conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo ...

53
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU FECLI CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS JOÃO VICTOR PORFIRIO LEITE CONHECIMENTO SOBRE PARASITOSES COM OS ALUNOS DO 6º ANO DA ESCOLA PROFESSORA ALBA ARAÚJO - IGUATU-CE IGUATU CE 2012

Upload: biofecli

Post on 14-Jun-2015

771 views

Category:

Education


45 download

TRANSCRIPT

Page 1: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

0

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

FACULDADE DE EDUCAÇÃO CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU – FECLI

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

JOÃO VICTOR PORFIRIO LEITE

CONHECIMENTO SOBRE PARASITOSES COM OS ALUNOS DO 6º ANO

DA ESCOLA PROFESSORA ALBA ARAÚJO - IGUATU-CE

IGUATU – CE

2012

Page 2: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

1

JOÃO VICTOR PORFIRIO LEITE

ANÁLISE DO CONHECIMENTO SOBRE PARASITOSES COM OS ALUNOS

DO 6º ANO DA ESCOLA PROFESSORA ALBA ARAÚJO - MUNICÍPIO

IGUATU-CE

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de graduado/licneciado em Ciências Biológicas Orientadora: Profa. Esp. Mayle Alves Bezerra

IGUATU-CEARÁ 2012

Page 3: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

2

Page 4: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

3

Dedico aos meus pais Ana Maria Leite

Souto e Francisco Porfírio Souto, por todo

amor, paciência e dedicação prestados a

mim. A minha Vó materna, Maria José

Leite De Oliveira, pela sua coragem e

pela sua extrema ajuda, ao meu Irmão

John Paulo Porfírio Leite pelo

companheirismo e ajuda simples, mas de

uma importância imensa para mim, a

todos os meus amigos, pelas palavras de

força e em especial, a Maria Lívia Guedes

Candido e Thamires Alves Do Carmo que

ao longo dessa árdua caminhada, não me

abandoaram em momento algum.

Page 5: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, minha força maior e o centro do meu viver, por me

possibilitar chegar até aqui, a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, minha

companheira perpétua e minha guia na escuridão da vida.

De forma bastante especial, a meus pais Ana Maria Leite Souto e Francisco

Porfírio Souto, que mesmo em suas simplicidades me ensinaram que o valor

das pessoas não está no que elas vestem ou vivem, mais sim no que elas são,

a minha Vó materna Maria José Leite De Oliveira, pela sua dedicação, seu

esforço e sua ajuda para sempre me proporcionar o que desejava.

Ao meu irmão John Paulo Porfírio Leite, pelo seu amor incondicional e único,

amor fraterno que não precisa de explicação.

A minha Orientadora de projeto Ana Cristina Oliveira e Silva, pela sua imensa

paciência, disponibilidade e vontade de ajudar, não vou esquecer nunca do

auxilio e da atenção a mim prestados por essa pessoa tão especial e a minha

orientadora de monografia Mayle Bezerra pelo seu auxilio.

De maneira especial, a Profª. Dra. Alana Cecília de Menezes Sobreira, pela

sua disponibilidade em me acolher nos momentos de desesperos e de

angústia, jamais esquecerei suas palavras.

A todos os meus amigos que sempre me deram força e não me deixaram

fraquejar, quando os problemas pareciam ser maiores que as soluções, e de

um modo mais que especial a minha grande e mais que amiga uma “Irmã”

Maria Lívia Guedes Candido pelo apoio dela e de toda a sua Família e aqui,

agradeço de forma especial a Francineuma (Neuminha) pela paciência e a

vontade de ajudar que ela demonstrou durante esse processo de construção

da monografia.

Page 6: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

5

E não podia deixar de falar da minha “co - orientadora” Thamires Alves Do

Carmo te agradeço demais, pelo apoio e pela sua dedicação e digo que se não

fosse você talvez hoje eu não estivesse aqui, pois por n motivos, quis fraquejar,

mas você sempre ali do meu lado, minha companheira fiel de aventuras, de

momentos bons e ruins, de alegrias e tristezas.

Externo aqui também, meus sinceros agradecimentos a Liduína Maria Duarte

Dos Reis, pela sua enorme sabedoria repassada a mim, por meio de belas e

construtivas palavras, uma mulher de fibra, força e experiência inigualáveis.

A minha madrinha Josefa, por sua enorme colaboração na realização desse

grande sonho.

Agradeço de modo especial também, o auxilio amigos que estão além da

faculdade, a Barbara Rodrigues Bezerra, por seu companheirismo e força nos

momentos difíceis, e a um grande amigo (Salomão André), que pelas

peripécias da vida, já não me proporciona os momentos felizes que muitas

vezes me ajudaram a esquecer um pouco dos problemas, e a ver a vida de

uma forma mais descontraída. Os agradeço de coração por tudo.

Enfim, a todos que mesmo das maneiras mais simples possíveis me ajudaram

a edificar sonhos e alcançar objetivos, e por último, porém não menos especial

a minhas grandes e inesquecíveis amigas Katilene Mendonça e Mikaelly

Batista que juntos formamos o famoso trio maravilha, companheiras fiéis de

longas datas.

Page 7: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

6

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem

perder o que, com frequência, poderíamos

ganhar, por simples medo de arriscar. William

Shakespeare.

Page 8: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

7

RESUMO

Parasitoses são consideradas muitas vezes como doenças decorridas da

pobreza, nesse contexto, as situações precárias de saneamento básico e

moradia, contribuem em grande parcela, para o aumento de manifestações

parasitológicas. Entende-se que parasitismo é apenas um, dentre muitos tipos

de associação de dois organismos, e não há um caráter único possível para

rotular um animal como parasita. O presente trabalho tem como objetivo

compilar estudos realizados e publicados com enfoque no conhecimento de

alunos do ensino fundamental sobre parasitoses. O tema é bastante polêmico,

uma vez que se trata do estudo de doenças que são transmitidas

principalmente pela falta de higiene das pessoas, e pela falta de conhecimento

prévio sobre os parasitas e as doenças que eles podem causar. Para alcançar

os objetivos propostos, foram realizadas investigações, utilizando questionário

a fim de descobrir que tipo de conhecimento, os envolvidos detinham acerca

dos assuntos e após o levantamento, foram realizadas palestras e dinâmicas

que buscaram proporcionar um melhor conhecimento sobre as parasitoses. A

partir do levantamento de informações, foi percebido que o conhecimento dos

alunos quanto aos riscos, prevenções e tratamento das parasitoses ainda é de

certa forma precário, o que pode ser constatado a partir da análise das

respostas contidas no questionário aplicado aos alunos, configurando-se

assim, o resultado negativo quanto ao índice do conhecimento parasitológico

dos alunos, concluindo-se que projetos de intervenções, com atividades

educativas e dinamizadoras que busquem minimizar essa falta de

conhecimento, podem auxiliar na prevenção das parasitoses comuns em áreas

de risco, como o local de aplicação do questionário onde as condições

sanitárias e financeiras são complicadas e acarretam ainda mais problemas de

saúde, relacionados a falta de higiene.

Page 9: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

8

ABSTRACT

Health is a state of complete physical wellbeing, mental and social,

and not merely the absence of disease. Certain diseases are caused by

transmitting agents, such as animals. When there is a relationship of disease

transmission between humans and animals, called zoonoses, naturally

transmitted between vertebrate animals and humans. The objective of this study

was to investigate the empirical and scientific knowledge of students in the

classes of 7th grade, "A" and "B", at the Elementary School João Rocha Fialho

in the municipality of Iguatu-Ceará, about diseases transmitted to humans by

animals company. The study was conducted in two classes of 7th grade, "A"

and "B", where the research involved a sample of 44 students in the Elementary

School João Rocha Fialho located on Rua Geraldo Maia, Vila Gadelha, rural

area located 12 Km away from the city of Iguatu-Ce. The tool used to collect

data was a questionnaire, which showed objective and subjective questions

about the students’ knowledge regarding zoonoses. After the questionnaire

application and analysis of the results, there was presentation of lectures on

zoonoses transmitted by pets, emphasizing the risks of transmission, treatment

and prevention. In summary, it was found that most students have empirical

knowledge about zoonoses, especially the popular names of each disease; they

reported that had such knowledge in their homes, from relatives and neighbors

especially when there was some occurrence of zoonoses with their pets.

Therefore, the minority was limited to assert that has a scientific knowledge

about these diseases, showing that they have obtained this knowledge from

campaigns of PSF (Family Health Program), in school or even in the center of

zoonoses of city, being aware of the real name of the condition, its symptoms,

treatment and prevention primarily to prevent these diseases. the situation of

lack of empirical or scientific knowledge of the students is Worrying , since they

have in their homes a considerable number of pets, where the same are in

direct contact with these, without knowing the risks to which they are exposed.

Keywords: students, knowledge, zoonoses.

Page 10: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

9

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO......................................................................

10

2. OBJETIVOS........................................................................ 12

2.1 Geral.................................................................................. 12

2.2 Específicos......................................................................... 12

3.REFERENCIALTEÓRICO..................................................... 13

3.1 Breve histórico da parasitologia.................................... 13

3.2 Tipos de Parasitoses mais frequentes................................. 16

3.2.1 Giardíase...........................................................................

3.2.2 Ancilostomose....................................................................

3.2.2.1 Ancylostoma duodenale..................................................

3.2.3 Necator americanus.........................................................

3.2.4Ascaridíase.........................................................................

3.2.6 Amebíase............................................................................

3.3 Educação em Saúde..............................................................

16

17

18

19

19

20

22

4. METODOLOGIA...................................................................... 24

4.1Tipo de estudo......................................................................... 24

4.2 Cenário da pesquisa............................................................... 24

4.3Sujeito da Pesquisa. ................................................................ 25

4.4 Instrumento de coleta de dados............................................... 25

4.5 Análise dos dados ..................................................................

4.6 Aspectos Éticos e Legais da Pesquisa....................................

26

26

5.RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................... 27

5.1 cacterização dos alunos............................................................ 27

5.2 Quem já teve parasitose?......................................................... 29

5.2.1 O que são parasitoses?......................................................... 30

5.2.2 Meios de transmissão das parasitoses................................... 34

5.2.3 Sintomas.................................................................................. 35

5.2.4 Como saber se está infectado.................................................

5.2.5 Meios de prevenção das doenças parasitárias........................

5.2.6 Partes do organismo onde se encontram com mais frequência

os parasitas.......................................................................................

5.2.7 Dinâmicas como ferramenta pedagógicas: ajudando a fixar o

conhecimento dos

alunos..................................................................................................

36

38

39

40

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................... 41

Page 11: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

10

1. INTRODUÇÃO

Atualmente, as doenças parasitárias são assuntos bastante

discutidos, já que no Brasil, a população vem sendo afetada por grandes

surtos. A falta de conhecimento sobre as doenças causadas por parasitas faz

com que a situação fique mais grave. Um fator relevante, quando se trata do

assunto dos altos índices de parasitoses, é a falta de qualidade na habitação e

alimentação da população. Todo esse conjunto aumenta o índice de pessoas

infectadas por parasitos e de portadoras de doenças, que por eles são

causadas.

Conhecida muitas vezes como doença de saneamento básico, visto

que, situações precárias de cuidado com a água, esgoto, lixo e moradia

contribuem em grande parcela para o aumento de manifestações

parasitológicas, entende-se que parasitismo é apenas um, dentre muitos tipos

de associação de dois organismos e não há um caráter único possível para

rotular um animal como parasita (WILSON, 1980 apud MASCARINI, 2003).

Em meio a este problema propõem-se à sociedade em geral o apoio

e o auxilio na prevenção e combate de parasitoses. Tal combate pode ser

alcançado de maneira simples e eficaz, buscando educar as pessoas quanto a

bons hábitos higiênicos e alimentares, evitando contaminações que podem

levar ao aparecimento dessas doenças. Ações pontuais e conjuntas com o

auxílio de toda a população, ajudam no combate aos parasitos, diminuindo os

riscos de manifestações parasitárias.

No entorno das grandes necessidades de saneamento básico, um

movimento voltado à orientação de práticas simples de higienização do corpo e

de ambientes e trabalhos educativos oferecidos em sala de aula podem

influenciar bastante na diminuição dos altos índices de infestações.

Diante do exposto, pergunta-se: qual o conhecimento dos alunos em

relação a parasitoses, sua transmissão e prevenção? E quais as parasitoses

mais frequentes no entorno?

Page 12: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

11

O tema é bastante polêmico, uma vez que se trata do estudo de

doenças que são transmitidas principalmente pela falta de higiene das pessoas

além da falta de conhecimento prévio sobre os parasitas e as doenças que eles

podem causar.

Por meio desse estudo, buscou-se analisar o nível de conhecimento

dos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental da Escola de Ensino

Fundamental Professora Alba Araújo localizado no bairro Vila Moura que

apresenta alta incidência de casos de vermes e parasitoses e apresenta

condições de saneamento básico precárias o que facilita mais ainda a

infestação por parasitas e o surto de parasitoses, levar até eles informações

básicas sobre conceito, transmissão, sintomas e prevenção de algumas das

mais frequentes doenças parasitárias, auxiliando na conservação da boa

qualidade de vida e no bem estar da comunidade em geral, em razão do

conhecimento de práticas que auxiliem nos tópicos supracitados.

Page 13: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

12

2. Objetivos

2.1 Objetivo Geral

Analisar o conhecimento de alunos do 6º da Escola de Ensino

Fundamental Professora Alba Araújo localizada no município de Iguatu/CE

sobre parasitoses.

2.2 Objetivos Específicos

Verificar o conhecimento da população em estudo sobre as formas de

prevenção, transmissão e sintomas de parasitoses como: Giardíase,

Ancilostomose e Ascaridíase.

Intervir, por meio de dinâmicas educativas, com temas voltados para a

educação em saúde, na prevenção, transmissão e tratamento de

parasitoses.

Incentivar e estimular a prática de educação em saúde, ou mudanças de

paradigmas.

Identificar alunos que contraíram parasitoses.

Promover dinâmicas educativas.

Page 14: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

13

3 Referencial Teórico

3.1 Breve histórico da parasitologia

Ao longo da história, observa-se que ao invés de existir um processo

linear e relativamente simples de transição epidemiológica, existem casos

chamados doenças de pobreza que são substituídas por doenças do tempo

atual. Na realidade observa-se um quadro complexo de alterações, mudanças,

adaptações e emergências típicas dos fenômenos vivos. Tal relação entre as

populações de homens, vetores e agentes etiológicos é bastante complexa e

não parece estar no horizonte, deixando uma expectativa de que para os

próximos anos esteja-se livre de infecções (BARATA, 2000 apud MASCARINI,

2003).

Podemos definir parasitismo como uma espécie de associação

ocorrente entre seres vivos, onde somente uma das partes seja beneficiada.

Na maioria dos casos, o ser de maior porte ou seja aquele que hospeda

denominado de “hospedeiro”, sai sempre em desvantagem, pois é a partir dele

que o parasita consegue a absorção de nutrientes e energia necessários a sua

sobrevivência (NEVES, 2006).

Acredita-se que o parasitismo tenha surgido da necessidade de

um organismo com menor porte tenha sentido em tirar proveito das condições

que outro organismo de maior porte poderia oferecer-lhe, seja essa vantagem

obtida através da alimentação, proteção, entre outros. Com o passar do tempo,

houve inúmeras adaptações que tornaram a relação entre parasita hospedeiro

melhor relacionadas, fazendo então com que o ser parasito ficasse cada vez

mais e mais dependente de um hospedeiro. Tais adaptações tornaram-se

marca dos parasitos, sendo em grande parte morfológicas, fisiológicas ou

biológicas (NEVES, 2010).

Segundo Foster (1965), citado por Mascarini (2005), em meados

do ano de 1860, surge uma ciência capaz de estudar e analisar os seres

parasitas causadores de doenças importantes no homem e em seus animais

domésticos, essa ciência recebe o nome parasitologia. Tal ciência entrou em

Page 15: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

14

desenvolvimento e se tornou um ramo da história natural por volta da metade

do século XIV, mesmo com muitos parasitologistas sendo médicos. Tudo isso

se deu pelo fato de que muitos que conseguiram destaque naquela época no

estudo das parasitoses serem médicos, zoólogos e profissionais de outras

áreas da história natural.

Ainda segundo a autora supracitada, a parasitologia não foi

marcada por grandes eventos, uma vez que ela se desenvolveu ao decorrer

dos séculos XIX e XX, em laboratórios de universidades, que em sua maioria

não apresentavam condições essenciais aos estudos que eram realizados.

Teve seus maiores avanços realizados por homens isolados em partes do

planeta pertencentes a algumas universidades como: Army e Laveran, na

Argélia; Bunch, na África do Sul; Ross, na Índia; Manson, na China; e Bancroft,

Queensland e Wucherer, no Brasil. Na Europa, destacam-se Rudolphi, Von

Siebold e Leuckhart, apoiados por grandes universidades e Kcheinmeister e

Cobbold, indivíduos independentes, que nunca tiveram posição acadêmica de

muita importância.

Ao decorrer da história ganham ênfase dentre os principais tipos

de parasitoses as intestinais: helmintíases e protozooses representam um dos

tipos de doenças mais comuns do planeta, são doenças endêmicas em países

de terceiro mundo, onde problemas com saúde e saneamento são

relativamente altos (MONTEIRO, 1995 apud BRASIL, 2005).

Parasitoses intestinais ou enteroparasitoses decorrem no intestino

de macroparasitas (helmintos) e/ou de microparasitas (protozoários).

Helmintíases e protozooses comprometem, de forma heterogênea, cerca de

25% da população mundial, variando com a região e características das

comunidades (FERNANDEZ, 2006).

Entre as endemias rurais importantes, a última a aparecer em São

Paulo foi a esquistossomose, cujos primeiros casos autóctones foram

registrados em 1923. Foram registrados 11 casos sem que se conhecesse a

espécie de transmissor envolvido. Não foi atribuída maior importância à

Page 16: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

15

descoberta visto que se acreditava não haver condições propícias para a

instalação da endemia (BARATA, 2000 apud MASCARINI, 2003).

Entre os parasitas conhecidos atualmente os mais ocorrentes em

seres humanos são os parasitas intestinais. Em meio aos helmintos, os mais

frequentes são os nematelmintos Ascaris lumbricóides, e os ancilostomídeos

Necator americanus e Ancylostoma duodenale. Já entre os protozoários,

destacam-se Entamoeba histolytica e Giardia duodenalis. Estima-se que cerca

de 1 bilhão de indivíduos em todo mundo alberguem Ascaris

lumbricoides, sendo apenas pouco menor o contingente infestado por

Trichuris trichiura e pelos ancilostomídeos. Estima-se, também, que 200 e 400

milhões de indivíduos, respectivamente, alberguem Giardia duodenalis e

Entamoeba histolytica. Os danos que os enteroparasitas podem causar a seus

portadores incluem, entre outros agravos, a obstrução intestinal (Ascaris

lumbricoides), a desnutrição (Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura), a

anemia por deficiência de ferro (ancilostomídeos) e quadros de diarréia e de

má absorção (Entamoeba histolytica e Giardia duodenalis), sendo que as

manifestações clínicas são usualmente proporcionais à carga parasitária

albergada pelo indivíduo (FERREIRA, 2000).

Infecções parasitárias intestinais refletem com boa margem de

segurança as condições de vida de diferentes comunidades. Influem no sentido

de que elas ocorram com intensidades variáveis, expressivos fatores

exemplificados, sobretudo por saneamento básico, educação inclusive

especificamente para a saúde, habitação e higiene alimentar, que, quando

existem de formas satisfatórias, coíbem a expansão dessas parasitoses. Água

ou alimentos e contato desprotegido com o solo permitem comumente as

contaminações, precisando então merecer prioritárias atenções. Disso tudo,

resulta que a maior, ou melhor, proeminência de tais infecções fique na

dependência de condições relacionadas com desenvolvimentos regionais,

fazendo com que num extremo elas deixem de constituir preocupações

(CHIEFFI, 2003).

Page 17: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

16

Os modos de ocorrência e a frequência com que parasitoses

intestinais são encontradas em determinadas localidades dependem de

interações complexas entre hospedeiros, parasitas e ambientes. É provável

que nos primórdios da história da humanidade, quando nossos antepassados

possuíam hábitos nômades, sobrevivendo como caçador-coletores sem

território fixo, a frequência de infecção por enteroparasitas, especialmente

geohelmintos, fosse menor do que quando, após adotar hábitos gregários, o

homem passou a ocupar território definido e a cultivar o solo, além de criar

animais (CHIEFFI, 2003).

3.2 Tipos de Parasitoses mais frequentes

3.2.1 Giardíase

Seu agente etiológico é a Giardia lamblia. A Giardia apresenta-se

em duas formas evolutivas: o trofozoíto (que apresenta formato de pêra, com

simetria bilateral, e medindo cerca de 20 µm de comprimento por 10 µm de

largura) e cisto (oval ou elipsóide e mede cerca de 12 µm de comprimento por

8 µm de largura, se corado apresenta uma membrana destacada do

citoplasma). A Giardia lamblia é um parasita monóxeno de ciclo direto. A vida

normal de infecção é a ingestão de cistos.

Constituído por parasitos flagelados do intestino delgado de

mamíferos, aves, répteis e anfíbios, encontra-se o gênero Giardia, que

provavelmente tenha sido o primeiro protozoário intestinal humano a ser

encontrado. Um dos primeiros detalhamentos quanto a sua descrição dos

trofozoítos é atribuído a Anton Van Leeuwenhoek (1681), que observou a

movimentação de minúsculos organismos móveis em suas próprias fezes.

Porém, por volta de 1882 Kunstler ao observar um flagelado no intestino de

anuros criou o gênero Giardia. Tanto o gênero como a doença causada pelo

parasito tem sido estudado com muito afinco ao longo dos tempos, infelizmente

várias questões ainda não foram resolvidas e há ainda muita coisa a ser

esclarecida com que diz respeito ao assunto (NEVES, 2010).

Page 18: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

17

Sua transmissão ocorre através da via fecal – oral, ou seja, qualquer

condição que propicie a chegada dos cistos de Giardia liberados nas fezes

possam alcançar a boca de outras pessoas, isso ocasionará a contaminação.

Em geral, as pessoas contaminadas não apresentam nenhum sintoma visível,

alguns podem desenvolver sintomas sendo os mais comuns, diarréia, que

normalmente aparece bem líquida mais também gordurosa, chamada de

esteatorreia, também podem ocorrer cólicas abdominais, mal – estar,

flatulência, náuseas e vômitos, entre outros (PINHEIRO, 2010).

O habitat do trofozoíta da Giardia é o intestino delgado, onde

acontece sua multiplicação e a determinação da sua forma clínica, já sua forma

cística é liberada nas fezes, sobrevivendo fora do hospedeiro, pode contaminar

o ambiente e provocar novas infecções por via oral-fecal (REIS, 2007).

3.2.2 Ancilostomose

Os ancilostomídeos são parasitas que tanto podem ter sido

herdados pela espécie humana através da evolução, como também, podem ter

se adaptado ao homem ou ao seu ancestral o hominídeo. Quando esses

abandonaram as florestas para viverem em savanas, margens de rios ou lagos

e começaram a frequentar ambientes favoráveis ao ciclo de transmissão dos

helmintos de outras espécies. Ainda nos dias atuais a espécie humana pode

infectar-se com parasitos de canídeos e felídeos, como Ancylostoma

ceylanicum e A. caninum respectivamante (ARAÚJO, 1988 apud REY, 2001).

Chama-se de ancilostomose o quadro clínico associado à presença de Ancylostoma duodenale ou Necator americanus no intestino humano, ou mesmo à presença de ambos. Os termos necaturose, opilação, uncinariose e hipoemia tropical são sinônimos, mas usam-se mais raramente. No Brasil constata-se a predominância, na população em geral, de Necator americanus sobre Ancylostoma

duodenale (ARAÚJO, 1997, p. 62).

Para Neves (2010), a Ancylostomidae é uma das mais importantes

famílias de nematoda, com seus estágios parasitários ocorrendo em

mamíferos, incluindo os humanos, causando a ancilostomose, dentre mais de

100 espécies de Anclostomidae somente três são agentes etiológicos das

Page 19: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

18

ancilosmoses humanas: Ancylostoma duodenale (DUBINI, 1843), Necator

americanus (STILES, 1902), e Ancylostoma ceylanicum (LOSS, 1911), sendo

que as duas primeiras são os dois principais ancilostomatídeos de humanos.

A ancilostomose é transmitida por meio de penetração ativa de

pequenas larvas infectantes na pele de um individuo que esteja em contato

com ambientes favoráveis a contaminação, em especial solos que contenham

fezes contaminadas por ovos que irão eclodir e desenvolver as larvas

(FONSECA, s/d).

Seu habitat está de acordo com o tipo de espécie, sendo encontrado

o Ancylostoma duodenale em regiões mais frias com temperaturas entre 23º a

30ºC, por outro lado o Necator americanus tem maior prevalência nas regiões

mais quentes com temperaturas dentro dos 30º a 35ºC. Essa característica

torna a ancilostomose causada pelo N. americanus mais comum entre os

brasileiros. Solos úmidos dão condições favoráveis para o desenvolvimento

das larvas, também propiciam esse desenvolvimento, terrenos arenosos onde

a água é bem mais retida, sem que o corra saturação de umidade (CORREIA,

s/d).

Ainda segundo a autora supracitada, a ancilostomíase, pode

apresentar-se como uma doença com ausência de sintomas, podendo também

chegar a situações bem mais graves, alguns fatores predispõem o

aparecimento exagerado das manifestações. As manifestações podem ser

cutâneas, quando as larvas penetrarem sobre a pele do hospedeiro, tráqueo -

pulmonares quando as larvas migram pelos alvéolos, bronquíolos, brônquios e

traquéia. Podem ser ainda também digestivas resultantes do trajeto esofagiano.

E os meios de prevenção estão ligados a bons hábitos higiênicos, com

medidas sanitárias, que possam prestar uma melhor qualidade de vida, com

condições dignas de saneamento básico e também de alimentação, visto que a

ancilostomíase desenvolve-se com mais forças em pessoas de menor idade e

com alimentação desfalcada quanto ao numero de nutrientes ingeridos.

3.2.2.3 Ancylostoma duodenale

Page 20: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

19

Quanto a sua morfologia os adultos machos e fêmeas

apresentam formas cilindriformes, com a extremidade anterior curvada

dorsalmente; cápsula bucal profunda, com dois pares de dentes ventrais na

margem interna da boca, e um par de lancetas ou dentes triangulares

subventrais no fundo da cápsula bucal. Machos medindo 8 a 11 milímetros de

comprimento por 400 micrômeros de largura; extremidade superior com bolsa

copuladora bem desenvolvida, gubernáculo bem evidente. Fêmeas com 10 a

18 milímetros de comprimento por 600 micrômeros de largura; abertura genital

(vulva) no terço posterior do corpo; extremidade posterior afilada, com um

pequeno processo espiniforme terminal; ânus antes do final da cauda (NEVES,

2010).

3.2.2.4 Necator americanus

O Necator americanus, deriva do latim necator, que significa

assassino, e os adultos dessa espécie apresentam corpo com forma cilíndrica,

tendo extremidade cefálica bem recurvada dorsalmente, possuem cápsula

bucal profunda, com duas lâminas cortantes, possui um dente longo ou cone

dorsal no fundo da sua cápsula bucal, esse dente é sustentado por duas

lancetas, espécie de dentículos triangulares subventrais. Os machos dessa

espécie são menores que as fêmeas, medindo cerca de 5 a 9 mm de

comprimento, por 300 µm de largura, enquanto as fêmeas apresentam

comprimento em torno de 9 a11 mm, por 350 µm de largura (NEVES, 2010).

3.2.5 Ascaridíase

Ascaris lumbricoides é um parasito encontrado em quase todos os

países do mundo. Sua incidência está associada a fatores como: clima,

ambiente, economia entre outros. A incidência de casos de A. lumbricoides é

baseada em estimativas de literaturas bastante antigas, sendo que em 1947

STOLL, baseando-se nesses dados estimou em 644 milhões o número de

pessoas parasitadas pela espécie. Em 1984, dados da OMS (Organização

Mundial De Saúde) relataram um número de 1 bilhão de pessoas infectadas

(NEVES, 2010).

Page 21: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

20

Segundo Campos (2002), entre as mais conhecidas espécies de

nematódeos, encontram-se a Ascaris lumbricóides, pelo fato de a mesma ser

bastante comum na espécie humana. Ainda nos dias atuais a A. lumbricóides

representa um grande problema de saúde pública, em especial nos países em

desenvolvimento cujas condições de moradia, habitação e alimentação, são um

pouco precárias.

De acordo com autor supracitado, as crianças são as mais atingidas

pelo parasito, e também as que desenvolvem grau bem mais significante da

doença. No Brasil, vários exames realizados com estudantes, ajudaram a obter

o resultado de que há uma prevalência de parasitoses intestinais nos

estudantes envolvidos na pesquisa.

Os machos da espécie medem cerca de 20 a 30 cm com

extremidade enovelada ventralmente, as fêmeas atingem cerca de 30 a 40 cm

com extremidade posterior retilínea, tanto machos como fêmeas apresentam

coloração branca e levemente rosada, devido a sua alimentação ser a base de

sangue, seu habitat é o intestino delgado, com prioridade para o jejuno e íleo,

os dois vivem juntos, e geralmente ficam presos à mucosa devido seus

grandes lábios, por outra vez podem também migrar pela luz intestinal

(DOHMS, 2008).

O ciclo biológico do Ascaris lumbricoides é do tipo monoxênico, onde

os ovos vão para o exterior junto com as fezes, encontrando condições

favoráveis os ovos tornam-se embrionados em poucos dias, em seguida as

células germinativas se multiplicam formando a primeira larva fase L1, em

seguida a larva rabditóide L2 , que é a forma infectante, é ingerida por meio da

água contaminada, chegando no estomago a casca é amolecida, encaminha -

se para o intestino e é liberada no ceco. Logo depois penetra na parede

intestinal e cai na corrente sanguínea indo para o fígado, coração, alvéolos

pulmonares e pulmão. No pulmão as larvas sofrem transformações mudando

de tamanho daí então L2 vira L3, depois os capilares se rompem e as larvas

cairão nos alvéolos, sofrendo outra mudança e transformando-se em L4, com

espessura de 1,5 mm (DOHMS, 2008).

Page 22: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

21

3.2.6 Amebíase

Amebas são protozoários de locomoção citoplasmática por meio

dos pseudópodes, pertencente à família Entamoebidae, como as dos gêneros

Entamoeba, Iodamoeba e Endolimax, são parasitas capazes de formar cistos e

de tamanho diminuto características importantes que lhes são atribuídas

(ARAGUAIA, 2008).

Amebíase é uma doença causada pela ameba Entamoeba

histolytica, capaz de causar doenças em seres humanos e pertencente a um

grande grupo de amebas da família Entamoebidae (OLIVEIRA, 2003).

A responsável pela amebíase é denominada Entamoeba

histolytica, ela pode estar presente no organismo sem causar a doença, o

período de incubação varia de 2 a 4 semanas, a amebíase é caracterizada por

diarréias e, em casos mais graves, comprometimento de órgãos e tecidos. É

mais comum em regiões de saneamento básico precário, pois sua forma de

contaminação é por meio da ingestão de cistos (ARAGUAIA, 2008).

Segundo Neves (2010), a amebíase tem sido um importante

problema de saúde pública que leva cerca de 100.000 pessoas a óbito,

tornando-se a segunda maior causa de morte por parasitoses. No início do

século XX cerca de 12% do total da população mundial portava o parasito,

porém destes somente 10% apresentavam sintomas da doença. Com um

grande número de casos assintomáticos Brumpt sugeriu em 1925, a existência

de uma outra espécie de ameba a Entamoeba dispar, que infectava os

assintomáticos, sua hipótese foi rejeitada pela maioria dos pesquisadores da

época, no entanto por volta dos anos 80 começaram a se acumular dados que

davam suporte a hipótese de Brumpt.dentre vários fatores relevantes a OMS,

assume a E. díspar como espécie que infecta o homem. Sendo essa nova

espécie a responsável pela maioria das infecções assintomáticas atribuídas a

E. histolytica. Atualmente, mesmo com a E.dispar reaparecendo a amebíase

continua sendo definida como infecção sintomática ou assintomática causada

pela E. histolytica.

Page 23: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

22

Apresenta ciclo biológico dividido em dois estágios: trofozoíto e cisto.

trofozoíto são formas vegetativas que apresentam formas e tamanhos variados,

medindo entre 10 e 60 µm. Na sua forma cística, apresenta uma estrutura

esférica com cerca de 10 a 20 µm de diâmetro, sua parede é bem rígida devido

a presença de quitina e glicoproteínas (CORDEIRO, 2007).

3.3 Educação em Saúde

Para os Parâmetros Curriculares Nacionais, educação para a

saúde é um modo de promover a proteção da saúde, sendo que trabalhar

temas transversais na sala de aula pode ser bastante significativo e vantajoso,

pois os alunos aprendem noções básicas de qualidade de vida, bem estar e

saúde. A Educação para a Saúde é tida como fator de promoção e proteção à

saúde e estratégia para a conquista dos direitos de cidadania (BRASIL, 1997).

Segundo Brito Bastos (1979) apud Gobbo (2005), a Educação para

a Saúde escolar não deve se limitar a simples informações de assuntos de

saúde. A Educação para Saúde só pode ser efetiva se promover mudança no

comportamento da criança, tornando-a consciente do que é necessário à

conservação da Educação para a Saúde.

Para se trabalhar com uma temática tão delicada como saúde, exige

do profissional (no caso aqui citado, o professor), certa consciência da

delicadeza do assunto, pois vários são os fatores que interferem em uma

melhor qualidade de vida e saúde. Cabe ao professor propor a seus alunos

trabalhar em cima de reflexões sobre temas pré definidos, segundo (BARROS,

2005), tais temas englobam alguns pontos que podem ser abordados pelo

professor como: a ação do homem sobre o meio e do meio sobre o homem, a

participação e promoção de campanhas públicas, a produção de textos

escritos, orientações sobre o risco de transmissões de doenças e suas

respectivas prevenções a partir de bons hábitos higiênicos, o trabalho com

Page 24: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

23

outros temas interdisciplinares, trabalhar o cotidiano sempre que possível, e

promover aulas reflexivas sobre uma boa qualidade de vida.

É bastante evidente a grave situação de saneamento e habitação no

território brasileiro, o que contribui em grande parte para o aumento de casos

de parasitoses, o conjunto de fatores de risco tende a aumentar os índices de

mortalidades. De fato, excetuando-se alguns coeficientes de mortalidade de

determinadas capitais do Brasil que contam com adequado sistema de registro

de estatísticas vitais, poucas outras informações fidedignas são disponíveis

para caracterizar o perfil de saúde dos brasileiros. Pouco também se sabe

sobre a heterogeneidade do perfil de saúde dos vários segmentos da

sociedade brasileira e menos ainda são conhecidas eventuais mudanças

recentes naquele perfil. Seria redundante afirmar quanto o referido

desconhecimento é danoso para o país, na medida em que sonega valioso

instrumento de monitorização da política geral de desenvolvimento e na medida

em que impede o planejamento criterioso de políticas setoriais de intervenção

dirigidas à problemática de saúde da população (MONTEIRO, 1985).

Segundo Silva (2010), vários fatores são requisitos para a doença

parasitária existir: precárias condições higiênicas e alimentares, alteração do

meio ambiente e concentração da população parasitária. Há fatores inerentes

ao parasito, tais como: concentração de espécimes, tamanho, virulência,

metabolismo e inerentes ao hospedeiro: idade, condição nutricional, condições

de resposta. As crianças em idade escolar, principalmente as que vivem em

condições precárias, são as mais acometidas e de forma mais grave pelas

enteroparasitoses, pois sua resposta imunológica não é suficiente para a

eliminação dos parasitas.

A infecção parasitária é quase sempre negligenciada. Os indivíduos

permanecem parasitados de forma silenciosa por longos anos, o que causa

sérios problemas, principalmente nas crianças, nas quais a evolução da

infecção pode determinar desde quadros assintomáticos até falta de apetite,

seguida por emagrecimento e diarreia (VARGAS, 2004 apud UCHÔA, 2009)

Page 25: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

24

4. METODOLOGIA

4.1 Tipo de Pesquisa

A pesquisa teve caráter descritivo e exploratório, com abordagem

quanti - qualitativa.

Gil (1993) define que a pesquisa descritiva tem como objetivo

principal a descrição das características de determinada população ou

fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.

De acordo com Marconi e Lakatos (2006), um estudo exploratório-

descritivo tem como objetivo descrever inteiramente um fenômeno

estabelecido.

Segundo Leopardi (2002) a pesquisa qualitativa é aquela que busca

a compreensão do problema a partir das perspectivas dos envolvidos no

estudo. Quanto ao que se está entrevistando entende-se que tem

conhecimento quanto a sua vida, satisfação e surpresas, e quanto ao

entrevistador obterá seus resultados através da analise dos dados e objetivos a

serem alcançados.

4.2 Cenário da Pesquisa

O trabalho foi desenvolvido na Escola de Ensino Fundamental

Professora Alba Araújo, localizada na Rua Amália Brasil, nº 363, Bairro Vila

Moura, cidade de Iguatu/CE, que se encontra na região Centro-Sul do Estado

mais precisamente na Cidade de Iguatu que, possui uma área territorial de

1.017 Km², com uma população residente de 96. 495 habitantes, segundo o

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (IBGE, 2010).

A escola atende a crianças e adolescentes das comunidades de Vila

Neuma, Vila Moura e São Gabriel, e dos sítios Araras, Juazeirinho e demais

regiões de seu entorno. A escola detém uma boa estrutura física com salas

bastante arejadas, banheiros triplos, quadra de esportes e área verde.

Page 26: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

25

4.3 Sujeitos da Pesquisa

A população deste estudo foi composta por alunos do 6º ano da

Escola Professora Alba Araújo na cidade de Iguatu/CE.

Para seleção da amostra, foram adotados os seguintes critérios de

inclusão:

Alunos que estavam regularmente matriculados;

Possuíssem idade entre 12 e 14 anos;

Estivessem presentes na sala de aula no dia do estudo;

Aceitassem participar da pesquisa;

Alunos cujos pais estejam dispostos a assinar o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Foram considerados excluídos para a amostra:

Não estar presente na sala de aula no dia do estudo;

Negar-se a participar da pesquisa;

Recusar-se a assinar o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE).

4.4 Instrumentos de Coletas de Dados

Os dados foram coletados no período de agosto e setembro de

2012. A pesquisa foi realizada através de um questionário (Apêndice C),

anônimo, contendo perguntas subjetivas sobre parasitoses.

O questionário foi respondido pelos alunos do 6º ano do ensino

Fundamental da Escola de Ensino Fundamental Professora Alba Araújo, após

explanação sobre o tema parasitoses para esclarecimento sobre alguns termos

que eles apresentaram dúvidas.

Page 27: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

26

Posteriormente, foi realizada uma dinâmica educativa que mostrou a

importância de bons hábitos higiênicos na prevenção e combate a parasitoses,

e também os perigos aos quais estão expostos constantemente habitando

ambientes contaminados por parasitas.

4.5 Análise dos Dados

Todas as informações coletadas foram submetidas à técnica de

análise de conteúdo, que busca atingir os objetivos de ultrapassar as

incertezas, oferecendo respostas às perguntas formuladas; enriquecer a leitura,

buscando compreender seus significados e integrar as descobertas

desvendando a lógica subjacente às falas (BARDIN, 2007).

No aspecto da apuração dos dados, foi realizada uma análise

minuciosa do questionário aplicado, buscando identificar o conhecimento dos

alunos sobre parasitoses, bem como sua prevenção, transmissão e sintomas.

4.6 Aspectos Éticos e Legais da Pesquisa

Toda a pesquisa decorreu de acordo com a Resolução N° 196/96,

do Conselho Nacional de Saúde (CNS) - Ministério da Saúde (MS), que aborda

as pesquisas envolvendo seres humanos, na qual incorpora, sob a percepção

do indivíduo e das coletividades, os quatro referenciais básicos da Bioética:

autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, entre outros, e visa

assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica,

aos sujeitos da pesquisa e ao Estado (BRASIL, 1996).

O estudo foi realizado mediante autorização do Diretor da Escola

Professora Alba Araújo, Iguatu/CE (Apêndice A). Como procedimento ético, os

participantes da pesquisa receberam explicações sobre a finalidade e objetivos

do estudo. A partir disso, os participantes que voluntariamente aceitaram

participar e responder as perguntas da referida pesquisa, assinarão o Termo de

Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).

Page 28: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

27

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Caracterização dos alunos

Os resultados apresentados e discutidos, a seguir, tem como base a

pesquisa realizada com 16 alunos do 6º ano da E. E. F. Professora Alba Araújo

localizada no bairro Vila Moura, no município de Iguatu, sobre o conhecimento

de parasitoses, seus riscos e prevenções.

Podemos observar a partir dos dados expostos no Gráfico 1 que os

alunos da E.E.F.Profa. Alba Araújo não detém conhecimento prévio sobre

parasitologia, uma vez que 62,5% dos alunos não souberam responder o que

são parasitoses (Gráfico1).

Figura 1: Índice de conhecimento sobre parasitoses dos alunos do 6º ano da E.E.F. Professora Alba

Arújo.

De acordo com o gráfico visualisa - se a falta de conhecimento dos

alunos que vivem em áreas de risco quando o assunto relaciona-se a

parasitoses, como pode - se observar na fala dos autores a seguir que relatam

o ensino fundamental como maior alvo em áreas com situações precárias de

Page 29: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

28

saneamento. Relatam ainda que o alto índice de enteroparasitoses na

população infantil do Brasil é um fato preocupante. (MACHADO et al., 1999;

UCHÔA et al., 2001).

Diante do exposto pode-se concluir que os alunos da E.E.F. Profa.

Alba Araújo estão localizados em região considerada de risco, pois o bairro

onde está localizado a escola, possui precárias condições de saneamento

básico, a falta de conhecimento expõe ainda mais os alunos aos riscos, sem

conhecer as doenças, suas causas, prevenções e tratamentos eles ficam

vulneráveis a infestações parasitológicas.

Em relação ao sexo podemos observar no (Gráfico 2) que a maioria

dos participantes envolvidos na pesquisa eram do sexo feminino perfazendo

um percentual de 69%, enquanto que no sexo masculino observa - se um

percentual de 31%.

Figura 1: Sexo dos participantes

A faixa etária dos alunos participantes esta intercalada entre os 11 e

12 anos, sendo que apenas 4 dos 16 participantes afirmaram ter 11 anos

Page 30: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

29

enquanto os demais confirmaram a idade de 12 anos. Quanto ao perfil sócio

econômico dos alunos entrevistados, podemos observa-se após análise do

Gráfico 3 que 44% dos alunos participantes possuem renda mínima familiar

que varia entre 1 e 2 salários mínimos, enquanto que 18% possuem menos de

1 salário mínimo como renda total da família, outra parte dos alunos completam

os dados totalizando 19% dizendo ter uma renda mínima familiar com mais de

2 salários mínimos, podendo-se ainda observar que 19% não responderam a

questão.

Figura 2: Condição socio econômica dos participantes

Page 31: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

30

5.2 Quem já teve parasitose?

Todas as crianças envolvidas na pesquisa já tiveram algum tipo de

parasitose, porém como não conhecem acerca do assunto, um dos

participantes, respondeu que só tinha adquirido verme e nunca parasitose.

Com base em pesquisas de outros autores pode-se analisar que o despreparo

dos alunos os levam a falar muitas vezes coisas que nem ao menos conhecem,

citando assim casos falsos de doenças parasitárias, segundo Costa (2009), a

formação adequada do profissional que atua na área da educação básica

torna-se imprescindível, já que as informações adquiridas pelos alunos nessa

fase representam uma das primeiras etapas do desenvolvimento cultural do

indivíduo.

Pode-se observar a falta de conhecimento por parte dos alunos a

partir da expressão utilizada por um dos participantes que diz:

“Nunca na vida. Verme eu já tive mas parasitoses nunca”

(Participante 1)

Vargas (s/d) atribui essa falta de conhecimento ao fato da

incorporação do tema saúde pública em meados da década de 80 na grade

curricular da disciplina de Ciências Biológicas, o que a tornou muito ampla em

seus vários aspectos de estudo.

Percebe-se que há uma grande dificuldade por parte dos

professores dessa área, de trabalharem satisfatoriamente, o extenso conteúdo

de biologia, com reduzida carga horária, (apenas duas aulas semanais). Os

professores relatam que o tempo é muito curto para muitas explicações e que

muitas vezes as aulas deixam a desejar, completam sua fala dizendo que

muitos assuntos não são explicados de forma correta devido ao curto período

de tempo que eles têm para concluir o conteúdo, relata a professora da turma

onde a pesquisa foi aplicada.

Nota-se ainda que assuntos como higiene, saneamento básico

profilaxia de parasitoses intestinais têm recebido pouca ou nenhuma atenção

por parte dos educadores. Sendo que somente os professores de Ciências

Page 32: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

31

recebem tais atribuições, aqui pode-se observar a necessidade de assuntos

como higiene, saneamento básico entre outros relacionados a saúde se

tornarem interdisciplinar.

5.2.1 Conhecimento sobre parasitoses.

Parasitoses intestinais são doenças causadas por vermes e

protozoários (seres muito pequenos que não podem ser vistos a olho nu, sendo

somente com ajuda de um microscópio). As parasitoses em sua maioria têm

como agentes etiológicos, helmintos, protozoários, vírus e bactérias que são

capazes de migrar de um organismo a outro, parasitando assim mais de um

ser, disseminando as doenças parasitárias. Porém vale ressaltar que, o

organismo hospedeiro deve mostrar predisposições intrínsecas, para que o

parasita possa então gerar nele um estado de doença. (GARRIDO, 2011;

SOUZA, 2010).

Diante da definição de parasitose, observou-se que a informação

sobre a definição da doença ainda é confusa, uma vez que, as respostas

mostram imprecisão nas informações repassadas pelos alunos como, pode-se

confirmar nas respostas abaixo.

“são os mosquitos bem pequenos que agente nenver eles fica

no nosso organismo” (Participante 6)

“são coisas que dependem de outras para sobreviver”

(Participante 14)

“carrapato mosquito da dengue” (Participante 7)

“parasitose é quando agente come alguma coisa que faz mal

agente” (Participante 2)

“são vermes” (P.5; P.16; P.8)

Segundo o participante P.6, observa-se a confusão na definição de

parasitose, uma vez que ele apresenta a definição do agente etiológico e não

da doença, ao se observar a resposta do participante P.14, percebe-se também

a incoerência apresentada em sua resposta definindo parasitas e não

Page 33: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

32

parasitoses, em geral ao concluir-se a analise das três primeiras respostas

observa-se que ambos demonstram confusão de informações em repassar de

forma concisa o que realmente é uma parasitose.

Vale ressaltar que para o participante P.2 a falta de conhecimento é

maior ainda, pois ele, não define em termos corretos nada que possa ser

aproveitado como resposta, ao contrário dos seus colegas participantes que

apenas trocaram as definições, ele apresenta então total falta de conhecimento

sobre o assunto redigindo palavras incoerentes e em desacordo ao objetivo da

pergunta.

Ainda em relação à questão inicial pode-se perceber que muitos

definem de maneira geral e empírica um conhecimento trazido de casa,

segundo os mesmos, parasitoses são vermes, tudo isso foi analisado também

no momento após a aplicação do questionário onde os participantes discutiam

as perguntas e explicavam o que eram parasitoses, o que para eles seriam

vermes e lombrigas.

Em contra partida constatou-se que alguns participantes

responderam de maneira correta o que lhes era proposto na pergunta,

expressando de forma precisa e coerente a real definição de parasitoses, como

se pode observar abaixo.

“parasitoses são doenças transmitidas por parasitas”

(Participante 7)

“Parasitoses são doenças causadas por os parasitas.”

(Participante 13)

“São as doenças transmitidas pelos parasitas.” (Participante 3).

Isso demonstra que alguns já detém certo conhecimento sobre

parasitoses ainda que pouco, mais que já contribui para a disseminação entre

os colegas. É de certa forma intrigante analisar que alunos de uma mesma sala

detém conhecimentos totalmente diferentes uns dos outros, o que leva a

pensar que o conhecimento popular vindo de casa, de conversas informais com

Page 34: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

33

familiares pode sim fazer a diferença, pois na sala todos são expostos aos

mesmos ensinamentos e questionamentos.

Page 35: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

34

5.2.2 Meios de transmissão das parasitoses.

Garrido (2011), diz que de um modo geral, a contaminação por

parasitas intestinais procede de várias formas. Sendo a principal delas a

ingestão de alimentos ou água contaminada e também através da pele por

pequenos ferimentos. Explica Garrido que “Tudo aquilo que comemos pode

estar contaminado por micro-organismos e gerar doenças”. Corroborando com

autor supra citado, (HARHAY; ESCOBEDO, 2010 apud FERNADES et al 2011)

explica que a via fecal-oral é a principal forma de transmissão, a partir da água

ou alimentos contaminados.

Em complemento (FERREIRA, 2005; GARRIDO, 2011), ainda diz

que fatores como condições de promiscuidade proporcionadas por banheiros e

dormitórios coletivos favoreceram assim como má condições de saneamento

auxiliam na transmissão. São eles Trichuris trichiur, Ascaris lumbricóides,

Taenia e ancilostomatídeos, a partir de ovos que ficam depositados em tais

lugares onde as condições de higiene são precárias.

Podemos então verificar com mais precisão o que diz cada

participante quanto aos meios de transmissão das parasitoses a partir da

analise das respostas que se seguem.

“através de beijo de bebe ou no mesmo copo da pessoa que

tem a doença”. (Participante 1)

“quando espirramos perto de alguém”. (Participante 9)

“são transmitidas pela falta de higiene”. (Participante 14)

“são transmitidas por alimentos mal lavados, nossas mãos

sujas, banho mal tomado e etc...”. (Participante 4)

Em relação aos meios de transmissão, detecta-se que muitos

realmente compreendem tais mecanismos, e que quanto ao modo pelo qual se

transmitem apresentam conhecimento prévio, o que de certo modo torna-se

favorável quando tratarmos de prevenção, uma vez que, conhecendo-se as

formas mais comuns de transmissão se consegue então formas de prevenção

Page 36: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

35

mais objetivas o que resulta em um menor número de casos de infestação

parasitológica.

O fato deles apresentarem conhecimento sobre transmissão está

relacionado à forma de como eles adquirem esta informação, pois os seus pais

e muitas das pessoas que os ensinam possuem apenas conhecimento

empírico, o que os leva também a possuir escassez de informações cientificas.

O conhecimento empírico pode ser analisado a partir do que diz

Fachin (2003). O conhecimento empírico é conceituado sendo a resposta para

ocorrências baseada na vivência, experiência de erros e acertos, que não

possuem fundamentação metodológica.

Mello (2004) ressalta os meios de transmissão dando ênfase para o

risco que os mesmos podem trazer em situações onde ha aglomeração de

pessoas como exemplo creches e escolas, segundo ele a transmissão fecal

oral pode tornar-se um grave problema em instituições e creches pela

transmissão pessoa-pessoa.

5.2.3 Sintomas

Hirsch, (2011) descreve mal-estar, dor de cabeça, vertigem,

desconforto e fraqueza como possíveis sintomas de parasitoses leves ou

moderadas. Segundo MELLO (2004), a sintomatologia é uma variável que

pode ser observada de acordo com a condição física e mental do portador. Os

quadros graves são mais comuns em pacientes desnutridos; imunodeprimidos;

com neoplasias, portadores de doenças do colágeno, anemia falciforme,

tuberculose, esplenectomia prévia; ou naqueles em uso prolongado de

corticóides ou imunossupressores.

De acordo com o autor supracitado nos quadros leves as

manifestações são inespecíficas: anorexia, irritabilidade, distúrbios do sono,

Page 37: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

36

vômitos ocasionais, náuseas, diarréia. “Manchas de pele” e “ranger de dentes”

são relacionados popularmente com parasitoses intestinais, sem no entanto,

haver confirmação científica.

Confirmando as palavras de Mello (2004), Manfroi (2009) cita que

manifestações clínicas podem ou não está presentes, variando de ausência de

sintomas a estado subagudo ou crônico. Os sintomas, em sua maioria, são

vagos e inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico clínico, salvo exceções de

prurido anal em casos de enterobíase (oxiuríase), quando há eliminações de

vermes na ascaridíase, ou quando evoluem para suas complicações, com

manifestações clínicas mais evidentes. Baseado nas informações explicitas

pelos autores analisamos as respostas expostas pelos participantes.

“os sintomas incluem: dores de cabeça, febre, dores no corpo

nas perna”. (Participante 1)

“a pessoa que contrai parasitoses pode apresentar: palides,

enjôo fraqueza dor de barriga”.(Participante 7)

“quando estão com fraquessa nas pernas, quando estão com

dor di cabeça esses são os sintomas que apresentam uma

pessoa infectada por parasitas”. (Participante 9)

Pode-se analisar que a maioria sabe bem os sintomas da doença,

descrevendo de maneira clara e objetiva o que eles conhecem a respeito

condizendo com a expressão dos autores quanto aos sintomas, porém também

nessa questão observou-se a falta de resposta por alguns participantes que a

deixaram em branco, refletindo assim a falta de conhecimento dos participantes

em relação aos sintomas que uma pessoa infectada por parasitas podem

apresentar.

5.2.4 – Etiologia da doença

Page 38: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

37

O diagnóstico de certeza de um processo parasitológico é dado pela

demonstração da presença do parasito ou de seus produtos no organismo do

hospedeiro. Entretanto, nem sempre é possível ou fácil de comprovar a

existência do parasitismo. A observação a partir do microscópio de

determinadas coletas de fezes permite visualizar e detectar a presença de

ovos, quistos e trofozoítos (REY, 2001 apud UECKER, 2006).

Segundo Mello (2004), a maioria dos parasitos não determina

quadro clínico característico, mas a procedência histórica pode auxiliar o

médico na elaboração da impressão diagnóstica. A identificação do parasita em

fezes, sangue, tecidos e em outros do organismo determina, na maioria das

vezes, o diagnóstico etiológico. O exame complementar mais utilizado é o

parasitológico de fezes.

“tem que ir ao médico ou comer alguma coisa que se sinta

mal”. (Participante 2)

“as pessoas podem sabe por exemplo se a fezé sair com

manchas de sangue e sinal que a gente tem”. (Participante 16)

“por renedio”. (Participante 8)

“Quanto sente dor na cabeça dor no estomago não tem fodade

de come”. (Participante 14)

Observa-se que os alunos usam os sintomas como meios para

diagnosticar as parasitoses, em observação todos citam que a partir de um

sintoma detecta-se que podem ou não apresentar infecção parasitária, ainda

de acordo com os autores supracitados podemos entender que para um

diagnóstico preciso quanto a real presença de parasitas no organismo.

Necessita-se de exames laboratoriais que auxiliem o diagnostico da

parasitose a partir da presença de traços encontrados em fezes ou coleta de

sangue que comprovem realmente a presença dos parasitas, embora também

haja outras formas ainda que mais simples de se diagnosticar, porém segundas

Page 39: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

38

alternativas só são possíveis quando o número de parasita no organismo já se

faz em excesso o que de certa forma compromete a vida do infectado.

5.2.5 Meios de prevenção das doenças parasitárias.

São consideradas medidas gerais de controle e combate as

parasitoses simples ações como: impedir a contaminação fecal da água e

alimentos através de medidas de saneamento, educação em saúde, destino

adequado das fezes e controle dos indivíduos que manipulam alimentos. As

medidas específicas constituem-se em lavar as mãos após o uso do sanitário,

lavar cuidadosamente os vegetais com água potável, deixando-os imersos em

hipoclorito de sódio a 2,5% (uma colher de sopa de hipoclorito em um litro de

água filtrada) durante meia hora, para eliminar os cistos, evitar práticas sexuais

que favoreçam o contato fecal-oral, investigar os contatos e as fontes de

infecção. (PAUL, 2008)

Para Castro (2003) Atos simples do cotidiano, como: lavagem de

mãos com água e sabão neutro reduzem os riscos de contaminação. Medidas

básicas de prevenção das parasitoses devem iniciar-se por um trabalho

educativo que abranja equipe e familiares. Além do aspecto de formação dos

educadores, cozinheiros, faxineiros do ambiente ao qual esteja relacionado

como escolas, hospitais, creches e etc.

“tomar banho não brincar na areia não ficar de pés discauso

manter a casa limpa”. (Participante 16)

“diabeti”. (Participante 10)

“lavar bem os alimento ter muita higiene pessoal e etc”.

(Participante 1)

“são lava as maões antes de pega nos alimentos e lave bem os

alimentos”. (Participante 13)

“lavar as mãos antes de comer e os alimentos escovar os

dentis tomar banho todo dia”. (Participante 7)

“muitas dores de cabeça”. (Participante 5)

Page 40: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

39

5.2.6 Partes do organismo onde se encontram com mais frequência os

parasitas.

Em qual parte do organismo os parasitas ficam alojados? A resposta a

essa pergunta está ligada ao tipo de parasitose ao qual o paciente é portador,

variando assim o seu local de hospedagem no organismo, na maioria dos

casos os parasitas ficam alojados no intestino grosso ou delgado, a

ancilostomose também conhecida como amarelão é causada por parasitas,

que se alojam no intestino delgado quando estão em sua fase adulta

(TREVISAN, 2010).

No caso da ascaridíase também conhecida como lombriga, possui

larva que habita vários órgãos como: fígado, coração, pulmões, passando para

fase adulta os vermes ficarão alojados também no intestino depois de

passarem pelo tubo digestivo do ser parasitado. No caso da giardíase o

parasita percorre o tubo digestivo inserindo-se no intestino delgado. Em

resposta a essa pergunta a maioria dos alunos responderam que os parasitas

ficam alojados no estomago.

“eles estão no estomago” (Participante 9)

“eles estão na barriga”. (Participante 4)

“eles estão acima da sintura”. (Participante 15)

“estão no estomago” (Participante 5 e P.13)

Em concordância, BERGER (2012) diz que Parasitas podem viver

em quase qualquer parte do corpo, incluindo o trato digestivo, na pele (ou

abaixo dela) e no fígado.

Para os participantes o local mais propício de se encontrar parasitas

é no estômago ou no intestino, porém foge de seus conhecimentos que

parasitas também podem habitar outras partes do organismo como citado

acima pelos autores.

Page 41: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

40

A partir desses dados pode-se constatar que o conhecimento

popular apresentado por eles não os trás tanta especificidade na resposta as

perguntas as quais foram indagados a responderem. Isso nos leva a pensar

que o conhecimento prévio é de bastante importância, porém não o suficiente

para amenizar riscos aos quais estão expostos quando falamos de parasitoses.

5.2.7 Dinâmicas como ferramentas pedagógicas: ajudando a fixar o

conhecimento dos alunos.

A forma dinâmica sobre como são abordados alguns assuntos, na

maioria das vezes facilita o aprendizado dos alunos, uma vez que maneiras

diferenciadas de se repassarem informações complexas, pode ajudar no

entendimento dos alunos o que os leva a compreender de forma mais clara

muitos assuntos considerados de difícil compreensão. Podemos confirmar tal

importância das dinâmicas em sala de aula a partir da fala de CHAGAS (2007).

As aulas práticas têm se mostrado de extrema importância para o processo

ensino aprendizagem na formação do profissional, potencializando a fixação e

a contextualização do conhecimento.

A dinâmica traz ao aluno novas perspectivas de aprendizagem,

facilitando o entendimento de conteúdos que por muitas vezes podem parecer

complexos ou se apresentarem com difícil compreensão por parte dos alunos,

no intuito dessa facilitação de conteúdo, aplicou-se a dinâmica que resultou em

um melhor aprendizado, onde pode-se observar a interação dos participantes e

o empenho no

Page 42: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

41

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando todas as informações contidas nos questionários

respondidos pelos alunos, vê-se a necessidade de potencializar atividades que

contribuam no melhoramento do conhecimento desses alunos acerca do tema

abordado, já que todos vivem em área considerada de risco no que diz respeito

a doenças de saneamento básico, e foi percebido que poucos conhecem e

conseguem expressar conceitos e teorias a respeito das parasitoses. Entende-

se que a família e a escola são fundamentais nessa aquisição de informação e

que esses segmentos devem ser mais ativos e presentes a fim de melhorar a

condição de aprendizagem e convivência social dessas crianças.

No entanto é de certa forma preocupante o observado nas respostas

dos alunos, ao se analisar que eles não apresentam conhecimento prévio

sobre o assunto e por conta disso ficam bem mais vulneráveis a infestações

por parasitas e a surtos parasitários causados por falta de higiene e

saneamento básico, fica então claro que ainda falta muito para se concluir um

trabalho de intervenção eficaz, uma vez que os alunos ainda não detêm em

seus conhecimentos formas básicas de prevenção e tratamento e

conhecimento ainda que empírico sobre tais doenças, o que de certa forma

torna difícil uma maneira de interferir precisa e continua. Analisando por esse

lado, fica o questionamento de que ainda se necessita trabalhar muito as

parasitoses de forma geral englobando todos os seus riscos, formas e meios

de transmissão e tratamentos.

Conclui-se que a pesquisa atingiu seu objetivo principal percebendo

então a precariedade não somente no conhecimento como também no ensino

dessas crianças a respeito das parasitoses, o que deixa claro a necessidade de

intervenção urgente para reversão total ou ao menos parcial nesse quadro

apresentado nos resultados da respectiva pesquisa.

Page 43: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAGUAIA, M. Amebíase. 2008. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/doencas/amebiase.htm>. Acesso em: 15 de maio de 2012.

ARAÚJO, A.; FERREIRA, L. F. Homens e parasitos: a contribuição da paleoparasitologia para a questão da origem do homem na América. Revista USP, São Paulo, v.34, p. 58-69, 1997.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. 3ª edição. Lisboa, Portugal: Edições 70, LTD. 2007. BARROS, L. O.; MATARUNA, L. A saúde na escola e os parâmetros curriculares nacionais: analisando a transversalidade em uma escola fluminense. 2005. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd82/saude.htm. Acesso em: 28 de mai. 2012. BERGER, O. Cura para parasitas humanas. Disponível em: http://www.appforce.net/curas-para-parasitas-humanas.html. Acesso em: 18 de Novembro de 2012. BRASIL; Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Bioética. V. 4, n.2, Brasília: 1996. BRASIL; Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros curriculares nacionais. V. 9. Brasília. 1997.

BRASIL; Ministério da Saúde. Plano nacional de vigilância e controle das enteroparasitoses. Brasília. 2005.

CAMPOS, M. R.; VALENCIA, L. I. O.; FORTES, B. P. M. D.; BRAGA, R. C. C.; MEDRONHO, R. A. Distribuição espacial da infecção por Ascaris lumbricóides. Revista de saúde pública, v.36, n. 1, p. 69-74, 2002.

CASTRO C. G.; BEYRODT C. G. P.; Ações de enfermagem na prevenção de parasitoses intestinais em creches Revista de Enfermagem. UNISA 2003; CHAGAS, W. E. C; DANTAS, J. A; ALENCAR. V. M. P. D; MONTEIRO, C. H. Renovando as aulas práticas de parasitologia. Paraíba, 2007.

CHIEFFI, P. P.; NETO, V. A. Vermes, verminoses e a saúde pública. Revista ciência e cultura, v.55, n.1, p. 41-43, 2003.

CORDEIRO, T. G. P.; MACEDO, H. W. Amebíase. Revista de patologia tropical, Rio De Janeiro, v.36, n.2, p. 119 – 128, 2007.

Page 44: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

43

CORREIA, M. C. Doenças Infecciosas, parasitárias, neurológicas e do recém nascido: Ancilostomíase. Disponível em: http://www.mccorreia.com/ acesso em: 27/05/2012.

COSTA, M. M. R; LIMA, A. M. S; BARBOSA, R. N. Conhecimento de docentes da rede pública de ensino do município de serra talhada/PE, sobre as parasitoses intestinais. Pernambuco, 2009. DOHMS, M. Ascaris lumbricóides. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/farmacia/artigos/445 acesso em 27/05/2012.

FACHIN, Odilia. Fundamentos de metodologia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. FERNANDES, S; BEORLEGUI, M; BRITO, M. J; ROCHA, G.; FERREIRA, G. R.; ANDRADE, C. F. S. Alguns aspectos socioeconômicos relacionados a parasitoses intestinais e avaliação de uma intervenção educativa em escolares de Estiva Gerbi, SP. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 38, p. 402-405, 2005.

FERNANDEZ, S. C. L. Avaliação epidemiológica de parasitoses intestinais entre escolares assistidos por microáreas de unidades de saúde do município de Poços de Caldas-MG. Alfenas. 2006.

FERREIRA, G. R; ANDRADE, C. F. S. Alguns aspectos socioeconômicos relacionados a parasitoses inrestinais e avaliação de uma intervenção educativa em escolares de Estiva Gerbi, SP. Revista da sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.38, n. 5, p. 402-405, 2005.

FERREIRA, M. U.; FERREIRA, C. S.; MONTEIRO C.A. Tendência secular das parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo (1984-1996). Revista de Saúde Pública. São Paulo, v.30, n.6, p. 73-82, 2000.

FONSECA, K. Ancilostomose. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/doencas/ancilostomose.htm>. Acesso em: 14 de mai.

GARRIDO, P. Como prevenir parasitoses intestinais. Folha do Oeste, Santa Catarina, 2011. Disponível em: http://www.adjorisc.com.br/jornais/folhadooeste/impressa/cadernos especiais/mais-

vida/como-prevenir-parasitoses-intestinais-1.582748#.UL8eOWdP8tp. Acesso em: 28 de Novembro de 2012. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. Ed., São Paulo: Atlas, 1993. GOBBO, A. C.; KRIEGER, F.; BUSATO, L.; RUIZ, R.; COSTA, R.R. “O professor de ciências e a metodologia em saúde e higiene”. 2005. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2005/anaisEvento/documentos/com/TC

CI166.pdf>. Acesso em: 12 de mai. 2012.

Page 45: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

44

Hirsch, S. Almanaque dos bichos que dão em gente. São Paulo, Correcotia, S/D.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dados básicos do Iguatu – CE. 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=230550>. Acesso em: 18 de mai. 2012. LEOPARDI, M. T. Metodologia na pesquisa na saúde. 2002. 2ª. Ed. Florianópolis UFSC – pós - Graduação em enfermagem. MACHADO, R. C.; MARCARI, E. L.; CRISTANTE, S. F. V.; CARARETO, C. M. A. Giardíase e helmintíases em crianças de creches e escolas de 1º e 2º graus (públicas e privadas) da cidade de Mirassol (SP, Brasil). Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 32, p. 697-704, 1999. MANFROI, A; STEIN, A.T; CASTRO, F. E. D. Abordagem das Parasitoses Intestinais mais Prevalentes na Infância. 2009. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos da metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MASCARINI, L. M. Uma abordagem histórica da trajetória da parasitologia. São Paulo, 2003.

Melo, E. M; Ferraz, F. N; Aleixo, D. L. Importância do estudo da prevalência de parasitos Intestinais de crianças em idade escolar. Rev. Saúde e Biol., v. 5, n. 1, p. 43-47, jan./jul. 2010

MONTEIRO, A. C.; ZUÑIGA, H. P. P.; BENÍCIO, M. H. A.; SZARFARC, S. C. Estudo das condições de saúde das crianças do município de São Paulo, SP (Brasil), 1984 – 1985: aspectos metodológicos, características sócio – econômicas e ambiente físico. Revista de saúde pública, São Paulo, v.20, n.6, p. 43-45, 1986.

NEVES, P. D. Parasitologia humana. São Paulo: Fórum-Atheneu, 2010. ed. 11. 2010.

NEVES, P. D.Parasitologia dinâmica. São Paulo: Fórum-Atheneu,2006. ed. 2. 2006.

OLIVEIRA, M. Saúde: amebíase. 2003. Disponível em: <http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=90&sid=8>. Acesso em: 11 de mai. 2012.

PAUL, M. M. Prevenção das parasitoses intestinais, Trabalho de Conclusão de Curso (especialização) – Escola de Saúde do Exército, Programa de Pós-Graduação em Aplicações Complementares às Ciências Militares. Rio de Janeiro, 2008

Page 46: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

45

PINHEIRO, P. Giardia lamblia: sintomas e tratamento. Disponível em: http://www.mdsaude.com/2010/09/giardia-lamblia-sintomas.html. Acesso em: 26/05/2012.

Programa Saúde Na Escola. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=14578%3Aprograma-saude-nas-escolas&catid=194%3Asecad-educacao-continuada&Itemid=817. Acesso em 19 de Dezembro de 2012.

REIS, P. R. M.; FILHO, J. A. F. D.; PENNA, K. G. B. D.; COSTA, S. H. N.; MESQUITA, M. M.; SILVA, J. B.; CASTRO, F. S.; CHEN, L. C. Correlação entre eosinofilia e protoparasitoses por Giardia lamblia em crianças. Revista

brasleira de análises clinicas, s/l, vol. 39(3): 237-239, 2007.

REY, L. Um século de experiência no controle da ancilostomíase. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Rio de Janeiro, v.34, n.1, p. 61-67, 2001.

SILVA, R. K.; SANTOS, J. M.; FONSECA, F. T. B. Conhecimentos de parasitoses intestinais: um olhar em discentes de escola pública de Camaragibe. X JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX, Recife, 2010.

SOUZA, W. Doenças negligenciadas, Rio de Janeiro, 2010. TREVISAN, R. Vilões escondidos. Revista Viva Saúde. São Paulo, 2010. Disponível em: http://revistavivasaude.uol.com.br/saude-nutricao/67/artigo113655-

1.asp. Acesso em: 15 de Novembro de 2012. UCHÔA, C. M. A; LOBO, A. G. B.; BASTOS, O. M. P.; MATOS, A. D. Parasitoses intestinais: prevalência em creches comunitárias da cidade de Niterói, Rio de Janeiro – Brasil. Rev. Inst. Adolfo Lutz, Rio de Janeiro, v. 60, n. 2, p. 97-101, 2001.

UCHÔA, M. A.; ALBUQUERQUE, M. C.; CARVALHO, F. M.; FALCÃO, A. O.; SILVA,P.; BASTOS, M. P. Parasitismo em crianças e funcionários de creches comunitárias na cidade de Niterói-RJ, Brasil. Revista de patologia tropical. Vol. 38, n. 4, p. 267-278. 2009.

UECKER, M; COPETTI, C.E; POLEZE, L; FLORES, V. Infecções parasitarias: diagnostico imunológico de enteroparasitoses*. Rio Grande do Sul, 2006. VARGAS, A. C; STANGE, C. E. B. Educação Sanitária: Contribuições ao Aprendizado em Conteúdos de Ciências Biológicas na Educação Básica, Ensino Médio. Curitiba s/d.

Page 47: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

46

APÊNDICES

Page 48: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

47

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ORIENTADORA: PROFª ESP. ANA CRISTINA DE OLIVEIRA E SILVA

APÊNDICE A - TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

Eu, João Victor Porfírio Leite, estudo com o intuito de realizar um

levantamento sobre o conhecimento dos alunos a respeito das parasitoses

mais frequentes no dia-a-dia, na Escola de Ensino Fundamental Professora

Alba Araújo.

O referido trata-se de um estudo qualitativo que tem como finalidade

colher informações a cerca do conhecimento dos alunos dos alunos quanto a

doenças parasitárias. Desse modo solicitamos, por meio deste, a autorização

para a realização da pesquisa, intitulada “ANÁLISE DO CONHECIMENTO

SOBRE PARASITOSES COM OS ALUNOS DO 7º ANO DA ESCOLA

PROFESSORA ALBA ARAÚJO - MUNICÍPIO IGUATU-CE”. Coordenação do

Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de

Iguatu.

Eu, __________________________________________________

nº RG__________________________________ ciente das informações

recebidas, concordo com a coleta de dados da pesquisa intitulada ANÁLISE

DO CONHECIMENTO SOBRE PARASITOSES COM OS ALUNOS DO 7º

ANO DA ESCOLA PROFESSORA ALBA ARAÚJO-MUNICÍPIO IGUATU-CE.

A pesquisa será realizada sob responsabilidade de João Victor Porfírio Leite,

graduando do Curso de Ciências Biológicas, da Faculdade de Educação,

Ciências e Letras de Iguatu - FECLI, informo à Coordenadora Alana Cecília de

Page 49: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

48

Menezes Sobreira de que, em nenhum momento, a instituição estará exposta a

riscos causados pela liberação do estudo.

Estou ciente também de que os resultados encontrados no estudo

serão usados apenas para fins científicos. Fui informado de que a instituição

não terá nenhum tipo de despesa ou gratificação pela referida participação, e

que a não participação não acarretará qualquer prejuízo no seu direito a

receber assistência nessa instituição.

Ainda informo – lhe que os dados serão apresentados ao Curso de

Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu,

podendo ser utilizado também em eventos científicos, mas não mencionarei

seu nome, pois este será preservado, sendo em sigilo a identidade do

participante.

Caso precise entrar em contato, informe – lhe que meu telefone é

(88) 9206-3447.

_______________________________________

João Victor Porfírio Leite

Tendo em vista, que fui satisfatoriamente informado sobre a

pesquisa: ANALISE DO CONHECIMENTO SOBRE PARASITOSE COM OS

ALUNOS DO 7 º ANO DA ESCOLA PROFESSORA ALBA ARAÚJO,

MUNICÍPIO DE IGUATU – CE, realizada sob a responsabilidade do

pesquisador João Victor Porfírio Leite, concordo em participar da mesma.Estou

ciente de que meu nome não será divulgado e que o pesquisador estará

disponível para responder - me a quaisquer dúvidas.

Iguatu,________de ________________2012

___________________________________

Assinatura do participant

Page 50: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

49

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ORIENTADORA: PROFª. ESP. ANA CRISTINA DE OLIVEIRA E SILVA

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Prezado Sr (a):

Eu, João Victor Porfírio Leite, concludente do Curso de

Licenciatura Plena em Ciências Biológicas pela Faculdade de Educação,

Ciências e Letras de Iguatu – FECLI/UECE, estou desenvolvendo um estudo

que busca analisar o conhecimento de alunos da Escola de Ensino

Fundamental Professora Alba Araújo sobre parasitoses, a partir de um

questionário realizado para alunos do sétimo ano da Escola de Ensino

Fundamental Professora Alba Araújo.

Assim, solicito sua autorização para que seus filhos possam

participar dessa pesquisa, que tem como título ANÁLISE DO

CONHECIMENTO SOBRE PARASITOSES COM OS ALUNOS DO 7º ANO

DA ESCOLA PROFESSORA ALBA ARAÚJO-MUNICÍPIO IGUATU-CE. Sua

autorização será muito importante para a elaboração desse estudo, pois se

espera com ele, descobrir o nível de conhecimento dos alunos sobre parasitas

e doenças por eles causadas.

Mas, para isso, preciso de sua autorização para a realização do

questionário que contemple os objetivos proposto desse trabalho. Desde já,

Page 51: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

50

dou-lhe a garantia de que as informações que estou colhendo serão apenas

para a realização do meu trabalho e, também, lhe asseguro que a qualquer

momento terás acesso às informações sobre o estudo, inclusive para resolver

dúvidas que possam ocorrer. O Sr (a) tem o direito de autorizar ou não, a

participação de seus filhos nesta pesquisa, a qualquer momento, e que terei

acesso aos resultados publicados em períodos científicos.

Tendo exposto concordo voluntariamente em autorizar a execução

da pesquisa na Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu-FECLI.

_______________________________________

Assinatura do participante

_______________________________________

Profª. Dr. Alana Cecília de Menezes Sobreira

Coordenadora do Curso de Ciências Biológicas/FECLI

_______________________________________

João Victor Porfírio Leite

Page 52: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

51

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE

FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU - FECLI CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

APÊNDICE C – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS PARA ALUNOS

DO 6° ANO DA ESCOLA ALBA ARAÚJO SOBRE PARASITOSES

PROJETO DE PESQUISA: Analisar o conhecimento de alunos da Escola de

Ensino Fundamental Professora Alba Araújo sobre parasitoses.

1.1 Perfil do aluno

Iniciais: ____________ Idade: _____________ Sexo ( ) M ( )F

Renda da família, baseado no salário mínimo:

Menos de 1 ( )

De 1 a 2 ( )

De 2 a 3 ( )

Mais de 3 ( )

1.2 Questões diretas

O que são parasitoses?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Você sabe como podem ser transmitidas as parasitoses?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Page 53: Conhecimento sobre parasitoses com os alunos do 6º ano da escola professora alba araújo   iguatu-ce - joão victor porfirio

52

O que as pessoas sentem, quando estão infectadas por parasitas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Como a pessoa pode saber se está infectada por parasitas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Quais os meios de prevenção, das doenças parasitárias?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Em qual parte do organismo os parasitas ficam alojados?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Você já teve alguma parasitose (verme)?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________