conceitos e classificações de auditoria

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Instituto Serzedello Corrêa Aula 1 Introdução à auditoria Tópico 2 Conceitos e classificações de auditoria Abril, 2012 Auditoria Governamental Módulo 1: Fundamentos de Auditoria

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Mas, afinal, o que é auditoria?Controle, fiscalização e auditoria: há diferença?Como classificar uma auditoria?Você observou que o termo auditoria foi conceituado no iníciodo tópico 1. Este conceito é composto por várias partes, e será melhorexplorado neste tópico.Além disso, veremos que, apesar de as palavras controle,fiscalização e auditoria serem comumente empregadas como sinônimas,há particularidades para cada um desses termos.Também estudaremos algumas classificações de auditoria.

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  • Instituto Serzedello Corra

    Aula 1Introduo auditoriaTpico 2 Conceitos e classificaes de auditoria

    Abril, 2012

    Auditoria GovernamentalMdulo 1: Fundamentos de Auditoria

  • RESPONSABILIDADE PELO CONTEDOTribunal de Contas da UnioSecretaria Geral da PresidnciaInstituto Serzedello Corra

    2 Diretoria de Desenvolvimento de Competncias Servio de Educao a DistnciaSUPERVISOPedro KoshinoCONTEUDISTAAntonio Alves de Carvalho Neto TRATAMENTO PEDAGGICOAna Carolina Dytz Fagundes de Moraes

    Salvatore PalumboRESPONSABILIDADE EDITORIALTribunal de Contas da UnioSecretaria Geral da PresidnciaInstituto Serzedello Corra

    Centro de DocumentaoEditora do TCUDIAGRAMAOHerson Freitas

    Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Ministro Ruben Rosa

    Copyright 2012, Tribunal de Contas de Unio

    Permite-se a reproduo desta publicao, em parte ou no todo, sem alterao do contedo, desde que citada a fonte e sem fins comerciais.

  • [ 4 ] Auditoria Governamental

    TPICO 2 Conceitos e classificaes de auditoria

    Mas, afinal, o que auditoria?Controle, fiscalizao e auditoria: h diferena?Como classificar uma auditoria?

    Voc observou que o termo auditoria foi conceituado no incio do tpico 1. Este conceito composto por vrias partes, e ser melhor explorado neste tpico.

    Alm disso, veremos que, apesar de as palavras controle, fiscalizao e auditoria serem comumente empregadas como sinnimas, h particularidades para cada um desses termos.

    Tambm estudaremos algumas classificaes de auditoria.

    A fim de facilitar o estudo, este tpico est organizado da seguinte forma:

    Ao final dos estudos deste tpico, esperamos que voc tenha condies de:

    conceituar auditoria;distinguir as vertentes da auditoria governamental;conceituar auditoria de regularidade e auditoria operacional;classificar uma auditoria, dado seu objetivo, objeto e finalidade

    segundo tipologia do TCU e da CGU.

    TPICO 2 Conceitos e classificaes de auditoria 41. O conceito lato sensu de auditoria 52. Controle, fiscalizao e auditoria: h diferenas? 621 Controle na Administrao Pblica 6

    2.2 Controle, fiscalizao e auditoria no setor pblico 83. Classificao das auditorias 931 Classificao das auditorias na Constituio Federal 9

    3.2 Vertentes da auditoria da gesto pblica 93.3 Classificao baseada no objeto de auditoria 113.4 Classificao baseada na vinculao 113.5 Classificaes adotadas pela Controladoria-Geral da Unio 123.6 Classificaes adotadas pelo Tribunal de Contas da Unio 14

    Sntese 17

  • [ 5 ]Mdulo 1 Aula 1 - Tpico 2: Conceitos e classificaes de auditoria

    1. O conceito lato sensu de auditoria

    No incio do tpico 1, vimos que a auditoria, em termos amplos, conceituada como:

    Auditoria

    O exame independente e objetivo de uma situao ou condio, em confronto com um critrio ou padro preestabelecido, para que se possa opinar ou comentar a respeito para um destinatrio predeterminado.

    Vamos agora explorar esse conceito, composto das seguintes definies:

    Exame independente e objetivo

    A auditoria deve ser realizada por pessoas com independncia em relao ao seu objeto, de modo a assegurar imparcialidade no julgamento. O exame objetivo significa que os fatos devem ser avaliados com a mente livre de vieses, de modo a conduzir a julgamentos imparciais, precisos e a preservar a confiana no trabalho do auditor.

    Situao ou condio

    a condio ou o estado do objeto de auditoria encontrado pelo auditor. Comumente denominada situao encontrada, representa o que est ocorrendo, o fato concreto.

    Critrio ou padro preestabelecido

    Configura a situao ideal, o grau ou nvel de excelncia, de desempenho, qualidade e demais expectativas preestabelecidas em relao ao objeto da auditoria; o que deveria ser ou o que deveria estar ocorrendo.

    Opinio ou comentrio

    Refere-se comunicao dos resultados da auditoria, seu produto final. Expressa a extenso na qual o critrio ou padro preestabelecido foi ou est sendo atendido.

    Destinatrio predeterminado

    o cliente da auditoria. aquele que, na grande maioria das vezes, estabelece o objetivo da auditoria e determina os seus critrios ou padres.

    O conceito de auditoria envolve significado maior do

    que o seu enunciado

    pode, em princpio,

    sozinho explicitar.

    necessrio explorar

    suas partes para obter

    um entendimento

    completo do seu todo.

  • [ 6 ] Auditoria Governamental

    2. Controle, fiscalizao e auditoria: h diferenas?

    comum vermos o uso dos termos controle, fiscalizao e auditoria como se fossem sinnimos. Isso dificulta o entendimento dos conceitos relacionados a essas reas, em particular, a de auditoria governamental, com prejuzo para o aprendizado e para a consolidao de uma terminologia mais precisa, comum a todas as entidades do controle pblico.

    Vamos diferenciar tecnicamente esses vocbulos, com base na Constituio Federal de 1988 (CF/88).

    2.1 Controle na Administrao Pblica

    A administrao pblica est vinculada ao cumprimento da lei e ao atendimento do interesse pblico, objetivos maiores do Estado de Direito.

    Para que isso acontea, necessrio que o Estado estabelea mecanismos para impor e verificar o seu cumprimento.

    A est o que se chama de controle da administrao pblica, o controle que o sistema poltico-administrativo exerce sobre si mesmo.

    Mileski (2003) destaca que as democracias modernas dispem de vrios mecanismos de controle, constitudos de instncias relativamente autnomas, com poderes de reviso sobre a atuao de instituies. Ainda segundo o mesmo autor (Ibid):

    Em gnero, so muitos os critrios existentes para serem classificadas as modalidades de controle. No entanto, independentemente da forma, existem alguns elementos que constam sempre como referncia no meio doutrinrio. O controle pode ser interno ou externo. Quanto ao rgo que o executa, pode ser administrativo, legislativo ou judicirio, e se efetua de forma prvia, concomitante e a posteriori, envolvendo aspectos de legalidade e de mrito.

    Di Pietro (1998) define o controle da administrao pblica como o poder de fiscalizao e correo que sobre ela exercem os rgos dos poderes Judicirio, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuao com os princpios que so impostos pelo ordenamento jurdico.

    Para Meirelles (2003), o controle, na administrao pblica, a faculdade de vigilncia, orientao e correo que um poder, rgo ou autoridade exerce sobre a conduta funcional de outro.

    A administrao pblica

    o conjunto de meios insti-

    tucionais (rgos e pessoas

    jurdicas), patrimoniais,

    financeiros e humanos

    (agentes pblicos), orga-

    nizados e necessrios para

    executar as decises polti-

    cas, isto , para a consecu-

    o concreta dos objetivos

    de governo.

    Ateno!

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  • [ 7 ]Mdulo 1 Aula 1 - Tpico 2: Conceitos e classificaes de auditoria

    Para saber mais...

    A ideia do controle social

    no nova. A Declarao

    dos Direitos do Homem e

    do Cidado, de 1789, em

    seu art. 15, j o destacava:

    A sociedade tem o direi-

    to de pedir contas a todo

    agente pblico sobre sua

    administrao.

    Observe que, pela amplitude do conceito, as disposies sobre o controle da administrao pblica esto espalhadas por todo o texto constitucional.

    O controle da administrao pblica deve ser exercido por todos os poderes, em todos os nveis e em todos os rgos.

    Tipos de controle da administrao pblica:

    Controle administrativo

    o chamado poder de autotutela da administrao pblica. um controle de legalidade e de mrito, exercido pelos rgos de administrao de todos os poderes sobre suas prprias atividades, com vistas a mant-las dentro da lei, segundo exigncias tcnicas e econmicas para atender s necessidades dos servios.

    Controle legislativo

    Exercido pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional, assembleias legislativas e cmaras de vereadores) sobre a administrao pblica nos aspectos polticos e tcnicos, limitando-se s hipteses constitucionalmente previstas, j que resulta na interferncia de um poder em outro.

    Controle judicial

    essencialmente um controle de legalidade efetuado pelo Poder Judicirio sobre os poderes e rgos da administrao pblica. Ocorre sempre a posteriori. A lei, como principal forma de indicao do interesse pblico, tomada aqui no seu sentido genrico, abrangendo toda a forma de regramento, seja constitucional, legal ou regulamentar.

    Controle social

    a participao da sociedade no acompanhamento e verificao das aes da gesto pblica. Decorre de princpios de governana e accountability e viabilizado, sobretudo, pela transparncia. Os agentes de rgos, entidades, programas e fundos pblicos devem contribuir para aumentar a confiana sobre a forma como so geridos os recursos colocados sua disposio, reduzindo a incerteza dos membros da sociedade sobre o que acontece no interior da administrao pblica.

    Temos, ento, que o controle um instrumento da democracia.

    O controle da administrao pblica uma prerrogativa, uma funo prpria dos Estados de Direito, cuja finalidade assegurar que a estrutura formal criada para concretizar os objetivos de governo, no interesse do bem pblico, atue de acordo com o conjunto de normas e princpios que compem o ordenamento jurdico. um poder-dever dos rgos a que a lei atribui essa funo.

    Ateno!

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    RoseRealceLegitimidade

  • [ 8 ] Auditoria Governamental

    2.2 Controle, fiscalizao e auditoria no setor pblico

    Em diversas normas do nosso ordenamento jurdico encontramos a combinao das palavras controle e fiscalizao. No entanto, se significassem a mesma coisa, isso no faria sentido.

    De fato, controle e fiscalizao representam facetas distintas do controle da administrao pblica, embora vinculadas. O controle um conceito lato, gnero; a fiscalizao um conceito estrito, uma espcie do controle.

    A atividade de fiscalizao uma faceta significativa do poder de polcia do Estado.

    Segundo Fernandes (1999), A ao de fiscalizar, bem como o prprio poder de polcia, tem em sua essncia a necessidade de conter o interesse do particular em confronto com o interesse da coletividade, e materializa-se com o ato concreto de conformar o comportamento do particular em face das exigncias legais e regulamentares preexistentes.

    A Constituio atribuiu a funo de poder-dever de controle dos recursos pblicos a determinados rgos, prescrevendo a fiscalizao como o instrumento para efetiv-lo:

    Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio [...] ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder (grifo nosso).

    A fiscalizao no nvel interno de cada Poder realizada por rgos de suas prprias estruturas, os denominados rgos ou unidades de controle interno.

    A fiscalizao externa exercida pelo Poder Legislativo, com o auxlio do Tribunal de Contas.

    E a auditoria?

    Mais adiante, no inciso IV do art. 71, a Constituio menciona as inspees e auditorias que se somam a outras formas de fiscalizao contidas nos demais incisos:

    IV. realizar [...] inspees e auditorias de natureza contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes [...], e demais entidades referidas no inciso II.

    A fiscalizao um

    instrumento para

    efetivar o controle.

    S fiscaliza quem

    tem poder-dever de

    controle.

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  • [ 9 ]Mdulo 1 Aula 1 - Tpico 2: Conceitos e classificaes de auditoria

    Auditorias e inspees so formas de fiscalizao com o fim de dar efetividade ao controle da administrao pblica, no que tange a gesto dos recursos pblicos.

    Temos ento, que:

    3. Classificao das auditorias

    3.1 Classificao das auditorias na Constituio Federal

    O texto constitucional no art. 71, inciso IV, elenca cinco tipos de auditoria:

    contbil;financeira;oramentria;operacional; epatrimonial.

    No caput do artigo 70, esto especificados os grandes critrios com que essas auditorias sero realizadas:

    legalidade: observncia de leis e regulamentos aplicveis;legitimidade: adequao ao interesse pblico; eeconomicidade: minimizao do custo dos recursos na

    realizao de uma atividade sem comprometimento dos padres de qualidade.

    3.2 Vertentes da auditoria da gesto pblica

    A auditoria de gesto pblica classifica-se nas duas vertentes contidas na expresso que traduz a misso dos rgos de controle interno e externo: zelar pela boa e regular aplicao dos recursos pblicos.

    Controle

    Poder de fiscalizao que os rgos do Poder Judicirio, Legislativo e Executivo exercem sobre a administrao pblica.

    Poder-dever dos rgos a que a lei atribui esta funo.

    Fiscalizao

    Parte do poder de polcia do Estado atribuda a um rgo ou agente pblico para exerccio de um controle.

    Um dos meios de realizar o controle e dar-lhe eficcia.

    Auditoria

    Conjunto de mtodos, procedimentos e tcnicas utilizados para realizar fiscalizaes.

    Uma das formas, no exclusiva, de se realizar a fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial.

    A auditoria uma das formas, no

    exclusiva, de se

    realizar a fiscalizao

    contbil, financeira,

    oramentria,

    operacional e

    patrimonial.

    Leitura complementar:

    Leia a INTRODUO e

    os PRECEITOS BSICOS

    DO CONTROLE EXTERNO

    das Normas de

    Auditoria do TCU (BTCU

    Especial 29/2010, p. 9

    e p. 20 a 25.

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  • [ 10 ] Auditoria Governamental

    Essa classificao converge com a adotada pela Intosai: The full scope of government auditing includes regularity and performance audit (ISSAI 100). A performance audit e a regularity audit constituem duas partes de um mesmo todo, cujo objetivo garantir a accountability do setor pblico em duas diferentes perspectivas:

  • [ 11 ]Mdulo 1 Aula 1 - Tpico 2: Conceitos e classificaes de auditoria

    A diversidade de objetos, a multiplicidade de objetivos e a abrangncia do campo de atuao, configuram a auditoria governamental como um vasto campo de estudos e prticas, cuja abordagem exige sua decomposio em diversas classificaes.

    Dentro das duas vertentes maiores da auditoria de gesto pblica (operacional e conformidade), diversas outras classificaes so adotadas para melhor caracterizar os trabalhos de auditoria, tais como as baseadas na vinculao da entidade de auditoria, no tipo de objeto auditado, na forma de execuo e at outras classificaes prprias so adotadas em funo de disposies regimentais da entidade de auditoria.

    Veja algumas dessas classificaes.

    3.3 Classificao baseada no objeto de auditoria

    Nessa classificao, o tipo de objeto sobre o qual a auditoria recai utilizado como referencial para indicar o tipo de auditoria realizado.

    So exemplos usuais dessa classificao:

    auditoria contbil, financeira, oramentria ou patrimonial;auditoria de gesto de riscos/controles internos;auditoria de contas (de gesto e de tomada de contas especial);auditoria de programas;auditoria de pessoal;auditoria de obras;auditoria de TI (ou de sistemas);auditoria da qualidade; eauditoria ambiental etc.

    3.4 Classificao baseada na vinculao

    Essa classificao diz respeito vinculao da unidade/entidade de auditoria em relao entidade auditada:

    auditoria interna: a unidade de auditoria integra a estrutura da prpria entidade;

    auditoria externa: realizada por uma organizao independente da entidade.

    No setor pblico brasileiro, utiliza-se os termos controle interno e controle externo para demonstrar essa vinculao.

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  • [ 12 ] Auditoria Governamental

    O controle externo, lato sensu, ocorre quando o rgo controlador no integra a estrutura do rgo controlado. tambm o controle de um Poder sobre o outro, ou da administrao direta sobre a indireta.

    O controle externo previsto no art. 71 da CF/88, cujo titular o Congresso Nacional, que o exerce com o auxlio do Tribunal de Contas, refere-se ao controle da gesto oramentria, financeira, patrimonial, contbil e operacional da Unio.

    O sistema de controle interno de cada Poder, referido no final do art. 70 da CF/88, tem por objeto a gesto oramentria, financeira, patrimonial, contbil e operacional no mbito do referido Poder, em cada nvel de governo.

    O controle interno administrativo, que no deve ser confundido com o sistema de controle interno de cada Poder, o que integra os prprios processos organizacionais do rgo/entidade. a forma que a administrao possui para verificar os prprios atos, no sentido de se ater aos princpios da legalidade e da supremacia do interesse pblico. Conforme a IN SFC 1/2001, visa a assegurar que os objetivos das unidades e entidades da administrao pblica sejam alcanados, de forma confivel e concreta, evidenciando eventuais desvios ao longo da gesto, at a consecuo dos objetivos fixados pelo Poder Pblico.

    No nvel federal, o controle externo exercido pelo Tribunal de Contas da Unio, em auxlio ao Congresso Nacional, que o seu titular. A CGU o rgo central do sistema de controle interno do Poder Executivo.

    Alm dessas classificaes, existem ainda as particulares adotadas por rgos e entidades de controle e auditoria do setor pblico, em funo de suas disposies regimentais ou convenincias tcnicas, como as descritas a seguir, adotadas pela CGU e pelo TCU.

    3.5 Classificaes adotadas pela Controladoria-Geral da Unio

    O Manual do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal (Manual do SCI), aprovado pela IN SFC N 01/2001, classifica as atividades do SCI do Poder Executivo em duas tcnicas de controle:

    auditoria, conceituando-a como o conjunto de tcnicas que visa avaliar a gesto pblica, pelos processos e resultados gerenciais, e a aplicao de recursos pblicos por entidades de direito pblico e privado, mediante a confrontao entre uma situao encontrada com um determinado critrio tcnico, operacional ou legal.; e

    Manual do SCICaptulo IV

    Este documento

    est disponvel na

    biblioteca do curso

    Controle externo lato sensu aquele externa

    corporis, ou seja, o reali-

    zado por Poder ou rgo

    diverso do controlado

    ou que no integra a sua

    estrutura, envolvendo o

    exame de legitimidade e

    legalidade e/ou supervi-

    so poltico-administra-

    tiva, com o objetivo de

    verificar se houve regula-

    ridade nos atos.

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  • [ 13 ]Mdulo 1 Aula 1 - Tpico 2: Conceitos e classificaes de auditoria

    fiscalizao, conceituando-a como uma tcnica de controle que visa a comprovar se o objeto dos programas de governo existe, corresponde s especificaes estabelecidas, atende s necessidades para as quais foi definido e guarda coerncia com as condies e caractersticas pretendidas e se os mecanismos de controle administrativo so eficientes.

    Observe que o conceito de auditoria adotado pela Secretaria Federal de Controle Interno (SFC/CGU), alm de conter o ncleo e os elementos desta tcnica, traz tambm, em termos amplos, os objetos (processos, resultados e recursos pblicos) e as entidades (de direito pblico e privado) sujeitos sua aplicao.

    O Manual do SCI classifica as auditorias em:

    auditoria de avaliao da gesto;auditoria de acompanhamento da gesto;auditoria contbil;auditoria operacional;auditoria especial;auditoria de tomada de contas especial;anlise de processos de pessoal; eavaliao das unidades de auditoria interna.

    Quanto s formas de execuo, a CGU adota a seguinte tipologia:

    direta: executada diretamente por servidores em exerccio nos rgos e unidades do Sistema de Controle Interno (SCI) do Poder Executivo Federal, sendo subdividas em:

    centralizada: executada exclusivamente por servidores em exerccio nos rgos central ou setoriais do SCI do Poder Executivo Federal;

    descentralizada: executada exclusivamente por servidores em exerccio nas unidades regionais ou setoriais do SCI do Poder Executivo Federal;

    integrada: executada conjuntamente por servidores em exerccio nos rgos central, setoriais, unidades regionais e/ou setoriais do SCI do Poder Executivo Federal.

    Manual do SCICaptulo IV, Seo II,

    item 5,

    Captulo I, Seo II,

    itens 7, 10 e 11.

    Veja a definio des-

    tas classificaes no

    documento dispon-

    vel na biblioteca do

    curso

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  • [ 14 ] Auditoria Governamental

    indireta: executada com a participao de servidores no lotados nos rgos e unidades do SCI do Poder Executivo Federal, que desempenham atividades de auditoria em quaisquer instituies da Administrao Pblica Federal ou entidade privada:

    compartilhada: coordenada pelo SCI do Poder Executivo Federal com o auxlio de rgos/instituies pblicas ou privadas;

    terceirizada: executada por instituies privadas, ou seja, pelas denominadas empresas de auditoria externa.

    simplificada: realizada por servidores em exerccio nos rgos central, setoriais, unidades regionais ou setoriais do SCI do Poder Executivo Federal, sobre informaes obtidas por meio de exame de processos e por meio eletrnico, especfico das unidades ou entidades federais, cujo custo-benefcio no justifica o deslocamento de uma equipe para o rgo. Essa forma de execuo de auditoria pressupe a utilizao de indicadores de desempenho que fundamentam a opinio do agente executor das aes de controle.

    3.6 Classificaes adotadas pelo Tribunal de Contas da Unio

    Segundo as Normas de Auditoria do TCU (NAT, Bases Conceituais, p. 14, BTCU Especial 29/2010), as auditorias do Tribunal classificam-se, quanto natureza, em:

    auditorias de regularidade: objetivam examinar a legalidade e a legitimidade dos atos de gesto dos responsveis sujeitos jurisdio do Tribunal, quanto aos aspectos contbil, financeiro, oramentrio e patrimonial. Compem as auditorias de regularidade as auditorias de conformidade e as auditorias contbeis;

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  • [ 15 ]Mdulo 1 Aula 1 - Tpico 2: Conceitos e classificaes de auditoria

    auditorias operacionais: objetivam examinar a economicidade, eficincia, eficcia e efetividade de organizaes, programas e atividades governamentais, com a finalidade de avaliar o seu desempenho e de promover o aperfeioamento da gesto pblica.

    Ainda, segundo as NAT, a classificao de uma auditoria como operacional ou de regularidade, depender do objetivo nela prevalecente, j que as duas vertentes compem o mesmo todo da auditoria governamental e s vezes o objetivo de uma auditoria pode levar o seu escopo a contemplar as duas abordagens no mesmo trabalho.

    A partir dessas classificaes maiores, o TCU segue a classificao baseada no objeto da auditoria, embora no as explicite em seus normativos, o que bastante justificvel, dada a multiplicidade de objetos com que o Tribunal lida em face da amplitude de seu campo de sua atuao.

    Quanto forma de execuo, as auditorias do TCU so realizadas exclusivamente pelo seu corpo tcnico de auditores, cujas equipes podero contar com a participao de especialistas externos.

    Instruo Normativa 49/2005, artigo 4:

    I - sero credenciados por portaria de fiscalizao;

    II - estaro sujeitos aos mesmos deveres impostos aos servidores do Tribunal de Contas da Unio quando na realizao de trabalhos de fiscalizao; e

    III - reportar-se-o ao coordenador da equipe de fiscalizao.

    RoseRealce

    RoseRealceDiferentemente do que ocorre no SCI.

  • [ 16 ] Auditoria Governamental

    Alm das auditorias realizadas diretamente pelas equipes de suas unidades tcnicas, o TCU tambm adota um formato de realizao de fiscalizao, denominado Fiscalizao de Orientao Centralizada FOC, envolvendo a participao de diversas unidades tcnicas, com o objetivo de avaliar, de forma sistmica, temas ou objetos de controle, em mbito nacional ou regional, para propor aperfeioamento na gesto pblica e na prpria sistemtica de controle.

    Resumidamente, uma FOC pode ser descrita como a fiscalizao ou conjunto de fiscalizaes que envolvam preparao centralizada, execuo descentralizada e consolidao dos resultados.

    Uma FOC pode ser

    descrita como a

    fiscalizao ou conjunto

    de fiscalizaes que

    envolvem preparao

    centralizada, execuo

    descentralizada e

    consolidao dos

    resultados.

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  • [ 17 ]Mdulo 1 Aula 1 - Tpico 2: Conceitos e classificaes de auditoria

    Sntese

    Comeamos este tpico explorando o conceito lato sensu de auditoria.

    Em seguida, diferenciamos os termos controle, fiscalizao e auditoria:

    Controle: o controle que o sistema poltico-administrativo exerce sobre si mesmo. Deve ser exercido por todos os poderes, em todos os nveis e em todos os rgos;

    Fiscalizao: um instrumento para efetivar o controle. Uma faceta significativa do poder de polcia do Estado atribuda a um rgo ou agente pblico para exercer o controle. S fiscaliza quem tem poder-dever de controle; e

    Auditoria: conjunto de mtodos, procedimentos e tcnicas. Uma das formas, no exclusiva, de se realizar a fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial.

    Vimos que a auditoria de gesto pblica, prevista na Constituio, classifica-se em duas vertentes, auditoria operacional e auditoria de regularidade, que visam a boa e regular aplicao dos recursos pblicos.

    Dentro dessas duas vertentes maiores da auditoria de gesto pblica, diversas outras classificaes so adotadas para melhor caracterizar os trabalhos de auditoria:

    Quanto localizao (vinculao) da auditoria: auditoria interna e auditoria externa; controle interno e controle externo;

    Quanto ao objeto da auditoria: auditoria contbil, financeira, oramentria, patrimonial (classificao constitucional); auditoria de gesto de riscos/controles internos; auditoria de contas; auditoria de programas; auditoria de pessoal; e auditoria de obras; auditoria de TI (ou de sistemas); auditoria de qualidade; auditoria ambiental; etc.

    A seguir, vimos as classificaes adotadas pela CGU e pelo TCU. Observamos que existem particularidades nas classificaes de rgos e entidades de controle e auditoria do setor pblico, em funo de suas disposies regimentais ou convenincias tcnicas.

    No prximo tpico, estudaremos o processo de auditoria: seus elementos e suas fases.

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    TPICO 2 - Conceitos e classificaes de auditoria 1. O conceito lato sensu de auditoria 2. Controle, fiscalizao e auditoria: h diferenas? 2.1 Controle na Administrao Pblica 2.2 Controle, fiscalizao e auditoria no setor pblico

    3. Classificao das auditorias 3.1 Classificao das auditorias na Constituio Federal 3.2 Vertentes da auditoria da gesto pblica 3.3 Classificao baseada no objeto de auditoria 3.4 Classificao baseada na vinculao 3.5 Classificaes adotadas pela Controladoria-Geral da Unio 3.6 Classificaes adotadas pelo Tribunal de Contas da Unio

    Sntese TPICO 2 Conceitos e classificaes de auditoria1. O conceito lato sensu de auditoria2. Controle, fiscalizao e auditoria: h diferenas?2.1 Controle na Administrao Pblica2.2 Controle, fiscalizao e auditoria no setor pblico

    3. Classificao das auditorias3.1 Classificao das auditorias na Constituio Federal3.2 Vertentes da auditoria da gesto pblica3.3 Classificao baseada no objeto de auditoria3.4 Classificao baseada na vinculao3.5 Classificaes adotadas pela Controladoria-Geral da Unio3.6 Classificaes adotadas pelo Tribunal de Contas da Unio

    Sntese do tpico 2