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8/9/2010 1 1 AUDITORIA – HISTÓRICO ORIGEM E CONCEITOS DE AUDITORIA Os tópicos que serão apresentados a seguir destinam-se a fornecer uma visão histórica do desenvolvimento da auditoria contábil no Reino Unido, nos Estados Unidos e no Brasil. Isto é importante para que se possa compreender mais claramente o ambiente profissional atual, como sendo uma conseqüência de medidas e atitudes profissionais já adotadas no passado. Dedica-se, igualmente, grande atenção aos diversos tipos e conceitos vigentes de auditoria, e à diferença com outros ramos da atividade contábil. Trata-se, portanto, de um capítulo introdutório para o bom entendimento do que representa a auditoria, atualmente em grande evidência em nosso meio. 2 Evolução histórica da auditoria A auditoria, como a conhecemos nos dias atuais, nasceu no Reino Unido no século passado, após inúmeros processos de falência de empreendimentos que captavam dinheiro do povo, para aplicação em negócios altamente especulativos e, na maior parte das vezes, pouco sérias. O volume de dinheiro em giro era muito grande como decorrência do progresso trazido pela Revolução Industrial. Isto fez com que os contadores da época sentissem a necessidade de se organizarem para a prestação de serviços capaz de suprir aquele mercado profissional subjacente, uma vez que eles entendiam ser possível desenvolver uma atuação de apoio e proteção aos investidores, através do exame das demonstrações financeiras e outros processos técnicos.

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AUDITORIA – HISTÓRICO

ORIGEM E CONCEITOS DE AUDITORIA

Os tópicos que serão apresentados a seguir destinam-se a forneceruma visão histórica do desenvolvimento da auditoria contábil no ReinoUnido, nos Estados Unidos e no Brasil. Isto é importante para que sepossa compreender mais claramente o ambiente profissional atual,como sendo uma conseqüência de medidas e atitudes profissionais jáadotadas no passado.

Dedica-se, igualmente, grande atenção aos diversos tipos e conceitosvigentes de auditoria, e à diferença com outros ramos da atividadecontábil. Trata-se, portanto, de um capítulo introdutório para o bomentendimento do que representa a auditoria, atualmente em grandeevidência em nosso meio.

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Evolução histórica da auditoria

A auditoria, como a conhecemos nos dias atuais, nasceu noReino Unido no século passado, após inúmeros processos defalência de empreendimentos que captavam dinheiro dopovo, para aplicação em negócios altamente especulativos e,na maior parte das vezes, pouco sérias. O volume de dinheiroem giro era muito grande como decorrência do progressotrazido pela Revolução Industrial. Isto fez com que oscontadores da época sentissem a necessidade de seorganizarem para a prestação de serviços capaz de supriraquele mercado profissional subjacente, uma vez que elesentendiam ser possível desenvolver uma atuação de apoio eproteção aos investidores, através do exame dasdemonstrações financeiras e outros processos técnicos.

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A maior preocupação dos contadores era oestabelecimento dos padrões profissionais, de talmodo que pudessem servir de orientação para acondução dos trabalhos de auditoria. Foi pensandoassim que se organizaram associações profissionais,sendo a primeira delas, a Sociedade dosContadores de Edimburgo, fundada em 1853. Apartir de então, formaram-se muitas outras entidades,com idênticos objetivos. Atualmente, o Institute otChartered Accauntants é a instituição que conta como maior prestígio na Grã-Bretanha.

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Embora tenha sido uma invenção, por assim dizer, inglesa, aauditoria recebeu grande impulso nos Estados Unidos, deonde são emanados os procedimentos técnicos adotados porcontadores de quase todos os países do chamado mundocapitalista, inclusive o Brasil.Nos Estados Unidos, a auditoria foi introduzida porcontadores ingleses enviados para auditarem as firmas norte-americanas pertencentes a capitais britânicos. A primeira firmade auditoria se estabeleceu 1893. Aqui, também, oscontadores procuraram formar associações profissionais,valendo-se sempre da experiência britânica, sendo que aAssociacão Americana de Contadores Públicos foi fundada em1887

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o American Institute ot Certified Public Accauntants -AICPA. fundado em 1916. é a entidade máxima que congregaos auditores americanos. Cabe ao AICPA a função de órgãoexaminador dos candiatos a auditores independente, paratanto, organiza exames de suficiência semestralmente, emtodos os estados americanos. O resultado desses exames éreconhecido oficialmente.

No Brasil, somente a partir dos anos setenta é que a auditoriatomou maior impulso, motivando a comunidade contábil após apromulgação de uma série de dispositivos legais sobre oassunto. Historicamente, o desenvolvimento da auditoria emnosso País pode ser dividido em três fases:

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1ª - Até 1946, quando tivemos a promulgação do Decreto-Lei9.295.

2a. - De 1964 até 1967, com os Decretos-Lei 199 e 200, ambosde 25 de fevereiro de 1967.

a-. -Após 1967.

Até 1946, a atividade de auditoria no Brasil praticamente nãoexistia, exceto em empresas estrangeiras, como umacontinuidade dos hábitos adotados por suas matrizes. A estaaltura, só se recorria aos contadores de maior gabaritoprofissional.

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A partir de 1946b,com o advento do Decreto-Lei 9.295, queregulamentou a profissão de contador no Brasil, nos moldesatuais, estabeleceu-se para o contador a prerrogativa deexclusividade na execução dos trabalhos de auditoria eperícia. Convém assinalar que naquela época o termo"auditoria" não era corrente, preferindo-se "revisão de escrita"para assinalar as atividades típicas desta especialização daprofissão contábil. Nunca é demais lembrar que o Decreto-Lei em questão não criou a profissão de auditor, tãosomente atribuiu ao contador a exclusividade. Portanto,auditoria é uma especialização, em grau máximo, daprofissão de contador.

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Para o desenvolvimento da auditoria no Brasil, o, Decreto-Lei 9.295/46 teve o indiscutível mérito de preservar aqualidade dos trabalhos, a partir do momento que exigiumaior qualificação técnica para os profissionaisexecutores, reservando aos bacharéis em ciênciascontábeis o direito de praticar a auditoria. Ainda hoje, asregras estabelecidas pelo referido Decreto-Lei encontram-se em pleno vigor, de sorte que os contadores brasileiroscontam com prerrogativas legais bem mais amplas do queaquelas conquistadas por seus colegas de paíseseconomicamente mais adiantados. Releva notar que, naGrã-Bretanha, pátria-mãe da auditoria, não háregulamentação tão poderosa a favor dos contadores.

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A reforma da legislação fiscal e da administra ão pública noBrasil a partir de 1964 trouxe para o contador muitasoportunidades profissionais, ao lado da necessidade demaior especialização, contínuo aperfeiçoamento e oestabelecimento de padrões de comportamento ético.

A promulgação dos Decretos-Lei 199 e 200, em 1967,representou grande impulso na carreira do contador, tornandoobrigatória a auditoria na prestação de contas dosadministradores públicos.

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o Decreto Lei 200 tratou do assunto em seu artigo:

• artigo 13- O controle das atividades da administração federaldeverá exercer-se em todos os níveis e em todos os órgãos,compreendendo, particularmente:

Alínea c) o controle da aplicação dos dinheiros públicos e daguarda dos bens da União pelos órgãos próprios do sistemade contabilidade e auditoria. "

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A Constituição Federal de 17 de outubro de 1969 reforçou demodo definitivo os trabalhos de auditoria na fiscalização dosdinheiros públicos, tendo assim determinado no artigo 70:

"Artigo 70: A fiscalização financeira e orçamentária da Uniãoserá exercida pelo Congresso Nacional, mediante controleexterno e pelos sistemas de controle interno do PoderExecutivo, instituído por Lei.

Parágrafo 3º - A auditoria financeira e orçamentária seráexercida sob as contas das Unidades Administrativas dos trêspoderes da União que, para esse fim, deverão remeter asdemonstrações contábeis ao Tribunal de Contas a União, aquem caberá realizar as inspeções necessárias.

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Parágrafo 4°- O julgamento da regularidade das contas dasadministrações e demais responsáveis será baseada emlevantamentos contábeis, certificados de auditoria epronunciamento das autoridades administrativas, semprejuízo das inspeções mencionadas no parágrafo anterior.

Pela Portaria GB 327, de 1°. de dezembro de 1970, o Ministroda Fazenda fixou os Procedimentos de Auditoria para o Servio Público Federal, consolidando a atuação dos contadorescomo auditores no serviço público federal. Não é difícilimaginar o que isto representou para a classe contábil, no queconcerne à ampliação do mercado de trabalho.

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Coube ao Banco Central do Brasil a iniciativa de criar em1968 o registro de empresas de auditoria e de auditoresindependentes, o Bacen baixou em 10 de maio de 1972 aResolução 220, tornando obrigatória a auditoria, porauditores independentes, para documentos a que se refere aletra a do item VI, bem como para outras peças edemonstrativo contábeis que o Banco Central venha exigir.

Assim, as empresas que desejassem abrir o seu capital àparticipação pública e para aqueles que já tinham feito, teriamnecessariamente que exibir demonstrações contábeis eoutras informações julgadas indispensáveis pelo BancoCentral, acompanhadas de um parecer contendo a opinião deum auditor independente credenciado por aquela InstituiçãoGovernamental.

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Em 11 de maio de 1972, pela Circular 179. o mesmo BancoCentral baixou as Normas Gerais de Auditoria decompulsória observância pelos auditores independentes naexecução de seus trabalhos, com vistas a atender asexigências formuladas pela Resolução 220, promulgada nodia anterior.

Embora para uso específico, as normas criadas pelo BancoCentral do Brasil passaram a constituir um guia para outrosserviços de auditoria, reservando à Circular 179 umimportante papel no desenvolvimento da auditoria.

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A comunidade contábil nacional prestou também umaimportante contribuição para o estabelecimento dos padrõesde auditoria em nosso País.Isto aconteceu quando o Conselho Federal de Contabilidadeexpediu as Resoluções 317 e 321, em 1972, tratandoexclusivamente de auditoria.

A Resolução 317 criou o "Cadastro Especial de AuditoresIndependentes - CEAI" junto aos conselhos regionais decontabilidade. Os requisitos para inscrição nesse cadastrocontrariavam as prerrogativas já conquistadas peloscontadores através do Decreto-Lei 9.295, o que levou oConselho Federal de Contabilidade a revogar tal Resolução.

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A resolução 321 de 14 de abril de 1972, aprovou as"Normas e Procedimentos de Auditoria", consistindo noprimeiro documento oriundo de um órgão profissionalregulamentando a auditoria no Brasil.

A partir de então, qualquer trabalho de auditoria somentetem validade quando realizado com estrita observância dosditames desta Resolução.

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No que concerne às entidades profissionais, em nosso Paíscontamos com varias organizações que se dedicam aodesenvolvimento da contabilidade como profissão, como osSindicatos dos Contabilistas localizados em várias unidadesda Federação, entre outras.Tratando exclusivamente de assuntos relacionados comauditoria, encontramos o Instituto dos Auditores Internosdo Brasil, com sede em São Paulo. Quanto à auditoriaindependente, o Instituto Brasileiro de Contadores -Ibracon, tem o status de representante brasileiro junto aórgãos internacionais e vem procurando incentivar oaperfeiçoamento técnico das práticas de auditoria

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Conceitos e objetivos da auditoria

o conceito de auditoria tem se ampliado ao longo do tempo,incorporando as novas utilizações das técnicasfundamentais de coleta de evidências, em resposta àssolicitações crescentes da comunidade interessada nosserviços de auditoria. Modernamente, podemos definirauditoria como sendo o estudo e avaliação sistemáticos dastransações realizadas e das demonstrações contábeisconseqüentes. Neste sentido, sua principal finalidade édeterminar até que ponto existe conformidade com oscritérios preestabelecidos, emitindo uma opinião arespeito.

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É igualmente aceitável o conceito de que auditoriarepresenta o processo sistemático de obtenção e avaliaçãode evidências a respeito de um conjunto de afirmaçõessobre ações e eventos de natureza econômica, para verificaro grau de correspondência entre tais afirmações e oscritérios preestabelecidos, comunicando os resultados aosusuários interessados.

Conceitos e objetivos da auditoria (cont)

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PAPEL DA AUDITORIA NA SOCIEDADE MODERNA

Nos dias de hoje, a sociedade é dominada por grandesorganizações que têm significativo impacto em quase todosos aspectos da vida moderna.

Por causa de sua penetrante influência, essas organizaçõesdevem manter informadas as artes externas interessadas arespeito suas ações. Para monitorar as ações dessasorganizações, é necessário projetar um meio de comunicaçãoentre a entidade e as ditas partes externas. Um métodoaceitável de comunicação, é a disseminação de dadoseconômicos. Ocorre que, individualmente, as partesexternas não são capazes de verificar a exatidão dasinformações que Ihes são transmitidas.

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PAPEL DA AUDITORIA NA SOCIEDADE MODERNA (Cont.)

Por conseguinte, a fim de assegurar que as informaçõessão apresentadas de maneira totalmente imparcial, faz-senecessário para essas partes externas que os dados sejamauditados ou revisados .

Nestas circunstâncias, as partes externas são tratadascomo usuários das demonstrações contábeis que asutilizam no processo de tomada de decisões econômicasconcernentes às organizações de negócios. Esse grupo deusuários consiste de: investidores, financiadores,agências governamentais, empregados e o público emgeral.

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RAZÃO ECONÔMICA PARA A FUNÇÃO DA AUDITORIA

De forma indireta, foi colocada a razão econômica da funçãoque se espera da auditoria.

De uma forma mais objetiva, costuma-se definir economiacomo o estudo da melhor alocação de recursos escassos.

O nosso ambiente de negócios é caracterizado por regime delivre empresa ou simplesmente capitalismo, em que aestrutura de preços é utilizada para a alocação de recursosescassos.

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RAZÃO ECONÔMICA PARA A FUNÇÃO DA AUDITORIA(cont.)

Uma das características do capitalismo é a presença decompradores e vendedores que têm informações completassobre o que devem fazer a respeito de decisões de naturezaeconômica.

Se esta condição existe, acrescida de outros pré-requisitos, aalocação de mercadorias e serviços baseada na estrutura depreços proverá uma solução ótima para os objetivos dasociedade, no que concerne à maximização do bem estar dosparticipantes da economia.

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RAZÃO ECONÔMICA PARA A FUNÇÃO DA AUDITORIA(cont.)

Por outro lado, se os dados econômicos sobre os quais osparticipantes se baseiam para tomar decisões contêm errosou omissões significativas, não haverá uma alocação ótima defatores, de acordo com os conceitos clássicos de economia.

O papel do auditor é monitorar o dado econômico constantedas demonstrações contábeis, a fim de assegurar que estãoapresentados de acordo com os padrões estabelecidos pelasociedade para as circunstâncias. Esta é a contribuição doauditor para a sociedade em que vive, sendo sua função,então, essencial ao sistema de livre empresa.

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Responsabilidade dos auditores

A principal responsabilidade do auditor é expressar umaopinião independente acerca da fidelidade dos dadoseconômicos apresentados sobre a forma de demonstraçõescontábeis, tendo como quadro de referência para o seujulgamento, os princípios de contabilidade.

O Relatório do auditor, como vimos, representa o meio decomunicação para as suas conclusões.

A empresa é responsável pela correta aplicação dosprincípios de contabilidade quando do reconhecimentocontábil de todas as transações por ela realizadas, bem comopelo estabelecimento de um sistema de controles internoseficientes.

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Responsabilidade dos auditores (cont.)

O conhecimento que o auditor tem das transações realizadasestá limitado àquele adquirido durante o exame normal deauditoria, o que conduz ao raciocínio de que cabe à empresaintegral responsabilidade pela adequação das demonstraçõescontábeis.

Assim, a responsabilidade do auditor está limitada àemissão do parecer de auditoria sobre a fidedignidade dasdemonstrações contábeis.

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QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS REQUERIDAS

No Brasil, a partir do momento em que o contador obtém oseu registro profissional junto ao Conselho Regional deContabilidade, está habilitado ao efetivo exercício dasfunções atinentes à auditoria.

Isto, em princípio, confere ao profissional o atributo dacompetência.

A experiência do contador ajuda no processo desedimentação de sua competência técnica. Considera-se hojeintimamente ligada à competência do auditor, suaescolaridade básica e a educação continuada.

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QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS REQUERIDAS (cont.)

O atributo de responsabilidade compreende as qualificaçõesmorais de integridade da pessoa do auditor, assim como suaindependência ao emitir uma ponderada opinião sobre osassuntos examinados.

Isto se deve ao fato de que a fé pública é a principaljustificativa para a existência de serviços de auditoria. Aoprocurar auditores para a certificação das demonstraçõescontábeis, os usuários procuram obter confiabilidade e,então, a reputação do auditor é de vital importância, ao ladode sua incontestável independência de julgamento .

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QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS REQUERIDAS (cont.)

Pelo exposto, a qualificação profissional do auditor estábasicamente na dependência de seu conceito Junto aopúblico usuário de seu trabalho.

Isto em relação não só ao profissional isoladamente, comotambém, é claro, em relação à atividade em geral.

Evidentemente, a atitude ou conduta individual de cadaauditor pode repercutir em toda a classe, o que enseja que oauditor deva considerar como sua obrigação promover, cadavez mais a confiança pública na atividade.

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QUALIFICAÇÕES PROFISSIONAIS REQUERIDAS (cont.)

É da essência da atividade do auditor conferir "fé pública”aos documentos que examina, através de seus pareceres.

Dessa forma, sua responsabilidade ultrapassa o camporestrito e limitado do interesse de seu cliente e se situadiante do público em geral.

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TIPOS DE AUDITORIA

Pelos conceitos emitidos, verifica-se que a auditoriacompreende uma atividade bem diversificada quanto à suaaplicação.

Para melhor compreensão do assunto, pode-se dividir aauditoria em dois tipos, de acordo com a utilidade que seespera:

1. Auditoria Contábil;2. Auditoria Operacional.

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TIPOS DE AUDITORIA (cont.)

Auditoria contábil é um sistema coordenado de verificaçõesespecializadas praticadas em organizações administrativas,abrangendo:

• levantamento dos requisitos legais atinentes à atividadedesenvolvida pela organização;• observações do sistema de controles internos;• exame detalhado dos registros e documentos contábeis;• verificação física dos bens declarados como existentes;• confirmação de créditos e débitos relativos a transaçõesrealizadas e;• comprovação se as demonstrações contábeis expressam arealidade financeira e patrimonial do empreendimento.

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TIPOS DE AUDITORIA (cont.)

A realização da auditoria contábil depende da existência decritérios estabelecidos, promulgados pelas autoridadescompetentes. (BACEN)

Estas normas fornecem as bases para a mensuraçãoquanto à conformidade ou não da entidade auditada emrelação ao estabelecimento.

Adicionalmente às regras estabelecidas, existem outroselementos que devem estar presentes para assegurar aconsecução bem-sucedida da auditoria contábil.

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TIPOS DE AUDITORIA (cont.)

Estes componentes adicionais incluem:

a) um auditor capaz de realizar a auditoria;b) Documentação adequada das transações realizadas pelaentidade auditada; ec) um método de comunicação dos resultados da auditoriacontábil.

A auditoria contábil pode, então, ser classificada como umaauditoria que visa certificar o grau de conformidade dasdemonstrações contábeis e dos procedimentosprocessuais Internos da entidade objeto da auditoria.

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TIPOS DE AUDITORIA (cont.)

A base de atuação da auditoria contábil é fornecida pelosprincípios de contabilidade promulgados pelo ConselhoFederal de Contabilidade.

A documentação contábil e o sistema de controlesinternos consistem nos elementos a serem examinados peloauditor.

Finalmente, o relatório de auditoria é o método pelo qual oauditor se comunica com os usuários das demonstraçõescontábeis, informando lhe seu julgamento.

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Auditoria Operacional

A auditoria operacional consiste em um sistemacoordenado de verificações especializadas realizadasem organizações administrativas, abrangendo:

• coleta de dados e informações; (ex: coletar dados sobre osistema de vendas; montar um fluxograma de todas as atividades daempresa.

• análises específicas, e; (ex:percorrer todo o fluxo e verificar setodo o procedimento está sendo obedecido);

• cálculo de produtividade e rentabilidade.(ex: efetuar oscálculos de rentabilidade e produtividade da empresa e localizando asimperfeições no sistema que podem prejudicar a empresa)

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TIPOS DE AUDITORIA (cont.)

Este tipo especial de auditoria surgiu ao fim da II GuerraMundial. com objetivos muito mais amplos do que aquelesatribuídos à auditoria contábil.

Diferentemente da auditoria contábil, a auditoriaoperacional não conta com uma fonte autorizada que lheforneça critérios para servir de base a sua atuação.

A auditoria operacional se preocupa com a efetividade eeficiência de uma organização. Devemos entenderefetividade como uma medida de como uma entidade é bemsucedida na consecução das metas e objetivosestabelecidos. Por eficiência entende-se como umaorganização utiliza bem os seus recursos em um nívelarticular de atividade.

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TIPOS DE AUDITORIA (cont.)

Devido à natureza extensa da auditoria operacional, ela éexecutada por uma variedade de profissionais. O grupo eauditoria pode ser composto por contadores, engenheiros,analistas de sistemas, economistas e advogados.

O relatório de auditoria, em conseqüência, assume umavariedade de formas, a fim de atender a esta diversificação.

A auditoria contábil está intimamente ligada àcontabilidade, fornecendo aos usuários a certeza quanto àverdade contida nas demonstrações contábeis. Já aauditoria operacional está ligada a administração, aferindodesempenhos, não necessariamente objeto de apreciaçãopor parte da contabilidade tradicional.

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FORMA DE INTERVENÇÃO

Quanto à forma de intervenção, a auditoria se subdivideem mais dois tipo:

1. Auditoria Interna2. Auditoria externa ou independente

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Auditoria Interna

A auditoria interna é executada por funcionários da própriaentidade. Auditor interno deve estar subordinado a maisalta autoridade administrativa, de modo a permitir amplaliberdade de ação e máxima independência de julgamento.

Constitui erro subordiná-lo ao diretor financeiro, àcontabilidade ou, o que é comum, ao controlador. Estescargos têm funções que serão fiscalizados pelo auditorinterno.

É mais adequado que o auditor interno pertença a órgãos deassessoria ligados a uma vice-presidência ou ao própriopresidente, dependendo da organização.

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Auditoria Interna (cont.)

Entretanto, é preciso considerar as circunstâncias em que, mesmoquando o auditor interno está ligado à cúpula dirigente suacondição de empregado da organização tira-lhe uma razoávelparcela de independência, provocando certa inibição para arealização de determinadas tarefas de fiscalização.

Em uma moderna organização, o auditor cumpre importantepapel, seja em empresas privadas, seja em entidadesgovernamentais. Ao examinar o sistema de controles internos,sugere medidas que possam contribuir para o seuaperfeiçoamento, reduzindo desperdícios e aumentando aeficiência operacional. O auditor interno deve estarconstantemente alerta, a fim de detectar e comunicar fatos equestões que devem merecer especial atenção da autoridadeadministrativa.

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Auditoria Externa ou Independente

Os usuários externos das demonstrações contábeis exigemque elas sejam revisadas por uma pessoa habilitada, semqualquer ligação hierárquica ou funcional com aorganização que está prestando informações de naturezaeconômica, como tivemos oportunidades de examinaranteriormente.

Esta função é exercida por um auditor externo ouindependente. Não sendo empregado da organizaçãocujas demonstrações contábeis estão sendo revisado, oauditor independente atua como um profissionalliberal, a exemplo do que ocorre com advogados, médicosou qualquer outro profissional autônomo.

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Auditoria Externa ou Independente (cont.)

Os auditores independentes, como profissionais liberais atuandoisoladamente ou reunidos em firmas de auditoria, executam adenominada auditoria independente com total imparcialidade,constituindo se em uma poderosa garantia para aquelesusuários interessados nas demonstrações contábeis. Como ofator preponderante para este tipo de trabalho é a independênciade opinião, é preferível referir-se como auditoria independenteem vez de auditoria externa.

O auditor independente freqüentemente aceita e aproveitagrande parte das tarefas conduzidas pelo auditor interno,entre ás quais se destacam:

• contagens físicas de estoques e investimentos;• reconciliações bancárias e;• confirmações de saldos, entre outras.

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Auditoria Externa ou Independente (cont.)

Em empresas que contam com auditoria interna, oprimeiro passo do auditor independente é avaliar aqualidade destes serviços, determinando o grau deimparcialidade com que os trabalhos são conduzidos, acompetência de pessoal encarregado das tarefas e sóentão decide quanto ao aproveitamento de tais serviços, oque quase sempre acontece.

É necessário frisar que o aproveitamento dos serviços executadospelos auditores internos ocorrerá sob a inteira e exclusivaresponsabilidade do auditor independente, que poderá, a seucritério, repetir todos os exames já realizados pelos auditoresinternos.

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Auditoria Externa ou Independente (cont.)

Os procedimentos técnicos são semelhantes tanto para aautoridade interna quanto para a auditoria independente. Adiferença básica situa-se, quase que exclusivamente, naindependência com que os trabalhos são conduzidos.

Não obstante o terreno comum entre os tipos de auditoria, podeestabelecer algumas distinções, sendo as principais:

Auditoria Interna:

• A auditoria interna é executada por funcionários da própriaempresa, sujeitos à subordinação hierárquica.

• O objetivo primordial da auditoria interna é servir à direção daempresa na implementação e policiamento das normas internas queforam traçadas por esta mesma direção.

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Auditoria Interna:

• O auditor interno examina o sistema de controles internos visando o seuaperfeiçoamento e efetivo cumprimento tal como inicialmente planejado, não serestringindo às demonstrações contábeis.

• O auditor interno está constantemente preocupado com a descoberta de errose irregularidades, assessorando a direção na implementação de medidasimediatas de correção.

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Auditoria Independente:

• A auditoria independente é executada por um profissionalindependente, de forma isolada, ou associado, sem qualquervínculo ou subordinação com a empresa auditada.

• O principal objetivo da auditoria independente é expressaruma opinião independente sobre as demonstrações contábeisde empresa que a contratou.

• O auditor independente examina o sistema de controlesinternos a fim de determinar o escopo (natureza época eextensão) dos exames, e até que ponto se pode depositarconfiança nas demonstrações contábeis.

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Forma de Execução

Por fim, ainda podemos subdividir a auditoria em mais doistipos, agora quanto à forma de execução dos trabalhos:

1. Auditoria Transacional2. Auditoria Analítica

A auditoria transacional ou de transações é a forma maistradicional de se executar um exame das demonstraçõescontábeis e nasceu a partir do enfoque inicialmente dado àauditoria, que consistia em examinar, de forma exaustiva, adocumentação comprobatória. Com o passar dos tempos, osauditores verificaram que o exame da documentação tenderia ase tornar inviável, a partir da complexidade dos negócios egrande volume de transações.

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Forma de Execução (cont.)A partir de 1948, os auditores passaram a dar mais atenção ao

sistema de controles internos instituídos pelas organizações,do que propriamente aos documentos em si. Desta forma, aauditoria transacional hoje em dia consiste na combinação deuma revisão minuciosa do sistema de controles internos comuma investigação parcial das transações realizadas. Aquantidade de transações examinadas está na dependênciadireta da qualidade do sistema de controles internos. Quantomais eficiente o sistema de controles internos, menos será aquantidade de transações a examinar.

Assim, a auditoria transacional, a avaliação e o exame dosistema de controles internos visam determinar a natureza,época e extensão das verificações na documentaçãocomprobatória. Entretanto, a ênfase principal deste tipo deauditoria é o exame das transações.

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Forma de Execução (cont.)A auditoria analítica é orientada para os sistemas e se baseia na

análise de fluxogramas e em provas limitadas deprocedimentos.

Por enfatizar a análise dos sistemas como forma de obterevidências, a auditoria assim descrita recebe o nome deauditoria analítica.

De acordo com esta descrição, a auditoria analítica é dirigida paraa avaliação da segurança proporcionada pelo sistema decontroles internos. A auditoria analítica explora o sistema etenta descobrir como exatamente são produzidos osresultados. Também parte do princípio de que se a mecânica dosistema for analisada com intensidade e uma investigaçãodetalhada mostrar que é consistente, com medidas apropriadaspara prevenir erros, então os resultados produzidos por estesistema serão exatos.

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Forma de Execução (cont.)

A auditoria analítica está dividida em duas etapas.

A primeira etapa orienta-se para a avaliação do sistema e asegunda para a investigação das possíveis deficiências.

Esta segunda etapa determina a quantidade de verificações aserem conduzidas sobre a documentação comprobatória.

Como visto, a principal ênfase da auditoria analítica é o exame dosistema de controles internos, constituindo o exame dastransações uma prova acessória.

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Forma de Execução (cont.)

A auditoria analítica tem sido empregada por auditoresindependentes, embora com certas restrições por parte dosprofissionais norte-americanos. A experiência tem demonstradoque a auditoria analítica tem grande utilidade para osauditores internos, pois está muito voltada para o interiordos sistemas organizacionais.

Com o incremento da utilização de sistemas de processamentoeletrônico de dados nas organizações e a crescenteinformatização da sociedade, este tipo de auditoria está sendomuito utilizado e culminando com o desaparecimento daauditoria transacional.

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