Representa obrigação do dia apenas os R$ 90.000,00 do principal. Só por hipótese, se a tomadora do empréstimo resolvesse quitar o valor deste no dia seguinte ao da contratação, com certeza não pagaria R$ 10.000,00 de juros. Assim, o valor dos juros a incorrer deve retificar o passivo – empréstimos. A resposta apresentada pela banca está correta. Letra “d”. Por hoje é isto. Um grande abraço a todos e até a próxima.

08/07/2003 - Questões de custos - AFPS 2002

58- A Fábrica de Coisas de Plástico trabalhava suaprodução com base nos seguintes dados: - Capacidade de produção: 10.000 unidades. - Vendas: 8.000 unidades. - Preço de Venda: R$ 100,00 por unidade. Os custos incorridos na produção eram os seguintes: - Matéria-Prima: R$ 32,00 por unidade. - Mão-de-obra Direta: R$ 24,00 por unidade. - Custo indireto variável: R$ 8,00 por unidade. - Custo indireto fixo: R$ 80.000,00 por mês. As despesas administrativas e de vendas são: - Fixas: R$120.000,00 por mês. - Variáveis: 3% da receita bruta. A empresa trabalhava com estes indicadores quando recebeu uma proposta para fornecimento de 1.200 unidades durante os próximos 2 meses, ao preço unitário de R$ 70,00. A empresa convocou o Contador de Custos para decidir se poderia aceitar a proposta, mesmo sabendo que as despesas variáveis de vendas para esse pedido seriam de 5% da respectiva receita. Utilizando o conceito da margem de contribuição, pode-se concluir que a) o pedido não deve ser aceito, pois o preço de venda da proposta é menor que o já praticado pela empresa. b) o pedido não deve ser aceito, pois além de o preço de venda ser inferior ao já praticado pela empresa, o lucro diminuirá em função do aumento das despesas variáveis de 3% para 5%. c) o pedido deve ser aceito, pois significará um aumento da ordem de R$ 1.000,00 no lucro final da empresa. d) o pedido deve ser aceito, pois significará um aumento da ordem de R$ 3.000,00 no lucro final da empresa. e) o pedido deve ser aceito, pois significará um aumento da ordem de R$ 4.000,00 no lucro final da empresa.

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Pelo enunciado da questão verificamos que possuímos elementos de custos fixos e de custos variáveis. Os custos fixos são aqueles que não se alteram dentro de determinado limite produtivo, logo, quanto maior a produção menor será o custo por unidade produzida, daí se pode dizer que os custos fixos são variáveis por unidade produzida. Os custos variáveis são os que alteram de acordo com as unidades produzidas, isto é são fixos por unidade e variáveis, em seu total, conforme a quantidade produzida. As despesas administrativas não compõem os custos. Os custos variáveis, por unidade produzida, são de: MP R$ 32,00 MOD R$ 24,00 CIV R$ 8,00 Total = R$ 64,00 Além destas despesas há as despesas variáveis de vendas de 5% sobre o preço de venda das unidades adicionais. Como o preço de venda de cada unidade é de R$ 70,00, essa despesa variável de venda será de R$ 3,50/u. Assim, o custo variável total das unidades adicionais será de R$ 67,50. O custo fixo total da empresa não será alterado em função da produção dessas unidades adicionais. Assim, a margem de contribuição por unidade adicional será de R$ 2,50. Como as unidades adicionais a serem produzidas é 1.200 u, teremos um lucro adicional de R$ 3.000,00 por mês. Portanto a alternativa correta é a letra “d”. 59- A Marcenaria Greenwood S/A está produzindo mesas. No fim de setembro a linha de produção mantinha 300 unidades inacabadas, em fase média de processamento de 30%. No referido mês, o custo unitário de fabricação alcançou R$ 2.500,00. No mês seguinte, outubro de 2002, a fábrica conseguiu concluir 2.100 unidades e iniciar outras 500 unidades, deixando-as em fase de processamento com 50% de execução. O custo total desse mês foi de R$ 5.763.000,00. Com base nestas informações e sabendo-se que a empresa utiliza o critério PEPS para avaliação de custos e estoques, é correto afirmar que os elementos abaixo têm os valores respectivamente indicados. a) Produção Acabada de outubro R$ 4.590.000,00; Produção em Andamento de setembro R$ 750.000,00; e Produção em Andamento de outubro R$ 657.500,00. b) Produção Acabada de outubro R$ 5.350.500,00; Produção em Andamento de setembro R$ 225.000,00; e Produção em Andamento de outubro R$ 637.500,00.

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c) Produção Acabada de outubro R$ 5.125.500,00; Produção em Andamento de setembro R$ 450.000,00; e Produção em Andamento de outubro R$ 687.500,00. d) Produção Acabada de outubro R$ 4.815.000,00; Produção em Andamento de setembro R$ 350.000,00; e Produção em Andamento de outubro R$ 727.500,00. e) Produção Acabada de outubro R$ 5.500.350,00; Produção em Andamento de setembro R$ 325.000,00; e Produção em Andamento de outubro R$ 673.500,00. A questão trata de custeio por absorção em produção continuada, com adoção do critério PEPS para apurar o estoque. Nos foi informado no enunciado que a Produção Em Processo (PEP) ou em andamento do final de setembro era de 300 unidades, com 30% de processamento. Desta forma, as 300 unidades em fase de processamento representam o equivalente de 90 unidades de produto pronto. Considerando que o custo unitário de fabricação do mês de setembro foi de R$ 2.500,00, então o estoque de produtos em fabricação ou em processo foi de R$ 225.000,00 (90u X R$ 2.500,00/u). Com apenas essas informações a questão já poderia ser respondida com razoável certeza em face das alternativas apresentadas. No entanto, o meu objetivo aqui não é o de simplesmente apresentar a resposta correta, mas fornecer subsídios para a total certeza para a resolução de questões envolvendo o assunto, por isso veremos como chegar aos outros valores apresentados na alternativa “b” que é a resposta correta. No mês de outubro foram acabadas 2.100 unidades e iniciadas mais 500 unidades com 50% de processamento, o que eqüivale a 250 u concluídas. Considerando que havia em estoque de produtos em produção ou processamento o equivalente a 90 unidades acabadas, conclui-se que a produção efetivamente acabada em outubro foi de 2.260 unidades [(2.100 u – 90 u) + 250 u]. Como o critério de avaliação de estoques a ser utilizado é PEPS, supõe-se que o estoque de produtos em processo é formado pelos gastos mais recentes e que as unidades em processo existentes em final de setembro foram as primeiras acabadas em outubro. Assim, o valor de R$ 5.763.000,00, gasto em outubro, deve ser rateado entre as 2.260 unidades consideradas acabadas no período. Em procedendo desta maneira, encontraremos o custo unitário do produto acabado, cujo valor é de R$ 2.550,00/u (R$ 5.763.000,00 / 2.260 u). O estoque de produtos em processo é de 500 unidades com acabamento de 50%, logo o custo unitário da produção em processo é de R$ 1.275,00/u. Portanto, há duas maneiras de se chegar ao valor do estoque de produtos em elaboração ou em processo. Uma é considerando que as unidades acabadas representam ou eqüivalem a 250 unidades de produtos prontos. A

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outra é considerando o custo unitário como sendo de 50% do custo do produto pronto. Em ambas as formas, o valor do produto em processamento em final de outubro é de R$ 637.500,00 (R$ 2.550,00/u X 250 u ou R$ 1.275,00/u X 500 u). O custo dos produtos acabados no período poderá ser obtido pela seguinte expressão: CPA = Ei de PEP + custos do período – Ef de PEP. R$ 225.000,00 + R$ 5.763.000,00 – R$ 637.500,00 = R$ 5.350.500,00 Outra maneira de encontrar esse valor poderia ser considerando que 90 unidades foram acabadas ao custo unitário de R$ 2.500,00 e que 2.010 unidades foram acabadas ao custo unitário de R$ 2.550,00:

90 u X R$ 2.500,00/u = R$ 225.000,00

+ 2.010 u X R$ 2.550,00 =

R$ 5.125.500,00

Total 2.100 u R$ 5.350.500,00

Para expressar as operações, em forma de razonetes, teremos as seguintes situações, considerando, primeiramente, as unidades equivalentes a produtos acabados e depois os valores ou custos.

Unidades em Processamento

Ei 90

Iniciada no mês

2.260

2.100 Acabada

Ef 250

Custo de Produção em R$

Ei 225.000,00

Iniciada no mês

5.763.000,00

5.350.500,00 Acabada

Ef 637.500,00

60- A empresa Tarefeoir Ltda. fabrica seu principal produto por encomendas antecipadas. Nesse tipo de atividade, os custos são acumulados numa conta

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específica para cada ordem de produção (ou encomenda). A apuração só ocorre quando do encerramento de cada ordem. Em 31.01.01 estavam em andamento as seguintes ordens de produção

Ordem

Prod. Mat. Prima M. Obra CIF Total

001 R$ 30.000,00 R$ 12.000,00 R$ 20.000,00 R$ 62.000,00

002 R$ 100.000,00 R$ 40.000,00 R$ 50.000,00 R$ 190.000,00

Em fevereiro de 2001 os gastos com matéria-prima e mãode-obra foram de:

Ordem Produção Matéria-Prima Mão-de-obra

001 R$ 45.000,00 R$ 28.800,00

002 R$ 135.000,00 R$ 50.400,00

003 R$ 297.000,00 R$ 64.800,00

Total R$ 477.000,00 R$ 144.000,00

Os custos indiretos de fabricação no mês de fevereiro de 2001 totalizaram R$ 225.000,00 e foram apropriados proporcionalmente aos custos com a mão-de-obra. Sabendo-se que as Ordens 001 e 002 foram concluídas em fevereiro e foram faturadas aos clientes por R$ 350.000,00 e R$ 580.000,00, respectivamente, e que os produtos são isentos de tributação, pode-se afirmar, com certeza, que as referidas ordens geraram, respectivamente, Lucro Bruto no valor de a) R$ 150.200,00 e R$ 130.350,00 b) R$ 174.500,00 e R$ 140.300,00 c) R$ 190.000,00 e R$ 173.800,00 d) R$ 184.250,00 e R$ 148.300,00 e) R$ 169.200,00 e R$ 125.850,00 O custo de produção do lote 001 é o seguinte: Janeiro = R$ 62.000,00 Fevereiro Matéria Prima = R$ 45.000,00 MOD = R$ 28.800,00 Os custos indiretos serão obtidos pela aplicação de uma regra de três, pois esses custos são proporcionais ao total dos custos com Mão-de-obra no mês:

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R$ 225.000,00 - R$ 144.000,00 X - R$ 28.800,00 X = R$ 45.000,00. Desta forma, o custo total da ordem de produção 001 é de R$ 180.800,00 O custo de produção da ordem 002 é o seguinte: Janeiro = R$ 190.000,00 Fevereiro Matéria Prima = R$ 135.000,00 MOD = R$ 50.400,00 CIF: R$ 225.000,00 - R$ 144.000,00 X - R$ 50.400,00 X = R$ 78.750,00 Logo, o custo total da ordem de produção 002 é de R$ 454.150,00. Assim, o lucro bruto da ordem de produção 001 será R$ 169.200,00 (R$350.000,00 – 180.800,00) e da ordem 002 será de R$ 125.850,00 (580.000,00 – 454.150,00). Portanto a resposta correta é a letra “e”. Por hoje já foi o bastante. Um forte abraço a todos e até a proxima!!!

17/07/2003 - Contabilidade avançada - reorganização societária

1– ASPECTOS LEGAIS NA INCORPORAÇÃO, CISÃO E FUSÃO O processo de reorganização societária envolvendo as operações de incorporação, fusão ou cisão é regido pelos arts. 223 a 234 da Lei n° 6.404/76. (Lei das S.As.) Ressalte-se que, embora a lei regente das operações envolvendo reorganização societária seja a das sociedades por ações, tais procedimentos não são vedados a outros tipos de empresas, podendo se beneficiar do processo de reorganização qualquer empreendimento empresarial, independentemente do tipo societário adotado. As operações de concentração e desconcentração de pessoas jurídicas são igualmente importantes, tanto para as sociedades por ações quanto para as sociedades constituídas por quotas de responsabilidade limitada (Ltda) ou outra forma jurídica adotada.

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A Lei 6.404/76, ao regulamentar as operações de incorporação, fusão ou cisão, deixou de ser uma lei específica para as sociedades por ações, ao prescrever no artigo 223, e parágrafos, que: Art. 223 - A incorporação, fusão ou cisão podem ser entre sociedades de tipos iguais ou diferentes e deverão ser deliberadas na forma prevista para a alteração dos estatutos ou contratos sociais. §1° - Nas operações em que houver criação de sociedades, serão observadas as normas reguladoras da constituição das sociedades do seu tipo. §2° - Os sócios ou acionistas das sociedades incorporadas, fundidas ou cindidas receberão, diretamente da companhia emissora, as ações que lhes couberem. § 3º. Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem companhia aberta, as sociedades que a sucederem serão também abertas, devendo obter o respectivo registro e, se for o caso, promover a admissão de negociação das novas ações no mercado secundário, no prazo máximo de cento e vinte dias, contados da data da assembléia-geral que aprovou a operação, observando as normas pertinentes baixadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). § 4º. O descumprimento do previsto no parágrafo anterior dará ao acionista direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor das suas ações (art. 45), nos trinta dias seguintes ao término do prazo nele referido, observado o disposto nos §§ 1º e 4º do art. 137. (Grifou-se). 1.1 - PROTOCOLO Segundo a Lei das Sociedades por Ações, as condições de incorporação, fusão ou cisão constarão de protocolo firmado pelos órgãos da administração ou dos sócios das empresas interessadas no processo. O protocolo é basicamente uma proposta ou contrato firmado pelos órgãos da administração ou pelos sócios das empresas que integrarão o processo de incorporação, fusão ou cisão, devendo ser, posteriormente, objeto de deliberação pelos acionistas ou sócios dessas mesmas sociedades. O protocolo ou proposta de incorporação, fusão e cisão deve apresentar os elementos constantes no artigo 224 da Lei n° 6.404/76: Art. 224. As condições da incorporação, fusão ou cisão com incorporação em sociedade existente constarão de protocolo firmado pelos órgãos de administração ou sócios das sociedades interessadas, que incluirá: I - o número, espécie e classe das ações que serão atribuídas em substituição dos direitos de sócios que se extinguirão e os critérios utilizados para determinar as relações de substituição;

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II - os elementos ativos e passivos que formarão cada parcela do patrimônio, no caso de cisão; III - os critérios de avaliação do patrimônio líquido, a data a que será referida a avaliação, e o tratamento das variações patrimoniais posteriores; IV - a solução a ser adotada quanto às ações ou quotas do capital de uma das sociedades possuídas por outra; V - o valor do capital das sociedades a serem criadas ou do aumento ou redução do capital das sociedades que forem parte na operação; VI - o projeto ou projetos de estatuto, ou de alterações estatutárias, que deverão ser aprovados para efetivar a operação; VII - todas as demais condições a que estiver sujeita a operação. Parágrafo único. Os valores sujeitos a determinação serão indicados por estimativa. A Lei n° 6.404/76, no seu artigo 226, exige laudo pericial, para avaliação dos ativos das sociedades envolvidas no processo de reorganização. A sociedade que tiver patrimônio absorvido por outra deverá levantar balanço específico para esse fim, no qual os bens e direitos serão avaliados pelo valor contábil ou de mercado, nos termos do art. 8º da lei, na mesma data e os mesmos critérios de avaliação para todas as empresas envolvidas no processo. Assim, a forma de apurar o valor do acervo líquido tomado no processo de incorporação, fusão ou cisão é opcional: contábil ou mercado. É necessário que fiquemos atentos a esse fato, pois não devemos confundir essa avaliação, que tem fim especial, com a dos ativos, cujo fim é a demonstração do Balanço Patrimonial em que a regra é: custo ou mercado, dos dois o menor. Tampouco devemos confundir a avaliação aqui tratada com o processo de reavaliação de ativos, cujo fim é ajustar os elementos patrimoniais o mais próximo possível ao valor de mercado ou de reposição no estado em que se encontram os bens. 1.2 - JUSTIFICAÇÃO A justificação ou justificativa vem a ser a exposição de motivos e finalidades da incorporação, fusão ou cisão, que devem ser submetidas à deliberação da assembléia geral. Também se evidencia o interesse das sociedades. Os aspectos que constarão da justificativa estão previstos nos incisos I a IV, do art. 225 da Lei nº 6.404/76: Art. 225. As operações de incorporação, fusão e cisão serão submetidas à deliberação da assembléia geral das companhias interessadas mediante

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justificação, na qual serão expostos: I - os motivos ou fins da operação, e o interesse da companhia na sua realização; II - as ações que os acionistas preferenciais receberão e as razões para a modificação dos seus direitos, se prevista; III - a composição, após a operação, segundo espécies e classes das ações, do capital das companhias que deverão emitir ações em substituição às que se deverão extinguir; IV - o valor de reembolso das ações a que terão direito os acionistas dissidentes. 1.3 – FORMAÇÃO DO CAPITAL Pelo que dispõe no art. 226, a seguir transcrito, denota-se que a participação em processo de reorganização de sociedades, quando há passivo a descoberto, é vedada. Os patrimônios ou os patrimônios líquidos a serem vertidos, para a formação do capital social da companhia sucessora, devem ser de no mínimo iguais ao capital social a realizar. Compete aos peritos avaliadores a incumbência de certificarem a satisfação dessa condição. Quando a sociedade incorporadora for titular de parcela das ações ou quotas da sociedade incorporada, o valor representativo dessa participação poderá ser extinto ou substituído por ações em tesouraria, visto que estará adquirindo ações de sua própria emissão. Art. 226. As operações de incorporação, fusão e cisão somente poderão ser efetivadas nas condições aprovadas se os peritos nomeados determinarem que o valor do patrimônio ou patrimônios líquidos a serem vertidos para a formação de capital social é, ao menos, igual ao montante do capital a realizar. § 1º. As ações ou quotas do capital da sociedade a ser incorporada que forem de propriedade da companhia incorporadora poderão, conforme dispuser o protocolo de incorporação, ser extintas, ou substituídas por ações em tesouraria da incorporadora, até o limite dos lucros acumulados e reservas, exceto a legal. § 2º. O disposto no § 1º aplicar-se-á aos casos de fusão, quando uma das sociedades fundidas for proprietária de ações ou quotas de outra, e de cisão com incorporação, quando a companhia que incorporar parcela do patrimônio da cindida for proprietária de ações ou quotas do capital desta. A CVM, regulamentano o assunto, por meio da Instrução 319/99 estabelece

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nos arts. 2º ao 5º que: DA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES Art. 2o Sem prejuízo do disposto na Instrução CVM no 31, de 8 de fevereiro de 1984, as condições de incorporação, fusão ou cisão envolvendo companhia aberta deverão ser comunicadas pela companhia, até quinze dias antes da data de realização da assembléia geral que irá deliberar sobre o respectivo protocolo e justificação, à CVM e às bolsas de valores ou entidades do mercado de balcão organizado nas quais os valores mobiliários de emissão da companhia estejam admitidos à negociação, assim como divulgadas na imprensa, mediante publicação nos jornais utilizados habitualmente pela companhia. §1o A comunicação e a divulgação a que se refere o caput deste artigo deverão conter, no mínimo, as seguintes informações: I - os motivos ou fins da operação, e o interesse da companhia na sua realização, destacando-se, notadamente: a) os benefícios esperados, de natureza empresarial, patrimonial, legal, financeira e quaisquer outros efeitos positivos, bem como os eventuais fatores de risco envolvidos; b) se for o caso, e nos termos da legislação tributária, o montante do ágio que poderá ser amortizado a título de benefício fiscal e as condições de seu aproveitamento pela companhia; e c) a quantificação estimativa, razoavelmente discriminada em itens, dos custos de realização da operação. II - a indicação dos atos societários e negociais que antecederam a operação; III - o número, espécie e classe das ações que serão atribuídas em substituição dos direitos de sócio que se extinguirão, os critérios utilizados para determinar as relações de substituição e as razões pelas quais a operação é considerada eqüitativa para os acionistas da companhia; IV - a comparação, em quadro demonstrativo, entre as vantagens políticas e patrimoniais das ações do controlador e dos demais acionistas antes e depois da operação, inclusive das alterações dos respectivos direitos; V - as ações que os acionistas preferenciais receberão, as razões para a modificação dos seus direitos, se houver, bem como eventuais mecanismos compensatórios; VI - se for o caso de incorporação de companhia aberta por sua controladora, ou desta por companhia aberta controlada, ou de fusão de controladora com controlada, o cálculo das relações de substituição das ações dos acionistas não controladores da controlada com base no valor do patrimônio líquido das ações da controladora e da controlada, avaliados os

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dois patrimônios segundo os mesmos critérios e na mesma data, a preços de mercado, para efeito da comparação prevista no art. 264 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976; VII - os elementos ativos e passivos que formarão cada parcela do patrimônio, no caso de cisão; VIII - os critérios de avaliação do patrimônio líquido, a data a que será referida a avaliação, e o tratamento das variações patrimoniais posteriores; IX - a solução a ser adotada quanto às ações ou quotas do capital de uma das sociedades possuídas por outra; X - o valor do capital das sociedades a serem criadas ou do aumento ou redução do capital das sociedades que forem parte na operação; XI - a composição, após a operação, segundo espécies e classes das ações, do capital das companhias que deverão emitir ações em substituição às que se deverão extinguir; XII - o valor de reembolso das ações a que terão direito os acionistas dissidentes, se for o caso; XIII - o detalhamento da composição dos passivos e das contingências passivas não contabilizadas a serem assumidas pela companhia resultante da operação, na qualidade de sucessora legal; XIV - a identificação dos peritos ou da empresa especializada, cuja nomeação será submetida à aprovação da assembléia geral, para avaliar o patrimônio líquido da companhia, com a declaração da existência ou não, em relação aos mesmos, de qualquer conflito ou comunhão de interesses, atual ou potencial, com o controlador da companhia, ou em face de acionista(s) minoritário(s) da mesma, ou relativamente à outra sociedade envolvida, seus respectivos sócios, ou no tocante à própria operação; XV - se a operação foi ou será submetida à aprovação das autoridades reguladoras ou de defesa da concorrência brasileiras e estrangeiras; XVI - todas as demais condições a que estiver sujeita a operação, bem como outras informações relevantes referentes a planos futuros na condução dos negócios sociais, notadamente no que se refere a eventos societários específicos que se pretenda promover na companhia; e XVII - a indicação dos locais onde estarão disponíveis o projeto ou projetos de estatuto, ou de alterações estatutárias, que deverão ser aprovados para se efetivar a operação, e a discriminação dos demais documentos colocados à disposição dos acionistas da companhia para exame e cópia, a partir da data de publicação das informações a que se refere este artigo, observado o disposto no art. 3o desta Instrução, sendo obrigatório o envio de cópia dos documentos de que trata o presente inciso à CVM e às bolsas de valores ou entidades do mercado de balcão organizado nas quais os valores mobiliários de emissão da companhia estejam admitidos à negociação.

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§2o Os valores sujeitos à determinação serão indicados por estimativa. Art. 3o O protocolo, a justificação, bem como os pareceres jurídicos, contábeis, financeiros, laudos, avaliações, demonstrações financeiras, estudos, e quaisquer outras informações ou documentos que tenham sido postos à disposição do controlador ou por ele utilizados no planejamento, avaliação, promoção e execução de operações de incorporação, fusão ou cisão envolvendo companhia aberta, deverão ser obrigatoriamente disponibilizados a todos os acionistas desde a data de publicação das condições da operação (art. 2o). Parágrafo único. As companhias abertas que divulgarem, no exterior, informações, demonstrações financeiras ou quaisquer outros documentos adicionais, ou que, por qualquer motivo, tiverem conteúdo diverso em relação aos requeridos pela legislação societária e pelas demais normas expedidas pela CVM, acerca das operações tratadas nesta Instrução, deverão, simultaneamente, divulgá-los no país e disponibilizá-los aos acionistas, mediante aviso publicado nos jornais utilizados habitualmente pela companhia, e comunicá-los à CVM e às bolsas e entidades do mercado de balcão organizado nas quais os valores mobiliários de emissão da companhia estejam admitidos à negociação. Art. 4o Os laudos definitivos deverão ser disponibilizados aos acionistas assim que finalizados, mediante aviso publicado nos jornais utilizados habitualmente pela companhia, até a data de publicação do anúncio de convocação da assembléia geral que irá deliberar sobre os mesmos. Art. 5o As empresas e os profissionais que tenham emitido opiniões, certificações, pareceres, laudos, avaliações, estudos ou prestado quaisquer outros serviços, relativamente às operações de incorporação, fusão ou cisão envolvendo companhia aberta, sem prejuízo de outras disposições legais ou regulamentares aplicáveis, deverão: I - esclarecer, em destaque, no corpo das respectivas opiniões, certificações, pareceres, laudos, avaliações, estudos ou quaisquer outros documentos de sua autoria, se tem interesse, direto ou indireto, na companhia ou na operação, bem como qualquer outra circunstância relevante que possa caracterizar conflito de interesses; e II - informar, no modo indicado no inciso anterior, se o controlador ou os administradores da companhia direcionaram, limitaram, dificultaram ou praticaram quaisquer atos que tenham ou possam ter comprometido o acesso, a utilização ou o conhecimento de informações, bens, documentos ou metodologias de trabalho relevantes para a qualidade das respectivas conclusões. 12) (INSS-2001-CESPE) Julgue os itens abaixo, relativos a incorporação,

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cisão e fusão. 1 - Na incorporação de uma sociedade anônima por outra já existente constará de protocolo firmado pelos órgãos de administração ou pelos sócios de sociedade interessada, entre outras coisas, o valor do aumento ou da redução do capital social da sociedade incorporadora. A resposta para este item se encontra no inciso X, do art. 2º da Instrução CVM 319/99, acima transcrita. 2 - Na incorporação de sociedade anônima pela sua controladora, a justificação apresentada à assembléia-geral da controlada deverá conter, além de outras informações, o cálculo das relações de substituição das ações dos acionistas não controladores da controlada com base no valor do patrimônio líquido das ações da controladora e da controlada. Esses dois patrimônios deverão ser avaliados segundo os mesmos critérios e na mesma data, a preços de mercado. A resposta a este item é encontrada no inciso VI da Instrução CVM 319/99, acima transcrita. 3 - Na incorporação da controladora por sua subsidiária integral, em uma situação em que a controladora seja uma holding que possua em seu ativo apenas os investimentos na companhia incorporadora, a sociedade resultante da incorporação irá possuir, ao final do processo, suas próprias ações registradas no ativo, em contrapartida de receita de incorporação do período. Os lançamentos pertinentes a essa transação são: Na controladora incorporada: D - Contas de Incorporação C – Participações societárias D – PL C – Participações societárias Com esses lançamentos seu patrimônio ficou “zerado”. Na subsidiária, os lançamentos serão: D – PL C – Contas de Participação

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D – Contas de Participação C – PL Vejam que os lançamentos se anulam, logo não haverá registro de participação no ativo e tampouco se fala em recita. O item está errado. 4 - Na fusão de duas empresas Alfa e Beta sob controle comum de, Celta, sem que haja participação entre as fusionadas, o acionista controlador de Celta e os seus minoritários com participação preponderante em Alfa ou Beta passam a ser os únicos acionistas da nova empresa, perdendo as suas participações os acionistas minoritários de Alfa ou Beta cujas participações fossem não-preponderantes, extinguindo-se contabilmente a parcela de patrimônio liquido correspondente às ações dos acionistas que perderam suas participações no processo, em contrapartida de lucros ou prejuízos acumulados. Novamente encontramos resposta na Instrução 319/99 da CVM. Vejam que o espírito da Lei nº 6.404/76 e da Instrução da CVM é de proteger os acionistas minoritários ou não controladores nessas transações. Não pode um processo de reorganização societária prejudicar esses acionistas minoritários ou que não possuam poder de decisão. O item está errado. 5 - Em uma operação de cisão parcial, com a versão de parcelas patrimoniais para múltiplas empresas criadas, é permitido pela Lei das Sociedades Anônimas que os acionistas da empresa cindida sejam mantidos em todas as empresas resultantes do processo, com a mesma participação acionária que detinham na empresa objeto da cisão, com base em patrimônios líquidos de cada sociedade definidos no protocolo e na justificação de cisão. Vejam que a Lei não veda que os antigos acionistas participem de todas as empresas resultantes do processo de Cisão, mesmo que parcial. A cisão é a transferência de patrimônio e não de sócios ou acionistas, conforme definido no art. 229 da Lei nº 6.404/76. Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. Por hoje é só. Um abraço a todos e bons estudos a todos. Um grande abraço a todos!!!

25/07/2003 - Reserva de Lucros a Realizar e REF

Em face da complexidade do assunto e por ser ele cobrado nas provas da Esaf, trago a vocês dois aspectos segundo a ótica da CVM. Orientações da CVM acerca de Resultados de Exercícios Futuros

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Em 1985, por meio do ofício-circular CVM/PTE/Nº 578/85, a CVM se pronunciou no sentido de que os REF não podem contemplar parcelas de adiantamentos de clientes por conta de mercadorias ou produtos a entregar ou de serviços a executar ou de obrigações de outra natureza. Resta claro, portanto, que nesta conta somente devem ser lançados os valores que representam, efetivamente, resultado, isto é, sobre cujos valores não pese nenhuma obrigação futura, estando separado, em conta do passivo, unicamente por força da aplicação do regime de competência. Quando ocorrer o seu fato gerador, a receita será adicionada ao resultado do exercício. No mesmo sentido, por meio do Ofício-circular 309/86, mais uma vez se pronunciou aquela autarquia conforme a seguir: Representado por receita líquida "não ganha ou não efetivada", em função do regime de competência de exercícios. Caracteriza-se pelo fato de não haver qualquer obrigação de devolver dinheiro, entregar um bem ou prestar um serviço que implique em esforço adicional ou em ônus ou sacrifício significativo para os ativos da companhia beneficiária da receita. O objeto da operação - bem ou serviço produzido - é colocado à disposição do comprador ou usuário, sem qualquer esforço adicional por parte da companhia. São exemplos mais comuns: aluguéis recebidos antecipadamente, por força de dispositivo contratual, sem possibilidade de devolução (locação de armazéns, silos), deduzidos de comissões, impostos e outros encargos incidentes; comissões de abertura de crédito nas instituições financeiras. Este grupo, portanto, não contempla parcelas de adiantamentos de clientes, por conta de produtos a entregar, de serviço a executar ou de obrigações de outra natureza, que deverão ser classificados no passivo circulante ou no passivo exigível a longo prazo. As companhias abertas do ramo de construção civil poderão, em caráter excepcional, continuar mantendo neste subgrupo patrimonial o registro de resultados em contratos a prazo, até ulterior deliberação específica desta Comissão de Valores Mobiliários, sujeitando-se, entretanto, às necessárias restrições apontadas pela auditoria independente. Outro aspecto que merece ser analisado diz respeito as Reservas de Lucros a Realizar. A CVM, por meio do Ofício-Circular/CVM/SEP/SNC/Nº 01/2003, no item 8, se pronunciuo da seguinte forma:

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8. RESERVA DE LUCROS A REALIZAR – LEI Nº 10.303/01 A partir da vigência da Lei nº 10.303/01, a Reserva de Lucros a Realizar passou a ser constituída pelo montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, que ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício. Dessa forma, os montantes constituídos a partir da vigência da Lei nº 10.303/01 passam a representar o próprio dividendo postergado e não mais sua base na realização. Entretanto, o saldo anterior constituído sob a vigência da regra anterior, ainda tem aquela característica, ou seja, quando de sua realização esta constituirá a base de cálculo dos dividendos. Tendo em vista essa característica diferenciada na constituição da reserva, cumpre alertar que deve haver adequada segregação dos montantes que compõem os saldos da Reserva de Lucros a Realizar constituídos antes e após a vigência da Lei nº 10.303/02. Alternativamente, a companhia aberta inserida nessa situação poderá uniformizar aqueles montantes, transformando o saldo anterior para adequá-lo à nova forma de realização da reserva. Deverá ser mantida na conta de Reserva de Lucros a Realizar apenas a parcela que será paga como dividendo, sendo o saldo remanescente revertido e destinado na forma do artigo 19 da Instrução CVM nº 247/96 (aumento de capital, distribuição de dividendo ou constituição de outras reservas de lucros ou absorção de prejuízo do exercício, atendidas as exigências legais). Assim, há que se considerar a existência de Reserva constituída antes do advento da Lei nº 10.303/01, pois neste caso poderemos reverter a reserva para formar a base de cálculo do dividendo obrigatório. Por hoje fico por aqui. Até a próxima. Um enorme abraço a todos!!!

07/08/2003 - Duas questões interessantes sobre a DOAR

Uma freqüentadora do site solicitou a resolução das seguintes dúvidas e por serem do interesse de todos, oportunizo a resolução a toda galera não estressada. Sugiro, entretanto, que tentem resolvê-las antes de verificar a solução apresentada. (1ª QUESTÃO) A Impa S/A publicou o seguinte extrato do Balanço/ X2 comparativamente com o X1:

CONTAS X1 X2 Caixa 14.000 16.000 Bancos 37.000 41.000 Estoques 17.000 12.000 Clientes (12m) 23.000 36.000

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Clientes (24m) 11.000 9.000 Equipamentos 40.000 40.000 Depreciação Acumulada

(8.000) (10.000)

Total 134.000 144.000 Fornecedores 55.000 83.500 Salários a Pagar 1.000 1.500 Impostos a Recolher 2.000 3.000 Financiamentos - 11.500 Financiamentos (LP) 40.000 34.500 Capital 20.000 29.000 Reserva de Capital 4.000 - Reservas de Lucros 2.000 - Lucros Acumulados 10.000 (19.000) Total 134.000 144.000

Informações adicionais: a) Ao longo do exercício social de X2, foram capitalizadas as Reservas de Capital no valor de R$ 4.000,00; b) Variações Monetárias Passivas: - Financiamentos (CP) = 1.500 - Financiamentos (LP) = 4.500 Questões: a) Prejuízo Líquido Ajustado (Resposta: 24.500); b) Origem (Resposta: 7.000); c) Aplicação (Resposta: 34.500); d) Variação CCL (Resposta: 27.500). A questão versa sobre a DOAR. A matriz legal que disciplinando o assunto é encontrada no art. 188 da Lei nº 6.404, de 30 de outubro de 1976, que assim dispõe: Art. 188. A demonstração das origens e aplicações de recursos indicará as modificações na posição financeira da companhia, discriminando: I - as origens dos recursos, agrupadas em: a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros; b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital; c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado.

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II - as aplicações de recursos, agrupadas em: a) dividendos distribuídos; b) aquisição de direitos do ativo imobilizado; c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido; d) redução do passivo exigível a longo prazo. III - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações, representando aumento ou redução do capital circulante líquido; IV - os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício. Na resolução de questões de prova que versem sobre a DOAR devemos ter em mente que ela é uma demonstração financeira pela qual se procura evidenciar o capital de giro próprio, isto é, o Capital Circulante Líquido (CCL). Assim, todas as receitas e despesas que foram consideradas na apuração do resultado e que não influenciam o CCL devem ser eliminadas, quando surge o conceito de Resultado Ajustado (Lucro ou Prejuízo). Enquadram-se nessa modalidade de exclusões do resultado as despesas de depreciação, amortização e exaustão, além de variações monetárias passivas a longo prazo, bem como as receitas de variações monetárias e a variação no REF. Dito isso, podemos passar a Resolução das questões. Considerações para RESOLUÇÃO: 1 – Havia no PL, em X1: Capital Social 20.000,00 Reserva de Capital 4.000,00 Reserva de Lucros 2.000,00 Lucros acumulados 10.000,00 Total 36.000,00 2 – Note que houve capitalização, somente, das Reservas de Capital, no entanto este passou para 29.000,00. Denota-se, assim, que houve aumento de capital pela subscrição dos sócios no valor de 5.000,00, o que representa uma origem de recursos e assim deve ser considerada na DOAR.

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3 – O resultado do exercício foi de: Prejuízos Acumulados 19.000,00 Absorção de Lucros Acumulados 10.000,00 Absorção de Reservas de Lucros 2.000,00 Total (Prejuízo) 31.000,00 4 – Prejuízo líquido ajustado: Prejuízo do Exercício (31.000,00) ( + ) Despe. Depreciação 2.000,00 ( + ) Variação Monetária Passivas (LP) 4.500,00 Total (24.500,00) OBS.: O valor das variações monetárias passivas a LP, representam despesa para fins de apuração do resultado, entretanto, como a DOAR é um demonstrativo financeiro, esse valor não foi desembolsado, logo não houve aplicação de recursos, ou dizendo do forma mais adequada, essa despesa não deve ser considerada no resultado para fins de DOAR porque ela não representa desembolso ou diminuição do capital circulante. 5 – Origens de recursos: Dos sócios pelo aumento de capital 5.000,00 Redução de Clientes LP 2.000,00 Total 7.000,00 6 – Aplicação de recursos: Prejuízo Líquido Ajustado 24.500,00 ( + ) Diminuição do PELP* 10.000,00 Total 34.500,00 * Observe que o PELP era de 40.000. A esse valor foi adicionado a variação monetária de 4.500, passando então para 44.500,00. Ato seguinte o valor passou para 34.500, isto aconteceu em função de uma parcela, que era LP,

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ter se tornado exigível no exercício social subseqüente, isto é, 10.000 passaram para PC, logo houve redução de 10.000,00 em PELP o que caracteriza aplicação de recursos nesse valor. Já o PC está com saldo de 11.500,00 porque houve, também, além o recebimento dos 10.000,00 vindos de LP, variação monetária nessa rubrica no valor de 1.500,00. 7 – Variação do Capital Circulante Líquido foi de 7,000 – 34.500,00 = (27.500). (2ª QUESTÃO):

AC Disponível 13.000 Aplicações Financeiras 8.000 Clientes 90.000 Estoques 26.000 ARLP Aplicações Financeiras 19.000 AP Imóveis 80.000 Depreciação Acumulada (4.000) Equipamentos 50.000 Depreciação Acumulada (3.000) Desp. Pré-operacionais 20.000 Amortização Acumulada (2.000) PC Fornecedores 34.000 PIR 48.000 Dividendos a Pagar 26.000 Financiamentos 18.000 PELP Financiamentos 72.000 REF Aluguéis Ativos a Vencer 3.000 P.L. Capital Social 20.000 Reservas de Capital 4.000 Reserva de Reavaliação 7.000 Reserva Legal 4.000 Reserva Estatutária 1.000 Reservas p/ Contingência

3.000

Lucros Acumulados 57.000

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Informações adicionais: - houve realização de Res. de Reavaliação no valor de R$ 1.000,00; - Receitas Financeiras: - Aplicações a CP = 400 - Aplicações a LP = 900 - Despesas Financeiras: - Financiamentos de CP = 2.200 - Financiamentos de LP = 8.800 Perguntas: a) Líq. Ajustado - 109.900; b) Origem – 197.100; c) Aplicações – 186.100; d) Variação CCL – 11.000 Perceba que não foi fornecido o saldo das contas do exercício anterior, o que faz supor que estamos diante do balanço do final do primeiro exercício social. RESOLUÇÂO: 1 – Composição do Resultado do Exercício: Lucros Acumulados 57.000,00 Reserva para contingências 3.000,00 Reserva Estatutária 1.000,00 Reserva Legal 4.000,00 Dividendos 26.000,00 ( - ) Real. Reserva Reav. (1.000,00) Total 90.000,00 2 – Lucro Ajustado: Lucro Líquido do Exercício 90.000,00 ( + ) Depreciação 4.000,00 ( + ) Depreciação 3.000,00 ( + ) Amortização 2.000,00 ( + ) Despesas Financeiras LP* 8.800,00 ( + ) Aumento REF 3.000,00 ( - ) Receitas Financeiras LP* (1.000,00) Total 109.900,00 * Observe que a DOAR é um demonstrativo financeiro e no caso das receitas e despesas de Longo Prazo, por mais que elas tivessem ocorrido para efeitos de resultado, não houve reflexo no CCL.

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3 – Origens de recursos: Lucro Ajustado 109.900.00 Financiamentos a Longo Prazo 63.200,00** Capital Social 20.000,00 Reservas de Capital 4.000,00 Total 197.100,00 Aplicações de recursos: Aumento do ARLP 18.100,00** Imóveis 80.000,00 Equipamentos 50.000,00 Despesas pré-operacionais 20.000,00 Dividendos 26.000,00 ( - ) Reavaliação de ativos (8.000,00) Total 186.100,00 ** Perceba que estes valores devem ser os originais, pois os aumentos atribuídos a eles por despesas ou juros não representaram diminuição ou acréscimo do CCL, por isso devem ser excluídos. 4 – Variação do Capital Circulante Líquido:

Origens - Aplicações = V CCL 197.100,00 – 186.100,00 = 11.000,00 Por hoje é isso, até próxima quando trarei mais algum aspecto interessante sobre contabilidade ou matemática financeira. Bons estudos a todos, sem estresse, e aquele abração!!!

20/08/2003 - Contabilidade e Matemática financeira

(Fiscal de tributos municipais – Niterói – RJ/EMAP) Observe as informações apresentadas abaixo:

Saldo inicial de Lucros Acumulados 26.500,00 Lucro Líquido do Exercício após o Imposto de Renda

150.000,00

Dividendos intermediários 38.000,00 Correção Monetária do PL 28.000,00 Capitalização de Lucros Acumulados 1.000,00 Transferência para Reservas Estatutárias 15.000,00 Reversão de Reservas de Lucros a Realizar 10.000,00 Ajuste de exercícios anteriores (dedução do saldo de lucros acumulados)

15.000,00

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Com base nestas informações, pode-se concluir que o saldo da DLPA da empresa PASSAREDO corresponderá, no final do exercício, a:

a) 119.500,00

b) 125.500,00

c) 145.500,00

d) 149.500,00

e) 175.500,00

A questão apresenta algumas imperfeições como o valor relativo a correção monetária do PL não estar especificado sobre qual conta incidiu essa correção, no entanto, admitindo que tenha sido sobre o saldo das contas que compõem a demonstração em comento, a sua resolução se torna possível, sendo apresentada da seguinte forma:

Saldo inicial de Lucros Acumulados 26.500,00 (+) Lucro Líquido do Exercício após o Imposto de Renda

150.000,00

(+) Reversão de Reservas de Lucros a Realizar 10.000,00 (+) Correção Monetária do PL 28.000,00 (-) Dividendos intermediários (38.000,00) (-) Capitalização de Lucros Acumulados (1.000,00) (-) Transferência para Reservas Estatutárias (15.000,00) (-) Ajuste de exercícios anteriores (dedução do saldo de lucros acumulados)

(15.000,00)

= Saldo de Lucros Acumulados 145.500,00

Portanto, a resposta correta é a letra “c”.

09/09/2003 - Contabilidade avançada

Dadas as informações a seguir: I - As Demonstrações Contábeis, de três períodos consecutivos, da CIA. MARACANÃ, registram nas contas abaixo, os seguintes saldos:

SALDOS FINAIS 1999 2000 2001 Vendas 15.000.000 25.000.00

0 32.000.000

Custo das Mercadorias Vendidas

3.500.000 14.500.000

18.000.000

Despesa c/ Devedores Duvidosos

10.000 12.000 15.000

Clientes 13.000.00 22.000.00 26.000.000

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0 Estoques 30.000 65.000 70.000 PDD 10.000 12.000 15.000 Reversão de PDD --- --- 4.000 Fornecedores 1.450.000 2.600.000 3.900.000 Despesas do Período 3.000.000 4.500.000 5.000.000 Contas a Pagar 220.000 350.000 400.000 Perdas com Clientes --- 8.000 ---

II - O Balanço Patrimonial de 1998 evidenciava como saldos finais das contas a seguir os valores:

Estoques Fornecedores Clientes PDD Contas a Pagar

100.000 1.070.000 3.000.000 3.000 150.000

III - A empresa utilizava Contas a Pagar somente para registrar despesas a prazo. Com base unicamente nas informações fornecidas, responda às questões de 01 a 04. 01) (AFRF-2002-Esaf) O valor das compras efetuadas pela empresa em 2001 é: a) 18.005.000 b) 17.935.000 c) 16.705.000 d) 14.535.000 e) 13.385.000 SOLUÇÃO: A solução deste exercício é relativamente simples, senão vejamos: Para o exercício social de 2001 devemos considerar como estoque inicial o valor do estoque final do exercício social anterior, como de resto para todas as contas patrimoniais. Neste caso temos que o estoque inicial (Ei) foi de R$ 65.000,00. O estoque final (Ef) é fornecido no próprio balanço encerrado em 2001, cujo valor é de R$ 70.000,00. Além destes valores, foi fornecido o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), no valor de R$ 18.000.000,00. Assim, partindo do conceito de CMV = Ei + Co – Ef, onde Co representam as compras líquidas do período, teremos que Co é a única variável que deve ser encontrada. Logo, substituindo na fórmula os valores já conhecidos, temos: 18.000.00,00 = 65.000,00 + Co – 70.000,00 Co = 18.000.000,00 – 65.000,00 + 70.000,00

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Co = R$ 18.005.000,00 Desta forma, a opção correta é a representada pela alternativa “a”. 02) (AFRF-2002-Esaf) O valor de ingresso no Fluxo de Caixa, nos três períodos, proveniente das Vendas é:

1999 2000 2001

a) 15.000.000 25.000.000 32.000.000

b) 13.000.000 22.002.000 31.998.000

c) 12.997.000 22.000.000 31.992.000

d) 9.007.000 21.992.000 27.988.000

e) 4.997.000 15.982.000 27.992.000

SOLUÇÃO: Percebam que foi solicitado o ingresso proveniente das vendas, logo a análise há de ser feita em relação ao aumento de disponibilidades geradas pelas vendas, que não precisam ser, necessariamente, as vendas do período considerado! Vamos analisar o fato ano por ano: 1999: As vendas efetuadas foram no montante de R$ 15.000.000,00, entretanto esse valor não foi recebido integralmente, conforme se pode perceber pelo aumento da conta de clientes que passou de R$ 3.000.000,00 (1998) para 13.000.000,00 (1999). Isto pode ser interpretado da seguinte forma: Os clientes, devedores de 1998, efetuaram os seus pagamentos, e no ano de 1999 foram realizadas vendas a prazo pelo valor de R$ 13.000.000,00. Somente por esse fato poderíamos dizer que houve o ingresso de R$ 5.000.000,00. Mas, não podemos nos esquecer que dos clientes devedores de 1998 não foram recebidos R$ 3.000,00 referentes a PDD. Assim, o valor efetivamente recebido em 1999, decorrente de vendas, foi de R$ 4.997.000,00, discriminados ou demonstrados da seguinte forma: Vendas no período = R$ 15.000.000,00 (+) Clientes (1998) = R$ 3.000.000,00 (-) Clientes (1999) = R$ 13.000.000,00

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(-) PDD (1998) = R$ 3.000,00 Total Recebido = R$ 4.997.000,00 É de se anotar, ainda, que a soma das vendas no período com valores a receber de clientes do período anterior representa o valor passível de recebimento, considerando-se para tanto que as vendas tivessem sido realizadas à vista e que os clientes pagariam, integralmente, seus compromissos, ou seja, haveria a necessidade de reverter a PDD constituída no período anterior. Porém, como não houve reversão da PDD do período anterior e as vendas não foram todas à vista, os seus saldos devem ser deduzidos dos valores passíveis de recebimento, cujo resultado representa o efetivo ingresso de recursos decorrentes de vendas. 2000: Seguiremos praticamente o mesmo raciocínio adotado para o ano anterior. No entanto devemos atentar ao fato de que neste ano foi baixado o valor de R$ 8.000 referentes a perdas com clientes. Tecnicamente isto quer dizer que, além da PDD que não foi suficiente, a quantia de R$ 8.000,00 não foi recebida dos clientes. Desta forma, podemos elaborar o seguinte demonstrativo: Vendas no período = R$ 25.000.000,00 (+) Clientes (1999) = R$ 13.000.000,00 (-) Clientes (2000) = R$ 22.000.000,00 (-) PDD (1999) = R$ 10.000,00 (-) Perdas (2000) = R$ 8.000,00 Total recebido = R$ 15.982.000,00 2001: Agora já podemos ir diretamente ao demonstrativo, pois as explicações relativas aos exercícios sociais anteriores são também aplicadas aqui, com a ressalva de que neste exercício houve uma reversão de provisão no valor de R$ 4.000,00, cujo valor deverá ser subtraído de PDD do período anterior. Vendas no período = R$ 32.000.000,00 (+) Clientes (1999) = R$ 22.000.000,00 (-) Clientes (2000) = R$ 26.000.000,00 (-) PDD (1999) = R$ 12.000,00 (+) Reversão PDD = R$ 4.000,00

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Total recebido = R$ 27.992.000,00 Assim, a resposta correta está contemplada na alternativa de letra “e”. Por hoje é isto. Bons estudos a todos e fiquem em paz!!!

16/09/2003 - Desconto simples - resolução de exercícios - parte II

04) (TTN/94) José descontou 2 duplicatas em um banco, no regime de juros simples comerciais, a uma taxa de juros de 15% a.a. O primeiro título vencia em 270 dias e o segundo em 160 dias, sendo que o último era de valor nominal 50% superior ao primeiro. Sabendo-se que os dois descontos somaram o valor de R$ 382,50, o título que produziu o maior desconto tinha valor nominal, em R$, de a) 1.850,00 b) 1.750,00 c) 1.800,00 d) 1.700,00 e) 1.900,00 O primeiro fato que deve ser desvendado diz respeito ao tipo de desconto utilizado. Analisando o enunciado percebe-se que nele diz “no regime de juros simples comerciais”, isto quer dizer que o ano possui 360 dias e o mês possui 30 dias, indistintamente do número de dias do ano civil e do mês civil. Mas, voltando ao assunto do tipo de desconto, perceba que foi enunciado que os descontos foram realizados em um banco. Até aqui tudo bem, estamos entendendo que o desconto só poderia ser comercial. Porém, há uma pequena incongruência no enunciado, pois é informado que os descontos foram submetidos a uma taxa de juros de 15% a.a., o que poderia ensejar a aplicação do desconto racional, visto que é nele que trabalhamos com taxa de juros. No entanto, como os enunciados da Esaf não são sempre, tecnicamente, adequados, e considerando que não foi informado o tipo de desconto, fiquemos com a informação de que o desconto realizado em banco é sempre comercial. Desta forma, aplicando os conceitos de desconto comercial, partimos da seguinte igualdade:

Dc1 + Dc2 = 382,50

N1 x i x n1 + N2 x i x n2

Como:

N2 = 1,5N1;

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n1= 270/360;

n2 = 160/360, teremos:

N1 x 0,15 x 270/360 + 1,5N1 x 0,15 x 160/360 = 382,50

N1 x 0,15 x 2,7 / 3,6 + 1,5N1 x 0,15 x 1,6 / 3,6 = 382,50

N1 x 0,15 x 2,7 + 1,5N1 x 0,15 x 1,6 = 382,50 x 3,6

0,405N1 + 0,36N1 = 1.377,00

0,765N1 = 1.377,00

N1 = 1.377,00 / 0,765

N1 = 1.800,00

Encontrado o valor nominal 1, basta verificar qual dos dois títulos sofreu o maior desconto. Para isto vamos testar o desconto produzido pelo título 1:

Dc1 = 1.800 x 0,15 x 270 / 360

Dc1 = 202,50

O valor assim encontrado representa mais da metade do desconto total produzido, logo este é o título que produziu o maior desconto. Assim, a resposta correta é a letra “c”. 05) (CESPE/UnB - Senado Federal/96) No desconto simples bancário de 4 títulos à mesma taxa de desconto, cada um no valor de R$ 2.000,00, com vencimentos mensais e sucessivos, a partir de 30 dias, obteve-se um valor líquido de R$ 7.000,00. Com relação à situação descrita, julgue os itens que se seguem. (1) A taxa de desconto simples do título que vence em 120 dias corresponde à taxa de juros simples de 6,25% ao mês. (2) A taxa de desconto simples para cada título é igual a 5% ao mês. (3) O desconto obtido para o título que vence em 90 dias é o triplo do desconto obtido para o título que vence em 30 dias. (4) As taxas mensais de juros simples dos valores atuais dos títulos são diferentes. (5) No desconto simples bancário, a taxa de desconto incide sobre o valor atual ou líquido.

A primeira definição a ser alcançada diz respeito ao tipo de desconto.

Como se trata de desconto bancária, conforme já analisamos em questão

Page 82: Aulas Do Ponto Contabilidade Velter

anterior, estamos diante de desconto comercial, pois o desconto bancário

é sempre comercial.

Se o valor líquido recebido foi de R$ 7.000,00 e cada um dos quatro títulos possui valor nominal de R$ 2.000,00, então o valor total do desconto foi de R$ 1.000,00.

De posse dessas informações, podemos, agora, apurar a taxa de desconto envolvida na operação.

Conforme já dissemos, o valor total do desconto foi de R$ 1.000,00 e o desconto é comercial, assim temos:

Dc1 + Dc2 + Dc3 +Dc4 = 1.000,00

A fórmula do desconto comercial é: Dc = Nin

Onde:

Dc = Desconto comercial;

N = Valor nominal dos título;

i = Taxa de desconto; e

n = número de períodos (meses) de antecipação. Logo:

2.000 x i x 1 + 2.000 x i x 2 + 2.000 x i x 3 + 2.000 x i x 4 = 1.000,00

2.000 i + 4.000 i + 6.000 i + 8.000 i = 1.000,00

20.000 i = 1.000,00

i = 1.000,00 / 20.000,00

i = 0,05, isto é, a taxa de desconto é de 5% ao mês.

Com isto já resolvemos o item 2, cuja assertiva está “CERTA”.

No item 1 é solicitada a taxa efetiva envolvida no desconto do título que se vence em 4 meses.

A fórmula de calcular a taxa efetiva é a seguinte:

idcief = 1 - idc x n

Page 83: Aulas Do Ponto Contabilidade Velter

Substituindo as variáveis da fórmula, teremos:

0,05 ief = 1 – 0,05 x 4

ief = 0,05 / 0,8

ief = 0,0625, isto é, a taxa de juros implícita na operação de desconto é de 6,25%, logo o item está “CERTO”.

Analisando o item 3, podemos afirmar, sem efetuar cálculo algum, que o desconto do título que vence em três meses é o triplo do desconto que vence em um mês, assim como o desconto do título que vence em dois meses é o dobro do desconto do título que vence em um mês, pois os descontos são diretamente proporcionais ao número de meses de antecipação, visto que a taxa de desconto se mantém inalterada assim como se mantém inalterado o valor nominal.

Mas, acreditando na teoria de “São Tomé”, pela qual é preciso ver para crer, demonstrarei este fato matematicamente:

Dc1 = 2.000,00 x 0,05 x 1

Dc1 = 100,00

Dc2 = 2.000,00 x 0,05 x 2

Dc2 = 200,00

Dc3 = 2.000,00 x 0,05 x 3

Dc3 = 300,00

Dc4 = 2.000,00 x 0,05 x 4

Dc4 = 400,00

Desta forma, reforçando a nossa conclusão, para valores nominais iguais e taxas de descontos iguais, os descontos obtidos serão proporcionais aos períodos de antecipação, isto é, para 2, 3 e 4 períodos de antecipação, teremos, sempre, um desconto que eqüivale ao dobro, triplo ou quadruplo do desconto obtido para um único período de antecipação.

Logo, o item 3 está “CERTO”.

No item 4 se faz referência, novamente, à taxa efetiva, porém analisando os quatro períodos conjuntamente.

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Se analisarmos a fórmula utilizada para o cálculo da taxa efetiva, percebemos que ela é influenciada pelo número de períodos de antecipação, pois quanto maior for o “n”, menor será o denominador. Assim, para cada valor de “n”, teremos uma taxa efetiva ou de juros implícita na operação diferente.

Vejamos os exemplos matemáticos:

0,05 ief = 1 – 0,05 x

1

ief = 0,05 / 0,95

ief = 0,0526, isto é, para “n” = 1, a taxa efetiva é semelhante a 5,26% ao mês.

0,05

ief = 1 – 0,05 x 2

ief = 0,05 / 0,9

ief = 0,0555, isto é, a taxa efetiva para “n” = 2 representa em torno de 5,55 % ao mês.

0,05

ief = 1 – 0,05 x 3

ief = 0,05 / 0,85

ief = 0,0588, isto é, a taxa de juros implícita na operação é em torno de 5,88% ao mês.

0,05

ief = 1 – 0,05 x 4

ief = 0,05 / 0,8

ief = 0,0625, ou seja, a taxa de juros efetiva implícita na operação é de 6,25% ao mês.

Logo, o item 4 está “CERTO”.

Com relação ao item 5, tenho a expor o seguinte:

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O desconto comercial incide sobre o valor nominal, é como se estivéssemos calculando o juro sobre o valor nominal. É por isso que o desconto comercial é chamado de desconto “por fora”.

Já no desconto racional, o desconto representa o juro calculado sobre o valor atual, por isso ele é chamado de desconto “por dentro”.

Desta forma, o item está “ERRADO”.

Por hoje é isso. Espero que todos estejam bem e, principalmente, tranqüilos, pois a notícia de que o edital será publicado nesta semana não poderá deixá-los inseguros e afobados. É hora, sim, de intensificar os estudos, mas sem atropelo. A pressa é inimiga da perfeição!!!

Um grande abraço a todos e muita paz e estudo!!!

19/10/2003 - Avaliação de investimentos

Em muitas provas de Auditor, realizadas pela Esaf, o assunto avaliação de investimentos é cobrado em Contabilidade Geral. Desta forma, resolvi desenvolver esse assunto de uma maneira simples que possa ajudá-los a responder as questões. Para um estudo mais aprofundado, sugiro a leitura do e-produto sobre Contabilidade Avançada que se encontra a venda neste site. A base legal da avaliação de investimentos, como de resto todo o ativo, se encontra no art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores mobiliários não classificados como investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo valor do mercado, se este for menor; serão excluídos os já prescritos e feitas as provisões adequadas para ajustá-lo ao valor provável de realização, e será admitido o aumento do custo de aquisição, até o limite do valor do mercado, para registro de correção monetária, variação cambial ou juros acrescidos; II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas; IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão

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para atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior; V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão; VI - o ativo diferido, pelo valor do capital aplicado, deduzido do saldo das contas que registrem a sua amortização. § 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor de mercado: a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado; b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro; c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros. § 2º A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente nas contas de: a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado; c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. § 3º Os recursos aplicados no ativo diferido serão amortizados periodicamente, em prazo não superior a 10 (dez) anos, a partir do início da operação normal ou do exercício em que passem a ser usufruídos os benefícios deles decorrentes, devendo ser registrada a perda do capital aplicado quando abandonados os empreendimentos ou atividades a que se destinavam, ou comprovado que essas atividades não poderão produzir resultados suficientes para amortizá-los. § 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil. No que concerne a classificação do ativo, o art. 179 da mesma lei dispõe

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que: Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou comercial; V - no ativo diferido: as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder o início das operações sociais. Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. Destarte, combinando os dois dispositivos, teremos as seguintes classificações e modos de avaliação para investimentos: 1 – Aplicações financeiras de liquidez imediata, como os Fundos de Renda Fixa, devem ser classificados no Ativo Circulante Disponível e avaliados pelo custo de aquisição mais rendimentos ganhos até a data do encerramento do exercício. Ressalte-se que os rendimentos ganhos serão computados consoante o regime de competência; 2 – Aplicações financeiras com liquidez até o final do exercício seguinte, como os Certificados de Depósito Bancários e as Debêntures, devem ser classificados no Ativo Circulante, em Aplicações Temporárias e devem ser avaliados pelo custo de aquisição mais rendimentos auferidos no período considerado; 3 – Aplicações financeiras com liquidez após o final do exercício seguinte, como os Certificados de Depósito Bancários e as Debêntures, devem ser classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo, em Aplicações Temporárias e devem ser avaliados pelo custo de aquisição mais rendimentos ganhos no

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exercício. Atente ao fato que na avaliação desses ativos, até este momento, não foi invocada a necessidade de se constituir de provisão para ajuste ao valor de mercado quando este seja menor, isto é, estes investimentos (itens 1 a 3) são avaliados pelo custo de aquisição mais rendimentos, se houver; 4 – O Estoque em Ouro com liquidez imediata ou não, como, por exemplo, as operações de compra e venda de ouro, devem ser classificadas no ativo circulante ou ativo realizável a longo prazo, conforme previsão de realização e devem ser avaliados pelo custo de aquisição e ajustados por provisão para desvalorização quando o valor de mercado for menor; 5 – Participações Societárias com intenção de realização até o final do exercício social subseqüente, como as ações e quotas de outras sociedades comerciais, devem ser classificados como Ativo Circulante em subgrupo de Investimentos Temporários, cuja avaliação deve ser pelo custo de aquisição ajustado por provisão para valor de mercado quando este for menor; 6 – Participações Societárias com intenção de realização após o final do exercício social subseqüente, como ações e quotas de outras sociedades, devem ser classificadas no Ativo Realizável a Longo Prazo e avaliadas pelo custo de aquisição e ajustados ao valor de mercado quando este for menor; 7 – Participações societárias em empresas não controladas e cujo investimento não seja relevante, mas com intenção de permanência, como ações ou quotas de outras empresas, devem ser classificadas no Ativo Permanente Investimentos e avaliados pelo Custo de Aquisição ajustado por provisão para perdas quando comprovadas como permanentes; 8 – Participações Societárias em empresas controladas ou em sociedades coligadas e equiparadas a coligadas quando o investimento é relevante e se exerça influência na administração ou cujo investimento representa 20% ou mais do capital social da investida, com intenção de permanência, como ações e quotas de sociedades controladas e coligadas ou equiparadas a coligadas, devem ser classificadas no Ativo Permanente Investimento e avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial (MEP); 9 – Outros ativos com intenção de permanência, como obras de arte, terrenos, edifícios não de uso, devem ser classificados no Ativo Permanente Investimento e avaliados pelo custo de aquisição e ajustados por provisão para perdas prováveis ou ajuste a valor de mercado (art. 183, IV). Vê-se que cada aplicação possui características próprias em relação ao prazo para resgate, taxa de rendimento, forma de rentabilidade, liquidez, intenção da empresa na sua aquisição etc. Entretanto, na sua classificação nos interessa, tão-somente, quando podemos dispor desses valores. Por isso, os títulos resgatáveis de pronto devem ser classificados como disponibilidade e, quando não possuem essa característica, devemos classificá-los como investimento temporário. Se, porém, há a intenção de permanência, deverão ser classificados no grupo do ativo permanente em subgrupo investimentos, onde serão separados pela sua forma de avaliação,

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isto é, método do custo ou método da equivalência patrimonial. Os investimentos permanentes podem ser de dois tipos: a - as participações permanentes em outras sociedades; e b - os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante ou longo prazo”. As participações permanentes em outras sociedades são os investimentos efetuados pala aquisição de ações ou quotas do capital social de outras empresas, com intenção de permanência. Essas participações societárias têm tratamento legal próprio definido nos arts. 248 a 250 da lei das sociedades por ações e regulamentado pela Instrução CVM nº 247/96. Os bens e direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante ou realizável a longo prazo, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa compreendem os Investimentos que não se constituem em meios necessários à consecução da finalidade da entidade. São exemplos de investimentos dessa natureza os direitos de propriedade sobre obras de artes, as antiguidades e os imóveis não de uso, os quais, geralmente, apresentam uma expectativa de realização em valores que ultrapassam o custo de aquisição. Nos interessam os investimentos permanentes na formação de capital de outras sociedades, isto é as aplicações de recursos em participações no capital social de outras sociedades. A principal característica que os distingue dos investimentos temporários é exatamente a intenção de permanência que deve estar manifestada. Estes investimentos podem ser avaliados segundo dois critérios. Ou pelo método do custo, ou pelo método da equivalência patrimonial (MEP). Em termos gerais, todos os investimentos em sociedades controladas devem ser avaliados pelo MEP. Os investimentos em sociedades coligadas somente serão avaliados pelo MEP quando este investimento for relevante ou se a sociedade investidora exercer influência administrativa na sociedade investida. Os demais investimentos permanentes no capital social de outras sociedades sejam elas coligadas ou não serão avaliados pelo método do custo de aquisição. Na avaliação pelo método do custo de aquisição, a entidade investidora registra e avalia os investimentos pelo custo de aquisição, deduzidos de provisão para perdas, conforme dispõe o art. 183, III, da Lei, ressalvando que essa provisão é necessária para se obter o valor de mercado, visto que o critério é custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor.

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Ressalte-se que a provisão para perdas somente poderá ser constituída quando a perda estiver comprovada como permanente. Entende-se que a perda é permanente quando a sociedade investida pedir concordata ou quando for declarada a sua falência. Também pode haver a constituição dessa provisão em casos de a sociedade investida apresentar, em períodos consecutivos, prejuízos acumulados. Os lucros ou dividendos que cabem à investidora, por este método, devem ser registrados como receita operacional no momento em que a empresa investida os distribuir ou provisionar, não se fazendo, na empresa investidora, qualquer alteração no valor do investimento efetuado com base no custo de aquisição. O custo de aquisição representa o valor líquido e efetivo despendido na operação de aquisição de participação societária. Desta forma, compreende os seguintes elementos: - Valor aplicado na formação de capital para constituição de nova sociedade; - Valor despendido na aquisição ou subscrição de novas ações ou quotas por aumento de capital, inclusive ágio; - Montante pago pela compra de ações de terceiros, inclusive ágio ou deságio; - Valor pago a título de corretagem. O recebimento de dividendos ou o seu provisionamento na sociedade investida, quando o investimento é avaliado pelo custo de aquisição, gera o seguinte registro na sociedade investidora: Dividendos a Receber a Receita de Dividendos O efetivo recebimento do dividendo será contabilizado por meio do seguinte lançamento contábil: Caixa/Bancos a Dividendos a Receber Ressalte-se que a receita de dividendos é uma recita operacional. Os investimentos avaliados pelo MEP possuem outra forma de contabilização. Pela aquisição do investimento o registro deve ser segregado em Investimento propriamente dito e ágio ou deságio. A avaliação pelo MEP consiste em aplicar sobre o Patrimônio Líquido da sociedade investida o percentual de participação no capital social desta sociedade. Assim, se determinada empresa é investidora em outra

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sociedade e possui ações que representem 30% do Capital social dessa outra sociedade, ela fará jus, em caso de dissolução dessa outra sociedade a 30% do PL. A aplicação do MEP consiste em algo semelhante, ou seja, o investimento é avaliado periodicamente pelo valor do patrimônio líquido da sociedade investida. Desta forma, toda vez que aumenta o PL da sociedade investida, a sociedade investidora ajusta o valor do seu investimento pelo percentual de participação que possui no capital social. Esse percentual será aplicado sobre o PL da investida!!! Com essa forma de proceder, o registro contábil correspondente ao aumento do PL da sociedade investida, na investidora, terá o seguinte registro: Investimentos a Resultado positivo na equivalência Patrimonial (outras receitas operacionais) ou Resultado negativo na equivalência Patrimonial (outras despesas operacionais) a Investimentos em controladas e coligadas É de ressaltar que o resultado, seja ele positivo ou negativo, na equivalência patrimonial deverá ser apropriado, na sociedade investidora, como receita ou despesa operacional. Perceba que o reconhecimento do aumento do investimento deve ocorrer quando a sociedade investida apurar seu resultado e o incorporar ao PL. Ressalte-se que se o investimento sob avaliação estiver localizado no exterior, a diferença verificada no final de cada período deverá ser registrada em variação cambial de investimento em coligada e controlada no exterior, que também constitui receita ou despesa operacional. Investimentos a Variações cambiais ativas (Aumento de investimento no Exterior por variação cambial) ou Variações cambiais passivas

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a Investimentos (pela redução do investimento no exterior por variação cambial) Quando a sociedade investida distribuir dividendos, fato que normalmente ocorre em momento posterior a elaboração do Balanço Patrimonial, haverá uma diminuição do seu patrimônio líquido, o que gera, como conseqüência, uma redução do valor do investimento na investidora proporcionalmente a sua participação no capital social da investida. Desta forma, o recebimento de dividendo deve ser entendido como uma realização do investimento, quando então será alimentada a conta caixa mediante débito e sua contrapartida será um crédito na conta de investimento. Caixa, Bancos ou Dividendos a Receber a Investimento (pelo recebimento ou reconhecimento de dividendo) Assim, apresentamos de modo bastante rápido alguns aspectos de investimentos que são cobrados nas provas de Contabilidade Geral. Para um estudo mais aprofundado, sugerimos a leitura do e-produto de contabilidade avançada, no qual desenvolvemos o assunto em 80 páginas. Vale a pena conferir!!! Por aqui eu fico e deixo o meu abraço a todos. Até a próxima!!!

24/10/2003 - DRE - Uma questão legal.

Há muito tempo que pretendo esclarecer uma dúvida de muita gente com relação ao cálculo da Provisão para o Imposto de Renda e das Participações na DRE. O assunto é cobrado em quase todas as provas da Esaf e a cada prova surgem mais dúvidas quanto à correta elaboração dessa demonstração. Hoje tomei coragem, além de dispor de um tempinho e resolvi que seria agora!!! Para iniciarmos a conversa sobre o assunto devemos entender que se trata de um demonstrativo contábil e como tal deve ser tratado com observância da legislação comercial. Neste sentido dispõe o § 2º do art. 177 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (lei das S.A.): Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar

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métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. § 1º As demonstrações financeiras do exercício em que houver modificação de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e ressaltar esses efeitos. § 2º A companhia observará em registros auxiliares, sem modificação da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem a elaboração de outras demonstrações financeiras. § 3º As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, e serão obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na mesma comissão. § 4º As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados. Conforme se depreende, pela simples leitura do excerto, a lei das S.A. deixou assente que a legislação tributária não pode interferir na elaboração das demonstrações por ela reguladas. Ressalta que, é bem verdade, a companhia deverá ter outros registros para atender a legislação fiscal e outras afetas a sua atividade comercial. A legislação fiscal, por seu turno, estabelece que, para as empresas que apuram o Imposto de Renda com base no lucro real, a escrituração e o controle seja efetuado no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). No cálculo do lucro real parte-se do Lucro Líquido do Exercício e a este serão feitas adições, poderão ser efetuadas exclusões e pode haver a compensação de prejuízos “fiscais” de exercícios anteriores. Percebe-se, facilmente, que a legislação fiscal possui certos aspectos peculiares a ela que não são mencionados pela legislação comercial e, portanto, não devem ser trazidos às demonstrações reguladas por esta legislação. Quanto a DRE, ela está disciplinada pela lei das S.A. no art. 187, onde encontramos as seguintes regras a serem observadas: Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e

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serviços vendidos e o lucro bruto; III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VI - as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados; VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. § 2º O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas avaliações, registrados como reserva de reavaliação (artigo 182, § 3º), somente depois de realizado poderá ser computado como lucro para efeito de distribuição de dividendos ou participações. Na sua elaboração, principalmente no que concerne a constituição da provisão para o Imposto de Renda e da dedução das participações estatutárias, devemos observar também o disposto nos arts. 189 e 190 da lei: Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda. Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem.

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Participações Art. 190. As participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente calculada. Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das participações dos administradores e das partes beneficiárias o disposto nos parágrafos do artigo 201. O art. 189 assevera que “do resultado do exercício ...”. por essa expressão devemos entender que resultado do exercício é coisa distinta de Lucro Líquido do Exercício, pois para chegarmos ao LLE devem ser excluídas a PIR e as Participações Estatutárias. Na seqüência do art. se menciona ser necessária a exclusão dos prejuízos acumulados e a PIR. Os prejuízos que devem ser excluídos são os prejuízos contábeis e não os prejuízos fiscais, pois, conforme já vimos, a DRE é uma demonstração contábil e não fiscal. Nesta linha de raciocínio, aliás a preconizada pela lei societária, não devemos nos preocupar se as participações estatutárias são ou não dedutíveis pela legislação do Imposto de Renda, visto que a base de cálculo do imposto será determinada consoante as regras do Lucro Real, lá no LALUR. Desta forma, observemos o seguinte exemplo:

Lucro antes do IR 10.000 Prejuízos acumulados (contábil)

2.000

Aliquota do IR = 15% Participação de administradores = 10%

Participação de empregados = 10 %

Neste caso, teríamos o seguintes valores na DRE: Lucro antes do IR e CSLL 10.000,00 (-) PIR * (1.200,00) (-) Empregados** (

680,00) (-) Administradores** (

612,00) = Lucro líquido do exercício

7.508,00

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*O valor foi obtido pela multiplicação de 15% sobre 8.000,00 (10.000,00 – 2.000,00). Perceba que não se considerou a dedutibilidade das participações. **A ordem de calcular é a do famoso time da DEAPF. Na contabilidade o procedimento deve ser o que apresentamos. Agora, vamos à legislação do IR. Supondo que a mesma empresa tenha prejuízos fiscais a compensar no valor de R$ 8.000,00 e que no resultado tenha receitas operacionais em equivalência patrimonial de 4.000,00. O Lucro Real dessa empresa, considerando apenas esses fatos, seria:

Lucro líquido do exercício 7.508,00 (+) PIR 1.200,00 (+) Administradores 612,00 (-) Ganho na equivalência (4.000,00) = Lucro real antes de compensações

9.320,00

(-) Compensação de prej. fiscais (30%)

(2.796,00)

= Lucro Real (Lucro Fiscal)

6.524,00

x 15% = Imposto devido 978,60

Perceberam a diferença?!!! Ressalte-se que nas provas da Esaf, ela tem considerado que no cálculo da PIR a provisão para Debenturistas e Empregados é dedutível, fato que está em desacordo com a legislação comercial. Por hoje é isso. Um forte abraço a todos e até a próxima!!!

31/10/2003 - Contabilidade Avançada - INSS-2002

Enunciado para as questões de nº 16 a 18: A Cia. Itaguara tem determinado nos seus estatutos que 30% dos seus lucros líquidos serão pagos a título de dividendos a seus acionistas, cabendo aos acionistas de ações preferenciais classe A um dividendo fixo em R$0,15/ação e aos acionistas ordinários um dividendo mínimo estabelecido em R$0,10/ação.

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Em um determinado período o Lucro Líquido, após todas as inclusões/deduções, obtido pela empresa foi de R$ 4.000.000,00 e os dados referentes às ações eram os seguintes:

Ações

Preferenciais Informações

Classe A Classe B

Ações

Ordinárias

Quantidade de Ações 2.000.000 3.000.000 5.000.000 Valor Nominal Unitário 1,00 1,00 1,00 Valor Unitário de Mercado 6,00 8,50 não cotado Valor Patrimonial Unitário 2,50 2,50 2,50

Com base nas informações fornecidas indique: 16- O montante a ser distribuído como dividendo para os acionistas preferenciais. a) R$600.000 b) R$640.000 c) R$650.000 d) R$660.000 e) R$700.000 SOLUÇÃO: Diz no enunciado que a empresa distribuirá 30% do Lucro Líquido e que este foi de R$ 4.000.000,00. Logo o lucro a distribuir será de R$ 1.200.000,00. Os acionistas são de três classes e a eles caberá o dividendo total. A distribuição está assim definida: Acionistas preferenciais classe A R$ 0,15/ação x 2.000.000 de ações = R$ 300.000,00. Acionista ordinários R$ 0,10/ação x 5.000.000 de ações = R$ 500.000,00. Por diferença, caberá aos acionistas preferenciais de classe B o restante do dividendo, ou seja, a quantia de R$ 400.000,00.

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Desta forma, os acionistas preferenciais receberão a quantia de R$ 700.000,00 (R$ 300.000,00 A + R$ 400.000,00 B). A resposta correta é a letra “e”. 17- O valor do dividendo por ação a ser distribuído aos acionistas portadores de ações preferenciais classe B. a) R$0,150 b) R$0,133 c) R$0,121 d) R$0,110 e) R$0,100 SOLUÇÃO: Vimos na questão anterior que os acionistas preferenciais portadores de ações de classe B receberão a quantia de R$ 400.000,00. As ações desta classe são em número de 3.000.000, logo o valor que receberão por ação será de R$ 0,133 (R$ 400.000 / 3.000.000 ações). 18- Dos dividendos distribuídos qual o percentual que caberá aos acionistas ordinários. a) 25,0% b) 33,3% c) 40,0% d) 41,7% e) 58,3% SOLUÇÃO:

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Pelo cálculo que fizemos na questão 16, cabe aos acionistas ordinários a quantia de R$ 500.000,00. Ora, se o total do dividendo a ser distribuído é de R$ 1.200.000,00, então o percentual será obtido pela aplicação de uma simples regra de três: R$ 1.200.000,00 -------- 100% R$ 500.000,00 -------- X X = R$ 500.000,00 x 100 / R$ 1.200.000,00 X = 41,66 % Com o arredondamento da resposta encontrada, o percentual dos dividendos que cabe aos acionistas ordinários é de 41,67%. Logo a resposta correta é a letra “d”. A Cia. Itaici, controlada da Cia. Itacuruçá, em 02.01.2000, vende a vista, uma máquina fresadora para sua investidora, cujos dados envolvidos na transação são os seguintes:

Dados do Ativo Fixo Vendido Custo histórico 60.000.000 Depreciação Acumulada (30.000.000) Valor de Venda 50.000.000 Taxa anual de depreciação 10%

Outras informações: • O período contábil das empresas é encerrado ao final do mês de dezembro, e • Ambas são companhias abertas e pertencem ao mesmo conglomerado empresarial. Levando em conta os dados fornecidos, responda as questões de nº 26 a 30. 26- Os procedimentos contábeis de consolidação das demonstrações deverão contemplar: a) um lançamento de crédito, no valor de R$2.000.000, na conta de Depreciação Acumulada. b) um lançamento de débito, no valor de R$3.000.000, na conta de

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Depreciação Acumulada. c) um lançamento de débito, no valor de R$2.000.000, na conta de Depreciação Acumulada. d) um lançamento de débito, no valor de R$5.000.000, na conta de Depreciação Acumulada. e) um lançamento de crédito, no valor de R$3.000.000, na conta de Depreciação Acumulada. SOLUÇÃO: No procedimento de conciliação os resultados positivos decorrentes de transações intercompanhias devem ser eliminadas para serem reconhecidos no momento de sua realização. São formas de realização deste resultado a alienação para terceiros, a depreciação, amortização e exaustão e a baixa do bem por perecimento. Desta forma, no processo de conciliação, em a realização do resultado ser decorrente de depreciação, a depreciação acumulada deve ser debitada em contra partida de realização do resultado intercompanhias. Logo a resposta correta é a letra “c”. 27- O valor líquido apurado como resultado não realizado é: a) $30.000.000 b) $25.000.000 c) $24.000.000 d) $20.000.000 e) $18.000.000 SOLUÇÃO: O resultado da transação intercompanhias foi de R$ 20.000,00. Como houve a realização de R$ 2.000,00 por depreciação, o resultado não realizado, na conciliação, será de R$ 18.000,00. Logo, a resposta correta é a letra “e”.

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Por hoje fico por aqui. Um bom estudo e um enorme abraço a todos e até a próxima!!!

11/11/2003 - RESERVA LEGAL

A constituição da Reserva Legal tem suscitado polêmicas quanto a dedução ou não dos prejuízos acumulados. Diante da legislação de regência, no meu modo de entender o assunto, não cabe a dedução dos prejuízos acumulados de exercícios anteriores para apurar o lucro líquido do exercício, que é a base de cálculo da reserva legal. Vejamos o que dispõe a Lei nº 6.404, de 30 de outubro de 1976, pertinente ao assunto. CAPÍTULO XVI Lucro, Reservas e Dividendos SEÇÃO I Lucro Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda. Parágrafo único. O prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. Participações Art. 190. As participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente calculada. Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das participações dos administradores e das partes beneficiárias o disposto nos parágrafos do artigo 201. Lucro Líquido Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado do exercício que remanescer depois de deduzidas as participações de que trata o artigo 190.

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Proposta de Destinação do Lucro Art. 192. Juntamente com as demonstrações financeiras do exercício, os órgãos da administração da companhia apresentarão à assembléia-geral ordinária, observado o disposto nos artigos 193 a 203 e no estatuto, proposta sobre a destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício. SEÇÃO II Reservas e Retenção de Lucros Reserva Legal Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social. § 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social. § 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital. Observa-se, pelo disposto no caput do art. 193 que do lucro líquido do exercício, antes de qualquer outra destinação, 5% serão destinados à formação da reserva legal. A definição do que vem a ser LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO nos é fornecida pelo art. 191, ou seja, é o “Resultado do Exercício” que remanescer após a dedução das participações. Outra questão que deve ser suscitada diz respeito a terminologia adotada pelo legislador. No art. 189 o legislador estabelece que antes de qualquer PARTICIPAÇÃO, referindo-se, por óbvio, ao resultado do exercício antes de deduzir o imposto de renda e das participações do time da DEAPF (Debenturistas, Empregados, Administradores, Partes beneficiárias e Fundo de assistência dos empregados). As reservas e dividendos são DESTINAÇÔES do lucro líquido, não podendo ser confundidas com as participações antes referidas. A rigor, participa-se do resultado. Do lucro aufere-se dividendos, ou seja, o lucro será destinado à formação de reservas e distribuição de dividendos. Portanto, a limitação inscrita no art. 189, qual seja a de deduzir primeiramente o prejuízo acumulado e o imposto sobre a renda, é válida somente para se estabelecer as participações do time da DEAFP. Ademais, a norma quando fala em DESTINAÇÃO do Lucro Líquido do Exercício, está se referindo ao resultado do exercício após as participações e não a conta de

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lucros acumulados, pois se forem deduzidos os prejuízos acumulados antes de se efetuar as destinações, teremos o lucro acumulado e não haverá mais razão para se utilizar a expressão “Lucro Líquido do Exercício”. Devemos atentar, ainda, ao espírito da constituição da reserva legal, disposto no parágrafo 2º do art. 193. Segundo esse dispositivo a reserva legal tem por finalidade assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos acumulados e aumentar o capital. Resta claro que a constituição da reserva legal é obrigatória e deve ser constituída antes de deduzir prejuízos acumulados. Se fossemos querer compensar prejuízos com a reserva legal a ser constituída, teríamos que, primeiramente, utilizar, consoante o disposto no parágrafo único do art. 189, as demais reservas de lucros já constituídas, para depois utilizar os saldos da reserva legal. Portanto, ratifico as afirmações feitas no ponto 104.

Vejam alguns exercícios sobre o assunto: 01) (ESAF/AFRF-2001) Indique a opção correta, levando em conta os seguintes dados:

Capital 200 Reserva Legal 30 Reservas de Capital 25 Resultado antes do imposto de renda

400

Participações 20 Provisão para imposto de renda

80

O valor a ser destacado para constituição da Reserva Legal a) deverá ser de 15 b) deve ser de 5 c) pode ser de 15 d) deve ser de 20 e) pode ser de 5 01) (ANALISTACOMEX/ESAF/98) A firma "Chis" apresenta o seguinte patrimônio líquido: Capital Social R$ 30.000,00

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Reservas de Subvenções p/Investimento R$ 1.300,00 Reserva de Ágio na Emissão de Ações R$ 2.000,00 Reserva Legal R$ 2.000,00 Reservas Estatutárias R$ 1.000,00 No exercício de 19X1 a empresa apurou um lucro líquido final (após o Imposto de Renda e as participações) no valor de R$ 76.000,00. Considerando-se as limitações impostas pela Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) podemos dizer que, para constituir a Reserva Legal no referido exercício, essa empresa a) poderá destinar R$ 3.700,00 b) deverá destinar R$ 3.700,00 c) deverá destinar R$ 3.800,00 d) deverá destinar R$ 4.000,00 e) poderá destinar R$ 4.000,00 03) (ESAF/AFTN-1994/setembro) Balancete em 31.12.93 (em R$ 1,00)

Bancos 10 Caixa 20 Capital 500 Clientes 350 Correção Monetária de Balanço

150

Custo de Mercadorias Vendidas

300

Depreciações Acumuladas 50 Despesas Comerciais 70 Despesas Financeiras 10 Despesas Tributárias 10 Fornecedores 180 Imóveis 80 Impostos incidentes sobre 200

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vendas Juros ativos 40 Máquinas 30 Mercadorias 620 Reserva Correção Monetária Capital

70

Reserva de Lucros 60 Reserva Legal 100 Salários a Pagar 50 Veículos 200 Vendas 1000

OBS.: As bases de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro e do imposto de Renda (PJ) foram negativas. Considerando os dados acima podemos afirmar que o valor levado à conta de Reserva Legal, na distribuição de resultados do balanço de 31.12.93, foi de: a) zero b) R$ 15,00 c) R$ 20,00 d) R$ 14,00 e) R$ 13,00 04) (ESAF/TFC-1996) O Patrimônio Líquido de uma empresa estava assim formado:

Capital Realizado

Reserva de Correção do Capital Realizado

Reserva Legal

Reserva de Retenção de Lucros

Lucros Acumulados

1.000.000,00

200.000,00

120.000,00

40.000,00

30.000,00

Foi apurado um prejuízo no exercício de 90.000,00, o qual, segundo o Lei n.º 6.404/76, deve ser absorvido assim: a) 30.000.00 pelos Lucros Acumulados, 30.000,00 pela Reserva de

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Retenção de Lucros e 30.000,00 pela Reserva Legal; b) 90.000,00 pela Reserva Legal ; c) 90.000.00 pela Reserva de Correção do Capital Realizado; d) 30.000,00 pelos Lucros Acumulados, 40.000,00 pela Reserva de Retenção de Lucros e 20.000,00 pela Reserva Legal; e) 30.000,00 pelos Lucros Acumulados e 60.000.00 pela Reserva Legal 05) PERITO CONTÁBIL – 2002 (CESPE/Unb-PERITO) Considerando a Lei das S.A. e as alterações nela recentemente introduzidas, julgue os itens a seguir. 1 O dividendo mínimo obrigatório de uma S.A., caso o estatuto seja omisso, será de 50% do lucro líquido do exercício, deduzido da reserva legal e da reserva de contingências e acrescido da reversão da reserva de contingências que tiver sido realizada. 2 Os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem sido absorvidos por prejuízos, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização. 3 O resultado líquido positivo da equivalência patrimonial não é base para a formação da reserva de lucros a realizar. 4 Nenhuma companhia aberta pode distribuir dividendos em valor inferior ao mínimo obrigatório. 5 A reserva de contingências objetiva compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. 06) SEFA/PA-2002-ESAF - Assinale a opção correta. Do resultado do exercício devem ser deduzidos, antes de qualquer outra dedução: a) 20% para a constituição da reserva legal, nas companhias. b) os prejuízos acumulados. c) os valores destinados aos sócios.

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d) 5% para a constituição da reserva legal, nas companhias. e) os valores destinados às reservas de lucros. 07) BRDES-2001 - A reserva de lucros, constituída anualmente pela apropriação de um determinado percentual do lucro líquido do exercício, calculado antes de qualquer destinação, é denominada a) Reserva Estatutária. b) Reserva Legal. c) Reserva para Contingências. d) Reserva de Retenção de Lucros. e) Reserva Especial de Lucros a Realizar. 08) SERPRO/2001-ESAF - A empresa Reservada S/A apresentou no fim do exercício: Ativo Circulante de R$ 4.800,00 Ativo Permanente de R$ 6.000,00 Passivo Exigível de R$ 8.750,00 Capital Social de R$ 1.000,00 Reservas Estatutárias de R$ 150,00 Reserva Legal de R$ 100,00 Receitas do exercício de R$ 2.400,00 Despesas e custos de R$ 1.600,00 Observações: - Não houve tributação, nem qualquer distribuição de lucros para terceiros; - O lucro líquido do exercício deve ser apropriado, exclusivamente, para constituir a reserva legal e uma reserva estatutária, que o estatuto social determina como sendo de 4% do lucro líquido do exercício. Com base nessas informações, o Contador, cumprindo as permissões legais e respectivas limitações de valor quanto a reservas, deverá contabilizar:

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a) Reserva Estatutária de R$ 32,00 e Reserva Legal de R$ 40,00 b) Reserva Estatutária de R$ 32,00 e Reserva Legal de R$ 18,00 c) Reserva Estatutária de R$ 30,40 e Reserva Legal de R$ 40,00 d) Reserva Estatutária de R$ 30,40 e Reserva Legal de R$ 19,60 e) Reserva Estatutária de R$ 10,00 e Reserva Legal de R$ 40,00 09) AFRF/2002-ESAF - A Cia. Faunix & Florix, ao fim do ano de 2001, demonstrava o seguinte Patrimônio Líquido: Capital Social R$ 50.000,00 Reserva de Subvenção para Investimentos R$ 2.000,00 Reserva de Reavaliação R$ 3.000,00 Reserva Estatutária R$ 4.000,00 Reserva Legal R$ 8.000,00 O lucro líquido apurado no exercício foi de R$ 60.000,00, após a destinação planejada, exceto a constituição de reservas. Agora, para seguir as regras e preceitos atinentes à espécie, a Contabilidade deverá contabilizar uma Reserva Legal de a) R$ 3.000,00 b) R$ 2.500,00 c) R$ 2.000,00 d) R$ 1.000,00 e) R$ 0,00 Por hoje é isto, tenham todos um bom estudo e muita calma nesta reta final!!! Gabaritos: 01 – E; 02 - A; 0 3- D; 04 – D; 05 – C,C,E,E,C; 06 – B; 07 – B; 08 – A; 09 - C

12/11/2003 - Questão 16 AFRF 2002-2

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Muitos internautas têm solicitado para eu resolver a questão 16 do concurso AFRF 2002-2. 16- A empresa Desmontando S/A vendeu o seu Ativo Permanente, a vista, por R$ 100.000,00. Dele constavam apenas uma mina de carvão e um trator usado. A mina teve custo original de R$ 110.000,00 e o trator fora comprado por R$ 35.000,00 há exatos quatro anos. Quando da aquisição da mina, a capacidade total foi estimada em 40 toneladas de minérios com extração prevista para dez anos. Agora, já passados quatro anos, verificamos que foram extraídas, efetivamente, 20 toneladas. O trator vendido tem sido depreciado pelo método linear com vida útil prevista em dez anos, com valor residual de 20%. Considerando que a contabilização estimada da amortização desses ativos tem sido feita normalmente, podemos afirmar que a alienação narrada acima deu origem, em termos líquidos, a ganhos de capital no valor de a) R$ 10.200,00 b) R$ 21.200,00 c) R$ 20.200,00 d) R$ 13.000,00 e) R$ 24.000,00 O primeiro ponto a considerar é que os bens foram vendidos. Em segundo lugar temos que atentar ao fato de que a contabilização “estimada” da amortização foi feita normalmente, isto é, os valores registrados na contabilidade levaram em consideração aquele critério inicialmente estabelecido. Logo, o fato de a mina já estar exaurida em 50% não deve ser levado em conta neste exercício. Assim, a mina estava “amortizada ou exaurida” em 40%, isto é em R$ 44.000,00. O trator tem o valor depreciável de R$ 28.000,00, pois é com valor residual de 20%. Como estava há quatro anos, depreciou a quantia de R$ 11.200,00. Teremos então os seguinte valores no ativo:

Mina 110.000,00 (-) Amortização acumulada

(44.000,00)

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Trator 35.000,00 (-) Depreciação acumulada

(11.200,00)

Total 89.800,00

Apuração do Ganho de Capital:

Receita Não-operacional 100.000,00 Reversão de amortização 44.000,00 Reversão de depreciação 11.200,00 Custo bens vendidos 145.000,00 Soma 145.000,00 155.200,00 Ganho de Capital 10.200,00

Por hoje é isso. Muita calma e estudo a todos com aquele abraço!!!

02/12/2003 - Contabilidade - questões pares - AFRF-2003

Aqui no site nós trabalhamos democraticamente. Dentro deste contexto eu e o Prof. Missagia dividimos a resolução das questões de contabilidade, cabendo a mim resolver as de números pares e a ele as de números ímpares. Antes de começar a resolução das questões, sou obrigado a dizer que finalmente a ESAF fez uma prova decente de contabilidade, pelo menos nessas questões de números pares. Salvo uma pequena omissão na questão 04, as demais estão absolutamente corretas. Vale enfatizar, também, que todas essas questões estão abordadas em nosso livro “Manual de Contabilidade” da Ed. Impetus, cuja 2ª edição está estourando. Vale a pena conferir!!! CONTABILIDADE GERAL 02- No sistema contábil abaixo apresentado só faltou anotar as despesas incorridas no período. Todavia, considerando as regras do método das partidas dobradas, podemos calcular o valor dessas despesas. Componentes valores Capital R$ 1.300,00

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Receitas R$ 1.000,00 Dívidas R$ 1.800,00 Dinheiro R$ 1.100,00 Clientes R$ 1.200,00 Fornecedores R$ 1.350,00 Prejuízos Anteriores R$ 400,00 Máquinas R$ 1.950,00 Com base nos elementos apresentados, pode-se afirmar que o valor das despesas foi a) R$ 200,00 b) R$ 400,00 c) R$ 800,00 d) R$ 1.200,00 e) R$ 1.400,00 SOLUÇÃO: Uma das conseqüências da aplicação do método das partidas dobradas é que o ativo será igual ao passivo total. Assim, temos: Ativo: Dinheiro R$ 1.100,00 Clientes R$ 1.200,00 Máquinas R$ 1.950,00 Total R$ 4.250,00 Passivo: Capital R$ 1.300,00

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Dívidas R$ 1.800,00 Fornecedores R$ 1.350,00 (-) Prejuízos Anteriores R$ 400,00 Total R$ 4.050,00 Vê-se que o passivo necessita de um incremento de R$ 200,00 para se igualar ao ativo. Esse valor se refere ao Lucro Líquido do exercício que deve ser incorporado ao PL. Para que o lucro resulte em R$ 200,00, considerando que a receita é de R$ 1.000,00, a despesa deve ser de R$ 800,00. Portanto a resposta correta é a letra “c”. 04- A empresa de Comércio Geral apresenta, em 30 de setembro, o balancete abaixo descrito: C o n t a s s a l d o s Ações de Outras Companhias R$ 1.500,00 Bancos conta Movimento R$ 2.000,00 Capital Social R$ 8.500,00 Clientes R$ 2.500,00 Custo das Mercadorias Vendidas R$ 1.700,00 Duplicatas a Pagar R$ 3.700,00 Duplicatas a Receber R$ 1.400,00 Duplicatas descontadas R$ 1.100,00 Duplicatas protestadas R$ 1.000,00 Empréstimos Concedidos R$ 1.300,00 Fornecedores R$ 2.900,00 Insubsistências Passivas R$ 900,00 Juros Passivos R$ 600,00

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Mercadorias R$ 3.800,00 Móveis e utensílios R$ 5.200,00 Prejuízos Acumulados R$ 100,00 Provisão p/ Perdas em Investimentos R$ 300,00 Provisão para Imposto de Renda R$ 700,00 Receitas Antecipadas R$ 400,00 Reserva de Reavaliação R$ 800,00 Receitas de Vendas R$ 2.000,00 Serviços Prestados R$ 1.600,00 Se fosse elaborar o Balanço Patrimonial nessa data, com esses valores, o Contador, certamente, apuraria: a) ativo total no valor de R$ 17.600,00 b) passivo exigível no valor de R$ 7.300,00 c) patrimônio líquido no valor de R$ 10.000,00 d) ativo circulante no valor de R$ 9.900,00 e) lucro líquido no valor de R$ 300,00 SOLUÇÃO: Ações de Outras Companhias R$ 1.500,00 AC Bancos conta Movimento R$ 2.000,00 AC Capital Social R$ 8.500,00 PL Clientes R$ 2.500,00 AC Custo das Mercadorias Vendidas R$ 1.700,00 Resultado (D) Duplicatas a Pagar R$ 3.700,00 PC Duplicatas a Receber R$ 1.400,00 AC Duplicatas descontadas R$ 1.100,00 AC (C) Duplicatas protestadas R$ 1.000,00 AC

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Empréstimos Concedidos R$ 1.300,00 ARLP Fornecedores R$ 2.900,00 PC Insubsistências Passivas R$ 900,00 Resultado (C) Juros Passivos R$ 600,00 Resultado (D) Mercadorias R$ 3.800,00 AC Móveis e utensílios R$ 5.200,00 AP Prejuízos Acumulados R$ 100,00 PL (D) Provisão p/ Perdas em Investimentos R$ 300,00 PL (C) Provisão para Imposto de Renda R$ 700,00 PC Receitas Antecipadas R$ 400,00 REF Reserva de Reavaliação R$ 800,00 PL Receitas de Vendas R$ 2.000,00 Resultado (C) Serviços Prestados R$ 1.600,00 Resultado (C) Desta forma, temos passivo exigível (PC + PELP) no valor de R$ 7.300,00, cuja resposta é a letra “b”. A ressalva a ser feita para esta questão é que receitas antecipadas somente será REF se sobre elas não pese nenhuma obrigação de devolução futura ou entrega de bens, pois se presente alguma circunstância dessas, o valor deve ser registrado no exigível. Esta ressalva deveria estar presente nesta receita. Portanto, se você estiver desesperado por uma questão de contabilidade vale a pena tentar um recurso. Sei que a Esaf é duro na queda, mas quem sabe ... !!! 06- Na microempresa do meu Tio, no mês de outubro, os salários somados às horas-extras montaram a R$ 20.000,00. Os encargos de Previdência Social foram calculados em 11%, a parte do segurado, e em 22%, a parcela patronal. Ao contabilizar a folha de pagamento, o Contador deverá fazer o seguinte registro: a) Salários e Ordenados a Salários a Pagar 20.000,00 Previdência Social

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a Previdência Social a Recolher 6.600,00 b) Salários e Ordenados a Salários a Pagar 17.800,00 Previdência Social a Previdência Social a Recolher 6.600,00 c) Salários e Ordenados a Salários a Pagar 17.800,00 Previdência Social a Previdência Social a Recolher 4.400,00 d) Salários e Ordenados a Salários a Pagar 17.800,00 Salários a Pagar a Previdência Social a Recolher 2.200,00 Previdência Social a Previdência Social a Recolher 4.400,00 e) Salários e Ordenados a Salários a Pagar 20.000,00 Salários a Pagar a Previdência Social a Recolher 2.200,00 Previdência Social a Previdência Social a Recolher 4.400,00

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SOLUÇÃO: Devemos estar atentos ao fato de que os encargos de salários e ordenados somam 20.000. Desta forma, a parcela do INSS a cargo do empregado deve ser excluída daquele valor para ser adicionada ao INSS a recolher. Desta forma, o lançamento correto é o da letra “e”. Este assunto foi desenvolvido no ano passado aqui no ponto e está comentado de forma mais apropriada no nosso Manual. 08- A firma Rinho Ltda. apresenta as seguintes rubricas vinculadas ao resultado do exercício: COFINS R$ 180,00 Custo da Mercadoria Vendida R$ 2.800,00 Despesas Financeiras R$ 600,00 ICMS s/ Vendas R$ 720,00 PIS s/ Faturamento R$ 60,00 Receita Operacional Bruta R$ 6.000,00 Salários e Ordenados R$ 1.000,00 Com base nos dados apresentados, pode-se dizer que a empresa apresenta: a) Receita Líquida de Vendas R$ 5.280,00 b) Receita Líquida de Vendas R$ 2.240,00 c) Lucro Operacional Bruto R$ 5.040,00 d) Lucro Operacional Líquido R$ 2.240,00 e) Lucro Operacional Líquido R$ 640,00 SOLUÇÃO: Receita Operacional Bruta R$ 6.000,00 (-) ICMS s/ Vendas R$ 720,00

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(-) COFINS R$ 180,00 (-) PIS s/ Faturamento R$ 60,00 = Receita Líquida de Vendas R$ 5.040,00 (-) Custo da Mercadoria Vendida R$ 2.800,00 = Lucro Operacional Bruto R$ 2.240,00 (-) Despesas Financeiras R$ 600,00 (-) Salários e Ordenados R$ 1.000,00 = Lucro Operacional Líquido R$ 640,00 Logo, a resposta correta é a letra “e” 10- As contas que computam os eventos de estoque, compras e vendas, tiveram o seguinte comportamento em setembro: Vendas R$ 100.000,00 Compras R$ 60.000,00 ICMS sobre vendas R$ 12.000,00 ICMS sobre compras R$ 7.200,00 ICMS a Recolher R$ 4.800,00 Fretes sobre Compras R$ 5.000,00 Fretes sobre Vendas R$ 7.000,00 Estoque Inicial R$ 30.000,00 Estoque Final R$ 40.000,00 Com base nos valores dados no exemplo, o lucro bruto alcançou o valor de a) R$ 45.200,00 b) R$ 47.400,00 c) R$ 52.400,00 d) R$ 40.200,00 e) R$ 33.200,00

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SOLUÇÃO: Devemos, antes de mais nada, apurar o CMV. CMV = Ei + Co – Ef O Estoque inicial e o Estoque final foram apresentados. Resta apurar o valor das compras. Das compras, vão para estoque todos os gastos e os tributos não recuperáveis. Desta forma, o valor das compras é de: Compras R$ 60.000,00 (-) ICMS sobre compras R$ 7.200,00 + Fretes sobre Compras R$ 5.000,00 + Compras (estoque) R$ 57.800,00 Logo, o CMV = 30.000 + 57.800 – 40.000 = 47.800,00. O Lucro Bruto segue a estrutura da DRE: Vendas R$ 100.000,00 (-) ICMS sobre vendas R$ 12.000,00 = Vendas Líquidas R$ 88.000,00 (-) CMV R$ 47.800,00 = Lucro Bruto R$ 40.200,00 Assim, a resposta correta é a letra “d” 12- Assinale abaixo a opção que contém a afirmação correta. a) O lucro da pessoa jurídica será arbitrado quando o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido. b) Lucro presumido é uma forma simplificada de apuração da base de cálculo dos tributos com o imposto de renda e da contribuição social, aplicável a todas as pessoas jurídicas que fizerem opção para esse fim. c) Lucro real é o lucro líquido do período apurado na escrituração comercial, mas diferente do lucro contábil, porque é ajustado pelas adições, exclusões

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e compensações. d) Lucro arbitrado é a forma utilizada pelo fisco apenas no caso em que o contribuinte se recusar ou dificultar o acesso da autoridade fiscal à documentação comprobatória das atividades. e) Lucro contábil é aquele apurado na contabilidade mas que não serve de base para a tributação do imposto de renda porque é conhecido apenas como lucro escritural. SOLUÇÃO: As formas de tributação das pessoas jurídicas pelo Imposto de Renda são: SIMPLES, Lucro Real, Lucro Presumido e Lucro Arbitrado. Existem algumas empresas que devem apurar a base de cálculo conforme o Lucro Real. Se optarem indevidamente por qualquer outra forma, terão seu lucro arbitrado pela fiscalização. Desta forma, a resposta correta é a letra “a”. A propósito, na 2ª edição do nosso Manual de Contabilidade foi inserido um tópico especial sobre o tema. 14- Assinale abaixo a opção que contém a afirmação incorreta. a) As obrigações em moeda estrangeira com paridade cambial deverão ser convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio do dia do balanço. b) O preço de mercado de bens do almoxarifado e de matérias-primas é o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado. c) Os investimentos em participação no capital de outras sociedades deverão ser avaliados pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis, se esta perda estiver comprovada como permanente. d) Uma provisão para ajuste ao valor de mercado deve ser feita sempre que os produtos do comércio da companhia estiverem com custo superior ao preço de mercado. e) O ativo diferido deverá ser avaliado pelo valor do capital aplicado, menos o saldo das contas que registram sua amortização. SOLUÇÃO: A questão versa sobro o disposto no art. 183 da Lei das AS. Um comentário

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completo sobre o assunto pode ser encontrado nas páginas 632 a 636 do Manual de Contabilidade de Velter e Missagia. Confiram na 2ª Edição! Segundo o inciso III da lei, “III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas”. Veja que na letra “c” não consta a ressalva aos arts. 248 a 250, que versam sobre a equivalência patrimonial. 16- A empresa Comércio Industrial Ltda. comprou 250 latas de tinta ao custo unitário de R$ 120,00, tributadas com IPI de 5% e ICMS de 12%. Pagou entrada de 20% e aceitou duas duplicatas mensais de igual valor. A tinta adquirida foi contabilizada conforme sua natureza contábil funcional, com a seguinte destinação: 50 latas para consumo interno; 100 latas para revender; e 100 latas para usar como matéria-prima. Após efetuar o competente lançamento contábil, é correto afirmar que, com essa operação, os estoques da empresa sofreram aumento no valor de a) R$ 31.500,00 b) R$ 30.000,00 c) R$ 28.020,00 d) R$ 27.900,00 e) R$ 26.500,00 SOLUÇÃO: Esta questão versa sobre operações com mercadorias. Para solucioná-la devemos saber que o ICMS está sempre embutido no valor da compra. Além disso, o ICMS será recuperado no caso de as mercadorias serem destinadas para revenda e para estoque de matérias primas, não sendo recuperado no caso de as mercadorias serem destinadas para consumo próprio. O IPI somente será recuperado no caso de as mercadorias serem

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destinadas para estoque de matérias primas. O IPI não faz parte do valor da compra, deve, por isso, ser adicionado por fora. Desta forma, o valor final de aquisição de cada unidade é de 126,00 (120 + 5%). Temos, portanto, a seguinte situação: IPI por unidade = R$ 6,00 ICMS p/um. = R$ 14,40 (12% de 120) Custo p/um. Sem tributos R$ 105,60. Com isso, o estoque aumentará: 50 latas para consumo interno x 126,00 = R$ 6.300,00 100 latas para revender x 111,60 = R$ 11.160,00 100 latas para usar como matéria-prima x 105,60 = R$ 10.560,00 Total = 28.020,00. Logo a resposta correta é a letra “c”. 18- Ao examinarmos a carteira de cobrança da empresa Gaveteiro S/A., encontramos diversas duplicatas a receber, algumas ainda a vencer, no valor de R$ 120.000,00; outras já vencidas, no valor de R$ 112.000,00; mais algumas em fase de cobrança, já protestadas, no valor de R$ 111.000,00 e outras descontadas em Bancos, no valor de R$ 98.000,00. Também havia uma Provisão para Créditos Incobráveis com saldo credor de R$ 4.000,00. Pelo conhecimento que temos da empresa e de sua carteira de cobrança, sabemos que a experiência de perda com esses créditos tem sido de cerca de 4%, sendo correto um provisionamento deste porte. Feitas as provisões e contabilizadas corretamente, com base em 4% dos devedores duvidosos, é correto dizer que a Demonstração do Resultado do Exercício conterá como despesa dessa natureza o valor de a) R$ 9.720,00 b) R$ 9.640,00 c) R$ 8.760,00 d) R$ 5.800,00 e) R$ 5.280,00

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SOLUÇÃO: A soma de duplicatas a receber é de R$ 343.000,00 (120.000 + 112.000 + 111.000). Perceba que o fato de haver duplicatas descontadas não interfere na constituição da provisão para devedores duvidosos. Aplicando sobre o montante das duplicatas a receber o percentual de 4% de perdas estimadas, teremos o valor de R$ 13.720,00. Como já há uma provisão de R$ 4.000,00, resta complementar o valor com R$ 9.720,00. Logo a resposta correta é a letra “a”. 20- Fomos chamados a calcular os dividendos a distribuir, no segundo semestre, da empresa Rentábil. A empresa é uma sociedade anônima e os seus estatutos determinam que os dividendos devem ser o mínimo obrigatório de acordo com a lei, mas não estabelecem o valor percentual sobre o lucro líquido. Os valores que encontramos para montar a base de cálculo foram: reserva estatutária de R$ 6.500,00, participação de administradores no lucro de R$ 7.000,00, participação de empregados no lucro de R$ 8.000,00, Provisão para o Imposto de Renda e CSLL de R$ 95.000,00 e lucro líquido, antes do imposto de renda, de R$ 180.000,00. Ficamos com o encargo de calcular o valor da reserva legal e do dividendo mínimo obrigatório. Feitos os cálculos corretamente, podemos afirmar com certeza que o dividendo será no valor de a) R$ 15.000,00 b) R$ 16.625,00 c) R$ 30.000,00 d) R$ 33.250,00 e) R$ 35.000,00 SOLUÇÃO: Lucro líquido antes do IR e CSLL R$ 180.000,00 (-) Prov. IR e CSLL R$ 95.000,00

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(-) Part. Empregados R$ 8.000,00 (-) Part. Administradores R$ 7.000,00 = LUCRO Líquido do Exercício R$ 70.000,00 (-) Reserva legal (5%) R$ 3.500,00 = Lucro ajustado (BC dividendo) R$ 66.500,00 50 % (estatuto omisso) R$ 33.250,00 Logo, a alternativa correta é a letra “d”.

Agora, vamos as questões do TRF.

02/12/2003 - QUESTÕES PARES - TRF-2003

CONTABILIDADE GERAL A prova de contabilidade, pelo menos nessas questões de números pares, foi dentro das expectativas. Estou realmente muito satisfeito visto que todas as questões abordadas estão presentes no Manual de Contabilidade elaborado por mim e pelo Prof. Missagia. Enfatizo que a 2ª edição está estourando no mercado e será uma ótima oportunidade para o seu estudo!!! 02- A empresa Primavera Ltda., no encerramento do exercício de 2002, obteve as seguintes informações, conforme segue: Valores em R$ Adiantamento a Fornecedores 1.000,00 Adiantamento de Clientes 2.000,00 Ativo Imobilizado 20.000,00 Capital Social 29.000,00 Contas a Pagar 40.000,00 Depreciação Acumulada 2.000,00 Despesas Antecipadas 1.000,00 Disponibilidades 1.000,00 Duplicatas a Receber 30.000,00 Estoques 20.000,00

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Realizável a Longo Prazo 2.000,00 Reserva Legal 2.000,00 Assinale a opção correta, que corresponde ao valor do Ativo que estará presente no Balanço Patrimonial. a) R$ 71.000,00 b) R$ 72.000,00 c) R$ 73.000,00 d) R$ 74.000,00 e) R$ 75.000,00 SOLUÇÃO: São contas do Ativo:

Adiantamento a Fornecedores

1.000,00

Ativo Imobilizado 20.000,00 Depreciação Acumulada (2.000,00) Despesas Antecipadas 1.000,00 Disponibilidades 1.000,00 Duplicatas a Receber 30.000,00 Estoques 20.000,00 Realizável a Longo Prazo 2.000,00 TOTAL 73.000,00

Logo a resposta correta é a letra “c”. 04- A Companhia Tríplice, no encerramento do exercício de 2002, obteve as seguintes informações, conforme segue: Valores em R$ Lucro Bruto 90.000,00 Lucro Operacional 70.000,00 Receitas Financeiras 2.000,00

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Despesas Financeiras 10.000,00 Participação dos empregados 7.000,00 Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 15.000,00 Assinale a opção correta, que contém o valor da Reserva Legal que deverá ser constituída, considerando que o saldo final da Reserva terá um percentual inferior ao limite legal. a) R$ 1.400,00 b) R$ 1.800,00 c) R$ 2.200,00 d) R$ 2.400,00 e) R$ 2.800,00 SOLUÇÃO: As receitas financeiras e as despesas financeiras são operacionais, logo já estão contempladas no lucro operacional. Não há nenhum resultado não operacional, assim podemos apurar o Lucro Líquido do Exercício como segue: Lucro operacional R$ 70.000,00 (-) PIR R$ 15.000,00 (-) Part. Empregados R$ 7.000,00 = LLE R$ 48.000,00 A reserva legal a ser constituída é de 5% do LLE, logo o seu valor será de R$ 2.400,00. A alternativa correta é a letra “d”. 06- A Companhia Delta, no encerramento do exercício de 2002, obteve as seguintes informações, conforme segue: Valores em R$ Capital Social 1.000.000,00

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Financiamentos 50.000,00 Lucro Antes do Imposto de Renda 300.000,00 Prejuízos Acumulados 70.000,00 Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 90.000,00 Estatutariamente as participações no resultado são: empregados 10%; administradores 10%. Assinale o valor do Lucro Líquido do Exercício. Lucro Líquido do Exercício Valores em R$ a) 183.400,00 b) 170.100,00 c) 168.000,00 d) 153.000,00 e) 150.000,00 SOLUÇÃO: A estrutura da DRE é algo que está sendo cobrado bastante.

Lucro Antes do Imposto de Renda

300.000,00

(-)PIR e CSLL 90.000,00 = Lucro antes das Participações

210.000,00

(-) Participação de Empregados

14.000,00

(-) Participação de administradores

12.600,00

= Lucro Líquido do Exercício 183.400,00

Perceba que o cálculo das participações dos empregados e dos administradores é efetuado de forma extra contábil, partindo-se do lucro após a PIR.

Lucro após IR 210.000,00 (-) Prej. Acumul. 70.000,00 = Base de cálculo de empregados

140.000,00

(-) Participação Empregados 14.000,00

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(10%) = Base de cálculo de administradores

126.000,00

10% administradores 12.600,00

A resposta correta é, portanto a letra “a”. 08- No dia 02 de janeiro de 2003, a empresa Participa S.A. adquiriu 80% do capital da empresa Construção Ltda., tomando o seu controle com intenção de permanência, pelo valor de R$ 90.000,00.

Construção Ltda. Balanço de 30 de Novembro de 2002 Valores em

R$ Capital Social 50.000,00 Reserva de Capital 2.000,00 Lucro Líquido do Exercício (janeiro a novembro de 2002)

7.000,00

Com base nos dados da empresa Construção Ltda., acima, assinale o

lançamento que corresponde a este fato contábil.

Valores em R$ Contas Débito Crédito a) Carteira de Ações

(Realizável LP) 90.000,00

a Bancos Conta Movimento 90.000,00 b) Diversos a Bancos Conta Movimento 90.000,00 a Investimentos Avaliados

pelo PL – Construção Ltda.

48.000,00

Investimentos - Ágio -

Construção Ltda.

42.000,00

c) Diversos a Bancos Conta Movimento 90.000,00 Investimentos Avaliados

pelo PL - Construção Ltda.

40.000,00

Investimentos - Ágio -Construção Ltda.

50.000,00

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d) Investimento em Ações

90.000,00 90.000,00

a Bancos Conta Movimento 90.000,00 e) Bancos Conta Movimento 90.000,00 A Diversos a investimentos Avaliados

pelo PL – Construção Ltda.

40.000,00 a Investimentos - Ágio -

Construção Ltda.

50.000,00

SOLUÇÃO: O investimento, quando avaliado pelo método da equivalência patrimonial, deve ser registrado com discriminação do valor do investimento (valor patrimonial das ações) e ágio/deságio, quando houver. A resposta apresentada pelo gabarito é a letra “b”. Os valores estão corretos e também aparecem nas colunas corretas, entretanto no lançamento o investimento aparece com a preposição “a” o que significa que esta conta foi creditada. Desta forma, pode ser intentado um recurso. Há alguma chance de anulação!!! 10- Em cada círculo está inscrito o nome de uma empresa. A seta indica participação de uma empresa no capital de outra. No retângulo está o percentual de cada participação. Assinale a opção correta. (Obs. Aqui fica difícil de reproduzir os desenhos. Sugiro que dêem uma olhada diretamente na prova.) a) A empresa Alfa controla indiretamente a empresa Ômega. b) A empresa Alfa controla indiretamente a empresa Lâmina. c) A empresa Beta controla a empresa Lâmina. d) A empresa Beta controla a empresa Ômega. e) A empresa Gama controla a empresa Beta. O controle é direto quando uma empresa detém diretamente a maioria do capital votante de outra. O controle é indireto quando uma empresa detém indiretamente, por meio

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de outra controlada, a maioria do capital votante. Assim, Beta e Gama são controladas diretamente por Alfa, pois sua participação no capital social daquelas é de 80% e 90%, respectivamente. A participação da empresa Beta na Lâmina é de apenas 10%, logo não há controle. A participação de Beta em Ômega é igualmente de 10%, não havendo controle. A empresa Alfa participa de Gama com 90% e esta participa em Omega com 90%, o que resulta em participação indireta de 81%. Além disso, Alfa participa de Beta com 80% que participa de Ômega com 10%, resultando em participação indireta de mais 8%. Desta forma, a participação indireta de Alfa em Ômega é de 89%. Logo, a empresa Alfa controla indiretamente a empresa Omega. A resposta correta é a letra “a”.

02/12/2003 - Contabilidade avançada - recursos

No meu entender as questões de números 07 e 18 merecem ser anuladas. Vejamos: 07- Para possuir a preponderância nas deliberações sociais de modo permanente e com segurança na Cia. Beneficiadora de Cereais, a Cia. Boreal deve possuir pelo menos: a) 50% do capital total da investida. b) 40% das ações totais da investida. c) 33,3% do patrimônio líquido da investida. d) 25% das ações ordinárias da investida. e) 16,7% do capital votante da investida. A definição de controlada nos é fornecida pelo art. 243 da Lei nº 6.404/76: “Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da companhia em sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações ocorridas durante o exercício. ... § 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.”

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Desta forma, para possuir o controle isolado, é necessário que a controladora seja detentora da maioria do capital votante (ações ordinárias), vale dizer, mais da metade das ações com direito a voto. Até a alteração introduzida pela Lei nº 10.303/01, esse controle poderia ser exercido com a posse de apenas 16,7% do CAPITAL TOTAL, desde que a companhia possuísse seu capital dividido em 1/3 de ações ordinárias e 2/3 de ações preferenciais. Após a alteração introduzida por aquela lei, as ações preferenciais não podem ultrapassar a 50%. Mas, independentemente da proporção de ações ordinárias e preferenciais, é necessário que a controladora possua a maioria do capital votante. Da forma como a questão foi colocada “16,7% do CAPITAL VOTANTE da investida”, não há como exercer o controle de forma soberana. Repito, o controle isolado somente pode ser exercido com a detenção de forma permanente da maioria do CAPITAL VOTANTE. A questão deve ser anulada!!! 18- A empresa Fortaleza S.A. consolida em suas demonstrações financeiras a empresa controlada Rio Branco S.A. No ano de 2002 a empresa Fortaleza comprou da empresa Rio Branco S.A. mercadorias para revenda no valor de R$ 10.000.000,00, que ainda permanecem em seus estoques. Considerando uma alíquota de 25% de Imposto de Renda e 9% da Contribuição Social, totalizando 34%, indique o lançamento a ser efetuado no Balanço Patrimonial Consolidado, relativo ao Imposto de Renda e à Contribuição Social. a) Nenhum, pois o Imposto de Renda e a Contribuição Social são despesas do Período. b) Débito de Lucros Acumulados e Crédito do Passivo Circulante no valor de R$ 3.400.000,00. c) Débito no Ativo Circulante e Crédito nos Lucros Acumulados no valor de R$ 3.400.000,00. d) Débito no Passivo Circulante e Crédito nos Lucros Acumulados no valor de R$ 3.400.000,00. e) Débito de Ativo Realizável a Longo Prazo e Crédito de Passivo Circulante no valor de R$ 2.500.000,00, pois somente o Imposto de Renda deve ser eliminado. A base de cálculo do Imposto de Renda é o Lucro. Seja ele Presumido, Real ou Arbitrado. Desta forma, houve equívoco na elaboração da questão ao tentar que se elimine o IMposto de Renda e da CSLL tendo como base de

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cálculo o valor da venda. Sequer sabemos se esta venda foi realizada com lucro!!! Sugiro que entrem com recurso pedindo a anulação da questão. As demais questões, no meu entender, estão dentro da normalidade.

17/12/2003 - Insubsistências e superveniências

Na definição de Insubsistências passivas e ativas devemos, primeiro, encontrar o siginificado de insubsistência. Segundo o Dicionário Aurérlio, insubsistência é qualidade de insubsistente, ou seja, aquilo que não pode subsistir ou não subsistente. Assim, teremos que buscar o significado de subsistente. Este nada mais é do que algo que continua a existir. Assim, insubsistente é algo que não mais existe. Desta forma, Insubsistências Ativas são ativos que deixaram de existir ou que desapareceram. Logo, representam contas de resultado cuja natureza é devedora, isto é, são contas de despesa. Insusbsistências Passivas, de forma inversa, são passivos que desapareceram, logo representam contas de receita. Superveniência é qualidade de superveniente, ou seja, que aparece ou vem depois. Com isto, podemos dizer que superveniências ativas são novos ativos que surgem e superveniências passivas são novos passivos que surgem. Nas palavras de Antonio Lopes de Sá, superveniência ativa quer dizer maior valor dos bens e créditos sobre os débitos e superveniência passiva representa maior valor das dívidas (débitos) sobre os bens e créditos. Concluimos, pois, que: Insubsistências ativas são despesas; Insubsistências passivas são receitas; Superveniências ativas são bens ou direitos; e Superveniencias passivas são dívidas. Por hoje é isso. Um forte abraço a todos e até breve!!!

06/02/2004 - Contabilidade Avançada

Um visitante daqui solicitou que comentássemos as três primeiras questões de contabilidade avançada do concurso AFRF-2003. Elas tratam de aplicações financeiras temporárias e interessam a todos que estudam contabilidade, inclusive a geral. CONTABILIDADE AVANÇADA Com as instruções fornecidas a seguir, responder às questões de nºs 01 a

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03. I. A Cia. Boa Vista, companhia atuante no mercado imobiliário, em 20.10.20x1 faz uma aplicação financeira em Títulos e Valores Mobiliários de R$ 500.000, resgatável em 180 dias pelo valor de R$ 590.000, com Imposto de Renda Retido na Fonte de 10%; II. O imposto retido é compensável com o Imposto de Renda devido sobre o lucro apurado no período fiscal; III. O período contábil da empresa, estabelecido em seu estatuto, abrange o intervalo de tempo entre 01.01 a 31.12 de cada ano. Segundo o princípio contábil do registro pelo valor original, o custo de aquisição só pode ser de R$ 500.000,00. O ganho ou receita financeira em 180 dias será de R$ 90.000,00. Veja o disposto no inciso I do art. 183 da Lei nº 6.404/76 “I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores mobiliários não classificados como investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo valor do mercado, se este for menor; serão excluídos os já prescritos e feitas as provisões adequadas para ajustá-lo ao valor provável de realização, e será admitido o aumento do custo de aquisição, até o limite do valor do mercado, para registro de correção monetária, variação cambial ou juros acrescidos;” Esta disposição deve ser seguida, isto é, devemos reconhecer as receitas já incorridas a título de juros ou variações cambiais. Então, como em 180 dias os rendimentos serão de 90.000, em 72 dias teremos um rendimento de 36.000. O lançamento contábil do reconhecimento da receita é o seguinte: Aplicações financeiras a Receitas financeiras R$ 36.000,00 Porém, foi informado no enunciado que o valor de realização de operações dessa natureza alcançava no mercado a quantia de R$ 532.000,00 Ora, se nós registramos as aplicações financeiras em R$ 500.000,00 pelo custo de aquisição e mais R$ 36.000,00 pelos rendimentos incorridos, há que se efetuar o devido provisionamento: Despesas com provisão a Provisão para ajuste ao valor de mercado 4.000,00

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Além deste valor provisionado, há de ser efetuada uma provisão para gastos com corretagem, visto que é mais um valor que não será recebido. Esta provisão também é considerada como ajuste ao valor de mercado, pois são cobrados R$ 2.000,00 a título de corretagem, cujo valor não será realizado com a alienação do financiamento: Despesas de provisão a provisão para corretagens R$ 2.000,00 Note que o nome utilizado não descaracteriza a provisão como provisão de ajuste ao valor de mercado, pois o valor a receber pelo investidor será diminuído dessa quantia. Assim, temos que a aplicação financeira estará registrada, no balanço de 31/12/20x1 por: Aplicações financeiras R$ 536.000,00 ( - ) provisão p/ ajuste ao valor de mercado (R$ 4.000,00) ( - ) Provisão para corretagem (R$ 2.000,00) Desta forma, o valor contábil da aplicação financeira será de R$ 530.000,00. Com relação ao Imposto de Renda, é de salientar que as provisões de ajusto ao valor de mercado não são dedutíveis, sendo a sua base de cálculo, em 31/12/20x1, de R$ 36.000,00, logo o imposto é de R$ 3.600,00. Outro detalhe a perceber é que o rendimento de R$ 36.000,00 representa 2/5 do rendimento total contratado, que foi de R$ 90.000,00 . 01- O valor a ser incorporado como custo de aquisição da operação é a) R$ 590.000 b) R$ 536.000 c) R$ 534.000 d) R$ 530.000 e) R$ 500.000 Conforme comentamos acima, a resposta correta é a letra “e”. 02- Se a empresa utilizar o critério linear para apropriação dos rendimentos gerados por esta operação, é correto afirmar que: a) o valor proporcional ao Imposto de Renda Retido na Fonte deve ser computado em conta corretiva do ativo.

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b) em 31.12.20x1 a empresa deverá ter registrado como resultado do exercício, em conta de Receitas Financeiras, 2/5 dos rendimentos contratados. c) os rendimentos contratados somente serão apropriados ao resultado da empresa na ocasião do vencimento da aplicação. d) a empresa deverá registrar como Resultado de Exercícios Futuros o valor total dos rendimentos contratados na ocasião da contratação e efetivação da operação. e) a Demonstração do Resultado do Exercício encerrado em 31.12.20x1 dessa empresa deverá ser afetado por receitas financeiras correspondentes a 19,01% dos rendimentos. A letra “b” se constitui na resposta correta. 03- Em 31.12.20x1 o valor de mercado dos títulos que lastreiam essa aplicação temporária era de R$ 532.000 e as despesas de negociação e corretagem R$ 2.000. Em casos como este o procedimento contábil a ser efetivado seria: a) computar o rendimento efetivo de R$ 27.000, já deduzido do Imposto de Renda retido na fonte, registrando o valor apurado em conta do ativo. b) debitar em conta de ativo o ajuste de R$ 32.000 correspondente ao valor de mercado dos títulos a crédito de conta de receita financeira. c) evidenciar em notas explicativas o ganho efetivo de R$ 30.000 em função do custo de oportunidade da empresa em relação a essa aplicação. d) efetuar o provisionamento de R$ 6.000 para atender o ajuste ao valor de mercado, forma de avaliação aplicada a este tipo de ativo. e) registrar o ganho de R$ 4.000 resultantes da comparação entre o valor pago na data do balanço e o valor contábil da aplicação. O valor total da provisão para ajuste ao valor de mercado é de R$ 6.000,00. A resposta correta é a letra “d”. Antes de me despedir, quero trazer a notícia de que eu e o Prof. Missagia estaremos participando do curso à distância daqui do site. Será uma ótima oportunidade de vocês acompanharem nossas aulas, escritas a quatro mãos, como se estivessem em sala de aula. Como disse o Vicente, até alguma piadas contaremos, afinal ninguém deve ser pego pelo sono. A propósito de contabilidade avançada, agora o material está também com os exercícios, sendo que os exercícios do capítulo de Fluxo de Caixa estão todos resolvidos e comentados. Quanto ao livro, a segunda edição do Manual de Contabilidade está a mil!!!! Por hoje é isso, um forte abraço a todos e até a próxima.

07/02/2004 - Contabilidade Avançada

Um visitante daqui solicitou que comentássemos as três primeiras questões de contabilidade avançada do concurso AFRF-2003. Elas tratam de aplicações financeiras temporárias e interessam a todos que estudam

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contabilidade, inclusive a geral. CONTABILIDADE AVANÇADA Com as instruções fornecidas a seguir, responder às questões de nºs 01 a 03. I. A Cia. Boa Vista, companhia atuante no mercado imobiliário, em 20.10.20x1 faz uma aplicação financeira em Títulos e Valores Mobiliários de R$ 500.000, resgatável em 180 dias pelo valor de R$ 590.000, com Imposto de Renda Retido na Fonte de 10%; II. O imposto retido é compensável com o Imposto de Renda devido sobre o lucro apurado no período fiscal; III. O período contábil da empresa, estabelecido em seu estatuto, abrange o intervalo de tempo entre 01.01 a 31.12 de cada ano. Segundo o princípio contábil do registro pelo valor original, o custo de aquisição só pode ser de R$ 500.000,00. O ganho ou receita financeira em 180 dias será de R$ 90.000,00. Veja o disposto no inciso I do art. 183 da Lei nº 6.404/76 “I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores mobiliários não classificados como investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo valor do mercado, se este for menor; serão excluídos os já prescritos e feitas as provisões adequadas para ajustá-lo ao valor provável de realização, e será admitido o aumento do custo de aquisição, até o limite do valor do mercado, para registro de correção monetária, variação cambial ou juros acrescidos;” Esta disposição deve ser seguida, isto é, devemos reconhecer as receitas já incorridas a título de juros ou variações cambiais. Então, como em 180 dias os rendimentos serão de 90.000, em 72 dias teremos um rendimento de 36.000. O lançamento contábil do reconhecimento da receita é o seguinte: Aplicações financeiras a Receitas financeiras R$ 36.000,00 Porém, foi informado no enunciado que o valor de realização de operações dessa natureza alcançava no mercado a quantia de R$ 532.000,00 Ora, se nós registramos as aplicações financeiras em R$ 500.000,00 pelo custo de aquisição e mais R$ 36.000,00 pelos rendimentos incorridos, há que se efetuar o devido provisionamento: Despesas com provisão a Provisão para ajuste ao valor de mercado 4.000,00

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Além deste valor provisionado, há de ser efetuada uma provisão para gastos com corretagem, visto que é mais um valor que não será recebido. Esta provisão também é considerada como ajuste ao valor de mercado, pois são cobrados R$ 2.000,00 a título de corretagem, cujo valor não será realizado com a alienação do financiamento: Despesas de provisão a provisão para corretagens R$ 2.000,00 Note que o nome utilizado não descaracteriza a provisão como provisão de ajuste ao valor de mercado, pois o valor a receber pelo investidor será diminuído dessa quantia. Assim, temos que a aplicação financeira estará registrada, no balanço de 31/12/20x1 por: Aplicações financeiras R$ 536.000,00 ( - ) provisão p/ ajuste ao valor de mercado (R$ 4.000,00) ( - ) Provisão para corretagem (R$ 2.000,00) Desta forma, o valor contábil da aplicação financeira será de R$ 530.000,00. Com relação ao Imposto de Renda, é de salientar que as provisões de ajusto ao valor de mercado não são dedutíveis, sendo a sua base de cálculo, em 31/12/20x1, de R$ 36.000,00, logo o imposto é de R$ 3.600,00. Outro detalhe a perceber é que o rendimento de R$ 36.000,00 representa 2/5 do rendimento total contratado, que foi de R$ 90.000,00. 01- O valor a ser incorporado como custo de aquisição da operação é a) R$ 590.000 b) R$ 536.000 c) R$ 534.000 d) R$ 530.000 e) R$ 500.000 Conforme comentamos acima, a resposta correta é a letra “e”. 02- Se a empresa utilizar o critério linear para apropriação dos rendimentos gerados por esta operação, é correto afirmar que: a) o valor proporcional ao Imposto de Renda Retido na Fonte deve ser computado em conta corretiva do ativo.

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b) em 31.12.20x1 a empresa deverá ter registrado como resultado do exercício, em conta de Receitas Financeiras, 2/5 dos rendimentos contratados. c) os rendimentos contratados somente serão apropriados ao resultado da empresa na ocasião do vencimento da aplicação. d) a empresa deverá registrar como Resultado de Exercícios Futuros o valor total dos rendimentos contratados na ocasião da contratação e efetivação da operação. e) a Demonstração do Resultado do Exercício encerrado em 31.12.20x1 dessa empresa deverá ser afetado por receitas financeiras correspondentes a 19,01% dos rendimentos. A letra “b” se constitui na resposta correta. 03- Em 31.12.20x1 o valor de mercado dos títulos que lastreiam essa aplicação temporária era de R$ 532.000 e as despesas de negociação e corretagem R$ 2.000. Em casos como este o procedimento contábil a ser efetivado seria: a) computar o rendimento efetivo de R$ 27.000, já deduzido do Imposto de Renda retido na fonte, registrando o valor apurado em conta do ativo. b) debitar em conta de ativo o ajuste de R$ 32.000 correspondente ao valor de mercado dos títulos a crédito de conta de receita financeira. c) evidenciar em notas explicativas o ganho efetivo de R$ 30.000 em função do custo de oportunidade da empresa em relação a essa aplicação. d) efetuar o provisionamento de R$ 6.000 para atender o ajuste ao valor de mercado, forma de avaliação aplicada a este tipo de ativo. e) registrar o ganho de R$ 4.000 resultantes da comparação entre o valor pago na data do balanço e o valor contábil da aplicação. O valor total da provisão para ajuste ao valor de mercado é de R$ 6.000,00. A resposta correta é a letra “d”. Antes de me despedir, quero trazer a notícia de que eu e o Prof. Missagia estaremos participando do curso à distância daqui do site. Será uma ótima oportunidade de vocês acompanharem nossas aulas, escritas a quatro mãos, como se estivessem em sala de aula. Como disse o Vicente, até alguma piadas contaremos, afinal ninguém deve ser pego pelo sono. A propósito de contabilidade avançada, agora o material está também com os exercícios, sendo que os exercícios do capítulo de Fluxo de Caixa estão todos resolvidos e comentados. Quanto ao livro, a segunda edição do Manual de Contabilidade está a mil!!!!

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Por hoje é isso, um forte abraço a todos e até a próxima.

10/02/2004 - Resultado de exercícios futuros

A estrutura patrimonial apresenta muitas contas ou itens que necessitam de interpretação especial. Neste sentido o Ibracon já havia se pronunciado, cujo esclarecimento foi ratificado pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM, por meio do OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SNC/SEP Nº 01/2004. Nos dizeres daquela autarquia, Resultados de Exercícios Futuros não é um grupo de contas de ocorrência comum. É de salientar que o simples fato de estar presente na designação de grupo a expressão “resultado”, por si só, quer dizer que não pode haver a possibilidade de devolução ou de este grupo poder representar obrigação. Temos que ter em mente o princípio da competência, segundo o qual as receitas e despesas devem ser reconhecidas no exercícios em que seus fatos geradores ocorrerem. Desta forma, se por ventura houver um recebimento (que representa uma receita antecipada) sobre o qual não pese nenhuma responsabilidade, então estaremos diante de REF. Do contrário, estaremos diante de uma obrigação, seja ela de curto ou de longo prazo. Desta forma, vamos ver o que disse sobre o assunto a CVM: “O grupo de contas “resultados de exercícios futuros” é representado por receita líquida “não ganha ou não efetivada”, em função do regime de competência de exercícios. Caracteriza-se pelo fato de não haver qualquer obrigação de devolver dinheiro, entregar um bem ou prestar um serviço que implique qualquer esforço adicional, ou qualquer ônus ou sacrifício significativo para os ativos da companhia beneficiária da receita. O objeto da operação – bem ou serviço produzido – é colocado à disposição do comprador ou usuário, sem qualquer esforço adicional por parte da companhia. São exemplos mais comuns: aluguéis recebidos antecipadamente, por força de dispositivo contratual, sem possibilidade de devolução (locação de armazéns, silos), deduzidos de comissões, impostos e outros encargos incidentes; comissões de abertura de crédito nas instituições financeiras. Na consolidação, esse grupo deve incluir o deságio que não for absorvido na eliminação do investimento. Este grupo, portanto, não contempla parcelas de adiantamentos de clientes, por conta de produtos a entregar, de serviço a executar ou de obrigações de outra natureza, que deverão ser classificados no passivo circulante ou no passivo exigível a longo prazo. São muito raros os casos enquadráveis nesta classificação. Um caso especial de utilização tecnicamente adequada desse grupo é o registro do lucro ainda não realizado em transações entre a Controladora e suas Controladas.” Então é isso, para que uma conta de aluguel recebido antecipadamente seja

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considerada REF é necessário que haja disposição expressa em contrato a esse respeito. Por hoje é isso. Deixem eu curtir alguns dias de férias e até breve com um imenso abraço a todos

02/03/2004 - Questão 4 de contabilidade avançada

Tenho recebido diversas solicitações de concursandos para comentar as questões de contabilidade avançada. Aproveito o meu retorno das férias para atender a esses pedidos gentis e carinhosos. 04- Na avaliação de ativos financeiros temporários, quando da não existência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro, a resolução CVM 235/95 considera como uma das formas de identificar o valor de mercado, aquele que: a) se pode obter com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares, em um mercado ativo. b) seria obtido com a negociação em um mercado ativo que corresponda a um processo de liquidação. c) seria obtido em uma transação entre comprador e vendedor cujo valor corresponda ao valor futuro dos fluxos de caixa futuros. d) representa o valor correspondente ao valor líquido futuro ajustado com base na taxa média de juros vigentes projetada para o vencimento do título. e) se pode obter com a negociação em um mercado ativo que corresponda a uma transação compulsória. Muita gente deve ter se assustado na hora da prova quando viu o número da Resolução 235/95 e se deu conta de que não a havia estudado. Porém, o bom senso somente poderia levar a marcação da alternativa correta, pois as demais representam erros grosseiros. Senão vejamos: 1 – Na alternativa “b” se fala em processo de liquidação. Ora, processo de liquidação é um processo completamente atípico e não pode servir de parâmetro para qualquer outra transação. 2 – A alternativa “c” fala em valor futuro de um fluxo de caixa futura. Se aplicada esta regra continuaríamos sem ter o valor presente do ativo financeiro. 3 – A letra “d” fala quase a mesma coisa da letra “c”, pois fala em aplicar a taxa média de juros projetada para a data de vencimento. Ficaríamos, igualmente sem saber o valor presente do título, que é o objetivo da

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avaliação. 4 – As transações compulsórias são também anomalias no mercado financeiro, logo não devem ser utilizadas como parâmetro. 5 – Resta, portanto, a opção da letra “a”, pois é a única que faz uma comparação razoável com o que se poderia imaginar na prática. Aproveito para transcrever o texto de dita Resolução CVM: INSTRUÇÃO CVMNº 235, DE 23 DE MARÇO DE 1995. Dispõe sobre a divulgação, em nota explicativa, do valor de mercado dos instrumentos financeiros,reconhecidos ou não nas demonstrações financeiras das companhias abertas e dá outras providências. O Presidente da Comissão de Valores Mobiliários - CVM torna público que o Colegiado,em sessão realizada nesta data, e tendo em vista o disposto no parágrafo 3º do artigo 177 da Lei nº 6.404/76,combinado com o disposto nos itens I, II e IV do parágrafo único do artigo 22 da Lei nº 6.385/76, R E S O L V E U : Art. 1º - As companhias abertas que possuam instrumentos financeiros, reconhecidos ou não como ativo ou passivo em seu balanço patrimonial, devem evidenciar, em nota explicativa anexa às suas demonstrações financeiras e às informações trimestrais- ITR, o valor de mercado desses instrumentos financeiros, nos termos do artigo 3º desta Instrução. Parágrafo Único – Devem constar, ainda, em nota explicativa, os critérios e as premissas adotados para determinação desse valor de mercado, bem como as políticas de atuação e controle das operações nos mercados derivativos e os riscos envolvidos. Art. 2º - Caracteriza-se como instrumento financeiro, para fins desta Instrução,todo contrato que dá origem a um ativo financeiro em uma entidade e a um passivo financeiro ou título representativo do patrimônio em outra entidade, reconhecidos ou não na forma do artigo 1º. Parágrafo 1º - São considerados como ativos financeiros, para fins desta Instrução: a) disponibilidades; b) direitos contratuais recebíveis em moeda ou em instrumentos financeiros de outra entidade; c) direitos contratuais de troca de resultados financeiros (swaps) ou instrumentos financeiros; e

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d) títulos representativos de participação no patrimônio de outra entidade. Parágrafo 2º - São caracterizados como passivos financeiros para fins desta Instrução,as obrigações contratuais de: a) pagamento de determinada importância em moeda ou em instrumentos financeiros; e b) troca de resultados financeiros ou instrumentos financeiros. Art. 3º - Considera-se valor de mercado, para fins desta Instrução: I - o valor que se pode obter com a negociação do instrumento financeiro em um mercado ativo, em que comprador e vendedor possuam conhecimento do assunto e independência entre si, sem que corresponda a uma transação compulsória ou decorrente de um processo de liquidação,ou II - na ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro: a) o valor que se pode obter com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares, em um mercado ativo, conforme referido no inciso I deste artigo; ou b) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros a serem obtidos, ajustado com base na taxa de juros vigente no mercado, na data do balanço, para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares. Art. 4º - Excluem-se do disposto no artigo 1º: a) as duplicatas a receber, nas empresas emissoras, e as duplicatas a pagar; b) os contratos de seguro, nas empresas seguradas; c) os contratos de arrendamento mercantil, na arrendatária; d) os investimentos em ações que não possuam valor de mercado nos termos do artigo 3º, inciso I, desta Instrução; e e) as obrigações com planos de pensão, aposentadoria, seguro e saúde dos empregados. Art. 5º - Na negociação de instrumentos financeiros feita por valor acima do valor de mercado e conjugada com operação de crédito deve ser observado o seguinte: I - nas companhias abertas vendedoras dos títulos e financiadoras da operação de crédito, o ganho decorrente da diferença entre o valor de venda e o valor de mercado do título deve ser registrado como redução do ativo representativo de crédito, para apropriação ao resultado,como receita financeira, na mesma base e período em que forem apropriadas as receitas

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de juros relativas a essa operação de crédito; II - nas companhias abertas compradoras dos títulos, a diferença entre o valor da aquisição e o valor de mercado do título deve ser registrada em conta redutora do ativo e da obrigação devendo ser essa conta redutora da obrigação apropriada ao resultado,como despesa financeira, na mesma base e período em que forem apropriadas as despesas de juros relativas à operação de crédito. Art. 6º - O ganho na aquisição de um instrumento financeiro cujo valor de mercado seja inferior ao seu valor de face, mesmo nos casos em que este possa ser utilizado para liquidação de dívidas, somente será reconhecido à medida em que for efetivamente realizado. Art. 7º - Esta Instrução entrará em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União, aplicando-se às informações trimestrais e às demonstrações financeiras encerradas a partir de junho/95, inclusive. Por hoje vou ficando por aqui. Em breve a questão número 5, depois a 6, depois ... Um forte abraço a todos e bons estudos!!!

12/03/2004 - Questão 05 de avançada do AFRF-2003

No comentário da questão 5 de Contabilidade Avançada aproveito para falar sobre a classificação e avaliação de investimentos. Ressalto que esse assunto compõem um trecho do e-produto de avançada que está à venda aqui no site. 05- São atributos necessários para identificar a existência dos ativos Permanente Investimento a) constituírem direitos de qualquer natureza, essência ou forma destinados à continuidade da empresa. b) representarem direitos de qualquer natureza, essência ou forma destinados ao desenvolvimento da atividade principal da empresa. c) não possuírem a característica de realização e não se destinarem à manutenção da atividade da empresa. d) serem destinados ao desenvolvimento da atividade principal da empresa e à capacidade de transformação em moeda. e) somente representarem direitos não destinados à utilização no desenvolvimento da atividade principal da empresa. Analisando conjuntamente as disposições dos artigos 179 e o art. 183,

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ambos da Lei nº 6.404/76, chegamos as seguintes conclusões no concernente as classificações e modos de avaliação para os investimentos: 1 – Aplicações financeiras de liquidez imediata, como os Fundos de Renda Fixa, devem ser classificados no Ativo Circulante Disponível e avaliados pelo custo de aquisição mais rendimentos ganhos até a data do encerramento do exercício. Ressalte-se que os rendimentos ganhos serão computados consoante o regime de competência, isto é, ao final de cada período devemos reconhecer as receitas nele ganhas. Veja que não há a possibilidade de provisionamento para ajuste ao valor de mercado; 2 – Aplicações financeiras com liquidez até o final do exercício seguinte, como os Certificados de Depósito Bancários e as Debêntures, devem ser classificados no Ativo Circulante, em Aplicações Temporárias e devem ser avaliados pelo custo de aquisição mais rendimentos auferidos no período considerado. Este tipo de ativo também não comporta provisão para ajuste ao valor de mercado; 3 – Aplicações financeiras com liquidez após o final do exercício seguinte, como os Certificados de Depósito Bancários e as Debêntures, devem ser classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo, em Aplicações Temporárias e devem ser avaliados pelo custo de aquisição mais rendimentos ganhos no exercício. Atente-se ao fato que na avaliação desses ativos, até este momento, não foi invocada a necessidade de se constituir provisão para ajuste ao valor de mercado quando este seja menor, isto é, estes investimentos (itens 1 a 3) são avaliados pelo custo de aquisição mais rendimentos, se houver, não se considerando uma provável redução em face do valor de mercado por ocasião de sua avaliação; 4 – O Estoque em Ouro com liquidez imediata ou não, como, por exemplo, as operações de compra e venda de ouro, devem ser classificadas no ativo circulante ou ativo realizável a longo prazo, conforme previsão de realização e devem ser avaliados pelo custo de aquisição e ajustados por provisão para desvalorização quando o valor de mercado for menor; 5 – Participações Societárias com intenção de realização até o final do exercício social subseqüente, como as ações e quotas de outras sociedades comerciais, devem ser classificados como Ativo Circulante em subgrupo de Investimentos Temporários, cuja avaliação deve ser pelo custo de aquisição ajustado por provisão para ajuste ao valor de mercado quando este for menor; 6 – Participações Societárias com intenção de realização após o final do exercício social subseqüente, como ações e quotas de outras sociedades, devem ser classificadas no Ativo Realizável a Longo Prazo e avaliadas pelo custo de aquisição e ajustados ao valor de mercado quando este for menor. É interessante frisar que os investimentos relativos aos itens 1 a 6 compõem o ativo realizável ou possuem a natureza ou intenção de realização, fato este que não está presente nos investimentos do ativo

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permanente; 7 – Participações societárias em empresas não controladas e cujo investimento não seja relevante, mas com intenção de permanência, como ações ou quotas de outras empresas, devem ser classificadas no Ativo Permanente Investimentos e avaliados pelo Custo de Aquisição ajustado por provisão para perdas quando comprovadas como permanentes; 8 – Participações Societárias em empresas controladas ou em sociedades coligadas e equiparadas a coligadas quando o investimento é relevante e a sociedade investidora exerça influência na administração da sociedade investida ou cujo investimento representa 20% ou mais do capital social da investida, com intenção de permanência ou de fazer parte do corpo social da outra empresa, como ações e quotas de sociedades controladas e coligadas ou equiparadas a coligadas, devem ser classificadas no Ativo Permanente Investimento e avaliados pelo Método da Equivalência Patrimonial (MEP); 9 – Outros ativos com intenção de permanência, como obras de arte, terrenos, edificações que não sejam de uso, devem ser classificados no Ativo Permanente Investimento e avaliados pelo custo de aquisição e ajustados por provisão para perdas prováveis ou ajuste a valor de mercado (art. 183, IV). Vê-se que cada aplicação ou investimento possui características próprias em relação ao prazo para resgate, taxa de rendimento, forma de rentabilidade, liquidez, intenção da empresa na sua aquisição etc. Entretanto, na sua classificação nos interessa, tão-somente, quando podemos dispor desses valores ou qual é a intenção da empresa em relação a sua realização. Por isso, os títulos resgatáveis de pronto devem ser classificados como disponibilidade e, quando não possuem essa característica, devem classificados como investimento temporário. Se, porém, há a intenção de permanência, eles deverão ser classificados no grupo do ativo permanente em subgrupo investimentos, onde serão separados pela sua forma de avaliação, isto é, método do custo ou método da equivalência patrimonial. Percebe-se que o ativo permanente representa o ativo que não possui a característica de realização, pois se possuir essa característica deverá ser classificado no ativo circulante ou no realizável a longo prazo. Outros aspectos interessantes, a cuja conclusão chegamos pela leitura dos dispositivos legais sob análise, diz respeito a correta classificação de ações de coligadas. No nosso modo de entender o assunto, estas devem ser sempre classificadas no ativo permanente - investimento. Desta forma, a resposta correta é a letra “c”. Um bom final de semana a todos e bons estudos. Até a próxima, quando analisarei as questões 6 e 7 desta prova de avançada do AFRF. Um abração a todos!!!

25/03/2004 - Questões 06 e 07 de avançada do AFRF-2003

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A questão nº 7 de contabilidade avançada gerou muita polêmica e deveria ter sido anulada. Porém, a banca examinadora não tomou conhecimento dos recursos apresentados o que é uma lástima.

Para responder às questões de nºs 06 e 07 considere a situação descrita a seguir. A Cia. Boreal, empresa agrícola atuante nesse mercado há 22 anos, no início de 1997 participa como acionista na constituição da Cia. Beneficiadora de Cereais, cujo capital social é totalmente integralizado e formado por 1.200.000 ações distribuídas, de acordo com os limites legais, em ações ordinárias e preferenciais com valores nominais de R$10,00 cada uma. No início de 2003 a diretoria da Cia. Boreal, obedecendo a seu planejamento estratégico para expansão, decide fazer uma proposta de aquisição para o controle acionário da Cia. Transportadora Carga Pesada que, no momento, passa por problemas de gestão, apesar de ter sido constituída em janeiro de 2002, dentro dos limites máximos de classes de ações permitidos pela legislação da época. Com capital social representado por 900.000 ações ordinárias e preferenciais com valor unitário de R$10,00/ação, seus acionistas estão dispostos a negociar a venda do controle acionário pelo valor nominal das ações desde que essa operação seja realizada a vista. 06- Com base nas informações acima, indique o valor mínimo que a Cia. Boreal deveria pagar para tornar-se a controladora da empresa transportadora. a) R$ 4.500.000 b) R$ 3.000.010 c) R$ 3.000.000 d) R$ 2.250.010 e) R$ 1.500.000 O controle acionário é exercido de forma permanente quando a sociedade investidora possuir a maioria do capital votante. Ressalte-se que, com a edição da Lei nº 10.303/2001, a relação de ações preferenciais e ordinárias prescritas na Lei nº 6.404/76 foi sensivelmente modificada. Antes da alteração introduzida por essa lei, o art. 15 da Lei nº 6.404/76 previa a possibilidade de 2/3 das ações serem preferenciais e, em conseqüência, 1/3 de ações ordinárias. Após a entrada em vigor da Lei 10.303/01, essa relação passou a ser de no máximo 50% de ações preferências e de no mínimo de 50% de ações ordinárias.

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A Lei nº 10.303/01, no concernente à aplicação da nova relação de ações, assevera no art. 8º, que: § 1o A proporção prevista no § 2o do art. 15 da Lei no 6.404, de 1976, será aplicada de acordo com o seguinte critério: I - imediatamente às companhias novas; II - às companhias fechadas existentes, no momento em que decidirem abrir o seu capital; e III - as companhias abertas existentes poderão manter proporção de até dois terços de ações preferenciais, em relação ao total de ações emitidas, inclusive em relação a novas emissões de ações. Com relação a entrada em vigor da Lei modificadora, o art. 9º dispõe: Art. 9o Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias de sua publicação oficial, aplicando-se, todavia, a partir da data de publicação, às companhias que se constituírem a partir dessa data. Desta forma, a Cia. Boreal necessita subscrever 250.001 (x R$ 10,00 = 2.500.010,00) ações ordinárias para se tornar controladora da Cia. Transportadora Carga Pesada, pois esta foi constituída sob as novas normas, conforme disposto no inciso I, do § 1º do art. 8º da Lei nº 10.303/2001. Assim, a resposta correta é a letra “d”. 07- Para possuir a preponderância nas deliberações sociais de modo permanente e com segurança na Cia. Beneficiadora de Cereais, a Cia. Boreal deve possuir pelo menos: a) 50% do capital total da investida. b) 40% das ações totais da investida. c) 33,3% do patrimônio líquido da investida. d) 25% das ações ordinárias da investida. e) 16,7% do capital votante da investida. Esta questão foi mal elaborada pelo examinador, pois não há nenhuma resposta que seja digna de ser assinalada. Já mencionei que antes de 2002 a proporção de ações preferenciais e ordinárias admitida era de 2/3 de ações preferenciais e de 1/3 de ações ordinárias.

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Neste contexto a investidora poderia tornar-se controladora da sociedade investida com a detenção de apenas 16,7 % do total das ações e desde que todas as suas ações fossem ações ordinárias e, ainda, desde que a sociedade investida tivesse seu capital dividido no limite máximo admitido pela lei. Mas, do jeito que a questão foi colocada, não há resposta correta. No gabarito oficial, apresentado pela Esaf, foi considerada correta a resposta da letra “e”, que aponta a necessidade da detenção de 16,7% das ações com direito a voto. Ora, 16,7% das ações com direito a voto representam apenas 16,7% de 100% das ações com direito a voto. Certamente o examinador quis se referir que com 16,7 das ações totais, desde que fossem com direito a voto, a investidora poderia controlar a sociedade investida. Mas não o disse!!! Por isso a questão deveria ter sido anulada. Por hoje é isso. Até a próxima e bons estudos a todos!!!

05/04/2004 - Contabilidade avançada (AFRF-2003) questões 8 e 9

08- Indique a opção que não corresponde a procedimentos exigidos pela Instrução CVM 247/96 para a determinação da base de cálculo da equivalência patrimonial. a) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia investidora que corresponda à inclusão no custo de aquisição de ativos imobilizados no balanço patrimonial da controlada. b) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à inclusão no custo de aquisição de estoques de matérias-primas no balanço patrimonial da investidora. c) O lucro não realizado incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à inclusão no custo de aquisição de bens não de uso no balanço patrimonial de outra empresa coligada. d) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à inclusão no custo de aquisição de ativos imobilizados no balanço patrimonial da investidora. e) O resultado positivo incluído no lucro apurado de companhia controlada que corresponda à inclusão no custo de aquisição de ativos imobilizados no balanço patrimonial de outra controlada. Os procedimentos que devem ser adotados na aplicação do Método da Equivalência Patrimonial são os indicados nos artigos 9º ao 11 da Instrução CVM nº 247/96, a seguir transcritos. Art. 9º - O valor do investimento, pelo método da equivalência patrimonial, será obtido mediante o seguinte cálculo:

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I - Aplicando-se a percentagem de participação no capital social sobre o valor do patrimônio líquido da coligada e da controlada; e II - Subtraindo-se, do montante referido no inciso I, os lucros não realizados, conforme definido no § 1º deste artigo, líquidos dos efeitos fiscais. § 1º - Para os efeitos do inciso II deste artigo, serão considerados lucros não realizados aqueles decorrentes de negócios com a investidora ou com outras coligadas e controladas, quando: a) - o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada e correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza no balanço patrimonial da investidora; ou b) - o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada e correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza no balanço patrimonial de outras coligadas e controladas. § 2º - Os prejuízos decorrentes de transações com a investidora, coligadas e controladas não devem ser eliminados no cálculo da equivalência patrimonial. § 3º - Os lucros e os prejuízos, assim como as receitas e as despesas decorrentes de negócios que tenham gerado, simultânea e integralmente, efeitos opostos nas contas de resultado das coligadas e controladas, não serão excluídos para fins de cálculo do valor do investimento. Art. 10 - Para os efeitos do disposto no artigo 9º, o patrimônio líquido da coligada e controlada deverá ser determinado com base nas demonstrações contábeis levantadas na mesma data das demonstrações contábeis da investidora. § 1º - Na impossibilidade de cumprimento ao disposto no caput deste artigo, admite-se a utilização de demonstrações contábeis da coligada e controlada em um período máximo de defasagem de até 60 (sessenta) dias antes da data das demonstrações contábeis da investidora. § 2º - O período de abrangência das demonstrações contábeis da coligada e controlada deverá ser idêntico ao da investidora, independentemente das respectivas datas de encerramento. § 3º - Admite-se a utilização de períodos não idênticos, nos casos em que este fato representar melhoria na qualidade da informação produzida, sendo a mudança evidenciada em nota explicativa. Art. 11 - Para a determinação do valor da equivalência patrimonial, a investidora deverá: I - Eliminar os efeitos decorrentes da diversidade de critérios contábeis, em especial, referindo-se a investimentos no exterior;

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II - Excluir o montante correspondente às participações recíprocas; III - Reconhecer os efeitos decorrentes de eventos relevantes ocorridos no período intermediário, no caso de demonstrações contábeis levantadas em datas diversas; e IV - Reconhecer os efeitos decorrentes de classes de ações com direito preferencial de dividendo fixo, dividendo cumulativo e com diferenciação na participação de lucros. Pela análise da legislação percebe-se que a alternativa “a” corresponde a um procedimento não requerido. O resultado não realizado a ser eliminado é o correspondente ao resultado da coligada ou controlada que estiver no custo de controladora ou investidora e não o resultado da investidora que está no custo da investida. 09- A Cia. ABC adquire 2% do total de ações da Cia. Lavandisca. Na ocasião da operação, o preço acordado envolvia o valor das ações e dividendos adquiridos, relativos a saldos, de Reservas e Lucros Acumulados, pré-existentes e ainda não distribuídos. No momento em que ocorrer o efetivo pagamento dos dividendos referentes a esses itens, o tratamento contábil dado a esse evento deverá ser: a) creditar o valor correspondente a esse dividendo em conta de receita não operacional em contrapartida do registro do ingresso do recurso no caixa. b) ajustar o resultado do exercício e creditar o valor correspondente a esse dividendo em conta de deságio em aquisição de investimentos permanentes em contrapartida do registro do ingresso do recurso no caixa. c) lançar o valor correspondente a esse dividendo a crédito da conta participação societária em contrapartida do registro do ingresso do recurso no caixa. d) registrar os dividendos recebidos como receita operacional em contrapartida ao lançamento de débito na conta caixa. e) considerar o valor recebido como receita não operacional e debitando em contrapartida da conta ágio em investimentos societários. A resposta para esta questão deve ser buscada na legislação fiscal, mais especificamente no art. 380 do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto nº 3.000/99 – RIR/99. Diz aquele diploma legal que: Art. 380. Os lucros ou dividendos recebidos pela pessoa jurídica, em decorrência de participação societária avaliada pelo custo de aquisição, adquirida até seis meses antes da data da respectiva percepção, serão registrados pelo contribuinte como diminuição do valor do custo e não influenciarão as contas de resultado (Decreto-lei nº 2.072, de 1983, art. 2º). Entende-se, pela análise da legislação fiscal que nessa hipótese a investidora adquiriu, além da participação, o direito ao dividendo, ou seja, o

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dividendo já era devido ao tempo da transação ou aquisição do investimento. Assim, por ocasião do recebimento do dividendo, nessas condições, ele não será considerado receita operacional, mas uma redução do próprio investimento. Este é o único caso em que o recebimento de dividendo em que reduzimos o valor do investimento no caso de ele ser avaliado pelo método do custo de aquisição. Assim, a alternativa correta é a letra “c”. Das 9 questões de contabilidade avançada comentados até o momento, 8 estão detalhadamente explicadas em nossa apostila de contabilidade avançada que está à venda aqui no site, assim quanto as demais 21 questões. A propósito, a apostila, em forma de e-produto, será tornada indisponível em breve. Então, sugiro que aproveitem a oportunidade!!! Por hoje é só. Um forte abraço a todos e até a próxima, com muito estudo!!!

19/04/2004 - Contabilidade avançada - questões 10 e 11

Dando continuidade à resolução da prova de contabilidade avançada do último concurso do AFRF, apresenta as questões de números 10 e 11. 10- Entre as afirmativas a seguir, indicar aquela que faz parte dos procedimentos efetuados pela investidora para a determinação do valor da equivalência patrimonial. a) Reconhecer os efeitos decorrentes de classe de ações com direito preferencial ou não de dividendo fixo, dividendo cumulativo e com diferenciação na participação de lucros. b) Reconhecer os efeitos decorrentes de classe de ações com direito preferencial de dividendo fixo, dividendo cumulativo e com diferenciação na participação de lucros. c) Eliminar os efeitos decorrentes da diversidade de critérios contábeis, excetuando, quando se referir a investimento no exterior. d) Verificar os efeitos decorrentes de eventos não relevantes ocorridos no caso das demonstrações contábeis de mesma data e efeitos postecipados. e) Admitir a exclusão do montante correspondente às participações recíprocas quando estas apresentarem caráter eventual e irrelevância. A questão versa sobre os procedimentos que devem ser adotados pela sociedade investidora na avaliação de investimentos pelo método da equivalência patrimonial. O assunto está disciplinado no art. 11 da Instrução CVM No 247, de 27 de março de 1996.

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Art. 11 - Para a determinação do valor da equivalência patrimonial, a investidora deverá: I - Eliminar os efeitos decorrentes da diversidade de critérios contábeis, em especial, referindo-se a investimentos no exterior; II - Excluir o montante correspondente às participações recíprocas; III - Reconhecer os efeitos decorrentes de eventos relevantes ocorridos no período intermediário, no caso de demonstrações contábeis levantadas em datas diversas; e IV - Reconhecer os efeitos decorrentes de classes de ações com direito preferencial de dividendo fixo, dividendo cumulativo e com diferenciação na participação de lucros. Percebe-se, pela simples leitura do dispositivo normativo, em face da literalidade, que a alternativa a ser assinalada é a letra “b”. 11- A diferença verificada, ao final do período, entre o valor da participação societária relevante de companhia aberta e o resultante da aplicação do percentual de sua participação no patrimônio líquido da empresa investida, é registrado como item do resultado operacional quando corresponder: a) a eventos que provoquem diminuição do percentual de participação no capital da investida se esta for uma coligada. b) a aumento no patrimônio líquido da empresa coligada decorrente da reavaliação de seus ativos. c) a eventos resultantes de aumentos do percentual de participação no capital social da empresa controlada. d) a variação cambial de investimento em coligada ou controlada e controlada no exterior. e) a diminuições do patrimônio líquido de coligadas provocadas por reavaliações de ativos. A variação no percentual de participação pode gerar ganho ou perda de capital, que sempre representa receita ou despesa NÃO-OPERACIONAL. A reavaliação de ativos pela investida deve ser lançada na investidora a débito de investimentos e a crédito de reserva de reavaliação de sociedades

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controladas e coligadas. A variação cambial de investimentos em coligada ou controlada no exterior é considerada receita ou despesa operacional, logo a alternativa correta é a letra “d”. O assunto referente a estas questões também está em nossa apostila, em forma de e-produto, que está sendo comercializada aqui no site. Entre em contato com a LU e faço o seu pedido, pois o produto será tornado indisponível em breve!!! Por hoje é só. Um forte abraço a todos e até a próxima, com muito estudo!!!

05/05/2004 - Insubsistências e Superveniências

Desde a realização da prova do concurso de AFRF 2003 uma inquietação paira em meio aos concursandos sobre o assunto insubsistências e superveniências. O abnegado concursando Luiz Roberto, de Belo Horizonte, inconformado com a discrepância de informações sobre o tema não se conteve e foi direto ao CFC solicitando um pronunciamento oficial. Obteve a resposta e nos enviou o seguinte texto que repasso a todos por ser de interesse público. Belo Horizonte, 03 de maio de 2004 Acabo de receber o Relatório da Câmara Técnica com o parecer do CFC sobre a polêmica envolvendo Insubsistências Ativas: Receitas ou Despesas? A bem da verdade, o CFC enviou esta consulta para o Ministério da Fazenda, aos cuidados do Sr. Isaltino Alves da Cruz, Coordenador-Geral de Contabilidade do Tesouro Nacional, através do memorando nº 132/COTEC/CFC, de 04 de março de 2004, haja vista que, no entendimento do CFC, o assunto tratava de matéria envolvendo a contabilidade governamental. O parecer do Sr. Isaltino foi aceito na íntegra e referendado pela Câmara Técnica, através do relatório Nº 11/04, datado de 15 de abril de 2004. Como o meu scanner resolveu não funcionar, digitei apenas o parecer: A gestão patrimonial imprime ao patrimônio da entidade, constantes variações. As variações representam os acréscimos e as reduções que resultam na situação líquida patrimonial. As variações que acrescem a situação líquida patrimonial são denominadas de variações ativas e as que reduzem variações passivas. Dentro deste contexto, as variações ativas são provenientes do aumento de valores do ativo e da diminuição de valores do passivo e as variações passivas decorrem da diminuição dos valores do ativo ou do acréscimo dos

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valores do passivo. Desta forma afirmamos que nem toda variação ativa decorre do ativo assim como também a variação passiva não só provém do passivo. (grifo do CFC) A aplicação dos substantivos superveniência e insubsistência tem o objetivo de destacar da gestão patrimonial, os componentes das variações patrimoniais de natureza eventual, esporádico, dos normais e que todos alteram a situação líquida patrimonial da entidade. A evindenciação permite evitar a desfiguração da composição dos resultados relativos a vários exercícios. (grifo do CFC) A superveniência consiste em aumento e a insubsistência em diminuição da situação líquida patrimonial. A superveniência do ativo é denominada de superveniência ativa, porque acresce a situação líquida patrimonial. A superveniência do passivo, é denominada de superveniência passiva, porque diminui a situação líquida patrimonial. A insubsistência do ativo é denominada de insubsistência passiva, porque diminui a situação líquida patrimonial. Insubsistência do passivo é denominada de insubsistência ativa, porque aumenta a situação líquida patrimonial. Resumindo as consultas informamos o seguinte: A Insubsistência ativa é uma conta de receita, portanto de natureza credora; A insubsistência passiva é uma conta de despesa, portanto de natureza devedora; A superveniência ativa é uma conta de receita, portanto de natureza credora; A superveniência passiva é uma conta de despesa, portanto de natureza devedora; A distinção entre receitas e despesas operacionais de não operacionais sempre causa confusão e por isto há uma tendência constante de evitar essa classificação. No entanto, há um esforço de segregação, apenas dos itens extraordinários e dos resultados de operações descontinuadas, rigidamente definidos. Assim sendo, dentro das superveniências e insubsistências podem existir tanto fenômenos operacionais quanto não operacionais. Aqueles que se referirem a ganhos e perdas na alienação de investimentos, de imobilizado, as provisões para perdas correspondentes, resultados pela equivalência patrimonial ou ganhos e perdas no ativo diferido são classificados como não operacionais. As superveniências e insubsistências detêm as mesmas naturezas de registro contábil, devedora ou credora, em qualquer que seja o segmento de atividades econômicas, social ou administrativa. Não há possibilidade de se tratar devedor na contabilidade geral e credor na aplicada, até porque a contabilidade aplicada tem como postulados, princípios, convenções, normas e sistematização baseada na contabilidade geral.

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Este é o parecer. ISALTINO ALVES DA CRUZ COORDENADOR-GERAL DE CONTABILIDADE São pessoas como você, Luiz Roberto, que engrandecem o nosso conhecimento e diante dessa resposta do CFC aproveito para me redimir, pois eu estava incluído entre os que tinham posicionamento diverso. Por hoje é isto. Até a próxima, com um forte abraço a todos.

21/05/2004 - Avaliação de investimentos

A questão a seguir consta no e-produto de contabilidade avançada, porém ela pode ser cobrada na prova de contabilidade geral. Por isso é interessante que se atenham na sua resolução! Na próxima semana seguirei com a prova de contabilidade avançada do AFRF-2003. 29) (AFRF-2001-Esaf) A empresa Lua S.A. apresentou valores não circulantes ou permanentes, com os seguintes saldos:

Contas: Saldos Ações de Coligadas R$ 2.000,00 Ações de Controladas R$ 5.000,00 Ações em Outras Cias. R$ 1.000,00 Gastos Pré-operacionais R$ 200,00 Marcas e Patentes R$ 400,00 Móveis e Utensílios R$ 800,00 Provisão para Perdas em Investimentos R$ 100,00 Veículos R$ 1.200,00

Observações: - não há contabilização de correção monetária - não houve nenhuma movimentação no saldo das contas - apenas a participação em controladas é avaliada por equivalência patrimonial - as participações acionárias são: PA de 40% em controladas;

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PA de 20% em coligadas; e PA de 10% em outras companhias. - as controladas apuraram lucro líquido de R$ 1.000,00 e distribuíram dividendos de R$ 200,00; - as coligadas apuraram lucro líquido de R$ 1.000,00 e distribuíram dividendos de R$ 200,00. Contabilizando-se os ajustes necessários ao balanço, no fim do exercício, vamos encontrar essa empresa com um Ativo Permanente no valor de a) R$ 10.860,00 b) R$ 10.980,00 c) R$ 10.620,00 d) R$ 10.900,00 e) R$ 10.820,00 SOLUÇÃO: As contas do Ativo Permanente são todas as acima apresentadas. Pelas informações prestadas, apenas os investimentos em controladas são avaliados pela equivalência patrimonial. As controladas apuraram um lucro de R$ 1.000,00 e a participação da empresa Lua S.A. é de 40%, logo, desse resultado, cabe a ela o valor de R$ 400,00, o que fará com que o investimento em controladas aumente R$ 400,00, isto é, debitamos investimento em contrapartida de resultado com equivalência patrimonial. Porém, as controladas distribuíram dividendos no valor de R$ 200,00. Desse dividendo a LUA S.A. faz jus a 40%, isto é, R$ 80,00. O recebimento de dividendo diminui o valor do investimento, pois ele é contabilizado mediante débito em conta do AC e crédito em investimento. Os investimentos não avaliados pelo método da equivalência patrimonial não sofrem alteração pelo fato de a sociedade investida apurar resultado e tampouco pela distribuição de dividendos. Desta forma, os fatos apresentados alteram o Ativo permanente em R$ 320,00, cujo saldo é o seguinte:

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Contas: Saldos Ações de Coligadas R$ 2.000,00 Ações de Controladas R$ 5.320,00 Ações em Outras Cias. R$ 1.000,00 Gastos Pré-operacionais R$ 200,00 Marcas e Patentes R$ 400,00 Móveis e Utensílios R$ 800,00 Provisão para Perdas em Investimentos (R$ 100,00) Veículos R$ 1.200,00 TOTAL R$ 10.820,00

Por hoje é isso, bons estudos e até breve!!!

08/06/2004 - Contabilidade avançada - questões 22 a 30

Para compensar a minha prolongada ausência deste espaço, por motivos de mudança, apresento a resolução das questões 22 a 30 de contabilidade avançada do último AFRF. Instruções para resolução das questões de nºs 22 a 28. Em uma operação de verificação dos livros contábeis, realizada na Cia. Luanda, foi possível identificar os seguintes dados: I - O Balanço Patrimonial dos exercícios 20x1 e 20x2

CONTAS DO ATIVO 20x1 20x2 Disponibilidades 8.000 6.000 Clientes 12.000 22.500 (-) Prov. p/ Créditos de Liq. Duvidosa (300) (800) Estoques 2.000 6.500 Participações Societárias 5.300 5.300 Imóveis 12.000 12.000 Equipamentos 15.000 20.000 Veículos 20.000 20.000 (-) Depreciação Acumulada (2.000) (7.500) TOTAL DO ATIVO 72.000 84.000 CONTAS DO PASSIVO+PL 20x1 20x2 Contas a Pagar 1.000 4.000 Fornecedores 9.000 6.000 Dividendos a Pagar ---- 3.000 Impostos Provisionados 1.000 2.000 Notas Promissórias a Pagar 10.000 ---- Financiamentos de Longo Prazo 16.000 22.000 Capital Social 30.000 40.000 Reservas de Lucros 4.000 0 Lucros/Prejuízos Acumulados 1.000 7.000 TOTAL DO PASSIVO+PL 72.000 84.000

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II - A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

CAPITAL SOCIAL

RESERVA

DE LUCROS

LUCROS/ PRE- JUÍZOS AC.

TOTAL

Saldo em 31.12.20x1 30.000 4.000 1.000 35.000 Transferências p/Capital

4.000 (4.000) 0

Novas Subscrições Incorporação do Resultado Líquido 19x2

9.000 9.000

Distribuição do Resultado

0

Dividendos (3.000) (3.000) Saldo em 31.12.20x2 40.000 0 7.000 47.000

III - Itens da Demonstração de Resultado do Exercício

Itens Adicionais 20x1 20x2 Vendas 100.000 152.000 CMV 64.000 82.000 Despesas totais do período 34.000 59.000 Resultado antes do IR 2.000 11.000 Variações Cambiais Passivas ---- 6.000 Despesas de Depreciações 2.000 5.500 Provisão p/ pagamento do Imposto de Renda

1.000 2.000

Provisão p/ Créditos de Liquidação Duvidosa

300 800

IV - Outras informações adicionais

As Notas Promissórias vencem em 180 dias. Os financiamentos foram contratados junto ao Banco ABC em 30.12.20x1 pelo prazo de 8 anos, com carência de 3 anos e juros de 5% anuais, pagáveis ao final de cada período contábil. O saldo devedor é corrigido pela variação da moeda x, com pagamento do principal em 5 parcelas anuais após o período de carência.

Com base unicamente nos dados fornecidos, responder às questões de números 22 a 28.

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22- O valor dos ingressos de caixa gerado pelas vendas no período examinado foi: a) 159.500 b) 150.000 c) 141.200 d) 139.500 e) 139.200 SOLUÇÃO: As vendas efetuadas foram no montante de R$ 152.000,00, entretanto esse valor não foi recebido integralmente, conforme se pode perceber pelo aumento da conta de clientes que passou de R$ 12.000,00 (20x1) para 22.500,00 (20x2). Isto pode ser interpretado da seguinte forma: Os clientes, devedores de 20x1, efetuaram os seus pagamentos, e no ano de 20x2 foram realizadas vendas a prazo pelo valor de R$ 22.500,00. Somente por esse fato podemos dizer que em 20x2 a empresa poderia ter recebido o valor de R$ 164.000,00 (R$ 152.000,00 de vendas mais R$ 12.000,00 de clientes). Desse valor deve ser deduzido a parcela de vendas a prazo de R$ 22.500,00 e o valor da PDD de R$ 300,00, do exercício de 20x1 que não foi recebido. Assim, o valor efetivamente recebido em 20x2, decorrente de vendas, foi de R$ 141.200,00, discriminados ou demonstrados da seguinte forma: Vendas no período = R$ 152.000,00 (+) Clientes (20x1) = R$ 12.000,00 (-) Clientes (20x2) = R$ 22.500,00 (-) PDD (20x1) = R$ 300,00 Total Recebido = R$ 141.200,00 A resposta correta é a letra “c”. 23- Examinando os dados, verifica-se que a empresa pagou aos fornecedores o valor de:

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a) 89.500 b) 86.500 c) 85.000 d) 82.000 e) 75.500 SOLUÇÃO: Para apurarmos os pagamentos efetuados aos fornecedores precisamos saber, inicialmente, o valor das compras. Para o exercício social de 20x2 devemos considerar como estoque inicial o valor do estoque final do exercício social anterior. Assim. o estoque inicial (Ei) foi de R$ 2.000,00. O estoque final (Ef) é fornecido no próprio balanço encerrado em 20x2, cujo valor é de R$ 6.500,00. Além destes valores, foi fornecido o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), no valor de R$ 82.000,00. Portanto, partindo do conceito de que CMV = Ei + Co – Ef, onde Co representam as compras líquidas do período, teremos que Co é a única variável que deve ser encontrada. Logo, substituindo na fórmula os valores já conhecidos, temos: 82.000,00= 2.000,00 + Co – 6.500,00 Co = 82.000,00 – 2.000,00 + 6.500,00 Co = R$ 86.500,00 Uma vez conhecido o valor total de compras, resta-nos verificar os pagamentos efetuados aos fornecedores e, para tanto, devemos analisar a conta Fornecedores. Na análise desta conta, devemos entender o seguinte: se houve aumento no seu saldo de um período anterior para o de análise, então nem todas as compras do período foram pagas; se houve diminuição no seu saldo, então no período, além do pagamento de todas as compras foram pagas compras do período anterior, ou então, foram pagas contas do período anterior em valor maior do que as não pagas do período atual. Desta forma, constatado que no exercício em análise houve diminuição no saldo de fornecedores e para bem estruturar uma demonstração do desembolso ocorrido pelo pagamento a Fornecedores, partimos do princípio que poderiam ser pagos todos os valores devidos de exercícios anteriores mais as compras realizadas no período. Do montante assim obtido, subtrai-

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se a quantia não paga: Compras do período R$ 86.500,00 (+) Fornecedores (20x1) R$ 9.000,00 (-) Fornecedores (20x2) R$ 6.000,00 Total de desembolso R$ 89.500,00 Desta forma, a resposta correta é a representada pela letra “a”. 24- Com base nos dados identificados, pode-se afirmar que a saída de caixa para o pagamento de despesas foi: a) 52.700 b) 50.700 c) 44.700 d) 45.500 e) 43.700 SOLUÇÃO: Do valor total das despesas do período devemos deduzir aquelas despesas realizadas e não pagas ou que não geraram saída de caixa. No presente exercício temos as despesas de depreciação, variações cambiais, aumento de contas a pagar e a despes de PDD. Assim, em forma de demonstração, teremos: Despesas totais do período = R$ 59.000,00 (-) Aumento de contas a pagar = R$ 3.000,00 (-) Variações cambiais passivas = R$ 6.000,00 (-) Provisão Devedores duvidosos = R$ 800,00 (-) Depreciação do período = R$ 5.500,00

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= Total de despesas pagas em 2001 = R$ 43.700,00 Desta forma, a opção correta é a representada pela alternativa “e”. 25- No período a empresa efetuou compras de estoques no valor de: a) 89.500 b) 86.500 c) 85.000 d) 82.000 e) 75.500 SOLUÇÃO: O valor das compras do período foi apurado na questão 23, onde encontramos o valor de R$ 86.500,00. Desta forma, a opção correta é a representada pela alternativa “b”. 26- Com os dados fornecidos e aplicando o método indireto para elaborar o fluxo de caixa, pode-se afirmar que a contribuição do resultado ajustado para a formação das disponibilidades é: a) 21.300 b) 12.000 c) 17.500 d) 20.500 e) 6.000 SOLUÇÃO: Conforme pronunciamento nº 20, de 30/04/1999, publicado no D.O.U. em 30/04/1999, do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IBRACON, o método indireto caracteriza-se por apresentar o fluxo de caixa líquido oriundo da:

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• Movimentação líquida das contas que influenciam na determinação dos fluxos de caixa das atividades operacionais, tais como estoques, contas a receber e contas a pagar. • Movimentação líquida das contas que influenciam na determinação dos fluxos de caixa das atividades de investimentos e de financiamentos, a partir das disponibilidades geradas pelas atividades operacionais, ajustadas pelas movimentações dos itens que não geram caixa, tais como: depreciação, amortização, baixas de itens do ativo permanente etc. A conciliação do resultado com o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais deve ser demonstrada tanto pelo método direto como pelo método indireto. Todos os ajustes de conciliação entre o resultado e o caixa gerado pelas atividades operacionais devem ser claramente identificados como itens de conciliação. Entretanto, existem autores que consideram o lucro ajustado da mesma forma como é efetuado na DOAR, isto é, consideram que somente os valores fora do circulante merecem ajuste. Foi nestes autores que a banca se espelhou ao elaborar esta questão. Assim, partindo do lucro líquido antes do imposto de renda de R$ 11.000,00 e deduzindo deste a provisão para o Imposto de Renda, teremos o lucro líquido do exercício de R$ 9.000,00. O ajuste a ser efetuado, segundo os autores que consideram o lucro ajustado igual a DOAR, diz respeito as despesas de depreciação e das variações cambiais passivas (longo prazo), cujos valores devem ser adicionados ao LLE. Lucro líquido do exercício = R$ 9.000,00 + depreciação do período = R$ 5.500,00 + variações cambiais passivas = R$ 6.000,00 = lucro ajustado = R$ 20.500,00 Entendo que a questão poderia ter sido anulada em face da discrepância de conceitos, mas isto não aconteceu e a resposta considerada como correta foi a da letra “d”. 27- O valor dos itens de Investimentos que contribuíram para a variação das disponibilidades é: a) (5.500) b) (5.000)

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c) (500) d) 5.000 e) 5.500 SOLUÇÃO: Conforme pronunciamento nº 20, de 30/04/1999, publicado no D.O.U. em 30/04/1999, do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IBRACON, devem ser classificadas nas Atividades de investimentos as transações com os ativos financeiros, as aquisições ou vendas de participações em outras entidades e de ativos utilizados na produção de bens ou prestação de serviços ligados ao objeto social da Entidade. As atividades de investimentos não compreendem a aquisição de ativos com o objetivo de revenda. Desta forma, a única conta de atividades de investimento foi o aumento de equipamentos que passou de R$ 15.000,00 para R$ 20.000,00. Logo, houve aplicação de disponibilidades no valor de R$ 5.000,00. Desta forma, a opção correta é a representada pela alternativa “b”. 28- O valor do caixa líquido consumido nas atividades operacionais é: a) (9.300) b) (8.000) c) (3.000) d) 7.000 e) 9.000 SOLUÇÃO: Primeiramente há que se salientar que as atividades operacionais não consumiram caixa, pois houve a geração de caixa. Excluindo esta pequena imperfeição do enunciado, poderemos resolver esta questão considerando o seguinte: As Atividades Operacionais compreendem as atividades produtivas do empreendimento, abarcando, entre outras, as seguintes operações:

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1 – valores recebidos de clientes; 2 – valores pagos a fornecedores e empregados; 3 – imposto de renda e contribuição social pagos; 4 – pagamentos e recebimentos de contingências; 5 - aquisição à vista de estoques para revenda; 6 - aquisição de materiais e serviços gerais; 7 - aumento de Resultados de Exercícios Futuros; 8 - devoluções a clientes; 9 - outros recebimentos e pagamentos operacionais; 10 - pagamento de despesas operacionais; 11 – recebimento por reembolso de seguros; 12 - pagamentos de encargos sociais; 13 - recebimento de dividendos e lucros de subsidiárias; 14 - recebimentos pela venda de mercadorias, produtos e serviços; 15 - recuperação de impostos recebidos. Utilizando os dados apurados nas questões anteriores e considerando que houve o pagamento de imposto de renda no período de R$ 1.000,00, teremos: Valores recebidos de clientes R$ 141.200,00 (-) Total de despesas pagas R$ 43.700,00 (-) Total pago a fornecedores R$ 89.500,00 (-) Imposto de renda pago R$ 1.000,00 Saldo gerado pelas operações R$ 7.000,00 A resposta correta é a letra “d”.

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29- Representam operações que não afetam o fluxo de caixa: a) recebimento por doação de terrenos e depreciações lançadas no período. b) aquisição de bens não de uso e quitação de contrato de mútuo. c) alienação de participações societárias e depreciações lançadas no período. d) amortizações efetuadas no período de diferidos e venda de ações emitidas. e) repasse de recursos para empresas coligadas e aquisição de bens. SOLUÇÃO: O fluxo de caixa é afetado por todas as operações que interferem nas disponibilidades. Dentre as alternativas apresentadas, as que não podem interferir em disponibilidades são o recebimento por doação de terrenos e depreciações lançadas no período. Logo a resposta correta é a letra “a”. 30- Na elaboração do fluxo de caixa são classificáveis como atividade de financiamento: a) desembolso por empréstimos concedidos a empresas coligadas e controladas. b) aquisição de máquinas, veículos ou equipamentos através de contrato de arrendamento mercantil. c) recebimento de contribuições de caráter permanente para aquisição de terrenos para expansão da capacidade instalada da empresa. d) venda de ações emitidas e recebimento de valores decorrentes da alienação de participações societárias. e) recebimento de juros sobre empréstimos concedidos a outras empresas. SOLUÇÃO: Conforme pronunciamento nº 20, de 30/04/1999, publicado no D.O.U. em 30/04/1999, do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IBRACON, devem ser classificadas nas Atividades de financiamentos a

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captação de recursos junto aos acionistas ou cotistas e seu retorno em forma de lucros ou dividendos, a captação de empréstimos ou outros recursos, sua amortização e remuneração, bem como o recebimento de doações e subvenções para investimento, por representar, diretamente, aumento de patrimônio líquido na forma de reserva de capital. Portanto, a resposta correta é a letra “c”. Por hoje é isto. Desejo a todos bons estudos e um grande abraço!!!

27/06/2004 - Contabilidade Avançada

Dando continuidade à resolução da prova de Contabilidade Avançada do AFRF-2003, apresento o comentário às questões 12, 13 e 14. 12- A Cia. Jovial, controlada da Cia. Época, em um determinado exercício reconhece como ajustes de exercícios os efeitos relevantes decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil. Neste caso, a controladora que avalia seu investimento pelo método de equivalência patrimonial, deverá: a) registrar o efeito correspondente à sua participação em seu resultado como item operacional. b) proceder à realização de assembléia extraordinária e dar conhecimento aos acionistas minoritários do fato ocorrido na controlada. c) apenas efetuar a evidenciação do fato em notas explicativas e constar em ata de assembléia extraordinária. d) lançar também como Ajustes de Exercícios Anteriores o valor proporcional à sua participação societária. e) apenas fazer a evidenciação do fato em notas explicativas, tendo em vista que o fato não afeta o seu resultado. Os ajustes de exercícios anteriores reconhecidos na empresa coligada ou controlada, bem como o aumento de reservas de capital, serão reconhecidos como resultado da equivalência patrimonial na sociedade investidora, isto é, como resultado operacional. Resposta correta letra “a”. 13- A Cia. Jaguaribe, em 01.03.2000, recebe em doação, do município x, um terreno industrial avaliado em R$ 250.000, para instalar uma nova unidade fabril. Essa operação, prevista no planejamento estratégico da empresa no item expansão, envolve um investimento total de 15,5 milhões

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com previsão para entrar em operação nos próximos dois anos. Indique o procedimento contábil que a Cia. Boa Sorte, detentora de 60% do capital votante dessa empresa, deverá ter em relação à doação do bem. a) Aplicar o percentual de participação no capital da controlada e registrar o valor apurado como Reserva de Lucros a Realizar. b) Reconhecer em seu resultado, no momento em que o evento ocorreu, uma receita operacional de valor proporcional à sua participação. c) Registrar em seu patrimônio líquido, como Reserva de Capital, o valor proporcional à sua participação societária. d) Indicar em notas explicativas o acréscimo patrimonial de sua investida e a potencialidade de um provável ganho de capital. e) Lançar ao final do exercício no qual a controlada registrou a incorporação do terreno como um ganho de capital relativo à doação. Conforme comentei na questão anterior, o aumento das reservas de capital na sociedade investida será registrado como receita operacional na sociedade investidora. Resposta correta letra “b”. 14- Indique a opção que legalmente não é permitida em processo de reavaliação de empresa em continuidade operacional. a) Reconhecer no patrimônio da investidora os efeitos da reavaliação procedida pela investida. b) Registrar na conta de lucros e prejuízos acumulados o efeito do impacto no resultado quando ocorrer a realização da reserva de reavaliação. c) Lançar em conta de patrimônio líquido a diferença a maior verificada entre o laudo de avaliação e o custo histórico do bem reavaliado. d) Reconhecer no patrimônio da controladora os efeitos da reavaliação procedida pela controlada. O procedimento da reavaliação é possível somente a bens do Ativo Permanente e nos termos de Resolução da CVM este processo deve restringir-se ao Imobilizado. Logo, a resposta a ser assinalada é a letra “e”, pois não é aplicável bens de revenda e de matérias-primas. Por hoje é isso. Na próxima aula, salvo fato relevante, apresento a resolução de mais três questões. Bons estudos e um forte abraço a todos!!!

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19/07/2004 - Contabilidade Avançada

As questões 15 a 17 da prova de contabilidade avançada não apresentaram maiores dificuldades. Vamos a elas: 15- Na verificação de participação recíproca em operações de incorporação, o procedimento exigido pela Lei 6.404/76 será: a) a empresa incorporada deverá alienar, no período de seis meses, a parcela de ações ou quotas que não excederem o valor dos lucros e reservas. b) somente a empresa incorporadora deverá publicar o fato em jornal de grande circulação no local onde estiver sediada, justificando a natureza e o valor da operação. c) mencionar o fato nos relatórios e demonstração financeira de ambas as sociedades e eliminar esse tipo de participação, no prazo máximo de um ano. d) mencionar esse fato apenas no relatório da administração, justificando a necessidade da operação e indicando as classes e valor nominal das ações envolvidas. e) alienar, no período de seis meses, a parcela de ações ou quotas que não excederem o valor dos lucros acumulados da incorporadora.

SOLUÇÃO: A respeito do assunto, o parágrafo 5º do art. 244 da Lei nº 6.404/76, dispõe: § 5º A participação recíproca, quando ocorrer em virtude de incorporação, fusão ou cisão, ou da aquisição, pela companhia, do controle de sociedade, deverá ser mencionada nos relatórios e demonstrações financeiras de ambas as sociedades, e será eliminada no prazo máximo de 1 (um) ano; no caso de coligadas, salvo acordo em contrário, deverão ser alienadas as ações ou quotas de aquisição mais recente ou, se da mesma data, que representem menor porcentagem do capital social. Percebe-se, portanto, que a resposta à questão está contida de forma literal neste dispositivo legal. 16- A divulgação de transações com partes relacionadas deixa de ser imprescindível em situações envolvendo a) saldos eliminados em demonstrações consolidadas. b) transferência de direitos de propriedade industrial. c) fianças e hipotecas concedidas em favor de controladas. d) avais e fianças concedidos em favor de coligadas.

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e) limitações mercadológicas ou tecnológicas.

SOLUÇÃO:

A CVM, sobre o assunto, aprovou através da Deliberação nº 26/86 o Pronunciamento do IBRACON denominado “Transações entre Partes Relacionadas” e no item 12 consta que: 12. Nas demonstrações financeiras consolidadas que incluam as partes relacionadas, como regra geral, não será necessária a divulgação da maioria dos saldos e transações com partes relacionadas, já que eles são eliminados no processo de consolidação. Entretanto, tanto as transações com a pessoa física dos administradores e/ou controladores, como as operações que revelam dependência econômica e/ou financeira, não são eliminadas no referido processo; porquanto, esses montantes devem ser revistos, desta vez em relação com a significância dos saldos consolidados.

Assim sendo, a resposta correta é a letra “a”.

17- A empresa Chuí S.A. possui investimentos na empresa Oiapoque S.A., tendo, de acordo com as determinações da Lei das Sociedades por Ações, a obrigatoriedade de efetuar a consolidação. No ano de 2002 a empresa Chuí adquiriu da empresa Oiapoque R$100.000,00 de fios elétricos para reformar suas instalações. Pressupondo que este lucro será eliminado e nunca mais realizado, pode-se: a) eliminar agora o Imposto de Renda e a contribuição social sobre ele incidente. b) excluir definitivamente o Imposto de Renda e a contribuição social pois não são devidos. c) excluir o Imposto de Renda e manter a contribuição social como despesa do período. d) manter o Imposto de Renda e eliminar a contribuição social das demonstrações. e) manter o Imposto de Renda e a contribuição social pois ambos são despesas do período.

SOLUÇÃO:

Em transações com ativos, se o lucro for eliminado na consolidação e nunca mais aparecer, não haverá ajuste a fazer, pois, neste caso, a despesa com a incidência de imposto é de fato uma despesa contabilmente de agora também para a consolidação ou o ajuste se concretizará na forma de acréscimo ao custo do bem, logo não há eliminação a fazer.

A resposta correta é a letra “e”.

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Por hoje é isto. Na próxima terminarei a análise da prova de Contabilidade Avançada. Bons estudos e até lá!!!

24/07/2004 - Contabilidade Avançada - AFRF/2003 - Parte final

Concluindo a resolução da prova de contabilidade avançada do concurso para AFRF 2003, apresento a resolução das questões 18 a 21. 18- A empresa Fortaleza S.A. consolida em suas demonstrações financeiras

a empresa controlada Rio Branco S.A. No ano de 2002 a empresa Fortaleza comprou da empresa Rio Branco S.A. mercadorias para revenda no valor de R$ 10.000.000,00, que ainda permanecem em seus estoques. Considerando uma alíquota de 25% de Imposto de Renda e 9% da Contribuição Social, totalizando 34%, indique o lançamento a ser efetuado no Balanço Patrimonial Consolidado, relativo ao Imposto de Renda e à Contribuição Social.

a) Nenhum, pois o Imposto de Renda e a Contribuição Social são despesas do Período.

b) Débito de Lucros Acumulados e Crédito do Passivo Circulante no valor de R$ 3.400.000,00.

c) Débito no Ativo Circulante e Crédito nos Lucros Acumulados no valor de R$ 3.400.000,00.

d) Débito no Passivo Circulante e Crédito nos Lucros Acumulados no valor de R$ 3.400.000,00.

e) Débito de Ativo Realizável a Longo Prazo e Crédito de Passivo Circulante no valor de R$ 2.500.000,00, pois somente o Imposto de Renda deve ser eliminado.

SOLUÇÃO:

Em transações com ativos, dos itens a serem eliminados nas demonstrações consolidadas temos os lucros não realizados decorrentes de transações entre as empresas do grupo econômico. Muitos desses lucros quando foram contabilizados individualmente e eliminados na consolidação são resultados tributáveis nas sociedades em que foram lançados. Desta forma, para que não haja um lucro eliminado e uma despesa com o imposto de renda presente, há de se considerar se esse lucro for eliminado agora para ser incluído posteriormente como lucro na consolidação, devemos excluir o imposto incidente sobre esse lucro para incluí-lo quando aquele lucro for apresentado na consolidação.

Essa exclusão deve ser realizada mediante débito em conta do ativo circulante e crédito de lucros acumulados.

No caso específico desta questão há um problema, pois o valor do imposto de renda e da contribuição social deve ser calculado sobre o lucro e não sobre o valor da transação.

Se o lucro fosse de R$ 10.000,00, então teríamos como resposta correta a letra “c”. Salienta-se que foi esta a resposta apresentada no gabarito preliminar e foi mantida após os recursos.

19- É fator condicional para a efetivação das condições aprovadas, de operação de fusão se os peritos nomeados determinarem que o valor dos patrimônios líquidos vertidos para a formação do novo capital social seja:

a) inferior a 20% do capital preferencial das empresas envolvidas.

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b) pelo menos, igual ao montante do capital a realizar. c) no máximo 50% do capital ordinário anterior de cada uma das empresas. d) inferior ao total do capital preferencial anterior de cada uma das

empresas. e) totalmente integralizado e superior a 50% do capital ordinário. SOLUÇÃO:

O caput do art. 226 da lei societária dispõe que:

“Art. 226. As operações de incorporação, fusão e cisão somente poderão ser efetivadas nas condições aprovadas se os peritos nomeados determinarem que o valor do patrimônio ou patrimônios líquidos a serem vertidos para a formação de capital social é, ao menos, igual ao montante do capital a realizar.

A resposta correta é a letra “b”. 20- A Cia. Alternativa emitiu debêntures 1998, que ainda estavam em

circulação em 2000, ano em que essa empresa passa por um processo de cisão. Com relação à integridade dos direitos dos debenturistas, pode-se afirmar que:

a) os sócios dissidentes do processo de cisão responderão pelo prazo de 5 anos pelo valor de resgate das debêntures.

b) a responsabilidade pelo resgate das debêntures somente poderá ser repassada aos acionistas ordinários que permanecerem nas novas sociedades.

c) os sócios dissidentes do processo de cisão responderão pelo prazo de 10 anos pelo valor de resgate das debêntures.

d) tanto a sociedade cindida quanto aquelas que absorveram parcelas de seu patrimônio respondem solidariamente pelo resgate das debêntures.

e) apenas as novas sociedades surgidas do processo de cisão serão responsáveis pelo resgate das debêntures na proporção registrada em seus passivos.

SOLUÇÃO:

O caput do art. 231 da lei das S.A. dispõe que:

Art. 231. A incorporação, fusão ou cisão da companhia emissora de debêntures em circulação dependerá da prévia aprovação dos debenturistas, reunidos em assembléia especialmente convocada com esse fim. § 1º. Será dispensada a aprovação pela assembléia se for assegurado aos debenturistas que o desejarem, durante o prazo mínimo de 6 (seis) meses a contar da data da publicação das atas das assembléias relativas à operação, o resgate das debêntures de que forem titulares. § 2º. No caso do § 1º, a sociedade cindida e as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelo resgate das debêntures.

A resposta correta é a letra “b”. 21- Em casos de liquidação de sociedades não é dado poder ao liquidante,

sem a expressa autorização de assembléia, de: a) alienar bens móveis e imóveis da empresa em liquidação. b) receber e dar quitação em recebíveis da empresa em liquidação. c) convocar assembléia geral a cada 6 meses para prestar contas das

operações praticadas. d) representar a companhia e praticar todos os atos necessários à

liquidação.

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e) prosseguir na atividade social, ainda que, para facilitar o processo de liquidação, sem a expressa autorização da assembléia geral.

SOLUÇÃO: Sobre o assunto, a lei dispõe que: “São poderes do Liquidante:

Compete ao liquidante representar a companhia e praticar todos os atos necessários à liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis, transigir, receber e dar quitação.

Sem expressa autorização da assembléia geral o liquidante não poderá gravar bens e contrair empréstimos, salvo quando o indispensável ao pagamento de obrigações inadiáveis, nem prosseguir, ainda que para facilitar a liquidação, na atividade social.”

A resposta correta é a letra “b”.

Por hoje é isto. Bons estudos e um forte abraço a todos!!!

27/09/2004 - Contabilidade - Petrobrás - 2001

Em que pese não ser de elaboração obrigatória, o Fluxo de Caixa tem-se mostrado ser de muita utilidade na atividade empresarial. Ademais, ele passou a ser cobrado em muitos concursos por ser de conhecimento quase obrigatório na atividade dos profissionais que atuam em fiscalização. Com o objetivo de ajudá-los em sua preparação para concursos, apresento a resolução da prova do Processo Seletivo Público (Aplicado em 30/9/2001) pelo CESPE/Unb, ao cargo de Contador Júnior da – PETROBRAS, em que o fluxo de caixa foi cobrado. Embora a prova tenha sido aplicada pelo CESPE, a sua resolução se constitui num excelente exercício também para o AFRF. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Texto CE-I – questões de 21 a 24 Os quadros abaixo apresentam o balanço patrimonial de 31/12/2000, a demonstração do resultado e o fluxo de caixa do primeiro trimestre de 2001 e a planilha de trabalho para a elaboração do balanço de 31/3/2001. balanço patrimonial (em R$) ativo 31/12/2000 circulante 291.000 disponibilidades 10.000 contas a receber de vendas 178.000

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estoque de mercadorias 98.000 despesas do período seguinte (aluguéis e seguros) 5.000 realizável a longo prazo 12.000 empréstimos 12.000 permanente 71.000 investimentos 15.000 imobilizado 50.000 diferido 6.000 total 374.000 passivo 31/12/2000 circulante 160.000 fornecedores 56.000 pessoal e encargos a pagar 5.000 tributos a pagar 36.000 aluguéis e seguros a pagar 3.000 dividendos 11.000 empréstimos 49.000 patrimônio líquido 214.000 capital social 100.000 reservas de capital 50.000 reservas de lucros 10.000 lucros acumulados 54.000 total 374.000

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demonstração do resultado do 1.º trimestre de 2001 vendas brutas 250.000 tributos sobre as vendas (46.250) vendas líquidas 203.750 custo das mercadorias vendidas (91.688) lucro bruto 112.063 despesas com pessoal (12.000) despesas com materiais e serviços (8.000) despesas com aluguéis e seguros (12.000) depreciação (3.500) amortização do diferido (300) receitas financeiras 1.000 de aplicação das disponibilidades 300 de empréstimos de longo prazo 700 despesas financeiras (2.400) lucro antes de IR e CSLL 74.863 IR e CSLL (25.453) lucro líquido 49.409 fluxo de caixa do 1.º trimestre de 2001 saldo inicial 10.000 entradas 295.300 de vendas 260.000 de empréstimos de curto prazo 25.000 de aumento do capital social 10.000

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de rendimento de aplicação das disponibilidades 300 saídas (302.000) pessoal (11.000) fornecedores (100.000) aluguéis e seguros (15.000) tributos (75.000) dividendos (10.500) empréstimos recebidos (51.000) aquisição de imobilizado à vista (26.500) aquisição de ações de coligadas à vista (13.000) saldo final 3.300 QUESTÃO 21 Considerando os elementos do texto CE-I, julgue os itens a seguir. 1 O saldo das disponibilidades, em 31/3/2001, estará entre R$ 12.000,00 e R$ 15.000,00. 2 O saldo de contas a receber de vendas estará entre R$ 160.000,00 e R$ 170.000,00. 3 Considerando compras no primeiro trimestre de 2001, no valor de R$ 102.000,00, o saldo final de estoques será de R$ 109.313,00, em 31/3/2001. 4 Considerando o pagamento antecipado de aluguéis e seguros no período, no valor de R$ 3.000,00 e a apropriação para despesas de aluguéis e seguros, de R$ 2.500,00, no mesmo primeiro trimestre, o saldo final dessa conta será de R$ 5.500,00. 5 Considerando que as receitas financeiras dos empréstimos ativos serão recebidas juntamente com o principal, o saldo de empréstimos realizáveis a longo prazo será de R$ 12.500,00, em 31/12/2001.

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SOLUÇÃO: ITEM 1: Para responder este item devemos analisar o comportamento do fluxo de caixa do 1º trimestre de 2001. (O fluxo de caixa, apesar do nome, evidencia o fluxo das disponibilidades, englobando, além do caixa, o saldo da conta bancos conta movimento e aplicações financeiras de liquidez imediata.) Constata-se que este apresentava o saldo inicial de R$ 10.000,00, valor representado pelo saldo final no balanço de 31/12/2000, e saldo final de R$ 3.300,00. Conclui-se que houve um excesso de aplicações de recursos disponíveis em relação as origens no valor de R$ 6.700,00, isto é, houve uma redução das disponibilidades de R$ 10.000,00 para R$ 3.300,00. O item está ERRADO. ITEM 2: Em análise conjunta da DRE, do Fluxo de Caixa e do Balanço Patrimonial, constata-se que o saldo de contas a receber de vendas em 31/12/2000 foi de R$ 178.000,00 e que as vendas brutas no primeiro trimestre de 2001 foram de R$ 250.000,00 e que as entradas de disponibilidades de vendas foi de R$ 260.000,00. Como as entradas decorrentes de vendas foram de R$ 260.000,00 e as vendas no período foram de R$ 250.000,00, conclui-se que houve o recebimento de R$ 10.000,00 de contas a receber de vendas. Logo o saldo desta conta diminuiu nesse valor de R$ 10.000,00. Assim, o saldo de contas a receber em 31/03/2001 era de R$ 168.000,00. Assim, o item está CERTO. ITEM 3: Em 31/12/2000 o estoque de mercadorias para venda era de R$ 98.000,00. Se houve, no 1º trimestre de 2001, a aquisição de mercadorias no valor de R$ 102.000,00, então as mercadorias a disposição para venda no período foram de R$ 200.000,00. Analisando a DRE, constata-se que o CVM no trimestre foi de R$ 91.688,00. Desta forma, o estoque final de mercadorias em 31/03/2001, deverá ser de R$ 108.312,00 (R$ 200.000,00 – R$ 91.688,00). Desta forma, o item está ERRADO. ITEM 4: As despesas do período seguinte, em 31/12/2000, somaram R$ 5.000,00. Se houve o pagamento antecipado de despesas desta natureza no valor de R$ 3.000,00, então o saldo ficaria em R$ 8.000,00. Porém, houve a apropriação de despesas no valor de R$ 2.500,00, o que faz reduzir aquele

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saldo nessa proporção. Logo, o saldo final dessa conta, em 31/03/2001, será de R% 5.500,00. O item está CERTO. ITEM 5: Analisando a DRE do 1º trimestre, verifica-se a presença de receitas financeiras de empréstimos de longo prazo no valor de R$ 700,00. Ora, se em um trimestre os empréstimos de longo prazo renderam R$ 700,00, e se considerarmos o regime de juros simples, então em 4 trimestres teremos o valor de R$ 2.800,00 a título de juros. Se, entretanto, considerarmos o regime de juros compostos, o valor será ainda maior. Consoante o disposto no final do inciso I do art. 183 da Lei nº 6.404/76, o valor dos juros ganhos no período devem ser adicionados ao valor do empréstimo. Desta forma, o valor de empréstimos de longo prazo, no dia 31/03/2001, será de no mínimo R$ 12.800,00. Logo o item está ERRADO. QUESTÃO 22 Com base nos dados apresentados no texto CE-I, em 31/3/2001, o saldo 1 de investimentos será de R$ 18.000,00. 2 do imobilizado será de R$ 70.000,00. 3 do diferido estará entre R$ 5.000,00 e R$ 6.000,00. 4 de fornecedores, considerando compras de R$ 102.000,00 no período, estará entre R$ 50.000,00 e R$ 60.000,00. 5 da conta pessoal e encargos a pagar estará entre R$ 5.500,00 e R$ 7.000,00. SOLUÇÃO: ITEM 1: Durante o 1º trimestre de 2001 houve a aquisição de ações de coligadas à vista no valor de R$ 13.000,00, conforme se depreende da análise do fluxo de caixa apresentado. Investimentos dessa natureza (ações de coligadas) são sempre classificadas no ativo permanente investimento. Como o saldo de investimentos em 31/12/2000 era de R$ 15.000,00 e houve a aquisição

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de mais R% 13.000,00, então o saldo de investimentos, em 31/03/2001, foi de R$ 28.000,00. Assim, o item está ERRADO. ITEM 2: O valor do imobilizado, em 31/12/2000, foi de R$ 50.000,00. Consta no fluxo de caixa do 1º trimestre de 2001 a aquisição de mais R$ 26.500,00 em imobilizado. Na DRE consta uma despesa de depreciação no valor de R$ R$ 3.500,00. Logo, o total do imobilizado, em 31/03/2001, o saldo da conta imobilizado será de R$ 73.000,00 (R$ 50.000,00 + R$ 26.500,00 – R$ 3.500,00). Assim, o item está ERRADO. ITEM 3: O saldo do diferido, em 31/12/2000, era de R$ 6.000,00. Como durante o 1º trimestre de 2001 houve a amortização do diferido no valor de R$ 300,00, o saldo contábil dessa conta será de R$ 5.700,00. Logo o item está CERTO. ITEM 4: O saldo da conta fornecedores, em 31/12/2000, era de R$ 56.000,00. Como houve a aquisição de mercadorias no valor de R$ 102.000,00 e o pagamento aos fornecedores de R$ 100.000,00 (fluxo de caixa), conclui-se que no período essa conta teve aumento no seu saldo em R$ 2.000,00. Logo o saldo da conta de fornecedores, em 31/03/2001, será de R$ 58.000,00. Logo, o item está CERTO. ITEM 5: A conta pessoal e encargos a pagar possuía, em 31/12/2000, saldo de R$ 5.000,00. Durante o 1º trimestre de 2001 foram incorridas despesas dessa natureza no valor de R$ 12.000,00 (DRE) e foram feitos pagamentos no valor de R$ 11.000,00 (fluxo de caixa). Desta forma, o saldo dessa conta cresceu em R$ 1.000,00, passando para R$ 6.000,00. O item está CERTO. QUESTÃO 23 Em face dos quadros mostrados no texto CE-I, julgue os itens seguintes referentes à posição em 31/3/2001.

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1 O saldo da conta tributos a pagar estará entre R$ 32.000,00 e R$ 33.000,00. 2 Considerando que, no período, tenha havido pagamento antecipado de aluguéis e seguros, de R$ 3.000,00 e apropriação para o resultado de despesas antecipadas de aluguéis e seguros, de R$ 2.500,00, o saldo da conta de aluguéis e seguros a pagar será inferior a R$ 1.000,00. 3 Desconsiderando a destinação do resultado do trimestre, a conta de dividendos a pagar deve apresentar um saldo inferior a R$ 1.000,00. 4 O saldo da conta de empréstimos a pagar deve apresentar um saldo superior a R$ 26.000,00. 5 A conta capital social deve apresentar um saldo superior a R$ 120.000,00. SOLUÇÃO: ITEM 1: A conta tributos a pagar, em 31/12/200, era de R$ 36.000,00. Durante o trimestre, a empresa incorreu em tributos no valor de R$ 71.703,00 (tributos sobre vendas R$ 46.250,00 e IR e CSLL R$ 25.453,00), o valor que poderia ter sido pago no período foi de R$ 107.703,00 (R4 36.000,00 + 71.703,00). Como houve a saída de disponibilidades no valor de R$ 75.000,00, então o valor de tributos a pagar em 31/03/2001 era de R$ 32.703,00 (R$ 107.703,00 - R$ 75.000,00). O item está CERTO. ITEM 2: Observando a DRE, constata-se que houve a ocorrência de despesas de aluguel e seguro de R$ 12.000,00. Como R$ 2.500,00 se referem a apropriação de despesas antecipadas dessa natureza, conclui-se que o valor das despesas de alugueis e seguros contratadas no período foram de R$ 9.500,00. Analisando o fluxo de caixa, percebe-se que houve o pagamento de R$ 15.000,00 em relação a alugueis e seguros. Como R$ 3.000,00 se referem a pagamento antecipado de despesas e R$ 9.500,00 ao pagamento de despesas efetivas do período, tem-se que houve o pagamento de alugueis e seguros a pagar no valor de R$ 2.500,00. Ora, o saldo dessa conta, em 31/12/2000, era de R$ 3.000,00, então o saldo dessa conta, em 31/03/2001, foi de R$ 500,00. O item está CERTO. ITEM 3:

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O saldo da conta dividendos, em 31/12/2000, foi de R$ 11000,00. No trimestre houve o pagamento de dividendos no valor de R$ 10.500,00. Desta forma, sem considerar a destinação do trimestre, o saldo de dividendos a pagar, em 31/03/2001, foi de R$ 500,00. O item está CERTO. ITEM 4: A conta empréstimos apresentou saldo de R$ 49.000,00, em 31/12/2000. Durante o 1º trimestre de 2001 houve a contratação de empréstimo de curto prazo no valor de R$ 25.000,00. Assim, o valor de empréstimos totalizou R$ 74.000,00. Como houve o pagamento de empréstimos no valor de R$ 51.000,00, conclui-se que o saldo dessa conta, em 31/03/2001. Foi de R$ 23.000. O item está ERRADO. ITEM 5: O saldo da conta Capital social, em 31/12/2000, era de R$ 100.000,00. Durante o período do 1º trimestre de 2001 houve a entrada de recursos (fluxo de caixa) no valor de R$ 10.000,00 em relação a aumento de capital. Logo, o saldo contábil final dessa conta chega a R$ 110.000,00. O item está ERRADO. QUESTÃO 24 Considerando, ainda, os elementos do texto CE-I, julgue os itens que se seguem. 1 O saldo da conta de reservas de capital deve ficar acima de R$ 60.000,00, em 31/3/2001. 2 Desconsiderando a destinação do resultado do trimestre, o saldo da conta de reservas de lucros deve ficar abaixo de R$ 9.000,00, em 31/3/2001. 3 Desconsiderando a destinação do resultado do trimestre, a conta de lucros acumulados deve encerrar o período com um saldo inferior a R$ 100.000,00. 4 Caso a demonstração do resultado apresentasse um resultado positivo de equivalência patrimonial de R$ 5.000,00, o lucro líquido seria aumentado nessa mesma importância, pela não incidência de imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido. 5 O efeito direto de um ganho de capital por variação no percentual de

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participação na controlada ou coligada, corresponderá a um acréscimo do investimento, no ativo permanente, e do patrimônio líquido, da mesma importância, transitando pelas contas de resultado. SOLUÇÃO: ITEM 1: A conta Reservas de Capital apresentava saldo de R$ 50.000,00, em 31/12/2000, e não teve movimentação durante o 1º trimestre de 2001. Logo o saldo permanece o mesmo. O item está ERRADO. ITEM 2: Havia, em 31/12/2000, saldo na conta reserva de lucros no valor de R$ 10.000,00. Desconsiderando a destinação do resultado do período, esta conta deve permanecer com o mesmo saldo. O item está ERRADO. ITEM 3: A conta Lucros acumulados apresentava, em 31/12/2000, saldo de R$ 54.000,00. Como o resultado do 1º trimestre de 2001 foi de R$ 49.409,00 e sem considerar a destinação desse resultado, o valor a ser consignado nessa conta será de R$ 103.409,00. O item está ERRADO. ITEM 4: A legislação do imposto de renda prevê que as empresas podem excluir do lucro líquido, na apuração do lucro real, o resultado positivo da equivalência patrimonial. Logo, se houvesse resultado positivo em função do MEP, o lucro aumentaria na mesma proporção desse resultado. O item está CERTO. ITEM 5: Em decorrência do disposto no princípio da competência “... considera-se realizada uma receita quando houver o aumento do ativo sem o correspondente passivo”, o aumento do valor do investimento pela variação percentual deste deve ser considerado receita e, por suposto, transitar por conta de resultado. É interessante notar que esse ganho de capital representa uma receita não operacional, pois foi gerado por alteração do

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percentual na participação acionária e não da atividade operacional da sociedade investida. Desta forma, ele representa um ganho pelo fato de outras sociedades ou acionistas não terem exercido o seu direito de subscrição e por isso eles perderam essa quantia, logo houve um ganho de capital, que é sempre não operacional. A legislação do Imposto de Renda, por meio do art. 428 do RIR/99, determina que este acréscimo ou eventual redução de capital em função da variação do percentual de participação acionária não será computado na apuração do Lucro Real. Porém, o mesmo efeito não acontece com relação à Contribuição Social Sobre o Lucro, pois esta exclusão não está prevista em lei para essa contribuição. Assim, o ganho decorrente da variação percentual de investimento deve ser computado na apuração da CSLL, ao passo que a perda pode ser deduzida da sua base de cálculo. O item está CERTO. Por hoje é isso. Bons estudos a todos e até a próxima!