História

#ConquistaNoEstudo Semana12 Etapa2 Ensino Médio 1a. SÉRIE

Neste Guia você vai estudar a cultura da África Atlântica

Pág. 63 à 66 do Volume 6

Prof. Rogério Cunha

O continente africano: uma abordagem para além da visão etnocêntrica do exotismo.

Ao longo das últimas semanas de estudos, ressaltamos o quanto a África é um território de riqueza e diversidade. Além disso, longe de ser um lugar exótico, tinha estruturas sociais, políticas e culturais marcadas pela originalidade, mas que ao mesmo tempo apresentava muitos pontos de conexão com práticas feitas em outros espaços territoriais. Um estudo comparativo serve para se romper com uma visão etnocêntrica sobre a África.

Neste material, vamos aprofundar nossa compreensão sobre a religiosidade na África Atlântica.

As religiões da África Atlântica

A África esteve sujeita a intercâmbios culturais desde a antiguidade, sofrendo aportes das culturas ocidentais europeias e outras tantas influências vindas dos árabes.

Dividida tradicionalmente em três grandes grupos − cristianismo, islamismo e as religiões tradicionais −, as religiões africanas pertencentes a este último grupo destacam-se por uma particularidade: dependiam do registro oral.

Assim, é comum que o entendimento sobre os mitos e a estrutura das religiões tradicionais da África Atlântica acabem dependendo muito das interpretações feitas pelos povos europeus ou mesmo pelos árabes.

O registro oral das religiões africanas“As religiões africanas tradicionais não têm textos escritos, o que torna seu estudo difícil para os pesquisadores. Boa parte do conhecimento que temos sobre essas religiões, reunido durante os últimos séculos, apoia-se nos relatos de observadores europeus, sejam eles mercadores, colonizadores ou missionários. Tais descrições são muito influenciadas pelas constantes comparações entre a vida religiosa e cultural do local e o cristianismo e a cultura ocidental. Mais recentemente, etnólogos e antropólogos sociais vêm se utilizando de métodos científicos modernos para estudar as religiões africanas, porém mesmo eles as veem de uma perspectiva externa.”

GAARDER, Jostein; HELLERN, Victor; NOTAKER, Henry. O livro das religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p.97.

O papel do mito nas religiões da África Atlântica

O papel do mito, certamente, está presente na estrutura de todas as religiões. O mito serve para estruturar a sociedade, fortalecendo os laços estabelecidos entre a comunidade.

O mito, muitas vezes, é estruturado sobre modelos arquetípicos − ou seja, modelos primordiais presentes no imaginário coletivo. Assim, não é incomum encontrar modelos para divindades heróicas, trapaceiras, guerreiras, mensageiras e tantas outras refletindo diferentes valores.

Os mitos, contados de geração em geração, servem como elemento formativo aos habitantes da comunidade, exercendo, portanto, um importante papel dentro das religiões da África Atlântica.

Mitologia africana e temáticas recorrentes

“O papel do herói é um tema importante na mitologia da África Ocidental. Às vezes ele é um herói fundador, que traz as dádivas dos ofícios e da tecnologia. Em outras ocasiões, é um ‘menino-prodígio’, um ser com tamanho poder que tem a força e as habilidades de um adulto assim que nasce. A África Ocidental tem também alguns mitos divertidos de entidades zombeteiras. A mais conhecida é a aranha Ananse, que leva a melhor sobre todos, desde os deuses e os humanos até a criatura mais forte da terra, o elefante. As divertidas histórias dos estratagemas de Anase são muito interessantes e divertem tanto os adultos quanto as crianças.”

WILKINSON, Philip. Mitos e lendas: origens e significados. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010. p. 249.

A educação na África Atlântica

A educação da África, em período anterior à chegada dos europeus, não acontecia em instituições escolares como nas sociedades atuais. Ela era conduzida pelos membros da comunidade e tinha um sentido muito prático. Ela deveria preparar o indivíduo para as tarefas e desafios que se impunham ao grupo do qual fazia parte. Mas será que foi o único lugar que organizou a educação dessa maneira?

Vejamos como as sociedades indígenas que viviam na América organizam a educação das crianças e jovens: analise o texto da próxima lâmina.

“Nas comunidades tribais [indígenas] as crianças aprendem imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nos rituais. Tanto nas tribos nômades como naquelas que já se sedentarizaram, para se ocupar com a caça, a pesca, o pastoreio ou a agricultura, as crianças aprendem “para a vida e por meio da vida”, sem que ninguém esteja especialmente destinado para a tarefa de ensinar.”ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia Geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2006. p.35.

Reflita:

Quais paralelos podem ser estabelecidos entre a educação africana e indígena?

#IrAlém

Acesse a reportagem a seguir para acompanhar como as religiões africanas se espalharam pelo continente americano.

12 religiões afro que se espalharam pelas Américas

https://super.abril.com.br/historia/12-religioes-afro-que-se-espalharam-pelas-americas/