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Este trabalho objetivou verificar relações entre a submissão ao Chronic MildStress (CMS) e variações no processo de aprendizagem de um encadeamentode respostas em caixa de Skinner modificadaTRANSCRIPT
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“Considerações sobre a aplicação do Chronic Mild Stress em um experimento-
piloto sobre estresse e alterações de desempenho em encadeamento de
respostas de ratos Wistar”.
*Josiane F. F. Knaut, André Monezi Andrade, Andressa Bach, Dhayana I. Veiga
Katia Daniele Biscouto, Mônica Laís Camoleze.
Este trabalho objetivou verificar relações entre a submissão ao Chronic Mild
Stress (CMS) e variações no processo de aprendizagem de um encadeamento
de respostas em caixa de Skinner modificada. Foram sujeitos da pesquisa 20
ratos Wistar, machos, com aproximadamente 90 dias. Os sujeitos passaram
por seis práticas preparatórias ao experimento: “Nível Operante da Resposta
de Pressão à Barra”, “Treino ao Bebedouro”, “Modelagem da Resposta de
Pressão à Barra”, “Reforço Contínuo da Resposta de Pressão à Barra”,
“Esquema de Reforço Intermitente em Razão Fixa (FR10)” e “Discriminação de
Estímulos Luminosos”. Os sujeitos foram divididos em dois grupos de dez. Um
grupo foi submetido ao CMS enquanto o outro não passou por outra atividade
neste período. Após a aplicação do modelo, os 20 sujeitos foram submetidos
ao encadeamento. Utilizou-se o teste t-Student para amostras independentes.
Ambos os grupos apresentaram semelhança estatística nas variáveis
gotejamento, reforços/min, eventos/min ao longo das práticas preparatórias.
Após a aplicação do CMS, o grupo experimental apresentou uma tendência de
aumento do tempo de execução das tarefas (29,4+18,6) em relação ao grupo
controle (26,4+10,0), assim como o número de erros (experimental=139,4+68,1;
controle=112,5+56,8). Porém, mesmo havendo uma tendência à diferença, não
foi possível distinguir os dois grupos estatisticamente (p>0,05).
Palavras-chave: Encadeamento de respostas, Chronic Mild Stress, ratos
Wistar.
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1. REVISÃO DE LITERATURA
O objetivo desta pesquisa foi verificar possíveis relações entre o
estresse patológico e variações no processo de aprendizagem de um
encadeamento de respostas em ratos Wistar, utilizando caixa de
condicionamento operante. Para isso se torna necessária uma breve
explanação sobre os conceitos de aprendizagem e estresse.
KOLB & WHISHAW (2002, p. 490) afirmam que aprendizado é uma
alteração relativamente permanente no comportamento de um organismo,
resultante de uma experiência, sendo a memória referente à habilidade de
recordar ou reconhecer experiências anteriores. BRANDÃO (1991, p. 57)
afirma que a aquisição, o armazenamento e a evocação de informação são
aspectos centrais nos processos de aprendizagem e memória. Estudos sobre a
memória de animais de laboratório são feitos a partir da obtenção de
evidências que revelem o que eles conseguem lembrar, sendo necessário
desenvolver maneiras para que seus conhecimentos sejam mostrados (KOLB
& WHISHAW, 2002, p. 491).
Já o estresse é a capacidade de se adaptar às situações. BALLONE
(1999) o conceitua como uma resposta fisiológica, psicológica e
comportamental de um organismo que procura adaptar-se a novas condições
internas e/ou externas.
O estresse se constitui de quatro grandes fases, de acordo com o
modelo quadrifásico de LIPP. A primeira fase (alerta) se inicia quando a
pessoa se confronta com um estressor e ocorre a quebra do equilíbrio interno
que acontece em decorrência “da ação exacerbada do sistema nervoso
simpático e da desaceleração do sistema nervoso parassimpático em
momentos de tensão” (LIPP, 1996, p.22). Quando o estressor tem uma maior
duração e sua intensidade é maior que a resistência da pessoa, o organismo
“tende a restabelecer a homeostase de um modo reparador e entrar na
segunda fase do estresse (resistência), onde a energia adaptativa de reserva é
utilizada na tentativa de reequilíbrio” (LIPP, 1996, p.23).
A terceira fase de estresse (quase-exaustão) tem como característica
principal uma flutuação entre as fases de resistência e exaustão. Se a reserva
for suficiente, a pessoa sai do processo de estresse, mas se o estressor exige
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mais esforço de adaptação para lidar com a situação de estresse, o processo
evoluirá e chegará à fase de exaustão. Haverá um aumento nas estruturas
linfáticas, e uma exaustão psicológica e física aparecerá, e conseqüentemente
as doenças (LIPP, 1996, p.23).
Assim como os seres humanos, os animais também podem sofrer
devido à exposição continua de estímulos estressores. Portanto, para RIVERA
(2002, em ANDRADE, PINTO e OLIVEIRA, 2002), as causas do estresse em
animais de laboratório podem ser de diferentes naturezas, tais como ambiental,
experimental (decorrentes dos métodos experimentais), internas ou fisiológicas
e vinculadas à dor. Um ambiente inadequado somado ao estresse experimental
causa alterações fisiológicas no animal, sendo que esta inadequação consiste
na falta das necessidades básicas, que são os nutrientes, água, temperatura
ambiental, umidade, iluminação, barulho e ciclos de luz e escuro (RIVERA,
2002, em ANDRADE, PINTO e OLIVEIRA, 2002). Para que seja possível
diminuir o estresse indesejável nesses animais, devem-se minimizar os custos
biológicos deste.
RIVERA (2002, em ANDRADE, PINTO e OLIVEIRA, 2002) afirma
ser importante que a temperatura das salas não sofra alterações e que a
umidade relativa do ar não seja muito elevada, pois os ratos são animais
homeotérmicos, necessitando que sua temperatura corporal permaneça
constante. A alimentação desses animais deve ser balanceada de acordo com
a espécie, pois tanto a falta quanto o excesso dos nutrientes necessários
podem influenciar na resposta do animal. Também é muito importante que os
ruídos e a luz do ambiente sejam controlados, porque ambos em excesso são
prejudiciais e irritantes para esses animais. Todos esses fatores podem causar
estresse no rato e, por conseqüência, os resultados do experimento podem
sofrer alterações.
Há algumas maneiras que possibilitam ao animal se livrar de uma
situação estressante, como a fuga do estressor. Quando isso não é possível
ocorre uma alteração no estado biológico, onde são usados o sistema nervoso
autônomo e o sistema neuroendócrino. Partindo do sistema neuroendócrino, o
sistema corticoadrenal monitora o estresse, pois os glicocorticóides são
secretados em resposta a uma grande variedade de estressores (RIVERA,
2002, em ANDRADE, PINTO e OLIVEIRA, 2002).
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Segundo RIVERA (2002, em ANDRADE, PINTO e OLIVEIRA, 2002),
há algumas diferenças que podem ser observadas no animal, possibilitando
medir ou identificar o estresse. Essas alterações podem ser comportamentais
(apetite, atividade, agressividade, etc), sinais fisiológicos (respiração, perda de
peso, fluxo sanguíneo, etc), lesões patológicas (ulceração gástrica, lesões
renais, amiloidose, etc) e indicadores bioquímicos.
A pesquisa foi realizada a partir da Análise Experimental do
Comportamento, que é uma área da Psicologia inserida no contexto das
disciplinas das ciências naturais, tais como a Biologia, a Física e a Química. A
partir deste paradigma, os organismos que se comportam são vistos como
produtos naturais de processos biológicos e evolutivos, sendo o
comportamento e o ambiente eventos naturais e independentes, em que a
relação entre eles pode ser interpretada como uma relação funcional entre
variáveis tal como ocorre em qualquer ciência natural. Desta forma, o
comportamento é considerado como sendo a variável dependente e os fatores
do ambiente as variáveis independentes, ou seja, em Análise Experimental do
Comportamento, o comportamento é produto de eventos do ambiente,
identificáveis e passíveis de controle (MATOS & TOMANARI, 2002, p. 5-6).
Segundo SKINNER (2002), a variação e a seleção de comportamentos
emitidos pelos organismos ocorrem em três níveis. O primeiro deles é o
filogenético, que representa a evolução biológica, ao longo do tempo, de
populações de organismos e suas características, garantindo a
sobrevivência da espécie (CATANIA, 1999). O segundo é o ontogenético,
que permite a aquisição de comportamentos por suas conseqüências
durante a vida de um organismo e o terceiro é o nível de seleção cultural,
pelo qual ocorre à sobrevivência de padrões de comportamento à medida
que são passados de um indivíduo para outros, dependendo de
comportamentos que mudam tanto durante a ontogenia quanto durante a
filogenia.
A seleção filogenética pode ser evidenciada por meio de comportamentos
apresentados de maneira involuntária, ou seja, comportamentos reflexos (ou
respostas incondicionadas) gerados por estímulos incondicionados
(SKINNER, 1931, citado por CATANIA, 1999). Segundo CATANIA (1999), o
reflexo é uma relação incondicional entre um estímulo e uma resposta, ou
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seja, a relação não é aprendida, é filogenética. É no condicionamento
respondente que uma relação pode se tornar condicional, ou seja,
aprendida. É por meio dele que um estímulo pode desencadear uma
resposta que a priori não seria possível de ser gerada por ele.
O condicionamento respondente torna possível, por meio de um
emparelhamento, que um cão salive diante de um som e não apenas diante
da visão de um pedaço de carne; salivar diante do som torna-se uma
resposta ou reflexo condicional, pois foi aprendido (SKINNER, 1974). De
acordo com SKINNER (1974), o emparelhamento, neste caso, aconteceria
da seguinte maneira: o som (estímulo neutro, por não eliciar a resposta de
salivação) seria apresentado ao cão ao mesmo tempo em que fosse
apresentada a carne (estímulo incondicional por eliciar a salivação), a partir
do momento que o estímulo neutro (som) começar a eliciar a resposta de
salivação, dizemos que o estímulo neutro agora é um estímulo condicional,
pois, a resposta de salivar diante do som foi aprendida e agora se tornou
uma resposta ou reflexo condicional.
A seleção ontogenética ocorre por meio da emissão de
comportamentos operantes emitidos pelos organismos e que geram
conseqüências no ambiente, as quais influenciam as próximas execuções do
comportamento (SKINNER, 1974). Tais conseqüências podem aumentar
(reforço) ou diminuir (punição) a probabilidade futura de nova ocorrência do
comportamento. Essa relação entre o organismo que se comporta e o ambiente
chama-se contingência.
As conseqüências reforçadoras podem ser positivas, tendo como
finalidade produzir uma conseqüência, ou negativas, com o objetivo de evitar
uma conseqüência aversiva (SKINNER, 1974). As conseqüências punitivas
também podem ser positivas ou negativas; nas positivas a ocorrência do
comportamento tende a diminuir de freqüência porque a conseqüência é
aversiva e, nas negativas porque conseqüência reforçadora é retirada. Assim, a
partir dos princípios da Teoria da Aprendizagem, se faz necessário o
conhecimento de alguns procedimentos responsáveis pela instalação, aumento
ou diminuição da emissão de comportamentos operantes.
O condicionamento operante modela o comportamento como o
escultor modela a argila. Um comportamento operante não é algo que surja
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totalmente desenvolvido no comportamento do organismo. Ele é resultante de
um contínuo processo de modelagem (SKINNER, 1998, p. 101). A modelagem
tem como objetivo moldar o comportamento e seu ponto inicial são respostas
simples que já fazem parte do repertório do organismo (MATOS, 2002, p. 109).
Segundo CATANIA reforçar um movimento tende a modelar o responder mais
eficientemente (CATANIA, 1999, p. 130). Este reforçamento diferencial consiste
em selecionar algumas respostas, aquelas que se deseja reforçar para que se
repitam, e não reforçar as que não são compatíveis com o comportamento
desejado. O critério de reforçamento deve ser mudado gradualmente, de tal
forma que ele reforce as respostas que, se aproximem da resposta desejada.
Assim elas aumentarão de freqüência e enquanto as outras entrarão em
extinção (MATOS e TOMANARI, 2002, p. 109). Portanto, devem ser definidas
quais respostas estarão mais próximas da resposta a ser modelada para serem
reforçadas (CATANIA, 1999, p. 131-132). O reforço que desenvolve a
habilidade deve ser imediato, de outro modo, a precisão do efeito diferencial se
perde (SKINNER, 1998, p. 106).
No experimento foi utilizada a água como reforço. Operantes
reforçados com alimento têm implicações para a sobrevivência de cada
membro da espécie, sendo que a privação é um procedimento que em geral
aumenta a probabilidade de um grupo de respostas. Em caso de privação de
água a probabilidade da ocorrência de comportamentos relacionados com água
pode ser aumentada. Já a saciação é a operação que em geral diminui a
probabilidade do responder. Normalmente, um organismo bebe
intermitentemente para manter um estado estável. Quando o organismo é
privado da oportunidade de beber é óbvio que o beber tem uma maior
probabilidade de ocorrer na primeira oportunidade oferecida ao animal, pois
esta privação perturba o equilíbrio do organismo. A este equilíbrio do
organismo dá-se o nome de homeostase. Isto explica porque a privação de
água aumenta a freqüência de ocorrência de todos os comportamentos
condicionados e incondicionados relacionados à ingestão de água (SKINNER,
1998, p. 155-156).
Outro procedimento utilizado para moldar o comportamento e que foi
usado na pesquisa é a discriminação de estímulos luminosos. O termo
“controle de estímulos” é utilizado no sentido de que a presença ou a ausência
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de luz (outros estímulos também podem ser utilizados) controla o operante,
mudando a probabilidade de a resposta acontecer. O contexto do
comportamento operante é chamado de estímulo discriminativo. De acordo
com BAUM (1999, p. 112-113) discriminação significa a mudança do
comportamento em função da mudança dos estímulos do ambiente, podendo
ocorrer no laboratório quando a pressão à barra apenas é apresentada na
presença da luz acesa (estímulo discriminativo) e não quando é apagada. Um
reforço na presença do SD (estímulo discriminativo – luz acesa) aumenta sua
eficácia como indício, mas também aumenta, em um grau menor, a eficácia do
S∆ (estímulo delta – luz apagada). A alteração continuada de SD e S∆ é que
provoca a separação do poder evocativo de ambos (BAUM, 1994, p. 114).
Por meio das informações apresentadas pode-se dizer que uma
discriminação ocorre quando um organismo reage de modo diferente e
apropriado frente a dois ou mais estímulos antecedentes à emissão do
comportamento, porém, quando uma generalização ocorre é dito que o inverso
predomina, ou seja, o organismo reage de maneira semelhante diante de dois
ou mais estímulos antecedentes, não havendo uma diferenciação significativa
na emissão do comportamento, como é percebido na discriminação. Quanto
mais generalização, menos discriminação e vice-versa (MATOS e TOMANARI,
2002, p. 182).
A Análise do Comportamento envolve dois tipos de pesquisa: básica e
aplicada. O programa de pesquisas básicas tem o objetivo de produzir
conhecimento acerca das leis gerais que descrevem as relações funcionais
entre o comportamento e o ambiente, sendo, geralmente, realizadas em
situações de laboratório experimentalmente controladas, como será feito na
presente pesquisa. Já o programa de pesquisas aplicadas enfatiza a
transposição e adaptação de tais leis para condições específicas ao ser
humano (MATOS & TOMANARI, 2002, p. 10-11).
Para a realização da pesquisa, foi levantada a hipótese de que ratos
submetidos a estressores leves apresentariam um desempenho mais baixo do
que aqueles apenas submetidos apenas à privação de água necessária à
realização do condicionamento de respostas encadeadas. Desta forma
utilizou-se o “Chronic Mild Stress” (CMS), um modelo animal experimental
proposto como um modelo de depressão por WILLNER e cols. (1987), citados
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por THOMAZ (2001). Após passarem por um conjunto de "situações de
estresse suave", o consumo de água e de água com sacarose dos ratos
submetidos ao modelo decresce. Considera-se que a submissão ao conjunto
de estressores modifica o organismo e, conseqüentemente, a propriedade
recompensadora da água e da água com sacarose (THOMAZ, 2001).
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2. OBJETIVO
Foi verificar se havia alteração de desempenho na aprendizagem de um
encadeamento de respostas em ratos albinos submetidos cronicamente a
estressores leves em comparação a ratos não submetidos a tais condições,
utilizando caixa de condicionamento operante.
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3. MÉTODO
3.1. SUJEITO
Foram submetidos ao experimento 20 ratos da espécie Rattus
norvegicus de linhagem Wistar, machos, ingênuos e com aproximadamente 90
dias de idade. Os sujeitos foram divididos em dois grupos compostos por 10
ratos cada. Um dos grupos foi submetido a um modelo de depressão (Chronic
Mild Stress) e o outro grupo, não submetido ao modelo, representou o grupo-
controle. Todos estavam privados de água por 48 horas antecedentes à
realização das sessões das práticas preparatórias e da prática de
encadeamento de respostas.
3.2. INSTRUMENTOS E APARELHOS
Foi utilizada uma caixa de condicionamento operante, caixa de Skinner
(Anexo 1). A caixa de Skinner corresponde a um objeto cúbico de metal, com
aproximadamente 30x30x30 cm; parte inferior composta por barras cilíndricas
metálicas espaçadas entre si, sobposta por uma bandeja de detritos; possui
uma abertura lateral com uma porta de acrílico transparente; internamente
localiza-se a barra de resposta. A caixa é controlada pela caixa de comandos,
externa a ela, controlada pelo experimentador, de acordo com os estímulos que
venham a serem utilizados durante o experimento, como luz, campainha e
liberação de água no bebedouro. A caixa de comando é conectada à tomada
de energia elétrica e ligada à caixa de condicionamento por meio de uma
fiação. Para a realização do encadeamento de respostas foi acoplado ao teto
de caixa de Skinner, feito de acrílico, um trapézio de metal inoxidável. Desta
forma, constaram na caixa dois manipulandos: a barra e o trapézio.
3.3. PROCEDIMENTOS
a) Práticas preparatórias:
Os 20 sujeitos foram submetidos a três sessões experimentais, sendo as
duas primeiras preparatórias e a terceira de condicionamento ao
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encadeamento de respostas (MATOS e TOMANARI, 2002). Na primeira
sessão (Anexo 2) foi realizadas às práticas de “Nível Operante da Resposta de
Pressão à Barra”, “Treino ao Bebedouro”, “Modelagem da Resposta de
Pressão à Barra” e “Reforço Contínuo da Resposta de Pressão à Barra (CRF
I)”. Na segunda sessão (Anexo 3) foram realizadas as práticas de “Esquema de
Reforço Intermitente em Razão Fixa (FR10)” e “Controle de Estímulos com um
Esquema Múltiplo FR-EXT”. Antes de cada sessão experimental o sujeito foi
transportado do biotério até o laboratório de comportamento animal. Antes de
ser utilizada, a caixa de Skinner foi devidamente higienizada com álcool (70%)
e algodão, além da verificação de seu funcionamento (caixa de controle) e do
nível de água no bebedouro. A experimentadora estava devidamente vestida
com jaleco e utilizou luvas de procedimento para a manipulação dos sujeitos.
b) Aplicação do Chronic Mild Stress:
Concluídas as práticas preparatórias, foi realizado um sorteio aleatório
dividindo os sujeitos em dois grupos com dez ratos cada. Um dos grupos foi
submetido ao Chronic Mild Stress (CMS), um modelo de estresse animal
proposto por WILLNER e cols. (1987), citados por THOMAZ (2001). Tal modelo
sugeriu a exposição dos animais a um conjunto de condições de estresse
suave, por seis semanas, tais como (Anexo 4): privação de água e comida,
iluminação contínua, agrupamento de dois sujeitos na mesma gaiola, cheiro
(desodorizador de ambiente), apresentação de uma garrafa vazia após
privação de água, acesso restrito a comida, inclinação da gaiola e presença de
um objeto estranho (toco de madeira) na gaiola (THOMAZ, 2001). A técnica de
biotério foi instruída sobre o modelo e, em seguida, ela realizou a aplicação do
modelo em metade da amostra.
O processo de distribuição de sujeitos foi “cego para a
experimentadora”, ou seja, apenas a técnica de biotério tinha conhecimento
sobre quais ratos foram submetidos ao modelo de estresse. Antes da terceira
sessão experimental os sujeitos foram entregues aleatoriamente pela bioterista
à experimentadora para que fossem submetidos ao encadeamento sem que
esta soubesse quais estavam estressados e quais não estavam. A técnica de
biotério teve o controle dos integrantes de cada grupo por meio de uma lista de
sujeitos, compatível com as informações presentes nos crachás colocados na
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caixa de cada um. No crachá constava apenas à identificação dos sujeitos, o
que poderia ser visto pela experimentadora, já o controle da submissão ao
CMS foi feito por meio da lista, na qual constavam quais sujeitos faziam parte
de cada grupo.
c) Encadeamento de respostas:
O encadeamento de respostas consistiu em duas etapas. A primeira
teve o objetivo de propiciar, aos sujeitos, um desempenho de linha de base no
esquema múltiplo FR (razão fixa) – Ext (extinção), ou seja, períodos em SD e
S∆, na presença de um trapézio (caixa modificada). A segunda etapa objetivou
o condicionamento à seqüência de comportamentos necessários para a
realização do encadeamento de respostas.
- Completou-se na folha de registro (anexo 4) as intensidades
luminosas que foram utilizadas (0% = Ext ou S∆ e 100% = FR ou SD);
- A chave de controle do bebedouro ficou inicialmente desligada e a
chave de controle de luz na posição apagada (0%);
1ª Parte: Linha de base na presença do trapézio:
A duração deste passo foi de 10 minutos, por meio do qual foram
registrados os seguintes comportamentos do animal:
- Tocar a barra (TB): considerou-se uma ocorrência deste
comportamento se o sujeito apenas tocasse qualquer parte da barra.
- Farejar (FA): considerou-se uma ocorrência se o sujeito aproximasse
o focinho de qualquer parte do manipulando alternativo (trapézio). A
cada dois segundo de duração desse comportamento foi contada uma
nova ocorrência.
- Morder (MO): considerou-se uma ocorrência deste comportamento
quando o sujeito mordesse qualquer parte do manipulando alternativo
(trapézio).
- Tocar trapézio (TT): considerou-se uma ocorrência da resposta de
tocar sempre que o sujeito encostasse a parte do corpo (uma pata, duas
patas ou focinho, etc.) no trapézio.
Ao final dos dez 10 minutos, iniciou-se a fase do treino do
encadeamento de respostas (segunda parte).
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2ª Parte: Encadeamento:
O encadeamento teve início com a luz da caixa apagada. Em esquema
de reforçamento intermitente em razão fixa (FR10), assim que o sujeito emitisse
uma resposta de tocar o trapézio, imediatamente a luz foi acesa na intensidade
100% (FR ou SD). A luz permaneceu acesa até que ocorresse o acionamento
do bebedouro (dez pressões à barra). Assim que o reforço foi liberado a luz foi
desligada.
Diagrama da cadeia de respostas estabelecido no laboratório:
Luz 0% Tocar trapézio Luz 100% Pressão à barra (FR5)
Água
Na presença da luz 100%, uma resposta de tocar o trapézio (encostar
uma parte do corpo no mesmo) foi registrada, mas não produziu qualquer
conseqüência; uma resposta de pressão à barra, no entanto, foi sempre
seguida de água. Por isso, o controle do bebedouro foi colocado na posição
“automático” após a nona resposta de pressão à barra, sendo colocando na
posição “desligado” assim que ocorresse a décima pressão à barra.
Atenção: Caso o sujeito não emitisse a resposta ao trapézio em até 3
minutos depois de iniciado o passo de encadeamento, era executada a
modelagem desta resposta. Para a realização dessa modelagem foi adotado o
procedimento de aproximações sucessivas, descrito na terceira prática da
primeira sessão experimental (“modelagem da reposta de pressão à barra”),
considerando, neste momento, as respostas ao trapézio: “olhar em direção ao
trapézio”, “farejar trapézio”, “tocar trapézio com o corpo”, “tocar trapézio com a
pata” e “apoiar-se sobre trapézio”. Tais comportamentos foram
conseqüenciados com a apresentação do estímulo luz 100%, o qual controlava
a resposta de pressão à barra e, conseqüentemente, a liberação do reforço
(água) após a nona resposta.
O registro de respostas de pressão à barra e toque ao trapézio foi feito
minuto a minuto, na seqüência em que foram sendo emitidas, utilizando a
seguinte classificação:
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- “A”: respostas ao trapézio que foram seguidas pelo acender da luz
(emitidas com a luz apagada).
- “a”: respostas ao trapézio que não foram seguidas pelo acender da
luz (emitidas com a luz acesa).
- “B”: pressões à barra que foram seguidas pela apresentação de
água (com a luz acesa).
- “b”: pressões à barra que não foram seguidas pela apresentação de
água (com a luz apagada).
Entre apresentação de luz e uma resposta A, anotou-se o tempo
transcorrido, pois indicava a latência da nova resposta sendo instalada (tocar
trapézio), contada a partir da apresentação do estímulo discriminativo. Caso a
execução de uma cadeia coincidisse com uma mudança na marcação de
minutos na folha de registro, marcavam-se as respostas no momento em que
efetivamente ocorreram, mesmo que isso implicasse em ter A e B em linhas
distintas.
A prática foi finalizada após a emissão de 50 cadeias de resposta
terem sido completadas.
3.4. PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS
Em cada prática realizada com cada sujeito foram registrados:
a) tempo de duração da prática;
b) número de reforços (gotas de água) necessários para
conclusão da prática;
c) número de sessões necessárias para cumprir com os
critérios de finalização de cada prática.
Tais dados serviram de base para que o desempenho de cada sujeito
pudesse ser delineado. Após a prática de encadeamento de respostas à
experimentadora soube quais sujeitos foram submetidos ao CMS e, com isso,
agrupou os dados de cada sujeito em seu respectivo grupo (experimental ou
controle). O desempenho foi definido a partir do tempo total, tempo médio de
latência e o número de erros apresentados durante a prática de encadeamento
de respostas.
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Foi aplicado o teste estatístico Shapiro Wilk para saber se os dados
coletados apresentavam distribuição normal (maioria dos dados apresentavam
valores médios) ou não (maiorias dos dados apresentavam valores mínimos ou
máximos). Diante de uma distribuição normal dos dados seria aplicado um
teste paramétrico (teste t-Student) e diante de uma distribuição apresentada
fora dos padrões de normalidade estatística seria aplicado um teste não-
paramétrico (Mann Whitney-U).
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0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
Controle
Experimental
tempo médio
4.0 RESULTADOS
4.1 DADOS COLETADOS
Com a aplicação deste experimento, hipotetizava-se que o grupo
exposto ao Chronic Mild Stress (CMS) apresentasse menor desempenho
durante a prática de encadeamento de respostas. Ou seja, a hipótese inicial
era de que os sujeitos que foram expostos cronicamente a estressores leves
levariam mais tempo para aprender e apresentariam um maior número de erros
em comparação ao grupo controle.
Por meio da aplicação do teste Shapiro Wilk, verificou-se que os dados
coletados não apresentaram uma distribuição normal dos valores, ou seja,
grande parte dos dados apresentou valores mínimos ou máximos ao invés de
valores médios. Desta forma, foi necessário, para que fosse realizada a
comparação entre os grupos controle e experimental, aplicar o teste Mann
Whitney-U, por meio do qual constatou-se não haver diferenças
estatisticamente significativas entre os grupos. Entretanto, a partir das Figuras
2 e 3, pode-se observar uma tendência à diferença estatística entre os grupos.
A Figura 2 refere-se ao tempo médio transcorrido durante toda a prática
de encadeamento de respostas necessário para que os critérios de conclusão
fossem cumpridos, ou seja, para que a cadeia de comportamentos fosse
aprendida. A partir do gráfico apresentado, observa-se uma tendência à
diminuição do tempo total no grupo experimental. Em outras palavras, o grupo
experimental apresentou menor tempo de execução total da prática que o
grupo controle.
Figura 2 – Tempo
total médio
de execução da
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-2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Controle
Experimental
média de latência
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0
Controle
Experimental
média de erros
prática de Encadeamento de respostas.
No que se refere ao número de erros (pressionar barra no escuro e tocar
o trapézio no claro) apresentados pelos sujeitos durante a prática de
encadeamento de respostas, como mostra a Figura 3, o grupo experimental
apresentou um maior número de erros, indicando haver uma tendência à
diferença entre os grupos.
Figura 3 – Média de erros apresentados durante a prática de
Encadeamento de respostas.
Já por meio da Figura 4, pode-se observar que não houve qualquer
diferença relevante entre os grupos quanto à média de latência apresentada
durante a prática de encadeamento de respostas. Ou seja, o tempo médio
gasto pelos sujeitos durante a emissão das cadeias não foi diferente entre os
grupos.
Figura 4 –
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- 18 -
Média de latência apresentada durante a prática de
Encadeamento de respostas.
Mesmo não havendo diferenças estatisticamente significativas nas
comparações feitas entre os grupos: experimental e controle, pode-se afirmar
haver uma tendência à diferença entre os grupos quanto ao tempo total de
execução da prática de encadeamento de respostas (menor no grupo
experimental) e o número de erros apresentados durante a aprendizagem da
cadeia de respostas (maior no grupo experimental). Tais tendências permitem
questionar a validade desses dados (não haver diferenças significativas) caso o
experimento fosse aplicado novamente em uma amostra maior de sujeitos.
Além disso, não se teve um controle efetivo acerca do efeito causado pelo
CMS nos animais, o que impediu que se pudesse analisar se não houve
diferenças estatisticamente significativas por alguma falha ocorrida durante a
aplicação do modelo, se o número de sujeitos da amostra não foi suficiente
para que possíveis diferenças fossem evidenciadas ou se, de fato, não há
diferenças relevantes entre os desempenhos de animais que foram expostos
ao CMS e os que não foram expostos a ele.
4.2 CONSIDERAÇÕES ACERCA DA APLICAÇÃO DO MODELO
Foram enfrentadas algumas dificuldades durante a aplicação do “regime
de estresse” do CMS. Essas dificuldades referiram-se principalmente à
adaptação do procedimento (apresentação de estressores) às condições do
local onde a pesquisa foi realizada (Biotério do Unicenp). Neste mesmo local
costumam ser realizadas diferentes pesquisas, de diferentes cursos, o que
acabou limitando o espaço cedido para a aplicação do modelo. Além disso, por
se tratar de um procedimento extenso (seis semanas consecutivas) e que
requeria modificações constantes de estressores, foi exigido da pesquisadora e
auxiliares de pesquisa grande investimento de tempo e diferentes adaptações
ao local.
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- 19 -
5.0 DISCUSSÃO
A proposta inicial deste estudo era de verificar se a submissão a
estressores leves (estresse moderado) durante um período prolongado de
tempo (cronicidade) alteraria a aprendizagem de ratos a uma cadeia de
respostas. Com isso, buscava-se obter evidências para que novos estudos na
área de estresse, mais especificamente sobre o cotidiano de universitários,
pudessem ser estruturados.
Esperava-se que animais expostos ao modelo utilizado, o Chronic Mild
Stress (CMS), apresentariam desempenho menor do que ratos não submetidos
ao mesmo. Ou seja, hipotetizou-se que os animais que passassem pelo CMS
executariam a prática de encadeamento de respostas em mais tempo e
apresentaria um maior número de erros.
De fato, os sujeitos que fizeram parte do grupo experimental
apresentaram um maior número de erros em comparação ao grupo controle.
No entanto, o grupo experimental executou a prática, em questão em um
menor período de tempo. Ou seja, aprenderam a cadeia em menos tempo, mas
apresentaram mais erros.
Em geral, foram verificadas tendências a diferenças quanto ao tempo
total de execução da prática final (encadeamento de respostas) e quanto o
número de erros apresentados. No entanto, não foi possível evidenciar tais
diferenças estatisticamente. A essa questão foram levantadas algumas
hipóteses. A primeira delas foi que o número de sujeitos da amostra
selecionada pode ter sido insuficiente para avaliar possíveis diferenças entre os
grupos, sendo necessária uma nova aplicação do experimento em uma
amostra maior de sujeitos. A segunda hipótese referiu-se a possíveis erros
cometidos durante a apresentação dos estressores aos sujeitos do grupo
experimental e, neste caso, poderia ser levantada à possibilidade da aplicação
não ter induzido corretamente o efeito desejado (anedonia). E, além disso, a
falta de controle sobre o efeito causado pelo modelo (não aplicação do teste de
consumo e preferência de sacadore) contribuiu para que não se tivessem
parâmetros para analisar a efetividade da aplicação do modelo. Por último
(terceira hipótese), considerou-se também a possibilidade de não haver relação
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entre a exposição crônica a estressores leves e alterações na aprendizagem de
um encadeamento de respostas.
Para que essas hipóteses possam ser confirmadas ou refutadas sugere-
se que novos estudos sejam conduzidos, levando-se em considerações as
dificuldades implicadas na aplicação do modelo utilizado (Chronic Mild Stress).
Segundo WILLNER (1997), que estruturou e propôs o procedimento deste
modelo (WILLNER e cols, 1987, p. 326), “os laboratórios que pretendem aplicar
o procedimento do CMS não devem esperar que seus experimentos funcionem
perfeitamente em uma primeira tentativa”. Além disso, o autor afirma que em
algumas aplicações do CMS (em seu próprio laboratório) foi observado um
aumento no consumo e preferência de solução com sacarose ao invés de se
obter um decréscimo dos mesmos, como se esperaria em animais que
estivessem em estado anedônico. WILLNER (1997) afirma não haver
evidências que justifiquem esta variação, sendo esta uma questão a ser
analisada em novos estudos.
Mas, mesmo diante deste fato, WILLNER (1997) ressalta que a
aplicação do modelo mostrou-se predominantemente eficaz e confiável,
produzindo, em geral, resultados semelhantes, o que garante a validade,
confiabilidade e utilidade do modelo. Neste sentido, considera-se fundamental
a reaplicação do presente estudo, levando-se em consideração as
modificações necessárias apontadas anteriormente.
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6.0 CONCLUSÃO
O presente estudo mostrou-se inconclusivo quanto às informações a que
se esperava obter, no entanto, os resultados obtidos sinalizaram possíveis
diferenças entre os grupos: experimental e controle sob diferentes condições
de experimentação. Ou seja, provavelmente se obtenha diferenças
estatisticamente significativas se o procedimento sugerido for aplicado
novamente em uma amostra com número de sujeitos maior e com um maior
controle de dados sobre os efeitos causados pelo modelo (teste de consumo e
preferência de sacarose). Os problemas metodológicos apresentados
contribuíram para que não se tivesse clareza sobre a relação entre a
submissão crônica a estressores leves e a aprendizagem. Desta forma, a
pesquisa realizada foi considerada um experimento-piloto, que servirá de base
para uma nova proposta de pesquisa (já enviada em 2007), a qual foi
estruturada levando-se em consideração os problemas apresentados no
presente relatório.
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7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, A; Pinto, S. C; Oliveira, R. S. Animais de laboratório: criação e
experimentação. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002.
BALLONE, G. J. Estresse: curso de psicopatologia. Consultado em
25/05/2004: http://www.psiqweb.med.br/cursos/stress1.html.
BAUM, W. M. Compreender o behaviorismo: ciência, comportamento e cultura.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
BRANDÃO, M. L. As bases psicofisiológicas do comportamento. São Paulo:
EPU, 1991.
CATANIA, A.C. Aprendizagem: comportamento, linguagem e Cognição. 4. ed.
Porto Alegre: Artmed Editora, 1999.
COZBY, P. C. Métodos de pesquisa em ciências do comportamento. São
Paulo: Atlas, 2003.
DAVIDOFF, L. L. Introdução à psicologia. São Paulo: Makron books, 2001.
GOMIDE, P. I. C; Weber L. N. D. Análise comportamental do comportamento:
manual de laboratório. Curitiba: UFPR, 2001.
KOLB, B; WHISHAW, I. Q. Neurociência do comportamento. Barueri: Manole,
2002.
LIPP, M. Pesquisas sobre stress no Brasil: saúde, ocupações e grupos de
risco. Campinas: Papirus, 1996.
SKINNER, B.F. Ciência e comportamento humano. São Paulo: Martins Fontes,
1998.
THOMAZ, C. R. C. O efeito da submissão ao 'chronic mild stress' sobre o valor
reforçador do estímulo. ANDERY, M. A, 2001.
TOMANARI, G. Y. e Matos, M.A. Análise do comportamento no laboratório
didático. São Paulo: Manole, 2002.
WILLNER, P. Validity, reliability and utility of the Chronic Mild Stress model of
depression: a 10-year review and evaluation. Psychopharmacology. 134. 319 –
329, 1997.
WILLNER, P.; TOWELL, D.; SAMPSON, S.; SOPHOKLEOUS, S.; MUSCAT, R.
Reduction of sucrose preference by chronic unpredictable mild stress, and its
restoration by tricyclic antidepressant. Psychopharmacology. 93. 358 – 364,
1987.
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ANEXO 1
Fig 1 – Caixa de Skinner
ANEXO 2 – PRIMEIRA SESSÃO
Nesta primeira sessão experimental foram realizadas as práticas de
Mensuração do Nível Operante, Treino ao Bebedouro, Modelagem e Reforço
contínuo de Resposta de Pressão a Barra (CFR I).
Antes de dar início às práticas dessa primeira sessão, foi realizada a
limpeza da caixa experimental onde o sujeito foi introduzido, para evitar
contaminações, em seguida, o animal foi retirado do Biotério e levado ao
laboratório, sendo evitado que nesse caminho houvesse barulhos altos demais
e movimentos bruscos com a caixa onde o sujeito estava. Além disso, o sujeito
deve estava privado de água por um período de 48 horas.
Após a realização desses procedimentos e dos cuidados básicos com o
animal, iniciou-se às práticas, pelo Nível Operante.
O Nível Operante consistiu na observação e registro minuto a minuto
durante dez minutos, da freqüência dos seguintes comportamentos
apresentados pelo sujeito na caixa de condicionamento operante:
- Pressionar a barra: considerou-se uma ocorrência quando animal tocou
a barra com uma ou duas patas dianteiras pressionando-a de tal forma que se
ouvisse o “clique” (som característico da barra sendo pressionada).
- Tocar a barra: considerou-se uma ocorrência quando o sujeito tocou a
barra com uma ou duas patas dianteiras sem que se ouvisse o “clique” que
indica pressão à barra.
- Farejar: considerou-se uma ocorrência quando o sujeito aproximou o
focinho das paredes ou do piso da caixa de experimento, enrugando-o e
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movimentando as vibrissas, sem levantar-se nas patas traseiras, sendo que, a
cada dois segundos de duração deste comportamento contou-se uma nova
ocorrência.
- Levantar-se: considera-se uma ocorrência quando o animal levantar-se
sobre as patas traseiras aproximando o focinho do teto da caixa de
experimento.
- Limpar-se: considerou-se uma ocorrência quando o sujeito esfregou as
patas dianteiras no focinho ou na cabeça ou no corpo três vezes, sendo que a
cada três esfregadas foi contada uma nova ocorrência.
O registro no nível operante foi realizado antes que o sujeito fosse
submetido a qualquer manipulação experimental, tornando possível uma
comparação desses comportamentos depois de ser submetido ao experimento.
Essa comparação possibilita a verificação dos efeitos da intervenção
experimental sobre os comportamentos observados.
Após a realização da primeira prática (Nível Operante), foi dado início à
segunda prática denominada Treino ao Bebedouro. De acordo com MATOS e
TOMANARI (2002) o treino ao bebedouro “tem como objetivo fazer com que o
animal se aproxime do bebedouro quando ouvir o ruído de funcionamento
deste”, isso foi feito por meio de um emparelhamento do som do bebedouro
com a presença de água, ou seja, associou-se o som com a presença de água,
sendo importante destacar que para que o sujeito aprendesse essa associação
ele estava privado de água por um período de 48 horas.
Uma vez que o sujeito associou o som do bebedouro com a presença de
água, iniciou-se a terceira prática, a Modelagem de Resposta de Pressão a
Barra. A modelagem foi baseada no reforço diferencial, em que apenas
algumas respostas receberam reforços, ou seja, repostas que são compatíveis
com o desempenho que desejado que o sujeito apresentasse. Desta vez ele
aprendeu que ao pressionar a barra, que se encontrava no interior da caixa, o
reforço era liberado, ou seja, se ele pressionasse a barra uma gota de água era
disponibilizada. Para que essa associação acontecesse foi necessário à
utilização do método de aproximações sucessivas, em que no início exigiu-se
do sujeito respostas mais simples de aproximação à barra para que a liberação
do reforço (água) acontecesse. Cada vez que o sujeito aprendia a relação da
resposta exigida com o reforço aumentava-se à exigência para respostas que
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se aproximassem mais da resposta final desejada (pressão a barra). O sujeito
emitiu cinco vezes a resposta final de forma consecutiva e sem outras
respostas intermediárias, sendo importante destacar que para recebesse o
reforço em cada resposta, elas deveriam ser executadas com as duas patas
dianteiras.
Assim o sujeito aprendeu a relação entre pressionar a barra e liberação
de reforço (água) iniciou-se à quarta prática, Reforço Contínuo de Resposta de
Pressão a Barra (CRF I). Aqui foram fortalecidas todas as respostas de
pressão a barra, ou seja, o sujeito recebeu reforço (água) toda vez que
pressionou a barra, por isso o nome da prática (Reforço Contínuo); também
foram anotadas as freqüências dos mesmos comportamentos do sujeito
(cheirar, tocar a barra, pressionar a barra ocasionalmente, levantar-se, e
limpar-se), na caixa de condicionamento operante, observados na primeira
prática (NO), o que possibilitou a comparação destes comportamentos antes e
depois de terem sido submetido às práticas dois, três e quatro.
ANEXO 3 – SEGUNDA SESSÃO
Nesta segunda sessão experimental foram realizadas as práticas:
Esquema de Reforçamento Intermitente em Razão Fixa, Controle de Estímulos
com um Esquema Múltiplo FR-EXT.
Em um Esquema de Reforçamento Intermitente em Razão Fixa nem
todas as respostas de pressão à barra foram reforçadas, portanto, o objetivo
desta prática foi aumentar o número de emissões de respostas, até cinco
respostas, para que ele pudesse receber o reforço (gota de água).
Sendo assim, iniciou-se à prática, com a chave de controle da caixa na
posição Desligada e então, o primeiro critério adotado foi de FR2, em que o
sujeito pressionou a barra duas vezes para receber reforço. Após o animal ter
recebido reforço cinco vezes, mudou-se o critério para FR3, em que o animal
pressionou a barra três vezes para receber uma gota de água. Então, após o
sujeito ter recebido oito gotas de água neste critério, passou-se ao FR5, em que
o sujeito pressionou a barra cinco vezes para receber uma gota de água. Então
o critério foi novamente alterado para FR7, em que o sujeito pressionou a barra
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por sete vezes para receber uma gota de água, após o sujeito ter recebido
cinco reforços o critério foi mudado para FR9, por mais cinco reforços, para
iniciar o critério do FR10, sendo importante destacar que sempre que o sujeito,
em algum FR, permanecesse por cinco segundos ou mais sem emitir a
resposta, o critério anterior foi retomado. A prática foi encerrada após terem o
sujeito não emitir respostas de pressão a barra durante cinco minutos
consecutivos.
A prática de Controle de Estímulos com um Esquema Múltiplo é
dividida em duas partes, nos quais o esquema múltiplo entre FR (razão fixa) e
EXT (extinção) foram usados para sinalizar a alteração da apresentação ou
não de luz na caixa, de forma a extinguir a resposta de pressão a barra durante
o período de EXT, no qual não há apresentação de luz, isso só foi possível
devido às respostas neste período nunca serem reforçadas. Estes períodos
tiveram a duração de no mínimo um minuto, aumentando este tempo até que o
sujeito não apresentasse interesse pela barra, ou seja, até que o sujeito se
afastasse da barra e permanecesse por cinco segundos longe dela. Os
períodos de FR foram alternados aos de EXT, os sujeitos foram mantidos
nestes períodos em FR10, no qual a luz era apresentada, assim como o reforço
apos à décima resposta ter sido emitida.
Na primeira parte as respostas emitidas pelo sujeito foram anotadas
minuto a minuto durante 120 períodos, sendo estes 60 componentes de FR e
60 de EXT distribuídos alternadamente, para evitar a discriminação temporal
por parte do sujeito. Nos primeiros 30 minutos neste esquema, a primeira
resposta emitida foi reforçada assim como a décima no mesmo componente de
FR, com o objetivo de manter a freqüência de respostas do sujeito. O
procedimento foi iniciado mantendo o esquema de FR10 por seis minutos em
que foi alternada apresentação ou não de luz, após foi iniciado a seqüência de
componentes de FR e EXT.
A segunda parte da prática foi à continuação da anterior com 45
componentes de FR e 45 de EXT apresentados alternadamente também.
Apenas não foi apresentado o reforço na primeira resposta do componente de
FR10, sendo apresentado apenas na décima resposta. A prática foi encerrada
após o sujeito alcançar um ID (Índice Discriminativo) superior a 80%.
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O ID (Índice Discriminativo) foi calculado pela seguinte fórmula: ID =
RC1 / (RC1 + RC2), sendo RC1 as respostas do componente em FR e RC2 as
respostas do componente em EXT.
ANEXO 4
Tabela 1 – Regime de estresse
H
2ª
feira 3ª feira
4ª
feira 5ª feira 6ª feira Sáb.
Dom
.
6 PC CH/IG PC/IC IG/OE
PC/GS/P
A PA/IC PC
7
PC/O
S CH/IG PC/IC IG/OE
PC/GS/P
A PA/IC PC
8
PC/O
S CH PC/IC IG/OE
PC/GS/P
A PA/IC PC
9
PC/O
S CH PC/IC
IG/PA/O
E
PC/GS/P
A PA/IC PC
1
0
PC/O
S PC/CH PC/IC PA
PC/GS/P
A PA/IC PC
1
1
PC/O
S PC/OS PC/IC PA PC/PA PA/IC PC
1
2 PC PC/OS PC/IC PA PC/PA PA/IC PC
1
3 RC PC/OS * PA PC/PA IC/GV PC
1
4 RC PC/OS * PA PC/PA
GV/O
S PC
1
5 RC PC/OS * PA PA OS PC
1
6 CH/IG
PC/OS/I
C IG/OE
PC/GS/P
A IC/PA OS PC
1
7 CH/IG PC/IC IG/OE
PC/GS/P
A PA/IC
PC/O
S PC
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1
8 CH/IG PC/IC IG/OE
PC/GS/P
A PA/IC PC PC
1
9 CH/IG PC/IC IG/OE
PC/GS/P
A PA/IC PC PC
2
0 CH/IG PC/IC IG/OE
PC/GS/P
A PA/IC PC PC
2
1 CH/IG PC/IC IG/OE
PC/GS/P
A PA/IC PC PC
2
2 CH/IG PC/IC IG/OE
PC/GS/P
A PA/IC PC PC
Legenda:
PA - privação de água
PC - privação de comida
IC - iluminação continua
IG - inclinação da gaiola
OS - permanência na gaiola com outro sujeito
GS - gaiola suja
GV - exposição à garrafa de água vazia após período de privação
RC - acesso restrito a comida
CH – cheiro estranho
OE - presença de objeto estranho na gaiola