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Conectando o “value chain” e o “supply chain”. Armando Cavanha F. e Ronaldo M. L. Martins Abstract Uma das grandes lacunas de um sistema produtivo e sua rede de fornecedores está na conexão ajustada destas duas funções. A cadeia de valor, “value chain”, se concentra na sequência de insumos, processos, produtos, perfazendo os negócios. A cadeia de suprimentos, conhecida como “supply chain”, caracteriza-se pelas diversas camadas de fornecedores, os de primeiro contato e os demais níveis, em uma organização complexa e dinâmica que necessita estar funcionando harmonicamente. Este estudo pretende discutir a conexão destas duas grandes sequências e traçar uma metodologia de conexão. Metodologia A essência desta forma de abordar um segmento da indústria é transformar as demandas da áreas superiores da cadeia em informação de fácil acesso aos demais elos da cadeia.

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Page 1: Conectando o “value chain” e o “supply chain”  Armando Cavanha F. (M.Sc.)  &  Ronaldo Martins (M.Sc.)

Conectando o “value chain” e o “supply chain”.

Armando Cavanha F. e Ronaldo M. L. Martins

Abstract

Uma das grandes lacunas de um sistema produtivo e sua rede de fornecedores está na conexão ajustada destas duas funções. A cadeia de valor, “value chain”, se concentra na sequência de insumos, processos, produtos, perfazendo os negócios. A cadeia de suprimentos, conhecida como “supply chain”, caracteriza-se pelas diversas camadas de fornecedores, os de primeiro contato e os demais níveis, em uma organização complexa e dinâmica que necessita estar funcionando harmonicamente.Este estudo pretende discutir a conexão destas duas grandes sequências e traçar uma metodologia de conexão.

Metodologia

A essência desta forma de abordar um segmento da indústria é transformar as demandas da áreas superiores da cadeia em informação de fácil acesso aos demais elos da cadeia. O objetivo é permitir que os elos inferiores da cadeia possam interpretar as demandas e identificar suas competências individuais de forma a suprir estas necessidades.O olhar sobre a estrutura de funcionamento da atividade deve ser de tal natureza que possa descrevê-la de forma clara e inteligível mesmo por aqueles que não fazem parte dela.Descritas as principais atividades da indústria de referência, se desdobram na sequência, e verticalmente, as demais funções, para que seja mais fácil identificar cada uma delas e se permita a sua conexão com as capacidades e competências disponíveis nos elos inferiores da cadeia.

Page 2: Conectando o “value chain” e o “supply chain”  Armando Cavanha F. (M.Sc.)  &  Ronaldo Martins (M.Sc.)

Em seguida, devem ser observadas as atividades transversais, aquelas que de formam similar perpassam por toda as funções descritas e organizadas verticalmente, mesmo que com características distintas em cada etapa.Esta forma de organizar o segmento industrial de referência busca desmistificar os conteúdos técnicos e os jargões que em muitos casos blindam a chegada de novos entrantes na cadeia de suprimento.Permite também identificar as lacunas de suprimento e a elaboração (e a implementação) de ações estruturantes para desenvolver (e resolver) os gaps identificados, sejam eles de natureza tecnológica, de conteúdo local ou comercial.Assim, poderão ser propostas e implementadas ações estruturantes nas atividades transversais, de forma a que melhorem a sua eficiência, sua eficácia e sua abrangência no segmento.A primeira etapa da metodologia consiste em se posicionar os 10 ou 15 processos mais importantes da sequência produtiva, ainda em uma visão macro, desde o início até o final do grande processo, da esquerda para a direita, como no exemplo a seguir:Uma vez feita esta primeira etapa, uma segunda sequência, derivada da primeira, deve desdobrar, obtendo-se 3 a 4 atividades para cada uma acima, anteriormente identificada. E assim por diante, até a terceira ou quarta camada de atividades da cadeia produtiva, caracterizando o conhecimento razoável dos processos e seus detalhes suficientes para a compreensão e discussão com desdobramentos.Após esta etapa, atrela-se a esta última camada da sequência produtiva a primeira camada de fornecedores, conhecidos como os fornecedores de primeiro contato. Para cada fornecedor de primeira camada, são atrelados os fornecedores de segunda camada, e assim por diante, até o nível suficiente para o objeto dos estudos.

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Além dos processos verticais, os desdobramentos da sequência produtiva e das camadas de fornecedores, para sistemas complexos surgem as funções transversais, que cruzam a sequência produtiva e as camadas de fornecedores na horizontal. Funções como logística, tecnologia da informação, treinamento, hotelaria, etc.Um dos objetivos finais da metodologia trata da análise de lacunas comerciais, lacunas tecnológicas e a formação de arranjos produtivos horizontais.

Conclusões

O mapeamento do “supply chain” conectado ao “value chain” e os estudos correlacionados permite uma forma organizada de entender, comunicar, desdobrar e planejar ações de correção, movimentos industriais, reorganização, trabalhos de lacunas e arranjos produtivos.