considerações sobre os pressupostos e requisitos do contrato no ordenamento jurídico brasileiro -...

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SynThesis Revista Digital FAPAM, Pará de Minas, n.3, 138 – 145, abr. 2012 ISSN 2177-823X 138 www.fapam.edu.br/revista CONSIDERAÇÕES SOBRE OS PRESSUPOSTOS E REQUISITOS DO CONTRATO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO Márcio Eduardo Pedrosa Morais 1 Carolina Senra Nogueira da Silva 2 RESUMO Objetiva-se, por intermédio do presente artigo, discorrer sobre os pressupostos e requisitos do contrato no ordenamento jurídico brasileiro, por intermédio da análise dos dispositivos legais do Código Civil brasileiro, bem como pela apresentação dos posicionamentos e conceitos doutrinários acerca do respectivo instituto: o contrato. PALAVRAS-CHAVE: Brasil. Direito Civil. Fatos Jurídicos. Negócios Jurídicos. Contratos. ABSTRACT The objective of this article is, discuss the assumptions and requirements of the contract in the Brazilian legal system, through the analysis of the legal provisions of the Brazilian Civil Code as well as the presentation of positions and doctrinal concepts about its office: the contract. KEYWORDS: Brazil. Civil Law. Legal facts. Legal Affairs. Contracts. __________________________________________ 1 Docente no Curso de Direito da Faculdade de Pará de Minas – FAPAM. Doutorando e Mestre em Teoria do Direito - PUC MG. Especialista em Ciências Criminais. E-mail: [email protected] 2 Mestre em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. E-mail: [email protected]

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  • SynThesis Revista Digital FAPAM, Par de Minas, n.3, 138 145, abr. 2012 ISSN 2177-823X 138 www.fapam.edu.br/revista

    CONSIDERAES SOBRE OS PRESSUPOSTOS E REQUISITOS DO CONTRATO NO ORDENAMENTO JURDICO BRASILEIRO

    Mrcio Eduardo Pedrosa Morais 1

    Carolina Senra Nogueira da Silva 2

    RESUMO

    Objetiva-se, por intermdio do presente artigo, discorrer sobre os pressupostos e requisitos do contrato no ordenamento jurdico brasileiro, por intermdio da anlise dos dispositivos legais do Cdigo Civil brasileiro, bem como pela apresentao dos posicionamentos e conceitos doutrinrios acerca do respectivo instituto: o contrato. PALAVRAS-CHAVE: Brasil. Direito Civil. Fatos Jurdicos. Negcios Jurdicos. Contratos.

    ABSTRACT The objective of this article is, discuss the assumptions and requirements of the contract in the Brazilian legal system, through the analysis of the legal provisions of the Brazilian Civil Code as well as the presentation of positions and doctrinal concepts about its office: the contract. KEYWORDS: Brazil. Civil Law. Legal facts. Legal Affairs. Contracts.

    __________________________________________ 1 Docente no Curso de Direito da Faculdade de Par de Minas FAPAM. Doutorando e Mestre em Teoria do Direito - PUC MG. Especialista em Cincias Criminais. E-mail: [email protected] 2 Mestre em Relaes Internacionais pela Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais. E-mail: [email protected]

  • MORAIS, M.E.P.; SILVA, C.S.N. 139

    1 INTRODUO: BREVE ANLISE CONCEITUAL E ESTRUTURAL ACERCA DOS FATOS JURDICOS

    O Cdigo Civil brasileiro de 2002 em sua parte geral trata acerca das pessoas, dos

    bens e dos fatos jurdicos. Neste sentido, em relao aos fatos jurdicos, insta salientar ser este

    o foco essencial deste estudo, mais especificamente o negcio jurdico. Em relao

    definio de fato jurdico, conceitua Carlos Roberto Gonalves que: fato jurdico todo

    acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja fato ilcito. (GONALVES,

    2009, p. 276). Ainda, no que se refere conceituao de fato jurdico, Maria Helena Diniz

    ensina que o mesmo:

    [...] o elemento que d origem aos direitos subjetivos, impulsionando a criao da relao jurdica, concretizando as normas jurdicas. Realmente, do direito objetivo no surgem diretamente os direitos subjetivos; necessria uma fora de propulso ou causa, que se denomina fato jurdico (DINIZ, 2003, p. 323).

    Nem todo acontecimento da vida de um indivduo considerado fato jurdico, isso

    porque o carter jurdico requisito bsico para se configurar um fato como tal. Deste modo,

    com o anseio de tratar com afinco acerca dos negcios jurdicos e, deste modo, a respeito de

    contratos, cabe ainda tecer uma breve anlise de sua diviso conceitual. O fato jurdico se

    divide em dois tipos: fatos naturais ou fatos jurdicos em sentido estrito e fatos humanos ou

    atos jurdicos lato sensu. Os fatos jurdicos em sentido estrito podem ser considerados

    ordinrios ao se tratar de fatos como o nascimento e falecimento de um indivduo bem como a

    sua maioridade, e ainda podem ser considerados extraordinrios quando referidos a

    catstrofes naturais ou a fatos advindos de atividades da natureza, como um terremoto, a

    erupo de um vulco ou um simples raio.

    No que se refere aos atos jurdicos lato sensu, os quais so caracterizados, segundo

    Carlos Roberto Gonalves, como sendo: aes humanas que criam, modificam, transferem

    ou extinguem direitos, (GONALVES, 2009, p.280), os fatos humanos se dividem em fatos

    lcitos e fatos ilcitos; estes no criam direitos, mas deveres e obrigaes, produzindo efeitos

    jurdicos involuntrios. Os fatos jurdicos lcitos so os que produzem efeitos voluntrios, so

    aes de indivduos das quais a lei aceita os efeitos desejados por ele, esses fatos jurdicos por

    sua vez se dividem em ato jurdico em sentido estrito ou ato jurdico lcito, ato-fato jurdico e

    negcio jurdico, objeto deste estudo a respeito de contratos.

    O ato jurdico em sentido estrito no tem como base uma vontade qualificada, suas

    consequncias jurdicas no provm do interesse das partes, mas sim daquilo que estiver

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    previsto no ordenamento jurdico. Assim, Carlos Roberto Gonalves pondera que o efeito da

    manuteno da vontade est predeterminado lei (GONALVES, 2009). No mesmo sentido,

    pode-se enfatizar essa ideia de unilateralidade com Maria Helena Diniz, poca da reforma

    do Cdigo Civil, da mesma forma que Gonalves revela que o ato jurdico em sentido estrito

    o que gera consequncias jurdicas previstas em lei e no pelas partes interessadas, no

    havendo a regulamentao da autonomia privada (DINIZ, 2003, p. 365).

    J o ato-fato jurdico tem como cerne a consequncia jurdica sem a vontade dos

    agentes em pratic-lo. Assim, apesar de no haver uma manifestao de vontade por parte do

    indivduo, a lei considera como fato jurdico, porque apesar de o ato no ser imaginado pelo

    autor, o ato advm de uma conduta que legalmente reconhecida, caracterizando-se, assim,

    um ato que apesar de involuntrio torna-se fato jurdico (ato-fato jurdico).

    Diferentemente do ato jurdico em sentido estrito, o negcio jurdico um ato jurdico

    que pode ser unilateral, bilateral ou plurilateral que exprima uma vontade qualificada, a qual

    tambm no se verifica no ato-fato jurdico, como j salientado. A vontade no negcio

    jurdico tem como objetivo negocial criar, modificar, extinguir direitos.

    2. O NEGCIO JURDICO

    A concepo do negcio jurdico no se exprime apenas na manifestao da vontade.

    Nestes termos, Maria Helena Diniz expe que:

    necessrio que tal efeito, visado pelo interessado, esteja conforme a norma jurdica; isto assim porque a prpria ordem jurdico-positiva permite a cada pessoa a prtica de negcio jurdico, provocando seus efeitos. Este o mbito da autonomia privada, de forma que os sujeitos de direito podem auto-regular(sic), nos limites legais, seus interesses particulares. (DINIZ, 2003, p. 373).

    O negcio jurdico no se encontra no Cdigo Civil como uma simples transao

    comercial, mas, como j exposto neste estudo, como parte, ou melhor, espcie dos atos

    jurdicos lcitos, que por sua vez so espcies de atos jurdicos em sentido amplo, parte dos

    fatos jurdicos. Assim, ao se conceituar negcio jurdico, cabe considerar tal genealogia, bem

    como salientar que foi o Cdigo Civil alemo que primeiro tratou de maneira legal do negcio

    jurdico, o qual foi foco de conceituao e estudo por diversos autores.

  • MORAIS, M.E.P.; SILVA, C.S.N. 141

    No obstante, Antnio Junqueira de Azevedo nas primeiras linhas de sua obra j

    leciona que:

    A doutrina atual, ao definir o negcio, adota geralmente uma posio que, ou se prende a sua gnese, ou sua funo; assim, ora o define como ato de vontade que visa produzir efeitos, com o que atende principalmente formao do ato, vontade que lhe d origem (autonomia da vontade), ora o define como um preceito (dito at mesmo norma jurdica concreta) que tira a sua validade da norma abstrata imediatamente superior, dentro de uma concepo escalonada de normas jurdicas supra e infra-ordenadas(sic), com o que atende, principalmente, ao carter juridicamente vinculante de seus efeitos (auto-regramento(sic) da vontade). (AZEVEDO, 2010, p.1).

    Apesar de algumas divergncias quanto definio de negcio jurdico, no se

    pretende ao longo deste ensaio se ater s suas especificaes doutrinrias, entretanto, tal

    conceituao pertinente para discorrer a respeito de sua validade. Assim, para que se

    configure um negcio jurdico preciso que o mesmo exista, seja vlido e eficaz.

    2.1 A existncia, a validade e eficcia do negcio jurdico

    Para alguns juristas, como Carlos Roberto Gonalves, no que se refere existncia do

    negcio jurdico, a declarao de vontade, a finalidade negocial e a idoneidade do objeto so

    os elementos estruturais dos requisitos de existncia do negcio jurdico. (GONALVES,

    2009, p. 312). Conforme ressalta este civilista, caso haja a falta de qualquer um desses

    elementos pode-se falar em inexistncia do negcio jurdico. Qualquer tipo de negcio

    jurdico precisa preencher seus elementos existenciais, insta salientar que a eficcia e a

    validade no se configuram carter de valorao da existncia.

    A respeito da validade, alguns requisitos precisam ser preenchidos conforme exposto

    no artigo 104 do Cdigo Civil: A validade do Cdigo Civil requer: I agente capaz; II objeto

    lcito, possvel, determinado ou determinvel; III forma prescrita ou no defesa em lei

    (Cdigo Civil, 2002). Deste modo, Maria Helena Diniz ressalta que:

    Os elementos essenciais so imprescindveis existncia e validade do ato negocial, pois formam sua substncia; podem ser gerais, se comuns generalidade dos negcios jurdicos, dizendo respeito capacidade do agente, ao objeto lcito, possvel, determinado ou determinvel e ao consentimento dos interessados; e particulares, peculiares a determinadas espcies por serem concernentes sua forma e prova. (DINIZ, 2009, p. 148).

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    A capacidade do agente configura-se como uma condio subjetiva, na qual o mesmo

    tenha a aptido ao exerccio de direitos e obrigaes. No que se refere ao inciso II do artigo

    104 do Cdigo Civil, o objeto do negcio jurdico para ser vlido no pode contrariar

    dispositivos legais; necessitando ainda ser possvel tanto fsica quanto juridicamente; alm

    disso, preciso que se determine o objeto ou que o mesmo seja passvel de determinao;

    ainda quanto validade, preciso que se identifique a forma de revelao da vontade.

    Segundo proposto por Antnio Junqueira de Azevedo:

    Sendo o negcio jurdico uma espcie de fato jurdico, tambm o seu exame pode ser feito nesses dois planos. Entretanto, e essa a grande peculiaridade do negcio jurdico, sendo ele um caso especial de fato jurdico, j que seus efeitos esto na dependncia dos efeitos que foram manifestados como querido, o direito, para realizar essa atribuio, exige que a declarao tenha uma srie de requisitos, ou seja, exige que a declarao seja vlida. Eis a, pois, um plano para exame, peculiar ao negcio jurdico o plano da validade, a se interpor entre o plano da existncia e o plano da eficcia. Plano da existncia, plano da validade e plano da eficcia so os trs planos nos quais a mente humana deve sucessivamente examinar o negcio jurdico, a fim de verificar se ele obtm plena realizao. (AZEVEDO, 2010, p. 24).

    Destarte, ao discorrer a respeito do negcio jurdico quanto sua definio e aos

    elementos essenciais, contemplando sua existncia, validade e eficcia para o ordenamento

    jurdico e, depois de estabelecidos os subsdios conceituais e estruturais a respeito dos

    negcios jurdicos, pode-se salientar a respeito de contratos, os quais se caracterizam como

    sendo um exemplo de negcio jurdico, e no como sendo o prprio negcio jurdico.

    3. PRESSUPOSTOS, REQUISITOS E VLIDADE DOS CONTRATOS

    Ao discorrer a respeito dos fatos jurdicos, importante instituto do Cdigo Civil

    brasileiro de 2002, bem como de seus elementos estruturais, permite-se uma compreenso

    analtica a respeito desse instituto como tambm viabilizou uma melhor discusso a ser feita a

    respeito de contratos. Assim, De Plcido e Silva define contrato:

    Derivado do latim contractus, de contrahere, possui o sentido de ajuste, conveno, pacto, transao. Expressa, assim, a ideia de ajuste, da conveno, do pacto ou da transao firmada ou acordada entre duas ou mais pessoas para um fim qualquer, ou seja, adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. O contrato, pois ocorre quando as partes contratantes, reciprocamente, ou uma delas assume a obrigao de dar, fazer ou no fazer alguma coisa. (SILVA, 2008, p. 207).

  • MORAIS, M.E.P.; SILVA, C.S.N. 143

    Deste modo, necessita-se ponderar que, apesar de concepes doutrinrias abordarem

    negcios jurdicos como sendo um termo sinnimo a contrato, tal acepo no confere, ainda

    que se verifique que alguns dos requisitos de validade sejam equivalentes. Essa equivalncia

    advm do fato de que todo contrato um negcio jurdico (negcio jurdico bilateral ou

    plurilateral), no obstante, a recproca no confere, mesmo porque, a ttulo de exemplo, um

    testamento no um contrato, mas um negcio jurdico unilateral. Assim, o conceito de

    contrato; instrumento jurdico para constituir, transmitir e extinguir direitos na rea

    econmica; deriva-se do conceito de negcio jurdico.

    A autonomia da vontade, o consensualismo, a fora obrigatria, a boa-f, o princpio

    do equilbrio econmico do contrato e o princpio da funo social do contrato so princpios

    que permeiam o direito dos contratos.

    Nestes termos, para que se tenha um contrato preciso alguns pressupostos e

    requisitos. Assim, a capacidade das partes, a idoneidade do objeto e a legitimao para

    realiz-lo so pressupostos de um contrato. Como qualquer negcio jurdico, o agente, como

    j referido a priori, precisa ser capaz para que o mesmo seja vlido. O objeto do contrato

    precisa ser lcito, como tambm determinado ou suscetvel de determinao. Como ltimo

    pressuposto, est a legitimao, ou seja, no basta o agente ser capaz, ele tem que ter

    legitimidade, ter idoneidade. No momento da realizao de um contrato, esses pressupostos

    precisam estar presentes para a sua validao.

    No obstante, conforme exposto pelo ordenamento jurdico, tais pressupostos no so

    suficientes, alguns requisitos precisam ser preenchidos para que o contrato tenha validade.

    Tais requisitos so o consentimento, a causa, o objeto e a forma; apesar de muitas

    controvrsias em torno da causa como elemento de um contrato no que diz respeito tanto ao

    seu conceito quanto sua utilizao. Pode-se entender que, enquanto o objeto so as

    prestaes das partes, o conjunto dos atos que as partes se comprometeram a praticar, a

    interao entre essas partes seria, grosso modo, a causa. Como j salientado, o objeto deve,

    como qualquer negcio jurdico, ser lcito, possvel, determinado ou determinvel. O requisito

    de validade ainda repousa na forma pela qual um contrato deve ser realizado. So esses

    pressupostos e requisitos que so responsveis por validar um contrato.

    No obstante, o contrato pode se caracterizar como dbio, deste modo, a funo da

    interpretao, com regras e mtodos distintos, justamente determinar quais os efeitos

    jurdicos que o contrato visa produzir, definindo a vontade contratual. Existem, assim, duas

    formas de interpretao contratual: a subjetiva e a objetiva. A finalidade de uma interpretao

    subjetiva de um contrato verificar a vontade dos contratantes e para tal dispe a legislao

  • SynThesis Revista Digital FAPAM, Par de Minas, n.3, 138 145, abr. 2012 ISSN 2177-823X 144 www.fapam.edu.br/revista

    brasileira que preciso verificar a inteno comum das partes, determinar o esprito do

    contrato, interpretar suas clusulas uma a uma, mas inseridas em uma totalidade; havendo

    dvidas em interpretar as clusulas de um contrato de adeso ou se elas forem

    predeterminadas por um dos contratantes de forma impressa, interpretar-se- a favor do outro.

    A interpretao objetiva anseia esclarecer as declaraes que se mantiverem duvidosas

    por no ter sido possvel precisar as intenes das partes, existindo trs princpios para a

    aplicao da interpretao contratual objetiva: 1) interpretao segundo a boa-f, a

    interpretao no pode extinguir o contrato ou seus efeitos; 2) caso o contrato ainda se

    encontre dbio ou obscuro, a interpretao deve tomar uma posio menos onerosa para o

    devedor; 3) caso o contrato seja gratuito ou oneroso, cabe interpretao, conforme exposto

    no artigo 114 do Cdigo Civil, tentar manter o maior equilbrio das prestaes extrema ratio.

    Assim, entende-se que os pressupostos e requisitos de um contrato se complementam,

    conferindo validade ao contrato que um negcio jurdico bilateral, o qual se caracteriza

    como fato jurdico em sentido amplo lcito. Cabe, ainda, a interpretao exprimir mais

    fielmente a vontade dos contratantes. Nestes termos, o que se props ao longo deste estudo foi

    dissertar a respeito da validade jurdica, no obstante, coube uma contextualizao que

    permite entender toda uma estrutura na qual o contrato est inserido, sendo apenas uma

    pequena parte de um instituto jurdico muito mais amplo.

    4 CONCLUSO

    O contrato um instituto de importncia fundamental para o direito e para a

    sociedade, tendo em vista o fato de que, todos, em cada momento de nossas vidas, celebramos

    contratos. Deste modo, o presente estudo objetivou tecer consideraes sobre os pressupostos

    e requisitos do contrato no ordenamento jurdico brasileiro, tendo como base os postulados do

    Cdigo Civil brasileiro de 2002.

    Este instituto do contrato, base do Direito Romano, do qual herdeiro o Direito

    brasileiro, norteia a vida de toda a sociedade, protegendo relaes jurdicas e realizando

    sonhos, construindo, assim, meios da efetivao da dignidade da pessoa humana, princpio-

    base do ordenamento jurdico ptrio.

  • MORAIS, M.E.P.; SILVA, C.S.N. 145

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    AZEVEDO, Antnio Junqueira de. Negcio jurdico: existncia, validade e eficcia. 4. ed. So Paulo: Saraiva, 2010.

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    _______. Direito civil brasileiro: teoria geral do direito civil. 20. ed. So Paulo: Saraiva, 2003.

    GOMES, Orlando. Contratos. 26. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009.

    GONALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 7. ed. So Paulo: Saraiva, 2009.

    SILVA, De Plcido e. Vocabulrio jurdico conciso. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008.