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  • 5/24/2018 Constitucional Tomo I Em 16 Pginas

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    Joo Marecos

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    1 O Estado na HistriaEntre vrias posies sobre relao entre conceito de Estado e de

    Sociedade poltica, o Prof. segue entendimento de que Estado uma espcie (a mais

    importante) de sociedade politica.

    Estado que hoje conhecemos definido atravs de 3 elementos: 1- Povo, 2- Territrio e 3-

    Poder poltico; apenas um dos tipos de Estado.

    Sociedades polticas pr-estatais: o cl, a tribo, a gens romana, etc.

    Sociedades Infra-estatais: por ex. regies autnomas.

    Sociedades Supra-estatais: por ex. confederaes de Estados.

    Alguns processos de formao do Estado: Migrao, evoluo social para organizaes mais

    complexas, conquista, etc.

    Caractersticas Gerais do Estado:

    1 - Complexidade de organizao e actuao, consiste na centralizao do poder,multiplicao e articulao de funes, diferenciao de rgos e servios,

    enquadramento dos indivduos e dos grupos, diversidade de faculdades, prestaes e

    imposies; 2 - Institucionalizao, significa dissociao entre a chefia, a autoridade poltica, o

    poder e a pessoa que a cada momento tem o seu exerccio, fundamentao do poder

    no Direito que investe o governante, permanncia de poder (como oficio e no como

    domnio) para alm da mudana dos seus titulares e sua subordinao satisfao de

    fins no egosticos, realizao do bem comum;

    3 - Coercibilidade, que no caracterstica do Direito, mas da organizao polticaestadual, cabendo ao Estado a administrao da justia entre as pessoas e os grupos,

    tendo de lhe caber o monoplio da fora fsica;

    4 - Autonomia, o Estado tem como um fim a sua sobrevivncia/preservao, ficandoas suas aces assim justificadas em nome dos seus objectivos; as instituies polticas

    adquirem assim autonomia;

    5 Sedentariedade, o Estado requer continuidade quer no tempo quer no espao,exigindo assim uma necessria fixao num dado territrio.

    Papel histrico do territrio: 1-local de fixao de um povo, 2-local de agregao/integrao

    de elementos diversos num mesmo povo, 3-uma das bases do sentido de identidade de um

    povo em relao aos outros povos, 4- uma das bases de permanncia do poder poltico, 5-

    chega a dar o nome ao Estado.

    Tipos Histricos de Estado: O Estado deve ser encarado como processo histrico. Deve-se a

    Jellinek a considerao dos tipos fundamentais de Estado, relacionados historicamente com o

    Estado actual:

    Estado Oriental:1. Identificao do poder poltico e do poder religioso;2. Forma monrquica combinada com a teocrtica;3. Ordem desigualitria, hierrquica e hiertica da sociedade;4. Reduzidas garantias jurdicas dos indivduos;5. Larga extenso territrio

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    Estado Grego:1. Prevalncia do factor pessoal (cidadania);2. Comunidade religiosa, apesar de a autoridade no ter natureza divina;3. Pouca importncia do factor territorial;4. Reduo da liberdade individual participao do Governo da cidade;5. Isonomia (igualdade perante a lei) entre os cidados;6. Diversidade de formas de governo, de cidade para cidade, consoante filosofias e

    vicissitudes polticas;

    7. Democracia ateniense, 1 conhecida, diferente da actual (o individuo, soberanoquase habitualmente nos assuntos pblicos, escravo nos assuntos privados por

    Benjamin Constant);

    Estado Romano:1. Noo de poder poltico como poder supremo e uno, cuja plenitude pode ou deve ser

    reservada a uma nica origem e detentor (princeps);2. Separao do poder pblico e privado e distino entre Direito Pblico e Privado;3. Considerao como direitos fundamentais do cidado o direito de eleger, o de exercer

    cargos polticos, o de casar legitimamente e o de celebrar actos jurdicos);

    4. Progressiva atribuio de direitos aos estrangeiros;5. Expanso da cidadania num largo espao territorial; Pretenso Estado Medieval Europeu:1. Pretenso uma vez que no se lhe reconhecem as caractersticas atribudas ao Estado,

    na quase totalidade do continente (excepo Inglaterra).

    2. Divide-se em duas fases: a das invases e a da reconstruo, resumindo-se a suahistria na passagem da insegurana geral (reinos efmeros e precrios) pequena

    segurana local;

    3. Poder real estreitado entre autoridade da Igreja e poder parcelar dos senhorios;4. Substituio do conceito de imperium pelo de dominium, em conexo com os

    princpios da famlia e da propriedade: hereditariedade, direito de primogenitura,

    inaliebilidade do domnio territorial;

    5. Srie de poderes ou autoridades, cada qual com ampla jurisdio, verticalmentedispostos;

    Estado Moderno ou Europeu:1. Centralizao do poder no rei, donde emana toda a autoridade pblica;2. Delimitao precisa do territrio;3. Crescente institucionalizao;4. Constitucionalismo;5. Estado Nacional, o Estado tende a corresponder a uma nao ou comunidade histrica

    de cultura;

    6. Laicidade, o poder poltico deixa de prosseguir fins religiosos;7. Soberania, ou poder supremo e aparentemente ilimitado;8. Conjuga vantagens de Imprios e de cidades-estado;

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    Perodos de evoluo do Estado Moderno:

    Perspectiva adoptada: de natureza mais estritamente poltica e jurdico-positiva.

    O Estado estamental: ou monarquia limitada pelas ordens sociais forma poltica de

    transio. No existe em toda a parte e da mesma maneira nos vrios pases. Ideia bsica

    dualidade poltica rei - estamentos, sucessora do dualismo reireino medieval. Os estamentos

    participam atravs das assembleias estamentais (cortes, dietas, etc.).

    Em Portugal interessam os sculos XIV e XV, apesar de as Cortes terem ento apenas carcter

    consultivo.

    O Estado estamental dura at o rei ganhar fora para unificar o poder. A Monarquia vai

    converter-se em absoluta.

    Estado Absoluto e Estado de Polcia:Ponto prvio: no existe Estado margem do Direito e

    nenhum governante deixa de estar submetido s normas jurdicas que titulam como tal. O

    poder um ofcio. Como tal o conceito de Estado absoluto deve ser o da mxima concentraopossvel dos poderes no rei e em que 1) a vontade do rei lei, 2) as regras jurdicas definidoras

    do poder so vagas e no-escritas.

    Um expediente tcnico-jurdico deste ambiente o desdobramento do Estado em Estado

    Soberano e Fisco, entidade do direito privado e sem soberania qual imputada a

    responsabilidade dos eventuais prejuzos causado pelo Estado aos particulares (Prof. M Joo

    Estorninho faz paralelismo com Dr. Jekyll and Mr. Hyde)e que entra em relaes jurdicas

    com particulares.

    Distinguem-se 2 subperodos na evoluo do absolutismo: 1) at princpios do sculo XVIII, a

    monarquia afirma-se direito divino, o rei pretende-se escolhido por Deus; 2) procura-se

    fundamentar racionalmente o poder real, dentro do ambiente iluminista vivenciado: oDespotismo esclarecido ou, em alguns pases, o Estado de Polcia (tomando-se o Estado como

    uma associao para a consecuo do interesse pblico, devendo o governante ter todos os

    meios para o alcanar. O critrio de aco poltica passa a ser o bem pblico).

    No sculo XVIII a lei prevalece sobre o costume como fonte do direito, esboa-se movimento

    de codificao, reforma-se justia, criam-se exrcitos nacionais, incrementa-se o capitalismo,

    primeiro comercial e depois industrial e a burguesia o sector mais dinmico da sociedade,

    sendo o contraste crescente entre o poder econmico e o poder poltico da burguesia o

    motivo para esta classe apoiar a revoluo.

    Em Portugal o absolutismo tambm vigora, com os reinados de Joo II e aps a Restaurao.

    O Estado Constitucional, representativo ou de Direito: Correntes filosficas como o

    contratualismo, o individualismo e o iluminismo e importantes movimentos econmicos

    conduzem ao Estado Constitucional, representativo ou de direito. O ponto de viragem a

    Revoluo francesa (1789-1799) (mas tambm a Inglaterra Revoluo Industriale os EUA

    primeiras constituies escritas em sentido moderno).

    Semelhanas com Estado de polcia a nvel de funcionamento. As constituies escritas

    reforam a institucionalizao jurdica do poder poltico.

    Diverge no plano das ideias e das regras jurdicas positivas: em vez da tradio, o contrato

    social; em vez da soberania do prncipe, a soberania da nacional e a lei como expresso davontade geral; em vez do exerccio do poder por um s, o exerccio por muitos, eleitos pela

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    colectividade; em vez da razo do Estado, o Estado como executor de normas jurdicas, em vez

    de sbditos, cidados com direitos consagrados.

    Estado Constitucional significa Estado assente numa Constituio fundadora e reguladora

    tanto de toda a sua organizao como da relao com os cidados e tendente limitao do

    poder. Governo Representativo significa a forma de governo em que se opera uma

    dissociao entre a titularidade (radicada no povo) e o exerccio do poder (conferido a

    governantes eleitos ou considerados representativos da colectividade). Estado de Direito o

    Estado em que, para garantia dos direitos dos cidados, se estabelece juridicamente a diviso

    do poder e em que o respeito pela legalidade se eleva a critrio de aco dos governantes.

    O Estado Constitucional no sculo XX como Estado liberal burgus: O Estado Constitucional

    surge como Estado liberal, assente na ideia de liberdade e, em nome dela, empenhado em

    limitar o poder poltico tanto internamente, pela sua diviso, como externamente, pela

    reduo ao mnimo das suas funes perante a sociedade. Exibe-se tambm como Estado

    burgus, identificado com os valores da burguesia, que conquista em grande parte o poder

    poltico e econmico.Evoluo: Os regimes liberais vo se implantando ao longo da primeira metade do sc. XIX.

    Unificao da Itlia e Alemanha, independncia dos pases sul-americanos face P. Ibrica, etc.

    Autores pr: Kant, Tocqueville, Adam Smith, Benjamin Constant, Alexandre Herculano, etc.

    Autores contra: Marx, Engels, Proudhon, De Bonald, etc.

    Aquisies do liberalismo: abolio da escravatura; humanizao do Direito; introduo da

    liberdade poltica e liberdade civil; etc.

    Situao do Estado no sculo XX: Guerras; crises econmicas; mudanas sociais e culturais;

    progresso tcnico; era das ideologias e das revolues. Sculo em que fase liberal do Estado

    constitucional vai seguir-se a fase social.

    Mudanas: 1) Transformao do Estado num sentido democrtico, intervencionista; 2) lutapelo acesso das mulheres igualdade; 3)subida e queda de totalitarismos (diferem do estado

    absoluto uma vez que assume controlo da vida privada das pessoas, identificando a liberdade

    com a prossecuo dos seus fins); 4) emancipao colonial; 5) Institucionalizao da

    comunidade internacional; 6)proteco internacional dos direitos do Homem (ex: Declarao

    Universal dos Direitos do Homem).

    D-se uma generalizao de Constituies escritas; perde-se crena liberal na Constituio; d-

    se uma rpida sucesso de constituies; os Estados preocupam-se em dotar-se de uma

    Constituio formal sem se preocuparem tanto com o aspecto material da mesma.

    Ao mesmo tipo histrico de Estado o europeu vo corresponder diferentes tiposconstitucionais de Estado: 1) Estado social de Direito(articulao entre direitos, liberdades e

    garantias e direitos sociais; igualdade jurdica e igualdade social; segurana jurdica e

    segurana social Constituies mexicana 1917, alem 1919 Weimar e actuais italiana

    1947, alem 1949, portuguesa 1976, espanhola 1978 e brasileira 1988); 2) Estado sovitico ou

    marxista-leninista eEstados Fascistas(resultam de agravados conflitos polticos e sociais e de

    partidos que se identificam com o Estado).

    Problemas no inicio do sc. XXIAcentua-se fundamentalismo islmico (origem no Iro); Crise

    do Estado-Providncia (custos insuportveis, corrupo, burocracia, etc.); Degradao

    ambiental; Desigualdades econmicas; etc.

    Estado, dir-se-, est ameaado: dificuldade em fazer face a necessidades colectivas,globalizao, etc. No entanto, no parece que to cedo v desaparecer, emergindo um modelo

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    poltico alternativo: o Estado, enquanto Estado de Direito, indispensvel para a garantia das

    liberdades frente aos poderes fcticos.

    2 Constitucionalismo e Sistemas Constitucionais Com tantas Constituies, existem

    obviamente vrias formas e tendncias.

    Por Loewenstein: Constituio Originria (a que contm um principio funcional novo, criador,

    original para o processo de poder poltico; ex: parlamentarismo britnico, sistema

    constitucional americano, francs, belga, etc.) e Constituio derivada (segue

    fundamentalmente um modelo nacional ou estrangeiro).

    Constitucionalismo britnico: Na formao e na evoluo do direito constitucional

    ingls/britnico distinguem-se trs grandes fases: 1)a fase dos primrdios, iniciada em 1215,

    com a concesso da Magna Carta (fornece abertura para transformao dos direitos

    corporativos em direitos dos homens Prof. Reis Novais; limita poder monrquico, impede

    poder absoluto); 2)fase de transio, aberta em princpios do sculo XVII pela luta entre Rei eparlamento, culminando no Petition of Rightde 1628 (requeria reconhecimento de direitos e

    liberdades aos sbditos do rei), nas revolues de 1648 e 1688 e na Bill of Rights, de 1689

    (submete a monarquia soberania popular, transformando-a numa monarquia

    constitucional); 3) Fase contempornea, desencadeada a partir de 1832 pelas reformas

    eleitorais tendentes ao alargamento do direito de sufrgio.

    Verifica-se uma sobreposio institucional (consiste em instituies de natureza diversa

    coexistirem sem tenderem a destruir-se ou substituir-se umas s outras) entre Rei, Cmara dos

    Lordes e Cmara dos Comuns (os 3 constituem o Parlamento), que se encontram presentes

    nas 3 pocas a que aludimos, embora em cada um assumam projeco diferente (Rei

    prevalece na 1 - perodo monrquico; Cmara dos Lordes prevalece na 2 - perodo

    aristocrtico; na 3 prevalece a Cmara dos Comuns perodo democrtico). , como tal, um

    governo misto, porque mesmo quando um rgo prevalece, os outros interferem.

    MontesquieuDoutrina da separao de poderes rev-se no governo misto britnico.

    No entanto, no ltimo sculo, evoluiu para um sistema puro a cmara dos deputados

    predomina completamente; as outras instituies ainda tm poderes formais e importncia

    social e pblica.

    Constituio consuetudinria e flexvel: Predominncia do costume como fonte do Direito

    (nico actualmente). Diz-se que Constituio no escrita. Em parte est certo: grande parte

    das regras sobre organizao do poder poltico consuetudinria e a unidade fundamental daConstituio no repousa em nenhum documento, mas em princpios no escritos.

    Alm das regras consuetudinrias existem ainda os Conventions of the Constitution, e outras

    leis escritas como a Magna Carta, a Petio e a Declarao dos Direitos, o Habeas Corpus, etc.

    Tais leis no so sistematizadas nem so formalmente qualificadas de constitucionais.

    uma constituio flexvel (aquela em que so idnticos o processo legislativo e o processo de

    reviso constitucional, aquela em que a forma a mesma para a lei ordinria e para a lei de

    reviso constitucional), uma vez que a sua modificao se faz, a todo o tempo, pelo

    Parlamento, em contraposio s constituies rgidas (que, para ser revista, exige a

    observncia de uma forma particular distinta da forma seguida para a elaborao de leis

    ordinrias).

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    Rule of Law: Com a expresso designam-se os princpios, as instituies e os processos que a

    tradio e a experincia dos juristas e dos tribunais mostraram ser essenciais para a

    salvaguarda dos direitos das pessoas frente ao Estado o Direito deve dar aos indivduos a

    proteco necessria contra exerccio arbitrrio do poder. Para Dicey significa 1) Supremacia

    absoluta do direito sobre o poder arbitrrio, 2) igualdade perante a lei e 3) as regras

    constitucionais britnicas no so fonte mas consequncias dos direitos particulares

    defendidos pelo tribunal.

    O Juiz, por Hauriou: o juiz o rgo essencial do Direito, Direito o que aplicado pelo

    juiz, ele(o juiz) senhor da common law, por ser ele que a faz e continua a fazer mediante a

    sua jurisprudncia.

    Governo Parlamentar britnico: O parlamento (no sentido corrente, s as 2 cmaras) o

    centro da vida poltica, os Ministros respondem perante ele e as orientaes polticas do Pas

    correspondem s da maioria.

    Trs eventos decisivos na formao deste sistema: 1)relevo assumido pelo Gabinete, tornado

    rgo autnomo de colaborao entre Rei e Parlamento; 2) aparecimento da figura doPrimeiro-Ministro, para estabelecer ligao entre o Rei e o Gabinete; 3) transformao da

    responsabilidade dos ministros perante o parlamento de criminal em poltica.

    Hoje, governo parlamentar britnico significa sistema em que o Gabinete (governo)

    emanao da Cmara dos Comuns, responde perante ela e depende da sua confiana para

    exercer o poder.

    Dependncia institucional no provoca instabilidade. Sistema de 2 partidos dominantes, em

    alternncia no poder. Sistema eleitoral maioritrio a uma s volta (the first-past-the-post).

    Dentro do Gabinete prevalece o 1 Ministro, beneficirio prtico dos poderes reais (ex:

    dissoluo dos Comuns) e lder do partido maioritrio.

    Sistema de Governo Parlamentar de Gabinete: 1)durao mxima da legislatura 5 anos e 1Ministro pode dissolver Comuns; 2)formao de Governo logo aps eleies, a cargo do chefe

    do partido maioritrio; 3)escolha dos ministros entre membros do Parlamento e sua presena

    nas reunies das cmaras; 4)Dependncia dos ministros do 1 Ministro; 5)Responsabilidade

    solidria do Governo; 6) existncia de meios de aco do Governo sobre o Parlamento (ex:

    iniciativa legislativo) e do Parlamento sobre o Governo (ex: moes); 7)Institucionalizao da

    Oposio (que formar o chamado Gabinete-sombra); 8) Disciplina partidria; 9)

    responsabilidade poltica efectivada no pelas demisses do governo mas pelos resultados das

    eleies parlamentares gerais; 9)alternncia de dois partidos no poder, em perodos mais ou

    menos longos.Famlia de Direito Constitucional ingls: Canad, Austrlia, Nova Zelndia, ndia, etc.

    Prof. Reis Novais Sistema Parlamentar: Em que o Governo politicamente responsvel

    perante o parlamento, em que o chefe de Estado no eleito e no tem poder poltico, em

    que a subsistncia do executivo depende da confiana poltica do parlamento, em que existem

    2 plos: Governo e Parlamento.

    Constitucionalismo Norte-Americano: Constituio data de 1787, mas constitucionalismo j

    tinha comeado (Declarao de Independncia, Declarao de Virgnia, etc.). Com a mesma

    fora dos 7 artigos da Constituio so os 27 Aditamentos, que a modificam e completam

    (designadamente a nvel de direitos fundamentais).

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    uma constituio rgida e elstica (porque, a partir do seu texto primitivo tem podido ser

    concretizada, adaptada e vivificada pela aco dos tribunais). Tem dupla funo: lei

    fundamental e pacto constitutivo da unio (elafundaos Estados Unidos).

    Segue os preceitos da common law (tambm aqui o papel do juiz importantssimo).

    Importncia: 1) o primeiro grande Estado de tipo europeu a ser formado fora da Europa; 2)

    primeira revoluo anticolonial mas com contradies raciais; 3) primeira e mais duradoura

    constituio escrita sem sentido moderno; 4) constituio de base legal modelada pela

    jurisprudncia, em conexo com o controlo da constitucionalidade; 5)primeiro Estado federal;

    6) primeiro Estado a decretar separao com igreja; 7) primeira repblica alicerada no

    princpio democrtico; 8) primeiro sistema de governo presidencial por aplicao directa da

    doutrina da separao de poderes.

    Federalismo: Estrutura de sobreposio (cada cidado sujeito 2 poderes polticos e a 2

    ordenamentos constitucionais) e estrutura de participao (o poder politico central como

    resultante da agregao dos poderes polticos dos Estados Federados).

    Princpios Jurdicos: 1) Poder constituinte de cada Estado, nos limites da Constituio federal;2) Interveno institucionalizada na formao da vontade poltica federal; 3)Especialidade

    das atribuies federais, entendendo-se que as que no forem prprias d eu Estado federal

    (defesa, comrcio, etc.) podem pertencer aos Estados federados; 4) Igualdade jurdica dos

    estados federados e dos seus cidados.

    Direitos Fundamentais No so elencados na constituio, uns porque j estavam nas

    Declaraes, outros para no limitarem as prerrogativas dos Estados em favor da Unio. No

    entanto os 10 primeiros aditamentos viriam suprir essa falta, que mais tarde outros

    completariam.

    TribunaisAspectos importantes do sistema judicial dos EUA: 1) elevada autoridade social dos

    juzes; 2) complexidade proveniente do federalismo, com dualismo de tribunais, federais eestaduais; 3) predominncia do supremo tribunal e a unidade de julgados que com ela se

    obtm. Judicial review surge porque 1)o poder legislativo um poder constitudo, que no

    pode ser exercido contra a constituio, obra do poder constitudo e 2) o tribunal s pode

    aplicar leis vlidas e so invlidas as contrrias constituio.

    Separao dos poderes: 3 poderes, legislativo, executivo e judicial, cada poder produz actos

    inerentes sua funo (facult de statuer) e tambm interfere nos actos dos outros poderes

    (facult dempcher):mecanismo de checks and balances, freios e contrapesos.

    Sistema politico: 1) atribuio do poder executivo ao presidente, eleito por 4 anos,

    formalmente atravs do colgio eleitoral, realmente por sufrgio directo; 2)poder legislativoatribudo a duas cmaras, Senadores eleitos por 6 anos com renovao bienal de um tero e os

    Representantes por 2 anos; 3) Independncia recproca dos titulares, com incompatibilidade

    de cargos, no respondendo politicamente o Presidente perante o Congresso, nem podendo

    este ser dissolvido pelo Presidente; 4) possibilidade de impeachment, ou sujeio do

    Presidente a responsabilidade criminal efectivada por deliberao de maioria de 2/3 do

    Congresso; 5) Interdependncia funcional, com mtua colaborao e fiscalizao veto

    presidencial das leis por um lado, aprovao de nomeaes por outro; 6) atribuio ao

    Presidente da faculdade de iniciativa (da o termo governo presidencialista) e ao Congresso a

    faculdade de deliberao.

    Implica dois centros de poder, de idntica legitimidade. Presidente no pode ser eleito para 3mandato consecutivo.

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    Presidente americano e Primeiro-ministro (PM) Ingls: Semelhanas: ambos so objecto de

    votao popular; ambos se mantm no pode por determinado tempo, no sendo derrubados

    pelas cmaras. Distines: 1)o 1 Ministro deputado e membro do Gabinete (rgo colegial);

    o Presidente identifica-se com o poder executivo, pois no h governo em sentido prprio nos

    EUA, antes uma Administrao submetido ao Presidente; 2)as decises polticas em Inglaterra

    so tomadas em Gabinete e perante o parlamento, no nos EUA; 3)o 1 Ministro tem de ter

    maioria na Cmara dos Comuns, o Presidente no (no Congresso); 4)divergem os meios de

    fiscalizao parlamentar; 5)o 1 Ministro chefe de um partido, do qual depende e no qual

    tem de se impor; o Presidente recebe um mandato nacional e como se fosse um Chefe de

    Estado; 6)o 1 Ministro pode ser substitudo a meio da legislatura, no o Presidente; 7) o 1

    Ministro pode ganhar sucessivas eleies, o Presidente no; 8) ao contrrio dos partidos

    ingleses, nos partidos americanos no h consistncia ideolgica, permitindo diferentes

    maiorias consoante as questes.

    Em suma, o sistema parlamentar de governo de interdependncia por integrao, i.e.,

    Governo e Parlamento esto indissoluvelmente unidos, no podendo exercer as suas funessem harmonia recproca; o sistema presidencial de interdependncia por coordenao, i.e.,

    h diversos rgos polticos que actuam com autonomia uns perante os outros nas suas

    esferas respectivas.

    Projeco:No h uma famlia constitucional americana, o sistema no se difundiu, s partes:

    federalismo para o Canad, Austrlia e ndia, fiscalizao constitucional para Portugal, Brasil,

    etc. e presidencialismo para Frana (1848), Coreia do Sul, etc.

    Prof. Reis Novais Sistema presidencial Chefe de Estado eleito, com poderes polticos

    significativos (liderana do executivo) e Administrao no responde perante o Congresso.

    Constitucionalismo Francs:O sistema francs rompe com o antigo regime em 1789, com aRevoluo Francesa. com esta revoluo que melhor se revela a contraposio entre Estado

    Absoluto e Estado Constitucional, representativo ou de direito.

    Constituies francesas:3 Revolucionrias 1791 (introduz monarquia constitucional), 1793

    (repudia separao de poderes e cria um rgo poltico nico), 1795 (Sistema de Governo

    directorialo Directrio era encarregado do poder executivo); 3 Napolenicas, que instituem

    uma forma de governo cesarista: legitimidade democrtica e concentrao de poderes1799

    (fundao do Consuladotrs cnsules), 1802(Napoleo cnsul vitalcio) e 1804(instaurando

    o imprio); 2 da Restaurao Carta Constitucional de 1814 (monarquia limitada) e Carta

    Constitucional de 1830(1814 mais liberal).A de 1848 estabelece sistema presidencial. Depois com a de 1852, restaurao do imprio;

    1870 evoluo no sentido parlamentar; 1875 (III Repblica) consagra sistema parlamentar;

    1946 (IV Repblica) mantm; 1958 (V Repblica) reage contra o sistema parlamentar foi

    revista, at 2008, 24 vezes.

    Basearam-se ora em Montesquieu (separao de poderes democracias moderadas) ora em

    Rousseau (unificao de poderes democracias absolutas). Sieys tenta conjugar soberania

    nacional e representao poltica.

    Muita instabilidade. Ao longo do sculo XIX vem diminuindo. Ideia de Direito traduzida na

    Declarao dos Direitos do Homem e do Cidado, pelo Cdigo Civil (de Napoleo - 1804) e por

    uma administrao centralizada e hierarquizada.

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    A Constituio lei, decorre de um poder constituinte, diferente (como demonstrou Sieys)

    dos demais poderes (constitudos) do Estado. A fora jurdica formal e a rigidez da Constituio

    francesa tendem a excluir o costume.

    A fiscalizao da constitucionalidade das leis no era permitida at h pouco tempo porque 1)

    a lei era expresso da vontade geral, 2) separao de poderes no permite interferncias.

    A constituio de 1958 criou um rgoConselho Constitucionalpara fiscalizar.

    Governo parlamentar: Sntese entre predomnio das Assembleias e do Poder Executivo.

    Caractersticas fundamentais: 1) Subsistncia de um chefe de Estado em que assenta

    formalmente o poder executivo; 2)Bicameralismo; 3)Inexistncia de maioria parlamentar de

    base; 4)Necessidade de formao de governos de coligao; 5) Importncia do Conselho de

    Ministros como rgo de definio e concertao da politica governamental; 6)Governos de

    curta durao (instabilidade das coligaes) e 7)Ausncia ou paralisia do poder de dissoluo

    do Parlamento pelo Chefe de Estado ou pelo Governo.

    Distines face ao britnico: No britnico, por regra, o Governo nunca est em minoria no

    parlamento; se estiver, dissolve-se; No francs pode haver crise na coligao governamentalsem que o Parlamento seja dissolvido.

    Com a Constituio de 1958, tentou-se conter o parlamentarismo, com o Presidente da

    Repblica (PR) a ser um rgo to activo quanto o parlamento e o Governo logo falar-se de

    semipresidencialismo. Com o governo do General De Gaulle, em 1962 revista a Constituio

    e o PR passa a ser eleito por sufrgio universalmais legitimidade, mais poder.

    O centro principal de deciso poltica reside no PR por virtude da auto-atribuio de um

    domnio reservado em poltica externa e de defesa, de subalternizao do PM, do apelo ao

    referendo e do exerccio do poder de dissoluo. natural os sistemas juridicamente

    sempresidenciais penderem para o lado parlamentar (ustria, Irlanda, etc.) como para o lado

    presidencial (Alemanha de Weimar) consoante a dinmica politica assenta na maioriaparlamentar ou na presidencial.

    Distines face ao americano:Em Frana, ao contrrio de nos EUA, obrigatria a demisso

    do Governo em consequncia de uma votao desfavorvel do Parlamento, assim como o PR

    pode dissolver a Assembleia Nacional; os Ministros participam nas reunies plenrias das

    Cmaras; necessidade de referenda ministerial para certos actos; o PR tem o poder de

    submeter certas decises a referendo.

    Em suma, o sistema da V repblica oferece maior maleabilidade que o presidencialismo puro,

    visto que o PR tanto pode agir por si como pelo PM, mas tambm uma maior fragilidade, visto

    que o PR tem de concertar a sua aco com o Parlamento.Famlia Constitucional Francesa:Portugal, Romnia, Polnia, Litunia, etc.

    Maurice Duverger foi o autor que primeiro falou em semipresidencialismo: 1) Executivo

    dividido entre Chefe de Estado e um Gabinete (chefiado por um PM que (cit.

    Sartori)institucionalmente autnomo relativamente ao presidente na medida em que a sua

    subsistncia politica depende do parlamento e do apoio de uma maioria parlamentar ); 2)

    Gabinete politicamente responsvel perante parlamento, que pode demiti-lo; 3)executivo tem

    o direito de dissolver o parlamento; 4) chefe de estado eleito por sufrgio universal, logo

    independente do parlamento; 5) bicefalia do executivo (Prof. Reis Novais: guia de duas

    cabeas).

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    Notas sobre outros sistemas: - Sua: Federalismo cantonal, i.e., Estados-federados pequenos,

    quase cidades-estado; Sistema directorial (Assembleia federal o parlamento, Conselho

    Federal o poder executivo); nico exemplo actual deste sistema; Alemanha: Destaca-se a

    Constituio de Weimar, 1919, a primeira das grandes constituies a interessar-se pela

    questo social e a Constituio de Bona, 1949, que adopta sistema parlamentar (novidade:

    moo de censura construtiva) e d grande importncia ao respeito pela dignidade humana;

    Rssia: Constitucionalismo marxista-leninista, partido de escol, com funo prevista na

    constituio, centralismo democrtico, princpio da legalidade socialista, etc. Espanha:

    Constituio de Cdis 1812, modelo de constituio revolucionria liberal para a Europa latina

    (ex: Portugal); Constituio de 1931, tribunal constitucional; Constituio de 1978, com

    princpios directivos de poltica social e econmica; com instaurao de parlamentarismo

    racionalizado. Brasil: constitucionalismo nasce em Portugal e no Brasil ao mesmo tempo, 1820,

    com a reunio de Cortes Constituintes com presena de deputados brasileiros; Carta

    Constitucional de 1826 portuguesa copiada da Constituio brasileira de 1824, que criava um

    poder moderador (inspirado em Benjamin Constant); semelhana de tendncias autoritriasportuguesas (Estado Novo) no Brasil; Traos comuns entre constituio de 1976 portuguesa e

    de 1988 brasileira; sistema presidencialista, Congresso bicameral.

    Constituies Portuguesas: caractersticas do constitucionalismo portugus: Representa um

    corte no confronto com o momento anterior, em que se vivia uma monarquia absoluta; surge

    por via revolucionria (5 em 6 constituies brotaram de uma revoluo qualquer); o

    constitucionalismo importante para todos os sectores da vida jurdica, e no apenas para o

    D. Constitucional; as nossas 6 constituies so produto do circunstancialismo histrico do

    pas; 3 perodos: Constitucionalismo liberal: Constituies de 1822, 1826,1838 e 1911, que se

    repartem por diferentes vigncias; est dividido em 4 subperodos: 1) instaurao do

    liberalismo (1820-1851), 2) regenerao (1851-1891), 3)crise da monarquia constitucional

    (1891-1910) e 4) a primeira repblica (1910-1926); Constitucionalismo corporativo e

    autoritrio: a de 1933, Estado Novo; Constitucionalismo democrtico: 1976, actual,

    consignao do sufrgio universal.

    Matrias comuns a todas: 1) referencias ao povo, ao territrio e ao poder poltico; 2)

    tratamento da forma de Estado e da forma de Governo; 3) enumerao dos direitos

    fundamentais; 4)regras sobre relao Estado-Igreja; 5) Regras sobre participao poltica dos

    cidados; 6) regras sobre rgos de soberania; 7)regras sobre autarquias locais; 8)preceitos

    sobre as finanas pblicas; 9) preceitos sobre as foras armadas; 10) regulamentao dareviso constitucional.

    Orientaes comuns: 1) reafirmao soberania do Estado; 2) proclamao do princpio de

    igualdade jurdica; 3)consagrao, embora em moldes diferentes, da liberdade de expresso,

    da propriedade privada, etc. 4)Instituies representativas e sufrgio individual; 5)pluralidade

    de rgos polticos, havendo sempre um Chefe de Estado e uma Assembleia; 6)consagrao

    dos tribunais como rgos de soberania; 7)garantia da existncia de concelhos/municpios e

    dos seus rgos representativos.

    Contraposies: 1) Constituies de Estado Unitrio (todas menos a de 1822) e Estado

    Composto; 2)Constituies monrquicas e republicanas; 3)Constituies com religio oficial

    (1822, 1826 e 1838) e Constituies com separao (1911, 1933, 1976); 4) Constituiessurgidas sob princpio da legitimidade monrquica (1826) e Constituies sob princpio da

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    legitimidade democrtica (restantes); 5) Entre Constituies pluralistas e liberais e

    Constituio Autoritria (1933); 6) entre C. liberais individualistas (4 primeiras) e C. de

    intenes sociais; 7) Constituies que se ocupam da Economia (2 ltimas) e C. que no; 8) C.

    que estabelecem sufrgio universal (1976) e as que no; etc.

    Constituio 1822 - Obra de Cortes Constituintes. Tem por fonte directa e principal a

    Constituio de Cdis e atravs dela das francesas de 1791 e 1795. Processo compreendeu

    dois momentos: primeiro fizeram-se as Bases da Constituio e s muito depois elaborados

    os preceitos constitucionais.

    Direitos Fundamentais: O ttulo I dedicado aos Direitos e Deveres individuais dos

    portugueses. De registar: o tom proclamatrio de algumas frmulas, o relevo conferido ao

    princpio da igualdade, humanizao do direito penal (proibio da tortura e outras penas

    cruis), preldio de incumbncias do Estado nos domnios da educao e da sade, etc.

    Pressupe escravatura (devido ao ultramar); atribui grande importncia educao, de ambos

    os sexos, sendo que os analfabetos no teriam direito de voto.Unio real (fuso de alguns rgos dos Estados que a compem) luso-brasileira: A

    transferncia, em 1807, da Corte para o Brasil e a ascenso deste a Reino em 1815, fazem

    surgir, com a constituio de 1822, o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

    Forma e sistema de Governo: Governo representativo. Sufrgio restrito. Monarquia

    Constitucional hereditria, com leis fundamentais, que regulam o exerccio dos 3 poderes

    (Art. 29). Poder legislativo compete assembleia unicameral e o poder executivo ao Rei,

    assistido pelo Conselho de Estado (que tem de ser ouvido nos negcios graves) e por

    Secretrios de Estado (que tm de referendar os decretos reais). Princpio da separao, com

    supremacia para as Cortes. Rei tem poder de veto suspensivo, mas no vinculativo.

    No se trata de um sistema parlamentar, por causa da separao e porque os Secretrios sonomeados e demitidos pelo Rei.

    Carta Constitucional 1826Obra pessoal do rei D. Pedro IV (logo de princpio monrquico),

    redigida em pouco tempo, antes de abdicar da coroa portuguesa em favor da filha D. Maria,

    que casaria com o irmo do rei, D. Miguel. Carta e no Constituio, porque foi outorgada e

    no votada. Tem por fonte a Constituio brasileira de 1824, com algumas diferenas.

    D-se uma mudana de regime de Monrquico para Monrquico Constitucional; ao outorgar a

    Carta, exerceu o poder constituinte pela ltima vez como Rei Absoluto, passando a deter um

    poder constitudo, j no lhe pertencendo o poder de reviso constitucional.Sistema de Governo (relaes entre rgos de poder); Forma de Governo (relaes entre

    poder e comunidade poltica).

    Direitos Fundamentais: esto no Art. 145: principio de no retroactividade das leis, liberdade

    de deslocao e emigrao, propriedade intelectual, instruo primria gratuita, etc.

    Poderes do Estado: Aos 3 poderes normais, a Carta acrescenta o Moderador, da competncia

    do Rei, para que incessantemente vele sobre a manuteno da independncia, equilbrio e

    harmonia dos outros poderes.

    Ao lado do Rei, surge um Parlamento bicameral (dos Deputados, electiva sufrgio censitrio

    e directo e dos Pares). Esta estrutura entra em crise aps 1834. O poder moderador

    compreende a nomeao dos Pares, a sano vinculativa dos decretos das Cortes, a dissoluoda Cmara dos Deputados, a nomeao e a demisso dos Ministros, etc.

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    Os actos do poder executivo carecem de referenda ministerial. Quando o rei age com poder

    moderador, tem de ouvir Conselho de Estado. Antes da reviso, o poder moderador conferia

    ao rei uma proeminncia sobre os demais poderes. Surge o Presidente do Conselho de

    Ministros.

    Diferenas face ao sistema britnico: 1) Na Gr-Bretanha (GB), o Governo s depende do

    Parlamento; em Portugal depende tambm do Rei; 2) Na GB, o Governo tem a durao da

    legislatura; em Portugal era frequente comear antes e terminar a meio da seguinte; 3) Na GB,

    o Governo tem de ter sempre maioria relativa na Cmara dos Comuns; em Portugal podia no

    ter maioria parlamentar se sucedesse a anterior Governo a meio da legislatura; 4) Na GB,

    Governo resulta das eleies; em Portugal, o Governo vencia todas ou quase todas as eleies;

    5) Na GB, a dissoluo o meio normal de encerrar a legislatura; em Portugal, era o resultado

    de uma crise poltica; 6) Na GB, prevalece a estabilidade parlamentar e governamental; em

    Portugal, a instabilidade.

    Actos Adicionais: de 1852 (eleio directa dos deputados; reduo dos limites do sufrgio

    censitrio); de 1885 (reduo da legislatura de 4 para 3 anos, etc.); de 1895 (reforma dacmara dos Pares, etc.).

    Constituio 1838: fruto da revoluo de Setembro (guerra civil entre absolutistas e liberais,

    vencem liberais, crise econmica, golpe de estado, revoluo de Setembro de 1836), resulta do

    acordo entre as Cortes e o Monarca. Depois de preparada, foi submetida Rainha D. Maria,

    que a sancionou. Tem por fontes as 2 constituies anteriores, a francesa de 1830, a belga de

    1831 e, de 1837, a brasileira e espanhola.

    Sntese entre 1822 e Carta, mais perto da 1, porque reafirma a soberania nacional,

    restabelece o sufrgio directo e elimina o poder moderador, embora institua uma 2 cmara

    (dos Senadores) e aumente o poder do rei em relao aos da 1822.Em 1842 restaurou-se a Carta Constitucional.

    Direitos fundamentais: novidades: liberdade de associao, direito de resistncia, maior

    liberdade de imprensa, etc.

    Sistema de Governo: Regresso tripartio de poderes. Legislativo (duas cmaras, ambas

    eleitas por sufrgio directo); Executivo (Rei, sanciona leis e poder de dissoluo da Cmara dos

    Deputados). No est previsto nenhum Conselho de Estado junto do Rei.

    Constituio de 1911: Produzida em Assembleia Constituinte, sanciona revoluo republicana

    de 1910. Influncias das constituies sua 1891 (ausncia de poder de dissoluo doParlamento pelo PR), brasileira 1891 (habeas corpus, fiscalizao da constitucionalidade),

    monarquia oitocentista e 3 repblica francesa. Projecto consiste em liberalismo democrtico

    com laicismo.

    Direitos fundamentais: igualitarismo jurdico-poltico (extino dos graus nobilirquicos, etc.),

    liberdade religiosa, abolio da pena de morte em qualquer caso, habeas corpus, ensino

    primrio obrigatrio, etc. No consagra sufrgio universal (s homens que lem e escrevem

    cabe Repblica propiciar s mulheres condies para votarem).

    Sistema de Governo: Legislativo: Congresso da Repblica (Cmara dos deputados e Senado,

    ambos eleitos por sufrgio directo) que legislava e elegia/destitua PR; Executivo: Presidente

    da Repblica e Ministros; PR no pode dissolver Congresso; PR no tem veto.

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    Maior peso do Congresso, apagamento do PR e a responsabilidade poltica dos Ministros (um

    dos quais o Presidente do Ministrio), fazem do sistema de governo um parlamentarismo

    absoluto (Gomes Canotilho). Instabilidade provocada pela maneira fcil como se punha em

    jogo a responsabilidade poltica do executivo (Canotilho).

    Existe fiscalizao da constitucionalidade das leis, pelos tribunais.

    Revises: Existiram 5 leis de reviso, uma em 1916,as outras no perodo 1919-1921 (criao do

    Conselho Parlamentar, etc.). De destacar ainda o decreto ditatorial de 1918, aps a tomada de

    poder por Sidnio Pais em 1917, que introduz sufrgio universal e eleio do PR por sufrgio

    directo. Reforo dos poderes presidenciais. Com o assassinato de Sidnio, perde vigncia e

    retoma-se a Constituio de 1911.

    Constituio 1933 Fruto da revoluo de 1926, ditadura militar. Foi elaborada e dada a

    votao popular em plebiscito nacional. Ganha votao a favor. Tem por fonte o fascismo

    italiano (Cmara corporativa) e a Constituio de Weimar. Compromisso entre aquisies do

    constitucionalismo liberal e tendncias polticas de Salazar; entre liberalismo (direitos,liberdades e garantias, etc.) e autoritarismo (prevalncia do Chefe de Estado sobre a

    Assembleia Nacional); entre democracia (sufrgio directo do PR) e nacionalismo poltico

    (instituies de enquadramento, de carcter patritico); entre repblica (formalmente

    conservada) e monarquia (figura do Chefe de Estado decalcada da figura do Chefe de Estado

    decalcada da do Rei na Carta). Acto Colonial faz parte da Constituio, declara que todas as

    colnias fazem parte do Estado, como provncias.

    Corporativismo como forma de organizao social. Constituio como fundamento da

    legalidade dos governantes e dos seus actos, a que se viria a sobrepor a real actuao do

    regime.

    Direitos fundamentais: consagrao do direito vida e integridade pessoal; direitos,liberdades e garantias autoritariamente regulados; etc.

    Proscrio dos partidos polticos, mesmo sem os proibir. Salazar considerava os partidos como

    elemento desagregador da unidade orgnica do Estado.

    Constituio de 1933 a 1 a conferir Economia um tratamento especfico e global,

    colocando-a sob a alada do Estado, contrariamente aos preceitos do liberalismo econmico.

    Sistema de Governo: O Chefe do Estado eleito por sufrgio directo, pela Nao, por 7

    anos; compete-lhe nomear/demitir o Presidente do Conselho e os Ministros; pode dissolver a

    Assembleia Nacional; promulgar leis, exercer poder de veto; os seus actos devem, no entanto,

    ser referendados pelo Presidente do Conselho e Governo (excepto as nomeaes dosimplicados); A Assembleia Nacional faz leis, autorizar Governo a cobrar receitas e pagar

    despesas, etc. O Governo formado pelo Presidente do Conselho e pelos Ministros, cabendo

    ao PC coordenar as actividades dos Ministros, que respondem politicamente perante ele;

    elabora Decretos-lei. rgos auxiliares: Conselho de Estado, auxiliar do PR; Cmara

    Corporativa, auxiliar da Assembleia Nacional.

    Poderes da AN so e diminudos (reduo do n de deputados a 90, do tempo da sesso para 3

    meses, faculdade do PR a dissolver livremente, etc.). um sistema representativo de

    chanceler. Simples porque a pluralidade de rgos fica encoberta pela concentrao de

    poderes no C. Estado, de Chanceler porque o PR no governa, est acompanhado por um

    Governo de competncia prpria e no pode agir sem referenda do Presidente do Conselho.9 Leis de Reviso.

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    Em suma: 1) estabilidade e continuidade das pessoas e dos cargos; 2) compresso de

    liberdades de expresso, associao, etc. 3) No reconhecimento de oposio; 4) carcter no

    substantivo da oposio; 5) Constituio econmica em moldes de capitalismo autoritrio,

    proteccionista; 6) completo domnio da vida poltica pelo Presidente do Conselho, reduo do

    PR a figura representativa; 7) subalternizao da Assembleia Nacional, importncia da Cmara

    Corporativa.

    Constituio de 1976: fruto da revoluo de 1974; parte da ideia de Direito exposta pelo MFA

    no seu Programa. 3 Factores assinalam o processo que levaria constituio: 1) conflito de

    projectos revolucionrios; 2) acordos MFA-Partidos para determinar certos pontos da futura

    Constituiode que resulta que a Constituio deve consagrar as conquistas legitimamente

    obtidas ao longo do processo revolucionrio, bem como os desenvolvimentos que puseram o

    pas na via para um Socialismo; 3) pluralismo partidrio, que impediu uma maioria absoluta na

    Assembleia Constituinte (eleita por sufrgio universal, directo e secreto) e se traduziu numa

    mescla de ideologias.Criao do Conselho de Revoluo (11/03/1975), para representar as Foras Armadas.

    Cabia apenas Assembleia Nacional decretar e aprovar a Constituio. Aprovada a 2 de Abril

    de 1976, entra em vigor a 25 de Abril.

    Grandes fundamentos: democracia representativa e liberdade poltica. Consigna reformas

    revolucionrias (transio para o socialismo); revela preocupaes com direitos

    fundamentais dos cidados e dos trabalhadores e com a diviso do poder; uma Constituio

    compromissria. Tem 4 partes: I Direitos e deveres fundamentais, II organizao econmica, III

    Organizao do poder poltico e IV Garantia e reviso da constituio).

    Fontes: Para alm das ideologias dos partidos constituintes, tem por fontes as Constituies de

    Bona e Italiana (direitos, liberdades e garantias), Marxistas-lenisnistas (direitos econmicos esociais, etc.), portuguesas anteriores, entre outras.

    Originalidades da de 1976: recepo da Declarao Universal dos Direitos do Homem

    enquanto critrio de integrao de normas sobre direitos fundamentais; no

    semipresidencialismo a nvel do Estado, parlamentarismo nas regies autnomas e sistema

    directorial nos Municpios, etc.

    Direitos Fundamentais: Influncia da Declarao U.D.H; direitos dos trabalhadores como

    direitos fundamentais; contraposio entre direitos, liberdades e garantias e direitos

    econmicos, sociais e culturais; etc. Est no prembulo garantir direitos fundamentais; os

    direitos, liberdades e garantias constituem limites materiais de reviso constitucional.Sistema de Governo: Opo pelo semipresidencialismo, em virtude de ser um meio-termo

    entre parlamentarismo da 1 repblica e Presidente como chefe autoritrio.

    Aspectos fundamentais: 1) 4 rgos polticos de soberania PR, Conselho de Revoluo (CR)

    (tem 3 competncias: rgo auxiliar do PR e rgo consultivo da AR; rgo de garantia de

    cumprimento da constituio; reserva de competncia legislativa em matria militar),

    Assembleia da Repblica (AR) e Governo; 2) Atribuio ao PR, que tambm presidia ao CR, do

    poder de promulgao e veto, do poder de declarao de estado de stio ou emergncia; 3)

    condicionamento dos principais actos do PR pelo CR; 4) Sujeio a referenda ministerial

    apenas de certos actos do PR; 5) atribuio AR, unicameral, da funo legislativa e de

    fiscalizao do Governo e da Administrao Pblica; 6) Governo como rgo de conduo dapoltica geral do pas; 7) eleio directa do PR com candidatos propostos por grupos de

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    cidados;8) exigncia de maioria absoluta para a eleio do PR 9) eleio de deputados AR

    segundo mtodo proporcional e de Hondt, com candidaturas reservadas aos partidos; 10)

    durao diferenciada do mandato presidencial (5 anos) e da legislatura (4), com

    impossibilidade de reeleio do PR para 3 mandato consecutivo;11) incompatibilidade das

    funes de deputado e de membro do Governo 12) sujeio da AR a dissoluo pelo PR,

    verificados certos requisitos (parecer do CR); 13) formao do Governo por acto do PR, tendo

    em conta resultados eleitorais; 14) responsabilidade politica do Governo perante ambos os

    rgos, no sendo, porm, necessria a confiana positivamente afirmada para que ele

    subsista;15) proibio da dissoluo da AR por efeito de rejeio do programa do Governo,

    salvo 3 rejeies seguidas.

    Semelhanas com V repblica francesa: presidente como rgo dinamizador das instituies e

    Governo como rgo de conduo da poltica geral do pas, poder de dissoluo do

    Parlamento, a tipicidade dos actos sujeitos a referenda e a eleio presidencial directa.

    Diferenas: Em Portugal o governo responde perante PR como perante AR e o PM pode ser

    demitido pelo PR; em Frana no, salvo em perodo de coabitao; Em Frana PR preside aoconselho de ministros, em Portugal s se o PM pedir; em Frana o PR tem poder de deciso de

    referendo, em Portugal no; em Portugal existe um rgo de condicionamento do PR (CR), no

    em Frana.

    Regies Autnomas e poder local: Democracia descentralizada. O Estado Portugus continua,

    ainda, unitrio. Autonomia das autarquias locais. Regies autnomas dotadas de autonomia

    poltico-administrativa.

    Fiscalizao da Constitucionalidade: Estaria a cargo do CR. Instituio de uma Comisso

    Constitucional, para assistir ao CR nesta funo. Sem o seu parecer (que no vinculativo), o

    CR no pode decidir.

    Posies quanto ao sentido fundamental da Constituio: 1 Transio para o socialismo; 2Marxismo; 3 incompatibilidade entre elemento socialista e elemento democrtico e 4

    compromisso entre esses elementos.

    Seria uma constituio transitria (ela programava a transio para o socialismo, que foi

    travada com o 25 de Novembro), at 1 reviso. J. Miranda no concorda: o facto de falar de

    transio para o socialismo previa sim uma extino do CR, logo tinha um princpio definitivo,

    democrtico, em relao ao qual o CR representava um desvio. Outra razo seria os

    numerosos limites reviso constitucional.

    Poder de reviso no poder constituinte, poder constitudo.

    1 Reviso 1982: reviso extensa: 1) reduo de marcas ideolgicas, em particular supressodas referencias ao socialismo2) aperfeioamento dos direitos fundamentais3) extino do CR

    e termo das funes polticas das Foras Armadas 4) repensar das relaes entre PR, AR e

    Governo e criao do Tribunal Constitucional. Particularmente, por exemplo: fim das

    expropriaes, criao do Conselho de Estado como rgo consultivo do PR, demisso do

    Governo pelo PR quando tal seja necessrio, para assegurar regular funcionamento das

    instituies democrticas, etc.

    Poder de condicionamento do PR pelo CR passa para o Conselho de Estado e para a AR; a

    dissoluo da AR pelo PR passa a ser livre, findo o CR; clusula limitativa de demisso do

    Governo; refora-se diferena face a sistema francs, com reforo de separao entre

    Presidente e Governo.

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    2 Reviso 1989: 1) supresso quase completa das menes ideolgicas restantes 2)

    aprofundamento de alguns direitos fundamentais 3) supresso da regra da irreversibilidade

    das nacionalizaes posteriores a 25 de Abril de 1975 4) reformulao parcial do sistema de

    actos legislativos 5) introduo do referendo poltico a nvel nacional, embora em moldes

    muito prudentes 6) modificao de alguns limites materiais de reviso constitucional.

    Particularmente, p. ex: erradicao do objectivo transio para o socialismo, proibio do

    trabalho a menores em idade escolar, atribuio de valor reforado a leis orgnicas, exigncia

    de maioria absoluta de deputados em efectividade de funes para a aprovao de leis

    orgnicas, etc.

    3 Reviso 1992: fruto das alteraes provocadas pela assinatura do Tratado de Maastricht.

    Teve em conta desconformidades de algumas clusulas com normas constitucionais. No artigo

    284 passou a distinguir-se entre reviso ordinria e extraordinria.

    4 Reviso 1997: 1) Desenvolvimento da matria dos direitos fundamentais 2) relativa

    acentuao do papel da iniciativa privada dentro da organizao econmica 3)

    Desconstitucionalizao de vrios aspectos do sistema poltico (colgio eleitoral do PR,composio e sistema eleitoral da AR, etc.) 4) reforo de mecanismo de participao dos

    cidados (referendos nacionais, regionais e locais, candidaturas independentes s eleies

    locais, etc.)5) desenvolvimento dos poderes das regies autnomas, bem como das autarquias

    6) aumento dos poderes formais da AR e aumento do n de matrias que exigem maioria

    qualificada de aprovao 7) reforo do tribunal constitucional (com novas competncias

    relativas aos partidos e s assembleias politicas, etc.).

    Por ex: reduo n de deputados, direito de se fazer acompanhar de advogado, segredo de

    justia, proibio de organizaes racistas, proibio de impostos retroactivos,

    desconstitucionalizao do servio militar obrigatrio. Alterou numerao de grande parte dos

    artigos.5 Reviso 2001: para permitir a ratificao do tratado do Tribunal Penal Internacional.

    Algumas novidades: proclamao do portugus como lngua oficial; admissibilidade de

    associao sindical de agentes de segurana; etc.

    6 Reviso 2004: Atribuio de novos poderes s regies autnomas e alteraes na anteparte

    de Princpios fundamentais, por questes referentes integrao europeia.

    7 Reviso 2005: Adio de um novo artigo (295), uma norma derrogatria do artigo 115,

    alnea 3.

    Registe-se: Apesar dos partidos no terem poder jurdico de apresentao de candidaturas,

    eles tm interferido crescentemente na eleio presidencial; nenhum partido s por siconseguiu eleger um presidente; tem havido variabilidade nos apoios partidrios, alternncia

    de partidos no Governo;

    J. Miranda advoga que, apesar das revises, se assiste a uma continuidade constitucional. Foi

    um fenmeno de desenvolvimento constitucional, e no de ruptura, aquele que atravessou a

    Constituio de 1976 ao longo destes anos, por efeito da jurisprudncia, das revises

    constitucionais e da interaco dialctica da aplicao das normas e do crescimento de cultura

    cvica no pas.

    Desenvolvimento constitucional, e no transfigurao ou desfigurao da Constituio.