comunicação social e ciência da informação: relações e prospecções

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 Comunicação Social e Ciência da Informação relações e prospecções Rodrigo Botelho Doutorando e Mestre em Ciências da Comunicação pela ECA/USP, Especialista em Computação pela UFSCar e Jornalista pela Unesp. Atualmente, Coordenador de Comunicação da UFSCar

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Tanto a Ciência da informação como a Comunicação social lidam com diferentes contextos de fluxo da comunicação, tanto no plano cotidiano como acadêmico, com alguns objetivos comuns, ou não. Deste modo os espaços de pesquisa e atuação profissional destes campos, embora distintos, apresentam encontros teóricos e metodológicos que lhe possibilitam uma convergência interessante. Esta palestra aborda, mesmo que insipiente, essa relação e apresenta dois projetos em que pesquisadores das duas áreas têm atuado.

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Comunicação Social eCiência da Informaçãorelações e prospecções

Rodrigo BotelhoDoutorando e Mestre em Ciências da Comunicação pela ECA/USP, Especialista em Computação pela UFSCar e 

Jornalista pela Unesp. Atualmente, Coordenador de Comunicação da UFSCar

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Ciências da Comunicação&

Ciência da Informação

Diferenças, similaridades, intersecções?

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Qual a definição destas áreas?

Ao que elas se dedicam?

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Ciência da Informação

A Ciência da Informação (CI) é caracterizada como uma ciência interdisciplinar por natureza. Ao tratar de questões voltadas para a geração, 

comunicação e apropriação do conhecimento abrange um largo espectro de possíveis 

temáticas de interesse por estudiosos oriundos de diferentes áreas de formação acadêmica.

(SOUZA e STUMPF, 2009, p. 42)

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Ciência da Informação

Consequentemente, como campo de pesquisa e ensino apresenta uma riqueza impar de 

possíveis metodologias de abordagem e propicia o desenvolvimento de diferentes 

processos, métodos e técnicas de coleta, tratamento e recuperação da informação.

(SOUZA e STUMPF, 2009, p. 42)

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Ciência da Informação

A extensão e a diversidade de campos de atuação da Ciência da Informação permitem diferentes olhares para a sua definição e 

constituição enquanto área do conhecimento.

(SOUZA e STUMPF, 2009, p. 42)

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Ciências da Comunicação

● investigação historicamente datada

● objeto: modos de inserção da Indústria Cultural dentro da dinâmica cultural contemporânea

(LOPES, 1999, p. 28)

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Ciências da Comunicação

(…) a Comunicação, que por natureza deve recorrer a vários níveis, não teria um só método privilegiado. Deveria fazer uso da 

multiplicidade de métodos disponíveis, sempre a partir da problemática específica que constitui 

seu objeto de estudo

(LOPES, 1999, p. 28)

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Ciências da Comunicação

 Isso, porém, não confere à Comunicação um “status” menor dentre as ciências, sendo que a 

necessidade de uma diversidade de métodos de análise de pesquisa deve ser entendida como parte da própria dinâmica dessa área. Para 

Lopes (1999, p. 30), “essa diversidade não aparece por azar ou destino nem por autoria de 

gênios ou criadores isolados, mas é antes de tudo resultado de uma ciência e o seu contexto 

social”.

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Ciências da Comunicação

Complexidade dos objetos, dinâmicos e mutáveis graças à sua natureza:

● fenômenos históricos● instituições● relações de poder● classes sociais● manifestações culturais● etc

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Mas, de fato, existe uma

Ciência da 

Comunicação e da Informação?

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CI e Comunicação

A complexidade do problema vista a partir da existência de quatro domínios de trabalho 

(BRETON e PROULX, 1994):●1º: práticos da comunicação●2º: pelos técnicos de comunicação ●3º: pelos estudiosos da realidade física e matemática do processo comunicacional●4º: pelo estudo da comunicação enquanto fenômeno social e humano

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CI e Comunicação

Problemas: cartesianismo e separação entre prática da teoria (LOPES, 2000):

“O problema (…) não está em si mesmo, porque é verdadeiro que no mundo trabalho as coisas 

assim se dividem. Mas, em termos teóricos, é difícil compreender prática sem teoria, mesmo 

que a intenção não seja a de elaborá­la.”

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“sciences de l’information et de la 

communication”

(BOUGNOUX, 1993) 

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Quais os desafios enfrentados por estas áreas do conhecimento para 

entender a sociedade contemporânea?

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Novo paradigma● novo paradigma tecnológico: informação● alterações nas concepções científicas● repensar velhos conhecimentos● fundar novos modos de abordar problemas da vida social e da cultura dos povos● problemas informacional e comunicacional como cêntricos no desenho do mundo atual● (CASTELLS, 1999,  p. 77­83): tem­se um problema de magnitude considerável.

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(…) uma crise ocorre quando o paradigma em uso se torna incapaz de resolver problemas que por esse motivo se acumulam, e forçam a busca 

de paradigmas alternativos

(LOPES, 1999, p. 31).

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Da mesma forma como as tecnologias eletrônicas do final da década de 20 motivaram os 

pensadores da Escola de Frankfurt a propor teorias sobre as implicações da utilização desses 

dispositivos técnicos, o desenvolvimento das recentes tecnologias de informação e 

comunicação e o seu modo de inserção social estão pautando novos desafios para a 

pesquisa em Comunicação e Informação.

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Ao abordar questões como essas, Morin irá propor uma epistemologia da tecnologia.

“(...) tornou­se, assim, o suporte epistemológico de significação e manipulação generalizadas 

inconcientes que são tomadas por racionalização”

(MORIN, 2000, p. 112).

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E quais são nossos objetos de pesquisa nesse 

cenário das TICs?

Onde podemos atuar?

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Linhas de pesquisa

● Propriedade intelectual, conhecimento tradicional e cultura livre

● Representação, recuperação, comunicação e disseminação da informação

● Tecnologias de informação e práticas colaborativas de aprendizagem 

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Alguns projetos

● Conhecimento tradicional indígenaMaria Cristina Comunian Ferraz

● Organização e gestão da inovação em processos e produtos informacionais para a comunicação na UFSCar ­ Vera Boccato

● Aprimoramento e transferência de tecnologia do Sistema de Apoio à Comunicação Integrada (SACI) ­ Rodrigo Botelho

● Sintaxe e semântica em registros bibliográficos ­ Zaira Regina Zafalon

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Gestão da inovação

● diagnosticar o " fazer" do processo de indexação de clippings;

● analisar e padronizar os procedimentos de realização da indexação de clippings;

● estabelecer uma política de indexação para o desenvolvimento do processo de indexação de clippings;

● sistematizar a coleta de assuntos, a partir dos clippings indexados, para o controle do repertório terminológico utilizado na representação temática dos clippings;

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Gestão da inovação

● reavaliar as políticas de informação estabelecidas visando à tomada de decisão;

● capacitar equipe pela elaboração dos clippings UFSCar, por meio da realização de cursos de curta duração, sobre as temáticas: indexação, construção de manual de indexação e de Vocabulário Controlado

● desenvolver produtos inovadores para a gestão do processo comunicacional na Universidade (manual de indexação, manual de busca do usuário e vocablário controlado: taxonomia)

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SACI

● popularizar a utilização do software entre a comunidade UFSCar;

● concluir a discussão sobre a disponibilização do SACI como software livre;

● promover reflexões sobre o aprimoramento do sistema;

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SACI

● integração com outros sistemas inovadores para compartilhamento de áudio e vídeo, como a RedeIFES e o Rivendell (utilizado para automação da Rádio UFSCar);

● estabelecer processos para transferência de tecnologia para outras IFES; e

● criar grupos de desenvolvimento de software com a participação de atores de outras instituições.

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Oportunidades?

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Quero dizer que o conflito, a desordem, o jogo não são escórias ou anomias inevitáveis, não são resíduos a absorver, mas constituintes­

chave de toda existência social.

É isso que se deve tentar conceber epistemologicamente.

(MORIN, 2000, p. 111)

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Referências:BELA, R. Botelho, R. Sistemas convergentes e interativos de comunicação social IN: INTERCOM SUDESTE 2006 – XI Simpósio de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, 2006. Ribeirão Preto, SP.

BOTELHO, Rodrigo; CICILLINI, Fernanda,. Gestão Institucional: uma aproximação teórico­prática entre sistemas e comunicação. In: XXX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2007, Santos. Anais do XXX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2007.

BOUGNOUX, Daniel. (Org.) Sciences de l'information et de la  communication. Paris : Larouse, 1994.  809 pp.

BRETON, Philippe, PROULX, Serge.  L'Explosion de la communication.  3 ed.  Montréal : Boréal, 1994. 341pp.  

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 2 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

LOPES, Luis Carlos. Ciências da comunicação, possibilidades e problemas. In: Ciberlegenda Número 3, 2000. Disponível em <http://www.uff.br/mestcii/lclop3.htm>. Acesso em: 9 Abr. 2010.

LOPES, Maria Immacolata Vassallo de. Pesquisa em comunicacao: formulacao de um modelo metodologico. 4 ed. Sao Paulo: Loyola, 1999. 148 p.

MORIN, Edgar. Ciência com consciência. Maria D. Alexandre (Trad.). 4 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000. 344 p.

RedeIFES. Disponível em <http://www.redeifes.andifes.org.br>. Acesso em 10 Out. 2009.

SOUZA, Rosali Fernandez de, STUMPF, Ida Regina Chitto. Ciência da Informação como área do conhecimento: abordagem no contexto da pesquisa e da pós­graduação no Brasil. In: Perspectivas em Ciência da Informação, v. 14, número especial, p. 41­58, 2009. Disponível em: <http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&ct=res&cd=2&ved=0CBAQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.eci.ufmg.br%2Fpcionline%2Findex.php%2Fpci%2Farticle%2Fview%2F901%2F606&rct=j&q=descri%C3%A7%C3%A3o+%C3%A1rea+%22ci%C3%AAncia+da+informa%C3%A7%C3%A3o%22&ei=yYe_S4WYKYekuAeJzpTkBg&usg=AFQjCNFJBtxCidv8QOUv0LUgopqMwIqWZw>. Acesso em: 9 Abr. 2010.

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