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1 2 3 MARIA JOÃO PEREIRA , A. N. TROTA & JAIME BAIROS 1 Departamento de Biologia da Universidade dos Açores, Rua da Mãe de Deus, 13-A Apartado 1422 - 9501-801 Ponta Delgada 2 Departamento de Geociências da Universidade dos Açores Rua da Mãe de Deus, 13-A, Apartado 1422, 9501-801 Ponta Delgada 3 Serviços de Ambiente de Santa Maria, Rua Dr. Teófilo Braga, n.º 64, 9580-535 Vila do Porto CONSERVAÇÃO ACTIVA DE LOTUS AZORICUS P. W. BELL NA ILHA DE SANTA MARIA RESUMO O trabalho desenvolvido durante a XIV Expedição Científica à ilha de Santa Maria, de 13 a 18 de Julho, teve como objectivo obter material de partida para a produção de sementes ex situ de Lotus azoricus P. W. Bell. com destino ao germobanco do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores e com destino à produção de plantas para a ilha de Santa Maria. Para tal, recolheram-se sementes de vários indivíduos de L. azoricus no maior número possível das populações existentes na ilha. Durante seis dias de buscas ao longo da zona costeira e no ilhéu da Vila, foram encontradas 4 populações de L. azoricus, tendo sido possível recolher sementes sobre 3 populações. A altitude máxima a que esta espécie foi encontrada foi de 95 m; o período de floração estende-se até ao mês de Julho. As plantas encontradas desenvolviam-se sobre solos arenosos a cascalhentos, de incipientes a até alguns centímetros de espessura. As sementes agora colhidas destinam-se ao estabelecimento de um campo de produção de sementes de acordo com um método previamente testado e do qual resultaram as primeiras sementes da espécie produzidas ex situ. Os primeiros exemplares de L. azoricus, com origem em sementes produzidas ex situ, podem ser requeridos aos autores, por entidades públicas e privadas de Santa Maria ou por cidadãos Marienses que queiram adoptar esta espécie como planta ornamental em cestos suspensos ou canteiros em tapete e assim contribuir activamente contra o desaparecimento gradual desta espécie na ilha de Santa Maria. INTRODUÇÃO A ilha de Santa Maria está ancorada na placa Núbia (parte da placa Africana) sobre um fundo oceânico com uma idade aproximada de 50 Ma (Muller et al., 1997). As rochas mais antigas identificadas até à data na ilha de Santa Maria (formação dos Cabrestantes) apresentam possivelmente uma idade superior a 10 Ma (Madeira, 1986). O registo geológico (litológico e fóssil) evidencia actividade vulcânica submarina e sub-aérea, para além de depósitos sedimentares com génese em ambientes terrestres e marinhos. Estes últimos foram colocados a descoberto por variações do nível médio das águas do mar e por fenómenos de isostasia. Após a interrupção da actividade vulcânica, os processos destrutivos (e.g. erosão) sobrepuseram-se aos processos construtivos (e.g. vulcanismo) os quais são evidenciados na linha de costa pelo recuo das arribas. A acção marinha (ondulação e marés), a alteração mineralógica das rochas, a fracturação das rochas, a presença de numerosos filões, entre outros aspectos, contribuíram para o desmantelamento das formações rochosas e o aparecimento dos depósitos de vertente conforme pode ser observado na carta vulcanológica da ilha de Santa Maria (Serralheiro et al., 1987).

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Page 1: CONSERVAÇÃO ACTIVA DE LOTUS AZORICUS P. W ......É precisamente na costa (até cerca de 100 m de altitude), que podemos encontrar as raras populações de Lotus azoricus P. W. Bell,

1 2 3MARIA JOÃO PEREIRA , A. N. TROTA & JAIME BAIROS

1Departamento de Biologia da Universidade dos Açores, Rua da Mãe de Deus, 13-A

Apartado 1422 - 9501-801 Ponta Delgada2Departamento de Geociências da Universidade dos Açores

Rua da Mãe de Deus, 13-A, Apartado 1422, 9501-801 Ponta Delgada3Serviços de Ambiente de Santa Maria, Rua Dr. Teófilo Braga, n.º 64, 9580-535 Vila do Porto

CONSERVAÇÃO ACTIVA DE LOTUS AZORICUS P. W. BELLNA ILHA DE SANTA MARIA

RESUMO

O trabalho desenvolvido durante a XIV Expedição Científica à ilha de Santa Maria, de 13 a 18 de Julho, teve como objectivo obter material de partida para a produção de sementes ex situ de Lotus azoricus P. W. Bell. com destino ao germobanco do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores e com destino à produção de plantas para a ilha de Santa Maria. Para tal, recolheram-se sementes de vários indivíduos de L. azoricus no maior número possível das populações existentes na ilha. Durante seis dias de buscas ao longo da zona costeira e no ilhéu da Vila, foram encontradas 4 populações de L. azoricus, tendo sido possível recolher sementes sobre 3 populações. A altitude máxima a que esta espécie foi encontrada foi de 95 m; o período de floração estende-se até ao mês de Julho. As plantas encontradas desenvolviam-se sobre solos arenosos a cascalhentos, de incipientes a até alguns centímetros de espessura. As sementes agora colhidas destinam-se ao estabelecimento de um campo de produção de sementes de acordo com um método previamente testado e do qual resultaram as primeiras sementes da espécie produzidas ex situ. Os primeiros exemplares de L. azoricus, com origem em sementes produzidas ex situ, podem ser requeridos aos autores, por entidades públicas e privadas de Santa Maria ou por cidadãos Marienses que queiram adoptar esta espécie como planta ornamental em cestos suspensos ou canteiros em tapete e assim contribuir activamente contra o desaparecimento gradual desta espécie na ilha de Santa Maria.

INTRODUÇÃO

A ilha de Santa Maria está ancorada na placa Núbia (parte da placa Africana) sobre um fundo oceânico com uma idade aproximada de 50 Ma (Muller et al., 1997). As rochas mais antigas identificadas até à data na ilha de Santa Maria (formação dos Cabrestantes) apresentam possivelmente uma idade superior a 10 Ma (Madeira, 1986). O registo geológico (litológico e fóssil) evidencia actividade vulcânica submarina e sub-aérea, para além de depósitos sedimentares com génese em ambientes terrestres e marinhos. Estes últimos foram colocados a descoberto por variações do nível médio das águas do mar e por fenómenos de isostasia.

Após a interrupção da actividade vulcânica, os processos destrutivos (e.g. erosão) sobrepuseram-se aos processos construtivos (e.g. vulcanismo) os quais são evidenciados na linha de costa pelo recuo das arribas. A acção marinha (ondulação e marés), a alteração mineralógica das rochas, a fracturação das rochas, a presença de numerosos filões, entre outros aspectos, contribuíram para o desmantelamento das formações rochosas e o aparecimento dos depósitos de vertente conforme pode ser observado na carta vulcanológica da ilha de Santa Maria (Serralheiro et al., 1987).

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É precisamente na costa (até cerca de 100 m de altitude), que podemos encontrar as raras populações de Lotus azoricus P. W. Bell, uma espécie endémica dos Açores, protegida pela Convenção de Berna e considerada uma espécie prioritária no Anexo II da Directiva Habitats. A sua existência no arquipélago foi anotada apenas para as ilhas de Santa Maria, São Miguel, Pico, São Jorge e Flores (Schaefer, 2005). No entanto, na última década, a sua presença só foi confirmada para as ilhas de Santa Maria (2009), Pico (Pereira et al., 2005) e Flores (Schaefer, 2003).

Trata-se de uma espécie prostrada, formando tapetes prateados em virtude dos pêlos brancos que recobrem os caules e as folhas; estes ajudam a reflectir a luz solar e a diminuir a perda de água através das folhas. As flores, geralmente de cor castanha menos vezes amareladas, produzem vagens rectas e cilíndricas. As sementes desta espécie apresentam dormência primária (Maciel, 2004) sendo que os melhores resultados obtidos por Maciel (2004) rondam os 45% de germinação, mas apenas após 9 anos de conservação no banco de sementes, com um tempo médio de germinação de 30 dias.

MATERIAL E MÉTODOS

Os locais de amostragem foram seleccionados com base no atlas de distribuição desta espécie publicado por Schaefer (2003). A costa foi percorrida por terra, tendo sido usado um barco para percorrer e aceder, por salto, a alguns pontos da costa inacessíveis por terra e ao lhéu-da-Vila. As áreas percorridas incluíram: desde a foz da Ribeira Seca até à Baixa da Salomeira; o Ilhéu da Vila, desde a Ponta do Carpinteiro até à Baia dos Cabrestantes; a Baía dos Anjos; a Baía do Raposo; a Foz da Ribeira do Salto; a Baía do Tagarete; o topo da arriba da Ponta do Norte; a Ponta do Matos; a Baía de São Lourenço; e a Ponta do Castelo.

Os locais prospeccionados foram georeferenciados e, nos locais onde as populações de L. azoricus foram encontradas, procedeu-se a uma caracterização do substrato, tendo sido anotados os estados fenológicos presentes e, quando existentes, recolhidas algumas vagens maduras por indivíduo. Em laboratório procedeu-se ao tratamento de quebra de dormência (dados em publicação). As plantas produzidas em laboratório foram transferidas para vasos no exterior tendo em vista a produção de sementes ex situ.

RESULTADOS

Durante os seis dias de prospecção foram encontradas apenas 4 populações de L. azoricus: 1. População da Ponta do Castelo; 2. População da Ponta do Matos; 3. População do Ilhéu da Vila; 4. População da Ponta do Poção (Figura 1).

Os depósitos de vertente identificados neste trabalho, Ponta do Castelo e Ponta do Matos, são constituídos por partículas numa gama granolumétrica extensa (desde blocos até ao silte) com predominância para os clastos do tamanho cascalho (> 2 mm). A textura dos depósitos é do tipo 'clast-supported'; os clastos são maioritariamente angulosos a sub-angulosos e de baixa esfericidade.

Os substratos rochosos do Ilhéu da Vila e da Ponta do Poção correspondem à formação do Complexo dos Anjos. Esta formação rochosa é constituída por um espesso empilhamento de escoadas basálticas sub-aéreas, piroclastos e uma densa rede filoniana. No ilhéu da Vila o solo de enraizamento do L. azoricus, arenoso a cascalhento, apresenta uma espessura de alguns milímetros a poucos centímetros e está enriquecido em matéria

XIV Expedição Científica do Departamento de Biologia - Santa Maria 2009 - Rel. Com. Dep. Biol. 36: 122

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orgânica proveniente da abundante deposição do guano. Na área da Ponta do Poção o solo de enraizamento do L. azoricus é incipiente a inexistente e do tipo cascalhento (clastos angulosos com baixa esfericidade). Frequentemente, as fracturas das rochas são aproveitadas pelas raízes das plantas para se fixarem.

A distribuição da espécie em altitude foi verificada entre os 5 e os 95 m aproximadamente, sendo localmente abundante na Ponta do Castelo e Ilhéu da Vila e rara na Ponta do Poção e na Ponta do Matos. Em Julho foram encontrados todos os estados fenológicos possíveis desde o estado vegetativo até tapetes de L. azoricus inteiramente senescidos. No entanto, só foi possível colher sementes em 3 das populações encontradas.As principais ameaças à existência destas populações correspondem:

a) à invasão por espécies exóticas, sobretudo nos dois únicos locais onde a população apresenta uma maior cobertura: Ponta do Castelo e Ilhéu da Vila;

b) à forma actual de manutenção do trilho na Ponta do Castelo, uma vez que a espécie está a ser substituída pela piteira e pelo chorão fora dos trilhos e cresce naturalmente para os espaços vazios do trilho, aqueles que tem maior capacidade para colonizar e que são limpos periodicamente;

c) à erosão do substrato de fixação por causas naturais, nos locais onde a espécie possa ocorrer.

Os Quadros I, II, III e IV resumem os dados recolhidos relativos às populações encontradas e as Figuras 2 a 8 registam digitalmente as 4 populações de L. azoricus.

Figura 1 - Ilha de Santa Maria; localização das 4 populações de L. azoricus: 1: População da Ponta do Castelo; 2: População da Ponta do Matos 3: População do Ilhéu da Vila; 4: População da Ponta do Poção.

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Quadro III - População de Lotus azoricus do Ilhéu da Vila.

Quadro IV - População de Lotus azoricus da Ponta do Poção

Quadro I - População de Lotus azoricus da Ponta do Castelo.

Quadro II - População de Lotus azoricus da Ponta do Matos.

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Figura 2 - Estados fenológicos dominantes em Julho na Ponta do Castelo: A: Estado vegetativo e B: senescente.

Figura 3 - Ponta do Castelo. Tapete de Lotus azoricus P. W. Bell. A: no estado vegetativo competindo com a exótica: Tetragonia tetragonioides (Pallos) Kuntze. B: (espinafre-da-nova-zelândia) uma planta comercializada nos Açores, escapada de cultura e comestível da mesma forma que o espinafre (Spinacia oleracea L.).

Figura 4 - Ponta do Castelo. A: o Lotus azoricus P. W. Bell; B: a exótica Carpobrotus edulis N.E.Br.; C: (Chorão) competem pelo espaço livre deixado pela Agave americana L. (piteira). O Lotus azoricus P. W. Bell. “empurrado” para o trilho será pisado e destruído nas acções de manutenção do trilho.

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Figura 5 - Ponta do Castelo. Substituição das espécies endémicas dos Açores (A, B, C e D) por duas espécies exóticas e invasoras (E e F); A: Tapetes senescidos de P. W. Bell.; B: (H. C. Watson) Feer; C: Euphorbia azorica Seub.; D: Festuca petraea Guthn. ex Seub.; E: Agave americana L.; F: Carpobrotus edulis N.E.Br..

Lotus azoricus Azorina vidalii

Figura 6 - A: Ponta do Matos. Exemplar de Lotus azoricus P. W. Bell. em floração. B: Ponta do Poção. Exemplar de Lotus azoricus P. W. Bell. fixo na fractura da rocha.

A

B

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Figura 7 - Ilhéu da Vila; três espécies nativas dos Açores: A: Lotus azoricus P. W. Bell.; B: Plantago coronopus L. e C: Tolpis succulenta Lowe.

B

A

C

Figura 8 - Ilhéu da Vila: A: Ninho de garajau-comum (Sterna hirundo) sobre um tapete de Lotus azoricus. B: Lotus azoricus P. W. Bell. na entrada de um ninho ocupado de cagarra (Calonectris diomedea).

A

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DISCUSSÃO E CONCLUSÕES.

Apesar de não ter sido possível visitar a totalidade dos locais, cuja presença de L. azoricus foi assinalada por Schaefer (2003), das áreas prospeccionadas apenas foram localizadas 4 populações de L. azoricus, o que atesta a sua raridade. Dessas 4 populações apenas duas eram localmente abundantes; no entanto estão ameaçadas pela progressão de espécies exóticas.

Após a análise dos critérios apresentados na 'Red List. Categories and Criteria; version 3.1' da IUCN (2001) para a selecção das categorias, consideramos que a categoria de L. azoricus na ilha Santa Maria é 'Vulnerável'.

Os ensaios realizados com as sementes colhidas permitiram obter percentagens de germinação até 98% num espaço de 15 dias e estabelecer a produção de sementes ex situ (em publicação). A análise do tipo de substrato onde a espécie foi encontrada permite seleccionar novos locais para a implementação de populações de segurança com sementes produzidas ex situ.

Schaefer (2005) indica o período de floração da espécie entre Março e Junho; após esta expedição o período de floração da espécie é alargado para Julho. A informação sobre a altitude a que a espécie ocorre é também actualizada neste trabalho, ocorrendo a espécie entre os 5 e os 95 m de altitude. Concluindo, estão criadas as condições científicas e técnicas para que esta espécie abandone o estatuto de vulnerável nesta ilha a um baixo custo. Para tal propomos a elaboração de uma acção de conservação activa entre os Serviços do Ambiente e o Departamento de Biologia da Universidade dos Açores que envolva o estabelecimento de novas populações e a alteração na forma de manutenção do trilho na Ponta do Castelo; por outro lado, qualquer intervenção no Ilhéu da Vila apenas deve ser realizada caso não afecte ou resulte benéfico para as aves aí nidificantes.

À semelhança de A. vidalii, que pode ser utilizada como planta ornamental em vasos (Figura 9), a L. azoricus também pode ser cultivada como planta ornamental na ilha de Santa Maria. Os primeiros exemplares de L. azoricus, com origem em sementes produzidas ex situ, podem ser requeridos aos autores, por entidades públicas e privadas de Santa Maria ou por cidadãos Marienses que queiram adoptar esta espécie como planta ornamental em cestos suspensos, vaso ou canteiros em tapete.

Figura 9 - Um exemplo a seguir:utilização de Azorina vidalii comoplanta ornamental em vaso noexterior do Restaurante «O Ilhéu».

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BIBLIOGRAFIA

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SCHAEFER, H., 2003. Chorology and Diversity of the Azorean Flora Part II Commented Checklist of the Azorean Flora Distribution Atlas of Flores, Faial and Santa Maria. Tese de Doutoramento. Universidade de Regensburg, Regensburg, 536 p.

SCHAEFER, H., 2005. Flora of the Azores, a field guide. Second edition. Margraf Publishers [Ed.], Weikersheim, 346 p.

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XIV Expedição Científica do Departamento de Biologia - Santa Maria 2009 - Rel. Com. Dep. Biol. 36: 129