construção civil

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CURSO DE CONSTRUÇÃO CIVIL DESENHO TÉCNICO AUTORA: ENGa. CIVIL MARTA M. K. DE SIQUEIRA REVISÃO: EDISON CARLOS DESENHO TÉCNICO – SEGURANÇA DO TRABALHO 1 CAPÍTULO 2 1. NORMAS DE DESENHOS TÉCNICOS As normas procuram unificar os diversos elementos do desenho técnico de modo a facilitar a execução ( uso ) , a consulta ( leitura ) e a classificação . A Norma Brasileira de Desenho Técnico é a NB 8 R , que trata de assuntos que serão estudadas adiante como : Legendas , convenções de traços , sistema de representação , cotas , escalas . I . LINHA - ESPESSURA Linha grossa Linha média ( metade da anterior ) Linha fina ( metade da anterior ) TIPOS DE LINHA A- Linhas gerais B- Linhas principais C- Linhas auxiliares ( cota , ladrilhos , etc. ) D- Partes invisíveis _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ E- Eixos de simetria F- Seções G- Interrupções 2. FORMATO É a dimensão do papel . Os formatos de papel para execução de desenhos técnicos são padronizados . A série mais usada de formatos é originária da Alemanha e conhecida como : série DIN - A ( Deutsch Industrien Normen - A ) , cuja base é o formato Ao ( A zero ) , constituído por um retângulo de 841 mm x 1189 mm = 1 m2 , aproximadamente . Mediante uma sucessão de cortes , dividindo em duas partes iguais os formatos , a partir do Ao, obtém-se os tamanhos menores da série . DESENHO TÉCNICO – SEGURANÇA DO TRABALHO 2 Veja pelas figuras abaixo , que a maior dimensão de um formato obtido corresponde à menor do formato anterior . O espaço de utilização do papel fica compreendido por margens , que variam de dimensões , dependendo do formato usado . A margem esquerda , entretanto , é sempre 25 mm a fim de facilitar o arquivamento em pastas próprias . --------------- --------------------------------------------------------------------------- FORMATOS DIMENSÕES MARGENS ------------------------------------------------------------------------ ------------------ 4Ao 1682 x 2378 20 ------------------------- ----------------------------------------------------------------- 2Ao 1182 x 1682 15 ------------------------------------------------------------------------------------------ Ao 841 x 1189 10 ---------------------------------------------------------------------------------------- -- A1 594 x 841 10 --------------------------------------- --------------------------------------------------- A2 420 x 594 10 ------------------------------------------------------------------------------------------ A3 297 x 420 10 -------------------------------------------------------------------------------------- ---- A4 210 x 297 5 ------------------------------------ ------------------------------------------------------ A5 148 x 210 5 ------------------------------------------------------------------------------------------ A6 105 x 148 5 ------------------------------------------------------------------------------------- -----

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  • CURSO DE CONSTRUO CIVIL

    DESENHO TCNICO

    AUTORA: ENGa. CIVIL MARTA M. K. DE SIQUEIRA

    REVISO: EDISON CARLOS

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 1

    CAPTULO 2

    1. NORMAS DE DESENHOS TCNICOS As normas procuram unificar os diversos elementos do

    desenho tcnico de modo a facilitar a execuo ( uso ) , a consulta ( leitura ) e a classificao .

    A Norma Brasileira de Desenho Tcnico a NB 8 R , que trata de assuntos que sero

    estudadas adiante como : Legendas , convenes de traos , sistema de representao , cotas ,

    escalas . I . LINHA - ESPESSURA Linha grossa Linha mdia ( metade da

    anterior ) Linha fina ( metade da anterior )

    TIPOS DE LINHA A- Linhas gerais B- Linhas principais C- Linhas auxiliares ( cota

    , ladrilhos , etc. ) D- Partes invisveis _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ E- Eixos de

    simetria F- Sees G- Interrupes

    2. FORMATO a dimenso do papel . Os formatos de papel para execuo de desenhos

    tcnicos so padronizados . A srie mais usada de formatos originria da Alemanha e

    conhecida como : srie DIN - A ( Deutsch Industrien Normen - A ) , cuja base o formato Ao (

    A zero ) , constitudo por um retngulo de 841 mm x 1189 mm = 1 m2 , aproximadamente .

    Mediante uma sucesso de cortes , dividindo em duas partes iguais os formatos , a partir do

    Ao, obtm-se os tamanhos menores da srie .

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 2

    Veja pelas figuras abaixo , que a maior dimenso de um formato obtido corresponde

    menor do formato anterior . O espao de utilizao do papel fica compreendido por margens

    , que variam de dimenses , dependendo do formato usado . A margem esquerda , entretanto

    , sempre 25 mm a fim de facilitar o arquivamento em pastas prprias . ---------------

    --------------------------------------------------------------------------- FORMATOS

    DIMENSES MARGENS ------------------------------------------------------------------------

    ------------------ 4Ao 1682 x 2378 20 -------------------------

    ----------------------------------------------------------------- 2Ao 1182 x 1682

    15 ------------------------------------------------------------------------------------------ Ao

    841 x 1189 10 ----------------------------------------------------------------------------------------

    -- A1 594 x 841 10 ---------------------------------------

    --------------------------------------------------- A2 420 x 594

    10 ------------------------------------------------------------------------------------------ A3

    297 x 420 10 --------------------------------------------------------------------------------------

    ---- A4 210 x 297 5 ------------------------------------

    ------------------------------------------------------ A5 148 x 210

    5 ------------------------------------------------------------------------------------------ A6

    105 x 148 5 -------------------------------------------------------------------------------------

    -----

  • DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 3

    3. LEGENDAS

    A legenda ou identificao na gria profissional chama-se Carimbo , que tem a finalidade de

    uniformizar as informaes que devem acompanhar os desenhos . Os tamanhos e formatos

    dos carimbos obedecem tabela dos formatos A . Recomenda-se que o carimbo seja usado

    junto margem , no canto inferior direito. Esta colocao necessria para que haja boa

    visibilidade quando os desenhos so arquivados . O carimbo deve possuir as seguintes

    informaes principais , ficando , no entanto , a critrio do escritrio, o acrscimo ou a

    supresso de outros dados a- Nome do escritrio , Companhia etc. ; b- Ttulo do projeto ;

    c- Nome do arquiteto ou engenheiro ; d- Nome do desenhista e data ; e- Escalas ;

    f- Nmero de folhas e nmero da folha ; g- Assinatura do responsvel tcnico pelo projeto

    e execuo da obra ; h- Nome e assinatura do cliente ; i- Local para nomenclatura

    necessria ao arquivamento do desenho . j- Contedo da prancha

    4. REPRESENTAO EM CORES - CONVENO

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 4

    Na representao de uma reforma indispensvel diferenciar muito bem o que existe e o que

    ser demolido ou acrescentado . Estas indicaes podem ser feitas usando as seguintes

    convenes:

    obs. Essa pintura deve ser feita , na cpia heliogrfica , contnua e em tom suave; ou

    diretamente no desenho feito com o AUTOCAD .

    5. ETAPAS DE UM PROJETO

    5.1. Estudo Preliminar Cabe ao cliente dizer os objetivos que pretende atingir com sua

    construo , fornecer um programa ou lista de necessidades , fixar o tempo que gastar para

    construir e o custo mximo para a obra No dilogo cliente - engenheiro vo surgindo

    problemas e solues . Ao mesmo tempo o engenheiro estar fazendo suas pesquisas e

    anotaes de modo a orientar suas primeiras idias ( croquis ) . A partir da localizao do

    terreno (lote, quadra e bairro), faz-se a consulta prvia na prefeitura, que um documento

    obrigatrio para aprovao de projetos. Este documento fornece os parmetros mnimos

    recomendados pela prefeitura, como: recuos, altura mxima da edificao, taxa de ocupao,

    coeficiente de aproveitamento... Logo depois o projeto vai tomando forma em esboos.

    5. 2. O Anteprojeto

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 5

    Do esboo passado a limpo surge o anteprojeto , feito geralmente no papel manteiga a mo

    livre ou com instrumentos , em cores , perspectivas internas e externas , localizao de

    moblias etc.

    5. 3. O Projeto Discutido o anteprojeto junto com o cliente , e feito as modificaes

    necessrias , parte-se para o desenho definitivo o projeto , o qual desenhado com

    instrumentos e deve ser apresentado s reparties pblicas e servir de orientao para a

    construo . 5.4. Os detalhes e os projetos complementares O projeto completo

    deve ser acompanhado de detalhes construtivos (portas , janelas , balces, armrios , e outros

    ) e de especificaes de materiais ( piso , parede , forros , peas sanitrias , coberturas,

  • ferragens ,etc. ) . Com estes dados preparam-se o oramento de materiais, e os projetos

    complementares como : projetos estrutural , eltrico , telefnico , hidro-sanitrio, preveno

    contra incndio e outros . Todos estes projetos ,chamados de originais , chegam construo

    sob forma de cpias, em geral feitas em papel heliogrfico ou sulfite (AUTOCAD) . O papel

    heliogrfico ( tipo azul ou preto ) o resultado da ao qumica do amonaco em presena

    da luz ou vice-versa.

    5.5. Tipos de papel Atualmente o papel mais utilizado para anteprojetos o papel sulfuriz ,

    que so transparentes apesar de opacos , recomendados para desenhos coloridos e desenhos

    a lpis. So vendidos em rolo ou em folha padronizada . Para os desenhos feito a tinta (

    nanquim ) , so utilizados o papel vegetal, semitransparente e seu peso varia de 50 a 120 g por

    m2 . No pode ser dobrado . o mais indicado para o desenho de projetos por ser resistente

    ao tempo e por permitir correes e raspagens . vendido em rolo de 20 m nas larguras de

    1.10m ou 1.57m e tambm nos formatos recomendados pela ABNT , tendo as margens j

    impressas. O Papel heliogrfico encontra-se nas cores azul marrom ou preto . Uma de suas

    faces tratada por processo qumico e reage em presena do

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 6

    amonaco . Existem diversos tipos de papel heliogrfico , do mais fino ao mais resistente . Os

    projetos realizados atravs de recursos computacionais, so plotados em folhas sulfite e

    cortados nos tamanhos adequados. Neste caso, as cpias podem ser coloridas ou no, sendo

    as originais, os arquivos salvos em disquetes, no padro PLT.

    5.6 Aprovao de projetos Para aprovao do projeto na prefeitura, necessrio: a) 3 cpias

    do projeto arquitetnico; b) Consulta Prvia c) Matrcula do terreno d) Requerimento para

    pedido de aprovao e) Guia de ART paga (rgos pblicos)

    6. ESPECIFICAES DE MEDIDAS

    6.1 COTAS : Representam sempre dimenses reais do objeto e no dependem , portanto , da

    escala em que o de senho est executado . So os nmeros que correspondem s medidas .

    Obs. As cotas devem ser escritas na posio horizontal , de modo que sejam lidas com o

    desenho em posio normal , colocando-se o leitor do lado direito da prancha . Para localizar

    exatamente uma cota e indicar qual a parte ou elemento do objeto a que ela se refere

    necessrio recorrer a dois tipos de linhas que so: a) linhas de chamada (ou de extenso ou ,

    ainda linha de referencia ) b) linhas de cota ( ou de medida ) .

    As setas podem ser substitudas por :

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 7

    6.2 PRINCPIOS GERAIS : 1. Tanto as

    linhas de chamada como as linhas de cota se desenham com trao contnuo fino . As linhas de

    chamada devem , em princpio , ser perpendiculares ao elemento a cotar , mas em casos

    excepcionais , podem haver convenincia em que sejam desenhadas obliquamente ,

    preferindo-se nesses casos inclinaes de 60 ou 75;.

    2. As linhas de cota no devem ser escritas muito prximo das linhas de contorno ,

    dependendo a distancia a que se colocam as dimenses do desenho e do tamanho do

    algarismo das cotas ; 3. Os ngulos sero medidos em graus , exceto em coberturas e

  • rampas que se indicam em porcentagem ( % ). 4. As linhas de cota paralelas devem ser

    espaadas igualmente.

    5. Colocar as linhas de referencia de preferencia fora da figura. 6. Evitar repeties de

    cota .

    7. Todas as cotas necessrias sero indicadas . 8. No traar linha de cota

    como continuao de linha da figura .

    9. As cotas prevalecem sobre as medidas calculadas no desenho.

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 8

    10. As cotas de um desenho devem ser expressas na mesma unidade .

    11. A altura dos algarismos uniforme dentro do mesmo desenho . Em geral usa-se 2.5 a

    3mm .

    12. No caso de divergncia entre cotas de desenhos diferentes , prevalece a cota do desenho

    feito na escala maior .

    13. As linhas de cota so desenhadas paralelas direo de medida .

    7. SISTEMAS DE REPRESENTAO GRFICA As projees ortogonais da geometria

    descritiva so usadas no desenho arquitetnico apenas mudando os termos tcnicos .

    Um objeto pode ficar claramente representado por uma s vista ou projeo ( ex. lmpada

    incandescente ). Outros ficaro bem mais representados por meio de 3 projees ou vistas.

    Haver casas ou objetos que somente sero definidos com o uso de maior numero de vistas ,

    como mostra a fig. abaixo.

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 9

    As Normas Brasileiras NB- 8R estabelecem a conveno usada tambm pelas normas italianas

    , alems , russas e outras , em que se considera o objeto a representar envolvido por um cubo .

    O objeto projetado em cada uma das seis faces do cubo e , em seguida , o cubo aberto ou

    planificado , obtendo-se as seis vistas .

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 10

    A vista de frente tambm chamada de elevao , a qual deve ser a vista principal . Por esta

    razo , quando se pensa obter as vistas ortogrficas de um objeto , conveniente que se faa

    uma analise criteriosa do mesmo , a fim de que se eleja a melhor posio para a vista de frente

    . Para essa escolha , esta vista deve ser : a. Aquela que mostre a forma mais caracterstica do

    objeto; b. A que indique a posio de trabalho do objeto , ou seja como ele encontrado ,

    isoladamente ou num conjunto c. Se os critrios acima continuarem insuficientes , escolhe -se

    a posio que mostre a maior dimenso do objeto e possibilite o menor numero de linhas

    invisveis nas outras vistas .

    Na obteno das vistas , os contornos e arestas visveis so desenhados com linha grossa

    continua. As arestas e contornos que no podem ser vistos da posio ocupada pelo

    observador , por estarem ocultos pelas partes que lhe ficam frente , so representados por

    linha mdia tracejada ( linha invisvel ).

    8. SMBOLOS GRFICOS

  • DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 11

    O desenho arquitetnico , por ser feito em escala reduzida e por abranger reas relativamente

    grandes, obrigado a recorrer a smbolos grficos . Assim utilizaremos as simbologias para

    definir ,como por exemplo , as paredes , portas , janelas , louas sanitrias , telhas , concreto ...

    I . PAREDES Normalmente as paredes internas so representadas com espessura de 15 cm ,

    mesmo que na realidade a parede tenha 14 cm ou at menos . Nas parede externas o uso de

    paredes de 20 cm de espessura o recomendado mas no obrigatrio. no entanto

    obrigatrio o uso de paredes de 20cm de espessura quando esta se situa entre dois vizinhos (

    de apartamento , salas comerciais ... ) Convenciona-se para paredes altas ( que vo do

    piso ao teto ) trao grosso contnuo , e para paredes a meia altura , com trao mdio contnuo ,

    indicando a altura correspondente .

    II. PORTAS

    1. Porta interna - Geralmente a comunicao entre dois ambientes no h diferena de nvel ,

    ou seja esto no mesmo plano , ou ainda , possuem a mesma cota .

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 12

    2. Porta externa - A comunicao entre os dois ambientes ( externo e interno ) possuem cotas

    diferentes , ou seja o piso externo mais baixo . Nos banheiros a gua alcana a parte inferior

    da porta ou passa para o ambiente vizinho ; os dois inconvenientes so evitados quando h

    uma diferena de cota nos pisos de 1 a 2 cm pelo menos . Por esta razo as portas de

    sanitrios desenham se como as externas .

    3. Outros tipos de porta : - De correr ou corredia

    - Porta pantogrfica

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 13

    - Porta pivotante

    - Porta basculante

    - Porta de enrolar

    III . JANELAS

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 14

    O plano horizontal da planta corta as janelas com altura do peitoril at 1.50m , sendo

    estas representadas conforme a figura abaixo , sempre tendo como a primeira dimenso a

    largura da janela pela sua altura e peitoril correspondente . Para janelas em que o plano

    horizontal no o corta , a representao feita com linhas invisveis.

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 15

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 16

    V. MOVEIS - SALA/QUARTO/COZINHA

    VI. NA REA DE SERVIO

  • DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 17

    VIII. CONCRETO

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 18

    As sees das lajes de piso ou cobertura , assim como sees de vigas , sapatas das fundaes

    etc., de concreto , devero ser pintadas de verde ou recorrer aos smbolos grficos.

    9. ILUMINAO E VENTILAO

    Todo compartimento deve ter, em plano vertical , ao menos uma abertura para o exterior.

    Estas aberturas devem ser dotadas de persianas ou dispositivos que permitam a renovao do

    ar . Nos compartimentos destinados a dormitrios no ser permitido o uso de material

    translcido , pois necessrio assegurar sombra e ventilao simultaneamente. As reas

    destas aberturas sero proporcionais s reas dos compartimentos a iluminar e ventilar , e

    variveis conforme o destino destes compartimentos. As fraes que representam as relaes

    entre reas de piso e de esquadrias que apresentaremos , so as mnimas . Por isso sempre

    que houver disponibilidade econmica , os vos devem ter as maiores reas possveis .

    I. DORMITRIOS ( local de permanncia prolongada , noturna ) A rea das aberturas no

    dever ser inferior a 1/6 da rea do piso .

    II. SALAS DE ESTAR , REFEITRIOS , COPA , COZINHA , BANHEIRO , WC etc. ( local de

    permanncia diurna ) A rea das aberturas no dever ser inferior a 1/8 da rea do piso .

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 19

    Essas relaes sero de 1/5 e 1/7 , respectivamente, quando os vos abrirem para reas

    cobertas ou varandas e no houver parede oposta a esses vos a menos de 1.50 m do limite da

    cobertura dessas reas . Estas relaes s se aplicam s varandas , alpendres e marquises ,

    cujas coberturas excedam a 1.00 m e desde que no exista parede nas condies indicadas :

    a. A relao passar para e 1/5 respectivamente , quando houver a referida parede a

    menos de 1.50 m do limite da cobertura . b. As aberturas nos dormitrios que derem para

    reas cobertas so consideradas de valor nulo para efeito de iluminao e ventilao . c. Em

    hiptese alguma sero permitidas aberturas destinadas a ventilar e iluminar compartimentos

    com menos de 0.60m2 . d. Tambm no sero considerados como iluminados e ventilados

    os pontos que distarem mais de 2 vezes o valor do p direito , quando o vo abrir para rea

    fechada , e 2 vezes e meia para os demais casos.

    A iluminao e ventilao por meio de clarabias ser tolerada em compartimentos destinados

    a escadas , copa , despensa , oficina , e armazm para depsito , desde que a rea de

    iluminao e ventilao efetiva seja igual metade da rea total do compartimento .

    Quando a iluminao do compartimento se verificar por uma s de suas faces , no dever

    existir nessa face pano de parede que tenha largura maior que 2 vezes e meia a largura da

    abertura ou a soma das aberturas .

    As escadas sero iluminadas em cada pavimento por meio de janelas ou de vitrais o mais alto

    possvel e que podem ser parcialmente fixos .

    As janelas devem , se possvel , ficar situadas no centro das paredes , por questo de equilbrio

    na composio do interior.

  • DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 20

    Quando houver mais de uma janela em uma mesma parede , a distancia recomendvel entre

    elas deve ser menor ou igual a da largura da janela , a fim de que a iluminao se torne

    uniforme .

    Com janelas altas conseguimos iluminar melhor as partes mais afastadas das janelas . As

    oficinas bem iluminadas geralmente possuem janelas altas , de pequena altura de verga e de

    grande altura de peitoril .

    Exerccios : 1. Um quarto tem ( 3.00 x 4.00 ) m , possui p direito de 2.80 m . Calcular a rea

    de iluminao e ventilao mnima, sabendo - se que a altura mxima da janela dever ser a

    mesma da altura da porta ( 0.80 x 2.10 )m.

    2. Qual o coeficiente de iluminao e ventilao de uma sala com (4.20 x5.30) m e 2 janelas de

    ( 1.00 x 1.80 ) m cada uma ?

    3. Calcular uma janela com formato circular para um banheiro de (2.50 x 1.20 )m , sabendo se

    que o coeficiente de iluminao e ventilao de 1/8 .

    CAPTULO 3

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 21

    MONTAGEM GRFICA DE UM PROJETO

    O projeto relativo a qualquer obra de construo , reconstruo , acrscimo e modificao de

    edificao , constar , conforme a prpria natureza da obra que se vai executar , de uma srie

    de desenhos : 1. Plantas cotadas de cada pavimento , do telhado e das

    dependncias a construir , modificar ou sofrer acrscimo . Nessas plantas devem ser indicados

    os destinos e reas de cada compartimento e suas dimenses.

    2. Desenho da elevao ou fachada ou fachadas voltadas para vias pblicas . Num lote de meio

    de quadra obrigatrio a representao de apenas uma fachada . No caso de lote de esquina

    obrigatrio a representao de pelo menos duas fachadas .

    3. A planta de situao em que seja indicado : a. Posio do edifcio em relao s linhas

    limites do lote b. Orientao em relao ao norte magntico c. Indicao da largura do

    logradouro e do passeio , localizando as rvores existentes no lote e no trecho do logradouro ,

    poste e outros dispositivos de servios de instalaes de utilidade publica .

    4. Cortes longitudinal e transversal do edifcio projetado . No mnimo representa- se 2 cortes ,

    passando principalmente onde proporcione maiores detalhes ao executor da obra ou dos

    projetos complementares.

    5. Escalas mais utilizadas : a. Planta baixa ..............1:50 b. Cortes........................1:50 c.

    Fachadas....................1:50 d. Situao.....................1:200 / 1: 500 e.

    Localizao................1:1000 / 1:2000 f. Cobertura...................1:100

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 22

    obs: A escala no dispensar a indicao de cotas .

    I. PLANTA BAIXA a seo que se obtm fazendo passar um plano horizontal

    paralelo ao plano do piso a uma altura tal que o mesmo venha cortar as portas , janelas ,

  • paredes etc. Para representao da planta devemos observar os seguintes itens a seguir :

    a. Representao das paredes ( altas com trao grosso contnuo , e paredes baixas com trao

    mdio continuo com a altura correspondente ) ;

    b. Colocar todas as cotas necessrias ;

    c. Indicar as reas correspondentes de cada compartimento , em m2 .

    d. Colocar o tipo de piso de cada compartimento ;

    e. Indicar as portas e janelas com suas medidas correspondentes ( base x altura) de acordo

    com a simbologia adotada ;

    f. Representar piso cermico ou similar com quadrculas ( linha fina ) ;

    g. Indicar desnveis se houver ;

    h. Representar todas as peas sanitrias , tanque , pia de cozinha ( obrigatrio ) i. Com

    linha pontilhada , indicar o beiral ( linha invisvel );

    j. Indicar onde passam os cortes longitudinal e transversal ( trao e ponto com linha grossa )e

    o sentido de observao , colocando letras ou nmeros que correspondem aos cortes ;

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 23

    II- CORTES

    As sees ou cortes so obtidas por planos verticais que interceptam as paredes , janelas ,

    portas e lajes com a finalidade de permitir esclarecimentos que venham facilitar a execuo da

    obra . Devemos passar um dos cortes por um dos compartimentos ladrilhados e cujas paredes

    sejam revestidas por azulejos ( mnimo 1,50 m ) . Na maioria dos casos somos obrigados a

    mudar a direo do plano da seo a fim de mostrar um maior numero de detalhes , evitando

    assim novas sees . Para a representao do corte necessrio observar os seguintes itens :

    a. Representao das paredes em que o plano vertical est cortando com trao grosso ; b.

    Representao das paredes em que o plano vertical no corta , com trao fino ;

    c. Representao de portas e janelas conforme a simbologia adotada , com as devidas medidas

    ( altura )

    d. Indicao somente das cotas verticais , indicando alturas de peitoris , janelas, portas , p

    direito , forro ...

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 24

    e. Representao da cobertura (esquemtica )

    f. Representao e indicao do forro . Se for laje a espessura de 10 cm . g.

    Representao esquemtica da fundao com o lastro de 10 cm

    h. Indicao de desnveis se houver ( verificar simbologia )

    i. Indicar revestimento ( azulejos ) com a altura correspondente

    j. Indicar os compartimentos que o plano vertical est cortando ( geralmente indica-se um

    pouco acima do piso ) k. Indicar o desvio do corte , quando houver ,atravs de trao e

    ponto com linha mdia .

  • l. Indicar o beiral , platibandas , marquises , rufos e calhas se houver necessidade

    m. Indicar o tipo de telha e a inclinao correspondente

    O corte obtido atravs da passagem do plano vertical pela edificao, dividindo-o em duas

    partes. Escolhe-se a parte onde se quer detalhar o corte, eliminando a outra parte. O corte

    vertical corta a edificao desde a sua fundao at a sua cobertura, como mostra a figura:

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 25

    III - FACHADA

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 26

    Fachada ou elevao considerada uma vista frontal da obra ; ou seja , como se passasse um

    plano vertical rente obra e se observasse do infinito , assim o desenho no seria

    tridimensional e sim bidimensional ( planificado ). Para a representao da fachada

    necessrio observar :

    a. A fachada no deve constar cotas como no corte , somente em alguns casos excepcionais.

    b. Indicar atravs de setas o tipo de material a ser empregado no revestimento , pintura ... ( se

    quiser )

    c. Desenhar as paredes mais prximas ao observador com trao grosso contnuo

    d. Desenhar as paredes ou partes mais distantes ao observador com trao mdio e fino e.

    Ao contrrio do corte , na fachada representada detalhes das portas e janelas com trao fino

    IV- COBERTURA

    A planta de cobertura uma vista superior da obra necessitando assim a representao de

    todos os detalhes relativos coberta , como: - tipo de telha; - inclinao correspondente ao

    tipo de telha , - se houver, indicar beiral , platibanda , rufos , marquises ... - Determinar as

    cotas parciais e totais da edificao .

    V- SITUAO

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 27

    a- Para locar uma obra necessrio representar o local exato onde ela ocupar no lote . Para

    isso necessita - se da obteno de dados na prefeitura como os recuos frontal , lateral e

    fundos. b- Representa-se a projeo da obra sem contar com os beirais; c- Representar todas

    as cotas necessrias. d- necessrio a representao da calada ( tipo de material ) ; e- O

    nome da rua que passa na frente da obra ; f- Indicao do norte magntico ; g- locao de

    fossas , caixas de gordura , caixas de inspeo , ou sada para o esgoto publico, rvores (se

    houver) ; h- localizao da entrada de energia eltrica e gua . i- Cotas de nvel (meio fio,

    calada, obra...) j- Indicao da localizao do lixo

    VI - LOCALIZAO

    a- a representao do lote dentro da quadra . b- necessrio indicar e numerar todos os

    lotes da quadra, ressaltando-se o lote em questo, assim como o seu numero e o numero da

    quadra. c- Colocar os nomes de todas as ruas que circundam a quadra, d- Indicar tambm o

    norte magntico. obs. cotado somente o lote em questo .

  • VII- TITULO

    O titulo do projeto geralmente a finalidade da obra , ou seja se a construo para fins

    residenciais , comerciais , assistncias , religiosos ...,seguido da localizao da obra ( lote /

    quadra / bairro / cidade /estado ) Ex.: Projeto destinado a construo de uma residencia em

    alvenaria, situado sobre o lote X, quadra Y, bairro W, Cidade/Estado.

    VIII- ESTATSTICA

    DESENHO TCNICO SEGURANA DO TRABALHO 28

    A estatstica do projeto geralmente colocado pouco acima da legenda, se possvel. Nela

    colocamos : a. rea do lote em m2 b. rea da construo ( trreo , superiores ... , todos em

    separado ) em m2; c. rea total da construo em m2 d. coeficiente de aproveitamento = rea

    da construo total : rea do lote e. Taxa de ocupao = ( rea da construo trrea : rea do

    lote ) x 100 % Obs.: Caso haja construes existentes, indicar tambm a rea

    correspondente com o respectivo nmero do protocolo de aprovao.

    Esta apostila para uso dos alunos do curso de graduao de Engenharia de Produo da

    Universidade Candido Mendes. Reproduo proibida fora deste contexto.

    Universidade Candido Mendes - Niteri Coordenao de Engenharia de Produo

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    Professor: Carlos Kleber da Costa Arruda [email protected]

    Agosto de 2004

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    2

    1. Introduo 1.1 Criando um desenho tcnico O desenho uma forma de linguagem usada

    pelos artistas. Desenho tcnico usado pelos projetistas para transmitir uma idia de produto,

    que deve ser feita da maneira mais clara possvel.

    Mesmo preso por procedimentos e regras, um desenho tcnico necessita que o projetista use

    sua criatividade para mostrar, com facilidade, todos os aspectos da sua idia, sem deixar

    dvidas.

    Do outro lado, uma pessoa que esteja lendo um desenho deve compreender seus smbolos

    bsicos, que so usados para simplificar a linguagem grfica, permitindo que haja o maior

    nmero de detalhes possvel. 1.2 Normas So guias para a padronizao de procedimentos.

    Dependendo do mbito de seu projeto, voc pode encontrar normas internacionais, nacionais

    e internas de sua empresa, que buscam padronizar os desenhos.

    Antes de mais nada, Normas no so leis o profissional pode no se prender a todos os

    aspectos da norma, desde que justifique e se responsabilize por isso. No caso do desenho

    tcnico, no teremos normas que comprometam diretamente a segurana pessoal, porm

    procura-se sempre manter um padro.

    As seguintes normas se aplicam diretamente ao desenho tcnico no Brasil:

    NBR 10067 Princpios Gerais de Representao em Desenho Tcnico NBR 10126 Cotagem

    em Desenho Tcnico

  • Sendo complementadas pelas seguintes normas:

    NBR 8402 Execuo de Caracteres para Escrita em Desenhos Tcnicos NBR 8403 Aplicao

    de Linhas em Desenho Tcnico

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    3

    NBR 12296 Representao de rea de Corte por Meio de Hachuras em Desenho Tcnico

    Outras normas podem ser utilizadas para desenhos especficos: arquitetura, eltrica,

    hidrulica... 1.3 Desenho digital

    Atualmente o usos de ferramentas de CAD (Computed Aided Design desenho auxiliado por

    computador) tornou obsoleto o uso de pranchetas e salas de desenhos nas empresas. Um dos

    programas mais conhecidos o AutoCAD, criado pela empresa Autodesk, bastante difundido

    no mercado.

    Os textos dentro de caixas indicam procedimentos prticos de uso no AutoCAD dos exemplos

    da apostila. 1.4 Instrumentos usados

    1.4.1 Lpis e lapiseiras Ambos possuem vrios graus de dureza: uma grafite mais dura permite

    pontas finas, mas traos muito claros. Uma grafite mais macia cria traos mais escuros, mas as

    pontas sero rombudas.

    Recomenda-se uma grafite HB, F ou H para traar rascunhos e traos finos, e uma grafite HB

    ou B para traos fortes. O tipo de grafite depender da preferncia pessoal de cada um.

    Os lpis devem estar sempre apontados, de preferncia com estilete. Para lapiseiras,

    recomenda-se usar grafites de dimetro 0,5 ou 0,3 mm. 1.4.2 Esquadros So usados em pares:

    um de 45o e outro de 30o / 60o. A combinao de ambos permite obter vrios ngulos

    comuns nos desenhos, bem como traar retas paralelas e perpendiculares.

    Para traar retas paralelas, segure um dos esquadros, guiando o segundo esquadro atravs do

    papel. Caso o segundo esquadro chegue na ponta do

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    4

    primeiro, segure o segundo esquadro e ajuste o primeiro para continuar o traado.

    Figura 1 - Traando retas paralelas com os esquadros

    Figura 2 - Traando retas perpendiculares com os esquadros

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    5

    Exerccio Utilize ambos os esquadros para traar uma estrela de retas:, usando os seguintes

    ngulos: 0o , 15o , 30o, 45o, 60o, 75o , 90o, 105o, 120o, 135o, 150o, 165o, 180o. 1.4.3

    Compasso Usado para traar circunferncias e para transportar medidas. O compasso

    tradicional possui uma ponta seca e uma ponta com grafite, com alguns modelos com cabeas

    intercambiveis para canetas de nanquim ou tira-linhas.

  • Em um compasso ideal, suas pontas se tocam quando se fecha o compasso, caso contrrio o

    instrumento est descalibrado. A ponta de grafite deve ser apontada em bizel, feita com o

    auxlio de uma lixa.

    Os compassos tambm podem ter pernas fixas ou articuladas, que pode ser til para grandes

    circunferncias. Alguns modelos possuem extensores para traar circunferncias ainda

    maiores.

    Existem ainda compassos especficos, como o de pontas secas (usado somente para

    transportar medidas), compassos de mola (para pequenas circunferncias), compasso bomba

    (para circunferncias minsculas) e compasso de reduo (usado para converter escalas). 1.4.4

    Escalmetro Conjunto de rguas com vrias escalas usadas em engenharia. Seu uso elimina o

    uso de clculos para converter medidas, reduzindo o tempo de execuo do projeto.

    O tipo de escalmetro mais usado o triangular, com escalas tpicas de arquitetura: 1:20, 1:25,

    1:50, 1:75, 1:100, 1:125. A escala 1:100 corresponde a 1 m = 1 cm, e pode ser usado como uma

    rgua comum (1:1). O uso de escalas ser explicado mais adiante. 1.4.5 Folhas O formato

    usado o baseado na norma NBR 10068, denominado A0 (A-zero). Trata-se de uma folha com

    1 m2, cujas propores da altura e largura so de

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    6

    2:1. Todos os formatos seguintes so proporcionais: o formato A1 tem metade da rea do

    formato A0, etc.

    Obtm-se ento os seguintes tamanhos:

    Ref Altura (mm) Largura (mm) A0 841 1189 A1 594 841 A2 420 594 A3 297 420 A4 210 297 A5

    148 210

    Cabe ao desenhista escolher o formato adequado, no qual o desenho ser visto com clareza.

    Todos os formatos devem possuir margens: 25 mm no lado esquerdo, 10 mm nos outros lados

    (formatos A0 e A1) ou 7 mm (formatos A2, A3 e A4). Tambm costuma-se desenhar a legenda

    no canto inferior direito.

    1.4.6 Dobragem Toda folha com formato acima do A4 possui uma forma recomendada de

    dobragem. Esta forma visa que o desenho seja armazenado em uma pasta, que possa ser

    consultada com facilidade sem necessidade de retir-la da pasta, e que a legenda estaja visvel

    com o desenho dobrado.

    As ilustraes abaixo mostram a ordem das dobras. Primeiro dobra-se na horizontal (em

    sanfona), depois na vertical (para trs), terminando a dobra com a parte da legenda na

    frente. A dobra no canto superior esquerdo para evitar de furar a folha na dobra traseira,

    possibilitando desdobrar o desenho sem retirar do arquivo.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    7

    21

    21

  • 3

    4

    2134

    5

    6

    Figura 3 - Dobragem de alguns formatos

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    8

    2. Conceitos e convenes bsicas 2.1 Caracteres Assim como o resto do desenho tcnico, as

    letras e algarismos tambm seguem uma forma definida por norma. At pouco tempo atrs as

    letras eram desenhadas individualmente com o auxlio de normgrafos e aranhas. Hoje, tem-

    se a facilidade de um editor de texto para descrever o desenho.

    Exemplo de caracteres usados (fonte ISOCP.TTF que acompanha o AutoCAD)

    ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuwvxyz 1234567890

    ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuwvxyz 1234567890

    Tambm comum usar a fonte Simplex no AutoCAD, em verses anteriores

    ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ abcdefghijklmnopqrstuwvxyz 1234567890

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    9

    2.2 Cores Desenhos tcnicos, em geral, so representados em cor preta. Com as atuais

    facilidades de impresso, tornou-se mais fcil usar cores nos desenhos, mas no se deve

    exagerar.

    Cada cor utilizada deve ser mencionada em legenda. Pode-se usar cores para indicar peas

    diferentes, ou indicar o estado atual de uma pea (a retirar, a construir, a demolir, etc). 2.3

    Linhas O tipo e espessura de linha indicam sua funo no desenho.

    Figura 4 - Exemplos de tipos de linhas Contnua larga arestas e contornos visveis de peas,

    caracteres, indicao de corte ou vista. Contnua estreita hachuras, cotas Contnua a mo

    livre estreita (ou contnua e zig-zag, estreita) linha de ruptura Tracejada larga lados

    invisveis Trao e ponto larga planos de corte (extremidades e mudana de plano) Trao e

    ponto estreita eixos, planos de corte Trao e dois pontos estreita peas adjacentes

    O uso de cada tipo de linha ser visto detalhadamente nos prximos captulos.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    10

    2.4 Legenda A legenda no informa somente detalhes do desenho, mas tambm o nome da

    empresa, dos projetistas, data, logomarca, arquivo, etc. na legenda que o projetista assina

    seu projeto e marca revises. Em folhas grandes, quando se dobra o desenho, a legenda

    sempre deve estar visvel, para facilitar a procura em arquivo sem necessidade de desdobr-lo.

  • Figura 5 - Exemplo de legenda 2.5 Entendendo desenho tcnico mecnico Como introduo ao

    desenho tcnico, na grande maioria dos cursos feita o desenho mecnico. Logo, nada mais

    justo do que introduzir o aluno nomeclatura usada.

    Abaixo temos um pequeno glossrio dos principais termos usados:

    Aresta reta comum a dois planos; equivale a uma linha no desenho. Broca pea usada para

    furaes. Brocar Furar com broca. Calo pea (geralmente uma cunha) usada para firmar

    ou nivelar. Chanfrar realizar um chanfro em uma pea. Chanfro ou chanfradura recorte em

    ngulo em uma aresta da pea. Chaveta pea colocada entre o eixo e a roda, com finalidade

    de engat-las.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    11

    Concordncia arredondado de uma aresta, podendo ser interno ou externo. Entalhe corte

    feito por serra. Escarear abrir um furo em uma forma cnica, geralmente para alojar a

    cabea de um parafuso. Esmerilhar acabamento de uma superfcie. Estampagem obra em

    folha metlica, em geral recortada. Decapagem forma de alisar, polir ou limpar uma pea.

    Forjar dar forma a um metal quente a partir de golpes. Fresar operao a partir de

    ferramentas de corte (fresadora). Limar acabamento de superfcie com lima. Matriz pea

    empregada em conformar ou prensar uma forma desejada. Orelha salincia de um pea.

    Polir alisar uma superfcie com feltro ou semelhante. Ranhura sulco aberto em um eixo.

    Rasgo de chaveta sulco aberto para receber uma chavta. Rebaixo parte cilndrica alargada

    de um furo. Rebarba excesso de metal resultante de uma operao. Rebite pino usado

    como ligao permanente. Recartilhar tornar uma superfcie spera por meio de um

    serrilhado. Ressalto salincia de forma circular. Retificar executar acabamento em uma

    superfcie a partir de material abrasivo. Roscar abrir uma rosca em um furo ou eixo. Tarraxa

    ferramenta para abrir roscas externas. Tornear operao de usinagem com tornos. Trepanar

    executar uma ranhura em forma circular em torno de um furo. Vrtice canto de uma pea;

    ponto comum a duas retas.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    12

    3. Construes Geomtricas

    Neste captulo ser visto as relaes geomtricas existentes e como elas podem ajudar na

    construo do desenho, atravs basicamente do uso de compasso e esquadros.

    3.1 Conceitos bsicos Todas as construes geomtricas partem de princpios bsicos,

    estudados desde a antiguidade. Quando ainda no existia sistemas matemticos bem

    definidos, todo o estudo de geometria era feito atravs dos desenhos. Tais conceitos so

    vlidos at hoje, mesmo com os recursos disponveis atualmente.

    3.1.1 Locais geomtricos Um local geomtrico define uma condio, uma propriedade, ou uma

    restrio em um desenho, que inclusive pode ser expressa matematicamente. Um exemplo

    simples a circunferncia: todos os pontos no trao da circunferncia esto a mesma distncia

    do centro.

  • Retas paralelas so outro exemplo de local geomtrico: so dois conjuntos de pontos que

    nunca se cruzam, e que esto uma distncia fixa.

    Em suma, todas as formas no desenho so locais geomtricos, e atravs de suas propriedades

    que iremos relacion-los. Um exemplo prtico:

    - Tem-se dois pontos no espao, denominados A e B, conforme a Figura 6, e deseja-se

    encontrar um terceiro ponto C que esteja mesma distncia x de ambos os pontos.

    - Sabemos que a circunferncia define um conjunto de pontos que se encontra com a mesma

    distncia do centro. Com o compasso, pegamos na rgua o tamanho x e traamos duas

    circunferncias, uma com centro em A e outra com centro em B. Veja a Figura 7.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    13

    Figura 6

    Figura 7

    - A interseo das duas circunferncias a nossa soluo. Vemos inclusive que existem dois

    pontos vlidos, marcados como C1 e C2, o que perfeitamente plausvel. Caso o problema

    tivesse maiores restries (por exemplo, escolher o ponto mais alto) somente um dos pontos

    seria a soluo correta.

    Figura 8

    Figura 9

    - Se escolhermos outras distncias x, veremos outras solues. Veremos inclusive que

    podem haver distncias cujas respostas somente um ponto, ou distncias em que as

    circunferncias no se cruzam, no havendo soluo.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    14

    - O conjuntos de solues, conforme ns variamos a distncia x, pode ser definida por uma

    reta. Esta reta outro local geomtrico, neste caso definindo um conjunto de pontos que so

    equidistantes de A e B, contendo inclusive C1 e C2.

    Figura 10

    3.1.2 A borboleta Com a prtica ver que no necessrio traar circunferncias inteiras

    para encontrar os pontos. Usa-se somente um trao aonde provavelmente estar o ponto. O

    cruzamento destes traos do compasso chamado informalmente de borboleta.

    Figura 11

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    15

    3.2 Mediatriz A reta (c) encontrada nas figuras anteriores tambm chamada de mediatriz. Ela

    define um ponto mdio entre os dois pontos. Caso os pontos definem uma reta, a mediatriz

    cortar esta reta em seu ponto mdio, dividindo-a ao meio.

  • Figura 12 mediatriz e ponto mdio O ponto mdio pode ser encontrado com o recurso

    object snap (OSNAP), opo MID (midpoint). 3.3 Diviso de uma reta Aqui utiliza-se uma

    escala conhecida (por exemplo, a rgua ou escalmetro) para dividir uma reta em vrias partes

    iguais. - Trace uma segunda reta (BC), com qualquer comprimento, mas com um vrtice em

    comum com a reta a ser dividida (AB). - Divida a reta BC com sua rgua. No exemplo, vamos

    dividir em 5 partes, faremos uma reta de 5 cm, marcando cada centmetro. - Ligue os extremos

    A e C. - Com os esquadros, faa retas paralelas AC, transferindo os pontos da reta BC para a

    reta AB.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    16

    Figura 13 - diviso de uma reta Alm de retas, pode-se dividir arcos e circunferncias com o

    comando DIVIDE. A diviso marcada por pontos (os mesmos criados pelo comando POINT)

    que podem ser selecionados como qualquer objeto. 3.4 Traar um reta passando por um

    ponto, paralelo a outra reta Este trao feito facilmente com os esquadros. Caso no tenha

    disponvel os esquadros, h um mtodo alternativo: - Seja uma reta AB e queremos traar uma

    paralela que passe pelo ponto P. Com o compasso centrado em P, traa-se um arco de

    tamanho qualquer que intercepte a reta, achando-se C. - Sem alterar o tamanho no compasso,

    centre no ponto C e trace um arco, que passar pelo ponto P e interceptar a reta novamente,

    achando-se D. - Com o compasso, ache a distncia entre P e D e, centrando o compasso em C,

    trace um terceiro arco, interceptando o primeiro arco em E. - A reta paralela est definida

    pelos pontos E e P.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    17

    3.5 Construir um tringulo, sabendo-se os trs lados Este problema similar ao ponto

    equidistante a dois pontos, com a diferena que as distncias no so iguais. - Trace um dos

    lados, definindo a posio de dois pontos. - Pegue a medida do segundo lado e trace uma

    circunferncia com centro no primeiro ponto. - Pegue a medida do terceiro lado e trace uma

    circunferncia com centro no segundo ponto. - A interseo define o terceiro ponto. Podem

    haver duas solues. 3.6 Construir um hexgono regular O hexgono possui a propriedade de

    ter seus lados com o mesmo tamanho do crculo que o inscreve. - Trace uma circunferncia

    cujo raio o tamanho de um dos lados do hexgono. Esta a circunferncia no qual o

    hexgono estar inscrito. - Define a posio de um dos vrtices do hexgono. - Com o

    compasso aberto no mesmo tamanho do raio, trace os vrtices vizinhos, em cima da

    circunferncia, desta forma dividindo-a em seis lados iguais. - Ligue os vrtices, encontrando o

    hexgono. 3.7 Construindo polgonos regulares com os esquadros Aproveitando os ngulos

    dos esquadros e sabendo-se os ngulos de alguns polgonos regulares, podemos constru-los

    com facilidade:

    Polgono

    Nmero de lados

    ngulo interno Quadrado 4 90o Hexgono 6 60o Octgono 8 45o - Trace o primeiro lado do

    polgono e marque seu comprimento com o compasso. - Trace os lados adjacentes a este

    polgono com os esquadros, marcando o mesmo comprimento com o compasso. - Continue

    at fechar o polgono.

  • Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    18

    3.8 Construir uma circunferncia passando por trs pontos Sendo trs pontos consecutivos A,

    B e C; traar as mediatrizes de AB e BC. O cruzamento das mediatrizes o centro da

    circunferncia. 3.9 Tangentes Uma reta tangente a uma curva perpendicular ao raio da curva

    no respectivo ponto. Logo, para traar corretamente uma tangente, necessrio obter o

    ponto de tangncia. 3.9.1 Reta passando por um ponto, tangente circunferncia Caso o

    ponto P esteja sobre a circunferncia, trace uma reta do centro (O) at o ponto P. Com o

    auxlio dos esquadros, trace uma reta perpendicular a OP, que ser a tangente.

    Caso o ponto P esteja fora da circunferncia: - Ligue o centro O at o ponto P. - Ache a

    mediatriz do segmento OP, encontrando-se M. - Trace uma semicircunferncia centrada em

    M, passando por O e P, e cruzando a circunferncia. Este o ponto de tangncia T, encontrado

    pela propriedade em que o ngulo OTP sempre ser de 90o.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    19

    Figura 14 - Tangente de um ponto exterior 3.9.2 Circunferncia tangente a duas retas

    (concordncia) Esta representao aparece em muitos desenhos tcnicos, por exemplo, aonde

    uma pea tem seus cantos aliviados para minimizar os esforos mecnicos. A concordncia

    tambm surge em peas fundidas, aonde no se consegue cantos agudos sem haver um

    trabalho de usinagem.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    20

    Figura 15 - Concordncia entre duas retas Dadas as retas r e s, no qual deseja-se traar

    uma concordncia de raio R. Trace uma paralela a r a uma distncia R, definindo um lugar

    geomtrico de todas as circunferncias de raio R tangentes a r. Faa o mesmo com a reta

    s, e a interseo das retas, definido como O, ser o centro da circunferncia procurada.

    Determine os pontos de tangncia T e T, traando de O perpendiculares a r e s.

    As concordncias podem ser feitas facilmente com o comando FILLET. Neste comando, antes

    de selecionar os segmentos, pode-se determinar o raio da concordncia (R - radius). 3.9.3

    Circunferncia tangente a reta e circunferncia

    3.9.4 Circunferncia tangente a duas circunferncias

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    21

    4. Desenho Projetivo 4.1 Mtodos de projees ortogrficas Imagine a pea envolvida por um

    cubo, no qual cada face corresponder a uma vista, ou seja, o que voc estaria enxergando da

    pea se voc estivesse olhando esta face de frente. Este cubo de vistas ento planificado,

    desdobrado. Desta forma possvel visualizar todos os lados da pea em uma folha de papel.

    A projeo ortogrfica, na prtica, pode ser feita de duas formas: - no primeiro diedro: imagine

    vendo a pea a partir de um dos lados do cubo. O desenho da vista ser feito no lado oposta

    em que voc se localiza

  • Figura 16 Projeo das vistas no primeiro diedro, e representao

    - no terceiro diedro: imagine vendo a pea a partir de um dos lados do cubo. O desenho da

    vista ser feito no mesmo lado em que voc se localiza.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    22

    Figura 17 Projeo das vistas no terceiro diedro

    Figura 18 - Rebatimento dos planos para a representao no terceiro diedro

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    23

    O conceito de vistas aplicado para todos os seis lados possveis do cubo. A diferena entre

    a representao no primeiro diedro e no terceiro diedro simplesmente a inverso das

    posies das vistas no papel.

    Figura 19 projeo completa de seis vistas (terceiro diedro) e rebatimento

    A figura abaixo mostra a diferena prtica entre as duas representaes:

    Figura 20 Representrao de um carro no primeiro diedro

    Figura 21 - Representrao de um carro no terceiro diedro

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    24

    Pela norma, a representao indicada pelos cones abaixo, geralmente inclusos na legenda.

    Para memorizar os cones, basta imaginar um observador (representado por um olho)

    posicionado do lado da pea:

    Figura 22 Denominao de primeiro diedro ponto de vista e cone

    Figura 23 - Denominao de terceiro diedro ponto de vista e cone 4.1.1 Denominao das

    vistas A princpio escolhida uma face da pea como uma face principal, no qual ser

    denominada como vista frontal. A demominao de frontal pode ser a frente real da pea,

    ou caso no haja esta referncia, a vista frontal ser a vista que apresentar a pea com mais

    detalhes.

    A vista frontal ser a parte central do desenho, com todas as outras vistas em volta dela. Nos

    lados teremos as vistas lateral esquerda e lateral direita,

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    25

    sempre de acordo com o diedro escolhido. Da mesma forma, na parte vertical teremos as

    vistas superior e inferior. Na extrema direita (ou esqueda) do desenho, teremos

    finalmente nossa vista posterior (ou traseira), fechando as seis vistas ortogonais principais. 4.2

    Vrtices, lados e faces Ao desenhar as vistas de uma pea, veremos que cada vista ir mostrar

    somente duas dimenses do objeto (largura e comprimento, comprimento e altura, etc). E que

  • entre cada vista haver uma dimenso em comum. Por isso, costume desenhar as vistas

    alinhadas entre si no uma obrigao, pois a figura pode no caber no papel - mas as vistas

    alinhadas torna a leitura do desenho mais fcil.

    Veremos que existiro faces que sero vistas como uma linha, caso esta face seja ortogonal

    (paralela a um dos planos de projeo). Existiro tambm lados (linhas) que sero vistas como

    pontos, quando vistas de frente. 4.3 Linhas ocultas Em muitos casos, havero detalhes da pea

    que no so vistos normalmente. Detalhes internos, furos, ranhuras; mas que devem ser

    informados para que o projeto seja compreendido.

    Para isso, so usadas linhas tracejadas, na mesma espessura das linhas principais da pea, que

    indicam que existe um detalhe interno, ou do outro lado da pea, oculto por uma face.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    26

    Figura 24 Exemplo de uma pea cilndrica, no primeiro diedro, com linhas ocultas, eixo de

    simetria e linhas de construo entre as vistas, mostrando a coincidncia entre as dimenses

    da pea

    4.4 Escolha das vistas Fica para o desenhista escolher as melhores vistas para ilustrar a pea.

    Em geral, o uso de trs vistas ser suficiente, mas podem ocorrer casos particulares. 4.4.1

    Menos vistas s vezes uma pea cilndrica pode ter duas vistas iguais, logo pode-se omitir uma

    das vistas. Uma cunha, por exemplo, pode ter uma das vistas em que nada acrescenta. Uma

    chapa de metal, sem maiores detalhes nas vistas lateral e frontal, pode ter somente uma vista

    superior, e o projetista indica a espessura da pea na legenda.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    27

    4.4.2 Mais vistas Da mesma forma, uma pea com muitos detalhes pode demandar o uso de 4,

    5 ou at 6 vistas. Mesmo com o uso de somente trs vistas (frontal, superior e lateral) pode

    haver uma confuso de linhas ocultas, que dificultar a leitura do desenho. 4.4.3 Vistas

    auxiliares Usado para ilustrar faces fora dos planos ortogonais, no caso de faces inclinadas, as

    vistas auxiliares sero vistas no prximo captulo. 4.4.4 Vistas especiais Outros recursos so

    usados para ilustrar todos os detalhes do projeto, como por exemplo as vistas em corte. Estes

    recursos sero vistos mais adiante. 4.5 Linhas de Eixo e de Simetria importante no projeto e

    execuo de uma pea a localizao de seus pontos mdios e centros de arcos e

    circunferncias. Estas linhas em geral so os primeiros traos de um desenho, e ambas so

    representadas por uma linha do tipo trao-e-ponto, estreita. No seu traado, estas linhas

    ultrapassam levemente o desenho da pea.

    Deve-se desenhar uma linha de eixo ou simetria: - Em qualquer pea simtrica, como por

    exemplo um cilindro ou cone, inclusive em partes ocultas, como furos. - No centro de

    circunferncias, de preferncia marcada com duas linhas ortogonais.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    28

    5. Representaes Complementares 5.1 Vista Auxiliar Uma superfcie de uma pea s se

    apresenta com sua verdadeira grandeza quando projetada sobre um plano paralelo. At agora

  • as peas apresentadas tm suas faces paralelas aos planos principais de projeo, sendo

    sempre corretamente representadas.

    Porm, nada impede que exista um objeto com uma ou mais faces inclinadas, no qual seria

    importante representar estas faces de forma verdadeira. Ora, para perceber a verdadeira

    grandeza destas faces, necessrio mostr-la de frente.

    Nas vistas auxiliares, comum traar somente a face inclinada, omitindo-a tambm da vista no

    qual encontra-se inclinada. O conjunto de vistas principais e auxiliares demonstrar ao

    projetista a forma real da pea. A Figura 25 demonstra como funciona.

    Figura 25 - Exemplo de vistas ortogrficas normais e o uso de vista auxiliar

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    29

    Figura 26 - Uso de vistas parciais

    Figura 27 - Etapas de desenho de uma vista auxiliar 5.2 Vista auxiliar oblqua (dupla) Em certos

    casos, uma face da pea encontra-se inclinada em relao a todos os planos principais de

    projeo. Neste caso, ser necessrio realizar dois rebatimentos para encontrar a verdadeira

    grandeza da face. O resultado chamado de vista auxiliar oblqua.

    Primeiro deve-se tomar um plano de projeo que seja perpendicular face e a um dos planos

    principais de projeo. A partir desta vista intermediria, traa-se a vista auxiliar oblqua da

    face em questo.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    30

    Figura 28 - Etapas de desenho de uma vista auxiliar oblqua 5.3 Elementos repetitivos No caso

    de detalhes em uma pea que se repetem regularmente, como furos, dentes, etc; pode-se

    traar somente os primeiros detalhes, mostrando em seguida as posies dos prximos (linhas

    de eixo ou um desenho simplificado). 5.4 Detalhes ampliados Quando existem detalhes na

    pea no qual so muito pequenos, no qual a escala utilizada insuficiente, pode-se desenhar

    somente esta parte com uma ampliao.

    Para isso circunda-se a parte a ser ampliada (no desenho original) com uma linha estreita

    contnua, devidamente identificado com uma letra maiscula, e desenhado ampliado, com a

    escala indicada.

    O AutoCAD tem a facilidade de gerenciar as vistas das peas, atravs das viewports. Cada

    viewport pode mostrar o desenho com uma escala diferente, ou no caso de desenhos em 3D,

    em pontos de vista diferentes.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    31

    5.5 Peas simtricas (meia vista) Pode-se desenhar somente um dos lados de uma pea

    simtrica, no qual a linha de eixo indicar a simetria. Pode-se usar esta representao para

    uma pea com dois lados iguais (desenhando a metade) e quatro lados iguais (desenhando a

    quarta parte), conforme figuras abaixo.

  • Figura 29 - Exemplo de uma meia-vista de uma pea simtrica no eixo horizontal

    Figura 30 - Quarto de vista de uma pea simtrica nos dois eixos

    A meia-vista pode ser aplicada tanto na vertical quanto na horizontal. 5.6 Vistas encurtadas

    (Linhas de interrupo) Peas longas podem ter seu desenho simplificado, mostrando somente

    as partes que contm detalhes. A representao de interrupo pode ser o trao a mo livre

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    32

    estreito ou o trao zig-zag estreito. Pode-se tambm usar esta representao para peas

    cnicas e inclinadas.

    Conforme ser visto mais adiante, uma cota no interrompida (veja figura abaixo).

    Figura 31 - Exemplo de interrupes

    No AutoCAD, o trao a mo livre pode ser realizado com o comando SKETCH.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    33

    6. Cortes e Representaes Convencionais 6.1 Hachuras So usadas para representar cortes de

    peas. A hachura bsica consiste em um trao estreito diagonal (em 45o), com um

    espaamento constante.

    Em desenhos mais complexos, pode-se ter vrios tipos de hachuras, mais elaborados. Isto

    tornou-se mais prtico com o uso do CAD. A figura abaixo ilustra algumas convenes de

    hachuras porm estas representaes variam muito, dependendo da rea, empresa, etc.

    Figura 32 - Alguns tipos de hachura

    O Comando HATCH desenha hachuras. Ao execut-lo, ser apresentado uma janela com os

    padres disponveis, incluindo os indicados na Figura 32.

    Para inserir a hachura, basta usar o boto Pick Points na prpria janela de hachuras e

    selecionar um ponto interno da pea. Pode acontecer do programa recusar o ponto isso

    acontece porque o ponto tem que estar totalmente cercado por linhas, arcos, etc; no

    podendo desta forma vazar por algum buraco para fora da pea.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    34

    6.2 Corte total A representao do corte exatamente imaginar que a pea encontra-se

    partida ou quebrada, mostrando assim os detalhes internos. Com isso, deixa de ser necessrio

    o uso de linhas ocultas, na maioria dos casos.

    Figura 33 - Representao do corte em uma pea

    Imagina-se o corte como um plano secante, que passa pela pea, separando-a em dois

    pedaos e mostrando a parte interna. O plano secante (tambm chamado plano de corte)

    indicado em outra vista, mostrando aonde se encontra o corte (veja Figura 33 e Figura 34).

  • A representao do plano de corte com um trao estreito trao-e-ponto, exatamente como a

    linha de simetria, com a diferena de ter nas extremidades um trao largo. O plano de corte

    deve ser indentificado com letras maisculas e o ponto de vista indicado por meio de setas. A

    parte larga do plano de corte no encosta no desenho da pea. A linha de corte pode coincidir

    com a linha de simetria.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    35

    Figura 34 - Representao de corte total da Figura 33

    Ao realizar-se o corte de duas peas distintas, usa-se hachuras com direes diferentes, cada

    uma indicando uma pea. Caso haja um maior nmero de peas em corte, pode-se usar

    hachuras com espaamentos ou ngulos diferentes, ou usar outros tipos de desenho de

    hachura. Em geral reserva-se as hachuras estreitas para pequenas peas, e vice-versa.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    36

    Figura 35 Uso de hachura no corte de vrias peas

    Ao cortar peas muito estreitas, a hachura pode ser substituda por um preenchimento em

    preto, usando-se linhas brancas para separar partes contguas, caso seja necessrio.

    Em geral, nos cortes no so hachurados dentes de engrenagem, parafusos, porcas, eixos,

    raios de roda, nervuras, pinos, arruelas, contrapinos, rebites, chavetas, volantes e manpulos.

    Isto uma conveno, fazendo com que seja evidenciado partes mais importantes da pea.

    Pode-se hachurar estas partes caso tenham detalhes pouco usuais (por exemplo, um furo

    interno a um parafuso). 6.3 Meio-corte Usado em objetos simtricos, no qual corta-se

    somente metade do desenho, sendo a outra metade o desenho da vista normal. As linhas

    invisveis de ambos os lados no so traadas.

    Usa-se tambm combinar o meio-corte com a meia-vista, tornando o desenho bem prtico

    sem perder informao.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    37

    Figura 36 - exemplos de meia-vista, meia-vista e corte total, meia-vista e meia-vista/ meio

    corte

    6.4 Corte parcial Quando deseja-se cortar somente uma parte da pea, usa-se o corte parcial.

    O corte limitado por uma linha de interrupo (irregular ou em zig-zag). 6.5 Corte em desvio

    Usa-se o corte em desvio para obter os detalhes que no estejam sobre uma linha contnua.

    Neste caso o plano de corte dobrado, passando por todos os detalhes desejados. Cada vez

    que o plano de corte muda de direo, este indicado por um trao largo, de forma similar s

    extremidades.

    Figura 37 - Corte em desvio

    6.6 Sees So um corte local da pea, sem o incoveniente de desenhar toda a vista relativa a

    este corte. As sees podem ser representadas diretamente na pea (Figura 38), puxadas

  • para fora atravs de uma linha de chamada (Figura 39), ou indicadas como um corte normal,

    omitindo detalhes.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    38

    Figura 38 - Exemplo de seo sobre a vista

    Figura 39 - Sees projetadas fora da vista

    Tambm pode-se combinar, em peas longas, linhas de interrupo e sees.

    Figura 40 - Exemplo de seo inserida entre linhas de interrupo

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    39

    6.7 Representaes convencionais Em muitos casos, a representao exata de uma pea pela

    suas vistas pode ser confusa. O que ocorre na prtica a simplificao dos traos, no qual

    usada com bom-senso pode ser mais ilustrativo que a representao real. Isto chamado de

    representao convencional.

    Existem muitos casos de representaes convencionais, um deles j foi ilustrado na seo

    anterior: no representar em corte nervuras, parafusos, pinos, etc.

    Figura 41 - Representao convencional de um brao de volante

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    40

    Figura 42 - Exemplos de representaes convencionais

    Outro caso a representao de furos em flanges que no estejam no eixo de simetria.

    Simplesmente considere que o furo esteja alinhado e desenhe o corte. A vista frontal ilustrar

    a verdadeira posio dos furos.

    Mais ocorrncias de representaes convencionais so em intersees entre cilindros e outras

    sees, tubos, orelhas, posio de nervuras, concordncias, runouts, etc.

    Runouts so representaes convencionais de intersees atenuadas por curva, aonde no

    existe uma aresta por no haver uma mudana brusca de direo. Abaixo esto alguns

    exemplos de representaes de concordncias e runouts.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    41

    Figura 43 - Exemplos de concordncias e "Runouts"

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    42

    7. Cotas

  • Cotas so medidas de um objeto, inprescindvel para o projetista indicar a verdadeira

    grandeza. Em muitas ocasies, a pessoa que est lendo o desenho no dispe de uma rgua

    para medir, e mesmo se tivesse uma cota j adianta o trabalho, fornecendo imediatamente a

    informao.

    Figura 44 - Desenho de uma cota

    O que uma cota pode indicar: Comprimentos, larguras, alturas, profundidades; Raios e

    dimetros; ngulos; Coordenadas; Forma (circular, quadrada, esfrica), caso a vista no

    mostre claramente; Quantidade (por exemplo nmero de furos); Cdigo/ Referncia do

    produto; Ordem de montagem; Detalhes construtivos, observaes.

    O menu Dimension agrupa todos os tipos de cotas disponveis no AutoCAD.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    43

    7.1 Desenho da cota

    A cota deve ser realizada da seguinte forma: - Acima e paralelamente s suas linhas de cota,

    preferivelmente no centro. - Quando a linha de cota vertical, colocar a cota

    preferencialmente no lado esquerdo. - Quando estiver cotando uma meia-vista, colocar a cota

    no centro da pea (acima ou abaixo da linha de simetria). - Para melhorar a interpretao da

    medida, usa-se os seguintes smbolos: 1. - Dimetro 2. R Raio 3. - Quadrado 4. ESF

    Dimetro esfrico 5. R ESF Raio esfrico - Os smbolos de dimetro e quadrado podem ser

    omitidos quando a forma for claramente indicada.

    O smbolo pode ser escrito no AutoCAD digitando %%c. 7.2 Aplicando uma cota

    O projetista pode escolher em cotar uma circunferncia pelo raio ou pelo dimetro, o que for

    mais conveniente.

    Figura 45 - Cotagem de circunferncias

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    44

    Ao cotar uma curva ou circunferncia, deve-se localizar o centro do raio:

    Figura 46 - Exemplo de cotagem de uma curva (concordncia)

    Freqentemente as medidas encontram-se em espaos estreitos. Para isso, pode recorrer em

    simplificar o desenho da cota, omitindo as setas; ou ento puxar a medida da cota para fora,

    conforme a figura abaixo.

    Figura 47 - Cotagem em espaos estreitos

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    45

    de bom uso alinhar cotas em sequncia (no qual pode-se aproveitar setas de cotas

    adjacentes para cotar espaos estreitos). Tambm usa-se cotar as dimenses totais da pea

    no deixe para quem for ler o desenho calcular.

  • Figura 48 - Exemplo de cotas em seqncia

    A cotagem de ngulos segue as mesmas convenes: cota preferencialmente centrada,

    alinhada com a linha de cota, o mais prximo da vertical. Tambm pode-se puxar a cota para

    fora.

    Figura 49 - Cotagem de ngulos

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    46

    Figura 50 - Exemplo de cotagem de curvas no qual o centro encontra-se fora da pea

    Hbitos a serem evitados: No repetir cotas, salvo em casos especiais; No usar qualquer

    linha do desenho como linha de cota; Evitar que uma linha de cota corte uma linha auxiliar;

    No esperar de quem for ler o desenho que faa somas e subtraes: cotar todas as medidas e

    as dimenses totais; Evitar cotar linhas ocultas; Evitar cotas dentro de hachuras.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    47

    8. Perspectiva Isomtrica

    Os desenhos em perspectiva foram concebidos como um meio termo entre a viso da pea no

    espao, mantendo suas propores e a escala.

    Existem vrios tipos de perspectiva, cada um com sua utilidade. Os desenhos em perspectiva

    exata ilustram com perfeio o ngulo do observador, porm as dimenses variam com a

    posio e proximidade dos objetos. Outros tipos de perspectiva so a dimtrica, trimtrica e

    cavaleira.

    Neste captulo estudaremos a perspectiva isomtrica, por ser a mais utilizada e pela sua

    facilidade de utilizao, levando em conta os erros, tolerveis, de suas aproximaes. 8.1

    Conceito Partindo de um ponto de vista do objeto pela sua face frontal, a perspectiva

    isomtrica o produto da rotao do objeto em 45o em torno do eixo vertical, sendo logo

    aps inclinado para a frente, de forma que as medidas de todas as arestas reduzem-se

    mesma escala.

    Nesta configurao os eixos ortogonais sero encontrados com ngulos de 120o entre si. Esta

    posio dos eixos facilmente encontrada com o auxlio do esquadro de 30o/ 60o, usando seu

    menor ngulo para traar os eixos X e Y, com o eixo Z na vertical. A Figura 51 ilustra os eixos

    isomtricos e a transformao de um conjunto de vistas em uma perspectiva isomtrica.

    Figura 51 - Eixos isomtricos e elaborao da perspectiva

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    48

    Teoricamente a escala das arestas reduzida em 81% do original. Na prtica, isto no

    praticado, sendo a perspectiva feita na mesma escala do original. Esta chamada de

    perspectiva isomtrica simplificada, e seu traado implica em uma figura aparentemente

    maior que nas vistas ortogonais. 8.2 Desenhando em perspectiva isomtrica Inicia-se o

    desenho da perspectiva por um canto da pea, de preferncia o que estar mais a frente. O

  • desenhista deve escolher uma posio da pea no espao e mant-la na memria, para no se

    confundir durante o traado.

    O primeiro mtodo para iniciar o desenho, similar ao usado nas vistas ortogrficas, traar um

    paralelepdedo com as medidas totais da pea (comprimento, largura, altura), visualizando a

    posio da pea.

    Com o paraleleppedo traado, inicia-se os traos secundrios, como se estivesse cortando

    pedaos de um bloco real, at que sobre o formato da pea desejada.

    Figura 52 - Iniciando o traado da perspectiva

    Observe que as medidas extradas das vistas ortogrficas somente sero vlidas nos eixos

    ortogonais. Ou seja, medidas extradas de rampas, planos inclinados ou curvas no sero

    transferidos corretamente. necessrio que se encontre as coordenadas de cada ponto,

    ligando-os em seguida.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    49

    Figura 53 - Mtodo de construo pelo paraleleppedo envolvente

    No AutoCAD, alm das opes de desenho em 3D, possvel desenhar perspectivas

    isomtricas sem utilizar o 3D real. Para isso, basta habilitar o modo isometric snap, acessvel

    clicando com o boto direito em SNAP (na barra de status).

    Com essa opo habilitada, junto com o ORTHO, o cursor fica contido em um dos planos

    isomtricos. Para mudar de plano, use o comando ISOPLANE (escolhendo entre Top, Left e

    Right).

    Figura 54 - Traado de planos inclinados atravs de suas coordenadas em relao ao

    paraleleppedo envolvente

    Outro mtodo usado por coordenadas: partindo de uma face da pea, localiza- se os pontos

    extremos (sempre por traos ortogonais), ligando-os em seguida.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    50

    Na prtica o desenhista ir determinar qual ser o melhor mtodo, tanto que no existe

    exatamente um mtodo mais correto que outro.

    Figura 55 - Mtodo de construo por coordenadas

    Independente do mtodo utilizado, convm lembrar que os ngulos sempre estaro alterados.

    Procure transport-los sempre em relao aos eixos ortogonais (no caso da Figura 56,

    desenhar a rampa atravs das medidas a, b e c).

    Figura 56 - ngulos em perspectiva isomtrica e desenho de arestas inclinadas

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    51

  • 8.3 Curvas em perspectiva comum a representao de peas com superfcies curvas em

    perspectiva. Por regra, o mtodo mais preciso para constru-las atravs de coordenadas,

    levantadas atravs de vrios pontos da curva.

    Figura 57 - Obteno de curvas em perspectiva

    Para circunferncias localizadas paralelamente aos planos isomtricos, existem mtodos de

    construo aproximados, que ilustram satisfatoriamente a curva.

    O primeiro mtodo, ilustrado na Figura 58, segue a seguinte receita: 1. Localizar a

    circunferncia na vista, e desenhar o quadrado que a envolve (pontos ABCD). Desenh-lo

    normalmente em perspectiva. 2. Independente da posio do quadrado, teremos os pontos

    mais prximos, A e C, e os pontos mais distantes, B e D. 3. Ligar os pontos A e C com o ponto

    mdio das faces opostas (vide figura). 4. Traar a circunferncia em quatro etapas: a. Um arco

    com centro em A, traado do meio de BC at o meio de CD. b. Um arco com centro na

    interseo dos traos (vide abaixo), traado do meio de BC at o meio de AB. c. Um arco com

    centro em C, traado do meio de AB at o meio de DA. d. Um arco com centro na outra

    interseo dos traos, traado do meio de AD at o meio de CD. 5. Apague as linhas de

    construo e est pronto o desenho da circunferncia.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    52

    Figura 58 - Construo da circunferncia isomtrica

    Convm lembrar que este mtodo somente vlido para circunferncias localizadas nos

    planos ortogonais. Para circunferncias em faces fora dos planos ortogonais, deve-se utilizar o

    mtodo de pontos (Figura 57).

    Um mtodo de Stevens mais preciso, sendo feito de uma forma similar: no momento de

    determinar os centros dos arcos menores, traa-se um arco auxiliar de raio R (medido do

    centro da circunferncia O at o ponto P aonde cruza o arco maior com a reta AC)

    encontrando-se dois pontos na reta BD. Estes pontos sero os centros dos arcos menores. Seu

    raio ser encontrado a partir de uma reta, partindo do ponto A, cruzando o centro do arco, e

    encontrando-se na reta oposta CD. Este ser novo ponto de encontro dos arcos menores e

    maiores.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    53

    Figura 59 - Circunferncia isomtrica - mtodo de Stevens

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    54

    Figura 60 - Circunferncias traadas pelo mtodo de Stevens, nas trs posies possveis.

    Obviamente pode-se utilizar ambos os mtodos para traar partes (setores) de circunferncias,

    como por exemplo em concordncias. Com a prtica observa-se que no ser necessrio traar

    todas as linhas de construo.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

  • 55

    Figura 61- Usando setores de circunferncias isomtricas para desenhar concordncias.

    Pode-se traar circunferncias isomtricas no AutoCAD atravs do comando ELLIPSE. Ao usar

    este comando, mas somente no modo isometric snap, escolha a opo Isocircle. Basta

    escolher o centro e o raio, como usado no comando CIRCLE. Veja que o Isocircle estar contido

    em um dos planos isomtricos, para criar um isocircle em outro plano, use antes de tudo o

    comando ISOPLANE.

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    A1

    9. Apndice: Usando o AutoCAD 9.1 Introduo O objetivo deste captulo de introduzir os

    conceitos bsicos do AutoCAD. Sabendo o princpio de funcionamento, ser possvel

    desenvolver todos os exerccios propostos na apostila.

    Atualmente o AutoCAD encontra-se na verso 2004, mas os comandos descritos neste captulo

    so perfeitamente usados nas verses anteriores, como o AutoCAD 2002 e 2000. A verso 14

    possui um mtodo diferente de plotagem, mas pode ser usada sem problemas. As verses 12 e

    13 tambm so aceitas, so verses bem leves, porm suas interfaces so mais limitadas.

    Tambm deve-se tomar cuidado ao editar arquivos em verses recentes do programa e tentar

    abri-las em verses antigas, o que no funcionar.

    A seguir so apresentados os comandos bsicos, suficientes para a execuo dos exemplo

    apresentados.

    Todos os comandos so acessveis de vrias maneiras: pelo console, menus, botes, etc. 9.2

    Criao (Draw) Line Polyline 9.3 Alterao (Modify) Offset Array Scale 9.4 Cotagem

    (Dimension) Linear Aligned Radius Diameter Angular

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    A2

    9.5 Formatao (Format) Layer Text style 9.6 Manipulao de arquivos (File) Open Save 9.7

    Ferramentas (Tools) Properties

    Apostila de Desenho Tcnico Bsico

    A3

    10. Bibliografia

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR 10067, Princpios Gerais de

    Representao em Desenho Tcnico. Maio de 1995. ___, NBR 10126, Cotagem em Desenho

    Tcnico. Novembro de 1987. AMARAL, Vera Lcia Salvador. CADLAB, Curso AutoCAD R14 2D

    para Arquitetura. 1999. DE CAMPOS, Frederico Oioli. Desenho Tcnico. 2001. FRENCH,

    Thomas E. Desenho Tcnico. Editora Globo. Help do AutoCAD 2004. MONTENEGRO, Gildo

    A. Desenho Arquitetnico. Editora Edgard Blcher. 1997. PRNCIPE JR., Alfredo dos Reis.

    Noes de Geometria Descritiva, Vol 1 e 2. Livraria Nobel.

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN DEPARTAMENTO DE EXPRESSO GRFICA/DEGRAF

  • RESUMO NORMAS TCNICAS SOBRE DESENHO TCNICO E REPRESENTAO DE PROJETOS DE

    ARQUITETURA

    Prof. Dr. Francine Aidie Rossi

    RESUMO DAS NORMAS TCNICAS DA ABNT

    A padronizao ou normalizao do desenho tcnico tem como objetivo uniformizar o

    desenho por meio de um conjunto de regras ou recomendaes que regulamentam a

    execuo e a leitura de um desenho tcnico, permitindo reproduzir vrias vezes um

    determinado procedimento em diferentes reas, com poucas possibilidades de erros.

    Assim, tm-se como benefcios da normalizao:

    - a melhoria na comunicao entre fabricante e cliente;

    - a reduo no tempo de projeto, no custo da produo e do produto final;

    - a melhoria da qualidade do produto;

    - a utilizao adequada dos recursos (equipamentos, materiais e mo de obra);

    - a uniformizao da produo;

    - a facilitao do treinamento da mo de obra, melhorando seu nvel tcnico;

    - a possibilidade de registro do conhecimento tecnolgico;

    - melhorar o processo de contratao e venda de tecnologia;

    - reduo do consumo de materiais e do desperdcio;

    - padronizao de equipamentos e componentes;

    - reduo da variedade de produtos;

    - fornecimento de procedimentos para clculos e projetos;

    - aumento de produtividade;

    - melhoria da qualidade;

    - controle de processos;

    H vrias instituies, nacionais e internacionais, que definem e produzem normas

    sobre diversos assuntos. Como exemplo tem-se a organizao europia ISO ( International

    Organization for Standardization ), a americana ANSI ( American National Standards Institute )

    e a brasileira ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas).

    A ABNT responsvel pela normalizao tcnica no pas, fornecendo a base

    necessria ao desenvolvimento tecnolgico brasileiro e a representante oficial no Brasil

    das seguintes entidades internacionais: ISO, IEC ( International Eletrotechnical Comission ); e

  • das entidades de normalizao regional COPANT (Comisso Pan-americana de Normas

    Tcnicas) e a AMN (Associao Mercosul de Normalizao).

    O conjunto de normas brasileiras que regem o desenho tcnico abrange questes

    referentes a representao de desenho, tais como: formatos de papel, representao de

    desenho, linhas e suas espessuras, escala, caligrafia tcnica, cotas, legendas, dobramento

    de folhas, dentre outros.

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    ARQUITETURA

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    Para cada um destes temas h uma NBR especfica que fixa as regras referentes

    cada assunto.

    NBR 8196/1999 - Desenho Tcnico Emprego de Escala s

    Esta Norma fixa as condies exigveis para o emprego de escalas e suas

    designaes em desenhos tcnicos.

    A designao completa de uma escala deve consistir na palavra ESCALA ou a

    abreviatura ESC, seguida da indicao da relao:

    a) ESCALA 1:1, para escala natural, dimenso do objeto representado igual a

    dimenso real, 1:1;

    b) ESCALA X:1, para escala de ampliao (X > 1), quando a dimenso do objeto no

    desenho maior que sua dimenso real, X:1, Ex.: 2:1, 5:1, 10:1;

    c) ESCALA 1:X, para escala de reduo (X > 1), quando a dimenso do objeto

    representado no papel menor que sua dimenso real, Ex.: 1:2, 1:5, 1:10.

    A escala deve ser indicada na legenda da folha de desenho.

    Quando for necessrio o uso de mais de uma escala na folha de desenho, alm da

    escala geral, estas devem estar indicadas junto identificao do detalhe ou vista a que se

    referem; na legenda, deve constar a escala geral.

    A escolha da escala feita em funo da complexidade e da finalidade do objeto a

    ser representado. Devendo permitir uma interpretao fcil e clara da informao

    representada. A escala e o tamanho do objeto ou elemento em questo so parmetros

    para a escolha do formato da folha de desenho.

  • NBR 10068/1987 - Folha de Desenho, Leiaute e Dimenses

    Esta norma padroniza as caractersticas dimensionais das folhas em branco e pr-

    impressas a serem aplicadas em todos os desenhos tcnicos. Alm de apresentar o layout

    da folha do desenho tcnico. O formato bsico para desenhos tcnicos o retngulo de rea

    igual a 1 m 2 e de

    lados medindo 841 mm x 1189 mm, isto , guardando entre si a mesma relao que existe

    entre o lado de um quadrado e sua diagonal x/y = 1/2 1/2 . A partir deste formato,

    denominado

    A0, derivam-se os demais formatos.

    A escolha do formato deve ser feita de forma a no prejudicar a representao

    (clareza) do desenho, devendo-se escolher formatos menores sempre que possvel.

    As margens so limitadas pelo contorno externo da folha e quadro. O quadro limita o

    espao para o desenho. A margem esquerda serve para ser perfurada e utilizada no

    arquivamento, por isso tem dimenso maior que as margens restantes.

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    Tabela 1 Formatos da srie A

    Formatos

    Dimenses (mm)

    Margem (mm) Largura linha do quadro (mm)

    Comprimento da legenda (mm) Esquerda Outras A0 841 x 1189 25 10 1,4 175 A1 594 x 841 25

    10 1,0 175 A2 420 x 594 25 7 0,7 178 A3 297 x 420 25 7 0,5 178 A4 210 x 297 25 7 0,5 178

    A legenda representada dentro da margem no canto inferior direito da folha. A

    direo da leitura da legenda deve corresponder do desenho. A legenda contm

    informaes sobre o desenho (ttulo, escala, unidade dimensional utilizada, data de

    realizao do desenho, nmero de registro, etc.), nome da empresa proprietria, nome do

    desenhista ou projetista, nmero da folha e total de folhas. A legenda deve ter 178 mm de

    comprimento, nos formatos A4, A3 e A2, e 175 mm nos formatos A1 e A0.

    Nas folhas de formatos de srie "A" devem ser executadas quatro marcas de centros.

    Estas marcas devem ser localizadas no final das duas linhas de simetria (horizontal e

    vertical) folha.

  • NBR 8402/1994 - Execuo de Caractere para Escrita em Desenho Tcnico

    Esta norma fixa as condies exigveis para a escrita usada em desenhos tcnicos e

    documentos semelhantes.

    As principais exigncias na escrita em desenhos tcnicos so:

    a) legibilidade;

    b) uniformidade;

    c) reproduo de desenhos sem perda da qualidade.

    As dimenses dos caracteres (largura, espaamento entre caracteres, linhas e

    palavras, espessura da linha) so definidas com base na altura da letra maiscula. A razo

    entre estas alturas 2 1/2 , mesma razo usada nos formatos de papel da serie A.

    Deve ser aplicada a mesma largura de linha para letras maisculas e minsculas. E

    os caracteres devem ser escritos de forma que as linhas se cruzem ou se toquem,

    aproximadamente, em ngulo reto.

    A norma NBR 8402 apresenta ainda uma tabela com as propores e dimenses dos

    caracteres.

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    Figura 1 Caractersticas da forma de escrita

    Tabela 2 Propores e dimenses de smbolos grficos

    Caractersticas Relao Dimenses (mm) Altura das Letras Maisculas - h (10/10)h 2,5 3,5 5 7

    10 14 20 Altura das Letras Minsculas - c (7/10)h - 2,5 3,5 5 7 10 14 Distncia Mnima entre

    Caracteres - a (2/10)h 0,5 0,7 1 1,4 2 2,8 4 Distncia Mnima entre Linhas de Base - b (14/10)h

    3,5 5 7 10 14 20 28 Distncia Mnima entre Palavras - e (6/10)h 1,5 2,1 3 4,2 6 8,4 12 Largura

    da Linha d (1/10)h 0,25 0,35 0,5 0,7 1 1,4 2

    NBR 8403/1984 - Aplicao de Linhas em Desenho, Tipos de Linhas e Larguras

    das linhas

    Esta norma fixa tipos e o escalonamento de larguras de linhas para uso em

    desenhos tcnicos e documentos semelhantes. As espessuras das linhas correspondem ao

    mesmo escalonamento (2 1/2 ) que os

    formatos de papel. Desta forma, ao se reduzir ou ampliar um desenho so mantidas as

    larguras originais das linhas.

    As espessuras das linhas devem ser escolhidas, conforme o tipo, dimenso e escala

  • do desenho, de acordo com o seguinte escalonamento: 0,13 - 0,18 - 0,25 - 0,35 - 0,50 - 0,70

    - 1,00 - 1,40 e 2,00 mm. As espessuras devem ser mantidas para todos os desenhos na

    mesma escala.

    A NBR 8403 define 10 tipos de linhas e respectivas espessuras que devem ser

    utilizadas de modo a facilitar a interpretao e compreenso dos desenhos. So elas:

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    Tabela 3 Tipos de Linhas em Desenho

    Linha Denominao Aplicao Geral

    A

    Contnua larga

    A1 contornos visveis A2 arestas visveis

    B

    Contnua estreita