comunhão sobre a necessidade urgente dos grupos vitais

165
COMUNHÃO SOBRE A NECESSIDADE URGENTE DOS GRUPOS VITAIS CONTEÚDO 1. Comunhão sobre a Prática das Reuniões de Grupo na Maneira Ordenada por Deus. 2. A Prática das Reuniões de Grupo na Maneira Ordenada por Deus 3. Comunhão Prática sobre a Prática dos Grupos Vitais 4. Praticar os Grupos com muita Ponderação, Oração e Labor 5. Comunhão Prática sobre as Reuniões de Grupo 6. Praticar os Grupos sob Arranjo e Liderança Adequados 7. Os Grupos Vitais na Vida da Igreja (1) 8. Os Grupos Vitais na Vida da Igreja (2) 9. Os Grupos Vitais na Vida da Igreja (3) 10. A Estruturação dos Grupos Vitais (1) 11. A Estruturação dos Grupos Vitais (2) 12. A Unanimidade, Oração e a Liberação do Espírito para Mesclar 13. Orar Exercitando Nosso Espírito para a Liberação do Espírito Santo e a Participação no Derramamento do Espírito de Poder como o Poder das Alturas e o Impacto Dinâmico para Pregar o Evangelho e Ministrar Cristo aos Outros 14. Alguns Pontos Vitais sobre a Prática dos Grupos Vitais 15. Outra Conversa Séria sobre a Prática dos Grupos Vitais 16. Ter Encargo com o Cuidado Amoroso de Deus PARA COM os Pecadores E COM os Pecadores Convertidos EM Membros DE Cristo PARA Levar a Cabo a Economia de Deus 17. Mais Comunhão sobre o Conteúdo Vivo dos Grupos Vitais 18. Ensino Mútuo nas Reuniões de Grupo mediante Perguntas e Respostas Recíprocas 19. Pagar o Preço para Aprender as Verdades Divinas e Praticar o Ensinamento Mútuo nos Grupos Vitais 20. A Visão Necessária para Levar a Cabo os Grupos Vitais 21. Como Contatar e Ganhar Pessoas 22. Tornar-se Vital mediante Oração, Preparando Nossos Candidatos à Evangelização e Remindo Nosso Tempo para Aprender a Verdade 23. Dar Frutos e a Desesperada Oração de Vida 24. Tornar-se Vital e Ir Vitalizar Outros 25. Vencer Três Camadas de Obstáculos por intermédio dos Grupos Vitais

Upload: lucienesousa

Post on 14-Jul-2016

238 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Livro de Witness Lee

TRANSCRIPT

Page 1: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

COMUNHÃO SOBRE A NECESSIDADE URGENTE DOS GRUPOS VITAIS

CONTEÚDO

1. Comunhão sobre a Prática das Reuniões de Grupo na Maneira Ordenada por Deus. 2. A Prática das Reuniões de Grupo na Maneira Ordenada por Deus 3. Comunhão Prática sobre a Prática dos Grupos Vitais 4. Praticar os Grupos com muita Ponderação, Oração e Labor 5. Comunhão Prática sobre as Reuniões de Grupo 6. Praticar os Grupos sob Arranjo e Liderança Adequados 7. Os Grupos Vitais na Vida da Igreja (1) 8. Os Grupos Vitais na Vida da Igreja (2) 9. Os Grupos Vitais na Vida da Igreja (3) 10. A Estruturação dos Grupos Vitais (1) 11. A Estruturação dos Grupos Vitais (2) 12. A Unanimidade, Oração e a Liberação do Espírito para Mesclar 13. Orar Exercitando Nosso Espírito para a Liberação do Espírito Santo e a Participação no

Derramamento do Espírito de Poder como o Poder das Alturas e o Impacto Dinâmico para Pregar o Evangelho e Ministrar Cristo aos Outros

14. Alguns Pontos Vitais sobre a Prática dos Grupos Vitais 15. Outra Conversa Séria sobre a Prática dos Grupos Vitais 16. Ter Encargo com o Cuidado Amoroso de Deus PARA COM os Pecadores E COM os

Pecadores Convertidos EM Membros DE Cristo PARA Levar a Cabo a Economia de Deus 17. Mais Comunhão sobre o Conteúdo Vivo dos Grupos Vitais 18. Ensino Mútuo nas Reuniões de Grupo mediante Perguntas e Respostas Recíprocas 19. Pagar o Preço para Aprender as Verdades Divinas e Praticar o Ensinamento Mútuo nos

Grupos Vitais 20. A Visão Necessária para Levar a Cabo os Grupos Vitais 21. Como Contatar e Ganhar Pessoas 22. Tornar-se Vital mediante Oração, Preparando Nossos Candidatos à Evangelização e

Remindo Nosso Tempo para Aprender a Verdade 23. Dar Frutos e a Desesperada Oração de Vida 24. Tornar-se Vital e Ir Vitalizar Outros 25. Vencer Três Camadas de Obstáculos por intermédio dos Grupos Vitais

Page 2: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 1-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM UM

COMUNHÃO SOBRE A PRÁTICA

DAS REUNIÕES DE GRUPOS NA MANERIA ORDENADA POR DEUS

Precisamos perceber que nossa situação atual é muito desesperadora. Temos falado sobre a maneira ordenada por Deus tanto em Taiwan como nos Estados Unidos por sete anos e meio, mas não temos visto um resultado definido. A palavra que liberamos tem sido mais clara, enfatizando que a reunião de grupo é a questão crucial na maneira ordenada por Deus. Dissemos que as reuniões de grupo deveriam constituir oitenta por cento da vida da igreja e também dissemos que a pregação do evangelho, o nutrir, o cuidar, o alimentar e o aperfeiçoar devem ser praticados nos grupos. Mas onde estão os grupos e onde estão as reuniões de grupos? Temos ouvido e recebido a palavra e até oramos muito sobre essa questão, mas onde está a estruturação clara dos grupos? Entre as igrejas há algumas reuniões de grupo, mas essas não são aquelas que tencionávamos estruturar que poderiam ocupar oitenta por cento da vida da igreja.

AS REUNIÕES DE GRUPO SENDO A LINHA DE VIDA DA MANEIRA ORDENADA POR DEUS

As reuniões de grupos são a linha de vida da maneira ordenada por Deus. Enquanto não tivermos tocado nas reuniões de grupo, dificilmente poderemos considerar como começada a prática da maneira ordenada por Deus. Satanás nos tem enganado, assim como a serpente enganou Eva, mediante a prática do cristianismo de focar nossa atenção em grandes reuniões. Mas o Novo Testamento deixa claro que o primeiro estágio das reuniões cristãs era nas casas. De acordo com Atos 2:46, no dia de Pentecostes, os crentes se reuniam de casa em casa. Isso quer dizer que eles se reuniam nas casas, de casa em casa. A frase grega traduzida para “de casa em casa” implica que onde quer que haja um lar cristão, aí deve haver uma reunião. Em todos os lares cristãos deveria haver reuniões. Embora eu tenha enfatizado isso repetidas vezes, hoje podemos ainda preferir ter grandes reuniões. Se nos ajuntarmos somente em grandes reuniões, a vida adequada da igreja será impedida. Quando moitas de grama são espalhadas, ela cresce e se expande, mas quando são empilhadas, ela morre. Podemos preferir ter uma fachada de grande reunião, mas o Senhor não é a favor dela. O Senhor é a favor da expansão e Sua expansão está nas casas.

Para qualquer obra entre os santos, precisamos de reuniões de grupos. Se a obra não for introduzida nas reuniões de grupos, até o trabalho nos campi não será tão adequado. É bom podermos levar muitos estudantes a crer no Senhor, mas eles precisam ser agrupados. Sem os grupos, será difícil para eles permanecer, mas se tivermos os grupos,

tudo que fizermos com eles será um sucesso. Entretanto, em nossa obra podemos confiar em muitas coisas, mas podemos não despender qualquer esforço para cuidar dos grupos.

Percebo plenamente que nossa esterilidade é devida principalmente à falta de reuniões de grupos. Se não tivermos reuniões de grupos, será difícil vencer nossa esterilidade. Podemos ter algum

Page 3: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 2-

aumento, mas a taxa de aumento não será provavelmente alta e a atmosfera em nossas reuniões também não será tão favorável. Uma grande árvore sem ramos não conseguirá dar frutos. As grandes reuniões são como o tronco da árvore, o tronco sozinho não pode dar frutos. O tronco precisa de ramos novos, tenros. São os ramos que podem frutificar. Na vida da igreja, os ramos são os grupos. Não devemos ser individualistas, mas devemos viver no Corpo. De acordo com o Novo Testamento, para viver no Corpo, precisamos dos grupos. Isso não quer dizer que devamos agrupar todos os santos numa única reunião. De acordo com Atos, significa que devemos agrupar os santos em reuniões de casa.

RECONSIDERAR NOSSA MANEIRA

Precisamos acatar a palavra de Ageu e refletir sobre nossa maneira (Ag 1:5, 7). Nós, principalmente os presbíteros e cooperadores, precisamos reconsiderar nossa vida da igreja e nossa obra. Precisamos considerar o que tem resultado de nosso viver dia a dia. Não podemos nos permitir continuar na nossa maneira atual.

Nas novas localidades no sul da Califórnia, a taxa de crescimento era alta no início, mas descobri que quando o número dos que freqüentavam as reuniões numa localidade atingia cem, a taxa de crescimento diminuía consideravelmente porque os irmãos não sabiam como prosseguir. No início eles praticavam as reuniões de grupos espontaneamente porque o número era pequeno, mas gradualmente, eles passavam da prática de grupos para as grandes reuniões. O aumento naquelas localidades era reduzido porque eles tinham apenas as grandes reuniões sem as reuniões de grupos apropriadas.

Dei muitas mensagens apresentando os princípios e as instruções detalhadas sobre a prática das reuniões de grupos, mas até agora não lhes dei os passos para formar os grupos. Tenho esperado dia após dia, mês após mês e ano após anos por sete anos e meio para ver alguns de vocês se levantarem para fazer alguma coisa organicamente para formar os grupos, mas não tenho visto o resultado que esperava ver. Por isso, sinto o encargo de que eu mesmo preciso fazer alguma coisa.

Encontrar uma Maneira de Ganhar as Pessoas Caucasianas*

[*palavra usada para se referir especialmente a pessoas de descendência européia, tendo normalmente de pele branca – Merriam Webster Dictionary]

Depois que a restauração se espalhou para uma determinada nação, ela deve alcançar o povo local. A América do Norte foi formada por caucasianos. A restauração nos Estados Unidos deve alcançar o povo caucasiano. Se não pudermos ou não quisermos fazer isso, vamos sofrer uma grande deficiência. Deus não faz acepção de pessoas (At 10:34). Não obstante, precisamos descobrir o remédio para nossa situação anormal em ganhar os caucasianos num país como os Estados Unidos. Quando vim para este país, cheguei com a firme decisão de não trabalhar entre as pessoas de origem chinesa. Embora amasse a China e o povo chinês, a comissão que recebera do Senhor não era para vir aqui cuidar de chineses. Não fiz qualquer obra particular entre os chineses nos EUA até 1983. Logo antes daquela época, a lei americana foi mudada para aumentar a cota de imigração de chineses para vinte mil por anos, de Taiwan e da China continental. Percebi que muitos chineses já tinham vindo aos EUA de Taiwan, e depois de terem chegado aqui eles ficavam perdidos para a

Page 4: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 3-

restauração. Abraham Chang me propôs começarmos a cuidar dos imigrantes chineses. Esse foi o início da obra de língua chinesa nos Estados Unidos. Tendo em vista a situação atual, sinto que os irmãos caucasianos precisam refletir sobre como trazer pessoas caucasianas para a restauração do Senhor. Se não fizermos isso, será uma vergonha.

Recentemente tive uma profunda sensação dentro de mim do motivo de termos ganho tão poucos caucasianos nos anos recentes: porque em nossas reuniões há uma alta percentagem de pessoas de outras raças. Não praticamos a separação de raças como algumas denominações fazem; entretanto, porquanto esse são os Estados Unidos, a maioria dos santos nas igrejas neste país deve ser caucasiana. As outras raças devem ser a minoria. Se a porcentagem daqueles de outras raças nas reuniões for muito elevada, será difícil os caucasianos serem atraídos para a restauração. Por isso, precisamos encontrar uma maneira de entrar na comunidade caucasiana. Somos saudáveis em nosso ensinamento, mas não em nossa prática. Precisamos ponderar sobre nossa situação. Gostaria de pagar algum preço para ganhar pessoas caucasianas. Todos os irmãos e irmãs caucasianos precisam receber encargo e refletir sobre como poderiam ser capacitados pelo Senhor para encontrar uma maneira.

Mesmo entre as pessoas de língua chinesa, nossa frutificação não tem sido satisfatória. O número de pessoas de língua espanhola em algumas das igrejas nos EUA também não é o que deveria ser. Assim, devemos reconsiderar nossa maneira.

Alguns dos santos chineses saíram por algum tempo e não obtiveram qualquer fruto. Por fim, eles concluíram que a maneira de bater às portas não funciona. Por favor, permitam-me dizer que não é a maneira de bater às portas que não funciona, mas o nosso bater não é persistente a ponto de torná-lo eficaz. Se bater às portas não funciona, como é que os mórmons e Testemunhas de Jeová têm grande sucesso em fazer isso? De acordo com as estatísticas, no século passado, a taxa de crescimento foi mais elevada entre esses dois grupos heréticos. O fator de seu sucesso é o bater às portas.

Encontrar a Maneira Adequada de Ajuntar os Santos

Porquanto temos caucasianos, chineses, hispânicos, coreanos e outros grupos étnicos na vida da igreja, precisamos enfrentar um problema real que não temos em outras regiões do mundo, isto é, como ajuntar os nossos. Não podemos cuidar de um grupo étnico e negligenciar os outros. Precisamos descobrir uma maneira de cuidar das pessoas de diferentes raças e origens étnicas. De acordo com nossa prática atual de ajuntar todas as raças, se trouxermos novos caucasianos, principalmente casais de meia-idade com filhos às nossas reuniões, eles podem ficar desapontados depois de uma única reunião. Podem decidir que não gostam de nosso tipo de igreja e então buscar uma entre os caucasianos. Esse é um verdadeiro problema para nós. Vamos agora ter um novo início. Ao refletirmos sobre a maneira de formar os grupos, precisamos atentar principalmente para os caucasianos. Nossa falha em ganhar os caucasianos no passado deve ser devido ao fato de ajuntarmos os santos de diferentes raças com os caucasianos. Deve ser por causa disso que sofremos perdas. Ao formar os grupos, pode não ser de bom alvitre agrupar os de língua chinesa e os de língua hispânica juntos com os santos caucasianos. Por fim, o ambiente ao nosso redor pode nos

Page 5: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 4-

compelir a agrupar os caucasianos e não instar com eles para irem para grupos de outras raças, mas procurar a comunidade caucasiana para ganhar caucasianos.

Outro problema é este: depois de ganharmos caucasianos, que faremos com eles? Gostaria de estimular vocês para refletir sobre essas coisas. Também precisamos orar de uma forma definida por essas coisas. Não devemos repetir vãs orações, mas devemos dizer ao Senhor exatamente o que queremos que Ele faça pela Sua restauração. Percebendo nossa situação, o ambiente ao nosso redor e as condições de nossa obra, devemos orar: "Senhor, não temos sabedoria. Não sabemos como prosseguir. Quase que chegamos a um impasse. Com tantas raças diferentes entre nós, como devemos prosseguir? Não temos a maneira, mas de uma coisa sabemos: é muito difícil para nós ganhar os caucasianos e ainda mais difícil para nós retê-los. Gostaríamos de saber como enfrentar a situação."

Embora alguns caucasianos tenham vindo às reuniões, poucos têm permanecido. Alguns dos jovens têm permanecido, mas em geral, os de meia-idade não permanecem. De acordo com minha observação, eles não sentem que há algo suficientemente interessante

para eles ficarem. Eles não chegaram ao estágio de buscar o Senhor de acordo com as verdades mais profundas que temos liberado. As que consideramos tesouros parecem estar ocultas na terra. Embora possam reunir conosco muitas vezes, não parecem ver coisa alguma acerca desses tesouros. Em nossas reuniões, não temos a atmosfera adequada ou a forma de apresentar-lhes os tesouros. Parece haver pouco em nossas reuniões para poder atraí-los ou despertar seu interesse. Sinto com muita certeza que os caucasianos devem ser contatados e cuidados por caucasianos. Esse princípio deve ser estabelecido em nosso meio.

Por isso, precisamos reconsiderar nossa maneira. Não podemos prosseguir satisfeitos, permanecendo da mesma forma por outro ano. Na restauração hoje há uma verdadeira guerra, uma real necessidade. A maneira que vimos é correta. O problema é que dentro de nós, não temos clareza sobre a prática. Falar de agrupar os santos é fácil, mas descobrir a maneira apropriada de formar os grupos e fazê-los prosseguir é difícil. Assim, precisamos orar por isso. Espero que todos os santos recebam o encargo de orar por isso. É uma grande necessidade entre nós hoje.

Page 6: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 5-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM DOIS

A PRÁTICA DAS REUNIÕES DE GRUPOS NA MANEIRA ORDENADA POR DEUS

Tenho muito encargo pela igreja em Anaheim a respeito da prática das reuniões de grupos. Em 1984, quando fui para Taiwan, a primeira coisa que abordei foram as reuniões de grupos. Em meu ministério acerca desse ponto, disse que podemos esquecer os céus e a terra, mas precisamos não abandonar as reuniões de grupos. Também disse a todas as igrejas que a vida da igreja depende oitenta por cento das reuniões de grupos.

As reuniões de grupos, como parte da maneira ordenada por Deus, foi claramente revelada no Novo Testamento. A igreja veio a existir no dia de Pentecostes. De acordo com Atos 2:46, os crentes recém-salvos imediatamente começaram a se reunir em suas casas. Atos 2:46 usa a frase de casa em casa. De acordo com o grego, essa frase significa que os crentes se encontravam em casas, tomando a casa como a unidade básica para suas reuniões. Isso implica que onde houver a casa de um crente, lá havia uma reunião. O número de casas era o mesmo das reuniões de crentes. Assim, o Novo Testamento indica que cada um de nós deve ter uma reunião em sua casa. É claro, essas reuniões de casa não devem ser simplesmente para nossas famílias, mas também devem incluir outros. As Epístolas de Paulo indicam que em algumas localidades, a igreja se reunia numa casa (Rm 16:5; 1Co 16:19; Cl 4:15; Fm 2).

O Novo Testamento também nos mostra que além de termos reuniões de grupos em casas, a igreja inteira também deve se reunir num só lugar (1Co 14:23). Esses dois tipos de reuniões—as reuniões de grupos e as reuniões nas quais toda a igreja se reúne num único lugar—são como as duas asas de um avião. Com somente uma asa, ele não consegue voar. As reuniões de grupos nas casas são uma “asa” e o ajuntar geral da igreja é a outra. Mas precisamos ver que as reuniões de grupos são mais básicas. Sem as reuniões de grupos é difícil ter o aumento da igreja. Sem os membros introduzidos mediante as reuniões de grupos, não poderíamos ter o ajuntamento de toda a igreja. Embora a igreja em Anaheim exista desde 1974, o número de reuniões de língua inglesa nos domingos é de aproximadamente cento e trinta pessoas. Esse número é muito pequeno. A falta de aumento entre nós é devido principalmente à falta de reuniões de grupos nos lares dos santos.

NOSSA DESESPERADA NECESSIDADE DE PRATICAR AS REUNIÕES DE GRUPOS DE UMA NOVA MANEIRA

Por um período de mais de sete anos, liberei muitas mensagens sobre a prática das reuniões de grupos (ver “O Exercício e Prática da Maneira Ordenada por Deus”, Mensagens Vinte e Três até Trinta; e “A Prática das Reuniões de Grupos”, publicadas pelo Living Stream Ministry). Nessas mensagens, liberei uma palavra da Bíblia para comunicar a visão e a revelação acerca dessa questão. Também dei instruções detalhadas sobre como levar a cabo as reuniões de grupos. Neste tempo, nada fiz diretamente para dar início à prática de reuniões de grupos porque esperava

Page 7: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 6-

totalmente que alguns santos se levantariam e fariam isso. Tinha certeza que os presbíteros, os cooperadores e os santos sequiosos pegariam esses pontos que abordara e se ajuntariam para praticar e aprender a maneira de levar a cabo as reuniões de grupos. Todos os santos são muito capazes. Se praticassem isso, certamente teriam sucesso. Embora tenha esperado ver isso em Anaheim desde abril de 1989, de acordo com a situação atual, quase ninguém se levantou para praticar as reuniões de grupos da nova maneira. Alguns dos santos têm um tipo de reunião de grupo, mas aquelas reuniões são realizadas da antiga maneira. Aquelas reuniões servem para um propósito, mas preciso dizer que a maneira não é prevalecente. Não é a maneira mostrada na Bíblia. Nossa necessidade desesperada hoje é praticar as novas reuniões de grupos de uma nova maneira. Sem isso, será muito difícil para nós prosseguir ganhando aumento.

Para praticar a maneira ordenada por Deus, precisamos de reuniões de grupos. Estou feliz porque muitos santos têm permanecido fiéis à restauração do Senhor pelos últimos oito anos de meu ministério sobre a maneira ordenada por Deus. Entretanto, as igrejas precisam de “sangue novo”, isto é, novos membros. A única maneira de ganhar novos membros para a igreja é por intermédio das reuniões de grupos.

APRENDER FAZENDO

Percebo que muitos santos têm o desejo de praticar as reuniões de grupos da nova maneira, mas não têm feito isso porque sentem que não sabem como fazê-lo, mas eu diria que eles não sabem por que não praticam. Se praticassem, saberiam como fazer. É um fato que sabemos fazer as coisas praticando-as. Se não tocarmos determinada coisa, não vamos conhecê-la. Quando penetramos naquela coisa, nós chegamos a conhecê-la. Há muitas coisas comuns e triviais que não sabemos como fazer simplesmente porque não as praticamos. Se quisermos fazê-las, devemos aprender fazendo.

FORMAR OS GRUPOS VIA ORAÇÃO

Tenho o encargo de ensinar-lhes os detalhes acerca de formar os grupos e a prática das reuniões de grupos, assim como um professor de inglês ensinaria o alfabeto a seus alunos. Mas não posso fazer isso com a igreja toda. Não acho que a igreja toda esteja pronta para isso, mas creio que alguns santos estão prontos.

Para formar os grupos na nova maneira, não há necessidade de mexer em quaisquer reuniões existentes na igreja ou reuniões de grupos. Podemos deixá-las do jeito que estão, sem tentar mudá-las ou terminar com elas. Se quiser começar uma reunião de grupo, primeiro deve orar. Não deve fazer coisa alguma sem orar. Deve fazer tudo pela oração e de acordo com oração. Em suas orações, devem dizer ao Senhor: "Senhor, tenho encargo de ter uma reunião de grupo. Senhor, dá-me as pessoas. Não posso ter uma reunião de grupo por mim mesmo. Preciso de pelo menos alguns." Para formar um grupo, você não precisa de um grande número; até mesmo três ou cinco santos bastam. Depois de orar ao Senhor, Ele lhe dirá para ir ter comunhão com determinado irmão. Enquanto está a caminho para contatar aquele irmão, deve orar: "Senhor, que devo dizer-lhe?" Faça tudo pela oração; isso faz a diferença.

Page 8: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 7-

Se o irmão concordar em juntar-se a você, você ainda deve orar: "Senhor, que devemos fazer? Meu irmão quer se juntar a mim. Que faremos?" Em tal situação, você deve orar e não dominar o outro dizendo-lhe o que fazer; antes, deve perguntar-lhe: "Agora que você expressou seu desejo de juntar-se a mim, que faremos?" O outro irmão pode propor que dois de vocês se ajuntem para orar e ter comunhão para o dia seguinte. Desde a hora que ele disse que vai juntar-se a você e você lhe responde perguntando-lhe o que deve fazer, vocês dois serão organicamente unidos no Espírito. Seu relacionamento será diferente do que era antes. Imediatamente, o Espírito Santo vai confirmar isso, fazendo de vocês dois, um só. Ambos amarão um ao outro mais do que nunca. Então você aprenderá dele e ele de você.

Depois de orar juntos, em poucos dias o Senhor pode guiá-los a contatar um terceiro

irmão. Por intermédio do seu contato via oração com ele, ele pode concordar em juntar-se a vocês. Você agora tem um grupo de três. Posso assegurar-lhes que se formarem seu grupo dessa maneira, todos que se juntarem ao seu grupo imediatamente se tornarão um organicamente com você.

Nada faça de acordo com o conceito natural, mas tudo via oração. O Senhor pode levar você a contatar outro ainda. Esse tal pode viver um pouco mais longe de vocês e vocês podem dizer ao Senhor que ele vive muito longe. Mas esse é o seu conceito. Ao invés de agir de acordo com seu conceito, vocês devem seguir a orientação do Senhor via oração. Dentro de uma semana ou dez dias, você pode contatar quatro ou cinco santos que concordam em juntar-se a vocês como grupo. Essa maneira de ajuntar-se é diferente da maneira arranjada ou designada pelos presbíteros, e é também diferente da maneira de formar grupos de acordo com a geografia ou vizinhança. Na verdade, tanto a maneira de oração como a maneira de arranjo são necessários a fim de se ter a formação apropriada dos grupos. Em mensagens posteriores, direi algo mais acerca da maneira de formar os grupos.

ABRIR-SE AOS MEMBROS DE SEU GRUPO

Antes de conseguir quatro ou cinco, você pode ter já arrumado dois ou três. Vocês dois ou três devem se reunir e orar para conhecer um ao outro. Embora vocês possam estar se reunindo na mesma igreja há anos, podem não saber quantos filhos os outros têm. Além disso, pode não saber qual esposa esteve doente por bastante tempo. Se praticar o ajuntar correto, uma hora depois de um dos membros do grupo ficar doente, você ficará sabendo. Ao ajuntar, a primeira coisa a fazer é o mútuo conhecimento. Sempre que se ajuntar, deve perguntar sobre a situação atual de cada membro do grupo. Podemos dizer que conhecemos uns aos outros, mas na verdade não conhecemos. Quando um membro de nossa família fica doente, podemos evitar dizer aos outros. Podemos dizer que todos em nossa família estão bem. Ao invés de abrirmos nossa situação uns para os outros, nós ocultamos as coisas.

Depois de nos abrirmos uns para os outros acerca de nossa situação atual, devemos orar uns pelos outros e cuidar e ajudar uns aos outros. Esse é um passo posterior na prática das reuniões de grupo. Por não nos abrirmos uns aos outros e não termos cuidado mútuo uns pelos outros, perdemos nosso impacto. Se vocês praticarem a nova maneira, imediatamente terão impacto. Depois de formar um grupo, vocês não devem já no dia seguinte ir visitar pessoas batendo às suas portas; antes, os

Page 9: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 8-

membros do grupo devem orar juntos. O Senhor é vivo e real. Ele está conosco, mas Ele não está conosco da velha maneira. Na velha maneira Ele não é vivo nem real para nós porque não praticamos Sua

maneira orgânica. Quando nos ajuntamos para ter comunhão, ainda não nos abrimos plenamente uns aos outros. Assim, há pouco resultado de nossa comunhão. Parece que o Senhor não está conosco, ou que Ele está conosco só em parte. Sim, o Senhor é benevolente e aberto. Ele cuida de nós, mas isso não quer dizer que está contente conosco. Ele está contente conosco até o ponto em que nos abrimos aos nossos companheiros.

Porque nunca nos abrimos aos nossos companheiros, temos muito pouco impacto. Quando você sai para bater às portas, mesmo os incrédulos podem sentir que entre dois ou três há alguns problemas. Não há necessidade de dizer-lhes; eles mesmos sentem que há problemas. Isso reduz o impacto. Mas se vocês de fato forem um, os incrédulos poderão sentir isso. Podem dizer para si mesmos: "Que maravilhoso que essas três pessoas são uma só. Em toda a minha vida, jamais vi tal coisa." Isso é o impacto. Com tal unidade e impacto, com certeza os incrédulos tomarão a decisão dentro de si de que gostariam de juntar-se a vocês. Talvez não compreendam claramente o que vocês lhe pregam, mas depois de deixá-los, eles podem dizer uns aos outros: "Essas pessoas são sinceras. Elas falam o que crêem e dizem o que são." Depois do dia do Pentecostes, os crentes não deliberadamente praticaram o comunismo. Fazer isso teria sido uma vergonha para eles. Mas eles tinham tudo em comum (At 2:44-45; 4:32) a fim de mostrar a todo o universo, inclusive os demônios, os anjos, o Senhor e Satanás que de fato eram um. Espontaneamente, o impacto estava lá (5:12-14).

RECONSIDERAR NOSSA MANEIRA DE VISITAR PESSOAS PARA EVANGELIZAÇÃO

Precisamos ajustar nossa maneira de batizar os novos. Depois que um novo é salvo, você não deve batizá-lo imediatamente. Além disso, se possível, você deve evitar batizá-lo numa banheira. Batizar pessoas numa banheira não é nem honroso nem dignificante. Admito que isso é diferente do que ensinei no passado. Disse-lhes desde o início que sou como alguém fazendo experiências num laboratório. Estou estudando a fim de aprender a maneira adequada de praticar a maneira ordenada por Deus. Baseado na experiência anterior em Taipé, aprendemos que nossa forma de batizar as pessoas deve ser rapidamente reconsiderada. Lá batizamos tantas pessoas que não podíamos cuidar delas adequadamente. Não é normal uma mãe ter quinze filhos de uma vez. Em Taipé, tentamos batizar quantas pessoas fossem possíveis no menor espaço de tempo. Por fim, batizamos trinta e oito mil pessoas, mas devemos ter perdido trinta e cinco mil desses porque não cuidamos deles como devíamos. Descobrimos que esse tipo de prática era ineficaz. Se setecentos santos tivessem batizado somente três mil pessoas num período de dezoito meses, com certeza eles teriam cuidado adequadamente de cada

Page 10: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 9-

um.

Depois de orar buscando a orientação do Senhor para formar seu grupo, vocês precisam orar muito a respeito de quem devem visitar para evangelização. Creio que o Espírito Santo orientará vocês a cuidarem de seus amigos mais íntimos e parentes primeiro. Precisam orar também sobre quem entre os três ou cinco companheiros em seu grupo deve ir com você contatar seus amigos e parentes. O Senhor os guiará nisso.

Quando saírem para contatar pessoas pela primeira vez, não devem falar muito acerca do Senhor. Se falar demais a respeito do Senhor ou da Bíblia, eles podem pensar que você é muito religioso. Eles podem não gostar de ser tão religiosos como você é. Nos primeiros contatos, vocês devem de tornar mais íntimos deles e fazer amizade. Depois de duas ou três vezes, o Espírito pode orientar vocês dando-lhes a sensação que eles os aceitaram. Vocês então podem abrir-lhes algo a respeito do Senhor. Mesmo naquela hora, vocês não devem pedir-lhes muito depressa para orar. Espere até a próxima vez. Proceda com vagar, passo a passo. Se depois de formar um grupo, você conseguir uma pessoa salva dentro de um mês, que maravilhoso isso será.

Page 11: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 10-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM TRÊS

COMUNHÃO PRÁTICA SOBRE A PRÁTICA DOS GRUPOS VITAIS

Oração: Senhor, somos-Te gratos pela Tua misericórdia. Somos-Te gratos porque Tu nos expuseste, mostraste nossa carência e nos mostraste do que precisas. Senhor, somos-Te gratos por todas essas coisas, mas ainda assim não sabemos a respeito da experiência adequada de reuniões de grupos. Hoje ainda estamos buscando-Te. Mostra-nos a Tua maneira. Mostra-nos como enfrentar a situação e como ir ao encontro da necessidade na presente era. Precisamos de Tua sabedoria. Não gostamos de fazer coisa alguma por nós mesmos, pela nossa sabedoria ou por nós mesmos. Estamos em temor e tremor diante de Ti. Não gostamos de falar coisa alguma por nós mesmos. Senhor, salva-nos e resgata-nos de cometer erros. Não gostamos de nos extraviar. Senhor, cobre-nos contra todas as artimanhas do maligno. Desejamos ser preservados e guardados. Senhor, cobre-nos e dá-nos uma compreensão clara e um espírito aberto sem qualquer preconceito ou vislumbre de opinião. Não gostamos de ser cheios de opiniões. Senhor, protege-nos de todas as coisas para que possamos ter uma comunhão clara, pura e até mesmo purificada de modo que possas nos mostrar Tua maneira. Amém..

A HISTÓRIA ACERCA DAS REUNIÕES DE GRUPOS

Nesta mensagem, quero ter comunhão sobre alguns pontos que podemos ver na história. O Novo Testamento nos mostra claramente que no início da vida da igreja, as reuniões eram primeiramente nas casas (At 2:46; 5:42). O fato dos santos se reunirem em suas casas indica categoricamente que se reuniam em grupos. Havia um grupo em cada casa. Os maiores ajuntamentos eram necessários mas não diariamente. A necessidade diária era as reuniões de grupos.

O relato no Novo Testamento não torna as reuniões de grupos tão claras como está sendo revelado para nós hoje em dia. O motivo disso pode ser que a revelação divina é sempre liberada depois das experiências do povo de Deus. Primeiro vem a experiência do povo de Deus; depois segue a revelação de Deus. Não há exemplo em toda a Bíblia sobre a revelação de Deus vindo antes da experiência de Seu povo. Deus chamou Abraão, mas se ele não tivesse ido, a revelação divina não teria vindo até ele. Todas as revelações na Bíblia vieram depois do povo de Deus ter passado pela experiência. Porquanto Abel, Enoque e Noé tiveram um relacionamento com Deus, Ele pôde revelar algo por intermédio de cada um deles.

No final do Novo Testamento, a igreja já existia há menos de um século. O último livro da Bíblia, Apocalipse, foi escrito em aproximadamente 90 AD. Naquela época, a igreja não tivera muitas experiências, de modo que a revelação parou ali. Entretanto, de acordo com o registro nos céus, o livro de Atos ainda prossegue, nunca parou. Depois do livro de Atos, muitos séculos de história da igreja se passaram. Em toda a história da igreja, podemos ver algo mais.

Quando o irmão Nee foi levantado, ele começou a primeira reunião da igreja em 1922. Aquela primeira reunião da igreja foi certamente um pequeno grupo. Eu não estive lá pelos primeiros dez anos de nossa história na restauração, de 1922 a 1932, mas quando entrei para a obra, o irmão Nee

Page 12: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 11-

intencionalmente me contou os detalhes sobre aqueles dez anos. Nos primeiros quatro ou cinco anos, o número dos que freqüentavam as reuniões estava aumentando. Esse aumento foi devido à prática espontânea das reuniões de grupos. No início, não havia um reunião grande, mas dez anos depois a situação mudou. De 1927 até 1932, a igreja em Shanghai cresceu em tamanho para cerca de cem. Depois do número ter atingido cem, a taxa de crescimento se tornou muito pequena.

Em 1933 comecei a servir em Shanghai. Por fim, o irmão Nee designou-me a responsabilidade pela igreja e pela obra. Por um lado eu estava muito ocupado; por outro, do ponto de vista de hoje, nem tanto. Antes de tudo, eu liberava a mensagem no domingo. Naquela época, a reunião de mensagem de domingo de manhã era a principal. Se a mensagem era boa, a reunião seria um sucesso; se não fosse, seria um fracasso. Graças ao Senhor, até certo ponto as mensagens que liberei foram um sucesso. Toda manhã de domingo eu liberava uma mensagem. As pessoas e o irmão Nee ficavam

contentes. Quando jovem, eu punha todo o meu ser no falar. Hoje não consigo falar daquela forma. Naquela época eu não precisava de um microfone. Podia falar por uma hora e dez minutos e todo meu ser ficava exausto. Conseqüentemente, eu precisava do dia seguinte inteiro para descansar. Por isso, às segundas-feiras eu ficava bem livre.

A segunda coisa que fiz foi cuidar das reuniões semanais, principalmente as reuniões de oração e reunião de comunhão dos irmãos. A reunião de comunhão dos irmãos era para a prática de 1 Coríntios 14. Porquanto todos os irmãos eram sacerdotes, a reunião não tinha dirigentes ou clérigos. Embora eu não fosse incumbido de liderar aquela reunião, eu inconscientemente liderava.

A terceira coisa que fiz foi visitar as pessoas. Embora eu dificilmente saísse para visitar pessoas e elas dificilmente viessem ter comunhão comigo, eu visitava, tinha comunhão e contatava os santos de vez em quando. Também cuidava da correspondência.

Estudando a história passada e nossa situação atual, percebi que se tivéssemos adotado a maneira de reuniões de grupos em 1933, poderíamos ter ganho muitas vezes mais pessoas do que as que ganhamos na época. Isso nos teria deixado muito ocupados.

A HISTÓRIA DA REUNIÃO DE VIDA NA CHINA CONTINENTAL

E A PRÁTICA DAS REUNIÕES DE GRUPO EM TAIWAN, DE 1949 A 1954

De acordo com nossa história, sempre que uma igreja atingia uma freqüência de cem, a taxa de crescimento se reduzia. O motivo para isso é que depois de atingir aquela quantidade, o princípio de reunião em grupos era anulado. Começamos a confiar nas grandes reuniões e começamos a fazer tudo para sustentar, manter, enriquecer e levantar as grandes reuniões. Tudo era para as grandes reuniões. Isso é totalmente contrário ao princípio bíblico. O aumento não vem por intermédio das grandes reuniões. Quando há um orador espiritual muito bom, a freqüência nas grandes reuniões vai aumentar, mas qualquer grupo cristão que dependa de tal orador, vai sofrer uma grande perda quando o orador morrer. Essa não é a maneira de Deus.

Page 13: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 12-

Na China continental, antes de ir para Taiwan, não tínhamos reuniões de grupos. Chamávamos algumas reuniões menores de “reuniões de casa”, mas na verdade não eram reuniões de grupos. Depois de iniciarmos a obra em Taiwan, começamos a praticar muito as reuniões de grupo. Quando fomos pela primeira vez da China continental para a ilha de Taiwan, o número de santos em toda a ilha era de trezentos a quinhentos irmãos. Mas em apenas cinco anos, de 1949 até 1954, o número total de santos na ilha atingiu quarenta mil. Foi nesse momento que o irmão T. Austin-Sparks foi convidado

para visitar-nos. Durante sua visita, alguns jovens cooperadores sob meu treinamento foram negativamente influenciados por ele. Isso causou um tumulto em nosso meio. Depois do tumulto, por volta de 1958, a prática das reuniões de grupo praticamente cessou e a taxa de aumento foi muito reduzida. A taxa de aumento que experimentamos de 1949 até 1954 nunca foi recuperada, mesmo hoje em dia.

FORMAR AS REUNIÕES DE GRUPOS

Todos precisamos perceber que nosso destino depende de como praticamos as reuniões de grupos. Se não praticarmos as reuniões de grupos, nossa taxa de crescimento vai permanecer muito baixa. Podemos ficar ocupados com muitas coisas todos os dias, mesmo com reuniões aqui e ali, mas isso será bem em vão porque o aumento será menor que dez por cento ao ano. Esse é o motivo de precisarmos nos esforçar para formar as reuniões de grupos. .

Doravante, vou fazer minha obra de uma forma muito diferente daquela que fiz nos últimos sete anos e meio. Naqueles anos, eu fui como que o treinador, dando instruções aos santos e ensinando os princípios e nunca eu mesmo exercitando. Mas quando observei a situação, percebi que se não pusesse em prática, seria difícil para nós termos um início definido. Busquei muito o Senhor para que nos desse um novo início.

Essa nova prática não vai conflitar com vida da igreja atual ou com maneira atual. Os santos não precisam parar de ir à reunião de oração ou outras reuniões. Eles ainda devem continuar com todas as reuniões regulares, mas além das reuniões regulares da igreja, há a necessidade de alguns pegarem o encargo e formarem novos grupos.

Para formar os novos grupos, primeiro vocês devem orar, pedindo ao Senhor para lhes dar companheiros. Se orarem, o Senhor vai guiar vocês a procurar o irmão sentado ao seu lado. Quando o abordar e contar-lhe sobre sua intenção, o Espírito pode confirmar a obra de vocês e inspirá-lo a se juntar a vocês. Então dois de vocês vão se tornar um grupo. A primeira coisa que dois de vocês devem fazer em sua reunião de grupo é ficarem intimamente ligados no espírito e no meio em que estão inseridos.

Page 14: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 13-

OS PASSOS DE COMUNHÃO ÍNTIMA, ORAÇÃO E VISITAR OUTROS

NA PRÁTICA DAS REUNIÕES DE GRUPOS

Na vida da igreja hoje, nós freqüentemente fingimos que conhecemos uns aos outros. Na verdade, não conheço muitos dos santos. Não sei os nomes de muitos santos. Em alguns casos, sei o primeiro nome mas não o sobrenome. Posso conhecer os nomes de determinados santos mas não sei quantos filhos eles têm. Isso ilustra o fato de não termos uma comunhão íntima, cabal uns com os outros. Precisamos pegar o encargo de

formar as reuniões de grupos de uma nova maneira. Primeiro, de acordo com a orientação do Senhor, você precisa arranjar alguns companheiros. Você e seus companheiros precisam travar conhecimento completo entre si. Precisam conhecer a idade, o nome da esposa, quantos filhos e respectivas idades, quais escolas freqüentam e assim por diante. Em outras mensagens, enfatizei que a primeira coisa na reunião de grupo é ter comunhão de modo que todos os membros do grupo conheçam uns aos outros de uma forma atualizada.

A esposa de certo irmão pode estar de cama doente, mas poucos santos sabem disso porque não têm comunhão numa reunião de grupo. Se estivéssemos numa reunião de grupo, a primeira coisa que eu perguntaria é como os outros membros do grupo estão. No passado, escondíamos nossa verdadeira situação, não permitindo que os demais conhecessem nossa situação. Encobríamos nossa verdadeira situação, não permitindo que os outros a conhecessem. Encobríamos nossa real situação e fingíamos ser outra coisa. Com tal prática, enganamos a nós mesmos e também enganamos os outros. Como conseqüência, não conhecemos a situação dos outros. Fingimos conhecer os demais, mas na verdade, permanecemos separados. Nesse tipo de situação é impossível ser unânime com impacto de verdade. Esse foi o motivo de quando saímos para visitar pessoas, elas podem facilmente perceber que não somos um. Para ter unanimidade e impacto, precisamos intimamente conhecer uns aos outros mediante comunhão.

Ao formar um grupo, o primeiro passo é conseguir um companheiro. O segundo passo é orar e ter comunhão juntos a fim de conhecer uns aos outros de uma forma íntima e cabal. Vocês podem orar: "Senhor, qual é o próximo passo que quer tomemos?" Quando fizer ao Senhor tal pergunta, asseguro-lhes que Ele não vai dizer para sair e visitar pessoas. Digo isso baseado no meu estudo da nova maneira nos últimos sete anos e meio. Se se encontrar com seu companheiro a noite passada e se encontra com ele outra vez esta manhã, a primeira coisa a fazer é permitir que seu companheiro saiba o que aconteceu a você entre a noite passada e esta manhã. Dessa forma, você e seu companheiro vão manter um conhecimento completo um do outro. Como conseqüência, vai se tornar um e um verdadeiro amor e cuidado resultará entre vocês. O Senhor pode então guiar vocês a ter quatro ou cinco companheiros mais.

Depois disso, o Senhor pode orientar vocês para orar por um período de tempo. Nessa hora, não saia, simplesmente ore. Depois de orar por duas semanas, vocês podem estar prontos e o Senhor pode guiá-los para sair a visitar pessoas. Durante o período de oração, vocês devem orar, pedindo ao Senhor que os oriente sobre quem devem visitar. O Senhor pode guiá-los a contemplar não só

Page 15: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 14-

seus próprios parentes, primos, cunhados, vizinhos, colegas de classe, amigos e colegas de trabalho, mas também os conhecidos

mais próximos de outros membros do grupo. O Senhor lhes mostrará quais precisam ser visitados. Isso é bater em portas “quentes”. Ao sair, não saiam por si mesmos ou segundo seu próprio sentimento. Não devem sair porque decidiram fazer isso; antes, devem sair em consonância com o grupo. No máximo, dois ou três do grupo devem sair, mas a fim de descobrir quem deve ir, vocês precisam refletir sobre os candidatos potenciais e orar.

INSTRUÇÕES PRÁTICAS PARA VISITAR PESSOAS

As instruções que vou dar agora acerca da nova maneira é diferente do que falei em Taiwan. Lá encarreguei vocês a visitar pessoas e batizá-las imediatamente. Hoje porém não encorajo vocês a batizar pessoas de uma forma imediata. Também, ao visitarem pessoas, não falem afoitamente sobre a Bíblia, Deus, Cristo ou salvação. Se fizerem isso, as pessoas podem pensar que são muitos religiosos e que eles não conseguem atingir seu padrão. Podem afastá-los pelo seu entusiasmo. Em sua primeira visita com alguém que encomendou vocês, não fiquem muito tempo. Quanto mais curta for a visita, melhor. Uma visita curta dará ao visitado uma boa impressão de modo que receberá de bom grado outra visita. Não causem má impressão naqueles a quem vocês visitarem. Na primeira visita, não falem demais acerca das coisas espirituais. .

Quando visitar pela segunda vez, pode começar a falar algo de Cristo; pode precisar ir um par de vezes até a pessoa ser salva. O princípio é: quanto mais devagar, melhor será; quanto mais devagar, mais seguro será. Quanto menos precipitados forem os passos, mais certo será que vocês vão poder ganhar aquela pessoa.

Dissemos que se pudermos ganhar um verdadeiro fruto num ano mediante nosso contato, isso seria ótimo. É até possível conseguir uma pessoa trimestralmente. Falando de modo geral, um ganho dessa maneira pode se tornar uma pessoa firme.

O batismo também não deve ser feito com afoiteza. Tentem não batizar pessoas numa banheira. Isso não quer dizer que não deva ser feito de jeito nenhum, mas depende da situação. Na verdade, qualquer lugar onde haja água—um tanque batismal, uma banheira, uma piscina ou o mar—é bom para batizar pessoas, mas quando sair para visitar pessoas de uma forma convencional, não precisa batizar pessoas apressadamente em banheiras. Quando um novo for salvo, é melhor não falar imediatamente a respeito da igreja. Vocês devem continuar a se encontrar com ele em sua casa ou em sua reunião de grupo. Então, conforme o Senhor orientar, fale com ele sobre a igreja e leve-o à reunião da igreja.

REUNIÕES ESPECIAIS PARA OS NOVOS

Também proporia que, se possível, a igreja estabelecesse reuniões especiais para os novos periodicamente; uma para caucasianos, outra para os de língua chinesa e outra ainda para os de

Page 16: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 15-

língua hispânica. Pode levar os novos a reuniões especiais. Muitos grupos podem levar seus novos a reuniões tais. Nessa reunião especial, a primeira coisa a fazer é dar-lhes uma mensagem breve acerca do batismo e batizá-los. Por serem batizados num batistério, com algumas pessoas ao redor deles, eles sentirão bem valorizados. Deve haver uma comemoração alegre com muitos louvores ao Senhor pelo batismo deles. Todos devem apertar as mãos dos recém-batizados. Depois disso, vocês podem ter a mesa do Senhor com todos os batizados e ter comunhão com eles sobre a mesa do Senhor. Se praticarmos dessa forma, com certeza poderemos introduzir caucasianos na vida da igreja..

Na prática das reuniões de grupos, tanto quanto possível, os santos caucasianos não devem se reunir junto com os santos chineses. Mesmo alguém que não seja caucasiano de raça, pode sê-lo por princípio porque ou nasceu nos EUA, ou porque fala inglês americano típico ou porque seu cônjuge é caucasiano. Isso é somente um princípio, não é absoluto. Se uma maneira nos faz ser bem sucedidos, essa é a maneira que vamos adotar. Em princípio, todos os irmãos e irmãs caucasianos devem se reunir com caucasianos. Devem visitar caucasianos e não chineses e espanhóis. A taxa de aumento entre os chineses pode ser mais elevada do que entre os caucasianos. Por exemplo, pode ser possível ganharmos dez novos entre os chineses em duas semanas mas pode levar três meses para ganharmos dois caucasianos. Ainda assim, esse labor tem valor. Que os santos chineses se reúnam e visitem chineses. Que os santos espanhóis visitem espanhóis e os santos coreanos visitem coreanos. Numa igreja grande que tenha reuniões de língua chinesa, deve haver também uma reunião chinesa de batismo na forma que foi descrita antes. No início, tal reunião pode não acontecer toda semana, mas posteriormente, essa reunião especial para batismo e prática da mesa do Senhor com os novos, deve acontecer toda semana. Num lugar onde há somente um batistério, as reuniões diferentes, de grupos diferentes devem ser programadas em períodos diferentes. É claro, isso é apenas uma idéia geral; os detalhes, devemos orar sobre eles.

A NECESSIDADE DE PASTOREAR E ENSINAR NAS REUNIÕES DE GRUPOS

De acordo com o Novo Testamento, há apóstolos, profetas, evangelistas e pastores e mestres (Ef 4:11). A longo prazo, as reuniões de grupos podem necessitar de pastoreio ou ensinamento especial, espiritual. Depois de alguns meses, um grupo pode aumentar para mais de quinze. Nessa hora, o grupo pode dividir-se em dois grupos. Todos os irmãos que formam o grupo inicial podem ensinar e pastorear, mas não podemos esperar que os novos sejam capazes de progredir muito rápido. Por isso, precisamos levar em

consideração a necessidade de pastorear e ensinar. Por fim, quando tivermos muitos grupos, haverá uma grande necessidade de pastores e mestres. Precisamos avaliar a situação e orar muito sobre os passos seguintes.

Quando o número de reuniões de grupos for muito grande, o cuidado pelos grupos não pode ser feito de uma forma generalizada. Embora odeie usar a palavra líderes, depois de muita ponderação, achei difícil evitar a necessidade de líderes. De acordo com a prática atual, temos somente os

Page 17: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 16-

presbíteros, mas se o número de grupos numa localidade aumentar para uma grande quantidade, o número relativamente pequeno de presbíteros não será capaz de cuidar da igreja inteira.

A longo prazo, haverá uma grande necessidade, mas atualmente, precisamos dar o passo inicial para formar os grupos de uma forma simples. No novo começo com as reuniões de grupos, os aspectos remanescentes da prática atual da igreja podem permanecer os mesmos. Enquanto estamos praticando as novas reuniões de grupos, ainda devemos manter as reuniões regulares da igreja.

Page 18: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 17-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM QUATRO

PRATICAR OS GRUPOS COM MUITA PONDERAÇÃO,

ORAÇÃO E LABOR

Oração: Senhor, graças Te damos porque és a fonte e nosso Amo. Podemos nos achegar a Ti em qualquer hora para buscar Teu suprimento. Precisamos de Teu suprimento. Até o presente momento, precisamos de Teu suprimento para que possamos saber como formar os grupos passo a passo, e como estruturá-los, como ter tudo aumentando para ser oitenta por cento da vida da igreja. Senhor, ensina-nos e guia-nos, mesmo em nossa comunhão uns com os outros. Mostra-nos a maneira. Esta manhã confiamos em Ti no que tange a essa questão. Ainda precisamos de mais orientação, mais direção. Precisamos de Tua luz e precisamos de Tua revelação. Não gostamos de fazer nada que aparentemente seja correto, e ainda assim tão natural, fruto de nosso próprio conceito. Senhor, livra-nos de todas essas coisas. Desejamos seguir-Te para executar o plano do Pai, a economia de Deus e cuidar do crescimento em vida, ter a verdadeira espiritualidade. Senhor, não gostamos de ser um pão não virado, mas não sabemos como virar para o outro lado. Senhor, ajuda-nos. Precisamos de Ti em cada detalhe. Precisamos que nos livre de confiar em nós mesmos. Não gostamos de ter confiança em nós mesmos. Tememos isso. Senhor, trememos diante de Ti de estarmos fazendo algo aparentemente algo novo e ainda assim totalmente contra Ti. Senhor, derrota o inimigo;

ele está ocupado. Sempre que fazemos algo, ele fica ocupado. Precisamos de Tua sabedoria para nos acautelar contra todas as suas ações. Senhor, destrói a obra do inimigo, a obra das trevas, das forças espirituais no ar. Repreende Teu inimigo e envergonha-o, e amarra todos os espíritos malignos. Amém.

PRATICAR A MANEIRA ORDENADA POR DEUS ENQUANTO CUIDAMOS DE NOSSO PASSADO

E DE NOSSA SITUAÇÃO ATUAL

Podemos pensar que é fácil para nós formar os grupos, mas na verdade não é. Esse é o motivo de termos começado com dificuldade as reuniões de grupos, embora estejamos falando sobre os grupos há um bom tempo. Pode ser fácil contatar alguns outros santos e conseguir alguns companheiros, mas não é fácil formar um grupo e torná-lo eficaz de modo que possa executar as funções de gerar, nutrir e aperfeiçoar.

Além disso, temos um passado bem peculiar. A restauração está entre nós há mais de setenta anos. O Senhor nos mostrou muitas coisas e nos introduziu em muitas situações e nos fez passar por muitos tipos diferentes de situações. Não só temos tal passado mas agora na restauração há mais de mil a duzentas igrejas em todo o globo. Não conseguimos prosseguir para adotar a nova maneira da forma que a vimos, e ainda assim nos esquecermos de nosso passado e nossa situação atual. Por um

Page 19: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 18-

lado, precisamos encontrar uma maneira de cuidarmos positivamente da formação dos grupos, e por outra, precisamos encontrar uma maneira de cuidar do passado e da situação atual.

Em Anaheim, há uma igreja com aproximadamente trezentos membros ativos, incluindo aqueles nas reuniões de língua inglesa, chinesa e espanhola. Se formos absolutos e desesperados para nos consagrar ao Senhor para a nova maneira e especialmente para o passo que estamos dando atualmente de formar os grupos, e ainda assim nos esquecermos sobre a atual situação, isso está errado. Não podemos simplesmente pôr de lado a situação atual e fazer alguma coisa separado.

Nosso passado não é leviano ou superficial porque por muitos anos temos prestado atenção em buscar o Senhor, conhecê-Lo, experiênciá-Lo, vivenciá-Lo, fazê-Lo crescer e fazê-Lo aumentar e ser magnificado em nós. Desde bem no início, fomos guiados pelo Senhor dessa forma e nunca nos desviamos desse tipo de busca. Esse é o nosso passado de espiritualidade. Além disso, temos outro passado adicional, mais profundo, que é cuidarmos da economia de Deus para ter tudo para a edificação de Seu organismo, a igreja. Deus deseja ter a igreja e nós estamos nos esforçando para alcançar Seu objetivo. Pouquíssimos cristãos se importam com a igreja; eles se importam só com a sua própria obra. Muitos cristãos usam métodos mundanos para promover e levar a cabo sua obra; entretanto, é impossível andar no espírito e ainda estar envolvido com coisas mundanas.

Em Romanos 8:4, Paulo disse que precisamos fazer tudo de acordo com o nosso espírito. É impossível nos envolvermos com práticas mundanas e ainda estarmos de acordo com o nosso espírito. Outros grupos cristãos podem ter grandes ajuntamentos nos quais usam de atrações mundanas para agradar as pessoas. Essa maneira de agir não se importa com a espiritualidade. Não podemos fazer isso. Desejamos ganhar aumento, mas não queremos gerar filhos incestuosos. Não queremos produzir amonitas e moabitas (Gn 19:30-38). Podemos conseguir pessoas salvas empregando meios mundanos, mas esses salvos podem se tornar os amonitas e moabitas. Aos amonitas e moabitas não era permitido entrar na congregação santa por dez gerações (Dt 23:3).

Precisamos aprender a lição. Por mais de setenta anos, o Senhor nos tem guardado de todo tipo de poluição e contaminação. Não podemos prosseguir com pressa ou com facilidades porque precisamos nos importar com a espiritualidade, a vida da igreja, a base da igreja, a unidade do Corpo e muitas outras coisas. Por isso, por um lado, precisamos adotar a nova maneira, a maneira ordenada por Deus, como o Senhor no-la revelou; por outro lado, enquanto estivermos prosseguindo, precisamos nos importar como nosso passado, nossa situação atual e as muitas igrejas ao redor do globo.

Depois de muita reflexão diante do Senhor, sinto-me orientado por Ele a concluir que enquanto estamos nos esforçando para adotar a nova maneira, não devemos mudar coisa alguma da situação atual. Não devemos mudar nossa maneira atual de efetuar as reuniões das crianças, a obra dos jovens, a reunião de oração e as reuniões de grupos existentes. Entretanto, além de cuidar de todas as coisas das igrejas locais existentes, os presbíteros e cooperadores de tempo integral podem devotar mais de seu tempo para ajudar os santos a adotar a nova maneira. Enquanto se esforçam para praticar a maneira ordenada por Deus, eles ainda devem participar de em todos os diferentes aspectos da obra, inclusive até as reuniões de grupos existentes

Page 20: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 19-

A FORMAÇÃO DOS NOVOS GRUPOS

A formação dos novos grupos vai exigir muita oração e também muito labor. As denominações dependem de suas atividades e os pentecostais dependem de sua confiança supersticiosa no Espírito Santo. Os dois estão errados. O apóstolo Paulo viu o próprio Senhor (1Co 2:9; 15:8), e também recebeu o Espírito (At 9:17). Ele recebeu mais revelações divinas do que todos os demais apóstolos. Por esse motivo, o Senhor deu-lhe um espinho para que não ficasse orgulhoso (2Co 12:7). Entretanto, em 1 Coríntios 15:10, Paulo nos disse que ele laborara muito mais que todos os demais apóstolos e em Colossenses 1:28-29, ele disse que laborara, lutara de acordo com a operação de Deus que operara nele com poder. As palavras gregas para labor e luta

foram usadas em referência aos atletas que competem nos jogos olímpicos. Todos os atletas que competem nos jogos têm de laborar e lutar. Paulo era um que laborava, lutava e competia para executar seu ministério. Por isso, não devemos pensar que é fácil formar uma reunião de grupo; na verdade, é difícil. O resultado de nossa obra depende de quanto laboramos. Se não laborarmos, nada advirá daí.

Ao buscar um parceiro para formar um grupo, vocês não devem selecionar alguém de acordo com a sua preferência natural; pelo contrário, devem orar e aguardar. Precisam orar por alguns dias, talvez mesmo por uma ou duas semanas, esperando no Senhor para dar-lhes um parceiro apropriado. Depois de conseguir um, dois de vocês precisam orar para entrar em unidade. Precisam orar por si mesmos para entrar numa intimidade adequada, espiritual, celestial. Então, a fim de realizar as reuniões de grupos, precisam de outros quatro ou cinco membros do grupo. Selecionar esses membros adicionais também requer muita oração e labor.

A NECESSIDADE DE LABORAR E AVALIAR PARA GERAR FRUTOS QUE PERMANECEM

Depois que a formação do grupo for completada, os membros não devem sair imediatamente a bater às portas. Essa foi nossa prática no passado, mas não funcionou muito bem. Todos os membros do grupo precisam trabalhar juntos como uma única pessoa. Para isso precisam se juntar para orar: "Senhor, guia-nos. Mostra-nos a quem procurar para bater às portas." Se orarem, o Senhor os orientará a primeiro avaliar todos os conhecidos de cada membro do grupo, inclusive os parentes, vizinhos, amigos, colegas de classe e de trabalho. Faça uma lista deles e avalie coisas tais como temperamento, caráter e situação familiar. Fazendo isso, com certeza vai ganhar uma visão clara daqueles a quem visitar. Depois vocês podem contatá-los. Uma vez que são seus conhecidos, pode parecer fácil contatá-los, mas vocês precisam encontrar uma maneira de fazer isso adequadamente. Antes de ir visitar o primeiro conhecido, vocês podem precisar primeiro avaliar sua situação por algum tempo.

No mundo inteiro, especialmente nos EUA, todos os comerciantes precisam competir para ganhar dinheiro. Eles avaliam os mercados, preços e mercadorias dos outros para poder achar uma maneira de atrair compradores e ter lucro. Em Lucas 19, o Senhor comparou nosso trabalho com fazer

Page 21: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 20-

negócios. No versículo 13, Ele disse: "Negociai até que eu venha." De acordo com a parábola dada ali pelo Senhor (vv. 12-27), precisamos usar o "capital" que Ele nos deu para ter lucro para Ele, mas, com relação à obra do Senhor, muitos crentes são ociosos. Não laboram e ainda assim esperam ter lucro. Na obra do Senhor, pegamos as coisas com muita facilidade. Mas nenhum esforço digno de nota é

fácil. Mesmo para tomar uma decisão acerca de quem visitar para evangelização exige dias de avaliação.

No passado disse que um terço dos santos na igreja local deviam sair regularmente para contatar pessoas visando evangelização e que ao fazer isso consistentemente, eles esperassem gerar três frutos que permanecessem todos os anos. Se isso acontecesse, as igrejas dobrariam de número todo ano. Se laborarmos nessa maneira cinqüenta e duas semanas por anos, ganharíamos três frutos que permanecem facilmente para o Senhor num ano. Mas se tomarmos isso com leviandade e não laborarmos, podemos não ganhar um único fruto que permanece em dez anos. Se laborarmos um pouco, mas errado, ainda não vamos ganhar nem um fruto que permanece.

Alguns dos santos podem tomar minha palavra acerca dos grupos e tentar praticá-la, mas depois de algum tempo, sua prática pode não ter um resultado positivo e podem ficar desapontados. A razão provável para seu fracasso é que não laboraram. Alguns homens de negócios são capazes de ganhar dinheiro enquanto outros não. Muitos deles investem muito tempo e dinheiro para aperfeiçoar seus negócios. Para fazer negócios internacionais, muitos homens de negócios, especialmente aqueles oriundos do Extremo Oriente, fazem muito esforço para aprender outras línguas de modo a poderem se comunicar com aqueles de outras nações e exportar suas mercadorias no exterior. Por causa do seu labor, eles se tornaram pessoas de sucesso. Entretanto, quando chegamos à obra do Senhor, podemos tomá-la levianamente. Quando não laboramos, não vemos um resultado esperado. Os comerciantes laboram porque são desesperados, isso é seu modo de vida. Mas nós não estamos desesperados. Quer ganhemos um neste ano ou não, ainda vamos viver. Podemos vir à mesa do Senhor para desfrutá-Lo. Se não gerarmos um fruto que permanece em cinco anos, isso não parece preocupar-nos, mas se um homem de negócios ganhar pouco em seis meses, ele pode ter de fechar as portas. Gostaria de causar-lhes uma impressão com o fato de que as pessoas no mundo são atarefadas, mas com relação à obra do Senhor, muitos dos santos não estão atarefados. As pessoas mundanas são engenhosas, mas muitos de nós não são.

Se laborar de acordo com minha palavra, você verá o resultado. Quando sai para bater às portas, muitas portas se abrirão para você. Não baterá em vão. Antes de sair, precisam avaliar muito bem a situação. Precisam ponderar sobre o que dizer no primeiro contato e o que falar no segundo. Não é adequado meramente levar consigo um exemplar do “O Mistério da Vida Humana” e falar a mesma coisa para todos os contatados. Não devem orar e avaliar por si mesmos, mas fazê-lo com seu grupo como uma unidade. Depois de avaliarem, devem sair a contatar pessoas. Se adotar essa

Page 22: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 21-

maneira, será fácil ganhar o aumento, ele estará assegurado.

ENCONTRAR A MANEIRA CERTA

DE CUIDAR DOS NOVOS

Preparar os Materiais Adequados para as Reuniões de Grupos

Uma vez que tenhamos ganhado alguns novos, precisamos avaliar para encontrar a maneira de cuidar deles. Estive refletindo sobre que material seria o melhor para usar nas reuniões de grupos a fim de ensinar as pessoas. Temos tanto as Lições de Vida como a Lições da Verdade. Embora essas lições sejam muito bem escritas, sinto que não são tão adequadas porque podem ser muito para os novos digerirem. Mesmo “A Palavra Sagrada para o Reavivamento Matinal” podem não ser convenientes para os novos nas reuniões de grupos. É bom não alimentar pessoas com comida demais; precisamos dar-lhes a quantidade certa. Em Hebreus 5:12-14, Paulo mencionou dois tipos de comida: leite e comida sólida. Não devemos tentar nutrir uma criança com comida sólida. Daí precisarmos laborar a fim de escrever algum material adequado para as reuniões de grupos que possa nutrir os novos com leite. Para termos ensino e comunhão proveitosos nas reuniões de grupos, alguns materiais que podem servir como guia podem ser necessários. Espero que alguns dos irmãos sejam levantados pelo Senhor para elaborarem algum material escrito para as reuniões de grupos.

Levar os Novos às Reuniões da Igreja

De acordo com a situação atual, precisamos ponderar sobre qual seria a melhor hora para levarmos os novos às reuniões da igreja. Todos precisamos avaliar para descobrir quando os novos devem ser levados às reuniões da igreja. Porque temos nossa situação atual e nosso passado particular, para o bem dos novos é melhor não levá-los às reuniões da igreja por um período de tempo. Depois de reunir com os grupos por algum tempo, eles já podem estar um pouco edificados. Então podemos ponderar e avaliar se devemos ou não levá-los às reuniões da igreja.

Praticar o Ensino da Verdade Nas Reuniões de Grupos

Outro problema é como praticar o ensino da verdade nas reuniões de grupos. Precisamos encontrar a maneira de praticar o ensino ano após ano para aqueles que continuarem nas reuniões de grupos, e ao mesmo tempo, cuidar dos novos que são salvos e introduzidos nos grupos todos os meses. Não é adequado preparar lições para apenas um ano e depois repeti-las todos os anos. Depois que um grupo terminar uma série de lições, eles precisam de uma maneira para continuar. Além disso, os novos serão introduzidos continuamente. Precisaremos de uma maneira para ensiná-los também. A questão da educação humana foi avaliada pela humanidade por seis mil anos. Hoje, quase o mundo inteiro adotou o mesmo tipo de sistema educacional. Mas a técnica da educação humana não pode ser aplicada diretamente na vida da igreja. Por isso, precisamos estudar para achar a maneira adequada para ensinar a verdade nas reuniões de grupos.

Page 23: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 22-

A vida humana não é meramente uma geração, mas geração após geração. Por fim, nas reuniões de grupos teremos diferentes gerações reunindo juntas. Cada geração deve ser adequadamente cuidada. Esse problema pode não aparecer na primeira geração das reuniões de grupos, mas por fim, outra geração surgirá e teremos de enfrentar esta situação de como cuidar das reuniões de grupos com gerações diferentes.

Mencionei todas essas questões para mostrar que precisamos de muita preparação para o que virá. Por intermédio das reuniões de grupos, sem dúvida ganharemos aumento, mas precisamos laborar muito a fim de cuidar de todos os santos nos grupos.

Page 24: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 23-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM CINCO

COMUNHÃO PRÁTICA ACERCA DAS REUNIÕES DE GRUPOS

Oração: Senhor, buscamos-Te para mais orientação de Tua parte acerca das reuniões de grupos. Precisamos que nos guie passo a passo. Senhor, percebemos plenamente que há a necessidade de fazer alguma coisa e ainda assim não sabemos o que fazer. Tememos a questão de liderança e de cair numa situação mecânica. Senhor, buscamos-Te pela Tua salvação. Mostra-nos algo prático que precisamos para prosseguir. Senhor, somos-Te gratos pela Tua restauração que tem estado conosco há setenta anos. Somos-Te gratos pela Tua revelação. Graças a Ti por abrir-nos Tua palavra. Mesmo hoje a Palavra ainda está aberta. Senhor, somos-Te gratos pelo Teu falar. Somos-Te gratos pelo Teu oráculo na restauração. Amado Senhor, estamos na posição de não saber como prosseguir para cuidar do aumento, da expansão de Tua restauração. Buscamos-Te e confiamos em Ti nesses dias. Amém.

LIDERANÇA PRÁTICA SOB O CONCEITO ADEQUADO

Nesta mensagem vamos ter mais comunhão acerca das reuniões de grupos. A questão da liderança nos grupos é muito prática. Será muito difícil para nós termos a prática adequada das reuniões de grupos se não tivermos qualquer liderança. Entretanto, não queremos ter qualquer liderança organizada nos grupos. Quando fui para Taiwan em 1984, disse aos santos que não gostamos de qualquer tipo de arranjo ou liderança oficial na vida da igreja. Por muitos anos antes daquela época, ponderamos com muito

cuidado sobre a liderança e ressaltamos o presbiterato. É inevitável que os presbíteros ou alguns responsáveis se sentem na frente nas reuniões para facilitar cuidar das mesmas. Esse é o único motivo de se sentarem na frente. George Müller, que fundou um orfanato na Inglaterra pela fé, era um homem muito piedoso. Junto com John Nelson Darby, ele foi um dos líderes máximos entre os Irmãos. Ele estava acostumado a se sentar atrás nas reuniões e não gostava de ir à frente. Mas hoje sentimos que é mais conveniente os responsáveis se sentarem na frente na reunião. Esse tem sido o motivo dos presbíteros se sentarem na frente. Na verdade, não devemos ser legalistas. O fato de alguém ser um presbítero não significa que tem de se sentar na frente. Alguns dos presbíteros não precisam se sentar na frente; outros, porém, sentavam-se atrás antes de serem designados presbíteros. Um vez que se tornaram presbíteros, espontaneamente vieram para frente. Isso indica que há um conceito dentro de nós que torna a liderança uma coisa destacada. .

Em Mateus 20:20-28 e 23:6-12, o Senhor incumbiu os discípulos a não almejarem a liderança entre eles. Em 23:8, Ele lhes disse que eram todos irmãos. Às vezes, quando um marido se torna presbítero, sua esposa comemora isso. Quando falei sobre Mateus em 1977, incumbi as irmãs que eram esposas de presbíteros a não se considerarem “primeiras damas”. O Senhor nos incumbiu a sermos escravos, não senhores (20:25-27; 23:11). A esposa de um presbítero não é uma “primeira

Page 25: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 24-

dama” mas a mulher de um escravo. Fui forçado pela situação entre nós naquela época a falar veementemente e aquele falar esclareceu a situação.

O conceito errado de liderança é abominação aos olhos do Senhor. Nos sete anos e meio que passamos refletindo sobre as reuniões de grupos, adotamos o princípio básico de não fazermos arranjos nem organizarmos nada. As reuniões de grupos têm de ser orgânicas. De igual modo, adotamos o princípio de não ter liderança oficial. Disse repetidamente que nas reuniões de grupos, todos são um líder, mas aqueles que iniciaram e formaram os grupos devem prover uma liderança prática.

A NECESSIDADE DE TREINAMENTO E UM ARRANJO ADEQUADO

Muitos dos irmãos acataram minha palavra calorosamente e ainda assim ninguém fez nada para ter um início definido para praticar as reuniões de grupos. Até hoje, tenho sido como um treinador que só dá instruções mas não joga no campo. Tenho esperado que outros peguem minha palavra e o encargo, mas não tenho visto resultados que esperava. Isso me forçou a adotar a maneira de laborar do Senhor e ajudar as igrejas a começar as reuniões de grupos. Sem as reuniões de grupos, não há como se espalhar, aumentar e multiplicar.

A restauração é uma família com mais de setenta anos de passado e também com uma situação atual. Embora o número de santos não seja grande, atualmente há aproximadamente mil e trezentas igrejas na restauração do Senhor ao redor do globo. Hoje temos muita clareza e definitivamente temos encargo para ter um novo início em praticar as reuniões de grupos para cuidar dessas muitas igrejas. Depois que as reuniões de grupos forem formadas, precisamos sair de uma forma simples a ganhar pessoas. Depois de termos gerado os novos, precisamos alimentá-los. Então precisamos aperfeiçoá-los. Aperfeiçoar pessoas é principalmente ensiná-las. Para isso temos a Lições de Vida (ver Lições de Vida, publicadas pelo Living Stream Ministry), as Lições de Verdade (ver Lições de Verdade, publicadas pelo Living Stream Ministry), e muitas outras publicações. Usando esses materiais adequadamente, podemos estruturar os novos para dentro de um ano fazerem as mesmas coisas que fazemos. Entretanto, poucos de nós sabem como alimentar e ensinar os novos. Por causa disso, não conseguimos ver os novos sendo aperfeiçoados.

Para os irmãos e irmãs formarem os grupos, eles precisam ser treinados. Nem todos estão qualificados para formar uma reunião de grupo. Formar uma reunião de grupo pode ser comparado a tocar piano. Qualquer um pode premir as teclas, mas nem todos sabem tocar piano. Para tocar, há a necessidade de treinamento. Abordamos muitos pontos acerca das reuniões de grupos, mas os santos podem ainda não saber como executá-las. Se praticarmos as reuniões de grupos de uma forma natural, podemos não precisar treinar os santos, mas para praticar os grupos vitais da forma bíblica, vamos precisar de muitas reuniões para treinar os iniciantes, os cooperadores e aqueles que se apresentarem como voluntários para formar os grupos. Se permitirmos aos santos formarem os grupos livremente, sem qualquer treinamento, esses podem não ser adequados. Para formar os grupos adequadamente, cada grupo pode precisar ter um ou dois líderes, responsáveis.

Page 26: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 25-

Podemos dizer que em princípio, não precisamos de ensinamentos de homens uma vez que temos o Espírito Santo (1Jo 2:27). Em princípio isso é verdade, mas na realidade não é assim. O apóstolo Paulo estava cheio do Espírito e tinha muita experiência do Espírito. Além do trabalho orgânico do Espírito, entretanto, ele também cuidava do arranjo na obra. Em 1 Timóteo ele nos disse como estabelecer os presbíteros e diáconos (cap. 3). Ele não disse que já que o Espírito está em nós, amamos ao Senhor e oramos muito, o Espírito nos orientará para saber quem deve ser os presbíteros e diáconos. Depois que Paulo pregava o evangelho em muitas cidades, ele voltava para visitar as igrejas e designar presbíteros lá (At 14:21-23). Embora Paulo praticasse dessa maneira, ele não

escreveu sobre designar os presbíteros e diáconos nos primeiros dias de seu ministério. Seu ensinamento a respeito dessa questão foi dado mais tarde porque naquela época ele aprendera que onde não houvesse presbíteros adequados, haveria confusão e problemas naquela igreja.

A prática e ensinamento de Paulo indicam o princípio da encarnação: o Espírito opera, mas o faz por intermédio do homem. Precisamos definitiva e claramente depender do Espírito para Sua obra orgânica, mas do lado humano, ainda precisamos de algum tipo de treinamento e preparo. Permitir que os voluntários saiam para conseguir um companheiro e formem reuniões de grupos à sua vontade, não funciona bem. Um treinamento inicial dos santos é muito importante porque dentre eles, os grupos serão gerados de uma forma correta.

Primeiro, aqueles que forem voluntários para os grupos vitais devem formar grupos e depois devem ser treinados e aparelhados. Isso vai proporcionar uma fundamentação. Cada um desses grupos pode crescer e dividir em dois dentro de meio ano, ou no máximo um ano. Isso equivale a cem por cento de aumento de acordo com o número de grupos, embora não seja de acordo com o número total de santos na igreja porque nem todos os membros da igreja estarão nos grupos. Esperamos que um terço da igreja esteja nas reuniões de grupos.

A FUNÇÃO DAS REUNIÕES DE GRUPOS

É melhor que uma reunião de grupo seja iniciada com um pequeno número de pessoas. Começar com muitas pessoas torna difícil conseguir conhecidos íntimos, amáveis e próximos. Entretanto, com apenas de dois a cinco membros será difícil praticar a função adequada do grupo, que requer visitar pecadores e ganhá-los para o Senhor. É melhor ter sete ou oito num grupo. Depois de um período de tempo, todos serão conhecidos uns dos outros. Antes dessa hora, não devemos sair para trabalhar. Devemos primeiro formar a nós mesmos a como agir, trabalhar, mexer no grupo para se tornar conhecido, edificado e treinado. Depois podemos começar a funcionar visitando pessoas para pregação do evangelho. Dessa forma, os novos podem ser ganhos gradualmente, um a um. Se o grupo ganhar pessoas pouco a pouco, não será difícil dar acompanhamento e cuidar dos novos.

Page 27: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 26-

Para fazer isso, precisamos ser diligentes. Isso envolve muito trabalho e vai exigir que todos trabalhemos juntos. Sete podem ganhar um a mais e se tornar oito. Então oito podem trabalhar juntos para ganhar outro novo. É fácil para oito cuidarem de um novo e assim se tornarem nove. Gradualmente, depois de trabalhar por seis meses, o grupo poderá ter quinze ou dezesseis. Nessa hora, todos terão se conhecido e terão sido treinados. O

grupo pode então se dividir em dois. Depois de se tornarem dois grupos, todos serão capazes de trabalhar porque já se tornaram conhecidos e obtido a prática e o treinamento. Todo grupo vai começar não com os novos iniciantes, mas com pessoas treinadas. Esses serão a fundamentação da geração seguinte, e essa estará pronta para prosseguir. Devemos despender os primeiros cinco ou seis meses nos grupos para sermos edificados. Depois disso podemos dobrar nosso número no próximo semestre. Isso vai dobrar o número nos grupos. Depois que esse número dobrar duas vezes mais, teremos pelo menos um aumento de cem por cento de toda a igreja. Talvez nosso progresso seja mais lento do que isso, mas podemos antecipar essa maneira que terá sucesso se todos laborarem.

APRESENTAR OS NOVOS NAS REUNIÕES DA IGREJA

Depois de formar novos grupos e sair para ganhar novas pessoas, precisamos ponderar sobre quando e como vamos apresentar os novos às reuniões da igreja. Talvez seja melhor aguardar por algumas semanas antes de levar um novo às reuniões da igreja, mas depois que um tiver sido batizado, que faremos com ele no domingo? Se nos reunirmos somente com os novos, vamos negligenciar a reunião da igreja. Se formarmos grupos e cuidarmos dos novos sem ir às reuniões da igreja, ela vai sofrer. Entretanto, se não levarmos os novos à reunião da igreja no domingo, mas só nós mesmos formos, estaremos negligenciando os novos. Daí esse problema ser difícil de resolver. Para os caucasianos jovens, porém, pode ser melhor ter uma reunião separada no domingo além da reunião regular da igreja.

Não devemos prestar muita atenção para a antiga maneira de reunir, mas ainda precisamos atentar para a reunião da igreja no domingo e para a reunião de oração. Além dessas, ainda precisamos ter outras noites na semana e tardes e noites de domingo para a maneira de reunir e servir em grupos. Dessa forma, a prática das reuniões de grupos não afetará as reuniões da igreja. Devemos respeitar as reuniões da igreja e continuar a freqüentá-las.

Depois que os grupos ganharem um número significativo de novos, as igrejas devem concordar em permitir que os grupos se reúnam separadamente para a mesa do Senhor no domingo. Um ou dois grupos podem se reunir no domingo para ter a mesa do Senhor com os novos, Dessa forma, podemos introduzir os novos na vida da igreja. Depois de meio ano, esses novos poderão espontaneamente vir conosco às reuniões da igreja. Então, quando entrarem nas reuniões da igreja, não ficarão surpresos porque já terão entrado na vida adequada de reuniões. Para ter a mesa do Senhor nas reuniões de grupos, precisamos ensinar os novos acerca da mesa do Senhor.

Page 28: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 27-

É melhor não levar os novos à reunião da igreja até que tenhamos a mesa do Senhor com eles nas reuniões de grupos. Na hora em que um grupo já estiver pronto para se dividir em dois, podemos levar os novos à reunião da igreja. Nessa hora eles serão iguais a nós. Podem freqüentar tanto as reuniões da igreja como as reuniões de grupos, ou podem ter a capacidade de freqüentar somente a reuniões de grupos. Em tais casos, podemos aconselhá-los a freqüentar as reuniões da igreja de vez em quando para obter mais ajuda. Essa é a maneira flexível.

Além de ter a mesa do Senhor nas reuniões de grupos com os novos, precisamos também ensinar os novos acerca de outras coisas, tais como funcionar e profetizar. Depois de serem edificados, eles podem vir às reuniões da igreja. Então serão capazes de exercer uma influência positiva nas reuniões.

Uma vez que ainda precisamos freqüentar a reunião da igreja no domingo, é melhor que preparemos para ter a mesa do Senhor com os novos na tarde ou noite de domingo. Além disso, podemos batizar os novos principalmente no domingo. Para isso, pode ser melhor nos reunirmos com os novos no salão de reuniões da igreja, onde há o batistério. Assim, todo salão poderá ser usado duas vezes nos domingos: uma vez de manhã e novamente à tarde ou noite. Reunir e ser batizado no domingo no salão de reuniões será mais adequado aos olhos de muitos dos novos. Eles podem ficar desapontados se a reunião de domingo não for um lugar adequado ou se tiver que se mudar de um lugar para outro.

Precisamos orar e refletir sobre todos os pontos de nossa comunhão nesta mensagem. O que estamos praticando pode nos causar algumas complicações; não será simples porque vamos ter as reuniões da igreja e as reuniões de grupos acontecendo ao mesmo tempo. Por fim, esperamos que depois de alguns anos, a igreja toda esteja praticando as reuniões de grupos.

Page 29: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 28-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM SEIS

PRATICAR OS GRUPOS SOB O PREPARO E

E LIDERANÇA ADEQUADOS

Oração: Senhor, ensina-nos mesmo a como orar acerca de Teu mover na questão de reunião. Precisamos de Tua orientação. Não queremos orar vãs palavras, mas tocar Teu coração e os itens cruciais. Senhor, purifica-nos novamente com Teu precioso sangue para que possamos ter uma consciência límpida junto com um espírito claro como cristal em nossa comunhão. Dá-nos passo a passo todas as coisas de que necessitamos a fim de prosseguir nessa questão de grupos. Precisamos de Tua orientação para que possamos saber o que fazer em todas as igrejas em Tua restauração a esse respeito. Quando chegarmos aos passos práticos, parece que nada sabemos. Senhor, como devemos fazer isso? Essa manhã estamos desesperados, buscando-Te para Tua clara orientação. Senhor, derrota o inimigo. Nós nos ocultamos em Ti. Amém.

FORMAR OS GRUPOS, ORANDO E TENDO COMUNHÃO

SOB A LIDERANÇA ADEQUADA

Sinto que devemos pensar sobre se devemos adotar a maneira dos grupos não como algo novo mas meramente uma parte adicional da obra na restauração. Em nosso falar acerca dos grupos vitais, não precisamos usar os termos como “a velha maneira”. Assim como um país forma um exército, a restauração do Senhor está formando um exército. Para formar esse exército, não precisamos parar coisa alguma que atualmente está acontecendo na vida da igreja. Podemos permitir que tudo continue exatamente como está.

Hoje, formar os grupos vitais é muito prático. Somos como um país sem um exército. Agora sentimos a necessidade de fortalecer nosso “país”. Para estruturarmos nosso país, precisamos de um exército. Para formar o exército, em cada igreja podemos juntar os voluntários. Depois precisamos buscar como formar os grupos. Também precisamos refletir sobre quem deve ser os líderes. Então precisamos aprofundar na situação prática passo a passo. Ao formar e praticar os grupos, os princípios devem ser os mesmos em toda igreja, mas os passos específicos podem ser diferentes. A igreja numa localidade pode adotar uma maneira que é apropriada à sua situação particular, ao passo que outra localidade poderá adotar maneira diferente. Em princípio, entretanto, tudo deve ser iniciado pelos presbíteros.

A principio eu tinha o conceito de que os santos nas igrejas deviam formar seus próprios grupos, mas depois de refletir mais sobre a questão, sinto que essa pode não ser a maneira ideal. Sinto que os líderes em cada igreja deviam juntar os dispostos e dar-lhes uma palavra de explicação para fazê-los saber o que e como tencionamos fazer isso. Então devemos orar e ter comunhão juntos por algum tempo a respeito da formação dos grupos. Isso deve ser algo fora das atividades normais da igreja, o que quer dizer que nada devemos fazer sem oração. Devemos orar e ter comunhão e fazer

Page 30: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 29-

com que tudo seja compreendido por todos os santos envolvidos. Depois devemos formar os grupos com sete ou oito membros em cada um e também selecionar os líderes para cada um deles.

Não Enfatizar em Demasia a Questão de Liderança

Se enfatizarmos demais a questão de liderança, vamos cair num engodo. Devemos simplesmente dizer aos líderes que eles devem assumir a responsabilidade de um líder sem assumir a posição de tal. No mundo as pessoas em toda parte gostam de assumir a liderança, mas no Novo Testamento, embora o Senhor tivesse designado os doze apóstolos (Mt 10:1-4; Mc 3:13-19; Lc 6:12-16), posteriormente, em Mateus 23:8 Ele disse algo que aparentemente contradisse Sua designação: "Vós, porém, não sereis chamados Rabi, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos." Aqui o Senhor pareceu diminuir o apostolado e considerar todos os apóstolos meramente como irmãos. Contrastando com isso, no início de quase todas suas epístolas, Paulo declara que era um apóstolo. Se alguém tem a capacidade, o encargo e o comissionamento da parte do Senhor, pode haver a necessidade dele assumir o apostolado. Se aqueles que não têm a capacidade, o encargo ou o comissionamento da parte do Senhor de assumir o apostolado, assumirem mesmo assim, a situação se tornará bem confusa. Na época de Paulo havia tal situação desordenada. Por causa disso, ao escrever suas epístolas, Paulo tinha de afirmar seu apostolado. Os coríntios questionavam seu apostolado e os judaizantes reivindicavam ser apóstolos para anular o apostolado de Paulo (1Co 9:1-3 e nota 3 sobre o versículo 1; 2Co 10:12, 18; 11:5, 12-15, 21-23a; 12:11; 13:3, 5-6). Assim, havia a necessidade de Paulo vindicar seu apostolado. Entretanto os líderes dos grupos não precisam assumir a liderança, mas podem simplesmente assumir a responsabilidade e cumprir seu dever sem ter a idéia ou sentimento de que são líderes. Assumir a liderança está relacionado com as obras dos nicolaítas (Ap 2:6).

A Necessidade de Algum Preparo e Liderança

Nossa experiência no passado e nossos experimentos nos anos recentes nos levaram a concluir que, embora a vida da igreja deva ser orgânica, pelo, no e com o Espírito, ainda há a necessidade de algum preparo. Essa maneira de entender foi categoricamente confirmada nos últimos sete anos e meio. Nesses anos, ensinei que a vida da igreja deve ser orgânica, sem qualquer arranjo sob qualquer liderança. Mas, no tocante à prática da maneira ordenada por Deus, o resultado não tem sido satisfatório como devia ser. Isso pode mostrar que há a necessidade de termos a liderança de uma forma adequada.

A PRÁTICA NOS GRUPOS

De acordo com qual princípio devem os grupos ser formados? Não devemos formar os grupos meramente de acordo com a geografia ou a idade dos santos, e certamente não devemos fazer isso de acordo com a preferência. A maneira de escolher segundo o interesse próprio sempre acarreta morte.

No início podemos estabelecer os grupos com sete ou oito membros. Depois, dentro de um ano, cada grupo deve dobrar, a ponto de ter de ser dividido, um grupo de dezesseis tornando-se dois grupos de oito.

Page 31: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 30-

A exigência mais importante para se juntar em grupos é a intimidade. Depois de algumas semanas, os sete ou oito membros de um grupo devem se tornar uma única pessoa com uma intimidade plena. Então, dentro desse círculo íntimo, o grupo deve praticar a comunhão e também o alimentar. A pregação do evangelho não é algo a ser praticado no círculo íntimo. A questão de comunhão requer muita ponderação e prática porque ou não temos comunhão ou meramente nos reunimos para fofocar. Na verdade, fofoca não é comunhão. Está cheia de levedo e corrupção. Precisamos evitar qualquer tipo de fofoca.

Também precisamos praticar a intercessão, isto é, orar uns pelos outros. A intercessão vai depender de e está baseada na comunhão. Depois da intercessão precisamos praticar o pastoreio mútuo e cuidar um dos outros. Pastorear está implícito em cuidar uns dos outros. Em seguida, devemos praticar ensinar uns aos outros mutuamente. Esse tipo de ensino é muito parecido com alimentar. Não devemos ter apenas uma pessoa ensinando; antes, devemos praticar o ensino mútuo por intermédio de perguntas e respostas recíprocas. Se permitirmos que alguém ensine, o resto não será capaz de praticar o profetizar. A maneira de ensino mútuo é o fundamento da prática de profetizar. Nas reuniões de grupos precisamos estruturar todas essas coisas.

Precisaremos de aproximadamente quatro meses para praticar todas essas coisas. Então vamos praticar o último item, a questão de sair para visitar pessoas para evangelização. Para isso precisamos de muita prática. Precisamos refletir para conhecer as necessidades das pessoas e descobrir a quem visitar. No todo, vamos precisar de aproximadamente cinco meses para formar os grupos, ser treinados e praticar. Creio que se fizermos isso, quando sairmos, seremos eficientes.

Se possível, podemos manter o princípio de visitarmos pessoas somente com recomendação. Precisamos pedir aos santos os nomes de seus parentes e conhecidos. Algumas recomendações pode até ser feitas por correspondência. Então podemos preparar telefonemas ou contatar pessoalmente os que foram recomendados.

Embora ganhar caucasianos seja um pouco difícil, com todas essas maneiras creio que poderemos fazê-lo. Ninguém poderá nos impedir. De acordo com nossa prática atual, é possível que alguns no cristianismo organizado nos estorvem, mas na verdade eles já nos estorvaram na comarca de Orange. Se quisermos adotar a maneira de grupos, creio que podemos saltar sobre esses impedimentos.

A questão de introduzir os novos na igreja deve ser efetuada em conformidade com a situação. Podemos sentir que alguns novos estão prontos para freqüentar as reuniões da igreja depois de curto espaço de tempo. Alguns novos podem até pedir para irem à reunião. Espero que as reuniões da igreja melhorem muito. Creio que o mover atual do Senhor para formar grupos haverá de inspirar e estimular a vida da igreja.

Ao formar os grupos, precisamos cuidar da questão da idade. Aqueles que são muito idosos devem permanecer em casa para orar pelos grupos. Podemos comparar a prática dos grupos vitais à formação de um exército. Nem todo cidadão é apto para juntar-se ao exército. Precisamos permitir que a igreja saiba que os grupos vitais são como um exército. Aqueles que têm encargo são

Page 32: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 31-

encorajados a participar, mas precisam ponderar se unir-se aos grupos vai ou não ajudar. Se não for, é melhor se permanecerem em casa orando pelos grupos.

Para os primeiros estágios do ensino nos grupos, pode ser proveitoso usar as Lições de Vida (ver Lições de Vida, publicadas pelo Living Stream Ministry). As quarenta e oito Lições de Vida serão suficientes para um ano. Para usar essas lições apropriadamente nas reuniões de grupos, vamos precisar de muito treinamento. Não devemos permitir que as reuniões de grupos prossigam sem algumas linhas mestres; deve haver algumas regulamentações.

A extensão das reuniões de grupo deve ser de aproximadamente noventa minutos ou no máximo duas horas. Podemos dividir as reuniões em quatro seções, cada seção durando cerca de vinte minutos. Os primeiros vinte minutos devem ser para comunhão e os outros vinte minutos para intercessão, pastoreio e ensinamento, respectivamente. As reuniões de grupos não devem ser como as reuniões gerais da igreja; antes, devem ser um pouco como no exército. Podemos treinar todos os membros dos grupos, mas podemos não ser capazes de treinar todos os membros na vida da igreja. Alguns podem não ser capazes de receber treinamento.

APRENDER A SER DILIGENTE NA OBRA DO SENHOR

Quando o irmão Nee escreveu os três volumes de “O Homem Espiritual”, ele ficou gravemente doente com tuberculose. Escreveu aqueles três volumes em aproximadamente um ano, em 1926 e 1927. Depois de terminar, ele estava exausto e preparado para morrer. Pelo menos em parte, sua grave enfermidade foi devido ao labor em escrever aquele livro. Então, um dia, o irmão Nee foi curado pelo Senhor mediante um genuína cura divina. De acordo com o meu conhecimento, em sua obra para o Senhor, o irmão Nee raramente tinha paz; pelo contrário, ele estava continuamente lutando e combatendo contra todo tipo de problemas.

Todos os que servem precisam aprender a ser diligentes, fazendo tudo com diligência mas não fazendo nada às pressas. Servir ao Senhor tem de ser como soldados no serviço militar. Uma vez que uma pessoa entre no serviço militar, ele é posto sob regras vinte e quatro horas por dia. Desde a hora que se levanta de manhã até a hora que vai para a cama de noite, tudo é regulado. Na restauração do Senhor, se não exercitarmos e nos

conduzirmos adequadamente, ficaremos imprestáveis. De acordo com a nossa maneira atual de fazer as coisas, se a restauração fosse um negócio comercial, não teríamos tido sucesso. No campo comercial, tudo é uma batalha. Entretanto, na restauração podemos não ter qualquer sensação de que estamos numa batalha. Parece que tudo que fazemos é fácil. Isso não está certo. No sentido espiritual, na obra do Senhor, devemos ser como aqueles que estão competindo em negócios a fim de obter lucro (Lc 19:13b).

Page 33: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 32-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM SETE

OS GRUPOS VITAIS NA VIDA DA IGREJA

(1)

Leitura bíblica: At 2:46-47; Ef 4:12; At 13:52; 4:31b; Jo 13:34-35

Oração: Senhor, somos-Te gratos pela Tua restauração nesta terra. Dá-nos encargo de orar. Dá-nos a eloqüência e salva-nos de fazer orações triviais. Queremos orar algo vivo, até mesmo fazer a Tua oração com a Tua eloqüência. Senhor, purifica-nos com Teu precioso sangue e unge-nos com a Tua unção para que possamos desfrutar-Te. Tu és o verdadeiro reavivamento, cada dia estimulando dentro de nós para sermos reavivados. Senhor, nós Te suplicamos que avives nosso espírito e também queremos abanar nossos espíritos para se inflamarem.

A SITUAÇÃO ANORMAL DA IGREJA

Depois da época dos apóstolos, a igreja se tornou anormal. Esse é o motivo de precisarmos no mexer para formar os grupos vitais. A igreja hoje está abaixo do nível de normalidade. O irmão Nee deu uma série de mensagens que ele publicou num livro intitulado “A Vida Cristã Normal”. Ele deu aquelas mensagens a fim de elevar a situação entre os cristãos, de volta ao nível normal. Se um cristão for elevado e viver uma vida no nível retratado na mensagem do irmão Nee, ele não mais será anormal mas um cristão normal. Precisamos admitir honestamente e com arrependimento que a nossa situação na igreja está abaixo do nível normal. Por isso, precisamos de alguma coisa que eleve o nível da vida da igreja.

A questão do aumento se tornou um problema incômodo em nosso meio. Por um longo período de tempo, a taxa de crescimento entre nós abaixou, principalmente entre o povo tipicamente americano. Os EUA foram estabelecidos principalmente por caucasianos do norte da Europa. Esses caucasianos podem ser considerados como americanos típicos. Quando eu pela primeira vez vim para os EUA, não tinha intenção de fazer uma obra entre os chineses. Recebi um comissionamento da parte do Senhor para trazer Sua restauração para este país e tive uma firme determinação de não fazer uma obra particular entre os chineses.

Hoje, entretanto, a situação nas igrejas foi prejudicada. Quando comecei a obra nos Estados Unidos, dois terços dos santos eram caucasianos e um terço eram de outras raças. Aquela situação era bem normal. Em 1970, cerca de trezentos santos migraram para Los Angeles e para muitas grandes cidades nos Estados Unidos. Aquelas migrações foram um sucesso prevalecente. Antes das migrações começarem, as pessoas fora da restauração prestavam pouca atenção a nós, mas dois anos mais tarde, em 1972, o número entre nós começou a crescer. Isso fez com que alguns fora da restauração fossem estimulados.

A restauração do Senhor começou nos Estados Unidos em 1962 com cerca de vinte e cinco santos reunindo numa casa. Oito anos mais tarde, em 1970, reuníamos com mais de mil santos no Embassy

Page 34: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 33-

Hotel em Los Angeles. Aquele foi o ano em que tivemos a migração. Por volta de 1972, nosso número subiu para cerca de mil e duzentos e percebemos que não podíamos mais nos reunir no Embassy Hotel porque nosso número era muito grande. Assim nos preparamos para nos reunir no Centro de Convenções de Los Angeles, que tinha uma capacidade de três mil. O ano seguinte, em 1973, nós nos reuníamos no Centro de Convenções e nosso número ultrapassava três mil. Naquelas reuniões tínhamos muitas salas cheias com aparelhos de TV. Isso era uma indicação de como o mover do Senhor em Sua restauração tinha se tornado prevalecente.

Naquela época, os de fora, incitados pelo diabo, começaram a fazer oposição. A princípio, alguns distribuíram folhetos mimeografados para nos ofuscar, prejudicar e nos difamar. Por fim, os opositores publicaram dois livros malignos: “Os Distorcedores da Mente” e “Os Homens-Deus”. Depois que nos mudamos para Los Angeles na comarca de Orange em in 1974, duas grandes organizações cristãs lá começaram a se opor a nós. Embora tivéssemos respondido publicamente às acusações feitas contra nós e tivéssemos tido sucesso em ter os dois livros difamatórios removidos das livrarias, o nosso nome já tinha sido manchado. Até certo ponto, os opositores foram bem sucedidos em nos estorvar. Por aproximadamente dez anos, de 1976 até 1986, foi difícil para nós ganharmos qualquer caucasiano, principalmente na comarca de Orange. A taxa de crescimento em outras partes dos EUA foi melhor, mas aqui era muito baixa. Nos quarenta meses passados, de abril de 1989 até hoje, poucos caucasianos foram ganhos e mesmo esses foram influenciados pelos opositores.

A situação fez-me perguntar a mim mesmo: “Será que não há maneira?" Minha resposta a essa pergunta tem sido: “Não creio que não haja maneira." Há uma maneira, se houver uma vontade. Onde houver uma vontade, aí haverá uma maneira. Em outubro de 1984, fui de propósito a Taipé para avaliar nossa situação. Estudei a situação com outros

irmãos e o Senhor nos mostrou a maneira bíblica, a maneira ordenada por Deus. Mas se não até alguns dias atrás é que senti encargo de diretamente praticar essa maneira eu mesmo. Nesses dias, o Senhor me guiou a tomar uma firme decisão de praticar a nova maneira diretamente.

Precisamos agradecer ao Senhor por Ele ter preservado Sua restauração e fortalecido as igrejas a prosseguir a despeito da turbulência causado pela oposição. Embora as igrejas estejam indo bem, a condição e moral ainda não está no nível padrão. Por isso, não estou contente. Precisamos sair do bloqueio. Não creio que tenhamos de permanecer aqui; pelo contrário, creio que por intermédio da misericórdia do Senhor e pela Sua graça e Seu poder, há uma maneira de saltarmos sobre o bloqueio.

Nossa intenção em formar os novos grupos é ter grupos de vencedores. Esse é o motivo dos grupos serem chamados de “grupos vitais”. Já temos alguns grupos e os honramos, mas ainda há a necessidade de que alguns grupos vitais cumpram o propósito dos grupos e descarreguem o encargo. Os grupos que estão à altura do padrão devem estar no nível normal revelado na Bíblia.

Page 35: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 34-

O PROPÓSITO—PARA O AUMENTO, PARA O APERFEIÇOAMENTO

E PARA A EDIFICAÇÃO DA IGREJA

O propósito dos grupos vitais visa o aumento, aperfeiçoamento e edificação do Corpo de Cristo (At 2:46-47; Ef 4:12). Os grupos vitais são para ganhar o aumento, terminar o aperfeiçoamento e completar a edificação.

Primeiro, precisamos do aumento não só de caucasianos mas também de todos os povos. Atos 2:46-47 diz: “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos." Esse é o padrão normal da vida cristã. Nesses versículos, há muitos pontos importantes. O primeiro ponto é “diariamente”; o segundo é “perseveravam unânimes”; o terceiro é “partiam o pão de casa em casa”; o quarto é "tomavam suas refeições com alegria e singeleza de coração." Os crentes neste versículo não só desfrutavam de sua comida mas compartilhavam-na com exultação. Exultar significa louvar emitindo altos brados. O quinto ponto é que eles louvavam a Deus e contavam com a simpatia de todo o povo, e o último ponto é que o Senhor acrescentava dia a dia aqueles que iam sendo salvos. O aumento advém disso. Se quisermos crescimento, precisamos ter algumas coisas mencionadas nesses dois versículos.

Neste mover dos grupos vitais, não há lugar para alguém ter seu próprio conceito ou idéia. Todos precisamos orar até abandonarmos todos os nossos conceitos e opiniões. No mover dos grupos vitais, não há conceito ou idéia: há somente unanimidade. Essa unanimidade não é a minha ou a sua, mas é a do Senhor. Temos somente um Senhor. Por isso, não devemos ter diferentes opiniões. No Corpo há milhões de membros mas um único Cabeça. Há não só um único Cabeça mas também um único Corpo. É impossível para um Corpo com uma Cabeça ter opiniões diferentes.

A maneira adequada de ser um cristão não é ter opiniões e divisões, mas continuar firme unânimes nas reuniões de casa, tendo a mesa do Senhor e comendo com exultação, júbilo e clamor. Todos precisamos ficar fora de nós mesmos. O irmão Nee certa vez disse que se um cristão nunca ficou fora de si mesmo, louvando o Senhor, não estará qualificado para ser um cristão. Como cristãos precisamos ficar fora de nós mesmos, louvando a Deus e tendo o favor de todas as pessoas. Essas são as condições para o aumento adequado. Em tal condição, o Senhor pode acrescentar pessoas à igreja dia a dia.

Efésios 4:12 fala de aperfeiçoar os santos para que cada um possa fazer a única obra do ministério, ou seja, edificar o Corpo de Cristo. Esse é o propósito do mover vital em ter os grupos.

A NATUREZA—ESPIRITUAL

A natureza dos grupos vitais é espiritual (At 13:52; 4:31b). Ser espiritual significa ser enchido com o Espírito Santo, por dentro e por fora. Precisamos praticar sermos cheios todos os dias, toda manhã e até toda noite. Precisamos orar: "Senhor, enche-me Contigo mesmo." Toda manhã, minha oração regular é: "Senhor, agradeço-Te pelo descanso de uma boa noite com bom sono. Sou-Te grato pela minha segurança e agradeço-Te pela paz. Sou-Te grato pelo Teu perdão mediante Tua graça e Tua

Page 36: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 35-

purificação com Teu precioso sangue. Graças a Ti, Senhor, que essa purificação me introduz na Tua presença e porque estás agora ungindo-me Contigo mesmo como o Espírito todo-inclusivo, que é o óleo composto. Senhor, enche-me novamente." Tal oração regular não é uma vã repetição. Faço três refeições todos os dias e toda refeição é regular. Da mesma forma, oro todos os dias para que o Senhor me encha e sature completamente. Todos nós, jovens e velhos, precisamos orar dessa forma. Isso vai fazer com que sejamos ativos, cheios de frescor e renovados.

Não posso descansar sem ver os santos agitados pelo Espírito e tendo seus espíritos abanados para se inflamar. Devemos todos ser agitados pelo Senhor e também precisamos abanar nossos espíritos para se inflamar (2Tm 1:6). Um cristão adequado é alguém que é cheio do Espírito. Não devemos ser “pneus vazios”. Devemos ser aqueles que estão cheios do Espírito, por dentro e por fora, essencialmente e economicamente.

A Bíblia nos diz que sempre que o povo se ajunta, eles devem emitir não meramente uma voz alegre, mas um ruído jubiloso (Sl 100:1). Sempre que falam, alguns santos falam com muita solenidade, mas se quisessem falar com exultação, eles seriam normais. Para isso precisamos ser enchidos interiormente com o Espírito Santo.

Atos 13:52 diz que os discípulos estavam cheios de alegria e com o Espírito Santo. Estavam cheios com o Espírito por dentro. Depois, Atos 4:31b salienta que estavam cheios com o Espírito por fora. Naquela época, muitos deles oravam juntos unânimes. Por fim, todos eles ficaram cheios exteriormente. Experienciaram o Espírito derramado novamente. Em Atos, os discípulos experimentaram o Espírito derramado muitas vezes (2:1-4; 4:31; 9:17; 10:44; 13:9; 19:6).

A CONDIÇÃO—AMAR UNS AOS OUTROS

EM UNIDADE E COM UNANIMIDADE

A condição dos grupos vitais é de amar uns aos outros em unidade e com unanimidade (Jo 13:34-35). Amar um ao outro pode parecer muito comum, mas precisamos admitir que embora amemos uns aos outros, podemos não amar muito. Porquanto nos reunimos dia após dia e ano após ano, com certeza sentimos afeição humana uns pelos outros, mas a condição de amar uns aos outros nos grupos vitais deve ser mais que isso. Precisamos amar uns aos outros, reunindo-nos no amor mútuo.

Não só amamos uns aos outros, mas amamos em unidade e unanimemente. Em João 17, o Senhor Jesus disse que quando os discípulos fossem um no Deus Triúno, o mundo todo creria que Ele fora enviado pelo Pai (vv. 21, 23). Essa é a maneira de ganhar pessoas. Freqüentemente quando saímos a visitar pessoas em duplas ou trios, as pessoas a quem visitamos podem perceber que não há uma unidade entre nós. O resultado é a falta de impacto. Mas se dois ou três saírem como um só homem, as pessoas a quem visitarmos perceberão que há um poder dinâmico entre nós. Haverá impacto e elas ficarão convencidas.

Em João 13:34-35, o Senhor Jesus disse: "Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisso conhecerão todos

Page 37: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 36-

que sois Meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros." Por amarmos uns aos outros, o mundo inteiro saberá que somos discípulos do Senhor. Esse é o verdadeiro impacto. Sem mesmos falarmos, as pessoas serão convencidas porque nos verão amando uns aos outros em unidade e unânimes. Em toda a terra, em cada sociedade, todos sabem que sempre que pessoas se ajuntam, há luta e briga. Onde quer haja grupos de pessoas, haverá debates, discussões e porfias. Mas quando as pessoas estão entre nós e somos de fato um, elas vão imaginar o que nos fez um. O Senhor Jesus é a pessoa viva que nos fez um. O fato de sermos um é o testemunho mais poderoso de

que somos o povo de Jesus. Somos discípulos Daquele que nos fez um.

Esses são os termos e condições para ganharmos pessoas. Não importa quanto os outros se nos oponham, se formos tais pessoas, nada pode impedir-nos de ganhar o aumento apropriado.

COMUNHÃO PRÁTICA A CERCA

DOS GRUPOS VITAIS

A Necessidade de Liderança

Ao formar os grupos, cada grupo não deve ter mais que sete ou oito membros. Também, embora não gostemos da questão de liderança, depois de muitos anos descobrimos pela experiência e com a confirmação da Bíblia que sem liderança ninguém pode se reunir convenientemente. A liderança é necessária. Por causa da necessidade de liderança, o Senhor Jesus designou doze apóstolos (Mt 10:1-4; Mc 3:13-19; Lc 6:12-16). Depois da ascensão do Senhor, os doze apóstolos permaneceram nesta terra. A única maneira de permanecerem nesta terra para ser o testemunho do Senhor era reunindo-se.

O apóstolo Paulo era uma pessoa muito espiritual e era orgânico em todas as coisas, ainda assim ele designou presbíteros em cada cidade para cada igreja (At 14:23; Tt 1:5). Então, em 1 Timóteo 3 ele ensinou acerca de levantar presbíteros e diáconos. Por isso, segundo o que aprendemos, há a necessidade de líderes. Não devíamos ter um rei, mas precisamos ter dois líderes para cada grupo. Ter dois líderes será uma ajuda por combinar os dois juntos.

A Necessidade de Arranjo Prático

Também precisamos de um arranjo prático adequado. Em princípio, nesta terra, onde quer que alguma coisa esteja adequadamente arranjada, aí haverá um resultado apropriado. Temos as verdades mais elevadas. Se não conseguirmos ter sucesso em nossa prática, que vergonha será. É claro, devemos orar muito. Precisamos depender de Deus, do Senhor, do Espírito Santo e da vida divina, e ainda assim não devemos nos esquecer do princípio de encarnação do Novo Testamento. O princípio da encarnação do Novo Testamento é que tudo para o interesse de Deus deve ser feito por Deus por intermédio do homem e deve ser feito pelo homem com Deus. O fato de nos reunirmos é para cuidar de nossa responsabilidade humana.

Todos somos pela restauração do Senhor. Por isso, precisamos encontrar uma maneira de ir ao encontro da necessidade do Senhor. Se não, ainda estaremos devendo alguma coisa ao Senhor.

Page 38: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 37-

Nossa prática dos grupos vitais não quer dizer que estejamos mudando nossa maneira. Ainda confiamos no Senhor e ainda cremos no Espírito, na Palavra e na vida divina. Confiamos nessas três coisas para edificar a igreja, mas há a necessidade do lado humano.

Quando Deus criou o homem, Ele formou-o com um corpo de barro (Gn 2:7). Esse corpo era uma organização porque naquele momento não havia vida no corpo. Deus então soprou neste corpo o fôlego da vida, tornando-o orgânico. O homem então se tornou um organismo vivo. Esse organismo tem um aspecto físico e visível. Hoje a igreja, como entidade, tem o Deus Triúno dentro de si como o elemento orgânico e também tem um arranjo exterior adequado como seus aspectos físico e visível. Embora eu ensinasse muito acerca de reuniões de grupos, nos últimos três anos não tenho visto muito resultado em nossa prática. Depois de mais ponderação, descobri que falta-nos o lado humano, o lado de ter um arranjo prático adequado.

Princípios para Reunir os Santos

Para reunir os santos, não precisamos de legalmente seguir certa maneira. Podemos juntar os santos de acordo com o Espírito e de acordo com a situação. Em certos momentos, pode ser mais conveniente juntar os santos segundo o aspecto geográfico, mas em outras, isso pode não proporcionar os melhores resultados. Pode ser melhor reunir pessoas de acordo com a situação, levando em consideração fatores tais como geografia, idade, posição social, caráter e condição espiritual. Em certas situações, reunir os jovens junto com os velhos pode não ser uma ajuda para os jovens, mas em outras, juntar os jovens com alguns santos idosos pode tornar os jovens mais vivos. Não seria bom juntar sete pessoas com caráter fraco, nem muitas pessoas com caráter forte. Ao juntar os santos, os presbíteros precisam avaliar a situação de todos os santos.

Ao formar os grupos, todas as preferências devem ser anuladas. De acordo com a nossa experiência passada, alguns santos têm uma forte preferência em estar juntos, mas precisamos perceber que aquele grupo particular pode ficar junto por apenas seis meses. Depois desses seis meses, os grupos devem aumentar a ponto de precisarem ser divididos em dois. Assim, devemos esquecer nossas preferências pessoais. Em alguns casos, se um marido e esposa forem postos em grupos diferentes, eles podem ser vivificados e serem mais capazes de ajudar os demais. Precisamos ponderar sobre todos esses pontos e precisamos aprender. Num certo sentido, na vida da igreja, os maridos e as esposas não formam casais, mas membros individuais do Corpo. Precisamos ser coordenados não de acordo com o relacionamento natural, mas segundo a característica de membros no Corpo. Em casa, os maridos e esposas formam casais, mas na igreja são membros individuais, não importando seu estado civil. Em nossos lares, desfrutamos de nossa vida conjugal, mas quando chegamos à igreja, somos todos membros do Corpo. Na igreja, desfrutamos da vida da igreja. Esse deve ser o princípio; senão, os grupos não serão prevalecentes.

É melhor se os caucasianos se juntarem com outros caucasianos. Aqueles de outras raças podem ser agrupados segundo sua origem e língua. Além disso, podemos ter um grupo de língua inglesa geral, incluindo aqueles de diferentes raças quer sabem falar bem o inglês. Tanto quanto possível, é melhor manter os caucasianos numa forma separada e privada para atender os objetivos de ganhar mais caucasianos.

Page 39: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 38-

A Relação dos Grupos Vitais com a Vida da Igreja Atual

Precisamos ter claro que as reuniões de grupos vitais não devem interferir com a atual vida da igreja. Ainda respeitamos e honramos a atual vida da igreja. Se possível, aqueles nos grupos vitais devem freqüentar as reuniões da igreja, principalmente da mesa do Senhor e as reuniões de profetizar na manhã de domingo, e as reuniões de oração, mas pode não ser prático para aqueles nos grupos vitais freqüentarem as reuniões de grupo existentes porque estarão reunindo pelo menos uma vez por semana nos grupos vitais.

O TREINAMENTO PARA OS GRUPOS VITAIS

Aqueles que freqüentam as reuniões de treinamento para os grupos vitais precisam ser pontuais. Além disso, ao virem à reunião, têm de orar audivelmente. Não devem vir às reuniões e sentar e ficar em silêncio. Vamos ter muita oração, essa é nossa real necessidade. Nada em nossa vida cristã pode tocar tanto nossa vida, abrir nossos olhos e introduzir-nos na realidade do que Cristo é do que oração. Precisamos orar. Entre nós, não há carência de Palavra de Deus, mas o que me incomoda constantemente é nossa carência de orar. Nas reuniões de treinamento, cada membro precisa funcionar para orar. A terceira exigência sobre os treinandos é que cada um precisa falar nas reuniões de treinamento.

Depois de quatro meses de treinamento acerca das reuniões de grupos, cada grupo deve estar pronto para agir. Cada grupo será como que um pequeno exército. A primeira coisa que precisamos fazer é sair e ganhar novos. Sem novos, não temos em que trabalhar. Desta vez, não vamos ganhar novos de uma forma rápida e não vamos batizá-los imediatamente. Como já mencionei numa mensagem anterior, cada domingo, os grupos podem se reunir para ter uma reunião separada de domingo, numa hora diferente daquela das reuniões normais da igreja. Nessas reuniões, podemos batizar os novos no batistério da igreja. Isso fará o batismo dos novos um pouco mais digno e cheio de peso espiritual. Depois do batismo, podemos ter a mesa do Senhor.

Nosso sucesso em ter um início definido na prática dos grupos vitais vai depender de nossa fidelidade. Precisamos ser fiéis para sermos coordenados com o Senhor a fim de satisfazermos Sua vontade. O Senhor então terá um caminho. Se em todas as igrejas, um

bom número de santos forem treinados para adotar essa maneira e se mexer de uma forma treinada, com certeza teremos um aumento significativo.

Oração conclusiva: Senhor, somos-Te gratos por podermos nos ajustar a Ti em Teu mover. Senhor, concede-nos a rica bênção e envia-nos a chuva de que necessitamos. Vamos agora lavrar o solo e semear a semente. Certamente precisamos de Tua chuva, a chuva serôdia e temporã, na época certa. Amém.

Page 40: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 39-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM OITO

OS GRUPOS VITAIS NA VIDA DA IGREJA

(2)

Oração: Ó, Senhor, a igreja precisa de um reavivamento e todos precisamos de um novo começo. Mesmo esta noite, dá-nos um novo início com nossa comunhão. Desejamos que todas as conversas sejam totalmente novas. Livra-nos de nossos hábitos e de nossas lembranças do passado; cobre-nos com Teu sangue prevalecente contra todos os dardos inflamados do inimigo. Queremos ser libertos; queremos ser novas pessoas. Senhor, concede-nos misericórdia e graça para que todos possamos estar dispostos a renovar nossa consagração a Ti. Senhor, tem tal misericórdia sobre todos nós.

JUNTAR OS SANTOS NOS GRUPOS VITAIS

Para juntar os santos nos grupos vitais, diversos fatores devem ser levados em consideração. Um dos mais importantes e difíceis é o caráter dos santos. Nosso caráter inclui nossa disposição e temperamento, entre outras coisas. Se a formação dos grupos for deixada nas mãos dos santos por si mesmos, sem qualquer arranjo por intermédio dos presbíteros, será difícil completar o processo. Assim, eu creio que seria melhor se os presbíteros se reunissem para classificar os santos e compor os grupos. Dependendo da situação, alguns dos santos com mais idade, aqueles que teriam dificuldades em participar das atividades práticas dos grupos, poderiam compor um grupo de oração. O grupo de oração será o grupo mais importante. Nada é tão bom como a oração e nada é mais necessário do que a oração. O grupo montado pelos presbíteros não deve ter o matiz de legalidade. Os santos devem ter o direito de pedir por aperfeiçoamentos segundo seu sentimento no Senhor.

A NECESSIDADE DE GANHAR CAUCASIANOS NOS EUA

Dentre aqueles que se apresentarem como voluntários para participar dos grupos de língua inglesa, a maioria deve ser composta de caucasianos. Temos encargo de fazer a restauração do Senhor entrar na sociedade americana caucasiana típica. Os caucasianos, principalmente os descendentes dos imigrantes do norte da Europa, são os americanos típicos. Os Estados Unidos são estruturados como um país democrático com muitos povos. Muitas das igrejas na ressurreição do Senhor nos EUA são compostas de pessoas de diferentes origens raciais e étnicas, todas falando inglês. Para alcançar a comunidade americana típica, os santos caucasianos são especialmente necessários.

Quando vim pela primeira aos Estados Unidos, propositalmente decidi que não trabalharia entre os chineses. Tentei ao máximo trabalhar entre o povo local americano. Naquela época, a cota de imigração para a raça chinesa fora determinada em cento e cinco pessoas por anos. Posteriormente, essa cota foi revisada, dando aos chineses vinte mil pessoas por anos, dez mil provenientes de Taiwan e dez mil da China continental. Como conseqüência, dezenas de milhares de chineses vieram para os EUA, muitos deles das igrejas em Taiwan. Ainda assim, hesitei em cuidar da obra de

Page 41: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 40-

língua chinesa porque percebera que se tivéssemos mais caras chinesas nas reuniões, isso desapontaria os caucasianos presentes. Em 1983, o irmão Abraham Chang, percebendo a situação, veio até mim e disse que precisávamos cuidar dos santos chineses porque muitos tinham vindo para os EUA e estavam se perdendo por causa da falta de cuidado. Por isso, a partir daquele ano, comecei a cuidar dos santos de língua chinesa. Entretanto, ao fazer isso, ganhamos do lado chinês mas perdemos do lado inglês. Daquele dia até hoje, a taxa de crescimento entre os caucasianos tem sido reduzida.

Nesta época, precisamos concentrar nossa energia e nossa mão-de-obra para penetrar na comunidade caucasiana. Por isso, ao formar os grupos, tanto quanto possível, precisamos formar grupos compostos de santos caucasianos. É verdade que Deus não faz acepção de pessoas (At 10:34), mas os caucasianos fazem. Não estamos “vendendo nosso peixe" para Deus, mas aos caucasianos. Eles podem não comprar nosso “peixe”. Por isso, precisamos fazer algo específico para ganhar pessoas caucasianas. Para o interesse do Senhor, não devemos adotar a forma mais fácil.

É melhor pegar santos caucasianos para formar reuniões de grupos de língua inglesa caucasiana. Os restantes que falam inglês podem ser incluídos nos grupos gerais de língua inglesa. Sobre os mais velhos, seria muito bom se eles pudessem fazer intercessões pelos grupos. Se forem fiéis, eu proporia que todos eles pudessem orar particularmente pelos grupos durante uma hora todos os dias. Há a necessidade disso. Todos os membros nos grupos precisam orar. Precisamos de muito mais oração.

PRATICAR OS GRUPOS VITAIS NA NOVA MANEIRA

O número de santos nas igrejas nos EUA ainda é relativamente pequeno, mas porquanto a restauração está aqui há trinta anos, podemos considerar que as igrejas aqui estão um pouco velhas. Quando alguma coisa fica velha, não é tão viva, ativa e sensível em seus

sentidos. Mesmo aqueles que estão na vida da igreja há pouco tempo não conseguem evitar a tendência de velhice existente na atmosfera das igrejas.

Aqueles que participam dos grupos vitais devem considerar a si mesmos um pouco novos. Todos nós precisamos orar especificamente para ter um novo começo. Embora já tivéssemos reuniões de grupos no passado, não os considero como estando à altura do padrão do Senhor. O que precisamos são os “grupos vitais”, grupos que são vivos e energizantes. Todos precisamos buscar ser renovados. Baseado em nossa experiência passada, podemos sentir que sabemos como participar de uma reunião de grupos, mas na verdade, não sabemos. Sabermos só como ter reuniões de grupos de uma forma natural. Por exemplo, uma parte das reuniões de grupo vital é comunhão. A palavra comunhão pode soar muito familiar para nós, mas muitos de nós não sabem como ter comunhão. Alguns nem mesmo sabem o sentido do termo comunhão na Bíblia. Em nossa prática de grupos vitais, vamos praticar comunhão segundo a maneira bíblica. Nossa prática será totalmente nova.

Até mesmo a maneira de cantarmos os hinos precisa ser renovada. Nossa maneira atual de cantar hinos envelheceu. A Bíblia diz que os hinos são bons não só para cantar mas também para falar. Em

Page 42: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 41-

Efésios 5:19 Paulo disse que deveríamos falar uns aos outros salmos e hinos e cânticos espirituais. Lá não cita cantar, mas falar.

A NECESSIDADE DO SENHOR DE VENCEDORES

O chamado dos vencedores é a última exigência que o Senhor fez na Bíblia inteira. Na Bíblia inteira, o Senhor exigiu muitas coisas, primeiro ao homem, depois ao Seu povo escolhido e por fim à igreja. Mas, desses três grupos de pessoas, o Senhor não conseguiu o que exigia. Então, por fim, em Apocalipse 2 e 3, o Senhor fez soar Seu chamamento aos vencedores. Hoje o Senhor precisa dos vencedores. No livro de Juízes, Gideão foi levantado para se encarregar da luta pelo povo de Deus. Quando Gideão fez soar o chamamento, trinta e dois mil homens responderam ao chamamento (6:34-35; 7:3b). Deus então disse a Gideão que era demais (7:2). Gideão disse aos medrosos que voltassem, e vinte e dois mil voltaram, restando dez mil (v. 3). Deus então disse a Gideão que ainda era muito (v. 4a). Deus deu a Gideão uma forma de testar o povo para determinar a quem Deus escolheria e a quem recusaria. A maneira que Deus usou foi observar como os homens cuidavam de suas necessidades. Comer, beber e se vestir são os itens básicos de nossas necessidades diárias. Gideão conduziu os homens às águas e permitiu-lhes beber (vv. 5-6). De dez mil, somente trezentos beberam água ficando de pé à beira do rio e lambendo a água de suas próprias mãos. Esses foram aqueles a quem Deus ia usar para o exército. O restante dos homens se ajoelhou e bebeu. Eles se

importavam com suas necessidades muito mais do que as necessidades de Deus, e Ele os enviou de volta.

Em 1986, fiz soar a trombeta, como Gideão fez, no treinamento de presbíteros (ver “Treinamento de Presbíteros”, Livro 7—One Accord for the Lord's Move, publicado pelo Living Stream Ministry). Disse aos presbíteros que tinha um pesado encargo sobre mim porque por mais de dez anos, nossa taxa de crescimento tinha permanecido quase a mesma. Eu estava desesperado e me senti compelido a estudar a situação. Era uma questão de vida ou morte. Naquela época, eu estava chamando os vencedores para o Senhor. Por seis anos depois disso, fizemos algum progresso, e por isso nestes dias estou fazendo soar outra vez a trombeta. Para responder ao chamado de Deus hoje, precisamos todos estar desesperados.

Em 2 Timóteo 2:4, Paulo disse: "Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida." Os negócios desta vida estão relacionados com as nossas necessidades. Precisamos sacrificar alguma coisa para o Senhor. Se quisermos fazer a mesma coisa que temos feito nos últimos quinze anos, com certeza não ganharemos o crescimento. Poucas portas caucasianas se abrirão para nós. Se for este o caso, seremos inferiores a dois grupos heréticos: os mórmons e os Testemunhas de Jeová. Embora esses dois grupos sejam heréticos, eles ganharam aumento substancial nos cinqüenta anos passados. Conseguiram isso batendo às portas e ainda assim alguns entre nós têm reportado que embora bater às portas possa funcionar em Taiwan e aqui entre a comunidade hispânica, não vai funcionar no meio da comunidade caucasiana. Bater às portas não vai funcionar com eles, mas pode funcionar com outros. Tudo depende se vamos querer fazer isso ou não, e também depende de como vamos fazer.

Page 43: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 42-

Precisamos cuidar das exigências do Senhor, de Suas demandas, muito mais que nossas necessidades. Em 1937, o irmão Nee deu uma ilustração acerca do arrebatamento à vinda do Senhor. Uma irmã perguntou ao irmão Nee sobre o arrebatamento. Aquela irmã tinha uma filha que ela valorizada ao extremo. O irmão Nee lhe disse que quando o Senhor Jesus viesse, se ela perguntasse “Onde está a minha filha?”, ela perderia o arrebatamento. Se amarmos alguma coisa e nos importarmos com ela mais que os interesses do Senhor, quando o Senhor Jesus voltar, vamos perder o arrebatamento.

O Senhor é muito ciumento. Parece que Ele Se importa somente Consigo mesmo e não conosco. Alguns pregadores dizem às pessoas que Jesus vai abençoá-las em tudo. Alguns encorajam as pessoas a praticar pensamento positivo. Entretanto, se praticarmos pensamento positivo, mesmo assim podemos passar pelo sofrimento de Jó. Por fim, por causa dos sofrimentos que passamos na vida cristã, fui compelido a chegar à seguinte conclusão: para ser um homem, preciso ser um cristão; para ser um cristão, preciso ser

um vencedor. Se não formos vencedores, vamos desperdiçar nossa vida inteira. Comparado com o Senhor Jesus, tudo é refugo. Não devemos nos importar com coisa alguma exceto Cristo. Pelo contrário, devemos considerar tudo como perda a fim de ganhar a Cristo (Fp 3:7-8). Se levarmos o Senhor a sério, precisamos chegar a este nível de padrão para ser um cristão. Esse é o meu espírito e o meu encargo. O Senhor de fato precisa de alguns vencedores.

Se quisermos ser vencedores, precisamos lidar com a questão de nosso caráter. O caráter é a causa principal de morte espiritual entre o povo do Senhor. Muitos amados, queridos e fiéis santos foram anulados espiritualmente por causa de seu caráter. Eles deviam ser muito úteis para o propósito do Senhor porém muitos foram anulados não pelo pecado ou pelas paixões, mas pelo seu caráter. Buscamos o Senhor segundo o nosso caráter. Fazemos coisas pelo e para o Senhor, mas fazemo-las de acordo com o gosto de nosso caráter. Por causa disso, temos sido anulados. O Senhor não se importa com nosso gosto.

Muitas pessoas têm perguntado por que Deus tratou mal a Jó. Na verdade, o Senhor não tratou Jó mal. Entretanto, pode parecer que o Senhor tratou Paulo mal. Em 1 Coríntios 15:32, Paulo disse que ele lutara contra feras (denotando pessoas e situações malignas) em Éfeso. Assim, de acordo com a metáfora usada aqui por Paulo, o Senhor atirou Paulo no anfiteatro às feras. Parece que o Senhor foi cruel em Seu tratamento para com Paulo.

Depois de Jó ter sofrido por um tempo, Deus fê-lo próspero novamente, dando duas vezes mais o que tinha antes (Jó 42:10-17). Deus removeu de Jó tudo o que ele tinha, mas por fim abençoou-o duas vezes mais. Isso pode levar alguns a concluir que Deus é um Deus de bênção, mas precisamos ponderar sobre o caso de Paulo. Parece que Deus não abençoou absolutamente a Paulo. Se parece que Deus não nos abençoa, ainda vamos ser cristãos? Parece que somente um tolo seria esse tipo de cristão, mas por todos os tempos, tem havido tais “tolos”, dispostos a sacrifícios pelo interesse do Senhor.

Page 44: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 43-

Num país cristão como os Estados Unidos, há muitas obras cristãs. De acordo com as estatísticas recentemente publicadas, de duzentos e trinta milhões de americanos, cento e trinta milhões professam ser cristãos. Entretanto, gostaria de perguntar se o Senhor Jesus ficaria satisfeito com o cristianismo de hoje. O cristianismo de hoje poderia formar a noiva de Cristo para as bodas? Quase todos os cristãos hoje foram drogados. Muitos crentes hoje não têm uma mente sóbria com uma clara visão espiritual. Não creio que a noiva vai incluir um grande número de crentes. A noiva, que se tornará o exército de Cristo para derrotar o Anticristo (Ap 19:7-9, 14-15, 19-21), não será

composta de milhões de crentes. Quantos dentre as denominações poderão ser contados como parte da noiva de Cristo? Nós também temos de perguntar quantos na restauração do Senhor vão ser contados? Por fim, temos de perguntar a nós mesmos: “Será que serei contado quando Ele vier” Esse é um assunto sério. Com certeza Ele está vindo. A situação mundial indica isso veementemente. Por isso, todos precisamos ser advertidos.

Depois de sermos preparados, sendo treinados por muitos meses, seremos os novos grupos vitais. Nesta hora, podemos ser enviados para visitar pessoas visando a pregação do evangelho. Não devemos confiar no cristianismo de hoje para nada. Embora possamos pregar Jesus Cristo e até mesmo dizer às pessoas acerca do verdadeiro Deus, muitos cristãos têm pouco da realidade de Deus e Cristo em seu viver diário. Além disso, poucos no cristianismo sabem alguma coisa a respeito de questões tais como economia eterna de Deus, o trono do julgamento de Cristo e o julgamento da meretriz, a Igreja Católica Romana, pelo Anticristo com seus dez reis (Ap 17:16). Todo o cristianismo está drogado e nós também um pouco pela influência do cristianismo que nos rodeira. Precisamos sobrepujar essa situação. A situação atual da religião está cheia de germes e é muito contagiosa. É por isso que sinto encargo de preparar um grupo de santos de modo que possam introduzir novos na vida da igreja e guardá-los da poluição e contaminação da religião.

Eu encorajaria a todos a orar em segredo, para pedir ao Senhor mostrar todas as coisas na Bíblia segundo a Sua economia. Precisamos perceber que nossa situação atual não pode satisfazer a necessidade do Senhor. Precisamos de um novo início. Então poderemos sair para ganhar os novos e não seremos contaminados pelos germes contagiosos do cristianismo de hoje.

Page 45: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 44-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM NOVE

OS GRUPOS VITAIS NA VIDA DA IGREJA

(3)

Leitura bíblica: Jo 17:19-21; 13:34-35; At 2:42-47

ORAR DE UMA NOVA MANEIRA PARA IR AO ENCONTRO DA NOVA NECESSIDADE

Para os grupos vitais, a primeira coisa é nossa oração. Assim, a primeira questão neste treinamento será treinar os membros dos grupos vitais acerca de como orar na nova maneira para ir ao encontro da nova necessidade. Primeiro, não devemos repetir nossas antigas orações. Nossa maneira de orar se tornou uma formalidade. Semana após semana oramos da mesma forma habitual, repetindo as mesmas orações ao Senhor. Tais orações não são genuínas. Quando oramos, devemos simplesmente dizer ao Senhor diretamente o que queremos: "Senhor, queremos ser reavivados. Estamos mortos e frios. Queremos estar queimando." Dizer esse tanto é o quanto basta. Na Bíblia, não conseguimos encontrar algum exemplo de orações habitualmente repetidas. Em Lucas 18:41, o Senhor Jesus perguntou ao cego: "Que queres que Eu te faça?" O cego respondeu: "Senhor, que eu recupere minha vista!" O Senhor lhe disse: "Recupera tua vista," e instantaneamente o homem recuperou sua vista (vv. 42-43). À reunião da mesa do Senhor podemos orar: "Senhor Jesus, Tu és tão justo. És o melhor entre dez milhares; eu Te amo, Senhor." Isso será bom o suficiente. Não há necessidade de fazermos longas orações nas quais ensinamos, explicamos e expomos as Escrituras ao Senhor.

Todos precisamos orar. Ninguém deve se desculpar dizendo que não tem encargo para orar. Como pode ser que seres humanos não tenham encargo para orar? Todos precisamos de Deus. Se precisamos respirar, precisamos orar. Precisamos orar assim como precisamos respirar. Praticamente todo mundo faz três refeições por dia sem ter qualquer “encargo” especial. Assim, não devemos nos desculpar que não temos encargo para orar.

Precisamos aprender a orar de uma nova maneira e fazer novas orações. Precisamos que o Senhor venha e nos avive para orarmos de uma maneira nova, viva e cheia de frescor. Em nossas orações não há necessidade de dizermos ao Senhor o que fazer. Se quisermos ser reavivados pelo Senhor, devemos simplesmente pedir-Lhe que nos reaviva. Podemos orar: "Reaviva-me, Senhor. Sou digno de pena. Preciso que me reavivas." Isso é muito bom. Ele não precisa que Lhe digamos o que fazer. Dizer ao Senhor o que deve fazer não é uma oração, mas uma instrução.

Freqüentemente nossas orações na reunião de oração da igreja são compostas de palavras repetitivas, dizendo ao Senhor o que fazer e explicando-Lhe a situação. Nos quatro Evangelhos, o Senhor Jesus não orou dessa maneira (Mt 6:7-13; Jo 17). Em Efésios, o apóstolo Paulo fez duas orações (1:17-23; 3:14-21). Naquelas orações ele não deu quaisquer instruções a Deus, mas orou, suplicou e rogou. Vamos aprender essa maneira.

Page 46: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 45-

Ao orar pela questão de frutificar, alguns dos santos oraram: "Graças a Ti, Senhor, Tu és a videira e nós somos os ramos. Tu és o Frutífero. Ordenamos que dês fruto em todos nós." Não precisamos dizer ao Senhor que Ele é a videira e nós os ramos. Não há necessidade de tal explicação. Podemos simplesmente orar: "Senhor, somos tão estéreis. Odiamos nossa esterilidade. Livra-nos de nossos pecados", ou "Senhor, perdoa-me;

não tenho dado frutos. Senhor, tem misericórdia de mim. Põe encargo sobre mim e até mesmo me pressiona para dar frutos."

Precisamos reaprender a orar. Fomos prejudicados pela situação da igreja e adquirimos maus hábitos, mas ainda assim pensamos que eles são bons. Mas nossa maneira habitual não é boa. Temos orado dessa forma por anos a fio. Qual foi o resultado? Num ano inteiro podemos não ter gerado dez frutos que permanecem. Em sua profecia, Ageu, falando pelo Senhor, disse ao Seu povo: "Considerai o vosso passado" (1:5, 7). Com certeza precisamos reconsiderar nosso passado, nossos caminhos.

Antes de abrirmos nossa boca para orar, devemos considerar cuidadosamente o que devemos dizer. Não devemos orar qualquer coisa na forma habitual. Ao dizermos: “Senhor Jesus, eu Te louvo". Precisamos ser enfáticos em dizer que O louvamos. Ao invés de “Senhor, eu Te louvo", o Senhor pode levar você a dizer: "Senhor, eu apenas Te adoro." Quando disser que está adorando o Senhor, você tem de levar isso a sério. Freqüentemente quando certos santos começam a profetizar, dizem: “Glória ao Senhor” muitas vezes. Esse é um mau hábito. Não quer dizer nada e simplesmente desperdiça o tempo. Peço-lhes que acatem minha palavra acerca de oração.

RESTAURAR A MOTIVAÇÃO DINÂMICA DA SALVAÇÃO DINÂMICA DO SENHOR

Agora estamos desesperados com o Senhor para ter um novo início com um novo começo estruturando os grupos vitais. Devemos perceber plenamente que a igreja, como Corpo de Cristo, é definitivamente um grupo de crentes de Cristo que foram salvos pela Sua salvação dinâmica. Creio que desde o primeiro dia, a salvação que recebemos foi dinâmica. Fui salvo dinamicamente. Naquela época, renunciei ao mundo. Disse ao Senhor que não queria qualquer coisa do mundo, mas só pegar a Bíblia e viajar por todos os vilarejos para pregar o Senhor. Desde aquele dia até hoje nunca mudei nem um pouco. Uma motivação dinâmica estava em mim e permaneceu em mim esse tempo todo. Mesmo hoje estou aqui, com encargo e laborando pelo interesse do Senhor.

A restauração sofreu danos. Por isso precisamos de um verdadeiro reavivamento. Todos precisamos restaurar a situação na qual entramos na restauração. Isso é vencer o abandono do primeiro amor, que é na verdade o melhor amor. Restaurar o primeiro amor, ou o melhor amor, é dar ao Senhor Jesus a proeminência, o primeiro lugar em tudo (Cl 1:18). Se dermos a proeminência ao Senhor Jesus em tudo, com certeza nós O ganharemos. Ele é o melhor amor, é o sobreexcelente amor. Isso é tudo de que precisamos.

Page 47: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 46-

Novamente gostaria de dizer que a igreja é um grupo de pessoas que foram dinamicamente salvas por Deus. Precisamos estar constantemente debaixo desse tipo de

motivação dinâmica. Um cristão adequado, um vencedor, é alguém que está constantemente debaixo de uma motivação dinâmica. Isso é o que precisamos orar para restaurar.

GUARDAR A UNIDADE, AMANDO UNS AOS OUTROS

E TENDO UNANIMIDADE

Em João 17:19-21, o Senhor Jesus orou: "E por causa deles Eu Me santifico a Mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que hão de crer em Mim por intermédio da sua palavra, a fim de que todos sejam um; como Tu, Pai estás em Mim, e Eu em Ti, que também eles em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste." Somos todos membros do Corpo de Cristo. Como tais, precisamos ter a verdadeira unidade. Somos de fato um, mas embora hoje ainda estejamos na restauração e na unidade, precisamos perceber que a unidade entre nós não é uma unidade viva. Nossa unidade não é uma unidade operante. Todos somos um, mas você é você e eu sou eu. A unidade entre nós é uma unidade entorpecida, adormecida. Nossa unidade devia ser muito ativa. A genuína unidade vai fazer com que ajamos ao ouvirmos sobre a necessidade entre os santos no Corpo. A verdadeira unidade é uma unidade ativa e pró-ativa.

Somos um e ainda assim não conhecemos tão bem os oito membros de nosso grupo. Isso não é uma unidade viva. Em João 17 o Senhor disse que se tivermos essa unidade, as pessoas do mundo saberão que Cristo é Aquele que foi enviado pelo Pai (vv. 21, 23). Isso indica que quando formos visitar pessoas, elas devem perceber que somos um entre nós mesmos. Vão perceber que conosco há algo celestial, divino que as pessoas do mundo nunca poderão ter. As pessoas mundanas não podem ser um, mas nós somos um de uma maneira viva de modo que nossa unidade possa ser expressa e percebida por outros. Quando travam conhecimento conosco, as pessoas podem sentir que temos a unidade.

Em João 13:34-35, o Senhor disse: "Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisso conhecerão todos que sois Meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros." Se amarmos uns aos outros, não precisaremos dizer às pessoas que somos discípulos de Cristo. As pessoas mundanas vão perceber isso.

A primeira coisa depois do treinamento acerca de oração é treinar todos os santos a como ter comunhão. A comunhão é totalmente baseada na unidade e amor mútuo. Somos um e amamos uns aos outros. Esses são dois fortes sinais.

Os primeiros seguidores de Cristo, inclusive Pedro e João, seguiram o Senhor em tempo

integral. Eles eram pescadores, mas deixaram suas redes, barco, ocupação, pais para seguirem ao Senhor Jesus (Mt 4:18-22). Para os de fora, eles pareciam ser ociosos, nada fazendo senão seguir Àquele. Fizeram isso por três anos e meio. Por fim, viram a crucificação, ressurreição e ascensão do Senhor e isso os manteve ainda mais na unidade. Assim, o início de Atos diz que esses amados

Page 48: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 47-

eram unânimes (1:14), não meramente em unidade. Unidade não é tão prática como unanimidade. Eram unânimes sem opiniões, conceitos ou pensamentos diferentes. Eram todos um em unanimidade. Eram cento e vinte discípulos, mas eram como uma pessoa só e oravam em unanimidade. Aqui está a verdadeira oração. Atos não diz sobre o que e como oravam, mas depois de dez dias de oração, alguma coisa aconteceu: no dia de Pentecostes, Cristo foi derramado sobre eles como o Espírito todo-inclusivo (2:1-4) e a igreja foi gerada. É disso que precisamos. Precisamos manter a unidade, amar uns aos outros e ter unanimidade.

Um grupo pode ter somente sete ou oito membros, mas esses sete ou oito têm de ser unânimes. Pela comunhão nas reuniões de grupos, todos os membros vão entrar em unanimidade e nessa unanimidade eles podem orar. Então vão realmente se tornar um. Precisamos orar unânimes e a unanimidade advém da unidade e do amor mútuo. Ao orarmos em unanimidade, não vamos repetir as orações antigas, habituais. Estaremos tanto no espírito que não haverá como voltar às orações habituais.

COMUNHÃO PARA CONHECER UNS AOS OUTROS PLENAMENTE

No treinamento acerca dos grupos vitais, o primeiro item é oração, e o segundo é comunhão. Todos precisamos perceber que até agora tem havido pouca comunhão real entre nós. O que temos tido é apenas um tipo de contato. Por isso, em cada reunião de grupo, a primeira coisa que devemos praticar é ter comunhão. Em nossa prática inicial de comunhão, vocês devem se conhecer em todos os detalhes, seu status, sua condição espiritual e situação atual no Senhor. Se possível, tenham comunhão sobre tudo. Quando estivermos tendo comunhão nos grupos, precisamos seguir o Espírito interior. Além disso, nossa comunhão deve ser viva, orgânica e espontânea. Devemos conhecer uns aos outros plenamente, de uma forma atualizada.

Podemos nos reunir em dada localidade com determinados santos há anos sem saber seus nomes ou o nome de seus cônjuges. Isso não é verdadeira comunhão; estamos apenas “deslizando no gelo”. Nunca penetramos no gelo até o fundo da água. Desta vez, nas reuniões de grupo, a comunhão deve ser primeiro cortar o gelo e depois remover o gelo. Então todos nós precisamos mergulhar na corrente para conhecer uns

aos outros plenamente. Isso é a verdadeira comunhão. O verdadeiro amor está aqui. Se não conhecermos uns aos outros, não poderemos amar uns aos outros. Não podemos amar nada que não conhecemos, mas quando mais conhecermos uns aos outros de uma forma adequada, mais amaremos uns aos outros.

Espero que o número nos grupos dobre no máximo em um ano. Quando o número de um grupo dobra, esse grupo deve dividir em dois. Assim, no primeiro estágio das reuniões de grupo, tudo tem de ser operado como um modelo, senão, se todos formos frios, mesmo se conseguirmos que alguém seja salvo, esse tal será igual a nós. Se oito pessoas frias conseguirem outras oito frias, a frieza será aumentada. Por isso, precisamos cortar o gelo, removê-lo e jogá-lo fora até penetrarmos na água e

Page 49: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 48-

nadarmos e chegarmos ao fundo para conhecer uns aos outros. Então, quando ganharmos os novos, todos esses serão iguais a nós. Senão, a igreja não terá caminho. Precisamos conhecer uns aos outros; depois vamos amar uns aos outros.

O REMÉDIO PARA NOSSA SITUAÇÃO ATUAL

Toda a vida da igreja foi mortificada por causa de nossa prática habitual. Por muito tempo temos tido muita pouca mudança e pouco crescimento. Nossa chegada às reuniões tem sido habitual, meramente mantendo um esquema. Entre nós há a desesperada falta de exercitar nosso espírito, de renovar nossa mente e de firmar nossa vontade. Todos fazemos coisas de uma forma rotineira e habitual. Por causa disso, não sabemos como ter comunhão.

O remédio para nossa condição é lembrar que somos um problema para a igreja. Todos somos um problema. Nossas orações podem ser um problema para os santos há anos. Devemos sempre nos lembrar que somos um problema. Por isso, quando chegarmos às reuniões, precisamos chegar cheios de oração. Enquanto estamos dirigindo na via, devemos orar: "Senhor, salva-me de meu hábito. Senhor, esta noite estou indo à reunião de comunhão. Diz-me o que devo compartilhar com meus irmãos." O Senhor está vivo. Ele não dirá uma palavra a vocês para instruí-los sobre o que fazer, mas vai inspirar vocês. Quando entrarem na reunião, Ele pode levá-los a dizer: “Louvado seja o Senhor. Estou tão contente hoje, irmãos." Esse é um bom começo para a comunhão. Um dos irmãos próximo de você pode perguntar: "Irmão, posso saber por que você está tão contente hoje?" Você pode replicar: "Estou apenas contente com o Senhor. Hoje o Senhor me corrigiu. Posso contar-lhe até aqui. Em outra ocasião lhe direi mais. E quanto a você? Você está contente com o Senhor?" Essa é a maneira de ter uma comunhão viva.

Temos o Senhor vivo, o Espírito todo-inclusivo, que dá vida, que habita interiormente e temos o espírito regenerado. Precisamos fazer o máximo para usar tudo isso. Não

devemos vir às reuniões de uma forma habitual. Quando entrarmos no salão de reuniões, devemos fazer isso com um propósito. Enquanto você está subindo as escadas, pode dizer: "Senhor, que bom é subir Contigo." Se os outros ouvem ou não, não importa. Precisamos sair do nosso hábito. Isso depende do quanto percebemos a respeito de nós mesmos. Precisamos orar para Ele e permitir-Lhe nos guiar e orientar de todas as formas.

SER TREINADO PARA AS VISITAS DE EVANGELIZAÇÃO

O treinamento acerca dos grupos vitais abordará muitos pontos. Da questão de comunhão, vamos prosseguir para as visitas de evangelização visando pregação do evangelho. Isso vai exigir muito treinamento. Para pregar o evangelho, você precisa conhecer os versículos apropriados a respeito de Deus. Entretanto, se visitar uma pessoa que parece ser muito versada acerca de Deus e muito tagarela, você não deve falar com ela a respeito de Deus. O fato de falar muito a respeito de Deus pode indicar que é uma pessoa muito pecaminosa. Uma pessoa pecaminosa, maldosa, que é um pouco religiosa, é o tipo de pessoa que gosta de falar sobre Deus. Se falar com tal pessoa sobre Deus, vai cair num engodo. Pelo contrário, você deve falar sobre a consciência.

Page 50: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 49-

Todos precisamos aprender a ser treinados. Se formos visitar pessoas, precisamos saber que tipo de pessoas estão neste mundo e o que falar a cada diferente tipo de gente. Se quisermos aprender tudo isso, com certeza nossas visitas serão mais eficientes.

Aqueles nos grupos precisam de um tempo com seu grupo para praticar o que ouviram: a oração, o verdadeiro reavivamento do interior e a comunhão. Isso vai afetar a freqüência nas reuniões. Que o Senhor tenha misericórdia de nós para que possamos ter um verdadeiro reavivamento Nele e por intermédio de Seu Espírito.

Page 51: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 50-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM DEZ

A ESTRUTURAÇÃO DOS GRUPOS VITAIS

(1)

Leitura bíblica: 1Co 5:6-7a; Lv 2:1-13; Mt 16:24; Fp 2:2; Ef 4:3; At 1:14; 4:24; Nm 6:1-4; Ap 2—3; Rm 15:16; 1Pe 2:5, 9; 1Ts 2:7; Ef 4:12-13; 1Co 14:1-5, 23-26, 31, 39a

A UNIDADE E A UNANIMIDADE

Há dois pontos cruciais no Novo Testamento que todo precisamos atentar: a unidade e a unanimidade. No Novo Testamento, a primeira vez que a unidade entre os crentes é mencionada é em João 17. Nesse capítulo, a unidade é abordada pelo Senhor Jesus em Sua oração. A oração do Senhor em João 17 foi logo depois de Seu discurso em João 14—16, no qual Ele liberou o mistério da Trindade Divina. Em toda a Bíblia, não há mais elevada e profunda revelação da Trindade Divina do que a revelação liberada pelo Senhor Jesus naqueles três capítulos. Depois que o Senhor completou Sua obra nesta terra contatando Seus discípulos, Ele estava pronto para morrer na cruz. Foi neste transe que Ele orou ao Pai. A oração que Ele fez foi muito específica. Nenhum ser humano poderia ter feito aquela oração. Em Sua oração ao Pai, Ele usou a palavra Nós (ou Nos), referindo-Se a Si e ao Pai, com o Espírito também implícito (vv. 11, 21-22). Nos versículos 20-21, Ele disse: "Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que hão de crer em Mim por intermédio da sua palavra, a fim de que todos sejam um; como Tu, Pai, estás em Mim, e Eu em Ti, que também estejam eles em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste." Aqui o Senhor orou para que todos os Seus crentes fossem um “em Nós”, isto é, na Trindade Divina. Essa é a genuína unidade. A genuína unidade é simplesmente o mesclar do Deus Triúno com Seus crentes. Essa unidade é também o Corpo de Cristo pois o Corpo de Cristo é o mesclar do Deus Triúno processado e consumado com Seus crentes.

Em Mateus 18:19-20, o Senhor disse: "Em verdade ainda vos digo que, se dois dentre vós sobre a terra concordarem a respeito de qualquer coisa que pedirem, ser-lhes-á feita por Meu Pai que está nos céus. Porque onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, ali estou no meio deles”. O Senhor aqui disse que se Seus discípulos orassem unânimes, sua oração seria certamente ouvida e respondida.

Agora precisamos perguntar: que é unanimidade? Unanimidade parecer ser uma questão menos importante que unidade. Aparentemente, unidade é uma grande coisa, ao passo que unanimidade é um pouco menos importante. É fácil definir unidade: unidade é o Deus Triúno mesclado com todos os Seus crentes e essa unidade é simplesmente o Corpo de Cristo. Mas é difícil definir unanimidade.

Em Mateus 18:19, a palavra grega sumphoneo é usada para unanimidade. Quer dizer: “estar em harmonia, ou concorde" e se refere ao som harmonioso de um instrumento musical ou vozes. Por fim, unanimidade ou a harmonia de sentimentos interiores entre os crentes torna-se como uma melodia, como música. Toda melodia adequada é harmoniosa. Quando temos a unanimidade, aos

Page 52: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 51-

olhos de Deus nos tornamos uma melodia para Ele. Nós nos tornamos um poema não meramente pela escrita, mas no som, na voz, na melodia. A nossa unanimidade precisa ser como uma melodia harmoniosa. Tal unanimidade constitui o núcleo da unidade. Em outras palavras, a unidade é como uma noz e a unanimidade é como o conteúdo daquela noz. Em Atos

1:14, outra palavra grega, homothumadon, é usada para unanimidade. Essa palavra vem de homo – igual – e thumos - mente, vontade, propósito (alma, coração). A palavra denota harmonia do sentimento interior no ser inteiro de alguém.

Hoje, alguns cristãos podem clamar ter unidade. Ouvi alguns pastores dizerem que já que todas as denominações têm um único Deus, um Salvador, Cristo e uma Bíblia, elas são um. De acordo com seus conceitos, as denominações não são divisões, mas meramente meios usados pelos cristãos para levar a cabo sua obra. Segundo sua ótica, as denominações são como os diferentes tipos de tigelas e utensílios que as pessoas usam para comer. Argumentam que já que os diferentes tipos de utensílios usados na alimentação, tais como palitos e garfos e colheres, não dividem as pessoas, as denominações não podem dividir os cristãos. Temo que alguns dos santos na ressurreição podem não ser capazes de resistir a este tipo de argumentação. Depois de ouvir tal argumentação, eles podem ser subjugados e concordarem com esse argumento que as denominações não são divisivas. Aqueles nas denominações podem também voltar a questão para nós e perguntar: "Vocês não são também uma divisão? Antes de Watchman Nee e Witness Lee estarem nesta terra, deve ter havido mil e cem divisões, mas agora vocês nas igrejas locais se tornaram mais uma divisão. Agora há mil cento e uma divisões na terra”. Parece difícil saber como responder a tal argumento.

Minha resposta a eles é esta: "Sim, vocês podem ter a unidade, mas têm o âmago? Têm a unanimidade? As famílias que usam garfos e palitos para comer também usam os mesmos utensílios para lugar uns contra os outros. Vocês podem ter unidade, mas onde está a unanimidade?" Alguns entre as denominações podem volta a nos questionar: Vocês têm a unanimidade entre vocês?”Se examinar sua situação, teremos de admitir que mesmo agora não estamos adequados na questão de unanimidade.

Se entre aqueles num grupo não houver unanimidade, que pode o Senhor fazer com eles? É por isso que meu encargo acerca dos grupos vitais é tão pesado. Tenho muita clareza de que não temos a plena e completa unanimidade entre nós. Por isso, em certo sentido, é difícil para o Senhor poder Se mover livremente entre nós. Se não formos unânimes, Deus não tem como responder a nossa oração. Se Deus não tem como responder a nossa oração, que pode Ele fazer conosco? Sem a unanimidade, é difícil conseguir que pessoas sejam salvas, convertidas e regeneradas pela salvação dinâmica de Deus. Assim, nossa inadequação na unanimidade é uma doença que é mais que séria. Estamos doentes há anos e ainda assim podemos não estar cônscios de nossa doença. Podemos vir às reuniões, louvar o Senhor e profetizar, mas podemos fazer todas essas coisas sem estar cônscios do fato de que não temos a adequada unanimidade.

Page 53: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 52-

Embora eu tenha estudado a Bíblia por anos a fio, senão recentemente vi que a unidade é como o corpo, e a unanimidade é como o coração dentro do corpo. Nossa enfermidade não é como uma doença no corpo físico, exterior, mas como no coração dentro do corpo. Estou falando a verdade franca e honestamente, segundo o que o Senhor nos mostrou e de acordo com minha consciência pura. Precisamos saber qual é nossa doença. A doença entre nós é que não temos uma unanimidade adequada. Por isso, mantemos somente uma unidade com um “coração” doente. Nesses últimos quatro ou cinco anos, até mesmo essa unidade enfermiça foi quebrada pelos dissidentes. Eles não se importam nem mesmo com a unidade. Ainda estamos aqui pela unidade, mas dentro de nós há uma inadequação na unanimidade. Por causa disso, é difícil o Senhor responder a nossa oração, principalmente na questão de frutificar para o crescimento da restauração do Senhor. Por isso, com certeza precisamos nos humilhar diante Dele.

A reunião de santos nos grupos vitais é para nos restaurar, e restaurar significa nos curar, sanar. Ficamos doentes; por isso, precisamos de cura. A cura que precisamos é nos reunirmos na unanimidade adequada. A maneira de tocar a doença que está entre nós é termos os grupos vitais.

TER UMA COMUNÃO ÍNTIMA E PLENA EM CRISTO COMO O ELEMENTO E ÂMBITO, EXERCITANDO NOSSO ESPÍRITO COM MUITA E CABAL ORAÇÃO, ACERCA DE NOSSA

POSIÇÃO, CONDIÇÃO ESPIRITUAL E SITUAÇÃO ATUAL NO E COM O SENHOR

A palavra comunhão é usada no Novo Testamento pela primeira vez em Atos 2:42: " E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações." Esse versículo menciona a comunhão dos apóstolos. Entre os apóstolos havia uma íntima comunhão. No início de Atos, os apóstolos constituíam um grupo de cerca de cento e vinte santos (1:15). Podemos dizer que aquele era o grupo dos apóstolos. Entre eles havia uma íntima comunhão. Os cento e vinte permaneceram juntos por pelo menos dez dias. Comiam juntos, oravam juntos e faziam tudo juntos. Com certeza tinham uma comunhão íntima. O dia de Pentecostes foi um dia gerado pelos dez dias desse tipo de comunhão. Entre nós há uma carência de tal comunhão íntima.

Nossa comunhão deve não só ser íntima mas também completa. Podemos conhecer uns aos outros, mas podemos não conhecer uns aos outros completamente. Se for esse o caso, não podemos dizer que temos uma comunhão completa uns com os outros. Nos grupos vitais, os membros precisam primeiro conhecer uns aos outros intima e completamente.

Comunhão é o fluir, a corrente da unidade. Dez dias antes do Pentecostes, nesta terra,

havia um grupo de pessoas que estavam na comunhão, no fluir da unidade. De acordo com Atos 1:14, eles estavam também em unanimidade.

A comunhão íntima e completa é em Cristo. Cristo é o elemento e é também o âmbito, o limite dessa comunhão. Essa comunhão na verdade é o próprio Cristo porque Ele é o elemento da comunhão e Ele é o âmbito da comunhão.

Page 54: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 53-

A maneira de termos uma comunhão íntima e completa é exercitar o nosso espírito. Sempre que falarmos alguma coisa em comunhão, precisamos exercitar o nosso espírito. De acordo com a minha observação, muitos santos têm o ensinamento acerca de exercitar o espírito mas na prática não têm a realidade. Para a comunhão adequada, precisamos exercitar o nosso espírito com muita e cabal oração. Nos grupos vitais, precisamos ter comunhão a respeito de nossa posição, nossa condição espiritual e nossa situação atual no e com o Senhor.

Precisamos formar uma intimidade com todos os membros de nosso grupo. Para fazer isso, uma irmã precisa chamar outra durante o dia por alguns minutos para contato e comunhão. Se amarmos uns aos outros, vamos sempre ter a sensação de que sentimos falta uns dos outros. Se quisermos contatar uns aos outros dessa forma, vamos ver a diferença. Seremos vivificados e estimulados para amar o Senhor. Nossos corações se tornarão também sensíveis uns para com os outros e seremos capazes de receber algo uns dos outros.

O Senhor Jesus estruturou a unidade entre Pedro, João, Tiago e todos os outros que O seguiram por três anos e meio. Deixaram suas famílias, redes, barcos e suas ocupações apenas para seguir o Senhor todos os dias. Os estranhos podem ter pensado que seguir Jesus era um desperdício. Segundo seu ponto de vista, onde quer que Ele fosse, um grupo de pessoas O seguia fazendo nada. Parece que o Senhor não fazia nada, mas na verdade treinou os discípulos por três anos e meio. Todos os dias, quando Ele falava, Ele os treinava. Quando não falava, Ele ainda os treinava. Seu silêncio era também um tipo de treinamento. No final de três anos e meio, quando o Senhor Jesus subiu para Jerusalém para morrer, enquanto estavam no caminho, Tiago e João e todos os doze estavam brigando a respeito de quem se sentaria à destra do Senhor no Seu reino (Mt 20:20-24). Parece que eles não tinham ganhado coisa alguma naqueles anos, mas algo fora estruturado dentro deles. Depois de testemunhar a morte, ressurreição e ascensão do Senhor, eles se tornaram pessoas diferentes. Entre eles havia comunhão, unidade e unanimidade. Naquela época eles estavam prontos, qualificados, preparados e equipados para receber o Deus derramado sobre eles. O derramamento do Espírito no dia de Pentecostes (At 2:1-4) foi a maior coisa que ocorreu em todo o universo. Mesmo a

criação dos céus e da terra não foi tão grande. O Deus Triúno derramou-Se sobre aquelas pessoas que estavam em unidade e em comunhão e que tinham a genuína unanimidade. Constituir tal unanimidade não é uma coisa fácil. A minha intenção é estruturar essa unanimidade por intermédio dos grupos vitais dentro dos próximos meses.

SER MESCLADO POR MEIO DE MUITA E CABAL ORAÇÃO, COMO FLOR DE FARINHA DE TRIGO, COM TODOS OS MEMBROS DE SEU GRUPO, COM O ESPÍRITO COMO ÓLEO,

MEDIANTE A MORTE DE CRISTO COMO O SAL E NA RESSURREIÇÃO DE CRISTO COMO O INCENSO, COMO UMA MASSA DE FARINHA PARA O SENHOR

Nos grupos vitais, precisamos ser mesclados por meio de muita e cabal oração, como flor de farinha de trigo, com todos os membros de seu grupo, com o espírito como óleo, mediante a morte de Cristo como o sal e na ressurreição de Cristo como o incenso, como uma massa de farinha para o

Page 55: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 54-

Senhor (1Co 5:6-7a; Lv 2:1-13). Ser mesclado não é meramente se colocado junto com alguém como um casa, como marido e esposa. Tornar-se um “casal” não é tão avançado como ser mesclado. É possível um casal estar casado por muitos anos e ainda assim nunca ter sido mesclado. Na sociedade humana, há freqüentemente brigas entre cônjuges, entre irmãos e irmãs e entre filhos e pais porque eles jamais foram mesclados entre si.

O Novo Testamento nos conta que primeiro somos grãos de trigo. Em João 12:24, o Senhor Jesus era o único grão. Mediante Sua morte e ressurreição, Ele liberou Sua vida para dentro de nós, tornando-nos os muitos grãos. Isso é muito bom, mas o Novo Testamento prossegue dizendo-nos que os grãos por fim precisam se tornar uma pasta (1Co 5:6-7a). Isso quer dizer que precisamos nos tornar a massa de farinha. Para fazer a massa é necessária a mescla dos grãos de trigo, mas antes de serem mesclados, os grãos precisam ser moídos para se tornar a flor de farinha.

O Novo Testamento também nos diz que por fim, todos nos tornamos um pão (1Co 10:17). Em certo sentido, os grãos, a flor de farinha, a pasta e a massa nada são até se tornarem o pão. Depois de nos tornarmos um pão, significamos alguma coisa e somos alguma coisa na mão do Senhor. O pão é o grupo. À mesa do Senhor, freqüentemente louvamos o Senhor pelo pão, mas na realidade podemos não ser um pão. Muitos santos entre nós jamais foram moídos ou quebrados. Embora sejamos grãos, é possível que jamais tenhamos sido quebrados ou moídos para nos tornar flor de farinha. Por um lado, podemos ser quebrados e ainda assim jamais ter sido mesclados juntos. Assim, estamos longe de ser um pão. A maneira de nos tornarmos um pão é ser mesclados nos grupos. O pão é o grupo.

A maneira de sermos mesclados é por meio de muita e cabal oração, como flor de farinha de trigo, com todos os membros de nosso grupo, com o Espírito como o óleo, mediante a morte de Cristo como o sal e na ressurreição de Cristo como o incenso. Precisamos orar sobre todos esses pontos com muita e cabal oração. Precisamos ser mesclados para nos tornarmos uma massa para o Senhor. Tornar-se uma massa implica em sermos quebrados, moídos e mesclados. De acordo com o tipo da oferta de manjares em Levítico 2:1-13, ser mesclado exige a adição de óleo [azeite] de modo que a farinha não seque. É impossível mesclar a flor de farinha que está seca; para isso, o óleo se faz necessário para tornar a farinha úmida. Da mesma forma, precisamos do Espírito como óleo para “umedecer-nos” de modo a podermos ser mesclados.

Para ser mesclados, precisamos também de sal, isto é, a morte de Cristo para matar todos os germes dentro de nós. Precisamos perceber que temos muitos germes em nosso ser. Todos esses germes precisam ser mortos pela morte de Cristo. Então, também precisamos estar na ressurreição de Cristo. No mesclar, precisamos experienciar o Espírito como óleo e também passar pelas experiências da morte e ressurreição de Cristo. Se pela misericórdia do Senhor formos capazes de experienciar tal mesclar, seremos totalmente diferentes do que somos hoje. Não é suficiente simplesmente juntar pessoas e chamá-las de grupo. Isso pode ser feito bem depressa. O juntar apropriado com o mesclar dos membros leva tempo.

Page 56: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 55-

Confessar o Pecado do Individualismo e da Individualidade

Para sermos mesclados, precisamos confessar o pecado do individualismo e da individualidade. Nosso individualismo é um tipo de princípio, de diretriz entre nós. Todos temos nossa própria diretriz, nossa própria lógica humana. Nosso individualismo se torna nossa lógica. O sistema educacional nos EUA educa os jovens para serem individualistas. A lógica de ser individualista, ou a lógica do individualismo, é um pecado aos olhos de Deus. Precisamos condenar o individualismo e a individualidade. Na nossa vida da igreja podemos estar cheios de individualidade. Podemos não nos importar com os outros, mas somente conosco mesmos. Embora possamos amar os outros, podemos não nos importar com os demais. Ao amar os outros, ainda nos importamos conosco mesmos. Isso é individualidade. Precisamos confessar esse pecado. Enquanto tais germes permanecerem dentro de nós, não poderemos ser um e não podemos ser mesclados.

Confessar Todas as Nossas Falhas, Defeitos, Más Ações, Erros, Transgressões,

Infrações, Pecados Exteriores e Maldades Interiores, e Pedir o Perdão do Senhor

Para sermos mesclados pelo Senhor, também precisamos confessar todas as nossas falhas, defeitos, más ações, erros, transgressões, infrações, pecados exteriores e maldades interiores. Precisamos não só confessar essas coisas mas também pedir o perdão do Senhor. O Novo Testamento é cheio da promessa do perdão do Senhor (At 2:38; 10:43; Ef 1:7; Cl 1:14; 1Jo 1:9). O Senhor está disposto a perdoar e até esquecer (Hb 8:12), mas precisamos confessar, fazer uma confissão cabal de modo a sermos perdoados e justificados. Então poderemos ser mesclados.

Confessar Nossa Natureza Pecaminosa, Suas Contaminações, Sua Ligação à Contaminação do Mundo,

e Sua Velhice e Pedir pela Purificação do Senhor com Seu Precioso Sangue

Também precisamos confessar nossa natureza pecaminosa, suas contaminações, sua ligação com a contaminação do mundo, sua velhice e pedir pela purificação do Senhor com Seu precioso sangue. Embora tenhamos sido regenerados, ainda temos a velha natureza pecaminosa com suas contaminações e sua ligação com a contaminação do mundo. A nossa natureza impura interior é facilmente ligada ao mundo externo. O motivo de sermos tão facilmente atraídos para as grandes lojas é que dentro de nós algo combina com as lojas. Os gerentes de lojas prepararam a mercadoria em suas vitrines para combinar com a nossa natureza pecaminosa. Todos precisamos experienciar a morte e ressurreição de Cristo para anular a nossa natureza pecaminosa com suas contaminações e sua ligação com a contaminação do mundo.

Também precisamos confessar a velhice de nossa natureza pecaminosa. Enquanto formos naturais, seremos velhos. Precisamos confessar tudo isso e pedir a purificação do Senhor com Seu precioso

Page 57: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 56-

sangue. Precisamos do perdão do Senhor e também de Sua purificação. O perdão é para justificar-nos, ao passo que a purificação é para nos purificar, limpar. Então poderemos ser mesclados.

Confessar Seus Problemas Disposicionais e a Peculiaridade em Seu Caráter

Também precisamos confessar nossos problemas disposicionais e a peculiaridade em nosso caráter. Temos muitos problemas por causa de nossa disposição. Todos esses problemas nos impedem de sermos mesclados juntos. Também temos a peculiaridade em nosso caráter. Em geral, uma pessoa rude não tem tantas peculiaridades. Quanto mais refinada for uma pessoa, mais peculiaridades ela terá. As características em nosso caráter também nos impedem de sermos mesclados com outros.

Negar o Ego, Seus Hábitos, e Sua Velha Maneira de Fazer as Coisas

Também precisamos negar o ego, nossos hábitos e nossa velha maneira de fazer as coisas (Mt 16:24). Isso nos proporcionará a maneira de sermos mesclados juntos.

Não Confiar Mais em Si Mesmo e Não Confiar Mais em Sua Habilidade Natural

Depois de tantas confissões, não teremos mais confiança em nós mesmos e em nossa habilidade natural. Todas essas coisas precisam ser tratadas, e depois poderemos ser mesclados juntos.

Amar Todos os Membros de Seu Grupo com o Mesmo Amor no Amor de Deus

Além disso, precisamos amar todos os membros de nosso grupo com o mesmo amor. É comum para nós ter preferência por alguns santos em detrimento de outros. Isso mostra que não amamos todos os santos com o mesmo amor. Filipenses 2:2 diz que devemos ter o mesmo amor por todos os santos.

GUARDAR A UNIDADE DO ESPÍRITO, A UNIDADE DO CORPO, EM UNANIMIDADE, SEGUNDO O DESEJO DO SENHOR

COM MUITA E CABAL ORAÇÃO

Para edificar os grupos vitais, precisamos guardar a unidade do Espírito, isto é, a unidade do Corpo, em unanimidade segundo o desejo do Senhor com muita e cabal oração (Ef 4:3; At 1:14; 4:24). Sem unanimidade, não conseguimos guardar a unidade. A unanimidade é o coração, o âmago da unidade.

Condenar Todo Sentimento de Auto-Exaltação

e Renunciar a Toda Opinião Divisiva

Para guardar a unidade do Espírito, precisamos condenar todo sentimento de auto-exaltação e renunciar a toda opinião divisiva. Todos temos um sentimento de auto-exaltação. Alguns dos santos podem sentir que são mais capazes e podem fazer coisas melhor que os presbíteros da igreja. Isso é

Page 58: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 57-

auto-exaltação. Todo membro da igreja, seja jovem ou idoso, tem algum sentimento de auto-exaltação. Quem quer tenha um sentimento de auto-exaltação, com certeza terá opiniões. Ninguém é destituído de opiniões. Precisamos condenar todo sentimento de auto-exaltação e renunciar a todas as opiniões divisivas.

Renunciar a Todas Preferências e Desconsiderar Todo Gosto Pessoal

Para guardar a unidade do Corpo em unanimidade, precisamos renunciar a todas preferências e desconsiderar todo gosto pessoal. As irmãs normalmente são mais taxativas na questão de gostos pessoais que os irmãos. Nossas preferências e gostos pessoais são um grande estorvo para guardar a unidade do Corpo.

Seguir a Direção do Espírito e Respeitar o Sentimento do Seu Co-Membro

Por fim, para guardar a unidade do Espírito, precisamos seguir a direção do Espírito e respeitar o sentimento do seu co-membro. Não importa qual seja seu ponto de vista ou opinião, devemos sempre seguir o Espírito. Precisamos nos voltar ao espírito para seguir a direção do Espírito Santo dentro de nós e precisamos respeitar e nos importar com os sentimentos dos outros.

FORMAR, COM MUITA E CABAL ORAÇÃO, UM GRUPO DE NAZIREUS CONSAGRADOS AO SENHOR

Para a estruturação dos grupos vitais, precisamos formar, com muita e cabal oração, um grupo de nazireus consagrados ao Senhor (Nm 6:1-4). Precisamos fazer isso até que sejamos mesclados, até nos tornarmos a massa. Todos os membros de um grupo devem se reunir para se consagrarem como uma entidade, um grupo de nazireus, para oferecer ao Senhor uma consagração corporativa. Precisamos permitir que o Senhor ganhe todo o nosso grupo como uma entidade para levar a cabo a sua economia neotestamentária. Nossa consagração corporativa não visa cumprir qualquer tipo de dever formal, mas servir ao Senhor de acordo com a liderança orgânica do Espírito.

SER VENCEDOR NESTA ERA COM MUITA E CABAL ORAÇÃO

Para a estruturação dos grupos vitais, precisamos ser vencedores nesta era com muita e cabal oração. De acordo com o princípio do Novo Testamento, todos são e devem ser vencedores (1Jo 2:13, 14; 4:4; 5:4-5), mas a maioria se degradou. Assim, nas sete epístolas em Apocalipse 2 e 3, o Senhor chamou os vencedores.

De Acordo com o Chamamento do Senhor em Suas Últimas Palavras aos Santos nas Igrejas

Precisamos ser vencedores nesta era com muita e cabal oração,segundo o chamamento do Senhor em Suas últimas palavras aos santos nas igrejas. O chamamento do Senhor aos vencedores em Apocalipse 2 e 3 não foi somente à igreja, nem somente aos santos, mas aos santos nas igrejas. É

Page 59: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 58-

difícil para toda a igreja se tornar um vencedor corporativo, mas santos individuais dentro delas devem se tornar os vencedores..

Substituir a Igreja Degradada

Precisamos ser vencedores nesta era para substituir a igreja degradada. Porquanto a igreja se degradou, ela não é mais o que devia ser. Há a necessidade dos vencedores substituírem a igreja degradada.

ORAR MUITO E CABALMENTE SOBRE OS QUATRO PASSOS DA MANEIRA ORDENADA POR DEUS

Para a estruturação dos grupos vitais, precisamos orar muito e cabalmente sobre os quarto passos da maneira ordenada por Deus. Quando nos reunirmos nos grupos, precisamos nos esquecer da antiga maneira e das velhas coisas em nossa oração. Precisamos aprender a nova maneira e as novas coisas, que são os quarto passos da maneira ordenada por Deus. O primeiro passo da maneira ordenada por Deus é compor o sacerdócio do evangelho do Novo Testamento para buscar, visitar e contatar pecadores para a salvação de Cristo visando torná-los membros orgânicos do Corpo de Cristo e oferecê-los a Deus como o sacrifício do Novo Testamento (Rm 15:16; 1Pe 2:5, 9). O segundo passo é nutrir e cuidar dos bebês recém-nascidos em Cristo nas reuniões de casa como mães dedicadas (1Ts 2:7). O terceiro passo é aperfeiçoar os santos mediante ensinamento mútuo nas reuniões de grupos para a obra do ministério a fim de edificar o Corpo orgânico de Cristo (Ef 4:12-13). Por fim, o quarto passo da maneira ordenada por Deus é todos os santos profetizarem nas reuniões da igreja para a edificação direta e orgânica do Corpo de Cristo como o organismo do Deus Triúno processado (1Co 14:1-5, 23-26, 31, 39a).

Dia e noite precisamos orar por essas quatro coisas. Depois de muitos meses de preparação, vamos focar nossa atenção na execução dessas quatro coisas. Antes disso, precisamos de muita oração. Por isso, dia e noite, de manhã e à noite, não devemos nos esquecer desses quarto itens. Esse é o objetivo e propósito de nos reunirmos. Nosso reunir visa tornar-nos um nazireu corporativo e os vencedores, para substituir a igreja degradada a fim de levar a cabo essas quatro coisas.

PRATICAR A COMUNHÃO PARA LANÇAR O FUNDAMENTO DO MESCLAR

Se quisermos praticar o mesclar, não devemos nos esquecer da questão de comunhão. A comunhão é a base do mesclar. Assim, precisamos praticar a comunhão. Fazendo isso, estaremos lançando o fundamento do mesclar. Entretanto, ao invés de praticar a comunhão, temos praticado a hipocrisia por anos a fio. Temos todos nos escondido atrás de uma máscara. Sem o fundamento de comunhão íntima e plena, não pode haver o mesclar.

Não devemos temer ser conhecidos pelos outros. Quanto mais formos conhecidos de uma forma adequada, melhor. Isso vai derrubar nosso orgulho, remover nossa vanglória, anular nosso complexo de superioridade e até mesmo pôr de lado nosso complexo de inferioridade. Entretanto, a maioria de nós não está disposta a se expor; pelo contrário, preferimos nos ocultar, fingindo uns aos

Page 60: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 59-

outros. Por causa disso, é-nos difícil ter uma comunhão íntima e plena que resulta em sermos mesclados juntos.

Sem o mesclar, o Senhor não tem como prosseguir conosco. Mesclar é o Corpo, é a unidade e a unanimidade—é todas essas coisas. Mas nós preferimos permanecer intocáveis e incógnitos para os outros. Porquanto não gostamos que as pessoas nos conheçam, nos tornamos muito sensíveis e isso nos faz muito susceptíveis, melindrosos. Isso nos tem forçado a sermos muito cautelosos em nosso falar, com medo de ofender os outros.

Entre nós há uma grande necessidade de um rompimento para permitir ao Senhor levar o cabo o reunir, o ajuntar. Desde o início nos quatro Evangelhos, quando o Senhor Jesus enviou os discípulos, Ele não os enviou um a um; antes, enviou-os dois a dois, juntando-os. Desde quando a restauração veio aos Estados Unidos, o Senhor não tem podido promover o juntar em nosso meio. Muitos santos entraram na restauração de uma forma vigorosa e permaneceram conosco, mas em dado momento, saíram. Isso indica que não estavam dispostos a se juntar na restauração. Nós que permanecermos na restauração, temos todos os problemas de nossa disposição e caráter que nos mantém separados uns dos outros. Embora pela misericórdia do Senhor ainda estejamos juntos, entre nós há pouco juntar. Por causa disso, não temos o impacto. O impacto é a unanimidade e a unanimidade é na verdade o mesclar.

Se não temos a unanimidade, Deus não pode responder nossas orações porque não praticamos o Corpo. O fato de não sermos unânimes significa que não praticamos o Corpo. De acordo com a interpretação adequada do Novo Testamento, a unanimidade constitui o único Corpo. Precisamos praticar o princípio do Corpo; então teremos a unanimidade. Embora não briguemos uns com os outros, ainda assim não temos a unanimidade. Porquanto permanecemos juntos, temos visto a bênção do Senhor, mas somente de uma forma limitada. Por isso, precisamos ter a unanimidade para praticar o Corpo. É difícil para nós abrirmo-nos uns aos outros, mas é até mais difícil, depois de ouvirmos a comunhão uns dos outros, falar alguma coisa em resposta que seja franca e cheia de amor. Depois de nos ajuntarmos em grupos, devemos ter liberdade de contar aos outros a respeito de nossa situação interior com o Senhor. De modo semelhante, os outros devem ter liberdade para falar por sua vez. Porquanto tememos nos expor e ofender os outros, fingimos uns para com os outros

e não estamos dispostos a permitir que as pessoas tomem conhecimento de nossa situação atual. Precisamos de comunhão íntima e plena. É claro, precisamos ser cuidadosos a respeito do que abrir uns aos outros em público. Em certos casos, a confissão pública de pecados causou sérios problemas no passado.

Não quero dizer que devamos nos abrir de uma forma descuidada, mas precisamos encontrar um meio de ser mesclados, senão o Senhor não encontrará uma saída em nossa situação atual. Precisamos ser mesclados até que tenhamos um amor íntimo pelos membros de nosso grupo. Se

Page 61: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 60-

continuarmos a nos ocultar e manter distância uns dos outros, quando sairmos para visitar pessoas, não teremos impacto. As pessoas a quem visitarmos sentirão que não somos um.

Nossa situação hoje é muito diferente daquela de Pedro, Tiago e João. Quando estavam juntos, seguindo ao Senhor como Seus crentes, eles eram genuínos como é percebido no fato de brigarem uns com os outros. Em Mateus 20, enquanto o Senhor Jesus estava revelando-lhes Sua morte e ressurreição (vv. 17-19), parece que não ouviam o que Ele dizia. Depois que o Senhor Jesus terminou Seu discurso, eles tiveram uma contenda entre eles (vv. 20-24). Isso indica que eram bem genuínos.

[NÃO ENTENDI O CONTEXTO. Gabriel]

Se não praticarmos os pontos desta mensagem, não haverá como sermos ajuntados. Ser ajuntados é uma necessidade urgente entre nós. Estamos tentando romper fora nessa questão vital. Todos precisamos orar muito a respeito da estruturação dos grupos vitais.

Page 62: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 61-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM ONZE

A ESTRUTURAÇÃO DOS GRUPOS VITAIS

(2)

Nosso encargo ainda é acerca do ajuntar. Temos sido cristãos há muitos anos e ainda precisamos admitir que somos tão naturais. Podemos pensar que somos muito espirituais e ainda assim temos de perceber que somos “naturalmente espirituais”. Isso quer dizer que não fomos tratados pelo Senhor tanto assim.

Muitos de vocês que têm orado muito nas reuniões da igreja devem aprender a parar de orar. Sua oração natural tem sido um forte estorvo para a vida da igreja. Se quiser orar, precisa aprender a fazer uma oração de verdade que não tenha origem em si mesmo. Precisa aprender que na questão de oração, você precisa ser crucificado. Não orar é uma derrota, mas orar por si mesmo é um erro.

Alguns de vocês oram muito de uma maneira habitual nas reuniões de oração, mas em suas orações é difícil perceber qualquer desvendar ou revelação. Nossas orações devem ser cheias de revelação. A oração do Senhor em Mateus 6 é bem simples, mas é cheia de revelação e sem explicações. Sua oração em João 17 também é cheia de revelação. Provavelmente nenhum capítulo em toda a Bíblia mostra tanta revelação como João 17. As orações do apóstolo Paulo em Efésios 1 e 3 são cheias de revelação. Isso mostra que temos de aprender a orar. Temos prosseguido por muito tempo de uma forma natural.

Não somente na questão de oração mas também na questão da vida da igreja, somos demasiadamente naturais. É por isso que precisamos ter o ajuntar, esperando que o Senhor nos dê um novo início. Não devemos fazer coisa alguma naturalmente, nem devemos ficar silenciosos. Devemos dizer ao Senhor que não queremos ficar silenciosos nem naturais. Isso nos forçará a aprender o que quer dizer exercitar nosso espírito. Temos um ditado entre nós, de que precisamos orar com nossos espíritos, mas quantos de nós fazem isso. Essa frase se tornou popular entre nós mas em nossas reuniões é difícil ver o genuíno exercício do espírito. Para exercitarmos nosso espírito precisamos de muito tratamento. Precisamos primeiro lidar com nossa maneira e nossa pessoa naturais, nosso ser natural que inclui nossas orações e falar naturais.

Os grupos vitais precisam ser alguma coisa totalmente nova com um novo início. Alguns santos em nosso meio podem ou ser silenciosos, sem fazer ou dizer nada, ou quando funcionam, podem ser bem expressivos. Em suas orações, eles abordam uma porção de coisas. Isso é uma grande carência e também um defeito. Não devemos acreditar que em uma oração o Senhor vai-nos dar encargo com tantos aspectos e tantos itens. Quando alguns de nós oram ou profetizam, abordam talvez uns vinte pequenos pontos pelo menos. Numa oração curta de menos de um minuto, o Senhor não vai nos dar encargo por vinte pontos. Esse é o nosso hábito. Ao começar a orar ou profetizar, gostamos de abordar tudo. Depois de nossa oração, podemos até nos esquecer sobre o que oramos porque abordamos pontos demais.

Page 63: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 62-

Não devemos compor uma oração na qual de fato não oramos por coisa alguma. Nossa oração não deve ser proveniente de qualquer tipo de elaboração mas de um encargo. Nesta mensagem, meu encargo é muito, muito mais pesado do que consigo expressar. Meu único encargo visa os grupos. Se eu orar, vou orar somente por uma coisa: os grupos vitais. O Senhor não precisa que O treinemos, O ensinemos ou Lhe façamos explicações em nossa oração. Ele já sabe tudo.

Alguns de vocês, por outro lado, são naturalmente silenciosos. Nada dizem nas reuniões e não oram. Se todas essas maneiras habituais não forem rompidas, quebradas, não

poderemos nos ajuntar. Ser ajuntado é ser mesclado. De acordo com nossas experiências, não há outra forma de sermos mesclados exceto mediante muitas e cabais orações. Não devemos falar muito. Não devemos pensar que se falarmos juntos, seremos mesclados. Isso está errado. O mesclar pode ser concretizado somente mediante orações conjuntas. Precisamos ser pessoas de orações..

O Senhor Jesus esteve trabalhando nesta terra em Seu ministério por três anos e meio. Naqueles três anos e meio, Ele trabalhou dia e noite. Muitos milhares de pessoas foram ajudadas por Ele em Seu ministério, mas posteriormente, do Seu trabalho somente cento e vinte pessoas permaneceram para o cumprimento da economia de Deus. Todo o restante, inclusive Nicodemos, não estavam lá para o cumprimento econômico do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Todos os cento e vinte eram galileus. Aqui vemos o princípio de ajuntar, agrupar. Esses cento e vinte não eram indivíduos separados, mas estavam todos juntos para se tornar um grupo. No dia de Pentecostes, o Espírito desceu sobre um grupo. O Senhor Jesus foi Aquele que os ajuntou.

Desde o primeiro dia que o Senhor Jesus começou a chamar os discípulos, Ele começou o ajuntar. O Senhor Jesus era como um grande ímã, atraindo os discípulos para Si mesmo a fim de se tornar um grupo. Nos quatro Evangelhos, podemos ver que os discípulos estavam brigando e competindo entre eles. Às vezes ficamos disputando entre nós (Mt 20:20-28; Lc 22:24). O Senhor Jesus tratou com cada um deles. Todos aqueles tratamentos visavam uma única coisa: ajuntá-los, agrupá-los. Por fim, aqueles que permaneceram de uma forma absoluta pelo propósito de Deus depois do ministério terreno do Senhor, foram cento e vinte. Os demais não foram agrupados, mas espalhados. Senhor ganhou somente um grupo, e este orou com unanimidade por dez dias (At 1:14-15). Eles começaram juntos, viveram juntos, comeram juntos e moraram juntos por dez dias, nada fazendo exceto orar. Então experimentaram o Espírito derramado no dia de Pentecostes. Na terra, naquela época, só houve um grupo que tocou o coração de Deus e Seu trono nos céus.

A igreja na verdade foi iniciada desde o primeiro dia que o Senhor Jesus saiu a trabalhar na idade de trinta anos. Ele reuniu Pedro, João, André e Tiago, aqueles pescadores galileus, junto com os demais discípulos. Ajuntou-os e agrupou-os. Nunca permitiu-lhes sair. Em certo sentido, eles todos ficaram “desempregados” por três anos e meio. Renunciaram às suas ocupações para seguir ao Senhor Jesus e ficar com Ele. Onde quer que o Senhor fosse, eles iam também. O Senhor não tinha necessidade deles principalmente para ajudá-Lo a trabalhar, mas os queria para tratamento. O Senhor não lhes deu um programa ou cronograma para seguir; apenas queria que eles estivessem com Ele (cf. Mc 3:14). O Senhor Jesus

Page 64: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 63-

tratava com eles todos os dias. Os cento e vinte compunham um grupo de pessoas tratadas. Antes dos dez dias de oração, eles tinham ficado como Senhor Jesus por três anos e meio.

Também testemunharam a morte, ressurreição e ascensão do Senhor. Viram como o Senhor foi traído, julgado e levado ao Calvário, posto na cruz e sepultado. Viram todos esses processos. Viram o túmulo vazio. Então, na tarde de Sua ressurreição, o Senhor Jesus veio até eles, soprou dentro deles e disse: “Recebei o Espírito Santo" (Jo 20:22). Desde aquele dia, o dia da ressurreição, os cento e vinte se tornaram pessoas com o Deus Triúno dentro delas. Isso revolucionou, mudou todo o seu ser.

Depois de Sua ressurreição, o Senhor apareceu para eles por um período de quarenta dias (At 1:3). O Cristo ressurreto tratou com os discípulos porque Ele tinha Se soprado como o Espírito para dentro deles no dia Sua ressurreição. Sua aparição não quer dizer que os havia deixado, mas simplesmente que tornara Sua presença visível para eles, treinando-Os para perceber e desfrutar Sua presença invisível o tempo todo. Assim, eles experimentaram a morte, ressurreição e treinamento deles por quarenta dias. O Senhor então ascendeu direto diante dos olhos deles no monte das Oliveiras (At 1:9-12).

Depois de ver todas essas coisas, poderiam eles ainda ser naturais? Com certeza, não eram mais pessoas naturais. O Senhor ascendeu, mas eles ainda O tinham dentro deles e oraram juntos por dez dias. Você crê que oraram naturalmente? Será que oraram com muitos itens, instruindo o Senhor e dizendo-Lhe o que fazer? Com certeza não fizeram isso. Será que alguns ficariam silenciosos, sem pronunciar uma palavra em oração ao Senhor? Certamente que não; antes, creio que cada um deles orou por dez dias.

A oração é realmente poderosa, mas para ser poderosa precisa ser uma oração que toca o trono e o coração de Deus, e precisa ser uma oração que pode tocar o próprio Deus. Temos de orar, mas não devemos orar levianamente. Não devemos orar elaborando uma oração.

Não queremos sair para alcançar os outros até que nosso ajuntar, agrupar esteja consumado. Senão, podemos sair, mas será uma saída sem poder como fizemos no passado. Precisamos passar por um período de tempo no qual podemos ser mesclados com todos os membros de nosso grupo e permitir ao Senhor que ganhe nosso grupo como uma entidade para levar a cabo a Sua economia neotestamentária.

Agora que vimos a necessidade de sermos mesclados, podemos ainda não saber o que fazer a fim de sermos mesclados. Agora que fomos incumbidos a não fazer coisa alguma naturalmente, podemos imaginar o que fazer. Espero que doravante em nossas reuniões de grupos, possamos não fazer nossas velhas e naturais orações. Então poderemos dizer: "Que vamos fazer? Não sabemos o que fazer!" Na verdade, isso é maravilhoso. A primeira coisa que tem de fazer é clamar ao Senhor dessa forma. Devemos clamar ao Senhor, até com lágrimas: "Senhor Jesus, não sei o que fazer. Nunca imaginei que fosse tão difícil ser um cristão. Não consigo fazer isso, Senhor." Essa é a melhor oração. Se orarmos dessa forma, ainda que uma vez, todo o nosso ser será mudado.

Page 65: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 64-

Alguns de nós são pessoas muito boas, mas essa pessoa naturalmente boa deve ser condenada. Somos bonzinhos mas ainda assim somos frios como um pedaço de gelo. Não conseguimos ser mesclados uns com os outros. Algumas pessoas boazinhas estabeleceram para si mesmas um padrão, esperando e tendo a expectativa de que os outros na igreja serão como elas, mas se todos na igreja forem como ela, a igreja se tornaria como um grande pedaço de gelo.

SER MESCLADOS MEDIANTE MUITA E CABAL ORAÇÃO

Para nós orarmos meramente em nossos grupos vitais não é adequado. Para o mesclar, precisamos orar dia e noite. Primeiro, precisamos orar, nós mesmos, em secreto. Podemos ser mesclados mediante muita e cabal oração, com a flor de farinha de trigo, com todos os membros de nosso grupo, com o Espírito como o óleo, por intermédio da morte de Cristo como o sal e em Sua ressurreição como o incenso, convertido numa massa para o Senhor (1Co 5:6-7a; Lv 2:1-13). Precisamos orar, de joelhos, se possível: "Senhor Jesus, mescla-me. Mescla-me, Senhor. Concede-me a maneira adequada de orar. Eu de fato não sei o que é muita e cabal oração, mas concede-me essa experiência de ser mesclado. Senhor, mescla-me como a flor de farinha de trigo." Devemos orar para experimentarmos todos esses pontos de modo que possamos ser mesclados.

Confessar o Pecado do Individualismo e Individualidade

Precisamos confessar o pecado do individualismo e da individualidade. O individualismo é um tipo de lógica e a individualidade é um tipo de viver. Temos um tipo de lógica pelo qual vivemos e essa lógica é individualismo. Esse “ismo” se tornou um tipo de viver e esse viver é a individualidade. Temos de orar, talvez por mais de dez anos, para penetrar nesse ponto.

Confessar Todos os Nossos Defeitos, Falhas, Más Ações, Erros, Transgressões, Infrações, Pecados Exteriores e Perversidades Interiores,

e Pedir o Perdão do Senhor

Precisamos confessar todos os nossos defeitos, falhas, más ações, erros, transgressões, infrações, pecadores exteriores e perversidades interiores, e pedir o perdão do Senhor. Temos de penetrar todos esses pontos mediante oração. Tenho feito isso há anos. O que estou compartilhando aqui é totalmente oriundo de minha experiência. Podemos

confessar que estamos errados em certas coisas, mas o Senhor não vai deixar passar. Ele quer que façamos uma confissão detalhada de nossas transgressões e infrações. Na presença do Senhor, devemos detalhar as coisas nas quais temos transgredido e infringido. Temos de ir fundo com o Senhor. Somos tão naturais e grosseiros. Jamais fomos minuciosamente lavados pelo Senhor. Precisamos de uma lavagem minuciosa. Precisamos ir fundo em todos aqueles itens mediante oração. Se orarmos dessa forma, mesmo que seja uma vez, vamos sentir que estamos diferentes.

Precisamos confessar nossos pecadores exteriores e nossas perversidades interiores ao Senhor, pedindo-Lhe Seu perdão. Podemos ser capazes de contar nossos pecados exteriores mas é difícil para nós enumerar nossas perversidades interiores. Nossas perversidades interiores são incontáveis. Somos a somatória dos males. Se estivermos sob a iluminação do Senhor, vamos perceber que

Page 66: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 65-

nossos pensamentos, nossas intenções e nossos desejos são todos malignos. Nossas boas intenções não são puras. Nossos motivos não são puros. Até mesmo nosso riso não é puro, mas tem um motivo oculto. Temos de ser iluminados e tratados pelo Senhor até esse ponto.

Por fim, vamos perceber e dizer ao Senhor que não conseguimos enumerar todas as nossas perversidades interiores. Debaixo de Sua luz, devemos perceber que somos simplesmente malignos. Quando olhamos para as pessoas, olhamo-las com um propósito maligno. Quando vamos visitar pessoas, nossa visita não é uma coisa pura, mas misturada. Se não tivermos sido tratados a tal ponto em nosso contato com o Senhor, nunca poderemos ser mesclados com os outros. Precisamos ser tratados a ponto de perdermos nossa confiança em nós mesmos. Então vamos perceber que em nós mesmos não conseguimos ser puros. Quando oramos, oramos com uma intenção impura. Quando falamos pelo Senhor nas reuniões da igreja, temos um desejo de conseguir mais “Améns." Essa intenção é impura.

Confessar Nossa Natureza Pecaminosa, Suas Contaminações, Sua Ligação à Contaminação do Mundo,

e Sua Velhice e Pedir pela Purificação do Senhor com Seu Precioso Sangue

Também precisamos confessar nossa natureza pecaminosa. Nossa natureza é nosso próprio ser e esse ser é totalmente imundo e corrupto. Ele foi corrompido. Essa natureza tem suas contaminações e suas ligações com as contaminações do mundo. O mundo todo é uma fonte contagiosa. Se nos ligarmos a ele, seremos imediatamente contaminados. Precisamos ser tratados pelo Senhor a ponto que não ousar tocar nada mundano. Para a nossa sensação, nossa percepção, o mundo é uma grande fonte contagiosa.

Também temos de tratar com a velhice de nossa natureza pecaminosa. Nossa natureza foi herdada de Adão, por isso tem quase seis mil anos de idade. Uma pessoa jovem pode pensar que tem apenas vinte e quatro anos de idade, mas na verdade, ela tem quase seis mil anos de idade de acordo com sua natureza adâmica. É por isso que a Bíblia diz que precisamos ser renovados (2Co 4:16; Ef 4:23; Rm 12:2). Precisamos ser renovados porque ficamos velhos.

Confessar Nossos Problemas de Disposição e Nossa Peculiaridade em Nosso Caráter

Então precisamos confessar nossos problemas de disposição. Temos muitos problemas com a nossa disposição. Com bastante freqüência dou uma desculpa, dizendo: “Nasci assim”. Essa é a desculpa de nossos problemas disposicionais. Precisamos condenar nossa disposição natural, não desculpá-la. Muitos de nós oram de acordo com sua disposição. Para determinados irmãos e irmãs, fazer orações curtas é muito difícil. Se alguns dos santos fizessem orações curtas de duas frases na reunião de oração, isso seria um “milagre” porque não está de acordo com sua disposição. Não percebemos como somos ruins tanto natural como disposicionalmente. Também temos a peculiaridade de nosso caráter. Temos de tratar com isso mediante muita e cabal oração. Não podemos ter tal tratamento cabal num curto espaço de tempo.

Page 67: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 66-

Negar Nosso Ego, Nosso Hábito, e Nossa Velha Maneira de Fazer as Coisas

Também precisamos negar nosso ego, nossos hábitos e nossa velha maneira de fazer as coisas (Mt 16:24). Há tantos problemas relacionados conosco que precisam ser tratados. Como pessoas caídas, somos uma somatória de problemas.

Não Ter Mais Confiança em Nós Mesmos Nem em Nossa Capacidade Natural

Será que cremos que hoje não temos mais confiança em nós mesmos nem em nossa capacidade natural? Se essa confiança for removida de nós, não conseguimos viver. Vivemos porque temos confiança em nós mesmos e confiamos em nossa capacidade. Mas se confiarmos em nossa capacidade, não poderemos ser mesclados com os outros. Se tivermos nem que seja um pouquinho de autoconfiança, não poderemos ser mesclados com outros.

Amar a Todos os Membros de Nosso Grupo como Amor Igual ao Amor de Deus

Precisamos amar a todos os membros de nosso grupo com amor igual ao amor de Deus (Fp 2:2). É difícil encontrar alguém que ame os outros com amor igual. Sempre amamos os outros de acordo com nossa preferência e gosto.

A NECESSIDADE DE MUITA E CABAL ORAÇÃO PARA NOSSO MESCLAR E PARA NOSSAS ATIVIDADES DINÂMICAS

Ao servir o Senhor, aprendemos a não criticar ou condenar os outros. Por outro lado, para edificar a igreja, a coisa mais necessária aos líderes é conhecer os santos. Se não conhecermos os santos, como poderemos edificá-los? Alguns de nós se reuniram para avaliar cada santo em nosso arranjo dos grupos vitais. Por causa das peculiaridades dos santos, essa foi uma tarefa difícil. Um santo é muito forte, enquanto outro é muito mole. Um santo tem o hábito de orar tanto que mata a reunião, mas outro nunca ora. Todos nós temos nossos problemas disposicionais e a peculiaridade de nosso caráter. Todos descendemos de Adão. Que faremos então? Precisamos ir ao Senhor e orar.

Nessas próximas semanas, temos de ir ao Senhor em oração todos os dias para tratar com todos os itens acima. Precisamos orar cabalmente. Quanto mais orarmos, mais seremos tratados nesses itens e mais seremos mesclados. Então ninguém será capaz de nos ofender. Hoje somos muito sensíveis porque não permitimos o Senhor tratar conosco.

Ao nos ajuntarmos nesses dias, precisamos orar principalmente visando o mesclar. O mesclar implica em todos esses tratamentos. Para a flor de farinha ser misturada para se tornar a massa, não pode haver qualquer pedaço duro na farinha. Há muitos “pedaços duros” permanecendo ainda em nosso ser. Se é assim, como podemos ser mesclados com outros? Não há outra maneira de sermos mesclados exceto pela oração. Se formos tratados como temos falado, não seremos capazes de ser ofendidos. Alguém pode dizer que não somos tão bonzinhos. Podemos responder: “Você está certo. Sou ainda pior do que você pensa."

Page 68: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 67-

Quando nos ajuntamos, devemos orar para sermos mesclados juntos. A segunda coisa que temos de orar é para nossas atividades dinâmicas. Precisamos orar pela nossa função, por nossas atividades. Por fim, precisamos sair para trazer pessoas a Cristo e mantê-las em Cristo e na igreja. Precisamos de algo dinâmico e isso requer nossas orações. Antes do dia de Pentecostes, os cento e vinte oraram juntos por dez dias. Nada podemos fazer sem oração. Precisamos ser mesclados juntos mediante muita e cabal oração de modo que possamos sair dinamicamente. Temos de orar para nosso mesclar e para nossas atividades dinâmicas.

RESPOSTAS A PERGUNTAS

PERGUNTA: Percebo que precisamos de muita e cabal oração, mas quando começo a orar, parece que não tenho muito a dizer. Como orar cabalmente?

RESPOSTA: Nosso conceito é que uma oração cabal é explicar. Paulo, entretanto, disse que não sabemos como orar mas que o Espírito nos ajuda em nossas fraquezas, intercedendo por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8:26). Não sabemos como devemos orar, daí gemermos (v. 23). Em nosso gemido, o Espírito geme também, intercedendo por nós. Em nosso processo de tratamento com o Senhor, podemos gemer: “Ó, Senhor, meu caráter. Meu caráter, Senhor! Que farei, Senhor?" Isso é uma oração cabal.

Precisamos clamar ao Senhor. Muitos de nós são bonzinhos demais. Quando o Espírito está em nós, entretanto, vamos esquecer de ser bonzinhos. Quanto menos palavras proferirmos, melhor, mas quanto mais gemermos e clamarmos ao Senhor, melhor. Se pudermos nos ajoelhar por trinta minutos, gemendo e clamando ao Senhor, essa será a melhor oração.

Precisamos do rompimento que o Senhor faz por intermédio de Sua cruz. Senão, será difícil para nós exercitarmos o espírito porque estamos por demais na mente. Os muitos itens que temos em nossa oração são evidências de que estamos na mente. A palavra de Paulo em Romanos 8 acerca de ir ao Senhor gemendo é muito significativa. Podemos orar: “Ó, Senhor, não sei o que orar, mas sei que meu homem natural está condenado e meu caráter tem muitos problemas. Tem misericórdia de mim." Se tentarmos explicar as coisas em nossas orações, podemos ser capazes de fazer por apenas dez minutos. Então o nosso falar será exaurido. Mas nunca conseguimos nos formar em gemidos. Temos de aprender a gritar, clamar e gemer.

PERGUNTA: É errado não ser capaz de orar num grupo se sentir como se alguém tivesse feito alguma coisa contra você?

RESPOSTA: Se nos sentimos ofendidos, já somos um fracasso. Temos de orar: “Senhor, salva-me do sentimento de que fui ofendido. Senhor, ainda sou tão natural, ainda estou tanto em mim mesmo". Essa é uma boa e genuína oração. Tal oração sempre leva a muita iluminação e revelação. Quando oramos em nossa maneira natural, nossa oração é obscurecida, não ilumina.

PERGUNTA: Que devemos orar quando nos ajuntamos em nossos grupos vitais?

Page 69: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 68-

RESPOSTA: Nesse período de tempo, devemos orar somente pelo nosso mesclar e para as atividades dos grupos vitais. Devemos orar por essas duas coisas privadamente e coletivamente quando nos ajuntarmos. Não podemos orar muito por elas. Devemos orar: “Senhor, mescla-nos. Mescla-me com os outros em meu grupo de modo que possamos ter impacto em nossas atividades." Devemos nos esquecer de todas as outras coisas e focar nossa atenção nisso.

Confessar é uma parte muito crucial do mesclar. Sem confissão, não conseguimos nos mesclar com os outros. Uma vida de oração é uma vida que se revolta e se rebela contra nosso ser natural. Se formos naturalmente bonzinhos, isso pode impedir-nos de clamar pela inspiração do Espírito. De acordo com nosso ser natural, podemos orar muito e por longo tempo, não nos preocupando com os outros mas somente com o nosso sentimento. Os outros são naturalmente silenciosos. Temos de nos rebelar contra nosso ser natural. Uma vida de oração é uma rebelião. Alguns que nasceram muito ousados, têm de se rebelar contra si mesmos para ficarem em silêncio por um período de tempo. A verdadeira vida de oração detém nosso ser natural.

A oração é a liberação do espírito. Se não liberar seu espírito, não poderá receber o Espírito. Isso pode ser comparado a uma mangueira. Quando a água está saindo da mangueira, isso quer dizer que mais água está entrando. Assim, liberar nosso espírito é para recebermos o Espírito. Mas muitos de nós não se preocupam com a liberação do espírito mas somente com sua oração habitual. Alguns que são tagarelas e ousados, não devem orar nas reuniões de oração por algum tempo. Isso é o que significa se rebelar contra nossa vida natural.

Às vezes, oramos tão depressa que ninguém consegue nos seguir. Paulo salientou que devemos orar de tal forma que os outros possam dizer “Amém” à nossa oração (1Co 14:16). Baseado nesse princípio, temos de orar audivelmente de modo que os demais possam ouvir nossa oração. Temos de orar clamando, gritando, ou seja, de uma forma adequada, audível. Alguns de nós precisam falar mais devagar de modo que os demais possam acompanhar-nos e dizer: "Amém."

Por intermédio dessa comunhão podemos todos perceber que nossa maneira habitual é uma maneira mortificadora. Temos mortificado a vida da igreja sem termos consciência disso. A vida cristã é uma vida do Espírito. Orar é exercitar nosso espírito, liberar nosso espírito, de modo que podemos receber mais do Espírito. Quando mais água sai da mangueira, mais água vai entrar. Se detivermos a “saída”, a “entrada” também será detida. A liberação de nosso espírito consiste em recebermos o Espírito.

Estamos nos edificando há tanto tempo, e por isso é de fato difícil para o Espírito fazer alguma coisa através de nós. Também, é difícil para nós exercitarmos nosso espírito porque somos tão naturais. Não temos o hábito de usar nosso espírito. Somos habituais em usar todas as outras partes de nosso ser, mas não nosso espírito.

PERGUNTA: Quando oramos corporativamente, importa se digo “eu” ou “nós” nas orações?

RESPOSTA: Essa pergunta indica que você está na mente. Quando libera o espírito, o Espírito o guiará. Se Ele o guiar a dizer “eu”, você diz “eu”. Se o Espírito o guiar a dizer “nós”, você diz “nós”. Não vamos legalizar a expressão.

Page 70: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 69-

Quando tentar orar nas reuniões, precisa se preparar. Você não vai falar algo comum, vai dizer algo específico. É uma petição expressa visando ao trono nos céus. É uma questão importante. Não ore de uma forma leviana. É a mesma coisa que falar pelo Senhor. Precisamos nos preparar para falar ao Senhor. Isso é rebelar-se contra o seu ego. Se estivermos dispostos a ser corrigidos e salvos de nossos hábitos, isso será uma grande bênção para as reuniões da igreja.

Page 71: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 70-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM DOZE

A UNANIMIDADE, ORAÇÃO E A LIBERAÇÃO DO ESPÍRITO PARA MESCLAR

Leitura bíblica: At 1:14; 2:42; 6:4; Ef 6:18 Hino 846

Recomendo que oremos-leiamos todos os versículos citados acima nas Escrituras de modo que entremos no encargo desta mensagem.

A UNANIMIDADE

Nesses dias, temos encargo pelo mesclar dos santos nos grupos vitais. Podemos orar por esse mesclar e falar sobre isso, mas como podemos ser mesclados para ter a verdadeira unanimidade? A palavra grega para unanimidade é homothumadon, de homo, significando mesmo, e thumos, significando mente, vontade, propósito (alma, coração). A unanimidade se refere à harmonia em nosso ser interior, em nossa mente e vontade. Em Mateus 18:19, o Senhor disse: "Em verdade ainda vos digo que, se dois dentre vós sobre a terra concordarem a respeito de qualquer coisa que pedirem, ser-lhes-á feita por Meu Pai que está nos céus." Concordarem aqui é como um som musical que está em harmonia. Precisamos dessa harmonia como nossa unanimidade. Como podemos ter isso?

Temos de perceber que de acordo com a ordenação de Deus, nossa alma não deve governar todo o nosso ser. É claro, todos os homens caídos são governados ou pela carne para viver uma vida carnal, pecaminosa, ou governados pela alma, para viver um tipo de vida filosófica, lógica ou ética. Um homem carnal é uma pessoa que vive na carne sob a influência e natureza da carne (1Co 3:1, 3a). Uma pessoa cuja alma domina todo seu ser é o que a Bíblia chama de homem almático (1Co 2:14). Tal pessoa tenta controlar as paixões de sua carne por intermédio da sua lógica de ética. Esse tipo de controle é governado pela alma, mas de acordo com a maneira ordenada por Deus, deve ser o nosso espírito que é forte para governar nossa alma, e até mesmo controlar todo o nosso ser. Uma pessoa que seja dominada, governada, dirigida, ativada e guiada por esse espírito mesclado é um homem espiritual (1Co 2:15). Hoje desejamos ser mesclados e isso vai com certeza gerar, produzir a unanimidade em nosso espírito sob a direção do Espírito.

Em Mateus 18:19, o Senhor falou de dois orarem juntos na terra em harmonia. No livro de Atos, podemos ver que os cento e vinte praticaram a ordem do Senhor de orar em harmonia (1:14). Sua unanimidade foi gerada pelo fato de estarem no espírito. Nos quatro Evangelhos, nenhum dos discípulos compreendeu nada sobre estar no espírito. O Senhor chamou Tiago e João de "Filhos do Trovão" por causa de sua impetuosidade (Mc 3:17). Quando o Senhor e os discípulos não foram recebidos pelos samaritanos, Tiago e João disseram: "Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu e consumi-los?" O Senhor repreendeu-os e disse: "Vós não sabeis de que espírito sois" (Lc 9:54-55). Eles não estavam cônscios do Espírito porque seus espíritos não tinham sido ainda regenerados, mas na noite da ressurreição, o Senhor veio aos discípulos e soprou a Si mesmo como

Page 72: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 71-

o Espírito para dentro deles (Jo 20:22). O Senhor Se tornou o Espírito que dá vida no dia da ressurreição e foi soprado para dentro dos discípulos.

Com as coisas espirituais na Bíblia, há primeiro a posição e depois a realidade. O direito de primogenitura é primeiro uma questão posicional e depois vem a realidade. Primeira Pedro 1:3 diz que todos fomos regenerados por intermédio da ressurreição de Cristo. Quando Cristo foi ressuscitado, nós também o fomos (Ef 2:6) e também regenerados. A posição de nossa regeneração foi plenamente ganha por Cristo no dia de Sua ressurreição. Assim, fomos posicionados na ressurreição há quase dois mil anos, mas não recebemos essa realidade até o dia em que confessamos nossos pecados e cremos no Senhor Jesus.

Somente o próprio Senhor sabia a posição de nossa regeneração. Não percebemos nada sobre isso até o dia em que recebemos o Senhor no tempo como a realidade da regeneração. Isso pode ser comparado a uma criancinha que tem a posição para receber seu direito de primogenitura. Ela nada sabe sobre esse direito até chegar aos vinte e um anos. Ela então recebe a realidade do seu direito de primogenitura. Na manhã do dia de Sua ressurreição, o Senhor ganhou a posição da regeneração para os discípulos, mas naquela noite, o Senhor soprou a Si mesmo para dentro dos discípulos como o Espírito. Foi então que eles receberam o Senhor como Espírito que dá vida para a realidade de sua regeneração.

Lendo o Novo Testamento, podemos ver a diferença entre o que os discípulos eram nos Evangelhos e em Atos. Embora os discípulos tivessem seguido o Senhor com muita fidelidade em Seu ministério terreno, eles estavam sempre na mente ou na carne. Pedro até agiu de uma maneira que fez com que o Senhor os chamasse de “Satanás” (Mt 16:23). Em Atos, porém, sua situação era totalmente diferente. Lá eles se tornaram pessoas espirituais. Como poderiam cento e vinte pessoas orar juntas por dez dias em unanimidade? Somente pessoas que estão no espírito conseguem fazer isso. Elas eram pessoas no espírito porque o Espírito tinha sido soprado para dentro deles. Muitas vezes nos Evangelhos, Pedro falou tolices e foi repreendido ou corrigido pelo Senhor, mas em Atos 1 ele foi capaz de expor e interpretar a Bíblia (vv. 15-22). Isso prova que os discípulos estavam no espírito em Atos 1. É por isso que foram capazes de orar juntos em unanimidade por dez dias. Oraram em unanimidade e oraram para estruturar a unanimidade. Havia uma vigorosa unanimidade entre eles.

Não podemos dizer que não há unanimidade entre nós hoje. Afirmar isso não seria justo. Temos a unanimidade mas tudo tem um nível. Pode haver alguns formandos numa escola, mas sua formatura tem níveis diferentes. Alguns se formam como estudantes nível “A”; outros como nível "C", ou são estudantes nível "C". Todos esses estudantes se formam mas em diferentes níveis. Temos a unanimidade hoje, mas qual é o nível ou profundidade dessa unanimidade? Esse é o problema. Os cento e vinte oraram unânimes por dez dias. Provavelmente, no décimo dia sua unanimidade foi aos céus. Tornou-se a unanimidade mais forte e elevada. Naquela hora, os céus se abriram e o Espírito foi derramado.

Page 73: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 72-

FAZER ORAÇÕES CURTAS

Hoje precisamos ser mesclados juntos mediante muita e cabal oração. Em nossas orações, não devemos apenas exercitar mas também liberar nosso espírito. Orar é a única maneira de exercitarmos e mais ainda, liberarmos nosso espírito. Na verdade, quando nosso espírito é liberado, não há necessidade de falarmos sobre mesclar. Os espíritos liberados são um tipo de mesclar.

Quando nos juntamos para orar, precisamos liberar nosso espírito fazendo orações curtas. Nossas orações são demasiado longas. Uma oração longa é uma oração que foi elaborada, não é uma oração proveniente de encargo. A verdadeira oração com encargo não deve longa e elaborada. Numa época nos anos sessenta, quando estávamos em Los Angeles no Elden Hall, nossas orações eram bem curtas. Às vezes, tínhamos mais de duzentos orando na reunião de oração. Cada santo conseguia orar uma frase e éramos como uma única pessoa orando juntos. Estávamos coordenados em nossa oração e elas não eram longas. Numa reunião recente, enfatizei para alguns cooperadores que suas orações eram por demais longas.

Logo depois de ser salvo, eu me reunia com os Irmãos. Sempre tínhamos uma longa reunião de oração com longas orações. Naquela longa reunião, havia somente quatro ou cinco que oravam. Os quatro ou cinco ocupavam o tempo todo e a elaboração de suas orações era praticamente a mesma. Além disso, entre esses quatro ou cinco que oravam, nós geralmente sabíamos qual seria a ordem dos intercessores. Quando a oração chegava ao último, todos sabiam que depois de sua oração seríamos dispensados. Nossas reuniões de oração da igreja chegaram a esse tipo de situação com longas orações. Longas orações matam, mas as curtas avivam. Orações curtas abanam nosso espírito para inflamá-los.

É muito difícil para os irmãos e irmãs que estão acostumados a fazer longas orações, ter uma mudança para fazer orações curtas. Aqueles que fazem longas orações lançam uma base de fazer muitas explicações em suas orações. Explicam ao Senhor porque precisam orar, ou lhe dão as orientações sobre como responder suas orações. Podem dizer: "Senhor, Tu és tão bom. Não estamos orando por nós mesmos. Não estamos nesta terra, Senhor, estamos nos céus. Estamos mesmo no Teu trono... " Precisamos abandonar esse tipo de explicação em nossas orações ao Senhor. A fim de sermos mesclados juntos nos grupos vitais, precisamos abandonar a velha maneira de fazer longas orações. Devemos fazer orações curtas, simplesmente dizendo ao Senhor o que queremos que Ele faça para nós (cf. Mc 10:51).

PERSEVERAR FIRMES EM ORAÇÃO

Atos 2:42 nos mostra a importância de tais orações. Os três mil que entraram na vida da igreja, perseveraram todos em quatro coisas: no ensinamento dos apóstolos, na comunhão dos apóstolos, no partir do pão e nas orações. A oração era um dos quatro itens cruciais nos quais eles perseveraram. Hoje eu diria que temos os três primeiros itens. Permanecemos no ensinamento e na comunhão dos apóstolos, e temos o partir do pão, a lembrança do Senhor em Sua mesa, todo domingo. Hoje, nossa melhor reunião é a da mesa do Senhor, mas nossa oração está abaixo do padrão. Até mesmo nossa freqüência na reunião de oração está muito baixa. Houve uma época em

Page 74: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 73-

que as pessoas que oravam, na maioria, estavam mortas ou morrendo. Oravam de uma maneira morta ou moribunda. Assim, muitos dos santos perderam a vontade de vir à reunião de oração.

As orações na reunião de oração têm sido longas, cheias de explicações ao Senhor e damos-Lhe descrições e instruções. Muito poucos pedem ao Senhor diretamente o que querem que Ele faça. Também havia pouco encabeçamento em nossas orações. Era raro ouvir alguém orar: "Senhor, dá Tu mesmo a palavra. Dá a Tua ordem. Tu tens de vir e fazer." Esse tipo de oração encabeçadora é necessária (Is 45:11). Precisamos aprender a orar de uma forma adequada nas reuniões de oração. Devemos orar devagar, enfaticamente e espiritualmente. Devemos praticar esse tipo de oração em todos os grupos vitais.

Os três mil que foram ganhos no dia de Pentecostes perseveravam firmes nas orações do Espírito com um verdadeiro encargo. Primeiro, os cento e vinte perseveraram firmes em oração por dez dias. Depois, os três mil perseveraram firmes em oração. Atos 6:4 também nos diz que os apóstolos tomaram a decisão de perseverar firmes em oração e no ministério da palavra.

VIGIAR PARA ORAR

Em Efésios 6:18, Paulo disse que precisamos orar em dado momento no espírito e vigiar nisso com toda perseverança. Precisamos ser vigilantes, alertas para manter nossa vida de oração. A oração deve ser seguida pela vigilância. Temos de acrescentar a vigilância à nossa oração. Depois de tomarmos a decisão de orar, muitas coisas vão se levantar para nos afastar da oração. É por isso que temos de vigiar para orar com toda

perseverança. Vigiar significa que estamos num campo de batalha. A batalha está acontecendo e há inimigos ao redor de nós.

Se quisermos perseverar firmes em oração, precisamos estabelecer uma tabela e até programarmos o nosso tempo, igual a um orçamento financeiro. Se não fizermos um orçamento com nosso dinheiro, vamos gastar sem controle. Já que fazemos um orçamento para nossas despesas, devemos também programar nosso tempo. Na programação de nosso tempo, devemos estabelecer pelo menos duas ou três vezes para orar. De manhã podemos orar por pelo menos quinze minutos. Depois, de acordo com nossa programação, podemos estabelecer outra hora no meio da manhã, ao meio-dia ou à tarde. Então poderemos programar outra hora à noite antes de irmos dormir. Devemos programar essas três horas para orar.

Se tomar a decisão de começar amanhã a orar em horas determinadas, esteja preparado para as coisas no ambiente ao seu redor que surgirão para estorvá-lo. Quando começar a orar, alguém pode bater à porta. No ano inteiro, ninguém bateu à porta naquela hora, senão depois que você tomou a decisão de usar esse tempo para orar. Quando for atender à porta para ver quem é, vai descobrir que a pessoa bateu à porta errada. Isso pode fazer com que fique zangado e não tenha mais um coração como antes para orar. Desse modo, os quinze minutos que você reservou para orar serão anulados. Se decidir orar às 10 da manhã, três amigos podem vir visitá-lo naquela hora e ficar uma hora com você. Temos de perceber que tais coisas são o ataque do inimigo contra nossas orações.

Page 75: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 74-

É melhor não atender a porta ou o telefone durante essa hora de oração. Na verdade, estamos ocupados demais para ir atender a porta ou o telefone durante a nossa hora de oração. Estamos ocupados contatando nosso Senhor, nosso Rei. Uma vez que estamos com nosso Rei, como poderíamos sair de Sua presença para atender outras coisas? Não devemos permitir que coisa alguma interrompa nossa hora de oração, nossa hora com nosso Rei. Em certo sentido, devemos considerar que estamos fora de casa durante nossa hora de oração. Estamos fora de casa cuidando de nosso Rei. O Senhor poderia nos dizer: "Você está ocupado Comigo. Como pode deixar-Me aqui e ir atender a porta e ficar ocupado com seus amigos por uma hora?" Com certeza isso não está certo. Precisamos orar em dada hora no espírito e vigiar nesta oração com toda perseverança. Perseverança significa sermos muito fortes em nossa insistência, Nossa atitude em nossa oração deve ser que agora estamos com nosso Rei e que não seremos interrompidos nesta hora com Ele.

Temos de vigiar. O inimigo sempre vai fazer coisas para anular nossa hora de oração. Se não fosse esse o caso, o apóstolo não nos teria incumbido de vigiar ao orar com toda perseverança. Não devemos permitir que nossa oração seja estorvada, retirada ou

anulada. Precisamos vigiar e estar em alerta para manter nossa hora de oração. Devemos sempre manter nossa hora de oração. Durante essa hora, devemos nos considerar longe de casa porque estamos ocupados com nosso Rei, com nosso Senhor.

LIBERAR NOSSO ESPÍRITO POR INTERMÉDIO DA ORAÇÃO

A oração adequada sempre nos liberta. Se orarmos e nosso espírito não for exercitado e liberado, nossa oração está errada. Para orar, precisamos exercitar e liberar nosso espírito. Quando nosso espírito é liberado por intermédio de nossa oração, somos pessoas libertas. Quando não estamos mais presos mas libertos, ficamos sempre contentes. É por isso que Paulo disse: "Regozijai-vos sempre; orai sem cessar" (1Ts 5:16-17). Regozijar-se o tempo todo está relacionado com orar sem cessar.

Além disso, se não estivermos libertos, não poderemos mesclar com os outros. Se viermos à reunião com um espírito quieto, estamos presos. Se freqüentarmos as reuniões de grupos vitais dessa forma, não há como sermos mesclados. Quando você for liberto, quando eu for liberto e quando todos forem libertos, aí estará o verdadeiro mesclar. A maneira de nos tornarmos mesclados é mediante a oração que liberta nosso espírito.

Atos 1:14 diz que cento e vinte perseveraram firmes, unânimes em oração, "com as mulheres..." Precisamos refletir por que a Bíblia diz “com as mulheres” nesse versículo. Cada palavra na Bíblia foi escrita com um objetivo. Espero que as irmãs me dêem permissão para falar uma palavra franca. A unanimidade é sempre perturbada pelas mulheres. Quando as irmãs não têm problemas na igreja, a igreja não terá também. Na vida da igreja há normalmente mais irmãs que irmãos. No lar em Betânia, mencionado em João 12, havia duas irmãs e um irmão (vv. 2-3). Podemos ver com isso que a vida da igreja depende grandemente das irmãs. Quando as irmãs estão bem, a vida da igreja provavelmente também estará bem. O futuro vital dos grupos vitais depende grandemente das irmãs. Se elas forem mescladas, o mesclar dos grupos terá sucesso.

Page 76: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 75-

Para mesclar, todos nós precisamos liberar nosso espírito em nossas orações. Podemos orar juntos sem sermos libertos em nossas orações. Pelo contrário, todos nós podemos estar presos. A maioria das longas orações elaboradas são feitas por irmãs. Poucos entre os irmãos fazem longas orações elaboradas, cheias de explicações e descrições. Gostaria de advertir algumas das irmãs a não orar tantas vezes. Também, não devemos orar muito depressa porque os santos não serão capazes de seguir nossa oração. Paulo ressaltou que precisamos orar de uma forma que os santos consigam dizer "Amém" à nossa oração (1Co 14:16). Devemos orar de modo que os outros possam ouvir nossa oração, compreendê-la, concordar com ela e então dizer "Amém".

Percebo que todos nós neste treinamento amamos ao Senhor. Encontrar um grupo de pessoas que amam tanto o Senhor e a restauração é algo precioso. Mas nós fomos anulados pelas nossas falhas. Todos temos defeitos que nos impedem de sermos proveitosos para a igreja, mas a despeito de todas as nossas desvantagens, o Senhor ainda está com Sua restauração.

Nossa cooperação com o Senhor em agirmos na Rússia foi para mim um grande encorajamento. Em menos de um ano, levantamos igrejas em Moscou e São Petersburgo. O Senhor nos abençoou com obreiros, com suprimento material e com o resultado frutífero de Seu mover na Rússia. Isso mostra que a despeito de todas as nossas falhas e defeitos, o Senhor ainda tem abençoado Sua restauração.

Folgo em saber que todos nós amamos a restauração do Senhor. Se não amássemos a restauração, não estaríamos aqui, mas precisamos ver que nas sete epístolas às igrejas em Apocalipse 2 e 3, o primeiro tratamento do Senhor diz respeito ao primeiro amor (2:4). Será que O amamos? Com certeza sim, mas será que Lhe damos a proeminência, o primeiro lugar em todas as coisas? Dar ao Senhor o primeiro lugar em todas as coisas é amá-Lo com o primeiro amor, o melhor amor. Para Lhe darmos a proeminência, precisamos estar dispostos a ser ajustados, quebrados, nulificados de modo que o Senhor possa ter um caminho em nós, por intermédio de nós e entre nós para a edificação de Seu Corpo orgânico.

Nesta mensagem, gostaria também de recomendar o hino 388 do Hinos. Isso vai nos ajudar a ler, orar e cantar esse hino:

1 Que meu espírito Possa fluir! Suplico a Ti, Senhor, Faze-o fluir. Passado vou deixar, Meus muros derrubar, O espír'to libertar Para fluir. 2 Que meu espírito Possa fluir! Imploro a Ti, Senhor,

Page 77: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 76-

Faze-o fluir. No "eu" não quero estar, O orgulho vou deixar, O espír'to desatar Para fluir. 3 Que meu espírito Possa fluir! Rogo a Ti, Senhor, Faze-o fluir. Livra-me da prisão Da minha ostentação, E meu espír'to, então, Há de fluir. 4 Que meu espírito Possa fluir! Por isso busco a Ti, Faze-o fluir. Não mais me isolarei Nem me aperfeiçoarei; Mas meu espír'to irei Desimpedir. 5 Que meu espírito Possa fluir! Peço a Ti, Senhor, Faze-o fluir. Na confiança em mim Colocarei um fim, E a água viva assim Há de fluir. 6 Que meu espírito Possa fluir! Atende-me, ó Senhor, Faze-o fluir. No espír'to quero estar, Com outros me mesclar Para me edificar Nesse fluir.

Page 78: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 77-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGE TREZE

A ORAÇÃO MEDIANTE O EXERCITAR DE NOSSO ESPÍRITO PARA LIBERAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO E

A PARTICIPAÇÃO NO DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO DE PODER COMO O PODER DO IMPACTO DINÂMICO ELEVADO

PARA A PREGAÇÃO DO EVANGELHO E MINISTRAR CRISTO AOS OUTROS

Gostaria de começar esta mensagem com o hino 847 do Hymns. Isso vai-nos ajudar a ler, cantar e orar baseados nesse hino:

1. Almejo a comunhão no espírito, Para que mesclado com os santos eu seja, Almejo ser salvo da independência E ser edificado com os santos em Ti.

2. Almejo a comunhão no espírito, Que vai abrir meu espírito, Almejo ser salvo do isolamento, E com os santos Te adorar.

3. Almejo a comunhão no espírito, Almejo que meu espírito se expresse, Almejo ser salvo do auto-engano, E todo empecilho vencer.

4. Almejo a comunhão no espírito, Com os santos no espírito assim orar, Almejo ser livre do fingimento, Almejo ter real comunhão hoje.

5. Almejo a comunhão no espírito, Almejo assim conhecer autoridade; Almejo a real comunhão no servir, E assim coordenado ser.

6. Ó, Senhor, cumpre o profundo anelo de nosso coração, Os santos por tal comunhão inspirar, Para que possamos perceber Tua edificação E breve cumprir o desejo de Teu coração.

Esse hino tem seis estrofes e cada uma tem uma palavra especial. Na primeira estrofe seria bom sublinhar a palavra independência. A segunda estrofe tem a palavra isolamento, a terceira tem a palavra auto-engano e a quarta tem a palavra fingimento.

Page 79: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 78-

Independência, isolamento, auto-engano e fingimento são quatro coisas que temos de vencer. Esses são elementos de nosso câncer espiritual. Os versos 5 e 6 são do aspecto positivo. O verso 5 menciona coordenação e o verso 6 tem a palavra edificação. Depois de quatro coisas negativas serem eliminadas, temos as coisas positivas: coordenação e edificação. Precisamos cantar o hino 847 com o espírito liberado. Não devemos cantar de uma forma mortiça. Precisamos cantar de uma forma liberta.

COMUNHÃO ACERCA DE NOSSA ORAÇÃO COM O EXERCÍCIO DE NOSSO ESPÍRITO

E A LIBERAÇÃO DO ESPÍRITO

Quando vamos às reuniões, devemos sempre orar. Já enfatizamos que muitos de nós têm o mau hábito de fazer explicações em nossas orações. Precisamos aprender a deixar essas explicações fora de nossas orações. Achegamo-nos ao Senhor em oração para pedir, buscar, suplicar, rogar-Lhe, não explicar-Lhe. O Senhor não precisa que Lhe expliquemos as coisas. Ele sabe de tudo. Você pode dizer: "Senhor, Tu sabes que somos tão pobres." Mas não precisa dizer isso porque o Senhor já sabe. É melhor mudar sua oração dizendo: "Senhor, tem misericórdia de minha pobreza." Isso é verdadeira oração. Dizer: "Senhor, Tu sabes que sou pobre" é uma explicação. Mude sua oração, da primeira palavra para a última, na forma de súplica.

Além disso, alguns de nós estamos acostumados a orar muito depressa. Por causa disso, os outros não são capazes de seguir nossa oração. Temos de orar de uma forma audível e clara de modo que os outros sejam capazes de ouvir-nos claramente. Então serão capazes de dizer "Amém" à nossa oração. Precisamos aprender a orar sem descrições, sem explicações, e vagarosamente, com clareza suficiente para que os demais possam nos acompanhar.

Outra coisa importante é que não devemos orar de acordo com nossa maneira natural. Quando orarmos, temos de exercitar nosso espírito com todas as palavras. Isso não necessariamente significa que se gritarmos, estaremos exercitando nosso espírito, mas sempre que orarmos, precisamos exercitar nosso espírito e o Espírito deve ser liberado de nós.

A maioria de nós nunca foi disciplinada nas coisas espirituais. Esse é o motivo da pobreza da igreja. Em todos os Estados Unidos, é difícil ver um presbítero que de fato saiba como ser um presbítero. Isso porque nunca encontramos tempo para ter um treinamento em coisas específicas. Precisamos de tal treinamento específico para os grupos vitais.

Espero que abandonemos todos os nossos velhos hábitos e pensamentos. Devemos nos lembrar de duas coisas. Primeiro, ao orarmos, precisamos de súplicas, rogar, não explicar. Segundo, ao orarmos, devemos orar pelo e no nosso espírito. Paulo disse em Efésios 6:18 que devemos orar cada vez no espírito. Muitas traduções traduziram “espírito” nesse versículo como “E” maiúsculo, mas o espírito aqui não é o Espírito com maiúscula, mas o nosso espírito. Precisamos orar cada vez no espírito e vigiar sobre esse tipo de oração em nosso espírito. Se orarmos sem estar no espírito, teremos de nos ajustar. Quando orarmos, precisamos orar do fundo de nosso espírito. Deus é Espírito e aqueles que O adoram têm de adorá-Lo no espírito (Jo 4:24). Sempre que viermos ao Senhor, precisamos exercitar o nosso espírito.

Page 80: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 79-

Devemos aprender a exercitar nosso espírito a tal ponto que até quando estivermos quietos, o nosso espírito estará exercitado. De acordo com Romanos 8, não sabemos orar como convém, e por isso gememos. Em nossos gemidos, o Espírito geme também, intercedendo por nós (vv. 23, 26). Nosso gemido dessa forma, com o exercício de nosso espírito é a melhor oração.

De acordo com a parábola do Senhor em Mateus 13:33, o cristianismo foi totalmente levedado. Fomos contaminados por esse fermento. O Senhor Jesus nos disse em Mateus 13 que Ele viera semear a semente de trigo, mas então o inimigo entrou. Primeiro, o inimigo veio para devorar a semente caída à beira do caminho. Depois, algumas sementes caíram em lugares pedregosos que não tinham a profundidade necessária de terra. Outras sementes foram semeadas entre os espinhos. A quarta categoria foi a semente semeada na boa terra para produzir o fruto apropriado. A semente de trigo por fim se torna a flor de farinha, mas esta ficou levedada.

Em Mateus 13:33, o Senhor disse que todas as três medidas de farinha, da flor de farinha, ficaram levedadas. Isso quer dizer que o cristianismo levedou totalmente os ensinamentos de Cristo. As verdades concernentes a itens tais como o nome de Jesus, o evangelho, salvação, regeneração, justificação e santificação se tornaram levedados. Esses itens da verdade não foram recebidos por nós de uma forma pura porque ficaram levedados. O Senhor disse em Mateus 13:33 que a mulher tomara e escondera o fermento em três medidas de farinha até que “toda a massa foi levedada”. Precisamos perceber que no cristianismo, tudo foi levedado. Até mesmo a maneira de orar foi levedada. Em nossa oração, temos de ser purificados e limpos.

Precisamos aprender a exercitar nosso espírito em tudo o que dizemos e fazemos. Precisamos aprender a exercitar nosso espírito quando estamos gritando ou quando estamos quietos. Precisamos aprender a exercitar nosso espírito quando estamos orando falando ou quando estamos orando gemendo. Nosso espírito deve ser exercitado em tudo. Isso demanda prática. Mesmo que as pessoas joguem basquete bem, ainda assim elas precisam de prática constante.

Depois de freqüentar algumas das reuniões de grupos que estabelecemos, percebo que todos os santos precisam ser reeducados, purificados. Agora é a hora de aprendermos a abandonar nossa velha maneira e as velhas coisas e liberar nosso espírito. Quando oramos, não estamos somente orando a Deus. Paulo em 1 Coríntios 14 nos disse claramente que quando estamos orando a Deus, também estamos orando para que outras pessoas entendam (vv. 15-17). Não somente Deus, mas também outras pessoas estão ouvindo nossa oração porque têm de responder dizendo "Amém." Sempre que chegarmos às reuniões da igreja, devemos exercitar nosso espírito para orar.

Além disso, todos os membros dos grupos vitais devem se esforçar por freqüentar as reuniões de oração da igreja. Nos anos sessenta, quando estávamos em Elden Hall em Los Angeles, pelo menos setenta ou oitenta por cento dos que freqüentavam as reuniões de domingo também iam às reuniões de oração. Por que tivemos tão grande freqüência na reunião de oração naquela época, mas não hoje? Algumas das mães podem usar as crianças como desculpa, mas encorajo todas as mães a se juntarem para cuidar de crianças de modo que possam estar presentes nas reuniões de oração

Page 81: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 80-

fazendo um rodízio. É claro, as mães precisam cuidar de seus filhos, mas não devem usar isso como desculpa para sempre faltar às reuniões de oração.

Precisamos cuidar do Senhor e de Seus interesses acima de nossa preocupação com a família (Lc 14:26). Abraão é um exemplo disso. O Senhor lhe pediu para sair da Caldéia e de sua parentela para ir à boa terra. Mas Abraão saiu da Caldéia com seu pai Terá e com seu sobrinho Ló, e se detiveram em Harã. Posteriormente, Terá morreu e então Abraão entrou na boa terra (At 7:2-4). Quando Deus disse a Abraão para deixar aquele país idólatra, ele não deixou seu pai ou seu sobrinho.

O sobrinho de Abraão, Ló, também se tornou uma fonte de problemas para ele. Ló por fim se separou de Abraão e vagueou até Sodoma, onde se estabeleceu. Foi capturado e Abraão teve de lutar para derrotar seus captores e recuperá-lo (Gn 14:14-16). Mais tarde, Sodoma foi destruída por Deus.

Antes de destruir Sodoma, Senhor veio até Abraão, em Gênesis 18, na forma de um homem. Abraão preparou água para Ele lavar os pés e fizeram uma refeição, preparada por Sara. Ele ficou com Abraão de tal forma a induzir o resgate de Ló. Podemos ver pela vida de Abraão que precisamos cuidar de nossos parentes, inclusive nossos pais, irmãos, irmãs, primos, sobrinhos, sobrinhas e filhos, de uma forma adequada. Senão, sofreremos algum tipo de tratamento.

Estou dizendo isso para encorajar todos nós a freqüentar as reuniões de oração da igreja. Gostaria de propor que quatro mães se juntem com o propósito de cuidar das crianças de modo que outras possam estar na reunião de oração, na forma de rodízio. Todo mês,

uma irmã entre outras quatro pode cuidar das crianças por uma noite de Terça-Feira. Então, as três outras irmãs podem ser liberadas para estar na reunião de oração. Mesmo a igreja pode pensar em fazer algo para ajudar as mães a cuidar do encargo de olhar as crianças. Não devemos facilmente usar uma desculpa para perder a reunião de oração. Temos de ser cuidadosos diante de Deus. Agradar a Deus estando na reunião de oração é a melhor coisa. Espero que todos nós prometamos ao Senhor que queremos estar nas reuniões de oração da igreja.

Também, quando chegarmos à reunião de oração, precisamos nos esforçar para orar. Vir à reunião e não orar, não faz sentido. Gostaria de sugerir que cada um de nós ore pelo menos três vezes na reunião de oração. O Senhor Jesus orou três vezes no Getsêmani (Mt 26:44), e Paulo orou três vezes (2Co 12:8). Assim, temos de vir às reuniões de oração, temos de orar e devemos orar três vezes. Sempre que orarmos, temos de nos lembrar que precisamos exercitar nosso espírito para a liberação do Espírito Santo.

Mesmo as irmãs que tocam o piano nas reuniões precisam exercitar o espírito ao tocarem o instrumento. A maneira de tocar o piano pode soar como o tocar de alguém que está doente, ou com sono, ou entorpecido. Vocês precisam tocar o piano de uma forma viva, exercitando seu espírito. Quando tocam o piano, todo seu ser, todos os seus músculos e todas as suas células têm de ser coordenadas com a liberação do espírito.

Page 82: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 81-

A prática do cristianismo mata a função viva dos membros do Corpo de Cristo. No cristianismo, somente uma pessoa é preparada para falar. Eles pensam que isso tem mais impacto, mas na verdade, o funcionamento de todos os membros do Corpo de Cristo é que tem mais impacto. Se fizermos esse treinamento por meio ano, todos nós nos tornaremos vivos.

Quando nos ajuntamos para reunir, todo o nosso ser com nosso espírito devem estar vivos. Então, se alguns visitantes vierem às nossas reuniões, ficarão tocados e inspirados. Uma reunião cheia do exercício do espírito e da liberação do espírito é a verdadeira reunião da igreja. Essa é reunião do Corpo de Cristo. Quando chegamos a uma reunião, não devemos nos sentar de uma forma morta, mortificada, dormente e entorpecida. Mesmo quando estamos sentados na reunião, todo o nosso ser deve estar vivo. Devemos exercitar e liberar nosso espírito o tempo todo, mesmo quando não estamos orando alto.

Podemos dizer “Amém" de duas formas: com ou sem o exercício do espírito. Quando dizemos “Amém” nas reuniões, devemos sempre dizer isso com o exercício e a liberação do espírito. Até mesmo a maneira de virmos à reunião tem de ser viva. Se não estivermos clamando, falando ou orando, devemos ainda exercitar e liberar nosso espírito. Se olharmos para alguém com o exercício de nosso espírito, algo vivo de

dentro de nós vai penetrar aquela pessoa. Se estivermos vivos, conseguiremos inspirar outras pessoas. Se estivermos na presença de uma pessoa viva, mesmo que por um breve período de tempo, será difícil para nós evitar sermos inspirados por ela. Por isso, todos temos de aprender como exercitar, como estimular e como liberar nosso espírito. Mesmo se estivermos meramente sentados numa reunião, devemos liberar nosso espírito. Todos nós temos de nos levantar para funcionar de uma forma viva a fim de anular o sistema de um homem só falando e o restante ouvindo. Temos de vir para exercitar e liberar o espírito.

A LIBERAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO E A PARTICIPAÇÃO NO DERRAMAMENTO

DO ESPÍRITO DE PODER

A liberação do Espírito nos guia ao derramamento do Espírito. Precisamos orar exercitando o espírito para a liberação do Espírito Santo. Se não exercitarmos o espírito, o Espírito Santo ficará trancado e prisioneiro dentro de nosso ser. Ele não tem saída porque nós O estamos estorvando. Cremos no Senhor Jesus, recebemos o Espírito e o Espírito entrou em nós. Mas quando o Espírito entrou em nós, Ele entrou numa prisão. Nós O aprisionamos o tempo todo. Agora temos de exercitar o espírito para liberá-Lo. Quando exercitamos o espírito, isso significa que destrancamos o Espírito Santo. Hoje, a chave não está com o Espírito Santo, mas conosco. Com o Espírito Santo não há problema. Precisamos orar exercitando nosso espírito de modo que o Espírito Santo possa ser liberado.

Isso está relacionado com a participação no derramamento do Espírito de poder. O Espírito Santo primeiro é o Espírito essencial, o Espírito da vida. Segundo, Ele é o Espírito derramado como o Espírito econômico de poder. Precisamos participar no derramamento do Espírito de poder como o poder das alturas e como o impacto dinâmico. O poder das alturas é o verdadeiro impacto dinâmico

Page 83: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 82-

e isso advém de exercitarmos o espírito de modo que o Espírito Santo, o Espírito da vida, o Espírito essencial, possa ser liberado. A liberação do Espírito Santo vai-nos introduzir à participação no derramamento do Espírito de poder. O derramamento do Espírito de poder como o poder das alturas e como o impacto dinâmico visa a pregação do evangelho e ministrar Cristo aos outros.

Temos de ver que o único Espírito divino tem dois lados: o interior e o exterior, o lado essencial e o econômico. O essencial se refere ao Espírito que habita interiormente como nossa essência espiritual, nossa vida espiritual e nossa pessoa espiritual. O próprio Deus Triúno como o Espírito é a própria essência e base de nossa vida espiritual.

Baseado nisso, podemos prosseguir participando do derramamento do Espírito de poder, que é o Espírito econômico para a economia de Deus. O Espírito dentro de nós é para nossa essência; o Espírito por fora é para a economia de Deus. O Espírito por fora está conosco baseado no fato de que Ele é o Espírito essencial de vida dentro de nós. Uma vez que fomos regenerados, temos o primeiro aspecto do Espírito dentro de nós como base. Baseado nisso, quando exercitamos o nosso espírito, o Espírito essencial será liberado e isso nos conduzirá ao desfrute do derramamento do Espírito de poder. Esse Espírito derramado é o impacto de nossa pregação e nosso ministério.

Orar Exercitando o Nosso Espírito para a Liberação do Espírito Santo

Agora que fomos regenerados, precisamos perceber que a Bíblia nos incumbe de fazer uma única coisa, isto é, orar. Isso porque orar é liberar o espírito. Podemos imaginar que espírito estamos liberando: o humano ou o divino. Minha resposta é esta: quando libera seu espírito humano, o Espírito divino também é liberado porque esses dois espíritos não estão mais separados; eles são um. "Aquele que se une ao Senhor, é um espírito" (1Co 6:17). O Espírito divino e o espírito humano agora estão totalmente amalgamados como um só espírito.

Perseverar Firme em Oração com Unanimidade

Atos 1:14 revela que os cento e vinte perseveraram firmes em oração com unanimidade em oração. Isso não é a oração privada, individual, mas a corporativa. Em nossa oração corporativa, precisamos da unanimidade.

Perseverar Firme no Ensinamento e Comunhão dos Apóstolos,

no Partir do Pão e nas Orações

Atos 2:42 nos diz que a igreja primitiva perseverava firme no ensinamento e comunhão dos apóstolos, no partir do pão e nas orações. Não devemos pensar que a oração fosse o menor item aqui por ser mencionado por último. Na verdade, o último item é a conclusão e a conclusão é a parte mais importante. A oração é mais importante que o ensinamento, que a comunhão e que o partir do pão. Sem oração, podemos ter o ensinamento, a comunhão e o partir do pão, mas não

Page 84: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 83-

temos a conclusão. Em tudo que fazemos, precisamos de uma conclusão. A oração é a conclusão espiritual de toda a nossa carreira cristã. Para nossa vida, nossa obra, para tudo dentro de nós e fora de nós, a oração é a conclusão. Assim, temos de perseverar firmes nesta oração conclusiva.

Perseverar Firme em Oração e no Ministério da Palavra

Atos 6:4 nos conta que os apóstolos tomaram a decisão de perseverar firmes em oração e no ministério da palavra. Aqui, oração é mencionada primeiro. Em Atos 2:42, a oração está no fim. Por isso, a oração tanto é o término como o início. É tanto a conclusão como o ponto de partida. Temos de perseverar firmes em oração.

Orar em Todo o Tempo no Espírito e Vigiar para isso com

Toda Perseverança e Súplica

Em Efésios 6:18, o apóstolo Paulo nos incumbiu de orar em todo o tempo no espírito e vigiar com toda perseverança e súplica. Enquanto estamos perseverando em oração, temos se suplicar. Por um lado, estamos perseverando; por outro, estamos suplicando.

Muitas coisas se levantam no ambiente ao nosso redor para atrapalhar nosso tempo de oração. Isso é porque precisamos perseverar. Quando estamos orando, devemos nos esquecer de atender ao telefone ou a porta. Estamos ocupados orando. Estamos cuidando de negócios com nosso Rei. Em nossa hora de oração, devemos ter a atitude de que estamos com nosso Rei e estamos totalmente ocupados com Ele. Por causa disso, não temos tempo para atender o telefone ou a porta. Isso é uma ilustração do que significa perseverar em oração e vigiar para orar.

Regozijar-se Sempre, Orar sem Cessar, em Tudo Dar Graças, e Não Apagar o Espírito

Precisamos sempre nos regozijar, orar sem cessar, dar graças por tudo e não apagar o Espírito (1Ts 5:16-19). Paulo coloca essas quatro coisas juntas. Se quiser orar, você tem de se regozijar. Se quiser orar, tem de dar graças em tudo. E se quiser orar, não deve apagar o Espírito. Regozijar-se sempre, orar sem cessar, em tudo dar graças e não apagar o Espírito andam juntos. Se não se regozijar, você apaga o Espírito. Se não orar, apaga o Espírito. Se não der graças, apagará o Espírito. O dia inteiro, você tem de dizer: "Louvado seja o Senhor!" O dia todo, deve dar graças por e em tudo.

Suponha que quebre um copo na cozinha. Você diria: "Graças a Ti, Senhor, por eu ter quebrado este copo"? Pode não ser normal não darmos graças em tudo, mas na verdade, não dar graças é anormal. Precisamos nos tornar cristãos normais. Ficar em silêncio nas reuniões é anormal, mas exercitar e ser vivo na reunião é normal. Os cristãos devem clamar, se regozijar, cantar, louvar e dar graças. Isso é normal.

Poucos de nós dão graças ao Senhor quando algo negativo acontece. Temos de aprender a dar graças ao Senhor em tudo, nas boas coisas e nas más, nas positivas e nas negativas, no ganho e na

Page 85: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 84-

perda. Se alguém ouvir você dando graças ao Senhor quando quebra um copo, pode pensar que você está louco. Entretanto, quando alguém diz que você está louco, isso quer dizer que ele ficou inspirado, tocado por você. Ele jamais vai esquecer o que viu. A Bíblia nos encarrega de dar graças em tudo. Dar graças ao Senhor em tudo é na verdade muito normal.

Participar do Derramamento do Espírito de Poder Econômico

Precisamos participar do derramamento do Espírito econômico de poder como o poder das alturas e o impacto dinâmico para a pregação do evangelho e ministrar Cristo aos outros (At 2:17-18, 33; Lc 24:49).

Baseado no Deus Triúno como o Espírito Essencial

Nossa participação no derramamento do Espírito econômico de poder é baseado no Deus Triúno como o Espírito essencial habitando, operando, vivendo e fazendo em nós a Sua casa, suprindo-nos e nos enchendo. Temos tal Deus Triúno operando dentro de nós para levar a cabo a Sua atividade. Deus Pai como o Espírito habita e opera em nós (Jo 4:24; 1Jo 4:13; Fp 2:13); Deus Filho, como o Espírito que dá vida e faz Sua habitação em nós (1Co 15:45b; Gl 2:20a; Ef 3:17a); Deus Espírito habita em nós, nos supre e enche (At 5:3-4; Rm 8:11; Fp 1:19b; At 13:52). Temos tal fato maravilhoso como base.

Todos os Cento e Vinte Sendo Enchidos com o Espírito Santo

Todos os cento e vinte foram enchidos com o Espírito Santo para a pregação no dia de Pentecostes (At 2:4). Esse é o encher exterior com o Espírito Santo como o Espírito econômico para a pregação do evangelho com o impacto dinâmico.

Pedro Sendo Enchido com o Espírito Santo

Pedro foi enchido com o Espírito Santo, o Espírito Santo econômico, para a pregação às autoridades do povo e ancião de Israel (At 4:8).

Todos os Discípulos Sendo Enchidos com o Espírito Santo

Depois de buscar, todos os discípulos foram enchidos com o Espírito Santo para expressar a palavra de Deus com ousadia (At 4:31).

Saulo Sendo Enchido com o Espírito Santo

Saulo foi enchido com o Espírito Santo no início de sua vida cristã para recobrar sua vista e ser batizado (At 9:17-18).

Paulo Sendo Enchido com o Espírito Santo

Paulo foi enchido com o Espírito Santo para repreender o mágico diabólico (At 13:9-11).

Page 86: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 85-

Para todos os ministérios acima na pregação do evangelho e em ministrar Cristo aos outros, precisamos do encher exterior do Espírito de poder, o Espírito econômico. Nossa participação no derramamento do Espírito econômico de poder está baseada no Deus Triúno como o Espírito consumado habitando, operando, vivendo, fazendo Seu lar, suprindo em nós e nos enchendo, mas por que não experienciamos o derramamento do Espírito? É porque falta-nos oração. A oração é a ponte que liga esses dois aspectos. Temos o encher interior do Espírito que habita interiormente, mas não temos o poder exterior porque não há conexão, uma ponte entre essas duas coisas. A oração é nossa ponte.

Alguns pentecostais diriam que você tem de jejuar por muitos dias para que algo lhe aconteça. Mas isso é contrário ao ensinamento da Bíblia. A Bíblia diz que quando cremos no Senhor Jesus, o Espírito entrou em nós, Cristo entrou em nós e Deus Pai entrou em nós. Todos os três da Trindade Divina estão agora em nós como nossa vida, nossa essência. Eles Se tornaram um com nossa pessoa, nossa constituição, nosso ser. A Bíblia desvenda para nós que o Deus Triúno está agora dentro de nós para ser nossa essência, nosso elemento, nossa constituição, mesclando-Se conosco para nos tornar um com Ele. Hoje somos pessoas divinas. Somos a mescla da humanidade com a divindade.

Já que é este o caso, por que somos tão silenciosos, tão inúteis e impotentes? É porque não tocamos o aspecto exterior do Espírito, o Espírito econômico. Para tocarmos nesse aspecto exterior, há a necessidade de uma conexão, uma ponte, e essa ponte é nossa oração. Devemos abandonar o conceito pentecostal de ter de orar por muitos dias com jejum a fim de receber o poder das alturas. Precisamos orar não só por um período de muitos dias mas todos os dias. Precisamos orar todos os dias do ano. Em outras palavras, precisamos orar sem cessar. Podemos imaginar sobre o que devemos orar, mas não precisamos determinar em nossa mente nada específico. Orar sem cessar é ter uma comunhão ininterrupta com Deus em nosso espírito. Quando oramos sem cessar, sempre nos regozijando e dando graças em tudo, isso nos tornará “loucos”. Quando estamos loucos, temos o poder e o impacto.

Se formos visitar um candidato à evangelização de uma forma religiosa, estaremos acabados. Ir dessa forma é ir como um cadáver, mas quando vamos visitar pessoas de uma forma louca, temos o poder e o impacto. Por um lado, devemos ser as pessoas mais loucas, mas por outro, devemos ser muito formais e adequados. O verdadeiro impacto advém de nossa oração. Em todo o Novo Testamento, você não consegue encontrar uma pessoa que recebeu o derramamento do Espírito Santo sem primeiro receber o Espírito essencial dentro dela. Se exercitarmos nosso espírito para orar, o derramamento será nosso, tornando-nos pessoas diferentes.

Se não orarmos, seremos anormais. No passado éramos bem anormais porque não éramos vivos. Temos o Espírito dentro de nós, Cristo dentro de nós e Deus Pai dentro de nós, mas não estamos vivos porque não oramos. Hoje, uma coisa somente pode nos tornar vivos e isso é oração. Precisamos orar sem cessar.

Efésios 4 nos mostra que a igreja é o Corpo de Cristo e que o Espírito, o Senhor e o Pai estão dentro do Corpo e mesclado com ele. Assim, esses quatro se tornaram um: o Corpo, o Espírito, o Senhor e

Page 87: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 86-

o Pai. Essa unidade é o impacto. Essa unidade é na verdade o poder das alturas. Como o Corpo de Cristo, temos o Espírito, o Senhor e o Pai, e estamos mesclados com a Trindade Divina. Mediante nossa oração, estaremos prontos para alcançar as pessoas porque vamos participar do poder das alturas como o impacto dinâmico.

Quando participarmos do Espírito derramado, nossas reuniões serão dinâmicas, nossas orações serão dinâmicas, nossa pregação será dinâmica e nosso ministério será dinâmico. Tudo que temos será dinâmico porque o Deus Triúno que Se mesclou conosco é o dínamo. Ele é dínamo—o "pum, pum, pum"—dentro de nós. Hoje porém não conseguimos ouvir o "pum, pum, pum." Pelo contrário, quando chegamos à reunião, parece que todos estão morrendo. Isso está de acordo com a epístola do Senhor à igreja em Sardes, na qual Ele lhes disse que tinham o nome de viva mas na verdade estava morta (Ap 3:1-2). Eles não estavam somente mortos mas também morrendo. Sua morte não tinha ainda se consumado, por isso estavam morrendo. Temos de admitir que nossas reuniões estão freqüentemente morrendo. Até nossa visitação e nossa pregação estão morrendo.

A chave para torná-lo vivo é fazê-lo orar, e orar principalmente é exercitar seu espírito. Quando você ensina o Senhor em sua oração, quando Lhe explica e quando Lhe descreve uma porção de coisas, não há impacto porque aquele tipo de oração não é o destravamento do Espírito. Devemos orar: "Senhor, quero ser vivo. Dá-me o impacto, Senhor." O Senhor no Getsêmani orou três vezes e cada vez a oração foi curta. Todos temos de orar nesses dias: "Senhor, quero ser vivo." Enquanto as irmãs estão na cozinha cozinhando ou lavando os pratos, devem dizer: "Senhor, quero ser viva. Quero ter o impacto, Senhor." Não ore por muitas coisas e não explique coisas ao Senhor porque Ele já sabe. Apenas Lhe suplique e diga-Lhe o que quer de acordo com o Seu desejo. Também precisamos dar graças em tudo. Num dia ruim, damos graças; num dia ótimo, excelente, damos graças. Se boas coisas acontecem, damos graças; se coisas ruins acontecem, damos graças. Isso é o que significa orar.

Page 88: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 87-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM QUATORZE

ALGUNS PONTOS VITAIS ACERCA DA PRÁTICA DOS GRUPOS VITAIS

A NECESSIDADE DE TREINAMENTO PARA LEVAR A CABO A MANEIRA ORDENADA POR DEUS

Para praticarmos a vida da igreja de acordo com a maneira ordenada por Deus, precisamos ser treinados. Em nossa prática da vida da igreja na restauração do Senhor, somos muito livres. Se formos livres demais ao fazer as coisas, estaremos terminados. As coisas apropriadas, para serem realizadas, têm de ter um objetivo definido junto com um controle estrito. Se cada um de nós tiver a liberdade de trabalhar de acordo com o que sente que está certo, a obra não acontecerá.

Na restauração do Senhor, damos muita atenção à espiritualidade. O irmão Nee e eu demos centenas de mensagens sobre essa linha, enfatizando que nada devemos fazer de acordo com a nossa maneira e pela nossa força, mas mediante oração e confiança no Senhor. Isso é muito bom, mas podemos usar oração e confiança no Senhor como uma desculpa para usar a liberdade de fazer o que é certo aos nossos próprios olhos. Podemos dizer que porquanto não sentimos que determinado ponto vem do Senhor, não vamos fazer isso. Assim, temos a liberdade de fazer o que quisermos. Na restauração hoje, há liberdade em toda parte.

Os EUA são um país de liberdade, mas aqueles no serviço militar deste país abrem mão de sua liberdade. Quando você entra no serviço militar, eles cortam seu cabelo e lhe dão roupas novas para usar. No serviço militar, você não tem escolhas, preferências. Não tem liberdade de fazer o que quer. Aqueles que estão no serviço militar sofrem a perda de sua liberdade para a defesa de todo o país. Eles ficam sob um treinamento estrito. Para levantar os grupos vitais adequadamente, há a necessidade de treinamento. Formamos esses grupos vitais porque não temos outra maneira de prosseguir com a igreja de uma maneira geral.

A reunião de treinamento não é uma reunião da igreja. Para uma reunião da igreja, você pode chegar tarde e ninguém vai dizer nada a você, mas para uma reunião de treinamento você é obrigado a chegar na hora. Devemos estar cônscios da diferença entre o treinamento e as reuniões da igreja. No treinamento, estamos dispostos a renunciar à nossa liberdade de modo a podermos ser aperfeiçoados para ser mais úteis para o Senhor.

ORAR LIBERANDO NOSSO ESPÍRITO, SEM CESSAR PARA REMIR NOSSO TEMPO

Nesta mensagem, gostaria de começar a ter algum treinamento prático para os grupos vitais. Orar é muito necessário. Devemos orar não só quando nos reunimos em nossos grupos vitais mas também em nossas horas privadas. Temos de aprender como usar nosso tempo para oração. Podemos usar a desculpa de que estamos ocupados demais, mas todos nesta terra estão ocupados. Até mesmo um

Page 89: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 88-

mendigo pode dizer que está ocupado. Podemos pensar que quando uma pessoa perde seu emprego, ela não estará mais ocupada. Quando perde o emprego, aí é que ficará mais ocupada ainda.

Muitas coisas nesta terra requerem nossa ação e demandam nosso tempo. Porquanto muitas coisas demandam nosso tempo, precisamos nos exercitar para remi-lo. Podemos gastar tempo em muitas coisas insignificantes. Uma pessoa pode levar dois ou vinte minutos para pentear o cabelo. Isso depende de como ela faz isso. Alguns jovens podem gastar vinte e cinco minutos para pentear e dar um trato no cabelo. Essa é uma ilustração de como podemos desperdiçar nosso tempo.

Podemos dizer que não temos tempo para orar porque estamos muito ocupados, mas quando recebemos um telefonema, parece que não estamos mais tão ocupados. Temos muito tempo para falar ao telefone livremente. Com bastante freqüência, disse às pessoas que o telefone é muito “pegajoso”. Parece que quando as pessoas pegam no telefone, não conseguem largar. Se quisermos amar orar e considerar a oração do jeito que consideramos falar ao telefone, vamos ter muito tempo para orar. É uma mentira dizer que não temos tempo para orar. Temos tempo para fazer muitas outras coisas, mas temos um tipo de ócio tornado hábito quando chega a hora de orar.

Para sermos úteis, membros operantes do Corpo de Cristo, precisamos aprender a como remir nosso tempo (Ef 5:16). Dia a dia estamos perdendo nosso tempo, de modo que temos de remi-lo. Precisamos restringir as longas conversas ao telefone. Além disso, quando estamos tendo um tempo com o Senhor para orar, é melhor tirar o telefone do gancho. Nossa hora de oração é muito importante de modo que durante esse tempo não aceitamos qualquer telefonema. Nos grupos vitais, a primeira coisa que precisamos aprender é orar. Para remir nosso tempo, precisamos orar sem cessar (1Ts 5:17). Se não orarmos, nosso grupo não será vital.

A NECESSIDADE DE NOSSO CONCEITO SER MUDADO PARA PERCEBER QUE VAI LEVAR TEMPO E LABOR

PARA GANHAR FRUTOS QUE PERMANECEM NA VIDA DA IGREJA

Primeiro, precisamos aprender a orar. Segundo, temos de mudar nosso conceito, o conceito de pensar que as pessoas podem ser salvas e introduzidas na vida da igreja de uma forma rápida. É claro, as pessoas podem ser regeneradas num instante. Mas é difícil encontrar um crente apropriado que não tenha recebido o cuidado adequado. Como membros dos grupos vitais, temos de abandonar a idéia de ganhos rápidos e resultados fáceis.

Precisamos do tempo e labor adequados para levantar os novos crentes. Precisamos estar preparados para gastar dois anos para conseguir alguém que seja salvo, nutrido, alimentado, ressuscitado e até certo ponto, aperfeiçoado para ser um que esteja totalmente na vida da igreja. Se puder ganhar um pecador até o ponto de ele estar plenamente na vida da igreja como membro normal dentro de dois anos, isso será maravilhoso. Temos de nos preparar psicologicamente para adotar a maneira do labor.

Não devemos pensar que podemos ganhar uma “fortuna” do dia para a noite no evangelho. Você pode pensar que está sendo treinado para ser o “mágico” que pode instantaneamente obter grandes resultados, mas esse conceito está errado. Estamos sendo treinados para ser os que laboram. Ganhar

Page 90: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 89-

alguém e cuidar dele até que esteja plenamente estabelecido na vida da igreja, não é uma coisa fácil. Precisamos perceber que nós provavelmente vamos precisar de mais dois anos para conseguir alguém salvo, nutrido e crescendo a tal ponto que permaneça na vida da igreja. Vocês precisam se preparar. Não saiam esperando que possam ganhar uma fortuna instantânea.

Quando alguém for salvo por você, essa pessoa se torna seu bebê espiritual. Se não tiver essa percepção, não será capaz de mantê-la na vida da igreja. Em janeiro de 1993, esperamos começar a sair para a pregação do evangelho. Não devemos esperar que em 1993 vamos ganhar uma pessoa que fique solidamente na vida da igreja. Não estou falando de meramente conseguir alguém que creia em Cristo e seja batizado dentro de um ano. Isso não é muito difícil, mas ganhar alguém que permaneça sob seu cuidado, que aprenda os ensinamentos de Bíblia, esteja disposto a ser nutrido por você e seja plenamente introduzido na vida da igreja, isso não é fácil.

Precisamos ganhar alguém a quem consideremos como nosso filho. Isso faz uma grande diferença. Antes de algumas irmãs terem filhos, podemos imaginar como teriam a capacidade de criá-los. Mas quando tiveram-nos, elas ficaram diferentes. Quando tiveram filhos, elas são para nada mais exceto para os filhos. Precisamos cuidar de nossos novos considerando-os nossos bebês.

Paulo disse aos tessalonicenses que era como uma mãe que cuidava deles como se fossem seus filhos (1Ts 2:7). Ele disse aos coríntios que era seu pai espiritual, que os gerara por intermédio do evangelho (1Co 4:15). Sua Epístola a Filemom nos mostra a maneira de cuidar de um novo. Todos temos de mudar nosso conceito. Na obra do Senhor, não devemos esperar resultados rápidos. Na verdade, no âmbito físico, leva dezoito anos para cuidar de um filho, quando então aquele filho poderá ser considerado um adulto. Uma vez que leva tanto tempo para criar um filho no âmbito físico, como

podemos esperar criar um filho de Deus, um cristão, em meio ano? Se quisermos o aumento e os frutos que permanecem, então vamos ter de cuidar desse filho.

A longo prazo, não é proveitoso gerar muitos filhos de uma forma rápida. Deus ordenou que as pessoas gerassem filhos de uma forma lenta. Deus criou um único homem e disse-lhe que fosse prolífero, se multiplicasse e enchesse toda a terra (Gn 1:28). O homem encheu a terra a tal ponto que muitas pessoas estão preocupadas como a explosão demográfica. Espiritualmente falando, entretanto, falta-nos filhos porque não praticamos a maneira ordenada por Deus para crescer. Apenas praticamos alguma coisa de acordo com nossa maneira e nosso gosto.

Podemos sair para pregar o evangelho e salvar alguém. Depois de gastar algum tempo com esse novo, porém, podemos não ter qualquer desejo de prosseguir com o Senhor. Então podemos sair e conseguir outro mais salvo, mas depois de três meses, ele vai embora. Esses tipos de experiências podem desencorajar-nos e fazer com que percamos nosso desejo de ganhar crescimento. Podemos querer esquecer de esforçar-nos para ganhar o aumento porque tentamos e falhamos. Esse é o motivo de precisarmos de treinamento. Esse treinamento vai preparar-nos para ganhar pessoas para o aumento e edificação da igreja. Se adotarmos a maneira do labor, laborando e laborando sem pôr ênfase nos resultados, seremos muito frutíferos. Se um irmão tiver trinta anos de idade hoje e o

Page 91: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 90-

Senhor lhe der mais quarenta para viver, ele pode ganhar mais cinqüenta pessoas como frutos que permanecem nesses quarenta anos. Precisamos laborar e laborar usando o treinamento como meio.

ABANDONAR NOSSA PRÓPRIA MANEIRA PARA ADOTAR O TREINAMENTO COMO MEIO

Outro ponto que gostaria de ressaltar é que precisamos abandonar nossa própria maneira. Se alguém quiser aprender uma profissão como carpintaria, ele precisa abandonar sua própria maneira e adotar o treinamento como meio. Ele precisa aprender a profissão de carpintaria segundo a maneira do instrutor, senão vai fracassar. Não devemos pensar que é fácil pregar o evangelho para conseguir pecadores salvos. Devemos pregar o evangelho, mas não podemos fazer isso de acordo com nossa maneira natural. Temos de aprender a pregar o evangelho na forma de treinamento, não de uma forma que seja de acordo com nossa disposição, caráter e características peculiares.

Todos temos nossa disposição particular, nosso caráter e nossas características peculiares. Essas três coisas nos tornam nulos em tudo. Algumas irmãs entre nós são enfermeiras. Elas não podem ser boas enfermeiras se trabalharem segundo sua própria disposição, seu caráter e suas características peculiares. Dependendo da disposição das

enfermeiras, os pacientes podem ser tanto ajudados como prejudicados por elas. Uma enfermeira com a disposição adequada pode tornar um paciente feliz. Muitas enfermeiras, entretanto, não fazem seus pacientes se sentir felizes e confortáveis por causa de sua disposição particular. Isso nos mostra que para cuidar de pessoas para o evangelho, precisamos aprender a negar nosso ego, que inclui nossa disposição, caráter e características peculiares. Precisamos aprender a pregar o evangelho, não segundo nossa maneira mas tendo o treinamento como meio.

Em nossas orações nesses dias, precisamos orar por três coisas. Primeiro, precisamos orar: "Senhor, ensina-me como remir meu tempo." A única maneira de remirmos nosso tempo é orar. Graças ao Senhor que nada é tão conveniente como orar. Podemos orar em qualquer lugar. Enquanto estamos dirigindo o carro, podemos orar. Podemos remir o tempo o dia inteiro mediante oração.

Segundo, precisamos orar para que nossa psicologia possa ser mudada. Precisamos ser preparados para perceber que vai levar tempo para ganhar pessoas como frutos que permanecem na vida da igreja. Mas há um princípio em todo o universo que quando pregamos, pessoas vão crer. Esse é um princípio estabelecido por Deus. Dessa forma, temos de orar e pregar laborando.

Terceiro, também precisamos orar para que não preguemos de acordo com nossa maneira mas tendo o treinamento como meio.

FREQÜENTAR AS REUNIÕES DA IGREJA,

PRINCIPALMENTE AS REUNIÕES DE ORAÇÃO

Os membros de todos os grupos vitais também devem freqüentar as reuniões regulares da igreja. Particularmente, todos nós temos de nos esforçar para vir às reuniões de oração. Temos de fazer algo para salvar a reunião de oração. Temos praticado a vida da igreja nos EUA por cerca de trinta

Page 92: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 91-

anos. Nesse período de tempo, um hábito negativo foi formado, qual seja, que a maioria dos membros da igreja despreza a reunião de oração.

Todos nós precisamos fazer o máximo para irmos às reuniões de oração. Por causa desse treinamento com os grupos vitais, a reunião de oração da igreja aqui tem sido grandemente ajudada e resgatada. Tenho orado quase toda semana para que o Senhor aumente a freqüência nas reuniões de oração.

Também, quando vamos à reunião de oração, somos obrigados a orar e orar não somente uma vez. Não faça longas orações. Não precisa elaborar nada. Simplesmente diga ao Senhor o que quer. As orações de alguns santos contêm muita elaboração. Suas orações não são espontâneas. Nunca se esqueçam que é mais fácil obter uma resposta a uma oração curta. A melhor oração é aquela com frases curtas. Alguns santos proferem longas frase em suas orações, mas não precisamos fornecer ao Senhor os motivos e explicações em nossas orações. Ele já sabe essas coisas de modo que devemos simplesmente dizer-Lhe o que queremos.

NEGAR NOSSA DISPOSIÇÃO NAS REUNIÕES

Alguns santos em nosso meio são ousados demais nas reuniões. Eles são ousados para conduzir os demais para cantar determinado hino e depois cantá-lo repetidas vezes. Mas o hino que escolheram e pediram para os santos cantar outra vez era o hino errado. Se pedirmos aos santos fazer isso, precisamos ter a sensação de que a atmosfera da reunião sinaliza que todos os santos vão gostar de cantar esse hino outra vez. Então, quando for pedido aos santos cantar novamente, eles ficarão contentes com isso. Precisamos aprender a sentir o clima e o pendor da reunião. Se certos irmãos ousados encurtassem suas longas orações e parassem de dar instruções nas reuniões até aprender a sentir o clima e o pendor da reunião, seus espíritos seriam edificados.

Os ousados entre nós precisam negar sua disposição ousada. De semelhante modo, os tímidos entre nós precisam negar sua disposição tímida. Sua timidez anula muito sua função. Quando falam, devem exercitar ousadia para falar de uma forma vigorosa. Quando falam e funcionam retraidamente, isso não edifica seus espíritos. Se tentarem funcionar de uma forma vigorosa, isso vai edificar seus espíritos e fazê-los crescer.

EXERCITAR NOSSO ESPÍRITO NAS REUNIÕES

Temos de perceber que as reuniões constituem o ajuntamento dos filhos de Deus para adorá-Lo. João 4:24 diz que Deus é Espírito e aqueles que O adoram, O adorem em espírito. Toda reunião da igreja é uma hora para fazermos coisas no espírito porque é a hora de adorá-Lo. O único, o básico, o estrito princípio na adoração a Deus é que precisamos exercitar nosso espírito.

Precisamos exercitar nosso espírito o tempo todo na reunião. Quer falemos ou não, precisamos exercitar nosso espírito. Se não falarmos, isso deve ser porque o Espírito nos guia a não falarmos. Quando falamos, também fazemos isso por causa da orientação do Espírito. Assim, tudo o que fizermos na reunião deve ser o resultado do exercício do espírito, mas somos tão negligentes nessa questão. Podemos exercitar nosso espírito somente quando sentimos que precisamos orar ou falar

Page 93: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 92-

alguma coisa, mas precisamos exercitá-lo o tempo todo. Sou nutrido em cada reunião porque a despeito de se funciono ou não, estou na reunião no Espírito com o exercício de meu espírito. Porquanto exercito meu espírito, desfruto o espírito dos outros. Quando você está no espírito, eu sinto isso. Quando não está no espírito, eu também sinto isso. Todos precisamos aprender e edificar o hábito de exercitar nosso espírito o tempo todo.

Page 94: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 93-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM QUINZE

OUTRA COMUNHÃO SÉRIA ACERCA DA PRÁTICA DOS GRUPOS VITAIS

A NECESSIDADE DE REGENERAÇÃO, TRANSFORMAÇÃO, E CONFORMAÇÃO PARA SER A NOVA CRIAÇÃO

A revelação básica do Novo Testamento é que nós, os descendentes de Adão, a despeito de sermos pecadores ou justos, de bons ou maus, estamos totalmente na velha criação. Quer seja bom ou mau, você precisa ser regenerado. Mesmo se não fosse pecador, ainda precisaria ser regenerado. Muitos têm o conceito de que precisamos ser regenerados porque somos maus. Mas todas as pessoas, não importa se são boas ou más, precisam ser regeneradas.

Em Gênesis 2, vemos duas árvores: a árvore da vida e a árvore do bem e do mal (v. 9). Isso mostra que o bem não pertence à vida. O bem pertence a Satanás. A intenção de Deus não é ter um homem bom, mas torná-lo um novo homem fora do velho homem. É por isso que precisamos nascer de novo, sermos regenerados com a vida divina. A idéia básica da revelação do Novo Testamento é que precisamos ser uma nova pessoa.

Nicodemos era uma pessoa de alta categoria, elevada moral, que considerava Cristo como um mestre que tinha vindo de Deus (Jo 3:2). Isso indica que ele deve ter pensado que precisava de ensinamentos para se aperfeiçoar. Mas o Senhor Jesus lhe respondeu dizendo: "Em verdade, em verdade te digo: Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." (v. 3). Nascer novo é nascer outra vez, que é ser regenerado com a vida divina, uma vida diferente da vida humana recebida pelo nascimento natural.

Depois de nascer de novo, ainda estamos muito na antiga criação, de modo que a Bíblia continua mostrando-nos que depois da regeneração ainda precisamos ser renovados (Ef 4:23; Rm 12:2; 2Co 4:16). Segunda Coríntios 3:18 nos mostra que quando contemplamos o Senhor com uma face desvendada, somos transformados à Sua imagem. Romanos 8:29 nos diz que precisamos ser conformados à imagem do primogênito Filho de Deus. O modelo para o qual estamos sendo transformados é Cristo como o primogênito Filho de Deus. Ele é totalmente diferente do homem natural, de nós. Precisamos ser renovados, transformados e por fim conformados à imagem de Cristo. Depois de sermos regenerados, podemos amar o Senhor e buscá-Lo. Podemos ser muito religiosos, pios e até “divinos”, mas ainda estaremos na velha criação. Todos precisamos ser renovados, transformados e conformados à imagem de Cristo.

É NECESSÁRIA TRANSFORMAÇÃO NA MANEIRA DE ORARMOS

É por isso que fizemos o máximo para reajustar a maneira de orarmos. Nossa maneira anterior não era a oração proveniente da nova criação, mas da velha, segundo a maneira antiga e natural. Agora

Page 95: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 94-

gostaria de ler e comentar sobre algo que o irmão Watchman Nee disse em sua comunhão acerca do ministério de oração da igreja:

“Durante nossa oração, precisamos também nos guardar de orações que não são orações.

Irmãos e irmãs, na oração precisamos ser quebrados. Ser quebrado significa ser terminado, significa “Não mais eu, mas Cristo vive em mim" (Gl 2:20a).”

Quero enfatizar a palavra do irmão Nee, de que devemos nos guardar contra orações que não são orações. Podemos orar muito, mas o que oramos pode não ser de fato uma oração. É por isso que reajustei nossas orações. Podemos pensar que já que alguém está orando, isso é maravilhoso. Quando alguém ora, podemos sentir que meramente porquanto ele orou, isso foi uma oração, mas o irmão Nee disse que durante nossas orações, precisamos nos guardar contra as orações que não são orações.

O irmão Nee prossegue:

“Satanás não vai somente tirar nosso tempo de oração, mas também tirar de nós a força para orar. Ele virá enquanto estivermos orando para nos compelir a falar muitas palavras vãs, desconexas, confusas, supérfluas. Isso vai nos compelir a pedir em vão e desperdiçar nosso tempo de oração”.

Essas palavras vãs, desconexas, confusas e supérfluas podem ser proferidas quando fazemos longas orações. Longas orações estão cheias de tais palavras. Satanás usa essas longas orações para exaurir-nos, nos tirar a energia. Podemos orar por dez minutos, mas esses dez minutos podem ser um desperdício de tempo.

O irmão Nee continua:

“Ele vai tentar ocupar seu tempo de oração de tal modo que o efeito de nossa oração resultará em zero. Muitas orações carnais, velhas, longas, mundanas, frias e erráticas são orações que consomem e desperdiçam tempo”.

A palavra mundana não significa meramente terreno, mas algo mundano mesmo, natural e carnal. Uma coisa mundana não é espiritual mas carnal, não santificada ou celestial, mas mundana mesma. Tais orações mundanas e longas são orações que consomem e desperdiçam tempo. Precisamos perceber que muitas vezes em nossas reuniões do passado, nossas orações eram assim.

O irmão Nee prossegue dizendo:

“Pode parecer que estamos apenas orando conforme nosso hábito, mas dentro dessas orações há sugestões, instigações e enganos de Satanás”.

O irmão Nee era mais estrito do que eu. Ele considerava que nessas longas orações, havia até sugestões, incitações e enganos de Satanás.

Ele disse:

Page 96: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 95-

“Se não vigiarmos, nossas orações serão desconexas e infrutíferas. Um irmão mencionou uma história que leu na biografia sobre Evan Roberts. Certa vez, algumas pessoas estavam em sua casa orando por alguma coisa. No meio da oração de um irmão, Evan Roberts se levantou e cobriu a boca do irmão, dizendo: ‘Irmão, não prossiga. Você não está orando.’ O irmão, lendo essa história, disse dentro de si mesmo: ‘Como pôde Evan Roberts ter feito isso?’ Mas mais tarde ele percebeu que Evan Roberts estava certo. Muitas palavras em nossas orações são proferidas pela carne através da instigação de Satanás. Essas orações podem ser longas, mas muitas delas são impraticáveis e inúteis. Irmãos e irmãs, isso é um fato. Muitas vezes em nossas orações, parece que giramos ao redor do mundo inteiro. O tempo é gasto e a força é exaurida, e ainda assim nenhuma oração no ponto central foi feita. Não podemos esperar que Deus responda a esse tipo de oração. Esse tipo de oração não tem qualquer valor espiritual. Por isso, ao orarmos, temos de estar vigilantes e não despender tempo demais ou dar muitas razões.”

Ao orarmos, não devemos dar muitas razões. Ao invés de darmos ao Senhor uma descrição com muitas razões, devemos simplesmente dizer-Lhe o que queremos. Recentemente, numa reunião de cooperadores, disse aos irmãos que suas orações eram muito rebuscadas, mas alguns deles ainda gostam de dar ao Senhor muitas razões em suas orações. Não precisamos dar ao Senhor as razões de por que precisamos de poder. Devemos simplesmente orar: "Senhor, dá-nos o poder." As razões são apenas uma decoração em nossas orações. Decoramos nossas orações com muitas razões que as tornam supérfluas.

O irmão Nee prossegue dizendo-nos como devemos orar:

“Antes, devemos falar para Deus o que está em nosso coração de uma forma sincera. Nunca devemos encher nossa oração com tantas palavras vazias”.

Isso mostra que precisamos ser transformados não só em nossa vida diária mas em nossas orações nas reuniões. Alguns santos entre nós costumavam orar muitas vezes na reunião de oração fazendo longas orações. Isso significa que suas orações eram carentes de transformação.

NOSSA NECESSIDADE DE SERMOS TRANSFORMADOS EM TUDO

Alguns de vocês foram exteriormente reajustados em suas orações, mas preocupo-me que não tenham sido transformados e conformados à imagem do primogênito Filho de Deus. Preocupo-me que possam estar se comportando exteriormente. Comportar-se dessa forma é fingir e fingimento é uma mentira com roupagem exterior bonita. Você pode ter certa aparência exterior como uma capa, mas não há verdadeira transformação ocorrendo dentro de você. Precisamos ser transformados em nossas orações, na forma que adoramos e em nossa vida de reuniões. Precisamos ser transformados em tudo.

O Novo Testamento exige que sejamos regenerados, renovados, transformados e conformados à imagem de Alguém, à imagem do primogênito Filho de Deus. Quem é Esse que, como Deus e homem, passou pela morte e ressurreição. Como o próprio Deus, Ele Se tornou um homem e foi um homem perfeito, mas até esse homem perfeito teve de passar pela morte e ressurreição. A morte e ressurreição O transformaram

Page 97: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 96-

Antes de Sua encarnação, Cristo, o Divino, já era o Filho de Deus (Jo 1:18; Rm 8:3). Pela encarnação, Cristo revestiu-Se de um elemento, a carne humana, que nada tinha a ver com divindade. Essa Sua parte precisava ser santificada e enaltecida passando pela morte e ressurreição. Pela ressurreição, Sua natureza humana foi santificada, enaltecida e transformada. Assim, pela ressurreição, Ele foi designado o Filho de Deus com Sua humanidade (Rm 1:4; At 13:33; Hb 1:5). Precisamos ser transformados e conformados à imagem Dele, que passou pela morte e ressurreição para Se tornar o primogênito Filho de Deus.

NOSSO EGO PRECISA SER NEGADO

O Senhor Jesus também nos disse que se quisermos segui-Lo, temos de negar a nós mesmos (Mt 16:24). O ego inclui todo o nosso isolamento, individualismo, disposição, caráter e peculiaridade. O ego é toda a nossa pessoa natural. Temos de negar a nós mesmos não só em oração mas também em tudo. Na vida da igreja, muitos de nós nos comportamos e agimos de acordo com o que somos e com o que é totalmente natural.

Você pode ser uma pessoa muito boa, mas sua bondade é uma ofensa ao Espírito. Você é bonzinho mas não está no Espírito, mas é bonzinho em seu ego, em sua vida natural.

VERDADEIRA MUDANÇA NA TRANSFORMAÇÃO

Alguns estão há anos na restauração, mas não tem havido verdadeira mudança dentro deles. Podem ter mudado muito de maus para bons. Essa é a mudança que vimos, mas não é a mudança pela transformação da velha para a nova criação. Acolhemos a mudança que advém pela transformação, mas não aquela de mau para bom. Precisamos de uma mudança da velha para a nova criação. Não queremos uma mera mudança exterior. A transformação é algo interior, tratando com a constituição de nosso ser, implica num tipo de metabolismo; é uma mudança interior pelo acréscimo de um novo elemento para dentro da própria essência de nosso ser.

Há muitas coisas relacionadas conosco e com nosso serviço na vida da igreja que não estão no Espírito. Podem ser coisas positivas e até mesmo coisas boas, mas que não estão no Espírito. Precisamos de transformação, senão a vida da igreja não poderá existir como deveria. O que existe entre nós em grande quantidade é algo natural, da velha criação.

Podemos ter muitas coisas boas na vida da igreja, mas a Bíblia põe o bem junto com o mal segundo a categoria da árvore do bem e do mal. Tanto o bem como o mal pertencem à mesma categoria, à mesma árvore. Há outra árvore que é tão simples: a árvore da vida. Vida é puramente Deus, de modo que a árvore da vida é a árvore de Deus.

O PADRÃO DE PAULO

Paulo nos disse que antes de ter recebido o Senhor, ele atingira o topo de sua religião (Gl 1:14). Ele até disse que tinha se tornado irrepreensível com respeito à justiça que há na lei (Fp 3:6). Paulo era irrepreensível segundo o juízo de homens, mas por fim disse: “Fui crucificado". Não importa se sou bom ou mau, "estou crucificado com Cristo; e não sou eu quem vive mas Cristo vive em mim" (Gl 2:20a). Assim, em nossa oração e em tudo que fazemos na vida da igreja, devemos ter a certeza de

Page 98: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 97-

que não é nossa ação, mas a ação de Outrem, que passou pela morte e ressurreição e que agora está vivendo em nós. Isso é o que quer dizer uma vida de transformação.

CINCO PONTOS CRUCIAIS PARA NOSSAS BUSCA

Os grupos vitais já existem há nove semanas. Até aqui, já abordei principalmente cinco coisas para vocês buscarem.

Buscar Ser Mesclado

Primeiro, precisamos ser mesclados mediante muita e cabal oração em amor. Esse mesclar não é de uma vez por todas. Temos de praticar esse mesclar até que vejamos o Senhor. Ainda não fomos totalmente mesclados. Para isso, precisamos liberar nosso espírito.

Na verdade, quando digo que precisamos ser liberados, isso não significa somente orar. Quando nos ajuntamos nos grupos vitais, devemos liberar a nós mesmos, abrindo-nos uns aos outros. Podemos estar juntos há anos, mas não conhecemos de fato uns aos outros. Pelo contrário, gostamos de nos esconder em determinadas coisas dos santos. Temo que nenhum de nós de fato se abriu. Todos nós estamos fingindo ser “bons” membros dos grupos vitais. Podemos nos mostrar e nos comportar como damas e cavalheiros amáveis, mas isso é isolamento. Não queremos conversar abertamente com os santos em nosso grupo vital porque somos herméticos, impenetráveis. Falar abertamente com uma comunhão íntima e cabal em Cristo, isso é ser liberado.

Não nos abrimos aos outros porque tememos ser conhecidos por eles. Como conseqüência, não conseguimos receber a cura interior da parte do Senhor. Podemos estar com “gangrena”, mas ainda assim queremos cobrir e ocultar nossa moléstia dos outros. Precisamos perceber que os outros membros de nosso grupo vital são os nossos doutores. Se nos abrirmos de uma forma adequada aos outros santos em nosso grupo, seremos curados, mas ao invés de nos abrirmos, todos se ocultam. Alguns de nós foram liberados, mas não ainda totalmente liberados porque não estamos acostumados a nos abrir para os outros. Não somos abertos, mas fechados e herméticos.

Quando nos ajuntamos, podemos sentir que não há muito que fazer. Eu disse que as reuniões de grupo constituem oitenta por cento da vida da igreja e que o primeiro item das reuniões de grupo é juntar-se para ter comunhão de uma forma íntima, cabal e espontânea. Talvez uma irmã possa se abrir e dizer: "Não suporto meus filhos. Vocês podem me dizer como posso vencer meu temperamento?" Por que não nos abriríamos dessa maneira? Ao invés de ver um cenário de comunhão íntima nos grupos vitais, vejo um cenário de procedimento. Todo mundo se comporta bem, ninguém quer cometer um erro. Todos querem ser o “bom rapaz” e a “boa garota”. Tenho visto isso por anos e estou desgostoso com esta situação. Quero ver um grupo de santos sequiosos juntando-se para ganhar o Senhor Jesus.

Mas onde poderemos ver um grupo de santos praticando a revelação do Novo Testamento hoje em dia? Quem está negando a si mesmo? Quem está sendo renovado, transformado e conformado à imagem Daquele que passou pela morte e ressurreição? Gradualmente, ficamos à deriva na prática rotineira da vida da igreja, mas onde está o Espírito e onde está a orientação do Senhor? Não há

Page 99: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 98-

muita orientação do Espírito entre nós; pelo contrário, vocês agem à sua maneira e eu ajo à minha maneira. Vocês oram à sua maneira e eu oro à minha maneira. Quem vai ser reajustado? Quem vai aprender? Se não formos reajustados e transformados interiormente, então onde ficará a vida da igreja?

Perdemos o impacto para ganhar os pecadores porque somos um grupo de pessoas que se comportam. Não temos a verdadeira espiritualidade com o poder das alturas como impacto. Em quase tudo, perdemos nosso impacto espiritual. Isso porque precisamos de um treinamento rigoroso. Senão, não haverá remédio para nossa situação. Amamos a restauração, o Senhor, a igreja e somos tão bons. Nós nos comportamos de modo que não ofendemos a ninguém ou não cometemos erros na vida da igreja. Entretanto, isso

não é a vida da igreja, mas é um tipo de clube social de alto nível. A vida da igreja, porém, é o grupo dos que amam a Jesus e que O buscam.

Esses que amam a Jesus são aqueles que, depois de serem regenerados, prosseguem para aprender a lição de negar a si mesmos em tudo de modo que possam ser renovados. Estão vivendo, servindo e se reunindo não pela suas próprias ações e ajustamentos, mas pela orientação do Espírito Santo. Estão sendo renovados até na maneira de lidarem com seus filhos e como falam com seus cônjuges.

Um irmão que esteja no processo de ser renovado, precisa confessar: "Senhor Jesus, estou errado em minha atitude, em meu sentimento interior, em minha expressão, em minha palavra e em meu tom para com minha esposa. Todas essas coisas são da velha criação”. Nossa palavra pode ser correta, mas o tom com que falamos pode estar errado. O tom não está no Espírito. Os maridos precisam de tal confissão ao Senhor, do seu sentimento interior, de sua atitude, expressão, tom e palavra para com suas esposas. Precisamos confessar ao Senhor que nosso falar com nossas esposas não está no Espírito. Os irmãos podem ser capazes de fingir diante dos santos, mas não conseguem fingir diante das esposas. Muitas vezes, a palavra dos maridos às esposas não é espiritual.

Isso mostra que precisamos ser transformados em tudo. O Senhor precisa de um grupo de pessoas que foram regeneradas, renovadas, transformadas e conformadas ao primogênito Filho de Deus de modo que podem ser edificados juntos. Essa edificação é o Corpo e a vida prática da igreja.

Gosto que o Senhor tenha levantado tantas igrejas na terra, mas a situação atual das igrejas com respeito à prática da maneira ordenada por Deus não está ao nível do padrão. É por isso que precisamos levantar os grupos vitais. O remédio está aqui. Nos grupos vitais, precisamos ter muita e cabal oração para nos mesclarmos com os outros em amor. Sempre que nos ajuntamos, devemos nos abrir uns aos outros para ter uma comunhão plena e íntima.

Page 100: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 99-

Buscar Ser Enchido com o Espírito Interiormente e Exteriormente

Primeiro, temos de orar para que sejamos mesclados com os outros em amor. Segundo, precisamos buscar o Espírito. Devemos orar continuamente: "Senhor, enche-me totalmente. Transfunde-Te como o Espírito para dentro de meu ser, de minha constituição e derrama-Te como o Espírito de poder sobre mim." Temos de orar todos os dias. Essa deve ser nossa prática até que o Senhor volte.

Orar sem Cessar Exercitando Nosso Espírito para Redimir o Tempo

Terceiro, temos de orar sem cessar (1Ts 5:17) exercitando nosso espírito (1Tm 4:7) para remir o tempo (Ef 5:16). Precisamos praticar isso todos os dias. Uma irmã que é dona de casa pode orar enquanto está cozinhando ou lavando os pratos. Isso é orar sem cessar.

Precisamos vigiar para orar porque estamos numa guerra todos os dias. Uma mãe pode perder a calma com seus filhos, mas mesmo que confesse sua derrota ao Senhor, isso não é um bom exemplo. Os filhos podem ter uma impressão que não poderão esquecer. Assim, eles são ofendidos e a mãe é derrotada diante de Satanás. Diariamente nossa vida cristã está num estado de guerra. Não estamos lutando contra o sangue e carne, mas contra os principados, potestades e dominadores nos lugares celestiais (Ef 6:12). Satanás e seus subordinados estão observando que tipo de vida vivemos. Estão vigilantes para ver como uma irmã trata seus filhos e seu marido. É por isso que precisamos orar em todo o tempo.

A única maneira de podermos liberar nosso espírito é orar. Não devemos orar de nossa forma habitual, natural, repetitiva e elaborada, mas orar novos itens. Se uma irmã tem filhos, ela pode mencionar os nomes de seus filhos ao Senhor três vezes por dia. Também podemos orar por todos os santos nos grupos vitais. Cada santo deve ter uma lista impressa de todos os santos nos grupos vitais. Enquanto uma irmã está lavando os pratos, ela pode ter essa lista próximo e orar: "Senhor, lembra-Te da irmã Fulana, e o irmão Beltrano... " Essa é a verdadeira oração. Isso não é uma elaboração, não é uma longa oração que desperdiça nosso tempo e exaure nossa energia. Podemos orar pelas igrejas na comarca de Orange, no sul da Califórnia, as igrejas no resto da Califórnia, as igrejas em todos os Estados Unidos e as igrejas em todo o mundo. Precisamos orar sem cessar.

Devemos também orar para sermos renovados, transformados e conformados à imagem de Cristo. Então ganharemos um pouco de transformação todos os dias. Não seremos os mesmos que éramos há três anos ou até há três dias. Todos os dias precisamos ser renovados, transformados e conformados. Essa é a maneira de vivermos Cristo e sermos edificados como o organismo do Deus Triúno. Essa é a verdadeira vida da igreja.

Não devemos pensar que é suficiente ter deixado as denominações e nos reunirmos juntos na base da unidade. E quanto ao conteúdo da vida da igreja? Vamos ficar satisfeitos com a vida da igreja na qual temos uma maneira rotineira de nos reunirmos e uma forma esquemática de servir com todas as coisas feitas de nosso modo natural, de acordo conosco mesmos? Os presbíteros podem saber que precisam fazer algo, mas

Page 101: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 100-

podem não ousar tocar ou reajustar alguns dos santos porque eles podem facilmente ficar ofendidos. É por isso que fui forçado a ter tal treinamento para formar os grupos vitais. Tenho falado sobre a nova maneira, a maneira ordenada por Deus há oito anos, mas poucos praticaram isso plenamente. Neste treinamento, preciso ser fiel ao lhes dizer a verdade. Não posso enganá-los. Espero que vocês recebam misericórdia da parte do Senhor para não ficarem ofendidos mas aperfeiçoados.

Não Fazer Coisas à Sua Própria Maneira mas de uma Forma Coordenada

Quarto, precisamos ser aperfeiçoados para fazer as coisas de uma forma coordenada, não de acordo com a nossa própria maneira. Não podemos nos tornar membros qualificados e equipados dos grupos vitais da noite para o dia. Precisamos de meses para nos edificar. Temos de orar para que sejamos mesclados, para que sejamos enchidos com o Espírito, para que possamos remir nosso tempo orando sem cessar e que possamos fazer as coisas no serviço, não de acordo com nossa própria maneira mas segundo a maneira coordenada, dispostos a renunciar à nossa liberdade.

Tratar com Nossa Disposição, Caráter e Características Peculiares

Quinto, precisamos orar para sermos tratados em nossa disposição, caráter e características peculiares. Essas três coisas são as mais difíceis de tratar na vida da igreja. Todos temos o nosso ego e este é constituído de nossa disposição, caráter e características peculiares, nossa idiossincrasia.

Fiquei contente por ver alguns de nós recentemente funcionando na reunião, esses que costumavam ficar em silêncio. Alguns de nós têm ficado silenciosos nas reuniões há anos. Precisamos receber a misericórdia do Senhor para ter uma mudança interior, metabólica em nossa disposição quieta. Precisamos orar: "Senhor, tem misericórdia de mim. Renova-me e transforma-me. Transforma-me em cada parte de meu ser em minha vida diária e em meu serviço a Ti na vida da igreja. Transforma-me de tal forma que eu ore, especialmente nas reuniões." Precisamos perceber que tudo o que fazemos proveniente do nosso homem natural, não será aceito pelo Senhor.

Alguns dos santos têm sido fiéis à restauração do Senhor por muitos anos, mas eles têm permanecido os mesmos. Paulo disse em 2 Coríntios 4:16 que precisamos ser renovados dia a dia. Não devemos ser os mesmos de três dias atrás. Precisamos nos tornar diferentes diariamente ao sermos renovados. Se nunca gritamos, devemos ser transformados gritando: "Louvado seja o Senhor!"

Porquanto permanecemos em nossa disposição natural, não conseguimos ver a verdadeira vida da igreja em nosso meio. Perdemos nosso impacto e nossa influência. Somos um grupo de pessoas servindo o Senhor com fidelidade, mas estamos servindo e nos reunindo de uma forma meramente rotineira e esquemática. Como conseqüência, não há novos sob nosso cuidado e a igreja chegou a um impasse. O remédio para essa situação é com os grupos vitais. Todos precisamos ser transformados.

Page 102: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 101-

GANHAR OS CANDIDATOS PARA A NOSSA PREGAÇÃO DO EVANGELHO

Precisamos começar a orar para ganhar os candidatos para nossa pregação do evangelho. Precisamos fazer uma lista de nossos parentes próximos e conhecidos. Depois, precisamos orar: “Senhor, entre esses, quem são aqueles que devo escolher primeiro como meus candidatos para o Teu evangelho?" O Senhor vai nos guiar. Não devemos anotar mais de cinco pessoas em nossa lista como candidatos iniciais para o Senhor ganhar. Pode ser que desses cinco, três não estejam disponíveis. Não importa, temos de aprender como nos preparar e como preparar nossos candidatos, os objetos de nosso trabalho. Precisamos orar por eles por cerca de dois meses. Depois poderemos sair para contatá-los.

Esse tipo de seleção e oração por aqueles que selecionamos nos dará o impacto com eles. Não é a melhor coisa bater em portas “frias”, portas de pessoas que não conhecemos. Precisamos descobrir a maneira de conseguir portas “quentes”, portas de pessoas que conhecemos e que foram recomendadas por outros.

Precisamos perceber que o resultado de nosso labor poderá ser avaliado com exatidão somente no futuro. Atualmente, todos os cinco que escolhemos como nossos candidatos podem não estar disponíveis, mas depois de três anos, eles estarão disponíveis devido à nossa oração. Não sabemos quando o Senhor vai responder nossa oração. Devemos simplesmente laborar. O apóstolo Paulo nos prometeu que nosso labor em Cristo não é vão (1Co 15:58). Creio que cada minuto que gastamos laborando no serviço do Senhor é registrado por Ele.

De acordo com o princípio do Novo Testamento, ninguém é salvo diretamente. Uma pessoa é salva por intermédio de outra ou por intermédio da oração de outro a seu favor. Deus pode escolher seu primo e decidir salvá-lo. Mas se você não orar por ele, ninguém vai fazer isso. Assim, Deus não terá um meio se você não orar. Sua oração vai pavimentar o caminho e lançar os trilhos para o “trem” de Deus se mover. A oração significa muito de modo que temos de orar por cerca de dois meses. Então sairemos. Cada dia precisamos gastar algum tempo para sermos equipados, qualificados e preparados para cumprir nosso dever em ganhar pecadores para o aumento da igreja.

A NECESSIDADE DE TREINAMENTO E APRENDIZAGEM PARA PRATICAR A MANEIRA ORDENADA POR DEUS

Depois de escolher nossos candidatos à evangelização, temos de ponderar sobre que livro ou quais versículos da Bíblia podemos usar para com eles. É por isso que precisamos ser treinados com os versículos apropriados das Escrituras. Determinados versículos são bons para um tipo de pessoa e outros para outro tipo. Então teremos de ser treinados sobre como usar esses versículos. João 3:16 é um bom versículo, mas muitos não sabem como usá-lo.

Também temos de ser treinados em como cuidar dos novos que ganharmos. Talvez o Senhor não lhe dê um novo por um ano. Então você vai perguntar ao Senhor, dizendo: “Senhor, por que não me dás novos?” Ele pode responder: "Eu dei á irmã Fulana cinco novos e ela não consegue cuidar de todos eles. Por que não vai ajudá-la a cuidar deles?” As mães sabem que cuidar de crianças

Page 103: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 102-

adequadamente exige muita aprendizagem. Perdemos muitos novos no passado porque não fomos as mães zelosas adequadas para cuidar deles. Por fim, chegaremos ao ponto onde nós e os novos sob nosso cuidados aprenderão a profetizar.

Espero que tenhamos muita consideração por essa comunhão. Se o Senhor não puder ter um caminho com os grupos vitais, será difícil para nós prosseguirmos. Quantos entre nós vivem de acordo com o que ouvimos do ministério? Muitos santos não estão muito envolvidos no processo de ser renovados, transformados e conformados; pelo contrário, vivem e servem de uma forma natural. Isso é muito grave. Amamos o Senhor tanto, mas ainda mantemos nossa disposição, caráter e características peculiares. Já que é este o caso, não pode haver verdadeira edificação em nosso meio. Precisamos receber a comunhão dessas mensagens de modo que possamos ser renovados, transformados e conformados à imagem de Cristo. Espero que esta comunhão seja totalmente apreendida e substantificada por nós.

APRENDER A NEGAR A NÓS MESMOS E SEGUIR O ESPÍRITO INTERIOR

Um irmão me disse que quando ele se abre aos santos, sente que os mortifica. Isso é porque ele está muito em sua vida natural. Quando você se abre aos outros e em tudo que faz, precisa aprender a seguir o Espírito interior. Em sua oração e em suas atividades nas reuniões, você não segue o Espírito; é apenas uma ação sua.

Um irmão pode amar o Senhor ao máximo, mas será difícil para o Senhor penetrar nele por ser tão forte em sua vida natural, no que ele é. Quando ora, ora de acordo com o que ele é; quando pede um hino na reunião, faz isso de acordo com o que ele é. Isso mostra que há uma grande necessidade de negarmos o nosso ego. Em Mateus 16:24, o Senhor nos disse que precisamos negar o nosso ego, mas em Lucas 14:26 Ele nos disse que devemos odiar nosso ego, nossa vida da alma. Somos tão naturais. Isso significa que somos oriundos da velha criação. Qualquer coisa que advém da velha criação é carnal e ofensiva ao Senhor.

Um irmão que é forte e muito ousado em sua vida natural dominará a reunião. Quando ele ouve que precisamos nos abrir uns aos outros, ele será o primeiro a abrir-se, mas o faz aos santos em sua vida natural. Abrir-se está correto mas você tem de abrir-se seguindo o Espírito interior. Não se esqueça que Deus é Espírito e aqueles que O adoram, devem adorá-Lo no espírito (Jo 4:24). Você tem de se abrir para mim e eu tenho de me abrir para você, mas todos temos de fazer isso seguindo o Espírito. Por isso, há muita necessidade de confiar Nele.

Paulo disse que devemos desenvolver nossa salvação com temor e tremor porque é Deus que opera em nós (Fp 2:12-13). Tenho Alguém que opera dentro de mim, de modo que temo poder perdê-Lo. Tremo que possa ofendê-Lo porque Ele não só está comigo mas também está operando dentro de mim. Assim, eu temo, aguardando e estando em alerta, olhando para Ele. Paulo usa a palavra vigiar, dizendo que precisamos vigiar para orar (Ef 6:18). Mesmo a questão de oração necessita de vigilância. Senão, posso orar errado. Se não vigiar em minha oração, posso fazer longas orações e orações que não são orações.

Page 104: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 103-

Se penetrarmos na revelação das quatorze Epístolas do apóstolo Paulo sem ver como o Deus Triúno é a graça prática para nós, podemos ficar profundamente desapontados. Isso porque ninguém em si mesmo pode praticar o que Paulo viu e ensinou. Quem consegue viver Cristo e magníficá-Lo como Paulo? Só poderíamos fazer isso pelo abundante suprimento do Espírito de Jesus Cristo (Fp 1:19-21a). O Espírito todo-inclusivo, abundante está dentro de nós, capacitando-nos a viver e magnificar Cristo.

Page 105: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 104-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM DEZESSEIS

TER ENCARGO PELOS PECADORES SEGUNDO O AMÁVEL AMOR DE DEUS E EM CONVERTER OS PECADORES EM MEMBROS DE CRISTO

PARA LEVAR A CABO A ECONOMIA DE DEUS

Na mensagem anterior, enfatizamos os cinco pontos cruciais para nossa busca nos grupos vitais. Primeiro, precisamos buscar o mesclar com outros membros de nosso grupo vital, tendo uma comunhão íntima e plena com muita e cabal oração. Segundo, precisamos buscar ser enchidos com o Espírito interiormente e exteriormente. Terceiro, precisamos orar sem cessar exercitando nosso espírito para remir o tempo. Quarto, precisamos aprender a servir e trabalhar não à nossa própria maneira, mas de uma forma coordenada renunciando à nossa liberdade. Quinto, precisamos orar para lidar com nossa disposição, caráter e idiossincrasia. Esses cinco itens não são como lições que podemos estudar e cursos dos quais podemos nos formar. Eles são necessidades diárias como beber, comer, respirar, dormir e se exercitar.

Se praticarmos essas coisas, nossas reuniões serão vivas e liberadas. Espontaneamente seremos pessoas nas reuniões que estarão liberando o Espírito em nosso orar, louvar, cantar e falar pelo Senhor. Seremos pessoas vivificadas e vivificantes. Precisamos dos grupos vitais por causa de nossa situação morta e mortificante. Ao invés de vivificar os outros, podemos mortificá-los. Nossa vinda às reuniões pode mortificá-las. Isso está errado. Devemos ser aqueles que vivificam as reuniões. Todos devem ser liberados nas reuniões. Para sermos pessoas liberadas, precisamos praticar os cinco itens acima.

Precisamos exercitar nosso espírito para orar sem cessar. Isso quer dizer que não devemos desperdiçar nosso tempo; pelo contrário, precisamos preencher as lacunas de nosso tempo com oração. Ninguém pode dizer que consegue remir e usar cada instante de cada dia. Hoje, falando de forma geral, os americanos têm muito tempo livre. Isso porque gastam tempo buscando recreação e prazeres mundanos. Sempre que temos tempo livre, devemos preenchê-lo com orações. Isso significa que devemos orar sem cessar. Uma pessoa que ora sem cessar é uma pessoa liberada.

Fomos ajudados na restauração do Senhor a perceber quais práticas espirituais diárias devemos ter. Sabemos como invocar o nome do Senhor e como falar com o Senhor pela liberação de nosso espírito. A única necessidade é preenchermos nosso tempo com essas práticas.

Sempre que orarmos, precisamos liberar nosso espírito. Não quero dizer que precisamos gritar o tempo todo, mas quando orarmos nas reuniões, nossa oração não deve ser verbalizada de uma maneira comum. Até nossa voz tem de ser exercitada quando oramos. Orar significa liberar nosso espírito. Se não houver liberação de nosso espírito, isso não será oração.

Orar e louvar são duas coisas diferentes. Louvar requer que liberemos mais nossa voz do que na oração. Em nossa tradução dos Salmos, usamos o termo “brado sonoro” (Sl 71:23). De acordo com a Bíblia, nós, o povo de Deus, precisamos ser os “loucos” que estão louvando-O todos os dias (Fp 4:4; 1Ts 5:16). Se alguém lhe der um diamante muito caro como presente, você pode ficar muito

Page 106: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 105-

excitado, mas nós temos algo tremendamente mais valioso do que isso. Temos a Cristo. Cristo é tão valioso e tão rico. Ele é imensurável, inescrutável e indecifrável. Temos tal Cristo, mas será que O temos como nossa realidade? Cantamos sobre quão maravilhoso e rico Ele é, mas será que vemos de fato e O experienciamos assim? Estamos realmente loucos por Cristo? Não devemos ser velhos, frios e mofados, mas frescos, vivos, jovens e novos no Senhor. Para sermos membros vivos e vitais na vida da igreja, precisamos praticar os cinco itens antes mencionados o tempo todo. Então nossas reuniões serão cheias de brados alegres e jubilosos.

Precisamos de muita preparação antes de podermos ter o impacto para sair e alcançar pessoas para o crescimento da igreja. Embora possamos conhecer a verdade concernente aos quatro passos da maneira ordenada por Deus, não as temos praticado adequadamente. Poucos entre nós têm praticado adequadamente a pregação do evangelho. Se não sabemos como fazer uma coisa, podemos não ficar interessados nela. Quando uma criança está nos estágios iniciais de aprender como tocar o piano, será difícil para ela e ela pode não ficar interessada nisso. Mas depois, quando ela pratica e aprende mais e mais, vai ficar viciada em tocar piano. Isso mostra que quanto mais praticamos, mais aprendemos e quanto mais aprendemos, mais ficamos “viciados”.

Parece que atualmente poucos de nós têm real interesse na maneira ordenada por Deus. Concordamos que as reuniões de grupos constituem oitenta por cento da vida da igreja, mas quantos estão de fato interessados nas reuniões de grupos? Ainda estamos praticamente na velha maneira. Temos praticado os grupos vitais por cerca de dez semanas e estou preocupado que ainda há alguns santos no seu grupo cujos nomes completos você nem sabe. Isso mostra que nós certamente não entramos numa comunhão plena e íntima uns com os outros a fim de sermos mesclados juntos. Espero que cheguemos a conhecer não só os nomes daqueles que estão em nosso grupo mas também os nomes dos santos em todos os grupos vitais.

Nesses dias, tenho muito encargo para que os grupos vitais sejam levantados e prossigam. Precisamos nos preparar para sair a fim de ganhar pessoas visando o aumento e a edificação da igreja. Devemos nos preparar fazendo uma lista de nossos parentes e conhecidos mais próximos. Depois vamos precisar orar e pedir ao Senhor sobre quais devemos nos concentrar primeiro como candidatos para o nosso serviço de evangelização. O Senhor vai nos guiar. Nesses meses, precisamos constantemente orar por eles, e depois poderemos sair para contatá-los.

Para levar a cabo o encargo do Senhor nos grupos vitais, precisamos ser pessoas renovadas e precisamos aprender como servir o Senhor de todas as maneiras. Aprender como ser um médico é difícil, mas aprender como servir ao Senhor de acordo com Sua maneira é ainda mais difícil do que estudar medicina. Tenho aprendido como servir o Senhor por mais sessenta anos e ainda não me formei.

Page 107: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 106-

TER ENCARGO COM O AMOROSO INTERESSE DO CORAÇÃO DE DEUS PARA COM OS PECADORES QUE PERECEM

Temos de aprender a ter encargo com o amoroso interesse do coração de Deus para com os pecadores que perecem. João 3:16 diz que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu filho unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Deus tem de fato tal amor. Agora nós, como filhos de Deus, devemos ser

um com nosso Pai em Seu amor pelos pecadores. Precisamos ter um interesse amoroso pela salvação dos pecadores. O conceito de pregar o evangelho meramente para ganhar almas é superficial demais. Precisamos de um interesse amoroso pelo homem caído. De acordo com o meu sentimento, a maioria dos santos entre nós perderam esse interesse e cuidado pelos pecadores.

George Whitefield é um exemplo de alguém que tinha um verdadeiro interesse pelos pecadores. Um dia ele estava pregando sobre a perdição eterna daqueles que não criam em Cristo. Ele retratou o lago de fogo com tal veemência que alguns na platéia se agarraram nas colunas do edifício com temor de cair no lago de fogo. Ele tinha talo coração e um verdadeiro interesse pelos pecadores, mas nós perdemos muito desse interesse.

Nossos grupos vitais devem aprender como receber encargo pelo interesse amoroso do Pai para com os pecadores. Primeira Timóteo 2:4 diz que Deus deseja que todos os homens sejam salvos. Antes de sairmos, precisamos ser equipados com esse tipo de sentimento, senão seremos hipócritas fazendo uma representação. Se não tivermos um coração pelos pecadores, por que sairíamos a visitá-los? Isso seria um tipo de representaçao.

RECEBER ENCARGO PARA CONVERTER OS PERCADORES EM MEMBROS DE CRISTO

PARA LEVAR A CABO A ECONOMIA DE DEUS

Em Romanos 15:16, Paulo disse: “para que eu seja ministro de Cristo Jesus entre os gentios, no sagrado encargo de anunciar o evangelho de Deus, de modo que a oferta deles seja aceitável, uma vez santificada pelo Espírito Santo.” Paulo era um sacerdote do evangelho que ofereceu todos os gentios a Deus como sacrifícios. Paulo recebera o encargo para cumprir seu ministério a fim de converter os pecadores em membros de Cristo. No Antigo Testamento, os sacerdotes ofereciam sacrifícios de reses como tipos de Cristo, mas Paulo disse que oferecia a Deus os pecadores salvos pela sua pregação do evangelho como sacrifícios espirituais, como membros de Cristo (1Pe 2:5). Ele fez isso para a edificação do Corpo de Cristo para levar a cabo a economia de Deus.

Isso não é apenas ter os interesse amoroso de Deus pelos pecadores, mas pegar o encargo para levar a cabo a economia de Deus. Deus tem uma economia e esta está centrada em Cristo com Seu desejo de ter um Corpo. Hoje é difícil ver muitos que tenham um verdadeiro encargo pelo Corpo de Cristo. A obra evangélica de hoje é apenas para ganhar almas, mas quem se preocupa com a edificação do Corpo de Cristo? Paulo pregoju o evangelho para o aumento e edificação do Corpo de Cristo. Ele era um sacerdote oferecendo os salvos a Deus como membros vivos do Corpo de Cristo. Precisamos nós ter tal encargo.

Page 108: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 107-

Em sua primeira Epístola, Pedro disse que somos pedras que vivem sendo edificadas uma casa espiritual e essa casa espiritual é um sacerdócio (2:5). Uma casa é uma unidade corporativa de muitos materiais edificados juntos. Temos de ser uma cada edificada. É por isso que temos de ser mesclados. Então poderemos ser um coletivo, um sacerdócio, um Corpo. A palavra sacerdócio tem duas denotações. Primeiro, o sacerdócio é o serviço sacerdotal; segundo, refere-se ao corpo sacerdotal, um grupo de sacerdotes servindo juntos. Em 1 Pedro 2:5, o sacerdócio não é o serviço sacerdotal mas o corpo sacerdotal e esse corpo com certeza é o Corpo de Cristo.

O versículo 9 diz que a função de tal sacerdócio, o corpo sacerdotal, é para expressar as virtudes Daquele que nos salvou, tirando-nos das trevas para Sua maravilhosa luz. As virtudes de Deus são Seu amor, Sua bondade, Sua graça, Sua misericórdia, Sua paciência, Seu perdão, etc. Expressar as virtudes de Deus é a pregação do evangelho da salvação de Deus em Sua virtudes de acordo com nossa experiênciaa. Os resultados de nossa pregação são os sacrifícios espirituais, os pecadores salvos, mencionados no versículo 5.

Pregar o evangelho é expressar as vritudes de nosso Salvador, que nos tirou das trevas para Sua maravilhosa luz. Para pregar o evangelho dessa forma, precisamos de muita aprendizagem. A coisa mais básica é que todos temos de ser mesclados juntos. Somos peças de um material que tem de ser edificadas juntas para se tornar uma casa. Senão, não seremos um sacerdócio. Podemos ser sacerdotes, mas não um coletivo. É por isso que a primeira coisa que lhes disse para fazer é se mesclarem. Como poderiam peças espalhadas de materiais se tornarem uma casa? Se não formos edificados como uma casa, estaremos terminados. Deus não pode usar peças espalhadas ou empilhadas de material; só pode usar uma casa edificada como um vaso no qual Ele habitar. Aí então essa casa será um coletivo, um sacerdócio, e todas as peças de material são os sacerdotes edificados juntos. Mesmo no Antigo Testamento, os sacerdotes não eram espalhados. O sacerdócio era um sistema. Ninguém naquele sistema sacerdotal poderia agir individualmente. Cada sacerdote tinha de agir como uma parte daquele sistema corporativamente.

Não devemos ter encargo de meramente ganhar almas, mas de ganhar mais membros para o aumento do Corpo de Cristo e para o cumprimento da economia de Deus. Em Ageu 1:8, Jeová incumbe Seu povo ao dizer: “Subi ao monte e trazei madeira e edificai a casa”. O material é para a edificação do templo de Deus, Sua casa. Essa é uma figura da necessidade de ganhar os escolhidos de Deus como material para a edificação de Sua casa viva, Sua igreja, o Corpo de Cristo.

Aqueles a quem salvamos são os escolhidos de Deus. Uma vez que sejam salvos, precisamos trabalhar neles de modo que possam ter uma mudança metabólica em seu ser. Precisamos laborar no Senhor de modo que os pecadores sejam regenerados e então transformados e edificados. Precisamos introduzir aqueles a quem salvamos na vida da igreja, que é a edificação do Corpo de Cristo.

Page 109: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 108-

Precismos pregar o evangelho para o aumento do Corpo de Cristo, não meramente ganhar almas. Em João 3:30, João Batista declarou: “Importa que Ele cresça e que eu diminua”. Nessa época, os discípulos de João Batista estavam enciumados de ver todas aquelas pessoas indo atrás de Cristo. Quando reportaram isso a João, ele respondeu dizendo que Cristo precisa aumentar enquanto que ele precisava diminuir. Ele estava dizendo: “Ninguém deve vir até mim; pelo contrário, todos devem segui-Lo para Seu aumento”. O aumento neste versículo é a noiva no versículo 29, e a noiva é a composição viva de todas as pessoas regeneradas. A regeneração nos torna a noiva corporativa para o aumento de Cristo.

Romanos 12 revela que os pecadores regenerados não se conformar com este mundo mas devem ser transformados pela renovação de suas mentes para torná-los membros vivos do Corpo de Cristo. Romanos 12 nos mostra a prática da vida do Corpo, e na vida do Corpo precisamos ser transformados. Os transformados se tornam os materiais adequados para a vida do Corpo. Temos encargo de salvar pecadores de modo que eles possam ser regenerados e então ser transformados para ser os materiais apropriados estruturados em Corpo de Cristo.

Aqueles de nós nos grupos vitais precisam ter um encargo duplo. Um é o interesse amoroso do Pai pelos pecadores e o outro é o verdadeiro encargo em converter pecadores em membros de Cristo. Não podemos fazer essas coisas levianamente; temos de ser muito sérios.

Levo um pesado encargo porque ano após ano, não conseguimos ver muito aumento nas igrejas. Mesmo quando salvamos alguém, parece que estamos meramente ganhando almas ao invés de converter pecadores em membros do Corpo de Cristo. Nosso encargo é conseguir pecadores convertidos para a edificação do Corpo de Cristo. Não é uma coisa fácil converter um pecador em membro do Corpo de Cristo. É por isso que precisamos nos preparar, sermos treinados e aperfeiçoados e equipados. Esse é o nosso encargo neste treinamento de grupos vitais.

Todos precisamos se interiormente tocados pelo Senhor. Então haverá uma resposta dentro de nós ao amor e à economia de Deus. Dentro do coração de Deus estão o Seu interesse amoroso pelos pecadores caídos e Seu desejo de levar a cabo a Sua economia. Esse é um pesado encargo por Ele. Quem hoje compreende o coração de Deus e é por

ele? O coração de Deus hoje é por apenas duas coisas: salvar pecadores e cumprir a edificação do Corpo de Cristo. Sabemos que isso vai se consumar na Nova Jerusalém, que o objetivo final e definitivo de Deus. Precisamos orar por esses dois pontos que mencionamos aqui. Se não orarmos e se não pegarmos esse encargo, não fará sentido participarmos nos grupos vitais.

Temos de ser revolucionados de todas as formas. Todos os membros dos grupos vitais não devem ser passivos, mas cheios do Espírito interiormente e exteriormente, e devem exercitar seu espírito para a liberação do espírito. Então seremos equipados, mesclados juntos e estaremos prontos para sair para ganhar o aumento.

Agora abordei sete itens para praticarmos todos os dias. Se formos participar dos grupos vitais, precisamos estar dispostos para pagar o preço. Isso não é um mover ou uma ação trivial na igreja.

Page 110: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 109-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM DEZESSETE

MAIS COMUNHÃO ACERCA DO CONTEÚDO VIVO DOS GRUPOS VITAIS

Já enfatizamos que nos grupos vitais, devemos ter a comunhão adequada, íntima e plena uns com os outros exercitando nosso espírito com muita e cabal oração. Essa é a primeira seção da reunião de grupos vitais, que deve ocupar cerca de vinte e cinco minutos. Nesta seção da reunião, deve-se abordar os elementos da comunhão e intercessão, cuidado, pastoreio e visitação. A segunda seção da reunião, que deve ocupar certa de trinta minutos, é o ensinamento em reciprocidade com perguntas e respostas mútuas.

TER GRUPOS VITAIS, NÃO GRUPOS FORMAIS E RELIGIOSOS

Enfatizei no passado que a reunião de grupo não deveria ser um serviço de adoração formal, religioso, mas depois de freqüentar algumas das reuniões de grupos, observei que ainda estamos tendo um pouco de reunião religiosa, uma reunião de adoração, um tipo de culto. Isso porque somos formais demais. Nas reuniões de grupos, devemos ter comunhão livremente, cantar e orar e perguntar e responder perguntas livremente em formalidade. Quando cantamos um hino, não necessariamente temos de cantá-lo em ordem, do primeiro versículo até o último. Podemos começar com o último ou com qualquer verso de acordo com a orientação do Espírito. Não devemos cantar os hinos de uma forma morta, mas viva, exercitada com a liberação de nosso espírito.

Precisamos de grupos vitais, não de grupos formais, religiosos e mortos. Precisamos orar: “Senhor, faz-nos vitais no cantar, no falar e em tudo”. Os Salmos nos dizem que precisamos dar um brado sonoro e fazer um ruído jubiloso ao Senhor (71:23; 100:1). Nosso hábito de ser formal nos limita nas reuniões da igreja. Devemos ser “loucos” no Espírito, mas nossa loucura deve ser espontânea e normal, não um tipo de demonstração ou representação. Em nossos grupos vitais, devemos ser vivos e exercitados em nossos cânticos e orações.

ENSINAR UNS AOS OUTROS EM MUTUALIDADE POR INTERMÉDIO DE PERGUNTAR E RESPONDER PERGUNTAS

Por intermédio do exercício e liberação de nosso espírito, vamos espontaneamente ter algum ensinamento em mutualidade. Um irmão pode dizer: “Irmãos e irmãs, recentemente ouvi no Salmo 68 sobre o pequeno Benjamin, os príncipes de Judá, os príncipes fr Zebulom e os príncipes de Naftali. Vocês sabem o que isso significa?” Esse pode ser um assunto trazido á baila em sua comunhão. Podemos ter esse tipo de comunhão de muitas maneiras.

Outra pessoa pode dizer: “Foi-nos dito que precisamos ser tratados em nossa disposição, caráter e idiossincrasia. Qual é a diferença entre esses três itens?” Dissemos que precisamos lidar com esses três itens, mas quantos de nós sabem o que são eles? Nossa disposição é o que somos em nosso ser natural mediante nascimento. Nosso caráter é formado principalmente de acordo com nosso hábito.

Page 111: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 110-

Podemos ser uma pessoa lenta em nossa disposição segundo nosso nascimento, mas fazer coisas descuidadamente não está de acordo com nosso nascimento e sim conforme nosso hábito pela prática tornando-se uma parte de nosso caráter. Uma pessoa é descuidada porque jamais foi disciplinada para fazer as coisas de uma forma cuidadosa. Precisamos de uma mudança em nossa prática para uma mudança em nosso caráter. Nossa idiossincrasia constitui nossas tendências e propensões como expressão de nossa vida natural. Ter comunhão mútua sobre o significado de lidar com nossa disposição, caráter e idiossincrasia pode ser muito proveitoso.

Nas reuniões de grupos vitais, alguém pode dizer que tem um problema de compreensão de João 7. Ele pode perguntar por que 7:39 diz que o “o Espírito ainda não era”. Então outro membro do grupo pode responder essa pergunta na mutualidade. Precisamos desse tipo de ensinamento em mutualidade com perguntas e respostas mútuas.

CONSIDERAR UM AO OUTRO DE MODO A ESTIMULAR UM AO OUTRO AO AMOR E ÀS BOAS OBRAS

Os versículos 24 e 25 de Hebreus 10 constituem a base de nossa prática das reuniões de grupos. Esses versículos dizem: “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.” Esses versículos primeiro dizem que precisamos considerar uns aos outros. Isso implica em termos um cuidado genuíno por todos os membros de nosso grupo vital. Cuidar um do outro significa considerar um ao outro. Hoje podemos não cuidar um do outros. Não nos importamos de fato se certo irmão vem ou não às reuniões, ou se determinada irmã está ou não doente. O genuíno cuidado de um para com o outro precisa ser restaurado entre nós.

Esposas exemplares sempre levam seus maridos em consideração. Uma irmã pode se assegurar que seu marido pôs o casado quando está saindo de casa. Isso significa que ela está considerando seu marido, cuidando dele. Precisamos ter esse tipo de cuidado prático uns pelos outros. Considera uns aos outros de uma forma prática é amar uns aos outros. Dizemos que amamos uns aos outros, mas como amamos uns aos outros? Podemos não nos importar com ninguém de uma maneira prática. Amar significa cuidado e consideração práticas. Quando consideramos uns aos outros, estimulamos uns aos outros ao amor e às boas obras. Estimulamos uns aos outros. Se alguém cuida de mim, isso espontaneamente me estimula, me instiga ao amor e às boas obras. Amar aqui não é um infinitivo, mas um substantivo [amor] assim como boas obrases também é. Estimulamos uns aos outros ao amor e às boas obras cuidando e considerando uns dos outros.

Precisamos da comunhão íntima uns com os outros com o cuidado e pastoreio práticos. Uma irmã pode notificar que outra irmã do grupo está ausente porque está tendo um problema particular. Depois de compartilhar com os outros membros do grupo qual é a natureza do problema, o grupo pode orar por ela e ter comunhão sobre como proporcionar-lhe cuidado e auxílio práticos.

Se um irmão tiver perdido o emprego, devemos orar por ele. Também devemos considerar sua situação material. Isso é verdadeiro amor. Tiago em sua Epístola disse: “e um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes

Page 112: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 111-

disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?” (2:15-16). Em sua primeira Epístola, João disse: “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” (3:17-18). Se virmos irmãos que estão em necessidade e meramente lhes dissermos que o Senhor vai cuidar deles, isso não é amor. Isso é conversa fiada. Devemos cuidar uns dos outros de uma forma prática.

Esse tipo de cuidado estimula o nosos amor e nossas boas obras. Essas boas obras podem se referir a coisas pequenas ou grandes, que estão relacionadas com a economia de Deus. Um santo num grupo pode não pensar sobre a economia de Deus. Ele pensa que falamos muito sobre a economia de Deus, mas que isso nada tem a ver com nossa atual necessidade em nossa vida diária. Por intermédio de nosso amor cuidadoso por esse irmão, ele foi estimulado a considerar a economia de Deus. Sem tal cuidado e consideração amorosos de uns para com os outros, podemos ficar muito indiferentes para com as coisas da economia de Deus, acerca de Cristo e a igreja. Mas uma vez que um irmão é amado com um cuidado prático, isso vai causar-lhe uma impressão e estimulá-lo a pensar sobre a vida cristã e a economia de Deus. Quando um irmão que é italiano cuida de outro irmão que é chinês, isso é um maravilhoso testemunho. Isso mostra que as diferentes raças foram engolidas no novo homem e testifica do amor prático entre os membros do Corpo de Cristo.

Paulo disse que devemos considerar uns aos outros de modo a estimularmos uns aos outros ao amor e às boas obras, não abandonando nossa própria congregação. Hoje, nossas reuniões de grupos vitais constituem nossa congregação. Para os crentes hebreus na época de Paulo, abandonar sua congregação teria sido voltar à maneira judaica de se reunir e deixar a reunião como cristãos. Paulo os exortou a não abandonar sua reunião como cristãos. Hebreus 10:25 dia que nas reuniões de grupos, devemos exortar mutuamente e tanto mais que vemos que o dia se aproxima.

A primeira coisa que temos de fazer nos grupos vitais é ter uma comunhão plena juntos de modo que possamos conhecer os membros de nosso grupo de uma forma íntima. Quanto mais plena for nossa comunhão, melhor será. Será que conhecemos a ocupação dos santos em nosso grupo vital e onde cada um trabalha? Será que sabemos o nome e sobrenome de cada membro de nosso grupo vital com sua pronúncia correta? Ao refletir sobre essas perguntas, podemos ver que nossa comunhão não tem sido plena. Amar um ao outro envolve muita coisa. Precisamos nos esforçar para conhecer uns aos outros intimamente no Senhor. Se alguém estiver ausente da reunião de nosso grupo vital, devemos imediatamente perguntar onde ele ou ele está. Dizemos que nosso grupo deve ser mesclado, mas nossa mescla não foi completa porque não conhecemos uns aos outros totalmente. Quando vocês agirem juntos no serviço do Senhor, verão que isso é muito importante. Semana após semana temos nos reunido juntos e ainda não nos conhecemos de fato.

Devemos conhecer a situação e condição uns dos outros de uma forma atualizada. Então vamos perceber que há a necessidade de um cuidado prático. Se percebermos que uma irmão está doente, podemos ter comunhão sobre como proporcionar-lhe cuidado prático e adequado. Podemos ter comunhão sobre quem deve ter encargo para ir ou sobre quem pode e deve ir. Nas grandes reuniões de oração da igreja, oramos de uma forma geral, mas a oração de uns para os outros nos grupos é

Page 113: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 112-

específica, com uma visão focando o cuidado e pastoreio práticos. Podemos orar por alguns minutos e então podemos arranjar alguma pessoa ou pessoas para visitar nossa irmã. Isso é o pastoreio. Mais

tarde, aquele que visita deve permitir que o grupo saiba da situação desta irmã. Isso é o que está implícito quando dizemos que as reuniões de grupos constituem oitenta por cento da vida da igreja.

Os novos que trazemos para nossas reuniões de grupos não vão ser meramente ensinados por nós exteriormente. Eles vão observar nossa prática. Isso é semelhante às crianças numa família aprendendo coisas observando a maneira da família viver e agir. Os novos vão seguir o padrão que vêem e ouvem em nossos grupos vitais. É por isso que precisamos aprender como ter comunhão uns com os outros e como ficarmos liberados.

LIDAR COM NOSSA DISPOSIÇÃO, CARÁTER E IDIOSSINCRASIA

Também temos de edificar a nós mesmos de acordo com os sete pontos abordados nas duas mensagens anteriores. Especificamente, precisamos orar para lidar, tratar com nosa disposição, caráter e características peculiares. Um irmão pode ter nascido uma pessoa lenta. Essa é sua disposição, de modo que ele precisa permitir que a cruz seja aplicada à sua lentidão. Ele deve até condenar suas lentidão. Às vezes as pessoas dão a desculpa que, porquanto nasceram com determinadas características, não podem fazer nada. Mas não devemos acatar tal desculpa. Se uma pessoa nasce lenta, ela precisa aprender a tomar Cristo para fazer as coisas com rapidez.

Nossa idiossincrasia também estorva nossa utilidade. No Extremo Oriente, há muito anos, havia um cooperador em nosso meio que tinha uma característica peculiar marcante. O irmão Nee me falou sobre esse irmão, que se você quisesse que ele fosse para leste, lhe dissesse para ir para oeste. Ele era uma pessoa que fazia o oposto do que lhe fora pedido fazer. Essa era a sua idiossincrasia. Cada um de nós tem pelos menos dez por cento de peculiaridades em nossa disposição. Quando um irmão pede à esposa para fechar a porta, ela pode dizer: “Por que não deixá-la aberta?” Quando ele lhe pede que abra a porta, ela diria: “Por que não deixá-la fechada?” Isso é sua peculiaridade. É claro, os maridos também têm suas peculiaridades. Todos temos peculiaridades de modo que todos temos de experimentar a cruz. Se nossa disposição, caráter e peculiaridade não forem tratados, nossas reuniões de grupos não serão vitais.

Creio que as reuniões de grupos vitais serão grandemente usadas pelo Senhor. Na igreja muitos de nós amam o Senhor, Sua restauração e a igreja, mas poucos são de fato úteis por causa dos defeitos relacionados com nossa disposição, caráter e idiossincrasia. Todos esses defeitos nos anulam, tornando-nos inúteis. Esse treinamento de grupo vital e a prática dos grupos vitais nos tornarão úteis para salvar pecadores, para nutrir os

Page 114: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 113-

novos e para alimentar os santos. Precisamos nos esforçar para colocar todas essas coisas que abordamos neste treinamento em prática nos grupos vitais.

Para tratarmos com nossa disposição, caráter e peculiaridades, precisamos ter uma visão que fomos crucificados na cruz (Gl 2:20a). Devemos orar: “Senhor, graças porque na cruz Tu crucificaste minha disposição, meu caráter e minha peculiaridade”. Precisamos ter a visão da crucificação de Cristo. Pela Sua misericórdia e graça, precisamos aceitar essa visão e então prosseguir para viver pelo Espírito. Em nossa vida diária, o Espírito aplica a morte de Cristo a todas as coisas negativas em nosso ser.

Temos de aprender na prática, em nossa vida diária, a sermos tratados com muito refinamento em nossa disposição, caráter e peculiaridade. Às vezes podemos pensar que certos irmãos e irmãs tiveram algum aperfeiçoamento, mas isso é questionável. O verdadeiro aperfeiçoamento ocorre devido ao tratamento específico de nossa disposição, caráter e peculiaridade. Se não tivermos algumas experiências definidas e práticas nesse ponto, não poderemos ter o verdadeiro aperfeiçoamento em vida. Cerca de noventa por cento de nosso crescimento em vida depende do tratamento de nossa disposição, caráter e peculiaridade. Nossas vidas diárias estão cheias com esses três itens.

Cada um de nós tem sua disposição particular. Um irmão tem sua maneira peculiar de vir à reunião e escolher um lugar nela. Mesmo ao vir à reunião e escolher um lugar, ele não obedece ao Espírito, mas a sua peculiaridade. Se o irmão da recepção tentar colocá-lo em outro lugar, ele pode ficar ofendido. Precisamos refletir sobre com que freqüência obedecemos o Espírito durante o dia. Na maior parte das vezes, nós agimos, nos movemos e nos comportamos de acordo com nossa disposição, caráter e peculiaridade.

Alguns irmãos são pessoas muito ativas de modo que gostam de se mexes nas reuniões, ajudando a recepção a conduzir as pessoas aos seus assento e cuidar da distribuição do pão e vinho na mesa do Senhor. Outros irmãos são muito parados. Uma vez que se sentaram, não querem ser incomodados por nada ou ninguém. Se pedir ao irmão que é ativo para trabalhar na recepão, ele vai ficar muito contente; se pedir ao parado para trabalhar na recepção, ele vai dizer que não gosta disso. Ambos são ativos e servem de acordo com sua disposição e não de acordo com o Espírito. Isso mostra que temos de mortificar a nós mesmos de modo que Cristo possa viver em nós.

Page 115: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 114-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM DEZOITO

ENSINAMENTO MÚTUO NAS REUNIÕES DE GRUPOS MEDIANTE PERGUNTAS E RESPOSTAS MÚTUAS

Nesta mensagem, vamos tocar na questão de mútuo ensinamento nas reuniões de grupos mediante perguntas e respostas mútuas. Nas reuniões de grupos, não indicamos alguém para ser um mestre específico; antes, desejamos encorajar todos os membros do grupo a aprender como ensinar.

APRENDER A RESPONDER PERGUNTAS NÃO DE UMA FORMA DOUTRINÁRIA, MAS VIVA

Suponha que um novo que esteja lendo João 8 venha à reunião de seu grupo. Como novo, ele pode ter algumas perguntas a fazer a respeito de questões sobre as quais ele não compreende, principalmente os versículos de 12 a 36. O versículo começa nesta seção com “Eu sou a luz do mundo”e o versículo 36 termina com a seção “se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. Neste trecho de vinte e cinco versículos, o novo pode ter algumas perguntas sobre algumas questões. Primeiro, ele pode não entender a palavra do Senhor no versículo 24: “Se não crerdes que Eu sou, morrereis em vossos pecados”. A que se refere esse “Eu sou”? Então, ele pode não saber que luz da vida é essa no versículo 12. Também pode imaginar que verdade é essa e como a verdade pode nos libertar (v. 32). Na verdade, nesse trecho da Palavra, o ponto crucial é que Cristo como o grande Eu Sou por fim Se torna a verdade como nossa realidade, e esse é o próprio fator que nos liberta da escravidão do pecado. Como poderia o grande Eu Sou Se tornar tal realidade para nós? Além do Eu Sou e a realidade no versículo 12 ainda há a luz da vida. A luz da vida é a chave pela qual podemos abrir a porta para essa pergunta. Constitui o meio através do qual podemos ter Cristo como o grande Eu Sou Se tornando a realidade para nós.

Todos precisamos aprender como responder perguntas como essas. Primeiro, precisamos aprender como interpretar o título divino “Eu Sou”, não de uma forma doutrinária mas viva. “Eu Sou” é o sentido do nome Jeová (Êx 3:14-15), e Jeová é o nome de Deus (Gn 2:7). O nome Jeová na verdade significa “existir”. É semelhante no sentido, ao verbo ser. O grande Eu Sou é simplesmente o verbo ser. Nada é, mas Ele é. Eu não sou e você não é; todos nós não somos. Somente Ele é. Em todo o universo, nada é. Somente Ele é, somente Ele existe. Somente Jesus, que é Jeová Salvador, existe. Ele existia no passado, existe hoje e existirá no futuro. Somente Ele é o próprio “ser”. Por isso, somente Ele é real.

Em todo o universo, há somente Aquele que é, que existe. É claro, Esse tal é Deus, mas dizer que Esse tal é Elohim, Deus, Aquele que é fiel, poderoso, é doutrinário. Em João 8, os fariseus perguntaram a Jesus quem Ele era (v. 25). A resposta do Senhor foi muito misteriosa. Ele lhes disse: “Exatamente o que vos venho falando.” O Senhor é o Eu Sou, como Ele disse aos fariseus no versículo 24. O Senhor é; somente Ele é. Assim, Ele é real, é verdadeiro, Ele é a realidade.

Page 116: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 115-

Em João 8:12-36 temos o grande Eu Sou, a luz da vida, o Filho do Homem para ser exaltado e a verdade, realidade. A realidade se torna uma com o Filho porque é o Filho que Se torna o Espírito que dá vida (1Co 15:45). Por fim, o Filho e a realidade são um. O versículo 32 diz: "A verdade [realidade] vos libertará," e o versículo 36 diz: "O Filho vos libertar.” Assim, o Filho é a verdade, a realidade.

Como poderia Esse tal que é, tornar-Se a realidade que nos liberta do pecado? A chave é que Ele é a luz da vida (v. 12). Ele pode ser a realidade que nos liberta do pecado porque Ele é a luz da vida. O poder do pecado não está fora de nós, mas dentro. A escravidão do pecado está dentro de nós; não é como uma corrente fora de nós. Cristo como o grande Eu Sou nos liberta não exteriormente mas interiormente do poder do pecado. Na época em que fomos salvos, pode ter parecido que algumas correntes caíram de nós e que fomos libertados do pecado temporariamente. Mas, a longo prazo, todos os dias ainda estávamos escravizados ao pecado, não por fora com se com correntes, mas interiormente havia um cativeiro. Um marido pode perder a calma com a esposa e ela perder a calma com ele também. Depois de perderem a calma, ambos vão se arrepender. O motivo de perderem a calma não foi a corrente que esteve temporariamente sobre eles exteriormente, mas um poder, uma escravidão em sua constituição.

Cristo, o grande Eu Sou, Se tornou a realidade que liberta, que livra-nos porque Ele é a vida (14:6; 11:25) e é a luz dentro de nós. Essa luz não é exterior, está claramente mencionada em João 8:12 como a luz da vida. A luz da vida não é uma luz exterior, mas interior. João 1:4 diz: “Nele estava a luz e a vida era a luz dos homens.” Cristo é vida e Ele veio para dar-nos vida. Ele veio para que pudéssemos ter vida (10:10). Ele é também o que dá vida (6:63; 1Co 15:45). A própria vida que é o próprio Cristo foi colocada dentro de nós e essa vida brilha e se torna luz dentro de nós. Essa luz nos liberta. Temos então a realidade. É por isso que precisamos ter uma comunhão constante e instantânea com Ele, não apenas a cada minuto mas até mesmo a cada segundo. Cada segundo precisamos ser um com Ele, tendo comunhão. Ele então como vida dentro de nós, opera. Quando a vida opera, ela brilha e quando brilha, nos liberta. Em tal situação, Ele, o grande Eu Sou, Se torna a realidade para nós e somos libertados do cativeiro de nosso temperamento. O cativeiro de nosso temperamento não é uma corrente sobre nossos ombros, mas algo em nossa constituição, em nosso ser, em nossa natureza caída. Nada que seja exterior pode nos libertar de tal cativeiro. Somente a vida interior que é o próprio Cristo pode nos libertar de tal cativeiro operando e brilhando em nós.

Essa vida é o Espírito que dá vida e também o Deus Triúno (Ef 4:18). É por isso que Seu nome é Eu Sou. Eu Sou denota Aquele que existe sempre e existe por Si mesmo,

que é o Deus Triúno: Pai, Filho e Espírito. Em João 8:16 e 29, o Senhor disse claramente que não estava sozinho, mas o Pai estava com Ele. Quando o Filho e o Pai estão presentes, com certeza o terceiro, o Espírito, também está. Assim, juntos, o Pai, o Filho e o Espírito constituem o grande Eu Sou. Eles são o verbo ser. São Aqueles que existem sempre, o Verdadeiro e o Real. Daí serem a realidade. Quando vivem em nós, isso é vida e essa vida brilha, ilumina. Quando brilha, somos libertados do pecado, das trevas, da falsidade e da mentira (vv. 24, 34, 44). Quando o Deus Triúno

Page 117: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 116-

como vida opera dentro de nós e quando essa luz brilha, esse fulgor nos liberta de todas as coisas negativas. Então já não somos mais escravos do pecado, mas filhos de Deus. Como filhos de Deus, podemos habitar na casa de Deus para sempre (vv. 35-36).

O ponto chave em João 8 é a vida interior operando em nós. Normalmente não prestamos muita atenção a esse ponto. Podemos orar: “Senhor, ajuda-me a vencer meu temperamento. Senhor, ajuda-me a encarar a cara comprida de minha esposa.” Essa é normalmente a nossa maneira, mas esse tipo de oração nunca é respondido. Entretanto, quando Cristo Se torna a vida ativa que vive em nós, o viver dessa vida é o brilho da luz. Esse brilho nos liberta da falsidade, da morte, das trevas e do pecado. Essa é a liberdade gloriosa e maravilhosa. Essa é a liberdade do cativeiro, da escravidão interiores. Em tal liberdade temos a realidade e essa realidade como o grande Eu Sou é tanto o Filho de Deus como o Filho do Homem.

O Senhor como o Filho do Homem é para Sua crucificação (ser levantado—v. 28). Se não fosse o Filho do Homem, Ele nunca poderia ser crucificado e sem isso, não poderia jamais cumprir a redenção do pecado por nós.

O Senhor como o Filho de Deus é para Sua ressurreição. Sem ressurreição, Ele nunca poderia Se tornar o Espírito que dá vida. Foi através da ressurreição que Ele Se tornou o Espírito que dá vida, que é a própria vida (Rm 8:2). Hoje, Ele habita em nós em ressurreição como o Espírito que dá vida, como esta vida. Esta vida opera e brilha, e esta vida nos salva e nos liberta do poder, da escravidão do pecado mediante o seu brilhar. Assim, temos o grande Eu Sou, que é o Deus Triúno como nossa realidade que nos liberta do pecado. Essa é a resposta adequada à pergunta de como Cristo como o grande Eu Sou pôde Se tornar realidade para nós e nos libertar do cativeiro do pecado.

Ao falar acerca de Cristo como o grande Eu Sou tornando-Se a realidade que nos liberta, precisamos enfatizar a questão do brilhar. A vida por si, sem brilhar, não funciona. A vida funciona por intermédio do brilhar. João 1:1 diz: “No princípio era a Palavra e a Palavra estava com Deus e a Palavra era Deus.” O versículo 3 diz que todas

as coisas vieram a existir por intermédio da Palavra. Depois, o versículo 4 diz: “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.” Quando a vida se torna a luz, ela funciona, opera, e esse funcionamento é simplesmente o brilhar. O versículo 4 do capítulo 1 é um versículo capital que controla todos os vinte e um capítulos de João. Nesse Tal que é a Palavra, nesse Tal que está com Deus e que é Deus, nesse Tal por intermédio de Quem todas as coisas vieram a existir, Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens. Quando a luz brilha, a vida opera, funciona.

Podemos sentir que aprender a ensinar dessa maneira é muito difícil, mas deixem-me assegurar a vocês que não é. Quando uma criancinha está aprendendo matemática, cada lição pode parecer difícil mas depois que ela completa as lições, elas parecem muito fáceis. Todos fomos influenciados

Page 118: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 117-

pelo cristianismo a crer que não estamos qualificados para fazer coisa alguma para o Senhor. Foi-nos dito que somente o Papa ou um pastor qualificado pode fazer algo pelo Senhor, mas precisamos mudar nosso conceito. Precisamos crer que podemos falar pelo Senhor, senão não haverá maneira de prosseguir.

Em 1934, o irmão Nee começou a ver a luz em 1 Coríntios 14. Ele nos disse que vira a luz mas não havia como praticá-la. Isso era verdade porque estávamos por demais debaixo da influência do cristianismo. O cristianismo tinha convencido os santos e os subjugado ao máximo, fazendo com que cressem que nada podiam fazer. Quando fomos levantados pelo Senhor na China, falamos sobre a luz que o irmão Nee recebera de 1 Coríntios 14, mas as pessoas discutiam conosco dizendo que não estávamos qualificados como o apóstolo Paulo. Naquela época, o irmão Nee travou uma batalha solitária na China.

Não devemos crer que somos incapazes de falar pelo Senhor. Todos temos a vida divina. Dentro de cada vida há uma capacidade. Até mesmo a vida de um mosquito tem a sua capacidade. Temos a vida divina com a capacidade divina. Precisamos crer na capacidade daquela vida e também invocar o nome do Senhor Jesus e ter comunhão com Ele. Precisamos inspirá-Lo para dentro de nós; então vamos perceber [substantificar?] a capacidade da vida divina. Também precisamos exercitar essa capacidade sem temer cometer erros. Uma maneira de aprender é cometendo erros. Devemos sempre estar dispostos a cometer erros e nunca devemos crer em coisas negativas. Somente Jesus Cristo nunca cometeu um erro. Paulo, Moisés e Davi, todos cometeram erros. Devemos abandonar totalmente a influência e o retrospecto do cristianismo.

Todos gostamos de ser os melhores em tudo que fazemos. Se não pudermos ser os melhores em determinada coisa, não queremos fazê-la. Esse tipo de atitude é errada. Devemos tentar fazer alguma coisa e não ficarmos preocupados se formos os piores nisso. Depois de um período de tempo, podemos melhorar e nos tornarmos os melhores.

O melhor ensinamento sempre implica em duas coisas: a mais elevada revelação e a rica experiência de vida. Você pode dar uma palavra talvez por apenas dois minutos e ainda assim sua palavra pode ser a mais elevada revelação e também uma experiência de vida muito rica. Esse é o melhor ensinamento. O falar de alguns mestres cristãos é cheio de inteligência, eloqüência e boas ilustrações, mas destituído de revelação e sem experiência de vida. Precisamos aprender a ensinar com a mais elevada revelação e com a rica experiência de vida.

A prática da nova maneira na Rússia é muito encorajadora. A igreja em São Petersburgo foi levantada há apenas seis meses atrás. Recentemente eles tiveram uma reunião geral na qual cinco bairros se reuniram e o número dos que estavam presentes foi de mil cento de trinta e um. Temos recebido algumas cartas de São Petersburgo dizendo que embora os novos na vida da igreja estejam na vida da igreja há menos de um ano, eles podem falar como se já estivessem nela há anos. .

Page 119: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 118-

Nós nos atrasamos. O inimigo, Satanás, tem combatido e atacado desde o início da restauração nos Estados Unidos em 1962. Desde essa época, a restauração neste país passou por muitos problemas. Muitos irmãos muito bons entraram na restauração e foram absolutos por um período, mas depois mudaram. Se desde o início todos aqueles que entraram na restauração nos EUA tivessem permanecido até hoje, teríamos muito mais mão-de-obra para levar a cabo a obra na Rússia. Entretanto, atualmente, estamos carentes de mão-de-obra. Uma parte da mão-de-obra na restauração sofreu danos.

Em nossas reuniões de grupos precisamos praticar o ensino mediante perguntas e respostar mútuas. Precisamos ponderar sobre como responder perguntas sobre assuntos tais como economia de Deus, a restauração do Senhor, a justificação objetiva, a reconciliação, a santificação subjetiva e a base da igreja. Parece que compreendemos as doutrinas mas quando chega ao ponto de se ensinar, podemos pensar que é difícil demais. Entretanto, se não fizermos o máximo para ensinar, os grupos vitais não terão como prosseguir. Nas reuniões de grupo, a coisa principal é aperfeiçoarmos e equiparmos uns aos outros mediante ensinamento. Se não praticarmos o ensinamento mútuo, as reuniões de grupos não serão tão úteis. Mais cedo ou mais tarde precisamos aprender a ensinar nas reuniões de grupos. Senão, quando nos ajuntarmos com os novos, ninguém terá nada para perguntar e ninguém terá nada para responder. Já que ninguém tem nada para falar, as reuniões de grupos não terão praticamente utilidade.

Precisamostornar as reuniões de grupos muito atarefadas, com muita movimentação. Isso depende de perguntarmos e respondermos, depende de nosso ensinamento. Se os novos não fizerem qualquer pergunta, deveríamos propor alguma coisa para ser abordada.

RECEBER O QUEBRAR DA CRUZ PARA TRATAR COM NOSSA IDIOSSINCRASIA

Na mensagem anterior mencionamos a questão de tratar com nossa disposição, nosso caráter e nossas características peculiares ou idiossincrasia. Nesta mensagem gostaria de dizer uma palavra acerca de nossas características peculiares. Muitos santos entre nós têm algumas características peculiares muito fortes. Até certo ponto, essas características têm prejudicado os santos. Para lidar com nossas características peculiares, todos precisamos receber o quebrar da cruz. O irmão Nee falou muito sobre o caráter e o quebrar da cruz. As características peculiares são aquelas características particulares de nosso caráter. Um bom caráter é aquele que não tem características peculiares. O irmão Nee disse que se as características peculiares de uma pessoa não forem quebradas antes dos cinqüenta anos, será impossível quebrá-las depois.

Uma pessoa peculiar é sempre diferente das outras; ela não é comum. Todos têm alguma característica peculiar, mas algumas são leves ao passo que outras são muito pesadas. Em nossa vida conjugal, a coisa mais problemática são nossas características peculiares. É difícil para uma pessoa que é forte nas características peculiares ter uma boa vida conjugal, a menos que seu cônjuge sempre ceda e lhe permita ser o que ela é. Porque ambos os cônjuges têm características peculiares, eles precisam aprender a ceder. Sempre que cedemos aos outros, nossas características peculiares

Page 120: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 119-

são anuladas, mas se insistirmos em nossa própria maneira ou nossos hábitos, podemos nos tornar mais peculiares ainda. O quanto podemos ser usados pelo Senhor depende principalmente de quanto queremos receber o quebrar da cruz. O quebrar da cruz é principalmente para quebrar a nossa disposição, caráter e características peculiares. Todos nos desculpamos pelas nossas características peculiares, dizendo que nascemos assim, mas nunca devemos dizer isso. Nunca devemos dar uma desculpa pelas nossas características peculiares. Não devemos crer que nossas desculpas estão certas; na verdade, nenhuma desculpa é correta.

A prática de fazer longas orações podem também ser uma característica peculiar. Em certa ocasião, o irmão Nee foi categórico em dizer que freqüentemente fazemos orações que não são orações de fato. Até mesmo em nossa maneira de orar, as características peculiares são muito fortes. Devemos aprender a acompanhar a atmosfera na reunião da igreja e não insistir em nossa própria maneira ou hábito.

A vida cristã é uma vida na qual precisamos sempre ir contra nós mesmos. Se fizermos tudo contra nós mesmos, então estamos certos. Em Mateus 16:24, o Senhor disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-Me”. Negar a nós mesmos é ser contrário a nós mesmos. Alguns irmãos têm a característica peculiar de falar com muitas palavras. Pensam que quanto mais sentenças, frases e períodos falarem, melhor as pessoas vão ser capazes de entendê-las. Por fim, depois de seu falar, as pessoas não sabem sobre o que falaram.

Alguns santos são incapazes de orar sem a “bengala” da descrição ou explicação. Se considerarmos as duas orações de Paulo em Efésios 1 e 3, veremos que não contêm qualquer explicação. Em 3:14-17, Paulo orou: “Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor.” Paulo disse ao Senhor o que ele queria, sem acrescentar qualquer explicação. Uma grande parte de nossa vida e obra cristãs foi esgotada pelas nossas característica peculiares.

Precisamos nos preparar pensando como ensinar todos os temas que temos na restauração. Precisamos pensar como ensinar sobre a redenção, justificação e reconciliação. Se vocês não souberem como ensinar esses pontos, podem ler alguns de nossos livros a fim de se preparar. Quando os grupos se juntarem, eles devem praticar esse tipo de pergunta e resposta mútuas, e o ensino mútuo também. Todos precisamos disso e vamos usar muito isso.

Page 121: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 120-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MESSAGEM DEZENOVE

PAGAR O PREÇO PARA APRENDER AS VERDADES DIVINAS E PRATICAR O ENSINAMENTO MÚTUO

NOS GRUPOS VITAIS

Nesta mensagem, vamos continuar a abordar a questão de ensino mútuo nos grupos vitais. Falar de uma forma natural, fofocar, murmurar e se queixar, tudo isso é fácil, mas ensinar as verdades divinas não é. Nos grupos vitais, precisamos atingir o alvo de levar a cabo o ensinamento mútuo mediante o mútuo perguntar e o mútuo responder. Os grupos vitais têm de ser o órgão didático na vida da igreja. Todos precisamos estar dispostos a pagar o preço para atingir essa meta.

Os grupos vitais podem ser oitenta por cento da vida da igreja principalmente devido ao ensino mútuo. Desses oitenta por cento, sessenta por cento depende do aperfeiçoamento mútuo mediante ensino mútuo. Até aqui, ainda estaremos no estágio inicial.

NECESSIDADE DE TODOS OS SANTOS A APRENDEREM AS VERDADES BÍBLICAS

Mais de cinqüenta anos atrás, o irmão Nee viu a luz em 1 Coríntios 14 a respeito de todos os crentes profetizarem nas reuniões da igreja (vv. 24, 31). O irmão Nee publicou dois livros—A Vida Normal da Igreja Cristã (publicado pela primeira vez em chinês em 1939 sob o título Acerca de Nossas Missões) e Church Affairs (mensagens dadas pelo irmão Nee em 1948)—nos quais ele falou sobre essa questão. Em ambos os livros, ele enfatizou que a prática de um homem falando nas reuniões da igreja, devia ser posta de lado. Em Church Affairs (página 81), o irmão Nee disse que todos os santos precisam constantemente “resistir à” tradição de ter uma mensagem de domingo de manhã, na qual um homem fala e todos os restantes ouvem. Por fim, ele disse que a tradição devia ser derrubada. Hoje, quarenta e quatro anos mais tarde, ainda não eliminamos totalmente aquela prática. Hoje, enquanto estamos praticando o profetizar segundo 1 Coríntios 14, a tentação pode ainda se levantar contra nós para voltar á prática de um homem falando.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, muito poucos oradores afamados se levantaram no cristianismo, principalmente nos Estados Unidos. Nesse período de tempo, as tentativas de alguns poucos homens espirituais de introduzir um reavivamento espiritual nos EUA não teve sucesso. Embora eu fosse muito a favor do crescimento das igrejas, não poria muita confiança nos bem conhecidos oradores e grandes obras. Num certo sentido, se o número de santos nas igrejas da restauração do Senhor for grande ou pequeno, isso não quer dizer muita coisa. O que de fato importa hoje é que todos os santos precisam penetrar nas verdades da Bíblia. Isso é muito difícil, não é uma coisa fácil de se fazer. Em Mateus 7:14 o Senhor Jesus nos disse que o caminho que conduz à vida é estreito e que poucos o encontram e o trilham. Sendo assim, todos podemos ser tentados a desistir. Podemos desistir, mas Alguém dentro de nós não vai desistir. O fato de que poucos entram pela porta estreita e trilham o caminho estrito não quer dizer que o Senhor Jesus vai sofrer uma derrota; pelo contrário, Ele ainda vai ter sucesso. O Senhor esperar ter uma noiva, e Ele vai ter Sua noiva. Apocalipse 19:7 diz que virá o dia quando a noiva estará pronta. Será que

Page 122: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 121-

estaremos incluídos? A essa pergunta devemos responder; ‘Estarei”. Dizer “estarei” significa que ainda estamos nos esforçando. Ainda não chegamos, mas ainda estamos nos esforçando por chegar.

Se levarmos o Senhor a sério para participar dos grupos vitais, de agora em diante precisamos pôr em nossa mente uma firme determinação de que vamos nos esforçar para penetrar nas verdades bíblicas. Como precisamos agradecer ao Senhor por termos

hoje a Bíblia que não só foi traduzida mas também interpretada. O que temos não está ainda perfeito, completo nem totalmente consumado, mas o que temos na restauração hoje é incomensuravelmente diferente do que eu tinha quando jovem. Em minha juventude, eu tentava ao máximo colecionar livros que me ajudassem a conhecer Gênesis, mas não conseguia encontrar muitos livros assim. Entretanto, hoje, se quiser conhecer Gênesis, há um livro chamado Estudo-Vida de Gênesis, que contém cento e vinte mensagens sobre o livro. Se ler muitas mensagens por dia de uma forma rápida, sem digressionar, será capaz de terminar esses livros em aproximadamente um mês. Creio que é possível para quase todos os santos, jovens e velhos, fazer isso. Depois de ler o Estudo-Vida de Gênesis uma vez, sua compreensão será diferente. Ler as cento e vinte mensagens de Gênesis o tornará diferente.

CESSAR TODA CONVERSA DESNECESSÁRIA

Quando decidir fazer esse tipo de leitura, você também precisa decidir cessar toda conversa desnecessária, murmuração, queixas e fofocas (Mt 12:36; Ef 4:29). Quando atender ao telefone, deve aprender a manter sua conversa restrita a poucas frases. Em Jeremias 15:19, Jeová disse a Jeremias: “Portanto, assim diz o SENHOR: Se tu te arrependeres, eu te farei voltar e estarás diante de mim; se apartares o precioso do vil, serás a minha boca.” Nessa época, Jeremias estava desapontado e se queixava com sua mãe e depois a Jeová (vv. 10, 18). Foi então que Jeová disse a Jeremias, concernente ao seu falar, para apartar o precioso do vil. Em Sofonias 3:9, em Sua salvação aos gentios, Jeová prometeu “Então, darei lábios puros aos povos, para que todos invoquem o nome do SENHOR e o sirvam de comum acordo.” Isso indica que todo o povo de Deus precisa ter sua linguagem convertida num falar puro. De acordo com minha experiência, se falarmos demais, nossa conversa vai anular nossa capacidade de ensinar. Se reduzirmos nosso falar, essa capacidade será aumentada. Se quisermos levar a cabo o ensinamento mútuo nos grupos vitais, precisamos pôr um fim à nossa tagarelice e concentrarmos todo nosso ser numa coisa: aprender a verdade de modo que sejamos munidos, equipados e completos para ter a capacidade e também a habilidade de ensinar.

É verdade que a capacidade é inata, mas todos precisamos perceber que tivemos um segundo nascimento e este está ainda no processo de parto. Embora você possa ter sido regenerado há muitos anos, precisa perceber que ainda não saiu do útero; ainda está no “útero” do Espírito Santo. É por isso que precisamos ser renovados (Ef 4:23; Tt 3:5). Renovar é a continuação de nosso segundo nascimento. O resultado de ser renovado é a transformação (Rm12:2). Transformação é a

Page 123: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 122-

continuação da regeneração. Precisamos ser transformados porque não fomos total e completamente regenerados. Nossa

regeneração não está inteiramente consumada. Se nossa regeneração estivesse consumada, não precisaríamos de transformação. A transformação é a continuação de nossa regeneração incompleta. Quanto mais pusermos um fim em papos desnecessários, mais renasceremos e mais capacidade teremos de aprender e ensinar as verdades da Bíblia.

FALAR SÓ O QUE É PROVEITOSO

Precisamos também aprender a não proferir qualquer frase que não seja proveitosa. Precisamos restringir nosso falar, especialmente para com os filhos e cônjuge. Então vamos perceber que todos os dias o Senhor está edificando uma coisa, isto é, falar por Ele. Se praticar minha comunhão por seis meses, sua capacidade de profetizar, de falar pelo Senhor vai ser aumentada.

FALAR DE UMA FORMA “OFICIAL”

Também precisamos aprender a falar de uma forma “oficial”. Precisamos aprender a falar com voz alta, lenta, clara e “oficial”, com peso que possa transmitir alguns pontos definidos da verdade aos outros, senão nosso falar expressará coisas vagas aos ouvintes.

Quer seja idoso ou jovem, não devemos considerar as reuniões como coisa insignificante. Elas não são insignificantes, mas reuniões no Senhor, com Ele e diante Dele. Assim, tudo o que fizermos, devemos fazê-lo com reverência, com santo temor. Nas reuniões, tudo o que dissermos, quer em oração ou ao pedir um hino, ao louvar ou em profetizar, devemos fazer isso “oficialmente”, isto é, precisamos falar alto, adequadamente e com vagar, de modo que todos possam ouvir, atentar e receber algo. Senão, nós nos tornaremos um fardo e um fator de mortificação para as reuniões. Falar alguma coisa nas reuniões é totalmente diferente de falar em qualquer outro tipo de ambiente ou circunstância. Nas reuniões, nosso falar é diante de Deus e por isso é santo.

Com muita freqüência nosso falar é cheio de palavras supérfluas. Por outro lado, o falar do Senhor Jesus nos quatro Evangelhos foi breve, no ponto, purificado, limpo e sem palavras supérfluas. Quando nos levantamos nas reuniões para falar pelo Senhor, precisamos ter a certeza de que o que vamos falar é algo de peso, com luz e suprimento de vida. Além disso, precisamos aprender a falar de uma forma “oficial”.

Primeiro, você precisa tomar a decisão de ler as Mensagens de Estudo-Vida a fim de aprender a verdade. Recomendo veementemente que todos os santos leiam rapidamente os Estudos-Vidas de Gênesis e as quatorze Epístolas de Paulo. Depois de ler aquelas mensagens, você será diferente. Segundo, precisa pôr fim a todo papo desnecessário. Sob a restrição interior do Senhor, você deve aprender a não falar à toa com ninguém, mas falar somente ao Senhor. Freqüentemente tenho o desejo de falar com minha esposa sobre certa coisa, mas muitas vezes a proibição interior está presente, dizendo-me que não preciso falar com ela a respeito daquilo. Às vezes, eu desrespeito

Page 124: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 123-

aquela proibição e logo em seguida me arrependo e confesso ao Senhor, pedindo-Lhe perdão por falar coisas supérfluas. Podemos não dizer nada pecaminoso e nem criticar a ninguém, apenas queremos passar adiante alguma informação às pessoas, mas com freqüência o Senhor vai interiormente impedir-nos de fazer isso. Se seguirmos o Senhor e cortarmos o falar supérfluo, o Senhor vai usar nossa boca para expressar Sua palavra. Nossa boca será santificada para falar a palavra do Senhor.

Terceiro, se dirigirmos a palavra aos nossos cônjuges, filhos, aos irmãos, precisamos aprender a falar somente o que é proveitoso. Quarto, precisamos aprender a sermos “oficiais”, isto é, devemos aprender a não falar levianamente, mas cuidadosamente, proferindo toda palavra de uma forma “oficial”.

A NECESSIDADE DA RESTAURAÇÃO HOJE— GANHAR O AUMENTO

Num futuro próximo, vamos treinar os membros dos grupos vitais para sair a contatar pessoas com o evangelho. Creio que vamos ganhar algumas pessoas. Então, imediatamente, vamos todos ter de saber como nutrir os bebês espirituais recém-nascidos para que possam ser mantidos e preservados. Depois de pouco tempo, todos precisaremos introduzir esses bebês nos grupos vitais para aperfeiçoá-los mediante o mútuo ensinamento.

Embora no passado tenhamos batizado muitas pessoas, nossa taxa de crescimento tem sido muito baixa. Nos últimos dezoito anos, desde 1974, o número de igrejas locais aumentou substancialmente. Atualmente, deve haver mais de mil e duzentas igrejas locais na terra, excetuando a China continental. Mas o número de membros em muitas das igrejas é bem pequeno. No sul da Califórnia, há agora quarenta e nove igrejas e o número total de santos é de aproximadamente três mil. Isso quer dizer que na média, cada igreja tem somente sessenta membros. A despeito do aumento no número de igrejas, nossa taxa de aumento ainda não tem sido satisfatória. Por isso, precisamos encontrar uma maneira de mudar nossa atual situação.

Hoje, na restauração do Senhor, a maior e mais primária necessidade é ganhar o aumento. Uma casa não pode ser edificada sem materiais. Precisamos salvar pecadores mediante a pregação do evangelho para que eles possam se tornar o material para a edificação da igreja como casa de Deus (1Tm 3:15). Em geral, a taxa de aumento depende da maneira que laboramos no evangelho e também no ambiente e nas pessoas. Na Rússia, no curto espaço de tempo de aproximadamente um ano, duas grandes igrejas foram levantadas: uma em Moscou e outra em São Petersburgo. Lá, a taxa de aumento tem sido muito alta porque a maneira tem sido um pouco mais correta, o ambiente é mais favorável e as pessoas são mais adequadas. Por muitas razões, a taxa de aumento nos Estados Unidos tem sido baixa. A taxa de aumento entre as igrejas em Taiwan tem sido semelhante à dos Estados Unidos. As igrejas em Taiwan existem há mais de quarenta anos e ainda assim o número de santos nas igrejas hoje indica que a taxa de crescimento tem sido mais baixa que dez por cento ao ano.

Se quisermos levar o Senhor a sério para Sua restauração, precisamos considerar nossa situação atual com seriedade. Não devemos ficar numa situação confortável acerca da situação atual na

Page 125: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 124-

restauração do Senhor, principalmente no que diz respeito ao aumento. Com exceção da Rússia, a situação em toda a parte, nas Américas, na Europa e no Extremo Oriente, é praticamente o mesmo com respeito ao aumento. Precisamos estar cônscios da situação atual. Não devemos permitir sermos entorpecidos, pensando que a situação em nosso meio seja tão maravilhosa. Sem dúvida, a restauração é maravilhosa mas alguns aspectos dela não são encorajadores, principalmente na questão de aumento. É por isso que em 1984 eu fui a Taiwan de propósito para estudar esse ponto.

Sinto que para sermos salvos da situação atual, precisamos definitivamente dos grupos vitais. Os grupos vitais são uma questão de vida ou morte. De agora em diante, nenhum de nós deve agir, mover-se ou fazer qualquer coisa nas reuniões com leviandade. Ao falarmos, precisamos dizer alguma coisa que seja proveitosa e devemos proferi-la “oficialmente”. Senão, devemos permanecer em silêncio. Mesmo quando estamos sentados tranqüilos e em silêncio, devemos fazer isso de uma forma digna, não leviana. Se fizermos coisas levianamente, como poderemos ter a bênção do Senhor? Precisamos levar essas questões ao Senhor e orar. A restauração é não só sua ou minha; é nossa. Por isso, todos devemos ter por ela séria consideração, como uma questão de vida ou morte.

Page 126: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 125-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MENSAGEM VINTE

A VISÃO NECESSÁRIA PARA LEVAR A CABO OS GRUPOS VITAIS

Antes de começarmos a nos mover, a trabalhar, a agir na pregação do evangelho, tenho um pesado encargo com uma palavra de peso para comungar com todos.

Alguém pode pensar por que usamos o termo grupos vitais. Esse é um termo especial. O motivo de precisarmos ter esse tipo de treinamento com esses grupos é que pos séculos a igreja do Senhor nesta terra se degradou. O Senhor então levantou a restauração. Descer é fácil, mas subir não é. Mesmo para ficar de pé onde estamos e onde devemos estar é bem difícil. A restauração tem estado conosco por setenta anos, mas lamentavelmente, gradualmente começamos a descer mais e mais a uma situação que não pode ser considerada normal; nos tornamos anormais.

Quando tomei a decisão de voltar a Taiwan em 1984, percebi que a taxa de aumento na restauração do Senhor se tornara muito baixa. A verdadeira situação na restauração na terra naquela época não fora plenamente exposta a mim. Por fim, minha ida a Taiwan para levar a cabo a maneira ordenada por Deus de edificar a igreja levantou muita oposição. A ambição se tornou prevalecente entre alguns. Esses tais tinham uma verdadeira conspiração com um plano sobre como tomar o controle da restauração. O falar desses rebeldes devastou a verdade.

Por causa desse retrospecto, tive um verdadeiro encargo de levar a cabo esse treinamento para os grupos vitais. Além do treinamento de tempo integral, precisamos deste treinamento também. O treinamento de tempo integral é nosso treinamento normal da igreja, mas este para os grupos vitais é muito especial: é para resgatar a restauração da degradação.

Precisamos ver que a degradação do cristianismo é completa e totalmente devido à ausência, à carência da revelação divina. Provérbios 29:18 diz que sem visão, o povo se corrompe. Esse versículo pode ser aplicado ao cristianismo hoje. A história da igreja nos mostra que muitos dos que estão no cristianismo são rudes, sem restrição ou controle. A situação no cristianismo pode ser comparada ao período de tempo mencionado no livro de Juízes. Juízes nos diz que durante aquela época, cada um fazia o que achava correto aos seus próprios olhos (21:25). Precisamos ser resgatados dessa situação de degradação.

Nesta mensagem, gostaria de dizer-lhes uma breve e clara palavra a todos vocês, esperando que isso possa se tornar uma visão real para vocês. O que quero compartilhar com vocês é um extrato, a própria essência de todas as mensagens dadas em Atlanta na conferência do Dia de Ações de Graças de 1992. O título dessas mensagens era “A Constituição e Edificação do Corpo de Cristo”. Então fui compartilhar o extrato das duas mensagens dadas aos presbíteros depois do treinamento de inverno de 1992 sobre o livro de Jó. Essas duas mensagens eram intituladas “O Ministério do Novo Testamento” e “O Ensinamento e Comunhão dos Apóstolos”.

Page 127: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 126-

Na conferência do Dia de Ações de Graças, liberei seis mensagens acerca do Corpo de Cristo. Essas seis mensagens abordam quatro pontos: a constituição do Corpo de Cristo; o crescimento de Cristo em Seu Corpo de modo que este possa crescer; a transformação dos santos no Corpo de Cristo; a edificação do Corpo de Cristo. Constituição, crescimento, transformação e edificação são todos pela vida ou com a vida. As mensagens que liberei aos presbíteros depois do treinamento de inverno de 1992 abordam mais três pontos cruciais: o ministério do Novo Testamento, o ensinamento dos apóstolos e a comunhão dos apóstolos. Todos precisamos ter uma visão desses sete pontos.

A CONSTITUIÇÃO DO CORPO DE CRISTO COM VIDA

A constituição do Corpo de Cristo é com vida. O Corpo de Cristo como igreja foi constituído não de forma legal ou por uma carta patente, mas com o próprio Cristo como elemento de vida. O Deus Triúno na eternidade veio encarnado para Se tornar um semeador para semear a Si mesmo no coração humano (Mt 13:3, 19-23). Isso mostra a maneira do Corpo de Cristo ser gerado ou como ele foi produzido. Foi produzido por um tipo de constituição com o próprio Cristo como a corporificação do Deus Triúno para ser a semente semeada dentro de nosso ser. Então todos nos tornamos os muitos grãos dessa única semente (Jo 12:24).

O único grão semeado dentro de nós por fim se tornou os muitos grãos e esses são os componentes do Corpo de Cristo, mas não a constituição. Somos apenas os componentes, mas o próprio Cristo como vida é a constituição. O Corpo de Cristo é composto dos crentes, mas é constituído com Cristo como o elemento de vida. Poucos cristãos vêem ou conhecem qual é a constituição e composição do Corpo de Cristo. A própria igreja aos olhos dos cristãos de hoje e no falar dos mestres cristãos é uma mera composição dos crentes. Eles não viram que o Corpo de Cristo é uma verdadeira constituição.

Nosso corpo humano é um quadro do Corpo de Cristo. Nosso corpo não é apenas uma composição mas uma constituição. Um pedestal de madeira é uma mera composição porque não tem vida, é inorgânico, mas porquanto nosso corpo físico é orgânico, ele é uma constituição de uma vida interior. Se a vida interior for retirada, os componentes de nosso corpo se tornarão uma pilha de destroços. Com a vida, nosso corpo se torna uma constituição. O Corpo de Cristo é simplesmente assim.

O Corpo de Cristo não é meramente uma composição de crentes de muitas nacionalidades. Todos nascemos no Corpo de Cristo. Nosso estômago e nossos dois olhos nasceram em nosso corpo. Eles são organicamente constituídos em nosso corpo. De semelhante modo, nascemos, fomos organicamente constituídos no Corpo de Cristo. Não considero cada um de vocês como sendo compostos numa organização, mas como membros vivos, orgânicos constituídos no Corpo de Cristo mediante sua regeneração com o próprio Cristo a quem vocês receberam para dentro de si e em Quem creram. A constituição do Corpo de Cristo é com o Cristo todo-inclusivo como elemento de vida. Hoje vocês não estão numa organização na forma de composição, mas num organismo na forma de constituição. Esse organismo é constituído não apenas segundo a verdade mas com o próprio Cristo como o elemento todo-inclusivo.

Page 128: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 127-

O CRESCIMENTO EM VIDA

Esse Cristo, que é o elemento de vida com o qual Seu Corpo é constituído, foi semeado dentro de nós, fazendo de nosso coração a terra, o solo que faz crescer. Neste solo, este Cristo, que é o elemento de vida para Seu Corpo, está crescendo. Temos o hábito de dizer que estamos crescendo. Na verdade, entretanto, Ele está crescendo. Quando Ele cresce em nós, nós também crescemos. Crescemos por intermédio de Seu crescimento. Colossenses 2:19 revela que crescemos pelo crescimento de Cristo dentro de nós. Temos Aquele que vive dentro de nós, que está tomando nosso coração como Seu solo e lá crescendo. Pelo Seu crescimento, nós crescemos. Esse é o crescimento de Cristo dentro de Seu Corpo, dentro do próprio coração dos crentes que são os membros de Seu Corpo.

No livro intitulado “A Constituição e Edificação do Corpo de Cristo”, vimos a edificação do Corpo de Cristo pelo crescimento em vida nos escritos de João, Pedro e Paulo. Esses três escritores principais do Novo Testamento, todos tocam a questão do crescimento em vida. Esse crescimento tem uma base, uma maneira e um objetivo. O fato de estarmos na restauração do Senhor não é apenas uma questão de aprender as verdades da restauração, mas uma questão dar ao Cristo que habita interiormente uma chance de crescer. O Senhor tornou isso muito claro para nós em Mateus 13. Para Cristo como o elemento de vida crescer dentro de nós, precisamos tratar o nosso coração, o solo. Precisamos tratar o coração humano como a beira do caminho, o coração superficial com pedras escondidas e o coração com espinhos, representando as ansiedades da era e o engano das riquezas. Pela Sua graça precisamos tratar com nosso coração para mantê-lo puro para Ele crescer em nós. A constituição do Corpo de Cristo é com vida e a edificação do Corpo de Cristo é pelo crescimento em vida.

A TRANSFORMAÇÃO PELA VIDA

A edificação do Corpo de Cristo é também pela transformação dos membros do Corpo de Cristo (2Co 3:18; Rm 12:2a). Transformação não é uma mudança exterior mediante auto-aperfeiçoamento. Precisamos perceber a diferença entre aperfeiçoamento exterior e verdadeira transformação. Transformação não é uma mudança, aperfeiçoamento ou melhoria exterior, mas uma transação metabólica dentro de nós. Mediante o metabolismo, um novo elemento é acrescentado ao nosso ser para descarregar e substituir o velho elemento. A transformação não significa que alguém que é uma pessoa rápida se torna lenta. Essa pode ser uma mera mudança e aperfeiçoamento exterior. A transformação significa que recebemos mais elementos de Cristo para dentro de nós enquanto Ele está crescendo no nosso interior para substituir todas as velhas coisas tais como nossa vida, natureza, disposição, caráter e hábitos velhos. Precisamos de uma substituição, não de uma mudança exterior. Essa substituição é o Cristo vivo, o Cristo que habita no interior. Dia após dia quando O amamos mais e Lhe damos mais base dentro de nós, Ele está Se acrescentando dentro de nós e crescendo para ser o elemento substituinte. Ele substitui nossa velha criação. Esse é o verdadeiro significado da transformação.

Page 129: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 128-

EDIFICADO PELA VIDA

Quando temos a constituição com vida, o crescimento de Cristo em vida e a transformação pela vida, estamos prontos para ser edificados. Precisamos ser constituídos com vida, crescer em vida, transformados por vida e edificados pela vida. Tudo relacionado com o Corpo de Cristo é com vida, em vida e pela vida. Quem é a vida? A vida é o Cristo todo-inclusivo, que é o Deus Triúno processado e consumado (Jo 14:6a). Esse Deus Triúno processado e consumado é a vida constituinte, a vida que cresce e a vida transformadora para nós. Então essa vida se torna o próprio fator da edificação do Corpo de Cristo dentro e entre nós.

Precisamos nos lembrar dessas quatro coisas: constituição, crescimento, transformação e edificação. Espero que todos possamos ver que o Corpo de Cristo é constituído com Cristo como o elemento de vida. Esse Cristo então cresce em Seu próprio Corpo acrescentando-Se mais e mais para dentro de nós de modo que possamos ter o crescimento em vida. Então com a mesma vida estamos sendo transformados. Nossa velha criação está sendo substituída pelo próprio Cristo como o elemento e fator da nova criação. Então estaremos qualificados e no nível adequado para sermos edificados pela mesma vida. Essa vida é o Deus Triúno corporificado em Cristo. Todos temos de ver isso. Essa revelação vai revolucionar nosso ser e vai mudar nosso ser cristão.

O MINISTÉRIO DO NOVO TESTAMENTO

Os últimos três pontos que precisamos ver são o ministério do Novo Testamento, o ensinamento dos apóstolos e a comunhão dos apóstolos. Quando falamos do único ministério, queremos dizer o ministério do Novo Testamento que edifica o Corpo de Cristo. Em 2 Coríntios 4:1, Paulo disse que nós, os muitos [?], recebemos esse ministério. Efésios 4:12 então diz que os apóstolos, os profetas, os evangelistas e os mestres e pastores aperfeiçoam os muitos santos para fazer a obra do ministério. O ministério é singular e a obra também é. Há somente uma obra em toda a terra. Desde o dia de Pentecostes, o Senhor começou somente uma obra pelo único ministério, mas essa obra foi levada a cabo por milhares de obreiros e esse ministério foi levado a cabo por milhares de ministros.

Se ler 2 Coríntios 3 e 4, poderá ver os ministros (plural) e o ministério (singular). Os ministros do Novo Testamento (3:6) têm todos parte no ministério do Novo Testamento (4:1). O ministério de Pedro era parte do ministério; o ministério de Paulo era também e o João também era, e o de Timóteo também era parte do ministério (2Tm 4:5). Quando cheguei a este país e usei o termo o ministério, queria dizer o único ministério do Novo Testamento para edificar o Corpo de Cristo. Não queria dizer que esse era apenas meu ministério. Espero que todos possamos ver isso.

Em 1969 um irmão que costumava freqüentar nosso meio disse que recebíamos o ministério de um único homem, ao passo que ele desejava receber todos os ministérios. Na verdade, entretanto, embora ele dissesse que recebia todos os ministérios, ele pelo menos não recebia o meu. Quando lhe disse isso, ele disse que recebia todos os ministérios seletivamente. Mas esse uso da palavra seletivamente queria dizer então que não recebia todos os ministérios. Na verdade, todos os ministérios adequados de todos os ministros apropriados constituem o único ministério, que é o ministério do Novo Testamento (2Co 4:1; Ef 4:12).

Page 130: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 129-

Quando o Senhor me introduziu em Sua restauração, desde o primeiro dia meus olhos foram abertos. Vi o que o que o irmão Nee estava ministrando estava na linha da revelação acerca do plano eterno de Deus.O plano eterno de Deus é Sua economia, Seu arranjo eterno, Seu plano pelos séculos. O irmão Nee estava na linha do plano eterno de Deus acerca de Cristo e a igreja em vida com o Espírito. Meus olhos foram abertos para ver que isso é o verdadeiro ministério do Novo Testamento. Não é apenas ensinar tipologia ou profecia, mas ensinar acerca da economia neotestamentária de Deus de modo que o Corpo de Cristo possa ser edificado. Esse ensinamento é chamado de ensino dos apóstolos.

O ENSINAMENTO DOS APÓSTOLOS

Alguns têm erroneamente dito que o ensinamento dos apóstolos é somente aqueles ensinamentos que os doze apóstolos aprenderam de Jesus e passaram adiante aos crentes. O Senhor com certeza ensinou muito os discípulos nos Evangelhos, principalmente em Mateus e João. Mas em João 16, o Senhor lhes disse que Ele tinha muitas coisas para dizer-lhes que não podiam suportar naquela hora. Ele não podia liberar essas coisas até que o Espírito da realidade pudesse vir e desvendar todas essas coisas a eles (vv. 12-13). Aquilo queria dizer que depois da morte e ressurreição do Senhor, o Espírito de realidade viria aos apóstolos e desvendaria mais para eles.

O principal apóstolo a quem o Espírito revelou mais foi Paulo. Assim, Paulo disse em Colossenses 1:25 que fora incumbido completar a palavra de Deus. A palavra de Deus aqui diz respeito ao mistério (v. 26), que é Cristo como o mistério de Deus (Cl 2:2) e a igreja como o mistério de Cristo (Ef 3:4). Sem as quatorze Epístolas de Paulo, a palavra sagrada acerca da revelação divina desse mistério jamais poderia ter sido completada.

O Espírito da realidade também revelou mais coisas ao apóstolo João no livro de

Apocalipse. Quem poderia escrever um livro como Apocalipse, com os sete candeeiros, sete Espíritos, sete selos, sete trombetas e sete taças? Foi escrito pelo Senhor Jesus como o Espírito por intermédio do Seu discípulo João. João recebeu a revelação do mistério de Cristo em seu espírito (Ap 1:10). Assim, João disse que depois do livro de Apocalipse, ninguém pode acrescentar ou subtrair coisa alguma (22:18-19). De Mateus a Apocalipse, esse é o ensinamento inteiro do Novo Testamento como o ensinamento dos apóstolos.

Na época de Paulo, algumas pessoas estavam ensinando as genealogias e a lei do Antigo Testamento. Outros estavam ensinando o gnosticismo e ascetismo. Esses ensinamentos diferentes com certeza não eram o ministério. Todas as obras (os ministérios) dos ensinamentos afora o ensinamento dos apóstolos para o cumprimento da economia neotestamentária de Deus não são contados no único ministério do Novo Testamento (1Tm 1:3-4). Os assim chamados ministérios são os motivos de tantas denominações hoje. O ensinamento do batismo por imersão resultou na denominação batista. O ensinamento acerca do gerenciamento da igreja por um presbiterato, um corpo de presbíteros, resultou na denominação presbiteriana. Todas as denominações têm seus próprios ministérios. Na restauração do Senhor não temos muitos ministérios diferentes, mas somente um único ministério. Se recebermos todos os assim chamados ministérios como os das

Page 131: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 130-

denominações, teremos de receber os ministérios dos presbiterianos, dos batistas, dos metodistas, dos episcopais, etc. Esses diferentes ministérios e ensinamentos resultam em divisões.

A COMUNHÃO DOS APÓSTOLOS

No Novo Testamento há somente um único ministério com um único tipo de ensinamento e uma comunhão. Os primeiros crentes perseveraram firmes no ensinamento e comunhão dos apóstolos (At 2:42). Essa comunhão da vida divina está entre os apóstolos e os crentes (1Jo 1:1-3a), entre os apóstolos e o Deus Triúno (1Jo 1:3b), e também entre todos os crentes (1Jo 1:2-3, 7). Essa comunhão não é como aquela de uma fraternidade escolar. Os estudantes numa escola podem ter sua fraternidade, mas essa não tem o fluir, o crescimento e a produção, geração da vida divina. A comunhão divina é o fluir, crescer e reproduzir. É o resultado da vida eterna e na verdade é o fluir da vida eterna dentro de todos os crentes que receberam e possuem a vida divina. A comunhão dos apóstolos é a comunhão da vida divina, a comunhão do Espírito Santo em todos os crentes (2Co 13:14) e a comunhão do Corpo de Cristo na unidade do Espírito (Ef 4:3-4a).

Precisamos dar toda nossa atenção aos sete itens que mencionamos acima: constituição, crescimento, transformação, edificação mais um ministério, um ensinamento e uma

comunhão. Se todos os cristãos pudessem se enfiar nessas sete coisas, quem poderia fazer uma divisão? Como membros dos grupos vitais, precisamos ter clareza sobre isso. Se não tivermos clareza sobre isso, não estaremos qualificados para ser membros dos grupos vitais. Podemos estar em determinado grupo mas esse não poderá ser considerado vital.

Quando entrei na restauração, tomei a firme decisão de adotar o ministério para edificação do Corpo, isto é, o ministério na linha do plano eterno de Deus como vida pelo Espírito. Por sessenta e um anos, não mudei. Tenho sido absolutamente um com o ministério.

Uma vez que todos tenhamos visto isso, precisamos ser pessoas que vivem, andam e fazem tudo no Espírito. Como podemos ser vitoriosos? Como podemos ser vencedores? Precisamos viver, andar e fazer coisas no Espírito. Como podemos ser santos? Precisamos viver, andar e fazer coisas no Espírito. Como podemos ser espirituais? Precisamos viver, andar e fazer coisas no Espírito. Tudo que vamos fazer, não devemos fazer até percebermos que estamos no Espírito. Não devemos falar até que possamos dizer: “Sim, estou no Espírito”. O cristianismo degradado faz coisas tão complicadas, mas na verdade a vida cristã, a vida da igreja, é a vida mais simples. É a vida no Espírito. Precisamos permanecer firmes na revelação divina e praticar esse único ponto da vida cristã, ou seja, viver, andar e fazer tudo no Espírito

Se formos tais pessoas, estaremos prontos para nos mover com o Senhor. Temos de perceber que nós, os membros de Deus, somos os sacerdotes do evangelho do Novo Testamento. A primeira coisa que os sacerdotes devem fazer é oferecer os sacrifícios a Deus. Hoje, no Novo Testamento, nossos sacrifícios não são gado, nem ovelhas ou bois. Nosso sacrifícios são os pecadores salvos tornando-se os membros de Cristo (Rm 15:16; 1Pe 2:5, 9). Estamos oferecendo-os como membros do Corpo de Cristo. Aos olhos de Deus, eles são os sacrifícios vivos (Rm 12:1). Essa é a primeira coisa que temos de fazer.

Page 132: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 131-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MENSAGEM VINTE E UM

COMO CONTATAR E GANHAR PESSOAS

Nesta mensagem gostaria de treiná-los em como contatar pessoas e ganhá-las para o Senhor.

APRENDER A DISCERNIR PESSOAS

Estamos contatando pessoas o tempo todo. Estamos em contato com nossos parentes, nossos vizinhos, nossos colegas de escola e de trabalho. A primeira coisa que temos de aprender em nosso contato com pessoas é como discerni-las, conhecê-las. Temos de discernir que tipo de caráter e disposição elas têm. Também devemos conhecer seu estado de humor e temperamento na hora que estivermos falando com elas. Precisamos discernir se estão contentes ou zangadas. Às vezes as pessoas vão tentar ocultar seu temperamento ao falarem com você. Se uma pessoa for muito zangada ou excitada, vai ser difícil falar com elas. É por isso que precisamos discernir a situação de uma pessoa ao falarmos com ela.

Podemos perceber que determinadas pessoas são muito orgulhosas, ficam muito na mente, são muito filosóficas ou muito emocionais. Podemos perceber que outros têm uma vontade forte e o que pensam não pode ser mudado. O que quer que digam, tem de ser seguido. O nosso discernimento adequado das pessoas vai nos ajudar a chegar até elas e ter o contato apropriado com elas. Não devemos permitir que as pessoas saibam que estamos discernindo-as, mensurando-as e testando-as. Devemos simplesmente ficar com elas de uma forma natural.

NÃO CORRIGIR AS PESSOAS

Embora possamos conhecer o caráter, disposição e situação de alguém, não devemos nunca tentar corrigi-lo. Se achar que certa pessoa é emocional com um temperamento difícil, você deve ser cuidadoso em não abordar o assunto de seu temperamento. Se fizer isso, está errado. Sempre diga, faça e expresse alguma coisa aos outros de uma forma natural, sem tentar consertar os outros.

CONTATAR PESSOAS NO PRINCÍPIO DA ENCARNAÇÃO

Além disso, temos de aprender como confiar no Senhor no exato instante em que estamos falando às pessoas. Devemos orar interiormente: “Senhor, aqui está essa pessoa. Senhor, que devo fazer?” Enquanto está orando interiormente, devemos simplesmente seguir a orientação do Senhor para falar alguma coisa de uma forma bem natural.

Esse tipo de contato com as pessoas está totalmente no princípio da encarnação. A encarnação é um ponto com duas naturezas: a divina e a humana. Encarnação significa que duas naturezas se juntaram e foram mescladas juntas. Ao contatar pessoas, precisamos praticar o princípio da encarnação.

Page 133: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 132-

O princípio dos escritos do apóstolo em suas Epístolas foi totalmente no princípio da encarnação. Romanos foi escrito dessa forma. Sem dúvida, aquilo foi algo escrito por humanos, mas não foi puramente ou meramente do homem chamado Paulo. Ele estava escrevendo com o Espírito. Em suas Epístolas, Paulo nos disse que era alguém escrevendo aos santos. Ele não disse: “Assim disse o Senhor...” Essa é a maneira de pensar do movimento pentecostal segundo a maneira do Antigo Testamento. Isso não está de acordo com o princípio de encarnação do Novo Testamento, que todos precisamos praticar.

É por isso que precisamos de muita preparação para fazer de nós mesmos um com o Deus Triúno que habita interiormente. Onde quer que estejamos e formos, devemos ser capazes de dizer que somos um com Deus. Sempre que falarmos, devemos falar no princípio da encarnação. Não devemos falar aos outros por nós mesmos, mas devemos falar juntos com o nosso Senhor que habita em nós. Esse é o nosso falar, mas ainda assim o Senhor fala. Isso está de acordo com o que o apóstolo Paulo expressou em 1 Coríntios 7. Ele emitiu sua opinião (vv. 10, 12, 40), embora dissesse que não tinha mandamento do Senhor (v. 25). Posteriormente ele disse: “Penso que eu também tenho o Espírito de Deus” (v. 40). Isso mostra que ele e Deus Espírito falavam juntos. Devemos praticar sempre esse princípio.

No Antigo Testamento, a palavra de Jeová vinha sobre um profeta (Jr 1:2; Ez 1:3), sendo o profeta simplesmente o porta-voz de Deus. Mas no Novo Testamento, o Senhor Se tornou um com Seus apóstolos e eles se tornaram um com Ele. Assim, ambos falam juntos. Sua palavra se tornou a palavra deles e tudo o que proferem é Sua palavra. Esse é o princípio da encarnação.

ALGUMAS ILUSTRAÇÕES SOBRE COMO CONTATAR PESSOAS

Agora gostaria de mencionar alguns pontos práticos. Ao contatar pessoas, não devemos começar nossa conversa de uma forma específica; antes, devemos falar de uma maneira normal. De nossa conversa normal, podemos falar algo do Senhor para elas.

Um irmão nos disse que ele contatou uma pessoa em seu serviço que era um jovem engenheiro. Leu algumas notas da Versão Restauração para esse jovem acerca da genealogia de Cristo em Mateus 1. Ele esperava que esse jovem fosse atraído pela verdade em Mateus 1, mas quando o jovem percebeu que esse irmão estava se reunindo numa igreja local na restauração do Senhor, ele se tornou crítico. Esse irmão também tinha como vizinho um pastor. Esse pastor também se tornou crítico quando descobriu que esse irmão estava se reunindo. Quando encontrar casos de rejeição e de crítica como esses, você não deve ficar desapontado. Há muitos casos assim.

Você tem de exercitar sua paciência. Não deve discutir com os outros. Quando alguém disser alguma coisa de uma forma negativa e agressiva, é melhor tentar virar o assunto para outra coisa a fim de acalmá-lo e manter nossa amizade. Você precisa buscar o Senhor para a hora adequada para falar-lhe sobre suas preocupações e inferências erradas. A próxima vez que gastar tempo com ele, poderá ser a hora certa. É claro, antes daquela hora, você deve orar muito. Deve orar para que na hora certa você seja capaz de falar às pessoas. Então poderá começar a conversa com eles naturalmente.

Page 134: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 133-

Se o Senhor preparar para você ter outra hora com esse jovem engenheiro, poderá mudar o tema de genealogia de Cristo para o livro de Filipenses. Esse jovem é um cristão e sabe da situação atual entre os cristãos. Ele com certeza está buscando o Senhor, senão, não estaria incomodado com sua situação na restauração do Senhor. Com tais pessoas, você pode compartilhar Filipenses 1:19. Esse versículo é uma palavra muito doce acerca do suprimento abundante do Espírito de Jesus Cristo. É um tema agradável e doce. Não deve falar muito sobre a genealogia de Cristo; pelo contrário, deve falar-lhe sobre o suprimento abundante do Espírito de Jesus Cristo.

Depois de mais algum tempo, você pode compartilhar sobre Filipenses 1:21a com ele. Paulo aqui disse: “Para mim, o viver é Cristo”. Paulo vivia Cristo de modo podia magníficá-Lo, que pela vida quer pela morte (v. 20). Essa é outra doce palavra. Se puder falar-lhe a cada dois ou três dias e mostrar-lhe muitas coisas agradáveis das Escrituras, o coração desse jovem poderá ser tocado e sensibilizado.

Por intermédio de nossa oração e falar, você vai ganhar sua confiança e ele pode posteriormente expressar sua preocupação com os falsos boatos que ouviu sobre nós. Você precisa aprender a ser sábio. Não deve responder meramente dizendo que essas coisas são falsas e disparatadas, mas deve dizer: “Todos conhecemos o princípio de causa e efeito. Se houver um efeito, tem de haver uma causa. Tenho ouvido o ministério nas igrejas locais por um longo tempo e você sabe que não sou tolo. Como poderia o Senhor ganhar alguma coisa entre nós com tão rico depósito da verdade? Qual é o motivo?” Não lhe deve dizer mais nada depois disso. Ele pode querer que você compartilhe mais com ele, mas você deve esperar outra hora para falar com ele. Não devemos ser apressados. Não devemos pensar que temos de terminar nossa conversa para ganhar uma pessoa num dia. Um bom pescador é sempre sensato. Se agir com muita rapidez, ele vai afastar os peixes para longe dele. Um bom pescador sabe que quanto mais o peixe morder a isca, mais ele se fisga.

Em outra hora, você poderá dizer algo mais. Poderá dizer: “No mês passado, compartilhei com você acerca do suprimento abundante do Espírito de Jesus Cristo e sobre o nosso Cristo vivo para que pudéssemos magnificar Cristo mediante a vida ou a morte. Fui cristão por muitos anos e nunca tinha ouvido essas verdades. Não percebia que essas verdades estavam na Bíblia. Quanto mais ouvia o ministério na igreja, mais verdades na Bíblia eu descobria. Centenas de pessoas têm tido a mesma experiência que eu tive”. Essa é a maneira de apagar as dúvidas em sua mente dos falsos boatos que ele ouviu.

Em princípio, você deve lidar da mesma forma com o pastor. Ele pode perguntar se você tem um pastor. Você pode responder dizendo que tem muitos pastores e que também é um pastor. Você pode dizer: “Estou trabalhando num emprego, mas também sou um pastor sem receber honorários para isso”. Então pode prosseguir dizendo-lhe sobre os novos ou santos específicos que você tem pastoreado. Ele pode perguntar-lhe como sua igreja é organizada e como levantam fundos para ela ou para a obra. Deve sempre se exercitar para responder-lhe de uma forma interessante. Não seja muito afoito para conseguir pessoas.

Por fim ele pode perguntar se pode ir a uma reunião, mas você não deve responder isso até sentir que a hora está madura para ele vir. Quando perceber que a hora chegou, pode dizer-lhe: “Agora

Page 135: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 134-

vou levá-lo á minha reunião mas você tem de me fazer um favor primeiro. Leve-me à sua igreja para ver sua reunião primeiro”. Seria melhor se você fosse ao seu salão de reuniões primeiro duas ou três vezes para depois levá-lo ao nosso. Então você poderá ver a prática deles. Isso vai preparar você para levá-lo à nossa reunião. Então saberá como compartilhar com ele e guiá-lo para ver algumas coisas e ele poder fazer uma comparação. Tal comparação será útil para ele. Essas são ilustrações de como podemos cuidar das pessoas ao ministrar-lhes Cristo. Precisamos aplicar o princípio da encarnação a todas as pessoas que contatarmos.

PAGAR NOSSO DÉBITO DE EVANGELHO

Como membros dos grupos vitais, precisamos pagar nosso débito do evangelho (Rm 1:14-15) aos nossos parentes, que são nosso primeiro círculo interno, o mais próximo de contatos. Muitos dos nossos parentes ainda não são salvos. Temos de orar por eles. Começando agora, o Senhor pode levar vocês a orar por eles por seis meses. Não precisa orar muito tempo. Cada dia, depois de levantar-se, pode dizer: “Senhor, minha mãe ainda não foi salva.” Essa é sua oração. Depois de trabalhar, à tarde, quando vai pegar o carro, pode dizer: “Senhor, minha mãe ainda não está salva.” Clame ao Senhor dessa forma por meio ano e verá o que resultará disso.

Em sua autobiografia, George Müller nos conta que orou por centenas de pessoas. Mais cedo ou mais tarde, todas aquelas pessoas foram salvas. Ele orou por uma pessoa em sua lista por muito tempo e aquele homem por fim foi salvo, depois da morte de George Müller. Temos de crer que nosso afã pelos pecadores vem do Senhor. Ele escolheu e predestinou pessoas e agora nossa oração é exigida para a salvação delas. Milhares de pessoas em nossas localidades foram escolhidas e predestinadas pelo nosso Deus Pai, mas sem oração, sem algum interesse da parte dos filhos de Deus pelos Seus escolhidos, Ele não vai salvar ninguém. Ele não pode salvar ninguém até que oremos. Em princípio, todos nós fomos salvos porque alguém orou por nós. Eu fui salvo por intermédio da oração de minha irmã. Todos precisamos orar pelos nossos parentes continuamente até que todos sejam salvos.

Não precisamos fazer longas orações. Muitos de nós temos o hábito de fazer longas orações com longas frases. Muito do que oramos desse modo está cheio de palavras supérfluas. O Senhor deseja ouvir nossas orações genuínas, sem explicações e ensinamentos. Devemos clamar ao Senhor de uma forma simples e direta para a salvação de todos os nossos parentes, um por um. Essa é a maneira de pagarmos nosso débito do evangelho para com nossos parentes, nosso primeiro círculo de responsabilidade. Nossos vizinhos devem ser considerados com nosso segundo círculo e nossos colegas de escola e de trabalho, como o terceiro círculo. O Senhor disse aos discípulos que eles seriam Suas testemunhas em Jerusalém (o círculo interno), na Judéia (o segundo círculo), em Samaria (o terceiro círculo) e até os confins da terra (At 1:8).

Isso não quer dizer que enquanto estamos zerando nosso débito do evangelho com nossos parentes, não precisemos contatar outros quaisquer. Enquanto estamos laborando com o Senhor no evangelho, Ele vai soberanamente nos dar pessoas. Não devemos nos esquecer do caso em Atos 8 de Filipe com o eunuco da Etiópia. Esse eunuco estava voltando para seu país depois de adorar a Deus em Jerusalém, e estava lendo o livro de Isaías. O Espírito levou Filipe a este eunuco para salvá-lo. Esse eunuco não era alguém do relacionamento próximo de Filipe. Se somos pessoas

Page 136: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 135-

amando o Senhor e dispostos a sacrificar tudo pela salvação dos outros, o Senhor vai soberanamente levar-nos àqueles a quem Ele escolheu e predestinou.

O Senhor está atrás daqueles que vão se tornar os que O amam. A fim de sermos membros vitais dos grupos vitais, precisamos ser os que amam o Senhor. Em nossos corações, o Senhor deve ter o primeiro lugar, a proeminência. Precisamos ser aqueles que O vivem e vivem para Ele. Se formos tais pessoas, será que o Senhor não vai nos usar? Certamente que sim. Todo dia Ele vai nos usar para contatar pessoas. Como aqueles que amam o Senhor, espontaneamente nos importaremos com a salvação dos outros.

Todos precisamos ter encargo para pagar nosso débito. Paulo disse em Romanos 1 que era devedor daqueles que não tinham ouvido o evangelho da parte dele (vv. 14-15). Paulo estava se esforçando para pagar o seu débito do evangelho. Ele disse que devia o evangelho às pessoas. Todos devemos aos nossos parentes, pais, vizinhos, colegas de classe e de escola. Devemos o evangelho a todos os homens.

Poderíamos dizer a alguém que lhe devemos algo. Quando ele lhe perguntar o que lhe deve, podemos dizer: “Eu lhe devo Cristo.” Então podemos falar-lhe sobre Cristo. Se formos pessoas que amam o Senhor e que estão se esforçando para pagar o nosso débito, o Senhor vai nos usar para trazer pessoas para Ele mesmo. Ainda não nos tornamos “loucos” a tal ponto. Fui salvo por intermédio de alguém que estava “louco” dessa forma, que amava o Senhor ao máximo. Ela era uma jovem irmã, seis anos mais velha do que eu. Precisamos nos lembrar que as pessoas a quem gerarmos serão como nós mesmos.

SER APERFEIÇOADO PARA A OBRA DO MINISTÉRIO

Na restauração do Senhor, estamos debaixo do Seu aperfeiçoar para nos tornar membros úteis de Seu Corpo. Efésios 4:11 e 12 nos dizem que Ele deu ao Seu Corpo, à igreja, alguns apóstolos, alguns profetas, alguns evangelistas e alguns pastores e mestres para aperfeiçoar os santos. O versículo 12 diz que estamos sendo aperfeiçoados para a obra do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo. Por fim, os aperfeiçoados farão a obra do ministério assim como os dotados fazem. O apóstolo Paulo ficou em Éfeso por três anos para fazer esse trabalho de aperfeiçoamento (At 20:31). Ele disse que ensinava publicamente e de casa em casa (v. 20). Também disse que admoestava cada um com lágrimas (v. 31). De casa em casa significa que Paulo ensinava em todas as casas dos santos.

Porquanto os santos em Éfeso haviam recebido o aperfeiçoamento de Paulo, ele foi capaz de escrever-lhes a maravilhosa Epístola aos Efésios. Ele esteve com eles por três anos para prepará-los de modo que pudesse escrever aquela Epístola. O capítulo um de Efésios revela o dispensar da Trindade Divina e a infusão do Cristo ascenso. O capítulo dois revela a obra-prima na nova criação de Deus e a criação do novo homem. O capítulo três nos mostra a economia eterna de Deus e Cristo fazendo Seu lar em nossos corações. O capítulo quatro revela o mesclar divino e o crescimento no Corpo de Cristo. Também nos mostra a edificação do Corpo por si mesmo e a renovação no Espírito. Os capítulos cinco e seis nos mostram as questões da união e de luta. Nossa união conjugal com Cristo está no capítulo cinco e nossa luta na guerra espiritual para tratar o inimigo de Deus está

Page 137: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 136-

no capítulo seis. Isso corresponde a Apocalipse 19. Neste capítulo vemos a união conjugal de Cristo e Sua noiva (vv. 7-9). Logo em seguida, a noiva e o Noivo se tornam um exército para lutar contra e derrotar o Anticristo e seus seguidores (vv. 14-21). Paulo pôde liberar o livro de Efésios aos santos em Éfeso porque eles haviam sido preparados e aperfeiçoados tendo ele despendido três anos em sua presença.

Certamente precisamos praticar Efésios 4:12. Todos os nossos irmãos e irmãs no Senhor na restauração devem ser aperfeiçoados para a obra do ministério, isto é, para a obra da edificação do Corpo de Cristo. Não estamos meramente ganhando almas em nossa pregação do evangelho. Estamos nos esforçando por levar a cabo Efésios 4:12. Hoje Deus está buscando os aperfeiçoados. Espero que contatemos pessoas e lhe falemos de uma forma aperfeiçoada segundo o princípio da encarnação. Precisamos saldar o nosso débito no evangelho na forma revelada nesta mensagem.

Page 138: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 137-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MENSAGEM VINTE E DOIS

TORNAR-SE VITAL MEDIANTE ORAÇÃO, PREPARANDO NOSSOS CANDIDATOS À EVANGELIZAÇÃO E REMINDO O TEMPO

PARA APRENDER A VERDADE

TORNAR-SE VITAL MEDIANTE ORAÇÃO

Agora temos de começar nossas ações visando o aumento. Recentemente visitei um grupo de santos e fiz uma descoberta muito positiva. Descobri que eles não eram vitais e não tinham orado muito. Não tinham entrado na vida de oração. A única maneira de podermos tocar o Espírito é por intermédio de oração. Na Bíblia, o Espírito está ligado à nossa oração. Orar e Espírito são uma coisa só. Se estivermos sem oração, estaremos sem o Espírito. É claro, também podemos dizer que sem o Espírito não pode haver oração. É por isso que nos é dito para orar no espírito (Ef 6:18). Uma vez que somos crentes regenerados em Cristo, nosso espírito humano e o Espírito Santo são mesclados juntos com um espírito só (1Co 6:17).

Se não orarmos mesmo que por um dia, temos a sensação de que nos falta o Espírito. Quando oramos, mesmo que apenas algumas poucas frases, temos a sensação de que estamos tocando o Espírito. Todos precisamos ter um tempo com o Senhor cada manhã em oração. Se não orar de manhã por uma semana, vai estar morto espiritualmente. Não há outro modo de ser vital exceto orando. Temos de orar e entrar numa vida de oração.

A maioria de nós está vivendo numa situação na qual é difícil encontrar um tempo exclusivo de meia hora para orar. Sempre que reservamos um tempo específico para orar, o inimigo vai sempre tentar nos perturbar. Quando começamos a orar, alguém pode bater à porta ou chamar-nos ao telefone. Podemos não receber telefonemas por muito tempo, mas tão logo começarmos a orar, o telefone vai tocar. Por fim, depois de três telefonemas, nossa disposição para orar se foi. Podemos ter de esperar por um longo período de tempo até que possamos recobrar a disposição para orar. Não é fácil para nós orar por meia hora sem sermos perturbados. Precisamos buscar o Senhor de modo que possamos nos livrar de todas as distrações para ter uma hora exclusiva de oração com Ele. A oração nos faz vitais. Temos de tomar a dianteira para sermos vitais. Se não formos vitais, não poderemos orar para outros serem vitais.

Ser vital significa ser liberado no espírito e isso não pode ser fingido. Se orarmos por meia hora, seremos liberados. Se não formos liberados, não seremos vitais. Para contatar pessoas temos de ser pessoas liberadas. Se não estivermos amarrados, seremos capazes de liberar os outros. Uma pessoa rejeitada, chorosa, não pode fazer as outras pessoas felizes. Se queremos fazer as pessoas felizes, temos de ser pessoas felizes. Só podemos ajudar as pessoas a ser o que somos. Para sair para efetivamente laborar no evangelho, precisamos ser vitais.

Page 139: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 138-

PREPARAR NOSSOS CANDIDATOS À EVANGELIZAÇÃO

Antes de sairmos, precisamos ter alguma preparação. Primeiro, precisamos preparar alguns candidatos para visitarmos. Precisamos pensar em todos os nossos parentes, vizinhos, colegas de escola e de trabalho, e amigos. Desses que conhecemos, precisamos escolher alguns para laborar para a evangelização. É claro que temos de fazer isso orando. Precisamos orar: “Senhor, quem é o melhor desses dois ou três agora para eu trabalhar nele.” Compartilhei numa mensagem anterior que todos devemos fazer uma lista das pessoas que conhecemos que precisam ser salvas. Quando lemos essa lista orando sobre ela, vamos ter algum tipo de sinalização interna sobre dois ou três a respeito dos quais devemos laborar agora. Temos de considerar sua situação e laborar sobre eles adequadamente.

Precisamos considerar todos os nossos conhecidos e precisamos do discernimento apropriado ao refletirmos sobre em quem devemos laborar. Devemos gastar nosso tempo para laborar sobre aqueles a quem consideramos promissores e não desperdiçar o tempo em outros que não estão abertos. Em nossas reuniões de grupo devemos orar e avaliar juntos nossos candidatos para a evangelização. Precisamos considerar a condição das pessoas, principalmente espiritual e depois agir adequadamente para ir ao encontro de suas necessidades no evangelho. Precisamos decidir como devemos visitar determinada pessoa e quem deveriam ser os visitadores.

APRENDER A VERDADE E APRENDER A MANEIRA ADEQUADA

PARA APRESENTAR A VERDADE PARA GANHAR PESSOAS

A maneira de falar com uma pessoa é crucial e como responder suas perguntas é ainda mais crucial. Sua palavra pode salvá-lo ou pode fazê-lo tardar por muitos anos. Uma pessoa pode ter uma pergunta e embora você possa falar muitas coisas da Bíblia para respondê-la, ela não vai absorver nada.

Se uma pessoa lhe perguntar o que é a vida eterna você não deve responder-lhe de uma forma complicada, mas deve responder-lhe de uma forma sucinta e simples. Você pode dizer: “A vida eterna é o próprio Deus e Deus é Jesus Cristo. Por isso, a vida eterna é simplesmente Jesus Cristo. Cristo hoje é o Espírito conosco. Ele está esperando por uma chance para entrar em você para ser sua vida eterna. Quer recebê-Lo?” Ele então pode perguntar: “De que forma?” Então você pode levá-lo a orar e invocar o nome do Senhor. Dentro de pouco tempo essa pessoa será ajudada a conhecer que é a vida eterna e como ela pode receber essa vida. A vida eterna é Deus, Deus hoje é Jesus Cristo e Ele é o Espírito. Orando e invocando o nome do Senhor podemos recebê-Lo para dentro de nós para ser nossa própria vida.

Quando formos visitar alguém, não devemos falar-lhe muitos pontos. Senão, ele vai ficar confuso e não absorver nada. Se formos visitar alguém e falar-lhe muitos pontos de uma forma complicada, nosso falar vai fazê-lo se retrair. Ele pode sentir que as coisas

na Bíblia são muito difíceis de entender e seu interesse acaba. Então não vai querer mais nenhum contato conosco. Isso vai causar um atraso em sua vida por muitos anos. Devemos temer e tremer

Page 140: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 139-

ao contatarmos pessoas (1Co 2:3). Devemos orar: “Senhor, como devo responder a essa pessoa? Ajuda-me.”

Também precisa conhecer os versículos apropriados da Bíblia, principalmente aqueles citados como os “versículos de ouro”. Com certeza tem de lembrar-se de João 3:16, mas em João 3 há outros versículos cruciais. Os versículos 3 e 5 falam de nascer de novo, ser regenerado, entrar no reino de Deus. Vocês precisam conhecer os melhores versículos acerca de Deus, de Cristo, do sangue de Cristo, da redenção de Cristo e de todas as verdades cruciais relacionadas com o evangelho. Suas respostas às pessoas devem ser concisas e no ponto. Para mim é um pouco simples exercitar vocês, mas para vocês fazerem isso não é tão fácil. Isso exige prática.

Nas reuniões de grupos vitais, precisamos despender algum tempo para estudar os nossos candidatos à evangelização. Depois de contatarmos uma pessoa, a semana seguinte devemos relatar na reunião do grupo a nossa experiência. Então devemos buscar o Senhor e ter comunhão sobre como podemos dar o passo seguinte com essa pessoa.

Precisamos nos lembrar que em nosso labor do evangelho nós somos pescadores de homens (Mt 4:19) e a sociedade humana é como um grande oceano cheio de peixes. Certos peixes podem ser muito difíceis de apanhar de modo que não devemos gastar nosso tempo com eles. Precisamos pescar os que são acessíveis. É por isso que precisamos do discernimento adequado sobre em quem vamos laborar. Deus certamente ama a todos, mas eu não estou falando sobre amar o mundo, mas de como “fisgar” pessoas com o tempo limitado de que dispomos.

Temos algo que vai ao encontro da necessidade das pessoas. Se uma pessoa vai a uma loja para comprar algo e a loja não tem o que ela quer, ela sai desgostosa. Mas se encontrar uma loja que tem o que quer, ela com certeza vai ficar feliz. Temos de ter algo para ir ao encontro da necessidade das pessoas. Além disso, podemos ter algo mas não sabemos como apresentar o que temos. Precisamos aprender a apresentar as coisas às pessoas de forma que possam recebê-las. Devemos aprender a apresentar a verdade do evangelho de acordo com a situação prática de nossa vida diária. Isso requer nossa prática. Para se tornar eficiente em qualquer tipo de esforço atlético, uma pessoa precisa praticar o tempo todo. Nosso sucesso em alcançar pessoas com o evangelho para o aumento do Corpo de Cristo depende tudo de nossa prática.

Espero que nos preparemos para vir à próxima reunião de grupo. Precisamos vir preparados com os candidatos à evangelização sobre os quais sentimos que devemos

laborar neles. Depois vamos refletir sobre como ir até eles e começar nosso labor juntos no evangelho. Quando laboramos em certas pessoas, precisamos ser consistentes. Não devemos esperar que dentro de três meses alguém vai ser salvo e dentro de meio ano outro também será. Pode acontecer que os três sobre quem temos encargo não se salvem até se passarem dois anos. No passado podemos ter ficado muito ocupados, mas não demos nenhum fruto. Precisamos orar para conseguir alguns candidatos definidos. Então precisamos trabalhar neles. Precisamos aprender como concentrar nossa obra a fim de conseguir alguns resultados definidos.

Page 141: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 140-

RESPOSTAS A PERGUNTAS

Pergunta: Não seria melhor se não convidássemos os novos para os nossos grupos vitais imediatamente mas primeiro tivéssemos um tempo com eles em suas casas?

Resposta: Convidá-los ou não para os grupos vitais não deve ser tornar uma regra, um regulamento legal. Tudo vai depender da necessidade. Você tem de ponderar se seria útil levar um novo para o seu grupo imediatamente. Em determinados casos, pode ser mais seguro para você ir com outro irmão visitar esse novo por algum tempo até sentir que ele está pronto para vir à reunião de grupo.

Se seu vizinho é um cristão aberto e busca a verdade, você precisa apresentá-la a ele. Pode até ser bom despender algum tempo com ele para estudar um livro da Bíblia juntos. Você pode até estudar a verdade acerca da nossa predestinação à filiação da parte de Deus no livro de Efésios. Não deve tentar fazer muito de uma vez. Talvez apenas uns quinze minutos com ele, uma ou duas vezes por semana será suficiente. Nada pode convencer as pessoas tanto como a verdade, principalmente com um cristão que a busca.

Pergunta: Alguém me perguntou que queremos dizer que ao dizermos que um crente em Deus é um homem-Deus. Eles ficam pensando se isso não quer dizer que estamos afirmando que nos tornamos oniscientes como Deus. Como devemos responder a essa pergunta?

Resposta: A Bíblia revela que nós, crentes em Cristo, temos a vida de Deus (Jo 3:15-16, 36) e Sua natureza (2Pe 1:4) porque nos tornamos Seus filhos e Dele nascemos (Jo 1:12-13), mas isso não significa que temos Sua Deidade. Somente Ele é o único a ser adorado. Ele é todo-poderoso, onisciente e o único a ser adorado, mas não. Quando você compartilhar isso com ele, certifique-se de citar alguns versículos na Bíblia que mostram que temos a vida e natureza de Deus.

Não lhe diga meramente que temos a natureza de Deus. Você precisa ler para ele 2 Pedro 1:4 a fim de mostrar-lhe que somos participantes da natureza divina. Esse versículo mostra que nós, crentes, temos como nos livrar desta era e de suas concupiscências. Os incrédulos não têm como mas nós, os crentes, temos como ter a natureza santa de Deus. Porquanto temos a natureza de Deus e ela é santa, também podemos ser santos e guardados das concupiscências desta era, da corrente do mundo. Dizendo isso, creio que ele será ajudado. Isso quer dizer que ele será alimentado por você.

Já que amamos o Senhor Jesus, precisamos perceber que temos muito para aprender a fim de nos tornarmos um cristão adequado. Para aprender adequadamente, precisamos, precisamos remir nosso tempo. Um irmão pode vir para casa depois do trabalho e ter dez minutos antes de jantar. Pode despender aqueles dez minutos para ler 2 Pedro 1:4 e algumas das notas na Versão Restauração. Enquanto a mãe está cuidando de seus filhos, ela pode procurar oportunidades para abrir sua Bíblia e ler um versículo. Essa é a maneira de se aprender as coisas. Aprendemos coisas pouco a pouco, passo a passo.

Minha preocupação é com suas orações, com suas experiências no Espírito e com sua aprendizagem. Você quer levar a sério a aprendizagem? Seu tempo nos grupos vitais é um momento de ouro para aprender. Pode aprender com os demais membros do grupo vital e praticar o que

Page 142: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 141-

aprenderam. Com sua experiência nos grupos vitais e o treinamento que recebe nessas mensagens, você pode aprender muito.

Entrei no centro da obra na restauração do Senhor de uma forma prática em Shanghai em 1933. Dois anos mais tarde, em 1935, o irmão Nee foi para outra localidade para ter uma conferência. Naquela conferência, ele disse que havia um irmão entre nós com o nome de irmão Lee, cujo progresso no Senhor era como uma pessoa que não apenas correndo mas voando. Um irmão que estava naquela reunião me relatou isso quinze anos depois, quando eu estava ministrando em Manila. Sempre que ouvia algo proferido pelo irmão Nee que eu não entendia, eu sempre a estudava imediatamente. Vocês de fato aprendem tudo ou vêm para as reuniões de ministério e treinamento meramente para ouvir? Se for assim, não conseguirão ganhar muito. Vocês precisam aprender.

Já que ouviu algo sobre 2 Pedro 1:4, você deve ler esse versículo e estudá-lo com a ajuda das notas na Versão Restauração. Pode lembrar que esse versículo fala de nos tornarmos participantes da natureza divina, mas por não se lembrar do versículo inteiro, pode não ser capaz de falar muito sobre isso. Segunda Pedro 1:4 diz: “pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo.” Esse versículo é de fato precioso. Ter ou participar da natureza divina de Deus tem algo a ver com escapar da corrupção que há no mundo. Também é mediante as preciosas e mui grande promessas que você se torna participante de Sua natureza divina. Se quiser participar da natureza divina, precisa ter experiência com as promessas divinas.

Precisa aprender o que todas essas coisas significam. Por meio dessas preciosas e mui grandes promessas, você pode participar, provar, experimentar a natureza de Deus. Esse versículo por si precisaria de uma mensagem inteira para ser adequadamente exposto. Que são essas promessas? A maioria de nós diria que não sabe. Por que a natureza divina tem tanto a ver com escapar da corrupção do mundo pelas concupiscências que nele há? Até a corrupção do mundo pelas concupiscências demandam muita explicação.

Se estudar esse versículo completamente, poderá dizer muito ao seu colega a respeito disso. Então poderá convencê-lo. Você precisa entregar-se à aprendizagem da verdade. Não diga que não tem tempo. Todo mundo tem tempo. Você precisa aprender a remir seu tempo.

Pergunta: Qual é a diferença entre oração e súplica? A oração inclui comunhão com o Senhor?

Resposta: Súplica é algo mais particular, específico, ao passo que oração é mais genérica. É claro, em sua oração e súplica, sempre que abrir a boca para dizer algo ao Senhor, isso é um tipo de comunhão. Oração e súplica são ambos um tipo de comunhão. A súplica implica que você tem um encargo específico para orar por determinadas coisas. Pode orar pelos grupos vitais de uma forma geral, mas às vezes pode sentir encargo para suplicar ao Senhor acerca dos grupos vitais. Pode separar meio dia para especificamente suplicar ao Senhor para que todos os grupos se tornem vitais. Então poderá ter mais encargo para até jejuar suprimindo uma refeição para suplicar ao Senhor acerca dos grupos vitais. Pode ter encargo para suplicar ao Senhor por uma única coisa: “Senhor,

Page 143: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 142-

torna todos os grupos vitais. Torna-me vital, Senhor.” As palavras oração e súplica são usadas em Efésios 6:18 e Filipenses 4:6. A oração é mencionada antes e depois a súplica.

Pergunta: Você mencionou alguns versículos de ouro que precisamos conhecer a fim de ir ao encontro das necessidades das pessoas. Pode dar-nos alguns desses versículos?

Resposta: Há muitos desses versículos na Bíblia, mas podemos mencionar alguns deles. Acerca da existência de Deus, você precisa usar Romanos 1:19-20: “porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis.” Essa é a melhor passagem das Escrituras para mostrar às pessoas a existência de Deus. A criação é uma forte evidência da existência de Deus. Você não pode ver Deus, de modo que não sabe de Sua existência, mas consegue ver Sua criação. Na criação, você consegue ver o poder eterno de Deus e as características divinas. Por causa da beleza da criação, Deus tem de ser um Deus de beleza. Ele criou tantas coisas viventes de modo que tem de ser um Deus de vida. Essa é uma das características de Deus.

O melhor versículo para a redenção de Cristo está em Romanos 3:24: “sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.” Esse versículo sobre a redenção de Cristo também deve ser lida com os versículos 25 e 26. O versículo 25 fala de Cristo sendo o propiciatório, que se refere à tampa, a cobertura da arca nos Santo dos Santos. A tampa, a cobertura da arca é um tipo de Cristo. Sobre Cristo, Deus nos justifica e nos encontra. Deus nos fala baseado em Cristo porque a cobertura da arca estava no lugar onde Deus Se encontra com o homem. Oramos a Deus e Ele nos responde lá.

O melhor versículo para justificação está em Romanos e Gálatas. Romanos 3:20 diz: “visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.” Gálatas 2:16 também diz: “sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado.” Esse é o melhor versículo do lado negativo, ao passo que Romanos 3:24 é o melhor do lado positivo.

O melhor versículo para o sangue de Cristo é 1 Pedro 1:19 que fala do sangue precioso de Cristo. Esse é o único versículo que se refere ao sangue de Cristo como o “sangue precioso”. Os melhores versículos para o Espírito que habita interiormente são Romanos 8:9 e 11.

O melhor versículo para nos dizer que quando cremos no Senhor Jesus recebemos a vida eterna é João 3:16. Também precisamos perceber que os versículos 14 até 16 de João 3 nos mostram que Cristo foi crucificado na cruz para que pudéssemos ter vida eterna. Os versículos 14 e 15 dizem: “E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna.” Quando ler esse versículo, precisa enfatizar a palavra “para que”. O Filho do Homem foi levantado para que todo o que crê Nele tenha

Page 144: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 143-

a vida eterna. Se não crer que o Senhor Jesus morreu na cruz por você, nunca poderá ter Sua vida eterna.

Os Testemunhas de Jeová treinam pessoas com muitos versículos a fim de espalhar sua heresia. Eles distorcem os versículos acerca da deidade de Cristo porque não crêem que Cristo é Deus. Romanos 9:5 diz: “deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém!” Todos admitimos que essas palavras se referem à deidade de Cristo. Cristo é Deus, que é sobre todos e bendito para todo o sempre. Mas os Testemunhas de Jeová mudam a pontuação e palavras nesse versículo para mudar seu sentido. Treinam seu pessoal especificamente em Romanos 9:5 a fim de provar que Cristo não é Deus. Também distorcem João 1:1 que diz: “No princípio era a o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Distorcendo as palavras, eles ensinam a grande heresia que Cristo não é Deus. As Testemunhas de Jeová crêem nisso firmemente. Treinam seu pessoal com muitos versículos. Se eles são assim, com certeza podemos ser iguais com respeito às verdades divinas. Devemos ser treinados com os versículos para mostrar a verdade acerca de Cristo sendo Deus e mostrar todas as verdades divinas preciosas da economia neotestamentária de Deus.

Os melhores versículos sobre a salvação de Deus em vida, são Romanos 5:10 e 17. O versículo 10 diz que somos reconciliados mediante a morte de Cristo e que seremos salvos nessa vida. O versículo 17 nos mostra que seremos salvos por Deus em vida a tal ponto que reinaremos em vida.

Como poderíamos provar com esses versículos da Bíblia que a árvore da vida é uma figura de Deus? Primeiro precisamos ler o Salmo 36:9 que diz: “Pois em ti [Deus] está o manancial da vida.” Gênesis 2:9 fala da árvore da vida. Em João 14:6ª, o Senhor Jesus disse: “Eu sou ... a vida”, e em 10:10 Ele disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” Além disso, Jesus nos disse em João 15:1 que Ele era a árvore, a videira. Com esses versículos, você pode provar que a árvore da vida precisa representar Deus corporificado em Cristo.

Recentemente alguém que apreciava o Estudo-Vida do livro de Gênesis me fez algumas perguntas. Gênesis 3 diz que Deus veio à procura de Adão e lhe fez vestimentas de peles para vestir a ele e à sua esposa (v. 21). Essa pessoa perguntou se o próprio Deus estava vestido quando viera a Adão. Como você responderia tal pergunta? Deve dizer que Deus estava em Sua glória e Sua glória era Sua cobertura. Em Isaías 6, Deus estava assentado no trono com Suas vestes e que elas eram Sua glória (vv. 1, 3; cf. Jo 12:41 e nota 1). Além disso, quando Deus veio a Abraão em Gênesis 18, Ele lhe apareceu como um homem com vestes de homem. Essas perguntas nos mostram como precisamos despender nosso tempo para aprender a Bíblia de modo que possamos ir ao encontro das necessidades dos novos.

Essa pessoa também fez outra pergunta relacionada com Gênesis 3. Depois de o homem ter caído, Deus disse: “Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal” (v. 22). Deus então fechou o caminho para a árvore da vida. Essa pessoa disse que por um lado Deus quer que sejamos como Ele, mas por outro parece que Ele não nos permitiu ser como Ele. Também disse: “Não teria sido bom se Deus deixasse o homem caído comer da árvore da vida? A árvore da vida então entraria no homem caído para lutar contra sua natureza caída.” Ele perguntou por que

Page 145: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 144-

Deus não fez isso? Como você responderia tal pergunta? (Ver Estudo-Vida de Gênesis, Mensagem Vinte e Um, pg. 281-282, para ver o motivo de Deus ter fechado o caminho à árvore da vida após a queda do homem.) Isso mostra que para ajudar as pessoas, você precisa de muita aprendizagem; senão, somente será capaz de dizer-lhes que você não sabe.

Page 146: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 145-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MENSAGEM VINTE E TRÊS

DAR FRUTOS E A DESESPERADA VIDA DE ORAÇÃO

Nesta mensagem vamos abordar o propósito dos grupos vitais. Muitos dos grupos têm-se ajuntado para orar sinceramente e têm laborado por cerca de sete meses, mas que adveio disso? A situação exterior entre nós não parece encorajadora porque ainda não vimos alguns resultados definidos. Os santos no livro de Atos oraram juntos por dez dias. O resultado foi o derramamento do Espírito (2:2-4) e três mil acrescentados à igreja (v. 41). Podemos esperar um grande resultado semelhante depois de orarmos juntos por um curto período de tempo. Podemos ficar desencorajados uma vez que não vimos muito resultado.

A PALAVRA DO SENHOR EM MATEUS, MARCOS E LUCAS ACERCA DA PREGAÇÃO DO EVANGELHO

Precisamos refletir sobre a palavra do Senhor nos Evangelhos acerca de pregar o evangelho e ganhar o aumento. No final de Mateus, o Senhor nos incumbiu de sair e discipular as nações, batizando-as no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (28:19). No final de Marcos, Ele nos incumbiu de ir a todo o mundo e proclamar o evangelho a toda a criação (16:15). Marcos nos diz que milagres seguiriam a pregação do evangelho dos discípulos (vv. 17-18). No final de Lucas, o Senhor disse aos discípulos que esperassem em Jerusalém até que fossem revestidos do poder das alturas (24:49). Eles então teriam o impacto para que as pessoas recebessem o evangelho para o perdão dos pecados (v. 47).

A VISÃO DE DAR FRUTOS NO EVANGELHO DE JOÃO

Podemos esperar tal poder e resultados instantâneos em nosso labor do evangelho, mas precisamos prosseguir para ver o que o Evangelho de João diz. Não há uma incumbência para proclamar o evangelho no final de João com há nos Evangelhos sinóticos. O último capítulo de João descreve uma situação na qual Pedro ficou decepcionado. Por causa de sua decepção, ele foi pescar, voltando à sua antiga ocupação (21:3). Quando assumiu a liderança para ir pescar, os outros discípulos o seguiram. Pescaram a noite inteira e nada pegaram, mas de manhã o Senhor de repente lhes apareceu e lhes disse para lançar a rede do lado direito do barco. Quando fizeram isso, pegaram uma grande abundância de peixes (v. 6).

João nos diz que pegaram cento e cinqüenta e três peixes (v. 11). Mas sem aqueles peixes e mesmo em terra, onde não havia peixes, o Senhor preparou peixe e pão para os discípulos (v. 9). Em João 21, o Senhor Jesus não veio incumbir os discípulos para sair e discipular as nações. Ele os estava treinando para ter fé Nele para seu viver. A primeira palavra que o Senhor proferiu foi: “Filhinhos, tendes porventura algo que comer?" (v. 5). Isso mostra que Ele estava cuidando do seu viver diário, de suas necessidades diárias.

Page 147: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 146-

Depois de terem ter tido o café da manhã, o Senhor perguntou a Pedro três vezes se O amava. Pedro não foi tão ousado em dizer que sim como antes da crucificação do Senhor que jamais o negaria. Pedro respondeu dizendo ao Senhor que O amava, e por fim disse: “Senhor, Tu sabes todas as coisas, Tu sabes que eu Te amo” (v. 17). Depois das respostas de Pedro às Suas perguntas, o Senhor o incumbiu a apascentar Seus cordeiros, pastorear Suas ovelhas e apascentar Suas ovelhas (vv. 15-17). Esse é o Evangelho segundo João, para nos dizer como dar frutos do evangelho que permanecem.

João fala diretamente sobre dar frutos, porém não no final de seu Evangelho mas no capítulo quinze. No versículo 16 o Senhor disse: “Não fostes vós que Me escolhestes a Mim; pelo contrário, Eu vos escolhi a vós em vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça.” João não fala de pregar o evangelho como os outros Evangelhos falam. Ele fala de dar frutos. A videira dá frutos somente uma vez por ano. Se quiser frutos da videira, não poderá orar e ter muito fruto na manhã seguinte. Isso seria um verdadeiro milagre, mas a videira não dá frutos dessa maneira. Se olhar para a videira hoje, parece que é a mesma de ontem porque a estação de frutificar ainda não chegou. Além de não ter fruto, ela pode nem mesmo ter qualquer florescimento.

O verdadeiro frutificar na vida cristã é simplesmente igual à videira. É anual e segundo a estação. O período de tempo que antecede a frutificação na devida estação vai ser um teste para vocês. Vocês podem pensar que estão esperando dar frutos mas essa espera é um desperdício de tempo. Mas se perguntar à videira, ela vai responder que o tempo não foi desperdiçado. Esse tempo não é um período de espera para a videira mas parte do período de produção. A videira está no estágio de produção mesmo no inverno e por fim, na devida estação, o fruto aparece.

João 15 é um capítulo muito precioso e profundo na Bíblia. Muitos mestres na Bíblia ensinam somente a habitação do Senhor neste capítulo. Na verdade, entretanto, João 15 enfatiza o frutificar. Habitar ou permanecer não é um motivo em si, mas para frutificar. Se permanecer no Senhor por toda sua vida e não dar qualquer fruto, seu permanecer nada significou. A ênfase em João 15 não é sobre permanecer. A chave é permanecer mas a ênfase é frutificar. Podemos ter a frutificação mediante permanecer.

Para um ramo permanecer na videira é por intermédio de viver uma vida sob todos os tipos de condições: luz solar, vento que sopra, chuva, o calor e o frio. Em outras palavras, permanecer no Senhor é viver uma vida Nele sob todo tipo de sofrimentos. Na verdade a videira sofre dia e noite até que a estação chegue quando vai dar frutos (ver o Hino 323).

Não foi nossa decisão escolher ser um ramo de Cristo, a videira verdadeira. O Senhor

disse: “Não fostes vós que Me escolhestes a Mim; pelo contrário, Eu vos escolhi a vós” ... (Jo 15:16). A palavra “designei” é uma palavra forte. Não é que o Senhor simplesmente nos designou ou arranjou algo para Ele nos designar. Esse é o nosso destino. O destino dos que amam a Cristo é dar frutos, frutificar.

Page 148: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 147-

De acordo com João 15, frutificar não é uma coisa fácil (vv. 18-25). A videira sofre por muitos meses antes de chegar a estação de dar frutos. Depois que o fruto da videira é colhido, ela inteira é despida. No inverno a videira resiste o frio e a neve até que a primavera chegue. Ela então começa novamente a dar frutos. O processo de frutificação é um processo de sofrimento sob a luz solar, o vento que sopra e a chuva. O Cântico dos Cânticos até fala das “raposas, as raposinhas, que devastam os vinhedos” (2:15). As raposas gostam das uvas tenras da videira. Precisamos ficar impressionados com esse quadro. A videira pode frutificar somente nessa estação mediante muito sofrimento. Alguém pode esperar frutos da videira imediatamente, mas ela não consegue produzir esse fruto até que a devida estação chegue mediante sofrimentos.

Tenho falado sobre nossa necessidade de dar frutos para o aumento do Senhor desde 1984, mas a maioria dos santos espera resultados imediatos. Podem pensar que podem orar por um curto período de tempo e então o Senhor vai soberanamente arranjar para eles o encontro com alguém que seja salvo e acrescentado à igreja. Em Taipé contatamos meio milhão de pessoas e batizamos trinta e oito mil pessoas em menos de dezessete meses, mas não vimos muito fruto remanescente disso.

Se George Müller estivesse aqui, ele nos diria de dar frutos não é uma coisa rápida. Ele fez uma lista de pessoas e orou por elas diariamente até que cada uma delas foi salva. Em sua autobiografia, ele disse que ainda havia uma pessoa pela qual ele estivera orando e ainda não fora salva. Mas depois que ele morreu, essa pessoa foi salva pelo Senhor. Precisamos ver que dar frutos é uma questão de estação. Ocorre o mesmo com gerar filhos. Uma vez que uma mulher tenha concebido um filho, ela precisa aguardar nove meses para gerar a criança. O tempo de nascimento do filho não pode ser decidido por ela.

Não devemos pensar que nosso reunir juntos por cerca de sete meses nos grupos vitais foi um desperdício. Precisamos nos lembrar que dar frutos está de acordo com a estação apropriada. Por outro lado, algumas videiras podem não dar frutos por uma razão qualquer. Isso quer dizer que a videira viveu em vão por um ano sem frutos. Ela não deu frutos porque viveu indevidamente. Se vamos ou não dar algum fruto no final do ano depende de como viveremos nos meses seguintes.

SER UMA PESSOA VITAL, UM VENCEDOR, UMA PESSOA QUE ORA TENDO O VERDADEIRO ENCARGO

PARA ORAR, RESGATAR A IGREJA DE SUA DEGRADAÇÃO

Precisamos nos lembrar que nossos grupos precisam ser grupos vitais. A Bíblia nos fala de pessoas vitais. Que é um vencedor? Um vencedor é uma pessoa vital. Então no que consiste ser vital para nos tornarmos vencedores? Uma pessoa vital, um vencedor é uma pessoa que ora. Você precisa ter o verdadeiro encargo para uma verdadeira oração. Recentemente disse a alguns co-obreiros que sua oração não provinha de qualquer encargo. Se nos ajuntarmos apenas para articular algumas frases, será que isso é encargo de oração? Isso é formalidade, uma representação formal.

Vimos na mensagem anterior que o irmão Nee disse não devemos orar nada que não seja verdadeira oração. Muitas orações que fazemos na verdade não são orações, mas repetições de afirmações de acordo com nossa tradição. O verdadeiro encargo de oração não é uma elaboração. Quando o cego

Page 149: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 148-

orou ao Senhor, ele não fez uma oração elaborada. Quando o Senhor Jesus lhe perguntou o que queria, o cego disse: “Senhor, que eu recupere minha visão!” (Lc 18:41). Essa é uma verdadeira oração proveniente de um verdadeiro encargo. Ele tinha encargo para encontrar Jesus de modo que pudesse ver e o Senhor lhe respondeu a oração. Nossas orações, porém, na maioria das vezes, não são assim. Até mesmo nossas orações pessoais são na maioria uma forma religiosa e um tipo de representação.

Então podemos perguntar: “Como podemos ter encargo para orar?” Isso é uma questão da misericórdia do Senhor. Não posso me esquecer dos grupos vitais porque são meu verdadeiro encargo. Não consigo me esquecer da restauração do Senhor porque Sua restauração é meu encargo. Sempre tenho de orar ao Senhor pela Sua restauração. Quando oro e clamo: “Ó, Senhor, a restauração”, isso provém de algum encargo. Uma vez que começarmos a orar pela restauração, percebemos que não conseguimos terminar nossa oração. Há muitos lugares e pessoas pelos quais temos de orar. Precisamos ser vitais e ser vital é ter o verdadeiro encargo pela oração. Há necessidade da verdadeira oração entre nós. O que os grupos vitais devem ter encargo para orar é isso: “Senhor, a igreja precisa do aumento adequado.”

Por causa de alguns rebeldes que estão em nosso meio, nosso número foi afetado e nossa moral foi abalada. Se amarmos a igreja, devemos ficar desesperados por orar, até mesmo orar com jejuns. Nossas reuniões devem ser cheias de verdadeiras orações, não orações formais. Devemos orar: “Senhor, simplesmente não conseguimos prosseguir

sem o aumento adequado, principalmente entre os caucasianos.” Esse tipo de oração é a verdadeira oração. Não devemos meramente orar de acordo com nossa programação para cumprir um dever formal. A oração de alguns entre nós é por demais tradicional. Não há encargo ou desespero em suas orações. Precisamos ser desesperados. A evolução dos grupos vitais para ganhar o aumento deve ser uma questão de vida ou morte conosco. Mesmo se não estivermos programados para reunir, ainda deve haver um encargo em nós para nos reunirmos a fim de orar.

Recentemente chequei com alguns dos grupos acerca do que estávamos fazendo, mas nenhum me disse que estavam orando desesperadamente pelos grupos vitais. Pelo contrário, falaram sobre outras atividades em seus grupos. Quando ouvi isso, fiquei preocupado diante da possibilidade de estarmos tornando os grupos em algo que não é vital. A vitalidade não está em nossas ações, mas em nossas orações. Se alguém lhe perguntar o que está fazendo em seu grupo, seria maravilhoso ouvir você dizer: “Simplesmente não conseguimos viver sem orar. Estamos desesperados para com o Senhor. Todos oramos. Temos tempo só para orar”. É isso que gosto de ouvir. Vocês precisam ter uma oração vital com algum encargo vital.

Para termos os grupos vitais, nós mesmos precisamos ser vitais. Precisamos orar desesperadamente: “Senhor, nós Te pedimos que, quando chegar a estação devida, nos dê a cada um duas pessoas que são frutos que permanecem. Senão, não conseguiremos prosseguir.” Devemos orar e orar até que o

Page 150: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 149-

Senhor responda a nossa oração. Não devemos ficar desencorajados ou decepcionados, mas ter a plena certeza de que Ele vai cumprir Sua palavra. Isso é porque Ele nos disse que nos escolhera e nos designara para gerar frutos e para que nosso fruto permanecesse.

Se tiver esse tipo de oração com encargo, toda vez que orar vai ganhar o Espírito. Será o Espírito colocado dentro e derramado por fora. Nossas reuniões não deveriam ser uma representação vazia mas cheias do Espírito. Nossa reunião de treinamento de grupos vitais não são reuniões comuns, mas reuniões para os vencedores resgatarem a igreja de sua degradação. Se os grupos vitais fracassarem, não haverá como o Senhor fazer alguma coisa.

Recentemente um irmão me disse que os grupos vitais de fato funcionam, mas fiquei imaginando se esse irmão de fato sabia o que quis dizer com isso. Se os grupos vitais funcionam ou não, depende do quanto você oferece ao Senhor. Então vai ter o Espírito. Será uma pessoa cheia do Espírito, de acordo com Atos 13:52 diz: “Os discípulos estavam cheios ... do Espírito Santo”. Se for uma pessoa de oração, será uma pessoa vivendo, andando e fazendo tudo no espírito. Não será tão desleixado nem vai facilmente falar dos outros. Será grandemente limitado, restringido em seu espírito.

Então terá um verdadeiro encargo para gerar frutos. Vai contatar pessoas e isso será muito diferente de todos os seus contatos no passado. Se for vital, seus contatos sentirão que algo real está dentro de você. Senão, as pessoas a quem contatar não receberão nada. Se for vital, algo de vida será ministrado àqueles que você contatar.

Nessa hora devemos ter alguns candidatos à evangelização dentro de nossa escolha e também orações. Devemos ter a certeza de que no fim do ano, vamos ter um ou dois como frutos que permanecem. Mas isso tudo dependerá de quanto vamos despender nos próximos meses. A estação para frutificar não é hoje mas nos meses vindouros. Temos de laborar. Ter um nascimento humano depois da concepção leva nove meses. Ter o fruto de uma videira leva cerca de um ano. Essas são as leis da natureza de acordo com a criação de Deus. Mesmo quando Deus Se encarnou, Ele permaneceu no útero humano por nove meses. Ele guardou a lei que estabelecera na natureza.

Espero que minha palavra encoraje vocês. Devemos ser desesperados pelos interesses do Senhor nesta terra. Esse é o nosso destino. Precisamos anelar ser os vencedores para resgatar a igreja de sua degradação. Não há um versículo no Novo Testamento que nos diga que quanto mais próximos da volta do Senhor estivermos, melhor a igreja estará. Não existe tal coisa. Pelo contrário, quanto mais próximos estivermos da vinda do Senhor, mais degradada a igreja vai se tornar. A vitória estará com os vencedores, Eles serão arrebatados cedo e serão aqueles que vão consumar esta era. Esta era será consumada somente por causa dos vencedores. É claro, ainda precisamos da vida da igreja. Ninguém pode ser um vencedor sem a vida da igreja. Se se isolar da igreja e negligenciá-la, não haverá como ser um vencedor.

O livro de Juízes nos mostra que Israel se tornou degradado ao máximo, mas ainda aquela nação degradada de Israel manteve um pedaço de terra onde Cristo podia pisar. Sem a nação degradada de Israel, aquele pedaço de terra não poderia estar lá. Também, Israel produziu Boaz e Rute, que

Page 151: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 150-

geraram o pai de Davi, Jessé. (Mt 1:5-6), e também produziu outro casal, Maria e José, para gerar Cristo. A igreja pode ser derrotada mas Deus nunca o será. Ele tem Sua maneira. Ainda precisamos da vida da igreja que pode manter-nos na vida vencedora, mas não devemos ficar satisfeitos apenas em estar na igreja. Estar nela é uma coisa, mas estar e ser um vencedor é outra coisa.

Os grupos vitais precisam de vencedores. Mesmo os grupos vitais precisam de alguns grupos vitais dentro deles para resgatá-los. Depois de um pouco de degradação, já não somos vitais. Sem oração, sem estar no Espírito Santo e em nosso espírito humano, vocês nunca poderão ser vitais. Não pensem que se freqüentarem todas as reuniões de grupos vitais, vocês serão vitais. Ser vital depende de se é vital em oração no Espírito Santo e em seu espírito humano.

UMA PALAVRA SOBRE OS BATISMOS E CUIDADO COM NOSSOS CANDIDATOS À EVANGELIZAÇÃO

Agora gostaria de dizer uma palavra a respeito dos batismos de nossos candidatos à evangelização. Não penso que seja sábio batizar nossos novos afoitamente, principalmente os caucasianos. Se os batizarmos levianamente, isso vai prejudicá-los. Temos de buscar a orientação do Senhor neste ponto. Talvez possamos estabelecer uma reunião de batismo no domingo para tornar seu batismo um acontecimento bem solene. Então podemos levar aqueles que são de fato maduros ao batismo e batizá-los numa reunião solene.

Se sentirem que alguns de seus candidatos podem ser levados à vida da igreja na reunião de manhã de domingo, vocês podem fazer isso, mas têm de tornar sua reunião compreensível para eles. Trazer chineses é um pouco fácil hoje, principalmente com aqueles que vieram para cá da China continental. Mas não podemos esperar isso com os caucasianos. Muitos deles são muitos críticos. Eles podem ter um antecedente religioso mas não querem ir às denominações porque não os satisfazem. Muitas denominações estão cheias de pessoas idosas, mas não têm muitos de meia-idade. Muitos de meia idade não se reúnem regularmente em dado lugar; pelo contrário, eles vagueiam de igreja para igreja. Mas alguns deles ainda têm um coração de busca. Se lhes apresentar algo real de Cristo, eles serão atraídos. Mas você tem de ser tornar cuidadoso para não lhes dar a impressão que estão envolvidos com alguma formalidade religiosa. Senão, eles serão prejudicados. O tempo todo vocês devem mantê-los na sensação de que estão ministrando-lhes algo realmente espiritual de Cristo. Isso vai convencê-los e os preservará.

Poderia ser mais fácil levá-los a Cristo, mas mais difícil é introduzi-los na vida da igreja. Vocês devem antecipar a necessidade de despender muito tempo com eles em oração e labor. Este ano vocês podem introduzi-los em Cristo, mas pode não ser a hora ainda de introduzi-los na vida da igreja. Vocês podem ter de esperar por outra hora para isso. Não há necessidade de ficar ansioso e apressado acerca do batismo ou entrada na vida da igreja. Precisamos manter na mente que os grupos vitais precisam ganhar os caucasianos adequados mediante muita oração e labor.

Em conclusão, encorajo-os a cantar e orar o hino 152 do Hinos ao Senhor:

Page 152: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 151-

1 Antes da unção, o sangue; A unção segue o limpar; Não passando o Calvário, Pentecostes não virá. Se o sangue não nos limpa, Não teremos o poder; Para Cristo atestarmos Deve o ego em nós morrer. Através da cruz, Senhor, Vem minh'alma aniquilar; Quero a todo preço obter Tua santa unção sem par. 2 Deve a Rocha ser fendida Para a água então jorrar; Sem a morte, o Espír'to Não nos pode saturar. Se com Cristo enfim morrermos Tudo prontos a perder, Seu poder há de vestir-nos E ao mundo irá vencer. 3 O altar, depois o fogo; Vem da perda o ganhar; Se não ofertarmos tudo, Nosso, o trono não será. Se nos dermos em oferta, Tudo abandonando enfim, Deus a nós vai entregar-se, Seu poder mostrar assim. 4 Devem preparar-se vasos, Para o Óleo então conter; Poços cavam-se no vale Para a Chuva os encher. Ao Jordão descer devemos, A Unção depois virá; Só co'a morte do batismo É que a Pomba descerá 5 Quando vemos que a seara Pronta para a ceifa está, Nos lembramos que morreram Muitos grãos em seu lugar. Para darmos frutos vivos, Morte temos de sofrer;

Page 153: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 152-

Se com Cristo sepultados, O Seu sopro vamos ter. 6 Ó Senhor, vem ajudar-me A na senda estreita andar; Tira meu orgulho e faz-me Pronto a tudo suportar. Por maior poder não rogo, Por profunda morte, sim; Tua cruz, Senhor, em tudo, Com poder, opere em mim.

Page 154: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 153-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MENSAGEM VINTE E QUATRO

TORNAR-SE VITAL E IR VITALIZAR OS OUTROS

A MANEIRA ORDENADA POR DEUS

Por volta de 1984, a restauração chegou a um ponto de ficar entorpecida. Naquela época, senti encargo de ir a Taiwan para avaliar nossa situação. Eu estava me esforçando por introduzir-nos na maneira bíblica ordenada por Deus, de reunir e servir para edificação da igreja como o Corpo de Cristo Cinco anos de avaliação, de 1984 a 1989, o Senhor claramente mostrou-nos a maneira ordenada por Deus.

O termo maneira ordenada por Deus foi inventado por nós e nós vimos que essa maneira é revelada nas Escrituras em quatro passos: gerar, alimentar, aperfeiçoar e edificar. Precisamos gerar, produzir novos crentes. Então precisamos alimentá-los para que possam crescer. Depois, precisamos aperfeiçoá-los, não mediante um professor mas por intermédio de mútuo ensino nos grupos. Nos grupos, todos são professores e todo professor é um estudante. Mediante mútuo ensino nos grupos, os novos serão aperfeiçoados para a obra do ministério como é enfatizado em Efésios 4:12. Isso os torna qualificados a profetizar, falar pelo Senhor, para a edificação da igreja. Adotar a maneira ordenada por Deus ocorre mediante quatro passos, mas como podemos dá-los. Descobrimos que a maneira de dar esses quatro passos é por intermédio dos grupos vitais.

Em 1949, começamos a obra em Taipé com cerca de trezentos a quinhentos santos. Em menos de cinco anos, nós crescemos para mil e quinhentos. Durante aquele período de tempo, senti que precisávamos dos grupos. Simplesmente ter os salões para a obra de bairros não era adequado, e por isso estabelecemos os grupos. Decidimos ter cerca de vinte santos em cada grupo mas os grupos cresceram cinqüenta, sessenta e até setenta vezes de tamanho. Alguns chegaram a atingir cem. Os líderes de grupos era os mais ativos na vida da igreja.

De 1958 até 1984, entretanto, a igreja em Taipé gradualmente abandonou a prática das reuniões de grupo e inconscientemente vagaram de volta a focar a reunião de mensagem do domingo, com uma pessoa falando e os restantes ouvindo. Em todo salão de reunião havia um orador para cuidar dessa reunião de mensagens. Tínhamos derivado da prática de reuniões de grupo para um tipo de culto de domingo de manhã, com um orador.

Temos de perceber que uma vantagem grande e significativa das reuniões de grupos é que elas devem fazer todos funcionarem. Nossos grupos vitais não atingiram ainda aquele padrão de fazer todos funcionarem de acordo com a maneira ordenada por Deus, com seus quatro passos: gerar, alimentar, aperfeiçoar mediante o mútuo ensino e profetizar para a edificação da igreja.

Depois de liberarmos a verdade sobre as reuniões de grupos, as igrejas tentaram adotar essa prática. Mas o que de fato tiveram por fim não foi os grupos vitais, mas grupos na maior parte entorpecidos.

Page 155: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 154-

Dentro de mim ficou muito claro que para sairmos de nossa situação dormente precisamos enfatizar a prática das reuniões de grupos vitais.

UM GRUPO VITAL SENDO VIVO E CHEIO DE ATIVIDADES

Recentemente senti encargo para usar o termo grupos vitais. Meu entendimento para usar esse termo é que um grupo vital é vivo e cheio de atividades. Você pode ser uma pessoa viva, mas se não souber como agir, não será vital. Os filhos da idade entre cinco e sete anos são vitais porque não estão apenas vivos mas cheios de atividades. Espiritualmente falando, podemos estar vivos mas não seremos vitais porque não estamos vivendo nem estamos cheios de atividades. Ser vital é ser vivo e muito ativo, cheio de atividades. Se os santos que têm encargo para estar nos grupos vitais não se mexerem, não agirem, em qualquer tipo de reunião, a igreja estará acabada.

A MANEIRA DE SE TORNAR VITAL

Deixamos claro que a maneira de produzir os grupos vitais é que cada um de nós tome a dianteira para ser vital. Para sermos vitais, primeiro precisamos ter uma comunhão completa com o Senhor. Depois, aquela comunhão vai nos introduzir num tipo de percepção de que somos totalmente pecaminosos. Então seremos totalmente levados a uma confissão cabal de nossos pecados. Espontaneamente, vamos nos reconsagrar. Vamos orar: “Senhor, agora gostaria de me consagrar a Ti de novo.” Depois isso vai nos introduzir numa vida de oração. Ninguém pode orar sem cessar sem atingir esse estágio. Quando passarmos pelos estágios de comunhão, confissão e consagração, entramos numa vida de oração. É nessa vida de oração que oramos no Espírito, o Espírito essencial, o Espírito econômico, o Espírito todo-inclusivo. Então aprendemos como seguir esse Espírito exercitando o nosso espírito. Se for esse o caso conosco, seremos de fato vitais. Na verdade, tudo é revelado, desvendado no Novo Testamento, principalmente nas Epístolas de Paulo.

Os vencedores são os membros vitais. Se lermos as sete epístolas às igrejas em Apocalipse 2 e 3, poderemos ver que os vencedores são vitais. Os vencedores na economia de Deus serão aqueles que proporcionam ao Senhor a maneira de consumar esta era, trazer Cristo de volta e restaurar Seu título e direito sobre toda a terra mediante o reinar de Cristo. Cristo reinará e os vencedores reinarão com Ele como Seus co-reis. Precisamos nos lembrar que ser vital é vencer.

Quando somos vitais, temos o encargo de contatar os outros. Isso não será algo feito meramente porque os presbíteros tomaram uma decisão. Os presbíteros podem tomar a decisão de dividir os santos na igreja em grupos e chamá-los de grupos vitais, mas eles podem se tornar grupos entorpecidos. Se meramente arranjarmos os santos em grupos e os chamarmos de grupos vitais, isso será algo formal. Isso é apenas um movimento. Por fim, esses grupos serão o mesmo que os velhos grupos. Essa não é a maneira de ter os grupos vitais. Precisamos abandonar aquela maneira e adotar a maneira vital.

Não seremos vitais se não passarmos pelos estágios de comunhão, confissão de nossos pecados, reconsagração, uma vida de oração e o encher do Espírito. Também, precisamos ter uma comunhão íntima e cabal uns com os outros. Podemos nos reunir como grupos e ainda assim não ter esse tipo

Page 156: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 155-

de comunhão; pelo contrário, estaremos todos muito reservados. Nós nos abrimos uns aos outros até certo ponto e não mais que isso. Gostamos de cobrir e ocultar muitas coisas acerca de nossa situação. Como conseqüência, não há uma comunhão completa. Quando não há comunhão completa, não há mesclar completo. Então não conseguimos ver a mútua intercessão adequada, o mútuo cuidado apropriado e o mútuo pastorear conveniente. Isso mostra que não somos mais tão vitais.

AGIR PARA CONTATAR OS SANTOS QUE NÃO ESTÃO NOS GRUPOS

E QUE NÃO SÃO AINDA VITAIS

Em todo o tempo de meu ministério, não tive um encargo tão forte como estou tendo agora nesses dias acerca de como a igreja deve prosseguir. Recentemente, tive clareza de que precisamos começar a agir, a despeito de se sentimos ou não que estamos adequadamente preparados. Sem um encargo para trabalhar, é difícil ter encargo para orar. O primeiro passo que precisamos dar é contatar os santos que não estão nos grupos que temos. Muitos santos podem ser mais fracos ou mais velhos, e não ter a capacidade de agir aquele tanto e estar participando dos grupos vitais. Não devemos ir contatá-los primeiro, mas aqueles que sentimos que podem se tornar vitais e os quais podemos introduzir em nossos grupos vitais. O primeiro passo de nossa ação não é contatar os pecadores descrentes ou nossos parentes e vizinhos, mas contatar os membros que se reúnem mas que não são vitais. Precisamos orar e escolher alguns que contatamos.

Também podemos nos sentir guiados pelo Senhor para restaurar alguns caídos. Alguns de nós devem pegar o encargo de restaurá-los e torná-los vitais. Ao restaurar os caídos, não devemos falar muito; pelo contrário, devemos visitá-los diversas vezes. Devemos estar preparados para levar um ano para restaurar uma pessoa. Nesses dias, precisamos contatar aqueles que podem se tornar vitais, inclusive alguns que caíram. Quando eles se tornam vitais, podem se tornar ainda mais vitais do que nós.

Na média, cada um de nossos grupos tem cerca de oito pessoas. Quando você traz uma pessoa ao seu grupo, isso não quer dizer que ele já está vitalizado. Ele ainda não foi vitalizado, mas pode gostar de vir à nossa reunião de grupos vitais. Quando trazemos mais dois para juntar ao nosso grupo e chegarmos ao número de dez santos, devemos dividir nosso grupo em dois grupos de cinco cada.

Às vezes, a pessoa certa pode conseguir alguém reavivado em apenas um contato. Certo irmão pode estar trabalhando sobre outro caído por três anos, sem que nada aconteça, mas alguém mais pode ter tido um contato com esse caído e este pode querer ir à nossa reunião de grupo por meio desse contato apenas.

Anteriormente dissemos que precisamos aguardar e ponderar se a hora está madura para trazermos o novo à reunião de grupo. Nesses dias, sinto que não devemos esperar. Se eles quiserem vir às nossas reuniões de grupos, vamos trazê-los. Quando alcançarmos dez santos em nosso grupo, devemos dividi-los em dois grupos de cinco. Quando um grupo de cinco se tornar um grupo novo,

Page 157: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 156-

eles devem todos trabalhar encima daquele tal para restaurá-lo plenamente, reavivá-lo e torná-lo vital. Essa é uma obra mútua.

Talvez um irmão que está sendo restaurado venha à nossa reunião e pergunte: “Por que a igreja ficou tão entorpecida?" Um dos santos pode dizer: “Confesso minha responsabilidade. A igreja se tornou entorpecida por causa de mim, mas, aleluia, há apenas três dias atrás eu fui reavivado”. Esse é um tipo de ensinamento e comunhão. Então os outros podem compartilhar suas experiências acerca de terem sido reavivados ou a necessidade de tal. Essa é a nossa reunião mútua, nosso grupo vital. Se os cinco membros de um grupo trabalharem sobre um santo dessa forma, ele poderá ser restaurado e tornado vital. Pode da reunião voltar para casa e dizer à esposa como ficou impressionado com o funcionamento de todos os santos e como foi tocado pelo Senhor.

Devemos pregar o evangelho da mesma forma. Podemos levar nossos contatos de evangelização ao grupo. Quando eles chegarem à reunião de nosso grupo, devemos aprender como nos comportarmos de modo a não fazermos que tropecem. Eles podem

não saber como fazer perguntas, mas nós podemos fazer perguntas por eles e todos podemos funcionar para respondê-las de modo que os ajudemos a ser salvos.

Cada uma de nossas reuniões de grupos vitais atualmente tem cerca de oito membros. Quando ganharmos mais dois e atingirmos dez membros, devemos dividir. Devemos usar uma tarde em cada semana para nos ajuntarmos e levar nossos novos contatos à reunião. Não importa quantos contatos você tenha, introduza-os em sua reunião. Então você precisa aprender. Não aprenda a ser mudo; aprenda a ser ativo, a ser vital, a falar. Não tema cometer erros. Se não cometer erros, nunca aprenderá. Se ninguém entre as cinco pessoas no grupo disser qualquer coisa, essa será uma reunião dormente e silenciosa. Todos precisamos aprender a ser ativos e não preocupados em cometer erros. Todos temos de funcionar e estar preparados para cometer erros e aprender com eles para sermos aperfeiçoados. Nesses dias precisamos orar desesperadamente com um verdadeiro encargo. Agora é a hora de lutarmos a batalhar e ganhar aqueles na igreja que não são ainda vitais.

Creio que a maneira de ajudar-nos a ser mais vitais é contatarmos os outros. Se esperarmos mais para contatar os outros, nunca seremos vitais. Toda semana devemos colocar à parte um dia no qual vamos contatar os outros. Também devemos ter uma reunião de grupos vitais uma noite por semana além das reuniões regulares da igreja. Ainda devemos estar na reunião de domingo de manhã e na reunião de oração.

Precisamos reservar um dia por semana para ganhar os outros. Se tivermos o encargo de restaurar aqueles que não têm freqüentado as reuniões há tempo, precisamos orar por eles. Podemos até precisar jejuar e orar. Então vamos receber a orientação do Senhor para contatá-los, seja telefonando ou indo visitá-los. Se houver uma vontade de ganhar pessoas, haverá como isso acontecer. Nós cremos nisso. Precisamos pedir ao Senhor para nos dar alguém para ganhá-lo para Ele. Não podemos ser ociosos. Precisamos ganhar alguém que ainda não esteja vitalizado. Precisamos arcar com o encargo de vitalizar esse tal, torná-lo vital. Então vamos perceber que primeiro precisamos ser vitalizados.

Page 158: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 157-

Depois de termos terminado de contatar todos os membros não vitais, incluindo aqui os caídos, podemos começar a contatar os pecadores, inclusive nossos parentes, vizinhos e colegas. Temos de orar e pedir ao Senhor para dar-nos alguém em quem laborar. Se tivermos tal desejo, o Senhor vai nos dar as pessoas adequadas. Precisamos orar desesperadamente enquanto agimos com o Senhor para contatar os outros. Devemos dizer ao Senhor que não queremos ser dormentes e que não queremos que os outros na igreja também o sejam. Precisamos ser vitalizados pelo Senhor e então ir vitalizar os outros.

TER GRUPOS VIVOS E ATIVOS PARA GANHAR OUTROS

Temos de tornar nossas reuniões de grupos muito interessantes. Se nossas reuniões de grupos vitais forem cheias de verdade, estaremos vivos e se intimamente amarmos uns aos outros no grupo, isso será um grande ponto de atração. Precisamos ter um grupo vital ativo, vivo. Então devemos fazer o melhor para introduzir os de meia-idade.

O irmão Watchman Nee enfatizou que o sacerdócio no Novo Testamento é universal, de modo que encorajou todos os santos a servir, a ser sacerdotes. Ainda não alcançamos sucesso completo nisso. Depois de chegar aos Estados Unidos, o Senhor nos mostrou que precisamos orar-ler Sua Palavra e invocar Seu nome. Também começamos a praticar ter uma hora na reunião para os santos compartilharem uma mensagem depois que ela foi dada. Isso ajudou os santos a penetrarem mais no funcionamento. Mas a maneira mais prevalecente é levar todos os santos a funcionar entrando nas reuniões de grupos de uma maneira viva a ativa.

Nossos grupos não devem ser dormentes, sem vida e frios. Se nossos grupos forem assim, ninguém vai querer freqüentá-los. Temos de manter nossas reuniões de grupos muito interessantes, vivas e atraentes. As pessoas precisam de uma vida social adequada, mas ser social à moda mundana leva ao pecado. A vida social da igreja na restauração leva à luz, às verdades mais profundas e elevadas, e à vida divina. Creio que se pudermos ter nossa prática exposta aos outros, eles serão atraídos. As reuniões de grupo que são vivas, atraentes e cheias de atividade serão usadas pelo Senhor para ganhar outros para o aumento e edificação da igreja.

Todos devem ter encargo pelos grupos vitais. Não despreze seu encargo e sua porção. Se um novo entrar numa reunião de grupo e todos os membros falarem, ele ficará surpreso e atraído. Nossas reuniões de grupo têm de ser vivas e ativas, com todos os membros no grupo falando.

De acordo com minha experiência, a coisa mais atraente é a comunhão cabal. Em seu grupo vital, você precisa sempre praticar a comunhão íntima, cabal. Isso introduz o cuidado mútuo em amor. Se um novo vier ao seu grupo e vir esse cuidado mútuo e esse tipo de comunhão íntima e aberta e completa, ele vai ficar inspirado. Ele vai dizer que nunca havia visto pessoas que são tão unidas e que amam, se abrem e cuidam tanto uns dos outros. Ele vai dizer: “Esse é o lugar onde devo estar. Tenho de estar entre essas pessoas”. Esse tipo de comunhão íntima e cuidado uns pelos outros atrai as pessoas de modo que precisamos praticar isso.

Precisamos fazer tudo o que pudermos para fortalecer os grupos vitais. Devemos dar cada gota de nosso sangue, cada porção de nossa força e cada minuto de nosso tempo para fortalecer os grupos

Page 159: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 158-

vitais, tornando-os maravilhosos, elevados e atraentes. Essa é a única coisa que devemos enfatizar para conseguir pessoas. Muitas coisas podem atrair pessoas mas não tão eficazmente como os grupos vitais.

Page 160: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 159-

COMUNHÃO ACERCA DA URGENTE NECESSIDADE DOS GRUPOS VITAIS

MEENSAGEM VINTE E CINCO

VENCER AS TRÊS CAMADAS DE OBSTÁCULOS PELOS GRUPOS VITAIS

Nesta mensagem gostaria de ter uma comunhão breve para ajudar-nos a ver a necessidade dos grupos vitais de um ângulo específico. Provavelmente nenhum de nós jamais considerou esse ângulo para ver a necessidade dos grupos vitais. Por que tivemos encargo de ter tais grupos e por que adotamos a palavra vital? Gostaria que ponderássemos o motivo para esse ângulo específico e este é a situação que gradualmente estamos entrando nos EUA.

TRÊS CAMADAS DE OBSTÁCULOS À RESTAURAÇÃO DO SENHOR NOS ESTADOS UNIDOS

A restauração do Senhor chegou a este país em 1961 e começamos nosso ministério em 1962. Isso foi dezesseis anos depois do término da Segunda Guerra Mundial. Devido à guerra, a psicologia americana mudou muito. Naquela época, entre os cristãos, havia um remanescente de sequiosos levantados pelo Senhor. Na época os Estados Unidos tinham se tornado o maior país tendo o cristianismo como sua principal religião. Esse país tinha milhões de cristãos, tanto católicos como protestantes. Principalmente entre os protestantes, o Senhor ganhou um remanescente, os sequiosos de fato. Dezesseis anos depois da guerra, a restauração chegou e foi muito bem acolhida por esse remanescente de sequiosos. Viajei por todos os Estados Unidos nos primeiros anos de meu ministério e muitos foram atraídos pelo Senhor. Aquele foi o primeiro estágio da restauração nos Estados Unidos e durou nove anos, de 1962 a 1971. Naqueles anos, muito do aumento adveio de minhas visitas a muitos lugares e pessoas por todos os EUA. Aonde quer que fosse, pessoas sequiosas eram atraídas pela restauração do Senhor.

Por volta de 1970, tínhamos mais de seiscentos santos reunindo na igreja em Los Angeles. Naquele ano, decidimos migrar. Essa migração de santos para outras localidades nos Estados Unidos foi vitoriosa, prevalecente. Em 1973, tivemos nossa conferência de verão em Los Angeles, no centro de convenções. Havia mais de três mil pessoas lá. Tivemos de disponibilizar mais quatro salões superlotados ali e ainda não supria todas as necessidades. Esse foi o primeiro estágio da restauração do Senhor para introduzir o aumento.

Naquele aumento, entretanto, alguns entraram com um coração não tão puro. Viram a poderosa expansão da obra entre nós e fizeram o máximo para apoderar-se dessa obra. Quando perceberam que não conseguiriam, rebelaram-se. Aquele período de tempo durou de 1973 até 1978.

No tempo em que estávamos nos expandindo, nossos jovens estavam realmente pegando fogo. Oitenta estudantes universitários alocaram meio ano, apenas para o propósito de edificar nosso salão de reuniões em Anaheim. Nesse ínterim, outro grupo de pessoas em Berkeley viu nossa situação e não concordaram conosco, de modo que formaram um grupo para escrever coisas contra nós. Eles redigiram um manuscrito cheio de coisas falsas e difamatórias a nosso respeito. Mais tarde, eles se dividiram em dois grupos. Um usou esse manuscrito para escrever o livro intitulado

Page 161: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 160-

“The Mindbenders”, e o outro usou o mesmo manuscrito para escreve outro livro intitulado “The God-men”. Esses escritos malignos contra nós foram publicados em 1977. Isso deflagrou a oposição nos Estados Unidos. Também em 1977, outro grupo ainda contratou alguém para vir a Anaheim para se opor a nós. A fim de lidar com essa oposição e proclamar a verdade, publicamos um artigo no jornal todo sábado durante três meses e meio. Também repetidamente tentamos contatar os escritores e publicadores desses dois livros difamatórios e malignos contra nós, mas eles nos repeliram.

Em 1980 tivemos uma conferência em Albuquerque. Quando os irmãos responsáveis se encontraram lá, um dos cooperadores disse que se não tratássemos com esses dois livros, nossa obra, especialmente nos campi, não prosseguiria. Isso porque sempre que contatávamos um novo, não importa se era um cristão ou não, ele recebia uma cópia desses livros malignos logo em seguida. Foi em Albuquerque que tomamos a decisão de apelar para nosso "César”, assim como Paulo fez para preservar seu ministério (At 25:11). Nosso “César” é a lei dos Estados Unidos. Por causa de nossa apelação, os dois livros malignos foram expostos, retirados e tirados de circulação. Entretanto, nosso bom nome foi prejudicado e nossa reputação foi manchada por todo o país. Ficamos cinco anos em litígio para tirar de circulação esses dois livros e ganhamos uma vitória em ambos os casos. Se não tivéssemos tido tal atitude, aqueles dois livros teriam continuado a nos prejudicar grandemente.

Além disso, precisamos perceber que os Estados Unidos são um país muito mundano devido às suas riquezas. Os americanos estão vivendo nesse mundanismo sem ter consciência disso. O mundo todo segue o mundanismo dos EUA. Porque não somos mundanos, os outros podem pensar que estamos fora de moda. Muitos americanos pensam que são o povo mais moderno desta terra, mas não queremos ser incluídos nessa maneira mundana. Para se vestir bem, ter a melhor casa e o melhor carro, muitos tentam

conseguir uma elevada educação acadêmica de modo que possam alcançar a mais elevada posição para ganhar o máximo possível de dinheiro. Isso é tudo mundanismo.

É claro, o Senhor trouxe a Sua restauração aos Estados Unidos. Minha vinda aqui não foi porque quis. Então, quando encontrei todos os sequiosos deste país, isso me surpreendeu. O Senhor conseguiu de oitocentos a mil verdadeiros sequiosos para Sua restauração em poucos anos. Naqueles primeiros anos, quase todos entre nós era um verdadeiro sequioso que podia pagar qualquer preço para seguir o Senhor e ser absoluto pelo Seu interesse. Mas temos de perceber que o mundanismo é um grande obstáculo nos Estados Unidos.

Além disso, a verdade que praticamos acerca da base da igreja—uma igreja para uma cidade, uma cidade com apenas uma igreja—anula todas as posições das denominações. Assim, que denominação teria alguma coisa boa para dizer a nosso respeito? Sob o ensinamento da base da igreja, todas as divisões, as denominações estão condenadas.

Page 162: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 161-

O mundanismo, a oposição e as denominações são as três camadas de obstáculos à restauração do Senhor nos EUA. Os Estados Unidos são o país mais forte da cristandade. Todas as denominações são firmemente fundadas. E ainda assim nós nos levantamos para tomar a posição da base da igreja, a genuína base da unidade, que é um testemunho contra todas as denominações.

Podemos pensar que seria muito fácil ganhar pessoas para a restauração do Senhor, mas não é. Não estamos numa situação fácil. Essas três camadas de obstáculos, ou três bloqueios, estão aqui para nos estorvar. Precisamos vencer o mundanismo nos Estados Unidos. Mundanismo, a oposição e as denominações são três barreiras para impedir o aumento adequado na restauração do Senhor. Se essa não fosse a restauração do Senhor, com o fundamento na verdade e com a condição de vida, já teríamos sido anulados. A despeito das barreiras, a restauração do Senhor ainda está solidamente posicionada aqui.

Nos últimos cinco anos, começando em 1987, houve uma turbulência causada por alguns facciosos que causaram divisões. A despeito dessa turbulência, as igrejas no sul da Califórnia tiveram um aumento de perto de trinta por cento por ano nos últimos cinco anos. No início de 1987, tínhamos somente um pouco mais de mil santos no sul da Califórnia, mas por volta de outubro de 1992, tivemos um aumento de cerca de três mil. A única desvantagem foi que tivemos muito pouco aumento entre os caucasianos durante esse tempo. Com toda essa comunhão como pano de fundo, podemos ver como é difícil para nós ganharmos o caucasiano típico, de meia-idade.

PAGAR O PREÇO PARA SER VITAL

À luz da situação atual em que estamos, que faremos? Estudei nossa situação completamente e sinto que nada poderá atrair e tocar o atual caucasiano americano de meia-idade a menos que vejam a vitalidade em nosso meio. Ser vital significa ser vivo e ativo. Se um grupo de pessoas está se reunindo juntos e constituem um verdadeiro grupo vital—vivo e ativo—quem entrar e ver isso ficará convencido. Se formos tão vitais e alguns sequiosos entrarem em nosso meio, eles serão pegos pelo Senhor. A vitalidade é o fator mais persuasivo.

Se não tivermos os grupos vitais, não teremos uma maneira prevalecente de ganhar os caucasianos de classe média. Se formos vitais, mais cedo ou mais tarde, em nossa vizinhança e entre nossos parentes, colegas de escola e de trabalho, amigos, encontraremos alguns sequiosos. Os sequiosos atentam para nossa vitalidade, por sermos ativos e vivos.

A verdade tem muita influência nas pessoas, mas isso depende de quem passa adiante a verdade. Se você for uma pessoa vital, a verdade será eficaz. Se não for uma pessoa vital, outros não serão convencidos. Vão pensar que você simplesmente tem um bom papo mas de fato não é diferente deles. Se trouxermos alguns novos à nossa reunião e nossa reunião for dormente, não vamos convencê-los.

Esse é o motivo de estarmos enfatizando os grupos vitais. Se não tivermos os grupos vitais, ainda sobreviveremos como a restauração do Senhor. Ainda existiremos, mas não haverá muita esperança de conseguir um aumento de americanos típicos. O único fator persuasivo que podemos ter são os grupos vitais. Se não formos vitais, estaremos acabados.

Page 163: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 162-

Uma vez que amamos o Senhor e somos pela Sua restauração, que faremos? Temos de ser vitais a qualquer custo. Não temos outra escolha. Precisamos aprender diligentemente e praticar ser vitais de forma absoluta. Então haverá muita possibilidade de ganharmos um bom número de sequiosos. Esses sequiosos atraídos por nós vão espalhar a notícia. Eles dirão: “Estou agora me reunindo com um grupo cheio de vitalidade. Venha e veja”. Esse tipo de notícia não vai ser apreciada pelos cristãos em geral mas alguns sequiosos de fato vão ser atraídos. Por meio dessa comunhão, espero que percebamos onde estamos e o que precisamos ser.

COM RESPEITO A CONTATAR AQUELES QUE CAÍRAM

Agora que começamos e penetrar no campo de contatar os outros, há muitas lições para aprendermos. Podemos alocar apenas um pouco de tempo para restaurar os caídos porque temos os pecadores e os novos esperando por nossa ajuda. Quando contatarmos os caídos, a primeira coisa que temos de aprender é como falar alguma coisa definida e no ponto. Se determinado irmão tiver caído e estiver desviado há anos, precisamos ter uma comunhão completa com ele a fim de descobrir qual é sua posição. Então poderemos dar-lhe o antídoto apropriado. Para fazer isso, precisamos aprender muito. Se falarmos demais, não vai funcionar; se de menos, não é adequado.

Podemos usar os próximos dois ou três meses para contatar os outros santos em nosso meio e depois, os pecadores incrédulos. Se pudermos recuperar um caído, isso será maravilhoso. Se não pudermos recuperá-lo, ainda assim não ficaremos desapontados porque semeamos algo dentro dele. Quero encorajar todos nós a aprender alguma coisa enquanto nos esforçamos para contatar os outros.

A NECESSIDADE DE EXERCITARMOS NOSSO ESPÍRITO

Quando contatarmos os outros, precisamos exercitar nosso espírito de modo que o Espírito possa ter um caminho para Se mover. Quase sempre, o que falamos não funciona, mas o que expressamos, aquilo que causa uma impressão nas pessoas, isso é que funciona. Talvez as nossas palavras não influenciem alguém, mas aquilo que somos, vai influenciá-las. Se tivermos algo real e vivo da parte do Senhor, isso vai impressionar as pessoas. Com muita freqüência, essa impressão não vai operar algo imediatamente. Talvez depois de seis meses, alguém será recuperado para o Senhor por meio da impressão que recebeu de você. Não há necessidade de ficarmos desapontados porque estamos semeando. Com qualquer tipo de semeadura, há sempre uma colheita.

Aconselho todos a aprender a exercitar seu espírito. Mesmo quando alguns de nós compartilhamos na reunião, não temos um espírito marcante. Sempre que falar algo nas reuniões, você deve exercitar seu espírito. Para dizer algo a respeito do Senhor a fim de ajudar as pessoas, você precisa exercitar seu espírito. Então o Espírito Santo vai agir. Se alguém estiver desanimado ou desencorajado, e ouvir o falar de alguém que é tão vital, ele também ficará vitalizado.

É-nos tão fácil permanecer em nossa velhice. O que falamos pode ser bom, mas não será eficaz se não exercitarmos o nosso espírito com o Espírito Santo expressado. Se não exercitarmos nosso

Page 164: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 163-

espírito, nosso compartilhar não poderá se tornar uma verdadeira ajuda espiritual para os outros. Precisamos aprender a exercitar nosso espírito em tudo.

Precisamos fazer tudo que fazemos definido por meio de nossas orações e com nossa experiência do Espírito. Depois, temos de associar o Espírito ao exercício de nosso espírito. Precisamos dessas duas coisas: experimentar o Espírito e associá-lo com o exercício de nosso espírito. Todos somos carentes disso. Quando nos reunimos em nossas reuniões de grupos, precisamos exercitar nosso espírito e falar usando-o.

Quando exercita seu espírito, você proporciona ao Espírito que habita interiormente, os meios de agir. Então algumas riquezas de Cristo sairão de você. Se pedir a alguns que têm uma disposição quieta para falar mais alto, isso vai crucificá-los. Mas se esses estiverem cheios interiormente com o Espírito e experimentarem o derramamento do Espírito, eles hão de mudar e se tornar pessoas diferentes. Não devemos permanecer em nossa velhice e nossos velhos hábitos. Sempre que funcionarmos, precisamos exercitar nosso espírito. O Espírito segue nossa voz. Se nossa voz não for liberada, o Espírito não será também. Alguns que são quietos e tímidos precisam aprender a exercitar seu espírito e sua voz de modo que o Espírito Santo possa ser expressado.

Quero ver seu aperfeiçoamento nessa questão. Tenho sido aperfeiçoado por sessenta anos e ainda estou me esforçando para melhorar. Não estou satisfeito, não estou contente com o que sou. Espero que todos aprendamos a exercitar nosso espírito para conseguirmos algum progresso de verdade em nossa vida cristã.

A vida cristã na verdade é apenas a vida do Espírito. Precisamos do Espírito Santo e a única maneira de penetrar neste Espírito Santo é orar. Somente a oração pode conduzir você para dentro do Espírito. Quando você ora adequadamente, espontaneamente terá o encher e o derramamento do Espírito. Encorajo todos vocês a orar, não superficialmente, mas cabalmente.

TER AS REUNIÕES DE GRUPOS E ORAR PELA NOSSA OBRA DE CONTATAR PESSOAS

Cada semana você precisa ter uma reunião de grupo e também precisa reservar um dia ou uma noite para o objetivo de contatar pessoas. Precisa dessas duas vezes toda semana. Isso é além da reunião de oração da igreja e da reunião da mesa do Senhor. Em nossa reunião de grupo nesses dias, temos de orar pela nossa obra de contatar pessoas. Então devemos ter comunhão sobre a situação com nossos contatos, de modo que possamos avaliar seus casos, ter comunhão sobre eles e receber mútua ajuda. Depois de avaliar, devemos orar outra vez. Esse tipo de ação será bem prática, útil e vital. Você então pode decidir a quem deve contatar e de que modo. Temos de acreditar que o que estamos fazendo pelos grupos vitais não será em vão porque é um semear muito prático. Com certeza haverá uma verdadeira colheita.

COMO CLASSIFICAR AS PESSOAS PARA A PREGAÇÃO DO EVANGELHO

Junto com esta mensagem, na página 247, há um esboço intitulado “Como Classificar as Pessoas para a Pregação do Evangelho”. Essa publicação dá uma lista de vinte tipos diferentes de pessoas.

Page 165: Comunhão Sobre a Necessidade Urgente Dos Grupos Vitais

Tradução não-oficial e não revisada do livro Fellowship concerning the Urgend Need of the Vital Groups do irmão Witness Lee - 164-

Foi elaborado em 1954, em Taipé, quando tivemos um treinamento para o serviço. No passado, também incluí uma lista dos versículos mais marcantes para combinar com os diferentes tipos de pessoas. Precisamos escolher os versículos apropriados para usar quando contatamos certas pessoas. As vinte categorias de pessoas que classificamos para a pregação do evangelho são estas:

1. As que vivem em pecados. 2. As que são vazias. 3. As que são intelectuais e racionais. 4. As que são éticas. 5. As que têm autojustiça. 6. As atéias. 7. As politeístas. 8. As que estão desgostosas com o mundo. 9. As que amam prazeres e a vanglória. 10. As realistas. 11. As que são ambiciosas e capazes de grandes realizações. 12. As que amam o dinheiro. 13. As que amam o conhecimento. 14. As que amam a fama, riquezas e posição. 15. As hostis. 16. As céticas. 17. As que são tristes, pessimistas e miseráveis. 18. As obstinadas. 19. As que freqüentam igrejas. 20. As que são indiferentes.

O esboço anexo dá instruções básicas acerca de como lidar com cada uma dessas categorias de pessoas. Encorajo vocês a ler isso, estudá-lo e ter comunhão com os outros, mas não apliquem essas coisas de uma forma legalista. Vocês têm de estruturar a si mesmos com esse tipo de conhecimento prático. Então, quando falarem às pessoas, espontaneamente saberão como lidar com elas de acordo com o tipo de pessoas que são.

COMO FORMAR E ESTABELECER UM GRUPO VITAL NA VIDA DA IGREJA

Também anexo a esta mensagem, na página 253, há outro esboço intitulado “Como Formar e Estabelecer um Grupo Vital na Vida da Igreja”. Espero que leiamos e estudemos esse esboço com oração de modo que possamos nos tornar vitais e saiamos a vitalizar os outros.