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Nº 4 Ciências das Origens 1 Uma publicação do Geoscience Research Institute (Instituto de Pesquisas em Geociências) Estuda a Terra e a Vida: Sua origem, suas mudanças, sua preservação. Edição em língua portuguesa patrocinada pela DSA da IASD com colaboração da SCB. APRESENTAÇÃO DO QUARTO NÚMERO DE CIÊNCIAS DAS ORIGENS TRADUZIDO PARA A LÍNGUA PORTUGUESA Dentro da programação estabelecida para a publicação da versão brasileira do periódico “Ciencia de los Orígenes” editado pelo “Geoscience Research Institute”, a Sociedade Criacionista Brasileira tem a satisfação de apresentar o quarto número (primeiro número anual de 2003) desta revista que em curto tempo já conquistou seu devido espaço nos meios criacionistas de nosso país. Temos a certeza de que o conteúdo, especialmente do artigo de fundo sobre o CONGRESSO INTERNACIONAL ADVENTISTA SOBRE FÉ E CIÊNCIA será de bastante utilidade não só para trazer informações importantes sobre ciência e Bíblia, como também para chamar a atenção para problemas existentes relacionados com as estruturas conceituais criacionista e evolucionista. Como sempre, ficam expressos os agradecimentos da Sociedade Criacionista Brasileira a todos os que colaboraram para possibilitar esta publicação em português. Renovam-se aqui os agradecimentos especiais à Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia, na pessoa de seu Presidente, Pastor Ruy Nagel, pela continuidade do apoio à publicação periódica desta revista. Ruy Carlos de Camargo Vieira Diretor-Presidente da Sociedade Criacionista Brasileira CONGRESSO INTERNACIONAL ADVENTISTA SOBRE FÉ E CIÊNCIA Nota da redação: A Associação Geral da Igreja Adventista realizou em agosto de 2002 um primeiro encontro de pesquisadores e estudiosos para um diálogo livre sobre conceitos de ciência e teologia que exercem impacto sobre a interpretação adventista do relato bíblico da origem da Terra e da vida. Para este diálogo aberto foram convidados 84 representantes adventistas de todas as partes do mundo: 37 cientistas, 18 teólogos, 20 administradores de igreja, 4 pastores, 7 representantes da Associação Geral, entre eles, redatores das revistas da Igreja. Reuniões regionais continuarão acontecendo em todo o mundo em 2003 e serão concluídas com o Segundo Congresso Internacional em 2004. A proposta inicial dizia: “O conceito que a Igreja mantém sobre as origens, afeta e interage com outras dimensões de sua existência. Portanto, há sabedoria e valor quando a Igreja explora implicações teológicas e científicas de vários pontos de vista sobre Gênesis 1- 11”. Solicitou-se ao Dr. Benjamim Clausen, do Instituto de Pesquisas em Geociências (GRI) que escrevesse suas reações e impressões pessoais sobre o Congresso, que são registradas a seguir. O Congresso Internacional sobre Fé e Ciência convocado pela Igreja Adventista realizou-se em Ogden, estado de Utah, EUA, de 23 a 29 de agosto. Reuniu cientistas, teólogos e administradores de todas as partes do mundo. Este artigo apresentará primordialmente algumas reações pessoais ao Congresso. As sessões foram planejadas com muito esmero, e com flexibilidade. Houve boa representatividade de todo o mundo, de várias áreas, e com pontos de vista

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Page 1: CONGRESSO INTERNACIONAL ADVENTISTA SOBRE FÉ E … · Bíblia, como também para chamar a atenção para problemas existentes relacionados com as estruturas conceituais criacionista

Nº 4 Ciências das Origens 1

Uma publicação do Geoscience Research Institute (Instituto de Pesquisas em Geociências)Estuda a Terra e a Vida: Sua origem, suas mudanças, sua preservação.

Edição em língua portuguesa patrocinada pela DSA da IASD com colaboração da SCB.

APRESENTAÇÃO DO QUARTO NÚMERO DECIÊNCIAS DAS ORIGENS

TRADUZIDO PARA A LÍNGUA PORTUGUESA

Dentro da programação estabelecidapara a publicação da versão brasileirado periódico “Ciencia de los Orígenes”editado pelo “Geoscience ResearchInstitute”, a Sociedade CriacionistaBrasileira tem a satisfação de apresentaro quarto número (primeiro número anualde 2003) desta revista que em curtotempo já conquistou seu devido espaçonos meios criacionistas de nosso país.

Temos a certeza de que o conteúdo,especialmente do artigo de fundo sobre

o CONGRESSO INTERNACIONALADVENTISTA SOBRE FÉ E CIÊNCIA seráde bastante utilidade não só para trazerinformações importantes sobre ciência eBíblia, como também para chamar aatenção para problemas existentesrelacionados com as estruturasconceituais criacionista e evolucionista.

Como sempre, ficam expressos osagradecimentos da Sociedade CriacionistaBrasileira a todos os que colaboraram parapossibilitar esta publicação em português.

Renovam-se aqui os agradecimentosespeciais à Divisão Sul-Americana daIgreja Adventista do Sétimo Dia, napessoa de seu Presidente, Pastor RuyNagel, pela continuidade do apoio àpublicação periódica desta revista.

Ruy Carlos de Camargo Vieira

Diretor-Presidente da

Sociedade Criacionista Brasileira

CONGRESSO INTERNACIONAL ADVENTISTASOBRE FÉ E CIÊNCIA

Nota da redação:

A Associação Geral da Igreja Adventista realizou em agosto de2002 um primeiro encontro de pesquisadores e estudiosos para umdiálogo livre sobre conceitos de ciência e teologia que exercemimpacto sobre a interpretação adventista do relato bíblico da origemda Terra e da vida. Para este diálogo aberto foram convidados 84representantes adventistas de todas as partes do mundo: 37 cientistas,18 teólogos, 20 administradores de igreja, 4 pastores, 7 representantesda Associação Geral, entre eles, redatores das revistas da Igreja.Reuniões regionais continuarão acontecendo em todo o mundo em

2003 e serão concluídas com o Segundo Congresso Internacional em2004.

A proposta inicial dizia: “O conceito que a Igreja mantém sobre asorigens, afeta e interage com outras dimensões de sua existência.Portanto, há sabedoria e valor quando a Igreja explora implicaçõesteológicas e científicas de vários pontos de vista sobre Gênesis 1-11”.

Solicitou-se ao Dr. Benjamim Clausen, do Instituto de Pesquisasem Geociências (GRI) que escrevesse suas reações e impressõespessoais sobre o Congresso, que são registradas a seguir.

O Congresso Internacional sobre Fé eCiência convocado pela Igreja Adventistarealizou-se em Ogden, estado de Utah,EUA, de 23 a 29 de agosto. Reuniu

cientistas, teólogos e administradores detodas as partes do mundo. Este artigoapresentará primordialmente algumasreações pessoais ao Congresso.

As sessões foram planejadas commuito esmero, e com flexibilidade. Houveboa representatividade de todo o mundo,de várias áreas, e com pontos de vista

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Dr. Ben Clausen, pesquisador da área deCiências Físicas do GRI.

variados. Agradaram-me o procedimentoe a atmosfera positiva. Mesmo havendodiferenças de opinião, podia-se sentir umambiente cordial. O simples fato de a Igrejapatrocinar estas reuniões me sugeriu quepertenço a uma igreja que tem confiançasuficiente em sua posição e que podeaceitar o fato de suas idéias seremavaliadas.

As apresentações teológicas deramênfase à importância de umacompreensão correta das origens, emespecial aos itens relacionados com oSábado e à existência de morte antes dopecado. É Satanás quem “induz oshomens a considerar a Deus como autordo pecado, do sofrimento, e da morte.” (DTNp. 15). A apresentação “teológica” que paramim foi a maior bênção, foi a de AthalTolhurst, no sábado de manhã, comnumerosas mostras das belezas dacriação de Deus. Um tema que poderia terrecebido os benefícios de maior discussãofoi a questão da inspiração,especificamente no que se relaciona coma precisão dos detalhes científicos nocontexto das crenças da Igreja, inspiraçãoda idéia, e não inspiração verbal. Olhandono conjunto, não encontrei tendênciaalguma de se querer fazer mudanças naatual posição teológica clara da Igreja, epouco a pouco adotar para algum tipo deevolução teísta, como tem acontecido comalgumas outras Igrejas.

As apresentações científicasfocalizaram algumas evidências a favor dacriação, particularmente evidências daexistência de planejamento feito por umCriador. Não se tratou do problemateológico de Darwin em face do argumentoa favor do planejamento para o mal. Estasapresentações científicas assinalaramdificuldades sobre o tema de uma criaçãorecente como, por exemplo, a ordem noregistro fóssil e a datação radiométrica. Osproblemas cronológicos não têm soluçõessimples ou fáceis, mesmo para o crenteque quer respostas compatíveis com umaleitura literal de Gênesis. A pesquisa dasorigens feita por cientistas adventistas nãoobteve evidências tão convincentes e clarascomo tem acontecido com a mensagemde saúde. Mesmo os numerososexemplos de catástrofes podem, em geral,incorporar-se a modelos de eras longascom tanta facilidade como a modelos deeras curtas. Uma das apresentações deuforte ênfase à ausência de um modelocientífico de cronologia curta para enfrentaro modelo geológico clássico. De modogeral, este Congresso resultou em melhorcompreensão e maior simpatia comrelação aos desafios difíceis que osgeólogos adventistas enfrentam.

Ao chegar ao final destasconversações, pareceu-me que era tão

difícil encaixar a geologia dentro do marcode tempo curto, como encaixar ateologia dentro do marco de tempolongo. Isso pode ser feito com os doistópicos, porém com dificuldades paraacomodar os dados em ambos oscasos. Seria de grande valor ter umaresposta f inal em que a ciênciaapoiasse a cronologia bíblica curta,porém parece que a realidade nos exigeviver com paradoxos e crer, ainda semter necessariamente todas asrespostas. Talvez o enfoque e a atitudeno processo de aprendizagem sejammais importantes do que a obtenção dasolução. Este Congresso foi um grandepasso nessa direção: escutando muitasidéias com os problemas claramenteexpostos, realmente escutando edialogando sem ter que estar de acordo,buscando respostas sem anecessidade de resolver tudo,reconhecendo as tensões porém nãoas polarizando, todos com atitude dereceptividade, positivos e reconhecidoscomo pessoas entregues a Jesus Cristocomo Senhor. Pudemos, assim,encerrar o Congresso com a f irmecrença numa mensagem a serpart i lhada mesmo na presença deperguntas sem respostas.

As reuniões de agosto foram o iníciode dois anos de discussões sobreproblemas de ciência e religião. Emseguida deixo algumas sugestões quepoderiam ajudar nessas discussões.

(1) Firme-se na verdade, porémsem fanatismo ou intolerância.

Steven Weinberg, em seu l ivroDreams of a Final Theory (Sonhos SobreUma Teoria Final) em certo sentidoencontra os religiosos conservadoresmais próximos dos cientistas do queos rel ig iosos l iberais. Osconservadores crêem no que crêemporque pensam que é objetivamentecerto. Por outro lado, os l iberais“pensam que diferentes pessoas podemcrer em coisas exclusivamentediferentes sem que quaisquer delasestejam erradas” (p. 257). No entanto“é a religião dogmática conservadora aque produz dano, com sua longa e cruelhistór ia de cruzadas e j ihad, deinquisição e pogrom”. O Desejado deTodas as Nações parece concordarcom essa idéia, pois diz que “umaest ima zelosa pelo que se chamaverdade teológica acompanha, a miúdo,o ódio da verdade genuína manifestadana vida. Os capítulos mais sombrios dahistór ia estão carregados com arecordação de crimes cometidos porfanáticos religiosos”. Weinberg gostariade ver um equi l íbr io entre ascontribuições positivas da religião e os

problemas trazidos por ela, porém aotentá-lo, “não está certo supor que asperseguições religiosas e as guerrassantas são perversões de uma religiãoverdadeira” (p. 258). No entanto, creioque o fanatismo é uma perversão doverdadeiro cristianismo.

(2) Não l igue a teologia a ummodelo científico, de maneira que umataque à ciência chegue a ser umataque à teologia.

Neste sentido, podemos aprenderdo erro da Igreja Católica no caso deGalileu. Se a Bíblia é aceita porque aciência a apóia, pode-se muitofacilmente colocar a ciência acima daBíbl ia, e a razão e o sent ido depercepção acima da revelação. Isto fazcom que seja fácil descartar a Bíbliaquando os modelos científicos mudam.É factível crer na Bíblia sem ter todasas respostas científicas, ou mesmosentir que uma cronologia curta é omelhor modelo científico (naturalista).

Durante os últimos 200 anos, tantoos evolucionistas como também oscriacionistas tiveram que mudar seusmodelos científicos numerosas vezes.Por exemplo: o papel das catástrofes,quanta geologia cabe dentro de um anode dilúvio, tectônica de placas, erasglaciais, o f ixismo das espécies, aordem no registro fóssil, e a idade doUniverso e da Terra. O conselho deGamaliel em Atos 5 é apropriado paraestes casos: as idéias verdadeirasprosperarão, e as idéias falsasdesaparecerão independentemente daação da Igreja. Os problemas da ciêncianão se solucionam mediantedeclarações ou decretos.

Dois exemplos, ainda queprovavelmente de menor importância,sugerem certas dificuldades técnicasao se tentar definir cientificamente oque aconteceu detalhadamente emcada dia da criação.

A l i teral idade dos dias dacriação foi tratada neste congresso deagosto. A Bíblia enuncia algumas claras

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asserções sobre este tópico, emboratraduzi-las em termos científicos não sejatão fácil. Como se define um dia, antesque o sol seja designado para separar odia da noite? O ciclo dia/noite e o memorialdo Sábado são somente para os sereshumanos de nosso planeta? Como sedefine um dia numa Terra esférica com umalinha de mudança de data e um CírculoÁrtico?

Outro tópico de discussão foiexatamente o que foi criado durante asemana da criação. Para um modelo útilde vida recente, porém em um sistemasolar mais antigo, há algumas perguntascientíficas. Por exemplo: nos dias 1, 2, 4 eparte do dia 3, houve grande atividadecriadora, ou a atividade nestes dias foisomente uma modificação dos cicloshidrológico, geológico, e astronômico quejá existiam durante milhões de anos antes?Mesmo que este modelo possa estarcorreto, parece não ser uma interpretaçãoliteral, mas um compromisso sensível coma magnífica grandiosidade da criação.

“O Senhor fala aos seres humanos emlinguagem imperfeita, a fim de os sentidosdegenerados, a percepção lenta, terrena,dos seres da Terra poderemcompreender-lhe as palavras. Nisto serevela a condescendência de Deus. Elevai ao encontro dos caídos seres humanos

onde eles se acham. Perfeita como é, emtoda a sua simplicidade, a Bíblia nãocorresponde às grandes idéias de Deus;pois idéias infinitas não se podemcorporificar perfeitamente em finitosveículos de pensamento” (MensagensEscolhidas v. 1, p. 22, CPB, 1966). A Bíbliausou a linguagem do aparente, como nósfazemos hoje; isto nos sugere muitocuidado quando quisermos extrair de suaspáginas muitos detalhes científicos.

(3) Não repita os erros de Galileu.O método científico de Galileu não era

tão forte como algumas vezes se crê.Não houve evidências diretas a favor domovimento da Terra, até muito maistarde. A prova da maré, que eleapresentou, estava equivocada; elenunca aceitou que as órbitas dosplanetas fossem elípticas, e era adeptoda astrologia. Superestimou seu caso,sem reconhecer as evidências que seusopositores apresentaram. Galileutambém tinha maneiras não muitorefinadas, sabia ser sarcástico e cortante;fez com que o Papa parecesse um tolo, edesobedeceu ordens razoáveis.Necessitamos levar em conta ambos oslados dos problemas atuais. Em seulivro, The Battle of Beginnings (A Batalhadas Origens), Del Ratzch dá exemplosde mal-entendidos de ambos os lados

do debate sobre as origens, que devemser esclarecidos. Ambos os ladosatacam argumentos obsoletos que ooutro lado não usa mais.

(4) Um dos problemas maioresparece ser como os obreiros da Igreja –professores, pastores, evangelistas –apresentam os temas sobre as origens.

Há queixas de que alguns apresentamteorias que são evolucionistas, outrosapresentam teorias sobre a criação quesão cientificamente mal fundamentadase de lógica deficiente. Acusa-se a ambosde guiar os ouvintes por caminhosequivocados que os fazem perder a fé,que são reticentes em aceitar seus erros,que usam engano, arrogância edesonestidade. Recordo-me de terescutado argumentos, em meus temposde estudante, que careciam de validade,porém também me recordo deconselheiros que me mostraram comoenfrentar problemas difíceis. Talvez omais importante para um obreiro daIgreja é ser humilde, não beligerante,sobrepondo-se aos pormenorescientíficos. Aguardo com interesse asconversações dos próximos anos. Otempo dirá o resultado, porém oCongresso teve bom início e alegra-mever como minha Igreja trata estesproblemas difíceis.

Que relação tem a Bíblia com anatureza ou com a ciência que estuda anatureza?

O livro Educação, p. 124, diz: “O livroda natureza e a Palavra escritaesclarecem-se mutuamente.” “ ... Asafirmações ... científicas da Bíblia sãoconfiáveis”.

Alguns Exemplos de DeclaraçõesBíblicas de Conteúdo Científico:

A TamargueiraAbraão plantou tamargueiras em

Berseba (Gên. 21:33).O Dr. José Weitz, botânico israelense,

diz: “seguindo seu exemplo, plantamos... dois milhões de mudas. Abraão fez oque era certo, pois ... é uma das poucasárvores que ... prosperam naquelasregiões do Sul, onde a precipitação anualchega a menos de 150 mm”. (26)

O SangueGênesis 9:4 e Levítico 17:11,14 dizem

que a vida do animal depende de seusangue.

INFORMAÇÃO CIENTÍFICACONTIDA NA BÍBLIA

Carlos F. Steger – Professor e Museólogo da Universidade Adventista do PrataEx-Diretor da Sub-sede do Geoscience Research Institute

na Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Somente em 1615 William Harveydescobriu as funções do sangue,descoberta que divulgou desde 1619 emsuas conferências, e que publicou em1628. (27)

Tamargueiras

Professor CarlosF. Steger.

Uma só linhagem humanaDurante milênios imperou a opinião

de que os seres humanos não eramtodos iguais, e que, segundo sua origem,sua nacionalidade, sua condição sócio-cultural, sua cor ou sua raça (como osnegros, por exemplo) podia-se classificá-los em diferentes categorias, algumassuperiores (de “sangue azul”, como anobreza) e outras inferiores (os servos eescravos). No entanto, no primeiro séculode nossa era, Paulo afirmou (Atos 17:26)que a “linhagem humana” tinha umaorigem comum (“de um só sangue”), oque de fato possibilita as transfusões desangue que salvam tantas vidas. Osgrupos sangüíneos conhecidos sãototalmente independentes dos fatoresmencionados. (28)

Número de EstrelasQuando Deus anunciou a Abraão que

sua descendência seria tão incontávelcomo as estrelas (Gênesis 15:5 e 22:17),

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os sábios da época criam que seunúmero era muito limitado. Deus repetiua mesma promessa em relação àdescendência de Davi em Jeremias33:22. Ainda no século XX os astrônomosreconheciam que o número de estrelas“visíveis a olho nu em todo o céu”alcançava somente 6.000. (29) No entanto,falando do universo conhecido, afirmaStephen Hawking que “nossa galáxia ésó uma entre as várias centenas debilhões de galáxias e que cada umadelas contém centenas de bilhões deestrelas”. (30)

E pensar que Deus sabe quantas são,e as conhece por seu nome! (Isaías40:26).

Medidas ExatasRecentemente, no século XX,

especialmente desde que o homemconseguiu lançar sondas espaciais esatélites artificiais com instrumentoscientíficos para fora da atmosferaterrestre absorvedora de irradiações (31),as aparentemente simples palavras deJó, com a pergunta: “Quem ordenou suasmedidas?” (Jó 38:5), referindo-se à Terra,adquirem seu verdadeiro significado.

A localização da Terra no SistemaSolar, seu tamanho e composição quedeterminam a força da gravidade, suatemperatura, sua atmosfera complexa(troposfera, estratosfera, ionosfera,mesosfera, e exosfera (32)) ou “envolturagasosa” que tem múltiplas funções, suavelocidade de rotação, a presença da águacom suas excepcionais características, arelação entre as superfícies de água ede terra, as leis físicas que a regem, arelação entre a distância e o tamanho dalua, todos são fatores extremamentecríticos para a existência da vida na Terra. (33)

Isaías 45:18 diz que “Deus criou aTerra para que fosse habitada”. “As leisda ciência, tal como as conhecemosatualmente, contêm muitas grandezasfundamentais. O fato notável é que estasgrandezas parecem haver sido ajustadassutilmente para tornar possível odesenvolvimento da vida”. (34)

EsfericidadeMesmo que houvesse escritores

antigos, como Lactâncio, que negavam

a esfericidade da Terra, (35) a Bíblia já aafirmava em Provérbios 8:27 e Isaías40:22.

Segundo alguns autores, Colomboinferiu a esfericidade da Terra baseando-se nestas passagens, o que talveztambém não tenha sido bem assim. (36)

Disse Rodó: “Este livro infundiu emColombo o pressentimento da descobertainaudita”. (37) Mason afirma que o que fezColombo tentar a aventura de viajar emdireção ao ocidente para chegar à Índia,foi a distância que Cláudio Ptolomeu haviaestabelecido erroneamente ao calcular acircunferência da Terra. (38) O gregoPossidônio de Apamea no primeiro séculoa.C. já havia cometido o mesmo erro aofazer esse cálculo, em que pese o fato deque um século antes, Eratóstenes deCirene houvesse calculado corretamentea circunferência da Terra. (39) Colombo nãosomente seguiu a Ptolomeu, como aToscanelli, e especialmente ao CardealPierre d’Ailly em seus cálculos. (40) O maisnotável é que os cálculos de Colombo seapoiavam cegamente no livro apócrifoEsdras Quarto 6:42 e 47. (41)

HeliocentrismoEm que pesem as crenças da

antigüidade que afirmavam que a Terraestava fixa e imóvel, sustentada porelefantes, por tartarugas ou pelo giganteAtlas, (42) no Livro de Jó já estava reveladoque “a Terra está suspensa no vazio” (Jó26:7 e 38:6).

Copérnico chegou a essa conclusãoem seus escritos concluídos em 1530 (43)

(embora tenha publicado o seu livrosomente em 1543), (44) expondo o “novosistema do mundo”, o heliocêntrico, (45)

hipótese que já havia sido enunciada porAristarco de Samos no terceiro séculoa.C., e que, no entanto, os seuscontemporâneos gregos não aceitaram. (46)

É interessante notar que Copérnico falade “charlatões” que julgariam sua obra“baseados em alguma passagem dasEscrituras, deformando-as especial-mente para seus propósitos”. (47)

Peso do ArQue o ar tem peso, como é dito em Jó

28:25, foi descoberto modernamente em1643 por Evangelista Torricelli, discípulo

de Galileu, ao efetuar a medida dapressão atmosférica. (48)

O RelâmpagoO que os físicos descobriram nos

últimos séculos, Jó já afirmava (Livro deJó 28:26; 38:25): que as descargaselétricas, como o relâmpago, “seguemum caminho”. (49) A aplicação maisconhecida desta descoberta é o pára-raios inventado por Benjamin Franklin em1752. (50)

A ÁguaEm Eclesiastes 1:7; Amós 5:8; Jó

26:8; 36:27-28; 38:28 e 37 fala-se do ciclometeorológico, ou ciclo da água.

“Logicamente deveria ver-se aqui – eassim se vê no século XX – o interessanteindício de que os hebreus eram acuradose reflexivos observadores que souberamdelinear o interessante problema do cicloda água”. (51)

As NuvensEm Jó 37:16 é feita a pergunta: “Tens

tu notícia do equilíbrio das nuvens ... ?”sugerindo o que a meteorologiareconhece atualmente, ao classificar asnuvens pela sua forma e aspecto (52),fatores que se levam em consideraçãopara prever certas mudanças climáticas.

A isto podemos acrescentar Mateus16:2-3 e Lucas 12:54-56, passagens nasquais Jesus faz referência aoconhecimento empírico de seuscontemporâneos, baseado naobservação e na experiência, para prevero tempo. Já na época em que foi escritoEclesiastes, reconhecia-se que, apesarde toda a experiência em relação aoclima, este não era de todo confiável(Eclesiastes 11:4), como ainda acontececom os prognósticos meteorológicos. (53)

Transporte hídricoEm Jó 26:8 usa-se uma expressão

muito ilustrativa ao dizer que Deus“prende as águas em densas nuvens, eas nuvens não se rasgam debaixodelas”. Talvez alguém veja aqui algumaalusão à crença da antigüidade de queas nuvens eram odres, recipientes queeram quebrados pelos deuses para que

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caísse a chuva. Jó 36:27 opõe-se a essainterpretação ao declarar que Deustransforma “o vapor em chuva”. (54) Selermos com atenção, descobriremos quea ênfase da primeira passagem se refereao fato de tal quantidade de água, comoa que as nuvens contêm, poderpermanecer em suspensão por muitotempo e percorrer grandes distânciasantes de cair.

O FirmamentoJó 37:18 fala dos “céus” (55), “envoltura

gasosa” do planeta, “estendidos firmescomo um espelho”, o que nos recorda apalavra firmamento.

Segundo a ciência contemporânea,os diferentes “matizes” de cor azul do céudevem-se à espessura das camadas dear (56) dessa “envoltura”, porque o espaçoextraterrestre é negro. (57)

GenéticaSerá o Salmo 139:16 uma referência

ao código genético, descoberto emnosso século? Desde a década de 1920os pesquisadores têm trabalhadofebrilmente para decifrar este código. (58)

Liberação de EnergiaA descrição profética que fazem as

passagens de II Pedro 3:10 e 12 pode tersido considerada fantasiosa até aalgumas décadas. Unindo as duaspassagens poderíamos ler: “Os céusincendiados serão desfeitos e passarãocom estrepitoso estrondo e oselementos se desfarão abrasados;sendo queimados se fundirão, e a terrae as obras que nela existem serãoatingidas”.

Atualmente, desde que em 1945foram lançadas as bombas atômicassobre Hiroshima e Nagasaki (59), estadescrição assume novo vigor aomencionar as manifestações luminosas,sonoras e térmicas da liberação deenergia. (60)

O VentoO comportamento do “vento” é

mencionado em várias passagens como“intrigante” (61).

Embora os meteorologistas jáhouvessem descoberto os “caminhos” dovento, muitos aspectos dele ainda eramincógnitas tratadas com suposições, atéa Segunda Guerra Mundial. (62)

O GranizoJó fala da origem e formação do

granizo como um enigma. (63) Ainda em1962 Battan reconhecia: “Até agora nãotemos respostas satisfatórias ... Não fazmuitos anos, a maioria das idéias sobreesse tema não passava de simplesconjecturas”. (64) Atualmente, a ciência nospode dar uma explicação a esse respeito. (65)

Relacionada com o granizo, está adescoberta de que muitas nuvens altassão formadas por partículas de gelo, eum dos fenômenos que o revela são os“halos” que podem adotar diferentesaspectos. (66)

PrecipitaçãoEm Jó 28:26 são mencionadas as

“leis para a chuva” (A Bíblia de Jerusalémdiz que Deus pôs “leis para a chuva”).

Mais recentemente, em 1880, Aitkendemonstrou que o vapor d’água dasnuvens se condensa sobre “núcleos”,chamados por isso de “núcleos decondensação”, para que se formem asgotas que caem na terra como chuva. (67)

Além desta condição essencial, há outrasque devem cumprir-se para que seproduza a precipitação, que ameteorologia continua pesquisando. (68)

Obedecendo às leis da chuva, pode-semencionar o fenômeno óptico do “arco-íris”, relacionado com a mesma (69).

A NeveOutro desafio para os sábios da

antigüidade era a neve. Assim, Jó 38:22fala sobre os “depósitos da neve”. Outraspassagens referem-se ao mesmo tema,ou às características especiais da neve. (70)

“Nos primeiros anos da década de30, o famoso meteorologista norueguêsTor Bergeron propôs uma teoria sobre asprecipitações (de chuva e neve), a qualainda se considera válida em sua maiorparte”. (71)

Mecânica CelesteEm Jó 38:33 Deus lhe pergunta: “Sabes

tu as ordenanças dos céus ... ?” (72) Comcerteza a referência é feita à composiçãodo universo e às leis que o regem. Àpassagem citada podemos agregar Jó 9:9;38:31 e 32; Salmo 148:3-6, onde sãonomeadas algumas constelaçõesconhecidas desde a antigüidade.

À medida que a cosmografia ampliavaa descrição do universo, a cosmologia iaajustando a interpretação dos grandesprincípios que o regem. Podemos dividira história da cosmologia em três partes.A anterior a Newton, de Newton a Einstein,e a posterior a este. Antigamente, acosmologia se guiava por certosprincípios intuitivos, que foramabandonados diante das idéias deGalileu, (73) e das leis de Kepler, (74) atéque Newton, “o fundador da MecânicaCeleste”, descobriu a célebre lei da“Gravitação Universal” que leva seunome, exposta em seu livro “Principia”publicado em 1686. (75) Desde essemomento foi possível explicarfenômenos astronômicos intrigantes, (76)

assim como predizê-los. Finalmente,desde Einstein, que introduziu o conceitoda “quarta dimensão, o tempo”, com suateoria da relatividade, (77) a cosmologiaentrou em sua fase atual.

E as leis que regem o cosmos? Àmedida que o homem fez incursões nouniverso com seus recursos científicose técnicos, reconheceu que esteresponde a leis cada vez maiscomplexas. O cientista S. Hawking, umadas mentes mais notáveis atualmente,diz: “A ciência parece haver descobertoum conjunto de leis que ... nos diz comoevoluirá o universo... Estas leis podemter sido ditadas originalmente por Deus... Toda a história da ciência temconsistido numa compreensão gradualde que os fatos não ocorrem de umaforma arbitrária, mas que refletem umacerta ordem subjacente, a qual podeestar ou não divinamente inspirada”. “Asleis da ciência, tal como as conhecemosatualmente, contêm muitas grandezasfundamentais ... O fato notável é que osvalores dessas grandezas parecem tersido ajustados sutilmente para tornarpossível o desenvolvimento da vida”. (78)

Outros temas seriam:O comportamento paradoxal da água,

que ao resfriar-se abaixo de 4° C, se dilataem vez de contrair-se como as demaissubstâncias. Qual será o propósito disto?(Jó 37:10; 38:30).

O desenvolvimento embrionáriodo ser humano, de maneira maravilhosa,

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segundo Salmo 139: 13-17; 71:6;Jó 10:9-13.

As medidas profiláticas para aprevenção das enfermidades, constantesde Levítico 11:32-43; 13:1-13.

Certamente, ainda existem afirmaçõesbíblicas que constituem um desafio paraa pesquisa científica. O fato de havercontínua pesquisa científica é a melhorevidência do reconhecimento de nãotermos ainda respostas a todas asquestões que a natureza requer daciência.

Notas e ReferênciasSe não indicado ao contrário, usou-se a Bíbliatraduzida por João Ferreira de Almeida, ediçãorevista e atualizada.(26) Keller, W. (1957), E a Bíblia Tinha Razão.Edições Melhoramentos, 3ª ed., 1958, S. Paulo,p. 358.(27) Belmes, P. G. e L. G. Belmes. (1956),Salvadores de la Humanidad. Buenos Aires, Ed.Anaconda, pp. 26, 28.(28) Guyton, A C. (1995), Tratado de FisiologíaMédica. 8ª ed. Madrid, Interamericana MacGraw-Hill, p. 402.(29) Loedel, E. e S. De Luca. (1949),Cosmografía. 3ª ed. Buenos Aires, Angel Estrada,p. 59.(30) Hawking, S. W. (1988), Uma Breve Históriado Tempo. Rocco. Rio de Janeiro, 1997, p. 63.(31) Além da conhecida astronomia óptica e daradioastronomia, surgiram a astronomiainfravermelha, a ultravioleta, a dos raios X e ados raios gama. Pailer, N. (1996), Neues aus derPlanetenforschung. Unerwartete Ergebnissedurch Weltraumsonden. 3ª ed. Neuhausen-Stuttgart, Hänssler-Verlag, p. 3.(32) Petterssen, S. (1962), Introducción a laMeteorología. 3ª ed. Madrid, Espasa-Calpe, p.26 Medina, M. (1976) Iniciación a laMeteorología. Panorama actual de la Cienciadel Tiempo. 4ª ed. Madrid, p. 245.(33) Ritland, R. M. (1972), En busca de un sentidopara la naturaleza. Ldor. S. Martín, Ed. C.A.P.,pp. 65-82.(34) Hawking, p. 176 e seguintes. “Seria muitodifícil explicar porque o universo deveria tercomeçado justamente desta maneira, excetose o considerarmos como um ato de um Deusque pretendesse criar seres como nós.” Id., p.179.(35) Copérnico, N. (1965) Las Revoluciones delas Esferas Celestes. Libro 1º. Introducción ynotas de Alejandro Koyré, Buenos Aires.EUDEBA, p. 44.(36) Aparentemente não eram estas passagensas que inspiravam Colombo já que em seusdias a redondeza da Terra era “a doutrinageralmente aceita por cristãos, mouros e judeus”.Pode-se deduzir que Colombo apoiava a idéia,das notas marginais que fez a esse respeito emseu “livro favorito, ‘Ymago Mundi’ do Cardeald’Ailly, chanceler da Universidade de Paris”, queafirmava a esfericidade da Terra. Madariaga,S. de (1952), Vida del muy Magnífico señor donCristóbal Colón. 5ª ed., México. EditorialHermes, p. 143.(37) Rodó, J. E. (1956), Obras completas. 2ª ed.Buenos Aires, Ed. Antonio Zamora, p. 338.(38) Mason, pp. 61, 62.(37) Idem, pp. 58, 59.(40) Toscanelli cria que a distância da Espanhaaté a Índia, indo em direção ao leste era menordo que realmente era. Colombo compartilhavaessa opinião e estimou esta distância comosendo ainda menor, baseando-se especialmenteno livro do Cardeal d’Ailly. Por isso opina: “combom vento se pode cruzar este mar em poucosdias.” Madariaga, p. 144.(41) O argumento escrito por Colombo aos reis,diz: “ajuda-me o dizer de Esdras Quarto, Capítulo

6, que diz que as seis partes do mundo são deterra seca, e uma é de água, livro aprovadopor Santo Ambrósio em seu Hexamenon, eSanto Agostinho”.(42) Dolmage, C. C. (1915-1918), El universoal día. Barcelona, Sociedad General dePublicaciones, p. 18.(43) Copernico, p. 14. “Introducción deAlejandro Koyré.(44) Idem, p.18.(45) Loedel, De Luca, p. 311. Copérnico “em‘De Revolutionibus Orbium Coelestium’ expõeum novo sistema do mundo”. Já em 1514 haviaproposto este sistema, segundo Hawking p. 20.(46) Boido, G. (1996), Noticias del planetaTierra. Galileo Galilei y la revolución científica.Buenos Aires. “A. Z.” Editora, p. 24. Mason, pp.57-59. Moulton, F.R. e J.J. Schiffers. (1947),Autobiografía de la Ciencia. México, Fondode Cultura Económica, p. 13.(47) Copernico, p. 94. A nota de A. Koyréesclarece que “As passagens geralmente citadascontra o movimento da Terra são as seguintes:Salmos, IX, 9; XII, 12; Eclesiastes, XXV, 25”.Dos três textos o único que encontramos é oSalmo 9:9 que, na versão de Torres Amat falada redondeza da Terra.(48) Fernandez, J. S. e E. E. Galloni. (1960),Física Elemental, Tomo I, 5ª ed. Buenos Aires,Editorial Nigar, p. 245. Mason, p. 315. A pressãoatmosférica se mede com o barômetro, e noséculo XVII Galileu demonstrou que os gasestêm peso. Maiztegui, A.P. e J.A. Sábato.(1958), Introducción a la Física. Tomo I., 7ª ed.Buenos Aires, Editorial Kapeluz, p. 59. Medina,pp. 20 e 21.(49) Fernandez, J. S. e E. E. Galloni. (1958),Física Elemental, Tomo II, 5ª ed. Buenos Aires,Editorial Nigar, pp. 441 e 442. Fleuchtner, H-J(1958), Tú y el Tiempo. Vision de la modernameteorología y de sus principios científicos,Barcelona, Editorial Labor, pp. 234 e 235 explicacomo se produz o “caminho” para o raio.(50) García Font, J. (1968), Historia de laCiencia. 3ª ed. Barcelona, Ediciones Danae,pp 392 e 393.(51) Cailleux, A. (1972), Historia de la geología.2ª ed. Buenos Aires, EUDEBA p. 33.(52) O primeiro a propor uma classificação dasnuvens foi Luke Howard em 1803. Battan, L. J.(1965) Física y siembra de nubes. Buenos Aires,EUDEBA, CAP. 4. Petterssen, pp. 63-73.Flechtner pp. 218-222.(53) Medina, pp. 13 e 77(54) Flechtner, pp. 223-229.(55) “Extendeste ... os céus, firmes como umespelho fundido”, leva a pensar em firmamento,expressão usada com freqüência.Em Gênesis 1: 7:, 8 podemos entender que asexpressões: expansão – “céus”, se refere àenvoltura gasosa que rodeia nosso planeta(atmosfera, ionosfera ...) que nos protege dosraios cósmicos, dos raios X, dos raios gama edos raios ultravioletas, assim como dobombardeio dos meteoros, etc. provenientesdo espaço extraterrestre. Notemos que Isaías40:22; 42:5 faz referência a que Deus “estendeos céus como cortina”, essa cortina feita nosegundo dia da criação, que como um escudoprotege os seres vivos da Terra e lhesproporciona os elementos necessários para ointercâmbio gasoso desses seres. Porque seanalisarmos a expressão “céu” na Bíbl ia,descobrimos que aparentemente existem trêsdiferentes tipos de “céus”. O primeiro seria odesignado como “céus”, e que já explicamos, osegundo poderia ser o espaço extraterrestre ouinterestelar, exterior a nosso céu, designadocomo “céus dos céus” em algumas passagens,e o terceiro (II Cor. 12:2) seria “o lugar ondeestá o trono de Deus, Sua residência”, se assimpudermos dizer do nosso ponto de vistahumano. Ampliamos o tema ao tratar aexpressão “céus” de Gênesis 1.(56) Loedel-De-Luca, p. 10 Em última instânciase deve às partículas que o ar da “envolturagasosa” contém. Flechtner p. 77.

(57) Cernan, E. e D. Davis. “El último hombreque pisó la luna”, Selecciones del Reader’sDigest. Tomo CXVII, 700, Março 1999, pp 133 e134.(58) De Robertis, E. D. P. e E. M. F. De Robertis.(1985), Biología Celular e Molecular. 10ª ed.Buenos Aires, Librería “El Ateneo”, p. 436 eseguintes. Projeto GENOMA, criado pela“Human Genom Organisation” com o fim dedecifrar os três bilhões de pares de bases doDNA humano, nos quais foram identificados30.000 genes relacionados a determinadosórgãos e 700 genes relacionados a doençashereditárias específicas, segundo Barthell, A. G.W. “Hugo desenrolla el hilo de la vida”,Deutschland, 3 junho 1996, p. 20.(59) Philberth, B. (1962), Christliche Prophetieund Nuklearenergie. 2ª ed. Nürnberg. Glock undLutz, p. 105.(60) Efron, A. (1971), El Mundo de la EnergíaNuclear. Buenos Aires. Editorial Bell, p. 68. Umaexplosão nuclear tem um triplo efeito; 1 – Ondade choque; 2 – O calor e a matéria; 3 – Aspartículas radioativas. Medina, p. 236.(61) Ecl. 1:6; Sal. 148:17; 148:8.(62) Medina, p. 28 e cap. 5. Petterssen, p. 199fala da lei do vento.(63) Jó 38:22,29 e 30; Sal.147:17; 148:8.(64) Battan, pp. 86, 88, 89.(65) Medina, pp. 151-153.(66) Flechtner, p. 245. Jó 38:29 faz referênciaao desconhecido “ventre de gelo”. Sal. 147:16.(67) Esses “núcleos de condensação”basicamente podem ser de três classes: pó, saise produtos da combustão, Battan, cap. 2.Petterssen pp. 73-75, 89-93. Fletchner pp. 52-54, 207-209.(68) Battan, capítulo 6. Flechtner, p. 223.Petterssen, p. 63, 76.(69) Gên. 9:13, 14 e 16; Eze. 1:28; Apoc. 4:3 e10:1. É um fenômeno estudado pela óptica. “Ascores formosas do arco-íris devem-se à dispersãoda luz do sol nas gotas d’agua enquanto estáchovendo.” Maiztegui, A. P. (1958) Introduccióna la Física. Tomo II. 5ª ed. Buenos Aires, EditorialKapelusz, p. 95. Fechtner, p. 244. (Ver tambémFolhinha Criacionista número 8, SCB, 2001).(70) Jó 37:6; 24:19; Sal. 147:16; 148:8. A neveé referida em Prov. 25:13; Jer. 18:14; Sal. 51:7;Isa. 1:18.(71) Battan, pp. 57, 71-75, 85. Flechtner, p. 223.Petterssen, pp. 63 e 76.(72) Bíblia de Jerusalém, (1967), Bruxelas,Desclée de Brouwer.(73) Em 1609 Gali leu começou suasobservações, que confirmaram o heliocentrismo,dando “o golpe mortal à teoria aristotélico/ptolomaica”. Hawking, p 21.(74) Loedel – De Luca, pp. 317-321. Hawking,p. 21.(75) Loedel – De Luca, pp. 584, 323. Em 1687Newton publicou “Philosophiae NaturalisPrincipia Mathematica, provavelmente a obramais importante publicada nas ciências físicasem todos os tempos”. Hawking, p. 21.(76) Laplace, por exemplo, abordou em sua“Mecánica Celeste” um interessante problemaque abordava as desigualdades das órbitas deJúpiter e de Saturno. O movimento de Júpiterera mais lento e o de Saturno mais rápido doque se esperava. Em conseqüência de repetidasaproximações um dos planetas empurraperiodicamente o outro para frente, e ao mesmotempo é empurrado para trás de forma alternadanum período de 929 anos, segundo demonstrouLaplace. Papp, D. e J. Babini. (1955), Panoramageneral de historia de la ciencia. Tomo VIII. Elsiglo del Iluminismo. Buenos Aires, EspasaCalpe, Arg., pp. 44 e 45.(77) Hawking, pp. 74, 42, 43, 55.(78) Idem, pp. 164, 167.

Nota da Redação. Este extrato é parte de um artigomais abrangente do autor, intitulado: “Confiabilidadeda Bíblia em Temas não Teológicos”, utilizadoespecialmente para palestras a estudantes.especialmente para palestras a estudantes.

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Nº 4 Ciências das Origens 7

“CIÊNCIAS DAS ORIGENS” é uma publicação quadrimestral doGeoscience Research Institute, situado no

Campus da Universidade de Loma Linda, Califórnia, U.S.A.

A Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia provê recursos para queesta edição em Português de “Ciências das Origens” chegue gratuitamente a professoresde cursos superiores interessados em estudos das Origens. Grupos de pelo menoscinco estudantes interessados podem receber esta publicação gratuitamente solicitando-a anualmente à Sociedade Criacionista Brasileira, enviando seus nomes e endereços.Outros interessados deverão solicitar assinatura anual preenchendo o cupom que seencontra na página 8 deste número.

Conselho Editorial - James Gibson (Diretor do GRI), Benjamin Clausen,Katherine Ching, Elaine Kennedy, Raul Esperante, Tim Standish

Tiragem desta edição: 2.000 exemplares

DiretorJames Gibson

RedatorDavid H. Rhys

Redatores AssociadosEdmundo Alva Ben Clausen

SecretáriaJan Williams

C. Everet Koop (1916 - ) foicognominado o médico de família daAmérica, quando completou seumandato de Ministro da Saúde dosEstados Unidos, exercido de 1981 a1989. Anteriormente, por 35 anos haviasido cirurgião chefe do Hospital Infantilde Filadélfia, notável por seu êxito emreparar defeitos em bebês prematuros edefeituosos.

No transcurso de seu primeiro anono Hospital Infantil, pouco a pouco foi seapercebendo do que significava sercristão. “Como uma pessoa cujaeducação e experiência me haviam dadocompleta fé na ciência, cheguei acompreender uma verdade mais elevada.Dali em diante vi a coexistência entre aciência e Deus”. No Hospital Infantil,ensinou aos residentes não somente adominar a ciência médica, mas tambéma compartilhar o elixir da bondadehumana com os pacientes angustiados.Dois incidentes causaram profundosimpactos em sua compreensãoespiritual. Em 1968, seu filho de 20 anos,ao escalar uma montanha, encontrou amorte. Ao escrever, em sua dor, Koopreflexiona, “Deus era poderoso parasalvá-lo, porém em Sua soberaniaescolheu não fazê-lo”. Logo mais, em1981, teve momentos amargos porqueos críticos de sua posição cristãbuscaram motivos para impedir suanomeação como Ministro da Saúde danação. Ele disse que, em sua leiturabíblica matutina, com sua esposa, “foi-nos de grande ajuda o chamado de Deusa Abraão para deixar seu lar, e a PrimeiraEpístola de Pedro, capítulo 4, que indicacomo atuar quando se é vilipendiado”.

O que seus oponentes combatiameram as suas convicções: O Dr. Koop seopunha ao aborto, ao sexo fora do

matrimônio, ao homossexualismo, àpropaganda do tabaco, especialmentepor aqueles que procuravam aumentarseu uso no terceiro mundo, e consideravao cigarro igual à heroína.

Contudo, ele prefere chamar-se deevangélico e não de fundamentalista,porque evangélico é um “mensageiro,que leva boas novas da misericórdia deCristo”. Preferia a atitude do afetuosomédico de família à de moralistarabugento. Respeitava o valor da vida: daalta sociedade, das crianças desnutridas,das mulheres que sofrem abusos, dosativistas, como também daqueles comAIDS. Era muito bondoso com todos osdebilitados e os carentes de direitos. Nofinal do período em que ocupou o cargode Ministro da Saúde da nação, muitosde seus críticos anteriores agora oaplaudiam, e alguns daqueles que oapoiaram, agora o desdenhavam. Issotalvez, por causa de três posições quetomou:

1. No caso jurídico de um bebênascido com defeito físico, ao qualprivaram de alimento para encurtar-lhe avida, Koop formulou regulamentosestritos para evitar repetições, porém otribunal os rejeitou. Então Koop osmodificou em parte, para que fossemaprovados. Isto desgostou aosintransigentes, porém ele preferiualguma coisa, antes que nada. Nomundo “não se pode tornar ilegal tudo oque é imoral”.

2. Buscou apoio para encontrarremédios para a AIDS. Os conservadoresnão o apoiavam porque consideravam aAIDS “castigo de Deus”. Apesar de não

concordar com a promiscuidade sexual,considerava que, como Ministro deveriainteressar-se pela saúde tanto depessoas morais como de imorais. Porisso, favoreceu a educação sexual e aeducação preventiva. Até oshomossexuais o respeitavam edepositaram confiança nele.

3. Quando preparou seu informesobre os efeitos do aborto na mulher,consultou 255 estudos. Encontroualguns estudos que o consideravamperigoso, e outros não, e achou falhasmetodológicas em todos os estudos.Não encontrou prova incontroversa dodano, e por isso não pôde regulamentar,como queria, a prática do aborto. Muitosque o haviam apoiado advogavam umaregulamentação com base nos conceitosmorais, e não aceitavam que eledissesse que não poderia serdesonesto, porque faltava evidênciacientífica.

Por causa da sua honestidadeintelectual, moral e ética, chegou a serum dos servidores públicos maisadmirados dos Estados Unidos, erecebeu o mais importantereconhecimento civil, a MedalhaPresidencial de Liberdade. Este é umcaso notável de alguém que integrou comêxito sua vida religiosa com sua vidaprofissional.

ReferênciasKoop: The Memories of America’s Family

Doctor. C. E. Koop 1991.Soul Survivor: How my Faith Survived Church.

Philip Yancei 2001, pp. 179-203.Site: http://www.drkoop.com

Homens de Ciênciae de Fé em Deus

Parte XXXIII - por Ben Clausen

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8 Nº 4 Ciências das Origens

Para a assinatura anual (com 3 números) de “Ciências das Origens” emPortuguês preencher este cupom e enviar para a Sociedade CriacionistaBrasileira, no endereço abaixo, com cheque ou depósito bancário emnome da Sociedade Criacionista Brasileira, Banco Bradesco, Agência241-0 conta corrente 204.874-4 ou Banco do Brasil, Agência 1419-2, contacorrente 7643-0, para o pagamento do porte postal, no valor de R$ 5,00.

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Planetas do tipo de Júpiterformados em centenas de anos

T. R. Quinn, astrofísico da Universidadede Washington, e mais três colegas, estãocausando movimentação entre osastrofísicos com a nova teoria de que osplanetas gasosos, do tipo de Júpiter, podemformar-se em poucas centenas de anos.Até agora se acreditava que eramnecessários milhões de anos para que odisco protoplanetário, que circunda umaestrela jovem, se aglutinasse em massasque formariam o núcleo de um planetagigante. Esta nova pesquisa indica que, parasobreviver aos efeitos de estrelas próximase à radiação, o planeta em formação temque se condensar em um processo rápido.Estes planetas gasosos gigantes parecemser os mais comuns, pois já mais de uma

Notícias do Campo da CiênciaDr. David Rhys

centena foram descobertos fora do SistemaSolar. Esta nova teoria pode produzirrepercussões em todo o âmbito dacosmologia. Para mais informaçõescontate: [email protected]

Inscrição em Urna de Pedra com oNome de “Jesus”

Foi descoberta uma urna fúnebre depedra com uma inscrição em aramaicoque, traduzida diz: “Tiago, filho de José,irmão de Jesus”. A descoberta ocorreunas imediações de Jerusalém e produziumuitos comentários porque é a primeiramenção ao nome Jesus na arqueologiapalestina. Para mais informações,consulte www.biblicalarchaeology.org.

Urna com a inscrição “Tiago, filho de José,irmão de Jesus”.