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Eixo 2: Formação e Valorização dos Profissionais da Educação CONCEPÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA- PARFOR NO ESTADO DO MARANHÃO Cristina Torres da Silva Ferreira UFMA Campus Grajaú [email protected] RESUMO Este trabalho põe em foco o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica- PARFOR, tendo como objetivo investigar desde a concepção e implementação do plano nas IES no estado do Maranhão. O procedimento metodológico se utilizou de análise documental e revisão bibliográfica e sistematizando dados estatísticos. Verifica-se que o Plano foi instituído, porém, não atingiu a demanda existente, apesar do Interesse dos professores e das IES em ofertar os cursos. Os resultados iniciais, diante dos índices de matrícula, conduzem a uma indagação sobre a efetividade do PARFOR como instrumento de política pública de cunho emergencial e método de qualificação de professores. Palavras- chave: Formação de Professores; Política Educacional; PARFOR. Há tempos a formação de professores, especialmente a formação continuada, tem se tornado alvo de políticas e reformas educacionais no Brasil, o que tem suscitado o desenvolvimento de pesquisas e publicações que centralizam o professor como ator principal no cenário do desenvolvimento da qualidade da educação, mesmo por que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica-IDEB, tem demonstrado uma carência de “formação” para o ensino básico. Na perspectiva de dissertar sobre a concepção e implementação do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica - PARFOR

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Page 1: Concepção e implementação do plano nacional de formação de professores da educação básica  parfor no estado do maranhão

Eixo 2: Formação e Valorização dos Profissionais da Educação

CONCEPÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO NACIONAL DE

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA- PARFOR NO

ESTADO DO MARANHÃO

Cristina Torres da Silva Ferreira

UFMA – Campus Grajaú

[email protected]

RESUMO

Este trabalho põe em foco o Plano Nacional de Formação de Professores da

Educação Básica- PARFOR, tendo como objetivo investigar desde a

concepção e implementação do plano nas IES no estado do Maranhão. O

procedimento metodológico se utilizou de análise documental e revisão

bibliográfica e sistematizando dados estatísticos. Verifica-se que o Plano foi

instituído, porém, não atingiu a demanda existente, apesar do Interesse dos

professores e das IES em ofertar os cursos. Os resultados iniciais, diante dos

índices de matrícula, conduzem a uma indagação sobre a efetividade do

PARFOR como instrumento de política pública de cunho emergencial e método

de qualificação de professores.

Palavras- chave: Formação de Professores; Política Educacional; PARFOR.

Há tempos a formação de professores, especialmente a formação

continuada, tem se tornado alvo de políticas e reformas educacionais no Brasil,

o que tem suscitado o desenvolvimento de pesquisas e publicações que

centralizam o professor como ator principal no cenário do desenvolvimento da

qualidade da educação, mesmo por que o Índice de Desenvolvimento da

Educação Básica-IDEB, tem demonstrado uma carência de “formação” para o

ensino básico.

Na perspectiva de dissertar sobre a concepção e implementação do

Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica - PARFOR

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nas IES no estado do Maranhão, bem como sua importância para a política

educacional da atualidade, compete recorrer aos documentos legais, assim

como referenciais teóricos como Gracindo (2002),Freitas (2002),Rodriguez

(2003), arsenal capaz de nortear uma reflexão a cerca da implementação do

PARFOR nas Universidades públicas do estado em tela.

DA NECESSIDADE À CONCEPÇÃO DO PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO

DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO ÂMBITO NACIONAL

Após a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

nº 9.394/96, muitas inquietações se formaram em torno da formação dos

professores e consequentemente as discussões e proposições se deram com o

intuito de procurar cumprir o que emana a LDBEN que determina em seu artigo

87, § 3º, item III, que pertencerá aos municípios realizar programas de

capacitação para todos os professores em exercício visto que, conforme o § 4º

do mesmo artigo, até o fim da década colocado somente serão admitidos

professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em

serviço. Reforçando, dessa forma o grande desafio da Educação.

Nesse sentido, foi lançado em 2001, no Plano Nacional da Educação-

PNE, através da Lei 10.172, de 20 /01/2001, objetivando investir na qualidade

de forma a assegurar a:

[...] elevação global do nível de escolaridade da população; a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis; a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública e democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos

escolares ou equivalentes. (BRASIL, 2001)

A elevação global da melhoria da qualidade do ensino segundo o PNE

2001-2011 foi um grande desafio, tanto que em 2007, após a implantação do

Plano de Metas compromisso Todos pela Educação e percebendo que muitas

metas para serem cumpridas careciam de maior envolvimento entre os entes

federativos, apresenta-se o Decreto 6.094, de 24 /04/ 2007. Em que dispõe

sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela

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Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com Municípios,

Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias e da comunidade,

mediante programas e ações de assistência técnica e financeira, visando a

mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica.

A partir de então os movimentos sociais, dentre eles a Associação

Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação-ANFOPE, a

Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação-ANPED, se organizam no

Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, enquanto que o governo

apresenta uma proposta de formação sem possibilidade de argumentação

pelos movimentos. Gracindo (2002) afirma que o governo cria as leis, mas não

se compromete em efetivá-las, dessa forma, nenhuma mudança acontece se

está somente no papel e nas intenções de quem as propõe, é necessário que

ela se torne real na prática.

As pressões dos educadores descontentes ao governo para uma

política de formação inicial e continuada provocaram no governo um repensar

sobre a política de formação. No segundo mandato do governo do Presidente

Luís Inácio Lula da Silva, criou-se o Decreto nº 6.755 de 29/01/2009 instituindo

a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação

Básica, no mês de junho do mesmo ano propõe também a Portaria Normativa

N° 9, de 30 /06/2009 que Institui o PARFOR no âmbito do Ministério da

Educação.

O PARFOR é propagado como o resultado da ação conjunta do MEC, das

Instituições públicas de Educação Superior– IPES e das Secretarias de

Educação dos estados e municípios, no domínio do PNE, do Plano de Metas

Compromisso Todos pela Educação e do Plano de Desenvolvimento da

Educação-PDE, por meio do regime de colaboração da União com os Estados,

Distrito Federal e Municípios mediado por um conjunto de ações, com apoio

técnico e financeiro do Ministério da Educação, visando o cumprimento das

metas do Compromisso Todos pela Educação, sendo o ponto de partida para o

termo de convênio ou cooperação firmado entre o MEC e o ente apoiado a

partir da adesão ao Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, os

estados e municípios elaboram seus respectivos Planos de Ações Articuladas-

PAR. Resultando assim as oportunidades em que refletiram suas

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necessidades e aspirações visando assegurar a formação exigida na LDBEN

para todos os professores que atuam na Educação Básica no país.

A formação inicial de professores em exercício da rede pública de

Educação Básica proposta como prioridade pelo PAR. Com o enlace firmado o

PARFOR foi concretizado após o envio de um Ofício Circular GM/MEC nº

118/08, de 07/2008 na qual o MEC propõe a adoção de uma estratégia para

“estimular arranjos educacionais no âmbito do estado, coordenados pela

Secretaria de Estado de Educação, envolvendo também as administrações

municipais e as instituições públicas que oferecem cursos de licenciatura”. Na

sequência os planejamentos foram ajustados com o Decreto nº 6.755 de

01/2009, onde instituiu a Política Nacional de Formação dos Profissionais do

Magistério da Educação Básica, com a finalidade de organizar, em regime de

colaboração da União com os estados, Distrito Federal e municípios, a

formação inicial e continuada desses profissionais e dispõe ainda, que os

planos estratégicos sejam formulados pelos fóruns estaduais permanentes de

apoio à formação docente (BRASIL, 2009).

Nesse cenário, o PARFOR foi criado e destinado aos professores da

Educação Básica em exercício das escolas públicas estaduais e municipais

sem formação adequada conforme a LDB, em três situações:

[...] a primeira para professores que ainda não têm formação superior com carga horária de 2.800 horas mais 400 horas de estágio (primeira licenciatura); a segunda para professores já formados, mas que lecionam em área diferente daquela em que se formaram com carga horária de 800 a 1.200 horas (segunda licenciatura); e a terceira para bacharéis sem licenciatura, que necessitam de estudos complementares que os habilitem ao exercício do magistério (BRASIL/MEC, 2009).

Com oferta aos municípios de 21 estados da Federação que aderiram na

primeira etapa, a saber: Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito

Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba,

Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima,

Santa Catarina, Sergipe e Tocantins, por meio de instituições, das quais são 48

federais e 28 estaduais, contando ainda com a colaboração de 14

Universidades comunitárias (BRASIL, 2009).

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Reiterando a questão dos professores ao tratar da inscrição nos

cursos, acontece por meio de um sistema informatizado, criado pelo Ministério

da Educação e Cultura - MEC, denominado Plataforma Paulo Freire, no qual o

ingressante deve cadastrar o seu currículo para o processo de inscrição nos

cursos de primeira, segunda licenciatura e formação pedagógica. Esta

Plataforma, em que o professor faz a inscrição em cursos de graduação ou

formação pedagógica, permite a escolha de no máximo até três cursos de

graduação por ordem de interesse.

A partir da pré-inscrição na Plataforma Freire as Secretarias estaduais

e municipais de educação, devem preparar um plano estratégico para adequar

as ofertas das Instituições de Ensino Superior - IES à demanda dos

professores e as conferir as reais necessidades das escolas de sua rede.

Partindo do princípio formulado pelo estado capitalista, em que cada

professor é responsável por sua formação e qualificação individual, “carece”

apenas que o professor inscreva o currículo na Plataforma Freire e aguarde o

“chamado” da Secretaria Estadual ou Municipal de Educação para iniciar o

curso. Dessa maneira, como coloca Freitas (2002) o Estado capitalista

responsabiliza cada um por sua formação e aprimoramento profissional de

forma individual. Resumidamente no caso do professor, basta verificar a

deficiência e empreender esforços para sanar a necessidade de formação.

Como consequência desse processo a autora aponta,

[...] o afastamento dos professores de sua categoria, de sua organização e luta antes pertencentes a uma categoria profissional, possuidores de uma qualificação pela qual lhes eram atribuídas determinadas tarefas e funções no desempenho do trabalho, [...] agora os professores se defrontam com uma nova realidade: a de disputar individualmente pela formação. (FREITAS,2002, p.154)

Mediante o relato de Freitas, os professores devem ir à busca da

formação adequada de forma individual, visto que o estado não fortalece a

política coletiva de formação profissional como direito do trabalhador e dever

do estado.

Os critérios de seleção dos estudantes/professores partem do Plano

Estratégico do Fórum Estadual Permanente de Apoio à Formação Docente de

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cada Estado como está designado no Decreto nº 6.755 de 01/2009, o qual

determina:

Art. 4o A Política Nacional de Formação de Profissionais do

Magistério da Educação Básica cumprirá seus objetivos por meio da criação dos Fóruns Estaduais Permanentes de Apoio à Formação Docente, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e por meio de ações e programas específicos do Ministério da Educação. § 1º O regime de colaboração será concretizado por meio de planos estratégicos formulados pelos Fóruns Estaduais Permanentes de Apoio à Formação Docente, a serem instituídos em cada Estado e no Distrito Federal, e neles terão assento garantido: I - o Secretário de Educação do Estado ou do Distrito Federal e mais um membro indicado pelo Governo do Estado ou do Distrito Federal; II - um representante do Ministério da Educação; III - dois representantes dos Secretários Municipais de Educação indicados pela respectiva seção regional da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação - UNDIME; IV - o dirigente máximo de cada instituição pública de educação superior com sede no Estado ou no Distrito Federal, ou seu representante; V - um representante dos profissionais do magistério indicado pela seccional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação - CNTE; VI - um representante do Conselho Estadual de Educação; VII - um representante da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação - UNCME; e VIII - um representante do Fórum das Licenciaturas das Instituições de Educação Superior Públicas, quando houver. § 2º A participação nos Fóruns dar-se-á por adesão dos órgãos, instituições ou entidades referidos no § 1º. § 3

o A falta da adesão a que refere o § 2

o não impede o

funcionamento dos fóruns. § 4º Poderão integrar os fóruns representantes de outros órgãos, instituições ou entidades locais que solicitarem formalmente sua adesão. § 5º Os Fóruns serão presididos pelos Secretários de Educação dos Estados ou do Distrito Federal, cabendo ao plenário dos colegiados indicar substitutos, no caso de ausência ou na falta de adesão de ente da federação. § 6

o O Fórum acompanhará a execução do plano estratégico e

promoverá sua revisão periódica. § 7

o O Fórum deverá elaborar suas normas internas de

funcionamento, conforme diretrizes nacionais a serem fixados pelo Ministério da Educação, e reunir-se-á, no mínimo semestralmente, em sessões ordinárias, e sempre que necessário, em sessões extraordinárias, mediante convocação do presidente. ( BRASIL, 2009)

Cada um dos representantes das Instituições terá a responsabilidade

de formular e acompanhar a elaboração do planejamento estratégico que

necessariamente deve conter o diagnóstico e identificação das necessidades

de formação dos profissionais da educação, os quais definirão as ações de

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atendimento das necessidades de formação inicial e continuada de cada

município através do que apresenta no relatório do PAR e dos entes

representados, cada um com sua participação efetiva, demonstrando

responsabilidade, seriedade e transparência. O fórum possui um poderio de

controle social, sendo que, possibilita a participação da sociedade, desde a

formulação até a verificação das ações propostas, avaliando seus objetivos.

O apoio técnico para a concretude das ações do Fórum será mediante

a Resolução CD/FNDE nº 13, de 20 de maio de 2010, que estabelece as

orientações e diretrizes para concessão e pagamento de bolsas de estudo e de

pesquisa a docentes dos cursos especiais presenciais de primeira e segunda

licenciatura e de formação pedagógica do PARFOR, ministrados pelas IES, sob

coordenação da CAPES, a serem pagas pelo FNDE.

Na resolução também são estabelecidas as competências e

responsabilidades dos participantes do plano, tais como Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Secretarias de

Educação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; Fundo Nacional

de Desenvolvimento da Educação (FNDE); Instituições de Educação Superior

(IES); e União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME),

questões como fiscalização e acompanhamento das condições instituídas na

resolução; obrigações dos bolsistas; e casos em há suspensão dos

pagamentos e reversão dos valores, também são tratados na mesma

Resolução.

Neste cenário, a nova configuração que se concebe para a formação

de professores tem como dependência reguladora da formação a CAPES, que

passa a consolidar a parceria e o reforço às instituições privadas de ensino.

Sendo conhecida em 2007, quando o Congresso Nacional aprova por

unanimidade a Lei n° 11.502/07 e que cria a Nova CAPES, que além de

coordenar o alto padrão do Sistema Nacional de Pós-Graduação brasileiro,

passa a induzir e fomentar a formação inicial e continuada de professores da

educação básica.

Dessa maneira, ficando assim distribuído o rol de atribuições dos entes

envolvidos: o papel do estado é gerenciar o plano como um todo; o papel das

Universidades é dispor seu quadro docente; o papel dos municípios é dispor os

professores da rede de ensino da Educação Básica, para participarem do

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PARFOR com a carência da licenciatura e finalizando, a CAPES que fica

responsável pela questão financeira que envolve todo o plano, sendo o

pagamento em forma de bolsa.

Participam do PARFOR 141 instituições de educação superior, de 25

estados, que oferecem cursos de licenciatura presenciais e a distância – estes,

pela Universidade Aberta do Brasil – UAB, criada pelo Decreto nº 5.800/06 que

institucionaliza os programas de formação de professores na modalidade a

distância como política pública de formação, objetivando-se expandir e

interiorizar oferta de cursos de licenciatura e superior público, com ênfase não

somente à formação de professores da Educação Básica, como também

cursos de capacitação de dirigentes, gestores e demais trabalhadores deste

nível educacional.

Os dados revelam que no período de 2009 à 2012 foi ofertado pelo

PARFOR através da Plataforma Freire, vagas nos cursos de 1ª e 2ª

licenciatura. De acordo com dados da CAPES nos anos de 1999 à 2012 foram

matriculados nos cursos presenciais 62.198 professores da Educação Básica

de primeira e segunda licenciaturas, do total alguns já concluíram (segunda

licenciatura) outros foram desvinculados, conforme mostra a tabela que se

segue:

Tabela 1: Distribuição de matrículas no âmbito nacional do PARFOR

DISTRIBUIÇÃO DAS MATRÍCULAS CURSOS PRESENCIAIS POR ANO DE OFERTA

2009-2012

Ano da

oferta

Total de

matriculados Cursando Desvinculados Falecidos Trancados Formados

2009 9.762 6.875 2.330 5 4 548

2010 24.007 21.392 2.461 7 50 97

2011 12.007 10.751 1.132 3 95 26

2012 16.422 15.858 521 0 43 0

TOTAIS 62.198 54.876 6.444 15 192 671

Fonte: CAPES

Ressalta-se também, de acordo com dados do INEP em 2012, havia

mais de 2 milhões de professores atuando na Educação Básica no Brasil.

Dentre vários aspectos levantados no Censo Escolar, destaca-se o nível de

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formação do docente. Dados do Educacenso 2012 revelam um avanço

significativo, a partir do cruzamento de dados feito pelo INEP entre o Censo da

Educação Básica com o Censo da Educação Superior, foi possível diagnosticar

expressivamente mais de 400 mil profissionais que atuam no magistério da

Educação Básica no Brasil, também são alunos da Educação Superior,

mostrando que está em curso um processo de melhoria da qualificação dos

professores em exercício na Educação Básica. Conforme tabela que apresenta

o númerode docentes atuando na educação Básica e proporção por grau de

formação - Brasil - 2007 – 2012:

Tabela 2: Número de Docentes atuando na Educação Básica e Proporção por Grau de Formação - Brasil:2007 a 2012

ANO

NUMERO

DE DOCENTES

Proporção de docentes por grau de formação

Ensino Fundamental Ensino Médio

Incompleto Completo Total Normal/ Superior

Sem Normal/ Superior

Educação Superior

2007 1.880.910 0,2 0,6 30,8 25,3 5,5 68,4

2008 2.003.700 0,2 0,5 32,5 25,7 6,7 66,8

2009 1.991.606 0,2 0,5 31,6 24,5 7,1 67,8

2010 2.023.748 0,2 0,4 30,5 22,5 8,1 68,8

2011 2.069.251 0,2 0,4 25,4 19,0 6,5 74,0

2012 2.095.013 0,1 0,3 21,5 16,0 5,5 78,1

Fonte: MEC/Inep/Deed. Nota: O docente foi computado apenas uma vez, mesmo atuando em mais de uma etapa/modalidade.

A tabela apresenta o quantitativo de 63,6 % dos professores da

Educação Infantil não tendo a formação em nível superior, enquanto que 36,4%

possuem. Em se tratando do Ensino Fundamental a realidade observada

começa a crescer, pois 755 têm formação superior e 25%, carecem da

formação adequada para a área. Observando ano a ano a tabela podemos

observar que estamos avançando na qualidade da formação superior no Brasil,

o que se dá mediante aos Programas e ao próprio esforço do professor em

estar cada vez mais preparado para o ofício da docência. Todavia, Freitas 2007

revela que a educação é pensada como uma política compensatória, que prima

por suprir a ausência de cursos regulares para os municípios mais afastados,

acrescenta ainda que há um número muito relevante de abandono, e

resultados negativos no processo avaliativo.

Page 10: Concepção e implementação do plano nacional de formação de professores da educação básica  parfor no estado do maranhão

Nesse sentido, Freitas (2002, p.14) complementa que:

O processo de expansão tanto na modalidade presencial quanto a distancia deve ser repensado no que concerne a formação de professores, pois o grande número de professores não têm licenciatura [...] ocasionando uma cultura de formação não emancipatória.

Pelo exposto, vamos detalhar nos próximos tópicos como se dá o

processo do PARFOR, de modo especial à modalidade presencial,

especificamente no estado do Maranhão.

IMPLEMENTAÇÃODO PARFOR NO ESTADO DO MARANHÃO

Diante do cenário atual o estado do Maranhão, através de ações para

reverter o quadro que demonstra as funções docentes exercidas por

professores, em maioria, sem a formação inicial adequada, verifica-se a

carência da graduação como formação inicial para a prática da docência.

Dessa forma, este é um dos entraves educacionais emergentes na atualidade,

sendo necessário, planejar e materializar o planejamento da formação inicial e

continuada dos professores de todo o Estado.

O governo Federal propôs aos governos da rede Estadual e Municipal a

adesão ao PARFOR. Assim, observou-se a importância para sanar a

deficiência do Estado do Maranhão no que tange ao princípio legal da Lei

9.394/96, aconteça na formação inicial ou continuada.

Para alocar esses professores que foram selecionados a partir da

demanda apresentada pelas secretarias no Fórum Permanente de Apoio à

Formação Docente do Estado do Maranhão e a liberação das vagas pelo MEC.

foram realizados as chamadas (convocações) para a demanda via Plataforma

Freire.

Assumindo a responsabilidade de contribuir com a formação dos

professores três Instituições de grande e notável credibilidade no Estado

aderiram ao PARFOR, as quais apresentaremos uma breve sinopse.

Page 11: Concepção e implementação do plano nacional de formação de professores da educação básica  parfor no estado do maranhão

O PARFOR no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do

Maranhão – IFMA

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão-

IFMA resultante da integração dos modelos institucionais chamados de Escola

Agrotécnica e de Centro Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do

Maranhão, atua na formação de professores, desde final da década de 1980,

quando era vigente do antigo modelo CEFET-MA, inicialmente ofertava cursos

apenas para as áreas profissionais e, posteriormente, ofereceu nas áreas das

Ciências da Natureza e da Matemática, o que lhe conferiu credibilidade para

formar professores no âmbito do PARFOR.

No dia 28 de maio de 2009, foi assinado o termo de adesão ao

PARFOR pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do

Maranhão-IFMA, desde então, vem colaborando com a melhoria da educação

do estado abrindo as ofertas de Cursos na modalidade presencial de 1ª

Licenciatura, com o objetivo de formar e qualificar os professores das redes

municipal e estadual não somente na Capital do Maranhão, como também nos

diversos campi maranhenses.

Os projetos curriculares dos Cursos de Licenciaturas do PARFOR, do

IFMA, têm como base, os projetos das licenciaturas desta instituição, ofertados

na modalidade semestral, considerando, contudo, a especificidade de aspectos

que caracterizam os cursos da natureza deste programa.

Dessa forma, o IFMA, iniciou, no primeiro semestre de 2010, os Cursos

de Licenciatura em Artes Visuais, no Campus São Luís/Centro Histórico; de

Licenciatura em Química, nos Campi de Codó e Zé Doca; Licenciatura em

Matemática, no Campus de Zé Doca; Licenciatura em Física, no Campus de

Santa Inês e Licenciatura em Biologia, no Campus de Buriticupu. No segundo

semestre deste ano, passou a ofertar também os cursos de Licenciatura em

Biologia e Matemática, no Campus São Luís-Monte Castelo e o de Licenciatura

em Física, em Imperatriz.

No ano de 2011, ampliou sua oferta com a formação, no primeiro

semestre, das segundas turmas de Licenciaturas em Artes Visuais, no Campus

São Luís/Centro Histórico, de Física, no Campus de Santa Inês, de Biologia

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em Buriticupu e de Matemática, no Campus de Zé Doca. No semestre

seguinte, novas turmas irão se iniciar, como parte do compromisso institucional

de atender às demandas de formação de docentes para as áreas científicas,

nos diversos municípios do Estado.

Com uma projeção de oferta de, aproximadamente, mais 40 turmas de

cursos de licenciaturas, nos diferentes campi, com entradas nos anos de 2012,

2013 e 2014, o IFMA pretende, até o ano de 2018, habilitar um número bem

significativo de docentes, o que se constitui condição imprescindível para a

melhoria dos indicadores da qualidade da educação do estado do Maranhão.

O PARFOR na Universidade Estadual do Maranhão – UEMA

Universidade Estadual do Maranhão – UEMA originou-se da Federação

das Escolas Superiores do Maranhão – FESM, criada pela Lei Estadual 3.260,

de 22 de agosto de 1972, para coordenar e integrar os estabelecimentos

isolados do sistema educacional superior do Maranhão.

Inicialmente constituída das unidades de Ensino Superior – Escola de

Administração, Escola de Engenharia, Escola de Agronomia e Faculdade de

Educação de Caxias, foi incorporada também a Escola de Medicina Veterinária

em 1975 e a Faculdade de Educação de Imperatriz em 1979, somente em

1981 através da Lei n° 4.400, de 30 de dezembro de 1981, passou a ser

legalmente a Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, posteriormente

teve seu funcionamento autorizado pela Resolução n° 047/87 do Conselho

Estadual de Educação, pelo Decreto Federal n° 94.143, de 25 de março de

1987 e foi reorganizado pelas Leis n° 6.663/96 e 7.076/98, tendo aprovado seu

Estatuto pelo Decreto Estadual n° 15.581/97.

Projetos de interiorização são a tônica da Instituição, neste contexto

criou-se em 2009 o Programa denominado pela Universidade Estadual do

Maranhão – UEMA fruto da adesão ao PARFOR de Programa Darcy Ribeiro

em homenagem ao antropólogo, escritor, político e um dos intelectuais mais

importantes do nosso país e forte defensor da escola pública.

O Programa foi implantado em 2009, para a ampliação do ensino

superior no interior do estado, participa do processo de desenvolvimento do

Maranhão, mediante a implantação de cursos de licenciatura, priorizando as

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áreas de natureza, matemática e suas tecnologias visa atender às demandas

municipais e anseios dos egressos do nível médio por uma formação de nível

superior com oportunidades reais de emprego e renda. Além de alunos da

comunidade, o Darcy Ribeiro ainda atende a professores oriundos da

Plataforma Freire, uma iniciativa do Governo Federal, por meio do PARFOR,

que visa graduar professores da rede pública que não possuem a formação

adequada para exercer a função.

Para a implantação do Programa foram firmadas parcerias entre a

Universidade Estadual do Maranhão e as prefeituras. De acordo com o

convênio a UEMA responde pela coordenação geral do programa, além do

planejamento de ações estratégicas, assistência técnica e aquisição dos

laboratórios multidisciplinares instalados nos polos. As prefeituras se

responsabilizaram pela cessão do prédio onde as aulas serão ministradas.

Funciona ativamente em 43 Pólos, nas áreas de Ciências da Natureza,

Matemática e suas tecnologias, além dos cursos de Letras e História. Todos os

cursos são presenciais e terão duração de três anos e meio.

Em parceria com a CAPES foram matriculados de 2010 a 2012 na

modalidade presencial 967 professores da educação básica através do

PARFOR, distribuído nos Pólos de Amarante do Maranhão, Barra do Corda,

Coelho Neto, Cururupu, Icatu, Mirinzal, Rosário, Cidelândia, São bento, São

Mateus e Viana. Ofertando os cursos de Matemática, letras, história e física.

O PARFOR na Universidade Federal do Maranhão - UFMA

A Universidade Federal do Maranhão – UFMA originou-se na antiga

Faculdade de Filosofia da Capital São Luís, fundada em 1953, a partir da

iniciativa da Academia Maranhense de Letras, juntamente com os esforços da

Arquidiocese da Capital, assim como da fundação que foi inicialmente sua

mantenedora e que se desligou através da Lei Estadual nº 1 976 de

31/12/1959, a Fundação Paulo Ramos. Posteriormente passou a integrar a

Sociedade Maranhense de Cultura Superior – SOMACS, com a finalidade de

desenvolver e promover a cultura no estado, sob o objetivo maior de criar uma

Universidade Católica.

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Através do Decreto nº 50 833 de 22/06/1961, teve seu reconhecimento

como Universidade livre pela União que denominou de Universidade do

Maranhão, reunindo a Faculdade de Filosofia, a Escola de Enfermagem 'São

Francisco de Assis', a Escola de Serviço Social e a Faculdade de Ciências

Médicas.

Assim se pendurou até o Arcebispo de São Luís e Chanceler da

Universidade, incentivado pelo Ministério da Educação e Cultura, propor ao

Governo Federal a criação de uma fundação oficial para manter a

Universidade, agregando-se a ela a Faculdade de Direito e a Escola de

Farmácia e Odontologia em 1945, as quais eram instituições isoladas federais,

e a Faculdade de Ciências Econômicas em 1965 que era uma instituição

isolada particular. Assim, Após todo o percurso de luta regulamenta o Governo

Federal nos termos da Lei nº 5 152 de 21/10/1966.

No final da década de 70 surgiram os primeiros campi da UFMA em

Imperatriz, Codó, Bacabal e Pinheiro, sendo ofertados os primeiros cursos

regulares de graduação em 1978 e 1979, no Campus de Imperatriz. O

processo de interiorização da Universidade Federal do Maranhão – UFMA,

surge com a implantação das unidades do Centro Rural Universitário de

Treinamentos e Ação Comunitária - CRUTAC em 1971. No curto período de

1972 a 1973 houve um olhar especial para a interiorização da instituição,

cumprindo uma das mais importantes funções sociais da Universidade

irmanado a tudo isso foi introduzido o planejamento nas ações da UFMA,

sendo incorporado posteriormente de caráter formal à estrutura institucional.

Mais recentemente, a Universidade ampliou os programas de

interiorização, investindo em projetos de reestruturação de todos os seus atuais

oito campi. A UFMA atua em 12 municípios com programas como o PROEB –

Programa Especial de Formação de Professores para a Educação Básica,

Educação do Campo, Pedagogia da Terra e o protagonista PARFOR – Plano

Nacional de Formação de Professores que foi denominado pela UFMA como

Programa de Formação de Professores para a Educação Básica do Plano de

Ações Articuladas – PROFEBPAR.

Através do PARFOR a UFMA com o se insere no compromisso pela

melhoria da qualidade do ensino na Educação Básica instituído pelo Governo

Federal, por meio do MEC, em parceria e conveniada com a Secretaria de

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Educação do Estado do Maranhão – SEDUC apresenta um perfil em tudo

semelhante às suas congêneres do Nordeste. Nascida, como outras, da junção

de várias faculdades anteriormente existentes, foi testemunha participativa da

história recente do país.

Atualmente, segundos dados fornecidos pela coordenação Geral do

PROFEBPAR, são atendidos 18 municípios maranhenses com o Programa

com os cursos de licenciatura de primeira e segunda licenciatura: Buriti Bravo,

Bom Jesus das Selvas, Caxias, Codó, Coroatá, Grajaú, Humberto de Campos,

Imperatriz, Lago da Pedra, Magalhães de Almeida, Nina Rodrigues, Pindaré-

Mirim, Poção de Pedras. Os cursos ofertados são de primeira Licenciatura em

Pedagogia e segunda licenciatura em Ciências Sociais, Ed.Física, Geografia,

História, Letras/ Português, Letras/Inglês, Letras/Espanhol, matemática,

Sociologia e Física. Ao todo a Instituição atende através do Programa com 10

cursos.

O curso de Pedagogia pode ser ofertado apenas como primeira

licenciatura, tendo em vista a carga horária, porém, foi oferecido através do

PROFBPAR/UFMA, uma turma de segunda licenciatura com a previsão de

término em 2013, constituiu em única turma efetivada em 2009, vistos

problemas conceituais e operacionais em fornecer uma formação dessa

natureza, inclusive desaconselhada pelo MEC/CAPES, ANFOP, ante a

situação o Curso é ofertado apenas como Primeira Licenciatura.

Tabela 3 - Distribuição das ofertas e matriculados nos cursos presenciais do PROFEBPAR/UFMA

DISTRIBUIÇÃO DAS MATRÍCULAS CURSOS PRESENCIAIS POR ANO DE OFERTA 2009-

2012

Ano da oferta Vagas ofertadas Matriculados

2009 1.477 301

2010 9.761 1.630

2011 1.700 611

2012 3.300 253

TOTAIS 12.238 2.797

Fonte: Elaboração própria com dados fornecidos pela coordenação geral do PARFOR da UFMA.

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Os dados mostram uma realidade bem diferente, pois conforme o total

de vagas ofertadas apenas é preenchido 23%, os fatores que levam ao não

preenchimento das demandas solicitadas pelas Secretarias e as demandadas

através da Plataforma Freire, podem ser expressos por vários motivos que vão

desde ao não preenchimento correto no Portal da Plataforma Freire até ao

desinteresse dos professores de Cursarem na modalidade presencial proposta.

No que concerne a grande disparidade entre demanda ofertada e vagas

preenchidas, Rodriguez (2003, p.49), faz uma crítica aos Programas de

formação, segundo o autor a formação dos professores,

[...] se vê agravado com os chamados programas de formação a distância, semipresencial ou de ‘final de semana’, que muitas prefeituras vêm desenvolvendo em parceria com instituições de educação superior públicas e privadas, visando habilitar os professores em serviço que não têm cursos universitários [...]. Este complexo quadro no qual o professor é o foco das atenções e dos debates, longe de estar beneficiando a sua profissionalização, está comprometendo o seu futuro profissional.

Neste contexto, o escopo central da formação não representa somente

um benefício profissionalizante, mas sim como se dá o processo de formação.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

A finalidade maior deste trabalho buscou em seu conhecer o PARFOR e

investigar desde a concepção e implementação no estado do Maranhão

através do IFMA, da UFMA e UEMA. Através dos estudos dos documentos

legais e da atual situação em que se encontra o PARFOR no estado do

Maranhão é possível pontuar algumas questões para que se reflita sobre o

processo de formação de professores ofertado, pois considera-se que o

professor é um agente ativo no processo de construção de sua aprendizagem e

é interessante que este atue como representante de sua formação com

qualidade.

Há uma disparidade entre a distribuição de oferta demandada pelo PARFOR

por meio do Portal da Plataforma Freire e a demanda feita a partir do “espelho

da formação dos professores dos municípios”, que é de responsabilidade

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município, carece uma averiguação dos dados que realmente dê quantitativos

reais de demandas.

No Estado do Maranhão existem mais de 97mil professores atuando nas

escolas públicas sem um curso de graduação, o que disperta uma reflexão

sobre como está sendo o acesso dos professores às informações e como as

secretarias de educação estão dando o enfoque para a qualificação do

professor.

É evidente que há um problema de base no que diz respeito à

formação de professores pelo PARFOR e que esse problema se identifica na

relação entre a oferta de vagas pelas IES e o ingresso e permanência dos

professores nos cursos.

Em suma, encontrou-se alguns indicadores de que o PARFOR

instituído como instrumento de política pública de caráter emergencial e

estratégico para a qualificação de professores não parece estar fortalecendo

expressivamente as bases e ações da educação revertido para aferrar o

desafio da educação para todos, dando condições a garantia de educação de

qualidade e redução das desigualdades presentes na educação escolar.

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