conferência 2013_pensar o futuro, um estado para a sociedade [janeiro]

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    Conferncia Um Estado para a Sociedade

    15 e 16 de Janeiro de 2013

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    No mbito da Conferncia "Pensar o futuro - um Estado para a

    Sociedade", realizada no Palcio Foz, em Lisboa, nos dias 15 e 16 de

    Janeiro de 2013, os Participantes avanaram um conjunto de reflexes e

    propostas, deliberadamente concretas, a propsito do Estado e do seu

    papel num pas em processo de adaptao e mudana.

    O objetivo sempre foi pensar, discutir, argumentar, pr em confronto.

    Houve vises prximas, complementares e divergentes, em qualquer caso,

    sempre vises diferentes. O resultado desses dias de debate no , pois,

    uma proposta trabalhada para a reforma do Estado, mas meramente o

    registo de um debate plural sobre o tema.

    As recomendaes que se seguem no traduzem qualquer consenso, at

    porque este no foi um propsito. As recomendaes que se seguem so,

    bem pelo contrrio, o produto de um encontro de diferentes perspetivas,

    de diferentes percees, de diferentes convices acerca do melhor

    caminho a seguir.

    Na sua diversidade, nem todos os Participantes concordam com tudo,

    mas nenhum haver que no se reveja em algo do que se segue. a

    sntese possvel para um futuro que, esse sim, ser de todos.

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    EM GERAL,

    1) Consensualizao da insustentabilidade do Estado atual, como condionecessria de qualquer iniciativa reformadora: a Mudana e a

    disponibilidade dos Portugueses para mudar exigem o conhecimento da

    real situao da Despesa Pblica, das suas componentes e evoluo, bemcomo da distribuio de custos pelas vrias funes do Estado e das

    previses de encargos relativas aos diversos subsistemas pblicos,

    nomeadamente nas reas da Educao, Sade, Solidariedade e Segurana

    Social, Defesa e Segurana, Justia.

    2) Reequilbrio do contrato social como modo de recuperao da Confianae, por via desta, de nova certeza relativamente ao cumprimento de direitos:

    o incremento da componente contributiva como instrumento de coeso

    social (a Despesa ou deve ser aquilo para que a Sociedade estiver

    disposta a contribuir).

    3) Promoo de um consenso nacional estratgico relativo questo doEstado, com base em respostas s seguintes questes polticas essenciais:

    de quanto Estado precisa a Sociedade?, quais os meios que precisa para a

    realizao das suas tarefas?, que Estado temos?, que meios temos?

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    4) Separao clara dos modelos de financiamento, de modo a cometer aosimpostos suportados por um conceito de cidadania fiscal e pela

    interveno soberana do Parlamento o financiamento das funes do

    Estado consideradas essenciais e indeclinveis, reservando o recurso a

    taxas para o financiamento de atividades de natureza diversa e, como tal,dirigidas a clientes.

    5)Assuno do primado poltico de iniciativas durveis e estruturais capazesde, nas reas de atuao do Estado que direta ou indiretamente

    determinam impacte financeiro, fomentar a eficincia e a reduo do

    dfice oramental, favorecendo paralelamente a capacidade de previso e

    antecipao necessrias definio e/ou correo das polticas.

    6) No universo das contas pblicas, priorizao da aprovao e aplicao doPlano Oficial de Contabilidade Pblica, da avaliao integrada de custos e

    da obedincia estrita s recomendaes do Tribunal de Contas.

    7)Assuno poltica da relevncia dos dados reais, da transparncia e dacomunicao clara sobre a situao atual em reas como a Educao, a

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    Sade, a Defesa e Segurana, a Solidariedade e Segurana Social, a Justia

    ou o Ordenamento do Territrio, de modo a que os Portugueses

    percecionem melhor a necessidade de reduo e racionalizao de custos a

    curto e mdio prazo e a consequente reorganizao funcional do Estado

    nesse mbito, h que colocar e responder a questes como: a

    universalidade pressupe a gratuitidade ou necessrio um reforo da

    prestao por parte do cidado? O que paga o Rendimento Social deInsero e o Subsdio de Desemprego: o IRS ou outros impostos?

    8) Recuperao da Confiana transversalmente, no Estado, nos sistemaspblicos, na Sociedade de modo a aprofundar solues que integrem

    responsabilidade, solidariedade e controlo, num quadro de

    sustentabilidade.

    EM MATRIA DE EDUCAO,

    9)Assuno de que qualquer deciso sobre a gesto dos dinheiros pblicosdeve ser tomada com base em informao o mais completa, clara eatualizada possvel.

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    10)Reconhecimento de que os mais recentes estudos Timms e Pirls revelam,por um lado, uma aproximao de Portugal mdia europeia mas, por

    outro, a descolagem dos pases da bacia do Pacfico em relao Europa.

    11)Assuno de que o desafio que agora se nos coloca uma educaosecundria de qualidade para todos e o desenvolvimento de maiscapacidades nas STEM (Science, Technology, Engineering, Mathematics).

    12)Assuno de que a eventual opo por cortes na rea da Educao deveser assumida como uma escolha poltica e no como uma inevitabilidade

    oramental e tcnica

    13)Assuno de que antes de uma deciso sobre cortes cegos devem serexploradas vias de aumento das receitas passveis de ser geradas no mbito

    do setor.

    14)Reestruturao do sistema com base na autonomia, liberdade eresponsabilidade, com um processo de reconfigurao assente na

    Confiana.

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    15)Considerao da introduo da soluo do income contingent loanna acosocial universitria, conforme tem vindo a ser feito em muitos pases.

    16)Reconhecimento de que qualquer reforma na rea da Educao s passvel de ter sucesso se conseguir mobilizar os seus agentes no terreno, oque no se consegue desvalorizando sistematicamente parte deles perante

    a opinio pblica.

    17)Focagem do Estado (central) na regulao do sistema, deixando aprestao s comunidades e redes educativas locais e sociedade civil.

    18)Aproveitamento da escala dos agrupamentos de escolas para potenciar aautonomia efetiva destas comunidades educativas.

    19)Sustentao do financiamento numa frmula simples e transparente, querespeite a autonomia de gesto, que descrimine positivamente os alunos

    com maiores desvantagens e dificuldades e que incentive o apoio

    excelncia educativa.

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    20)Alargamento de medidas relacionadas com a concorrncia e a liberdade deescolha feito com base numa fundamentao emprica das suas vantagens,

    acima de tudo, pedaggicas para os alunos, e, portanto, pensadas a priori.

    EM MATRIA DE SADE,

    21)Manuteno do atual sistema de financiamento pblico, com recurso aimpostos gerais (concluso decorrente da omisso de qualquer referncia a

    formas alternativas de angariar os fundos necessrios para assegurar a

    proteo financeira em caso de necessidade de recurso a cuidados de sade

    a formas alternativas de o fazer).

    22)Assuno de que o Servio Nacional de Sade (SNS) necessita de umareforma (transformao) estrutural e de que tal reforma passa

    inevitavelmente pela mudana do papel do Estado que dever deixar de

    ser o nico produtor de cuidados de sade, permitindo a entrada no SNS

    das iniciativas privada e social.

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    23)Aposta na obteno de eficincia na utilizao dos fundos pblicos, tendocomo elemento principal na procura dessa eficincia a concorrncia entre

    prestadores pblicos, privados e do setor social a concorrncia entre

    prestadores faz-se mantendo inalterado o acesso dos cidados aos

    cuidados de sade, independentemente da natureza do prestador.

    24)Reconhecimento de que o problema de sustentabilidade da despesapblica em Sade tem que ser visto no apenas em termos de nvel de

    despesa mas sobretudo em termos de ritmo de crescimento, sendo este

    ltimo elemento fundamental para assegurar a capacidade do setor pblico

    em ter fundos suficientes h que acentuar a discusso e clarificao do

    que aspeto estrutural, distinto de reformas de curto prazo focadas no

    corte da despesa pblica.

    25)Assuno da importncia da antecipao de mudanas na organizao daprestao de cuidados de sade decorrentes da evoluo da demografia

    com o aumento de doentes crnicos sem necessidade de internamento ,

    das expectativas da populao e da inovao tecnolgica.

    26)Reconhecimento da importncia da informao ao cidado, por gerarconscincia do funcionamento do sistema e do seu custo.

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    27)Aposta num processo de Mudana que acautele a tranquilidade do cidadoquanto ao seu acesso a cuidados de sade.

    28)Em termos operacionais, recomenda-se especificamente e desde j:

    a) contratao da prestao privada, com e sem fins lucrativos, emconcorrncia com a prestao pblica de cuidados de sade, como

    elemento estruturante do acesso da populao a cuidados de sade;

    b) desenvolvimento do sistema de avaliao de desempenho comparado(benchmarking) entre instituies, sem discriminao do seu setor(pblico, privado com fins lucrativos ou privado do setor social);

    c) aquisio de competncias pelo Estado para efeitos do controlo efiscalizao / gesto dos seus prestadores e das relaes com o setor

    privado prestador de cuidados de sade;

    d) alinhamento de incentivos dentro das organizaes, criandomecanismos de equilbrio entre qualidade e despesa e envolvendo os

    profissionais no processo de Mudana;

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    e) definio do modelo futuro de gesto do doente crnico pelo sistemade sade (em particular pelo Servio Nacional de Sade), pelo prprio

    doente na gesto da sua doena e promoo da internacionalizao

    pelos cidados da relevncia de estilos de vida saudvel para a sua

    sade.

    EM MATRIA DE DEFESA E SEGURANA,

    29)Assuno de que a natureza do processo de deciso estratgico exigetempo para pensar, deliberar e depois executar.

    30)Reconhecimento de que a Defesa Nacional e a Segurana necessitamde um plano estratgico e de um grupo de pessoas competentes e

    experientes com capacidade para o concretizar - sem um plano e uma

    equipa determinada, no h estratgia, mas apenas ideias, intenes eesperana.

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    31)Reconhecimento de que o consenso existente relativamente s duasmisses das Foras Armadas e das Foras de Segurana proteger a

    soberania no vasto territrio nacional e participar em misses

    internacionaisno acompanhado por igual certeza relativamente s

    ameaas, que no permitem (ainda?) consensos evidentes.

    32)Reconhecimento de que as dvidas relativas s ameaas, a crescenteescassez de recursos oramentais disponveis para as reas da

    Segurana e Defesa e a circunstncia de a opinio pblica (assim como

    muitos polticos nacionais) tender a olhar para o tema como extra e

    opcional contribuem, em conjunto, para que aumente a distncia entre

    as aspiraes estratgicas ao nvel interno/externo e os meios

    disponveiso que consubstancia uma situao perigosa na perspetiva

    de um futuro com inmeras incertezas.

    33)Assuno da dimenso de investimento subjacente aos custos dasForas Armadas, valorizando o retorno que aquele gera (v.g., nos

    mbitos da NATO, EU e CPLP), sendo certo que:

    a) em Portugal, os custos da Defesa esto abaixo da mdia da UnioEuropeia;

    b) a reduo do investimento reduz a capacidade de resposta;

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    c) h possibilidades de racionalizao de meios e de reestruturao dadespesa militar (Portugal gasta muito em recursos humanos e com

    isso prejudica o rcio de investimento).

    34)Assuno da importncia estratgica do Mar e da sua implicaonecessria nas opes em matria de recursos operacionais para o

    futuro: o Mar portugus tem de ser reconhecido como importante

    palco de misso permanente.

    35)Convocao do tema do Servio Militar Obrigatrio por fora danecessidade de conteno de custos, prioritria em conjunturas de

    crise, mas tambm como instrumento definidor de cidadania apesar

    da provvel dificuldade poltica do tema e da sua improvvel aceitao

    social.

    36)Assuno de que o Conceito Estratgico de Defesa Nacional (CEDN):a) precisa de ser muito bem explicado ao Pas, com uma liderana

    poltica ao mais alto nvel, o apoio de todo o Governo e o consenso

    da sociedade, exigindo uma narrativa estratgica;

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    b) no pode ser meramente virtual, obrigando afetao de recursos e criao de uma equipa com a competncia, a experincia e a

    imaginao necessrias ponderao e execuo de escolhas que

    envolvem riscos e dilemas.

    37)Reconhecimento da relevncia poltica do tema da Segurana tambmna perspetiva do desenvolvimento, com o qual tem uma relao estreita

    com grandes implicaes nos planos social e econmico.

    EM MATRIA DE SOLIDARIEDADE E SEGURANASOCIAL,

    38)Aposta em medidas imediatas de aperfeioamento do sistema atual, demodo a:

    a) tornar obrigatria a realizao do balano atuarial, em ciclo devida, dos Regimes de Segurana Social do setor privado e do setor

    pblico;

    b) em sequncia, concretizar a convergncia total da Caixa Geral deAposentaes para o Sistema Previdencial;

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    c) aplicar fatores de sustentabilidade, longevidade, por gerao, paraaplicar penso no momento da passagem situao de reforma;

    d) realizar anualmente o balano atuarial de todo o sistema de pensese, em caso de queda do produto, repor o reequilbrio com reduo

    das penses, as que j esto em pagamento e as que esto em cursode formao dos ativos;

    e) introduzir no sistema uma clusula de ajustamento que permita oaumento das penses em funo do crescimento do produto e da

    inflao;

    f) criao de uma conta corrente do beneficirio que permita registartodas as contribuies e prestaes de substituio do rendimento;

    g) formao de uma parte da penso em contribuio definida comconverso do capital acumulado numa penso vitalcia, tendo em

    conta a carreira contributiva total, a idade efetiva da reforma e uma

    taxa de juro real;

    h) instituio de um Aturio Chefe, com estatuto independente doGoverno, que teria a responsabilidade de apresentar, anualmente, ao

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    Parlamento o Balano Atuarial do Sistema de Penses, velhice,

    invalidez e sobrevivncia do setor privado e do setor pblico.

    39)Conceo de um sistema novo, para o futuro, assente nas seguintescaractersticas:

    a) consagrao de trs pilares de base pblica com limites nascontribuies e prestaes;

    b) capitalizao complementar obrigatria em contribuio definida econtas reforma individuais voluntrias em percentagem da

    contribuio definida;

    c) limitao do montante mximo das trs penses a fixar com basenum nmero, a determinar, de salrios mnimos;

    d) repartio da penso base, com valor mximo definido atravs deindexante e financiamento misto (taxa sobre percentagem salarial e

    impostos indiretos);

    e) converso do capital acumulado, para efeitos da pensocomplementar, numa penso vitalcia lquida da penso de

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    base tendo em conta o fator atuarial e financeiro, ou seja, a carreira

    contributiva total, a idade efetiva da reforma e uma taxa de juro real;

    f) possibilidade de resgate da penso voluntria individual a partir deuma idade a fixar.

    40)Estabelecimento de um regime de evoluo para o novo sistema comregras simples e claras como:

    a) transio para o novo sistema realizada em funo da carreiracontributiva no atual sistema (hoje, 40 anos), do seguinte modo e

    como exemplo: quem estivesse a 20 anos da reforma, contabilizava

    20/40 em cada um dos sistemas;

    b) amortizao do dfice atuarial resultante do fecho do antigo sistemaatravs de uma contribuio de solidariedade num perodo de

    amortizao razovel.

    41)Recuperao poltica ativa do valor bsico da Confiana, condio dacredibilidade e da viabilidade do sistema de segurana social, de modo a

    que os cidados tenham uma perspetiva de estabilidade (e

    previsibilidade) dos encargos a par da garantia legal da atribuio de

    penses de qualquer um dos componentes ou pilares.

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    42)Em nome da Confiana, sustentao da evoluo no lastro do percursofeito e do que ele gerou em termos de respostas e percees, sendo

    importante designadamente:

    a) ter presente que os custos ocultos da desconfiana levam a que oscustos de controlo do sistema possam prejudicar gravemente os

    benefcios visados;

    b) assumir de forma pblica e clara a relao necessria entre asvariveis da idade de aposentao e do valor das penses com a

    varivel relativa evoluo da longevidade;

    c) estabelecer regimes transitrios que, em futuras iniciativaslegislativas, equilibrem expetativas fundadas na Confiana e

    necessidades determinadas pela realidade da estrutura demogrfica e

    contributiva;

    d) integrar no desenho do novo modelo medidas de apoio Famlia e natalidade, protegendo-as do impacte lateral negativo de outras

    polticas (v.g. emprego, habitao, impostos, apoio social);

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    e) potenciar a experincia de cooperao entre o Estado, asInstituies Particulares de Solidariedade Social e as Misericrdias.

    EM MATRIA DE EMPRESAS PBLICAS E PARCERIAS PBLICO-PRIVADAS,

    43)Assuno da urgncia de alterar a relao entre as empresas pblicas eo acionista pblico, designadamente pela superao da intermediao

    de uma tutela que tende a no assegurar satisfatoriamente o interesse

    do acionista: destutelizao, portanto, em todos os casos (seja na

    perspetiva de uma futura privatizao, seja quando o capital deva

    manter-se na esfera pblica).

    44)Aproveitamento estratgico dos processos de privatizao numquadro em que estes no prejudiquem as polticas pblicas, de modo

    a potenciar as oportunidades de atrao de investimento nacional ou

    internacional e, por essa via, a revitalizar setores e empresas com

    relevncia para a produo de riqueza e a criao de emprego.

    45)Aprofundamento dos processos de reestruturao em curso, de modoa fundar (ou refundar) situaes de equilbrio financeiro para as

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    empresas e a recuperar perspetivas sustentveis de mdio prazo para os

    vrios stakeholders.

    46)Articulao entre processos de reestruturao e processos deprivatizao, de modo a que a perspetiva destes no venha a ter efeitos

    prejudiciais em matria das reestruturaes organizacionais em curso.

    47)Assuno clara de que, com um Setor Empresarial do Estado queagrega cerca de 80 mil trabalhadores e gera custos operacionais de cerca

    de 6.5 mil milhes de Euros por ano, se est perante um universo com

    relevncia econmicaper see cujo desempenho influencia diretamente

    uma srie de setores estruturais, pelo que uma gesto abaixo dos

    patamares adequados prejudica a sociedade como um todo: em

    servios pblicos de baixa qualidade, em dfices operacionais que

    terminam sempre no aumento da carga fiscal e numa anexao

    desproporcional do crdito, dificultando o acesso do setor produtivo

    ao financiamento.

    48)Reconhecimento da insuficincia de meras melhorias incrementais degesto e da consequente necessidade de enfrentar uma forte reduo de

    pessoal administrativo, de modo a potenciar toda a transformao

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    empresarial e a fomentar uma cultura de mrito e eficcia, respeitando

    para o efeito regras bsicas como:

    a) sada apenas de pessoal com funes burocrticas ou com maudesempenho, sem afetao das capacidades tcnicas das empresas;

    b) prevalncia das rescises amigveis sobre os despedimentos;

    c) compensaes justas, mas moderadas por plafonds pr-estabelecidos;

    d) mobilizao dos trabalhadores que permanecem para uma viso defuturo, reconquistando alavancas de gesto a partir de revises

    profundas da definio de carreiras, dos sistemas de incentivos

    (designadamente atravs do desbloqueio dos prmios de gesto), do

    reescalonamento de salrios.

    49)Reforo do papel dos reguladores nestas reas, tornando-oscrescentemente ativos e eficazes.

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    50)Assuno do carter local das empresas municipais, cujas receitasdevem ser asseguradas exclusivamente pelos oramentos dos

    municpios.

    51)Reconhecimento da insustentabilidade do modelo de Parcerias Pblico-Privadas assumido e orientao de um conjunto integrado de

    mecanismos para um objetivo pragmtico de controlo dos danos,

    envolvendo designadamente uma nova disponibilidade do Estado para:

    a) identificar os contratos com margem para renegociao e adotaruma postura (muito) mais musculada e ativa na fase de estipulao

    de novas regras;

    b) analisar e, em todas as situaes em que tal seja possvel, ativar a seufavor as clusulas de reequilbrio financeiro previstas;

    c) aprofundar a possibilidade de recurso a (novas) taxas relativamenteaos casos existentes;

    d) quanto a eventuais futuros contratos ou alteraes dos existentes, esem excluir a necessidade de eventual reviso do enquadramento

    legislativo, adotar as boas prticas internacionais e exigir:

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    (i.) bilateralizao do risco e das garantias;(ii.) negociaes mais transparentes e profundas, com

    recurso a mais e melhores indicadores de desempenho

    e a um subsequente reforo da monitorizao;

    (iii.)a partir de um certo valor, debate dos investimentosna Assembleia da Repblica;

    (iv.)para as grandes dvidas/obras, uma viso de futuropara o Setor;

    (v.)na negociao, reforo da ateno relativamente incluso de clusulas de defesa do interesse do Estado.

    EM MATRIA DE ECONOMIA, COMPETITIVIDADE E DESENVOLVIMENTO,

    52)Consensualizao do ponto de partida:

    a) por um lado, a economia portuguesa passou de um processo deconvergncia para uma divergncia face Unio Europeia, com

    uma estagnao do crescimento que decorreu, em grande medida,do esgotamento de um processo de estmulo da procura interna por

    endividamento e de uma paulatina perda de competitividade frente

    procura externa;

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    b) por outro lado, a afirmao da nossa solvncia implica quevoltemos a crescer de forma consistente e a ritmos elevados,

    ganhando competitividade e alavancando a procura externa.

    53)Assuno clara da aposta no desempenho das exportaes portuguesas,que ascendem a 60 mil milhes de Euros e tm um potencial de

    crescimento muito significativo (mesmo que considerando apenas a

    capacidade instalada, pelo que maior ainda se houver condies para

    novos investimentos orientados para os mercados externos).

    54)Aproveitamento (tambm poltico, pelo potencial de esperana queencerram) dos casos de sucesso de muitas empresas, em muitos

    mercados para, atravs de mecanismos de partilha e emulao,

    aprofundar a abertura da mentalidade dos empresrios portugueses ao

    exterior, estimulando-os identificao de novas oportunidades de

    negcio.

    55)Assuno da importncia de manter o rumo das reformas, comoforma de assinalar uma Mudana que ser vital para gerar Confiana noinvestimento e financiamento do Pas para tanto, a aplicao do

    programa de consolidao oramental, que goza de uma excelente

    imagem externa pelos resultados j atingidos num ambiente de relativa

    paz social, ser crucial.

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    56)Refutao de atitudes pessimistas relativamente ao desempenho daeconomia, que so em si mesmas negativas para a Confiana, o

    investimento e, em geral, o comportamento dos agentes econmicos,

    assumindo com clareza que:

    a) a procura interna j ter corrigido o que deveria corrigir noimediato face contrao do crdito disponvel para consumo

    na economia;

    b) por tal razo, o emprego nos setores no transacionveis jcontraiu mais do que ter de contrair no final do processo de

    ajustamento;

    c) no futuro, medida que os recursos forem realocados para ossetores exportadores, a procura interna crescer tal como o

    emprego nos setores no transacionveis.

    57)Sendo impossvel estimular a procura interna, no atual contexto deelevado endividamento e de desalavancagem dos agentes econmicos

    residentes, assuno de que a poltica pode, apesar de tudo, influenciar

    a composio da procura interna nesse sentido, a desvalorizao

    cambial, alm de promover um ajustamento da oferta em favor dos

    bens transacionveis, promove a orientao da procura em favor dos

    bens no transacionveis, efeito importante para promover o

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    equilbrio externo e essencial para minimizar o impacto recessivo da

    contrao o do nvel da procura.

    58)Reconhecimento das vantagens de alterar as opes de tributao emsede de IVA, agravando a tributao de bens transacionveis

    (eventualmente bens cujo consumo acarrete poluio ou prejudiquem

    a sade) e aliviando a tributao de bens essencialmente no

    transacionveis como os servios de restaurao.

    59)Priorizao de uma poltica de fomento do investimento, com base naretoma da Confiana, sendo:

    a) crucial reestabelecer um ambiente poltico, institucional e fiscalestvel para promover a Confiana dos empresrios em

    investimentos;

    b) decisivo assumir uma liderana forte para a Mudana e recusar odiscurso pessimista ( incompreensvel e inaceitvel que a imagem

    de Portugal como pas para investir seja muito melhor no

    exterior do que em Portugal);

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    c) determinante aprovar um conjunto de medidas concretas deincentivo fiscal ao investimento, incluindo:

    (i.) diminuio das taxas de IRC, designadamente paraempresas exportadoras;

    (ii.) em especial, consagrao de taxas de 10% no IRC, porum perodo de 20 anos, para novos projetos que

    exportem mais de 33% da sua produo;(iii.) distino entre a tributao de lucros retidos (capital

    prprio ou reinvestimento) e a tributao de lucros

    distribudos em dividendos;

    (iv.) em especial, deduo em IRC de lucros retidos ereinvestidos nas empresas que exportem mais de 33% da

    sua produo;

    (v.) reduo da TSU, por um perodo mnimo de 3 anos, paranovos empregos nas empresas que mais de 33% da sua

    produo;

    (vi.) reviso dos sistemas de incentivos para concentrar apoiosnas empresas que exportam mais de 33% da sua

    produo;

    (vii.) apoio ao investimento de consolidao (a maior fatia dasexportaes vem de Pequenas e Mdias Empresas que

    exportam menos de 50 mil Euros/ano cada), atravs da

    amortizao fiscal de Goodwill.

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    60)Assuno poltica da implicao necessria entre reforma do Estado,crescimento e competitividade para a economia, determinante

    atacar o gasto excessivo e a acumulao de dvida de forma imediata e,

    a prazo, assegurar um Estado orientado para o cidado e as empresas,

    eliminando barreiras desnecessrias atividade empresarial e ao

    investimento.

    61)Aprendizagem do caminho feito por empresas de sucesso para radicara alguns pilares relevantes para o sucesso do prprio Estado,

    reconhecendo designadamente que s existem duas formas de fazer a

    Mudana:

    a) com rutura e descontinuidade,ou

    b) atravs do consenso, com objetivos muitoclaros, uma forte liderana e total transparncia,

    sendo que no apoiar a segunda via equivale a forar a primeira, por

    responsabilidade dos gestores (ou, no caso, dos polticos).

    62)Assuno poltica da existncia de um problema relativo aofinanciamento das empresas associado retrao do investimento,

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    ausncia de um ambiente propcio tomada de risco e consequente

    contrao da procura de crdito junto das instituies financeiras; mas

    tambm porque se enfrentam restries especficas da banca nacional

    na atual conjuntura, seja por via da falta de fundingde mdio e longo

    prazo, seja por via do processo de ajustamento e desalavancagem em

    curso.

    63)Aprofundamento prioritrio de um conjunto de caminhos concretospara superar as dificuldades de financiamento da economia,

    designadamente:

    a) desintermediao do financiamento bancrio e a explorao devias alternativas (exemplo, o Instituto de Crdito Oficial espanhol

    emitiu recentemente 35 milhes de Euros em ttulos para o

    financiamento de pequenas e mdias empresas);

    b) incentivo ao financiamento de empresas exportadoras,desenvolvendo a prtica de financiar contra tomada firme deexportao assente no prprio contrato;

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    c) criao de uma conta-corrente entre Estado e empresas incluindotodos os impostos, contribuies para a segurana social e os

    crditos sobre o Estados, nomeadamente reembolsos de IVA, no

    mbito da qual se faro as liquidaes e compensaes devidas;

    d) reduo da tributao de juros sobre suprimentos em sede de IRS;

    e) alterao do regime do IVA, em dois aspetos crticos para atesouraria das empresas:

    (i.) reembolso imediato do IVA, no mnimo paraempresas exportadoras e para as que afetem resultados a

    reinvestimento;(ii.) pagamento apenas aps boa cobrana, em caso defaturao ao Estado;

    f) pagamentopelo Estado, autarquias locais e empresas pblicas das dvidas existentes e a assimilao de uma nova prtica de

    pagamento pontual;

    g) aprovao de mecanismos de converso de alguma dvida demdio e longo prazo de empresas em capitais prprios;

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    h) pagamento dos investimentos executados e pr-aprovados parafinanciamento.

    64)Reconhecimento do impacte positivo para as condies decompetitividade da evoluo feita na vertente laboral, sendo decisivoaprofundar as potencialidades de uma maior flexibilidade, permitindo,

    designadamente:

    a)recentrar a negociao na empresa em lugar de a reportar ao setor;

    b)flexibilizao laboral tambm na esfera pblica, criando condiespara equilibrar os quadros de pessoal (com excesso de pessoal

    administrativo e uma cada vez mais grave falta de quadros

    qualificados) e equiparar os regimes de cessao do contrato de

    trabalho (de modo a superar a soluo pouca clara e consequente da

    bolsa de mobilidade).

    65) Discusso pblica e aberta de duas vises alternativas em matria deestratgia de desenvolvimento, assumindo:

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    a) a necessidade de ter uma viso dos polos e clusters que fazemsentido para Portugal e de ter um plano para facilitar o seu

    desenvolvimento, o que vai na linha do que j esto a fazer muitos

    pases europeus e faz sentido nos casos em que Portugal tem

    capacidades/vantagens comprovadas e j faz coisas bem-feitas e

    com valor acrescentado;

    ou

    b) o carter eminentemente privado da economia e da sua dinmica,no quadro dos mercados e do surgimento incondicionado de polos

    e clusters, de baixo para cima, cabendo ao Estado informar e

    disponibilizar polticas transversais (relativas a atividades e no a

    setores).

    66)Priorizao da formao e da inovao como ferramentas de sucessoeconmico no futuro, assumindo a necessidade de:

    a) criar valor nas exportaes portuguesas, que ainda tm um elevadocontedo de importaes;

    b) estabelecer pontes entre as polticas pblicas de inovao e asempresas que vo contratar, desenvolver e trabalhar as tecnologias;

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    c) potenciar a ligao da agenda de investigao das universidades comas necessidades das empresas (exemplo, reforando os fundos

    disponveis para a integrao de bolsas ps-doutoramento em

    projetos empresariais);

    d) lanar programa que permita dar formao profissional aos cerca de500 a 750 mil jovens que no concluram o ensino secundrio naltima dcada.

    EM MATRIA DE EXPERINCIAS INTERNACIONAIS SIMILARES,

    67)Reconhecimento da comparabilidade dos pontos de partida e daidentificao das necessidades de agir e mudar: planeamento deficiente

    e falta de coerncia nas organizaes estatais ao longo do tempo,

    procedimentos oramentais burocratizados que se revelaram pouco

    teis sustentao da tomada de decises polticas.

    68)Apologia das vantagens de um consenso alargado no Parlamento sobrea necessidade de um novo modelo oramental e o prprio

    enquadramento deste (fase inicial do processo em que a discusso

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    poltica no deve envolver contedo, mas sim as ferramentas e os

    mecanismos a desenhar para alcanar ganhos de eficincia).

    69)Reconhecimento da importncia de tornar o processo de Mudanairreversvel, introduzindo os novos princpios nas Constituies ou em

    leis reforadas, como as leis de enquadramento oramental.

    70)Testemunho das vantagens de dar protagonismo no processo sentidades pblicas e aos funcionrios pblicos, permitindo-lhes intervir

    ativamente na conduo da reforma de modo a gerar sentido de

    propriedade, confiana e efeitos de contgio positivos.

    71)Assuno da importncia poltica, econmica e social da consagraode regras oramentais que impem o equilbrio e que limitam o rcio da

    dvida em percentagem do produto em nome da equidade

    intergeracional (o Finance Act de 1998 e o Code for Fiscal Stability

    britnicos, como bons exemplos).

    72)Promoo de oramentos baseados no desempenho, comfinanciamentos determinados em funo de resultados obtidos e os

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    expetveisao nvel do Estado, os ministrios comprometem-se com

    uma srie de objetivos, sendo responsveis pelo cumprimento dos

    mesmos e, nesse mbito, escrutinados pelo Parlamento.

    73)Estabelecimento de um novo modelo oramental, baseado no princpioda competncia (accrual accounting) e numa perspetiva plurianual dadespesa (neste particular, as experincias feitas com base em perodos

    de 3 ou 4 anos tm permitido melhor planeamento e estruturao,

    maior certeza e, numa implicao importante, deslocao da centro de

    gravidade do processo da negociao para a execuo), com definio

    de regras simples, mas geradoras de eficincia:

    a) parte da despesa oramentada contingente, dependendo daconjuntura econmica;

    b) entidades e/ou servios pblicos que efetuem poupanas retmessas verbas;

    c)

    entidades e/ou servios pblicos a sua prpria contabilidade(balanos, demonstraes d resultados, demonstraes de fluxos de

    caixa, etc.).

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    74)Testemunho das vantagens no plano dos resultados:

    a) Ministrios passaram a acumular poupanas/verbas significativas;

    b) assumiu-se uma viso financeira mais alargada e de mdio-prazo;

    c) debates polticos, nomeadamente os parlamentares, passaram a sersobre resultados e o alcance de objetivos;

    d) promoveu-se uma efetiva mudana de mentalidades: a existncia demais recursos passou a significar mais objetivos a alcanar e,

    portanto, mais responsabilidade.

    75)Em matria de Estado Social, reconhecimento da importncia de noiludir:

    a) as grandes questes so os apoios socias bem direcionados aopblico-alvo?, atingem os objetivos preconizados?, promovem a

    justia e a mobilidade social? onde possvel gerar eficincia?

    como ponto de partida para uma reorientao dos modelos para os

    resultados e a sua monitorizao;

    b) o enorme desafio sobre o modelo que a demografia vem colocandoaos pases europeus e, em decorrncia, a enorme presso sobre a

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    Despesa, que se prev que duplique ao longo das prximas quatro

    dcadas.

    Participantes:

    GERAL - Sofia Galvo (Moderadora/Relatora), Guilherme dOliveira

    Martins, Jos Joaquim Gomes Canotilho, Vtor Bento, EDUCAO - Jorge

    Buescu (Moderador/Relator), Fernando Ado da Fonseca, Paulo Guinote,

    Rodrigo Queiroz e Melo, SADEPedro Pita Barros (Moderador/Relator),

    Lus Filipe Pereira, Lus Pedroso de Lima, Rui Diniz, DEFESA E

    SEGURANA Miguel Monjardino (Moderador/Relator), Bruno Cardoso

    Reis, Leonel de Carvalho, Lus Sousa Pereira, SOLIDARIEDADE E

    SEGURANA SOCIAL Maria do Rosrio guas (Moderadora/Relatora),

    Carlos Pereira da Silva, Diogo Lucena, Rui Marques, INTERNACIONAL

    Maria de Ftima Barros (Moderadora/Relatora), Ana Revenga, Gerhard

    Steger, Richard Hughes, EMPRESAS PBLICAS E PPPS Paulo Magro da

    Luz (Moderador/Relator), Francisco Murteira Nabo, Gonalo Reis, ManuelLancastre, ECONOMIA,COMPETITIVIDADE E DESENVOLVIMENTOJoo

    Castello Branco (Moderador/Relator), Alexandre Relvas, Augusto Mateus,

    Joo Talone, Miguel Lebre de Freitas.

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    Lisboa, 24 de Janeiro de 2013