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Complemento - 1 Central de Concursos DIREITO CONSTITUCIONAL 1. Do Poder Legislativo..................................................................................................................................... 03 2. Do Poder Executivo ...................................................................................................................................... 18 DIREITO ADMINISTRATIVO 1. Do Direito Administrativo e Administração Pública .......................................................................................... 26 2. Licitação (Capítulo atualizado pelo Decreto n. 9.412, de 18 de Junho de 2018) ........................................................... 39 3. Processo Administrativo Federal .................................................................................................................... 99 ÉTICA 1. Portaria n. 98, de 12 de Setembro de 2017 ................................................................................. 107 ACESSIBILIDADE Lei n. 13.146, de 6 de Julho de 2015..................................................................................................... 110 NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ORÇAMENTÁRIA, FINANCEIRA E ORÇAMENTO PÚBLICO 1. Orçamento Público ..................................................................................................................................... 126 2. Princípios do Orçamento Público ................................................................................................................. 133 3. Leis Orçamentárias PPA, LDO e LOA ............................................................................................................ 139 4. Receita...................................................................................................................................................... 150 5. Despesa Pública......................................................................................................................................... 164 6. Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) ..................................................................................................... 176 7. Estrutura da Programação Orçamentária ....................................................................................................... 178 8. Restos a Pagar ........................................................................................................................................... 180 9. Lei n. 4.320, de 17 de Março de 1964 ......................................................................................................... 184 10. Lei de Responsabilidade Fiscal .................................................................................................................... 196 11. Lei Complementar n. 101, de 4 de Maio de 2000 (arts. 1º ao 24; 48 ao 75) ................................................... 206 12. Exercícios de Concursos ............................................................................................................................. 217 NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1. Convergências e Divergências ..................................................................................................................... 221 2. Decreto Nº 9.094, de 17 de Julho de 2017 .................................................................................................. 222 3. Instrumento para Avaliação da Gestão Pública ............................................................................................. 225 4. Modelo de Excelência em Gestão Pública ..................................................................................................... 228 5. Mensuração de Desempenho, Controles, Indicadores de Produtividade .......................................................... 235 6. Gestão de Projetos..................................................................................................................................... 240 PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL Lei n. 12.288, de 20 de Julho de 2010 ......................................................................................................... 243 Decreto Nº 6.040, de 7 de Fevereiro de 2007 .............................................................................................. 248 Decreto Nº 4.887, de 20 de Novembro de 2003 ........................................................................................... 250 Lei N. 10.639, de 9 de Janeiro de 2003 ....................................................................................................... 252 Lei Nº 12.990, de 9 de Junho de 2014 ........................................................................................................ 252 Resolução N° 170, de 13 de Junho de 2017 ................................................................................................. 253 Recomendação Nº 40, de 9 de Agosto de 2016 ............................................................................................ 254 Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial .............................. 255 COMPLEMENTO TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO CÓD.: 1286 - 2ª EDIÇÃO (PÓS EDITAL E RETIFICAÇÃO)

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Complemento - 1

Central de Concursos

Direito ConstituCional

1. Do Poder Legislativo .....................................................................................................................................032. Do Poder Executivo ......................................................................................................................................18

Direito aDministrativo

1. Do Direito Administrativo e Administração Pública ..........................................................................................262. Licitação (Capítulo atualizado pelo Decreto n. 9.412, de 18 de Junho de 2018) ...........................................................393. Processo Administrativo Federal ....................................................................................................................99

ÉtiCa

1. Portaria n. 98, de 12 de Setembro de 2017 ................................................................................. 107

aCessibiliDaDe

Lei n. 13.146, de 6 de Julho de 2015 .....................................................................................................110

noções De aDministração orçamentária, FinanCeira e orçamento PúbliCo

1. Orçamento Público .....................................................................................................................................1262. Princípios do Orçamento Público .................................................................................................................1333. Leis Orçamentárias PPA, LDO e LOA ............................................................................................................1394. Receita ......................................................................................................................................................1505. Despesa Pública .........................................................................................................................................1646. Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) .....................................................................................................1767. Estrutura da Programação Orçamentária ....................................................................................................... 1788. Restos a Pagar ...........................................................................................................................................1809. Lei n. 4.320, de 17 de Março de 1964 .........................................................................................................18410. Lei de Responsabilidade Fiscal ....................................................................................................................19611. Lei Complementar n. 101, de 4 de Maio de 2000 (arts. 1º ao 24; 48 ao 75) ...................................................20612. Exercícios de Concursos .............................................................................................................................217

noções De aDministração PúbliCa1. Convergências e Divergências .....................................................................................................................2212. Decreto Nº 9.094, de 17 de Julho de 2017 ..................................................................................................2223. Instrumento para Avaliação da Gestão Pública .............................................................................................2254. Modelo de Excelência em Gestão Pública .....................................................................................................2285. Mensuração de Desempenho, Controles, Indicadores de Produtividade ..........................................................2356. Gestão de Projetos .....................................................................................................................................240

Promoção Da igualDaDe raCial Lei n. 12.288, de 20 de Julho de 2010 .........................................................................................................243 Decreto Nº 6.040, de 7 de Fevereiro de 2007 ..............................................................................................248 Decreto Nº 4.887, de 20 de Novembro de 2003 ...........................................................................................250 Lei N. 10.639, de 9 de Janeiro de 2003 .......................................................................................................252 Lei Nº 12.990, de 9 de Junho de 2014 ........................................................................................................252 Resolução N° 170, de 13 de Junho de 2017 .................................................................................................253 Recomendação Nº 40, de 9 de Agosto de 2016 ............................................................................................254 Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial .............................. 255

ComPlemento tÉCniCo Do ministÉrio PúbliCo Da uniãoCóD.: 1286 - 2ª eDição (Pós eDital e retiFiCação)

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2 - Complemento

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Complemento - 3

Central de Concursos

1. introDução

O Poder Legislativo tem a função precípua de ela-borar as leis do País, nos vários níveis de governo.

A função legislativa de competência da União é exercida pelo Congresso Nacional, composto por duas Casas (sistema bicameral): Câmara dos Deputados e Senado Federal. A primeira Casa representa o povo; a segunda, os Estados-membros.

2. Do Congresso naCional

A Constituição determina que o Congresso Nacional tenha legislatura de quatro anos. Legislatura segundo De Plácido e Silva, é o “período em que os membros do Poder Legislativo (assembléias legislativas), como delegados do povo ou da soberania popular, exercem o respectivo mandato”.

O mandato dos Deputados Federais coincide com a duração da legislatura e, a cada quatro anos, todas as vagas da Câmara de Deputados Federais têm que ser disputadas nas eleições.

Já o mandato dos Senadores é de oito anos, o que dá duas legislaturas, sendo que, a cada legislatura, apenas uma parte do Senado é renovada (1/3 das vagas numa eleição, e 2/3 das vagas na eleição seguinte 4 anos depois, alternadamente).

Dá-se o nome de sessão legislativa (também chamada de legislatura anual ) ao período em que o Congresso Nacional funciona em cada ano. Por determinação constitucional, a sessão legislativa se divide em dois períodos: de 02 de fevereiro a 17 de julho e de 01 de agosto a 22 de dezembro. (texto alterado pela Emenda Constitucional n.º 50 de 14 de fevereiro de 2006).

O período de 18 a 31 de julho corresponde às férias dos parlamentares e o período de 23 de dezembro a 01 de fevereiro corresponde ao chamado recesso parlamentar. Durante o recesso, o Congresso não funciona, a menos que seja convocada sessão legislativa extraordinária. O art. 58, § 4o, contudo, prevê o funcionamento, no período de recesso, de uma Comissão representativa do Congresso Nacional, com composição proporcional, na medida do possível, à representação partidária.

Em regra as reuniões do Congresso são, realizadas na Capital Federal não se interrompendo a sessão legislativa sem que ocorra a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, documento imprescindível na condução dos negócios nacionais.

Há dois sistemas eleitorais vigentes no País: o sistema majoritário e o sistema proporcional.

Sistema majoritário é aquele em que se considera eleito o candidato que, em determinada circunscrição, obteve a maioria (absoluta ou relativa) dos votos.

Maioria relativa é aquela em que simplesmente se apura, em eleições de um único turno, qual o candidato que recebeu mais votos (exemplos: eleições para Senador, Juiz de Paz e Deputado Federal dos Territórios) e para prefeitos de municípios com menos de 200 mil eleitores.

Maioria absoluta é aquela em que o candidato, para ser eleito, deverá ter mais votos que todos os seus concorrentes juntos (mais da metade dos votos), não computados os votos brancos e nulos, sendo frequen-temente necessária a realização de um segundo turno de eleições, para que tal aconteça. Esse sistema é utilizado nas eleições para Presidente da República, Governador e Prefeito de Município com mais de 200.000 eleitores.

1. Introdução2. Do Congresso Nacional3. Atribuições do Congresso Nacional4. Competências da Câmara dos Deputados5. Competências do Senado Federal6. Dos Deputados e Senadores7. Das Reuniões8. Das Comissões

1. Do PoDer legislativo

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4 - Complemento

Central de Concursos

Sistema Proporcional é aquele no qual as vagas são distribuídas proporcionalmente à população de cada cir-cunscrição eleitoral. Nosso sistema constitucional adota o sistema proporcional para as eleições de Deputado Federal, Deputado Estadual e Vereador.

A Constituição não diz qual é o número de Deputa-dos Federais para cada Estado; diz apenas que o número mínimo que representará um Estado é 8 e irá aumentando à medida que o contingente populacional aumentar, até o limite máximo de 70. A lei complementar é que dirá, antes de cada eleição, o número de Deputados Federais que cada Estado poderá eleger.

Os limites mínimo e máximo estipulados pela Constituição, contudo, trazem graves distorções, con-tradizendo o princípio do voto com igual valor para todos, consubstanciado no art. 14 da Constituição: os votos dos eleitores dos Estados mais populosos elegem, comparativamente, um número muito menor de Deputados Federais do que os votos dos eleitores de Estados menos populosos.

Composição do Congresso NacionalArt. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.Parágrafo único - Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

Composição da Câmara dos DeputadosArt. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.§ 2º - Cada Território elegerá quatro Deputados.

Composição do Senado FederalArt. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Esta-dos e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.§ 1º - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.§ 2º - A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.§ 3º - Cada Senador será eleito com dois suplentes.

Deliberações por maioria simples e quorum por maioria absolutaArt. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as de-liberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

Porfim,paraqueumaCasadoCongressoNacionalouuma Comissão Parlamentar possa deliberar, há a exigên-cia da presença de um número mínimo de parlamentares (quorum), que, segundo a Constituição no seu art. 47, deverá ser mais da metade do número de componentes da Casa ou da Comissão (maioria absoluta).

Exemplo: A Câmara dos Deputados é composta de 513 parlamentares, para que se possa iniciar qualquer trabalho é preciso que estejam presentes no mínimo 257 parlamentares (quorum); atingido esse número, as pro-postas, no caso de lei ordinária, serão aprovadas se, desse mínimo, mais da metade (ou seja, pelo menos 129 parla-mentares) disser sim ao projeto de lei (maioria simples).

3. atribuições Do Congresso naCional

No art. 48 da CF são destacadas algumas matérias da competência legislativa do Congresso, em caráter não exaustivo, ou seja, sem esgotar suas atribuições. Os projetos de lei que regulam as matérias enumeradas neste artigo deverão, após aprovação nas duas Casas do Congresso, ser enviados ao Presidente da República, para que os sancione. Se o Presidente, os considerar inconstitucionais ou contrários ao interesse público, poderá vetá-los total ou parcialmente no prazo de 15 dias úteis do recebimento. O veto do Presidente, entre-tanto, será apreciado em sessão conjunta de Senadores e Deputados e poderá ser derrubado pelos parlamentares, mediante maioria absoluta.

Competência legislativa do Congresso NacionalArt. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presi-dente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União1, especialmente sobre:I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;

A iniciativa é da competência privativa do Presidente da República (art. 84, XXIII), no caso do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias, e do orçamento anual.

O projeto referente ao plano plurianual, à diretriz orça-mentária e ao orçamento anual, bem como a créditos adicionais de interesse dos três poderes, serão apreciados pelas duas Casas, depois que comissão mista de Senado-res e Deputados, de caráter permanente, emitir parecer específico(art.166).

1Por ser o Congresso Nacional órgão legislativo da União, cabe a ele dispor sobre matérias de competência desta, enumeradas nos arts. 21 e 22 da Constituição.

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Complemento - 5

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III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;

Também aqui a iniciativa é de competência privativa do Presidente da República (art. 61, § 1º, I), que é o comandante supremo das Forças Armadas, seja na paz ou na guerra.

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de de-senvolvimento;

Estes planos e programas deverão ser elaborados em concordância com o plano plurianual e serão apreciados pelo Congresso Nacional (art. 165, § 4º).

V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;

Caso ocorra dúvida quanto aos limites do Território Nacional, é o Congresso Nacional o órgão competente para dirimi-la e referendar acordo ou tratado interna-cional com os demais países.

VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas;

Mera decorrência do art. 18, §§ 3º e 4º, já estudado anteriormente.

VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;

A transferência temporária será decidida por maioria simples se o Presidente sancioná-la, ou por maioria absoluta, se ele vetá-la. Já a mudança definitiva, em face do exposto no art. 18, que diz que Brasília é a Capital Federal, só poderá ser realizada por emenda constitucional, queexigemaioriaqualificadade3/5.

VIII - concessão de anistia;

Decorrência da competência exclusiva prevista no art. 21, XVII.

IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012)

Também decorre do art. 21, XIII, que diz que é competência exclusiva da União fazer a organização acima colocada.

X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b;

A iniciativa, neste caso, é privativa2 do Presidente da República (art. 61, § 1o, II, a) e delegável aos Ministros de Estado (art. 84, VI e parágrafo único).

XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;

Aqui a iniciativa é concorrente e está prevista no art. 61, § 1º, II, d e no art. 128, § 5º.

XII - telecomunicações e radiodifusão;

A concessão e a renovação das mesmas é competên-cia do Poder Executivo, mas o ato deve ser apreciado pelo Congresso Nacional (art. 223).

XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.

Tanto o inciso XIII quanto o XIV estão discrimina-dos no art. 164, que diz que lei complementar discipli-nará os assuntos acima.

Competência administrativa do Congresso NacionalA competência administrativa do Congresso é exteriorizada por decreto legislativo ou por resolução legislativa (art. 49 da CF).

Segundo De Plácido e Silva, decreto é toda decisão tomada por uma pessoa ou instituição, a que se conferem poderes especiais e próprios para decidir, julgar, resolver ou determinar.

Decreto legislativo,consoantedefiniçãodeHelyLopesMeirelles, é o ato de caráter administrativo dos corpos legisla-tivos (Senado, Câmara dos Deputados, Assembléia Legislativa, Câmara Distrital, Câmara Municipal) sobre assuntos de sua competência e de efeitos externos.

Resolução legislativa é o ato pelo qual o Poder Legisla-tivo toma uma decisão, impõe uma ordem ou estabelece uma medida.

Os dois institutos, conforme se depreende da leitura do art. 49 do texto constitucional, serão utilizados pelo Congresso principalmente para aprovar, sustar, julgar, ou autorizar atos do Presidente da República. Assim, não podem se submeter, e de fato não se submetem, ao veto ou à sanção deste (vide caput do artigo 48).

2OBS: a iniciativa de projeto de lei pode ser: a) exclusiva, quando a Constituição a outorga a um órgão apenas; b) concorrente, quando é permitido a vários órgãos iniciarem o projeto.

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6 - Complemento

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Convém lembrar que a competência aqui tratada é exclusiva, não se permitindo que nenhum outro órgão, Poder ou ente federativo legisle sobre os assuntos previstos.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos inter-nacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressal-vados os casos previstos em lei complementar;III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;

Nos incisos I a IV estão disciplinadas competên-cias internacionais. Convém lembrar que o Presidente da República é, ao mesmo tempo, chefe de Governo e chefe de Estado. Os atos do Presidente, enquanto Chefe de Estado, podem comprometer a soberania e a segurança nacional. Daí a exigência de apreciação dos mesmos pelo Congresso.

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

Aqui temos uma competência política: o legislador sustará um ato ou um decreto do Executivo que, de qualquer forma, altere, amplie ou reduza a aplicação de uma lei.

VI - mudar temporariamente sua sede;

A sede a que se refere aqui é a sede do Poder Legis-lativo (Congresso Nacional) e não a sede do Governo.

VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153; III, e 153, § 2º, I;

Os Deputados Federais e os Senadores perceberão a mesma remuneração, sem nenhum privilégio em relação ao pagamento de imposto de renda.

VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

Também incidirá imposto de renda nos vencimentos do Presidente da República e dos Ministros.

IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da Repú-blica e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;

O julgamento das contas produz efeitos imediatos. Tanto o julgamento das contas como a apreciação dos relatórios envolvem conhecimentos técnicos especia-lizados. Neste sentido, cabe ao Tribunal de Contas da União emitir parecer prévio sobre as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República.

X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

Taisatosdefiscalizaçãoincluem,porexemplo,acon-vocação pela Câmara dos Deputados, ou pelo Senado Federal, de Ministro do Estado para prestar informações sobre assunto de interesse relevante (art. 50), sob pena de responsabilidade.

XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes;

A preservação da própria competência é necessária para o equilíbrio do sistema como um todo, que se baseia na tripartição dos Poderes e na atribuição de competênciasespecíficasacadaumdeles.

XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;

Os atos em tela são expedidos pelo Poder Executivo (art. 223), mas dependem de manifestação congressual paraseremeficazes.OCongressoNacionalosapreciarátanto do ponto de vista da legalidade quanto do ponto de vista da oportunidade. Dada a importância do assunto, a concessão de rádio e televisão ganha um tratamento diferenciado pela Lei Maior. Dois poderes controlam tais concessões: o executivo e o legislativo.

XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;

Mera decorrência da aplicação do art. 71 da CF. O TCU é integrado por 9 Ministros, tem sede no Distrito Fede-ral e jurisdição sobre todo o Território Nacional. Além de emitir parecer técnico sobre as contas apresentadas pelo Presidente da República, cabe ao TCU, entre ou-tras coisas, julgar (do ponto de vista técnico, apenas) as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos das Administrações Direta e Indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal.

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Complemento - 7

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XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes às atividades nucleares;

Conforme vimos no art. 21, XXIII, a atividade nu-clearéadmitidasomenteparafinspacíficosedependede aprovação do Congresso.

XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;

Referendo e plebiscito, como já vimos, são formas de participação dos cidadãos no processo democrático, competindo ao Congresso sua autorização.

XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveita-mento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;

Essa regra será retomada no art. 231, § 3o da CF, que diz que “o aproveitamento dos recursos hídricos, incluindo os poten-ciais energéticos, pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só poderão ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei”.

Não se esqueçam que as terras dos índios pertencem à União (os índios detêm apenas o usufruto).

XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares.

Tal aprovação prévia é requisito para a validade do ato.

Comparecimento perante a Comissão para esclarecimentos Nosso ordenamento prevê a possibilidade de autoridades do Poder Executivo prestarem informações, por sua livre e espontânea vontade ou mediante prévia convocação.

Na hipótese de convocação, se a autoridade for Mi-nistro de Estado, há a obrigatoriedade de sua presença.O não-comparecimentosemjustificativaadequadaimportaem crime de responsabilidade.

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Pre-sidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando em crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada. § 1º - Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Co-missões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa3 respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério.

§ 2º - As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informação a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.

4. ComPetênCias Da Câmara Dos DePutaDos

A maior parte dos incisos enumerados no art. 51, citado logo abaixo, atribui à Câmara dos Deputados funções que lhe são atípicas, como, por exemplo, a de julgar ou a de administrar.

O inciso I outorga à Câmara competência para emitir o juízo de admissibilidade, ou seja, autorizar o julgamento do Presidente da República.

No inciso II, temos a Câmara funcionando com função fiscalizadora do Poder Executivo.

Já no III, quando elabora seu regimento interno, a Câmara tem uma função legislativa, só que interna.

No inciso IV encontramos a Câmara exercendo uma função executiva administrativa atípica em relação à sua função original.

Por último, tem a Câmara, também, competência para eleger 2 membros do Conselho da República, que terão de ser, necessariamente, brasileiros natos, com mandato de 3 anos, vedada a recondução (art. 89, VII).

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

Juízo de admissibilidadeI - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

Quem autoriza o início do processo é a Câmara Baixa (Câmara dos Deputados) enquanto quem julga é a Câmara Alta (Senado Federal).

Fiscalização do ExecutivoII - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;

Regimento internoIII - elaborar seu regimento interno;

3 OBS.: as Mesas são órgãos diretores da cada Casa e sua estrutura está definida no respectivo Regimento Interno.

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8 - Complemento

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Função administrativaIV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remune-ração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

Eleição de membros do Conselho da RepúblicaV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

5. ComPetênCias Do senaDo FeDeral

Também no artigo seguinte, segundo José Afonso da Silva, há o mesmo erro técnico do art. 51: as com-petências enumeradas são exclusivas e não privativas.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Re-pública nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;

Tendo sido dada a autorização pela Câmara, compe-tirá, agora, ao Senado, efetuar o processo e o julgamento das pessoas citadas, com emissão de sentença penal pela absolvição ou pela condenação. O Senado tem competência para julgar tanto o Presidente, como o Vice e os Ministros, se estes últimos cometerem crimes de responsabilidade relacionados com os do Presidente da República.

II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Na-cional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;

Observa-se aqui o “mecanismo de freios e contra-pesos”, sistema de controle dos poderes proposto por Montesquieu, na elaboração da teoria da Tripartição dos Poderes. Ao Senado competirá o processo (instauração, apuração, coleta de provas, instrução) e o julgamento dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos mem-bros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, do Procurador-Geral da República e do Advogado-Geral da União, mas apenas nos crimes de responsabilidade. O crime comum praticado por estas mesmas pessoas ou por parlamentares será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, b). Relevante ressaltar que o Conselho Nacional de Justiça (composto de quinze membros) e o Conselho Nacional do Ministério Público (composto de quatorze membros)

foram criados pela recente Emenda Constitucional nº 45/04, na forma dos artigos 103-B e 130-A, respecti-vamente.

III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:a) magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;c) Governador de Território;d) presidente e diretores do Banco Central;e) Procurador-Geral da República;f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

Encontramos aqui uma divisão de responsabilida-des entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo. A indicação poderá ser do Presidente da República, mas a escolhafinal,apalavrafinalédoSenadoFederal,órgãorepresentante dos Estados.

IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;

São as Missões Brasileiras na ONU, por exemplo.Também encontramos aqui divisão de responsabilidade, principalmente porque os chefes de missão diplomática representarão o país externamente.

Do inciso V até o IX o legislador condicionou a eficáciadasmedidaseconômico-financeirasadotadasàaprovação do Senado Federal, exatamente para limitar os empréstimos procurados externamente, e que aumentam nossa dívida externa.

V - autorizar operações externas de natureza financeira, de inte-resse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;

O inciso X é extremamente importante. É o Senado que retira do ordenamento jurídico, por Resolução, a lei

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que o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional. Por exemplo: um indivíduo discute na justiça que uma lei federal está impedindo-o de receber aposentadoria integral, de um salário-mínimo. Tal lei fere o artigo da Constituição que garante, a todas as pessoas, no mínimo, um salário-mínimo. O reclamante aciona a Justiça, ganha em primeira instância, ganha em segunda instância (nos tribunais) e aí o caso vai para o STF, onde novamente ele ganha. A lei que o impede de receber salário mínimo integral foi declarada inconstitucional, mas a decisão do STF só vale para essas duas partes (inter partes): o autor da ação e o Estado. Não vale para as demais pessoas. Não pode, o STF, retirar, por si, do ordenamento jurídico a leiinconstitucional.EleoficiaoSenadoparaquebaixeuma Resolução (é ato discricionário do Senado Federal) retirando-a do ordenamento jurídico. Somente a partir de Resolução do Senado nesse sentido é que a lei em pauta deixará de ter efeito para o resto da sociedade (erga omnes).

Voltaremos a falar deste assunto quando estudarmos o Controle de Constitucionalidade por parte do Poder Judiciário.

XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;

Como o Senado aprova a escolha do Procurador--Geral, também sua exoneração deverá ser aprovada, principalmente porque estará sendo feita “de ofício”, ou seja, a expressão de ofícioquerdizeremrazãodaprofissão,do ofício.

XII - elaborar seu regimento interno;

Mera função legislativa interna.

XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

No inciso XIII encontramos o Senado exercendo uma função executiva administrativa atípica de sua função original, que é elaborar leis.

XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.

Por último, da mesma forma que a Câmara dos Deputados Federais, terá o Senado competência para eleger 2 membros do Conselho da República.

Impedimento do Presidente e previsão de sançãoParágrafo único - Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Se qualquer uma das pessoas enumeradas nos incisos I e II (Presidente da República, seu Vice, Ministros do Estado, Ministros do STF, Procurador-Geral da Repú-blica ou Advogado-Geral da União) for condenada pelo Senado por crime de responsabilidade, além de perder o cargo, receberá uma sanção adicional que será a proibição de candidatar-se, por oito anos, para qualquer função pública.

Tal punição não afasta outras sanções judiciais cabíveis, como multa, reparação ao erário público etc. Observa-se que o julgamento é presidido pelo Presiden-te do Supremo Tribunal Federal. Há a junção de dois Poderes para o controle do Executivo.

6. Dos DePutaDos e senaDores

Prerrogativas Aos Deputados Federais e aos Senadores, a Cons-tituição concedeu determinadas prerrogativas, com o objetivo de lhes permitir o livre desempenho de suas funções, de molde a assegurar a independência do Poder Legislativo.

Tais prerrogativas basicamente são:

Inviolabilidade (imunidade material) Os Deputados e Senadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos, no exercício dos respecti-vos mandatos (os parlamentares, por exemplo, nunca poderão cometer crime de injúria ou de calúnia, pois a Constituição veda, de plano, a incidência dos dispositivos da lei penal sobre suas opiniões, palavras e votos).

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis civil e penal-mente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.

A) Privilégio de foro para julgamento§ 1º - Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

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B) Proibição de prisão Desde a expedição do diploma, os parlamentares não poderão ser presos desde o ato da diplomação até encerrardefinitivamenteseumandato;

A Constituição excepciona, apenas, os casos de flagrantedecrime inafiançável.

§ 2º - Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas, à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

C) Suspensão do processo

O art. 53, em seu § 3º, possibilita a suspensão de processo contra parlamentar, desde que o pedido de suspensão seja efetuado por partido político e aprovado por maioria dos votos dos membros da Casa.

§ 3º - Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido po-lítico nela representado e pelo povo da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.§ 4º - O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.§ 5º - A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

Prescrição é a perda do direito de ação, em regra, os prazos no direito são prescritíveis.

D) Limitação ao dever de testemunhar Os congressistas têm o dever de testemunhar sobre fatos que se supõem ser de seu conhecimento e indispen-sáveis à instrução penal ou civil, devendo ser convidados a prestar seu depoimento em dia e local conveniente, no Fórum, uma vez que, neste caso, não têm privilégio de foro.

De outra parte, os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre aspessoasquelhesconfiaramoudelesreceberamin-formações.

§ 6º - Os Deputados e Senadores não serão obrigados a teste-munhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

E) Imunidade para o serviço militar§ 7º - A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.

Se o congressista quiser, por livre e espontânea von-tade, incorporar-se às Forças Armadas, deverá renunciar ao seu mandato.

F) Permanência das imunidades§ 8º- As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos, praticados fora do recinto do Congresso, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

Enumeradas as prerrogativas dos parlamentares, vejamos agora as proibições que a Constituição lhes impõe.

Proibições impostas aos parlamentares As proibições a que Deputados e Senadores estão incursos, enquanto investidos no mandato, estão enu-meradasnoart.54,quetemafinalidadedepreservaralicitude e a ética do comportamento dos parlamentares em relação à causa pública.

O congressista não pode exercer certas ocupações ou praticar determinados atos cumulativamente com seu mandato.

Tais impedimentos podem ser classificados em vários tipos: incompatibilidade funcional, incompatibi-lidade negocial, incompatibilidade política e incompati-bilidadeprofissional.

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:I - desde a expedição do diploma:

A diplomação ocorre após a homologação do resul-tado eleitoral e antes da posse do eleito.

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito públi-co, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

A caracterização de “contrato de cláusulas uniformes” é controvertida na doutrina. A maioria entende que são os contratos de adesão, tais como: seguro, transporte, fornecimento de água, prestação de serviços de telefone, contratodosistemafinanceirohabitacionaletc.

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b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum4, nas entidades constantes da alínea anterior;

II - desde a posse:a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

Tal disposto, bem como os anteriores visam garantir a impessoalidade no trato com a administração.

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, a;c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, a;d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Não pode o congressista ser, ao mesmo tempo, De-putado e Senador ou Deputado e Vereador ou Senador e Vice-Presidente, ou Deputado e Vice-Governador, apenas cargos eletivos etc. Essa é a regra geral. A Cons-tituição, entretanto, prevê no art. 56 alguns casos em que o parlamentar poderá se afastar de seu mandato, para exercer outras funções públicas.

Perda do Mandato A perda do mandato está prevista no art. 55, e se dará por cassação ou extinção.

Ocorrerá a cassação quando o parlamentar incorrer em falta funcional, prevista na Constituição, e punível com esta sanção. As situações às quais a cassação se aplica são as seguintes: infringência ao artigo 54, quebra do decoro parlamentar e condenação criminal. Somente a Mesa da Casa ou o partido político com representação noCongressoNacional poderá propô-la e ela serádecidida pela Casa do parlamentar acusado, por voto secreto e quorum privilegiado da maioria absoluta dos integrantes da Casa ou de sua composição plena.

Ocorrerá extinção do mandato quando houver fato ou ato que torne automaticamente inexistente a investi-dura eletiva, como, por exemplo, a morte, a renúncia, o não-comparecimento a certo número de sessões, a perda ou a suspensão dos direitos políticos, ou a de-terminação pela Justiça Eleitoral. A perda do mandato mediante extinção é praticamente automática, sendo simplesmente declarada pela Mesa da Casa respectiva. Esta pode agir de ofício ou mediante requerimento de

qualquer de seus membros ou de partido político com representação no Congresso. A Constituição assegura, entretanto, ao parlamentar atingido, a ampla defesa.

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; [cassação]II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; [cassação]III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; [extinção]IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; [extinção]V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição; [extinção]VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado; [cassação]

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.

Tem o escopo de evitar o abuso e o desvio de poder.

Cassação§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de par-tido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013)

Extinção§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.§ 4º - A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.

Afastamento do parlamentar No artigo seguinte, o legislador enumerou situações onde o parlamentar poderá se afastar de seu mandato, com ou sem remuneração.

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Ter-ritório, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.

4 Demissíveis ad nutum: expressão utilizada para indicar cargos ou funções públicas que podem ser dispensados sem qualquer atenção à pessoa que os exerce. Todos os cargos públicos em comissão ou de confiança são demissíveis ad nutum.

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§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato. Excepcionalmente prevê a CF a realização de uma eleição atemporal.§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato.

7. Das reuniões

A sessão legislativa consiste no período de atividade do Congresso, durante o qual se realizam suas reuniões de trabalho. Esse período de trabalho irá de 02 de feve-reiro a 17 de julho e 01 de agosto a 22 de dezembro. (texto alterado pela Emenda Constitucional n.º 50 de 14 fevereiro de 2006).

As reuniões poderão ser realizadas separadamente em cada Casa, ou conjuntamente.

Reunião conjunta A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, sob a presidência da Mesa do Senado, se reunirão em sessão conjunta para:a) inaugurar a sessão legislativa;b) elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns das duas Casas;c) receber o compromisso do Presidente e Vice-Presi-dente da República;d) conhecer do veto e sobre ele deliberar.

Na primeira situação (inauguração da sessão legis-lativa), dá-se início aos trabalhos legislativos e conheci-mento da mensagem do Presidente da República.

Na segunda situação (elaboração do regimento co-mum), é necessário dizer que três são os regimentos que estabelecem as normas do Legislativo: o do Congresso Nacional, o da Câmara dos Deputados e o do Senado Federal. Qualquer emenda, qualquer alteração do regi-mento comum, no caso, o do Congresso Nacional, deverá ser feita em sessão conjunta.

Na terceira, deve-se receber o compromisso do Presidente e Vice-Presidente da República, que será: “Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a União, a integridade e a independência do Brasil”.

E, por último, o conhecimento do veto e a deli-beraçãosobreelesãoprocedimentosquefinalizamoprocesso legislativo.

O veto, como vimos anteriormente, é a discordância do Presidente da República de um projeto de lei, seja por entendê-lo inconstitucional, seja por entendê-lo contrá-rio aos interesses públicos. A exigência de apreciação, mediante veto ou sanção, do Presidente da República para a edição de uma lei é uma estratégia que divide a responsabilidade da elaboração de leis entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo. Para a derrubada do veto, o legislador constituinte exigiu a presença das duas Casas do Congresso.

Mesa diretora Mesa é o conjunto de parlamentares eleitos por seus pares para dirigir os trabalhos legislativos durante dois anos.

A Constituição diz que há três mesas dirigentes: a) Mesa da Câmara dos Deputados; b) Mesa do Senado Federal;c) Mesa do Congresso Nacional.

Segundo José Afonso da Silva, a composição de cada mesa é “matéria regimental e cada Casa disciplina como melhor lhe parecer”. A regra tem sido que tanto a Mesa da Câmara dos Deputados como a Mesa do Senado Federal, compreendam: Presidente, dois Vice-Presidentes, quatro Secretários e quatro suplentes de Secretários.

Diz o mesmo autor que “as atribuições das Mesas são contempladas nos regimentos internos, mas a Constituição men-ciona algumas de maior destaque, que fogem a uma consideração puramente regimental, como as referentes à convocação ou compa-recimento de Ministros, à perda de mandatos de congressistas, à propositura da ação direta de inconstitucionalidade, e à liberação de pronunciamento de parlamentares durante o estado de sítio”.

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 50 de 14 de fevereiro de 2006) § 1º - As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.§ 2º - A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias é uma tarefa precípua do Congresso Nacional, daí o seu grau de importância.

§ 3º - Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câ-mara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:I - inaugurar a sessão legislativa;II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;

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III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

§ 4º - Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 50 de 14 de fevereiro de 2006)§ 5º - A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Pre-sidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Convocação extraordinária Têm legitimidade para convocar extraordinariamente o Congresso Nacional durante o recesso, nas situações e assuntos previstos para cada um:- o Presidente do Senado Federal;- o Presidente da República;- o Presidente da Câmara dos Deputados;- a maioria dos membros de ambas as Casas.

Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso só poderá deliberar sobre a matéria para a qual foi convo-cado e nenhuma outra mais.

§ 6º - A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 50, de 14 fevereiro de 2006)

Valor superior ao teto§ 7º - Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 50 de 14 de fevereiro de 2006)§ 8º - Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamen-te incluídas na pauta da convocação.

8. Das Comissões

Comissões são organismos constituídos em cada Câmara, compostos de número geralmente restrito de membros, encarregados de estudar e examinar propo-sições legislativas e apresentar pareceres.

As comissões podem ser de quatro tipos:

a) permanentes: são as que subsistem através das legis-laturas; organizam-se em função da matéria, coincidindo, geralmente, com o campo funcional dos Ministérios (art. 58). Um exemplo de Comissão permanente é a CCJ – Comissão de Constituição e Justiça.

b) temporárias:sãocriadasparaassuntosespecíficos,eextinguem-sequandotenhampreenchidoosfinsaquesedestinamoucomofimdalegislatura;o§2ºdoart.58 designa as competências dessas comissões.

c) mistas: são comissões formadas por Deputados e Senadores com o objetivo de estudar assuntos expres-samentefixados, emespecial, aquelesquedevam serdecididos pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta das duas Casas; a Constituição estatui no art. 166, § 1º, uma comissão mista permanente.

d) comissões parlamentares de inquérito: previstas no § 3º do artigo 58, terão poderes de investigação pró-prios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos internos das Casas; desempenham papel de fiscalizaçãoecontroledaAdministração;oSenadoeaCâmara poderão criar, isolada ou conjuntamente, tantas CPI quantas julgarem necessárias.

Para ser criada uma CPI, é necessário:1. requerimento de 1/3 dos membros da Casa;2. que seja constituída para a apuração de fato determinado;3. que tenha prazo certo de funcionamento.

Suas conclusões serão encaminhadas ao Ministério Público, para que este promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. É o Poder Legislativo funcio-nandocomoórgãofiscalizador,defendendoaprobidadeadministrativa.

Segundo os doutrinadores, tem a CPI, natureza de inquérito policial.

Convocação de autoridade De nada adiantaria criar comissões parlamentares de inquérito se não houvesse mecanismos impeditivos da omissão ou sonegação de informação por parte das autoridades públicas. É por isso que a Constituição dispõe sobre a convocação de autoridades.

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A Câmara dos Deputados ou o Senado Federal, bem como qualquer de suas Comissões, poderão con-vocar Ministro de Estado para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificaçãoadequada.

Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante enten-dimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério.

Como vimos no art. 50, § 2o, as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informação aos Ministros de Esta-do ou a quaisquer titulares dos órgãos subordinados à Presidência da República, importando crime de respon-sabilidade a recusa, ou o não-atendimento no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.§ 1º - Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.

§ 2º - Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regi-mento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;VI - apreciar programa de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.§ 4º - Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

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Complemento - 15

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exerCíCios De Fixação

01. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comis-sões, serão tomadas por:

a) maioria de votos de parlamentares estaduais.b) dois terços dos votos.c) três quartos dos votos.d) maioria dos votos, presentes a maioria absoluta de

seus membros.e) maioria relativa dos votos por derivação.

02. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes:

a) dopovo,eleitospelosistemaeconômico-majoritário.b) do povo, eleitos pelo sistema majoritário.c) do povo, eleitos pelo sistema proporcional.d) do povo, eleitos pelo sistema igualitário-majoritário.e) do povo, dos Estados e do Distrito Federal.

03. O número total de Deputados, bem como a re-presentação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por Lei Complementar:

a) proporcionalmente aos cidadãos.b) proporcionalmente à população.c) proporcionalmente aos detentores de cidadania ativa.d) proporcionalmente aos detentores de cidadania

passiva.e) proporcionalmente ao número de Deputados

Estaduais.

04. O Senado Federal compõe-se de representantes:a) dos Estados e do Distrito Federal.b) dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.c) dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.d) dos Estados e dos Territórios.e) dos Estados e dos Municípios.

05. Compete privativamente ao Congresso Nacional:

I. autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias.

II. aprovar o estado de defesa e a intervenção fe-deral, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas.

III. mudar temporariamente sua sede.a) apenas I e II estão corretas.b) I, II e III estão incorretas.c) apenas I está correta.d) apenas I e II estão incorretas.e) I, II, III estão corretas, mas o enunciado não, por-

que a competência em tela é exclusiva.

06. É competência exclusiva do Congresso Nacional:

a) autorizar referendo e convocar plebiscito.b) dispor sobre sistema tributário.c) dispor sobre programas nacionais.d) dispor sobre limites do território nacional.e) dispor sobre concessão de anistia.

07. A autorização dada pela Câmara dos Depu-tados para a instauração de processo contra o Presidente da República e os Ministros de Estado se dará por:

a) dois terços de seus membros.b) três quintos de seus membros.c) dois terços dos membros presentes à sessão.d) três quintos dos membros presentes à sessão.e) maioria simples.

08. Emissão de moeda, seus limites e montante da dívida mobiliária federal é competência legislativa do(a):

a) Banco Central do Brasil, com sanção do Senado Federal.

b) Ministério da Fazenda, com sanção do Presidente da República.

c) Senado Federal, com sanção da Câmara dos Deputados.

d) Presidência da República, com sanção do Congresso Nacional.

e) Congresso Nacional, com sanção Presidencial.

09. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

a) processar e julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade.

b) autorizar, por dois terços de seus membros, a instau-ração de processo contra os Ministros de Estado.

c) autorizar, por um terço de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente da República.

d) processar e julgar o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade.

10. Quando o Senado Federal estiver funcionando como Tribunal para julgamento do Presidente da República nos crimes de responsabilidade, funcionará como presidente da sessão:

a) o Presidente do Senado Federal.b) o Presidente da Câmara dos Deputados.c) o Presidente do Supremo Tribunal Federal.d) o Presidente do Senado Federal e da Câmara dos

Deputados, conjuntamente.e) um Presidente escolhido entre os Senadores da

República, através do voto secreto.

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11. Os Deputados Federais e Senadores são submetidos a julgamento perante o:

a) Tribunal Superior Eleitoral.b) Tribunal Federal de Recursos.c) Tribunal de Justiça do Distrito Federal.d) Supremo Tribunal Federal.e) Superior Tribunal Militar.

12. O Senador:a) não é representante do povo mas é eleito pelo povo.b) terá mandato de cinco anos, renovado de quatro

em quatro anos.c) será eleito com um suplente.d) será eleito com dois suplentes para ajudá-lo no

desempenho do mandato.e) representa o território.

13. Os Deputados e Senadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos, sendo que suas imunidades, no que se refere ao estado de sítio,

a) não subsistirão.b) subsistirão plenamente.c) só podem ser interrompidas mediante o voto de

2/3 dos membros da Casa respectiva e no caso de prática de atos contrários à execução da medida fora do recinto do Congresso Nacional.

d) só podem ser suspensas mediante o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva e no caso de prática de atos incompatíveis com a execução da medida.

e) o enunciado da questão é falso.

14. O número de Deputados Federais eleitos por Território é de:

a) no mínimo oito e no máximo setenta.b) três.c) quatro.d) no mínimo quatro e no máximo setenta.e) no máximo setenta.

15. Os Deputados Federais não poderão, desde a posse:

a) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

b) firmarcontratocompessoajurídicadedireitopúblico.c) manter contrato com autarquia.d) firmarcontratocomsociedadedeeconomiamista.e) manter contrato com empresa pública.

16. Podem convocar, extraordinariamente, o Con-gresso Nacional:

a) o Presidente da República, o Presidente do Senado Federal, o Presidente da Câmara dos Deputados ou a maioria dos membros do Congresso Nacional.

b) somente o Presidente da República e o Presidente do Congresso Nacional.

c) o Presidente da República, o Presidente do Senado Federal, o Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do Congresso Nacional ou a maioria dos membros do Congresso Nacional.

d) o Presidente do Senado Federal e o Presidente da Câmara dos Deputados apenas.

e) somente o Presidente da República.

17. Indique a alternativa incorreta:a) na Constituição das Mesas e de cada Comissão, é

assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamen-tares que participem da respectiva Casa.

b) sendo matéria de sua competência a comissão pode convocar Ministros de Estado.

c) sendo matéria de sua competência a comissão pode solicitar depoimento de qualquer autoridade, cidadão ou representante de países estrangeiros.

d) as comissões parlamentares de inquérito têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais.

e) o Congresso Nacional, o Senado Federal e a Câ-mara do Deputados terão comissões permanentes e temporárias.

18. Durante o recesso parlamentar:a) não existe comissão formada.b) só existe comissão do Senado Federal.c) só existe comissão da Câmara dos Deputados.d) só existe comissão representativa do Congresso

Nacional.e) as comissões são representadas pelos líderes dos

partidos.

19. O Presidente da República, se for acusado de algum crime, será julgado:

a) pelo STF, quer se trate de crime comum ou de crime de responsabilidade.

b) pelo Senado Federal, tanto nos casos de crime comum como nos casos de responsabilidade.

c) pelo STF, tanto nos crimes comuns como nos crimes de responsabilidade, depois que a Câmara dos Deputados declarar procedente a acusação pelo voto de 2/3 dos Deputados.

d) pelo STF nos crimes comuns e pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade depois que a Câma-ra dos Deputados declarar procedente a acusação pelo voto de 2/3 dos seus membros.

e) pelo Senado Federal, tanto nos crimes comuns como nos crimes de responsabilidade, depois de a Câmara dos Deputados declarar procedente a acusação pelo voto da maioria dos seus membros.

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Complemento - 17

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20. Queira assinalar a resposta incorreta, abaixo, relativamente às comissões parlamentares de inquérito:

a) podem ser criadas pelo Senado e pela Câmara dos Deputados, em conjunto ou separadamente.

b) a criação depende de requerimento subscrito por um terço dos membros de cada uma das aludidas casas legislativas.

c) devem ter prazo certo para encerrar seus trabalhos.d) as conclusões das comissões parlamentares de

inquérito (CPI) têm efeitos exauridos no âmbito do Congresso Nacional, sem que se imponham provisórias outras, por partes das mesmas, para a promoção da responsabilidade civil ou criminal dos eventuais infratores.

e) têm poderes de investigação próprios das autori-dades judiciais.

Gabarito

01. D 02. C 03. B 04. A 05. E 06. A 07. A 08. E 09. B 10. C 11. D 12. A 13. D 14. C 15. A 16. A 17. C 18. D 19. D 20. D

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1. introDução

A função típica fundamental do Poder Executivo é a administração da máquina estatal através de um desen-volvimento infralegal, isto é, através de atos administrativos (decretos, regulamentos, portarias, avisos etc.), que deverão estar sempre subordinados à lei votada pelo Poder Legislativo.

Desta forma, a edição de leis delegadas e de medidas provisórias, e a participação no processo legislativo através da iniciativa, da sanção, do veto e da promulgação, constituem funções legislativas atípicas do Poder Executivo.

ValeapenamarcarqueachefiadoPoderExecutivoé unipessoal. O Presidente exerce o Poder Executivo e reúne, em si, a tríplice condição de Chefe de Estado, Chefe de Governo e Chefe da Administração Federal. Neste sentido, os Ministros de Estado são meros ocu-pantes de cargos em comissão, auxiliando o Presidente da República no exercício do Poder Executivo:

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da Re-pública, auxiliado pelos Ministros de Estado.

A estrutura jurídico-administrativa da Presidência da República compreende os órgãos essenciais (Gabinete Civil e Gabinete Militar) e os órgãos de assessoramento imediato do Presidente da República (Conselho de Segurança Nacional, ConselhodeDesenvolvimentoEconômico,ConselhodeDesenvolvimento Social, Conselho Nacional de Informática e Automação, Serviço Nacional de Informações, Estado-Maior das Forças Armadas, Consultoria-Geral da República etc.).

2. Do PresiDente e Do viCe-PresiDente Da rePúbliCa

Requisitos para a candidatura à PresidênciaPodem candidatar-se ao cargo de Presidente da Repú-blica os indivíduos que: a) sejam brasileiros natos;b) estejam em pleno exercício dos direitos políticos;c) tenham o domicílio eleitoral na circunscrição;

d)estejamfiliadosaumpartido;e) tenham a idade mínima de 35 anos.

Eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República O Presidente e o Vice-Presidente com ele registrado, serão eleitos para um mandato de 4 anos e poderão ser reeleitos para um único período subsequente. A eleição de ambos realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno e último do-mingo de outubro, em segundo turno no ano anterior ao término do mandato presidencial vigente.

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao término do mandato presidencial vigente.§ 1º - A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.

Há um vínculo direto entre a eleição do titular do cargo (o Presidente) e o titular do cargo de mera expectativa (o Vice-Presidente). Não há a possibilidade de eleição dissociada como em outros tempos de nossa ordem legal.

Eleição por maioria absoluta dos votos válidos§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, regis-trado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.

Previsão de segundo turno§ 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.

Situações especiais§ 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, de-sistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.

2. Do PoDer exeCutivo

1. Introdução2. Do Presidente e do Vice-Presidente da República3. Das Atribuições do Presidente da República4. Da Responsabilidade do Presidente da República5. Dos Ministros de Estado6. Do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional

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Ocorrendo a morte, desistência ou algum impe-dimento legal de um dos dois candidatos ao segundo turno, não será eleito necessariamente o que sobrou. A Constituição exige que haja o segundo turno com o terceiro candidato mais votado.

§ 5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.

Se no primeiro turno dois ou mais candidatos em-patarem em segundo lugar, irão para o segundo turno apenasdoiscandidatos:aquelequeficouemprimeirolugar e o mais idoso dos que empataram.

Observa-se o quesito idade como critério de desem-pate. Esta regra é muito usada em concursos públicos.

Posse Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.

VacânciaVacância é o ato expedido pelo Congresso Nacional decla-rando o cargo de Presidente ou Vice da República vago. Uma das hipóteses em que ela pode ocorrer é a seguinte:

Parágrafo único - Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.

Além da situação acima prevista, a vacância do cargo presidencial também pode decorrer:a) de morte;b) de incapacidade absoluta;c) de aceitação de título ou de condecoração estrangeira, que resultem em restrição ao seu direito ou dever perante o Estado brasileiro;d) de renúncia;e) de condenação pelo Senado Federal por crime de responsabilidade;f) de perda dos direitos políticos;g) de condenação judicial pelo Supremo Tribunal Fede-ral por crime comum, resultando em impossibilidade de exercício da função pública;h) de perda do cargo, ao ausentar-se do País por mais de 15 dias, sem licença do Congresso Nacional.

Atribuições do Vice-PresidenteArt. 79 - Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.

As atribuições básicas do Vice-Presidente são:a) substituição temporária do Presidente, no caso de impedimento (exemplo: quando o Presidente da República precisar se ausentar do País);b) sucessão definitiva daquele, no caso de vacância do cargo (exemplo: com a condenação de Fernando Collor peloSenado,ItamarFrancoassumiudefinitivamenteaPresidência da República).

Tanto a substituição como a sucessão, ocorrerão somente pelo tempo de mandato que restar.

Outras atribuições do Vice-Presidente são previstas no seguinte dispositivo:

Parágrafo único - O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais.

Substituição no caso de impedimento ou vacância de ambos os cargosArt. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

A ordem de substituição acima enumerada é taxativa e obedece ao princípio da representação popular: primeiro chama-se o Presidente da Câmara dos Deputados, formada de representantes diretamente escolhidos pelos cidadãos; a seguir, o Presidente do Senado Federal, formado por repre-sentantes dos Estados-membros; por último, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, formado por Ministros que não foram escolhidos diretamente pelos cidadãos.

Se houver impedimento do Presidente e de seu Vice, as pessoas acima enumeradas os substituirão, até que cesse o impedimento.

Se houver vacância de ambos os cargos, essas mesmas pessoas os substituirão até que sejam realizadas as eleições extraordinárias previstas no art. 81. Por este dispositivo, os novos chefes do Executivo serão escolhidos diretamente pelos cidadãos (eleição popular direta), se os dois cargos ficaremvagosnosdoisprimeiros anosdemandato, eserão escolhidos pelo Congresso (eleição indireta), se tal ocorrer nos dois últimos anos do mandato. Em qualquer dos casos, os eleitos só ocuparão os respectivos cargos pelo período restante do mandato de seus antecessores.

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da Repú-blica, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

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§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.

Mandato PresidencialArt. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.

Necessidade de licença do Congresso para se au-sentar do País por mais de 15 diasArt. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Tal licença deverá ser dada por maioria absoluta.

3. Das atribuições Do PresiDente Da rePúbliCa

O art. 84 cuida do assunto. Embora o caput desse artigoqualifiqueascompetênciasdoPresidentedaRe-pública enumeradas como privativas, na realidade 90% delas são indelegáveis e, portanto, exclusivas.

Existem três únicas exceções ditadas pelo parágrafo único, que prevê a possibilidade de delegação das atribuições enumeradas nos incisos VI (competência para dispor sobre a organização e o funcionamento da Administra-ção Federal), XII (concessão de indulto e comutação de penas), e XXV, primeira parte (provimento de cargos pú-blicos federais), aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;VI - dispor, mediante decreto, sobre:a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;X - decretar e executar a intervenção federal;XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação

do País e solicitando as providências que julgar necessárias;XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

4. Da resPonsabiliDaDe Do PresiDente Da rePúbliCa

Crime é a violação de um bem juridicamente tutelado. O Presidente pode praticar crimes de responsabilidade (previstos no art. 85 da CF) ou crimes comuns (previstos na Legislação Penal).

Crime de responsabilidade é aquele que está ligado com o cargo ocupado. Crime comum é o que pode ser praticado por qualquer pessoa, independentemente da função que ocupa.

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Exemplos: matar alguém é crime de homicídio previsto na legislação penal (art. 121 do Código Penal ou art. 302 do Código de Trânsito Brasileiro), ou seja, crime comum. Entre-tanto, ao atentar contra a lei orçamentária estará praticando um crime de responsabilidade e não há uma infração penal.

Os crimes de responsabilidade estão enumerados no art. 85 da Constituição, e podem ser crimes políticos (incisos I a IV) ou crimes funcionais (incisos V a VII).

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, espe-cialmente, contra:I - a existência da União;II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;IV - a segurança interna do País;V - a probidade na administração;VI - a lei orçamentária;VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.Parágrafo único - Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.

Processo contra o Presidente da República José Afonso da Silva nos ensina o seguinte:“O processo dos crimes de responsabilidade e dos comuns cometidos pelo Presidente da República divide-se em duas partes: juízo de admissibilidade do processo e julgamento. A acusação pode ser articulada por qualquer brasileiro perante a Câmara dos De-putados. Esta conhecerá, ou não, da denúncia; não conhecendo, será ela arquivada; conhecendo, declarará procedente, ou não, a acusação; julgando-a improcedente, também será arquivada. Se a declarar procedente pelo voto de dois terços de seus membros, autorizará a instauração de processo (arts. 51 e 86), passando, então, à matéria: a) à competência do Senado Federal, se tratar de crime de responsabilidade (arts. 52, I, e 86); b) ao Supremo Tribunal Federal, se o crime for comum (art. 86).

“Recebida a autorização da Câmara para instaurar o processo, o Senado Federal se transformará em tribunal de juízo político, sob a Presidência do Presidente do Supremo Tribunal Federal (...)”

O processo seguirá os trâmites legais, com oportunidade de ampla defesa ao imputado, concluindo pelo julgamento, que poderá ser absolutório, com o arquivamento do proces-so, ou condenatório, por dois terços dos votos do Senado, limitando-se a decisão à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis (art. 52, parágrafo único).

“Em se tratando de crimes comuns, autorizado o processo pela Câmara, este será instaurado pelo Supremo Tribunal Federal com o recebimento da denúncia ou queixa-crime, com a conseqüência

também imediata da suspensão do Presidente de suas funções (art. 86, § 1o), prosseguindo o processo nos termos do Regimento Interno daquele Colendo Tribunal e da legislação processual penal pertinente. Nesse caso, a condenação do Presidente importa em conseqüência de natureza penal e somente por efeitos reflexos e in-diretos implica perda do cargo, à vista do disposto no art. 15, III.”

Vejamos agora o que diz a Constituição:Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.§ 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções:I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou quei-xa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.§ 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

5. Dos ministros De estaDo

Requisitos para ser Ministro de EstadoArt. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasilei-ros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.

Competências dos Ministros de EstadoParágrafo único - Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República;II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.

Criação dos Ministérios por leiArt. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.

Responsabilidade dos Ministros de EstadoSão crimes de responsabilidade dos Ministros de Estado:a)faltadecomparecimentosemjustificaçãoadequada,àCâmara dos Deputados, ao Senado Federal ou a qualquer de suas Comissões, quando convocado para prestar, pessoalmente, quaisquer informações;

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b) praticar, juntamente com o Presidente da República, atosdefinidoscomocrimederesponsabilidade.

Juízo competente para processar e julgar os Ministros do Estado Assim como o Presidente da República, os Ministros serão julgados:a) pelo Supremo Tribunal Federal, nos crimes comuns e nos crimes de responsabilidade que cometerem sozinhos, eb) pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade, quando os cometerem com o Presidente da República.

6. Do Conselho Da rePúbliCa e Do Conselho Da DeFesa naCional

Conselhos, segundo José Afonso da Silva, “são orga-nismos públicos destinados ao assessoramento de alto nível e de orientação e até de deliberação em determinado campo de atuação governamental”.

Existem vários Conselhos junto à Superior Admi-nistração Federal, como o Conselho da Educação, o Conselho da Cultura, o Conselho Interministerial de Preços etc., mas a Constituição previu apenas três:a) Conselho da República (art. 89);b) Conselho de Defesa Nacional (art. 91); c) Conselho da Comunicação Social (art. 224).

Este conselho, apesar de previsto não está criado até o presente momento.

Neste capítulo iremos estudar somente os dois primeiros.

a) Conselho da RepúblicaComposiçãoArt. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam:I - o Vice-Presidente da República;II - o Presidente da Câmara dos Deputados;III - o Presidente do Senado Federal;IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;VI - o Ministro da Justiça;VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.

Observa-se que dos 14 brasileiros membros do Conse-lho da República, 9 devem ser brasileiros natos, pois além dos 6 citados no art. 89 da CF, os cargos de Presidente e Vice da República, bem como o de Presidente do Senado Federal também devem ser de brasileiros natos.

CompetênciasArt. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.§ 1º - O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.§ 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento do Con-selho da República.

OBS.: o Conselho da República é um instituto encarre-gado da consolidação democrática do país, mas não é um órgão deliberativo, uma vez que só emite opiniões.

b) Conselho de Defesa Nacional Da mesma forma que o Conselho da República, o Conselho de Defesa Nacional também não é um órgão deliberativo, mas apenas consultivo.

ComposiçãoArt. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos:I - o Vice-Presidente da República;II - o Presidente da Câmara dos Deputados;III - o Presidente do Senado Federal;IV - o Ministro da Justiça;V - o Ministro de Estado da Defesa; VI - o Ministro das Relações Exteriores;VII - o Ministro do Planejamento.VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Tal Conselho é composto por 10 membros.

Competências§ 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional:I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição;II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indis-pensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relaciona-das com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de inicia-tivas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático.§ 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.

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exerCíCios De Fixação

01. O Presidente da República deverá afastar-se do exercício de suas funções:

a) tão logo autorizar a Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros, a instauração do processo de impeachment contra o mesmo.

b) assim que admita a Câmara dos Deputados, pelo voto de dois terços dos seus membros, a acusação contra o mesmo por crimes comuns ou por crimes de responsabilidade.

c) após a instauração, contra o mesmo, de processo de impeachment pelo Senado Federal ou, nos casos de crimes comuns, após o recebimento pelo Supremo Tribunal Federal de queixa-crime ou de denúncia formulada pelo Procurador-Geral da República.

d) após o oferecimento de denúncia contra o mesmo pelo Procurador-Geral da República perante o Supremo Tribunal Federal, nos casos de crimes comuns, ou por qualquer representante do povo perante a Câmara dos Deputados, nos casos de crimes de responsabilidade.

e) somente após condenação penal transitada em julgado no Supremo Tribunal Federal.

02. O Presidente da República, se for acusado de algum crime, será julgado:

a) pelo STF, quer se trate de crime comum ou de crime de responsabilidade.

b) pelo Senado Federal, tanto nos casos de crime comum como nos casos de responsabilidade.

c) pelo STF, tanto nos crimes comuns como nos crimes de responsabilidade, depois que a Câmara dos Deputados declarar procedente a acusação pelo voto de 2/3 dos Deputados.

d) pelo STF nos crimes comuns e pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade, depois que a Câma-ra dos Deputados declarar procedente a acusação pelo voto de 2/3 dos seus membros.

e) pelo Senado Federal, tanto nos crimes comuns como nos crimes de responsabilidade, depois de a Câmara dos Deputados declarar procedente a acusação pelo voto da maioria dos seus membros.

03. Durante o recesso parlamentar:a) não existe comissão formada.b) só existe comissão do Senado Federal.c) só existe comissão da Câmara dos Deputados.d) só existe comissão representativa do Congresso

Nacional.e) as comissões são representadas pelos líderes

dos partidos.

04. Ausentando-se do País, por uma semana, sem a licença do Congresso Nacional, sujeita-se o Presidente da República a:

a) pena de perda do cargo.b) suspensão de suas funções até julgamento do crime

de responsabilidade.c) nenhuma sanção penal ou política, porque não está

prevista a hipótese na Constituição.d) processo de impeachment.e) não mais poder sair do território nacional.

05. Assinale a afirmativa correta:a) sucederá o Presidente da República, no caso de

vaga, e o substituirá, no caso de impedimento, o Vice-Presidente da República.

b) substituirá o Presidente da República, no caso de vaga, o Vice-Presidente da República.

c) sucederá o Presidente da República, no caso de impedimento, o Vice-Presidente da República.

d) substituirá e sucederá o Presidente da República, no caso de vaga, o Vice-Presidente da República.

e) substituirá o Presidente da República, no caso de vaga ou de impedimento, o Vice-Presidente da República.

06. Ao Presidente da República compete privati-vamente dispor sobre a organização e o fun-cionamento da administração federal:

a) conforme dispuser lei complementar.b) mediante decreto.c) nos casos previstos na Constituição.d) através de leis delegadas.e) ouvido o Conselho da República.

07. Nomear, após aprovação do Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal é atribuição do:

a) Presidente da República.b) Presidente do Supremo Tribunal Federal.c) Presidente do Senado Federal.d) Presidente da Câmara dos Deputados.e) Presidente do Congresso Nacional.

08. De acordo com a Constituição Federal, os crimes de responsabilidade do Presidente da República serão definidos em:

a) Lei especial.b) Lei ordinária.c) Lei complementar.d) Lei delegada.e) Emenda constitucional.

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24 - Complemento

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09. O Presidente ficará suspenso de suas funções:a) nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia

ou queixa-crime pelo Senado Federal.b) nos crimes de responsabilidade, após instauração

do processo pelo Supremo Tribunal Federal.c) nos crimes comuns, se recebida a denúncia ou

queixa-crime pela Câmara dos Deputados.d) nos crimes de responsabilidade, após a denúncia

ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal.e) nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia

ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal.

10. Assinale a alternativa incorreta:a) o mandato do Presidente da República é de quatro

anos, e o mesmo poderá ser reeleito para um único período subsequente.

b) o Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

c) compete ao Presidente da República celebrar tra-tados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.

d) compete ao Presidente da República remeter men-sagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expon-do a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias, e também nomear e exonerar os Ministros de Estado.

e) não são crimes de responsabilidade funcionais, e sim crimes de responsabilidade políticos os atos do Presidente da República que atentem contra a probidade na administração, a lei orçamentária e o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

11. Assinale a alternativa falsa. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

a) o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação.

b) o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais.c) a probidade na administração.d) a vida, a propriedade e o decoro parlamentar.e) a segurança interna do País.

12. A criação, estruturação e atribuições dos Ministérios dependem de:

a) Lei.b) Decreto.c) Medida Provisória.d) Revisão Constitucional.e) Portaria.

13. Segundo prevê a Constituição Federal vigente, o Conselho da República, para o Presidente da República é:

a) órgão de controle interno.b) órgão superior de consulta.c) autarquiasuperiordefiscalização.d) autarquia de controle de estratégias.e) órgão central de avaliação das políticas administrativas.

14. O Conselho da República deverá deliberar nos casos de:

a) intervenção federal.b) estado de defesa.c) estado de sítio.d) questões relevantes para a estabilidade das institui-

ções democráticas.e) o enunciado apresenta proposição falsa, uma vez

que o Conselho da República não emite delibera-ções, e sim apenas opiniões.

15. Da pauta de reunião do Conselho da República constava assunto relativo ao processo inflacio-nário, o que levou o Presidente da República a convocar o Ministro da Fazenda para parti-cipar da mesma. Analise e responda qual das alternativas está correta:

a) o Presidente da República errou, pois a Constitui-ção Federal só lhe permite convidar, e não convocar, Ministros de Estado.

b) o Presidente da República errou, pois a Constitui-ção Federal defere tal competência ao Vice-Presi-dente da República, já que o mesmo é o Presidente do referido Conselho.

c) o Conselho da República é incompetente para tratar do assunto.

d) o ato do Presidente da República atende aos preceitos constitucionais.

e) é defeso ao Presidente da República convocar ou convidar Ministros de Estado para as reuniões do Conselho.

16. O funcionamento do Conselho da República é regulado:

a) pela Constituição Federal.b) por lei especial.c) por lei.d) por lei complementar.e) por decreto do Presidente da República.

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Complemento - 25

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17. O Congresso Nacional, além das sessões ordinárias, pode reunir-se em sessões extraor-dinárias. Queira assinalar, abaixo, quem tem competência para convocar sessões extraordi-nárias:

a) privativamente, o Presidente da República.b) o Presidente da República, com prévia aprovação.c) o Presidente do Supremo Tribunal Federal.d) o Presidente da República, os Presidentes da Câ-

mara dos Deputados, do Senado ou de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante.

e) todos os órgãos acima indicados, em conjunto ou isoladamente.

18. Assinale a alternativa incorreta. a) Compete ao Presidente da República decretar o estado

de defesa, o estado de sítio, decretar e executar a inter-venção federal, declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional.

b) Compete ao Presidente da República enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias, as propostas de orçamentos previstos na Constituição e prestar anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior.

c) A falta de comparecimento, sem justificação adequada, à Câmara de Deputados, ao Senado Federal ou a qualquer de suas Comissões, quando convocado para prestar, pessoalmente, quaisquer informações,configuracrimederesponsabilidadepor parte do Ministro de Estado.

d) Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.

e) Ao Ministro de Estado compete expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos, apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério, e também praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outor-gadas ou delegadas pelo Presidente da República, pelo Vice-Presidente, pelo Presidente da Câmara dos Deputados, pelo Presidente do Senado ou pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal.

19. No caso de morrerem, simultaneamente, o Presidente e o Vice-Presidente da República nos dois últimos anos do período presidencial, o que ocorre?

a) assume a Presidência o Ministro mais antigo do Supremo Tribunal Federal e assume a Vice-Presi-dência o Presidente do Senado.

b) assume a Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, e não se preenche o cargo de Vice.

c) convocam-se, imediatamente, eleições diretas.d) o Congresso, na forma da lei, fará a eleição para

ambos os cargos.e) considera-se encerrado o período presidencial e

reabre-se novo pleito, por mais cinco anos.

20. Leia com atenção as proposições I a V, e depois assinale a alternativa correta:

I. O Presidente do Supremo Tribunal Federal é a terceira autoridade a ser sucessivamente chamada a suceder o Presidente da República, em caso de impedimento deste.

II. No exercício de sua competência privativa, o Presidente da República pode autorizar o trânsito temporário ou a permanência definitiva de forças militares estrangeiras em terras do Brasil.

III. O líder da minoria no Senado Federal integra o Conselho da República.

IV. É indelegável pelo Presidente da República a comutação de penas.

V. Candidato avulso, à revelia de partido político, é inelegível à Presidência da República.

a) estão incorretas as alternativas II e V.b) estão incorretas as alternativas I, II e IV.c) estão incorretas as alternativas III e V.d) estão incorretas as alternativas II e IVe) estão incorretas as alternativas II, III e IV.

Gabarito

01. C 02. D 03. D 04. C 05. A 06. B 07. A 08. A 09. E 10. E 11. D 12. B 13. B 14. E 15. D 16. A 17. D 18. E 19. D 20. B

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1. Direito aDministrativo e aDministração PúbliCa

1. introDução

O Direito é dividido em dois grandes ramos: Direito Público e Direito Privado. O Direito Público regula os interesses estatais e sociais, daí chamar-se Direito Público Interno - em contrapartida ao Direito Público Externo, que se destina a reger as relações entre os Estados soberanos e as atividades individuais no plano internacional. Temos no campo do Direito Público o Direito Constitucio nal, o Direito Administrativo, o Direito Penal, o Direito Eleitoral e o Direito Processual. O Direito Privado tutela predo-minantemente os interesses individuais, assegurando a coexistência das pessoas em sociedade, como é o caso do Direito Civil e do Direito Comercial.

O Direito Administrativo é um dos ramos do Direi-to Público Interno cujo conceito vem sendo debatido por diversos autores, em diferentes abordagens. Para HelyLopesMeirelles,“Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”. Para Maria SylviaZanellaDiPietro,“Direito Administrativo é o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pes soas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública”.

2. o Direito aDministrativo e os outros ramos Do Direito

ODireitoAdministrativomantémestreitaafinidadecom o Direito Constitucional, uma vez que ambos cui-dam da mesma entidade: o Estado. Diferenciam-se por-que o Direito Constitucional se interessa pela estrutura estatal e pela instituição política do governo. O Direito Administrativo cuida especificamente daorganizaçãointerna dos órgãos da Administração, de seu pessoal e do funcionamento de seus serviços, de modo a sa tis fazer as necessidades da coletividade.

São também sensíveis as relações do Direito Ad mi -nis trativo com o Direito Tributário, pois as atividades vinculadas à imposição e arrecadação de tributos, à realização da receita e efetivação das despesas públicas são eminentemente administrativas.

Em relação ao Direito Penal, este também mantém a intimidade com o Direito Administrativo, até porque em muitos casos, como nos crimes contra a Administração Pública (arts. 312 a 327 do Código Penal), subordina a definiçãododelitoàconceituaçãodeatosefatosadmi-nistrativos.

O Direito Administrativo também se relaciona com o Direito Processual, mantendo intercâmbio de princí pios aplicáveis a ambas as disciplinas na regulamentação de suas respectivas jurisdições.

As relações com o Direito do Trabalho referem-se às instituições de previdência e assistência ao assala riado, principalmente quando o Estado contrata empregados públicos no regime da CLT.

São intensas também as relações do Direito Adminis-trativo com o Direito Civil e Comercial, principalmente no que se refere aos contratos e obrigações do Poder Público com o particular.

1. Introdução2. O Direito Administrativo e os Outros Ramos do Direito3. Princípios do Direito Administrativo4. Fontes do Direito Administrativo5. Conceitos da Administração Pública6. Princípios da Administração Pública7. Outros Princípios da Administração Pública8. Administração Pública Direta e Indireta

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Complemento - 27

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3. PrinCíPios Do Direito aDministrativo

Na Administração Pública, determinados princípios devem ser seguidos pelo agente público sob pena de, se nãoofizer,estarsujeitoasançõesadministrativasoujudiciais, conforme o caso.

Os dois princípios fundamentais e que constituem a base estrutural de todo o Direito Administrativo são: Supremacia do Interesse Público sobre o Privado e a Indisponibilidade do Interesse Público.

3.1 Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado

No Direito Administrativo, o interesse público deve prevalecer sobre o interesse particular. Assim, na inter-pretação das normas administrativas deve-se sempre teremmentequeconflitandoointeressepúblicocomo interesse particular deve-se privilegiar a interpretação que mais atende ao interesse público.

A aplicação deste princípio ao regime jurídico admi-nistrativo atribui à Administração Pública certas prerro-gativas, tais como o poder de expropriar, o de requisitar bens e serviços, o de ocupar temporariamente o imóvel particular, o de aplicar sanções administrativas e o de alterar e rescindir unilateralmente os contratos, entre ou-tros, além de privilégios, tais como: imunidade tributária, prazos processuais maiores, impenhorabilidade dos bens e presunção de legitimidade de seus atos.

3.2 Indisponibilidade do Interesse Público

Segundo o mestre CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLOos“interessesqualificadoscomoprópriosdacoletividade - internos ao setor público - não se encontram à livre disposição de quem quer que seja, por inapropri-áveis. O próprio órgão administrativo que os representa não tem disponibilidade sobre eles, no sentido de que lhe incumbe apenas curá-los - o que é também um dever - na estrita conformidade do que dispuser a intenfio legis”.

Mais além, diz que “as pessoas administrativas não têm portanto disponibilidade sobre os interesses públicos confiadosàsuaguardaerealização.Estadisponibilidadeestá permanentemente retida nas mãos do Estado (e de

outras pessoas políticas, cada qual na própria esfera) em sua manifestação legislativa. Por isso, a Administração e a pessoa administrativa, autarquia, têm caráter instrumental”.

4. Fontes Do Direito aDministrativo

Chamamos de “Fontes do Direito Administrativo” de onde “brotam” as regras deste ramo do Direito Público.

Assim como a maior parte das disciplinas jurídicas o Direito Administrativo apresenta como fontes as leis, a jurisprudência, a doutrina e os costumes.

A principal fonte do Direito Administrativo, também chamada de fonte primária, são as leis. Uma das caracte-rísticas deste ramos do Direito é que ele ainda não está codificado,ouseja,nãoexisteumCódigoAdministra-tivo como existe no Direito Civil e no Direito Penal, entre outros. Desta forma, o Direito Administrativo busca suas regras, principalmente, nas leis esparsas, entre elas, por exemplo, a Lei n. 8.666/93 (Lei de Licitações e Contratos Públicos) e a Lei n. 8.112/90 (Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União).

A jurisprudência, que é a coletânea de julgados dos Tribunais em um mesmo sentido, tem importante papel pra o Direito Administrativo, principalmente após a edi-ção das súmulas vinculantes do Supremo Tribunal Federal (STF) de observância obrigatória para os demais órgãos do Poder Judiciário e para a Administração Pública da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Outra fonte do Direito Administrativo é a doutrina, o posicionamentodosmaisrenomadosjuristascomoHelyLopesMeirelleseSylviaZanellaDiPietro,entreoutros,sobre os diversos assuntos deste ramo do Direito.

Os costumes também apresentam-se como fonte do Direito Administrativo e são os usos e práticas reiteradas que geram uma convicção de que são obrigatórios. A doutrina considera que para uma prática ser considerada um costume é necessário que seja reiterada e uniforme, gerando a ideia geral de que são obrigatórios.

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5. ConCeitos Da aDministração PúbliCa

A Administração Pública compreende os três Pode-res do Estado: Legislativo, Executivo e Judiciário.

A atividade administrativa é desenvolvida pelos três Poderes, tanto o Executivo, quanto o Legislativo e o Judiciário, realizam licitações, concursos e outras ativi-dades administrativas, porém é o Poder Executivo que tipicamente realiza estas atividades com maior frequência. Por isso, ao estudarmos a Administração Pública, nos fixamosnoPoderExecutivo,masnãopodemosesquecerque o termo “Administração Pública” abrange os órgãos e entidades dos três Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (CF, art. 37).

“Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoa lidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte”

O conceito de Administração Pública pode ser ana-lisado sob duas óticas: a formal, segundo a qual a Ad-ministração Pública é o conjunto de órgãos instituídos pelo Estado para a consecução do bem comum, e em sentido material, é o conjunto das funções necessárias à prestação dos serviços públicos em geral.

6. PrinCíPios Da aDministração PúbliCa (art. 37 Da CF)

Alguns princípios da Administração Pública são en-contrados no art. 37 da Constituição Federal, enquanto outros decorrem da legislação vigente e da doutrina.

6.1 Legalidade

A atuação do servidor deve estar sempre baseada na lei. Enquanto o particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, o servidor somente pode fazer o que a lei expressamente autoriza.

Toda a competência do servidor é determinada pela lei. Assim, o que não está previsto em lei não é de competên-cia do servidor e, caso ele pratique ato para o qual não é competente, estará praticando ato ilegal e, portanto, nulo.

6.2 Impessoalidade

Na Administração Pública a satisfação do interesse público deve ser o objetivo a ser atingido, ainda que não expresso na lei.

O servidor não pode valer-se do cargo para obter proveito pessoal ou de outra pessoa, assim como para prejudicar terceiro. O que se faz ou deixa de se fazer deve ser sempre no interesse público.

Assim, o superior hierárquico que remove subordinado alegando que o faz no interesse público, mas que na verdade busca uma vingança pessoal, fere o princípio da impessoa-lidadeepraticaesteatocomdesviodefinalidade.

6.3 Moralidade

O particular, nos atos que pratica cotidianamente, deve se preocupar somente com a legalidade, pois não pode o Poder Judiciário punir os atos particulares que sejam somente imorais. O mesmo não acontece com o servidor público; este ao praticar um ato deve se preocupar com a legalidade e também com a moralidade deste ato.

O ato administrativo somente será valido se praticado de acordo com a lei, com atendimento ao princípio da legalidade e de acordo com a moral, com atendimento ao princípio da moralidade.

A Constituição Federal prevê, inclusive, a utilização de ação popular para anular ato que contrarie a morali-dade administrativa.

“CF, art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;”

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6.4 Publicidade

A Administração Pública deve dar publicidade aos seus atos, possibilitando o acesso de todos ao seu con-teúdo. Por isso as audiências de licitação, assim como o acesso a todos os seus atos e documentos, são públicos.

ApublicidadepermiteapossibilidadedefiscalizaçãodaAdministração,porintermédiodelaosórgãosdefiscaliza-ção e os cidadãos podem controlar os atos administrativos, tanto por meio judicial quanto administrativo.

Importante ressaltar que a publicidade dos atos não se restringe à publicação, pois esta é apenas um meio de publicidade. Assim o fornecimento de cópias de documentos, de certidões, entre outros atos, também atendem às exigências deste princípio.

Apublicidadeoficialdevetercarátereducativo,infor-mativo ou de orientação social. Assim, se na publicidade oficialconstarnomes,símbolosouimagensquecarac-terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, estaremos diante de uma violação do princípio da impessoalidade (CF, art. 37, § 1º).

6.5 Eficiência

A Administração Pública tem o dever de manter-se em constante atualização tecnológica, buscando a maximização dos seus serviços. Cabe à Administração desempenharosseusdiversosdeveresdeformaeficien-te, oferecendo aos administrados o que há de melhor, levando-se em conta os recursos disponíveis.

Por meio de avaliação periódica de resultados deve buscar, com um mínimo de investimentos, alcançar um máximodebeneficiários,evitandoassimodesperdíciodo erário público.

7. outros PrinCíPios Da aDministração PúbliCa

7.1 Hierarquia

A Administração Pública é organizada de forma hierárquica, sua estrutura dispõe de forma vertical o

relacionamento de seus órgãos. No primeiro plano encontramos o órgão possuidor de maior poder (ex. Presidência da República), nos planos inferiores, à me-dida que descemos, situam-se os órgãos que estão a este subordinados (ex. Ministérios).

Desta maneira a competência do órgão localizado no cume desta verticalização é a soma das competências atribuídas aos seus órgãos subordinados. A esta hierar-quia de órgãos está somada a de seus agentes.

Como consequências deste princípio temos as facul-dadesdedarordens,defiscalizar,derever,dedelegarede avocar:

• dar ordens: determina-se ao subordinado qual o ato a ser praticado ou qual a conduta a ser seguida;

• fiscalizar:vigilânciadosatosedocomportamentodos subalternos, zelando para que estes não extra-polem os limites da legislação a ser obedecida;

• rever: faculta a apreciação dos atos e da conduta dos subordinados, visando a suas manutenções, se condizentes com a legislação e com o mérito, ou caso contrário, desfazê-los;

• delegar: atribuição de competências recebidas a ou-trem,buscandoassimumamaioreficiênciaerapidezdas decisões. Ex.: Parágrafo único do Art. 84 da CF que preceitua que “O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII, XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procu-rador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.”

• avocar: possibilidade de trazer para si funções atri-buídas a outrem que lhe é subordinado. Ex.: Art. 170 do Decreto-Lei federal n.º 200/67 que estatui que: “o Presidente da República, por motivo de interesse público, poderá avocar e decidir qualquer assunto na esfera da Administração Federal.”

7.2 Indisponibilidade

A Administração Pública não pode dispor dos bens e das coisas que estão sob o seu domínio ou guarda, por se tratarem de coisas públicas. A disposição destas coisas não pode acontecer a critério subjetivo e pessoal do ad-ministrador, devendo ser regulada por normas jurídicas que vinculam a atividade do administrador público. Deve sempre ser buscado o interesse público, sendo este objetivo irrenunciável por critério pessoal do servidor.

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7.3 Razoabilidade

O princípio da razoabilidade visa limitar a liberdade do agente que, no exercício do poder discricionário, deve ter sua conduta norteada para melhor atender à finalidadeda lei e aos interesses públicos, de acordocom a conveniência e a oportunidade.

Afinalidadedaleieconsequentementedoatodeveestar norteada pela razoabilidade, caso contrário o ato será anulável.

7.4 Autotutela

Em decorrência deste princípio a Administração Pública exerce controle sobre as entidades por ela cria-das comafinalidadedeprestaremserviçospúblicos.Estecontroletemcomofinalidadetutelar,fiscalizarecontrolaraaplicaçãodosrecursosfinanceirosetécnicosdestinados aos integrantes da Administração indireta, assim como ao cumprimento de suas atribuições legais, impedindo a entidade de atuar em desacordo com os objetivos para os quais foi criada.

A Administração exerce controle sobre seus próprios órgãos e agentes, visando a legalidade de seus atos.

Em decorrência deste princípio, à Administração é dado controlar seus atos, anulando-os quando eivados de vícios insanáveis ou revogando-os por conveniência e oportunidade, podendo punir os agente que infrinjam as normas legais ou regulamentares.

7.5 Planejamento

Planejamento é o estudo e o estabelecimento de diretrizes e metas que deverão orientar a ação governamental para a execução de planos nacionais e regionais de ordenação do territórioededesenvolvimentoeconômicoesocial.

A Administração Pública não pode assumir com-promissosfinanceirosqueestejamemdesacordocomaprogramaçãofinanceiradepagamentos.

7.6 Coordenação

É a harmonização das atividades da administração, evitando a duplicidade de atuação, a dispersão de recur-sos, a divergência de soluções e outros males caracterís-ticos da burocracia estatal.

A coordenação deve ser imposta a todos os níveis da Ad-ministração, poupando assim a Administração de desperdícios e evitando a duplicação de esforços e investimentos.

8. aDministração PúbliCa Direta e inDireta

A Administração Pública é dividida pela doutrina e pelo direito positivo (legislação) em “direta”, também chamada de centralizada e “indireta” ou descentralizada.

A Administração direta ou centralizada é aquela exer-cida pelas entidades políticas (União, Estados, Distrito Federal ou Municípios) por meio de seus órgãos (Minis-térios, Secretarias, Departamento, Gabinetes e etc.) nas três esferas (Executivo, Legislativo e Judiciário).

A Administração indireta é composta por entes (Au-tarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, Fundações e Consórcios Públicos) criados pela União,Estados,DistritoFederal eMunicípios, a fimde realizarem atividades administrativas de maneira descentralizada.

8.1. Administração Pública Direta (Centralizada)

8.1.1. Teoria do Órgão O Estado, por ser uma pessoa criada pelo Direito, não possui uma vontade e nem uma ação própria, visto que estas qualidades são inerentes às pessoas físicas.

Não obstante o alegado, é inegável que ao Estado são reconhecidos tais atributos (querer e agir), por meio da vontade e atuação dos agentes públicos.

Osestudiososelaboramdiversasteoriasafimdeexpli-car tais manifestações do “querer” e “agir” do Estado.

Pela teoria do mandato (procuração), a mais antiga de todas, o agente, pessoa física, era considerado como procurador da pessoa jurídica, mas esta teoria não prosperou porque logo surgiu a indagação de que para que alguém seja mandatário de outro é necessário que este lhe outorgue o instrumento (mandato). Se o Esta-do originariamente não pode exteriorizar sua vontade, como poderia então delegar um mandato a alguém?

Por este motivo a teoria do mandato foi abandonada pelos estudiosos do direito administrativo.

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Complemento - 31

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Na teoria da representação, a seguinte a ser formu-lada, a vontade das pessoas físicas exprimiria a vontade das pessoas jurídicas, em virtude de lei (ex lege), conside-rava-se o agente como sendo representante do Estado, em analogia ao tutor e ao curador dos incapazes, porém, tal pensamento não prosperou, visto que na tutela e na curatela não é o menor ou o incapaz que outorga o instrumento (tutela ou curatela), como poderia então o próprio Estado outorgar o seu? Esta indagação tornou então inaceitável esta teoria.

Até que o mestre Otto Gerke formulou a teoria do órgão, onde as pessoas jurídicas expressam a sua vontade por meio de seus próprios órgãos.

A teoria do órgão veio em substituição as já ultrapas-sadas teorias do mandato e da representação, por meio das quais se tentou explicar como poderia se atribuir ao Estado e às demais pessoas jurídicas públicas os atos de seus agentes, pessoas humanas, que agissem em seu nome.

Conceito

Apalavraórgãoderivadevocábulogregoesignificainstrumento ou ferramenta, em biologia a palavra ór-gão designa um conjunto de tecidos vivos, que embora distintos, concorrem para a mesma função, um sistema de órgãos que convergem para a mesma função geral, formam então, um aparelho.

Poder-se-ia então comparar, com as devidas ressal-vas, o Estado a um organismo vivo e assim transpor os termos da biologia para o direito.

Dentro do Estado encontramos órgãos que governam, outros que administram, e ainda, outros que julgam. Estas são as funções do Estado (governo, administração e justiça), o conjunto dos órgãos que desempenham es-tas funções formam um aparelho, no caso do Estado o aparelho federal, o estadual e o municipal.

Órgãos Públicos são centros de competência do Es-tado, criados para a realização de serviços públicos, por meio de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.

Os órgãos integram a estrutura do Estado e das de-mais pessoas jurídicas como partes desses corpos vivos, são dotados de vontades e capazes de exercer direitos e contrairobrigaçõesparaatingiremosfinsinstitucionais.

Por integrarem a pessoa jurídica os órgãos não pos-suem personalidade jurídica e nem vontade própria, estas são atributos do corpo e não das partes.

O querer e o agir do agente são imputados, ou seja, atribuídos diretamente ao Estado, os atos do órgão são havidos como da própria entidade que eles compõem.

Os órgãos públicos não têmpatrimôniopróprio,os bens pertencem à pessoa jurídica (União, Estados, Distrito Federal ou Município) a qual o órgão pertence.

Embora os órgãos não possuam personalidade jurídica, ou seja, não são pessoas jurídicas, alguns deles po dem expressar uma capacidade judicial. Assim, alguns órgãos podem ser partes de uma ação judicial (por ex.: Câmaras de Vereadores, Assembleias Legisla tivas e Tribunais de Justiça).

No tocante às suas atribuições e nos limites de sua competência funcional os órgãos expressam a vontade da entidade a que pertencem e a vinculam por seus atos.

Paraquerealizemeficientementesuasfunçõescadaórgão é investido de determinada competência; a com-petência de cada órgão é dada por lei ou regulamento. Dessa forma a soma das competências de todos os ór-gãos públicos de determinada pessoa jurídica representa a totalidade das competências desta pessoa.

Órgãos Públicos:- não possuem personalidade jurídica própria;-nãotêmpatrimôniopróprio;- sua atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem;- podem expressar capacidade jurídica (alguns).

8.1.2. Classificação

Em face das múltiplas e variadas atividades gover-namentais, os órgãos que vão realizá-las apresentam diferenças quanto à posição que ocupam na estrutura estatal, à composição do órgão e à atuação funcional.

Quanto à posição que ocupam na estrutura estatal

Quanto à posição que os órgãos ocupam na escala governamentalouadministrativa,elesseclassificamem:independentes,autônomos,superioresesubalternos.

Órgãos independentes

São os que têm origem na Constituição. Localizam-se no ápice da pirâmide organizacional, não estando sujeitos a qualquer subordinação hierárquica e são encontrados nos três poderes.

Estes órgãos estão sujeitos somente ao controle constitucional, controle este exercido normalmente por um Poder sobre o outro.

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“CF, Art. 2º - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”

São exemplos de órgãos independentes:

• No Poder Legislativo: Congresso Nacional, Senado Fede-ral e Câmara dos Deputados, na esfera da União. As As-sembleias Legislativas nos Estados-Membros e no Distrito Federal e as Câmaras de Vereadores nos Municípios;

• No Poder Executivo: Presidência da República, Governadoria e Prefeitura;

• No Poder Judiciário: Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunais Regionais Federais, entre outros.

O Ministério Público Federal, os Ministérios Públicos estaduais, os Tribunais de Contas da União, dos Estados e dos Municípios, também são exemplos de órgãos independentes.

Órgãos autônomos

São os que estão situados na parte superior da pirâmi-de administrativa, logo abaixo dos órgãos independentes e a estes subordinados.

Possuemamplaautonomiaadministrativa,financeiraetécnica. São órgãos de direção, possuindo funções de plane-jamento, supervisão, coordenação e controle das atribuições de sua competência. Participam das decisões governamentais e executam suas atividades com autonomia, observando as diretrizes traçadas pelos órgãos independentes.

Sãoexemplosdeórgãosautônomosnaesferafederal:os Ministérios e a Consultoria Geral da República. Na esfera estadual: as Secretarias e a Procuradoria de Justiça. Na esfera municipal: as Secretarias.

Órgãos Superiores

Sãoossituadoshierarquicamentelogoabaixodosautôno-mos, sendo considerados órgãos de direção, controle, decisão e comando em assuntos da respectiva competência. Não gozam deautonomiafinanceiranemadministrativa.Possuemfunçõestécnicas e de planejamento na área de suas correspondentes atribuições. São exemplos: as Superintendências, os Departa-mentos, os Gabinetes, Departamentos e Divisões.

Órgãos Subalternos

São os órgãos que possuem reduzido poder decisório e predominância de atribuições executivas. Cumprem decisões, executando serviços rotineiros, sem liberdade de planejamento. São exemplos destes órgãos os servi-ços, seções e portarias.

Quanto à composição do órgão

Levando-se em conta este critério os órgãos podem ser divididos em simples e compostos.

Órgãos Simples

Também chamados de unitários, são os órgãos públicos dotados de um único centro de competências ou atribuições. Isto não quer dizer que só tenham um cargo e um agente público.

Oquetipificaoórgãocomosimplesouunitárioéainexistência de outros órgãos incrustados em sua estrutura, onúmerodeseusagentesecargosnãoinfluinaunidadeorgânica se esta é mantida num único centro de competência, como, por exemplo, uma portaria, seções e serviços.

Órgãos Compostos

Estes órgãos formam um sistema orgânico, onde as funções são desconcentradas, distribuídas a vários órgãos de sua estrutura. São os que reúnem na sua estrutura outros órgãos menores, com função principal idêntica. Temos como exemplo uma Secretaria de Educação (órgão composto) que tem em sua estrutura órgãos menores com funções principais idênticas (escolas).

Estes órgãos formam um sistema orgânico, onde as funções são desconcentradas, distribuídas a vários órgãos de sua estrutura. São os que reúnem na sua estrutura outros órgãos menores, com função principal idêntica.

Quanto à atuação funcional

Levando-se em conta este aspecto podemos classi-ficarosórgãosemsingularesoucolegiados.

Órgãos Singulares

Também chamados de unipessoais, são os órgãos que atuam e decidem através de um único agente, o seu titular. Embora este órgão possa ter outros agentes auxiliares, o que caracteriza sua singularidade é o de-sempenho de sua função principal por um só agente, apenas este tem competência para decidir pelo órgão.

São exemplos deste tipo de órgão a Presidência da República e as Governadorias.

Órgãos Colegiados

Também são conhecidos como pluripessoais, sen-do aqueles compostos de vários membros, atuando e decidindo pela manifestação conjunta e majoritária da vontade de seus membros.

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Nestes órgãos o que prevalece é a decisão da maioria e não a vontade individual de seu Chefe ou Presidente, sendo que esta decisão manifesta-se por meio de deli-beração entre seus membros.

8.2. Administração Indireta (Descentralizada)

A Administração Indireta é formada por entes públi-cos que são dotados de personalidade jurídica própria, criados ou mantidos pelo Estado para prestarem servi-ços públicos ou de interesse público delegáveis.

Segundo o Decreto-lei n. 200, de 25/02/67, art. 4º, inc. II, a Administração Pública Indireta é o “Conjunto dos serviços que compreende as seguintes categorias de entidades dotadas de personalidade jurídica própria: autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista”, pelo Decreto-lei n. 900/79 foi incluída a fundação pública como entidade participante da Administração Indireta.

Estas entidades podem ser criadas pela União, pelos Estados-Membros, pelo Distrito Federal e pelos Municí-pios, estando vinculadas à entidade criadora, que possui opoderdecontrolar efiscalizar, segundoasnormaslegais, as entidades criadas.

A Constituição Federal diz em seu art. 37, inc. XIX, que “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso definir as áreas de sua atuação;”

A doutrina aceita de forma unânime a existência de quatro tipos de entidades: Autarquias, Fundações Públi-cas, Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas, porém, em 2005, a Lei n. 11.107 trouxe um novo tipo de entidade denominada de “Consórcio Público” que, pelas suas peculiaridades e divergências doutrinárias, acerca de sua posição na Administração Pública, trataremos em separado das demais entidades.

Entidades da Administração Indireta

Características comuns a todas as entidades da Administração Indireta:a) Criadas (autarquias) ou têm sua criação autorizada

(empresas públicas, sociedades de economia mista efundações)porleiespecífica(art.37XIXCF);

b) personalidade jurídica própria;c) autonomiaadministrativaefinanceira;d) patrimôniopróprio;e) sujeitam-se à licitação;f) vinculadas aos órgãos da administração direta (Mi-

nis térios ou Secretarias);g) proibição de acumulação de cargos públicos (art., 37, XVII);h) ingresso somente por concurso público.

Importante esclarecer que todas as entidades da Admi-nistração Pública Indireta estão vinculadas a um órgão da Administração direta (Ministério ou Secretaria), mas que isto não deve ser confundido com subordinação. Ovínculoédefiscalizaçãoparaqueaentidadenãosedesviedasfinalidadesparaasquaiselafoicriada,não havendo qualquer interferência na autonomia da entidade, se exercida nos limites legais.

Autarquias

Segundo o Decreto-lei n. 200/67, autarquia é o “servi-ço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades da Administração Pública que requeiram, para o seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizadas.”

As autarquias são pessoas jurídicas distintas do Estado e atuam por conta própria, gozando de autonomia admi-nistrativaefinanceira,possuindopersonalidadejurídicadedireito público interno e com a incumbência de executar atividades típicas da Administração Pública.

São exemplos de autarquias as Agências Nacionais Regula-doras, que também são chamadas de autarquias especiais, como a Agência Nacional das Águas – ANA; a Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL e a Agência Nacional de Petróleo – ANP, além do Banco Central e o INSS.

Porcontadesuaclassificaçãocomopessoajurídicade direito público, as autarquias possuem alguns privi-légios, dentre os quais encontramos:• imunidadedeimpostossobreseupatrimônio,renda

e serviços (CF, art. 150, § 2º);• prescrição quinquenal de suas dívidas (Decreto-Lei

Federal 4.597/42);• execuçãofiscaldeseuscréditos(NCPC,art.46,§5º);• direito de regresso contra seus servidores (CF, art. 37, § 6º);• impenhorabilidade de seus bens e rendas (CF, art.

100 e parágrafos);• prazo em dobro para responder e em dobro para

recorrer (NCPC, art. 183);• presunção de legalidade dos atos administrativos;• proteção de seus bens contra usucapião.

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Autarquias de regime especial: Considera-se autarquia de regime especial aquela a quem a lei confere privilégios específicos para aumentar asua autonomia em comparação com as autarquias comuns. O que caracteriza a autarquia como de regime especial são estes privilégios que a lei criadora confere a esta entidades com o intuito depossibilitarodesempenhodesuasfinalidades.São consideradas autarquias de regime especial, o Banco Central do Brasil e as Agências Nacionais Reguladoras como a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) e a ANEEL (Agência Na-cional de Energia Elétrica), entre outras.

Fundações Públicas

Fundação Pública é a entidade dotada de persona-lidade jurídicadedireitopúblico,nãopossuindofinslucrativos,sendosuacriaçãoautorizadaporleiespecíficaesuaáreadeatuaçãodefinidaemleicomplementar,afimdedesenvolveratividadesquenãoexijamexecuçãopor órgãos ou entidades de direito público.

As fundações instituídas pela Administração Pública destinam-se essencialmente à realização de atividades não lucrativas e de interesse dos administrados, consi-deradas atividades atípicas do Estado, de caráter social, pesquisa e estudos técnicos.

As fundações, assim como as autarquias, possuem alguns privilégios, dentre outros encontramos:• execuçãofiscaldeseuscréditos(NCPC,art.46,§5º);• direito de regresso contra seus servidores (CF, art. 37, § 6º);• prescrição quinquenal de suas dívidas (Decreto-Lei

Federal 4.597/42);• impenhorabilidade de seus bens e rendas (CF, art. 100

e parágrafos);• prazo em dobro para responder e em dobro para

recorrer (NCPC, art. 183);• imunidadedeimpostossobreseupatrimônio,renda

e serviços (CF, art. 150, § 2º);• bens não podem ser adquiridos por usucapião.

Exemplos de Fundações:• IPEA–InstitutodePesquisaEconômicaAplicada;• FUNAI – Fundação Nacional do Índio;• IBGE–InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística.

A doutrina aceita a criação de fundações públicas de direito privado, ou seja, regidas pela mesma legisla-ção aplicável às pessoas jurídicas privadas.

Agência Executiva é a qualificação dada à au-tarquia, fundação pública que celebre contrato de gestão* com o próprio ente político com o qual está vinculado. As agências executivas atuam no setor onde predominam atividades que por sua natureza não podem ser delegadas à instituições não estatais, comofiscalização, exercício dopoder de polícia,regulação, fomento, segurança interna e etc. Impor-tante ressaltar que o reconhecimento como agência executivanãomuda,nemcriaoutrafigurajurídica.

*Afinalidadedo contratode gestão é asseguraruma maior autonomia gerencial para as entidades da administração indireta ou órgãos da administração direta e, em contrapartida, estabelecer indicadores e metas de qualidade e de redução de custo, as quais deverão ser fiscalizadas e auditadas pela própriaadministração direta, estando prevista tal celebração na Constituição Federal.

CF, art. 37, § 8º - A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:I - o prazo de duração do contrato;II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, e obrigações e responsabilidade dos dirigentes;III - a remuneração do pessoal.

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Complemento - 35

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Empresa Pública

A empresa pública é a sociedade mercantil-industrial, constituída mediante autorização de lei e essencialmente sob a égide do Direito Privado, com capital exclusivamen-te público, destinada a realizar imperativos da segurança nacional e relevantes interesses da comunidade.

Esta entidade é criada pelo Estado para prestar serviços públicosouatuarnocampodaatividadeeconômicanoslimitesestabelecidos pela lei de criação e pela Constituição Federal.

O capital da empresa pública somente pode ser inte-gralizado por entidades públicas, não sendo permitida a participação do capital privado. Podem compor o capital social da empresa pública a União, os Estados-Membros, o Distrito Federal, os Municípios e as pessoas jurídicas que façam parte da Administração Indireta de qualquer destas pessoas políticas.

A Empresa Pública pode apresentar-se sob qualquer das formas admitidas em direito, ou seja, o capital social pode ser representado por quotas ou ações.

As empresas públicas podem ser constituídas sob a formadesociedadeanônima.

As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, segundo a Constituição Federal em seu art. 173 e § 1º, II, que dispõe:

“Art. 173 - Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo conforme definidos em lei.§ 1º - A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:...II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

Devido ao fato das empresas públicas, quanto as suas obrigações, equipararem-se às empresas privadas, aos bens que a compõem não se assegura qualquer privilégio. Estes bens podem portanto ser penhorados.

Seus empregados serão submetidos ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e embora tenham esta característica o ingresso continua sendo por meio de concurso público. O ingresso em concurso público não garante ao trabalhador da empresa pública estabilidade ou efetividade no cargo, emprego ou função.

Os trabalhadores destas empresas ainda estão proibidos de acumularem cargos, empregos ou funções.

“CF, Art. 37, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:a) a de dois cargos de professor;b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico;c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público”

O julgamento dos litígios envolvendo as empresas públicas e seus empregados, cabe à Justiça do Trabalho, segundo o Art. 114, I, da CF:

“Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;”:

A doutrina reconhece em nosso país a existência de dois tipos distintos de empresas públicas:• As que exploram atividades comerciais ou indus-triais.(Ex.:CaixaEconômicaFederal);

• As que prestam serviços públicos como a Empre-sa de Correios e Telégrafos e a Casa da Moeda.

Sociedades de Economia Mista

As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, criadas pelo Estado para desempenhar atividades próprias da iniciativa privada, ou a prestação de serviços públicos ou de utilidade pública.

Segundo o mestre HELY LOPES MEIRELLES: “As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado, com participação do Poder Público e de particulares no seu capital e sua administração, para a realização de atividade econômica ou serviço de interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado.”

As sociedades de economia mista são sempre constitu-ídassobaformadeSociedadesAnônimas,participandooEstado com no mínimo 50% (cinquenta por cento) mais uma ação com direito a voto do seu capital.

Os servidores das sociedades de economia mista ingres-sam em seus quadros por meio de concurso público, não obstante serem regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ressaltando que o ingresso por concurso não ocasiona a estabilidade no cargo, emprego ou função.

O regime tributário das sociedades de economia mista é o mesmo das empresas privadas e das empresas públicas.

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Diferenças entre Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista

I. Capital social

a) Sociedade de Economia Mista: parte do capital é público e parte é privado, com o Poder Público participando com, no mínimo, 50% mais uma ação do capital ordinário (votante);

b) Empresa Pública: o capital é 100% público, não havendo participação de capital privado.

II. Forma da entidade

a) Sociedade de Economia Mista: é sempre criada sob aformadeSociedadeAnônima(S/A);

b) Empresa Pública: pode ser constituída sob qualquer das formas admitidas no direito (S/A, Ltda. etc.)

III. Competência do Judiciário

a) Sociedade de Economia Mista: as causas em que a sociedade de economia mista forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho, serão julgadas pela Justiça Estadual.

b) Empresas Públicas: as causas em que as empresas pú-blicas forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho, serão julgadas pela Justiça Federal.

No caso de empresas públicas estaduais ou munici-pais as causas em que forem autoras, rés, assistentes ou oponentes, serão julgadas pela Justiça Estadual, não se aplicando a regra acima.

Consórcios Públicos

A Emenda Constitucional n. 19, de 1998, deu a se-guinte redação ao artigo 241, da Constituição Federal:

“CF, art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.”

Em 2005 foi criada a Lei Federal n. 11.107/05 que “Dispõe sobre normas gerais de contratação de consór-cios públicos e dá outras providências.”.

Os Consórcios Públicos são pessoas jurídicas de direito público, quando constituirem associação pú-blica,medianteavigênciadas leisderatificaçãodoprotocolo de intenções, ou pessoa jurídica de direito privado, quando atender aos requisitos de legislação civil que são criados para a gestão associada de ser-viços públicos.

O Consórcio consiste na união entre dois ou mais entes da federação (Municípios, Estados e União), sem finslucrativos,comafinalidadedeprestarserviçosede-senvolver ações conjuntas que visem o interesse coletivo e benefícios públicos, com personalidade jurídica de direito público e de natureza autárquica, ou como pessoa jurídica dedireitoprivadosemfinseconômicos.

O Consórcio, não importando se é de personali-dade jurídica ou privada, tem alguns privilégios por força de lei:- poder de promover desapropriações e instituir

servidões;- possibilidade de ser contratado pela administração

direta ou indireta dos entes consorciados da Fede-ração com dispensa de licitação;

- limitesmaiselevadosparafimdeescolhadamoda-lidade de licitação;

- valores mais elevados para a dispensa de licitação em razão do valor.

Os Consórcios, quando possuem personalidade jurídica de direito público, integram a administração indireta de todos os entes que o compõe.

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Complemento - 37

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exerCíCios De Fixação e De ConCursos 01. Quanto à estrutura da administração pública

federal, julgue os itens a seguir. a) Embora seja pessoa jurídica de direito privado,

a empresa pública federal caracteriza-se por ser composta apenas por capital público.

b) Ao contrário das entidades da administração pú-blica indireta, os órgãos da administração pública direta têm personalidade jurídica de direito público.

c) Fato de as sociedades de economia mista qua-lificarem-se comopessoas jurídicas de direitoprivado torna desnecessário que as mesmas sejam criadasporleiespecífica.

d) No direito administrativo brasileiro, autarquia conceitua-secomoumpatrimôniopúblicodo-tado de personalidade jurídica para a consecução definalidadeespecificadaemlei.

e) A autarquia é concebida como pessoa jurídica destinada ao desenvolvimento de atividade eco-nômicapeloEstado,demododescentralizado.

02. Julgue os seguintes itens, relativos aos princí-

pios constitucionais da administração pública. a) Contraria o princípio constitucional de publicidade

daadministraçãopúblicao fatodeumfiscaldecontribuições previdenciárias autuar empresa ex-clusivamente porque o proprietário é seu desafeto.

b) No regime da Constituição de 1988, em nenhuma hipótese haverá greve lícita no serviço público.

c) No regime constitucional vigente, a perda da função pública e dos direitos políticos, a indisponibilidade de bens e a obrigação de ressarcir as entidades de direito público por improbidade no exercício de cargo público só podem ser cumulativamente de-cretadas em conseqüência de condenação criminal.

d) Princípio constitucional da inacumulabilidade de cargos públicos não se aplica sempre que o servi-dor ocupar um cargo federal e outro municipal.

e) Uma vez que a licitação permite a disputa de várias pessoas que satisfaçam a critérios da lei e do edital, é corretoafirmarque,comisso,estãosendoobservadosos princípios constitucionais da isonomia, da legalidade e da impessoalidade da administração pública.

03. (CESPE) Em relação ao regime jurídico apli-cável a órgãos e entidade da administração pública direta e indireta julgue os itens abaixo.

a) É entendimento assente na doutrina e na jurispru-dência que os empregados de sociedades de econo-mia mista não precisam prestar concurso público de provas ou de provas e títulos para ingressar em empresas estatais porque estas se submetem a re-gime jurídico próprio das empresas privadas.

b) Os salários de empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista que não recebam recursos orçamentários dos entes federados para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral não se submetem ao teto de remunera-çãoconstitucionalfixadopelaECn.º20/98.

c) A EC n.º 20/98 prevê a impossibilidade de acu-mulação de proventos de aposentadoria de ser-vidor público civil ou militar com remuneração decorrente da ocupação de cargo, emprego ou função pública, ressalvadas as hipóteses de cargos acumuláveis na forma da Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração, devendo todos os que estiverem em desacordo com essa regra optar pelos proventos de aposentadoria ou pela remuneração do cargo.

d) Aautonomiagerencialorçamentáriaefinanceiradas entidades da administração indireta poderá ser ampliada mediante contrato de gestão, a ser fixado entre seus administradores e o poderpúblicoquetenhaporobjetoafixaçãodemetasde desempenho para a entidade, sendo descabido falar em contrato de gestão assinado por órgãos públicos, uma vez que estes últimos não têm personalidade jurídica.

e) A administração pública brasileira tomada em acepção subjetiva, de acordo com a letra do Decreto-lei n. º 200/67, não engloba os serviços sociaisautônomos.

04. (CESPE) As autarquias caracterizam-se.a) Pelo desempenho de atividades tipicamente estatais.b) Por serem entidades dotadas de personalidade

jurídica de direito público.c) Porbeneficiarem-sedosmesmosprazosprocessu-

ais aplicáveis à administração pública centralizada.d) Como órgãos prestadores de serviços públicos

dotados de autonomia administrativa. e) Por integrarem a administração pública centralizada.

05. (CESPE) Julgue os itens abaixo, relativos à organização e aos privilégios da administra-ção pública brasileira.

a) As sociedades de economia mista somente podem tersuacriaçãoautorizadapormeiodeleiespecífi-ca, apesar de tais entes serem sempre criados sob a forma de pessoa jurídica de direito privado.

b) Fica sujeita ao duplo grau de jurisdição obriga-tório a sentença que julgar procedente o pedido deduzido em ação em que a fundação pública federalfigurecomoré.

c) Uma empresa pública é constituída de capital ex-clusivamente público, embora esse capital possa pertencer a mais de um ente. .

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d) São processadas e julgadas na justiça federal as ações propostas por servidores contra as empre-sas públicas federais com as quais mantenham relação jurídica laboral.

e) Os bens do INSS são impenhoráveis. Os débi-tos desse ente público, definidos em sentençajudicial, são pagos exclusivamente por meio de precatórios.

06. (CESPE) Julgue os itens seguintes, a respeito da administração pública.

a) Éinconstitucionalaleiquefixeaidademínimapara o acesso a determinados cargos públicos em patamar superior a dezoito anos.

b) À administração pública é vedada a realização de novo concurso público para provimento de cargos se, no prazo de validade do certame anterior, ainda houver candidatos aprovados, mas não-nomeados.

c) Considerando que as empresas públicas e as sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, tais entes não estão obrigados a contratar obras, compras e serviços mediante licitação pública.

d) Os atos de improbidade administrativa podem ensejar, entre outras conseqüências, a cassação dos direitos políticos do servidor reconhecido como responsável pela prática do ato viciado.

e) O ordenamento jurídico não veda que um em-pregado de uma sociedade de economia mista seja, concomitantemente, empregado de uma sociedade comercial.

07. (CESPE) Na organização administrativa brasileira:a) oEstatutodaReformaAdministrativaclassifi-

cou a administração federal em direta e indireta, constituindo-se a primeira dos serviços integra-dos na estrutura administrativa da Presidência da República, dos ministérios e das autarquias. A administração indireta é a constituída pelos serviços atribuídos a pessoas jurídicas diversas da União, com personalidade de direito privado (empresas publicas e sociedades de economia mista), vinculadas a um ministério, mas adminis-trativaefinanceiramenteautônomas.

b) os empregados daCaixaEconômica Federal,admitidos antes de 4/10/83, sem concurso pú-blico, devem usufruir a estabilidade contida no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (CF/88), por contarem, em 5/10/88 com mais de cincos anos de serviço público.

c) os municípios são entidades estaduais integrantes da Federação brasileira. Dessa posição singular é que resulta a sua autonomia político-adminis-trativa assegurada na Constituição da República,

para todos os assuntos de seu interesse local.d) opatrimônio,arendaeosserviçosdasautarquiasestão

sempre protegidos pela imunidade tributária, prevista no texto constitucional vigente. As sociedades de economia mista e as empresas sujeitam-se ao regime jurídico próprio da empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias.

e) as empresas públicas podem adotar qualquer forma societária, entre as admitidas em direito, enquanto as sociedades de economia mista terão, obrigatoriamente,aformadesociedadeanônima.

08. (CESPE) Na Administração Pública Brasileira,a) as empresas públicas possuem personalidade

jurídica de direito privado, mas estão sujeitas ao dever de licitar.

b) compete à Justiça Federal julgar as causas em que são parte as Sociedades de Economia Mista federais.

c) um ente da administração indireta que se estru-turecomosociedadeanônimaénecessariamenteuma sociedade de economia mista.

d) uma empresa pública pode ter mais de um sócio.e) as sociedades de economia mista somente podem

ser criadaspor lei específica,omesmonão sedando com as suas subsidiárias.

09. (CESPE) De acordo com o Direito Adminis-trativo, a personalidade jurídica de direito público é conferida a determinados entes, em razão do desempenho de função pública pró-pria e típica. Diversamente, à entidade será atribuída personalidade jurídica de direito privado, em razão do desempenho de função pública atípica, delegada pelo Estado. Em relação a esse tema, julgue os seguintes itens.

a) A União é pessoa jurídica de direito público externo.

b) Os Estados e os Municípios são pessoas jurídicas de direito público interno.

c) As sociedades de economia mista, ao contrário das empresas públicas, são pessoas jurídicas de direito privado.

d) As fundações públicas são pessoas jurídicas de direito privado.

e) As autarquias e os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito público interno.

gabarito

01. C, E, E, E, E 02. E, E, E, E, C 03. E, C, E, E, C 04. C, C, C, E, E 05. C, C, C, E, E 06. E, E,E, E, C 07. E,E, C, C, C 08. C, E, E, C, E 09. E, C, E, E,E

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2. liCitação

1. introDução

As pessoas físicas e jurídicas são livres para realizarem as compras e alienações (vendas) de que necessitam, mas a Administração Pública não tem a mesma liberdade, tendo como obrigação sua submissão ao instituto da licitação. Assim, as pessoas políticas (União, Estados--Membros, Distrito Federal, Municípios) e suas entida-des (empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações e consórcios públicos), por gerirem a coisa pública, devem se submeter ao instituto da licitação nos termos e condições estabelecidas em lei própria.

O dever da Administração de licitar decorre da pró-pria Constituição Federal, em seu artigo 37, inc. XXI e artigo 175.

“Art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.Art. 175 - Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, direta-mente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre por meio de licitação, a prestação de serviços públicos.”

2. ConCeito

O processo de escolha, nos termos e condições estabelecidas em lei, da melhor proposta para a Admi-nistração Pública, denominamos “licitação”.

Vários são os conceitos que a doutrina atribui à licitação. Segundo o mestre HELY LOPES MEIRELLES “Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse.”

Para JOSÉ CRETELLA JÚNIOR licitação é o “Procedimento administrativo preliminar, mediante o qual a Administração, baseada em critério prévio, seleciona, entre várias propostas, referentes a compras, obras ou serviços, a que melhor atenda ao interesse público, a fim de celebrar contrato com o res-ponsável pela proposta mais vantajosa.”

DIÓGENES GASPARINI conceitua licitação como sendo “o procedimento administrativo por meio do qual a pessoa ou ente a isso juridicamente obrigado seleciona, em razão de critérios previamente estabelecidos, de interessados que tenham atendido à sua convocação, a proposta mais vantajosa para o contrato ou ato de seu interesse.”

2.1. Finalidades

Arealizaçãodelicitaçãoapresentaduasfinalidades.

A primeira de proporcionar a obtenção da melhor propostaparaaAdministraçãoeasegundafinalidadeda licitação é proporcionar igualdade de condições aos participantes desta (art. 3º)1.

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade

1 Neste capítulo sobre “Licitações” os dispositivos legais mencio-nados desacompanhados do número da legislação correspondente referem-se à Lei n. 8.666/93 (Lei de Licitações e Contratos).

1. Introdução2. Conceito3. Princípios4. Objeto da Licitação5. Modalidades de Licitação6. Obrigatoriedade, Dispensa e Inexigibilidade de Licitação7. Dispensa e Inexigibilidade de Licitação8. Lei n. 8.666, de 21 de Junho de 19939. Lei n. 10.520, de 17 de Julho de 2002 (Pregão)10.Decreton.5.450,de31deMaiode2005(PregãoEletrônico)11. Decreto n. 7.892, de 23 de Janeiro de 2013

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com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade adminis-trativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

3. PrinCíPios

São princípios da licitação: procedimento formal, publicidade, vinculação ao instrumento convocatório, competitividade, sigilo na apresentação das propostas e julgamento objetivo.

Procedimento Formal

A licitação está vinculada às determinações legais que regem todos seus atos e fases. Estas prescrições decorrem também do edital e do convite.

Todos que participem de uma licitação têm direito públicosubjetivoàfielobservânciadopertinenteproce-dimento estabelecido em lei. O procedimento licitatório caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.

Publicidade

O princípio da publicidade na licitação alcança desde os avisos de sua abertura até o conhecimento do edital e seus anexos, incluindo o exame da documentação e das propostas pelos interessados ou por qualquer pessoa e o fornecimento de certidões de quaisquer peças, pareceres ou decisões com ela relacionadas.

É por meio da publicidade que a Administração dá ciência a todos os interessados em participar da licitação, aos órgãos de controle e a todas as pessoas em geral. Todos os atos praticados no procedimento licitatório devem ser publicadosnoórgãooficialeaaberturadosenvelopesdadocumentação e proposta deve ser feita em público.

A licitação não pode ser sigilosa, todos os atos de seu pro-cedimento são públicos e acessíveis a qualquer pessoa, salvo o conteúdo das propostas, até a respectiva abertura (art. 3º, § 3º).

“Art. 3º, § 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.”

Determina o estatuto licitatório quanto à publicidade do certame, que a abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as propostas será re-alizada sempre em ato público previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela comissão (art. 43, § 1º).

“Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos:§ 1º A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.”

Vinculação ao Instrumento Licitatório

Estabelecidas as regras da licitação, estas se tornam inalteráveis durante todo o procedimento. HELY LO-PES MEIRELLESafirmaque“o edital é a lei interna da licitação” e por isso vincula aos seus termos tanto os licitantes como a Administração Pública (art. 41).

“Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.”

No caso daAdministração verificar, no decorrerda licitação, sua inviabilidade, deverá invalidá-la e rea-bri-la em novos moldes. Qualquer alteração que afete a elaboração das propostas deve ser feita por meio de aditamento ou expedição de um novo edital ou convite, com a republicação e reabertura do prazo.

Competitividade

A Administração está impedida de comprometer a competitividade, restringindo ou frustrando a disputa entre os interessados em contratar com a entidade, sendo vedado a seus agentes admitirem, preverem, incluírem ou tolerarem, nos atos de convocação, qualquer cláusula ou condição que comprometa a competitividade dos participantes ou interessados (art. 3º, § 1º).

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Art. 3, § 1º É vedado aos agentes públicos:I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasi-leiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei n. 8.248, de 23 de outubro de 1991.”

Os atos praticados pela Administração Pública quan-do no edital de concorrência forem incluídas cláusulas ou condições que comprometam o caráter competitivo do certame ou quando a concorrência administrativa for processada em condições que acarretem a limitação das possibilidades normais de competição, são nulos.

Sigilo na Apresentação das Propostas

Para não favorecer nenhum dos participantes da licitação,poisficariaemvantagemoconcorrentequetivesse acesso à proposta de outro, é necessário o sigilo de todas as propostas, até a data designada para a aber-tura dos envelopes que as contenham.

A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

Se acontecer a abertura da documentação ou das pro-postas ou a revelação de seu conteúdo antecipadamente, esta violação dará ensejo a anulação do procedimento e constituirá também ilícito penal (art. 94).

“Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedi-mento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.”

Julgamento Objetivo

O julgamento das propostas deve ser realizado com base nos critérios indicados no edital ou convite e nos termosespecíficosdaspropostas.Aescolhadaspropostasnão deve ser feita de modo discricionário, a Administração seprenderáaocritériofixadonoatodeconvocação.

No julgamento das propostas, a comissão deve levaremconsideraçãooscritériosobjetivosdefinidosno edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos pela lei.

Assim, o julgamento das propostas será objetivo, devendo a comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

Adjudicação Compulsória

Finalizado o procedimento licitatório a Administra-ção está impedida de atribuir seu objeto a outrem que não o legítimo vencedor e é esta atribuição do objeto ao licitante vencedor que é chamada de “adjudicação”. Não é permitido a Administração contratar com outrem enquanto válida a adjudicação, nem revogar o procedimentoouprotelarindefinidamenteaadjudicaçãoou a assinatura do contrato sem justa causa. A adjudi-cação ao vencedor é, então, obrigatória, salvo se este desistirexpressamentedocontratoounãoofirmarnoprazoprefixado,amenosquecomprovejustomotivo.

Importante ressaltar que é obrigatória a adjudicação (atribuição do objeto da licitação) e não o contato ime-diato, pois a Administração o pode revogar ou anular o procedimento ou, ainda, adiar o contrato, quando ocorrer motivos para que isso seja feito.

A adjudicação é o último ato do procedimento licitatório, ocorrendo depois da homologação do certame pela autoridade competente.

Igualdade entre os Licitantes É proibida a discriminação entre os participantes do certame,devendo-sedispensaraestesumtratamentoisonô-mico. Este tratamento igual proíbe tanto as cláusulas que, no edital ou no convite, favoreçam uns em prejuízo de outros, que mediante julgamento tendencioso, que segundo HELY LOPES MEIRELLES “desiguale os iguais ou iguale os desiguais”.

Mesmo as empresas estrangeiras, que atuam re-gularmente no País, devem concorrer em igualdade de condições com as nacionais. Somente no caso de empate é que as empresas nacionais terão a preferência, seguindo-se a seguinte ordem de critérios de preferência nadefiniçãodovencedor,nestecaso:1. produzidos no País;2. produzidos ou prestados por empresas brasileiras;3. produzidos ou prestados por empresas que invistam em

pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.

Nocasodemedidasquedificultemourestrinjamocarátercompetitivodocertame,comafinalidadedeobter

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vantagem para si ou para outrem, ou seja, a não obediência ao princípio da igualdade entre os licitantes, pode acarretar a detenção de dois a quatro anos, mais multa (art. 90).

“Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.”

Probidade Administrativa

Segundo este princípio a licitação deve sempre voltar-se para os interesses da Administração, sem, é claro, prejudicar os interesses do particular. Não pode serfeitalicitaçãocomointuitodebeneficiarainiciativaprivada,poistalaçãoconfigurailícitoadministrativoepodeconfigurar-setambémemilícitopenal(art.91).

“Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.”

A probidade (honestidade) administrativa é tão importante que a Constituição dela ocupou-se em seu art. 37, § 4º.

“Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importa-rão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.”

Padronização

Estabelece o estatuto licitatório que as compras, sempre que possível, deverão atender ao princípio da padronização, devendo-se impor compatibilidade de especificaçõestécnicasededesempenho,observando--se, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e garantias oferecidas (art. 15, I).

“Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;”

Em decorrência deste princípio a entidade pública participante da licitação deve observar as regras básicas que levam a adoção de um modelo, de um padrão que possa satisfazer às necessidades das atividades que estão a seu cargo. Toda compra deve ser avaliada segundo este princípio,comafinalidadedeevitaraquisiçõesdebensdiferentes nos seus elementos componentes, na qualidade, na produtividade e na durabilidade, incidindo diretamente no estoque, na manutenção, na assistência técnica, nos custos, no controle e na atividade administrativa.

Importante ressaltar que o princípio da padronização não impede que se escolha uma das marcas de produtos similares existentes no mercado. A eleição de uma marca é possível quando se deseja dar continuidade a um dado serviço ou obra em que um produto de certa marca já foi empregado, introduzir a padronização de marca no serviço, manter a padronização de marca ou atender às necessidades específicasdoserviçoouobraquesópodemsersatisfeitascom vantagem com produto de certa marca.

Fiscalização da Licitação

Os participantes, assim como quaisquer pessoas, po-demfiscalizaraAdministraçãoPúblicalicitantequantoà instauração e realização da licitação, assim como, na contratação.

Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quantitativos das obras e preços unitários de determinada obra executada (art. 7º, § 8º). Assim, como é permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.

Art. 7º, § 8º Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quantitativos das obras e preços unitários de determi-nada obra executada.

Paragarantiroamplodireitodefiscalizaçãodalici-tação a legislação garante ainda que qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá represen-tar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na realização da licitação (Art. 113, § 1º).

“Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis pela de-monstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.”

4. objeto Da liCitação

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O objeto das licitações e contratos administrativos são as obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, desde que haja disputa, certame ou concorrência entre os interessados em contratar com a entidade obrigada à licitação (art. 1º).

“Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e con-tratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.”

Necessário esclarecer que o art. 1º da Lei n. 8.666/93 é meramenteexemplificatório,poisoutrosnegóciosdeseja-dos pelas pessoas políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), governamentais (sociedades de economia mista, empresas públicas, fundações e autarquias) e suas subsidiárias, obrigadas a licitar, também devem ser objeto de licitação. O mestre Diógenes Gasparini cita como exem-plo destes casos o arrendamento e o empréstimo. Podem, ainda, ser objeto de licitação: convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração (art. 116).

“Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração.”

O edital ou carta-convite deve descrever de modo sucinto e claro o objeto do certame (art. 40, I), sendo que quando se tratar de compra o objeto deve ser ade-quadamente caracterizado (art. 14), e, no caso de obra ou serviço, deve estar calcado em projeto básico aprovado pela autoridade competente (art. 7, § 2º, I).

Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracte-rização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.

Art. 7º, § 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório;”

Em princípio o objeto da licitação é uno e indivisível, não se permitindo em regra sua divisão, porém se esta for necessária tecnicamente ou em decorrência dafaltaderecursosorçamentáriosoufinanceiros,pode ser promovida a divisão do objeto, desde que cada uma das divisões seja precedida de licitação igual à que seria realizada para o todo (art. 23, § 2º).

“Art. 23, § 2º. Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)”

Paragarantiroamplodireitodefiscalizaçãodalici-tação a legislação garante ainda que qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá represen-tar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na realização da licitação (Art. 113, § 1º).

Art. 113, § 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

5. moDaliDaDes De liCitação

Concorrência

A concorrência é realizada nos casos de:a) contratos de grande vulto, entendidos como tais, as

compras e serviços acima de R$1.430.000,00 (um milhão e quatrocentos e trinta mil reais) e as obras e serviços de engenharia acima de R$3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais);

b) alienação de bens imóveis, salvo a possibilidade de alguns imóveis serem vendidos também por leilão (art. 19);

c) concessões de direito real de uso;d) licitações internacionais, ressalvada a possibilidade

de realização de tomada de preços, quando o órgão

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ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores, ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País, respeitados os limites de valores para cada modalidade.

e) Contratação de parceria público e privada (PPP), segundo o art. 10, da Lei n. 11.079/04:

“Lei n. 11.079, art. 10. A contratação de parceria público-pri-vada será precedida de licitação na modalidade de concorrência, estando a abertura do processo licitatório condicionada a:”

f) concessão de serviço público.

As concessões, permissões e autorizações, efetuadas como forma de privatização ou desestatização tam-bém poderão ser realizadas pela modalidade leilão e a permissão de uso poderá ser deferida por meio de licitação, observando-se a modalidade referente ao valor da contratação.

Características da concorrência

a) Participação de qualquer interessado, desde que, na fase de habilitação preliminar, comprovem preencher osrequisitosmínimosdequalificaçãodoedital;

b) Realização e julgamento por comissão permanente ou especial, de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelomenos 2 (dois) deles servidores qualificadospertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação;

- comissão permanente: escolhida para realizar, em regra, todas as licitações da Administração Pública, seus membros têm mandato de 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade para a mesma comissão no período subsequente (art. 51, §4º);

- comissão especial: criada para realizar uma licitação específica.

Importante lembrar que a comissão pode ter a parti-cipação de pessoas estranhas à Administração, desde que, no mínimo, dois membros sejam pertencentes aos quadros de servidores permanentes desta.

c) Instrumento convocatório: assim como na tomada de preço, no concurso e no leilão, na concorrência o edital deve ser publicado:

- noDiárioOficialdaUnião,quandosetratardelici-tação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadasparcialoutotalmentecomrecursosfe-derais ou garantidas por instituições federais;

- noDiárioOficialdoEstado,oudoDistritoFederalquando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;

- em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.

d) Realização de uma fase de habilitação prévia, onde os docu-mentos de habilitação são conferidos publicamente, após o que, na mesma sessão ou posteriormente, a comissão decide pela inabilitação ou não de algum participante.

Esta fase de habilitação prévia é o que caracteriza a concessão, sendo exclusiva desta modalidade e, por isso, de conhecimento muito exigido em concursos.

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Tomada de Preços

A tomada de preços é realizada nos casos de licitações de médio valor, assim compreendidas:a) Compra e serviços: entre R$176.000,00 (cento e se-

tenta e seis mil reais) e R$1.430.000,00 (um milhão e quatrocentos e trinta mil reais);

b) Obras e serviços de engenharia: entre R$330.000,00 (trezentos e trinta mil reais) e R$3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais).

A tomada de preços é admitida nas licitações inter-nacionais, desde que a Administração tenha um ca-dastro internacional de fornecedores e, ainda, o valor esteja dentro dos limites para a tomada de preços.

Características da tomada de preçosa) Participação somente de interessados devidamente

cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia ante-rior à data do recebimento das propostas, observada anecessáriaqualificação(art.22,§2º).

b) Instrumento convocatório: assim como na concor-rência, no concurso e no leilão, na tomada de preço o edital deve ser publicado:

- noDiárioOficialdaUnião,quandosetratardelici-tação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadasparcialoutotalmentecomrecursosfe-derais ou garantidas por instituições federais;

- noDiárioOficialdoEstado,oudoDistritoFederalquando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;

- em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.

c) Realização e julgamento por comissão permanente ou especial, de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelomenos 2 (dois) deles servidores qualificadospertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.

O que caracteriza a tomada de preço é a possibili-dade de participação somente de interessados ca-dastrados até o terceiro dia anterior ao recebimento das propostas.

Convite

O convite é realizado nos casos de licitações de pequeno valor, assim compreendidas:a) Compra e serviços: até R$176.000,00 (cento e setenta

e seis mil reais);b) Obras e serviços de engenharia: até R$330.000,00

(trezentos e trinta mil reais).

Características do convite

Praticamente todas as características do convite são exclusivas desta modalidade, assim, aconselhamos um estudo mais detalhado destas características, de-vido à sua grande incidência em concursos públicos.

a) Realização e julgamento:- por comissão permanente ou especial, de, no míni-

mo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação;

- por um único servidor, excepcionalmente, nas peque-nas unidades administrativas e em face da exiguidade de pessoal disponível. (art. 51, §1º).

b) Participação somente de interessados do ramo, cadas-trados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) e de interessados não convidados, desde que já cadastrados e que manifestem seu in-teresse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

c) Instrumento convocatório: carta-convite enviada a, nomínimo,trêsinteressadosdoramoeafixaçãodecópia do convite em quadro de avisos do órgão ou entidade, localizado em lugar de ampla divulgação.

d) Exigência de três propostas válidas, se tal não ocor-rer, o convite deve ser repetido, salvo limitação de mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, devidamentejustificados(art.22,§7º).

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e) Existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessa-dos, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações (art. 22, §6º).

Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência (art. 23, §4º).

Concurso

O concurso é realizado nos casos de escolha de trabalho:a) técnico;b)científico;c) artístico.

Características do concursoa) Participação de quaisquer interessados que atende-

rem às exigências do edital;b) Pagamento de prêmio ou remuneração aos vence-

dores condicionado à cessão dos direitos referentes ao trabalho à Administração;

A licitação se encerrará com o pagamento do prê-mio ou remuneração, sendo que o vencedor não poderá participar de futura licitação para escolha do responsável pela execução do projeto, ressalvada a possibilidade de realização de consultoria ou de fiscalizaçãodaexecuçãodessetrabalho.

c) Realização e julgamento por comissão que deverá ser integrada por servidores públicos ou não, de

reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria a ser objeto da licitação.

A comissão que realiza o concurso é a única, das responsáveis pela realização de licitações, que pode ser totalmente composta de não servidores.

d) Instrumento convocatório: assim como na tomada

de preço, na concorrência e no leilão, no concurso o edital deve ser publicado:

- noDiárioOficialdaUnião,quandosetratardelici-tação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadasparcialoutotalmentecomrecursosfe-derais ou garantidas por instituições federais;

- noDiárioOficialdoEstado,oudoDistritoFederalquando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;

- em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.

Leilão

O leilão é realizado nos casos de alienação (venda) de:a) Bens móveis ou semoventes (animais) inservíveis ou

apreendidos;b) Bens imóveis, provenientes de dação em pagamento

(aqueles que a Administração recebe como pagamento de uma dívida) ou de procedimento judicial (aqueles que o Judiciário atribui a propriedade à Administração Pública, como, por exemplo, no caso de herança sem herdeiros que ajustiçadeterminaquefiquecomoEstado).

Todos os bens imóveis podem ser vendidos por con-corrência, mas apenas os provenientes de dação em pagamento ou de procedimento judicial é que podem ser alienados por concorrência ou por leilão (art. 19).

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Complemento - 47

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Características do leilão

a) Instrumento convocatório: assim como na tomada de preço, na concorrência e no concurso; no con-curso o edital deve ser publicado:

- noDiárioOficialdaUnião,quandosetratardelici-tação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadasparcialoutotalmentecomrecursosfe-derais ou garantidas por instituições federais;

- noDiárioOficialdoEstado,oudoDistritoFederalquando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;

- em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.

b) Podeserrealizadoporservidorouporleiloeirooficial;

c) Permite a participação de qualquer interessado.

Pregão

O pregão é a modalidade de licitação utilizada para aquisição de bens e serviços comuns, sendo que são assim considerados aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidospeloedital,pormeiodeespecificaçõesusuaisno mercado, como por exemplo: material de escritório, material de limpeza, serviços de limpeza dos prédios públicos e serviços de manutenção e reparo de veículos.

Características do Pregão

a) Instrumento convocatório: o aviso do edital deve ser publicado, segundo os valores abaixo:

• ValoresdeatéR$650mil:DiárioOficialdaUnião(DOU) e Internet;

• Valores acima de R$ 650 mil até R$ 1,3 milhão: DOU, Internet e jornal de grande circulação local;

• Valores superiores a R$ 1,3 milhão: DOU, Internet e jornal de grande circulação regional ou nacional.

b)PodeserpresencialourealizadoviaInternet(eletrônico);

c) Realizado por uma equipe de apoio (comissão) integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmente pertencentes ao quadro perma-nente do órgão ou entidade promotora do evento e por um pregoeiro, designado pela autoridade competente dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação;

d) No dia, hora e local designados, é realizada sessão pública para recebimento das propostas e aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, apre-sentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitação (este sistema de entrega de declaração de habilitação permite que as propostas sejam julgadas sem necessidade de realizar uma audiência de habilitação);

e) No curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão oferecer novos lances verbais (ou pela Internet no caso do pregão eletrônico)esucessivos,atéaproclamaçãodoven-cedor, sendo que os demais participantes, que ofe-recerem propostas superiores ao patamar de 10%, estão excluídos do certame;

Não havendo pelo menos 3 (três) ofertas superiores em até 10% da menor oferta, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos.

f) Encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofer-tas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante queapresentouamelhorproposta,paraverificaçãodoatendimentodascondiçõesfixadasnoedital.

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48 - Complemento

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Quem, convocado dentro do prazo de validade da suaproposta(até60diasououtroprazofixadonoedital), não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneooucometerfraudefiscal,ficaráimpedidode licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais penalidades legais.

Pregão Eletrônico

Opregãoeletrônicoérealizadopormeioderecursosde tecnologia da informação, ou seja, por intermédio da Internet. Sua previsão legal está no § 1º do art. 2º, da Lei n. 10.520/02 e sua regulamentação por meio do Decreto n. 5.450/2005.

Oprocedimentodopregãoeletrônicosegueasre-gras básicas do pregão comum, mas sem a presença do pregoeiro e dos participantes, pois os atos são praticados porviaeletrônica.

O fornecedor interessado em participar do pregão eletrônicodevecadastrar-senosite do órgão ou entidade que está realizando o pregão.

Aspropostassãoapresentadasviaeletrônicapelosconcorrentes, iniciando-se com a fixação damenorproposta e com o pregoeiro incentivando os concor-rentes a oferecerem lances inferiores, como um leilão ao contrário, onde ganha o fornecedor que oferecer a mercadoria ou serviço o menor preço.

Apósadefiniçãodovencedorverifica-seahabilitaçãoda empresa vencedora, caso não esteja habilitada pas-sa-seàverificaçãodahabilitaçãodasegundacolocadae assim sucessivamente.

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Complemento - 49

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Quadro de Modalidades de Licitação

(Lei n. 8.666/93)

Fonte: http://www.finep.gov.br/cpl/modalidades_de_licitacao.asp

Os valores limites para a realização de licitação são estipulados pela Lei n. 8.666/93 para a União, mas os Es-tados, Distrito Federal e Municípios podem adotar os mesmos valores ou, ainda, valores menores como limite licitatório, mas nunca maiores dos que usados como limite para a União.

6. obrigatorieDaDe, DisPensa e inexigibiliDaDe De liCitação

Quando nos referimos a obrigatoriedade de licitação, tratamos de dois aspectos, o primeiro é a compulsoriedade de licitação em geral e o segundo é a obrigatoriedade de ser realizada a modalidade prevista em lei para a espécie, pois a Administração não pode utilizar um tipo de licitação mais singela quando é exigida uma mais complexa. So-mente a lei é que pode retirar esta obrigação da Administração, autorizando a dispensa de licitação ou permitindo a substituição de uma modalidade por outra.

As sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e demais entidades controladas direta ou indi-retamente pela União, Estados, Distrito Federal ou pelos Municípios podem ter regulamentos próprios devidamente publicados,ficando,porém,sujeitasàsdisposiçõesdaLein.8.666/93.

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7. DisPensa e inexigibiliDaDe De liCitação

A licitação, de acordo com a lei, pode ser dispensada ou dispensável, sendo que em alguns casos a Adminis-tração pode e em outros ela deve deixar de realizar a licitação.

Licitação Dispensada

A Administração está dispensada de realizar a licita-ção (art. 17, I e II):

1. Quando imóveis, nos seguintes casos:a) dação em pagamento;b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão

ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo;

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos estabelecidos em lei;

d) investidura;e) venda a outro órgão ou entidade da administração

pública, de qualquer esfera de governo;f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão

de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de inte-resse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;

g) procedimentos de legitimação de posse, mediante inicia-tiva e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de re-gularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública.

2. Quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:

a) doação,permitidaexclusivamenteparafinseusodeinteresse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica, relativamente àescolha de outra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observadaalegislaçãoespecífica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;e) venda de bens produzidos ou comercializados por

órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtudedesuasfinalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe;

g) procedimentos de legitimação de posse, mediante inicia-tiva e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição.

Importante ressaltar que a doação, com encargo, de bens móveis, como quando a Administração Pública, por exemplo, doa um terreno àquele que se disponha a construir uma creche para 100 pessoas, no menor espaço de tempo possível, deverá ser precedida de licitação, haja vista que mais de uma pessoa pode se interessar em participar do certame (art. 17, § 4º).

Licitação Dispensável

Segundo HELY LOPES MEIRELLES a licitação dispensável é “toda aquela que a Administração pode dispensar se assim lhe convier”.

Nesta obra faremos uma divisão didática para apre-sentação deste tópico. Ressaltamos aos leitores que a subdivisão apresentada a seguir, das possibilidades de licitação dispensável, não tem inspiração legal, mas sim pedagógica.

Em razão do valor

1. Para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a” do inciso I do artigo 23 do Estatuto Licitatório, que é de R$330.000,00 (trezentos e trinta mil reais) desde quenãoserefiramaparcelasdeumamesmaobraou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente.

A execução de pequenas obras ou prestação de sin-gelos serviços de engenharia pela sua simplicidade não justificamprocedimentossolenes,quesãodotadosdeformalidades que emperram a atividade administrativa, neste caso, sem oferecer qualquer vantagem.

Emboraoestatutodefinaoquesãoobraseserviçosem seu art. 6º,elenãodefineoquesejamobraseser-viçosdeengenharia,porémDiógenesGasparinidefineobra de engenharia como sendo “Toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação cuja responsabilidade pela execução cabe somente a profissionais ou firmas que atendam à le-gislação de engenharia, enquanto serviço é toda atividade destinada a propiciar determinada utilidade de interesse da Administração ou dos administrados, cuja responsabilidade executória só pode

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estar a cargo de profissionais ou empresas que também satisfaçam as exigências da legislação de engenharia.”

A entidade da Administração, que está obrigada a licitar, não pode dividir a obra ou serviço em duas ou mais partes apenas para fraudar o processo licitatório, não o realizando.

Está proibida também de dispensar a licitação quan-do se tratar de obras e serviços da mesma natureza (uma escola e um hospital ou um serviço de vigilância em uma escola e em um hospital).

Segundo o art. 120 do Estatuto Licitatório o valor de R$330.000,00 (trezentos e trinta mil reais), instituído como teto, pode ser revisto pelo Poder Executivo Fe-deral, observando como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no período.

“Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anual-mente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União, observando como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no período. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)”

2. Para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo 23 (R$176.000,00), e para alienações, nos casos previstos na Lei n. 8.666/93, desde que não serefiramaparcelasdeummesmoserviço,compraou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;

Os serviços que não são de engenharia e as com-pras de pequeno valor, isto é que não ultrapassem R$17.600,00 (dezessete mil e seiscentos reais), podem ser contratados diretamente, dispensando-se a licitação.

* Os percentuais referidos nos itens “1” e “2”, se-rão de 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por sociedade de economia mista e empresa pública, bem assim por autarquia e fundação qualificadas, na forma da lei, comoAgências Executivas.

3. Quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional ou forem incompatíveis com osfixadospelosórgãosoficiaiscompetentes;

Tenta-se evitar aqui que a Administração seja vítima de um conluio entre os participantes com a intenção de impor-lhe preços excessivos.

A licitação neste caso será dispensada sempre que aspropostas apresentadas foremdesclassificadasporconterem preços excessivos e os licitantes não apre-sentarem outras, no prazo de oito dias úteis, sem estes preços excessivos ou que, ainda apresentem preços que, por serem muito baixos, sejam inexequíveis (art. 48).

“Art. 48. Serão desclassificadas:II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexeqüíveis, assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Em razão da circunstância

1. Nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

AGuerra, juridicamente, somente se configuraapós a declaração solene do Chefe de Estado, por-tanto somente após esta declaração é que a entidade está dispensada de licitar.

Cumpre lembrar que a entidade não está liberada para qualquer licitação, mas tão somente àquela que está relacionada com o evento bélico.

Grave perturbação da ordem é a comoção interna geral ou parcial de determinada região (ex.: greve ou revolução), normalmente reconhecidas oficialmentecom a declaração do estado de defesa ou o estado de sítio (CF, arts. 136 e 137). Uma vez declarada uma destas situações a entidade licitante está liberada de realizar o certame no que diz respeito aos contratos cuja função seja minorar ou terminar com tal estado.

2. Nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação, que possa ocasionar prejuízo ou compro-meter a segurança de pessoas, obras, serviços, equi-pamentos e outros bens, públicos ou particulares;

Calamidade Pública é uma situação de grave perigo, decorrente de evento da natureza (secas, epidemias, vendavais). Caracteriza-se pela impossibilidade da Ad-ministração de atender adequadamente as necessidades da população com utilização dos meios e recursos que normalmente estão ao seu dispor. Somente após a declaração do Poder Executivo (Federal, Estadual ou Municipal). A dispensa somente será possível se a licita-ção estiver relacionada ao estado de calamidade pública,

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visando somente a aquisição de bens com o intuito de minorá-lo ou combatê-lo.

A emergência é caracterizada perla urgência do atendimento. Algumas vezes somente o atendimento imediato pode evitar prejuízos ou salvaguardar a segu-rança das pessoas, obras, bens e equipamentos.

3. Quando não acudirem interessados à licitação ante-rioreesta,justificadamente,nãopuderserrepetidasem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;

Quando não acudir nenhum concorrente ao processo licitatório anteriormente realizado, está dispensada a realização de nova licitação, se a realização desta puder ser prejudicial à Administração Pública, em face do tempo que sua realização demandaria, causando-lhe um acréscimo no valor do contrato ou um atraso na prestação do serviço ou utilização da obra.

Importante diferenciar a licitação onde nenhum lici-tante acudir ao instrumento convocatório (licitação deserta) e que pode ser dispensada, da licitação em que todos os participantes são inabilitados ou todas aspropostassãodesclassificadas(licitaçãofracassa-da) que não pode ser dispensada, devendo-se abrir novo prazo para a apresentação da documentação ou propostas, ou, ainda, repetir a licitação (art. 48, § 3º).

4. Quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar oabastecimento;

Quando a União tiver que intervir no domínio econômicopararegularpreçosounormalizaroabas-tecimento, estará dispensada de licitar. Note-se que esta possibilidade é dada somente à União, haja vista que às outras pessoas políticas não é dado intervir no domínio econômico,porcontaprópria.

5. Quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Con-selho de Defesa Nacional;

A licitação está dispensada quando houver a possibi-lidade de comprometimento da segurança nacional. O decreto 2.295, de 04/08/97 listou três casos: aquisição de recursos bélicos navais, terrestres e aeroespaciais; contratação de serviços técnicos especializados na área deprojetos, pesquisas e desenvolvimento científico etecnológico; aquisição de equipamento e contratação de serviços técnicos especializados para a área de inteligência.

Em razão da pessoa

1. Para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado paraessefimespecíficoemdataanterioràvigên-cia desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;

A pessoa jurídica de direito público interno licitante pode dispensar o certame quando os bens e serviços forem produzidos por órgão ou entidade que integre a Administração Pública, desde que esta tenha sido criada antes da vigência do estatuto licitatório, sendo ainda ne-cessário que os preços dos bens e serviços contratados sejam compatíveis com os praticados pelo mercado, conforme levantamento prévio.

2. Na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável repu-taçãoético-profissionalenãotenhafinslucrativos;

As Universidades federais e estaduais e os Institutos de Pesquisa, entre outros, podem ser contratados sem licitação, posto que atendem as condições acima, ou seja,detêminquestionávelreputaçãoético-profissionalenãopossuemfinslucrativos.

3. Na contratação de associação de portadores de de-ficiênciafísica,semfinslucrativosedecomprovadaidoneidade, por órgãos ou entidades da Administra-ção Pública, para a prestação de serviços ou forneci-mento de mão de obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;

A dispensa de licitação para contratação de serviços de associaçõesdeportadoresdedeficiênciafísica(excluídososportadoresdedeficiênciapsíquica),deveserdiferenciadada contratação de mão de obra pois esta somente pode ser realizada por meio de concurso público.

4. Na contratação realizada por empresa pública ou socie-dade de economia mista com suas subsidiárias e contro-ladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;

Quando empresa pública ou sociedade de economia mista contratar com suas subsidiárias e controladas, visando a aquisição ou alienação de bens, prestação ou

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obtenção de serviços, a licitação poderá ser dispensada, com a condição de que o preço contratado seja compa-tível com o praticado no mercado.

5. Para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadasno âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

As organizações sociais são entidades privadas quenãopossuemfinslucrativos,sendodestinadasaoexercício de atividades dirigidas ao ensino, à pesquisa científica,aodesenvolvimentotecnológico,àproteçãoe preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. Esses organismos são declarados, pelo Poder Executivo, de interesse social e utilidade pública, podendo-lhes ser destinados recursos orçamentários e bens públicos ne-cessários aos contratos de gestão, que deverão prever o cronogramadedesembolsoeasliberaçõesfinanceiras.

Os contratos de prestação de serviços necessários ao cumprimento do contrato de gestão e destinados a essasorganizaçõesficamdispensadosdalicitação.

6. NacontrataçãorealizadaporInstituiçãoCientíficaeTecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.

Esta possibilidade de dispensa possibilita a contrata-çãodiretadeInstituiçãoCientíficaeTecnológica-ICT(definidanalegislaçãocomoórgãoouentidadedaad-ministração pública que tenha por missão institucional, dentre outras, executar atividades de pesquisa básica ouaplicadadecarátercientíficooutecnológicoouporagência de fomento (que representa órgão ou instituição de natureza pública ou privada que tenha entre os seus objetivosofinanciamentodeaçõesquevisemaestimulare promover o desenvolvimento da ciência, da tecnolo-gia e da inovação, como, por exemplo, Capes, Finep e CNPq), com pessoas jurídicas de direito privado, para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. Estacontrataçãodeveterafinalidadede incentivarainteraçãoentreessasInstituiçõesCientíficaseTecnoló-gicas, objetivando que os produtos nacionais se tornem mais competitivos no mercado interno e externo, como resultado da agregação de tecnologia.

7. Na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração in-direta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.

Como já foi mencionado nesta obra a Administração Públicaestádesobrigadaderealizarlicitaçãoafimdecelebrar convênio de cooperação ou contrato de con-sórcio público.

8. Na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal.

A contratação de instituição ou organização para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na ReformaAgrária,temafinalidadedeelevaraproduçãonacional maximizando a produtividade da agricultura familiar e dos assentamentos da reforma agrária

1. Para a compra ou locação de imóvel destinado ao aten-dimentodasfinalidadesprecípuasdaAdministração,cujas necessidades de instalação e localização condicio-nem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;

Quando a Administração necessitar de imóvel para atendimentodesuasfinalidadesprecípuaspoderácom-prá-lo ou locá-lo sem licitação, desde que as necessidades de instalação ou localização condicionem sua escolha (por exemplo: sua proximidade com outro serviço já instalado).

2. Na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em consequência de rescisão con-tratual,desdequeatendidaaordemdeclassificaçãoda licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

Quandoocorrerarescisãocontratual,afimdequeseja continuada a obra, serviço ou fornecimento a Ad-ministração está dispensada de realizar novo certame, devendocontratarseguindoaordemclassificatóriadalicitação que serviu de base para a contratação rescindida e que sejam observadas as mesmas condições oferecidas pelo então contratado, conforme sua proposta.Esta mesma regra é aplicada quando o vencedor do con-tato se nega a assiná-lo, a aceitar ou retirar o instrumento equivalente, embora este fundamento esteja preceituado no art. 64, §2º, do Estatuto Licitatório.

3. Nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a rea-lização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia;

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As compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, podem ser feitas diretamente desde que no período necessário para a realização de licitação. Antes ou depois deste tempo as compras destes produ-tos só serão legítimas se realizadas mediante certame.

4. Para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacionalespecíficoaprovadopeloCon-gresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;

Quando o Brasil for adquirir bens e serviços por intermédio de organizações internacionais das quais seja membro e desde que nos termos de acordo internacio-nal e com condições manifestamente vantajosas para a Administração Pública, esta aquisição pode ser realizada sem procedimento licitatório.

5. Para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos,deautenticidadecertificada,desdequecompa-tíveisouinerentesàsfinalidadesdoórgãoouentidade.

A aquisição de objetos históricos por entidades que tenhamporfinalidadeprogramasvoltadosàarteouàhistória (por exemplo: museus, fundações culturais), desde que estes objetos tenham sua autenticidade comprovada e seja singulares ou únicos, poderão ser adquiridos sem licitação.

O certame também está dispensado quando for objeto a contratação de serviços de restauração de obras de arte e objetos históricos por museus, escolas de história e belas-artes, fundações culturais e pinacotecas, desde que realizada por profissionaldenotóriaespecializaçãonessaatividade.

6. Paraa impressãodosdiáriosoficiais,deformuláriospadronizados de uso da Administração e de edições téc-nicasoficiais,bemcomoparaaprestaçãodeserviçosdeinformática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública,criadosparaessefimespecífico;

Quando pessoa jurídica de direito público desejar contratarserviçosdeimpressãodosdiáriosoficiais,deformulários padronizados de uso da Administração e deediçõestécnicasoficiais,bemcomoparaaprestaçãode serviços de informática e quando a contratada for órgão ou entidade da Administração Pública o certame está dispensado.

7. Para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispen-sável para a vigência da garantia;

Para que a licitação seja dispensada no caso acima é necessária que a exclusividade seja indispensável para manter a garantia técnica; terminada a garantia, a aquisição de componentes e peças será realizada mediante licitação.

8. Nas compras ou contratações de serviços para o abas-tecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento, quando em es-tada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quan-do a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inc. II do art. 23 desta Lei;

Quando em trânsito ou estadia de curta duração as compras ou contratações de serviços para o abas-tecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas, desde que não exceda a determinado limite, poderá ser feita sem licitação.

9. Para as compras de materiais de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;

Importante frisar que na dispensa acima o material de uso pessoal e administrativo está excluído.

10. Aquisição de bens destinados exclusivamente a investi-gaçãocientíficaetecnológica,comrecursosconcedidosporinstituiçõesoficiaisdefomentoàpesquisa.

A aquisição de bens destinados exclusivamente à pesquisacientíficaetecnológicacomrecursosconcedi-dos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições oficiaisdefomentoàpesquisacredenciadaspeloCNPqparaessefimespecífico,estãodispensadasdelicitação.

11. Na contratação do fornecimento ou suprimento de energia elétrica ou gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas dalegislaçãoespecífica;

Quando a Administração Pública tiver que contratar o fornecimento ou suprimento de energia elétrica com concessionário, permissionário ou autorizado, para este serviço, esta contratação poderá ser realizada sem lici-tação, desde que sejam observadas as regras existentes emlegislaçãoespecífica.

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12. Na contratação da coleta, processamento e comer-cialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.

Aqui a possibilidade de dispensa tem uma importante função social, a Administração pode deixar de realizar licitação no caso de contratação, por exemplo, de uma co-operativa de catadores de lixo para a contratação da coleta, o processamento ou a comercialização de lixo reciclado.

13. Para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamen-te, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente desig-nada pela autoridade máxima do órgão.

Deve-se observar que, neste caso de dispensa de lici-tação, as exigências são cumulativas, assim é necessária a presença de alta complexidade tecnológica e o interesse na manutenção da segurança nacional.

14. Aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paznoexterior,necessariamentejustificadasquantoao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadaspeloComandantedaForça.

A dispensa de licitação na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior tem por fundamento tanto o custo em tempo de se realizar a licitação, quanto a eventual ausência de potencialidade de benefício da licitação. Somente as Forças Armada podem se valer desta dispensa e somente para atendimento do contingente em missão de paz no exterior. Aplica-se para compras e contratações de serviços, tendo o responsável quecomprovarascondiçõesquejustifiquemadispensa.

15. Nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei n. 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes.

A Lei n. 10.973 dispõe sobre incentivos à inovação e àpesquisacientíficaetecnológicanoambienteprodutivoedáoutrasprovidênciascomafinalidadedefomentaro desenvolvimento industrial do país.

Os artigos 3º, 4º, 5º permitem que a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as respectivas agências de fomento estimulem e apoiem a constituição de alianças estratégicas e o desenvolvimento de projetos de cooperação, ficando a União e suas entidades autorizadas, inclusive, a participarem minoritariamente docapitaldeempresaprivadadepropósitoespecíficoqueviseaodesenvolvimentodeprojetoscientíficosoutecnológicos para obtenção de produto ou processo inovadores. Já o artigo 20 permite que os órgãos e entidades da administração pública contratem empresa, consórcio de empresas e entidades nacionais de direito privadosemfinslucrativosvoltadasparaatividadesdepesquisa, de reconhecida capacitação tecnológica no setor, visando à realização de atividades de pesquisa e desenvolvimento, que envolvam risco tecnológico, para soluçãodeproblematécnicoespecíficoouobtençãodeproduto ou processo inovador.

16. Contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica.

Visando maximizar a atuação dos órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde – SUS, o estatuto licitatório permite a contratação direta, com dispensa de licitação, quando houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos SUS.

Importante frisar que os casos de dispensa enu mera-dos aqui e extraídos do art. 24, da Lei n. 8.666/93, são exaustivos, ou seja, não são admitidos outros casos além destes.

Inexigibilidade de Licitação

Em certos casos ocorre a impossibilidade jurídica de competição entre os contratantes, ou a natureza específicadonegócioouosobjetivos sociaisvisadospela Administração torna-a inexigível.

A diferença entre dispensabilidade e inexigibilidade é que na primeira a licitação é viável, não se realizando apenas por conveniência administrativa e na última é impossível por impedimento de ordem fática, relativo ao bem que se deseja adquirir, à pessoa que se quer contratar ou com quem se quer contratar.

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São os seguintes os casos de inexigibilidade de licitação:

a) para aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empre-sa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita por meio de atestado forne-cido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

A exclusividade industrial, ou seja, quando o material, equipamento ou gênero somente pode ser fornecido por um único produtor no país, motiva a inexigibilidade da licitação, quando há apenas um vendedor ou repre-sentante comercial na praça de comércio que abranja a localidade da compra, a licitação também será inexigível.

Convém ressaltar que no caso de vendedor ou re-presentante comercial existe a possibilidade de existirem vários no país, porém apenas um possui como sua área privativa de trabalho o local de contratação.

A preferência de marca está proibida quando for arbitrária, exceto quando se deseje dar continuidade a um dado serviço ou obra em que um produto de certa marca já foi empregado, introduzir a padroni-zação de marca no serviço, manter a padronização demarcaouatenderàsnecessidadesespecíficasdoserviço ou obra que só podem ser satisfeitas com vantagem com produto de certa marca.

b) para contratação de serviços técnicos de natureza singular,comprofissionaisouempresasdenotóriaespecialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

A licitação dos serviços que demandam do executor alémdenormalhabilitaçãotécnicaeprofissional,co-nhecimentos profundos na sua área de atuação, como: estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos, pareceres, perícias e avaliações em geral, as-sessoriasouconsultoriastécnicaseauditoriasfinanceirasoutributárias,fiscalização,supervisãoougerenciamentode obras ou serviços ou patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas.

Importante ressaltar que para que um serviço seja considerado de notória especialização o seu execu-tor, pessoa física ou jurídica, deverá possuir uma especialização tal que seu serviço seja singular, único em qualidade ou resultado.

c) paracontrataçãodeprofissionaldequalquersetorartístico, diretamente ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica espe-cializada ou pela opinião pública.

A contratação de artista consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública tem sua licitação inexigível, seja feita por meio de empresário exclusivo ou diretamente, ainda que se trate de contratação para realização de uma campanha publicitária.

Os casos de inexigibilidade enumerados no art. 25, daleidelicitaçõessãoexemplificativos,assimoutrospoderão surgir no decorrer da atividade administra-tiva,cabendoaoagentepúblicoidentificá-los.

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8. lei n. 8.666, De 21 De junho De 1993

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Capítulo IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção IDos Princípios

Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licita-ções e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos es-peciais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais en-tidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.Parágrafoúnico. ParaosfinsdestaLei,considera-secontrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou enti-dades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)§ 1o É vedado aos agentes públicos:I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de con-vocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclu-sive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o espe-cíficoobjetodocontrato,ressalvadoodispostonos§§

5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comer-cial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quan-doenvolvidosfinanciamentosdeagênciasinternacionais,ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.§ 2o Em igualdade de condições, como critério de de-sempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)II - produzidos no País; III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)V - produzidos ou prestados por empresas que compro-vem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei parapessoacomdeficiênciaouparareabilitadodaPre-vidência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessí-veis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos previs-taemleiparapessoacomdeficiênciaouparareabilitadodaPrevidência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) § 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será es-ta belecida com base em estudos revistos perio dicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)I - geração de emprego e renda; II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços na-cio nais resultantes de desenvolvimento e inovação tec no lógica realizados no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5o. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

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§ 8o As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se refe-rem os §§ 5o e 7o,serãodefinidaspeloPoderExecutivofederal, não podendo a soma delas ultrapassar o mon-tante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)II-aoquantitativofixadocomfundamentono§7o do art. 23 desta Lei, quando for o caso. § 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviçoseobraspoderão,mediantepréviajustificativada autoridade competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da administração pública ou daqueles por ela indicados a partirdeprocessoisonômico,medidasdecompensaçãocomercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosasdefinanciamento,cumulativamenteounão,na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manu-tenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)§13.Serádivulgadanainternet,acadaexercíciofinan-ceiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma delas. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)§14.Aspreferênciasdefinidasnesteartigoenasdemaisnormas de licitação e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais preferências previstas na legislação quando estas forem aplicadas sobre produtos ou serviços estrangei-ros. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito públicosubjetivoàfielobservânciadopertinenteprocedi-mento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão

acompanharoseudesenvolvimento,desdequenãointerfirade modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão como expressão monetária a moe-da corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões deinteressepúblicoemediantepréviajustificativadaautoridade competente, devidamente publicada.§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos por critérios previstos no ato convo-catório e que lhes preservem o valor.§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo paga-mento será feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetu-ados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Seção IIDas Definições

Art. 6oParaosfinsdestaLei,considera-se:I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta;II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demo-lição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens,publicidade,segurooutrabalhostécnico-profissionais;III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente;IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros;V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) ve-zes o limite estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 desta Lei;VI-Seguro-Garantia-oseguroquegaranteofielcum-primento das obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos;

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VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e en-tidades da Administração, pelos próprios meios;VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regi-mes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total;b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos traba-lhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;e) empreitada integral - quando se contrata um empreen-dimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contra-tante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadasàsfinalidadesparaquefoicontratada;IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes,comníveldeprecisãoadequado,paracaracte-rizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obraeadefiniçãodosmétodosedoprazodeexecução,devendo conter os seguintes elementos:a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecervisãoglobaldaobraeidentificartodososseuselementos constitutivos com clareza;b)soluçõestécnicasglobaise localizadas,suficientementedetalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformula-ção ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;c) identificaçãodos tiposdeserviçosaexecutaredemateriais e equipamentos a incorporar à obra, bem comosuasespecificaçõesqueasseguremosmelhoresresultados para o empreendimento, sem frustrar o ca-ráter competitivo para a sua execução;d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégiadesuprimentos,asnormasdefiscalizaçãoeoutros dados necessários em cada caso;f) orçamento detalhado do custo global da obra, funda-mentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessáriosesuficientesàexecuçãocompletadaobra,

de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-pios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;XII - Administração - órgão, entidade ou unidade ad-ministrativa pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente;XIII-ImprensaOficial-veículooficialdedivulgaçãoda Administração Pública, sendo para a União o Diário OficialdaUnião,e,paraosEstados,oDistritoFederaleosMunicípios,oquefordefinidonasrespectivasleis; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual; XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública;XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, cria-da pela Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo fede-ral; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e comunicaçãocujadescontinuidadeprovoquedanosignifi-cativo à administração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas:disponibilidade,confiabilidade,segurançaeconfi-dencialidade. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, insumos, serviços e obras necessários para atividade de pesquisacientíficae tecnológica,desenvolvimentodetecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em projeto de pesquisa aprovado pela instituição contratante. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

Seção IIIDas Obras e Serviços

Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:I - projeto básico;II - projeto executivo;III - execução das obras e serviços.§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente prece-dida da conclusão e aprovação, pela autoridade competente,

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dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido conco-mitantemente com a execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração.§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser lici-tados quando:I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório;II - existir orçamento detalhado em planilhas que expres-sem a composição de todos os seus custos unitários; III - houver previsão de recursos orçamentários que asse-gurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ouserviçosaseremexecutadasnoexercíciofinanceiroemcurso, de acordo com o respectivo cronograma;IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.§ 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção derecursosfinanceirosparasuaexecução,qualquerqueseja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão, nos termosdalegislaçãoespecífica.§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, carac-terísticas e especificações exclusivas, salvonos casosemquefortecnicamentejustificável,ouaindaquandoo fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou contratos realizados e a responsa-bilidade de quem lhes tenha dado causa.§ 7o Não será ainda computado como valor da obra ou serviço,parafinsdejulgamentodaspropostasdepreços,aatualização monetária das obrigações de pagamento, desde adatafinaldecadaperíododeaferiçãoatéadorespectivopagamento, que será calculada pelos mesmos critérios esta-belecidos obrigatoriamente no ato convocatório.§ 8o Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quantitativos das obras e preços unitários de determinada obra executada.§ 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que cou-ber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação.Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve progra-mar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atualefinaleconsideradososprazosdesuaexecução.Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total, salvoinsuficiênciafinanceiraoucomprovadomotivode

ordemtécnica,justificadosemdespachocircunstanciadoda autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contra-tante ou responsável pela licitação.§ 1o É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultorou técnico,nas funçõesdefiscalização, su-pervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.§ 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra ou serviço que inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do contratado ou pelopreçopreviamentefixadopelaAdministração.§ 3oConsidera-separticipaçãoindireta,parafinsdodispostoneste artigo, a existência de qualquer vínculo de natureza técnica,comercial,econômica,financeiraoutrabalhistaentreo autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo--se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários. § 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão de licitação. Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes formas: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)I - execução direta;II - execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)a) empreitada por preço global;b) empreitada por preço unitário;c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)d) tarefa;e) empreitada integral.Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos finsterãoprojetospadronizadosportipos,categoriasouclasses, exceto quando o projeto-padrão não atender às condiçõespeculiaresdolocalouàsexigênciasespecíficasdo empreendimento. Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão considerados principalmente os seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)I - segurança;II - funcionalidade e adequação ao interesse público;III - economia na execução, conservação e operação;

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IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, mate-riais, tecnologia e matérias-primas existentes no local para execução, conservação e operação;V - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço;VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho adequadas; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)VII - impacto ambiental.

Seção IVDos Serviços Técnicos Profissionais EspecializadosArt. 13. ParaosfinsdestaLei,consideram-seserviçostéc-nicosprofissionaisespecializadosostrabalhosrelativosa:I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;II - pareceres, perícias e avaliações em geral;III-assessoriasouconsultoriastécnicaseauditoriasfinan-ceiras ou tributárias; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)IV-fiscalização,supervisãoougerenciamentodeobrasou serviços;V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.VIII - (Vetado). (Includo pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licita-ção, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionaisespecializadosdeverão,preferencialmente,ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo apli-ca-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos espe-cializados que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elementodejustificaçãodedispensaouinexigibilidadedelicitação,ficaráobrigadaagarantirqueosreferidosintegrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.

Seção VDas Compras

Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa. Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidadedeespecificaçõestécnicasededesem-penho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas; II - ser processadas através de sistema de registro de preços; III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado;IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas ne-cessárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade;

V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública. § 1o O registro de preços será precedido de ampla pes-quisa de mercado.§ 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente paraorientaçãodaAdministração,naimprensaoficial.§ 3o O sistema de registro de preços será regulamenta-do por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições: I - seleção feita mediante concorrência;II - estipulação prévia do sistema de controle e atuali-zação dos preços registrados;III - validade do registro não superior a um ano.§ 4o A existência de preços registrados não obriga a Administraçãoafirmarascontrataçõesquedelespo-derãoadvir,ficando-lhefacultadaautilizaçãodeoutrosmeios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo asseguradoaobeneficiáriodoregistropreferênciaemigualdade de condições.§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando possível, deverá ser informatizado.§ 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro geral em razão de incompa-tibilidade desse com o preço vigente no mercado.§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda:I-aespecificaçãocompletadobemaseradquiridosemindicação de marca; II-adefiniçãodasunidadesedasquantidadesaseremadquiridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação; III - as condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração do material. § 8o O recebimento de material de valor superior ao li-mite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade deconvite,deveráserconfiadoaumacomissãode,nomínimo, 3 (três) membros.Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão dedivulgaçãooficialouemquadrodeavisosdeamploacesso público, à relação de todas as compras feitas pela AdministraçãoDiretaouIndireta,demaneiraaclarificaraidentificaçãodobemcomprado,seupreçounitário,a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licita-ção. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Seção VIDas Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pú-blica, subordinada à existência de interesse público devidamentejustificado,seráprecedidadeavaliaçãoeobedecerá às seguintes normas:

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I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fun-dacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: a) dação em pagamento; b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; d) investidura; e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Admi-nistração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseri-dos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, onde incidamocupaçõesatéolimitedequinzemódulosfiscaise não superiores a 1.500ha (mil e quinhentos hectares), parafinsderegularizaçãofundiária,atendidososrequisitoslegais; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 759, de 2016)II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:a)doação,permitidaexclusivamenteparafinseusodeinteresse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniênciasócio-econômica,relativamenteàescolhade outra forma de alienação; b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observadaalegislaçãoespecífica;d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtudedesuasfinalidades;f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

§ 1o Os imóveis doados com base na alínea “b” do in-cisoIdesteartigo,cessadasasrazõesquejustificaramasuadoação,reverterãoaopatrimôniodapessoajurídicadoadora,vedadaasuaalienaçãopelobeneficiário.§ 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normativo do órgão competente, haja implementado os requisitosmínimosdecultura,ocupaçãomansaepacíficaeexploração direta sobre área rural, observado o limite de que trata o § 1o do art. 6o da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009; (Redação dada pela Lei nº 13.465, 2017)§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2oficamdispensadasde autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)I - aplicação exclusivamente às áreas em que a deten-ção por particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-con-templadas na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecológi-co-econômico;e(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)IV - previsão de rescisão automática da concessão, dis-pensadanotificação,emcasodedeclaraçãodeutilidade,ou necessidade pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)II–ficalimitadaaáreasdeatéquinzemódulosfiscais,desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei nº 11.763, de 2008)III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrentedafiguraprevistanaalíneagdoincisoIdocaput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)§ 3oEntende-seporinvestidura,paraosfinsdestalei:(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca in-

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ferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea “a” do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (In-cluído pela Lei nº 9.648, de 1998)§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu instru-mento constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interessepúblicodevidamentejustificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessiteofereceroimóvelemgarantiadefinanciamen-to, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea “b” desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 7o (VETADO). Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação.Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:I - avaliação dos bens alienáveis;II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;III - adoção do procedimento licitatório, sob a modali-dade de concorrência ou leilão.

Capítulo IIDa Licitação

Seção IDas Modalidadades, Limites e Dispensa

Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição interessada, salvo por motivo de interessepúblico,devidamentejustificado.Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais.Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I-noDiárioOficialdaUnião,quandosetratardelicitaçãofeita por órgão ou entidade da Administração Pública Fe-derale,ainda,quandosetratardeobrasfinanciadasparcialou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)II-noDiárioOficialdoEstado,oudoDistritoFederalquando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Mu-nicípio ou na região onde será realizada a obra, pres-tado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será: I - quarenta e cinco dias para: a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)a)concorrência,noscasosnãoespecificadosnaalínea“b” do inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”; III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificadosnaalínea“b”doincisoanterior,ouleilão; IV - cinco dias úteis para convite. § 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva dispo-nibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. § 4oQualquermodificaçãonoeditalexigedivulgaçãopela mesma forma que se deu o texto original, rea-brindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas. Art. 22. São modalidades de licitação: I - concorrência; II - tomada de preços; III - convite; IV - concurso; V - leilão. § 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificaçãoexigidosnoeditalparaexecuçãodeseuobjeto.

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§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propos-tas,observadaanecessáriaqualificação.§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, es-colhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidadeadministrativa,aqualafixará,emlocalapropriado,cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quais-quer interessados para escolha de trabalho técnico, científicoouartístico,medianteainstituiçãodeprêmiosou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantesdeeditalpublicadonaimprensaoficialcomantecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na pra-ça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessa-do, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente jus-tificadasnoprocesso,sobpenaderepetiçãodoconvite.§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de licita-ção ou a combinação das referidas neste artigo. § 9o Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a adminis-tração somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que compro-vem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: I - para obras e serviços de engenharia: (Redação da pelo Decreto n. 9.412, de 18 de Junho de 2018)a) na modalidade convite - até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais); (Redação da pelo Decreto n. 9.412, de 18 de Junho de 2018)b) na modalidade tomada de preços - até R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais); e (Redação da pelo Decreto n. 9.412, de 18 de Junho de 2018)

c) na modalidade concorrência - acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais); e (Redação da pelo De-creto n. 9.412, de 18 de Junho de 2018)II - para compras e serviços não incluídos no inciso I: (Redação da pelo Decreto n. 9.412, de 18 de Junho de 2018)a) na modalidade convite - até R$ 176.000,00 (cento e se-tenta e seis mil reais); (Decreto n. 9.412, de 18 de Junho de 2018)b) na modalidade tomada de preços - até R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais); e (Redação da pelo Decreto n. 9.412, de 18 de Junho de 2018)c) na modalidade concorrência - acima de R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais). (Redação da pelo Decreto n. 9.412, de 18 de Junho de 2018)

§ 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela ad-ministração serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor apro-veitamento dos recursos disponíveis no mercado e à amplicação da competitiivdade, sem perda da economia de escala. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preserva-da a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornece-dores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.§ 5o É vedada a utilização da modalidade “convite” ou “tomada de preços”, conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e servi-ços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de “tomada de preços” ou “concorrência”, respectivamente, nos termos desteartigo,excetoparaasparcelasdenaturezaespecífica

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que possam ser executadas por pessoas ou empresas de es-pecialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. § 6o As organizações industriais da Administração Fe-deral direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União. § 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistasaampliaçãodacompetitividade,podendooeditalfixarquantitativo mínimo para preservar a economia de escala. § 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número. Art. 24. É dispensável a licitação:I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso Idoartigoanterior,desdequenãoserefiramaparcelasde uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstosnestaLei,desdequenãoserefiramaparcelasde um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; V - quando não acudirem interessados à licitação ante-rioreesta,justificadamente,nãopuderserrepetidasemprejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;VI-quandoaUniãotiverqueintervirnodomínioeconô-mico para regular preços ou normalizar o abastecimento;VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado na-cional,ouforemincompatíveiscomosfixadospelosórgãosoficiaiscompetentes,casosemque,observadooparágrafoúnico do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admi-tida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços presta-dos por órgão ou entidade que integre a Administração Públicaequetenhasidocriadoparaessefimespecíficoem data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Pre-sidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimentodasfinalidadesprecípuasdaadministração,cujas necessidades de instalação e localização condicio-nem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde queatendidaaordemdeclassificaçãodalicitaçãoanteriore aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e ou-tros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-pro-fissionalenãotenhafinslucrativos;XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos deacordointernacionalespecíficoaprovadopeloCon-gresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos,deautenticidadecertificada,desdequecompatíveisouinerentesàsfinalidadesdoórgãoouentidade.XVI-paraaimpressãodosdiáriosoficiais,deformulá-rios padronizados de uso da administração, e de edições técnicasoficiais,bemcomoparaprestaçãodeserviçosdeinformática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública,criadosparaessefimespecífico;XVII - para a aquisição de componentes ou peças de ori-gem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando

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a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a nor-malidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea “a” do incico II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Ar-madas, com exceção de materiais de uso pessoal e adminis-trativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)XX-nacontrataçãodeassociaçãodeportadoresdedefici-ênciafísica,semfinslucrativosedecomprovadaidoneidade,por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, des-de que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23; (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislaçãoespecífica;(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e con-troladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços comasorganizações sociais, qualificadasnoâmbito das respectivas esferas de governo, para ativi-dades contempladas no contrato de gestão. XXV-nacontrataçãorealizadaporInstituiçãoCientíficae Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administra-ção indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercia-lização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007)

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas,naformadalei,comoAgênciasExecutivas.XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Sin-gulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior,necessariamentejustificadasquantoaopreçoeàescolhadofornecedorouexecutanteeratificadaspeloComandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008)XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ouprivada,comousemfinslucrativos,paraaprestaçãodeserviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010)XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos,paraa implementaçãodecisternasououtras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produçãode alimentos, para beneficiar asfamílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ouestatutariamente,tenhaporfinalidadeapoiarórgãodaadministração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional,científicoetecnológicoeestímuloàinovação,inclusivenagestãoadministrativaefinanceiranecessáriaàexecução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXIIdesteartigo,equetenhasidocriadaparaessefimespecíficoemdataanterioràvigênciadestaLei,desdequeo preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de estabelecimentos penais, desde queconfigurada situaçãodegravee iminente riscoàsegurança pública. (Incluído pela Lei nº 13.500, de 2017)§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras,

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obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquiaoufundaçãoqualificadas,naformadalei,comoAgências Executivas. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a administração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em regulamentação específica.(Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art. 9º à hipótese prevista no inciso XXI do caput. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabi-lidade de competição, em especial:I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art.13destaLei,denaturezasingular,comprofissionaisouempresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;III-paracontrataçãodeprofissionaldequalquersetorartístico,diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.§ 1oConsidera-sedenotóriaespecializaçãooprofissio-nal ou empresa cujo conceito no campo de sua espe-cialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas,eoretardamentoprevistonofinaldopará-grafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunica-dos, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificaçãoepublicaçãonaimprensaoficial,noprazode

5(cinco)dias,comocondiçãoparaaeficáciadosatos.(Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:I - caracterização da situação emergencial, calamitosa ou de grave e iminente risco à segurança pública que justifiqueadispensa,quandoforocaso; (Redação dada pela Lei nº 13.500, de 2017)II - razão da escolha do fornecedor ou executante;III-justificativadopreço.IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Seção IIDa Habilitação

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a:I - habilitação jurídica;II-qualificaçãotécnica;III-qualificaçãoeconômico-financeira;IV-regularidadefiscaletrabalhistaV – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em: I - cédula de identidade; II - registro comercial, no caso de empresa individual; III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de sociedades co-merciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores; IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício; V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir. Art. 29. Adocumentaçãorelativaàregularidadefiscale trabalhista, conforme o caso, consistirá em:I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual; III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei; IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de certidão

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negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943. (Incluído pela Lei nº 12.440, de 2011) Art. 30. Adocumentaçãorelativaàqualificaçãotécnicalimitar-se-á a:I-registroouinscriçãonaentidadeprofissionalcompetente;II - comprovação de aptidão para desempenho de ativida-de pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instala-ções e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem comodaqualificaçãodecadaumdosmembrosdaequipetécnica que se responsabilizará pelos trabalhos;III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do “caput” deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionaiscompetentes, limitadas as exigências a: I - capacitação técnico-profissional: comprovaçãodolicitante de possuir em seu quadro permanente, na data previstaparaentregadaproposta,profissionaldenívelsuperior ou outro devidamente reconhecido pela entida-de competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maiorrelevânciaevalorsignificativodoobjetodalicitação,vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo,mencionadasnoparágrafoanterior,serãodefinidasnoinstrumentoconvocatório. § 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e opera cional equivalente ou superior.§ 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a com-provação de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado. § 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou aindaemlocaisespecíficos,ouquaisqueroutrasnãopre-vistas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.§ 6o As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico

especializado, considerados essenciais para o cumpri-mento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.§ 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)I - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 8o No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade técnica, poderá a Adminis-tração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos. § 9o Entende-se por licitação de alta complexidade téc-nica aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a conti-nuidade da prestação de serviços públicos essenciais.§10.Osprofissionaisindicadospelolicitanteparafinsdecomprovaçãodacapacitaçãotécnico-profissionaldequetrata o inciso I do § 1o deste artigo deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituiçãoporprofissionaisdeexperiênciaequivalenteou superior, desde que aprovada pela administração. § 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)Art. 31.Adocumentaçãorelativaàqualificaçãoeconô-mico-financeiralimitar-se-áa:I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovemaboasituaçãofinanceiradaempresa,vedadaasuasubstituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo seratualizadosporíndicesoficiaisquandoencerradohámaisde 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execu-ção patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no “caput” e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação.§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstra-ção da capacidadefinanceira do licitante comvistasaos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabili-dade ou lucratividade. § 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capitalmínimooudepatrimôniolíquidomínimo,ouaindaas garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei, como dadoobjetivodecomprovaçãodaqualificaçãoeconômi-co-financeirados licitantes eparaefeitodegarantia aoadimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.

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§ 3oOcapitalmínimoouovalordopatrimôniolíquidoa que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida aatualizaçãoparaestadataatravésdeíndicesoficiais.§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromis-sos assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimôniolíquido atualizado e sua capacidade de rotação. § 5oAcomprovaçãodeboasituaçãofinanceiradaempresaserá feita de forma objetiva, através do cálculo de índices contábeisprevistosnoeditaledevidamentejustificadosnoprocesso administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para correta avaliação de situação financeirasuficienteaocumprimentodasobrigaçõesde-correntes da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)Art. 32. Os documentos necessários à habilitação pode-rão ser apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da administração ou publicação em órgão da imprensaoficial. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de con-vite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.§ 2oOcertificadoderegistrocadastralaqueserefereo § 1o do art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo da habilitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)§ 3o A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.§ 4o As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores mediante documentos equivalentes, autenticados pelos respectivos consulados e tra-duzidos por tradutor juramentado, devendo ter representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e responder administrativa ou judicialmente. § 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este arti-go, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivodereproduçãográficadadocumentaçãofornecida.§ 6o O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art. 33 e no § 2o do art. 55, não se aplica às licitações internacio-nais para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento sejafeitocomoprodutodefinanciamentoconcedido

pororganismofinanceirointernacionaldequeoBrasilfaça parte, ou por agência estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com empresa estrangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior, desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por unidades administrativas com sede no exterior.§ 7º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este artigo poderá ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo ou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que para pronta entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:I - comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às condições de liderança, obriga-toriamentefixadasnoedital;III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitin-do-se,paraefeitodequalificaçãotécnica,osomatóriodos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o somatóriodos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração es-tabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresasassimdefinidasemlei;IV - impedimento de participação de empresa consorcia-da, na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente;V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato. § 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasi-leira, observado o disposto no inciso II deste artigo.§ 2oOlicitantevencedorficaobrigadoapromover,an-tes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.

Seção IIIDos Registros Cadastrais

Art. 34. ParaosfinsdestaLei,osórgãoseentidadesdaAdministração Pública que realizem freqüentemente licita-ções manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. § 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar permanentemente aberto aos interessados,

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obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, nomínimoanualmente,atravésdaimprensaoficialedejornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.§ 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem--se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27 desta Lei.Art. 36. Osinscritosserãoclassificadosporcategorias,tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômicaavaliada pelos elementos constantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei.§ 1oAosinscritosseráfornecidocertificado,renovávelsempre que atualizarem o registro. § 2o A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotada no respectivo registro cadastral.Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, sus-penso ou cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidasparaclassificaçãocadastral.

Seção IVDo Procedimento e Julgamento

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autori-zação respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativoouoficial,oudoresponsávelpeloconvite;IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade; VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;VIII - recursos eventualmente apresentados pelos lici-tantes e respectivas manifestações e decisões;IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente; X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;XI - outros comprovantes de publicações;XII - demais documentos relativos à licitação.Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessi-vas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea “c” desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as informações per-tinentes e a se manifestar todos os interessados.Parágrafoúnico.Paraosfinsdesteartigo,consideram-selicitações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, tam-bém com objetos similares, o edital subseqüente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o término do contrato resultante da licitação antecedente. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documen-tação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;III - sanções para o caso de inadimplemento;IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;V - se há projeto executivo disponível na data da pu-blicação do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;VI - condições para participação na licitação, em con-formidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto;IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais;X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conformeocaso,permitidaafixaçãodepreçosmáximosevedadosafixaçãodepreçosmínimos,critériosestatísticosou faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o dispossto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

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XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de ín-dicesespecíficosousetoriais,desdeadataprevistaparaapresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)XIII - limites para pagamento de instalação e mobi-lização para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas;XIV - condições de pagamento, prevendo:a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, con-tadoapartirdadatafinaldoperíododeadimplementode cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidadecomadisponibilidadederecursosfinanceiros;c)critériodeatualizaçãofinanceiradosvaloresaserempagos,desdeadatafinaldoperíododeadimplementodecada parcela até a data do efetivo pagamento; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)d)compensaçõesfinanceirasepenalizações,poreven-tuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;e) exigência de seguros, quando for o caso;XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;XVII-outrasindicaçõesespecíficasoupeculiaresdalicitação.§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados.§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes,desenhos,especificaçõeseoutroscomplementos;II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)III-aminutadocontratoaserfirmadoentreaAdmi-nistração e o licitante vencedor;IV-asespecificaçõescomplementareseasnormasdeexecução pertinentes à licitação. § 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento da obrigação contratual a presta-ção do serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança.§ 4o Nas compras para entrega imediata, assim enten-didas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da proposta, poderão ser dispensadas: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)I - o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

II-aatualizaçãofinanceiraaqueserefereaalínea“c”do inciso XIV deste artigo, correspondente ao período compreendido entre as datas do adimplemento e a pre-vista para o pagamento, desde que não superior a quinze dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 5º A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para a contratação de serviços, exigir da contra-tada que um percentual mínimo de sua mão de obra seja oriundoouegressodosistemaprisional,comafinalidadede ressocialização do reeducando, na forma estabelecida em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.500, de 2017)Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antesdadatafixadaparaaaberturadosenvelopesdehabilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113.§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitaçãoperanteaadministraçãoolicitantequenãoofizeratéo segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subseqüentes.Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetá-ria e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.§ 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro.§ 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câm-bio vigente no dia útil imediatamente anterior à data do efetivo pagamento. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 3o As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.§ 4oParafinsdejulgamentodalicitação,aspropostasapresentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames conseqüentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto àoperaçãofinaldevenda.§ 5o Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisiçãodebenscomrecursosprovenientesdefinancia-mentooudoaçãooriundosdeagênciaoficialdecoope-

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raçãoestrangeiraouorganismofinanceiromultilateraldeque o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedi-mentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar, além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para a obtenção do financiamentooudadoação,equetambémnãoconflitemcom o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor do contrato, despachoesseratificadopelaautoridadeimediatamentesuperior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 6o As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local de destino.Art. 43. A licitação será processada e julgada com ob-servância dos seguintes procedimentos: I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;IV-verificaçãodaconformidadedecadapropostacomos requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntesnomercadooufixadosporórgãooficialcom-petente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na atadejulgamento,promovendo-seadesclassificaçãodaspropostas desconformes ou incompatíveis; V-julgamentoeclassificaçãodaspropostasdeacordocom os critérios de avaliação constantes do edital;VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação. § 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.§ 2o Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes presentes e pela Comissão.§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destina-da a esclarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta. § 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de pre-ços e ao convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não

cabe desclassificá-los pormotivo relacionado com ahabilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento.§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levaráemconsideraçãooscritériosobjetivosdefinidosno edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei. § 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, cri-tério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. § 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem nãoprevistanoeditalounoconvite, inclusivefinan-ciamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes.§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços glo-bal ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remu-neração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às pro-postas que incluam mão-de-obra estrangeira ou importações de qualquer natureza. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração deter-minar que será vencedor o licitante que apresentar a propostadeacordocomasespecificaçõesdoeditalouconvite e ofertar o menor preço; II - a de melhor técnica;III - a de técnica e preço.IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienção de bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio,em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo.

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§ 3o No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre os licitantesconsideradosqualificadosaclassificaçãosedarápela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 4o Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatoresespecificadosemseuparágrafo2o e adotando obrigatoriamento o tipo de licitação “técnica e preço”, permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo. § 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecio-nadas tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na licitação. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e preço” serão utilizados exclusivamente para serviços de natu-reza predominantemente intelectual, em especial na elaboração deprojetos,cálculos,fiscalização,supervisãoegerenciamentoe de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 1o Nas licitações do tipo “melhor técnica” será adota-do o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumentoconvocatório,oqualfixaráopreçomáximoque a Administração se propõe a pagar:I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes previamente qua-lificadosefeitaentãoaavaliaçãoeclassificaçãodestaspropostas de acordo com os critérios pertinentes e adequadosaoobjetolicitado,definidoscomclarezaeobjetividade no instrumento convocatório e que con-siderem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta, compreendendo meto-dologia, organização, tecnologias e recursos materiais a seremutilizadosnostrabalhos,eaqualificaçãodasequi-pes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;II-umavezclassificadasaspropostastécnicas,proce-der-se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das condi-çõespropostas,comaproponentemelhorclassificada,com base nos orçamentos detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como referência o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes que obtiveram a valorização mínima;III - no caso de impasse na negociação anterior, proce-dimento idêntico será adotado, sucessivamente, com os demaisproponentes,pelaordemdeclassificação,atéaconsecução de acordo para a contratação;

IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que não forem preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização mínima estabelecida para a proposta técnica.§ 2o Nas licitações do tipo “técnica e preço” será ado-tado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório:I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório;II-aclassificaçãodosproponentesfar-se-ádeacordocom a média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabe-lecidos no instrumento convocatório.§ 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo poderão ser adotados, por autorização ex-pressaemediantejustificativacircunstanciadadamaiorautoridade da Administração promotora constante do ato convocatório, para fornecimento de bens e execu-ção de obras ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofisticadaededomíniorestrito,atestadoporautorida-destécnicasdereconhecidaqualificação,noscasosemque o objeto pretendido admitir soluções alternativas e variaçõesdeexecução,comrepercussõessignificativassobre sua qualidade, produtividade, rendimento e dura-bilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade doscritériosobjetivamentefixadosnoatoconvocatório.§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for adotada a modalidade de execução de empreitada por preço global, a Administração deverá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos e informações necessários para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da licitação.Art. 48. Serãodesclassificadas:I - as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da licitação;II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexeqüiveis, assim considera-dos aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos insumossãocoerentescomosdemercadoequeoscoeficientesde produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato,condiçõesestasnecessariamenteespecificadasnoatoconvocatório da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se manifestamente inexeqüíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

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a) média aritmética dos valores das propostas superio-res a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela administração, ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)§2ºDoslicitantesclassificadosnaformadoparágrafoanterior cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se referem as alíneas “a” e “b”, será exigida, para a assinatura do contra-to, prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o valor da correspon-dente proposta. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todasaspropostasforemdesclassificadas,aadministra-çãopoderáfixaraoslicitantesoprazodeoitodiasúteispara a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficienteparajustificartalconduta,devendoanulá-lapor ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalva-do o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.§ 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, ficaasseguradoocontraditórioeaampladefesa.§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação. Art. 50. A Administração não poderá celebrar o con-trato compreterição da ordem de classificação daspropostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade. Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as pro-postas serão processadas e julgadas por comissão per-manente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendopelomenos2(dois)delesservidoresqualificadospertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.§ 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, ex-cepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente. § 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de inscri-ção em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, seráintegradaporprofissionaislegalmentehabilitadosno caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.

§ 3o Os membros das Comissões de licitação respon-derão solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão. § 4o A investidura dos membros das Comissões perma-nentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subseqüente.§ 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de repu-tação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.§ 1o O regulamento deverá indicar:I-aqualificaçãoexigidadosparticipantes;II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;III - as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.§ 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração a executá-lo quando julgar conveniente.Art. 53. Oleilãopodesercometidoaleiloeirooficialoua servidor designado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avalia-dopelaAdministraçãoparafixaçãodopreçomínimode arrematação.§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no per-centual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arrema-tante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o valor já recolhido.§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município em que se realizará.

Capítulo IIIDOS CONTRATOS

Seção IDisposições Preliminares

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulasquedefinamosdireitos,obrigaçõeserespon-sabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.

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§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexi-gibilidade de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta. Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:I - o objeto e seus elementos característicos;II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimple-mento das obrigações e a do efetivo pagamento; IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo,conformeocaso;V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificaçãofuncionalprogramáticaedacategoriaeconômica;VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;VIII - os casos de rescisão;IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitaçãoequalificaçãoexigidasnalicitação.§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pú-blica com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessaria-mente cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei.§ 3o No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadaçãoefiscalizaçãodetributosdaUnião,EstadoouMunicípio, as características e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contra-ta-ções de obras, serviços e compras. § 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes mo-dalidades de garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação

e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil eavaliadospelosseusvaloreseconômicos,conformedefinidopeloMinistériodaFazenda;(Redação dada pela Lei nº 11.079, de 2004)II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)III-fiançabancária. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 8.6.94)§ 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, res-salvado o previsto no parágrafo 3o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscosfinan-ceiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do contrato. § 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.§ 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pelaAdministração,dosquaisocontratadoficarádepositário,ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficaráadstritaàvigênciadosrespectivoscréditosorça-mentários, exceto quanto aos relativos:I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de pro-gramas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manu-tençãodeseuequilíbrioeconômico-financeiro,desdeque ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:I-alteraçãodoprojetoouespecificações,pelaAdministração;II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamental-mente as condições de execução do contrato;

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III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta Lei;V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Admi-nistração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.§ 2oTodaprorrogaçãodeprazodeveráserjustificadapor escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado. § 4oEmcaráterexcepcional,devidamentejustificadoemediante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorro-gado por até doze meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrati-vos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:I-modificá-los,unilateralmente,paramelhoradequaçãoàsfinalidadesdeinteressepúblico,respeitadososdireitosdo contratado;II-rescindi-los,unilateralmente,noscasosespecificadosno inciso I do art. 79 desta Lei; III-fiscalizar-lhesaexecução;IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.§ 1oAscláusulaseconômico-financeirasemonetáriasdos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeirasdocontratodeverãoserrevistaspara que se mantenha o equilíbrio contratual.Art. 59. A declaração de nulidade do contrato admi-nistrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.Parágrafo único. A nulidade não exonera a Adminis-tração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Seção IIDa Formalização dos Contratos

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea “a” desta Lei, feitas em regime de adiantamento.Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes eosde seus representantes, afinalidade,o atoque autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento decontratooudeseusaditamentosnaimprensaoficial,que é condição indispensável para sua eficácia, seráprovidenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seuvalor,aindaquesemônus,ressalvadoodispostonoart. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administra-ção puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. § 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação.§ 2o Em “carta contrato”, “nota de empenho de despesa”, “autorização de compra”, “ordem de execução de serviço” ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o dispos-to no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que couber:I-aoscontratosdeseguro,definanciamento,delocaçãoem que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito privado;II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.§ 4o É dispensável o “termo de contrato” e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério da Admi-nistração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.

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Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificadoaceitopelaAdministração.§ 2o É facultado à Administração, quando o convoca-do não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordemdeclassificação,parafazê-loemigualprazoenasmesmascondiçõespropostaspeloprimeiroclassificado,inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação indepen-dentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega daspropostas,semconvocaçãoparaacontratação,ficamos licitantes liberados dos compromissos assumidos.

Seção IIIDa Alteração dos Contratos

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados,comasdevidasjustificativas,nosseguintescasos:I - unilateralmente pela Administração:a)quandohouvermodificaçãodoprojetooudasespecificações,para melhor adequação técnica aos seus objetivos; b)quandonecessáriaamodificaçãodovalorcontratualem decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;II - por acordo das partes:a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento,emfacedeverificaçãotécnicadainaplica-bilidade dos termos contratuais originários; c)quandonecessáriaamodificaçãodaformadepaga-mento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento,comrelaçãoaocronogramafinanceirofixado,sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; d) para restabelecer a relação que as parte pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa remunera-ção da obra, serviço ou fornecimento, objetivando amanutenção do equilibrio econômico-financeiroinicial do contrato, na hipótese de sobreviverem fatos

impre visíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de força maior, caso fortuitooufatodopríncipe,configurandoáleaeco-nômicaextraordináriaeextracontratual. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 1oOcontratadoficaobrigadoaaceitar,nasmesmascondições contratuais, os acréscimos ou supressões quesefizeremnasobras,serviçosoucompras,até25%(vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)§ 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixadosmedianteacordoentreaspartes,respeitadososlimites estabelecidos no § 1o deste artigo.§ 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Ad-ministração pelos custos de aquisição regularmente com-provados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.§ 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiroinicial.§ 7o (VETADO)§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajus-te de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensaçõesoupenalizaçõesfinanceirasdecorrentesdas condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

Seção IV Da Execução dos Contratos

Art. 66. Ocontrato deverá ser executadofielmentepelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas conse-qüências de sua inexecução total ou parcial.

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Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cum-prir, durante todo o período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em lei para pessoa com de-ficiênciaouparareabilitadodaPrevidênciaSocial,bemcomo as regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)Parágrafoúnico.Cabeàadministraçãofiscalizarocumpri-mento dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanha-daefiscalizadaporumrepresentantedaAdministraçãoespecialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.§ 1o O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for neces-sário à regularização das faltas ou defeitos observados.§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a competên-cia do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificaremvícios,defeitosouincorreçõesresultantesda execução ou de materiais empregados.Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causa-dos diretamente à Administração ou a terceiros, decor-rentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, nãoexcluindooureduzindoessaresponsabilidadeafis-calização ou o acompanhamento pelo órgão interessado. Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos tra-balhistas,previdenciários,fiscaisecomerciaisresultantesda execução do contrato. § 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encargostrabalhistas,fiscaisecomerciaisnãotransfereà Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringiraregularizaçãoeousodasobraseedificações,inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)§ 2o A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resul-tantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem pre-juízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração.

Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:I - em se tratando de obras e serviços:a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompa-nhamento efiscalização,mediante termo circunstan-ciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;b)definitivamente,porservidoroucomissãodesignadapela autoridade competente, mediante termo circuns-tanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:a)provisoriamente,paraefeitodeposteriorverificaçãodaconformidadedomaterialcomaespecificação;b) definitivamente, após a verificaçãoda qualidade equantidade do material e conseqüente aceitação.§ 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circuns-tanciado e, nos demais, mediante recibo.§ 2o Orecebimentoprovisóriooudefinitivonãoex-clui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obraoudoserviço,nemético-profissionalpelaperfeitaexecução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.§ 3o O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso I deste artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvoemcasosexcepcionais,devidamentejustificadose previstos no edital. § 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificaçãoaqueserefereesteartigonãoserem,res-pectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde quecomunicados à Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;II-serviçosprofissionais;III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea “a”, desta Lei, desde que não se compo-nham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos àverificaçãodefuncionamentoeprodutividade.Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes edemaisprovasexigidospornormastécnicasoficiaispara a boa execução do objeto do contrato correm por conta do contratado.Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato.

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Seção VDa Inexecução e da Rescisão dos Contratos

Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as conseqüências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especi-ficações,projetosouprazos;II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,projetoseprazos;III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administra-ção a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados;IV-oatrasoinjustificadonoiníciodaobra,serviçooufornecimento;V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração;VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato; VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridadedesignadaparaacompanharefiscalizarasuaexecução, assim como as de seus superiores;VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei;IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;XI-aalteraçãosocialouamodificaçãodafinalidadeoudaestrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato; XII - razões de interesse público, de alta relevância e amploconhecimento,justificadasedeterminadaspelamáxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo admi-nis trativo a que se refere o contrato;XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviçosoucompras,acarretandomodificaçãodovalorinicial do contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei; XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de inde-nizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegu-rado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos paga-mentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade

pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela sus-pensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontesdemateriaisnaturaisespecificadasnoprojeto;XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regu-larmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegu-rado o contraditório e a ampla defesa.XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:I - determinada por ato unilateral e escrito da Admi-nistração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a ter-mo no processo da licitação, desde que haja conveniência para a Administração;III - judicial, nos termos da legislação;IV - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização escrita e fundamentada da autoridade competente.§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do con-tratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:I - devolução de garantia;II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;III - pagamento do custo da desmobilização.§ 3º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 4º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo an-terior acarreta as seguintes conseqüências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e lo-cal em que se encontrar, por ato próprio da Administração;II - ocupação e utilização do local, instalações, equipa-mentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indeniza-ções a ela devidos;IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.

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§ 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II desteartigoficaacritériodaAdministração,quepoderádar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.§ 2o É permitido à Administração, no caso de con-cordata do contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços essenciais.§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou Munici-pal, conforme o caso.§ 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.

Capítulo IVDAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

E DA TUTELA JUDICIALSeção I

Disposições GeraisArt. 81.Arecusainjustificadadoadjudicatárioemassinaro contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Administração, carac-teriza o descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclu-sive quanto ao prazo e preço. Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.Art. 83. OscrimesdefinidosnestaLei,aindaquesim-plesmente tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo. Art. 84. Considera-seservidorpúblico,paraosfinsdestaLei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou emprego público. § 1oEquipara-seaservidorpúblico,paraosfinsdestaLei,quem exerce cargo, emprego ou função em entidade para-estatal, assim consideradas, além das fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, as demais enti-dades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público. § 2o A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores dos crimes previstos nesta Lei forem ocupan-tesdecargoemcomissãooudefunçãodeconfiançaem órgão da Administração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.

Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei perti-nem às licitações e aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou indireto.

Seção IIDas Sanções Administrativas

Art. 86. Oatrasoinjustificadonaexecuçãodocontratosujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.§ 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descontada da garantia do respectivo contratado. § 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, a qual será descontada dos pagamen-tos eventualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente.Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: I - advertência;II - multa, na forma prevista no instrumento convo-catório ou no contrato;III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja pro-movida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo pro-cesso, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação.

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Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão também ser aplicadas às em-presasouaosprofissionaisque,emrazãodoscontratosregidos por esta Lei:I-tenhamsofridocondenaçãodefinitivaporpraticarem,pormeios dolosos, fraudefiscal no recolhimentodequaisquer tributos;II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em virtude de atos ilícitos praticados.

Seção IIIDos Crimes e das Penas

Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipó-teses previstas em lei, ou deixar de observar as formali-dades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade: Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação dailegalidade,beneficiou-sedadispensaouinexigibilidadeilegal, para celebrar contrato com o Poder Público. Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combina-ção ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração, dando causa à ins-tauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modi-ficaçãoouvantagem,inclusiveprorrogaçãocontratual,emfavor do adjudicatário, durante a execução dos contratos cele-brados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente concorrido para a con-sumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou sebeneficia, injustamente,dasmodificaçõesoupror-rogações contratuais. Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida. Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente: I - elevando arbitrariamente os preços; II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificadaoudeteriorada;III - entregando uma mercadoria por outra; IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida; V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução do contrato: Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresaouprofissionaldeclaradoinidôneo:Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declaradoinidôneo,venhaalicitarouacontratarcoma Administração. Art. 98.Obstar,impediroudificultar,injustamente,ainscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 destaLeiconsistenopagamentodequantiafixadanasentença e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente. § 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação. § 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.

Seção IVDo Processo e do Procedimento Judicial

Art. 100. OscrimesdefinidosnestaLeisãodeaçãopenal pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la. Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência. Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apre sen tante e por duas testemunhas.

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Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos inte-grantes do sistema de controle interno de qualquer dos Poderesverificaremaexistênciadoscrimesdefinidosnesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia. Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, apli-cando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal. Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da data do seu interrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda produzir. Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazode5(cinco)diasacadaparteparaalegaçõesfinais.Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os au-tos dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença. Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias. Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penaisdefinidasnestaLei,assimcomonosrecursosenas execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal.

Capítulo VDOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:a) habilitação ou inabilitação do licitante;b) julgamento das propostas;c) anulação ou revogação da licitação;d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)f) aplicação das penas de advertência, suspensão tem-porária ou de multa;II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da inti-mação da decisão relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico;III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.§ 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas “a”, “b”, “c” e “e”, deste artigo, excluídos os relativos

a advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediantepublicaçãonaimprensaoficial,salvoparaoscasos previstos nas alíneas “a” e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata.§ 2o O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autori-dade competente, motivadamente e presentes razões de interessepúblico,atribuiraorecursointerpostoeficáciasuspensiva aos demais recursos.§ 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cin-co) dias úteis.§ 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual po-derá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.§ 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao interessado.§ 6o Em se tratando de licitações efetuadas na moda-lidade de “carta convite” os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Capítulo VIDISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do ven-cimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário.Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo em dia de expediente no órgão ou na entidade.Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber projeto ou serviço técnico especia-lizado desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua elaboração.Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento de todos os dados, docu-mentos e elementos de informação pertinentes à tecnologia deconcepção,desenvolvimento,fixaçãoemsuportefísicode qualquer natureza e aplicação da obra.Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, perante a entidade interessada, responder pela sua boa execução,fiscalizaçãoepagamento.§ 1o Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, nos termos do edital, decorram contratos adminis-

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trativos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da Federação consorciados. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)§ 2o É facultado à entidade interessada o acompanha-mento da licitação e da execução do contrato. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribu-nal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficandoosórgãosinteressadosdaAdministraçãoresponsáveispela demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos inte-grantes do sistema de controle interno contra irregularidades naaplicaçãodestaLei,paraosfinsdodispostonesteartigo.§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção de medidas correti-vas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré--qualificaçãodelicitantesnasconcorrências,aserprocedidasempre que o objeto da licitação recomende análise mais detidadaqualificaçãotécnicadosinteressados.§ 1o A adoçãodoprocedimentodepré-qualificaçãoserá feita mediante proposta da autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior.§ 2oNapré-qualificaçãoserãoobservadasasexigênciasdesta Lei relativas à concorrência, à convocação dos inte-ressados, ao procedimento e à analise da documentação. Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas aos procedimentos operacionais a se-rem observados na execução das licitações, no âmbito de sua competência, observadas as disposições desta Lei.Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da autoridade competente, deverão ser publicadasnaimprensaoficial.Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congê-neres celebrados por órgãos e entidades da Administração. § 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações: I-identificaçãodoobjetoaserexecutado;II - metas a serem atingidas; III - etapas ou fases de execução; IV-planodeaplicaçãodosrecursosfinanceiros;V - cronograma de desembolso; VI-previsãodeinícioefimdaexecuçãodoobjeto,bemassim da conclusão das etapas ou fases programadas;

VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de enge-nharia, comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador. § 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão repas-sador dará ciência do mesmo à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.§ 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com o plano de aplicação aprovado, excetonoscasosaseguir,emqueasmesmasficarãoretidas até o saneamento das impropriedades ocorrentes: I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante proce-dimentosdefiscalizaçãolocal,realizadosperiodicamentepela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de controle interno da Administração Pública; II-quandoverificadodesviodefinalidadenaaplicaçãodosrecursos,atrasosnãojustificadosnocumprimentodas etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamentais de Administração Pública nas contratações e demais atos praticados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas; III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneado-ras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo sistema de controle interno. § 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupançadeinstituiçãofinanceiraoficialseaprevisãode seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo deaplicaçãofinanceiradecurtoprazoouoperaçãodemercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, quandoautilizaçãodosmesmosverificar-seemprazosmenores que um mês. § 5oAsreceitasfinanceirasauferidasnaformadoparágrafoanterior serão obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade,devendoconstardedemonstrativoespecíficoque integrará as prestações de contas do ajuste.§ 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extin-çãodoconvênio,acordoouajuste,ossaldosfinanceirosremanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidasdasaplicaçõesfinanceirasrealizadas,serãode-volvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos. Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações reali-zados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que couber, nas três esferas administrativas.

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Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios devidamente publicados,ficandosujeitasàsdisposiçõesdestaLei.Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito da Administração Pública, após apro-vados pela autoridade de nível superior a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverãoserpublicadosnaimprensaoficial.Art. 120. OsvaloresfixadosporestaLeipoderãoseranualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que osfarápublicarnoDiárioOficialdaUnião,observandocomo limite superior a variação geral dos preços do mer-cado, no período. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1o, 2o e 8o do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no “caput” do art. 5o, com relação ao pagamento das obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias contados da vigência desta Lei, separadamente para as obrigações relativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patri-môniodaUniãocontinuamareger-sepelasdisposiçõesdoDecreto-lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas alterações, e os relativos a operações de crédito interno ou externo celebrados pela União ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que couber.Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimentolicitatórioespecífico,aserestabelecidono Código Brasileiro de Aeronáutica.Art. 123. Em suas licitações e contratações administra-tivas, as repartições sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, naformaderegulamentaçãoespecífica.Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para per-missão ou concessão de serviços públicos os dispositivos destaLeiquenãoconflitemcoma legislaçãoespecíficasobre o assunto. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2o do art. 7o serão dispensadas nas licitações para conces-são de serviços com execução prévia de obras em que não foram previstos desembolso por parte da Administração Pública concedente. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, espe-cialmente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro

de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966. (Re-numerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)

Brasília, 21 de junho de 1993,172o da Independência e 105o da República.

ITAMAR FRANCO

9. lei n. 10.520, De 17 De julho De 2002 (Pregão)

Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municí-pios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços co-muns,paraosfinseefeitosdesteartigo,aquelescujospadrões de desempenho e qualidade possam ser objeti-vamentedefinidospeloedital,pormeiodeespecifica-ções usuais no mercado.Art. 2º (VETADO)§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentaçãoespecífica.§ 2º Será facultado, nos termos de regulamentos pró-prios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a participação de bolsas de mercadorias no apoio téc-nico e operacional aos órgãos e entidades promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de recursos de tecnologia da informação.§ 3º As bolsas a que se referem o § 2º deverão estar organizadassobaformadesociedadescivissemfinslucrativos e com a participação plural de corretoras que operemsistemaseletrônicosunificadosdepregões.Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:I-aautoridadecompetentejustificaráanecessidadedecontrataçãoedefiniráoobjetodocertame,asexigênciasde habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusivecomfixaçãodosprazosparafornecimento;II-adefiniçãodoobjetodeveráserprecisa,suficientee clara, vedadas especificações que, por excessivas,irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição;III-dosautosdoprocedimentoconstarãoajustifica-tivadasdefiniçõesreferidasnoincisoIdesteartigoeos indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado

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pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; eIV - a autoridade competente designará, dentre os ser-vidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances,aanálisedesuaaceitabilidadeesuaclassificação,bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmente perten-centes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento.§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militaresArt. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a con-vocação dos interessados e observará as seguintes regras:I - a convocação dos interessados será efetuada por meio depublicaçãodeavisoemdiáriooficialdorespectivoentefederado ou, não existindo, em jornal de circulação local, efacultativamente,pormeioseletrônicoseconformeovulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o art. 2º;II-doavisoconstarãoadefiniçãodoobjetodalicitação,a indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;III-doeditalconstarãotodososelementosdefinidosnaforma do inciso I do art. 3º, as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso;IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma da Lei no 9.755, de 16 de dezembro de 1998;V-oprazofixadoparaaapresentaçãodaspropostas,contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis;VI - no dia, hora e local designados, será realizada ses-são pública para recebimento das propostas, devendo o interessado,ouseurepresentante,identificar-see,seforo caso, comprovar a existência dos necessários poderes para formulação de propostas e para a prática de todos os demais atos inerentes ao certame;VII - aberta a sessão, os interessados ou seus represen-tantes, apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitação e entre-garão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura eàverificaçãodaconformidadedaspropostascomosrequisitos estabelecidos no instrumento convocatório;VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor;IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condi-çõesdefinidasnoincisoanterior,poderãoosautoresdas

melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;X-parajulgamentoeclassificaçãodaspropostas,seráadotadoo critério de menor preço, observados os prazos máximos parafornecimento,asespecificaçõestécnicaseparâmetrosmínimosdedesempenhoequalidadedefinidosnoedital;XI - examinada a proposta classificada emprimeirolugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante queapresentouamelhorproposta,paraverificaçãodoatendimentodascondiçõesfixadasnoedital;XIII - a habilitação far-se-á com a verificação deque o licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fazen-das Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que atende às exigências do edital quantoàhabilitaçãojurídicaequalificaçõestécnicaeeconômico-financeira;XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habilitação que já constem do Sistema deCadastramentoUnificadodeFornecedores–Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes;XV-verificadooatendimentodasexigênciasfixadasnoedital, o licitante será declarado vencedor;XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desa-tender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará asofertassubseqüenteseaqualificaçãodoslicitantes,naordemdeclassificação,eassimsucessivamente,atéaapuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor;XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o propo-nente para que seja obtido preço melhor;XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) diasparaapresentaçãodasrazõesdorecurso,ficandoosdemais licitantes desde logo intimados para apresentar contra-razões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;XX - a falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará a decadência do direito de recurso e a adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor;XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor;

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XXII - homologada a licitação pela autoridade com-petente, o adjudicatário será convocado para assinar o contratonoprazodefinidoemedital;eXXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o con-trato, aplicar-se-á o disposto no inciso XVI.Art. 5º É vedada a exigência de:I - garantia de proposta;II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação no certame; eIII - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de suareproduçãográfica,eaoscustosdeutilizaçãoderecursosde tecnologia da informação, quando for o caso.Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta)dias,seoutronãoestiverfixadonoedital.Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de valida-de da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execuçãodocontrato,comportar-sedemodoinidôneoou cometer fraudefiscal,ficará impedidode licitar econtratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4º desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes demeioseletrônicos,serãodocumentadosnoprocessores-pectivo, com vistas à aferição de sua regularidade pelos agentes de controle, nos termos do regulamento previsto no art. 2º.Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto de 2001.Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo sistema de registro de preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, poderão adotar a modalidade depregão,conformeregulamentoespecífico.Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, passa a vigorar acrescida do seguinte artigo:

“Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão adotar, nas licitações de registro de preços destinadas à aquisição de bens e serviços comuns da área da saúde, a modalidade do pregão, inclusive por meioeletrônico,observando-seoseguinte:I - são considerados bens e serviços comuns da área da saúde, aqueles necessários ao atendimento dos órgãos que integram o Sistema Único de Saúde, cujos padrões de desempenho e qualidade possam serobjetivamentedefinidosnoedital,pormeiodeespecificaçõesusuaisdomercado.

II - quando o quantitativo total estimado para a contratação ou fornecimento não puder ser atendido pelo licitante vencedor, admitir-se-á a convocação de tantos licitantes quantos forem necessários para o atingimento da totali-dadedoquantitativo,respeitadaaordemdeclassificação,desde que os referidos licitantes aceitem praticar o mesmo preço da proposta vencedora.III - na impossibilidade do atendimento ao disposto no inciso II, excepcionalmente, poderão ser registra-dos outros preços diferentes da proposta vencedora, desde que se trate de objetos de qualidade ou desem-penhosuperior,devidamentejustificadaecomprovadaa vantagem, e que as ofertas sejam em valor inferior ao limite máximo admitido.”

Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Independência e 114º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

10. DeCreto n. 5.450, De 31 De maio De 2005(Pregão eletrôniCo)

Regulamenta o pregão, na forma eletrônica, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Cons-tituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.520, de 17 de julho de 2002,

DECRETA:Art. 1o A modalidade de licitação pregão, na forma ele-trônica,deacordocomodispostono§1o do art. 2o da Lei no 10.520, de 17 de julho de 2002, destina-se à aqui-sição de bens e serviços comuns, no âmbito da União, e submete-se ao regulamento estabelecido neste Decreto.Parágrafo único. Subordinam-se ao disposto neste Decreto, além dos órgãos da administração pública federal direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as em-presas públicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União.Art. 2o Opregão,naformaeletrônica,comomodalidadede licitação do tipo menor preço, realizar-se-á quando a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns for feita à distância em sessão pública, por meio de sis-tema que promova a comunicação pela internet.§ 1o Consideram-se bens e serviços comuns, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamentedefinidospeloedital,pormeiodeespe-cificaçõesusuaisdomercado.§ 2o Para o julgamento das propostas, serãofixadoscritérios objetivos que permitam aferir o menor preço,

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devendo ser considerados os prazos para a execução do contratoedofornecimento,asespecificaçõestécnicas,os parâmetros mínimos de desempenho e de qualidade easdemaiscondiçõesdefinidasnoedital.§ 3o O sistema referido no caput será dotado de re-cursosdecriptografiaedeautenticaçãoquegarantamcondições de segurança em todas as etapas do certame.§ 4oOpregão,naformaeletrônica,seráconduzidopeloórgão ou entidade promotora da licitação, com apoio técnico e operacional da Secretaria de Logística e Tec-nologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que atuará como provedor do sistemaeletrônicoparaosórgãosintegrantesdoSistemade Serviços Gerais - SISG.§ 5o A Secretaria de Logística e Tecnologia da Infor-maçãopoderácederousodo seu sistemaeletrônicoa órgão ou entidade dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, mediante celebração de termo de adesão.Art. 3o Deverão ser previamente credenciados perante o provedordosistemaeletrônicoaautoridadecompetentedo órgão promotor da licitação, o pregoeiro, os mem-bros da equipe de apoio e os licitantes que participam dopregãonaformaeletrônica.§ 1o O credenciamento dar-se-á pela atribuição de chave deidentificaçãoedesenha,pessoaleintransferível,paraacessoaosistemaeletrônico.§ 2o No caso de pregão promovido por órgão integrante do SISG, o credenciamento do licitante, bem assim a sua manutenção, dependerá de registro atualizado no Sistema deCadastramentoUnificadodeFornecedores-SICAF.§ 3oAchavedeidentificaçãoeasenhapoderãoseruti-lizadasemqualquerpregãonaformaeletrônica,salvoquando cancelada por solicitação do credenciado ou em virtude de seu descadastramento perante o SICAF.§ 4o A perda da senha ou a quebra de sigilo deverá ser comunicada imediatamente ao provedor do sistema, para imediato bloqueio de acesso.§ 5o O uso da senha de acesso pelo licitante é de sua responsabilidade exclusiva, incluindo qualquer transação efetuada diretamente ou por seu representante, não cabendo ao provedor do sistema ou ao órgão promotor da licitação responsabilidade por eventuais danos decor-rentes de uso indevido da senha, ainda que por terceiros.§ 6o O credenciamento junto ao provedor do sistema im-plica a responsabilidade legal do licitante e a presunção de sua capacidade técnica para realização das transações inerentesaopregãonaformaeletrônica.Art. 4o Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a modalidade pregão, sendo preferencialautilizaçãodasuaformaeletrônica.§ 1oOpregãodeveserutilizadonaformaeletrônica,salvo nos casos de comprovada inviabilidade, a ser jus-tificadapelaautoridadecompetente.

§ 2o Na hipótese de aquisições por dispensa de licitação, fundamentadas no inciso II do art. 24 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, as unidades gestoras integrantes do SISG deverão adotar, preferencialmente, o sistema de co-taçãoeletrônica,conformedispostonalegislaçãovigente.Art. 5o A licitação na modalidade de pregão é condi ciona-da aos princípios básicos da legalidade, impes soa li dade, moralidade, igualdade,publicidade,eficiência,probidadeadministrativa, vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo, bem como aos princípios correla-tos da razoabilidade, competitividade e proporcionalidade.Parágrafo único. As normas disciplinadoras da licitação serão sempre interpretadas em favor da ampliação da dis-puta entre os interessados, desde que não comprometam o interesse da administração, o princípio da isonomia, a finalidadeeasegurançadacontratação.Art. 6o Alicitaçãonamodalidadedepregão,naformaeletrô-nica, não se aplica às contratações de obras de engenharia, bem como às locações imobiliárias e alienações em geral.Art. 7o Os participantes de licitação na modalidade de pregão,naformaeletrônica,têmdireitopúblicosubjetivoàfielobservânciadoprocedimentoestabelecidonesteDecreto, podendo qualquer interessado acompanhar o seu desenvolvimento em tempo real, por meio da internet.Art. 8o À autoridade competente, de acordo com as atribuições previstas no regimento ou estatuto do órgão ou da entidade, cabe:I - designar e solicitar, junto ao provedor do sistema, o credenciamento do pregoeiro e dos componentes da equipe de apoio;II - indicar o provedor do sistema;III - determinar a abertura do processo licitatório;IV - decidir os recursos contra atos do pregoeiro quando este mantiver sua decisão;V - adjudicar o objeto da licitação, quando houver recurso;VI - homologar o resultado da licitação; eVII - celebrar o contrato.Art. 9o Na fase preparatória do pregão, na forma ele-trônica,seráobservadooseguinte:I - elaboração de termo de referência pelo órgão requi-sitante,comindicaçãodoobjetodeformaprecisa,sufi-cienteeclara,vedadasespecificaçõesque,porexcessivas,irrelevantes ou desnecessárias, limitem ou frustrem a competição ou sua realização;II - aprovação do termo de referência pela autoridade competente;III - apresentação de justificativa da necessidade da contratação;IV - elaboração do edital, estabelecendo critérios de aceitação das propostas;V-definiçãodasexigênciasdehabilitação,dassançõesaplicáveis, inclusive no que se refere aos prazos e às con-dições que, pelas suas particularidades, sejam consideradas relevantes para a celebração e execução do contrato e o atendimento das necessidades da administração; eVI - designação do pregoeiro e de sua equipe de apoio.

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§ 1o A autoridade competente motivará os atos espe-cificadosnosincisosIIeIII,indicandooselementostécnicos fundamentais que o apóiam, bem como quanto aos elementos contidos no orçamento estimativo e no cronogramafísico-financeirodedesembolso,seforocaso, elaborados pela administração.§ 2o O termo de referência é o documento que deverá con-ter elementos capazes de propiciar avaliação do custo pela administraçãodiantedeorçamentodetalhado,definiçãodos métodos, estratégia de suprimento, valor estimado em planilhas de acordo com o preço de mercado, cronograma físico-financeiro, se forocaso, critériodeaceitaçãodoobjeto, deveres do contratado e do contratante, procedi-mentosdefiscalizaçãoegerenciamentodocontrato,prazode execução e sanções, de forma clara, concisa e objetiva.Art. 10. As designações do pregoeiro e da equipe de apoio devem recair nos servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, ou de órgão ou entidade integrante do SISG.§ 1o A equipe de apoio deverá ser integrada, em sua maioria, por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração pública, pertencentes, preferencialmente, ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora da licitação.§ 2o No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares.§ 3o A designação do pregoeiro, a critério da autoridade competente, poderá ocorrer para período de um ano, admitindo-sereconduções,ouparalicitaçãoespecífica.§ 4o Somente poderá exercer a função de pregoeiro o servidorouomilitarquereúnaqualificaçãoprofissionaleperfiladequados,aferidospelaautoridadecompetente.Art. 11. Caberá ao pregoeiro, em especial:I - coordenar o processo licitatório;II - receber, examinar e decidir as impugnações e consultas ao edital, apoiado pelo setor responsável pela sua elaboração;III - conduzir a sessão pública na internet;IV - verificar a conformidade da proposta com osrequisitos estabelecidos no instrumento convocatório;V - dirigir a etapa de lances;VI-verificarejulgarascondiçõesdehabilitação;VII - receber, examinar e decidir os recursos, encaminhando à autoridade competente quando mantiver sua decisão;VIII - indicar o vencedor do certame;IX - adjudicar o objeto, quando não houver recurso;X - conduzir os trabalhos da equipe de apoio; eXI - encaminhar o processo devidamente instruído à autoridade superior e propor a homologação.Art. 12. Caberá à equipe de apoio, dentre outras atribuições, auxiliar o pregoeiro em todas as fases do processo licitatório.Art. 13. Caberá ao licitante interessado em participar do pregão,naformaeletrônica:I - credenciar-se no SICAF para certames promovidos por órgãos da administração pública federal direta, autár-quica e fundacional, e de órgão ou entidade dos demais

Poderes, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, que tenham celebrado termo de adesão;II - remeter, no prazo estabelecido, exclusivamente por meioeletrônico,viainternet,apropostae,quandoforo caso, seus anexos;III - responsabilizar-se formalmente pelas transações efetuadasemseunome,assumindocomofirmeseverda-deiras suas propostas e lances, inclusive os atos praticados diretamente ou por seu representante, não cabendo ao provedor do sistema ou ao órgão promotor da licitação responsabilidade por eventuais danos decorrentes de uso indevido da senha, ainda que por terceiros;IV-acompanharasoperaçõesnosistemaeletrônicoduranteoprocessolicitatório,responsabilizando-sepeloônusdecorrenteda perda de negócios diante da inobservância de quaisquer mensagens emitidas pelo sistema ou de sua desconexão;V - comunicar imediatamente ao provedor do sistema qualquer acontecimento que possa comprometer o sigilo ou a invia-bilidade do uso da senha, para imediato bloqueio de acesso;VI-utilizar-sedachavedeidentificaçãoedasenhadeacessoparaparticipardopregãonaformaeletrônica;eVII-solicitarocancelamentodachavedeidentificaçãoou da senha de acesso por interesse próprio.Parágrafo único. O fornecedor descredenciado no SICAF terá suachavedeidentificaçãoesenhasuspensasautomaticamente.Art. 14. Para habilitação dos licitantes, será exigida, exclusivamente, a documentação relativa:I - à habilitação jurídica;II-àqualificaçãotécnica;III-àqualificaçãoeconômico-financeira;IV-àregularidadefiscalcomaFazendaNacional,osistema da seguridade social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;V-àregularidadefiscalperanteasFazendasEstaduaise Municipais, quando for o caso; eVI - ao cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição e no inciso XVIII do art. 78 da Lei no 8.666, de 1993.Parágrafo único. A documentação exigida para atender ao disposto nos incisos I, III, IV e V deste artigo poderá ser substituída pelo registro cadastral no SICAF ou, em se tratando de órgão ou entidade não abrangida pelo referido Sistema,porcertificadoderegistrocadastralqueatendaaos requisitos previstos na legislação geral.Art. 15. Quando permitida a participação de empresas estrangeiras na licitação, as exigências de habilitação serão atendidas mediante documentos equivalentes, au-tenticados pelos respectivos consulados ou embaixadas e traduzidos por tradutor juramentado no Brasil.Art. 16. Quando permitida a participação de consórcio de empresas, serão exigidos:I - comprovação da existência de compromisso público ou particular de constituição de consórcio, com indica-ção da empresa-líder, que deverá atender às condições de liderança estipuladas no edital e será a representante das consorciadas perante a União;

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II - apresentação da documentação de habilitação es-pecificadano instrumentoconvocatórioporempresaconsorciada;III - comprovação da capacidade técnica do consórcio pelo somatório dos quantitativos de cada consorciado, na forma estabelecida no edital;IV - demonstração, por empresa consorciada, do aten-dimentoaosíndicescontábeisdefinidosnoedital,parafinsdequalificaçãoeconômico-financeira;V - responsabilidade solidária das empresas consorciadas pelas obrigações do consórcio, nas fases de licitação e durante a vigência do contrato;VI - obrigatoriedade de liderança por empresa brasileira no consórcio formado por empresas brasileiras e estran-geiras, observado o disposto no inciso I; eVII - constituição e registro do consórcio antes da ce-lebração do contrato.Parágrafo único. Fica impedida a participação de em-presa consorciada, na mesma licitação, por intermédio de mais de um consórcio ou isoladamente.Art. 17.Afaseexternadopregão,naformaeletrônica,seráiniciada com a convocação dos interessados por meio de publicação de aviso, observados os valores estimados para contratação e os meios de divulgação a seguir indicados:I - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais):a)DiárioOficialdaUnião;eb)meioeletrônico,nainternet;II - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais) até R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil reais):a)DiárioOficialdaUnião;b)meioeletrônico,nainternet;ec) jornal de grande circulação local;III - superiores a R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil reais):a)DiárioOficialdaUnião;b)meioeletrônico,nainternet;ec) jornal de grande circulação regional ou nacional.§ 1o Os órgãos ou entidades integrantes do SISG e os que aderirem ao sistema do Governo Federal disponibi-lizarãoaíntegradoedital,emmeioeletrônico,noPortalde Compras do Governo Federal - COMPRASNET, sítio www.comprasnet.gov.br.§ 2oOavisodoeditalconteráadefiniçãoprecisa,suficientee clara do objeto, a indicação dos locais, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital, bem como oendereçoeletrônicoondeocorreráasessãopública,adata e hora de sua realização e a indicação de que o pregão, naformaeletrônica,serárealizadopormeiodainternet.§ 3o A publicação referida neste artigo poderá ser feita emsítiosoficiaisdaadministraçãopública,nainternet,desdequecertificadodigitalmenteporautoridadecer-tificadoracredenciadanoâmbitodaInfra-EstruturadeChaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.§ 4oOprazofixadoparaaapresentaçãodaspropostas,contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a oito dias úteis.

§ 5o Todos os horários estabelecidos no edital, no aviso e durante a sessão pública observarão, para todos os efeitos, o horário de Brasília, Distrito Federal, inclusive paracontagemdetempoeregistronosistemaeletrônicoe na documentação relativa ao certame.§ 6o Na divulgação de pregão realizado para o sistema de registro de preços, independentemente do valor es-timado, será adotado o disposto no inciso III.Art. 18. Atédoisdiasúteisantesdadatafixadaparaaber-tura da sessão pública, qualquer pessoa poderá impugnar oatoconvocatóriodopregão,naformaeletrônica.§ 1o Caberá ao pregoeiro, auxiliado pelo setor responsá-vel pela elaboração do edital, decidir sobre a impugnação no prazo de até vinte e quatro horas.§ 2o Acolhida a impugnação contra o ato convocatório, será definidaepublicadanovadatapararealizaçãodocertame.Art. 19. Os pedidos de esclarecimentos referentes ao processo licitatório deverão ser enviados ao pregoeiro, atétrêsdiasúteisanterioresàdatafixadaparaaberturadasessãopública,exclusivamentepormeioeletrônicovia internet, no endereço indicado no edital.Art. 20.Qualquermodificaçãonoeditalexigedivulga-ção pelo mesmo instrumento de publicação em que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.Art. 21.Apósadivulgaçãodoeditalnoendereçoeletrô-nico, os licitantes deverão encaminhar proposta com a descrição do objeto ofertado e o preço e, se for o caso, o respectivo anexo, até a data e hora marcadas para abertura da sessão, exclusivamente por meio do sistema eletrônico,quando,então,encerrar-se-á,automaticamen-te, a fase de recebimento de propostas.§ 1oAparticipaçãonopregãoeletrônicodar-se-ápelautilização da senha privativa do licitante.§ 2oParaparticipaçãonopregãoeletrônico,olicitantedeverá manifestar, em campo próprio do sistema ele-trônico,quecumpreplenamenteosrequisitosdehabi-litação e que sua proposta está em conformidade com as exigências do instrumento convocatório.§ 3o A declaração falsa relativa ao cumprimento dos requisitos de habilitação e proposta sujeitará o licitante às sanções previstas neste Decreto.§ 4o Até a abertura da sessão, os licitantes poderão retirar ou substituir a proposta anteriormente apresentada.Art. 22. A partir do horário previsto no edital, a sessão pública na internet será aberta por comando do prego-eiro com a utilização de sua chave de acesso e senha.§ 1o Os licitantes poderão participar da sessão pública na internet, devendo utilizar sua chave de acesso e senha.§ 2oOpregoeiroverificaráaspropostasapresentadas,desclassificandoaquelasquenãoestejamemconformi-dade com os requisitos estabelecidos no edital.§ 3oAdesclassificaçãodepropostaserásemprefunda-mentada e registrada no sistema, com acompanhamento em tempo real por todos os participantes.

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§ 4o As propostas contendo a descrição do objeto, valor e eventuais anexos estarão disponíveis na internet.§ 5o O sistema disponibilizará campo próprio para troca de mensagens entre o pregoeiro e os licitantes.Art. 23. O sistema ordenará, automaticamente, as pro-postasclassificadaspelopregoeiro,sendoquesomenteestas participarão da fase de lance.Art. 24.Classificadasaspropostas,opregoeirodaráinícioàfasecompetitiva, quando então os licitantes poderão encaminhar lancesexclusivamentepormeiodosistemaeletrônico.§ 1o No que se refere aos lances, o licitante será ime-diatamente informado do seu recebimento e do valor consignado no registro.§ 2o Os licitantes poderão oferecer lances sucessivos, observadosohoráriofixadoparaaberturadasessãoeas regras estabelecidas no edital.§ 3o O licitante somente poderá oferecer lance inferior ao último por ele ofertado e registrado pelo sistema. § 4o Não serão aceitos dois ou mais lances iguais, preva-lecendo aquele que for recebido e registrado primeiro.§ 5o Durante a sessão pública, os licitantes serão in-formados, em tempo real, do valor do menor lance registrado,vedadaaidentificaçãodolicitante.§ 6o A etapa de lances da sessão pública será encerrada por decisão do pregoeiro.§ 7oOsistemaeletrônicoencaminharáavisodefecha-mento iminente dos lances, após o que transcorrerá período de tempo de até trinta minutos, aleatoriamente determinado,findooqualseráautomaticamenteencer-rada a recepção de lances.§ 8o Após o encerramento da etapa de lances da sessão pública, o pregoeiro poderá encaminhar, pelo siste-ma eletrônico, contraproposta ao licitante que tenhaapresentado lance mais vantajoso, para que seja obtida melhor proposta, observado o critério de julgamento, não se admitindo negociar condições diferentes daquelas previstas no edital.§ 9o A negociação será realizada por meio do sistema, podendo ser acompanhada pelos demais licitantes.§ 10. No caso de desconexão do pregoeiro, no decorrer daetapadelances,seosistemaeletrônicopermaneceracessível aos licitantes, os lances continuarão sendo recebidos, sem prejuízo dos atos realizados.§ 11. Quando a desconexão do pregoeiro persistir por tempo superior a dez minutos, a sessão do pregão na formaeletrônicaserásuspensaereiniciadasomenteapóscomunicaçãoaosparticipantes,noendereçoeletrônicoutilizado para divulgação.Art. 25. Encerrada a etapa de lances, o pregoeiro exa-minaráapropostaclassificadaemprimeirolugarquantoà compatibilidade do preço em relação ao estimado paracontrataçãoeverificaráahabilitaçãodolicitanteconforme disposições do edital.§ 1oAhabilitaçãodoslicitantesseráverificadapormeiodo SICAF, nos documentos por ele abrangidos, quando dos procedimentos licitatórios realizados por órgãos

integrantes do SISG ou por órgãos ou entidades que aderirem ao SICAF.§ 2o Os documentos exigidos para habilitação que não estejam contemplados no SICAF, inclusive quando houver necessidade de envio de anexos, deverão ser apresentadosinclusiveviafax,noprazodefinidonoedi-tal,apóssolicitaçãodopregoeironosistemaeletrônico.§ 3o Os documentos e anexos exigidos, quando remeti-dos via fax, deverão ser apresentados em original ou por cópia autenticada, nos prazos estabelecidos no edital.§ 4oParafinsdehabilitação,averificaçãopeloórgãopro-motordocertamenossítiosoficiaisdeórgãoseentidadesemissores de certidões constitui meio legal de prova.§ 5o Se a proposta não for aceitável ou se o licitante não atender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará a proposta subseqüentee,assimsucessivamente,naordemdeclassifi-cação, até a apuração de uma proposta que atenda ao edital.§ 6o No caso de contratação de serviços comuns em que a legislação ou o edital exija apresentação de planilha de composição de preços, esta deverá ser encaminhada de imediatopormeioeletrônico,comosrespectivosvaloresreadequados ao lance vencedor.§ 7oNopregão,naformaeletrônica,realizadoparaosistemade registro de preços, quando a proposta do licitante vencedor não atender ao quantitativo total estimado para a contratação, respeitadaaordemdeclassificação,poderãoserconvocadostantos licitantes quantos forem necessários para alcançar o total estimado, observado o preço da proposta vencedora.§ 8o Os demais procedimentos referentes ao sistema de registrodepreçosficamsubmetidosànormaespecíficaque regulamenta o art. 15 da Lei no 8.666, de 1993.§ 9oConstatadooatendimentoàsexigênciasfixadasnoedital, o licitante será declarado vencedor.Art. 26. Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, durante a sessão pública, de forma imediata e motivada, em campo próprio do sistema, manifestar sua intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de três diaspara apresentar as razõesde recurso,ficandoosdemais licitantes, desde logo, intimados para, queren-do, apresentarem contra-razões em igual prazo, que começará a contar do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos elementos indispensáveis à defesa dos seus interesses.§ 1o A falta de manifestação imediata e motivada do licitante quanto à intenção de recorrer, nos termos do caput, importará nadecadênciadessedireito,ficandoopregoeiroautorizadoaadjudicar o objeto ao licitante declarado vencedor.§ 2o O acolhimento de recurso importará na invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento.§ 3o No julgamento da habilitação e das propostas, o pregoeiro poderá sanar erros ou falhas que não alterem a substância das propostas, dos documentos e sua validade jurídica, mediante despacho fundamentado, registrado em ata e acessível a todos, atribuindo-lhes validade e eficáciaparafinsdehabilitaçãoeclassificação.

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Art. 27. Decididos os recursos e constatada a regularida-de dos atos praticados, a autoridade competente adjudi-cará o objeto e homologará o procedimento licitatório.§ 1o Após a homologação referida no caput, o adjudica-tário será convocado para assinar o contrato ou a ata de registrodepreçosnoprazodefinidonoedital.§ 2o Na assinatura do contrato ou da ata de registro de preços, será exigida a comprovação das condições de habilitação consignadas no edital, as quais deverão ser mantidas pelo licitante durante a vigência do contrato ou da ata de registro de preços.§ 3oOvencedordalicitaçãoquenãofizeracomprovaçãoreferida no § 2oouquando,injustificadamente,recusar-sea assinar o contrato ou a ata de registro de preços, poderá ser convocado outro licitante, desde que respeitada a ordem declassificação,para, após comprovadosos requisitoshabilitatórios e feita a negociação, assinar o contrato ou a ata de registro de preços, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.§ 4o O prazo de validade das propostas será de sessenta dias,salvodisposiçãoespecíficadoedital.Art. 28. Aquele que, convocado dentro do prazo de validade de sua proposta, não assinar o contrato ou ata de registro de preços, deixar de entregar documentação exigida no edital, apresentar documentação falsa, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-sedemodoinidôneo,fizerdeclaraçãofalsaoucometer fraudefiscal,garantidoodireitoàampladefesa,ficaráimpedidodelicitaredecontratarcomaUnião, e será descredenciado no SICAF, pelo prazo de até cinco anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.Parágrafo único. As penalidades serão obrigatoriamente registradas no SICAF.Art. 29. A autoridade competente para aprovação do procedimento licitatório somente poderá revogá-lo em face de razões de interesse público, por motivo de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficienteparajustificartalconduta,devendoanulá-lopor ilegalidade, de ofício ou por provocação de qualquer pessoa, mediante ato escrito e fundamentado.§ 1o A anulação do procedimento licitatório induz à do contrato ou da ata de registro de preços.§ 2o Os licitantes não terão direito à indenização em decor-rência da anulação do procedimento licitatório, ressalvado o direito do contratado de boa-fé de ser ressarcido pelos encargos que tiver suportado no cumprimento do contrato.Art. 30. O processo licitatório será instruído com os seguintes documentos: I-justificativadacontratação;II - termo de referência;III - planilhas de custo, quando for o caso;IV - previsão de recursos orçamentários, com a indicação das respectivas rubricas;V - autorização de abertura da licitação;

VI - designação do pregoeiro e equipe de apoio;VII - edital e respectivos anexos, quando for o caso;VIII - minuta do termo do contrato ou instrumento equivalente, ou minuta da ata de registro de preços, conforme o caso;IX - parecer jurídico; X - documentação exigida para a habilitação;XI - ata contendo os seguintes registros:a) licitantes participantes;b) propostas apresentadas;c)lancesofertadosnaordemdeclassificação;d) aceitabilidade da proposta de preço;e) habilitação; ef) recursos interpostos, respectivas análises e decisões;XII - comprovantes das publicações: a) do aviso do edital;b) do resultado da licitação;c) do extrato do contrato; ed) dos demais atos em que seja exigida a publicidade, conforme o caso.§ 1o O processo licitatório poderá ser realizado por meio desistemaeletrônico,sendoqueosatosedocumentosreferidos neste artigo constantes dos arquivos e registros digitais serão válidos para todos os efeitos legais, inclu-sive para comprovação e prestação de contas.§ 2o Os arquivos e registros digitais, relativos ao pro-cesso licitatório, deverão permanecer à disposição das auditorias internas e externas.§ 3o A ata será disponibilizada na internet para acesso livre, imediatamente após o encerramento da sessão pública.Art. 31. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão estabelecerá instruções complementares ao disposto neste Decreto.Art. 32. Este Decreto entra em vigor em 1o de julho de 2005.Art. 33. Fica revogado o Decreto no 3.697, de 21 de dezembro de 2000.

Brasília, de de 2005;184o da Independência e 117o da República.

LUIZINÁCIOLULADASILVA

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11. DeCreto nº 7.892, De 23 De janeiro De 2013 Regulamenta o Sistema de Registro de Preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e no art. 11 da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002,DECRETA:

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º As contratações de serviços e a aquisição de bens, quando efetuadas pelo Sistema de Registro de Preços - SRP, no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, fundos especiais, empresas públicas, sociedades de economia mista e demais enti-dades controladas, direta ou indiretamente pela União, obedecerão ao disposto neste Decreto.Art. 2º Para os efeitos deste Decreto, são adotadas as seguintesdefinições:I - Sistema de Registro de Preços - conjunto de procedi-mentos para registro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras;II - ata de registro de preços - documento vinculativo, obrigacional, com característica de compromisso para futura contratação, em que se registram os preços, fornecedores, órgãos participantes e condições a se-rem praticadas, conforme as disposições contidas no instrumento convocatório e propostas apresentadas;III - órgão gerenciador - órgão ou entidade da admi-nistração pública federal responsável pela condução do conjunto de procedimentos para registro de preços e ge-renciamento da ata de registro de preços dele decorrente;IV - órgão participante - órgão ou entidade da administra-ção pública que participa dos procedimentos iniciais do Sistema de Registro de Preços e integra a ata de registro de preços; (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)V - órgão não participante - órgão ou entidade da administração pública que, não tendo participado dos procedimentos iniciais da licitação, atendidos os requisi-tos desta norma, faz adesão à ata de registro de preços.VI - compra nacional - compra ou contratação de bens e serviços, em que o órgão gerenciador conduz os pro-cedimentos para registro de preços destinado à execução descentralizada de programa ou projeto federal, median-te prévia indicação da demanda pelos entes federados beneficiados;e(Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)VII - órgão participante de compra nacional - órgão ou entidade da administração pública que, em razão de parti-cipação em programa ou projeto federal, é contemplado no registro de preços independente de manifestação formal. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)Art. 3º O Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado nas seguintes hipóteses:

I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações frequentes;II - quando for conveniente a aquisição de bens com pre-visão de entregas parceladas ou contratação de serviços re-munerados por unidade de medida ou em regime de tarefa;III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; ouIV - quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração.

CAPÍTULO IIDA INTENÇÃO PARA REGISTRO DE PREÇOSArt. 4º Fica instituído o procedimento de Intenção de Re-gistro de Preços - IRP, a ser operacionalizado por módulo do Sistema de Administração e Serviços Gerais - SIASG, que deverá ser utilizado pelos órgãos e entidades integran-tes do Sistema de Serviços Gerais - SISG, para registro e divulgação dos itens a serem licitados e para a realização dos atos previstos nos incisos II e V do caput do art. 5º e dos atos previstos no inciso II e caput do art. 6º.§ 1º A divulgação da intenção de registro de preços poderáserdispensada,deformajustificadapeloórgãogerenciador. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 2º O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão editará norma complementar para regulamentar o disposto neste artigo.§ 3º Caberá ao órgão gerenciador da Intenção de Registro de Preços - IRP: (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)I - estabelecer, quando for o caso, o número máximo de participantes na IRP em conformidade com sua capacidade de gerenciamento; (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)II-aceitarourecusar,justificadamente,osquantitativosconsiderados ínfimosoua inclusãodenovos itens;e(Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)III - deliberar quanto à inclusão posterior de participan-tes que não manifestaram interesse durante o período de divulgação da IRP. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 4º Os procedimentos constantes dos incisos II e III do § 3º serão efetivados antes da elaboração do edital e de seus anexos. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 5º Para receber informações a respeito das IRPs disponí-veis no Portal de Compras do Governo Federal, os órgãos e entidades integrantes do SISG se cadastrarão no módulo IRP e inserirão a linha de fornecimento e de serviços de seu interesse. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 6º É facultado aos órgãos e entidades integrantes do SISG, antes de iniciar um processo licitatório, consultar as IRPs em andamento e deliberar a respeito da conveniência de sua participação. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

CAPÍTULO IIIDAS COMPETÊNCIAS DO ÓRGÃO GERENCIADOR

Art. 5º Caberá ao órgão gerenciador a prática de todos os atos de controle e administração do Sistema de Re-gistro de Preços, e ainda o seguinte:

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I - registrar sua intenção de registro de preços no Portal de Compras do Governo federal;II - consolidar informações relativas à estimativa indivi-dual e total de consumo, promovendo a adequação dos respectivos termos de referência ou projetos básicos encaminhados para atender aos requisitos de padroni-zação e racionalização;III - promover atos necessários à instrução processual para a realização do procedimento licitatório;IV-realizarpesquisademercadoparaidentificaçãodovalorestimado da licitação e, consolidar os dados das pesquisas de mercado realizadas pelos órgãos e entidades participantes, inclusive nas hipóteses previstas nos §§ 2º e 3º do art. 6º deste Decreto; (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)V-confirmarjuntoaosórgãosparticipantesasuacon-cordância com o objeto a ser licitado, inclusive quanto aos quantitativos e termo de referência ou projeto básico;VI - realizar o procedimento licitatório;VII - gerenciar a ata de registro de preços;VIII - conduzir eventuais renegociações dos preços registrados;IX - aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditório, as pena-lidades decorrentes de infrações no procedimento licitatório; eX - aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditório, as pe-nalidades decorrentes do descumprimento do pactuado na ata de registro de preços ou do descumprimento das obrigações contratuais, em relação às suas próprias contratações.XI-autorizar,excepcionalejustificadamente,aprorro-gação do prazo previsto no § 6º do art. 22 deste Decreto, respeitado o prazo de vigência da ata, quando solicitada pelo órgão não participante. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 1º A ata de registro de preços, disponibilizada no Portal de Compras do Governo federal, poderá ser assinadaporcertificaçãodigital.§ 2º O órgão gerenciador poderá solicitar auxílio técnico aos órgãos participantes para execução das atividades previstas nos incisos III, IV e VI do caput.

CAPÍTULO IVDAS COMPETÊNCIAS DO ÓRGÃO PARTICIPANTEArt. 6º O órgão participante será responsável pela mani-festação de interesse em participar do registro de preços, providenciando o encaminhamento ao órgão gerenciador de sua estimativa de consumo, local de entrega e, quando couber, cronograma de contratação e respectivas espe-cificaçõesoutermodereferênciaouprojetobásico,nostermos da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, adequado ao registro de preços do qual pretende fazer parte, devendo ainda:I - garantir que os atos relativos a sua inclusão no re-gistro de preços estejam formalizados e aprovados pela autoridade competente;II - manifestar, junto ao órgão gerenciador, mediante a utilização da Intenção de Registro de Preços, sua con-cordância com o objeto a ser licitado, antes da realização do procedimento licitatório; e

III - tomar conhecimento da ata de registros de preços, inclusive de eventuais alterações, para o correto cum-primento de suas disposições.§ 1º Cabe ao órgão participante aplicar, garantida a am-pla defesa e o contraditório, as penalidades decorrentes do descumprimento do pactuado na ata de registro de preços ou do descumprimento das obrigações contra-tuais, em relação às suas próprias contratações, infor-mando as ocorrências ao órgão gerenciador. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 2º No caso de compra nacional, o órgão gerenciador promoverá a divulgação da ação, a pesquisa de mercado e a consolidação da demanda dos órgãos e entidades da admi-nistração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 3º Na hipótese prevista no § 2º, comprovada a vantajosidade,fica facultadoaosórgãosouentidadesparticipantes de compra nacional a execução da ata de registro de preços vinculada ao programa ou projeto federal. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 4º Os entes federados participantes de compra nacional poderão utilizar recursos de transferências legais ou voluntárias da União, vinculados aos processos ou projetos objeto de descentralização e de recursos próprios para suas demandas de aquisição no âmbito da ata de registro de preços de compra nacional. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 5º Caso o órgão gerenciador aceite a inclusão de novos itens, o órgão participante demandante elaborará sua especificaçãooutermodereferênciaouprojetobásico,conforme o caso, e a pesquisa de mercado, observado o disposto no art. 6º. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 6º Caso o órgão gerenciador aceite a inclusão de novas localidades para entrega do bem ou execução do serviço, o órgão participante responsável pela demanda elaborará, ressalvada a hipótese prevista no § 2º, pesquisa de mercado que contemple a variação de custos locais ou regionais. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

CAPÍTULO VDA LICITAÇÃO PARA REGISTRO DE PREÇOSArt. 7º A licitação para registro de preços será realizada na modalidade de concorrência, do tipo menor preço, nos termos da Lei nº 8.666, de 1993, ou na modalidade de pregão, nos termos da Lei nº 10.520, de 2002, e será precedida de ampla pesquisa de mercado. § 1º O julgamento por técnica e preço, na modalidade concorrência, poderá ser excepcionalmente adotado, a critério do órgão gerenciador e mediante despacho fun-damentado da autoridade máxima do órgão ou entidade. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 2º Na licitação para registro de preços não é necessário in-dicar a dotação orçamentária, que somente será exigida para a formalização do contrato ou outro instrumento hábil.Art. 8º O órgão gerenciador poderá dividir a quantidade total do item em lotes, quando técnica e economica-

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mente viável, para possibilitar maior competitividade, observada a quantidade mínima, o prazo e o local de entrega ou de prestação dos serviços.§ 1º No caso de serviços, a divisão considerará a uni-dade de medida adotada para aferição dos produtos e resultados,e seráobservadaademandaespecíficadecada órgão ou entidade participante do certame. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 2º Na situação prevista no § 1º, deverá ser evitada a contratação, em um mesmo órgão ou entidade, de mais de uma empresa para a execução de um mesmo serviço, em uma mesma localidade, para assegurar a responsabi-lidade contratual e o princípio da padronização.Art. 9º O edital de licitação para registro de preços observará o disposto nas Leis nº 8.666, de 1993, e nº 10.520, de 2002, e contemplará, no mínimo:I-aespecificaçãooudescriçãodoobjeto,queexplicitaráoconjuntodeelementosnecessáriosesuficientes,comnível de precisão adequado para a caracterização do bem ouserviço,inclusivedefinindoasrespectivasunidadesde medida usualmente adotadas;II - estimativa de quantidades a serem adquiridas pelo órgão gerenciador e órgãos participantes;III - estimativa de quantidades a serem adquiridas por órgãos não participantes, observado o disposto no § 4º do art. 22, no caso de o órgão gerenciador admitir adesões;IV - quantidade mínima de unidades a ser cotada, por item, no caso de bens;V - condições quanto ao local, prazo de entrega, forma de pagamento, e nos casos de serviços, quando cabível, frequência, periodicidade, características do pessoal, materiais e equipamentos a serem utilizados, proce-dimentos, cuidados, deveres, disciplina e controles a serem adotados;VI - prazo de validade do registro de preço, observado o disposto no caput do art. 12;VII - órgãos e entidades participantes do registro de preço;VIII - modelos de planilhas de custo e minutas de con-tratos, quando cabível;IX - penalidades por descumprimento das condições;X - minuta da ata de registro de preços como anexo; eXI - realização periódica de pesquisa de mercado para comprovação da vantajosidade.§ 1º O edital poderá admitir, como critério de julga-mento, o menor preço aferido pela oferta de desconto sobre tabela de preços praticados no mercado, desde quetecnicamentejustificado.§ 2º Quando o edital previr o fornecimento de bens ou prestação de serviços em locais diferentes, é facultada a exigência de apresentação de proposta diferenciada por região, de modo que aos preços sejam acrescidos custos variáveis por região.§ 3º A estimativa a que se refere o inciso III do caput não seráconsideradaparafinsdequalificaçãotécnicaequali-ficaçãoeconômico-financeiranahabilitaçãodolicitante.

§ 4º O exame e a aprovação das minutas do instrumento convocatório e do contrato serão efetuados exclusiva-mente pela assessoria jurídica do órgão gerenciador. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)Art. 10. Após o encerramento da etapa competitiva, os licitantes poderão reduzir seus preços ao valor da propostadolicitantemaisbemclassificado.Parágrafo único. A apresentação de novas propostas na forma do caput não prejudicará o resultado do certame emrelaçãoaolicitantemaisbemclassificado.

CAPÍTULO VIDO REGISTRO DE PREÇOS

E DA VALIDADE DA ATAArt. 11. Após a homologação da licitação, o registro de preços observará, entre outras, as seguintes condições:I - serão registrados na ata de registro de preços os preços equantitativosdolicitantemaisbemclassificadoduranteafase competitiva; (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)II - será incluído, na respectiva ata na forma de anexo, o registro dos licitantes que aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais aos do licitante vencedor na sequênciadaclassificaçãodocertame,excluídoopercentualreferente à margem de preferência, quando o objeto não atender aos requisitos previstos no art. 3º da Lei nº 8.666, de 1993; (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)III - o preço registrado com indicação dos fornecedores será divulgado no Portal de Compras do Governo Federal eficarádisponibilizadoduranteavigênciadaataderegistrode preços; e (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)IV-aordemdeclassificaçãodoslicitantesregistradosna ata deverá ser respeitada nas contratações. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 1º O registro a que se refere o inciso II do caput tem por objetivo a formação de cadastro de reserva no caso de impossibilidade de atendimento pelo primeiro colocado da ata, nas hipóteses previstas nos arts. 20 e 21. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 2º Se houver mais de um licitante na situação de que trataoincisoIIdocaput,serãoclassificadossegundoa ordem da última proposta apresentada durante a fase competitiva. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 3º A habilitação dos fornecedores que comporão o cadastro de reserva a que se refere o inciso II do caput será efetuada, na hipótese prevista no parágrafo único do art. 13 e quando houver necessidade de contratação de fornecedor remanescente, nas hipóteses previstas nos arts. 20 e 21. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)§ 4º O anexo que trata o inciso II do caput consiste na ata de realização da sessão pública do pregão ou da concorrên-cia, que conterá a informação dos licitantes que aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais ao do licitante vencedor do certame. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)Art. 12. O prazo de validade da ata de registro de pre-ços não será superior a doze meses, incluídas eventuais

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prorrogações, conforme o inciso III do § 3º do art. 15 da Lei nº 8.666, de 1993.§1ºÉvedadoefetuaracréscimosnosquantitativosfixa-dos pela ata de registro de preços, inclusive o acréscimo de que trata o § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.§ 2º A vigência dos contratos decorrentes do Sistema deRegistrodePreçosserádefinidanosinstrumentosconvocatórios, observado o disposto no art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993.§ 3º Os contratos decorrentes do Sistema de Registro de Preços poderão ser alterados, observado o disposto no art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.§ 4º O contrato decorrente do Sistema de Registro de Preços deverá ser assinado no prazo de validade da ata de registro de preços.

CAPÍTULO VIIDA ASSINATURA DA ATA E DA CONTRATAÇÃO

COM FORNECEDORES REGISTRADOSArt. 13. Homologado o resultado da licitação, o fornecedor maisbemclassificadoseráconvocadoparaassinaraataderegistro de preços, no prazo e nas condições estabelecidos no instrumento convocatório, podendo o prazo ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pelo fornecedor edesdequeocorramotivojustificadoaceitopelaadministra-ção. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)Parágrafo único. É facultado à administração, quando o convocado não assinar a ata de registro de preços no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes,naordemdeclassificação,parafazê-loem igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiroclassificado.Art. 14. A ata de registro de preços implicará compro-misso de fornecimento nas condições estabelecidas, após cumpridos os requisitos de publicidade.Parágrafoúnico.Arecusainjustificadadefornecedorclassificadoemassinaraata,dentrodoprazoestabele-cido neste artigo, ensejará a aplicação das penalidades legalmente estabelecidas.Art. 15. A contratação com os fornecedores registrados será formalizada pelo órgão interessado por intermédio de instrumento contratual, emissão de nota de empenho de despesa, autorização de compra ou outro instrumento hábil, conforme o art. 62 da Lei nº 8.666, de 1993.Art. 16. A existência de preços registrados não obriga a ad-ministração a contratar, facultando-se a realização de licitação específicaparaaaquisiçãopretendida,asseguradapreferênciaao fornecedor registrado em igualdade de condições.

CAPÍTULO VIIIDA REVISÃO E DO CANCELAMENTO

DOS PREÇOS REGISTRADOSArt. 17. Os preços registrados poderão ser revistos em decorrência de eventual redução dos preços praticados

no mercado ou de fato que eleve o custo dos serviços ou bens registrados, cabendo ao órgão gerenciador promo-ver as negociações junto aos fornecedores, observadas as disposições contidas na alínea “d” do inciso II do caput do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.Art. 18. Quando o preço registrado tornar-se superior ao preço praticado no mercado por motivo superveniente, o órgão gerenciador convocará os fornecedores para negociarem a redução dos preços aos valores praticados pelo mercado.§ 1º Os fornecedores que não aceitarem reduzir seus pre-ços aos valores praticados pelo mercado serão liberados do compromisso assumido, sem aplicação de penalidade.§ 2ºAordemde classificaçãodos fornecedores queaceitarem reduzir seus preços aos valores de mercado observaráaclassificaçãooriginal.Art. 19. Quando o preço de mercado tornar-se superior aos preços registrados e o fornecedor não puder cumprir o compromisso, o órgão gerenciador poderá:I - liberar o fornecedor do compromisso assumido, caso a comunicação ocorra antes do pedido de fornecimento, esemaplicaçãodapenalidadeseconfirmadaaveracida-de dos motivos e comprovantes apresentados; eII - convocar os demais fornecedores para assegurar igual oportunidade de negociação.Parágrafo único. Não havendo êxito nas negociações, o órgão gerenciador deverá proceder à revogação da ata de registro de preços, adotando as medidas cabíveis para obtenção da contratação mais vantajosa.Art. 20. O registro do fornecedor será cancelado quando:I - descumprir as condições da ata de registro de preços;II - não retirar a nota de empenho ou instrumento equivalente no prazo estabelecido pela Administração, semjustificativaaceitável;III - não aceitar reduzir o seu preço registrado, na hipótese deste se tornar superior àqueles praticados no mercado; ouIV - sofrer sanção prevista nos incisos III ou IV do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, ou no art. 7º da Lei nº 10.520, de 2002.Parágrafo único. O cancelamento de registros nas hipóteses previstas nos incisos I, II e IV do caput será formalizado por despacho do órgão gerenciador, asse-gurado o contraditório e a ampla defesa.Art. 21. O cancelamento do registro de preços poderá ocorrer por fato superveniente, decorrente de caso for-tuito ou força maior, que prejudique o cumprimento da ata,devidamentecomprovadosejustificados:I - por razão de interesse público; ouII - a pedido do fornecedor.

CAPÍTULO IXDA UTILIZAÇÃO DA ATA DE REGISTRO

DE PREÇOS POR ÓRGÃO OU ENTIDADES NÃO PARTICIPANTES

Art. 22.Desdequedevidamentejustificadaavantagem,aata de registro de preços, durante sua vigência, poderá ser

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utilizada por qualquer órgão ou entidade da administração pública federal que não tenha participado do certame lici-tatório, mediante anuência do órgão gerenciador. § 1º Os órgãos e entidades que não participaram do registro de preços, quando desejarem fazer uso da ata de registro de preços, deverão consultar o órgão gerenciador da ata para manifestação sobre a possibilidade de adesão. §2ºCaberáaofornecedorbeneficiáriodaataderegistrode preços, observadas as condições nela estabelecidas, optar pela aceitação ou não do fornecimento decorren-te de adesão, desde que não prejudique as obrigações presentes e futuras decorrentes da ata, assumidas com o órgão gerenciador e órgãos participantes. § 3º As aquisições ou contratações adicionais a que se refere este artigo não poderão exceder, por órgão ou entidade, a cem por cento dos quantitativos dos itens do instrumento convocatório e registrados na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes. § 4º O instrumento convocatório deverá prever que o quan-titativo decorrente das adesões à ata de registro de preços não poderá exceder, na totalidade, ao quíntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes, independente do número de órgãos não participantes que aderirem. § 6º Após a autorização do órgão gerenciador, o órgão não participante deverá efetivar a aquisição ou contra-tação solicitada em até noventa dias, observado o prazo de vigência da ata. § 7º Compete ao órgão não participante os atos rela-tivos à cobrança do cumprimento pelo fornecedor das obrigações contratualmente assumidas e a aplicação, observada a ampla defesa e o contraditório, de eventuais penalidades decorrentes do descumprimento de cláusu-las contratuais, em relação às suas próprias contratações, informando as ocorrências ao órgão gerenciador. § 8º É vedada aos órgãos e entidades da administração pública federal a adesão a ata de registro de preços geren-ciada por órgão ou entidade municipal, distrital ou estadual. § 9º É facultada aos órgãos ou entidades municipais, distritais ou estaduais a adesão a ata de registro de preços da Administração Pública Federal.

CAPÍTULO XDISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 23. A Administração poderá utilizar recursos de tec-nologia da informação na operacionalização do disposto neste Decreto e automatizar procedimentos de controle e atribuições dos órgãos gerenciadores e participantes. Art. 24. As atas de registro de preços vigentes, decor-rentes de certames realizados sob a vigência do Decreto nº 3.931, de 19 de setembro de 2001, poderão ser utili-zadas pelos órgãos gerenciadores e participantes, até o término de sua vigência. Art. 25. Até a completa adequação do Portal de Com-pras do Governo federal para atendimento ao disposto no § 1º do art. 5º, o órgão gerenciador deverá:I - providenciar a assinatura da ata de registro de preços e o encaminhamento de sua cópia aos órgãos ou enti-dades participantes; eII - providenciar a indicação dos fornecedores para atendimento às demandas, observada a ordem de clas-sificação e os quantitativos de contratação definidospelos órgãos e entidades participantes. Art. 26. Até a completa adequação do Portal de Com-pras do Governo federal para atendimento ao disposto nos incisos I e II do caput do art. 11 e no inciso II do § 2º do art. 11, a ata registrará os licitantes vencedores, quantitativos e respectivos preços. Art. 27. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges-tão poderá editar normas complementares a este Decreto. Art. 28. Este Decreto entra em vigor trinta dias após a data de sua publicação. Art. 29. Ficam revogados:I - o Decreto nº 3.931, de 19 de setembro de 2001; eII - o Decreto nº 4.342, de 23 de agosto de 2002.

Brasília, 23 de janeiro de 2013; 192º da Independência e 125º da República.

DILMA ROUSSEFFMiriam Belchior

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exerCíCios De ConCursos

À luz do disposto na Lei n.º 8.666/1993 — Lei de Licitações e Contratos —, julgue os itens a seguir.

01. (CESPE 2016) São cinco as modalidades de lici-tação: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão.

02. (CESPE 2016) É vedada a criação de outras mo-dalidades de licitação além daquelas elencadas na referida lei.

03. (CESPE 2016) Concurso é a modalidade de licita-ção entre quaisquer interessados que, preliminar-mente,comprovempossuiraqualificaçãoexigidano edital para a execução do seu objeto.

04. (CESPE 2016) Os agentes públicos podem incluir nos atos de convocação cláusulas que favoreçam as sociedades cooperativas.

05. (CESPE 2016) Em regra, a licitação será sigilosa, exceto quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

06. (CESPE 2016) Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

Maria equivocou-se ao enquadrar a situação como típica de dispensa de licitação, tendo em vista que, nos casos de calamidade, é possível a contratação por inexigibilidade.

07. (CESPE 2016) Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

Na situação hipotética apresentada, não seria neces-sáriojuntaraoprocessodelicitaçãoajustificativade preço para contratação da Empresa Y.

08. (CESPE 2016) Com base no disposto nas Leis n.º 8.666/1993 e n.º 10.520/2002, julgue o item que se segue.

O instrumento licitatório denominado pregão destina-se à aquisição de bens e serviços comuns, salvo se o contratante for entidade controlada in-diretamente pela União.

09. (CESPE 2016) Com base no disposto nas Leis n.º 8.666/1993 e n.º 10.520/2002, julgue o item que se segue.

A administração deve realizar procedimento licita-tório para a contratação, com terceiros, de compras, serviços, obras, alienações e permissões, entre outros objetos.

10. (CESPE 2016) Em relação ao sistema de regis-tro de preços, julgue o item seguinte.

Esse sistema consiste em um conjunto de procedi-mentos para o registro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras, em que as empresas, concor-dando em fornecer nas mesmas condições do pri-meiro colocado, disponibilizam os bens e serviços apreçoseprazosregistradosemataespecífica.

11. (CESPE 2016) Acerca de ato administrativo e de procedimento de licitação, julgue o item seguinte.

No caso de dispensa de licitação, ocorrerá a con-tratação direta e, portanto, não será necessário justificaropreçopago.

12. (CESPE 2016) Com referência ao edital de li-citação para compras no setor público, julgue o item subsequente.

Até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar, para exame, cópia do edital de licitação.

13. (CESPE 2016) Com referência ao edital de li-citação para compras no setor público, julgue o item subsequente.

Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade, de acordo com a lei, devendo protocolar o pedido até cinco diasúteisantesdadatafixadaparaaaberturadosenvelopes de habilitação.

14. (CESPE 2016) As modalidades de licitação previstas em lei incluem a concorrência, a to-mada de preços, o convite, o concurso, o leilão, o pregão e o regime diferenciado de contrata-ção. A legislação prevê também situações de dispensa e de inexigibilidade de licitação. A respeito desse assunto, julgue o item seguinte.

No pregão para aquisição de bens e serviços co-muns relativos à área de saúde, se o quantitativo total estimado para fornecimento não for possível de ser atendido pelo único licitante vencedor, pode-rão ser convocados outros licitantes para o alcance da totalidade do quantitativo, independentemente daordemdeclassificação,desdequeosreferidoslicitantes aceitem praticar o mesmo preço da pro-posta vencedora.

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15. (CESPE 2016) As modalidades de licitação previstas em lei incluem a concorrência, a to-mada de preços, o convite, o concurso, o leilão, o pregão e o regime diferenciado de contrata-ção. A legislação prevê também situações de dispensa e de inexigibilidade de licitação. A respeito desse assunto, julgue o item seguinte.

Situação hipotética: A Defensoria Pública da União, interessada em adquirir determinados bens, abriu processo licitatório cujo resultado foi licitação deserta. Assertiva: Nessa situação, se for compro-vado que a realização de outro processo licitatório causará prejuízos à administração, o órgão poderá adquirir os bens por meio de dispensa de licitação, desde que mantenha todas as condições constantes do instrumento convocatório inicial.

16. (CESPE 2016) As modalidades de licitação previstas em lei incluem a concorrência, a to-mada de preços, o convite, o concurso, o leilão, o pregão e o regime diferenciado de contrata-ção. A legislação prevê também situações de dispensa e de inexigibilidade de licitação. A respeito desse assunto, julgue o item seguinte.

Se o governo de determinado estado da Federação construir imóveis residenciais destinados a progra-ma habitacional de interesse social, a venda desses imóveis às pessoas cadastradas no programa deverá ser realizada com base nos dispositivos da inexigi-bilidade, já que, nesse caso, a licitação é inviável.

Gabarito

01. C 02. C 03. E 04. E 05. E06. E 07. E 08. E 09. C 10. C11. E 12. C 13. C 14. E 15. C16. E

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3. ProCesso aDministrativo FeDeral

lei n. 9.784, De 29 De janeiro De 1999

Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimen-todosfinsdaAdministração.§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.§ 2oParaosfinsdestaLei,consideram-se:I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Adminis-tração indireta;II - entidade - a unidade de atuação dotada de perso-nalidade jurídica;III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aosprincípiosda legalidade,finalidade,moti-vação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse públicoeeficiência.Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:I - atuação conforme a lei e o Direito;II - atendimento a fins de interesse geral, vedada arenúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;V-divulgaçãooficialdosatosadministrativos,ressal-vadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;VI-adequaçãoentremeiosefins,vedadaaimposiçãode obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;

IX-adoçãodeformassimples,suficientesparapropi-ciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação dealegaçõesfinais,àproduçãodeprovaseàinterposiçãode recursos, nos processos de que possam resultar san-ções e nas situações de litígio;XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhorgarantaoatendimentodofimpúblicoaquesedirige,vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

CAPÍTULO IIDOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servi-dores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;II - ter ciência da tramitação dos processos administra-tivos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.

CAPÍTULO IIIDOS DEVERES DO ADMINISTRADO

Art. 4o São deveres do administrado perante a Administra-ção, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:I - expor os fatos conforme a verdade;II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;III - não agir de modo temerário;IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.

CAPÍTULO IVDO INÍCIO DO PROCESSO

Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;II-identificaçãodointeressadooudequemorepresente;

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III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes.Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de in-teressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.

CAPÍTULO VDOS INTERESSADOS

Art. 9o São legitimados como interessados no processo administrativo:I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titula-res de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação;II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.Art. 10. Sãocapazes,parafinsdeprocessoadministra-tivo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.

CAPÍTULO VIDA COMPETÊNCIA

Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica,social,econômica,jurídicaouterritorial.Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:I - a edição de atos de caráter normativo;II - a decisão de recursos administrativos;III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicadosnomeiooficial.§ 1oOatodedelegaçãoespecificaráasmatériasepoderestransferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.§ 3o As decisões adotadas por delegação devem men-cionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivosrelevantesdevidamentejustificados,aavocaçãotemporária de competência atribuída a órgão hierarqui-camente inferior.Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial.Art. 17. Inexistindo competência legal específica, oprocesso administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.

CAPÍTULO VIIDOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;II - tenha participado ou venha a participar como pe-rito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorremquantoaocônjuge,companheiroouparenteeafinsatéoterceirograu;III - esteja litigando judicial ou administrativamente com ointeressadoourespectivocônjugeoucompanheiro.Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade com-petente, abstendo-se de atuar.Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o im-pedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória comalgumdosinteressadosoucomosrespectivoscôn-juges,companheiros,parenteseafinsatéoterceirograu.Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição po-de rá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.

CAPÍTULO VIIIDA FORMA, TEMPO E LUGAR

DOS ATOS DO PROCESSOArt. 22. Os atos do processo administrativo não de-pendem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua reali-zação e a assinatura da autoridade responsável.

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§ 2oSalvoimposiçãolegal,oreconhecimentodefirmaso-mente será exigido quando houver dúvida de autenticidade.§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.Art. 24. Inexistindodisposiçãoespecífica,osatosdoórgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatadoatéodobro,mediantecomprovadajustificação.Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se pre-ferencialmente na sede do órgão, cientificando-se ointeressado se outro for o local de realização.

CAPÍTULO IXDA COMUNICAÇÃO DOS ATOS

Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interes-sado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.§ 1o A intimação deverá conter:I-identificaçãodointimadoenomedoórgãoouenti-dade administrativa;II-finalidadedaintimação;III - data, hora e local em que deve comparecer;IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;V - informação da continuidade do processo indepen-dentemente do seu comparecimento;VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento.§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciên cia do interessado.§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhe-cidosoucomdomicílioindefinido,aintimaçãodeveserefetuadapormeiodepublicaçãooficial.§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem obser-vância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado.

Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus,sançõesourestriçãoaoexercíciodedireitoseativi-dades e os atos de outra natureza, de seu interesse.

CAPÍTULO XDA INSTRUÇÃO

Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo.§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos in-teressados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divul-gaçãopelosmeiosoficiais,afimdequepessoasfísicasoujurídicaspossamexaminarosautos,fixando-seprazopara oferecimento de alegações escritas.§ 2o O comparecimento à consulta pública não confe-re, por si, a condição de interessado do processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as ale-gações substancialmente iguais.Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo.Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas.Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado.Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audi-ência de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavran-do-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão com-petente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em

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outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias.Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alega-ções referentes à matéria objeto do processo.§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão.§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fun-damentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serãoexpedidasintimaçõesparaessefim,mencionando-sedata, prazo, forma e condições de atendimento.Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solici-tados ao interessado forem necessários à apreciação de pedidoformulado,onãoatendimentonoprazofixadopela Administração para a respectiva apresentação im-plicará arquivamento do processo.Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou di-ligência ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitidonoprazofixado,oprocessonãoteráseguimen-to até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de seremitidonoprazofixado,oprocessopoderáterpros-seguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.Art. 43. Quando por disposição de ato normativo de-vam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificaçãoecapacidadetécnicaequivalentes.Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvoseoutroprazoforlegalmentefixado.Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo eaobtercertidõesoucópiasreprográficasdosdadose documentos que o integram, ressalvados os dados e

documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.Art. 47. O órgão de instrução que não for competente paraemitiradecisãofinalelaborarárelatórioindicandoo pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento eformularápropostadedecisão,objetivamentejustifica-da, encaminhando o processo à autoridade competente.

CAPÍTULO XIDO DEVER DE DECIDIR

Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre soli-citações ou reclamações, em matéria de sua competência.Art. 49. Concluída a instrução de processo administra-tivo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressa-mente motivada.

CAPÍTULO XIIDA MOTIVAÇÃO

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de pro-cesso licitatório;V - decidam recursos administrativos;VI - decorram de reexame de ofício;VII-deixemdeaplicarjurisprudênciafirmadasobreaquestão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas erelatóriosoficiais;VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fun-damentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito.

CAPÍTULO XIIIDA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS

DE EXTINÇÃO DO PROCESSOArt. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formu-lado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou re-núncia atinge somente quem a tenha formulado.

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§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, con-forme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige.Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto oprocessoquandoexauridasuafinalidadeouoobjetoda decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.

CAPÍTULO XIVDA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃOArt. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode re-vogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qual-quer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarreta-rem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

CAPÍTULO XVDO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃOArt. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito.§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução.§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indireta-mente afetados pela decisão recorrida;III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;

IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.Art. 59. Salvodisposiçãolegalespecífica,édedezdiasoprazo para interposição de recurso administrativo, contado apartirdaciênciaoudivulgaçãooficialdadecisãorecorrida.§ 1oQuandoaleinãofixarprazodiferente,orecursoadministrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogadoporigualperíodo,antejustificativaexplícita.Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimen-to no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:I - fora do prazo;II - perante órgão incompetente;III - por quem não seja legitimado;IV - após exaurida a esfera administrativa.§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recor-rente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar,modificar,anularourevogar,totalouparcialmen-te, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recor-rente,estedeverásercientificadoparaqueformulesuas alegações antes da decisão.Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inapli-cabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da sú-mula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).

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Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circuns-tânciasrelevantessuscetíveisdejustificarainadequaçãoda sanção aplicada.Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.

CAPÍTULO XVIDOS PRAZOS

Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data dacientificaçãooficial,excluindo-sedacontagemodiado começo e incluindo-se o do vencimento.§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal.§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.§ 3oOsprazosfixadosemmesesouanoscontam-sede data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem.

CAPÍTULO XVIIDAS SANÇÕES

Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.

CAPÍTULO XVIIIDAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 69. Osprocessosadministrativosespecíficoscon-tinuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos emquefigurecomoparteouinteressado:(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).II-pessoaportadoradedeficiência,físicaoumental;(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múl-tipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepato-patia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiênciaadquirida,ououtradoençagrave,combase em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

§ 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem cumpridas. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).§ 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identi-ficaçãoprópriaqueevidencieoregimedetramitaçãoprioritária. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília 29 de janeiro de 1999;178o da Independência e 111o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

súmulas aPliCáveis

STJ 467. Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental.

373. É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo.

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Complemento - 105

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exerCíCios De ConCursos

Acerca da licitação e do processo administrativo no âmbito da administração pública federal, julgue o seguinte item.

01. O processo administrativo pode ser iniciado de ofício ou a requerimento do interessado, devendo tal requerimento ser formulado por escrito, ressalvados os casos em que se admitir a solicitação oral.

No que tange aos atos administrativos, julgue o item seguinte.

02. Situação hipotética: Após decisão administrativa que lhe foi desfavorável, publicada no dia 1.º/2/2017, João decidiu interpor recurso administrativo. Tendo tomado ciência do ato negativo, após busca exaustiva,Joãoverificouquenãohaviadisposiçãolegal específica para a apresentação do recursoe protocolou-o no dia 2/3/2017, com o intuito de esclarecer os pontos controversos da decisão. Assertiva: Nessa situação, o lapso temporal descrito caracteriza o recurso como tempestivo, razão por que ele deverá ser conhecido.

No que tange aos atos administrativos, julgue o item seguinte.

03. O processo administrativo será regido por normas básicas que visem ao cumprimento dos fins daadministração e obedecerá, entre outros, aos princípios da legalidade, da moralidade, da ampla defesa e do contraditório, excluindo-se desse rol o princípio da razoabilidade, por se tratar, no caso, de ato discricionário do agente público.

A respeito dos poderes administrativos, de licitações e contratos e do processo administrativo, julgue o item subsequente.

04. Afimdeevitaraanulaçãodeprocessoadministrativo,em regra, deverá ser exigido que os documentos juntadosaosautostenhamfirmasreconhecidas.

Considerando as Leis n.os 8.112/1990, 8.429/1992 e 9.784/1999, normas nacionais que regulam o direito administrativo, julgue o item subsecutivo.

05. Recurso e revisão, instrumentos que permitem o reexame de fatos e provas juntados no processo administrativo, se diferenciam quanto à possibilidade de agravamento da situação do processado: no julgamento do recurso, o órgão competente não agravará a situação do recorrente; na revisão, há expressa determinação legal que permite o aumento da sanção imposta.

A respeito do processo administrativo, julgue o item subsequente.

06. Nosprocessosadministrativos,adivulgaçãooficialdos atos é obrigatória, ressalvadas as hipóteses constitucionais de sigilo.

A respeito do processo administrativo, julgue o item subsequente.

07. A desistência do interessado extingue o processo administrativo, mesmo que haja interesse público no seu prosseguimento.

A respeito do processo administrativo, julgue o item subsequente.

08. O reconhecimentodefirmaspor notário oficialé obrigatório na realização dos atos do processo administrativo.

A respeito do processo administrativo, julgue o item subsequente.

09. No processo administrativo, deve-se observar a adequaçãoentremeiosefins,demodoquenãosejam impostas medidas superiores às necessárias ao atendimento do interesse público.

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106 - Complemento

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A respeito do processo administrativo, julgue o item subsequente.

10. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, poderá ser aberto período de consulta pública para a manifestação de terceiros, se não houver prejuízo para a parte interessada.

A respeito do processo administrativo, julgue o item subsequente.

11. Os atos do processo administrativo dependem de formapredefinida.

No que se refere à gestão de recursos humanos das agências reguladoras e ao processo administrativo no âmbito da administração pública, julgue o item subsequente com base no disposto nas Leis n.º 9.986/2000 e n.º 9.784/1999.

12. No âmbito da administração pública, o processo administrativo poderá ser impulsionado de ofício.

Julgue o item a seguir, referente a institutos diversos do direito administrativo.

13. A aplicação retroativa de nova interpretação dada a norma administrativa é admitida no processo administrativo.

Julgue o item a seguir, referente a institutos diversos do direito administrativo.

14. A aplicação retroativa de nova interpretação dada a norma administrativa é admitida no processo administrativo.

Julgue o item seguinte, relativo ao ato administrativo.

15. Eventuais recursos contra decisão emanada em processo administrativo devem ser dirigidos à autoridade que a tiver proferido, que tem poder para realizar juízo de retratação e reconsiderar a decisão.

Gabarito

01. C 02. E 03. E 04. E 05. E06. C 07. E 08. E 09. C 10. C11. E 12. C 13. E 14. E 15. C

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Aprova o Código de Ética e de Conduta do Ministério Público da União e da Escola Superior do Ministério Público da União.

O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, no uso de suas atribuições que lhe são conferidas no art. 26, incisos VIII e XIII, da Lei Complementar nº 75, de 20/05/1993, tendo em vista o que consta do Processo Administrativo PGR nº 1.00.000.007151/2016-17;

Considerando que a ética consta no Planejamento Estratégico do Ministério Público da União como um dos atributos de valor para a sociedade;

Considerando que a atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé deve ser inerente aos integrantes da Administração Pública;

Considerando os Acórdãos nº 1956/2016 - TCU – 1ª Câmara e nº 7893/2016 - TCU – 2ª Câmara, emanados pelo Tribunal de Contas da União, os quais recomendam, respectivamente, ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios a elaboração e instituição formal de um Código de Ética; e

Considerando os trabalhos desenvolvidos pela Comissão instituída para elaboração do Código de Ética e de conduta dos servidores por meio da Portaria PGR/MPU nº 79, de 19 de outubro de 2016;

RESOLVE:Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética e de Conduta do Ministério Público da União e da Escola Superior do Ministério Público da União, na forma do Anexo desta Portaria.Art. 2º Os casos omissos serão resolvidos pelo Procurador-Geral da República.Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

RODRIGO JANOT MONTEIRO DE BARROS

ANEXOCÓDIGO DE ÉTICA E DE CONDUTA

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Este Código de Ética e de Conduta estabelece os princípios e as normas de conduta ética aplicáveis aos servidores do Ministério Público da União (MPU) e da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), bem como aos colaboradores que prestarem serviço nesses Órgãos, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, de forma temporária ou permanente, ainda que sem retribuição financeira, sem prejuízo da observância dos demais deveres e vedações legais e regulamentares.

CAPÍTULO IIDOS OBJETIVOS

Art. 2º Este Código tem por objetivo:I. tornar claras e explícitas as normas de ética e de conduta que regem os servidores e colaboradores do MPU e da ESMPU no exercício de suas funções institucionais ou contratuais, bem como em função delas;II. contribuir para a formação e reafirmação de valores éticos desejáveis para o MPU;

III. orientar as condutas e os comportamentos comuns indispensáveis ao trabalho em equipe, à gestão participativa e ao clima organizacional;IV. reduzir a subjetividade da interpretação de normas éticas, de forma a indicar com maior clareza e objetividade o entendimento da Administração, buscando compatibilizar os valores individuais dos servidores com os valores adotados pelo MPU e pela ESMPU;V. determinar a criação de Comissão Permanente de Ética a partir da vigência deste, responsável por zelar pelo seu fiel cumprimento, a qual funcionará como instância consultiva e deliberativa.

CAPÍTULO IIIDOS PRINCÍPIOS E VALORES

Art. 3º Os princípios e valores fundamentais deste Código são:I. Legalidade: garantia de que toda atuação da Administração se dará em conformidade com a lei;II. Impessoalidade: obriga a Administração, em sua atuação, a não praticar atos visando aos interesses pessoais ou se subordinando à conveniência de qualquer indivíduo, devendo ser direcionada a atender aos ditames legais e ao interesse público;III. Moralidade: todos devem respeitar os princípios éticos de razoabilidade e justiça, devendo atender aos ditames da conduta ética e honesta, do decoro, da boa-fé e das regras que assegurem a boa administração;IV. Lisura: valor que vai além do cumprimento da estrita legalidade dos atos, na medida em que abarca valores éticos e morais;V. Transparência: objetiva corroborar a divulgação de informações, tanto entre suas unidades quanto para a sociedade, visando à promoção do desenvolvimento de cultura interna de intercâmbio de informações para fortalecimento da atuação institucional e do controle social, ressalvados os casos de sigilo legalmente previstos;VI. Urbanidade: trata-se da polidez, educação, cortesia, gentileza e civilidade no comportamento das pessoas ao atender demandas internas e externas.

CAPÍTULO IVDAS CONDUTAS

Art. 4º São compromissos de conduta ética:I. atender demandas com postura ética e de modo imparcial, probo e efetivo, sendo vedada qualquer atitude procrastinatória, discriminatória ou que favoreça indevidamente alguma parte;II. não utilizar indevidamente informações obtidas em decorrência do trabalho para benefício próprio ou de outrem, sendo imperioso o sigilo quando ainda não divulgadas ou até o prazo que a lei determinar;III. atuar com imparcialidade no desempenho das atribuições funcionais, não permitindo que convicções de ordem político-partidária, religiosa ou ideológica afetem sua isenção;IV. repudiar atitudes discriminatórias ou preconceituosas de qualquer natureza relativamente à etnia, sexo, religião, estado civil, orientação sexual, faixa etária ou condição física especial, ou quaisquer outras formas de discriminação;V. declarar-se impedido ou suspeito em situações que sua independência ou imparcialidade possam estar prejudicadas para o desempenho de suas funções, observando-se ashipóteses legais;VI. contribuir com o clima institucional, fortalecendo as relações de trabalho por meio da confiança mútua,

1. Portaria n. 98, De 12 De setembro De 2017

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assertividade e transparência, predispondo-se à solução pacífica de conflitos internos ou controvérsias na instituição nas quais esteja envolvido;VII. valorizar e promover ambiente de trabalho harmonioso, primando por atitudes positivas de respeito pelas pessoas, a fim de evitar práticas que possam configurar qualquer tipo de assédio ou discriminação, comunicando a ocorrência de eventuais situações às autoridades competentes;VIII. não aceitar ajuda financeira, presentes, privilégios, empréstimos, doações ou outra vantagem indevida para si e seus familiares, quando oriundos de possíveis interessados nos serviços institucionais prestados, não se considerando presentes os brindes sem valor comercial ou aqueles distribuídos por entidades de qualquer natureza, a título de cortesia, propaganda ou divulgação, por ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas;IX. zelar pelo uso correto e eficiente do patrimônio institucional, adotando práticas de economicidade e sustentabilidade;X. desempenhar suas atividades com responsabilidade social, privilegiando a adoção de práticas que favoreçam a inclusão social e com responsabilidade ambiental, combatendo o desperdício de recursos materiais;XI. utilizar dos recursos e ferramentas de Tecnologia da Informação e Comunicação, observando as normas internas, sendo vedada a utilização desses recursos para a prática de atos ilegais ou para propagação e divulgação de conteúdo que atentem contra a moralidade administrativa;XII. zelar pela imagem institucional, agindo com cautela em suas manifestações públicas, ressalvado o exercício da livre manifestação do pensamento;XIII. tratar todas as pessoas com urbanidade e respeito, considerando as características individuais de cada um, sobretudo as possíveis limitações pessoais;XIV. zelar pela eficiência no serviço público, notadamente pelo cumprimento de prazos estabelecidos para prestação de informações ao setor ou à unidade demandante ou justificar a necessidade de sua prorrogação;XV. empenhar-se em seu desenvolvimento profissional, buscando capacitações adequadas e regulares, bem como disseminar o conhecimento obtido em treinamentos profissionais;XVI. assegurar aos interessados o acesso às suas próprias informações pessoais ou a agentes públicos legalmente autorizados;XVII. manter o sigilo de informações de natureza confidencial obtidas em função do desempenho das atividades laborativas, inclusive no que digam respeito a questões afetas à saúde;XVIII. realizar adequadamente as avaliações de desempenho dos servidores, os quais deverão ser ouvidos, inserindo informações relevantes para o histórico funcional do servidor;XIX. cientificar, previamente, sobre as situações que envolvam a designação e aexoneração de cargos em comissão ou dispensa de funções de confiança;XX. exercer suas atribuições administrativas, jurídicas e técnicas com rigor técnico emoral, obedecendo também as normas deontológicas e específicas das respectivas profissões.

CAPÍTULO VDAS VEDAÇÕES

Art. 5º Aos servidores do MPU e da ESMPU é vedado:I. ser conivente com erro ou infração a este Código ou ao Código de Ética de sua categoria profissional;II. divulgar estudos, pareceres e pesquisas, ainda não tornados públicos, sem prévia autorização;III. fazer uso, divulgar ou facilitar a divulgação de informações sigilosas ou estratégicas, de que tenha tomado

conhecimento em razão das atividades exercidas no cargo ou função, mesmo após ter deixado o cargo;IV. apresentar como de sua autoria ideias, projetos ou trabalhos de outrem;V. adotar postura hostil, ofensiva, praticar qualquer tipo de assédio, desqualificar os demais profissionais ou ainda utilizar palavras ou gestos que atinjam a autoestima, a imagem ou o profissionalismo de alguém;VI. atribuir aos servidores ou colaboradores a execução de atividades de natureza particular ou abusivas que possam gerar comprometimento de ordem física, mental ou emocional;VII. utilizar bens do patrimônio institucional para atendimento de atividades de interesse particular;VIII. apresentar-se no serviço embriagado ou sob efeito de substâncias psicoativas, bem como fazer uso ou portar qualquer tipo de substância entorpecente;IX. manifestar-se em nome da Instituição quando não autorizado pela autoridade competente, nos termos da política interna de comunicação social.

CAPÍTULO VIDAS COMISSÕES PERMANENTES DE ÉTICA

Art. 6º Cada ramo do MPU e a ESMPU deverão instituir e regulamentar os procedimentos inerentes ao funcionamento das respectivas Comissões Permanentes de Ética, as quais deverão implementar e gerir este Código.§ 1º A Comissão Permanente de Ética será composta por, no mínimo três servidores titulares e respectivos suplentes que gozem de idoneidade e não tenham sofrido penalidade disciplinar, sendo um deles designado para a função de presidente.§ 2º Os integrantes das Comissões Permanentes de Ética serão escolhidos entre servidores públicos estáveis dos quadros de pessoal do MPU e da ESMPU, designados pelo Procurador-Geral de cada ramo e pelo Diretor-Geral, conforme o caso.§ 3º Os integrantes das Comissões Permanentes de Ética terão mandato de um ano, permitida uma única recondução;§ 4º As Comissões Permanentes de Ética deverão ser constituídas no prazo de até 60 (sessenta) dias, contados da data de entrada em vigor deste Código.Art. 7º Os integrantes da Comissão Permanente de Ética desempenharão suas atividades sem prejuízo do exercício das atribuições funcionais inerentes a seus cargos efetivos, funções de confiança ou cargos em comissão.Parágrafo único. Os trabalhos na Comissão Permanente de Ética serão considerados prestação de relevante serviço público e constarão dos assentamentos funcionais do servidor.Art. 8º À Comissão Permanente de Ética compete:I. orientar os servidores e colaboradores acerca das normas de ética e de conduta deste Código;II. atuar como instância consultiva em matéria de ética pública no âmbito do MPU e da ESMPU;III. fomentar, acompanhar e avaliar, no âmbito do respectivo ramo e da ESMPU, o desenvolvimento de ações objetivando a disseminação, capacitação e treinamento sobre as normas de ética e disciplina;IV. articular ações com vistas a estabelecer procedimentos de incentivo ao desempenho institucional na gestão da ética pública;V. receber sugestões para o aprimoramento e modernização deste Código;VI. propor a elaboração de normas complementares e orientadoras ou a adequação de normativos internos aos preceitos instituídos neste Código;VII. conhecer denúncias ou representações formuladas contra servidor ou colaborador pela prática de atos contrários às normas estabelecidas neste Código;

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VIII. apresentar relatório de suas atividades aos órgãos da Administração Superior, cujos critérios deverão ser definidos por cada ramo do MPU e pela ESMPU.Art. 9º A Comissão Permanente de Ética deverá apreciar os casos em que os princípios deste Código forem supostamente violados, ouvindo-se as partes envolvidas, expedindo orientações devidamente fundamentadas, motivadas e reduzidas a termo.Art. 10. Uma vez verificados indícios de irregularidade administrativa na conduta do servidor, deverá a Comissão dar ciência à autoridade administrativa competente.Art. 11. Ficará suspenso da comissão até a conclusão do processo, o membro que vier a ser indiciado penal ou administrativamente.Art. 12. As Comissões dos ramos do MPU e da ESMPU se reunirão ordinariamente a cada seis meses, sob a coordenação da Secretaria Geral, assegurada a participação da entidade sindical de âmbito nacional.

CAPÍTULO VIIDISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 13. Todo ato de posse em cargo efetivo ou cargo comissionado deverá ser acompanhado da prestação de compromisso de acatamento e observância das regras estabelecidas por este Código de Ética e de Conduta.Art. 14. O disposto neste Código aplica-se a todos os contratos de estágio e de prestação de serviços celebrados no âmbito do MPU e da ESMPU, cabendo à área de gestão de pessoas e à área responsável pela contratação dar conhecimento do seu teor, respectivamente, aos seus estagiários e colaboradores, de forma a assegurar o alinhamento da conduta desses agentes durante a prestação contratual.Art. 15. Compete à Comissão Permanente de Ética dirimir as dúvidas suscitadas na aplicação deste Código no âmbito de cada ramo do MPU e da ESMPU.

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aCessibiliDaDe: lei n. 13.146, De 6 De julho De 2015Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiên-cia (Estatuto da Pessoa com Deficiência).

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

LIVRO IPARTE GERAL

TÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exer-cício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008, em conformidade com o procedimento previsto no § 3º do art. 5º da Constituição da República Federativa do Brasil, em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo, desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto no 6.949, de 25 de agosto de 2009, data de início de sua vigência no plano interno.Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, men-tal, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. § 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará: (Vigência)I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;III - a limitação no desempenho de atividades; eIV - a restrição de participação.§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência.Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transpor-tes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva;III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa-mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalida-de, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua auto-nomia, independência, qualidade de vida e inclusão social;IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa,

bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros, classificadas em:a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de men-sagens e de informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação;e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas;f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias;V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Lín-gua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas au-ditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das comunicações;VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais;VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes de obras de urbanização, tais como os referentes a pavimenta-ção, saneamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam as indicações do plane-jamento urbanístico; VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado não provoque alterações substan-ciais nesses elementos, tais como semáforos, postes de sina-lização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga;IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da fle-xibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Acolhimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas) localizadas em áreas residenciais da comunidade, com estru-turas adequadas, que possam contar com apoio psicossocial para o atendimento das necessidades da pessoa acolhida,

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destinadas a jovens e adultos com deficiência, em situação de dependência, que não dispõem de condições de autossusten-tabilidade e com vínculos familiares fragilizados ou rompidos;XI - moradia para a vida independente da pessoa com deficiência: moradia com estruturas adequadas capazes de proporcionar serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e am-pliem o grau de autonomia de jovens e adultos com deficiência; XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas;XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer neces-sária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas;XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente pessoal.

CAPÍTULO IIDA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO

Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.§ 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.§ 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de benefícios decorrentes de ação afirmativa.Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante.Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada no caput deste artigo, são considerados especialmente vulneráveis a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência.Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:I - casar-se e constituir união estável;II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; eVI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade compe-tente qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa com deficiência.Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os tribunais tiverem conhecimento de fatos que ca-racterizem as violações previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paterni-dade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educa-

ção, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico.

Seção ÚnicaDo Atendimento Prioritário

Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de:I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;II - atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público;III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam atendimento em igualdade de condições com as demais pessoas;IV - disponibilização de pontos de parada, estações e ter-minais acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de segurança no embarque e no desembarque;V - acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação acessíveis;VI - recebimento de restituição de imposto de renda;VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e administrati-vos em que for parte ou interessada, em todos os atos e diligências.§ 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acom-panhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pes-soal, exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo.§ 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a prioridade conferida por esta Lei é condicionada aos pro-tocolos de atendimento médico.

TÍTULO IIDOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO IDO DIREITO À VIDA

Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pessoa com deficiência ao longo de toda a vida. Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado de calamidade pública, a pessoa com deficiência será considerada vulnerável, devendo o poder público adotar medidas para sua proteção e segurança.Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a institucionalização forçada.Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência em situação de curatela poderá ser suprido, na forma da lei.Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa com deficiência é indispensável para a realização de tratamento, procedimento, hospitalização e pesquisa científica.§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de curatela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau possível, para a obtenção de consentimento.§ 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiên-cia em situação de tutela ou de curatela deve ser realizada, em caráter excepcional, apenas quando houver indícios de benefício direto para sua saúde ou para a saúde de outras pessoas com deficiência e desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável com participantes não tutelados ou curatelados.Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem seu consentimento prévio, livre e esclarecido em casos de

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risco de morte e de emergência em saúde, resguardado seu superior interesse e adotadas as salvaguardas legais cabíveis.

CAPÍTULO IIDO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO

Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito da pessoa com deficiência.Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação tem por objetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sen-soriais, psicossociais, atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a conquista da autonomia da pessoa com deficiência e de sua participação social em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas.Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se em avaliação multidisciplinar das necessidades, habilidades e po-tencialidades de cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes:I - diagnóstico e intervenção precoces;II - adoção de medidas para compensar perda ou limitação funcional, buscando o desenvolvimento de aptidões;III - atuação permanente, integrada e articulada de políticas públicas que possibilitem a plena participação social da pessoa com deficiência;IV - oferta de rede de serviços articulados, com atuação inter-setorial, nos diferentes níveis de complexidade, para atender às necessidades específicas da pessoa com deficiência; V - prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com deficiência, inclusive na zona rural, respeitadas a organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas do Sistema Único de Saúde (SUS).Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilitação para a pessoa com deficiência, são garantidos:I - organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para atender às características de cada pessoa com deficiência;II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais e equipamentos adequados e apoio técnico profissional, de acor-do com as especificidades de cada pessoa com deficiência;IV - capacitação continuada de todos os profissionais que participem dos programas e serviços.Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações articuladas para garantir à pessoa com deficiência e sua família a aquisição de informações, orientações e formas de acesso às políticas públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar sua plena participação social.Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste artigo podem fornecer informações e orientações nas áreas de saúde, de educação, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previdência social, de assistência social, de habitação, de trabalho, de empreendedorismo, de acesso ao crédito, de pro-moção, proteção e defesa de direitos e nas demais áreas que possibilitem à pessoa com deficiência exercer sua cidadania.

CAPÍTULO IIIDO DIREITO À SAÚDE

Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso universal e igualitário.§ 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiên-cia na elaboração das políticas de saúde a ela destinadas.§ 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas e técnicas, que regulamentarão a atuação dos profissionais de saúde e contemplarão aspectos relacionados aos direitos e às especificidades da pessoa com deficiência, incluindo temas como sua dignidade e autonomia.

§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com deficiência, especialmente em serviços de habilitação e de re-abilitação, deve ser garantida capacitação inicial e continuada.§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pessoa com deficiência devem assegurar:I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe multidisciplinar; II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que necessários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive para a manutenção da melhor condição de saúde e qua-lidade de vida;III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento am-bulatorial e internação;IV - campanhas de vacinação;V - atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e atendentes pessoais;VI - respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orientação sexual da pessoa com deficiência;VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertilização assistida;VIII - informação adequada e acessível à pessoa com de-ficiência e a seus familiares sobre sua condição de saúde;IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o de-senvolvimento de deficiências e agravos adicionais;X - promoção de estratégias de capacitação permanente das equipes que atuam no SUS, em todos os níveis de atenção, no atendimento à pessoa com deficiência, bem como orientação a seus atendentes pessoais;XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de loco-moção, medicamentos, insumos e fórmulas nutricionais, conforme as normas vigentes do Ministério da Saúde.§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às institui-ções privadas que participem de forma complementar do SUS ou que recebam recursos públicos para sua manutenção.Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à pre-venção de deficiências por causas evitáveis, inclusive por meio de:I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com garantia de parto humanizado e seguro;II - promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, vigi-lância alimentar e nutricional, prevenção e cuidado integral dos agra-vos relacionados à alimentação e nutrição da mulher e da criança;III - aprimoramento e expansão dos programas de imuni-zação e de triagem neonatal;IV - identificação e controle da gestante de alto risco.Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de saúde são obrigadas a garantir à pessoa com deficiência, no mínimo, todos os serviços e produtos ofertados aos demais clientes.Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da pessoa com deficiência no local de residência, será prestado atendimento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de tratamento, garantidos o transporte e a acomodação da pessoa com deficiência e de seu acompanhante. Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em observação é assegurado o direito a acompanhante ou a atendente pesso-al, devendo o órgão ou a instituição de saúde proporcionar con-dições adequadas para sua permanência em tempo integral.§ 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhante ou do atendente pessoal junto à pessoa com deficiência, cabe ao profis-sional de saúde responsável pelo tratamento justificá-la por escrito.§ 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § 1º deste artigo, o órgão ou a instituição de saúde deve adotar as providências cabíveis para suprir a ausência do acom-panhante ou do atendente pessoal.Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação contra a pessoa com deficiência, inclusive por meio de

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cobrança de valores diferenciados por planos e seguros privados de saúde, em razão de sua condição.Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos serviços de saúde, tanto públicos como privados, e às informações prestadas e recebidas, por meio de recursos de tecnologia assistiva e de todas as formas de comunicação previstas no inciso V do art. 3º desta Lei.Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quanto privados, devem assegurar o acesso da pessoa com deficiência, em conformidade com a legislação em vigor, mediante a remoção de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, de ambientação de interior e de comunicação que atendam às especificidades das pessoas com deficiência física, sensorial, intelectual e mental.Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violên-cia praticada contra a pessoa com deficiência serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos dos Direitos da Pessoa com Deficiência.Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra a pessoa com deficiência qualquer ação ou omissão, praticada em local público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou sofrimento físico ou psicológico.

CAPÍTULO IVDO DIREITO À EDUCAÇÃO

Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habili-dades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da co-munidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação.Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, de-senvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e moda-lidades, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida;II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de acesso, permanência, participação e aprendiza-gem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibi-lidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia;IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas;V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambien-tes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanên-cia, a participação e a aprendizagem em instituições de ensino;VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia assistiva; VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento educacional especializado, de organização de recursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia assistiva;VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas famí-lias nas diversas instâncias de atuação da comunidade escolar;

IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvol-vimento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com deficiência;X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação inicial e continuada de professores e oferta de forma-ção continuada para o atendimento educacional especializado;XI - formação e disponibilização de professores para o atendi-mento educacional especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio;XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de re-cursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades fun-cionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e participação;XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e tecnológica em igualdade de oportunidades e condições com as demais pessoas; XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e de educação profissional técnica e tecnoló-gica, de temas relacionados à pessoa com deficiência nos respectivos campos de conhecimento;XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar;XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação e demais integrantes da comunidade escolar às edificações, aos ambientes e às atividades concernentes a todas as modalidades, etapas e níveis de ensino;XVII - oferta de profissionais de apoio escolar;XVIII - articulação intersetorial na implementação de polí-ticas públicas.§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anui-dades e matrículas no cumprimento dessas determinações.§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar o seguinte:I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na edu-cação básica devem, no mínimo, possuir ensino médio completo e certificado de proficiência na Libras; II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação, devem possuir nível superior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras. Art. 29. (VETADO).Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e perma-nência nos cursos oferecidos pelas instituições de ensino superior e de educação profissional e tecnológica, públicas e privadas, devem ser adotadas as seguintes medidas:I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas depen-dências das Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços;II - disponibilização de formulário de inscrição de exames com campos específicos para que o candidato com defici-ência informe os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva necessários para sua participação;III - disponibilização de provas em formatos acessíveis para atendimento às necessidades específicas do candidato com deficiência;IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva adequados, previamente solicitados e escolhidos pelo candidato com deficiência;V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo candidato com deficiência, tanto na realização de exame

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para seleção quanto nas atividades acadêmicas, mediante prévia solicitação e comprovação da necessidade;VI - adoção de critérios de avaliação das provas escritas, discursivas ou de redação que considerem a singularidade linguística da pessoa com deficiência, no domínio da mo-dalidade escrita da língua portuguesa;VII - tradução completa do edital e de suas retificações em Libras.

CAPÍTULO VDO DIREITO À MORADIA

Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou substituta, com seu côn-juge ou companheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a vida independente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva.§ 1º O poder público adotará programas e ações estratégi-cas para apoiar a criação e a manutenção de moradia para a vida independente da pessoa com deficiência.§ 2º A proteção integral na modalidade de residência inclusiva será prestada no âmbito do Suas à pessoa com deficiência em situação de dependência que não disponha de condições de autossustenta-bilidade, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos.Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidia-dos com recursos públicos, a pessoa com deficiência ou o seu responsável goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades habitacionais para pessoa com deficiência;II - (VETADO);III - em caso de edificação multifamiliar, garantia de aces-sibilidade nas áreas de uso comum e nas unidades habita-cionais no piso térreo e de acessibilidade ou de adaptação razoável nos demais pisos;IV - disponibilização de equipamentos urbanos comunitários acessíveis;V - elaboração de especificações técnicas no projeto que permitam a instalação de elevadores.§ 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste artigo, será re-conhecido à pessoa com deficiência beneficiária apenas uma vez.§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios de financiamento devem ser compatíveis com os rendimentos da pessoa com deficiência ou de sua família.§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada nas unidades habitacionais reservadas por força do disposto no inciso I do caput deste artigo, as unidades não utilizadas serão disponibilizadas às demais pessoas.Art. 33. Ao poder público compete:I - adotar as providências necessárias para o cumprimento do disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; eII - divulgar, para os agentes interessados e beneficiários, a políti-ca habitacional prevista nas legislações federal, estaduais, distrital e municipais, com ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade.

CAPÍTULO VIDO DIREITO AO TRABALHO

Seção IDisposições Gerais

Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclu-sivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, a condições justas

e favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual valor.§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com defici-ência e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão plena.§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais empregados.§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência acessi-bilidade em cursos de formação e de capacitação.Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de traba-lho e emprego promover e garantir condições de acesso e de permanência da pessoa com deficiência no campo de trabalho.Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreende-dorismo e ao trabalho autônomo, incluídos o cooperativismo e o associativismo, devem prever a participação da pessoa com deficiência e a disponibilização de linhas de crédito, quando necessárias.

Seção IIDa Habilitação Profissional e Reabilitação Profissional

Art. 36. O poder público deve implementar serviços e programas completos de habilitação profissional e de reabi-litação profissional para que a pessoa com deficiência possa ingressar, continuar ou retornar ao campo do trabalho, respeitados sua livre escolha, sua vocação e seu interesse.§ 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em critérios previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, programa de habili-tação ou de reabilitação que possibilite à pessoa com defi-ciência restaurar sua capacidade e habilidade profissional ou adquirir novas capacidades e habilidades de trabalho.§ 2º A habilitação profissional corresponde ao processo desti-nado a propiciar à pessoa com deficiência aquisição de conhe-cimentos, habilidades e aptidões para exercício de profissão ou de ocupação, permitindo nível suficiente de desenvolvimento profissional para ingresso no campo de trabalho.§ 3º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação profissional e de educação profissional devem ser dotados de recursos necessários para atender a toda pessoa com deficiência, independentemente de sua característica específica, a fim de que ela possa ser capacitada para trabalho que lhe seja adequado e ter perspectivas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele progredir.§ 4º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação profissional e de educação profissional deverão ser ofere-cidos em ambientes acessíveis e inclusivos.§ 5º A habilitação profissional e a reabilitação profissional devem ocorrer articuladas com as redes públicas e priva-das, especialmente de saúde, de ensino e de assistência social, em todos os níveis e modalidades, em entidades de formação profissional ou diretamente com o empregador.§ 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por meio de prévia formalização do contrato de emprego da pessoa com deficiência, que será considerada para o cumprimento da reserva de vagas prevista em lei, desde que por tempo determinado e concomitante com a inclusão pro-fissional na empresa, observado o disposto em regulamento.§ 7º A habilitação profissional e a reabilitação profissional atenderão à pessoa com deficiência.

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Seção IIIDa Inclusão da Pessoa com Deficiência no Trabalho

Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de opor-tunidades com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de acessibilidade, o fornecimento de recursos de tecno-logia assistiva e a adaptação razoável no ambiente de trabalho.Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com deficiência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas as seguintes diretrizes:I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com maior dificuldade de inserção no campo de trabalho;II - provisão de suportes individualizados que atendam a necessidades específicas da pessoa com deficiência, inclu-sive a disponibilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e de apoio no ambiente de trabalho;III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com deficiência apoiada;IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregado-res, com vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de barreiras, inclusive atitudinais;V - realização de avaliações periódicas;VI - articulação intersetorial das políticas públicas;VII - possibilidade de participação de organizações da sociedade civil.Art. 38. A entidade contratada para a realização de pro-cesso seletivo público ou privado para cargo, função ou emprego está obrigada à observância do disposto nesta Lei e em outras normas de acessibilidade vigentes.

CAPÍTULO VIIDO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os bene-fícios no âmbito da política pública de assistência social à pessoa com deficiência e sua família têm como objetivo a garantia da segurança de renda, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do desenvolvimento da autonomia e da convivência familiar e comunitária, para a promoção do acesso a direitos e da plena participação social.§ 1º A assistência social à pessoa com deficiência, nos termos do caput deste artigo, deve envolver conjunto articulado de serviços do âmbito da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial, ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças fundamentais no enfrentamento de situações de vulnerabilidade e de risco, por fragilização de vínculos e ameaça ou violação de direitos.§ 2º Os serviços socioassistenciais destinados à pessoa com de-ficiência em situação de dependência deverão contar com cuida-dores sociais para prestar-lhe cuidados básicos e instrumentais.Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não pos-sua meios para prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua família o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993.

CAPÍTULO VIIIDO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) tem direito à aposentadoria nos termos da Lei Complementar no 142, de 8 de maio de 2013.

CAPÍTULO IXDO DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE,

AO TURISMO E AO LAZERArt. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunida-des com as demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso:

I - a bens culturais em formato acessível;II - a programas de televisão, cinema, teatro e outras ati-vidades culturais e desportivas em formato acessível; eIII - a monumentos e locais de importância cultural e a espa-ços que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos.§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em formato acessível à pessoa com deficiência, sob qualquer argumento, inclusive sob a alegação de proteção dos di-reitos de propriedade intelectual.§ 2º O poder público deve adotar soluções destinadas à eliminação, à redução ou à superação de barreiras para a promoção do acesso a todo patrimônio cultural, observadas as normas de acessibilidade, ambientais e de proteção do patrimônio histórico e artístico nacional.Art. 43. O poder público deve promover a participação da pessoa com deficiência em atividades artísticas, intelectu-ais, culturais, esportivas e recreativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo:I - incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de recursos adequados, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas;II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços prestados por pessoa ou entidade envolvida na organização das atividades de que trata este artigo; eIII - assegurar a participação da pessoa com deficiência em jogos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísticas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de condições com as demais pessoas.Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, locais de espetáculos e de conferências e simi-lares, serão reservados espaços livres e assentos para a pessoa com deficiência, de acordo com a capacidade de lo-tação da edificação, observado o disposto em regulamento.§ 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem ser distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, em todos os setores, próximos aos corredores, devidamente sinalizados, evitando-se áreas segregadas de público e obstrução das saídas, em conformidade com as normas de acessibilidade.§ 2º No caso de não haver comprovada procura pelos assentos reservados, esses podem, excepcionalmente, ser ocupados por pessoas sem deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida, observado o disposto em regulamento.§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem situar-se em locais que garantam a acomodação de, no mínimo, 1 (um) acompanhante da pessoa com deficiên-cia ou com mobilidade reduzida, resguardado o direito de se acomodar proximamente a grupo familiar e comunitário.§ 4º Nos locais referidos no caput deste artigo, deve haver, obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis, conforme padrões das normas de acessibilida-de, a fim de permitir a saída segura da pessoa com defici-ência ou com mobilidade reduzida, em caso de emergência.§ 5º Todos os espaços das edificações previstas no caput des-te artigo devem atender às normas de acessibilidade em vigor.§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa com deficiência.§ 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência não poderá ser superior ao valor cobrado das demais pessoas.Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser cons-truídos observando-se os princípios do desenho universal, além de adotar todos os meios de acessibilidade, conforme legislação em vigor. § 1º Os estabelecimentos já existentes deverão disponibi-lizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade acessível.

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§ 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo deverão ser localizados em rotas acessíveis.

CAPÍTULO XDO DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE

Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida será asse-gurado em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de identificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu acesso.§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, em todas as jurisdi-ções, consideram-se como integrantes desses serviços os veículos, os terminais, as estações, os pontos de parada, o sistema viário e a prestação do serviço.§ 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei, sempre que houver interação com a matéria nela regulada, a outorga, a concessão, a permissão, a autorização, a renovação ou a habilitação de linhas e de serviços de transporte coletivo.§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos veículos, as empresas de transporte coletivo de passa-geiros dependem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público responsável pela prestação do serviço.Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao público, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias públicas, devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circula-ção de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoa com deficiência com comprometimento de mobilidade, desde que devidamente identificados.§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equivaler a 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada e com as especificações de desenho e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de acessibilidade.§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exibir, em local de ampla visibilidade, a credencial de benefici-ário, a ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão suas características e condições de uso.§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo sujeita os infratores às sanções previstas no inciso XX do art. 181 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro). (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é vincu-lada à pessoa com deficiência que possui comprometimento de mobilidade e é válida em todo o território nacional.Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre, aqua-viário e aéreo, as instalações, as estações, os portos e os terminais em operação no País devem ser acessíveis, de forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput deste artigo devem dispor de sistema de comunicação acessível que disponibilize informações sobre todos os pontos do itinerário.§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prioridade e se-gurança nos procedimentos de embarque e de desembarque nos veículos de transporte coletivo, de acordo com as normas técnicas.§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos veículos, as empresas de transporte coletivo de passa-geiros dependem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público responsável pela prestação do serviço.Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e de turismo, na renovação de suas frotas, são obrigadas ao cumprimento do disposto nos arts. 46 e 48 desta Lei. Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de veí-culos acessíveis e a sua utilização como táxis e vans, de forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.

Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiência.§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com deficiência.§ 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade dos veículos a que se refere o caput deste artigo.Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1 (um) veículo adaptado para uso de pessoa com deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota.Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo, câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos manuais de freio e de embreagem.

TÍTULO IIIDA ACESSIBILIDADE

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com defi-ciência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social.Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei e de outras normas relativas à acessibilidade, sempre que houver interação com a matéria nela regulada:I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou de comunicação e informação, a fabricação de veículos de transporte coletivo, a prestação do respectivo serviço e a execução de qualquer tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva;II - a outorga ou a renovação de concessão, permissão, autorização ou habilitação de qualquer natureza;III - a aprovação de financiamento de projeto com utilização de recursos públicos, por meio de renúncia ou de incentivo fiscal, contrato, convênio ou instrumento congênere; eIV - a concessão de aval da União para obtenção de empréstimo e de financiamento internacionais por entes públicos ou privados.Art. 55. A concepção e a implantação de projetos que tratem do meio físico, de transporte, de informação e comunicação, inclu-sive de sistemas e tecnologias da informação e comunicação, e de outros serviços, equipamentos e instalações abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, devem atender aos princípios do desenho universal, tendo como referência as normas de acessibilidade.§ 1º O desenho universal será sempre tomado como regra de caráter geral.§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho universal não possa ser empreendido, deve ser adotada adaptação razoável.§ 3º Caberá ao poder público promover a inclusão de con-teúdos temáticos referentes ao desenho universal nas dire-trizes curriculares da educação profissional e tecnológica e do ensino superior e na formação das carreiras de Estado.§ 4º Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a serem desenvolvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à pesquisa e de agências de fomento deverão incluir temas voltados para o desenho universal.§ 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas deverão considerar a adoção do desenho universal.Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de uso de edificações abertas ao público, de uso público ou privadas de uso coletivo deverão ser executadas de modo a serem acessíveis.

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§ 1º As entidades de fiscalização profissional das atividades de Engenharia, de Arquitetura e correlatas, ao anotarem a respon-sabilidade técnica de projetos, devem exigir a responsabilidade profissional declarada de atendimento às regras de acessibilida-de previstas em legislação e em normas técnicas pertinentes.§ 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de certificado de projeto executivo arquitetônico, urbanístico e de instalações e equipamentos temporários ou perma-nentes e para o licenciamento ou a emissão de certificado de conclusão de obra ou de serviço, deve ser atestado o atendimento às regras de acessibilidade.§ 3º O poder público, após certificar a acessibilidade de edificação ou de serviço, determinará a colocação, em espaços ou em locais de ampla visibilidade, do símbolo internacional de acesso, na forma prevista em legislação e em normas técnicas correlatas.Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso coletivo já existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com deficiência em todas as suas dependências e serviços, ten-do como referência as normas de acessibilidade vigentes.Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso privado multifamiliar devem atender aos preceitos de aces-sibilidade, na forma regulamentar.§ 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis pelo pro-jeto e pela construção das edificações a que se refere o caput deste artigo devem assegurar percentual mínimo de suas unidades internamente acessíveis, na forma regulamentar.§ 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para a aquisição de unidades internamente acessíveis a que se refere o § 1º deste artigo.Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos espaços públicos, o poder público e as empresas concessionárias responsáveis pela execução das obras e dos serviços devem garantir, de forma segura, a fluidez do trânsito e a livre circulação e acessibilidade das pessoas, durante e após sua execução.Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de acessibilidade previstas em legislação e em normas técnicas, observado o disposto na Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, no 10.257, de 10 de julho de 2001, e no 12.587, de 3 de janeiro de 2012:I - os planos diretores municipais, os planos diretores de transporte e trânsito, os planos de mobilidade urbana e os planos de preservação de sítios históricos elaborados ou atualizados a partir da publicação desta Lei;II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis de uso e ocupação do solo e as leis do sistema viário;III - os estudos prévios de impacto de vizinhança;IV - as atividades de fiscalização e a imposição de sanções; eV - a legislação referente à prevenção contra incêndio e pânico.§ 1º A concessão e a renovação de alvará de funcionamento para qualquer atividade são condicionadas à observação e à certificação das regras de acessibilidade.§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilitação equivalente e sua renovação, quando esta tiver sido emitida anteriormente às exigências de acessibilidade, é condicionada à observação e à certificação das regras de acessibilidade.Art. 61. A formulação, a implementação e a manutenção das ações de acessibilidade atenderão às seguintes pre-missas básicas:I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva de recursos para implementação das ações; eII - planejamento contínuo e articulado entre os setores envolvidos.Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solicitação, o recebimento de contas, boletos, recibos, ex-tratos e cobranças de tributos em formato acessível.

CAPÍTULO IIDO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO

Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por empresas com sede ou representação comer-cial no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.§ 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade em destaque.§ 2º Telecentros comunitários que receberem recursos públi-cos federais para seu custeio ou sua instalação e lan houses devem possuir equipamentos e instalações acessíveis.§ 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o § 2º deste artigo devem garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus computadores com recursos de acessibilidade para pessoa com deficiência visual, sendo assegurado pelo menos 1 (um) equipamento, quando o resultado percentual for inferior a 1 (um).Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de que trata o art. 63 desta Lei deve ser observada para obtenção do financiamento de que trata o inciso III do art. 54 desta Lei.Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de teleco-municações deverão garantir pleno acesso à pessoa com deficiência, conforme regulamentação específica.Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de apa-relhos de telefonia fixa e móvel celular com acessibilidade que, entre outras tecnologias assistivas, possuam possibi-lidade de indicação e de ampliação sonoras de todas as operações e funções disponíveis.Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens devem permitir o uso dos seguintes recursos, entre outros:I - subtitulação por meio de legenda oculta;II - janela com intérprete da Libras;III - audiodescrição.Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos de incentivo à produção, à edição, à difusão, à distribuição e à comerciali-zação de livros em formatos acessíveis, inclusive em publica-ções da administração pública ou financiadas com recursos públicos, com vistas a garantir à pessoa com deficiência o direito de acesso à leitura, à informação e à comunicação.§ 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para o abastecimento ou a atualização de acervos de bibliotecas em todos os níveis e modalidades de educação e de biblio-tecas públicas, o poder público deverá adotar cláusulas de impedimento à participação de editoras que não ofertem sua produção também em formatos acessíveis. § 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais que possam ser reconhecidos e acessados por softwares leitores de telas ou outras tecnologias assistivas que vierem a substituí-los, permitindo leitura com voz sintetizada, ampliação de caracteres, diferentes contrastes e impressão em Braille.§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e a produ-ção de artigos científicos em formato acessível, inclusive em Libras.Art. 69. O poder público deve assegurar a disponibilidade de informações corretas e claras sobre os diferentes produtos e serviços ofertados, por quaisquer meios de comunicação empregados, inclusive em ambiente virtual, contendo a es-pecificação correta de quantidade, qualidade, características, composição e preço, bem como sobre os eventuais riscos à saúde e à segurança do consumidor com deficiência, em caso de sua utilização, aplicando-se, no que couber, os arts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anúncios publicitários veiculados na imprensa escrita, na internet, no rádio, na televisão e nos demais veículos de comunicação abertos ou por assinatura devem disponibilizar, conforme a

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compatibilidade do meio, os recursos de acessibilidade de que trata o art. 67 desta Lei, a expensas do fornecedor do produto ou do serviço, sem prejuízo da observância do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante solici-tação, exemplares de bulas, prospectos, textos ou qualquer outro tipo de material de divulgação em formato acessível.Art. 70. As instituições promotoras de congressos, seminá-rios, oficinas e demais eventos de natureza científico-cultural devem oferecer à pessoa com deficiência, no mínimo, os recursos de tecnologia assistiva previstos no art. 67 desta Lei.Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e os de-mais eventos de natureza científico-cultural promovidos ou financiados pelo poder público devem garantir as condições de acessibilidade e os recursos de tecnologia assistiva.Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos a serem desenvolvidos com o apoio de agências de financia-mento e de órgãos e entidades integrantes da administração pública que atuem no auxílio à pesquisa devem contemplar temas voltados à tecnologia assistiva.Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em parceria com organizações da sociedade civil, promover a capacitação de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais habilitados em Braille, audiodescrição, estenotipia e legendagem.

CAPÍTULO IIIDA TECNOLOGIA ASSISTIVA

Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, mé-todos e serviços de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida.Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico de medidas, a ser renovado em cada período de 4 (quatro) anos, com a finalidade de:I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com oferta de linhas de crédito subsidiadas, específicas para aquisição de tecnologia assistiva;II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de impor-tação de tecnologia assistiva, especialmente as questões atinentes a procedimentos alfandegários e sanitários;III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à produção nacional de tecnologia assistiva, inclusive por meio de concessão de linhas de crédito subsidiado e de parcerias com institutos de pesquisa oficiais;IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva e de importação de tecnologia assistiva;V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recur-sos de tecnologia assistiva no rol de produtos distribuídos no âmbito do SUS e por outros órgãos governamentais.Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste artigo, os procedimentos constantes do plano específico de medidas deverão ser avaliados, pelo menos, a cada 2 (dois) anos.

CAPÍTULO IVDO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA E POLÍTICA

Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com defi-ciência todos os direitos políticos e a oportunidade de exer-cê-los em igualdade de condições com as demais pessoas.§ 1º À pessoa com deficiência será assegurado o direito de votar e de ser votada, inclusive por meio das seguintes ações:I - garantia de que os procedimentos, as instalações, os materiais e os equipamentos para votação sejam apropria-dos, acessíveis a todas as pessoas e de fácil compreensão

e uso, sendo vedada a instalação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa com deficiência;II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a desempenhar quaisquer funções públicas em todos os níveis de governo, inclusive por meio do uso de novas tecnologias assistivas, quando apropriado;III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propa-ganda eleitoral obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de televisão possuam, pelo menos, os recursos elencados no art. 67 desta Lei;IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tanto, sempre que necessário e a seu pedido, permissão para que a pessoa com deficiência seja auxiliada na votação por pessoa de sua escolha.§ 2º O poder público promoverá a participação da pessoa com deficiência, inclusive quando institucionalizada, na condução das questões públicas, sem discriminação e em igualdade de oportunidades, observado o seguinte:I - participação em organizações não governamentais rela-cionadas à vida pública e à política do País e em atividades e administração de partidos políticos;II - formação de organizações para representar a pessoa com deficiência em todos os níveis;III - participação da pessoa com deficiência em organiza-ções que a representem.

TÍTULO IVDA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Art. 77. O poder público deve fomentar o desenvolvimento científico, a pesquisa e a inovação e a capacitação tec-nológicas, voltados à melhoria da qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com deficiência e sua inclusão social.§ 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a gera-ção de conhecimentos e técnicas que visem à prevenção e ao tratamento de deficiências e ao desenvolvimento de tecnologias assistiva e social.§ 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e social devem ser fomentadas mediante a criação de cursos de pós-graduação, a formação de recursos humanos e a inclusão do tema nas diretrizes de áreas do conhecimento.§ 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica de instituições públicas e privadas para o desenvolvimento de tecnologias assistiva e social que sejam voltadas para melhoria da funcionalidade e da participação social da pessoa com deficiência.§ 4º As medidas previstas neste artigo devem ser reava-liadas periodicamente pelo poder público, com vistas ao seu aperfeiçoamento.Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvi-mento, a inovação e a difusão de tecnologias voltadas para ampliar o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias da informação e comunicação e às tecnologias sociais.Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:I - o emprego de tecnologias da informação e comunicação como instrumento de superação de limitações funcionais e de barreiras à comunicação, à informação, à educação e ao entretenimento da pessoa com deficiência;II - a adoção de soluções e a difusão de normas que visem a ampliar a acessibilidade da pessoa com deficiência à com-putação e aos sítios da internet, em especial aos serviços de governo eletrônico.

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LIVRO IIPARTE ESPECIAL

TÍTULO IDO ACESSO À JUSTIÇA

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da pessoa com deficiência à justiça, em igualdade de oportu-nidades com as demais pessoas, garantindo, sempre que requeridos, adaptações e recursos de tecnologia assistiva.§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em todo o processo judicial, o poder público deve capacitar os membros e os servidores que atuam no Poder Judiciário, no Ministério Público, na Defensoria Pública, nos órgãos de segurança pública e no sistema penitenciário quanto aos direitos da pessoa com deficiência.§ 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência submetida a medida restritiva de liberdade todos os direitos e garantias a que fazem jus os apenados sem deficiência, garantida a acessibilidade.§ 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público tomarão as medidas necessárias à garantia dos direitos previstos nesta Lei.Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnolo-gia assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garantido o acesso à justiça, sempre que figure em um dos polos da ação ou atue como testemunha, partícipe da lide posta em juízo, advogado, defensor público, magistrado ou membro do Ministério Público.Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem garantido o acesso ao conteúdo de todos os atos processuais de seu interesse, inclusive no exercício da advocacia.Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão garantidos por ocasião da aplicação de sanções penais.Art. 82. (VETADO).Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem negar ou criar óbices ou condições diferenciadas à prestação de seus serviços em razão de deficiência do solicitante, devendo reco-nhecer sua capacidade legal plena, garantida a acessibilidade.Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput deste artigo constitui discriminação em razão de deficiência.

CAPÍTULO IIDO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI

Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direi-to ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas.§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei.§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada.§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível.§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, apresentando o ba-lanço do respectivo ano.Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial.§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao pró-prio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as razões e motivações de sua defini-ção, preservados os interesses do curatelado.

§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida a situação de curatela da pessoa com deficiência.Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de pro-teger os interesses da pessoa com deficiência em situação de curatela, será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio ou a requerimento do interessado, nomear, desde logo, curador provisório, o qual estará sujeito, no que cou-ber, às disposições do Código de Processo Civil.

TÍTULO IIDOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVASArt. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência:Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encontrar-se sob cuidado e responsabilidade do agente.§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de publicação de qualquer natureza:Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá deter-minar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência:I - recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares do material discriminatório;II - interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na internet.§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreendido.Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pen-são, benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa com deficiência:Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o crime é cometido:I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; ouII - por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de profissão.Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres:Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover as necessidades básicas de pessoa com deficiência quando obrigado por lei ou mandado.Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio eletrônico ou documento de pessoa com deficiência desti-nados ao recebimento de benefícios, proventos, pensões ou remuneração ou à realização de operações financeiras, com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem:Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o crime é cometido por tutor ou curador.

TÍTULO IIIDISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da Pes-soa com Deficiência (Cadastro-Inclusão), registro público eletrônico com a finalidade de coletar, processar, siste-matizar e disseminar informações georreferenciadas que

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permitam a identificação e a caracterização socioeconômica da pessoa com deficiência, bem como das barreiras que impedem a realização de seus direitos.§ 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder Executivo federal e constituído por base de dados, instru-mentos, procedimentos e sistemas eletrônicos.§ 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão serão obtidos pela integração dos sistemas de informação e da base de dados de todas as políticas públicas relacionadas aos direitos da pessoa com deficiência, bem como por in-formações coletadas, inclusive em censos nacionais e nas demais pesquisas realizadas no País, de acordo com os parâmetros estabelecidos pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo.§ 3º Para coleta, transmissão e sistematização de dados, é facultada a celebração de convênios, acordos, termos de parceria ou contratos com instituições públicas e privadas, observados os requisitos e procedimentos previstos em legislação específica.§ 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e as liberdades fundamentais da pessoa com deficiência e os princípios éticos que regem a utilização de informações, de-vem ser observadas as salvaguardas estabelecidas em lei.§ 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente poderão ser utilizados para as seguintes finalidades:I - formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políti-cas públicas para a pessoa com deficiência e para identificar as barreiras que impedem a realização de seus direitos;II - realização de estudos e pesquisas.§ 6º As informações a que se refere este artigo devem ser disseminadas em formatos acessíveis.Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias pelos órgãos de controle interno e externo, deve ser observado o cumprimento da legislação relativa à pessoa com deficiência e das normas de acessibilidade vigentes.Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a pessoa com deficiência moderada ou grave que:I - receba o benefício de prestação continuada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e que passe a exercer atividade remunerada que a enquadre como segurado obrigatório do RGPS;II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de prestação continuada previsto no art. 20 da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e que exerça atividade remune-rada que a enquadre como segurado obrigatório do RGPS.Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com deficiência perante os órgãos públicos quando seu desloca-mento, em razão de sua limitação funcional e de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional e indevido, hipótese na qual serão observados os seguintes procedimentos:I - quando for de interesse do poder público, o agente pro-moverá o contato necessário com a pessoa com deficiência em sua residência;II - quando for de interesse da pessoa com deficiência, ela apresentará solicitação de atendimento domiciliar ou fará representar-se por procurador constituído para essa finalidade.Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência atendimento domiciliar pela perícia médica e social do Insti-tuto Nacional do Seguro Social (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o SUS e pelas entidades da rede socioassistencial integrantes do Suas, quando seu desloca-mento, em razão de sua limitação funcional e de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional e indevido.

Art. 96. O § 6º-A do art. 135 da Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 135. .........................................................................................................................................................§ 6º-A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada eleição, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na escolha dos locais de votação, de maneira a garantir acessibilidade para o eleitor com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive em seu entorno e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso................................................................................” (NR)

Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), apro-vada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 428. ...........................................................................................................................................................§ 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a com-provação da escolaridade de aprendiz com deficiência deve considerar, sobretudo, as habilidades e competên-cias relacionadas com a profissionalização..........................................................................................§ 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou mais, a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na CTPS e matrícula e frequên-cia em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técni-co-profissional metódica.” (NR)“Art. 433. ...........................................................................................................................................................I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao desempenho de suas atividades;...............................................................................” (NR)

Art. 98. A Lei n. 7.853, de 24 de outubro de 1989, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de interesses coletivos, difusos, individuais homogêneos e individuais indisponíveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela União, pelos Estados, pelos Municípios, pelo Distrito Federal, por associação cons-tituída há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por autarquia, por empresa pública e por fundação ou sociedade de economia mista que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos interesses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência................................................................................” (NR)“Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, pro-crastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de sua deficiência;II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém a qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência;III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa em razão de sua deficiência;IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar assistência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com deficiência;

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V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispen-sáveis à propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando requisitados.§ 1º Se o crime for praticado contra pessoa com defi-ciência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço).§ 2º A pena pela adoção deliberada de critérios sub-jetivos para indeferimento de inscrição, de aprovação e de cumprimento de estágio probatório em concursos públicos não exclui a responsabilidade patrimonial pes-soal do administrador público pelos danos causados.§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou difi-culta o ingresso de pessoa com deficiência em planos privados de assistência à saúde, inclusive com cobrança de valores diferenciados.§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência e emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR)

Art. 99. O art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII:

“Art. 20. ...............................................................................................................................................................XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescri-ção, necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social................................................................................” (NR)

Art. 100. A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Có-digo de Defesa do Consumidor), passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 6º ................................................................................................................................................................Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com de-ficiência, observado o disposto em regulamento.” (NR)“Art. 43. ...............................................................................................................................................................§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser disponibilizadas em formatos acessí-veis, inclusive para a pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor.” (NR)

Art. 101. A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 16. ......................................................................I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;.........................................................................................III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;...............................................................................” (NR)“Art. 77. ..............................................................................................................................................................§ 2º .......................................................................................................................................................................II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;...................................................................................

§ 4º (VETADO)................................................................................” (NR)“Art. 93. (VETADO):I - (VETADO);II - (VETADO);III - (VETADO);IV - (VETADO);V - (VETADO).§ 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de be-neficiário reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em contrato por prazo inde-terminado somente poderão ocorrer após a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário reabilitado da Previdência Social.§ 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabe-lecer a sistemática de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas sobre o total de empregados e as vagas pre-enchidas por pessoas com deficiência e por beneficiários reabilitados da Previdência Social, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às entidades representativas dos empregados ou aos cidadãos interessados.§ 3º Para a reserva de cargos será considerada so-mente a contratação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.§ 4º (VETADO).” (NR)“Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios operacionalizados pelo INSS, não será exigida apresen-tação de termo de curatela de titular ou de beneficiário com deficiência, observados os procedimentos a serem estabelecidos em regulamento.”

Art. 102. O art. 2º da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º:

“Art. 2º ..................................................................................................................................................................§ 3º Os incentivos criados por esta Lei somente serão concedidos a projetos culturais que forem disponibili-zados, sempre que tecnicamente possível, também em formato acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em regulamento.” (NR)

Art. 103. O art. 11 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IX:

“Art. 11. ..............................................................................................................................................................IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.” (NR)

Art. 104. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 3º .............................................................................................................................................................§ 2º ...................................................................................................................................................................V - produzidos ou prestados por empresas que com-provem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de aces-sibilidade previstas na legislação..........................................................................................§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para:

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I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras; eII - bens e serviços produzidos ou prestados por em-presas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação................................................................................” (NR)“Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo o período de execução do contrato, a reser-va de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legislação.Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cum-primento dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho.”

Art. 105. O art. 20 da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 20. ...............................................................................................................................................................§ 2º Para efeito de concessão do benefício de presta-ção continuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natu-reza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas..........................................................................................§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio supervisio-nado e de aprendizagem não serão computados para os fins de cálculo da renda familiar per capita a que se refere o § 3º deste artigo..........................................................................................§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da condição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnerabilidade, conforme regulamento.” (NR)

Art. 106. (VETADO).

Art. 107. A Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática discri-minatória e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal.” (NR)“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos dispositivos legais que tipificam os crimes resul-tantes de preconceito de etnia, raça, cor ou deficiência, as infrações ao disposto nesta Lei são passíveis das seguintes cominações:...............................................................................” (NR)“Art. 4º ........................................................................I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o período de afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais;...............................................................................” (NR)

Art. 108. O art. 35 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, passa a vigorar acrescido do seguinte § 5º:

“Art. 35. ...............................................................................................................................................................§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo único do art. 3º da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, a pessoa com deficiência, ou o contribuinte que tenha dependente nessa condição, tem preferência na restituição referida no inciso III do art. 4º e na alínea “c” do inciso II do art. 8º.” (NR)

Art. 109. A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 2º ...........................................................Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são con-sideradas vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo.” (NR)“Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com as respectivas placas indicativas de destinação e com placas informando os dados sobre a infração por estacionamento indevido.”“Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegurada acessibilidade de comunicação, mediante emprego de tecnologias assistivas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do processo de habilitação.§ 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas dos cursos que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei deve ser acessível, por meio de subtitulação com legenda oculta associada à tradução simultânea em Libras.§ 2º É assegurado também ao candidato com deficiên-cia auditiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da Libras, para acompanhamento em aulas práticas e teóricas.”“Art. 154. (VETADO).”“Art. 181. ...........................................................................................................................................................XVII - .........................................................................Infração - grave;...............................................................................” (NR)

Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 56. .............................................................................................................................................................VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e similares cuja realização estiver su-jeita a autorização federal, deduzindo-se esse valor do montante destinado aos prêmios;.........................................................................................§ 1º Do total de recursos financeiros resultantes do percentual de que trata o inciso VI do caput, 62,96% (sessenta e dois inteiros e noventa e seis centésimos por cento) serão destinados ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro centésimos por cento) ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), de-vendo ser observado, em ambos os casos, o conjunto de normas aplicáveis à celebração de convênios pela União................................................................................” (NR)

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Art. 111. O art. 1º da Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pessoas com crianças de colo e os obesos terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei.” (NR)

Art. 112. A Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 2º .......................................................................I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espa-ços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva-dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exer-cício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segu-rança, entre outros, classificadas em:a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;d) barreiras nas comunicações e na informação: qual-quer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sis-temas de comunicação e de tecnologia da informação;III - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na socieda-de em igualdade de condições com as demais pessoas;IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente pessoal;VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes de obras de urbanização, tais como os referentes a pa-vimentação, saneamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam as indicações do planejamento urbanístico;VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicio-nados aos elementos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunica-ções, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, ban-

cos, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga;VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, es-tratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social;IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de comu-nicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitali-zados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das comunicações;X - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pes-soas, sem necessidade de adaptação ou de projeto espe-cífico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva.” (NR)“Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públi-cas, dos parques e dos demais espaços de uso público deverão ser concebidos e executados de forma a tor-ná-los acessíveis para todas as pessoas, inclusive para aquelas com deficiência ou com mobilidade reduzida.Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigató-rio de urbanização e parte da via pública, normalmente segregado e em nível diferente, destina-se somente à circulação de pedestres e, quando possível, à implanta-ção de mobiliário urbano e de vegetação.” (NR)“Art. 9º ........................................................................Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instala-dos em vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso aos serviços de reabilitação, devem obrigato-riamente estar equipados com mecanismo que emita sinal sonoro suave para orientação do pedestre.” (NR)“Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em área de circulação comum para pedestre que ofe-reça risco de acidente à pessoa com deficiência deverá ser indicada mediante sinalização tátil de alerta no piso, de acordo com as normas técnicas pertinentes.”“Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos congêneres devem fornecer carros e cadeiras de rodas, motorizados ou não, para o atendimento da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.”

Art. 113. A Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade), passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 3º ......................................................................III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de construção de moradias e melhoria das condições habitacionais, de saneamento básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano e dos demais espaços de uso público;IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana, que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público;...............................................................................” (NR)“Art. 41. ....................................................................§ 3º As cidades de que trata o caput deste artigo devem elaborar plano de rotas acessíveis, compatível com o

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plano diretor no qual está inserido, que disponha sobre os passeios públicos a serem implantados ou reforma-dos pelo poder público, com vistas a garantir acessibi-lidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida a todas as rotas e vias existentes, inclusive as que concentrem os focos geradores de maior circulação de pedestres, como os órgãos públicos e os locais de prestação de serviços públicos e privados de saúde, educação, assistência social, esporte, cultura, correios e telégrafos, bancos, entre outros, sempre que possível de maneira integrada com os sistemas de transporte coletivo de passageiros.” (NR)

Art. 114. A Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.I - (Revogado);II - (Revogado);III - (Revogado).” (NR)“Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:.....................................................................................II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;.........................................................................................Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.” (NR)“Art. 228. ..............................................................................................................................................................II - (Revogado);III - (Revogado);.........................................................................................§ 1º ..............................................................................§ 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva.” (NR)“Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização.” (NR)“Art. 1.548. ...................................................................I - (Revogado);...............................................................................” (NR)“Art. 1.550. ..................................................................§ 1º ..............................................................................§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu respon-sável ou curador.” (NR)“Art. 1.557. ................................................................III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro côn-juge ou de sua descendência;IV - (Revogado).” (NR)“Art. 1.767. ..................................................................I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;II - (Revogado);III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;IV - (Revogado);...............................................................................” (NR)

“Art. 1.768. O processo que define os termos da curatela deve ser promovido:.........................................................................................IV - pela própria pessoa.” (NR)“Art. 1.769. O Ministério Público somente promoverá o processo que define os termos da curatela:I - nos casos de deficiência mental ou intelectual;.........................................................................................III - se, existindo, forem menores ou incapazes as pes-soas mencionadas no inciso II.” (NR)“Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos ter-mos da curatela, o juiz, que deverá ser assistido por equipe multidisciplinar, entrevistará pessoalmente o interditando.” (NR)“Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as potenciali-dades da pessoa, os limites da curatela, circunscritos às restrições constantes do art. 1.782, e indicará curador.Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará em conta a vontade e as preferências do in-terditando, a ausência de conflito de interesses e de influência indevida, a proporcionalidade e a adequa-ção às circunstâncias da pessoa.” (NR)“Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a pessoa com deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais de uma pessoa.”“Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 receberão todo o apoio necessário para ter preservado o direito à convivência familiar e comunitária, sendo evitado o seu recolhimento em estabelecimento que os afaste desse convívio.” (NR)

Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com a seguinte redação:

“TÍTULO IVDa Tutela, da Curatela e da Tomada de Decisão Apoiada”

Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar acrescido do seguinte Capítulo III:

“CAPÍTULO IIIDa Tomada de Decisão Apoiada

Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vín-culos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessá-rios para que possa exercer sua capacidade.§ 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoia-da, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar.§ 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio pre-visto no caput deste artigo.§ 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe mul-tidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio.

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Complemento - 125

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§ 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado.§ 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que os apoiadores con-tra-assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao apoiado.§ 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão.§ 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as obrigações assumidas, po-derá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz.§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoia-dor e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de apoio.§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoiada.§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à ma-nifestação do juiz sobre a matéria.§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições referentes à prestação de contas na curatela.”

Art. 117. O art. 1º da Lei no 11.126, de 27 de junho de 2005, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos abertos ao público, de uso público e privados de uso coletivo, desde que observadas as condições impostas por esta Lei..........................................................................................§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as modalidades e jurisdições do serviço de transporte coletivo de passageiros, inclusive em esfera internacio-nal com origem no território brasileiro.” (NR)

Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei no 11.904, de 14 de ja-neiro de 2009, passa a vigorar acrescido da seguinte alínea “k”:

“Art. 46. ......................................................................IV - ..............................................................................k) de acessibilidade a todas as pessoas................................................................................” (NR)

Art. 119. A Lei no 12.587, de 3 de janeiro de 2012, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 12-B:

“Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, reservar-se-ão 10% (dez por cento) das vagas para condutores com deficiência.§ 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma do caput deste artigo, o condutor com deficiência deverá observar os seguintes requisitos quanto ao veículo utilizado:I - ser de sua propriedade e por ele conduzido; eII - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da legislação vigente.§ 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma estabelecida no caput deste artigo, as remanescentes devem ser disponibilizadas para os demais concorrentes.”

Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de governo, a elaboração de relatórios circunstanciados sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos por força das Leis nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, e nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, bem como o seu encaminhamento ao Ministério Público e aos órgãos de regulação para adoção das providências cabíveis.Parágrafo único. Os relatórios a que se refere o caput deste artigo deverão ser apresentados no prazo de 1 (um) ano a contar da entrada em vigor desta Lei.Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previs-tos nesta Lei não excluem os já estabelecidos em outras legislações, inclusive em pactos, tratados, convenções e declarações internacionais aprovados e promulgados pelo Congresso Nacional, e devem ser aplicados em conformida-de com as demais normas internas e acordos internacionais vinculantes sobre a matéria.Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à pessoa com deficiência.Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação do disposto nesta Lei ao tratamento diferenciado, simplifica-do e favorecido a ser dispensado às microempresas e às empresas de pequeno porte, previsto no § 3º do art. 1º da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006.Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos: I - o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995;II - os incisos I, II e III do art. 3º da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);III - os incisos II e III do art. 228 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);IV - o inciso I do art. 1.548 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);V - o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar em vigor em até 2 (dois) anos, contados da entrada em vigor desta Lei.Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir dis-criminados, a partir da entrada em vigor desta Lei, para o cumprimento dos seguintes dispositivos:I - incisos I e II do § 2º do art. 28, 48 (quarenta e oito) meses;II - § 6º do art. 44, 48 (quarenta e oito) meses;III - art. 45, 24 (vinte e quatro) meses;IV - art. 49, 48 (quarenta e oito) meses.Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a vigên-cia da Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995.Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial.

Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da Independência e 127º da República.

DILMA ROUSSEF

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1. orçamento PúbliCo

1. Conceito Genérico 2. A história do Orçamento Público pelo Mundo 3. O Orçamento Público nas Constituições Brasileiras 4. Evolução Conceitual dos Sistemas Orçamentários Públicos

Veremos a seguir o histórico, os conceitos e a evolução desta peça de gestão das finanças públi-cas. Os temas estão dispostos de modo e eviden-ciar a origem, importância e objetivos quando de sua aplicação.

1. ConCeito genÉriCo

O Orçamento Público é uma ferramenta de ges-tão de fundamental importância e provavelmente a mais antiga da administração pública. É através do orçamento que o Governo cria seu programa de tra-balho, apresenta à sociedade as ações a serem reali-zadas, controla a execução dessas e avalia a eficiência e eficácia de seus processos.

“Os orçamentos documentam expressivamente a vida fi-nanceira de um país, o de uma circunscrição política em determinado período de tempo, geralmente de um ano, porque contém o cálculo das receitas e despesas autoriza-das para o funcionamento dos serviços públicos ou para outros fins projetados pelo governo. ”

James Giacomoni

“É uma lei, de iniciativa do Poder Executivo, e aprova-da pelo Poder Legislativo, que estima a receita e fixa a despesa da administração governamental. Essa lei deve ser elaborada por todas as esferas de governo em um exercício para, depois de devidamente aprovada, vigorar no exercício seguinte”.

ABOP – Associação Brasileira de Orçamento Público.

O Orçamento Público teve a finalidade inicial de controle, com os anos e mudança de cenários tem evoluído e vem agrupando novas funcionalidades.

O entendimento contemporâneo de Orçamento Público é de um plano de trabalho do Governo, sen-do um documento elaborado pelo Poder Executivo e analisado pelo Poder Legislativo, que pode alterá-lo em alguns aspectos.

Instrumento de caráter múltiplo:

• Político (realização da política pública),

• Econômico (recursos versus necessidades),

• Programático (planejamento),

• Gerencial (de administração e controle),

• Financeiro (expressão dos recursos),

• Contábil (estima a receita e fixa as despesas para um exercício).

2. a história Do orçamento PúbliCo Pelo munDo

Estudos apontam o século XIII como início do conceito de orçamento público.

Países como Inglaterra, França e Estados Unidos na busca de atender uma necessidade, da realeza, social e econômica, tomaram medidas nem sempre populares.

Na Inglaterra o imperador John Lackland (João Sem Terra) foi desordenado, no período em que governou (1199 a 1215) sofreu algumas intervenções e interdi-ções papais. Chegou até a ser excomungado pelo Papa Inocêncio III por atacar as propriedades da Igreja.

A nobreza e a plebe, após diversas derrotas em batalhas contra a França começaram a ficar insatis-feitos com o Rei João Sem Terra.

Dessa forma, abriu várias frentes de desconten-tamentos e uma rebelião dos nobres ingleses ao cap-turarem Lordes em maio de 1215, obrigou o Rei a assinar em junho a Carta Magna, cujo artigo 12 des-tacava 3 pontos principais:

• A liberação da Igreja para administrar com auto-nomia suas ações;

• A limitação do rei em lançar impostos, somente poderia ser cobrado novos impostos com autori-zação de um feudal, (exceto com as finalidades de resgatar a pessoa do Rei, salvar seu primogênito cava-

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leiro e casar sua filha mais velha uma vez, e os auxílios para esses fins deverão ser de valor razoável).

• Ninguém poderia ser punido fora da Common Law (Conselho dos comuns).

A nobreza resistia à ideia de pedir autorização ao parlamento para criar impostos¹ quando em estado de guerra ou quando a coroa assim o almejasse, exis-tindo ai um conflito de interesses entre aqueles que não concordavam com o pensamento da realeza.

Foi no império Carlos I que se atingiu o auge do conflito, onde ele exigia através da ação policial e ju-dicial sobre o povo que não concordava em contri-buir sem o consentimento do parlamento.

Após a revolução de 1789, a Constituição Fran-cesa consagrou que a votação de receitas e despe-sas pertencia exclusivamente aos representantes do povo.

Foi ainda na França que o volume de impostos motivou o povo limitar os poderes dos governantes, surgindo o que o denominamos atualmente como prática orçamentária (nota de princípios e diretrizes na elaboração e execução do orçamento).

3. o orçamento PúbliCo nas Constituições brasileiras

Como vimos o Orçamento é um dos mais remo-tos e clássicos instrumento e ferramenta utilizado na gestão dos recursos públicos, sendo criado como uma estrutura eficaz de controle parlamentar sobre o Executivo.

Com o passar do tempo alguns fatores ambien-tais e mudanças conceituais e técnicas, tais como: • Evolução das funções do Estado;• Aspectos jurídicos;• Fatores econômicos e financeiros; • Estrutura de planejamento e programação; • Gerenciamento e controle administrativo.

Os acontecimentos históricos tiveram influência direta e indireta na criação, desenvolvimento e aper-feiçoamento do orçamento brasileiro, esses estudos e ensinamentos são aplicados ao nosso sistema or-çamentário, de forma a melhorar a cada ano na sua elaboração, execução e controle.

No Brasil a evolução do orçamento é caracteriza-da e marcada pelo processo político (constituições outorgadas ou promulgadas) vai delinear de forma expressa quem tem a iniciativa de elaborar, aprovar, executar e controlar a lei orçamentária.

As constituições outorgadas são as dos anos de 1824, 1934, 1937 e 1969.

Já as Constituições consideradas promulgadas fo-ram as dos anos de 1891, 1946, 1967 e 1988 (atual)².

Iremos destacar algumas datas que mostram a evolução histórica do orçamento no Brasil.

1789 – Período da Inconfidência Mineira – Ocorreu, com a diminuição das jazidas de ouro e a “derra-ma”³, o descontentamento da cobrança de impostos provocada pela.

1808 - O período em que ocorre a transferência da corte portuguesa com D. João VI, o principal aspecto do período, no tema orçamentário é:

• Criação do Erário Público (Tesouro) e do Banco do Brasil.

A Constituição de 1924 traz e estabelece os princí-pios da reserva legal, reserva de parlamento e anua-lidade tributária, neste período o ministro de Estado da Fazenda, ao receber dos outros ministros os orça-

¹ O termo tax (impostos) surge no Bill of Rights (Carta de Di-reitos) em 1689 no mandato Guilherme de Orange da rainha Ana, que ainda consolidando a regra de que a arrecadação da receita real deveria ser previamente autorizada pelo Parlamen-to (Câmara dos Lordes e Câmara dos Comuns), confirmando assim a importância da instituição.

² É importante destacar que a classificação das oito constituições em promulgadas ou outorgadas não estão pacíficas entre os dou-trinadores da matéria que não classificam a carta de 1969 como Constituição propriamente, e sim, como uma revisão constitucio-nal à carta de 1967.

³ No Brasil Colônia, a derrama era um dispositivo fiscal aplicado em Minas Gerais a fim de assegurar o teto de cem arrobas anu-ais na arrecadação do quinto.O quinto era a retenção de 20% do ouro em pó ou folhetas que eram direcionadas diretamente a Coroa Portuguesa.Correspondia a uma taxa cobrada dos “homens- bons” e que foi fixada em 100 arrobas anuais (1 arroba equivale a aproximada-mente 15 quilogramas), ou seja, 1 500 quilogramas. Como não raramente, o quinto não era pago integralmente e os valores não pagos eram acumulativos, era preciso intensificar a cobrança, confiscando-se bens e objetos d’ouro. Essa prática de cobranças de valores para atingir a meta estipulada pela Coroa, era chama-da “derrama”. (Origem Wikipédia)

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mentos relativos às despesas de seus órgãos, apre-sentará na Câmara dos Deputados anualmente uma avaliação geral da receita e despesa do Erário Nacio-nal do ano anterior, e o mesmo para o orçamento ge-ral de todas as despesas públicas do exercício futuro.

Em dezembro de 1830 é elaborado o primeiro or-çamento do império em âmbito nacional, com vigên-cia entre 01 de Julho de 1831 até 30 de Junho de 1832, estabelecendo ainda regras relativas aos futuros or-çamentos, aos balanços, a constituição de comissões parlamentares para o exame de repartições públicas, sendo também obrigatório aos ministros de Estado apresentarem por escrito a situação de suas pastas.

Em Agosto de 1834 através de ato adicional são criadas assembleias legislativas nas províncias para analisar e fixar os insumos (receitas e despesas) pro-vinciais e municipais.

A Constituição de 1891 traz mudanças estabele-cendo que a elaboração do orçamento passa a ser de competência da câmara dos deputados, tendo ainda como incumbência receber as contas do poder Exe-cutivo. Cria-se ainda o controle externo pelo Con-gresso Nacional com o apoio do Tribunal de Contas.

Em 1926 – Emenda Constitucional adentra o princí-pio da pureza e exclusividade orçamentária, proibindo o rabilongo ou caudas orçamentárias onde os parla-mentares aproveitavam para aprovar qualquer matéria em conjunto com as leis orçamentárias, ou seja, temas diversos da estimativa da receita e fixação da despesa.

Na Constituição de 1934 fica estabelecido que a elaboração do Orçamento passa a ser de competên-cia do Executivo onde o Legislativo era responsável pela votação do Orçamento e do julgamento das con-tas do chefe do Executivo.

Cria também o Princípio do equilíbrio fiscal: “Nenhum encargo se criará ao Tesouro sem que seja correlacionado os recursos necessários para custear as despesas” (art. 183).

Mantém as competências do Tribunal de Contas para acompanhamento da execução orçamentária e julgamento das contas (art. 99).

Os contratos da Administração, que resultassem obrigação de pagamento para o Tesouro Nacional, estavam sujeitos ao registro prévio junto ao Tribunal

de Contas, ficando suspensos até pronunciamento do Poder Legislativo.

Em 1937 houve a histórica exposição de motivos de 16 de junho daquele ano, pelo Conselho Federal do Serviço Público Civil ao Executivo que propondo mu-danças na matéria orçamentária sugerindo a criação de um órgão especializado, responsável pelo tratamento dos problemas orçamentários do governo federal.

Sendo através da Carta Política em novembro de 1937 permite na estrutura técnica do Governo Fede-ral um Departamento de Administração Geral que assim expõe. “Até que seja organizada a Divisão de Orçamento, a proposta orçamentária continuará a ser elaborada pelo Ministério da Fazenda com a as-sistência do DASP”.

No entanto, o poder executivo vê a necessida-de de capacitar a administração de um órgão pre-parado e especializado para este fim, através do DL nº 2.026-40, criando a Comissão de Orçamento do Ministério da Fazenda sendo o primeiro órgão central orçamentário.

Um órgão permanente a Divisão de Orçamento do DASP foi criado em 1938 para estes fins, mas so-mente em 1945 teve suas funções confirmadas pelo DL nº 7.608-45, data em que a Comissão de Orça-mento do Ministério da Fazenda e extinta e suas atri-buições passam para a citada Divisão.

A Constituição de 1946 estabelece a criação de planos setoriais e regionais, com reflexos no orça-mento e vinculados com a dotação e previsão da receita. Os planos globais, até então, davam uma ên-fase a despesa, não contemplando o estabelecimen-to dos recursos, metas e objetivos, reforçando a não vinculação dos planos com os orçamentos.

O Decreto nº 51.152/1961 cria a Comissão Nacio-nal de Planejamento.

O ano de 1964 foi importante para a matéria orça-mentária, o Decreto nº 53.914/1964 institui a função/cargo de Ministro Extraordinário do Planejamento e Coordenação Econômica, tendo a época como di-rigente máximo Celso Furtado, e com a responsa-bilidade de conduzir e ordenar a revisão do plano nacional de desenvolvimento econômico (PNDE); assim como a gerir e organizar, nos planos gerais, regionais e setoriais, os programas, projetos e pro-

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postas elaborados por órgãos públicos; responsável por fim na preparação e a aplicação do Orçamento Geral da União (OGU) e dos orçamentos dos órgãos e entidades vinculadas e subsidiadas pela União, in-corporando e integrando com o plano nacional de desenvolvimento econômico (PNDE).

A Lei n. 4.320 de 17 de março de 1964 é até hoje a norma máxima para a elaboração do OGU, estabele-cendo princípios e diretrizes; em seu art. 2º fica deter-minado a observação pela transparência orçamentária:

“A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios

da unidade, universalidade e anualidade”.

O Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967 cria o Ministério do Planejamento e Coordenação Geral e situa como sua área de alçada a programação e o planejamento da proposta orçamentária anual.

Através da Portaria nº 46 de 1972, estabelece que a então Subsecretaria de Orçamento e Finanças, hoje Secretaria de Orçamento Federal, terá a responsabili-dade de ser o órgão central do sistema orçamentário.

O procedimento de planejamento, programação e execução orçamentária no Brasil se ampliou, a partir de 1969, através da elaboração, revisão e acompa-nhamento dos seguintes dados:I - Plano Nacional de Desenvolvimento (PND).II - Programa Geral de Aplicação (PGA).III - Orçamento Plurianual de Investimento (OPI).IV - Orçamento Anual da União.V- Decreto de Programação Financeira.

Os Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND´s), instituídos pelo Ato Complementar nº 76 de 1969, cria a sistemática de elaboração e aprovação, que terão du-ração igual à do mandato do Presidente da República.

O art. 4º do Decreto nº 70.852, 1972 institui o Programa Geral de Aplicação (PGA) como uma fer-ramenta integrante dos PND´s, ficando sua elabo-ração ao encardo do Ministério do Planejamento e Coordenação Geral.

O referido órgão fazia a consolidação dos orça-mentos-programa da União, das entidades de admi-

nistração indireta e dos demais órgãos e entidades sob supervisão ministerial, criando um prontuário principal dos dados quantitativos para o planeja-mento, global, regional e setorial.

O Programa Geral de aplicação (PGA) era um documento de Governo, constituído pela programa-ção de dispêndios de responsabilidade do Governo Federal e acrescentava ao Orçamento Plurianual de Investimentos (OPI) (peça trienal), os dados valorais relacionados à programação das entidades da ad-ministração Indireta e Fundações, que não recebam transferências do Orçamento da União.

Os PND´s, o OPI e o Orçamento anual formavam os documentos orçamentários de caráter público, a serem enviados ao Congresso Nacional; é na realida-de constituído por partes integrantes de um mesmo conjunto de diretrizes, programas e projetos, ela-borados de maneira harmônica, sólida e única, que devem traduzir de forma mais detalhada e especí-fica e em termos financeiros, todos esses objetivos, diretrizes, programas e projetos do Governo a serem desenvolvidos no período trienal seguinte.

Chegamos a um momento de nossos estudos que nos permite concluir que ao longo da história, seja em função de necessidades governamentais ou novos cenários, a direção da gestão orçamentária e financeira através de um governo autoritário pro-moveu um processo de transformação na peça or-çamentária viabilizando e consolidando os objetivos principais e interesses mais particulares dos gover-nantes, que se escusavam da prestação de contas à sociedade, caracterizando o orçamento como de tipo executivo, como foi no Império, na República Velha (a política dos governadores conhecida como “café com leite”) e durante a ditadura Vargas.

Foi no período de 1946 a 1964, após a 2ª Guerra, que se apresenta como peça de negociação sobre as suas decisões de gastos, apresentou-se muito fragili-zado, pelo simples fato de não provar seu benefício.

Foi a CF de 1988 que trouxe inovações na matéria orçamentária.

Promoveu a devolução ao Legislativo da prerro-gativa de sugerir melhorias através de emendas so-bre os dispêndios apresentados no projeto de lei de orçamento pelo executivo e reforçou o entendimento que integra planejamento e orçamento como partes de um mesmo sistema.

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A CR de 1988 determinou ainda que as ques-tões como:• A elaboração, • A organização dos orçamentos,• O exercício financeiro, • Os prazos, • A vigência, • E as normas de gestão financeira e patrimonial.

Deveriam ser objeto de normatização através de Lei Complementar. Quando da elaboração dos planos plurianuais é uma obrigatoriamente conter as despe-sas de capital e demais programas de duração conti-nuada. É igualmente obrigatório o encaminhamento anual ao Poder Legislativo do projeto de lei de diretri-zes orçamentárias. (Como veremos a seguir)

A Constituição de 1988 trouxe melhor entrosa-mento nas questões de composição do orçamento anual que passou a ser composto pelo: • Orçamento fiscal, • Orçamento da seguridade social e • Orçamento de investimento das estatais.

Isso ocorre em razão da variedade organizacional e jurídica do setor público, especificando quais as re-ceitas e despesas públicas que deveriam integrar o orçamento público e merecer aprovação legislativa.

Por fim o instrumento orçamentário de todos os órgãos públicos devem basear-se a partir uma única política orçamentária, estruturam-se de maneira uni-forme e ajustado a um procedimento único.

Os principais aspectos do Orçamento Público são:

• Documento legal, elaborado pelo Poder Executivo e autorizado pelo Poder Legislativo, que pode fa-zer alterações no mesmo (emendas ao orçamento);

• Compreende um determinado período de tempo (doze meses, o chamado ano financeiro ou fiscal) e tem sua vigência limitada a este período;

• Constitui-se num plano de trabalho do Governo nesse mesmo período de tempo, descrevendo as ações que serão executadas;

• Contém uma previsão das diversas receitas a se-rem arrecadadas pelo Poder Público;

• Contém uma autorização para as diversas despesas a serem realizadas, na execução das ações previstas.

4. evolução ConCeitual Dos sistemas orçamentários PúbliCos

Os sistemas orçamentários evoluíram progressiva-mente, destacando-se três características principais:• Assegurar o controle de gastos;• Estabilizar a economia;• Promover a eficiência na prestação de serviços.

Essa evolução se dá desde o Orçamento tradi-cional, passando pelo surgimento do conceito de Desempenho no Orçamento, do Orçamento por Programas, do Orçamento por Produção e do novo orçamento por Desempenho.

A seguir destacamos os principais aspectos de cada sistema.

4.1. Clássico ou Tradicional:

Tipo de instrumento em que Orçamento é o ato por meio do qual são previstas e autorizadas as re-ceitas e despesas do Estado e das demais entidades que por lei estão submetidas a essas mesmas regras.

• Contudo não se tinha clareza dos propósitos eco-nômicos e sociais que determinaram a elaboração do instrumento;

• Se observou uma extrema preocupação com o controle contábil das despesas, demonstrado em seu detalhamento das necessidades financeiras das unidades.

• Na elaboração orçamentária apresentava um viés inercial (ou incremental), ou seja, a distribuição dos recursos para unidades orçamentárias ocor-ria com base no histórico das despesas em exer-cícios anteriores e não em razão dos planos de trabalho que pretendiam realizar;

• O planejamento dos planos de Governo não era previsto na peça;

• A distribuição de recursos objetivava a aquisição de meios;

• Elaboração de um sistema por objetos ou itens de gastos;

• A principal finalidade é o controle político.

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Complemento - 131

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4.2. Desempenho (ou por realizações ou ainda funcional):

“É aquele que apresenta os propósitos e objetivos para os quais os créditos se fazem necessários, os custos dos pro-gramas propostas para atingir àqueles objetivos e dados quantitativos que meçam as realizações e o trabalho levado a efeito em cada programa”.

[Fonte: trabalho não publicado do Bureau de Or-çamento dos EEUU, citado por Jesse Burkhead]

Peça em que se buscava saber quais eram as ações governamentais e não somente o que se produzia pela despesa, aquilo que foi adquirido;

É o começo da preocupação com o que se produ-ziu com os gastos;

Foco naquilo que o governo faz (para que se des-tina a referida aquisição);

Não poderia ser considerado um orçamento-pro-grama, por uma simples razão, não havia uma vin-culação com o sistema de planejamento;

Atenção, muitos estudiosos alertam para o se-guinte aspecto.

A ênfase no objetivo do gasto público que não constitui instrumento de planejamento;

4.3. Orçamento-Programa:

“É um processo por meio do qual os objetivos e re-cursos e as inter-relações entre eles, são levadas em contas visando obter um programa coerente e com-preensivo do governo como um todo” [Arthur Smithies]

• Diversos teóricos o descrevem como um sistema de planejamento, programação e orçamentação, introduzido sob a denominação de PPBS (Plan-ning Programming Budgeting System), introdu-zido nos Estados Unidos na década de 50, e que possui as seguintes características: - Integração, - Planejamento, - Orçamento, - Quantificação de objetivos, - Fixação de metas, - Relação insumo-produto, - Acompanhamento físico-financeiro e - Avaliação de resultados.

Foi introduzido no Brasil pela Lei n. 4.320/64 e Decreto-Lei n. 200/67.

Consolidado pela CF/88

Observa-se neste sistema de orçamento a ideia de planejamento, ao considerar os objetivos que o go-verno pretende alcançar, durante um determinado período de tempo.

Este orçamento passa a ser uma ferramenta de operacionalização das ações do governo, de acordo com os planos e diretrizes formuladas no planejamento.

Fornecendo as informações necessárias ao pla-nejamento, onde é observável a interface entre o controle da execução orçamentária e a elaboração orçamentária.

O programa deve expressar seu propósito final que, estabelecido como meta, representaria o objeti-vo dentro de seu exercício financeiro;

• Os objetivos do orçamento-programa podem ser classificados em finais e derivados, onde: - Os objetivos derivados correspondem aos

propósitos específicos e cuja consecução con-corre para o alcance dos objetivos finais.

– A ação-meio possibilita o programa atingir seu resultado.

– Já os objetivos finais são os que expressam os fins últimos do programa em termos de resul-tados a alcançar.

• Principal critério de classificação: funcional- programático;

• Com maior preocupação na assertividade na ela-boração dos orçamentos e por conseguinte, me-lhores condições para agir na redução dos custos em razão de facilidade para a identificação de tra-balhos ineficientes ou em duplicidade;

• As decisões orçamentárias são tomadas conside-rando os resultados das avaliações e análises téc-nicas das variáveis e alternativas disponíveis.

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4.4. Orçamento Participativo:

Quando de sua elaboração agrupa a população (os conhecidos como atores sociais) ao processo decisório (lideranças da sociedade civil, audiências públicas ou outras formas de consulta direta à sociedade).

Existência de uma coparticipação dos poderes Executivo e Legislativo no planejamento, propositu-ra de planos, e programação dos orçamentos.

Transparência dos critérios e informações que servirão de parâmetros na tomada de decisões.

4.5. Orçamento Base-Zero:

No OBZ não existem direitos adquiridos sobre verbas autorizadas em exercícios anteriores, zeran-do-se tecnicamente, ao final de cada exercício finan-ceiro, os programas existentes e obrigando os admi-nistradores às demonstrações de custos e benefícios referentes às novas solicitações orçamentárias, defi-nidas por ordem de prioridades.

É feita uma análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas e não apenas as das solicita-ções que ultrapassam o nível de gasto já existente.

Antes de esgotarmos o tema vale a pena obser-var o que vem sendo cobrado pelas bancas, tenho me deparado com aquela que diferencia e separa o orçamento entre o seu feitio clássico ou tradicional e o seu feitio programático.

O marco da diferença é a Lei n. 4.320/1964, pois antes o orçamento clássico e suas características era o aplicado, depois dela o orçamento-programa é o que atende as exigências legais e sociais, principalmente o da transparência na gestão pública.

O quadro comparativo para mostra as principais diferenças entre os períodos dos orçamentos.

Orçamento Clássico ou Tradicional

Orçamento-Programa ou Moderno

Até a Constituição de 1937 Depois da Constituição de 1946

Liberalismo econômico Estado intervencionista

Preocupação com os meios Preocupação com os fins

Dissociado de planejamento e orçamento

Integração entre planejamento e orçamento

Decisões orçamentárias visam as necessidades financeiras dos órgãos públicos

Decisões orçamentárias visam as diversas alternativas possíveis, baseadas em avaliações prévias

As decisões orçamentárias consideram as necessidades dos órgãos públicos

As decisões orçamentárias consideram, além das necessi-dades dos órgãos públicos, as necessidades que extrapolam o exercício financeiro

Aspectos contábeis da gestão Aspectos administrativos e de planejamento da gestão

Não há sistemas de acompa-nhamento, medição da exe-cução orçamentária

Controle prévio, concomitante e a posteriori da execução or-çamentária

Tipos de Orçamentos praticados no Brasil PERÍODO TIPO 1831 – 1891 Misto 1891 – 1934 Legislativo 1934 – 1937 Misto 1937 – 1946 Executivo 1946 – 1964 Misto 1964 – 1988 Executivo 1988 - Misto

O Orçamento Público funciona como um baliza-dor na Economia.

Se temos elevados investimentos governamen-tais no Orçamento, provavelmente o número de empregos aumentará, assim como a renda agrega-da melhorará.

Em compensação, um orçamento restrito em in-vestimentos, provocará desemprego, desaceleração da economia, e decréscimo no produto interno bruto.

O Governo pode provocar orçamentos expansio-nistas ou gerar um orçamento recessivo.

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2. PrinCíPios Do orçamento PúbliCo

1. Unidade2. Totalidade Orçamentária3. Clareza ou Objetividade4. Especificação, Especialização ou Discriminação5. Exclusividade6. Não-Afetação de Receitas “Não Vinculação da Receita de Impostos”7. Legalidade da Tributação8. Publicidade

9. Periodicidade, Anterioridade ou Anualidade10. Universalidade ou Integralidade11. Exatidão12. Flexibilidade13. Programação, Tipicidade e Atipicidade14. Regionalização15. Equilíbrio16. Descentralização17. Responsabilização

Os princípios orçamentários têm como meta estabelecer regras balizadoras fundamentais, a fim de atribuir racionalidade, eficiência e transparência para os processos de elaboração, execução e controle do Orçamento Público.

São apropriados para os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos - União, Estados, Distrito Federal e Municípios – são estabelecidos e disciplinados tanto por normas constitucionais e infraconstitucionais, quanto pela doutrina.

Existem princípios básicos que devem ser seguidos na elaboração e execução do orçamento, que estão de-finidos na CF/88, na Lei n. 4.320/64, Decreto-Lei n. 200/67, no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamen-tárias, Lei de Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar n. 101/01

Os princípios orçamentários, segundo Sanches, são:

“Um conjunto de proposições orientadoras que balizam os processos e as práticas orçamentárias, com vistas a dar-lhes estabilidade e consistência, sobretudo no que se refere e à sua transparência e ao seu controle pelo Poder Legislativo e pelas demais instituições da sociedade”.

Alguns destes devem ser vistos como clássicos, pois foram consolidados ao longo da evolução histórica do orçamento, desde a o século XV até meados do século XX e, como complementares, aqueles descritos na era moderna e contemporânea, em que o Orçamento Público passou a ser caracterizado - além de instrumento político-legal – também como instrumento de planejamento/programação e de gerência/administração.

Os princípios orçamentários seriam:

Princípios Clássicos Princípios Modernos / Complementares Unidade Totalidade Orçamentária Clareza Exatidão Especificação (ou Discriminação) Flexibilidade Exclusividade Programação Não-Vinculação (ou Não-Afetação) de receitas Regionalização Prévia Autorização (ou Legalidade) Equilíbrio Publicidade Descentralização Anualidade (ou Periodicidade) Responsabilização Universalidade

Utilizaremos as definições das páginas do sítio da Secretaria de Orçamento Federal, da Câmara dos Depu-tados Federais, e da obra do referido autor. Todos explorados em provas de concursos.

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1. uniDaDe

Este é um princípio que pode ser dividido em duas explicações o da unidade de caixa e o da uni-dade orçamentária, que pela doutrina vem sendo substituído pelo da Totalidade orçamentária. Veja-mos os conceitos.

O orçamento deve ser uno, ou seja, deve existir apenas um orçamento para dado exercício financei-ro. Dessa forma integrado, é possível obter eficaz-mente um retrato geral das finanças públicas e, o mais importante, permite-se ao Poder Legislativo o controle racional e direto das operações financeiras de responsabilidade do Executivo.

São evidências do cumprimento deste princípio, o fato de que apenas um único orçamento é examina-do, aprovado e homologado.

1.1. Unidade de Caixa (CF/88 art.164, § 3º / Lei 4.320/64 art. 56)

Todas as receitas devem ser recolhidas a um só caixa

Além disso, tem-se um caixa único e uma única contabilidade.

1.2. Unidade Orçamentária (CF/88 art. 165, § 5º / Lei 4.320/64 - art. 2º caput e arts 27 e 31)

O orçamento constituirá uma só peça compreen-dendo receitas e despesas e mostrando se há equilí-brio, saldo ou déficit – deve abranger todos os órgãos da administração pública, com suas receitas e despe-sas; um orçamento uno para toda pessoa jurídica

2. totaliDaDe orçamentária

Coube à doutrina tratar de re-conceituar o prin-cípio da unidade de forma que abrangesse as novas situações. Surgiu, então, o princípio da totalidade, que possibilitava a coexistência de múltiplos orça-mentos que, entretanto, devem sofrer consolidação, de forma a permitir uma visão geral do conjunto das finanças públicas.

A Constituição de 1988 trouxe melhor entendi-mento para a questão ao precisar a composição do orçamento anual que passará a ser integrado pelas seguintes partes:

a) orçamento fiscal, b) orçamento da seguridade social, c) orçamento de investimentos das estatais, e d) de órgãos descentralizados.

3. Clareza ou objetiviDaDe

Mais um princípio que vem sendo aplicado em fun-ção de doutrinas aplicadas a Administração Pública.

O orçamento público deve ser apresentado em lin-guagem clara e compreensível a todas pessoas que, por força do ofício ou interesse, precisam manipulá- lo. Difícil de ser empregado em razão da facilidade de a burocracia se expressar em linguagem complexa.

4. esPeCiFiCação, esPeCialização ou DisCriminação (CF/88 art. 165, § 5º / Lei 4.320/64 arts 5º, 15, 22 e seus anexos 3, 4, 5 / LC 101 art. 5º, § 4º)

Visa vedar as autorizações de despesas globais, isto é, as despesas devem ser classificadas com um nível de desagregação tal que facilite a análise por parte das pessoas. • exige plano de cobrança dos tributos; • exige programa de custeio dos investimentos.

Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos.É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação limitada.

5. exClusiviDaDe (CF/88 art. 165, § 8.º / Lei 4.320/64 art. 7º)

Segundo este princípio, o orçamento deve conter apenas matéria orçamentária, não incluindo em seu projeto de lei assuntos estranhos.

Não se inclui na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipa-ção de receita.

• Evita a aprovação de outras matérias face a atropelos.

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6. não-aFetação De reCeitas “não vinCulação Da reCeita De imPostos” (no inciso IV, do artigo 167, 165, §§ 4º e 8º)

Tal princípio encontra-se consagrado, como regra geral, no inciso IV, do artigo 167, da Constituição Fe-deral de 1988, quando veda a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa:

“Art. 167”. São vedados: [...]IV – a vinculação de receita de impostos a ór-gão, fundo ou despesa, ressalvada a reparti-ção do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimen-to do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previs-tas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Cons-titucional nº 42, de 19.12.2003);[...] § 4º É permitida a vinculação de receitas pró-prias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a pres-tação de garantia ou contra garantia à União e para pagamento de débitos para com esta. (In-cluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).

As ressalvas são estabelecidas pela própria Consti-tuição e estão relacionadas à repartição do produto da arrecadação dos impostos (Fundos de Participação dos Estados – FPE e dos Municípios – FPM e Fundos de Desenvolvimento das Regiões Norte, Nordeste e Cen-tro-Oeste), à destinação de recursos para as áreas de saúde e educação, além do oferecimento de garantias às operações de crédito por antecipação de receitas.

Trata-se de medida de bom senso, uma vez que possibilita ao administrador público dispor dos re-cursos de forma mais flexível para o atendimento de despesas em programas prioritários.

No âmbito federal, a Constituição reforça a não vinculação das receitas por meio do artigo 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, ao criar a “Desvinculação das Receitas da União – DRU”, a seguir transcrito:

“Art. 76”. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2011, 20% (vinte por cento) da arrecadação da União de impostos, contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adicionais e respectivos acréscimos legais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 56, de 2007) § 1º O disposto no caput deste artigo não re-duzirá a base de cálculo das transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios na for-ma dos arts. 153, § 5º; 157, I; 158, I e II; e 159, I, a e b; e II, da Constituição, bem como a base de cálculo das destinações a que se refere o art. 159, I, c, da Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

7. legaliDaDe Da tributação (CF/88 arts. 37 caput, 150-I e 166 / Lei n. 4.320/64 arts. 2º e 51)

“Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.”

• Limitação do Estado quanto ao poder de tributar.

8. PubliCiDaDe (CF/88 arts. 37 – caput, 165 § 3º / Lei Complementar n. 101/00 arts. 52, 53, 54, 55, 56)

O conteúdo orçamentário deve ser divulgado através dos veículos oficiais de comunicação / divul-gação para conhecimento público. • A publicação deve ser feita no Diário Oficial da

União. • Além disso, Constituição Federal exige a pu-

blicação até trinta dias após o encerramento de cada bimestre do relatório resumido da execu-ção orçamentária.

A publicidade deverá conter todas as fases: (pre-paração, discussão, execução).

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136 - Complemento

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9. PerioDiCiDaDe, anterioriDaDe ou anualiDaDe (CF/88 art. 165, III, § 9º, inc. I - / Lei n. 4.320/64 art́ . 2º, 27, 34 e 35)

• É o princípio onde as estimativas de receita e des-pesas devem referir-se a um período limitado de tempo, em geral, um ano.

• Exercício financeiro é o nome dado ao período de vigência do orçamento. *hoje corresponde ao ano civil.

10. universaliDaDe ou integraliDaDe (CF/88 art. 165, § 5º / Lei n. 4.320/64 arts. 2º, 3º, 4º, 6º, 35 e 57)

• O orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta.

• Deverá incluir ainda todos os aspectos do progra-ma de cada órgão.

Ressalvado o disposto no parágrafo único do ar-tigo 3º desta Lei, serão classificados como receita or-çamentária sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito ainda que não previstas no orçamento.

As últimas LDO´s têm exigido que as estatais de-pendentes integrem o orçamento fiscal e da segurida-de, e não o orçamento de investimento das estatais.

11. exatiDão (Decreto-Lei nº 200/67arts. 7º e 16)

De acordo com esse princípio as estimativas de-vem ser tão exatas quanto possível, de forma a ga-rantir à peça orçamentária um mínimo de consistên-cia para que possa ser empregado como instrumento de programação, gerência e controle. Indiretamente, os autores especializados em matéria orçamentária apontam os como respaldo ao mesmo.

12. FlexibiliDaDe(CF/88 art. 165, § 8º / Lei nº 4.320/64 art. 7º da)

Mais um princípio que é dedutível e doutrinário.

Trata-se de princípio orçamentário, de natureza complementar, segundo o qual, mesmo que a exe-

cução orçamentária deva se ajustar, no necessário, à programação aprovada pelo Poder Legislativo, é indispensável atribuir um certo grau de flexibilidade ao Poder Executivo para que possa ajustar a execu-ção às contingências operacionais e à disponibilida-de efetiva de recursos.

Em temas orçamentários, há também a flexibili-dade financeira, quando o Governo utiliza por inter-médio da Programação Financeira de Desembolso e do mecanismo do contingenciamento, o mecanismo utilizável é o crédito adicional, que são classificados em suplementares, especiais e extraordinários.

“A lei de orçamento poderá conter autorização ao Execu-tivo para abertura de créditos suplementares até determi-nada importância. ”

“A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estra-nho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de cré-ditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação da receita, nos termos da lei. ”

13. Programação, tiPiCiDaDe e atiPiCiDaDe (CF/88 arts. 165 a 167 / Decreto-lei nº 200/67, arts. 16 a 18)

Durante a fase de consolidação da proposta de Orçamento, geralmente se seguem determinadas classificações orçamentárias existentes.

Há uma tabela de classificação funcional de des-pesas, por exemplo, que classifica a despesa em fun-ções, subfunções, programas e ações.

Há outra tabela de classificação da despesa por fontes de recursos e outra por unidade orçamentária, por exemplo.

No processo de programação da despesa no Or-çamento, em primeiro lugar é preciso identificar a função a que pertence a despesa (se é uma despesa classificável na função Educação, Saúde, Ciência e Tecnologia, Transportes, ou qualquer outra).

A função é o nível mais elevado de agregação de despesas, representando quase que uma área de atu-ação do Governo.

As diferentes funções se dividem em subfunções, que, por sua vez, comportam diferentes programas de

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Complemento - 137

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Governo, compostos por ações (projetos, atividades ou operações especiais) a realizar no exercício. Programar uma despesa é classificar a despesa de maneira a ficar evidenciado onde será utilizado o recurso (em qual função, subfunção, programa ou ação do Governo).

Porém, no processo de programação, pode ocor-rer de um programa não se vincular à sua respectiva subfunção da tabela de classificação funcional. Ou uma subfunção não se vincular à sua função típica, constante da tabela de classificação funcional.

Ou seja, em termos práticos, nem sempre se pro-grama a despesa respeitando-se a classificação fun-cional existente nas tabelas orçamentárias.

Quando um programa é vinculado a uma sub-função que não aquela correspondente à da tabela de classificação, dizemos que ocorreu atipicidade na programação da despesa, ou seja, não há uma classi-ficação típica.

O mesmo acontece quando uma despesa classifi-cada no Orçamento em uma subfunção está vincula-da a outra função que não a função correspondente, segundo a tabela de classificação orçamentária.

A tabela de classificação funcional da despesa por funções e subfunções está consignada no livro “Ma-nual Técnico de Orçamento” publicado pela Secreta-ria de Orçamento Federal do Ministério do Planeja-mento, Orçamento e Gestão (MPOG).

14. regionalização(CF/88 art. 165, § 7º)

O princípio da regionalização está contemplado na Constituição, que dispõe: “Os orçamentos pre-vistos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. ”

Em complementação, no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, o art. 35 esclarece: “O disposto no art. 165, § 7º, será cumprido de forma progressiva, no prazo de até dez anos, distribuindo--se os recursos entre as regiões macroeconômicas em razão proporcional à população, a partir da situação verificada no biênio 1986-87”.

Trata-se de outro princípio orçamentário de natu-reza complementar, segundo o qual os orçamentos do setor público devem ter a sua programação regio-nalizada, ou seja, detalhada sobre a base territorial com o maior nível de especificação possível para o respectivo nível de Administração.

15. equilíbrio (CF/88 arts. 165 - § 4º e 7º; 166 - § 3º e 167 - incisos III, V, VI; art. 3º Lei n. 4.320/64; LRF 34 a 37)

Esse princípio estabelece que o montante da des-pesa autorizada em cada exercício financeiro não po-derá ser superior ao total de receitas estimadas para o mesmo período.

Havendo reestimativa de receitas com base no excesso de arrecadação e na observação da tendên-cia do exercício, pode ocorrer solicitação de crédito adicional. Nesse caso, para fins de atualização da previsão, devem ser considerados apenas os valores utilizados para a abertura de crédito adicional.

Conforme o caput do artigo 3º da Lei nº 4.320/1964, a Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Assim, o equilíbrio orçamentário pode ser obtido por meio de operações de crédito.

Entretanto, conforme estabelece o artigo 167, III, da Constituição Federal é vedada a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, dispositivo conhecido como “re-gra de ouro”.

De acordo com esta regra, cada unidade governa-mental deve manter o seu endividamento vinculado à realização de investimentos e não à manutenção da máquina administrativa e demais serviços.

A Lei de Responsabilidade Fiscal também esta-belece regras limitando o endividamento dos entes federados, nos artigos 34 a 37:

Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei Complementar.

Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, direta-mente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e

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outro, inclusive suas entidades da administra-ção indireta, ainda que sob a forma de nova-ção, refinanciamento ou postergação de dívi-da contraída anteriormente.

§ 1º Excetuam-se da vedação a que se refe-re o caput as operações entre instituição fi-nanceira estatal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a:

I – financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes; II – refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.

§ 2º O disposto no caput não impede Es-tados e Municípios de comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas disponibilidades.

Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de be-neficiário do empréstimo.

Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios.

Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:

I – captação de recursos a título de ante-cipação de receita de tributo ou contri-buição cujo fato gerador ainda não te-nha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7º do art. 150 da Constituição; II – recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capi-tal social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação; III – assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação asse-melhada, com fornecedor de bens, mer-cadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes; IV – assunção de obrigação, sem autoriza-ção orçamentária, com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços.

Em outras palavras o orçamento deve apresentar equilíbrio entre receitas e despesas, segundo os cré-ditos orçamentários e adicionais. Significa que é vedada:

• A realização de despesas ou assunção de obri-gações que excedam os créditos orçamentários e adicionais.

• Abertura de crédito suplementar e adicional sem prévia autorização legislativa e sem a indicação dos recursos correspondentes.

• A concessão ou utilização de créditos ilimitados.

• A aprovação de emendas ao projeto de lei do orça-mento anual ou aos projetos que a modifiquem sem a indicação dos recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesas.

É comum que o equilíbrio seja apenas for-mal, pois de maneira geral, nos dias de hoje ele é buscado através da autorização para a

realização de empréstimos e financiamentos.

16. DesCentralização

Este é um princípio que decorre de pensamen-tos doutrinários e de práticas administrativas, es-tabelecendo que é preferível que a execução das ações ocorra no nível mais próximo de seus bene-ficiários. Com essa prática, a cobrança dos resul-tados tende a ser favorecida, dada a proximidade entre o cidadão, beneficiário da ação, e a unidade administrativa que a executa.

17. resPonsabilização

Este princípio decorre das premissas e funda-mentações da lei de reponsabilidade fiscal, definindo que os gerentes/administradores devem assumir de forma personalizada a responsabilidade pelo desen-volvimento de um programa, buscando a solução ou o encaminhamento de um problema.

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Complemento - 139

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3. leis orçamentárias PPa, lDo e loa

1. Hierarquia das Normas2. Legislação Orçamentária3. Principais Aspectos das Leis Orçamentárias4. Processo e Ciclo Orçamentário

Neste módulo estudaremos as leis e a estrutura conceitual que compõe o planejamento orçamentá-rio, seu rito e as normas que regulamentam todo o ciclo orçamentário.

O planejamento na Administração Pública não é ape-nas uma formalidade legal ou constitucional, mas trata--se da canalização de esforços no sentido da construção de uma realidade futura melhor do que o presente.

O planejamento é uma ação contínua que deve ser feito a todo instante. Na administração pública, por conta de sua complexidade, o processo de plane-jamento precisa ser organizado.

O PPA declara as escolhas pactuadas com a socie-dade e contribui para viabilizar os objetivos funda-mentais da República.

Além disso, organiza a ação de governo na busca de um melhor desempenho da Administração Pública.

É neste cenário que surge o Plano Plurianual (PPA) como o instrumento legal de planejamento governa-mental de maior alcance no estabelecimento das prio-ridades e no direcionamento das ações do governo.

Inicialmente vamos entender a hierarquia das normas.

1. hierarquia Das normas

As normas jurídicas apresentam um conjunto relacional e uma ordem de importância dentro do ordenamento jurídico e a pirâmide representa o es-calonamento dessa hierarquia das normas.

No escalonamento normativo as normas se fun-damentam na seguinte ordem:

Podemos observar que as de menor grau devem obedecer às de maior grau, ou seja, que o ato inferior guarde hierarquia com o ato hierarquicamente supe-rior e, todos eles, com a Constituição, sob pena de ser ilegal e inconstitucional e a chamada de relação de compatibilidade vertical. A hierarquia trata-se por-tanto de uma escala de valor.

1.1. Nível Constitucional - Nível da relação em que encontraremos as seguintes normas: • Constituição Federal;• Emenda Constitucional;• Tratados internacionais sobre Direitos Humanos¹.

1.2. Nível Supralegal² - Neste nível encontramos os demais tratados internacionais dos quais o Brasil seja signatário.

1.3. Nível Legal³ - São normas primárias e se encar-regam de produzir direitos e gerar obrigações.

Neste nível encontram-se a normas cuja valida-de dependem diretamente do texto constitucional, ou seja, são normas que objetivam a aplicação do direito constitucional.

¹ Importante ressaltar que não se trata de qualquer tratado in-ternacional, mas os tratados sobre Direitos Humanos que se-jam aprovados pelo Poder Legislativo nos mesmos moldes das Emendas Constitucionais (3/5 dos votos, em 2 turnos de votação em ambas as casas legislativas).

² São normas de nível intermediário entre a Constituição da Re-pública e as demais leis, e seu trâmite para aprovação é o mesmo das leis ordinárias.

³ É neste nível que encontraremos a Lei que institui o Plano Pluria-nual-PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e Lei Orçamen-tária Anual - LOA, leis ordinárias que buscam sua validade DIRE-TAMENTE na Constituição Federal:

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São exemplos:• Lei complementar; Lei ordinária; Medida provi-

sória; Lei delegada; Decreto legislativo;• Resoluções legislativas;• Tratados internacionais em geral;• Decreto presidencial com suporte na CF, art. 84, VI.

1.4. Nível Infralegal4 - Este nível é também conhe-cido como nível regulamentar, onde são produzidas as normas regulamentares, os chamados regulamen-tos, são espécies de normas secundárias pois ficam sujeitas às normas primárias.

São Exemplos• Decretos (art. 84, inc. IV, da CF); Resoluções de

caráter administrativo; Portarias;• Regimentos,• Instruções normativas;• Circulares e ordens de serviço etc.

2. legislação orçamentária

No Brasil, as principais normas jurídicas relativas à administração financeira e orçamentária encon-tram-se contidas nos seguintes instrumentos:

• Constituição Federal, de 1988, nos seus artigos 163 a 169 (Capítulo II – Das Finanças Públicas);

• Lei Federal nº 4.320/64 – Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para Elaboração e Controle dos Orçamentos e Balanços da União, dos Esta-dos, dos Municípios e do Distrito Federal;

É a lei que estabelece normas gerais de finanças públicas para o controle dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

A Constituição de 1988 deu a essa lei o status de lei complementar.

• Decreto nº 93.872, de 23 de Dezembro de 1986 - Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legis-lação pertinente e dá outras providências sobre a gestão da Administração Financeira e Aspectos das contas públicas.

• Lei 10.180, de 06 de Fevereiro de 2001 - Organi-za e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração Financei-ra Federal, de Contabilidade Federal e de Con-trole Interno do Poder Executivo Federal, e dá outras providências

• Lei Complementar nº 101/2000 – Lei de Responsa-bilidade Fiscal – LRF – Estabelece Normas de Fi-nanças Públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências; é um có-digo de conduta para os administradores públicos de todo o País. Ela é válida para os três Poderes, nas três esferas de governo, e tem por objetivo melho-rar a administração das contas públicas no Brasil;

• Lei Complementar n. 131/2009 - Acrescenta dis-positivos à Lei Complementar n. 101/2000 a fim de determinar a disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

• Decreto-Lei n. 200/67 – Dispõe sobre a organiza-ção da Administração Federal, estabelece o pla-nejamento como um princípio a ser obedecido na ação governamental e reforça as ações de orça-mento e controle;

• Reforma Gerencial/2000 - A Reforma Geren-cial/2000, resultante do Decreto nº 2.829/98, da Portaria 42/99 e da Portaria 51/98, favoreceu o aprimoramento do processo orçamentário brasi-leiro, retirando o foco até então sobre o controle da despesa, para a obtenção de resultados.

Além da adoção do planejamento estratégico, ba-seado na ideia de que os programas governamentais devem solucionar os problemas enfrentados pela sociedade, sugeriu-se um conjunto de medidas ca-pazes de melhorar a utilização do Orçamento, espe-cialmente: cobrança de resultados; responsabilização de gestores; fixação de metas para as ações; adoção de indicadores de desempenho para medir a eficácia dos programas;

• Portaria nº 42/99 do Ministério do Planejamen-to, Orçamento e Gestão – Atualiza a discrimina-ção da despesa por funções de que trata a Lei 4.320/64, estabelece os conceitos de função, sub-função, programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá outras providências;

4 São produzidas pelo poder regulamentar e visam o a reali-zação do direito infraconstitucional, são normas secundárias e não têm o poder de gerar direitos tampouco impor obrigações.

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Complemento - 141

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• Portaria Interministerial nº 163/2001 da Secreta-ria do Tesouro Nacional – STN e Secretaria de Orçamento Federal – SOF, consolidada com as Portarias 212/2001, 325/2001 e 519/2001. E trata da classificação de Despesas e Receitas Públicas.

Estes dispositivos legais trazem todas as regras norteadoras dos processos relativos à elaboração, execução e controle do Orçamento Público, além das demais questões financeiras e contábeis envolvidas.

O texto constitucional que prevê as normas orça-mentárias se encontra no artigo 165, leis de iniciativa do Poder Executivo que estabelecerão: I - o plano plurianual;II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais.

3. PrinCiPais asPeCtos Das leis orçamentárias

Prazos para elaboração e aprovação das leis orçamentárias

A Constituição Federal reserva à lei complemen-tar que disponha sobre direito financeiro o estabele-cimento dos prazos para as leis orçamentárias.

O art. 166, §6°, da Constituição Federal de 1988, as-sim estabelece:

“§ 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual se-rão enviados pelo Presidente da República ao Con-gresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º”.

Atualmente, regulam o citado dispositivo a Lei n. 4.320/64 (normas gerais de direito financeiro) e a Lei Complementar n. 101/2000 (Lei de Responsabi-lidade Fiscal), contudo, tais normativos silenciam no que diz respeito ao prazo para envio das pro-postas das leis orçamentárias.

O prazo para envio do projeto de Lei do PPA ao Poder Legislativo é o dia 31 de agosto do primeiro exercício do mandato do Chefe do Poder Executivo, contudo, a despeito da previsão constitucional, ain-da não há regulamentação específica, daí porque os prazos para encaminhamento do PPA, LDO e LOA seguem o disposto no art. 35, §2°, do Ato das Dis-posições Constitucionais Transitórias (ADCT), nos seguintes termos:

I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o fi-nal do primeiro exercício financeiro do mandato presiden-cial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devol-vido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;

II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será en-caminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerra-mento do primeiro período da sessão legislativa;

III - o projeto de lei orçamentária da União será enca-minhado até quatro meses antes do encerramento do exer-cício financeiro e devolvido para sanção até o encerramen-to da sessão legislativa”.

Tais disposições gerais aplicam-se nas condições normais, considerando que tais prazos serão respei-tados pelos Poderes competentes.

Plano Plurianual (PPA)

Competência, Estrutura e Base Legal do PPA

O Plano Plurianual é o instrumento da ação governamental que estabelece, de forma regio-nalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública e as despesas de capital e outras delas decorrentes e relativas aos programas de duração continuada.

Art. 165 § 1º - A lei que instituir o plano pluria-nual estabelecerá, de forma regionalizada, as di-retrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

Diretrizes: representam o conjunto, estruturado e interativo, das grandes orientações das ações de go-verno, ou seja, seus objetivos, estratégias e políticas.

As diretrizes são, assim, as linhas gerais que de-senham o PPA. Na União as diretrizes já foram re-presentadas por:

• MEGAOBJETIVOS e MACROOBJETIVOS [PPA 2000/2003],

• MEGAOBJETIVOS e DESAFIOS [PPA 2004/2007],

• DIRETRIZES DA POLÍTICA FISCAL [PPA 2008-2011],

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• Atualmente são MACRODESAFIOS e PROGRA-MA TEMÁTICO [PPA 2012-2015].

Objetivos: é o alvo ou ponto qualificado, com pra-zo de realização e responsável estabelecidos, que se pretende alcançar através de esforço extra; é um resultado concreto que se quer alcançar; deve ter uma referência de data e valor de um parâmetro a ser alcançado; os objetivos são expressos na pro-gramação do PPA; um programa para superação de cada problema identificado como alvo da atua-ção do poder público; um objetivo claro e específi-co para cada programa.

Metas: é a segmentação do objetivo; as datas e os va-lores dos parâmetros são precisos; é voltada para o operacional; os indicadores irão possibilitar o acom-panhamento das metas; as metas serão definidas no PPA e aquelas priorizadas pela LDO será objeto da proposta orçamentária anual; as metas representam, para cada objetivo ou programa, as parcelas de re-sultado que se pretende alcançar no período de vi-gência do plano.

Despesas de Capital: o PPA abrange as despesas de capital que são aquelas destinadas à aquisição de um bem de capital (Lei nº 4.320/1964); para efeitos prá-ticos na elaboração e gestão do PPA, correspondem aos investimentos e inversões financeiras a serem realizados pelos entes da federação (União, Estados, Municípios, DF) no período de vigência do PPA; as amortizações de dívida, outro grupo relacionado às despesas de capital, em geral não são discutidas no processo de elaboração e gestão do PPA uma vez que a dívida possui um plano de gerenciamento próprio. Mas isso não quer dizer que essas despesas não com-ponham o PPA. São despesas de capital e por isso integram o plano.

Outras despesas decorrentes das despesas de ca-pital: grande parte das despesas de capital geram por consequência de seu produto outras despesas, em geral correntes, que decorrem da primeira. Assim, ao construir um posto de saúde, o muni-cípio estará realizando uma despesa de capital, mas para operá-lo precisará manter profissionais de saúde, material de consumo e serviços de ma-nutenção. Essas despesas correntes decorrem da despesa de capital e ampliam os gastos correntes, já assumidos anteriormente.

Por essa razão devem também fazer parte do PPA.

Despesas dos programas de duração continuada: para continuar utilizando o exemplo da construção do posto de saúde, não se faz política de saúde ape-nas com novos postos de saúde. Toda atuação gover-namental nessa área de competência deve ser objeto de planejamento.

Mesmo possuindo vigência quase coincidente com o mandato de 04 anos, é também finalidade do PPA estabelecer objetivos e metas que compro-metam o Poder Executivo e o Poder Legislativo a dar continuidade aos programas iniciados no qua-driênio anterior.

O Projeto de Lei do PPA deve ser elaborado com base em diretrizes oriundas do Projeto Político do Governo, bem como das diretrizes estratégicas que indicam em termos gerais o Estado almejado em um horizonte de longo prazo e estabelece, ainda, os macros desafios para o alcance dessa nova reali-dade de País.

Regionalização do PPA

Nas disposições Constitucionais sobre o PPA, diz-se que:

Art. 165 §1º - A lei que instituir o plano plu-rianual estabelecerá, de forma regionaliza-da, as diretrizes, objetivos e metas da admi-nistração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração con-tinuada (art. 165).

A regionalização considerada na instituição do PPA determina o impacto que os compromissos e as entregas do Plano terão em cada território na medida em que as realidades se diferenciam. O planejador, ao regionalizar, delimita o espaço onde determina-da carência de política pública se apresenta de forma mais evidente. O foco na solução e minimização dos problemas/desafios onde eles mais se evidenciam constitui-se, assim, numa forma de promover a re-dução das desigualdades regionais.

A Constituição prevê a existência dos planos e programas estaduais, regionais e setoriais, desde que compatíveis com o Plano Plurianual.

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A grande extensão e diversidade regionais de um país como o Brasil demanda a regionalização do PPA para que a identificação da melhor política pública para cada região seja definida de forma mais precisa e adequada a cada realidade.

A regionalização definida no art. 159 da CF, que permeia todos os instrumentos de planejamento - ser compatibilizados com o PPA - objetiva, ainda, expli-citar a política de incentivos e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia além de considerar na busca da redução das desigualdades regionais o critério populacional.

§ 7º- Os Orçamentos previstos no § 5º, incisos I e II, terão: I - compatibilização com o plano plurianual;II - função de reduzir as desigualdades inter-regionais, segundo critérios de população e renda per capita;

Observe ainda mais uma regra quanto ao PPA, conforme artigo 167 da CF/88:

§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano pluria-nual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

Os planos e programas nacionais, regionais e se-toriais serão elaborados em consonância com o PPA e aprovados pelo Congresso Nacional ou Assembleia Legislativa.

Escopo do PPA

O PPA possui o seguinte escopo nos níveis de planejamento.

A dimensão estratégica

É o programa temático que reflete a agenda de governo organizada pelos Temas das Políticas Públi-cas5, devendo:• Orientar a ação governamental;• Medir a efetividade.

A dimensão tática

Objetiva expressar o que deve ser feito, devendo:

• Refletir as situações que devem ser alteradas pela implementação de um conjunto de Iniciativas, com desdobramento no território (regionalização);

• Medir a eficácia do planejamento.

A dimensão operacional

Tem a iniciativa como fator principal, devendo:

• Declarar as entregas à sociedade de bens e servi-ços, resultantes da coordenação de ações orçamen-tárias e outras ações institucionais e normativas;

• Assim como o pacto entre entes federados, e

• Medir a eficiência.

Objetivos Gerais do PPA Desempenhar a função planejamento:

• Torná-lo um instrumento gerencial de governo;

• Aprimorar o acompanhamento dos compromis-sos especialmente dos Fóruns de Gestão (pobreza extrema, direito e cidadania, desenvolvimento econômico e infraestrutura).

• Criar espaço para tratar, na programação do PPA: - Políticas transversais e multi setoriais; - Regionalização das principais políticas; - Discussão Pública do PPA com a sociedade ci-

vil, com Estados e Municípios.

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

A LDO é a lei anterior à lei orçamentária, que de-fine as metas e prioridades em termos de programas a executar pelo Governo.

Com base na LDO aprovada a cada ano pelo Po-der Legislativo, a Secretaria de Orçamento Federal, órgão do Poder Executivo, consolida a proposta or-çamentária de todos os órgãos dos Poderes (Legisla-tivo, Executivo e Judiciário) para o ano seguinte no Projeto de Lei encaminhado para discussão e vota-ção no Congresso Nacional.

§ 2º do artigo 165 da Constituição Federal de 1988.

• A lei de diretrizes orçamentárias com-preenderá as metas e prioridades da ad-

5 São 65 temas que constaram de uma agenda pública do PPA, vide anexo I

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ministração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício finan-ceiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabe-lecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Além destes itens, a LDO também deverá conter (art. 169 da CF/88):

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou au-mento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contrata-ção de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empre-sas públicas e as sociedades de economia mista.

De acordo com o art. 21 da LRF é nulo de pleno di-reito o ato que provoque aumento da despesa com pes-soal e não atenda, entre outras exigências da própria LRF, ao disposto no §1º do art. 169 da Constituição.

Isto significa que todo aumento de despesa com pessoal tem que estar previsto na LDO.

Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1º do art. 169 da Constituição;II - o limite legal de comprometimento aplica-do às despesas com pessoal inativo.Parágrafo único. Também é nulo de pleno di-reito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.

Assim a LDO:

• Conterá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente;

• Orientará a elaboração da lei orçamentária anual (estabelece parâmetros sobre o escopo que deverá compor a lei orçamentária em cada exercício);

• Disporá sobre as alterações na legislação tributária;

• Estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento;

• Conterá autorização específica para a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remunera-ção, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal.

A LDO com previsão na Lei de Responsabilida-de Fiscal Lei Complementar nº 101/2000

Em seu artigo 4º a LRF trouxe novas atribuições à LDO, tornando-a elemento de planejamento e refor-çando seu papel de orientação e controle das finan-ças públicas (receitas e despesas), principalmente quando da elaboração do orçamento, com o objetivo de proporcionar a administração pública uma gestão fiscal responsável e equilibrada.

A LDO será responsável ainda pela:

• Disposições quanto ao equilíbrio entre receitas e despesas;

• Condições e exigências para transferências de re-cursos a entidades públicas e privadas, através dos:

- Anexo de metas fiscais e - Anexo de riscos fiscais;

• Programação financeira e o cronograma mensal de desembolso, estabelecidos pelo Poder Executi-vo em até 30 dias após a sanção da LOA;

• Critérios e forma de limitação de empenho;

• Normas relativas ao controle de custos e à ava-liação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;

• Margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado;

• Projeção de Receita devendo atender aos critérios de preços, quantidades e legislação;

• Formas de utilização e montante da reserva de con-tingência que integra a Lei Orçamentária Anual.

Estrutura da LDO

Ao ser encaminhado ao Legislativo, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias – PLDO, terá a se-guinte estrutura:

Mensagem: encaminha o projeto da LDO e apre-senta em anexo específico, os objetivos das políticas

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Complemento - 145

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monetária, creditícia e cambial, bem como os parâ-metros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas econômico-financeiras, para o exercício subsequente.

Projeto de Lei: Contém os dispositivos legais entre os quais se encontram:

• Disposições preliminares, que evidenciam o con-teúdo ou principais assuntos tratados no texto do projeto de lei;

• Prioridades e metas da administração, que de-vem espelhar os principais objetivos e metas que terão precedência na alocação de recursos no or-çamento a ser encaminhado e consequentemente ao longo da sua execução, e, ser compatíveis com o planejamento para o período de quatro anos aprovado no PPA.

São uma espécie de “recorte” das prioridades do PPA dentro da perspectiva do exercício financeiro ao qual se referem não se constituindo, entretanto, em limites à programação dessas despesas.

Além de compor um dos itens de destaque da LDO, a temática “Metas e Prioridades” conta tam-bém com um anexo que apresenta, a partir dos pro-gramas constantes do Plano Plurianual - PPA, um subconjunto de programas e ações que serão consi-derados prioritários pela administração.

Esses programas e ações terão precedência na alocação de recursos no Projeto de Lei Orçamen-tária para o exercício vigente e na execução da Lei Orçamentária Anual, desde que atendidas as demais despesas prioritárias da Administração, como por exemplo, as despesas de Pessoal e Encargos Sociais e de benefícios previdenciários, consideradas de cará-ter obrigatório.

Lei de Orçamento Anual (LOA)

§ 5º do artigo 165 da Constituição Federal de 1988.

• A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da ad-ministração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Principais aspectos

É um ato preventivo em relação à receita e autori-zativo em relação à despesa.

É um ato legal que tem origem no poder executi-vo e autorização do Poder Legislativo.

Sua duração é limitada: um ano.

A LOA obedece a orientação da LDO.

As despesas autorizadas destinam-se ao funcio-namento dos serviços públicos, para fins relacio-nados com a política econômica, ou com a política geral do país.

As receitas previstas para serem arrecadadas de-vem ter sido anteriormente criadas por lei.

A Lei Orçamentária Anual disciplina todos os programas e ações do governo federal no exercício.

Nenhuma despesa pública pode ser executada sem estar consignada no Orçamento.

No Congresso, deputados e senadores discutem na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMPOF)6 a proposta orçamentária (projeto de lei) enviada pelo Poder Executivo, fazen-do modificações que julgar necessárias, por meio de emendas, votando ao final o projeto.

A Constituição determina que o Orçamento deve ser votado e aprovado até o final de cada Legislatura.

Depois de aprovado, o projeto é sancionado e pu-blicado pelo Presidente da República, transforman-do-se na Lei Orçamentária Anual.

A Lei Orçamentária Anual (LOA) estima as recei-tas e autoriza as despesas do Governo de acordo com a previsão de arrecadação.

6 É a que examina e emite parecer sobre o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a Lei Orçamentária Anu-al (LOA) e demais matérias orçamentárias Anexo II.

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146 - Complemento

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Se durante o exercício financeiro houver necessi-dade de realização de despesas acima do limite que está previsto na Lei, o Poder Executivo submete ao Congresso Nacional um novo projeto de lei solicitan-do crédito adicional.

Por outro lado, a necessidade de contenção dos gastos obriga o Poder Executivo muitas vezes a editar Decretos com limites orçamentários e finan-ceiros para o gasto, abaixo dos limites autorizados pelo Congresso.

São os intitulados Decretos de Contingenciamen-to, que limitam as despesas abaixo dos limites apro-vados na lei orçamentária.

Quadro sinótico dos prazos das Leis Orçamentárias(Estabelecidos em seção de atos transitórios na CF)

Posição PPA LDO LOA

Envio ao Poder

Legislativo

Até 4 meses antes do final do primeiro

exercício financeiro

do mandato. (31/08)

Até oito meses e meio

antes do encerramento do exercício financeiro

de sua elaboração.

(15/04)

Até 4 meses antes do final do exercício financeiro

de sua elaboração.

(31/08)

Devolução ao Poder Executivo

para sanção ou veto

Até o encerramento

da sessão legislativa do

ano do seu envio (22/12)

Até o encerramento do primeiro

período da sessão legislativa

(17/07)

Até o encerramento

da sessão legislativa do

ano do seu envio (22/12)

Vigência (4 anos) Até 18 meses 12 meses

4. ProCesso e CiClo orçamentário

Conceito

O processo orçamentário pode ser definido como aquele através do qual se elabora, aprova, executa, controla e avalia a programação de dis-pêndios do setor público no que tange aos aspec-tos físicos e financeiros.

O ciclo orçamentário inicia-se com a sua con-cepção e encerra-se com a sua apreciação final (prestação de contas e avaliação de desvios em re-lação ao planejado).

Fases do Ciclo

Podemos definir o ciclo orçamentário em cinco fases:1. O planejamento orçamentário;2. A elaboração da proposta orçamentária; 3. A discussão, votação e aprovação;4. A execução orçamentária e 5. O controle da avaliação da execução do orçamento.

O planejamento

O planejamento orçamentário é efetuado com três instrumentos básicos:• O Plano Plurianual (PPA);• A Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) e • A Lei do Orçamento Anual (LOA).

Elaboração da proposta orçamentária

A Secretaria de Orçamento federal – SOF/MPOG estabelece parâmetros a serem adotados no âmbito de cada órgão ou unidade orçamentária quando do início da elaboração que ocorre:

• Através das discussões entre as unidades de cada órgão;

• Através das discussões no âmbito da SOF, entre os vários órgãos da administração pública.

A elaboração da proposta orçamentária processa- se desde a propositura orçamentária inicial, prove-niente de cada unidade executora, até a aprovação do orçamento pelo Legislativo e a liberação dos cré-ditos orçamentários para as unidades orçamentárias de cada órgão.

Cada unidade responsável pela execução do orça-mento elabora a sua proposta orçamentária a qual é consolidada e encaminhada ao órgão de planejamen-to do ente público, que irá consolidar as propostas dos Poderes e as encaminhar ao Poder Legislativo.

A elaboração da proposta orçamentária se pro-cessa basicamente sob a responsabilidade do Poder Executivo, haja vista que esse Poder executa a maior parte do orçamento.

Isso não significa que os outros Poderes e o Mi-nistério Público não elaboram suas propostas orça-mentárias, ao contrário, os Poderes Legislativo, Ju-diciário e o Ministério Público têm autonomia para a

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Complemento - 147

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elaboração de suas propostas, dentro das condições e limites já estabelecidos nos planos e, em especial, na lei de diretrizes orçamentárias.

Nunca é demais mencionar que os Poderes supra-mencionados, independentemente de suas autono-mias, elaboram suas propostas e as encaminham ao Poder Executivo para fins de consolidação e envio ao Congresso Nacional, particularmente à Comissão Mis-ta de Planos e Orçamentos e Fiscalização – CMPOF.

A proposta orçamentária de todos os Poderes de-verá ser compatível com o PPA, LDO e a LRF.

A Emenda Constitucional nº 45 (reforma do judi-ciário) introduziu mudanças acerca do encaminha-mento das propostas orçamentárias do Poder Judici-ário e do Ministério Público.

A CF estabelece em seu art. 99 que ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

O § 1º desse artigo prevê que os tribunais elabora-rão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

As propostas orçamentárias do Judiciário, ouvi-dos os outros tribunais, serão encaminhadas da se-guinte forma:

• No âmbito da União, aos Presidentes do Supre-mo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;

• No âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Jus-tiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.

Em função dos constantes atrasos no encami-nhamento das propostas do Poder Judiciário e do Ministério Público, a EC nº 45 estabeleceu as se-guintes regras:

1º Se os órgãos do Poder Judiciário não encami-nharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentá-ria anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipu-lados na LDO (EC nº 45/2004).

2º Se suas propostas orçamentárias forem encami-nhadas em desacordo com os limites estipulados na LDO, o Poder Executivo procederá aos ajustes ne-cessários para fins de consolidação da proposta or-çamentária anual (EC nº 45/2004).

3º O Ministério Público elaborará sua proposta orça-mentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

4º Se o Ministério Público não encaminhar a respec-tiva proposta orçamentária dentro do prazo esta-belecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados com os limites estipulados na LDO (EC nº 45/2004).

5º Se a proposta orçamentária do Ministério Público for encaminhada em desacordo com os limites esti-pulados na LDO o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da pro-posta orçamentária anual (EC nº 45/2004).

Assim, resulta a proposta orçamentária consoli-dada que o Presidente da República encaminha, até 4 meses antes do encerramento do exercício financei-ro, ao Congresso Nacional.

É importante ressaltarmos que antes da etapa de elaboração da proposta orçamentária, a SOF indica o volume de dispêndios compatíveis com a participa-ção do Setor Público no PIB e a previsão de arreca-dação de receitas, cujo objetivo é informar os outros Poderes para fins de conhecimento da situação eco-nômico-financeira do País.

Assim sendo, o Poder Executivo de cada ente colo-cará à disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subsequente, inclusive da corrente líquida, e as respec-tivas memórias de cálculo (art. 12, § 3º da LRF).

Discussão e aprovação da proposta orçamentária

Como vimos anteriormente a proposta orça-mentária encaminhada ao CN é recebida pela Co-missão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMPOF), a que se refere o parágrafo 1º do art. 166 da Constituição.

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Atualmente essa comissão é composta por oitenta e quatro membros titulares, sendo sessenta e três De-putados e vinte e um Senadores.

Os trabalhos se desenvolvem basicamente da se-guinte forma:

1º O Presidente da Comissão designa o Relator-Ge-ral. A este, caberá submeter à Comissão um pare-cer preliminar, em que são fixados parâmetros que orientarão a elaboração dos relatórios parciais e se-toriais, inclusive quanto à formulação de emendas.

2º Os relatórios setoriais são discutidos e votados no âmbito das Subcomissões e consolidarão os relató-rios parciais, que tratarão de partes da proposta, cor-respondentemente a um ou mais órgãos e unidades orçamentárias.

3º Ao Relator-Geral compete adequar os pareceres setoriais aprovados em cada Subcomissão, vedada qualquer modificação, ressalvadas as alterações por ele propostas e aprovadas pelo Plenário da Comis-são, bem como as decorrentes de destaques aprova-dos pela Comissão.

4º O Relatório-Geral é discutido e votado pelo Ple-nário da Comissão e, posteriormente, submetido ao Plenário do Congresso Nacional.

5º Aprovada a redação final, o projeto é então enca-minhado à sanção do Presidente da República.

6º A devolução para sanção deve ocorrer até o en-cerramento da sessão legislativa, atualmente, 22 de dezembro.

Sanções e Veto

O Presidente da República terá 15 (quinze) dias úteis, a contar da data do recebimento do projeto aprovado, para sancioná-lo.

A CF lhe faculta vetá-lo, no todo ou em parte.

Sendo o projeto vetado, o ato deverá ser comuni-cado dentro de 48 (quarenta e oito) horas ao Presi-dente do Senado, expondo seus motivos.

Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção.

Na ocorrência de veto, o projeto será apreciado em sessão conjunta, dentro de 30 (trinta) dias de seu recebimento.

Não havendo deliberação, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final, com exce-ção das medidas provisórias.

Para que o veto seja rejeitado, isto é, para que se restabeleça o texto aprovado originalmente pelo Plenário, é necessária a maioria absoluta dos De-putados e Senadores.

Se o veto for derrubado, o projeto será enviado, para promulgação, ao Presidente da República.

No caso de o Presidente não promulgar a lei, ou seja, manter-se silente em até 48 (quarenta e oito) ho-ras após sua aprovação ou derrubada de veto, cabe ao Presidente do Senado e, em igual prazo, ao seu Vice-Presidente, promulgá-la.

Ressalte-se que a publicação da lei e, portanto, sua entrada em vigor só se dará com a sanção pelo Presidente da República ou a promulgação pelo Pre-sidente ou Vice-Presidente do Senado.

O órgão central de orçamento do Poder Executi-vo procede a incorporação, em cada unidade orça-mentária, da proposta orçamentária ajustada, com a liberação dos respectivos créditos, no sistema de informação utilizado pelo ente público.

Depois de aprovada pelo Poder Legislativo e san-cionada pelo Chefe do Poder Executivo, a proposta orçamentária é transformada na Lei Orçamentária Anual (LOA) quando se tratar do instrumento anual.

Execução do orçamento

Sancionada e publicada a LOA, inicia-se o proces-so de execução do orçamento.

Consiste na arrecadação de receitas de impostos, taxas, contribuições de melhoria, transferências e na aplicação desses recursos nos projetos e atividades aprovados na Lei Orçamentária Anual.

Na fase de execução, os órgãos realizam os pro-gramas governamentais contemplados na lei or-çamentária, mediante uma série de ações que pos-

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sibilitam atingir as diretrizes, objetivo, metas e prioridades estabelecidas nos instrumentos de pla-nejamento e na LRF.

Todas as atividades de execução e demais fatos relacionados com as variações qualitativas e quan-titativas que afetam os elementos patrimoniais, or-çamentários e financeiros dos entes públicos se de-senvolvem dentro do exercício definido como o ano civil, isto é, de 01 de janeiro a 31 de dezembro, con-forme dispõe o art. 34 da Lei nº 4.320/64.

Nesse exercício são contabilizadas as receitas nele arrecadadas bem como as despesas legalmen-te empenhadas haja vista que o regime contábil adotado na área pública é o regime misto, ou seja, regime de caixa para as receitas e regime de com-petência para as despesas.

Controle e avaliação do orçamento

Controle e avaliação se constituem na última fase do ciclo orçamentário, porém, não menos importante do que as outras fases, posto que o art. 6º do Decre-to-Lei nº 200/67, menciona que o controle representa um dos cinco princípios fundamentais que norteiam a administração pública federal.

Antes, durante e após a execução do orçamento se desenvolvem as atividades de controle e avaliação das ações de governo.

O controle da execução orçamentária e financeira, será exercido pelos controles interno e externo.

Denomina-se interno o controle exercido dentro da própria administração, ou seja, por agentes do mesmo Poder.

O controle extremo será exercido por órgãos in-dependentes desse Poder, e exemplo do Tribunal de Contas da União.

Ainda é importante ressaltar que de acordo com os artigos 75 a 82 da Lei nº 4.320/1964, fica estabele-cido que os controles devem ser efetuados sobre os seguintes aspectos:• A legalidade dos atos de que resultem a arreca-

dação da receita ou a realização da despesa, o sur-gimento ou a extinção de direitos e obrigações;

• A fidelidade funcional dos agentes da adminis-tração, responsáveis por bens e valores públicos;

• O cumprimento do programa de trabalho, ex-presso em termos monetários e em termos de re-alização de obras e prestação de serviços.

Entendemos que na fase de controle e avaliação da execução orçamentária o processo se desenvolve nas seguintes etapas:• Comparação dos resultados obtidos e efeitos

produzidos;• Comparação dos resultados e efeitos obtidos com

os objetivos e metas programadas;• Análise dos problemas observados e determina-

ções de suas causas;• Definição das medidas corretivas;• Prestação de contas.

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4. reCeita

1. Tributo2. Receitas Orcamentárias (Receitas Públicas)3. Estágios da Receita4. Classificações da Receita Orçamentária5. Dívida Ativa

NotaEste é um dos capítulos mais importantes de nos-sos estudos da matéria financeira e orçamentária, estaremos abordando os principais aspectos da re-ferência. E como dito no início desta apostila não cabe ineditismo pois são temas definidos em leis e manuais técnicos elaborados pelo órgão central do sistema orçamentário.Utilizaremos essas referências como base para dis-corrermos o assunto. Mãos e olhos à obra.

A maior parcela dos recursos que financiam o se-tor público deve se originar do Sistema Tributário.

1. tributo

Conceito

Designação genérica que é dada às receitas básicas que são deferidas à União, aos Estados, ao Distrito Fe-deral e aos Municípios pela Constituição Federal.

Em termos técnicos designa a obrigação pecuniá-ria, criada por lei, sem conotação de sanção a ato ilícito, cujo sujeito ativo é uma pessoa jurídica de direito público e cujo sujeito passivo é uma pessoa física ou jurídica passível de enquadramento nessa situação por vontade de lei.

O art. 3º do Código Tributário Nacional – CTN de-fine tributo da seguinte forma: “Tributo é toda presta-ção pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante ativi-dade administrativa plenamente vinculada”.

Tipos de Tributos

Basicamente, existem dois tipos de tributos:• Tributos Diretos,• Tributos Indiretos.

Tributos Diretos

São aqueles que incidem sobre a renda e o patri-mônio, exemplos: • O IR (Imposto de Renda), • O IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano),• O IPVA (Imposto sobre propriedade de veículos), • A contribuição à Previdência, entre outros.

Tributos Indiretos

São aqueles que incidem sobre o consumo, exemplos: • O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercado-

rias e Prestação de Serviços), cobrado em quase todos os produtos comercializados, e

• A COFINS (Contribuição para o Financia-mento da Seguridade Social), que integra os custos da indústria.

A função fiscal dos tributos é arrecadar recursos para que o Estado possa custear atividades que lhe são inerentes, como educação, saúde, segurança, sa-neamento, moradia dentre outras.

Espécies

Esse gênero de receita compreende, nos termos da CF (art. 145), três espécies: • Os impostos; • As taxas; e • As contribuições.

Os tributos são instituídos e cobrados com base em ato de soberania do Estado com vistas ao custeio das atividades gerais ou específicas que lhe são atribuídas.

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• Impostos

Espécie de TRIBUTO que o Estado exige de pes-soas físicas e jurídicas, coercitivamente, sem lhes oferecer uma contraprestação direta e determinada, em razão de ato ou fato lícito por esses praticados na condição de contribuintes.

O produto da arrecadação de impostos deve re-verter à sociedade sob a forma de ações ou serviços de interesse geral, tais como: infraestrutura básica, segurança pública, educação, saúde, fomento econô-mico e apoio à pesquisa científica.

• Taxas

As taxas são cobradas pelo setor público das pes-soas, em razão do exercício do poder de polícia ou da utilização por estas, efetiva ou potencialmente, de serviços públicos divisíveis e específicos, prestados ou postos à sua disposição.

Taxas também são vinculados a um destino: à manutenção e desenvolvimento do próprio servi-ço prestado.

A taxa, assim como os demais tributos, possui base de cálculo a ser definida na lei instituidora.

No entanto, a base de cálculo deve ser diversa da-quela determinada aos impostos, diante da vedação expressa na Constituição Federal, e deve ter correla-ção ao custo da atividade prestada pelo Estado, caso contrário haverá o enriquecimento sem causa, fato não permitido pelo Direito.

A taxa está sujeita ao princípio constitucional da reserva legal e, sob a ótica orçamentária, classi-fica-se em: • Taxas de Fiscalização ou de Poder de Polícia e • Taxas de Serviço Público.

Taxas de Fiscalização ou de Poder de Polícia1

As taxas de fiscalização ou de poder de polí-cia são definidas em lei e têm como fato gerador o exercício do poder de polícia, poder disciplinador, por meio do qual o Estado intervém em determi-nadas atividades, com a finalidade de garantir a ordem e a segurança.

A definição de poder de polícia é estabelecida pelo art. 78 do CTN:

Como exemplo de taxa exercida pelo poder de polícia pode ser apontado as taxas de vigilân-cia sanitária.

Taxas de Serviço Público

As taxas de serviço público são as que têm como fato gerador a utilização de determinados serviços públicos, sob os pontos de vista material e formal. Nesse contexto, o serviço é público quando estabeleci-do em lei e prestado pela Administração Pública, sob regime de direito público, de forma direta ou indireta.

Os valores dependem apenas do serviço prestado.

A relação jurídica, nesse tipo de serviço, é de ver-ticalidade, ou seja, o Estado atua com supremacia sobre o particular.

É receita derivada e os serviços têm que ser específicos e divisíveis, segundo o texto do art. 77 do CTN: “Os serviços públicos têm que ser es-pecíficos e divisíveis, prestados ao contribuinte, ou colocados à sua disposição.”

Como exemplos das taxas de serviço público po-demos citar: taxa de limpeza pública, de coleta de lixo, de iluminação pública, etc.

IMPORTANTE Como vimos as taxas são cobradas indepen-dentemente do uso por parte do particular, basta que o Estado (poder público) colocar à disposição do contribuinte. Este é o monte de algumas reclamações ou discórdias, pois se alguém usa deve pagar ou se usa com maior frequência deveria pagar mais. O inverso também é verdadeiro.

Cabe aqui fazermos uma comparação e destacar-mos as diferenças entre Taxas e Preço Público.

¹ Considera-se poder de polícia atividade da administração públi-ca que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de inte-resse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autori-zação do poder público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais e coletivos.

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As taxas, em razão de sua previsibilidade legal, são impostas e coercitivas, legitimando o poder pú-blico a cobrá-las, através da prestação ou a disponi-bilização de serviços públicos específicos e divisíveis ou ainda ao regular e fiscalizar através do exercício do Poder de Polícia. É uma relação decorrente de lei, onde o direito público é o regime jurídico.

Já o preço público também tratado como tarifa, decorre da utilização de serviços facultativos (enten-dido aqui aquilo que não é obrigatório; que permite que se utilize ou não).

Onde a Administração Pública, de forma direta ou por delegação (concessão ou permissão), coloque à disposição do particular, que poderá escolher se os contrata ou não.

A relação contratual (direito privado) é que carac-teriza esses serviços, quando prestados.

Contribuições

As Contribuições podem ser de duas espécies:• Especial• De melhoria

Contribuição especial

É um tributo cujo resultado da arrecadação é destinado ao financiamento da Seguridade Social (assistência social, previdência social e saúde), de programas que impliquem intervenção no domínio econômico, ou ao atendimento de interesses de clas-ses profissionais ou categorias de pessoas, servindo- os de benefícios econômicos ou assistenciais.

Exemplos:

• INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) São contribuições para a manutenção do Regime Geral da Previdência Social, sendo responsável pelo pagamento da aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente, entre ou-tros benefícios previstos em lei.

• PIS/PASEP (Programa de Integração Social, mais conhecido como PIS)É uma contribuição social de natureza tributária, devida pelas pessoas jurídicas, com objetivo de financiar o pagamento do seguro-desemprego e do abono para os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos.

• COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social)É uma contribuição federal, de natureza tribu-tária, incidente sobre a receita bruta das em-presas em geral, destinada a financiar a segu-ridade social.

• CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) É uma contribuição que incide sobre as pessoas jurídicas e entes equiparados pela legislação do Imposto de Renda e se destina ao financiamento da Seguridade Social, estando disciplinado pela Lei nº 7.689/88.

Sua alíquota varia entre 10% e 12% e a base de cálculo é o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o Imposto de Renda.

• Contribuições ao “Sistema S” (Senai, Sesi, Sebrae, Sesc, Senai, etc)

• Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional)

(OAB, CRC, CREA, CRECI, CORE, CRQ, etc

Contribuição de melhoria

Modalidade de tributo cobrado com base em lei específica, “para fazer face ao custo de obras públi-cas de que decorra valorização imobiliária”.

Esta contribuição, de grande potencial, mas pou-co aplicada na prática, permite que o Erário se apro-prie de parcela da valorização imobiliária propiciada por certa obra pública à propriedade privada.

Estudo dos principais aspectos (estágios, definições e classificações)

A matéria pertinente à receita é disciplinada, em linhas gerais, pelos arts. 3º, 9º, 11, 35 e 57 da Lei n. 4.320, de 1964.

Para desempenhar suas funções peculiares, o Es-tado obtém recursos ou rendas que lhe são entregues por contribuições da sociedade e outros ingressos para os cofres públicos, no entanto se observam en-tradas que se incorporam ao patrimônio e outras que são restituíveis no futuro.

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Em sentido amplo, receitas públicas são ingres-sos de recursos financeiros nos cofres do Estado, que se desdobram em receitas orçamentárias, quando re-presentam disponibilidades de entrada financeiros para o erário, e ingressos extraorçamentários, quan-do representam apenas entradas compensatórias.

Em sentido estrito, são receitas públicas apenas as receitas orçamentárias.

Ingressos Extraorçamentários

Recursos financeiros de caráter temporário e não integram a LOA.

O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis e cujas restituições não se sujeitam à autorização legislativa. Exemplos: De-pósitos em Caução, Fianças, Operações de Crédito por (Antecipação de Receita Orçamentária) ARO, emissão de moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros.

2. reCeitas orçamentárias (reCeitas PúbliCas)

São as entradas que pertencem ao Estado, ingres-sam durante o exercício e se integram ao patrimônio, aumentam-lhe o saldo financeiro e, via de regra, por força do princípio da universalidade estão previstas na LOA, sem quaisquer reservas condições ou cor-respondência no passivo.

São disponibilidades de recursos financeiros que constituem elemento novo para o patrimônio público.

Instrumento por meio do qual se viabiliza a exe-cução das políticas públicas, a receita orçamentária é fonte de recursos utilizada pelo Estado em progra-mas e ações cuja finalidade precípua é atender às ne-cessidades públicas e demandas da sociedade.

Nesse contexto, embora haja obrigatoriedade de a LOA registrar a previsão de arrecadação das recei-tas, a mera ausência formal desse registro não lhes retira o caráter orçamentário, haja vista o art. 57 da Lei n. 4.320/1964 classificar como receita orçamentá-ria toda receita arrecadada que represente ingresso financeiro orçamentário, inclusive a proveniente de operações de crédito.

Estimativa da Receita Orçamentária

A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (LC 101/00) entende como fator essencial de gestão fis-cal responsável a instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional de cada ente da Federação, vedando, inclusive, a realização de transferências voluntárias ao ente que não cumprir essas exigências com rela-ção aos impostos.

A LRF determina ainda que o Poder Executivo deve:

a) Disponibilizar aos demais poderes e do Ministé-rio Público, no mínimo 30 (trinta) dias antes do prazo final para envio de suas propostas orça-mentárias (31 de Agosto), os estudos e as estima-tivas das receitas para o exercício subsequente, inclusive da Receita Corrente Líquida – RCL², com as respectivas memórias de cálculo; e

b) estabelecer, até 30 (trinta) dias após a publi-cação dos orçamentos, metas bimestrais de arrecadação das receitas previstas, servindo de referencial para o cronograma de execução mensal de desembolso.

É importante destacar que a Receita Corrente Lí-quida – RCL é de grande importância nas finanças públicas pois é utilizada como parâmetros para os limites da despesa de pessoal e para o processo de endividamento do Estado.

3. estágios Da reCeita

A legislação em vigor exige que toda receita do Estado percorra quatro estágios:

Estágios Momento do EstágioPrevisão • Planejamento

Fixação / Lançamento • ExecuçãoArrecadação • Execução

Recolhimento • Execução

² Segundo o art. 2º da LRF, é o somatório das receitas tribu-tárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidas as parcelas entregues aos municípios por determinação constitucional, a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema próprio de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9º do art. 201 da Constituição Federal.

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Algumas receitas não estão sujeitas a lançamento e ingressam, diretamente, no estágio arrecadação.

É o caso, por exemplo, das receitas realizadas pelo lado empresarial do Estado, isto é, receita origi-nária (assunto que veremos logo à frente).

Previsão

Segundo a LRF (LC 101/00) em seu art. 12³, esta etapa dos estágios deverá observar e estar em confor-midade com as normas técnicas e legais correlatas.

Efetuar a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que constará na proposta orçamentária.

O procedimento de projeção de receitas visa estu-dar e compreender o comportamento da arrecadação de determinada receita em exercícios anteriores, a fim de projetá-la para o período seguinte, com o auxílio de técnicas e métodos estatísticos e matemáticos.

A elaboração da previsão dependerá do compor-tamento da cadeia histórica de arrecadação e de in-formações fornecidas pelos órgãos orçamentários ou unidades arrecadadoras, envolvidos no processo.

A previsão de receitas é a etapa que antecede a fixação do montante de despesas que irá constar nas leis de orçamento, além de ser base para se estimar as necessidades de financiamento do governo.

Fixação/Lançamento

A Lei n. 4.320/64 em seu art. 53, define a fixação/lançamento como ato privativo da autoridade com-petente que visa atender, conforme o art. 142 do CTN, as finalidades de:

a) Verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação; b) Determinar a matéria tributável;c) Calcular o montante do tributo devido;d) Identificar o sujeito passivo; e, conforme o caso;e) Propor a penalidade cabível.

O disposto nos arts. 142 a 150 do CTN estabelece que a etapa de lançamento situa-se no contexto de constituição do crédito tributário, ou seja, aplica-se a impostos, taxas e contribuições de melhoria.

Vale ainda ressaltar que de acordo com o art. 52 da Lei nº 4.320, de 1964, são objeto de lançamento as rendas com vencimento determinado em lei, regula-mento ou contrato.

Arrecadação

É o segundo estágio a ser percorrido pela receita lançada.

O momento da arrecadação é aquele em que os contribuintes comparecem perante os agentes arre-cadadores, geralmente através de estabelecimentos bancários oficiais ou privados, devidamente creden-ciados, a fim de liquidarem suas obrigações para com o Estado.

Recolhimento

Caracteriza-se pela entrega do produto da arreca-dação efetuado pelos agentes arrecadadores direta-mente ao caixa da União, Tesouro Nacional.

Só através do recolhimento, em conta específica, é que se pode dizer que os recursos estão disponí-veis para a utilização pelos gestores financeiros, em nome da União.

Contabilização da Receita Pública / Repercução Patrimonial

A contabilização ocorre conforme a variação na situação patrimonial que possa provocar, sendo:

• Receita pública efetiva; e

• Receita pública não-efetiva / Mutação.

Receita Pública Efetiva

• Não representam obrigação do ente público;

• Alteram a situação líquida patrimonial incorpo-rando-se definitivamente ao patrimônio público;

• Exemplos: Receita Tributária, Receita Patrimo-nial, Receita de Serviços etc.

³ Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de de-monstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da proje-ção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. (grifos nossos)

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Complemento - 155

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Receita Pública Não-Efetiva / Mutação

• São as que possuem reconhecimento do direito;

• Não alteram a situação patrimonial líquida do ente;

• No momento da entrada do recurso, registra-se, também, uma obrigação;

• Exemplos: alienação de bens, operações de cré-dito, amortização de empréstimo concedido no passado, cobrança de dívida ativa etc.

Regime Orçamentário

Quando do recebimento da receita pública, aplica-se o regime de caixa4, resultando em regis-tro contábil do ingresso de recursos. Art. 11 da Lei nº 4.320/64

4. ClassiFiCações Da reCeita orçamentária

Segundo a procedência (Origem ou Coercitividade)

A doutrina classifica as receitas públicas, quanto à procedência, em originárias e derivadas.

Essa classificação possui uso acadêmico e não é normatizada; portanto, não é utilizada como classifi-cador oficial da receita pelo poder público.

Receitas públicas originárias

Também chamadas de patrimoniais, de economia privada ou de direito privado.

Segundo a doutrina, são as arrecadadas por meio da exploração de atividades econômicas pela Admi-nistração Pública.

Resultam, principalmente, de rendas do patri-mônio mobiliário e imobiliário do Estado (receita de aluguel), de preços públicos, de prestação de servi-ços comerciais e de venda de produtos industriais

ou agropecuários, de juros (resultante da aplicação financeira de recurso público), dividendos etc.

Na obtenção destas receitas não é utilizado força, coerção ou o poder de império do Estado pois são ar-recadadas em função de negociações realizadas com o particular.

Receitas públicas derivadas

São conhecidas como não patrimoniais, de econo-mia pública ou de direito público, são cobradas pelo Estado por força do seu poder de domínio ou coerci-tivo, sobre relações econômicas das pessoas naturais físicas ou jurídicas ou sobre seus bens. Por serem obrigatórias não há negociação, contratos ou ajustes.

O cidadão (pessoa passiva) deve pagar simples-mente porque, por vontade de lei, tem capacidade e obrigação contributiva. Já o Estado, ao arrecadar, o faz em nome do bem comum, estabelecido a supre-macia do interesse público sobre o particular.

Na atualidade, constitui-se na fixação de tributos, que serão ordenados da sociedade, para financiar os dispêndios da administração pública em geral, ou para o custeio de serviços públicos específicos pres-tados ou colocados à disposição da comunidade. Os tributos são os exemplos mais significativos das re-ceitas derivadas.

Segundo a Categoria Econômica

Receitas Correntes

Conceito

Receitas Orçamentárias Correntes são arreca-dadas dentro do exercício financeiro, aumentam as disponibilidades financeiras do Estado, em geral com efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos programas e ações orçamentários, com vistas a satisfazer finalidades públicas.

Classifica-se nessa categoria aquelas receitas oriundas do poder impositivo do Estado:

Tributária

Englobam os impostos, as taxas e as contribui-ções de melhoria, previstos no art. 145 da CF.

4 Regime de caixa é o regime contábil que lança contabilmente as receitas e despesas no momento de seu recebimento ou paga-mento, respectivamente, independentemente do acontecimento em que são realizadas. A norma estabelece que: 1) A despesa só é considerada Despesa Cometida quando for paga, independen-te do momento que esta foi realizada. O que considera aqui é o momento que foi paga. 2) A receita só é considerada Receita Au-ferida quando for recebida, independente do momento que esta foi realizada. O que considera aqui é o momento que foi recebida

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156 - Complemento

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• Imposto sobre o patrimônio e renda:

• Imposto sobre a propriedade predial e territo-rial urbana:

- Imposto predial urbano - Imposto territorial urbano

• Imposto sobre a renda e proventos de qual-quer natureza:

- Imposto de renda retido nas fontes s / ren-da do trabalho

- Imposto sobre a transmissão de bens imó-veis ITBI

• Imposto sobre a produção e circulação: - Imposto sobre serviços de qualquer natureza - Imposto sobre serviços de qualquer natu-

reza - simples - Imposto sobre qualquer natureza - cota única - Imposto sobre qualquer natureza – ISS

eletrônico

• Taxas - Tx fiscalização e de vigilância sanitária - Tx de licença para localização - Tx de fiscalização e funcionamento - Tx licença comércio ambulante - Tx licença publicidade - Tx licença ocupação do solo e logradouros

públicos - Tx de regularização – FMH - Tx de permissão de uso do solo/subsolo/aéreo - Tx de expediente - Tx de apreensão de bens - Tx de vistorias - Tx de coleta de lixo

• Contribuição de melhoria para pavimentação e obras, taxa pelo exercício do poder de polí-cia, taxa p/ prestação de serviços e receitas de contribuições).

De Contribuições

Reúnem-se nessa origem as contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, confor-me preceitua o art. 149 da CF.

Exemplo:

• Contribuições para o PIS/PASEP,

• Contribuições para fundo de saúde de servidores públicos etc.

Patrimonial - Da exploração de seu patrimônio

São receitas provenientes do resultado finan-ceiro da fruição do patrimônio de ente público, decorrente da propriedade de bens mobiliários ou imobiliários, ou ainda, bens intangíveis e partici-pações societárias.

Exemplo:

• Aluguéis de Próprios Públicos;

• Laudêmios (Valor que se paga pelo uso de terras do Governo);

• Juros Bancários de Operações Financeiras;

• Juros Bancários de Operações Financeiras – Vinculadas;

• Dividendos.

Da exploração de atividades econômicas

• Agropecuária

Trata-se de receita originária, auferida pelo Esta-do quando atua como empresário, em posição de igualdade com o particular. Decorrem da explo-ração econômica, por parte do ente público, de atividades agropecuárias, tais como

- A venda de produtos agrícolas (grãos, tecno-logias, insumos etc.),

- Pecuários (sêmens, técnicas em inseminação, matrizes etc),

- Para reflorestamentos etc.

• Industrial

São provenientes de atividades ligadas à indús-tria de transformação exercidas pelo ente pú-blico, como:

- De extração mineral,

- De transformação,

- De construção,

- Entre outras.

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Complemento - 157

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• Serviços;

Decorrem da prestação de serviços por parte do ente público, tais como:

- Comércio, - Transporte, - Comunicação, - Serviços hospitalares, - Armazenagem, - Serviços recreativos, - Culturais etc.

Tais serviços são remunerados mediante preço público, também chamado de tarifa.

Transferências Correntes

Recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas de manutenção ou funcionamento (despe-sas correntes), a fim de atender finalidade pública es-pecífica que não seja contraprestação direta em bens e serviços a quem efetuou essa transferência.

Os recursos assim recebidos se vinculam à conse-cução da finalidade pública objeto da transferência.

As transferências ocorrem entre entidades públi-cas (seja dentro de um mesmo ente federado, seja entre diferentes entes) ou entre entidade pública e instituição privada. Exemplos:

a) Transferências de Convênios: São recursos transferidos por meio de convênios celebrados entre entes públicos ou entre eles e organizações particulares destinados a custear despesas correntes e com finalidade específica: realizar ações de interesse comum dos envolvi-dos; Exemplos:

Da União;• FUNDO NAC. DE SEG. PÚBLICA (SEC. NAC.

DE SEGURANÇA PÚBLICA – SENASP);• COMPENSAÇÃO AMBIENTAL PETROBRAS; - (Refinaria do Vale do Paraíba – REVAP); - (Termo de Compromisso de Compensação

Ambiental – TCCA).• FPM – FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS

MUNICÍPIOS;• ITR – COTA PARTE IMPOSTO S/ A PROPRIE-

DADE TERRIT. RURAL;

• SUS GESTÃO PLENA – SIH;• SUS PABA – PISO DE ATENÇÃO BÁSICA

AMPLIADA;• SUS TETO FINANCEIRO DE VIGILÂNCIA

EM SAÚDE;• AIDS / DST;• SUS AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS;• FUNDO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SO-

CIAL – FNAS;• FNDE – QUOTA SALÁRIO EDUCAÇÃO – QESE• FNDE – PNAE;• FNDE – PNATE;• TRANSF ICMS – LEI KANDIR – DESONE-

RAÇÃO ICMS;

Do Estado:• COTA PARTE DO ICMS;• IPVA – IMPOSTO S/ A PROPRIEDADE DE

VEÍ CULOS AUTOMOTORES;• COTA PARTE IPI – IMPOSTO S/ PRODUTOS

INDUSTRIALIZADOS;• SUS MUNICIPALIZAÇÃO;• MERENDA ESCOLAR FUNDESP;• PROGR. AUX. TRANSPORTE ESCOLAR

ZONA RURAL;• CONVÊNIOS COM SECRETARIAS DE ESTADO;

Multi governamentais:

• TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS DO FUNDEB

b) Transferências de Pessoas: Compreendem as contribuições e as doações que pes-soas físicas realizem para a Administração Pública.

Outras Receitas Correntes

Registram-se nesta origem outras receitas cujas características não permitam o enquadramento nas demais classificações da receita corrente, como: mul-tas, juros de mora, indenizações, restituições, recei-tas da dívida ativa, entre outras. Exemplos:

• MULTAS E JUROS DE MORA (tributos/taxas)

- MULTAS DE TRÂNSITO

- MULTAS DE AUTO DE INFRAÇÃO

- INDENIZAÇÕES E RESTITUIÇÕES

- RECEITA DA DÍVIDA ATIVA

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158 - Complemento

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- RECEITAS DIVERSAS - FADENP – Fundo de Apoio ao Desporto

Não Profissional - FMAS – Fundo Municipal de Assistên-

cia Social - FSS – Fundo Social de Solidariedade - FMA – Fundo Municipal Antidrogas - FMT – Fundo Municipal de Turismo - FMH - Fundo Municipal de Habitação - ZONA AZUL - SABESP

Receitas de Capital

Assim como as Receitas Orçamentárias Corren-tes, as Receitas Orçamentárias de Capital também acrescentam e aumentam as disponibilidades finan-ceiras do Estado e são instrumentos de financiamen-to dos programas e ações orçamentários, a fim de se atingirem os objetivos e necessidades públicas.

Contudo, de forma diversa das Receitas Corren-tes, as Receitas de Capital5 em geral não provocam efeito sobre o Patrimônio Líquido.

Conceito

De acordo com o art. 11, § 2º da Lei nº 4.320/1964, com redação dada pelo Decreto- Lei nº 1.939/1982, são as provenientes da realização de recursos financeiros.

Essas receitas são representadas por mutações patrimoniais que nada acrescentam ao patrimônio público, só ocorrendo uma troca de elementos patri-moniais, isto é, um aumento no sistema financeiro (entrada de recursos financeiros) e uma baixa no sis-tema patrimonial (saída do patrimônio em troca de recursos financeiros).

Dividem-se em:

Operações de Crédito6: (Constituição de dívidas)

São financiamentos obtidos dentro e fora do País, são recursos captados de terceiros para financiar obras e serviços públicos. Exemplos: • Colocação de títulos públicos, • Contratação de empréstimos e • Financiamentos etc.

Alienação7 (venda) de Bens: (Da conversão, em es-pécie, de bens e direitos)

São ingressos de recursos provenientes da aliena-ção de bens móveis ou imóveis de propriedade do ente público.

Amortização de Empréstimos8:

São os provenientes do recebimento do valor principal mais correção monetária, de emprésti-mos efetuados a terceiros, ou seja, entradas finan-ceiras oriundas da amortização de financiamentos ou de empréstimos que o ente público tenha ante-riormente concedido.

5 É Importante destacar a distinção entre Receita de Capital e Receita Financeira. O conceito de Receita Financeira surgiu com a adoção pelo Bra-sil da metodologia de apuração do resultado primário, oriundo de acordos com o Fundo Monetário Internacional - FMI. Desse modo, passou-se a denominar como Receitas Financeiras aquelas recei-tas que não são consideradas na apuração do resultado primário, como as derivadas de aplicações no mercado financeiro ou da ro-lagem e emissão de títulos públicos, assim como as provenientes de privatizações, entre outras. www.orçamento.org

6 Os bancos (principalmente os com carteira comercial) são inter-mediadores financeiros, ou seja, nas suas operações passivas (depósito à vista e ao prazo) captam dinheiro dos agentes supera-vitários (quem tem dinheiro e não está precisando) para empresar aos agentes deficitários (quem não tem dinheiro e precisa). Essas operações são caracterizadas como operações de crédito.Existem vários tipos de operação de crédito e uma delas (muito comum hoje) é o CDC - Crédito Direto ao Consumidor, onde uma financeira (que é diferente de banco) faz intermédio nas opera-ções de compra de um bem, entre uma loja e o consumidor.Alguns bancos (os que são Entidades de Apoio do SFN - Siste-ma Financeiro Nacional) são especialistas em fazer determinadas operações de crédito, exemplo:Banco do Brasil: Crédito Rural;Caixa Econômica Federal - CEF: Crédito imobiliário;Banco de Desenvolvimento - BNDEES: Crédito de longo prazo para financiamentos na área industrial e de produção agrícola.

7 O art. 44 da LRF veda a aplicação da receita de capital decor-rente da alienação de bens e direitos que integrem o patrimônio público para financiar despesas correntes, salvo as destinadas por lei ao Regime Geral de Previdência Social - RGPS ou ao regi-me próprio do servidor público;

8 Embora a amortização do empréstimo seja origem da categoria econômica Receitas de Capital, os juros recebidos associados ao empréstimo são classificados em Receitas Correntes/ de Servi-ços/ Serviços Financeiros, pois os juros representam a remune-ração do capital;

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Complemento - 159

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Transferências de Capital: (São os recebidos de ou-tras pessoas de direito público ou privado)

São os recursos financeiros destinados a atender despesas com investimentos ou inversões financei-ras (tema que veremos no tópico Despesa Pública), a fim de satisfazer finalidade pública.

Os recursos assim recebidos vinculam-se à conse-cução da finalidade pública objeto da transferência.

As transferências ocorrem entre entidades públi-cas (seja dentro de um mesmo ente federado, seja entre diferentes entes) ou entre entidade pública e instituição privada.

O recebimento desses recursos não gera nenhu-ma contraprestação direta em bens e serviços a quem efetuou essa transferência.

Outras Receitas de Capital:

São aquelas entradas de recursos cuja característi-ca não permita o enquadramento nas demais classifi-cações da receita de capital, tais como: • Resultado do Banco Central, • Remuneração das Disponibilidades do Tesouro

Nacional, • Integralização do Capital Social, • Entre outras.

Do superávit do orçamento corrente (Diferença positiva entre receitas e despesas correntes).

Atenção: a norma prevê ainda uma modalidade de receita de capital são as:

Receitas de Operações Intraorçamentárias9

São aquelas realizadas entre órgãos e demais en-tidades da Administração Pública integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social (atenção) do mesmo ente federativo.

Não representam novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas remanejamento de receitas entre seus órgãos.

Quanto a classificação orçamentária

No âmbito da União, é normatizada por meio de Portaria da SOF, órgão do Ministério do Planejamen-to, Orçamento e Gestão.

A normatização da classificação válida para Esta-dos e Municípios é feita por meio de portaria inter-ministerial (SOF e STN).

As receitas orçamentárias são classificadas se-gundo os seguintes critérios:1. Natureza;2. Indicador de resultado primário; e3. Fonte/destinação de recursos.

Classificação por natureza da receita

O § 1º do art. 8º da Lei n. 4.320/1964 define que os itens da discriminação da receita, mencionados no art. 11 dessa Lei, serão identificados por números de código decimal.

Constituindo esse código a natureza da receita.

O objetivo é identificar a origem do recurso se-gundo o fato gerador, isto é, o acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres pú-blicos. Classificação esta utilizada por todos os en-tes da Federação.

Assim, a natureza da receita representa o mais detalhado nível de informações orçamentárias das receitas públicas e contêm as informações necessá-rias para as devidas alocações no orçamento.

A fim de possibilitar a identificação detalhada dos recursos que ingressam nos cofres públicos, esta classificação é formada por um código numérico de 8 dígitos que se subdivide em seis níveis: • Categoria econômica (1º dígito), • Origem (2º dígito), • Espécie (3º dígito), • Rubrica (4º dígito), • Alínea (5º e 6º dígitos) e • Sub alínea (7º e 8º dígitos).

9 As receitas intraorçamentárias são contrapartida de despesas classificadas na modalidade de aplicação – Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades In-tegrantes do Orçamento Fiscal e do Orçamento da Seguridade Social, que, devidamente identificadas, evitam a dupla contagem na consolidação das contas governamentais.

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Categoria Econômica

Quanto à categoria econômica, os §§ 1º e 2º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, classificam as receitas orça-mentárias em: • Receitas Correntes (código 1) e Receitas de Capital (código 2):

A origem

É o detalhamento das categorias econômicas Receitas Correntes e Receitas de Capital, com vistas a identi-ficar a procedência das receitas no momento em que ingressam nos cofres públicos.

Os códigos da origem para as Receitas Correntes e de Capital, de acordo com o § 4º do art. 11 da Lei nº 4.320/1964, são:

Categoria Econômica (1º Dígito) Origem (2º Dígito)Código Descrição Código Descrição

1

7

Receitas Corrente

Corrente Intraorçamentárias

1 Receita Tributária2 Receita de Contribuições3 Receita Patrimonial4 Receita Agropecuária5 Receita Industrial6 Receita de Serviços7 Transferências Correntes9 Outras Receita Correntes

2

8

Receitas de Capital

Capital Intraorçamentárias

1 Operações de Crédito2 Alienação de Bens3 Amortização de Empréstimos4 Transferências de Capital5 Outras receitas de capital

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Complemento - 161

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Espécie

A espécie, nível de classificação vinculado à ori-gem, permite qualificar com maior detalhe o fato ge-rador das receitas, dentro da origem Receita Tribu-tária, identificam-se as espécies.

Por exemplo: Impostos, Taxas e Contribuição de Melhoria.

Rubrica

A rubrica detalha a espécie por meio da identi-ficação dos recursos financeiros cujas características próprias sejam semelhantes e corresponde ao deta-lhamento da espécie de Impostos.

Por exemplo: Impostos sobre o Patrimônio e a Renda.

Alínea

A alínea é o detalhamento da rubrica e identi-fica o nome da receita que receberá o registro pela entrada de recursos financeiros, corresponde ao detalhamento da rubrica Impostos sobre o Patri-mônio e a Renda.

Por exemplo:• Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer

Natureza.

Subalínea

A subalínea constitui o nível mais analítico da receita, utilizado quando há necessidade de se deta-lhar a alínea com maior especificidade, corresponde ao detalhamento da alínea Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.

Por exemplo:• Pessoas Físicas

Receita Extraorçamentária

Não consta do orçamento.

São ingressos restituíveis dos quais o Estado se torna devedor como simples depositário ou como agente passivo da obrigação.

• São os depósitos, as operações de crédito por an-tecipação da receita, os Restos a Pagar.

• É importante ressaltar quanto a estes ingres-sos as disposições legais, de modo especial relativas aos:

- Descontos previdenciários, em favor de enti-dades associativas:

- Das retenções do Imposto de Renda na Fonte, cujo não recolhimento ou pagamento no pra-zo estipulado, implica em sérias sanções para o governante, e

- Quanto ao não pagamento dos empréstimos por antecipação da receita que implica na in-tervenção da União nos Estados e dos Estados nos Municípios.

Classificação por Indicador de Resultado Primário

RESULTADO PRIMÁRIO

Segundo a portaria STN nº 470 de 20/09/2000, é o resultado que expressa a situação das contas de um determinado setor público em um período de tempo, através da apuração da diferença entre um conjunto de Receitas e um conjunto de Despesas não Financeiras.

Seu objetivo

• É avaliar como as contas públicas estão sendo organizadas, do ponto de vista do montante das disponibilidades financeiras antes da repercus-são dos encargos financeiros, decorrentes dos compromissos assumidos pelo Governo.

• O Resultado primário pode apontar déficit ou superávit.

Segundo esta modalidade de classificação, as re-ceitas do Governo podem ser divididas em:

• Primárias (P), quando seus valores são incluídos na apuração do resultado primário (diferença en-tre as receitas primárias e as despesas primárias).

Referem-se às receitas correntes que sobrevêm dos tributos, das contribuições sociais, das con-cessões, dos dividendos recebidos pelo ente, da cota-parte das compensações financeiras, das de-correntes do próprio esforço de arrecadação das UO´s, das provenientes de doações e convênios e outras também consideradas primárias.

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162 - Complemento

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• Não primárias ou financeiras (F), quando não são incluídas nesse cálculo.

São aquelas que não contribuem para o resultado primário ou não alteram o endividamento líqui-do do Governo (setor público não financeiro) no exercício financeiro correspondente, uma vez que criam uma obrigação ou extinguem um direito, ambos de natureza financeira, junto ao setor pri-vado interno e/ou externo.

São adquiridas junto ao mercado financeiro, de-correntes da emissão de títulos, da contratação de operações de crédito por organismos oficiais, das receitas de aplicações financeiras do ente (juros re-cebidos, por exemplo), das privatizações e outras.

Classificação por FONTE / DESTINAÇÃO DE RECURSOS

É o procedimento de classificação utilizado para • Programação, • Aplicação e • Controle das destinações de receitas públicas.

Nesta modalidade os recursos públicos são liga-dos a uma despesa específica ou a qualquer que seja a aplicação de recursos desde a previsão até o efetivo pagamento das despesas constantes dos Programas e Ações Governamentais.

O objetivo é identificar as fontes de financiamen-to dos gastos públicos.

As fontes de recursos constituem-se de determi-nados agrupamentos de naturezas de receitas, aten-dendo a uma determinada regra de destinação legal, e servem para indicar como são financiadas as des-pesas orçamentárias.

Por meio do orçamento público, essas fontes/destina-ções são associadas a determinadas despesas de forma a evidenciar os meios para atingir os objetivos públicos.

Como instrumento integrador entre a receita e a despesa, a classificação de fonte/destinação de recur-sos exerce um duplo papel no processo orçamentário.

Onde o mesmo código utilizado para controle das destinações da receita também é utilizado na despesa, para controle das fontes financiadoras.

Esse mecanismo de classificação atende o dispos-to no § único do art. 8º e do art. 50, inciso I, da LRF:

Art. 8º [...]Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.[...]Art. 50. Além de obedecer às demais normas de con-tabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:I – a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a ór-gão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identifica-dos e escriturados de forma individualizada.

Como vimos anteriormente, a natureza da recei-ta orçamentária visa identificar a origem do recurso segundo seu fato gerador, já a classificação da fonte/destinação de recursos possui a finalidade primária de identificar o destino dos recursos arrecadados.

Em entendimento básico, pode-se dizer que há recei-tas com destinações vinculadas e receitas não vinculadas:

a) destinação vinculada: processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela norma.

b) destinação não vinculada (ou ordinária): é o mé-todo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades, desde que dentro do campo das competências de ação do órgão ou entidade.

Conforme estabelece a portaria 303/2005 do STN a destinação de Recurso é composta por:• Identificador de Uso (IDUSO); • Grupo Fonte; • Fonte de recurso e • Subfonte de recurso.

A Destinação de Recurso é composta por códigos que trazem as seguintes informações:

• Identificador de Uso (IDUSO): Código utilizado para indicar se os recursos não são destinados à con-trapartida ou se compõem contrapartida nacional de empréstimos, de doações ou a de outras aplicações.

• Grupo Fonte: Código que agrupa os recursos segundo a responsabilidade da sua gestão, seja centralizada (Recursos do Tesouro) ou descentra-lizada (Recursos de Outras Fontes), distinguindo- se os recursos arrecadados no exercício corrente daqueles arrecadados nos exercícios anteriores.

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Complemento - 163

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• Fonte de Recurso: Código que identifica, com clare-za, os recursos segundo sua origem e/ou finalidade.

• Subfonte de Recurso: É o detalhamento da fonte de recursos para identificar destinações específi-cas, tendo por base convênios, contratos, obriga-ções e cadastramento.

5. DíviDa ativa

No governo federal, dívida ativa são créditos da fazenda pública de natureza tributária ou não tribu-tária, exigíveis em virtude do transcurso do prazo para pagamento.

A Dívida Ativa é uma receita já que se refere a um direito potencial que o governo tem à sua disposição.

É necessário o registro, dentro do ativo dos Entes federados, dos créditos a favor da Fazenda Pública com prazos estabelecidos para recebimento.

A Dívida Ativa corresponde a um conjunto de créditos ou direitos de naturezas distintas em favor da Fazenda Pública.

Esses direitos e créditos possuem prazos estabe-lecidos na legislação pertinente, que vencidos e não pagos pelos devedores, serão “cobrados” por meio de órgão ou unidade específica instituída em lei.

A inscrição de créditos em Dívida Ativa represen-ta um fato permutativo que resulta da transferência de um valor não recebido no prazo estabelecido. Além disso, contabilizam-se juros e atualização mo-netária ou quaisquer outros encargos aplicados so-bre o valor inscrito em Dívida Ativa.

O artigo 39 da Lei n. 4.320/64 estabelece conceitos e os conceitos referentes a Dívida Ativa.

“in verbis”Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de nature-za tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecada-dos, nas respectivas rubricas orçamentárias. (Reda-ção dada pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigí-veis pelo transcurso do prazo para pagamento, se-rão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazen-da Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os prove-nientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios10, alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, al-cances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fian-ça, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais. (Parágrafo incluído pelo Decreto-Lei nº 1.735, de 20.12.1979)§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira será convertido ao corresponden-te valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data da notificação ou intimação do devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidin-do, a partir da conversão, a atualização monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos legais per-tinentes aos débitos tributários. (Parágrafo incluído pelo Decreto-Lei nº 1.735, de 20.12.1979)§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o art. 1º do Decreto-Lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscri-ta na Procuradoria da Fazenda Nacional. (Parágrafo incluído pelo Decreto-Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

10 Laudêmio é uma taxa de 5% sobre o valor venal ou da transa-ção do imóvel a ser paga à União quando de uma transação one-rosa com escritura definitiva de compra e venda ou aforamento de terrenos da União (terrenos de marinha). As taxas de ocupação ou foro são pagas anualmente, divididas em cotas. Não é imposto nem tributo.• Os possuidores de imóveis localizados em áreas de marinha

dividem-se em dois tipos: OCUPANTES (tem apenas o direito de ocupação e são a maioria) e os

• FOREIROS (os que têm contratos de foro e possuem mais direitos que o ocupante, pois têm também o domínio útil).

Estão incluídos nessas categorias os moradores da Baixada San-tista e demais cidades brasileiras.

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5. DesPesa PúbliCa

1. Programa Qualitativa de Defesa2. Classificação Institucional3. Classificação Funcional4. Estrutura Programática5. Classificação por Natureza da Despesa6. Desembolso Orçamentário7. Estágios da Despesa

Dentre os conceitos de despesa pública podemos destacar a que conceitua como “o conjunto dos dis-pêndios do Estado, ou de outra pessoa de direito pú-blico, para o funcionamento dos serviços públicos”.

A despesa21 seria entendida como uma parte do orçamento secionada ao custeio de determinado se-tor administrativo que cumprirá uma função ou atri-buição governamental.

21 Segundo Baleeiro (1996), como regra, toda e qualquer despesa deverá ser previamente autorizada pelo Poder Legislativo ao Poder Executivo, isto é, nenhuma autori-dade pode efetuar ou ordenar despesa sem autorização legislativa, ou acima dos limites estabelecidos, nem em-pregar a outra finalidade, ainda que mais relevante, quan-do despesa especificada.

É a soma dos gastos realizados pela Administra-ção Pública visando atender as necessidades e expec-tativas gerais e coletivas, ou seja, necessidades eco-nômicas e sociais, assim como ao cumprimento das responsabilidades institucionais do setor público.

As autoridades administrativas, responsáveis pelo planejamento e execução do orçamento públi-co, consideram os seguintes aspectos para fixarem e buscarem autorização para as despesas públicas:

1. Aplicação (utilidade) – a despesa deve atender o maior número de pessoas e produzindo benefí-cios voltados ao interesse público.

2. Finalidade e Legitimidade – a despesa deve atender a uma necessidade pública evidente.

3. Participação e discussão pública – participação direta (orçamento participativo) ou indireta (dis-cussão no poder legislativo) do povo, que deverá discutir e aprovar (poder legislativo), fiscalizar direta ou indiretamente (Tribunal de Contas), para sua efetivação é necessário a ampla divulga-ção das despesas públicas.

4. Possibilidade contributiva – os gastos com os serviços públicos devem ser realizados de acordo com a possibilidade contributiva do povo e a ar-recadação do Estado.

5. Oportunidade – os dispêndios devem ter priori-dades, em primeiro lugar as necessidades mais urgentes e inadiáveis em detrimento das despe-sas supérfluas ou adiáveis.

6. Hierarquia de gastos – existe uma ordem de prio-ridades que devem ser obedecidas na realização das despesas públicas.

A despesa do Estado configura-se como sendo um instrumento fiscal, assim como a receita pública, que juntos e integrados aos instrumentos monetá-rios, cambiais e reguladores, permitem a realização dos objetivos da política econômica.

Os Objetivos da despesa pública são:1. Crescimento econômico;2. Estabilização da economia;3. Distribuição e repartição equânime da renda.

A despesa orçamentária pode ser classificada de forma doutrinária como:

a) Quanto às entidades destinatárias do orçamento:

- Despesa Orçamentária Pública – aquela exe-cutada por entidade pública e que depende de autorização legislativa, por meio da Lei Or-çamentária Anual ou de Créditos Adicionais, pertencendo ao exercício financeiro da emis-são do respectivo empenho.

- Despesa Orçamentária Privada – aquela exe-cutada por entidade privada e que depende de autorização orçamentária aprovada por ato de conselho superior ou outros procedimen-tos internos para sua consecução.

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Complemento - 165

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b) Quanto ao impacto na situação líquida patrimonial:

- Despesa Orçamentária Efetiva – aquela que, no momento da sua realização, reduz a situa-ção líquida patrimonial da entidade.

Constitui fato contábil modificativo diminutivo.

Em geral, a Despesa Orçamentária Efetiva coincide com a Despesa Corrente.

Entretanto, há despesa corrente não-efetiva como, por exemplo, a despesa com

a aquisição de materiais para estoque e a despesa com adiantamento, que

representam fatos permutativos.

- Despesa Orçamentária Não-Efetiva – aquela que, no momento da sua realização, não reduz a situação líquida patrimonial da entidade e constitui fato contábil permutativo.

Neste caso, além da despesa orçamentária, registra-se concomitantemente conta de varia-ção ativa para anular o efeito dessa despesa sobre o patrimônio líquido da entidade.

Em geral, a despesa não-efetiva coincide com a despesa de capital.

Entretanto, há despesa de capital que é efetiva como, por exemplo, as transferên-cias de capital que causam decréscimo pa-trimonial e, por isso, classificam-se como

despesa efetiva.

A classificação da despesa adotada pela Lei n. 4.320/64 possui basicamente dois tipos de codifica-ção, representando:

• Planejamento e Programação;

• Natureza da Despesa.

A classificação por programas ou funcional está baseada na utilização dos programas como módulo integrador entre planejamento e orçamento.

Cada programa deverá dar resposta a uma questão ou atender a uma demanda da sociedade, conforme um conjunto integrado de projetos, ati-vidade e de outras ações que assegurem a consecu-ção dos objetivos.

1. Programação qualitativa Da DesPesa

Classificação por Esfera Orçamentária

Na LOA, a esfera tem por finalidade identificar se a despesa pertence ao Orçamento Fiscal (F), da Segu-ridade Social (S) ou de Investimento das Empresas Es-tatais (I), conforme disposto no § 5º do art. 165 da CF.

O código de esfera orçamentária é composto de um dígito e será associado à ação orçamentária:

CÓDIGO ESFERA ORÇAMENTÁRIA1 Orçamento Fiscal2 Orçamento da Seguridade Social3 Orçamento de Investimento

Orçamento Fiscal (código 1): referente aos Poderes do Ente Federativo, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive funda-ções instituídas e mantidas pelo Poder Público;

Orçamento da Seguridade Social (código 2): abrange todas as entidades e órgãos a ela vincu-lados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e manti-dos pelo Poder Público; e

Orçamento de Investimento (código 3): orçamento das empresas em que o Ente Federativo, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

Obs.: As empresas estatais dependentes não integram o Or-çamento de Investimento, mas constam no Orçamento Fiscal.

O § 2º do art. 195 da CF estabelece que a pro-posta de Orçamento da Seguridade Social será ela-borada de forma integrada pelos órgãos respon-sáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades esta-belecidas na LDO, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.

2. ClassiFiCação instituCional

A classificação institucional reflete as estruturas organizacional e administrativa e compreende três níveis hierárquicos: poder, órgão orçamentário e unidade orçamentária.

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166 - Complemento

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As dotações orçamentárias, especificadas por categoria de programação em seu menor nível, são consignadas às UO´s, que são as responsáveis pela realização das ações. Órgão orçamentário é o agru-pamento de UO´s.

O código da classificação institucional compõe-se de seis dígitos, sendo o 1º dígito reservado à identifi-cação do poder, os 2º e 3º ao órgão e os demais à UO.

1º 2º 3º 4º 5º 6º

Unidade Orçamentária

Órgão Orçamentário

Tipo de Instituição

Unidade Orçamentária

Um órgão, ou uma UO, não corresponde neces-sariamente a uma estrutura administrativa, como ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais, Reserva de Contingência entre outros.

3. ClassiFiCação FunCional

Por ser de aplicação comum e obrigatória foi institu-ída pela Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão (MOG)1, e é compos-ta de um rol de funções e sub-funções prefixadas, que servem como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental nos três níveis de Governo.

Busca responder basicamente à indagação “em que” área de ação governamental a despesa será realizada.

Cada atividade, projeto e operação especial identi-ficará a função e a sub-função às quais se vinculam.

A classificação funcional é representada por cinco dígitos, sendo os dois primeiros relativos às funções e os três últimos às sub-funções.

1ª 2ª 3ª 4ª 5ªFunção Sub-função

Função

A função pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público.

Normalmente reflete a competência institucional do órgão, como, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa.

Obs.: No caso da função Encargos Especiais, engloba as despesas que não podem ser associadas a um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra. Nesse caso, as ações estarão associadas aos programas do tipo operações especiais.

Sub-função

A sub-função representa um nível de agregação imediatamente inferior à função e deve evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da identificação da natureza das ações.

As sub-funções podem ser combinadas com fun-ções diferentes daquelas relacionadas na Portaria MOG nº 42, de 19992.

As ações devem estar sempre conectadas às sub - funções que representam sua área específica.

Existe também a possibilidade de correlação na conexão entre função e sub-função, ou seja, combi-nar qualquer função com qualquer sub-função, mas não na relação entre ação e sub-função.

Deve-se adotar como função aquela que é típica ou principal do órgão. Assim, a programação de um órgão, normalmente, é classificada em uma única função, ao passo que a sub-função é escolhida de acordo com a especificidade de cada ação.

4. estrutura ProgramátiCa

A Reforma Orçamentária criada em 2000, rompe com a classificação funcional-programática e com-põe a estrutura básica do Orçamento-Programa.

Tendo como principal finalidade apresentar os objetivos e resultados do governo.

1 Vide anexo com histórico do Ministério do Planejamento Orça-mento e Gestão. 2 Vide o Anexo da Portaria MOG nº 42/1999

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Complemento - 167

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Assim, a Estrutura Programática possui os se-guintes aspectos:

• É a mais MODERNA das classificações.

• É a classificação básica do ORÇAMENTO- PROGRAMA.

• Finalidade principal: demonstrar as REALI-ZAÇÕES do governo.

Programa

O Programa é definido como o instrumento de organização da ação governamental visando à con-cretização dos objetivos pretendidos, sendo mensu-rado por indicadores estabelecidos no Plano Pluria-nual - PPA.

Um programa é implementado por meio da exe-cução das ações que o compõem (ações orçamen-tárias [projetos, atividades, operações especiais] e ações não-orçamentárias), que devem ocorrer e ser suficientes para a realização do objetivo do pro-grama, possibilitando a adequação das atribuições do órgão.

O Programa articula um conjunto de ações, su-ficientes para enfrentar os desafios e diretrizes para um dado tema da atuação governamental, cujo de-sempenho deve ser passível de aferição por indica-dores coerentes com o objetivo estabelecido.

Ao medir o resultado de um programa, os indica-dores dimensionam o alcance do objetivo proposto.

Ação

Os programas são implementados a partir de ações, que, conforme suas características, podem ser classificadas como

• Atividades,

• Projetos ou

• Operações especiais.

A ação é identificada por um código numérico de 4 dígitos.

1ª 2ª 3ª 4ªAÇÃO

Ao observar o 1º dígito do código, pode-se identi-ficar o tipo de ação:

Tipo da Ação:

1º DÍGITO TIPO DE AÇÃO1,3,5,7 Projeto2,4,6 Atividade

8 Operação Especial9 Reserva de Contingência

• Projeto - conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a ex-pansão ou aperfeiçoamento da ação do Governo.

Exemplo: Construção de Hospitais.

Por exemplo, ao se construir um hospital a ser mantido pelo Estado, haverá um incremento no cus-to da atividade de manutenção hospitalar.

Atenção!Deve-se incluir no custeio do órgão o valor estimado para manutenção após o término do projeto. Isso porque em decorrência da execução do projeto há, em geral, aumento

no custo de futuras atividades.

Atividade - conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente das quais resul-tam um produto necessário à manutenção da ação governamental. Exemplo: Vigilância Sanitária em Serviços de Saúde.

Operação Especial - Despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um pro-duto, e não gera contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

Alguns exemplos:

• Amortização, juros, encargos e rolagem da dívida contratual e mobiliária;

• Pagamento de aposentadorias e pensões;

• Transferências constitucionais ou legais por re-partição de receita (FPM, FPE, salário-educação,

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168 - Complemento

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compensação de tributos ou participações aos estados, distrito federal e municípios, transferên-cias ao governo do distrito federal);

• Pagamento de indenizações, ressarcimentos, abo-nos, seguros, auxílios, benefícios previdenciários, benefícios de assistência social;

• Reserva de contingência, inclusive as decorrentes de receitas próprias ou vinculadas;

• Cumprimento de sentenças judiciais (precatórios, sentenças de pequeno valor, sentenças contra em-presas, débitos vincendos etc.);

• Operações de financiamento e encargos delas de-correntes (empréstimos, financiamentos diretos, concessão de créditos, equalizações, subvenções, subsídios, coberturas de garantias, coberturas de resultados, honras de aval, assistência financei-ra), reembolsáveis ou não;

• Ações de reserva técnica (centralização de recur-sos para atender concursos, provimentos, nome-ações, reestruturação de carreiras etc.);

• Complementação ou compensação financeira;

• Contraprestação do ente nos contratos de parce-rias público-privadas;

• Contribuição a organismos e/ou entidades nacio-nais ou internacionais;

• Integralização e/ou recomposição de cotas de ca-pital junto a entidades internacionais;

• Contribuição à previdência privada;

• Contribuição patronal do ente ao regime de pre-vidência dos servidores públicos;

• Desapropriação de ações, dissolução ou liquida-ção de empresas;

• Encargos financeiros (decorrentes da aquisição de ativos, questões previdenciárias ou outras situa-ções em que o ente assuma garantia de operação);

• Operações relativas à subscrição de ações;

• Indenizações financeiras (anistiados políticos, programas de garantias de preços etc.);

• Participação do ente no capital de empresas na-cionais ou internacionais; e

Obs.: A dotação global denominada “Reserva de Contin-gência”, a ser utilizada como fonte de recursos para aber-tura de créditos adicionais e para o atendimento ao dis-posto no art. 5º, inciso III, da Lei Complementar nº 101, de 2000, sob coordenação do órgão responsável pela sua destinação, será identificada nos orçamentos de todas as esferas de Governo pelo código “99.999.999.9999”, no que se refere às classificações por função e sub - função, estrutura programática e codificação da ação.

Programação Física e Financeira

Programação Física - Meta Física da Ação

A meta física é a quantidade de produto a ser ofer-tado por ação, de forma regionalizada, se for o caso, num determinado período, e instituída para cada ano.

Ressalte-se que a regionalização das metas físicas é expressa nos localizadores de gasto previamente definidos para a ação.

Exemplo: No caso da vacinação de crianças, a meta será regiona-lizada pela quantidade de crianças a serem vacinadas ou de vacinas empregadas em cada Território (locali-zadores de gasto), ainda que a campanha seja de âm-bito estadual e a despesa paga de forma centralizada.

O mesmo ocorre com a distribuição de livros didáticos.

5. ClassiFiCação Por natureza Da DesPesa

A Lei nº 4.320/64 em seus arts. 12 e 13 tratam da classi-ficação da despesa por categoria econômica e elementos.

Assim como no caso da receita, o art. 8º dessa Lei estabelece que os itens da discriminação da despesa serão identificados por números de código decimal, na forma do respectivo Anexo IV, atualmente con-substanciados no Anexo II da Portaria Interministe-rial STN/SOF nº 163, de 4 de maio de 20013.

O conjunto de informações que formam o código é conhecido como classificação por natureza da despesa e informa a categoria econômica da despesa, o grupo a que ela pertence, a modalidade de aplicação e o elemento.

Na base de dados do sistema de orçamento, o campo que se refere à natureza da despesa contém um código composto por oito algarismos, sendo:

• O 1º dígito representa a categoria econômica;

• O 2º o grupo de natureza da despesa (GND);

• O 3º e o 4º dígitos representam a modalidade de aplicação;

• O 5º e o 6º dígitos o elemento de despesa;

• E o 7º e o 8º dígitos representam o desdobramen-to facultativo do elemento de despesa (Subele-mento), segundo demonstrativo a seguir:

3 Vide anexo ementário das Despesas

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Complemento - 169

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1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º

Categoria Econômica

Grupo de Natureza

da Despesa

Modalidade de

Aplicação

Elemento de

Despesa

Subelemento

Classificação segundo a Categoria Econômica

A despesa, assim como a receita, é classificada em duas categorias econômicas, com os seguintes códigos:

CÓDIGO CATEGORIA ECONÔMICA3 Despesas Correntes4 Despesas de Capital

Despesas Correntes: São as que não contribuem, di-retamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Subdividindo-se em:• Despesas de custeio, e • Transferências correntes.

As despesas de custeio

São dotações para a manutenção de serviços ante-riormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis, despesas que se destinam à operação dos serviços de manutenção e funcionamento da máquina pública.

São exemplos:• Pessoal e Encargos Sociais;• Juros e Encargos da Dívida Interna e Externa;

As transferências correntes

São despesas que não possuem contraprestação di-reta, seja em bens ou em serviços, inclusive as destina-das a outras entidades de direito público ou privado.

São subvenções as transferências que cobrem des-pesas de custeio das entidades beneficiadas, distin-guindo-se em sociais e econômicas.

Subvenções sociaisConforme o art. nº 16, § único, e o art. nº 17 da Lei nº 4.320 - 1964. São dotações destinadas a cobrir despesas de ins-tituições privadas de caráter assistencial ou cultu-ral, sem finalidade lucrativa.

Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das pos-sibilidades financeiras a concessão de subvenções sociais visará a prestação de serviços essenciais de assistência social, médica e educacional, sempre que a suplementação de recursos de origem privada apli-cados a esses objetivos, revelar-se mais econômica.

Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre que possível, será calculado com base em unida-des de serviços efetivamente prestados ou postos à disposição dos interessados obedecidos os pa-drões mínimos de eficiência previamente fixados.

Art. 17. Somente à instituição cujas condições de fun-cionamento forem julgadas satisfatórias pelos órgãos oficiais de fiscalização serão concedidas subvenções.

Subvenções econômicasSegundo o art. nº 18 da Lei nº 4.320 – 64.São transferências destinadas a cobrir despesas de empresas governamentais e ou de instituições privadas, ambas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril e financeira, visando dar co-bertura aos seus déficits de manutenção.

Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das empresas públicas, de natureza autárquica ou não, far--se-á mediante subvenções econômicas expressamen-te incluídas nas despesas correntes do orçamento da União, do Estado, do Município ou do Distrito Federal.

Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como subvenções econômicas:

a) as dotações destinadas a cobrir a diferen-ça entre os preços de mercado e os preços de revenda, pelo Govêrno, de gêneros alimentí-cios ou outros materiais;b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de determinados gêneros ou materiais.

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170 - Complemento

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Outras Despesas Correntes

Despesas com aquisição de material de consumo, diárias e ressarcimento de despesas com alimenta-ção e pousada, pagamento de pessoa física sem vín-culo empregatício ou pessoa jurídica independente da forma contratual, e outras da categoria econômi-ca “Despesas Correntes” não classificáveis nos dois grupos acima.

Despesa de Capital são as efetuadas pela Administra-ção Pública que contribuem, diretamente, para a for-mação ou aquisição de um bem de capital, como por exemplo: máquinas, veículos, equipamentos, imóveis, entre outros, e que enriquecerão o patrimônio público ou serão capazes de gerar novos bens e serviços.

São classificadas em:Investimentos / Inversões financeiras / Transferên-cias de capital

Investimentos São, de modo geral, as despesas destinadas ao planejamento e à execução de novas obras.

As inversões financeiras destinam-se:

• À aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização,

• À aquisição de títulos de empresas ou entidades, já constituídas, desde que não importe aumento do capital, e

• À constituição ou aumento do capital de entida-des ou empresas.

Transferências de capital, Conforme o art. 12, § 6, Lei nº 4.320 – 64 são dotações para investimentos que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem da lei de orçamento ou de lei especial anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.

Classificação segundo o Grupo de Natureza da Despesa

O GND é um agregador de elemento de despe-sa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto.

CÓDIGO GRUPOS DE NATUREZA DA DESPESA1 Pessoal e Encargos Sociais2 Juros e Encargos da Dívida3 Outras Despesas Correntes4 Investimentos5 Inversões Financeiras6 Amortização da Dívida

1 – Pessoal e Encargos sociaisDespesas orçamentárias com pessoal ativo, inativo e pensionistas, relativas a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas ex-tras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência, conforme estabelece o caput do art. 18 da Lei Complementar 101, de 2000.

2 - Juros e Encargos da DívidaDespesas orçamentárias com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária.

3 - Outras Despesas CorrentesDespesas orçamentárias com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transpor-te, além de outras despesas da categoria econômica “Despesas Correntes” não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa.

4 - InvestimentosDespesas orçamentárias com o planejamento e a exe-cução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últi-mas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.

5 - Inversões FinanceirasDespesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de tí-tulos representativos do capital de empresas ou en-tidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas, além de outras despesas classificáveis neste grupo.

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Complemento - 171

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6 - Amortização da DívidaDespesas orçamentárias com o pagamento e/ou re-financiamento do principal e da atualização mone-tária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.

Classificação segundo a Modalidade de Aplicação

A modalidade de aplicação tem por objetivo in-dicar se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por outro ente da Federação e suas con-cernentes entidades.

Indica se os recursos serão aplicados diretamen-te pela unidade detentora do crédito ou mediante transferência4 para entidades públicas ou privadas.

Importante destacar que a modalidade também per-mite a eliminação de dupla contagem no orçamento.

Não se deve confundir com as transferências de recursos financeiros, representadas pelas modalida-des de aplicação, e que são registradas na modalida-de de aplicação conforme a seguinte codificação:

Código Título

20 Transferências à União

22 Execução Orçamentária Delegada à União

30 Transferências a Estados e ao Distrito Federal

31 Transferências a Estados e ao Distrito Federal – Fundo a Fundo

32 Execução Orçamentária Delegada a Estados e ao Distrito Federal

40 Transferências a Municípios

41 Transferências a Municípios – Fundo a Fundo

42 Execução Orçamentária Delegada a Municípios

50 Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos

60 Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos

70 Transferências a Instituições Multigovernamentais

71 Transferências a Consórcios Públicos

72 Execução Orçamentária Delegada a Consórcios Públicos

80 Transferências ao Exterior

90 Aplicações Diretas

91 Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social

99 A Definir

Especificações:

20 – Transferências à UniãoDespesas orçamentárias realizadas pelos Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal, mediante trans-ferência de recursos financeiros à União, inclusive para suas entidades da administração indireta.

22 – Execução Orçamentária Delegada à UniãoDespesas orçamentárias realizadas mediante trans-ferência de recursos financeiros, decorrentes de dele-gação ou descentralização à União para execução de ações de responsabilidade exclusiva do delegante.

30 – Transferências a Estados e ao Distrito FederalDespesas orçamentárias realizadas mediante trans-ferência de recursos financeiros da União ou dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal, inclu-sive para suas entidades da administração indireta.

31 – Transferências a Estados e ao Distrito Federal - Fundo a FundoDespesas orçamentárias realizadas mediante trans-ferência de recursos financeiros da União ou dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal por in-termédio da modalidade fundo a fundo.

32 – Execução Orçamentária Delegada a Estados e ao Distrito FederalDespesas orçamentárias realizadas mediante trans-ferência de recursos financeiros, decorrentes de de-legação ou descentralização a Estados e ao Distrito Federal para execução de ações de responsabilidade exclusiva do delegante.

40 – Transferências a MunicípiosDespesas orçamentárias realizadas mediante trans-ferência de recursos financeiros da União ou dos Es-tados aos Municípios, inclusive para suas entidades da administração indireta.

41 – Transferências a Municípios - Fundo a FundoDespesas orçamentárias realizadas mediante trans-ferência de recursos financeiros da União, dos Esta-dos ou do Distrito Federal aos Municípios por inter-médio da modalidade fundo a fundo.

42 – Execução Orçamentária Delegada a MunicípiosDespesas orçamentárias realizadas mediante transfe-rência de recursos financeiros, decorrentes de delega-ção ou descentralização a Municípios para execução de ações de responsabilidade exclusiva do delegante.

4 Cabe aqui uma atenção especial no termo “transferências”, uti-lizado nos arts. 16 (Subvenções Sociais) e 21 (Transferências de Capital) da Lei nº 4.320 - 64, compreendendo as subvenções, au-xílios e contribuições que atualmente são identificados em nível de elementos na classificação da natureza da despesa.

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172 - Complemento

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50 – Transferências a Instituições Privadas sem Fins LucrativosDespesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades sem fins lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública.

60 – Transferências a Instituições Privadas com Fins LucrativosDespesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades com fins lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública.

70 – Transferências a Instituições Multi governamentaisDespesas orçamentárias realizadas mediante trans-ferência de recursos financeiros a entidades criadas e mantidas por dois ou mais Entes da Federação ou por dois ou mais países, inclusive o Brasil.

71 – Transferências a Consórcios PúblicosDespesas orçamentárias realizadas mediante trans-ferência de recursos financeiros a entidades criadas sob a forma de consórcios públicos nos termos da Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005, objetivando a execução dos programas e ações dos respectivos en-tes consorciados.

72 – Execução Orçamentária Delegada a Consór-cios PúblicosDespesas orçamentárias realizadas mediante trans-ferência de recursos financeiros, decorrentes de de-legação ou descentralização a consórcios públicos para execução de ações de responsabilidade exclu-siva do delegante.

80 – Transferências ao ExteriorDespesas orçamentárias realizadas mediante trans-ferência de recursos financeiros a órgãos e entidades governamentais pertencentes a outros países, a or-ganismos internacionais e a fundos instituídos por diversos países, inclusive aqueles que tenham sede ou recebam os recursos no Brasil.

90 – Aplicações DiretasAplicação direta, pela unidade orçamentária, dos créditos a ela alocados ou oriundos de descentraliza-ção de outras entidades integrantes ou não dos Or-çamentos Fiscal ou da Seguridade Social, no âmbito da mesma esfera de governo.

91 – Aplicação Direta decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orça-mentos Fiscal e da Seguridade SocialDespesas orçamentárias de órgãos, fundos, autar-quias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes da aquisição de materiais, bens e serviços, pagamento de impostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quando o recebedor dos recursos também for órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal depen-dente ou outra entidade constante desses orçamen-tos, no âmbito da mesma esfera de Governo.

99 – A DefinirModalidade de utilização exclusiva do Poder Le-gislativo ou para classificação orçamentária da Reserva de Contingência e da Reserva do RPPS5, vedada a execução orçamentária enquanto não houver sua definição.

Classificação segundo o Elemento de Despesa

O elemento de despesa tem por finalidade iden-tificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamen-tos e material permanente, auxílios, amortização e outros que a Administração Pública utiliza para a consecução de seus fins.

Os códigos dos elementos de despesa estão defi-nidos no Anexo II da Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 4 de maio de 2001.

Classificação segundo o Subelemento de Despesa

Subelemento de Despesa é o desdobramento fa-cultativo do elemento de despesa.

É a especificação detalhada da utilização dos recursos.

Esse detalhamento das naturezas de despesas tem como objetivo auxiliar, em nível de execução (UG), o processo de apropriação contábil da despesa.

5 RPPS - Regime próprio de previdência social. Regime de previdên-cia, estabelecido no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Fede-ral e dos Municípios, que assegura, por lei, aos servidores titulares de cargos efetivos, pelo menos, os benefícios de aposentadoria e pensão por morte previstos no art. 40 da Constituição Federal.

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Complemento - 173

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6. Desembolso orçamentário

Conjunto dos gastos e ou despesas públicas autori-zadas através do orçamento ou de créditos adicionais.

Desembolso Extra-orçamentária

É a despesa que não consta da lei do orçamento, compreendendo as diversas saídas de numerário de-correntes da:

• Devolução de depósitos judiciários,

• Devolução de cauções,

• Devolução de depósitos para quem de direito,

• Pagamento de Restos a Pagar,

• Resgate de operações de créditos por antecipação de receita,

• Bem como quaisquer valores que se revistam de características de simples transitoriedade, recebi-dos anteriormente e que, na oportunidade, cons-tituíram receitas extrasorçamentárias.

7. estágios Da DesPesa

Veremos a seguir como se processa o ciclo de vida da despesa dentro da Administração Pública. Pode-remos observar que o processamento das despesas engloba fases diferentes subdivididas em Fixação da Despesa e Realização da Despesa.

A despesa pública possui 2 fases de estágios os:

• Preparatórios, que envolvem a definição dos pro-gramas no PPA, a fixação da despesa no projeto da LOA, a programação mensal após a aprovação da LOA, o pré-empenho, a realização da Licita-ção, a celebração do Contrato ou Convênio etc., e

• De execução, correspondentes ao empenho, à li-quidação e ao pagamento.

Estágios preparatórios da despesa

• Fixação da despesa é a fase onde se faz a: - Estimativa da despesa:

Momento em que são estimadas as despesas para o exercício financeiro.

- Conversão das estimativas em orçamento: Momento em que as estimativas são converti-das em Lei Orçamentária Anual.

• Realização da despesa é a fase onde se faz a: - Programação da despesa:

Momento em que se faz a programação dos gastos mensais que cada órgão vinculado ao órgão gerenciador da despesa poderá dispor. Esta programação está intimamente relaciona-da com as flutuações da arrecadação durante o exercício financeiro. Subdivide-se em:

- Cronograma de desencaixes fixos; - Projeção do comportamento da receita; - Decreto normativo.

• O pré-empenho6 refere-se ao bloqueio de dotação orçamentária para contratação de despesa.

Visa justamente resguardar e garantir a existência dos recursos orçamentários e financeiros para a realização de despesas.

Por exemplo, quando se inicia uma licitação, já se sabe por qual dotação a despesa deverá correr, mas ainda não se sabe o nome do credor, posto que ele será conhecido somente ao final do pro-cesso licitatório.

O pré-empenho pode ser gerado a qualquer momento, independentemente de ter ou não ter sido gerado um aviso de licitação ou dispensa/inexigibilidade.

É utilizado para reservar um determinado valor no SIAFI7 para uma contratação ou aquisição.

• Licitação: Momento em que se faz o procedimen-to administrativo que tem por objetivo verificar, entre vários fornecedores habilitados, quem ofe-rece condições mais vantajosas (considerando preço, técnica ou preço e técnica) para a aquisição de bem ou serviço.

Execução da Despesa - Estágios

A base legal para a execução da despesa que é a que a Lei n° 4.320/64, trata, definindo:• O empenho,• A liquidação e • O pagamento.

6 É um instrumento de planejamento, de utilização facultativa, na medida em que se evita a utilização de um crédito orçamentário em valor além de sua dotação.

7 É o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal que consiste no principal instrumento utilizado para registro, acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira e patrimonial do Governo Federal.

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Empenho

É o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de condição (art. 58 da Lei n. 4.320/64).

É de fundamental importância para a relação contratual entre o setor governamental e seus forne-cedores de bens e serviços, representando a garantia de que existe o crédito necessário para a liquidação de uma dívida assumida.

“in verbis”Art. 23. Nenhuma despesa poderá ser realizada sem a existência de crédito que a comporte ou quando im-putada a dotação imprópria, vedada expressamente qualquer atribuição de fornecimento ou prestação de serviços, cujo custo excede aos limites previamente fixados em lei (Decreto-lei nº. 200/87, art. 73).

São modalidades de Empenho:

• Empenho Ordinário: é destinado a atender des-pesa quantificada e liquidável de uma só vez. Ou seja, utilizado naqueles casos onde se conhece precisamente o valor do bem ou serviço a ser ad-quirido, e o pagamento ocorre de uma única vez.

• Empenho por Estimativa: é destinado a atender des-pesa de valor não quantificável durante o exercício.Ou seja, é utilizado nos casos em que não se possa determinar, a priori, o montante da despesa.Por exemplo: gasto total com pessoal, com ener-gia, com água e etc. (Art. 60, § 2º).

• Empenho Global: é destinado a atender despe-sa determinada e quantificada e a ser liquidada e paga parceladamente, geralmente a cada mês, durante a fluência do exercício. Exemplo: um contrato de aluguel que será pago parceladamente (Art. 60, § 3º).

Disposições da Lei n. 4.320/64 sobre o empenho da Despesa:

“in verbis”Art. 24. É vedada a realização de despesa sem pré-vio empenho (Lei nº 4.320 - 64, art. 60).Parágrafo único. Em caso de urgência caracterizada na legislação em vigor, admitir-se-á que o ato do em-penho seja contemporâneo à realização da despesa.

Art. 25. O empenho importa deduzir seu valor de dotação adequada à despesa a realizar, por força do compromisso assumido.

Art. 26. O empenho não poderá exceder o saldo dis-ponível de dotação orçamentária, nem o cronograma de pagamento o limite de saques fixado, evidenciados pela contabilidade, cujos registros serão acessíveis às respectivas unidades gestoras em tempo oportuno.Parágrafo único. Exclusivamente para efeito de controle da programação financeira, a unidade ges-tora deverá estimar o prazo do vencimento da obri-gação de pagamento objeto do empenho, tendo em vista o prazo fixado para o fornecimento de bens, execução da obra ou prestação do serviço, e o nor-malmente utilizado para liquidação da despesa.

Art. 27. As despesas relativas a contratos, convê-nios, acordos ou ajustes de vigência plurianual, serão empenhadas em cada exercício financeiro pela parte nele a ser executada.

Art. 28. A redução ou cancelamento no exercício financeiro, de compromisso que caracterizou o empenho, implicará sua anulação parcial ou total, revertendo a importância correspondente à respec-tiva dotação, pela qual ficará automaticamente de-sonerado o limite de saques da unidade gestora.

Art. 29. Para cada empenho será extraído um docu-mento denominado Nota de Empenho que indicará o nome do credor, a especificação e a importância da despesa, bem como os demais dados necessários ao controle da execução orçamentária.

Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para to-dos os fins, salvo quando:I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida;II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o cumpri-mento da obrigação assumida pelo credor; III - se destinar a atender transferências a institui-ções públicas ou privadas;IV - corresponder a compromissos assumidos no exterior.

Art. 59. O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos.

Art. 60. É vedada a realização de despesa sem pré-vio empenho.§ 1º - Em casos especiais previstos na legislação espe-cífica será dispensada a emissão da nota de empenho.

Art. 61. Para cada empenho será extraído um do-cumento denominado “nota de empenho” que in-dicará o nome do credor, a representação e a im-portância da despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

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Complemento - 175

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Liquidação

É o estágio que consiste na verificação do direito do credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

Trata-se, portanto de um conjunto de atos praticados pelos órgãos competentes, segundo a Lei n. 4.320/64:

“in verbis”Art. 62 - O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.

Art. 63 - A liquidação da despesa consiste na ve-rificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Decreto nº 4.049/2001

§ 1º - Essa verificação tem por fim apurar:I - a origem e o objeto do que se deve pagar; II - a importância exata a pagar;III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

§ 2º - A liquidação da despesa por fornecimen-tos feitos ou serviços prestados terá por base:

I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;II - a nota de empenho;III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

Pagamento

Representa a fase final do processo da despesa pública.

O pagamento somente poderá ser efetuado quan-do ordenado, após sua regular liquidação.

Pode ser realizado mediante ordem bancária, cheque ou na boca do cofre.

Atualmente, na União e em alguns estados, como a Bahia, os pagamentos são realizados mediante or-dens bancárias eletrônicas.

O pagamento da despesa só será efetuado quan-do ordenado após sua regular liquidação.

A Ordem de Pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga; tal ordem só pode ser exarada em documentos processados pelo setor de contabilidade do órgão público.

Vejamos o que diz a Lei n. 4.320/64:“in verbis”

Art. 64 - A ordem de pagamento é o despacho exa-rado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.

Parágrafo único. A ordem de pagamento só po-derá ser exarada em documentos processados pelos serviços de contabilidade.

Art. 65 - O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituí-dos por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento.

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6. DesPesas De exerCíCios anteriores (Dea)

A Normatização do tema encontra-se no art. 37, Lei nº 4.320/64 e no art. 22 do Decreto n. 93.872/86.

“in verbis”(Lei n. 4.320/64) Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se te-nham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

(Decreto n. 93.872/86) Art. 22. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orça-mento respectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição inter-rompida, e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação destinada a atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria (Lei nº 4.320/64, art. 37).

§ 1º O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata este artigo, cabe à autoridade competente para empenhar a despesa. § 2º Para os efeitos deste artigo, considera-se:

a) despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo empe-nho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exer-cício correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de pagamento criada em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do exercício correspondente.

Conceito

São as despesas relativas a exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com dotação suficiente para atendê-las, mas que não se tenham processado na época própria, bem como os restos a pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente.

Poderão ser pagos, à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elemento, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

a) despesas com dotação suficiente para atendê-las e não processadas no mesmo exercício financeiro: quan-do o órgão procede ao empenho de suas despesas, comprometendo-se com um determinado fornecedor e, ao final do exercício, por algum motivo, essa despesa não se processa, o ordenador de despesas poderá proceder à anulação do empenho correspondente.

Caso seja procedida à anulação do empenho, quando o pagamento vier a ser reclamado em exercícios futuros, a despesa poderá ser empenhada novamente, porém à conta de Despesas de Exercícios Anteriores, comprometendo, desse modo o orçamento vigente à época do efetivo pagamento ao fornecedor.

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Complemento - 177

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b) restos a pagar com prescrição interrompida: quando o órgão procede ao empenho de suas despesas, com-prometendo-se com um determinado fornecedor e, ao final do exercício, por algum motivo, essa despesa não se processa, o ordenador de despesas poderá manter o valor empenhado inscrevendo o fornecedor em restos a pagar.

Caso o fornecedor não implemente a prestação que se obrigou durante todo o transcorrer do exercício sub-sequente, ocorrerá, então, o cancelamento do valor inscrito.

Se assim ocorrer, o valor que vier a ser reclamado no futuro pelo fornecedor poderá ser empenhado nova-mente, porém, à conta de Despesas de Exercícios Anteriores.

c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente: em dadas situações, al-guns compromissos são reconhecidos pelo ordenador de despesas após o término do exercício em que foram gerados.

Ao proceder o reconhecimento dos compromissos, o ordenador de despesas ordenará o correspondente pa-gamento, no mesmo processo em que reconhecer a dívida, discriminando, pelo menos, os seguintes elementos:

• Importância a pagar;

• nome, CPF ou CNPJ e endereço do credor;

• data do vencimento do compromisso;

• causa da inexistência do empenho, no elemento próprio, à conta do orçamento vigente.

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7. estrutura Da Programação orçamentária

1. Programação Qualitativa2. Programação Quantitativa

É de fundamental importância para a compreensão da programação do orçamento o conhecimento de sua es-trutura e organização, as quais são implementadas por meio de um sistema de classificação estruturado.

Esse sistema tem o objetivo de atender às exigências de informações originadas por todos os interessados nos temas de finanças públicas, como os poderes públicos, as organizações públicas e privadas e a sociedade em geral.

1. Programação qualitativa

No modelo atual do orçamento público, as programações orçamentárias estão organizadas em programas de trabalho, que contêm informações qualitativas e quantitativas, sejam físicas ou financeiras.

O programa de trabalho, que define qualitativamente a programação orçamentária, deve responder, de maneira clara e objetiva, às perguntas clássicas que caracterizam o ato de orçar, sendo, do ponto de vista operacional, com-posto dos seguintes blocos de informação:• Classificação por esfera,• Classificação institucional, • Classificação funcional, e • Estrutura programática.

Como poderemos ver a seguir no quadro demonstrativo:

BLOCOS DA ESTRUTURA ITEM DA ESTRUTURA PERGUNTA A SER RESPONDIDA

Classificação por Esfera Esfera Orçamentária Em qual Orçamento?

Classificação InstitucionalPoder

ÓrgãoQuem faz?

Classificação FuncionalFunção

Subfunção

Em que área da despesa a ação

governamental será realizada?

Estrutura ProgramáticaPrograma

Ação

Qual o tema da Política Pública?

O que fazer?

Principais Informações

do Programa

Ementa / Enfoques Estratégicos O que será feito?

IndicadorQual o efeito ou benefícios

no público-alvo?

Principais Informações da Ação

Ação Como fazer?Descrição O que é feito?Objetivo Para que é feito?Produto Qual o bem ou serviço a ser entregue?

Unidade de Medida Como mensurar?

Localização Onde é feito?

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Complemento - 179

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2. Programação quantitativa

A programação física define quanto se pretende desenvolver do produto:

Item da Estrutura Pergunta a ser respondidaMeta Quanto se pretende desenvolver?

A programação financeira define o que adquirir e com quais recursos, a tabela a seguir mostra os aspectos e perguntas utilizados.

ITEM DA ESTRUTURA PERGUNTA A SER RESPONDIDA

Natureza da Despesa Quanto se pretende desenvolver?

Categoria Econômica da Despesa Qual o efeito econômico da realização da despesa?

Grupo de Natureza de Despesa (GND) Em qual classe de gasto será realizada a despesa?

Modalidade de Aplicação Qual a estratégia para realização da despesa?

Elemento de Despesa Quais os insumos que se pretende utilizar ou adquirir?

Destinação de Recursos Qual a origem dos recursos?

Identificador de Uso (IDUSO) Os recursos utilizados são contrapartida?

Grupo da Fonte de RecursosDe onde virão os recursos para realizar a despesa?

Especificação da Fonte de Recursos

Tipo de SubfonteDe qual Convênio/Operação se originam os recursos?

Detalhamento da Subfonte

Dotação Quanto aplica?

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180 - Complemento

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8. restos a Pagar

1. Classificação dos Restos a Pagar2. A Inscrição

O tema é disciplinado pela Lei nº 4.320/64, em seu art. 36, e art. 67 do Decreto n.º 93.872/86, produz o entendimento de que Restos a Pagar se referem a compromissos assumidos pela Administração Pú-blica em um dado exercício orçamentário e que não foram pagos dentro do mesmo exercício.

Os restos a pagar constituem compromissos fi-nanceiros exigíveis que compõem a dívida flutuan-te1 (de curto prazo) cujo total representa o passivo financeiro, nos termos do § 3º do art. 105 da Lei n. 4.320/64 e podem ser caracterizados como as despe-sas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de de-zembro de cada exercício financeiro.

O regime de competência, adotado na adminis-tração pública apenas para as despesas, exige que os atos e fatos contábeis sejam considerados conforme o exercício a que pertençam, ou seja, no exercício em que foram gerados. Neste caso, se uma despesa foi empenhada em um exercício financeiro e somente foi paga no seguinte, ela deve ser contabilizada como pertencente ao exercício em que ocorreu o empenho.

Portanto, as despesas empenhadas, não pagas até o dia 31 de dezembro, não canceladas pelo processo de análise e depuração e, que atendam aos requisitos previstos em legislação específica, devem ser inscri-tas em Restos a Pagar, pois se referem a encargos in-corridos no próprio exercício.

De acordo com os arts 34 a 36 e 92 da Lei nº 4.320/64, definem a periodicidade do exercício finan-ceiro, as receitas e despesas a ele pertencentes e o que vem a ser os Restos a Pagar.

“in verbis”Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.

Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: I - as receitas nele arrecadadas;II - as despesas nele legalmente empenhadas.

Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas.

Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência plurianual, que não tenham sido liquidados, só serão computa-dos como Restos a Pagar no último ano de vigên-cia do crédito.

Art. 92. A dívida flutuante compreende: I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida; II - os serviços da dívida a pagar; III - os depósitos; IV - os débitos de tesouraria.

É importante enfatizar que há uma grande dife-rença entre restos a pagar e obrigações a pagar.

A classificação obrigações a pagar é “gênero”, abarcando qualquer valor que importe uma exigibi-lidade de terceiros contra o patrimônio do órgão. Esta exigibilidade pode ter origem da execução do orçamento da receita, da despesa e de fatos extraor-çamentários.

Já os restos a Pagar é um termo utilizado pela Lei nº 4.320/64 para identificar os valores pendentes de pagamento oriundos da emissão de empenhos, ou seja, têm origem no orçamento da despesa, devendo ser utilizado apenas para representar os valores da despesa empenhada e não paga ao final do exercício financeiro de emissão do empenho.

Assim podem representar restos a pagar as se-guintes contas:

• Fornecedores,

• Pessoal a pagar, e

• Encargos sociais a recolher.

1 Dívida Flutuante Pública. A contraída pelo Tesouro Nacional, por um breve e determinado período de tempo, quer como ad-ministrador de terceiros, confiados à sua guarda, quer para aten-der às momentâneas necessidades de caixa. Segundo a Lei nº 4.320/64, a dívida flutuante compreende os restos a pagar, ex-cluídos os serviços de dívida, os serviços de dívida a pagar, os depósitos e os débitos de tesouraria.

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Complemento - 181

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Conforme estabelecido no Manual do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI.

Essas despesas não deverão afetar a dinâmica orçamentária do exercício seguinte, pois deverão ser pagas com recursos financeiros provenientes do exercício em que foram empenhadas, com a finalida-de de garantir o equilíbrio orçamentário, dentro do regime de competência legal.

1. ClassiFiCação Dos restos a Pagar

Restos a pagar processados são aqueles referen-tes a despesas regularmente empenhadas e liquida-das, ou seja, o credor já cumpriu as suas obrigações, entregou o material, prestou os serviços ou executou a etapa da obra, dentro do exercício, estando o pro-cesso pronto para pagamento.

Caracterizando neste caso o direito líquido e cer-to do credor.

Restos a pagar não processados correspondem a despesas regularmente empenhadas mas não liqui-dadas, ou seja, dependem da prestação do serviço ou fornecimento do material, a obra não foi executada.

Neste caso, o direito do credor não foi apurado. São despesas ainda não liquidas.

Neste caso, duas hipóteses podem ocorrer:

• O valor a ser pago é superior ao valor inscrito: a diferença deverá ser empenhada à conta de Des-pesas de Exercícios Anteriores; e

• O valor a ser pago é inferior ao valor inscrito: o saldo deverá ser anulado.

A caracterização dos restos a pagar como proces-sados ou não-processados é feita no momento de sua inscrição

2. a insCrição

O Decreto n.º 93.872/86, em seu art. 35, determina que o empenho da despesa não liquidada será con-siderado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo os casos previstos em normas legais.

A inscrição de despesas em restos a pagar será pre-cedida de anulação de empenhos considerados insub-sistentes no exercício financeiro de sua emissão.

“in verbis”Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para to-dos os fins, salvo quando:

I - vigente o prazo para cumprimento da obri-gação assumida pelo credor, nele estabelecida;II - vencido o prazo de que trata o item an-terior, mas esteja em cursos a liquidação da despesa, ou seja de interesse da Adminis-tração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;IV - corresponder a compromissos assumido no exterior.

Os empenhos não anulados, bem como os refe-rentes a despesas já liquidadas e não pagas, serão automaticamente inscritos em restos a pagar no en-cerramento do exercício, pelo valor devido, ou caso seja este desconhecido, pelo valor estimado.

A inscrição de empenho em restos a pagar terá validade até 31 de dezembro do ano subsequente, quando será automaticamente cancelada caso o em-penho não tenha sido pago.

Importante ressaltar que permanecerá em vigor o direito creditório do fornecedor (direito a cobrança) por 5 (cinco) anos, contando-se a partir da data em que foram inscritos os restos a pagar.

Quando se cancela a inscrição de restos a pagar diz-se que estes passaram a ser restos a pagar com prescrição interrompida.

Atenção: é vedada a reinscrição de empenhos em restos a pagar.

Caso um empenho inscrito venha a ser cancelado, reconhecendo-se posteriormente o eventual direito do credor, não poderá haver a reinscrição desse em-penho em restos a pagar.

Neste caso far-se-á emissão de nova nota de em-penho, no exercício do reconhecimento da despesa, utilizando-se dotação específica para despesas de exercícios anteriores.

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182 - Complemento

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Os restos a pagar com prescrição interrompida, assim considerados aqueles cuja inscrição tenha sido cancelada por qualquer motivo, mas que ainda esteja vigente o direito do credor, poderão ser pagos à con-ta de despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria.

A diferença entre o valor da despesa inscrita em restos a pagar e o valor real a ser pago, deverá ser:

• Empenhada à conta de despesas de exercícios an-teriores, quando o valor inscrito for menor que o valor a ser pago;

• Cancelada, quando o valor inscrito for maior que o valor a ser pago.

O pagamento de despesas inscritas em restos a pagar é feito tal como ocorre com o pagamento de qualquer despesa, exigindo-se apenas a observância das formalidades legais, independente de requeri-mento do credor.

O Decreto n. 93.872/86, “que dispõe sobre a uni-ficação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação pertinente e dá em sua seção VIII art´s 67 ao 70 e da outras providên-cias” em relação a matéria Restos a pagar.

“in verbis”Art. 67. Considerem-se Restos a Pagar as despesas em-penhadas e não pagas até 31 de dezembro, distinguin-do-se as despesas processadas das não processadas

§ 1º Entendem-se por processadas e não processa-das, respectivamente, as despesas liquidadas e as não liquidadas, na forma prevista neste decreto.§ 2º O registro dos Restos a Pagar far-se-á por exercício e por credor.

Art.68. A inscrição de despesas como restos a pagar no encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho depende da observância das condições estabelecidas neste Decreto para empe-nho e liquidação da despesa. (Redação dada pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 1º A inscrição prevista no caput como restos a pagar não processados fica condicionada à indi-cação pelo ordenador de despesas. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)§ 2º Os restos a pagar inscritos na condição de não processados e não liquidados poste-riormente terão validade até 30 de junho do segundo ano subsequente ao de sua inscrição, ressalvado o disposto no § 3º. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 3º Permanecem válidos, após a data estabele-cida no § 2º, os restos a pagar não processados que: (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

I - refiram-se às despesas executadas direta-mente pelos órgãos e entidades da União ou mediante transferência ou descentralização aos Estados, Distrito Federal e Municípios, com execução iniciada até a data prevista no § 2º; ou (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)II - sejam relativos às despesas:(Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

a) do Programa de Aceleração do Cres-cimento - PAC; (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

b) do Ministério da Saúde; ou (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)c) do Ministério da Educação financia-das com recursos da Manutenção e De-senvolvimento do Ensino. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 4º Considera-se como execução iniciada para efeito do inciso I do § 3º: (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

I - nos casos de aquisição de bens, a despesa verificada pela quantidade parcial entregue, atestada e aferida; e (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)II - nos casos de realização de serviços e obras, a despesa verificada pela realização parcial com a medição correspondente atestada e afe-rida. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 5º Para fins de cumprimento do disposto no § 2º, a Secretaria do Tesouro Nacional do Mi-nistério da Fazenda efetuará, na data prevista no referido §, o bloqueio dos saldos dos restos a pagar não processados e não liquidados, em con-ta contábil específica no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)§ 6º As unidades gestoras executoras respon-sáveis pelos empenhos bloqueados providen-ciarão os referidos desbloqueios que atendam ao disposto nos §§ 3º, inciso I, e 4º para serem utilizados, devendo a Secretaria do Tesouro Na-cional do Ministério da Fazenda providenciar o posterior cancelamento no SIAFI dos saldos que permanecerem bloqueados. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)§ 7º Os Ministros de Estado, os titulares de ór-gãos da Presidência da República, os dirigen-tes de órgãos setoriais dos Sistemas Federais de Planejamento, de Orçamento e de Administra-

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ção Financeira e os ordenadores de despesas são responsáveis, no que lhes couber, pelo cumpri-mento do disposto neste artigo. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)§ 8º A Secretaria do Tesouro Nacional do Mi-nistério da Fazenda, no âmbito de suas compe-tências, poderá expedir normas complementares para o cumprimento do disposto neste artigo. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

Art. 69. Após o cancelamento da inscrição da des-pesa como Restos a Pagar, o pagamento que vier a ser reclamado poderá ser atendido à conta de dota-ção destinada a despesas de exercícios anteriores.

Art. 70. Prescreve em cinco anos a dívida passiva relativa aos Restos a Pagar. (CCB art. 178, § 10, VI).

A Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de maio de 2000, que “estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal” em seu art. 42 proíbe aos titulares do poder executivo contrair, nos dois últimos quadrimestres do mandato, obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja disponibilidade de caixa para este feito.

“in verbis”Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão re-ferido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.

Parágrafo único. Na determinação da disponi-bilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.

.......Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido de-monstrativos relativos a:

I - ... ....... V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e ór-gão referido no art. 20, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante a pagar.

Art. 55. O relatório conterá:I - ..........III - demonstrativos, no último quadrimestre:

a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro;

b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:

1) liquidadas; 2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a uma das condições do inciso II do art. 41 (este artigo está vetado); 3) empenhadas e não liquidadas, ins-critas até o limite do saldo da dispo-nibilidade de caixa; 4) não inscritas por falta de disponi-bilidade de caixa e cujos empenhos foram cancelados;

Portanto, de acordo com a Lei de Responsabilida-de Fiscal, somente poderão ser inscritos em Restos a Pagar as despesas para as quais exista disponibilida-de de caixa.

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9. lei n. 4.320 De 17 De março De 1964Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elabo-ração e contrôle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei;

DISPOSIÇÃO PRELIMINARArt. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito fi-nanceiro para elaboração e contrôle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, de acôrdo com o disposto no art. 5º, inciso XV, letra b, da Constituição Federal.

TÍTULO IDa Lei de Orçamento

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Govêrno, obedecidos os princípios de unidade uni-versalidade e anualidade.§ 1° Integrarão a Lei de Orçamento:I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do Govêrno;II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa se-gundo as Categorias Econômicas, na forma do Ane-xo nº. 1;III - Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;IV - Quadro das dotações por órgãos do Govêrno e da Administração.§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento:I - Quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos fundos especiais;II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma dos Anexos ns. 6 a 9;III - Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Govêrno, em têrmos de realização de obras e de prestação de serviços.Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá tôdas as receitas, inclusive as de operações de crédito autori-zadas em lei.Parágrafo único. Não se consideram para os fins des-te artigo as operações de credito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entra-das compensatórias, no ativo e passivo financeiros. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá tôdas as despesas próprias dos órgãos do Govêrno e da admi-nistração centralizada, ou que, por intermédio dêles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dota-ções globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o dis-posto no artigo 20 e seu parágrafo único.Art. 6º Tôdas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quais-quer deduções.§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber.§ 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo an-terior, o calculo das cotas terá por base os dados apu-rados no balanço do exercício anterior aquele em que se elaborar a proposta orçamentária do governo obri-gado a transferência. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autoriza-ção ao Executivo para:I - Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as disposições do artigo 43; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa.§ 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as fontes de recursos que o Poder Executivo fica au-torizado a utilizar para atender a sua cobertura.§ 2° O produto estimado de operações de crédito e de alienação de bens imóveis sòmente se incluirá na receita quando umas e outras forem especìficamente autoriza-das pelo Poder Legislativo em forma que jurìdicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las no exercício.§ 3º A autorização legislativa a que se refere o pa-rágrafo anterior, no tocante a operações de crédito, poderá constar da própria Lei de Orçamento.Art. 8º A discriminação da receita geral e da despesa de cada órgão do Govêrno ou unidade administra-tiva, a que se refere o artigo 2º, § 1º, incisos III e IV obedecerá à forma do Anexo n. 2.§ 1° Os itens da discriminação da receita e da despe-sa, mencionados nos artigos 11, § 4°, e 13, serão iden-tificados por números de códigos decimal, na forma dos Anexos ns. 3 e 4.§ 2º Completarão os números do código decimal re-ferido no parágrafo anterior os algarismos caracteri-

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zadores da classificação funcional da despesa, con-forme estabelece o Anexo n. 5.§ 3° O código geral estabelecido nesta lei não preju-dicará a adoção de códigos locais.

CAPÍTULO IIDa Receita

Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os im-postos, as taxas e contribuições nos termos da cons-tituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)Art. 10. (Vetado).Art. 11. A receita classificar-se-á nas seguintes catego-rias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capi-tal. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de re-cursos financeiros recebidos de outras pessoas de di-reito público ou privado, quando destinadas a aten-der despesas classificáveis em Despesas Correntes. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da re-alização de recursos financeiros oriundos de consti-tuição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender des-pesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)§ 3º - O superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo nº 1, não constituirá item de receita orçamentá-ria. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)§ 4º - A classificação da receita obedecerá ao seguinte es-quema: (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)

RECEITAS CORRENTESReceita Tributária

Impostos.Taxas.Contribuições de Melhoria.

Receita PatrimonialReceitas Imobiliárias.Receitas de Valores Mobiliários.Participações e Dividendos.Outras Receitas Patrimoniais.

Receita IndustrialReceita de Serviços Industriais.Outras Receitas Industriais.

Transferências CorrentesReceitas Diversas

Multas.Cobrança da Divida Ativa.Outras Receitas Diversas.

RECEITAS DE CAPITALOperações de Crédito.Alienação de Bens Móveis e Imóveis.Amortização de Empréstimos Concedidos.Transferências de Capital.Outras Receitas de Capital.

CAPÍTULO IIIDa Despesa

Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes cate-gorias econômicas: (Vide Decreto-lei nº 1.805, de 1980)

DESPESAS CORRENTESDespesas de CusteioTransferências Correntes

DESPESAS DE CAPITALInvestimentosInversões FinanceirasTransferências de Capital

§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as do-tações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.2º Classificam-se como Transferências Correntes as dota-ções para despesas as quais não corresponda contrapres-tação direta em bens ou serviços, inclusive para contribui-ções e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado.3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências destinadas a cobrir despesas de cus-teio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:I - subvenções sociais, as que se destinem a institui-ções públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como

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para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanen-te e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;II - aquisição de títulos representativos do capital de em-presas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;III - constituição ou aumento do capital de entidades ou emprêsas que visem a objetivos comerciais ou finan-ceiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.§ 6º São Transferências de Capital as dotações para in-vestimentos ou inversões financeiras que outras pesso-as de direito público ou privado devam realizar, inde-pendentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art. 12, a discriminação ou especificação da despesa por elementos, em cada unidade administrativa ou ór-gão de govêrno, obedecerá ao seguinte esquema:

DESPESAS CORRENTESDespesas de Custeio

Pessoa CivilPessoal MilitarMaterial de ConsumoServiços de TerceirosEncargos Diversos

Transferências CorrentesSubvenções SociaisSubvenções EconômicasInativosPensionistasSalário Família e Abono FamiliarJuros da Dívida PúblicaContribuições de Previdência SocialDiversas Transferências Correntes.

DESPESAS DE CAPITALInvestimentos

Obras PúblicasServiços em Regime de Programação EspecialEquipamentos e InstalaçõesMaterial PermanenteParticipação em Constituição ou Aumento de Capital de Emprêsas ou Entidades Industriais ou Agrícolas

Inversões FinanceirasAquisição de ImóveisParticipação em Constituição ou Aumento de Capital de Emprêsas ou Entidades Comerciais ou FinanceirasAquisição de Títulos Representativos de Capital de Emprêsa em FuncionamentoConstituição de Fundos RotativosConcessão de EmpréstimosDiversas Inversões Financeiras

Transferências de CapitalAmortização da Dívida PúblicaAuxílios para Obras PúblicasAuxílios para Equipamentos e InstalaçõesAuxílios para Inversões FinanceirasOutras Contribuições. Art. 14. Constitui unidade orçamentária o agrupa-mento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações pró-prias. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)Parágrafo único. Em casos excepcionais, serão con-signadas dotações a unidades administrativas subor-dinadas ao mesmo órgão.Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos. (Veto re-jeitado no D.O. 05/05/1964)§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração publica para con-secução dos seus fins. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)§ 2º Para efeito de classificação da despesa, considera-se material permanente o de duração superior a dois anos.

SEÇÃO IDas Despesas Correntes

SUBSEÇÃO ÚNICADas Transferências Correntes

I) Das Subvenções SociaisArt. 16. Fundamentalmente e nos limites das pos-sibilidades financeiras a concessão de subvenções sociais visará a prestação de serviços essenciais de assistência social, médica e educacional, sempre que a suplementação de recursos de origem privada apli-cados a êsses objetivos, revelar-se mais econômica.Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre que possível, será calculado com base em unidades de serviços efetivamente prestados ou postos à dis-posição dos interessados obedecidos os padrões mí-nimos de eficiência prèviamente fixados.Art. 17. Somente à instituição cujas condições de fun-cionamento forem julgadas satisfatórias pelos órgãos oficiais de fiscalização serão concedidas subvenções.

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II) Das Subvenções EconômicasArt. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das emprêsas públicas, de natureza autárquica ou não, far--se-á mediante subvenções econômicas expressamen-te incluídas nas despesas correntes do orçamento da União, do Estado, do Município ou do Distrito Federal.Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como subvenções econômicas:a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços de mercado e os preços de revenda, pelo Go-vêrno, de gêneros alimentícios ou outros materiais;b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de determinados gêneros ou materiais.Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda fi-nanceira, a qualquer título, a emprêsa de fins lucrativos, salvo quando se tratar de subvenções cuja concessão tenha sido expressamente autorizada em lei especial.

SEÇÃO IIDas Despesas de CapitalSUBSEÇÃO PRIMEIRA

Dos InvestimentosArt. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de ou-tras aplicações.Parágrafo único. Os programas especiais de traba-lho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital.

SUBSEÇÃO SEGUNDADas Transferências de Capital

Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará auxílio para investimentos que se devam incorporar ao pa-trimônio das emprêsas privadas de fins lucrativos.Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se às transferências de capital à conta de fundos especiais ou dotações sob regime excepcional de aplicação.

TÍTULO IIDa Proposta Orcamentária

CAPÍTULO IConteúdo e Forma da Proposta Orçamentária

Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder Exe-cutivo encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos estabelecidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios, compor-se-á:I - Mensagem, que conterá: exposição circunstancia-da da situação econômico-financeira, documentada com demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e outros compromissos financeiros exigíveis; exposição e jus-

tificação da política econômica-financeira do Govêr-no; justificação da receita e despesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital;II - Projeto de Lei de Orçamento;III - Tabelas explicativas, das quais, além das estima-tivas de receita e despesa, constarão, em colunas dis-tintas e para fins de comparação:a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele em que se elaborou a proposta;b) A receita prevista para o exercício em que se ela-bora a proposta;c) A receita prevista para o exercício a que se refere a proposta;d) A despesa realizada no exercício imediatamente anterior;e) A despesa fixada para o exercício em que se elabo-ra a proposta; ef) A despesa prevista para o exercício a que se refere a proposta.IV - Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por dotações globais, em têrmos de metas vi-sadas, decompostas em estimativa do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas de jus-tificação econômica, financeira, social e administrativa.Parágrafo único. Constará da proposta orçamentá-ria, para cada unidade administrativa, descrição su-cinta de suas principais finalidades, com indicação da respectiva legislação.

CAPÍTULO IIDa Elaboração da Proposta Orçamentária

SEÇÃO PRIMEIRADas Previsões Plurienais

Art. 23. As receitas e despesas de capital serão ob-jeto de um Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital, aprovado por decreto do Poder Executivo, abrangendo, no mínimo um triênio.Parágrafo único. O Quadro de Recursos e de Aplica-ção de Capital será anualmente reajustado acrescen-tando-se-lhe as previsões de mais um ano, de modo a assegurar a projeção contínua dos períodos.Art. 24. O Quadro de Recursos e de Aplicação de Ca-pital abrangerá:I - as despesas e, como couber, também as receitas previstas em planos especiais aprovados em lei e destinados a atender a regiões ou a setores da admi-nistração ou da economia;II - as despesas à conta de fundos especiais e, como couber, as receitas que os constituam;III - em anexos, as despesas de capital das entidades referidas no Título X desta lei, com indicação das res-pectivas receitas, para as quais forem previstas trans-ferências de capital.

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Art. 25. Os programas constantes do Quadro de Re-cursos e de Aplicação de Capital sempre que possível serão correlacionados a metas objetivas em têrmos de realização de obras e de prestação de serviços.Parágrafo único. Consideram-se metas os resultados que se pretendem obter com a realização de cada programa.Art. 26. A proposta orçamentária conterá o progra-ma anual atualizado dos investimentos, inversões financeiras e transferências previstos no Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital.

SEÇÃO SEGUNDADas Previsões Anuais

Art. 27. As propostas parciais de orçamento guarda-rão estrita conformidade com a política econômica--financeira, o programa anual de trabalho do Govêr-no e, quando fixado, o limite global máximo para o orçamento de cada unidade administrativa.Art. 28. As propostas parciais das unidades adminis-trativas, organizadas em formulário próprio, serão acompanhadas de:I - tabelas explicativas da despesa, sob a forma esta-belecida no artigo 22, inciso III, letras d, e e f;II - justificação pormenorizada de cada dotação so-licitada, com a indicação dos atos de aprovação de projetos e orçamentos de obras públicas, para cujo início ou prosseguimento ela se destina.Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de ar-recadação organizar demonstrações mensais da recei-ta arrecadada, segundo as rubricas, para servirem de base a estimativa da receita, na proposta orçamentária.Parágrafo único. Quando houver órgão central de orçamen-to, essas demonstrações ser-lhe-ão remetidas mensalmente.Art. 30. A estimativa da receita terá por base as demons-trações a que se refere o artigo anterior à arrecadação dos três últimos exercícios, pelo menos bem como as circunstâncias de ordem conjuntural e outras, que pos-sam afetar a produtividade de cada fonte de receita.Art. 31. As propostas orçamentárias parciais serão revistas e coordenadas na proposta geral, conside-rando-se a receita estimada e as novas circunstâncias.

TÍTULO IIIDa elaboração da Lei de Orçamento

Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgâni-cas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Lei de Orçamento que visem a:a) alterar a dotação solicitada para despesa de cus-teio, salvo quando provada, nesse ponto a inexatidão da proposta;

b) conceder dotação para o início de obra cujo pro-jeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes;c) conceder dotação para instalação ou funcionamen-to de serviço que não esteja anteriormente criado;d) conceder dotação superior aos quantitativos prè-viamente fixados em resolução do Poder Legislativo para concessão de auxílios e subvenções.

TÍTULO IVDo Exercício Financeiro

Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:I - as receitas nêle arrecadadas;II - as despesas nêle legalmente empenhadas.Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas.Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência plurienal, que não tenham sido liquidados, só serão computados como Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito.Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramen-to do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamen-to, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. (Regulamento)Art. 38. Reverte à dotação a importância de despe-sa anulada no exercício; quando a anulação ocorrer após o encerramento dêste considerar-se-á receita do ano em que se efetivar.Art. 39. As importâncias relativas a tributo, multas e créditos da Fazenda Pública, lançados mas não cobra-dos ou não recolhidos no exercício de origem, consti-tuem Dívida Ativa a partir da data de sua inscrição.Parágrafo único. As importâncias dos tributos e de-mais rendas não sujeitas a lançamentos ou não lan-çadas, serão escrituradas como receita do exercício em que forem arrecadas nas respectivas rubricas or-çamentárias, desde que até o ato do recebimento não tenham sido inscritas como Dívida Ativa.Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos,

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na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título. (Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação le-gal relativa a tributos e respectivos adicionais e mul-tas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais crédi-tos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabeleci-das em lei, multa de qualquer origem ou natureza, ex-ceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indeniza-ções, reposições, restituições, alcances dos responsá-veis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de subrogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garan-tia, de contratos em geral ou de outras obrigações le-gais. (Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moe-da estrangeira será convertido ao correspondente valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data da notificação ou intimação do devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da con-versão, a atualização monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos legais pertinentes aos débitos tri-butários. (Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos men-cionados nos parágrafos anteriores, bem como os valo-res correspondentes à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam oart. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978. (Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional. (Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

TÍTULO VDos Créditos Adicionais

Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dota-das na Lei de Orçamento.Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:I - suplementares, os destinados a refôrço de dotação orçamentária;II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica;III - extraordinários, os destinados a despesas urgen-tes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intes-tina ou calamidade pública.

Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e es-peciais depende da existência de recursos disponí-veis para ocorrer a despesa e será precedida de expo-sição justificativa. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste arti-go, desde que não comprometidos: (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)II - os provenientes de excesso de arrecadação; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)III - os resultantes de anulação parcial ou total de do-tações orçamentárias ou de créditos adicionais, au-torizados em Lei; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder exe-cutivo realiza-las. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financei-ro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adi-cionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964) (Vide Lei nº 6.343, de 1976)§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, pro-venientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-a a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo, que dêles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo.Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde fôr possível.

TÍTULO VIDa Execução do Orçamento

CAPÍTULO IDa Programação da Despesa

Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixados, o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas tri-mestrais da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a utilizar.

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Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo anterior atenderá aos seguintes objetivos:a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil a soma de recursos necessários e suficientes a melhor execução do seu programa anual de trabalho;b) manter, durante o exercício, na medida do possí-vel o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de tesouraria.Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para feito do disposto no artigo anterior, levará em conta os créditos adicionais e as operações extra-orçamentárias.Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas durante o exercício, observados o limite da dotação e o comportamento da execução orçamentária.

CAPÍTULO IIDa Receita

Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em cada exer-cício sem prévia autorização orçamentária, ressalvados a tarifa aduaneira e o impôsto lançado por motivo de guerra.Art. 52. São objeto de lançamento os impostos dire-tos e quaisquer outras rendas com vencimento deter-minado em lei, regulamento ou contrato.Art. 53. O lançamento da receita é ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.Art. 54. Não será admitida a compensação da obriga-ção de recolher rendas ou receitas com direito credi-tório contra a Fazenda Pública.Art. 55. Os agentes da arrecadação devem fornecer recibos das importâncias que arrecadarem.§ 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa que paga a soma arrecadada, proveniência e classifica-ção, bem como a data a assinatura do agente arreca-dador. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)§ 2º Os recibos serão fornecidos em uma única via.Art. 56. O recolhimento de tôdas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para cria-ção de caixas especiais.Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3. desta lei serão classificadas como recei-ta orçamentária, sob as rubricas próprias, tôdas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no Or-çamento. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

CAPÍTULO IIIDa Despesa

Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obri-

gação de pagamento pendente ou não de implemen-to de condição. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)Art. 59. O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos. (Redação dada pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)§ 1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da Constitui-ção Federal, é vedado aos Municípios empenhar, no último mês do mandato do Prefeito, mais do que o duodécimo da despesa prevista no orçamento vigen-te. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)§ 2º Fica, também, vedado aos Municípios, no mes-mo período, assumir, por qualquer forma, compro-missos financeiros para execução depois do término do mandato do Prefeito. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)§ 3º As disposições dos parágrafos anteriores não se aplicam nos casos comprovados de calamidade públi-ca. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)§ 4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os empe-nhos e atos praticados em desacordo com o disposto nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, sem prejuízo da responsabilidade do Prefeito nos termos do Art. 1º, inciso V, do Decreto-lei n.º 201, de 27 de fevereiro de 1967. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.§ 1º Em casos especiais previstos na legislação especí-fica será dispensada a emissão da nota de empenho.§ 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar.§ 3º É permitido o empenho global de despesas con-tratuais e outras, sujeitas a parcelamento.Art. 61. Para cada empenho será extraído um documen-to denominado “nota de empenho” que indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títu-los e documentos comprobatórios do respectivo crédito.§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:I - a origem e o objeto do que se deve pagar;II - a importância exata a pagar; (Vide Medida Provisó-ria nº 581, de 2012)III - a quem se deve pagar a importância, para extin-guir a obrigação.§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos fei-tos ou serviços prestados terá por base:I - o contrato, ajuste ou acôrdo respectivo;II - a nota de empenho;III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

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Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exara-do por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos servi-ços de contabilidade. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964) Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento.Art. 66. As dotações atribuídas às diversas unidades orçamentárias poderão quando expressamente de-terminado na Lei de Orçamento ser movimentadas por órgãos centrais de administração geral.Parágrafo único. É permitida a redistribuição de parcelas das dotações de pessoal, de uma para outra unidade orçamentária, quando considerada indis-pensável à movimentação de pessoal dentro das ta-belas ou quadros comuns às unidades interessadas, a que se realize em obediência à legislação específica.Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pú-blica, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão na ordem de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, sendo proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para êsse fim.Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordi-nar-se ao processo normal de aplicação.Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a responsável por dois adiantamento. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a adjudicação de obras e serviços serão regulados em lei, respeitado o princípio da concorrência.

TÍTULO VIIDos Fundos Especiais

Art. 71. Constitui fundo especial o produto de recei-tas especificadas que por lei se vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção de normas peculiares de aplicação.Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias vincula-das a fundos especiais far-se-á através de dotação con-signada na Lei de Orçamento ou em créditos adicionais.Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei que o instituiu, o saldo positivo do fundo especial apurado em balanço será transferido para o exercício seguin-te, a crédito do mesmo fundo.

Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá de-terminar normas peculiares de contrôle, prestação e tomada de contas, sem de qualquer modo, elidir a competência específica do Tribunal de Contas ou ór-gão equivalente.

TÍTULO VIIIDo Contrôle da Execução Orçamentária

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 75. O contrôle da execução orçamentária compreenderá:I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecada-ção da receita ou a realização da despesa, o nasci-mento ou a extinção de direitos e obrigações;II - a fidelidade funcional dos agentes da administra-ção, responsáveis por bens e valores públicos;III - o cumprimento do programa de trabalho expres-so em têrmos monetários e em têrmos de realização de obras e prestação de serviços.

CAPÍTULO IIDo Contrôle Interno

Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de con-trôle a que se refere o artigo 75, sem prejuízo das atri-buições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia, concomitante e subseqüente.Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em lei, ou por fim de ges-tão, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de contas de todos os responsá-veis por bens ou valores públicos.Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da propos-ta orçamentária ou a outro indicado na legislação, ca-berá o contrôle estabelecido no inciso III do artigo 75.Parágrafo único. Êsse controle far-se-á, quando fôr o caso, em têrmos de unidades de medida, prèviamen-te estabelecidos para cada atividade.Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou órgãos equivalentes verificar a exata observância dos limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade orçamentária, dentro do sistema que fôr instituído para êsse fim.

CAPÍTULO IIIDo Contrôle Externo

Art. 81. O contrôle da execução orçamentária, pelo Po-der Legislativo, terá por objetivo verificar a probidade da administração, a guarda e legal emprêgo dos dinhei-ros públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento.Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará con-tas ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios.

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§ 1º As contas do Poder Executivo serão submetidas ao Poder Legislativo, com Parecer prévio do Tribu-nal de Contas ou órgão equivalente.§ 2º Quando, no Município não houver Tribunal de Contas ou órgão equivalente, a Câmara de Vereadores poderá designar peritos contadores para verificarem as contas do prefeito e sôbre elas emitirem parecer.

TÍTULO IXDa Contabilidade

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a Fazen-da Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, adminis-trem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados.Art. 84. Ressalvada a competência do Tribunal de Contas ou órgão equivalente, a tomada de contas dos agentes responsáveis por bens ou dinheiros pú-blicos será realizada ou superintendida pelos servi-ços de contabilidade.Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organi-zados de forma a permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da com-posição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados eco-nômicos e financeiros.Art. 86. A escrituração sintética das operações finan-ceiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo método das partidas dobradas.Art. 87. Haverá contrôle contábil dos direitos e obri-gações oriundos de ajustes ou contratos em que a ad-ministração pública fôr parte.Art. 88. Os débitos e créditos serão escriturados com individuação do devedor ou do credor e especifica-ção da natureza, importância e data do vencimento, quando fixada.Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira patrimo-nial e industrial.

CAPÍTULO IIDa Contabilidade Orçamentária e Financeira

Art. 90 A contabilidade deverá evidenciar, em seus registros, o montante dos créditos orçamentários vi-gentes, a despesa empenhada e a despesa realizada, à conta dos mesmos créditos, e as dotações disponíveis.Art. 91. O registro contábil da receita e da despesa far-se-á de acôrdo com as especificações constantes da Lei de Orçamento e dos créditos adicionais.Art. 92. A dívida flutuante compreende:I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;

II - os serviços da dívida a pagar;III - os depósitos;IV - os débitos de tesouraria.Parágrafo único. O registro dos restos a pagar far-se- á por exercício e por credor distinguindo-se as des-pesas processadas das não processadas.Art. 93. Tôdas as operações de que resultem débitos e créditos de natureza financeira, não compreendidas na execução orçamentária, serão também objeto de registro, individuação e contrôle contábil.

CAPÍTULO IIIDa Contabilidade Patrimonial e Industrial

Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter permanente, com indicação dos elemen-tos necessários para a perfeita caracterização de cada um dêles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração.Art. 95 A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e imóveis.Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade administrativa e os elementos da escritura-ção sintética na contabilidade.Art. 97. Para fins orçamentários e determinação dos devedores, ter-se-á o registro contábil das receitas patrimoniais, fiscalizando-se sua efetivação.Art. 98. A divida fundada compreende os compro-missos de exigibilidade superior a doze meses, con-traídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e serviços públicos. (Veto rejeita-do no D.O. 05/05/1964)Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada com individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros.Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda que não organizados como emprêsa pública ou autárqui-ca, manterão contabilidade especial para determina-ção dos custos, ingressos e resultados, sem prejuízo da escrituração patrimonial e financeira comum.Art. 100 As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução orçamentá-ria, bem como as variações independentes dessa exe-cução e as superveniências e insubsistência ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial.

CAPÍTULO IVDos Balanços

Art. 101. Os resultados gerais do exercício serão de-monstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço Fi-nanceiro, no Balanço Patrimonial, na Demonstração das Variações Patrimoniais, segundo os Anexos núme-

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ros 12, 13, 14 e 15 e os quadros demonstrativos cons-tantes dos Anexos números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17.Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as recei-tas e despesas previstas em confronto com as realizadas.Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjuga-dos com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte.Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extra-orçamentária para com-pensar sua inclusão na despesa orçamentária.Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamen-tária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:I - O Ativo Financeiro;II - O Ativo Permanente;III - O Passivo Financeiro;IV - O Passivo Permanente;V - O Saldo Patrimonial;VI - As Contas de Compensação.§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autoriza-ção orçamentária e os valores numerários.§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, cré-ditos e valores, cuja mobilização ou alienação depen-da de autorização legislativa.§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outras pagamento independa de autori-zação orçamentária.§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização le-gislativa para amortização ou resgate.§ 5º Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores, obrigações e situações não compreen-didas nos parágrafos anteriores e que, imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio.Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais obedecerá as normas seguintes:I - os débitos e créditos, bem como os títulos de ren-da, pelo seu valor nominal, feita a conversão, quan-do em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do balanço;II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de construção;III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio pon-derado das compras.§ 1° Os valores em espécie, assim como os débitos e créditos, quando em moeda estrangeira, deverão fi-gurar ao lado das correspondentes importâncias em moeda nacional.

§ 2º As variações resultantes da conversão dos dé-bitos, créditos e valores em espécie serão levadas à conta patrimonial.§ 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis.

TÍTULO XDas Autarquias e Outras Entidades

Art. 107. As entidades autárquicas ou paraestatais, inclusive de previdência social ou investidas de dele-gação para arrecadação de contribuições parafiscais da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal terão seus orçamentos aprovados por de-creto do Poder Executivo, salvo se disposição legal expressa determinar que o sejam pelo Poder Legisla-tivo. (Vide Decreto nº 60.745, de 1967)Parágrafo único. Compreendem-se nesta disposição as emprêsas com autonomia financeira e administrativa cujo capital pertencer, integralmente, ao Poder Público.Art. 108. Os orçamentos das entidades referidas no artigo anterior vincular-se-ão ao orçamento da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Fe-deral, pela inclusão:I - como receita, salvo disposição legal em contrário, de saldo positivo previsto entre os totais das receitas e despesas;II - como subvenção econômica, na receita do orça-mento da beneficiária, salvo disposição legal em con-trário, do saldo negativo previsto entre os totais das receitas e despesas.§ 1º Os investimentos ou inversões financeiras da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, realizados por intermédio das entidades aludidas no artigo anterior, serão classificados como receita de capital destas e despesa de transferência de capital daqueles.§ 2º As previsões para depreciação serão compu-tadas para efeito de apuração do saldo líquido das mencionadas entidades.Art. 109. Os orçamentos e balanços das entidades compreendidas no artigo 107 serão publicados como complemento dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal a que estejam vinculados.Art. 110. Os orçamentos e balanços das entidades já re-feridas, obedecerão aos padrões e normas instituídas por esta lei, ajustados às respectivas peculiaridades.Parágrafo único. Dentro do prazo que a legislação fixar, os balanços serão remetidos ao órgão central de contabilidade da União, dos Estados, dos Municí-pios e do Distrito Federal, para fins de incorporação dos resultados, salvo disposição legal em contrário.

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TÍTULO XIDisposições Finais

Art. 111. O Conselho Técnico de Economia e Finan-ças do Ministério da Fazenda, além de outras apu-rações, para fins estatísticos, de interêsse nacional, organizará e publicará o balanço consolidado das contas da União, Estados, Municípios e Distrito Fe-deral, suas autarquias e outras entidades, bem como um quadro estruturalmente idêntico, baseado em dados orçamentários.§ 1º Os quadros referidos neste artigo terão a estru-tura do Anexo n. 1.§ 2 O quadro baseado nos orçamentos será publica-do até o último dia do primeiro semestre do próprio exercício e o baseado nos balanços, até o último dia do segundo semestre do exercício imediato àquele a que se referirem.Art. 112. Para cumprimento do disposto no artigo precedente, a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal remeterão ao mencionado órgão, até 30 de abril, os orçamentos do exercício, e até 30 de junho, os balanços do exercício anterior.Parágrafo único. O pagamento, pela União, de auxí-lio ou contribuição a Estados, Municípios ou Distrito Federal, cuja concessão não decorra de imperativo constitucional, dependerá de prova do atendimento ao que se determina neste artigo.Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das presentes normas, o Conselho Técnico de Economia e Finan-ças do Ministério da Fazenda atenderá a consultas, coligirá elementos, promoverá o intercâmbio de da-dos informativos, expedirá recomendações técnicas, quando solicitadas, e atualizará sempre que julgar conveniente, os anexos que integram a presente lei.Parágrafo único. Para os fins previstos neste artigo, po-derão ser promovidas, quando necessário, conferên-cias ou reuniões técnicas, com a participação de repre-sentantes das entidades abrangidas por estas normas.Art. 114. Os efeitos desta lei são contados a partir de 1º de janeiro de 1964 para o fim da elaboração dos orçamentos e a partir de 1º de janeiro de 1965, quan-to às demais atividades estatuídas. (Redação dada pela Lei nº 4.489, de 19.11.1964)Art. 115. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 17 de março de 1964; 143º da Independência e 76º da República.

JOÃO GULART

LEI N. 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964

Partes vetadas pelo Presidente da República e mantidas pelo Con-gresso Nacional, do Projeto que se transformou na Lei nº.4.320,-de 17 de março de 1964 (que estatui normas gerais de direito fi-nanceiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal ).

VETOO Presidente da República Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu promulgo na forma do Parágra-fo 3º do Artigo 70 da Constituição Federal os seguintes dispositivos da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964.“Art. 3º ...............................................................................Parágrafo único Não se consideram para os fins des-te artigo as operações de crédito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entra-das compensatórias no ativo e passivo financeiros”.............................................................................................“Art. 6º ...........................................................................................................................................................................2º - Para cumprimento do disposto no parágrafo anterior, o cálculo das cotas terá por base os dados apurados no balanço do exercício anterior aquele em que se elaborar a proposta orçamentária do Governo obrigado à transferência”.............................................................................................“Art. 7º ..............................................................................I .............................................................................................obedecidas as disposições do artigo 43”. ....................“Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os im-postos, as taxas e contribuições nos termos da Cons-tituição e das leis vigentes em matérias financeira destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou específicas exercidas por essa entidades.”............................................................................................“Art. 14 .........................................................................................................................................................................subordinados ao mesmo órgão ou repartição...........”............................................................................................“Art. 15 ......................................................................................nomínimo......................................................”“Art. 15 ..............................................................................1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e ou-tros meios de que se refere a administração pública para consecução dos seus fins”.............................................................................................“Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos dispo-

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níveis para ocorrer à despesa e será precedida de ex-posição justificativa.§1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, deste que não comprometidos;I – o superavit financeiro apurado em balanço patri-monial do exercício anterior;II – os provenientes de excesso de arrecadação;III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em lei;IV – o produto de operações de crédito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite o Poder Exe-cutivo realizá-las.§2º Entende-se por superavit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro conjugando-se ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas.§3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumula-das mês a mês, entre a arrecadação prevista e a reali-zada, considerando-se ainda, a tendência do exercício.§4º Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, prove-nientes de excesso de arrecadação deduzir-se-á a impor-tância dos créditos extraordinários abertos no exercício”.............................................................................................“Art. 55 ..............................................................................1º - Os recibos devem conter o nome da pessoa que paga a soma arrecadada, proveniência, e classificação, bem como a data e assinatura do agente arrecadador”.............................................................................................“Art. 57 Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei.........................................................................................................................“Art. 58 .............................................................................................................................................................ou não........................................................................................”.“Art. 64 ..............................................................................Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos servi-ços de contabilidade”..............................................................“Art. 69.............................................................................................nem o responsável por dois adiantamentos”.............................................................................................“Art. 92. A dívida fundada será escriturada com indivi-duação e especificações que permitem verificar, a qual-quer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros”.............................................................................................

Brasília, 4 de maio de 1964; 1432 da Independência e 76º da República.

H. Castello Branco

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10. lei De resPonsabiliDaDe FisCal (Lei Complementar n. 101, de 04/05/2000)

1. Despesas com Pessoal2. Limites da Dívida Pública e das Operações de Crédito3. Transparência da Gestão Fiscal4. Ajuste Fiscal5. Déficit Público6. Transferências Constitucionais e Voluntárias

A Lei de Responsabilidade Fiscal - Lei Comple-mentar n º 101, de 4 de maio de 2000, visa a regu-lamentar a Constituição Federal, na parte da Tribu-tação e do Orçamento (Título VI), cujo Capítulo II estabelece as normas gerais de finanças públicas a serem observadas pelos três níveis de governo: Fede-ral, Estadual e Municipal.

Em particular, a LRF vem atender à prescrição do artigo 163 da CF de 1988, cuja redação é a seguinte:

“Lei complementar disporá sobre: I - finanças públicas; II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controla-das pelo poder público; III - concessão de garantias pelas entidades públicas; IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública; V - fiscalização das instituições financeiras; VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e en-tidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as caracte-rísticas e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. ”

A LRF atende os seguintes artigos constitucionais:“in verbis”

Artigo 165, inciso II, § 9º“...Cabe à Lei Complementar estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como condições para a insti-tuição e funcionamento de Fundos”.

Artigo 169A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

Em seu artigo 68, a LRF vem atender à prescrição do Artigo 250 que assim determina:

“Com o objetivo de assegurar recursos para o paga-mento dos benefícios concedidos pelo regime geral de previdência social, em adição aos recursos de sua arrecadação, a União poderá constituir fundo inte-grado por bens, direitos e ativos de qualquer natu-reza, mediante lei, que disporá sobre a natureza e administração desse fundo. ”

De acordo com o caput do art. 1º o principal objetivo da LRF é estabelecer “normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na ges-tão fiscal”.

O parágrafo primeiro desse mesmo artigo procura definir o que se entende como “responsabilidade na gestão fiscal”, estabelecendo os seguintes postulados:

• Ação planejada e transparente;

• Prevenção de riscos e correção de desvios que afetem o equilíbrio das contas públicas;

• Garantia de equilíbrio nas contas, via cumpri-mento de metas de resultados entre receitas e despesas, com limites e condições para a renúncia de receita e a geração de despesas com pessoal, seguridade, dívida, operações de crédito, conces-são de garantia e inscrição em restos a pagar;

Vários tópicos da LRF enfatizam a ação planejada e transparente na administração pública.

Entende-se por Ação planejada aquela baseada em planos antecipadamente diagramados e, no caso da Administração Pública, sujeitos à apreciação e aprovação da instância legislativa, proporcionando a necessária legitimidade, característica do regime atual de governo.

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Complemento - 197

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Os instrumentos recomendados pela LRF para o planejamento do gasto público são os mesmos já adotados na Constituição Federal:

• O Plano Plurianual - PPA,

• A Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e

• A Lei Orçamentária Anual - LOA.

A vinculação entre as atividades de planejamento e de execução do gasto público, é o monte que a LRF busca reforçar quando destaca o papel da atividade de planejamento.

Não obstante a transparência será adquirida atra-vés da ciência e da participação da sociedade, atra-vés ainda da ampla publicidade que deve cercar to-dos os atos e fatos ligados à arrecadação de receitas e à realização de despesas pelo poder público, o acesso é regra, o sigilo é a exceção.

Diversos procedimentos estão sendo estabeleci-dos pela LRF, dentre eles:

• A participação popular na discussão e elaboração dos planos e orçamentos já referidos (artigo 48, parágrafo único);

• A disponibilidade das contas dos administrado-res, durante todo o exercício, para consulta e apre-ciação pelos cidadãos e instituições da sociedade;

• A emissão de relatórios periódicos de gestão fis-cal e de execução orçamentária, igualmente de acesso público e ampla divulgação.

Os objetivos de tal procedimentos é a prevenção de riscos, da mesma forma que a correção de desvios deve estar presente em todo o processo.

Um dos montes da LRF prevê a adoção de meca-nismos que visam neutralizar o impacto de situações ocasionais, tais como ações judiciais e outros eventos não comuns.

Tais eventualidades serão atendidas com os re-cursos da reserva de contingência, a serem previstos na LDO e incluída nos orçamentos anuais de cada um dos órgãos e entes federados.

As correções de desvios demandam a promoção de ações com o objetivo de eliminar os fatores que lhes tenham dado causa.

O fato é que se a despesa de pessoal em apurado período ultrapassar os limites previstos na lei, ações serão adotadas para que esse componente de gasto volte a manter-se nos respectivos parâmetros, atra-vés da eliminação de gratificações e postos comis-sionados, além da demissão de servidores públicos, conforme a Constituição Federal.

Objetivos também de importância semelhante, e, por força da lei, se concentram no combate ao déficit público, limitando as despesas de pessoal, dificul-tando a geração de novas despesas, impondo ajustes de compensação para a renúncia de receitas e exi-gindo mais condições para repasses entre governos e destes para instituições privadas.

Reduzir o nível da dívida pública induzindo a obtenção de superávits primários, restringindo o processo de endividamento, nele incluído o dos Res-tos a Pagar, requerendo limites máximos, de obser-vância contínua, para a dívida consolidada.

Sob a égide dessa Lei, compete à Secretaria do Te-souro Nacional atribuições de normatização do pro-cesso de registro contábil dos atos e fatos da gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e das entidades da Administração Pública Federal, consolidar os Balanços da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e, ainda, promo-ver a integração com as demais esferas de governo em assuntos de administração financeira e contábil, assumindo com isso as funções de Órgão Central de Contabilidade da União, conforme o § 2º do artigo 50 da LRF e inciso I, artigo 17 da Lei n. 10.180, de 6 de fevereiro de 2001.

O Equilíbrio das Contas Públicas é um tema abor-dado sob uma nova ótica pela LRF, o equilíbrio das chamadas “contas primárias”, expressa no Resulta-do Primário de acordo com o planejado.

O propósito é obter o equilíbrio auto sustentável, ou seja, aquele que prescinde de operações de crédi-to e consequentemente evita-se um aumento da dívi-da pública.

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1. DesPesas Com Pessoal

Despesa total com pessoal: É o somatório dos gas-tos do ente da Federação com:

• Os ativos,

• Os inativos, e

• Os pensionistas.

Relativos a

• Mandatos eletivos,

• Cargos,

• Funções ou

• Empregos, civis, militares e de

• Membros de Poder.

Com quaisquer espécies remuneratórias, tais como:

• Vencimentos e vantagens, fixas e variáveis;

• Subsídios;

• Proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais;

• Gratificações;

• Horas extras; e

• Vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.

Não podendo exceder os percentuais da receita corrente líquida:

I - União: 50%

II - Estados: 60%

III - Municípios: 60%

Despesas não computadas:

• Indenização por demissão de servidores ou empregados.

• Incentivos à demissão voluntária.

• Aplicação do disposto no inciso II do § 6º do art. 57 da Constituição.

• Decisão judicial de período anterior ao da apura-ção pessoal do DF, Amapá e Roraima, de recursos transferidos pela União.

• Inativos, mesmo por intermédio de fundo específi-co com recursos de contribuições dos segurados;

• Da compensação financeira e receitas diretamen-te arrecadadas por fundo vinculado, inclusive o

produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.

• Despesas com sentenças judiciais - incluídas no limite.

• Contratos de terceirização (substituição de servi-dores e empregados públicos).

Outras Despesas de Pessoal-Limites:

I - na esfera federal:

a) 2,5% para o Legislativo, incluído o TCU;

b) 6% para o Judiciário;

c) 40,9% para o Executivo, destacando-se 3% para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31 da EC no 19, repartidos de forma proporcional à mé-dia das despesas relativas a cada um destes disposi-tivos, em percentual da receita corrente líquida, veri-ficadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar;

d) 0,6% para o Ministério Público da União;

II - na esfera estadual:

a) 3% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Con-tas do Estado;

b) 6% para o Judiciário;

c) 49% para o Executivo;

d) 2% para o Ministério Público dos Estados;

III - na esfera municipal:

a) 6% para o Legislativo, incluído o Tribunal de Con-tas do Município, quando houver;

b) 54% para o Executivo.

Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera

Os limites serão repartidos de forma proporcio-nal à média das despesas com pessoal, em percen-tual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.

É nulo de pleno direito o ato que provoque au-mento da despesa com pessoal e não atenda:

I - as exigências da LRF e disposto na CF;

II - o limite legal aplicado às despesas com pessoal inativo.

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Também é nulo de pleno direito o ato de que re-sulte aumento da despesa com pessoal expedido nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão.

A verificação do cumprimento – será realizada ao final de cada quadrimestre.

Quando a despesa total com pessoal for maior do que 95% do limite, a lei impõem ao administrador algumas proibições na gestão de pessoal a saber:

I - concessões de vantagem, aumento, reajus-te ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo aqueles derivados de sentença ju-dicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;

II - criação de cargo, emprego ou função;

III - alteração de estrutura de carreira que im-plique aumento de despesa;

IV - provimento de cargo público, admissão ou contra tação de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposen-tadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança;

V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6º do art. 57 da Constituição e as situações previstas na LDO.

Quando a despesa total com pessoal for maior do que o limite - o excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um 1/3 no primeiro.

O objetivo poderá ser alcançado tanto pela extin-ção de cargos e funções quanto pela redução dos va-lores a eles atribuídos.

É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga horária.

Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá:

I - receber transferências voluntárias;

II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;

III - contratar operações de crédito, ressalva-das as destinadas ao refinanciamento da dí-vida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.

2. limites Da DíviDa PúbliCa e Das oPerações De CrÉDito

Dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações fi-nanceiras do ente da Federação, assumidas em vir-tude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses.

Dívida pública mobiliária: dívida pública represen-tada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;

Operação de crédito: compromisso financeiro assu-mido em razão de mútuo, abertura de crédito, emis-são e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusi-ve com o uso de derivativos financeiros.

Concessão de garantia: compromisso de adimplên-cia de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada.

Refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização monetária. Dívida pública consolida-da da União – inclui títulos de responsabilidade do BACEN. Dívida pública consolidada – inclui as ope-rações de crédito de prazo inferior a 12 meses cujas receitas tenham constado do orçamento.

Refinanciamento do principal da dívida mobiliária – não excederá, ao término do exercício, o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas no orçamento para este efeito e efeti-vamente realizadas, acrescido de atualização monetária.

Limites da Dívida

Fixados em percentual da receita corrente líquida para cada esfera de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação que a integrem, cons-tituindo, para cada um deles, limites máximos.

A apuração do montante da dívida consolidada

• Será efetuada ao final de cada quadrimestre com envio ao Senado Federal ou Congresso Nacional, de proposta de manutenção ou alteração dos li-mites e condições previstas.

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• Os precatórios judiciais não pagos no orçamento integram a dívida consolidada, para fins de apli-cação dos limites.

• Se a dívida consolidada de um ente da Federa-ção ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o exce-dente em pelo menos 25% no primeiro.

• Enquanto perdurar o excesso a lei impõem ao ad-ministrador algumas proibições a saber

I – proibição de operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de recei-ta, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;II - obterá resultado primário necessário à re-condução da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9º.

Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado.

Operações de Crédito

O ente interessado formalizará seu pleito funda-mentando em parecer demonstrando:

• A relação custo-benefício,

• O interesse econômico e social da operação.

Deverá demonstrar, ainda, o atendimento das se-guintes condições:

I - existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei orçamen-tária, em créditos adicionais ou lei específica;

II - inclusão no orçamento ou em créditos adicio-nais dos recursos provenientes da operação, exce-to no caso de operações por antecipação de receita;

III - observância dos limites e condições fixa-dos pelo Senado Federal;

IV - autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito externo;

V - (REGRA OURO) – vedação da realização de operações de crédito que excedam as despesas de capital, salvo as autorizadas mediante créditos su-plementares ou especiais com finalidade precisa aprovada pelo Legislativo por maioria absoluta;

VI - observância das demais restrições estabe-lecidas na Lei.

Vedações às Operações de Crédito:

Não será permitido a operação de crédito entre ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da administração indire-ta, ainda que sob a forma de novação1, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente.

Atenção: Excetuam-se da vedação a que se refere o caput das operações entre instituição financeira esta-tal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a:

I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;

II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.

Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária

A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências menciona-das no art. 32, supramencionado, e mais as seguintes:

I - realizar-se-á somente a partir do 10º dia do início do exercício;II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezem-bro de cada ano;III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir;IV - estará proibida:

a) enquanto existir operação anterior da mes-ma natureza não integralmente resgatada;b) no último ano de mandato do Presiden-te, Governador ou Prefeito Municipal.

Restos a Pagar

É vedado ao titular de Poder ou órgão nos últi-mos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja sufi-ciente disponibilidade de caixa para este efeito.

1 Novação é a extinção de uma obrigação pela formação de outra, destinada a substituí-la. Dessa forma, a novação é o ato jurídico pelo qual se cria uma nova obrigação com o objetivo de, substituin-do outra anterior, a extinguir.

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Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compro-missadas a pagar até o final do exercício.

3. transParênCia Da gestão FisCal

Ampla divulgação, inclusive em meios eletrôni-cos de acesso público através de:

• Planos orçamentários e LDO.

• Prestações de contas e parecer prévio.

• Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO).

• Relatório de Gestão Fiscal (RGF). - E as versões simplificadas desses documentos.

• Incentivo à participação popular e realização de au-diências públicas, durante os processos de elabora-ção e de discussão dos planos, LDO e orçamentos.

• Prestação de contas da União através de demonstrativos: - Do Tesouro Naciona,l e - Das agências financeiras oficiais de fomento,

incluído o BNDES.

• No caso das agências financeiras, deverão apre-sentar avaliação circunstanciada do impacto fis-cal de suas atividades no exercício.

A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.

O Relatório Resumido da Execução Orçamen-tária – (RREO)

Deverá ter sua publicação - até 30 dias após cada bimestre de apuração e através dos:

I - balanço orçamentário que deverá especificar, por categoria econômica, as:

a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada;

b) despesas por grupo de natureza, discrimi-nando a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo;

II - demonstrativos da execução das:a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previ-são a realizar;

b) despesas, por categoria econômica e gru-po de natureza da despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimes-tre e no exercício;c) despesas, por função e subfunção.

Os valores referentes ao refinanciamento da dívi-da mobiliária constarão destacadamente nas receitas de operações de crédito e nas despesas com amorti-zação da dívida.

Outros demonstrativos do Relatório:

I - apuração da receita corrente líquida, na for-ma definida no inciso IV do art. 2º, sua evolução, assim como a previsão de seu desempenho até o final do exercício;

II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso IV do art. 50;

III - resultados nominal e primário;

IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4º;

V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante a pagar.

Relatório de Gestão Fiscal – (RGF)

Deverá ter sua publicação até 30 dias do encerra-mento de cada quadrimestre do período com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.

O relatório conterá:

I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos seguintes montantes:

a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas;

b) dívidas consolidada e mobiliária;

c) concessão de garantias;

d) operações de crédito, inclusive por anteci-pação de receita;

e) despesas de que trata o inciso II do art. 4º;

II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites.

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III - demonstrativos, no último quadrimestre:

a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro;

b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:1) liquidadas;2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a uma das condições do in-ciso II do art. 41;3) empenhadas e não liquidadas, inscri-tas até o limite do saldo da disponibilida-de de caixa;4) não inscritas por falta de disponibili-dade de caixa e cujos empenhos foram cancelados;

c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do inciso IV do art. 38.

Prestações de Contas:

Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas, julgadas ou tomadas.

Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de 60 dias do re-cebimento, se outro não estiver estabelecido nas cons-tituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais.

No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitantes o pra-zo será de 180 dias.

Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas de Poder, ou órgão pen-dentes de parecer prévio.

“in verbis”Art. 58 A prestação de contas evidenciará o de-sempenho da arrecadação em relação à previsão, destacando as providências adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sone-gação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento das receitas tributárias e de contribuições.

Fiscalização da Gestão Fiscal:

O Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com ênfase no que se refere a:

I - atingimento das metas estabelecidas na LDO;

II - limites e condições para realização de opera-ções de crédito e inscrição em Restos a Pagar;

III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite;

IV - providências tomadas, para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites;

V - destinação de recursos obtidos com a aliena-ção de ativos, tendo em vista as restrições consti-tucionais e as desta Lei Complementar;

VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando houver.

Os Tribunais de Contas - alertarão quando constatarem:

I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas no inciso II do art. 4º e no art. 9º;

II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% do limite;

III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da conces-são de garantia se encontram acima de 90% dos limites;

IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do limite definido em lei;

V - fatos que comprometam os custos ou os resul-tados dos programas ou indícios de irregularida-des na gestão orçamentária.

Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão.

4. ajuste FisCal

Conceitualmente ajuste fiscal é a tentativa do go-verno federal gastar menos do que arrecada.

Nesse sentido, as autoridades em primeira instân-cia, para alcançar seu objetivo de redução das contas de despesas, promovem cortes orçamentários.

As ações de restrição de gastos e receitas serão registradas na peça do orçamento público.

No Brasil, trata-se do Orçamento Geral da União e inicia-se com um texto elaborado pelo Poder Exe-

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Complemento - 203

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cutivo e entregue ao Poder Legislativo para discus-são, aprovação e conversão em lei.

O documento contém a estimativa de arrecada-ção das receitas federais para o ano seguinte e a au-torização para a realização de despesas do Governo atrelado a um forte sistema de planejamento público das ações a realizar no exercício.

A Lei Orçamentária Anual disciplina todos os programas e ações do governo federal no exercício. Nenhuma despesa pública pode ser executada sem estar consignada no Orçamento.

O ajuste fiscal, então, a partir da aprovação da peça orçamentária, implica redução de gastos do governo e reflete-se na economia como uma espé-cie de sinalizador de que há a necessidade de um freio na geração de emprego e renda via política fiscal, isto é, eleva-se a carga tributária e reduz-se os níveis de investimentos no sentido de reduzir a demanda agregada.

Dependendo da volúpia com que esse proces-so se realiza, os resultados sobre a oferta agregada (PIB) são verificados já a partir do primeiro ano de sua implantação.

5. DÉFiCit PúbliCo

Valor que o Governo gasta acima do que arreca-da, durante um período de tempo, considerando-se os valores nominais, ou seja, somando a inflação e a correção monetária do período.

Geralmente a expressão diz respeito ao Gover-no Federal, mas pode ser aplicada também a go-vernos estaduais.

Pode, ainda, ser definido como sendo a diferença entre fluxo de receitas e despesas em um determina-do período de tempo.

O setor público, no conceito de déficit, pode com-preender todos os órgãos e entidades (administração direta e indireta) dos três níveis do governo (Federal, Estadual e Municipal).

O déficit público em um país pode ser financia-do ou pela venda de títulos públicos ao setor pri-vado, com a transferência de poupança privada ao

setor público, ou pela venda de títulos públicos ao Banco Central, que representa um endividamento do setor público, com rolagem de dívidas e paga-mentos de juros.

Existem dois critérios de cálculo para o déficit público.

1. O primeiro é chamado “acima da linha”, no qual são diminuídas as receitas totais das despesas.

2. O segundo critério é denominado de “abaixo da linha”, que calcula o déficit com base na variação da dívida pública, ou seja, pelas Necessidades de Financiamento do Setor Público - NFSP.

A linha referida é aquela linha imaginária do to-tal quando subtraímos um valor de outro.

Mede-se o déficit acima desta linha ou abaixo, pe-las necessidades de financiamento de um país.

Pelo primeiro critério acima da linha pode-se calcular:

• Déficit Nominal - é a diferença entre as receitas totais arrecadadas e os gastos totais do governo.

• Déficit Primário - são apenas os gastos não finan-ceiros deduzidos das receitas não financeiras, ou seja, é a arrecadação de impostos do governo re-tirando-se apenas os gastos correntes e o investi-mento governamental, sem subtrair as despesas e receitas financeiras.

• Déficit Operacional - é o Déficit primário + paga-mento de juros reais. Esta medida exclui do cál-culo o pagamento dos juros nominais da dívida, além dos efeitos da correção monetária.

O déficit nominal é usado por todos como o indi-cador fiscal por excelência.

No setor público, há uma certa restrição orçamentária.

Para manter em equilíbrio o Orçamento, os gastos devem ser iguais à arrecadação.

Caso isto não ocorra, estará gerando-se um supe-rávit ou déficit no orçamento.

No caso de superávit, o governo acumula poupança e pode emprestar recursos para o se-tor privado.

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No segundo caso, com o governo gastando mais do que arrecada, gera uma necessidade de financia-mento junto ao setor privado e/ou Banco Central.

Pelo critério “abaixo da linha”, os principais conceitos são:

• Dívida Líquida do Setor Público - DLSP - É a soma das dívidas interna e externa do setor pú-blico (governo federal, Estados e Municípios e empresas estatais) junto ao setor privado, com a inclusão da base monetária e a exclusão dos ati-vos do setor público, tais como reservas interna-cionais, créditos com o setor privado e os valores das privatizações.

• Ajuste patrimonial: Diferença entre passivos do governo contraídos no passado e posteriormen-te reconhecidos (“esqueletos”), e os resultados das privatizações.

• Dívida Fiscal Líquida - DFL - É a diferença entre a DLSP e o ajuste patrimonial.

• Necessidades de Financiamento do Setor Público – NFSP - Refere-se a variação da DFL entre dois períodos de tempo. É o mesmo conceito de déficit nominal apurado pelo critério “acima da linha”.

• Necessidades de Financiamento do Setor Público no conceito operacional: Exclui das necessidades de financiamento nominais a correção monetária (efeito inflacionário) sobre a DFL. É o mesmo con-ceito “acima da linha” do déficit operacional.

• Necessidades de Financiamento do Setor Públi-co no conceito primário - Exclui das necessi-dades de financiamento nominais, o pagamen-to de juros nominais que incide sobre a DFL. Equivale ao déficit primário apurado pelo cri-tério “acima da linha”.

O problema do cálculo das necessidades de finan-ciamento é que não se tem certeza absoluta dos valo-res de receita e despesa de todo o governo.

De qualquer forma, a diferença negativa en-tre receita e despesa sempre será financiada por endividamento.

As autoridades, mesmo não tendo certeza das receitas e despesas de Estados e Municípios bem como das empresas estatais, acompanham a evo-lução dos passivos junto ao sistema financeiro pú-blico e privado.

Assim, pela variação do endividamento (ou con-ceito abaixo da linha), pode-se ter certeza de quanto foi necessário para cobrir o déficit do governo.

No Brasil, as NFSP são medidas pelo conceito “abaixo da linha”, ou seja, a partir das alterações no valor do endividamento público é que se sabe se a diferença entre receitas e despesas aumentou ou diminuiu.

As necessidades de financiamento são apuradas pelo conceito de caixa, exceto pelas despesas de ju-ros, apuradas pelo conceito de competência contábil.

Entretanto há dificuldade de se obter valores pre-cisos nas contas públicas.

O Brasil utiliza o conceito de DLSP nas estatísti-cas oficiais, computando a variação da dívida fiscal e da base monetária para chegar ao déficit público.

Muitas dívidas de caráter não-fiscal foram reco-nhecidas recentemente e contribuíram para o au-mento do déficit brasileiro, como “esqueletos” que ainda não haviam sido registrados.

As dívidas de Estados e Municípios também con-tribuem para a elevação do déficit público.

A dívida pública pode, ainda, ser definida como a dívida no período anterior mais os juros nominais menos o superávit primário do exercício e a receita de senhoriagem2.

Na evolução da relação dívida pública / PIB deve- se ter em conta o tamanho do resultado operacional e não do resultado nominal do Governo, que se per-de em ambientes de alta inflação.

2 Senhoriagem é a receita líquida que resulta da emissão de moeda. Na emissão de moeda física, a senhoriagem resulta da diferença entre o valor nominal de uma moeda e o custo de produzi-la, dis-tribuí-la e retirá-la de circulação. Na emissão de notas bancárias a senhoriagem resulta da diferen-ça entre o juro que remunera os instrumentos adquiridos em troca das notas bancárias e o custo de produzir e distribuir essas notas. A senhoriagem é uma importante fonte de receitas para alguns bancos nacionais. Na macroeconomia, a senhoriagem é também designada imposto da inflação, porque o governo pode pagar serviços emitindo moeda em vez de cobrar impostos; o imposto da inflação é pago pelos de-tentores dessa moeda, o que resulta da desvalorização da moeda que detêm, através da inflação, devido à oferta de moeda adicional.

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6. transFerênCias ConstituCionais e voluntárias

Transferências Constitucionais

Parcela das receitas federais arrecadadas pela União é repassada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

É o rateio da receita proveniente da arrecada-ção de impostos entre os entes federados, repre-senta um mecanismo fundamental para amenizar as desigualdades regionais, na busca incessante de promover o equilíbrio socio-econômico entre Esta-dos e Municípios.

Cabe ao Tesouro Nacional, em cumprimento aos dispositivos constitucionais, efetuar as transferên-cias desses recursos aos entes federados, nos prazos legalmente estabelecidos.

Dentre as principais transferências da União para os Estados, o DF e os Municípios, previstas na Cons-tituição, destacam-se:

• O Fundo de Participação dos Estados e do Distri-to Federal (FPE);

• O Fundo de Participação dos Municípios (FPM);

• O Fundo de Compensação pela Exportação de Produtos Industrializados - FPEX;

• O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissio-nais da Educação - FUNDEB; e

• O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR.

Transferências Voluntárias

As transferências voluntárias são os recursos fi-nanceiros repassados pela União aos Estados, Distri-to Federal e Municípios em decorrência da celebração de convênios, acordos, ajustes ou outros instrumen-tos similares cuja finalidade é a realização de obras e/ou serviços de interesse comum e coincidente às três esferas do Governo.

Conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal, en-tende-se por transferência voluntária:

“A entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucio-nal, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde”.

As informações sobre Transferências Voluntárias obtidas no Sistema Integrado de Administração Fi-nanceira do Governo Federal (SIAFI) são:

• O resultado da subtração das transferências cons-titucionais e legais

- FPE – (Fundo de Participação dos Estados e Distrito Federal)

- FPM – (Fundo de Participação dos Municípios)

- FUNDEF – (Fundo de Manutenção e Desen-volvimento do Ensino Fundamental e de Va-lorização do Magistério)

- ITR – (Imposto Territorial Rural)

- IOF-ouro, (Imposto sobre operações financei-ras ligadas ao ouro)

- FPEX, (Fundo de Compensação pela Expor-tação de Produtos Industrializados) Lei Com-plementar 87/96,

• Cota-parte do Salário-Educação,

• Compensações Financeiras e

• Despesas com Pessoal do valor global das transferências.

Não estão incluídos no cálculo os valores relati-vos à rubrica “Restos a pagar, não processados” e, os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

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11. lei ComPlementar n. 101, De 4 De maio De 2000Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilí-brio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a re-núncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por ante-cipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.§ 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.§ 3º Nas referências:I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu-nicípios, estão compreendidos:a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciá-rio e o Ministério Público;b) as respectivas administrações diretas, fundos, au-tarquias, fundações e empresas estatais dependentes;II - a Estados entende-se considerado o Distrito Fe-deral;III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município.Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, en-tende-se como:I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município;II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação;III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros

para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aque-les provenientes de aumento de participação acionária;IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tri-butárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos:a) na União, os valores transferidos aos Estados e Mu-nicípios por determinação constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição;b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contri-buição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas pro-venientes da compensação financeira citada no § 9º do art. 201 da Constituição.§ 1º Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do Ato das Dis-posições Constitucionais Transitórias.§ 2º Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de Rorai-ma os recursos recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o inciso V do § 1o do art. 19.§ 3º A receita corrente líquida será apurada soman-do-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.

CAPÍTULO IIDO PLANEJAMENTO

Seção IDo Plano Plurianual

Art. 3º (VETADO)

Seção IIDa Lei de Diretrizes Orçamentárias

Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:I - disporá também sobre:a) equilíbrio entre receitas e despesas;b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do in-ciso II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31;c) (VETADO)d) (VETADO)

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e) normas relativas ao controle de custos e à avalia-ção dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;II - (VETADO)III - (VETADO)§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamen-tárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabe-lecidas metas anuais, em valores correntes e constan-tes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.§ 2º O Anexo conterá, ainda:I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fi-xadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;III - evolução do patrimônio líquido, também nos úl-timos três exercícios, destacando a origem e a aplica-ção dos recursos obtidos com a alienação de ativos;IV - avaliação da situação financeira e atuarial:a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as con-tas públicas, informando as providências a serem to-madas, caso se concretizem.§ 4º A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subseqüente.

Seção IIIDa Lei Orçamentária Anual

Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elabo-rado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as nor-mas desta Lei Complementar:

I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibili-dade da programação dos orçamentos com os obje-tivos e metas constantes do documento de que trata o § 1º do art. 4º;II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6º do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretri-zes orçamentárias, destinada ao:a) (VETADO)b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.§ 1º Todas as despesas relativas à dívida pública, mo-biliária ou contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da lei orçamentária anual.§ 2º O refinanciamento da dívida pública constará sepa-radamente na lei orçamentária e nas de crédito adicional.§ 3º A atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada não poderá superar a varia-ção do índice de preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica.§ 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.§ 5º A lei orçamentária não consignará dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no plano pluria-nual ou em lei que autorize a sua inclusão, conforme disposto no § 1º do art. 167 da Constituição.§ 6º Integrarão as despesas da União, e serão inclu-ídas na lei orçamentária, as do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a benefícios e assistência aos servidores, e a investimentos.§ 7º (VETADO)Art. 6º (VETADO)Art. 7º O resultado do Banco Central do Brasil, apu-rado após a constituição ou reversão de reservas, constitui receita do Tesouro Nacional, e será transfe-rido até o décimo dia útil subseqüente à aprovação dos balanços semestrais.§ 1º O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro para com o Banco Central do Brasil e será consignado em dotação específica no orçamento.§ 2º O impacto e o custo fiscal das operações realiza-das pelo Banco Central do Brasil serão demonstra-dos trimestralmente, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias da União.§ 3º Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil conterão notas explicativas sobre os custos da

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remuneração das disponibilidades do Tesouro Na-cional e da manutenção das reservas cambiais e a rentabilidade de sua carteira de títulos, destacando os de emissão da União.

Seção IVDa Execução Orçamentária e do Cumprimento das MetasArt. 8º Até trinta dias após a publicação dos orça-mentos, nos termos em que dispuser a lei de diretri-zes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execu-ção mensal de desembolso.Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a rea-lização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabeleci-das no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes ne-cessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de em-penho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.§ 1º No caso de restabelecimento da receita previs-ta, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.§ 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretri-zes orçamentárias.§ 3º No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Mi-nistério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. (Vide ADIN 2.238-5)§ 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fe-vereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimes-tre, em audiência pública na comissão referida no § 1º do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Ca-sas Legislativas estaduais e municipais.§ 5º No prazo de noventa dias após o encerramento de cada semestre, o Banco Central do Brasil apresentará, em reunião conjunta das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional, avaliação do cumprimento dos obje-tivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços.

Art. 10. A execução orçamentária e financeira identifi-cará os beneficiários de pagamento de sentenças judi-ciais, por meio de sistema de contabilidade e adminis-tração financeira, para fins de observância da ordem cronológica determinada no art. 100 da Constituição.

CAPÍTULO IIIDA RECEITA PÚBLICA

Seção IDa Previsão e da Arrecadação

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da respon-sabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da compe-tência constitucional do ente da Federação.Parágrafo único. É vedada a realização de transferên-cias voluntárias para o ente que não observe o dis-posto no caput, no que se refere aos impostos.Art. 12. As previsões de receita observarão as nor-mas técnicas e legais, considerarão os efeitos das al-terações na legislação, da variação do índice de pre-ços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstra-tivo de sua evolução nos últimos três anos, da proje-ção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.§ 1º Reestimativa de receita por parte do Poder Le-gislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.§ 2º O montante previsto para as receitas de opera-ções de crédito não poderá ser superior ao das des-pesas de capital constantes do projeto de lei orça-mentária. (Vide ADIN 2.238-5)§ 3º O Poder Executivo de cada ente colocará à dis-posição dos demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para en-caminhamento de suas propostas orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subseqüente, inclusive da corrente líquida, e as res-pectivas memórias de cálculo.Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas pre-vistas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a especifica-ção, em separado, quando cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos crédi-tos tributários passíveis de cobrança administrativa.

Seção IIDa Renúncia de Receita

Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou be-nefício de natureza tributária da qual decorra renúncia

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de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições:I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orça-mentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo pró-prio da lei de diretrizes orçamentárias;II - estar acompanhada de medidas de compensa-ção, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alí-quotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.§ 1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsí-dio, crédito presumido, concessão de isenção em ca-ráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discrimina-da de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.§ 2º Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo decor-rer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas referidas no mencionado inciso.§ 3º O disposto neste artigo não se aplica:I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1º;II - ao cancelamento de débito cujo montante seja in-ferior ao dos respectivos custos de cobrança.

CAPÍTULO IVDA DESPESA PÚBLICA

Seção IDa Geração da Despesa

Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregu-lares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despe-sa será acompanhado de:I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes;II - declaração do ordenador da despesa de que o au-mento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.§ 1º Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:

I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a re-alizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;II - compatível com o plano plurianual e a lei de di-retrizes orçamentárias, a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja qual-quer de suas disposições.§ 2º A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das premissas e metodologia de cál-culo utilizadas.§ 3º Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.§ 4º As normas do caput constituem condição prévia para:I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refe-re o § 3º do art. 182 da Constituição.

Subseção IDa Despesa Obrigatória de Caráter Continuado

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continu-ado a despesa corrente derivada de lei, medida pro-visória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.§ 1º Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser instruídos com a esti-mativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.§ 2º Para efeito do atendimento do § 1º, o ato será acom-panhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1º do art. 4º, deven-do seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa.§ 3º Para efeito do § 2º, considera-se aumento per-manente de receita o proveniente da elevação de alí-quotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.§ 4º A comprovação referida no § 2º, apresentada pelo proponente, conterá as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compa-tibilidade da despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.§ 5º A despesa de que trata este artigo não será exe-cutada antes da implementação das medidas referi-

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das no § 2º, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.§ 6º O disposto no § 1º não se aplica às despesas des-tinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.§ 7º Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado.

Seção IIDas Despesas com Pessoal

Subseção IDefinições e Limites

Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, en-tende-se como despesa total com pessoal: o somató-rio dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos ele-tivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remu-neratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratifica-ções, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.§ 1º Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servi-dores e empregados públicos serão contabilizados como “Outras Despesas de Pessoal”.§ 2º A despesa total com pessoal será apurada so-mando-se a realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Fede-ração, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:I - União: 50% (cinqüenta por cento);II - Estados: 60% (sessenta por cento);III - Municípios: 60% (sessenta por cento).§ 1º Na verificação do atendimento dos limites defini-dos neste artigo, não serão computadas as despesas:I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;II - relativas a incentivos à demissão voluntária;III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6º do art. 57 da Constituição;IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se refere o § 2º do art. 18;V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos trans-

feridos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda Constitucional nº 19;VI - com inativos, ainda que por intermédio de fun-do específico, custeadas por recursos provenientes:a) da arrecadação de contribuições dos segurados;b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201 da Constituição;c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.§ 2º Observado o disposto no inciso IV do § 1º, as despesas com pessoal decorrentes de sentenças ju-diciais serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais:I - na esfera federal:a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União;b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cen-to) para o Executivo, destacando-se 3% (três por cen-to) para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constitui-ção e o art. 31 da Emenda Constitucional nº 19, repar-tidos de forma proporcional à média das despesas relativas a cada um destes dispositivos, em percen-tual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar;d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da União;II - na esfera estadual:a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado;b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo;d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados;III - na esfera municipal:a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver;b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o Executivo.§ 1º Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os limites serão repartidos entre seus órgãos de forma proporcional à média das despesas com pessoal, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.§ 2º Para efeito deste artigo entende-se como órgão:

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I - o Ministério Público;II - no Poder Legislativo:a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Con-tas da União;b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os Tribunais de Contas;c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tri-bunal de Contas do Distrito Federal;d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas do Município, quando houver;III - no Poder Judiciário:a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição;b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver.§ 3º Os limites para as despesas com pessoal do Po-der Judiciário, a cargo da União por força do inciso XIII do art. 21 da Constituição, serão estabelecidos mediante aplicação da regra do § 1º.§ 4º Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, os percentuais definidos nas alíneas a e c do inciso II do caput serão, respectivamente, acres-cidos e reduzidos em 0,4% (quatro décimos por cento).§ 5º Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega dos recursos financeiros correspondentes à despesa total com pessoal por Poder e órgão será a resultante da aplicação dos percentuais definidos neste artigo, ou aqueles fixados na lei de diretrizes orçamentárias.§ 6º (VETADO)

Subseção IIDo Controle da Despesa Total com Pessoal

Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Comple-mentar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1º do art. 169 da Constituição;II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites es-tabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de cada quadrimestre.Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exce-der a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou ade-quação de remuneração a qualquer título, salvo os

derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;II - criação de cargo, emprego ou função;III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;IV - provimento de cargo público, admissão ou contra-tação de pessoal a qualquer título, ressalvada a repo-sição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança;V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e as situa-ções previstas na lei de diretrizes orçamentárias.Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites defi-nidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sen-do pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3º e 4º do art. 169 da Constituição.§ 1º No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Consti-tuição, o objetivo poderá ser alcançado tanto pela ex-tinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos. (Vide ADIN 2.238-5)§ 2º É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga horária.(Vide ADIN 2.238-5)§ 3º Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá:I - receber transferências voluntárias;II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.§ 4º As restrições do § 3º aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.

Seção IIIDas Despesas com a Seguridade Social

Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à segu-ridade social poderá ser criado, majorado ou esten-dido sem a indicação da fonte de custeio total, nos termos do § 5º do art. 195 da Constituição, atendidas ainda as exigências do art. 17.§ 1º É dispensada da compensação referida no art. 17 o aumento de despesa decorrente de:I - concessão de benefício a quem satisfaça as condi-ções de habilitação prevista na legislação pertinente;II - expansão quantitativa do atendimento e dos ser-viços prestados;

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III - reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.§ 2º O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou serviço de saúde, previdência e assistência social, in-clusive os destinados aos servidores públicos e mili-tares, ativos e inativos, e aos pensionistas.(...)

CAPÍTULO IXDA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE

E FISCALIZAÇÃOSeção I

Da Transparência da Gestão FiscalArt. 48. São instrumentos de transparência da gestão fis-cal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamen-tos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de con-tas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os pro-cessos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos.Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante: (Redação dada pela Lei Complemen-tar nº 131, de 2009).I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elabo-ração e discussão dos planos, lei de diretrizes orça-mentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei Complemen-tar nº 131, de 2009).II – liberação ao pleno conhecimento e acompanha-mento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação dis-ponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas uni-dades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mí-nima dos dados referentes ao número do corresponden-te processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e,

quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive re-ferente a recursos extraordinários. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercí-cio, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técni-co responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, especificando os empréstimos e financia-mentos concedidos com recursos oriundos dos orça-mentos fiscal e da seguridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício.

Seção IIDa Escrituração e Consolidação das Contas

Art. 50. Além de obedecer às demais normas de con-tabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a ór-gão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identifica-dos e escriturados de forma individualizada;II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apu-rando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa;III - as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamente, as transações e operações de cada órgão, fundo ou entidade da administração direta, autárquica e fundacional, inclusive empresa estatal dependente;IV - as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas em demonstrativos financeiros e orça-mentários específicos;V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e as demais formas de financiamento ou as-sunção de compromissos junto a terceiros, deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o montante e a variação da dívida pública no período, detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo de credor;VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos recursos prove-nientes da alienação de ativos.§ 1º No caso das demonstrações conjuntas, excluir- se-ão as operações intragovernamentais.

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§ 2º A edição de normas gerais para consolidação das contas públicas caberá ao órgão central de conta-bilidade da União, enquanto não implantado o con-selho de que trata o art. 67.§ 3º A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta de junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação, in-clusive por meio eletrônico de acesso público.§ 1º Os Estados e os Municípios encaminharão suas con-tas ao Poder Executivo da União nos seguintes prazos:I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado, até trinta de abril;II - Estados, até trinta e um de maio.§ 2º O descumprimento dos prazos previstos neste artigo impedirá, até que a situação seja regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao refinancia-mento do principal atualizado da dívida mobiliária.

Seção IIIDo Relatório Resumido da Execução OrçamentáriaArt. 52. O relatório a que se refere o § 3º do art. 165 da Constituição abrangerá todos os Poderes e o Mi-nistério Público, será publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e composto de:I - balanço orçamentário, que especificará, por cate-goria econômica, as:a) receitas por fonte, informando as realizadas e a re-alizar, bem como a previsão atualizada;b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo;II - demonstrativos da execução das:a) receitas, por categoria econômica e fonte, especifi-cando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar;b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada e li-quidada, no bimestre e no exercício;c) despesas, por função e subfunção.§ 1º Os valores referentes ao refinanciamento da dí-vida mobiliária constarão destacadamente nas re-ceitas de operações de crédito e nas despesas com amortização da dívida.§ 2º O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita o ente às sanções previstas no § 2º do art. 51.Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido de-monstrativos relativos a:

I - apuração da receita corrente líquida, na forma defi-nida no inciso IV do art. 2º, sua evolução, assim como a previsão de seu desempenho até o final do exercício;II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso IV do art. 50;III - resultados nominal e primário;IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o;V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão re-ferido no art. 20, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante a pagar.§ 1º O relatório referente ao último bimestre do exer-cício será acompanhado também de demonstrativos:I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, conforme o § 3º do art. 32;II - das projeções atuariais dos regimes de previdên-cia social, geral e próprio dos servidores públicos;III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela decorrentes.§ 2º Quando for o caso, serão apresentadas justificativas:I - da limitação de empenho;II - da frustração de receitas, especificando as medi-das de combate à sonegação e à evasão fiscal, adota-das e a adotar, e as ações de fiscalização e cobrança.

Seção IVDo Relatório de Gestão Fiscal

Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titulares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo:I - Chefe do Poder Executivo;II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão decisório equivalente, conforme regimen-tos internos dos órgãos do Poder Legislativo;III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Administração ou órgão decisório equi-valente, conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Judiciário;IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados.Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas autoridades responsáveis pela administração financeira e pelo controle interno, bem como por outras definidas por ato próprio de cada Poder ou órgão referido no art. 20.Art. 55. O relatório conterá:I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos seguintes montantes:a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas;b) dívidas consolidada e mobiliária;c) concessão de garantias;d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;e) despesas de que trata o inciso II do art. 4º;

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II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites;III - demonstrativos, no último quadrimestre:a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro;b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:1) liquidadas;2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por aten-derem a uma das condições do inciso II do art. 41;3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limi-te do saldo da disponibilidade de caixa;4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram cancelados;c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alí-nea b do inciso IV do art. 38.§ 1º O relatório dos titulares dos órgãos menciona-dos nos incisos II, III e IV do art. 54 conterá apenas as informações relativas à alínea a do inciso I, e os documentos referidos nos incisos II e III.§ 2º O relatório será publicado até trinta dias após o en-cerramento do período a que corresponder, com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.§ 3º O descumprimento do prazo a que se refere o § 2o sujeita o ente à sanção prevista no § 2º do art. 51.§ 4º Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 deverão ser elaborados de forma padronizada, segundo mo-delos que poderão ser atualizados pelo conselho de que trata o art. 67.

Seção VDas Prestações de Contas

Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Ju-diciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separa-damente, do respectivo Tribunal de Contas.§ 1º As contas do Poder Judiciário serão apresenta-das no âmbito:I - da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando as dos respectivos tribunais;II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, consolidando as dos demais tribunais.§ 2º O parecer sobre as contas dos Tribunais de Con-tas será proferido no prazo previsto no art. 57 pela comissão mista permanente referida no § 1º do art. 166 da Constituição ou equivalente das Casas Legis-lativas estaduais e municipais.§ 3º Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas, julgadas ou tomadas.Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do

recebimento, se outro não estiver estabelecido nas cons-tituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais.§ 1º No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo será de cento e oitenta dias.§ 2º Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas de Poder, ou órgão referi-do no art. 20, pendentes de parecer prévio.Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desem-penho da arrecadação em relação à previsão, desta-cando as providências adotadas no âmbito da fiscali-zação das receitas e combate à sonegação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demais medidas para incre-mento das receitas tributárias e de contribuições.

Seção VIDa Fiscalização da Gestão Fiscal

Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de con-trole interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com ênfase no que se refere a:I - atingimento das metas estabelecidas na lei de di-retrizes orçamentárias;II - limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar;III - medidas adotadas para o retorno da despesa to-tal com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos arts. 22 e 23;IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos limites;V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em vista as restrições constitucio-nais e as desta Lei Complementar;VI - cumprimento do limite de gastos totais dos le-gislativos municipais, quando houver.§ 1º Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no art. 20 quando constatarem:I - a possibilidade de ocorrência das situações previs-tas no inciso II do art. 4º e no art. 9º;II - que o montante da despesa total com pessoal ul-trapassou 90% (noventa por cento) do limite;III - que os montantes das dívidas consolidada e mo-biliária, das operações de crédito e da concessão de garantia se encontram acima de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites;IV - que os gastos com inativos e pensionistas se en-contram acima do limite definido em lei;V - fatos que comprometam os custos ou os resulta-dos dos programas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária.

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§ 2º Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão referido no art. 20.§ 3º O Tribunal de Contas da União acompanhará o cumprimento do disposto nos §§ 2º, 3º e 4º do art. 39.

CAPÍTULO XDISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar li-mites inferiores àqueles previstos nesta Lei Com-plementar para as dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que de-vidamente escriturados em sistema centralizado de liquidação e custódia, poderão ser oferecidos em caução para garantia de empréstimos, ou em outras transações previstas em lei, pelo seu valor econômi-co, conforme definido pelo Ministério da Fazenda.Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio de despesas de competência de outros entes da Fede-ração se houver:I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orçamentária anual;II - convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua legislação.Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a cinqüenta mil habitantes optar por:I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4º do art. 30 ao final do semestre;II - divulgar semestralmente:a) (VETADO)b) o Relatório de Gestão Fiscal;c) os demonstrativos de que trata o art. 53;III - elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano plu-rianual, o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais da lei de diretrizes orçamentárias e o anexo de que trata o inciso I do art. 5º a partir do quinto exercício seguinte ao da publicação desta Lei Complementar.§ 1º A divulgação dos relatórios e demonstrativos deverá ser realizada em até trinta dias após o encer-ramento do semestre.§ 2º Se ultrapassados os limites relativos à despesa total com pessoal ou à dívida consolidada, enquanto perdurar esta situação, o Município ficará sujeito aos mesmos prazos de verificação e de retorno ao limite definidos para os demais entes.Art. 64. A União prestará assistência técnica e coo-peração financeira aos Municípios para a moderni-zação das respectivas administrações tributária, fi-nanceira, patrimonial e previdenciária, com vistas ao cumprimento das normas desta Lei Complementar.§ 1º A assistência técnica consistirá no treinamento e desenvolvimento de recursos humanos e na transfe-

rência de tecnologia, bem como no apoio à divulga-ção dos instrumentos de que trata o art. 48 em meio eletrônico de amplo acesso público.§ 2º A cooperação financeira compreenderá a doação de bens e valores, o financiamento por intermédio das instituições financeiras federais e o repasse de recursos oriundos de operações externas.Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reco-nhecida pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assembléias Legislativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto perdurar a situação:I - serão suspensas a contagem dos prazos e as dispo-sições estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70;II - serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação de empenho prevista no art. 9o.Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no caso de estado de defesa ou de sítio, decretado na forma da Constituição.Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70 serão duplicados no caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacio-nal, regional ou estadual por período igual ou supe-rior a quatro trimestres.§ 1º Entende-se por baixo crescimento a taxa de va-riação real acumulada do Produto Interno Bruto in-ferior a 1% (um por cento), no período correspon-dente aos quatro últimos trimestres.§ 2º A taxa de variação será aquela apurada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica ou outro órgão que vier a substituí-la, adotada a mesma metodologia para apuração dos PIB nacio-nal, estadual e regional.§ 3º Na hipótese do caput, continuarão a ser adota-das as medidas previstas no art. 22.§ 4º Na hipótese de se verificarem mudanças drásti-cas na condução das políticas monetária e cambial, reconhecidas pelo Senado Federal, o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser ampliado em até qua-tro quadrimestres.Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da operacionalidade da ges-tão fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entida-des técnicas representativas da sociedade, visando a:I - harmonização e coordenação entre os entes da Federação;II - disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação e execução do gasto público, na arrecadação de receitas, no controle do endivida-mento e na transparência da gestão fiscal;III - adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização das prestações de contas e

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dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar, normas e padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como outros, necessários ao controle social;IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos.§ 1º O conselho a que se refere o caput instituirá formas de premiação e reconhecimento público aos titulares de Poder que alcançarem resultados meri-tórios em suas políticas de desenvolvimento social, conjugados com a prática de uma gestão fiscal pau-tada pelas normas desta Lei Complementar.§ 2º Lei disporá sobre a composição e a forma de fun-cionamento do conselho.Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é criado o Fundo do Regime Geral de Previdência Social, vincu-lado ao Ministério da Previdência e Assistência Social, com a finalidade de prover recursos para o pagamento dos benefícios do regime geral da previdência social.§ 1º O Fundo será constituído de:I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do Ins-tituto Nacional do Seguro Social não utilizados na operacionalização deste;II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam adjudi-cados ou que lhe vierem a ser vinculados por força de lei;III - receita das contribuições sociais para a segurida-de social, previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195 da Constituição;IV - produto da liquidação de bens e ativos de pessoa física ou jurídica em débito com a Previdência Social;V - resultado da aplicação financeira de seus ativos;VI - recursos provenientes do orçamento da União.§ 2º O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do Seguro Social, na forma da lei.Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier a instituir regime próprio de previdência social para seus servidores conferir-lhe-á caráter contributivo e o orga-nizará com base em normas de contabilidade e atuária que preservem seu equilíbrio financeiro e atuarial.Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja despe-sa total com pessoal no exercício anterior ao da publica-ção desta Lei Complementar estiver acima dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 deverá enquadrar-se no respectivo limite em até dois exercícios, eliminando o excesso, gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% a.a. (cinqüenta por cento ao ano), mediante a adoção, entre outras, das medidas previstas nos arts. 22 e 23.Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput, no prazo fixado, sujeita o ente às sanções pre-vistas no § 3º do art. 23.Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37 da Constituição, até o término do terceiro exercício financeiro seguinte à entrada em vigor desta Lei Complementar, a despesa total com pessoal dos Po-

deres e órgãos referidos no art. 20 não ultrapassará, em percentual da receita corrente líquida, a despe-sa verificada no exercício imediatamente anterior, acrescida de até 10% (dez por cento), se esta for infe-rior ao limite definido na forma do art. 20.Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos Pode-res e órgãos referidos no art. 20 não poderá exceder, em percentual da receita corrente líquida, a do exercício anterior à entrada em vigor desta Lei Complementar, até o término do terceiro exercício seguinte.Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Com-plementar serão punidas segundo o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); a Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967; a Lei nº8.429, de 2 de junho de 1992; e demais normas da legislação pertinente.Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político, asso-ciação ou sindicato é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão compe-tente do Ministério Público o descumprimento das prescrições estabelecidas nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cumprimento das determinações dispostas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e do art. 48-A: (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Fede-ral e os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) ha-bitantes; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000 (cinquenta mil) habitantes. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo se-rão contados a partir da data de publicação da lei comple-mentar que introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento dos prazos previstos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção prevista no inciso I do § 3º do art. 23. (Incluído pela Lei Comple-mentar nº 131, de 2009).Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua publicação.Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar nº 96, de 31 de maio de 1999.

Brasília, 4 de maio de 2000; 179º da Independência e 112º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

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12. exerCíCios De ConCursos01. (FCC) A elaboração do Orçamento Público deve

basear-se em alguns princípios que o tornam mais transparente, facilitando seu controle e avaliação. Dentre os princípios orçamentários, inclui-se o princípio:

a) da universalidade, segundo o qual o orçamento deve ser aplicável a todos os órgãos da Adminis-tração direta e indireta, indistintamente.

b) da periodicidade, segundo o qual o orçamento deve ser reelaborado, periodicamente, a cada término de mandato eletivo.

c) da anualidade, segundo o qual a fixação de des-pesas deve ser alterada anualmente.

d) do equilíbrio, segundo o qual deve haver certa equi-dade orçamentária entre os Estados da Federação.

e) da unidade, segundo o qual cada ente federado deve ter apenas um orçamento.

02. (FCC) A autorização, contida na Lei Orçamentá-ria Anual de um determinado município, para abertura de créditos suplementares até o limite de 10% do total da despesa fixada, constitui exceção ao princípio orçamentário da

a) legalidade. b) totalidade. c) universalidade. d) não vinculação das receitas. e) exclusividade.

03. (FCC) É um princípio orçamentário o princípio da a) homogeneidade. b) fragmentação. c) isonomia. d) universalidade. e) irretroatividade.

04. (FCC) O princípio orçamentário que estabelece que a lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, ressalvadas as exceções mencionadas no art. 165, § 8°, da Constituição Federal, é denominado princípio da

a) não afetação das receitas. b) unidade. c) exclusividade. d) legalidade. e) universalidade.

05. (FCC) Em relação a conceito de Orçamento Pú-blico, considere as afirmativas abaixo:

I. O Orçamento Público é uma lei formal, isto é, ela obriga o Poder Público a realizar uma despesa autorizada pelo Legislativo.

II. O Orçamento Público é uma lei temporária, pois tem vigência limitada a quatro anos.

III. O conceito tradicional ou clássico de Orçamento Público compreende apenas a fixação da despesa e a previsão da receita, sem nenhuma espécie de planejamento das ações do governo.

IV. O Orçamento Público é uma lei especial que possui processo legislativo diferenciado e trata de matéria específica.

V. O orçamento-programa é um plano de trabalho que estabelece objetivos e metas a serem implementados, bem como a previsão dos custos a ele relacionados.

Estão corretas, SOMENTE: a) II e IV. b) I, II e IV. c) III, IV e V. d) I, II, III e IV e) II, III, IV e V.

06. (FCC) Analise: I. O orçamento-programa é o elo entre o planeja-

mento e as funções executivas da organização. II. O controle do orçamento-programa visa avaliar

a honestidade dos agentes governamentais e a legalidade do seu cumprimento.

III. No orçamento-programa, as decisões orçamen-tárias são tomadas com base em avaliações e análises técnicas das alternativas possíveis.

Está correto o que consta APENAS ema) I e II. b) I e III. c) II e III. d) I. e) III.

07. (FCC) Orienta a elaboração do orçamento e sua exe-cução, determinando que o orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos Poderes que integram a esfera de governo. Trata-se do Princípio da

a) Universalidade. b) Entidade. c) Anualidade. d) Competência. e) Unidade.

08. (FCC) A exclusividade concedida ao Poder Exe-cutivo para propor a Lei do Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentá-ria Anual é garantida pelo princípio da

a) legalidade. b) exclusividade. c) não-afetação e quantificação dos créditos orçamentários. d) reserva legal. e) discriminação ou da especificação.

09. (FCC) O Princípio Orçamentário que estabelece que seja vedada a vinculação de impostos a órgão, fundo ou despesa é denominado Princípio da

a) Unidade. b) Universalidade. c) Exclusividade. d) Não-afetação das receitas. e) Especificação ou da Discriminação.

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10. (FCC) Importante instrumento de complementação da democracia representativa, que estimula o exer-cício da cidadania, o compromisso da população com o bem público e a cor- responsabilização entre governo e sociedade sobre a gestão municipal:

a) Orçamento Social. b) Orçamento Participativo. c) Orçamento Democrático. d) Orçamento Fiscal. e) Orçamento Deliberativo.

11. (FCC) O elemento básico da estrutura do Or-çamento-Programa é o programa que pode ser conceituado como um instrumento de

a) identificação da estrutura organizacional e ad-ministrativa governamental que se subdivide em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária .

b) programação, envolvendo um conjunto de ope-rações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo.

c) organização da ação governamental visando à concre-tização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no plano plurianual.

d) programação, envolvendo um conjunto de opera-ções que se realizam de modo contínuo e perma-nente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo.

e) identificação do maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público de cada esfera de governo.

12. (FCC) Em relação ao ciclo orçamentário, é correto afirmar:

a) A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve preceder cronologicamente o Plano Plurianual e a Lei Or-çamentária Anual.

b) A Secretaria de Orçamento Federal (SOF) coorde-na e elabora a proposta orçamentária da União.

c) A Lei Orçamentária Anual da União poderá ser remetida ao Congresso Nacional sob a forma de Medida Provisória.

d) O Poder Legislativo está impedido de propor emen-das ao projeto de lei orçamentária, por se tratar de matéria de competência exclusiva do Poder Executivo.

e) O Poder Judiciário brasileiro não goza de autono-mia administrativa e financeira que lhe permita elaborar sua própria proposta orçamentária.

13. (FCC) A Constituição Federal de 1988 indica que o Plano Plurianual (PPA) deve ser elabora-do como um instrumento regionalizado. Esta indicação tem como motivação o fato de

a) a regionalização ser um termo financeiro para auxiliar a discriminação de receitas e despesas por distintas categorias.

b) o país apresentar grandes diferenças e desigual-dades regionais

c) o orçamento ter que obedecer à divisão geográfica do país em quatro macrorregiões.

d) o Brasil ser um país de grande extensão territorial, facilitando a organização do Orçamento.

e) a Constituição promover as especificidades cul-turais e regionais do país.

14. (FCC) A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) I. está atrelada ao Plano Plurianual (PPA) como

instrumento de execução que determina a con-secução dos programas governamentais.

II. deverá ser proposta por iniciativa privativa do Poder Legislativo.

III. tem, dentre suas competências, a de dispor sobre as alterações na legislação tributária.

IV. ganha complexidade, dispondo sobre mais ele-mentos, a partir da publicação da Lei de Respon-sabilidade Fiscal (Lei Complementar no 101/2000).

Está correto o que se afirma em a) III e IV, apenas. b) I, II e III, apenas. c) I, II e IV, apenas. d) II e IV, apenas. e) I, II, III e IV.

15. (FCC) É INCORRETO afirmar que a Lei Orça-mentária Anual (LOA)

a) deve ser elaborada de forma compatível com as propostas do Plano Plurianual e da Lei de Dire-trizes Orçamentárias.

b) contempla a possibilidade de novas dotações, já que o orçamento não pode ser uma “camisa de força”, por meio das chamadas Cláusulas Aditivas.

c) está sujeita a alterações por Emendas Parlamentares. d) compreende o orçamento fiscal dos Poderes, dos

fundos, órgãos e entidades da Administração pública direta e indireta.

e) tem como funções do orçamento a alocativa, a distributiva e a estabilizadora.

16. (FCC) As disposições sobre equilíbrio entre receitas e despesas devem estar contidas

a) na Lei Orçamentária Anual. b) na Lei de Diretrizes Orçamentárias. c) no Plano Plurianual. d) no decreto de abertura de Créditos Adicionais. e) na programação financeira.

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17. (FCC) De acordo com a Constituição Federal brasi-leira de 1988, uma despesa que não pode ser iniciada sem prévia inclusão no Plano Plurianual ou sem lei que autorize a sua inclusão, é a despesa com

a) construção de um hospital, cuja execução será em três anos.

b) aquisição de material de consumo, cujo uso será em três meses.

c) construção de uma praça, cuja execução será em oito meses.

d) passagens e diárias para participação em eventos técnicos.

e) juros e encargos da dívida fundada.

18. (FCC) A Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) devea) ser compatível com o Plano Plurianual e orientar

a elaboração da lei orçamentária anual. b) fixar o montante de despesas de capital destina-

dos às empresas públicas no exercício corrente. c) prever a concessão de créditos ilimitados para algumas

das unidades orçamentárias julgadas mais importantes para se alcançarem as metas do Plano Plurianual.

d) fixar o montante das operações de crédito que podem exceder o valor das despesas de capital.

e) estimar receitas e fixar despesas para o exercício financeiro seguinte.

19. (FCC) Com relação às características do Orça-mento Público de acordo com a Constituição Federal, considere as afirmativas abaixo:

I. A Lei Orçamentária Anual é composta de três orçamentos diferentes: fiscal, da seguridade social e de investimentos das estatais.

II. O orçamento da seguridade social corresponde à ação do governo em três setores: saúde, previ-dência e assistência social.

III. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) prioriza as metas do PPA e orienta a elaboração do Orçamento Geral da União que terá validade para o ano seguinte.

IV. A finalidade do PPA é a de estabelecer objetivos e metas que comprometam o Poder Executivo e o Poder Legislativo a dar continuidade aos programas na distribuição dos recursos.

V. Com base na LDO, o Poder Executivo elabora o Plano Plurianual (PPA) para os quatro anos seguintes, com a participação dos Ministérios (órgãos setoriais) e das unidades orçamentárias dos Poderes Legislativo e Judiciário.

Estão corretas SOMENTE: a) I, II, III e V. b) II, III e V. c) I, III e IV. d) II, IV e V. e) I, II, III, IV.

20. (FCC) Por força do disposto na Constituição Federal, a lei orçamentária anual

a) compreenderá metas e prioridades da Adminis-tração Pública Federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro.

b) compreenderá o orçamento fiscal, apenas. c) compreenderá o orçamento fiscal, o de investimen-

tos das empresas estatais e o da seguridade social. d) disporá sobre as alterações na legislação tributária. e) compreenderá e estabelecerá a política de aplica-

ção das agências financeiras oficiais de fomento.

21. (FCC) A lei que compreende as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, é

a) a Lei de Responsabilidade Fiscal. b) a Lei de Diretrizes Orçamentárias. c) a Lei de Improbidade Administrativa. d) o Plano Plurianual. e) a Lei Orçamentária anual.

22. (FCC) O instrumento que compreende as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orienta a elaboração da lei orçamentária anual, dispõe sobre as al-terações na legislação tributária e estabelece a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento, denomina- se

a) Parceria Público-Privada. b) Plano Plurianual. c) Lei de Diretrizes Orçamentárias. d) Lei de Responsabilidade Fiscal. e) Fundo de Participação.

23. (FCC) A Lei Orçamentária Anual compreende o a) orçamento fiscal, as diretrizes orçamentárias e o

orçamento de investimento das empresas. b) plano plurianual, o orçamento fiscal e o orçamen-

to de investimento das empresas. c) plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o

orçamento fiscal. d) orçamento fiscal, o orçamento da seguridade

social e as diretrizes orçamentárias. e) orçamento fiscal, o orçamento de investimento

das empresas e o orçamento da seguridade social.

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24. (FCC) No planejamento da administração pú-blica brasileira, o PPA ? Plano Plurianual

a) tem a função de estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração para as despesas de capital e outras delas decor-rentes, abrangendo um período de quatro anos.

b) estabelece os parâmetros necessários à alocação dos recursos no orçamento anual, de forma a ga-rantir a realização das metas e objetivos contem-plados na LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias.

c) indica os rumos a serem seguidos e priorizados no decorrer do exercício financeiro.

d) é o instrumento de gerenciamento orçamentário e financeiro, cuja principal finalidade é gerenciar o equilíbrio entre receitas e despesas públicas.

e) compreende o ingresso de recursos que se inte-gram ao patrimônio público sem quaisquer reser-vas, condições ou correspondências no passivo.

25. (FCC) Em relação ao processo orçamentário, é correto afirmar:

a) A lei do orçamento poderá consignar dotações globais destinadas a atender indiferentemente des-pesas de pessoal, material ou serviços de terceiros.

b) A lei do orçamento poderá ser aprovada poste- rior-mente ao início do exercício financeiro a que se refere.

c) A Lei das Diretrizes Orçamentárias deverá conter um Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública.

d) As emendas ao projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias podem ser aprovadas, mesmo que incompatíveis com o Plano Plurianual, se obtiverem pelo menos dois terços dos votos do Congresso Nacional.

e) O projeto de lei orçamentária anual deverá ser aprovado inicialmente pela Câmara dos Deputa-dos e depois pelo Senado, em sessões separadas.

26. (FCC) Em relação à lei orçamentária anual, no âm-bito da União, é correto afirmar que o orçamento

a) fiscal não abrange as despesas das fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.

b) da seguridade social deve respeitar as metas e priorida-des estabelecidas na Lei das Diretrizes Orçamentárias.

c) de investimentos é elaborado para todas as em-presas em que a União participa como acionista.

d) da seguridade social será elaborado apenas pelos órgãos responsáveis pela previdência social.

e) de investimentos não é contemplado na lei or-çamentária anual, sendo objeto de lei específica sobre a matéria

27. (FCC) Em relação à Lei Orçamentária Anual (LOA) de um governo estadual é correto afirmar que

a) as funções educação, saúde e assistência social integrarão o orçamento da seguridade social.

b) todas as receitas e despesas das empresas de economia mista serão compreendidas pela LOA.

c) a autorização para abertura de créditos adicionais especiais poderá ser incluída na LOA.

d) as operações de crédito por antecipação da receita orçamentária integrarão a receita prevista na LOA.

e) os orçamentos das autarquias e fundações ins-tituídas e mantidas pelo Poder Público serão abrangidos pela LOA.

28. (FCC) O Plano Plurianual de um Estado da Federação

a) somente pode ser aprovado por lei complemen-tar estadual.

b) deve ser elaborado por iniciativa da Assembléia Legislativa Estadual, que o submeterá à sanção do Governador do Estado.

c) tem vigência até o final do primeiro exercício fi-nanceiro do mandato governamental subsequente.

d) deve ser elaborado de cinco em cinco anos. e) conterá as diretrizes, objetivos e metas da ad-

ministração pública estadual para as despesas correntes dos quatro anos de sua vigência.

29. (FCC) Na Lei de Diretrizes Orçamentárias, são discriminadas as

a) despesas de capital para o exercício subsequente. b) receitas de capital do exercício corrente, apenas. c) receitas de capital e as despesas de capital do

exercício corrente. d) receitas correntes e de capital para o exercício

subsequente. e) receitas correntes e de capital para o exercício

corrente.

30. (FCC) A lei que estabelecer o Plano Plurianual terá vigência

a) de apenas dois anos, devendo ser elaborada no primeiro e no terceiro exercícios financeiros.

b) até o primeiro exercício financeiro do mandato subseqüente àquele em que foi elaborado.

c) de cinco anos, devendo ser elaborada no último ano de cada mandato.

d) de três anos, devendo ser elaborada no primeiro ano do mandato, para entrar em vigor no segundo ano.

e) até o último exercício financeiro do mandato em que for elaborada.

Gabarito

01. E 02. E 03. D 04. C 05. C 06. B 07. A 08. D 09. D 10. B 11. C 12. B 13. B 14. A 15. B 16. B 17. A 18. A 19. E 20. C 21. B 22. C 23. E 24. A 25. C 26. B 27. E 28. C 29. A 30. B

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1. ConvergênCias e DivergênCias

Forma de obtenção de recursos para o funcionamento da Organização:

• Administração Pública: Receitas derivadas de Tributos (impostos, taxas e contribuições); caráter com-pulsório, sem uma necessária contrapartida em termos de prestação direta de serviços.

• Administração Privada: Receitas advindas de pagamentos feitos por livre e espontânea vontade por parte dos clientes (consumidores dos produtos e serviços).

Destinatário das ações empreendidas pela organização (interesses atendidos):

• Administração Pública: O cidadão: membro da sociedade que possui direito e deveres. Interesses co-letivos, sociais, difusos.

• Administração Privada: O cliente: indivíduo que manifesta suas escolhas no mercado. Interesses parti-culares, privados, individualizados.

Mecanismo de controle do desempenho dos dirigentes:

• Administração Pública: Controle político, por meio de eleições periódicas dos governantes.

• Administração Privada: Controle pelo Mercado, através da concorrência com outras organizações.

Subordinação ao ordenamento jurídico existente:

• Administração Pública: Tudo o que não está juridicamente determinado está juridicamente proibido; Prin-cípio da Legalidade; preponderância de normas de direito público (direito constitucional e administrativo).

• Administração Privada: Tudo o que não está juridicamente proibido está juridicamente facultado; pre-ponderância de normas de direito privado (contratual; direito civil e direito comercial).

Garantia da sobrevivência das organizações:

• Administração Pública: Tempo de existência indeterminado: o Estado não vai à falência.

• Administração Privada: Sobrevivência depende da eficiência organizacional; competitividade acirrada no mercado.

Características do Processo de Tomada de decisão:

• Administração Pública: Decisões mais lentas, influenciadas por variáveis de ordem política. Políticas Públicas de acordo com os programas de Governo.

• Administração Privada: Decisões mais rápidas, buscando a racionalidade. Políticas Empresariais vol-tadas para objetivos de mercado.

Modo de criação, alteração ou extinção da pessoa jurídica:

• Administração Pública: Através de Lei.

• Administração Privada: Através de instrumento contratual ou societário.

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Dispõe sobre a simplificação do atendimento prestado aos usuários dos serviços públicos, ratifica a dispensa do reconhecimento de firma e da autenticação em documentos produzidos no País e institui a Carta de Serviços ao Usuário.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1º Os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal observarão as seguintes diretrizes nas relações entre si e com os usuários dos serviços públicos:I - presunção de boa-fé;II - compartilhamento de informações, nos termos da lei;III - atuação integrada e sistêmica na expedição de atestados, certidões e documentos comprobatórios de regularidade;IV - racionalização de métodos e procedimentos de controle;V - eliminação de formalidades e exigências cujo custo econômico ou social seja superior ao risco envolvido;VI - aplicação de soluções tecnológicas que visem a simpli-ficar processos e procedimentos de atendimento aos usuá-rios dos serviços públicos e a propiciar melhores condições para o compartilhamento das informações;VII - utilização de linguagem clara, que evite o uso de siglas, jargões e estrangeirismos; eVIII - articulação com os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e os outros Poderes para a integração, racionali-zação, disponibilização e simplificação de serviços públicos.Parágrafo único. Usuários dos serviços públicos são as pessoas físicas e jurídicas, de direito público ou privado, diretamente atendidas por serviço público.

CAPÍTULO IDA RACIONALIZAÇÃO DE EXIGÊNCIAS E DA TROCA

DE INFORMAÇÕESArt. 2º Salvo disposição legal em contrário, os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal que necessitarem de documentos comprobatórios da regularidade da situação de usuários dos serviços públicos, de atestados, de certidões ou de outros documentos comprobatórios que constem em base de dados oficial da administração pública federal deverão obtê-los diretamente do órgão ou da entidade responsável pela base de dados, nos termos do Decreto nº 8.789, de 29 de junho de 2016, e não poderão exigi-los dos usuários dos serviços públicos.Art. 3º Na hipótese dos documentos a que se refere o art. 2º conterem informações sigilosas sobre os usuários dos serviços públicos, o fornecimento pelo órgão ou pela entidade responsá-vel pela base de dados oficial fica condicionado à autorização expressa do usuário, exceto nas situações previstas em lei.Parágrafo único. Quando não for possível a obtenção dos documentos a que a que se refere o art. 2º diretamente do órgão ou da entidade responsável pela base de dados oficial, a comprovação necessária poderá ser feita por meio de declaração escrita e assinada pelo usuário dos serviços públicos, que, na hipótese de declaração falsa, ficará sujeito às sanções administrativas, civis e penais aplicáveis.Art. 4º Os órgãos e as entidades responsáveis por bases de dados oficiais da administração pública federal prestarão orientações aos órgãos e às entidades públicos interessa-dos para o acesso às informações constantes das bases de dados, observadas as disposições legais aplicáveis.Art. 5º No atendimento aos usuários dos serviços públi-cos, os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal

observarão as seguintes práticas:I - gratuidade dos atos necessários ao exercício da cidada-nia, nos termos da Lei nº 9.265, de 12 de fevereiro de 1996;II - padronização de procedimentos referentes à utilização de formulários, guias e outros documentos congêneres; eIII - vedação de recusa de recebimento de requerimentos pelos serviços de protocolo, exceto quando o órgão ou a entidade for manifestamente incompetente. § 1º Na hipótese referida no inciso III do caput, os ser-viços de protocolo deverão prover as informações e as orientações necessárias para que o interessado possa dar andamento ao requerimento. § 2º Após a protocolização de requerimento, caso o agente público verifique que o órgão ou a entidade do Poder Exe-cutivo federal é incompetente para o exame ou a decisão da matéria, deverá providenciar a remessa imediata do requerimento ao órgão ou à entidade do Poder Executivo federal competente. § 3º Quando a remessa referida no § 2º não for possível, o interessado deverá ser comunicado imediatamente do fato para adoção das providências necessárias.Art. 6º As exigências necessárias para o requerimento serão feitas desde logo e de uma só vez ao interessado, justificando-se exigência posterior apenas em caso de dúvida superveniente.Art. 7º Não será exigida prova de fato já comprovado pela apresentação de documento ou informação válida.Art.8º Para complementar informações ou solicitar escla-recimentos, a comunicação entre o órgão ou a entidade do Poder Executivo federal e o interessado poderá ser feita por qualquer meio, preferencialmente eletrônico.Art. 9º Exceto se existir dúvida fundada quanto à autentici-dade ou previsão legal, fica dispensado o reconhecimento de firma e a autenticação de cópia dos documentos expe-didos no País e destinados a fazer prova junto a órgãos e entidades do Poder Executivo federal.Art. 10. A apresentaç de documentos por usuários dos servi-ços públicos poderá ser feita por meio de cópia autenticada, dispensada nova conferência com o documento original. § 1º A autenticação de cópia de documentos poderá ser feita, por meio de cotejo da cópia com o documento original, pelo servidor público a quem o documento deva ser apresentado. § 2º Constatada, a qualquer tempo, a falsificação de firma ou de cópia de documento público ou particular, o órgão ou a entidade do Poder Executivo federal considerará não satisfeita a exigência documental respectiva e, no prazo de até cinco dias, dará conhecimento do fato à autoridade competente para adoção das providências administrativas, civis e penais cabíveis.

CAPÍTULO IIDA CARTA DE SERVIÇOS AO USUÁRIO

Art. 11. Os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal que prestam atendimento aos usuários dos serviços públicos, direta ou indiretamente, deverão elaborar e divulgar Carta de Serviços ao Usuário, no âmbito de sua esfera de competência.§ 1º A Carta de Serviços ao Usuário tem por objetivo informar aos usuários dos serviços prestados pelo órgão ou pela entidade do Poder Executivo federal as formas de acesso a esses serviços e os compromissos e padrões de qualidade do atendimento ao público.§ 2º Da Carta de Serviços ao Usuário, deverão constar informações claras e precisas sobre cada um dos serviços prestados, especialmente as relativas:

2. DeCreto nº 9.094, De 17 De julho De 2017

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Complemento - 223

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I - ao serviço oferecido;II - aos requisitos e aos documentos necessários para acessar o serviço;III - às etapas para processamento do serviço;IV - ao prazo para a prestação do serviço;V - à forma de prestação do serviço;VI - à forma de comunicação com o solicitante do serviço; eVII - aos locais e às formas de acessar o serviço. § 3º Além das informações referidas no § 2º, a Carta de Serviços ao Usuário deverá, para detalhar o padrão de qualidade do atendimento, estabelecer:I - os usuários que farão jus à prioridade no atendimento;II - o tempo de espera para o atendimento;III - o prazo para a realização dos serviços;IV - os mecanismos de comunicação com os usuários;V - os procedimentos para receber, atender, gerir e respon-der às sugestões e reclamações;VI - as etapas, presentes e futuras, esperadas para a re-alização dos serviços, incluídas a estimativas de prazos;VII - os mecanismos para a consulta pelos usuários acerca das etapas, cumpridas e pendentes, para a realização do serviço solicitado;VIII - o tratamento a ser dispensado aos usuários quando do atendimento;IX - os elementos básicos para o sistema de sinalização visual das unidades de atendimento;X - as condições mínimas a serem observadas pelas unidades de atendimento, em especial no que se refere à acessibilidade, à limpeza e ao conforto;XI - os procedimentos para atendimento quando o sistema informatizado se encontrar indisponível; eXII - outras informações julgadas de interesse dos usuários.

CAPÍTULO IIIDA RACIONALIZAÇÃO DAS NORMAS

Art. 12. A edição e a alteração das normas relativas ao atendimento dos usuários dos serviços públicos observarão os princípios da eficiência e da economicidade e conside-rarão os efeitos práticos tanto para a administração pública federal quanto para os usuários.

CAPÍTULO IVDA SOLICITAÇÃO DE SIMPLIFICAÇÃO

Art. 13. Os usuários dos serviços públicos poderão apre-sentar Solicitação de Simplificação, por meio de formulário próprio denominado Simplifique!, aos órgãos e às entidades do Poder Executivo federal, quando a prestação de serviço público não observar o disposto neste Decreto.§ 1º A Solicitação de Simplificação deverá ser apresentada, preferencialmente, por meio eletrônico, em canal único oferecido pela Ouvidoria-Geral da União, do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União.§ 2º Sempre que recebida por meio físico, os órgãos e as entidades deverão digitalizar a Solicitação de Simplificação e promover a sua inserção no canal a que se refere o § 1º.Art. 14. Do formulário Simplifique! deverá constar:I - a identificação do solicitante;II - a especificação do serviço objeto da simplificação;III - o nome do órgão ou da entidade perante o qual o ser-viço foi solicitado;IV - a descrição dos atos ou fatos; eV - facultativamente, a proposta de melhoria.Art. 15. Ato conjunto dos Ministros de Estado da Transpa-rência e Controladoria-Geral da União e do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão disciplinará o procedimento aplicável à Solicitação de Simplificação.

CAPÍTULO VDAS SANÇÕES PELO DESCUMPRIMENTO

Art. 16. O servidor público ou o militar que descumprir o disposto neste Decreto estará sujeito às penalidades pre-vistas, respectivamente, na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e na Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980. Parágrafo único. Os usuários dos serviços públicos que tiverem os direitos garantidos neste Decreto desrespeita-dos poderão representar ao Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União. Art. 17. Cabe ao Ministério da Transparência e Controla-doria-Geral da União e aos órgãos integrantes do sistema de controle interno do Poder Executivo federal zelar pelo cumprimento do disposto neste Decreto e adotar as provi-dências para a responsabilização dos servidores públicos e dos militares, e de seus superiores hierárquicos, que praticarem atos em desacordo com suas disposições.

CAPÍTULO VIDA DIVULGAÇÃO AOS USUÁRIOS DOS

SERVIÇOS PÚBLICOSArt. 18. A Carta de Serviços ao Usuário, a forma de aces-so, as orientações de uso e as informações do formulário Simplifique! deverão ser objeto de permanente divulgação aos usuários dos serviços públicos, e mantidos visíveis e acessíveis ao público:I - nos locais de atendimento;II - nos portais institucionais e de prestação de serviços na internet; eIII - no Portal de Serviços do Governo federal, disponível em www.servicos.gov.br.Art. 19. As informações do formulário Simplifique!, de que trata o art. 14, serão divulgadas no painel de monitoramento do desempenho dos serviços públicos prestados a que se refere o inciso V do caput do art. 3º do Decreto nº 8.936, de 19 de dezembro de 2016.

CAPÍTULO VIIDA AVALIAÇÃO E DA MELHORIA DOS

SERVIÇOS PÚBLICOSArt. 20. Os órgãos e as entidades do Poder Executivo fe-deral deverão utilizar ferramenta de pesquisa de satisfação dos usuários dos seus serviços, constante do Portal de Serviços do Governo federal, e do Sistema de Ouvidoria do Poder Executivo federal, e utilizar os dados como subsídio relevante para reorientar e ajustar a prestação dos serviços.§ 1º Os canais de ouvidoria e as pesquisas de satisfação objetivam assegurar a efetiva participação dos usuários dos serviços públicos na avaliação e identificar lacunas e deficiências na prestação dos serviços.§ 2º Os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal deverão dar ampla divulgação aos resultados das pesquisas de satisfação.

CAPÍTULO VIIIDISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 21. O Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União terá prazo de cento e oitenta dias, contado da data de publicação deste Decreto, para disponibilizar os meios de acesso à Solicitação de Simplificação e ao Simplifique!.Art. 22. Os Ministros de Estado da Transparência e Con-troladoria-Geral da União e do Planejamento, Desenvolvi-mento e Gestão poderão expedir normas complementares ao disposto neste Decreto.Art. 23. O Decreto nº 8.936, de 2016, passa vigorar com as seguintes alterações:

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“Art. 3º ...............................................................................

.............................................................................................

V - .......................................................................................

.............................................................................................

b) tempo médio de atendimento;c) grau de satisfação dos usuários; ed) número de Solicitações de Simplificação relativas ao serviço.” (NR)Art. 24. Este Decreto entra em vigor na data de sua pu-blicação.Art. 25. Ficam revogados:I - o Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de 2009; eII - o Decreto nº 5.378, de 23 de fevereiro de 2005.

Brasília, 17 de julho de 2017; 196º da Independência e 129º da República.

MICHEL TEMERDyogo Henrique de Oliveira

Wagner Campos Rosário

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3. instrumento Para avaliação Da gestão PúbliCa

O Instrumento para Avaliação da Gestão Pública está estruturado em oito Critérios, 25 Itens e 111 Alíneas.

Cada Item é composto de um conjunto de alíneas que representam os requisitos do Item. A redação de algumas alíneas apresenta desdobramentos que devem ser consi-derados e avaliados em conjunto.

Os requisitos são utilizados na tabela de pontuação para definir o estágio atingido pela organização. A Figura 2 escla-rece a configuração de cada Item dos Critérios. O grau de atendimento de cada um dos requisitos pela organização é fundamental para definir a sua pontuação em cada Item.

Logo abaixo das alíneas apresentadas nos Itens, encontra--se um conjunto de Notas cujo objetivo é enfatizar as informa-ções solicitadas, imprescindíveis, que devem ser abordadas, esclarecer termos específicos não constantes no glossário, bem como esclarecer as inter- relações existentes.

Um sistema de pontuação permite quantificar o grau de atendimento aos requisitos. A escala de pontuação com-preende o intervalo de 0 (zero) a 1.000 (mil) pontos. Na configuração de cada Item, é apresentada a sua respectiva pontuação máxima.

Realiza-se a avaliação da gestão da organização com base em duas dimensões: processos gerenciais e resultados.

Os Itens de 1.1 a 7.3 são Itens de Processos Gerenciais e, portanto, solicitam tanto as práticas de gestão empregadas pela organização para atender aos requisitos dos Critérios para Avaliação da Gestão Pública, quanto à extensão e à constância da aplicação dessas práticas pelas principais áreas, processos, serviços/produtos e/ou pelas partes interessadas pertinentes.

Todos os Itens de Processos Gerenciais estão estruturados conforme o diagrama de gestão apresentado na Figura 3.

As alíneas solicitam as práticas de gestão que atendem aos requisitos dos Itens dos Critérios do Modelo de Excelência em Gestão Pública, assim como os métodos utilizados para verificar se os padrões de trabalho estabelecidos para as mesmas estão sendo cumpridos (Ciclo de Controle). Solicitam também os métodos específicos de avaliação das práticas de gestão atuais e dos respectivos padrões de trabalho, assim como os principais refinamentos ou inovações implementadas em decorrência dos mesmos, com impactos no desempenho global da organização (Ciclo de Aprendizado).

Os Itens 8.1 a 8.6 são Itens de Resultados, ou seja, solicitam a apresentação das conseqüências objetivas da implementação das práticas de gestão descritas nos Itens de Processos Gerenciais. Estes resultados devem ser comparados com referenciais comparativos pertinentes e com os requisitos das partes interessadas.

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PRINCIPAIS ALTERAÇÕES EM 2010

O Instrumento para Avaliação da Gestão Pública é melhora-do continuamente, a partir de sugestões encaminhadas pelas organizações públicas, pelos juízes, examinadores, instrutores e consultores do Programa, pelos Comitês do Prêmio Nacional da Gestão Pública e por outros colaboradores.

As principais mudanças em relação ao Instrumento de 2008 foram:1. Foi inserido o modelo de perfil das organizações para este Instrumento de 1.000 pontos.2. As Diretrizes para a pontuação foi revista e atualizada.3. Foram realizadas diversas alterações nos textos, na ordem de algumas notas visando a aprimorar o seu entendimento.4. O Glossário foi revisto visando à inclusão de novos termos e a exclusão de termos não mais referenciados no texto do documento.

PERFIL DA ORGANIZAÇÃO

O Perfil é uma apresentação geral da organização. Apre-senta aspectos relevantes dos seus processos para atender a sua finalidade e os seus cidadãos-usuários. Deve propiciar uma visão global da organização, do seu negócio, da sua atuação e dos seus principais desafios. Inclui aspectos sobre o relacionamento da organização com suas partes interessadas e um histórico da busca da excelência. Sob a forma de redação livre, incluindo figuras ou tabelas, deve ser apresentado considerando a itemização que segue. Nele, a descrição de práticas de gestão e de resultados deve ser evitada. Essas informações devem ser fornecidas nos itens pertinentes, em resposta aos requisitos dos critérios.

A descrição do perfil da organização deve observar o limite má-ximo de cinco páginas e conter informações sobre o seguinte:a) competências básicas;b) produtos e processos;c) força de trabalho;d) cidadãos-usuários/clientes;e) fornecedores e insumos;f) sociedade;g) parcerias institucionais;h) outras partes interessadas;i) desafios estratégicos;j) aspectos relevantes;k) organograma;l) histórico da qualidade

Instruções para o preenchimento

a) Competências básicas:- denominação da organização;- informar as competências básicas da organização dis-postas em seus documentos legais de criação (medida provisória, lei, decreto, portaria etc) e data de instituição, poder – Executivo, Judiciário ou Legislativo; e nível de Governo – Federal, Estadual e Municipal;- descrever a natureza das atividades desenvolvidas (ser-viços/produtos). - informar a área de abrangência da atuação (local, regional, estadual, nacional, internacional).- informar a forma de atuação – Administração pública direta,

indireta, autarquia, fundação, empresa pública, sociedade de economia mista, organização social, unidade autônoma etc. No caso de unidade autônoma, informar a denominação e a forma de atuação da organização Controladora. - informar sobre o porte. Por exemplo: quantidade de insta-lações, localizações ou outros volumes pertinentes.Se a organização for uma unidade autônoma, informar seu relacionamento institucional com a controladora a que per-tence, indicando as porcentagens de sua força de trabalho em relação à controladora.- descrever as principais necessidades e expectativas decorrentes das políticaspúblicas e dos controladores.

b) Produtos e processos- informar os principais produtos e serviços da organização – Descrição sucinta dos processos finalísticos e processos de apoio, informando os principais produtos e serviços.Nota: Se a organização classifica processos de gestão entre esses processos, os mesmos poderão ser referenciados na descrição de qualquer item relativo a processos gerenciais (critérios de 1 a 7), não sendo necessário tratá-los no item 7.1, que está focado apenas na gestão dos processos relativos a operações finalísticas e operações de apoio a essas operações finalísticas.- informar os principais equipamentos, instalações e tecnologias.

Nota: Em muitos casos (por exemplo: Unidades Autô-nomas), é comum que algum processo aplicado seja gerenciado parcial ou totalmente pela organização contro-ladora). Exemplos: gerenciamento financeiro, marketing, planejamento estratégico e geração de padrões por área corporativa. Mesmo nessa situação, quando há envolvi-mento de terceiros no gerenciamento, os processos devem ser citados aqui neste Perfil, e os respectivos requisitos dos Critérios de Excelência devem ser respondidos. Numa eventual visita às instalações, poderão ser pedidos escla-recimentos a todos os envolvidos.

c) Força de trabalho - Denominação genérica da força de trabalho utilizada internamente (colaboradores, funcioná-rios, empregados, servidores ou outro nome específico)- informar a composição da força de trabalho, incluindo quantida-de de pessoas, percentuais por nível de escolaridade, e regime jurídico de vínculo (empregados, servidores, cooperados, em-pregados de terceiros sob a coordenação direta da organização, temporários, estagiários, autônomos, comissionados ou outro regime), distribuídos por áreas finalísticas e de apoio.- informar o número de cargos e funções, comissões e outros.- descrever as principais atividades executadas por mem-bros da força de trabalho que não sejam empregados.- descrever as principais necessidades e expectativas da força de trabalho.

d) Cidadãos-usuários/Clientes- descrever os principais tipos de cidadão-usuário/cliente para cada um dos serviços e produtos gerados pela or-ganização (cidadãos, outros órgãos de governo, iniciativa privada etc) Incluir eventuais delimitações territoriais, estra-tégicas ou compulsórias relativas à sua atuação.

Nota: No caso de candidaturas de unidades autônomas elegíveis, devem-se incluir como clientes outras unidades

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da mesma organização controladora que também sejam beneficiárias de seus produtos ou serviços;- especificar as possíveis limitações legais ou formas espe-ciais de relacionamento que possam influenciar a relação organização/clientes/cidadãos-usuários.- citar as organizações (distribuidores, revendedores, con-cessionários etc.) que atuam entre a organização e seus cidadãos-usuários/clientes.- descrever as principais necessidades e expectativas de cada tipo de cidadãousuário/cliente da organização.

e) Fornecedores e insumos- citar os principais tipos de fornecedores que compõem a cadeia de suprimento da organização, incluindo fornece-dores diretos e indiretos, quando pertinente.- citar os principais produtos, matérias-primas e serviços por eles fornecidos.- incluir organizações públicas e privadas.- especificar as possíveis limitações legais ou formas espe-ciais de relacionamento que possam influenciar a relação organização/fornecedor.- descrever as principais necessidades e expectativas de cada tipo de fornecedor.

f) Sociedade- citar as principais comunidades com as quais a organi-zação se relaciona.- descrever os passivos ambientais da organização.- citar as principais necessidades e expectativas da socieda-de e das comunidades vizinhas em relação à organização.

g) Parcerias institucionais- citar os principais parceiros e as formas especiais de rela-cionamento, tais como alianças ou acordos institucionais, ou com grupos de clientes, relacionadas com os seus processos;- informar os objetivos comuns associados, as datas de início das parcerias, as principais competências compartilhadas.- descrever as principais necessidades e expectativas dos parceiros.

h) Outras partes interessadas- informar, se pertinente, a denominação de outras partes interessadas da organização, incluindo, se pertinentes, os órgãos reguladores do mercado em que a organização atua.- descrever as principais necessidades e expectativas de outras partes interessadas, inclusive de órgãos reguladores, se pertinentes.

i) Desafios estratégicos- informar a missão, visão e valores da organização.- citar os principais desafios ou barreiras em relação ao cumprimento e manutenção das suas principais atividades decorrentes da missão ou escopo de atuação, adequação a novas exigências da sociedade, captação de recursos para investimento e implementação de estratégias específicas.- informar o estabelecimento, ampliação ou reconfiguração de parcerias ou alianças estratégicas.- citar o estágio da introdução de novas tecnologias impor-tantes, incluindo as da gestão.

J) Aspectos relevantes- citar os requisitos legais e regulamentares no ambiente da organização, incluindo os relativos à saúde ocupacional,

segurança, proteção ambiental e outros que interferem ou restringem a gestão dos processos organizacionais.- informar as eventuais sanções ou conflitos de qualquer natureza envolvendo obrigações de fazer ou não fazer, com decisão pendente ou transitada em julgado, impostas nos últimos três anos referentes aos requisitos legais, regulamentares, éticos, ambientais, contratuais ou outros, declarando a inexistência se for o caso.

- descrever os outros aspectos peculiares da organização.k) Organograma - Para as organizações do Governo Fe-deral, a estrutura básica está disposta no instrumento legal que organiza a Presidência da República e os Ministérios.- apresentar o organograma que inclua estrutura organiza-cional interna e sua posição destacada na estrutura básica do Governo. Destacar a estrutura da administração, incluin-do conselhos, comitês e órgãos de controle, se existentes. Citar quem faz parte da Direção. Se a organização for uma unidade, o organograma deve conter os principais vínculos com a organização principal e com as demais unidades.- elaborar o organograma a partir do Ministério ou Órgão de igual hierarquia ao qual a organização está vinculada.- incluir, se existir, lista ou tabela com os nomes das prin-cipais equipes, temporárias ou permanentes (comitês, comissões, grupos de trabalho, times etc.), formadas por pessoas de diferentes áreas para apoiar, planejar ou realizar a gestão, destacando se houver, qualquer representante de parte interessada, indicando o nome dos coordenadores.

l) Histórico da Qualidade- Elaborar um texto contendo uma descrição sucinta, em sequência cronológica, dos eventos/ações significativas do desenvolvimento da qualidade na gestão da organização.- Citar a quantidade de servidores/empregados e o número de contratados, temporários e terceirizados que receberam capaci-tação de acordo com os critérios excelência do Premio Nacional da Gestão Pública, ou critérios semelhantes, indicando a origem.

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4. moDelo De exCelênCia em gestão PúbliCa

1. Apresentação

Fortalecer os sistemas de gestão da Administração Pública implica adotar práticas e tecnologias gerenciais que contribuam para a ampliação da capacidade de governança e governabili-dade das suas estruturas executivas e que promovam o apro-fundamento dos princípios definidos na Constituição Federal.

O modelo de gestão pública capaz de atender a esses desafios precisa ser desenvolvido a partir da experiência, do conhecimento e do referencial cultural brasileiro, re-conhecendo contribuições de paradigmas internacionais de inovação na gestão pública. É fundamental respeitar o processo de aprendizagem e maturidade dos agentes pú-blicos e da própria sociedade brasileira e buscar soluções que possam, de fato, responder aos problemas internos.

Na implementação desse modelo, alguns desafios se apresentam, tais como reorientar as estruturas executivas do Estado para a atuação voltada para resultados e promover a inclusão social e participação dos cidadãos na vida pública e, especialmente, nos processos decisórios do governo, nota-damente no planejamento, avaliação e controle das políticas públicas. É igualmente importante investir no fortalecimento da capacidade governamental de coordenação política interna e de articulação junto aos demais atores públicos e privados.

Para contribuir com a evolução do modelo de gestão pública em direção à superação desses desafios, a Secre-taria de Gestão Pública – SEGEP do Ministério do Planeja-mento, Orçamento e Gestão – MP, em articulação com as Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação – SLTI, Secretaria de Orçamento Federal – SOF, Secretaria do Patrimônio da União – SPU e Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos – SPI, publica o Modelo de Excelência em Gestão Pública, referenciado nos valores e fundamentos consignados, especialmente, nas disposições da Constituição Federal Brasileira e no ordenamento legal, que orientam e delimitam as formas de funcionamento e organização da Administração Pública.

2. O Modelo de Excelência em Gestão Pública

O ponto de partida da construção do Modelo de Excelência em Gestão Pública repousa sobre a premissa de que a ad-ministração pública tem que ser excelente, conciliando esse imperativo com os princípios que deve obedecer, os conceitos e a linguagem que caracterizam a natureza pública das orga-nizações e que impactam na sua gestão. A esse respeito, há diversas características próprias da Administração Pública que merecem ser consideradas, como as que veremos adiante.

Partimos da premissa de que, enquanto as organizações do mercado são conduzidas pela autonomia da vontade privada, os órgãos ou entidades públicos são regidos pela supremacia do interesse público e pela obrigação da continuidade da prestação do serviço público, tratando a todos igualmente e com qualidade. O tratamento diferen-ciado restringe-se apenas aos casos previstos em lei. Por outro lado, as organizações privadas utilizam estratégias de segmentação de “mercado”, estabelecendo diferenciais de tratamento para clientes preferenciais.

As organizações privadas buscam o lucro financeiro e formas de garantir a sustentabilidade do negócio. A adminis-tração pública busca gerar valor para a sociedade e formas de garantir o desenvolvimento sustentável, sem perder de vista a obrigação de utilizar os recursos de forma eficiente.

A atividade pública é financiada com recursos públicos, oriundos de contribuições compulsórias de cidadãos e empresas, os quais devem ser direcionados para a pres-tação deserviços públicos e a produção do bem comum. A atividade privada é financiada com recursos de particulares que têm legítimos interesses capitalistas.

A administração pública tem como destinatários de suas ações cidadãos, sociedade e partes interessadas, demandantes da produção do bem comum e do desenvolvimento sustentável.

A iniciativa privada tem como destinatários de suas ações os “clientes” atuais e os potenciais. O conceito de partes interessadas no âmbito da administração pública é ampliado em relação ao utilizado pela iniciativa privada, pois as decisões públicas devem considerar não apenas os interesses dos grupos mais diretamente afetados, mas, também, o valor final agregado para a sociedade.

A administração pública tem o poder de regular e gerar obrigações e deveres para a sociedade, assim, as suas decisões e ações normalmente geram efeitos em larga escala para a sociedade e em áreas sensíveis. O Estado é a única organização que, de forma legítima, pode definir unilateralmente obrigações em relação a terceiros.

3. Fundamentos Constitucionais

3.1 Legalidade

O princípio da legalidade representa a supremacia da dimensão política (legislativa) sobre a dimensão técnica (executiva e judicante).

Em decorrência do princípio da legalidade, somente a lei pode delegar competências e poderes à Administração Pública e aos seus agentes públicos; criar ou extinguir competências estatais; ministério ou órgão da Presidência da República diretamente subordinado ao Chefe do Poder Executivo; cargos ou funções públicas (CF, art. 48).

A Administração Publica não tem liberdade nem vontade que não as concedidas e determinadas pela Constituição e pela lei e, nesse caso, são matérias de sua discrição apenas as estratégias, mecanismos e instrumentos a serem adotados na aplicação da lei, no objetivo de conseguir os seus plenos efeitos, na forma mais eficiente possível.

3.2. Princípio da Separação entre os Poderes.

O Estado Brasileiro é dotado de poder uno e soberano, atribu-ído ao povo e em seu nome exercido (CF, art. 1º). No entanto, para garantir a Ordem Democrática, a Constituição prevê a sua tripartição, a fim de que as funções políticas, judicantes e executivas sejam exercidas por instâncias e agentes diversos, de forma independente, ainda que harmônica. (CF, art. 2º).

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Essa segregação de poderes deve ser observada no pro-cesso do arranjo institucional das estruturas do aparelho do Estado, em todos os níveis organizacionais, de forma que a mesma instituição ou o mesmo agente público não acumule competências ou poderes de formulação, de julgamento e de execução, em sua área de atuação.

3.3. Orientação fundamental à consecução dos objeti-vos da República Federativa do Brasil

A principal finalidade da Administração Pública é alcan-çar os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil - de construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização; de reduzir as desigualdades e de promo-ver o bem de todos, sem preconceitos (CF, art. 3º). Esses objetivos devem orientar toda a sua atuação.

3.4. Princípio da centralidade dos direitos individuais e sociais

As atividades estatais na área de provimento dos direitos sociais exigem estruturas e processos ágeis e flexíveis; permeáveis a mecanismos de gestão de resultados e 1 Na forma do art. 44 da Constituição, o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, composto por repre-sentantes do povo, eleitos.

controle social; e abertos a mecanismos de articulação e colaboração com a sociedade civil sem fins lucrativos.

3.5. Princípio da descentralização federativa A descentralização federativa implica compartilhamento de responsabilidades entre as três esferas de governo na execução das políticas públicas.

No arranjo institucional das estruturas do Poder Executivo e na prospecção de seus processos finalísticos e de apoio, a orientação constitucional à descentralização federativa implica buscar a revisão das competências e das estruturas organizacionais dos órgãos e entidades da administração direta e indireta com o objetivo de verificar se não existem competências que estejam sendo desempenhadas pela esfera federal que não deveriam ser transferidas para as esferas estaduais e municipais.

3.6. Princípio da participação social na governança das instituições.

A Constituição Federal prevê o hibridismo de práticas representativas e participativas, quando essa dispõe que todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes (democracia representativa) ou diretamente (por meio de uma democracia participativa).

É necessário o fortalecimento da participação social nos processos de formulação, acompanhamento, avaliação e controle de políticas públicas, especialmente, nas áreas de prestação de serviços sociais diretos à população.

3.7. Funcionamento em rede. Parceria com a sociedade civil

Constitui clara orientação constitucional, especialmente no Título VIII, que trata da Ordem Social, o estabelecimento de parcerias entre o Estado e a Sociedade Civil, por meio da ação articulada, complementar ou concorrente, no provimento de serviços de interesse social. É importante

fortalecer as relações de cooperação, dentro de um espírito de confiança mútua entre os agentes estatais e privados.

3.8. Os princípios da administração pública brasileira

Em se tratando de gestão do Estado, é essencial acres-centar, ainda, os princípios constitucionais específicos para a administração estabelecidos no artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil: “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

4. Fundamentos da Gestão Pública Contemporânea

O Modelo de Excelência em Gestão Pública está, tam-bém, alicerçado em fundamentos próprios da gestão de excelência contemporânea, a seguir apresentados:

4.1 – Pensamento sistêmico Entendimento das relações de interdependência entre os diversos componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo, com foco na sociedade.

Como este conceito é colocado em prática

As organizações são constituídas por uma complexa combinação de recursos humanos e organizacionais, cujo desempenho pode afetar, positiva ou negativamente, a organização em seu conjunto.

Os órgãos e entidades públicos são vistas como sistemas vivos, integrantes de ecossistemas complexos que devem interagir com o meio e se adaptar. Assim, é importante que o seu sistema de gestão seja dinâmico e capaz de contemplar a organização como um todo para rever e consolidar os seus objetivos e suas estratégias, observando o alinhamento e a interconexão dos seus componentes, ou seja, a consis-tência entre os seus objetivos, planos, processos, ações e as respectivas mensurações.

Como sistemas vivos, as organizações p ú b l i c a s pre-cisam aprender a valorizar as redes formais com usuários, cidadãos, interessados e parceiros, bem como as redes que emergem informalmente, entre as pessoas que as integram, e destas com pessoas de outras organizações e entidades.Dessa forma, o pensamento sistêmico pressupõe que as pessoas da organização entendam o seu papel no todo (as inter-relações entre os elementos que compõem a organização – a dimensão interna e a dimensão externa).

4.2 – Aprendizado organizacional

Busca contínua e alcance de novos patamares de co-nhecimento, individuais e coletivos, por meio da percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de informações e experiências.

Como este conceito é colocado em prática

Na medida em que a organização busca de maneira estru-turada, específica e proativa, o conhecimento compartilhado, incentiva a experimentação, utiliza o erro como instrumento pedagógico, dissemina suas melhores práticas, desenvolve

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soluções e implementa refinamentos e inovações de forma sustentável, coloca em prática o aprendizado organizacional.

Preservar o conhecimento que a organização tem de si própria, de sua gestão e de seus processos é fator básico para a sua evolução.

4.3 – Cultura da Inovação

Promoção de um ambiente favorável à criatividade, à experimentação e à implementação de novas ideias que possam gerar um diferencial para a atuação da organização.

Como este conceito é colocado em prática

Buscar e desenvolver continuamente ideias originais e incorporá-las a seus processos, produtos, serviços e rela-cionamentos, associado ao rompimento das barreiras do serviço público antiquado e burocrático de forma a otimizar o uso dos recursos públicos e produzir resultados eficientes para a sociedade, são alternativas para tornar possível a cultura da inovação.

4.4 – Liderança e constância de propósitos

A liderança é o elemento promotor da gestão, responsável pela orientação, estímulo e comprometimento para o alcance e melhoria dos resultados organizacionais e deve atuar de forma aberta, democrática, inspiradora e motivadora das pessoas, visando ao desenvolvimento da cultura da excelência, a pro-moção de relações de qualidade e a proteção do interesse público. É exercida pela alta administração, entendida como o mais alto nível gerencial e assessoria da organização.

Como este conceito é colocado em prática

A participação pessoal, ativa e continuada da alta admi-nistração é fundamental para dar unidade de propósitos à organização. Seu papel inclui a criação de um ambiente propício à inovação e ao aperfeiçoamento constantes, à gestão do conhecimento, ao aprendizado organizacional, ao desenvolvimento da capacidade da organização de se antecipar e se adaptar com agilidade às mudanças no seu ecossistema e de estabelecer conexões estratégicas.

A alta administração deve atuar como mentora, precisa ter visão sistêmica e abrangente, ultrapassando as fronteiras da organização e as restrições de curto prazo, mantendo com-portamento ético e habilidade de negociação, liderando pelo exemplo. A sua ação da liderança deve conduzir ao cumpri-mento da missão e alcance da visão de futuro da organização.

4.5 – Orientação por processos e informações

Compreensão e segmentação do conjunto das atividades e processos da organização que agreguem valor para as partes interessadas, sendo que a tomada de decisões e a execução de ações devem ter como base a medição e análise do desempenho, levando em consideração as informações disponíveis.

Como este conceito é colocado em prática

Compreensão do processo como um conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam insumos (en-tradas) em produtos/serviços (saídas) com alto valor agregado.

Os fatos e dados gerados em cada um desses proces-sos, bem como os obtidos externamente à organização, se transformam em informações que subsidiam a tomada de decisão e alimentam a produção de conhecimentos. Esses conhecimentos dão à organização pública alta capacidade para agir e poder para inovar.

A tomada de decisões e a execução de ações devem estar suportadas por medição e análise do desempenho, levando-se em consideração as informações disponíveis, além de incluir os riscos identificados.

As informações e dados definem tendências, projeções e causas e efeitos e devem, portanto, subsidiar o planejamen-to, a avaliação, a tomada de decisões e a implementação de melhorias.

A excelência em gestão pressupõe: obtenção e trata-mento sistemáticos de dados e informações de qualidade, alinhados às suas necessidades; sistemas de informações estruturados e adequados; e obtenção e uso sistemáticos de informações comparativas.

A orientação por processos permite planejar e executar melhor as atividades pela definição adequada de respon-sabilidades, uso dos recursos de modo mais eficiente, re-alização de prevenção e solução de problemas, eliminação de atividades redundantes, aumentando a produtividade.

A orientação por processos e informações implica postura proativa relacionada à noção de antecipação e resposta rápida às mudanças do ambiente – percepção dos sinais do ambiente e antecipação – com vistas a evitar problemas e/ou aproveitar oportunidades. A resposta rápida agrega valor à prestação dos serviços públicos e aos resultados do exercício do poder de Estado.

4.6 – Visão de Futuro

Indica o rumo de uma organização e a constância de propó-sitos que a mantém nesse rumo. Está diretamente relacionada à capacidade de estabelecer um estado futuro desejado que garanta coerência ao processo decisório e que permita à or-ganização antecipar- se às necessidades e expectativas dos cidadãos e da sociedade. Inclui, também, a compreensão dos fatores externos que afetam a organização com o objetivo de gerenciar seu impacto na sociedade.

Como este conceito é colocado na prática

É na formulação das estratégias que a organização pre-para-se para colocar em prática sua Visão de Futuro.

O alcance dessa visão é o resultado da implementação dessas estratégias sistematicamente monitoradas, levando em consideração as tendências do ambiente externo, as necessidades e expectativas das partes interessadas, os desenvolvimentos tecnológicos, os requisitos legais, as mudanças estratégicas dos concorrentes e as necessidades da sociedade, no sentido de readequá-las e redirecioná-las, quando for o caso.

Assim uma organização com Visão de Futuro pensa, planeja e aprende estrategicamente, obtendo resultados de alto desempenho e sustentáveis.

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4.7 – Geração de Valor

Alcance de resultados consistentes, assegurando o au-mento de valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as partes interessadas.

Como este conceito é colocado em prática

Gerar valor para todas as partes interessadas visa apri-morar relações de qualidade e assegurar o desenvolvimento da organização.

Ao agir desta forma a organização enfatiza o acompa-nhamento dos resultados em relação às suas finalidades e às suas metas, a comparação destes com referenciais pertinentes e o monitoramento da satisfação de todas as partes interessadas, obtendo sucesso de forma sustentada e adicionando valor para todas elas.

A geração de valor depende cada vez mais dos ativos in-tangíveis, que atualmente representam a maior parte do valor dos órgãos e entidades públicos. Isto implica visão estratégica das lideranças para possibilitar à sociedade a percepção da utilidade e da credibilidade da própria organização.

4.8 – Comprometimento com as pessoas

Estabelecimento de relações com as pessoas, criando condições de melhoria da qualidade nas relações de traba-lho, para que elas se realizem profissional e humanamente, maximizando seu desempenho por meio do comprometi-mento, de oportunidade para desenvolver competências e de empreender, com incentivo e reconhecimento.

Como este conceito é colocado em prática

Pressupõe dar autonomia para atingir metas e alcançar resultados, assumir riscos, criar oportunidade de aprendi-zado e desenvolvimento de competência e reconhecendo o bom desempenho, criando práticas flexíveis e produtivas para atrair e reter talentos, propiciando um clima organiza-cional participativo e agradável.

Criar um ambiente flexível e estimulante à geração do conhecimento, disseminando os valores e as crenças da organização e assegurando um fluxo aberto e contínuo de informações é fundamental para que as pessoas se motivem e atuem com autonomia.

4.9 – Foco no cidadão e na sociedade

Direcionamento das ações públicas para atender, regular e continuamente, as necessidades dos cidadãos e da socie-dade, na condição de sujeitos de direitos, beneficiários dos serviços públicos e destinatários da ação decorrente do poder de Estado exercido pelos órgãos e entidades públicos.

Como este conceito é colocado em prática

Os cidadãos usuários, atuais e potenciais, e a sociedade são sujeitos de direitos e os órgãos e entidades públicas têm obrigação de atender, com qualidade e presteza, às suas ne-cessidades e às suas demandas, de forma regular e contínua.

Nesse sentido, a organização tem que alinhar as suas ações e os seus resultados às necessidades e às expectativas dos cidadãos e da sociedade e antecipar suas necessidades futuras o que implica estabelecer um compromisso com a sociedade no sentido de fazer o melhor no cumprimento da sua missão institucional considerando o interesse público.

A administração pública tem o dever de garantir o direito dos cidadãos de acesso dos serviços públicos de maneira contínua (princípio da Continuidade do Serviço Público), com o objetivo de não prejudicar o atendimento à população, particularmente no que se refere aos serviços essenciais.

4.10 – Desenvolvimento de parcerias

Desenvolvimento de atividades conjuntamente com outras organizações com objetivos específicos comuns, buscando o pleno uso das suas competências complemen-tares para desenvolver sinergias.

Como este conceito é colocado em prática

As organizações modernas reconhecem que no mundo de hoje – de mudanças constantes e aumento da demanda - o sucesso pode depender das parcerias que elas desenvolvem.

Essas organizações procuram desenvolver maior inte-ração, relacionamento e atividades compartilhadas com outras organizações, de modo a permitir a entrega de valor agregado a suas partes interessadas por meio da otimiza-ção das suas competências essenciais.

Essas parcerias podem ser com clientes, fornecedores, organizações de cunho social ou mesmo com competidores e são baseadas em benefícios mútuos claramente identificados.

O trabalho conjunto dos parceiros, apoiado nas compe-tências, no conhecimento e nos recursos comuns, assim como o relacionamento baseado em confiança mútua, respeito e abertura facilitam o alcance dos objetivos.

As parcerias são usualmente estabelecidas para atingir um objetivo estratégico ou entrega de um produto ou ser-viço, sendo formalizadas por um determinado período e envolvem a negociação e o claro entendimento das funções de cada parte, bem como dos benefícios decorrentes.

O exercício da cidadania pressupõe o apoio a ações de interesse social e pode incluir: a educação e a assistência comunitária; a promoção da cultura, do esporte e do lazer; e a participação no desenvolvimento nacional, regional ou setorial.

Participação social é ação democrática dos cidadãos nas decisões e ações que definem os destinos da sociedade. Colocá-la em prática implica aprender a lidar e interagir com as mobilizações e movimentos sociais.

4.11 – Gestão participativa

Estilo de gestão que determina uma atitude gerencial da alta administração que busque o máximo de cooperação das pessoas, reconhecendo a capacidade e o potencial diferenciado de cada um e harmonizando os interesses individuais e coletivos, a fim de conseguir a sinergia das equipes de trabalho.

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Como este conceito é colocado em prática Uma gestão participativa é implementada conferindo autonomia às pessoas para o alcance de metas e cobran-do a cooperação, o compartilhamento de informações e a confiança para delegar. Como resposta, as pessoas tomam posse dos desafios e dos processos de trabalho dos quais participam, tomam decisões, criam, inovam e geram um clima organizacional saudável.

5. Visão sistêmica do Modelo de Excelência em Gestão Pública

A gestão pública pode ser representada graficamente como um sistema constituído por oito dimensões integradas e interativas, conforme exibido na Figura I2.

Figura I

A excelência da gestão pública implica a adoção de métodos e instrumentos de gestão adequados, eficazes e eficientes, que favoreçam o alcance de padrões elevados de desempenho e qualidade em cada uma dessas dimensões.

O investimento permanente e contínuo em práticas de excelência em todas as dimensões do sistema, abaixo representado, conduz a uma gestão pública de excelên-cia e reproduz, dentro do órgão/entidade público, o Ciclo PDCA3. Este ciclo está representado pelos quatro blocos que contém juntos, as oito dimensões do Modelo.

No modelo, os fundamentos da excelência estão repre-sentados em aspectos de gestão tangíveis e mensuráveis quantitativa ou qualitativamente, relativos às dimensões de 1 a 7, No modelo, os fundamentos da excelência estão representados em aspectos de gestão tangíveis e mensuráveis quantitativa ou qualitativamente, relativos às dimensões de 1 a 7, dispostos em assertivas. Na dimensão 8, o modelo orienta para a apresentação de resultados da ação institucional nas sete outras dimensões.

Na Figura I, as oito dimensões estão distribuídas em quatro blocos. O primeiro é o bloco do Planejamento, constituído pelas quatro primeiras dimensões do Modelo: Governança, Estratégia e planos, Sociedade e Interesse público e Cidadania. Essas partes movem a organização e

lhe dão direcionalidade. O segundo bloco é o da Execução e se constitui pelas dimensões Pessoas e Processos.

Esses dois elementos representam o centro prático da ação organizacional e transformam finalidade e objetivos em resultados. O terceiro bloco, de Resultados, representa o controle, pois apenas pelos resultados produzidos pela organização é possível analisar a qualidade do sistema de gestão e o nível de desempenho institucional. O quarto bloco, de Informação e conhecimento, representa a inte-ligência da organização. Este bloco dá ao órgão/entidade capacidade de corrigir, melhorar ou inovar suas práticas de gestão e, consequentemente, seu desempenho.

5.1. As dimensões do MEGP

O MEGP organiza a gestão com alto desempenho insti-tucional e excelência gerencial e subsidia a promoção da melhoria da Gestão do órgão/entidade pública.

5.1.1. Dimensão Governança

Governança pode ser entendida como o exercício de autoridade, controle, gerenciamento e poder de governo. É a maneira pela qual o poder é exercício no gerencia-mento dos recursos econômicos, políticos e sociais para o desenvolvimento do país4. Está, portanto, relacionada à capacidade de implementação das políticas públicas, em seus aspectos políticos, técnicos, financeiros e gerenciais5.

Esta dimensão implica a capacidade institucional de orientar-se em direção ao cumprimento de sua finalidade e competências institucionais, de forma a gerar valor para a sociedade e atuar em conformidade com os parâmetros constitucionais e legais impostos à Administração Pública. A formulação e a implementação de políticas públicas, em qualquer esfera de governo, requer o entendimento da rea-lidade, a identificação das causas críticas e as formulações sobre produtos e resultados que permitam a otimização do uso dos recursos públicos escassos disponíveis.

A Governança está relacionada com a capacidade e as condições internas ao governo, para exercício de suas competências e alcance de seus objetivos. Diz respeito aos recursos técnicos, tecnológicos, de infraestrutura, de pessoal, entre outros de que dispõem as estruturas governamentais para formular, planejar e implantar as políticas públicas, assim como acompanhar, avaliar e fiscalizar a sua execução e resul-tados obtidos. Sendo assim, é mais do que uma forma eficaz e eficiente de executar o ‘negócio governo’. Está relacionada à 4 Conceito do Banco Mundial (1992 apud Santos, 2001, p.7) 5 Kockert, 1997 (p.732) legalidade e legitimidade, sendo mais do que valores estritamente empresariais. Governança pública é uma atividade complexa que envolve o ‘governo’ de complexas redes sociais nos setores políticos.

A qualidade da governança está relacionada, também, à capacidade do sistema de liderança do órgão ou entidade em atuar de forma coesa e orientada para o alcance dos objetivos institucionais, assim como de envolver e motivar todos os servidores ou empregados do quadro de pessoal. Os líderes, na gestão pública de excelência, devem orientar e direcionar o órgão ou entidade pública ao cumprimento de suas finalidades legais – é deles o papel de promover a compreensão interna e externa sobre o papel institucional do órgão ou entidade e garantir o seu desempenho, na estrita observância de suas competências, observadas as orientações gerais e prioridades de governo.

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Para tanto, é fundamental que a alta direção disponha e utilize métodos de coordenação, articulação e supervisão para promover a internalização de valores e princípios da administração pública; a unidade de objetivos e a ação integrada; a gestão dos principais riscos presentes na área de atuação do órgão ou entidade; a transparência; a par-ticipação e o controle social e, especialmente, a eficiência administrativa.

São aspectos de excelência institucional, característicos da dimensão de governança:a) a formação e a gestão de líderes;b) a estruturação do processo decisório de forma a favorecer a de-cisão célere, concertada e voltada para a geração de valor social;c) a prática institucional de monitoramento e avaliação sistemáticos de seu desempenho, com base em indica-dores, com vistas ao contínuo reposicionamento do órgão ou entidade e atualização da estratégia, a fim de melhor atender às demandas e aos desafios internos e externos.

A dimensão governança amplia o conceito de liderança, ado-tado nas versões anteriores do MEGP - amplia as dimensões e amplitudes do papel do órgão público e da sua capacidade de exercer a governança pública no setor em que atua.

5.1.2. Dimensão Estratégia e PlanosUma gestão pública de excelência deve contemplar proces-sos formais de formulação e implementação da estratégia, fundamentados no exercício de pensar o futuro e integrados ao processo decisório.

A estratégia deve atender aos objetivos e dispor de metas e planos articulados, para as unidades internas. Deve ser formulada a partir da prospecção dos resultados institu-cionais que se espera alcançar, considerados os recursos internos e externos; assim como os fatores intervenientes, especialmente aqueles que possam representar riscos ou oportunidades ao desempenho organizacional.

São requisitos de relevância para a excelência do processo de definição e implementação da estratégia:a. identificação de possíveis parcerias com agentes públicos e privados e potenciais conflitos de atuação;b. o conhecimento dos pontos fortes e das oportunidades de melhoria do próprio desempenho institucional;c. as necessidades de investimento e inovação de forma a atender requisitos específicos do setor em que atua;d. o alinhamento ao Plano Plurianual;e. o desdobramento da estratégia em planos específicos que atendam às outras dimensões do sistema de gestão públicas; tais como plano de tecnologia; capacitação; melhoria e inovação da capacidade de gestão; gestão patrimonial; gestão do conhecimento; gestão da comunicação; e f. a vinculação da programação orçamentária à estratégia.

5.1.3. Dimensão Público Alvo

Esta dimensão refere-se às práticas gerenciais direciona-das ao relacionamento do órgão/entidade com a sociedade e abrange a imagem institucional, o conhecimento que a sociedade tem do órgão ou entidade e a maneira como se relaciona com a sociedade e induz sua participação.

O MEGP contempla, em sua Dimensão Público Alvo, prá ticas direcionadas, entre outras: a. à identificação e classificação dos públicos alvos e de suas necessidades e expectativas;b. ao tratamento dessas necessidades e expectativas, inclusive no redesenho dos processos institucionais, para a geração de resultados mais efetivos;c. ao atendimento à Lei de Acesso à Informação;d. à comunicação ao cidadão sobre os seus serviços e padrões de atendimento (Carta ao Cidadão);e. à manutenção de canais de comunicação acessíveis e adequados aos perfis de seus públicos alvos;f. ao gerenciamento da qualidade do atendimento ao público;g. ao tratamento das solicitações, reclamações e sugestões;h. ao fortalecimento das relações com a sociedade, inclusive por meio de instrumentos de pesquisa, ausculta e concertação.

O critério também analisa a imagem e o conhecimento mútuo existente entre o órgão/entidade e o público. O pro-cesso é uma proposta para democratizar a administração pública, valorando a legitimidade, a participação da socie-dade e as consultas aos usuários cidadãos.

5.1.4. Dimensão Interesse Público e Cidadania

A Dimensão Interesse Público e Cidadania diz respeito à observância do interesse público e ao regime administrativo e a participação e o controle social.

Um sistema de gestão pública de excelência contempla, nesta Dimensão, práticas direcionadas, entre outras: a. à identificação e avaliação dos principais aspectos so-ciais, econômicos e ambientais relacionados à atuação do órgão ou entidade; b. à capacidade de prevenir ou mitigar impactos adversos na sociedade ou no ambiente, decorrentes de sua atuação;c. à identificação da necessidade de atualização ou ade-quação da ordem constitucional/legal; d. à conscientização das partes interessadas quanto à respon-sabilidade social e ambiental e à sustentabilidade econômica;e. à observância dos direitos alcançados por públicos específicos; f. à análise dos resultados de auditorias internas e externas, para a identificação de riscos institucionais;g. à observância interna do regime administrativo imposto à atuação institucional;h. à manutenção de mecanismos efetivos para a atuação pautada pela ética pública; e i. ao estímulo à sociedade à participação e ao controle social.

5.1.5. Dimensão Informação e Conhecimento

A Dimensão representa a capacidade de gestão das informações e do conhecimento, especialmente a imple-mentação de processos gerenciais que contribuam direta-mente para a seleção, coleta, armazenamento, utilização, atualização e disponibilização sistemática de informações atualizadas, precisas e seguras aos usuários internos e externos, com o apoio da tecnologia da informação.

As informações podem ser relativas ao desempenho global institucional, aos seus processos internos, especialmente aos finalísticos; aos públicos alvos; aos servidores e ao ambiente externo, especialmente aos referenciais comparativos. O im-portante é que as informações estejam relacionadas a todas as partes interessadas no desempenho institucional, bem como abordem os aspectos relevantes da área de atuação do órgão/entidade, intrínsecos ou relativos à estratégia.

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Além disso, a gestão pública de excelência deve con-templar a implementação de processos gerenciais que objetivem a identificação, o desenvolvimento, a geração, a proteção e o compartilhamento do conhecimento.

5.1.6. Dimensão Pessoas

A excelência da gestão pública pressupõe sistemas de trabalho estruturados, que considerem as competências, os requisitos técnicos, tecnológicos e logísticos necessários para a execução dos processos institucionais, de forma a cumprir as finalidades do órgão ou entidade. Inclui as adequadas estruturação e alocação de cargos efetivos, funções e cargos em comissão; os padrões remuneratórios e a alocação interna. São particularmente relevantes os investimentos em adequado dimensionamento da força de trabalho; em gestão de competências institucionais e pro-fissionais; e na estruturação de sistemas de remuneração e de gestão do desempenho sintonizados com os paradigmas do gerenciamento por resultados.

Além disso, implica a existência de processos de capa-citação e desenvolvimento dos servidores e da garantia de um ambiente de trabalho humanizado, seguro, saudável e promotor do bem-estar, da satisfação e da motivação dos agentes públicos.

5.1.7. Dimensão Processos

A Gestão pública de excelência exige processos finalís-ticos e de apoio adequadamente estruturados, a partir da estratégia institucional, com base nos recursos disponíveis, nos requisitos dos públicos alvos e nas possibilidades e limitações jurídico-legais.

O monitoramento e o controle dos processos devem induzir mecanismos de tratamento de não conformidades e implantação de ações corretivas, melhoria dos proces-sos e incorporação de inovações, de forma a assegurar o permanente alto desempenho institucional.

Entre os processos finalísticos e de apoio, dos órgãos e entidades públicos, destacam-se, pela relevância do inves-timento e aperfeiçoamento, os seguintes:a. o atendimento ao público;b. a gestão de parcerias com entidades civis;c. a gestão financeira;d. a gestão de suprimentos;e. a gestão do patrimônio público.

5.1.8. Dimensão Resultados

De nada adianta o investimento nas sete primeiras dimen-sões se esse investimento não gerar os resultados esperados para a sociedade, o mercado e o próprio setor público.

A Gestão orientada para Resultados é considerada uma poderosa ferramenta metodológica de monitoramento e avaliação das ações dos governos em sistemas políticos democráticos.

Avaliar os resultados obtidos nas ações de governo, respeitando as dimensões de eficiência, eficácia e efetivi-dade, permite aos agentes políticos estabelecer correções nos rumos dos seus processos de trabalho, como também propicia oportunidades de desenvolver estratégias de acompanhamento aos cidadãos.

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OS SISTEMAS DE MEDIÇÃO DE DESEMPENHO CONSTITUEM OS ELOS ENTRE OS OBJETIVOS E A EXE-CUÇÃO PRÁTICA DAS ATIVIDADES NAS EMPRESAS. 1. Algumas ferramentas, suas características e aplicações

Balanced Score Card 1 é uma metodologia disponível e acei-ta no mercado, desenvolvida pelos professores da Harvard Business School, Robert Kaplan e David Norton, em 1992. Os métodos usados na gestão do negócio, dos serviços e da infraestrutura, baseiam-se normalmente em metodologias consagradas que podem utilizar a TI (tecnologia da infor-mação) e os softwares de ERP2 como soluções de apoio, relacionando-a à gerência de serviços e garantia de resul-tados do negócio. Os passos dessas metodologias incluem: definição da estratégia empresarial, gerência do negócio, gerência de serviços e gestão da qualidade; passos estes implementados através de indicadores de desempenho.

O BSC foi apresentado inicialmente como um modelo de avaliação e performance empresarial, porém, a aplicação em empresas proporcionou seu desenvolvimento para uma metodologia de gestão estratégica.

Os requisitos para definição desses indicadores tratam dos processos de um modelo da administração de serviços e busca da maximização dos resultados baseados em quatro perspectivas que refletem a visão e estratégia empresarial:1) financeira; 2) clientes; 3) processos internos; 4) aprendizado e crescimento.

1) Financeira: O BSC deve contar a história da estratégia, começando pelos objetivos financeiros de longo prazo e relacionando-os às ações que precisam ser tomadas em relação às demais perspectivas, para que o desempenho econômico seja alcançado no longo prazo.

2) Clientes: A perspectiva dos clientes do BSC traduz a missão e a estratégia da empresa em objetivos específicos para segmentos focalizados que podem ser comunicados a toda a organização. Além disso, permite a clara identifi-cação e avaliação das propostas de valor dirigidas a esses segmentos.

3) Processos internos: Constituem-se na análise dos pro-cessos internos da organização, incluindo a identificação

5. mensuração De DesemPenho, Controles, inDiCaDores De ProDutiviDaDe

dos recursos e das capacidades necessárias para elevar o nível interno de qualidade. Contudo, cada vez mais frequentemente, os elos entre os processos internos da companhia e os de outras, das companhias colaboradoras, estão muito unidos, a ponto de exigirem que também sejam considerados. O BSC considera os processos internos de toda a cadeia de valor da empresa e inclui o processo de inovação, de operações e de pós-venda.

4) Aprendizado e crescimento: O objetivo desta perspec-tiva é oferecer a infraestrutura que possibilita a consecução de objetivos ambiciosos nas outras perspectivas. A habi-lidade de uma organização inovar, melhorar e aprender relaciona-se diretamente com seu valor.

Essa perspectiva apresenta objetivos voltados à ca-pacidade dos funcionários, dos sistemas de informação e à motivação, empowerment (delegação de autoridade) e alinhamento.

É um projeto lógico de um sistema de gestão genérico para organizações, onde o administrador de empresas deve definir e implementar (através de um sistema de informação de gestão, por exemplo) variáveis de controle, metas e interpretações para que a organização apresente desempenho positivo e crescimento ao longo do tempo.

BSC (Balanced Score Card) é uma sigla que pode ser traduzida por Indicadores Balanceados de Desempenho, ou ainda para Campos (1998), Cenário Balanceado. O ter-mo “Indicadores Balanceados” se dá pelo fato da escolha dos indicadores de uma organização não se restringirem unicamente ao foco econômico-financeiro, as organizações também se utilizam de indicadores focados em ativos in-tangíveis como: desempenho de mercado junto a clientes, desempenhos dos processos internos e pessoas, inova-ção e tecnologia. Isto porque a somatória destes fatores alavancará o desempenho desejado pelas organizações, consequentemente criando valor futuro.

Segundo Kaplan e Norton (1997, p. 25), o Balanced Score Card reflete o equilíbrio entre objetivos de curto e longo prazo, entre medidas financeiras e não-financeiras, entre indicadores de tendências e ocorrências e, ainda, entre as perspectivas interna e externa de desempenho. Este conjunto abrangente de medidas serve de base para o sistema de medição e gestão estratégica por meio do qual o desempenho organizacional é mensurado de maneira

1 Partes e íntegra de textos foram extraídos http://pt.wikipedia.org/wiki/Balanced_Scorecard. Último acesso 10/07/2009.2 ERP (Enterprise Resource Planning) ou SIGE (Sistemas Integrados de Gestão Empresarial, no Brasil) são sistemas de informação que integram todos os dados e processos de uma organização em um único sistema. A integração pode ser vista sob a perspectiva funcional (sistemas de: finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras, etc) e sob a perspectiva sistêmica (sistema de processamento de transações, sistemas de informações gerenciais, sistemas de apoio à decisão, etc). Os ERPs, em termos gerais, são uma plataforma de software desenvolvida para integrar os diversos departamentos de uma empresa, possibilitando a automação e armazenamento de todas as informações de negócios.

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equilibrada sob as quatro perspectivas. Dessa forma con-tribui para que as empresas acompanhem o desempenho financeiro, monitorando, ao mesmo tempo, o progresso na construção de capacidades e na aquisição dos ativos intangíveis necessários para o crescimento futuro.

Portanto, a partir de uma visão balanceada e integrada de uma organização, o BSC permite descrever a estratégia de forma muito clara, através de cinco perspectivas: finan-ceira; clientes; processos internos; aprendizado e cresci-mento, sendo que todos se interligam entre si, formando uma relação de causa e efeito.

Desde que foi criado, o BSC vem sendo utilizado por cente-nas de organizações do setor privado, público e em ONG’s no mundo inteiro e foi escolhido pela renomada revista Harvard Business Review como uma das práticas de gestão mais importantes e revolucionárias dos últimos 75 anos.

Balanced Score Card Seu surgimento está relacionado às limitações dos sistemas tradicionais de avaliação de desempenho, o que não deixa de ser um dos problemas do planejamento estratégico, uma importante ferramenta de gestão estratégica.

O BSC motiva melhorias não incrementais em áreas críticas, tais como desenvolvimento de produtos, processos, clientes e mercados.

O início dos estudos que deram origem ao BSC remonta à década de 90, quando o Instituto Nolan Norton patrocinou um estudo de um ano de duração com doze empresas cuja motivação baseava-se na crença de que os métodos exis-tentes de avaliação do desempenho empresarial baseados nos indicadores contábeis e financeiros prejudicavam a capacidade das empresas de criar valor econômico.

O BSC organiza-se em torno de quatro perspectivas: financeira, do cliente, interna e de inovação e apren-dizado. O nome Balanced Score Card reflete o equilíbrio entre os objetivos de curto e longo prazos; entre medidas financeiras e não-financeiras; entre indicadores de tendên-cia e ocorrências; entre perspectiva interna e externa do desempenho.

As experiências de aplicação do BSC revelam que executi-vos arrojados utilizam o BSC não apenas como um instrumen-to de medida do desempenho organizacional, mas também como ferramenta de gestão, sendo também utilizado para estabelecer metas individuais e de equipes, remuneração, alocação de recursos, planejamento, orçamento, feedback e aprendizagem estratégica.

O BSC não é um fim em si mesmo, mas uma ferramenta de gestão sob a qual orbita um novo modelo organizacional chama-do de Organização Orientada para a Estratégia. Nessas organizações, o BSC é utilizado para alinhar as unidades de negócio, as unidades de serviço compartilhado, as equipes e os indivíduos em torno das metas organizacionais gerais, ou seja, alinhá-los à estratégia da empresa.

Kaplan & Norton definiram inicialmente o BSC como um sistema de mensuração do desempenho e poste-riormente, como um sistema de gestão estratégica.

Definição do BSC O BSC também é classificado como um sistema de suporte à decisão, pois pretende reunir os elemen-tos-chave para poder acompanhar o cumprimento da estratégia. Esta definição recebe críticas, pois ele abrange mais do que a tomada de decisão, focando também a co-municação da estratégia e o feedback de seu cumprimento.

O BSC é um sistema que materializa a visão e o crescimento. Tais medidas devem ser interligadas para comunicar um pequeno número de temas estratégicos amplos, como o crescimento da empresa, a redução de riscos ou o aumento de produtividade.

Objetivos do BSC O principal objetivo do BSC é o alinhamento do planeja-mento estratégico com as ações operacionais da empresa. Esse objetivo é alcançado pelas seguintes ações:1) Esclarecer e traduzir a visão e a estratégia; 2) Comunicar e associar objetivos e medidas estratégicos; 3) Planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas estra-tégicas; 4) Melhorar o feedback e o aprendizado estratégico.

Componentes do BSCMapa estratégico: Descreve a estratégia da empresa através de objetivos relacionados entre si e distribuídos nas quatro dimensões (perspectivas). Objetivo estratégico: O que deve ser alcançado e o que é crítico para o sucesso da organização. Indicador: Como será medido e acompanhado o sucesso do alcance do objetivo. Meta: O nível de desempenho ou a taxa de melhoria ne-cessários. Plano de ação: Programas de ação-chave necessários para se alcançar os objetivos.

Etapas de Modelagem do BSCEtapa 1 - Arquitetura do programa de medição: O grande objetivo desta etapa é promover uma compre-ensão e uma análise crítica dos direcionadores de negócio e da visão de futuro. Um segundo objetivo é resgatar as diretrizes estratégicas, analisando sua coerência com os direcionadores de negócio e visão de futuro.

Etapa 2 - Interrelacionamento de objetivos estratégicos: As atividades desta etapa implicam alocar os objetivos estratégicos nas quatro dimensões do BSC, correla cio-nando-as entre si. Nesse processo poderão ou não surgir lacunas no interrelacionamento, que deverão ser eliminadas ou preenchidas a partir de novas discussões e análises do planejamento estratégico da organização.

Etapa 3 - Escolha e elaboração dos indicadores: O objetivo essencial da seleção de indicadores espe-cíficos para o BSC é a identificação dos indicadores que melhor comuniquem o significado da estratégia.

Etapa 4 - Elaboração do plano de implementação: Uma vez definidos os indicadores associados aos dife-rentes objetivos estratégicos, definem-se metas, planos de ação e responsáveis, a fim de direcionar a imple mentação da estratégia.

Um projeto típico de formulação e implantação de um BSC pode durar 16 semanas, porém nem todo esse tempo é ocupado com as atividades do BSC. Grande parte do tempo é determinado pela disponibilidade dos executivos para entrevistas, workshops e reuniões.

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Complemento - 237

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Benefícios do BSC1) Alinhamento de indicadores de resultado com indicadores de tendência; 2) O BSC considera diferentes grupos de interesse na análise e execução da estratégia; 3) Comunicação da estratégia; 4) O BSC é direcionado e focado nas ações; 5) O BSC é um instrumento flexível e considera o planeja-mento estratégico um ser vivo a ser testado e monitorado continuamente; 6) Alinhamento da organização com a estratégia; 7) Promove a sinergia organizacional; 8) Constrói um sistema de gestão estratégica e vincula a estratégia com planejamento e orçamento;

Críticas ao BSC Alguns usuários confundem os fins com os meios. O BSC é um meio de promover a estratégia;

Na vida real, a associação entre causa e efeito que o BSC prega, raramente é clara o suficiente. Na maioria das situações, devemos nos contentar em incluir a maioria das medidas certas no BSC, sem tentar imaginar qual é a relação entre elas;

Pontos fracos do BSC: Relações de causa e efeito unidirecionais e muito simplistas; Não separa causa e efeito no tempo; Ausência de mecanismos para validação; Vínculo entre estratégia e a operação insuficiente; Muito internamente focado; A ausência de uma base histórica suficiente para análise de um indicador pode levar a conclusões imprecisas.

Evolução do BSC

•Primeira fase: o BSC foi criado como um sistema de mensuração;

• Segunda fase: é o sistema de gerenciamento estratégico, ou seja, todos, juntos, podem opinar, decidir, mudar os rumos da estratégia

Isto é gestão da estratégia!

A relação entre os Indicadores nas Organizações do 2º Setor

•A Estratégia pode ser descrita como uma série de relações.•Revelar uma “linha de visibilidade” da estratégia até as atividades operacionais•Trabalhar somente com o que interessa.

As 4 Visões do BSC para o Setor Público

•A Estratégia pode ser descrita como uma série de relações.•Revelar uma “linha de visibilidade” da estratégia até as atividades operacionais•Trabalhar somente com o que interessa.

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238 - Complemento

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INDICADORES DE DESEMPENHO: PERSPECTIVA FINANCEIRA

•Valor para os acionistas;•Retorno sobre o investimento;•Margem;•Nível de investimento;•Geração de caixa;•Crescimento da receita;•Vendas;•Eficácia;

• Custos da mão-de-obra;• Rentabilidade;• Preço;• Estoque circulante;• Produtividade;• Resultado;• Eficácia;• Despesas;• Gastos.

INDICADORES DE DESEMPENHO: PERSPECTIVA DE CLIENTES

•Participação de mercado;•Crescimento do mercado;•Número de clientes importantes;•Grau de satisfação dos clientes;•Número de clientes potenciais;•Tempo necessário para responder a uma reclamação;•Grau de lealdade dos clientes;

•Custos de marketing;•Nível de satisfação dos clientes internos;•Prazo de entrega (entre a colocação do pedido e a entrega);•Porcentagem de pedidos entregue com atraso;•Tempo de atendimento de pedidos de serviço;•Porcentagem de devoluções.

INDICADORES DE DESEMPENHO: PERSPECTIVA INTERNA

•Eficiência;•Prazo de processamento;•Paradas; •Prazo de entrega; •Porcentagem de pedidos em atraso;•Prazo necessário para lançar novo produto ou serviço no mercado;• Grau de qualidade;

•Porcentagem de sucata;•Porcentagem de danos;•Porcentagem de devoluções;•Porcentagem de acidentes de trabalho;·Confiabilidade das entregas;·Disponibilidade de máquina.

INDICADORES DE DESEMPENHO: PERSPECTIVA APRENDIZADO

•Número de cursos de treinamento necessários ou concluídos;•Porcentagem de empregados qualificados;•Porcentagem de empregados treinados nas habilidades essenciais;•Custo de treinamento dos empregados, executivos e gerentes; •Receita por empregado;

•Número de sugestões por empregados;•Prazo médio de permanência do pessoal na mesma posição;•Porcentagem dos empregados com ambição pessoal vinculada à ambição; compartilhada da organização;•Vendas por empregado;•Custo de treinamento como porcentagem das vendas.

Conclusão Pode-se dizer que o BSC apresenta uma ordenação de conceitos e ideias preexistentes de uma forma lógica, objeti-va e inteligente. Sua correta aplicação implica uma série de benefícios, como integração de medidas financeiras e não-financeiras, comunicação e feedback da estratégia, vínculo da estratégia com planejamento e orçamento, garantia de foco e alinhamento organizacional, entre outros. Entretanto, não pode ser considerado como uma panaceia e como única alternativa para todos os males do planejamento estratégico e da administração estratégica.

“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, não há sucesso no que não se gerencia”.

Deming

Controle

O controle permite a correção de eventuais desvios que por razões várias podem vir a prejudicar a consecução do planejamento e seus objetivos, o que permite a indicação de ações corretivas adequando-se, quando necessário, mudan-ças de direção como o estabelecimento de novos objetivos, mesmo que isso implique em alterações de estruturas organi-zacionais, reestruturações de funções e cargos, além de uma eventual substituição nas técnicas diretivas.

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Complemento - 239

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O controle constitui um dos cinco princípios primordiais da administração, de tal forma que a sua inexistência ou deficiên-cia tem reflexos negativos nas demais funções (planejamento, organização, direção e coordenação), resultando na ineficácia e ineficiência da organização.

Controlar significa garantir que o planejamento seja bem executado e que os objetivos estabelecidos sejam alcançados adequadamente.

Premissas:• O controle está relacionado com a maneira pela qual os objetivos devem ser alcançados através das atividades das pessoas;• O controle serve para que tudo funcione da maneira certa no tempo certo.

Controle como função administrativa

O controle está presente em todas as formas de ação organizacional.• Nível Institucional: Controle estratégico: direcionado ao longo prazo, preocupado com futuro, aborda toda orga-nização, focaliza o ambiente externo, enfatiza a eficácia.• Nível Intermediário: Controle tático: Médio prazo, aborda cada departamento, focaliza a articulação interna. • Nível Operacional: Controle operacional: Curto prazo, aborda cada tarefa, focaliza cada processo, enfatiza a eficiência. O controle consiste basicamente de um processo que guia a atividade exercida para um fim previamente deter-minado.

Etapas:

• Estabelecimento de objetivos ou padrões de desem-penho;- São metas organizacionais e submetas de unidades for-muladas em termos de desempenho concreto e mensurável.

•Avaliação ou mensuração do desempenho atual;- O desempenho pode ser apurado de maneira quantitativa ou qualitativa. O conteúdo do conjunto de metas (padrões) estabelece se as medições devem ser feitas em uma base de curto ou longo prazo.

• Comparação do desempenho atual com os objetivos ou padrões estabelecidos;- Comparar os resultados do desempenho do período com o de períodos anteriores, assim como dos padrões internos ou externos;

• Tomada de ação corretiva para corrigir desvios.- É a ação administrativa que visa manter o desempenho dentro do nível dos padrões estabelecidos. Visa assegurar que tudo seja feito de acordo com o pretendido.

• Finalidades:- Correção de falhas ou erros existentes;- Prevenção de novas falhas ou erros.

Medidas corretivas são ferramentas para ajudar a me-lhorar o desempenho.

A partir dos resultados, os passos são:• Determinar as variações e a frequência que ocorrem, isto é, quais os resultados que estão muito acima ou muito abaixo dos padrões apresentados e os períodos;• Comunicar a informação às pessoas que produzem os resultados;• Utilizar a informação para reforçar o bom desempenho e corrigir o desempenho precário.

inDiCaDores De DesemPenho

Definições:“É a quantificação de quão bem um negócio (suas atividades e processos) atinge uma meta especificada.”

RUMMLER & BRACHE

“Medidas de desempenho são os sinais vitais de uma organização.”

HRONEC

“Gerenciar é controlar e agir corretivamente. Sem indicado-res, não há medição. Sem medição não há controle. Sem controle não há gerenciamento.”

JURAN

Os indicadores de desempenho devem focalizar as ques-tões críticas (fatores competitivos) do negócio da empresa.

Os indicadores devem apresentar as relações das diversas atividades com os requisitos dos clientes.

Avaliação de Desempenho

Aqui se insere a avaliação do desempenho.

Para que uma organização seja competitiva, não basta um bom planejamento estratégico. É preciso que o plano traçado seja cumprido. Portanto, é de vital importância a medição dos processos e dos resultados, tanto globais quanto pontuais, e sua comparação com os objetivos predeterminados.

Assim, o modelo de Administração Estratégica deve incluir o planejamento da avaliação do desempenho no processo de planejamento estratégico.

O planejamento da avaliação irá definir de que maneira será executado o controle dos processos e dos resultados da empresa rumo à visão de futuro almejada.

A manutenção da Competitividade depende do alinha-mento da organização com a estratégia escolhida.

O sistema de Medição de Desempenho deve induzir nos processos da empresa seus objetivos e estratégias.

Não basta escolher a rota; é preciso medir se estou nela.

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6. gestão De Projetos Nos últimos tempos, o termo “projeto” tem sido utilizado nas mais diversas situações: no âmbito pessoal, falamos em projeto de vida, projeto para o próximo ano; dentro do ambiente empresarial, sua utilização é crescente.

Assim, conceituar o termo se faz necessário.

Definições de Projeto:

Segundo Menezes, Projeto é um empreendimento único, que deve apresentar início e término claramente definidos, conduzido por pessoas, para atingir objetivos previamente definidos, respeitando os parâmetros de qualidade, custos e prazo.

Segundo o PMI (Project Management Institute) – insti-tuição voltada a estudos e trabalhos sobre a metodologia aplicada na condução de projetos, apresenta a seguinte definição:

“Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. A sua natureza temporária indica um início e término definidos. O término é alcançado quando os objetivos tiverem sido atingidos ou quando se concluir que estes objetivos não serão ou não poderão ser atingidos e o projeto for encerrado... Os projetos também podem ter impactos sociais, ambientais, econômicos com duração mais longa que a dos próprios projetos.”

Decompondo e entendendo as definições apresentadas, podem-se identificar elementos que diferenciam um projeto da rotina:- Projetos são únicos. Podem ser parecidos com outros pro-jetos, mas seus objetivos e particularidades o tornam distinto.- Esforço temporário: projeto deve ter início e término. Não necessariamente curto prazo, mas os esforços necessários são temporários. Diferentemente das atividades rotineiras que são contínuas, um projeto termina quando seus objeti-vos são alcançados. Eventualmente, caso os objetivos não sejam possíveis de serem realizados (devido a alterações no ambiente de negócio) um projeto poderá ser encerrado.- Projeto cria produto, serviço ou resultado específico, ou seja, projeto tem objetivos definidos, exclusivos. O verbo “criar” indica que um projeto desenvolve algo que não existia anteriormente, ou seja, projetos estão associados ao novo, ao fazer diferente.

Outra diferença entre rotina e projeto, é a questão da cronologia. As atividades rotineiras são contínuas, repetidas com frequência em intervalos pré-determinados e referen-ciadas como parte de um todo. Em projetos, suas atividades possuem datas de início e encerramento previamente es-tabelecidas e amarradas, as quais devem ser respeitadas, uma vez que fazem parte de uma cadeia de eventos.

Ainda em relação à comparação Rotina X Projetos, o trabalhar com incertezas, comum em projetos, uma vez que o mesmo busca criar novos produtos, serviços ou resulta-dos, enquanto em atividades rotineiras, busca-se eliminar ou ao menos, mitigar incertezas.

Também não podemos deixar de destacar a intensidade dos controles nos projetos, especialmente nos quesitos de qualidade, prazos e custos.

Ciclo de Vida de um projeto

Considerando que um projeto tem início e término definido, imagina-se que entre estas duas etapas existam outras e que através de seu estudo e análise, permita an-tecipadamente e de forma macro, o que poderá acontecer. Através da elaboração do ciclo de vida de um projeto, é possível elaborar um anteprojeto, um estudo de viabilidade sobre o que é desejado. A Figura 1, apresentada a seguir, mostra de forma gráfica, as principais etapas de um projeto em relação ao tempo de duração de um projeto.

Caracterização das fases, baseado em Menezes, 2003. (Gerenciamento de Projetos, Ed. Atlas)

Fase de Iniciação ou Conceitual:

É o início do projeto. Surge com a ideia, com uma ne-cessidade a ser atendida, um objetivo a ser alcançado, um problema a ser resolvido, estendendo-se até a aprovação da proposta para sua execução.

Principais atividades desta fase:- Identificação das necessidades e/ oportunidades, tradu-zindo-as em um problema a ser solucionado.- Equacionamento e definição do problema e a determina-ção dos objetivos e metas a serem alcançados.- Análise das potencialidades e recursos disponíveis.- Avaliação da viabilidade de atingimento dos objetivos.- Elaboração da proposta do projeto.- Apresentação da proposta e venda da ideia.- Decisão quanto à execução ou não do projeto.

Fase de Planejamento:

Foco desta etapa é a estruturação e viabilização ope-racional do projeto. Nela, a proposta aprovada é detalhada em um plano de execução operacional. As atividades mais frequentes desta etapa são:- Detalhamento das metas e objetivos a serem alcançados, com base na proposta aprovada.- Definição do gerente de projeto.- Detalhamento das atividades e estruturação analítica do projeto.- Programação das atividades em função do tempo e das necessidades.- Determinação dos resultados tangíveis a serem alcança-dos ao longo do projeto.- Programação da utilização e aprovisionamento dos re-cursos e pessoas necessários à execução das atividades.- Delineamento dos procedimentos de acompanhamento e controle a serem adotados durante a implantação/ execução do projeto.- Estabelecimento da estrutura orgânica formal a ser utilizada.- Estruturação dos sistemas de comunicação e de decisão do projeto.- Designação e comprometimento dos profissionais que participarão do projeto.- Treinamento dos envolvidos.

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Complemento - 241

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Fase de Execução:

É quando se executa o trabalho previsto. Quase sem-pre são necessários ajustes e adequações, mas o maior propósito é buscar sempre se referir ao plano inicial (espe-cialmente em relação aos prazos e orçamentos). Dentre as atividades, destacam-se:- Ativar a comunicação entre os membros da equipe do projeto.- Executar as etapas previstas e programadas.- Utilizar os recursos humanos e materiais, sempre que possível, dentro do que foi programado (quantidade e períodos de utilização).- Efetuar reprogramações no projeto segundo seu status quo, adotando os planos iniciais como diretrizes, eventu-almente, mutáveis.

Fase de Conclusão:

É a última fase. Corresponde ao encerramento do projeto. Tem como grande marca a dificuldade de manter, especialmente, o cronograma, pelo desligamento gradual dos profissionais. São comuns nesta fase:- Aceleração das atividades que eventualmente não tenham sido concluídas.- Realocação de recursos humanos do projeto para outras atividades ou projetos.- Elaboração de relatórios. Da memória técnica do projeto e a transferência dos resultados finais do projeto.- Emissão de avaliações globais sobre o desempenho da equipe do projeto e os resultados alcançados.- Acompanhamento ex post.

A figura 2 apresenta a alocação de recursos nas diferentes etapas de um projeto, evidenciando a fase de execução

Papéis definidos durante a fase de concepção

Patrocinador: Profissional da alta direção, genuinamente interessado no sucesso do projeto. Não tem atuação direta, mas atua de forma estratégica, mantendo o projeto como uma das prioridades da organização. Não é, necessaria-mente, pela pessoa que fomenta financeiramente o projeto.

Gerente do Projeto: deve ser definido no início do projeto, apesar de sua indicação ocorrer muitas vezes na fase de planejamento. É o condutor, o maestro do proces-so. Responde pelos resultados intermediários, sejam eles positivos, sejam eles negativos.

Ao longo do tempo, com a evolução dos modelos de gestão e estrutura das organizações dentre outras, obser-va-se mudança na forma de atuação do gerente de projeto, para uma efetiva condução do projeto.

A Figura 3 apresenta de forma resumida, a evolução da forma de atuar dos gerentes de projeto.

Equipe (básica) de projeto: formada por especialistas que auxiliam na definição do escopo do projeto, das estimativas de prazos e recursos. Por vezes, a equipe básica é formada por profissionais mais sêniores que atuam no planejamento e que ao ser dado início da fase de execução, compõe uma nova equipe (conhecida como equipe definitiva) que será então responsável pela execução dos trabalhos.

Projetos, estratégia e operações

A Figura 4 mostra a posição dos projetos dentro de uma or-ganização, posicionando-o como forma de realizar ações que permitam viabilizar a estratégia das organizações. Uma vez concluídos, seus produtos ou serviços passam para produção.

Figura 4 - Projetos e Estratégia

Exercícios de Fixação

CESPE - 2008 - TCU - Analista de Controle Externo - Planejamento e Gestão - Prova 2Julgue os itens de 01 a 03, relativos à gestão de projetos.01. A redefinição e implementação dos processos de um

tribunal por seus administradores é um exemplo de projeto.

02. O recebimento, no setor de protocolo de um tribunal, dos processos que suscitarão posteriormente uma auditoria não configura um exemplo de projeto.

03. Na gestão de projetos, a estrutura funcional acaba por fazer que vários projetos disputem recursos limitados e prioridades.

Gabarito 01. C 02. C 03. C

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“Ferramentas & Termos” utilizadas em Projetos

Dentre as ferramentas & termos utilizados em projetos, destacam-se:

Termo de Abertura de Projeto (TAP) ou Project Charter: É o documento que formalmente autoriza um projeto ou uma fase e a documentação dos requisitos iniciais que satisfaçam as necessidades e expectativas das partes inte-ressadas. Tem como elementos mais frequentes: Objetivos Gerais/ Objetivos específicos, Fatores críticos de sucesso (FCS), Caminho Crítico, Escopo, Principais etapas e res-pectivas entregas/ EAP, Premissas, Riscos, Orçamentos.

Objetivos: Entregas do projeto; é o que o projeto pretende entregar. Objetivos geraissão aqueles mais amplos. São as metas de longo alcance, as contribuições que se desejam oferecer com a execução do projeto.

No entanto, para se cumprir os objetivos gerais é preciso delimitar metas mais específicas dentro do trabalho. São elas que, somadas, conduzirão ao desfecho do objetivo geral. Estes formam os objetivos específicos. No momento em que um projeto está sendo proposto, é preciso saber definir qual seu objetivo e seus benefícios, possibilitando verificar seu sucesso ou eventual fracasso ao final de sua execução (KERZNER, 2006).

Fatores Críticos de Sucesso: fatores críticos de sucesso de projetos são aquelas áreas de atuação que merecem uma dedicação maior para aumentar a possibilidade de sucesso do projeto, potencializando seus benefícios. É válido ressaltar, po-rém, que essa regra de causa e efeito não é uma relação exata.

É possível pensar em casos em que os fatores críticos de sucesso de projeto foram atendidos, mas mesmo assim o projeto não foi totalmente um sucesso, já que o sucesso do projeto está sujeito a interferências externas ao campo de atuação da equipe de projeto. Ao mesmo tempo, pode-se afirmar que há situações em que apesar da não conformi-dade de algum fator crítico de sucesso, o projeto é capaz de propiciar os benefícios definidos inicialmente.

A tabela 5, apresentada a seguir, mostra exemplos de fatores críticos de sucesso em projetos ligados à Recursos Humanos.

Figura 5 - Exemplos de Fatores Críticos de Sucesso

Caminho Crítico: Sequência de atividades que devem ser concluídas nas datas programadas para que o projeto possa ser concluído dentro do prazo final. Se o prazo final for ex-cedido, é porque no mínimo uma das atividades do caminho crítico não foi concluída na data programada.O Método do Caminho Crítico (CPM - Critical Path Method) é um dos vários métodos de análise de planejamento de projetos. O CPM está diretamente ligado ao planejamento do tempo, com o objetivo de minimizar o tempo de duração total do projeto.

Escopo: A definição do escopo se segue ao entendimento dos objetivos do projeto, dos resultados esperados e à descrição sumária do trabalho a ser realizado.É elaborado na etapa de iniciação do projeto e detalhada na etapa de planejamento. Descreve as características do produto/ serviço/ entrega e o trabalho necessário para realizá-lo.

O consenso inicial sobre o escopo do projeto é estabe-lecido entre pessoas, organizações ou departamentos de organizações, sendo uma pessoa, empresa, o cliente, o demandante do serviço, o prestador de serviços designado ou outra pessoa, para fazê-lo.

Embora pareça tratar de informações redundantes, é um processo necessário para explicitar a percepção do que o cliente espera do produto e o que o prestador de serviços precisa projetar, produzir e entregar.

Neste momento, todos os fatores, especialmente prazos e custos, ficam expostos, para não deixar margem a inter-pretações ambíguas, embora normalmente seja necessário mais adiante revê-los para ajustes das expectativas sobre o produto.

No escopo, é possível identificar o que o projeto entre-gará e o que não irá entregar. A definição de escopo ajuda a evitar que as equipes de projeto percam tempo e recursos resolvendo problemas que fogem da sua alçada.

Orçamento: Processo de agregar os custos estimados de ati-vidades individuais ou projetos de trabalho estabelecendo uma linha base de custos autorizados. (PMBOK® Quarta Edição)

Estrutura Analítica de Projetos (EAP): Processo para subdividir os trabalhos em um projeto. Dessa forma, os trabalhos tornam-se componentes menores e mais simples de serem gerenciados. Ela é uma representação hierárquica das entregas de um projeto.

As entregas são qualquer produto, resultado ou capaci-dade para realizar um serviço único e verificável que deve ser produzido para concluir um processo, uma fase ou um projeto (Guia PMBOK® Quarta Edição).

Simplificando, a EAP dividirá o projeto em entregas.

A Figura 6, mostra um projeto hipotético para a construção de uma casa, considerando os 03 níveis básicos conside-rados em uma EAP.

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Complemento - 243

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lei n. 12.288, De 20 De julho De 2010

Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclu-são, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descen-dência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada;II - desigualdade racial: toda situação injustificada de dife-renciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportu-nidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica;III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais;IV - população negra: o conjunto de pessoas que se auto-declaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga;V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais;VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a cor-reção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.Art. 2º É dever do Estado e da sociedade garantir a igual-dade de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas, empresariais, educacio-nais, culturais e esportivas, defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e culturais.Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da identidade nacional brasileira.Art. 4º A participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de:I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econômico e social;

Promoção Da igualDaDe raCial

II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirmativa;III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o adequado enfrentamento e a superação das desigualdades étnicas decorrentes do preconceito e da discriminação étnica;IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o combate à discriminação étnica e às desigualdades étnicas em todas as suas manifestações individuais, institucionais e estruturais;V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e institucionais que impedem a representação da diversidade étnica nas esferas pública e privada;VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da so-ciedade civil direcionadas à promoção da igualdade de oportuni-dades e ao combate às desigualdades étnicas, inclusive mediante a implementação de incentivos e critérios de condicionamento e prioridade no acesso aos recursos públicos;VII - implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segu-rança, trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à Justiça, e outros.Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa cons-tituir-se-ão em políticas públicas destinadas a reparar as distorções e desigualdades sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, nas esferas pública e privada, durante o processo de formação social do País.Art. 5º Para a consecução dos objetivos desta Lei, é insti-tuído o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), conforme estabelecido no Título III.

TÍTULO IIDOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO IDO DIREITO À SAÚDE

Art. 6º O direito à saúde da população negra será garantido pelo poder público mediante políticas universais, sociais e econômicas destinadas à redução do risco de doenças e de outros agravos.§ 1o O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde (SUS) para promoção, proteção e recuperação da saúde da população negra será de responsabilidade dos órgãos e instituições públicas federais, estaduais, distritais e municipais, da administração direta e indireta.§ 2o O poder público garantirá que o segmento da popu-lação negra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado sem discriminação.Art. 7º O conjunto de ações de saúde voltadas à população negra constitui a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo especificadas:I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças dos movimentos sociais em defesa da saúde da população negra nas instâncias de participação e controle social do SUS;II - produção de conhecimento científico e tecnológico em saúde da população negra;III - desenvolvimento de processos de informação, comu-nicação e educação para contribuir com a redução das vulnerabilidades da população negra.Art. 8º Constituem objetivos da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra:I - a promoção da saúde integral da população negra, prio-

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244 - Complemento

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rizando a redução das desigualdades étnicas e o combate à discriminação nas instituições e serviços do SUS;II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS no que tange à coleta, ao processamento e à análise dos dados desagregados por cor, etnia e gênero;III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racismo e saúde da população negra;IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos processos de formação e educação permanente dos trabalhadores da saúde;V - a inclusão da temática saúde da população negra nos proces-sos de formação política das lideranças de movimentos sociais para o exercício da participação e controle social no SUS.Parágrafo único. Os moradores das comunidades de rema-nescentes de quilombos serão beneficiários de incentivos específicos para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condições ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e nutricional e na atenção integral à saúde.

CAPÍTULO IIDO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE

E AO LAZER

Seção IDisposições Gerais

Art. 9º A população negra tem direito a participar de atividades educacionais, culturais, esportivas e de lazer adequadas a seus interesses e condições, de modo a contribuir para o patrimônio cultural de sua comunidade e da sociedade brasileira.Art. 10. Para o cumprimento do disposto no art. 9o, os governos federal, estaduais, distrital e municipais adotarão as seguintes providências:I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da população negra ao ensino gratuito e às atividades esportivas e de lazer;II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço para promoção social e cultural da população negra;III - desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive nas escolas, para que a solidariedade aos membros da população negra faça parte da cultura de toda a sociedade;IV - implementação de políticas públicas para o fortaleci-mento da juventude negra brasileira.

Seção IIDa Educação

Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, é obrigatório o estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil, observado o disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.§ 1o Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o de-senvolvimento social, econômico, político e cultural do País.§ 2o O órgão competente do Poder Executivo fomentará a formação inicial e continuada de professores e a elabo-ração de material didático específico para o cumprimento do disposto no caput deste artigo.§ 3o Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos responsáveis pela educação incentivarão a participação de intelectuais e representantes do movimento negro para debater com os estudantes suas vivências relativas ao tema em comemoração.

Art. 12. Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomen-to à pesquisa e à pós-graduação poderão criar incentivos a pesquisas e a programas de estudo voltados para temas referentes às relações étnicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra.Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos competentes, incentivará as instituições de ensino superior públicas e privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a:I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos pro-gramas de pós-graduação que desenvolvam temáticas de interesse da população negra;II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de forma-ção de professores temas que incluam valores concernen-tes à pluralidade étnica e cultural da sociedade brasileira;III - desenvolver programas de extensão universitária desti-nados a aproximar jovens negros de tecnologias avançadas, assegurado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os beneficiários;IV - estabelecer programas de cooperação técnica, nos es-tabelecimentos de ensino públicos, privados e comunitários, com as escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e ensino técnico, para a formação docente baseada em princípios de equidade, de tolerância e de respeito às diferenças étnicas.Art. 14. O poder público estimulará e apoiará ações socio-educacionais realizadas por entidades do movimento negro que desenvolvam atividades voltadas para a inclusão social, mediante cooperação técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros mecanismos.Art. 15. O poder público adotará programas de ação afirmativa.Art. 16. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos responsáveis pelas políticas de promoção da igualdade e de educação, acompanhará e avaliará os programas de que trata esta Seção.

Seção IIIDa Cultura

Art. 17. O poder público garantirá o reconhecimento das sociedades negras, clubes e outras formas de manifestação coletiva da população negra, com trajetória histórica com-provada, como patrimônio histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da Constituição Federal.Art. 18. É assegurado aos remanescentes das comunidades dos quilombos o direito à preservação de seus usos, costumes, tradições e manifestos religiosos, sob a proteção do Estado.Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos, tombados nos termos do § 5o do art. 216 da Constituição Federal, receberá especial atenção do poder público.Art. 19. O poder público incentivará a celebração das personalidades e das datas comemorativas relacionadas à trajetória do samba e de outras manifestações culturais de matriz africana, bem como sua comemoração nas ins-tituições de ensino públicas e privadas.Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza imaterial e de formação da identidade cultural brasileira, nos termos do art. 216 da Constituição Federal.Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por meio dos atos normativos necessários, a preservação dos elementos formadores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais.

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Seção IVDo Esporte e Lazer

Art. 21. O poder público fomentará o pleno acesso da população negra às práticas desportivas, consolidando o esporte e o lazer como direitos sociais.Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional, nos termos do art. 217 da Constituição Federal.§ 1o A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território nacional.§ 2o É facultado o ensino da capoeira nas instituições pú-blicas e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos.

CAPÍTULO IIIDO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E

DE CRENÇA E AO LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS

Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sen-do assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende:I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de lugares reservados para tais fins;II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com preceitos das respectivas religiões;III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de institui-ções beneficentes ligadas às respectivas convicções religiosas;IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de artigos e materiais religiosos adequados aos costumes e às práticas fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas vedadas por legislação específica;V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao exercício e à difusão das religiões de matriz africana;VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas na-turais e jurídicas de natureza privada para a manutenção das atividades religiosas e sociais das respectivas religiões;VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para divulgação das respectivas religiões;VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância reli-giosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais.Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos prati-cantes de religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em outras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles submetidos a pena privativa de liberdade.Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância com as religiões de matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores, especial-mente com o objetivo de:I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para a difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na religiosidade de matrizes africanas;II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e outros bens de valor artístico e cultural, os monumentos, mananciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às reli-giões de matrizes africanas;III - assegurar a participação proporcional de representantes das religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instâncias de deliberação vinculadas ao poder público.

CAPÍTULO IVDO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA

Seção IDo Acesso à Terra

Art. 27. O poder público elaborará e implementará políticas públicas capazes de promover o acesso da população negra à terra e às atividades produtivas no campo.Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades produtivas da população negra no campo, o poder público promoverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento agrícola.Art. 29. Serão assegurados à população negra a assis-tência técnica rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o fortalecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da produção.Art. 30. O poder público promoverá a educação e a orien-tação profissional agrícola para os trabalhadores negros e as comunidades negras rurais.Art. 31. Aos remanescentes das comunidades dos qui-lombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desenvol-verá políticas públicas especiais voltadas para o desenvol-vimento sustentável dos remanescentes das comunidades dos quilombos, respeitando as tradições de proteção ambiental das comunidades.Art. 33. Para fins de política agrícola, os remanescentes das comunidades dos quilombos receberão dos órgãos compe-tentes tratamento especial diferenciado, assistência técnica e linhas especiais de financiamento público, destinados à realização de suas atividades produtivas e de infraestrutura.Art. 34. Os remanescentes das comunidades dos quilom-bos se beneficiarão de todas as iniciativas previstas nesta e em outras leis para a promoção da igualdade étnica.

Seção IIDa Moradia

Art. 35. O poder público garantirá a implementação de políticas públicas para assegurar o direito à moradia ade-quada da população negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas subutilizadas, degradadas ou em processo de degradação, a fim de reintegrá-las à dinâmica urbana e promover melhorias no ambiente e na qualidade de vida.Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os efeitos desta Lei, inclui não apenas o provimento habita-cional, mas também a garantia da infraestrutura urbana e dos equipamentos comunitários associados à função habitacional, bem como a assistência técnica e jurídica para a construção, a reforma ou a regularização fundiária da habitação em área urbana.Art. 36. Os programas, projetos e outras ações governamen-tais realizadas no âmbito do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), regulado pela Lei no 11.124, de 16 de junho de 2005, devem considerar as peculiaridades sociais, econômicas e culturais da população negra.Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municí-pios estimularão e facilitarão a participação de organizações e movimentos representativos da população negra na com-posição dos conselhos constituídos para fins de aplicação do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS).Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados, promoverão ações para viabilizar o acesso da população negra aos financiamentos habitacionais.

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CAPÍTULO VDO TRABALHO

Art. 38. A implementação de políticas voltadas para a inclusão da população negra no mercado de trabalho será de responsabilidade do poder público, observando-se:I - o instituído neste Estatuto;II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, de 1965;III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Convenção no 111, de 1958, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da discriminação no emprego e na profissão;IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo Brasil perante a comunidade internacional.Art. 39. O poder público promoverá ações que assegurem a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a população negra, inclusive mediante a implementação de medidas visando à promoção da igualdade nas contrata-ções do setor público e o incentivo à adoção de medidas similares nas empresas e organizações privadas.§ 1º A igualdade de oportunidades será lograda mediante a adoção de políticas e programas de formação profissional, de emprego e de geração de renda voltados para a população negra.§ 2º As ações visando a promover a igualdade de oportu-nidades na esfera da administração pública far-se-ão por meio de normas estabelecidas ou a serem estabelecidas em legislação específica e em seus regulamentos.§ 3º O poder público estimulará, por meio de incentivos, a adoção de iguais medidas pelo setor privado.§ 4º As ações de que trata o caput deste artigo assegu-rarão o princípio da proporcionalidade de gênero entre os beneficiários.§ 5º Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena produção, nos meios rural e urbano, com ações afirmativas para mulheres negras.§ 6º O poder público promoverá campanhas de sensibili-zação contra a marginalização da mulher negra no trabalho artístico e cultural.§ 7º O poder público promoverá ações com o objetivo de elevar a escolaridade e a qualificação profissional nos seto-res da economia que contem com alto índice de ocupação por trabalhadores negros de baixa escolarização.Art. 40. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) formulará políticas, programas e projetos voltados para a inclusão da população negra no mercado de trabalho e orientará a destinação de recursos para seu financiamento.Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por meio de financiamento para constituição e ampliação de pequenas e médias empresas e de programas de geração de renda, contemplarão o estímulo à promoção de empresários negros.Parágrafo único. O poder público estimulará as atividades voltadas ao turismo étnico com enfoque nos locais, mo-numentos e cidades que retratem a cultura, os usos e os costumes da população negra.Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar critérios para provimento de cargos em comissão e funções de confiança destinados a ampliar a participação de negros, buscando reproduzir a estrutura da distribuição étnica nacional ou, quando for o caso, estadual, observados os dados demográficos oficiais.

CAPÍTULO VIDOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação valorizará a herança cultural e a participação da população negra na história do País.Art. 44. Na produção de filmes e programas destinados à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas ci-nematográficas, deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de emprego para atores, figurantes e técni-cos negros, sendo vedada toda e qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou artística.Parágrafo único. A exigência disposta no caput não se aplica aos filmes e programas que abordem especificidades de grupos étnicos determinados.Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias des-tinadas à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas o disposto no art. 44. Art. 46. Os órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional, as empresas pú-blicas e as sociedades de economia mista federais deverão incluir cláusulas de participação de artistas negros nos contratos de realização de filmes, programas ou quaisquer outras peças de caráter publicitário.§ 1º Os órgãos e entidades de que trata este artigo inclui-rão, nas especificações para contratação de serviços de consultoria, conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças publicitárias, a obrigatoriedade da prá-tica de iguais oportunidades de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço contratado.§ 2º Entende-se por prática de iguais oportunidades de em-prego o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a finalidade de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na equipe vinculada ao projeto ou serviço contratado.§ 3º A autoridade contratante poderá, se considerar necessário para garantir a prática de iguais oportunidades de emprego, requerer auditoria por órgão do poder público federal.§ 4º A exigência disposta no caput não se aplica às pro-duções publicitárias quando abordarem especificidades de grupos étnicos determinados.

TÍTULO IIIDO SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO

DA IGUALDADE RACIAL (SINAPIR)CAPÍTULO I

DISPOSIÇÃO PRELIMINARArt. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) como forma de organização e de articulação voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, prestados pelo poder público federal.§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão participar do Sinapir mediante adesão.§ 2º O poder público federal incentivará a sociedade e a iniciativa privada a participar do Sinapir.

CAPÍTULO IIDOS OBJETIVOS

Art. 48. São objetivos do Sinapir:I - promover a igualdade étnica e o combate às desigual-dades sociais resultantes do racismo, inclusive mediante adoção de ações afirmativas;II - formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a promover a integração social da população negra;III - descentralizar a implementação de ações afirmativas

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pelos governos estaduais, distrital e municipais;IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à pro-moção da igualdade étnica;V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das ações afirmativas e o cumpri-mento das metas a serem estabelecidas.

CAPÍTULO IIIDA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA

Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional de promoção da igualdade racial contendo as metas, princí-pios e diretrizes para a implementação da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR).§ 1º A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e acompanhamento da PNPIR, bem como a organização, articulação e coordenação do Sinapir, serão efetivados pelo órgão responsável pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional.§ 2º É o Poder Executivo federal autorizado a instituir fórum intergovernamental de promoção da igualdade étnica, a ser coordenado pelo órgão responsável pelas políticas de pro-moção da igualdade étnica, com o objetivo de implementar estratégias que visem à incorporação da política nacional de promoção da igualdade étnica nas ações governamentais de Estados e Municípios.§ 3º As diretrizes das políticas nacional e regional de pro-moção da igualdade étnica serão elaboradas por órgão colegiado que assegure a participação da sociedade civil. Art. 50. Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais, no âmbito das respectivas esferas de competência, poderão instituir conselhos de promoção da igualdade étnica, de caráter permanente e consultivo, compostos por igual número de repre-sentantes de órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil representativas da população negra.Parágrafo único. O Poder Executivo priorizará o repasse dos recursos referentes aos programas e atividades previs-tos nesta Lei aos Estados, Distrito Federal e Municípios que tenham criado conselhos de promoção da igualdade étnica.

CAPÍTULO IVDAS OUVIDORIAS PERMANENTES E DO ACESSO À

JUSTIÇA E À SEGURANÇAArt. 51. O poder público federal instituirá, na forma da lei e no âmbito dos Poderes Legislativo e Executivo, Ouvidorias Permanentes em Defesa da Igualdade Racial, para receber e encaminhar denúncias de preconceito e discriminação com base em etnia ou cor e acompanhar a implementação de medidas para a promoção da igualdade.Art. 52. É assegurado às vítimas de discriminação étnica o acesso aos órgãos de Ouvidoria Permanente, à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as suas instâncias, para a garantia do cumprimento de seus direitos.Parágrafo único. O Estado assegurará atenção às mulheres negras em situação de violência, garantida a assistência física, psíquica, social e jurídica.Art. 53. O Estado adotará medidas especiais para coibir a violência policial incidente sobre a população negra.Parágrafo único. O Estado implementará ações de resso-cialização e proteção da juventude negra em conflito com a lei e exposta a experiências de exclusão social.Art. 54. O Estado adotará medidas para coibir atos de dis-criminação e preconceito praticados por servidores públicos em detrimento da população negra, observado, no que couber, o disposto na Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989.Art. 55. Para a apreciação judicial das lesões e das amea-

ças de lesão aos interesses da população negra decorrentes de situações de desigualdade étnica, recorrer-se-á, entre outros instrumentos, à ação civil pública, disciplinada na Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.

CAPÍTULO VDO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE PROMOÇÃO

DA IGUALDADE RACIALArt. 56. Na implementação dos programas e das ações constantes dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais da União, deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se refere o inciso VII do art. 4o desta Lei e outras políticas públicas que tenham como objetivo pro-mover a igualdade de oportunidades e a inclusão social da população negra, especialmente no que tange a:I - promoção da igualdade de oportunidades em educação, emprego e moradia;II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde e emprego, voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população negra;III - incentivo à criação de programas e veículos de comu-nicação destinados à divulgação de matérias relacionadas aos interesses da população negra;IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas administradas por pessoas autodeclaradas negras;V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das pessoas negras na educação fundamental, média, técnica e superior;VI - apoio a programas e projetos dos governos estaduais, distrital e municipais e de entidades da sociedade civil voltados para a promoção da igualdade de oportunidades para a população negra;VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e das tradições africanas e brasileiras.§ 1o O Poder Executivo federal é autorizado a adotar me-didas que garantam, em cada exercício, a transparência na alocação e na execução dos recursos necessários ao financiamento das ações previstas neste Estatuto, explici-tando, entre outros, a proporção dos recursos orçamentários destinados aos programas de promoção da igualdade, especialmente nas áreas de educação, saúde, emprego e renda, desenvolvimento agrário, habitação popular, desen-volvimento regional, cultura, esporte e lazer.§ 2º Durante os 5 (cinco) primeiros anos, a contar do exercício subsequente à publicação deste Estatuto, os órgãos do Poder Executivo federal que desenvolvem polí-ticas e programas nas áreas referidas no § 1o deste artigo discriminarão em seus orçamentos anuais a participação nos programas de ação afirmativa referidos no inciso VII do art. 4o desta Lei.§ 3º O Poder Executivo é autorizado a adotar as medidas necessárias para a adequada implementação do disposto neste artigo, podendo estabelecer patamares de partici-pação crescente dos programas de ação afirmativa nos orçamentos anuais a que se refere o § 2o deste artigo.§ 4o O órgão colegiado do Poder Executivo federal res-ponsável pela promoção da igualdade racial acompanhará e avaliará a programação das ações referidas neste artigo nas propostas orçamentárias da União.Art. 57. Sem prejuízo da destinação de recursos ordiná-rios, poderão ser consignados nos orçamentos fiscal e da seguridade social para financiamento das ações de que trata o art. 56:I - transferências voluntárias dos Estados, do Distrito Fe-deral e dos Municípios;

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II - doações voluntárias de particulares;III - doações de empresas privadas e organizações não governamentais, nacionais ou internacionais;IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacionais;V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convê-nios, tratados e acordos internacionais.

TÍTULO IVDISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 58. As medidas instituídas nesta Lei não excluem outras em prol da população negra que tenham sido ou venham a ser adotadas no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.Art. 59. O Poder Executivo federal criará instrumentos para aferir a eficácia social das medidas previstas nesta Lei e efetuará seu monitoramento constante, com a emissão e a divulgação de relatórios periódicos, inclusive pela rede mundial de computadores.Art. 60. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 7.716, de 1989, passam a vigorar com a seguinte redação:“Art. 3o ........................................................................Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção funcional.” (NR)“Art. 4o ........................................................................§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de dis-criminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica:I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições com os demais trabalhadores;II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional;III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário.§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências.” (NR)Art. 61. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995, passam a vigorar com a seguinte redação:“Art. 3o Sem prejuízo do prescrito no art. 2o e nos dispositi-vos legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de etnia, raça ou cor, as infrações do disposto nesta Lei são passíveis das seguintes cominações:...................................................................................” (NR)“Art. 4o O rompimento da relação de trabalho por ato discri-minatório, nos moldes desta Lei, além do direito à reparação pelo dano moral, faculta ao empregado optar entre:...................................................................................” (NR)Art. 62. O art. 13 da Lei no 7.347, de 1985, passa a vigorar acrescido do seguinte § 2o, renumerando-se o atual pará-grafo único como § 1o:“Art. 13. ...............................................................................§ 1o ....................................................................................§ 2º Havendo acordo ou condenação com fundamento em dano causado por ato de discriminação étnica nos termos do disposto no art. 1o desta Lei, a prestação em dinheiro reverterá diretamente ao fundo de que trata o caput e será utilizada para ações de promoção da igualdade étnica, conforme definição do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, na hipótese de extensão nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial estaduais ou

locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou local, respectivamente.” (NR)Art. 63. O § 1o do art. 1o da Lei nº 10.778, de 24 de no-vembro de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação:“Art. 1o .......................................................................§ 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por violência contra a mulher qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, inclusive decorrente de discriminação ou desigual-dade étnica, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público quanto no privado....................................................................................” (NR)Art. 64. O § 3o do art. 20 da Lei nº 7.716, de 1989, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso III:“Art. 20. ............................................................................................................................................................................§ 3o .................................................................................................................................................................................III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede mundial de computadores....................................................................................” (NR)Art. 65. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data de sua publicação.

Brasília, 20 de julho de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVAEloi Ferreira de Araújo

DeCreto nº 6.040, De 7 De Fevereiro De 2007

Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição, DECRETA: Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Desenvolvi-mento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais - PNPCT, na forma do Anexo a este Decreto. Art. 2º Compete à Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais - CNPCT, criada pelo Decreto de 13 de julho de 2006, coordenar a implementação da Política Nacional para o Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais.Art. 3º Para os fins deste Decreto e do seu Anexo com-preende-se por:I - Povos e Comunidades Tradicionais: grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua re-produção cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição; II - Territórios Tradicionais: os espaços necessários a repro-dução cultural, social e econômica dos povos e comunida-des tradicionais, sejam eles utilizados de forma permanente ou temporária, observado, no que diz respeito aos povos indígenas e quilombolas, respectivamente, o que dispõem os arts. 231 da Constituição e 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e demais regulamentações; e III - Desenvolvimento Sustentável: o uso equilibrado dos

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recursos naturais, voltado para a melhoria da qualidade de vida da presente geração, garantindo as mesmas possibi-lidades para as gerações futuras. Art. 4o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 7 de fevereiro de 2007;

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

ANEXO POLÍTICA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL DOS POVOS E COMUNIDADES

TRADICIONAIS PRINCÍPIOSArt. 1º As ações e atividades voltadas para o alcance dos objetivos da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais deve-rão ocorrer de forma intersetorial, integrada, coordenada, sistemática e observar os seguintes princípios:I - o reconhecimento, a valorização e o respeito à diversidade socioambiental e cultural dos povos e comunidades tradicio-nais, levando-se em conta, dentre outros aspectos, os recortes etnia, raça, gênero, idade, religiosidade, ancestralidade, orien-tação sexual e atividades laborais, entre outros, bem como a relação desses em cada comunidade ou povo, de modo a não desrespeitar, subsumir ou negligenciar as diferenças dos mesmos grupos, comunidades ou povos ou, ainda, instaurar ou reforçar qualquer relação de desigualdade; II - a visibilidade dos povos e comunidades tradicionais deve se expressar por meio do pleno e efetivo exercício da cidadania;III - a segurança alimentar e nutricional como direito dos povos e comunidades tradicionais ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis;IV - o acesso em linguagem acessível à informação e ao conhecimento dos documentos produzidos e utilizados no âmbito da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentá-vel dos Povos e Comunidades Tradicionais; V - o desenvolvimento sustentável como promoção da melhoria da qualidade de vida dos povos e comunidades tradicionais nas gerações atuais, garantindo as mesmas possibilidades para as gerações futuras e respeitando os seus modos de vida e as suas tradições;VI - a pluralidade socioambiental, econômica e cultural das comu-nidades e dos povos tradicionais que interagem nos diferentes biomas e ecossistemas, sejam em áreas rurais ou urbanas;VII - a promoção da descentralização e transversalidade das ações e da ampla participação da sociedade civil na elaboração, monitoramento e execução desta Política a ser implementada pelas instâncias governamentais;VIII - o reconhecimento e a consolidação dos direitos dos povos e comunidades tradicionais;IX - a articulação com as demais políticas públicas relacio-nadas aos direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais nas diferentes esferas de governo; X - a promoção dos meios necessários para a efetiva participação dos Povos e Comunidades Tradicionais nas instâncias de controle social e nos processos decisórios relacionados aos seus direitos e interesses; XI - a articulação e integração com o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; XII - a contribuição para a formação de uma sensibilização coletiva por parte dos órgãos públicos sobre a importância

dos direitos humanos, econômicos, sociais, culturais, am-bientais e do controle social para a garantia dos direitos dos povos e comunidades tradicionais;XIII - a erradicação de todas as formas de discriminação, incluindo o combate à intolerância religiosa; eXIV - a preservação dos direitos culturais, o exercício de práticas comunitárias, a memória cultural e a identidade racial e étnica.

OBJETIVO GERAL Art. 2º A PNPCT tem como principal objetivo promover o desenvolvimento sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, com ênfase no reconhecimento, fortalecimento e garantia dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais, econômicos e culturais, com respeito e valorização à sua identidade, suas formas de organização e suas instituições.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS Art. 3º São objetivos específicos da PNPCT:I - garantir aos povos e comunidades tradicionais seus terri-tórios, e o acesso aos recursos naturais que tradicionalmente utilizam para sua reprodução física, cultural e econômica;II - solucionar e/ou minimizar os conflitos gerados pela implantação de Unidades de Conservação de Proteção Integral em territórios tradicionais e estimular a criação de Unidades de Conservação de Uso Sustentável;III - implantar infra-estrutura adequada às realidades sócio--culturais e demandas dos povos e comunidades tradicionais; IV - garantir os direitos dos povos e das comunidades tradicionais afetados direta ou indiretamente por projetos, obras e empreendimentos;V - garantir e valorizar as formas tradicionais de educação e fortalecer processos dialógicos como contribuição ao desenvolvimento próprio de cada povo e comunidade, ga-rantindo a participação e controle social tanto nos processos de formação educativos formais quanto nos não-formais;VI - reconhecer, com celeridade, a auto-identificação dos povos e comunidades tradicionais, de modo que possam ter acesso pleno aos seus direitos civis individuais e coletivos;VII - garantir aos povos e comunidades tradicionais o acesso aos serviços de saúde de qualidade e adequados às suas ca-racterísticas sócio-culturais, suas necessidades e demandas, com ênfase nas concepções e práticas da medicina tradicional;VIII - garantir no sistema público previdenciário a adequação às especificidades dos povos e comunidades tradicionais, no que diz respeito às suas atividades ocupacionais e reli-giosas e às doenças decorrentes destas atividades;IX - criar e implementar, urgentemente, uma política pública de saúde voltada aos povos e comunidades tradicionais;X - garantir o acesso às políticas públicas sociais e a participação de representantes dos povos e comunidades tradicionais nas instâncias de controle social;XI - garantir nos programas e ações de inclusão social recortes diferenciados voltados especificamente para os povos e comunidades tradicionais;XII - implementar e fortalecer programas e ações voltados às relações de gênero nos povos e comunidades tradicionais, assegurando a visão e a participação feminina nas ações governamentais, valorizando a importância histórica das mulheres e sua liderança ética e social;XIII - garantir aos povos e comunidades tradicionais o acesso e a gestão facilitados aos recursos financeiros provenientes dos diferentes órgãos de governo;XIV - assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e coletivos concernentes aos povos e comunidades tradi-

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cionais, sobretudo nas situações de conflito ou ameaça à sua integridade;XV - reconhecer, proteger e promover os direitos dos povos e comunidades tradicionais sobre os seus conhecimentos, práticas e usos tradicionais;XVI - apoiar e garantir o processo de formalização institu-cional, quando necessário, considerando as formas tradi-cionais de organização e representação locais; eXVII - apoiar e garantir a inclusão produtiva com a promo-ção de tecnologias sustentáveis, respeitando o sistema de organização social dos povos e comunidades tradicionais, valorizando os recursos naturais locais e práticas, saberes e tecnologias tradicionais.

DOS INSTRUMENTOS DE IMPLEMENTAÇÃO Art. 4º São instrumentos de implementação da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais:I - os Planos de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais;II - a Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, instituída pelo Decreto de 13 de julho de 2006;III - os fóruns regionais e locais; eIV - o Plano Plurianual.

DOS PLANOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

DOS POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS Art. 5º Os Planos de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais têm por objetivo fundamentar e orientar a implementação da PNPCT e consistem no conjunto das ações de curto, médio e longo prazo, elaboradas com o fim de implementar, nas diferentes esferas de governo, os princípios e os objetivos estabelecidos por esta Política:I - os Planos de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais poderão ser estabelecidos com base em parâmetros ambientais, regionais, temáticos, étnico--socio-culturais e deverão ser elaborados com a participação eqüitativa dos representantes de órgãos governamentais e dos povos e comunidades tradicionais envolvidos;II - a elaboração e implementação dos Planos de Desenvol-vimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais poderá se dar por meio de fóruns especialmente criados para esta finalidade ou de outros cuja composição, área de abrangência e finalidade sejam compatíveis com o alcance dos objetivos desta Política; eIII - o estabelecimento de Planos de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais não é limitado, desde que respeitada a atenção equiparada aos diversos segmentos dos povos e comunidades tradicionais, de modo a não convergirem exclusivamente para um tema, região, povo ou comunidade.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 6º A Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais deverá, no âmbito de suas competências e no prazo máximo de noventa dias:I - dar publicidade aos resultados das Oficinas Regionais que subsidiaram a construção da PNPCT, realizadas no período de 13 a 23 de setembro de 2006;II - estabelecer um Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável para os Povos e Comunidades Tradicionais, o qual deverá ter como base os resultados das Oficinas Regionais mencionados no inciso I; e

III - propor um Programa Multi-setorial destinado à imple-mentação do Plano Nacional mencionado no inciso II no âmbito do Plano Plurianual.

DeCreto nº 4.887, De 20 De novembro De 2003

Regulamenta o procedimento para identificação, reco-nhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição e de acordo com o disposto no art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,DECRETA:Art. 1º Os procedimentos administrativos para a identifi-cação, o reconhecimento, a delimitação, a demarcação e a titulação da propriedade definitiva das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos, de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, serão procedidos de acordo com o estabele-cido neste Decreto.Art. 2º Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste Decreto, os grupos étnico--raciais, segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida. Vide ADIN nº 3.239§ 1o Para os fins deste Decreto, a caracterização dos rema-nescentes das comunidades dos quilombos será atestada mediante autodefinição da própria comunidade.§ 2o São terras ocupadas por remanescentes das comuni-dades dos quilombos as utilizadas para a garantia de sua reprodução física, social, econômica e cultural.§ 3o Para a medição e demarcação das terras, serão leva-dos em consideração critérios de territorialidade indicados pelos remanescentes das comunidades dos quilombos, sendo facultado à comunidade interessada apresentar as peças técnicas para a instrução procedimental.Art. 3º Compete ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, a identificação, reconhecimento, delimi-tação, demarcação e titulação das terras ocupadas pelos remanescentes das comunidades dos quilombos, sem pre-juízo da competência concorrente dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.§ 1o O INCRA deverá regulamentar os procedimentos administrativos para identificação, reconhecimento, delimi-tação, demarcação e titulação das terras ocupadas pelos remanescentes das comunidades dos quilombos, dentro de sessenta dias da publicação deste Decreto.§ 2o Para os fins deste Decreto, o INCRA poderá estabelecer convênios, contratos, acordos e instrumentos similares com órgãos da administração pública federal, estadual, municipal, do Distrito Federal, organizações não-governamentais e enti-dades privadas, observada a legislação pertinente.§ 3o O procedimento administrativo será iniciado de ofício pelo INCRA ou por requerimento de qualquer interessado.§ 4o A autodefinição de que trata o § 1o do art. 2o deste Decreto será inscrita no Cadastro Geral junto à Fundação Cultural Palmares, que expedirá certidão respectiva na forma do regulamento.

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Art. 4o Compete à Secretaria Especial de Políticas de Pro-moção da Igualdade Racial, da Presidência da República, assistir e acompanhar o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o INCRA nas ações de regularização fundiária, para garantir os direitos étnicos e territoriais dos remanes-centes das comunidades dos quilombos, nos termos de sua competência legalmente fixada.Art. 5º Compete ao Ministério da Cultura, por meio da Fundação Cultural Palmares, assistir e acompanhar o Mi-nistério do Desenvolvimento Agrário e o INCRA nas ações de regularização fundiária, para garantir a preservação da identidade cultural dos remanescentes das comunidades dos quilombos, bem como para subsidiar os trabalhos técnicos quando houver contestação ao procedimento de identificação e reconhecimento previsto neste Decreto.Art. 6º Fica assegurada aos remanescentes das comuni-dades dos quilombos a participação em todas as fases do procedimento administrativo, diretamente ou por meio de representantes por eles indicados.Art. 7º O INCRA, após concluir os trabalhos de campo de identificação, delimitação e levantamento ocupacional e cartorial, publicará edital por duas vezes consecutivas no Diário Oficial da União e no Diário Oficial da unidade federada onde se localiza a área sob estudo, contendo as seguintes informações:I - denominação do imóvel ocupado pelos remanescentes das comunidades dos quilombos;II - circunscrição judiciária ou administrativa em que está situado o imóvel;III - limites, confrontações e dimensão constantes do me-morial descritivo das terras a serem tituladas; eIV - títulos, registros e matrículas eventualmente incidentes sobre as terras consideradas suscetíveis de reconhecimen-to e demarcação. § 1o A publicação do edital será afixada na sede da pre-feitura municipal onde está situado o imóvel.§ 2o O INCRA notificará os ocupantes e os confinantes da área delimitada.Art. 8º Após os trabalhos de identificação e delimitação, o INCRA remeterá o relatório técnico aos órgãos e entidades abaixo relacionados, para, no prazo comum de trinta dias, opinar sobre as matérias de suas respectivas competências:I - Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional - IPHAN;II - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;III - Secretaria do Patrimônio da União, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;IV - Fundação Nacional do Índio - FUNAI;V - Secretaria Executiva do Conselho de Defesa Nacional;VI - Fundação Cultural Palmares.Parágrafo único. Expirado o prazo e não havendo mani-festação dos órgãos e entidades, dar-se-á como tácita a concordância com o conteúdo do relatório técnico.Art. 9º Todos os interessados terão o prazo de noventa dias, após a publicação e notificações a que se refere o art. 7o, para oferecer contestações ao relatório, juntando as provas pertinentes.Parágrafo único. Não havendo impugnações ou sendo elas rejeitadas, o INCRA concluirá o trabalho de titulação da terra ocupada pelos remanescentes das comunidades dos quilombos.Art. 10. Quando as terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos incidirem em terrenos de marinha, marginais de rios, ilhas e lagos, o INCRA e a Secretaria do Patrimônio da União tomarão as medidas cabíveis para a expedição do título.Art. 11. Quando as terras ocupadas por remanescentes das

comunidades dos quilombos estiverem sobrepostas às uni-dades de conservação constituídas, às áreas de segurança nacional, à faixa de fronteira e às terras indígenas, o INCRA, o IBAMA, a Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional, a FUNAI e a Fundação Cultural Palmares tomarão as medidas cabíveis visando garantir a sustentabilidade destas comunidades, conciliando o interesse do Estado.Art. 12. Em sendo constatado que as terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos incidem sobre terras de propriedade dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o INCRA encaminhará os autos para os entes responsáveis pela titulação.Art. 13. Incidindo nos territórios ocupados por remanescentes das comunidades dos quilombos título de domínio particular não invalidado por nulidade, prescrição ou comisso, e nem tornado ineficaz por outros fundamentos, será realizada vistoria e avaliação do imóvel, objetivando a adoção dos atos necessários à sua desapropriação, quando couber.§ 1o Para os fins deste Decreto, o INCRA estará autorizado a ingressar no imóvel de propriedade particular, operando as pu-blicações editalícias do art. 7o efeitos de comunicação prévia.§ 2o O INCRA regulamentará as hipóteses suscetíveis de desapropriação, com obrigatória disposição de prévio estudo sobre a autenticidade e legitimidade do título de propriedade, mediante levantamento da cadeia dominial do imóvel até a sua origem.Art. 14. Verificada a presença de ocupantes nas terras dos remanescentes das comunidades dos quilombos, o INCRA acionará os dispositivos administrativos e legais para o reassentamento das famílias de agricultores pertencentes à clientela da reforma agrária ou a indenização das benfei-torias de boa-fé, quando couber.Art. 15. Durante o processo de titulação, o INCRA garantirá a defesa dos interesses dos remanescentes das comunida-des dos quilombos nas questões surgidas em decorrência da titulação das suas terras.Art. 16. Após a expedição do título de reconhecimento de domínio, a Fundação Cultural Palmares garantirá as-sistência jurídica, em todos os graus, aos remanescentes das comunidades dos quilombos para defesa da posse contra esbulhos e turbações, para a proteção da integridade territorial da área delimitada e sua utilização por terceiros, podendo firmar convênios com outras entidades ou órgãos que prestem esta assistência.Parágrafo único. A Fundação Cultural Palmares prestará assessoramento aos órgãos da Defensoria Pública quando estes órgãos representarem em juízo os interesses dos re-manescentes das comunidades dos quilombos, nos termos do art. 134 da Constituição.Art. 17. A titulação prevista neste Decreto será reconhecida e registrada mediante outorga de título coletivo e pró-in-diviso às comunidades a que se refere o art. 2o, caput, com obrigatória inserção de cláusula de inalienabilidade, imprescritibilidade e de impenhorabilidade.Parágrafo único. As comunidades serão representadas por suas associações legalmente constituídas.Art. 18. Os documentos e os sítios detentores de remi-niscências históricas dos antigos quilombos, encontrados por ocasião do procedimento de identificação, devem ser comunicados ao IPHAN.Parágrafo único. A Fundação Cultural Palmares deverá instruir o processo para fins de registro ou tombamento e zelar pelo acautelamento e preservação do patrimônio cultural brasileiro.Art. 19. Fica instituído o Comitê Gestor para elaborar, no prazo de noventa dias, plano de etnodesenvolvimento,

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destinado aos remanescentes das comunidades dos qui-lombos, integrado por um representante de cada órgão a seguir indicado:I - Casa Civil da Presidência da República;II - Ministérios:a) da Justiça;b) da Educação;c) do Trabalho e Emprego;d) da Saúde;e) do Planejamento, Orçamento e Gestão;f) das Comunicações;g) da Defesa;h) da Integração Nacional;i) da Cultura;j) do Meio Ambiente;k) do Desenvolvimento Agrário; l) da Assistência Social;m) do Esporte;n) da Previdência Social;o) do Turismo;p) das Cidades;III - do Gabinete do Ministro de Estado Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome;IV - Secretarias Especiais da Presidência da República:a) de Políticas de Promoção da Igualdade Racial;b) de Aqüicultura e Pesca; ec) dos Direitos Humanos. § 1o O Comitê Gestor será coordenado pelo represen-tante da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.§ 2o Os representantes do Comitê Gestor serão indicados pelos titulares dos órgãos referidos nos incisos I a IV e de-signados pelo Secretário Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.§ 3o A participação no Comitê Gestor será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada. Art. 20. Para os fins de política agrícola e agrária, os remanes-centes das comunidades dos quilombos receberão dos órgãos competentes tratamento preferencial, assistência técnica e linhas especiais de financiamento, destinados à realização de suas atividades produtivas e de infra-estrutura.Art. 21. As disposições contidas neste Decreto incidem sobre os procedimentos administrativos de reconhecimento em andamento, em qualquer fase em que se encontrem.Parágrafo único. A Fundação Cultural Palmares e o INCRA esta-belecerão regras de transição para a transferência dos processos administrativos e judiciais anteriores à publicação deste Decreto.Art. 22. A expedição do título e o registro cadastral a ser procedido pelo INCRA far-se-ão sem ônus de qualquer espécie, independentemente do tamanho da área.Parágrafo único. O INCRA realizará o registro cadastral dos imóveis titulados em favor dos remanescentes das comunidades dos quilombos em formulários específicos que respeitem suas características econômicas e culturais.Art. 23. As despesas decorrentes da aplicação das disposi-ções contidas neste Decreto correrão à conta das dotações orçamentárias consignadas na lei orçamentária anual para tal finalidade, observados os limites de movimentação e empenho e de pagamento.Art. 24. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.Art. 25. Revoga-se o Decreto no 3.912, de 10 de setembro de 2001.

Brasília, 20 de novembro de 2003;

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

lei n. 10.639, De 9 De janeiro De 2003

Altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obri-gatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1º A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro--Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.§ 3o (VETADO)”“Art. 79-A. (VETADO)”“Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novem-bro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’.”Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 9 de janeiro de 2003;

lei nº 12.990, De 9 De junho De 2014

Reserva aos negros 20% (vinte por cento) das vagas ofe-recidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1o Ficam reservadas aos negros 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para provi-mento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das funda-ções públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União, na forma desta Lei.§ 1o A reserva de vagas será aplicada sempre que o nú-mero de vagas oferecidas no concurso público for igual ou superior a 3 (três).§ 2o Na hipótese de quantitativo fracionado para o número de vagas reservadas a candidatos negros, esse será au-mentado para o primeiro número inteiro subsequente, em caso de fração igual ou maior que 0,5 (cinco décimos), ou diminuído para número inteiro imediatamente inferior, em caso de fração menor que 0,5 (cinco décimos).§ 3o A reserva de vagas a candidatos negros constará expressamente dos editais dos concursos públicos, que deverão especificar o total de vagas correspondentes à reserva para cada cargo ou emprego público oferecido.Art. 2º Poderão concorrer às vagas reservadas a candidatos

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negros aqueles que se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição no concurso público, conforme o quesito cor ou raça utilizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.Parágrafo único. Na hipótese de constatação de declaração falsa, o candidato será eliminado do concurso e, se houver sido nomeado, ficará sujeito à anulação da sua admissão ao serviço ou emprego público, após procedimento admi-nistrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.Art. 3o Os candidatos negros concorrerão concomitante-mente às vagas reservadas e às vagas destinadas à ampla concorrência, de acordo com a sua classificação no concurso.§ 1o Os candidatos negros aprovados dentro do número de vagas oferecido para ampla concorrência não serão compu-tados para efeito do preenchimento das vagas reservadas.§ 2o Em caso de desistência de candidato negro aprovado em vaga reservada, a vaga será preenchida pelo candidato negro posteriormente classificado.§ 3o Na hipótese de não haver número de candidatos ne-gros aprovados suficiente para ocupar as vagas reservadas, as vagas remanescentes serão revertidas para a ampla concorrência e serão preenchidas pelos demais candidatos aprovados, observada a ordem de classificação.Art. 4º A nomeação dos candidatos aprovados respeitará os critérios de alternância e proporcionalidade, que consi-deram a relação entre o número de vagas total e o número de vagas reservadas a candidatos com deficiência e a candidatos negros.Art. 5º O órgão responsável pela política de promoção da igualdade étnica de que trata o § 1o do art. 49 da Lei no 12.288, de 20 de julho de 2010, será responsável pelo acompanhamento e avaliação anual do disposto nesta Lei, nos moldes previstos no art. 59 da Lei no 12.288, de 20 de julho de 2010.Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação e terá vigência pelo prazo de 10 (dez) anos.Parágrafo único. Esta Lei não se aplicará aos concursos cujos editais já tiverem sido publicados antes de sua en-trada em vigor.

Brasília, 9 de junho de 2014; DILMA ROUSSEFF

resolução n° 170, De 13 De junho De 2017

Dispõe sobre a reserva aos negros do mínimo de 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos do Conselho Nacional do Minis-tério Público e do Ministério Público brasileiro, bem como de ingresso na carreira de membros dos órgãos enumerados no art. 128, incisos I e II, da Constituição Federal.

O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, no exercício da competência fixada no art. 130-A, § 2º, inciso I, da Constituição Federal, com fundamento nos arts. 147 e seguintes, e 157, de seu Regimento Interno, e nas decisões plenárias proferidas nos autos das Proposições nº 1.00207/2016-21 e 1.00208/2016-85, julgadas na 11ª Sessão Ordinária, realizada no dia 13 de junho de 2017;

Considerando o disposto na Lei n° 12.990, de 9 de junho de 2014;Considerando o disposto no Estatuto da Igualdade Racial, Lei n° 12.288, de 20 de julho de 2010;

Considerando o que foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal na ADPF n° 186/2014, especialmente: que as ações afirmativas são constitucionais, que a autodeclaração é constitucional e que criar comissão para averiguar e evitar a fraude é constitucional;Considerando que, no julgamento da ADPF nº 186/2014, o Supremo Tribunal Federal destacou a importância da diver-sidade racial nas instituições públicas, inclusive como meio de afirmação da legitimidade dessas instituições;Considerando que o Ministério Público é instituição perma-nente, essencial à função jurisdicional do Estado, cabendo--lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, conforme art. 127, da Constituição da República; Considerando que o Conselho Nacional do Ministério Públi-co tem por missão fortalecer e aprimorar o Ministério Público brasileiro, assegurando sua autonomia e unidade, para uma atuação responsável e socialmente justa, e por visão de futuro a de ser o órgão de integração e desenvolvimento do Ministério Público brasileiro;Considerando que as informações produzidas no bojo do PCA nº 0.00.000.000543/2013-50 demonstram: que há divergência de tratamento da questão da reserva de vagas para minorias étnico-raciais no âmbito do Ministério Público brasileiro, que diversos órgãos do Parquet ainda não regulamentaram a matéria e que os negros são minoria do total de servidores e membros dos Ministérios Públicos;Considerando a decisão do Supremo Tribunal Federal, nos autos da Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 41, que, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, o eminente Ministro Roberto Barroso, julgou procedente o pedido, para fins de declarar a integral constitucionalidade da Lei nº 12.990/2014, e fixou a seguinte tese de julgamento: “É constitucional a reser-va de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta. É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroiden-tificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa”,

RESOLVE: Art. 1º A reserva de vagas aos negros nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e vitalícios nos órgãos do Ministério Público e do Conselho Nacional do Ministério Público, inclusive de ingresso na carreira de membro, dar-se-á nos termos desta Resolução. Art. 2° Serão reservadas aos negros o mínimo de 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos do Quadro de Pessoal do Conselho Nacional do Ministério Público e do Quadro de Pessoal do Ministério Público, bem como de ingresso na carreira de membros dos órgãos enumerados no art. 128, incisos I e II, da Constituição Federal.§ 1° A reserva de vagas de que trata o caput será aplicada sempre que o número de vagas oferecidas no concurso público for igual ou superior a 3 (três).§ 2° Caso a aplicação do percentual estabelecido no caput resulte em número fracionado, este será elevado para o primeiro número inteiro subsequente, em caso de fração igual ou maior que 0,5 (cinco décimos), ou diminuído para o número inteiro imediatamente inferior, em caso de fração menor que 0,5 (cinco décimos).Art. 3º Os órgãos indicados no caput do art. 2° poderão, além da reserva das vagas mencionadas, instituir outros mecanis-mos de ação afirmativa com o objetivo de garantir o acesso de

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negros a cargos do Ministério Público, inclusive de ingresso na carreira de membro, bem como no preenchimento de cargos em comissão, funções comissionadas e vagas para estágio.Art. 4º A reserva de vagas a candidatos negros constará expressamente dos editais dos concursos públicos dos órgãos indicados no art. 2°.Parágrafo único. Os editais de que trata o caput deverão especificar o total de vagas correspondente às cotas, evi-tando-se fracionamento prejudicial à política de inclusão.Art. 5º Poderão concorrer às referidas vagas aqueles que se au-todeclararem negros ou pardos, no ato da inscrição no concurso público, conforme o quesito cor ou raça utilizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE.§ 1° A autodeclaração terá validade somente para o concurso público aberto, não podendo ser estendida a outros certames.§ 2° Presumir-se-ão verdadeiras as informações prestadas pelo candidato no ato da inscrição do certame, sem prejuízo da apuração das responsabilidades administrativa, civil e penal na hipótese de constatação de declaração falsa.§ 3° Os candidatos classificados, que tiverem se autodecla-rado negros, serão convocados para confirmar tal opção, mediante a assinatura de declaração nesse sentido, pe-rante a Comissão Organizadora do concurso, que avaliará o candidato primordialmente com base no fenótipo ou, subsidiariamente, em quaisquer outras informações que auxiliem a análise acerca de sua condição de pessoa negra.§ 4° O candidato não será considerado enquadrado na condição de negro quando: a) não comparecer à entrevista;b) não assinar a declaração; ec) por maioria, os integrantes da Comissão considerarem que o candidato não atendeu à condição de pessoa negra.§ 5° O candidato não enquadrado na condição de negro será comunicado por meio de decisão fundamentada da Comissão. § 6° O candidato cujo enquadramento na condição de negro seja indeferido poderá interpor recurso, em prazo e forma a serem definidos pela Comissão.§ 7° Comprovando-se falsa a declaração, o candidato será eliminado do concurso e, se houver sido nomeado, ficará sujeito à anulação da sua nomeação, após procedimento administrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. § 8° A comissão designada para a verificação da veracidade da autodeclaração deverá ter seus membros distribuídos por gênero e cor. Art. 6º Os candidatos negros concorrerão concomitantemente às vagas a eles reservadas e às vagas destinadas à ampla concorrência, de acordo com a sua classificação no concurso.§ 1° Além das vagas de que trata o caput, os candidatos negros poderão optar por concorrer às vagas reservadas às pessoas com deficiência, se atenderem a essa condição, de acordo com a sua classificação no concurso. § 2° Os candidatos negros aprovados dentro do número de vagas oferecido para ampla concorrência não serão compu-tados para efeito do preenchimento das vagas reservadas a candidatos negros.§ 3° Os candidatos negros aprovados para as vagas a eles destinadas e às reservadas às pessoas com deficiência, convocados concomitantemente para o provimento dos cargos, deverão manifestar opção por uma delas.§ 4° Na hipótese de que trata o parágrafo anterior, caso os candidatos não se manifestem previamente, serão nome-ados dentro das vagas destinadas aos negros.§ 5° Na hipótese de o candidato, aprovado tanto na condição de negro quanto na de deficiente, ser convocado primei-

ramente para o provimento de vaga destinada a candidato negro, ou optar por esta na hipótese do § 3°, fará jus aos mesmos direitos e benefícios assegurados ao servidor com deficiência.Art. 7º Em caso de desistência de candidato negro aprovado em vaga reservada, a vaga será preenchida pelo candidato negro posteriormente classificado.Parágrafo único. Na hipótese de não haver candidatos negros aprovados em número suficiente para que sejam ocupadas as vagas reservadas, as vagas remanescentes serão revertidas para a ampla concorrência e serão pre-enchidas pelos demais candidatos aprovados, observada a ordem de classificação no concurso.Art. 8º A nomeação dos candidatos aprovados respeitará os critérios de alternância e de proporcionalidade, que consideram a relação entre o número total de vagas e o número de vagas reservadas a candidatos com deficiência e a candidatos negros.Art. 9º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publi-cação e vigorará até 9 de junho de 2024, término do prazo de vigência da Lei nº 12.990, de 9 de junho de 2014, e da Resolução CNJ nº 203, de 23 de junho de 2015. Parágrafo único. Esta Resolução não se aplicará aos con-cursos cujos editais tiverem sido publicados antes de sua entrada em vigor.

reComenDação nº 40, De 9 De agosto De 2016

Recomenda a criação de órgãos especializados na promo-ção da igualdade étnico-racial, a inclusão do tema em editais de concursos e o incentivo à formação inicial e continuada sobre o assunto.

O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, no exercício da competência fixada no artigo 130-A, §2°, I, da Constituição Federal, e com fundamento no artigo 147, inciso IV, do Regimento Interno do Conselho Nacional do Ministério Público – RICNMP, nos autos da Proposição n.° 1.00417/2016-47, julgada na 15ª Sessão Ordinária, reali-zada em 9 de agosto de 2016;Considerando que o Ministério Público é instituição perma-nente, essencial à função jurisdicional do Estado, cabendo--lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, conforme art. 127 da Constituição da República; Considerando que o art. 3º da Constituição Federal de 1988 estabelece, entre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, construir uma sociedade livre, justa e solidária, e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação;Considerando que, entre os objetivos do Plano Estratégico do Conselho Nacional do Ministério Público, está a defesa dos interesses individuais indisponíveis e homogêneos de pessoas ou grupos em situação de vulnerabilidade pesso-al, familiar, social e econômica, dentre os quais os grupos étnico-raciais historicamente discriminados;Considerando que a população negra representa mais da metade da população brasileira e que esse seguimento possui as piores condições de vida em todos os indicadores que medem o desenvolvimento humano;Considerando que o Estado brasileiro é signatário da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial – aprovada pela Resolução 2106 da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 21 de dezembro de 1965 – que tem como diretrizes o combate à discriminação racial, em todas as suas formas e mani-

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festações, e a promoção da efetiva igualdade de todas as pessoas, prevendo, para tanto, a adoção pelos Estados Partes de medidas especiais e concretas para assegurar o desenvolvimento ou a proteção de certos grupos raciais ou de indivíduos pertencentes a esses grupos;Considerando que, tendo assinado a Declaração de Durban – adotada em 31 de agosto de 2001, durante a III Conferên-cia Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata –, o Estado brasileiro reconhece que os afrodescendentes “enfrentam barreiras como resultado de preconceitos e discriminações sociais predominantes em instituições públicas e privadas” e que “a igualdade de oportunidades real para todos, em todas as esferas, incluindo a do desenvolvimento, é fundamental para a erradicação do racismo, discriminação racial, xeno-fobia e intolerância correlata”;Considerando que, no âmbito do sistema interamericano de proteção dos direitos humanos, o Brasil assinou a Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discrimi-nação Racial e formas conexas de Intolerância que possui entre os seus objetivos centrais a promoção de condições equitativas de igualdade de oportunidades e o combate à discriminação racial, em todas as suas manifestações individuais, estruturais e institucionais;Considerando que a Lei nº. 12.288/2010 – Estatuto da Igualdade Racial - prevê a implementação de diversas po-líticas de promoção da igualdade racial, na área da Saúde, Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Liberdade de Cons-ciência e de Crença, Acesso à Terra, Moradia e Trabalho, entre outras, bem como hipóteses específicas de atuação do Ministério Público na fiscalização dessas políticas e na responsabilização criminal por atos de discriminação racial ou intolerância religiosa, em especial nos artigos 24, 52 e 55;Considerando que a supracitada lei estabelece também no seu art. 4º, inciso III, a “modificação das estruturas institucionais do Estado para o adequado enfrentamento e a superação das desigualdades étnicas decorrentes do preconceito e da discriminação étnica”;IV - “promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o combate à discriminação étnica e às desigualdades étnicas em todas as suas manifestações individuais, institucionais e estruturais”; e V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e institucionais que impedem a representação da diversidade étnica nas esferas pública e privada”;Considerando que a Lei nº. 12.966/2014 incluiu o inciso VII ao art. 1º da Lei nº. 7.347/1985 – Lei da Ação Civil Pública, para atribuir ao Ministério Público a promoção da ação civil pública de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados “à honra e dignidade de grupos raciais, étnicos e religiosos”; Considerando que o efetivo exercício dessas novas atribuições do Ministério Público brasileiro demanda a criação de órgãos especializados no acompanhamento da implementação dessas políticas de inclusão social e de repressão aos crimes raciais, da indução de ações preventivas e afirmativas, para a concretização dos direitos constitucionais focados na construção da igualdade; Considerando que, em 3 de março de 2007, a Comissão In-teramericana de Direitos Humanos (CIDH) publicou, em seu relatório anual, a decisão de mérito do caso Simone André Diniz, na qual recomendou ao Estado Brasileiro “Realizar as modificações legislativas e administrativas necessárias para que a legislação anti-racismo seja efetiva, com o fim de sanar os obstáculos demonstrados nos parágrafos 78 e 94 do referido relatório”; “Adotar e instrumentalizar medidas de educação dos funcionários de justiça e da polícia a fim de evitar ações que impliquem discriminação nas investigações,

no processo ou na condenação civil ou penal das denúncias de discriminação racial e racismo”; “Organizar Seminários estaduais com representantes do Poder Judiciário, Ministério Público e Secretarias de Segurança Pública locais com o objetivo de fortalecer a proteção contra a discriminação racial e o racismo e Solicitar aos Ministérios Públicos Estaduais a criação de Promotorias Públicas Estaduais Especializadas no combate ao racismo e à discriminação racial”;Considerando que o Protocolo nº. 1/2013, que dispõe sobre a elaboração e ajuste de políticas públicas e implementação de outras medidas administrativas que visem assegurar o enfrentamento ao racismo e a promoção da igualdade racial da Juventude Negra brasileira, e do qual o Conselho Nacional do Ministério Público é signatário, prevê, em seu parágrafo quinto que compete ao CNMP: a recomendação de adequação da estrutura interna nas unidades do Ministério Público para atendimento das questões raciais: criação de Promotorias, Núcleos ou Grupos de enfrentamento ao racismo;Considerando o papel do Conselho Nacional do Ministério Pú-blico na promoção da integração entre os ramos do Ministério Público, respeitada a autonomia administrativa e observada a disponibilidade orçamentária e financeira, RECOMENDA que:Art. 1º Os ramos do Ministério Público da União e dos Estados, que ainda não os disponham, constituam, com a brevidade possível, órgãos especializados na promoção da igualdade étnico-racial, com atuação preventiva e repres-siva, com atribuição extrajudicial e judicial cível e criminal. Parágrafo único. Para o cumprimento do previsto no caput, podem ser criados, por exemplo, unidades ministeriais, núcleos, coordenadorias ou grupos de atuação especial. Art. 2º Os ramos do Ministério Público da União e dos Esta-dos incluam o tema da promoção da igualdade étnico-racial e legislação específica correspondente como matéria obri-gatória nos editais de concurso para provimento de cargos e nos cursos de formação inicial e continuada de membros e servidores do Ministério Público.Art. 3º Esta Recomendação entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília-DF, 9 de agosto de 2016.

Convenção internaCional sobre a eliminação De toDas as Formas De DisCriminação raCial

Adotada pela Resolução 2106 (XX) da Assembléia Geral da ONU em 07 de março de 1966. Assinada pelo Brasil em 07 de março de 1966 e ratificada em 27 de março de 1968. DECRETO Nº 65.810, DE 8 DE DEZEMBRO DE 1969. Promulga a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,

HAVENDO o Congresso Nacional aprovado pelo Decreto Legislativo nº 23, de 21 de junho de 1967, a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial, que foi aberta à assinatura em Nova York e assinada pelo Brasil a 7 de março de 1966; E HAVENDO sido depositado o Instrumento brasileiro de Ratificação, junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas, a 27 de março de 1968; E TENDO a referida Convenção entrado em vigor, de con-formidade com o disposto em seu artigo 19, parágrafo 1º, a 4 de janeiro de 1969; DECRETA que a mesma, apensa por cópia ao presente

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Decreto, seja executada e cumprida tão inteiramente como ela nele contém.

Brasília, 8 de dezembro de 1969; EMÍLIO G. MÉDICI

CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL

Os Estados Partes na presente Convenção, consideran-do que a Carta das Nações Unidas fundamenta-se em princípios de dignidade e igualdade inerentes a todos os seres humanos, e que todos os Estados-Membros com-prometeram-se a agir, separada ou conjuntamente, para alcançar um dos propósitos das Nações Unidas, que é o de promover e encorajar o respeito universal e efetivo pelos direitos humanos e liberdades fundamentais para todos, sem discriminação de raça, sexo, idioma ou religião; Considerando que a Declaração Universal dos Direitos Humanos proclama que todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos e que cada indivíduo pode valer-se de todos os direitos nela estabelecidos, sem dis-tinção de qualquer espécie, principalmente de raça, cor ou origem nacional; Considerando que todos os homens são iguais perante a lei e têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação e contra todo incitamento à discriminação; Considerando que as Nações Unidas condenaram o colo-nialismo e todas as práticas de segregação e discrimação que o acompanham, em qualquer forma e onde quer que existam, e que a Declaração sobre a Outorga de Indepen-dência aos Países e Povos Coloniais, de 14 de dezembro de 1960 (Resolução 1.514 {XV}da Assembléia Geral), afirmou e proclamou solenemente a necessidade de colo-car-lhes fim, de forma rápida e incondicional; considerando que a Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, de 20 de novembro de 1963 (Resolução 1.904 {XVIII}da Assembléia Geral), afirma solenemente a necessidade de se eliminar rapidamente todas as formas e todas as manifestações de discriminação racial através do mundo e de assegurar a compreensão e o respeito à dignidade da pessoa humana; Convencidos de que todas as doutrinas de superioridade fundamentadas em diferenças raciais são cientificamente falsas, moralmente condenáveis, socialmente injustas e peri-gosas, e que não existe justificativa, onde quer que seja, para a discriminação racial, nem na teoria e tampouco na prática; Reafirmando que a discriminação entre os seres humanos por motivos de raça, cor ou origem étnica é um obstáculo às relações amigáveis e pacíficas entre as nações e é capaz de perturbar a paz e a segurança entre os povos, bem como a coexistência harmoniosa de pessoas dentro de um mesmo Estado; Convencidos de que a existência de barreiras raciais é incompatível com os ideais de qualquer sociedade humana; Alarmados por manifestações de discriminação racial ainda existentes em algumas áreas do mundo e com políticas go-vernamentais baseadas em superioridade ou ódio racial, tais como as políticas de apartheid, segregação ou separação; Resolvidos a adotar todas as medidas necessárias para eliminar rapidamente todas as formas e todas as manifes-tações de discriminação racial, e a prevenir e combater as doutrinas e práticas racistas com o objetivo de favorecer o bom entendimento entre as raças e conceber uma comuni-dade internacional livre de todas as formas de segregação

e discriminação racial; Tendo em conta a Convenção sobre Discriminação no Empre-go e Ocupação, adotada pela Organização Internacional do Trabalho em 1958, e a Convenção pela Luta Contra a Discri-minação no Ensino, adotada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura em 1960; Desejando efetivar os princípios estabelecidos na Decla-ração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial e assegurar o mais rapida-mente possível a adoção de medidas práticas para esse fim, Acordam no seguinte:

PARTE I

ARTIGO I 1. Na presente Convenção, a expressão “discriminação racial” significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência fundadas na raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por fim ou efeito anular ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou o exercício, em igualdade de condições, dos direitos humanos e das liberda-des fundamentais nos domínios político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública. 2. Esta Convenção não se aplicará às distinções, exclusões, restrições ou preferências estabelecidas por um Estado Parte entre cidadãos e não-cidadãos seus. 3. Nenhuma disposição da presente Convenção poderá ser interpretada como atentando, sob qualquer forma, contra as disposições legais dos Estados Partes relativas a nacionalida-de, cidadania e naturalização, desde que essas disposições não sejam discriminatórias contra qualquer nacionalidade em particular. 4. Medidas especiais tomadas com o objetivo precí-puo de assegurar, de forma conveniente, o progresso de certos grupos sociais ou étnicos ou de indivíduos que necessitem de proteção para poderem gozar e exercitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais em igualdade de condições, não serão consideradas medidas de discriminação racial, desde que não conduzam à manutenção de direitos separados para diferentes grupos raciais e não prossigam após terem sido atingidos os seus objetivos.

ARTIGO II1. Os Estados Partes condenam a discriminação racial e comprometem-se a adotar, por todos os meios apropriados e sem demora, uma política de eliminação de todas as for-mas de discriminação racial, e de promoção da harmonia entre todas as raças, e, para este fim: a) Os Estados Partes comprometem-se a não apoiar qual-quer ato ou prática de discriminação racial contra pessoas, grupos de pessoas ou instituições, e a proceder de modo que todas as autoridades e instituições públicas, nacionais e locais se conformem com esta obrigação; b) Os Estados Partes comprometem-se a não incitar, defen-der ou apoiar a discriminação racial praticada por qualquer pessoa ou organização; c) Os Estados Partes devem tomar medidas eficazes a fim de rever as políticas governamentais nacionais e locais e para modificar, revogar ou anular as leis e qualquer dispo-sição regulamentar que tenha como efeito criar a discrimi-nação racial ou perpetuá-la onde já existir; d) Os Estados Partes devem, por todos os meios apro-priados - inclusive, se as circunstâncias o exigirem, com medidas legislativas -, proibir a discriminação racial pra-ticada por quaisquer pessoas, grupos ou organizações, pondo-lhe um fim;

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e) Os Estados Partes comprometem-se a favorecer, quando for conveniente, as organizações e movimentos multirraciais, e outros meios próprios, visando suprimir as barreiras entre as raças e a desencorajar o que tende a reforçar a divisão racial. 2. Os Estados Partes adotarão, se as circunstâncias assim o exigirem, nos campos social, econômico, cultural e outros, medidas especiais e concretas para assegurar adequada-mente o desenvolvimento ou a proteção de certos grupos raciais ou de indivíduos pertencentes a esses grupos com o propósito de garantir-lhes, em igualdade de condições, o pleno exercício dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. Essas medidas não poderão, em hipótese alguma, ter o escopo de conservar direitos desiguais ou diferenciados para os diversos grupos raciais depois de alcançados os objetivos perseguidos.

ARTIGO III Os Estados Partes condenam especialmente a segregação racial e o apartheid e comprometem-se a prevenir, proibir e eliminar nos territórios sob sua jurisdição todas as práticas dessa natureza.

ARTIGO IV Os Estados Partes condenam toda propaganda e todas as organizações que se inspiram em idéias ou teorias cujo fundamento seja a superioridade de uma raça ou de um grupo de pessoas de uma certa cor ou de uma certa origem étnica, ou que pretendam justificar ou encorajar qualquer forma de ódio e de discriminação raciais, comprometendo--se a adotar imediatamente medidas positivas destinadas a eliminar qualquer incitação a tal discriminação e, para esse fim, tendo em vista os princípios formulados na Declaração Universal dos Direitos Humanos e os direitos expressa-mente enunciados no artigo V da presente Convenção, comprometem-se, nomeadamente: a) a declarar como delitos puníveis por lei qualquer difusão de idéias que estejam fundamentadas na superioridade ou ódio raciais, quaisquer incitamentos à discriminação racial, bem como atos de violência ou provocação destes atos, dirigidos contra qualquer raça ou grupo de pessoas de outra cor ou de outra origem étnica, como também a assistência prestada a atividades racistas, incluindo seu financiamento; b) a declarar ilegais e a proibir as organizações, assim como as atividades de propaganda organizada e qual-quer outro tipo de atividade de propaganda, que incitem à discriminação racial e que a encorajem, e a declarar delito punível por lei a participação nessas organizações ou nessas atividades; c) a não permitir que as autoridades públicas nem as institui-ções públicas, nacionais ou locais, incitem à discriminação racial ou a encorajem.

ARTIGO V De acordo com as obrigações fundamentais enunciadas no artigo 2 desta Convenção, os Estados Partes compro-metem-se a proibir e a eliminar a discriminação racial sob todas as suas formas e a garantir o direito de cada um à igualdade perante a lei, sem distinção de raça, de cor ou de origem nacional ou étnica, nomeadamente no gozo dos seguintes direitos: a) direito de recorrer a um tribunal ou a qualquer outro órgão de administração da justiça; b) direito à segurança da pessoa e à proteção do Estado contra violência ou lesão corporal cometida por funcionários do Governo ou por qualquer pessoa, grupo ou instituição; c) direitos políticos, especialmente o de participar de

eleições - votando e sendo votado - através de sufrágio universal e igual, direito de tomar parte no governo assim como na direção dos assuntos públicos em todos os es-calões, e direito de ter acesso em igualdade de condições às funções públicas; d) outros direitos civis, nomeadamente: (i) direito de circular livremente e de escolher sua residência no interior de um Estado; (ii) direito de deixar qualquer país, inclusive o seu, e de regressar ao mesmo; (iii) direito a uma nacionalidade; (iv) direito ao casamento e à escolha do cônjuge; (v) direito de qualquer pessoa, tanto individualmente como em associação com outras, à propriedade; (vi) direito de herdar; (vii) direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; (viii) direito à liberdade de opinião e de expressão; (ix) direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas; e) direitos econômicos, sociais e culturais, nomeadamente: (i) direitos ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a con-dições equitativas e satisfatórias de trabalho, à proteção contra o desemprego, a um salário igual para um trabalho igual, a uma remuneração eqüitativa e satisfatória; (ii) direito de fundar sindicatos e de filiar-se a eles; (iii) direito à habitação; (iv) direito à saúde, a cuidados médicos, à previdência social e aos serviços sociais; (v) direito à educação e à formação profissional;(vi) direito a igual participação nas atividades culturais; f) direito de acesso a todos os lugares e serviços destina-dos ao uso público, tais como meios de transporte, hotéis, restaurantes, cafés, espetáculos e parques.

ARTIGO VIOs Estados Partes assegurarão às pessoas que estiverem sob sua jurisdição proteção e recursos eficazes perante os tribunais nacionais e outros órgãos do Estado compe-tentes, contra todos os atos de discriminação racial que, contrariando a presente Convenção, violem os seus direitos individuais e as suas liberdades fundamentais, assim como o direito de pedir a esses tribunais satisfação ou reparação, justa e adequada, por qualquer prejuízo de que tenham sido vítimas em virtude de tal discriminação.

ARTIGO VII Os Estados Partes comprometem-se a tomar medidas ime-diatas e eficazes, sobretudo no campo do ensino, educação, cultura e informação, para lutar contra preconceitos que conduzam à discriminação racial e para favorecer a com-preensão, a tolerância e a amizade entre nações e grupos raciais e étnicos, bem como para promover os objetivos e princípios da Carta das Nações Unidas, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Declaração das Na-ções Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial e da presente Convenção.

PARTE II ARTIGO VIII

1. Será constituído um Comitê para a Eliminação da Dis-criminação Racial (doravante denominado “o Comitê”) composto por 18 peritos reconhecidos pela sua imparciali-dade e alta estatura moral, que serão eleitos pelos Estados Partes dentre seus nacionais e exercerão suas funções a título individual, levando-se em conta uma repartição geo-

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gráfica eqüitativa e a representação das distintas formas de civilização, assim como dos principais sistemas jurídicos. 2. Os membros do Comitê serão eleitos, em escrutínio se-creto, de uma lista de candidatos designados pelos Estados Partes. Cada Estado Parte poderá designar um candidato escolhido dentre seus nacionais. 3. A primeira eleição será realizada seis meses após a data da entrada em vigor da presente Convenção. O Secretário-Geral das Nações Unidas enviará uma carta aos Estados Partes, com uma antecedência de no mínimo três meses antes da data de cada eleição, convidando-os a apresentarem seus candi-datos no prazo de dois meses. O Secretário-Geral preparará uma lista, em ordem alfabética, de todos os candidatos assim nomeados, indicando os Estados Partes que os nomearam, e a comunicará aos Estados Partes. 4. Os membros do Comitê serão eleitos durante uma reunião dos Estados Partes convocada pelo Secretário-Geral na sede das Nações Unidas. Nessa reunião, em que o quorum será alcançado com dois terços dos Estados Partes, serão eleitos membros do Comitê os candidatos que obtiverem o maior número de votos e a maioria absoluta dos votos dos repre-sentantes dos Estados Partes presentes e votantes. 5. a) Os membros do Comitê serão eleitos por quatro anos. Todavia, o mandato de nove dos membros eleitos na pri-meira eleição expirará ao fim de dois anos; imediatamente após a primeira eleição, o Presidente do Comitê sorteará os nomes desses nove membros. b) Para preencher as vagas fortuitas, o Estado Parte cujo perito deixou de exercer suas funções de membro do Comitê nomeará outro perito dentre seus nacionais, sob reserva da aprovação do Comitê. 6. Os Estados Partes suportarão as despesas dos membros do Comitê durante o período em que os mesmos exercerem suas funções.

ARTIGO IX 1. Os Estados Partes comprometem-se a apresentar ao Secretário-Geral, para ser examinado pelo Comitê, um relatório sobre as medidas de caráter legislativo, judiciário, administrativo ou outras que tomarem para tornarem efeti-vas as disposições da presente Convenção: a) no prazo de um ano, a contar da entrada em vigor da Convenção para cada Estado em questão; e b) a partir de então, a cada dois anos e sempre que o Comitê o solicitar. O Comitê poderá solicitar informações complementares aos Estados Partes. 2. O Comitê submeterá todos os anos à Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, por intermédio do Secretário-Geral, um relatório sobre suas atividades e poderá fazer sugestões e recomendações de ordem geral baseadas no exame dos relatórios e das informações re-cebidas dos Estados Partes. Levará ao conhecimento da Assembléia Geral essas sugestões e recomendações de ordem geral, juntamente com as observações dos Estados Partes, caso existirem.

ARTIGO X 1. O Comitê adotará seu regulamento interno. 2. O Comitê elegerá sua mesa diretora por um período de dois anos. 3. O Secretário-Geral das Organização das Nações Unidas fornecerá os serviços de secretaria ao Comitê. 4. O Comitê reunir-se-á normalmente na sede da Organi-zação das Nações Unidas.

ARTIGO XI 1. Se um Estado Parte entender que outro Estado igualmente Parte não aplica as disposições da presente Convenção, pode-rá chamar a atenção do Comitê para essa questão. O Comitê transmitirá, então, a comunicação recebida ao Estado Parte interessado. Em um prazo de três meses, o Estado destinatário submeterá ao Comitê suas explicações ou declarações por escrito, com o propósito de esclarecer a questão, indicando, se for o caso, as medidas corretivas que adotou. 2. Se, no prazo de seis meses a partir da data do recebi-mento da comunicação original pelo Estado destinatário, a questão não estiver resolvida a contento dos dois Estados, por meio de negociações bilaterais ou por qualquer outro processo que estiver ao seu dispor, ambos os Estados terão o direito de submetê-la novamente ao Comitê, endereçando uma notificação ao Comitê e ao outro Estado interessado. 3. O Comitê só poderá tomar conhecimento de uma ques-tão que lhe seja submetida, nos termos do parágrafo 2 do presente artigo, depois de haver constatado que todos os recursos internos disponíveis foram utilizados ou esgotados, de conformidade com os princípios de direito internacional geralmente reconhecidos. Esta regra não se aplicará se os procedimentos de recurso excederem prazos razoáveis. 4. Em todas as questões que lhe forem submetidas, o Comitê poderá solicitar aos Estados Partes presentes que lhe forne-çam quaisquer informações complementares pertinentes. 5. Quando o Comitê examinar uma questão, em aplicação deste artigo, os Estados Partes interessados terão o direito de designar um representante que participará, sem direito a voto, dos trabalhos do Comitê durante todos os debates.

ARTIGO XII 1. a) Depois que o Comitê tiver obtido e examinado as infor-mações que julgar necessárias, o presidente nomeará uma Comissão de Conciliação ad hoc (doravante denominada apenas “a Comissão”), composta por cinco pessoas, que poderão ser ou não membros do Comitê. Os seus membros serão nomeados com o consentimento pleno e unânime das partes na envolvidas na discussão e a Comissão porá seus bons ofícios à disposição dos Estados interessados, a fim de chegar a uma solução amigável da questão, baseada no respeito à presente Convenção. b) Se os Estados Partes na controvérsia não chegarem a um entendimento em relação a toda ou parte da composição da Comissão em um prazo de três meses, os membros da Comissão que não tiverem o assentimento dos Estados Partes na controvérsia serão eleitos por escrutínio secreto dentre os próprios membros do Comitê, por maioria de dois terços. 2. Os membros da Comissão exercerão funções a título individual. Não deverão ser nacionais de um dos Estados Partes envolvidos na discussão nem de um Estado que não seja parte na presente Convenção. 3. A Comissão elegerá seu presidente e adotará seu regu-lamento interno. 4. A Comissão reunir-se-á normalmente na sede da Orga-nização das Nações Unidas ou em qualquer outro lugar apropriado que venha a ser determinado pela Comissão. 5. A secretaria prevista no parágrafo 3 do artigo X da presente Convenção também prestará seus serviços à Comissão, sempre que uma controvérsia entre os Estados Partes provocar a constituição da Comissão. 6. As despesas dos membros da Comissão serão divididas igualmente entre os Estados Partes envolvidos na con-trovérsia, baseadas em um cálculo estimativo feito pelo Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas.

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7. O Secretário-Geral estará habilitado a reembolsar, caso seja necessário, as despesas dos membros da Comissão antes que os Estados Parte envolvidos na controvérsia tenham efetuado o pagamento, consoante o previsto no parágrafo 6 do presente artigo. 8. As informações obtidas e examinadas pelo Comitê serão postas à disposição da Comissão, e a Comissão poderá solicitar aos Estados interessados que lhe forneçam quais-quer informações complementares pertinentes.

ARTIGO XIII 1. Após haver estudado a questão sob todos os seus aspec-tos, a Comissão preparará e submeterá ao presidente do Comitê um relatório com as suas conclusões sobre todas as questões de fato relativas ao litígio entre as partes e com as recomendações que julgar oportunas, objetivando alcançar uma solução amistosa para a polêmica. 2. O presidente do Comitê transmitirá o relatório da Comis-são aos Estados Partes envolvidos na discussão. Esses Estados comunicarão ao presidente do Comitê, no prazo de três meses, se aceitam ou não as recomendações contidas no relatório da Comissão. 3. Expirado o prazo previsto no parágrafo 2 do presente artigo, o presidente do Comitê comunicará o relatório da Comissão e as declarações dos Estados Partes interessa-dos aos outros Estados Partes nesta Convenção.

ARTIGO XIV

1. Os Estados Partes poderão declarar, a qualquer momen-to, que reconhecem a competência do Comitê para receber e examinar comunicações procedentes de indivíduos ou grupos de indivíduos sob sua jurisdição que se considerem vítimas de uma violação cometida por um Estado Parte de qualquer um dos direitos enunciados na presente Conven-ção. O Comitê não receberá nenhuma comunicação relativa a um Estado Parte que não houver feito essa declaração. 2. Os Estados Partes que fizerem a declaração prevista no parágrafo 1 do presente artigo poderão criar ou designar um órgão, no quadro de sua ordem jurídica nacional, que terá competência para receber e examinar as petições de pessoas ou grupos de pessoas sob sua jurisdição que ale-garem ser vítimas de violação de qualquer um dos direitos enunciados na presente Convenção e que esgotaram os outros recursos locais disponíveis. 3. As declarações feitas nos termos do parágrafo 1 do presente artigo e os nomes dos órgãos criados ou desig-nados pelo Estado Parte interessado, segundo o parágrafo 2 do presente artigo, serão depositados pelo Estado Parte interessado junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas, que enviará cópias aos outros Estados Partes. Uma de-claração poderá ser retirada a qualquer momento através de notificação endereçada ao Secretário-Geral, mas tal retirada não prejudicará as comunicações que já tenham sido estudadas pelo Comitê. 4. O órgão criado ou designado nos termos do parágrafo 2 do presente artigo deverá possuir um registro das petições, e todos os anos cópias autenticadas do registro serão entregues ao Secretário-Geral das Nações Unidas, pelas vias apropriadas, ficando entendido que o conteúdo dessas cópias não será divulgado ao público. 5. Em não obtendo reparação satisfatória do órgão criado ou designado nos termos do parágrafo 2 do presente artigo, o peticionário terá o direito de dirigir uma comunicação ao Comitê dentro do prazo de seis meses. 6. a) O Comitê levará as comunicações que lhe tenham sido endereçadas, confidencialmente, ao conhecimento do Esta-

do Parte que supostamente violou qualquer das disposições desta Convenção; todavia, a identidade da pessoa ou dos grupos de pessoas interessadas não poderá ser revelada sem o consentimento expresso dessa pessoa ou grupos de pessoas. O Comitê não receberá comunicações anônimas. b) Nos três meses seguintes, o referido Estado submeterá, por escrito, ao Comitê, as explicações ou declarações que esclareçam a questão e indicará, quando for o caso, as medidas corretivas que houver adotado. 7. a) O Comitê examinará as comunicações, à luz de todas as informações que lhe forem submetidas pelo Estado Parte interessado e pelo peticionário. O Comitê não examinará nenhuma comunicação de um peticionário sem ter-se assegurado de que o mesmo esgotou todos os recursos internos disponíveis. Entretanto, esta regra não se aplicará se tais recurso excederem prazos razoáveis. b) O Comitê remeterá suas sugestões e recomendações ao Estado Parte interessado e ao peticionário. 8. O Comitê incluirá em seu relatório anual um resumo destas comunicações e, quando houver, também um resumo das explicações e declarações dos Estados Partes interessados, assim como das suas próprias sugestões e recomendações. 9. O Comitê somente terá competência para desempe-nhar as funções previstas neste artigo se pelo menos dez Estados Partes nesta Convenção estiverem obrigados por declarações feitas nos termos do parágrafo 1 deste artigo.

ARTIGO XV 1. Esperando a realização dos objetivos da Declaração so-bre a Concessão de Independência aos Países e aos Povos Coloniais, contida na Resolução 1.514 (XV) da Assembléia Geral da ONU, de 14 de dezembro de 1960, as disposições da presente Convenção em nada restringem o direito de petição concedido a esses povos por outros instrumentos internacionais ou pela Organização das Nações Unidas ou suas agências especializadas. 2. a) O Comitê, constituído nos termos do artigo VIII desta Convenção, receberá cópia das petições provenientes dos órgãos das Nações Unidas que se ocuparem de questões diretamente relacionadas com os princípios e objetivos da presente Convenção e expressará sua opinião e apresenta-rá recomendações sobre essas petições, quando examinar as petições dos habitantes dos territórios sob tutela ou sem governo próprio ou de qualquer outro território a que se aplicar a Resolução 1.514 (XV) da Assembléia Geral, rela-cionadas com questões incluidas na presente Convenção e que sejam recebidas por esses órgãos. b) O Comitê receberá dos órgãos competentes da Organi-zação das Nações Unidas cópia dos relatórios referentes às medidas de ordem legislativa, judiciária, administrativa ou outras que digam respeito diretamente aos princípios e objetivos da presente Convenção, que as potências admi-nistradoras tiverem aplicado nos territórios mencionados na alínea a). do presente parágrafo, e expressará opiniões e fará recomendações a esses órgãos. 3. O Comitê incluirá em seus relatórios à Assembléia Geral um resumo das petições e dos relatórios que houver rece-bido de órgãos da Organização das Nações Unidas, assim como as opiniões e recomendações que tais petições e relatórios houverem merecido de sua parte. 4. O Comitê solicitará ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas o fornecimento de qualquer informação relacionada com os objetivos da presente Convenção de que ele dispuser sobre os territórios mencionados na alínea a) no parágrafo 2 do presente artigo.

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ARTIGO XVI As disposições desta Convenção relativas às medidas a serem adotadas para a solução de uma controvérsia ou queixa serão aplicadas sem prejuízo de outros processos para solução de controvérsias ou queixas no campo da discriminação previstos nos instrumentos constitutivos das Nações Unidas e suas agências especializada, ou em convenções adotadas por essas organizações, e não impedirão os Estados Partes de recorrerem a outros procedimentos visando solucionar uma controvérsia de conformidade com os acordos internacionais gerais ou especiais pelos quais estejam ligados.

PARTE III ARTIGO XVII

1. A presente Convenção ficará aberta à assinatura de todos os Estados membros da Organização das Nações Unidas ou membros de uma de suas agências especializadas, dos Estados Partes no Estatuto da Corte Internacional de Jus-tiça, bem como dos Estados convidados pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas a serem partes na presente Convenção. 2. A presente Convenção estará sujeita a ratificação e os instrumentos de ratificação serão depositados junto ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas.

ARTIGO XVIII 1. A presente Convenção estará aberta à adesão dos Esta-dos mencionados no parágrafo 1 do artigo XVII. 2. A adesão será efetuada pelo depósito de um instrumento de adesão junto ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas.

ARTIGO XIX 1. Esta Convenção entrará em vigor no trigésimo dia imediato à data do depósito junto ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas do vigésimo sétimo ins-trumento de ratificação ou adesão. 2. Para cada Estado que ratificar a presente Convenção ou a ela aderir após o depósito do vigésimo sétimo instrumento de ratificação ou adesão, esta Convenção entrará em vigor no trigésimo dia após a data do depósito, por esses Estados, dos seus instrumentos de ratificação ou adesão.

ARTIGO XX 1. O Secretário-Geral das Nações Unidas receberá e comu-nicará a todos os Estados que forem ou vierem a tornar-se Partes na presente Convenção o texto das reservas feitas pelos Estados no momento da ratificação ou da adesão. O Estado que levantar objeções a essas reservas deverá notificar o Secretário-Geral, no prazo de noventa dias con-tados da data da referida comunicação, que não as aceita. 2. Não será permitida uma reserva incompatível com o objetivo e propósito da presente Convenção, nem uma reserva que impeça o funcionamento de qualquer dos órgãos criados por essa Convenção. Entende-se que uma reserva será conside-rada incompatível ou impeditiva se pelo menos dois terços dos Estados Partes nesta Convenção levantarem objeções a ela. 3. As reservas poderão ser retiradas a qualquer momento através de notificação endereçada ao Secretário-Geral. Tal notificação passará a ter efeito na data do seu recebimento.

ARTIGO XXI Os Estados Partes poderão denunciar a presente Con-venção mediante notificação dirigida ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. A denúncia surtirá

efeitos um ano após a data do recebimento da notificação pelo Secretário-Geral.

ARTIGO XXII Quaisquer controvérsias entre dois ou mais Estados Partes relativas à interpretação ou aplicação da presente Conven-ção, que não forem resolvidas por negociações ou pelos processos expressamente previstos nesta Convenção, serão submetidas, a pedido de qualquer das Partes na controvérsia, à decisão da Corte Internacional de Justiça, salvo se os litigantes acordarem noutro modo de solução.

ARTIGO XXIII 1. Os Estados Partes poderão formular a qualquer momento um pedido de revisão da presente Convenção mediante notificação escrita dirigida ao Secretário-Geral da Organi-zação das Nações Unidas. 2. Nessa hipótese, a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas decidirá acerca das medidas a serem tomadas sobre tal pedido.

ARTIGO XXIV O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas comunicará a todos os Estados mencionados no parágrafo 1 do artigo XVII da presente Convenção: a) as assinaturas da presente Convenção e dos instrumen-tos de ratificação e de adesão depositados, nos termos dos artigos XVII e XVIII; b) a data da entrada em vigor da presente Convenção, nos termos do artigo XIX; c) as comunicações e declarações recebidas, nos termos dos artigos XIV, XX e XXIII; d) as denúncias notificadas, nos termos do artigo XXI.

ARTIGO XXV 1. Esta Convenção, cujos textos em chinês, espanhol, francês, inglês e russo são igualmente autênticos, será de-positada nos arquivos da Organização das Nações Unidas. 2. O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas enviará cópias autenticadas da presente Convenção aos Estados pertencentes a qualquer das categorias menciona-das no parágrafo 1 do artigo XVII desta Convenção.