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CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Aizenaque Grimaldi de Carvalho Conselheiro do CREMESP
Especialista em Medicina do Trabalho
Especialista em Medicina Legal e Perícias Médicas
Ex Vice-Presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT)
Ex Presidente da Associação Paulista de Medicina do Trabalho (APMT)
SAÚDE NO TRABALHO
Como deve agir o Médico do Trabalho no processo de promoção da segurança e
da saúde dos trabalhadores ?
Deve pautar-se pelos princípios éticos
estabelecidos !!!
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO
RESOLUÇÃO CFM nº 1.488/1998
(Publicada no D.O.U., de 06 março 1998, Seção I, pg.150 )
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Art. 1º - Aos médicos que prestam assistência médica ao trabalhador,
independentemente de sua especialidade ou local em que atuem,
cabe:
I -assistir ao trabalhador, elaborar seu prontuário médico e fazer todos
os encaminhamentos devidos;
II - fornecer atestados e pareceres para o afastamento do trabalho
sempre que necessário, CONSIDERANDO que o repouso, o acesso a
terapias ou o afastamento de determinados agentes agressivos faz
parte do tratamento;
III - fornecer laudos, pareceres e relatórios de exame médico e dar
encaminhamento, sempre que necessário, para benefício do paciente
e dentro dos preceitos éticos, quanto aos dados de diagnóstico,
prognóstico e tempo previsto de tratamento. Quando requerido pelo
paciente, deve o médico por à sua disposição tudo o que se refira ao
seu atendimento, em especial cópia dos exames e prontuário médico.
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO
(...)
Art. 3° - Aos médicos que trabalham em empresas, independentemente
de sua especialidade, é atribuição:
I - atuar visando essencialmente à promoção da saúde e à prevenção
da doença, conhecendo, para tanto, os processos produtivos e o
ambiente de trabalho da empresa;
II - avaliar as condições de saúde do trabalhador para determinadas
funções e/ou ambientes, indicando sua alocação para trabalhos
compatíveis com suas condições de saúde, orientando-o, se
necessário, no processo de adaptação;
III - dar conhecimento aos empregadores, trabalhadores, comissões de
saúde, CIPAS e representantes sindicais, através de cópias de
encaminhamentos, solicitações e outros documentos, dos riscos
existentes no ambiente de trabalho, bem como dos outros informes
técnicos de que dispuser, desde que resguardado o sigilo profissional;
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO
IV - Promover a emissão de Comunicação de Acidente do Trabalho,
ou outro documento que comprove o evento infortunístico, sempre
que houver acidente ou moléstia causada pelo trabalho. Essa
emissão deve ser feita até mesmo na suspeita de nexo causal da
doença com o trabalho. Deve ser fornecida cópia dessa
documentação ao trabalhador;
V - Notificar, formalmente, o órgão público competente quando
houver suspeita ou comprovação de transtornos da saúde
atribuíveis ao trabalho, bem como recomendar ao empregador a
adoção dos procedimentos cabíveis, independentemente da
necessidade de afastar o empregado do trabalho.
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Art. 4° - São deveres dos médicos de empresa que prestam assistência
médica ao trabalhador, independentemente de sua especialidade:
I - atuar junto à empresa para eliminar ou atenuar a nocividade dos
processos de produção e organização do trabalho, sempre que haja
risco de agressão à saúde;
II - promover o acesso ao trabalho de portadores de afecções e
deficiências para o trabalho, desde que este não as agrave ou ponha
em risco sua vida;
III - opor-se a qualquer ato discriminatório impeditivo do acesso ou
permanência da gestante no trabalho, preservando-a, e ao feto, de
possíveis agravos ou riscos decorrentes de suas funções, tarefas e
condições ambientais.
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Art. 5º - Os médicos do trabalho (como tais reconhecidos por lei),
especialmente aqueles que atuem em empresa como contratados,
assessores ou consultores em saúde do trabalhador, serão
responsabilizados por atos que concorram para agravos à saúde
dessa clientela conjuntamente com os outros médicos que atuem na
empresa e que estejam sob sua supervisão nos procedimentos que
envolvam a saúde do trabalhador, especialmente com relação à ação
coletiva de promoção e proteção à sua saúde.
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RESOLUÇÃO CREMESP 156/2006
(Publicada no D.O.E., de 08 dezembro 2006, Seção I, pg.116 – São Paulo)
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Além da Resolução Federal temos, no Estado de São Paulo...
Artigo 1º - São atribuições dos médicos que exercem a Medicina do
Trabalho:
a) Conhecer os processos produtivos e ambientes de trabalho da
empresa atuando com vistas essencialmente à promoção da saúde e
prevenção de doença, identificando os riscos existentes no ambiente
de trabalho (físicos, químicos, biológicos ou outros), atuando junto à
empresa para eliminar ou atenuar a nocividade dos processos de
produção e organização do trabalho.
b) Avaliar o trabalhador e a sua condição de saúde para
determinadas funções e/ou ambientes, procurando ajustar o trabalho
ao trabalhador; indicando sua alocação para trabalhos compatíveis
com sua situação de saúde, orientando-o, se necessário, no referido
processo de adaptação.
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO
c) Reconhecer que existem necessidades especiais determinadas por
fatores tais como sexo, idade, condição fisiológica, aspectos sociais,
barreiras de comunicação e outros fatores, que condicionam o
potencial de trabalho.
d) Comunicar, de forma objetiva, a comunidade científica, assim
como as autoridades de Saúde e do Trabalho, sobre achados de
novos riscos ocupacionais, suspeitos ou confirmados.
e) Dar conhecimento, formalmente, aos empresários, comissões de
saúde e CIPA´s dos riscos existentes no ambiente de trabalho, bem
como dos outros informes técnicos no interesse da saúde do
trabalhador, considerando-se que a eliminação ou atenuação de
agentes agressivos é da responsabilidade da empresa.
f) Providenciar junto à empresa a emissão de Comunicação de
Acidente do Trabalho, de acordo com os preceitos legais,
independentemente da necessidade de afastamento do trabalho.
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g) Notificar o órgão público competente, através de documentos
apropriados, quando houver suspeita ou comprovação de
transtornos da saúde atribuíveis ao risco do trabalho, bem como
recomendar ao empregador os procedimentos cabíveis.
h) Motivar os enfermeiros do trabalho, os engenheiros e técnicos de
Segurança, os higienistas ocupacionais, os psicólogos
ocupacionais, os especialistas em Ergonomia, em Reabilitação
Profissional, em Prevenção de Acidentes e outros profissionais que
se dedicam à pesquisa em Saúde e Segurança no Trabalho em busca
do contínuo melhoramento das condições e ambientes de trabalho.
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Artigo 2º - São deveres dos médicos do trabalho:
a) Impedir qualquer ato discriminatório e promover o acesso ao
trabalho de portadores de afecções e deficiências, desde que estes
não se agravem ou ponham em risco a própria vida ou a de terceiros.
b) Considerar a gestação um evento fisiológico, impedindo qualquer
ato discriminatório contra a gestante, seja na admissão ou
permanência da gestante no trabalho, protegendo-a de possíveis
agravos ou riscos decorrentes de suas atividades, tarefas ou
condições ambientais.
c) Nas avaliações de saúde ocupacional, o médico do trabalho
deverá proceder ao exame clínico e complementares necessários,
para avaliar a saúde do trabalhador e sua aptidão ao seu trabalho.
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d) Conceder os afastamentos do trabalho, considerando que o
repouso e o acesso a terapias, quando necessários, são partes
integrantes do tratamento.
e) Informar ao trabalhador os riscos ocupacionais a que ele estiver
exposto, as medidas de proteção adequadas e seus possíveis
impactos à saúde, bem como informá-lo sobre os resultados dos
exames realizados.
f) Quando requerido pelo trabalhador, ou representante legal, deve o
médico disponibilizar cópias dos registros de saúde sob sua guarda
(cópia dos exames e prontuário médico).
g) Ao atender o trabalhador, sempre elaborar prontuário em arquivos médicos confidenciais e fazer todos os encaminhamentos devidos.
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h) Manter sigilo das informações confidenciais da empresa, técnicas e
administrativas, de que tiver conhecimento no exercício de suas
funções, exceto nos casos em que este sigilo cause dano à saúde do
trabalhador ou da comunidade.
(...)
Artigo 4º - Os médicos do trabalho, especialmente aqueles que atuem
na empresa como coordenador, executor, contratados, assessores ou
consultores em saúde do trabalhador são co-responsáveis com os
outros médicos que atuam na empresa, e que estejam sob sua
supervisão, por todos os procedimentos que envolvam a saúde no
trabalho, especialmente com relação à ação coletiva de promoção e
proteção à saúde e à prevenção de agravos à saúde.
Parágrafo único. Os Médicos do Trabalho devem atuar com
independência e autonomia no exercício de suas funções, nos
estabelecimentos de trabalho, de acordo com o seu conhecimento
técnico e consciência.
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Artigo 5º - O médico do trabalho que presta serviço à empresa é
competente para o estabelecimento do nexo de causalidade dos
transtornos de saúde com o trabalho, fundamentando-se, para tanto,
no conhecimento do ambiente do trabalho, do posto de trabalho, da
organização do trabalho, de dados epidemiológicos, do exame
clínico e dos exames complementares, quando necessários.
Parágrafo único. É direito do médico do trabalho da empresa
contestar nexos e recomendações estabelecidos por médicos que,
embora tenham atendido o trabalhador, não conheçam o ambiente, o
posto e o modo como o trabalho é executado, não devendo, os
dados epidemiológicos, serem os únicos elementos considerados.
Finalizando, temos no Código de Ética Médica (Resolução CFM
1.031/2009)
Capítulo III
RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL
É vedado ao médico:
Art. 12. Deixar de esclarecer o trabalhador sobre as condições de
trabalho que ponham em risco sua saúde, devendo comunicar o fato
aos empregadores responsáveis.
Parágrafo único. Se o fato persistir, é dever do médico comunicar o
ocorrido às autoridades competentes e ao Conselho Regional de
Medicina.
Art. 13. Deixar de esclarecer o paciente sobre as determinantes
sociais, ambientais ou profissionais de sua doença.
Obrigado pela atenção.