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Conflitos pela água na Ásia e na Europa

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Conflitos pela água na Ásia e na Europa

Colatina, 16 de março de 2009

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Adônis Ferreira Caliman

Christian Lenk De Souza

Conrado Campo Dall’orto Freitas

Pablo Simões Brandão

Wellington Carlos da Silva

Conflitos pela água na Ásia e na Europa

Seminário entregue ao Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Colatina com a orientação Professor (a) Lilia Marcia de Alvarenga Lourete.

“(...) dois vizinhos que “nunca se davam bem O vizinho a jusante acusando o outro, a montante, de

nunca a água correr para sua propriedade ou de despejar lixo nela nas raras ocasiões que deixava.”

(…) Nossa língua reflete essas raízes antigas: “rivalidade” vem do Latim rivalis, ou “aquele que usa o

mesmo rio que outrem.”

Citação do livro estado do mundo 2005

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Resumo

Os conflitos gerados pela água se tornam cada vez mais comuns no Brasil e no

mundo visto que este é um recurso de suma importância para diversas atividades e

que começa a apresentar escassez em varias partes do globo, em muitas dessas

partes ocorrem conflitos pela pouca água que existe, pois estes não são suficientes

para atender a população ribeirinha, ou em casos em que a jusante usando de sua

soberania pela água não permite a passagem desta parra a montante, também

ocasiona conflitos quando as águas que passam para jusante são de baixa

qualidade ou até mesmo impróprias para uso, valendo ressaltar que embora existam

muitas guerras pela utilização da água um dado de 2005 divulgado no livro “O

estado do mundo” afirma que ocorreram 37 conflitos (envolvendo violência)

enquanto foram feitos 157 tratados de paz.

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Índice de imagens

Figura 1- Localização dos rios Tigre e Eufrates. Fonte: http://www.ecodebate.com.br.............6

Figura 2-Barragem de Atatürk. Fonte: http://filmescomenergia.blogspot.com............................7

Figura 3-Localização do rio Jordão. Fonte: http://revistaescola.abril.com.br..............................8

Figura 4-incêndio em depósito de produtos químicos. Fonte: http://www.dw-world.de.............9

Figura 5-Localização do rio Salween. Fonte http://assets.panda.org........................................11

Figura 6-localização da bacia Kuras-araks....................................................................................13

Figura 7-Barragem de Farakka........................................................................................................14

Figura 8-Localização do rio Ganges...............................................................................................15

Figura 9-Localização do rio Danúbio..............................................................................................16

Figura 10-Rio Danúbio. Fonte: http://4.bp.blogspot.com.............................................................17

Figura 11-Localização do Mar de Aral............................................................................................18

Figura 12-Estado do Mar de Aral....................................................................................................19

Page 5: Conflitos pela água na Ásia e na Europa -Final-

Sumário

Introdução..............................................................................................................................................5

1. Conflito pelo rio Tigre e Eufrates....................................................................................................6

2. Conflitos pelo vale do Jordão.........................................................................................................8

3. Cooperação no rio Reno.................................................................................................................9

4. Conflitos no rio Salween...............................................................................................................11

5. Bacia do Kuras-araks.....................................................................................................................12

6. Conflitos pelo rio Ganges..............................................................................................................14

7. Rio Danúbio..................................................................................................................................16

8. Bacia do Mar de Aral....................................................................................................................18

9. Conclusão.....................................................................................................................................20

Page 6: Conflitos pela água na Ásia e na Europa -Final-

5

Introdução

Quando se fala de conflitos por água, é necessário distinguir os vários tipos de

conflitos cujo resultado nem sempre é uma guerra. Falam-se conflitos quando se

produz escaramuças, tensões políticas oficiais e um conflito de interesse.

Neste documento serão tratados dos conflitos grados pela água na Europa e Ásia

onde acontece em numero considerável estes conflitos, que ora são verbais ora

utilizam de forças militares para conseguir maior utilização da água das bacias da

eurásia, as causas destes conflitos são adversas, conflitos entre a montante e a

jusante ocorrem basicamente por dois motivos, por que a montante utiliza grande

parte da água reduzindo os recursos disponíveis para a jusante geralmente através

de barragens ou inutiliza a água que a jusante recebe derramando lixo no rio.

Page 7: Conflitos pela água na Ásia e na Europa -Final-

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1. Conflito pelo rio Tigre e Eufrates

Os principais conflitos na Ásia são gerados pela disputa do uso dos rios Eufrates e

Tigre, situados na antiga mesopotâmia, estes rios são os principais rios para

Turquia, síria e Iraque, o Iraque depende quase que 100% das águas do rio Eufrates

e tigre, síria é mantida 85% pelas águas do rio Eufrates, enquanto a Turquia que é a

montante depende apenas de 35%.

Figura 1- Localização dos rios Tigre e Eufrates. Fonte: http://www.ecodebate.com.br

Padovani afirma no site Padogeo que a Turquia apresenta no seu plano para

desenvolvimento econômico o projeto de construção de diversas usinas hidrelétricas

para aumentar a produção de energia elétrica, As barragens de Birecik, Karkamise e

Atatürk são umas das cinco barragens ao longo do rio Eufrates e fazem parte do

“Plano para a Anatólia do Sudeste” (GAP), que pretende construir ao todo vinte e

duas barragens, que representarão conseqüentemente uma diminuição na água que

chega até os países da jusante, Com a implantação do GAP a Turquia ira gerar

7.476 MW (22 Usinas Hidrelétricas), e ira irrigar uma área de 16.930 km ² (19

barragens).

A barragem de Atatürk causou discórdias entre Turquia e síria no ano de 1990 no

período de um mês onde as comportas ficaram fechadas para encher o seu

reservatório privando a Síria do acesso a água, entre a

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Síria e o Iraque no ano de 1970 ocorreram conflitos devido às construções das

primeiras barragens em território sírio, privando o Iraque de certa quantidade de

água, Em 1987 foi firmado um acordo entre esses países que estabeleceria o fluxo

de água para a Síria de 500 metros cúbicos de água por segundo.

Figura 2-Barragem de Atatürk. Fonte: http://filmescomenergia.blogspot.com

De acordo com padovani o prefeito de Bagdá Mahamed Dib afirma que através da

tecnologia do petróleo já foram realizadas varias perfurações que encontraram

petróleo e nenhuma fonte de água ele ressalta que vende o petróleo a US$ 35 e

deixa um lucro de US$ 22, e que compra cada barril de água da Bulgária por US$

110, considerando estes valores a cada barril de água o Iraque esta pagando cinco

barris de petróleo.

Outro dado referenciado no site padogeo e que corre uma cooperação entre estes

países de acordo com a reportagem do jornal turco Turkish NY, de 12 de março de

2008, tentando resolver as tensões pela água, criaram um instituto em Attatürk

formado por 18 especialistas de cada um dos três países para tentarem resolver os

problemas hídricos.

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2. Conflitos pelo vale do Jordão

O rio Jordão que é a fronteira natural entre Israel e a Jordânia tendo cento e noventa

quilômetros de extensão é a causa de conflitos entre estas duas nações vistas que

questões religiosas sempre causaram conflitos nesta região o rio Jordão não se

diferencia, pois além de importância hídrica têm grande valor religioso para ambas

as nações, pois teria sido onde o personagem bíblico Jesus teria sido batizado.

Figura 3-Localização do rio Jordão. Fonte: http://revistaescola.abril.com.br

Após a guerra dos seis dias (1967) como e afirmado no site padogeo Israel passou a

ter o controle sobre a faixa de gaza e a Cisjordânia, a partir de então Israel controla

praticamente toda a água do rio Jordão, com isso o consumo per capita de Israel e

cerca de cinco vezes maior que de seus vizinhos regionais, através da Mekorot

(AGENCIA NACIONAL DE ÁGUA) fundada em 1973, Este controla o consumo de

água na região, visto que os palestinos da Cisjordânia são proibidos de perfurar

poços para fins domésticos e industriais, fazendo com que no verão eles sejam

obrigados a comprar água de Israel por aproximadamente setenta e cinco centavos

de dólar o metro cúbico, onde na verdade eles estão comprando água do próprio

subsolo, extraídas pelas bombas de Mekorot Que conseqüentemente reduzem o

lençol freático Diminuindo o fluxo das nascentes da Jordânia.

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3. Cooperação no rio Reno

Como afirma Neusa Soliz o rio Reno, que é o rio mais caudaloso da Alemanha, Que

nasce nos Alpes suíços e ira ter sua foz no mar no norte (Holanda) Tem 1320 km e

cerca de 22 afluentes,sendo que a sua bacia se espalha pela Europa passando pela

Suíça, Áustria, Alemanha, França e os Países Baixos, numa área Correspondendo a

uma área de 250 mil quilômetros quadrados, o rio Reno alem de fornecer energia

através de hidroelétricas também e utilizado nas termoelétricas situadas nas suas

margens, que utilizam suas águas para o processo de resfriamento que

conseqüentemente tem aumentado as temperaturas de suas águas , o Reno o rio

de maior importância no transporte de cargas na Europa.

Como afirma a mesma o rio Reno já teve um nível de poluição tão alta que se tornou

um rio sem condições para abrigar qualquer tipo de vida, a poluição atingiu seu auge

nos anos sessenta e setenta. Em 1950 foi criada a (IKSR) Comissão Internacional

de Proteção do Reno formada por Suíça, França, Alemanha, Holanda e

Luxemburgo. Mais somente em 1963 que foram definidas os seus objetivos que

seriam de analisar o estado do rio, propor medidas de saneamento, preparar

acordos internacionais e elaborar disposições das conferências ministeriais.

Figura 4-incêndio em depósito de produtos químicos. Fonte: http://www.dw-world.de

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Dados afirmados pela mesma revelam que em 1976 os países da IKSR assinaram o

seu primeiro acordo sobre a poluição química e outro que se refere especificamente

aos cloretos com o intuito de diminuir a quantidade de sal nas águas do rio Reno,

Para não ultrapassar a quantidade de 200mg por litro, no ano de 1991 foi assinado

um acordo suplementar para a proteção do Reno em relação aos cloretos.

Seguindo as idéias de Neusa Soliz ela afirma que em 1987 em razão do impacto do

incêndio de um depósito de produtos químicos em Sandoz, na suíça, Os ministros

dos cinco países decidiram criar um plano de ação para o rio Reno, para que ele

pudesse voltar a abrigar no seu leito espécies de peixes migratórias entre elas a

truta e o salmão. Também foi estabelecido o conceito integral de “ecossistema

fluvial” incluindo o leito, as margens e as áreas de inundação temporária devendo

todas estas serem preservadas.

Neusa Soliz fazendo referencia ao ministro alemão do meio ambiente, Jürgen Trittin,

cita uma afirmação do mesmo: “Hoje a vida retornou às águas do Reno. Sua

qualidade melhorou muito, a flora e o mundo animal se recuperaram e o programa

para a volta do salmão mostra resultados. As empresas situadas à sua margem

estão mais bem preparadas para evitar incidentes com conseqüências para o rio,

graças às recomendações de segurança da IKSR. Os acidentes com derrame de

substâncias químicas nocivas diminuíram consideravelmente. Também o plano de

ação contra enchentes tem sido implantado com êxito"

Neusa Soliz apontando outra referencia agora em nível de Europa diz que a

qualidade das águas do rio Reno e um dos grandes êxitos do programa de

preservação ambiental na Europa, segundo Olaf Tschimpke, presidente da Liga de

Proteção à Natureza (NABU) houve um balanço positivo para o saneamento do rio

no ultimo encontro em Bomn, dados revelam que o despejo de substancias toxicas

apresentou uma queda entre 70% e 100%. Das águas de esgoto de empresas

municipais e privadas, cerca de 95% passa por tratamento antes de retornar ao

Reno, com os trabalhos de descontaminação do Reno praticamente não se

encontram substâncias toxicas como o dioxina e DDT, a quantidade de metais

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pesados como chumbo, cobre e zinco tem diminuído significadamente e quase não

são mais encontrados, o problema se resume agora a alguns metais em especifico

com o cádmio e com a presença de pesticidas,A presença de espécies naturais do

Reno começa a caminhar para o que era antes dos impactos ambientais se tornando

um indicador de qualidade d’água que a água do Reno se tornou mais apta para as

espécies animais, tais como o salmão em que foram contados até inicio de 2003

mais de 1900 milhões, significando uma menor presença de poluentes.

4. Conflitos no rio Salween

Segundo Aron T. e Newton (2007), o grande problema enfrentado nesse rio/bacia é

que não existem acordos da utilização de suas águas entre os paises ribeirinhos, o

que faz que cada nação use o rio de maneira livre, resultando também em vários

projetos unilaterais.

Figura 5-Localização do rio Salween. Fonte http://assets.panda.org

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Desde 2002, Mianmar e Tailândia discutem a possibilidade de construção de uma

usina hidrelétrica nos desfiladeiros do Salween (em Tasang-Mianmar a 200m da

fronteira com a Tailândia), ela vai ter mais de 180m de altura e sua capacidade

elétrica vai ser de 3.300 a 3.600 MW (megawatts), aonde um quarto da potencial vai

para Mianmar e o resto vai ser comprado pela Tailândia, Além disso, a Tailândia

quer canalizar 10% do fluxo das águas de Mianmar para uso na irrigação e

abastecimento de água potável.

Segundo os mesmos isso pode gerar conflitos internos em Mianmar, que é

governada por uma junta militar, pois a região onde será construída a hidrelétrica

coincide com a base operacional da resistência nacionalista que se opõe a junta de

Rangum.

Em 2003 a China criou um projeto para construção de 13 hidrelétricas no rio que

gerariam 21,32 milhões de KW, a China criou o projeto sem se comunicar com

nenhum dos dois outros paises e isso causa tensões políticas entre os ribeirinhos.

Vale lembrar-se da escassez de eletricidade que se passa na china o que torna os

projetos mais urgentes.

A China tem maior poder econômico, político, e militar que os dois outros países

juntos, isso faz com que os recursos hídricos de Mianmar e da Tailândia estejam em

grandes riscos, dependendo do que a China decida fazer com a parte superior do

rio.

5. Bacia do Kuras-araks

Antes do declínio da União Soviética, foram assinados dois acordos sobre a gestão

hídrica da bacia. Um com a Turquia, que falava que os recursos hídricos ao longo

das fronteiras seriam divididos igualmente aos dois paises, e foi criado a Comissão

Mista de Fronteira da Água, cuja tarefa era de gerir a utilização dos recursos hídricos

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compartilhados. E o outro foi assinado com o Irã, esse acordo foi semelhante ao

outro. Afirma Joshua T. Newton (2007)

Após a queda da URSS e com o surgimento da Armênia, Azerbaijão, e Geórgia

passaram a existir diversos novos pontos de fronteiras, esses novos países não

criaram nenhum quadro jurídico a respeito da gestão hídrica.

O principal problema que a bacia enfrenta hoje é a poluição, o rio está altamente

contaminado por produtos químicos, biológicos, e resíduos radioativos. Foram

criadas estações de tratamento de resíduos, mas estas fracassaram.

Figura 6-localização da bacia Kuras-araks

O que agrava mais a situação são as tensões políticas entre Armênia e Azerbaijão,

que vem desde que formavam a URSS, e se agravou depois dos conflitos para

dominação da região de Nagorno-Karabakh, onde a Armênia saiu vitoriosa.

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Atualmente foram feitos acordos entre a Geórgia e o Azerbaijão, e entre a Geórgia e

a Armênia. Devido às desavenças entre Armênia e Azerbaijão, esses não assinarão

nenhum acordo sobre a gestão hídrica, o que torna a situação alarmante.

6. Conflitos pelo rio Ganges

Como afirmam Aaron T. Wolf e Joshua T. Newton, o rio Ganges tem sua nascente e

grande parte dos afluentes situadas no Himalaia ocidental, ele deságua no delta do

rio Sunderbans passando pelas planícies do norte da índia e posteriormente por

Bangladesh, Como na grande parte dos conflitos entre países sobre o fluxo de água

a construção de uma barragem agrava esta situação, neste conflito é a barragem de

Farakka que desvia as águas do Ganges e regula o seu fluxo, em 1951 Quando se

idealizou a construção de Farakka a região para onde o rio Ganges percorria após

sair da índia era parte do território do Paquistão que posteriormente se emanciparia

e viria a se tornar Bangladesh em 26 de março de 1972.

Figura 7-Barragem de Farakka

As primeiras tentativas de acordos entre índia e a região que até então pertencia ao

Paquistão ocorreram entre 1960 e 1962, com as negociações ainda em curso a índia

anuncia em 30 de janeiro de 1961 o inicio das obras para a construção de Farakka,

entre 1968 a 1970 ocorrem reuniões para tentar um acordo para utilização da águas

do rio Ganges, Paquistão estando numa situação prejudicial tenta até 1971

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15

apresenta uma proposta baseada numa divisão equitativa das águas do Ganges, a

índia estando em uma posição favorável considerando a utilização até então das

águas do Ganges, tenta então retardar estes possíveis acordos com a alegação da

necessidade da uma coleta de dados relativos ao fluxo do Ganges para o

estabelecimento dos valores de fluxo que serão destinados ao Paquistão.

Figura 8-Localização do rio Ganges

Os mesmos afirmam que em 21 de Março de 1971 é criado Bangladesh, tendo em

seu território a área onde se localiza o leito do rio Ganges após sair da índia até o

seu delta, em março de 1972 foi criada uma comissão formada por integrantes dos

dois países, porém a questão especifica do Ganges seria tratado apenas pelos

primeiros ministros de cada país, nos dias 16 e 17 de julho em 1973, ficou

estabelecido definido que o acordo entre Bangladesh e índia seria assinado antes da

barragem de Farakka entrar em funcionamento.

Em afirmação de Aaron T. Wolf e Joshua T. Newtones afirmam que dados

recolhidos sobre o rio Ganges apontam que o fluxo do Ganges no período de secas

é insuficiente para satisfazer ambas as partes, Bangladesh apresenta propostas

para a resolução do problema das águas referente ao período das secas como a

criação de reservatórios que armazenariam água do período das cheias para ser

utilizada nos messes de estiagem e/ou o aumento do fluxo do Ganges através da

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preservação das suas margens projeto que contaria com o apoio do Nepal, pois

afluentes do Ganges estão situados no mesmo, a índia por sua vez apresenta

propostas que visam a ligação de rios de norte a rios do sul como a ligação do

Bramaputra ao Ganges, a assinatura do Acordo de Águas Ganges foi obtida em 05

de novembro de 1977, este acordo definiu o compartilhamento da águas do Ganges

em Farakka e a necessidade de projetos para aumentar fluxo do Ganges, após o

acordo de 1977 ocorrem outras reuniões para tentar estabelecer acordos para o

compartilhamento que não obtiveram sucesso, de 1977 ate 2002 não foram

assinados acordos nem realizadas ações em prol do rio Ganges apenas em 202 a

índia anuncia a ligação dos rios do norte aos rios do sul e leste.

7. Rio Danúbio

Como afirma Aaron T. Wolf e Joshua T. Newto historicamente os países ribeirinhos

ao rio (Danúbio, Alemanha, Áustria, Eslováquia, Hungria, Croácia, Sérvia, Bulgária,

Romênia, Moldávia e Ucrânia) Apresentam já um passado como aliados devido a

inimigos políticos comuns, com isso os conflitos na bacia tendem a ter soluções

pacificas

Figura 9-Localização do rio Danúbio

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17

Para Aaron T. Wolf e Joshua T. Newto historicamente as parcerias em função do rio

Danúbio visam proporcionar a sua navegabilidade no rio, em 1980 começaram a

aparecer problemas de qualidade no rio que atrapalham a sua navegação, pois o

Danúbio passa por grandes cidades incluindo quatro capitais nacionais (Viena,

Bratislava, Budapeste e Belgrado) recebendo assim grandes quantidades de

resíduos destas, pois atendem as necessidades de milhões de indivíduos da

indústria e da agricultura, Com dissolução da então URSS os países recém

formados não apresentavam infra-estrutura necessária para a correta utilização do

rio, os países ribeirinhos assinaram em 1985 um acordo comumente chamado de

acordo de Bucareste que desfazia o que tinha sido proposto com o acordo de

Belgrado datado de 1948, a partir de então foi definido que para a recuperação da

bacia do Danúbio seria necessário um trabalho conjunto diferente do proposto em

1948 que visava à responsabilidade individual sobre o rio.

Os mesmo afirmam que em setembro de 1991 em Sofia foi realizada uma reunião

com os ribeirinhos que gerou uma iniciativa denominada Programa Ambiental para a

Bacia do Rio Danúbio, esta iniciativa propunha a monitoração da bacia do rio

Danúbio, que esta seria dependente de ações conjuntas para sua conservação e

que o desenvolvimento nessas áreas ocorrem de forma a não prejudicar a bacia do

rio Danúbio

Aaron T. Wolf e Joshua T. Newto afirmam ainda que em 1993 foi criado o “plano de

ação estratégica” (SAP) que tinha como principal diretriz que a ações para a

revitalização do Reno deveriam ser concretas e a curto prazo em 1994 ocorreu a

convenção de países ribeirinhos ao Danúbio em Sofia que além de visar um plano

de conservação e sustentabilidade para o Danúbio visa uma divisão equitativa das

suas águas.

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18

Figura 10-Rio Danúbio. Fonte: http://4.bp.blogspot.com

8. Bacia do Mar de Aral

Segundo Aaron T. Wolf e Joshua T. Newto A bacia do mar de Aral (Mar de Aral, Syr

Darya e Amu Darya) banha os países: Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão,

Turquemenistão e Uzbequistão, Os problemas ambientais da bacia do Mar Aral

estão entre os piores do mundo. Desvios de água (para irrigação de algodão)

praticas agrícolas, resíduos industriais, resultaram no desaparecimento do mar, na

salinização, e na poluição orgânica e inorgânica do Aral.

Figura 11-Localização do Mar de Aral

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19

Segundo Aaron T. Wolf e Joshua T. Newto o mar de Aral (o quarto maior lago do

mundo) na década de 90, recebia um décimo do fluxo do ano anterior, A

monocultura intensiva de algodão (uma das culturas que mais utiliza água) resultou

em degradação ambiental extrema. A utilização de pesticidas e a salinização,

juntamente com a poluição industrial, diminuíram a qualidade da água, resultando

em elevadas taxas de doenças e mortalidade infantil (morrem uma a cada dez

crianças nascidas). Isso gerou tensões entre os ribeirinhos do Mar de Aral e de seus

afluentes (Syr Darya e Amu Darya).

Em 1991, a Comissão Internacional de Coordenação da água (ICWC) foi formada

pelos estados envolvidos para preencher o vazio de planejamento regional. Em 1998

foi criado o IFAS (Fundo Internacional para o Mar Aral) com objetivo de estabilização

do ambiente do Mar de Aral para reabilitar a zona do desastre ao redor do Mar, para

melhorar a gestão das águas internacionais da bacia.

Figura 12-Estado do Mar de Aral

Desde sua formação, o IFAS tem estado sob severas restrições e teve dificuldades

com a sua credibilidade e em lidar com diversas questões. A organização não foi

muito bem sucedida no desenvolvimento de estratégias regionais de gestão de

água. Devido a isso, em 2002, os cinco países envolvidos criaram a Organização de

Cooperação da Ásia Central (CACO), com um amplo mandato para promover a

cooperação entre os Estados-Membros sobre a água, energia e o meio ambiente.

Até o início de 2004, a secretaria ainda não foi estabelecida, mas está sendo

planejada.

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9. Conclusão

Através da elaboração deste trabalho se verifica que os recursos hídricos são de

suma importância para o desenvolvimento, e que a escassez deste gera conflitos da

montante contra a jusante em que montante tenta se tornar soberana na utilização

das águas da bacia em questão.

Percebesse claramente que a água pode gerar conflitos envolvendo forças armadas,

todavia em grande parte apenas se já existe um histórico de desentendimentos entre

estas regiões se chegara ao ponto da utilização de forças armadas, pois em bacias

cujos países têm um histórico de acordos já provenientes de outros fatores ocorre

uma cooperação para o desenvolvimento sustentável visando aumentar o fluxo do

rio e a diminuição da sua poluição opção que apresenta resultados irrevogavelmente

melhores para ambas as partes.

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Referências

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ECODEBATE. Disponível em: http://www.ecodebate.com.br/2009/03/18/barragens-

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maio de 2010

PADOGEO. Disponível em: http://padogeo.com/aula-oriente-medio-agua-conflitos-

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http://www.dwworld.de/dw/article/0,2144,913125,00.html Acesso em 29 de maio de

2010

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http://www.ecodebate.com.br/2009/07/09/usinas-nucleares-e-termeletricas-deixam-

o-rio-reno-mais-quente-do-que-ha-cem-anos/ > Acesso em 8 de junho de 2010

Page 23: Conflitos pela água na Ásia e na Europa -Final-

22

TRANSBOUNDARYWATERS. Estudo de Caso de Movimentos de resolução de litígios: a bacia do Tigre-EufratesDisponivel em: http://www.transboundarywaters.orst.edu/research/case_studies/Tigris-Euphrates_New.htm . Acesso em 7 de junho de 2010

TRANSBOUNDARYWATERS. Estudo de caso de resolução de litígios: a bacia do Kura-Araks. Disponível em: http://www.transboundarywaters.orst.edu/research/case_studies/Kura_Arkas_New.htm . Acesso em 7 de junho de 2010

TRANSBOUNDARYWATERS. Estudo de Caso de resolução de litígios: O Programa

Ambiental para o rio Danúbio. Disponível em

http://www.transboundarywaters.orst.edu/research/case_studies/Denube_New.htm

Acesso em 15 de junho de 2010

TRANSBOUNDARYWATERS. Estudo de Caso de resolução de litígios

transfronteiriços: Mar de Aral. Disponível em :

http://www.transboundarywaters.orst.edu/research/case_studies/syr_darya_New.htm

Acesso em 15 de junho de 2010