conhecimento turístico

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Conhecimento tursticoHoje em dia, qualquer estudo sobre o contedo e a metodologia de ensino para a formao de profissionais nas diferentes reas de atuao, apresenta-se como uma dificil tarefa. Torna-se mais rida ainda, em se tratando de actividades que somente recentemente comearam a ter repercusses nos indivduos e na sociedade como um todo, quer sob a perspectiva sociolgica, quer sob a econmica. Este o caso do ensino do Turismo.Para compreender qual seria a melhor maneira de abordar o ensino do Turismo dentro dos parmetros considerada qualidade total. preciso que se reflita sobre trs aspectos da sua realidade actual para que se possa, num recorte da atividade turstica, aplicar conceitos pertencentes a outras reas do saber que iro esclarecer qual seria o problema e o o qual se defronta. Uma vez compreendido o campo da problemtica com todas suas variveis e isolado o problema, ter-se- mais facilidade em colocar o assunto de modo mais claro.Rellexo sobre o contedo e a metodologia do ensino de turismo, abordando trs vertentes de formao: Conhecimento de vs "conhccimcnto acerca de", Educadores vs mo-de-obra; Homens de aco"."Conhecimento De" versus "Conhecimento Acerca De"Uma primeira vertente leva aos tipos "fundamentais de conhecimento" considerados por James (s.d.) e outros: "conhecimento de" e "conhecimento acerca de ". Utiliza-se essa classificao (sem fidelidade para com seu sentido original), apenas interpretando essa distino; ou seja, colocando suas premissas a servio de nossa anlise. Assim tem-se o que se destaca a seguir."Conhecimento De"Quanto maior o nmero de relaes que se pode perceber entre o objeto forma e os outros que o cercam, pode-se fazer com que apaream as similaridades e as diferenas entre eles. Com isso quer-se referir s reas do saber que se encontram subjacentes ao conhecimento "terico") de nossa anlise. o conhecimento resultante da investigao cientfica e sistemtica que se baseia na observao verificada e reverificryda, podendo, na medida em que transforma fatos em dados, ser comunicvel. E o conhecimento que saindo dos "particulares" atravs da abstrao e da generalizao chega aos conceitos, s leis e as teorias. Este tipo de conhecimento atingindo um alto grau de preciso e exatido, consegue ser umas proposies e argumentos. Por essa razo o conhecimento cientfico terico pode transmitir conhecimentos, pois, sendo formado por conceitos, comunicvel e permite a anlise das realidades concretas particulares distintas.Assim, de posse desse conhecimento quando da resoluo de diferentes problemas sabe-se no s o como fazer, mas tambm, o que, o quando e o onde fazer."Conhecimento Acerca De" (ou Para) o conhecimento que busca solues para os "particulares", o conhecimento adquirido mediante a manipulao da realidade concreta individual. um conhecimento demonstrvel, porm no tendo sido sistematizado em termos universais no transmissvel por palavras, ou seja, pode-se narrar uma experincia, mas ela ser sempre a experincia de um singular que no pode ser generalizado. este o conceito comum da tcnica. Por mais analogia que tenha com outro singular no comporta, necessariamente, as mesmas solues. E um conhecimento individual, uma fuso de uma longa srie de experincias que no pode, portanto, ser comunicado de um indivduo para outro somente por pronunciamentos verbais. preciso "mostrar", desenvolver as habilidades de desempenho. Isto significa treinamento, ou seja, o manuseio das coisas. As tcnicas quando sofrem um tratamento cientfico, alcanam o nvel de tecnologia.Este treinamento - conforme o nvel de formao almejado - deve ser acompanhado de maior ou menor grau de quantidade de conhecimentos tericos.Uma coisa certa: imprescindvel nesse tipo de conhecimento estabelecer treinamento! Sempre est-se adquirindo um conhecimento "acerca de", quando se est manuseando a realidade, fazendo para saber como se faz. No caso da pesquisa cientfica este conhecimento baseado em conhecimentos das idias que conslltuem a estrutura lgica do conhecimento sistemtico. Mas, enquanto manipulao da realidade um conhecimento "prtico". A anlise de seus resultados e as inferncias que se pode fazer que incorporaro o conhecimento cientfico.Em relao ao Turismo, preciso formar ncleos multiplicadores de conhecimento, que por um lado, pesquisar a realidade para inovar ou consagrar conhecimentos j existentes. Esses ncleos multiplicadores dos conhecimentos so chamados atualmente, "incubadoras".A vantagem do conhecimento "real" dos factos ser calcado em conceito e em uma ordem lgica, est na evidncia de que a ordem conceptual torna inteligvel a ordem real e, na medida em que se pode sair das hipteses e chegar s leis, consegue-se criar da cincia.Formadores vs Mo-de-ObraA segunda vertente recai sobre o ensino do Turismo. preciso classificar as diferentes instituies educacionais segundo os objetivos que pretendem alcanar, ou seja: qual o nvel de profissionais que pretendem formar? para quais funes devero estar habilitados? Sob esse ponto de Vista, pode-se agrupar as instituies educacionais em duas classes: formadores e mo-de-obra.Instituies FormadoresAs que objetivam formar pessoas capazes de transmitir conhecimentos, no s do turismo como fenmeno, mas tambm, do turismo como produto, como oferta.O conhecimento dos mercados real e potencial, dos motivos das viagens, requer o conhecimento das cincias que embasam a teoria da actividade turstica, entendida esta como um tipo de comportamento humano, como um fenmeno social de massa e tambm como actividade econmica.A funo deste tipo de instituio, formar formadores. Para isso necessrio criar currculos condizentes com este objetivo, que tenham disciplinas que transmitam conhecimentos sobre cincias do comportamento humano: Psicologia, Sociologia e Economia e um conhecimento slido de Geografia, Histria, Antropologia Cultural (Folclore), Administrao e Marketing. Com isto, tais instituies colocaro no mercado de trabalho uma mo-de-obra qualificada. Estas matrias devem ser vistas de um ponto genrico, mas, com nfase no contexto no qual, mais provavelmente, os formados iro actuar.Junto a uma prtica, para estar dentro da realidade e tambm para aplicao das teorias adquiridas, so os "conhecimentos de ", que devem ser transmitidos nos Cursos Superiores de Turismo, que visam primordialmente a formao de formadores.Mo-de-ObraAs que objetivam formar mo-de-obra capacitada a atender s necessidades dos setores produtivos, de transformao e de prestao de servios.Este tipo de instituio apresenta-se em diferentes mbitos, desde aquelas que devem formar executivos de alto nvel at aqueles que precisam formar recursos humanos para a infraestrutura do sistema turstico. De qualquer modo pode-se dizer que o treinamento nestes casos imprescindvel. O que ir diferenciar o nvel das instituies o quantum de conhecimento terico deve ser adquirido a prior do treinamento. Para certos nveis de prestao de servios, as pessoas ao repetir as fases de uma tarefa, vo formando em sua mente uma espcie de modelo que ira aperfeioando e se firmando na mente at atingir um estrutura organizada. Seria um modus fasciendi Modo de agir. Como que uma "teoria" particular, Para esse tipo da aprendizagem no o necessrio uma transmisso de conceitos a priori e sim um treinamento supervisionado das tarefas a serem executadas.

Quanto mais elevado o nvel das tarefas a serem realizadas, e, consequentemente, maiores as responsabilidades das decises tomadas, mais conhecimentos "universais" se fazem necessrios. Os executivos, sejam de hotelaria, de transporte de agncia etc., necessitam uma formao terico-prtica, que deve ser adquirido nas Faculdades e nos estgios - estgios estes que precisam obrigatoriamente fazer parte dos currculos.

"Homens de Ao"Uma terceira vertente diz respeito aos "homens de ao ", termo que se refere aos indivduos que ocupam importantes cargos pblicos, nas secretarias ministrios de turismo etc. Estes deveriam estar capacitados, mediante conhecimentos adquiridos em instituies superiores especficas de ensino do turismo, a reconhecer a importncia dessa atividade no mundo atual e aprender a fazer uma programao turstica, na qual os programas de uma poltica turstica conseguissem maximizao dos benefcios que esta atividade pode trazer consigo e minimizao dos custos sociais e econmicos.Questes que se ImpemComo as instituies que objetivam "formar formadores de mo-de-obra para servios de base, em qualquer rea do turismo devem ser estruturadas?A resposta simples: a anlise das funes especficas e das tarefas que lhe so inerentes do informaes sobre que tipo de aprendizado deve ser obtido e o que deve ser ensinado para que se fornea ao aluno a possibilidade de manuseio das coisas e realizao de tarefas, tudo isso supervisionado pelos formadores que tenham sobre essa realidade especfica conhecimento terico/prtico. O conhecimento que se incorpora ao aluno no decorrer do manuseio leva ao conhecimento de suas potencialidades.O que foi dito para o nvel primrio vlido para outros nveis. Porm, preciso acrescentar algo nas instituies universitrias que tm por objetivo formar/armadores para as instituies educacionais de turismo. Ao enfocar a problemtica da formao de recursos humanos para o turismo, deve-se lembrar que existe uma caracterstica muito particular do produto turstico final. Este , na realidade, um composto de pelo menos, trs sub-produtos: agncias (operadoras), hotelaria e transporte, que se substancializam numa s imagem turstica. Uma agncia "vende" uma imagem do "contexto", a hotelaria coloca um tipo de hospedagem conforme um contexto especfico e o transporte ir adequar os meios ao contexto onde transita. Estas trs atividades compem, numa viso macro, a actividade turstica; esto intrinsecamente interrelacionadas, porm suas organizaes empresarias so estruturadas, organizadas e administradas diferentemente.Esta especificidade coloca nas instituies de ensino uma grande responsabilidade na imagem do produto turstico, pois deve enfatizar a necessidade de formar pessoas responsveis pela imagem global do turismo, Outro ponto importante acompanhar as mudanas que ocorrem aceleradamente, na realidade do mercado de trabalho: preciso que as instituies pensem nas mudanas ocasionadas pela informtica, preparando a mo-de-obra para uma concorrncia que vir com a globalizao.