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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Engenharia Civil DENISE ELIANE CAVALLINI TURRIANI CONDUÇÃO DO ESGOTO POR CAVIDADE PROGRESSIVA Itatiba 2011

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

Engenharia Civil

DENISE ELIANE CAVALLINI TURRIANI

CONDUÇÃO DO ESGOTO POR CAVIDADE PROGRESSIVA

Itatiba

2011

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DENISE ELIANE CAVALLINI TURRIANI – RA 002200901234

CONDUÇÃO DO ESGOTO POR CAVIDADE PROGRESSIVA

Monografia apresentada ao Curso de

Engenharia Civil da Universidade São

Francisco, sob a orientação da Prof.ª

MSc. Cristina das Graças Fassina,

como requisito parcial para obtenção

do título de Bacharel em Engenharia

Civil

Itatiba

2011

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus nosso Grande Mestre, por mais esta oportunidade de

evolução, nesse Planeta Maravilhoso e em especial as pessoas colocadas em meu

caminho para que este Trabalho pudesse se concretizar.

À prezada Professora MSc. Cristina Fassina, por ter me orientado ao longo do

desenvolvimento deste trabalho e pela dedicação em relação a tantas outras

atividades envolvidas com o nosso conhecimento extra acadêmico;

Ao Celso Mazzariol por apresentar um tema para que eu pudesse desenvolver

o estudo e elaborasse este Trabalho;

Ao Engenheiro Rafael Opitz, pela contribuição com as suas críticas

construtivas, sugestões e esclarecimentos técnicos;

A minha amiga irmã Jornalista Cibele Buoro pela revisão ortográfica;

Aos meus caríssimos colegas de trabalho, Marcelo Freire pelas orientações na

normalização do texto e Marina Mietto pela dedicação no auxílio dos enquadramentos

dos desenhos.

Os meus sinceros agradecimentos por fazerem parte da minha história!

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“A água corre tranqüila quando o rio é fundo,” William Shakespeare

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RESUMO

O Brasil produz por dia cerca de 8,4 bilhões de litros de esgoto por dia, desse

número aproximadamente 5,4 bilhões não recebem tratamento. (Trata Brasil, 2011).

Para suprir o déficit de saneamento básico no País, seriam necessários investimentos

da ordem de R$ 12 bilhões por ano, durante 20 anos consecutivos. (Paganini,2011).A

condução do esgoto sanitário é realizada através de sistemas e tubulações, na qual a

gravidade é a grande provedora dessa condução. Porém a grande dificuldade de

transporte dos esgotos sanitários se dá em terrenos topograficamente desfavoráveis,

devido ao alto custo da instalação dos sistemas. O sistema por cavidade progressiva

oferece a possibilidade de redução de custo, além de soluções para o desafio

topográfico, o sistema poderá ser utilizado em todos os tipos de terrenos e

construções. O sistema é composto por bombas trituradoras que utilizam um sistema

de bombeamento de cavidade progressiva, enviando para a tubulação um líquido

homogêneo, sem partes sólidas, eliminando o risco de obstrução nas redes. O objetivo

desse trabalho é analisar a viabilidade do uso do sistema não convencional para a

condução do esgoto sanitário. Para a realização desse trabalho a metodologia

utilizada baseou-se no levantamento da fase atual do Saneamento Básico no Brasil,

mais precisamente nos métodos existentes de sistemas não convencionais para a

condução do esgoto sanitário. Além do levantamento bibliográfico, foi realizado um

estudo de caso, através do acompanhamento da execução e implantação de um

sistema de condução de esgotos sanitários por Cavidade Progressiva no Condomínio

residencial de alto padrão, Pateo Santa Fé, localizado no município de Campinas,

Estado de São Paulo, no bairro Gramado. Para a condução do esgoto sanitário no

condomínio Pateo Santa Fé, foram utilizados 8 estações de bombeamento, instalados

em 2 tanques com capacidade de 6.000L.Em cada tanque foram instaladas 4 bombas

trituradoras,que conduzirão 2,4l/s por tanque, a pasta de dejetos será conduzida

através de 128m da linha de recalque, com diâmetro de 63mm em PEAD, até a

Estação Elevatória existente. Ao término desse trabalho, conclui-se que para o Brasil

crescer na questão de saneamento Básico, novas tecnologias tais como a

apresentada é de suma importância para o beneficiamento da população. O Sistema

de Condução de Esgoto por Cavidade Progressiva demonstrou ser de grande utilidade

para superar os obstáculos em terrenos topograficamente desfavoráveis.

Palavras-chave: cavidade progressiva. sistema alternativo. bombas trituradoras.

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ABSTRACT

Brazil produces daily about 8.4 billion gallons of sewage, that number nearly 5.4 billion do not receive treatment. (TRATA Brazil, 2011). Investments of around R$ 12 billion per year for 20 consecutive years would be necessary to meet the deficit of basic sanitation in the country. (Paganini, 2011). Usually, the sewage is carried through a conduction pipes systems, which gravity is the major provider. The most difficulty of transporting the sewage occurs specially in topographically favorable sites due to the high cost the system. The installation of progressive cavity system offers the possibility of cost reduction and a solution to go through a highland. Also, the system can be used in all types of terrain and constructions. The system use a grinder type pumps of Progressive Cavity Pump, sending a homogeneous liquid without solid parts by piping, eliminating the risk of an obstruction (sewer system). The aim of this study is to analyze the feasibility of using non-conventional system for conducting the sewage. The methodology was based on the investigation of the current stage of Sanitation in Brazil, specifically in the existing methods of non-conventional systems for conducting sewage. Besides the literature, a case study through monitoring the implementation and deployment of a driving system for sewage Progressive Cavity in high-end residential condominium, Pateo Santa Fe, located in Campinas, São Paulo, in the driving Gramado was developed. The sanitary sewer conduction in the condominium Pateo Santa Fe used eight pumping stations, installed in two tanks with a capacity of 6000 L. In each tank were installed four grinder pumps, which will lead 2.4 l / s per tank, and the portfolio of waste will be conducted through a 128m collector, with a diameter of 63mm to HDPE Pumping Station existing. At the end, this study concluded that new technologies, such as presented, are extremely important in the process of developing the Brazil Sanitation System. Conduction System of Progressive Cavity Pump proved to be useful to overcome obstacles in geographically unfavorable terrain.

Key words: progressive cavity. alternative sewage system. grinder pumps.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Linha Principal ................................................................................... 42

Figura 2: Vista Lateral do Tanque .................................................................... 43

Figura 3: Tanque Interior da Caixa. .................................................................. 43

Figura 4: Tampões da Caixa dos Tanques........................................................44

Figura 5: Bomba 2.1.2 ...................................................................................... 45

Figura 6: Disco Triturador ................................................................................. 46

Figura 7: Interior da Bomba .............................................................................. 46

Figura 8: Bombas Antes da Instalação ............................................................. 47

Figura 9: Bombas no Interior do Tanque .......................................................... 47

Figura 10 Esquema da Instalação no Interior do Tanque ................................. 48

Figura 11 Esquema do Painel Elétrico 240 V ................................................... 51

Figura 12 Interior do Painel Elétrico ................................................................. 51

Figura 13 Painéis Elétricos Instalados ............................................................ 51

Figura 14 Caixa de Passagem para Instalações das Válvulas ........................ 53

Figura 15: Tubulação Ventilação ...................................................................... 53

Figura 16: Eletrodutos em PEAD no Interior da Vala ....................................... 54

Figura 17: Caixa de Passagem – Reaterro da Vala ........................................ 55

Figura 18: Sistema Finalizado .......................................................................... 56

Figura 19: Solo Compactado ............................................................................ 56

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Parâmetros Para o Dimensionamento e Especificação das Bombas............40

Tabela 1 Numeração das Bombas…............................................................................50

Tabela 3 Descrição dos Serviços MND ...................................................................... 57

Tabela 4 Descrição dos Serviços Cavidade Progressiva ................................. .......... 59

Tabela 5 Comparativo Entre os Sistemas ........................................................ .......... 62

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio

DGD – Dispositivo Gerador de Descarga

DQO – Demanda Química de Oxigênio

EEE – Estação Elevatória de Esgoto

ETE – Estação de Tratamento de Esgoto

G E – General Eletrics

MND – Método Não Destrutivo

ONG – Organização Não Governamental

OMS – Organização Mundial da Saúde

RAP – Relatório Ambiental Preliminar

PEAD – Polietileno de Alta Densidade

PVs - Poços de Visita

SANASA – Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 13

2 SISTEMAS DE ESGOTO SANITÁRIO .................................................... 16

2.1 Concepção de sistemas de esgoto sanitário ........................................... 16

2.1.1 Regime hidráulico do escoamento em sistema de esgoto ....................... 18

2.1.2 Estudo de concepção de sistema de esgoto sanitário ............................. 18

2.1.3 Cálculo das contribuições ........................................................................ 19

2.1.4 Formulação criteriosa das alternativas de concepção ............................. 19

2.1.5 Estudos de corpos receptores ................................................................. 20

2.1.6 Pré dimensionamento das unidades dos sistemas desenvolvidos para a

escolha da alternativa ...................................................................................... 20

2.1.7 Estimativa de custo das alternativas estudadas ...................................... 21

2.1.8 Comparação técnica –econômica e ambiental das alternativas .............. 21

2.1.9 Memorial de cálculo ................................................................................. 22

2.1.10 Concepção de rede de esgoto sanitário ................................................ 23

2.1.11Localização da tubulação na via pública ................................................ 24

2.1.12Interferências .......................................................................................... 25

2.1.13Órgãos acessórios da rede .................................................................... 26

2.1.14 A influência dos órgãos acessórios ....................................................... 26

2.1.15 Concepção do traçado ......................................................................... 27

2.1.16 Escavação das valas ............................................................................ 27

2.1.17Concepção dos interceptores ................................................................. 27

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2.1.17 SISTEMAS ALTERNATIVOS PARA COLETA E TRANSPORTE DE

ESGOTO SANITÁRIO ...................................................................................... 29

2.1.17.1Sistema condominial ........................................................................... 30

2.1.17.2 Redes de coleta e transporte de esgoto decantado ........................... 31

2.1.17.3 Rede coletora de baixa declividade com a utilização do dispositivo

gerador de descarga (DGD) ............................................................................. 32

2.1.17.4 Parafuso de Arquimedes .................................................................... 33

2.1.17.5 Ejetor pneumático............................................................................... 33

2.1.17.6 Redes a Vácuo e Pressurizadas ........................................................ 33

2.1.17.6.1Redes a vácuo ................................................................................. 35

2.1.17.6.2Redes pressurizadas ........................................................................ 35

3. METODOLOGIA ........................................................................................... 38

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................. 39

4.1 Acompanhamento de Caso ........................................................................ 39

4.2 Memorial descritivo do sistema de esgoto por cavidade progressiva ......... 39

4.3 Local da interligação .................................................................................. 41

4.4 Especificações técnicas de materiais e serviços ........................................ 41

4.4.1 Tubos e órgãos acessórios ..................................................................... 41

4.4.2 Caixa equalizadora e distribuidora .......................................................... 42

4.4.3 Tanques .................................................................................................. 43

4.4.4 Bomba ..................................................................................................... 44

4.4.4.1Demonstração detalhada da instalação ................................................ 49

4.4.5 Painel Elétrico ......................................................................................... 50

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4.4.6 Caixa de passagem ................................................................................ 52

4.4.7 Ventilação ................................................................................................ 53

4.4.8 Fornecimento de energia para os painéis ............................................... 54

4.4.9 Locação da obra ...................................................................................... 56

4.4.10 Reaterro das valas ................................................................................ 56

4.4.11 Cadastro ................................................................................................ 56

4.5 Comparativo entre os sistemas .................................................................. 57

4.5.1 Método MND Tunnel Liner ...................................................................... 57

4.5.2 Sistema cavidade progressiva ................................................................. 58

5. CONCLUSÃO ............................................................................................... 64

6. Referência Bibliográfica ............................................................................... 65

Anexos ............................................................................................................ 66

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1. INTRODUÇÃO

As ações e projetos desenvolvidos na área de saneamento têm respostas imediatas

nos índices de saúde pública da população e também nos indicadores de poluição ambiental

do planeta. Atualmente, a importância do Saneamento Básico é um tema debatido

mundialmente e há varias formas de incentivo aos países em desenvolvimento para que

desenvolvam projetos de saneamento nos centros urbanos. (CULTURAMIX, 2011).

Segundo Nuvolari (2003), a preocupação com o esgoto sanitário fazia parte das

civilizações desde os tempos mais remotos. A partir do momento em que os homens

começaram a assentar em cidades, em 3750 a. C., foram construídas galerias de esgotos

em Nipur (Índia) e na Babilônia. Em 3100 a. C. já se tem notícia do emprego de manilhas

cerâmicas para essa finalidade (AZEVEDO NETTO, 1984, apud NUVOLARI, 2003). Na

Roma Imperial, eram feitas ligações diretas das casas até o canal. Porém, por se tratar de

uma iniciativa individual de cada morador, nem todas as casas apresentavam essas

benfeitorias (METCALF e EDDY, 1977, apud NUVOLARI, 2003). De acordo com Sobrinho et

al. (2000), o primeiro sistema de esgoto sanitário planejado e implantado no mundo foi

construído no século 6 a. C. em Roma

Na Idade Média, não se tem notícia de grandes realizações, no que diz respeito ao

saneamento e, em especial, aos esgotos. Esse aparente desleixo e o desconhecimento da

microbiologia até meados do século XIX certamente foram às causas das grandes

epidemias ocorridas na Europa, no período entre os séculos XIII e XIX, coincidindo com o

caótico crescimento de algumas cidades (SAWYER e MCCARTY, 1978, apud NUVOLARI,

2003).

Em Londres (Inglaterra), somente a partir de 1815 os esgotos começaram a ser

lançados em galerias de águas pluviais; em Hamburgo (Alemanha), a partir de 1842, e em

Paris (França), a partir de 1880 (METCALF e EDDY, 1977, apud NUVOLARI, 2003).

O sistema separador absoluto, caracterizado pela construção de canalizações

exclusivas para os esgotos, foi concebido em 1879 e implantado pela primeira vez na cidade

de Menphis no Tenessee, EUA. (AZEVEDO NETTO, 1973, apud NUVOLARI, 2003).

No Brasil, em 1907, Saturnino de Brito, iniciou as obras de esgoto e drenagem na

cidade de Santos (apud NUVOLARI, 2003).

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De acordo com Azevedo Netto, (apud Nuvolari, 2003), em 1983 o sistema implantado

no Rio de Janeiro, recebia e conduzia as águas de chuva precipitadas no interior dos

prédios, em áreas pavimentadas além de esgotos domésticos. Posteriormente, esse sistema

recebeu o nome de “separador parcial”. Atualmente, o Brasil utiliza o sistema separador

absoluto, as águas residuais e águas de infiltração são conduzidas pelo sistema de esgoto

sanitário e as águas pluviais são coletadas e transportadas pelo sistema de drenagem

pluvial totalmente independente.

Segundo a Norma Brasileira (NBR) 9648, da Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT, 1986, p. 01), define-se esgoto sanitário por “despejo líquido constituído de

esgotos doméstico e industrial, água de infiltração e a contribuição pluvial parasitária”.

No momento atual, há grande preocupação com o saneamento básico e com a água

potável no Brasil e no Mundo. “Pesquisa da Organização Mundial da Saúde – (OMS)

constatou que o Brasil é o 9º pior país do mundo em índices de saneamento básico, uma

indecência inaceitável” (VECCHIA, 2011, p1).

Portanto, a iniciativa desse trabalho partiu devido à observação dos sistemas de

tratamento de esgotos existentes, e o questionamento quanto aos terrenos com topografia

desfavoráveis à gravidade.

A implantação dos sistemas, mais precisamente, a condução de esgoto residencial e

industrial é realizada através de sistemas e tubulações especificadas nas Normas Técnicas

ABNT, sendo a gravidade a grande auxiliadora em muitos projetos dessa condução. Porém,

a grande dificuldade de transporte dos esgotos sanitários se dá em terrenos com variações

topográficas desfavoráveis, e que não podem ser conduzidos por gravidade, cujo custo se

torna muito elevado.

Nesse caso a área passa a ser desvalorizada e menosprezada, dificultando a sua

ocupação e comercialização para fins de urbanização. Terrenos com topografia irregular,

lençol freático alto, solo estruturalmente instável ou rochoso, terrenos planos, são

obstáculos ao sistema convencional de esgotamento sanitário e por existirem terrenos em

tais situações, o presente estudo tem por objetivo avaliar o uso do sistema não convencional

para a condução do esgoto sanitário.

Este trabalho tem por objetivo apresentar e analisar o uso do método de condução

de esgoto sanitário por meio da cavidade progressiva. Como objetivo intermediário será feito

o levantamento bibliográfico a respeito dos sistemas de condução de esgotos sanitários.

Pesquisar e analisar a viabilidade dessa alternativa para a Engenharia no segmento das

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obras de saneamento básico, verificar a utilização de uma tecnologia na condução do

esgoto por cavidade progressiva, um sistema ainda recente no Brasil, é a proposta dessa

pesquisa.

A relevância desse trabalho se sustenta no saneamento básico, uma área que requer

muito avanço tecnológico. O Brasil produz cerca de 8,4 bilhões de litros de esgoto por dia,

segundo o Instituto de Pesquisa Trata Brasil e, desse número, aproximadamente 5,4 bilhões

não recebe tratamento. Os números mostram que apenas 36% do esgoto produzido no país

recebem tratamento adequado, sendo que os outros 64% são despejados sem nenhum

cuidado (TRATABRASIL, 2011).

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2. SISTEMAS DE ESGOTOS SANITÁRIOS

Os sistemas de esgotos urbanos é um conjunto de condutos, instalações e

equipamentos destinados a coletar, transportar, condicionar e encaminhar os esgotos e se

dividem em: (AZEVEDO NETTO, 1973, apud NUVOLARI, 2003).

a) Sistema combinado, nesse sistema, as águas residuárias, águas de infiltração e

águas pluviais veiculam por um único sistema.

b) Sistema de esgotamento separador parcial, nesse sistema uma parcela das águas

de chuva, provenientes de telhados e pátios das economias são encaminhadas

juntamente com as águas residuárias e águas de infiltração do subsolo para um

único sistema de coleta e transporte de esgotos.

c) Sistema separador absoluto: águas residuárias (domésticas e industriais) águas de

infiltração, constituem esgoto sanitário, veiculam em um sistema independente,

denominado sistema de esgoto sanitário. As águas pluviais são coletadas e

transportadas em sistema de drenagem pluvial totalmente independente.

O Brasil utiliza o sistema Separador Absoluto que oferece reconhecidas vantagens

tais como custo menor, devido ao uso de tubos mais econômicos (PVC), mais flexibilidade

na execução por etapas, redução da extensão das canalizações de grande diâmetro e não

prejudica a depuração dos esgotos sanitários.

O sucesso desse sistema depende da eficiência do controle para evitar que a água

pluvial, principalmente proveniente dos telhados, não seja despejada junto com as águas

desse sistema de esgoto.

2.1. Concepção de sistemas de esgoto sanitário

Entende-se por concepção de um sistema de esgoto sanitário, o conjunto de estudos

e conclusões referentes ao estabelecimento de todas as diretrizes, parâmetros e definições

necessárias e suficientes para a caracterização completa do sistema a projetar.

(SOBRINHO, et al,2000).

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A concepção tem como objetivos: identificar, diagnosticar e estabelecer todos os

parâmetros básicos de projeto, além de apresentar a alternativa mais adequada e

estabelecer as diretrizes gerais de projeto, estimando as quantidades de serviços que

devem ser executadas nas fases de projeto.

O estudo de concepção pode, às vezes, ser precedido de um diagnóstico técnico e

ambiental da área em um estudo ou, até mesmo, de um Plano Diretor da bacia hidrográfica.

A partir de 1986 com a divulgação da norma NBR 9649 da ABNT, o Brasil passou a

ter os mais avançados critérios hidráulicos de dimensionamento de redes coletoras de

esgoto, utilizando-se os conceitos de tensão trativa e de velocidade crítica. Também foram

propostos os novos órgãos acessórios, em substituição dos poços de visita. Com a

utilização dessas inovações tecnológicas e evitando-se a construção de redes profundas

para esgotar soleiras baixas, o cesto da rede coletora de esgoto foi reduzido em cerca de

40%.

A concepção do sistema deverá estender-se as suas diversas partes, na rede

coletora que é um conjunto de canalizações destinadas a receber e conduzir os esgotos,

sendo composta de coletores secundários, que recebem diretamente as ligações prediais, e,

coletores troncos.

O coletor tronco é um coletor principal de uma bacia de drenagem, conduzindo seus

efluentes a um interceptor ou emissário. O interceptor é uma canalização que recebe

coletores ao longo do seu comprimento.

O emissário é uma canalização destinada a conduzir os esgotos a um destino

conveniente (estação de tratamento e ou lançamento). O sifão invertido é uma obra

destinada a transposição de obstáculos pela tubulação de esgoto, funcionando sob pressão.

O corpo de água receptor é o corpo de água onde são lançados os esgotos. A estação

elevatória é o conjunto de instalações destinadas a transferir os esgotos de uma cota mais

baixa para outra mais alta, e por ultimo a estação de tratamento que é o conjunto de

instalações destinadas à depuração dos esgotos, antes de seu lançamento. (SOBRINHO, et

al,2000).

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2.1.1. Regime hidráulico do escoamento em sistema d e esgoto

As canalizações dos coletores e interceptores devem ser projetadas para

funcionarem sempre como condutos livres. Os sifões e linhas de recalque das estações

elevatórias funcionam como condutos forçados. Os emissários podem funcionar como

condutos livres ou forçados, não recebendo contribuições em marcha. São condutos

forçados no caso de linhas de recalque e emissários submarinos. (SOBRINHO, et al, 2000)

2.1.2. Estudo da concepção de sistema de esgoto san itário

Para o estudo de concepção de sistemas de esgotos sanitários, são necessários os

desenvolvimentos de uma série de atividades, sendo as principais:

a) Dados das características da comunidade, como localização, infra-estrutura

existente, cadastro atualizado dos sistemas de abastecimento de água, de esgoto

sanitário, de galerias de águas pluviais, de pavimentação, telefone, de energia

elétrica, de gás natural, etc.; condições sanitárias atuais; índices estatísticos de

saúde; ocorrências de moléstias de origem hídrica e estudos, projetos e

levantamentos existentes.

b) Análise do sistema de esgoto sanitário existente, descrição do sistema identificando

todos os elementos, com análise pormenorizada das partes constituintes, baseadas

no cadastro e informações existentes. Deverá constar também: área atendida,

população esgotável por bacia contribuinte e/ou nível de atendimento; a contribuição

“per capita” deve ser calculada em função do consumo faturado. Identificar o número

de ligações por categoria, assim como o seu consumo (SOBRINHO, et al. 2000).

c) Estudos demográficos e de uso e ocupação do solo, devendo ser observados os

dados censitários, catalogação dos estudos populacionais existentes, pesquisa de

campo, levantamento da evolução do uso do solo e zoneamento da cidade. Análise

sócio econômica do município, bem como o papel deste na região, plano diretor da

cidade, sua real utilização e diretrizes futuras. Projeção da população urbana

baseada em métodos matemáticos, analíticos, comparativos e outros (ano a ano),

análise e conclusão das projeções efetuadas, distribuição da população e suas

respectivas densidades por zonas homogêneas e por sub-bacias de esgotamento

(SOBRINHO, et al. 2000).

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d) Critérios e parâmetros de projeto deverão ser considerados e devidamente

justificados, consumo efetivo “per capita” – em função do consumo medido, efetuar a

previsão da evolução desse parâmetro; coeficientes de variação de vazão (K1, K2,

K3); coeficiente de contribuição industrial; coeficiente de retorno esgoto/água; a taxa

de infiltração, carga orgânica dos despejos doméstico e industriais e níveis de

atendimento no período de projeto no caso de alcance do estudo igual a 20 anos

(justificar nos casos excepcionais) coeficiente: habitantes/ligação (SOBRINHO, et al.

2000).

Deve ser elaborada uma pesquisa das contribuições das indústrias existentes e em

função desses valores estimar a sua evolução. Neste caso, o órgão ambiental também

deverá ser consultado. Para áreas onde ainda não há indústrias implantadas, deve-se

adotar o coeficiente de vazão industrial (l/s x h), verificando no Plano Diretor ou junto à

Prefeitura Municipal, o tipo de indústria a ser implantado.

2.1.3. Cálculo das contribuições

O cálculo das contribuições doméstica, industrial e de infiltração deverá ser

apresentado ano a ano, e por bacia ou sub-bacia, quando pertinente.

2.1.4. Formulação criteriosa das alternativas de co ncepção

As concepções estudadas devem ser descritas apresentando todas as unidades

componentes do sistema. Deverão ser analisadas alternativas de aproveitamento total e/ou

parcial do sistema existente. Para cada alternativa devem ser levantados os impactos

ambientais negativos e positivos, os quais deverão ser devidamente levados em

consideração na seleção da alternativa, avaliando também, os aspectos legais junto às

entidades competentes, as desapropriações previstas deverão ser convenientemente

avaliadas.

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2.1.5. Estudos de corpos receptores

Caracterizar os possíveis corpos receptores quanto às vazões características de cota

de inundação, condições sanitárias e uso de montante e jusante atuais e futuros. Devem ser

verificados os aspectos legais previstos na Resolução n° 357 do Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) e das legislações estaduais. Para a verificação das condições

sanitárias, devem ser realizadas análises de laboratório nos pontos de interesse. Devem ser

realizados estudos sobre a avaliação das cargas remanescentes do futuro tratamento de

esgoto diante da capacidade assimiladora dos corpos receptores (autodepuração) e de seus

usos a jusante, atuais e futuros (SOBRINHO, et al. 2000).

2.1.6. Pré-dimensionamento das unidades dos sistemas desen volvidos

para a escolha da alternativa:

a) Rede Coletora deve-se fazer um estudo das bacias e sub-bacias de contribuições,

dos traçados das redes, pré-dimensionamento hidráulico sanitário das tubulações

principais e identificação de tubulações, peças e acessórios.

b) Coletor tronco, interceptor e emissário, alternativas de traçado, estudo técnico –

econômico de alternativas, definição do traçado, pré-dimensionamento hidráulico-

sanitário de tubulação, peças e acessórios, identificação das tubulações, peças e

acessórios, identificação de travessias de rios, rodovias, ferrovias, de faixas de

servidão/desapropriação e áreas de proteção ambiental assim como a identificação

de interferências e pontos notáveis.

c) Estação Elevatória e Linha de Recalque deverá ser elaborado um estudo técnico

econômico de alternativas, pré dimensionamento do poço de sucção da elevatória,

dimensões e formas geométricas, pré dimensionamento dos conjuntos elevatórios

incluindo curvas características da bomba e do sistema, pré dimensionamento

hidráulico – sanitário de tubulações, peças e acessórios, identificação das

tubulações, peças e acessórios, identificação de travessias de rios, rodovias,

ferrovias, de faixa de servidão/desapropriação e áreas de proteção ambiental,

identificação de rede de energia elétrica no local, indicando suas características,

identificação de interferências.

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d) Estação de Tratamento de Esgoto, identificação do corpo receptor com

caracterização de sua classificação, segundo a legislação federal, estadual e

municipal, estudos hidrológicos com caracterização de vazões máximas, médias e

mínimas e identificação de níveis de inundação, estudo de autodepuração do corpo

receptor para determinação de níveis de demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e

oxigênio dissolvido (OD), colimetria e outros parâmetros quando necessário, a

jusante do ponto de lançamento, determinação do grau de tratamento de esgoto,

relatório de sondagens com parecer técnico, pré dimensionamento hidráulico –

sanitário das unidades das alternativas de estações de tratamento de esgotos

(ETEs), estudo técnico-economico de alternativas, estudo da locação da estação de

tratamento de esgoto (ETE), em função da topografia,identificação de rede de

energia elétrica local,indicando suas características,estudo de jazidas para

empréstimo: localização acesso, sondagens,desapropriação e considerações sobre

a recuperação da área envolvida,avaliação quanto a planos e programas

governamentais existentes que possam interferir com o futuro

empreendimento,áreas de bota-fora,identificação das tubulações, peças, acessórios,

equipamentos etc.,tratamento dos lodos,aproveitamento e disposição final dos

biossólidos, disposição final do efluente tratado,identificação de limites de áreas de

proteção ambiental e suas interfaces com o futuro empreendimento,definição de vias

de acesso ao futuro empreendimento (SOBRINHO, et al. 2000).

2.1.7. Estimativa de custo das alternativas estuda das:

Para a estimativa de custo das alternativas deverá ser consideradas as obras de 1ª

etapa, subdivididas em obras de implantação imediata e 2ª etapa. As planilhas de

orçamento, memorial de cálculo do orçamento e eventuais composições de custos, de

serviços e propostas de materiais e equipamentos, com a data base definida, farão parte da

apresentação do custo das alternativas (SOBRINHO, et al. 2000).

2.1.8. Comparação técnica – econômica e ambiental d as alternativas:

O conjunto entre as alternativas deverá apresentar o elenco de vantagens e

desvantagens sobre os aspectos técnico, econômico e ambiental, apresentando-se as

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eventuais interfaces com áreas de proteção ambiental e/ou planos e programas existentes

da iniciativa privada e/ou governamental.

Deverá ser apresentado para cada alternativa o elenco de medidas mitigadoras e/ou

compensatórias.

Escolhida a alternativa, apresentar o diagnóstico da situação atual e o prognóstico

esperado com e sem a implantação do empreendimento, mostrando os impactos negativos

e positivos associados às fases de construção, operação, desapropriação, interferências no

trânsito, sinalização, etc.

O estudo de concepção deverá fornecer informações que subsidiem a eventual

necessidade da elaboração do Relatório Ambiental Preliminar (RAP), para a obtenção do

licenciamento ambiental do sistema de esgoto.

Após a escolha da alternativa, deverá ser elaborado o projeto hidráulico-sanitário das

unidades do sistema. O projeto deverá conter além dos estudos já elaborados, os estudos

dos levantamentos topográficos e investigações geotécnicas acompanhados de seus

respectivos relatórios, bem como a delimitação de áreas a serem desapropriadas, faixas de

servidão e áreas de proteção ambiental.

Deverão ser apresentadas as peças gráficas do estudo de concepção, planta da

cidade ou do município com a localização da área de planejamento do sistema, planta do

sistema de abastecimento de água existente, planta do sistema de esgotos sanitários

existente, planta de pavimentação, planta de galerias de águas pluviais existentes, planta do

sistema de energia elétrica existente, planta com cadastro de dutos subterrâneos de outras

concessionárias de serviços públicos (gás, telefone, etc), planta de localização de indústrias

ou cargas de grandes contribuintes, planta de áreas de planejamento com delimitação dos

setores, planta de zonas de densidades homogêneas e de uso e ocupação do solo atual e

futura, planta das concepções com várias alternativas, plantas e cortes do pré

dimensionamento hidráulico das partes constitutivas das alternativas estudadas – escala

conveniente, perfil hidráulico da estação de tratamento de esgoto e quando necessário de

outras unidades – escala conveniente, planta de localização da área de jazida de

empréstimo e bota-fora – escala conveniente e planta do sistema proposto (SOBRINHO, et

al. 2000).

2.1.9. Memorial de cálculo

Contemplam parte do estudo de concepção, os memoriais de cálculo pré-

dimensionamento das unidades dos sistemas das concepções estudadas. Abrange todas as

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especialidades envolvidas, tais como hidrologia, hidrogeologia, hidráulica, eletro-mecânica,

processos, orçamento etc. (SOBRINHO, et al. 2000).

2.1.10. Concepção da rede de esgoto sanitário

As principais atividades desenvolvidas no estudo de concepção, relativas à rede

coletora são: o estudo da população da cidade e de sua distribuição na área; a delimitação

em planta dos setores de densidades demográficas diferentes, estabelecimento dos critérios

para a previsão de vazões: cota de consumo de água por habitante por dia; relação entre

consumo efetivo de água e contribuição de esgotos; coeficientes do dia e hora de maior

contribuição; vazão de infiltração; estimativa das vazões dos grandes contribuintes;

indústrias, hospitais, grandes edifícios em geral.

Estes contribuintes devem ser localizados na planta da cidade, com valor da sua

vazão, determinação, para cada setor de densidade demográfica, da sua vazão específica

de esgoto, em litros por segundo por hectare, ou litros por segundo por metro de

canalização, divisão da cidade em bacias e sub-bacias de contribuição, traçado e pré

dimensionamento dos coletores tronco, quantificação preliminar das quantidades de

serviços que serão executados; para os coletores de esgotos, será feita uma pré estimativa

da extensão dos diversos diâmetros, com base nas vazões de esgotos.

A apresentação desses estudos deve ser feita em memorial descritivo e justificado,

onde são reunidos todos os critérios de cálculo, descrição do sistema, cálculos hidráulicos

etc.: planta planialtmétrica da cidade, em escala 1:5 000 ou 1:10 000 com curvas de nível de

5 em 5 metros, em que são desenhadas a setorização das densidades demográficas, a

divisão em bacias e sub- bacias de contribuição e o traçado de coletores tronco com seus

diâmetros e extensões, pré-estimativa das quantidades de serviços e custos.

A concepção da rede de coletores secundários é normalmente desenvolvida na fase

de projeto propriamente dito e constitui-se, em resumo, no traçado da rede de coletores,

para o estudo do traçado, há necessidade de planta topográfica planialtmétrica, em escala

1: 2000 ou 1: 1 000, com nivelamento geométrico dos pontos onde devem ser projetados os

órgãos acessórios. As atividades que devem ser desenvolvidas são as seguintes: a

delimitação na planta em escala, das bacias e sub-bacias de contribuição e dos setores de

densidade demográficas diferentes, localização dos órgãos acessórios da rede na planta,

identificando-os por convenção adequada, localização da tubulação, unindo os órgãos

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acessórios com a indicação do sentido de escoamento por uma seta no traçado da

tubulação (SOBRINHO, et al. 2000).

2.1.11. Localização da tubulação na via pública

A rede coletora de esgotos pode ser assentada em cinco posições diferentes, ou

seja, eixo, terço par, terço impar, passeio par e passeio impar. A especificação de par ou

impar é determinada pela numeração dos prédios da rua, quando a mesma for oficializada

pela prefeitura do município.

A escolha da posição da rede na via pública depende de alguns fatores como, por

exemplo, o conhecimento prévio das interferências, profundidade dos coletores, tráfego,

largura da rua, soleiras dos prédios etc,

Quando existir apenas uma tubulação de esgoto sanitário na rua, ela poderá ser

executada no eixo do leito transitável ou ser assentada lateralmente, distando 1/3 da largura

entre o eixo e o meio – fio, quando o eixo for ocupado por galerias pluviais, por exemplo.

Dependendo das condições da via publica, pode-se assentar uma tubulação (rede

simples), ou até duas tubulações (rede dupla). As condições em que é recomendável um ou

outro caso são as descritas a seguir:

a) Rede dupla utilizada na ocorrência de vias com tráfego intenso ou vias com largura

entre os alinhamentos dos lotes igual ou superior a 14m para ruas asfaltadas, ou 18

m para ruas de terra ou vias com interferências que impossibilitem o assentamento

do coletor no leito carroçável, ou que constituam empecilho à execução das ligações

prediais. Nesses casos, a tubulação poderá ser assentada no passeio, desde que a

sua largura seja de preferência superior a 2,0 m e a profundidade do coletor não

exceda a 2,0 m ou 2,5 m, dependendo do tipo de solo, e que não existam

interferências que dificultem a obra. Na impossibilidade de adoção de tal solução, a

rede poderá ser lançada no leito carroçável, próximo a sarjeta.A rede dupla pode

estar situada no passeio, no terço, ou uma rede no passeio e outra no terço da

rua.Também se projeta rede dupla a partir do ponto em que os coletores se tornam

muito grande e devem ser construídos em tubos de concreto (Ø ≥ 400 mm).Esses

tubos não recebem ligações prediais diretas. O mesmo acontece para coletores e

grandes profundidades (maiores que 4m).

b) Rede simples utilizada quando não ocorrer nenhum dos casos citados anteriormente.

Os coletores serão lançados no eixo carroçável, ou no terço do leito carroçável. Caso

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em um dos lados da rua existam soleiras negativas, o coletor deverá ser lançado no

terço correspondente.

Existem ainda outros fatores que devem ser considerados na concepção do traçado

de uma rede de coletores, como as profundidades máximas e mínimas, em função da maior

ou menor dificuldade de escavação, na fase de concepção serão estabelecidas as

profundidades máximas que deverão ser adotadas no projeto.

O conhecimento do subsolo será indispensável para se ter idéia da presença de

rochas, solos de baixa resistência, lençol freático e de outros problemas. O ideal seria o

reconhecimento completo do subsolo por meio de numerosas sondagens.

As profundidades máximas dos coletores, quando assentadas nos passeios, deverão

ficar em torno de 2,0m a 2,5 m, dependendo do tipo de solo.

No leito transitável e nos terços, as profundidades máximas serão definidas em

função das características técnicas do projeto, das interferências e, também, dos

percentuais de atendimento das soleiras baixas.

Normalmente, as profundidades máximas das redes de esgotos não ultrapassam 3,0

a 4,0m. Profundidades maiores, só serão admitidas após justificativa técnica econômica.

Para coletores situados a mais de 4,0 m de profundidade, devem ser projetados coletores

auxiliares mais rasos para receberem as ligações prediais, nos casos de atendimentos

considerados necessários, devem ser feitas análises de conveniência do aprofundamento,

considerando seus efeitos nos trechos subseqüentes e comparando-se com outras

soluções”.

As profundidades mínimas são estabelecidas para atender as condições de

recobrimento mínimo, para a proteção da tubulação e, também permitir que a ligação predial

seja executada adequadamente.

Para o coletor assentado no leito da via de tráfego, o recebimento da tubulação não

deve ser inferior a 0,90m, e para o coletor assentado no passeio a 0,65m. Recobrimento

menor deve ser justificado (SOBRINHO, et al. 2000).

2.1.12. Interferências

As principais interferências que devem ser consideradas são as canalizações de

drenagem urbana, os cursos de água que atravessam a área urbana e as grandes

tubulações de água potável, assim como o trânsito pode ser considerado como interferência

importante, devendo a concepção da rede ser feita de maneira a causar o mínimo de

problemas possível nesse aspecto. (SOBRINHO, et al. 2000).

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2.1.13. Órgãos acessórios da rede

Devido à presença nos esgotos de grande quantidade de sólidos orgânicos e

minerais e ainda pelo fato de ser necessário à rede coletora funcionar como conduto livre, é

preciso que as canalizações tenham dispositivos que evitem ou minimizem entupimentos

nos pontos singulares das tubulações, como em curvas, pontos de afluência de tubulações,

possibilitando ainda o acesso de pessoas ou equipamentos nesses pontos.

Até alguns anos atrás, o dispositivo mais empregado era o poço de visita, constituído

por uma construção composta de chaminé de acesso na parte superior e uma parte mais

ampla chamada balão. O esgoto corre na parte inferior, em canaletas que orientam os fluxos

conforme a conveniência. Assim sendo, a sua definição é essencial para o traçado da rede

coletora.

Entretanto, devido ao alto custo de poços de visita, e a evolução dos processos de

limpeza das tubulações que, atualmente, é feita por equipamentos mecânicos sofisticados,

os poços de visitas têm sido substituídos, na maioria dos casos, por dispositivos mais

simples e econômicos como o terminal de Limpeza (TL): tubo que permite a introdução de

equipamentos de limpeza e substitui o poço de visita no início dos coletores, caixa de

Passagem (CP): câmara sem acesso, localizadas em curvas e mudanças de declividade,

Tubo de Inspeção de Limpeza (TIL): dispositivo não visitável que permite inspeção e

introdução de equipamentos de limpeza. As utilizações desses dispositivos estão

regulamentadas pela norma NBR 9649 de 1986 (SOBRINHO, et al,2000).

2.1.14. A influência dos órgãos acessórios da rede no seu traçado

O fluxo de esgotos que uma tubulação lança em um poço de visita, ou outro órgão

acessório, corre por canaletas situadas no fundo, essas canaletas orientam o fluxo,

possibilitando ao projetista concentrar mais ou menos vazão em determinados coletores. O

início de uma canalização se faz sempre com uma ponta seca no terminal de limpeza.

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De acordo com a disposição das canaletas do fundo dos órgãos acessórios, pode-se

ter para uma mesma área soluções diferentes de traçado. A topografia é um dos fatores que

devem ser considerados (SOBRINHO, et al. 2000).

2.1.15. Concepção do traçado da rede de esgotos

O traçado da rede de esgotos está estreitamente relacionado à topografia da cidade,

uma vez que o escoamento se processa segundo o caimento do terreno, assim, podem-se

ter os seguintes tipos de rede:

a) Perpendicular, em cidades atravessadas ou circundadas por curso de água, a rede

de esgotos compõe-se de vários coletores tronco independentes, com traçado mais

ou menos perpendicular ao curso de água. Um interceptor marginal deverá receber

esses coletores, levando os efluentes ao destino adequado. A conformação

topográfica acarreta a existência de diversos coletores principais, aproximadamente

perpendiculares ao receptor.

b) Leque é o traçado próprio a terrenos acidentados. Os coletores troncos correm pelos

fundos dos vales ou pela parte baixa das bacias e nele incidem os coletores

secundários, com um traçado em forma de leque ou fazendo lembrar uma espinha

de peixe. A cidade de São Paulo é um exemplo característico desse tipo de rede.

c) Radial ou distrital: é o sistema característico de cidades planas. A cidade é dividida

em distritos ou setores independentes: em cada um criam-se pontos baixos, para

onde são dirigidos os esgotos. Dos pontos baixos, o esgoto é recalcado, ou para o

distrito vizinho, ou para o destino final. Exemplos de cidades que possuem esse tipo

de rede são: Santos, Guarujá e Rio de Janeiro. Esse sistema é típico das cidades

que se desenvolvem ao longo das praias (SOBRINHO, et al. 2000).

2.1.16. Escavação das valas

As escavações para o assentamento das redes podem ocorrer por método destrutivo

a céu aberto onde a vala é aberta desde a superfície do terreno até o ponto de instalação

dos tubos, sendo essa a forma mais comumente utilizada, apesar dos transtornos que traz

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para o trânsito de veículos e aos pedestres. Ou podem ocorrer por métodos não destrutivos

tais como:

a) Tunnel Liner : utilizado em redes de esgoto quando há necessidade de se

ultrapassar obstáculos tais como aterros de altura considerável em ruas, rodovias

ferrovias, etc. A escavação e o transporte do solo são geralmente feitos

manualmente e a contenção é feita através de instalação de chapas de aço

corrugadas, em segmentos que vão sendo aparafusados, formando a tubulação. È

uma técnica das mais competitivas na execução de túneis de pequeno e médio

diâmetros (o diâmetro mínimo de 1,20 m e o máximo de 5,00 m).

b) Sistema de Cravação Horizontal (pipe-jacking): o sistema é utilizado em condições

semelhantes as do tunnel liner, porém neste caso, o chamado tubo-camisa ou as

aduelas (caso de seções quadradas) são pré-moldados de concreto armado

reforçados, cravados no solo através de macacos hidráulicos, a medida que a

escavação avança. Os tubos são acoplados um ao outro por encaixe de ponta

especial de anel metálico chumbado em uma das extremidades do tubo. O diâmetro

nominal dos tubos-camisa varia de 1,00 a 2,00 m e o seu comprimento é de 2,50m.

c) Túnel Mineiro (Processo da Empresa Conshield) : O túnel mineiro pode ser utilizado

tanto nas travessias quanto nas redes mais profundas(acima de 5,00 m de

profundidade). A escavação, de seção quadrada ou retangular, bem como o

transporte do solo são feitos manualmente e a contenção do solo é feita através de

pranchões de madeira.

d) Mini –shield: A escavação dentro do shield pode ser feita manualmente ou

mecanicamente, inicia-se o túnel com a construção de dois poços de serviços, por

um deles é introduzido o equipamento, um cilindro de aço, com cerca de 6,00 m de

comprimento, dotado internamente de 6 macacos hidráulicos com capacidade de

empuxo de 12 toneladas. A medida que a escavação avança, o macaco é utilizado

para movimentar o cilindro para a frente, em direção ao outro poço de serviço,

apoiando-se sobre o próprio revestimento do túnel. (NUVOLARI, 2003)

2.1.17. Concepção dos interceptores

Uma vez feito o traçado da rede coletora e definido o ponto de lançamento, o traçado

do interceptor é conseqüência imediata. Normalmente, poucas alternativas existem a serem

estudadas.

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Em grande número de casos, os fundos de vale por onde devem passar os

interceptores, não são urbanizados, devendo as tubulações passar por terrenos particulares.

Nesses casos, deve ser prevista uma faixa que será colocada a disposição do serviço de

esgotos.

A utilização dessas faixas pode ser assegurada por processo de desapropriação, em

que o órgão concessionário dos serviços de esgotos compra o terreno dos proprietários, ou

por processo de servidão, em que o proprietário, cede ao órgão concessionário o direito de

uso do terreno para essa finalidade, sem que haja a venda do terreno.

O alto custo do terreno nas áreas urbanas, principalmente nas grandes cidades, é

um fator importante na concepção do projeto, deve ser feito de maneira a minimizar as

áreas a serem desapropriadas. Os interceptores, geralmente, canalizações de grande porte,

tem seus projetos muitas vezes influenciados por interferências, principalmente a

transposição de cursos de água ou galerias pluviais. Essas transposições são feitas por

meio de sifões invertidos, quando não há possibilidade de aprofundar o interceptor fazendo-

o passar por baixo da interferência.

Quando o interceptor atinge profundidade muito grande, às vezes, é vantajoso o

projeto de estações elevatórias. Nesse caso, na fase de concepção do sistema, serão

estudadas as duas alternativas: uma estação elevatória atendendo aos dois ramos do

interceptor que para ela convergem (a elevatória recalcará os esgotos, através de uma linha

de recalque, até seu destino final), nesse casso seria uma elevatória de baixo recalque; ou

então, a simples elevação dos esgotos até uma cota mínima possível ao seu transporte

através de conduto livre, elevatória de alto recalque.

A escolha de uma ou outra alternativa, deverá ser feita mediante estudo técnico e

econômico, em que serão comparadas as vantagens e as desvantagens das duas

(SOBRINHO, et al. 2000).

2.1.18. Sistemas alternativos para coleta e transp orte de esgoto

sanitário

Segundo Sobrinho as redes de esgotos representam cerca de 75% de custo de

implantação de um sistema de esgoto sanitário, os coletores tronco 10%, as elevatórias 1%

e as estações de tratamento 14%. Devido ao alto custo de construção das redes, têm sido

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apresentados por alguns autores, sistemas alternativos para coleta e transporte, visando à

diminuição dos custos das redes de esgotos. Os principais sistemas são:

2.1.18.1. Sistema Condominial

O sistema condominial foi desenvolvido no Rio Grande do Norte, espalhando-se para

outros estados brasileiros com pequenas adaptações. Esse sistema é uma forma de

concepção do traçado de redes, onde a idéia central de sua implementação é a formação de

condomínios, em grupos de usuários, á nível de quadra urbana, como unidade de

esgotamento.

A solução assemelha-se a dos ramais multifamiliares de esgoto dos edifícios de

apartamento, sendo que no lugar de prédios e apartamentos têm-se quadras e casas.

No aspecto físico, o ramal condominial, constitui uma rede de tubulações que passa

para sempre, entre os quintais no interior dos lotes, cortando-os, no sentido transversal.

Intercalada nesta rede interna à quadra, de pequena profundidade, encontra-se em cada

quintal, uma caixa de inspeção a qual se conectam as instalações sanitárias prediais,

independentemente, constituindo um ramal multifamiliar.

No aspecto social, resulta da formação de um condomínio, ou de condomínios, na

quadra urbana, abrangendo o conjunto de usuários interligados pelo ramal multifamiliar. O

condomínio, informal, é alcançado através de pacto entre vizinhos, o que possibilita o

assentamento dos ramais em lotes particulares e disciplina a participação dos condomínios

no desenvolvimento dos trabalhos. A execução das obras é realizada pelos usuários do

sistema com a ajuda do município ou empresa de saneamento básico

Para Andrade Neto (1991, apud Sobrinho, 2000) é fundamental a formação de

condomínios, sendo que o traçado do ramal deverá ser o mais racional e eficaz, em fase da

realidade local, ou seja, maior relação benefício/custo quanto á segurança sanitária e ao

alcance social. De fato, pouco importa se o ramal é locado nos quintais, nas calçadas ou

nas ruas, dependendo da racionalidade imposta pelas condições locais. O traçado mais

racional é discutido com usuários apresentando como padrão do serviço, permitindo

modificações, desde que sejam assumidos os ônus adicionais por quem quer que assim

desejar.

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A operação e manutenção desse ramal são de responsabilidade do próprio

condomínio a que serve, cada condomínio assume a parcela do sistema situado em seu

lote.

No local mais conveniente, por exemplo, um ponto mais baixo da quadra, de

preferência onde existe espaço livre entre duas casas, o ramal sai da quadra e lança os

esgotos em uma caixa de passagem, localizada no passeio, que integra a rede coletora do

sistema.

Para o dimensionamento do sistema condominial podem ser utilizadas as técnicas

convencionais, entretanto, têm sido apresentadas por alguns autores, as seguintes

recomendações: diâmetro da ligação ao ramal condominial: 100 mm, com declividade

mínima de 1%, diâmetro mínimo do ramal condominial: 100 mm, com declividade mínima de

0,006 m/m,utilização das caixas de inspeção no interior da quadras, com recobrimento

mínimo de 0,30 m.

O sistema condominial apresenta as seguintes vantagens: menor extensão das

ligações prediais e coletoras públicas, baixo custo de manutenção, menor custo de

operação, maior participação dos usuários.

As desvantagens do sistema condominial são: o uso indevido dos coletores de

esgoto, atenção menor da operação, dificuldades na inspeção quando os coletores são

assentados em lotes particulares.

2.1.18.2. Redes de coleta e transporte de esgoto d ecantado

Esse sistema apresenta as seguintes diferenças em relação ao sistema

convencional, à utilização de tanques sépticos domiciliares especiais, com dispositivo para a

secagem do lodo; substituição de poços de visitas por tubos de inspeção e limpeza,

utilização de tubos plásticos com diâmetro mínimo de 40 mm, velocidade mínima na rede de

0,05 m/s, a tubulação pode funcionar a seção plena; o tratamento utilizando um filtro

anaeróbio segundo esquema concebido pelo Prof. Szachna Elias Cynamon da Faculdade

de Engenharia da UERJ.

Para Cynamon, o sistema instalado em Brotas, no Ceará, teve um custo de 1/5 do

que teria ao sistema convencional. O autor considera que esses critérios podem ser muito

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úteis para pequenas comunidades, Brotas tinha cerca de 2.000 habitantes e a taxa de

consumo de

água adotado no projeto foi de 100 l/hab.dia. Com esses critérios, a taxa de infiltração foi

praticamente desprezada. (SOBRINHO, et al.2000)

2.1.18.3. Rede coletora de baixa declividade com a utilização do

dispositivo gerador de descarga (DGD)

Em áreas planas ou onde o terreno apresenta baixas declividades, a implantação e

operação de redes coletoras de esgoto sanitário podem tornar-se bastante onerosas. Estas

condições estão presentes, por exemplo, em um grande número de cidades litorâneas da

costa brasileira. Nestes locais tem-se não só raramente, uma situação de áreas planas,

solos moles e lençol freático alto, exigindo disposições construtivas especiais tais como:

escoramento continuo de valas; rebaixamento do lençol freático; fundações especiais para a

tubulação etc.

O custo de implantação e operação em áreas planas eleva-se também pelo emprego

de estações elevatórias de esgotos nestes locais.

A busca de soluções de menor custo de implantação e operação de redes coletoras

para tais situações levou ao desenvolvimento das redes coletoras de baixa declividade.

Trata-se de solução onde a rede é assentada a declividades drasticamente reduzidas, bem

menores que as resultantes dos cálculos propostos na normalização com as vazões

originais de dimensionamento.

O DGD pode ser empregado na cabeceira da rede, bem como trechos

intermediários.

Considerando o fenômeno de transporte hidráulico dos sólidos presentes no esgoto,

pode-se para fim de desenvolvimento do raciocínio estabelecer o seguinte esquema:

Uma determinada carga de sólidos está depositada no fundo da tubulação numa

seção S situada a jusante do trecho, o transporte desta carga de sólidos para uma posição

mais a jusante requer que certa descarga líquida a movimente, essa descarga poderia ser

representada através de um hidrograma de tensão trativa ao longo do tempo, por exemplo.

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Poder-se-ia também imaginar que o transporte de sólidos requer um certo hidrograma

“mínimo”, ou seja, que representasse valores mínimos necessários para a movimentação.

O DGD ao descarregar origina uma onda que escoa pela tubulação atenuando-se ao

longo de sua extensão. Observações laboratoriais mostraram que esta onda tem frente

íngreme, adequada ao transporte de sedimentos (ALVES, 1997, SOBRINHO et al (2000).

2.1.18.4. Parafuso de Arquimedes

Apesar de ser também chamado de bomba parafuso não é propriamente uma

bomba, mas sim um helicóide instalado numa calha de concreto inclinada que, devido ao

movimento de rotação, transporta o esgoto para o canal superior de saída.

A inclinação usual da calha varia de 30º a 40º. A altura de elevação é limitada pelo

comprimento o helicóide que não ocasione flexão que impeça o movimento. Quando são

construídos em aço podem alcançar alturas de elevação de 7m ou 8m. São indicados para

grandes vazões e pequenas alturas.

Suas principais vantagens são a operação em larga faixa de variação de vazão

afluente, com baixa queda de rendimento e a dispensa de poço de sucção. (NUVOLARI

2003).

2.1.18.5. Ejetor Pneumático

Trata-se de uma câmara metálica hermética, diretamente acoplada à canalização

afluente. O esgoto entra livremente nessa câmara e ao atingir um nível determinado é

expelido para a canalização de saída por uma injeção de ar comprimido. Exige instalação de

compressor e reservatório de ar.

Sua principal vantagem é manter o esgoto sem contato externo, operando

automaticamente sob quaisquer variações de vazão. Tem baixo rendimento e sua faixa de

aplicação é de 2 a 20 L/s, com alturas de elevação de até 15m. (NUVOLARI, 2003)

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2.1.18.6. Redes a vácuo e pressurizadas

Nos casos em que a topografia é adequada as tubulações de esgoto por gravidade,

continuarão sendo, as mais utilizadas. Porém onde a topografia é desfavorável, lençol

freático alto, solo estruturalmente instável ou rochoso, podem ser necessárias estações

elevatórias e linhas de recalque. Para se solucionar tais dificuldades, foram desenvolvidas,

como alternativas: (SOBRINHO et al (2000).

2.1.18.7. Redes a vácuo

Nesse sistema, o esgoto de cada residência é encaminhado, por gravidade, ao

injetor de vácuo (válvula de vácuo especialmente projetado).

A válvula sela a linha que se liga a tubulação principal permitindo que se mantenha o

nível de vácuo requerido. Quando uma quantidade de esgoto se acumula a montante da

válvula, a mesma é programada para a abertura e fechamento depois da entrada do liquido

acumulado. O vácuo no sistema é mantido através de uma estação de bombeamento a

vácuo. Essa estação pode ser localizada próxima a estação de tratamento de esgoto ou

qualquer outro ponto de lançamento (SOBRINHO et al (2000).

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2.1.18.8. Redes Pressurizadas

Na maioria dos sistemas de redes pressurizadas, os esgotos dos estabelecimentos

são coletados individualmente por tubulações funcionando por gravidade e são lançados em

tanques, que servirá como um pequeno reservatório. Do tanque o esgoto é lançado

periodicamente a uma tubulação principal, trabalhando sob pressão, por meio de bomba

trituradora, capaz de triturar os sólidos presentes no esgoto.

Um tanque e uma bomba são necessários a cada ponto de lançamento na tubulação

sob pressão. Para se reduzir custos de investimentos e reduzir operação, um único

conjunto, tanque e bomba, poderão servir vários estabelecimentos. Da tubulação principal,

sob pressão, o esgoto pode ser lançado em coletor por gravidade ou em estação de

tratamento de esgoto (SOBRINHO et al (2000).

Enquanto que em alguns casos o sistema de esgoto por gravidade exige grandes

elevatórias onerando as instalações, o sistema de esgoto por cavidade progressiva oferece

a possibilidade de redução desse custo, oferecendo soluções para o desafio topográfico.

O sistema poderá ser utilizado em todos os tipos de terrenos e construções,

oferecendo custo-benefício em novos projetos, ou, melhorias em situações onde haja a

necessidade de substituição de sistema, como por exemplo, no caso das fossas sépticas

que muitas residências ainda utilizam.

O sistema é composto por bombas trituradoras que utilizam um sistema de

bombeamento de cavidade progressiva, mandando para a tubulação um líquido homogêneo

sem partes sólidas, eliminando o risco de obstrução.

As bombas ficam instaladas em tanques, sendo acionadas quando o efluente chega

a um nível máximo, todo o restante do espaço do tanque fica reservado para uma eventual

emergência, garantindo dessa forma pelo menos 24h de tranqüilidade aos usuários.

Em caso de pane o painel elétrico da bomba emite automaticamente uma

mensagem eletrônica para o celular do proprietário e para o responsável pela manutenção,

essa mensagem descreve detalhadamente o que está ocorrendo com o equipamento.

O conceito da bomba trituradora, data á partir de 1968, quando uma equipe de seis

engenheiros da divisão de desenvolvimento da G.E.General Eletrics, passou quatro anos

pesquisando e desenvolvendo o conceito, de 1964 a 1968, até chegar a um produto

simples, robusto e eficiente, em 1969 adquiriram a patente.

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A Bomba de cavidade progressiva trabalha com torque alto e velocidade baixa,

empurrando a água evitando assim vários problemas como, por exemplo, o calço hidráulico.

Baseado no princípio de Moineau, o rotor gira dentro de um estator, criando uma

sequência de câmaras seladas, o rotor é de aço inoxidável, moldado e polido com precisão,

e a água servida através dessas câmaras, em um fluxo praticamente constante sob uma

ampla gama de condições variando de elevações negativas a elevações bastante altas, seu

disco triturador tem um torque 100 libras por polegada diâmetro 5 ¼ “, girando apenas 1725

rpm, o motor de 1HP consegue bombear o fluido por kilometros, o cálculo da vazão da

bomba é a base para o projeto hidráulico adequado, ele permite que o Engenheiro minimize

o tempo de retenção, o desgaste da bomba e de ação de limpeza profunda em níveis

eficazes (AZZURRA,2011).

O sistema de condução do esgoto por cavidade progressiva pode ser empregado em

condomínios ou bairros, podendo ser executado parcial ou total, pois ele se integra com

facilidade ao sistema convencional.

Uma única bomba pode levar os dejetos por aproximadamente 3,5 Km de distância e

mais de 60m de altura, a instalação das redes é feita em vala rasa, nas curvas não há

necessidade de poço de visita, as obras são rápidas, com baixo custo e grande flexibilidade,

em grandes áreas de grande fluxo, podem ser usados tanques maiores com mais de uma

bomba dentro, conseguindo dessa forma gerar vazão a um fluxo maior de dejetos, podendo

ser usadas também em caso inverso, ligar vários estabelecimentos, em um tanque com uma

única bomba.

A instalação de toda a rede é realizada de maneira muito simples, fazendo uma

pequena vala, passando a tubulação, com tubo de pequeno diâmetro de 50 mm a 100 mm

em PEAD.

A rede é 100% automatizada, no caso de uma pane total, falta de energia, por

exemplo, todos os tanques irão chegar ao nível de descarga, quando a energia voltar à

tendência é que todas as bombas liguem ao mesmo tempo, porém aquelas que

encontrarem alta pressão no sistema se desligam automaticamente voltando a ligar em

alguns minutos, repetindo esta ação quantas vezes for necessário até que não encontrem

alta pressão no sistema, aos poucos todo o sistema estará regulado, o timer das bombas

podem ser programados, ao chegarem no limite de descarga um espera o tempo

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determinado pelo timer para ligar, fazendo assim um fluxo programado para uma estação de

tratamento.

A utilização do sistema cavidade progressiva, traz alguns benefícios adicionais,

assim como; o sensor de nível é alto-limpante e não requer manutenção preventiva por

causa da exclusiva e constante descarga, eliminando também a necessidade de uma linha

de limpeza do esgoto principal, o primeiro serviço de manutenção será necessário após 10

anos aproximadamente, 1 km de rede de esgoto pode ser instalado em apenas 01 dia e o

consumo anual da bomba equivale a uma lâmpada de 40wats (AZZURRA, 2011).

Esse sistema é utilizado fora do Brasil a mais de 40 anos, como por exemplo, nos

EUA, Austrália, Japão, África do Sul, etc. (AZZURRA, 2011).

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3. METODOLOGIA

Para alcançar o objetivo geral desse trabalho, que consiste em demonstrar um

método não convencional que não utiliza a gravidade para a condução de esgoto sanitário,

em terrenos topograficamente irregulares, a metodologia utilizada baseou-se no

levantamento da fase atual do Saneamento Básico no Brasil, mais precisamente nos

métodos não convencionais na condução do esgoto sanitário.

O estudo de caso foi realizado por meio do acompanhamento da execução e

implantação de um sistema de condução de esgotos sanitários por cavidade progressiva no

Condomínio residencial de alto padrão, Páteo Santa Fé, localizado no município de

Campinas, Estado de São Paulo, no bairro Chácaras Gramado.

Foram levantados os dados a respeito dos desníveis topográficos e possíveis

soluções para atender a necessidade de alteração do sistema de coleta de esgotos

existente, que se direcionava para uma fossa séptica coletiva, que atendia 42 unidades

residenciais, com área média de 1000m² a 1500m², com aproximadamente 180 moradores.

As informações referentes ao sistema de coleta por meio da fossa comunitária existente

foram obtidas no departamento de projetos da SANASA.

O estudo comparativo entre as soluções dos sistemas foram acompanhados

analisando os projetos e as propostas apresentadas a SANASA, sendo analisadas as

vantagens e desvantagens, estimativas de custos, com a apresentação de planilhas de

orçamento, memória de cálculo, composição de custos, de serviços, propostas de materiais

e equipamentos, comparação técnica sobre os aspectos técnicos, econômicos e ambientais,

diagnóstico da situação atual e prognóstico esperado com a implantação, demonstrando os

impactos negativos e positivos, associados às fases de construção, operação,

desapropriação, interferências no trânsito, sinalização etc.,manutenção e segurança.

A implantação e execução do sistema da condução do esgoto por cavidade

progressiva foi acompanhada através de visita in loco, e registrada através de relatório

fotográfico.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O presente trabalho foi desenvolvido por meio do acompanhamento da implantação

de um sistema de coleta e afastamento dos esgotos por cavidade progressiva, conforme

descrito a seguir.

4.1. Acompanhamento de Caso

O acompanhamento de caso baseou-se em visitas ‘in loco’ durante a implantação do

sistema de coleta e afastamento dos esgotos do bairro “Sítios de Recreio Gramado” e dos

Condomínios localizados na Rua Elizeu Teixeira de Camargo, no município de Campinas-

SP, próximo ao distrito de Sousas.

Os loteamentos que compõem a Região Gramado ficam localizados entre a Rodovia

D. Pedro I e o Anel Magalhães Teixeira (Interligação entre as Rodovias D. Pedro e

Anhanguera).

As áreas são ocupadas somente por residências, atendendo o condomínio da Rua

Elizeu Teixeira de Camargo (glebas B,C e D), constituído de 42 lotes de 1.000m² a 1500m².

A vazão de esgoto doméstico de final de plano é de 2,4 L/s no horário de pico. Após a

análise da topografia e verificação do terreno local, ficou constatado pelos Engenheiros da

Sanasa que a implantação de um sistema pelo método convencional seria economicamente

inviável, devido à profundidade da rede e presença de rocha no local. A proposta alternativa

seria utilizar o método não destrutivo Tunnel Liner, porém a Empresa citada nesse trabalho

participou da licitação e foi aprovada para a implantação do sistema por cavidade

progressiva.

4.2. Memorial descritivo do sistema de esgoto por c avidade progressiva

Para o cálculo do diâmetro do Sistema de Esgoto por Cavidade Progressiva foi

utilizando um software, baseado nas equações de velocidade e perda de carga,

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considerando a operação simultânea das bombas. O software se baseia na Equação de

Hazen Williams utilizando a área da seção transversal da tubulação e a vazão para

determinar os diâmetros necessários para que essa vazão seja transportada com

velocidades mínimas de 0,6m/s para garantir a auto-limpeza da tubulação.

Foram utilizadas 8 estações de bombeamento, instaladas em 02 tanques com

capacidade de 6000L. Foram instaladas 4 bombas em cada tanque, a tubulação utilizada

nas instalações é de PEAD SDR 11 (C=150), a 1,00m de profundidade do terreno.

A concepção e elaboração do Projeto Executivo apresentada no Anexo A, foram

baseadas nas seguintes normas e procedimentos:

• Diretrizes para o abastecimento e esgotamento – SANASA (Edital N.2008/14)

• Normas e dados técnicos para elaboração de projeto básico de rede coletora de

esgoto – SANASA

• Normas brasileiras da ABNT

Na tabela 1, encontram-se os parâmetros utilizados no dimensionamento, bem como

os diâmetros, velocidades e a perda de carga dos trechos.

Tabela 1- Parâmetros Para o Dimensionamento e Espec ificação das Bombas

Tre

cho

Tre

cho

final

de

bom

bas

Bom

bas

acum

ulad

as

no tr

echo

Q p

or

Bom

ba (

L/S

)

Qm

ax. P

or

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ba (

L/S

)

Dia

met

ro

(mm

)

V m

ax(m

/s)

L (m

)

∆H

(m

/100

m)

∆H

no

trec

ho (

m)

∆H

ac

umul

ado

(m)

Ele

vaçã

o M

ax. (

m)

Ele

vaçã

o M

in.(

m)

P e

st. (

m)

P d

in. (

m)

1 4 3 3 800 0,69 63 0,73 200 1,19 2,38 7,42 723,5 718 5,5 12,92

2 4 5 8 800 0,69 63 1,09 200 2,52 5,04 10,08 723,5 718 5,5 15,58

4 4 0 0 800 0,69 63 1,09 200 2,52 5,04 7,39 723,5 718 5,5 10,54

Fonte: Azzurra (2011)

Trecho Trecho final Bomba

acumulada no trecho

Dimetro (mm) Q/100mm L(m)

Tempo médio

de retenção

Tempo de retenção

acumulada (h)

1 4 3 63 191,29 200,00 3,83 5,26

2 4 8 63 191,29 200,00 2,3 3,73

4 4 0 63 191,29 200,00 1,43 1,43

Fonte: Azzurra (2011)

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4.3. Local da interligação

Foram executados 128m de linha de recalque, com diâmetro de 63 mm, PEAD. Foi

instituída uma faixa de servidão ao longo do caminhamento do Emissário de Efluente

tratado.

O lançamento do efluente da linha de recalque será feito na Estação Elevatória de

Esgoto, conforme demonstrado no “As Built”, ilustrado no Anexo A.

4.4. Especificações técnicas de materiais e serviços

Os materiais e serviços executados encontram-se especificados a seguir.

4.4.1. Tubos e órgãos acessórios

Foram utilizados tubos de PEAD, PN16, SDR11, diâmetro externo de 63 mm para a

linha principal e diâmetro externo de 40 mm na ligação entre o tanque e a linha principal.

Conforme a figura 1, na linha principal, na saída para a bomba, foram instaladas

válvulas de esfera de PVC, com duas porcas roscáveis, diâmetro nominal de 32 mm para o

tubo de 42 mm, essas válvulas servem para isolar o esgoto caso ocorra necessidade de

manutenção da bomba.

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Foto 1 – Linha Principal

Fonte: Celso Mazzariol (2011)

Foram instaladas válvulas de retenção na tubulação de 40 mm e na tubulação

principal de 63 mm. As válvulas de retenção são PVC roscável, diametro 1 ¼ ” e 2”, pressão

máxima de trabalho 16 Kgf/cm².

Para a instalação das válvulas de retenção foram necessários adaptadores em

polipropileno, diâmetro externo de 40 mm e 63 mm.

4.4.2. Caixa equalizadora e distribuidora

O esgoto será coletado em um reservatório de equalização e distribuição, produzido

em polietileno rotomoldado de alta densidade, atóxico resistente contra ação dos raios

solares e produtos químicos, com excelente resistência a impactos e baixas temperaturas,

podendo ser totalmente reciclado.

Válvula de esfera em PVC

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A caixa equalizadora terá uma entrada de 150 mm e duas saídas de 100 mm, com

tubulação de PVC.

As dimensões da caixa são: diâmetro de 1,02 x 0,70 x 0,52m de altura, peso de 25

Kg e espessura aproximada de 4 a 8 mm. A garantia contra defeitos de fabricação é de 1

ano.

A caixa equalizadora foi instalada no interior de uma caixa de alvenaria estrutural

com acesso por meio de um tampão de ferro fundido de 0,68 m de diâmetro.

O esgoto coletado na caixa equalizadora será distribuído em dois tanques.

4.4.3. Tanques

Os tanques onde as bombas foram instaladas são em polietileno linear de média

densidade LMD RD – 34U3 tipo cilíndrico vertical fechado, volume de 6.000 L, diâmetro de

1,838 ± 0,012 m e altura de 2,563 ± 0,015 m, com vida útil de aproximadamente 20 anos.

Os tanques foram instalados em uma caixa de alvenaria estrutural de 4,40 m x 2,67

m x 3,54 m. A caixa possui uma laje de concreto de 0,20 m na cobertura, e o acesso aos

tanques se dá por meio de um tampão de ferro fundido de 0,98 m de diâmetro como se

pode notar nas fotos abaixo (FOTO 2 e 3).

Foto 2: Vista Lateral do Tanque Foto 3: Tanque In terior da Caixa

Fonte: Celso Mazzariol (2011) Fonte: Celso Mazzar iol (2011)

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A caixa também possui dois tampões de 0,68 m de diâmetro, uma sobre cada

tanque, permitindo o acesso ao interior dos tanques através de escada marinheiro para

eventuais manutenções, conforme abaixo (FOTO 4)

Foto 4 Tampões da Caixa dos Tanques

Fonte: Celso Mazzariol (2011)

4.4.4. Bomba

A bomba utilizada é do tipo Cavidade Progressiva, com motor monofásico de 1 HP,

1725 rpm de rotação, 240 V, freqüência de 60 Hz, rotor vertical, termicamente protegido e

com alto torque. O motor é iniciado por um capacitor, possui instalação classe F, baixa

corrente inicial (não excede 30 A).

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Foto 5: Bomba

Fonte: Celso Mazzariol (2011)

Para proteção contra sobrecargas, há um protetor térmico integral incorporado ao

motor. A parte da armadura do motor que estará em contato com a área molhada é de aço

Série 300.

A bomba termina em rosca fêmea NPT de 1 ¼ , para a instalação da tubulação de

descarga, é capaz de trabalhar com uma vazão de 0,95 L/s (15 galões/ min) com uma carga

de 0m, 0,69 L/s (11 galões/min) com uma carga de 28m (92 pés) e 0,49 L/s (7,5 galões por

min) com uma carga de 56m (185 pés).

Também é capaz de operar com uma pressão negativa, sem sobrecarregar o motor.

Há um anel duplo radial em todas as juntas para minimizar a corrosão e criar uma

barreira protetora. A carcaça da bomba é de ferro fundido.

O rotor é de aço inoxidável, altamente polido. O estator é de um material composto

de um elastômero sintético de eileno-propileno, e suas características são: alta resistência a

abrasão, água, gordura e detergente, estabilidade de temperatura e resistência ao desgaste.

O triturador da bomba foi instalado abaixo dos elementos da Bomba e será movido

pelo motor.

O impulsor do triturador (disco cortante) está afastado do motor da bomba por meio

de uma conexão roscável, ligando o impulsor ao motor. O triturador é de aço inoxidável com

dentes ao redor do seu perímetro, conforme se observa na Foto 6.

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Foto 6: Disco Triturador Figura 7: Interior da Bo mba

Fonte: eone (2008) Fonte: eone (2011)

O impulsor é formado por uma única peça, com o disco cortante 4140 do tipo

rotacional com dentes cortantes, resistente a abrasão.

Este conjunto deve ser dinamicamente balanceado a operar sem barulho ou vibração

em todo o intervalo de pressões. O triturador é feito de modo a minimizar obstruções sob as

condições normais de operação. Ação suficiente de vórtices deve ser criada para escovar o

tanque e deixá-lo livre de depósitos ou bancos de lodo, que poderiam danificar a operação

da bomba.

O triturador é capaz de reduzir os componentes do esgoto doméstico (papel,

madeira, plástico, vidro, borracha, dentre outros) a partículas finas que passarão livremente

pela bomba e pela tubulação de descarga de 40 mm (diâmetro externo).

A bomba trituradora inclui, instalada de fábrica, uma tomada e engate rápido (EQD)

para o fornecimento de energia e controle das funções. Esta tomada é fornecida com um

cabo para ser conectado no painel elétrico.

A bomba possui também, instalada de fábrica uma válvula de retenção, na

tubulação, de descarga. Esta válvula garante total passagem do fluxo quando aberta, e

introduz uma perda de carga menor do que 0,15m quando da vazão máxima. As partes

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móveis da válvula são feitas de aço inoxidável série 300 e reforçada de um elastômero

sintético para assegurar resistência à corrosão, estabilidade e resistência à fadiga. A

pressão de trabalho da válvula deve ser menor do que 16 kgf/cm².

Válvulas de retenção do tipo esfera não são usadas devido à baixa capacidade de

vedação.

A bomba possui ainda, de fábrica, uma válvula anti-sifão, operada pela gravidade, na

descarga. As partes móveis são feitas de aço inoxidável série 300 e reforçadas de fábrica de

um elastômero sintético para assegurar resistência à corrosão, estabilidade e resistência à

fadiga. O corpo da válvula é de resina termoplástica. Furos na descarga não são aceitos

como dispositivos anti sifão devido à tendência ao entupimento. O diâmetro da válvula anti

sifão não deve ser menor do que 60% do diâmetro interno da tubulação de descarga da

bomba.

As bombas estão dispostas dentro dos tanques conforme as fotos 8, 9 e figura 10.

Foto 8: Bombas Antes da Instalação Foto 9: Interi or do Tanque

Fonte: Celso Mazzariol (2011) Fonte: Celso Mazza riol (2011)

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Figura 10: Esquema da Instalação no Interior do Tan que

Fonte: Azzurra (2011)

4.4.4.1. Demonstração detalhada da Instalação

Identificação dos componentes da bomba:

1. Tanque- Tanque de polietileno linear de média densidade 3. Engate rápido elétrico (EQD) – Terminação da ligação elétrica do núcleo da

bomba (NEMA 6P). 4. Ligação da Energia e Alarme – Circuitos a serem instalados de acordo com as

normas locais. 5. Painel – compartimento prova d’água (NEMA 4X). Equipado com disjuntores.

locado de acordo com as normas locais. 6. Sistema de alarme – Toda instalação deve ter um dispositivo de alarme para

alertar o proprietário de um provável mau funcionamento. Dispositivos visuais devem estar em locais visíveis.

7. Entrada – Flange de 100mm 8. Loop - Volta no fio para proteger contra o assentamento do solo. 9. Linha por gravidade – configuração padrão, tubo de PVC DN 100mm. 10. Saída – Configuração padrão 1 ¼ (32mm) 11. Linha de saída – tubo com diâmetro nominal de 1 ¼ ” (PEAD). 14. Nível do terreno – deve estar abaixo da tampa e inclinado para permitir acesso.

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15. Condutos – PVC 1 ¼”, com profundidade de acordo com as normas locais 17. Tanque. 19. Respiro. 20. Entrada.

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As bombas foram numeradas de 1 a 8 com números de série conforme a tabela 2,

essa numeração é importante para o aviso de problemas caso ocorra, esse número

aparecerá na tela do celular do responsável pela manutenção, facilitando dessa maneira a

percepção do mesmo para o devido reparo.

Tabela 2 - Numeração das Bombas

Bomba 1 WH391698

Bomba 2 WH391700

Bomba 3 WH391691

Bomba 4 WH391929

Bomba 5 WH391928

Bomba 6 WH391903

Bomba 7 WH391699

Bomba 8 WH391718

Fonte: Azzurra (2011)

4.4.5. Painel elétrico

Cada estação de bombeamento inclui um painel NEMA 4x, feito de um poliéster

termoplástico (para assegurar resistência à corrosão) de 0,26 m x 0,35m x 0,18m foram

instalados 04 painéis dentro da Estação Elevatória existente no Condomínio, a fiação do

painel elétrico foi instalado seguindo as normas da ABNT conforme Figura. 11 e Fotos 12 e

13.

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Figura 11 - Esquema do Painel Elétrico

Fonte: Azzurra (2011)

Foto 12: Interior do Painel Elétrico Foto 13: Pain éis Elétricos Instalados

Fonte: Celso Mazzariol (2011) Fonte: Celso Mazzar iol (2011)

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O painel contém:

a) Uma tampa articulada que pode ser trancada com cadeado, impedindo o

acesso aos componentes elétricos, fazendo com que o acesso seja somente

de pessoas autorizadas.

b) Um interruptor do circuito de 15 A de pólo duplo para o circuito da bomba, e

um interruptor do circuito 15 A de pólo simples para o circuito do alarme.

c) Alarme visual e sonoro, interruptor para alarme silencioso, alarme de nível

alto, display de operação (indica operação da bomba, nível alto problemas).

O alarme sonoro e visual é ativado se o nível do tanque ficar acima do máximo,

podendo ser desligado e a lâmpada se mantém acessa até que o nível de efluente no

tanque desça abaixo do “off”.

A lâmpada do alarme visual é vermelha, montada sobre o painel. O alarme sonoro,

de 93 dB, é montado externamente, no fundo do painel e pode ser desativado.

Devido à ocorrência de mais de uma bomba no interior do tanque, foram montados

dois indicadores de nível alto e a lâmpada se ascende, indicando qual das bombas

necessita de reparo.

4.4.6. Caixa de passagem

A caixa de passagem para a instalação das válvulas tem 3,05m x 1,96m x 2,54m e

foi construída em alvenaria estrutural, com uma laje de 0,20m na cobertura. O acesso às

válvulas se dá por meio de um tampão retangular de 0,90m x 1,85m, conforme Foto 14.

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Foto 14: Caixa de Passagem para Instalação das Válv ulas

Fonte: Celso Mazzariol (2011)

4.4.7. Ventilação

A bomba manipula esgoto, devido a esse fato requer ventilação para uma operação

segura e adequada, foi instalada tubulação de entrada com diâmetro de 100 mm com flange

no tanque, conforme Foto 15.

Foto 15: Tubulação Ventilação

Fonte: Celso Mazzariol (2011)

Tampão retangular de 0,90m x1, 85m.

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4.4.8. Fornecimento de energia para os painéis

O fornecimento de energia elétrica para estas bombas é proporcionado pela

instalação de um sistema de cabos elétricos que segue por dentro de eletrodutos no interior

da mesma vala onde está instalada a rede de esgoto. Os eletrodutos passam por uma

lateral da vala, e a tubulação de PEAD pela outra lateral, conforme se pode observar na

Foto16.

Foto 16: Eletrodutos em PEAD no Interior da Vala.

Fonte: Celso Mazzariol (2011)

Foram instalados (oito) eletrodutos em PEAD, sobre cama de brita 2 a 0,20m. Seu

diâmetro previsto é de 1 ¼” , para conseguir comportar um agrupamento de 6 cabos de

10mm (diâmetro determinado pelo cálculo de queda de tensão entre os 200m lineares do

quadro de distribuição na E.E.E. e as bombas trituradoras) além de 2 pares de cabo PP de

1,5mm cada.

Todos os condutores tiveram isolação termoplástica antichama, para 0,6/1kV

(cabeamento subterrâneo) .

A rede elétrica tem, a cada 30m aproximadamente, uma caixa de passagem de 0,60x

0,60 x 0,63m, conforme recomendações da norma NBR 5410, conforme Fig.17.

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55

Foto 17: Caixa de Passagem

Fonte: Celso Mazzariol (2011)

Foram utilizados disjuntores bipolares de 20 A, categoria “motores” e disjuntores

bipolares de 60 A, para o aterramento, foi utilizada uma haste cobreada 5/8”x 2,40m.

Pelos critérios de queda de tensão admissível para dimensionamento de cabos,

optou-se pela escolha da bitola de 16mm² para os condutores, para a distância de 200m do

quadro de distribuição geral localizado na E.E.E. até os quadros de comando das bombas

trituradoras,obtendo-se uma queda de tensão de 1,45%, que está dentro dos limites

aceitáveis pelas normas técnicas.

4.4.9. Locação da obra

A locação das tubulações e órgãos acessórios seguiu o projeto apresentado no

Anexo A, garantindo-se desvios mínimos em relação a ele.

Caixa de passagem

0,60 X 0,60 X 0,63

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4.4.10. Reaterro das valas

O reaterro das valas foi compactado, visando melhorar a capacidade de suporte do

solo. O espalhamento do material foi feito de forma a se obter uma camada de espessura

praticamente uniforme, em conformidade com o equipamento utilizado, conforme se observa

nas Fotos 18 e 19.

Foto 18: Sistema Finalizado Foto 19: Solo Compa ctado

Fonte: Celso Mazzariol (2011) Fonte: Celso Mazz ariol (2011)

4.4.11. Cadastro

O cadastro AS Built foi executado de acordo com a norma da SANASA, conforme

anexo A.

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4.5. Comparativo Entre os Sistemas

A solução economicamente viável encontrada pela Sanasa foi a implantação de um

sistema que utiliza uma bomba em uma linha pressurizada, caso não existisse tal sistema,

seria contratada uma empresa para executar o método MND Tunnel Liner, utilizado em

redes de esgoto quando há necessidade de se ultrapassar obstáculos como aterros de

altura considerável em ruas, rodovias, ferrovias etc.

4.5.1. Método MND Tunnel Liner

No orçamento detalhado no Anexo B, pode-se analisar com mais detalhes a

descrição dos serviços, para a execução em MND Tunnel Liner, que teria um custo orçado

em R$ 1.018.758,00.

O prazo estimado citado em licitação seriam 90 dias para a execução da obra, sendo a

descrição dos serviços descritos conforme a tabela 3:

Tabela 3 - Descrição dos Serviços MND

continua

Item Serviços/Materiais un. 1.1 Canteiro de obras gb 2. SERVIÇOS TÉCNICOS 2.1 Locação e cadastro 2.1.1 Locação de redes m 2.1.2 Cadastro de redes m 3. SERVIÇOS PRELIMINARES 3.1 Trânsito e segurança 3.1.1 Sinalização de trânsito m

3.1.2 Tapume contínuo em chapas de madeira ou aço - sem iluminação de segurança

m

3.2 Passadiços e Travessias 3.2.1 Passadiços de madeira para pedestre m2 3.2.2 Travessia de madeira para veículos m2 4. MOVIMENTO DE TERRA

4.1 Escavação manual, qq terreno exceto rocha, de áreas, valas, poços e cavas

4.1.1 até 2,00 m de profundidade m3

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4.2 Escavação mecânica, qq. terreno exceto rocha, de valas, poços e cavas

4.2.1 Até 2,00 m de profundidade m3 4.2.2 Até 3,00 m de profundidade m3

4.3 Aterros e recobrimentos especiais de valas, cavas e poços

4.3.1 Aterro compactado sem controle de GC m3 4.3.2 Aterro compactado com GC maior ou igual 95% PN m3 4.4 Carga, transporte e descarga 4.4.1 Transporte de material escavado – solo m3 x km 5. ESCORAMENTOS 5.1 Estruturas de escoramento – madeira 5.1.1 Pontaleteamento m2 5.1.2 Escoramento descontínuo m2 6. ESGOTAMENTO 6.1 Águas Superficiais 6.1.1 Esgotamento com bombas de superfície ou submersas hpxh 7. FUNDAÇÕES E ESTRUTURAS 7.1 Poço de visita em alvenaria ou aduelas de concreto - diâm. 1,00 m 7.1.1 profundidade até 2,00 m un 7.2 Assentamento de tampão de ferro dúctil 7.2.1 TDA-600 un 8. ASSENTAMENTO 8.1 Assentamento simples de tubos e peças em PVC Ocre 8.1.1 Tubos e peças , diâmetro 150 mm m 8.2 Passagem e fixação de tubulação em PVC Ocre Ø 150 mm m 9. SERVIÇOS ESPECIAIS

9.1 Execução de MND em Tunnel Liner Ø 1,20 m, inclusive fornecimento das chapas com espessura 6,50 mm, em ROCHA (entre PV-01 e PV-07)

m

9.1.1 Execução de Poço de Emboque/Desemboque em ROCHA m

9.1.2 Transformação do Poço de Emboque/Desemboque em PV (PV-01,PV-02,PV-07)

m

Fonte: Sanasa (2011)

4.5.2. Sistema Cavidade Progressiva

Utilizando o método condução do esgoto por Cavidade Progressiva, o prazo

estimado para a execução como já citado, seriam de 90 dias, porém devido às chuvas a

obra teve o seu término após 120 dias, o custo conforme demonstrado detalhadamente no

Anexo C foi de R$ 177.571,33, a descrição dos serviços segue conforme a tabela 4:

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Tabela 4 - Descrição dos Serviços Cavidade Progress iva

continua

Item Serviços/Materiais un.

1. SERVIÇOS

1.1 Locação da obra gb

1.2 Execução de rede de esgoto em PEAD Ø 40 mm, inclusive abertura e fechamento de vala, execução de envoltória de areia e assentamento da tubulação

m

1.3 Execução de rede de esgoto em PEAD Ø 63 mm, inclusive abertura e fechamento de vala, execução de envoltória de areia e assentamento da tubulação

m

1.4 Instalação de Tanque V = 6000 litros sobre camada de concreto de 0,10 m cj

1.5 Instalação de Válvulas, adaptadores e conexões gb

1.6 Execução de Caixa de concreto de 2,00 x 2,00 x 1,00 com tampa em concreto de espessura 0,10 un

1.7 Instalação elétrica, conforme Projeto 2010.0103 Tipo ELE Fl.001 R.0 gb

1.8 Projeto cálculo de curto circuito gb

1.9 Projeto, acompanhamento e start up gb

2. MATERIAIS

2.1 MATERIAL HIDRÁULICO

2.1.1 Bomba de cavidade progressiva, 1 HP, 1725 rpm, 60 Hz, conforme especificação técnica cj

2.1.2 Tanque em polietileno linear de média densidade LMD RD-34U3, Tipo Cilíndrico Vertical Fechado, fundo plano, Volume = 6000 litros, conforme especificação técnica

cj

2.1.3 Tubo em PVC 100 mm m

2.1.4 Tubo em PEAD PN 16 SDR 11 DE 40 mm, espessura de parede 5,8 mm, conforme NBR 15561/07

m

2.1.5 Tubo em PEAD PN 16 SDR 11 DE 63 mm, espessura de parede 5,8 mm, conforme NBR 15561/07

m

2.1.6 Te simples de PEAD 63 mm x 40 mm x 63 mm pç

2.1.7 Adaptador em Polipropileno PN 16, diâmetro nominal externo de 63 mm pç

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60

2.1.8 Adaptador em Polipropileno PN 16, diâmetro nominal externo de 40 mm pç

2.1.9 Plug de 63 mm pç

2.1.10 Válvula de esfera de PVC, com duas porcas roscáveis, diâmetro 1 1/2" pç

2.1.11 Válvula de retenção de PVC roscável, diâmetro 2", pressão máxima de trabalho 16 kgf/cm2 pç

2.1.12 Válvula de retenção de PVC roscável, diâmetro 4", pressão máxima de trabalho 16 kgf/cm2

2.1.13 Caixa equalizadora e distribuidora em polietileno rotomoldado de alta densidade, atóxico resistente contra a ação de raios solares e produtos químicos, conforme especificação

un

2.2 MATERIAL ELÉTRICO

2.2.1 Painel NEMA 4X, feito em poliéster termoplástico, conforme especificação técnica cj

2.2.2 Cabo flexível Ø 10 mm2 750V m

Obs. Os itens 2.2.1 e 2.2.2 estão incluidos no ítem 2.1.1

2.2.3 Haste de aço cobreada Ø 5/8" x 2400 mm un

2.2.4 Tampa de ferro galvanizado 250 x 250 mm un

2.2.5 Caixa metálica c/ tampa 20 x 20 cm un

2.2.6 Polietileno flexível preto liso 1 1/4" m

2.2.7 Polietileno flexível preto liso 1" m

2.2.8 Cabo 6,00 mm2 flexível preto 750 V m

2.2.9 Cabo 6,00 mm2 flexível branco 750 V m

2.2.10 Cabo 6,00 mm2 flexível vermelho 750 V m

2.2.11 Cabo 6,00 mm2 flexível verde 750 V m

2.2.12 Cabo 10,00 mm2 flexível verde 0,6/1 kV m

2.2.13 Cabo 10,00 mm2 flexível branco 0,6/1 kV m

2.2.14 Cabo 10,00 mm2 flexível preto 0,6/1 kV m

2.2.15 Cabo 10,00 mm2 flexível vermelho 0,6/1 kV m

2.2.16 Cabo PP 1,5 mm2 m

2.2.17 Disjuntor para motor tripolar 60ª un

2.2.18 Disjuntor para motor bipolar 20ª un

2.2.19 Fita isolante rolos

2.2.20 Caixas de passagem pré-moldadas 04 cx - 60/60 cx

3 Serviços de aditamento

3.1 SERVIÇOS

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61

Tabela 4 - Descrição dos Serviços Cavidade Progress iva

conclusão

3.1.1 Execução de caixa em alvenaria estrutural rebocada 4,4 x 2,67 x 3,54 m e 3,05 x 1,96 x 1,24 m, com laje, tampões em ferro fundido e escada para acesso un

3.2 MATERIAL HIDRÁULICO

3.2.1 Cotovelo 50 x 90 esg un

3.2.2 Curva 45 soldável 110 mm un

3.2.3 Adaptador caixa d'água soldável 110 mm x 4" un

3.2.4 Válvula de retenção PVC roscável 1 1/2" un

3.3 MATERIAIS DIVERSOS

3.3.1 Tampão de ferro fundido, Ø = 300 mm un

3.3.2 Tampão de ferro fundido, Ø = 600 mm un

3.3.3 Tampão de ferro fundido, Ø = 900 mm un

3.3.4 Escada em tubo de 1 1/2" com degraus em 1", 0,50 x 2,5 m un

3.3.5 Escada em tubo de 1 1/2" com degraus em 1", 0,50 x 1,5 m un

3.3.6 Tampa para caixa de registros un

3.4 OUTROS

3.4.1 Aluguel de grupo gerador 15 kVA - 10 dias un

3.4.2 Aluguel de motor vibrador de alta frequência - 7 dias un Fonte: Azzurra (2011)

A obra foi executada por 04 funcionários, abriu-se uma vala rasa e estreita, não

houve necessidade de poço de visita.

Devido ao fato do terreno ser rochoso a utilização do sistema defendido nesse

trabalho ficou muito favorável, sendo assim será apresentado na Tabela 5 um comparativo

entre o sistema convencional por gravidade e o sistema Condução por Cavidade

Progressiva, procurando dessa maneira, ilustrar um pouco mais sobre as diferenças entre

os sistemas.

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62

O sistema não convencional por cavidade progressiva se diferencia de um sistema

de esgoto à gravidade convencional. Foram analisadas as comparações entre os sistemas,

na maioria dos casos estas diferenças resultam em vantagens significantes quanto ao

projeto, execução, manutenção e supervisões operacionais, no quadro abaixo se destacam

as mais relevantes:

TABELA 5. Quadro comparativo dos sistemas

continua

Projeto Descrição Sistema Cavidade Progressiva Sistema por Gravidade

Declividade Independe de declividade para a condução do esgoto, transpondo obstáculos topográficos.

Necessita de declividade positiva, terrenos com topografias irregulares necessitam estações elevatórias.

Diâmetro das Redes

Tubos de pequeno diâmetro de 50 mm a 100 mm, e não necessita nivelamento das redes.

Diâmetro mínimo DN 150 mm.

Nivelamento das redes se faz necessário.

Layout do sistema

Liberdade e flexibilidade nos projetos, com menor impacto ambiental.

Necessitam linhas retas e em declividades constantes entre PV.

Não destrói a beleza natural da propriedade ou características da construção

Estação Elevatória requer grandes áreas para ser construída.

Construção Descrição Sistema Cavidade Progressiva Sistema por Gravidade

Profundidade e largura da vala

Diâmetros menores valas rasas e estreitas.

Profundidade e largura da vala diâmetros maiores requerem escavações mais profundas e valas mais largas, mais escavação.

Pequenas máquinas escavadeiras. Grandes máquinas escavadeiras.

Menor recomposição de superfície. Maior recomposição de superfície.

Não há necessidade do uso de drenagem.

Drenagem devido às valas profundas.

Profundidade e largura da vala

Valas menores sem necessidade de escoramentos, diminuindo custos e eliminando os riscos de acidentes.

Escoramento para valas acima de 1,50m risco de desmoronamentos (quando segurança negligenciada)

Rapidez na instalação, podendo ser instalada 1Km de rede por dia.

Instalação lenta devido às valas mais profundas para atingir a gravidade necessária.

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TABELA 5. Quadro comparativo dos sistemas

conclusão

Mudanças in loco

Os obstáculos imprevistos nos subsolos são facilmente vencidos devido à flexibilidade e liberdade de implantação.

Obstáculos imprevistos nos subsolos necessitam definição de outro projeto para ajustar as declividades, muitas vezes aumentando o valor inicial do contrato.

As mudanças de direção são facilmente contornadas, sem necessidade do uso de PVs.

Mudança de direção e declividade faz necessário o uso de PVs.

Funcionamento

Devido ao triturador os dejetos formam uma pasta homogênea. Não há necessidade de linha de limpeza do esgoto principal, devido à constante descarga. Eliminando o risco de obstrução nas redes.

Velocidade mínima de 0,60m/s com variação a 1,50m/s. Velocidade baixa gera retenção de resíduos, podendo ocasionar obstrução de redes.

O equipamento é todo automatizado existindo um painel luminoso, alarme e aviso no celular, caso ocorra algum problema no sistema.

Muitas vezes não existe um monitoramento nas redes de esgoto á gravidade, na maioria das vezes a população visualiza o problema e avisa a Companhia responsável.

Saúde pública

Devido à utilização de bomba trituradora, não há risco de ratos e insetos sobreviverem.

Nesse sistema corre-se o risco de ratos e insetos entrarem nas casas através da tubulação.

Não há exposição do responsável pela manutenção da bomba (caso precise), ela será içada através das cordas disponíveis para esse fim.

Exposição do responsável pela manutenção a gases de esgoto e esgoto bruto, podendo desencadear doenças, se não estiver devidamente protegido.

Custos Custo reduzido Custo elevado

Após a pesquisa bibliográfica, consulta técnica aos profissionais da área de

Saneamento Básico e acompanhamento in loco da execução do Sistema de Condução do

Esgoto por Cavidade Progressiva, conclui-se que, para o Brasil crescer na questão de

Saneamento Básico, novas tecnologias, tais como a apresentada, são de suma importância

para o beneficiamento da população.

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5. CONCLUSÃO

A aplicação do método merece o destaque principal dessa conclusão. O Sistema de

Condução por Gravidade Progressiva demonstrou ser de grande utilidade para superar os

obstáculos em locais que apresentam desníveis topográficos, obstáculos geológicos e

urbanísticos. Assim, esse sistema poderá contribuir e ser aplicado em conjunto com os

outros métodos existentes.

O custo da implantação da cavidade progressiva ficou 17,43% menor em relação ao

custo do método MND.

Certamente a viabilidade econômica é um fator importante e cabe aos profissionais

das Concessionárias e Contratadas a tomada de decisão para a aplicação da técnica ideal

para cada situação.

A divulgação dessa tecnologia aos profissionais da área deverá ser uma grande

aliada para que o Sistema possa ser amplamente conhecido e instalado, contribuindo para

que o déficit de Tratamento de Esgoto no Brasil seja superado.

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65

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR – 9648 – Estudo de

concepção de sistemas de esgoto sanitário: 1986

______. NBR 9649 - Projeto de redes coletoras de es goto sanitário: 1986.

______. NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa t ensão: 2004

FALCO Reinaldo, MATTOS E.E. Bombas industriais . Rio de Janeiro, Interciência Ltda,

1998.

NUVOLARI, Ariovaldo. Esgoto sanitáio coleta transporte tratamento e reuso agrícola. São

Paulo: Editora Edgard Blucher Ltda, 2003.

SOBRINHO, P. R.A, TSUTIYA, M.T. Coleta e transporte de esgoto sanitário . São Paulo:

Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade

de São Paulo. 2000.

Cavidade progressiva Disponível em: <http://www.azzurra1.com>.Acesso em: 03 mar.2011 Sewer Systems Disponível em: <http://www.eone.com/serwersysteems>. Acesso em: 29 mar.2011. Saneamento básico Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/saneamento-basico-ja>Acesso em: 26 mar. de 2011, às 20h07min. Saneamento e saúde Disponível em: <http://www.culturamix.com/saude/importancia-saneamento>. Acesso em: 24 mai.2011 Situação do saneamento no Brasil Disponível em: <http://www.tratabrasil.org.br>. Acesso em: 30 mai.2011.

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ANEXOS

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ANEXO A – AS Built

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ANEXO B – ORÇAMENTO TUNNEL LINER

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1/4 .

PREP. Nº CONTRATADA BASE

jul/09VERIF. Nº SANASA

PLANILHA PARA ORÇ AMENTO DE OBRASAPROV. DATA FOLHA REV.

1

Obra: EXECUÇÃO DE REDE COLETORA DE ESGOTO C/ TRECHO POR MND TIPO TUNNEL LINER Ø 1,20 m

Local: VIELA SANITÁRIA - GLEBAS B-C-D - PÁTEO SANTA FÉ

Preços (R$)

Item Discriminação Quant. Unid. Unitário Total

RESUMO - SERVIÇOS

1. CANTEIRO DE OBRAS 19.792,00

2. SERVIÇOS TÉCNICOS 506,87

3. SERVIÇOS PRELIMINARES 1.275,09

4. MOVIMENTO DE TERRA 3.404,82

5. ESCORAMENTOS 5.138,62

6. ESGOTAMENTO 70,35

7. FUNDAÇÕES E ESTRUTURAS 9.647,34

8. ASSENTAMENTO 969,14

9. SERVIÇOS ESPECIAIS 968.568,18

TOTAL 1.009.372,41

ARQ.Orçamento_MND_Tunel Linner.XLS

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2/4 .

PREP. Nº CONTRATADA BASE

jul/09VERIF. Nº SANASA

PLANILHA PARA ORÇ AMENTO DE OBRASAPROV. DATA FOLHA REV.

1

Obra: EXECUÇÃO DE REDE COLETORA DE ESGOTO C/ TRECHO POR MND TIPO TUNNEL LINER Ø 1,20 m

Local: VIELA SANITÁRIA - GLEBAS B-C-D - PÁTEO SANTA FÉ

Preços (R$)

Item Discriminação Quant. Unid. Unitário Total

1. CANTEIRO DE OBRAS

1.1 Canteiro de obras 1,00 gb 19.792,00 19.792,00

2. SERVIÇOS TÉCNICOS

2.1 Locação e cadastro

2.1.1 Locação de redes 291,30 m 0,62 180,61

2.1.2 Cadastro de redes 291,30 m 1,12 326,26

3. SERVIÇOS PRELIMINARES

3.1 Trânsito e segurança

3.1.1 Sinalização de trânsito 156,30 m 1,45 226,64

3.1.2 Tapume contínuo em chapas de madeira ou aço - sem iluminação de segurança 156,30 m 3,92 612,70

3.2 Passadiços e Travessias

3.2.1 Passadiços de madeira para pedestre 0,78 m2 52,23 40,74

3.2.2 Travessia de madeira para veículos 10,50 m2 37,62 395,01

4. MOVIMENTO DE TERRA

4.1 Escavação manual, qq terreno exceto rocha, de areas,valas,poços e cavas

4.1.1 até 2,00 m de profundidade 10,00 m3 26,55 265,50

4.2 Escavação mecânica, qq. terreno exceto rocha, de valas, poços e cavas

4.2.1 Até 2,00 m de profundidade 145,37 m3 4,59 667,25

4.2.2 Até 3,00 m de profundidade 9,21 m3 4,98 45,87

4.3 Aterros e recobrimentos especiais de valas,cavas e poços

4.3.1 Aterro compactado sem controle de GC 52,43 m3 6,87 360,19

4.3.2 Aterro compactado com GC maior ou igual 95% PN 109,44 m3 18,52 2.026,83

4.4 Carga,transporte e descarga

4.4.1 Transporte de material escavado - solo 27,40 m3 x km 1,43 39,18

ARQ.Orçamento_MND_Tunel Linner.XLS

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3/4 .

PREP. Nº CONTRATADA BASE

jul/09VERIF. Nº SANASA

PLANILHA PARA ORÇ AMENTO DE OBRASAPROV. DATA FOLHA REV.

1

Obra: EXECUÇÃO DE REDE COLETORA DE ESGOTO C/ TRECHO POR MND TIPO TUNNEL LINER Ø 1,20 m

Local: VIELA SANITÁRIA - GLEBAS B-C-D - PÁTEO SANTA FÉ

Preços (R$)

Item Discriminação Quant. Unid. Unitário Total

5. ESCORAMENTOS

5.1 Estruturas de escoramento - madeira

5.1.1 Pontaleteamento 365,02 m2 7,62 2.781,42

5.1.2 Escoramento descontínuo 105,19 m2 22,41 2.357,20

6. ESGOTAMENTO

6.1 Aguas Superficiais

6.1.1 Esgotamento com bombas de superfície ou submersas 25,49 hpxh 2,76 70,35

7. FUNDAÇÕES E ESTRUTURAS

7.1 Poço de visita em alvenaria ou aduelas de concreto - diâm. 1,00 m

7.1.1 profundidade até 2,00 m 4,00 un 2.336,41 9.345,64

7.2 Assentamento de tampão de ferro dúctil

7.2.1 TDA-600 7,00 un 43,10 301,70

8. ASSENTAMENTO

8.1 Assentamento simples de tubos e peças em PVC Ocre

8.1.1 Tubos e peças , diâmetro 150 mm 156,30 m 1,45 226,64

8.2 Passagem e fixação de tubulação em PVC Ocre Ø 150 mm 135,00 m 5,50 742,50

9. SERVIÇOS ESPECIAIS

9.1Execução de MND em Tunnel Liner Ø 1,20 m, inclusive fornecimento das chapas comespessura 6,50 mm, em ROCHA (entre PV-01 e PV-07)

135,00 m 6.047,00 816.345,00

9.1.1 Execução de Poço de Emboque/Desemboque em ROCHA 11,46 m 10.127,00 116.055,42

9.1.2 Transformação do Poço de Emboque/Desemboque em PV (PV-01,PV-02,PV-07) 11,46 m 3.156,00 36.167,76

ARQ.Orçamento_MND_Tunel Linner.XLS

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4/4 .PREP. Nº CONTRATADA BASE

jul/09VERIF. Nº SANASA

PLANILHA PARA ORÇ AMENTO DE OBRASAPROV. DATA FOLHA REV.

1

Obra: EXECUÇÃO DE REDE COLETORA DE ESGOTO C/ TRECHO POR MND TIPO TUNNEL LINER Ø 1,20 m

Local: VIELA SANITÁRIA - GLEBAS B-C-D - PÁTEO SANTA FÉ

Preços (R$)

Item Discriminação Quant. Unid. Unitário Total

RESUMO - MATERIAS

1. MATERIAL HIDRAÚLICO - Linha

1.1 Tubo PVC Vinilfort (Ocre) ponta e bolsa junta elástica com anel, conforme NBR 7362 eNBR 7369 da ABNT

1.1.1 Diâmetro 150 mm 291,30 m 24,29 7.075,68

1.2 Tampão em Ferro Dúctil TDA-600 mm 7,00 un 330,00 2.310,00

TOTAL 9.385,68

ARQ.Orçamento_MND_Tunel Linner.XLS

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ANEXO C – ORÇAMENTO CONDUÇÃO POR CAVIDADE

PROGRESSIVA

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Empreeendimento Nº BM

05

Orçada Contratual

Medida no Período

Acumulado incluindo o Período

Orçada Contratual

Medida no Período

Acumulado incluindo o Período

1. SERVIÇOS

- - - - 1.1 Locação da obra gb 5.402,60 1,00 1,00 5.402,60 - 5.402,60

1.2Execução de rede de esgoto em PEAD Ø 40 mm, inclusive abertura e fechamento de vala, execução de envoltória de areia e assentamento da tubulação

m 83,06 15,00 15,00 1.245,90 - 1.245,90

1.3Execução de rede de esgoto em PEAD Ø 63 mm, inclusive abertura e fechamento de vala, execução de envoltória de areia e assentamento da tubulação

m 83,06 200,00 200,00 16.612,00 - 16.612,00

1.4Instalação de Tanque V = 6000 litros sobre camada de concreto de 0,10 m

cj 4.191,95 2,00 2,00 8.383,90 - 8.383,90

1.5 Instalação de Válvulas, adaptadores e conexões gb 1.032,80 1,00 1,00 1.032,80 - 1.032,80

1.6Execução de Caixa de concreto de 2,00 x 2,00 x 1,00 com tampa em concreto de espessura 0,10

un 3.290,11 1,00 1,00 3.290,11 - 3.290,11

1.7Instalação elétrica, conforme Projeto 2010.0103 Tipo ELE Fl.001 R.0

gb 4.480,35 1,00 1,00 4.480,35 - 4.480,35

1.8 Projeto calculo de curto circuito gb 1.428,00 1,00 1,00 1.428,00 - 1.428,00 1.9 projeto,acompanhamento e start up gb 15.864,87 1,00 1,00 15.864,87 - 15.864,87

- - - - - - - -

2. MATERIAIS - - - - - - - -

2.1 MATERIAL HIDRÁULICO - - - -

2.1.1Bomba de cavidade progressiva, 1 HP, 1725 rpm, 60 Hz, conforme especificação técnica

cj 5.820,77 9,00 9,00 52.386,93 - 52.386,93

2.1.2

Tanque em polietileno linear de média dendidade LMD RD-34U3, Tipo Cilíndrico Vertical Fechado, fundo plano, Volume = 6000 litros, conforme especificação técnica

cj 3.332,00 2,00 2,00 6.664,00 - 6.664,00

2.1.3 Tubo em PVC 100 mm m 8,58 12,00 12,00 102,96 - 102,96

2.1.4Tubo em PEAD PN 16 SDR 11 DE 40 mm, espessura de parede 5,8 mm, conforme NBR 15561/07

m 7,14 15,00 15,00 107,10 - 107,10

2.1.5Tubo em PEAD PN 16 SDR 11 DE 63 mm, espessura de parede 5,8 mm, conforme NBR 15561/07

m 13,09 200,00 200,00 2.618,00 - 2.618,00

2.1.6 Te simples de PEAD 63 mm x 40 mm x 63 mm pç 52,36 4,00 4,00 209,44 - 209,44

2.1.7Adaptador em Polipropileno PN 16, diâmetro nominal externo de 63 mm

pç 41,65 2,00 2,00 83,30 - 83,30

2.1.8Adaptador em Polipropileno PN 16, diâmetro nominal externo de 40 mm

pç 49,98 8,00 8,00 399,84 - 399,84

2.1.9 Plug de 63 mm pç 47,60 1,00 1,00 47,60 - 47,60

2.1.10Válvula de esfera de PVC, com duas porcas roscáveis,

pç 22,61 4,00 4,00 90,44 - 90,44

Contratada

Item Serviços/Materiais un.Preço

Unitário (R$)

SANASA - Campinas

Agente Promotor

Financeiro - R$Quantidade

Agente Financeiro Mutuário

SES Cavidade Progressiva no Páteo Sta. Fé SET/2011

CIA 8 – Comércio e Participações Ltda

Localização

CIA 8 COMÉRCIO E PARTICIPAÇÕES LTDA.CNPJ: 04.426.618/0001-79

ModalidadePrograma

SES Cavidade Progressiva no Páteo Sta. Fé

Data da Emissão:15/09/2011

2.1.10Válvula de esfera de PVC, com duas porcas roscáveis, diâmetro 1 1/2"

pç 22,61 4,00 4,00 90,44 - 90,44

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Empreeendimento Nº BM

05

Orçada Contratual

Medida no Período

Acumulado incluindo o Período

Orçada Contratual

Medida no Período

Acumulado incluindo o Período

Contratada

Item Serviços/Materiais un.Preço

Unitário (R$)

SANASA - Campinas

Agente Promotor

Financeiro - R$Quantidade

Agente Financeiro Mutuário

SES Cavidade Progressiva no Páteo Sta. Fé SET/2011

CIA 8 – Comércio e Participações Ltda

Localização

CIA 8 COMÉRCIO E PARTICIPAÇÕES LTDA.CNPJ: 04.426.618/0001-79

ModalidadePrograma

SES Cavidade Progressiva no Páteo Sta. Fé

Data da Emissão:15/09/2011

2.1.11Válvula de retenção de PVC roscável, diâmetro 2", pressão máxima de trabalho 16 kgf/cm2

pç 55,57 1,00 1,00 55,57 - 55,57

2.1.12Válvula de retenção de PVC roscável, diâmetro 4", pressão máxima de trabalho 16 kgf/cm2

pç 38,97 2,00 2,00 77,94 - 77,94

2.1.13

Caixa equalizadora e distribuidora em polietileno rotomoldado de alta densidade, atóxico resistente contra a ação de raios solares e produtos químicos, conforme especificação

un 773,50 1,00 1,00 773,50 - 773,50

- - - - - - - -

2.2 MATERIAL ELÉTRICO - - - -

2.2.1Painel NEMA 4X, feito em poliéster termoplástico, conforme especificação técnica

cj - 4,00 - - - -

2.2.2 Cabo flexível Ø 10 mm2 750V m - 2,00 - - - -

Obs. Os itens 2.2.1 e 2.2.2 estão incluidos no ítem 2.1.1 - - - -

2.2.3 Haste de aço cobreada Ø 5/8" x 2400 mm un 14,16 1,00 1,00 1,00 14,16 14,16 14,16 2.2.4 Tampa de ferro galvanizado 250 x 250 mm un 357,00 1,00 1,00 1,00 357,00 357,00 357,00 2.2.5 Caixa metálica c/ tampa 20 x 20 cm un 45,34 1,00 1,00 1,00 45,34 45,34 45,34 2.2.6 Polietileno flexível preto liso 1 1/4" m 2,08 1.600,00 1.600,00 3.328,00 - 3.328,00 2.2.7 Polietileno flexível preto liso 1" m 1,06 200,00 200,00 212,00 - 212,00 2.2.8 Cabo 6,00 mm2 flexível preto 750 V m 1,73 25,00 25,00 43,25 - 43,25 2.2.9 Cabo 6,00 mm2 flexível branco 750 V m 1,73 25,00 25,00 43,25 - 43,25 2.2.10 Cabo 6,00 mm2 flexível vermelho 750 V m 1,73 25,00 25,00 43,25 - 43,25 2.2.11 Cabo 6,00 mm2 flexível verde 750 V m 1,73 75,00 75,00 129,75 - 129,75 2.2.12 Cabo 10,00 mm2 flexível verde 0,6/1 kV m 3,52 1.600,00 1.600,00 5.632,00 - 5.632,00 2.2.13 Cabo 10,00 mm2 flexível branco 0,6/1 kV m 3,52 1.000,00 1.000,00 3.520,00 - 3.520,00 2.2.14 Cabo 10,00 mm2 flexível preto 0,6/1 kV m 3,52 1.100,00 1.100,00 3.872,00 - 3.872,00 2.2.15 Cabo 10,00 mm2 flexível vermelho 0,6/1 kV m 3,52 1.200,00 1.200,00 4.224,00 - 4.224,00 2.2.16 Cabo PP 1,5 mm2 m 1,38 3.200,00 3.200,00 4.416,00 - 4.416,00 2.2.17 Disjuntor para motor tripolar 60A un 89,61 1,00 1,00 1,00 89,61 89,61 89,61 2.2.18 Disjuntor para motor bipolar 20A un 40,28 8,00 8,00 8,00 322,24 322,24 322,24 2.2.19 Fita isolante rolos 9,88 5,00 5,00 5,00 49,40 49,40 49,40 2.2.20 Caixas de passagem pré-moldadas 04 cx - 60/60 cx 190,40 4,00 4,00 761,60 - 761,60

- - - - 3 Serviços de aditamento - - - -

- - - - 3.1 SERVIÇOS - - - -

3.1.1

Execução de caixa em alvenaria estrutural rebocada4,4 x 2,67 x 3,54 m e 3,05 x 1,96 x 1,24 m, com laje,tampões em ferro fundido e escada para acesso un

20.039,45 1,00

1,00 1,00 20.039,45 20.039,45 20.039,45

- - - - - - - - - -

3.2 MATERIAL HIDRÁULICO - - - - - 3.2.1 Cotovelo 50 x 90 esg un 1,21 1,00 1,00 1,00 1,21 1,21 1,21 3.2.1 Cotovelo 50 x 90 esg un 1,21 1,00 1,00 1,00 1,21 1,21 1,21 3.2.2 Curva 45 soldável 110 mm un 48,01 2,00 2,00 2,00 96,03 96,03 96,03

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Empreeendimento Nº BM

05

Orçada Contratual

Medida no Período

Acumulado incluindo o Período

Orçada Contratual

Medida no Período

Acumulado incluindo o Período

Contratada

Item Serviços/Materiais un.Preço

Unitário (R$)

SANASA - Campinas

Agente Promotor

Financeiro - R$Quantidade

Agente Financeiro Mutuário

SES Cavidade Progressiva no Páteo Sta. Fé SET/2011

CIA 8 – Comércio e Participações Ltda

Localização

CIA 8 COMÉRCIO E PARTICIPAÇÕES LTDA.CNPJ: 04.426.618/0001-79

ModalidadePrograma

SES Cavidade Progressiva no Páteo Sta. Fé

Data da Emissão:15/09/2011

3.2.3 Adaptador caixa d'água soldável 110 mm x 4" un 163,44 2,00 2,00 2,00 326,89 326,89 326,89 3.2.4 Válvula de retenção PVC roscável 1 1/2" un 31,36 4,00 4,00 4,00 125,44 125,44 125,44

- - - - - 3.3 MATERIAIS DIVERSOS - - - - - 3.3.1 Tampão de ferro fundido, Ø = 300 mm un 275,56 2,00 2,00 2,00 551,11 551,11 551,11 3.3.2 Tampão de ferro fundido, Ø = 600 mm un 474,71 3,00 3,00 3,00 1.424,12 1.424,12 1.424,12 3.3.3 Tampão de ferro fundido, Ø = 900 mm un 1.086,04 1,00 1,00 1,00 1.086,04 1.086,04 1.086,04

3.3.4Escada em tubo de 1 1/2" com degraus em 1", 0,50 x 2,5 m un

694,69 2,00

2,00 2,00 1.389,38 1.389,38 1.389,38

3.3.5Escada em tubo de 1 1/2" com degraus em 1", 0,50 x 1,5 m un

115,78 1,00

1,00 1,00 115,78 115,78 115,78

3.3.6 Tampa para caixa de registros un 694,69 1,00 1,00 1,00 694,69 694,69 694,69 - - - - -

3.4 OUTROS - - - - - 3.4.1 Aluguel de grupo gerador 15 kVA - 10 dias un 540,32 4,00 4,00 4,00 2.161,27 2.161,27 2.161,27 3.4.2 Aluguel de motor vibrador de alta frequência - 7 dias un 219,98 5,00 5,00 5,00 1.099,92 1.099,92 1.099,92

- - - - -

TOTAL 177.571,33 29.989,08 177.571,33

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ANEXO D – LEVANAMENTO PLANIALTIMÉTRICO

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Convenções topográficas - NBR 13133

(Luminária)

PINO

(Sobe)

Escada

Valeta

Torre de alta-tensão

Árvore isolada

Vértices Topográficos

Ponto de divisa não

materializado

POL. AUXILIAR

POL. SECUNDÁRIA

POL. PRINCIPAL

(Não Identificado)

(Eletricidade)

(Telefone)

(Semáforo)

(Placa)

Placas de sinalização

Caixa de inspeção

CX

CE

CT

SM

PL

(Topo)

(Base)

Muro de arrimo

Alagado

Can - 0,60 m

Lagoa / Rrepresa

Canaleta Alambrado ou gradil

Cerca mistaEixo

Guia rebaixada

(Reg. D'água)

(Hidrante)

Hidrante / Registro

(Telefone)

(Eletricidade)

(Não identificado)

(Águas pluviais)

(Esgoto)

Poço de visita

Poço de visita

Boca-de-lobo / Boca-de-leão

Construção Alvenaria

Construção de madeira

Laje ou cobertura

Pedra / Rocha

RN Topográfico Telefone / Correio

3ª ORD.

2ª ORD.

1ª ORD.

1ª ORDEM

2ª ORDEM

3ª ORDEM

Estação de Levantamento

Vértices Geodésicos

RN Oficial

MARCO

PIQUETE

20 mm K

12 mm K

8 mm K

Ponto cotado

TELEFONE

725,12

Ponto de sondagem

Poste / Luminária

(Poste)

PV

AP

ES

TL

EL

RG

HD

CORREIO

Alinhamento indefinido

Estrada pavimentada Talude

Mato / Cultura

Base

T

o

p

o

Ponte

Muro

Areia

Brejo

CLM

Curvas de nível

1

0

5

1

0

0

Rio / Ribeirão / Córrego

Alagado com vegetação

Estrada de ferro

Cerca de arame

Cerca de madeira ou tapume

Cerca viva

Caminho

Guia