conhece-te a ti mesmo nº6

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Conhece-te Boletim Filosófico da Nova Acrópole Nº6 | Distribuição Gratuita | Abr-Ago 2011 Filosofia e Psicologia Prática Sabedoria Viva das Antigas Civilizações a ti mesmo Necessidade de Homens Bons O Fenómeno Islandês A Amizade Filosófica O Monograma de Cristo e o Fi BD Filosófica Ulisses de Samotrácia O Cromeleque dos Almendres Vide Interior Programa de Actividades: Lisboa | Porto | Coimbra | Aveiro

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Ulisses de Samotrácia O Cromeleque dos Almendres Necessidade de Homens Bons A Amizade Filosófica O Fenómeno Islandês Vide Interior Programa de Actividades: Lisboa | Porto | Coimbra | Aveiro Filosofia e Psicologia Prática BD Filosófica Boletim Filosófico da Nova Acrópole Nº6 | Distribuição Gratuita | Abr-Ago 2011 Sabedoria Viva das Antigas Civilizações

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Conhece-teBoletim Filosófico da Nova Acrópole Nº6 | Distribuição Gratuita | Abr-Ago 2011

Filosofia e Psicologia PráticaSabedoria Viva das Antigas Civilizações

a ti mesmo

Necessidadede Homens Bons

O FenómenoIslandês

A AmizadeFilosófica

O Monogramade Cristo e o Fi

BD Filosófica

Ulissesde Samotrácia

O Cromelequedos Almendres

Vide Interior Programa de Actividades: Lisboa | Porto | Coimbra | Aveiro

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Publicite

AQUIContactos

213 523 056 | 939 800 [email protected]

Av. Antº Augusto Aguiar17 4º Esq. Lisboa

tel. 213 523 056tlm. 917 243 132

8 sessões de 1h30 | Uma vez por semana

INSCRIÇÕES ABERTAS

4 de Maio19h30

29 de Junho19h30

Índice

Necessidade de Homens Bons

O Fenómeno Islandês

A Amizade Filosófica

Em Direcção às Estrelas

O Monograma de Cristo e o Fi

BD Filosófica

Ulisses de Samotrácia

Rubrica Eu Fui, Eu sou... Ecos do Passado O Cromeleque dos Almendres

Ficha Técnica

PropriedadeNova Acrópole PortugalAv. Antº Augusto Aguiar, 17 4º esqº1050-012 Lisboa

DirectorJosé Carlos Fernández

GrafismoDaniel Oliveira

ColaboraçãoJORGE ANGEL LIVRAGA Beatriz Diez Canseco

Cleto SaldanhaDelia Steinberg Guzmán

José Carlos FernándezMichel Echenique

Sri Ram

RevisãoCleto SaldanhaJosé RochaSeverina GonçalvesSónia Oliveira

TraduçãoCarla César Sónia Oliveira

Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Nova

Acrópole nem da direcção da revista. Comprometem exclusivamente a

responsabilidade do seu autor.

www.nova-acropole.pt

Abr-Ago

2011

Pág.

4Pág.

6Pág.

7Pág.

9Pág.

11Pág.

16Pág.

18Pág.

22

Programas de Actividades

Pág.

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Beatriz Diez Canseco Directora Adjunta da Nova Acrópole Internacional

Extraído do anuário internacional de 2011 da Nova Acrópole:

http://issuu.com/oinaes/docs/new_acropolis_-_yearbook_2011

Todos concordamos que este mundo de-veria ser melhor, mas por onde devemos co-meçar para melhorá-lo? Na Nova Acrópole estamos convencidos de que os verdadeiros progressos se forjam melhorando primeiro o ser humano.

Em tempos de anti-valores, crise econó-mica, violência e catástrofes como os que estamos a viver, o homem comum tende a fechar-se em si mesmo para proteger-se; nele prevalece o seu instinto de sobrevivência; re-age com egoísmo, desconfiança e agressivi-dade. Um medo gelado arrefece o seu cora-ção e paralisa as suas mãos. Por isso estamos a trabalhar em todo o mundo para difundir uma obra filosófica, que volte a humanizar o ser humano, que lhe permita descobrir- -se, entender qual é o sentido profundo da sua existência e desenvolver valores como a união, a responsabilidade e a solidariedade.

Hoje, mais do que nunca, necessitamos unir-nos, porque a união torna-nos fortes. Se vencemos os medos, a desconfiança e o egoísmo, poderemos trabalhar juntos pelo bem comum da nossa sociedade e gerar mu-danças positivas à nossa volta. Se unirmos as nossas mãos, as nossas vontades e inte-ligência, veremos o quanto podemos fazer pela educação, pelos problemas humanos e sociais, pela promoção da cultura e pela ecologia.

Precisamos de assumir a responsabilidade, não só da nossa própria vida, mas também do nosso mundo e do nosso futuro como humanidade. Em vez de esperar que outros melhorem as circunstâncias, façamo-lo nós. Há quem pense que por não estar a fazer nada prejudicial, contribua para melhorar as coisas, mas essa atitude não é suficiente para gerar uma mudança. São necessários feitos positivos e realizados a tempo.

Editorial

Um espírito solidário é capaz de transfor-mar o ser humano enquanto se transforma o mundo. Desenvolvamos a generosidade, não só dando ajuda material, pois esta dura só um instante. Se queremos beneficiar o homem de forma permanente, é necessário dar-lhe uma educação integral, filosófica, que o faça crescer como ser humano.

Convidamo-lo a unir-se e a apoiar esta obra filosófica e educativa que enobrece a condição humana.

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Esta necessidade de uma condição moral que provenha de uma natureza ingenitamente pura, do próprio Ser, está assinalada por Platão na totalidade das suas obras e com mais de vinte séculos de distância, por Kant e os seus seguidores.

Não houve nenhum filósofo nem pensador que pusesse em dúvida tal necessidade, em-bora com a queda do Mundo Clássico, isto, evidente em si mesmo, ficasse condicionado a prévias razões teológicas, políticas e sociais, quando não simplesmente económicas.

Ao desenvolvimento da mecânica instru-mental no campo físico, juntou-se um processo similar no metafísico, ficando o indivíduo pau-latinamente enterrado num lamaçal do que poderíamos chamar «culto ao procedimento» e ainda das procedências.

Assim, a bondade ingénita do homem está condicionada à sua religião, à origem familiar, geográfica, racial, e outras coisas que enche-riam páginas inteiras de um detalhado mos-truário de preconceitos e superficialidades.

A Humanidade deixou-se ofuscar pelos pla-nos e sistemas, pelas formas dos receptáculos em vez dos conteúdos. Face à quebra da pla-taforma ética recorre-se às fórmulas mais ou menos utópicas dos receituários, pois ao se conceber o mal como algo real – que já não é

a simples carência do bem, mas uma presença consistente –, apela-se aos exorcismos desper-sonalizados de todas as cores. O Ser passa para segundo plano, condicionado aos aparelhos que, em teoria, criarão, mediante a oração ou a razão, o Homem perfeito a partir das suas pró-prias imperfeições.

Uma imagem prática seria pretender que, se empilhássemos ladrilhos de barro de uma deter-minada forma e maneira, poderíamos construir uma parede de pedra dura, sólida e forte, fazen-do que a «magia» do conjunto transmutasse a natureza do individual e singular.

A massificação espiritual precedeu em mui-tos séculos as modernas cadeias de montagem, e sem medir a realidade, pensou-se que empi-lhando o parcial com o parcial dar-se-ia à luz uma criatura repleta de virtudes e bondades, idêntica aos seus precedentes e aos que lhe su-cedessem. Quando muito, admitiu-se a evolu-ção das formas baseada nos fracassos e acertos da experiência.

Mas o importante deixou de ser o Homem para ser dar prioridade ao conjunto dos ho-mens, como se estes fossem uma mera invenção dos sistemas, homens aos quais os próprios sis-temas dariam o direito à sobrevivência por meio das suas adaptações e perda de toda a carac-terística própria… nos casos em que esta fosse aceite como tal.

Os produtos das cadeias de montagem seriam qualificados segundo a sua proveniência, quer dizer, segundo o sistema que os engendrasse.

Os cristãos eram bons, os «pagãos» maus.De Santiago fizeram um «mata-momos».Os nobres tinham «sangue azul» e os demais

eram «vilões».O povo é bom e os reis são maus… Viva a gui-

lhotina!O operário é bom e o industrial é mau.O militar é mais válido do que o lavrador, ou

vice-versa.O «povo eleito»… «O povo de Deus»… Em

resumo, os «bons» que, para existirem, necessi-tam dos «maus».

E esse denominador comum faz com que se

Necessidadede HomensBons

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O melhor dos sistemas, se os seus governan-tes forem pessoas carentes de moral, será um suplício para os governados. O mito da reden-ção colectiva através dos sistemas demonstrou a sua falibilidade. Inclusive com o tempo, o mais organizado e natural dos sistemas desmorona-se rapidamente se não for mantido por homens e mulheres honrados, morais, numa palavra: BONS.

O que necessitamos não é que triunfem de-terminadas facções ou seitas políticas, sociais ou religiosas. O que necessitamos é de homens bons e que a esses homens bons, reconhecen-

fale dos cristãos, dos judeus, dos muçulmanos, dos ateus, dos brancos, dos negros, dos ricos, dos pobres, dos sábios e dos ignorantes. É o ra-cismo de todas as cores.

Esta aspiração massificante numa redenção colectiva, e numa destruição também colectiva dos que não participem na tal redenção, classe ou partido, põe toda a esperança nos sistemas, credos, raças e aceitações. O homem singular perde importância.

E até se torna inconcebível alguém que não esteja inserido e militando no partido ou na sei-ta em moda.

Contudo, o fracasso fáctico do comunismo, do fascismo, do nazismo e do capitalismo com as suas respectivas características políticas, so-ciais e económicas, semeou no povo a dúvida acerca da eficácia dos sistemas. Não obstante, talvez orquestrados por poderosas fontes de poder, quase todos os povos da Terra clamarem pela democracia e pelo direito ao voto, uns 50 % recusa fazê-lo, e onde é obrigatório, vota-se em branco ou boicotam-se deliberadamente as lis-tas pré-fabricadas pelo sistema.

Exceptuando algumas modalidades do Is-lão, nas religiões passa-se o mesmo, e embora nos mapas demográficos venha apontado, por exemplo, que a Itália é católica, a realidade é que as igrejas estão cheias de turistas curiosos, os mosteiros vazios, convertidos em centros de reuniões alheias à religião e o próprio Papa é alvo de anedotas acerca da sua nacionalidade ou dos seus costumes. É evidente que, o que tradicio-nalmente se entendia por sagrado está muito longe de tudo isto.

É correcto pensar que a solução deste pro-blema passa pela compreensão pura e simples de que o que realmente importa não são os sis-temas, mas os homens que os integram. E que o fundamental é a qualidade moral destes ho-mens. Já pouco importa que um país esteja go-vernado pelas «direitas» ou «esquerdas», que o seu regime seja presidencial ou monárquico.

O que é válido é se o homem ou os homens responsáveis pela administração de um país, são gente boa, honrada, justa, valorosa e cabal.

O pior dos sistemas, se for integrado e con-duzido por homens bons, traz felicidade para o povo, riqueza, bonança e paz.

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do-os como tais, se os deixe ter as máximas res-ponsabilidades em todos os campos. Se assim se fizesse, eles a aceitariam, não por ambição, mas por espírito de generosidade e de solidariedade.

Se, voltando a Platão, o bom sapateiro tem o dever de fazer sapatos para todos; o bom alfaia-te, roupas para todos, etc, aquele que se governa a si mesmo, que domina as suas paixões e verti-caliza as suas ideias com a força da sua vontade, há-de ser o mais apto para aplicar aquilo que nele é vantajoso a todos os membros da sua co-munidade.

Se conseguirmos apoiar os homens bons e lhes dermos os instrumentos culturais necessá-rios, estes poderão integrar qualquer forma de governo, pois qualquer forma de governo em suas mãos será eficaz.

Se um homem bom estiver à frente de uma religião, qualquer que esta seja, despertará nos seus crentes a Presença de Deus, pois vê-la-á re-flectida em si.

Se um homem bom se dedicar à Arte, à Ciên-cia ou a qualquer outra actividade, esta ver-se-á iluminada pela sua própria bondade, não importando o caminho que tome, pois na sua bondade escolherá sempre o melhor.

É necessário consciencializar que não bastou passar do século XX para o século XXI para que cessem os racismos, as perseguições, os enrique-cimentos ilícitos, os genocídios; o que faz falta é mudar «por dentro», esotericamente, para que as máquinas contaminantes do sistema dêem lugar aos homens bons.

É preciso encontrá-los, assinalá-los e apoiá- -los.

Para um homem, não há maior inimigo do que um outro homem, se este for mau, nem me-lhor amigo e ajuda do que um outro homem, se este for bom.

Sejamos valentes e comecemos desde já a deitar na caixa dos desperdícios da História os sistemas nefastos que nos regem para que, so-bre os seus escombros, possa caminhar esse Ho-mem Novo, cuja característica principal é a de ser bom.

Jorge Angel Livraga(1930-1991)

Fundador da Nova Acrópole

AAmizadeFilosófica

O fenómeno Islandês

Há vários meses atrás, a Islândia, um país com cerca de 320 mil habitantes, foi notícia devido à sua bancarrota. Porém, passado um tempo, um silêncio instalou-se e nada mais se soube acerca da situação. Porquê?

A resposta está na forma como os islandeses resolveram enfrentar a crise: A falência deste país ocorreu devido ao endividamento excessivo e à grande quantidade de crédito mal parado que «afogou» os três bancos islandeses. Mesmo após a nacionalização destas instituições a crise económica persis-tiu, levando o governo a pedir ajuda ao FMI (Fundo Monetário Internacional), sendo que o empréstimo concedido por este iria implicar que cada família ficasse a pagar 350 Euros/mês durante 30 anos para colmatar a dívida. O povo revoltou-se, pois não quis assumir os prejuízos da péssima gestão da Banca, e concentrou-se, diariamente, à frente do Parlamento, exigindo a demissão do Governo, o que acabou por acontecer.

Em Abril de 2009, nas urnas, o povo recusou-se a votar nos políticos corruptos e incompetentes que tinham levado o país àquela situação. Como resultado, uma nova força partidária emergiu propondo medidas como a formação de uma nova Constituição ou o fim da economia especulativa, dando primazia a uma que fosse produtora e exportadora.

Mas as coisas não ficaram por aqui: com o FMI conseguiram baixar os juros de 5,5% para 3,3%, não entrando no esquema rapinador do Fundo; iniciaram um processo de caça aos responsáveis pelo colapso financeiro efectuando pedidos de busca e captura à Interpol; finalmente, numa verdadeira lição de Democracia, a coligação no Governo acedeu criar uma assembleia de 25 islandeses, escolhidos entre 500 cidadãos de várias classes, sem qualquer filiação partidária. E o que ocorreu após estas medidas radicais? A economia foi crescendo.

Aqui ficam os factos, as conclusões cada um tirará.

Cleto Saldanha Investigador e Formador da Nova Acrópole

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Durante séculos, expressaram-se, de uma ou de outra forma, os mais altos elogios à amizade. Fizeram-no filóso-fos e literatos, poetas e homens de todo o tipo, até chegar aos nossos dias em que continuamos a ouvir ou a ler sobre a amizade como vínculo sagrado.

Mas vejamos o que é que na realidade vivemos sob o nome da tão venerada amizade.

Hoje prolifera em geral e salvo excepções, um “amiguis-mo” fácil e inconstante, próprio das circunstâncias, como se não passasse de mais um artigo dos tantos que consu-mimos; ou pior ainda, como se fosse o balde do lixo desses artigos comestíveis.

Uma pessoa aproxima-se de outra pelos benefícios que daí possa obter, ampliando o mais possível o limite des-

AAmizadeFilosófica

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Também existem as amizades românticas que escondem, na verdade, outro tipo de sen-timentos, já que acabam em enamoramentos que, infelizmente, não são mais duradouros que as amizades de ocasião.

O que nos falta e queremos recuperar — porque sabemos que nunca deixou de existir — é a amizade filosófica que passa além do tempo e das dificuldades e gera laços de au-têntica fraternidade mesmo que, pelo meio, não haja vínculos de sangue.

Por isso definimo-la como filosófica mes-mo que na vida quotidiana não a chamemos assim. É filosófica porque há amor e necessi-dade de conhecimentos. É a que faz com que duas ou mais pessoas procurem conhecer-se, compreender-se, passando pela compreensão de si próprios. É a que faz nascer o respeito, a paciência e a constância, é a que perdoa sem deixar de corrigir e impulsiona cada um a ser cada vez melhor para merecer o amigo. É a que desperta o sentido da solidariedade, do apoio mútuo em todos os momentos, a que sabe suportar distâncias e dores, doenças e penúrias.

Definimo-la como filosófica porque acredi-tamos que só compartilhando ideias comuns, metas similares de vida, idêntico espírito de serviço e superação, pode nascer essa amiza-de que não surge de um dia para o outro.

Por isso, os que aspiram à Sabedoria e a pro-curam tenazmente, podem e devem cultivar este nobre sentimento dirigindo-o para aque-les que, do mesmo modo, se esforçam por en-caminhar as suas vidas.

A amizade é um sorriso constante, uma mão sempre aberta, um olhar de compreen-são, um apoio seguro, uma fidelidade que não falha. É dar mais que receber; é generosidade e autenticidade. É um tesouro que vale a pena procurar e, uma vez encontrado, manter para toda a vida como antecipação do reencontro das almas gémeas e como sombra predilecta do Eterno.

ses benefícios, que vão desde a companhia para matar a solidão ou para compartilhar uns momentos de distracção, até à possibili-dade de contar com alguém num momento de apuro. Mas passado o apuro, a necessidade ou a solidão forçada, desaparece o amigo e a amizade.

Hoje fala-se de “amigalhaços”, companhei-ros para fumar juntos um cigarro proibido, para beber uns copos, para ver um filme “por-no” ou para fazer alguma brincadeira de mau gosto, remediando tristemente o que antes se chamava valentia.

Existem, isso sim, companheiros de estudo que passam juntos meses e anos em idênticas angústias e alegrias. Existem companheiros de trabalho que se acostumam à rotina diária de encontrar-se e separar-se à mesma hora. Exis-tem companheiros circunstanciais para con-tar histórias e anedotas, penas e problemas, os quais são tanto mais apreciados quanto menos falam e mais ouvem. Mas esses são la-ços que se rompem com facilidade e logo se esquecem quando a vida dá uma volta ines-perada.

Delia Steinberg Guzmán Directora da Nova Acrópole Internacional

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Há uma Estrela da Eternidade, para a qual somos guiados pelas revoluções do Tempo. Há uma estrela que preside ao nosso

nascimento e ocaso, uma estrela que gira eternamente connosco; ela é a estrela do nosso destino. A Estrela Mística é aquela fonte de luz

e vida, o Sol Espiritual central, cujos raios constituem tudo o que está no universo. A direcção do nosso progresso está

em vermos os valores essenciais – o ver-dadeiro, o bom e o belo – sempre mais e mais claramente, e incorporá-los na nossa vida e acções. A forma ou cálice perfeito, que é a

nossa individualidade, está oculta da nos-sa visão imperfeita por um véu de tempo tecido no dourado tear de Deus. Cada um de nos é, na verdade, um

orbe espiritual de luz e de beleza à espera de ser compreendido. Há sempre a brilhante e matutina es-

trela que resplandece acima do horizonte da nossa ignorância. Aquelas ideias brilhantes que perten-

cem ao reino arquetípico, as mais puras, as mais divinas intuições do homem, as notáveis criações do seu ser subjectivo, se-rão todas como estrelas num novo céu da humanidade, a serem reflectidas na nova terra que aquele céu trará à existência. Somos como águias engaioladas; mas

mesmo detrás das barras podemos dar uma olhadela nos vastos céus e extrair inspiração de uma estrela.

A semente da nossa perfeição é a Mónada, o princípio gerador da nossa natureza, a Estrela solitária cujos raios flamejantes iluminam a câmara da nossa consciência, que seria escura se não fosse aquela. Cada indivíduo é uma estrela numa

hoste de estrelas, com as quais a esfera celeste brilha, todas girando em torno daquela estrela directriz que é a Estrela de toda a existência. Além da estrela brilhante, longínqua,

solitária, expande-se um universo infini-to. Quanto mais superior a fonte da sua

iluminação, menor a sombra que lança. Habite na luz sem sombras. Sejamos sempre fiéis à Estrela dentro

de nós que é, ao mesmo tempo, misterio-samente, o Mestre, bem como o nosso Eu supremo, o mais puro, o mais incondicio-nado, onde a unidade e a paz habitam.

Nilakantha Sri Ram(1889-1973)

Filósofo indianoExtraído da obra «Pensamentos para Aspirantes»

DirecçãoEstrelas

Em

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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº610

VisitasCulturais

TeatroPoesiaMúsica

FilosofiaPrática

Floraisde Bach

Como falar em público

LínguaHieroglífica

Círculo deGeometria e MatemáticaSagradas

Caminhadas:A Filosofiada Natureza

Ao serviço da

cultura

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Abr-Ago 2011 | Distribuição Gratuita11

LínguaHieroglífica

Círculo deGeometria e MatemáticaSagradas

CristoFi

Há cerca de um ano, estava a preparar material para o livro A Viagem Iniciática de Hipátia, quando me deparei com um fac-to surpreendente: a relação arit-mética entre o Número de Ouro (Fi) e o Monograma de Cristo - também designado como Cris-mão -, símbolo que o representa, desde os primeiros séculos do Cristianismo até aos dias de hoje.

Fiquei impressionado com as implicações históricas e teológi-cas desta descoberta. Fui imedia-tamente verificar na Internet se alguém já tinha encontrado esta relação. Procurei em português, espanhol e inglês e comprovei, es-tupefacto, que ninguém, jamais, tinha feito referência a este vín-culo de tão grande importância, que pode, segundo penso since-ramente, fazer reescrever os livros de História.

Deve parecer muito pretensio-so ao leitor, a mim também me parecia, mas peço-lhe que tenha paciência e que, juntos, desvele-mos o enigma.

Comecemos por recordar que o Número de Ouro, Divina Pro-porção ou Secção Dourada é um dos segredos da arte e matemá-tica antiga, que tanto Euclides como Platão fizeram referência. Mas eles nunca especificaram como encontrar este Número que rege a Natureza, e desde onde podemos saber, a Arte An-tiga (Egipto, Grécia, Roma, China, Índia, etc, etc.), para além de ser a chave que permite a construção do pentágono estrelado, um dos grandes segredos das confrarias pitagóricas. Este Número indi-ca a proporção que existe entre

e o

O Monogramade

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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº612

duas magnitudes para que a menor seja a maior como esta é para a soma das duas. Comprova-se facilmente – agora, mas nem por isso na Grécia antiga, em que fora dos templos, não se dispu-nha das “ferramentas” matemáticas adequadas – que este número corresponde à solução da seguinte equação algébrica:

𝑥2 - 𝑥 - 1 = 0

que cumpre a impressionante propriedade de x= 1 + 1/x, com o valor de

1,618033988749...., um número que já Eucli-des, sem o mencionar, demonstrou que era irra-cional, ou seja, com infinitos números decimais (dizima infinita não periódica), que não pode ser expresso através de uma fracção de números inteiros. Como fracção contínua é expressa do seguinte modo:

A famosa série de Fibonacci 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34.... em que cada número é a soma dos dois anteriores, converge ao infinito no Número de Ouro e rege toda a Natureza, irmanando de cer-to modo, as progressões aritméticas e geométri-cas.

O leitor pode ler na Internet as maravilhas des-ta proporção que é, juntamente como o Pi, o nú-mero mais sagrado da Antiguidade. Este último, o Pi (Π) é a relação entre a circunferência e o seu diâmetro, simboliza o processo de nascimento, de gestação, o poder criador que dá origem ao Cosmos. Enquanto que o Fi, ou seja, Φ, é o Poder que o estrutura, relacionando harmonicamente as partes com o todo. Tudo quanto existe está

dividido em harmónicas e é parte, ao mesmo tempo, de um todo harmónico. Este número relaciona, assim, o infinitamente grande com o infinitamente pequeno numa série harmóni-ca também infinita, mas regida por esta Divina Proporção: Razão que nas nossas aulas na Nova Acrópole, explicamos que é a ideal e governa ge-ometricamente toda a Natureza.

Φ é, portanto, o LOGOS, a Palavra ou Inteli-gência, o Arquitecto Divino que dá forma a tudo quanto existe, ajustando sempre o múltiplo à unidade.

A verdade é que já conhecíamos a importân-cia deste Número na civilização greco-romana, mas não que, nesta, tivesse chegado a ser con-siderado o Verbo, o Logos platónico, a Deidade que é Pura Vontade, Amor-Sabedoria e Inteli-gência que se converte em Lei, Energia e Vida, e nas Formas que regem a Natureza na sua pleni-tude. Mas o surpreendente é que Φ é o Ver-bo, o Verbo (Logos) do Evangelho gnóstico de S. João, que começa, precisamente com estas palavras:

No princípio era o Verbo (Logos), e o Ver-bo (Logos) estava com Deus e era Deus.

Pois quando os filósofos cristãos cultos ren-diam culto a Cristo, faziam-no a este Logos en-carnado em carne e sangue (ou seja, na natureza e no coração humanos, da Humanidade inteira e desde que esta nasceu como tal, há dezoito milhões de anos, segundo as doutrinas her-méticas). E ainda que já o soubéssemos por alguns Padres da Igreja como S. Je-rónimo, a prova definitiva é esta:

O Monograma de Cristo decompõe-se lógica e naturalmente nas seguin-tes letras do alfabeto grego:

(ALFA) A (XI) Χ (RO) Ρ (OMEGA) ω

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Que são os quatro primeiros números da DIVINA PROPORÇÃO!!!

E o símbolo do Crismão é mais antigo que o uso que dele começaram a fazer os cristãos convertendo-o em Monograma de Cristo (KR, de Cristo, que é o Alfa e Ómega; o S e o T que aparece em alguns Monogramas medievais foram incorporados vários séculos depois), era um símbolo da Religião romana dos Césares, um símbolo extremamente sagrado, usado, por exemplo, em algumas moedas, tal como nos diz na sua Simbologia Românica: El cristianismo y otras religiones en el Arte Románico o sacerdote e doutor em Filologia Clássica e Teologia Patrística Manuel Guerra, que dedica ao Monograma de Cristo um capítulo inteiro nesta obra.

Claro! Φ, e já sabemos agora que também o Monograma de Cristo, era o símbolo do Deus Criador, do Logos que dá forma e vivifica a matéria: o Espírito Universal, filho do Mistério Inominado, Espírito Universal cuja presença é fácil perceber na ordem e harmonia da natureza, desde o imenso ao mínimo, da sua geometria fractal até aos seus programas evolutivos1. Quando Cristo, de homem se converteu em Logos encarnado, foi necessário representá-lo com este símbolo geométrico e numérico do Logos, o Crismão, o Número de Ouro, o 1618, a Anima Mundi que está junto de Deus, e que é Deus, Alfa e Ómega, Princípio e Fim deste Universo, portanto, de tudo quanto n’Ele nasce, vive e morre.

1 Recordando sempre, como dizem os cientistas e filó-sofos, que a ontogénese reproduz a filogénese.

Como na matemática grega antiga não existiam ainda os nossos números ou algarismos, as letras eram também números com a seguinte correlação:

Recordamos o alfabeto grego, com as maiúsculas e minúsculas:

Dando o valor numérico, portanto, às letras, temos:

A = 1X = 600P = 100W = 800

Números que lidos, como estão no Monograma de Cristo e sem considerar os zeros, que não se lêem, são:

AXRO = 1618

José Carlos FernándezDirector da Nova Acrópole Portugal

Αα Ββ Γγ Δδ Εε Ζζ Ηη Θθ Ιι Κκ Λλ Μμ

Alpha BetaGammaDeltaEpsilonZetaEtaThetaIotaKappaLambdaMu

Νν Ξξ Οο ΠπΡρ Σσς Ττ Υυ Φφ Χχ Ψψ Ωω

NuXi OmicronPiRhoSigmaTauUpsilonPhiChiPsiOmega

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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº614

LISB

OAEstaremos na Feira do Livro de Lisboa, Porto e Coimbra

18 de Maio | Quarta-feira | 19h00Início de Curso Prático

OrAtórIAA ARTE DE FALAR EM PÚBLICO [Curso em 9 sessões – quartas das 19h00 às 21h00]

28 de Maio | Sábado | 10h-13h 15h-18hSeminário

MAtEMátICA E GEOMEtrIA SAGrADA Natureza, matemática sagrada e práticas de geometria simbólica [Actividade do Círculo de Estudos de Matemática e Geometria Sagradas «Lima de Freitas»; cada módulo é independente, não sendo necessária a assistência aos módulos anteriores]

19 de Junho | Domingo | 8h00Visita cultural

MOStEIrOS DA BAtALHA E DE ALCOBAÇA Da simbologia de Cister ao Gótico Flamejante de Santa Maria da Vitória

(Módulo II)

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Abr-Ago 2011 | Distribuição Gratuita15

LISB

OAO ser humano caminha pela Vida e ao mesmo tempo questiona-se porque caminha.A viagem iniciou-se há muito tempo, mas surge sempre a pergunta: Para onde vamos? A Filosofia (philo: amor, procura + sophia: sabedoria, conhecimento vivencial) mostra-nos a possibilidade de encontrar resposta para esta e muitas outras questões.O ser humano necessita de caminhar com convicção, e para fazê-lo precisa de conhecer os motivos e os fundamentos.Se tu és um buscador e queres descobrir as respostas que estão por detrás de alguns dos puzzles da Vida, este curso é para ti, pois a Filosofia guarda um tesouro para aqueles que se atrevem a abrir os seus horizontes.

Descobre o nosso legado ancestral

- A filosofia como meio para aprender e entender a história.- Ideais que inspiraram os homens e transformaram a história.- A Mitologia: uma forma de entender os ensinamentos mais além do tempo.- O Homem e o seu destino.- Como ser protagonista da nossa própria existência.

Descobre-te a ti próprio

- As sete dimensões no Homem e no Universo.- O equilíbrio como meio para alcançar a felicidade.- Os caminhos da sabedoria: o amor, a beleza e a filosofia.- Índia: a Guerra e harmonia interior.- Karma e Dharma: o Homem e o sentido da vida.- Filosofia Budista: Vias para a superação da dor.

Descobre o mundo que te rodeia

- O filósofo como protagonista de uma mudança no mundo.- Grécia: a política e a arte de governo de si próprio.- O mito da caverna: como conseguir ser autêntico.- O despertar da alma e a educação à maneira clássica.

LisboaTel.: 213 523 [email protected]

PortoTel.: 226 009 [email protected]

CoimbraTel.: 239 108 [email protected]

AveiroTel.: 937 026 [email protected]

www.nova-acropole.pt

FORMAÇÃO Inscrições Abertas | Diversos horários

Filosofia e Psicologia Prática

Huambo (Angola)

Tel.: (+244) 921 714 068

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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº616

ARTE E SIMBOLISMO | CIÊNCIA, CONSCIÊNCIA E NOVOS PARADIGMAS | CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE

ECOLOGIA E NATUREZA | EGIPTOLOGIA | FILOSOFIA | FLORAIS DE BACH

HISTÓRIA E CULTURA PORTUGUESA | LUGARES SAGRADOS | MATEMÁTICA E GEOMETRIA SAGRADAS

PERSONAGENS HISTÓRICAS | PSICOLOGIA | REFLEXÕES FILOSÓFICAS | RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADE

SABEDORIA DO ORIENTE | SAÚDE | SOCIEDADE E VALORES | TRADIÇÃO E PENSAMENTO SIMBÓLICO

Leia os nossos artigos em: http://www.nova-acropole.pt/artigos.html

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Abr-Ago 2011 | Distribuição Gratuita17

ARTE E SIMBOLISMO | CIÊNCIA, CONSCIÊNCIA E NOVOS PARADIGMAS | CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE

ECOLOGIA E NATUREZA | EGIPTOLOGIA | FILOSOFIA | FLORAIS DE BACH

HISTÓRIA E CULTURA PORTUGUESA | LUGARES SAGRADOS | MATEMÁTICA E GEOMETRIA SAGRADAS

PERSONAGENS HISTÓRICAS | PSICOLOGIA | REFLEXÕES FILOSÓFICAS | RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADE

SABEDORIA DO ORIENTE | SAÚDE | SOCIEDADE E VALORES | TRADIÇÃO E PENSAMENTO SIMBÓLICO

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Mergulhando a fundo na figura de Ulisses, vejo além do mito, uma personagem muito incomum e além do seu tempo, tanto é assim, que os homens mais poderosos que existiam naquele momento his-tórico, os grandes reis Aqueus, com os quais conviveu, o respeitaram pelo poder das suas desenvol-

vidas faculdades, capazes de encontrar soluções aos mais desafiantes problemas e ao mesmo tempo pelas suas atrevidas e ousadas

sugestões.Porém e apesar desse temor sagrado que lhe pro-fessavam, era-lhes impossível, ficar afastados dos

seus sábios conselhos, que a meu ver, considero que se lhe tivessem sido mais fiéis, a guerra de

Tróia teria acabado antes e o seu custo teria sido bem menor.

Culpavam-no de não respeitar os códigos de guerra da época e de não reconhecer

a moral aceite por todos, reflectindo mais seriamente nesse assunto, po-demos chegar a entender que Ulisses

considerava todas essas coisas como ilusões nascidas da ignorância humana, das limitações próprias dos que se envolvem

com preconceitos ou interesses mes-quinhos, ou também por apegos e temores fundamentados no medo à perda em qualquer aspecto.Imagino Ulisses conversando na in-

timidade, numa daquelas noites que precederam a partida da armada Aquéia

em direcção a Tróia, com o seu amigo e discípulo Diomedes, mostrando-lhe, que todos esses códigos e regras não passavam de uma espécie de apelação dos mais es-

pertos e ardilosos, para compensar a sua fraqueza em relação aos verdadeiros

amotráciaUlissessde

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representantes dos valores da civilização. Quiçá algo muito parecido com o que hoje chamamos direitos humanos atrás dos quais se ocultam as máfias modernas.

Para Ulisses os valores morais e os códigos em geral não valiam mais que os princípios e os fins das civilizações, motivo pelo qual, podemos dizer que Ulisses se regia por um código muito mais profundo e transcendente, constituído por valores civilizatórios.

A queda da civilização cretense e a sua paula-tina assimilação por parte da micénica geraram grandes conflitos que se arrastaram durante muitos séculos movidos pelo choque cultural de ambas as civilizações, que na época de Ulis-ses, se tinham convertido em causas profundas da decadência paulatina de Micenas.

O resultado dessa decadência foi uma época de uma espécie de feudalismo e ostracismo que criou pequenas cidades fechadas sem projecção civilizatória alguma.

É muito provável que tudo isto, com outras circunstâncias desconhecidas, tenha contribuí-do para Ulisses ter uma visão crítica da sua épo-ca e ao mesmo tempo consciência de que era preciso fazer alguma coisa para não só remediar esses males todos mas também ‘’impulsionar’’ a cultura para mais longe.

Mas também ter visão e compreensão de tais necessidades, (como muitos séculos depois, Al-cibíades, lhes chamava de verdadeiros motores da expansão do povo Grego), não bastavam para gerar um processo histórico de grandes mudanças, grandes e duradouras, [como mui-tos séculos depois, ficou demonstrado pelo fra-casso da guerra de Atenas contra a liga do Pelo-poneso]. Para além dessa visão e compreensão, deve ter existido um plano muito bem elabora-do e estruturado, de muita envergadura, do qual Ulisses não só deve ter feito parte, mas também pode ter comandado.

Um plano civilizatório capaz de gerar uma profunda revolução que além de solucionar os problemas dessa sociedade decadente e projec-tá-la para o que muito tempo depois veio a ser a

cultura Helénica, fosse ao mesmo tempo capaz de deslocar o eixo do mundo do mar Egeu, para a bacia do Mediterrâneo.

De acordo com alguns historiadores e tam-bém com Homero, Ulisses era um dos grandes Wanax, do centro mistérico-civilizatório de Sa-motrácia, como todos os Reis Aqueus. E pelo modo como ele se relacionava com todos eles, é possível que tenha sido.

‘’O chefe por trás do chefe.”O relacionamento de Ulisses com Agamem-

non lembra muito um outro que no mito Celta, junta Merlin com Uther-Pendragon.

Só dessa forma, onde a visão unida à moti-vação de uma ideologia como a de Samotrá-cia, mais um plano de longo alento, apoiado e realimentado durante vários séculos, por um processo profundamente filosófico que veio dar nascimento posteriormente às escolas de filoso-fia da Grécia, podem ter dado a Ulisses o poder de iniciar o ciclo das culturas mediterrâneas, berços da cultura ocidental.

Outro facto importantíssimo é o choque entre as velhas religiões já em franca decadên-cia na época de Ulisses, com a sua sabida carga de magia negra e feitiçaria e as novas religiões que não conseguiam desabrochar totalmente, pressionadas e muitas vezes atacadas de forma directa por usos, costumes e tradições híbridas que permaneciam fortemente arraigadas tanto no povo quanto na própria nobreza.

Nesse ambiente sumamente complexo, de elementos mágicos, religiosos e deturpações misturados, Ulisses com uma espécie de livre- -trânsito é solicitado por todos e ao mesmo tempo aceite como um mediador entre sacer-dotes, sacerdotisas e os próprios Deuses.

Noutros momentos vemos Ulisses, destruin-do e fechando centros de magia, subtraindo ve-lhos símbolos de uns templos para transferi-los para outros, etc.

O mais misterioso e enigmático da saga de Ulisses, observa-se na sua pretensa volta a Ítaca, que mais parece um êxodo planeado, como o de Moisés e o povo Hebreu. Onde de forma se-

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melhante a Alexandre, vai espalhando homens e coisas por longínquas e desconhecidas terras.

É provável que a volta de Ulisses a Ítaca, nar-rada por Homero na Odisseia, tenha tido entre outras funções, a de transferir o poder mágico- -religioso das antigas e decadentes religiões do ciclo Crónida, para outras mais renovadas, cor-respondentes com o ciclo dos Olímpicos, e ao mesmo tempo desarticulando e paralisando de-zenas de seitas que interferiam e manipulavam os governos e instituições da época. Já que nisso radicam frequentemente as causas profundas que obstruem e barram o avanço da civilização.

Não existem informações claras que nos pos-sam dar o itinerário que Ulisses percorre nesses míticos 10 anos que figuram na Odisseia, mas é muito possível que ele com os seus ‘’homens’’, que se parecem muito às Gens, que depois de muitos séculos, Roma veio reivindicar, tenham viajado pelas costas do mediterrâneo, semean-do elementos de alto teor civilizatório e esta-belecendo contactos, pactos, etc., que muito tempo depois a Grécia usaria para expandir-se através das suas colónias.

O que sim fica claro é que o mundo antes da campanha da Ásia menor que os povos Aqueus realizaram e a ‘’volta a casa’’ de muitos deles, incluindo o êxodo de Ulisses, após essa grande revolução, mudou muito e já nunca foi o mes-mo. O surgimento da cultura Helénica e o seu esplendor dos séculos VI ao IV antes de Cristo, o desenvolvimento de Cartago e das suas coló-nias e finalmente a criação de Roma com a sua conhecida expansão mundial, foram um claro fruto de todos esses esforços e trabalhos.

O símbolo representado pela relação mágico--iniciática entre Palas Atena, conduzindo, prote-gendo e inspirando Ulisses, quiçá seja uma das chaves mais importantes de todo o mistério en-cerrado na figura deste grande Herói. Portanto não podemos deixar de falar e de colocar em destaque a figura da Deusa, que em primeiro lugar representa o arquétipo da Sabedoria. Mas não só da Sabedoria filosófica como também da política. Uma das cidades mais importantes

da Grécia assume o seu nome e acolhe-a como a sua protectora. Atenas, a pólis por excelência, dera nascimento através de Pitágoras, Platão e outros, às escolas de filosofia e política, que difundiram os conhecimentos inseridos nesse modelo representado pela Deusa, a qual auspi-cia, patrocina e protege o desenvolvimento da civilização.

As escolas de filosofia-política da Grécia ma-nifestam um esforço ‘’ulissíaco’’, de união e coe-rência metodológica, de relação de todos os axiomas do conhecimento dos pré-socráticos numa forma compreensível e principalmente de acesso ao pensamento ocidental.

O facto de Palas Atena escolher Ulisses como o seu ‘’Sacerdote’’ representativo, não parece aleatório, mas muito pelo contrário, altamente específico, já que esse herói, possui um com-portamento que parece um modelo humano à altura do modelo divino, representado pela Deusa da sabedoria.

O pseudo-modelo maquiavélico do fim justi-fica os meios, encontra aqui a sua contestação fatal, devido a que a civilização como ideia e ao mesmo tempo, plasmação, se adequa a uma formidável coerência de fins e princípios, e aqui o modelo de Ulisses demonstra uma realização sublime. Além do mais, Ulisses manifesta um tipo de sabedoria, capaz de superar os enganos, armadilhas e manipulações geradas por qual-quer tipo de sofismas e demagogias.

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adopta para se libertar do gigante, simboliza um elevado grau de despersonalização do Herói, em prol do próprio destino e do da humanidade. É a vitória sobre o passado egoísta da humanidade e do acúmulo de causas pessoais, por uma causa comum que possa representá-los a todos.

Outra das grandes virtudes de Ulisses é a da paciência para atingir os objectivos relativos ao plano de civilizar, árdua e lenta tarefa que depende de muitas provações para conseguir definir a direcção dada aos processos com-plexos e difíceis que a civilização leva inserida no seu seio.

Com tudo isto, Ulisses demonstra ser o Mes-tre da estratégia de aproximação indirecta, que, após muitos séculos de indeterminação, de-monstra ser hoje a mais inteligente e eficaz de todas.

Em síntese, Ulisses aparece dentro do ciclo dos ‘’Argonautas’’ como a Égide daqueles heróis que impulsionam e ao mesmo tempo condu-zem o destino das civilizações humanas para a sua mais alta realização, que não é outra senão a de dar suporte e fluidez à evolução da raça humana. Eis a principal razão pela qual Atena o distingue e reconhece como seu Discípulo, e ao mesmo tempo a razão pela qual Ulisses professa à Deusa uma profunda e sólida devoção que o convertem no fiel e incondicional seguidor dos seus desígnios.

Também o herói representa um potencial de inteligência que existe no ser humano cuja ca-nalização o pode converter num bom idealista, num bom dirigente. Isto leva-nos a uma outra questão, a de que Ulisses numa das chaves de in-terpretação do mito, não seja uma pessoa, mas muitas com as mesmas características, que tra-balharam na mesma direcção durante muitos séculos, e que a figura histórica de Ulisses, venha a ser a ‘’ponta de um iceberg’’, ou seja, muitos di-rigentes com esse perfil, trabalhando pela causa da civilização.

Os princípios e fins inseridos na ideia da civili-zação humana foram promovidos pelas escolas de filosofia da Grécia clássica, entre os séculos VI e IV a.C., através de uma espécie de ‘’laboratório’’ civilizatório, do qual o ocidente tem beneficiado de forma directa, embora falte ainda desenvol-ver alguns elementos que foram semeados nes-se período, como por exemplo, a concepção da política como uma ciência, é justamente nessa questão, que os valores de uma civilização são compreendidos e podem ser desenvolvidos.

A escolha de Ulisses, como protótipo do homem patrocinado pela sabedoria, encerra-do no simbolismo de Palas Atena sugere uma mentalidade de domínio das emoções, dos apegos da personalidade humana, dos interes-ses pessoais, das necessidades biológicas, em síntese, do egoísmo humano, em áreas de um ideal civilizatório que possa beneficiar a huma-nidade na sua caminhada evolutiva. Quiçá Ulis-ses como modelo humano, seja a promoção de um aspecto da humanidade, onde muitas coi-sas atávicas do passado ficam superadas, que são em geral causas profundas que incidem de forma directa sobre os problemas do homem e do mundo.

A maior virtude de Ulisses manifesta-se sim-bolicamente, na passagem onde o herói se de-fronta com o gigante Polifemo, que ameaça ma-tar todos os seus companheiros e a ele próprio, quando declara a Polifemo que o seu nome é ‘’ninguém’’ e que no final, dito nome será a cau-sa da salvação de todos eles. O nome que Ulisses

Michel Echenique Isasa (1949-2010)

Filósofo e Fundador do Instituto de Artes Marciais Filosóficas Bodhidharma

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rubrica

Eu fui,

Eu sou…

Ecos do p

assado

Cromelequedos Almendres

Na montado alentejano, como gigantes de outrora em que um encantamento os convertera em pedra, erguemo-nos imponentes e imóveis. Olhamos fixa-mente para um horizonte em que o Sol ao amanhecer desperta a cidade de Évora. Grave e severo é o nosso olhar, olhar de pedra, como quem chama sonho ao tempo que corre e vida à recordação. As nossas al-mas sonham que dançam obedientes a certos olhos luminosos na noite a que vós chamais estrelas, mas que são muito mais, são os nossos Deuses e Mestres, e perante elas respondemos. Sonham que dançam, sim, mas os nossos corpos petrificados já não acompa-nham esta dança que nos dispôs em círculo, num anel e daí o nome gaélico de cromlech. Somos os menires, as pedras erguidas que mencionais nos vossos livros e mapas como o “Cromeleque dos Almendres”.

Dizem os vossos especialistas que fomos esculpidos e que nos colocaram nesta planície sagrada há 7000 anos e que, no princípio, na época que chamais de antigo Neolítico médio os nossos artífices dispuse-ram-nos em dois pequenos círculos concêntricos aos quais, mil anos depois, somaram uma elipse mais am-pla, ou talvez, um ovóide que alinha os seus eixos com os pontos cardinais. Arais o solo com os vossos dedos de ferro, que já não são enxadas, para encontrar teste-munhos da nossa antiguidade, mas depois os vossos próprios preconceitos cegam-vos. Quem sabe? Talvez

sejamos desta idade que dizeis ou, talvez, muito, mui-to mais antigos… mas isto não vos revelará o nosso sonho de pedra, o único que guarda a chave verda-deira daquilo que fomos. E do que ainda sonhamos ser e levanta-nos até ao céu infinito desde os nossos cadáveres de pedra, e devolve-nos à nossa verdadeira morada, junto aos nossos amados Mestres. Durante as noites calmas deste areal do Alentejo que imorta-lizou com os seus versos a vossa mais amada poetisa, Florbela Espanca, e durante os seus dias de um azul que cega, o céu é a nossa promessa de alguma vez re-gressar, a nossa eterna promessa.

Somos 94 guerreiros semelhantes a estátuas duran-te o dia e a sombras na noite… mas fomos mais, mui-tos mais de uma centena. Alguns caíram e novamente nos ergueram, mas longe do lugar onde devíamos es-tar, num lugar demasiado preciso para afastar-se dele um palmo sequer. Outros foram arrancados pela ig-norância inclemente de mãos bárbaras, arrancando- -os assim do sagrado para serem convertidos num pilar de uma casa ou em cercas para guardar vacas e porcos. Ninguém ouviu os seus lamentos e agonias, afastados deste exército de pedra ao serviço do Gran-de Poder que reina nos céus… E se nos ouviu confun-diu esta queixa com os murmúrios que o vento faz ao beijar a pedra que é a nossa carne.

Levamos os símbolos do reconhecimento, o Círcu-lo da Presença Eterna de Deus, cuja imagem viva é o Sol; a Barca Lunar que leva as sementes de vida e as faz crescer com o seu magnético influxo, o mesmo que provoca as marés; o Cajado, símbolo dos Deuses que guiam na escuridão, os Pastores de Homens e cuja imagem na terra são os Reis verdadeiros, os consagra-dos a Deus e ao seu povo. Mas o que significam para vós estas ideias, estes símbolos? O que é para vós hoje um círculo se não sois capazes de encontrar nenhum centro que vos dê estabilidade e as vossas vidas não giram em volta de nada e se desfazem, pulverizadas em volta da fantasia? Que é a Barca Lunar se careceis de imaginação, e o cancro de uma fantasia louca se apoderou das vossas mentes, arruinando as suas me-lhores criações, fazendo terra erma do vosso futuro? Que é o cajado de Pastor, se não sois capazes de re-

José Carlos Fernández | Director da Nova Acrópole Portugal

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conhecer os designados por Deus para serem os vos-sos guias na escuridão, e seguis qualquer fogo-fátuo e hipnótico que adule a vossa vaidade e credes que vos protege dos vossos medos quando, na realidade, vos lança às fauces do terror? Ou por acaso pensais que é uma casualidade a nossa forma inicial de círculo duplo, e que logo nos convertemos em numa oval? Nunca pensasteis que o ovo é o símbolo mais perfeito da vida, e que a Senhora da Vida, a Mãe Natureza é re-presentada como um ovo? É que o Ovo foi acrescenta-do como símbolo sagrado da Cosmogonia de todos os povos da terra, e foi reverenciado tanto pela sua forma como pelo seu mistério interno1. Nunca pensastes que mesmo a forma dos nossos corpos é ovoidal, como se uma serpente de sabedoria e poder estivesse a ser ge-rada no nosso interior, ou que nele já se encontrasse oculta como mensageira de certas vozes das estrelas? Não nasce o óvalo de dois círculos, como se fossem duas existências interrompidas, a que pertence ao Céu ou ao espírito e a que pertence à Terra ou à maté-ria, as que lhe deram nascimento numa associação ou vínculo temporal?

Mais misteriosas ainda parecem esses pequenos recipientes talhados num dos nossos corpos, e dizeis que os sábios que nos usavam em cerimónias enigmá-ticas dispunham certas pedras preciosas, como se es-tas concavidades fossem um encaixe de um anel para que a luz de certas estrelas se espelhasse nelas. Quem sabe? Experimentai ver reflectidas nelas, acrescentan-do água para que faça de espelho, as Plêiades, as visí-veis e as invisíveis pois sabei que desde elas nos chega o Divino Alento Espiritual ao qual sois insensíveis, ain-da que alguns possuídos de louca fantasia digam tais estupidezes sobre elas que as profanam ainda mais do que a ignorância, pois são, na realidade uma forma destrutiva dessa mesma ignorância.

Não haveis pensado que da mesma forma que a Terra vibra imperceptivelmente, numa frequência tão baixa que só sentidos subtis podem ouvir, também vibram os nossos corpos, e que a forma em que os nossos sacerdotes construtores egípcios nos dispu-nham permite que entre em ressonância este coro

de pedra com o majestoso coro de estrelas em cer-tos momentos do ano, e que o mesmo poder vivo dos Arquétipos se revela, assim, com todo o seu di-namismo, como a presença de um Deus, uma Verda-de Eterna convertida e viva no seu símbolo, um som ou poder estelar? Pensai nas vossas rádios e imagi-nai que podeis ouvir a voz, a chamada permanente das estrelas, não para que vos digam o que tens de fazer a cada momento, mas sim para que saibam a todo o momento se os vossos actos se afastam ou não desta Perfeição a que aspirais, para que esta Voz do Silêncio sirva de medida das vossas vidas e de prova permanente de Deus, Rei sempre desco-nhecido e presente.

E como? Não haveis estudado já as propriedades de certas pedras, por exemplo o quartzo entre-laçado nos nossos corpos de granito? Quando é submetida a um impulso mecânico (uma vibração sonora, por exemplo), por mínima e grave que esta seja, converte-a num lampejo de luz, ainda invisível aos olhos. Pelo contrário, quando vibram em unís-sono à luz de certas frequências convertem-nas em impulsos de movimento, como os vossos relógios de quartzo. Isto devem fazer, assim, certas pedras encontradas em certos lugares, com a luz de certas estrelas cujas frequências sejam harmónicas. A isto chamais piezoelectricidade, e quem sabe se os an-tigos eram especialistas nesta “piezoelectricidade tonal”. Acrescentai a isto a Lei da Ressonância ou de Simpatia, que é o grande princípio da Ciência Secreta, e aí tereis o fundamento teórico para cap-tar a vibração e a luz das estrelas e convertê-las em luz e som que evoquem – ou invoquem? – os Ar-quétipos, de que estes agrupamentos estelares são símbolos, um Altar ao Deus desconhecido presen-te sempre no murmúrio de prata das estrelas, estas Flores de um Jardim de Eternidade. Mas não façais disparates pois não sabeis nem sequer o alfabeto desta ciência perdida, não vos deixeis enganar pe-los prestidigitadores do espírito que condenaram e assassinaram as suas próprias almas, encarcerando-as com armadilhas e arruinando as dos demais.

Mais de uma vez a vossa poetisa do amor, Flor-bela Espanca, sentiu-se irmanada com o que fomos e somos e muito perto de onde estamos, sem ela o saber cantou-nos nos seus versos, dizendo:

Minha alma é como a pedra funeráriaErguida na montanha solitáriaInterrogando a vibração dos céus!

1 Blavatsky, Helena Petrovna, Doutrina Secreta, Vol 2.

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Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº624

Lisb

oaDia 28 | Quinta-feira

Início da Feira do Livro de LisboaParticipação das edições Nova Acrópole

(pavilhão B50)Aberta até o dia 15 de Maio

Dia 29 | Sexta-feira | 22h00

Noite de música e poesia

Concerto «Figos de Amor» e poesia oriental

Pelo músico Américo Cardoso (percussionista)e o Grupo de Poesia Florbela Espanca da Nova Acrópole

Entrada Livre

Dia 30 | Sábado | 10h00 às 13h00Workshop

Introdução aos ritmos árabesPor Américo Cardoso Inscrições Abertas

Dia 3 | Terça-feira | 19h30Conferência

A vida e morte do universo segundo a «Doutrina Secreta»

Ciclo «A Doutrina Secreta de H. P. Blavatsky – “Simbologia Arcaica”»

Por José Carlos FernándezEscritor, investigador e Director Nacional da Nova Acrópole

Entrada Livre

Dia 4 | Quarta-feira | 19h30

Início de curso

Florais de BachCarmen Morales | Terapeuta

[curso em 8 sessões – Quartas das 19h30 às 21h00] Inscrições Abertas

Abril

Actividades

Lisboa2011

programa

Dia 7 | Sábado | 19h30Conferência-recital

Florbela Espanca A grande poetisa do amor e da saudade

Por Grupo de Poesia Florbela Espancae José Carlos Fernández

Autor da obra «Florbela Espanca – A vida e a alma de uma poetisa»

[actividade realizada na praça amarela da Feira do Livro de Lisboa]

Dia 10 | Terça-feira | 19h30Conferência

Aristóteles e a procura da felicidade

Por José Carlos Fernández Entrada Livre

Dia 15 | Domingo | 18h00

Conferência

Filosofia prática para o século XXIComentários ao livro

«O Despertar do homem interior em pleno século XXI» de Jorge Angel Livraga

Por Cleto Saldanha e Daniel OliveiraFormadores da Nova Acrópole

[actividade realizada na praça amarela da Feira do Livro de Lisboa]

Dia 17 | Terça-feira | 19h30

Conferência

Pitágoras e a matemática sagrada nas culturas antigas

Por Paulo Alexandre LouçãoEscritor, investigador e coord. da Nova Acrópole Lisboa

Entrada Livre

Dia 17 | Terça-feira | 21h00

Inauguração de exposição de pintura

Geometria sagradaDe Luís Vieira-Baptista

Dia 18 | Quarta-feira | 19h00

Início de curso prático

Oratória: A arte de falar em público

[curso em 9 sessões – Quartas das 19h00 às 21h00] Inscrições Abertas

Maio

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Abr-Ago 2011 | Distribuição Gratuita25

Dia 19 | Quinta-feira | 19h00

Início de aulas de dança

Dança OrientalPor Adira Gram

[aulas às Quintas, das 19h00 às 20h00] Inscrições Abertas

Dia 22 | Domingo | 10h00

Visita guiada

Jardins iniciáticos da Quinta da Regaleira

Por José Manuel AnesDoutor em antropologia da religião, autor da obra «Jardins iniciáticos da Quinta da Regaleira» e presidente do OSCOT

Inscrições Abertas

Dia 24 | Terça-feira | 19h30Início de curso

Filosofia prática e metafísicaSabedoria viva do oriente e do ocidente

[curso em 16 sessões – Terças das 19h30 às 21h30] Inscrições Abertas

Dia 27 | Sexta-feira | 22h00Noite de poesia e piano

A viagem interior da AlmaPelo Grupo de Poesia Florbela Espanca e o pianista Jorge Fontes

Entrada Livre

Dia 28 | Sábado | 10h-13h e 15h-18hSeminário

Matemática e geometria sagradas (módulo II)

Natureza, matemática sagrada e práticas de geometria simbólica

Por José Carlos Fernández e Paulo Alexandre LouçãoActividade do Círculo de Estudos de matemática

e geometria sagradas «Lima de Freitas»Cada módulo é independente, não sendo necessária a assistência

aos módulos anteriores

Inscrições Abertas

Dia 30 | Segunda-feira | 19h30Conferência

A «Voz do Silêncio» e a sabedoria tibetana

Por Paulo Alexandre Loução

Entrada Livre

Dia 5 | Domingo | 15h00

Visita guiada

Jardim oriental «Buda Éden»Por José Carlos Fernández

[encontro às 15h junto ao portão do Buda Éden] Inscrições Abertas

Dia 6 | Segunda-feira | 19h30

Conferência

Somos livres ou o futuro já está escrito?

Por Selma do Nascimento | Formadora da Nova Acrópole

Entrada Livre

Dia 10 | Sexta-feira | 10h às 13h

Visita guiada

Do Camões aos RestauradoresCiclo «Segredos de Lisboa»

Por Ana Cristina Simões e Paulo Alexandre LouçãoActividade comemorativa do Dia de Portugal

Inscrições Abertas

Dia 19 | Domingo | 8h00

Visita cultural

Mosteiros da Batalha e de Alcobaça

Da simbologia de Cister ao gótico flamejante de Santa Maria da Vitória

Por Paulo Alexandre LouçãoAutor da obra «Portugal – Terra de Mistérios»

Inscrições Abertas

Dia 20 | Segunda-feira | 19h30 Início de curso

Filosofia prática e metafísicaSabedoria viva do oriente e do ocidente[curso em 16 sessões – Segundas das 19h30 às 21h30]

Inscrições Abertas

Dia 29 | Quarta-feira | 19h30Início de curso

Florais de BachCarmen Morales | Terapeuta

[curso em 8 sessões – Quartas das 19h30 às 21h00] Inscrições Abertas

Junho25

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Page 26: Conhece-te a ti mesmo Nº6

Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº626

Lisb

oa

Contactos para informações e inscriçõesAv. Antº Augusto de Aguiar, 17 – 4º Esq. | 1050-012 Lisboa

Tel.: 213 523 056 / 939 800 855 [email protected]

Dia 30 | Quinta-feira | 19h30

Início de curso intensivo

Filosofia prática e metafísicaSabedoria viva do oriente e do ocidente

[curso em 16 sessões (Julho e Setembro) Terças e Quintas das 19h30 às 21h30]

Inscrições Abertas

Dia 5 | Terça-feira | 19h30Conferência

Fenómeno Islândia: Rumo a uma nova política

Por Cláudio CraveiroInvestigador na área das ciências políticas

e relações internacionaisEntrada Livre

Dia 10 | Domingo | 10h00

Visita guiada

O simbolismo das árvores no Jardim da Estrela

Por Carmen Morales | Formadora da Nova Acrópole Inscrições Abertas

Dia 12 | Terça-feira | 19h30Conferência

O caminho da realização pessoal segundo Confúcio

Por Cleto Saldanha | Formador da Nova Acrópole Entrada Livre

Dia 19 | Terça-feira | 19h30Conferência

Sócrates e a via do despertar interior

Por Daniel Oliveira | Formador da Nova Acrópole

Entrada Livre

Dia 2 | Terça-feira | 19h00

Início de curso intensivo de Agosto

Filosofia e psicologia práticaSabedoria viva do oriente e do ocidente[curso em 10 sessões (de 2/8 a 1/9) – Terças e Quintas)

das 19h00 às 22h00

Dia 3 | Quarta-feira | 19h30Conferência

Tem a vida uma origem extraterrestre?

Por José Carlos Fernández

Entrada Livre

Dia 10 | Quarta-feira | 19h30Conferência e vídeo-projecção

Os princípios do governante budista

C/ comentários ao filme «Ana e o Rei»Por Cleto Saldanha

Entrada Livre

Dia 17 | Quarta-feira | 19h30Laboratório de experiências

Ilusões de óptica e de cor: Uma linguagem velada

Por Daniel Oliveira

Entrada Livre

Dia 24 | Quarta-feira | 19h30Conferência e vídeo-projecção

Milarepa: O poeta místico do Tibete

C/ projecção do filme «Milarepa»Por José Carlos Fernández

Entrada Livre

Dia 31 | Quarta-feira | 19h30Audição comentada

«Evgeni Oneguin» de TchaikovskyPor José Carlos Fernández

Entrada Livre

Julho

Agosto26

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Page 27: Conhece-te a ti mesmo Nº6

Abr-Ago 2011 | Distribuição Gratuita27

Avei

roContactos para informações e inscriçõesRua Tenente Resende, Nº 15 - 1ºB | 3800-268 Aveiro

Tel.: 937 026 070 [email protected]

Actividades

Aveiro2011

programa

AbrilDia 18 | Segunda-feira | 20h30

curso

Iniciação à sabedoria do oriente e do ocidente

1ª sessão – assistência gratuitaHorário: Segundas das 20h30 às 22h30

Duração: 16 semanasParticipação geral: 15€ inscrição e 4 mensalidades de 30€

Participação para estudantes e desempregados: Oferta inscrição e 4 mensalidades de 15€

Inscrições Abertas

Dia 27 | Quarta-feira | 21h00Lançamento de livro

Florbela Espanca- A vida e a alma de uma poetisaPor José Carlos Fernández | Autor da obra e Investigador

Local a DesignarEntrada Livre

Dia 4 | Quarta-feira | 21h00Aula aberta

A ascensão e queda das civilizações

Por João Ferro | Formador da Nova AcrópoleEntrada Livre

Dia 19 | Quinta-feira | 21h00Conferência

Infante D. Pedro Um filósofo e empreendedor da Era dos Descobrimentos

Por ocasião do 562º aniversário da sua morte

Por Paulo Alexandre Loução | Escritor e Investigador

Local a designarEntrada Livre

Dia 28 | Sábado | 10h00Seminário

Morfopsicologia Por José Ramos | Filósofo e investigador

Horário: das 10h às 13h e das 15h às 18h Total 6 horas | Custo: € 50

Inscrições Abertas

Dia 1 | Quarta-feira | 21h00Conferência

Fadas, mouras e lendas de PortugalPor João Ferro | Formador da Nova Acrópole

Entrada Livre

Dia 4 | Sábado | 16h00

Teatro de fantochesHistórias para todos

Por Sónia Oliveira e Ana Costa | Animadoras

Local a designarEntrada Livre

Dia 18 | Sábado | 8h00Caminhada

No trilho da amizade:Caminhada com leituras filosóficas

Local: Serra de Talhadas – Trilho megalíticoPonto de encontro: Jardim do Rossio - Aveiro.

Participação Livre

Dia 25 | Sábado | 9h00Práticas de psicologia

Uma viagem ao mundo interiorLocal: Praia

Ponto de encontro: Jardim do Rossio - Aveiro.Participação Livre

Maio

Junho

27

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Page 28: Conhece-te a ti mesmo Nº6

Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº628

20 de Abril | Quarta-feira | 20h00Consultório aberto

Como lidar com a depressãoPrograma Hygea para a promoção da saúde

Pelo Dr. José Ramos Médico de Medicina Tradicional Chinesa

e responsável do Programa HygeaEntrada livre

Dia 28 | Quinta-feira | 21h00Conferência – Lançamento de Livro

Florbela Espanca - A vida e a alma de uma poetisaPor José Carlos Fernández | Autor da obra e Investigador

No Auditório da Casa Municipal da Cultura

Entrada livre

Dia 10 | Terça-feira | 20h00Aula Aberta

Mistérios da arqueologia: No rasto dos gigantes

Por José Ramos | Director da Nova Acrópole CoimbraEntrada livre com inscrição prévia

13 a 22 de Maio Estaremos presentes naFeira do Livro de Coimbra

Livros, conferências, teatro, actividades infantis, etc.

Dia 17 | Quinta-feira | 18h00Laboratório Jovem

Diverte-te com FilosofiaSketches, jogos, interactividade…

Programa para a Promoção da JuventudeParticipação livre (para jovens até aos 21 anos)

Dia 18 | Quarta-feira | 19h00 às 21h00Início de Curso Intensivo

Filosofia e psicologia práticaA sabedoria viva das antigas civilizações

Inscrições abertas (assistência livre à 1ª aula)Horário: Quartas das 19h às 21h

Duração: 8 semanasValor: 60€ (ou 2 mensalidade de 35€) e 40€

(ou 2 mensalidades de 25€) para jovens até aos 28 anosCoi

mbr

a

Abril

Maio

Actividades

Coimbra2011

programa

Concurso de vídeo

"Como sonho o mundo"Curtas-metragens (realizadas por jovens até aos 28 anos)

Entrega de vídeos a concurso até 25 de Junho Informa-te sobre o regulamento

Programa para a Promoção da Juventude

Caminhada a Santiago de Compostela

Uma vivência alquímica

1 a 5 de Setembro de Valença a Santiago de Compostela

Inscrições abertas até 30 de Maio

Dia 10 | Domingo | 16h00Conta contos

Teatro de fantoches: «Conto da Primavera»

No parque verdePor Sónia Oliveira e Ana Costa | Animadoras

Participação livre

Dia 16 | Sábado | 16h00Conferência e concerto de piano

Paletes de cor: Monet e Debussy

Por Françoise Terseur | | Pintora e Filósofa e Jorge Fontes | Pianista

Entrada livre

28

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Page 29: Conhece-te a ti mesmo Nº6

Abr-Ago 2011 | Distribuição Gratuita29

Dia 20 | Sexta-feira | 20h00Consultório Aberto

Como detectar e actuar em situações de maus tratos

a crianças e jovensPela Dra. Ana Albuquerque | Assistente Social na Comissão

de Protecção a Crianças e Jovens de CoimbraPrograma Hygea para a promoção da saúde

Entrada livre

Dia 26 | Quinta-feira | 21h00Conferência

O Caminho de Santiago: Segredos de uma peregrinaçãoPor José Ramos | Director da Nova Acrópole Coimbra

Actividade de promoção da “Caminhada a Santiago de Compostela - Uma vivência alquímica”

Entrada Livre

Dia 31 | Terça-feira | 21h00Conferência

A Condição humana vista através da obra de Henry David Thoreau

Por Françoise Terseur | Filósofa e escritora

Ciclo “Olhares sobre a condição humana”Entrada Livre

Dia 5 | Domingo | 16h00Conta contos com teatro

de fantoches

No parque verdePor Sónia Oliveira e Ana Costa | Animadoras

Participação Livre

Dia 7 | Terça-feira | 20h00Consultório aberto

A violência como um problema de saúde

Pela Dra. Inês Pimentel | Psicóloga e técnica do Serviço de Violência Familiar do CHPC

Programa Hygea para a Promoção da SaúdeEntrada livre

Contactos para informações e inscriçõesRua do Brasil, 194 R/C Dto. | 3030-775 Coimbra

Tel.: 239 108 209 / 933 931 [email protected]

Junho

Dias 10 e 11 | Sexta e SábadoAcampamento jovem

Reflexão e descoberta da natureza, actividades

desportivas, caminhada nocturna e muitos mais

(informa-te sobre o programa)Programa para a Promoção da Juventude

Inscrições abertas até 27 de Maio (Destinado a jovens até aos 28 anos)

Dia 16 | Quinta-feira | 21h00Tertúlia Poética

Aberta à participação de todos os poetas e declamadores

(devendo-se inscrever previamente)Entrada Livre

Dia 28 | Terça-feira | 19h - 21hWorkshop

Musicoterapia: A harmonia pela música

Por Françoise Terseur | Formadora e voluntária de HygeaPrograma Hygea para a Promoção da Saúde

Participação livre com inscrição obrigatória até 22 de Junho

Dia 5 | Terça-feira | 20h30Projecção comentada

Râmâyana: A grande epopeia indiana

Entrada livre

Dia 9 | Sábado | 16h00Projecção dos vídeos e entrega dos Prémios

Concurso de vídeo

"Como sonho o mundo"Programa para a Promoção da Juventude

Entrada livre

Julho

29

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Page 30: Conhece-te a ti mesmo Nº6

Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº630

Por

toActividades

Porto2011

programa

Dia 29 | Sexta-feira | 21h30

Tertúlia

Como conseguir ser autêntico? Por José Antunes | Director da Nova Acrópole Porto

Entrada Livre

Dia 2 | Segunda-feira | 19h30 - 21h30

Curso

Filosofia comparada do oriente e do ocidente: Uma filosofia para viver!

Duração: 32 horas (16 aulas)Participação: 150 € (jovens até 30 anos 50% desc.)

Inscrições abertas

Dia 13 | Quinta-feira | 17h00 -19h00Curso intensivo teórico-prático

OratóriaDuração: 6horas (3 aulas de 2h)

Participação: 25€ (jovens até 30 anos - 15€) Inscrições abertas

Dia 14 | Sábado | 21h30

Lançamento de livro

Florbela Espanca - A vida e a alma de uma poetisa

Pelo autor José Carlos Fernández

Director da Nova Acrópole Portugal

Apresentação da Drª Fina D’Armada

Historiadora

Local: Clube Literário do Porto

Rua Nova da Alfândega, 22

Dia 21 | Sábado | 10h00 – 13h00

Seminário de matemática e geometria sagradas

Arquitectura sagrada e Kabbalah

Programa deste módulo

- Princípios de arquitectura sagrada.

- Geografia sagrada e geometria.

- Simbolismo dos Sephirot e a cosmovisão da Kabbalah

- Gematria, notarikon e temura.

- Kabbalah e as proporções matemáticas.

- Comentário à obra de James Ralston Skinner.

Inscrições até 19 de Maio

Participação: 15 € (jovens até 30 anos – 50%)

Dia 25 | Quarta-feira | 19h30 – 20h30 Hora do mito

Os doze trabalhos de HérculesPor Graça Lameira | | Formadora da Nova Acrópole

Entrada Livre

De 26 de Maio a 12 de Junho

Participação na 81ª Feira do Livro do Porto

Local: Avenida dos Aliados

Abril

Maio

30

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Page 31: Conhece-te a ti mesmo Nº6

Abr-Ago 2011 | Distribuição Gratuita31

Junho

Contactos para informações e inscriçõesAv. da Boavista 1057 | 4100-129 PORTO

Tel.: 226 009 277 / 918 058 [email protected]

15 Junho | Quarta-feira | 19h30 – 21h30 Aula Livre

Voluntariado: A base da cidadaniaEntrada Livre com Inscrição prévia até 13 Junho

17 de Junho | Sexta-feira | 21h30 Conferência

O Mediterrâneo no séc. XVI e a encruzilhada de culturas

Por Alberto S. Santos Escritor e autor de "A Profecia de Istambul"

Entrada Livre

Dia 22 | Quarta-feira | 19h30 Curso

Filosofia: Uma aventura para viver

Horários: Quartas das 19h30 às 21h30

Duração: 32 horas (16 aulas)Participação: 150 € (jovens até 30 anos 50% desc.)

Inscrições abertas

Dia 23 | Quinta-feira | 17h00 - 19h00 Curso

Os Mitos Universais Horários: Quintas das 17h00 às 19h00

Duração: 32 horas (16 aulas)Participação: 150 € (jovens até 30 anos 50% desc.)

Inscrições abertas

Dia 29 | Quarta-feira | 19h30 – 20h30 Hora do mito

O mito do Rei ArturPor Mª Emília Ribeiro | Formadora da Nova Acrópole

Entrada Livre

Dia 8 | Sexta-feira | 21h30 Conferência

A filosofia de Antero Quental Por José Carlos Fernández

Director da Nova Acrópole de Portugal

Entrada Livre

Julho

PROGRAMA

PENSAMENTO MÍTICO- O que é um Mito- O papel dos mitos na

evolução da consciên-cia humana

- Sentido da Evolução e os meios para o crescimento interior

- Valores no caminho evolutivo

MITO DE ÉDIPO- Édipo e a Esfinge- Chaves psicológicas- Constituição septená-

ria do ser humano

MAHABHARATA E A MITOLOGIA HINDU- Enquadramento

histórico-filosófico- Deuses védicos

e hinduístas- Trimurti: Brama, Vish-

nu e Shiva- Arjuna e a conquista

do Eu superior

MITO DE ER- A vida para além

da morte- A reencarnação e a

evolução da alma- Eneias, Túndalo, Dante

MITO DA CAVERNA- O mundo sensível

como um jogo de sombras

- A elevação da consciência para aceder ao mundo das ideias

- O regresso à caverna e as quatro naturezas humanas: ouro, prata, bronze e ferro

TIBETE: AS MONTANHAS INACESSÍVEIS- Padmasambhava:

o nascido do Lótus- Os Nagas e os Mestres

da Humanidade- A “Voz do Silêncio” e a

literatura iniciática

AVATARES: MITOS DO NASCIMENTO- Zoroastro, Lao-Tsé,

Cristo, Buda- Religião, religiões

e mística- Budismo: religião

ou filosofia?

MITO DE OSÍRIS- O Nilo Terrestre versus

Nilo Celeste- Harmonia entre

Macrocosmos e microcosmos

TESEU E O MINOTAURO- Os medos e as lutas

interiores- O Rei Justo- O indivíduo e a polis

ASTREIA E A JUSTIÇA- O Bom, o Belo e o Justo- Justiça e justiças- Lohengrin: o cavaleiro

do Cisne

MITOS DE FUNDAÇÃO- Roma, Tebas, Cuzco,

Tenochtitlan- Omphalos: o Umbigo

do Mundo

ORFEU E EURÍDICE- O Amor como poder

de união- Vénus Urânia

e Vénus Pandemos

MITO E HISTÓRIA- Relações entre história

e mito- Parcas, Nornas

ou Moiras e o Destino

MITOS DO DILÚVIO- Ciclos na História- Civilização

e Idade-Média

O TEMPO CÍCLICO- Yugas,

Eras Astrológicas

MITO DE PROMETEU- O Fogo, a Cultura,

a Civilização e a Evolução Humana

Curso

Os Mitos UniversaisRespostas poéticas às eternas

questões humanas: Quem sou? De onde venho? Para onde vou?

31

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Page 32: Conhece-te a ti mesmo Nº6

Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº632

Uma ONG para promover o enriquecimento do Homeminterior e a fraternidade filosófica entre os humanos

A Nova Acrópole é uma Organização Não Governamental Interna-cional de carácter filosófico, cultural, social e ecológico. Foi fun-dada em 1957, em Buenos Aires, pelo Prof. Jorge Angel Livraga (1930-1991), historiador e filósofo.

A Nova Acrópole promove o enriquecimento do Homem Interior e a fraternidade entre os seres humanos através de actividades de carácter filosófico, cultural e de voluntariado social e ecológico. Num espírito ecléctico fomenta a prática dos ensinamentos dos grandes sábios de todos os tempos, sabendo que a aplicação do conhecimento gera um indivíduo melhor que, por sua vez, pode dar o seu contributo na construção de um mundo novo e melhor. Como afirmava Gandhi, devemos ser a mudança que desejamos para o mundo.

A experiência viva da Filosofia sustenta um modelo de cultura activa e participativa que desperta as melhores qualidades de cada um e amplia o horizonte mental, que se abre a todas as manifestações do espírito. Este estilo de cultura torna-nos livres e melhores.

A vocação de serviço à humanidade concretiza-se num decidido compromisso com a sociedade de hoje e com o futuro, através de uma vontade de encontrar respostas e soluções para as grandes interrogações que provoca em nós um mundo cheio de contradi-ções e desafios.

A acção da Nova Acrópole tem como eixo fundamental a FORMAÇÃO filosófica que se reflecte em duas vertentes funda-mentais de actividades: VOLUNTARIADO social e ecológico e CULTURA. A sua carta de fundação assenta nos seguintes três princípios:

I. Reunir os Homens e Mulheres de to-das as crenças, raças e condições sociais em torno de um ideal de fraternidade universal;

II. Despertar uma visão global através do estudo comparado da Filosofia, das Ciências, Religiões e Artes;

III. Desenvolver as capacidades do indivíduo para que possa integrar-se na Natureza e viver segundo as característi-cas da sua própria personalidade.

Todos aqueles que partilhem estes prin-cípios podem associar-se à Nova Acró-pole como Membros depois de fazer o 1º nível do programa de formação.

www.nova-acropole.pt

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