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Transmissão sem Fio, Ondas, Campos Magnéticos e Seus Efeitos na Saúde Humana MAC5743 – Computação Móvel Mauricio Chui Rodrigues Monografia concluída em 25 de Novembro de 2008 Instituto de Matemática e Estatística - Universidade de São Paulo

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Transmissão sem Fio, Ondas, Campos Magnéticos e Seus Efeitos na Saúde Humana

MAC5743 – Computação Móvel

Mauricio Chui Rodrigues

Monografia concluída em 25 de Novembro de 2008

Instituto de Matemática e Estatística - Universidade de São Paulo

i

Índice

Introdução .......................................................................................................................................1 1.1. Objetivos ................................................................................................................................1 1.2. Organização do Texto ............................................................................................................1

Conceituação ..................................................................................................................................2 2.1. Campos Magnéticos e Eletromagnéticos ...............................................................................2 2.2. Ondas e Radiação..................................................................................................................3

2.2.1. Classificações de Campos pela Radiação Eletromagnética ............................................4 2.2.2. Radiações Ionizante e Não-Ionizante ..............................................................................5

2.3. Exposição aos Campos..........................................................................................................5 2.3.1. Aplicações Médicas .........................................................................................................6

2.4 Transmissão de Dados sem Fio ..............................................................................................7 2.4.1. Tecnologias para Transmissão........................................................................................7

Estudos e Resultados.....................................................................................................................9 3.1. Tipos de Estudos e Análise dos Resultados ..........................................................................9 3.2. Resultados Gerais dos Estudos ...........................................................................................11

3.2.1. Resultados dos Estudos com Células............................................................................11 3.2.2. Resultados dos Estudos com Animais...........................................................................12 3.2.3. Resultados dos Estudos Clínicos...................................................................................13 3.2.4. Resultados dos Estudos Epidemiológicos com Crianças ..............................................13 3.2.5. Resultados dos Estudos Epidemiológicos com Adultos.................................................15 3.2.6. Sintomas e Hipersensibilidade.......................................................................................15

3.3. Resultados dos Estudos sobre Radiofreqüência ..................................................................16 3.3.1. Resultados dos Estudos com Células............................................................................18 3.3.2. Resultados dos Estudos com Animais...........................................................................19 3.3.3. Resultados dos Estudos Clínicos...................................................................................20 3.3.4. Resultados dos Estudos Epidemiológicos com Crianças ..............................................20 3.3.5. Resultados dos Estudos Epidemiológicos com Adultos.................................................21 3.3.6. Sintomas e Hipersensibilidade.......................................................................................22

3.4. Hipersensibilidade Eletromagnética .....................................................................................23 3.4.1. Causas e Sintomas........................................................................................................23 3.4.2. Tratamentos...................................................................................................................25 3.4.3. A Suécia como Ponto de Partida ...................................................................................26

Conclusão......................................................................................................................................27 Referências....................................................................................................................................28

ii

Índice de Figuras Figura 2.1: Geração dos campos elétrico e magnético (Fonte: [1]) ..................................................2 Figura 2.2: Ondas transversais (1) e ondas longitudinais (2) (Fonte: [3]) .........................................3 Figura 3.1: Representação dos tipos de estudos como um quebra-cabeças (Fonte: [1]) ...............10 Figura 3.2: Limites definidos pelo ICNIRP (Fonte: [44]) ..................................................................16 Figura 3.3: Potência das estações-base (Fonte: [44]) ....................................................................17 Figura 3.4: Sintomas mais citados da hipersensibilidade eletromagnética (Fonte: [123])...............24 Figura 3.5: Principais causadores da hipersensibilidade eletromagnética (Fonte: [123]) ...............24

iii

Índice de Tabelas Tabela 2.1: Divisão das ondas de rádio em bandas (Fonte: [6]).......................................................4 Tabela 2.2: Freqüências e condições para uso de Wi-Fi no Brasil (Fonte: Portal Teleco)................8 Tabela 2.3: Faixas e freqüências disponíveis para WiMAX no Brasil (Fonte: Portal Teleco)............8

iv

Siglas BHE

COG

CSTEE

DNA

EHF

EHS

ELF

EMF

FEB

GSM

HF

HPA

IARC

ICNIRP

IF

ISM

LF

MF

NCI

OMS

RF

SAR

SARC

SHF

SLF

TMS

UHF

ULF

VHF

VLF

Barreira Hematoencefálica

Children’s Oncology Group

Scientific Committee on Toxicity, Ecotoxicity and the Environment

Deoxyribonucleic Acid

Extremely High Frequency

Electromagnetic Hypersensitivity

Extremely Low Frequency

Electric and Magnetic Field

Elöverkänsligas Riksförbund

Global System for Mobile communications

High Frequency

Health Protection Agency

International Agency for Research on Cancer

International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection

Intermediate Frequency

Industrial, Scientific, Medical

Low Frequency

Medium Frequency

National Cancer Institute

Organização Mundial da Saúde

Radio Frequency / Radiofreqüência

Specific Absorption Rate

Serviço Auxiliar de Radiodifusão e Correlatos

Super High Frequency

Super Low Frequency

Transcranial Magnetic Stimulation

Ultra High Frequency

Ultra Low Frequency

Very High Frequency

Very Low Frequency

v

WLAN

WMAN

WPAN

WWAN

Wireless Local Area Network

Wireless Metropolitan Area Network

Wireless Personal Area Network

Wireless Wide Area Network

1

Capítulo 1

Introdução

As últimas décadas foram marcadas por grandes avanços na tecnologia, principalmente no

que se refere a computadores, dispositivos móveis e, conseqüentemente, à transmissão de dados.

Tantas inovações proporcionaram o crescimento a empresas e o conforto a muitos consumidores

de bens e serviços.

Paralelamente aos avanços e às pesquisas tecnológicas, surgem preocupações quanto ao

impacto que pode haver na saúde humana, pois tecnologias aparentemente seguras poderiam

causar efeitos danosos aos usuários e a descoberta só ocorreria com a aparição de sintomas. Tais

preocupações levam a estudos que visam identificar se cada tecnologia é realmente segura ou se

devem ser tomadas medidas para impedir ou limitar o seu uso.

Os resultados dos estudos podem ser obtidos a curto, médio ou longo prazo. A intenção é

obter conclusões o quanto antes, para que os usuários possam se prevenir contra eventuais

problemas. Nem sempre isto é possível, o que faz com que alguns estudos tenham início para

avaliar os sintomas já encontrados.

1.1. Objetivos

Este trabalho teve como meta principal avaliar os estudos publicados nos últimos anos

sobre efeitos de campos magnéticos, radiação e transmissão sem fio na saúde humana, para

reunir informações e, enfim, buscar alguma conclusão.

1.2. Organização do Texto

O Capítulo 2 introduz os conceitos de campos eletromagnéticos, ondas e transmissão de

dados sem fio. O Capítulo 3 apresenta os tipos de estudos, os resultados encontrados por cada

tipo e informações sobre hipersensibilidade. O Capítulo 4 contém a conclusão deste trabalho.

2

Capítulo 2

Conceituação

Este capítulo introduz todos os conceitos necessários para o entendimento deste trabalho.

São apresentadas informações sobre campos magnéticos e eletromagnéticos, ondas e

transmissão de dados sem fio.

2.1. Campos Magnéticos e Eletromagnéticos

Campo magnético é o nome dado à área invisível de energia formada pela movimentação

de cargas. Quando esta movimentação decorre da passagem de corrente elétrica, um campo

magnético co-existe com um campo elétrico associado à tensão e, juntos, formam o fenômeno

conhecido por campo eletromagnético (sigla original EMF, de Electric and Magnetic Field). Por

exemplo, quando um aparelho é conectado à rede elétrica, passa a produzir um campo elétrico. O

campo magnético é gerado somente quando o aparelho é ligado, devido à passagem de corrente.

Figura 2.1: Geração dos campos elétrico e magnético (Fonte: [1])

Um campo eletromagnético pode surgir naturalmente, como é o caso da atividade elétrica

em tempestades, dos íons presentes na atmosfera e de relâmpagos que partem de nuvens em

direção ao solo. No entanto, também pode ocorrer como resultado da intervenção humana, como

é o caso de cabos de força, estações de transformação de energia e instalações e dispositivos

3

elétricos. Em qualquer situação, tanto o campo elétrico quanto o magnético apresentam a

característica de enfraquecerem rapidamente conforme aumenta a distância para suas origens [2].

Apesar da possibilidade de co-existência entre campos elétricos e magnéticos, há uma

importante diferença entre ambos: enquanto um campo elétrico pode ser facilmente extinto ou

enfraquecido por materiais condutores de eletricidade (mesmo que maus condutores), como

paredes ou a pele humana, um campo magnético atravessa a maior parte dos materiais, sendo

inclusive capaz de penetrar o corpo humano. Como alguns estudos já associaram o aumento do

risco de câncer com a exposição a campos magnéticos, estes são o foco da maioria das

pesquisas atuais sobre efeitos dos campos eletromagnéticos [1].

2.2. Ondas e Radiação

Segundo [3], onda é qualquer sinal que se transmite de um ponto a outro em um meio, com

velocidade definida e sem o transporte direto de matéria entre os pontos. Ondas transportam

energia e são classificadas em longitudinais (perturbações ocorrem ao longo da direção de

propagação da onda) ou transversais (perturbações são perpendiculares à direção de

propagação). Exemplos de ondas longitudinais são as ondas sonoras, enquanto ondas

eletromagnéticas são transversais.

Figura 2.2: Ondas transversais (1) e ondas longitudinais (2) (Fonte: [3])

A propagação da energia de um campo eletromagnético ocorre por meio de ondas

eletromagnéticas, a chamada radiação eletromagnética.

4

2.2.1. Classificações de Campos pela Radiação Eletromagnética

Os campos eletromagnéticos podem ser classificados em quatro tipos, de acordo com a

radiação emitida. Em ordem crescente de energia, isto é, ordem crescente de freqüência de onda,

os tipos de campos são os seguintes [4]:

� Estáticos: 0 Hz (ex.: displays de vídeo, eletrólise industrial);

� Campos de freqüência extremamente baixa (sigla ELF, de Extremely Low Frequency): 0 Hz

a 300 Hz (ex.: cabos de força, utensílios domésticos, motores de carros elétricos);

� Campos de freqüência intermediária (sigla IF, de Intermediate Frequency): 300 Hz a 100

kHz (ex.: dispositivos contra furtos em lojas, leitores de cartão, detectores de metal);

� Campos de radiofreqüência (sigla RF, de Radio Frequency): 100 kHz a 300 GHz (ex.:

telefonia móvel, transmissão de dados sem fio, forno microondas).

No restante deste trabalho, os nomes adotados para os três últimos tipos de campos serão,

respectivamente, campos ELF, campos IF e campos RF.

Há, no entanto, uma divisão em tipos específicos, também por ordem crescente de energia:

ondas de rádio, microondas, raios T ou terahertz, luz infravermelha, luz visível, raios ultravioletas,

raios X e raios gamma [5]. O intervalo com estas freqüências é o espectro eletromagnético.

Nome em inglês (sigla) Freqüência de onda Comprimento de onda

Extremely Low Frequency (ELF) 3 Hz a 30 Hz 105 km a 104 km

Super Low Frequency (SLF) 30 Hz a 300 Hz 104 km a 103 km

Ultra Low Frequency (ULF) 300 Hz a 3 kHz 103 km a 102 km

Very Low Frequency (VLF) 3 kHz a 30 kHz 102 km a 10 km

Low Frequency (LF) 30 kHz a 300 kHz 10 km a 1 km

Medium Frequency (MF) 300 kHz a 3 MHz 1 km a 100 m

High Frequency (HF) 3 MHz a 30 MHz 100 m a 10 m

Very High Frequency (VHF) 30 MHz a 300 MHz 10 m a 1 m

Ultra High Frequency (UHF) 300 MHz a 3 GHz 1m a 100 mm

Super High Frequency (SHF) 3 GHz a 30 GHz 100 mm a 10 mm

Extremely High Frequency (EHF) 30 GHz a 300 GHz 10 mm a 1 mm

Tabela 2.1: Divisão das ondas de rádio em bandas (Fonte: [6])

5

As ondas de rádio, em particular, são divididas em bandas que vão de ELF a EHF (Tabela

2.1). Há diferentes interpretações para esta divisão, até mesmo pelo fato de ELF, SLF e ULF

também serem denominadas, respectivamente, ELF1, ELF2 e ELF3 [6]. Entre as referências para

este trabalho, por exemplo, [1] considera ELF como a propagação de ondas de até 3 kHz,

enquanto [4] associa o termo a freqüências entre 0 e 300 Hz.

2.2.2. Radiações Ionizante e Não-Ionizante

O espectro eletromagnético é dividido em radiação ionizante e não-ionizante. A maior parte

do espectro corresponde à radiação não-ionizante, desde as ondas de rádio e microondas até a

porção visível dos raios ultravioletas. A porção invisível dos raios ultravioletas, bem como os raios

X e gamma (todos correspondentes a altíssimas freqüências), compõem a radiação ionizante. [7]

A radiação ionizante é assim denominada por conter energia suficiente para remover

elétrons de átomos e, assim, gerar íons. Este tipo de radiação, normalmente mais conhecido, é

capaz de provocar câncer e causar outros danos a organismos expostos.

A radiação não-ionizante, bem menos perigosa, é utilizada para tarefas comuns, por

exemplo, transmissões de rádio e TV, telecomunicações e mesmo para o aquecimento de

alimentos. [7]

2.3. Exposição aos Campos

A maioria das pessoas está normalmente exposta a campos eletromagnéticos com indução

magnética inferior a 2 miligauss (mG). [1] A radiação eletromagnética mais comum corresponde às

ondas em ELF e, portanto, é não-ionizante. Trata-se da radiação de campos gerados pela

transmissão da eletricidade e por seu uso na maioria dos aparelhos elétricos.

Duas formas de exposição atualmente comuns e em expansão são o uso de aparelhos

celulares, para a telefonia móvel, e a transmissão de dados sem fio, para a conectividade e a

comunicação entre diversos dispositivos. Ambas referem-se ao uso de campos RF, similares aos

empregados em transmissões de rádio e televisão. Há ainda a transmissão de dados via radiação

6

infravermelha, acima do limiar de radiofreqüência, mas que vem sendo cada vez menos utilizada.

Em todos os casos, as ondas não são ELF.

2.3.1. Aplicações Médicas

Embora haja muitas pesquisas sobre possíveis danos causados pelos campos ELF e RF,

estes tipos de campo podem proporcionar benefícios. Campos ELF, por exemplo, são utilizados

em terapias e aplicados em fraturas para estimular o crescimento dos ossos e agilizar o processo

de recuperação. Outras aplicações são o tratamento de feridas e dores, a detecção de câncer e a

Estimulação Transcranial Magnética (cuja sigla original é TMS, de Transcranial Magnetic

Stimulation) [4].

Em Outubro de 2008, houve ampla divulgação do caso de um paciente norte-americano

que, após cerca de um ano em coma e sem qualquer resposta, recebeu trinta sessões de

estimulação magnética e pôde pronunciar algumas palavras e também reagir a comandos. Os

médicos, no entanto, afirmam que a melhora não foi de total responsabilidade da estimulação, pois

não são incomuns os casos em que há alguma recuperação após oito meses em estado

vegetativo [8].

Há ainda aplicações terapêuticas relacionadas a campos RF, como a recuperação de

alguns tecidos e o tratamento de câncer. Neste último caso, é possível o uso para queimar e,

portanto, matar células cancerígenas. Alguns tratamentos requerem exposição acima dos limites

recomendados, o que somente é permitido se houver benefícios ao paciente: é o caso do exame

de ressonância magnética, que envolve não somente campos RF, mas campos estáticos [4].

Campos eletromagnéticos que possuem radiação com os níveis mais altos de energia

também constam entre os utilizados pelos seres humanos, mas a exposição é moderada e requer

uma série de cuidados. Alguns exemplos são o uso de raios gamma e raios X em exames como a

tomografia e a radioterapia.

7

2.4 Transmissão de Dados sem Fio

A transmissão de dados sem fio (tecnologia wireless) consiste na conexão entre diferentes

pontos por meio de equipamentos que utilizam radiofreqüência ou radiação infravermelha, ao

invés de necessitar da conexão direta por cabos. Embora diversos dispositivos sejam compatíveis

com este tipo de transmissão, computadores e aparelhos celulares são os mais populares.

As redes em que há transmissão de dados sem fio, conhecidas por redes sem fio, são

classificadas de acordo com o alcance que proporcionam:

� Wireless Personal Area Network (WPAN): permite a conexão de dispositivos em uma

pequena área, geralmente o que está ao alcance de uma pessoa;

� Wireless Local Area Network (WLAN): tipo de rede freqüentemente utilizado para

interconectar computadores em uma área limitada. Enquanto os usuários estiverem dentro

dos limites de tal área, podem supostamente se mover sem perder a conexão;

� Wireless Metropolitan Area Network (WMAN): um tipo de rede sem fio que conecta diversas

redes locais (WLAN) e pode se estender por toda uma cidade;

� Wireless Wide Area Network (WWAN): viabiliza a conexão a grandes áreas por meio da

tecnologia empregada em torres de celulares. Não apenas os dispositivos móveis são

capazes de utilizar estas redes, como também computadores. Neste caso, é necessário

que o equipamento ofereça suporte ao tipo de comunicação ou então que o usuário

conecte um cartão específico à máquina para obter conectividade.

2.4.1. Tecnologias para Transmissão

Entre as diversas tecnologias existentes para a transmissão de dados sem fio, destacam-se

atualmente três, que utilizam a faixa de freqüências ISM (Industrial, Scientific, Medical),

anteriormente de uso restrito por alguns grupos de profissionais:

� Bluetooth: tida como suplente do infravermelho, esta tecnologia viabiliza a troca de dados

entre dispositivos próximos e que não demandam altas taxas de transferência. Apresenta

inúmeras aplicações, como a conexão entre computadores e dispositivos, a comunicação

entre consoles e controles, sistemas viva voz para o uso de celulares em veículos, etc;

8

� Wi-Fi: utiliza alta potência e é similar às conexões Ethernet tradicionais para a comunicação

em WLAN. Permite, por exemplo, trocas de arquivos entre computadores em um mesmo

local e o compartilhamento de recursos entre eles;

� WiMAX: tecnologia voltada à área de telecomunicações, apresenta longo alcance e serve

como alternativa ao acesso à banda larga por meio de cabos.

A potência e as freqüências em que as tecnologias operam variam de acordo com a região

ou país. De acordo com o Portal Teleco (http://www.teleco.com.br), estas são as freqüências para

Wi-Fi no Brasil, bem como suas respectivas condições de uso:

Freqüências (MHz) Condições de uso no Brasil

2400 a 2483

5725 a 5850

Destinadas, em caráter secundário, a equipamentos de

radiocomunicação restrita, como redes Wi-Fi. A faixa de 2400

MHz é utilizada em caráter primário pelo Serviço Auxiliar de

Radiodifusão e Correlatos (SARC) e de Repetição de TV.

5150 a 5350

5470 a 5725

Destinadas a Sistemas de Acesso sem Fio em Banda Larga

para Redes Locais. A faixa de 5150-5350 MHz pode ser utilizada

em ambientes internos e a de 5470-5725 MHz, em ambientes

externos e internos.

Tabela 2.2: Freqüências e condições para uso de Wi-Fi no Brasil (Fonte: Portal Teleco)

Ainda segundo o portal, estão disponíveis três faixas de freqüências para WiMAX no Brasil

(Tabela 2.3), porém a maior parte das implantações deve ocorrer na faixa de 3,5 GHz, uma vez

que cinco empresas já adquiriram blocos nessa faixa, entre elas a Embratel e a Brasil Telecom.

Em Outubro de 2008, a Telefonica iniciou testes com WiMAX em alguns bairros na cidade de São

Paulo, tendo em vista o uso da tecnologia em 2009.

Faixa Freqüências (MHz)

2,6 GHz 2500 a 2530; 2570 a 2620; 2620 a 2650

3,5 GHz 3400 a 3600

5 GHz 5150 a 5350; 5470 a 5725

Tabela 2.3: Faixas e freqüências disponíveis para WiMAX

no Brasil (Fonte: Portal Teleco)

9

Capítulo 3

Estudos e Resultados

Neste capítulo são introduzidos os tipos de estudos realizados sobre campos elétricos e

magnéticos e suas radiações, bem como as formas de se analisar os resultados obtidos. Então é

apresentada uma compilação de resultados gerais de estudos (campos estáticos, IF e ELF) e, por

fim, outra com os resultados referentes ao uso de radiofreqüência (caso de telefones celulares e

da transmissão de dados sem fio).

Sabe-se que a exposição a determinados níveis de radiação eletromagnética apresenta

efeitos imediatos, como estímulos capilares (campos elétricos) ou reações nos nervos periféricos e

em músculos (campos magnéticos) [9]. Efeitos temporários como estes, que desaparecem quando

termina a exposição, não são tidos como danos à saúde pelos cientistas.

3.1. Tipos de Estudos e Análise dos Resultados

Segundo [1], há quatro tipos de estudos sobre campos eletromagnéticos, mas não é

possível obter todas as informações desejadas com os resultados obtidos por esses tipos (Figura

3.1). São eles:

� Estudos com células: realizados em laboratório, proporcionam o entendimento dos

mecanismos biológicos pelos quais ocorrem as doenças. A maioria dos estudos até hoje

são estudos in vitro, ou seja, que utilizam células isoladas de plantas ou animais ou então

se concentram em componentes de células, como a membrana;

� Estudos com animais: também realizados em laboratório, provêem um meio de observar os

efeitos de agentes específicos sob condições cuidadosamente controladas. Por serem

experiências realizadas em organismos vivos, são chamadas de estudos in vivo. As cobaias

normalmente são ratos e camundongos;

� Estudos clínicos: pesquisadores monitoram a fisiologia de voluntários expostos a campos

elétricos ou magnéticos em níveis acima do normal. Também são estudos in vivo;

10

� Estudos epidemiológicos: pesquisadores (epidemiologistas) observam e comparam grupos

de pessoas que já estiveram ou vivem expostas aos agentes e analisam se há diferença

entre as que foram expostas e as que não foram. Neste caso, não há controle das

condições de exposição.

Enquanto os três primeiros tipos de estudos permitem que os resultados sejam verificados

por meio de instrumentos, o último tipo precisa considerar diversos fatores. É possível, por

exemplo, que o aumento dos riscos de alguma doença estejam relacionados a algum outro agente.

Segundo [1], alguns dos critérios para análise dos resultados em epidemiologia são:

� Força na associação entre a exposição e a ocorrência da doença em questão;

� Aumento da incidência da doença com o aumento da exposição ao agente;

� Consistência dos resultados obtidos em diferentes estudos epidemiológicos;

� Plausibilidade entre os resultados do estudo e os conhecidos em laboratório;

� Confiabilidade das informações sobre exposição ao agente, etc.

Os níveis de exposição a agentes em estudos epidemiológicos são normalmente calculados

com o uso de estimativas, uma vez que o ambiente não é controlado.

Figura 3.1: Representação dos tipos de estudos como

um quebra-cabeças (Fonte: [1])

11

3.2. Resultados Gerais dos Estudos

Segundo [4], há poucos estudos realizados com campos IF, normalmente voltados à

análise da relação entre algumas profissões e os efeitos causados pela radiação. Apesar de

resultados apontarem para efeitos sobre a reprodução e o desenvolvimento [10,11], os

mecanismos utilizados se limitam a poucos fenômenos e avaliam apenas altos níveis de

exposição. São necessários estudos complementares para definir a consistência dos resultados.

Os resultados também são vagos quando se trata de estudos com campos estáticos.

Poucos estudos epidemiológicos foram realizados, normalmente avaliando os riscos de câncer.

Uma grande quantidade de estudos biológicos in vivo e in vitro aponta para forças exercidas sobre

moléculas com propriedades magnéticas, como a hemoglobina e radicais livres. No entanto, nada

se identificou quanto a efeitos sobre a saúde [4].

A seguir serão introduzidos os resultados obtidos nos diversos tipos de estudos sobre

campos eletromagnéticos ELF. O conteúdo das Seções 3.2.1, 3.2.2, 3.2.3, 3.2.6 e 3.2.7 tem

origem em [1] e [4], enquanto o das Seções 3.2.4 e 3.2.5 tem [12] como base. Procurou-se manter

todas as referências às obras originais.

3.2.1. Resultados dos Estudos com Células

A maioria dos estudos in vitro utilizou campos magnéticos com pelo menos 1.000 mG, nível

muito superior ao da exposição comum, e investigou os efeitos sobre a diferenciação e a

proliferação de células, a expressão gênica, a atividade enzimática, a melatonina (neuro-hormônio

capaz de desacelerar o crescimento de células cancerígenas) e o ácido desoxirribonucléico (mais

conhecido por sua sigla em inglês, DNA, de Deoxyribonucleic Acid).

Embora alguns laboratórios tenham confirmado o efeito nocivo a células, outros não

repetiram o feito, assim não é amplamente aceita a versão de que os campos magnéticos possam

danificar células. Os cientistas consideram haver evidências muito pouco convincentes sobre o

efeito nocivo decorrente da exposição cotidiana a campos magnéticos.

12

A influência sobre o DNA é improvável, porém incerta. A maioria dos estudos não encontrou

potencial genotóxico (capacidade de modificar o material genético) em campos eletromagnéticos,

pois a energia transferida pelos campos não é suficiente para causar danos diretos. Há, no

entanto, especulações de que a exposição aos campos poderia inibir a atividade celular de

reparação a danos normais de DNA, o que afetaria indiretamente sua estrutura.

Estudos realizados entre 2003 e 2005, como parte do projeto REFLEX, que uniu doze

pesquisadores em sete países europeus, obtiveram os resultados mais significantes. Após

submeterem células humanas e de outros mamíferos a diferentes níveis de exposição e a um

intervalo de freqüências de radiação, encontraram danos em cromossomos de alguns tipos de

célula [13,14,15,16]. Os resultados ainda não estão totalmente disponíveis, o que dificulta a

interpretação dos dados coletados, mas pelo menos um estudo, [17], não conseguiu repetir os

resultados iniciais.

Desde 2004, as atenções estão voltadas aos efeitos dos campos ELF sobre os radicais

livres [18]. Estas moléculas, capazes de interagir com o DNA e outros componentes celulares,

participam de importantes processos fisiológicos celulares, como a conversão de sinais de

diversos receptores da membrana e, portanto, de funções imunológicas. Alguns estudos [19,20,21]

levam a crer que os campos podem aumentar os níveis de radicais, enquanto outros [22,23]

sugerem que o DNA pode ser afetado indiretamente pela influência dos campos sobre os radicais

livres. Mais resultados são necessários e devem se consolidar nos próximos anos.

3.2.2. Resultados dos Estudos com Animais

Diversas abordagens foram utilizadas para estes estudos. Abaixo estão três exemplos de

abordagens dos estudos:

� Ratos e camundongos são expostos a agentes cancerígenos e, então, a campos

eletromagnéticos. O objetivo é verificar se há aceleração no desenvolvimento da doença;

� Ratos e camundongos com defeitos genéticos e predispostos ao câncer são expostos aos

campos eletromagnéticos. O objetivo também é estudar o desenvolvimento da doença;

� Ratos, camundongos e drosófilas são expostos aos campos, com a intenção de se verificar

se ocorre alteração do material genético. Bactérias também foram alvo de estudos.

13

Não foi detectada qualquer relação entre os campos magnéticos e a leucemia. Em 2002, a

International Agency for Research on Cancer (IARC) afirmou serem muito restritas as evidências

de que os campos magnéticos possam causar qualquer tipo de câncer em animais por si só [24].

Alguns estudos apontaram para a relação entre os campos e outros tipos de câncer, inclusive o

câncer de mama, porém a inconsistência gerada pela comparação com outros resultados impede

conclusões seguras.

Os pesquisadores concluíram não haver efeitos dos campos magnéticos que não estejam

relacionados a câncer. Os campos não causaram quaisquer problemas na formação dos animais

durante a gestação, nem afetaram funções imunológicas, reprodutivas, comportamentais ou de

aprendizado.

3.2.3. Resultados dos Estudos Clínicos

Os resultados dos estudos clínicos estão relacionados a efeitos biológicos, ou seja, a

mudanças nas respostas biológicas dos voluntários. Estas mudanças podem ou não estar ligadas

a danos à saúde. Não há, contudo, resultados consistentes, pois alguns estudos concluem haver

alterações nas respostas biológicas, enquanto outros não encontram os mesmos resultados. Entre

os resultados que não levam a conclusões definitivas, podem ser citados:

� Houve pequenas variações dos batimentos cardíacos (redução de três a cinco batimentos

por minuto) em alguns voluntários expostos a campos de 300 mG;

� Durante o sono, algumas pessoas, expostas a campos de 283 mG, apresentaram pequena

alteração da atividade elétrica cerebral;

� Algumas pessoas expostas aos campos eletromagnéticos apresentaram redução na

liberação de melatonina.

3.2.4. Resultados dos Estudos Epidemiológicos com Crianças

Diversos estudos, como [25] e [26], avaliaram a possível incidência de câncer em crianças

devido à exposição a campos magnéticos em residências. O maior foco das pesquisas são a

leucemia e tumores no cérebro, por serem os dois tipos mais comuns de câncer em crianças.

14

Desde 1979, quando um estudo apontou como possível a associação entre a leucemia e a

proximidade de moradias a cabos de força [27], não houve consenso quanto aos resultados

obtidos, como visto a seguir.

Em um grande estudo realizado pelo National Cancer Institute (NCI) e pelo Children’s

Oncology Group (COG), mediram-se os campos magnéticos em moradias [28]. Os resultados

indicaram que crianças em moradias próximas a fortes campos magnéticos não apresentavam

riscos maiores do que as demais de apresentar leucemia, exceto por crianças em regiões com

campos de 4 mG, índice raro em áreas residenciais. Resultados similares foram atingidos por [29]

e [30], porém não se identificou se o problema seriam os campos magnéticos, uma vez que não

foram encontrados padrões de acordo com o aumento da exposição aos campos.

Estudou-se ainda a exposição a campos magnéticos de aparelhos domésticos [25]. No

entanto, apesar de aparelhos domésticos serem capazes de gerar campos ainda mais fortes do

que os de cabos de força (devido à proximidade), a contribuição para a exposição total é menor.

Isto ocorre porque a maioria dos aparelhos é utilizada por curtos períodos de tempo e a alguma

distância do corpo, enquanto os campos gerados por cabos de força são constantes.

Outra pesquisa levou em conta a exposição de mulheres grávidas a utensílios domésticos e,

posteriormente, das crianças nascidas aos mesmos. Mesmo que alguns fossem relacionados à

leucemia, não houve provas consistentes quanto ao aumento do risco com o passar do tempo ou

com a maior freqüência de uso [31]. Embora outros estudos tenham levado a inconsistências ou à

conclusão de que não há relação entre os utensílios e câncer, um estudo canadense associou a

leucemia à exposição de mães grávidas a altos níveis de campos magnéticos [32].

As limitadas evidências de campos magnéticos causarem leucemia em crianças, por terem

base em sólidos estudos epidemiológicos, levaram à classificação desses campos como

“possivelmente carcinogênicos a humanos” pela IARC em 2002 [24]. A medida, que mantém como

possível a produção de câncer pelos campos, pode ser vista como um tipo de precaução, pois

ainda há poucos estudos experimentais sobre o assunto.

15

3.2.5. Resultados dos Estudos Epidemiológicos com Adultos

Os estudos de efeitos, em moradias, de campos magnéticos sobre adultos concentraram-se

em três tipos de câncer: leucemia, tumores cerebrais e câncer de mama. Embora um estudo

norueguês tenha encontrado riscos na exposição a utensílios [33] e outro, envolvendo mulheres

africanas e americanas, tenha concluído que o uso de cobertores elétricos pode aumentar o risco

de câncer de mama [34], diversos estudos não encontraram qualquer associação entre o campo

magnético gerado por cabos de força ou cobertores elétricos e este tipo de câncer [35,36,37,38].

Outros estudos, realizados na década de 80 e no início da década de 90 com pessoas que

trabalham com eletricidade, indicaram que as taxas de incidência de câncer são maiores que o

normal [26]. Isto não foi comprovado em pesquisas mais recentes [33,39,40,41].

A IARC concluiu, em 2002, que os campos magnéticos não estão relacionados a qualquer

tipo de câncer, exceto pela leucemia (ver Seção 3.2.4) [24]. Os campos elétricos ELF, por sua vez,

não foram classificados como carcinogênicos ao ser humano. A maioria dos estudos atuais visa

analisar a relação entre campos ELF e câncer de mama e tumores cerebrais, porém não há

resultados relevantes.

3.2.6. Sintomas e Hipersensibilidade

Diversos sintomas foram sugeridos como efeitos da exposição a campos ELF, desde os

dermatológicos, como vermelhidão na pele, até dores de cabeça, dificuldades de concentração,

enjôos e palpitações. A expressão “hipersensibilidade eletromagnética” passou a ser comumente

aplicada a pessoas que afirmam apresentar algum tipo de sintoma quando expostas a campos

elétricos ou magnéticos, ou mesmo quando próximas a algum equipamento elétrico. Maiores

informações estão na Seção 3.4 deste texto.

O Scientific Committee on Toxicity, Ecotoxicity and the Environment (CSTEE) afirmou, em

2001, não haver base para associar os sintomas aos campos ELF. Desde então, outros estudos

foram realizados, sem grande avanço. Contudo, destacam-se estudos bem controlados e

conduzidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que não identificaram qualquer relação.

16

3.3. Resultados dos Estudos sobre Radiofreqüência

A OMS afirma não haver risco à saúde devido à exposição a campos eletromagnéticos de

baixo nível, ainda que por longos períodos. Isto vale, por exemplo, para as redes de transmissão

de dados sem fio. Já os cientistas dizem que não há como garantir a segurança para todos.

Há ainda diversas publicações de empresas do ramo da telefonia móvel que têm como

objetivo informar aos usuários que não há necessidade de preocupação. Um bom exemplo é [44],

disponibilizado em 2006 pela Ericsson e que explica os limites e padrões, para então citar a

radiação emitida por telefones celulares e estações-base. De acordo com o documento, muitos

países seguem as normas da ICNIRP (International Commission on Non-Ionizing Radiation

Protection). A proposta para adoção dessas normas foi aprovada na Câmara dos Deputados por

meio do projeto de lei nº 031/2008, para que o Brasil se junte a este grupo de países.

A ICNIRP, organização independente e reconhecida pela OMS, definiu limites de exposição

com base nas taxas de absorção de energia (sigla em inglês SAR, de Specific Absorption Rate),

as quais se expressam em unidades de watts por quilograma (Figura 3.2). Para facilitar medições

e cálculos, a ICNIRP definiu os chamados níveis de referência, restrições baseadas na densidade

da potência e na força do campo elétrico. Se a força de um campo estiver abaixo do nível definido,

não deveria haver risco para quaisquer indivíduos.

Figura 3.2: Limites definidos pelo ICNIRP (Fonte: [44])

17

Segundo [44], a potência de um aparelho celular normalmente é de 0,5 W ou menos, uma

vez que estes telefones utilizam o mínimo possível da potência para realizar contato com as

estações-base. Assim, a potência média costuma ficar razoavelmente abaixo dos picos, que

atingem 2 W com a tecnologia GSM, 0,5 W com GPRS e 0,25 W com 3G. Os novos modelos de

celulares, inclusive, precisam ser testados e estar de acordo com as normas antes de serem

lançados no mercado.

Ainda de acordo com [44], somente 1% da potência emitida por estações-base

normalmente chega a locais habitados, de modo que os limites de exposição podem apenas ser

extrapolados em pontos muito próximos das estações, os quais são (ou deveriam ser) isolados do

público. A potência emitida por cada tipo de estação-base está na Figura 3.3.

Figura 3.3: Potência das estações-base (Fonte: [44])

O conteúdo restante desta seção provém da compilação de resultados de estudos em [4] e,

como é possível notar, o foco é a telefonia móvel. Os estudos desta área relacionados a câncer,

em particular, dão maior atenção a tumores intracranianos, devido à forma de exposição aos

aparelhos. Apenas alguns estudos consideram efeitos sobre todo o corpo.

O aumento do número de redes sem fio é assunto de muitas notícias, mas atualmente não

há grande quantidade de estudos relacionados. No entanto, como os resultados a seguir abordam

a radiofreqüência, podem-se inferir conclusões temporárias sobre os efeitos das redes.

É importante frisar que os seguintes resultados retratam casos em que os campos RF não

causam aquecimento. Comprovou-se que, quando os níveis de exposição aos campos são altos o

bastante para haver aquecimento, podem ocorrer efeitos nocivos como, por exemplo, danos a

18

fetos e embriões [42,43]. É necessária, portanto, uma quantidade considerável e anormal de

energia emitida.

3.3.1. Resultados dos Estudos com Células

Embora seja aceito, pela maioria dos pesquisadores, o fato de que os campos RF são

incapazes de danificar diretamente o DNA, muitos estudos visaram efeitos genotóxicos destes

campos, acreditando em danos indiretos ao DNA, por exemplo, ao afetar radicais livres. A maioria

analisou resultados após a exposição durante curtos intervalos de tempo.

Um dos pesquisadores do projeto REFLEX identificou danos no DNA de células de ratos e

também de fibroblastos humanos (células do tecido conjuntivo que sintetizam fibras) [45]. Ainda

nos fibroblastos, notou um aumento significante da probabilidade de ocorrerem aberrações

cromossômicas e de surgirem micronúcleos (terceiro núcleo gerado erroneamente durante a

anáfase da mitose ou da meiose). Porém, os resultados foram contrariados recentemente [46].

São necessários novos estudos para analisar quais resultados estão corretos.

Estudos sobre efeitos não-genotóxicos focaram principalmente a cinética do ciclo celular e

nenhum efeito foi identificado [47,48,49,50,51]. Poucos estudos reportaram alterações na

proliferação das células [52,53]. Outro tema de interesse foi a apoptose (“morte celular

programada”), que ocorre durante o desenvolvimento ou a diferenciação celular como reação a

algum estímulo danoso. Apenas dois tipos de células apresentaram variação: houve maior taxa de

sobrevivência de células da leucemia linfoblástica T, quando expostas a campos RF não-

modulados de 900 MHz [54]; e detectou-se maior incidência de apoptose em células epidérmicas

com câncer quando expostas a campos RF de 1,95 GHz [55].

Os pesquisadores do projeto REFLEX não encontraram efeitos de campos RF no ciclo,

proliferação ou diferenciação celulares, nem na incidência de apoptose, na síntese de DNA ou em

funções imunológicas. Estudos recentes investigaram se estes campos poderiam afetar radicais

livres, influenciando indiretamente as funções imunológicas, mas nenhum resultado significante foi

obtido [56,57,58].

19

Um novo estudo realizado em 2008, conforme publicado em [59], sugeriu que a radiação

emitida pelos telefones celulares é capaz de reduzir a qualidade do esperma. O resultado, no

entanto, foi obtido após a exposição, durante uma hora, das amostras de esperma a aparelhos em

modo de ligação. Embora o DNA tenha se mantido intacto, houve aumento dos níveis de radicais

livres e redução da quantidade de antioxidantes protetores.

3.3.2. Resultados dos Estudos com Animais

Até o ano de 2002, todos os estudos avaliando efeitos carcinogênicos de campos RF em

animais indicavam resultados negativos, com exceção de [60], no qual camundongos

geneticamente modificados e com tendência a linfomas (tumores com início na transformação de

linfócitos) foram expostos a campos de 900 MHz com sinal similar à modulação GSM (Global

System for Mobile communications), um dos padrões para celulares. Neste estudo, observou-se

que a incidência de linfomas dobrou. Posteriormente, [61] não conseguiu repetir os resultados,

ainda que utilizando a mesma abordagem e iguais condições das cobaias.

Outros estudos realizados nesta década utilizaram diversos modelos experimentais para

avaliar a relação entre campos RF e o câncer em animais. Alguns testaram se campos RF seriam

capazes de iniciar algum tipo de câncer em animais normais ou geneticamente predispostos à

doença [62,63,64,65], enquanto outros avaliaram se os campos poderiam influenciar o

desenvolvimento de tumores já existentes [62,66,67,68,69,70,71,72,73]. Em ambos os casos,

nada significante foi encontrado.

Quanto a pesquisas não-relacionadas a câncer, algumas obtiveram como resultados os

distúrbios de memória em ratos [74,75]. Um resultado interessante foram as alterações na

permeabilidade da barreira hematoencefálica (BHE) de ratos [76,77,78,79]: por ser a estrutura

responsável por isolar o sistema nervoso central do restante do organismo, controlando o fluxo de

moléculas e protegendo o cérebro, o aumento da permeabilidade poderia permitir a passagem de

substâncias capazes de provocar danos como inflamações ou a morte de neurônios.

Novos estudos não comprovaram os resultados com a memória dos ratos [80,81,82,83],

nem com a BHE [84,85,86]. Neste último caso, apenas [87] conseguiu repetir os resultados com a

20

permeabilidade, porém trata-se de outro estudo realizado pelo mesmo autor de [76], que

encontrou alterações na BHE anteriormente.

3.3.3. Resultados dos Estudos Clínicos

Devido à distância que os telefones celulares se situam da cabeça dos usuários, há muitas

preocupações com as conseqüências ao sistema nervoso central, o que levou a diversos estudos

sobre os efeitos neurotóxicos da radiação emitida pelos aparelhos. Foram descobertos pequenos

efeitos temporários no sono, em processos cognitivos e na atividade funcional elétrica do cérebro

[88,89,90,91,92,93], contudo alguns resultados não puderam ser replicados [94,95] e houve

estudos que comprovaram o contrário [96].

Houve ainda pesquisadores interessados em saber se o sistema auditivo poderia ser

afetado pelo uso de aparelhos celulares, porém nenhum efeito foi observado [97,98,99,100,101].

Alguns estudos comprovaram apenas que, após a exposição a um aparelho celular, há aumento

do fluxo sangüíneo na orelha [102,103] e da temperatura local [104,105], possivelmente por causa

da vasodilatação ocasionada pelo calor gerado pelo aparelho e por seu consumo de bateria.

3.3.4. Resultados dos Estudos Epidemiológicos com Crianças

Há grande preocupação com a vulnerabilidade que as crianças podem apresentar na

exposição a campos de radiofreqüência. Entre as razões, destacam-se:

� Sistema nervoso em desenvolvimento, portanto mais suscetível;

� Cérebro com maior condutividade por apresentar mais água e maior concentração de íons;

� Tamanho menor da cabeça, o que permite um maior alcance da radiação;

� Capacidade maior de absorção, pela cabeça, da energia em freqüências de telefonia;

� Maior tempo de vida com exposição aos emissores de radiofreqüência.

Poucos estudos epidemiológicos avaliaram os efeitos de campos RF em crianças. Como a

exposição de crianças e adolescentes a aparelhos celulares tem crescido de modo vertiginoso, em

breve deverá haver resultados de estudos relacionados a tumores cerebrais para garantir sua

segurança.

21

Atualmente há discussões sobre possíveis diferenças de absorção da energia dos campos

por adultos e crianças [106,107], porém muitas questões continuam sem resposta. Sabe-se que o

desenvolvimento anatômico do sistema nervoso ocorre por volta dos dois anos de idade, quando

crianças ainda não utilizam telefones celulares, enquanto o desenvolvimento funcional continua

até a fase adulta.

3.3.5. Resultados dos Estudos Epidemiológicos com Adultos

O número de pesquisas epidemiológicas referentes a aparelhos celulares cresceu

sensivelmente nos últimos cinco anos. Apenas [108] acompanhou um mesmo grupo de usuários

de telefonia móvel e realizou a comparação com os não-usuários. O restante assumiu a

abordagem de comparação entre subgrupos de usuários. Tabelas com todos os resultados estão

em [4].

Na Dinamarca, [108] avaliou um grupo de pessoas que assinaram serviços de telefonia

móvel entre 1982 e 1995, para verificar se haveria a incidência de câncer após algum tempo de

uso. Nada foi encontrado, apesar de o intervalo considerado ter sido pequeno. Cinco anos depois,

em 2006, a atualização do estudo veio com [109], que não encontrou problemas: houve menos

casos de câncer entre os usuários do que no restante da população, possivelmente devido ao

câncer relacionado ao fumo, e menos casos de tumores cerebrais e leucemia do que o estimado.

O projeto Interphone, coordenado em treze países pela IARC, realizou entrevistas com

diversas pessoas e nada foi identificado entre aqueles que utilizaram os aparelhos por menos de

dez anos. Entre os usuários expostos por uma década ou mais, nenhum problema foi encontrado

na Suécia [110], na Dinamarca [111] e no Reino Unido [112], porém os estudos alemães [113]

indicaram aumento no risco estimado para o surgimento de gliomas, tumores do sistema nervoso

central. Por se tratar de uma amostra pequena, os resultados não foram vistos como contraditórios.

Um grupo sueco alheio ao projeto, no entanto, encontrou riscos nas tecnologias analógica e digital,

bem como em telefones sem fio [114]. Após uma década de uso, identificaram quase o dobro do

aumento de riscos e alertaram para o grande aumento nos riscos de gliomas de alto grau.

O grupo sueco e o projeto Interphone também analisaram neuromas acústicos, tumores

benignos que se desenvolvem lentamente e derivam do oitavo nervo craniano. Em [115], os

22

suecos reportaram o aumento de riscos referentes a estes tumores, inclusive após curtos períodos

de exposição. Na Suécia, o projeto Interphone reportou estimativas de os riscos dobrarem após

dez anos de uso regular de aparelhos celulares [116], e a análise indicou que os tumores surgiam

freqüentemente no lado utilizado para as conversas. Novos estudos realizados pelo projeto com

indivíduos de Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia e Reino Unido também sugeriram o aumento

do risco quando considerado o lado da cabeça utilizado para as conversas [117].

Devido às limitações e diferenças de metodologia entre os estudos, não é possível realizar

comparações. Embora haja resultados referentes ao uso dos aparelhos por longos períodos, os

números ainda são pequenos e as conclusões só devem ocorrer quando todos os resultados do

projeto Interphone forem divulgados.

Não há sólidos resultados no que se refere à exposição aos campos em ambientes

residenciais e nem há indícios de que alguns indivíduos apresentem tendências de acordo com a

profissão. Alguns estudos com os efeitos da radiofreqüência sobre a gravidez [42,118,119]

indicaram possíveis alterações, considerando pontos como abortos espontâneos e peso da

criança, mas os resultados disponíveis não permitem qualquer conclusão.

Finalmente, no que diz respeito a portadores de dispositivos médicos, os resultados

parecem convergir. Estudos da área são geralmente realizados com fontes de alta freqüência,

como aparelhos celulares, transmissões de dados sem fio e transmissores de rádio e televisão.

Verificou-se que campos eletromagnéticos podem interferir no funcionamento de diversos

dispositivos médicos, como marca-passos e desfibriladores implantados [1].

3.3.6. Sintomas e Hipersensibilidade

Até o ano de 2001, não era possível a implementação de medidas a favor de indivíduos que

se declarassem hipersensíveis à exposição a campos RF. Havia pouco conhecimento, por

exemplo, sobre as condições de exposição para que ocorresse alguma reação do organismo.

Desde então, dois diferentes aspectos passaram a ser alvo de estudos: o aumento de sintomas

em populações próximas a estações-base de telefonia móvel e o surgimento de sintomas em

indivíduos expostos à radiação proveniente dos aparelhos celulares. Maiores informações sobre a

hipersensibilidade se encontram na Seção 3.4 deste texto.

23

Alguns estudos foram realizados para verificar se indivíduos saudáveis ou hipersensíveis

poderiam acusar a presença de radiofreqüências, porém não há provas consistentes de que seja

possível. Um workshop realizado em 2005 pela OMS [120] e pesquisas posteriores [121,122]

apresentaram conclusões similares, com destaque para a conclusão de que a hipersensibilidade

realmente existe e pode ser um grande problema, porém não há provas de que esteja relacionada

à exposição a campos RF. Mais especificamente, os problemas descritos como hipersensibilidade

não estão relacionados com a presença física de eletromagnetismo, de modo que é preciso

adquirir maior conhecimento sobre suas causas e condições.

3.4. Hipersensibilidade Eletromagnética

Uma nova condição médica tem sido reportada por milhares de pessoas: a

hipersensibilidade eletromagnética (sigla em inglês EHS, de Electromagnetic Hypersensitivity),

algumas vezes citada também como sensibilidade elétrica ou eletrossensibilidade. Uma

característica marcante desta condição é a variação dos sintomas entre os indivíduos afetados, de

modo a cada um apresentar sua própria reação aos campos.

A inexistência de uma padronização dos sintomas contribui para que muitos países não

reconheçam a hipersensibilidade como uma incapacitação ou doença. A prefeitura de Estocolmo,

capital da Suécia, no entanto, já reconhece os hipersensíveis como pessoas doentes e que, assim,

recebem benefícios para tentarem algum tipo de proteção.

Apesar de haver muitas suspeitas, estimativas e acusações de que a hipersensibilidade

seja causada pela exposição a campos eletromagnéticos, os especialistas afirmam que ainda não

há a definição de um causador oficial. Sabe-se que os sintomas desaparecem quando um

indivíduo deixa de estar exposto a um campo, mas ainda são necessárias pesquisas para

identificar se há relação direta com os campos ou se algum agente não foi identificado.

3.4.1. Causas e Sintomas

De acordo com [123], compilação de resultados baseada em um estudo sueco do ano de

2002, há diversos sintomas, desde problemas de pele até a depressão e o coma (Figura 3.4).

24

Figura 3.4: Sintomas mais citados da hipersensibilidade eletromagnética (Fonte: [123])

Figura 3.5: Principais causadores da hipersensibilidade eletromagnética (Fonte: [123])

25

Na época em que houve a realização de [123], os hipersensíveis apontavam algumas

fontes dos sintomas. Os computadores, no entanto, eram tidos como mais perigosos do que os

telefones celulares (Figura 3.5).

3.4.2. Tratamentos

Destacam-se atualmente dois centros de tratamento: o Hospital Breakspear, no Reino

Unido, e o Centro de Saúde Ambiental de Dallas, nos Estados Unidos. O primeiro recomenda um

tratamento baseado na afirmação de que, da mesma forma que o organismo é capaz de se

desintoxicar de sensibilidade alimentares ou químicas, ele pode superar os sintomas da exposição

aos campos. O último utiliza a técnica de “Sobrecarga Total do Organismo”, em que a avaliação

do paciente se dá pela exposição a radiação, substâncias químicas e outros fatores De acordo

com o Dr. William Rea, premiado especialista do centro, estudos apontaram para o fato de que a

maioria dos hipersensíveis apresenta também algum tipo de sensibilidade química.

Outros tratamentos foram divulgados, em 2005, pela britânica Health Protection Agency

(HPA). Na lista aparecem acupuntura, shiatsu, uso de suplementos vitamínicos, entre outros,

porém o próprio documento informa que os estudos não foram detalhados o bastante para

confirmar a eficácia de cada item.

Resta aos hipersensíveis a melhor alternativa encontrada até o momento: manter distância

dos campos eletromagnéticos. O problema é que isto faz com que muitos tenham que largar seus

empregos e até abandonar a região em que vivem, o que leva à exclusão social e a dificuldades

econômicas. O sofrimento, portanto, deixa de ser apenas físico e, o que é ainda pior, ocorre

constantemente.

Uma reportagem exibida em 2 de Novembro de 2008, pelo programa Fantástico, da Rede

Globo, consistiu na entrevista com uma professora sueca que não sai de sua residência sem

utilizar uma tela especial que, feita de seda com fios de prata, ajuda a evitar o contato com a

radiação. Contudo, há quem questione se a tela é capaz de trazer algum benefício à saúde da

mulher ou se a melhora seria psicológica.

26

O modo noticiado de como os aparelhos celulares são utilizados pelos hipersensíveis é

bastante peculiar: a bateria só é colocada no aparelho no momento de se realizar alguma ligação.

Ainda assim, utilizam fones de ouvido para a conversa, visando ficar o mais longe possível do

telefone.

3.4.3. A Suécia como Ponto de Partida

A repercussão da hipersensibilidade é definitivamente maior na Suécia do que em qualquer

outro país no mundo. A Associação Sueca para os Eletrossensíveis (sigla original FEB, de

Elöverkänsligas Riksförbund) é a principal organização da Suécia e, com grande reconhecimento,

conta atualmente com cerca de 2.400 membros ativos.

A presidente da FEB, Birgitta Knape, diz que a grande incidência do problema em seu país

deve-se à localização no extremo norte do planeta, onde as temperaturas são muito baixas e,

assim, é necessário maior consumo de energia elétrica para a iluminação das casas, o uso de

aquecedores e outros equipamentos. Isto, então, teria resultado em uma exposição acima do

normal aos campos eletromagnéticos.

Ocorrências fora da Suécia, em menor número, levaram à criação de organizações em

diversos países europeus, nos Estados Unidos, na Austrália e no Japão. Os casos nem sempre se

encaixam no ambiente descrito por Birgitta Knape: estudos identificaram hipersensíveis, por

exemplo, na Califórnia (EUA), que apresenta condições climáticas diferentes das suecas.

No Brasil, até o presente momento, ainda não há relatos sobre hipersensibilidade

eletromagnética ou, pelo menos, não há repercussão suficiente.

27

Capítulo 4

Conclusão

Este texto foi elaborado com base em resultados de numerosos estudos sobre os efeitos de

campos eletromagnéticos e sua radiação, seja em estudos in vitro ou in vivo, com pessoas ou

outros seres vivos. Os campos ELF e RF não térmicos são os mais presentes em nosso cotidiano

e, assim, os mais visados pelos pesquisadores. Pouco se sabe sobre campos estáticos ou IF.

Apesar de ainda não ser possível uma conclusão definitiva, os campos ELF, relacionados

aos aparelhos elétricos em geral, não aparentam apresentar riscos à saúde. Os estudos com esta

radiação são realizados há mais tempo do que com a emitida por campos RF e, até o momento,

não há indício de perigo.

Os campos RF, por sua vez, ganharam espaço com o grande aumento do uso de telefones

celulares e de transmissões de dados sem fio. Não há garantia sobre segurança a longo prazo,

uma vez que são tecnologias recentes se comparadas às dos demais aparelhos elétricos. Com os

resultados atuais, também não parece haver riscos concretos à saúde humana.

Considerando-se a exposição a ambos os campos, existem milhares de indivíduos que se

auto-afirmam hipersensíveis, principalmente em países mais desenvolvidos. Há consenso entre os

pesquisadores sobre a existência da hipersensibilidade eletromagnética, contudo não está

comprovado que os sintomas sejam diretamente causados pela exposição à radiação. Este estado

médico ainda não é considerado uma doença e há a espera por mais resultados de estudos e por

medidas para a proteção dos indivíduos hipersensíveis.

Conforme dizem os cientistas, não há como garantir que todas as pessoas no mundo

estejam seguras em relação aos campos eletromagnéticos e sua radiação. A única garantia

possível consistiria em descobrir que os campos têm potencial nocivo, o que até o momento não

ocorreu e pode ser encarado como um bom sinal. Com base em todos os resultados analisados,

não há efeitos danosos de transmissões sem fio, telefones celulares e aparelhos em geral à saúde

humana. Cabe aos próximos estudos provar o contrário ou então fortalecer a noção de segurança.

28

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