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www.pbh.gov.br/cms Pág: 5 CONSELHO EM AÇÃO ENTREVISTA JULIANA COLEN Conselheiros visitam unidades de saúde “A Ouvidoria do SUS é uma conquista do cidadão” Pág: 6 Pág: 14 Ano X #38 Novembro 2011 Distribuição Gratuita Con aúde Estudos comprovam que terapias com animais representam uma contribuição importante na saúde e no bem-estar das pessoas PRIMAVERA DA SAÚDE Regulamentação da EC 29 já!

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Jornal do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte

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Page 1: ConSaúde

www.pbh.gov.br/cms

O PODER DOS ANIMAIS

Pág: 5

CONSELHO EM AÇÃO ENTREVISTA JULIANA COLEN

Conselheiros visitamunidades de saúde

“A Ouvidoria do SUS é uma conquista do cidadão”

Pág: 6 Pág: 14

Ano X #38 Novembro 2011 Distribuição Gratuita

Con aúde

Estudos comprovam que terapias com animais representam uma contribuição importante na

saúde e no bem-estar das pessoas

Jornal do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte

PRIMAVERA DA SAÚDE

Regulamentação da EC 29 já!

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EXPEDIENTE

ConSaúde é uma publicação do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, editado pela Assessoria de Comunicação. É permitida a reprodução de matérias,desde que citada a fonte. O artigo assinado é de responsabilidade de seu autor e não expressa necessariamente a opinião do jornal.

Mesa Diretora do CMSBH - Presidente: Cléber das Dores de Jesus; Secretária geral: Ângela Eulália dos Santos; 1º Secretário: Paulo César Machado Pereira; 2ª Secretário: Wilton Rodrigues

Câmara Técnica de Comunicação - Coordenador: Adolpho von Randow Neto; Secretária: Cleide Alves Siqueira - Membros: Aurinho de Matos, Claudete Liz de Almeida,Cléber das Dores de Jesus, José Brandão Maia, Marta Auxiliadora Ferreira, Paulo César Machado Pereira, Sandra Maria dos Santos, Valéria Almeida Rocha Ferreira, Valdir Matos de Lima e Vera Lúcia Gomes Alves

Jornalista: Luciane Marazzi MG 14.530/JP Projeto gráfico e diagramação: Ana Tomaselli Estagiários: Diego Santiago e Fernanda RibeiroImpressão: Rona Editora Tiragem: 20.000 exemplares Capa: Ana Tomaselli Ilustração: Santiago Martins - 9307-2394

Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte - Av Afonso Pena, 2336, Pilotis, Funcionários, Belo Horizonte MG Cep: 30.130-007Telefones: (31) 3277-7733 FAX: (31) 3277-7814 Comunicação: (31) 3277-5232Site: www.pbh.gov.br/cms e-mail: [email protected] [email protected]

Con aúde

Opinião

diEtorial

AVOZDOLEITOR

Con aúdeS

@cmsbh

facebook.com/cmsbh

Envie sua opinião ou sugestão [email protected]

Gostaria de comemorar com os conselheiros

de BH o sucesso das conferências

de saúde. Estou super feliz

com o trabalho que realizamos.

Maria Aparecida Rodrigues Conselheira Municipal de Saúde de São Paulo

A versão digital do jornal está disponível em www.pbh.gov.br/cms

Uma pergunta recorrente sobre esse jornal é: por que as unidades de saúde

recebem tão poucos exemplares? Afinal, são muitos elogios às matérias e

informações veiculadas sobre o SUS.Parabéns ao ConSaúde.

Claudete Liz AlmeidaConselheira Municipal de Saúde

Representante da Associação Comercial de Aposentados e Pencionistas (ASCOAP)

Mesa Diretora CMSBH

Vamos finalizar o ano com três desta-ques especiais. Os dois primeiros são as mobilizações de combate à den-gue na cidade e da “Defesa do SUS e do seu financiamento suficiente e adequado”. O dia 26 de novembro será o Dia D Nacional de Comba-te à Dengue. Serão feitas ações de

prevenção e caminharemos juntos no dia 30, com as grandes manifestações (nacional e locais) da Prima-vera da Saúde. Estas são lutas históricas na defesa da saúde pública de qualidade, universal e integral. Va-mos ficar atentos para as programações desses dias e participar com a vontade firme de vencer. O terceiro destaque é o fechamento da parceria com a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG) para reali-zarmos os cursos de qualificação para os nossos con-selheiros e lideranças locais de toda a cidade. A meta é que duas mil pessoas participem de dois módulos de 15 horas cada. Conhecendo melhor o SUS poderemos melhor defendê-lo, bem como ampliar nossa consci-ência democrática e cidadã por uma sociedade mais sábia e justa com a nossa população.

Um ano de muitas lutas

Prezada Claudete,Os exemplares do jornal ConSaúde

destinados às unidades do SUS-BH são divididos de acordo com o número de

equipes de saúde da família, dentro da tiragem total.

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Artigo 3

POR MARIA CRISTINA DA CRUZ *

Con aúdeS Con aúdeS

SUS SUS

*Supervisora do Setor de Fisioterapia para Disfunções do Assoalho Pélvico do HC/UFMG

Incontinência UrináriaMITOS, VERDADES E SOLUÇÕES

Dizer que a incontinência urinária faz parte do processo de envelhecimento é um mito. Histori-camente, a perda involuntária de urina é inter-pretada como parte natural da idade pelo senso comum. Entretanto, essa condição de saúde pode afetar tanto homens quanto mulheres, em qual-quer época.

N Estima-se que a incontinência urinária esteja presente entre 30 a 60% da população feminina de diversas idades, sendo maior nas idosas. Nos homens submetidos a retirada total da próstata, a por-centagem fica entre 8 a 87%. Esses números são subestimados, as pacientes em grande parte sentem-se constrangidas em falar sobre o assunto e passam a conviver com o problema sem procurar ajuda. A consequência é o comprometimento da qualidade de vida, causado pelo isolamento que a pessoa se impõe, com restrições do convívio social, trazendo a reboque depressão e estresse emocional. Portanto, é importante que se conheça as opções terapêuticas para o tratamen-to, pois assim poderemos lutar pela implementação de políticas de saúde que previnam e tratem de maneira efetiva essa população que só tende a crescer. Atualmente, existe uma gama de recursos terapêuticos e dentre as principais opções estão o tratamento fisioterápico, o medicamen-toso e o cirúrgico. A fisioterapia apesar de indicada por convenções internacionais como o primeiro recurso, ainda é pouco conhecida. Esse tratamento oferece menos efeitos colaterais, baixo custo, eficácia comprovada e não interfere em cuidados subsequentes. Esta terapêu-tica se baseia no treinamento dos músculos da região do períneo, responsáveis por manter a continência e na reabilitação da bexiga. Ações preventivas no caso das mulheres, ou precoces, no caso dos homens, como mudanças comportamentais e exercícios, são impor-tantes e fáceis de serem orientados para a população. Devido à grande morbidade causada por esta condição, associada aos elevados custos diretos e indiretos, atualmente, a incontinência urinária é caracterizada como um problema de saúde pública. O questionamento é como o nosso SUS tem absorvido homens e mulhe-res incontinentes? Em 2004, o Ministério da Saúde lançou a “Política

Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher – Princípios e Diretri-zes”. Este documento reflete o compromisso com a implementação de ações de saúde que contribuam para a garantia dos direitos humanos das mulheres e reduzam a morbimortalidade por doenças preveníveis e evitáveis. Diante disso, em agosto de 2011, a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA-BH) propôs um novo protocolo para a abor-dagem da incontinência urinária feminina, cujo objetivo foi agilizar o tratamento dessas mulheres e orientar o fluxo para maior resolubili-dade dos casos e diminuição do tempo de espera. Antes deste protocolo as usuárias diagnosticadas eram referencia-das para o nível secundário/terciário de atenção à saúde ou recebiam medicamentos nos próprios centros de saúde. A grande demanda re-primida e a baixa oferta para realização destas consultas, geravam extensa lista de espera e grande demora. De acordo com o novo pro-tocolo, todas as mulheres com incontinência devem primeiro realizar o tratamento de fisioterapia e ser encaminhadas para o nível secun-dário, apenas se não houver resultado satisfatório. Ao que se sabe, atualmente, em Belo Horizonte, este tipo de atendimento ainda não está implantado nos centros de saúde e apenas um ou dois serviços são responsáveis por absorver toda a demanda do SUS. Em estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com a SMSA-BH, a fisioterapeuta Camila Teixeira encon-tra resultados preliminares promissores. A implementação desse tipo de atendimento nos centros de saúde, aponta uma resolução de 83% dos casos de incontinência urinária tratados na própria unidade, por meio de grupos ou orientações fisioterapêuticas. Imaginemos o quan-to os níveis secundários e terciários ficariam desafogados e o quão rápido nossas pacientes teriam suas queixas resolvidas. Infelizmente, as políticas públicas para a incontinência do homem não estão tão avançadas como as das mulheres, mas parece que os primeiros passos estão sendo dados à medida que incorporamos tratamentos mais efetivos, baratos e acessíveis à população no nível primário de atenção à saúde.

Drª Maria Cristina com as

pacientes durante a terapia

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4 Notícias do Conselho

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O Conselho na Praça é um movimento idealizado pelo Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte (CMSBH) para divulgar o controle social e o SUS. O evento faz parte do calendário de todas as regionais da capital e no dia 23 de setembro foi a vez de Ven-

da Nova participar. Para se ter uma ideia 1.432 pessoas receberam orientações sobre hábitos saudáveis, puderam aferir a pressão e in-clusive fazer o teste de glicemia. De acordo com a presidente do Conselho Distrital Venda Nova, Maria Teresa de Oliveira, o dia é importante para conscientizar as pessoas com informações simples, que podem ser incluídas no dia a dia. “É necessário ensinar o cidadão a se prevenir, afinal é mais ba-rato do que curar”, explica. A secretária de administração Regional Venda Nova, Flávia Mourão Parreira, disse que é preciso aproximar o conselho da sociedade. “Muitas pessoas não sabem ou não enten-dem para que ele serve. Por esse motivo, o evento vem democratizar as atividades e apontar o verdadeiro papel do Conselho, já que o levamos para a rua”, afirma.

O gerente do Distrito Sanitário Venda Nova, Nilton Rodrigues, acrescentou que divulgar o trabalho realizado para a população mostra que ela também pode contribuir de maneira positiva. “Por isso, sempre tentamos trazer assuntos da realidade para esses cida-dãos”, disse. A conselheira municipal de saúde, Valéria de Almeida Rocha Ferreira, disse que o Conselho na Praça alcançou seu obje-tivo. “Nossa finalidade era trazer para as pessoas alguns cuidados e apresentar os conselhos de saúde e isso tenho a certeza que foi feito”, conclui. O evento contou com cinco apresentações, entre elas, a ginástica chinesa conhecida como Lian Gong, a banda Trem Tan-tan, o can-tor Wanderley Cardoso, a Orquestra Escola CriArte e o teatro da Vigilância Sanitária que é composto pelos fiscais da área da saúde. “Trata-se de alertar a sociedade para que haja uma mudança de atitude e de trazer a responsabilidade para as pessoas com uma pitada de humor”, assegura a gerente da Vigilância Sanitária de Venda Nova, Zilmara Aparecida Guilherme Ribeiro.

PRAÇAMomentos

teatrais animaram as atividades em

Venda Nova

Conselho na

Os moradores do bairro Santa Inês participaram no dia 16 de se-tembro do projeto Saúde na Rua, criado para aproximar a população dos serviços oferecidos pelo SUS. A iniciativa reuniu diversas pessoas na porta da Escola Municipal Emídio Berutto para praticar atividades como Lian Gong, participar de barraquinhas de artesanato e assistir à banda da Política Militar, aos alunos da escola integrada e ao Coral Recordar é Viver, do Centro de Saúde Santa Inês. As apresentações do teatro Saúde em Cena, da Secretaria Estadual de Saúde e Vida na Cidade, do MobilizaSUS, entreteram os participantes, juntamente com o sorteio de brindes. Profissionais do Centro de Saúde Santa Inês participaram de stands que ofereceram cuidados como aferir a pressão, dicas de saúde bucal e prevenção da dengue. O Núcleo de Assistência à Saúde de Família (NASF) orientou os participantes sobre alimentação saudável, com o apoio de universidades da capital. Segundo a médica da rede SUS-BH, Sílvia Catarino Patrocínio, o Saú-de na Rua partiu de um primeiro encontro chamado “Um dia de saú-de”. Com a criação do programa Bairro Vivo, a comissão local achou interessante realizar um evento de rua para unir os moradores que não têm o costume de ir ao centro de saúde. “É um momento de inclusão e de interação entre a comunidade e os profissionais”, ressalta. A ge-rente do Centro de Saúde Santa Inês, Eunice da Silveira de Andrade, também acredita que o sucesso do evento se deve ao fato da iniciativa

ter partido dos próprios conselheiros da região, que buscaram incluir a população no processo. Àqueles que visitaram o stand do Conselho Distrital de Saúde Leste pude- ram buscar informações sobre participação popular e para o presidente Ivan Mateus Dutra, a interação da comunidade foi tão positiva que futura-mente o evento será realizado em outras unidades também. A secretária geral do CMSBH, Ângela Eulália Santos, gostou da iniciativa e da organi-zação, mas acredita que a população se apropria pouco das atividades, por acreditar que o centro de saúde atua somente quando a doença se instala, esquecendo que a promoção da saúde é fundamental.

Saúde na Rua reúne moradores do bairro Santa Inês

Movimento em Venda Nova ressalta a importância da prevenção e promoção da saúde

Participantes puderam fazer testes de glicemia

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O Conselho Municipal de Saúde (CMSBH) realizou no dia 6 de ou-tubro uma plenária extraordinária para apreciar o edital de prestação de serviços, para reforma das unidades básicas da capital. O trabalho será feito por empresas contratadas, por meio de parcerias público privadas (PPP), elaborado pela Secretária Municipal de Saúde. Segundo a gerente do Projeto de Qualificação da Infraestrutura da Atenção Primária à Saúde, Denise Vianna Amador, trata-se de um modelo de contratação baseado na colaboração entre o setor público e o privado para os serviços da área de saúde. Na ocasião, o edital não foi apresentado ao CMSBH, mas a gerente esclareceu que não houveram mudanças. “Nós não contemplaremos nenhum outro serviço no edital que já não tenha sido terceirizado anteriormente”, garante. Após a apresentação, foram feitas as leituras dos pareceres das Câ-maras Técnicas de Financiamento, Controle, Avaliação e Municipali-

zação e Gestão da Força do Trabalho que, em um primeiro momento, foram aprovados pelos conselheiros. Por se tratar de um assunto que divide opiniões dentro CMSBH, depois de observações, apontamentos e algumas divergências do plenário, o parecer da Câmara Técnica de Controle, Avaliação e Municipalização teve a sua aprovação reti-rada. Segundo a secretária geral CMSBH, Ângela Eulália dos Santos, “a plenária foi polêmica, pois o que foi apresentado hoje, entra em conflito com a apresentação anterior e as discussões realizadas em março, que haviam sido parcialmente aprovadas”. O presidente do Conselho, Cléber das Dores de Jesus, completa que “apesar das al-terações no edital com relação as farmácias, por exemplo, a plenária aprovou as mudanças e autorizou as negociações com a iniciativa privada.” O edital está disponível no portal da Prefeitura de Belo Horizonte para receber sugestões e críticas da população. (www.pbh.gov.br)

Conselho aprova edital de prestação de serviços para reformas de unidades de saúde

Movimento em Venda Nova ressalta a importância da prevenção e promoção da saúde

Conselho visita hospitais e unidades de saúde de BH A Câmara Técnica de Controle, Avaliação e Municipalização do CMSBH aprovou no mês de julho um cronograma de visitas aos hos-pitais conveniados e unidades do SUS-BH. Uma comissão de cinco conselheiros foi incumbida de fiscalizar e observar as condições de atendimento aos usuários. Já na primeira visita, realizada no Hospital João XXIII, a comissão percebeu a necessidade de intensificar essa ação, informa a secretária geral do CMSBH, Ângela Eulália. Foram observados pacientes deitados em macas sem colchão, bebedouros sem água, recipientes de álcool gel vazios, superlotação das enfer-marias – havia seis leitos onde de acordo com as normas, deveria ter quatro – e a falta de profissionais, que compromete o atendimento e a vida dos pacientes.

A comissão verificou ainda as condições de funcionamento do Hospital Galba Veloso e visitou a direção do Hospital Júlia Kubits-chek para conversar sobre a falta de pediatras neonatologistas na unidade. Algumas clínicas de hemodiálise conveniadas ao SUS tam-bém foram vistoriadas para verificar denúncias no acompanhamen-to do tratamento de pacientes renais junto às Unidades de Pronto Atendimento (UPA). De acordo com a secretária geral, que participa da comissão, a câmara técnica pretende visitar outras unidades e acrescenta que to-das as visitas serão analisadas para direcionar os encaminhamento necessários.

Comissão estuda mudanças no regimento do CMSBH Uma comissão especial de trabalho vem estudando semanalmente o atual regimento do Conselho Municipal de Saúde (CMSBH), no intui-to de fazer modificações necessárias para melhorar a atuação, tanto do controle social, quanto dos conselheiros. De acordo com a comissão, o regimento apresenta muitas falhas, o que abre espaço para vários entendimentos. A ideia é torná-lo o mais claro possível para que o CMSBH possa cobrar e ser cobrado, deixan-do direitos e deveres explícitos, ao contrário do que vem acontecendo atualmente. Segundo a conselheira e membro da comissão, Valéria de Almeida Rocha, “a atuação do conselho tomou proporções muito maiores nos últimos tempos, com mais representações, o que faz com que o número de conselheiros seja insuficiente para atender a todas

as demandas. As representatividades nos três seguimentos precisam ser ampliadas em número e com legitimidade, privilegiando a presença de conselheiros comprometidos com o foco nas ações municipais”, esclare-ce. A secretária geral do CMSBH, Ângela Eulália acredita que questões omitidas no regimento serão superadas com essas mudanças e o conse-lheiro Marcos José Mendes vê que a modernização do regimento frente às necessidades do Conselho serão bastante benéficas. Atualmente, a comissão está avaliando o esboço elaborado pela con-sultoria jurídica do CMSBH e seus integrantes vêm fazendo proposições em cima desta proposta. Assim que este esboço estiver finalizado, será promovido um seminário para discussão da proposta com todos os conselheiros de saúde da capital. O resultado deste seminário deve ser apreciado e aprovado por pelo menos 2/3 do plenário do CMSBH.

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6 Notícias do Conselho

Conselheiros de saúde de todo o Brasil parti-ciparam no dia 26 de setembro, em Brasília, da Primavera da Saúde, ato em defesa da re-gulamentação da Emenda Constitucional 29 (EC). O objetivo do evento foi sensibilizar os parlamentares e a presidente Dilma Rousseff

sobre a necessidade de fixar percentuais mínimos de inves-timento em saúde pelos municípios, estados e pela União. A mobilização consistiu em uma caminhada que partiu da Esplanada dos Ministérios e foi até o Palácio da Alvorada, em que os conselheiros levaram flores para pedir a regula-mentação da EC. Além dos 42 conselheiros de BH que es-tiveram à frente da manifestação, também representaram o estado de Minas Gerais os conselhos de Ribeirão das Neves, Sabará, Ibirité, Contagem e Betim. Uma comissão com representantes dos conselheiros par-ticipou de uma reunião com os parlamentares, em que foi pedido aos senadores que votem o texto original da emen-da. O conselheiro Adi dos Santos disse que o evento serviu para mostrar que a saúde precisa de mais recursos, a fim de melhorar o atendimento de milhões de brasileiros. De acordo com a secretária geral do CMSBH, Ângela Eu-lália, na volta da manifestação a tarefa dos conselhos foi continuar a mobilização nos municípios. Por isso, no dia 21 de outubro, foi realizada uma mobilização em Belo Horizon-

te, que reuniu conselheiros de toda a cidade, para buscar estratégias que envolvam a população na luta pela regula-mentação da EC 29. O 1º secretário do CMSBH, Paulo Cé-sar Machado Pereira, acrescentou que o grande desafio é fazer com que o governo do estado não destine os recursos da saúde para ações de saneamento, por exemplo, como vem acontecendo. O presidente Cléber das Dores de Jesus informou que o CMSBH irá organizar um encontro para integrar a luta pela regulamentação da EC, com ações de combate à dengue e à leishmaniose.

Conselho realizou uma manifestação local pela EC 29

DA SAÚDEBH PARTICIPA DA PRIMAVERA

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li Centro de Saúde Andradas adota atendimento pioneiro em BH

O Centro de Saúde Andradas, em Venda Nova, implantou em maio deste ano, um novo método de acolhimento aos usuários. Trata-se da Organização de Demanda Espontânea (ODE), que tem o objetivo de reduzir o tempo de espera por atendimento. O ODE funciona de 7h às 17h, sem horários determinados. Após este horário, até às 19h, o fluxo é normal como em qualquer outro centro de saúde. O diferencial é que a ODE conta com um segundo enfermeiro, o que possibilitou reorganizar toda a dinâ-mica de trabalho. Logo que o usuário chega à unidade, o atendente do programa Posso Ajudar? direciona o atendimento de acordo com a neces-sidade. Em caso de dor, por exemplo, o paciente é encaminhado para o primeiro enfermeiro que avalia o quadro de saúde e clas-sifica tecnicamente se o trabalho deve ser feito pelo médico de plantão ou pelo segundo enfermeiro. Caso o paciente seja desti-nado ao segundo enfermeiro, o usuário passa por uma consulta detalhada e em muitas situações o próprio profissional faz todos os encaminhamentos. Os casos mais urgentes são direcionados ao médico. Nas situações em que o usuário pretende apenas trocar receitas vencidas, apresentar exames ou agendar consultas e acompanha-mento de puericultura, o auxiliar de enfermagem é o profissional que faz o encaminhamento do fluxo. O paciente deixa os exames ou receitas na unidade para avaliação do médico (que conta com um sistema informatizado com todos os dados dos pacientes) e volta no dia seguinte em horário agendado para buscá-los ou ser submetido a uma consulta. “Isso ajudou bastante para que pa-ciente não permaneça da unidade muito tempo”, constata o ge-rente do Centro de Saúde Andradas, Edeval Pereira de Oliveira. De acordo com Edeval, trabalhar com dois enfermeiros “dimi-nuiu as demandas para o médico, porque existem casos que o segundo enfermeiro já resolve, mas se for necessário, a consulta será agendada. O que estamos tentando mostrar é que o segundo enfermeiro faz a diferença. Com o Protocolo de Manchester, tere-mos apenas um enfermeiro e o nosso objetivo é casar esses dois métodos”. Para a usuária Maria da Conceição Nunes de Souza o atendimento melhorou bastante. “Na última consulta fui atendida em meia hora e saí com meu problema resolvido”, enfatiza.

Trabalho conjunto

Todos os funcionários do centro de saúde e membros da comissão local participam do ODE, dando ideias e colaborando na implantação. De acordo com a presidente da comissão local, Vânia V. Lima, a equipe do Andradas é muito boa e comprometida e segundo Edeval, é isso que faz a diferença, pois todos abraçaram o método, diferentemente do que ocorreria se a ideia tivesse vindo apenas do gestor, afirma. A comissão local de saúde já avaliou por duas vezes o ODE, apro-vando o método e agora, juntamente com a gerência, pretende fazer uma pesquisa de satisfação com os usuários, com o apoio dos agen-tes comunitários de saúde. Segundo Vânia, depois que o ODE foi im-plantado, pacientes que antes aguardavam cerca de quatro horas pelo atendimento, hoje esperam de 30 a 40 minutos. Edeval acrescenta que os usuários ainda têm reclamado da demora na marcação de avaliação médica. “Esperamos diminuir esse tempo, colocando a demanda espontânea para o clínico de apoio no plantão do ODE e o outro médico ficaria com essa agenda. Daqui há uns dois meses vamos ver o impacto disso no atendimento. Esperamos que as consultas possam ser agendadas para a mesma semana” finaliza.

DA SAÚDE

O tempo de espera por atendimento caiu de 4 horas para 30 minutos

no C. S. Andradas

Resultados alcançados com a implantação da ODE:• Diminuição do tempo de espera• Diálogo entre todos os profissionais• Atendimento por profissionais específicos• Auxiliar de enfermagem não avalia mais usuário• Satisfação dos usuários

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8 Especial

POR DIEGO SANTIAGO FOTOS: ANA TOMASELLI

Sempre ao seu lado

Amor, solidariedade, carinho e amizade são palavras que soltas já dizem muito, quando juntas ganham ainda mais força para os idosos do asilo Clotilde Martins, na região Oeste de Belo Horizonte. Já dizia o ditado: “o cachorro é o melhor amigo do homem”, mas definitivamente ele não é o único. Cavalos, co-elhos e até mesmo as tartarugas desempenham um papel importante quando o assunto é a terapia assis-

tida com animais. Os bichos têm um poder transformador imensurável na vida de muitas pessoas e o mais interessante de tudo isso é que esta experiência pode ser vivenciada com apenas 15 minutos de contato. A terapia assistida com animais é um método que utiliza o potencial da relação homem e animal terapeuticamente e em todos aspectos, se-jam eles físicos, sociais e psicológicos. Esse trabalho com os bichos pode ser dividido em três categorias: terapia, educação e atividade assistida com animais, mas cada uma tem sua especificidade. O que não muda neste caso, é o objetivo de introduzir o animal junto aos indivíduos onde ele é parte integrante do processo de tratamento.

O começo de tudo

A equoterapia é a terapia assistida com o cavalo. A prática usa o ani-mal com objetivo de auxiliar pessoas com deficiências e necessidades especiais. Das terapias com animais mais conhecidas, a equoterapia

teve o reconhecimento do Conselho Federal de Medicina, por meio do Parecer 06/97. “O método é indicado para crianças e adultos com disfunções neuromusculares ou esquelética e deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar”, é o que explica a consultora de te-rapias com animais e conselheira local de saúde , Maria de Lourdes Neves Vieira. O cavalo apresenta movimentos que são transmitidos ao praticante e que se assemelham aos produzidos durante a marcha humana. “O animal executa de 50 a 60 passos por minuto. Em 30 minutos de deslocamento são de 1.500 a 1.800 passos. Daí calcula-se o número de estímulos que são enviados ao sistema nervoso central durante a sessão de equoterapia. Por isso, é recomendada uma sessão por se-mana”, esclarece Maria de Lourdes. Leonardo Curi é psicólogo e técnico em terapia assistida com ani-mais. Ele, há mais de três anos, visita instituições de Belo Horizonte com cães terapeutas através do Programa de Voluntariado do Minas Tênis Clube. Segundo o treinador, a escolha pelo cachorro se deve ao fato do animal fazer parte do convívio familiar e de que ele possibilita uma maior mobilidade. “Muitas pessoas têm os cães como entes da família”, disse. De acordo com Leonardo, os cavalos na equoterapia, também auxiliam de maneira pontual, mas por se tratar de uma espé-cie de grande porte fica mais complicado o deslocamento. O técnico em terapia explica que os bichos são o recurso para que os idosos façam as atividades terapêuticas. “O idoso sempre reclama

O PODER TRANSFORMADOR QUE OS ANIMAIS EXERCEM NA SAÚDE HUMANA

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9Con aúdeS

Sempre ao seu lado

verdadeira. Para Leonardo basta olhar para o rabinho dos cachorros e perceber como eles abanam de maneira frenética a simples presença humana. “Nos beneficiamos com essa relação, mas os cães também, afinal eles recebem carinho e atenção de várias pessoas ao mesmo tempo”, destaca. Os cachorros são excelentes leitores da expressão corporal. Para se ter ideia, quando bem treinado o animal pode trabalhar de maneira pre-ventiva. “Em casos de um ataque cardíaco, os cães podem avisar com uma antecedência de até oito horas antes. Isso ocorre porque há uma contração do músculo cardíaco e as enzimas liberadas no sangue são farejadas pelos cachorros”, esclarece Leonardo. Outro ponto destacado pelo técnico é que quando recebem um treinamento semelhante ao dos cães farejadores da polícia eles podem inclusive identificar a presença de um tumor e até mesmo se ele é maligno ou benigno.

Obedeço porque amo

Leonardo afirma que a escolha dos cães prioriza o fato de serem ani-mais dóceis. “A raça tem que gostar do contato com as pessoas, porque mais que adestrado esse cão tem que estar bem socializado. O animal deve participar de maneira tranquila do convívio com o ser humano e com outros animais”, explica. Ele ressalta a importância do adestra-mento, que deve ser feito de maneira específica. “É fundamental que o adestramento seja feito por uma pessoa que conviva com os animais. Não estamos falando de uma referência militar, mas sim de algo que acontece de maneira natural. O cachorro irá obedecer simplesmente pelo prazer de satisfazer seu dono”, assegura. O técnico acrescenta que apesar da atividade ainda ser incipiente no Brasil, o interesse pela prática que une saúde e animais tem crescido. “As pessoas estão reconhecendo a importância desse trabalho porque você explora a relação homem e animal de várias maneiras benéficas”.Fernanda Di Mambro acredita que o maior desafio desse trabalho é mostrar a sociedade a importância do método, não só com os idosos, mas com qualquer pessoa. Leonardo acredita que é preciso convencer os médicos de que as alternativas terapêuticas, feitas de maneira correta e com cuidado, po-dem trazer resultados positivos para os humanos. E agora, alguém duvida de que os animais são verdadeiros amigos dos seres humanos?

“O trabalho desenvolvido na terapia

é uma troca. Enquanto os animais despertam um sorri-so e auxiliam nos movimentos

terapêuticos, os humanos entendem que a recíproca

deve ser verdadeira”

de dores e indisposições. Com a presença dos cachorros, ele é capaz de colocar a mão na ponta do pé e de levantar a perna de uma maneira descontraída, como se fosse uma brincadeira”, assegura. A fisioterapeuta Fernanda Di Mambro reafirma que os cães trazem uma maior autoesti-ma para as pessoas. “Elas se sentem mais importantes e isso ajuda nos exercícios, o cachorro é muitas vezes o estímulo para uma infinidade de movimentos”, acrescenta. As transformações adquiridas pela interação entre os bichos e as pes-soas é algo tão poderoso, que chegam além do que podemos imaginar.Segundo Leonardo, no caso especificamente dos cães é possível notar a eficiência no auxílio de quase todas as patologias. “Podemos destacar o auxílio principalmente na reabilitação física, mas o cachorro ainda pode ajudar em outras doenças como depressão, autismo, deficiências mentais e transtornos”, declara.

Super-heróis

Além do técnico em terapia assistida com animais, de uma fisiotera-peuta e de um adestrador, na trupe de visitantes ainda estão presentes os cães Hanna, Baruck, Juju e Sean. Esses são apenas alguns “amigos” dos idosos. Pode até parecer brincadeira, mas trata-se de uma equipe engajada em melhorar a situação de tristeza enfrentada nessa etapa da vida. Os cachorros espantam a solidão e trazem um sorriso para o rosto já marcado pela experiência do passar dos anos. O adestrador e condutor de cães, Luciano Ludgero, ressalta que a maio-ria dos idosos geralmente se sentem muito sozinhos e que o animal traz mais alegria para o ambiente, o que consequemente diminui a solidão. “Em outra instituição que visitávamos havia uma senhora deprimida, ela quase não andava, mas era apaixonada por gatos. Um dia, um deles estava em seu colo, só que o animal pulou e foi para o chão. E impres-sionantemente essa senhora caminhou até o gato, o pegou e o colocou novamente em seus braços”, relembra. Para Álvaro Roberto Pereira, 74, que mora há 12 anos no asilo, a pre-sença dos cães terapeutas é positiva. “Me sinto muito bem em participar das atividades, apesar de preferir os gatos (risos). Uma vez trouxeram uma gatinha e ficamos amigos”, conta. Ele afirma ser necessário esti-mular esse trabalho dentro das instituições, pois é possivel enxergar as melhorias. “Quando os profissionais chegam com os cães, a primeira coisa que eles fazem é medir nossa pressão. Depois desse contato com os animais ela diminui. A minha melhorou muito após as visitas dos bichos. É uma terapia moderna”, acredita. O trabalho desenvolvido na terapia é uma troca. Enquanto os animais despertam um sorriso, auxiliam nos movimentos terapêuticos e aumentam a alegria no ambiente, os humanos entendem que a recíproca deve ser

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10 Histórias que dariam um livro

minhafase deouroPor Diego Santiago Fotos: Ana Tomaselli

O nome Áureo significada feito de ouro. Por esse motivo Aurinho - isso mesmo, se escreve assim no diminutivo - prova que esse personagem requer ainda mais cuidado e amor, afinal, são 73 anos de história. Aurinho Ferreira de Matos é conselheiro municipal de saúde, usuário, representante da As-sociação Comercial de Aposentados e Pensionistas

(ASCOAP) e já exerce essa função há quatro anos. Segundo ele o cargo e o papel no Conselho Muncipal de Saúde de Belo Horizonte começaram por acaso. “Uma colega fazia parte e me inscreveu porque ia sair. Dispu-tei a vaga, fui eleito e estou em meu segundo mandato. E isso é algo que me traz muito prazer”, disse. O conselheiro é aposentado, mas se enganam as pessoas que pensam que idoso é aquele vovô de chapéu e bengala, sentado confortavelmente na cadeira de balanço em frente a varanda de casa. Idoso é sinônimo

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de movimento como ele mesmo deixa claro. “Atuo no Conselho Municipal de Saúde e também no do Idoso, além de participar em alguns conselhos hos-pitalares”, enumera. Da para cansar, mas acreditem ele nem cogita parar. “Embora minha contribuição seja pequena tento exercê-la da melhor maneira possivel. Quero oferecer minha participação, esse é meu princípio. E sinceramente sem data para des-canso”, gaba-se. Consciente do seu papel ele elucida sobre a ques-tão do idoso e quanto a fase ser considerada como a melhor idade. “O idoso no Brasil ainda sofre com a falta de políticas que garantam uma vida mais tranquila. Os jovens precisam enxergar o idoso por um ângulo que cultive o respeito. Um exemplo sim-ples é quando entramos dentro do ônibus e alguns não respeitam os lugares reservados. Por isso, acre-dito ser extremamente importante conscientizar a população que o idoso tem seu direito e espaço na sociedade. A terceira idade não é a melhor idade para muitos, mas tem sido pra mim”, ressalta.

Chegando em Belo Horizonte

O conselheiro é natural de Poté, Minas Gerais e apesar de ter uma família grande, 14 irmãos, 9 mulheres e cinco homens, Aurinho acrescenta que teve uma vida fora do seio familiar. “Com apenas 17 anos vim morar sozinho em Belo Horizonte. Meu pai me trouxe devido as dificuldades enfrentadas na roça. Ele desejava um futuro melhor para seu pri-mogênito”, acredita. Mas o início, definitavemente, não foi de flores. “É duro chegar em uma cidade como Belo Horizonte sem conhecer ninguém. Meu pai pensou que os parentes que já moravam aqui poderiam me dar um suporte e isso não aconteceu. Morei em uma pensão e posteriormente, fui agra-ciado por uma família que me adotou. E com eles fiquei 12 anos da minha vida”, relembra. Aurinho pode realizar algumas coisas que tinha desejo, mas isso só foi possível depois que o conse-lheiro arrumou seu primeiro emprego no comércio.

“Fui vendedor de lojas de calçados durante muito tempo. Inclusive em uma única empresa trabalhei por 22 anos. Entrei vendedor e só sai de lá aposentado como gerente.

O encontro com o amor de sua vida

O conselheiro tem 42 anos de casado. “Conhe-ci minha esposa quando trabalhava no bairro Padre Eustáquio e estudava contabilidade. Eu precisava de uma máquina de escrever para treinar e sempre ia ao comércio onde ela trabalhava. Em um belo dia a chefe dela brincou perguntando: “Por que voce não namora com ele, Graça?”. Foi ela que se interessou primeiro (risos). Isso pode até ser verdade, mas amor mesmo é ele quem expressa ao tentar dizer qual a importância de sua amada. “Minha esposa é excelen-te. Ela é meu suporte. É difícil falar, pois a classifico como a melhor coisa da minha vida! Isso sem falar que me deu filhos maravilhosos”, derrete-se. O Aurinho esposo é preocupando, porque a saúde de sua mulher não é boa. Já o pai é comprensivo, mas não deixa de ser rigoroso quando necessário. Quanto ao conselheiro municipal de saúde, o pen-samento é sempre o de compartilhar conhecimentos. “Sou mais observador, gosto de ouvir e de dialogar”, esclarece. Como é para frente que se anda, o conselheiro diz não sentir saudades do passado. “Foi uma vida muito difícil, as recordações são cheias de altas e baixos. Minhas lembranças boas são da minha vida atual. Hoje vivo a áurea da minha vida”, comemora.

“Embora minhacontribuição seja

pequena tento exercê-la da melhor

maneira possivel. Quero oferecer minha participação, esse é meu

princípio. E sinceramente

sem data para descanso”

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12 Intersetorialidade Con aúdeS

Na correria diária do mundo moderno, nem sequer percebemos o caminho percorrido para que novos avanços da ciência e da tec-nologia da saúde cheguem até nós. Todos os dias, em várias universidades de todo o país, são pesquisados medicamentos, proce-dimentos cirúrgicos, estudos sobre genética, que deixaram de ser restritos ao mundo aca-

dêmico e estão mais perto do cidadão, ocupando um espaço de destaque na sociedade, seja na mídia é até nas conversas em casa ou no trabalho. Mas o que muitos não sabem é que todas estas pesquisas são submetidas a aprovação de um comitê especifico para tratar de questões éticas. O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) é um colegia-do interdisciplinar, independente e consultivo, existente em todas as instituições que realizam pesquisas envolvendo seres humanos no Brasil. Foi criado para defender os interesses dos sujeitos da pes-quisa - pessoas voluntárias que participam dos estudos -, em sua integridade e dignidade, contribuindo para o desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos, sem trazer prejuízos para ne-nhum dos participantes. Além disso, este colegiado é multidisciplinar e multiprofissional, formado por diferentes especialidades da área da saúde, ciências exatas, sociais e humanas, como por exemplo teólogos, juristas, psicólogos, sociólogos entre outros e que se dedi-quem ao estudo da bioética. Participação preservada

Os CEP’s são regidos pelo Conselho Nacional de Ética (CONEP), que funciona em Brasília e é responsável pelo credenciamento dos comitês em todo o país. Um dos pontos fundamentais é que entre os participantes do CEP estão também pelo menos um representante de usuários da saúde. De acordo com a coordenadora do Comitê de Ética da UFMG, Maria Tereza Marques Amaral, é uma exigência absoluta a participação da comunidade. “O comitê não pode se reunir sem a presença dos usuários, que possuem um papel fun-

damental no processo de observar o sujeito de pesquisa. O usuário é a pessoa que vai falar sobre seus pares, observando se o estudo está prejudicando o paciente e os benefícios trazidos. A participação dos representantes da população é imprescindível e deve ter a mesma qualidade que a de um grande pesquisador”, define. Os usuários da saúde são escolhidos ou indicados nas associações de usuários e nos conselhos de saúde. O perfil dos participantes deve ser o de um cida-dão politicamente envolvido, como por exemplo, em associações de diabéticos, hipertensos ou transplantados. Segundo Maria Tereza, as pesquisas avaliadas pelo CEP são bem amplas e partem desde o desenvolvimento de novos medicamentos, procedimentos médicos, até os estudos mais aprofundados sobre diver-sas patologias, como o câncer, por exemplo. A pesquisadora esclarece ainda que no Brasil os comitês de ética datam da década de 80. Porém, foi a partir da Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, que foram definidas as normas e diretrizes que regulamentam os es-tudos envolvendo seres humanos. Qualquer instituição que trabalhe com pesquisas que envolvam pessoas deve ser autorizada. Pesquisas que não são aprovadas não possuem nenhuma validade. Pesquisado-res de instituições que não contam com um comitê de ética, devem se dirigir ao CONEP, que irá designar outro comitê para apresentação da pesquisa.

POR LUCIANE MARAZZI E FERNANDA RIBEIRO

ética em pesquisaComitês de ética garantem o avanço da ciência com respeito ao ser humano

No Brasil morrem 13 pessoas por dia em decorrência da doença.

Pacientes que abandonam o tratamento agravam a situação em Belo Horizonte

COMITÊS DE ÉTICA QUE CONTAM COM A PARTICIPAÇÃO DE USUÁRIOS DO CMSBH

Hospital Life Center

Hospital Santa Casa

Univerdidade Estadual deMinas Gerais (UEMG)

Hospital Vera Cruz Hospital Semper

Hospital São José

Hospital da Baleia

Hospital Felício Rocho

Hospital Belo Horizonte

Hospital Unimed

Faculdade Newton Paiva

Fundação Ezequiel Dias

Secretaria Municipal de Saúde (SMSA)

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Pontifícia UniversidadeCatólica (PUC-MINAS)

Faculdade FEAD

Hospital Odilon Behrens

Hospital Eduardo de Menezes

Instituto Mineiro deHomeopatia

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deve ocorrer preferencialmente nos centros de saúde, assim que o pa-ciente perceber os sintomas. Contudo, de acordo com Maria das Graças Rodrigues de Oliveira, muitos casos já chegam às unidades em estágios avançados. As Unidades de Pronto Atendimento (UPA) diagnosticaram nos últimos anos cerca de 130 casos e em alguns deles os pacientes são inter-nados ou reencaminhados à unidade básica. Outros serviços como consul-tórios e hospitais particulares podem diagnosticar a doença e neste caso, o paciente também deve ser encaminhado para o centro de saúde, a fim de receber a medicação, que é fornecida exclusivamente pelo SUS.

Tuberculose tem cura - O tratamento da tuberculose é simples e na maioria dos casos dura seis meses. O paciente que faz uso diário dos medicamen-tos, segue as orientações médicas e realiza os exames de controle, deixa de transmitir a doença já nos primeiros 15 dias. De acordo com Maria das Graças, o paciente que não conclui o tratamento corre mais riscos, pois os bacilos não morrem totalmente nos primeiros meses, o que pode desenca-dear um estágio ainda mais grave da doença. No momento, a situação em Belo Horizonte é bastante preocupante. Cer-ca de 22% dos pacientes com tuberculose no pulmão abandonaram a me-dicação. Para evitar esta situação a Organização Mundial de Saúde (OMS) exige que os eles tomem o remédio na frente de um profissional de saúde ou de alguém da família devidamente treinado para isto. Existe também um projeto conjunto entre os Núcleos de Assistência à Saúde de Família (NASF) e os centros de saúde para reforçar esse vínculo. Nos últimos dois anos foram detectados na capital cerca de 700 novos casos. Maria das Graças acrescenta que morrem 13 pessoas por dia de tuberculose no país, o que é um absurdo, pois trata-se de uma doença com tratamento gratuito e curável.

Saiba Mais Con aúdeS Con aúdeS A tuberculose ainda mata

A tuberculose é uma doença contagiosa, causada por uma bactéria conhecida como bacilo de Koch. Qualquer pessoa pode adoecer, mas o maior número delas encontra-se na po-pulação que vive em precárias condições de vida. É preciso estar atento aos sintomas da doença, que além da tosse com escarro, causa também dores no peito e/ou nas costas, febre

baixa geralmente à tarde, cansaço fácil e desânimo, suor noturno, falta de apetite e emagrecimento. De acordo com a médica da Coordenação do Programa Municipal de Controle da Tuberculose, Maria das Graças Rodrigues de Oliveira, 86% dos casos da doença ocorrem no pulmão, pois o bacilo precisa de oxigênio para se desenvolver. Mesmo assim, a tuberculose pode se manifestar em qual-quer parte do corpo, como por exemplo nos rins, ossos, intestino, cérebro ou na forma disseminada, em que ela ataca várias partes do organismo, a chamada tuberculose miliar.

Contágio - Quando o doente ainda está sem tratamento ou faz o uso dos remédios por menos de 15 dias, ao tossir, espirrar, falar, cantar ou até mesmo respirar perto de outra pessoa, o ar que sai do pulmão transmite aerossóis com os bacilos, que se depositam no pulmão da outra pessoa. De acordo com o médico da rede SUS-BH, Márcio Hamilton Protzner de Oliveira, pacientes infectados podem desenvolver a tuberculose quando ocorrem quedas no sistema imunológico. Segundo o médico, portadores de doenças como diabetes, Aids e câncer apresentam baixa resistência e têm um risco maior de adoecer, o que pode acontecer também no caso do alcoolismo e tabagismo.

Prevenção - Márcio Hamilton informa que a vacinação BCG é feita em todo o Brasil após o nascimento e protege principalmente contra as formas mais graves da tuberculose, como a miliar e a neurológica, chegando a 70 e 80%. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece a vacinação obrigatória nos países onde há prevalência da doença, como é o caso do Brasil. Outro aspecto importante é que pessoas que convivem com esses pa-cientes devem fazer o tratamento profilático com a medicação. Jaqueline Bruno Coleta, 21, e Gustavo Ferreira de Oliveira, 20, conviveram com um paciente portador da bacilo e hoje fazem tratamento médico preventivo no Centro de Saúde Oswaldo Cruz. Gustavo disse que ficou surpreso, mas ao mesmo tempo tranquilo, pois percebeu que o tratamento é simples e basta apenas seguir as orientações médicas. Jaqueline acredita que quando a doença atinge pessoas próximas é que percebemos o quanto é importante se cuidar. O atendimento no SUS-BH - Todos os médicos e enfermeiros do SUS-BH são capacitados para acolher os usuários e tratar a doença. O atendimento

O médico Márcio Hamilton durante o atendimento da paciente Jaqueline

No Brasil morrem 13 pessoas por dia em decorrência da doença.

Pacientes que abandonam o tratamento agravam a situação em Belo Horizonte

TEXTO E FOTO: LUCIANE MARAZZI

Univerdidade Estadual deMinas Gerais (UEMG)

Faculdade Newton Paiva

Faculdade FEAD

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14 Entrevista

Desde 1998, Belo Horizonte conta com a atuação do serviço de Ouvidoria Pública do SUS BH. Considerado um canal democrático de comuni-cação entre o cidadão e a gestão pública da saúde, é um espaço para solicitações, sugestões, reclamações, denúncias e elogios. Tido também como um dos participantes do programa “Amigos da Saúde” juntamente com o Posso Ajudar e o MobilizaSUS, o OuvidorSUS da capital realiza ações proativas em defesa da prevenção e promoção da saúde. Para falar melhor sobre este trabalho, entrevistamos a Ouvidora Pública do SUS-BH,

Juliana Colen. Bióloga, com qualificação profissional em Ouvidorias de Saúde, especializada em Vigilância Sanitária e Epidemiológica e mestre em Saúde Pública, Juliana é funcionária efetiva e trabalha há mais de 13 anos na Secretaria Municipal de Saúde de BH. Aqui ela fala sobre o trabalho

desta Ouvidoria, sobre as demandas recebidas e da interação com a população.

CS: O que é uma Ouvidoria de Saúde?JC: O Ministério da Saúde define as Ouvidorias como canais de comuni-cação entre a população e o SUS para o acolhimento de manifestações, busca de soluções e informações sobre os serviços de saúde pública. Belo Horizonte saiu na frente de várias capitais ao criar a Ouvidoria Pública do SUS-BH, em 1998. Na época este serviço era chamado de SOS Dengue, depois foi denominado SOS Saúde e em 2005, passou a se chamar OuvidorSUS-BH.

ConSaúde: Como é o trabalho de um Ouvidor?Juliana Colen: O Ouvidor precisa ser um agente proativo de mudan-ça que media os interesses dos cidadãos, considerando os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, buscando sempre a melhoria da qualidade dos serviços oferecidos à população e fornecendo subsídios contínuos à gestão.

CS: Qual é a finalidade da Ouvidoria da Saúde?JC: A Ouvidoria do SUS existe para defender o cidadão e seus direitos e auxiliar a gestão em suas decisões, explicitando o que foi demandado pela população. A relevância da Ouvidoria está no avanço que propor-ciona à democracia e estruturação da gestão participativa.

POR LUCIANE MARAZZI FOTOS: ANA TOMASELLI

CS: Como é a estrutura da Ouvidoria?JC: A Ouvidoria do SUS-BH possui uma estrutura própria, adequada às demandas e recebe incentivo do Ministério da Saúde. É formada por uma central de atendimento telefônico, mas se o usuário preferir pode com-parecer à sede da Ouvidoria ou encaminhar as demandas por e-mail ou pelos correios. A equipe de atendentes é formada por estagiários de nível superior da área da saúde, capacitada para realizar este serviço, além de uma supervisora que se dedica à fiscalização da qualidade do atendimento e da Ouvidora que é responsável pela gestão do serviço. O OuvidorSUS-BH faz parte da rede de Ouvidorias Municipais, Estaduais e Nacional de Saúde. Em BH, a Ouvidoria existe em nível central, distrital e local, cada nível, com suas atribuições específicas, formando uma sub-rede municipal.

CS: A Ouvidoria de Saúde então não é uma política exclusiva de Belo Horizonte?JC: Não! As Ouvidorias de Saúde são uma Política Nacional e estão no Pacto de Gestão. É um compromisso firmado entre as três esferas de governo e hoje estão em 42% dos municípios brasileiros. A Política Nacional de Ouvidorias do SUS é o conjunto de diretrizes que norteiam as ações para ampliar os espaços de manifestação da sociedade em

DA SAÚDEAMIGOS

A Ouvidoria do SUS é, mais do que nun-

ca, uma conquista do cidadão e do SUS, não termina com o fim do mandato de um secre-

tário ou de um prefeito ou mesmo com o fim

de um contrato, como pode acontecer com as ouvidorias que funcio-nam em empresas con-

tratadas.

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relação ao SUS e articulá-los com a gestão do sistema, de forma a for-talecer os mecanismos já instituídos de controle e de participação social. A Ouvidoria do SUS é, mais do que nunca, uma conquista do cidadão e do SUS, não termina com o fim do mandato de um secretário ou de um prefeito ou mesmo com o fim de um contrato, como pode acontecer com as ouvidorias que funcionam em empresas contratadas. Por isso, a Ouvidoria deve estar bem estruturada e articulada com a comunidade para inserir o cidadão no processo de discussão e proposição das ações e serviços de saúde oferecidos pelo município.

CS: Quais são as demandas mais comuns?JC: De 01/01/2011 a 30/09/2011 foram 11.027 demandas, sendo que 33,3% foram pedidos de informação sobre os fluxos do SUS-BH e em 2º lugar, com 14,3% aparecem as reclamações sobre centros de saúde. Dos 7.097 atendimentos realizados pela Ouvidoria, no primeiro semestre de 2011, 59,4% foram resolvidas pelo telefone e 31,9% foram solucionados posteriormente. No total, temos 91,3% das demandas do primeiro semestre de 2011 completamente solucionadas. Esses resulta-dos tornaram-se realidade principalmente após a mudança do fluxo de encaminhamento de demandas para os distritos sanitários. Em junho de 2011, a Ouvidoria passou a enviar eletronicamente todas as demandas para os distritos sanitários, que ficaram responsáveis pelas cobranças de respostas das unidades de saúde localizadas em seu território. Este novo fluxo, além de dar ciência ao distrito das respostas enviadas por suas unidades, aumentou o envolvimento de toda a rede SUS-BH com as questões da Ouvidoria. Conseguimos com isso, além de aumentar o percentual de resposta, reduzir o tempo de espera, sem falar da quali-dade das respostas que melhorou consideravelmente. Pode-se dizer que este é o resultado do envolvimento de muitos profissionais em torno de

um objetivo comum dando bons resultados! É o trabalho em equipe dando certo!

CS: Como as demandas são processadas?JC: As demandas recebidas são registradas no sistema OuvidorSUS - que é uma ferramenta única, integrada e articulada para registro das demandas das ouvidorias do SUS em todo o país -, e são encaminhadas para conhecimento e providências dos setores responsáveis e posterior-mente são respondidas ao cidadão por telefone ou e-mail. Periodica-mente, são elaborados relatórios e apresentados à toda rede SUS-BH e conselhos. A Ouvidoria do SUS-BH integra o Sistema Nacional de Ouvi-dorias e mantém o padrão de atendimento preconizado pelo Ministério da Saúde, sendo considerada referência em qualidade no estado.

CS: Como é esse atendimento ao cidadão?JC: O atendimento da ouvidoria é acolhedor, humanizado, qualificado tecnicamente e respeitoso. A atuação da ouvidoria é proativa, interativa, intersetorial, multidisciplinar, desburocratizada e principalmente acolhe-dora. Ele pode ser feita pelo telefone, presencialmente, por e.mail ou carta, conforme falamos anteriormente, e o cidadão sempre recebe re-torno de sua demanda.

Con aúdeS

Entre em contato com o OuvidorSUS-BH pelo telefone 3277-7722, pelo e-mail [email protected] ou

presencialmente na Av. Afonso Pena, 2.336, Pilotis, Funcionários

CS: Existe uma interligação do trabalho da ouvidoria com o dos con-selhos de saúde?JC: Existe e deve ser cada vez mais fortalecida! Dois dos quatro eixos estruturais da Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa são o apoio à Gestão Participativa e Ouvidoria. Só por aí percebemos o quanto é importante que estas áreas estejam articuladas! O Conse-lho Municipal de Saúde é um órgão do executivo que viabiliza a par-ticipação e o controle social na construção das políticas de saúde. É importante que a instituição valorize o Conselho convidando-o para reuniões e dialogando com seus integrantes. A Ouvidoria abre espaço para escuta qualificada, fala com clareza sobre os processos e fluxos no SUS e garante transparência em suas ações. Sempre que solicitado, a gerência da Ouvidoria comparece às reuniões dos conselhos distritais e o resultado dos atendimentos é apresentado ao CMSBH. Temos uma relação muito estreita e muito gratificante. A Ouvidoria reconhece a relevância e atuação do Conselho, que por sua vez reconhece a im-portância da Ouvidoria para o SUS-BH, tanto é que frequentemente recebemos conselheiros aqui com as mais diversas demandas. Essa se-mana, uma conselheira veio solicitar cartazes para divulgar a Ouvido-ria na regional dela, a Norte. Outro fato que me deixou muito satisfeita é que o Conselho abriu esse importante espaço de comunicação para que eu pudesse falar um pouco das ações da Ouvidoria do SUS-BH. Isso é um grande sinal de reconhecimento! Espero que essa parceria continue cada vez mais fortalecida! Sempre! Nosso Conselho é muito atuante e a Ouvidoria precisa muito dele!

CS: Existem projetos para incrementar a ouvidoria? JC: Para facilitar a utilização dos telefones das ouvidorias do SUS em todo o país, a Anatel homologou, a pedido do Ministério da Saúde, a

criação do número de atendimento ao cidadão, o 136, que dará aces-so às Ouvidorias do Sistema Único de Saúde. O programa funcionará nos moldes 192, utilizado pelo SAMU e padronizado nacionalmente. O número, que é de fácil memorização, é gratuito para a população e deverá entrar em vigor nos próximos meses, conforme determinação da Norma 410, da Anatel. Houve um grande fortalecimento e reconheci-mento das Ouvidorias do SUS na gestão do ministro Alexandre Padilha. Atualmente ele tem falado em rede nacional e em várias conferências de saúde pelo país afora, como foi no caso da conferência de Minas Gerais, sobre o papel das Ouvidorias para qualificação da gestão e dos serviços juntamente com atuação dos conselhos de saúde. Ele, in-clusive, apoia a Ouvidoria em uma versão proativa, ligando para a po-pulação, fazendo uma pesquisa de satisfação do atendimento recebido na rede e tem propostas nesta área.

Juliana Colen ouvidora do SUS-BH, atendimento presencial e telefônico aos usuários

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Conta-gotas

O Colegiado de Mesas Diretoras dos Conselhos de Saúde da capital participou de um debate realizado no dia 22 de setembro, para definir prioridades, potencialidades e diretrizes de uma etapa do processo de educação conti-nuada para conselheiros de saúde. Todos os conselhos distritais estiveram presentes e pediram a regularidade dos trabalhos, a divisão do curso em módulos, além de

Con aúdeS

CMS faz parcerias para elaborar propostas para candidatos à prefeitura de BH

uma postura mais interativa por parte dos capacitados. As propostas foram encaminhadas e discutidas pelo ple-nário do Conselho Municipal de Saúde (CMSBH), que já fechou uma parceria com a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG) para ministrar os cursos. A meta é que duas mil pessoas, divididas em 80 turmas, partici-pem em dois módulos de 15 horas cada.

A Câmara Técnica de Saneamento e Políticas Interse-toriais se uniu ao Projeto Manuelzão e a Coordena-ção de Saúde e Vigilância Ambiental, da Secretaria Municipal de Saúde para elaborar uma proposta de plataforma de ações ambientais, que será apresen-

tada em 2012 aos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte. A estratégia tem o objetivo de unir os conselheiros em prol do saneamento e do meio ambiente na capital. Em novembro, serão realizadas reuniões em que os participantes devem ni-velar os conceitos socio-ambientais discutidos nos encontros anteriores.Fo

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Câmara técnica do CMSBH faz parceria ambiental

Colegiado discute capacitação de conselheiros

Conselho participa do

O Conselho Municipal de Saúde (CMS-BH) participou do Saúde é Atitude, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde. O evento, que é itineran-te, ocorreu no dia 17 de setembro,

no Parque Municipal e é destinado a promoção da saúde em espaços públicos.

Saúde é Atitude Quem passava pelo parque pode visitar o stand que falava sobre a importância do controle social e conheceu melhor como é a participação da população na gestão do SUS. Houve ainda um aulão de ginás-tica com instrutores da Academia da Cidade, prática de Lian Gong, as pessoas puderam aferir a pressão e ainda fizeram testes de glicemia.