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www.psicologia.pt ISSN 1646-6977 Documento produzido em 12.10.2014 Tatiana de Oliveira Magro, Luciana Xavier Senra 1 Siga-nos em facebook.com/psicologia.pt CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS EM CRIANÇAS EXPOSTAS À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Trabalho de curso 2014 Tatiana de Oliveira Magro Graduanda em Psicologia na Faculdade de Minas - FAMINAS (Brasil) Luciana Xavier Senra Doutoranda e Mestra em Processos Psicossociais e Saúde pela Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF. Professora Adjunto da Faculdade de Minas FAMINAS (Brasil) E-mail de contato: [email protected] RESUMO A violência é um fenômeno complexo, caracterizado pela desigualdade de poder relativa ao gênero, sexualidade e às instituições sociais. Entre as diversas manifestações do fenômeno, a violência intrafamiliar pode acontecer dentro e fora de casa, por qualquer membro da família que esteja em relação desigual de poder com a vítima, expressa em pelo menos quatro tipos mais visíveis, que são: física, psicológica, sexual e negligência. O presente estudo consiste em uma pesquisa teórica do tipo revisão sistemática da literatura, realizada na forma de estudo bibliométrico de artigos publicados no período de 2010 a 2013, que tratassem das consequências psicológicas para crianças que foram expostas à violência. Os resultados foram apresentados em duas etapas: a primeira, denominada estudo quantitativo, com base em técnicas de análises da pesquisa quantitativa, com estatísticas frequenciais descritivas dos textos elencados. A segunda consistiu em um estudo qualitativo, com técnica qualitativa da análise de conteúdo, com vistas a avaliar os resultados principais enumerados e discutidos nos textos selecionados para a revisão. Observou-se que o tipo de violência que mais acomete as criança é a psicológica, porém como esta é silenciosa, é difícil seu diagnóstico; seguida pela física, que por deixar marcas é mais fácil de ser identificada e notificada. Verificou-se que a principal consequência ou impacto para a criança é a ansiedade, sendo percebida em todos os tipos de violência sofrida. Além disso, com relação ao agressor, constatou-se que a maioria faz parte da própria família da vítima, o que propicia o agravamento dos sintomas apresentados pela criança. Palavras chave: violência doméstica, criança, ansiedade.

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ISSN 1646-6977 Documento produzido em 12.10.2014

Tatiana de Oliveira Magro, Luciana Xavier Senra 1 Siga-nos em facebook.com/psicologia.pt

CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS

EM CRIANÇAS EXPOSTAS À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Trabalho de curso

2014

Tatiana de Oliveira Magro

Graduanda em Psicologia na Faculdade de Minas - FAMINAS (Brasil)

Luciana Xavier Senra

Doutoranda e Mestra em Processos Psicossociais e Saúde pela Universidade Federal de Juiz de Fora -

UFJF. Professora Adjunto da Faculdade de Minas – FAMINAS (Brasil)

E-mail de contato:

[email protected]

RESUMO

A violência é um fenômeno complexo, caracterizado pela desigualdade de poder relativa ao

gênero, sexualidade e às instituições sociais. Entre as diversas manifestações do fenômeno, a

violência intrafamiliar pode acontecer dentro e fora de casa, por qualquer membro da família que

esteja em relação desigual de poder com a vítima, expressa em pelo menos quatro tipos mais

visíveis, que são: física, psicológica, sexual e negligência. O presente estudo consiste em uma

pesquisa teórica do tipo revisão sistemática da literatura, realizada na forma de estudo

bibliométrico de artigos publicados no período de 2010 a 2013, que tratassem das consequências

psicológicas para crianças que foram expostas à violência. Os resultados foram apresentados em

duas etapas: a primeira, denominada estudo quantitativo, com base em técnicas de análises da

pesquisa quantitativa, com estatísticas frequenciais descritivas dos textos elencados. A segunda

consistiu em um estudo qualitativo, com técnica qualitativa da análise de conteúdo, com vistas a

avaliar os resultados principais enumerados e discutidos nos textos selecionados para a revisão.

Observou-se que o tipo de violência que mais acomete as criança é a psicológica, porém como

esta é silenciosa, é difícil seu diagnóstico; seguida pela física, que por deixar marcas é mais fácil

de ser identificada e notificada. Verificou-se que a principal consequência ou impacto para a

criança é a ansiedade, sendo percebida em todos os tipos de violência sofrida. Além disso, com

relação ao agressor, constatou-se que a maioria faz parte da própria família da vítima, o que

propicia o agravamento dos sintomas apresentados pela criança.

Palavras – chave: violência doméstica, criança, ansiedade.

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INTRODUÇÃO

Para Fonseca, Ribeiro e Leal (2012), a violência é considerada o uso da força física, de

forma real ou em ameaça e intencional, contra a si próprio, contra outra pessoa ou grupo, que

tenha como resultado ou possibilidade de ocorrer uma lesão, dano psicológico e morte. É

influenciada pela cultura, contexto, lugar, realidade, valores e padrões sociais (Casique &

Furegato, 2006).

Essa definição é baseada na concepção de violência da Organização Mundial da Saúde –

OMS (Krug, Dahlberg, Mercy, Zwi, & Lozano, 2002), a qual tem como referência a perspectiva

teórica do modelo ecológico para compreensão do fenômeno da violência. Em outras palavras,

uma teoria que busca identificar os fatores históricos, biológicos e pessoais que uma pessoa ou

grupo traz em seu comportamento.

Segundo Giffin (1994), violência é um fenômeno complexo, de raízes profundas nas

relações de poder baseadas no gênero, na sexualidade, nas instituições sociais e na auto-

identidade; e é um fenômeno que ocorre a muitos anos, acompanhando a história da humanidade,

sendo encontrada nos textos mais antigos da história. A primeira denominação para se referir à

condição de uma criança vítima de violência foi proposta por Kempe e Silverman em 1962,

chamada síndrome da criança espancada, mas foi somente a partir da década de 1980 que a

violência contra a criança começou a ser discutida no meio científico (Santoro Jr, 2002; Brito,

Zanetta, Mendonça, Barison, & Andrade, 2004).

A violência doméstica ou intrafamiliar também possui um percurso histórico que permeia a

humanidade e não há muito tempo que se tornou a questão central da comunidade e da saúde

pública interferindo na qualidade de vida e da paz social (Caprichoso, 2010; Almeida, &

Lourenço, 2012). A violência intrafamiliar pode acontecer dentro e fora de casa, por qualquer

membro da família que esteja em relação desigual de poder com a vítima, e é “toda ação ou

omissão que prejudique o bem estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao

pleno desenvolvimento de um membro da família” (Day et al, 2003, p. 10). Além disso, é

exercida também, contra a criança e o adolescente na esfera privada, sem discriminar cultura ou

classe social (Minayo, 2001).

Conforme Day et al (2003) e Senra (2012), a violência intrafamiliar pode ser dividida em

quatro tipos mais visíveis, que são: física, psicológica, sexual e negligência. A violência física é

causada por meio da força física, arma ou instrumento que possa causar algum tipo de lesão,

podendo ser interna, externa ou ambas, a outra pessoa. Já a violência psicológica é toda ação,

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agressão, gestos ou omissão que pode ter como objetivo atingir à autoestima, à identidade ou o

desenvolvimento de uma pessoa.

A violência sexual, por sua vez, são as ações efetuadas por uma pessoa em situação de

poder a fim de obrigar outra pessoa a realizar práticas sexuais, utilizando a força física, influência

psicológica ou uso de drogas. Por fim, a negligência, que se trata da omissão da responsabilidade

de um ou mais membros da família em relação a outro, principalmente em relação àqueles que

precisam de ajuda por causa da idade ou condições físicas.

Para Caprichoso (2010), a exposição de crianças à violência que ocorre no ambiente

doméstico e familiar, sejam quaisquer suas tipologias de expressão, geralmente tem um efeito

negativo sobre a saúde e o seu bem estar, sendo mais nefasto na ordem psicológica, podendo a

criança desenvolver sintomas de internalização como depressão e ansiedade.

Diante do exposto, o presente estudo consiste em uma pesquisa teórica do tipo revisão

sistemática da literatura realizada por meio de um levantamento bibliográfico, que visou

enumerar publicações que apontassem a criança como vítima exposta de violência doméstica e

analisar os impactos que podem ser causados em sua saúde. Em outros termos, o trabalho foi

desenvolvido com vistas a evidenciar quais são os tipos mais frequentes de violência e o que ela

acarreta na saúde psicológica da criança, tendo como enfoque principal a ansiedade. A

importância do presente estudo se justifica na necessidade de busca constante de novos dados e

informações de um tema que ainda é, por vezes, negligenciado no contexto acadêmico.

METODOLOGIA

O presente trabalho consiste em uma pesquisa teórica do tipo revisão sistemática da

literatura, realizada na forma de estudo bibliométrico de artigos publicados no período de 2010 a

2013, que tratassem das consequências psicológicas para crianças que foram expostas à

violência; e de modo que fossem catalogados e selecionados por meio da busca em bases

eletrônicas de dados acadêmicos e científicos. Essa modalidade de pesquisa realizada na forma

de estudo bibliométrico consiste em uma quantificação e análise de conteúdos de textos

científicos, através da utilização de técnicas de análises quantitativas e qualitativas de pesquisa

(Reveles, & Takahashi, 2007).

As bases eletrônicas de dados eleitas para a referida busca foram o Google Acadêmico,

BVS-psi e Pepsic, com a associação dos descritores violência doméstica, criança e ansiedade. Os

critérios de inclusão dos textos no estudo foram: (a) possuir os descritores no título e no resumo;

(b) estar na língua portuguesa e (c) terem sido produzidos entre os anos de 2010 e 2013. Os

critérios de exclusão dos textos na presente pesquisa foram os idiomas, inglês e espanhol; bem

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como comorbidades de patologias orgânicas e/ou mentais associadas à temática da violência,

patentes e citações, aquelas publicações divulgadas no período diferente dos que foram eleitos

para a busca e optou-se também pela exclusão de teses e dissertações, visto que sua busca

sistemática seria inviabilizada.

RESULTADOS

De acordo com as bases eleitas para as buscas eletrônicas, foi possível verificar no Google

Acadêmico que com os termos violência doméstica, criança e ansiedade, marcada a opção

classificar por relevância, foram enumerados 12.000 resultados. Ao delimitar o período

específico de 2010 a 2013, foram encontrados 5.140 resultados. Desse total catalogado depois de

fixados os critérios de exclusão, foram analisados, por meio de leitura flutuante 108 publicações;

das quais 13 artigos foram selecionados para a leitura na íntegra sendo 7 eleitos para análise

conforme a temática do presente estudo.

Na base de dados BVS-psi foram utilizados também os termos violência doméstica, criança

e ansiedade, e no período de 2010 a 2013, em conformidade com os critérios de inclusão e

exclusão, foram encontrados 96 resultados, e após a leitura flutuante, foram incluídos 3 artigos. A

busca realizada na base Pepsic permitiu recuperar 29 resultados e, após a leitura flutuante, foi

incluído apenas um artigo. Dessa forma, a amostra final de publicações científicas foi composta

de 11 artigos para análise.

Os resultados do presente estudo são apresentados em duas etapas: a primeira, denominada

estudo quantitativo, com base em técnicas de análises da pesquisa quantitativa, com estatísticas

frequenciais descritivas dos textos elencados. A segunda, o estudo qualitativo, com base na

técnica qualitativa da análise de conteúdo, com vistas a avaliar os resultados principais

enumerados e discutidos nos textos do presente estudo.

Resultados do estudo quantitativo

As variáveis analisadas no estudo quantitativo foram: (a) ano; (b) periódicos de publicação;

(c) metodologia do estudo; (d) palavras chaves e (e) bases de dados. No que se refere ao ano das

publicações, observou-se que 2013 foi o ano de maior número de textos, representando 36,36%

(04) da amostra; em seguida, 2012 e 2011 com três publicações cada, o que representa 27,27%

dos textos analisados, seguido por 2010 com uma publicação representando 9,09% da amostra

total, como ilustra a tabela 1.

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Tabela 1.

Frequência de publicações por ano

Ano Frequência %

2010 1 9,09%

2011 3 27,27%

2012 3 27,27%

2013

Total

4

11

36,36%

100%

Quanto ao periódico em que os artigos foram publicados encontramos Universidade

Presbiteriana Mackenzie, Revista Interinstitucional de Psicologia, Revista da Escola de

Enfermagem da USP, Cadernos de Saúde Pública, Revista Interinstitucional de Estudos em

Saúde, Aletheia, Revista Gaúcha Enfermagem, Cadernos da FUCAMP, Revista Adolescência e

Saúde, Enciclopédia Sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância, Paidéia (Ribeirão Preto),

com uma publicação em cada, como mostra a tabela 2.

Tabela 2.

Frequência de publicações por periódico

Periódico Frequência %

Universidade Presbiteriana Mackenzie 1 9,10%

Revista Interinstitucional de Psicologia 1 9,10%

Revista da Escola de Enfermagem da USP 1 9,10%

Cadernos de Saúde Pública 1 9,10%

Revista Interinstitucional de Estudos em Saúde 1 9,10%

Aletheia 1 9,10%

Revista Gaúcha Enfermagem 1 9,10%

Cadernos da FUCAMP 1 9,10%

Revista Adolescência e Saúde 1 9,10%

Enciclopédia Sobre o Desenvolvimento na Primeira

Infância 1 9,10%

Paidéia (Ribeirão Preto) 1 9,10%

Total 11 100%

A análise das metodologias delineadas nas publicações, como pode ser visto na tabela 3,

mostrou que a mais explicitada é a revisão sistemática de literatura, a qual aparece em seis

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publicações (54,55%), que de acordo com Vanti (p.3, 2002) é “o estudo dos aspectos

quantitativos da produção, disseminação e uso da informação registrada” seguida pela revisão

bibliográfica e pesquisa qualitativa com duas publicações cada (18,18%) e o relato de pesquisa

com uma publicação (9,09%) como mostra a tabela.

Tabela 3.

Frequência de metodologia

Metodologia Frequência %

Revisão sistemática de literatura 6 54,55%

Revisão bibliográfica 2 18,18%

Pesquisa qualitativa 2 18,18%

Relato de pesquisa 1 9,09%

Total 11 100%

Quanto descritores ou termos chaves usados nos artigos evidenciaram que termo violência

doméstica foi o que mais apareceu, com seis publicações (17,14% cada); criança, em cinco

publicações (14,28%), violência intrafamiliar ou familiar e adolescente em três publicações cada

(8,57%) e os demais termos apareceram somente uma vez (2,85% cada), como mostra a tabela 4.

Tabela 4.

Frequência de palavras chave

Palavra Chave Frequência %

Violência doméstica 6 17,14%

Criança 5 14,28%

Violência intrafamiliar ou familiar 3 8,57%

Adolescente 3 8,57%

Abuso sexual 1 2,85%

Diagnóstico de enfermagem 1 2,85%

A violência nas crianças 1 2,85%

Maus tratos infantis 1 2,85%

Violência contra a mulher 1 2,85%

Bullying 1 2,85%

Criança institucionalizada 1 2,85%

Violência 1 2,85%

Consequência do abuso 1 2,85%

Incesto 1 2,85%

Transtornos mentais 1 2,85%

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Prevenção 1 2,85%

Políticas públicas 1 2,85%

Alcoolismo 1 2,85%

Aspectos psicológicos 1 2,85%

Bibliométrica 1 2,85%

Determinação de necessidades de cuidados de saúde

Cuidados de enfermagem

1

1

2,85%

2,85%

Total 35 100%

*Um artigo não evidenciou palavras chaves

E por fim, os artigos foram analisados de acordo com as bases eletrônicas de dados

utilizadas, a que mais se destacou foi o Google Acadêmico com sete publicações (63,6%),

seguido pela BVS-psi com três publicações (27,3%) e a Pepsic com uma publicação (9,1%).

Resultados do estudo qualitativo

Os resultados qualitativos do presente estudo foram obtidos por meio do emprego da

técnica de análise de conteúdo de Bardin (2011). Essa técnica envolve a análise de informações,

de textos científicos ou de qualquer comunicação oral, visual, gestual, alocada a um texto ou

contexto; e, fundamenta-se na compreensão crítica do significado das comunicações, seu

conteúdo manifesto ou latente, as significações explícitas ou tácitas.

Além disso, vale ressaltar também que a análise de conteúdo caracterizar-se pelo rigor

metodológico de análise de textos e entrevistas e é, portanto, uma técnica de tratamento de dados

qualitativos voltada para descrição objetiva, sistemática e quantitativa de conteúdos, bem como a

interpretação desses dados.

De acordo com Bardin (2011), a análise de conteúdo possui três etapas fundamentais. Essas

etapas são: (a) pré análise dos artigos envolvendo leitura flutuante para escolha daqueles que

explicitassem os indicadores relativos às consequências da violência para crianças; e preparação

de material de análise, ou seja, levantamento e identificação das principais variáveis que

caracterizam o fenômeno relatado nos 11 artigos selecionados.

A (b) exploração do material com codificação e enumeração das variáveis preditores da

violência contra crianças como unidades de contexto; e a quantificação dos conteúdos e/ou

expressões chaves também referentes a esses preditores como unidades de registro (finalizando a

fase I da análise); e (c) tratamento dos resultados, inferência e interpretação, isto é, enumeração

de categorias conforme os indicadores de violência contra crianças descritas pelos artigos

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elencados (fase II). Essas categorias foram distribuídas em (1) Tipos de violência doméstica

contra a criança; (2) quem é o agressor e (3) impactos na saúde; como pode ser visto no quadro 1.

É importante salientar que foram excluídos os indicadores de violência contra criança em

relação aos quais os conteúdos não tratavam diretamente essa modalidade de violência e de seus

envolvidos, com objetivo de que fossem mantidas em concordância com a temática do estudo, a

homogeneidade, pertinência, objetividade, fidelidade e produtividade.

Quadro 1.

Categorias e resultados da análise dos artigos sobre consequências em criança expostas à VD.

Número

de

artigos

Tipos de violência doméstica

contra crianças

Quem agride Tipos de impacto na saúde

3 Violência psicológica Agressores são os

próprios

familiares

Ansiedade; depressão e tentativa de suicídio;

insegurança e Transtorno de Estresse Pós-

Traumático (TEPT); distúrbios alimentares e a

obesidade.

3 Não especifica Agressores são os

próprios

familiares.

Raiva, medo, ansiedade e revolta frente ao

agressor; desconfiança; diminuição do

aprendizado; reações de evitação; baixa estima

por si mesmo; medos; insegurança; depressão;

transtorno de stress pós-traumático; ambivalência

de sentimentos; percepção distorcida de si mesmo.

2 Violência física Agressores são os

próprios

familiares.

Revolta, mágoa e humilhação.

2 Violência física e psicológica Agressores são os

próprios

familiares.

Incapacidade para construir e conservar

satisfatória relação interpessoal; déficit de

aprendizagem; condutas e sentimentos

impróprios; humor depressivo ou infeliz;

tendência a desencadear sintomas

psicossomáticos; agressividade; ansiedade;

depressão; e isolamento.

1 Violência sexual Pais,

responsáveis,

conhecidos e

desconhecidos.

Ansiedade; medo; problemas escolares transtorno

de estresse pós-traumático e os transtornos

depressivos.

*Autoria Própria

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A violência psicológica é a menos diagnosticada, porém é a mais prevalente, e pode causar

mais danos no desenvolvimento infantil que a violência física, provocando sérios danos e

distorções no mapa psicológico da criança. Os impactos mais observados são ansiedade;

depressão; tentativa de suicídio; insegurança; transtorno de estresse pós-traumático (TEPT);

distúrbios alimentares e a obesidade (Abranches & Assis, 2011; Padilha & Silva, 2012; Lourenço

et al., 2013).

A violência física contra crianças faz parte do microssistema familiar como uma prática

usual dos pais, é considerada como uma maneira de educar, de disciplinar e até de demonstrar

carinho e afeto. A prática da violência pode gerar sentimentos de revolta, mágoa e humilhação na

criança (Gabatz, Padoin, Neves & Terra, 2010; Apostólico, Hino & Egry, 2013).

Além disso, a violência física é a mais reconhecida, embora não seja o único tipo de

violência a se desenvolver no âmbito familiar, destacando-se também a violência psicológica que

se apresenta de forma sutil. Ambas são prejudiciais ao desenvolvimento físico, psíquico e social

de uma criança, pois os pais as justificam como uma ferramenta com a finalidade de educar. Os

sintomas mais comuns são a incapacidade para construir e conservar satisfatória relação

interpessoal; déficit de aprendizagem; condutas e sentimentos impróprios; humor depressivo ou

infeliz; tendência a desencadear sintomas psicossomáticos; agressividade; ansiedade; depressão e

isolamento (Kitzmann, 2011; Assis & Ferreira, 2012).

A violência sexual, por sua vez, pode causar consequências devastadoras no

desenvolvimento físico, social e psíquico da criança, principalmente se o agressor for alguém da

família, pois envolverá a quebra de confiança com as figuras parentais, causando ansiedade na

criança promovida pelo sentimento de culpa. Os sintomas mais observados em crianças que

sofreram o abuso são ansiedade, medo, problemas escolares, transtorno de estresse pós-

traumático e os transtornos depressivos e estes podem ser uma forma de comprometer o

crescimento, desenvolvimento e interação da criança em suas relações sociais saudáveis (Huh,

2011; Apostólico, Hino & Egry, 2013).

Contudo, há artigos que não especificam um tipo de violência como principal, mas

identificam os agressores como os próprios familiares e que o impacto desta experiência é

inegável como um fator de risco para o desenvolvimento da criança, a qual expressa sintomas tais

como raiva, medo, ansiedade e revolta frente ao agressor; desconfiança; diminuição do

aprendizado; reações de evitação; baixa estima por si mesmo; medos; insegurança; depressão;

transtorno de stress pós-traumático; ambivalência de sentimentos e percepção distorcida de si

mesmo (Almeida & Lourenço, 2012; Lourenço & Senra, 2012; Sousa, Vieira, Fernandes &

Sousa, 2013).

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DISCUSSÕES

Em relação aos dados encontrados, as tabelas mostraram que o ano com maior número de

publicações foi o de 2013, com quatro artigos, porém em função do grande número de

publicações não analisadas devido aos critérios de exclusão, não foi possível inferir se realmente

esse é o ano de maior frequência de publicações. Essa informação se limita apenas à amostra do

presente estudo. A respeito da variável periódico, percebeu-se uma proporcionalidade no que se

refere ao número de publicações na amostra analisada (n=11), ou seja, cada um dos textos

publicados em um periódico diferente e uma predominância na área de psicologia (n=7).

Quanto à metodologia utilizada, a que mais se destacou foi a revisão sistemática da

literatura que é definida por Sousa e Ribeiro (2009) como uma “revisão planejada da literatura

científica, que usa métodos sistemáticos para identificar, selecionar e avaliar criticamente estudos

relevantes sobre uma questão claramente formulada” (p.241) e Sampaio e Mancini (2007) diz

que “é uma forma de pesquisa que utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado

tema”(p.84).

Quanto à variável de análise palavra chave, a tabela mostrou que o termo violência

doméstica é o que mais apareceu nas publicações (n=6), são elas: Almeida, Miranda e Lourenço

(2013); Apostólico, Hino e Egry (2013); Abranches e Assis (2011); Padilha e Silva (2012);

Gabatz, Padoin, Neves e Terra (2010); Assis e Ferreira (2012) seguido por criança em 5

publicações: Almeida, Miranda e Lourenço (2013); Apostólico, Hino e Egry (2013); Abranches

e Assis (2011); Assis e Ferreira (2012); Sousa, Vieira, Fernandes e Sousa (2013). Em relação à

base eletrônica de dados utilizada, na amostra da presente pesquisa, o Google Acadêmico

evidenciou o maior número de publicações, isso porque as outras bases de dados não possuíam

muitas publicações no ano elencado para o levantamento dos textos, as quais não foram

analisadas nesse estudo de acordo com o critério de exclusão.

O tipo de violência que mais acometeu as crianças é a psicológica, de acordo com o

presente estudo e para Assis (2007) e Lima (2006), é a forma mais danosa de violência e é a mais

devastadora quando os agressores fazem parte da própria família, de quem se espera afeto e

proteção, pois os adultos rejeitam, depreciam, cobram ou punem as crianças de forma consciente

e exagerada, impedindo o desenvolvimento psicossocial da criança. E a violência física é o tipo

mais comum, sendo utilizada de forma equivocada na comunicação e relação interpessoal,

gerando cicatrizes emocionais que podem persistir por muitos anos como, a depressão e um nível

elevado de ansiedade nas crianças. E para elas testemunhar eventos dolorosos como a violência

entre os pais também ajuda a desencadear a ansiedade. A sua maior incidência parece estar ligada

ao maior número de notificações pelo fato desta modalidade de violência ser mais facilmente

identificada, pois deixa marcas no corpo da criança e também à mudança na legislação como, por

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exemplo, a ‘lei da palmada’, que altera a lei do Estatuto da Criança e do Adolescente

estabelecendo o “direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de

castigos corporais ou de tratamento cruel ou degradante”. (Pascolat, Santos, Campos,Valdez,

Busato, & Marinho, 2001; Brito et al.,2005; Assis, 2007; Congresso Nacional, 2010;).

Muitas das vezes os agressores, principalmente os familiares, utilizam tanto a violência

física quanto a violência psicológica como uma forma de educar, ou seja, a punição física e

psicológica é utilizada na educação de crianças e a sua aceitação é generalizada e até

recomendada, pois é um traço culturalmente aceito de que os pais têm direito sem limites sobre a

criança e a concepção de que os filhos são uma espécie de propriedade. (Weber, Viezzer,

Brandenburg, & Zoccheet, 2002; Brito et al., 2005; Ricas, Donoso & Gresta, 2006; Assis &

Ferreira, 2012; Kitzmann, 2011).

A violência sexual foi a menos recorrente, de acordo com a presente pesquisa, mas isto não

a caracteriza como menos danosa à criança, ela pode causar mudanças súbitas e extremas ao

comportamento da criança, como distúrbios alimentares e afetivos, comportamentos agressivos e

pesadelos e os sintomas podem ser agravados se o agressor for da própria família. É um

fenômeno universal, com poucas variações culturais, mas com igual potencial de dano (Aded,

Dalcin, Moraes & Cavalcanti, 2006; Huh, 2011).

No presente estudo também existem artigos que não especificam um tipo de violência

como principal, não ignorando que o impacto da mesma é inegável ao desenvolvimento da

criança, pois esta experiência é entendida como estressante e pode desencadear alterações

psicofisiológicas em maior ou menor grau (Lourenço et al., 2013). Ainda no que se refere ao tipo

de violência, sobre a tipologia negligência não foram encontrados dados, mas isto não quer dizer

que não existem estudos realizados sobre a temática.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se perceber que mesmo a violência sendo algo bem difundido mundialmente, foi

somente a partir dos anos 80 que ela começou a ser discutida no meio científico trazendo uma

nova visão sobre a criança. Através dessa pesquisa nota-se que ainda existem poucos estudos que

falam de criança como vítima de violência doméstica, mas não podemos negar que a violência

contra a criança é algo real e muito comum de acontecer.

Através desse estudo pode-se observar que o tipo de violência que mais acomete as criança

é psicológica, porém como esta é silenciosa, é difícil seu diagnóstico; seguida pela física, que por

deixar marcas é mais fácil de ser identificada e notificada e também a violência sem uma

especificação da tipologia que atinge as crianças em grande proporção.

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Nota-se também que a violência física e psicológica é utilizada com a desculpa de educar os

filhos sendo aceita de forma generalizada pela sociedade. E o principal sintoma apresentado pela

criança é a ansiedade, sendo percebido em todos os tipos de violência. E que a maioria dos

agressores faz parte da própria família agravando os sintomas apresentados pela criança.

Com isso, chega-se à conclusão de que independente do tipo de violência sofrido pela

criança, esta sempre apresentará algum sintoma e que também devem ser feitos mais estudos

sobre esse assunto, pois como foi dito antes, a amostra encontrada foi muito pequena, merecendo

estudos mais aprofundados e contextualizados. Para que se tenha uma maior identificação e

notificação da violência doméstica como um todo e não somente da física e que se reconheça a

criança como portadora de direitos para que seja tratada com respeito e cuidado.

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