conferÊncia de imprensa sobre o festival de santa maria
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CONFERÊNCIA DE IMPRENSA SOBRE O FESTIVAL DE SANTA MARIA
Em reacção à notícia veiculada pela comunicação social e confirmada pela nota enviada pelo IMP,
ontem pelas 17.h30, vem a Câmara Municipal do Sal (CMS) esclarecer o seguinte:
Os últimos investimentos feitos na Praia de Santa Maria, e com as obras de beneficiação da Avenida
dos hotéis, o espaço utilizado anteriormente deixou de fornecer as mínimas condições de segurança e
de acesso, obrigando a Câmara Municipal a procurar uma nova localização para a montagem e
realização do festival.
Durante o processo de decisão, a CMS teve o cuidado de ouvir vários agentes ligados ao ambiente,
cultura e turismo, para além dos técnicos municipais especializados em diversas áreas.
A mudança do local para realização do Festival partiu de uma proposta do Gabinete Técnico com a
anuência do Gabinete de Ambiente e Saneamento da CMS, tendo como factores determinantes a
minimização dos efeitos negativos para o ambiente, a acessibilidade e a segurança dos festivaleiros.
A logística não colocaria em perigo a zona de amortecimento e em nada prejudicaria a fauna e a
flora, contrariamente ao que indica a Direcção Geral do Ambiente (DGA).
De recordar que todas as praias da ilha do Sal são áreas protegidas; O Ministério do Ambiente,
Habitação e Ordenação do Território (MAHOT), baseou o seu parecer em falsos fundamentos pois,
neste momento, a praia de Ponta Preta não tem absolutamente nenhum ninho de tartaruga; A questão
da iluminação nocturna é um falso argumento porque os ovos de tartaruga da localidade são
transladados para um sítio seguro ao longo do ano; o espaço delimitado para o festival não constitui
um habitat de répteis e plantas endémicas.
Ou seja, quando comparada com as localizações alternativas, Ponta Preta é, em suma, aquela que
apresenta menores efeitos negativos para o ambiente advenientes da realização do Festival.
Por isso, a CMS registou com muita estranheza o posicionamento do MAHOT, através da Direcção
Geral do Ambiente, sendo este um mero expediente político tomado em cima da hora.
A mesma DGA que emitiu parecer negativo sobre a localização do festival é a mesma que aprovou a
construção do quebra-mar na mesma zona;
A mesma DGA que alega que a iluminação do festival irá perigar a desova das tartarugas é a mesma
que aprovou a construção de hotéis na orla marítima de Ponta Preta e Algodoeiro (Tortuga Beach,
Dunas Beach, Llana Beach e Paradise Beach), – zonas antigamente de maior desova de tartarugas.
A mesma DGA que emitiu parecer negativo sobre a localização do festival é a mesma que vem
permitindo a violação do ambiente por moto-quatros e outros transportes que acontecem todos os
dias na zona sul da ilha do Sal
Assim, pela incoerência e inconsistência técnicas e pelo procedimento, nada ortodoxo, utilizado para
a sua emissão, o parecer da DGA está ferido pelo pecado original de alinhamento a posicionamentos
partidários previamente anunciados, cujo objectivo, não declarado, é de provocar a conflitualidade
institucional e prejudicar os reais e legítimos anseios da sociedade Salense.
Perante a decisão do governo, a CMS está a ponderar a realização do festival e dará uma decisão
definitiva nas próximas horas.
O Presidente da Câmara
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Jorge Figueiredo