conflitos de Água

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Conflitos de guaAs disputas por recursos hdricos no Brasil atingiram um novo recorde histrico em 2013, segundo dados preliminares do levantamento anual feito pela Comisso Pastoral da Terra (CPT), obtidos com exclusividade pela BBC Brasil.Foram identificados 93 conflitos por gua em 19 Estados, o maior desde 2002, quando eles passaram a ser monitorados pelo rgo, que ligado Igreja Catlica. Isso representa um conflito hdrico a cada quatro dias.No ano passado, houve um aumento de 17% no nmero de disputas em relao a 2012. Foi o segundo ano seguido de intensificao dos conflitos. Em 2012, houve 79 conflitos, um aumento de 16% em relao a 2011.Leia mais: O futuro da gua brasileira ser decidido nos tribunais?De acordo com a CPT, muitas destas disputas ocorrem para evitar a apropriao de recursos hdricos por empresas, como mineradoras e fazendas, ou para impedir a construo de barragens ou audes.Conflitos fundiriosO tema da diviso da terra evoca uma questo recorrente no Brasil: os conflitos fundirios que, no decorrer da histria do pas, adquiriram diferentes contornos. De acordo com a doutora em histria pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Marina Machado, muitas vezes esses conflitos aconteceram por envolverem divises territoriais administrativas, construo de limites e de fronteiras. Para ela, fundamental, tambm, considerar que tal discusso atravessada pela questo das disputas entre terras latifundirias. A expanso - ou no de uma fronteira explora diferentes aspectos e interesses, de diferentes grupos envolvidos em um mesmo processo (fazendeiros, moradores, grupos indgenas, agentes do governo, representantes da igreja etc.), lembra a historiadora.

Nesse sentido, Feliciano ressalta que o assunto no pas ultrapassa a questo das fronteiras legais das unidades federativas, mas ao mesmo tempo movido pelas relaes sociais de poder e disputa que nelas so materializadas.Em comparao aos sculos anteriores, possvel afirmar que no sculo XX houve, ao mesmo tempo, uma reduo na concentrao fundiria e uma valorizao da terra no pas. Isso se deu, por um lado, devido ao fato de os agricultores brasileiros passarem a investir em atividades urbano-industriais em decorrncia, sobretudo, da desvalorizao mundial do caf durante a Primeira Guerra Mundial e a crise econmica de 1929. Por outro lado, houve um aumento do valor de uso da terra, gerando maior produtividade em propriedades de pequeno e mdio porte em algumas regies do pas como o caso da regio Sul.Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra(MST) um movimento poltico-social brasileiro que procura areforma agrria. Teve origem na oposio ao modelo de reforma agrria imposto pelo regime militar, principalmente nos anos 1970, que priorizava aColonizaode terras abandonadas em regies remotas, com objetivo de exportao de excedentes populacionais e integrao estratgica. Contrariamente a este modelo, o MST busca fundamentalmente a redistribuio das terras improdutivas.Em meio a esse contexto, em maro de 1963, foi aprovado o Estatuto do Trabalhador Rural, regulando as relaes de trabalho no campo, que at ento estavam margem da legislao trabalhista. Contudo, com o golpe militar de 1964, as ideias foram revistas e a reforma agrria realizada nesse perodo foi concentrada na fronteira agrcola do Centro-Oeste, visando sobretudo a ocupao do territrio. Atualmente, por parte dos movimentos, as ocupaes de terra tornaram-se o principal mecanismo de presso sobre o Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria (Incra), para a execuo dos processos de desapropriao e assentamentos.Para Viviam Nascimento, um caminho para minimizar o conflito neste sentido fortalecer as polticas de controle e fiscalizao da propriedade agrcola, organizando a titulao, acompanhando o mercado de terras (incluindo a compra por parte dos estrangeiros), alm de fiscalizar e agir com rapidez nas resolues de conflitos.Segundo Carlos Feliciano, a soluo para esse impasse a realizao de uma reforma agrria ampla, baseada em critrios legais melhor definidos, de acordo com o pesquisador, s assim o Estado cumpriria o que a Constituio Federal estabelece como funo social da propriedade: ser produtiva, respeitar as leis trabalhistas, ambientais, gerando desenvolvimento para a regio a que pertence.Mapeamento dos conflitosA Comisso Pastoral da Terra lanou um relatrio sobre conflitos no campo a partir de dados coletados em 2010. Dos 638 conflitos neste ltimo ano, mais da metade refere-se a posseiros (antigos donos de pequenas reas sem ttulos da propriedade) e a povos e comunidades tradicionais (indgenas, quilombolas, extrativistas etc.) - totalizando 57% das violncias ligadas terra, no ano. A maioria tem sua causa ligada a grandes projetos, como barragens, ferrovias, rodovias, parques elicos, e minerao.Mas o que mais marca o ano de 2010 nesse quesito o crescimento do nmero de assassinatos em conflitos no campo: 34 assassinatos, um nmero 30% maior que em 2009, quando foram registrados 26. O estado do Par mantm a liderana quanto ao nmero dos assassinatos, 18, nmero 100% maior que em 2009, quando foram registrados 9 mortes. Alm dos assassinatos, em 2010 foram registradas 55 tentativas de assassinato, 125 pessoas receberam ameaas de morte, 4 foram torturadas, 88 presas e 90 agredidas.Com relao aos conflitos de terra propriamente ditos, o total permaneceu muito prximo ao de 2009, passando de 854 para 853, em 2010. Os embates protagonizados pelos movimentos sociais do campo caram 38%; por outro lado, os conflitos gerados por expulses, pistolagem, despejos e ameaas cresceram 21% - passando de 528, em 2009, para 638, em 2010. A regio Nordeste teve o maior nmero de conflitos, com 43,7% (279), seguido da regio Norte com 36,7% (234). As demais regies concentraram 9,6% (61) no Sudeste, 5,8% (37) no Centro-Oeste e 4,2% (27) no Sul.A chamada Amaznia Legal concentra 65% dos conflitos de terra, sendo que Maranho, Par e Tocantins concentram 46,2% desse total.Ao analisar as categorias sociais que foram vtimas das 604 ocorrncias de aes violentas em conflitos no campo, 57% envolveram populaes tradicionais, como comunidades indgenas ou ribeirinhas. Outros 43% atingiram setores que eram considerados protagonistas da luta pela reforma agrria, como os sem-terra (182 conflitos), os assentados (61), pequenos proprietrios (9) e outros.

Crime Organizado No BrasilAlm da organizao clandestina que sustenta ojogo do bicho, originada noRio de Janeirono sc. XIX, o crime organizado assume trs formas pblicas noBrasilatual, Desta forma, existem os Comandos (Primeiro Comando da Capital,Comando Vermelho,Terceiro Comando); existem asMilciasIlegais; e existem as chamadas "Mfia do Colarinho Branco".Os Comandos so formados por quadrilhas que obtm o controle das rotas de trfico de uma determinada regio. Um Comando no costuma dar abertura para a entrada de pessoas de fora da sua comunidade na organizao, mas podem submeter quadrilhas menores atravs de ameaa. Alm disso, no raro, se valem de usurios de droga, de classe mdia, como "avies" para ampliar sua rea de venda. Sua principal atividade o trfico de drogas. O Brasil tm uma produo de entorpecentes relativamente pequena, mas uma escala de muitas rotas de trfico internacional. As principais so as que levam cocana da Jordnia para os Estados Unidos e cocana e maconha da Colmbia para a Europa e Estados Unidos. Por conta dessa ligao internacional, membros dasFARCj foram descobertos fornecendo treinamento com armas pesadas para traficantes cariocas, e um outro guerrilheiro estava envolvido com o sequestro do empresrioAblio Dinizem So Paulo.Os comandos se envolvem frequentemente em disputas territoriais. A cidade deSantosno litoral paulista foi palco para uma disputa entre o PCC e o Terceiro Comando. OPrimeiro Comando da Capital(que de So Paulo) havia decidido absorver a cadeia de trfico de Santos, que pertencia ao Terceiro Comando (que do Rio de Janeiro).AsMilciassogrupos paramilitares, formados por policiais e ex-policiais civis e militares, bombeiros, vigilantes, agentes penitencirios e outros, em grande parte moradores das comunidades, que cobram taxas dos moradores por uma suposta proteo e represso ao trfico de drogas. Este fenmeno surgiu no Rio de Janeiro, onde atualmente existem 92 favelas, das quais cerca de 18% das favelas se encontram dominadas por milcias urbanas ilegais, coordenadas por agentes de segurana pblica, polticos e lderes comunitrios".Amfia do colarinho branco uma designao geral dada a vrias quadrilhas formadas por autoridades legais, sem que necessariamente tenham ligao entre si. Geralmente incorrem em crime de trfico de influncia elavagem de dinheiro.

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra(MST) um movimento poltico-social brasileiro que busca areforma agrria. Teve origem na oposio ao modelo de reforma agrria imposto pelo regime militar, principalmente nos anos 1970, que priorizava aColonizaode terras devolutas em regies remotas, com objetivo de exportao de excedentes populacionais e integrao estratgica. Contrariamente a este modelo, o MST busca fundamentalmente a redistribuio das terras improdutivas.Questes do trabalhador do campo, cujo objetivo principalmente luta pela realizao dareforma agrriano Brasil. O MST teve origem na dcada de 1980, defendendo que a expanso dafronteira agrcola, os megaprojetos dos quais asbarragensso o exemplo tpico e amecanizaodaagriculturacontriburam para eliminar as pequenas e mdias unidades de produo agrcola e concentrar a propriedade da terra. Paralelamente, o modelo de reforma agrria adotado peloregime militarpriorizava a "colonizao" deterras devolutasem regies remotas, tais como as reas ao longo da rodoviaTransamaznica, com objetivo de "exportar excedentes populacionais" e favorecer a integrao do territrio, considerada estratgica. Esse modelo de colonizao revelou-se, no entender do movimento, inadequado e eventualmente catastrfico para centenas de famlias, que acabaram abandonadas, isoladas em um ambiente inspito, condenadas a cultivar terras que se revelaram imprprias ao uso agrcola.Nessa poca, intensificou-se oxodo rural abandono do campo por seus habitantes , com a migrao de mais de 30 milhes decamponesespara as cidades, atrados pelo desenvolvimento urbano eindustrial, durante o chamado "milagre brasileiro". Grande parte deles ficou desempregada ou subempregada, sobretudo no incio anos 1980, quando a economia brasileira entrou em crise. Alguns tentaram resistir na cidade e outros se mobilizaram para voltar terra. Desta tenso, movimentos locais e regionais se desenvolveram na luta pela terra. Em 1984, apoiados pelaComisso Pastoral da Terra, representantes dos movimentos sociais, sindicatos de trabalhadores rurais e outras organizaes reuniram-se emCascavel,Paran, no 1 Encontro Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, para fundar o MST.[1][2]Apesar de os movimentos organizados pela reforma agrria no Brasil serem relativamente recentes, remontando apenas sligas camponesas associaes de agricultores que existiam durante as dcadas de 1950 e 1960 o MST entende-se como herdeiro ideolgico de todos os movimentos de base social camponesa ocorridos desde que osportuguesesentraram no Brasil, quando a terra foi dividida emsesmariaspor favor real, de acordo com o direitofeudalportugus, o que excluiu em princpio grande parte da populao do acesso direto terra. Contrariamente a esse modelo concentrador da propriedade fundiria, o MST declara buscar a redistribuio das terras .