conceito de desporto
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Disciplina: Educação
Física
Professor: Nuno Santos
Ano/Turma: 10ºC
Alunos: João Pinto Nº9
Pedro Azevedo
Nº14
CONCEITO DE DESPORTO
Desporto é uma actividade física sujeita a determinados regulamentos e que
geralmente visa a competição entre praticantes.
1- INTRODUÇÃO
Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Educação Física e a pedido
do professor Nuno.
O nosso grupo decidiu tratar este assunto e realizar o nosso trabalho sob a forma
de um relatório.
Como tema do trabalho, o nosso grupo optou por tratar um dos problemas mais
graves, sérios e actuais do desporto: o doping. Nós optámos por esta temática
pois achamos que hoje em dia o doping é um dos problemas mais actuais e
também um dos mais preocupantes, não só pelo facto de falsear a “verdade
desportiva” mas também porque esta prática é quase sempre muito perigosa
para os próprios atletas.
Com este trabalho o nosso grupo pretende definir e explicar em que consiste a
prática do doping, os vários métodos, técnicas e drogas usadas, explicando o
que fazem, que capacidades físicas é que melhoram e quais os problemas que
podem provocar a saúde dos desportistas. Pretendemos também falar sobre
certos casos famosos de doping, assim como reflectir um pouco sobre o que leva
aos desportistas a tal prática, assim como porque é que não é correcto utilizar
técnicas dopantes.
Esperamos que este trabalho seja apelativo e informativo, e esperamos explicar
e tratar o melhor possível este tema controverso.
Preâmbulo Histórico
Ao longo dos tempos, os atletas têm usado substâncias e métodos artificiais para
aumentar o seu rendimento e possuírem vantagem desportiva.
O primeiro caso relatado de doping passou-se em 1886, em que um ciclista
inglês morreu de overdose por “trimetil” numa corrida em Bordéus, Paris.
Curiosamente, em 1910 já havia controlo de substâncias dopantes nos cavalos
de corrida, mas o controlo em atletas humanos surgiu apenas nos anos 60. Em
1965, Arnold Becker aplicou técnicas de cromatografia de gás para detectar
substâncias dopantes e em 1966 já a FIFA controlava os atletas, sendo que em
1968, nos olímpicos de Inverno, já havia uma lista elaborada com substâncias
ilícitas. Actualmente, existem cada vez mais substâncias dopantes, o que requer
uma constante evolução dos métodos anti-doping. No entanto, apesar da
existência de métodos muito bons, estes são muito dispendiosos, o que faz com
que o controlo anti-doping não seja a 100% ou relativamente perto de eficácia.
Existem, hoje em dia, inúmeras substâncias dopantes, que não são detectáveis
nos exames anti-doping.
DOPING
O doping (ou dopagem) não é mais que um termo inglês que designa o uso de
drogas ou substâncias que aumentam as capacidades físicas de atletas
desportivos. O doping pode também ser considerado o uso de certas técnicas ou
métodos que alteram o estado físico do desportista para aumentar o seu
rendimento desportivo (não devemos no entanto confundir doping com treino
físico rigoroso). Também é considerado doping o uso de substâncias que
disfarçam outras substâncias dopantes, como é o caso dos diuréticos.
A prática de doping já é bastante antiga, tendo pelo menos mais de um século.
Em 1904 Thomas Hicks ganhou a maratona recorrendo a doses enormes de
conhaque e estricnina, para conseguir aguentar o desgaste físico da corrida.
Como resultado, desmaiou assim que ganhou a maratona, tendo sido necessário
várias horas para que ele fosse reanimado e recuperasse os sentidos. Pensa-se
que esta prática começou-se a desenvolver intensamente a partir do momento
em que começaram a haver grandes eventos desportivos, onde vários países
competiam entre si. Por volta de 1936 pensa-se que os atletas da Alemanha Nazi
já usavam os primeiros esteróides à base de testosterona. Em 1954 houve
rumores que durante o campeonato do Mundo de levantamento de pesos os
desportistas soviéticos usavam injecções de testosterona (o que é certo é que
nesse ano vários recordes mundiais foram batidos pelos soviéticos). Mais tarde,
em 1962, o doutor Jonh Ziegler, antigo médico da União Soviética, foi trabalhar
para a equipa dos EUA. Nesse ano a equipa dos EUA dominou no levantamento
de pesos (pensa-se que ele deu aos atletas americanos dianabol, um esteróide
anabolizante). Mas só foi por volta de 1960 é que se iniciou a era moderna do
doping, quando o ciclista dinamarquês Knut Jensen morreu durante o Giro de
Itália, uma das mais importantes provas de ciclismo do mundo. Depois deste
acontecimento o Comité Olímpico Internacional decidiu adoptar medidas
antidoping em todas as provas oficiais e principalmente nos Jogos Olímpicos.
Desde então tanto as técnicas como os meios de procura de doping têm
evoluído, ainda que as técnicas dopantes estejam a evoluir mais rapidamente
que os testes antidoping. Infelizmente até testes surpresa não são assim tão
surpreendentes uma vez que os atletas conhecem bem os procedimentos
antidoping.
A prática de doping pode assumir muitas formas e existem inúmeras maneiras
de aumentar as várias capacidades físicas humanas, dependendo do desporto
em causa. Para quem não sabe, hoje em dia já existem práticas de dopagem
para desportos como o xadrez e outro desportos mentalmente muito exigentes.
Quais são então as várias práticas de doping?
Substâncias dopantes
Estimulantes pseudoefedrina, efedrina,
anfetamina, cocaína, cafeína, …
Analgésicos morfina, codeína, propoxifeno,
petidina, buprenorfina, metadona,
heroína, …
Canabinóides haxixe, marijuana,…
Esteróides anabolizantes nandrelona, testosterona,
estanozolol, …
Hormonas peptídicas hormona de crescimento,
eritropoietina, insulina,
corticotropina, …
Beta-agonistas adrenalina, dobutamina,
isoprenalina, …
Beta-bloqueantes acebutolol, propranolol, atenolol,
metoprolol, …
Diuréticos epitesterona, hidroclorotiazida,
furosemido, espironolactona,
triamtereno, …
Glucocorticoesteróides cortisona, …
Teste anti-doping
Os testes de doping realizam-se através da urina. Isto deve-se ao facto da urina
transportar todas as impurezas do corpo, inclusive drogas que, por ventura,
tenham sido tomadas.
A principal função da urina é a eliminação da amónia, que surge quando as
células produzem proteínas. A amónia é tóxica e, por isso, deve ser eliminada
rapidamente. Então o nosso organismo transporta-a até o fígado, onde ela é
transformada em ureia. A ureia, por sua vez, é menos solúvel e menos tóxica.
Quando o sangue passa pelos rins, toda a ureia, restos de amónia, excessos de
sal, ácidos e outras impurezas são retiradas através de uma filtragem e
eliminados na forma de urina. Essa filtragem é muito importante, pois é ela que
mantém a composição do sangue.
DOPING: DROGAS E MÉTODOS
De entre todas as drogas e substâncias dopantes que encontrámos podemos
dividi-las em vários grupos e classes, sendo estes:
- Esteróides anabolizantes
- Estimulantes
- Analgésicos
- Beta-bloqueantes
- Hormonas peptídicas
- Agentes mascarantes
- Beta-agonistas
ESTERÓIDES ANABOLIZANTES:
Os esteróides anabolizantes são as drogas mais utilizadas no desporto de alta
competição, especialmente nos desportos que necessitam grande força física e
consequentemente, grande força muscular.
Como podem observar na imagem acima mostrada, os esteróides anabolizantes
desenvolvem a massa muscular. Obviamente e como podem com certeza
perceber, esta imagem é um caso EXTREMO de uso de anabolizantes. De facto,
se tal homem com tais músculos existir, duvidamos que ele não tenha um
ataque cardíaco muito em breve...
Os esteróides existem naturalmente no nosso organismo, principalmente em
indivíduos masculinos. Um dos exemplos mais comuns é a testosterona, a
principal hormona esteróide masculina e que existe em ambos os sexos mas que
apresenta concentrações 20 mais elevadas nos homens do que nas mulheres.
As hormonas esteróides possuem basicamente 2 funções no organismo: a função
androgénica e a função anabolizante. A função androgénica dos esteróides é
responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais masculinos,
nomeadamente o crescimento da barba, pêlos púbicos, engrossamento da voz,
desenvolvimento do pénis e testículos, enfim, responsável pelas características
denominadas masculinas. Depois, temos a outra função dos esteróides, a função
anabólica: esta é responsável pelo desenvolvimento da massa muscular e massa
óssea. Este é o efeito mais procurado pelos atletas, o efeito anabolizante, e é por
isso que se tentam criar esteróides que maximizam o efeito anabólico mas que
reduzem o efeito androgénico, pois desta maneira as células dos músculos serão
as principais receptores dos esteróides, não sendo estes “desperdiçados” com
outros órgãos que tenham receptores para o efeito androgénico do esteróide
(maximizando assim o seu efeito de aumento muscular).
Hoje em dia não existem esteróides unicamente anabolizantes, havendo no
entanto diversos produtos que conseguiram diminuir bastante o efeito
androgénico.
Os esteróides anabolizantes são altamente proibidos na maior parte dos
desporto pois dão uma vantagem, muitas vezes decisiva, aos atletas que
utilizam este tipo de doping, contrariando a igualdade desportivo e a própria
máxima do Barão de Courbertin (principal responsável pelos jogos olímpicos da
era moderna), que dizia que o importante no desporto é a competição e não a
procura desenfreada por resultados. Este tipo de drogas pode ser tomados
oralmente ou através de injecções, sendo geralmente injectados em vez de
consumidos oralmente uma vez que quando tomados oralmente, os esteróides
passam pelo fígado, no qual sofrem um processo de alcalinalização, processo
esse extremamente prejudicial ao fígado.
Os esteróides anabolizantes apresentam muitos problemas a nível físico e o seu
consumo prolongado pode provocar danos muito sérios no organismo, pois cada
homem está geneticamente “programado” para um certo nível de hormonas
androgénicas, como a testosterona, e ultrapassado esse limite, o organismo não
terá capacidade suficiente para responder, existindo diversos tipos de efeitos
como: calvície, acne, aumento da agressividade, ginecomastia (desenvolvimento
anormal dos seios), hipertensão arterial, hipertrofia da próstata e de outros
órgãos (como o coração), paragem de crescimento (quando utilizados durante a
puberdade), impotência sexual, esterilidade, insónias, desregulações ao nível do
colesterol (os esteróides são feitos à base de colesterol) com a diminuição dos
níveis de bom colesterol e aumento dos níveis de mau colesterol, complicações
cardíacas, atrofia testicular, redução na produção de espermatozóides,
fragilidade nas articulações, mau hálito, problemas hepáticos e tremores. Caso
sejam consumidos por mulheres estas podem começar a desenvolver caracteres
secundários masculinos e também podem sofrer de hipertrofia do clitóris.
Está provado que o uso prolongado de esteróides conduz a graves problemas
cardíacos e hepáticas no anos seguintes, aumentando grandemente o risco de
ataque cardíaco quando o atleta atinge o patamar dos 40, 50 e 60 anos.
Aqui temos um dos melhores exemplos do que os esteróides fazem a um corpo e
o que acontece quando o corpo já não aguenta mais o seu uso... Este é Arnold
Schwarzenegger, talvez o culturista mais conhecido do mundo, com esteróides
nos anos 70 e 80 à esquerda e sem esteróides no início do século XXI à direita.
Não é lá muito agradável de se ver...
De entre os principais esteróides anabolizantes temos:
Nome Genérico
Nome Comercial
Formu-lação
Aromati-zação
Anabólico Andro-gênico
Hepato-toxidade
Androisoxazol Neopondren Neoponden
Comprimi-dos 5 mg
Mínima Bastante Pouco Sim
Androstano- Androlone Oral(10-25mg)
Não Bastante Pouco Pouca
lona
NeodrolAnabolexAnaprotinProtona
Injetável(100mg/ml)
Boldenona Equipoise Parenabol
Injetável (50 mg/ml)
Pouca Bastante Médio Pouca
EtilestrenolDurabolino MaxibolinOrabolin
Oral (2 mg)
Pouca Pouco Pouco Bastante
Fluoximes-terona
Halotestin Oral (5 mg )
Bastante Bastante Bastante Bastante
Mesterolona Androviron Proviron
Oral (25 mg/ml)
Não Bastante Médio Pouca
Metandie-nona
Danabol Dianabol
Oral (5 mg )
Pouca Bastante Pouco Bastante
Metenolona Primobolan Primonabol
Oral (5 mg)
InjetávelNão Bastante Pouco Pouca
Nandrolona Deca-durabolin
Injetável Pouco Bastante Pouco Pouca
Oxandrolona Anavar Lipidex
Oral (2,5 mg )
Pouco Bastante Pouco Bastante
Oximetolona Hemogenin Oral (5 e 50 mg)
Pouco Bastante Pouco Bastante
Stanozolol Winstrol Stromba-jet
Oral (2 e 5 mg )injetável(25 mg/ml )
Pouca Bastante Pouco Bastante
Testosterona Cristalina
Durateston Oral e Sublingual
Média Bastante Bastante Não
Trembolona Parabolan Injetável Pouco Bastante Pouco Pouca
É de salientar que aromatização é um processo de conversão dos esteróides
anabolizantes em hormonas femininas (estrogénios), sendo por isso frequente os
utilizadores de esteróides tomaram inibidores de estrogénio. Devemos também
notar que no exames antidoping certas quantidades de hormonas esteróides
(como a testosterona), que existem naturalmente no nosso organismo, são
permitidas.
Estimulantes:
Estimulantes são substâncias que estimulam e aceleram a actividade cerebral, o
que faz com que a resposta nervosa seja mais rápida, aumento a actividade dos
atletas e diminuindo o seu cansaço.
O uso de estimulantes é muito frequente entre os atletas (é o mais frequente a
seguir ao consumo de esteróides) que tomam drogas como anfetaminas,
estricnina, cafeína ou até mesmo cocaína, para reduzirem o cansaço e
aumentarem a sua resposta cerebral. Os estimulantes podem ser tomados por
via oral, em pó, através da inspiração nasal, injecções e podem mesmo ser
fumados...
Este tipo de drogas é proibido numa grande panóplia de desportos e
actualmente pensa-se que já existe consumo de estimulantes nervosos em
desportos como o xadrez, que requer um grande actividade cerebral durante
torneios de vários dias.
Estas drogas são proibidas pois dão uma vantagem injusta aqueles que as usam
(pois o seu sistema nervoso está muito mais activo) e além disso podem
também ter outras consequências para a saúde, pois estes aumentam a pressão
arterial, podem fazer com que o atleta emagreça, o uso contínuo pode destruir
células nervosas (a hiperactividade contínua provoca a sua destruição), pode
provocar insónias, euforia, alterações de comportamento, tremores, respiração
acelerada, confusão cerebral, e ainda há a possibilidade de ataques cardíacos e
overdoses quando tomados em excesso.
É de salientar que Portugal foi o primeiro país a implementar medidas antidoping
nas competições de xadrez.
ANALGÉSICOS
Analgésicos são droga calmantes muito frequentemente usadas em quase todos
os desportos fisicamente exigentes e que viam diminuir a dor. Podem ter como
efeito, por exemplo, reduzir a dor de certas lesões ou actividades, fazendo com
que o atleta aguente mais tempo e que aguente mais dor, aumentando a sua
resistência natural, sendo por isso muito utilizados em desportos como a
maratona e o triatlo (fisicamente muito exigentes).
Exemplos de analgésicos: morfina, metadona, petidina, entre outras.
Os analgésicos apresentam alguns perigos para o organismo pois o seu uso,
visto reduzir a dor sentida, pode fazer com que um atleta agrave uma lesão,
podem levar também à perda de equilíbrio e coordenação, náuseas e vómitos,
insónias e depressão, diminuição da frequência cardíaca e ritmo respiratório e
diminuição da capacidade de concentração.
BETA-BLOQUEANTES
Os beta-bloqueantes são utilizados no desporto de uma forma semelhante aos
analgésico pois também eles ajudam a combater o nervosismo, stress e
ansiedade. Estas drogas actuam nomeadamente no coração, diminuindo o ritmo
cardíaco.
Esta função é altamente proveitosa para certos desportos de alta precisão,
sendo por isso altamente proibida em desportos com o tiro ao alvo, tiro com
arco, bilhar, xadrez, natação sincronizada... Exemplos de beta-bloqueantes:
acebutolol, alprenolol, atenolol, labetolol, metipranolol, pindolol...
O consumo de beta-bloqueantes é perigosos pois a diminuição do ritmo cardíaco
pode provar hipotensão (tensão arterial baixa) e pode mesmo provocar paragens
cardíacas. Pode também provocar asma, hipoglicémia (falta de glicose no
sangue), insónias e impotência sexual.
HORMONAS PEPTÍDICAS
As hormonas peptídicas possuem diversas funções. Uma das suas principais
funções é a fixação peptídica, isto é, estas hormonas ajudam os músculos nas
suas reacções anabólicas, ajudando a fixar os aminoácidos necessários para a
construção destes. Existem vários tipos de hormonas peptídicas, e com diversas
funções, de entre as quais se destacam:
- a eritropoietina, também denominada de EPO. Esta hormona, que existe no
nosso organismo, estimula a produção de glóbulos vermelhos, aumentando
assim a resistência do atleta (pois os músculos são fornecidos com uma
maior quantidade de oxigénio). A eritropoietina está assim associada a um
tipo de doping especifico, o incremento do transporte do oxigénio, que
falaremos mais à frente.
- a hCG, uma hormona produzida pelo feto durante a gravidez, é também
usada pelos homens para aumentar a produção de esteróides no organismo.
Existem também mulheres que engravidam, pois a hCG faz aumentar as
concentrações de hormonas femininas e com tais concentrações ditas
“naturais” muitas outras drogas dopantes que podem existir em certas
concentrações são disfarçadas. Depois do teste de controlo, as atletas
abortam...
- HC, hormona do crescimento, hormona essa que tal como o nome indica é
produzida em grande quantidade durante a puberdade e permite o
crescimento dos indivíduos, é também usada na construção e recuperação
de tecidos musculares.
- LH, hormona que existe naturalmente no nosso organismo, é usada para
estimular a produção de testosterona nos testículos.
O uso destas drogas pode provocar deformações ósseas, distúrbios hormonais,
miopia, hipertensão, coágulos sanguíneos, diabetes, doenças articulares...
A utilização de hormonas não peptídicas está também proibido quando
apresentam estrutura e função semelhante as estas.
DIURÉTICOS
Os diuréticos, ou substâncias mascarantes, são outro grande grupo de
substâncias proibidas. Este tipo de substâncias tem como função aumentar a
quantidade de urina produzida, o que leva a alterações no controlo desta visto a
maior parte das substâncias ser ilegal quando detectada em concentrações
elevadas. Ao aumentar a quantidade de urina, as concentrações de substâncias
dopantes vão diminuir, não podendo por isso serem consideradas dopantes
abaixo de certos níveis. Além desta função, os diuréticos são também usados
para perda de peso, nomeadamente em desportos divididos por categorias de
peso ou até mesmo de forma a que certas substâncias (nomeadamente
dopantes) sejam expulsas rapidamente do organismo. Os principais diuréticos
usados são o triantereno e a furosemida.
Como efeitos secundários prejudiciais, os diuréticos podem causar desidratação,
caibras, doenças renais, perda de sais minerais, alterações no volume do sangue
e no ritmo cardíaco. Se os problemas cardíacos e renais tornarem-se muito
graves, podem mesmo levar à morte do atleta.
BETA-AGONISTAS
Este é o último grande grupo de drogas dopantes. Os beta-agonistas são drogas
que se destinam a aumentar a massa muscular e diminuir a massa gorda. Uma
droga beta-agonista muito conhecida é a adrenalina, que existe naturalmente no
nosso organismo e que é libertada quando estamos sujeitos a situações de
grande tensão (é por isso que, quando ameaçados ou em perigo, o homem
consegue faz certas proezas ou utilizar certa força que normalmente não
conseguiria usar). Este grupo de drogas é conhecido pela sua capacidade de
controlar a distribuição de fibras musculares e de aumentar o ritmo cardíaco,
aumentando o fluxo de sangue para músculos e cérebro.
Como efeitos secundários prejudiciais temos o aparecimento de insónias,
agressividade, tremores e náuseas, falta de concentração, distúrbios psíquicos,
aumento da pressão arterial, problemas cardiovasculares...
Como substâncias proibidas nas competições internacionais temos ainda o
álcool, todo o tipo de narcóticos estupefacientes e ainda drogas anti-
estrogénicas, drogas que se destinam a inibir a produção destas hormonas. Este
tipo de drogas é proibido pois está geralmente associado ao consumo de
esteróides anabolizantes (são utilizadas devido ao efeito aromatizante dos
esteróides).
Por fim, e a apesar de não serem propriamente drogas dopantes, existem
também técnicas e métodos proibidos no desporto. São eles:
- aumento do transporte de oxigénio: esta técnica consiste no uso de
substâncias (como o EPO) para aumentarem o número de glóbulos
vermelhos ou a transfusão de sangue previamente retirado e enriquecido
com glóbulos vermelhos. Este método é perigoso pois maior número de
glóbulos vermelhos significa sangue mais viscoso, e como tal há um maior
risco de ataque cardíaco.
- manipulação química e física: conjunto de técnicas que visa alterar a
validade e a integridade das amostras de urina e sangue usadas nos
controlos antidoping. Entre elas destacamos a alteração das amostras de
urina, a inibição da excreção renal, cateterização e o uso de substâncias
mascarantes.
- doping genético: a dopagem genética é definida como o uso não terapêutico
de genes, elementos genéticos ou células que tenham a capacidade de
aumentar o rendimento desportivo. Este tipo de doping está ainda em
desenvolvimento e ainda não é muito viável, mas poderá ser uma realidade
num futuro bem próximo. Esse tipo de doping é usado com recurso a vírus
ou bactérias que alteram certos genes em certos músculo do organismo,
tornando-o mais adaptado à actividade que pratica.
DOPING: CORRECTO OU INCORRECTO?
VOLUNTÁRIO OU NECESSÁRIO?
Será que utilizar o doping como meio de obtenção de resultados é correcto? Esta
é a questão, e a resposta é pura e simplesmente NÃO. O nosso grupo é unânime
em considerar que a prática do doping não deve ser utilizada, e isto deve-se
essencialmente devido a dois problemas que levanta:
- o doping vai contra a máxima do desporto que é “o mais importante é
participar, não é ganhar”. O doping visa apenas o resultado, ignorando
completamente a ética do desporto. Além disso, todos os atletas devem
partir em iguais condições para todos as competições. O uso de doping dá
uma vantagem injusta a quem o utiliza, até porque o que se quer avaliar
numa competição desportiva não é qual o atleta com mais dopantes, mas
sim o melhor atleta numa determinada disciplina...
- o doping é uma prática altamente perigosa. Infelizmente (ou não) quase
todas as técnicas dopantes apresentam perigos para saúde humana, o que
só por si devia ser suficiente para dissuadir os desportistas de a usar.
Outro problema que se levanta muitas vezes é o facto de os desportistas serem
quase “obrigados” a usar doping. Muitas vezes um atleta, mesmo sabendo que é
o melhor no desporto que pratica, tem demasiadas pressões sobre ele: pode ser
um atleta novo que precisa de ganhar uma determinada competição para obter
um contracto, um atleta em fim de carreira que já não consegue as proezas
físicas de quando era mais jovem, um atleta que vem duma lesão grave... Enfim,
muitas vezes acontece que é a necessidade e a pressão que levam certos atletas
a usar técnicas dopantes, e a necessidade é algo muito difícil de combater.
De qualquer forma, nos deixamos aqui o nosso apelo antidoping, devido às
razões acima mencionadas. Gostávamos também de salientar que o doping e os
métodos antidopantes estão em constante progressão. Hoje em dia já existem
técnicas de detecção de dopantes avançadas, mas visto estas técnicas serem
sempre em resposta ao aparecimento de certas substâncias, quando tais
procedimentos são adoptados, já a substância dopante foi largamente utilizada.
Destacamos por exemplo o DMT, um esteróide sintético que o corredor dos 100
e 200 metros Kelli White admitiu utilizar e sobre o qual não existem medidas
antidoping...
Por fim gostávamos de falar dalguns casos famosos de atletas que usaram a
prática do doping:
- Por volta do século VIII a.C. os atletas olímpicos da Grécia comiam testículos
de carneiro, fontes de testosterona. Por volta de III a.C. sabe-se que também
já tomavam cogumelos alucinógenos, que possuem propriedades
estimulantes.
- Em 1904 Thomas Hicks ganhou a maratona de St. Louis depois de tomar
conhaque e estricnina.
- Em 1967 Tom Simpson desmaiou durante a volta França, morrendo antes de
chegar ao hospital de helicóptero. Foram encontrados 2 tubos de
anfetaminas cheios mais um vazio no seu fato de treino...
- Nos jogos olímpicos de verão de 1988 Ben Jonhson ganhou a medalha de
ouro, tendo sido apanhado a tomar esteróides anabolizantes, hormona do
crescimento humano, entre outras coisas. Devido a este acontecimento a
medalha de outro foi entregue a Carl Lewis, que mais tarde foi acusado de
também ter usado drogas, acabando também ele por perder a medalha de
ouro.
- Durante as décadas 70 e 80 os países da antiga URSS foram acusados de
várias práticas antidoping, confirmadas anos mais tarde quando alguns
documentos foram encontrados relativamente a esse assunto. Pensa-se que,
de entre as práticas usadas, as nadadores femininas da URSS foram
masculinizadas, assim como a maior parte dos desportistas que precisavam
de massa muscular tomaram esteróides anabolizantes; também se pensa
que em categorias como a ginástica, as atletas femininas tinham a sua
puberdade retardada de forma a terem menos massa óssea e como tal,
menos peso.
- Em 1998 a equipa de ciclismo Festina foi excluída depois de terem sido
encontradas várias drogas dopantes num carro da equipa.
- Roberto Heras, vencedor da Volta a Espanha em 2005, perdeu o seu título e
foi suspenso por 2 anos depois de acusar EPO.
- Em 2006 alguns companheiros de Lance Armstrong, vencedor 7 vezes
consecutivo da Volta à França, admitiram tomar EPO. Durante a pré-época
cerca de um litro de sangue enriquecido com glóbulos vermelhos devido a
EPO era recolhido, sendo meio litro injectado antes do início da época e o
outro meio litro a meio da Volta, quando o cansaço se começasse a notar.
Depois disso houve várias acusações a Armstrong, nomeadamente pelo
facto de ele ter usado o pretexto do cancro nos testículos para tomar ou
encobrir drogas ilegais.
- Em 2006 o ciclista Floyd Landis foi acusado por apresentar um ratio
testosterona/epitestosterona muito elevado. No entanto, parece que o
ciclista apresenta deficiência nos níveis de epitestosterona. A decisão de lhe
retirar o título está neste momento por decidir.
- Ainda no mesmo ano, a equipa de ciclismo Liberty Seguros teve o seu
director geral e outros funcionários presos depois de um alegado escândalo
de doping.
Este são apenas alguns dos muitos casos de doping registados. Até entre nós,
mesmo em Portugal, existem casos de doping. Por exemplo, podemos salientar o
caso do Nuno Assis, do Abel Xavier ou do Fernando Couto, jogadores de futebol
apanhados a usar substâncias dopantes.
Para terminar deixamos a nossa esperança de que no futuro, e com o avanço da
genética, seja possível, através do código genético de cada um, perceber
facilmente que tipo de doping os atletas estão a usar com uma simples análise
de sangue, acabando de vez, ou pelo menos reprimindo grandemente, qualquer
tipo de doping. É de notar que já existem avanços neste campo, nomeadamente
em exames antidoping para a EPO.
Curiosidades
. Por volta do século VIII a.C. os atletas olímpicos da Grécia comiam testículos
de carneiro, fontes de testosterona. Por volta de III a.C., sabe-se que também
já tomavam cogumelos alucinógeneos, que possuem propriedades
estimulantes.
. Em 1904 Thomas Hicks ganhou a maratona de St. Louis depois de tomar
conhaque e estricnina.
. Em 1967 Tom Simpson desmaiou durante a volta à França, morrendo antes de
chegar ao hospital de helicóptero. Foram encontrados dois tubos de
anfetaminas cheios e um vazio no seu fato de treino.
. Nos jogos olímpicos de Verão em 1988, Ben Johnson ganhou a medalha de
ouro, tendo sido apanhado a tomar esteróides anabolizantes, hormonas do
crescimento, entre outras coisas. Devido a este acontecimento, a medalha de
ouro foi entregue a Carl Lewis, que mais tarde foi acusado de também ter
usado drogas, acabando também ele por perder a medalha de ouro.
. Durante as décadas 70 e 80, os países da Antiga URSS foram acusados de
várias práticas de doping, confirmadas anos mais tarde quando alguns
documentos foram encontrados relativamente a esse assunto. Pensa-se que,
de entre as práticas usadas, as nadadoras femininas da URSS foram
masculinizadas, assim como a maior parte dos desportistas que precisavam
de massa muscular tomaram esteróides anabolizantes; também se pensa que
em categorias como a ginástica, as atletas femininas tinham a sua puberdade
retardada de forma a terem menos massa óssea e como tal, menos peso.
. Em 1998 a equipa de ciclismo Festina foi excluída depois de terem sido
encontradas várias drogas dopantes num carro da equipa.
. Roberto Heras, vencedor da volta à Espanha em 2005, perdeu o seu título e foi
suspenso por dois anos depois de acusar EPO (Hormonas Sintéticas de
Eritropoetina).
. Em 2006, alguns companheiros de Lance Armstrong, vencedor sete vezes
consecutivas da volta à França, admitiram tomar EPO. Durante a pré-época,
cerca de um litro de sangue enriquecido com glóbulos vermelhos devido a
EPO era recolhido, sendo meio litro injectado antes do início da época e o
outro meio litro a meio da volta, quando o cansaço se começasse a notar.
Depois disso houve várias acusações a Armstrong, nomeadamente pelo facto
de ele ter usado o pretexto de cancro nos testículos para tomar ou encobrir
drogas ilegais.
. Em 2006, a equipa de ciclismo Liberty Seguros teve o seu director geral e
outros funcionários presos depois de um alegado escândalo de doping.
. Jogadores de futebol portugueses, como Nuno Assis, Abel Xavier e Fernando
Couto foram apanhados a usar substâncias dopantes.
CONCLUSÃO
Este trabalho foi realizado com empenho e pensamos que cumprimos os
objectivos propostos à partida.
Com este trabalho, nós pretendemos informar e alertar todos sobre o prática do
doping e dos seus verdadeiros perigos, e pensamos que depois de ler o nosso
trabalho compreenderá melhor o que é o doping, como é utilizado e
principalmente quais os perigos que acarreta para a saúde humana.
Como comentários finais, gostaríamos de acrescentar que gostámos de realizar
este relatório pois adquirimos muita informação nova sobre o doping um dos
temas mais importantes e actuais da realidade desportiva.
Esperamos que goste.
BIBLIOGRAFIA
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