construção da marca da pequena empresa
TRANSCRIPT
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COMUNICARECRES
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VOC
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APOIO
.A Associao Brasileira de Agncias de Publicidade tem a satisfao de fazer
chegar s suas mos a nova edio da cartilha Comunicar e Crescer, relativa
ao seminrio Comunicar e Crescer 2, que estar sendo ministrado em todo oBrasil, entre o segundo semestre de 2006 e o primeiro semestre de 2007. A
excelente acolhida do Comunicar e Crescer 1, realizado em 2004 e 2005, em
36 cidades de todas as regies do Pas, e assistido por mais de 10.530
pequenos e mdios empreendedores, alm da distribuio de 11.500 cartilhas,
atendendo a pedidos de 559 municpios, nos encorajou a ampliar o alcance
deste trabalho. A agenda do novo Comunicar e Crescer est contemplando 42
cidades, chegando a todas as capitais e aos pr incipais plos de
desenvolvimento regional brasileiros. Nesta segunda cartilha, voc vai
encontrar um estudo mais aprofundado do que voc leu na primeira edio.
Estaremos tratando de maneira mais detalhada temas relevantes na vida do
pequeno e do mdio empreendedor. Falamos do significado da sua pessoa
fsica na histria da pessoa jurdica do seu empreendimento. Falamos sobre
atitudes fundamentais para uma lida eficaz com o mercado consumidor.
Falamos das melhores iniciativas para uma construo de marca bem
sucedida. Falamos da importncia do trabalho profissional das agncias de
publicidade. Enfim, dedicamos tempo e energia para oferecer a voc conceitos
e ferramentas estratgicas para o desenvolvimento saudvel do seu n egcio.
Porque ns acreditamos que o sonho de empreendedores como voc que faz
o mercado renovar-se permanentemente e aperfeioar-se a cada renovao.
Ns acreditamos no amor ao trabalho como alavanca do desenvolvimento e,
por isso, queremos dar a nossa contribuio para que voc nunca deixe de
acreditar nos seus sonhos. Portanto, aproveite esta cartilha e faa dos seus
sonhos a sua melhor marca.
Dalton Pastore
Presidente Nacional
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AGRA
DECIMEN
T0S
A ABAP agradece o apoio,
o incentivo e a valiosacontribuio oferecida
pelas seguintes entidades:
ABA - Associao Brasileira de Anunciantes
ABERT - Associao Brasileira das Empresas de Rdio e Televiso
ANJ - Associao Nacional de Jornais
ANER - Associao Nacional dos Editores de Revistas
APP - Associao dos Profissionais de Propaganda
CENTRAL DE OUTDOOR
FENAPRO - Federao Nacional das Agncias de Propaganda
CENP - Conselho Executivo das Normas-Padro
ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing
FGV - Fundao Getlio Vargas
Agradecimentos especiais a Jos Zaragoza e Bruno Landi (DPZ)
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INTRODU
O
VOC CONHECE ESSA PESSOA?
O que ns somos como pessoas fsicas que vai
acabar determinando a histria da nossa pessoa
jurdica. No apenas em termos de sonhos ou
ambies ou, mesmo, de preparo tcnico. Mas at
o jeito de andarmos, sorrirmos, nos relacionarmos
com os outros, encararmos a vida. A nossa
personalidade afetar diretamente a percepo
sobre aquilo que produzirmos. E na construo
de marcas, percepo tudo.
A personalidade da marca produto das
personalidades que lidam com ela. o resultado
da soma das conseqncias do comportamento
do que chamo de comunidade da marca: o
conjunto de indivduos que, direta ou
indiretamente, levaro a cabo iniciativas que tero
efeito na percepo do consumidor. E voc, comolder dessa comunidade - mdia, pequena ou
minscula - quem estabelece a cadncia
profissional e o padro tico da construo da
marca.
Voc quem decide o destino da marca.
As pessoas no so produzidas em srie, como
robs, portanto, natural que pessoas diferentes
toquem negcios iguais de maneiras diferentes,
gerando diferentes percepes de marca, dentro
de um mesmo ramo, e mantenham suas marcas
com uma imagem positiva. Isso bom para o
mercado, estimula uma competio saudvel,proporciona o atendimento a diferentes
preferncias dos consumidores, revela a
democracia da produo.
O grande encanto da construo de uma
percepo de marca reside exatamente no amplo
espectro de possibilidades oferecidas pelas nossas
diferenas pessoais.
Afinal, a maior qualidade de uma marca a
personalidade.
Nossa personalidade, nossa marca.
O Dicionrio de Filosofia de Nicola Abbagnano,
entre outras definies, explica a Personalidade
como a organizao que a pessoa imprime
multiplicidade de relaes que a constituem.
Mais adiante, fazendo referncia a uma
similaridade entre os conceitos do filsofo
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CONSCINCIAEEQUILBRIODEVEMC
ONSTITUIR
ABASEDAREALIDADE"PESSOAFSICA"PARA
GERARAPERCEPO"PE
SSOAJURDICA".
Nietzsche e a psicologia contempornea, cita H.
J. Eysenck: Personalidade a organizao mais
ou menos estvel e duradoura do carter, do
temperamento, do intelecto e do fsico de uma
pessoa: organizao que determina sua
adaptao total ao ambiente. Carter designa o
sistema de comportamento conativo (da
vontade) mais ou menos estvel e duradouro da
pessoa. Temperamento designa seu sistema maisou menos estvel e duradouro de
comportamento afetivo (emoo); intelecto seu
sistema mais ou menos estvel e duradouro de
comportamento cognitivo (inteligncia) () (The
Structure of Human Personality, 1952, p. 2).
Como vemos, a personalidade a estrutura de
nossas caractersticas prprias que vai
estabelecer uma percepo a nosso respeito e
sobre tudo aquilo em que interferimos, nossos
negcios, inclusive.
Da a necessidade fundamental de nos
conhecermos para projetarmos uma idia das
conseqncias das intervenes da nossa
personalidade sobre a personalidade daquilo que
estamos construindo.
Portanto, seguir apenas modelos,
desconectados de nossas verdades interiores,
na tentativa de construir a prpria marca ,
mais ou menos, como pintar uma casa sem
preocupar-se com mais nada, alm de passar o
pincel e a tinta sobre todas as superfcies.
Qualquer pintor de bom senso sabe que uma
superfcie a ser pintada, primeiro precisa ser
tratada. Ou seja, temos que ter conscincia da
superfcie sobre a qual vamos trabalhar. Assim,
evitamos surpresas.
Na construo da marca no diferente.Do ponto de vista prtico, sobre a interferncia
da nossa personalidade no processo de construo
da marca, no podemos confundir sonho e iluso.
O sonho, para efeito dessa abordagem, o ideal,
o desejo, a vontade, o objeto da motivao. E a
iluso, o produto da alienao, da falta de
conscincia; denota falta de responsabilidade na
conduo do projeto. As iluses, na verdade, so
incompatveis com os nossos sonhos.
Podemos at sonhar com projetos que, a princpio,
no combinem com a nossa personalidade, mas
no podemos nos iludir com relao s
dificuldades com que vamos nos deparar nesse
caso.
Se somos perdulrios, por exemplo, num negcio
que exige um controle rigoroso de custos, temos de
compreender que essa caracterstica da nossa
personalidade tende a retardar ou at inviabilizar o
desenvolvimento dos nossos negcios. Vcios e
compulses costumam, muitas vezes, competir
com capacidades brilhantes de construo de
marcas.
Da mesma forma, dependendo da atividade em
que estejamos envolvidos, o excessivo
recatamento, a absteno radical e uma conteno
mesquinha de despesas podem retardar as
pretenses de exposio e reconhecimento da
marca.
Isso significa dizer que a construo da imagem da
marca , sim, produto das intervenes da nossa
personalidade, porm, o tempero dessas
intervenes deve ser dosado de maneira
equilibrada, baseado na conscincia de que vamos
atender as necessidades fundamentais para o um
inter-relacionamento positivo entre nossos
objetivos de produo e as demandas de quem
consome.
Stalimir Vieira
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API
ZZAD
A
PERS
ONALIDA
DE
Personalidade a organizao de uma
multiplicidade. Ou seja, uma espcie de
trabalho de laboratrio, em que vamosaportando, adequadamente, ao nosso sonho,
diversos componentes - todos dotes nossos -,
criando, assim, a matria-prima essencial para a
qualidade da nossa influncia na construo da
imagem da marca. uma pena que nem todo
mundo d a necessria importncia a isso e acabe
fazendo as coisas movido apenas por alguns
aspectos da personalidade, em prejuzo de outros,
que vo fazer falta para os passos seguintes.
Certamente, a construo das grandes marcas
deveu-se coragem de empreendedores,
caracterstica de suas personalidades, no campo
do carter. Carter que deve ser compreendido
como a fibra, a tmpera, que forjam um esprito
de persistncia e determinao. Mas se o
empreendedor basear sua ao apenas no
carter (a vontade), correr srios riscos, por
desconsiderar o filtro da inteligncia (o intelecto)
na elaborao das estratgias e o poder da
emoo (o temperamento) na motivao da
comunidade da marca e no convencimento do
consumidor.
Devemos partir da premissa de que um projeto
que busque revelar as reais potencialidades de
um empreendimento tem que ser desenhado sob
a tica de uma personalidade equilibrada. Uma
personalidade consciente e senhora de seus
recursos e capaz de se utilizar deles , de maneira
que se retroalimentem na busca do mesmo
propsito. Ou seja, a sociedade fundamental que
antecede a qualquer outra a sociedade que
estabelecemos com as nossas faculdades
mentais.
dessa auto-compreenso e dessa
auto-cumplicidade que nasce a capacidade
organizacional, que permite lidarmos
produtivamente com a multiplicidade de relaes
da personalidade.
uma vantagem importante pararmos e
pensarmos nos diferentes pesos que temos
programados para os elementos que compem
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CARTE
R=VONT
ADE
TEMPE
RAMEN
TO=EMO
O
INTE
LECT
O=INTE
LIGN
CIA
a nossa personalidade, antes de seguirmos em
frente. Melhor ainda, nos darmos conta,
antecipadamente, de que um desequilbrio nessa
rea pode influenciar negativamente em nossos
projetos. Assim, teremos tempo para trabalhar as
necessrias correes para uma organizao mais
eficaz.
Se imaginarmos que uma parcela muito
significativa dos empreendimentos que esto
sendo postos em prtica, nesse exato momento,
esto sendo tocados quase que em ritmo de
aventura, baseados apenas em instrues de
fora, e negligenciando uma ateno s
caractersticas pessoais de seus gestores,
podemos supor uma circunstncia de mercado
muito favorvel para nossa proposta, sensvel e
atenta as nossas questes pessoais.
Pensar num negcio no apenas fazer contas.
, antes de tudo, habilitar-se espiritualmente para
a misso.
Uma personal idade verdadeiramente
empreendedora deve equilibrar a interferncia do
carter, do temperamento e do intelecto nas
reflexes e nas aes.
Faa o seguinte exerccio: d um peso, de 1 a 10,
para cada um desses sabores na pizza da
sua personalidade.
AGORA
,VAMOS
AVA
LIAR
OSIGNIFIC
ADO
DE
ALG
UNSRES
ULT
ADO
S:
um bom sinal, no sentido de ser uma condioreveladora da garra e da determinao quemotivaro voc a levar o projeto adiante: voc nomedir esforos para realizar o seuempreendimento e no se deixar desestimularpor qualquer coisa. No entanto, sem a interfernciados outros temperos, essa garra pode setransformar em teimosia, movida pelo orgulho (
um avano inconveniente para alm da
fibra, da garra, da determinao). E a, aquelamesma vontade que constri pode destruir, aopersistir irracionalmente, diante de obstculosintransponveis, usando os mesmos mtodos. preciso compreender que os elementos dapersonalidade so os mesmos, a servio do bem oudo mal. O que faz a diferena o uso que se fazdeles, o que tambm pode ser interpretado como a
distribuio do peso deles em nossas atitudes.
1. O CARTER (VONTADE) DETM MAIS DE 50% DO PESO:
A emoo faz uma enorme diferena naconstruo da marca. Ela traduz afeio,entusiasmo, f, otimismo, confiana, fora intuitiva,
carisma Sozinha, no entanto, como uma drogaque provoca um imenso prazer, uma agradveleuforia, mas com o tempo vai se transformar emmera iluso. Quando a emoo tem um pesodesproporcionalmente maior nas decises, elapode promover um impulso importante na largada
dos nossos projetos; o risco , no meio do caminho,
d ia nt e d e p e rca lo s q ue
a emoo pura no capaz de decifrar com anecessria frieza, arrefecermos, desistirmos,mudarmos de idia, desacreditamos do projeto,pois a emoo pela emoo vive apenas do queexperimenta naquele momento Nossas emoes
so como lufadas de vento: so fundamentais para
nos impulsionarem, mas para atingirmos nossosobjetivos, temos que gui-las com as velas darazo. Com as velas armadas, podemos deixarventar vontade, que mais rpido chegaremosonde queremos.
2. O TEMPERAMENTO (EMOO) DETM MAIS DE 50% DO PESO:
O uso mais inteligente que se pode fazer dainteligncia utiliz-la na otimizao de nossasoutras qualidades. A inteligncia planeja, organiza,
distribui funes, avalia os riscos, portanto, devedeter o controle das decises, mas nonecessariamente o maior peso nas caractersticas
dessas decises. A verdade que, num mercado de
intensa competitividade entre as marcas, o canalatravs do qual a razo chega a mente doconsumidor a emoo. Ou seja, a intelignciaprecisa dramaticamente do invlucro da emoo.
Portanto, o grande risco de um empreendimentoexcessivamente focado num conceito intelectual
impregnar a tudo e a todos os envolvidos com eladesse esprito, sufocando a relao emocional com
a marca. Para as coisas andarem bem devemfuncionar como uma boa comdia: as pessoasmorrem de rir, movidas por intensa emoo, e nem
lembram que por trs de tudo h um texto escritocom suma inteligncia. O lugar da emoo nopalco, o da inteligncia, nos bastidores.
Como voc deve ter percebido nessa reflexo, fundamental a distribuio equilibrada doselementos da personalidade na programaomental para empreendermos a construo denossa marca. E esse equilbrio necessita deserenidade para sua administrao.Pessoas muito emotivas, diante de uma reflexocomo essa, podem comear a policiarem-se,temerosas de que sua emocionalidade possaconduzi-las a falsas expectativas. preciso cuidado: quando falo em equilbrio, no
estou falando em represso a caractersticas danossa personalidade, mas na valorizao de outras.
diferente dizer a algum que se diverte muitoque pare de se divertir ou que se divirta menos edizer que, alm de se divertir, faa tambm outras
coisas que, somadas ao seu divertimento, sirvamde impulso para seus negcios. Ou seja, no temos
que anular caractersticas da nossa personalidade.
So elas que vo fazer a diferena, so elas quevo construir uma percepo original da nossamarca.
3. O INTELECTO (INTELIGNCIA) DETM MAIS DE 50% DO PESO:
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1kmam
elhor
compe
titiva
alterna
tiva
10km
100km
PLANEJAMENTOCOISA
SR
IAESIMPLES.
A partir de certo momento, o planejamento das
decises deve dar lugar ao planejamento das
atenes. isso que deve ser estimulado. Todoo tempo gasto na ateno ser ganho na
deciso. O inverso - a deciso que antecede a
ateno - denota mediocridade gerencial e limita
as possibilidades criativas do negcio. O
planejamento srio deve estabelecer metas,
sug er i r me i os , est i mul ar a r e f l ex o
principalmente, e nunca cristalizar conceitos.
O mercado dinmico, mas no apenas o
dinamismo do mercado quem recomenda mais
perenidade na ateno do que velocidade na
deciso: a prpria necessidade de originalidade
que o negcio precisa ter para ser competitivo.So duas linhas correndo paralelas e simultneas.
Uma estabelece a lgica cartesiana do mercado
e a outra, a lgica contrria, prpria da busca
criativa. Conduzir a convivncia desses
antagonismos na construo da nossa marca
exige prudncia, delicadeza na abordagem,
sensibilidade diante das manifestaes da
intuio, respeito s solicitaes da inteligncia.
Figuradamente, o planejamento para a construo
de uma percepo de marca para a pequena
empresa deve partir do seguinte diagrama bsicode status (vide ilustrao ao lado).
Projete-se a, proporcionalmente, todas as
possibilidades: o que rua, vira bairro; o que
bairro, vira cidade; o que cidade, vira estado e,
assim, sucessivamente.
Com isso, quero dizer que ningum que no se
habilite a ser o melhor no seu endereo deve abrir
um negcio neste endereo. A derrota mais
devastadora a derrota para si mesmo.
Antes, portanto, de sair planejando ouencomendando planejamento de mdio e longo
prazo, preste ateno no que significa o seu
negcio num raio de 1 km. esse o seu
laboratrio, a que voc vai aprender os
princpios e as sutilezas das relaes de mercado.
o jeito mais econmico de experimentar, de
errar, de tentar outra vez, de corrigir-se e crescer.
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No momento em que consolidamos nosso
negcio como um empreendimento-referncia
dentro de uma determinada comunidade, nos
apropriamos de um case particular, ou seja, de
um modelo, de um jeito de fazer, forjado na
experincia, o mais eficaz dos aprendizados.
Quando transformamos nosso
empreendimento num sucesso de um mercadodentro de um raio de 1 km, conquistamos a
necessria segurana para nos sentirmos
competitivos num raio de 10 km.
H que se respeitar as premissas do es pao e do
tempo. Tempo para fazer, oferecer, observar,
interpretar, adaptar, reapresentar, ouvir, inova r,
arriscar, crescer Precisamos vivenciar cada um
desses momentos, experimentando um sincero
e profundo amor pelo trabalho que estamos
realizando.
A histria de um empreendimento
absolutamente encantadora. Porque se confunde
com a histria de nossas vidas. Alm da
materializao dos sonhos, o compartilhamento
de nossas qualidades com os outros. isso o que
nos habilita para o mercado, o sentimento de que
estamos dividindo o nosso talento com a
necessidade alheia.
O mercado decorrncia da nossa comunho
com os outros.Afinal, para que o nosso negcio seja vivel so
necessrias duas condies fundamentais:
As duas tm o mesmo peso. Todo planejamento
deveria nascer impregnado dessas questes. Elas
carregam a chave do acesso ao mercado.
Na primeira, que se refere a nossa necessidade,
o que torna a condio ns precisarmos dele
cada vez mais dramtica a pouca importncia
que tem sido dada s vocaes.
Hoje, quando se trata de empreender, a questo
da vocao passou a ser valorizada como
vocao para negcios, em lugar de vocao
para o negcio. E o que so negcios? umageneralizao que trata do empreendimento sob
a tica do lucro, apenas. Ou seja, o bom
negcio o negcio que d lucro.
A partir da, se estabelece uma escala que
qualifica os negcios, como piores ou
melhores, de acordo com a velocidade e a
quantidade em que se d o lucro. um conceito
perigosssimo, antagnico vocao para o
negcio.
Diferente da vocao para negcios, em que
o lucro a causa da afeio pelo negcio, a
vocao para o negcio compreende o lucro
como conseqncia da afeio pelo negcio. Isso
faz muita diferena.
A questo :
So situaes bastante diferentes. Por exemplo,
se voc acha o seu endereo conveniente para
abrir uma floricultura e voc tem vocao para
empreender numa floricultura (vocao para onegcio), o recomendvel que voc abra uma
floricultura. J se voc tem vocao para
negcios (portanto, no tende a amar o
negcio de floricultura), o recomendvel que
voc venda ou alugue o seu endereo para uma
rede de floriculturas.
1. NS PRECISARMOS DELE.
2. OS OUTROS PRECISAREM DELE.
1. A MINHA VOCAO PARA O NEGCIO.
2. A MINHA VOCAO PARA NEGCIOS.
incontvel o nmero de pessoas com faro para
oportunidades, que olham, vem e tm certeza
de que abrir um empreendimento de
determinado ramo naquele lugar garantia de
sucesso. Abre e vai mal. Passa adiante para
algum do ramo e o negcio comea a ir bem.
Ou seja, as condies de mercado no se
bastam para viabilizar um empreendimento. Elas
precisam das vocaes para vingar.
Vocaes diferentes promovem olhares com
focos diferentes para a mesma coisa. Por isso,
to importante termos muito claras as
motivaes que nos movem no mundo dos
negcios. Elas solicitam recomendaes muito
especficas em termos de planejamento.
Uma equaozinha simples nos d, de sada, a
diferena monumental entre dois
empreendedores num negcio envolvendo
floricultura, por exemplo.
H ocasies em que as atitudes de um e de outro
podero se confundir e dar-nos a falsa
impresso de que seus propsitos so iguais.Por exemplo: um empreendedor com vocao
para negcios identifica um bom endereo
para uma floricultura e monta a floricultura.
Embora ele no tenha vocao para o negcio,
ele estuda o negcio, mas sob o filtro dos seus
objetivos: como montar uma floricultura que
parea interessante aos olhos dos
empreendedores em floriculturas.
Agora, alm da oportunidade representada pela
localizao, ele tem o prprio ponto para vender,
com a aparncia que desperta ateno das
pessoas do ramo. No entanto, ele sabe que no
pode ficar com o negcio por muito tempo, pois
as condies prprias da sua vocao para
negcios no servem, por muito tempo, para
atender s demandas prprias do negcio queexige que se tenha vocao para o negcio.
Essas demandas exigem um padro de
dedicao, exigem uma disponibilidade de tempo
que ele no tem.
Sua atividade no caso - a intermediao de
imveis - trabalha num ritmo muito diferente
daquela exercida por quem tem vocao ou
envolvimento afetivo com o negcio de vender
flores.
Ento, voc j conseguiu se situar entre esses
dois personagens do mercado? Essa
identificao muito importante para evitar
aborrecimentos no futuro.
A verdade que desenvolver o plano de
desenvolvimento para um empreendimento que
vai ser tocado por algum sem vocao pode se
tornar uma enorme perda de tempo e gerar uma
despesa irrecupervel.
A vida de empreendedor cheia de solavancos,
sustos, variaes de comportamento do
mercado, altas e baixas de preos, eventuais
faltas de mercadorias, acidentes, prejuzosinesperados O que vai determinar se, apesar
disso tudo, ns somos felizes fazendo o que
fazemos a nossa vocao.
EMPREENDEDOR COM VOCAOPARA O NEGCIO
MERCADO: COMPRADORESDE FLORES
EMPREENDEDOR COM VOCAOPARA NEGCIOS
MERCADO: COMPRADORESDE FLORICULTURAS
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ASPESSOASPRECISAM
SABERQUEVOC
GOSTADOQUEFAZ.
Provavelmente voc nunca deve ter lido essa
recomendao expressada com tanta nfase num
livro sobre marketing. No entanto, ela a mais
importante recomendao que um profissional de
marketing deve dar a seus clientes. O problema
que os profissionais costumam ter certa
dificuldade em lidar com o simples, ficam
desconfortveis, julgando-se superficiais em
assuntos que solicitam tanta profundidade.
Na verdade, certos profissionais de marketing
muitas vezes no tm coragem de assumir que o
trabalho deles dar trabalho para voc. cobrar
atitude, iniciativa, amor a sua marca, em vez de
apresentar uma papelada com tudo mastigadinho
sobre o que voc deve fazer para vencer na vida.
No assim que funciona, essas regras no
existem.
E como que funciona esse negcio de dar a
perceber que gostamos do que fazemos?
Ocorreu comigo h algum tempo um episdio
emblemtico. Viajava com minha esposa pelo
litoral do estado de Santa Catarina, quando
resolvemos entrar na cidade Garopaba. Era um
comeo de noite e ns havamos almoado pouco.
Queramos jantar direito.
O guia de viagens que carregvamos recomendava
um determinado restaurante. Fomos para l.
Ficava nua ruazinha aprazvel e tinha uma
decorao rstica, mas de muito bom gosto.
Quando estacionvamos, percebemos uma
senhora bem arrumada que regava o jardim
prximo entrada do restaurante; jardim, diga-se
de passagem, tambm muito bonito e bem
cuidado.
Pedimos nossos pratos, obedecendo a um certo
estilo do lugar, que sugeria peixes e frutos do mar.
Mas a comeou a nossa decepo. Os pratos
insossos estavam longe de qualquer proposta que
merecesse alguma recomendao. Foi muito
desagradvel. Deixamos tudo praticamente
intocado e pedimos a conta.
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Foi interessante observar que os pratos foram
retirados, levados para a cozinha, a conta trazida
e, em nenhum momento, o fato mereceu
qualquer comentrio da parte da casa.
J rodando em busca de outro lugar para comer,
comentei com minha esposa sobre a senhora
que havamos visto regando o jardim quando da
nossa chegada ao restaurante. Parecia evidente,
desde o incio, que ela fosse a dona do lugar, fato
que depois comprovamos durante a nossa
permanncia.
Ora, se na hora de preparar a comida, servir o
jantar e acompanhar o servio aos clientes - o
momento mais dramtico da vida de um
restaurante -, a dona do restaurante estava
regando o jardim, era evidente que ela estava
no negcio errado. A comida daquela casa no
poderia ser mesmo ser boa.
Talvez essa senhora deveria ter um negcio de
decorao, uma loja de artesanato ou mesmouma bela floricultura. Nunca um restaurante!
Escrevemos para o guia, dando conta da falha
deles e nunca mais pisamos l.
Na mesma noite, j com a fome apertando e sem
muita pacincia para escolhas minuciosas,
entramos num restaurante desses de comida
por peso, numa avenida movimentada. Demos
uma olhada no buf - a comida era tipicamente
caseira e fresca - e resolvemos ficar por ali
mesmo.
No demorou muito saiu da cozinha uma
senhora, vestindo um avental impecavelmente
branco e usando uns culos de aros de
tartaruga, com uma travessa nas mos.
Dirigiu-se ao buf e tratou de arranjar por ali
mais aquele prato. Antes de sair, passeou
cuidadosamente os olhos em cada uma das
sugestes, dando uma mexida aqui e ali com
uma colher de pau.
Acompanhei todos os seus gestos com muita
ateno e experimentei uma sensao de
absoluta confiana de que comeramos muito
bem naquele lugar.
No deu outra.
Quando evidenciamos o gosto pelo que fazemos,
isso tem um efeito multiplicador em torno de
ns, sobretudo na comunidade da marca.Nossos colaboradores, uma vez impregnados
por essa espcie de encanto, vo reproduzir as
nossas melhores atitudes nas mais diversas
circunstncias.
Lembram do garom do tal restaurante de
Garopaba? Retirou os pratos praticamente
intocados, como se o fato do cliente no ter
comido o que foi servido no t ivesse nada a ver
com os objetivos da casa. Seu comportamento
seguiu o padro de indiferena com o negcio
principal demonstrado pela patroa.
Vivenciei outros dois casos que tambm ilustram
bastante bem essa tese.
E, aqui, revelam a fora da mentalidade do dono
sobre o comportamento dos funcionrios.
Cumprindo esse ritual de simplicidade
em nosso planejamento estratgico,
temos duas perguntas para responder:
1. Eu gosto do que fao?
2. Os outros esto percebendo que eu
gosto do que fao?
Todos sabemos da paixo que o comandante
Rolim Adolfo Amaro nutria pela aviao e pela
TAM, sua companhia area. Essa paixo era
demonstrada a todo momento, nenhuma ocasio
era desperdiada para fazer chegar a quem quer
que fosse que viajar pela TAM era viajar numa
companhia que era a menina dos olhos de seu
proprietrio. Que conforto para os clientes! Que
segurana! Conceitos fundamentais para a
consagrao da imagem de uma companhia
area eram alimentados todos os dias por
expresses de amor ao trabalho. E impregnavam
a postura da equipe frente s suas obrigaes.
Tive um exemplo claro disso na ocasio em que
um vo da ponte area entre So Paulo e Rio,
operado pela TAM, sofreu um atraso de mais de
uma hora. Ora, para uma viagem de 40 minutos,
com partidas de trs companhias de meia em
meia hora, um absurdo submeter o cliente a
uma espera to grande, sem tomar nenhuma
providncia para atend-lo melhor. Foi o que
ocorreu. Eu tinha compromisso com um
programa ao vivo de televiso e, percebendo o
tempo passar, fui diversas a atendente pedir
informaes e ela sempre me dizia que j amos
embarcar.
Mas o embarque somente se daria bem depois.
Bastante contrariado, no me contive ao ver o
comandante daquele vo e expressei o meu
protesto.
Eu esperava um pedido de desculpas, mas eleme surpreendeu: alm de pedir desculpas,
afirmou que isso no podia acontecer com uma
companhia que dizia ter o foco no cliente.
Parecia adivinhar que eu era um profissional de
marketing, ao usar de uma linguagem to
apropriada para o meu convencimento.
A verdade que sua atitude demonstrou
tamanha conscincia dos compromissos da
companhia com os clientes que me satisfiz com
a resposta.
Viajando em outra companhia regional, cujo
proprietrio est muito longe de trabalhar com
a paixo com que trabalhava o comandante
Rolim, testemunhei um fato digno de registro,
s que revelador exatamente do contrrio do
que testemunhei na TAM: uma absoluta falta de
amor ao trabalho de quem a representa junto
aos clientes.
Por uma trapalhada no despacho dos
passageiros para a aeronave, acabamos ficando
num nibus estacionado na pista por longos
minutos. Ao entrar no avio, um cidado
reclamou do ocorrido para a comissria.
Sua reao foi pattica: a culpa no minha,
senhor, do pessoal de terra. Fiquei bobo.
A resposta revelava que o proprietrio do
negcio poderia at ter vocao para
negcios, mas certamente no tinha nenhuma
vocao para aquele negcio.
isso a. Como os filhos costumam ser espelhos
dos pais, aos olhos dos outros, seus funcionri os
revelam o grau de paixo do patro pelo que faz.
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C
OMOD
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STRA
R
QUEV
OCGOS
TADO
NEG
CIO
QUEEST
FAZEN
DO?
1. Voc tem um scio, cujo maior sonho dar
uma grande tacada?
Livre-se dele.
No tem nada menos recomendvel para o
futuro de um empreendimento do que um scio
que vive preocupado em dar a grande tacada
que vai mudar a sua vida. Quem vive sonhando
com uma grande tacada no tem tempo para
pensar no prprio negcio. Est nele por acaso,
poderia estar em qualquer outro. uma espcie
de ave migratria que, ao primeiro sinal do
inverno, levanta vo em busca do quente.
Representa a anttese do que falamos at agora
- gostar do negcio e demonstrar que gosta
do negcio.
algum que nas oportunidades de divulgar o
negcio, nos contatos de mercado, vai priorizar
a expresso de sua busca da grande tacada e
desperdiar oportunidades importantes para a
const r uo p r ud ent e e p au l a t i na d o
empreendimento de vocs.
Outra coisa: o mercado tem um certo p atrs
com quem se ocupa com tanto afinco de
generalidades, de algo etreo, sem um endereo
certo. Cheira a oportunismo.
Se voc no tem esse scio, timo; voc nem
precisa dele. No h aporte de capital que
justifique voc trazer para o projeto que voc
ama, algum incapaz de am-lo. Lembre-se: o
amor ao negcio traz dinheiro; o dinheiro no
traz necessariamente amor ao negcio. E
dinheiro, um dia, acaba.
Se precisar de um scio, procure algum do
ramo, que tenha uma histria. Pode ser uma
experincia bem-sucedida ou no. Isso no temtanta importncia, afinal, h muita gente boa,
capaz, talentosa, eficiente no seu ramo, mas que
administra mal e a acaba quebrando. O que no
invalida suas virtudes.
Alis, se voc for um bom administrador, esse
pode ser um casamento perfeito.
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2. D o exemplo. mais importante do que
falar.
Ao longo da sua trajetria, como pequeno
empreendedor, no vo faltar recomendaes
e ofertas de servios de treinamento de pessoal,
de palestras motivacionais e de cursos de
administraes de recursos humanos. Algumas
dessas propostas valem a pena, a maioria
perda de tempo e desperdcio de dinheiro.
Com o tempo e a experincia voc vai acabar
aprendendo a fazer o filtro correto.
Por enquanto, o que eu posso lhe dizer o
seguinte: aposte no seu amor ao negcio e d,
na prtica, o exemplo para o seu pessoal. Isso
to insubst ituvel quanto a fam l ia
insubstituvel na educao de uma criana. Uma
boa escola pode dar uma formao boa na rea
do conhecimento. Mas a boa educao quem vai
dar a famlia.
Assim tambm ocorre na relao dos
empreendedores com seus colaboradores.
Voc e seu pessoal constituem os pilares da
comunidade da marca. do trabalhoharmnico de vocs que se constituir a base
conceitual sobre a qual ser construda a
reputao da marca. Ou seja, a primeira opinio
sobre o que fazemos nasce dentro de casa. E,
dificilmente, a opinio externa, no futuro, ser
diferente da opinio interna hoje.
Portanto, considere a percepo que seu
pessoal tem do negcio como um dos
patrimnios mais valiosos da empresa. Essa
percepo comea no valor que voc d ao que
faz. E a vale a pena a gente lembrar da
inconvenincia de um scio desalinhado com
esse pensamento, aquele scio focado numa
grande tacada.
Os exemplos so dados de diversas formas, mas
o mais importante que nas atitude haja
coerncia. Aquela coerncia natural de quem
est fazendo o que gosta.
3. Elogie a concorrncia. o seu negcio que
est sendo avaliado.
Quando um concorrente nosso quebra, isso, a
princpio, pode parecer uma boa notcia. Mas se
voc pensar um pouquinho, vai ver que, na
verdade, essa notcia no tem nada de bom.
Queiramos ou no, aos olhos do mercado, o que
fica em questo a viabilidade da prpriaatividade. Afinal, por que o consumidor no
poder pensar que o Fulano quebrou por
trabalhar direito e os outros no quebram
porque so mais espertos, no mau sentido?
Gostar do que se faz encarar com um
encanto natural tudo o que relativo ao
prprio negcio.
E nada est mais relacionado ao nosso
negcio do que os negcios dos nossos
concorrentes.
preciso olhar para eles com carinho. Aprendercom os erros e os acertos deles. Aprender,
principalmente, com nossas perdas para eles.
Lembre-se: no frigir dos ovos, a competio
saudvel aquela que se d no campo da
qualidade.
Da mesma forma com que o amor dos
pais a base de uma boa educao dos
filhos, o amor do empreendedor por seu
negcio a base do bom exemplo para
seus funcionrios.
Tudo, portanto, o que estimula mais busca de
qualidade da nossa parte deve ser sempre visto
com bons olhos, motivo de reflexo pessoal e
avaliao em equipe.
O consumidor no bobo. Mais dia, menos dia,
ele acaba descobrindo o melhor custo/benefcio.
O que torna totalmente desnecessrio tecercomentrios desairosos a um concorrente s
porque ele tomou uma iniciativa suspeita que,
num primeiro momento, afetou os nossos
resultados.
Tenha pacincia, d tempo ao tempo.
A experincia ensina que o cliente mais fiel no
o que est com voc agora, mas aquele que
vai voltar depois de uma experincia equivocada
com outro fornecedor. Se voc, nesse perodo,
mantiver a classe com relao concorrncia e
sustentar uma comunicao elegante com seu
cliente, melhor ainda. Sero verdadeiras atitudes
de lder ou de um lder potencial.
J o contrrio, reagir com retaliaes, tentativas
de desmerecer os outros ou entrar numa guerra
de preos ou ofertas, pode ter um efeito
extremamente nefasto junto ao consumidor.
Primeiro, porque ningum gosta de ser acusado
de incompetente: se o seu cliente optou por
comprar do concorrente, ele acredita que tomou
uma deciso inteligente para as circunstncias;
tentar apontar defeitos na iniciativa, portanto,
no uma boa poltica. Depois, entrar numaguerra de preos, uma faca de dois gumes: se,
num primeiro momento, isso pode criar um
impasse na cabea do seu cliente, pode tambm
deixar uma forte impresso de queele foi
explorado por voc at agora.
O recomendvel, com relao concorrncia,
adotar duas posturas bsicas:
- Acredita r que se o nosso negcio vai bem
porque o mercado bom para aquilo que
fazemos; torcer, portanto, para que todos vo
bem.
- Pensar que est construindo uma reputaode marca dentro de um mercado; por isso,
encarar sempre os concorrentes, junto com
os clientes, como os melhores monitores para
suas atitudes.
4. Construa uma imagem pessoal de
especialista.
Quem gosta do que faz no fica alheio a nada
do que se passa e que diga respeito a sua
atividade. Interessa-se em ler, ouvir, debater.
um personagem sempre presente nos momentos
mais importantes para a vida do segmento. Se
tiver vocao para a liderana, acaba presidindo
alguma entidade representativa. Se essa no
for sua vocao, de qualquer modo dar um jeito
de aportar sua contribuio na consolidao e
no aperfeioamento do negcio como um todo.
Isso importante para a construo da imagem
da marca. O consumidor gosta de saber que voc
um especialista, do ramo, no apenas um
player, um investidor que poderia estar
apostando em qualquer outro negcio em que
farejasse um lucro fcil.
Ser um profissional do ramo a quem a imprensaprocura sempre que necessite algum
depoimento significativo faz de voc um
formador de opinio. Mas para que essa
exposio seja positiva, necessrio um preparo
srio, preciso conhecer no apenas a situao
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do seu ramo de atividade no momento e no lugar
em que voc est instalado, mas ter uma viso
global da atividade, contemplando sua histria
e como ela se comporta no mundo. a fora do
contedo do seu depoimento que vai dar
consistncia imagem que voc vai deixar no
mercado. E que vai estimular a mdia a
procur-lo mais vezes.
Voc no precisa esperar o seu empreendimento
crescer para se dar ao direito de ocupar esse
espao pessoal.
Conhecer profundamente o seu negcio e usar
esse conhecimento apenas para consumo
interno ou conhecer superficialmente o negcio
e especial izar-se, como compensao
superficialidade, em marketing e relaes
pblicas, so equvocos que deve ser evitados.
Para o bem da sua marca, o verdadeiro
especialista precisa de um suporte profissional
de marketing, relaes pblicas e assessoria de
imprensa para tornar pblicas e notrias suasmelhores capacidades. Ficar quieto, nesse caso,
desperdiar um tempo precioso na construo
da marca.
Por outro lado, nada mais prejudicial para seu
prprio negcio do que um amador falando
pelos cotovelos, em pblico, sobre o que no
conhece.
O que determinante no trabalho para tornar-se
um sinnimo da prpria atividade?
- Conhecer todos os aspectos tcnicos donegcio.
- Conhecer todas as prticas comerciais do
negcio.
- Conhecer a histria do negcio e o histrico
de suas inter-relaes com outras atividades.
- Conhecer a situao do mercado e o
comportamento do negcio no mundo.
- Contratar profissionais de marketing e de
relaes pblicas e assessores de imprensa
que potencializem publicamente sua cultura
sobre o negcio.
- Participar ativamente, com ou sem interesse
em cargos diretivos, da vida associativa do
negcio, dando regularmente a sua
contribuio.
- Cr ia r oportun idades de pub l icar ,
eventualmente, artigos sobre o negcio,
cuidando para que os conceitos apresentados
carreguem propsitos inovadores ou crticas
fundadas a agentes prejudiciais a atividade.
5. Dedique uma parte do seu tempo a formar
gente.
Uma das grandes motivaes de quem
apaixonado pelo que faz ensinar a profisso.
Os que tm tempo e vocao para o ensino
regular acabam dando aulas em escolas. Outros
p r efer em faz- l o em seus p r p r i os
empreendimentos. Considerando que a sua
empresa ainda pequena e deve exigir
dedicao integral, talvez o ideal seja voc
adotar jovens sem experincia para ensinar-lhes
a profisso.
Alm de atender a um apelo tpico do esprito
do verdadeiro prof issional , voc estarcumprindo um papel social importantssimo.
De acordo com o entusiasmo que voc
demonstrar nessa prtica, mais do que novos
prof issionais, voc estar formando,
simultaneamente, uma legio de admiradores
TODAD
EMONSTRA
O
DEGRANDE
ZA
QUEVOC
DER
EM
QUALQ
UER
TEM
PO
UMA
SIN
ALIZ
ADORA
PODER
OSA
DOPOTEN
CIAL
DESU
AMA
RCA
.
que, continuando com voc ou no depois de
aprender, certamente vo compartilhar com
outras pessoas a impresso positiva que voc
deixou. um instrumento muito eficaz na
alavancagem da imagem da marca, a longo
prazo.
6. Pratique criatividade.
A busca permanente de um jeito novo de fazeras coisas outra marca inconfundvel de quem
apaixonado pelo que faz. A criatividade nos
mtodos e procedimentos de produo e
administrao, nos padres de relacionamento
com fornecedores e clientes, nas formas de
apresentar-se publicamente, so indicadores de
uma marca moderna, dinmica, tocada por gente
decididamente focada no negcio e a caminho
de tornar-se uma verdadeira locomotiva das
tendncias do segmento.
Essa energia, fatalmente, vai influenciar seu
pessoal e alcanar a sensibilidade do
consumidor.
Insisto: isso nada tem a ver com o
empreendimento ser grande ou pequeno,
fisicamente, ou mesmo em termos de alcance
de mercado no momento. , antes de tudo, uma
atitude de marketing, trabalhando a construo
de conceitos que estaro impregnando a marca
e a transformando em verdadeira referncia no
segmento.
O verdadeiro amor quele trabalho que se
escolheu para ganhar a vida e empreender seu
talento faz toda a diferena. E essa diferenaprecisa acontecer, ser percebida. Por isso, no
basta pular cedo da cama, correr feliz para a
empresa e dedicar-se horas a fazer um trabalho
correto, honesto, digno. Essas coisas todas s
se transformam em percepo de marca quando
elas acontecem da porta para fora, atravs de
atitudes criativas.
7. Faa propaganda.
Fazer propaganda contar para todo o mundo
o resultado de uma aplicao entusiasmada num
determinado empreendimento.
Quando voc conta para seus parentes e amigos
uma conquista importante obtida numa jornadade trabalho, voc est fazendo propaganda
dessa conquista, do seu trabalho e de voc
mesmo.
A propaganda, como expresso da paixo que
nutrimos por nossa atividade, insubstituvel.
Ela revela que estamos orgulhosos, confiantes,
felizes com o que alcanamos e que estamos
seguros de que outras pessoas vo compartilhar
conosco desse estado de esprito.
Por isso, fazer propaganda, do jeito que for
possvel, parte do conjunto de atitudes que vai
revelar que gostamos do que fazemos, que
somos dignos de fazer e competitivos em termos
de mercado.
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CONS
TRUIRM
ARCA
UMA
ESP
CIEDE
ENGEN
HARIA
Imagine que a mente do consumidor um
imenso terreno. E que esse imenso terreno est
dividido em condomnios. E que num desses
condomnios voc tem um lote para construiruma casa.
Essa casa se chama percepo programada da
marca.
Percepo de marca um negcio to
interessante que se voc no fizer
absolutamente nada, ela se constri sozinha.
O problema que ao se construir sozinha ela
no obedece a nenhuma regra da engenharia
do marketing e fica entregue prpria sorte.
Da mesma forma com que terrenos
abandonados formam uma impresso negativa
dos seus proprietrios, marcas que no tm um
acompanhamento zeloso deixam a impresso
de que os responsveis por elas no esto nem
a para o que os outros pensem delas. Isso
grave. Afinal, se a percepo pblica de um de
s e u s m a i o r e s p a t r i m n i o s
- a marca - no merece a devida ateno, as
pessoas j imaginam como a produo, aquilo
a que quem est de fora no tem acesso. Ou se ja,
negligenciar a imagem da m arca dar margem atoda sorte de especulaes por parte do mercado
sobre o seu negcio como um todo.
Essas coisas podem ser evitadas com
procedimentos simples, econmicos, mas que
necessitam de permanente monitoramento
profissional.
Observe as seguintes recomendaes e ganhe
tempo na construo da imagem da sua marca:
1. A criao da marca deve ser tratada com
profissionalismo para que voc no tenha que
mudar tudo depois.
Se tudo o que voc pode fazer pela marca, hoje,
o mnimo, a esse mnimo que voc deve dar
toda a ateno, pensando que est dando os
primeiros passos naquilo que vai ser a cara do seu
negcio.
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No porque ainda no tem verba para fazer
uma grande campanha de publicidade que voc
pode dar pouca importncia imagem da sua
marca. Pelo contrrio: exatamente quem no
tem verba para corrigir eventuais falhas de
comunicao, a curto ou mdio prazo, que deve
evit-las desde o incio.
Nunca esquea de que, desde a primeira ao
voltada para a construo da marca, existe umcompromisso de coerncia entre o que se faz
agora e o que se far no futuro. Ficar se
comportando de maneira diferente com relao
construo da marca em momentos diferentes
da histria do empreendimento desperdiar
tempo e adiar indefinidamente a consolidao
de uma imagem clara na mente do consumidor.
Nenhum momento menos importante.
Onde e quando a marca aparece, sempre
importante.
Como todo documento que voc assina.
A ESCOLHA DO NOME.
Para voc ter uma idia da importncia desse
assunto, existe uma diviso no marketing
chamada naming, uma cincia especializada
na busca do nome mais apropriado para o seu
produto, servio, loja, etc.
Provavelmente, poder se constituir num luxo
excessivo voc comear seu negcio chamando
um especialista e investir dinheiro na criao
de um nome para ele. Se puder contrataralgum, timo.
O importante agora saber que, embora haja
quem diga que se nome fosse importante,
Caracu no seria nome de uma cerveja de
sucesso, o nome pode ser um facilitador na
fixao da marca pelas pessoas e um gerador
importante de empatia.
Por isso, bom dar uma estudada criteriosa no
assunto, observando as associaes de idias
entre nome e produto; nome e pblico-alvo;
nome e matria-prima, entre as idias que
ocorrem a voc ou a outras pessoas que estejam
colaborando com voc, por exemplo.
Critrios como esses diminuem a chance de se
fazer uma bobagem logo de sada.
Considere seriamente que, principalmente nesse
momento em que ainda no significamos nada,
adotar um nome que tambm no significa nada
ou que remeta a outra coisa s atrapalha.
Uma iniciativa interessante ir internet e dar
uma olhada na histria das marcas conhecidas
e pesquisar a origem das suas adoes.
A compreenso dos critrios adotados para a
criao de algumas marcas conhecidas pode
servir de inspirao para a s ua tarefa de escolher
um nome para o seu empreendimento.
Depois do nome escolhido, voc deve procurar
um escritrio especializado em marcas e
patentes para garantir que ele no est
registrado em nome de outro na mesma
categoria e tratar de fazer o registro em seu
nome. Essas coisas parecem bvias, mas muita
gente boa, depois que cresceu, teve que pagar
uma nota preta para o proprietrio da marca,
sob pena de perd-la.
Um caso incrvel o do Brasil: depois de 500
anos investindo nas expresses cupuau e
rapadura, teve que negociar com Japo e
Alemanha o uso dessas marcas registradas,
espertamente, por eles.
A CRIAO DA LOGOMARCA.
A, no tem jeito: ou voc do ramo ou vai ter
que chamar algum do ramo para cuidar disso.
No adianta voc ser uma pessoa criativa e de
bom gosto para um monte de coisas.
Desenhar uma logomarca no pertence
categoria um monte de coisas. Guarde a sua
criatividade para o seu negcio. Alis, respeitar
os outros nas especialidades deles o primeiropasso para sermos respeitados nas nossas.
Mas isso no significa que voc no tenha que
ter opinio sobre o assunto.
Tem que ter e muita.
Trate, portanto, de estudar aquilo que vai pedir.
No precisa ser necessariamente um estudo
profundo, mas suficiente para formar uma noo
do porqu das coisas e adquirir um certo senso
crtico para avaliar o que vai ser apresentado
pelo seu fornecedor.
Voc no obrigado a aprovar a primeira
sugesto que for apresentada. Nem a segunda,
nem a terceira. Alis, voc no obrigado a nada
em termos de aprovao. Voc pode, inclusive,
solicitar sugestes para mais de um fornecedor.
O que voc no pode deixar de remunerar o
custo de quem trabalhou para voc, tenha voc
aprovado o trabalho ou no. Remunerar o custo
no pagar pela marca desenvolvida e
reprovada, apenas evitar o prejuzo de quem
investiu tempo e dinheiro fazendo alguma coisa
que voc pediu e que voc, por algum motivo,
no aprovou.Combinar isso, logo de sada, vai pegar bem para
voc.
Um bom procedimento convidar diversos
fornecedores para conversar, conhecer o
trabalho que eles fazem e especular sobre suas
capacitaes profissionais. E s, ento, depois
de uma boa avaliao, escolher aqueles a quem
voc vai encomendar a tarefa. No descarte os
melhores profissionais s porque so mais caros.
Faa o contrrio: priorize uma boa negociao
com eles.
Os bons profissionais respeitam os pequenosempreendedores que fazem questo de
trabalhar com os melhores provedores de
servios, apesar das limitaes financeiras
tpicas de quem est comeando.
Demonstrar conscincia de que o seu sucesso
depende tambm de contar com parceiros
qualidade e agir eticamente com eles tambm
faz parte da construo da imagem da marca.
A APLICAO DA MARCA.
Quando voc encomenda a criao da
logomarca do seu empreendimento, desse
pacote devem fazer parte as aplicaes da
logomarca. E um manual de identidade visual,
com todas as instrues para as diversas
modalidades de uso da marca. Quanto mais o
manual for respeitado, mais unidade de
comportamento ter o uso da sua marca.
bobagem comprar a logomarca e depois se
encarregar ou encarregar a uma grfica
qualquer os seus diversos usos. Os profissionais
que criaram a logomarca so as pessoas mais
recomendadas para fazer os estudos da melhor
aplicao da logomarca. Profissionaisverdadeiros quando criam j pressupem,
considerando a modalidade de servio ou
produtos que est em questo, as diversas
possibilidades de utilizao que a logomarca vai
ter. E j criam o design prevendo seu
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encaixe nas diversas aplicaes.
Isto importante porque significa que eles esto
envolvidos com a marca desde o comeo e vo
trabalhar buscando dar personalidade s
aplicaes. J uma grfica, envolvida a partir
de certo momento no projeto, tende a dar uma
soluo padro. Afinal, o negcio principal da
grfica no esse, imprimir.
O ideal que sejam pensadas aplicaes de uso
imediato e aplicaes de uso futuro.
O que so aplicaes de uso imediato? Cartes
de visita, notas fiscais, oramentos, papel de
correspondncia, envelopes, etc.
Se o nosso negcio uma loja, a aplicao deve
prever, naturalmente, a fachada da loja, o
uniforme de funcionrios, a sinalizao interna,
etc. Se for uma indstria, provavelmente, vai
precisar da aplicao da marca em embalagens,
em veculos de distribuio, em catlogos, etc.
Seja como for, interessante prever aplicaes
da marca que hoje a nossa verba ainda no
alcana, mas que, mais cedo ou mais tarde, sero
necessrias, como em anncios em jornais, em
revistas, em outdoors, assinando comerciais de
televiso, etc.
Lembre-se: existe uma variedade enorme de
formas de aplicao da marca.
Pea e aceite sugestes de seu fornecedor.
Construir um lao de afeio com relao ao
futuro do seu negcio com seus fornecedores
uma boa medida: voc certamente receber,
espontaneamente, contribuies valiosas para
seus planos.
2. No se iluda: a propaganda boca a boca no
grtis.
Alguns pequenos empreendedores mais
teimosos acreditam que o sucesso da marca
depende apenas da qualidade do produto ou do
servio e que o resto - da propagao das
qualidades experimentadas - o consumidor se
encarrega fazendo propaganda boca a boca. Noh dvidas de que a propaganda boca a boca
surte grande efeito pela credibilidade que
desperta. Mas no podemos esquecer de que,
ao apostarmos nessa estratgia, temos que
pensar tambm na ttica. Estratgia sem ttica
como um plano de ao sem meios eficazes
para ser implementado.
Afinal, o consumidor pode estar muito satisfeito
com a experincia vivida mas, na hora de
recomendar para os outros, confrontar-se com
muitas dificuldades porque na ocasio da
compra no teve estimulada a memorizao dos
smbolos que representam o lugar onde esteve.
Considerando que a utilizao da chamada
propaganda boca a boca pressupe que voc
quer transformar o consumidor num publicitrio
a servio da sua marca, isso pede, como
princpio, a disponibilidade de:
Normalmente, quem aposta suas fichas na
propaganda boca a boca confia na qualidade dos
produtos que vende ou dos servios que presta.
Faz sentido. E muito provvel que as
Condies ideais para uma boaexperincia de consumo.
Condies ideais para a
memorizao das referncias.
pessoas saiam por a falando bem da experincia
de consumo que tiveram.
Mas se esse mecanismo de propagao da marca
to bom, por que no trabalhar na sua
otimizao? Isso vai bem alm de prestar um
bom servio ou vender um bom produto.
Significa entregar junto com a mercadoria, os
indicativos mais precisos possveis para amemorizao daquela experincia, facilitando
ao nosso cliente-publicitrio a tarefa de nos
recomendar.
Se temos uma loja, a nossa localizao deve ser
muito mais do que uma rua ou avenida e um
nmero. Deve ser um nome adequado, de
sonoridade agradvel, que remeta a aspectos
positivos. Deve ser uma cor prpria,
predominante, promocional, presente no
ambiente como um todo e nos detalhes que
sero carregados para fora da loja: sacolas,
papel de embrulho, cartes, etc.
Se fabricamos produtos, nossa apresentao,
nossas embalagens, devem refletir a qualidade
do que carregam, ao mesmo tempo em que sua
programao visual deve ser coerente com
todos os demais itens que levem nossa marca.
Temos que formar uma nica impresso
memorvel de tudo.
Ou seja, ns temos que oferecer para esse
admirador uma bandeira para que ele possa
nos vender por a.
Historicamente, as pessoas se juntam em tornode smbolos. assim na religio, na poltica e
nos esportes, por exemplo. Na arregimentao
de novos fiis, esses smbolos tm papel
preponderante.
Pegue o caso do McDonald's, por exemplo. Entre
na loja e observe que o investimento na
padronizao visual e nos cones memorveis
no deve ser menor do que o investimento na
matria-prima do que a loja serve a seus
clientes.
Portanto, se voc entende que a propaganda
boca a boca um mecanismo apropriado para
a fase inicial de seu empreendimento, no
cometa a bobagem de achar que ela dresultados sozinha. No, ela apenas uma
forma. Para que seja eficiente, depende do
contedo que voc aportar.
Aprenda a investir nesses agentes espontneos
de construo de marca. D a eles subsdios,
referncias e smbolos para que possam
orgulhar-se de suas bandeiras na busca de novos
fiis.
Os clientes que fazem propaganda boca a boca
so como pedreiros trabalhando na construo
da sua marca. Voc precisa dar uma pla nta para
eles construrem do jeito que voc quer.
3. Pesquise. caro? Ento, pesquise.
Uma construo eficiente de imagem de marca
precisa de muita pesquisa. E pesquisa sria,
profissional, cientfica, custa dinheiro, um bom
dinheiro. Um dinheiro que, talvez, voc ainda
no disponha.
Nesse caso, a pior soluo a improvisao,
juntar um bando de amadores que vo sair por
a fazendo perguntas para seus clientes ou
potenciais clientes. Os resultados costumam ser
pssimos.
Pesquisa um negcio muito srio. No final,
ela vira uma espcie de carta de navegao
pela qual ns vamos nos guiar.
Uma interpretao equivocada e l vamos ns
de encontro montanha.
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Mas se voc no tem dinheiro para fazer
pesquisa direito e no deve fazer pesquisa torta,
o que fazer? Pesquisar.
Nem s de pesquisar os consumidores vive a
pesquisa. Pesquisar as tendncias do seu ramo
de atividade pode substituir muito bem a
pergunta direta ao consumidor. E essa pesquisa
voc pode fazer na internet, por exemplo, na
mdia, em geral, lendo livros e viajando, se tiver
tempo e algum d inheiro para comprar um pacote
promocional de seis noites em Nova York
(custam, mais ou menos, 1.400 dlares, com
passagens e hospedagem e voc pode pagar em
seis prestaes, sem juros).
Com a facilidade da internet, hoje, qualquer
pessoa fica sabendo o que est acontecendo em
qualquer segmento em qualquer lugar do
mundo.
No preciso ser nenhum Einstein para imaginar
que o que acontece nos Estados Unidos porexemplo, dentro de determinado ramo de
atividade, acaba, em algum tempo, repercutindo
aqui. Sabendo disso, s uma questo de
antecipar-se demanda, preparar-se para o
futuro.
A presena de certas referncias inovadoras na
sua linha de produtos, ainda que, num primeiro
momento, um importante sinalizador de que
voc est sabendo das coisas, e tem um efeito
poderoso na construo de uma imagem de
contemporaneidade para a marca.
Fique atento porque agora boa parte dos
consumidores tambm est pesquisando. No
h tempo perder. Se no pode antecipar-se a
eles, corra junto. Isso vai fazer a sua marca virar
referncia.
4. Seja pobre, porm, limpinho.
Tem um tipo de vendedor no mercado para
quem os pequenos empreendedores so um
monte de gente relaxada, sem critrio e vida
por um negocinho esperto.
Esse vendedor um desastre para a
construo da sua marca.
Portanto, fuja de quem quer convencer voc
das vantagens de enfiar a marca do seu
negcio em faixas no meio da rua, placas em
postes e pinturas em muros, por exemplo,
quase sempre em desacordo com a
regulamentao municipal.
Apesar dos argumentos deles serem atraentes
a curto prazo - a marca fica exposta a um grande
nmero de pessoas a um custo baixo -, esse tipo
de gente no pondera os planos de mdio e
longo prazo que voc tem para a imagem da sua
marca.Se voc no tem dinheiro para fazer direito tud o
o que voc precisa, faa direito aquilo que voc
pode.
Eu sempre defendi a tese, junto aos meus
clientes, de que dinheiro pequeno no se
pulveriza em diversas aplicaes, muito menos
em aplicaes de baixo nvel. Afinal, se ele j
pequeno, vai se dividir em partes invisveis ou
vai virar lixo nos meios de s ub-comunicao.
Se o dinheiro no d para fazer uma campanha
publicitria de qualidade, faa uma belssimasacola ou um adesivo que d vontade de col ar
no carro. Para isso, invista em empresas
especializadas no assunto.
A diferena gritante: enquanto aquele
vendedor ia colocar a sua marca para poluir
a cidade, um bom profissional de design e
publicidade far um trabalho de que voc vai se
orgulhar e seus clientes ou potenciais clientes
vo fazer questo de usar.
assim que funciona: s posso fazer um adesivo
ou uma sacola? Quero os melhores e os mais
bonitos que houver. desse jeito que se constri,
passo a passo, uma marca admirada.
5. Cadastre seus clientes (mas no para
atorment-los!)
O primeiro cara que resolveu cadastrar seus
clientes e enviar cartes de aniversrio para
eles foi criativo. O milionsimo que est fazendo
isso um chato!
por falta de se fazer certas reflexes como
essa que eu fico contrariado com certos
check-lists de providncias de algumas
consultorias para o cumprimento daquilo que
elas entendem como uma boa poltica de
relacionamento com os clientes.
Acho a maioria dessas recomendaes de uma
mesmice de dar d.
Com um agravante: perderam completamente
a noo de conseqncia.
Todo santo dia ns somos abordados, por todos
os meios, por uma carga insuportvel de
mensagens cheias de boas intenes no
contedo, mas absolutamente inconvenientes
na forma de se apresentar. Operadoras de
cartes de crdito, de telefonia, de internetrpida, de tev a cabo e tantos outros segmentos
vivem se atropelando em nossas caixas de
e-mails, em nossos telefones, debaixo da nossa
porta e ningum pra e pensa num jeito mais
inteligente de fazer o que j foi feito antes.
Quer copiar alguma coisa que algum j fez
nessa rea? Copie aquilo que algum fez para
voc e que foi bom. Esse o critrio e no o de
abrir um manual e sair cumprindo regrinhas.
Precisamos sentir o que fazemos.
A impresso que eu fico s vezes de que
quanto maior a empresa pior a qualidade no
gerenciamento da comunicao com os clientes.
Faz sentido: quanto mais gente, mais cara fica
a personalizao. E a quem era para ficar com
a impresso de ser especial, vip ou coisa
parecida, acaba recebendo uma mensagem
padro de um jeito padronizado, totalmente
impessoal.
Ento, aproveite o momento: uma das
vantagens de ser pequeno poder dar a devida
ateno grafia do nome de cada cliente, por
exemplo. Parece primrio. Mas errar nisso
comum e uma das mais feias demonstraes
de desleixo com o cliente.
Certa vez, passei uma temporada prestando uma
consultoria numa capital do nordeste.
Tive necessidade de adquirir um telefone celular
de que fiz muito uso e sempre paguei as contas
rigorosamente em dia.
Talvez por essa combinao no ser corriqueira
na poca - gastar muito e pagar em dia -, um
representante da operadora um dia me ligou
convidando para um jantar num restaurante
chique da cidade.Nesse jantar, estaria sendo feita uma
homenagem a seus mais importantes clientes
na regio. Caso eu aceitasse, estariam
formalizando o convite pelo correio. Embora
sem muita certeza se a agenda me permitiria
estar na cidade naquela data, pedi que me
enviasse o convite.
-
8/6/2019 construo da marca da pequena empresa
19/32
SER
PEQ
UEN
OUM
ACOIS
A.
PENSA
RPEQ
UEN
OOUTR
A.
O convite veio. Com o meu nome grafado com
um erro grosseiro. No envelope e no corpo do
prprio convite. Ou seja, o erro no era um
acidente. Era um defeito incorporado pela
operao.
Sabe como o nome disso? Desmentir, na
prtica, as melhores intenes tericas.
Claro que o marketing direto uma ferramenta
extremamente til quando bem utilizada e
muito adequada para quem dispe de pouco
dinheiro para se comunicar com seus clientes.
Mas isso no significa dizer que marketing
direto bom marketing direto barato. Nada
disso. Como em qualquer outro recurso, h os
piores e os melhores. E os melhores,
normalmente, custam de um pouco mais at
bem mais. H campanhas concentradas em
marketing direto que superam os custos de uma
campanha de mdia.
Mas esse no o seu caso. O seu caso otimiza rcada centavo. E otimizar cada centavo pode ser
exatamente o contrrio do que se pratica. Quero
dizer, d graas a Deus por ainda ser pequeno
e fuja dos mailings vendidos ou alugados com
milhares de nomes; fuja das ferramentas de
envio de milhes de mensagens
simultaneamente; fuja das terceirizaes
robticas. Isso dinheiro jogado pelo ralo.
Se voc tem tempo para falar com seus clientes
pessoalmente, lembre-se que esse tempo, junto
com tempo dedicado qualidade do que voc
produz, o tempo mais bem aplicado por voc
no seu negcio.
No um tempo para ser usado em outra coisa,
aproveitando que agora existem mecanismos
apropriados para uma comunicao veloz e
simultnea com milhes de seres humanos.
A verdade que esses mecanismos foram
criados para amenizar as deficincias, as
fatalidades e as desgraas do crescimento que
se abatem na comunicao com os clientes das
grandes corporaes.
Voc no precisa deles.
Consciente disso, vai ficar muito mais fcil paravoc procurar uma empresa especializada em
marketing direto e encomendar uma campanha
inteligente, criativa e que tenha muito c laro o
melhor proveito que voc quer tirar desse
momento em que tem a oportunidade de fazer
chegar a seus clientes o tamanho da paixo que
voc tem pelo seu negcio.
6. Patrocine. o jeito mais rpido de criar
empatia com seu pblico.
Pensar pequeno pensar que nada do que serve
para o mdio e para o grande serve para opequeno. Pensar grande pensar que todos os
recursos de construo de marca que existem
para o grande e para o mdio, tambm existem
para o pequeno. Proporcionalmente.
Isso serve para o patrocnio.
A Pepsi patrocinou o Esporte Clube Corinthians
Paulista. Voc pode patrocinar o time do seu bairro.
Quer saber? Talvez o efeito para a sua marca,
em termos de empatia com sua comunidade,
seja proporcionalmente maior que o da Pepsi
com os corintianos. Afinal, quantos corintianos
voc acha que pararam de beber Coca e
passaram a beber Pepsi? Nem a Pepsi nem o
Corinthians jamais sabero.
Viu como, sob alguns aspectos, as coisas so
bem mais fceis para voc?
Um patrocnio para ser eficiente precisa que
voc tenha claras, antes de tudo, algumas
coisas:
PATROCNIO NO FAVOR
Portanto, ao ser procurado por algum em busca
de patrocnio no encare a pessoa que traz a
proposta como um pedinte. Mas como algum
que pode estar disponibilizando uma
oportunidade de negcio a ser avaliado sob o
foco da convenincia para a construo da sua
marca.
PATROCNIO UMA COISA; AO DE
CARIDADE OUTRA.
Se voc quer fazer caridade, faa, uma atitude
muito bonita. Mas no misture com as suas
decises voltadas para a construo da sua
marca. Nem misture as verbas. Uma ao de
patrocnio pode at coincidir com o atendimento
a uma necessidade premente de algumaentidade. Mas a eficincia de qualquer ao de
marketing deve ser medida pelo retorno que
traz ao caixa, no s conscincia.
Tendo isso bem esclarecido, vamos para a
segunda parte: a avaliao da proposta de
patrocnio. Patrocnio bom atende a duas
premissas bsicas: expor a marca a quem nos
interessa, seja como consumidor, seja como
formador de opinio, e estabelecer uma
associao positiva de conceitos, entre a
imagem do patrocinado e a imagem do
patrocinador.
Baseado nesses critrios, voc pode dizer sim
ou no ao proponente com absoluta segurana.
Mas antes avalie bem se a sua deciso, embora
obedecendo a esses critrios bsicos, no estar
sendo apenas convencional. Ou seja, primeira
vista, o patrocnio no fala com o seu
consumidor ou consumidora. No entanto, no
estar falando com o pai, a me ou outro decisor
de compra? Estabelecer empatia com eles pode
ser importante para criar um clima favorvel ao
atendimento de um pedido de uma criana, por
exemplo.
A construo consistente de uma marca vai mais
alm das atitudes evidentes; exige uma certa
sofisticao de raciocnio que preveja a
ocupao de espaos esquecidos pelo
raciocnio convencional da concorrncia.
Um bom exerccio para a identificao de um
patrocnio conveniente refletir sobre a
posio da sua marca no mercado e os
diversos flancos sob os quais ela pode ser
observada.
Vejamos:
Do ponto de vista geogrfico, sendo dointeresse do seu negcio vincular sua marca
regio, procure saber quais so as opes
de patrocnio possveis.
Lembre-se: voc no precisa patrocinar,
necessariamente, alguma entidade ou clube
social, esportivo ou cultural. Voc pode
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8/6/2019 construo da marca da pequena empresa
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PEN
SENOAGORA,
MASPRINCIPA
LMEN
TE,
PENSEN
ODEP
OIS.
patrocinar eventos, pr-existentes ou novos, por
exemplo.
E mais: voc pode patrocinar iniciativas teis
regio. Organizar mobilizaes coletivas de
recuperao do bairro pode ser um meio
poderoso de fixar na mente do consumidor uma
imagem extremamente positiva para sua marca.
Pense no valor de contribuir com a melhora da
auto-estima da comunidade, atravs de uma
iniciativa que se materialize em benefcio de
todos e que seja perene.
Seja qual for a escolha que voc venha a fazer,
no esquea da necessidade de organizao e
apoio profissional.
Se voc ainda no est vinculado a nenhuma
empresa de marketing, procure um especialista
e desenhe com ele a melhor estratgia para a
sua iniciativa. A forma mais segura de otimizar
o seu investimento cercar-se de garantias de
que nada d errado.
No existe nada pior para a marca do que estar
ligada a resqucios de abandono de alguma
coisa que foi boa um dia. Uma camiseta
desbotada e rasgada; uma parede pichada; um
terreno cheio de mato; uma placa enferrujada,
so smbolos inconfundveis de fracasso e
decadncia. Portanto, antes de colocar a sua
marca no que quer que seja, inclua nos seus
clculos que talvez voc, um dia, se veja sozinho
na obrigao de salv-la de uma associao
indesejada.
Um acompanhamento rigoroso da vida e da
administrao daquilo a que voc patrocina e
uma ateno especial s condies de exibio
da sua marca so providncias que devem estar,
necessariamente, atreladas ao ato de patrocinar.
A pior posio que voc pode adotar acreditar,
porque um dia deixou de ser cobrado por um
patrocinado em declnio, que pode negligenciar
o uso da sua marca por ele.
ANTECIPE-SE AOS GRANDES CONCORRENTES.
Voc j deve ter observado que as grandesmarcas esto sempre de olho em oportunidades
de associar suas imagens a eventos do interesse
das comunidades.
A inrcia dos empreendedores locais costuma
ser um flanco aberto para elas.
Mapear a regio e atentar ao calendrio de
eventos de interesse da comunidade um
cuidado valioso para ganhar agilidade para
fincar sua bandeira antes que algum de fora
o faa. No h necessidade de voc tentar cercar
todas as possibilidades. Isso exigiria uminvestimento que voc no dispe. Se voc, no
entanto, s pode fazer uma ao, faa a mais
importante. Nunca perca a chance de marcar
sua posio de lder no corao da sua
comunidade.
FAA DO SEU PATROCNIO, UM PACOTE.
Patrocinar no significa apenas expor a sua
logomarca. Deve se traduzir tambm em
oportunidades de interagir com o pblico de seu
interesse. Portanto, trate de incluir em seus
contratos de patrocnio condies para vender
seus produtos, eventualmente, com
exclusividade; distribuir brindes e material de
propaganda; fazer promoes e sorteios, etc.
Como eu disse e repito: pense nas suas aes
de marketing como mini-grandes aes de
marketing. Ou seja, obedea aos mesmos
princpios que os grandes patrocinadores
seguem quando patrocinam grandes eventos.
Depois, s guardar as propores. Nunca
permita que o fato de ser um pequeno
empreendedor seja justificativa para uma falta
de profissionalismo nas aes de marketing.
SE PATROCINAR FOI BOM, REPITA; CRIE
TRADIO.
No tenha medo de ser feliz. Se a iniciativa de
investir num patrocnio pareceu ousada da
primeira vez, mas assim mesmo deu certo,
repita. Voc estar partindo de um novo patamar
de percepo e prestgio. Mas aproveite para
apresentar-se de maneira renovada, mostre que
sua marca dinmica, aproveite a experincia
adquirida e faa ajustes na sua participao.
Enfim, cresa junto com aquilo que est sendo
patrocinado.
7. Disponibilize canais de acesso para o
consumidor.
Voc deve ter percebido que eu sou um crtico
da abordagem indiscriminada ao consumidor.
Aquela que no pede licena, que invade a
privacidade, entope caixas-postais ou faz tocar
o telefone nas horas mais imprprias.
Mas sou um grande defensor do contrrio: da
disponibilidade do mximo de meios do
consumidor comunicar-se com as empresas
sempre que julgar necessrio. Sem pedir licena.
Junto com os resultados das vendas, esse
contato o que nos d a medida mais exata de
como anda a nossa relao com o mercado.
Crie os canais para que as pessoas digam o que
pensam a respeito do seu empreendimento.
Critiquem, sugiram, reivindiquem, elogiem. Pode
ser pelo telefone, pela internet ou por carta. O
importante que esses telefones e endereos
constem em todas as peas publicitrias que
cheguem ao pblico.
Mas no descuide, jamais, de criar as condies
internas para atender as pessoas. Seno, o que
era para ser um excelente termmetro para a
avaliao do seu negcio pode se transformar
no meio mais rpido dele ficar com uma pssima
imagem no mercado. Se voc acha que o
telefone um risco, porque sua empresa no
dispe de linhas suficientes para um aumento
eventual na demanda das ligaes, use um
endereo eletrnico. Responda imediatamente
s mensagens, nem que seja para dizer que vai
analisar o caso e voltar a se comunicar em 24
horas. E nunca deixe de cumprir essa promessa .
Se voc no pode pagar um funcionrio para
isso, faa voc mesmo, de madrugada, ou treine
um parente. Mas no deixe de ter esse canal de
acesso e faa tudo o que puder para que ele
funcione direito.
Eficincia, ateno e agilidade so verdadeiros
pilares na construo da imagem da marca.
8. No faa propaganda s porque barato.
H milhares de pessoas por a que vivem de
vender espao na mdia. Elas so comissionadas.
Precisam, portanto, atingir certas metas para
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PROPAGANDA NO SE IMPROVISA.
N EM N A C R I A O , N EM N A
PRODUO, NEM NA COMPRA DE
ESPAO. PROPAGANDA SE PLANEJA,
JUNTO COM ALGUM DO RAMO.
que seus salrios permitam que elas e seus
familiares sobrevivam.
Diante dessa realidade, natural que, de vez em
quando, aparea algum na sua empresa
vendendo espao num jornal, revista, rdio, tev
ou outdoor para voc anunciar a sua marca.
Conscientes de que voc um pequeno
empreendedor, essa pessoas, naturalmente, no
vo oferecer a voc um espao de trinta
segundos no intervalo do Jornal Nacional. Vo
oferecer alguma coisa que elas julgam que um
pequeno negcio possa pagar. No s isso: vo
oferecer alguma coisa to barata que vai lhe dar
uma coceira de experimentar.
S que no assim que se faz propaganda. No
se compram os espaos apenas porque so
quase de graa. No se tomam atitudes de levar
a marca para a mdia correndo, s porque a
revista est fechando, o jornal j vai rodar ou
porque tem mais um concorrente quasefechando aquele espao na tev ou no rdio.
Se voc vai fazer, decida como quer fazer,
baseado nas suas necessidades de construo
de marca, na srie de associaes de imagem
que precisam ser previstas. Ou seja, pense na
adequao do espao antes de pensar na
convenincia do preo. No adianta ir para o ar,
ocupar um espao qualquer, ter um espasmo
com a marca e depois voltar a se esconder.
Principalmente por no dispor de uma verba
significativa, voc precisa pensar a longo prazo,
num jeito de permanecer no ar, construindo
paulatinamente a sua marca. Pensar como se
fosse numa prestao que voc tem que pagar
todo ms para ter a sua casa. No caso, para
construir a sua marca na mente das pessoas.
Voc no compraria qualquer casa em qualquer
lugar s porque barata, concorda? Ento, no
faa propaganda desse jeito tambm.
Acompanhe algumas condies para que o seu
ingresso na mdia no seja um salto no escuro:
- Pense em longo prazo: se para aparecer
uma vez e sair correndo, melhor continuar
fora.
- Pense que anunciar para muito menos gente
do que voc precisa acaba sendo to caro
quanto anunciar para muito mais gente do
que voc precisa: portanto, pagar pouco para
ficar falando sozinho no vale a pena. Pense
sempre em custo/benefcio, no apenas embaixo custo.
- As solues que outros empreendedores
adotaram para vender certas coisas muito
rpido podem no ser apropriadas para seus
planos de construir marca em longo prazo.
- Freqentar ambientes editoriais ou
programaes de baixo nvel ou significado
pobre pode estabelecer associaes nefastas
para a sua marca.
- Se for o caso de prestigiar alguma iniciativa
editorial nascida e focada no bairro, melhor
fazer contas e assumir o projeto inteiro,
controlando a qualidade do que vai sair, do
que gastar uns tostes para enfiar um
anuncinho de quinta num produto editorial
amadorstico.
- Aes de merchandising na televiso,
sozinhas, no constroem marca; seu objetivo
meramente oportunstico: vender o que
puder naquela hora. So estratgias de
curtssimo prazo que, a mdio prazo, tendem
a queimar as marcas.
- No h investimento em mdia que se
justifique, enquanto o seu negcio no estiver
apresentvel: logomarcas, rtulos,
embalagens, fachadas, vitrines e tudo o mais
que constitua a imagem da sua marca precisa
de acompanhamento profissional antes de dar
as caras no mercado. Portanto, faa os
investimentos na ordem correta.
- No aceite a colaborao de vendedores
de espaos na criao dos seus anncios;
contrate os servios de criativos
publicitrios.
- No crie uma estratgia de marketing na
elaborao de um anncio; a estratgia demarketing deve existir de antemo, cabe ao
anncio apenas repercuti-la.
- Estabelea uma unidade visual para seus
anncios. Apresentar-se de maneira
totalmente diferente a cada vez que aparece
na mdia desperdiar a oportunidade de
acumular referncias para uma percepo
mais rpida da marca.
VAI ANUNCIAR? NO IMPROVISE: O RISCO
MUITO GRANDE.
Anunciar apresentar-se em pblico, dar as
caras para uma primeira impresso a respeito
do nosso empreendimento. Nessa hora, podem
acontecer trs situaes:
- Passarmos despercebidos.
- Chamarmos a ateno, negativamente.
- Chamarmos a ateno, positivamente.
Passar despercebido faz menos mal,
naturalmente, do que causar deixar
m-impresso. Mas no deixa de ser um enorme
desperdcio, principalmente para um pequeno
empreendedor, que tem necessidade de aplicar
direito cada centavo da sua verba. Numa
situao dessas, o primeiro cuidado que temos
de tomar diz respeito a nossa prpria reao
indiferena provocada pelo nosso investimento.
Um grande equvoco, neste momento, achar
que propaganda no funciona. Se no
funcionasse, as marcas mais importantes do
mundo no estariam a, valendo mais como
marcas do que o prprio negcio em si. Na
verdade, o que no funciona voc tentar fazer
propaganda da sua marca negando o objetivoda propaganda. Ou seja, comportando-se no
anncio com tamanha falta de personalidade e
de clareza sobre a proposta conceitual da marca
que ningum conseguir identificar qualquer
inteno de sinalizar alguma afinidade com
algum. Da, a importncia fundamental de s
dizer alguma coisa atravs da propaganda
depois de ter muito claro o que a sua marca tem
a dizer. E depois de ter muito claro o que a marca
tem a dizer, dizer isso de um jeito diferente,
surpreendente, que potencialize os argumentos
em favor da marca.
aquela histria do sujeito que se diz honesto.
No tem nada que deixe as pessoas mais
indiferentes. Inclusive, a mensagem pode ter
at um efeito contrrio: as pessoas
desconfiarem de que o sujeito no honesto.No
entanto, sua honestidade pode ser verdadeira.
-
8/6/2019 construo da marca da pequena empresa
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E ele estar perdendo uma grande oportunidade
de consolidar na mente de seus interlocutores
uma imagem determinantes para seus
propsitos. Por absoluta falta de originalidade.
Certa vez, h uns quase trinta anos, os
responsveis por uma companhia area
europia sacaram que vinha ocorrendo um
aumento no extravio de bagagens. Talvez, o fato
se devesse ao simples aumento da demanda de
passageiros. Mas eles no perderam aoportunidade de, diante da percepo de que se
estavam extraviando mais malas, criar um
conceito particular para a sua companhia: eles
cuidavam das bagagens melhor do que as
outras. Eles poderiam ter feito um anncio
dizendo que no extraviavam bagagens, que
dispunham de pessoal especializado no
acompanhamento dos despachos, que tinham
equipamentos especiais, etc. Tudo isso podia
ser verdade, mas dito de um jeito convencional,
provavelmente passaria despercebido ou, pelo
menos, no ganharia o significado que eles
pretendiam, considerando que investir numanncio, para eles, pesava muito mais do que
para as grandes companhias. Portanto, no
podiam perder a chances de tirar o melhor
proveito daquele espao em que sua marca
estaria sendo avaliada pelo pblico. Ento, como
era o anncio que foi criado por sua agncia e
eles aprovaram? Era um anncio de pgina de
jornal. A foto ocupava dois teros do espao: um
balco de bar, desses com bancos altos; aos ps
de um dos bancos, uma maleta; ao lado da
maleta, um homem vestido com o uniforme da
companhia, apontando para ela. Sob a foto, uma
pergunta: Essa mala sua? Assinando o
anncio, embaixo, esquerda, a logomarca da
companhia. Convenhamos que j uma imagem
inusitada. Dificilmente as pessoas tero deixado
de ler o texto, que dizia alguma coisa como:
Fulano de Tal, funcionrio da nossa companhia,
numa noite de folga, encontrou seus amigos no
Bar X.
Em dado momento, percebeu que algum havia
esquecido uma mala no bar. Imediatamente,
pegou a mala e trouxe para a companhia. A mala
no viajou conosco, no temos a menor idia de
quem seja o dono, mas como somos a companhia
que melhor cuida das bagagens de seus
passageiros, no conseguimos ficar indiferentes: