comprometendo-se com a conservaÇÃo

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A ESTRATÉGIA MUNDIAL DE CONSERVAÇÃO DOS ZOOLÓGICOS E AQUÁRIOS COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

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Page 1: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

A E S T R A T É G I A M U N D I A L D E C O N S E R V A Ç Ã O D O S Z O O L Ó G I C O S E A Q U Á R I O S

CO M P R O M E T E N D O -S E CO M A CO N S E R VAÇ ÃO

Page 2: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

WAZA é a voz de uma comunidade global de zoológicos e aquários e um catalisador para

suas ações conjuntas de conservação

D E C L A R A Ç Ã O D A M I S S Ã O

GORILA-DA-MONTANHARUANDA

Page 3: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

4E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

A U T O R E S C O N T R I B U I D O R E S

G E R A L | C r é d i t o s | A u t o r e s C o n t r i b u i d o r e s

TítuloComprometendo-se com a Conservação: A estratégia mundial de conservação dos zoológicos e aquários

EditoresRick Barongi, Fiona A . Fisken, Martha Parker & Markus Gusset

EditoraAssociação Mundial de Zoológicos e Aquários ( WAZA) Escritório Executivo, Gland, Suíça

Tradução para o portuguêsIgor Oliveira Braga de Morais

Revisão da tradução para o portuguêsYara de Melo Barros

DiagramaçãoThiago Reginato

ApoioParque das Aves

Layout and DesignMegan Farias, Houston Zoo, TX, USA

Fotografia da capaTartaruga-verde (Chelonia mydas) © idreamphoto

Langur-de-canelas-cinzas (Pygathrix cinerea) © Joel Satore, Photo Ark

ImpressãoChas. P. Young, Houston, TX, USA

Copyright© 2015 World Association of Zoos and Aquariums ( WAZA)

CitaçãoBarongi, R., Fisken, F. A ., Parker, M. & Gusset, M. (eds) (2015) Committing to Conservation: The World Zoo and Aquarium Conservation Strategy. Gland: WAZA Executive Office, 69 pp.

Escritório Executivo WAZAIUCN Conservation CentreRue Mauverney 28CH-1196 GlandSwitzerland

[email protected]

ISBN9 7 8 -2 - 8 3 9 9 -1 6 9 4 - 3

Rick BarongiHouston Zoo, Houston, TX 77030, USA

Jeffrey P. Bonner

Saint Louis Zoo, St Louis, MO 63110, USA

Paul BoyleAssociation of Zoos & Aquariums (AZA), Silver Spring, MD 20910, USA

Steve BurnsZoo Boise, Boise, ID 83702, USA

Onnie ByersIUCN SSC Conservation Breeding Specialist Group (CBSG), Apple Valley, MN 55124, USA

Gerald DickWorld Association of Zoos and Aquariums ( WAZA) Executive Office, 1196 Gland, Switzerland

Lesley DickieIUCN Asian Species Action Partnership (ASAP), UK

Fiona A. FiskenZoological Society of London, London NW1 4RY, UK

Suzanne GendronOcean Park Corporation, Aberdeen, Hong Kong, Special Administrative Region of the People’s Republic of China

Jenny GrayZoological Parks and Gardens Board of Victoria, Royal Melbourne Zoological Gardens, Parkville, VIC 3052, Australia

Markus GussetWorld Association of Zoos and Aquariums ( WAZA) Executive Office, 1196 Gland, Switzerland

Heribert HoferLeibniz Institute for Zoo and Wildlife Research (IZW ), 10315 Berlin, Germany

Susan HuntZoological Parks Authority, Perth Zoo, South Perth, WA 6151, Australia

Sonja LuzWildlife Reserves Singapore ( WRS), Singapore 729826, Singapore

Martha ParkerHouston Zoo, Houston, TX 77030, USA

Peter RigerHouston Zoo, Houston, TX 77030, USA

C R É D I T O S

G E R A L

0 4 | C r é d i t o s & A u t o r e s C o n t r i b u i d o r e s0 6 | P r e f á c i o0 7 | A p o i o0 9 | S u m á r i o E x e c u t i v o1 2 | A p e l o s a o s D i r e t o r e s d e Z o o l ó g i c o s e A q u á r i o s

1 6C o m p r o m e t e n d o - s e c o m a C o n s e r v a ç ã o

2 2C r i a n d o u m a C u l t u r a d a C o n s e r v a ç ã o

30S a l v a n d o E s p é c i e s n a N a t u r e z a

36C i ê n c i a e P e s q u i s a

44E n g a j a m e n t o - I n f l u e n c i a n d o m u d a n ç a s d e c o m p o r t a m e n t o p e l a c o n s e r v a ç ã o

5 2M a n e j o P o p u l a c i o n a l

58O r g a n i z a ç õ e s c o n s e r v a c i o n i s t a s m o d e r n a s e B e m - E s t a r A n i m a

A P Ê N D I C E

6 2 | B i b l i o g r a f i a6 4 | S i g l a s e We b s i t e s6 5 | G l o s s á r i o d e t e r m o s6 7 | A g r a d e c i m e n t o s6 8 | C r é d i t o s d a s f o t o g r a f i a s

Í N D I C E

Impresso com tintas à base de soja em papel 100% reciclado de resíduos pós-consumo

Folhas translúcidas feitas com papel 30% reciclado de resíduos pós-consumo

Page 4: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

6 7E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OG E R A L | P r e f á c i o G E R A L | A p o i o

Com mais de 700 milhões de visitantes anualmente passando pelos portões dos zoológicos e aquários do mundo, afiliados através de

associações regionais da Associação Mundial de Zoos e Aquários (WAZA), as instituições zoológicas têm uma plataforma inigualável

para envolver o grande público na conservação.

Além disso, sabe-se bem que, por meio das suas coleções vivas, estas instituições contribuem significativamente para a pesquisa aplicada

à conservação. A amplitude da investigação levada a cabo pelos zoológicos e aquários é verdadeiramente impressionante, da ciência

comportamental ao aprendizado dos visitantes, e o impacto de tais pesquisas na conservação é bem reconhecido. Esta pesquisa é funda-

mental para a proteção e preservação das nossas espécies mais ameaçadas.

E, no entanto, dada a escala e a urgência dos desafios de conservação globais que enfrentamos – nada mais do que a crise de extinção já à

nossa porta – não podemos esperar que os nossos zoológicos e aquários carreguem a responsabilidade da conservação sozinhos.

Por isso, gostaria de parabenizar a WAZA por este documento tão oportuno e crucial – Comprometendo-se com a Conservação: A

estratégia mundial de conservação dos zoológicos e aquários, que destaca o papel fundamental que os zoológicos e aquários podem

desempenhar no apoio à conservação na natureza.

A estratégia serve como um lembrete crucial que os visitantes que melhor entendem a conexão com a conservação na natureza são mais

propensos a apoiar o trabalho dos zoológicos e aquários. A estratégia também é uma ferramenta importante para ser usada pelos profis-

sionais que se esforçam para fazer a ponte entre o mundo dos zoos e aquários e a natureza.

Muito trabalho já foi feito nesta frente. Vários membros da WAZA têm fornecido apoio financeiro fundamental para a conservação em

campo, e investimentos significativos são feitos na conservação da vida selvagem todos os anos. A estratégia fornece a visão e ferramentas

práticas para a ampliação desta abordagem e ajuda zoológicos e aquários a responder ao déficit de financiamento na conservação que

permanece perigosamente amplo.

A IUCN se orgulha de ter a WAZA como membro desde 1949. A WAZA tornou-se um parceiro essencial do “Global Species Programme”,

do “Species Survival Commission” e da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas.

Eu incentivo os membros da WAZA e outras instituições zoológicas afins a utilizar esta estratégia para assegurar uma riqueza de conhe-

cimento e potencial para um engajamento público totalmente favorável à mais ampla missão de conservação.

Inger Andersen Diretor-Geral, União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) Junho 2015

A biodiversidade do nosso planeta enfrenta ameaças crescentes do comércio ilegal da vida selvagem, mudanças climáticas e degradação do habitat.

A única coisa em comum nestas ameaças é que estão todas relacionadas com “nós” como seres humanos e, portanto, o poder e a responsabilidade

de mudar de rumo está em nossas mãos. A Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e Aquários destaca não só a importância da con-

servação em campo das espécies, mas também mostra como zoológicos e aquários podem desempenhar um papel fundamental, encorajando as

pessoas distantes da natureza a se tornarem mais engajadas em ações de conservação.

Achim Steiner Diretor Executivo, Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP)

Os zoológicos e aquários têm evoluído de serem simplesmente atrações exóticas para priorizar a pesquisa, educação e conservação

em um grau em que agora desempenham vários papéis criticamente importantes. Através da campanha ‘Biodiversidade somos Nós’,

a WAZA apóia os objetivos da Década das Nações Unidas sobre a Biodiversidade 2011-2020 e a realização das Metas de Aichi da

Biodiversidade, por educar o público sobre a importância de salvaguardar a biodiversidade, e o que nós, como indivíduos, podemos

fazer para protegê-la e usá-la de forma sustentável. A Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e Aquários tem uma abor-

dagem holística, unificada, para a conservação ex situ e in situ. O crescente papel desempenhado pelos zoológicos e aquários não é

apenas sobre cultivar apreço, empatia e conhecimento das criaturas vivas, mas também constitui uma parte central da conservação por,

entre outras coisas, ajudar a proteger espécies da extinção e oferecer plataformas para pesquisas cruciais. Com as ameaças globais em

curso para o meio ambiente, isso será mais importante do que nunca, e os zoológicos e aquários estão habilmente posicionados para

apoiar iniciativas globais de conservação e para servir como portais através dos quais a sociedade pode se envolver na proteção ativa

das populações selvagens.

Braulio Ferreira de Souza Dias Secretário Executivo, Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD)

A Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e Aquários é oportuna e de grande relevância, uma vez que fornece instruções

abrangentes para reforçar o papel dos zoológicos e aquários do mundo na conservação dos animais selvagens.A CITES e a WAZA for-

malizaram a sua colaboração de longa data no apoio à implementação da CITES ao concluírem um Memorando de Entendimento em 2011.

A WAZA e os seus membros têm experiência nas áreas de reprodução e cuidados com animais, marcação e rastreabilidade, transporte de ani-

mais vivos, conservação in situ, uso sustentável, educação, treinamento e pesquisa, todos os quais são particularmente pertinentes à CITES.

Há claramente um grande potencial para a WAZA em ajudar a fortalecer a CITES; por exemplo, através da prestação de assistência prática

às partes, a partilha de “know-how” ou capacitação. Estamos satisfeitos que a estratégia exponha visões e recomendações que tocam em cima

de cada uma dessas áreas, e espero que ela irá fornecer uma orientação mais prática para todos nós para os anos vindouros.

John E. Scanlon Secretário-Geral, Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Selvagens (CITES)

A CMS saúda o papel que os zoológicos e aquários desempenham na conscientização sobre nossa vida selvagem em perigo e espécies migratórias. Melhorar a compreensão da comunidade sobre a importância da conservação internacional da vida selvagem é um papel impor-tante que a WAZA tem desempenhado ao longo dos últimos anos de colaboração com a CMS. Programas específicos entre a WAZA e a CMS incluíram as campanhas do Ano do Gorila (2009) e Ano do Morcego (2011-2012). A Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e Aquários é um bloco de construção vital para fortalecer ainda mais a contribuição feita pela comunidade dos zoos e aquários para a conser-vação global das espécies migratórias, e eu agradeço à WAZA por este importante trabalho.

Bradnee Chambers Secretário Executivo, Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias da Fauna Selvagem (CMS)

Page 5: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

8 9E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OG E R A L | A p o i o G E R A L | S u m á r i o E x e c u t i v o

A Associação Mundial de Zoológicos e Aquários (WAZA) tem o prazer de entregar uma declaração atualizada e revigorada do imper-

ativo que a nossa comunidade deve aumentar seu foco na criação de resultados positivos na conservação. Comprometendo-se com a

Conservação: A estratégia mundial de conservação dos zoológicos e aquários é concisa e convincente. O objetivo é inspirar os líderes,

equipes e apoiadores de nossas instituições, e promover um maior investimento intelectual e financeiro no conjunto multifacetado

de atividades que podem ajudar a conter a maré aparentemente inexorável de perda da vida selvagem e habitat. Há muito tempo se

afirmou que os zoológicos e aquários, com suas enormes audiências globais, estão numa posição única para efetuar a mudança posi-

tiva. Menos frequentemente mencionado é que a falha em agir mais vigorosamente e efetivamente irá ameaçar o modelo de negócio e

licença social que permitem que nossas instituições existam e prosperem. Esta estratégia fornece links para outros recursos e histórias

de sucesso na conservação que permitirão à comunidade zoológica articular, planejar e implementar as melhores abordagens possíveis

para a conservação, a fim de alcançar o seu pleno potencial. A Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e Aquários (2015) é

integrada de forma mais eficaz com outras estratégias e iniciativas de conservação global, motivando zoológicos e aquários a colaborar,

em vez de competir com outras organizações e agências afins. É tempo de os zoológicos e aquários maximizarem o seu impacto e se

tornarem verdadeiros líderes da conservação nos esforços para salvar a vida selvagem e habitats.

Lee Ehmke Presidente, Associação Mundial de Zoológicos e Aquários (WAZA) 2013-2015

A Convenção de Ramsar sobre Zonas Úmidas dá as boas vindas à Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e Aquários, que é rica em

informações de boas práticas para ajudar a resolver alguns dos principais problemas de conservação em nosso mundo de desafios climáticos. As

campanhas para conquistar os corações e mentes, como a campanha da WAZA ‘Biodiversidade somos Nós’, são a chave para fazer novos amigos

e mais aliados são necessários de um mundo exterior pouco zeloso. Desejamos o maior sucesso em explicar as belezas deste planeta a um vasto

público, e inspirar jovens e idosos a apoiar os esforços que podem ajudar a preservar espécies e reintroduzi-las na natureza quando existirem

melhores condições. Eu espero que possamos juntar forças para fazer a importância das zonas úmidas ser proeminente em seu trabalho futuro,

e agradecer a todos os indivíduos e organizações dedicados a trabalhar para salvar os animais em estado selvagem e sob cuidados humanos. Esta

não é apenas a coisa certa a fazer, mas é exatamente o que o mundo vivo precisa que nós façamos.

Christopher Briggs Secretário-Geral, Convenção de Ramsar sobre Zonas Úmidas

O ICOM NATHIST é um parceiro estratégico com a WAZA em reconhecimento ao papel fundamental que os zoológicos e aquários desem-

penham na conservação in situ e na sobrevivência das espécies.Como os zoos e aquários, os museus de história natural são inerentemente

aliados não só na criação de experiências para os visitantes que representam sistemas biológicos, mas também em sua oportunidade crucial

para promover o espírito de conservação da vida selvagem ao público em geral. A Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e

Aquários faz uma importante contribuição aos esforços globais para promover ecossistemas saudáveis e sustentabilidade ambiental. Um dos

pontos fortes desta estratégia é o seu encorajamento em integrar atividades de conservação a todos os aspectos das operações do dia-a-dia.

Esta consistência da mensagem para ambas as partes interessadas, internas e externas, garante a sua autenticidade e captação universal. A

estratégia não é só oportuna, mas também muito necessária como uma declaração mundial de compromisso. É só por agir em conjunto que

uma mensagem suficientemente forte pode ser manifestada e alcançar progressos tangíveis.

Eric Dorfman Presidente, Conselho Internacional do Comitê para Museus e Coleções de História Natural (ICOM NATHIST); Diretor, Carnegie Museumof Natural History

A Conservação Internacional apoia incondicionalmente a Estratégia Mundial de Conservação dos Zoológicos e Aquários. A estratégia dá

testemunho do compromisso dos zoos e aquários pela conservação das espécies na natureza, bem como daquelas sob seus cuidados. Na

verdade, eu vejo a natureza e o cativeiro não como construções separadas, mas como um processo contínuo através do qual todos devemos

trabalhar para alcançar o sucesso na conservação a longo prazo. Os zoológicos e aquários estão intensificando o nosso desafio em comum de

ajudar a construir um planeta mais saudável, mais próspero e mais produtivo - para o benefício de todos na Terra.

Russ Mittermeier Vice-Presidente, Conservação Internacional

Sagui-cabeça-de-algodão

Page 6: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

RESERVA NACIONAL DO NIASSAMOÇAMBIQUE

Page 7: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

12E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

G E R A L | A p e l o a o s D i r e t o r e s d e Z o o l ó g i c o s e A q u á r i o s

Esta abordagem equilibrada é a única maneira de lidar efetivamente com

ameaças humanas às populações selvagens.

Um fato importante que descobrimos desde 2005, quando a última estratégia

de conservação da WAZA foi publicada, é que quando os visitantes entendem

que os zoológicos e aquários estão trabalhando para salvar os animais em estado

selvagem, o seu apoio a nós aumenta drasticamente. Portanto, a comunidade

zoológica precisa demonstrar nosso compromisso de proteger espécies na

natureza, ao mesmo tempo em que providencia o melhor em cuidados com os

animais e em experiência dos visitantes no século XXI.

Nossos compromissos de conservação também ajudam a reforçar a percepção

dos zoos e aquários na mente dos oficiais de governo que promulgam e fazem

cumprir as leis que afetam nossas operações. É essencial que nós ganhemos a

confiança, a estima e o apoio das múltiplas autoridades que controlam e regulam

as atividades que impactam diretamente o nosso futuro.

Sendo profissionais de zoológicos que cuidam de animais nossa função prin-

cipal, é fundamental que nós coloquemos prioridade mais alta em aumentar o

nosso compromisso com a conservação das populações selvagens. Este enfoque

enfatiza o porque de existimos, mas não altera o que somos. Nós nos tornamos

parceiros ativos na conservação de campo, que trabalha em colaboração com

as comunidades, outras instalações zoológicas e outras organizações similares

voltadas para a conservação, mantendo-nos centros de aprendizagem informal

que inspiram os visitantes a se conectar com o mundo natural. Nós somos ativos

culturais e turísticos que proporcionam experiências convincentes aos visitantes.

Como líder da sua instituição, há muitas demandas em seu tempo e atenção:

manejo animal e questões de bem-estar animal; orçamentos e captação de

recursos; relações internas e governamentais; serviços para os visitantes e

questões de equipe; operações de negócios; mídia e publicidade; design e

construção. Além disso, todos nós esperamos por economias fortes e tempo bom!

Ninguém disse que seu trabalho era fácil, mas as prioridades de curto prazo não

devem comprometer a nossa visão de longo prazo e nosso compromisso com a

conservação... ou não haverá futuro.

Os zoológicos e aquários devem ter um papel de liderança voltada à ação na

conservação da vida selvagem. As instituições zoológicas devem criar planos de

negócio sustentáveis para apoiar os esforços da conservação em campo, enquanto

facilitam simultaneamente mudanças de comportamento em prol do ambiente.

Sendo profissionais de zoológicos que

cuidam de animais nossa função prin-

cipal, é fundamental que nós coloquemos

prioridade mais alta em aumentar o nosso

compromisso com a conservação das pop-

ulações selvagens”.

Passo 1: InformarEducar suas autoridades governamentais e seus funcionários sobre o estado das populações selvagens de animais de forma regular e permanente, e demonstrar como cada um pode desempenhar um papel notável em reverter o declínio.

7 P A S S O S P A R A L I D E R A N Ç A N A C O N S E R VA Ç Ã O

Passo 2: MissãoAtualizar a declaração de missão e plano estratégico de seu zoológico ou aquário para incluir uma declaração de que a sua instituição existe para um propósito mais elevado: a conservação da vida selvagem; uma promessa de que a sua instituição irá destinar recursos para esse esforço; um plano para a criação de uma cultura de conservação entre seus funcionários, comunidades, autoridades governamentais e doadores que dê a todos a oportunidade de fazer uma diferença mensurável.

Passo 3: OrçamentoAvaliar o quanto sua instituição gasta atualmente na conservação in situ de acordo com a definição da WAZA de conservação, e comparar isso com as instituições regionais similares.

Passo 4: ReceitasTrabalhar com a equipe para identificar fluxos dedicados de receita que pode ser usados para programas de conservação em campo. Idealmente, estes são fluxos gerados tanto internamente (a partir dos orçamentos operacionais e eventos) e externamente (visitantes, doadores ou financiados pelo governo).

Passo 5: ParceriasAlavancar recursos por colaboração e parcerias com outras instituições zoológicas, organizações conservacionistas, centros de ensino, órgãos governamentais e indivíduos com alto patrimônio líquido que compartilham a nossa paixão por animais e conservação.

Passo 6: PrioridadesIdentificar e priorizar as espécies que lhe permitem empreender vitórias da conservação que demonstrem claramente o impacto que os animais em zoológicos e aquários têm sobre a nossa capacidade de salvar suas contrapartes selvagens. Conecte os seus animais com a conservação campo através de histórias pessoais de comprometimento organizacional, tanto financeiramente quanto com o conhecimento da equipe.

Passo 7: ComunicaçãoDesenvolver um plano de comunicação que seja positivo e pró-ativo sobre seus compromissos e ações. Cultive porta-vozes independentes e respeitados para levarem histórias da conservação aos visitantes, o resto da comunidade e a sociedade.

Aprendizado e inspiração são apenas os primeiros passos pelos quais lutamos

contra a extinção e, finalmente, salvamos animais em seus habitats selvagens.

Nossa missão não está cumprida até que mudemos atitudes e comportamentos

das pessoas, e elas se tornem defensores exemplares da conservação.

O Índice Planeta Vivo no Relatório Planeta Vivo do WWF (2014) mostrou um

declínio de mais de 50% nas populações de vertebrados do mundo entre 1970

e 2010, portanto, um compromisso conjunto para reforçar os nossos esforços

de conservação não poderia ser mais urgente. Como o líder da sua instituição,

existem sete passos que você pode tomar para tornar seu zoológico ou aquário

uma organização de conservação respeitada publicamente e confiável.

Aumentar o nosso compromisso com a conservação vai exigir que sejam feitas

escolhas. No entanto, dado o estado alarmante das populações de espécies e

habitats em estado selvagem, um aumento do compromisso com a conservação

se torna a única escolha racional, ética e prática.Os zoos e aquários têm a opor-

tunidade de focar melhor suas estratégias de negócios, e unirem-se para se tornar

uma das maiores forças pela conservação da vida selvagem no mundo, tanto em

termos de amplitude de programas e tamanho das despesas. Em todo o mundo,

temos um potencial estimado para gerar US$ 1 bilhão por ano para a conservação,

se nos comprometermos com os Sete Passos pela Liderança na Conservação.

Trabalhando em conjunto, com os métodos proativos definidos na presente

estratégia, podemos finalmente perceber o enorme potencial das nossas institu-

ições zoológicas para se tornarem ‘potências da conservação’, universalmente

respeitadas por todos os setores da sociedade. As perguntas não devem ofuscar o

compromisso porque as recompensas superam os sacrifícios. No entanto, temos

de agir agora, enquanto ainda há tempo para salvar as espécies e habitats que

prezamos tanto.

Atenciosamente,

Rick BarongiPresidente, Comitê de Conservação e Sustentabilidade da WAZAEm nome do Conselho da WAZA (2015)

PresidenteLee Ehmke, Houston (USA)

Presidente EleitaSusan Hunt, Perth (Austrália)

Presidente Anterior ImediatoJörg Junhold, Leipzig (Alemanha)

Rick Barongi, Houston (USA) Kevin Bell, Chicago (USA) Lena Lindén, Hunnebostrand (Suécia) David Field, London (Reino Unido) Olivier Pagan, Basel (Suiça) Pat Simmons, Asheboro (USA) Jenny Gray, Melbourne (Austrália)

Esta estratégia contém uma abundância de informações de boas práticas para ajudá-lo a lidar proativamente com as mudanças externas e internas que ocorrem em nosso mundo, e a vida selvagem em perigo que todos nós estamos dedicados a proteger.Comprometer mais recursos para salvar animais na natureza não é apenas a coisa certa a fazer, mas é isso que as nossas comunidades locais e globais esperam de nós.

“ C O N S E R VA Ç Ã O ” (Conforme definido pela WAZA)

Assegurar populações das espécies em habitats naturais a longo prazo.

MASAI MARA, KENYAInstituições Zoológicas podem se tornar portais através dos quais a sociedade se torna

conectada e envolvida com a conservação da vida selvagem.

Page 8: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

ELEFANTES AFRICANOSDELTA DO OKAWANGO, BOTSWANA

Page 9: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

1716C O N S E R VAT I O N S T R AT E G Y | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q UA R I U M S

Garantir o bem-estar de outras espécies é essencial

se os seres humanos quiserem garantir o seu próprio.

A qualidade da terra, ar e água não só afeta as popu-

lações selvagens de animais e plantas, mas acabará

por determinar o destino da humanidade também.

Ações rápidas e eficazes devem ser tomadas para

lidar com as profundas questões antropogênicas que

confrontam os ecossistemas naturais, tais como as

crescentes populações humanas, a contínua poluição e

sobre-exploração dos recursos naturais e das mudanças

climáticas. As ações humanas e as escolhas de estilo

de vida estão ameaçando o planeta e as formas de vida

que o habitam. Para preservar a diversidade de vida

selvagem do mundo, os seres humanos devem mudar a

forma como vivem, e como aplicam seu conhecimento

e habilidades.

No entanto, tem-se revelado extremamente difícil

mobilizar e sustentar a vontade social e política

necessárias para mudar o comportamento para o

benefício dos animais e lugares selvagens. Enquanto

muitos acreditam que as espécies e conservação do

habitat são naturalmente valiosos, outros precisam ser

convencidos da importância material da conservação

da fauna e flora vivas.A estratégia-chave para alcançar

a revolução necessária nas atitudes e comportamentos

será reconectar o público com a natureza. As pessoas

devem ser inspiradas a entender que a vida na Terra é

frágil; que as espécies que compõem a vida no planeta

dependem umas das outras para sobreviver; e que a

sobrevivência humana depende das populações de

espécies em ecossistemas naturais.Também deve ficar

claro que a conservação das espécies tem um valor

econômico: a diversidade de vida mais rica aumenta a

oportunidade para descobertas médicas, desenvolvi-

mento econômico e respostas adaptativas aos impactos

ameaçadores das mudanças climáticas globais.

Zoológicos e aquários aceitam

prontamente a responsabilidade

que vem com a manutenção e

cuidado dos animais.

• Fornecer o cuidado e manejo de fauna silvestre da mais alta qualidade dentro e entre instituições

• Desenvolver e adaptar técnicas intensivas de manejo da vida selvagem para uso na proteção e preservação das espécies na natureza

• Apoiar a pesquisa social e biológica voltada para a conservação

• Liderar, apoiar e colaborar com programas de edu-cação que visem mudanças de comportamento da comunidade que tragam melhores resultados para a conservação

• Usar as instalações zoológicas para prover as pop-ulações das espécies que mais necessitam de apoio genético e demográfico para a sua sobrevivência no estado selvagem

• Promover e exemplificar práticas sustentáveis no manejo das populações de animais, as nossas insta-lações e o meio ambiente

• Fornecer uma arena pública para discutir e debater os desafios que a sociedade enfrenta, como a aceleração da extinção e a degradação dos serviços dos ecoss-istemas são degradados

• Atuar como centros de resgate e soltura de animais ameaçados que necessitam de ajuda imediata, com o melhor conhecimento e instalações para cuidar deles até que estejam aptos para voltar à vida selvagem

• Ser um dos principais contribuintes de recursos intelec-tuais e financeiros para a conservação in situ

• Fornecer liderança ética e moral

N Ó S T E M O S O D E V E R D E

Mais de 700 Milhões de Visitas

A O S Z O O L Ó G I C O S E A Q U Á R I O S D E T O D O O M U N D O A C A DA A N O

R E A L I Z A Ç Õ E S D A WA Z A

Mais de 300 Membros da WAZA

A O R E D O R D O M U N D O

Mais de 350 Milhõesde Dólares

G A S T O S E M C O N S E R VA Ç Ã O DA V I DA S E LVA G E M

T O D O O S A N O S

V I S Ã O

A Associação Mundial de Zoológicos e Aquários (WAZA) representa uma comunidade global de instituições zoológicas unidas pelo cuidado e conservação da fauna e flora vivas. Este status é compartilhado, localmente e globalmente, com jardins botânicos, museus, áreas protegidas e comunidades em questão. Conservação bem sucedida significa que todas as espécies, incluindo a humanidade, prosperem em ecossistemas saudáveis e sustentáveis; isto é, assegurando populações de espécies em habitats naturais

a longo prazo.

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã O

O PAPEL DOS ZOOLÓGICOS E AQUÁRIOSOs zoos e aquários (credenciados ou, caso contrário,

membros designados de uma comunidade zoológica

profissionalmente reconhecida) estão preparados de

forma única para contribuir com a conservação bem

sucedida das espécies e ecossistemas. Populações

extensas e diversas de espécies são cuidadas por insti-

tuições zoológicas, que atraem um elevado número de

visitantes que são encantados e inspirados por esses

encontros com a natureza.

O poder social, político e financeiro coletivo dos

zoológicos e aquários como uma comunidade, bem

como o potencial impacto dessas vastas plateias, pode

ser poderoso. Os zoos e aquários desfrutam de níveis

abrangentes de credibilidade e confiança públicas, e

proporcionam diversão e destinos intelectualmente

estimulantes para visitantes de todas as idades. Todos

os anos, cerca de 700 milhões de visitas são feitas em

zoológicos e aquários que são membros de associações

nacionais ou regionais ao redor do mundo.

Incutir em todos os visitantes um forte sentimento

de emoção sobre e um desejo de cuidar da vida na

Terra irá criar uma plataforma sólida para cumprir

a promessa de cuidar e conservar a vida selvagem.

As instituições zoológicas estão numa posição única

para utilizar uma das ciências sociais, a abordagem

baseada em evidências para influenciar comporta-

mentos em prol do ambiente. Esta estratégia fornece

orientação, inspiração e acesso a um conjunto de

técnicas concebidas para ajudar os zoológicos e

aquários a responder aos desafios de mobilizar a

vontade política e social em nome da vida selvagem,

e abraçar as oportunidades disponíveis para facilitar

uma maior realização do nosso potencial.

Para conseguir isso, e para aumentar a eficácia dos

esforços globais de conservação, os zoológicos e

FALCÃO-DAS-MAURÍCIOILHA MAURÍCIO

Page 10: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

18 19E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OC O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã O | U n i d o s p e l a C o n s e r v a ç ã o

aquários estão cada vez mais adotando uma abordagem de Plano Unificado (One

Plan Approach). Esta estrutura de planejamento de conservação reúne especial-

istas da comunidade global dos zoos e aquários, representantes da comunidade

local, agências governamentais, gestores da vida selvagem, organizações conser-

vacionistas, cientistas e outros no desenvolvimento de estratégias de conservação

para alcançar o objetivo comum de populações viáveis de espécies que prosperam

em ecossistemas saudáveis. Através do Plano Unificado, todos os recursos dis-

poníveis estão envolvidos na produção de um plano abrangente de conservação

para cada espécie-alvo (veja Manejo Populacional). Esta abordagem integrada

irá resultar em ações mais abrangentes, promover a inovação na conservação das

espécies, cultivar uma maior colaboração entre as instituições zoológicas e com

outras organizações conservacionistas, e permitir maior adaptabilidade em face

das mudanças climáticas.

Os zoos e aquários podem e devem se tornar modelos de conservação integrada

(veja Criando uma Cultura da Conservação). Como especialistas em cuidar de

animais, conservacionistas, educadores, comunicadores, defensores da vida sel-

vagem e cientistas, os profissionais dos zoológicos e aquários também devem

tornar-se poderosos agentes de mudança e incentivar a aplicação generalizada

da abordagem unificada. As suas instituições devem abraçar o papel das organi-

zações conservacionistas profissionais que operam de forma sustentável (veja

Organizações conservacionistas modernas e Bem-Estar Animal). Cumprir essa

responsabilidade nunca foi tão essencial.

O Plano Unificado também exige que os animais mantidos em instituições

zoológicas desempenhem um papel de conservação que beneficia contrapartes

selvagens (veja Salvando Espécies na Natureza). A abordagem do plano unificado

vincula pesquisadores em zoológicos e aquários com cientistas e conservacion-

istas que trabalham diretamente com as populações selvagens (veja Ciência e

Pesquisa). Da mesma forma, os esforços de educação e capacitação devem começar

com zoos e aquários e expandir para influenciar a mudança de comportamento

pela conservação na sociedade (veja Engajamento - Influenciando mudanças de

M E T A S D E A I C H I D A B I O D I V E R S I D A D Ecomportamento pela conservação). As instituições zoológicas devem trabalhar

em conjunto, e serem eficazes em parceria e colaboração com outras organizações

conservacionistas para avaliar os impactos e advogar pela conservação da biodi-

versidade.

A parceria entre a “Amphibian Ark” (AArk), o Grupo de Especialistas em Anfíbios

(ASG) da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a

“Species Survival Commission” (SSC) e a “Survival Alliance Amphibian” (ASA)

é um exemplo de uma abordagem de Plano Unificado. A visão coletiva destas

organizações é ‘anfíbios seguros na natureza’. Suas missões — proteger anfíbios

e os seus habitats através de parcerias dinâmicas em todo o mundo (ASA); for-

necer a base científica para informar ações de conservação de anfíbios eficazes

em todo o mundo (ASG); garantir a sobrevivência e diversidade de espécies de

anfíbios focando naquelas que não podem estar atualmente a salvo em seus ambi-

entes naturais (AArk) —trabalhar em sinergia para alcançar a visão coletiva.Os

membros do ASG ao redor do mundo contribuem com seu conhecimento para

a Avaliação de Necessidades de Conservação da AArk(CNA) em uma base país

por país, bem como a Lista Vermelha da IUCN para anfíbios. A CNA identifica

as espécies de alta prioridade para populações de segurança, e a AArk trabalha

com instituições zoológicas e outras entidades no país para facilitar o estabelec-

imento destas populações.A ASA centra-se na proteção dos habitats de modo que

as populações de segurança possam, eventualmente, serem devolvidas à natureza.

Por trabalharem em conjunto, as ligações são estabelecidas entre o excelente tra-

balho de conservação que se passa nos zoológicos e aquários e a conservação das

espécies em seus habitats nativos.

UM CHAMADO À AÇÃOA necessidade de ação urgente é clara. O Plano Estratégico das Nações Unidas

para a Biodiversidade 2011-2020, de longe o compromisso mais forte já feito

por governos do mundo para combater a escalada da crise de extinção – inclui

20 metas, conhecidas coletivamente como as Metas de Aichi da Biodiversidade.

Objetivo Estratégico AM E TA 1 - 4

Abordar as causas subjacentes da perda de biodiversidade através da integração da biodiversidade em todo o governo e sociedade

Objetivo Estratégico BM E TA 5 - 1 0

Reduzir as pressões diretas sobre a biodiversidade e promover o uso sustentável

Objetivo Estratégico DM E TA 1 4 - 1 6

Melhorar os benefícios para todos da biodiversidade e serviços ecossistêmicos

Objetivos Estratégicos EM E TA 1 7 - 2 0

Reforçar a implementação através de um planejamento participativo, gestão do conhecimento e capacitação

P L A N O U N I F I C A D O

Objetivo Estratégico CM E TA 1 1 - 1 3

Melhorar a situação da biodiversidade através da

salvaguarda dos ecossistemas, espécies e diversidade genética

Juntas, elas fornecem uma estrutura para estancar a perda da biodiversidade. A

maioria das organizações não-governamentais conservacionistas e convenções

internacionais estão alinhando suas atividades com esses propósitos.

Os associados da WAZA aprovaram o Plano Estratégico pela Biodiversidade

na Conferência Anual de 2011. A WAZA e todos os seus zoológicos e aquários

membros, e outras instituições zoológicas que querem conservar as espécies

e os habitats, têm um papel potencialmente importante para desempenhar na

realização de muitos destes propósitos. Como uma comunidade empenhada

em educar as pessoas sobre as mudanças no mundo natural, os zoos e aquários

devem agir de forma responsável e inspirar e mobilizar a sociedade para

responder. Caso contrário, a maré de extinção, para ambas, seres humanos e as

outras espécies, não será revertida.

A visão para a WAZA e a comunidade global de instituições zoológicas também

é clara. A WAZA apela a todos os zoos e aquários que adotem uma abordagem

Plano Integrado para a conservação. O bem-estar animal e a conservação devem

ser o propósito primordial e as instituições zoológicas devem ser guiadas por isso

em tudo o que fazem (veja Apelo aos diretores de zoológicos e aquários).Com

vastas populações de animais vivos, equipes dedicadas e talentosas, e audiên-

cias extraordinariamente grandes, diversificadas e engajadas, os zoológicos e

aquários têm o poder de facilitar o trabalho vital de cuidar e conservar animais

selvagens vivos e ecossistemas.

O futuro é promissor. Esta estratégia destina-se a ajudar a fazer essa promessa se

tornar uma realidade. Se bem-sucedida, os zoológicos e aquários irão configurar

entre as forças mais importantes pela conservação do planeta; um canal através

do qual os visitantes e a sociedade podem ajudar a salvar espécies. Ainda mais

importante, um progresso significativo será feito pela visão de todas as espécies

prosperando em ecossistemas saudáveis.

Definição: Planejamento integrado de conservação das espécies que considera todas as populações da espécie (dentro e fora da área de distribuição natural), em todas as condições de manejo, e envolve todas as partes e recursos responsáveis desde o início da iniciativa de planejamento de conservação.

Ações de conservação para as populações na natureza

Objetivo ComumPopulações viáveis das espécies que prosperam em ecossistemas saudáveis.

Ações de conservação para populações manejadas(Incluindo aquelas em zoológicos e aquários)

E S T R AT É G I A I N T E G R A D A

D E C O N S E R VA Ç Ã O D A S E S P É C I E S

Funcionários Governamentais Proprietários de terras e

Representantes das Comunidades Locais

Profissionais deZoológicos e

Aquários

Outras partes interessadas

Membros dos Grupos de

Especialistas da IUCN SSC

Gestores da Vida Selvagem

Pinguin-africano

Page 11: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

ORANGOTANGOHOUSTON ZOO, TEXAS, EUA

Page 12: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

2322C O N S E R VAT I O N S T R AT E G Y | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q UA R I U M S

A conservação é frequentemente discutida em termos

de ciência ou recursos financeiros. No entanto, a

conservação da natureza é realmente sobre proteger e

restaurar os recursos naturais, incluindo espécies, e as

pessoas são uma ferramenta que pode ser usada para

remeter a conservação efetiva. A percepção do que é

importante na vida dos indivíduos, o valor intrínseco

que a natureza tem para eles, e os relacionamentos,

ambos próximos e distantes, entre grupos de pessoas,

são todos parte dessa ferramenta. A “vontade” de

qualquer indivíduo, grupo, instituição, comunidade ou

país para realizar a conservação começa com atitude,

que é então colocada em prática com a ação. Ao ajudar

a criar uma cultura da conservação na sociedade, os

zoológicos e aquários são uma parte integrante do

processo para gerar a atitude e a vontade necessárias

para salvar as espécies e manter ecossistemas

saudáveis.

Os zoos e aquários encontram centenas de milhares

de pessoas todos os dias e são geralmente integrados

em comunidades locais de uma forma que outras

organizações conservacionistas podem apenas

invejar, ou seja, as instituições zoológicas estão numa

posição ideal para ajudar a implementar a Meta 1 de

Aichi da Biodiversidade.Os zoológicos e aquários

fazem uma contribuição positiva a este objetivo, mas

eles são estratégicos na forma de abordar a ideia de

criar uma cultura da conservação?

Há três grupos distintos que devem ser comunicados

de forma regular, a fim de construir uma cultura da

conservação: (1) equipe e autoridades governa-

mentais, que formam a base sobre a qual a cultura

da conservação é construída, (2) os visitantes, que

podem construir sobre essa base e fornecer acesso

à (3) comunidade em geral, dando aos zoológicos e

aquários a oportunidade de interagir e dialogar com V I S Ã O

Ao ajudar a criar uma cultura da conservação em nossas comunidades, os zoológicos e aquários são uma parte vital do processo de geração de atitude e serão necessários para salvar as espécies e manter os ecossistemas saudáveis.

Criar uma cultura da

conservação exige linhas

claras de comunicação

a toda a equipe sobre o

trabalho de conservação

em curso, e celebrações

de sucesso quando os

objetivos da conservação

sejam alcançados.

os valores das sociedades em que operam para bene-

ficiar a conservação.

ZOOLÓGICOS E AQUÁRIOSA equipe, conselhos e diretoria de instituições

zoológicas devem ser totalmente comprometidos

com a conservação do mundo natural, a fim de

inspirar outros a se envolverem com este objetivo.

Este compromisso é geralmente evidente naqueles

que trabalham em departamentos de animais ou da

equipe científica, que muitas vezes já são conser-

vacionistas dedicados com uma longa história de

valorização da natureza desde a infância. No entanto,

para ser verdadeiramente bem sucedido, este “ethos”

e a ética do cuidado com o mundo natural devem ser

incorporados em todos os departamentos. Desde

o membro da equipe que, inicialmente, recebe os

visitantes na entrada, até o fornecedor que provi-

dencia o almoço e o faxineiro que deixa certos chãos

como novos, cada visitante deve sentir que esta é

uma equipe comprometida com a causa comum da

conservação.

Liderança (CEO/diretor e conselho/diretoria ) é

essencial para garantir que tempo e esforço sejam

gastos criando um “ethos” interno para garantir

que todos na instituição sejam comprometidos

com a conservação. Um programa de treinamento

sobre conservação para todos os funcionários (de

preferência um que se repita ou seja reforçado peri-

odicamente) é fundamental. Criar uma cultura da

conservação requer linhas claras de comunicação a

todo o pessoal sobre o trabalho de conservação em

curso, e celebrações de sucesso quando os objetivos da

conservação sejam alcançados. O objetivo é que todos

os funcionários se orgulhem de fazer parte de quais-

quer triunfos da conservação, compartilhando-os

Uma pesquisa recente da Associação de Zoos e Aquários (AZA) interrogou as pessoas sobre os seus pontos de vista sobre os jardins zoológicos e aquários. Alguns foram convidados a se posicionar em uma das três categorias: aqueles que não têm nenhuma objeção a manutenção dos animais em zoológicos e aquários (SIM), aqueles que disseram que estava tudo bem manter alguns animais, mas não determinadas espécies muito grandes ou inteligentes (TALVEZ), e aqueles que disseram que os animais nunca devem ser mantidos em zoológicos ou aquários (NÃO). Outros receberam primeiro uma descrição do trabalho de conservação sendo realizado em conjunto por instituições membros da AZA. Para os visitantes com idades entre 18 e 35 que não receberam nenhuma descrição sobre os trabalhos de conservação, 25% não tinham objeções, 51% tiveram algumas objeções e 24% disseram que os animais nunca devem ser mantidos em jardins zoológicos ou aquários. No entanto, para os entrevistados que tinham sido dadas a descrição dos trabalhos de con-servação em primeiro lugar, 69% não tinha objeções, 26% tiveram algumas objeções, enquanto apenas 5% disseram que os animais nunca devem ser mantidos em instituições zoológicas.

L E VA N T A M E N T O N O S Z O O L Ó G I C O S E A Q U Á R I O S

C R I A N D O U M A C U LT U R A D A C O N S E R VA Ç Ã O

UNIDOS PELO MEIO AMBIENTEPARQUE NACIONAL DE KIBALE, UGANDA

Objetivo Estratégico A: Resolver as causas subjacentes da perda de biodiversidade através da integração da biodiversidade em todo o governo e da sociedade.Meta 1: Em 2020, o mais tardar, as pessoas estão cientes dos valores da biodiversidade e as medidas que podem tomar para conservar e utilizar de forma sustentável.

Visitantes com idade entre 18 e 35 que não receberam nenhuma descrição sobre o trabalho de conservação

Visitantes com idade entre 18 e 35 que receberam descrição sobre o trabalho de conservação

S I M

TA LV E Z

N Ã O

A I C H I B I O D I V E R S I T Y TA R G E T 1

Page 13: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

24 25E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OC R I A N D O U M A C U LT U R A D A C O N S E R VA Ç Ã O | C o n s e r v a ç ã o l e v a a C o n v e r s a s

com familiares próximos e conhecidos na comunidade em geral.

Os membros das autoridades governamentais em zoológicos e aquários não são

necessariamente cientistas, mas podem ser líderes de negócios, advogados, ban-

queiros e outros profissionais, incluindo funcionários do governo nacional ou

regional. Os zoos e aquários têm de investir na educação de seus governantes,

levando-os para fora da sala de reuniões e para o campo, a fim de obter o seu apoio

e estabelecer uma visão compartilhada da conservação que possa ser divulgada a

toda a comunidade.

Esta cultura de conservação deve ser predominante cada vez que um novo

empreendimento está previsto dentro de uma instituição. A questão crucial –

“Como é que esta nova experiência planejada ajuda a instituição a alcançar suas

metas de conservação?” – deve ser feita por todos os departamentos.O plano

diretor deve facilitar a abordagem unificada por orquestrar o plano estratégico

de conservação em relação à construção da infra-estrutura e instalações para

programas de conservação, e o engajamento da experiência dos visitante com as

atividades de conservação. Ao planejar novos desenvolvimentos, todas as partes

envolvidas, desde a instituição até os designers, construtores e fornecedores de

materiais, devem questionar seu papel na conservação.

A indústria da construção civil (construção e operação combinadas) consome

mais energia do que qualquer outro setor e está entre os maiores contribuintes

para a mudança climática. No entanto, usando recursos renováveis e tecnologias

de construção sustentável no local é possível construir favorecendo um consumo

zero de energia (líquido) e uma pegada de carbono mínima.Métodos inovadores,

tais como a Máquina Viva, podem reduzir os sistemas de suporte à vida de energia

intensiva e manter espécies alojadas no clima local reduzindo a pegada de car-

bono.A abordagem de plano unificado também deve ser implementada quando

selecionar as espécies para ter certeza de que qualquer novo desenvolvimento

pode e faz conexão com e para apoiar o trabalho de conservação em estado sel-

vagem e as espécies com maior necessidade de conservação. As ações devem

refletir os valores ao criar uma cultura da conservação.

VISITANTESUma vez que a base de uma cultura interna da conservação foi criada, a atenção

deve ser voltada para os visitantes. Essencialmente, as pessoas devem entender e

acreditar que a visita a uma instituição zoológica ajuda a salvar animais em estado

selvagem. No entanto, em vez de os visitantes verem os animais no zoológico ou

aquário, compreendendo as atividades de conservação da instituição, e partindo

felizes e contentes de que não há mais nada a ser feito, eles devem aprender o

suficiente para se sentirem inspirados e motivados a se tornarem partidários

ativos de instituições zoológicas e defensores da conservação. Criar este ambi-

ente não é simplesmente uma questão de fornecer placas informativas, por mais

importantes que sejam; os visitantes devem estar envolvidos, aplicando todo o

conhecimento que foi acumulado a partir de um corpo crescente de trabalhos

em psicologia da conservação (veja Engajamento - Influenciando mudanças de

comportamento pela conservação).

A informação fornecida aos visitantes que caminham pelas instituições zoológicas

deve ser clara, ajudando-os a se envolver com quaisquer trabalhos contínuos de

conservação relacionados com as espécies na frente deles e destacando como

eles podem se envolver.É essencial para atingir não só as mentes, mas também os

corações dos visitantes. Contando com funcionários e voluntários para contar

histórias de conservação para os visitantes é uma forma eficaz de conectar os ani-

mais em zoológicos e aquários aos programas de conservação em campo. Tais

histórias podem ser usadas para estimular os visitantes sobre os esforços e sucessos

da conservação, encorajando-os a tomar medidas diretas pela conservação em suas

próprias vidas diárias.

O compromisso institucional pela conservação deve ser evidente para os visi-

tantes quando eles andam pelas trilhas. Os zoológicos e aquários proporcionam

aos visitantes a oportunidade de praticar ações de conservação que podem ser

repetidas em suas vidas diárias .Durante uma visita, deve ser fácil para eles reci-

clarem resíduos, escolher restaurantes onde a comida tenha sido eticamente

obtida e seja sustentável, e comprar mercadorias da loja sabendo sobre essas

novas metas de conservação, todos os quais são aspectos importantes na criação

da cultura da conservação. A identificação de maneiras de envolver os visi-

tantes em ações que reforçam a sua própria consciência de evitar o desperdício

irá ajudá-los a atingir pequenas ações de conservação que se desenvolvem em

compromissos conservacionistas a longo prazo. Experiências e oportunidades

para os visitantes contribuírem diretamente pela conservação das espécies na

natureza devem ser criadas usando uma estrutura de mensagens da conservação,

apoiada por ferramentas e técnicas de mudança de comportamento.

Os zoos e aquários podem ser laboratórios vivos onde os visitantes vêem um

mundo concebido para a conservação. Os edifícios devem destacar práticas

de construção sustentável e dar o exemplo na redução da pegada de carbono.

Por exemplo, a paisagem ao redor das instalações zoológicas deve demonstrar

aos visitantes como os seus gramados, parques e cidades poderiam parecer, se

fossem tomadas medidas para melhorar a qualidade da água, com infra-estru-

tura verde, como “bioswales” (elementos da paisagem que removem lodo e a

poluição da superfície da água), ecossistemas saudáveis sem espécies invasoras,

e habitat para a fauna e flora nativas. Informação por si só não cria mudança; a

cultura é transmitida através da experiência e participação.

A COMUNIDADE EM GERALUma vez que existe uma forte cultura interna da conservação dentro de uma

instituição, e uma comunidade de visitantes comprometidos com a conservação

tenha sido criada, será necessário envolver-se com pessoas e organizações fora do

SUPERIOR DIREITO:WOODLAND PARK ZOO,

WASHINGTON, EUA“Zoo Doo”é uma mistura

completa de compostagem de estercos misturados com cama

de palha, grama, folhas e lascas de madeira dos terrenos do

zoológico.

INFERIOR DIREITO:VIENNA ZOO, ÁUSTRIA

A usina de energia solar instalada no telhado dos apo-

sentos dos elefantes produz cerca de 90 megawatts por

hora de energia por ano.

INFERIOR ESQUERDO:CINCINNATI ZOO &

BOTANICAL GARDEN, OHIO, EUA

O Cincinnati Zoo instalou um telhado verde em seu

“GiraffeRidge Barn” como parte de sua iniciativa verde

institucional

O S N Í V E I S D E I N F L U Ê N C I A

Construir uma cultura da conservação ocorre através

de uma comunicação constante com três grupos

distintos.

E Q U I P E E A U T O R I DA D E S G O V.

V I S I T O TA N T E S

A C O M U N I DA D E E M G E R A L

Page 14: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

26 27E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OC R I A N D O U M A C U LT U R A D A C O N S E R VA Ç Ã O | C o n s e r v a ç ã o l e v a a C o n v e r s a s

perímetro do zoo. Os zoos e aquários são parte de uma sociedade mais ampla, onde

a sua influência pode ser usada para criar uma cultura da conservação.Vizinhos,

fornecedores, governos locais, regionais e nacionais, a mídia e outros parceiros

voltados para a conservação estão todos lá para interagir com isso. Estratégias de

engajamento público bem planejadas e mensagens conservacionistas integradas

podem ser utilizadas de forma eficaz para aumentar a consciência social dos

esforços específicos de conservação, e a mídia social torna possível divulgar tais

informações amplamente.

Em qualquer comunidade onde uma instituição zoológica está localizada, haverá

uma variedade de vizinhos corporativos com os quais se engajar. Como pro-

dutos ambientalmente amigáveis são cada vez mais incorporados em operações

zoológicas, as metas, o progresso e as experiências devem ser compartilhados com

as empresas locais na comunidade.Estas podem se tornar-se novos fornecedores ou

parceiros para disseminar a mensagem e ações de conservação mais longe. A opor-

tunidade deve ser aproveitada para trabalhar com a loja de tintas do outro lado da

rua para incentivá-los a usar tintas amigas do ambiente ou do centro de jardinagem

local para desenvolver informação facilmente acessível sobre plantas invasoras

para seus clientes. Os zoológicos e aquários podem se desenvolver como centros

locais de práticas conservacionistas, usando declarações políticas para proclamar

a mensagem da conservação para a sociedade. Ao convidar vizinhos corporativos

e não corporativos às instituições zoológicas para participar de eventos sociais e

funções que destacam questões específicas, relações de conservacionistas novas e

não-tradicionais serão criadas, proporcionando mais oportunidades de trabalhar

juntos para mudar a cultura da comunidade.

Entre todos os zoológicos e aquários em associações organizadas há um poderoso

grupo de ‘compras’. Ativismo na cadeia de fornecimento está começando a ser eficaz

em questões como o óleo de palma, alimentação sustentável para animais e seres

humanos em instituições zoológicas, e materiais de construção.Esforços individuais

podem ser reforçados por zoológicos e aquários que se unem para trabalhar com

os vizinhos e salientar a necessidade para os fornecedores que materiais de origem

mais ética e sustentável para uso em organizações conservacionistas, enviando

assim uma mensagem poderosa aos visitantes e a comunidade em geral.

A mídia local e nacional estão sempre dispostas a imprimir imagens de animais

jovens – e imagens poderosas podem contar histórias convincentes – mas qualquer

interação com os meios de comunicação para falar sobre a conservação deve ser

usada para que as pessoas saibam que um zoológico ou aquário moderno profis-

sional é mais do que um dia agradável. A conservação é uma história emocionante.

Um dos aspectos mais importantes de toda a comunidade é a interação com os

representantes eleitos e a defesa da natureza que pode ser gerada. Se uma cul-

tura da conservação bem sucedida é criada na equipe, visitantes e vizinhos na

comunidade em geral, este grupo de pessoas irá exigir coletivamente que a con-

servação seja maior na agenda política - se zoológicos e aquários fornecerem as

ferramentas certas. Um primeiro passo é desenvolver uma forte relação entre

a instituição zoológica e representantes governamentais locais. Uma maneira

simples de captar a sua atenção é destacar o impacto econômico que uma insti-

tuição zoológica tem na comunidade. Essa conversa pode, então, transitar para

uma discussão sobre a conservação. Os políticos devem ser convidados para

zoológicos e aquários de forma regular, e deve ser mostrado o que essas institu-

ições estão fazendo pela sociedade e para a natureza.

CONCLUSÃOA conservação leva a conversas – entre indivíduos, grupos, comunidades e países.

Coalizões locais de instituições zoológicas, jardins botânicos, museus e universi-

dades podem ajudar com um foco qualquer na biodiversidade local ou um projeto

global.Por engendrar uma cultura da conservação em todos os aspectos das oper-

ações, os zoos e aquários ajudam a fazer as conversas importantes acontecerem.

Ser estratégico sobre como criar essa cultura da conservação e compreender como

a transmissão cultural tem lugar será a chave para um futuro conservacionista

otimista.

RECOMENDAÇÕES • Fale sobre a conservação em toda a instituição, inclusive com a equipe, voluntários,

órgãos governamentais, conselho, curadores, visitantes e a comunidade em geral,

e incorpore técnicas comprovadas de ciências sociais para facilitar a adoção de

comportamentos em prol do ambiente que reduzam os impactos humanos sobre

as populações selvagens.

• Envolva os vizinhos corporativos e fornecedores, a fim de transmitir a mensagem

da conservação e promover a sustentabilidade na cadeia de abastecimento, inclu-

indo um compromisso pela criação de ambientes verdes sustentáveis.

• Use contatos na mídia para difundir a mensagem da conservação.

• Estabeleça relações com os membros locais do governo, convidando-os para a

ZOOS VICTORIA, AUSTRÁLIACriar uma cultura da conservação entre os visitantes das instituições zoológicas começa por conectá-los aos animais, excitando-os sobre os esforços e sucessos da conservação, e encora-jando-os a tomar medidas diretas pela vida selvagem em suas próprias vidas diárias.

Bisão-americano

HOUSTON ZOO, TX, USAExibição sobre telefones celu-lares mostrando aos visitantes de onde os componentes para os eletrônicos vêm e como reciclar um celular prolonga a vida dos telefones utilizáveis, diminuindo assim a neces-sidade de mais mineração de mais coltan. Do mesmo modo que educa os visitantes, especialmente as crianças, sobre a ligação entre celulares e gorilas com 80%do coltan (columbita-tantalita)/tântalo em dispositivos eletrônicos sendo extraído na República Democrática do Congo. Esta região é também um habitat primordial dos gorilas.

instituição e a advogar pela conservação.

• Divulgar cada sucesso, ainda que pequena, para endossar a missão e status do

zoológico ou aquário na comunidade.

Page 15: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

TARTARUGA DE COUROILHA BIOKO, GUINÉ EQUATORIAL

Page 16: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

3130C O N S E R VAT I O N S T R AT E G Y | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q UA R I U M S

V I S Ã O

Os zoos e aquários são redefinidos pela sociedade como organizações que salvam as populações de espécies na natureza, enquanto fornecem os mais altos padrões de cuidado e bem-estar para os animais residentes e proporcionam

experiências excepcionais e de mudança de comportamento aos visitantes.

Muitos zoológicos e aquários modernos acreditados estão trabalhando para se

certificar de que a gama de espécies que cuidam são apoiadas por ações de con-

servação significativas ligadas à sobrevivência das espécies em estado selvagem.

Enquanto os recursos não podem estender-se a fornecer suporte para todas as

espécies, as ações de conservação tomadas para as populações mais ameaçadas

terão um impacto positivo sobre todas as espécies dentro desse habitat.A

estratégia pró-ativa seria por fornecer exemplos cristalinos do papel essencial que

as instituições zoológicas desempenham na proteção das espécies na natureza.

Conectar experiências com os animais em instalações zoológicas à conservação

in situ está agora sendo efetivamente confirmada com uma abordagem de Plano

Unificado pela conservação das espécies.

Coletar informação que é necessária para medir o impacto do poder coletivo das

organizações zoológicas para salvar animais é crucial. A maneira com que os zoos

e aquários coletam informações para quantificar o impacto de suas atividades de

conservação é uma disciplina emergente.Serem reconhecidas como organizações

conservacionistas baseadas em resultados irá atrair uma ampla base de membros

e doadores, proporcionando a justificativa dos negócios para apoiar os programas

de conservação em campo. No entanto, as instituições que conduzem a missão têm

responsabilidades adicionais.

Os zoos e aquários são centros de recursos conservacionistas que recrutam,

treinam e endossam equipes para apoiar os esforços de conservação fora

de suas instalações (veja Apelo aos diretores de zoológicos e aquários).

Coletivamente, os zoológicos e aquários membros da AZA empregam mais

especialistas em neonatologia de animais selvagens, veterinários e cientistas

do que qualquer outra organização conservacionista. As habilidades e técnicas

de manejo de pequenas populações (por exemplo, base de coleta de dados

fisiológicos, aplicação de tecnologia para necessidades de pesquisa no campo,

medicina da conservação) adquiridas em instalações zoológicas podem ser

fundamentais para ajudar as avaliações de espécies da Lista Vermelha da

IUCN e os planos estratégicos, os governos locais, parques nacionais e res-

ervas a formular planos de manejo a longo prazo e estratégias para proteger

populações reduzidas e fragmentadas na natureza. A resposta mais eficaz à

crise de extinção será uma entidade internacional de conservação coerente

(zoológicos e aquários que trabalham com outras organizações conservacioni-

stas) que apoia e amplia áreas protegidas existentes e protege áreas protegidas

adicionais para o futuro.

A saúde da vida selvagem (incluindo a pesquisa e perícia veterinária) é uma

questão importante para a conservação das populações selvagens (veja

Ciência e Pesquisa). Doenças novas e emergentes e patógenos estão se tor-

nando uma preocupação urgente, simbolizados pelos declínios catastróficos

em anfíbios (quitridiomicose) e as pandemias que ameaçam os seres humanos

e animais (por exemplo, doença do vírus Ebola, a gripe aviária, síndrome

respiratória aguda grave). Os indivíduos selecionados para a reintrodução ou

translocações requerem testes, tratamentos e avaliações para ter certeza de

que os animais podem ser movidos com segurança entre habitats e países sem

espalhar ou introduzir doenças.

Como as ameaças ambientais se tornam cada vez maiores, os zoológicos e

aquários estão idealmente posicionados para serem campeões das espécies.

GORILLA DOCTORSEquipe de veterinários da Gorilla Doctors cuida de gorilas sel-

vagens em Ruanda, Uganda e na República Democrática do Congo

S A LVA N D O E S P É C I E S A M E A Ç A D A S

MARMOTA DA ILHA DE VANCOUVERILHA DE VANCOUVER, COLUMBIA BRITÂNICA, CANADÁ

Com mais de 13.000 espécies sob o cuidado de instituições zoológicas, um

esforço concentrado para melhorar e estudar estas populações terá conse-

quências significativas para a futura sobrevivência das populações selvagens.

Animais em zoológicos e aquários agem como embaixadores que, se aproveit-

ados de forma eficaz, podem proporcionar impacto e alcance do apoio que a

comunidade de zoos e aquários fornece para a conservação da vida selvagem.

É essencial prover os visitantes com explicações claras sobre o impacto que a

conservação no seu comportamento diário está tendo sobre as populações sel-

vagens, tanto local como globalmente, e focar-se em campanhas de mudança

do comportamento sobre quais destas mudanças serão mais positivas para a

conservação da biodiversidade.

As instituições zoológicas já estão desempenhando um papel importante na

conservação global de espécies e isso irá crescer à medida que as suas missões

conservacionistas são integradas em todos os aspectos das operações. A abor-

dagem de Plano Unificado se baseia nos pontos fortes e motivações para

conectar-se sinergicamente todos os conjuntos de habilidades e experiência

Page 17: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

32 33E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OS A LVA N D O E S P É C I E S A M E A Ç A D A S | C o n s e g u i n d o u m P l a n e t a m a s S a u d á v e l

das equipes dos zoos e aquários aos indivíduos e organizações que trabalham

no campo. Avanços em cuidados com os animais e pesquisa com populações

pequenas intensamente manejadas em instalações zoológicas estão sendo

aplicados a questões globais maiores.

Agir como ‘arcas’ ou reservatórios para facilitar a substituição de populações

selvagens extintas é um meio pelo qual os zoológicos e aquários conseguem a

conservação das espécies, e não um objetivo em si. No entanto, as populações

de espécies na natureza, mesmo em áreas protegidas, estão em declínio, e é

preciso tempo para estabelecer protocolos confiáveis para o manejo e criação

de animais selvagens. Os zoos e aquários têm agido como “salva-vidas” pela

sobrevivência e subsequente reintrodução de indivíduos criados em zoológicos

e aquários, impedindo a extinção de algumas espécies. Entretanto, as insti-

tuições zoológicas podem desempenhar um papel ainda maior, protegendo

espécies selvagens em seus habitats naturais. Por muitas razões, é preferível

manejar populações de forma proativa antes que seus números diminuam

vertiginosamente ou desapareçam completamente da natureza, e apoiar as

espécies saudáveis para que elas permaneçam resistentes em face das ameaças.

A capacidade de prever problemas de conservação de espécies pode muito bem

diminuir à medida que o tempo passa e a ecologia no mundo dominado pelo homem

torna-se mais complexa.No entanto, a conservação é algo que os jardins zoológicos

e aquários estão equipados para realizar, e essa habilidade deve ser expandida para

ter certeza de que possa ser

usada no futuro, se a situ-

ação na natureza se tornar

crítica. As Diretrizes sobre

o Uso do Manejo Ex Situ

para a Conservação de

Espécies da SSC/IUCN

delineiam uma ampla var-

iedade de formas com que os programas dos zoos e aquários podem contribuir para

a conservação.

A comunidade zoológica é um local perfeito para a implementação e alcance de

algumas das metas de Aichi da Biodiversidade, a fim de conseguir um planeta mais

saudável para todas as pessoas e animais. Para alinhar nossas atividades de con-

servação com a Meta 12 de Aichi da Biodiversidade , um levantamento recente

liderado pela WAZA identificou questões emergentes com potencial impacto sobre

a conservação de espécies ameaçada até 2020, de forma importante para os toma-

dores de decisão e os profissionais em zoológicos e aquários. Alguns cientistas e

conservacionistas globais já estão convencidos de que não há áreas selvagens reais

restantes, com cada ecossistema sendo afetado pelas atividades humanas. Isso

torna um caso ainda mais forte pela importância da participação de zoológicos e

aquários em influenciar governos em todos os níveis e em atividades de gestão sus-

tentável pelos habitats naturais, incluindo o fornecimento de habitat para espécies

nativas selvagens dentro e em torno dos terrenos das instituições, e em iniciativas

de ciência cidadã. O manejo de habitat deve ser realizado por equipes cooperativas

de zoológicos e aquários com competências complementares em água, vegetação,

espécies invasoras e desenvolvimento da comunidade. Restaurar, expandir, criar e

proteger habitat são fundamentais para nossa capacidade de salvar as espécies em

CONSERVATION FUSION, MADAGASCAR As comunidades locais participam nos esforços de refloresta-

mento em Madagáscar para preservar o habitat dos lêmures.

estado selvagem a longo prazo.

A conservação da vida selvagem não é apenas sobre como salvar os animais, mas

também é simultaneamente dirigida a melhorar a vida e a saúde das comuni-

dades locais que compartilham os mesmos recursos e ecossistemas. Educar e

capacitar as pessoas da linha de frente para identificar as ameaças crescentes

e mitigar os conflitos humanos-vida selvagem deve ser uma prioridade em

qualquer estratégia de conservação a longo prazo. Programas holísticos de

desenvolvimento sustentável, com incentivos econômicos que se concentram

em questões de qualidade de vida são cruciais para o sucesso de qualquer inicia-

tiva de conservação.

Para assegurar que os esforços coletivos das instituições zoológicas estão tendo um

efeito significativo sobre o salvamento de animais e habitats, os biólogos dos zoos

e aquários desenvolveram metodologias de avaliação de impacto; por exemplo, a

Ferramenta do Impacto do Projeto de Conservação, projetada para fornecer um

formato padronizado fácil para resumir as realizações do projeto e progresso. A

WAZA tem usado esses critérios para avaliar a eficácia de projetos de conservação

financiados pela WAZA, mostrando que os projetos avaliados estão ajudando a

melhorar o estado de conservação de espécies altamente ameaçadas e habitats em

regiões ricas em biodiversidade do mundo.O esquema de financiamento de pro-

jetos da WAZA, com mais de 250 projetos, serve para mostrar o que os zoológicos e

aquários fazem pela conservação da vida selvagem. Aproveitar os quadros de gestão

e tomadas de decisão adaptativas adotadas por outras organizações conservacioni-

stas também é apropriado. É importante que nós meçamos os impactos individuais

e coletivos de salvar animais em estado selvagem, para demonstrar que os jardins

Objetivo Estratégico C: Melhorar a situação da biodiversidade através da salvaguarda dos ecossistemas, espécies e diversidade genética.

Meta 12: Até 2020, a extinção de espécies ameaçadas conhecidas foi evitada e seu estado de conservação, especialmente daquelas em maior declínio, foi melhorado e sustentado.

M E TA 1 2 D E A I C H I DA B I O D I V E R S I DA D E

zoológicos e aquários são a força de conservação que dizem em suas declarações de

missão ou visão, e para facilitar seus esforços de comunicação para promover um

maior apoio para a conservação.

Enfrentar esses desafios ambientais e políticos extremamente complexos exi-

girá um esforço unido e uma colaboração eficaz com muitas outras organizações,

incluindo agências governamentais e organizações não-governamentais. Além de

colaborações científicas, a comunidade zoológica tem uma riqueza de experiên-

cias em comunicação de mensagens e histórias. Esses ativos interpretativos podem

ser aplicados ao defender o apoio com as entidades públicas e governamentais. Os

zoos e aquários podem se tornar agentes mais eficazes de mudança do comporta-

mento através da apresentação de casos de sucesso para um público maior e mais

bem informado (veja Criando uma Cultura da Conservação).

Um grupo de indicadores chave de desempenho dos zoológicos para a conser-

vação pode ser desenvolvido e incorporado em relatórios anuais institucionais

para fornecer indicadores mensuráveis de realizações. Salvar espécies em estado

selvagem requer um planejamento ao nível de paisagem, se os programas de

recuperação forem regionais ou internacionais.O sucesso da conservação requer

compromissos de longo prazo e o estabelecimento de relações de confiança com

as pessoas que vivem ao lado de espécies ameaçadas. Muitos zoológicos e aquários

são incapazes de estabelecer compromissos multi-anuais ou multi-décadas, ou

não têm os recursos para contratar equipes para desenvolver tais relacionamentos

profundamente pessoais. No entanto, instituições zoológicas são adequadas para

captação de doações e aumentar os fundos necessários para apoiar as organizações

conservacionistas de animais selvagens que são capazes de manter uma presença

em comunidades de uma gama de países e trabalhar para salvar a vida selvagem.

Conforme a comunidade dos zoológicos e aquários assume mais responsabili-

dades de espécies ameaçadas através de uma ampla variedade de locais e com uma

gama crescente de parceiros, haverá uma necessidade concomitante para financiar

os resultados da conservação. Enquanto o dinheiro e as doações nem sempre se

traduzem em esforços de conservação de qualidade, os fundos ainda são um req-

uisito essencial para a implementação de ações conservacionistas.Estima-se que

US$ 350 milhões são levantados anualmente para apoio direto da conservação

da vida selvagem por zoológicos e aquários em associações organizadas por todo

o mundo. A oportunidade para atrair novos doadores e apoiadores para a conser-

vação é reforçada através da definição clara do trabalho de conservação realizado

pelos zoológicos e aquários. A Associação de Zoos e Aquários (AZA) fornece um

bom conjunto de ferramentas, que descreve maneiras simples para levantar mais

fundos de conservação para uma instituição e determinar como essa facilidade se

compara com outras organizações de porte semelhante.

Se a comunidade zoológica pode alinhar alguns dos seus objetivos de conservação

com objetivos de desenvolvimento humano, o seu trabalho irá repercutir mais

fortemente com ambições políticas e filantrópicas e a relevância percebida de

apoio necessário para a conservação das espécies, bem como a proteção da bio-

diversidade e serviços ecossistêmicos. No entanto, este é um equilíbrio delicado

entre alinhar o trabalho dos zoológicos e aquários com metas de desenvolvimento

humano e ocasiões em que as responsabilidades da biodiversidade têm de ser

apoiadas.

CONCLUSÃOÉ imperativo que todos os jardins zoológicos e aquários aumentem a sua con-

tribuição e impacto sobre o salvamento de espécies na natureza, incluindo o

fornecimento de habilidades e recursos técnicos e financeiros. Criar uma conexão

clara entre um animal vivo em uma instalação zoológica e um projeto de conser-

vação no campo deve ser integrado em cada processo do plano diretor para ter

certeza de que o apoio adequado é gerado para salvar espécies em estado selvagem.

RECOMENDAÇÕES• Desenvolver uma estratégia de conservação ampla que integre ações conservacionistas em

todos os aspectos das operações, incluindo a proteção e preservação do habitat natural de

espécies nativas ao redor do terreno da instituição.

• Desenvolver um orçamento operacional que apoie a conservação a longo prazo (por

exemplo, pelo menos, 3% do orçamento operacional anual) e não dependa apenas de

doações externas (dinheiro fácil).

• Parceria com outras instituições da biodiversidade, a fim de implementar as melhores

práticas comprovadas e com organizações conservacionistas para maximizar os esforços

do lado de fora da instituição, especialmente identificando organizações conservacioni-

stas de confiança que serão responsáveis pela implementação de ações de conservação no

campo em que o apoio multi-ano pode ser fornecido.

• Articular com e fazer uso das parcerias formalizadas existentes da WAZA com organ-

ismos internacionais de conservação, contatos com agências governamentais para trazer

mudanças que dependam de alteração legislativa, e utilizar as habilidades individuais da

equipe para apoiar programas de conservação.

• Use um rigoroso processo de seleção para se certificar de que o melhor esforço de con-

servação está sendo feito para o dinheiro disponível e reavaliar cada projeto para relatar o

impacto que foi adquirido sobre a biodiversidade.

ASSOCIAÇÃO DE ZOOS E AQUÁRIOS (AZA), EUAA missão do SAFE: Salvando Animais da Extinção é combinar o poder dos visitantes de zoos e aquários com os recursos e a experiência coletiva dos membros da AZA e parceiros para salvar os animais da extinção. Esta missão é viável porque os zoológicos e aquários credenciados estão excepcionalmente bem posicionados para se tornar uma força pela conservação global, com mais cientistas, mais animais, e mais capacidade de ativar o público do que qualquer outra institu-ição não-governamental. O SAFE é construído em um registro traçado por 100 anos de zoos e aquários salvando com sucesso espécies ameaçadas de extinção.

Page 18: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

MAR ALLIANCEBELIZE

Page 19: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

3736C O N S E R VAT I O N S T R AT E G Y | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q UA R I U M S

Os zoológicos e aquários oferecem uma opor-

tunidade única para aumentar a compreensão das

espécies selvagens, suas necessidades ambientais e

sua capacidade de adaptação. Isto pode preencher

uma lacuna importante no conhecimento que não

pode ser adquirido a partir de populações selvagens

por causa do comportamento animal críptico, ambi-

entes inacessíveis, o acesso limitado aos animais, os

custos proibitivos de estudar um número suficiente

de indivíduos e a probabilidade de o próprio estudo

impactar sobre os animais que estão sendo obser-

vados. As populações mantidas nos zoológicos e

aquários fornecem acesso a indivíduos em uma base

de longo prazo, fornecendo parâmetros de contexto

e de história de vida para compreender o significado

de amostras coletadas em um único ponto no tem-

po.O trabalho à pronta disposição dos profissionais

de zoos e aquários também fornece um campo de

treinamento singular para desenvolver competên-

cias na manipulação de animais, contenção, medicina

veterinária especializada, reprodução e criação de

populações de animais selvagens. Os zoos e aquários

oferecem um local importante para os cientistas e

o público se encontrarem e comunicarem-se, for-

necendo uma plataforma para interpretar o resultado

da pesquisa e explicando as implicações para ações de

conservação.Através dos animais e da especialização

das equipes, os zoológicos e aquários têm um enorme

A pesquisa relevante à conservação pelos zoológi-cos e aquários é essencialmente uma forma de pesquisa aplicada para servir à missão conserva-cionista de uma instituição e pode abranger uma ampla gama de disciplinas que colaboram, de ciên-cias biológicas e veterinária até as ciências sociais, psicologia da conservação, e ciências da educação e comunicação.Há pelo menos dois tipos de pesquisa que os zoológicos e aquários realizam quando con-duzem pesquisas relevantes à conservação.

T I P O 1Tem como objetivo apoiar a conservação de campo diretamente; ou seja, a conservação das espécies e dos seus habitats em estado selvagem, incluindo a sua viabilidade ou sustentabilidade. Esta será normalmente uma pesquisa de campo, mas não é necessariamente limitada a este, se a investigação gera conhecimento que contribui diretamente para a conservação das populações selvagens. Por exemplo, estudos de nutrição real-izados em espécies que fazem parte de programas de reintrodução podem fornecer informações fundamentais para garantir a reprodução de várias gerações, saudáveis, em que alguns animais de cada geração são reintroduzidos na natureza. T I P O 2Tem a finalidade de reunir novos conhecimentos para servir à missão conservacionista da instituição. Esta cobre a investigação que pode avaliar as ati-tudes e preferências dos visitantes, e como o seu interesse e atitudes em relação à conservação e sustentabilidade pode ser melhorado, e beneficiar abordagens eficientes para comunicar os objetivos da conservação e educação ambiental.

potencial para conduzir e participar nas pesquisas

que levam a um melhor manejo dos animais sob seus

cuidados e as populações selvagens, e, assim, con-

tribuir para a viabilidade das espécies em um mundo

que enfrenta uma enorme crise de conservação.

ÂMBITO DA PESQUISA RELEVANTE À CON-SERVAÇÃOEm última análise, a pesquisa relevante à con-

servação beneficia a conservação das populações

naturais e dos ecossistemas. A pesquisa em si pro-

move a missão conservacionista de uma instituição,

e pode variar de uma pesquisa sobre populações

e seus habitats naturais conduzida e/ou apoiada

por instalações zoológicas aos estudos sobre os

animais e/ou visitantes dos zoológicos e aquários.

Como os esforços conservacionistas estão cada vez

mais propensos a seguir uma abordagem de Plano

Unificado, as pesquisas relevantes à conservação

também devem ser coordenadas entre os ajustes dos

zoológicos e a gama de habitats.

REALIZANDO PESQUISAS RELEVANTES À CONSERVAÇÃOPesquisadores acadêmicos, cientistas de agências

governamentais, e equipes de zoológicos e aquários

conduzem pesquisas relevantes à conservação, e há

aspectos que se sobrepõem significativamente entre as

agendas de cada comunidade.

Contribuições da ciência acadêmica para a missão

conservacionista dos zoológicos e aquários.Muitos

aspectos das operações dos zoos e aquários colocam

questões de pesquisa relevantes que são interessantes

para pesquisadores acadêmicos.Colaborações com

especialistas acadêmicos podem expandir o acesso

ao mais recente equipamento especializado e gerar

novas ideias para avaliação, diagnóstico e tratamento

de saúde, reprodução, genética, nutrição, bem-estar

e questões comportamentais dos animais cuidados

por instalações zoológicas.Os exemplos incluem a

avaliação e tratamento de saúde de um indivíduo

por especialistas em campo, o desenvolvimento e

a melhoria de técnicas de contracepção e repro-

dução assistida (incluindo preservação de células),

e o desenvolvimento de programas de nutrição e

enriquecimento ambiental adequados.

Os animais dos zoológicos e aquários podem ser um

recurso valioso para a comunidade de pesquisadores

CONSERVAÇÃO DA AVIFAUNA DAS MARIANAS (MAC), PACIFIC BIRD CONSERVATIONTranslocacando o olho-branco dourado entre as ilhas Mariana do Norte

C I Ê N C I A E P E S Q U I S A

V I S Ã O

Cada zoológico e aquário contribui para a pesquisa relevante à conservação para continuar a sua missão conservacionista, e maximiza

oportunidades para se envolver na pesquisa relevante à conservação.

As pesquisas relevantes à conservação também podem envolver outras espécies, não necessaria-mente exclusivamente aquelas que estão ameaça-das, o que pode servir como um “modelo” para testar e melhorar as ações e procedimentos relevantes à conservação aplicáveis às espécies em perigo. A abordagem de plano unificado poderá ajudar a decidir, numa base caso a caso, se um projeto em particular deve ser considerado como pesquisa rel-evante à conservação e quão essencial a sua con-tribuição é provável que seja. Onde não existem planos formais de gestão integrada da conservação do tipo plano unificado para uma determinada espé-cie, um pensamento unificado ainda pode ser útil para avaliar a necessidade e prioridade da proposta investigação relacionada com a conservação.

O que é pesquisa científica relevante à

conservação?

ZEBRA-DE-GREVYKENYA

Page 20: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

38 39E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OC I Ê N C I A E P E S Q U I S A | P e s q u i s a R e l e v a n t e à C o n s e r v a ç ã o

acadêmicos. Para a comunidade acadêmica, as áreas de pesquisa incluem a com-

preensão da biologia básica, história de vida, cognição e comportamento de espécies

ameaçadas, a calibração de métodos não-invasivos para avaliar estados fisiológicos

relevantes ao estado de saúde e reprodução dos indivíduos, testando a tolerância e

preferência da nutrição e as condições ambientais e o trabalho genético e taxonômico

para apoiar o manejo populacional e para desvendar a relação sistemática dos taxa

pouco conhecidos.Usar animais dos zoos e aquários para a pesquisa acadêmica só

é aceitável se os pesquisadores entenderem que seus estudos não devem compro-

meter o bem-estar dos animais, o benefício em termos de conhecimento adquirido

compensará quaisquer reduções temporárias potenciais no bem-estar, e tal pesquisa

beneficiar a missão conservacionista dos zoológicos e aquários. Para este fim, todas

as instituições zoológicas devem formular ou ter acesso a uma comissão de investi-

gação que analisa aplicações de pesquisas em potencial.

Aplicação para gestão da conservação.Os cientistas dedicados ao manejo animal e

recuperação de espécies podem se beneficiar das equipes e recursos dos zoológicos

e aquários.Nos casos em que os planos de recuperação requerem reprodução e rein-

trodução, os zoos e aquários têm a experiência na neonatologia e os pesquisadores

podem melhorar o sucesso reprodutivo e os recursos para gerenciar essas tarefas.

Eles também estão preparados para apoiar o manejo de pequenas populações, seja

de declínios populacionais ou fragmentação. No campo, os zoológicos e aquários

podem oferecer benefícios exclusivos, que vão desde o apoio financeiro para os

planos de gestão que precisam de dinheiro até a competência veterinária para a cap-

tura segura e manipulação dos animais. Os zoos e aquários também servem como

plataformas para que os cientistas relatem seus objetivos, resultados e progresso ao

público.

Os avanços científicos resultaram em novas técnicas de pesquisa e tecnologias que

não são rotineiramente disponíveis para zoológicos e aquários. A menos que insti-

tuições zoológicas individuais estejam dispostas a investir no desenvolvimento

de suas próprias instalações de pesquisa, o acesso a essas habilidades científicas e

ferramentas requer um compromisso de construir parcerias de longo prazo com

laboratórios acadêmicos, públicos e privados.Existem hoje inúmeras parcerias de

sucesso entre a comunidade acadêmica e os zoológicos e aquários, o que irá garantir

a melhoria da reprodução pela conservação e o bem-estar animal, aumentar a

nossa compreensão da resiliência das espécies, incentivar a pesquisa científica de

alta qualidade e reforçar a credibilidade científica dos zoos e aquários.A pesquisa

científica é essencial para o estabelecimento de populações de animais selvagens

auto-sustentáveis.

BASE DE DADOS E BANCOS DE RECURSOS BIOLÓGICOSBases de dados e bancos de materiais biológicos são ferramentas essenciais

para uma abordagem baseada em evidências para a pesquisa e ação pela conser-

vação, e deve ser considerada uma prioridade para todos os jardins zoológicos e

aquários.Um banco de dados dos animais e coleção bem organizada animais, e o

armazenamento e documentação adequados das amostras de animais mortos ou

vivos (biobancos) de instituições zoológicas ou em estado selvagem, é viável para

a maioria das instalações a custos modestos.Bases de dados e biobancos não só

irá aumentar a eficiência das operações de manejo, mas também proporcionar

um fornecimento de material de referência e diversidade genética. Além disso,

as melhorias em bancos de recursos de genoma e tecnologias reprodutivas têm

o potencial para superar questões de espaço e problemas com a manutenção da

diversidade genética (isto é, populações sustentáveis) ao longo do tempo.

Globalmente, os zoológicos e aquários estão coletando e armazenando em

biobancos regionais os recursos genéticos das espécies nas suas instalações, inclu-

indo projetos de colaboração, como o “FrozenArk”. Tais ferramentas tornam-se

mais valiosas através de uma participação e acesso amplos, e sendo compatíveis

entre si, onde for possível. O Sistema de Informações para Manejo Zoológico

(ZIMS), fornecido pelo Sistema Internacional de Informação de Espécies (ISIS),

é um excelente banco de dados, líder para registrar informações e facilitar o com-

partilhamento de dados.Com cerca de 900 instituições participantes no ISIS, as

informações essenciais ao nível de população para o manejo populacional e os

grandes tamanhos de amostra necessários para estabelecer normas veterinárias

estão prontamente disponíveis.

CIÊNCIA E EQUIPE DE PESQUISAAlguns zoológicos e aquários possuem departamentos ou equipes de pesquisa

contratados para certificar-se de que os objetivos da investigação sejam aten-

didos. Outros fornecem apoio a longo prazo para os pesquisadores não afiliados

com instituições zoológicas.Em ambos os casos, os zoos e aquários são capazes de

garantir que a pesquisa relacionada à conservação seja parte da sua pasta global

de investigação. Instituições que respondem a ad-hoc, muitas vezes dirigidos

externamente aos pedidos de pesquisa podem achar que a sua própria pasta de

investigação é de relevância limitada à conservação.

Uma vez que um pedido tenha sido gerado, a equipe (curadores, tratadores,

pesquisadores, médicos veterinários) deve determinar se o estudo é de valor para

o manejo, entendimento ou conservação de uma espécie. O investimento insti-

tucional é essencial ao sucesso de qualquer estudo, uma vez que assegura que a

pesquisa é realizada com o apoio e consistência suficiente. Retirar o apoio de um

projeto ainda não finalizado impede uma conclusão baseada em evidências de ser

alcançada. Isso desperdiça recursos já comprometidos e reduz o valor perceptível

da ciência para fornecer respostas claras. Os seguintes elementos de um projeto

devem ser considerados quando pesamos os benefícios e custos.

• Qual é o problema que gerou a pergunta?

• Qual é a pergunta da pesquisa específica?

• A resposta será importante para informar as operações do zoológico ou

aquário?

• Como é que a pesquisa será realizada?

• Será que a pesquisa precisa e tem aprovação ética?

• Qual será o custo do projeto e como serão assegurados esses fundos?

• Quem vai ajudar com o projeto e qual experiência que eles têm?

• Como os resultados serão publicados ou apresentados?

• Quais são os benefícios globais para o zoológico ou aquário (por exemplo,

desenvolvimento da equipe)?

ISe os zoológicos e aquários têm ciência e equipe de pesquisa dedicadas, eles

podem apoiar o desenvolvimento de uma política de investigação, propondo

prioridades de pesquisa e avaliação de projetos de investigação em perspectiva

INSTITUTO LEIBNIZ PARA PESQUISA EM ZOO E VIDA SELVAGEM (IZW), ALEMANHAFezes de um cão-selvagem-africano, coletadas como parte de um projeto no ecossistema de Ruaha, Tanzânia, apoiado por várias organizações conservacionistas, incluindo o Minnesota Zoo, Minnesota, EUA. As fezes revelam muitas coisas sobre um animal além do que ele come; por exemplo, a identidade da espécie, sexo, identidade individual, nível de estresse fisiológico, estágio reprodutivo, carga parasitária e contaminação com poluentes ambientais.

INSTITUTO LEIBNIZ PARA PESQUISA EM ZOO E VIDA SELVAGEM (IZW), ALEMANHAInsetos sugadores de sangue são uma ferramenta minimamente invasiva altamente bem sucedida

para obter amostras de sangue de espécies ameaçadas de uma forma livre de estresse. Este processo foi demonstrado durante o programa de conservação de reprodução e reintrodução do lince-ibérico

realizado por instituições zoológicas espanholas e portuguesas.

IZW, GERMANY, AND SFD & SWD, MALAYSIAImagem em armadilha fotográfica de uma civeta-lontra na Reserva Florestal de Deramakot, Sabah,

Bornéu malaio, tirada por um projeto amplamente financiado por instituições zoológicas.

PROJECTO TITI, COLÔMBIAA equipe de campo do Projeto Titiprepara amostras de fezes do sagui-cabeça-de-algodão para análise.

O Projeto Titi visa garantir a sobrevivência desta espécie na Colômbia e é parcialmente apoiado por instituições zoológicas.

Page 21: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

41

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã O

40

C I Ê N C I A E P E S Q U I S A | P e s q u i s a R e l e v a n t e à C o n s e r v a ç ã o

sobre a sua adequação em linha com a missão conservacionista da instituição.

A equipe deve ter um sólido background em pesquisa acadêmica e a capacidade

de construir parcerias com centros de pesquisa externos. Tais colaborações irão

ajudar a instituição a realizar seu pleno potencial nas pesquisas relevantes à

conservação.

ESTABELECENDO PRIORIDADES DE PESQUISAS CONSERVA-CIONISTASO estabelecimento de prioridades para as pesquisas relevantes à conservação

serão informados pela capacidade, recursos e missão conservacionista de um

determinado zoológico ou aquário. Todas as áreas de operações, bem como pro-

gramas de divulgação da conservação, beneficiará tal pesquisa; portanto, todos os

funcionários devem ser informados sobre e diretamente envolvidos na pesquisa,

quando apropriado e viável.

A colaboração entre instituições é essencial. Quando efetivamente aproveitada,

a rede global de instituições zoológicas credenciadas oferece um recurso de

pesquisa de conservação impressionante. Projetos de pesquisa cuidadosamente

projetados que operam em vários zoológicos e aquários, incorporando instituições

grandes e pequenas, irão gerar tamanhos de amostra maiores, bem como opor-

tunidades para avaliar a influência de uma ampla gama de variáveis do que seria

possível.A colaboração entre os zoológicos e aquários em programas de pesquisa

de conservação no campo irá garantir maior eficiência e recursos de forma mais

sustentável, e proporcionar oportunidades para o envolvimento significativo por

parte das instituições menores, que podem de outra maneira serem incapazes de

estabelecer e financiar a sua própria pesquisa conservacionista baseada em campo.

As instituições zoológicas devem se tornar componentes integrados de esforços

nacionais e globais para a pesquisa de conservação, melhorando e formalizando as

relações com as organizações encarregadas de avaliar e determinar as prioridades

de conservação e as questões de pesquisa.Estas incluem as agências de vida sel-

vagem e desenvolvimento, grupos de especialistas da SSC/IUCN, e organizações

não-governamentais e sociedades acadêmicas bem estabelecidas e focadas na

conservação.A implementação das metas relevantes de Aichi da Biodiversidade

por meio de pesquisa conservacionista também é uma prioridade. Estruturas

locais, regionais e globais para pesquisas relevantes à conservação baseadas em

zoos e aquários podem ser criadas ou reforçadas com o estabelecimento de par-

cerias com essas organizações, e encontrando acordo dentro das comunidades de

pesquisa e zoológicos quanto à forma de traduzir as recomendações dessas orga-

nizações nos planos de pesquisa com base nos zoológicos e aquários. Estes planos

de pesquisa poderão operar a nível global, regional e institucional, e seu impacto

na conservação deve ser avaliado regularmente.

A IMPORTÂNCIA DA PUBLICAÇÃOAté mesmo os estudos de pequena escala que proporcionam uma melhor com-

preensão da biologia e estratégias de manejo dos animais selvagens devem ser

publicados. Isso ajuda a evitar a duplicação de esforços, fornece informações

baseadas em evidências para orientar as decisões de gestão global, aumenta a

compreensão da comunidade em geral quanto às complexidades do manejo da

vida selvagem, e fornece evidências do valor da pesquisa para gestores e colegas.

Os resultados de estudos que não proporcionam resultados positivos muitas vezes

não são submetidos à publicação, mas, supondo que a ciência foi bem conduzida,

o trabalho ainda deve ser publicado para evitar a repetição e orientar estudos

futuros.

CONCLUSÃO Todas as instituições zoológicas devem avaliar o seu potencial e melhorar as suas

contribuições para as pesquisas relevantes à conservação e construir a sua própria

estratégia de pesquisa conservacionista, com metas realistas e exequíveis. Os zoos

e aquários podem facilitar as pesquisas relevantes à conservação em cada fase do

desenvolvimento, embora a capacidade de investigação das instalações zoológicos

irá variar individualmente e levar a diferentes níveis de produção de pesquisa.Planos

institucionais para pesquisa conservacionista devem ser desenvolvidos para se

alinhar com e contribuir para a missão de conservação de uma instituição.

RECOMENDAÇÕES• Avaliar e investir na capacidade de pesquisa do zoológico ou aquário, e o poten-

cial para desenvolver uma estratégia de pesquisa conservacionista, que servirá

à missão de conservação no campo e atenderá às necessidades de pesquisa das

populações das espécies na natureza e daquelas na instituição. A capacidade de

pesquisa poderá ser melhorada através do desenvolvimento de parcerias e con-

exões com organizações que têm a pesquisa como um negócio principal.

• Montar ou utilizar sistemas bem-estruturados de coleta e manejo de dados (por

exemplo, ZIMS), e uma coleção bem-organizada e de longo prazo de amostras

de espécimes (biobancos).

• Desenvolver uma política de investigação e estratégia de pesquisa conserva-

cionista encaixada à missão de conservação em campo da instituição.

• Considerar o desenvolvimento de parcerias com instituições acadêmicas e/ou

outros zoológicos e aquários com recursos de pesquisa, e assumir um papel de

liderança no desenvolvimento da próxima geração de biólogos da conservação,

incluindo a criação de oportunidades para que as crianças desejem seguir car-

reiras em ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

• Assegurar prioridade dada às pesquisas que podem alcançar resultados impac-

tantes e terem implicações claras para melhorar os esforços de conservação

para espécies em estado selvagem.Aligátor-do-Yangtzé

L I S T A D E V E R I F I C A Ç Ã O

PESQUISA CONSERVACIONISTA COM UM EIXO NA TAREFA DOS ZOOS E AQUÁRIOS

Você tem uma lista de prioridades de pesquisa e perguntas para a sua instituição? Se assim for, ela inclui questões de conservação relevantes?

Você estabeleceu regras para priorizar temas de pesquisa sobre questões de conservação relevantes?

Você criou o seu próprio biobanco, ou contribui regularmente para um biobanco central coordenado com protocolos padronizados e rastreamento de dados, com base em um propósito e estratégia específicos?

Você incentiva seus funcionários (curadores, tratadores, pesquisadores, veterinários) a conduzir (e publicar) estudos de casos que têm o potencial para melhorar as ações de conservação e apoiar uma abordagem baseada em evidências para atividades de conservação?

Existem atividades de investigação ou oportunidades de pesquisa que você poderia introduzir para melhorar a sua capacidade de contribuir para a pesquisa conservacionista?

LIGANDO RESULTADOS CIENTÍFICOS E UMA ABORDAGEM CONSERVACIONISTA BASEADA EM EVIDÊNCIAS COM PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

Você revê regularmente suas operações, políticas e procedimentos para se certificar de que são baseados nas mais recentes descobertas científicas sobre o planejamento da conservação?

Em seus planos para novos desenvolvimentos, incluindo abrigos para os animais, você incorpora infra-estrutura e espaço com as necessidades de pesquisa conservacionista em mente, o que também pode dobrar como opções de enriquecimento; tais como instalações de observação, distribuidores de alimentos experimentais, dispositivos de coleta individuais para amostras de urina ou fezes, ou rampas médicas?

Você já pensou em incorporar pesquisas relevantes à conservação em seus programas de educação aos visitantes?

GARANTINDO QUE OS ANIMAIS EM PESQUISAS CONSERVACIONISTAS QUE VOCÊ APOIA ESTÃO EM SITUAÇÕES DE BEM-ESTAR POSITIVAS

Seus bastidores e áreas de manejo reservadas para pesquisa animal atendem aos altos padrões de bem-estar?

Seus animais de pesquisa estão sujeitos ao mesmo nível de foco de bem-estar que os outros animais em sua instituição?

Os seus parceiros de pesquisa e conservação concordaram que eles mantenham altos padrões de bem-estar animal durante a realização de suas pesquisas conservacionistas?

Seus parceiros de pesquisa e conservação necessitam de apoio para ter certeza de que, durante a sua pesquisa, eles manterão elevados padrões de bem-estar animal?

EQUIPE

Você já pensou em permitir que a equipe em todos os níveis de tempo se voluntarie em um projeto de campo ou de pesquisa para desenvolver habilidades em uma determinada área?

Você já considerou a contratação de uma equipe de pesquisa qualificada para conduzir pesquisas relevantes à conservação como parte da missão conservacionista da sua instituição?

Sua equipe sabe como treinar animais para que o monitoramento do comportamento e saúde, bem como experimentos de pesquisa possam ser realizados sem causar estresse para o animal (por exemplo, condicionamento clássico e operante, treinamento médico)?

Sua equipe de pesquisa é treinada para observar o comportamento e monitorar o bem-estar dos animais sob seus cuidados?

Sua equipe de relações públicas entende o propósito dos experimentos de pesquisa, as diretrizes que os pesquisadores seguem para manter altos padrões de bem-estar animal e os resultados esperados em termos de resultados na pesquisa conservacionista?

PESQUISA CONSERVACIONISTA E POSSÍVEIS REQUISITOS LEGAIS

Você já confirmou que toda a papelada e avaliações necessárias foram preenchidas pelas agências governamentais apropriadas que supervisionam a pesquisa na sua área ou a área de sua pesquisa conservacionista no campo?

Você tem um comitê de pesquisa conservacionista?

Um comitê de pesquisa é consultado sobre as atividades de pesquisa propostas na sua instituição? Em caso afirmativo, o comitê tem membros externos, como um especialista em bem-estar ou um membro do público?

A aprovação de projetos de pesquisa é ligada a um compromisso que garanta elevados padrões de bem-estar animal para os indivíduos do estudo?

NOTAS:

Abaixo está uma lista de verificação para melhorar as operações dos zoos e aquários e maxi-mizar as oportunidades de pesquisas relevantes à conservação, assegurando simultaneamente elevados padrões de bem-estar animal.

Page 22: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

RECINTO DOS LEÕES-MARINHOSSAINT LOUIS ZOO, MISSOURI, EUA

Page 23: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

4544C O N S E R VAT I O N S T R AT E G Y | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q UA R I U M S

MetodologiaHá muitas maneiras diferentes para os zoológicos e aquários modernos

envolverem os visitantes, alunos, funcionários e comunidades.

ANIMAISAmbientes bem projetados para animais saudáveis são fortes veículos pelos quais envolver os vis-itantes (veja Organizações conservacionistas modernas e Bem-Estar Animal).

PLACASInformações claras sobre os animais, sua dis-tribuição geográfica e seu status na Lista Vermelha da IUCN. Mesmo sendo que menos de 25% dos visitantes irão ler uma placa em sua totalidade, a informação é essencial, mas deve ser reforçada através de interpretação pessoal e elementos interativos.

APRESENTAÇÕESApresentações atraentes e informativas que pro-porcionam uma forte mensagem de conservação podem ser o meio mais eficaz para aumentar a “intenção de conservar” de um visitante por causa do tamanho do tempo que a equipe interage com ele.

GRÁFICOS INTERATIVOSEnvolver o visitante no processo de aprendizagem reforça a sua memória.

TECNOLOGIAConectar-se à internet através de códigos barras e QR, usar mídias sociais e outros meios tecnológi-cos, recursos para o público de hoje que pode ser uma ferramenta poderosa para mostrar animais e comportamentos que não podem ser facilmente vistos, o que reforça a mensagem de conservação dos jardins zoológicos e aquários sobre salvar espécies e habitats selvagens.

CAMPANHASA WAZA estabeleceu a campanha ‘Biodiversidade somos Nós’ para a sensibilização da importância da biodiversidade para os seres humanos e promover ações individuais simples pela sua preservação. Eventos especiais envolvendo os visitantes e a comunidade local são uma boa maneira de incenti-var o engajamento na conservação.

PESQUISA & EVALIAÇÃOTodas as intervenções educativas e interpretativas devem ser estudadas e avaliadas quanto à eficácia.

O que as instituições zoológicas fazem para salvar ani-

mais em estado selvagem? Não é suficiente responder

que os jardins zoológicos e aquários inspiram as pes-

soas a se preocupar mais com os animais. Na maioria

dos casos, compaixão e sensibilização não levam à

ação a menos que um processo contínuo de engaja-

mento e de incentivo seja implementado. No entanto,

o sucesso da conservação a longo prazo será ligado

à forma como os zoológicos e aquários se envolvem

com seus visitantes e mudam comportamentos.

Os zoos e aquários estão em excelente posição para

influenciar os seus visitantes a apoiar (direta e indi-

retamente) as Metas de Aichi da Biodiversidade,

através da educação e programas públicos, marketing

e relações públicas. As instituições zoológicas são

capazes de aproveitar as conexões emocionais espe-

ciais entre animais e visitantes para proporcionar

oportunidades de aprendizado formais e informais

em educação para a conservação e as ciências mais

abrangentes de educação ambiental que reforçam

as missões dos zoológicos e aquários.A WAZA e

muitas associações regionais de zoos e aquários agora

impõem a obrigação de que cada estabelecimento

deve dispor de equipes de educação dedicadas, que

proporcionam experiências de educação para a con-

servação relevantes aos visitantes em seu cotidiano.

As instituições zoológicas são capazes de abrir os

corações e mentes de seus visitantes, proporcionando

assim um local relevante para transmitir as ameaças à

vida selvagem, e para inspirar, engajar e orientar ações

ambientais positivas. Visitas a zoológicos e aquários

podem aprofundar a compreensão e permitir que

as pessoas ajam de maneiras novas e positivas para

salvar a biodiversidade e proteger o meio ambiente.A

missão dos educadores em instituições zoológicas

não é apenas informar os visitantes sobre as espécies

na instituição, e aumentar a consciência sobre as

ameaças na natureza e os problemas que causam

a rápida perda de biodiversidade, mas também

promover ações de comportamento baseadas na

conservação e conservação in situ.Ferramentas e

técnicas comprovadas das ciências sociais podem ser

usadas para estimular comportamentos em prol do

ambiente que reduzem os impactos humanos sobre

as populações selvagens.

A fim de cumprir seu pleno potencial para salvar a

vida selvagem, instituições zoológicas estão apren-

dendo com as disciplinas de marketing e psicologia

V I S Ã O

Os zoos e aquários são vozes confiáveis para a conservação, e são capazes de se envolver e capacitar os visitantes, comunidades e funcionários de forma

mensurável para salvar a vida selvagem.

social que sustentam as campanhas de saúde e segu-

rança.Marketing social de base comunitária (CBSM)

e outras ferramentas de comunicação alcançam,

influenciam e envolvem um público mais amplo por

empregar a metodologia das ciências sociais. Estudos

de psicologia têm demonstrado que através da com-

preensão das atitudes humanas e valores em relação

ao ambiente natural, programas educacionais podem

ser desenvolvidos para capacitar os funcionários, vis-

itantes e comunidades a mudarem comportamentos

de uma forma que pode reduzir potencialmente

as pressões direcionadas pelos humanos sobre os

recursos limitados do mundo, as ameaças à vida sel-

vagem e a taxa de perda de biodiversidade.

A extinção não é inevitável ou natural ao ritmo atual.

A fragmentação, alteração ou destruição de habitats,

a sobre-exploração, poluição, espécies invasoras,

conflitos e a mudança climática são todas ameaças

induzidas pelo homem. A sociedade pode reduzir

estas ameaças através de mudanças conscientes em

atividades diárias que apoiem um estilo de vida suste-

ntável, ou seja, cada indivíduo pode fazer a diferença.

Reivindicar com fabricantes e a indústria pode levar

a mudanças positivas na prática dos negócios, ao

mesmo tempo pressionando os governos a atuarem

como um catalisador para incrementar a legislação e

sua aplicação em prol do ambiente.

USANDO AS CIÊNCIAS SOCIAIS PARA ENTENDER MUDANÇAS DE COMPORTA-MENTOAs instituições zoológicas têm utilizado os princípios

das ciências sociais, incluindo a psicologia da conser-

vação e ambiental, para compreender o que motiva

as pessoas a agirem a favor e contra a conservação da

biodiversidade. A psicologia da conservação tem sido

definida como: ‘‘O estudo científico das relações recíprocas entre os seres humanos e o resto da natureza, com um foco particular sobre a forma de incentivar a conservação do mundo natural... [usando] princípios, teorias ou métodos psi-cológicos para entender e resolver questões relacionadas com aspectos humanos da con-servação.’ ’

Implícita neste campo multi-disciplinar está a necessidade da relevância cultural e compreensão socioeconômica a fim de salvar a biodiversidade e utilizar os nossos recursos naturais e ecossistemas de forma sustentável.A psicologia da conservação leva em consideração as informações apresentadas, e como as pessoas se iden-tificam com os seus pares, família e amigos, o grau de

E N G A J A M E N T O — I N F L U E N C I A N D O M U D A N Ç A S D E C O M P O R T A M E N T O P E L A C O N S E R VA Ç Ã O

TARTARUGA-DOS-BREJOS-OCIDENTALOREGON ZOO, OREGON, EUA

Page 24: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

46 47E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OE N G A J A M E N T O — I N F L U E N C I A N D O M U D A N Ç A S D E C O M P O R TA M E N T O P E L A C O N S E R VA Ç Ã O | C o n h e c i m e n t o é P o d e r

confiança nas instituições que fornecem as informações e recomendações, bem como quais as barreiras que existem a ação e o que motiva as pessoas a agir.Quanto mais se aprender sobre os visitantes e como influenciá-los, mais as instituições zoológicas serão eficazes em salvar a vida selvagem e locais selvagens; especial-mente se mensagens positivas são usadas para ligar a conservação ao que as próprias

pessoas podem fazer para serem a diferença.

ASPIRAÇÕESDe modo a efetuar a mudança social, o compromisso de uma instituição zoológica

com a educação e defesa da conservação deve ser incorporado em uma política

de engajamento e integrado em toda a instituição, desde o diretor até os fun-

cionários de cada departamento (veja Criando uma Cultura da Conservação).

Além do mais, é possível avançar na defesa da conservação, apoiando e treinando

estudantes que podem ir trabalhar na conservação da biodiversidade.

A política de engajamento, em particular a necessidade de um comportamento

sensível à conservação, deve ser incorporada no processo de design na fase de

planejamento. Histórias interpretativas, gráficos, espaços de aprendizagem,

bem como experiências formais e informais de aprendizado, devem ser consid-

erados quando se planeja a funcionalidade de um novo empreendimento, tanto

na entrada como nos bastidores. A tecnologia também deve ser considerada na

fase de concepção, e integrada de forma a tornar a experiência mais impactante

para os visitantes e o alcance mais amplo; por exemplo, através de mídias sociais

e aquisições da mídia.

PROGRAMAS DE APRENDIZADOHá oportunidades educacionais em cada experiência, nos restaurantes, lojas de

varejo e jardins em todas as instituições zoológicas. Experiências envolventes

e significativas (sejam lições estruturadas ou encontros casuais) que facilitam

a mudança de comportamento podem incentivar ações de conservação em

curso depois de uma visita a um zoológico ou aquário. Programas formais e

informais devem incluir a possibilidade dos visitantes mostrarem suas ações

e manterem-se conectados através da mídia social, para incentivar a mudança

de comportamento a longo prazo. Ao desenvolver uma experiência de engaja-

mento da comunidade concebida para influenciar de ações conservacionistas,

os zoológicos e aquários devem articular claramente o que define o sucesso

antes de oferecer a experiência ao público. As campanhas devem se basear em

questões ambientais e de conservação que cada instituição acredita que possa

ter melhor impacto através do acesso a públicos-alvo relevantes, divulgação

desejada e capacidade de influenciar. Trabalhar em parceria com o governo

local, organizações da vida selvagem, supermercados e gestores de água irá

reforçar as mensagens ambientais e de conservação e o potencial para mudanças

de comportamento.

AÇÕESPara ameaças causadas por humanos, as instituições zoológicas precisam desen-

volver uma compreensão clara do que podem fazer para influenciar a mudança

de comportamento e inspirar novos comportamentos para reduzir o impacto

que as pessoas têm sobre o meio ambiente. Por exemplo, identificar e reformular

comportamentos da comunidade; compreender as influências sobre o público

para tal comportamento; identificar as barreiras e benefícios para o comporta-

AQUÁRIO DA BAÍA DE MONTEREY, CALIFÓRNIA, EUAProgramas como o guia “Seafood Watch” para zoológicos, aquários e outras

organizações alinhadas à conservação ajudar aos consumidores e às empresas a comprar frutos do mar capturados ou cultivados de forma a apoiar um oceano saudável e

diversos ecossistemas marinhos.

WILDLIFE CONSERVATION SOCIETY, NOVA YORK, EUAOs visitantes de instituições zoológicas podem participar em atividades de reivindicações simples, como esta petição para

acabar com o comércio de marfim e a morte de elefantes-africanos.

mento solicitado; desenvolver um novo modelo de influências para mudanças de

comportamento positivas; construir uma estratégia de marketing para acionar o

comportamento desejado; desenvolver uma campanha de estratégia de comu-

nicação.

TREINAMENTOTodas as instituições zoológicas devem ter programas de formação adequados

para a equipe que se comunica com os visitantes e a comunidade em geral.

Esses funcionários devem ser treinados nas habilidades necessárias para

desenvolverem programas e envolverem o público, incluindo a formação de hab-

ilidades de comunicação. Subjacente a isso, eles também precisam entender a

biologia básica, ecologia e status de conservação dos animais dentro da institu-

ição, e o que está sendo feito para ajudar a salvar as populações selvagens destas

espécies. Treinamento em dramaturgia e contar histórias também podem ser

úteis quando envolver os visitantes e a comunidade em geral.

Estágios e voluntariados nos departamentos de cuidados com os animais, mar-

keting e relações públicas fornece a todos os funcionários uma compreensão

mais profunda das necessidades e limitações dos animais, bem como da inter-

face da instituição com os visitantes. Proporcionar oportunidades semelhantes

aos departamentos de marketing e relações públicas aumentará a compreensão

e a capacidade de qual forma alcançar melhor as comunidades mais amplas.

A equipe deve ser apoiada a viajar para outras instituições, para conferências

regionais e internacionais, e para participar de eventos de formação, onde ideias

podem ser trocadas e novas abordagens e técnicas aprendidas. Quando e onde

for possível, a equipe de educação deve visitar projetos de conservação para

ganhar experiência em primeira mão dos desafios ambientais e da conservação

que muitas comunidades enfrentam ao adotar estilos de vida sustentáveis, ao

• Reduzir, reutilizar e reciclar

• Faça uma promessa de reduzir uma ameaça humana

• Apoie a conservação através de voluntariado ou doações

• Reivindique com políticos e indústrias para fazer mudanças que dão

suporte a um futuro sustentável

• Faça sábias escolhas de consumo que tenham um impacto direto sobre

os animais selvagens e lugares selvagens

• Mude o seu próprio comportamento, e aquele dos seus amigos e

conhecidos

Seis passos para alcançar a mudança de comportamento.

A Ç Õ E S A M B I E N T A I S

ZOOS VICTORIA, AUSTRÁLIAConectar os visitantes aos animais é um dos nossos maiores ativos na luta para salvar espécies da extinção.

WAZA, SUIÇAA campanha ‘Biodiversidade somos Nós’ é cronometrada para

apoiar a Década das Nações Unidas sobre a Biodiversidade 2011-2020, fornecendo ferramentas para a sensibilização sobre

a biodiversidade.

twitter.com/BioDivUsfacebook.com/BioDiversityIsUs

Download the app

We are all connectedYou are part of the exciting web of life that includes millions of species of plants and animals.

We call this ‘biodiversity’.

But it is shrinking fast, putting our planet – its people and animals – at risk.

You can help stop this. Through your daily actions, you can make the world a better place.

What will you do today?

Biodiversity is Us.

Download the ‘Biodiversity is Us’ app and discover what you can do today.

Page 25: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

48 49E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OE N G A J A M E N T O — I N F L U E N C I A N D O M U D A N Ç A S D E C O M P O R TA M E N T O P E L A C O N S E R VA Ç Ã O | C o n h e c i m e n t o é P o d e r

lidar com questões como a degradação do habitat e conflitos entre humanos e

animais selvagens. Isso dá credibilidade à equipe com a responsabilidade de se

comunicar com os visitantes e lhes permite falar da experiência em primeira

mão.

PESQUISA E AVALIAÇÃO EDUCACIONALUma recente avaliação global dos impactos educacionais de visitas a zoológicos e

aquários conduzida pela WAZA, como parte da campanha ‘Biodiversidade somos

Nós’, descobriu que um número significativo de pessoas encerram a sua visita com

maior compreensão da biodiversidade e um maior conhecimento das ações que

ajudam a proteger a biodiversidade.Estes resultados são a evidência mais convin-

cente até agora de que as visitas aos jardins zoológicos e aquários contribuem para

aumentar o número de pessoas que entendem a biodiversidade e sabem das ações

que podem tomar para ajudar a protegê-la, contribuindo assim de forma positiva

para a Meta 1 de Aichi da Biodiversidade.

Este tipo de avaliação fornece informações importantes, tanto a nível global

como para cada zoológico e aquário. Cada instituição deve avaliar a eficácia dos

seus programas em influenciar comportamentos dos consumidores em prol da

conservação. Os comportamentos mais marcantes, equívocos, o que os visitantes

esperam e quais mensagens melhor entram em ressonância com o público-alvo

desejado podem ser obtidos através de pesquisas de mercado ou pré-avaliações. Os

materiais de avaliação incluem pesquisas, grupos de foco, entrevistas e pré e pós-

testes, e tornam possível medir a eficácia da experiência do visitante, aprendendo

objetivos e as intenções para a mudança de comportamento pela conservação.

Avaliações somativas são uma ferramenta benéfica e podem ajudar a orientar

futuras melhorias.

Avaliações pós-visita permitem que as pessoas reflitam sobre sua visita e informem

sobre qualquer mudança de comportamento que se comprometeram após esta.

Isto é agora mais fácil do que nunca, pois os dados podem ser coletados, e mídias

sociais, mensagens de texto e e-mail utilizados para contactar os visitantes

quando eles deixam a instituição, embora a fraqueza inerente do auto-relato deva

ser reconhecida. O próximo desafio será encontrar formas de avaliar a mudança

de comportamento dos visitantes a longo prazo discretamente e de uma maneira

não-tendenciosa quanto possível (por exemplo, para minimizar o impacto dos vis-

itantes que desejam agradar a pessoa que conduz a pesquisa).

ALINHANDO ESTRATÉGIA E AÇÕES DE CONSERVAÇÃOSe os zoológicos e aquários estão pedindo aos visitantes para mudar o seu com-

portamento, então essas instituições também precisam se comportar de maneira

ideal pela conservação.Instalações zoológicas são operações de negócios sig-

nificativos e têm a capacidade de liderar o caminho em práticas de negócios

sustentáveis, definindo metas para reduzir suas pegadas de carbono, e insistindo

em práticas sustentáveis, produtos sustentáveis e outras ações em prol da

conservação dentro de acordos com fornecedores, inclusive se tornando certifi-

cadas em carbono neutro (veja Criando uma Cultura da Conservação). ‘Zoos e

Aquários por 350’ fornece orientação para ecologizar traballhos e instituições

(por exemplo, através da alienação de empresas de combustíveis fósseis e rein-

vestindo em soluções que se alinham com missões de conservação) assim como

indivíduos e comunidades que se unem para combater a mudança climática.

CONCLUSÃOAs instituições zoológicas estão numa posição única para interagir com os visi-

tantes, comunidades e sociedades em questões de conservação em um ambiente

lúdico.Os zoos e aquários são capazes de influenciar e inspirar comportamentos

de conservação positivos, e fazer diferenças importantes que apoiem a sua missão

principal: conservar a biodiversidade. A meta de todas as instituições zoológicas

deve ser a de se envolver com os visitantes, outros zoológicos e aquários e orga-

nizações conservacionistas e comunidades para encorajar comportamentos

sensíveis à conservação que suportem a conservação da biodiversidade. Este obje-

tivo pode ser alcançado por influenciar atitudes e conhecimentos desejados, e com

base na psicologia da conservação. Ao estabelecer objetivos claros, mensuráveis,

será possível avaliar o impacto de tais interações entre os zoológicos e aquários e

seus visitantes. A importância de conectar as pessoas com a natureza é vital para a

construção do apoio à conservação.

RECOMENDAÇÕES • Crie um quadro de engajamento institucional mensurável em todos os níveis

(funcionários, voluntários, visitantes e comunidades) para a educação pela

conservação, defesa e relevância cultural das questões relacionadas com a

perda de biodiversidade.

• Utilize as descobertas mais recentes em marketing social, pesquisa e psico-

logia da conservação para projetar programas que envolvam os visitantes em

comportamentos em prol da conservação, especialmente questões locais que

possam afetar ou impactar os visitantes.

• Invista na estratégia de educação e avaliação das habilidades da equipe e facilite

as interações entre departamentos, e interprete a forma como os programas de

HOUSTON ZOO, TEXAS, EUAOs zoos e aquários podem educar os seus visitantes sobre escolhas ambientalmente sustentáveis, como o uso de sacolas de compras reutilizáveis, proporcionando-lhes a capacidade de fazer mudanças comporta-mentais de longo prazo.

SNOW LEOPARD CONSERVANCY, RUSSIAInfluenciar mudanças de comportamento pela conservação se dá tanto dentro das instituições zoológicas como ao redor do mundo com os projetos de conservação parceiros; por exemplo, o Festival do Leopardo-das-Neves na Rússia.

Furão-de-patas-negras

WAZA, SUIÇAGuepardo como parte de uma coleção especial de brinquedos de pelúcia em apoio à campanha ‘Biodiversidade somos Nós ‘da WAZA.

engajamento estão relacionados com os padrões nacionais e locais de educação.

• Defina os comportamentos desejados e como eles serão comunicados ao

público visitante (por exemplo, crianças jovens, grupos escolares, adultos),

e especifique como o impacto será avaliado, e estabeleça um sistema de uti-

lização de informações sobre bem-estar animal, a composição das espécies do

zoológico e/ou aquário e comportamentos dos animais para envolver os visi-

tantes em comportamentos em prol da conservação.

• Busque colaborações com universidades, museus, outros zoológicos e aquários,

e organizações conservacionistas para contribuir com mais pesquisas, aval-

iações, parcerias e compartilhamento de dados nas áreas de educação pela

conservação e influenciar comportamentos em prol do meio ambiente.

Page 26: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

ATELOPUS LIMOSUSPANAMÁ

Page 27: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

5352C O N S E R VAT I O N S T R AT E G Y | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q UA R I U M S

As Metas de Aichi da Biodiversidade visam principalmente a preservação da bio-

diversidade em habitats naturais. No entanto, devido aos impactos humanos agora

afetarem todos os ecossistemas, um número crescente de espécies irá se benefi-

ciar, e cada vez mais precisar, de manejo populacional intensivo.Essa tendência

enfatiza a necessidade que os zoos e aquários estejam mais diretamente envolvidos

no manejo intensivo de um número crescente de espécies, tanto em instalações

zoológicas como em estado selvagem. Como os zoológicos e aquários se envolvem

em um incremento da reprodução para fins de preservação da biodiversidade, a

seleção das espécies cuidadas deve ser usada para concentrar os recursos limit-

ados sobre aquelas para os quais pode ser feita uma diferença protetora ampla e

de longo prazo.

A IUCN reconheceu que a reprodução para a conservação por zoológicos e

aquários tem desempenhado um papel na recuperação de um quarto das 64

espécies de vertebrados cujo status de ameaça foi reduzido segundo a Lista

Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN.Reproduzir animais sob cuidados

humanos e reintroduzi-los na natureza como parte de um plano de recuper-

ação coordenado, foi uma das ações de conservação mais citadas que levaram à

melhoria do status na Lista Vermelha da IUCN.Para as aves, a reprodução e rein-

trodução ajudou a evitar a extinção de seis das 16 espécies que provavelmente

seriam perdidas na ausência de medidas de conservação. Para os mamíferos, a

reprodução e reintrodução tem sido mais bem sucedidas na melhoria do status

de conservação do que outras ações de conservação, e contribuiu para a verda-

deira melhoria no status na Lista Vermelha da IUCN de pelo menos 9 espécies.

As ameaças às populações selvagens, e o potencial para programas dos zoos e

aquários para mitigar essas ameaças, podem ser identificados durante o processo

formal de planejamento de conservação das espécies e/ou com a aplicação das ori-

entações revistas nas Diretrizes sobre o Uso do Manejo Ex Situ para a Conservação

de Espécies da SSC/IUCN.

SITUAÇÃO ATUAL DO MANEJO POPULACIONALOs zoológicos e aquários têm assumido uma crescente liderança e responsabilidade

pelos programas de reprodução para a conservação ao longo dos anos. Nenhum

outro grupo de instituições tem o conhecimento científico e experiência prática

para manter e criar milhares de espécies de animais, oferecendo assim um enorme

potencial para contribuir para a conservação da vida selvagem. Essas habilidades e

recursos baseados nos zoos e aquários são mais eficazes para alcançar os resultados

INFERIOR: HOUSTON ZOO, TX, USAPanda-vermelho

ACIMA: HOUSTON ZOO, TX, USACão-selvagem-africano

Nenhum outro grupo de instituições tem o

conhecimento científico e experiência prática

para manter e criar milhares de espécies de

animais, oferecendo assim um enorme potencial

para contribuir para a conservação da vida

selvagem.

M A N E J O P O P U L A C I O N A L

MUTUM-DE-BICO-AZUL HOUSTON ZOO, TEXAS, EUA

V I S Ã O

Como centros de especialização em manejo de pequenas populações, os zoológicos e aquários estão envolvidos em programas de manejo populacional colaborativos e baseados na ciência, envolvendo as partes interessadas para alcançar populações viáveis de espécies selecionadas, tanto sob cuidados humanos como na natureza.

de conservação quando aplicados através de parcerias extensas e interdisciplinares.

Para cumprir o conjunto completo de funções de conservação necessárias, as pop-

ulações de animais selvagens sob cuidados humanos devem ser demograficamente

robustas, os animais devem ser comportamentalmente competentes e genetica-

mente representativos das contrapartes selvagens, e o programa de reprodução

deve ser capaz de sustentar essas características para o futuro. Os indivíduos que

compõem populações viáveis devem ser saudáveis em todos os aspectos, incluindo

um estado de bem-estar animal positivo (veja Organizações conservacionistas mod-

ernas e Bem-Estar Animal), e serem provenientes de fontes legais, sustentáveis e

éticas.

Pequenas populações raramente são suficientes para garantir a persistência a longo

prazo de uma espécie. Os programas de reprodução a nível regional ou global podem

ajudar a formar populações maiores, se necessário.A maioria dos programas é gerida

Page 28: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

54 55E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OM A N E J O P O P U L A C I O N A L | P r e s e r v a n d o a B i o d i v e r s i d a d e

a nível regional por razões logísticas e regulamentares. Uma nova forma de pro-

mover a colaboração inter-regional está sendo testada através dos Planos Globais

de Manejo de Espécies (GSMPs) administrados sob os auspícios da WAZA. Um

GSMP envolve a gestão de um táxon em particular, com um conjunto acordado de

metas a nível global, que é construído em cima destas e respeitando os processos

regionais existentes.

Studbooks internacionais e regionais fornecem os dados que podem ajudar a facilitar

a coordenação de tais esforços de reprodução para a conservação através das institu-

ições zoológicas.Os studbooks são repositórios de pedigree e dados demográficos de

animais geridos internacional ou regionalmente. Os studbooks internacionais são

administrados sob os auspícios da WAZA. O ZIMS é um aplicativo que mantém o

controle de indivíduos animais ao longo das suas vidas.Novos recursos foram adi-

cionados ao ZIMS para ajudar os responsáveis pelo studbook, e dados bem geridos e

atualizados vão melhorar os dados dos animais e da população que o ZIMS oferece

dentro do aplicativo. Como os membros do ISIS inserem os dados no ZIMS, eles

contribuem para o manejo eficiente da população por toda a comunidade zoológica.

Além do mais, a aplicação desse tipo de sistema de registros para pequenas popu-

lações em reservas poderia avançar a abordagem de plano unificado e fazer uma

contribuição direta para sustentar a vida selvagem na natureza.

É vital reconhecer que o espaço para manter e reproduzir populações maiores de

muitas espécies é o maior empecilho para o estabelecimento da sustentabilidade

a longo prazo.Esta questão sobre o espaço disponível foi reconhecida na década

de 1980, mas continua a ser uma necessidade crítica na construção de populações

sustentáveis hoje, com uma demanda para cuidar de mais espécies em jardins

zoológicos e aquários. Outra questão crucial é a dificuldade que os profissionais

de zoológicos encontram para mover animais (ou gametas) para fins reprodutivos.

Obstáculos regulatórios continuam a fazer o movimento de animais entre regiões

difícil. Isto ameaça o sucesso da implementação de GSMPs e de outros programas

inter-regionais de colaboração. Além disso, frustra o manejo cooperativo de

espécies mantidas em diferentes regiões cuja população coletiva seria sustentável,

se os indivíduos nas populações isoladas e regionais pudessem ser movidos previ-

sivelmente para propósitos reprodutivos.Maiores esforços devem ser feitos para

influenciar a legislação no que diz respeito a mover animais (ou gametas) para fins

de reprodução.

Se a comunidade zoológica tiver sucesso no estabelecimento de populações sus-

tentáveis, a importância vital do manejo cooperativo de populações, realizados

por líderes dos programas e os responsáveis por studbooks, deve ser reconhecida

e apoiada.Em um ambiente em que os recursos financeiros e outros são limitados,

o planejamento da coleção é crucial e a alocação de recursos é restrita, a cooper-

ação no manejo das populações é essencial para o sucesso a longo prazo dos zoos

e aquários. Os responsáveis pelos projetos e studbooks são fundamentais à con-

servação da biodiversidade e fornecem um serviço inestimável para a comunidade

zoológica.

O FUTURO DO MANEJO POPULACIONALNa Visão e Estratégia Corporativa da WAZA rumo a 2020, o primeiro objetivo

operacional é que uma ligação clara deve ser estabelecida e comunicada entre a

conservação de campo, e o trabalho de conservação realizado nos zoológicos e

aquários. Em sintonia com este objetivo, a presente Estratégia postula o alvorecer

da era de foco crescente em uma abordagem mais holística para a conservação

integrada das espécies – a abordagem do Plano Unificado para o planejamento da

conservação das espécies.A conservação integrada funciona ao longo de um con-

tinuum de gestão intensiva, incluindo a pouca, se alguma, intervenção humana em

populações selvagens em todo o trajeto até populações intensamente manejadas em

algumas reservas e nos jardins zoológicos e aquários. Além disso, a fim de construir

populações sustentáveis, as instituições zoológicas devem se comprometer a apoiar

e treinar a equipe que implementar o manejo populacional cooperativo.

Cada vez mais, como resultado da perda de habitat e fragmentação de habitats e

de populações, muitas populações selvagens têm semelhanças com as populações

sob cuidados humanos – pequenas em tamanho, fragmentadas e com o fluxo de

genes limitado entre elas.Por exemplo, os animais reintroduzidos em reservas rel-

ativamente pequenas e cercadas, exigem translocação periódica de indivíduos para

COPENHAGEN ZOO, DINAMARCAReprodução pela conservação e reintrodução de sapos-corredores na Dinamarca e Estônia

simular a dispersão natural e manter o fluxo gênico. Este modelo é referido como um

manejo metapopulacional, e como processos metapopulacionais naturais, tais como

a dispersão, estão sujeitos à intervenção humana. O manejo de metapopulações

envolve a gestão de um conjunto de populações que interagem sob um objetivo

comum de conservação. Seus componentes podem incluir várias populações

regionais manejadas sob cuidados humanos (incluindo programas de reprodução

entre países), múltiplas populações selvagens (incluindo populações reintroduz-

idas) e bancos de recursos genômicos.

A viabilidade populacional a longo prazo muitas vezes requer transferências de

animais (ou gametas) para reprodução. Tradicionalmente, isso incluiu o inter-

câmbio de animais entre os responsáveis pela população sob cuidados humanos,

importação de animais do ambiente selvagem reforçar para reforçar a já existente

ou estabelecer novas populações sob cuidados humanos, e exportação de animais a

partir de populações sob cuidados humanos para a natureza. Estas transferências

podem ser combinadas sob um guarda-chuva de trocas interativas de animais (ou

gametas) entre populações in situ e sob cuidados humanos para alcançar resultados

de conservação coincidentes. Isto aumenta muito a capacidade de sustentar popu-

lações viáveis, tanto em instituições zoológicas como em estado selvagem. Por uma

questão de manejo populacional eficaz, a legislação em níveis nacionais e interna-

cionais (incluindo os regulamentos da Convenção sobre o Comércio Internacional

de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Selvagens [CITES]) devem ser adaptados

e aplicados para proporcionar oportunidades para essas trocas interativas.

A ciência de manejar pequenas populações sob cuidados humanos é de relevância

direta para programas de conservação no campo que exigem técnicas de manejo

intensivas da vida selvagem.Por exemplo, cercas podem ser altamente eficazes para

a prevenção de conflitos entre humanos e a vida selvagem em populações de ani-

mais adjacentes a áreas habitadas. No entanto, as populações cercadas irão exigir

intervenção humana para serem viáveis a longo prazo. Da mesma forma, as popu-

lações pequenas e fragmentadas podem requerer a translocação de animais entre as

poucas áreas restantes para restaurar o fluxo gênico. Com mudança no uso da terra

e, cada vez mais, as mudanças climáticas progredindo a fragmentação, degradação e

destruição do habitat, é provável que a translocação se torne uma ferramenta cada

vez mais importante de conservação.Isso inclui considerar o papel que os zoológicos

e aquários podem desempenhar no conceito emergente de ‘reselvagização’, com o

objetivo de restaurar os processos ecológicos para recriar ecossistemas funcionais.

A orientação estratégica é fornecida nas Diretrizes revisadas para Reintroduções e

Outras Translocações pela Conservação da SSC/IUCN.

À medida que a crise da biodiversidade se intensifica, um número crescente de

espécies provavelmente irá exigir alguma forma de manejo intensivo da população

(intervenção humana), a fim de evitar a extinção. Orientação sobre se e quando as

atividades em zoológicos e aquários podem ser um componente benéfico de uma

estratégia global de conservação das espécies é fornecida nas Diretrizes revisadas

sobre o Uso do Manejo Ex Situ para a Conservação de Espécies da SSC/IUCN.

Essas diretrizes delineiam um processo de tomada de decisão de cinco passos

que definem potenciais funções de conservação que as populações sob cuidados

humanos podem desempenhar, o tipo de atividades necessárias para cumprir essas

funções, e a viabilidade, os riscos e probabilidade de sucesso. O manejo popula-

cional pode ser usado de maneira mais eficaz como uma ferramenta de conservação

se as formas específicas com que ele pode melhorar a viabilidade da população ou

impedir a extinção são identificadas e avaliadas criticamente, como parte de uma

abordagem integrada ao planejamento de conservação das espécies.

Além do desenvolvimento de ferramentas para a gestão relacionadas ao compor-

tamento, reprodução, genética, saúde e bem-estar de populações intensamente

manejadas, abordagens inovadoras são necessárias para melhorar a capacidade de

sustentar populações viáveis, tanto sob cuidados humanos quanto na natureza, tal

como identificado em um levantamento recente conduzido pela WAZA para a con-

servação das espécies por zoológicos e aquários.Há desafios existentes que também

precisam de atenção, como o manejo das espécies que vivem em grupos, do baixo

sucesso reprodutivo, a gestão de metapopulações e adaptações de serem mantidas

sob cuidados humanos. Pesquisas e novos avanços tecnológicos (por exemplo,

genômica) estão emergindo com o potencial de mudar significativamente e mel-

horar a forma como as populações são geridas (veja Ciência e Pesquisa).Haverá

a necessidade de desenvolver novas formas e ferramentas de software para incor-

porar essas descobertas e tecnologias para o manejo populacional. Isso inclui, por

exemplo, centros de reprodução fora dos locais, reservas extrativistas e bancos de

recursos genômicos. Desenvolver populações sustentáveis, geneticamente diversas,

é uma obrigação que atende à conservação no campo e ao trabalho de conservação

realizado em instituições zoológicas, e metas de bem-estar animal (veja Ciência e

Pesquisa).

Uma forma significativa de melhorar a sustentabilidade da população e os benefícios

da conservação é melhorar o manejo populacional nos países de ocorrência de

espécies ameaçadas. Da mesma forma, manter boas parcerias com os gestores de

populações selvagens é fundamental para aumentar o impacto dos programas de

reprodução. Os acordos devem ser feitos com as autoridades de gestão para asse-

gurar que todos saibam quais metas devem ser cumpridas para atingir os objetivos

da equipe de recuperação e que tarefas são da responsabilidade de cada instituição.

CONCLUSÃOO manejo populacional sustentável é uma das questões mais cruciais para os

zoológicos e aquários modernos, e os visitantes podem ter dificuldades de difer-

enciar entre as necessidades individuais de um animal (bem-estar animal) e as

necessidades de conservação de uma espécie (manejo da população).O manejo

de populações dentro das instituições zoológicas exige regularmente transferên-

cias de animais, seleção de parceiros, composição de grupos sociais, a eutanásia

ou contracepção, e esses requisitos devem ser claramente explicados a todos os

interessados, em termos de conservação e bem-estar.

RECOMENDAÇÕES• Devido à falta de espaço ser o maior impedimento para o estabelecimento de

populações sustentáveis a longo prazo, os zoológicos e aquários devem dedicar

espaço à manutenção e reprodução de espécies manejadas cooperativamente

como um compromisso fundamental pela sustentabilidade.

• Programas de reprodução pela conservação devem ser avaliados, tanto qualita-

tiva como quantitativamente, com uma base regular em termos de seu sucesso

em atingir as metas estabelecidas e sustentabilidade, e por seu potencial

impacto na conservação.

• Programas integrados de conservação das espécies devem promover avanços

nas colaborações entre zoológicos e aquários, organizações não-governamen-

tais, instituições acadêmicas, agências governamentais e outros parceiros de

mesma opinião quando o manejo intensivo da população é considerado ade-

quado para alcançar os resultados positivos de conservação.

• Para alcançar resultados significativos de conservação, os zoológicos e aquários

devem centrar a sua atenção sobre espécies ameaçadas para as quais eles

podem fazer a diferença. Onde programas de reprodução regionais e relevantes

devem se unir para abordar estratégias globais de conservação das espécies.

• Boas práticas de neonatologia e bem-estar animal são pré-requisitos para pro-

gramas de reprodução bem sucedidos e, portanto, devem ser a base para todo o

trabalho dos zoos e aquários, tanto nas instituições como no campo; incluindo

a formação e apoio para a equipe que realiza o manejo da população em todos

os níveis

Page 29: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

FILHOTE DE MORSA-DO-PACÍFICOWILDLIFE CONSERVATION SOCIETY, NOVA YORK, EUA

Page 30: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

5958C O N S E R VAT I O N S T R AT E G Y | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q UA R I U M S

A excelência em bem-estar animal é fundamental

para atingir uma meta compartilhada de con-

servação da vida selvagem. Demonstrar que o

bem-estar dos animais é do mais alto padrão pos-

sível é crucial e deve ser visível em todos os jardins

zoológicos e aquários. Enquanto a conservação

da vida selvagem é o propósito central das institu-

ições zoológicas, o bem-estar animal positivo é a sua

atividade principal. Um resumo mais detalhado do

bem-estar animal em zoos e aquários é descrito em

Cuidando da Vida Selvagem: A Estratégia Mundial

de Bem-estar Animal dos Zoológicos e Aquários.

Instalações zoológicas modernas se esforçam para

fornecer as necessidades complexas dos animais e

tem como objetivo, na medida do possível, permitir

que as espécies sob seus cuidados expressem uma

variedade de comportamentos naturais tão grande

quanto possível.

A percepção humana e as respostas emocionais ao

bem-estar dos animais em zoos e aquários são dis-

tintas de outras indústrias de manejo animal, tais

como animais domésticos ou de fazendas para os

quais foram desenvolvidos paradigmas tradicionais

de bem-estar animal. Nos zoológicos e aquários, os

funcionários formam laços estreitos com os ani-

mais, muitas vezes cuidando deles por muitos anos.

Instituições zoológicas modernas normalmente

abrigam um pequeno número de indivíduos ani-

mais de alto valor para a conservação. Os próprios

animais têm alto valor intrínseco e, além disso, são

muitas vezes amados pelos visitantes – e podem

se tornar um foco de intenso interesse público e

envolvimento emocional.

ALCANÇANDO CONDIÇÕES DE BEM-ESTAR ANIMAL POSITIVOAnimal O bem-estar animal se refere ao estado de um

animal, incluindo os sentimentos e sensações subje-

tivos que experimenta dentro de si, como resultado

de sua saúde física, psicológica e comportamental, e

influências circundantes. Os avanços no conhecimento

em bem-estar animal confirmaram não só condições

físicas, mas também a importância de se considerar os

estados psicológicos dos animais quando avaliar o bem-

estar ao longo do tempo. Portanto, é essa integração

que visa atender às necessidades comportamentais dos

animais.

O bem-estar animal positivo descreve o estado geral

experimentado por um animal quando suas necessi-

V I S Ã O

Cada zoológico e aquário demonstra um compromisso claro e focado na excelência em bem-estar animal, que apoia metas eficazes e compartilhadas de conservação

da vida selvagem.

Os zoos e aquários têm

a responsabilidade de

atingir elevados padrões

de bem-estar animal em

apoio aos seus objetivos

como organizações

conservacionistas modernas.

D E C L A R A Ç Ã O D E C O M P R O M I S S O

Estratégia Mundial de Bem-estar Animal dos Zoológicos e Aquários

dades físicas e psicológicas forem cumpridas, e quando

o ambiente lhe proporciona desafios gratificantes e

escolhas ao longo do tempo. Zoológicos e aquários

tem de manejar e promover ativamente “estados de

bem-estar positivos” para os animais de uma forma

mensurável e transparente, utilizando rigor, pesquisa,

conhecimentos técnicos, cuidados veterinários e moni-

toramento das habilidades.

COMUNICANDO SOBRE OS ANIMAISÉ amplamente reconhecido que os animais em

zoológicos e aquários são “embaixadores” para os

animais em estado selvagem e ajudam na comuni-

cação de mensagens-chave para a sociedade sobre a

conservação da biodiversidade. Ao apresentar a vida

selvagem em ambientes naturais simulados, os visi-

tantes são encorajados a aprender sobre a conservação

da vida selvagem e são inspirados a tomarem medidas

para conservar o mundo natural. A tendência para exi-

bições de imersão, onde os visitantes compartilham

o mesmo ambiente que os animais, proporciona uma

experiência multi-sensorial e intimidade perceptível

com o mundo natural. Isto promove o aprendizado

emocional e cria uma conexão emocional com a

pesquisa sobre a vida selvagem apresentada, que os

visitantes são mais propensos a apoiar e doar para

a conservação, por mudar o seu comportamento e,

talvez, até mesmo se tornarem vigilantes e campeões

da conservação. (Veja Apelo aos diretores de

zoológicos e aquários e Engajamento – Influenciando

mudanças de comportamento pela conservação).

O cuidado positivo dos zoos e aquários com todos os

animais em suas instalações afirma a conexão entre

animais e visitantes, e fortalece e confirma a men-

sagem vital sobre a conservação da vida selvagem

(veja Criando uma Cultura da Conservação). Ao

comunicar mensagens de conservação, as instituições

HOUSTON ZOO, TEXAS, EUASuricatos são guarnecidos com oportunidades de enriquecimento

para encorajar comportamentos naturais que apresentam em estado selvagem

O R G A N I Z A Ç Õ E S C O N S E R VA C I O N I S T A S M O D E R N A S E B E M - E S T A R A N I M A L

BANDICOOT-LISTRADO-ORIENTALZOOS VICTORIA, AUSTRÁLIA

Page 31: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

60 61E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OO R G A N I Z A Ç Õ E S C O N S E R VA C I O N I S TA S M O D E R N A S E B E M - E S TA R A N I M A L | C u i d a n d o d a V i d a S e l v a g e m

NOSSO COMPROMISSO É COM:

• Esforçarmo-nos para atingir padrões elevados de bem-estar para os animais

sob nossos cuidados;

• Sermos líderes, defensores e assessores de autoridades pelo bem-estar animal;

• Fornecer ambientes que focam nas necessidades físicas e comportamentais

dos animais.

AO FAZER ISSO, NÓS NOS COMPROMETEMOS A:

• Tratar todos os animais em nossos zoológicos e aquários com respeito;

• Tornar elevados padrões de bem-estar animal um grande foco de nossas

atividades de reprodução;

• Certificarmo-nos de que todas as decisões de reprodução são sustentadas por

ciência veterinária e do bem-estar animal atualizadas;

• Construir e compartilhar com colegas conhecimentos, habilidades e

aconselhamento das melhores práticas de cuidados e bem-estar animal;

• Cumprir com os padrões específicos de bem-estar animal estabelecidos pelas

associações regionais de zoológicos e aquários e a WAZA; e

• Cumprir com os códigos da prática, regulamentos e legislação jurisdicionais e

nacionais, bem como tratados internacionais relativos aos cuidados e bem-estar

animal

zoológicas devem comunicar sempre o respeito pelos animais. Como tal, onde os

animais de zoos e aquários são utilizados em demonstrações ou interações com o

público, mensagens de conservação fortes também devem ser comunicadas e o pro-

cesso deve ser sempre feito de tal forma que o bem-estar individual dos animais não

seja comprometido.Tais atividades devem ser supervisionadas por um veterinário

ou funcionários treinados que acompanham de perto o bem-estar em curso dos

animais. Se estados de bem-estar negativos são detectados em qualquer ponto, os

animais devem ser retirados de tais interações.

BEM-ESTAR PELA CONSERVAÇÃO E ZOOLÓGICOS MODERNOS‘Bem-estar pela conservação’, um termo que tem sido desenvolvido no mundo

zoológico ao longo dos últimos dez anos, aplica-se a assegurar estados de

bem-estar animal positivos, ao mesmo tempo que almeja atingir os objetivos

da conservação, tais como atividades de pesquisa sobre a vida selvagem ou

programas de reintrodução à natureza. O bem-estar animal excelente apoia

a conservação eficaz através, por exemplo, da melhoria das práticas de neo-

natologia e reintroduções bem

sucedidas, e maior envolvimento

dos visitantes. Esta abordagem de

‘conservação compassiva’destaca um

princípio fundamental de considerar

o bem-estar individual dos animais

enquanto trabalha para salvar as

espécies.

O compromisso dos zoos e aquários

pelo bem-estar animal deve ir além

da responsabilidade institucional

interna. Este compromisso deve ser

amplamente divulgado ao público,

através da educação, interpretação,

mídias sócias e todas as formas de

comunicação. Rigorosa pesquisa e

avaliação na percepção pública do

bem-estar animal são essenciais para

ter certeza de que os visitantes com-

preendem o que o bem-estar animal

e manejo da população acarreta.

Devido à urgência da conservação

e as necessidades de manejo inten-

sivo das espécies, enquanto uma

prioridade do bem-estar pode ser

minimizar ‘estresse’ nos animais,

isso pode não ser sempre aplicável

em um contexto de bem-estar pela

conservação.Por exemplo, pro-

gramas de reprodução para a soltura

na natureza devem necessariamente pro-

mover comportamentos selvagens que podem ser considerados por alguns

como ‘estressantes’ aos animais individualmente e/ou contra o seu bem-estar

positivo. No entanto, isso é fundamental para a sobrevivência dos indivíduos em

um ambiente selvagem e liga-se à conservação de uma espécie de forma mais

ampla.Muitos programas de reprodução para soltura realizam pré-solturas

condicionadas, que podem incluir o treinamento pré-soltura sobre predação

que instiga respostas de voo; a manipulação da dieta para replicar a disponibili-

dade de alimentos na natureza; ou a introdução de presas vivas.

Para os indivíduos animais envolvidos no manejo intensivo e ações de conser-

vação associadas, esta perspectiva estratégica e de alto nível conservacionista

deve ser reconhecida e gerenciada. Práticas controversas devem ser submetidas

a uma revisão ética e processo de avaliação crítico para se certificar de que o

fim justifica os meios. Como o bem-estar positivo representa uma acumu-

lação líquida de experiências positiva sobre negativas na vida de um animal, a

natureza transitória destas estratégias é aceitável na medida em que elas encon-

tram os objetivos estratégicos mais amplos do bem-estar pela conservação.

FERRAMENTAS PARA CONSTRUIR O BEM-ESTAR ANIMAL POSITIVO Em todos os aspectos de cuidados com os

animais, os zoológicos e aquários devem

aplicar as abordagens mais recentes val-

idadas para manejar animais selvagens

e maximizar seu bem-estar. Isto inclui

garantir metodologias de treinamento, tais

como o reforço positivo, projetar recintos

focados no bem-estar, que empregam

funcionários altamente qualificados e

treinados, fornecer os mais altos níveis

possíveis de cuidados veterinários, usar

enriquecimento ambiental, rever contin-

uamente a dieta, um manejo contínuo e

informado, um foco de pesquisa e monitorar

continuamente os estados de bem-estar

animal.As implicações do bem-estar

pela conservação de adquirir indivíduos

animais que experimentaram captura neg-

ativa, transporte ou perturbações sociais

precisam ser consideradas. A parceria com

outros zoológicos e aquários, universidades

e organizações científicas e de bem-estar

animal são ferramentas importantes para

a construção e melhoria do bem-estar

animal, incrementando o conhecimento e

prática internos, e atualizando permanen-

temente as habilidades dos funcionários.

Deve haver um avanço no sentido de resul-

tados quantificáveis baseados nos animais,

como avaliações de hormônios, diversidade

comportamental ou frequência cardíaca, que produzam resultados quanti-

ficáveis e replicáveis, para proporcionar um nível mais comparativo e analítico

para o bem-estar animal.

Programas de acreditação de associações nacionais ou regionais de zoos e

aquários são uma forma eficaz de demonstrar bons padrões de bem-estar, e os

zoológicos e aquários devem procurar alcançar a acreditação quando ela estiver

disponível. Onde a acreditação não estiver disponível, os zoos e aquários devem

demonstrar a realização do bem-estar através de outros métodos por parcerias

e avaliações comparativas com outros.Um objetivo principal é atender toda a

legislação local e/ou regulamentos de bem-estar e manutenção de animais. A

abordagem desejada é ultrapassá-los.

Além disso, a ética animal e comitês de bem-estar dentro dos zoológicos e

aquários fornecem pontos de referência úteis e objetivos para a tomada de

decisões sobre bem-estar animal e o bem-estar pela conservação. Tais comitês

podem incluir membros-chave da equipe, tais como veterinários e funcionários

do manejo animal, assim como membros externos da comunidade científica

e em geral. Zoos e aquários que usam as comissões relatam que elas ajudam

a garantir a transparência nos processos de tomada de decisão sobre o bem-

estar animal; e permitem a incorporação da perspectiva da comunidade sobre

questões de bem-estar específicas e o bem-estar pela conservação.

Outro aspecto fundamental de assegurar o bem-estar animal positivo é

estabelecer um forte bem-estar e cultura organizacional orientada para o plane-

jamento. O planejamento minucioso e esclarecido, que considera o bem-estar

dos animais para eventos reprodutivos, transferências e movimentos,projetos

de recintos e áreas de manejo, enriquecimento ambiental e os procedimentos

habituais de funcionamento relacionados ajudam a construir a confiança e

experiência em bem-estar animal.

CONCLUSÃOUma carta ou declaração de compromisso de bem-estar animal pode ser um

mecanismo poderoso para os funcionários dos zoos e aquários entenderem e apre-

ciarem o compromisso da administração com o bem-estar animal, e também ser

um compromisso claro para os visitantes e a comunidade em geral. A declaração

de compromisso foi adotada pela WAZA como uma parte de Cuidando da Vida

Selvagem: A Estratégia Mundial de Bem-estar Animal dos Zoológicos e Aquários.

RECOMENDAÇÕES • Compromisso e sucesso no cuidado e bem-estar animal são fundamentais para

a credibilidade dos zoológicos e aquários, e devem estar no centro de todas as

operações em instituições zoológicas.

• O bem-estar animal positivo deve ser fornecido aos animais sob cuidados

humanos como descrito em Cuidando da Vida Selvagem: A Estratégia Mundial

de Bem-estar Animal dos Zoológicos e Aquários, sendo este fundamental para

o zoo e aquário moderno.

• Todas as interações ou apresentações com animais devem estar ligadas à men-

sagens de conservação e informações sobre comportamentos naturais, e devem

ser supervisionadas e geridas por um profissional da equipe treinado para ter

certeza de que os estados de bem-estar animal positivos sejam alcançados.

• Assegurar o equilíbrio das atividades de bem-estar e conservação, e construir

a compreensão da importância de perspectivas integradas de conservação

das espécies para incluir e reconhecer o bem-estar animal e o bem-estar pela

SHEDD AQUARUIM, IL, USAProfissionais médicos do aquário fazem uma cirurgia em uma raia.

C O M P R O M I S S O D A E S T R A T É G I A M U N D I A L D E B E M - E S TA R A N I M A L D O S Z O O L Ó G I C O S E A Q U Á R I O S

Raposa-voadora-de-Rodrigues

conservação.

• As instituições zoológicas devem construir uma cultura organizacional que

tem o compromisso de revisar continuamente os padrões de bem-estar animal

e incluir um alto nível de planejamento para todos os aspectos da vida de um

animal.

Page 32: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

62 63E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OA P Ê N D I C E | B i b l i o g r a f i a

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Penning, M., Reid, G. McG., Koldewey, H., Dick, G., Andrews, B., Arai, K., Garratt, P., Gendron, S., Lange, J., Tanner, K., Tonge, S., Van den Sande, P., Warmolts, D. & Gibson, C. (eds) (2009)Turning the Tide: A Global Aquarium Strategy for Conservation and Sustainability. Berne: WAZA .

Redford, K. H., Amato, G., Baillie, J., Beldomenico, P., Bennett, E. L., Clum, N., Cook, R., Fonseca, G., Hedges, S., Launay, F., Lieberman, S., Mace, G. M., Murayama, A., Putnam, A., Robinson, J. G., Rosenbaum, H., Sanderson, E. W., Stuart, S. N., Thomas, P. & Thorbjarnarson, J. (2011)What does it mean to successfully conserve a (vertebrate) species? BioScience 61: 39–48.

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Page 33: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

64 65E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OA P Ê N D I C E | S i g l a s e We b s i t e s

A C R O N Y M S A N D W E B S I T E S

A P Ê N D I C E | G l o s s á r i o d e Te r m o s

G L O S Á R I O D E T E R M O S

AArkAmphibian Arkhttp://www.amphibianark.org

Association of Zoos and Aquariums (AZA) Saving Animals From Extinction (SAFE)http://www.aza.org/safe

Association of Zoos and Aquariums (AZA) Toolkit for Increasing AZA-Accredited Zoo & Aquarium Contributions to Field Conservationhttps://www.aza.org/uploadedFiles/Conservation/Toolkit%20for%20Increasing%20Field%20Conservation%20Contributions%202012_Final.pdf

AZAAssociation of Zoos and Aquariumshttp://www.aza.org

CBDUnited Nations Convention on Biological Diversity http://www.cbd.int

CBSGIUCN SSC Conservation Breeding Specialist Grouphttp://www.cbsg.org

CBSMCommunity-based Social Marketing: Fostering Sustainable Behaviorhttp://www.cbsm.com

CITESConvention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Florahttp://www.cites.org

Conservation Psychologyhttp://www.conservationpsychology.org/about/definition

Frozen Arkhttp://www.frozenark.org

GSMPGlobal Species Management Planhttp://www.waza.org/en/site/conservation/conservation-breeding-programmes/gsmp

ISISInternational Species Information Systemhttp://www2.isis.org

IUCNInternational Union for Conservation of Naturehttp://www.iucn.org

IUCN Red List of Threatened Specieshttp://www.iucnredlist.org

Living Machinehttp://www.livingmachines.com

Project Conservation Impact Toolhttp://www.waza.org/en/site/conservation/conservation-impact

SSCIUCN Species Survival Commissionhttp://www.iucn.org/about/work/programmes/species/who_we_are/ about_the_species_survival_commission_

United Nations Strategic Plan for Biodiversity 2011-2020: Aichi Biodiversity Targetshttp://www.cbd.int/sp/targets

WAZAWorld Association of Zoos and Aquariumshttp://www.waza.org

ZIMSZoological Information Management Systemhttp://www2.isis.org/products/Pages/default.aspx

Zoos and Aquariums for 350http://www.cbsg.org/zoos-aquariums-350

Abordagem do Plano UnificadoPlanejamento integrado de conservação das espécies que considera todas as populações da espécie (dentro e fora da área de distribuição natural), em todas as condições de manejo, e envolve todas as partes e recursos responsáveis desde o início da iniciativa de planejamento da conservação.

AquárioInstalação permanentemente fixa, principalmente aberta e administrada para o público visitante, com animais aquáticos selvagens vivos e outras espécies.

Área protegidaUm espaço geográfico claramente definido, reconhecido, dedicado e gerido por meios legais ou outros meios eficazes para conseguir a conservação a longo prazo da natureza com os serviços ecossistêmicos associados e valores culturais.

Ativismo na cadeia de fornecimentoA ação de organizações unindo forças para exercer uma influência substancial sobre os fornecedores de bens e serviços para benefício mais amplo da conser-vação.

Banco de recursos genômicosArquivo de informação genética de espécies a partir de uma variedade de amostras biológicas, especialmente gametas (oócitos e esperma).

Bem-estar animalComo um animal lida com as condições em que vive. Um bom estado de bem-estar (como indicado por evidências científicas) resulta em um animal que é saudável, confortável, bem nutrido, seguro, capaz de expressar comportamento inato e não sofrendo de estados desagradáveis, como dor, medo e angústia.

Bem-estar pela conservação ou conservacionistaGarantir estados de bem-estar animal positivos ao mesmo tempo que almeja atingir os objetivos da conservação, tais como atividades de pesquisa sobre a vida selvagem ou programas de soltura na natureza.

BiobancoUma grande coleção de dados biológicos ou médicos e amostras de tecidos, reunida para fins de pesquisa.

BiodiversidadeA variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens, incluindo, nomeadamente, ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; Isto compreende a diversidade dentro das espécies, entre as espécies e de ecossistemas (definição da CBD).

Cativeiro(de uma perspectiva zoológica)Uma situação em que um animal é mantido em um habitat feito pelo homem e

exclusiva ou parcialmente dependente de cuidados humanos.

Conservação Proteger as populações de espécies em habitats naturais a longo prazo (definição da WAZA).

Conservação de campo Contribuir diretamente para a sobrevivência a longo prazo das espécies em ecossistemas e habitats naturais.

Conservação integradaProjetos que ligam a conservação da biodiversidade, tanto dentro como fora da distribuição natural, e leva em conta todas as partes interessadas.

DistribuiçãoA área sobre a qual uma espécie ocorre.

Doença emergenteDoenças novas ou não reconhecidos anteriormente, podendo ter origem bacteriana, fúngica, viral e de outros parasitas.

Ecossistema A comunidade biológica de organismos que interagem e seu ambiente físico.

Educação ambientalEnsino e experiências de aprendizagem que promovam a compreensão e apreciação do mundo natural.

Espécie invasoraUma espécie que compete com as espécies nativas por espaço e recursos; geralmente exótica ou introduzida.

Eutanásia A terminação humana, indolor e livre de perigo da vida, usando um método que produz a perda concomitante de consciência e funcionamento do sistema nervoso central.

Fragmentação do habitat Eliminação ou degradação do habitat onde as áreas, uma vez contínuas, são divididas em seções isoladas; estas só podem suportar populações reduzidas e sofrem de efeitos de borda e alterações nos microclimas.

Fragmentação da populaçãoQuando os grupos de animais que vivem na natureza se tornam separados dos outros grupos da mesma espécie, e não estão ligados de uma maneira que permita o fluxo de genes entre os grupos; muitas vezes como resultado da fragmentação do habitat.

GenômicaIdentificação e sequenciamento dos genes, e o estudo da interação dos genes

As definições aqui fornecidas são determinadas pelo contexto dentro desta estratégia. Estas definições como objetivo proporcionar clareza e confiança sobre os significados dentro deste documento.

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66 67E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OA P Ê N D I C E | A g r a d e c i m e n t o s

A

Jill Allread

Javier Almunia

Marc Ancrenaz

B

Heather Bacon

Eric Bairrão Ruivo

Anne Baker

Jonathan Ballou

Miroslav Bobek

Jeff Bonner

Paul Boyle

Frank Brandstätter

Miriam Brandt

Renee Bumpus

Steve Burns

Onnie Byers

C

Bryan Carroll

Susan A. Chin

Ann Clarke

William G. Conway

D

Gerald Dick

Lesley Dickie

Candice Dorsey

Simon Duffy

Somos gratos pela contribuição proporcionada pelos mais de 100 participantes dos workshops realizados durante a 68ª Conferência Anual e Congresso

Técnico da WAZA, em Orlando, Flórida, EUA entre 13 e 17 outubro de 2013, ea 69ª Conferência Anual e Congresso Técnico da WAZA, em Nova

Deli, Índia, entre 2 e 6 de novembro de 2014.Também estamos sinceramente gratos àqueles que participaram das oficinas de revisão da Estratégia de

Conservação da WAZA estratégia de organizadas pelo Houston Zoo, no Texas, EUA, em maio de 2013, e pelo Leipzig Zoo, na Alemanha, em maio de

2014.

Também agradecemos às pessoas listadas abaixo, que incansavelmente analisaram vários esboços da Estratégia. Estes colegas foram uma valiosa fonte de

conselhos e informações, e sua energia e entusiasmo foram inspiradores.

A P P E N D I X | G l o s s a r y o f Te r m s

A G R A D E C I M E N T O S

G L O S S A R Y O F T E R M S

LEIPZIG ZOO, ALEMANHÃParticipantes do workshop de revisão da Estratégia de

Conservação da WAZA realizado no Leipzig Zoo, Alemanha, em 2014.

E

Lee Ehmke

Susie Ellis

Maggie Esson

F

João Falcato

Carolina Falla

Megan Farias

David Field

Karen Fifield

Nate Flesness

G

Cullen Geiselman

Suzanne Gendron

Jo Gipps

Alejandro Grajal

Jenny Gray

Myfanwy Griffith

Shelly Grow

H

Júlia Hanuliaková

Jens- Ove Heckel

Stephanie Hedt

Chris Hibbard

Heribert Hofer

Bengt Holst

Susan Hunt

Kira Husher

J

Barbara Jantschke

Jörg Junhold

K

Mati Kaal

Corinne J. Kendall

Cameron Kerr

Stella Kondylas

Andrzej Kruszewicz

Heike Kück

L

Robert C. Lacy

Kristin Leus

Nick Lindsay

Jerry Luebke

Deborah Luke

Sonja Luz

M

Danny de Man

Judy Mann

Tiit Maran

Yolanda Matamoros

Elyse Mauk

Michael Maunder

Pati Medici

David Mellor

Yara de Melo Barros

Lance Mille

R. Eric Miller

Jo-Elle Mogerman

Don Moore

Dave Morgan

N

Manfred Niekisch

O

Frank Oberwemmer

P

Olivier Pagan

Theo Pagel

Katie Pahlow

Paul Pearce-Kelly

Zjef Pereboom

Wolfgang Peter

Lothar Philips

Sergey Popov

R

George Rabb

Sharon Redrobe

Matthias Reinschmidt

Peter Riger

Terri Roth

Alex Rübel

S

Myriam Salazar

Kristine Schad

Christoph Schwitzer

Adrián Sestelo

William Spitzer

Miranda Stevenson

T

Kazutoshi Takami

Anne Taute

Sarah Thomas

Simon Tonge

Kathy Traylor-Holzer

com outros e o meio ambiente.

LevantamentoAnálise sistemática de potenciais ameaças, oportunidades e desenvolvimentos futuros prováveis que estão à margem do pensamento e planejamento atual.

Manejo de metapopulaçãoGestão de um grupo de populações(parcialmente) isoladas da mesma espécie com, por exemplo, a troca de indivíduos ou genes entre populações selvagens e aquelas sob cuidados humanos.

MetapopulaçãoUm grupo de populações que são separadas por um espaço, mas pertencem à mesma espécie, e interagem através de indivíduos membros que se movem de uma população para outra.

Mudança climáticaMudança nos padrões climáticos globais ou regionais, atribuído em grande parte ao aumento dos níveis de dióxido de carbono atmosférico produzido pelo uso de combustíveis fósseis, que está forçando o sistema climático do planeta em um estado de transição caótica.

NeonatologiaRamo que se dedica ao estudo e cuidado do feto e recém-nascido durante e após seu nascimento até sua independência.

Pegada de carbonoQuantidade de dióxido de carbono liberado na atmosfera como resultado das atividades de um indivíduo em particular, organização ou comunidade.

Planejamento da coleçãoProcesso de planejamento estratégico a nível institucional, regional ou global, para identificar e priorizar taxa adequados à intervenção e cuidados humanos, determinado pela conservação e valor educativo desses taxa, e uma capacidade de prestar cuidados adequados; O planejamento da coleção prevê o futuro da instituição, e leva em conta os recursos organizacionais e limitações.

Práticas sustentáveisAções que reduzam os impactos ambientais negativos e aumentem os benefícios ecológicos e sociais.

Psicologia da conservação ou conservacionistaO estudo científico das relações recíprocas entre os seres humanos eo resto da natureza, com um foco particular sobre a forma de incentivar a conservação do mundo natural.

Reprodução pela conservação ou conservacionistaO processo de reproduzir animais para fins de conservação fora do seu ambiente natural em condições sob cuidados humanos.

Resultados da conservaçãoResultados da conservação a nível de espécie e/ou habitat, sejam sob cuidados

U

Kirsten Ufer

V

Robert Vagg

Stephen van der Spuy

William Van Lint

Monique Van Sluys

Tony Vecchio

Kris Vehrs

W

Sally Walker

Pam Warfield

Jason Watters

John Werth

Robert Wiese

David Williams-Mitchell

Roland Wirth

Z

Bill Zeigler

Merel Zimmermann

Condor-da-Califórnia

humanos ou no ambiente selvagem, que são quantitativos, qualitativos e de outra forma demonstráveis.

Serviços ecossistêmicosProcessos naturais, tais como o fornecimento de ar limpo, água limpa, ciclagem de nutrientes e produção do solo, que beneficiam as pessoas e mantêm as condições da vida na Terra.

Sustentabilidade ambientalInteração responsável com o meio ambiente para evitar o esgotamento ou degradação dos recursos naturais, e permitir a qualidade ambiental a longo prazo; A sustentabilidade ambiental ajuda a garantir que as necessidades da população atual sejam satisfeitas sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas necessidades.

StudbookRegistros detalhados de nascimentos, mortes, relações genéticas e outros dados biológicos que, quando analisados, permitem o manejo de uma população.

TranslocaçãoO movimento deliberado de organismos de um local para a soltura em outro; destina-se a proporcionar um benefício mensurável na conservação a nível da população, espécie ou ecossistema.population.

ZoológicoInstalação permanentemente faixa, principalmente aberta e administrada para o público visitante, com animais selvagens vivos e outras espécies.

Zoológico ou aquário modernoZoológico ou aquário contemporânea (como definido dentro deste glossário), que se esforça para alcançar elevados padrões de conservação da vida selvagem, bem-estar animal e educação ambiental.

Page 35: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

68 69E S T R AT É G I A D E C O N S E R VA Ç Ã O | W O R L D A S S O C I AT I O N O F Z O O S A N D A Q U A R I U M S

C O M P R O M E T E N D O - S E C O M A C O N S E R VA Ç Ã OA P Ê N C I D E | C r é d i t o s d a s Fo t o g r a f i a s

C R É D I T O S D A S F O T O G R A F I A S

Páginas 2-3, Gorila-da-montanha, Ruanda © Karim Sahai Photography

Página 9 , Sagui-cabeça-de-algodão© Stephanie Adams, Houston Zoo, TX, USA

Páginas 10-11, Pôr do Sol sobre o Rio Lugenda, Moçambique © Susan K. McConnell / www.susankmcconnell.com

Página 12, Masai Mara, Quênia © Byelikova_Oksana

Páginas 14-15, Elefantes-africanos, Botswana © Ben Neale, Gallery Earth Photography / http://galleryearth.com.au

Página16, Falcão-das-Maurício© Gregory Guida

Página18, Parque TransfronteiriçoKgalagadi© Nicole Gusset-Burgener

Página19, Pinguim-africano© Jonathan Heger

Páginas 20-21, Orangotangos© Joel Sartore, Photo Ark

Página 22, Unidos pelo Meio Ambiente© Michelle A. Slavin

Página 24, Telhado verde no “Girafferidge barn”© Cincinnati Zoo & Botanical Garden, OH, USA

Página 24, Zoo Doo © Ryan Hawk, Woodland Park Zoo, WA, USA

Página 24, Painéis solares© Vienna Zoo, Austria

Página 26, Borboletário no Melbourne Zoo© Zoos Victoria, Australia

Página 26, Gráfico de telefones celulares© Stephanie Adams, Houston Zoo, TX, USA

Página 27, Bisão-americano© GlobalLP

Páginas 28-29, Tartaruga-de-couro© Joel Sartore

Página30, Marmota-da-ilha-de-Vancouver© Ollie Gardner

Página31, Gorilla Doctors© Gorilla Doctors / www.gorilladoctors.org

Página 32, Esforço de reflorestamento em Madagáscar© Susie McGuire, Conservation Fusion

Página 33, SAFE-Salvando Animais da Extinção© Association of Zoos and Aquariums

Páginas 34-35, Marcação de tubarão pela Mar Alliance© Renee Bumpus, Houston Zoo, TX, USA

Página 36, Zebra-de-Grevy© Tyrel J Bernadini, Grevy’s Zebra Trust

Page 37, Marianas Avifauna Conservation© Hannah Bailey, Houston Zoo, TX, USA

Página 38, Fezes de cão-selvagem-africano© Marion L East & Heribert Hofer

Página 39, Insetosugador de sangue© Christian Voigt, IZW

Página 39, Civeta-lontra© Leibniz Institute for Zoo and Wildlife Research (IZW); Sabah Forestry Department (SFD); Sabah Wildlife Department (SWD)

Página 39, Pesquisa sobre o sagui-cabeça-de-algodão© Lisa Hoffner

Página 40, Aligátor-do-Yangtzé© Webitect | Dreamstime.com - Yangtze Alligator Photo

Páginas 42-43, Recinto dos leões-marinhos© David Merritt, Saint Louis Zoo, MO, USA

Página 44, Tartaruga-dos-brejos-ocidental© Michael Durham, Oregon Zoo, OR, USA

Página 46, Seafood Watch© Monterey Bay Aquarium, CA, USA / [email protected]

Página 46, Escoteiro se compromete a proteger os elefantes© Julie Larsen Maher, Wildlife Conservation Society, NY, USA

Página 47, Recinto dos orangotangos© Zoos Victoria, Australia

Página 47, Biodiversidade somos Nós© WAZA, Switzerland

Página 48, Guepardo de pelúcia© Wild Republic, K&M International Inc.

Página 48, Sacolas de lona© Stephanie Adams, Houston Zoo, TX, USA

Página 48, Festival do Leopardo-das-Neves© Maya Erlenbaeva

Página49, Furão-das-patas-negras© U.S. Geological Survey, Department of the Interior

Página 50-51, Atelopuslimosus© B. Gratwicke, Smithsonian’s National Zoo, DC, USA

Página 52, Mutum-de-bico-azul© Stephanie Adams, Houston Zoo, TX, USA

Página 53, Cão-selvagem-africano© Stephanie Adams, Houston Zoo, TX, USA

Página53, Panda-vermelho© Stephanie Adams, Houston Zoo, TX, USA

Página 53, Cascavel-de-Aruba© Stan Mays, Houston Zoo, TX, USA

Página 54, Sapos-corredores© Henrik Egede-Lassen

Páginas 56-57, Filhote de morsa-do-Pacífico© Julie Larsen Maher, Wildlife Conservation Society, NY, USA

Página 58, Bandicoot-listrado-oriental© Zoos Victoria, Australia

Página 59, Enriquecimento para suricatos© Dale Martin, Houston Zoo, TX, USA

Página 60, Cirurgia em raia© Brenna Hernandez, Shedd Aquarium, IL, USA

Página 61, Raposa-voadora-de-Rodrigues © Ray Wilshire, Paignton Zoo, UK

Página63, Restauração de coral© Mike Concannon, Houston Zoo, TX, USA

Páginas 66-67, Condor-da-Califórnia© Ian K. Barker, San Diego Wild Animal Park, CA, USA

Página 67, Participantes de workshop da WAZA© Leipzig Zoo, Germany

Página 69, Lagarto-monitor-marmelo (Varanusmelinus)© reptiles4all

Lagarto-monitor-marmelo

Page 36: COMPROMETENDO-SE COM A CONSERVAÇÃO

On nature’s trail.