transmissões sem fio e campos magnéticos prejudicam a...

37
Transmissões sem fio e campos magnéticos prejudicam a saúde humana? Computação Móvel Gustavo Pinto Vilela Julho de 2012 Instituto de Matemática e Estatística Universidade de São Paulo São Paulo, SP, Brasil

Upload: trinhdat

Post on 25-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Transmissões sem fio e campos

magnéticos prejudicam a saúde humana?

Computação Móvel

Gustavo Pinto Vilela

Julho de 2012

Instituto de Matemática e Estatística

Universidade de São Paulo

São Paulo, SP, Brasil

1

Sumário

1. Introdução e motivação 2

1.1. Objetivo 3

2. Conceitos físicos 4

2.1. Campos eletromagnéticos 4

2.2. Radiação eletromagnética 4

2.3. Transmissões sem fio 6

3. Riscos e benefícios 8

4. Experimentos e resultados 9

4.1. Tipos de experimentos 10

4.2. Resultados em câncer 10

4.3. Projeto REFLEX 13

4.4. Projeto Interphone 14

4.5. Projeto AustinMan 15

4.6. LASR 2010 16

4.7. Outros estudos 18

5. Hipersensibilidade eletromagnética 21

5.1. Estudos e resultados 22

5.2. Tratamentos 23

6. Conclusões 24

7. Referências 26

2

1. Introdução e Motivação

A tecnologia tem avançado cada vez mais rápido com o passar do tempo. Nos últimos

anos, uma tecnologia que tem evoluido consideravelmente é a transmissão sem fio, tornando-

se mais rápida e de mais fácil acesso ao público.

O crescimento da comunicação sem fio favorece a troca de informação em todo lugar e

a todo momento, encurtando as distâncias entre seus usuários e tornando-os mais conectados.

Como consequência dessa tecnologia, os dispositivos móveis também tem se desenvolvido

muito e mais rapidamente, tanto para acompanhar essa expansão como para explorar de forma

mais adequada os recursos que esse meio de comunicação em ascensão tem a oferecer.

Assim como acontece com todo novo paradigma ou tecnologia que passa a ser

largamente utilizado, essa disseminação dos dispositivos móveis acarretou um aumento na

preocupação relacionada ao impacto que essa tecnologia pode ter sobre a saúde humana.

Teme-se que possíveis danos aos usuários só apareçam com o surgimento de sintomas após um

longo período de exposição.

Por isso, diversos estudos foram e estão sendo realizados para tentar prever um

possível efeito nocivo dessa tecnologia sobre o homem e assim, caso necessário, desenvolver

um meio de combatê-la ou estabelecer medidas preventivas que limitem o seu uso. Alguns dos

motivos que agravam essa preocupação são os crescentes números de antenas de telefonia (ou

Estações Rádio-Base - ERBs) e de transmissões de dados sem fio que acompanham o

crescimento da tecnologia.

A preocupação referente à comunicação sem fio é decorrente dela ser baseada em

radiação eletromagnética e já é sabido que, quando emitida, parte dessa radiação pode ser

absorvida pelo corpo humano, ou mais especificamente, pela cabeça do usuário do dispositivo,

no caso da computação móvel. A maioria dos estudos na área foca na telefonia celular por esta

apresentar mais riscos à saúde do que as outras tecnologias de comunicação sem fio. A razão

deste risco elevado é que os celulares são os aparelhos que emitem sinais com as potências

mais elevadas e mais próximas da cabeça de seu usuário.

3

1.1. Objetivo

Este trabalho tem por objetivo apresentar e analisar os estudos e resultados mais

recentes nessa área, mostrando o que tem sido feito, o que se deve ou não evitar e o que ainda

necessita de maior atenção ou novos estudos para atingir conclusões e medidas definitivas. A

análise das publicações recentes serve de base para tentar responder a questão sobre a

possibilidade das transmissões sem fio e dos campos magnéticos serem prejudiciais à saúde

humana.

A sequência deste texto está dividida da seguinte maneira: a próxima Seção faz uma

breve introdução dos conceitos físicos envolvidos, a Seção 3 aborda os risco e benefícios dessa

tecnologia, a Seção 4 apresenta os experimentos e resultados recentes e, por fim, a Seção 5

conclui o assunto em discussão com o estado da arte das pesquisas.

4

2. Conceitos Físicos

A seguir serão apresentados brevemente e de forma simples alguns dos conceitos físicos

envolvidos nas tecnologias de comunicação sem fio. O objetivo desta Seção não é explicar

exatamente o funcionamento da tecnologia nem a física relacionada ao processo, mas apenas

situar o leitor no contexto físico envolvido para que possa obter mais detalhes em caso de

interesse.

2.1. Campos Eletromagnéticos

Um campo elétrico é um campo de força resultante da ação de um sistema de cargas

elétricas e a região invisível formada pela energia da movimentação dessas cargas é chamada

de campo magnético. O campo eletromagnético aparece quando ambos existem

simultaneamente e a movimentação de cargas é consequência da passagem de corrente

elétrica [1]. Ambos os campos tem como característica o rápido enfraquecimento conforme se

aumenta a distância da fonte [2].

Campos elétricos são enfraquecidos com o contato com a pele humana, enquanto

campos magnéticos são capazes de penetrar o corpo. Alguns estudos já associaram a exposição

a campos magnéticos com o aumento do risco de câncer [3] e por isso, diversos estudos que

buscam possíveis danos à saúde humana são focados na ação de campos ou radiação

eletromagnética.

2.2. Radiação eletromagnética

A radiação eletromagnética é composta de um campo elétrico e um magnético, que

oscilam perpendicularmente um ao outro e à direção da propagação de energia [4]. Essa

radiação consiste das ondas eletromagnéticas que propagam a energia em um campo

eletromagnético.

As radiações eletromagnéticas podem ser divididas em radiação de baixa frequência,

média frequência, radiofrequência, entre outras, de acordo com a frequência de emissão de

suas ondas (ver Figura 1). Quanto maior a frequência de emissão da onda, maior é a energia

que ela carrega.

5

Figura 1. Espectro eletromagnético (Fonte [5]).

Além dessa divisão, os tipos de radiação eletromagnética também podem ser divididos,

de acordo com o espectro eletromagnético, em dois tipos: ionizante e não ionizante.

O primeiro é capaz de remover elétrons de átomos ou moléculas e assim causar danos

ao tecido, como é o caso do câncer. São exemplos de radiação ionizante os raios ultravioletas

invisíveis, raios X e raios gamma.

A radiação não ionizante, por outro lado, não possui energia suficiente para alterar a

matéria. Porém, causa um aumento na vibração das moléculas e, consequentemente, um

aumento na temperatura dos tecidos biológicos. A frequência desse tipo de radiação é baixa

para influenciar diretamente células vivas, porém pode causar mudanças significativas através

de correntes induzidas. Esse é o tipo de radiação que corresponde a maior parte do espectro e

alguns exemplos são os raios ultravioletas visíveis, infravermelho e as radiofrequências.

A radiofrequência (RF) é a forma de radiação utilizada na telefonia móvel, na

transmissão de dados sem fio e na comunicação de celulares com as estações de rádio base

(ERB).

6

2.3. Transmissão sem fio

Atualmente, toda e qualquer comunicação sem fio é baseada em ondas

eletromagnéticas não ionizantes. Em especial, no caso dos dispositivos móveis, são utilizadas as

radiofrequências e radiação infravermelha, que são radiações de alta energia.

As transmissões sem fio permitem que dispositivos geograficamente separados possam

se conectar e trocar dados e informações sem a necessidade de existir uma conexão direta

entre eles, por exemplo, via cabos. O alcance destas transmissões está diretamente relacionado

com a forma de transmissão sem fio associada, variando de alguns poucos metros até milhares

de quilômetros.

A capacidade de transmissão de dados em uma determinada onda está diretamente

relacionada com sua frequência. Quanto maior a frequência, maior a quantidade de dados que

podem ser enviados por intervalo de tempo. Além da capacidade de transmissão, a frequência

também é determinante no alcance da onda e nos meios nos quais ela é capaz de penetrar.

Tabela 1. Faixas de frequência de transmissões por rádios e aplicações (Fonte [6]).

Nome (Frequência...) Símbolo Frequência Aplicações

Extremamente Baixa ELF 3 a 30 Hz Comunicação com submarinos

Ultra Baixa ULF 300 Hz a 3 kHz Comunicação com minas

Baixa LF 30 a 300 kHz Transmissão de dados internacionais, torres de auxílio de navegação

Média MF 300 a 3000 kHz Torres de auxílio de navegação, rádios AM e comunicações

marítimas e aéreas

Alta HF 3 a 30 MHz Rádios HM

Muita Alta VHF 30 a 300 MHz Rádios FM, aviação e televisão

Ultra Alta UHF 300 a 3000 MHz Televisão aberta, aparelhos celulares e redes sem fio

Super Alta SHF 3 a 30 GHz Redes sem fio e satélites

Extremamente Alta EHF 30 a 300 GHz Micro-ondas em celulares, redes de computadores sem fio,

radares, radio-astronomia e sistemas de armas avançadas

Essas características tornam alguns intervalos de frequência mais adequados a

determinadas forma de transmissão, como os casos de ondas de rádio mostrados na Tabela 1.

7

Além de ondas de rádios, outras formas de transmissões também são bastante utilizadas, como

por infravermelho, comum em controles remotos e outros equipamentos, e por luz, utilizadas

entre satélites [6].

Entre as tecnologias de transmissão sem fio mais comumente usadas na computação

móvel destacam-se o Bluetooth, a Wi-Fi e o WiMAX. O primeiro é uma tecnologia de curto

alcance e baixa taxa de transferência; a segunda é uma tecnologia de alta potência, permitindo

alta taxa de transferência e alcance semelhante às conexões Ethernet tradicionais; por fim, o

WiMAX é uma tecnologia de longo alcance empregada na área de telecomunicação como

alternativa ao acesso via cabos.

8

3. Riscos e Benefícios

A maioria das pessoas está exposta a campos eletromagnéticos no seu dia-a-dia. A rede

elétrica ou mesmo os aparelhos elétricos utilizados normalmente geram esses campos sem que

as pessoas se deem conta do que está acontecendo. Entretanto, a potência destes campos é

baixa o suficiente para tornar segura a convivência em meio a eles.

O recente crescimento das transmissões sem fio e o avanço dos dispositivos móveis,

porém, tem aumentado significamente a exposição de seus usuários a campos

eletromagnéticos. Essa nova tendência coloca a necessidade de realizar estudos e

experimentos científicos que possibilitem avaliar a segurança da saúde de seus usuários em

relação à expansão da nova tecnologia.

Ao longo dos últimos anos, a grande maioria dos estudos que relacionam radiação

eletromagnética e saúde humana está focada na tentativa de encontrar ou reproduzir alguma

anomalia genética ou mesmo alterações no sistema biológico humano. Os estudos consideram

os riscos diretos e indiretos que o uso excessivo da emergente tecnologia pode ter sobre a

saúde dos usuários.

Apesar da crescente preocupação com os riscos que a exposição a esse tipo de radiação

pode causar na saúde humana, deve-se destacar que quando utilizadas de forma correta, em

ambientes controlados e com tempos de exposição curtos, a radiação trás diversos benefícios à

área médica [7].

Algumas aplicações bastante interessantes de campos eletromagnéticos de baixa

frequência podem ser citadas. Por exemplo, o tratamento de dores e a recuperação de fraturas

através do estímulo do crescimento ósseo e redução do tempo de recuperação; estimulação

magnética transcraniana (TMS, do inglês Transcranial Magnetic Stimulation); ou detecção de

tumores cancerígenos. Outras formas de radiação também apresentam utilidade médica como

é o caso da radiofrequência usada na recuperação de tecidos e tratamentos de câncer e no

exame de ressonância magnética ou ainda a aplicação de raios X e raios gamma na tomografia e

radioterapia, respectivamente.

9

4. Experimentos e Resultados

As subseções seguintes apresentam importantes estudos, resultados e conclusões

recentes de alguns notáveis projetos que buscavam responder a pergunta sobre a radiação

eletromagnética ser ou não prejudicial à saúde humana. Por fim, na Seção seguinte é

apresentada a hipersensibilidade eletromagnética, que se refere a um conjunto de sintomas,

supostamente causados pela exposição a campos eletromagnéticos, apresentados por pessoas

hipersensíveis.

Os estudos apresentados focam em possíveis efeitos nocivos à saúde humana. É sabido

que o contato com o eletromagnetismo causa alguns efeitos temporários sobre o sistema

biológico, porém estes efeitos biológicos não são tidos como prejudiciais à saúde e por isso são

omitidos na maioria dos estudos.

Efeitos com essa característica, de desaparecem com o fim da exposição a campos

eletromagnéticos, são vistos apenas como alterações nas respostas biológicas dos voluntários.

Inclusive, muitos deles não foram encontrados em outros estudos e, portanto não são

considerados conclusivos. Alguns exemplos de efeitos biológicos observados em alguns estudos

foram os seguintes:

Redução de três a cinco batimentos cardíacos por minuto [8];

Pequena alteração na atividade cerebral durante o sono [9][10][11][12][13].

Mais tarde, outro estudo mostrou que a alteração é semelhante à proporcionada

pela cafeína e alguns hormônios;

Redução na liberação de melatonina após a exposição [14];

Efeitos temporários sobre os processos cognitivos [15][16][17].

A seguir, serão descritos experimentos e projetos desenvolvidos na última década ou

em ainda desenvolvimento que buscam descobrir se existem outros efeitos causados pelas

transmissões sem fio e telefones celulares sobre a saúde humana. O foco destes estudos está

em resultados prejudiciais à saúde de seus usuários.

10

4.1. Tipos de experimentos

Os experimentos presentes na literatura podem ser divididos em quatro tipos distintos:

experimentos com células, com animais, clínicos ou epidemiológicos [7][3].

Os experimentos com células são também conhecidos como in vitro por utilizarem

células isoladas e são realizados em laboratório com o objetivo de obter um melhor

entendimento dos mecanismos biológicos.

Os experimentos com animais são também conhecidos como in vivo por serem

realizados com animais ainda vivos, normalmente ratos e camundongos. Estes são também

realizados em laboratório e em condições bem controladas.

Experimentos clínicos são realizados com voluntários que ficam expostos a campos em

níveis acima do normal para observar possíveis alterações fisiológicas que são monitoradas por

uma equipe especializada.

Por fim, experimentos epidemiológicos consistem da observação e comparação de

grupos de pessoas que já estiveram ou estão expostos a campos com grupos que não foram

expostos. Os grupos que de alguma forma já estiveram expostos vivem em ambientes não

controlados e, portanto as condições do ambiente e de exposição não podem ser previstas.

Entre essas formas de experimento, os epidemiológicos são os mais complicados de

serem analisados por não permiterem verificar instrumentalmente os resultados. Por este

motivo, muitos dos critérios de análise utilizados são estatísticos.

Os estudos apresentados a seguir abrangem as quatro formas de estudos descritas

anteriormente, escolhendo a que melhor se adequa ao objetivo do experimento e as condições

disponíveis no desenvolvimento do projeto.

4.2. Resultados em câncer

Muitos estudos focam na possibilidade da radiação eletromagnética gerar ou acelerar o

desenvolvimento de tumores cancerígenos. A razão dessa maior preocupação é por existirem

resultados que associaram a exposição a campos eletromagnéticos com o aumento do risco de

câncer [3].

Inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS) possui um órgão específico dedicado a

pesquisas em câncer que é a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, do inglês

International Agency for Research on Cancer).

11

Em 1979, um estudo [18] realizado em Denver (Colorado, Estados Unidos) encontrou

uma associação entre um maior risco de leucemia infantil e a presença de altas correntes

elétricas. Este estudo, porém, não mediu a intensidade do campo eletromagnético para que

estudos posteriores pudessem confirmar o resultado. Muitos esforços de pesquisas foram

desprendidos na tentativa de reproduzir esse resultado e obter uma conclusão definitiva,

porém esse objetivo ainda não foi atingido.

Um dos resultados obtidos no estudo de câncer está presente em um relatório [19] do

Conselho Nacional de Proteção Radiológica (NRPB, do inglês National Radiological Protection

Board) do Reino Unido, que diz ter encontrado alguma evidência de que a exposição a campos

eletromagnéticos acima de 0.4 microtesla estariam associados a um aumento (quase o dobro)

no risco de leucemia infantil. O estudo não encontrou nenhuma evidência relacionada ao risco

em adultos e o relatório foi cuidadoso ao explicar que não foi encontrada nenhuma evidência

causal, aconselhando que mais estudos fossem realizados.

O Instituto Nacional de Câncer (NCI, do inglês National Cancer Institute) e o Grupo de

Oncologia de Crianças (COG, do inglês Children’s Oncology Group), ambos do Reino Unido,

avaliaram a incidência de câncer em crianças, focando em leucemia e tumores cerebrais que

são mais comuns, devido à exposição a campos eletromagnéticos em suas residências [20]. Os

resultados obtidos indicaram que mesmo as crianças que residiam próximas a fortes campos

magnéticos não apresentavam riscos superiores às demais crianças [17][21][22].

Um estudo australiano [7] verificou uma aceleração no desenvolvimento de tumores em

cobaias modificadas geneticamente para terem predisposição ao câncer [23]. Esse efeito só foi

observado em cobaias expostas à radiofrequência durante toda a sua vida. Porém, estudos

posteriores [24] realizados no mesmo local e utilizando mais animas não conseguiu reproduzir o

resultado. Alem disso, a generalização para a saúde humana a partir do resultado obtido com as

cobaias não é clara.

Estudos falharam em encontrar evidências que associassem o desenvolvimento do

câncer com a exposição a campos eletromagnéticos induzidos por correntes de alta voltagem

[17][25][26][27][28]. Também não encontraram qualquer outro efeito sobre a formação do feto

durante a gestação, nem em funções imunológicas, reprodutivas, comportamentais ou de

aprendizado [13].

Alguns estudos resultaram em indícios de um crescimento na taxa de câncer em

indivíduos que trabalhavam com eletricidade [29][30]. Esse resultado, porém, foi contrariado

recentemente [13][17].

12

Houve também um estudo [31], na Dinamarca, que avaliou um grupo de pessoas por 13

anos para verificar a incidência de câncer e os resultados não encontraram nenhuma evidência.

Cinco anos depois, o estudo foi atualizado [32] e ainda assim não foi encontrado nenhum

resultado que levasse a concluir o aparecimento de câncer.

Em 2002, a IARC concluiu que os campos magnéticos não estão relacionados a qualquer

tipo de câncer exceto a leucemia. A exceção feita é decorrente do estudo citado anteriormente

que ainda não pôde ser reproduzido. Essa indefinição sobre causar leucemia infantil, fez a IARC

classificar os campos eletromagnéticos como “possivelmente carcinogênicos a humanos” [33].

Os pesquisadores concluíram não haver efeitos dos campos magnéticos que não estejam

relacionados ao câncer.

Em maio de 2011, IARC publicou uma revisão das evidências que relacionam campos

eletromagnéticos e câncer. Nessa revisão [34], a agência concluiu que haviam evidências

limitadas de que usuário de telefones celulares podem apresentar um risco elevado de glicoma

[35][36][37] e neuroma acústico [38], e que não haviam provas adequadas de quaisquer outros

riscos à saúde humana [39]. Ainda nesta revisão, como decorrência da evidência relacionada ao

neuroglicoma, a IARC classificou os celulares como “possivelmente cancerígenos”. A

classificação assusta quando mal interpretada, mas a interpretação que a agência dá é de que

há muito pouca evidência científica relacionada à carcinogenicidade do uso dos telefones

celulares [17].

Apesar dos esforços em reproduzir alguns resultados ou na busca por evidências de que

a radiação eletromagnética pode iniciar algum tipo de câncer ou mesmo influenciar no

desenvolvimento de tumores já existentes, nenhum resultado significante foi obtido [7][17][40]

[41][42].

Em abril de 2012, um relatório [43] publicado pela Agência de Proteção à Saúde do

Reino Unido concluiu que ainda não há indícios convincentes de que as transmissões sem fio

causem efeitos nocivos à saúde humana, porém o período considerado nos estudos

relacionados a câncer, de no máximo 15 anos, não são longos o suficiente para que resultados

conclusivos possam ser obtidos.

Ainda seguindo essa ideia da necessidade de estudos com períodos mais longos, existe

um estudo recente [44] que ataca os resultados existentes e afirma que o período considerado

não foi longo o suficiente para o aparecimento do câncer. Nesse estudo, o autor teme que a

radiação emitida por celulares seja mais perigosa que o cigarro. Segundo ele, o mesmo ocorreu

quando o tabaco começou a se tornar popular e somente muitos anos depois é que os reais

riscos à saúde foram comprovados por estudos, no início diziam que os riscos eram pequenos

13

demais e nenhuma pedida preventiva foi tomada [45]. Um exemplo disso é uma publicação de

2006 disponibilizada pela Ericsson que informa ao usuário que não há necessidade de se

preocupar com os riscos dos telefones celulares [46].

4.3. Projeto REFLEX

O projeto REFLEX foi desenvolvido entre os anos de 2003 e 2005, com a colaboração de

doze pesquisadores em sete países europeus e destacou-se por ter obtido resultados

considerados significativos.

O foco das pesquisas do projeto REFLEX está relacionado a possíveis alterações

genéticas que poderiam ser causadas, direta ou indiretamente, pela exposição à radiação

eletromagnética. Os resultados, porém, ainda não estão completamente disponíveis, o que

dificulta a interpretação dos dados coletados durante o projeto.

Um dos estudos [7] do projeto, realizado em 2004, encontrou fortes evidências de

alterações no DNA de células humanas e de ratos expostas a sinais de intensidades

consideradas seguras pelos principais órgãos reguladores [47]. Além disso, os pesquisadores

encontraram que essas células apresentavam indicativos de aberrações cromossômicas e

divisão celular acelerada, o que poderia representar um início de câncer em um ser vivo [48]

[49][50][51].

Mais tarde, os resultados de danos em cromossomos de alguns tipos de células foram

contrariados por outros estudos [52]. Houve também a tentativa de reproduzir esses resultados

em outro estudo [53] para confirmar as observações, entretanto os pesquisadores não

obtiveram êxito.

Alguns dos resultados disponíveis dizem que os pesquisadores não encontraram efeitos

prejudiciais ao ciclo [54][55][56][57][58], proliferação ou diferenciação celular [17]. Assim como

na incidência de apoptose, na síntese de DNA ou em funções imunológicas [59][60][61].

Ainda nessa linha de estudo, algumas pesquisas recentes estão sendo desenvolvidas

com o objetivo de analisar os efeitos dos campos eletromagnéticos sobre os radicais livres do

DNA [62]. Os radicais livres são capazes de interagir com o DNA e outros componentes celulares

ao participar de importantes processos fisiológicos, incluindo funções imunológicas. Alguns

resultados preliminares indicam que os campos podem elevar os níveis de radicais livres [63]

[64][65], enquanto outros resultados sugerem que o DNA pode ser indiretamente afetado por

essa influência dos campos eletromagnéticos sobre os radicais livres [66][67]. Desconsiderando

esse possível efeito indireto, há quase um consenso quanto à incapacidade dos campos

afetarem diretamente o DNA.

14

Atualmente, a influência da radiação eletromagnética sobre o DNA é considerada

improvável, porém incerta. Existem especulações de que a exposição poderia inibir a atividade

celular de reparação a danos normais de DNA e que isso afetaria indiretamente a sua estrutura.

Porém, nenhum estudo conseguiu obter esse resultado.

4.4. Projeto Interphone

O Interphone é o maior projeto epidemiológico já realizado, envolvendo estudos de

grupos localizados em 13 países (nove da União Europeia, Alemanha, Dinamarca, Finlândia,

França, Israel, Itália, Noruega, Suécia e Reino Unido, mais Austrália, Canadá, Japão e Nova

Zelândia) e coordenado pela IARC. O foco da maioria das pesquisas relacionadas ao projeto está

na busca em descobrir se existe alguma relação entre telefones celulares e o surgimento ou

desenvolvimento de tumores cerebrais.

Os resultados do projeto foram publicados recentemente e os pesquisadores não

encontraram uma sólida ligação entre tumores cerebrais e telefones celulares [7][39][40][68]

[69][70][71]. Porém, dois grupos do projeto, um sueco e outro canadense, obtiveram alguns

resultados diferentes.

O grupo sueco, em 2011, neuromas acústicos [72], que são tumores benignos que se

desenvolvem lentamente, além de analisou glicomas, meningiomas e câncer da glândula

parótida. O estudo [7][73] relatou o aumento de risco de surgimento destes tumores e um

aumento considerável no risco surgimento de glicomas após o uso dos celulares a longo prazo

[35]. As estimativas obtidas eram de que os riscos podem dobrar após dez anos de uso regular

dos aparelhos celulares [74], considerando sempre o lado da cabeça utilizado durante o uso do

celular [7][17][75]. O estudo, porém, sugere que os resultados necessitam ser replicados

[17][34].

O grupo de pesquisadores canadenses, da Universidade de Queens, descobriu que,

embora do uso do telefone celular parecer aumentar o nível de testosterona circulando no

organismo, pode também acarretar uma baixa qualidade do esperma e a diminuição na

fertilidade através da redução dos níveis do hormônio luteinizante excretado pela glândula

pituitária [17][76][77].

O projeto Interphone é considerado grande e rigoroso em relação aos experimentos

realizados e resultados obtidos, e ainda assim os dados não convenceram os cientistas de que

existe alguma evidência de uma associação entre o uso de telefones celulares e o

desenvolvimento de câncer [17]. Isso levou a conclusão de que se existe um efeito dos

telefones celulares sobre o risco de tumores no cérebro, então este efeito deve ser

15

extremamente pequeno para não ser detectado em um estudo do tamanho do Interphone

[40][78].

4.5. Projeto AustinMan

É um projeto [79] em desenvolvimento na Universidade do Texas, localizada na cidade

de Austin, pela Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NSF) e está previsto para ser

concluído em 2013. O objetivo do projeto é estudar os efeitos da radiação eletromagnética

emitida pelos telefones celulares e a possibilidade de causarem danos à saúde humana,

focando em estudos relacionados ao câncer. Para isso, o estudo utiliza uma abordagem

completamente diferente dos trabalhos anteriores em razão da criação e uso do AustinMan.

Desenvolvido neste projeto, AustinMan é o nome dado a um modelo eletromagnético

do corpo humano com uma resolução sem precedentes. Embora o estudo ainda não esteja

finalizado, o modelo já foi colocado à disposição de pesquisadores do mundo todo.

A motivação dos pesquisadores para desenvolver o modelo foi baseada em diversos

fatores que atualmente dificultam os estudos. Entre eles estão que usualmente estudos

epidemiológicos utilizam correlações estatísticas para estimar os riscos e estabelecer relações

de causa. Essa correlação deve ser especialmente forte em casos onde não existem

mecanismos conhecidos, biologicamente plausíveis, através dos quais a exposição ao agente

em estudo poderia causar o resultado observado. Assim, é necessário que muita gente deva

adoecer para que os estudos estatísticos fundamentem uma conclusão.

Existiram outras tentativas anteriormente de criação de um modelo eletromagnético

como este. Porém, estes outros modelos virtuais esbarravam no poder computacional

necessário para fazer simulações complexas e assim tinha um baixo poder preditivo. O

AustinMan surge como uma solução para essa barreira proporcionando um alto poder

computacional. Segundo os pesquisadores, o novo modelo possibilita:

Representar o corpo humano com alta fidelidade com uma resolução de um

milímetro cúbico. Isso significa que a qualidade da resolução seria superior do

que a obtida com tomografia computadorizada e ressonância magnética;

Estimar os efeitos da radiação nas diversas potências emitidas pelos mais

diversos equipamentos do tipo sem fio;

Obter evidências científicas, e não levantamentos estatísticos, do funcionamento

do corpo humano para balizar conclusões mais seguras.

16

O projeto ainda está em andamento, porém um resultado preliminar publicado

recentemente diz “A evidência, embora ainda esteja se acumulando, é forte o bastante para

endossar uma conclusão: há risco”. Mesmo antes de concluir os estudos, os pesquisadores

acreditam que “a radiação eletromagnética gerada pela transmissão de dados por

equipamentos sem fios é preocupante”.

Uma ressalva feita pelos pesquisadores do projeto é de que modelos virtuais não

conseguirão responder taxativamente se os telefones celulares causam câncer ou não porque

os cientistas não sabem tudo sobre a dinâmica do câncer e outros efeitos adversos à saúde

induzidos por diversos fatores ambientais. Essa observação que dizer que não há como colocar

em um modelo virtual, mecanismos ou comportamentos que não são conhecidos pelos

cientistas. Porém, ainda assim a pesquisa é relevante porque permitirá o desenvolvimento de

dispositivos mais seguros.

4.6. LASR 2010

A revisão da literatura aponta uma considerável produção bibliográfica sobre o tema da

influência da radiação eletromagnética ser ou não prejudicial à saúde humana. Mostra também

que a maioria dos estudos e projetos desenvolvidos na área são provenientes dos Estados

Unidos ou de países europeus, enquanto é observada uma escassez de estudos no Brasil e

demais países da América do Sul.

Recentemente, em 2010, surgiu o projeto Revisão Científica Latino-Americana [80]

(LASR, do inglês Latin America Scientific Review) com o objetivo de inserir a América Latina no

contexto das pesquisas em campos eletromagnéticos de alta frequência e saúde humana.

A iniciativa partiu do Instituto Edumed para a Educação em Medicina e Saúde e de um

grupo de cientistas brasileiros independentes dedicados à investigação, desenvolvimento e

educação. Juntos, convocaram um painel de experientes cientistas latino-americanos com o

objetivo de produzir e publicar um relatório de consenso independente.

O LASR consistiu de uma revisão bibliográfica completa [80] e a elaboração de uma

síntese de tudo o que tem sido discutido na literatura mundial. O projeto tem como objetivo

final estimular o desenvolvimento de estudos semelhantes na América Latina e a criação de um

centro especializado onde os países latinos possam colaborar em prol do avanço das pesquisas

locais.

Os resultados obtidos na revisão bibliográfica estão disponíveis no site oficial [80] de

forma bastante completa e detalhada. A seguir, alguns dos resultados mais relevantes serão

17

apresentados e dessa forma é feita também uma síntese dos resultados mencionados nas

subseções anteriores.

A conclusão geral dos estudos in vitro é que existem muitas provas insuficientes e

faltam provas consistentes e válidas que permitam estabelecer uma relação de causa e efeito

entre a exposição à radiofrequência e efeitos de curto prazo sobre a regulação do ciclo celular,

mecanismos de transporte de membranas, apoptose, genotoxidade, taxas de mutação,

expressão de gene e proteína, danos ao material genético e proliferação celular e

transformação e diferenciação de células e tecidos [81]. Alguns dos efeitos relatados em

estudos parecem ter pouco significado quanto ao câncer ou ao impacto sobre os sistemas

celulares maiores, pelo menos enquanto a exposição é mantida abaixo dos níveis de segurança

recomendados, mesmo por longos períodos de tempo [81].

Nos estudos in vivo, um dos efeitos mais significativos da radiofrequência é o

rompimento da barreira hemato-encefálica, no entanto, estudos mais bem controlados não

obtiveram o mesmo resultado [82]. Não existem evidências convincentes sobre outros

parâmetros fisiológicos e bioquímicos em animais. Ademais, não se tem certeza se é válido

generalizar esses resultados aos seres humanos. A conclusão em [82] é que mesmo após mais

de 20 anos de estudo não encontraram efeitos consistentes ou importantes da radiofrequência

abaixo dos padrões internacionais de segurança em animais. Não parece haver nenhum efeito

fisiopatológico importante dos campos eletromagnéticos, mesmo daqueles mais fortes que os

presentes no cotidiano, além do efeito térmico.

Estudos com voluntários têm investigado principalmente possíveis efeitos da radiação

emitida pelos telefones celulares sobre o sistema nervoso, incluindo muitas respostas

cognitivas e comportamentais, tanto em adultos como em crianças. A conclusão em [83] é de

que não existem efeitos significativos do uso de telefone celular ou de proximidade razoável de

ERBs e que outros efeitos investigados sobre a dor, visão, audição e da função vestibular, bem

como sobre os sistemas endócrino e cardiovascular, foram majoritariamente negativas. Estudos

com imagens funcionais do cérebro e de termografia infravermelha profunda mostraram que

não há nenhum aquecimento significativo sobre o osso ou no cérebro causado diretamente

pela exposição à radiofrequência [83]. A ressalva que deve ser feita é que ainda não se sabe os

resultados de exposição a longo prazo.

Em relação à exposição a partir de antenas de estações rádio-base especificamente,

existe um consenso científico de que esses níveis são milhares de vezes abaixo dos padrões

internacionais de segurança, mesmo a curtas distâncias das antenas [84] [85]. Entretanto, há a

necessidade de estudos de longa duração. Com exceção do discutível risco ligeiramente maior

de gliomas e neuromas acústicos para usuários com mais de 10 anos de uso, os estudos

18

epidemiológicos de associação entre a exposição das populações a radiofrequência de

telefones celulares ou estações rádio-base e vários outros problemas de saúde, como doenças

neurodegenerativas, doenças cardiovasculares, catarata, alterações de saúde reprodutiva,

mudanças de comportamento e sintomas inespecíficos, entre outros, resultou em sua maioria

sem associações estatisticamente significativas [84].

Por fim, a revisão sobre os efeitos prejudiciais concluiu que as tecnologias de

comunicação sem fio com potência suficiente e em grande proximidade com dispositivos

médicos de vários tipos, inclusive dispositivos implantados, por exemplo, marca-passos e

desfibriladores implantados, têm a possibilidade de causar interferência eletromagnética com

efeitos perigosos sobre o bem-estar e suporte de vida de pacientes críticos [7][13]. No entanto,

as tecnologias usadas, de baixa potência e espectro de frequência, pelos dispositivos atuais de

comunicação digital e os filtros eletrônicos instalados em modernos dispositivos médicos têm

reduzido muito a probabilidade de ocorrência de tais riscos [39].

4.7. Outros estudos

A literatura é bastante vasta em quando se trata da busca por danos a saúde humana e,

assim, existem muitos outros estudos realizados recentemente que não foram abordados ou

citados nas subseções anteriores.

Alguns deles obtiveram resultados e conclusões diferentes dos que foram explicados

acima. Dentre os principais efeitos citados nestes estudos estão:

Possibilidade de a radiofrequência causar cefaleias ou tumores cerebrais,

considerando o tempo de uso do dispositivo móvel, a distância da orelha e a

posição relativa do dispositivo e a ERB [13];

Aumento da proteína transtiretina no sangue. Esta é uma proteína presente na

barreira sangue-cerebroespinhal que é a barreira de proteção do cérebro contra

agentes externos. O estudo [86] é da Universidade de Orebro, na Suécia, e

afirma que esse aumento não é causa de preocupação, mas demonstra que o

cérebro é de fato afetado pelo uso do telefone celular;

Pequena alteração na membrana celular com a radifrequência [7];

Redução temporária da eficiência da memória do voluntário após exposição à

radiofrequência [15][87][88];

19

Possibilidade de ondas eletromagnéticas afetarem o equilíbrio [89] (em razão

dos sensores estarem localizados próximos a orelha), a sensação de dor e o

funcionamento cerebral em geral [90]. Em outro estudo, um experimento com

pacientes bipolares mostrou que a exposição a um determinado padrão de

ondas eletromagnéticas é capaz de aliviar os sintomas da doença [91];

Elevação do fluxo sanguíneo [92][93] e da temperatura na cabeça do usuário ao

utilizar o dispositivo móvel próximo a orelha [94][95]. Mais tarde, outro estudo

mostrou que a elevação da temperatura é inferior as observadas após a

realização de exercícios físicos;

Possibilidade de campos eletromagnéticos suprimirem o metabolismo da glicose

no cérebro [96]. O estudo foi realizado por neurocientistas finlandeses na

Universidade de Turku. Mais tarde, outro estudo mostrou que flutuações muito

maiores ocorrem naturalmente, sob o efeito de álcool, por exemplo [97].

Diversos outros estudos buscaram evidências de danos ao sistema auditivo [7][98][99]

[100][101][102] ou alterações no nível hormonal [103] ou no sistema imunológico [103][104]

ou cardiovascular [103], incluindo pressão sanguínea e ritmo cardíaco, porém não obtiveram

resultados conclusivos [42].

Os níveis de radiofrequência aos quais um usuário de telefone celular está exposto

variam de acordo com o tempo de uso, a proximidade do dispositivo do corpo e a posição

relativa da ERB. As ERBs emitem um nível de radiofrequência relativamente constante e

quando o sinal de uma estação está baixo, os celulares aumentam seu nível de emissão para

compensar essa perda, chegando a ficar de 100 a 1000 vezes mais intenso do que o nível das

ERBs [13]. Estudos falharam na busca por algum efeito adverso da radiofrequência sobre

padrões de ondas cerebrais, cognição e comportamento [17][42]. A favor dessa emissão por

parte das ERBs, ainda há o fato de que com o avanço das novas tecnologias de telefonia celular,

como é o caso das transmissões de dados 3G, as antenas de transmissão utilizam potências de

emissão cada vez menores [17].

Devido à distância em que os telefones celulares se encontram da cabeça de seus

usuários, existe também uma grande preocupação com as possíveis consequências sobre o

sistema nervoso central [7][104][105][106]. Essa preocupação levou a muitos estudos

relacionados aos efeitos neurotóxicos da radiação emitidas pelos aparelhos celulares, como

relatado em [103]. Os resultados obtidos não apontaram nenhuma evidência prejudicial ao

sistema nervoso central, porém não descartam a possibilidade e acreditam que mais estudos

são necessários [42].

20

Existe ainda uma grande quantidade de estudos relacionados ao tema que investigam a

chamada hipersensibilidade eletromagnética, que é o nome atribuído a pessoas que dizem

sofrer de diversos sintomas quando estão expostas a campos eletromagnéticos. Essa condição

física, por assim dizer, foi tida alguns anos atrás como a doença da moda [45] em razão do

crescimento das transmissões sem fio e da utilização de dispositivos móveis. A partir do

aumento no número de pessoas que se dizem eletrossensíveis, diversos estudos passaram a dar

mais atenção e a analisar a real causa dos sintomas. Mais detalhes sobre esses estudos podem

ser encontrados na próxima seção.

Com base nos estudos citados acima e em diversos outros e também como uma forma

de precaução, existem normas que regulamentam os limites de exposição considerados

seguros para seus usuários. Muitos dos estudos mais recentes, em seus experimentos,

consideram essas normas na forma de analisar o risco sobre a saúde humana. Alguns dos

estudos focam apenas nos risco de exposições superiores as estabelecidas nas normas como

uma forma de julgar os reais riscos da tecnologia e da exposição, enquanto outros olham

apenas para os riscos de exposições abrangidos pelas normas para verificar se as regras são

adequadas ou para estudar os riscos reais dos usuários do dia-a-dia que utilizam dispositivos

dentro das regras estabelecidas.

A ICNIRP, do inglês International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection, é

uma organização independente e reconhecida pela OMS e foi responsável por definir limites de

exposição à radiação eletromagnética com base nas taxas de absorção de energia (SAR, do

inglês Specific Absorption Rate) [13]. Essa medida é definida como a absorção por massa do

tecido e é expressa em unidade de watts por quilograma. Os limites adotados hoje são de 1.6

W/kg nos Estados Unidos e 2 W/kg na Europa. [7]

No Brasil, a proposta para adoção dessas normas foi aprovada na Câmara dos

Deputados por meio do projeto de lei no 031/2008 [1]. O objetivo ao definir essa medida é

garantir que a potência média de emissão dos dispositivos fique razoavelmente abaixo dos

picos e reduza a possibilidade de causar algum dano ao usuário. Inclusive, os novos modelos de

dispositivos móveis precisam ser testados e aprovados de acordo com as normas antes de

chegarem ao mercado.

Por fim, a OMS afirma que a exposição a campos eletromagnéticos de baixo nível, ainda

que por longos períodos, não oferecem risco à saúde humana. Este é o caso das redes de

transmissão de dados sem fio, por exemplo.

21

5. Hipersensibilidade Eletromagnética

Hipersensibilidade eletromagnética ou EHS, do inglês Electromagnetic HyperSensitivity,

é a denominação atribuída à pessoas que afirmam apresentar alguma forma de sintoma

quando expostas a campos elétricos ou magnéticos, ou mesmo quando colocadas próximas a

algum equipamento elétrico.

Estimativas atuais mostram que 3% da população mundial se diz eletrossensível [107].

Entre essas pessoas, a maioria está localizada na Suécia, mas também existem grandes grupos

nos Estados Unidos, Austrália e Japão. Por isso, na Suécia foi fundada a Associação Sueca para

Eletrossensíveis (FEB, do sueco Elöverkänsligas Riksförbund), que é uma fundação de grande

reconhecimento mundial.

A razão dessa maior incidência suéca não é conhecida, porém a presidente da FEB,

Birgitta Knape, atribui este fato à localização do país ser no extremo norte do planeta e,

portanto sujeito a temperaturas bastante baixas. Segundo a pesquisadora, essa característica

acarreta um maior consumo de energia elétrica para iluminação das casas, uso de aquecedores

e outros equipamentos, sujeitando seus habitantes a exposições acima do normal.

Os sintomas associados à eletrossensibilidade são muito diversos e variam muito de

uma pessoa para outra [108][109][110], de forma que são praticamente únicos [17]. Muitos

deles, inclusive, podem ser facilmente confundidos com sintomas típicos de estresse, como é o

caso de problemas de pele, sensibilidade à luz, visão distorcida, cansaço, dores de cabeça,

dificuldade de concentração, perda de memória, enjoos e palpitações [17][111][112].

Essa diversidade e inexistência de uma padronização dos sintomas é um dos motivos

responsáveis pela eletrossensibilidade eletromagnética não ser mundialmente reconhecida

como uma doença ou incapacitação. Alguns profissionais a consideram uma condição física com

uma causa não clara, enquanto outros sugerem que são em algum aspecto, psicológicas [113]

[114]. A doença é reconhecida com tal na Suécia e as pessoas doentes recebem ajuda do

governo para tentarem se proteger de alguma forma.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), porém, não a reconhece como doença e

inclusive recomenda tratamento psicológico às pessoas que se dizem eletrossensíveis [115].

Mesmo com o não reconhecimento, a OMS afirma que os sintomas são reais e podem variar

muito em sua severidade.

No Brasil a divulgação das eletrossensibilidade é bastante escassa e ainda não existem

grandes esforços, pra não dizer nenhum, em pesquisas e estudos relacionados a esta condição

física. Talvez em razão do desconhecimento da população sobre o tema, também não existem

22

casos registrados de diagnósticos de eletrossensíveis ou pessoas que afirmam sofrer de

hipersensibilidade.

5.1. Estudos e resultados

Diversos estudos, como em [17][114][116][117], tem sido realizados para determinar se

a hipersensibilidade eletromagnética é de fato uma doença e para buscar respostas para

questões como a capacidade de um hipersensível detectar se está na presença de um campo

magnético. Dentre estes, destacam-se alguns estudos bem controlados que foram conduzidos

pela OMS [114] que buscavam verificar a veracidade dos sintomas e identificar se a origem dos

mesmos é realmente a radiação eletromagnética.

Como resultado desses estudos, em 2005 a OMS concluiu [114] que a hipersensibilidade

realmente existe e pode ser um grande problema para a saúde [118], porém não detectou

nenhuma evidência de que a causa está relacionada a alguma forma de campo eletromagnético

[17][108][119]. Esse último resultado contraria um estudo [111] realizado na Suécia que havia

concluído que o fator com maior potencial para desencadear a eletrossensibilidade seria o uso

do computador.

Os estudos mostraram também que pessoas que se dizem hipersensíveis são incapazes

de detectar a presença de campos magnéticos com uma precisão muito melhor do que pessoas

não hipersensíveis [17][113][120][121], e que alguns sintomas aparecem, e outros se agravam,

quando a pessoa tem o conhecimento de que está sob radiação eletromagnética [122],

reforçando a teoria de que existe algum fator psicológico ligado aos sintomas. Estes últimos

resultados foram decorrentes de estudos na Universidade de Essex.

Além disso, um levantamento de um hospital britânico encontrou uma forte conexão

entre eletrossensibilidade e toxidade química. Segundo o estudo, quando um paciente remove

de seu organismo substâncias tóxicas, a eletrossensibilidade também desaparece. Esse

resultado foi, mais tarde, comprovado por diversos outros estudos [123].

O Estado da Virgínia, nos Estados Unidos, possui uma região chamada de Green Bank

que serve de local para realizar estudos sobre hipersensibilidade [124]. A região foi declarada

“zona livre de ondas de rádio” porque nesta área existe uma enorme instalação de

radiotelescópios que não podem sofrer interferências eletromagnéticas [45]. Um estudo

recente nessa região demonstrou, pela primeira vez, que existe uma relação entre as dores e

queimaduras na pele dos pacientes hipersensíveis e a frequência eletromagnética dos campos

aos quais estão sujeitos [125].

23

5.2. Tratamentos

O desconhecimento da causa exata da hipersensibilidade e a falta de padronização dos

sintomas dificulta a existência de um tratamento com certeza de cura. Aos eletrossensíveis o

que resta é manter-se afastado de campos eletromagnéticos.

Devido à forte relação da sensibilidade com a presença de substâncias tóxicas no

organismo, um dos tratamentos possíveis é a desintoxicação química dos pacientes. Esse

método é adotado por dois centros de tratamento de destaque: o Hospital Breakspear,

localizado no Reino Unido, e o Centro de Saúde Ambiental de Dallas, nos Estados Unidos.

Segundo [1], o primeiro deles recomenda o tratamento baseado na ideia que da mesma

forma que o organismo é capaz de se desintoxicar de sensibilidades alimentares ou químicas,

também pode superar os sintomas da exposição a campos eletromagnéticos. O segundo centro

utiliza a técnica de “sobrecarga total do organismo”, na qual a avaliação do paciente se dá pela

exposição à radiação, substâncias químicas e outros fatores. De acordo com o Dr. William Rea,

um premiado especialista do centro, estudos apontam que a maioria dos hipersensíveis

apresenta também alguma forma de sensibilidade química.

Houve um estudo [17][126], em 2006, realizado em nove clínicas diferentes que testou

alguns tratamentos e medidas de precaução para a eletrossensibilidades. Dentre elas estavam

proteções de tela para computadores, acupuntura, vitaminas e terapias cognitivo

comportamentais (CBT, do inglês Cognitive Behavioural Therapy). Segundo o estudo, o CBT foi o

tratamento que apresentou melhores resultados.

As pessoas hipersensíveis possuem um modo bastante peculiar de utilizar o telefone

celular para amenizar os riscos dos sintomas: a bateria somente é colocada no aparelho no

momento em que se deseja fazer uma ligação [1]. Além desse cuidado, para manter maior

distância da radiação eletromagnética emitida pelo dispositivo, as conversas são realizadas

utilizando os fones de ouvido.

24

6. Conclusão

Após leitura e análise da vasta coleção de estudos na literatura que abordam a questão

da radiação eletromagnética ser ou não prejudicial à saúde humana, não é possível chegar a

uma conclusão definitiva que dispense a necessidade de novas investigações.

A análise dos resultados mostra que grande parte dos estudos que obtiveram como

conclusão algum efeito nocivo à saúde humana foram contrariados mais tarde ou estudos

realizados sob as mesmas condições não conseguiram reproduzir os resultados iniciais. Houve

ainda alguns resultados considerados inconsistentes em razão da metodologia aplicada ou da

forma de avaliação escolhida. Por outro lado, muitos dos estudos que não encontraram

evidências de riscos à população também não descartaram a possibilidade de que possam

existir tais riscos.

Ainda assim, podem-se obter algumas conclusões otimistas aos usuários. Existem

evidências de que campos magnéticos de frequência muito baixa não prejudicam a saúde

humana. Em relação à radiofrequência, são poucos os resultados que realmente obtiveram

algum efeito prejudicial e que não foram contrariados, e ainda assim, muitos deles não

apresentam uma evidência clara e necessitam ser replicados.

A ausência de resultados que comprovam algum risco à saúde humana, não dispensa a

necessidade de novos estudos e pesquisas, principalmente em se tratando de estudos de longa

duração para determinar a existência de riscos a longo prazo decorrentes das exposição dos

usuários.

Uma conclusão que é consenso entre os pesquisadores é que pessoas portadoras de

dispositivos médicos, implantados ou não, deve tomar um maior cuidado por estarem sujeitas a

interferência eletromagnética causada pela exposição a campos eletromagnéticos.

Mesmo com a ausência de evidências que comprovem algum risco real à saúde humana,

algumas recomendações podem ser tomadas para reduzir o contato com os campos

eletromagnéticos sem a necessidade de restringir o uso da tecnologia. A própria IARC adota

uma forma de precaução ao classificar os celulares como possivelmente cancerígeno, portanto

os usuários que desejarem se precaver de possíveis riscos podem seguir algumas das seguintes

recomendações:

Utilizar telefones tradicionais quando acessíveis;

Fazer ligações de curta duração;

25

Utilizar acessórios que mantenham o aparelho mais longe da cabeça, como fones

de ouvido;

Evitar carregar o celular muito próximo ao corpo;

Verificar o valor SAR do dispositivo móvel;

Evitar utilizar o dispositivo móvel dentro do carro em movimento. Além de

reduzir a atenção, o carro estar em movimento faz com que o nível de sinal da

transmissão fique mais baixo e com isso o dispositivo passa a operar em uma

potência elevada.

No que diz respeito às normas estabelecidas atualmente, os estudos mostram que os

efeitos relacionados às emissões dentro dos limites estabelecidos não são nocivos ao homem e,

portanto, pode-se considerar que as normas em vigor são adequadas.

Por fim, pode-se concluir que assim como toda tecnologia, a transmissão sem fio

também possui a sua cota de risco. Por isso, estes riscos devem ser contrabalançados por um

estudo cuidadoso de seus benefícios e cabe ao usuário ter conhecimento do uso adequado da

tecnologia para evitar que isso se torne prejudicial a sua saúde. A interação com meios de

transmissão sem fio causam sim alterações no sistema biológico humano, porém em níveis

bastante baixos de forma a não apresentarem riscos reais à saúde. Assim, com base nos

resultados avaliados, pode-se considerar que atualmente as transmissões de dados sem fio e o

uso de telefone celular são tecnologias seguras.

Em relação à hipersensibilidade eletromagnética, os resultados dos estudos não

obtiveram sucesso ao tentar relacionar os sintomas descritos pelos eletrossensíveis com a

exposição a campos eletromagnéticos. O que ficou demonstrado é que a hipersensibilidade

existe, os sintomas apresentados são reais e que os hipersensíveis não são capazes de detectar

a presença de campos eletromagnéticos. Estudos mostraram também que existe uma grande

possibilidade dos sintomas decorrerem de alguma causa psicológica e desencadeados por

alguma forma de toxidade química. A diversidade e falta de padronização dos sintomas

impossibilita a existência de um tratamento com certeza de cura e, portanto a opção mais

apropriada aos eletrossensíveis é manter a distância de campos eletromagnéticos.

26

7. Referências

[1] Rodrigues MC. Transmissão sem Fio, Ondas, Campos Magnéticos e Seus Efeitos na Saúde

Humana. Computação Móvel – IME-USP. 2008.

[2] Health Canada. Electric and Magnetic Fields at Extremely Low Frequencies. Disponível

em: http://www.hc-sc.gc.ca/hl-vs/alt_formats/pacrb-dgapcr/pdf/iyh-vsv/environ/electmagnet-

eng.pdf.

[3] National Institute of Environmental Health Sciences, National Institute of Health. EMF –

Electric and Magnetic Fields Associated with the Use of Electric Power.

[4] Real LFOC. Transmissão sem fio, ondas, campos magnéticos e os seus efeitos na saúde

humana. Computação Móvel – IME-USP. 2008.

[5] Ciência x Religião. Explicando o Universo – Parte IV – A força eletromagnética. Disponível

em: http://cienciaxreligiao.blogspot.com.br/2010/07/explicando-o-universo-parte-iv.html.

[6] Astrizi T. Introdução à Comunicação entre Computadores e Tecnologias de Rede: A

Comunicação Sem Fio. Wikibooks. 2010. Disponível em:

http://pt.wikibooks.org/wiki/Introdução_à_comunicação_entre_computadores_e_tecnologias_

de_rede/A_comunicação_sem_fio.

[7] Community Research. Health and electromagnetic fields. Research Directorate-General.

European Commission. 2005. Disponível em:

http://ec.europa.eu/health/archive/ph_determinants/environment/emf/brochure_en.pdf.

[8] Cook MR, Graham C, Cohen HD, Gerkovish MM. A replication study of human exposure

to 60-Hz fields: Effect on neurobehavioral measurs. Bioelectromagnetics. 13: 261. 1991.

[9] Mann K, Roschke J. Effects of pulsed high-frequency electromagnetic fields on human

sleep. Neuropsychobiology. 33: 41-7. 1996.

[10] Wagner P, Roschke J, Mann K, Hiller W, Frank C. Human sleep under the influence of

pulsed radiofrequency electromagnetic fields: A polysomnographic study using standardized

conditions. Bioelectromagnetics. 19: 199-202. 1998.

[11] Wagner P, Roschke J, Mann K, Fell J, Hiller W, Frank C, et al. Human sleep EEG under the

influence of pulsed radio frequency electromagnetic fields - Results from polysomnographies

using submaximal high power flux densities. Neuropsychobiology. 42: 207-12. 2000.

27

[12] Huber R, Graf T, Cote KA, Wittmann L, Gallmann E, Matter D, et al. Exposure to pulsed

highfrequency electromagnetic field during waking affects human sleep EEG. Neuroreport. 11:

3321-5. 2000.

[13] Direção Geral da Saúde. Sistemas de Comunicações Móveis – Efeitos na Saúde Human.

Ministério da Saúde. Lisboa. 2007. Disponível em:

http://www.dgs.pt/upload/membro.id/ficheiros/i009078.pdf.

[14] Stevens RG. Electric power use and breast cancer, a hypothesis. American Journal of

Epidemiology. 125: 556-561. 1987.

[15] Luria R, Eliyahu I, Hareuveny R, Margaliot M, Meiran N. Cognitive effects of radiation

emitted by cellular phones: The influence of exposure side and time. Bioelectromagnetics. 30:

198-204. 2009.

[16] Preece AW, Iwi G, Davies-Smith A, Wesnes K, Butler S, Lim E, et al. Effect of a 915-MHz

simulated mobile phone signal on cognitive function in man. Int J Radiat Biol. 75: 447-56. 1999.

[17] Department of Communications, Marine and Natural Resources. Health Effects of

Electromagnetic Fields. Ireland. 2005.

[18] Wertheimer N, Leeper E. Eletrical wiring configurations and childhood cancer. American

Journal of Epidemiology. 109. 1979.

[19] National Radiological Protection Board. ELF – Electromagnetic Fields and the Risk of

Cancer: Report of an Advisory Group on Non-ionising Radiation. Documents of NRPB. 12. 2001.

[20] Linet MS, Hatch EE, Kleinerman RA, et al. Residential exposure to magnetic fields and

acute lymphoblastic leukemia in children. The New England Journal of Medicine. 337: 1–7.

1997.

[21] Ahlbom A, Day N, Feychting M, et al. A pooled analysis of magnetic fields and childhood

leukaemia. British Journal of Cancer. 83: 692–698. 2000.

[22] Greenland S, Sheppard AR, Kaune WT, Poole C, Kelsh MA. A pooled analysis of

magnetic fields, wire codes, and childhood leukemia. Childhood Leukemia-EMF Study Group.

Epidemiology. 11: 624–634. 2000.

[23] Repacholi MH, Basten A, Gebski V, Noonan D, Finnie J, Harris AW. Lymphomas in Emu-

Pim1 transgenic mice exposed to pulsed 900 MHZ electromagnetic fields. Radiat Res. 147: 631-

40. 1997.

28

[24] Utteridge TD, Gebski V, Finnie JW, Vernon-Roberts B, Kuchel TR. Long-term exposure of

Emu-Pim1 transgenic mice to 898.4 MHz microwaves does not increase lymphoma incidence.

Radiat Res. 158: 357-64. 2002.

[25] Kliukiene J, Tynes T, Andersen A. Residential and occupational exposures to 50-Hz

magnetic fields and breast cancer in women: A population-based study. American Journal of

Epidemiology. 159: 852–861. 2004.

[26] Tynes T, Haldorsen T. Residential and occupational exposure to 50 Hz magnetic fields

and hematological cancers in Norway. Cancer Causes & Control. 14: 715–720. 2003.

[27] Labreche F, Goldberg MS, Valois M-F, et al. Occupational exposures to extremely low

frequency magnetic fields and postmenopausal breast cancer. American Journal of Industrial

Medicine. 44: 643–652. 2003.

[28] Willett E, McKinney PA, Fear NT, et al. Occupational exposure to electromagnetic fields

and acute leukaemia: Analysis of a case-control study. Occupational and Environmental

Medicine. 60: 577–583. 2003.

[29] Bernardes J - Diário da Saúde. Morar perto de redes de transmissão de energia pode

causar câncer. Agência USP. 2009. Dispónivel em:

http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=morar-perto-redes-transmissao-energia-

causar-cancer&id=4611.

[30] Bernardes J - Diário da Saúde. Campos magnéticos de linhas de transmissão ameaçam

saúde da população. Agência USP. 2009. Dispónivel em:

http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=campos-magneticos-linhas-transmissao-

ameacam-saude-populacao&id=4310.

[31] Johansen C, Boice J Jr., McLaughlin J, Olsen J. Cellular telephones and cancer-a

nationwide cohort study in Denmark. J Natl Cancer Inst. 93: 203-7. 2001.

[32] Schüz J, Jacobsen R, Olsen JH, Boice JD Jr, McLaughlin JK, Johansen C. Cellular telephone

use and cancer risk: update of a nationwide Danish cohort. J Natl Cancer Inst. 98: 1707-13.

2006.

[33] International Agency for Reseach on Cancer. IARC classifies radiofrequency

electromagnetic fields as possibly carcinogenic to humans. 2011.

29

[34] Interphone Study Group. Brain tumour risk in relation to mobile telephone use: Results

of the INTERPHONE international case-control study. International Journal of Epidemiology. 39:

675-694. 2010.

[35] Lonn S, Ahlbom A, Hall P, Feychting M. Long-Term Mobile Phone Use and Brain Tumor

Risk. Swedish Interphone Study Group. American Journal of Epidemiology. 161: 526-535. 2005.

[36] Schuz J, Bohler E, Berg G, Schlehofer B, Hettinger I, Schlaefer K, Wahrendof J, Kunna-

Grass K et al. Cellular Phones, Cordless Phones, and the Risk of Glicoma and Meningioma.

German Interphone Study Group. American Journal of Epidemiology. 163: 512-520. 2006.

[37] Lahkola A, Auvinen A, Raitanen J, Schoemaker MJ, Christensen HC, Feychting M,

Johansen C, Klaeboe L et al. Mobile phone use and risk of glicoma in 5 North European

countries. Internation Journal of Cancer. 120: 1769-1775. 2007.

[38] Schoemaker MJ, Swerdlow AJ, Ahlbom A, Auvinen A, Blaasaas KG, Cardis E, Christensen

HC, Feychting M et al. Mobile phone use and risk of acoustic neuroma: Results of the Interphone

case-control study in five North European countries. British Journal of Cancer. 93: 842-848.

2005.

[39] International Agency for Research on Cancer. Interphone study reports on mobile phone

use and brain cancer risk. 2011.

[40] Deltour I, Johansen C, Auvinen A, Feychting M, Klaeboe L, Schuz J. Time Trends in Brain

Tumor Incidence Rates in Denmark, Finland, Norway and Sweden, 1974-2003. Journal of the

National Cancer Institute. 101: 1721-1724. 2009.

[41] Zook BC, Simmens SJ. The effects of 860 MHz radiofrequency radiation on the induction

or promotion of brain tumors and other neoplasms in rats. Radiat Res. 155: 572-83. 2001.

[42] Cruz SC. Verificação dos Níveis de Radiação Emitidos pelas Antenas das ERBs e a

Percepção das Comunidades Próximas. Dissertação de Mestrado. PUC-RIO. 2005.

[43] Diário da Saúde. Evidências de riscos dos celulares à saúde são insuficientes, afirma

estudo. 2012. Disponível em: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=evidencias-

riscos-celulares-insuficientes&id=7693.

[44] Lean G. Mobile phones ‘more dangerous than smoking’. The Independent. 2008.

Disponível em: http://www.independent.co.uk/life-style/health-andwellbeing/health-

news/mobile-phones-more-dangerous-than-smokingor-asbestos-802602.html?r=RSS.

30

[45] Diário da Saúde. Sensibilidade eletromagnética: as doenças da era tecnológica. 2011.

Disponível em: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=sensibilidade-

eletromagnetica&id=6943.

[46] Ericsson. Radio waves and health – Mobile Communications. Disponível em:

http://www.ericsson.com/ericsson/corporate_responsibility/health/files/English/EN_brochure

_Mobile_communications_2006.pdf.

[47] Diem E, Schwarz C, Adlkofer F, Jahn O, Rudiger H. Non-thermal DNA breakage by

mobilephone radiation (1800 MHz) in human fibroblasts and in transformed GFSH-R17 rat

granulosa cells in vitro. Mutat Res. 583: 178-83. 2005.

[48] Ivancsits S, Diem E, Jahn O, Rudiger HW. Age-related effects on induction of DNA strand

breaks by intermittent exposure to electromagnetic fields. Mech Ageing Dev. 124: 847-50. 2003.

[49] Ivancsits S, Diem E, Jahn O, Rudiger HW. Intermittent extremely low frequency

electromagnetic fields cause DNA damage in a dose-dependent way. Int Arch Occup Environ

Health. 76: 431-6. 2003

[50] Ivancsits S, Pilger A, Diem E, Jahn O, Rudiger HW. Cell type-specific genotoxic effects of

intermittent extremely low-frequency electromagnetic fields. Mutat Res. 583: 184-8. 2005.

[51] Winker R, Ivancsits S, Pilger A, Adlkofer F, Rudiger HW. Chromosomal damage in human

diploid fibroblasts by intermittent exposure to extremely low-frequency electromagnetic fields.

Mutat Res. 585: 43-9. 2005.

[52] Speit G, Schutz P, Hoffmann H. Genotoxic effects of exposure to radiofrequency

electromagnetic fields (RF-EMF) in cultured mammalian cells are not independently

reproducible. Mutat Res. 626: 42-7. 2007.

[53] Scarfi MR, Sannino A, Perrotta A, Sarti M, Mesirca P, Bersani F. Evaluation of genotoxic

effects in human fibroblasts after intermittent exposure to 50 Hz electromagnetic fields: a

confirmatory study. Radiat Res. 164: 270-6. 2005.

[54] Vijayalaxmi, Bisht KS, Pickard WF, Meltz ML, Roti JL, Moros EG. Chromosome damage

and micronucleus formation in human blood lymphocytes exposed in vitro to radiofrequency

radiation at a cellular telephone frequency (847.74 MHz, CDMA). Radiat Res. 156: 430-2. 2001.

[55] Higashikubo R, Ragouzis M, Moros EG, Straube WL, Roti JL. Radiofrequency

electromagnetic fields do not alter the cell cycle progression of C3H 10T and U87MG cells.

Radiat Res. 156: 786-95. 2001.

31

[56] Zeni O, Chiavoni AS, Sannino A, Antolini A, Forigo D, Bersani F, et al. Lack of genotoxic

effects (micronucleus induction) in human lymphocytes exposed in vitro to 900 MHz

electromagnetic fields. Radiat Res. 160: 152-8. 2003.

[57] Miyakoshi J, Takemasa K, Takashima Y, Ding GR, Hirose H, Koyama S. Effects of

exposure to a 1950 MHz radio frequency field on expression of Hsp70 and Hsp27 in human

glioma cells. Bioelectromagnetics. 26: 251-7. 2005.

[58] Lantow M, Viergutz T, Weiss DG, Simkó M. Comparative study of cell cycle kinetics and

induction of apoptosis or necrosis after exposure to radiofrequency radiation in human Mono

Mac 6 cells. Radiat Res. 166: 539-43. 2006.

[59] Lantow M, Lupke M, Frahm J, Mattsson MO, Kuster N, Simkó M. ROS release and Hsp70

expression after exposure to 1800 MHz radiofrequency electromagnetic fields in primary human

monocytes and lymphocytes. Radiat Environ Biophys. 45: 55-62. 2006.

[60] Lantow M, Schuderer J, Hartwig C, Simkó M. Free radical release and Hsp70 expression

in two human immune relevant cell lines after exposure to 1800 MHz radio frequency radiation.

Radiat Res. 165: 88-94. 2006.

[61] Simkó M, Hartwig C, Lantow M, Lupke M, Mattsson MO, Rahman Q, et al. Hsp 70

expression and free radical release after exposure to non-thermal radio-frequency

electromagnetic fields and ultrafine particles in human Mono Mac 6 cells. Toxicol Lett. 161: 73-

82. 2006.

[62] Simkó M, Mattsson MO. Extremely low frequency electromagnetic fields as effectors of

cellular responses in vitro: Possible immune cell activation. J Cell Biochem. 93: 83-92. 2004.

[63] Simkó M, Richard D, Kriehuber R, Weiss DG. Micronucleus induction in Syrian hamster

embryo cells following exposure to 50 Hz magnetic fields, benzo(a)pyrene, and TPA in vitro.

Mutat Res. 495: 43-50. 2001.

[64] Rollwitz J, Lupke M, Simkó M. Fifty-hertz magnetic fields induce free radical formation

in mouse bone marrow-derived promonocytes and macrophages. Biochim Biophys Acta. 1674:

231-8. 2004.

[65] Lupke M, Rollwitz T, Simkó M. Cell activating capacity of 50 Hz magnetic fields to

release reactive oxygen intermediates in human umbilical cord blood-derived monocytes and in

Mono Mac 6 cells. Free Radic Res. 38: 985-93. 2004.

32

[66] Wolf FI, Torsello A, Tedesco B, Fasanella S, Boninsegna A, D'Ascenzo M, et al. 50-Hz

extremely low frequency electromagnetic fields enhance cell proliferation and DNA damage:

possible involvement of a redox mechanism. Biochim Biophys Acta. 1743: 120-9. 2005.

[67] Lupke M, Frahm J, Lantow M, Maercker C, Remondini D, Bersani F, et al. Gene

expression analysis of ELF-MF exposed human monocytes indicating the involvement of the

alternative activation pathway. Biochim Biophys Acta. 1763: 402-12. 2006.

[68] Parker-Pope T. Percing the Fog Around Cellphones and Cancer. The New York Times.

2011.

[69] Lönn S, Ahlbom A, Hall P, Feychting M. Long-term mobile phone use and brain tumour

risk. Am J Epidemiol 161: 526-35. 2005.

[70] Christensen HC, Schüz J, Kosteljanetz M, Poulsen HS, Boice JD Jr., McLaughlin JK, et al.

Cellular telephones and risk for brain tumours: a population-based, incident case-control study.

Neurology. 64: 1189-95. 2005.

[71] Hepworth SJ, Schoemaker MJ, Muir KR, Swerdlow AJ, van Tongeren MJ, McKinney PA.

Mobile phone use and risk of glioma in adults: case-control study. BMJ. 332: 883-7. 2006.

[72] Lonn S, Ahlbom A, Hall P, Feychting M. Mobile Phone Use and the Risk of Acoustic

Neuroma. Epidemiology. 15: 653-659. 2005.

[73] Hardell L, Carlberg M, Mild KH. Case-control study of the association between the use of

cellular and cordless telephones and malignant brain tumours diagnosed during 2000-2003.

Environ Res. 100: 232-41. 2005.

[74] Lönn S, Ahlbom A, Hall P, Feychting M. Mobile phone use and the risk of acoustic

neuroma. Epidemiology. 15: 653-9. 2004.

[75] Schoemaker MJ, Swerdlow AJ, Ahlbom A, Auvinen A, Blaasaas KG, Cardis E, et al.

Mobile phone use and risk of acoustic neuroma: results of the Interphone case-control study in

five North European countries. Br J Cancer. 93: 842-8. 2005.

[76] Los Angeles Times. Radio waves from cellphones damage sperm, study says. Disponível

em: http://latimesblogs.latimes.com/booster_shots/2008/09/radio-waves-fro.html.

[77] Archibald C. Telefone celular reduz fertilidade masculina. Diário da Saúde. 2011.

Disponível em: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=telefone-celular-reduz-

fertilidade-masculina&id=6511.

33

[78] Australian Centre for Radiofrequency Bioeffects Research. Interphone Comment. 2010.

Disponível em: http://www.acrbr.org.au/FAQ/ACRBR Interphone Position Statement

May2010.pdf.

[79] Baseado em Aaron Dubrow. Estudo com metodologia inédita conclui que celular pode

causar câncer. Diário da Saúde. 2011. Disponível em:

http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=risco-telefone-celular-cancer&id=7176.

[80] Revisão Científica Latino-Americana. Campos Eletromagnéticos de Alta Frequência e

Saúde Humana. 2010. Disponível em: http://www.wireless-health.org.br/.

[81] Revisão Científica Latino-Americana. Campos Eletromagnéticos de Alta Frequência e

Saúde Humana: Estudos In Vitro. 2010. Disponível em: http://www.wireless-

health.org.br/downloads/LAS2010-EfeitosBiologicos-EstudosInVitro-Port.pdf.

[82] Revisão Científica Latino-Americana. Campos Eletromagnéticos de Alta Frequência e

Saúde Humana: Estudos Experimentais em Humanos. 2010. Disponível em:

http://www.wireless-health.org.br/downloads/LAS2010-EfeitosBiologicos-

EstudosInVIvoHumanos-Port.pdf.

[83] Revisão Científica Latino-Americana. Campos Eletromagnéticos de Alta Frequência e

Saúde Humana: Estudos Epidemiológicos. 2010. Disponível em: http://www.wireless-

health.org.br/downloads/LAS2010-EfeitosBiologicos-EstudosEpidemiologicos-Port.pdf.

[84] Revisão Científica Latino-Americana. Campos Eletromagnéticos de Alta Frequência e

Saúde Humana: Efeitos Indiretos. 2010. Disponível em: http://www.wireless-

health.org.br/downloads/LAS2010-EfeitosBiologicos-EfeitosIndiretos-Port.pdf.

[85] World Health Organization. Electromagnetic fields and public health: mobile telephones

and their base stations. 2000. Disponível em:

http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs193/en/.

[86] Diário da Saúde. Celulares e telefones sem fio podem afetar o cérebro, diz pesquisa.

2009. Disponível em: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=celulares-telefones-

sem-fio-afetar-cerebro-diz-pesquisa&id=4699.

[87] Koivisto M, Krause CM, Revonsuo A, Laine M, Hamalainen H. The effects of

electromagnetic field emitted by GSM phones on working memory. Neuroreport. 11: 1641-3.

2000.

34

[88] Krause CM, Sillanmaki L, Koivisto M, Haggqvist A, Saarela C, Revonsuo A, et al. Effects of

electromagnetic field emitted by cellular phones on the EEG during a memory task.

Neuroreport. 11: 761-4. 2000.

[89] Thomas et al. Neurosci Lett. 309: 17-20. 2001.

[90] Shupak et al. Neurosci Lett. 363: 157-162. 2004.

[91] Rohan et al. La Drunk. Am J Psychiatry. 161: 93-98. 2004.

[92] Monfrecola G, Moffa G, Procaccini EM. Non-ionizing electromagnetic radiations,

emitted by a cellular phone, modify cutaneous blood flow. Dermatology. 207: 10-4. 2003.

[93] Roelandts R. Cellular phones and the skin. Dermatology. 207: 3-5. 2003.

[94] Paredi P, Kharitonov SA, Hanazawa T, Barnes PJ. Local vasodilator response to mobile

phones. Laryngoscope. 111: 159-62. 2001.

[95] Curcio G, Ferrara M, De Gennaro L, Cristiani R, D'Inzeo G, Bertini M. Time-course of

electromagnetic field effects on human performance and tympanic temperature. Neuroreport.

15: 161-4. 2004.

[96] Diário da Saúde. Celular suprime metabolismo da glicose no cérebro. 2011. Disponível

em: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=campo-eletromagnetico-celular-

metabolismo-glicose-cerebro&id=6949.

[97] Diário da Saúde. Uso prolongado do celular altera atividade cerebral. 2011. Disponível

em: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=celular-altera-atividade-

cerebral&id=6227.

[98] Ozturan O, Erdem T, Miman MC, Kalcioglu MT, Oncel S. Effects of the electromagnetic

field of mobile telephones on hearing. Acta Otolaryngol. 122: 289-93. 2002.

[99] Arai N, Enomoto H, Okabe S, Yuasa K, Kamimura Y, Ugawa Y. Thirty minutes mobile

phone use has no short term adverse effects on central auditory pathway. Clin Neurophysiol.

114: 1390-4. 2003.

[100] Bak M, Sliwinska-Kowalska M, Zmyslony M, Dudarewicz A. No effects of acute

exposure to the electromagnetic field emitted by mobile phones on brainstem auditory

potentials in young volunteers. Int J Occup Med Environ Health. 16: 201-8. 2003.

35

[101] Parazzini M, Bell S, Thuroczy G, Molnar F, Tognola G, Lutman ME, et al. Influence on

the mechanisms of generation of distortion product otoacoustic emissions of mobile phone

exposure. Hear Res. 208: 68-78. 2005.

[102] Uloziene I, Uloza V, Gradauskiene E, Saferis V. Assessment of potential effects of the

electromagnetic fields of mobile phones on hearing. BMC Public Health. 5: 39. 2005.

[103] Anselmo CWSF, Bion FM, Catanho MTJA, Medeiros MC. Possíveis efeitos adversos dos

campos eletromagnéticos (50/60 Hz) em humanos e em animais. Ciência Saúde Coletiva. 10: 71-

82. 2005.

[104] Hyland GJ. How Exposure to Mobile Phones Base-Station Radiation can Adversely

Affect Humans. 2000. Disponível em: http://www.energyfields.org/science.

[105] Poole C et al. Depressive symptoms and headaches in relation to proximity of

residense to an alternative-current transmission line right-of-way. American Journal of

Epidemiology. 137: 318-330. 1993.

[106] Repacholi MH. Low-level exposures to radiofrequency electromagnetic fields: health

effects and research needs. Bioelectromagnetics. 19: 1-19. 1998.

[107] Levallois P, Neutra R, Lee G, Hristova L. Study of self-reported hypersensitivity to

electromagnetic fields in California. Environmental Health Perspectives. 110: 619-623. 2002.

[108] Roosli M, Moser M, Baldinini Y, Meier M, Braun-Fahrlander C. Symptoms of ill heatlth

ascribed to electromagnetic field exposure – a questionnaire survey. Int J Hyg Environ Health.

207: 141-150. 2004.

[109] Philips A, Philips J. Electromagnetic hypersensitivity (EHS). 2011.

[110] Hillert L, Berglind N, Arnetz BB, Bellaander T. Prevalence of self-reported

hypersensitivity to elctric or magnetic fields in a population-based questionary survey. Scand J

Work Environ Health. 28: 33-41. 2002.

[111] Granlund-Lind R, Lind J. Black on White. 2004. Disponível em:

http://www.feb.se/feb/blackonwhite-complete-book.pdf.

[112] Sage C. Microwave And Radiofrequency Radiatin Exposure: A Growing Environmental

Health Crisis?. San Francisco Medical Society. 2008.

[113] Rubin J, Das Munshi J, Wessely S. Electromagnetic hypersensitivity: a systematic

review of provocation studies. Psychosomatic Medicine. 67: 224-232. 2005.

36

[114] World Health Organisation. Electromagnetic fields and public health: Electromagnetic

Hipersensitivity. 2005.

[115] Organização Mundial da Saúde. Disponível em: http://www.who.int/peh-

emf/meetings/hypersens_summary_oct04.pdf.

[116] Seitz, Stinner, Eikmann, Herr, Roosli. Electromagnetic Hipersensitivity (EHS) and

subjective health complaints associated with electromagnetic fields of mobile phone

communication. Science of the Total Enviroment. 2005.

[117] Irvine N. Definition, epidemiology and management of electrical sensitivity. Report for

Radiation Protection Division of the UK Health Protection Agency. 2005.

[118] Rea W, Pan Y, Yenyves E, Sujisawa H, Samadi N, Ross G. Electromagnetic field

sensitivity. Journal of Bioelectricity. 10: 241-256. 1991.

[119] European Commission Scientific Committee on Emerging and Newly Identified Health

Risks. Conclusions on mobile phone and radio frequency fields. 2008.

[120] Knight T. The Essex Study. 2008. Disponível em:

http://www.electrosensitivity.org/essex_study.htm.

[121] Roosli M. Radiofrequency electromagnetic field exposure and non-specific sysmptoms

of ill health: a systematic reviw. Eviron. 107: 277-287. 2008.

[122] Fleishman, G. Academic Study Says Cell Tower “Allergy” Has No Cause, But Produces

Real Symptoms. Wi-fi Networking News. 2007. Disponível em:

http://wifinetnews.com/archives/2007/07/academic_study_says_cell_tower_allergy_has_no_c

ause_but_prod.html.

[123] Knight, T. What Causes It?. 2008. Disponível em:

http://www.electrosensitivity.org/cause.htm.

[124] O’Brien J, Danzio M. Wi-fi refugees’ shelter in West Virginia mountains. BBC News.

2011.

[125] Marino A et al. Hipersensibilidade eletromagnética: Evidências de uma Nova Síndrome

Neurológica. International Journal of Neuroscience. 2001.

[126] Rubin GJ, Das Munshi J, Wessely S. A systematic review of treatments for

electromagnetic hypersensitivity. Psychother Psychosom. 75: 12-18. 2006.