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Tomasi e Spazziani. Construindo atitudes para.... Rev. Simbio-Logias. V.1, n. 2, Nov/2008. 1 CONSTRUINDO ATITUDES PARA UMA VIDA SAUDÁVEL: UMA EXPERIÊNCIA EDUCATIVA COM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Loreta Casquel de Tomasi 1 Maria de Lourdes Spazziani 2 Resumo A Educação Alimentar e Nutricional, de acordo com os PCN, envolve os temas Saúde e Consumo e apresenta um vasto espaço de ações educativas para o Ensino Fundamental.Um ponto importante é focar os hábitos alimentares dos próprios alunos, para que possam identificá-los e avaliá-los atribuindo um maior significado ao tema alimentação saudável. Nesse sentido, este trabalho relata um processo educativo relacionado à educação alimentar junto a alunos da 5 a série do Ensino Fundamental em uma escola pública de Botucatu/SP e a criação de um material educativo para divulgação junto à comunidade. Envolveu-se 37 alunos da 5ª. Série do ensino fundamental de uma escola pública de Botucatu/SP. A proposta educativa realizou-se em três etapas: a primeira focalizou as práticas e conceitos das crianças sobre os hábitos alimentares; a segunda trabalhou os conhecimentos sistematizados de forma a re-elaborar ou reforçar as idéias iniciais; e a terceira a produção do material educativo. Foi possível identificar aspectos positivos e outros surpreendentes em relação aos hábitos alimentares dos alunos. Com as discussões sobre as tabelas nutricionais e classes alimentares, os alunos refletiram a respeito das suas práticas e alimentação saudável. A produção do folder contou com a participação de todos os alunos que propuseram uma pirâmide alimentar adaptada às necessidades identificadas pelo grupo. Pode-se perceber que o significado do conhecimento construído em conjunto é muito maior pelo fato deles fazerem parte de todo o processo na categoria de “autores” e não apenas de “expectador”.Os alunos puderam ser ativos na elaboração do conhecimento e isso é um aspecto positivo na motivação e no significado do aprendizado. Palavras-chave: Educação alimentar; ensino fundamental; pedagogia histórico-critica; material educativo. 1. Introdução A industrialização, juntamente com a mídia, contribuiu para mudanças nos padrões de vida e nos hábitos alimentares das populações humanas reflexos da sociedade moderna. Estas transformações promoveram um maior consumo de alimentos rápidos de preparar e fáceis de comer, como os enlatados, congelados, pré-cozidos, prontos, fast-food, entre outros. A partir daí verificam-se algumas conseqüências imediatas na saúde do ser humano e em seu estado nutricional. Uma delas refere-se ao perfil alimentar atual que tem originado doenças nutricionais causadas pelos excessos alimentares e pelos errôneos estilos de vida e 1 Bacharel e Licenciada em Biologia pela UNESP/Botucatu. 2 Professora Assistente Doutor do Departamento de Educação da UNESP/Botucatu.

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Tomasi e Spazziani. Construindo atitudes para....

Rev. Simbio-Logias. V.1, n. 2, Nov/2008. 1

CONSTRUINDO ATITUDES PARA UMA VIDA SAUDÁVEL: UMA EXPERIÊNCIA EDUCATIVA COM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Loreta Casquel de Tomasi1

Maria de Lourdes Spazziani2

Resumo

A Educação Alimentar e Nutricional, de acordo com os PCN, envolve os temas Saúde e Consumo e apresenta um vasto espaço de ações educativas para o Ensino Fundamental.Um ponto importante é focar os hábitos alimentares dos próprios alunos, para que possam identificá-los e avaliá-los atribuindo um maior significado ao tema alimentação saudável. Nesse sentido, este trabalho relata um processo educativo relacionado à educação alimentar junto a alunos da 5a série do Ensino Fundamental em uma escola pública de Botucatu/SP e a criação de um material educativo para divulgação junto à comunidade. Envolveu-se 37 alunos da 5ª. Série do ensino fundamental de uma escola pública de Botucatu/SP. A proposta educativa realizou-se em três etapas: a primeira focalizou as práticas e conceitos das crianças sobre os hábitos alimentares; a segunda trabalhou os conhecimentos sistematizados de forma a re-elaborar ou reforçar as idéias iniciais; e a terceira a produção do material educativo. Foi possível identificar aspectos positivos e outros surpreendentes em relação aos hábitos alimentares dos alunos. Com as discussões sobre as tabelas nutricionais e classes alimentares, os alunos refletiram a respeito das suas práticas e alimentação saudável. A produção do folder contou com a participação de todos os alunos que propuseram uma pirâmide alimentar adaptada às necessidades identificadas pelo grupo. Pode-se perceber que o significado do conhecimento construído em conjunto é muito maior pelo fato deles fazerem parte de todo o processo na categoria de “autores” e não apenas de “expectador”.Os alunos puderam ser ativos na elaboração do conhecimento e isso é um aspecto positivo na motivação e no significado do aprendizado. Palavras-chave: Educação alimentar; ensino fundamental; pedagogia histórico-critica; material educativo.

1. Introdução

A industrialização, juntamente com a mídia, contribuiu para mudanças nos padrões de

vida e nos hábitos alimentares das populações humanas reflexos da sociedade moderna. Estas

transformações promoveram um maior consumo de alimentos rápidos de preparar e fáceis de

comer, como os enlatados, congelados, pré-cozidos, prontos, fast-food, entre outros. A partir

daí verificam-se algumas conseqüências imediatas na saúde do ser humano e em seu estado

nutricional. Uma delas refere-se ao perfil alimentar atual que tem originado doenças

nutricionais causadas pelos excessos alimentares e pelos errôneos estilos de vida e

1 Bacharel e Licenciada em Biologia pela UNESP/Botucatu. 2 Professora Assistente Doutor do Departamento de Educação da UNESP/Botucatu.

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alimentação adotados. Daí a alta incidência de obesidade, hipertensão, diabetes,

arteriosclerose (PHILIPPI & ALVARENGA, 2004).

De acordo com World Health Organization (WHO, 1993), um dos mais sérios

problemas que os jovens enfrentam é o consumo excessivo de certos tipos de alimentos

menos saudáveis.

No estado de São Paulo, diversos estudos realizados com crianças e adolescentes têm

demonstrado alta prevalência de excesso de peso, associada a uma freqüente inadequação das

práticas alimentares. Dessa forma, torna-se urgente à necessidade de intervenções nutricionais

direcionadas a essa população. Para isso, as principais estratégias incluem a promoção de um

estilo de vida ativo e o estímulo para a adoção de hábitos alimentares saudáveis, promovendo

maior consumo de frutas e hortaliças, restringindo a ingestão de alimentos de alta densidade

energética ou pobre em nutrientes e fornecendo as informações necessárias para que as

próprias crianças e adolescentes sejam capazes de realizar escolhas alimentares saudáveis

(TORAL & SANTOS, 2006).

World Health Organization (WHO, 1997) define que uma das melhores formas de

promover a saúde é através da escola. Isso porque, a escola é um espaço social onde muitas

pessoas convivem, aprendem e passa a maior parte de seu tempo. Também é na escola que os

programas de educação e saúde podem ter maior repercussão na vida dos alunos, das suas

famílias e da comunidade na qual estão inseridos.

Diante disso, a escola passa a ser um dos locais prioritários para promoção de hábitos

alimentares saudáveis. Em 1998, foram estabelecidos pelo Ministério da Educação (MEC), os

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que propõe Temas Transversais a serem

trabalhados em todas as séries do Ensino Fundamental (BRASIL, 1998). Os temas

transversais são: Saúde, Meio Ambiente, Ética e Cidadania, Trabalho e Consumo, Orientação

Sexual e Pluralidade Cultural. A Educação Alimentar e Nutricional, de acordo com os PCN,

envolve os temas Saúde e Consumo e apresenta um vasto espaço de ações educativas para o

Ensino Fundamental, tais como: a interpretação das tabelas nutricionais nos rótulos dos

alimentos comercializados; o papel dos diferentes nutrientes no organismo (construtores,

energéticos ou reguladores); auxiliar os estudantes no sentido de se tornarem consumidores

mais atentos; a influência da mídia no incentivo ao consumo de alimentos industrializados e

desvinculados das necessidades nutricionais diárias, entre outros. Um ponto importante é

focar os hábitos alimentares dos próprios alunos, para que possam identificá-los e avaliá-los

atribuindo um maior significado ao tema alimentação saudável.

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A Educação Alimentar trabalhada nas séries iniciais do Ensino Fundamental,

geralmente na disciplina de Ciências, pode habilitar os alunos a tomarem decisões sobre

alimentação de acordo com conhecimentos científicos, promovendo a formação de hábitos

saudáveis e dessa forma contribuir para que tenham uma vida mais saudável levando em

consideração os próprios objetivos, valores e estilos de vida dos alunos e de sua comunidade

(MAINARDI, 2005).

A adoção de hábitos saudáveis não só pelos alunos, mas também por suas famílias e

comunidades pode possibilitar uma melhora da qualidade de vida aplicável ao dia a dia.

A alimentação saudável deve ser entendida enquanto um direito humano que

compreende um padrão alimentar adequado às necessidades biológicas e sociais dos

indivíduos de acordo com as fases do curso da vida. As principais características de uma

alimentação saudável devem ser: o respeito e a valorização às práticas alimentares

culturalmente identificadas; a garantia de acesso, sabor e custo acessível; a variedade; a cor; a

harmonia e a segurança do ponto de vista de contaminação (BRASIL, 2005a).

De um modo geral, a alimentação saudável deve favorecer o deslocamento do

consumo de alimentos pouco saudáveis para alimentos mais saudáveis, respeitando a

identidade cultural - alimentar das populações ou comunidades.

De acordo com os princípios de uma alimentação saudável, todos os grupos de

alimentos devem compor a dieta diária. Esta deve fornecer água, carboidratos, proteínas,

lipídios, vitaminas, fibras e minerais. Estes componentes são insubstituíveis e indispensáveis

ao bom funcionamento do organismo. A diversidade dietética que fundamenta o conceito de

alimentação saudável pressupõe que nenhum alimento específico ou grupo dele isoladamente

é suficiente para fornecer todos os nutrientes necessários a uma boa nutrição e conseqüente

manutenção da saúde. Porém, o acesso aos alimentos que fornecem valor nutritivo à dieta não

depende somente de fatores culturais prevalecentes, mas também do poder aquisitivo da

família, ou seja, são suas possibilidades econômicas que influem na seleção dos alimentos

consumidos (ARRUDAL & FIGUEIRALL, 1988).

A alimentação, quando adequada e variada, previne as deficiências nutricionais e

protege contra as doenças infecciosas porque é rica em nutrientes que podem melhorar a

função imunológica. Uma alimentação saudável contribui também para a proteção contra as

doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) como obesidade, diabetes, hipertensão, doenças

cardíacas e alguns tipos de câncer (BRASIL, 2005b).

Além dos professores e educadores, toda a família deve participar do processo de

educação alimentar especialmente quando se trata de mudar os hábitos das crianças, pois elas

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se espelham nos adultos. Um meio eficaz de abranger a família e a comunidade transmitindo

as informações básicas sobre como ter uma alimentação saudável é a distribuição de materiais

educativos que possam ser produzidos e veiculados pelos alunos.

Materiais ou meios instrucionais são "instrumentos físicos que possibilitam a

transmissão de estímulos necessários à aprendizagem" (OLIVEIRA, 1979). Existe uma série

de materiais instrucionais, entre os quais os impressos, que são amplamente utilizados nas

ações educativas em saúde a fim de reforçar as orientações e facilitar o processo de ensino-

aprendizagem.

Assim, a produção de materiais educativos sobre temáticas relacionadas à área da

saúde configura-se de suma importância para intervenções educativas no contexto escolar da

Educação Básica. A realização de atividades educativas junto aos alunos das escolas para a

produção do material também é importante, pois prevê a contextualização do conhecimento e

das formas de abordá-lo. Envolver o público alvo no processo de elaboração e produção do

conhecimento garante que essa implantação fundamente-se em um dos mais importantes

princípios da educação que é a continuidade das ações educativas do ambiente escolar para a

comunidade.

No processo de construção do conhecimento, o trabalho pedagógico do professor

inicialmente deve levar em conta aquilo que os alunos já sabem sobre o tema que será

desenvolvido. Com isso, se cria um ambiente motivador favorável à aprendizagem. Esta

preocupação por parte do professor garante aos alunos, nas fases posteriores do processo, a

aquisição de um conhecimento mais significativo para suas vidas e conseqüentemente a tríade

contexto imediato – conhecimento escolar – contexto social tem condições de concretização

(GASPARIN, 2005).

Portanto, o objetivo deste trabalho é produzir um material didático sobre alimentação

saudável, por meio de processo educativo relacionado a educação alimentar junto a alunos da

5a série do Ensino Fundamental em uma escola pública de Botucatu/SP.

2. Metodologia

2.1 – Turma de alunos

O tema educação alimentar foi desenvolvido com 37 alunos da 5ª B série do Ensino

Fundamental da Escola Estadual Cardoso de Almeida (EECA) localizada no município de

Botucatu-SP. Abrangeu principalmente crianças em uma faixa etária dos 10 aos 12 anos de

idade.

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A escolha desta turma de 5ª série se deu por acreditar que quanto mais cedo se inicia a

educação alimentar, maior será a probabilidade de se influir favoravelmente na formação de

hábitos desejáveis.

Para o desenvolvimento do trabalho junto aos alunos foi solicitada autorização junto à

coordenação e à docente da turma. Como a construção do material didático contou com a

participação ativa dos alunos, como co-autores, solicitamos autorização da docente para a

divulgação dos nomes, dos materiais produzidos e da imagem dos mesmos.

2.2 – Abordagem do tema

Ao iniciar o trabalho de educação alimentar esclareceu-se para a turma a idéia da

elaboração de um folder educativo sobre alimentação saudável.

Os conteúdos foram desenvolvidos em reuniões baseadas no diálogo, sempre

buscando verificar os conhecimentos prévios que os alunos tinham sobre o assunto para

determinar o nível de conhecimento da turma e a partir daí desenvolver melhor o tema. Além

disso, envolveu atividades lúdicas, com uma abordagem diferente do que os alunos estão

acostumados nas aulas, possibilitando a troca de informações e o aprendizado de uma maneira

mais descontraída.

Os assuntos ou temas das aulas precisam articular-se ao contexto significativo de vida

dos alunos, por isso foi preciso envolver as crianças discutindo seus próprios hábitos de

consumo para que percebessem que o tema está intimamente ligado a sua saúde, bem-estar e

aparência física.

2.3 – Atividades desenvolvidas

Na primeira reunião para introduzir o assunto alimentação saudável e saber um pouco

mais sobre seus hábitos alimentares, foi distribuído um questionário intitulado “Você se

alimenta bem?” composto por 20 tópicos a serem respondidos pelos alunos na forma de SIM

ou NÃO.

Na segunda reunião, para saber mais detalhes, sobre o consumo alimentar de um dia,

foi entregue uma folha com um quadro contendo seis refeições como café-da-manhã, lanche

da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia para que preenchessem cada um desses com

os dados do que haviam comido no dia anterior.

Na terceira reunião conversamos sobre os alimentos em geral, sua consistência que

pode ser sólido, líquido ou pastoso e sua origem que pode ser animal, vegetal ou mineral

sempre perguntando exemplos de cada tipo para que entendessem facilmente. Em seguida

entrei na discussão sobre os nutrientes alimentares com a indagação “Que nutrientes contém

os alimentos?”. Para responder a pergunta organizei uma atividade prática que consistiu na

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distribuição de diversas embalagens vazias de alimentos industrializados propondo aos alunos

a observação das tabelas de informações nutricionais, ou seja, os nutrientes variados descritos

nos rótulos dos alimentos. A seguir, listamos no quadro negro os nutrientes encontrados:

carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras trans, colesterol, lactose, cálcio, sódio, ferro,

vitaminas, fibras alimentares, entre outros.

Na quarta reunião relembramos os tipos de nutrientes que contém os alimentos e

reescrevemos no quadro negro (carboidratos, proteínas, lipídios, fibras, vitaminas, minerais e

água). A partir daí foram discutidas as seguintes questões “Para que servem esses nutrientes

dos alimentos?”, “Por quê precisamos nos alimentar, comer?” Esta discussão teve por

objetivo esclarecer qual era a função desses nutrientes no nosso organismo. À medida que

discutíamos esse tema, classificava os nutrientes que eram essencialmente construtores

(proteínas, água), energéticos (carboidratos, lipídios) e reguladores ou protetores (fibras,

vitaminas, minerais, água).

Na quinta reunião separamos os alimentos em grupos.

Grupos dos alimentos:

I) cereais e derivados

II) verduras e legumes

III) frutas

IV) leite e derivados

V) carnes, ovos e leguminosas

VI) óleos, gorduras

VII) açúcar e doces

Foram solicitados exemplos de alimentos de cada grupo para retomar os conceitos

discutidos. Procurou-se, ao mesmo tempo, promover uma atividade interativa, entregando

figuras dos diferentes tipos de alimentos para os alunos pintarem e separarem cada um em seu

devido grupo. As atividades deste dia foram concluídas com a distribuição de caça-palavras

para que encontrassem os nomes de alguns alimentos.

Na sexta reunião, visto os grupos dos alimentos, iniciamos com a pergunta: “Você

sabe o que é uma alimentação saudável?” e discutimos sobre isso. Em seguida outra pergunta:

“Você sabe o que é a pirâmide dos alimentos?” Depois do debate sobre suas opiniões a estas

duas questões, eles receberam um impresso contendo as definições dos temas debatidos e um

desenho da pirâmide dos alimentos para ser pintada e preenchida pelos alunos.

Na sétima reunião retomamos a atividade do consumo alimentar de um dia, já

preenchido por eles, para que separassem os alimentos listados nos grupos dos quais

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pertenciam. Depois, com a ajuda dos alunos foi desenhado um esboço da pirâmide dos

alimentos completa na lousa e alguns alunos respondiam quanto tinha sido somado em cada

grupo para que pudessem comparar com o número de porções sugeridas na pirâmide.

Na oitava reunião retomamos o questionário respondido por eles na primeira reunião

para discutirmos suas respostas em cada item. À medida que apresentava os resultados dos

questionários discutíamos qual seria a resposta desejável ou correta de cada item.

Na nona reunião foi proposta a escolha dos dez passos que eles consideravam mais

importantes para se ter uma alimentação saudável. Ao mesmo tempo em que falavam,

anotávamos no quadro negro as idéias deles. Por fim, selecionamos e listamos as dez mais

relevantes, segundo os alunos, a partir das discussões e dos conceitos que trabalhamos nos

encontros anteriores.

Na décima reunião foi entregue uma folha em branco para que fizessem um desenho

caprichado de pelo menos cinco dos passos levantados onde os mais adequados a este tipo de

material didático seriam selecionados para ilustração do folder. Posteriormente, o folder foi

editado utilizando os programas CorelDRAW e Adobe Photoshop.

Resultados e Discussão

3.1. Você se alimenta bem?

O desenvolvimento dessa atividade junto aos alunos e alunas da 5a. série B, gerou

inicialmente dúvidas. Eles questionaram se era para responder o que julgavam ser correto ou

o que eles realmente faziam, enfatizei que era para responder o que e como se alimentavam,

mesmo que julgassem que aquilo não fosse o ideal.

Enquanto cada item era lido para a classe, todos se manifestavam querendo dar sua

opinião sobre o assunto e ressaltar seus hábitos, em casa, relacionados àquele item.

Em relação aos dados de peso e altura, a maioria não sabia qual era seu peso e sua

altura. Muitos deixaram em branco e alguns até colocaram valores que não correspondem à

realidade. Por exemplo, um aluno escreveu que tinha 1,80m de altura, o que não correspondia

de fato a sua estatura real. Talvez esse fato esteja relacionado ao desconhecimento desses

dados por falta de interesse ou mesmo pela ausência de acompanhamento por profissionais da

saúde devido à faixa etária dos alunos. A etapa da pré-adolescência geralmente não requer a

presença intensa de cuidados médicos, e geralmente, dependendo da classe social, como

famílias economicamente menos favorecidas, há dificuldades no atendimento aos serviços de

saúde. Muitas famílias não procuram esse atendimento para seus filhos por rotina, sendo

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quase que exclusivamente por doenças ou acidentes ocasionais. Dessa forma, não foi possível

calcular e analisar os índices de massa corpórea.

A tabela 1 mostra os resultados do questionário sobre os hábitos alimentares dos

alunos. Foi possível identificar alguns aspectos positivos e surpreendentes como: 59% dos

alunos consomem verduras e legumes todos os dias, 65% preferem sucos de frutas a

refrigerantes, 82% mastigam bem os alimentos, 71% comem em horários regulares fazendo

de 5 a 6 refeições por dia e 76% acham que o cardápio ideal é arroz com feijão. Por outro

lado, alguns itens tiveram respostas já esperadas como: 79% dos alunos jantam ou almoçam

geralmente assistindo à televisão, 71% não evitam comer doces e 85% adoram frituras.

Interessante é notar que 94% dos alunos responderam que o melhor alimento para o

organismo é o que contém mais proteínas demonstrando que a grande maioria da turma não

tinha noção sobre os nutrientes e suas funções no organismo.

Tabela 1. Resultado do questionário sobre os hábitos alimentares dos alunos. Você se alimenta bem?

SIM NÃO 1. Minha primeira refeição do dia é sempre o café-da-manhã. 91% 9% 2. O leite faz parte do meu cardápio direto. 67% 33% 3. Consumo muita carne vermelha (carne de vaca, porco). 53% 47% 4. Como verduras e legumes todos os dias. 59% 41% 5. Se tiver de escolher entre um suco de frutas e um refrigerante, na certa

vou preferir o refrigerante. 35% 65%

6. Bebo quatro ou mais copos de água por dia. 79% 21% 7. Acho a alimentação vegetariana mais saudável que a não-vegetariana. 53% 47% 8. Costumo colocar sal nos pratos já preparados. 15% 85% 9. Mastigo bem os alimentos. 82% 18% 10. O funcionamento de meu intestino é normal. 97% 3% 11. Evito comer doces. 29% 71% 12. Gasto mais de 15 minutos fazendo cada refeição. 47% 53% 13. Para o organismo, o melhor alimento é o que contém mais proteínas. 94% 6% 14. Janto ou almoço geralmente assistindo à televisão. 79% 21% 15. Costumo comer em horários regulares, fazendo de 5 a 6 refeições por

dia, contando os lanches. 71% 29%

16. Minha refeição mais importante é o jantar. 47% 53% 17. Acho normal trocar uma refeição por um lanche. 41% 59% 18. Adoro frituras, como coxinha, pastel e batata frita. 85% 15% 19. Coloco maionese, mostarda e ketchup em quase todos os pratos que

consumo. 3% 97% 20. Para mim, o cardápio ideal é arroz com feijão. 76% 24%

Com relação à descrição do consumo alimentar de um dia, alguns alunos comentaram

que não iriam se lembrar de tudo que haviam comido no dia anterior, mas depois de um

tempo pensando sobre o assunto preencheram seus cardápios.

Na figura 1 podemos observar que, pelas respostas, a maioria dos alunos faz no

mínimo seis refeições por dia, sendo que o café-da-manhã, o almoço e o jantar formam as três

principais refeições do dia.

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Figura 1 – Distribuição da porcentagem de alunos por refeições em um dia.

Retomando as respostas dadas por eles a cada pergunta (ver Tabela 1), discutimos

item por item, levando-se em conta os grupos dos alimentos sugeridos na Pirâmide Alimentar.

Ao indicarem qual seria a resposta correta ou desejável a cada pergunta, os alunos

responderam corretamente com exceção dos itens 2 e 7, pois houve uma certa confusão.

Nestes dois itens em comum foi necessário enfocar a importância da moderação e da

variedade na alimentação saudável. A discussão desses resultados pareceu importante, pois os

alunos puderam utilizar os conhecimentos científicos adquiridos durante as reuniões

anteriores para analisar seus próprios hábitos e refletir sobre atitudes de mudança.

3.2 – Grupos dos alimentos e a pirâmide dos alimentos

Nas discussões sobre os grupos dos alimentos surgiram várias dúvidas e respostas

equivocadas por parte dos alunos. Por exemplo, teve aluno que achou que a soja era um

cereal. Por outro lado, uma aluna sabia que tomate era fruta e não legume.

Entrando na questão da pirâmide dos alimentos, a maioria dos alunos já tinha uma

noção do que era e para que ela servia, mas não conseguiram esclarecer isso. Depois de

apresentarem suas idéias prévias discutimos os aspectos que necessitavam maiores

esclarecimentos e aprofundamentos. Foi possível aos alunos compreender melhor a lógica da

pirâmide, baseando-se na idéia de que os tipos de alimentos do topo (óleos, gorduras,

açúcares e doces) devem ser consumidos em menor quantidade e os tipos de alimentos da

base da pirâmide (cereais e derivados) devem ser consumidos em maior quantidade e de

acordo com as suas necessidades diárias.

Voltando à análise do que haviam listado no consumo alimentar de um dia, os próprios

alunos separaram os alimentos consumidos no seu devido grupo. Feito a soma total de cada

grupo, juntos pudemos analisar e comparar os resultados com as indicações da pirâmide dos

alimentos. A soma do grupo das gorduras e açúcares mostrou que a maioria dos alunos

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consome uma quantidade bastante elevada de alimentos deste grupo3. Em contrapartida, a

soma do grupo dos vegetais e frutas foi reduzida4. Com essa discussão, os alunos puderam

refletir a respeito dos dados levantados por eles e se isso era condizente com uma alimentação

saudável, expressa na pirâmide dos alimentos. Todos foram unânimes em dizer que não, e que

deveriam então reduzir o consumo de doces e aumentar o consumo de frutas e verduras.

3.3 – Seleção dos dez passos

Após todas as discussões e atividades realizadas nas reuniões, baseados nos resultados

do questionário sobre seus hábitos alimentares e sobre o consumo alimentar de um dia, os

alunos foram destacando oralmente as informações necessárias a serem colocadas no folder.

Como proposta inicial, a elaboração desse material é para divulgação de informações sobre

como ter uma alimentação saudável. A partir disso, os dez passos selecionados pela turma

foram:

1- Aumentar o consumo de frutas e vegetais

2- Evitar comer muitos doces e gorduras

3- Beber quatro ou mais copos de água por dia

4- Reduzir o consumo de sal

5- Fazer cinco a seis refeições por dia, contando os lanches

6- Comer devagar mastigando bem os alimentos

7- Beber sucos naturais ao invés de refrigerantes

8- Consumir leite e seus derivados moderadamente

9- Fazer atividades físicas diariamente

10- Manter um peso saudável

A escolha do primeiro e do segundo passo foram considerados mais importantes pela

turma, pois puderam perceber claramente em seus próprios hábitos que precisavam consumir

mais frutas e vegetais e diminuir o consumo dos doces principalmente. O terceiro passo se

preocupa em evitar possíveis quadros de desidratação mais pertinente nesta época do ano

(primavera-verão), e tem relação direta com o quarto passo que é a redução do consumo de

sal.

O quinto passo indica o número esperado de refeições ao longo do dia, contrapondo a

idéia de somente tomar café-da-manhã, almoçar e jantar. Este passo foi diretamente 3 Durante as discussões realizadas com a turma, verificou-se que 54% dos alunos consomem acima de 4 porções somando os grupos das gorduras e dos açúcares. A quantidade indicada pela pirâmide dos alimentos é de até 4 porções. 4 Da mesma forma, em relação aos grupos das frutas e dos vegetais verificou-se que 57% dos alunos consomem menos de 3 porções na soma dos dois grupos. A quantidade indicada pela pirâmide dos alimentos é de 4 a 8 porções.

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relacionado pelos alunos com o sexto passo, que se deve comer devagar mastigando bem os

alimentos. Para isso, é importante que as refeições sejam feitas em horários regulares com

um tempo reservado e sem se distrair com a televisão.

O sétimo passo incentiva o consumo de sucos naturais ao invés de refrigerantes. A

preferência dos alunos desta turma é pelo suco natural, mas o acesso a refrigerantes é mais

fácil e mais barato, o que propicia maior consumo deste tipo de bebida, tanto em casa quanto

na escola.

No oitavo passo, a palavra-chave quanto ao consumo de leite e seus derivados foi

‘moderação’ já que na lista dos cardápios dos alunos este grupo apareceu em grande

quantidade. O leite é essencial para os jovens em desenvolvimento, porém não deve ser

utilizado como a principal fonte de nutrientes.

O nono e o décimo passo se referem ao bem-estar físico incentivando a atividade

física diária e a manutenção de um peso saudável, de acordo com a idade e as necessidades de

cada um.

3.4 – Elaboração do Folder

Os alunos, ao concluírem a seleção dos dez passos para uma alimentação saudável,

desenvolveram desenhos para ilustrar o folder. A maioria dos alunos ilustrou mais do que os

cinco passos solicitados inicialmente. Por conta do tempo escasso, eles pediram para concluir

os desenhos em casa e trouxeram tudo pronto e colorido no último encontro.

Por fim, dentre todos os desenhos feitos pelos alunos, foram selecionados alguns mais

ilustrativos e adequados para representar cada passo do folder, conforme segue abaixo:

1- Aumentar o consumo de frutas e legumes

2- Evitar comer muitos doces e gorduras

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3- Beber quatro ou mais copos de água por dia

4- Reduzir o consumo de sal

5- Fazer cinco a seis refeições por dia, contando os lanches

6- Comer devagar mastigando bem os alimentos

7- Beber sucos naturais ao invés de refrigerantes

8- Consumir leite e seus derivados moderadamente

9- Fazer atividades físicas diariamente

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10- Manter um peso saudável

Todos os alunos se empenharam em fazer desenhos bonitos e foi muito difícil

selecionar apenas um para ilustrar cada passo. A seleção de um único desenho por passo se

deu por conta do espaço e da disposição do folder, mas todos os desenhos representavam

adequadamente as etapas de uma alimentação saudável.

No verso do folder, como forma de legitimar a co-autoria de alunos, alunas e da

docente, foi impressa a foto da turma devidamente autorizada para divulgação.

Os folders impressos foram distribuídos para alunos, alunas e docente da turma (5ª

série B da Escola Estadual Cardoso de Almeida) e também para os professores de Ciências

das demais turmas do Ensino Fundamental da mesma escola.

4. Considerações Finais

A participação dos alunos no desenvolvimento do material didático permitiu uma

construção conjunta do conhecimento científico, caracterizando-se por ouvir e interagir com

os alunos atribuindo significados aos conhecimentos que estão sendo construídos a partir de

suas concepções prévias. As discussões em grupo e a elaboração do folder viabilizaram a

inclusão de opiniões e idéias dos próprios alunos tornando o material mais próximo das

necessidades deste público-alvo.

Para o aluno, a importância e o significado do conhecimento construído em conjunto é

muito maior pelo fato dele fazer parte de todo o processo na categoria de “autor” e não apenas

de “expectador”. O aluno passa a se sentir membro ativo na elaboração do conhecimento e

isso é um aspecto positivo na motivação e no significado do aprendizado.

Apesar de pouco utilizada, a metodologia de produção de um material didático com os

alunos das escolas pode ser realizada por qualquer professor contribuindo para a formação de

alunos com pensamento crítico capazes de utilizar o conhecimento, cuja construção ele faz

parte, no exercício da cidadania.

Neste trabalho, o tema Alimentação Saudável desenvolvido junto com os alunos da 5ª

série B da E. E. Cardoso de Almeida objetivando produzir um material educativo com a

participação dos alunos que trouxeram contribuições positivas tanto para a formação das

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pesquisadoras enquanto educadoras, atribuindo novos significados a prática docente, quanto

para os alunos que puderam participar diretamente da construção deste conhecimento.

5. Referências

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BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de assistência à saúde – Departamento de atenção básica. O que é uma alimentação saudável? Considerações sobre o conceito, princípios e características: uma abordagem ampliada. Brasília: Ministério da Saúde, 2005a.

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BUILDING ATTITUDES FOR A HEALTHY LIVING Abstract Food and Nutritional Education, according to National Parameters, deals with the themes Healthy and Consumption, and presents a broad area for educational actions for in Elementary School. One important point is to focus on the students’ habits, so they can identify and evaluate themselves giving greater significance to healthy food. In that sense, the paper

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describes an educational process related to nutritional education of 5th grade students in a elementary public school in Botucatu/SP, and the creation of educational material for the community. It involved 37 students from the 5th grade of the public school. The educational proposal was carried out in three stages: the first one focused on children’s practices and their concepts about eating habits; the second one dealt with the systematized knowledge of healthy food, in order to outline or reinforce the initial ideas, and the third one concentrated on the production of educational material. It was possible to identify some positive aspects and other surprising ones regarding the students’eating habits. Based on discussion about nutritional tables and food classes, the students reflected about their own practices and healthy eating habits. The of a folder occuerred with the students’ participation, proposing a food pyramid adapted to the needs identified by the group. They realized that knowledge built by a group is much more meaningful, because they took part in the entire process as "authors" and not just as "spectators". The students were able to be active in developing the knowledge and this is a positive aspect for motivation and attribution of meaning, in the learning process. Keywords: food education, Elementary School, historical-critical pedagogy, educational material.