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Revista Científica FAZER. Faculdade Anglicana de Erechim – FAE 46 V.4, N.2 - 2016 - ISSN: 2318-289X CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL NA GESTÃO DE RECURSOS PÚBLICOS: UM ESTUDO DO COMPORTAMENTO DAS RECEITAS E DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS DO MUNICÍPIO DE ERECHIM/RS NO PERÍODO DE 2007 A 2015 Autores JOSIANE FATIMA SAWICKI Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Anglicana de Erechim E-mail: [email protected] VANESSA FATIMA PINNOW WESOLOSKI Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Anglicana de Erechim E-mail: [email protected] JUCILÉIA GIACOMIN Mestre em Controladoria e Finanças pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos E-mail: [email protected] CLAUDECIR BLEIL Mestre em Controladoria e Finanças pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos E-mail: [email protected] RESUMO A Contabilidade Pública tem como objeto o Patrimônio Público que compreende no conjunto de bens direitos e obrigações das entidades que compõem administração pública e a situação liquida do ente público. A Lei de Responsabilidade Fiscal e a Constituição Federal de 1988 preveem a obrigação dos municípios investirem um percentual mínimo da arrecadação de impostos com despesas relacionadas a finalidades específicas como saúde e educação, e diante deste fato, a administração pública se torna responsável por estes serviços básicos. Diante do exposto, a presente pesquisa objetivou a realizar uma análise do comportamento das receitas e despesas orçamentárias do Município de Erechim/RS entre 2007 á 2015, a fim de detectar eventuais comportamentos cíclicos com calendário eleitoral. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de abordagem descritiva. Os achados da pesquisa demonstram que no período analisado que o município em grande parte depende das Transferências Correntes, vindas da União e do Estado sendo sua principal fonte de arrecadação. Os maiores gastos são destinados na área da Educação e Saúde, sendo que em 2007 e 2008 o Município de Erechim/RS não cumpriu com o que a Lei De Responsabilidade Fiscal estipula em destinar 25% da Receita Corrente Líquida para a Educação. Verificou-se que em períodos eleitorais a despesa com pessoal aumentou.

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Revista Científica FAZER. Faculdade Anglicana de Erechim – FAE 46

V.4, N.2 - 2016 - ISSN: 2318-289X

CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL NA GESTÃO DE RECURSOS PÚBLICOS: UM ESTUDO DO COMPORTAMENTO DAS RECEITAS E DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS DO MUNICÍPIO DE ERECHIM/RS NO

PERÍODO DE 2007 A 2015

Autores

JOSIANE FATIMA SAWICKI Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Anglicana de Erechim

E-mail: [email protected]

VANESSA FATIMA PINNOW WESOLOSKI Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Anglicana de Erechim

E-mail: [email protected]

JUCILÉIA GIACOMIN Mestre em Controladoria e Finanças pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos

E-mail: [email protected]

CLAUDECIR BLEIL Mestre em Controladoria e Finanças pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos

E-mail: [email protected]

RESUMO A Contabilidade Pública tem como objeto o Patrimônio Público que compreende no conjunto de bens direitos e obrigações das entidades que compõem administração pública e a situação liquida do ente público. A Lei de Responsabilidade Fiscal e a Constituição Federal de 1988 preveem a obrigação dos municípios investirem um percentual mínimo da arrecadação de impostos com despesas relacionadas a finalidades específicas como saúde e educação, e diante deste fato, a administração pública se torna responsável por estes serviços básicos. Diante do exposto, a presente pesquisa objetivou a realizar uma análise do comportamento das receitas e despesas orçamentárias do Município de Erechim/RS entre 2007 á 2015, a fim de detectar eventuais comportamentos cíclicos com calendário eleitoral. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de abordagem descritiva. Os achados da pesquisa demonstram que no período analisado que o município em grande parte depende das Transferências Correntes, vindas da União e do Estado sendo sua principal fonte de arrecadação. Os maiores gastos são destinados na área da Educação e Saúde, sendo que em 2007 e 2008 o Município de Erechim/RS não cumpriu com o que a Lei De Responsabilidade Fiscal estipula em destinar 25% da Receita Corrente Líquida para a Educação. Verificou-se que em períodos eleitorais a despesa com pessoal aumentou.

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Palavras-chave: Contabilidade Pública, Orçamento Público, Lei de Responsabilidade Fiscal, Receitas, Despesas.

1 INTRODUÇÃO

Com o passar dos anos o ambiente de negócios está cada vez mais complexo chegando à Área Pública, não somente no Brasil, mas em todo mundo, com surgimento de Leis e Normas vêm se buscando a maior eficiência e eficácia na gestão pública, com a finalidade de tornar o Estado e Municípios mais produtivos, controlando os gastos e evidenciando maior transparência na aplicação dos recursos públicos. (MARTINS; MARQUES, 2013). A alta competitividade e as mudanças que vem ocorrendo deixam as entidades expostas a algumas necessidades como confiança, credibilidade nas suas informações, visto que a informação é uma ferramenta chave para o sucesso deste processo (BLEIL et. al., 2015).

A Contabilidade cabe a função de Registrar, Classificar, Demonstrar, Auditar todos os fenômenos que ocorrem nos Patrimônios das Entidades. É um ramo bastante complexo do conhecimento humano e que está inserido no dia-a-dia da sociedade, sendo assim a Contabilidade é a ciência que propicia aos seus usuários, informações a respeito do desempenho, evolução, risco e oportunidades do Patrimônio de uma entidade, o qual fornece o máximo de informações necessárias para a tomada de decisão. (MAURER, 2012).

A Contabilidade Pública registra a previsão das receitas, a fixação das despesas as alterações introduzidas no Orçamento, examina as Operações de Crédito, exerce Controle Interno acompanhando passo a passo a execução Orçamentária, compara a previsão e a execução orçamentária mostrando as diferenças. Evidencia as obrigações, os direitos e os bens da entidade. (ANGÉLICO, 2012). A Contabilidade Pública seja na esfera Federal, Estadual ou Municipal tem como base a Lei 4.320, de 17 de março de 1964, institui normas gerais do direito financeiro para a elaboração e o controle do Orçamento e do Balanço. (MAURER, 2012).

A Gestão Pública visa o gerenciamento das receitas e despesas para atender as necessidades da sociedade, para isso os gestores devem seguir as normas que regem a Administração Orçamentária, Financeira e Patrimonial. Um dos fatores que possibilitam o equilíbrio das contas públicas é a previsão das receitas dentro da capacidade real de arrecadação. Esse procedimento força a Administração Pública a elaborar seu orçamento o mais próximo possível da realidade, sendo necessário conhecer primeiro a capacidade de arrecadação e a partir desse ponto, fixar futuras despesas. (SANTIAGO; DUARTE, 2006).

Para regulamentar os procedimentos de controle dos gastos públicos foi criada a Lei de Responsabilidade Fiscal, conforme Guizzo et. al., (2012, p. 04) “[...] tem por objetivo principal a gestão dos recursos públicos com normas que serão cumpridas pela Administração Pública, de maneira que torne este processo mais transparente”. Como um instrumento de controle a LRF, entendido por Guizzo et. al., (2012, p. 04). “[...] possui a função de controlar o endividamento público equilibrando receitas e despesas e criando maior comprometimento dos gestores públicos na aplicação eficaz dos recursos advindos da sociedade”.

Diante do cenário de crise política, escassez decorrente do mau uso dos recursos públicos, torna-se essencial ter o conhecimento de como esses recursos estão sendo

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usados em nosso Município. Com o Orçamento é possível acompanhar as prioridades e onde estão sendo investidos. Sendo assim, este trabalho propõe uma comparação da receita e despesa orçada com a arrecadada no período de 2007 a 2015 na Prefeitura Municipal de Erechim, tendo como questionamento: Qual foi o comportamento das receitas e despesas orçamentárias do Município de Erechim/RS, entre os exercícios fiscais de 2007 a 2015?

A presente pesquisa se justifica pela importância do tema, onde poderá contribuir com estudos anteriores, e futuras pesquisas, além de verificar a realidade do Município de Erechim se está atendendo as normas frente à Lei de Responsabilidade Fiscal.

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

No presente capítulo, são apresentados aspectos acerca Contabilidade, Contabilidade Pública; Lei de Responsabilidade Fiscal.

2.1 A Contabilidade

A Contabilidade é uma ciência que trabalha com a produção e análise de informações do Patrimônio das Entidades, assim como suas variações, oferecendo base para as atividades de planejamento, controle e tomada de decisão de diversos grupos de usuários. (WILL, 2009). A Contabilidade é um instrumento de extrema importância para as entidades alcançarem seus objetivos.

A Contabilidade Pública tem como base a Lei 4.320, de 17 de março de 1964, que instituiu normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos seja na esfera Municipal, Estadual ou da União. (MAURER, 2012). Segundo Haddad e Motta (2010), a contabilidade pública estuda, registra, controla e demonstra o orçamento aprovado e acompanha a sua execução, os atos administrativos da fazenda pública e o patrimônio público e suas variações.

A Contabilidade Pública segundo Will (2009) é um ramo específico da Contabilidade voltado para as entidades públicas estatais, com o objetivo de demonstrar, os aspectos de natureza Orçamentária, Financeira e Patrimonial dos entes públicos, por meio de relatórios específicos e padronizados.

Segundo Haddad e Mota (2010, p.62): A Contabilidade Pública, utilizando os princípios, os critérios, os métodos e as técnicas da Ciência Contábil, é responsável pela tarefa de acompanhamento da evolução do patrimônio público. Além disso, tendo em vista a importância que o orçamento tem na vida de um órgão público, a Contabilidade também acompanha a sua execução, traduzida na arrecadação da receita e na realização da despesa.

O Objetivo da Contabilidade aplicada ao setor público é o Patrimônio Público, fornecendo informações a comunidade, na tomada de decisões, prestação de contas e o controle social. A Contabilidade Pública exerce o controle sobre as receitas arrecadadas e a forma como serão gastas. (MAURER, 2012). Haddad e Mota (2010) afirmam que utilizando os princípios, os critérios, os métodos e as técnicas da Ciência Contábil, a contabilidade pública é responsável pela tarefa de acompanhamento da evolução do patrimônio público. Sabendo da importância que o orçamento tem na vida de um órgão público, a Contabilidade acompanha a sua execução, quanto á realização da despesa e arrecadação da receita.

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2.2 Lei de Responsabilidade Fiscal (LC Nº 101/2000)

A Legislação que normatiza a Administração Pública está cada vez mais exigente com a transparência governamental, fiscalizando a aplicação dos recursos e a prestação de contas. Dentre as informações públicas, as de natureza contábil são de grande importância, pois é a partir dessas que os cidadãos têm conhecimento dos recursos que ingressam nos órgãos públicos, e como esses recursos estão sendo aplicados, da situação do endividamento de curto e longo prazo, da aplicação dos percentuais mínimos constitucionais em educação e saúde, da aplicação do percentual máximo em pessoal e encargos, bem como da situação patrimonial como um todo. (FREY et. al. 2015).

A Lei de Responsabilidade Fiscal foi instituída pela Lei Complementar nº 101 de 04 de maio de 2000, a qual veio para recuperar o equilíbrio das contas públicas, visando reforçar a ligação entre o planejado e a execução dos gastos públicos. (PIRES et. al., 2013).

Segundo o artigo 1ª, §1ª da LRF:

A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultado entre as receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

Esta Lei fundamenta-se em princípios como o planejamento, a transparência e a participação popular. A participação popular é o alicerce do controle social, e depende muito da transparência das contas públicas e das ações governamentais, pois sem as informações as decisões são prejudicadas. A transparência é um conceito mais amplo do que publicidade, pois uma informação pode ser pública, mas não ser relevante, confiável. (PLATT NETO et. al., 2007).

3 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de abordagem descritiva, para a realização do trabalho os dados foram coletados nos relatórios das demonstrações contábeis de Receita e Despesa orçamentária no Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, e no Balanço Financeiro da Prefeitura Municipal de Erechim, através do site. Essa pesquisa procurou saber como se encontra a situação financeira da Prefeitura de Erechim RS. Para isso foi delimitado o tempo de 2007 a 2015, para analisar duas gestões.

O Plano de Coleta de Dados se deu a partir de pesquisa bibliográfica realizada em livros, legislação específica, instruções normativas da área pública em relação ao tema pesquisado, artigos científicos, teses e dissertações sobre o assunto. O presente trabalho foi desenvolvido a partir da coleta de dados secundários, do Balanço Financeiro da Prefeitura Municipal de Erechim e nos relatórios das demonstrações contábeis de Receita e Despesa orçamentária do Tribunal de Contas do Estado/RS, através de meio eletrônico no site, que tem papel fundamental na elucidação dos conceitos relacionados ao tema foco do estudo.

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Os dados foram obtidos por meio da pesquisa, foram tabulados em planilhas do software Excel onde foi realizado o cruzamento dos dados, verificando o comportamento das receitas e despesas orçamentárias e os possíveis eventos cíclicos em anos eleitorais, também foram elaborados quadros, tabelas e gráficos para melhor demonstração dos resultados.

Para cumprir o objetivo do trabalho e da resposta ao problema proposto, foi realizada a análise dos dados coletados mostrando a composição e evolução das receitas e despesas realizadas na Prefeitura Municipal de Erechim/RS no período de 2007 a 2015, evidenciando e explicando o comportamento das receitas e despesas no período analisado.

4 RESULTADOS

Neste capítulo apresenta-se a análise dos dados levantados na pesquisa. De acordo com os dados do IBGE (2016), segue abaixo o demonstrativo da população correspondente a Região Noroeste, a qual o Município de Erechim pertence, para fins comparativos, segue informações conforme o último censo realizado em 2010, e a estimativa de habitantes para 2016.

Tabela 01: Comparativo Erechim com a região Noroeste Municípios RS Número de Habitantes

(Censo 2010) População Estimada

(2016) PIB a Preços Correntes R$

(2013) Carazinho 59.317 62.193 R$ 1.817.651,00

Cruz Alta 62.821 63.615 R$ 2.634.381,00

Erechim 96.087 102.906 R$ 4.056.185,00

Ijuí 78.915 83.089 R$ 33.547,79

Passo Fundo 184.826 197.798 R$ 7.180.165,00

Santa Rosa 68.587 72.504 R$ 2.236.313,00

Santo Ângelo 76.275 79.040 R$ 1.744.119,00

Fonte: Adaptado IBGE (2016).

As entidades comparadas são Municípios que pertencem a Região Noroeste do RS, e que possuem população igual ou superior a cinquenta mil habitantes. Conforme se pode observar o Município com maior população é Passo Fundo com 184.826 habitantes, seguido de Erechim com 96.087 habitantes, bem como o PIB a preços correntes onde Passo Fundo possui um PIB de R$ 7.180.165,00, seguido de Erechim com um PIB de R$ 4.056.185,00.

4.1 Análises do desempenho das Receitas Realizadas e das Despesas Executadas no período de 2007 A 2015, do município de Erechim/RS

Na tabela 2, é apresentada as receitas totais orçadas e arrecadada do município de

Erechim no período de 2007 a 2015, e se estão de acordo com a LRF, que em seu artigo 12 trata das normas técnicas para a elaboração, observando os últimos três exercícios.

Tabela 02: Comparativo da receita orçada com a arrecadada. Exercício Orçada Arrecadada Diferença Variação

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2007 R$ 86.000.000,00 R$ 87.957.758,71 R$ 1.957.758,71 2%

2008 R$ 88.500.000,00 R$ 97.376.625,49 R$ 8.876.625,49 10%

2009 R$ 106.500.000,00 R$ 103.871.616,57 R$ 2.628.383,43 -2%

2010 R$ 114.000.000,00 R$ 122.912.430,69 R$ 8.912.430,69 8%

2011 R$ 131.700.000,00 R$ 139.566.311,48 R$ 7.866.311,48 6%

2012 R$ 152.000.000,00 R$ 160.935.178,20 R$ 8.935.178,20 6%

2013 R$ 172.000.000,00 R$ 177.557.898,89 R$ 5.557.898,89 3%

2014 R$ 203.500.000,00 R$ 194.330.178,06 R$ 9.169.821,94 -4%

2015 R$ 215.430.000,00 R$ 205.696.630,09 R$ 9.733.369,91 -4%

Fonte: Adaptado TCE/RS (2016)

Pode-se verificar que a receita arrecadada nos anos de 2007 e 2008 foi superior ao valor orçado, já em 2009 a capacidade de arrecadação ficou menor que o orçado, em 2010, 2011, 2012 e 2013 a receita arrecada foi maior que o valor orçado, porém em 2014 e 2015 houve uma queda na arrecadação, essa queda deve-se, a uma estimativa da receita superior a capacidade de arrecadação do Município. Desta forma a pesquisa demonstra que as variações mais significativas ocorreram em 2008 com percentual de 10% e em 2009 com um percentual negativo de -2%.

Na tabela 3, é apresentado as Despesas Totais Autorizadas e Realizada no Município de Erechim nos anos de 2007 a 2015.

Tabela 03: Comparativo da Despesa Autorizada e Realizada

Exercício Autorizada Realizada (Empenhada) Diferença Variação

2007 R$ 88.429.329,69 R$ 80.704.440,54 R$ 7.724.889,15 -9%

2008 R$ 97.407.202,81 R$ 96.469.718,38 R$ 937.484,43 -1%

2009 R$ 109.104.012,76 R$ 102.596.796,58 R$ 6.507.216,18 -6%

2010 R$ 121.164.759,65 R$ 117.566.588,19 R$ 3.598.171,46 -3%

2011 R$ 141.129.843,92 R$ 138.687.535,89 R$ 2.442.308,03 -2%

2012 R$ 163.420.839,05 R$ 156.978.599,91 R$ 6.442.239,14 -4%

2013 R$ 191.241.737,58 R$ 172.809.811,09 R$ 18.431.926,49 -10%

2014 R$ 215.689.942,68 R$ 189.494.509,02 R$ 26.195.433,66 -12%

2015 R$ 218.309.860,00 R$ 200.497.472,26 R$ 17.812.387,74 -8%

Fonte: Adaptado TCE/RS (2016)

A pesquisa demonstra que a variação mais significativa ocorreu em 2014 com percentual negativo de -12%. Com base na tabela 3, pode-se perceber que o valor da despesa realizada foi menor que a despesa autorizada em todos os exercícios analisados, estando em conformidade com que se dispõe a LRF no seu artigo 16 inciso II, que as despesas não devem ultrapassar os limites estabelecidos para o exercício. A seguir evidencia-se a confrontação entre a Receita arrecadada e a despesa realizada, bem como sua evolução desde o ano de 2007 até 2015, conforme Gráfico01.

Gráfico 01: Análise da Receita Arrecadada x Despesa Realizada no Município de Erechim

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Fonte: Elaborado pelos autores.

A maior oscilação entre a receita arrecadada e a despesa realizada ocorreu no ano de 2007, sendo uma diferença de R$ 7.253.318,17. Considerando o aumento consecutivo das arrecadações, em 2007 a receita realizada foi de R$ 87.957.758,71 e em 2015 R$ 205.696.630,09, ou seja, um aumento de 133,86%. Da mesma forma para as despesas realizadas, em 2007 a despesa realizada foi de R$ 80.704.440,54 e em 2015 R$ 200.497.472,26, ou seja, um aumento de 148,43%. 4.1.2 Receita

As contas que tiveram maior impacto na arrecadação da receita foram as Receitas Correntes provenientes da Transferência Correntes, que são as Transferências Intergovernamentais, da União e do Estado percebe-se com esta análise que o Município de Erechim depende muito dos recursos repassados do Estado e da União ficando submetidos a estes Entes sendo a principal fonte de recursos. Já a Receia Tributária com Impostos (Imposto sobre o Patrimônio e a Renda e Imposto sobre a Produção e Circulação) totalizou o montante de R$ 1.372.549.243,50 nota-se que tiveram uma evolução ano a ano é importantes meios de arrecadação, demonstrando assim que o Município está arrecadando mais Impostos Municipais IPTU, ISS. E a segunda conta de mais impacto é a Receita de Capital totalizando um montante de R$ 50.775.276,13, com Operações de Crédito, Alienação de Bens, Amortização de Empréstimos, e Transferências de Capital, sendo esta a que mais impacta dentro da Receita de Capital mostrando mais uma vez a dependência do Município em receber auxilio dos Governos. 4.1.2.1 Receitas Correntes

A Receita Corrente Líquida (RCL), é a base para todos os cálculos. Ela é o somatório das Receitas Tributárias, de Contribuições Patrimoniais, Industriais, Agropecuárias, de Serviços, Transferências Correntes e Outras Receitas também Correntes. Esse indicador traduz a efetiva capacidade de arrecadação do ente Governamental.

A Receita Corrente no ano de 2007 teve um montante de R$ 89.931.958,01, em 2008 o montante foi de R$ 105.836.802,50 representando um crescimento de 17,69% em comparação ao ano base de 2007, em 2009 o montante foi de R$ 113.884.348,94, representando um crescimento de 26,63% em relação a 2007, em 2010 o montante foi de R$ 130.600.753,76, representando um crescimento de 45,22% em relação a 2007, em 2011 o montante foi de R$ 150.106.279,91, representando um crescimento de 66,91% em relação a 2007, em 2012 o montante foi de R$ 169.404.136,69, representando um crescimento de 88,37% em relação a 2007, em 2013 o montante foi de R$ 187.753.149,96%, representando um crescimento de 108,77%, em 2014 o montante foi

R$ 0,00

R$ 100.000.000,00

R$ 200.000.000,00

R$ 300.000.000,00

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Despesa Realizada

Receita Arrecadada

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de R$ 202.652.007,32, representando um crescimento de 125,34%, em 2015 o montante foi de R$ 222.379.806,41, representando um crescimento de 147,28% em relação a 2007. 4.1.2.2 Receita Tributária

A Receita Tributária no ano de 2007 apresentou um montante de R$ 18.282.620,71, em 2008 foi de R$ 21.690.173,49, o que representou um crescimento de 18,63%. Nos anos seguintes a Receita Tributária superou a de 2007, apresentando um montante de R$ 23.075.049,14 em 2009, R$ 26.830.095,96 em 2010, R$ 31.481.833,57 em 2011, R$ R$ 31.481.833,57 em 2012 R$ 35.226.465,05 e 2013, 2014 e 2015 com as maiores arrecadações representando um montante de R$ 45.807.716,32, R$ 53.870.702,21 e R$ 62.988.307,49, o que representa um crescimento de 150,55%%, 194,65% e 244,52% em comparação com o ano de 2007.

4.1.2.3 Recebimentos Extra-Orçamentários

Conforme o gráfico13, podemos analisar os recebimentos e Extra Orçamentários que no período de 2012 teve um montante de R$ 27.471.122,57, em 2013 houve um crescimento tendo o seu montante em R$ 31.984.253,42, em 2014 teve um montante de 32.038.436,16 e em 2015 um montante de R$ 34.273.715,62. Essas Receitas são provenientes de Receitas Extra-Orçamentárias, depósitos restituíveis e valores vinculados, inscrição de restos a pagar processados e não processados e outros recebimentos Extra-Orçamentários. 4.1.2.4. Transferências Correntes

As Transferências Correntes são compostas pelas transferências da União e do Estado, sendo assim nota-se que as Transferências Correntes são a principal fonte de recurso para o Município de Erechim. No ano base de 2007 teve um montante de R$ 57.762.902,25 em 2008 teve um aumento sendo o montante de R$ 72.253.177,96 o que representa um percentual de aumento em25, 08%, em 2009 o montante foi de R$ 79.591.921,14, representando um percentual de 37,79%, em 2010 o montante foi de R$ 89.927.985,02, representando um percentual de 55,68%, em 2011 o montante foi de R$ 104.627.605,62, representando um crescimento de 81,13%, em 2012 o montante foi de R$ 114.274.132,33, representando um crescimento de 97,83%, em 2013 o montante foi de R$ 129.625.183,80, representando um crescimento de 124,40%, em 2014 o montante foi de R$ 135.403.847,49, representando um crescimento de 134,41% e em 2015 o montante foi de R$ 141.624.305,05, representando um crescimento de 145,18%.

4.1.3 Despesa

O art. 12 da Lei n. 4.320/64 classifica a Despesa em Despesas Correntes, subdividindo-se em Despesas de Custeio e Transferências Correntes, e em Despesas de Capital, que por sua vez englobam os Investimentos, as Inversões Financeiras e as Transferências de Capital. A Despesa Pública é dividida em duas categorias econômicas: Despesas Correntes e Despesa de Capital. No gráfico 02, é apresentado o total de Despesas Empenhada por ano das contas de Despesa de Capital e Despesa Corrente nos exercícios de 2007 a 2015.

Gráfico 02: Total das Despesas Empenhadas

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Fonte: Elaborado pelos autores

As Despesas Correntes no ano de 2007 apresentam o montante de R$

70.544.253,29 e as Despesas de Capital apresentam o montante de R$ 109.590.101,57. Em 2008 as Despesas Correntes apresentam o montante de R$ 78.393.434,56 e as Despesas de Capital apresentam o montante de R$ 121.169.043,03, tendo um crescimento de 11,13% e 10,57% respectivamente em comparação a 2007.

Em 2009 as Despesas Correntes apresentam o montante de R$ 88.182.773,29 e as Despesas de Capital apresentam o montante de R$ 135.684.525,06, tendo um crescimento de 25% e 23,81% respectivamente em comparação a 2007. Em 2010 as Despesas Correntes apresentam o montante de R$ 102.373.003,13 e as Despesas de Capital apresentam um montante de R$ 156.249.989,94, tendo um crescimento de 45,12% e 42,58% respectivamente em comparação a 2007.

Em 2011 as Despesas Correntes apresentam um montante de R$ 116.496.877,85 e as Despesas de Capital apresentam um montante de R$ 177.499.052,55, tendo um crescimento de 65,14% e 61,97% respectivamente em comparação a 2007. Em 2012 as Despesas Correntes apresentam um montante de R$ 136.167.332,80 e as Despesas de Capital apresentam um montante de R$ 213.054.040,96, tendo um crescimento de 93,02% e 94,41% respectivamente em comparação a 2007.

Em 2013 as Despesas Correntes apresentam um montante de R$ 151.699.066,88 e as Despesas de Capital apresentam um montante de R$ 239.344.349,11, tendo um crescimento de 115,04% e 118,40% respectivamente em comparação a 2007.

Em 2014 as Despesas Correntes apresentam um montante de R$ 167.592.761,80 e as Despesas de Capital apresentam um montante de R$ 267.664.898,58, tendo um crescimento de 137,57% e 144,24% respectivamente em comparação a 2007. Em 2015 as Despesas Correntes apresentam um montante de R$ 185.428.016,56 e as Despesas de Capital apresentam um montante de R$ 294.488.708,17, tendo um crescimento de 162,85% e 168,72% respectivamente em comparação a 2007. 4.1.3.1 Despesas autorizadas por Função de Governo

No ano de 2007, a função que se destinou maior número de recursos foi Educação, que representou R$ 18.511.993,56. A Saúde com R$ 17.025.500,10, Administração R$ 14.283.877,78 e Urbanismo R$ 7.547.667,24. Já as áreas onde houve menos destinação de recursos foram Saneamento R$ 592.578,22, Comércio e Serviços R$ 492.825,81 e Desporto e Lazer com R$ 381.670,84.

R$ 0,00

R$ 50.000.000,00

R$ 100.000.000,00

R$ 150.000.000,00

R$ 200.000.000,00

R$ 250.000.000,00

R$ 300.000.000,00

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Montante

Total Despesa Capital

Total Despesa Corrente

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No ano de 2008, a função que se destinou maior número de recursos foi Educação R$ 24.492.833,74. A Saúde com R$ 19.570.504,22, Administração R$ 17.934.449,60 e Urbanismo R$ 8.642.182,25. Já nas áreas onde houve menos destinação de recursos foram Saneamento R$ 1.090.721,59, Habitação R$ 774.518,16 e Desporto e Lazer com R$ 400.594,73.

No ano de 2009, a função que se destinou maior número de recursos foi Educação com R$ 26.398.600,80. A Saúde com R$ 24.232.375,03, Administração R$ 19.379.904,17 e Urbanismo R$ 8.879.033,95. Já nas áreas onde houve menos destinação de recursos foram Desporto e Lazer R$ 995.607,23, Comércio e Serviços com R$ 705.032,13 e Habitação R$ 583.076,60.

No ano de 2010, a função que se destinou maior número de recursos foi Educação com R$ 29.558.619,53. A Saúde com R$ 25.792.376,54, Administração R$ 24.375.880,87 e Urbanismo R$ 9.825.615,31. Já nas áreas onde houve menos destinação de recursos foram Desporto e Lazer com R$ 1.154.194,63, Comércio e Serviços R$ 892.082,49 e Saneamento R$ 781.112,19.

No ano de 2011, a função que se destinou maior número de recursos foi Educação com R$ 35.828.084,72. A Saúde com R$ 30.820.042,93, Administração R$ 29.863.726,93 e Urbanismo R$ 12.005.338,41. Já nas áreas onde houve menos destinação de recursos foram Comércio e Serviço R$ 1.168.018,55, Desporto e Lazer R$ 1.081.546,79 e Saneamento R$ 627.217,63.

No ano de 2012, a função que se destinou maior número de recursos foi com Educação R$ 41.899.227,5. A Saúde com R$ 38.972.011,21, Administração com R$ 33.681.280,22e Urbanismo com R$ 14.136.527,72. Já nas áreas onde teve menos destinação foram Habitação com R$ 853.982,92, com Saneamento R$ 804.447,93, Desporto e Lazer com R$ 699.375,38.

No ano de 2013, a função que se destinou maior número de recursos foi Educação com R$ 47.768.966,13. A Administração com R$ 39.919.740,71, a Saúde com R$ 39.484.885,84 e Urbanismo R$ 12.778.803,44. Já nas áreas onde teve menor destinação de recursos foram Indústria com R$ 1.260.410,57, Habitação com R$ 1.030.760,14 e Saneamento R$ 919.105,28.

No ano de 2014, a função que se destinou maior número de recursos foi Educação com R$ 51.930.506,54. A Saúde com R$ 43.936.527,66, Administração com R$ 38.785.172,63 e Urbanismo R$ 16.213.266,12. Já nas áreas onde teve menos destinação foram Comércio e Serviços R$ 1.461.841,10, Indústria com R$ 1.386.400,46, Saneamento com R$ 1.210.478,25.

No ano de 2015, a função que se destinou maior número de recursos foi Educação R$ 56.955.928,63. A Administração com R$ 42.883.122,14, Saúde com R$ 40.544.403,85e Urbanismo com R$ 19.709.147,51. Já nas áreas onde teve menos destinação foram Indústria com R$ 1.525.401,07, Comércio e Serviços com R$ 1.466.977,38 e Saneamento com R$ 1.245.078,29.

4.1.3.2 Contas que mais impactaram nas Despesas Realizadas

Observando os gastos específicos com Administração, Educação e Saúde, pode-se perceber que a maior despesa em todos os anos ocorre com a Educação, seguida da Saúde e por último a Administração.

Gráfico 03: Contas que mais impactaram nas Despesas Realizadas

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Fonte: Elaborado pelos autores.

Foi destinado para a Educação em 2007 18.511.993,56 e em 2015 56.955.928,63, um aumento de 32,50%%. A Secretaria Municipal de Educação é composta por 14 escolas, 6 do Ensino Fundamental, 6 com atendimento especifico da Educação Infantil e 1 de Belas Artes.

4.1.3.2.1 Educação

A seguir mostra o percentual mínimo determinado pela Legislação com o percentual efetivamente destinado pelo Município de Erechim á Educação, no período de 2007 a 2015.

Gráfico 04: Percentuais destinados a Educação de 2007 a 2015

Fonte: Elaborado pelos autores.

Após a análise, pode-se dizer que nos anos de 2007 e 2008 o Município destinou

apenas 18,51% e 24,49% a educação, não atendendo o disposto pela Legislação que estipula o percentual mínimo de 25% da Receita Corrente Liquida, podendo ser ocasionada pela má gestão dos recursos. Nos anos seguintes de 2009 a 2015 os percentuais do valor efetivo ultrapassaram o mínimo de 25%, isto representa que o Município cumpriu mais que o estipulado para a Educação.

R$ 0,00

R$ 10.000.000,00

R$ 20.000.000,00

R$ 30.000.000,00

R$ 40.000.000,00

R$ 50.000.000,00

R$ 60.000.000,00

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Administração

Educação

Saúde

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

18,51%

24,49%

26,39%

29,55%

35,82%

41,89%

47,76%

51,93%

56,95%

25%

25%

25%

25%

25%

25%

25%

25%

25%

Percentual Minímo LRF Percentual Efetivo Educação

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4.1.3.2.2 Saúde O gráfico 05, mostra os percentuais mínimos determinados Legislação com o

percentual efetivamente destinado no Município de Erechim nos anos de 2007 a 2015.

Gráfico 05: Percentuais destinados a Saúde de 2007 a 2015

Fonte: Elaborado pelos autores.

Pode-se verificar que em todos os anos analisados o Município de Erechim cumpriu com a Legislação que se deve destinar no mínimo 15% da Receita Corrente Liquida com a Saúde, ficando bem acima do que a Lei n° 101/2000estipula. Analisou-se que em 2007 a Saúde contava com apenas dois programas Assistência básica a saúde e Atenção básica e 2008 contava com três programas Assistência básica a saúde, Atenção básica e Assistência médico-hospitalar ao servidor público. Destaca-se o avanço nos anos de 2014 e 2015 na área da saúde devido a implantação da UPA e apoio FHST, melhoria na Gestão e Infraestrutura do SUS e o atendimento de qualidade.

A Tabela 4, evidencia o valor gasto pelo Município em Saúde por habitante, no período de 2007 a 2015.

Tabela 04: Gasto em Saúde por habitante

Gasto em Saúde por Habitante

Período Saúde Gasto por habitante

2007 R$ 17.025.500,10 R$ 183,18

2008 R$ 19.570.504,22 R$ 210,56

2009 R$ 24.232.375,03 R$ 260,72

2010 R$ 25.792.376,54 R$ 268,43

2011 R$ 30.820.042,93 R$ 320,75

2012 R$ 38.972.011,21 R$ 405,59

2013 R$ 39.484.885,84 R$ 410,93

2014 R$ 43.936.527,66 R$ 457,26

2015 R$ 40.544.403,85 R$ 421,96 Fonte: Elaborado pelos autores.

Em 2014 o valor gasto em Saúde foi de R$ 43.936.527,66, resultando num gasto

de R$ 457,26 por habitante. Em 2015 o valor gasto em Saúde foi de R$ 40.544.403,85, resultando num gasto de R$ 421,96 por habitante.

2007

2009

2011

2013

2015

17,02%

19,57%

24,23%

25,79%

30,82%

38,97%

39,48%

43,93%

40,54%

15%

15%

15%

15%

15%

15%

15%

15%

15%

Minímo LRF Valor Efetivo Saúde

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4.1.3.2.3 Despesa com Pessoal Após a coleta dos dados no TCE/RS, verificou-se a análise destes, referente aos

Gastos com Pessoal no Município de Erechim e se os mesmos se encontram em conformidade com LRF em seu Art. 19 onde os Municípios não poderão exceder a 60% das Receitas Correntes Líquidas.

Gráfico06: Demonstrativo de Despesa com Pessoal Erechim - RS

Fonte: Elaborado pelos autores.

Nota-se no gráfico 06, que á um leve crescimento nas contas ano após ano, sendo de maior gasto no exercício de 2014 com 49,25% sobre a RCL. Para fins de análise de comportamentos cíclicos em períodos de eleições, pode-se verificar que em períodos eleitorais ano 2008 e ano 2012 a Despesa com Pessoal aumentou. No ano de 2008 o montante foi de R$ 37.734.130,57 com Despesa com Pessoal e em 2012 o montante foi de R$69.372.488,95 com Despesa com Pessoal.

As maiores variações percentuais das Despesas com Pessoal foram nos anos de 2008 com variação de 16,24%em relação ao ano de 2007, em 2012 tendo uma variação de 25,57% em comparação com o ano de 2011, coincidindo com períodos eleitorais. E em 2015 o menor percentual de variação com pessoal ficando com 8,81% em comparação a 2014.

4.1.3.2.4 Despesas por Órgão

No gráfico 07, pode-se observar a evolução das principais Despesas por Órgão no período analisado.

0,0020.000.000,0040.000.000,0060.000.000,0080.000.000,00

100.000.000,00120.000.000,00140.000.000,00160.000.000,00180.000.000,00200.000.000,00

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Despesa com Pessoal 32.462.137.734.142.574.548.601.355.247.469.372.477.864.588.694.996.509.6

RCL 82.403.794.888.0101.045.115.860.133.499.150.980.167.084.180.087.197.030.

% s/ RCL 39,39 39,77 42,13 41,95 41,38 45,95 46,6 49,25 48,98

Montante

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Gráfico 07: Despesas por Órgão

Fonte: Elaborado pelos autores.

Verificou-se que a maior participação da Despesa Executada no Município de

Erechim/RS foi a Secretaria Municipal de Educação com um total de R$317.817.430,62, em seguido do órgão da Secretaria Municipal da Saúde com um total de R$269.786.227,25, em seguida a Secretaria Municipal de Obras Públicas e Habitação com um total de R$ 167.442.138,04, logo após a Secretaria Municipal do Meio Ambiente com um total de R$ 67.245.343,25 e por final os Encargos Gerais do Município com um total de R$ 61.893.269,42. A seguir pode-se verificar o crescimento ano a ano das Secretarias que tiveram maior participação das despesas comparando com o ano base de 2007.

Comparativamente com a região noroeste, pode-se observar que as maiores Despesas e Receitas pertencem aos Municípios com maior População, bem como, as Receitas Totais superaram as Despesas Totais em todas as entidades da amostra, evidenciando o equilíbrio das contas. Primeiramente Passo Fundo com uma receita de R$ 2.362.589.171,92 e uma despesa de R$ 1.971.117.413,97, em seguida Erechim com uma receita de R$ 1.290.204.628,18 e uma despesa de R$ 1.255.805.471,86.

5. CONCLUSÃO

Diante do questionamento proposto pela presente pesquisa, o objetivo foi verificar qual foi o comportamento das receitas e despesas orçamentárias do Município de Erechim/RS, entre os exercícios fiscais de 2007 a 2015. O que podemos considerar é que o município em grande parte depende das Transferências Correntes, vindas da União e do Estado sendo sua principal fonte de arrecadação. Os maiores gastos são destinados na área da Educação e Saúde, sendo que em 2007 e 2008 o Município de Erechim/RS não cumpriu com o que a Lei De Responsabilidade Fiscal estipula em destinar 25% da Receita Corrente Líquida para a Educação. Verificou-se que em períodos eleitorais a despesa com pessoal aumentou.

A Contabilidade Pública registra a previsão das receitas, fixação das despesas, alteração no orçamento mostrando as diferenças, e também evidenciando as obrigações os direitos e bens da entidade. Tem como base a Lei 4.320/64. O gestor público necessita

0,00

20.000.000,00

40.000.000,00

60.000.000,00

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Encargos Gerais do MunicípioSecretaria Municipal de Meio AmbienteSecretaria Municipal de Obras Públicas e HabitaçãoSecretaria Municipal de EducaçãoSecretaria Municipal de Saúde

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evidenciar suas ações com credibilidade e transparência com isso surge a Lei de Responsabilidade Fiscal que veio para conter o endividamento e para ter um controle fiscal.

Nas análises realizadas, observou-se que há conformidade com a Lei de Responsabilidade fiscal nos períodos analisados. Os achados da pesquisa revelam que em todos os anos analisados as receitas foram maiores que as despesas, mostrando que o Município tem um bom Controle Orçamentário, e demonstra equilíbrio nas contas, evitando assim o endividamento excessivo e garantindo serviços que atendam as necessidades da população. E destacando os maiores investimentos que foram para Educação e Saúde. Verificou-se também que nos anos eleitorais o Gasto com Pessoal aumentou.

Ademais, nas Despesas por Órgão em primeiro lugar fica a Secretaria de Educação, seguido da Secretaria da Saúde, em terceira Secretaria de Obras Públicas e Habitação. Sendo que conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal o Município tem que destinar no mínimo 25% da Receita Corrente Líquida na Educação sendo que em 2007, 2008 o Município não atendeu a Lei de Responsabilidade Fiscal. E 15% da RCL na Saúde onde o Município destinou até 40,54% na Saúde um percentual bem acima mostrando que investe na Saúde com atendimentos de qualidade. Já no atendimento a Infraestrutura com Obras Públicas e Habitação onde a comunidade exige um pouco mais, foi destinada menos recursos.

REFERÊNCIAS

ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública / João Angélico. -8.ed.-16.reimp. - São Paulo: Atlas, 2012.

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