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conteúdo retirado de WWW.CESTTRES.COM - 1 - “Considerações sobre a aplicação do Chronic Mild Stress em um experimento- piloto sobre estresse e alterações de desempenho em encadeamento de respostas de ratos Wistar”. *Josiane F. F. Knaut, André Monezi Andrade, Andressa Bach, Dhayana I. Veiga Katia Daniele Biscouto, Mônica Laís Camoleze. Este trabalho objetivou verificar relações entre a submissão ao Chronic Mild Stress (CMS) e variações no processo de aprendizagem de um encadeamento de respostas em caixa de Skinner modificada. Foram sujeitos da pesquisa 20 ratos Wistar, machos, com aproximadamente 90 dias. Os sujeitos passaram por seis práticas preparatórias ao experimento: “Nível Operante da Resposta de Pressão à Barra”, “Treino ao Bebedouro”, “Modelagem da Resposta de Pressão à Barra”, “Reforço Contínuo da Resposta de Pressão à Barra”, “Esquema de Reforço Intermitente em Razão Fixa (FR 10 )” e “Discriminação de Estímulos Luminosos”. Os sujeitos foram divididos em dois grupos de dez. Um grupo foi submetido ao CMS enquanto o outro não passou por outra atividade neste período. Após a aplicação do modelo, os 20 sujeitos foram submetidos ao encadeamento. Utilizou-se o teste t-Student para amostras independentes. Ambos os grupos apresentaram semelhança estatística nas variáveis gotejamento, reforços/min, eventos/min ao longo das práticas preparatórias. Após a aplicação do CMS, o grupo experimental apresentou uma tendência de aumento do tempo de execução das tarefas (29,4 + 18,6) em relação ao grupo controle (26,4 + 10,0), assim como o número de erros (experimental=139,4 + 68,1; controle=112,5 + 56,8). Porém, mesmo havendo uma tendência à diferença, não foi possível distinguir os dois grupos estatisticamente (p>0,05). Palavras-chave: Encadeamento de respostas, Chronic Mild Stress, ratos Wistar.

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Este trabalho objetivou verificar relações entre a submissão ao Chronic MildStress (CMS) e variações no processo de aprendizagem de um encadeamentode respostas em caixa de Skinner modificada

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“Considerações sobre a aplicação do Chronic Mild Stress em um experimento-

piloto sobre estresse e alterações de desempenho em encadeamento de

respostas de ratos Wistar”.

*Josiane F. F. Knaut, André Monezi Andrade, Andressa Bach, Dhayana I. Veiga

Katia Daniele Biscouto, Mônica Laís Camoleze.

Este trabalho objetivou verificar relações entre a submissão ao Chronic Mild

Stress (CMS) e variações no processo de aprendizagem de um encadeamento

de respostas em caixa de Skinner modificada. Foram sujeitos da pesquisa 20

ratos Wistar, machos, com aproximadamente 90 dias. Os sujeitos passaram

por seis práticas preparatórias ao experimento: “Nível Operante da Resposta

de Pressão à Barra”, “Treino ao Bebedouro”, “Modelagem da Resposta de

Pressão à Barra”, “Reforço Contínuo da Resposta de Pressão à Barra”,

“Esquema de Reforço Intermitente em Razão Fixa (FR10)” e “Discriminação de

Estímulos Luminosos”. Os sujeitos foram divididos em dois grupos de dez. Um

grupo foi submetido ao CMS enquanto o outro não passou por outra atividade

neste período. Após a aplicação do modelo, os 20 sujeitos foram submetidos

ao encadeamento. Utilizou-se o teste t-Student para amostras independentes.

Ambos os grupos apresentaram semelhança estatística nas variáveis

gotejamento, reforços/min, eventos/min ao longo das práticas preparatórias.

Após a aplicação do CMS, o grupo experimental apresentou uma tendência de

aumento do tempo de execução das tarefas (29,4+18,6) em relação ao grupo

controle (26,4+10,0), assim como o número de erros (experimental=139,4+68,1;

controle=112,5+56,8). Porém, mesmo havendo uma tendência à diferença, não

foi possível distinguir os dois grupos estatisticamente (p>0,05).

Palavras-chave: Encadeamento de respostas, Chronic Mild Stress, ratos

Wistar.

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1. REVISÃO DE LITERATURA

O objetivo desta pesquisa foi verificar possíveis relações entre o

estresse patológico e variações no processo de aprendizagem de um

encadeamento de respostas em ratos Wistar, utilizando caixa de

condicionamento operante. Para isso se torna necessária uma breve

explanação sobre os conceitos de aprendizagem e estresse.

KOLB & WHISHAW (2002, p. 490) afirmam que aprendizado é uma

alteração relativamente permanente no comportamento de um organismo,

resultante de uma experiência, sendo a memória referente à habilidade de

recordar ou reconhecer experiências anteriores. BRANDÃO (1991, p. 57)

afirma que a aquisição, o armazenamento e a evocação de informação são

aspectos centrais nos processos de aprendizagem e memória. Estudos sobre a

memória de animais de laboratório são feitos a partir da obtenção de

evidências que revelem o que eles conseguem lembrar, sendo necessário

desenvolver maneiras para que seus conhecimentos sejam mostrados (KOLB

& WHISHAW, 2002, p. 491).

Já o estresse é a capacidade de se adaptar às situações. BALLONE

(1999) o conceitua como uma resposta fisiológica, psicológica e

comportamental de um organismo que procura adaptar-se a novas condições

internas e/ou externas.

O estresse se constitui de quatro grandes fases, de acordo com o

modelo quadrifásico de LIPP. A primeira fase (alerta) se inicia quando a

pessoa se confronta com um estressor e ocorre a quebra do equilíbrio interno

que acontece em decorrência “da ação exacerbada do sistema nervoso

simpático e da desaceleração do sistema nervoso parassimpático em

momentos de tensão” (LIPP, 1996, p.22). Quando o estressor tem uma maior

duração e sua intensidade é maior que a resistência da pessoa, o organismo

“tende a restabelecer a homeostase de um modo reparador e entrar na

segunda fase do estresse (resistência), onde a energia adaptativa de reserva é

utilizada na tentativa de reequilíbrio” (LIPP, 1996, p.23).

A terceira fase de estresse (quase-exaustão) tem como característica

principal uma flutuação entre as fases de resistência e exaustão. Se a reserva

for suficiente, a pessoa sai do processo de estresse, mas se o estressor exige

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mais esforço de adaptação para lidar com a situação de estresse, o processo

evoluirá e chegará à fase de exaustão. Haverá um aumento nas estruturas

linfáticas, e uma exaustão psicológica e física aparecerá, e conseqüentemente

as doenças (LIPP, 1996, p.23).

Assim como os seres humanos, os animais também podem sofrer

devido à exposição continua de estímulos estressores. Portanto, para RIVERA

(2002, em ANDRADE, PINTO e OLIVEIRA, 2002), as causas do estresse em

animais de laboratório podem ser de diferentes naturezas, tais como ambiental,

experimental (decorrentes dos métodos experimentais), internas ou fisiológicas

e vinculadas à dor. Um ambiente inadequado somado ao estresse experimental

causa alterações fisiológicas no animal, sendo que esta inadequação consiste

na falta das necessidades básicas, que são os nutrientes, água, temperatura

ambiental, umidade, iluminação, barulho e ciclos de luz e escuro (RIVERA,

2002, em ANDRADE, PINTO e OLIVEIRA, 2002). Para que seja possível

diminuir o estresse indesejável nesses animais, devem-se minimizar os custos

biológicos deste.

RIVERA (2002, em ANDRADE, PINTO e OLIVEIRA, 2002) afirma

ser importante que a temperatura das salas não sofra alterações e que a

umidade relativa do ar não seja muito elevada, pois os ratos são animais

homeotérmicos, necessitando que sua temperatura corporal permaneça

constante. A alimentação desses animais deve ser balanceada de acordo com

a espécie, pois tanto a falta quanto o excesso dos nutrientes necessários

podem influenciar na resposta do animal. Também é muito importante que os

ruídos e a luz do ambiente sejam controlados, porque ambos em excesso são

prejudiciais e irritantes para esses animais. Todos esses fatores podem causar

estresse no rato e, por conseqüência, os resultados do experimento podem

sofrer alterações.

Há algumas maneiras que possibilitam ao animal se livrar de uma

situação estressante, como a fuga do estressor. Quando isso não é possível

ocorre uma alteração no estado biológico, onde são usados o sistema nervoso

autônomo e o sistema neuroendócrino. Partindo do sistema neuroendócrino, o

sistema corticoadrenal monitora o estresse, pois os glicocorticóides são

secretados em resposta a uma grande variedade de estressores (RIVERA,

2002, em ANDRADE, PINTO e OLIVEIRA, 2002).

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Segundo RIVERA (2002, em ANDRADE, PINTO e OLIVEIRA, 2002),

há algumas diferenças que podem ser observadas no animal, possibilitando

medir ou identificar o estresse. Essas alterações podem ser comportamentais

(apetite, atividade, agressividade, etc), sinais fisiológicos (respiração, perda de

peso, fluxo sanguíneo, etc), lesões patológicas (ulceração gástrica, lesões

renais, amiloidose, etc) e indicadores bioquímicos.

A pesquisa foi realizada a partir da Análise Experimental do

Comportamento, que é uma área da Psicologia inserida no contexto das

disciplinas das ciências naturais, tais como a Biologia, a Física e a Química. A

partir deste paradigma, os organismos que se comportam são vistos como

produtos naturais de processos biológicos e evolutivos, sendo o

comportamento e o ambiente eventos naturais e independentes, em que a

relação entre eles pode ser interpretada como uma relação funcional entre

variáveis tal como ocorre em qualquer ciência natural. Desta forma, o

comportamento é considerado como sendo a variável dependente e os fatores

do ambiente as variáveis independentes, ou seja, em Análise Experimental do

Comportamento, o comportamento é produto de eventos do ambiente,

identificáveis e passíveis de controle (MATOS & TOMANARI, 2002, p. 5-6).

Segundo SKINNER (2002), a variação e a seleção de comportamentos

emitidos pelos organismos ocorrem em três níveis. O primeiro deles é o

filogenético, que representa a evolução biológica, ao longo do tempo, de

populações de organismos e suas características, garantindo a

sobrevivência da espécie (CATANIA, 1999). O segundo é o ontogenético,

que permite a aquisição de comportamentos por suas conseqüências

durante a vida de um organismo e o terceiro é o nível de seleção cultural,

pelo qual ocorre à sobrevivência de padrões de comportamento à medida

que são passados de um indivíduo para outros, dependendo de

comportamentos que mudam tanto durante a ontogenia quanto durante a

filogenia.

A seleção filogenética pode ser evidenciada por meio de comportamentos

apresentados de maneira involuntária, ou seja, comportamentos reflexos (ou

respostas incondicionadas) gerados por estímulos incondicionados

(SKINNER, 1931, citado por CATANIA, 1999). Segundo CATANIA (1999), o

reflexo é uma relação incondicional entre um estímulo e uma resposta, ou

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seja, a relação não é aprendida, é filogenética. É no condicionamento

respondente que uma relação pode se tornar condicional, ou seja,

aprendida. É por meio dele que um estímulo pode desencadear uma

resposta que a priori não seria possível de ser gerada por ele.

O condicionamento respondente torna possível, por meio de um

emparelhamento, que um cão salive diante de um som e não apenas diante

da visão de um pedaço de carne; salivar diante do som torna-se uma

resposta ou reflexo condicional, pois foi aprendido (SKINNER, 1974). De

acordo com SKINNER (1974), o emparelhamento, neste caso, aconteceria

da seguinte maneira: o som (estímulo neutro, por não eliciar a resposta de

salivação) seria apresentado ao cão ao mesmo tempo em que fosse

apresentada a carne (estímulo incondicional por eliciar a salivação), a partir

do momento que o estímulo neutro (som) começar a eliciar a resposta de

salivação, dizemos que o estímulo neutro agora é um estímulo condicional,

pois, a resposta de salivar diante do som foi aprendida e agora se tornou

uma resposta ou reflexo condicional.

A seleção ontogenética ocorre por meio da emissão de

comportamentos operantes emitidos pelos organismos e que geram

conseqüências no ambiente, as quais influenciam as próximas execuções do

comportamento (SKINNER, 1974). Tais conseqüências podem aumentar

(reforço) ou diminuir (punição) a probabilidade futura de nova ocorrência do

comportamento. Essa relação entre o organismo que se comporta e o ambiente

chama-se contingência.

As conseqüências reforçadoras podem ser positivas, tendo como

finalidade produzir uma conseqüência, ou negativas, com o objetivo de evitar

uma conseqüência aversiva (SKINNER, 1974). As conseqüências punitivas

também podem ser positivas ou negativas; nas positivas a ocorrência do

comportamento tende a diminuir de freqüência porque a conseqüência é

aversiva e, nas negativas porque conseqüência reforçadora é retirada. Assim, a

partir dos princípios da Teoria da Aprendizagem, se faz necessário o

conhecimento de alguns procedimentos responsáveis pela instalação, aumento

ou diminuição da emissão de comportamentos operantes.

O condicionamento operante modela o comportamento como o

escultor modela a argila. Um comportamento operante não é algo que surja

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totalmente desenvolvido no comportamento do organismo. Ele é resultante de

um contínuo processo de modelagem (SKINNER, 1998, p. 101). A modelagem

tem como objetivo moldar o comportamento e seu ponto inicial são respostas

simples que já fazem parte do repertório do organismo (MATOS, 2002, p. 109).

Segundo CATANIA reforçar um movimento tende a modelar o responder mais

eficientemente (CATANIA, 1999, p. 130). Este reforçamento diferencial consiste

em selecionar algumas respostas, aquelas que se deseja reforçar para que se

repitam, e não reforçar as que não são compatíveis com o comportamento

desejado. O critério de reforçamento deve ser mudado gradualmente, de tal

forma que ele reforce as respostas que, se aproximem da resposta desejada.

Assim elas aumentarão de freqüência e enquanto as outras entrarão em

extinção (MATOS e TOMANARI, 2002, p. 109). Portanto, devem ser definidas

quais respostas estarão mais próximas da resposta a ser modelada para serem

reforçadas (CATANIA, 1999, p. 131-132). O reforço que desenvolve a

habilidade deve ser imediato, de outro modo, a precisão do efeito diferencial se

perde (SKINNER, 1998, p. 106).

No experimento foi utilizada a água como reforço. Operantes

reforçados com alimento têm implicações para a sobrevivência de cada

membro da espécie, sendo que a privação é um procedimento que em geral

aumenta a probabilidade de um grupo de respostas. Em caso de privação de

água a probabilidade da ocorrência de comportamentos relacionados com água

pode ser aumentada. Já a saciação é a operação que em geral diminui a

probabilidade do responder. Normalmente, um organismo bebe

intermitentemente para manter um estado estável. Quando o organismo é

privado da oportunidade de beber é óbvio que o beber tem uma maior

probabilidade de ocorrer na primeira oportunidade oferecida ao animal, pois

esta privação perturba o equilíbrio do organismo. A este equilíbrio do

organismo dá-se o nome de homeostase. Isto explica porque a privação de

água aumenta a freqüência de ocorrência de todos os comportamentos

condicionados e incondicionados relacionados à ingestão de água (SKINNER,

1998, p. 155-156).

Outro procedimento utilizado para moldar o comportamento e que foi

usado na pesquisa é a discriminação de estímulos luminosos. O termo

“controle de estímulos” é utilizado no sentido de que a presença ou a ausência

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de luz (outros estímulos também podem ser utilizados) controla o operante,

mudando a probabilidade de a resposta acontecer. O contexto do

comportamento operante é chamado de estímulo discriminativo. De acordo

com BAUM (1999, p. 112-113) discriminação significa a mudança do

comportamento em função da mudança dos estímulos do ambiente, podendo

ocorrer no laboratório quando a pressão à barra apenas é apresentada na

presença da luz acesa (estímulo discriminativo) e não quando é apagada. Um

reforço na presença do SD (estímulo discriminativo – luz acesa) aumenta sua

eficácia como indício, mas também aumenta, em um grau menor, a eficácia do

S∆ (estímulo delta – luz apagada). A alteração continuada de SD e S∆ é que

provoca a separação do poder evocativo de ambos (BAUM, 1994, p. 114).

Por meio das informações apresentadas pode-se dizer que uma

discriminação ocorre quando um organismo reage de modo diferente e

apropriado frente a dois ou mais estímulos antecedentes à emissão do

comportamento, porém, quando uma generalização ocorre é dito que o inverso

predomina, ou seja, o organismo reage de maneira semelhante diante de dois

ou mais estímulos antecedentes, não havendo uma diferenciação significativa

na emissão do comportamento, como é percebido na discriminação. Quanto

mais generalização, menos discriminação e vice-versa (MATOS e TOMANARI,

2002, p. 182).

A Análise do Comportamento envolve dois tipos de pesquisa: básica e

aplicada. O programa de pesquisas básicas tem o objetivo de produzir

conhecimento acerca das leis gerais que descrevem as relações funcionais

entre o comportamento e o ambiente, sendo, geralmente, realizadas em

situações de laboratório experimentalmente controladas, como será feito na

presente pesquisa. Já o programa de pesquisas aplicadas enfatiza a

transposição e adaptação de tais leis para condições específicas ao ser

humano (MATOS & TOMANARI, 2002, p. 10-11).

Para a realização da pesquisa, foi levantada a hipótese de que ratos

submetidos a estressores leves apresentariam um desempenho mais baixo do

que aqueles apenas submetidos apenas à privação de água necessária à

realização do condicionamento de respostas encadeadas. Desta forma

utilizou-se o “Chronic Mild Stress” (CMS), um modelo animal experimental

proposto como um modelo de depressão por WILLNER e cols. (1987), citados

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por THOMAZ (2001). Após passarem por um conjunto de "situações de

estresse suave", o consumo de água e de água com sacarose dos ratos

submetidos ao modelo decresce. Considera-se que a submissão ao conjunto

de estressores modifica o organismo e, conseqüentemente, a propriedade

recompensadora da água e da água com sacarose (THOMAZ, 2001).

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2. OBJETIVO

Foi verificar se havia alteração de desempenho na aprendizagem de um

encadeamento de respostas em ratos albinos submetidos cronicamente a

estressores leves em comparação a ratos não submetidos a tais condições,

utilizando caixa de condicionamento operante.

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3. MÉTODO

3.1. SUJEITO

Foram submetidos ao experimento 20 ratos da espécie Rattus

norvegicus de linhagem Wistar, machos, ingênuos e com aproximadamente 90

dias de idade. Os sujeitos foram divididos em dois grupos compostos por 10

ratos cada. Um dos grupos foi submetido a um modelo de depressão (Chronic

Mild Stress) e o outro grupo, não submetido ao modelo, representou o grupo-

controle. Todos estavam privados de água por 48 horas antecedentes à

realização das sessões das práticas preparatórias e da prática de

encadeamento de respostas.

3.2. INSTRUMENTOS E APARELHOS

Foi utilizada uma caixa de condicionamento operante, caixa de Skinner

(Anexo 1). A caixa de Skinner corresponde a um objeto cúbico de metal, com

aproximadamente 30x30x30 cm; parte inferior composta por barras cilíndricas

metálicas espaçadas entre si, sobposta por uma bandeja de detritos; possui

uma abertura lateral com uma porta de acrílico transparente; internamente

localiza-se a barra de resposta. A caixa é controlada pela caixa de comandos,

externa a ela, controlada pelo experimentador, de acordo com os estímulos que

venham a serem utilizados durante o experimento, como luz, campainha e

liberação de água no bebedouro. A caixa de comando é conectada à tomada

de energia elétrica e ligada à caixa de condicionamento por meio de uma

fiação. Para a realização do encadeamento de respostas foi acoplado ao teto

de caixa de Skinner, feito de acrílico, um trapézio de metal inoxidável. Desta

forma, constaram na caixa dois manipulandos: a barra e o trapézio.

3.3. PROCEDIMENTOS

a) Práticas preparatórias:

Os 20 sujeitos foram submetidos a três sessões experimentais, sendo as

duas primeiras preparatórias e a terceira de condicionamento ao

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encadeamento de respostas (MATOS e TOMANARI, 2002). Na primeira

sessão (Anexo 2) foi realizadas às práticas de “Nível Operante da Resposta de

Pressão à Barra”, “Treino ao Bebedouro”, “Modelagem da Resposta de

Pressão à Barra” e “Reforço Contínuo da Resposta de Pressão à Barra (CRF

I)”. Na segunda sessão (Anexo 3) foram realizadas as práticas de “Esquema de

Reforço Intermitente em Razão Fixa (FR10)” e “Controle de Estímulos com um

Esquema Múltiplo FR-EXT”. Antes de cada sessão experimental o sujeito foi

transportado do biotério até o laboratório de comportamento animal. Antes de

ser utilizada, a caixa de Skinner foi devidamente higienizada com álcool (70%)

e algodão, além da verificação de seu funcionamento (caixa de controle) e do

nível de água no bebedouro. A experimentadora estava devidamente vestida

com jaleco e utilizou luvas de procedimento para a manipulação dos sujeitos.

b) Aplicação do Chronic Mild Stress:

Concluídas as práticas preparatórias, foi realizado um sorteio aleatório

dividindo os sujeitos em dois grupos com dez ratos cada. Um dos grupos foi

submetido ao Chronic Mild Stress (CMS), um modelo de estresse animal

proposto por WILLNER e cols. (1987), citados por THOMAZ (2001). Tal modelo

sugeriu a exposição dos animais a um conjunto de condições de estresse

suave, por seis semanas, tais como (Anexo 4): privação de água e comida,

iluminação contínua, agrupamento de dois sujeitos na mesma gaiola, cheiro

(desodorizador de ambiente), apresentação de uma garrafa vazia após

privação de água, acesso restrito a comida, inclinação da gaiola e presença de

um objeto estranho (toco de madeira) na gaiola (THOMAZ, 2001). A técnica de

biotério foi instruída sobre o modelo e, em seguida, ela realizou a aplicação do

modelo em metade da amostra.

O processo de distribuição de sujeitos foi “cego para a

experimentadora”, ou seja, apenas a técnica de biotério tinha conhecimento

sobre quais ratos foram submetidos ao modelo de estresse. Antes da terceira

sessão experimental os sujeitos foram entregues aleatoriamente pela bioterista

à experimentadora para que fossem submetidos ao encadeamento sem que

esta soubesse quais estavam estressados e quais não estavam. A técnica de

biotério teve o controle dos integrantes de cada grupo por meio de uma lista de

sujeitos, compatível com as informações presentes nos crachás colocados na

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caixa de cada um. No crachá constava apenas à identificação dos sujeitos, o

que poderia ser visto pela experimentadora, já o controle da submissão ao

CMS foi feito por meio da lista, na qual constavam quais sujeitos faziam parte

de cada grupo.

c) Encadeamento de respostas:

O encadeamento de respostas consistiu em duas etapas. A primeira

teve o objetivo de propiciar, aos sujeitos, um desempenho de linha de base no

esquema múltiplo FR (razão fixa) – Ext (extinção), ou seja, períodos em SD e

S∆, na presença de um trapézio (caixa modificada). A segunda etapa objetivou

o condicionamento à seqüência de comportamentos necessários para a

realização do encadeamento de respostas.

- Completou-se na folha de registro (anexo 4) as intensidades

luminosas que foram utilizadas (0% = Ext ou S∆ e 100% = FR ou SD);

- A chave de controle do bebedouro ficou inicialmente desligada e a

chave de controle de luz na posição apagada (0%);

1ª Parte: Linha de base na presença do trapézio:

A duração deste passo foi de 10 minutos, por meio do qual foram

registrados os seguintes comportamentos do animal:

- Tocar a barra (TB): considerou-se uma ocorrência deste

comportamento se o sujeito apenas tocasse qualquer parte da barra.

- Farejar (FA): considerou-se uma ocorrência se o sujeito aproximasse

o focinho de qualquer parte do manipulando alternativo (trapézio). A

cada dois segundo de duração desse comportamento foi contada uma

nova ocorrência.

- Morder (MO): considerou-se uma ocorrência deste comportamento

quando o sujeito mordesse qualquer parte do manipulando alternativo

(trapézio).

- Tocar trapézio (TT): considerou-se uma ocorrência da resposta de

tocar sempre que o sujeito encostasse a parte do corpo (uma pata, duas

patas ou focinho, etc.) no trapézio.

Ao final dos dez 10 minutos, iniciou-se a fase do treino do

encadeamento de respostas (segunda parte).

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2ª Parte: Encadeamento:

O encadeamento teve início com a luz da caixa apagada. Em esquema

de reforçamento intermitente em razão fixa (FR10), assim que o sujeito emitisse

uma resposta de tocar o trapézio, imediatamente a luz foi acesa na intensidade

100% (FR ou SD). A luz permaneceu acesa até que ocorresse o acionamento

do bebedouro (dez pressões à barra). Assim que o reforço foi liberado a luz foi

desligada.

Diagrama da cadeia de respostas estabelecido no laboratório:

Luz 0% Tocar trapézio Luz 100% Pressão à barra (FR5)

Água

Na presença da luz 100%, uma resposta de tocar o trapézio (encostar

uma parte do corpo no mesmo) foi registrada, mas não produziu qualquer

conseqüência; uma resposta de pressão à barra, no entanto, foi sempre

seguida de água. Por isso, o controle do bebedouro foi colocado na posição

“automático” após a nona resposta de pressão à barra, sendo colocando na

posição “desligado” assim que ocorresse a décima pressão à barra.

Atenção: Caso o sujeito não emitisse a resposta ao trapézio em até 3

minutos depois de iniciado o passo de encadeamento, era executada a

modelagem desta resposta. Para a realização dessa modelagem foi adotado o

procedimento de aproximações sucessivas, descrito na terceira prática da

primeira sessão experimental (“modelagem da reposta de pressão à barra”),

considerando, neste momento, as respostas ao trapézio: “olhar em direção ao

trapézio”, “farejar trapézio”, “tocar trapézio com o corpo”, “tocar trapézio com a

pata” e “apoiar-se sobre trapézio”. Tais comportamentos foram

conseqüenciados com a apresentação do estímulo luz 100%, o qual controlava

a resposta de pressão à barra e, conseqüentemente, a liberação do reforço

(água) após a nona resposta.

O registro de respostas de pressão à barra e toque ao trapézio foi feito

minuto a minuto, na seqüência em que foram sendo emitidas, utilizando a

seguinte classificação:

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- “A”: respostas ao trapézio que foram seguidas pelo acender da luz

(emitidas com a luz apagada).

- “a”: respostas ao trapézio que não foram seguidas pelo acender da

luz (emitidas com a luz acesa).

- “B”: pressões à barra que foram seguidas pela apresentação de

água (com a luz acesa).

- “b”: pressões à barra que não foram seguidas pela apresentação de

água (com a luz apagada).

Entre apresentação de luz e uma resposta A, anotou-se o tempo

transcorrido, pois indicava a latência da nova resposta sendo instalada (tocar

trapézio), contada a partir da apresentação do estímulo discriminativo. Caso a

execução de uma cadeia coincidisse com uma mudança na marcação de

minutos na folha de registro, marcavam-se as respostas no momento em que

efetivamente ocorreram, mesmo que isso implicasse em ter A e B em linhas

distintas.

A prática foi finalizada após a emissão de 50 cadeias de resposta

terem sido completadas.

3.4. PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS

Em cada prática realizada com cada sujeito foram registrados:

a) tempo de duração da prática;

b) número de reforços (gotas de água) necessários para

conclusão da prática;

c) número de sessões necessárias para cumprir com os

critérios de finalização de cada prática.

Tais dados serviram de base para que o desempenho de cada sujeito

pudesse ser delineado. Após a prática de encadeamento de respostas à

experimentadora soube quais sujeitos foram submetidos ao CMS e, com isso,

agrupou os dados de cada sujeito em seu respectivo grupo (experimental ou

controle). O desempenho foi definido a partir do tempo total, tempo médio de

latência e o número de erros apresentados durante a prática de encadeamento

de respostas.

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- 15 -

Foi aplicado o teste estatístico Shapiro Wilk para saber se os dados

coletados apresentavam distribuição normal (maioria dos dados apresentavam

valores médios) ou não (maiorias dos dados apresentavam valores mínimos ou

máximos). Diante de uma distribuição normal dos dados seria aplicado um

teste paramétrico (teste t-Student) e diante de uma distribuição apresentada

fora dos padrões de normalidade estatística seria aplicado um teste não-

paramétrico (Mann Whitney-U).

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- 16 -

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0

Controle

Experimental

tempo médio

4.0 RESULTADOS

4.1 DADOS COLETADOS

Com a aplicação deste experimento, hipotetizava-se que o grupo

exposto ao Chronic Mild Stress (CMS) apresentasse menor desempenho

durante a prática de encadeamento de respostas. Ou seja, a hipótese inicial

era de que os sujeitos que foram expostos cronicamente a estressores leves

levariam mais tempo para aprender e apresentariam um maior número de erros

em comparação ao grupo controle.

Por meio da aplicação do teste Shapiro Wilk, verificou-se que os dados

coletados não apresentaram uma distribuição normal dos valores, ou seja,

grande parte dos dados apresentou valores mínimos ou máximos ao invés de

valores médios. Desta forma, foi necessário, para que fosse realizada a

comparação entre os grupos controle e experimental, aplicar o teste Mann

Whitney-U, por meio do qual constatou-se não haver diferenças

estatisticamente significativas entre os grupos. Entretanto, a partir das Figuras

2 e 3, pode-se observar uma tendência à diferença estatística entre os grupos.

A Figura 2 refere-se ao tempo médio transcorrido durante toda a prática

de encadeamento de respostas necessário para que os critérios de conclusão

fossem cumpridos, ou seja, para que a cadeia de comportamentos fosse

aprendida. A partir do gráfico apresentado, observa-se uma tendência à

diminuição do tempo total no grupo experimental. Em outras palavras, o grupo

experimental apresentou menor tempo de execução total da prática que o

grupo controle.

Figura 2 – Tempo

total médio

de execução da

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- 17 -

-2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

Controle

Experimental

média de latência

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0

Controle

Experimental

média de erros

prática de Encadeamento de respostas.

No que se refere ao número de erros (pressionar barra no escuro e tocar

o trapézio no claro) apresentados pelos sujeitos durante a prática de

encadeamento de respostas, como mostra a Figura 3, o grupo experimental

apresentou um maior número de erros, indicando haver uma tendência à

diferença entre os grupos.

Figura 3 – Média de erros apresentados durante a prática de

Encadeamento de respostas.

Já por meio da Figura 4, pode-se observar que não houve qualquer

diferença relevante entre os grupos quanto à média de latência apresentada

durante a prática de encadeamento de respostas. Ou seja, o tempo médio

gasto pelos sujeitos durante a emissão das cadeias não foi diferente entre os

grupos.

Figura 4 –

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Média de latência apresentada durante a prática de

Encadeamento de respostas.

Mesmo não havendo diferenças estatisticamente significativas nas

comparações feitas entre os grupos: experimental e controle, pode-se afirmar

haver uma tendência à diferença entre os grupos quanto ao tempo total de

execução da prática de encadeamento de respostas (menor no grupo

experimental) e o número de erros apresentados durante a aprendizagem da

cadeia de respostas (maior no grupo experimental). Tais tendências permitem

questionar a validade desses dados (não haver diferenças significativas) caso o

experimento fosse aplicado novamente em uma amostra maior de sujeitos.

Além disso, não se teve um controle efetivo acerca do efeito causado pelo

CMS nos animais, o que impediu que se pudesse analisar se não houve

diferenças estatisticamente significativas por alguma falha ocorrida durante a

aplicação do modelo, se o número de sujeitos da amostra não foi suficiente

para que possíveis diferenças fossem evidenciadas ou se, de fato, não há

diferenças relevantes entre os desempenhos de animais que foram expostos

ao CMS e os que não foram expostos a ele.

4.2 CONSIDERAÇÕES ACERCA DA APLICAÇÃO DO MODELO

Foram enfrentadas algumas dificuldades durante a aplicação do “regime

de estresse” do CMS. Essas dificuldades referiram-se principalmente à

adaptação do procedimento (apresentação de estressores) às condições do

local onde a pesquisa foi realizada (Biotério do Unicenp). Neste mesmo local

costumam ser realizadas diferentes pesquisas, de diferentes cursos, o que

acabou limitando o espaço cedido para a aplicação do modelo. Além disso, por

se tratar de um procedimento extenso (seis semanas consecutivas) e que

requeria modificações constantes de estressores, foi exigido da pesquisadora e

auxiliares de pesquisa grande investimento de tempo e diferentes adaptações

ao local.

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- 19 -

5.0 DISCUSSÃO

A proposta inicial deste estudo era de verificar se a submissão a

estressores leves (estresse moderado) durante um período prolongado de

tempo (cronicidade) alteraria a aprendizagem de ratos a uma cadeia de

respostas. Com isso, buscava-se obter evidências para que novos estudos na

área de estresse, mais especificamente sobre o cotidiano de universitários,

pudessem ser estruturados.

Esperava-se que animais expostos ao modelo utilizado, o Chronic Mild

Stress (CMS), apresentariam desempenho menor do que ratos não submetidos

ao mesmo. Ou seja, hipotetizou-se que os animais que passassem pelo CMS

executariam a prática de encadeamento de respostas em mais tempo e

apresentaria um maior número de erros.

De fato, os sujeitos que fizeram parte do grupo experimental

apresentaram um maior número de erros em comparação ao grupo controle.

No entanto, o grupo experimental executou a prática, em questão em um

menor período de tempo. Ou seja, aprenderam a cadeia em menos tempo, mas

apresentaram mais erros.

Em geral, foram verificadas tendências a diferenças quanto ao tempo

total de execução da prática final (encadeamento de respostas) e quanto o

número de erros apresentados. No entanto, não foi possível evidenciar tais

diferenças estatisticamente. A essa questão foram levantadas algumas

hipóteses. A primeira delas foi que o número de sujeitos da amostra

selecionada pode ter sido insuficiente para avaliar possíveis diferenças entre os

grupos, sendo necessária uma nova aplicação do experimento em uma

amostra maior de sujeitos. A segunda hipótese referiu-se a possíveis erros

cometidos durante a apresentação dos estressores aos sujeitos do grupo

experimental e, neste caso, poderia ser levantada à possibilidade da aplicação

não ter induzido corretamente o efeito desejado (anedonia). E, além disso, a

falta de controle sobre o efeito causado pelo modelo (não aplicação do teste de

consumo e preferência de sacadore) contribuiu para que não se tivessem

parâmetros para analisar a efetividade da aplicação do modelo. Por último

(terceira hipótese), considerou-se também a possibilidade de não haver relação

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entre a exposição crônica a estressores leves e alterações na aprendizagem de

um encadeamento de respostas.

Para que essas hipóteses possam ser confirmadas ou refutadas sugere-

se que novos estudos sejam conduzidos, levando-se em considerações as

dificuldades implicadas na aplicação do modelo utilizado (Chronic Mild Stress).

Segundo WILLNER (1997), que estruturou e propôs o procedimento deste

modelo (WILLNER e cols, 1987, p. 326), “os laboratórios que pretendem aplicar

o procedimento do CMS não devem esperar que seus experimentos funcionem

perfeitamente em uma primeira tentativa”. Além disso, o autor afirma que em

algumas aplicações do CMS (em seu próprio laboratório) foi observado um

aumento no consumo e preferência de solução com sacarose ao invés de se

obter um decréscimo dos mesmos, como se esperaria em animais que

estivessem em estado anedônico. WILLNER (1997) afirma não haver

evidências que justifiquem esta variação, sendo esta uma questão a ser

analisada em novos estudos.

Mas, mesmo diante deste fato, WILLNER (1997) ressalta que a

aplicação do modelo mostrou-se predominantemente eficaz e confiável,

produzindo, em geral, resultados semelhantes, o que garante a validade,

confiabilidade e utilidade do modelo. Neste sentido, considera-se fundamental

a reaplicação do presente estudo, levando-se em consideração as

modificações necessárias apontadas anteriormente.

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6.0 CONCLUSÃO

O presente estudo mostrou-se inconclusivo quanto às informações a que

se esperava obter, no entanto, os resultados obtidos sinalizaram possíveis

diferenças entre os grupos: experimental e controle sob diferentes condições

de experimentação. Ou seja, provavelmente se obtenha diferenças

estatisticamente significativas se o procedimento sugerido for aplicado

novamente em uma amostra com número de sujeitos maior e com um maior

controle de dados sobre os efeitos causados pelo modelo (teste de consumo e

preferência de sacarose). Os problemas metodológicos apresentados

contribuíram para que não se tivesse clareza sobre a relação entre a

submissão crônica a estressores leves e a aprendizagem. Desta forma, a

pesquisa realizada foi considerada um experimento-piloto, que servirá de base

para uma nova proposta de pesquisa (já enviada em 2007), a qual foi

estruturada levando-se em consideração os problemas apresentados no

presente relatório.

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7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, A; Pinto, S. C; Oliveira, R. S. Animais de laboratório: criação e

experimentação. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002.

BALLONE, G. J. Estresse: curso de psicopatologia. Consultado em

25/05/2004: http://www.psiqweb.med.br/cursos/stress1.html.

BAUM, W. M. Compreender o behaviorismo: ciência, comportamento e cultura.

Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

BRANDÃO, M. L. As bases psicofisiológicas do comportamento. São Paulo:

EPU, 1991.

CATANIA, A.C. Aprendizagem: comportamento, linguagem e Cognição. 4. ed.

Porto Alegre: Artmed Editora, 1999.

COZBY, P. C. Métodos de pesquisa em ciências do comportamento. São

Paulo: Atlas, 2003.

DAVIDOFF, L. L. Introdução à psicologia. São Paulo: Makron books, 2001.

GOMIDE, P. I. C; Weber L. N. D. Análise comportamental do comportamento:

manual de laboratório. Curitiba: UFPR, 2001.

KOLB, B; WHISHAW, I. Q. Neurociência do comportamento. Barueri: Manole,

2002.

LIPP, M. Pesquisas sobre stress no Brasil: saúde, ocupações e grupos de

risco. Campinas: Papirus, 1996.

SKINNER, B.F. Ciência e comportamento humano. São Paulo: Martins Fontes,

1998.

THOMAZ, C. R. C. O efeito da submissão ao 'chronic mild stress' sobre o valor

reforçador do estímulo. ANDERY, M. A, 2001.

TOMANARI, G. Y. e Matos, M.A. Análise do comportamento no laboratório

didático. São Paulo: Manole, 2002.

WILLNER, P. Validity, reliability and utility of the Chronic Mild Stress model of

depression: a 10-year review and evaluation. Psychopharmacology. 134. 319 –

329, 1997.

WILLNER, P.; TOWELL, D.; SAMPSON, S.; SOPHOKLEOUS, S.; MUSCAT, R.

Reduction of sucrose preference by chronic unpredictable mild stress, and its

restoration by tricyclic antidepressant. Psychopharmacology. 93. 358 – 364,

1987.

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- 23 -

ANEXO 1

Fig 1 – Caixa de Skinner

ANEXO 2 – PRIMEIRA SESSÃO

Nesta primeira sessão experimental foram realizadas as práticas de

Mensuração do Nível Operante, Treino ao Bebedouro, Modelagem e Reforço

contínuo de Resposta de Pressão a Barra (CFR I).

Antes de dar início às práticas dessa primeira sessão, foi realizada a

limpeza da caixa experimental onde o sujeito foi introduzido, para evitar

contaminações, em seguida, o animal foi retirado do Biotério e levado ao

laboratório, sendo evitado que nesse caminho houvesse barulhos altos demais

e movimentos bruscos com a caixa onde o sujeito estava. Além disso, o sujeito

deve estava privado de água por um período de 48 horas.

Após a realização desses procedimentos e dos cuidados básicos com o

animal, iniciou-se às práticas, pelo Nível Operante.

O Nível Operante consistiu na observação e registro minuto a minuto

durante dez minutos, da freqüência dos seguintes comportamentos

apresentados pelo sujeito na caixa de condicionamento operante:

- Pressionar a barra: considerou-se uma ocorrência quando animal tocou

a barra com uma ou duas patas dianteiras pressionando-a de tal forma que se

ouvisse o “clique” (som característico da barra sendo pressionada).

- Tocar a barra: considerou-se uma ocorrência quando o sujeito tocou a

barra com uma ou duas patas dianteiras sem que se ouvisse o “clique” que

indica pressão à barra.

- Farejar: considerou-se uma ocorrência quando o sujeito aproximou o

focinho das paredes ou do piso da caixa de experimento, enrugando-o e

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movimentando as vibrissas, sem levantar-se nas patas traseiras, sendo que, a

cada dois segundos de duração deste comportamento contou-se uma nova

ocorrência.

- Levantar-se: considera-se uma ocorrência quando o animal levantar-se

sobre as patas traseiras aproximando o focinho do teto da caixa de

experimento.

- Limpar-se: considerou-se uma ocorrência quando o sujeito esfregou as

patas dianteiras no focinho ou na cabeça ou no corpo três vezes, sendo que a

cada três esfregadas foi contada uma nova ocorrência.

O registro no nível operante foi realizado antes que o sujeito fosse

submetido a qualquer manipulação experimental, tornando possível uma

comparação desses comportamentos depois de ser submetido ao experimento.

Essa comparação possibilita a verificação dos efeitos da intervenção

experimental sobre os comportamentos observados.

Após a realização da primeira prática (Nível Operante), foi dado início à

segunda prática denominada Treino ao Bebedouro. De acordo com MATOS e

TOMANARI (2002) o treino ao bebedouro “tem como objetivo fazer com que o

animal se aproxime do bebedouro quando ouvir o ruído de funcionamento

deste”, isso foi feito por meio de um emparelhamento do som do bebedouro

com a presença de água, ou seja, associou-se o som com a presença de água,

sendo importante destacar que para que o sujeito aprendesse essa associação

ele estava privado de água por um período de 48 horas.

Uma vez que o sujeito associou o som do bebedouro com a presença de

água, iniciou-se a terceira prática, a Modelagem de Resposta de Pressão a

Barra. A modelagem foi baseada no reforço diferencial, em que apenas

algumas respostas receberam reforços, ou seja, repostas que são compatíveis

com o desempenho que desejado que o sujeito apresentasse. Desta vez ele

aprendeu que ao pressionar a barra, que se encontrava no interior da caixa, o

reforço era liberado, ou seja, se ele pressionasse a barra uma gota de água era

disponibilizada. Para que essa associação acontecesse foi necessário à

utilização do método de aproximações sucessivas, em que no início exigiu-se

do sujeito respostas mais simples de aproximação à barra para que a liberação

do reforço (água) acontecesse. Cada vez que o sujeito aprendia a relação da

resposta exigida com o reforço aumentava-se à exigência para respostas que

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- 25 -

se aproximassem mais da resposta final desejada (pressão a barra). O sujeito

emitiu cinco vezes a resposta final de forma consecutiva e sem outras

respostas intermediárias, sendo importante destacar que para recebesse o

reforço em cada resposta, elas deveriam ser executadas com as duas patas

dianteiras.

Assim o sujeito aprendeu a relação entre pressionar a barra e liberação

de reforço (água) iniciou-se à quarta prática, Reforço Contínuo de Resposta de

Pressão a Barra (CRF I). Aqui foram fortalecidas todas as respostas de

pressão a barra, ou seja, o sujeito recebeu reforço (água) toda vez que

pressionou a barra, por isso o nome da prática (Reforço Contínuo); também

foram anotadas as freqüências dos mesmos comportamentos do sujeito

(cheirar, tocar a barra, pressionar a barra ocasionalmente, levantar-se, e

limpar-se), na caixa de condicionamento operante, observados na primeira

prática (NO), o que possibilitou a comparação destes comportamentos antes e

depois de terem sido submetido às práticas dois, três e quatro.

ANEXO 3 – SEGUNDA SESSÃO

Nesta segunda sessão experimental foram realizadas as práticas:

Esquema de Reforçamento Intermitente em Razão Fixa, Controle de Estímulos

com um Esquema Múltiplo FR-EXT.

Em um Esquema de Reforçamento Intermitente em Razão Fixa nem

todas as respostas de pressão à barra foram reforçadas, portanto, o objetivo

desta prática foi aumentar o número de emissões de respostas, até cinco

respostas, para que ele pudesse receber o reforço (gota de água).

Sendo assim, iniciou-se à prática, com a chave de controle da caixa na

posição Desligada e então, o primeiro critério adotado foi de FR2, em que o

sujeito pressionou a barra duas vezes para receber reforço. Após o animal ter

recebido reforço cinco vezes, mudou-se o critério para FR3, em que o animal

pressionou a barra três vezes para receber uma gota de água. Então, após o

sujeito ter recebido oito gotas de água neste critério, passou-se ao FR5, em que

o sujeito pressionou a barra cinco vezes para receber uma gota de água. Então

o critério foi novamente alterado para FR7, em que o sujeito pressionou a barra

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- 26 -

por sete vezes para receber uma gota de água, após o sujeito ter recebido

cinco reforços o critério foi mudado para FR9, por mais cinco reforços, para

iniciar o critério do FR10, sendo importante destacar que sempre que o sujeito,

em algum FR, permanecesse por cinco segundos ou mais sem emitir a

resposta, o critério anterior foi retomado. A prática foi encerrada após terem o

sujeito não emitir respostas de pressão a barra durante cinco minutos

consecutivos.

A prática de Controle de Estímulos com um Esquema Múltiplo é

dividida em duas partes, nos quais o esquema múltiplo entre FR (razão fixa) e

EXT (extinção) foram usados para sinalizar a alteração da apresentação ou

não de luz na caixa, de forma a extinguir a resposta de pressão a barra durante

o período de EXT, no qual não há apresentação de luz, isso só foi possível

devido às respostas neste período nunca serem reforçadas. Estes períodos

tiveram a duração de no mínimo um minuto, aumentando este tempo até que o

sujeito não apresentasse interesse pela barra, ou seja, até que o sujeito se

afastasse da barra e permanecesse por cinco segundos longe dela. Os

períodos de FR foram alternados aos de EXT, os sujeitos foram mantidos

nestes períodos em FR10, no qual a luz era apresentada, assim como o reforço

apos à décima resposta ter sido emitida.

Na primeira parte as respostas emitidas pelo sujeito foram anotadas

minuto a minuto durante 120 períodos, sendo estes 60 componentes de FR e

60 de EXT distribuídos alternadamente, para evitar a discriminação temporal

por parte do sujeito. Nos primeiros 30 minutos neste esquema, a primeira

resposta emitida foi reforçada assim como a décima no mesmo componente de

FR, com o objetivo de manter a freqüência de respostas do sujeito. O

procedimento foi iniciado mantendo o esquema de FR10 por seis minutos em

que foi alternada apresentação ou não de luz, após foi iniciado a seqüência de

componentes de FR e EXT.

A segunda parte da prática foi à continuação da anterior com 45

componentes de FR e 45 de EXT apresentados alternadamente também.

Apenas não foi apresentado o reforço na primeira resposta do componente de

FR10, sendo apresentado apenas na décima resposta. A prática foi encerrada

após o sujeito alcançar um ID (Índice Discriminativo) superior a 80%.

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O ID (Índice Discriminativo) foi calculado pela seguinte fórmula: ID =

RC1 / (RC1 + RC2), sendo RC1 as respostas do componente em FR e RC2 as

respostas do componente em EXT.

ANEXO 4

Tabela 1 – Regime de estresse

H

feira 3ª feira

feira 5ª feira 6ª feira Sáb.

Dom

.

6 PC CH/IG PC/IC IG/OE

PC/GS/P

A PA/IC PC

7

PC/O

S CH/IG PC/IC IG/OE

PC/GS/P

A PA/IC PC

8

PC/O

S CH PC/IC IG/OE

PC/GS/P

A PA/IC PC

9

PC/O

S CH PC/IC

IG/PA/O

E

PC/GS/P

A PA/IC PC

1

0

PC/O

S PC/CH PC/IC PA

PC/GS/P

A PA/IC PC

1

1

PC/O

S PC/OS PC/IC PA PC/PA PA/IC PC

1

2 PC PC/OS PC/IC PA PC/PA PA/IC PC

1

3 RC PC/OS * PA PC/PA IC/GV PC

1

4 RC PC/OS * PA PC/PA

GV/O

S PC

1

5 RC PC/OS * PA PA OS PC

1

6 CH/IG

PC/OS/I

C IG/OE

PC/GS/P

A IC/PA OS PC

1

7 CH/IG PC/IC IG/OE

PC/GS/P

A PA/IC

PC/O

S PC

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1

8 CH/IG PC/IC IG/OE

PC/GS/P

A PA/IC PC PC

1

9 CH/IG PC/IC IG/OE

PC/GS/P

A PA/IC PC PC

2

0 CH/IG PC/IC IG/OE

PC/GS/P

A PA/IC PC PC

2

1 CH/IG PC/IC IG/OE

PC/GS/P

A PA/IC PC PC

2

2 CH/IG PC/IC IG/OE

PC/GS/P

A PA/IC PC PC

Legenda:

PA - privação de água

PC - privação de comida

IC - iluminação continua

IG - inclinação da gaiola

OS - permanência na gaiola com outro sujeito

GS - gaiola suja

GV - exposição à garrafa de água vazia após período de privação

RC - acesso restrito a comida

CH – cheiro estranho

OE - presença de objeto estranho na gaiola